NO BRASIL
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/? ri//, i/0 Boi. >n Zool. - ••• -i e Bioh Mar.. N.S., f f ».•• .76», pp. 553-566, São Paulo, W7-i dWSTACBà L l B R A f SIIIITHSOHXAS I * - i . RETUBM TO V^' MARCUSIAXIUS LEMOSCASTROI, g.n., sp.n., NOVA OCORRÊNCIA DA FAMÍLIA AXIIDAE (CRUSTACEA, DECAPODA, TH ALASSINIDE A ) NO BRASIL HELCI A N A DE C A R V A L H O e SÉRGIO DE A L M E I D A RODRIGUES D e p t . 0 de Z o o l o g i a do I n s t i t u t o de B i o l o g i a s i d a d e F e d e r a l da B a h i a . da Univer- RESUMO O m a t e r i a l , u m m a c h o adulto, f o i c o l e t a d o d u r a n t e u m a das c a m p a n h a s do N a v i o O c e a n o g r á f i c o A l m i r a n t e S a l d a n h a à costa n o r t e do Brasil, no l i t o r a l do A m a p á ( D r a g a g e m 313 D H N , c o o r d e n a d a s : 03°40'N e 49°55,5'W) e nos f o i e n t r e g u e p a r a e s t u d o p e l o D r . A l c e u L e m o s de C a s t r o . O a n i m a l a p r e s e n t a as s e g u i n t e s c a r a c t e r í s t i c a s : r o s t r o t r i a n g u l a r , m a i s l o n g o do q u e l a r g o , r e c o b r i n d o c o m p l e t a m e n t e os o l h o s ; l i n h a talassínica a u s e n t e ; p e d ú n c u l o s o c u l a r e s t o t a l m e n t e r e c o b e r t o s pelo r o s t r o r e p o u s a n d o e m u m a d e p r e s s ã o dorsal do s e g m e n t o basal da a n t ê n u l a ; olhos r e p r e s e n t a d o s por 5 o m a t í d e o s situados na m a r g e m e x t e r n a p r ó x i m o à e x t r e m i d a d e distai do p e d ú n c u l o ; espinho a n t e n a r m ó v e l e a r t i c u l a d o no â n g u l o e x t e r n o da m a r g e m a p i c a l do 2.° a r t í culo a n t e n a r ; 3.° m a x i l í p e d e - p e d i f o r m e c o m os a r t í c u l o s subcilíndricos. P r i m e i r o s p e r e i ó p o d o s i g u a l m e n t e d e s e n v o l v i d o s ; 3.° p e r e i ó p o d o c o m p r o p o d u s a c h a t a d o e o v a l e os d e m a i s a r t í c u l o s s u b c i l í n d r i c o s : u r ó p o d o s m a i s l o n g o s do q u e o telso e d e s t i t u í d o s de sutura t r a n s v e r s a l ; telso m a i s l a r g o do q u e l o n g o . A F a m í l i a A x i i d a e c o n t é m , a t é o presente, sete g ê n e r o s . O nosso m a t e r i a l é p r o n t a m e n t e s e p a r a d o de Axiopsis, Oxyrhynchaxius e Calocaris p e l a ausência de sutura t r a n s v e r s a l nos urópodos. Separa-se de Cytoleptus, Axius e Meticonaxius pelo a s p e c t o dos olhos, e x t r e m a m e n t e r e d u z i d o s ; por este m e s m o c a r á t e r a s s e m e l h a - s e a Anophathalmaxius, m a s n e s t e g ê n e r o , os olhos e n c o n t r a m - s e c o m p l e t a m e n t e ausentes. MARCUSIAXIUS LEMOSCASTROI, FAMILY AXIIDAE (CRUSTACEA. n.g., n.sp.. DECAPODA, N E W OCCURRENCE OF T H E T H ALASSINIDE A) IN BRAZIL ABSTRACT the Número de seu T h e m a t e r i a l , an a d u l t m a l e , w a s c o l l e c t e d d u r i n g a v o y a g o O c e a n o g r a p h i c ship A l m i r a n t e S a l d a n h a , to t h e n o r t h coast especial em magistério. homenagem ao Prof. Dr. Paulo Sawaya. no ano of of jubilar 554 H. A. CARVALHO e S. .4. RODRIGUES Brasil, l i t o r a l of A m a p á ( d r a g a g e 313, D H N , 03°40'N and and vvas brought to us by D r . A l c e u L e m o s de C a s t r o . 49°õõ.5 , W> T h e a n i m a l presents the f o l l o v v i n g c h a r a c t e r i s t i c s : t r i a n g u l a r rost r u m l o n g e r than w i d e , c o v e r i n g t h e e y e s c o m p l e t e l y , thalassinic line absent, o c u l a r peduncles c o v e r e d t o t a l l y by the r o s t r u m , b y i n g in a dorsal depression of t h e basal s e g m e n t of t h e a n t e n n u l a ; e y e s r e p r e sented by f i v e o m a t i d i a loeated in t h e e x t e r n a i m a r g i n close to t h e distai end of t h e peduncle. M o b i l e a n t e n n u l a r spine a r t i c u l a t e d o n t h e e x t e r n a ] a n g l e of t h e apical m a r g i n of the second a n t e n n u l a r a r t i c l e ; third m a x i l i p e d p e d i f o r m w i t h s u b c y l i n d r i c a l a r t i c l e s ; first p r r e i o p o d s e q u a l l y d e v e l o p e d ; third p e r e i o p o d w i t h t h e p r o p o d u s f l a ttened and o v a l and the f o l l o w i n g a r t i c l e s s u b c y l i n d r i c a l ; u r o p o d s a r e l o n g e r than the telsum and w i t h o u t t r a n s v e r s a l s u t u r e s ; t e l s u m is wirler than l o n g . T h e F a m i l y A x i i d a e up to n o w has s e v e n g e n e r a ( D e Man, 1925). Oui' m a t e r i a l is p r o m p t l y s e p a r a t e d f r o m Axiopsis, Oxif)iii/uch((,sin,s. and Cnlocmis by the absence of the t r a n s v e r s a l suture in the uropods. It is not Cijtoleptu.s, .4,ní/.sL and Metieona.rius by t h e aspect. of the e x t r e m e l y reduced e y e s ; and f o r the s a m e aspect it is n e a r to the AiwjihafJuilmu.rius, but, in this genus, t h e e y e s a r e c o m p l e t e l y absent. M A T E R I A L EXAMINADO Procedência Litoral do Amapá (03"40'N e 49'55,5'W). Dragagem n. 313 D . H . N . ; Leg. Dr. Alceu Lemos de Castro; um exemplar macho conservado no Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia. DADOS NUMÉRICOS Comprimento total do animal (inclusive quelípodos maiores) 59 mm; comprimento total do corpo (do rostro ao telso) 43 mm; comprimento da carapaça (inclusive o rostro) 15 mm; largura da carapaça 9 mm; comprimento do abdome (inclusive o telso) 28 mm; porção mais larga do abdome 10 mm; comprimento do telso 3,5 mm; largura do telso 5 mm. DESCRIÇÃO A carapaça (fig. 15) possui 1 3 do comprimento total do animal, alcançando sua maior largura na região branquial, que é ovalada e entumescida. O rostro (Fig. 14) triangular, um pouco mais longo do que largo, ultrapassando, levemente o segundo artículo da antena; recobre completamente os olhos que repousam sobre o artículo basal da antênula; os bordos laterais são ligeiramente convexos e a super- Ocorrência da Família A.riiiiac no Brasil 555 fície dorsal ligeiramente côncava; apresenta ainda uma elevação mediana, triangular, de ápice ponteagudo, não alcançando porém o seu ápice. As margens frontal e lateral, bem como, a superfície láterodorsal do rostro, apresentam densas fileiras longitudinais de cerdas A margem anterior da carapaça possui uma reentrância na região antenar de onde parte um sulco que se encurva para cima terminando abaixo e atrás do rostro; a margem anterior da carapaça continua-se com a margem lateral pelo ângulo ântero-lateral; a margem lateral apresenta uma fileira de cerdas em toda sua extensão e se continua com a margem posterior através do ângulo póstero-lateral; a margem posterior, levemente côncava, apresenta bilateralmente, um distinto sinus. Um sulco que termina próximo ao sinus corre paralelamente às margens lateral e posterior. O abdome, inclusive o telso, tem duas vezes o comprimento da carapaça. O 6." segmento do abdome é o mais longo, enquanto que o 2." é o mais largo; o 1." segmento é o mais curto. O 2." segmento tem 4 5 do comprimento do 6." segmento; o 5." segmento é mais longo do que o 3." segmento e o 4." segmento é duas vezes mais longo do que o 1." segmento e um pouco mais curto do que o 3." segmento. O primeiro segmento do abdome, em forma de sela, apresenta um espinho na superfície da pleura, próximo à margem lateral; encontra-se na pleura uma fileira de dez setas, implantadas em covas circulares, dispostas da margem posterior à margem anterior, no limite da pleura com o tergo. O 2." segmento do abdome, mais largo do que longo, é liso na superfície dorsal; apresenta a margem anterior e a margem posterior franjadas de cerdas desde o ângulo póstero-lateral que é convexo. A margem lateral, próximo ao ângulo anterior, mostra uma fileira longitudinal de setas, implantadas em círculos em forma de covas; a superfície da pleura possui um sulco que corre paralelo às margens anterior, lateral e posterior e na região do ângulo pósterolateral apresenta uma fileira de setas com a mesma implantação das descritas anteriormente. O 3." segmento do abdome apresenta na superfície dorsal, próximo à margem posterior, tufos de cerdas; o tergo é separado da pleura por um sulco. A pleura, na região anterior apresenta uma depressão bordeada posteriormente por uma franja de cerdas finas e uma fileira de 8 setas rígidas implantadas em covas circulares. As margens lateral e posterior são franjadas de cerdas. O 4." segmento abdominal é o mais viloso, sendo o arranjo das cerdas característico. A pleura curva-se regularmente para trás como nos 3." e 5." segmentos. O tergo tem a sua metade distai densamente coberta 556 H. A. CARVALHO e S. .4. RODRIGUES de cerdas flexíveis e sedosas, distribuídas irregularmente. A pleura apresenta as suas margens anterior, lateral e posterior franjadas de cerdas, continuando-se esta franja pela margem posterior do tergo; a pleura apresenta, ainda, a mesma depressão e a mesma fileira de setas descrita para o 3.1 segmento abdominal. O 5." e o 6." segmentos não apresentam cerdas sedosas como nos 3." e 4.° segmentos. O 5." segmento apresenta, ainda, a depressão com a fileira de setas na porção anterior da pleura como nos 3." e 4." segmentos. Franjas ocorrem nos bordos anterior, lateral e posterior. O 6." segmento é liso. A pleura apresenta uma fileira de setas, implantadas em covas arredondadas, que corre um pouco acima e paralela à margem lateral até além da metade distai. Exibe 2 fileiras transversais de cerdas paralelas à margem posterior. Entre as 2 fileiras transversais, na margem lateral, sai um tufo de cerdas e no ângulo póstero-lateral sai um tufo de cerdas tão longas quanto o telso. A margem posterior apresenta uma reentrância na linha mediana. O telso (Fig. 21) é mais largo do que longo e tem a metade do comprimento do 6." segmento abdominal. A margem lateral é desarmada e reta; a margem posterior é convexa e apresenta nos seus 3 5 medianos cerdas longas e filiformes. O telso apresenta dorsalmente, na porção mediana um tufo de cerdas implantadas em uma depressão. Os pendúculos oculares (Fig. 16) passam quase despercebidos, sendo dorsalmente recobertos pelo rostro; alcançam a metade do segmento basal da antênula e repousam em uma depressão na sua metade proximal e dorsal; sua forma é subtriangular, cilíndrica na base e achatada distalmente. Os olhos estão representados por um pequeno grupo de omatídeos situados na margem externa próximo à extremidade distai do pedúnculo. O pedúnculo antenular, formado de três artículos, alcança o terceiro artículo da antena; o artículo basal é mais largo na metade proximal e possui uma depressão na superfície dorsal onde se encaixam os pedúnculos oculares; o 2.° artículo tem o mesmo comprimento do 3." e o 1." artículo possui 2,5 vezes o comprimento do 2.". Os flagelos alcançam além da metade do flagelo antenar. A antena tem seu pedúnculo formado por quatro artículos. O artículo basal é 2 vezes mais largo do que longo e apresenta, bem visível, na face externa, a abertura da glândula excretora. O 2." artículo é aproximadamente 2,5 vezes mais longo do que o artículo basal; Ocorrência da Família A.riiiiac no Brasil 557 o último artículo é a metade do penúltimo. O 2." artículo apresenta no ângulo externo da margem apical o espinho antenar, cujo vértice alcança a metade do 3.". Este espinho é articulado e apresenta na porção mediana e externa um tufo de cerdas. O flagelo é 2,5 vezes mais longo do que o pedúnculo e quase alcança a extremidade distai do dactilus do 1." pereiópodo. A mandíbula apresenta o processo incisivo destituído de dentes e o processo molar, pouco desenvolvido, é portador de dois pequenos dentes rombos. O palpo mandibular é robusto, formado por 3 artículos: o basal é tão longo quanto o segundo; o 3." é o mais longo sendo 2 vezes o comprimento do 2.°. Este mostra na margem distai e interna, um dente forte e rombo. O último artículo possui cerdas plumosas na margem externa e cerdas filiformes nas margens apical e interna (Fig. 1). Na maxilula a coxa é aproximadamente cilíndrica, apresenta na porção distai uma conspícua estrutura em forma de umbrela armada na face externa com um espinho de ápice recurvado e franjada de cerdas na margem apical. A base apresenta na margem distai uma dupla fileira de dentes e nas margens superior e inferior cerdas plumosas. O palpo, formado por 2 artículos, apresenta cerdas plumosas na margem interna; o 2." artículo, tão longo quanto o basal, apresenta na margem apical duas cerdas rígidas articuladas na base (Fig. 2). Na maxila, a coxa e a base são separadas e portadoras de enditos bilobados com suas margens densamente franjadas. O endopodito é simples terminado em ápice ponteagudo com cerdas plumosas nas suas margens. O escafognatito é bem desenvolvido e apresenta próximo ao ângulo posterior uma cerda longa e plumosa (Fig. 3). O 1." maxilipede tem a coxa de forma trapezoidal portadora de endito. A base apresenta um epipodito bilobado, sendo que o lobo inferior é um terço mais longo do que o superior, ambos com ápice ponteagudo. A base apresenta, ainda, um endito laminar e oval um terço mais largo e tão longo quanto o exopodito, com cerdas plumosas na margem interna. O endopodito é curto e formado de 2 artículos sendo o distai 2 vezes mais longo do que o basal. O exopodito, laminar, é aproximadamente 3 vezes mais longo do que largo; a porção distai é semi articulada e a margem apical apresenta cerdas longas e plumosas (Fig. 4). H. A. CARVALHO 558 e S. .4. RODRIGUES No 2." maxilipede, o dactilus íem aproximadamente a metade do propodus. O carpus, de íoirria retangular. é quase tão longo e tão largo quanto o dactilus e o isehium. O merus é cerca de 4 vezes mais longo do que largo e tem 4 vezes o comprimento do carpus; 6 mais longo do que o carpus, propodus e dactilus juntos. A margem inferior da coxa, do isehium, do merus e o ângulo distai interno do propodus são portadores de longas cerdas plumosas. A margem superior do propodus apresenta cerdas longas e plumosas em toda sua extensão e no ângulo superior e distai, uma escova de cerdas rígidas de bordo crenuiado; estas mesmas cerdas são encontradas na margem apical do dactilus. O exopodito é formado, apenas, por um artículo e vai com o seu ápice um pouco além cio terço proximal do merus. Há um epipodito destituído de lamela branquial que apresenta no terço proximal e margem inferior um lobo provido de cerdas (Fig. 5). No 3." maxilipede, o dactilus íem um terço do carpus; o propodus é 1,5 vezes mais longo do que o dactilus e íem 4 5 do carpus. O merus é um pouco mais longo do que o isehium. A coxa e a basis são nitidamente separadas. A margem superior de todos os artículos é lisa, com exceção do propodus que apresenta um tufo de cerdas no ângulo súpero-distal. O dactilus, estreitado na porção proximal apresenta cerdas filiformes nas margens apical e inferior; o propodus é 3,5 vezes mais longo do que largo, a margem inferior apresenta na região mediana uma escova de cerdas rígidas de bordos crenulados e na face interna, paralelamente à margem inferior e nesta, em toda sua extensão, cerdas longas, filiformes e flexíveis. A face externa é lisa e a face interna apresenta na porção proximal uma escova de cerdas rígidas de bordos crenulados (Fig. 6). A fórmula branquial é representada no quadro abaixo: Maxilipedes i Pereiópodos 2 1 2 3 4 5 - - - — Pleurobranchiti Ari robranchia r Podobranchia (r) podobranchia rudimentar (*) a l é m da p o d o b r a n c h i a 2 2 2 2 2 r V := p- i* ,. repre:sentada, apenas, normal existe uma por uma d e l g a d a longa e delgada lamela. lamela (fig. 10). Ocorrência da Família A.riiiiac no Brasil 559 Os primeiros pereiopodos (Fig. 7) são iguais e vão com o ápice do dactilus um pouco além da extremidade distai do flagelo antenar. Os dedos (Fig. 8), quando fechados, deixam três espaços formados nas regiões desarmadas dos bordos cortantes. As extremidades distais se cruzam. O dactilus é tão longo quanto o dedo fixo e mais largo do que o carpus. O merus é quase duas vezes mais longo do que o carpus. O terço distai do dactilus é liso e encurvado. O bordo cortante apresenta na região proximal dois dentes rombos; a margem superior é lisa e a face externa apresenta uma carena longitudinal com tufos esparsos de cerdas. O dedo fixo possui pequenos dentes rombos, um grande e encurvado, no terço proximal, e um menor na porção mediana do bordo cortante; apresenta na face externa uma carena longitudinal com tufos esparsos de cerdas. No ângulo interno, formado pelos dois dedos, existe um tufo de pequenas cerdas; o bordo inferior apresenta, também, tufos de cerdas. A palma é um pouco mais longa do que o dactilus, com a margem superior lisa e a inferior com cerdas. A face externa apresenta uma carena longitudinal com tufos esparsos de cerdas próximo à margem inferior, que se continua pelo dedo fixo. A porção proximal da palma é mais larga do que a porção distai. O carpus tem a margem superior reta e mais longa do que a inferior; a margem inferior é curva e a porção distai é duas vezes a largura da porção proximal. O merus tem a margem superior convexa e lisa, a margem inferior é reta com tufos esparsos de pequenas cerdas e com um espinho bem proeminente na porção mediana; apresenta uma depressão na porção distai, próximo à articulação com o carpus; a porção mediana tem quase duas vezes a largura da porção proximal e da distai. O ischium, de forma retangular, é pouco mais longo do que largo; a margem superior é lisa e a margem inferior apresenta pequenas cerdas e um dente rombo na extremidade distai; base e coxa são distintas; a base apresenta cerdas na margem inferior. No 2." pereiopodo (Fig. 9) o dactilus tem a forma de foice e é levemente mais longo do que o dedo fixo; o carpus é tão longo quanto o propodus; o merus é quase duas vezes mais longo do que o carpus e quatro vezes mais longo do que o ischium; o dactilus é encurvado, o bordo superior mais longo do que o inferior, a metade proximal do bordo cortante é côncava e a metade distai apresenta uma fileira de dentículos. A margem superior apresenta o terço proximal liso e os 2 3 distais com cerdas longas e filiformes; a face externa, nos 2 j 3 distais próximo à margem superior, apresenta uma depressão oval com 560 H. A. CARVALHO e S. .4. RODRIGUES cerdas curtas e filiformes. O dedo fixo, mais curto do que o dactilus, apresenta o bordo cortante serrilhado e a margem inferior levemente serrilhada com cerdas filiformes; na face externa, próximo ao bordo superior, há um tufo de cerdas. A palma, levemente mais larga do que longa, apresenta nas margens superior e inferior cerdas longas e filiformes, as faces interna e externa apresentam tufos esparsos de cerdas curtas, implantadas em pequenas depressões. O carpus se alarga na margem distai sendo esta duas vezes mais larga do que a margem proximal; o bordo superior apresenta tufos esparsos de cerdas e o bordo inferior, levemente serrilhado na metade distai, apresenta uma fileira de cerdas longas e o terço proximal liso; a face externa apresenta, próximo aos ângulos distais, inferior e superior, uma curta fileira de cerdas. O merus tem a margem superior lisa e a inferior ligeiramente convexa com longas cerdas filiformes; as faces interna e externa são lisas. O isehium, levemente mais longo do que largo, apresenta a margem superior lisa e a inferior com longas cerdas filiformes. Coxa e bassis são distintas. A bassis três vezes mais larga do que longa, apresenta um espinho na porção média da margem inferior. O 3." pereiopodo (Fig. 11) apresenta o dactilus 3,5 vezes mais curto do que o propodus; o carpus é 3 4 do propodus e quase a metade do merus e este é três vezes mais longo do que o isehium; o dactilus 1,5 vezes mais longo do que largo com a margem apical levemente cônica; a margem inferior apresenta cerdas, a face interna é lisa e a face externa apresenta duas fileiras longitudinais de cerdas curtas. O propodus é oval, levemente mais largo do que longo; a margem inferior é bastante convexa e portadora de cerdas filiformes nos 2/3 distais; a margem superior é ligeiramente convexa e apresenta três tufos esparsos de cerdas na metade distai; a face externa mostra duas fileiras longitudinais de cerdas curtas, articuladas em pequenos tubérculos, partindo da margem basal até um pouco além do terço proximal, paralelas à curvatura da margem inferior; na metade distai, a superfície apresenta tufos esparsos de cerdas curtas. O carpus, de forma triangular, tem sua porção apical três vezes mais larga do que a porção basal do propodus; o bordo superior apresenta tufos esparsos de cerdas e a margem inferior um tufo de cerdas no ângulo apical. O merus é 4,5 vezes mais longo do que largo e sua largura proximal é a mesma da distai do isehium, sua margem distai é mais estreita do que a proximal e mais larga do que a margem proximal do carpus; as mar- Ocorrência da Família A.riiiiac no Brasil 561 gens inferior e superior apresentam no quarto proximal uma depressão de onde sai um tufo de cerdas. O ischium tem a margem inferior mais longa do que a margem superior; a margem inferior é lisa e a margem superior apresenta uma fileira de cerdas fortes e rígidas. O 4." par de pereipodo não é descrito por encontrar-se ausente em nosso exemplar. O 5." par de pereiopodo (Fig. 12) é subquelado. O dactilus (Fig. 13) apresenta a metade do comprimento do propodus e este é 1,3 vezes mais longo do que o carpus. O dactilus é falciforme, recurvado, côncavo na margem inferior e convexo na margem superior; a margem inferior apresenta os 3 4 distais armados com dentículos e o quarto proximal liso; a margem superior apresenta tufos densos de cerdas plumosas, na margem apical 2 stereocílios; a face externa apresenta duas cerdas fortes, pinadas e articuladas em duas covas elípticas na região mediana do terço distai. O propodus tem a margem apical mais larga do que a basal e apresenta no ápice da margem inferior um pequeno dedo fixo que apresenta no seu bordo preensil dentes rombos e três dentículos ponteagudos; a margem superior é lisa e apresenta na sua extremidade distai um tufo de cerdas; a face externa apresenta tufos densos de cerdas, na superfície da metade distai. O carpus, de forma triangular, com a porção distai três vezes mais longa do que a porção proximal, tem a margem inferior reta e a superior convexa. O merus é cerca de quatro vezes mais longo do que largo, tem a margem inferior lisa e a margem superior com cerdas curtas e esparsas. O ischium é tão longo quanto largo. Coxa e basis são distintas e ambas apresentam a margem superior com cerdas. O primeiro par de pleópodos (Fig. 17) é tipicamente masculino apresentando um só ramo formado por dois artículos; o artículo basal é cilíndrico e mais curto do que o distai; este é laminar e mais estreito na base, a margem interna apresenta um lobo na porção mediana e as margens apical e externa são levemente serrilhadas e com longas cerdas plumosas. O segundo par de pleópodos (Fig. 19) é birreme mais longo do que o 1.". O endopodito apresenta na porção mediana da margem interna um apêndice interno e o apêndice masculino, este duas vezes mais longo do que o primeiro. O protopodito é cilíndrico e três vezes mais longo do que largo. 562 H. A. CARVALHO e S. .4. RODRIGUES O terceiro par de pleópodos (Fig. 18) assemelha-se ao par anterior. O exopodito apresenta, apenas, o apêndice interno (Fig. 20), bem nítido, situado na região mediana da margem interna. O 4.° e 5." pares de pleópodos são iguais ao 3.". Os urópodos (Fig. 21) são mais longos do que o telso. O endopodito é falciforme, aproximadamente duas vezes mais longo do que largo, apresenta cerdas ao longo da margem lateral até o ápice; a margem lateral anterior apresenta uma saliência no terço proximal e um ângulo apical agudo. O exopodito é triangular e um pouco mais longo do que largo. A margem anterior apresenta-se truncada em ângulo reto perto do ponto de inserção; é lisa e ligeiramente côncava enquanto que a margem lateral posterior é bem convexa. O material nos foi enviado fixado em álcool à 70^ e nada podemos dizer da sua cor natural. DISCUSSÃO A família Axiidae contém, até o presente, sete gêneros (De Man, 1925). O nosso material é prontamente separado de Axiopsis, Oxynhynchaxius e Calocaris pela ausência de sutura transversal nos urópodos. Separa-se de Cytoleptus, Axius e Meticonaxius pelo aspecto dos olhos, extremamente reduzidos; por este mesmo caráter assemeIha-se a Anophthalmaxius, mas neste gênero, os olhos encontram-se completamente ausentes. B I B L I O G R A F I A DE M A N , J. G. (1925) — T h e A x i i d a e C o l l e e t e d by the T h e D e e a p o d a of the S i b o g a - E x p e d i t i o n , 39<6> : 1-127. Siboga-Expedition, in: Ocorrência Fig. Fig. Fig. Fif. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 --— — — -— — —— — —--— da Família A.riiiiac no Brasil 563 mandíbula maxilula maxila p r i m e i r o maxilipecle Segundo maxilípede terceiro maxilípede primeiro pereiopodo dedos do 1.° p e r e i o p o d o segundo pereiopodo p o d o b r a n q u i a n o r m a l c o m longa e d e l g a d a l a m e l a terceiro pereiopodo quinto pereiopodo e x t r e m i d a d e distai do p r o p o d u s e o d a c t i l u s do q u i n t o p e r e i o p o d o p o r ç ã o anterior' do c o r p o e m vista dorsal vista l a t e r a l da c a r a p a ç a l o c a l i z a ç ã o dos p e d ú n c u l o s o c u l a r e s primeiro pleopodo segundo pleopodo segundo pleopodo apêndice masculino s e x t o s e g m e n t o a b d o m i n a l , telson e u r o p o d o e s q u e r d o e m vista dorsal. 5g4 H• A. CARVALHO e S. Â. RODRIGUES H. A. CARVALHO e S. A. RODRIGUES 565