emoções e saúde abr14 - Med Rio Check-up

Transcrição

emoções e saúde abr14 - Med Rio Check-up
Revista digital
EMOÇÕES E SAÚDE
DEIXE EM
PAZ SEU
CORAÇÃO
Levar vida saudável e dosar
ansiedade é a melhor proteção
contra o infarto
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De volta à pista
Tristeza, por favor, vá embora
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ABR14
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Editorial
EMOÇÕES E SAÚDE
EQUILÍBRIO ENTRE
CORAÇÃO E CÉREBRO É
CHAVE PARA O BEM-ESTAR
Por Gilberto Ururahy,
médico, diretor da Med-Rio Check-up e coautor de O cérebro emocional
– As emoções do estresse cotidiano (editora Rocco)
Felicidade, tristeza, prazer, medo, irritação... As emoções que
sentimos, em menor ou maior grau, mexem com o nosso
cérebro e, por coerência cardíaca, com o nosso coração.
Ele acelera os batimentos cardíacos, deixando a respiração
ofegante e a pele ruborizada, e uma sensação de nó na
garganta. Dependendo da reação de cada indivíduo aos
estímulos do meio ambiente, a sua frequência cardíaca
poderá ultrapassar em duas vezes o seu ritmo normal em
repouso. E, diante de tantas emoções, as pessoas sedentárias,
fumantes, estressadas, hipertensas, diabéticas e com doenças
cardiovasculares correm maiores riscos. Portanto, é preciso
manter o equilíbrio físico e mental para responder de forma
adequada às demandas do dia a dia e alcançar o bem-estar.
As emoções fazem o nosso cérebro ativar o sistema endócrino,
que, por sua vez, estimula a liberação na corrente sanguínea
de altas doses dos hormônios do estresse: adrenalina e
cortisol. O primeiro causa a contração das paredes dos vasos,
estreitando o fluxo de sangue, e determinará o ritmo do seu
coração e as variações da pressão cardíaca.
Enquanto isso, o cortisol engrossa o sangue, o
que aumenta muito a chance de formação de
coágulos que entopem as artérias, elevando
o risco de infarto agudo e acidente vascular
encefálico, o derrame.
O estresse, a depressão, a ansiedade, os
medos e as emoções negativas são fatores
que interferem na harmonia entre o cérebro e
o coração, abrindo o caminho para doenças.
Aprender a relaxar, a respirar e a levar
uma vida mais saudável, com alimentação
balanceada e prática de atividade física diária,
é o primeiro passo para se adaptar às pressões
diárias. Ter uma atitude positiva diante das
dificuldades e pensar positivamente também
ajudam muito. Quando conseguimos manter
a estabilidade emocional, o nosso coração
trabalha melhor, bem como todo o corpo.
Sumário
Boa leitura!
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Editorial Equilíbrio entre coração e cérebro é chave para o bem-estar
Você é o que você come Dietas que prometem milagres fazem mal à saúde
Pernas para que te quero De volta à pista
Nervos à flor da pele Tristeza, por favor, vá embora
Prevenir é o melhor remédio Deixe em paz seu coração
Tudo por um sonho Sonhando acordado
Eureka Maior consumo de frutas e verduras frescas aumenta a longevidade
A revista digital Emoções e Saúde é uma realização da Med-Rio Check-up.
Edição e Reportagem: PROA Comunicação Estratégica Projeto Gráfico e Editoração: Design-se
foto da capa: Shutterstock
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ABR14 Revista digital da Med-Rio Check-up
Você é o que você come
Quem nunca lutou contra a balança? Na busca
pelo peso ideal e pelo corpo perfeito, é comum
pessoas fazerem dieta por conta própria. No
desespero para perder peso, elas procuram
um milagre. O desejo quase obsessivo pelo
emagrecimento leva a dietas que prometem
resultados em pouquíssimo tempo. É aí que
mora o perigo. As dietas da moda e radicais
trazem sérias consequências à saúde, como,
por exemplo, séria deficiência de nutrientes,
principalmente vitaminas e minerais.
falta de apetite. Já o bulímico come, porém procura se livrar da
comida, vomitando ou tomando laxantes e diuréticos como
forma de punição por não conseguir ficar sem comer”, diz
Mônica.
Um exemplo disso é a dieta só de proteínas
e ausência de carboidratos (açúcares), a
maior fonte de energia para as células,
principalmente os neurônios. Os adeptos
desse tipo de regime correm o risco de ter
um aumento das gorduras no sangue. “Essas
e outras dietas podem até trazer algum
resultado no início, que pode ser desastroso
assim que a dieta for abandonada, causando
o famoso efeito sanfona. Muitas vezes, o peso
perdido não é de gordura, mas de músculos e
água”, alerta a endocrinologista Mônica Tavares,
da Med Rio Check-Up.
A mudança de hábitos alimentares para emagrecer com saúde
deve ser lenta e gradativa para evitar o efeito rebote. Segundo
a endocrinologista, a dieta ideal é balanceada, com 40 a 60% de
carboidratos, 25 a 35% de proteínas e 15 a 25% de gorduras, de
forma que haja continuidade e reeducação, sem carências para
o organismo.
Dietas sem orientação médica também
podem causar transtornos alimentares, como
anorexia e bulimia. “No início, os sintomas são
pouco perceptíveis, já que o anoréxico finge
estar se alimentando e chega a usar roupas
largas. Qualquer ganho de peso apavora e gera
angústia. Assim como a anorexia, a bulimia
também leva à obsessão pela magreza. O
anoréxico se recusa a comer, mas não por
O ideal para quem se dispõe a fazer uma dieta é que haja um
acompanhamento multidisciplinar com endocrinologista,
nutricionista, profissional da área de educação física e psicólogo.
Vale lembrar que as dietas feitas sem prescrição médica
podem causar desgaste ao organismo, já que cada pessoa tem
necessidades nutricionais específicas.
E, para emagrecer, não basta apenas reduzir a ingestão
de calorias. É necessária a prática de atividades físicas
regularmente. Ela recomenda exercícios de intensidade
moderada pelo menos durante meia hora por dia. Quando
se fala em exercícios, o mais importante é que a atividade se
adapte ao estilo próprio de vida, evitando que a prática seja
descontinuada. Só assim é possível fazer uma dieta orientada
com resultados progressivos, sem qualquer ameaça à saúde.
foto: stockvault / Geoffrey Whiteway
DIETAS QUE PROMETEM MILAGRES
FAZEM MAL À SAÚDE
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Pernas para que te quero
DE VOLTA
À PISTA
Exames clínicos e teste
ergométrico são essenciais
antes de praticar corrida
A corrida, em diferentes distâncias, sempre foi
uma modalidade bastante disputada entre os
atletas. Mas, de um tempo para cá, ela ganhou
adeptos das mais variadas origens, idades
e classes sociais, em busca de mais saúde e
prazer. Haja vista a quantidade de grupos que
surgem, entre amigos, nas academias, com
professores de educação física e nas empresas,
e que estão incentivando a qualidade de vida
de seus colaboradores.
Porém, não basta sair correndo por aí sem
qualquer preparo ou conhecimento de seu
estado físico. O médico Claudio Gil, diretor da
Clínica de Medicina do Exercício (Clinimex)
e professor do Programa de Pós-Graduação
em Cardiologia da UFRJ, diz que é preciso
levar a sério alguns aspectos antes de iniciar o
esporte: “Idealmente, a pessoa tem que saber
qual é a sua condição física, se ela já apresenta
algum problema de saúde, não só doenças
cardiovasculares, mas problemas locomotores
também. Nesses casos, é conveniente a
avaliação de um médico, de preferência com
especialidade em medicina do exercício,
para orientar e verificar se exames adicionais
deverão ser realizados”.
Na avaliação clínica e cardiológica, o seu
médico poderá pedir, por exemplo, o teste
de esforço para afastar qualquer risco de
doenças cardíacas. Também é importante
buscar orientação com um profissional de
educação física sobre a postura e a pisada
corretas durante o treino ou a competição.
Uma dica é começar aos poucos, correndo
até 15 minutos por dia e aumentar a duração
progressivamente (cinco minutos a cada
semana), e somente depois incrementar
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foto: Flickr / E. C. Campbell
EMOÇÕES E SAÚDE
o ritmo ou a intensidade do esforço. Para
indivíduos saudáveis, se estiverem parados há
muito tempo, melhor iniciar com caminhada,
que talvez possa ser seguida de trote leve após
três a quatro semanas. Vale até usar um monitor
cardíaco com orientação profissional adequada.
Outra observação é quanto à escolha do tênis,
que deve levar em conta as características
do pé e o tipo de sua pisada, além do peso
corporal. Novamente, na dúvida, melhor
consultar um especialista em exercício. Já
existem até exames mais precisos para avaliar
isso. Ah, não se esqueça de se hidratar bem
antes, durante e depois da corrida, e repor as
energias perdidas.
Mas é melhor correr na rua ou na esteira? Gil
explica que isso vai do gosto pessoal. A esteira
tem a monotonia; é mais fácil de manter o
ritmo porque ela é quem está movendo; não
tem a resistência do ar; e fica mais fácil alcançar
maior velocidade. Já quem corre na rua precisa
estar atendo ao estresse térmico – calor e
umidade –, ao piso apropriado e à segurança.
No entanto, o praticante pode escolher o tipo
de terreno e tem o estímulo de correr ao livre,
em diferentes cenários.
Estatísticas americanas revelam que, somando
todas as mais de 500 maratonas disputadas
em 2013, houve mais de 540 mil participações,
sendo mais de 50 mil só na Maratona de Nova
York. Estima-se que entre 1 e 2% da população
dos Estados Unidos concluiu uma maratona
no ano passado. No Brasil, ainda estamos longe
de atingir esse patamar, mas o aumento é bem
relevante. Segundo Gil, muitas das corridas no
país já reúnem mais de cinco a dez mil pessoas.
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ABR14 Revista digital da Med-Rio Check-up
Nervos à flor da pele
TRISTEZA,
POR FAVOR,
VÁ EMBORA
Diferentemente da tristeza, que todos nós
sentimos eventualmente, a depressão é
uma doença crônica que inclui diferentes
sintomas, como sensação de mal-estar
constante, angústia, melancolia e tendência
ao isolamento. “A depressão se manifesta
em qualquer idade e costuma aparecer em
fases de mudanças e fatores estressores,
como adolescência, entrada no mercado de
trabalho, casamento, divórcio, nascimento
de um filho, demissão do emprego,
aposentadoria, perda de um ente querido.
Ela causa perda do amor-próprio e traz
sentimentos de culpa ou autorrecriminação”,
diz o psiquiatra Ricardo Braga.
“O estresse crônico é um gatilho da
depressão, pois libera hormônio cortisol
em grande quantidade, e isso afeta a ação
de mensageiros químicos no cérebro,
os neurotransmissores serotonina,
noradrenalina e dopamina. A doença pode
ter raízes na infância”, acrescenta Braga.
O tratamento é feito com o uso de
antidepressivos por um período curto,
geralmente por seis meses no primeiro
episódio da doença e um ano no segundo
episódio, explica Braga. “Os medicamentos
devem ser associados à psicoterapia com objetivos claros e
focais ou orientação analítica para pacientes mais reflexivos.
Mas o melhor é trabalhar com as duas orientações. O
tratamento da depressão costuma ter um bom resultado
quando é seguido à risca e há o apoio da família”, afirma o
médico.
Em pesquisa recente com mil adultos trabalhadores
brasileiros com idades entre 18 e 64 anos, quase 20% dos
entrevistados disseram ter diagnóstico de depressão, e
33% dos que tiveram depressão precisaram se ausentar
das suas atividades em algum momento. Pelo menos 53%
relataram conhecer alguém no ambiente de trabalho
que teve depressão, como informou a jornalista Cristiane
Segatto, da revista “Época”. Um detalhe que chama a atenção
é que apenas um em dez entrevistados reconhece que a
indecisão, o esquecimento e a dificuldade de concentração
podem ser sinais de depressão, segundo os coordenadores
do levantamento, Clarice Gorenstein, professora do
Departamento de Farmacologia da Universidade de São
Paulo (USP), e Wang Yuan-Pang, do Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas.
FIQUE ATENTO A SINAIS DE:
Distúrbios do sono, alterações do apetite, cansaço,
diminuição do desejo sexual, tonturas, palpitações,
sensação de mal-estar constante, irritação, dificuldade de
tomar decisões, medo, angústia, insegurança, dificuldade
de concentração, angústia, avaliação negativa de si mesmo,
do mundo e do futuro, perfeccionismo e tendência ao
isolamento.
foto: Flickr / 55Laney69
O quadro “At Eternity’s Gate” (“No Limiar da
eternidade”) é um dos mais conhecidos do
pintor Vincent van Gogh. A obra mostra um
homem velho com a cabeça entre as mãos
em profunda tristeza. O famoso artista sofria
de depressão e se suicidou no mesmo ano
em que pintou esse quadro. A tristeza sem
fim costuma ser o sintoma mais conhecido
da depressão, doença que atinge 15% da
população em todo o mundo e piora muito
a qualidade de vida se não for controlada. A
associação de psicoterapia e medicamentos
ainda é a melhor alternativa no tratamento.
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EMOÇÕES E SAÚDE
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Prevenir é o melhor remédio
DEIXE EM PAZ
Levar vida saudável e dosar ansiedade é a
Pressão alta, acúmulo de gorduras no sangue, fumo, diabetes,
excesso de peso, sedentarismo e estresse elevado são os
maiores inimigos do coração. Para evitar o infarto, a dica é levar
uma vida saudável, fazer dieta balanceada, praticar atividade
física regularmente, não fumar, não abusar do álcool, controlar
as situações de estresse e fazer o check-up anualmente.
A falta de cuidado com o coração favorece o acúmulo de
placas de gordura (ateroma) nas paredes internas das artérias
coronárias, os vasos que levam oxigênio e outros nutrientes ao
músculo cardíaco (miocárdio), órgão que tem a função de ejetar
o sangue. Sem o seu combustível, o miocárdio enfraquece e
deixa de funcionar. “Um sintoma inicial do entupimento das
artérias coronárias e de suas vizinhas é a dor no peito (angina),
porém ela nem sempre se manifesta. Dores abdominais e nas
costas, náuseas, vômitos, palpitações por arritmias e dificuldade
de respirar são outros sinais de alerta”, diz o cardiologista
Gildásio Barbosa de Matos Filho, da Clínica Med Rio Check-Up.
Ele explica que a intensidade dos sintomas não está
relacionada à gravidade do infarto. “Algumas pessoas,
principalmente mulheres e diabéticos, têm queixas mais
leves, como dores discretas, mal-estar passageiro e relatos
de problemas digestivos que podem ser confundidos com
doenças gástricas. Às vezes o infarto passa despercebido e
acaba sendo diagnosticado em uma consulta ou exame de
eletrocardiograma de rotina meses ou anos depois”.
As artérias coronárias vão se obstruindo aos poucos
durante anos. Daí a importância do diagnóstico precoce. Ao
primeiro sinal de infarto, é necessário buscar socorro médico
urgentemente. Enquanto não se consegue ajuda, o ideal é
deixar a pessoa tranquila em repouso e, se possível, deitada ou
sentada em posição confortável. Também se pode oferecer à
vítima um comprimido de ácido acetilsalicílico (como aspirina)
de 100mg a 200mg. Esse tipo de medicamento ajudará a
dissolver possíveis trombos que estão entupindo os vasos.
Se houver parada cardíaca, será necessário usar um aparelho
desfibrilador. “É importante chegar ao hospital ainda na primeira
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ABR14 Revista digital da Med-Rio Check-up
SEU CORAÇÃO
melhor proteção contra o infarto
hora após o início dos sintomas. O tratamento imediato reduz muito a área de lesão do infarto e
facilita a desobstrução das artérias por meio de drogas trombolíticas ou angioplastia. A cirurgia
de revascularização miocárdica (como, por exemplo, o implante de ponte de safena) é indicada
quando a angioplastia não é possível”. Mas o melhor mesmo ainda é prevenir.
Só para se ter uma ideia, somando dados das redes pública e privada, 79 mil pessoas morreram
vítimas de infarto em 2010. E, entre os dez estados com maior taxa de óbitos, seis são da Região
Sudeste, como mostrou levantamento publicado pela revista Exame.com.
Estresse crônico aumenta risco de ataque cardíaco
Uma das medidas para prevenir o infarto
é controlar o estresse crônico. Pesquisa
publicada na revista “Mayo Clinic Proceedings”,
nos Estados Unidos, mostrou que pessoas
com personalidade agressiva, tensa, ansiosa e
obsessiva por resultados correm maior risco
de desenvolver doenças cardiovasculares.
“Tais traços de personalidade ativam
permanentemente, mesmo em situações
banais, o sistema nervoso simpático
responsável pelas reações rápidas do corpo em
situações de estresse e situações perigosas”, diz
o médico Gilberto Ururahy, diretor da Med Rio
Check-Up e coautor de “O cérebro emocional
– As emoções do estresse cotidiano”, (editora
Rocco). Segundo os autores do estudo
americano, 40% dos ataques cardíacos são
causados por estresse crônico.
Ururahy explica que o estresse crônico é
importante fator de risco para as doenças
cardiovasculares e cerebrovasculares, que
decorrem da obstrução parcial ou total ou
da ruptura de artérias que irrigam o coração
e o cérebro, geralmente por aterosclerose. A
aterosclerose produz lentamente o depósito
e o acúmulo de gorduras e substâncias
calcificadas nas paredes internas dos vasos
sanguíneos, formando placas que dificultam
ou impedem a passagem do sangue.
Outra consequência da aterosclerose é a perda
de elasticidade da parede arterial. Com o
endurecimento, ocorre o aumento da pressão
sanguínea e há um maior risco de rompimento
da parede do vaso com hemorragia. No
cérebro, isso pode causar o acidente vascular
encefálico, o derrame, e demência.
A aterosclerose também leva à fragmentação
das placas, uma alteração que pode causar
embolia (obstrução do sangue) a distância.
Portanto, é preciso prevenir e fazer o
diagnóstico precoce de doenças das artérias.
O controle do estresse e da pressão arterial, a
prevenção do diabetes e da obesidade, praticar
atividade física regularmente e não fumar são
medidas indispensáveis à saúde do coração.
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EMOÇÕES E SAÚDE
Tudo por um sonho
SONHANDO ACORDADO
Mudança de hábitos é uma das medidas para se livrar da insônia
Se passar uma noite em claro já deixa qualquer pessoa bem
cansada e mal-humorada, imagina para quem sofre de
insônia. Desânimo, dificuldade de concentração, falhas de
memória, irritação e queda de produtividade são algumas
das consequências desse distúrbio. Por diferentes motivos,
como estresse, ansiedade, depressão, uso de determinados
medicamentos e substâncias estimulantes, outros distúrbios
do sono, como apneia e movimento involuntário das pernas,
ou hábitos e ambiente, quem sofre desse problema tanto pode
demorar a pegar no sono como acordar no meio da noite ou
sentir que o sono não foi reparador. Para cada situação, há uma
forma de tratar.
Estima-se que 10% da população sofram de insônia crônica. O
diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais,
que incluem a avaliação de polissonografia noturna para
analisar parâmetros durante o sono. Só a partir desses
resultados o médico poderá indicar o tratamento adequado a
cada caso: dificuldade em iniciar o sono, problema para mantêlo ou sono superficial. A neuropsiquiatra e especialista em sono
Ana Thereza Cortes, colaboradora do Sleep - Laboratório de
Estudos dos Distúrbios do Sono, tem algumas dicas para evitar
as noites em claro:
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ABR14 Revista digital da Med-Rio Check-up
• Ir para a cama somente quando estiver
com sono.
• Se não conseguir pegar no sono ou mantêlo, saia da cama, vá para outro cômodo e
procure uma atividade calma e relaxante
como, por exemplo, ler ou ouvir música.
Não adormeça fora do seu quarto. E volte
para a cama quando estiver com sono.
• Mantenha um horário regular para dormir
e acordar. Levante-se sempre no mesmo
horário, independentemente da hora em
que você foi dormir ou de quantas horas
dormiu durante a noite. O horário de acordar
deve ser mantido inclusive durante os dias
de folga do trabalho e nos fins de semana.
• Use a cama somente para dormir. Não
faça refeições na cama, não fique deitado
assistindo à TV, usando o computador,
estudando ou falando ao telefone.
• Não cochile durante o dia. Se o sono durante
o dia se tornar excessivo e incontrolável,
limite seu cochilo a uma soneca de 10 a 20
minutos. Nunca depois das 3 horas da tarde.
• Não fique olhando o relógio durante a noite.
• Evite o consumo de bebidas alcoólicas
quatro a seis horas antes de dormir. O
mesmo vale para o café. Limite o consumo
de bebidas à base de cafeína pela manhã,
não ultrapassando uma ou duas xícaras.
• Não faça grandes refeições antes de
adormecer.
• Exercite-se regularmente. Evite exercício
físico rigoroso nas últimas seis horas antes
de dormir.
• Mantenha o seu quarto escuro, silencioso,
ventilado e com uma temperatura
agradável durante a noite.
Eureka!
MAIOR CONSUMO DE FRUTAS E VERDURAS
FRESCAS AUMENTA A LONGEVIDADE
Uma dieta rica em frutas e verduras frescas aumenta a longevidade. É o que mostra
um novo estudo realizado com 65 mil pessoas na Inglaterra nos últimos 13 anos.
Esse hábito, dizem os autores, pode reduzir substancialmente o risco de morte.
De acordo com a pesquisa, as pessoas que comiam sete ou mais porções de frutas
e verduras frescas diariamente tinham um risco de morte, principalmente por
doenças cardíacas e câncer, 42% mais baixo, em qualquer idade, do que as pessoas
que comiam menos de uma porção diariamente. Esse índice era de 36% com cinco
a sete porções diárias; de 29% com o consumo de três a cinco porções; e de 14%
com uma a três porções, segundo o levantamento publicado na revista científica
“Journal of Epidemiology and Community Health”.
“Todos sabemos que comer frutas e verduras é saudável, mas o tamanho desse
efeito é surpreendente”, diz a cientista Oyinlola Oyebode, principal autora do
estudo. “As verduras têm um efeito maior que as frutas, mas o consumo de frutas
continua fazendo grande diferença”, acrescenta.