clareamento, facetas e coroas em cerâmica - Portais
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clareamento, facetas e coroas em cerâmica - Portais
Caso Clínico Restabelecimento estético anterior: clareamento, facetas e coroas em cerâmica Mariana Veras Godeiro Cirurgiã-dentista graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Especialista em Dentística Restauradora Estética pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo-USP. [email protected] O Daniel Galafassi Mestre e Doutor pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Professor do Curso de Odontologia da Faculdade da Serra Gaúcha – FSG. clareamento dental consiste na utilização de peróxido de hidrogênio em variadas concentrações que, em contato com o tecido dental, irá promover a liberação de oxigênio sob a forma de radicais livres ou íons, chamados EROS (espécies reativas de oxigênio),ocasionando a quebra das moléculas de alto peso molecular presente nos pigmentos, provocando o aspecto escurecido, dando assim, a aparência mais clara ao dente1. Nesse ínterim, o peróxido de carbamida (outro peróxido que pode ser utilizado para o clareamento dental) vai se decompor em peróxido de hidrogênio e ureia para, posteriormente, liberar o oxigênio, de forma lenta, dando maior estabilidade ao agente, além de produzir maior longevidade e diminuição da sensibilidade dentinária2. Assim, o tratamento clareador proporciona um menor croma e maior 46 Outubro de 2014 Fernando Mandarino Professor Titular no Departamento de Odontologia Restauradora da FORP/ USP. Professor Coordenado do Curso de Especialização em Dentística da FORP/USP. valor para, posteriormente, a confecção das restaurações indiretas possibilitar um menor desafio clínico e correta escolha da cor. Noutro Pórtico, com a evolução dos cimentos odontológicos, que vem alcançando resultados cada vez mais satisfatórios em relação à adesão, é possível utilizar restaurações indiretas totalmente cerâmicas, como o sistema IPS Empress II e-max (Ivoclar Vivadent). Esse é composto principalmente de dissilicato de lítio. Na fase laboratorial é utilizada a técnica da cera perdida e prensagem da cerâmica3. Não obstante, alia alta resistência, previsibilidade clínica, resultados estéticos superiores4,biocompatibilidade ao periodonto, estabilidade de cor e condutibilidade térmica simular ao dente3,5. Além disso, é imprescindível obedecer aos princípios de preparo, deixando espaço para o material restaurador, e não negligenciar a Caso Clínico fase de provisórios, que determina o condicionamento gengival, diminuindo os riscos de agressões ao periodonto e invasões ao espaço biológico, além de melhorar a estabilidade oclusal4. Nessa mesma linha de pensamento, o caso clínico apresentado conjuga os aspectos primordiais que condicionam a efetiva excelência estética com a importante reconstituição da função. Caso clínico Paciente adulta, entre a 4ª e 5ª década de vida, sexo feminino, compareceu a clínica de pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/SP com a queixa principal de insatisfação com as facetas de resina composta anteriores, em que relatava apresentar manchas e desgastes nas bordas. Durante a anamnese, foi verificada toda a história das restaurações e hábitos, além das expectativas da paciente. Em seguida, foi realizado exame clínico e observou-se presença de cáries e espaços entre os incisivos superiores nos elementos 11 e 21, pigmentações extrínsecas, opacidade nas superfícies vestibulares dos incisivos. Nesse diapasão, foi realizado o clareamento dental caseiro com peróxido de carbamida 10% durante quatro semanas, objetivando obter menor croma nos dentes adjacentes. Ademais, foi executado um planejamento cuidadoso com enceramento diagnóstico, mock up para aprovação e devidos ajustes com a paciente. Em seguida, foram feitos os preparos dentais para as coroas dos elementos 11 e 12 e facetas dos 21 e 22. Finalizado os preparos, de acordo com Baratieri et al, 2010: moldagem com silicona de adição Empress XP (3M),escolha da cor (região cervical D3 e média e incisal D2) e confecção dos provisórios em resina bisacrílica (Protemp 4,3M) e repassada as instruções de higiene oral. Nessa mesma linha de raciocínio, sessão clínica subsequente, foi realizada a prova das peças em posição, limpeza e cimentação (cimento autocondicionante Relyx U200,3M)6.É oportuno ressaltar que o condicionamento com ácido fluorídrico para o sistema IPS Empress II é aplicado por 20 segundos, seguido de lavagem por um minuto, secagem e aplicação do silano7. Figuras 1 e 2 Aspecto inicial do sorriso. Verificar a presença de diatesma, manchas e opacidades nos incisivos. Outubro de 2014 47 Caso Clínico Figura 4 Enceramento diagnóstico. Figura 3 Clareamento dental caseiro peróxido de carbamida 10%. Figura 5 Confecção de molde com silicona de condensação. Figuras 7 e 8 Realização do mock up com resina bisacrílica (Protemp 4,3M). 48 Outubro de 2014 Figura 6 Inserção da resina bisacrílica no molde de silicona de condensação. Caso Clínico Figura 9 Preparos para coroas 11 e 12 e facetas 21 e 22. Figura 10 Escolha da cor (escala VITA). Figura 11 Peças e-max (Sistema IPS Empress II). Figuras 12 e 13 Aspecto final do sorriso após cimentação com Relyx U200 (3M). Outubro de 2014 49 Caso Clínico Discussão Com o desiderato de alcançar um sucesso considerável e satisfatório no âmbito da aceitação pelo paciente e pelos profissionais de Odontologia, torna-se importante o conhecimento das nuances e particularidades dos diferentes materiais disponíveis no mercado, aliado a precisa indicação clínica. Nesse paradigma, o sistema selecionado IPS Empress II e.max de cerâmica pura possibilita uma propriedade estética translúcida, devido ao vidro e uma alta resistência à flexão em torno de 300400 Mpa, por conta do óxido, até em estruturas mais complexas8,9. Por isso, corretamente indicada no caso clínico em questão, que abrange confecção de coroas unitárias anteriores e facetas9.Em contraposição, poderia ter sido utilizado outros sistemas, como IPS Empress I, cerâmica vítrea reforçada por leucita, porém, sua resistência a flexão, em torno de 97-180 Mpa, poderia comprometer a longevidade clínica das restaurações9. Conclusão Diante de todo o exposto, é possível concluir que, para obter sucesso e previsibilidade clínica nos tratamentos restauradores indiretos, deve haver uma aliança conservadora e, ao mesmo tempo, inovadora, tentando preservar ao máximo os tecidos dentais, com técnicas modernas de preparo, materiais que promovam alta adesão, facilidade de uso e compatibilidade biológica. Acrescentase a isso, o adequado planejamento e atenção às expectativas e idealizações do paciente quanto ao seu resultado final. Referências 1. Vaz V.T.P et al. Clareamento Dental:terapêutica ou Cosmética?. Revista Dentística on-line. Ano 10, nº20, p.58 a 66,jan/mar 2011. 2.Batista MIHN. Clareamento Dental e restaurações diretas como soluções estéticas para dentes anteriores. Paraíba, 2010[Monografia]. 3.Conceição el al,Ewerton. Dentística saúde e estética. 2ª ed.p 436-442.Porto Alegre: Artmed,2007. 4. Baratieri et al, Luiz Narciso. Odontologia restauradora: fundamentos e técnicas, volume 2.2 ª ed. p 608-627. São Paulo: Santos,2010. 5. Shillingburg et al,Herbert.Fundamentos de prótese fixa.4 ª ed. p 353.São Paulo: Quintessence,2007. 6. Portal www.3MESPE.com. 7.Soares C.J et al.Surface treatment protocols in the cementation process of ceramic and laboratory-processed Composite Restorations: A Literature Review. J Esthet Restor Dent.v.17,n.4,p.224-235,2005. 8. Christiaan W.P. A Systematic Review of Ceramic Inlays in Posterior Teeth:An Update. Int J Prosthodont.v.24, n.6, p.566–575,2011. 9.Gomes E.A et al. Cerâmicas odontológicas: o estado atual. Cerâmica. v.54, p.319-325,2008. NORMAS PARA PUBLICAÇÂO A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínicogerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas. Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www.odontomagazine.com.br Os trabalhos devem atender as seguintes normas: 1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista. 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