Anestesia em Revista mai-jun 2007 .p65
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Expediente Anestesia em revista é uma publicação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia Departamento de Anestesiologia da Associação Médica Brasileira Nesta Edição Rua Professor Alfredo Gomes, 36 Botafogo - Rio de Janeiro - RJ CEP: 22.251-080 Tel.: (21) 2537-8100 Fax: (21) 2537-8188 Conselho Editorial: Ismar Lima Cavalcanti Jurandir Coan Turazzi Carlos Eduardo Lopes Nunes Henri Braustein Luiz Antônio Vane José Mariano Soares de Moraes Nádia Maria da Conceição Duarte Diretor Responsável: Nádia Maria da Conceição Duarte Foto da capa: SAETO Programação Visual: Ito Oliveira Lopes - 12516-DRT/RJ Wellington Luís Rocha Lopes Equipe Editorial: Marcelo Marinho Rodrigo Matos Mercedes Azevedo José Bredariol Jr Marcelo Sperle Impressão e Acabamento: MasterGraph Tiragem: 8.000 exemplares Distribuição gratuita IMPORTANTE: Cadastre seu e-mail na SBA Visite o site da SBA na Internet: www.sba.com.br [email protected] Publicidade/Propaganda R.V.Assessoria e Marketing Ltda. Ronaldo Viana (21) 2571-4617 e 2570-6712 [email protected] Editorial Sem destino, mas com rumo! 5 SBA Responde 6 Atenção Datas que não podem ser esquecidas em 2007 8 Notícias da Tesouraria 9 Artigos Científicos Mártires da Anestesiologia Consulta Pré-Anestésica e Filosofia Clínica Emulção Lipídica 10 15 18 Divulgação Instituto de Anestesia Regional XXXVIII Jornada do Brasil Central JASB 2007 JOSULBRA 2007 12 14 21 22 Carta ao Editor 23 Artigo Venha viver Natal, o 54º CBA lhe espera! 26 Novos Membros 29 Depoimento A menina que roubou a morte 32 Calendário Científico 34 Sociedade Brasileira de Anestesiologia PROVAS DA SBA 2007 SO I V A O IM ÚLT Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22.251-080 Tel.: 55 - 21 - 2537-8100 - Fax: 55 - 21 - 2537-8188 Portal: http://www.sba.com.br e-mail: [email protected] Departamento de Anestesiologia da Associação Médica Brasileira Como efetuar a inscrição: Redigir requerimento solicitando a inscrição, identificando a prova e o nome do requerente. (vide modelo portal SBA) Informações Importantes: 1) Efetuar depósito bancário no valor da inscrição, cujo comprovante deverá ser encaminhando à Secretaria da SBA, pelo correio, juntamente com o requerimento de inscrição. 2) Esclarecemos que somente serão aceitas as inscrições cujos requerentes estejam devidamente regularizados com a SBA e Regional. 3) Não serão efetuadas inscrições com pendências de documentos. 4) Observar os documentos necessários para efetivação da inscrição, no Regulamento da Prova. 5) NÃO SERÃO ACEITAS INSCRIÇÕES VIA FAX OU E-MAIL 6) Será exigida carta de confirmação de inscrição e documento de identidade, com foto atualizada, no dia da prova, no momento da identificação do candidato. Dados para depósito: Favorecido: Sociedade Brasileira de Anestesiologia Banco Real Agência 0826 Conta-Corrente 7805109-6 Tel: (21) 2537-8100 (maiores esclarecimentos anotar nome do atendente) Segundo Semestre Natal/RN Provas: Novembro 2007 - durante o 54º CBA Título Superior em Anestesiologia Título de Especialista em Anestesiologia Certificado de Atuação na Área de Dor escrita e oral escrita e oral escrita (análise curricular) Data Limite para inscrições: 13 de agosto de 2007 - segunda-feira Valor Inscrição: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais) Prova Nacional para Médicos em Especialização em Centros de Ensino e Treinamento 08 de dezembro de 2007 - sábado ME1 - 10:00 / 12:00 h ME2 - 14:00 / 16:00 h ME3 - 17:00 / 19:00 h Local: Consulte sua Regional 4 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 (Horário de Brasília) Editorial Sem destino, mas com rumo! T emos vivido em um mundo onde as transformações ocorrem de forma muito mais rápida e drástica do que, muitas vezes, conseguimos acompanhar. A antiga era de equipamentos de um botão só cedeu lugar à era de complexos painéis, de aparelhos com multifunções, de intermináveis hardwares e softwares. O desdobramento tecnológico trouxe no seu bojo a incubadora de uma nova linguagem e novas posturas, de formas diferentes de relacionamento, de aquisição e manutenção de conhecimentos específicos ou gerais. O aperfeiçoamento científico sofreu um processo irreversível de globalização, beneficiando a gregos, baianos e troianos. Há somente algumas décadas atrás esperávamos até quase dez anos pela tradução de um livro texto e nos alegrávamos com as publicações de resumos de alguns deles, por parte de alguns iluminados, que tinham tido acesso ao original de forma mais precoce. Assinatura de periódicos estrangeiros era coisa para alguns poucos, mais ousados e afortunados. A grande maioria dos especialistas era atualizada pelos periódicos nacionais, felizmente de boa qualidade no Brasil, e pelos eventos científicos que freqüentavam, quando ouviam conferências de palestrantes, baseadas em espetaculares experiências subjetivas. A globalização transformou radicalmente este cenário. O acesso à informação nivelou o potencial de todos, abolindo as fronteiras geográficas e temporais. O novo livro texto é apenas mais uma entidade na nossa crescente biblioteca, cada vez mais virtual. Os grandes portais nos brindam com zilhões de informações, oriundas de um universo de periódicos, fóruns, videoconferências, grupos de estudo e outros. A grande rede nos permite viajar, criar, interagir, pesquisar, acrescentar, namorar, e fazer praticamente tudo que o nosso rol de verbos nos oferece. O empoeirado argumento de falta de material e de tempo para manter-se atualizado hoje não funciona mais. É, no mínimo, vergonhosa a idéia de um profissional da medicina recusar-se a utilizar dos abundantes e prazerosos recursos para atualização profissional. É destes recursos que retiramos as principais ferramentas que usamos em nossa labuta diária, o conhecimen- Céu da Barra da Tijuca/RJ Foto: Nádia Duarte to técnico e científico, que aliados a condutas éticas concorrem para que tratemos os nossos pacientes de forma correta e honesta. E este conhecimento nunca foi e nunca será estático. A cada dia a ciência esmiúça cada vez mais o funcionamento dos diversos sistemas da natureza humana e nos oferece um sempre crescente leque de opções de medidas preventivas e corretivas, de instrumentos para monitorização e varredura do corpo humano, com o qual podemos e devemos beneficiar aqueles a quem temos o dever de cuidar. Por estudo e esforço, a nível individual ou institucional, vemos o surgimento de diretrizes e algoritmos baseados em evidências, realizados sob a regência da metodologia científica moderna. Estes pacotes de recomendações, longe de engessar as mãos e mentes dos profissionais, funcionam como um referencial seguro, uma proposta de normatização de condutas da comunidade científica, a partir da qual uma reavaliação contínua de resultados pode nos encaminhar sempre para o rumo das decisões mais adequadas. A garantia de que as mesmas recomendações de hoje serão as de amanhã, esta não temos; a garantia de que estes métodos e instrumentos de hoje nos fará singrar em direção a um destino conhecido, de águas cristalinas e seguras, tampouco. Estas incertezas nos dá o pleno direito de questionar paradigmas e testar novas hipóteses, sempre à luz da Ciência. Porém, por nenhum motivo podemos trapacear com o velho Hipócrates e nos esconder sob o manto da preguiça e da ignorância, que fatalmente se refletirá em maus resultados no nosso digno trabalho. Não saber sempre ao certo até onde chegará a nossa nau, é condição inerente à própria vida. Aceitemos, portanto, a condição de sem destino, porém sem rumo jamais. Dra. Nádia Duarte Diretora do Departamento Administrativo da SBA Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 5 SBA Responde Número de anestesistas por cirurgia Quais cirurgias nessecitariam de dois anestesistas para melhor realização das mesmas. SBA Responde: Dependendo das condições clínicas, ou mesmo, desafios técnicos na execução do ato anestésico o concurso de um segundo anestesiologista sempre será benvindo, desde que ambos atuem de forma harmônica e complementar. Porém, do ponto de vista de remuneração do segundo profissional, as Instruções Gerais específicas para a anestesiologia da CBHPM prevê remuneração para os portes AN7 e AN8 ou naqueles nos quais seja utilizada circulação extracorpórea, ou procedimentos de neonatologia cirúrgica, gastroplastia para obesidade mórbida e cirurgias com duração acima de 6 horas. Dr. José Mariano Soares de Moraes Diretor Depto. Defesa Profissional da SBA Mononeuropatia de Nervo Femural Sou anestesiologista e há 9 meses realizei uma raquianestesia para histerectomia abdominal (incisão Pfannestill e afastador de Balfour). Punção única, atraumática. Após a cirurgia a paciente apresentou paresia e parestesia em face antero-medial da coxa esquerda e joelho esquerdo, melhorando após 40 dias (embora a paciente diga que ainda tem lesão-a mesma deambula normalmente)A eletroneuromiografia realizada após 45 dias da cirurgia diagnosticou MONONEUROPATIA DE N. FERMORAL ESQUERDO - NEUROPRAXIA. SBA Responde: Durante punção do espaço subracnóideo na região lombar há 6 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 Sociedade Brasileira de Anestesiologia possibilidade de ocorrer trauma de raízes nevosas, porém com uma freqüência baixa. Na eventualidade do trauma radicular pela agulha de punção, o paciente refere dor ou parestesia no momento da manipulação, e se ocorrer lesão radicular esta se manifestará com sintomatologia na região referente ao território de inervação daquela raiz. Outra possível causa de neuropatia periférica no paciente cirúrgico, deve-se a secção, compressão, tração de plexo ou nervo periférico causadas por manobras ou posicionamentos de instrumentais cirúrgicos. O caso em questão trata-se de MONONEUROPATIA DE NERVO FEMURAL, e portanto, o que nos parece ser proveniente de lesão a nível mais periférico, e portanto de origem cirúrgica. Dr. José Mariano Soares de Moraes Diretor Depto. Defesa Profissional da SBA Anestesia para procedimentos endoscópicos Iniciarei um trabalho em um serviço de exames endoscópicos e um plano de saúde exige um documento onde mostre a nessecidade de anestesista. O fato é que já ouvi falar que existe uma regulamentação que proíbe o mesmo profissional que está fazendo o exame de proceder a sedação. Vocês tem esta regulamentação? Ela existe? Os exames seriam de colonoscopia e eventualmente casos de endoscopia digestiva alta. SBA Responde: A RESOLUÇÃO 1.670/03 em seu parágrafo 2 art 2 estabelece: O médico que realiza o procedimento não pode encarregar-se da administração de sedação profunda/analgesia, devendo isto ficar a cargo de outro médico. Dr. José Mariano Soares de Moraes Diretor Depto. Defesa Profissional da SBA RESOLUÇÃO CFM 1.670/03 (Publicada no D.O.U. 14 JUL 2003, SECAO I, pg. 78 ) Sedação profunda só pode ser realizada por médicos qualificados e em ambientes que ofereçam condições seguras para sua realização, ficando os cuidados do paciente a cargo do médico que não esteja realizando o procedimento que exige sedação. O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições que lhe confere a Lei n° 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e, CONSIDERANDO a importância do ambiente e da qualificação do pessoal envolvido para a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos sob sedação ou anagelsia, com uso de medicamentos para o conforto, alívio da dor e abolição de reflexos indesejáveis; CONSIDERANDO o uso de drogas ou combinações de drogas que apresentam efeitos sobre o sistema nervoso, cardiovascular e respiratório; CONSIDERANDO como prioritária a segurança do paciente durante o procedimento e após sua realização; CONSIDERANDO a necessidade de se criar normas que definam os limites de segurança com relação ao ambiente, qualificação do pessoal, responsabilidades por equipamentos e drogas disponíveis para o tratamento de intercorrências e efeitos adversos; CONSIDERANDO o que dispõem as Resoluções CFM nºs. 1.363/ 93 e 1.409/94; CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na Sessão Plenária de 13 de junho de 2003, RESOLVE: Art.1° - Nos ambientes em que se praticam procedimentos sob “sedação consciente” ou níveis mais profundos de sedação, devem estar disponíveis: I. Equipamentos adequados para a manutenção da via aérea permeável, bem como a adminis- tração de oxigênio em concentração superior à da atmosfera; II. Medicamentos para tratamento de intercorrências e eventos adversos sobre os sistemas cardiovascular e respiratório; III. Material para documentação completa do procedimento, devendo ficar registrado o uso das medicações, suas doses e efeitos; IV. Documentação com critérios de alta do paciente. Parágrafo 1°- Deve-se dar ao paciente e ao acompanhante, verbalmente e por escrito, instruções relativas aos cuidados sobre o período pós-procedimento, bem como informações para o atendimento de emergências eventuais. Parágrafo 2°- Todos os documentos devem ser assinados pelo médico responsável. Art. 2°- O médico que realiza o procedimento não pode encarregar-se simultaneamente da administração de sedação profunda/ analgesia, devendo isto ficar a cargo de outro médico. Art. 3° - Todas as unidades que realizarem procedimentos sob sedação profunda devem garantir os meios de transporte e hospitais que disponham de recursos para atender a intercorrências graves que porventura possam acontecer. Art. 4° - Os anexos I e II fazem parte da presente resolução. Art. 5º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília-DF, 13 de junho de 2003 EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE RUBENS DOS SANTOS SILVA Presidente Secretário-Geral ANEXO I DEFINIÇÃO E NÍVEIS DE SEDAÇÃO Sedação é um ato médico realizado mediante a utilização de medicamentos com o objetivo de proporcionar conforto ao paciente para a realização de procedimentos médicos ou odontológicos. Sob diferentes aspectos clínicos, pode ser classificada em leve, moderada e profunda, abaixo definidas: Sedação Leve é um estado obtido com o uso de medicamentos em que o paciente responde ao comando verbal. A função cognitiva e a coordenação podem estar comprometidas. As funções cardiovascular e respiratória não apresentam comprometimento. Sedação Moderada/Analgesia (“Sedação Consciente”) é um estado de depressão da consciência, obtido com o uso de medicamentos, no qual o paciente responde ao estímulo verbal isolado ou acompanhado de estímulo tátil. Não são necessárias intervenções para manter a via aérea permeável, a ventilação espontânea é suficiente e a função cardiovascular geralmente é mantida adequada. Sedação Profunda/Analgesia é uma depressão da consciência induzida por medicamentos, e nela o paciente dificilmente é despertado por comandos verbais, mas responde a estímulos dolorosos. A ventilação espontânea pode estar comprometida e ser insuficiente. Pode ocorrer a necessidade de assistência para a manutenção da via aérea permeável. A função cardiovascular geralmente é mantida. As respostas são individuais. Observação importante: As respostas ao uso desses medicamentos são individuais e os níveis são contínuos, ocorrendo, com freqüência, a transição entre eles. O médico que prescreve ou administra a medicação deve ter a habilidade de recuperar o paciente deste nível ou mantê-lo e recuperá-lo de um estado de maior depressão das funções cardiovascular e respiratória. ANEXO II EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA E REANIMAÇÃO Oxigênio · Sistema para fornecimento de oxigênio a 100% · Sistema para aspirar secreções Aspirador · Sondas para aspiração · Máscaras faciais · Máscaras laríngeas Manutenção das Vias Aéreas · Cânulas naso e orofaríngeas · Tubos endotraqueais · Laringoscópio com lâminas · Oxímetro de pulso com alarmes Monitores · Monitor cárdiaco · Aparelho para medir pressão arterial · Balão auto-inflável (Ambu) · Desfibrilador Equipamentos para Reanimação e Medicamentos · Drogas para a reanimação · Antagonistas: Naloxone, Flumazenil · Impressos com protocolos para reanimação (tipo ACLS) Pequenos procedimentos pediátricos Em anestesias pediátrica de curta duração(até 10 minutos), como redução incruenta de fratura, drenagem de abscesso e pequenas suturas realizados exclusivamente por via inalatória(sedação), seguindo todas as recomentações do CFM(1802/2006), porém sem o cateterismo de veia periférica configura erro técnico? SBA Responde: Com base na resolução 1802/ 2006 creio que a não punção de acesso para realização de pequenos procedimentos sob sedação inalatória, não configure erro técnico. Não existe na referida resolução menção a estas técnicas anestésicas, que habitualmente realizamos em anestesia pediátrica. Porém sob o meu ponto de vista particular acredito que a não punção de acesso para realização de qualquer procedimento sob sedação configura negligência ou imprudência, considerando que a venóclise constitua uma medida de segurança. Dra. Débora de Oliveira Cumino Presidente do Comitê de Anestesia Pediátrica - SBA Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 7 ATENÇÃO DATAS QUE NÃO PODEM SER ESQUECIDAS EM 2007 ATIVIDADE DATA ELEIÇÕES DIRETORIA E CONSELHO FISCAL - SBA De 10/08/2007 Até 10/09/2007 Prazo para envio à secretaria da SBA de pedido de inscrição de chapa para eleição da Diretoria e Conselho Fiscal, conforme Regulamento próprio e modelo de solicitação, disponíveis no Por tal da SBA. Aguarde a Convocação para as Eleições. 10/08/2007 Data limite para regularização SBA e Regional, para os associados ATIVOS e ATIVOS-REMIDOS, que desejarem par ticipar do processo eleitoral. Até 20/09/2007 A Comissão Eleitoral enviará aos associados aptos a par ticiparem do processo eleitoral, material necessário para ao exercício do voto. 08/11/2007 Data limite para recebimento dos votos pela Comissão Eleitoral, via postal, na caixa postal alugada em Natal/ RN, exclusivamente para este fim. 11/11/2007 11:00 h Apuração dos votos recebidos pela Comissão Eleitoral. Proclamação dos resultados das eleições da Diretoria e Conselho Fiscal, pelo Presidente da Comissão Eleitoral. ASSEMBLÉIA GERAL Até 13/08/2007 Será encaminhada pela secretaria da SBA, Convocação para a Assembléia Geral. 11/11/2007 11:00 h Data e hora da realização da Assembléia Geral para eleição da Diretoria e Conselho Fiscal, aprovação das contas e alterações Estatutárias. 11/11/2007 Poderão par ticipar da Assembléia Geral os membros ATIVOS e ATIVOS-REMIDOS, quites com a SBA e Regional, até esta data. ASSEMBLÉIA DE REPRESENTANTES Até 13/08/2007 Será encaminhada pela secretariada SBA, Convocação para a Assembléia de Representantes. 13/08/2007 Poderão participar da Assembléia de Representantes, como Representantes ou Suplentes, os membros ATIVOS e ATIVOS-REMIDOS, indicados por suas Regionais e que estiverem quites com a SBA e Regional até esta data. Até 13/08/2007 Data limite para que as Regionais encaminhem à secretaria da SBA, listagem dos membros quites com a Regional, informando expressamente destinar-se ao cálculo do número de Representantes da AR. Esta listagem deverá conter o nome, matrícula do associado e ano de quitação na Regional. Por segurança, deve ser mencionada a data de vencimento da anuidade da Regional. 11/09/2007 Data limite para envio dos relatórios que irão compor o Boletim Agenda - Diretoria, Comissões, Comitês e Conselhos. Até 13/09/2007 A secretaria da SBA divulgará o número de Representantes de cada Regional para a Assembléia de Representantes. 11/10/2007 Envio do Boletim Agenda para as Regionais, pela secretaria da SBA, pelo correio. 10/11/2007 até 12:00 h Entrega à secretaria da SBA, no CBA, pelos Presidentes das Regionais, da lista de Representantes e Suplentes de suas Regionais. 11/11/2007 até 10:00 h 11/11/2007 12:00 h Os Presidentes de Regionais deverão retirar na secretaria da SBA, as credenciais e lista para assinaturas dos Representantes de suas bancadas. 11/11/2007 até 12:00 h Antes do início da Sessão de Instalação da AR, os Presidentes de Regionais, deverão devolver ao Secretário Geral da mesa, a lista de Representantes e Suplentes, devidamente assinada, juntamente com as credenciais excedentes, para que seja liberada a sua bancada. Neste ato, poderão ser solicitadas as substituições de Representantes por Suplentes. 13/11/2007 até 17:00 h 14/11/2007 12:00 h 14/11/2007 até 12:00 h Sessão de Instalação. Disponibilização do material da AR para os Presidentes, na secretaria da SBA no CBA. Sessão de Ordem do Dia. Até o início da Sessão de Ordem do Dia, os Presidentes de Regionais, que desejarem substituir Representes por Suplentes, poderão fazê-lo com o Primeiro Secretário da AR, desde que o nome do Suplente , obrigatoriamente, conste da lista original assinada e entregue na Sessão de Instalação da AR. 8 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 Notícias da Tesouraria O prazo para pagamento da anuidade da SBA/2007 venceu em 30/04/2007, assim sendo, após esta data os pagamentos poderão ser realizados com o acréscimo da taxa de readmissão. Anuidade de Aspirante R$ 224,00 = A partir de 01/05/2007: R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais) + taxa de readmissão de R$ 10,00 (dez reais) – à vista. Anuidade de Ativo, Adjunto e CET R$ 448,00 = A partir de 01/05/2007: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais) + taxa de readmissão de R$ 20,00 (vinte reais) – à vista. Os pagamentos deverão ser efetuados através de boleto bancário que poderá ser solicitado à Tesouraria da SBA. Anuidade de Estrangeiro: US$ 200,00 (duzentos dólares) Notícias da Secretaria Associados Certifique-se que seus dados cadastrais estejam atualizados na SBA. Seu endereço eletrônico é de extrema importância para a agilidade no recebimento de notícias importantes. Caso não esteja recebendo suas publicações informe-se junto à Secretaria da SBA se sua matrícula encontra-se bloqueada por devolução de correspondência pelo Correio. Regionais Utilize as informações contidas na área reservada às Regionais no Portal da SBA. Elas podem agilizar e esclarecer muitas dúvidas dessa Regional. Responsáveis por CET Observe atentamente os prazos para envio de propostas de Aspirante (90 dias do início do CET) e comunicação de término de Curso (60 dias da data prevista para o término). Utilize as informações contidas na área reservada aos Responsáveis por CET no Portal da SBA. Elas podem esclarecer e agilizar muitas dúvidas existentes, assim como, poderá obter formulários necessários para o cumprimento de itens regulamentares. Certifique-se que o pagamento da anuidade do CET foi efetuado no prazo regulamentar. Informe aos seus médicos em especialização que a falta de pagamento da anuidade implica em desligamento por débito e consequentemente o desligamento da condição de Aspirante. Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 9 Artigo Científico Mártires da Anestesiologia O s pioneiros da anestesiologia tiveram de aprender a conviver com a possibilidade de uma complicação que não envolvia somente a integridade do paciente, mas também a sua. Durante mais de um século os anestésicos inflamáveis fizeram parte do pior pesadelo do anestesiologista. O primeiro relato de fogo devido a um agente anestésico ocorreu em 1850, durante uma cirurgia facial em que foi utilizado o éter. Desde então, muitos casos de fogo e explosões foram relatados, causados pelo éter, pelo acetileno, pelo etileno e pelo ciclopropano1. Relatos de morte e destruição se tornaram freqüentes depois que a prática de administrar o oxigênio, em vez do ar, se tornou rotineira. Muitos incidentes não foram relatados e os que foram publicados não traziam detalhes essenciais. Os compêndios de anestesiologia do século passado apresentavam capítulos especiais sobre explosão e fogo decorrentes destes anestésicos inalatórios, como este texto extraído de um livro da década de 502: “Uma explosão anestésica ocorre devido à rápida combustão de vapores ou gases usualmente detonados por faísca ou calor. A presença de fogo ou explosão dependerá da mistura de oxigênio adicionada ao gás inflamável. A incidência é provavelmente maior do que se supõe, pois se o paciente ou staff sofreram queimaduras graves ou morreram, será improvável que este acidente seja relatado ou encontrado em uma busca na literatura médica. Woodbridge (1939), nos Estados Unidos, estimou que explosões ocorram entre 2 a 4 para cada 100.000 anestesias, e Pinson Recorte de Jornal Chileno 10 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 Sociedade Brasileira de Anestesiologia Dr. Carlos Rogério Degrandi Oliveira, TSA Co-responsável pelo CET/SBA da Santa Casa de Santos; Membro da Comissão Científica da SAESP; Membro da Comissão de Normas Técnicas e Segurança em Anestesia da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (CNTSA/SBA) (1930), relatou em torno de 100 casos de queimaduras ou explosões por éter a cada ano na Grã-bretanha.” Com a exceção do clorofórmio e do trilene, todos os demais anestésicos inalatórios eram potencialmente explosivos. Para que uma explosão ocorresse o gás que estava no sistema necessitava de uma fonte externa de calor, escape de gases entre as conexões de metal ou através das válvulas expiratórias parcialmente ocluidas, especialmente quando a respiração estava sendo assistida. O ciclopropano era considerado o gás mais perigoso, não por ele causar mais danos que a mistura éteroxigênio, mas porque a energia necessária para uma faísca para a sua ignição era muito menor que aquela requerida para uma explosão com éter. O perigo do uso de misturas explosivas com a diatermia, o cautério, os motores elétricos e os contatos metálicos poderiam ser evitados, mas a faísca por estática constituía uma das principais fontes de ignição. feitas homenagens aos intitulados “Mártires de la Anestesiologia”. Felizmente, há algumas décadas os agentes anestésicos inflamáveis deram lugar aos halogenados e deixaram de ser utilizados, passando a ter somente interesse histórico. No entanto, o fogo e a explosão de outras causas, como por exemplo: gases intestinais, agentes esterilizantes e durante a cirurgia a laser, entre outros, continuam a ser relatados. Referências Outras fontes de ignição eram os interruptores e tomadas de força. Devido às propriedades físico-químicas do éter, ao longo dos anos as tomadas de força deixaram de ser instaladas próximas do piso, onde o este gás ficava acumulado. A morte de pacientes que sofreram danos devido a uma explosão, não era sempre imediata, um intervalo de algumas horas poderia decorrer até que os resultados do trauma fossem aparentes. Estes pacientes morriam por danos pulmonares, como observado em inúmeros acidentes durante a segunda grande guerra2. Os exames anatomopatológicos destes pulmões mostravam hemorragia intersticial difusa. Sangue podia ser encontrado na traquéia e brônquios e queimaduras superficiais da pele poderiam ser visíveis. 01. MacDonald AG - A short history of fires and explosions caused by anaesthetic agents. Br J Anaesth, 1994;72(6):710-722. 02. Keating V - Explosion and fires due to anaesthetics. In: Anaesthetic accidents – The complications of general and regional anaesthesia. Lloyd-Luke Ltd, London,1956:244-247. 03. Vieira ZEG – Gazes comprimidos medicinais. Anestesia – Boletim informativo mensal da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, 4(8);1953. 04. Leyton O – Treinta años despues – Homenaje al Dr. Mario Torres e a la Dra. Ana Maria Jurisic. Rev Chil Anestesia, 1993;22:57-59. Em 1953, após vários relatos e com a finalidade de prevenir futuros acidentes, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia organizou uma comissão que conjuntamente com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaboraram normas para o manuseio de gases comprimidos medicinais3. Um dos casos mais trágicos da anestesiologia mundial, ocorreu em 6 de maio de 1963 em Santiago do Chile. Uma explosão provocada pelo ciclopropano vitimou no local e nos dias que se seguiram, dois pacientes pediátricos, dois anestesiologistas e dois ortopedistas. Além das vitimas fatais e danos materiais, vários auxiliares desenvolveram seqüelas que impossibilitaram o retorno a suas atividades normais 4 . Após este evento o ciclopropano foi proibido no Chile. Durante o XXIV Congresso Latinoamericano de Anestesiologia realizado em 1997 naquela cidade, foram Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 11 Divulgação Sociedade Brasileira de Anestesiologia Instituto de Anestesia Regional Hospital de Base de São José do Rio Preto, SP Patrocínio B. Braun Drs. M. A. Gouveia, Eneida Maria Vieira e Luiz Eduardo Imbelloni O artigo “Anestesia Regional no Brasil: fatos e falácia” do Prof. Mário José da Conceição, publicado recentemente no Anestesia em Revista da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, faz um apanhado geral da prática da anestesia regional no Brasil. Ele menciona dois centros onde há o ensino da anestesia regional. Como um desses centros citados foi o Instituto de Anestesia Regional (IAR), sentimo-nos honrados com a deferência e aproveitamos a oportunidade para relatar a história da criação deste instituto e seu desempenho nos últimos anos. Théodore Monod disse que “uma utopia é um projeto realizável que ainda não foi realizado”. Em 2000, durante o Congresso Mundial de Anestesia Regional realizado em Quebéc-Canadá, ao assistirmos uma teleconferência de um bloqueio do nervo isquiático realizado em Lyon na França e discutido com a platéia, tivemos a idéia de realizar o mesmo no Brasil. 12 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 Após constatarmos que não havia modelos a copiar do exterior e sim novos padrões a implementar no nosso país, entramos em contato com a empresa B. Braun, sabidamente voltada para a anestesia regional, onde foi discutido o projeto, chegando à conclusão sobre a realização de Workshops de anestesia regional. O primeiro evento foi realizado no Rio e o segundo em Belo Horizonte, onde foram apresentados 50 vídeos com diversas abordagens dos plexos braquial e lombossacro. No final do evento fomos procurados pelos doutores Niwton Toledo e José Roberto Costa que queriam fazer um estágio conosco em nossas clínicas no Rio de Janeiro. Em dois anos consecutivos foram realizados 22 workshops nas principais capitais do país, com o apoio logístico e científico das Sociedades Regionais. O sucesso ativou o interesse por estágios com aulas práticas. Fizemos um projeto para o ensino da anestesia regional totalmente patrocinado pela empresa B. Braun, quando se criou o Instituto de Anestesia Regional. Drª Eneida Maria Vieira, do Serviço de Anestesiologia do Hospital de Base da Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto, estava presente no Workshop apresentado no Congresso do Hospital Sírio Libanês. Na ocasião convidou um de nós (Imbelloni) para ministrar um curso de raquianestesia em seu hospital. Durante o curso, ficou interessada no projeto e solicitounos a implantação em seu Hospital. Durante 10 meses foram realizadas as negociações entre os interessados (B.Braun e Direção do Hospital de Base) e finalmente foi assinado contrato para início das atividades do IAR. Em agosto de 2002 foram iniciadas as atividades de ensino da anestesia regional, porém somente em 03 de maio de 2003, foi inaugurado oficialmente com a presença de quatro diretores da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (Dr. Esaú Magalhães-Presidente, Dr. Pedro Thadeu Galvão Viana-Vice-Presidente, Dr. Roberto Serra-Freire-Diretor Defe- sa Profissional e Dr. Ismar Lima Cavalcanti-Diretor Científico). O Diretor Científico proferiu uma palestra sobre o “Ensino da Anestesia Regional”. Até o momento o IAR recebeu em torno de 200 anestesiologistas de praticamente todos os estados brasileiros, além do Uruguai, da Argentina, do Equador, do Peru e de Angola. Durante a semana de treinamento são ensinados todos os tipos de bloqueios regionais dos membros superior e inferior, os diversos tipos de raquianestesia e peridural, bloqueios para intubação acordado e aula de anatomia descritiva e no cadáver. Em média são realizados 80 bloqueios diferentes durante a semana de treinamento. Nestes quatro anos de funcionamento foram realizados 20 trabalhos cientí- ficos publicados nas Revista Brasileira de Anestesiologia, Pediatric Anesthesia, International Journal Obstetric Anesthesia, Acta Anaesthesiologica Scandinavica, Canadian Journal Anaesthesia e Disease Colon Rectum. Após o ensino da anestesia regional no Hospital de Base, estamos implantando uma sala para o atendimento aos pacientes politraumatizados, onde um anestesiologista já qualificado realizará bloqueios periféricos para alívio imediato da dor. Está sendo apresentado um projeto ao Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (no Rio de Janeiro mais de 70% são anestesiologistas) para o ensino de bloqueios periféricos que seriam realizados nos locais dos acidentes ou mesmo nas ambulâncias de transporte. O IAR realiza 10 cursos durante cada ano, começando em março até dezembro. As datas dos estágios são publicadas durante o Congresso Brasileiro de Anestesiologia para o ano seguinte. O Instituto de Anestesia Regional é fruto da parceria entre a empresa B.Braun e o Hospital de Base. A B.Braun, através de seu slogan “Sharing Expertise” e da Academia Aesculap, incentiva, apóia e capacita profissionais através de ensino e pesquisa. O Hospital de Base de São José do Rio Preto, entidade ligada à Fundação Faculdade de Medicina de SJRP com sua estrutura tem possibilitado a implementação de trabalhos científicos e demonstrações de diversos tipos de bloqueios. Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 13 XXXVIII Jornada do Brasil Central 07 e 08 de setembro de 2007 - Palmas - TO O Coração do Brasil Bate sem Dor Programação Sexta-feira, 7 de setembro 2007 Abertura/Boas Vindas Tema: Prevenção e Tratamento de Náuseas e Vômitos. O que há de novo? Palestrante: Dr. José Celso Rodrigues Cintra - TO DISCUSSÃO Riscos Decorrentes da anestesia para o Anestesiologista Palestrante: Dr. Luiz Antonio Vane - SP DISCUSSÃO Tema: Diretrizes atuais na reanimação cardiopulmonar: suporte básico e avançado Palestrante: Dr. Dário Humberto de Paiva - GO Sábado, 8 de setembro 2007 ALMOÇO Tema: A Câmara Técnica de Dor e Cuidados paliativos do Ministério da Saúde Palestrante: Dr. Onofre Alves Neto - GO Tema: Modelos para ensino e treinamento em dor no Brasil Palestrante: Dr. Onofre Alves Neto - GO DISCUSSÃO Tema: Organização de serviço de dor aguda e crônica Palestrante: Dr. Maruan Omais - MS DISCUSSÃO Tema: Novas Tendências na Anestesia Obstétrica. Palestrante: Dr. Waston Vieira Silva - GO DISCUSSÃO Tema: Dor pós-operatória Coordenador: Dr. Onofre Alves Neto - GO Dor pós - operatório: Razão para tratá-la? Palestrante: Dr. Leonardo Teixeira Duarte Domingues - DF Dor pós - operatório: Opções Terapêuticas Disponíveis Palestrante: Dr. Onofre Alves Neto - GO Dor pós - operatório: Riscos da dor pós-operatório não tratada transformar-se em dor crônica Palestrante: Dra. Ana Maria C. Bezerra Mar tins - MT Dor pós - operatório: Perspectivas futuras do tratamento da dor pós-operatório. Palestrante: Dr. Fábio Vinicius Benevenuto Feltrin DISCUSSÃO COFFE –BREAK Reposição Volêmica: Cristalóides versus Colóides Palestrante: Dr. Luiz Antonio Vane - SP DISCUSSÃO Cefaléia pós punção acidental de dura-máter. Diagnóstico e Tratamento Palestrante: Dr. Antonio Fernando Carneiro - GO DISCUSSÃO COFFE - BREAK Tema: Conscientização e cuidados com a via aérea em anestesia: Geral e Regional Palestrante: Dr. Dário Humberto de Paiva - GO DISCUSSÃO Tema: O diferencial da anestesia nas especialidades. Coordenador: Sociedade de Anestesiologia do TO O diferencial da anestesia nas especialidades. Plástica: Mamoplastia Palestrante: Dr. Antonio Fernando Carneiro - GO O diferencial da anestesia nas especialidades. Or topédica: prótese de quadril Palestrante: Dr. Antonio Fernando Carneiro - GO O diferencial da anestesia nas especialidades. Cirurgias digestivas altas: l Palestrante: Dr. José Henrique Leal Araújo - DF O diferencial da anestesia nas especialidades: Otorrinolaringologia: Palestrante: Dr. Clóvis Yoshiharu Aratani DISCUSSÃO ALMOÇO 14 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 Artigo Científico Sociedade Brasileira de Anestesiologia Consulta Pré-Anestésica e Filosofia Clínica Adaptação de palestra realizada no IX Encontro Nacional de Filosofia Clinica – São Paulo – Univ. São Camilo - 2007 A medicina no Brasil ainda é muito mais curativa do que preventiva. Pacientes costumam procurar o médico quando estão doentes e não quando estão saudáveis visando prevenir alguma moléstia. A saúde para alguns, é considerada um valor, mas para a grande maioria, só é lembrada no momento em que foi perdida. Partindo desta premissa, pode-se sugerir que as pessoas procuram os médicos não por desejo e sim por necessidade. A necessidade da cura é o que leva um paciente a procurar ajuda na medicina curativa, classificando assim, teoricamente, a medicina em uma categoria de serviços não desejados e sim, necessários. Quem se submete a uma cirurgia, o faz por necessidade e não por um simples desejo. Poderíamos citar como exceção, cirurgias estéticas, porém mesmo nestas situações, o paciente submete-se à cirurgia por sentir que este procedimento é necessário para seu embelezamento, pois pode estar se sentindo “feio”, e quem sabe, em sua visão de mundo, até mesmo doente. A partir da necessidade e da indicação de uma cirurgia, pacientes são encaminhados para uma consulta pré-anestésica alguns dias antes da cirurgia, visando avaliar o paciente, planejar a téc- nica anestésica e fornecer explicações e instruções pertinentes. Em alguns casos, esta consulta prévia não pode ser realizada, acontecendo o contato entre paciente e anestesiologista momentos antes da cirurgia. anos de formação na especialidade. Desta maneira, no momento da consulta pré-anestésica, vai acontecer uma interação entre um paciente teoricamente ansioso, fragilizado que tem como Assunto Imediato a realização de uma cirurgia não desejada, com um médico anestesiologista focado para o lado técnico anestésico-clinico, e, provavelmente, com deficiências para tratar dos aspectos psicológicos contextualizados nesta situação. O que esperar desta consulta? Tendo concluído a pós graduação em Filosofia Clinica, passei a fazer uso do aprendizado em minha prática anestésica, e gostaria de compartilhar esta experiência, e, quem sabe, de alguma forma, contribuir para uma melhoria na percepção dos anes tesiologistas, a respeito da visão de mundo do paciente no contexto de uma cirurgia iminente. O desafio emoldurado é uma consulta de quarenta e cinco minutos onde além da avaliação médica propriamente dita, seja desenvolvida uma interação positiva entre anestesiologista e paciente, sejam visualisados os conflitos existenciais relativos ao contexto cirúrgico e, se possível, a utilização de submodos (procedimentos clínicos utilizados em Anestesiologistas filosofia clinica) adeDr. Ildo Meyer - RS são médicos especiaquados para auxilialistas, trabalhando em ambientes lo em caso de necessidade. de alta precisão tecnológica, onde pequenas falhas podem ser fatais, e Durante a anestesia propriapor isto, precisam estar atentos aos mente dita, o paciente estará inmínimos detalhes e em estado de consciente ou provavelmente sevigilância constante do paciente. A dado. A consulta pré-anestésica, preocupação com as alterações momento em que o paciente enconemocionais decorrentes de todo o tra-se desperto, é a oportunidade processo operatório, bem como o de se demonstrar respeito, atentreinamento para lidar com estas ção, empatia com o sofrimento situações, não são enfatizadas, ou alheio e disponibilidade para aupelo menos, são colocadas em um xiliar num momento de vulneplano secundário durante os três rabilidade e dependência. Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 15 Algum gracejo por parte do paciente ou familiares não é um fato raro. “Este é o perigoso”, “Não tenho medo da cirurgia, tenho medo da anestesia”, “Não vai me deixar paralítico”, etc. O que fazer numa situação destas? Sair dando explicações? Em filosofia clinica, recomenda-se não fazer agendamento algum antes de se conhecer o paciente e a família. Assim, a conduta adequada seria a de simplesmente escutar o gracejo e deixar para respondê-lo mais adiante, se for o caso. Após a apresentação usual, parte-se para a colheita da anamnese. De preferência com o próprio paciente, e o bom senso vai indicar se é necessária a solicitação da retirada de familiares e amigos do local. O paciente deve sentir-se confortável e à vontade para falar. Pensei muito em como iniciar uma anamnese, de modo que pudesse deixar o paciente livre para expressar suas angústias e não simplesmente dirigir a entrevista para a área clinicoanestésica. A pergunta que me pareceu mais apropriada para iniciar o diálogo foi: “Qual é o seu problema?” Tinha um pré-juizo formado de que a resposta óbvia seria a necessidade da realização de uma cirurgia não desejada. Para minha surpresa, este não foi o “problema” relatado pela grande maioria. Situações tais como: não tenho com quem deixar meu gatinho, não posso deixar a loja por muito tempo, não quero entrar sem roupa na sala de cirurgia, precisaria falar com meu filho que está viajando antes da cirurgia, não quero tirar minha prótese dentária, etc. predominaram como resposta. Os medos clássicos conhecidos pelos anestesiologistas tais como 16 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 acordar durante o procedimento, sentir dor, náuseas, etc. também foram relatados, porém, o problema, ou a angústia dos pacientes eram as situações do dia a dia que foram interrompidas e não a cirurgia per si. Em algumas situações, após a pergunta inicial, o paciente iniciava uma crise de choro. O que fazer? Deixar chorar. É uma forma de esteticidade bruta, que tem uma duração limitada e por vezes se faz necessária. Atenção é o que o paciente está solicitando, e o médico deve empenharse no sentido de fazer o paciente perceber que seu trabalho naquele momento é escutá-lo e auxiliá-lo. A prudência recomenda aguardar que cesse a crise, quando o paciente deve recomeçar a falar. Uma segunda pergunta pode ser necessária nesta situação: “Em que posso lhe ajudar?”, seguida de uma breve explicação da função do anestesiologista. “Vou acompanhar seu procedimento cirúrgico e ficar ao seu lado durante todo o tempo da anestesia (importante frisar isto), providenciar para que não sinta dor no período pós operatório e que possamos passar por esta situação da melhor maneira possível e obter os melhores resultados possíveis.” Notem a semelhança de propósitos deste discurso com o que propõe um filósofo clinico, um psicólogo ou um psiquiatra a seus pacientes em consultório. Antes de estudar filosofia clinica, ainda complementava este discurso com a seguinte frase: “e que o sr(a) possa voltar para casa o mais breve possível e retomar suas atividades. Quem pode saber se é isto que o paciente deseja? Esta simples frase, colocada sem conhecer a história do paciente, pode colocar em risco todo um relacionamento médico-paciente. Uma boa maneira de iniciar a colheita da história clinica é perguntando a respeito de cirurgias e anestesias prévias. O ideal seria deixar o paciente relatar sua experiência em cada um dos procedimentos realizados. Assim, sem grandes interferências, o paciente vai mostrando dados de sua personalidade. Observa-se a estruturação de raciocínio, as emoções, a postura, o linguajar, etc. Alguns pacientes são muito questionadores (argumentação derivada em filosofia clinica), alguns pesam os prós e contras da cirurgia (esquema resolutivo em FC), alguns já pesquisaram tudo na internet (buscas em FC), alguns querem a descrição exata do que vai acontecer (roteirizar em FC), alguns sugerem condutas ao médico (atalhos em FC), alguns colocam tudo nas mãos do médico e não querem saber detalhes (em direção ao desfecho em FC), alguns tem idéias pré concebidas a respeito da anestesia (pré-juizos em FC), etc. As rotulações mencionadas são meramente didáticas e muito superficiais, mas servem para dar uma idéia de como pode ser colhida a Estrutura de Pensamento de um paciente através de uma anamnese em que não se direcione nem se apresse a conversa. E a partir do reconhecimento , mesmo que superficial, de como funciona a personalidade do paciente, pode-se tentar auxilia-lo com alguns procedimentos específicos. Cabe ressaltar dois pontos importantes: a) um agendamento ou uma intervenção mal realizada pode ser tão fatal emocionalmente ao paciente quanto um descuido técnico anestésico; b) teóricamente, e na prática nem sempre, o tempo médio de uma consulta é de 45 minutos, práticamente inviabilizando o desafio de uma abordagem emocional mais profunda, mesmo que o anestesiologista possua treinamento para realizá-la. Mas vamos adiante, e quem sabe consigamos alguma luz até o final da explanação. Dependendo da situação, pode-se lançar mão de um procedimento clinico chamado “Reconstrução”. A partir de um único dado colhido na anamnese, procura-se descobrir dados adjacentes da história do paciente que ajudem a reconstruir a história de uma outra maneira. É preciso que o paciente seja suscetível a este tipo de reconstrução. Exemplificando: o paciente relata que na última anestesia teve uma sensação muito ruim, pois vomitou demais no pós-operatório. A reconstrução se basearia na consulta de dados adjacentes ao procedimento anestésico, onde se buscassem situações agradáveis a serem inseridas no contexto daquela anestesia. A anestesia foi uma cesareana? Com quantos Kg nasceu seu filho? Mamou logo que nasceu? Como foi o primeiro banho? Sentiu muita dor? mesmo possa ser palpado, percepcionado. Uma cena virtual, porém de preferência tridimensional, com cheiros, luzes, etc. Ao nos aprofundarmos na questão, podemos descobrir que o medo se refere à escuridão, barulhos, tamanho da injeção, etc. De posse destes dados, pode-se então introduzir elementos que darão mais segurança ao paciente no sentido de enfrentar os medos agora percepcionados. O paciente, uma vez hospitalizado, é afastado de seu convívio familiar, social e profissional e passa a conviver com situações novas. É neste momento que o mesmo passa a ser dependente de um profissional que possa cuidálo e ao mesmo tempo ser um elo de ligação entre as novas rotinas e o mundo do qual foi afastado. Em breve, teremos computadores sofisticados, precisos e eficazes, capazes de calcular doses anestésicas de acordo com sua farmacocinética e adequando-as baseado na monitorização minimamente invasiva dos sinais vitais. Todo este avanço tecnológico e científico pode se tornar inócuo, pois estes mesmos aparelhos serão impessoais e assustadores para os pacientes. Frios, surdos e mudos. A quem caberá o papel humanizador? Quem será o elo de ligação? O anestesiologista, à enfermagem, psicólogos, filósofos clínicos? Quem fará a diferença neste processo? Dr. Ildo Meyer - TSA e-mail: [email protected] Filmaram o procedimento? Seu companheiro assistiu o parto? A preocupação do médico seria inserir elementos positivos naquela anestesia, reconstruindo de uma maneira agradável aquela experiência. O cuidado extremo na realização deste procedimento é que uma inserção mal feita pode resultar em uma reconstrução num sentido mais desagradável ainda. Pacientes costumam relatar medo da anestesia, e, pode ser tentada a técnica de faze-los “percepcionar” este medo. Busca-se detalhes deste medo através da montagem de uma cena onde o Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 17 Artigo Científico Sociedade Brasileira de Anestesiologia Emulsão Lipídica Bala de prata (silver bullet) ou martelo dourado (golden hammer)? N a esteira do tema relacionado ao tratamento da intoxicação pela bupivacaína, um “antídoto” desponta como miraculoso na reversão do “envenenamento” produzido por este anestésico local. A publicação de um caso clínico1 no qual foi usado a emulsão lipídica, considerada a “bala de prata” (silver bullet), causou alvoroço no mundo científico americano a julgar pelas várias cartas que aparecem no último do Anesthesiology, março de 2007. As opiniões exaradas pelo venerando Daniel Moore e pelo respeitável autor Rodolph de Jong, se chocam. O primeiro propugna pela adoção do algoritmo estabelecido no Advanced Cardic Life Support (ACLS), como suficiente para reverter a cardiotoxicidade, enquanto o outro propõe a retirada, pura e simplesmente, da bupivacaína do arsenal terapêutico. Dessas contradições pode-se inferir que a cardiotoxicidade da bupivacaína continua sendo uma complicação catastrófica, apesar dos conhecimentos acumulados em 30 anos de exaustiva pesquisa abrangendo, desde a investigação de sua ação nos processos energéticos e metabólicos em nível celular, passando pelas repercussões na eletrofisiologia cardíaca, até modelos animais que mimetizam o acidente em humanos. Mesmo assim, a bupivacaína é o anestésico local de escolha nos centros acadêmicos americanos, superando a utilização de agentes mais novos, ropivacaína e levobupivacaína. 18 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 Esta novidade veio através do oportuno questionário (survey) nacional elaborado pelo grupo da Carolina do Norte,EEUU2 . Emulsão lipídica, de alimento parenteral e veículo de anestésico, a pretenso componente do protocolo da ACLS. Através da pesquisa básica, Weinberg et al3,4, demonstraram que o colapso cardiovascular induzido pela bupivacaína é revertido pelo uso da emulsão lipídica a 20 %, após a instituição das manobras de reanimação em ratos e cães. Devido ao sucesso desta solução na reversão de parada cardíaca resistente às manobras cardiorespiratórias em pacientes humanos1,5, o entusiasmo tomou conta dos clínicos. Na verdade, a solução lipídica deve contribuir mais para a tranqüilidade e pseudo segurança de quantos fazem uso da bupivacaína. Até porque os defensores acreditam que a bala de prata (silver bullet) finalmente foi identificada, e como tal deva compor o algoritmo do ACLS. Em razão disso, sugerem que a emulsão lipídica deva estar disponibilizada nas salas cirúrgicas, fazendo parte do kit de reanimação6. O Intralipid R (emulsão lipídica a 20%) é utilizado na alimentação parenteral e na concentração10%, como veículo do propofol. Para explicar sua propriedade ressuscitadora, Wienberg et al 3,4,5 teorizam que a sobrecarga de moléculas da emulsão criariam uma fase lipídica capaz de extrair as moléculas de bupivacaína da fase aquosa plasmática e dos tecidos, ou alternativamente, as moléculas lipídicas difundir-se-iam nos tecidos, interagindo com abupivacaína. A nosso ver é um processo cinético muito demorado para uma reversão farmacodinâmica emergencial, levando em conta a grande afinidade desse anestésico local para com os receptores cardíacos, e o tamanho da molécula de gordura. Também, deve-se considerar a agressividade sistêmica determinada pela sobrecarga de lipídios no organismo combalido (hipóxia, acidose, alterações metabólicas,etc), vítima da intoxicação. O Brasil no contexto da reanimação do colapso cardiocirculatório determinado pela bupivacaína. Muito antes do Editorial de Albright de 1979, preocupamonos com os efeitos dos anestésicos locais no coração, e investigamos a lidocaína, bupivacaína e etidocaína no marca passo átrial de cobaia 5. Baseamos-nos nos achados de Conduris7 que demonstraram haver potencialização da cocaína na presença da diminuição da concentração de NaCl no liquido de perfusão de nervos periféricos. Dessas evidências, partimos para o racional: aumentamos a concentração de NaCl da solução nutriente na preparação átrio isolado de cobaia, visando obter diminuição dos efeitos depressores cardíacos. E nestas condições experimentais, houve, de fato, redução da potência desses anestésicos no nó sino atrial. Deste modo, a “jabarização” do átrio de cobaia, (como jocosamente chamamos em analogia à técnica de conservação da carne), tornava os 3 anestésicos menos potentes em reduzir os batimentos cardíacos8. Pari passo à estes achados, aconteceu “serindipiticamente” o nascimento da NaCl hipertônica, quando Velasco na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo observou que a solução de NaCl, tornada erroneamente hiperosmótica (7.5%) promovia resposta hemodinâmica eficaz nos pacientes submetidos à hemodiálise. A pesquisa básica referendou essa propriedade da solução de NaCl (2.400 mOs) no choque hemorrágico induzido em cães9. Logo, inferimos que esta propriedade poderia ser valiosa na prevenção e no tratamento da intoxicação pela bupivacaína, partindo da ilação entre o choque hemorrágico e o choque cardiogênico provocado pela bupivacaína. E estudos em cães intoxicados e tratados com o NaCl hipertônico, foram realizados10. Os nossos resultados, contudo, mostraram-se conflitantes quanto a eficácia deste tratamento. Seguramente isto se deveu ao fato de não termos instituído a reanimação cardiorespiratória, como fizeram os outros, em animais e nos casos clínicos nos quais a solução lipídica foi utilizada 1,5. O tratamento com NaCl hipertônico, porém, conferiu proteção aos efeitos depressores da bupivacaína, em todos os animais tratados. O “salgadão brasileiro” passou a ser usado em nosso meio em situações de colapso cardiocirculatório provocados pela bupivacaína em pacientes humanos que recuperaram com sucesso (comunicações confidenciais). Também o NaCl hipertônico ainda é empregado nos EEUU como medida emergencial nos resgates de pacientes politraumatizados em estado de choque hemorrágico. Deste modo se obtêm a estabilidade hemodinâmica até a chegada do paciente ao Hospital para a reposição de sangue, e medidas outras. Enquanto isso, restávamos prosseguir na investigação dos efeitos eletrofisiológicos cardíacos induzidos pela bupivacaína e o papel da solução hipertônica nestes eventos. No laboratório do saudoso Professor Benjamin Covino, na Universidade de Harvard, Boston, EEUU, demonstramos que o aumento da concentração de Na+ no líquido nutriente da preparação fibras de Purkinje de coração de coelhos, impedia e revertia o aumento da duração do potencial de ação (APD) e a diminuição da velocidade máxima de despolarização (Vmax), responsáveis pelo retardo da condução nestas fibras quando intoxicadas com a bupivacaína11. Em seqüência, no Instituto do Coração, (Incor) em São Paulo, Scalabrini et al,12 demonstraram a proteção da solução hipertônica sobre variáveis eletrofisiológicos induzida pela bupivacaína em cães, referendando nossos achados. Dessas evidências, foi possível teorizar sobre o mecanismo de ação do “salgadão brasileiro” em termos da participação do sódio como antagonista da bupivacaína. De uma maneira simplista, a entrada deste íon na célula deve restaurar o balanço eletroquímico afetado pela ação do anestésico local sobre os canais de sódio. A cinética desta entrada deve ser imediata no que é favorecida pela hipertonicidade. Estes mecanismos são factíveis, em oposição aos teorizados para explicar o milagre da “bala de prata” na remoção da bupivacaína que far-se-ia via a formação de uma fase lípidica, induzida pela emulsão. Por outro lado a alta osmolaridade da solução, 2.400 mOs, joga um papel marcante na transferência do líquido intersticial para a corrente sangüínea, destarte restaurando a hemodinâmica, e assim facilitando a farmacocinética do agente. A NaCl hipertônica, portanto agiria por duplo mecanismo: antagonismo que o íon Na+ per se promove e o poder osmótico (2.400mOs), decorrente de sua alta concentração (7.5%). Solução hipertônica de NaCl: a “prata da casa” ao invés da pretensa “bala de prata”. A solução hipertônica de NaCl é conquista nossa. Em lugar da metafórica “bala de prata”, deve ser vista como o “antídoto” farmacológico da bupivacaína, a qual injustamente vem recebendo a pecha de “veneno”. Decerto, por não ter sido corretamente indicada1, por superdosagem5 e ou injeção não intencional em vasos sangüíneos. Todos os anestésicos locais merecem este epíteto (veneno), mesmo contrariando os conceitos farmacológicos. Até a ropivacaína (sabidamente o menos cardiotóxico dos agentes modernos) causou assistolia refrataria que foi revertida com sucesso pela emulsão lipídica5. Frente à essa controvérsia, restam-nos aproveitar os ensinamentos extraídos das experiências de outrem, e atentarmos para o que se segue: 1- O propofol, deve ser PROSCRITO definitivamente na situação de intoxicação com anestésicos locais visando corrigir sinais prodrômicos da intoxicação, como contratura muscular ou convulsão, pois os efeitos cardiodepressores de ambos os fármacos se somam. Jamais e em tempo algum, o proporfol deve ser usado, até mesmo em desespero de causa, com vistas a um possível benefício que possa advir de seu veículo (emulsão lipídica a 10 %), 2- As manobras de reanimação cardiorespiratórias devem ser PRIORITÁRIAS E INSISTENTES, seguindo o algoritmo da Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 19 ACLS, conforme Daniel Moore recomenda; 3 - Enquanto, nada existe de novo no cenário do desenvolvimento de anestésicos locais, a bupivacaína deve ser reservada para indicações específicas e as dosagens devem ser criteriosas, bem como deve ser respeitada a dose máxima recomendada12; 4 - A levobupivacaína e a mistura enantiomérica da bupivacaína, são comprovadamente menos cardiotóxica que a bupivacaína 14,15,16, vindo a se constituir numa alternativa, embora possam tornar-se venenosas, se erroneamente manuseadas; 5 - Acontecendo a intoxicação, a “prata da casa”, a solução hipertônica de NaCl, 7,5%, deve ser considerada como o antídoto racional, posto que farmacológico, quando os meios de reanimação cardiorespiratório forem refratários; 6 - Finalmente, urge pesquisas básicas que investiguem a solução hipertônica e estabeleça o regime(doses, concentração, volume, etc) para a utilização. Conclamamos os nossos dirigentes, através da SBA e RBA, para que dêem mais atenção a estes dados de realidade: superdosagem, e ou intoxicação não intencional com QUALQUER anestésico local, divulgando exaustivamente as normas padronizadas de reanimação da ACLS. O fato de não termos o costume de relatar casos clínicos, principalmente aqueles que resultaram em insucesso, está prejudicando a ênfase que a complicação catastrófica da bupivacaína merece. E na falta de casuísta, o “status quo” da conduta frente aos acidentes com a bupivacaína e outros anestésicos locais, não pode ser avaliado. O Brasil tem idéias luminosas mas a credibilidade, por vezes, é obscurecida ou mal barateada. Daí 20 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 a importação não seletiva de tudo que é produzido no hemisfério Norte, mesmo que o produto nacional seja de melhor qualidade. Tradicionalmente, somos seguidores da escola americana, porém o “Magister dixit”, (palavras dogmáticas com os quais os escolásticos da Idade Média ofereciam, como argumento sem réplica, a opinião do mestre Aristótelis), não deve ser irrestritamente aceito mormente em relação à emulsão lipídica, a “bala de prata” deles, que está mais para o metafórico “martelo dourado” (golden hammer), no tratamento da cardiotoxicidade de anestésicos locais. A propósito do martelo dourado: “Quando a única ferramenta que você tem for um martelo,todas as coisas parecem um prego” Dra. Maria P.B. Simonetti, TSA [email protected] Referências 1 - Rosenblatt MA et al:Successful use of 20% lipid emulsion to resuscitate a pacient after a presumed bupivacainerelated cardiac arrest. Anesthesiolgy, 2006;105:217-218 2 - Corcoran W et al.Local anestheticinduced cardiac toxicity:A survey of contemporary pratictice strategies among academic anesthesiology departments.Anesth Analg.2006; 103:1322-1326 3 - Weinberg GL et al.Pretreatment or resuscitation with a lipid infusion shifts ter dose-response to bupivacaine-induced asystole in rats. Anesthesiology1998;88:1071-1075 4 - Weinberg GL et al.Lipid emulsion infusion rescues dogs from bupivacaine-induced cardiac toxicity. Reg Anesth Pain Méd. 2003; 28:198202 5 - Litz RJ et al.Successful resuscitation of a pacient with ropivacaine-induced asystole after axillary plexus block using lipid infusin. Anaesthesia, 2006; 61: 800-801 6 - Weinberg GL.Lipid infusion resuscitation for local anesthetic toxicity.Proof of clinical efficacy. Anesthesiology. 2006; 105:7-8 7 - Simonetti MPB.Estudo comparativo dos efeitos da lidocaína, bupivacaína e etidocaína em átrio direto isolado de cobaia. Tese apresentada ao Departamento de Fisiologia e Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo,1979. 8 - Conduris GA.Conduction block of cocaine in sodium-deplet nerves with activity maintained by lithium, hydrazinium or guanidinium íons. J. Pharmacol Exp Ther,1963;141:253-355. 9 - Velasco IT et al.Hyperosmotic NaCl and severe hemorrhagic shock.Am J Physiol;1980;239:H664 10- Simonetti MPBS. Et al.Efeitos do cloreto de sódio hipertônico sobre a toxicidade cardiovascular da bupivacaína.Rev Bras. Anestesiol. 1990; 40:421-428 11- Simonetti MPBS.Hypertonic saline reverses bupivacaine-induced depressin of rabit Purkinje fiber despolarization Vmax.Brazilian J Med Biol Res.1989;22:1393-1396 12- Scalabrini et al.Hypertonic NaCl solution prevents bupivacaine-induced cardiovascular toxicity. Circ Shoc. 1992; 36:231-237 13- Rosenberg PH et al.Maximun recommended doses of local anesthetics. A multi factorial concepts. Reg Anesth Pain Med.2005; 30:553-566 14- Gristwood WR.Cardiac and CNS toxicity of levobupivacaine.Strenght of evidence for advantage over bupivacaine. Drug Safety.2002;3:153-163 15- Simonetti MPBS et al Is it worth manipuling the enantiomeric ratio of bupivacaine to improve the efficacy of the neural block with reduced cardiotoxicidade?. Inter Monitor,1999;11 (Suppl):198 16- Trachez MM et al. Motor nerve blokade potency and toxicity of nonracemic bupivacaine in rats. Acta Anaesthesiol Scand,2005;40:66-71 JASB 2007 A Jornada do Sudeste Brasileiro de Anestesiologia desenvolveu-se em junho passado, na acolhedora cidade de Belo Horizonte. Na abertura solene, a Regional prestou homenagem aos Drs. Ismar Lima Cavalcanti (RJ) e Gastão Fernandes Duval Neto (RS), outorgando-lhes o título de Membro Honorário da SAMG. A programação científica foi muito elogiada, com atividades marcantes, como o Fórum Dr. Tolomeu Artur Assunção Casali (Presidente da SAMG e da JASB) e Dr. Mozart Ribeiro (Presidente de Honra da JASB), entregam o título de Membro Honorário da SAMG aos Drs. Ismar Lima Cavalcanti e Gastão Fernandes Duval Neto sobre Cooperativismo e o Julgamento Simulado de uma demanda médica. A vida associativa foi bastante movimentada, com reuniões da Diretoria da SBA, do Conselho de Defesa Profissional, da CET e CNTSA. No coquetel de abertura, Ismar Cavalcanti, Hugo Praxedes e Patrícia Cadecaro (do Laboratório Cristália), Ivone e Jurandir Turazzi Em destaque no social, a belíssima festa para os participantes na noite do sábado. Em colóquio durante intervalo da programação científica, os Drs. Fábio Soeiro (SP), Márcio Lacerda (RJ), Arnaldo Pinheiro Filho (CBA Natal), Luciana Lima (PE), Sebastião Monte Neto (CBA Natal), Enis Donizetti (SP), Célia Costa (PE) e Ronaldo Vinagre (RJ) Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 21 JOSULBRA 2007 Da esquerda para direita Drs. Antonio Oliva Filho - Pres. MedCred, João Carlos G. Baracho - Vice-Pres. A. Méd. PR, Roberto Freire - CRM-PR, Ismar Cavalcanti - Pres. SBA, Gurinder M. S. Vasdev - Vice-Pres. SOAP, Débora Cumino - Pres. JOSULBRA C apitaneada pelos jovens talentos paranaenses – Dra. Débora Cumino (Presidente da JOSULBRA) e o Dr. Clovis Corso (Presidente da Regional), a JOSULBRA 2007 foi um verdadeiro sucesso científico e associativo. Em momento de confraternização - Dr. Jurandir Turazzi e sua esposa Ivone e os Drs. Luiz Antonio Vane e Nádia Duarte Na abertura da JOSULBRA, a Comissão Executiva do evento brindou os aniversariantes do dia, que faziam parte da mesa Diretora, os Drs. Ismar Lima Cavalcanti e Gastão Duval Neto, com bolo e parabéns pra você cantado por cantora lírica, juntamente com a platéia 22 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 Drs. Gastão Duval Neto, K. Kuczkowski e Sebastião Monte Neto Carta ao Editor C om respeito ao artigo de autoria do Dr. Jose Roberto Nociti publicado na edição 02/2007 – março/abril de Anestesia em Revista na seção Opinião, muito embora respeitando o ponto de vista de tão importante e ativo membro da comunidade anestésica brasileira, encontro-me obrigado por força de ensejar o contraditório a expressar pensamento, se não inverso, pelo menos não negativo em relação à leitura em sala cirúrgica, principalmente em razão dos motivos expostos pelo colega para condenação de tal atitude. Deixemos claro, de início, que quando defendo a leitura como justa, não me refiro a textos recreativos de qualquer natureza, de eruditos a escatológicos. Trata-se de textos científicos ou não, mas pertinentes à prática anestésica e suas relações com outras especialidades. Quando se objeta o desvio da atenção dos cuidados com o paciente possivelmente causados pela leitura há que ressalvar que não se cogita a situação do anestesista de costas para os monitores e paciente, com os alarmes silenciados, ouvindo uma música aprazível aos fones de ouvido, isolando-se do ambiente e do procedimento em execução e priorizando seu repasto intelectual. Custa crer que um profissional bem formado, consciente de suas responsabilidades, experiente e tecnicamente capaz – condição que deve ser básica para todos anestesistas em atividade – não consiga administrar seu papel primordial de vigilância e ação juntamente com a aquisição condicional de conhecimento. Provavelmente a privação de sono, os longos períodos de trabalho, o estresse causado por atritos sobejamente conhecidos com cirurgi- Sociedade Brasileira de Anestesiologia ões, pacientes e hospitais, entre outros fatores, sejam muito mais deletérios não só a nossa capacidade de atenção, mas também de julgamento e reação, do que a prática da leitura contextualizada. Esta, ao menos, tem o mérito de aumentar nosso poder de atuar positivamente para a melhora do ambiente hospitalar, das relações profissionais e, principalmente, para o conforto e segurança dos nossos pacientes. A possibilidade de demanda por parte dos pacientes pela diminuição dos honorários pareceme mais um exercício teórico de raciocínio, criando-se uma situação limite, do que um acontecimento plausível. Na relação médico-paciente, ainda mais quando essa relação gira em torno de procedimento anestésico-cirúrgico, se existe dúvida sobre a qualidade do serviço prestado por determinado profissional, procura-se outro. Não acredito que se troque segurança por abatimento de preço. Não acredito que se admita um certo risco adicional por economia financeira. A escolha baseia-se na confiança no médico e em que ele, segundo suas peculiaridades, atinja o resultado desejado. Se a lógica do desconto nos honorários do anestesista que lê na sala fosse correta então tais descontos seriam solicitados para compensar as conversas paralelas entre a equipe cirúrgica, anestesistas e circulantes, pela utilização cada vez mais comum de aparelhos de som nas salas cirúrgicas, pela presença e uso de ramais telefônicos e celulares durante os procedimentos, pela infindável transmissão de recados ou por qualquer outro hábito que com pretexto de descontrair o ambi- ente, aliviar a tensão, agilizar condutas ou simplesmente manter contato com o mundo exterior, trouxesse o risco da desatenção. Não se quer aqui defender a prática desmedida dos costumes citados, mas simplesmente colocar em perspectiva as atitudes corriqueiras observadas nas salas de operação e que são julgadas aceitáveis pelos profissionais da área. Por fim, e mais importante por englobar um grande número de considerações em relação ao papel do anestesista, tanto no desempenho de sua função específica quanto na manutenção do prestígio e respeito pela especialidade, vem à discussão a idéia da receptividade e entendimento do ato da leitura por parte dos profissionais atuantes no centro cirúrgico. Em relação ao que podem pensar tais pessoas, minha experiência particular é bastante positiva e motivadora, sendo comuns manifestações de reconhecimento pela busca de aprimoramento e mesmo de interesse pelo assunto em questão levando a desdobramentos, por vezes, bastante produtivos. A preocupação pela imagem do anestesista é totalmente válida, porém as verdadeiras batalhas que seriam necessárias, em alguns serviços, pela aquisição de respeito se dariam em outros campos. Em primeiríssimo lugar, e isso nem se discute aqui tamanha sua obviedade, vem sempre o esmero na execução técnica, científica e ética da anestesiologia nos seus tempos pré, intra e pósanestésico. Mas concomitantemente a isso é imperioso atingir a unidade de comportamento e a ética entre os próprios anestesistas. Ouso mesmo acreditar Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 23 que essa atitude, algumas vezes, possa ser mais perceptível e impactante aos olhos de cirurgiões, enfermagem e pacientes. O aspecto talvez mais nefasto de atitudes dos próprios anestesiologista prejudiciais à classe é a luta para não “perder ” os cirurgiões. Exemplo disso é a aceitação da marcação de cirurgias eletivas a qualquer dia e horário, obrigando à manutenção de toda a estrutura hospitalar e dos grupos de anestesia à disposição das prioridades de qualquer natureza dos colegas cirurgiões – com as suas implicações financeiras, logísticas, físicas e psicológicas. O que dizer então dos casos em que a técnica anestésica é praticamente ditada pelo cirurgião ou ocasiões em que determinado grupo ou anestesista individual compete com seus pares aceitando pagamentos inferiores ou praticando a anestesia em condições, de qualquer modo, inadequadas? Esses acontecimentos, entre tantos outros possíveis que não se enquadram exatamente ou não cabem nesse espaço, são exemplos de má prática em diferentes graus. Escondem, sob a ilusão de uma vantagem mercadológica momentânea, um enfraquecimento contínuo da especialidade da qual se dizia ser a mais organizada e forte dentro da medicina. E isso se dá, tristemente, tanto pela permissão quanto pela ação direta dos anestesistas. Assim, buscando incrementar a discussão sobre leitura em sala cirúrgica através de opinião contrária, chega-se a um plano muito mais amplo de reflexão sobre o cotidia- CAF SBA – Solidários Há um ano, por iniciativa própria, os funcionários da SBA fundaram o CAF SBA – Solidários (Centro de Artes dos Funcionários da SBA). O intuito deste Projeto é de propiciar uma maior união interna, em prol de um objetivo comum, auxiliando de forma solidária àqueles que são carentes e deficientes de recursos para aquisição de alimentos, remédios, saúde, alegria e carinho. O CAF-SBA organiza campanhas de arrecadação de fraldas, leites, alimentos, roupas, brinquedos e calçados. Já fizeram doação de R$ 785,00 para a aquisição de uma cadeira de transportes. Reciclam papel, papelão e latinhas, para arrecadar fundos para a aquisição de matéria-prima para a confecção de artesanatos que serão vendidos em Bazar Beneficente, cujo valor será revertido às Instituições que já foram adotadas. Os próprios funcionários confeccionam os artesanatos, na sede da SBA, fora do seu horário de expediente (antes do expediente e no horário do almoço). Atualmente estão cadastrados como colaboradores voluntários do REPARTIR (Associação de apoio às crianças Hospital Municipal Jesus) e Instituto Benjamin Constant (Instituição de Cegos). Cada um fazendo a sua parte, o mundo tornar-se-á melhor e mais justo! 24 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 no da especialidade, despontando daí questões que exigem maior urgência e empenho para serem resolvidas, de maneira a impedir maior rarefação do papel da anestesiologia. Cabe aos anestesistas agir de forma a estabelecer paradigmas de atuação justos a todos, logicamente, mas também justos e favoráveis a nós mesmos, sob pena de, senão o fizermos, virmos a trabalhar cada vez mais e em situações mais desconfortáveis, ganhar cada vez menos e estarmos sujeitos a pressões e questionamentos impróprios dos que trabalham conosco e da coletividade. Torço por um futuro melhor. Dr. Alexandre Pacchioni, TSA – SBA. Co-responsável pelo CET do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – USP. Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 25 Artigo Sociedade Brasileira de Anestesiologia Venha viver Natal, o 54º CBA lhe espera! A cidade do Natal sediará de 10 a 14 novembro de 2007 no seu Centro de Convenções a expressão máxima da cultura, praticidade e ciência anestesiológicas, anualmente promulgada, pesquisada e vivenciada por milhares de anestesiologistas e/ou pesquisadores que militam neste País-continente, o 54º Congresso Brasileiro de Anestesiologia (54º CBA). Desta feita, a temática escolhida pela SAERN e pela Comissão Executiva responsável pelo 54º CBA para ser a pedra angular e o viés dos assuntos (cerca de mil temas...) a serem discutidos sob as mais diversas formas didáticas, foi “anestesia em extremos etários”. Em 1990, Natal foi o palco do 37º CBA com participação de 1550 colegas anestesiologistas com apresentação de 189 temas-livres inscritos, sendo a temática básica proposta “anestesia na 3ª idade”. Naquela época não houve nenhum curso pré-con26 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 gresso; ainda não havia uso rotineiro de agulhas de fino calibre para anestesia raquídea, diprifusor computadorizado na opção pela TIVA, nem monitorização mais abrangente com capnografia e BIS para avaliar a profundidade anestésica; ainda não se falava da importância da isomeria ou do sevoflurano... Hoje preparamos com esmero e entusiasmo um congresso de alto nível para 5 dias dedicados integralmente a um número triplo de participantes e convidados, além do maior teor científi- co (cerca de 500 temas livres são aguardados...) Na escolha do formato das atividades científicas do CBA, optamos pela multiplicidade de métodos didáticos, visando facilitar o aprendizado em um tempo relativamente curto. A diversidade dos assuntos permitirá abordagens diferentes tendo em vista a profundidade científica e os avanços táticos e técnicos. As inscrições dos cursos e workshops serão feitas on-line, através do site (www.cba2007.com.br) e estarão disponíveis apenas para os participantes já inscritos no congresso; os temas escolhidos são os que têm despertado a maior procura e interesse dos anestesiologistas, de acordo com levantamento realizado nos últimos grandes eventos científicos do país. Os Congressos de Dor e Reanimação terão salas distintas, com relevância dos assuntos a serem abordados em função de especificidade dos temas em consonância com a sua praticidade. Independente das polêmicas teológicas sobre a origem da vida, o interesse maior da anestesiologia é o bom e o adequado atendimento ao(à) paciente, desde a sua curta passagem pelo útero materno (semanas) até a idade máxima permissível em função do nosso atual arcabouço orgânico (em torno dos 120 anos). Assim, a maioria dos assuntos e das técnicas modernas a serem estudados e discutidos envolverá a anestesia obstétrica, inclusive a cirurgia intra-uterina; anestesia pediátrica, envolvendo recém-nato, lactente, escolar; anestesia geriátrica ou gerontológica marcada pelas comorbidades, como também anestesia de cirurgias correlatas na criança e no idoso, como oftalmológica, cardiológica, ortopédica, urológica, oncológica, plásticas, geral, transplantes, além do seu eventual atendimento em resgate ou na UTI. Além disso, haverá congressos concomitantes para análise do tratamento multidisciplinar da dor aguda ou crônica, como também para atualização nos mais modernos métodos de ressuscitação cardiorespiratória. Entendemos que o bom atendimento à criança começa com uma anestesia obstétrica de ponta onde o anestesiologista participa ativamente na equipe cirúrgica lado a lado com o obstetra, o neonatologista e a enfermagem, garantindo a melhor qualidade no atendimento à parturiente e ao recémnascido. Atualmente, defeitos congênitos exigem atendimento anestésico-cirúrgico cada vez mais precoce (mielomeningocele, hidrocefalia, hérnias, pé torto, etc ), quiçá até com indicação de cirurgia intrauterina sob anestesia geral. Serão destacados o incremento e os bons resultados de bloqueios anestésicos espinhais e analgesia pós-operatória na anestesia pediátrica. Segundo o IBGE, o Brasil está envelhecendo rapidamente: a ida- de média de 42 anos no início do século passado já atinge 72 anos nos dias de hoje; os atuais 9,1% da população (15 milhões), tornar-seão 16% em 2030, já que a população cresce e envelhece de maneira geométrica e constante! Não sendo objeto da anestesiologia atuar na medicina preventiva na busca de um sábio envelhecimento – movimentar-se sempre, comer pouco, amar no sentido amplo da palavra e gerenciar o estresse – compete-lhe a obrigação de conhecer e acompanhar com profundidade as comorbidades no processo inexorável de envelhecer, bem como o estabelecimento de prognóstico nos diversos aspectos clínico-cirúrgicos em função do ato anestésico. Conhecimentos gerontológicos e geriátricos facilitarão a inclusão do anestesiologista no rol dos profissionais médicos compromissados na redução do processo involutivo que a idade avançada promove. Identificar na visita ou na consulta pré-anestésica fatores mórbidos agravantes como os hormonais (hipotireoidismo, menopausa, andropausa), metabólicos (diabetes, dislipidemias, obesidade), cardiovasculares (hipertensão, insuficiência coronariana, disritmias), respiratórios (resfriados, bronquite asmática, enfisema), osrteoarticulares (osteoporose, artrose, artrite), neurológicos (parkinson, insônia, demências), psiquiátricos (depressão, estresse, fobias), oncológicos (próstata, mama), cinéticos (disfunção renal, cirrose, anemia), oculares (glaucoma, catarata), dentre outras morbidades concomitantes, sempre ajuda no estabelecimento de um risco cirúrgico pertinente. Aliás, rejuvenescer não é possível (o relógio biológico não retroage); sendo que a morte é uma das verdades absolutas, a única maneira de evitar a velhice e suas comorbidades seria morrer cedo, o que não é uma boa solução... Como dizia o escritor latino Juvenal “Mens sana in corpore sano”... Na busca de um corpo “sarado”, a situação geográfica de Natal oferece oportunidade única para busca e preservação da saúde, exercício na arte do bem viver nestes poucos dias de Congresso... Região tropical com o Deus sol sempre à disposição para melhorar os humores, mesmo os mais lúgubres, pois neste clima privilegiado daqui estamos respirando o ar mais puro da América latina, segundo a NASA. Praias cinematográficas com água a 23º C convidativa ao banho (massagem analgésica sem ônus...); natureza exuberante com paisagens paradisíacas como a exposta à contemplação no por-do-sol sobre o rio Potengi, mirando-se da Pedra do Rosário; comidas saborosas e variadas, um desafio ao mais refinado paladar, a não ser que tenha alergia a camarão e à carne de sol...; passeios nas dunas com ou sem emoção; dança de forró “péde-serra”, danças de salão ou discoteca à noite. Tudo isto ajudará a memorizar os novos conceitos estudados da técnica e tática anestésicas, todos já amplamente discutidos, seja nas salas de aula, seja nos temas livres e posters durante o congresso, pois todos os hotéis estão localizados na Via Costeira onde a brisa do mar ajudará a embalá-los em sono reparador e com sonhos (fase REM) para consolidação da memória ... uma verdadeira profilaxia da “síndrome de burn-out” do profissional anestesiololgista. Viva a beleza da cidade do Natal com intensidade que merece e desfrute a hospitalidade do(a) natalense na busca do seu merecido lazer. Dr. Nilton do Vale Presidente da Comissão Científica do 54º CBA Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 27 Sede da SBA Vista Interna Entrada Recepção Museu Fachada Faça uma visita virtual à Sede da SBA http://www.sba.com.br Sala de Visita s 28 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 Biblioteca Novos Membros ATIVO Adriana Muniz Cordeiro Agnaldo Antonio Rodrigues Filho Alessandro José Cavalcante Souza Alex Davidson Biagioni Pimenta Alexander Ferrari Cocicov Alexandre Barbosa da Silva Áley Newton Marinho Andrade Aline Beatriz da Fonseca Barroso Ana Beatriz A. do Nascimento Ana Carolina Cellet Simonato Anderson França André Luís Paulos de Sá Angelo Manoel Grande Carstens Antonio Carlos Ferreira Filho Antonio Jorge F. da Silva Júnior Aretusa Chediak Roquim Arlesson Andrião Caneppa Aurélio Yamada Beatriz Cathala Esberard Beatriz Gonçalves Miron Bianca de Mattos Preza Bruno Ferreira Monteiro Bruno Lorenzini Fusari Bruno Mendes Carmona Bruno Técio Lima Mendes Carla Josefine B. de Lima Ribeiro Carla Moreira Vommaro Mendes Carlos Eduardo Veras Beltrão Carlos Renato Prosdocimi Corrêa Carolina de Aguiar Paiva Carolina Mourão dos Santos Christian Michael Miklos Cinthia Indelli Araújo Cristhiane Aparecida de A. Leão Cristiane Reis Cristiano Hahn Englert Dalmir Florêncio Pedra Daniel Câmara de Rezende Daniela Cândido T. Dias Pinto Daniela de Souza Araújo Fernandes Danilo Bacchi R. Forti dos Santos Décio da Silva e Silva Delier Gonçalves Rodrigues Júnior Denise Galvan Braff Diogo Medeiros Bahia Eduardo Henrique Oliveira Alves Eduardo Jorge Yamada Eduardo Motoyama Almeida Erika Duailibe M. Fernandes Sociedade Brasileira de Anestesiologia Evandro Bellotto Everton Hideki Hiraga Fabiana Piovezan Franco Fabiana Ribeiro da Silva Fagá Fabiano Bergamaschi Fábio Augusto Schiavuzzo Fábio Cadilhe de Almeida Chiarato Fábio Coelho Barroso Fernanda Miyoshi Oda Fernando Henrique Maeda Flávia Helena dos Santos Flávia Loureiro Garcia Gabrielle Pinto Rebello Geórgia de Holanda Freire Georgio Garcia Morante Parra Graciana Zerbini de Araújo Graciela Maria Gera Abrão Grazzielle Campos Rosetti Gustavo de Freitas Ballarin Harison José de Oliveira Helena Queiroz Costa Helga Manarte Hanna Marinho Heloisa Hideko Nakaghi Kato Henrique Mourão Alvim Iolanda Cláudia Dias Rodrigues Jander de Moraes de Araujo Jarbas Machado Almeida João Bosco Silveira Filho Johnny de Geus Junior Jonas Elias Longo Kaliandra Nery Abdalla Karina Kohn Larissa Salles Ottoboni Laura de Araujo Leite Leonardo Graever Leonardo Tadeu G. Camargo Luciana de Nazaré Lima da Cruz Luciana Peixoto Alvim Luciana Pinheiro Padilha Luciane Gomes Roberto de Lima Luis Alfredo Lopes Soares Filho Luiz Ferrarezi Neto Luiz Gustavo Orlandi de Sousa Luiz Marcelo Carreira dos Santos Macário José de Brito Bezerra Marcel Rodrigues Ferreira Marcello de Souza Silva Marcelo Forquevitz Ferreira Marcelo Luiz Souza Pereira Marcia Cristina Barbosa da Costa Marcus Espeschit Arantes Filho Mariângela Melhem N. de Almeida Marilman Maciel Benício Mauricio Teruo Shimatai Sazaki Monique Corrêa de Castro de Sá Patrícia Aparecida Moreira Patrick Augusto G. L. de Oliveira Paulo Magalhães G. Ramacciotti Pedro Anisio Soares Neto Raffael Pereira Cezar Zamper Renato Toledo Maciel Renésio Marcks Ricardo Corrêa Gonzales Ricardo Kawaura Rocélia Santana Andrade Rodolfo Silva De Martino Rodrigo Gonzalez Farath Rodrigo Otávio Lami Pereira Rodrigo Santos Biondi Rodrigo Vasconcelos B. da Silva Rogério Cavalheiro Ronald de Albuquerque Lima Ronaldo Antonio da Silva Ronaldo Silva Nogueira Rosa Naccarato Teixeira Lopes Sabrina Nicola Samanta Maturana Sofia Meinberg Pereira Tais Felix Szeles Telma Maria Carvalho da Silva Thaís Cristina Tebaldi Thiago Colletti Remond Manfrin Tiago Gayer de Alencar Uirá Ramos Cotrin Pires Vanessa Alves Rodrigues Sardeto Vanessa Tavares Nascimento Wiama da Costa Jucá Xênia Frinhani T. de Miranda ADJUNTO Aderson Eustáquio Barbosa Aguiar Ana Carla Cavalcante Silva Ana Paula Fonseca Braz Fernandez Anibal Francisco M. Zegarra Elson Antonio Athaydes Evandro José da Silva Vitta Frederico Augusto Soares de Lima Jária Pereira Ricardo Luciana Paula Silva Pires Marcília Regina G. de Oliveira Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 29 Maxwellk da Silva Melo Michelle Reis de Lucena ASPIRANTE Alessandra de Carvalho Ministro Alessandra Rezende Faria Alexandre Fabricio Martucci Alexandre Nunes Cavalcante Alexandre Takeda Alexandre Ximenes Ponte Lima Aline Cristina Pantojo Rodrigues Alisson Diorgens Amaral Gondim Alisson Rodrigo R. Sillete de Melo Amanda Ambrósio da Silva Ana Carolina B. S. da Silveira Ana Carolina Lemos Ana Luíza André Ciríaco André Hosoi Rezende André José Arrigoni Gomes André Luiz Gonçalves Moreira André Marques Mansano Andreia Barreto Mainardi Andressa Corrêa dos Santos Anelize Cristina Torrichelle Aníbal Costa Filho Antonio Celso G. de S.Barros Filho Antônio Fernandes de Souza Lima Antonio Lucas Binda Junior Antonio Santo Biancardi Junior Arabela Lúcio Jacóme Britto Bianca Amado de Melo Bianca Lindenberg Braga Nobrega Bianca Quadros Achcar Breno Leonardo de A. Mendonça Bruno Emanuel Oliva Gatto Bruno Gusmão de Oliveira Bruno Luis Silva de Oliveira Bruno Netto Figueiredo Bruno Ribeiro Alves da Silva Bruno Ricciardi Silveira Bruno Vilanova Cairo Ferreira Aleixo de Paula Camerine Domingues da Silva Camila Bartholo Soccio de Souza Camila Christo Fani Bumachar Camila de Melo Matos Lins Carla Braga e Silva Carlos Alberto Magno Carlos Augusto Dias de Freitas Carlos Furtado Macedo Carlos Gustavo Silva Katayama Carolina Baeta Neves D. Ferreira Carolina Nacevicius Sposito 30 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 Carolina Neves Tavares Carolina Silveira S. Rodrigues Caroline Arroyo Ceciliane da Silva Fares Cecílio Faria Lima Cejana Stephanie Pires Celso Augusto Martins Parra César Lopes Gibara César Tadao Utzumi Chiara Scaglioni Tessmer Christiane Leal Torreiro Cintia Gomes da Silva Clayton Augusto de O. Ribeiro Cristiana Machado Moraes Daiana Ciléa H. Nascimento Daniel Adans Wenzinger Daniel Daudt Santos Daniel Gioielli de Castilho Daniel Guen Natsumeda Daniel Liuson Daniel Regis D Albuquerque Daniel Sanchez Daniel Veloso Viana Bomfim Daniela Cristine Morais da Silva Daniela Pinho Ferreira Daniela Renzi Daniele Alves de Oliveira Daniele Oliveira Barros Dante Moore Almeida Leite Davidson Barbosa Assis Dayene Baía Silva Demócrito Ribeiro de Brito Neto Denise Tavares da Silva Deyvid Santos da Cruz Diana Pierre Quental Dilson Resende Buzatti Filho Diogo Barros Fagundes Diogo Bruno Pontes de Oliveira Edilson da Silva Júnior Edmilson Gomes de Oliveira Filho Eduardo Heidi Fukusato Eduardo Langreca Teixeira Eduardo Rezende dos Santos Eduardo Tanaka Otani Eline Elke F. Soares Cavalcanti Elio Ferreira de Oliveira Junior Ezequiel Calou Silva Thé Fabio Andre Barbosa Ivo Fábio Gérson Sá Gabriel da Silva Fabíola Alencar Vargas Fabíola Prior Caltabeloti Fabriccio Marini Fabrício Chrystopher Yamamoto Fabrício Portilho Silva Magalhães Felipe Ribeiro da Silva Camargos Fernanda Amado Bahia Gama Fernanda Cristina Ilha Algarve Fernanda Lourenço Furigo Fernanda Moraes Ribeiro Fernando Cassio de Andrade Fernando Henrique dos S. P. Silva Fernando H. M.de C.Zylbersztejn Fernando Souza Nani Fernando Tatsumi Okano Flávia Athayde Veloso Madureira Flavio Seino da Costa Francisco Jose Chiaradia Davolos Frederico Roriz Bressan Gabriela Cury Thiesen Gabriela Mello dos Santos Gastão de Mattos Muller Neto Germana Lopes do Nascimento Germano Pinheiro Medeiros Germara Lopes do Nascimento Gilberto Murara da Veiga Gilberto Orlando de A. Portela Jr. Glênio Bitencourt Mizubuti Gustavo Galhardo Kapps Gustavo Kleber Kern Gustavo Tonazio Ramalho Hebert Nogueira Duarte Héctor Arturo Phillips Lopez Junior Helga Bezerra Gomes da Silva Hellen Bedim Bonin Henrique Kozuki Hilloa Rodrigues Pereira Humberto Olderige J. de Siqueira Humberto Pires T. Jerônimo Leite Humberto Sérgio de Oliveira Igor Neves Afonso Castro Igor Peixoto Rabelo Naves Isaac Adriano Cavalcante Ribeiro Izabela Fortes Lima Jemenes Henrique Lopes Lima João Alexandre Dias e Santos João Luiz Borges do Vale João Paulo Furtado Maduro João Victor Lopes Damasceno Joel Gianelli Paschoal Filho Joni Shiguenori Saito José Alex de Oliveira Souza José Arnaldo Borges de Carvalho José Gabriel Pavão Battaglini Jose Luiz Dias Nogueira José Marcelo Campos de Menezes José Márcio Costa Marques Júnior Juan Carlos Melgarejo Arzuza Juliana Cavalhieri Silveira Juliana Pardo Sardinha Juliano Lopes Segura Kátia Ferreira de Oliveira Kelly Komuro Kiara Falcão Miclos Laelson Soares Moreira Larissa de Oliveira Cortez Pereira Larissa Goveia Moreira Larissa Marzullo Maiolino Lena Maria Mukai Verri Leonardo Henrique Cunha Ferraro Leonardo Pimpão Blume Leonardo Saraiva G. de Oliveira Letícia Bulhões Guimarães Letícia Cunha da Rosa Leticia Lunardi Rocha Lidia Strate Bolfe Lilian Marques Nogueira Lívia Pereira Miranda Prado Lorena Maria Fonseca Lucas Cardoso de Andrade Lucas Coutinho de Sá Oliveira Lucas Perrone Gomes Luciana de Souza Cota Carvalho Luciana Sales de Araújo Luis Eduardo Cunha Luis Fernando Regis Simões Luiz Felipe Clementi Charles Luiz Henrique do Carmo Júnior Luiz Henrique Ide Yamauchi Luiz Medeiros de Lima Filho Maíla Fernanda Silva Pardi Maira Lúcio Dornelas Soares Manuela Tatsuko Satake Marcel de Oliveira Cavalcanti Marcel Henrique Ribeiro Marcello Nobrega G. de Queiroga Marcelo Henrique de S. Oliveira Marcelo Nicacio Santa Cruz Marcelo Puppin Marcelo Simões Marcelo Souza Xavier Marcelo Waldir Mian Hamaji Márcio França de Queiroz Marcos Lopes Nalon de Queiroz Marden Fernando Miranda Ramos Maria Cecília Guimarães Maria Inês Clemente Perestrelo Maria Lucia Steula Mariana Elisa Pinto De Lorenzo Mariana Pace Boardman Mariana Scalia Rodrigues Marina Cardoso Machado Marina Zerwes Vacaro Matheus Fécchio Pinotti Melina Cristino de Menezes Frota Michel Lajner Mirella Nascimento de Lima Moana Florêncio Pontes Monique C. Mattos de Mesquita Muriel Grando Nathalia Agostini Torres Nelson Francisco de Freitas Newton Teixeira Franco Norberto Chella Junior Olívia Maria Silveira Guedes Omério Hauck da Silveira Patrícia Dallago Chandoha Patricia Moreira de Sousa Patrícia Reis Iêred Paula Cristina Leitão de Assunção Paula Penido Martins Paulo Lopes Riemma Paulo Pinheiro Aguiar Paulo Rodrigo de Abreu Pedro Rocha Nardelli Philippe Albert Planard Priscila Rivoli Kiyohara Priscilla Antunes de Almeida Priscilla de Souza Luz Rachel de Oliveira Gomes Rachel do A. R.Araújo Vieiralves Rafael A. Fusco A.Cammarosano Rafael Barra de Oliveira Rafael Cechet Rafael de Macedo Coelho Rafael Sandri Hellú Rafaela Olimpio Ribeiro Renan Monteiro Olórtegui Alban Renata Oliva Rosa Renato da Costa Xavier Renato de Figueiredo Cisne René Queiroga Barbosa Ricardo Andrade Alexandrino Ricardo Carbonera Boschin Ricardo Daniel Beneti dos Reis Ricardo Turatti Miranda Roberta Assumpção Cartafina Rodrigo Andraus da Silva Rodrigo Augusto Marques Bezerra Rodrigo dos Reis Ferreira Rodrigo Emanuel Faria Rodrigo M. dos Santos Laia Franco Rodrigo Suzuki Rogério Augusto de Queiroz Rólison Gustavo Bravo Lelis Roniclever Moro Rosabela Fátima Pereira Ribeiro Samara Vaz Carneiro Sandra Zucchi de Moraes Sang Ken Kim Sara Rocha Barreira Sílvio Ramalho de Moraes Simone Furukawa C. Gaspar Talita Oliveira Dias dos Santos Tatiana de Souza Romero Tatiana Goldgaber Borges Tatiana Kumonda Shibata Tatyanne Frique Ferreira Thiago Alves Rodrigues Thiago Caetano Peixoto Thiago Côrtes Sampaio Thiago Fonseca Schuch Thiago Matos Gomes Thiago Nouer Frederico Tiago Guimarães Andrade Tiago Mallmann Ticiano Gonçalves de Oliveira Tomaz Gonzales Passos Estrela Túlio Faria Auricchio Ulisses Pinto Ferreira Valéria Guidotti Corrêa de Oliveira Victor Antonio Teixeira Alves Victor Botecchia Passamani Victor Emanuel Puppin Pinto Vinicius Laguardia de Moura Vinicius Messias Nogueira Vitto Bruce Salles Alves Fernandes Wilson de Oliveira Costa Jr. York Lopes de Oliveira Júnior Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 31 Depoimento Sociedade Brasileira de Anestesiologia A menina que roubou a morte Este é um relato verídico de uma história de sucesso de reanimação cardiorrespiratória, ocorrida em Recife-PE, com a Dra. Renata Monteiro, anestesiologista do Instituo Materno Infantil Professor Fernando Figueira. Renata Monteiro* Nota da Editora E ra um dia chuvoso de março, literalmente as águas de março fechando o verão nordestino de 2007. Me sentia extremamente cansada e estressada naqueles dias em particular. Pedi a uma colega que me substituísse nas cirurgias eletivas que teria naquele dia e resolvi iniciar o dia relaxando, com exercícios físicos. Às 5:20 da manhã, estava correndo na esteira da academia de ginástica, quando uma colega obstetra, chamou-me a atenção, mostrando que uma pessoa acabara de cair ao chão. Sem demora, abandonei o equipamento de ginástica e corri em sua direção para prestar os primeiros socorros. Ao examiná-lo observei que encontrava-se inconsciente, sem respiração espontânea, com liberação de esfíncter (urina) e sem pulso central. No mesmo instante iniciei as manobras de reanimação juntamente com professores e outros médicos que se encontravam no local. Realizamos massagem cardíaca externa e respiração boca a boca por aproximadamente 20 minutos. Durante a reanimação solicitei material de reanimação; no entanto, a academia não dispunha de nenhum tipo de equipamento, nem um simples cilindro de O2 ou o essencial desfibrilador. Algumas pessoas que se encontravam no local sugeriram levá-lo ao hospital; no entanto, adverti que o paciente encontrava-se em parada cardíaca, o que tornava inviável o seu transporte naquele momento. Solicitei atendimento de resga- 32 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007 te e rezei para que chegasse logo.... rezei muito. Apesar de sentir o desânimo na face de algumas pessoas que se encontravam na academia, não pensei nenhum momento em desistir. Em aproximadamente 20 minutos chegaram ao local o SAMU e a ambulância do Hospital Especial, com médicos e paramédicos. O médico da ambulância, já ciente do quadro, subiu as escadas da academia com o desfribilador em mãos. Foi realizada desfibrilação cardíaca, sem sucesso inicial. Simultaneamente foi puncionada uma veia periférica, administrada adrenalina e realizada nova desfibrilação, quando houve reversão do quadro, com retorno de pulso carotídeo. Realizamos entubação endotraqueal e ventilação com AMBU e oxigênio suplementar. Neste momento, acionamos um hospital privado a fim de deixar preparada uma equipe de hemodinâmica. Sabia que não poderia mais interromper o meu trabalho de salvar aquele homem. Acompanhei-o na ambulância e, no trajeto ao hospital, sempre de olho nos monitores que me apontavam uma saturação de 98% e freqüência cardíaca de 80 a 90 bpm, vislumbrei a luz no final daquele túnel: meu paciente finalmente retornava à consciência, abria os olhos e iniciava os seus movimentos respiratórios de forma espontânea. Chegando ao hospital, a equipe de hemodinâmica estava pronta para recebe-lo e o eletrocardiograma evidenciou um enfarto agudo do miocárdio. Na sala de hemodinâmica, foi diagnosticada uma obstrução de 95% da artéria descendente anterior. Prontamente foi realizada a angioplastia, com colocação de “stent”. Ao saber que duas horas após o incidente o paciente encontravase “curado”, fiquei emocionada e agradeci a Deus a possibilidade de ter ajudado aquele colega a continuar a sua vida. Vinte e quatro horas após o atendimento, encontrei-o na UTI, sentado, lendo uma revista, como se nada tivesse acontecido, exceto por uma forte dor muscular na região torácica. Dores do meu ofício, pensei eu. Para arrematar esta história, o tal paciente também era um colega de labuta na arte de curar, um resgatador de vidas, que continua de forma mais do que nunca brilhante na sua missão de dar vida aos olhos dos seus pacientes. É um oftalmologista, que segue a trazer luz e alegria, onde antes havia trevas e tristeza. De todas as lições que recebi da vida, esta, sem dúvida, foi das mais bonitas e enriquecedoras. E tenho somente a agradecer ao bom Deus pela oportunidade que me deu de exercer e cumprir, com eficiência e zelo, o juramento que fiz na conclusão do meu curso médico. Renata Monteiro Comunicação pessoal Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 33 Sociedade Brasileira de Anestesiologia Calendário Científico 2007 AGOSTO 02 A 04 – XXXII JORNADA DE ANESTESIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (JAERJ) I RIODOR - I JORNADA DE DOR DA SOCIEDADE DE ANESTESIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO HOTEL GLÓRIA - RIO DE JANEIRO - RJ 24 A 25 – 13ª TEORIA E PRÁTICA DA ANESTESIA REGIONAL E CONTROLE DA DOR SÃO PAULO - SP 31 A 01 DE SETEMBRO – JORNADA CEARENSE DE ANESTESIOLOGIA – JOCAN FORTALEZA - CE SETEMBRO 07 E 08 - 38a JORNADA DO BRASIL CENTRAL DE ANESTESIOLOGIA PALMAS / TOCANTIS 13 A 15 - XXXII - JORNADA NORTE-NORDESTE DE ANESTESIOLOGIA ARACAJU / SE NOVEMBRO 15 A 19 - 55º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA SÃO PAULO / SP 2009 NOVEMBRO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA SALVADOR / BA 2010 NOVEMBRO 57º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA GRAMADO / RS 2011 13 A 15 – XV JAEPE - JORNADA DE ANESTESIOLOGIA DO ESTADO DE PERNAMBUCO - SUMMERVILLE BEACH RESORT NA PRAIA DE PORTO DE GALINHAS - RECIFE - PE NOVEMBRO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA FORTALEZA / CE 26 A 29 – CONGRESSO ARGENTINO DE ANESTESIOLOGIA SALTA - ARGENTINA 2012 28 E 29 – JORBA – JORNADA BAHIANA DE ANESTESIOLOGIA SALVADOR - BA OUTUBRO 13 A 17 – ASA ANNUAL MEETING SAN FRANCISCO - EUA NOVEMBRO 59º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA A DEFINIR 2013 NOVEMBRO 60º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA ARACAJU / SE NOVEMBRO 10 A 14 - 54º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA NATAL / RN OBITUÁRIO 20 A 24 – CONGRESSO CLASA 2007 CANCUN - MEXICO Nome Matr. Regional 00307 00129 15672 02394 SAESP SAEPE SAESP SARGS 2008 MARÇO 2 A 7 - 14TH WORLD CONGRESS OF ANAESTHESIOLOGISTS CAPE TOWN – SOUTH AFRICA EMAIL: [email protected] INTERNET: http://www.wca2008.com Dr. Jorge de Almeida Bello Dr. Paulo Cabral Bittencourt Dr. Sandro Dugnani Dr. José Amilton Garcia Acosta Manual de Fármacos em Anestesia Você poderá fazer o download do Manual de Farmácos em Anestesia para o seu Palm. Para tanto, siga as instruções constantes do Portal da SBA. (www.sba.com.br)
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