Anestesia em Revista mai-jun 2007 .p65

Transcrição

Anestesia em Revista mai-jun 2007 .p65
Expediente
Anestesia em revista é
uma publicação da
Sociedade Brasileira de
Anestesiologia
Departamento de
Anestesiologia da
Associação Médica Brasileira
Nesta Edição
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José Mariano Soares de Moraes
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Nádia Maria da Conceição Duarte
Foto da capa:
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Equipe Editorial:
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Rodrigo Matos
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Impressão e Acabamento:
MasterGraph
Tiragem:
8.000 exemplares
Distribuição gratuita
IMPORTANTE:
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Editorial
Sem destino, mas com rumo!
5
SBA Responde
6
Atenção
Datas que não podem
ser esquecidas em 2007
8
Notícias da Tesouraria
9
Artigos Científicos
Mártires da Anestesiologia
Consulta Pré-Anestésica e Filosofia Clínica
Emulção Lipídica
10
15
18
Divulgação
Instituto de Anestesia Regional
XXXVIII Jornada do Brasil Central
JASB 2007
JOSULBRA 2007
12
14
21
22
Carta ao Editor
23
Artigo
Venha viver Natal, o 54º CBA lhe espera!
26
Novos Membros
29
Depoimento
A menina que roubou a morte
32
Calendário Científico
34
Sociedade Brasileira
de Anestesiologia
PROVAS DA SBA
2007
SO
I
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A
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IM
ÚLT
Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22.251-080
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Departamento de Anestesiologia da Associação Médica Brasileira
Como efetuar a inscrição:
Redigir requerimento solicitando a inscrição, identificando a prova e o nome do requerente.
(vide modelo portal SBA)
Informações Importantes:
1) Efetuar depósito bancário no valor da inscrição, cujo comprovante deverá ser encaminhando à
Secretaria da SBA, pelo correio, juntamente com o requerimento de inscrição.
2) Esclarecemos que somente serão aceitas as inscrições cujos requerentes estejam devidamente
regularizados com a SBA e Regional.
3) Não serão efetuadas inscrições com pendências de documentos.
4) Observar os documentos necessários para efetivação da inscrição, no Regulamento da Prova.
5) NÃO SERÃO ACEITAS INSCRIÇÕES VIA FAX OU E-MAIL
6) Será exigida carta de confirmação de inscrição e documento de identidade, com foto atualizada, no
dia da prova, no momento da identificação do candidato.
Dados para depósito:
Favorecido: Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Banco Real
Agência 0826
Conta-Corrente 7805109-6
Tel: (21) 2537-8100 (maiores esclarecimentos anotar nome do atendente)
Segundo Semestre
Natal/RN
Provas: Novembro 2007 - durante o 54º CBA
Título Superior em Anestesiologia
Título de Especialista em Anestesiologia
Certificado de Atuação na Área de Dor
escrita e oral
escrita e oral
escrita (análise curricular)
Data Limite para inscrições: 13 de agosto de 2007 - segunda-feira
Valor Inscrição: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais)
Prova Nacional para Médicos em Especialização em Centros de Ensino e Treinamento
08 de dezembro de 2007 - sábado
ME1 - 10:00 / 12:00 h
ME2 - 14:00 / 16:00 h
ME3 - 17:00 / 19:00 h
Local: Consulte sua Regional
4 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
(Horário de Brasília)
Editorial
Sem destino,
mas com rumo!
T
emos vivido em um mundo onde as transformações ocorrem de forma muito mais rápida e drástica do que, muitas vezes, conseguimos acompanhar.
A antiga era de equipamentos de um botão só
cedeu lugar à era de complexos painéis, de aparelhos com multifunções, de intermináveis hardwares e
softwares.
O desdobramento tecnológico trouxe no seu bojo a
incubadora de uma nova linguagem e novas posturas,
de formas diferentes de relacionamento, de aquisição e
manutenção de conhecimentos específicos ou gerais. O
aperfeiçoamento científico sofreu um processo irreversível de globalização, beneficiando a gregos,
baianos e troianos.
Há somente algumas décadas atrás esperávamos
até quase dez anos pela tradução de um livro texto e
nos alegrávamos com as publicações de resumos de
alguns deles, por parte de alguns iluminados, que tinham tido acesso ao original de forma mais precoce.
Assinatura de periódicos estrangeiros era coisa para
alguns poucos, mais ousados e afortunados. A grande
maioria dos especialistas era atualizada pelos periódicos nacionais, felizmente de boa qualidade no Brasil,
e pelos eventos científicos que freqüentavam, quando
ouviam conferências de palestrantes, baseadas em espetaculares experiências subjetivas.
A globalização transformou radicalmente este cenário. O acesso à informação nivelou o potencial de
todos, abolindo as fronteiras geográficas e temporais.
O novo livro texto é apenas mais uma entidade na nossa crescente biblioteca, cada vez mais virtual. Os grandes portais nos brindam com zilhões de informações,
oriundas de um universo de periódicos, fóruns,
videoconferências, grupos de estudo e outros. A grande rede nos permite viajar, criar, interagir, pesquisar,
acrescentar, namorar, e fazer praticamente tudo que o
nosso rol de verbos nos oferece.
O empoeirado argumento de falta de material e de
tempo para manter-se atualizado hoje não funciona
mais. É, no mínimo, vergonhosa a idéia de um profissional da medicina recusar-se a utilizar dos abundantes
e prazerosos recursos para atualização profissional. É
destes recursos que retiramos as principais ferramentas que usamos em nossa labuta diária, o conhecimen-
Céu da Barra da Tijuca/RJ
Foto: Nádia Duarte
to técnico e científico, que aliados a condutas éticas concorrem para que tratemos os nossos pacientes de forma correta e honesta. E este conhecimento nunca foi e
nunca será estático. A cada dia a ciência esmiúça cada
vez mais o funcionamento dos diversos sistemas da
natureza humana e nos oferece um sempre crescente
leque de opções de medidas preventivas e corretivas,
de instrumentos para monitorização e varredura do
corpo humano, com o qual podemos e devemos beneficiar aqueles a quem temos o dever de cuidar.
Por estudo e esforço, a nível individual ou institucional, vemos o surgimento de diretrizes e algoritmos
baseados em evidências, realizados sob a regência da
metodologia científica moderna. Estes pacotes de recomendações, longe de engessar as mãos e mentes dos
profissionais, funcionam como um referencial seguro,
uma proposta de normatização de condutas da comunidade científica, a partir da qual uma reavaliação contínua de resultados pode nos encaminhar sempre para
o rumo das decisões mais adequadas.
A garantia de que as mesmas recomendações de hoje
serão as de amanhã, esta não temos; a garantia de que
estes métodos e instrumentos de hoje nos fará singrar em
direção a um destino conhecido, de águas cristalinas e
seguras, tampouco. Estas incertezas nos dá o pleno direito de questionar paradigmas e testar novas hipóteses,
sempre à luz da Ciência. Porém, por nenhum motivo podemos trapacear com o velho Hipócrates e nos esconder
sob o manto da preguiça e da ignorância, que fatalmente
se refletirá em maus resultados no nosso digno trabalho.
Não saber sempre ao certo até onde chegará a nossa
nau, é condição inerente à própria vida. Aceitemos, portanto, a condição de sem destino, porém sem rumo jamais.
Dra. Nádia Duarte
Diretora do Departamento
Administrativo da SBA
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 5
SBA Responde
Número de anestesistas
por cirurgia
Quais cirurgias nessecitariam
de dois anestesistas para melhor
realização das mesmas.
SBA Responde:
Dependendo das condições clínicas, ou mesmo, desafios técnicos
na execução do ato anestésico o
concurso de um segundo anestesiologista sempre será benvindo,
desde que ambos atuem de forma
harmônica e complementar. Porém, do ponto de vista de remuneração do segundo profissional, as
Instruções Gerais específicas para
a anestesiologia da CBHPM prevê
remuneração para os portes AN7 e
AN8 ou naqueles nos quais seja utilizada circulação extracorpórea, ou
procedimentos de neonatologia cirúrgica, gastroplastia para obesidade mórbida e cirurgias com duração acima de 6 horas.
Dr. José Mariano Soares de Moraes
Diretor Depto. Defesa Profissional da SBA
Mononeuropatia de Nervo
Femural
Sou anestesiologista e há 9 meses realizei uma raquianestesia
para histerectomia abdominal (incisão Pfannestill e afastador de
Balfour). Punção única, atraumática. Após a cirurgia a paciente
apresentou paresia e parestesia em
face antero-medial da coxa esquerda e joelho esquerdo, melhorando
após 40 dias (embora a paciente
diga que ainda tem lesão-a mesma
deambula normalmente)A eletroneuromiografia realizada após
45 dias da cirurgia diagnosticou
MONONEUROPATIA DE N. FERMORAL ESQUERDO - NEUROPRAXIA.
SBA Responde:
Durante punção do espaço subracnóideo na região lombar há
6 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
possibilidade de ocorrer trauma
de raízes nevosas, porém com uma
freqüência baixa. Na eventualidade do trauma radicular pela agulha de punção, o paciente refere
dor ou parestesia no momento da
manipulação, e se ocorrer lesão
radicular esta se manifestará com
sintomatologia na região referente ao território de inervação daquela raiz. Outra possível causa de
neuropatia periférica no paciente
cirúrgico, deve-se a secção, compressão, tração de plexo ou nervo
periférico causadas por manobras
ou posicionamentos de instrumentais cirúrgicos. O caso em
questão trata-se de MONONEUROPATIA DE NERVO FEMURAL, e
portanto, o que nos parece ser proveniente de lesão a nível mais periférico, e portanto de origem cirúrgica.
Dr. José Mariano Soares de Moraes
Diretor Depto. Defesa Profissional da SBA
Anestesia para
procedimentos endoscópicos
Iniciarei um trabalho em um
serviço de exames endoscópicos e
um plano de saúde exige um documento onde mostre a nessecidade
de anestesista. O fato é que já ouvi
falar que existe uma regulamentação que proíbe o mesmo profissional que está fazendo o exame de
proceder a sedação. Vocês tem esta
regulamentação? Ela existe? Os
exames seriam de colonoscopia e
eventualmente casos de endoscopia digestiva alta.
SBA Responde:
A RESOLUÇÃO 1.670/03 em
seu parágrafo 2 art 2 estabelece:
O médico que realiza o procedimento não pode encarregar-se
da administração de sedação profunda/analgesia, devendo isto ficar
a cargo de outro médico.
Dr. José Mariano Soares de Moraes
Diretor Depto. Defesa Profissional da SBA
RESOLUÇÃO CFM 1.670/03
(Publicada no D.O.U. 14 JUL
2003, SECAO I, pg. 78 )
Sedação profunda só pode ser realizada por médicos qualificados e
em ambientes que ofereçam condições seguras para sua realização, ficando os cuidados do paciente a cargo do médico que não esteja realizando o procedimento que exige sedação.
O Conselho Federal de Medicina,
no uso das atribuições que lhe confere a Lei n° 3.268, de 30 de setembro
de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e,
CONSIDERANDO a importância do ambiente e da qualificação do
pessoal envolvido para a realização
de procedimentos diagnósticos e
terapêuticos sob sedação ou
anagelsia, com uso de medicamentos para o conforto, alívio da dor e
abolição de reflexos indesejáveis;
CONSIDERANDO o uso de
drogas ou combinações de drogas
que apresentam efeitos sobre o sistema nervoso, cardiovascular e
respiratório;
CONSIDERANDO como prioritária a segurança do paciente
durante o procedimento e após sua
realização;
CONSIDERANDO a necessidade de se criar normas que definam os limites de segurança com
relação ao ambiente, qualificação
do pessoal, responsabilidades por
equipamentos e drogas disponíveis
para o tratamento de intercorrências e efeitos adversos;
CONSIDERANDO o que dispõem as Resoluções CFM nºs. 1.363/
93 e 1.409/94;
CONSIDERANDO, finalmente,
o decidido na Sessão Plenária de 13
de junho de 2003,
RESOLVE:
Art.1° - Nos ambientes em que
se praticam procedimentos sob
“sedação consciente” ou níveis
mais profundos de sedação, devem
estar disponíveis:
I. Equipamentos adequados
para a manutenção da via aérea
permeável, bem como a adminis-
tração de oxigênio em concentração superior à da atmosfera;
II. Medicamentos para tratamento de intercorrências e eventos
adversos sobre os sistemas cardiovascular e respiratório;
III. Material para documentação
completa do procedimento, devendo ficar registrado o uso das medicações, suas doses e efeitos;
IV. Documentação com critérios
de alta do paciente.
Parágrafo 1°- Deve-se dar ao
paciente e ao acompanhante, verbalmente e por escrito, instruções
relativas aos cuidados sobre o período pós-procedimento, bem como informações para o atendimento de emergências eventuais.
Parágrafo 2°- Todos os documentos devem ser assinados pelo
médico responsável.
Art. 2°- O médico que realiza o
procedimento não pode encarregar-se simultaneamente da administração de sedação profunda/
analgesia, devendo isto ficar a cargo de outro médico.
Art. 3° - Todas as unidades que
realizarem procedimentos sob
sedação profunda devem garantir
os meios de transporte e hospitais
que disponham de recursos para
atender a intercorrências graves
que porventura possam acontecer.
Art. 4° - Os anexos I e II fazem
parte da presente resolução.
Art. 5º - Esta resolução entra em
vigor na data de sua publicação.
Brasília-DF, 13 de junho de 2003
EDSON DE OLIVEIRA
ANDRADE RUBENS DOS
SANTOS SILVA
Presidente Secretário-Geral
ANEXO I
DEFINIÇÃO E NÍVEIS DE
SEDAÇÃO
Sedação é um ato médico realizado mediante a utilização de medicamentos com o objetivo de proporcionar conforto ao paciente
para a realização de procedimentos médicos ou odontológicos. Sob
diferentes aspectos clínicos, pode
ser classificada em leve, moderada
e profunda, abaixo definidas:
Sedação Leve é um estado obtido com o uso de medicamentos em
que o paciente responde ao comando verbal. A função cognitiva e a
coordenação podem estar comprometidas. As funções cardiovascular
e respiratória não apresentam
comprometimento.
Sedação Moderada/Analgesia
(“Sedação Consciente”) é um estado de depressão da consciência,
obtido com o uso de medicamentos, no qual o paciente responde ao
estímulo verbal isolado ou acompanhado de estímulo tátil. Não são
necessárias intervenções para
manter a via aérea permeável, a
ventilação espontânea é suficiente
e a função cardiovascular geralmente é mantida adequada.
Sedação Profunda/Analgesia é
uma depressão da consciência
induzida por medicamentos, e nela
o paciente dificilmente é despertado por comandos verbais, mas responde a estímulos dolorosos. A ventilação espontânea pode estar comprometida e ser insuficiente. Pode
ocorrer a necessidade de assistência para a manutenção da via aérea permeável. A função cardiovascular geralmente é mantida. As
respostas são individuais.
Observação importante: As respostas ao uso desses medicamentos são individuais e os níveis são
contínuos, ocorrendo, com freqüência, a transição entre eles. O médico que prescreve ou administra a
medicação deve ter a habilidade de
recuperar o paciente deste nível ou
mantê-lo e recuperá-lo de um estado de maior depressão das funções
cardiovascular e respiratória.
ANEXO II
EQUIPAMENTOS DE
EMERGÊNCIA E REANIMAÇÃO
Oxigênio
· Sistema para fornecimento de
oxigênio a 100%
· Sistema para aspirar secreções
Aspirador
· Sondas para aspiração
· Máscaras faciais
· Máscaras laríngeas
Manutenção das Vias Aéreas
· Cânulas naso e orofaríngeas
· Tubos endotraqueais
· Laringoscópio com lâminas
· Oxímetro de pulso com alarmes
Monitores
· Monitor cárdiaco
· Aparelho para medir pressão
arterial
· Balão auto-inflável (Ambu)
· Desfibrilador
Equipamentos para
Reanimação e Medicamentos
· Drogas para a reanimação
· Antagonistas: Naloxone, Flumazenil
· Impressos com protocolos para
reanimação (tipo ACLS)
Pequenos procedimentos
pediátricos
Em anestesias pediátrica de curta duração(até 10 minutos), como
redução incruenta de fratura, drenagem de abscesso e pequenas suturas realizados exclusivamente
por via inalatória(sedação), seguindo todas as recomentações do
CFM(1802/2006), porém sem o
cateterismo de veia periférica configura erro técnico?
SBA Responde:
Com base na resolução 1802/
2006 creio que a não punção de acesso para realização de pequenos procedimentos sob sedação inalatória,
não configure erro técnico. Não
existe na referida resolução menção a estas técnicas anestésicas, que
habitualmente realizamos em
anestesia pediátrica.
Porém sob o meu ponto de vista
particular acredito que a não punção de acesso para realização de qualquer procedimento sob sedação configura negligência ou imprudência,
considerando que a venóclise constitua uma medida de segurança.
Dra. Débora de Oliveira Cumino
Presidente do Comitê de Anestesia
Pediátrica - SBA
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 7
ATENÇÃO
DATAS QUE NÃO PODEM SER ESQUECIDAS EM 2007
ATIVIDADE
DATA
ELEIÇÕES DIRETORIA E CONSELHO FISCAL - SBA
De 10/08/2007
Até 10/09/2007
Prazo para envio à secretaria da SBA de pedido de inscrição de chapa para eleição da Diretoria e Conselho Fiscal,
conforme Regulamento próprio e modelo de solicitação, disponíveis no Por tal da SBA.
Aguarde a Convocação para as Eleições.
10/08/2007
Data limite para regularização SBA e Regional, para os associados ATIVOS e ATIVOS-REMIDOS, que desejarem
par ticipar do processo eleitoral.
Até 20/09/2007
A Comissão Eleitoral enviará aos associados aptos a par ticiparem do processo eleitoral, material necessário
para ao exercício do voto.
08/11/2007
Data limite para recebimento dos votos pela Comissão Eleitoral, via postal, na caixa postal alugada em Natal/
RN, exclusivamente para este fim.
11/11/2007
11:00 h
Apuração dos votos recebidos pela Comissão Eleitoral.
Proclamação dos resultados das eleições da Diretoria e Conselho Fiscal, pelo Presidente da Comissão Eleitoral.
ASSEMBLÉIA GERAL
Até 13/08/2007
Será encaminhada pela secretaria da SBA, Convocação para a Assembléia Geral.
11/11/2007
11:00 h
Data e hora da realização da Assembléia Geral para eleição da Diretoria e Conselho Fiscal, aprovação das contas
e alterações Estatutárias.
11/11/2007
Poderão par ticipar da Assembléia Geral os membros ATIVOS e ATIVOS-REMIDOS, quites com a SBA e Regional, até
esta data.
ASSEMBLÉIA DE REPRESENTANTES
Até 13/08/2007
Será encaminhada pela secretariada SBA, Convocação para a Assembléia de Representantes.
13/08/2007
Poderão participar da Assembléia de Representantes, como Representantes ou Suplentes, os membros ATIVOS
e ATIVOS-REMIDOS, indicados por suas Regionais e que estiverem quites com a SBA e Regional até esta data.
Até 13/08/2007
Data limite para que as Regionais encaminhem à secretaria da SBA, listagem dos membros quites com a
Regional, informando expressamente destinar-se ao cálculo do número de Representantes da AR. Esta listagem
deverá conter o nome, matrícula do associado e ano de quitação na Regional.
Por segurança, deve ser mencionada a data de vencimento da anuidade da Regional.
11/09/2007
Data limite para envio dos relatórios que irão compor o Boletim Agenda - Diretoria, Comissões, Comitês e
Conselhos.
Até 13/09/2007
A secretaria da SBA divulgará o número de Representantes de cada Regional para a Assembléia de Representantes.
11/10/2007
Envio do Boletim Agenda para as Regionais, pela secretaria da SBA, pelo correio.
10/11/2007
até 12:00 h
Entrega à secretaria da SBA, no CBA, pelos Presidentes das Regionais, da lista de Representantes e Suplentes
de suas Regionais.
11/11/2007
até 10:00 h
11/11/2007
12:00 h
Os Presidentes de Regionais deverão retirar na secretaria da SBA, as credenciais e lista para assinaturas dos
Representantes de suas bancadas.
11/11/2007
até 12:00 h
Antes do início da Sessão de Instalação da AR, os Presidentes de Regionais, deverão devolver ao Secretário
Geral da mesa, a lista de Representantes e Suplentes, devidamente assinada, juntamente com as credenciais
excedentes, para que seja liberada a sua bancada. Neste ato, poderão ser solicitadas as substituições de
Representantes por Suplentes.
13/11/2007
até 17:00 h
14/11/2007
12:00 h
14/11/2007
até 12:00 h
Sessão de Instalação.
Disponibilização do material da AR para os Presidentes, na secretaria da SBA no CBA.
Sessão de Ordem do Dia.
Até o início da Sessão de Ordem do Dia, os Presidentes de Regionais,
que desejarem substituir Representes por Suplentes, poderão fazê-lo com o Primeiro Secretário da AR, desde
que o nome do Suplente , obrigatoriamente, conste da lista original assinada e entregue na Sessão de Instalação da AR.
8 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
Notícias da Tesouraria
O prazo para pagamento da anuidade da SBA/2007 venceu em 30/04/2007, assim sendo,
após esta data os pagamentos poderão ser realizados com o acréscimo da taxa de readmissão.
Anuidade de Aspirante
R$ 224,00 = A partir de 01/05/2007: R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais) + taxa de
readmissão de R$ 10,00 (dez reais) – à vista.
Anuidade de Ativo, Adjunto e CET
R$ 448,00 = A partir de 01/05/2007: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais) + taxa de
readmissão de R$ 20,00 (vinte reais) – à vista.
Os pagamentos deverão ser efetuados através de boleto bancário que poderá ser solicitado à Tesouraria da SBA.
Anuidade de Estrangeiro: US$ 200,00 (duzentos dólares)
Notícias da Secretaria
Associados
Certifique-se que seus dados cadastrais estejam atualizados na SBA. Seu endereço eletrônico é de extrema importância para a agilidade no recebimento de notícias importantes.
Caso não esteja recebendo suas publicações informe-se junto à Secretaria da SBA se sua
matrícula encontra-se bloqueada por devolução de correspondência pelo Correio.
Regionais
Utilize as informações contidas na área reservada às Regionais no Portal da SBA. Elas podem agilizar e esclarecer muitas dúvidas dessa Regional.
Responsáveis por CET
Observe atentamente os prazos para envio de propostas de Aspirante (90 dias do início do
CET) e comunicação de término de Curso (60 dias da data prevista para o término).
Utilize as informações contidas na área reservada aos Responsáveis por CET no Portal da
SBA. Elas podem esclarecer e agilizar muitas dúvidas existentes, assim como, poderá obter
formulários necessários para o cumprimento de itens regulamentares.
Certifique-se que o pagamento da anuidade do CET foi efetuado no prazo regulamentar.
Informe aos seus médicos em especialização que a falta de pagamento da anuidade implica
em desligamento por débito e consequentemente o desligamento da condição de Aspirante.
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 9
Artigo Científico
Mártires da
Anestesiologia
O
s pioneiros da anestesiologia tiveram de aprender a conviver com a possibilidade de uma
complicação que não envolvia somente a integridade do paciente, mas também a sua.
Durante mais de um século os anestésicos inflamáveis fizeram parte do pior pesadelo do anestesiologista.
O primeiro relato de fogo devido a um agente anestésico ocorreu em 1850, durante uma cirurgia facial em
que foi utilizado o éter. Desde então, muitos casos de
fogo e explosões foram relatados, causados pelo éter,
pelo acetileno, pelo etileno e pelo ciclopropano1. Relatos de morte e destruição se tornaram freqüentes depois que a prática de administrar o oxigênio, em vez do
ar, se tornou rotineira. Muitos incidentes não foram
relatados e os que foram publicados não traziam detalhes essenciais.
Os compêndios de anestesiologia do século passado
apresentavam capítulos especiais sobre explosão e fogo
decorrentes destes anestésicos inalatórios, como este texto extraído de um livro da década de 502:
“Uma explosão anestésica
ocorre devido à rápida combustão
de vapores ou gases usualmente
detonados por faísca ou calor. A
presença de fogo ou explosão dependerá da mistura de oxigênio adicionada ao gás inflamável. A incidência é provavelmente maior do
que se supõe, pois se o paciente ou
staff sofreram queimaduras graves
ou morreram, será improvável que
este acidente seja relatado ou encontrado em uma busca na literatura médica. Woodbridge (1939),
nos Estados Unidos, estimou que
explosões ocorram entre 2 a 4 para
cada 100.000 anestesias, e Pinson
Recorte de Jornal Chileno
10 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Dr. Carlos Rogério
Degrandi Oliveira,
TSA
Co-responsável pelo
CET/SBA da Santa
Casa de Santos;
Membro da Comissão
Científica da SAESP;
Membro da Comissão
de Normas Técnicas e
Segurança em
Anestesia da Sociedade Brasileira de
Anestesiologia
(CNTSA/SBA)
(1930), relatou em torno de 100 casos de queimaduras ou explosões por éter a cada ano na Grã-bretanha.”
Com a exceção do clorofórmio e do trilene, todos os
demais anestésicos inalatórios eram potencialmente explosivos.
Para que uma explosão ocorresse o gás que estava
no sistema necessitava de uma fonte externa de calor,
escape de gases entre as conexões de metal ou através
das válvulas expiratórias parcialmente ocluidas, especialmente quando a respiração estava sendo assistida.
O ciclopropano era considerado o gás mais perigoso, não por ele causar mais danos que a mistura éteroxigênio, mas porque a energia necessária para uma
faísca para a sua ignição era muito menor que aquela
requerida para uma explosão com éter.
O perigo do uso de misturas explosivas com a
diatermia, o cautério, os motores elétricos e os contatos metálicos poderiam ser evitados, mas a faísca por
estática constituía uma das principais fontes de ignição.
feitas homenagens aos intitulados “Mártires de la
Anestesiologia”.
Felizmente, há algumas décadas os agentes anestésicos inflamáveis deram lugar aos halogenados e
deixaram de ser utilizados, passando a ter somente
interesse histórico. No entanto, o fogo e a explosão
de outras causas, como por exemplo: gases intestinais, agentes esterilizantes e durante a cirurgia a
laser, entre outros, continuam a ser relatados.
Referências
Outras fontes de ignição eram os interruptores e
tomadas de força. Devido às propriedades físico-químicas do éter, ao longo dos anos as tomadas de força
deixaram de ser instaladas próximas do piso, onde o
este gás ficava acumulado.
A morte de pacientes que sofreram danos devido a
uma explosão, não era sempre imediata, um intervalo de algumas horas poderia decorrer até que os resultados do trauma fossem aparentes. Estes pacientes morriam por danos pulmonares, como observado
em inúmeros acidentes durante a segunda grande
guerra2. Os exames anatomopatológicos
destes pulmões mostravam hemorragia
intersticial difusa. Sangue podia ser encontrado na traquéia e brônquios e queimaduras superficiais da pele poderiam
ser visíveis.
01. MacDonald AG - A short history of fires and explosions caused
by anaesthetic agents. Br J Anaesth, 1994;72(6):710-722.
02. Keating V - Explosion and fires due to anaesthetics. In:
Anaesthetic accidents – The complications of general and regional anaesthesia. Lloyd-Luke Ltd, London,1956:244-247.
03. Vieira ZEG – Gazes comprimidos medicinais. Anestesia – Boletim informativo mensal da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, 4(8);1953.
04. Leyton O – Treinta años despues – Homenaje al Dr. Mario
Torres e a la Dra. Ana Maria Jurisic. Rev Chil Anestesia,
1993;22:57-59.
Em 1953, após vários relatos e com a
finalidade de prevenir futuros acidentes, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia organizou uma comissão que conjuntamente com a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) elaboraram
normas para o manuseio de gases comprimidos medicinais3.
Um dos casos mais trágicos da
anestesiologia mundial, ocorreu em 6 de
maio de 1963 em Santiago do Chile. Uma
explosão provocada pelo ciclopropano
vitimou no local e nos dias que se seguiram, dois pacientes pediátricos, dois
anestesiologistas e dois ortopedistas.
Além das vitimas fatais e danos materiais, vários auxiliares desenvolveram seqüelas que impossibilitaram o retorno a
suas atividades normais 4 . Após este
evento o ciclopropano foi proibido no
Chile. Durante o XXIV Congresso
Latinoamericano de Anestesiologia realizado em 1997 naquela cidade, foram
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 11
Divulgação
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Instituto de Anestesia Regional
Hospital de Base de São José do Rio Preto, SP
Patrocínio B. Braun
Drs. M. A. Gouveia,
Eneida Maria Vieira e
Luiz Eduardo Imbelloni
O
artigo “Anestesia Regional no Brasil: fatos e falácia” do Prof. Mário José
da Conceição, publicado recentemente no Anestesia em Revista da
Sociedade Brasileira de Anestesiologia, faz um apanhado geral
da prática da anestesia regional
no Brasil. Ele menciona dois centros onde há o ensino da anestesia
regional. Como um desses centros
citados foi o Instituto de Anestesia Regional (IAR), sentimo-nos
honrados com a deferência e aproveitamos a oportunidade para
relatar a história da criação deste
instituto e seu desempenho nos
últimos anos.
Théodore Monod disse que
“uma utopia é um projeto realizável que ainda não foi realizado”. Em
2000, durante o Congresso Mundial de Anestesia Regional realizado
em Quebéc-Canadá, ao assistirmos
uma teleconferência de um bloqueio do nervo isquiático realizado em Lyon na França e discutido
com a platéia, tivemos a idéia de
realizar o mesmo no Brasil.
12 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
Após constatarmos que não havia modelos a copiar do exterior e
sim novos padrões a implementar
no nosso país, entramos em contato com a empresa B. Braun,
sabidamente voltada para a
anestesia regional, onde foi discutido o projeto, chegando à conclusão sobre a realização de
Workshops de anestesia regional.
O primeiro evento foi realizado no
Rio e o segundo em Belo Horizonte,
onde foram apresentados 50 vídeos
com diversas abordagens dos
plexos braquial e lombossacro. No
final do evento fomos procurados
pelos doutores Niwton Toledo e José
Roberto Costa que queriam fazer
um estágio conosco em nossas clínicas no Rio de Janeiro. Em dois
anos consecutivos foram realizados
22 workshops nas principais capitais do país, com o apoio logístico e
científico das Sociedades Regionais.
O sucesso ativou o interesse
por estágios com aulas práticas.
Fizemos um projeto para o ensino
da anestesia regional totalmente
patrocinado pela empresa B.
Braun, quando se criou o Instituto
de Anestesia Regional. Drª Eneida
Maria Vieira, do Serviço de Anestesiologia do Hospital de Base da
Faculdade Regional de Medicina de
São José do Rio Preto, estava presente no Workshop apresentado
no Congresso do Hospital Sírio Libanês. Na ocasião convidou um de
nós (Imbelloni) para ministrar um
curso de raquianestesia em seu
hospital. Durante o curso, ficou
interessada no projeto e solicitounos a implantação em seu Hospital. Durante 10 meses foram realizadas as negociações entre os interessados (B.Braun e Direção do
Hospital de Base) e finalmente foi
assinado contrato para início das
atividades do IAR. Em agosto de
2002 foram iniciadas as atividades
de ensino da anestesia regional,
porém somente em 03 de maio de
2003, foi inaugurado oficialmente
com a presença de quatro diretores da Sociedade Brasileira de
Anestesiologia (Dr. Esaú Magalhães-Presidente, Dr. Pedro Thadeu
Galvão Viana-Vice-Presidente, Dr.
Roberto Serra-Freire-Diretor Defe-
sa Profissional e Dr. Ismar Lima
Cavalcanti-Diretor Científico). O
Diretor Científico proferiu uma
palestra sobre o “Ensino da Anestesia Regional”.
Até o momento o IAR recebeu em
torno de 200 anestesiologistas de
praticamente todos os estados brasileiros, além do Uruguai, da Argentina, do Equador, do Peru e de Angola. Durante a semana de treinamento são ensinados todos os tipos de
bloqueios regionais dos membros
superior e inferior, os diversos tipos
de raquianestesia e peridural, bloqueios para intubação acordado e
aula de anatomia descritiva e no
cadáver. Em média são realizados
80 bloqueios diferentes durante a
semana de treinamento. Nestes
quatro anos de funcionamento foram realizados 20 trabalhos cientí-
ficos publicados nas Revista Brasileira de Anestesiologia, Pediatric
Anesthesia, International Journal
Obstetric Anesthesia, Acta
Anaesthesiologica Scandinavica,
Canadian Journal Anaesthesia e
Disease Colon Rectum.
Após o ensino da anestesia regional no Hospital de Base, estamos
implantando uma sala para o atendimento aos pacientes politraumatizados, onde um anestesiologista
já qualificado realizará bloqueios
periféricos para alívio imediato da
dor. Está sendo apresentado um
projeto ao Corpo de Bombeiros do
Rio de Janeiro (no Rio de Janeiro
mais de 70% são anestesiologistas)
para o ensino de bloqueios periféricos que seriam realizados nos locais dos acidentes ou mesmo nas
ambulâncias de transporte.
O IAR realiza 10 cursos durante cada ano, começando em março
até dezembro. As datas dos estágios são publicadas durante o Congresso Brasileiro de Anestesiologia
para o ano seguinte.
O Instituto de Anestesia Regional é fruto da parceria entre a
empresa B.Braun e o Hospital de
Base. A B.Braun, através de seu
slogan “Sharing Expertise” e da
Academia Aesculap, incentiva,
apóia e capacita profissionais
através de ensino e pesquisa. O
Hospital de Base de São José do
Rio Preto, entidade ligada à Fundação Faculdade de Medicina de
SJRP com sua estrutura tem possibilitado a implementação de
trabalhos científicos e demonstrações de diversos tipos de bloqueios.
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 13
XXXVIII Jornada do Brasil Central
07 e 08 de setembro de 2007 - Palmas - TO
O Coração do Brasil Bate sem Dor
Programação
Sexta-feira, 7 de setembro 2007
Abertura/Boas Vindas
Tema: Prevenção e Tratamento de Náuseas e Vômitos.
O que há de novo?
Palestrante: Dr. José Celso Rodrigues Cintra - TO
DISCUSSÃO
Riscos Decorrentes da anestesia para o
Anestesiologista
Palestrante: Dr. Luiz Antonio Vane - SP
DISCUSSÃO
Tema: Diretrizes atuais na reanimação cardiopulmonar:
suporte básico e avançado
Palestrante: Dr. Dário Humberto de Paiva - GO
Sábado, 8 de setembro 2007
ALMOÇO
Tema: A Câmara Técnica de Dor e Cuidados paliativos
do Ministério da Saúde
Palestrante: Dr. Onofre Alves Neto - GO
Tema: Modelos para ensino e treinamento em dor no Brasil
Palestrante: Dr. Onofre Alves Neto - GO
DISCUSSÃO
Tema: Organização de serviço de dor aguda e crônica
Palestrante: Dr. Maruan Omais - MS
DISCUSSÃO
Tema: Novas Tendências na Anestesia Obstétrica.
Palestrante: Dr. Waston Vieira Silva - GO
DISCUSSÃO
Tema: Dor pós-operatória
Coordenador: Dr. Onofre Alves Neto - GO
Dor pós - operatório: Razão para tratá-la?
Palestrante: Dr. Leonardo Teixeira Duarte Domingues - DF
Dor pós - operatório: Opções Terapêuticas Disponíveis
Palestrante: Dr. Onofre Alves Neto - GO
Dor pós - operatório: Riscos da dor pós-operatório não
tratada transformar-se em dor crônica
Palestrante: Dra. Ana Maria C. Bezerra Mar tins - MT
Dor pós - operatório: Perspectivas futuras do tratamento da dor pós-operatório.
Palestrante: Dr. Fábio Vinicius Benevenuto Feltrin
DISCUSSÃO
COFFE –BREAK
Reposição Volêmica: Cristalóides versus Colóides
Palestrante: Dr. Luiz Antonio Vane - SP
DISCUSSÃO
Cefaléia pós punção acidental de dura-máter.
Diagnóstico e Tratamento
Palestrante: Dr. Antonio Fernando Carneiro - GO
DISCUSSÃO
COFFE - BREAK
Tema: Conscientização e cuidados com a via aérea em
anestesia: Geral e Regional
Palestrante: Dr. Dário Humberto de Paiva - GO
DISCUSSÃO
Tema: O diferencial da anestesia nas especialidades.
Coordenador: Sociedade de Anestesiologia do TO
O diferencial da anestesia nas especialidades. Plástica: Mamoplastia
Palestrante: Dr. Antonio Fernando Carneiro - GO
O diferencial da anestesia nas especialidades. Or topédica: prótese de quadril
Palestrante: Dr. Antonio Fernando Carneiro - GO
O diferencial da anestesia nas especialidades. Cirurgias digestivas altas: l
Palestrante: Dr. José Henrique Leal Araújo - DF
O diferencial da anestesia nas especialidades:
Otorrinolaringologia:
Palestrante: Dr. Clóvis Yoshiharu Aratani
DISCUSSÃO
ALMOÇO
14 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
Artigo Científico
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Consulta Pré-Anestésica
e Filosofia Clínica
Adaptação de palestra realizada no IX Encontro Nacional de
Filosofia Clinica – São Paulo – Univ. São Camilo - 2007
A
medicina no Brasil ainda
é muito mais curativa do
que preventiva. Pacientes costumam procurar o médico
quando estão doentes e não quando estão saudáveis visando prevenir alguma moléstia. A saúde para
alguns, é considerada um valor,
mas para a grande maioria, só é
lembrada no momento em que foi
perdida.
Partindo desta premissa, pode-se sugerir que as pessoas procuram os médicos não por desejo
e sim por necessidade. A necessidade da cura é o que leva um paciente a procurar ajuda na medicina curativa, classificando assim, teoricamente, a medicina em
uma categoria de serviços não
desejados e sim, necessários.
Quem se submete a uma cirurgia, o faz por necessidade e não
por um simples desejo. Poderíamos citar como exceção, cirurgias estéticas, porém mesmo nestas situações, o paciente submete-se à cirurgia por sentir que
este procedimento é necessário
para seu embelezamento, pois
pode estar se sentindo “feio”, e
quem sabe, em sua visão de mundo, até mesmo doente.
A partir da necessidade e da indicação de uma cirurgia, pacientes são encaminhados para uma
consulta pré-anestésica alguns
dias antes da cirurgia, visando
avaliar o paciente, planejar a téc-
nica anestésica e fornecer explicações e instruções pertinentes. Em
alguns casos, esta consulta prévia
não pode ser realizada, acontecendo o contato entre paciente e
anestesiologista momentos antes
da cirurgia.
anos de formação na especialidade.
Desta maneira, no momento da
consulta pré-anestésica, vai acontecer uma interação entre um paciente teoricamente ansioso,
fragilizado que tem como Assunto
Imediato a realização de uma cirurgia não desejada, com um médico
anestesiologista focado para o lado
técnico anestésico-clinico, e, provavelmente, com deficiências para
tratar dos aspectos psicológicos
contextualizados nesta situação.
O que esperar desta consulta?
Tendo concluído a pós graduação em Filosofia Clinica, passei
a fazer uso do aprendizado em
minha prática anestésica, e gostaria de compartilhar
esta experiência, e,
quem sabe, de alguma forma, contribuir para uma melhoria na percepção dos anes tesiologistas, a respeito da visão de
mundo do paciente
no contexto de uma
cirurgia iminente.
O desafio emoldurado é uma
consulta de quarenta e cinco minutos onde além da
avaliação médica
propriamente dita,
seja desenvolvida
uma interação positiva entre anestesiologista e paciente, sejam visualisados os conflitos
existenciais relativos
ao contexto cirúrgico
e, se possível, a utilização de submodos
(procedimentos clínicos utilizados em
Anestesiologistas
filosofia clinica) adeDr. Ildo Meyer - RS
são médicos especiaquados para auxilialistas, trabalhando em ambientes
lo em caso de necessidade.
de alta precisão tecnológica, onde
pequenas falhas podem ser fatais, e
Durante a anestesia propriapor isto, precisam estar atentos aos
mente dita, o paciente estará inmínimos detalhes e em estado de
consciente ou provavelmente sevigilância constante do paciente. A
dado. A consulta pré-anestésica,
preocupação com as alterações
momento em que o paciente enconemocionais decorrentes de todo o
tra-se desperto, é a oportunidade
processo operatório, bem como o
de se demonstrar respeito, atentreinamento para lidar com estas
ção, empatia com o sofrimento
situações, não são enfatizadas, ou
alheio e disponibilidade para aupelo menos, são colocadas em um
xiliar num momento de vulneplano secundário durante os três
rabilidade e dependência.
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 15
Algum gracejo por parte do
paciente ou familiares não é um
fato raro. “Este é o perigoso”, “Não
tenho medo da cirurgia, tenho
medo da anestesia”, “Não vai me
deixar paralítico”, etc. O que fazer
numa situação destas? Sair dando
explicações? Em filosofia clinica,
recomenda-se não fazer agendamento algum antes de se conhecer
o paciente e a família. Assim, a conduta adequada seria a de simplesmente escutar o gracejo e deixar
para respondê-lo mais adiante, se
for o caso.
Após a apresentação usual, parte-se para a colheita da anamnese.
De preferência com o próprio paciente, e o bom senso vai indicar se é
necessária a solicitação da retirada de familiares e amigos do local.
O paciente deve sentir-se confortável e à vontade para falar.
Pensei muito em como iniciar uma anamnese, de modo que
pudesse deixar o paciente livre
para expressar suas angústias e
não simplesmente dirigir a entrevista para a área clinicoanestésica. A pergunta que me
pareceu mais apropriada para
iniciar o diálogo foi: “Qual é o seu
problema?”
Tinha um pré-juizo formado de
que a resposta óbvia seria a necessidade da realização de uma cirurgia não desejada. Para minha surpresa, este não foi o “problema” relatado pela grande maioria. Situações tais como: não tenho com
quem deixar meu gatinho, não posso deixar a loja por muito tempo,
não quero entrar sem roupa na
sala de cirurgia, precisaria falar
com meu filho que está viajando
antes da cirurgia, não quero tirar
minha prótese dentária, etc. predominaram como resposta.
Os medos clássicos conhecidos
pelos anestesiologistas tais como
16 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
acordar durante o procedimento,
sentir dor, náuseas, etc. também
foram relatados, porém, o problema, ou a angústia dos pacientes
eram as situações do dia a dia que
foram interrompidas e não a cirurgia per si.
Em algumas situações, após a
pergunta inicial, o paciente iniciava uma crise de choro. O que
fazer? Deixar chorar. É uma forma de esteticidade bruta, que
tem uma duração limitada e por
vezes se faz necessária. Atenção
é o que o paciente está solicitando, e o médico deve empenharse no sentido de fazer o paciente
perceber que seu trabalho naquele momento é escutá-lo e
auxiliá-lo. A prudência recomenda aguardar que cesse a crise, quando o paciente deve recomeçar a falar.
Uma segunda pergunta pode
ser necessária nesta situação: “Em
que posso lhe ajudar?”, seguida de
uma breve explicação da função
do anestesiologista. “Vou acompanhar seu procedimento cirúrgico
e ficar ao seu lado durante todo o
tempo da anestesia (importante
frisar isto), providenciar para que
não sinta dor no período pós operatório e que possamos passar por
esta situação da melhor maneira
possível e obter os melhores resultados possíveis.” Notem a semelhança de propósitos deste discurso com o que propõe um filósofo
clinico, um psicólogo ou um psiquiatra a seus pacientes em consultório.
Antes de estudar filosofia clinica, ainda complementava este
discurso com a seguinte frase: “e
que o sr(a) possa voltar para casa
o mais breve possível e retomar
suas atividades. Quem pode saber
se é isto que o paciente deseja? Esta
simples frase, colocada sem conhecer a história do paciente, pode
colocar em risco todo um relacionamento médico-paciente.
Uma boa maneira de iniciar a
colheita da história clinica é perguntando a respeito de cirurgias e
anestesias prévias. O ideal seria
deixar o paciente relatar sua experiência em cada um dos procedimentos realizados. Assim, sem
grandes interferências, o paciente
vai mostrando dados de sua personalidade. Observa-se a estruturação de raciocínio, as emoções,
a postura, o linguajar, etc.
Alguns pacientes são muito
questionadores (argumentação derivada em filosofia clinica), alguns
pesam os prós e contras da cirurgia (esquema resolutivo em FC), alguns já pesquisaram tudo na internet (buscas em FC), alguns querem a descrição exata do que vai
acontecer (roteirizar em FC), alguns
sugerem condutas ao médico (atalhos em FC), alguns colocam tudo
nas mãos do médico e não querem
saber detalhes (em direção ao desfecho em FC), alguns tem idéias pré
concebidas a respeito da anestesia
(pré-juizos em FC), etc.
As rotulações mencionadas são
meramente didáticas e muito superficiais, mas servem para dar uma
idéia de como pode ser colhida a Estrutura de Pensamento de um paciente através de uma anamnese em
que não se direcione nem se apresse
a conversa. E a partir do reconhecimento , mesmo que superficial, de
como funciona a personalidade do
paciente, pode-se tentar auxilia-lo
com alguns procedimentos específicos. Cabe ressaltar dois pontos importantes: a) um agendamento ou
uma intervenção mal realizada
pode ser tão fatal emocionalmente
ao paciente quanto um descuido técnico anestésico; b) teóricamente, e na
prática nem sempre, o tempo médio de uma consulta é de 45 minutos, práticamente inviabilizando o
desafio de uma abordagem emocional mais profunda, mesmo que o
anestesiologista possua treinamento para realizá-la.
Mas vamos adiante, e quem
sabe consigamos alguma luz até o
final da explanação.
Dependendo da situação, pode-se lançar mão de um procedimento clinico chamado “Reconstrução”. A partir de um único
dado colhido na anamnese, procura-se descobrir dados adjacentes da história do paciente que
ajudem a reconstruir a história de
uma outra maneira. É preciso que
o paciente seja suscetível a este
tipo de reconstrução. Exemplificando: o paciente relata que na
última anestesia teve uma sensação muito ruim, pois vomitou demais no pós-operatório. A reconstrução se basearia na consulta de
dados adjacentes ao procedimento anestésico, onde se buscassem
situações agradáveis a serem
inseridas no contexto daquela
anestesia. A anestesia foi uma
cesareana? Com quantos Kg nasceu seu filho? Mamou logo que
nasceu? Como foi o primeiro banho? Sentiu muita dor?
mesmo possa ser palpado, percepcionado. Uma cena virtual,
porém de preferência tridimensional, com cheiros, luzes, etc. Ao
nos aprofundarmos na questão,
podemos descobrir que o medo se
refere à escuridão, barulhos, tamanho da injeção, etc. De posse
destes dados, pode-se então introduzir elementos que darão mais
segurança ao paciente no sentido
de enfrentar os medos agora percepcionados.
O paciente, uma vez hospitalizado, é afastado de seu convívio familiar, social e profissional
e passa a conviver com situações
novas. É neste momento que o
mesmo passa a ser dependente de
um profissional que possa cuidálo e ao mesmo tempo ser um elo
de ligação entre as novas rotinas
e o mundo do qual foi afastado.
Em breve, teremos computadores sofisticados, precisos e eficazes,
capazes de calcular doses anestésicas
de acordo com sua farmacocinética
e adequando-as baseado na monitorização minimamente invasiva dos
sinais vitais. Todo este avanço tecnológico e científico pode se tornar
inócuo, pois estes mesmos aparelhos
serão impessoais e assustadores
para os pacientes. Frios, surdos e
mudos. A quem caberá o papel humanizador? Quem será o elo de ligação? O anestesiologista, à enfermagem, psicólogos, filósofos clínicos?
Quem fará a diferença neste processo?
Dr. Ildo Meyer - TSA
e-mail: [email protected]
Filmaram o procedimento? Seu
companheiro assistiu o parto? A
preocupação do médico seria inserir elementos positivos naquela anestesia, reconstruindo de
uma maneira agradável aquela
experiência. O cuidado extremo na
realização deste procedimento é
que uma inserção mal feita pode
resultar em uma reconstrução
num sentido mais desagradável
ainda.
Pacientes costumam relatar
medo da anestesia, e, pode ser tentada a técnica de faze-los “percepcionar” este medo. Busca-se
detalhes deste medo através da
montagem de uma cena onde o
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 17
Artigo Científico
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Emulsão Lipídica
Bala de prata (silver bullet) ou
martelo dourado (golden hammer)?
N
a esteira do tema relacionado ao tratamento da intoxicação pela bupivacaína, um “antídoto” desponta
como miraculoso na reversão do
“envenenamento” produzido por
este anestésico local.
A publicação de um caso clínico1 no qual foi usado a emulsão
lipídica, considerada a “bala de
prata” (silver bullet), causou alvoroço no mundo científico americano a julgar pelas várias cartas que
aparecem
no
último
do
Anesthesiology, março de 2007.
As opiniões exaradas pelo venerando Daniel Moore e pelo respeitável autor Rodolph de Jong, se
chocam. O primeiro propugna
pela adoção do algoritmo estabelecido no Advanced Cardic Life
Support (ACLS), como suficiente
para reverter a cardiotoxicidade,
enquanto o outro propõe a retirada, pura e simplesmente, da bupivacaína do arsenal terapêutico.
Dessas contradições pode-se
inferir que a cardiotoxicidade da
bupivacaína continua sendo uma
complicação catastrófica, apesar
dos conhecimentos acumulados
em 30 anos de exaustiva pesquisa
abrangendo, desde a investigação
de sua ação nos processos energéticos e metabólicos em nível celular, passando pelas repercussões
na eletrofisiologia cardíaca, até
modelos animais que mimetizam
o acidente em humanos. Mesmo
assim, a bupivacaína é o anestésico local de escolha nos centros acadêmicos americanos, superando a
utilização de agentes mais novos,
ropivacaína e levobupivacaína.
18 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
Esta novidade veio através do
oportuno questionário (survey)
nacional elaborado pelo grupo da
Carolina do Norte,EEUU2 .
Emulsão lipídica, de alimento
parenteral e veículo de anestésico,
a pretenso componente do protocolo da ACLS.
Através da pesquisa básica,
Weinberg et al3,4, demonstraram
que o colapso cardiovascular induzido pela bupivacaína é revertido
pelo uso da emulsão lipídica a 20
%, após a instituição das manobras
de reanimação em ratos e cães.
Devido ao sucesso desta solução na reversão de parada cardíaca resistente às manobras cardiorespiratórias em pacientes humanos1,5, o entusiasmo tomou conta
dos clínicos.
Na verdade, a solução lipídica
deve contribuir mais para a tranqüilidade e pseudo segurança de
quantos fazem uso da bupivacaína. Até porque os defensores acreditam que a bala de prata (silver
bullet) finalmente foi identificada,
e como tal deva compor o algoritmo do ACLS. Em razão disso,
sugerem que a emulsão lipídica
deva estar disponibilizada nas salas cirúrgicas, fazendo parte do kit
de reanimação6.
O Intralipid R (emulsão lipídica
a 20%) é utilizado na alimentação
parenteral e na concentração10%,
como veículo do propofol. Para
explicar sua propriedade ressuscitadora, Wienberg et al 3,4,5
teorizam que a sobrecarga de moléculas da emulsão criariam uma
fase lipídica capaz de extrair as
moléculas de bupivacaína da fase
aquosa plasmática e dos tecidos,
ou alternativamente, as moléculas
lipídicas difundir-se-iam nos tecidos, interagindo com abupivacaína. A nosso ver é um processo
cinético muito demorado para
uma reversão farmacodinâmica
emergencial, levando em conta a
grande afinidade desse anestésico
local para com os receptores cardíacos, e o tamanho da molécula
de gordura. Também, deve-se considerar a agressividade sistêmica
determinada pela sobrecarga de
lipídios no organismo combalido
(hipóxia, acidose, alterações metabólicas,etc), vítima da intoxicação.
O Brasil no contexto da reanimação do colapso cardiocirculatório determinado pela bupivacaína.
Muito antes do Editorial de
Albright de 1979, preocupamonos com os efeitos dos anestésicos locais no coração, e investigamos a lidocaína, bupivacaína
e etidocaína no marca passo
átrial de cobaia 5. Baseamos-nos
nos achados de Conduris7 que demonstraram haver potencialização da cocaína na presença da
diminuição da concentração de
NaCl no liquido de perfusão de
nervos periféricos. Dessas evidências, partimos para o racional: aumentamos a concentração
de NaCl da solução nutriente na
preparação átrio isolado de cobaia, visando obter diminuição
dos efeitos depressores cardíacos. E nestas condições experimentais, houve, de fato, redução
da potência desses anestésicos no
nó sino atrial. Deste modo, a
“jabarização” do átrio de cobaia,
(como jocosamente chamamos
em analogia à técnica de conservação da carne), tornava os 3
anestésicos menos potentes em
reduzir os batimentos cardíacos8.
Pari passo à estes achados,
aconteceu “serindipiticamente” o
nascimento da NaCl hipertônica,
quando Velasco na Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo observou que a solução de NaCl, tornada erroneamente hiperosmótica
(7.5%) promovia resposta hemodinâmica eficaz nos pacientes submetidos à hemodiálise. A pesquisa
básica referendou essa propriedade da solução de NaCl (2.400 mOs)
no choque hemorrágico induzido
em cães9.
Logo, inferimos que esta propriedade poderia ser valiosa na prevenção e no tratamento da intoxicação pela bupivacaína, partindo
da ilação entre o choque hemorrágico e o choque cardiogênico provocado pela bupivacaína. E estudos em cães intoxicados e tratados
com o NaCl hipertônico, foram realizados10.
Os nossos resultados, contudo,
mostraram-se conflitantes quanto a eficácia deste tratamento. Seguramente isto se deveu ao fato de
não termos instituído a reanimação cardiorespiratória, como fizeram os outros, em animais e nos
casos clínicos nos quais a solução
lipídica foi utilizada 1,5. O tratamento com NaCl hipertônico, porém, conferiu proteção aos efeitos
depressores da bupivacaína, em
todos os animais tratados. O
“salgadão brasileiro” passou a ser
usado em nosso meio em situações
de colapso cardiocirculatório provocados pela bupivacaína em pacientes humanos que recuperaram
com sucesso (comunicações confidenciais).
Também o NaCl hipertônico
ainda é empregado nos EEUU
como medida emergencial nos
resgates de pacientes politraumatizados em estado de choque
hemorrágico. Deste modo se obtêm a estabilidade hemodinâmica
até a chegada do paciente ao Hospital para a reposição de sangue,
e medidas outras.
Enquanto isso, restávamos
prosseguir na investigação dos efeitos eletrofisiológicos cardíacos induzidos pela bupivacaína e o papel da solução hipertônica nestes
eventos. No laboratório do saudoso Professor Benjamin Covino, na
Universidade de Harvard, Boston,
EEUU, demonstramos que o aumento da concentração de Na+ no
líquido nutriente da preparação
fibras de Purkinje de coração de
coelhos, impedia e revertia o aumento da duração do potencial de
ação (APD) e a diminuição da velocidade máxima de despolarização (Vmax), responsáveis pelo
retardo da condução nestas fibras
quando intoxicadas com a bupivacaína11.
Em seqüência, no Instituto do
Coração, (Incor) em São Paulo,
Scalabrini et al,12 demonstraram a
proteção da solução hipertônica
sobre variáveis eletrofisiológicos
induzida pela bupivacaína em
cães, referendando nossos achados.
Dessas evidências, foi possível
teorizar sobre o mecanismo de
ação do “salgadão brasileiro” em
termos da participação do sódio
como antagonista da bupivacaína.
De uma maneira simplista, a entrada deste íon na célula deve restaurar o balanço eletroquímico
afetado pela ação do anestésico local sobre os canais de sódio. A
cinética desta entrada deve ser
imediata no que é favorecida pela
hipertonicidade. Estes mecanismos são factíveis, em oposição aos
teorizados para explicar o milagre
da “bala de prata” na remoção da
bupivacaína que far-se-ia via a
formação de uma fase lípidica,
induzida pela emulsão. Por outro
lado a alta osmolaridade da solução, 2.400 mOs, joga um papel
marcante na transferência do líquido intersticial para a corrente
sangüínea, destarte restaurando a
hemodinâmica, e assim facilitando a farmacocinética do agente.
A NaCl hipertônica, portanto
agiria por duplo mecanismo: antagonismo que o íon Na+ per se
promove e o poder osmótico
(2.400mOs), decorrente de sua alta concentração (7.5%).
Solução hipertônica de NaCl: a
“prata da casa” ao invés da pretensa “bala de prata”.
A solução hipertônica de NaCl
é conquista nossa. Em lugar da
metafórica “bala de prata”, deve
ser vista como o “antídoto” farmacológico da bupivacaína, a qual
injustamente vem recebendo a
pecha de “veneno”. Decerto, por
não ter sido corretamente indicada1, por superdosagem5 e ou
injeção não intencional em vasos
sangüíneos.
Todos os anestésicos locais merecem este epíteto (veneno), mesmo contrariando os conceitos
farmacológicos. Até a ropivacaína
(sabidamente o menos cardiotóxico dos agentes modernos) causou assistolia refrataria que foi revertida com sucesso pela emulsão
lipídica5.
Frente à essa controvérsia, restam-nos aproveitar os ensinamentos extraídos das experiências de outrem, e atentarmos para o
que se segue:
1- O propofol, deve ser PROSCRITO definitivamente na situação
de intoxicação com anestésicos
locais visando corrigir sinais
prodrômicos da intoxicação,
como contratura muscular ou
convulsão, pois os efeitos cardiodepressores de ambos os
fármacos se somam. Jamais e
em tempo algum, o proporfol
deve ser usado, até mesmo em
desespero de causa, com vistas
a um possível benefício que
possa advir de seu veículo
(emulsão lipídica a 10 %),
2- As manobras de reanimação
cardiorespiratórias devem ser
PRIORITÁRIAS E INSISTENTES, seguindo o algoritmo da
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 19
ACLS, conforme Daniel Moore
recomenda;
3 - Enquanto, nada existe de novo
no cenário do desenvolvimento de anestésicos locais, a bupivacaína deve ser reservada
para indicações específicas e as
dosagens devem ser criteriosas,
bem como deve ser respeitada
a dose máxima recomendada12;
4 - A levobupivacaína e a mistura
enantiomérica da bupivacaína,
são comprovadamente menos
cardiotóxica que a bupivacaína 14,15,16, vindo a se constituir numa alternativa, embora
possam tornar-se venenosas,
se erroneamente manuseadas;
5 - Acontecendo a intoxicação, a
“prata da casa”, a solução
hipertônica de NaCl, 7,5%, deve
ser considerada como o antídoto racional, posto que farmacológico, quando os meios de
reanimação cardiorespiratório
forem refratários;
6 - Finalmente, urge pesquisas básicas que investiguem a solução hipertônica e estabeleça o
regime(doses, concentração,
volume, etc) para a utilização.
Conclamamos os nossos dirigentes, através da SBA e RBA, para
que dêem mais atenção a estes dados de realidade: superdosagem, e
ou intoxicação não intencional com
QUALQUER anestésico local, divulgando exaustivamente as normas padronizadas de reanimação
da ACLS. O fato de não termos o
costume de relatar casos clínicos,
principalmente aqueles que resultaram em insucesso, está prejudicando a ênfase que a complicação
catastrófica da bupivacaína merece. E na falta de casuísta, o “status
quo” da conduta frente aos acidentes com a bupivacaína e outros
anestésicos locais, não pode ser
avaliado.
O Brasil tem idéias luminosas
mas a credibilidade, por vezes, é
obscurecida ou mal barateada. Daí
20 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
a importação não seletiva de tudo
que é produzido no hemisfério
Norte, mesmo que o produto nacional seja de melhor qualidade. Tradicionalmente, somos seguidores
da escola americana, porém o
“Magister dixit”, (palavras dogmáticas com os quais os escolásticos da Idade Média ofereciam,
como argumento sem réplica, a opinião do mestre Aristótelis), não
deve ser irrestritamente aceito
mormente em relação à emulsão
lipídica, a “bala de prata” deles, que
está mais para o metafórico “martelo dourado” (golden hammer), no
tratamento da cardiotoxicidade de
anestésicos locais.
A propósito do martelo dourado:
“Quando a única ferramenta que
você tem for um martelo,todas as
coisas parecem um prego”
Dra. Maria P.B. Simonetti, TSA [email protected]
Referências
1 - Rosenblatt MA et al:Successful use of
20% lipid emulsion to resuscitate a
pacient after a presumed bupivacainerelated cardiac arrest. Anesthesiolgy,
2006;105:217-218
2 - Corcoran W et al.Local anestheticinduced cardiac toxicity:A survey of
contemporary pratictice strategies
among academic anesthesiology
departments.Anesth Analg.2006;
103:1322-1326
3 - Weinberg GL et al.Pretreatment or
resuscitation with a lipid infusion
shifts ter dose-response to bupivacaine-induced asystole in rats.
Anesthesiology1998;88:1071-1075
4 - Weinberg GL et al.Lipid emulsion
infusion rescues dogs from bupivacaine-induced cardiac toxicity.
Reg Anesth Pain Méd. 2003; 28:198202
5 - Litz RJ et al.Successful resuscitation
of a pacient with ropivacaine-induced
asystole after axillary plexus block
using lipid infusin. Anaesthesia, 2006;
61: 800-801
6 - Weinberg GL.Lipid infusion resuscitation for local anesthetic toxicity.Proof of clinical efficacy. Anesthesiology. 2006; 105:7-8
7 - Simonetti MPB.Estudo comparativo
dos efeitos da lidocaína, bupivacaína e
etidocaína em átrio direto isolado de
cobaia. Tese apresentada ao Departamento de Fisiologia e Farmacologia
do Instituto de Ciências Biomédicas
da Universidade de São Paulo,1979.
8 - Conduris GA.Conduction block of
cocaine in sodium-deplet nerves with
activity maintained by lithium, hydrazinium or guanidinium íons. J. Pharmacol Exp Ther,1963;141:253-355.
9 - Velasco IT et al.Hyperosmotic NaCl
and severe hemorrhagic shock.Am J
Physiol;1980;239:H664
10- Simonetti MPBS. Et al.Efeitos do
cloreto de sódio hipertônico sobre a
toxicidade cardiovascular da bupivacaína.Rev Bras. Anestesiol. 1990;
40:421-428
11- Simonetti MPBS.Hypertonic saline
reverses bupivacaine-induced depressin of rabit Purkinje fiber despolarization Vmax.Brazilian J Med Biol
Res.1989;22:1393-1396
12- Scalabrini et al.Hypertonic NaCl
solution prevents bupivacaine-induced
cardiovascular toxicity. Circ Shoc.
1992; 36:231-237
13- Rosenberg PH et al.Maximun recommended doses of local anesthetics. A multi factorial concepts. Reg
Anesth Pain Med.2005; 30:553-566
14- Gristwood WR.Cardiac and CNS
toxicity of levobupivacaine.Strenght of
evidence for advantage over bupivacaine. Drug Safety.2002;3:153-163
15- Simonetti MPBS et al Is it worth
manipuling the enantiomeric ratio of
bupivacaine to improve the efficacy of
the neural block with reduced cardiotoxicidade?. Inter Monitor,1999;11
(Suppl):198
16- Trachez MM et al. Motor nerve
blokade potency and toxicity of nonracemic bupivacaine in rats. Acta
Anaesthesiol Scand,2005;40:66-71
JASB 2007
A Jornada do Sudeste Brasileiro de Anestesiologia desenvolveu-se em junho passado, na
acolhedora cidade de Belo Horizonte.
Na abertura solene, a Regional prestou homenagem aos Drs. Ismar Lima Cavalcanti (RJ)
e Gastão Fernandes Duval Neto (RS), outorgando-lhes o título de Membro Honorário da
SAMG.
A programação científica foi muito elogiada, com atividades marcantes, como o Fórum
Dr. Tolomeu Artur Assunção Casali
(Presidente da SAMG e da JASB) e Dr.
Mozart Ribeiro (Presidente de Honra da
JASB), entregam o título de Membro
Honorário da SAMG aos Drs. Ismar Lima
Cavalcanti e Gastão Fernandes Duval Neto
sobre Cooperativismo e o Julgamento Simulado de uma demanda médica. A vida associativa
foi bastante movimentada, com reuniões da Diretoria da SBA, do Conselho de Defesa Profissional, da CET e CNTSA.
No coquetel de abertura, Ismar Cavalcanti,
Hugo Praxedes e Patrícia Cadecaro
(do Laboratório Cristália),
Ivone e Jurandir Turazzi
Em destaque no social, a belíssima festa para
os participantes na noite do sábado.
Em colóquio durante intervalo da
programação científica, os Drs. Fábio
Soeiro (SP), Márcio Lacerda (RJ),
Arnaldo Pinheiro Filho (CBA Natal),
Luciana Lima (PE), Sebastião Monte
Neto (CBA Natal), Enis Donizetti (SP),
Célia Costa (PE) e Ronaldo Vinagre (RJ)
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 21
JOSULBRA 2007
Da esquerda para direita Drs. Antonio Oliva Filho - Pres. MedCred, João Carlos G. Baracho - Vice-Pres. A. Méd. PR, Roberto Freire
- CRM-PR, Ismar Cavalcanti - Pres. SBA, Gurinder M. S. Vasdev - Vice-Pres. SOAP, Débora Cumino - Pres. JOSULBRA
C
apitaneada pelos jovens talentos
paranaenses – Dra. Débora Cumino
(Presidente da JOSULBRA) e o
Dr. Clovis Corso (Presidente da
Regional), a JOSULBRA 2007 foi
um verdadeiro sucesso científico
e associativo.
Em momento de confraternização - Dr. Jurandir Turazzi e sua
esposa Ivone e os Drs. Luiz Antonio Vane e Nádia Duarte
Na abertura da JOSULBRA, a Comissão Executiva do evento
brindou os aniversariantes do dia, que faziam parte da mesa
Diretora, os Drs. Ismar Lima Cavalcanti e Gastão Duval Neto,
com bolo e parabéns pra você cantado por cantora lírica, juntamente com a platéia
22 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
Drs. Gastão Duval Neto, K. Kuczkowski e Sebastião Monte Neto
Carta ao Editor
C
om respeito ao artigo de
autoria do Dr. Jose Roberto
Nociti publicado na edição 02/2007 – março/abril de Anestesia em Revista na seção Opinião,
muito embora respeitando o ponto de vista de tão importante e ativo membro da comunidade anestésica brasileira, encontro-me obrigado por força de ensejar o contraditório a expressar pensamento, se não inverso, pelo menos não
negativo em relação à leitura em
sala cirúrgica, principalmente em
razão dos motivos expostos pelo
colega para condenação de tal atitude. Deixemos claro, de início, que
quando defendo a leitura como
justa, não me refiro a textos recreativos de qualquer natureza, de
eruditos a escatológicos. Trata-se
de textos científicos ou não, mas
pertinentes à prática anestésica e
suas relações com outras especialidades.
Quando se objeta o desvio da
atenção dos cuidados com o paciente possivelmente causados pela
leitura há que ressalvar que não se
cogita a situação do anestesista de
costas para os monitores e paciente, com os alarmes silenciados, ouvindo uma música aprazível aos
fones de ouvido, isolando-se do
ambiente e do procedimento em
execução e priorizando seu repasto
intelectual. Custa crer que um profissional bem formado, consciente
de suas responsabilidades, experiente e tecnicamente capaz – condição que deve ser básica para todos anestesistas em atividade –
não consiga administrar seu papel primordial de vigilância e ação
juntamente com a aquisição condicional de conhecimento. Provavelmente a privação de sono, os
longos períodos de trabalho, o
estresse causado por atritos sobejamente conhecidos com cirurgi-
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
ões, pacientes e hospitais, entre
outros fatores, sejam muito mais
deletérios não só a nossa capacidade de atenção, mas também de
julgamento e reação, do que a prática da leitura contextualizada.
Esta, ao menos, tem o mérito de
aumentar nosso poder de atuar
positivamente para a melhora do
ambiente hospitalar, das relações
profissionais e, principalmente,
para o conforto e segurança dos
nossos pacientes.
A possibilidade de demanda
por parte dos pacientes pela diminuição dos honorários pareceme mais um exercício teórico de
raciocínio, criando-se uma situação limite, do que um acontecimento plausível. Na relação médico-paciente, ainda mais quando essa relação gira em torno de
procedimento anestésico-cirúrgico, se existe dúvida sobre a qualidade do serviço prestado por
determinado profissional, procura-se outro. Não acredito que se
troque segurança por abatimento de preço. Não acredito que se
admita um certo risco adicional
por economia financeira. A escolha baseia-se na confiança no
médico e em que ele, segundo suas
peculiaridades, atinja o resultado desejado. Se a lógica do desconto nos honorários do
anestesista que lê na sala fosse
correta então tais descontos seriam solicitados para compensar
as conversas paralelas entre a
equipe cirúrgica, anestesistas e
circulantes, pela utilização cada
vez mais comum de aparelhos de
som nas salas cirúrgicas, pela
presença e uso de ramais telefônicos e celulares durante os procedimentos, pela infindável
transmissão de recados ou por
qualquer outro hábito que com
pretexto de descontrair o ambi-
ente, aliviar a tensão, agilizar
condutas ou simplesmente manter contato com o mundo exterior, trouxesse o risco da desatenção. Não se quer aqui defender a prática desmedida dos costumes citados, mas simplesmente colocar em perspectiva as atitudes corriqueiras observadas
nas salas de operação e que são
julgadas aceitáveis pelos profissionais da área.
Por fim, e mais importante por
englobar um grande número de
considerações em relação ao papel do anestesista, tanto no desempenho de sua função específica quanto na manutenção do
prestígio e respeito pela especialidade, vem à discussão a idéia
da receptividade e entendimento do ato da leitura por parte dos
profissionais atuantes no centro
cirúrgico. Em relação ao que podem pensar tais pessoas, minha
experiência particular é bastante positiva e motivadora, sendo
comuns manifestações de reconhecimento pela busca de aprimoramento e mesmo de interesse pelo assunto em questão levando a desdobramentos, por
vezes, bastante produtivos. A
preocupação pela imagem do
anestesista é totalmente válida,
porém as verdadeiras batalhas
que seriam necessárias, em alguns serviços, pela aquisição de
respeito se dariam em outros
campos. Em primeiríssimo lugar,
e isso nem se discute aqui tamanha sua obviedade, vem sempre
o esmero na execução técnica, científica e ética da anestesiologia
nos seus tempos pré, intra e pósanestésico. Mas concomitantemente a isso é imperioso atingir
a unidade de comportamento e a
ética entre os próprios anestesistas. Ouso mesmo acreditar
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 23
que essa atitude, algumas vezes,
possa ser mais perceptível e
impactante aos olhos de cirurgiões, enfermagem e pacientes. O
aspecto talvez mais nefasto de
atitudes dos próprios anestesiologista prejudiciais à classe é
a luta para não “perder ” os cirurgiões. Exemplo disso é a aceitação da marcação de cirurgias
eletivas a qualquer dia e horário,
obrigando à manutenção de toda
a estrutura hospitalar e dos grupos de anestesia à disposição das
prioridades de qualquer natureza dos colegas cirurgiões – com
as suas implicações financeiras,
logísticas, físicas e psicológicas.
O que dizer então dos casos em
que a técnica anestésica é praticamente ditada pelo cirurgião ou
ocasiões em que determinado
grupo ou anestesista individual
compete com seus pares aceitando pagamentos inferiores ou praticando a anestesia em condições,
de qualquer modo, inadequadas?
Esses acontecimentos, entre tantos outros possíveis que não se
enquadram exatamente ou não
cabem nesse espaço, são exemplos de má prática em diferentes
graus. Escondem, sob a ilusão de
uma vantagem mercadológica
momentânea, um enfraquecimento contínuo da especialidade da qual se dizia ser a mais organizada e forte dentro da medicina. E isso se dá, tristemente,
tanto pela permissão quanto pela
ação direta dos anestesistas.
Assim, buscando incrementar a
discussão sobre leitura em sala cirúrgica através de opinião contrária, chega-se a um plano muito mais
amplo de reflexão sobre o cotidia-
CAF SBA – Solidários
Há um ano, por iniciativa própria, os funcionários da SBA fundaram o CAF SBA –
Solidários (Centro de Artes dos Funcionários da SBA). O intuito deste Projeto é
de propiciar uma maior união interna, em
prol de um objetivo comum, auxiliando de
forma solidária àqueles que são carentes
e deficientes de recursos para aquisição
de alimentos, remédios, saúde, alegria e
carinho.
O CAF-SBA organiza campanhas de arrecadação de fraldas, leites, alimentos, roupas, brinquedos e calçados. Já fizeram
doação de R$ 785,00 para a aquisição de
uma cadeira de transportes. Reciclam papel, papelão e latinhas, para arrecadar
fundos para a aquisição de matéria-prima para a confecção de artesanatos que
serão vendidos em Bazar Beneficente,
cujo valor será revertido às Instituições
que já foram adotadas. Os próprios funcionários confeccionam os artesanatos, na
sede da SBA, fora do seu horário de expediente (antes do expediente e no horário do almoço). Atualmente estão cadastrados como colaboradores voluntários do
REPARTIR (Associação de apoio às crianças Hospital Municipal Jesus) e Instituto
Benjamin Constant (Instituição de Cegos).
Cada um fazendo a sua parte, o mundo
tornar-se-á melhor e mais justo!
24 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
no da especialidade, despontando
daí questões que exigem maior urgência e empenho para serem resolvidas, de maneira a impedir
maior rarefação do papel da anestesiologia. Cabe aos anestesistas
agir de forma a estabelecer paradigmas de atuação justos a todos,
logicamente, mas também justos e
favoráveis a nós mesmos, sob pena
de, senão o fizermos, virmos a trabalhar cada vez mais e em situações mais desconfortáveis, ganhar
cada vez menos e estarmos sujeitos a pressões e questionamentos
impróprios dos que trabalham conosco e da coletividade. Torço por
um futuro melhor.
Dr. Alexandre Pacchioni,
TSA – SBA. Co-responsável
pelo CET do Hospital das Clínicas
de Ribeirão Preto – USP.
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 25
Artigo
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Venha viver Natal,
o
54º CBA
lhe espera!
A
cidade do Natal sediará de
10 a 14 novembro de 2007
no seu Centro de Convenções a expressão máxima da cultura, praticidade e ciência
anestesiológicas, anualmente promulgada, pesquisada e vivenciada
por milhares de anestesiologistas
e/ou pesquisadores
que militam neste
País-continente, o
54º
Congresso
Brasileiro de Anestesiologia (54º
CBA). Desta feita,
a temática escolhida pela SAERN e
pela Comissão Executiva responsável
pelo 54º CBA para
ser a pedra angular e o viés dos assuntos (cerca de
mil temas...) a serem discutidos sob
as mais diversas
formas didáticas,
foi “anestesia em
extremos etários”.
Em 1990, Natal foi
o palco do 37º CBA com participação de 1550 colegas anestesiologistas com apresentação de
189 temas-livres inscritos, sendo a
temática básica proposta “anestesia na 3ª idade”. Naquela época
não houve nenhum curso pré-con26 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
gresso; ainda não havia uso rotineiro de agulhas de fino calibre
para anestesia raquídea, diprifusor
computadorizado na opção pela
TIVA, nem monitorização mais
abrangente com capnografia e BIS
para avaliar a profundidade
anestésica; ainda não se falava da
importância da isomeria ou do
sevoflurano... Hoje preparamos
com esmero e entusiasmo um congresso de alto nível para 5 dias dedicados integralmente a um número triplo de participantes e convidados, além do maior teor científi-
co (cerca de 500 temas livres são
aguardados...)
Na escolha do formato das atividades científicas do CBA, optamos pela multiplicidade de métodos didáticos, visando facilitar o
aprendizado em um tempo relativamente curto. A diversidade dos
assuntos permitirá
abordagens diferentes tendo em vista a
profundidade científica e os avanços táticos e técnicos. As inscrições dos cursos e
workshops serão feitas on-line, através
do
site
(www.cba2007.com.br)
e estarão disponíveis
apenas para os participantes já inscritos
no congresso; os temas escolhidos são os
que têm despertado a
maior procura e interesse dos anestesiologistas, de acordo
com levantamento
realizado nos últimos
grandes eventos científicos do país.
Os Congressos de Dor e Reanimação terão salas distintas, com relevância dos assuntos a serem abordados em função de especificidade
dos temas em consonância com a
sua praticidade.
Independente das polêmicas
teológicas sobre a origem da vida,
o interesse maior da anestesiologia
é o bom e o adequado atendimento
ao(à) paciente, desde a sua curta
passagem pelo útero materno (semanas) até a idade máxima permissível em função do nosso atual
arcabouço orgânico (em torno dos
120 anos). Assim, a maioria dos
assuntos e das técnicas modernas
a serem estudados e discutidos envolverá a anestesia obstétrica, inclusive a cirurgia intra-uterina;
anestesia pediátrica, envolvendo
recém-nato, lactente, escolar; anestesia geriátrica ou gerontológica
marcada pelas comorbidades,
como também anestesia de cirurgias correlatas na criança e no idoso, como oftalmológica, cardiológica, ortopédica, urológica, oncológica, plásticas, geral, transplantes, além do seu eventual atendimento em resgate ou na UTI.
Além disso, haverá congressos
concomitantes para análise do tratamento multidisciplinar da dor
aguda ou crônica, como também
para atualização nos mais modernos métodos de ressuscitação
cardiorespiratória.
Entendemos que o bom atendimento à criança começa com uma
anestesia obstétrica de ponta onde
o anestesiologista participa ativamente na equipe cirúrgica lado a
lado com o obstetra, o neonatologista e a enfermagem, garantindo a melhor qualidade no atendimento à parturiente e ao recémnascido. Atualmente, defeitos congênitos exigem atendimento anestésico-cirúrgico cada vez mais precoce (mielomeningocele, hidrocefalia, hérnias, pé torto, etc ), quiçá
até com indicação de cirurgia intrauterina sob anestesia geral. Serão
destacados o incremento e os bons
resultados de bloqueios anestésicos
espinhais e analgesia pós-operatória na anestesia pediátrica.
Segundo o IBGE, o Brasil está
envelhecendo rapidamente: a ida-
de média de 42 anos no início do
século passado já atinge 72 anos
nos dias de hoje; os atuais 9,1% da
população (15 milhões), tornar-seão 16% em 2030, já que a população cresce e envelhece de maneira
geométrica e constante! Não sendo objeto da anestesiologia atuar
na medicina preventiva na busca
de um sábio envelhecimento –
movimentar-se sempre, comer
pouco, amar no sentido amplo da
palavra e gerenciar o estresse –
compete-lhe a obrigação de conhecer e acompanhar com profundidade as comorbidades no processo inexorável de envelhecer, bem
como o estabelecimento de prognóstico nos diversos aspectos clínico-cirúrgicos em função do ato
anestésico. Conhecimentos gerontológicos e geriátricos facilitarão a
inclusão do anestesiologista no rol
dos profissionais médicos compromissados na redução do processo involutivo que a idade avançada promove. Identificar na visita ou na consulta pré-anestésica
fatores mórbidos agravantes como os hormonais (hipotireoidismo, menopausa, andropausa),
metabólicos (diabetes, dislipidemias, obesidade), cardiovasculares
(hipertensão, insuficiência coronariana, disritmias), respiratórios
(resfriados, bronquite asmática,
enfisema), osrteoarticulares (osteoporose, artrose, artrite), neurológicos (parkinson, insônia, demências), psiquiátricos (depressão, estresse, fobias), oncológicos
(próstata, mama), cinéticos (disfunção renal, cirrose, anemia), oculares (glaucoma, catarata), dentre
outras morbidades concomitantes,
sempre ajuda no estabelecimento
de um risco cirúrgico pertinente.
Aliás, rejuvenescer não é possível
(o relógio biológico não retroage);
sendo que a morte é uma das verdades absolutas, a única maneira
de evitar a velhice e suas comorbidades seria morrer cedo, o que
não é uma boa solução...
Como dizia o escritor latino
Juvenal “Mens sana in corpore sano”...
Na busca de um corpo “sarado”,
a situação geográfica de Natal oferece oportunidade única para
busca e preservação da saúde,
exercício na arte do bem viver
nestes poucos dias de Congresso...
Região tropical com o Deus sol
sempre à disposição para melhorar os humores, mesmo os mais
lúgubres, pois neste clima privilegiado daqui estamos respirando o ar mais puro da América latina, segundo a NASA. Praias cinematográficas com água a 23º C
convidativa ao banho (massagem
analgésica sem ônus...); natureza
exuberante com paisagens paradisíacas como a exposta à contemplação no por-do-sol sobre o rio
Potengi, mirando-se da Pedra do
Rosário; comidas saborosas e variadas, um desafio ao mais refinado paladar, a não ser que tenha
alergia a camarão e à carne de
sol...; passeios nas dunas com ou
sem emoção; dança de forró “péde-serra”, danças de salão ou discoteca à noite. Tudo isto ajudará
a memorizar os novos conceitos
estudados da técnica e tática
anestésicas, todos já amplamente
discutidos, seja nas salas de aula,
seja nos temas livres e posters durante o congresso, pois todos os
hotéis estão localizados na Via
Costeira onde a brisa do mar ajudará a embalá-los em sono reparador e com sonhos (fase REM)
para consolidação da memória ...
uma verdadeira profilaxia da
“síndrome de burn-out” do profissional anestesiololgista.
Viva a beleza da cidade do Natal com intensidade que merece e
desfrute a hospitalidade do(a)
natalense na busca do seu merecido lazer.
Dr. Nilton do Vale
Presidente da Comissão
Científica do 54º CBA
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 27
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28 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
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Xênia Frinhani T. de Miranda
ADJUNTO
Aderson Eustáquio Barbosa Aguiar
Ana Carla Cavalcante Silva
Ana Paula Fonseca Braz Fernandez
Anibal Francisco M. Zegarra
Elson Antonio Athaydes
Evandro José da Silva Vitta
Frederico Augusto Soares de Lima
Jária Pereira Ricardo
Luciana Paula Silva Pires
Marcília Regina G. de Oliveira
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 29
Maxwellk da Silva Melo
Michelle Reis de Lucena
ASPIRANTE
Alessandra de Carvalho Ministro
Alessandra Rezende Faria
Alexandre Fabricio Martucci
Alexandre Nunes Cavalcante
Alexandre Takeda
Alexandre Ximenes Ponte Lima
Aline Cristina Pantojo Rodrigues
Alisson Diorgens Amaral Gondim
Alisson Rodrigo R. Sillete de Melo
Amanda Ambrósio da Silva
Ana Carolina B. S. da Silveira
Ana Carolina Lemos
Ana Luíza André Ciríaco
André Hosoi Rezende
André José Arrigoni Gomes
André Luiz Gonçalves Moreira
André Marques Mansano
Andreia Barreto Mainardi
Andressa Corrêa dos Santos
Anelize Cristina Torrichelle
Aníbal Costa Filho
Antonio Celso G. de S.Barros Filho
Antônio Fernandes de Souza Lima
Antonio Lucas Binda Junior
Antonio Santo Biancardi Junior
Arabela Lúcio Jacóme Britto
Bianca Amado de Melo
Bianca Lindenberg Braga Nobrega
Bianca Quadros Achcar
Breno Leonardo de A. Mendonça
Bruno Emanuel Oliva Gatto
Bruno Gusmão de Oliveira
Bruno Luis Silva de Oliveira
Bruno Netto Figueiredo
Bruno Ribeiro Alves da Silva
Bruno Ricciardi Silveira
Bruno Vilanova
Cairo Ferreira Aleixo de Paula
Camerine Domingues da Silva
Camila Bartholo Soccio de Souza
Camila Christo Fani Bumachar
Camila de Melo Matos Lins
Carla Braga e Silva
Carlos Alberto Magno
Carlos Augusto Dias de Freitas
Carlos Furtado Macedo
Carlos Gustavo Silva Katayama
Carolina Baeta Neves D. Ferreira
Carolina Nacevicius Sposito
30 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
Carolina Neves Tavares
Carolina Silveira S. Rodrigues
Caroline Arroyo
Ceciliane da Silva Fares
Cecílio Faria Lima
Cejana Stephanie Pires
Celso Augusto Martins Parra
César Lopes Gibara
César Tadao Utzumi
Chiara Scaglioni Tessmer
Christiane Leal Torreiro
Cintia Gomes da Silva
Clayton Augusto de O. Ribeiro
Cristiana Machado Moraes
Daiana Ciléa H. Nascimento
Daniel Adans Wenzinger
Daniel Daudt Santos
Daniel Gioielli de Castilho
Daniel Guen Natsumeda
Daniel Liuson
Daniel Regis D Albuquerque
Daniel Sanchez
Daniel Veloso Viana Bomfim
Daniela Cristine Morais da Silva
Daniela Pinho Ferreira
Daniela Renzi
Daniele Alves de Oliveira
Daniele Oliveira Barros
Dante Moore Almeida Leite
Davidson Barbosa Assis
Dayene Baía Silva
Demócrito Ribeiro de Brito Neto
Denise Tavares da Silva
Deyvid Santos da Cruz
Diana Pierre Quental
Dilson Resende Buzatti Filho
Diogo Barros Fagundes
Diogo Bruno Pontes de Oliveira
Edilson da Silva Júnior
Edmilson Gomes de Oliveira Filho
Eduardo Heidi Fukusato
Eduardo Langreca Teixeira
Eduardo Rezende dos Santos
Eduardo Tanaka Otani
Eline Elke F. Soares Cavalcanti
Elio Ferreira de Oliveira Junior
Ezequiel Calou Silva Thé
Fabio Andre Barbosa Ivo
Fábio Gérson Sá Gabriel da Silva
Fabíola Alencar Vargas
Fabíola Prior Caltabeloti
Fabriccio Marini
Fabrício Chrystopher Yamamoto
Fabrício Portilho Silva Magalhães
Felipe Ribeiro da Silva Camargos
Fernanda Amado Bahia Gama
Fernanda Cristina Ilha Algarve
Fernanda Lourenço Furigo
Fernanda Moraes Ribeiro
Fernando Cassio de Andrade
Fernando Henrique dos S. P. Silva
Fernando H. M.de C.Zylbersztejn
Fernando Souza Nani
Fernando Tatsumi Okano
Flávia Athayde Veloso Madureira
Flavio Seino da Costa
Francisco Jose Chiaradia Davolos
Frederico Roriz Bressan
Gabriela Cury Thiesen
Gabriela Mello dos Santos
Gastão de Mattos Muller Neto
Germana Lopes do Nascimento
Germano Pinheiro Medeiros
Germara Lopes do Nascimento
Gilberto Murara da Veiga
Gilberto Orlando de A. Portela Jr.
Glênio Bitencourt Mizubuti
Gustavo Galhardo Kapps
Gustavo Kleber Kern
Gustavo Tonazio Ramalho
Hebert Nogueira Duarte
Héctor Arturo Phillips Lopez Junior
Helga Bezerra Gomes da Silva
Hellen Bedim Bonin
Henrique Kozuki
Hilloa Rodrigues Pereira
Humberto Olderige J. de Siqueira
Humberto Pires T. Jerônimo Leite
Humberto Sérgio de Oliveira
Igor Neves Afonso Castro
Igor Peixoto Rabelo Naves
Isaac Adriano Cavalcante Ribeiro
Izabela Fortes Lima
Jemenes Henrique Lopes Lima
João Alexandre Dias e Santos
João Luiz Borges do Vale
João Paulo Furtado Maduro
João Victor Lopes Damasceno
Joel Gianelli Paschoal Filho
Joni Shiguenori Saito
José Alex de Oliveira Souza
José Arnaldo Borges de Carvalho
José Gabriel Pavão Battaglini
Jose Luiz Dias Nogueira
José Marcelo Campos de Menezes
José Márcio Costa Marques Júnior
Juan Carlos Melgarejo Arzuza
Juliana Cavalhieri Silveira
Juliana Pardo Sardinha
Juliano Lopes Segura
Kátia Ferreira de Oliveira
Kelly Komuro
Kiara Falcão Miclos
Laelson Soares Moreira
Larissa de Oliveira Cortez Pereira
Larissa Goveia Moreira
Larissa Marzullo Maiolino
Lena Maria Mukai Verri
Leonardo Henrique Cunha Ferraro
Leonardo Pimpão Blume
Leonardo Saraiva G. de Oliveira
Letícia Bulhões Guimarães
Letícia Cunha da Rosa
Leticia Lunardi Rocha
Lidia Strate Bolfe
Lilian Marques Nogueira
Lívia Pereira Miranda Prado
Lorena Maria Fonseca
Lucas Cardoso de Andrade
Lucas Coutinho de Sá Oliveira
Lucas Perrone Gomes
Luciana de Souza Cota Carvalho
Luciana Sales de Araújo
Luis Eduardo Cunha
Luis Fernando Regis Simões
Luiz Felipe Clementi Charles
Luiz Henrique do Carmo Júnior
Luiz Henrique Ide Yamauchi
Luiz Medeiros de Lima Filho
Maíla Fernanda Silva Pardi
Maira Lúcio Dornelas Soares
Manuela Tatsuko Satake
Marcel de Oliveira Cavalcanti
Marcel Henrique Ribeiro
Marcello Nobrega G. de Queiroga
Marcelo Henrique de S. Oliveira
Marcelo Nicacio Santa Cruz
Marcelo Puppin
Marcelo Simões
Marcelo Souza Xavier
Marcelo Waldir Mian Hamaji
Márcio França de Queiroz
Marcos Lopes Nalon de Queiroz
Marden Fernando Miranda Ramos
Maria Cecília Guimarães
Maria Inês Clemente Perestrelo
Maria Lucia Steula
Mariana Elisa Pinto De Lorenzo
Mariana Pace Boardman
Mariana Scalia Rodrigues
Marina Cardoso Machado
Marina Zerwes Vacaro
Matheus Fécchio Pinotti
Melina Cristino de Menezes Frota
Michel Lajner
Mirella Nascimento de Lima
Moana Florêncio Pontes
Monique C. Mattos de Mesquita
Muriel Grando
Nathalia Agostini Torres
Nelson Francisco de Freitas
Newton Teixeira Franco
Norberto Chella Junior
Olívia Maria Silveira Guedes
Omério Hauck da Silveira
Patrícia Dallago Chandoha
Patricia Moreira de Sousa
Patrícia Reis Iêred
Paula Cristina Leitão de Assunção
Paula Penido Martins
Paulo Lopes Riemma
Paulo Pinheiro Aguiar
Paulo Rodrigo de Abreu
Pedro Rocha Nardelli
Philippe Albert Planard
Priscila Rivoli Kiyohara
Priscilla Antunes de Almeida
Priscilla de Souza Luz
Rachel de Oliveira Gomes
Rachel do A. R.Araújo Vieiralves
Rafael A. Fusco A.Cammarosano
Rafael Barra de Oliveira
Rafael Cechet
Rafael de Macedo Coelho
Rafael Sandri Hellú
Rafaela Olimpio Ribeiro
Renan Monteiro Olórtegui Alban
Renata Oliva Rosa
Renato da Costa Xavier
Renato de Figueiredo Cisne
René Queiroga Barbosa
Ricardo Andrade Alexandrino
Ricardo Carbonera Boschin
Ricardo Daniel Beneti dos Reis
Ricardo Turatti Miranda
Roberta Assumpção Cartafina
Rodrigo Andraus da Silva
Rodrigo Augusto Marques Bezerra
Rodrigo dos Reis Ferreira
Rodrigo Emanuel Faria
Rodrigo M. dos Santos Laia Franco
Rodrigo Suzuki
Rogério Augusto de Queiroz
Rólison Gustavo Bravo Lelis
Roniclever Moro
Rosabela Fátima Pereira Ribeiro
Samara Vaz Carneiro
Sandra Zucchi de Moraes
Sang Ken Kim
Sara Rocha Barreira
Sílvio Ramalho de Moraes
Simone Furukawa C. Gaspar
Talita Oliveira Dias dos Santos
Tatiana de Souza Romero
Tatiana Goldgaber Borges
Tatiana Kumonda Shibata
Tatyanne Frique Ferreira
Thiago Alves Rodrigues
Thiago Caetano Peixoto
Thiago Côrtes Sampaio
Thiago Fonseca Schuch
Thiago Matos Gomes
Thiago Nouer Frederico
Tiago Guimarães Andrade
Tiago Mallmann
Ticiano Gonçalves de Oliveira
Tomaz Gonzales Passos Estrela
Túlio Faria Auricchio
Ulisses Pinto Ferreira
Valéria Guidotti Corrêa de Oliveira
Victor Antonio Teixeira Alves
Victor Botecchia Passamani
Victor Emanuel Puppin Pinto
Vinicius Laguardia de Moura
Vinicius Messias Nogueira
Vitto Bruce Salles Alves Fernandes
Wilson de Oliveira Costa Jr.
York Lopes de Oliveira Júnior
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 31
Depoimento
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
A menina que
roubou a morte
Este é um relato verídico de uma história de sucesso de reanimação
cardiorrespiratória, ocorrida em Recife-PE, com a Dra. Renata Monteiro,
anestesiologista do Instituo Materno Infantil Professor Fernando Figueira.
Renata Monteiro*
Nota da Editora
E
ra um dia chuvoso de março, literalmente as águas de
março fechando o verão
nordestino de 2007. Me sentia extremamente cansada e estressada
naqueles dias em particular. Pedi
a uma colega que me substituísse
nas cirurgias eletivas que teria
naquele dia e resolvi iniciar o dia
relaxando, com exercícios físicos.
Às 5:20 da manhã, estava correndo na esteira da academia de
ginástica, quando uma colega obstetra, chamou-me a atenção, mostrando que uma pessoa acabara de
cair ao chão. Sem demora, abandonei o equipamento de ginástica
e corri em sua direção para prestar os primeiros socorros. Ao
examiná-lo observei que encontrava-se inconsciente, sem respiração
espontânea, com liberação de esfíncter (urina) e sem pulso central.
No mesmo instante iniciei as manobras de reanimação juntamente com professores e outros médicos que se encontravam no local.
Realizamos massagem cardíaca
externa e respiração boca a boca
por aproximadamente 20 minutos. Durante a reanimação solicitei material de reanimação; no entanto, a academia não dispunha de
nenhum tipo de equipamento, nem
um simples cilindro de O2 ou o essencial desfibrilador. Algumas
pessoas que se encontravam no
local sugeriram levá-lo ao hospital; no entanto, adverti que o
paciente encontrava-se em parada cardíaca, o que tornava inviável
o seu transporte naquele momento. Solicitei atendimento de resga-
32 - Anestesia em revista - maio/junho, 2007
te e rezei para que chegasse logo....
rezei muito. Apesar de sentir o desânimo na face de algumas pessoas que se encontravam na academia, não pensei nenhum momento em desistir.
Em aproximadamente 20 minutos chegaram ao local o SAMU e a
ambulância do Hospital Especial,
com médicos e paramédicos. O médico da ambulância, já ciente do
quadro, subiu as escadas da academia com o desfribilador em mãos.
Foi realizada desfibrilação cardíaca, sem sucesso inicial. Simultaneamente foi puncionada uma veia periférica, administrada adrenalina e
realizada nova desfibrilação, quando houve reversão do quadro, com
retorno de pulso carotídeo. Realizamos entubação endotraqueal e ventilação com AMBU e oxigênio suplementar. Neste momento, acionamos
um hospital privado a fim de deixar
preparada uma equipe de hemodinâmica. Sabia que não poderia
mais interromper o meu trabalho
de salvar aquele homem. Acompanhei-o na ambulância e, no trajeto
ao hospital, sempre de olho nos
monitores que me apontavam uma
saturação de 98% e freqüência cardíaca de 80 a 90 bpm, vislumbrei a
luz no final daquele túnel: meu paciente finalmente retornava à consciência, abria os olhos e iniciava os
seus movimentos respiratórios de
forma espontânea. Chegando ao
hospital, a equipe de hemodinâmica
estava pronta para recebe-lo e o
eletrocardiograma evidenciou um
enfarto agudo do miocárdio. Na sala
de hemodinâmica, foi diagnosticada
uma obstrução de 95% da artéria
descendente anterior. Prontamente
foi realizada a angioplastia, com colocação de “stent”.
Ao saber que duas horas após
o incidente o paciente encontravase “curado”, fiquei emocionada e
agradeci a Deus a possibilidade de
ter ajudado aquele colega a continuar a sua vida.
Vinte e quatro horas após o
atendimento, encontrei-o na UTI,
sentado, lendo uma revista, como
se nada tivesse acontecido, exceto
por uma forte dor muscular na região torácica. Dores do meu ofício,
pensei eu.
Para arrematar esta história, o
tal paciente também era um colega de labuta na arte de curar, um
resgatador de vidas, que continua
de forma mais do que nunca brilhante na sua missão de dar vida
aos olhos dos seus pacientes. É um
oftalmologista, que segue a trazer
luz e alegria, onde antes havia trevas e tristeza.
De todas as lições que recebi da
vida, esta, sem dúvida, foi das
mais bonitas e enriquecedoras. E
tenho somente a agradecer ao
bom Deus pela oportunidade que
me deu de exercer e cumprir, com
eficiência e zelo, o juramento que
fiz na conclusão do meu curso
médico.
Renata Monteiro
Comunicação pessoal
Anestesia em revista - maio/junho, 2007 - 33
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Calendário Científico
2007
AGOSTO
02 A 04 – XXXII JORNADA DE ANESTESIOLOGIA DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO (JAERJ)
I RIODOR - I JORNADA DE DOR DA SOCIEDADE DE
ANESTESIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
HOTEL GLÓRIA - RIO DE JANEIRO - RJ
24 A 25 – 13ª TEORIA E PRÁTICA DA ANESTESIA REGIONAL E CONTROLE DA DOR
SÃO PAULO - SP
31 A 01 DE SETEMBRO – JORNADA CEARENSE DE ANESTESIOLOGIA – JOCAN
FORTALEZA - CE
SETEMBRO
07 E 08 - 38a JORNADA DO BRASIL CENTRAL DE ANESTESIOLOGIA
PALMAS / TOCANTIS
13 A 15 - XXXII - JORNADA NORTE-NORDESTE DE ANESTESIOLOGIA
ARACAJU / SE
NOVEMBRO
15 A 19 - 55º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
SÃO PAULO / SP
2009
NOVEMBRO
56º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
SALVADOR / BA
2010
NOVEMBRO
57º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
GRAMADO / RS
2011
13 A 15 – XV JAEPE - JORNADA DE ANESTESIOLOGIA DO
ESTADO DE PERNAMBUCO - SUMMERVILLE BEACH
RESORT NA PRAIA DE PORTO DE GALINHAS - RECIFE - PE
NOVEMBRO
58º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
FORTALEZA / CE
26 A 29 – CONGRESSO ARGENTINO DE ANESTESIOLOGIA
SALTA - ARGENTINA
2012
28 E 29 – JORBA – JORNADA BAHIANA DE ANESTESIOLOGIA
SALVADOR - BA
OUTUBRO
13 A 17 – ASA ANNUAL MEETING
SAN FRANCISCO - EUA
NOVEMBRO
59º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
A DEFINIR
2013
NOVEMBRO
60º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
ARACAJU / SE
NOVEMBRO
10 A 14 - 54º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
NATAL / RN
OBITUÁRIO
20 A 24 – CONGRESSO CLASA 2007
CANCUN - MEXICO
Nome
Matr.
Regional
00307
00129
15672
02394
SAESP
SAEPE
SAESP
SARGS
2008
MARÇO
2 A 7 - 14TH WORLD CONGRESS OF
ANAESTHESIOLOGISTS
CAPE TOWN – SOUTH AFRICA
EMAIL: [email protected]
INTERNET: http://www.wca2008.com
Dr. Jorge de Almeida Bello
Dr. Paulo Cabral Bittencourt
Dr. Sandro Dugnani
Dr. José Amilton Garcia Acosta
Manual
de Fármacos
em Anestesia
Você poderá fazer o
download do Manual de
Farmácos em Anestesia para
o seu Palm. Para tanto, siga
as instruções constantes do
Portal da SBA.
(www.sba.com.br)

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