Cultivares de abacaxi resistentes

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Cultivares de abacaxi resistentes
VARIEDADES RESISTENTES A PRAGAS E DOENÇAS DA ABACAXICULTURA
DAVI THEODORO JUNGHANS, D.Sc.1; JOSÉ RENATO SANTOS CABRAL, M.Sc.2;
ARISTÓTELES PIRES DE MATOS, Ph.D.3;
1
Engenheiro Agrônomo, Pesquisador, Melhoramento de Plantas e Fitopatologia, Embrapa
Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, Bahia, [email protected]; 2Engenheiro
Agrônomo, Pesquisador aposentado, Melhoramento de Plantas, Embrapa Mandioca e
Fruticultura, Cruz das Almas, Bahia, [email protected]; 3Engenheiro Agrônomo,
Pesquisador, Fitopatologia, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, Bahia,
[email protected]
Introdução
O melhoramento genético clássico do abacaxizeiro vem sendo praticado há mais de
100 anos por institutos de pesquisa, mas só nas últimas décadas novas cultivares
comerciais foram lançadas. Todavia, muitas das cultivares utilizadas atualmente originaram
de seleções feitas pelos ameríndios durante o período pré-colombiano (Leal e Coppens
d’Eeckenbrugge, 1996). Como efeito da domesticação, ocorreram variações quantitativas de
algumas características, como a redução na produção de sementes; maior número de
folhas, de maior largura e menor comprimento; ausência de espinhos; redução nas fibras do
fruto e redução na acidez e na sensibilidade ao florescimento natural, o que permitiu um
ciclo mais longo com frutos de maior tamanho (Coppens d’Eeckenbrugge & Duval, 2009).
Smooth Cayenne foi a cultivar mais plantada no mundo e sobre a mesma foi
estabelecido um padrão mundial para produção e processamento que perdurou por mais de
um século (Chan et al., 2002). Esta cultivar foi inicialmente coletada na Guiana Francesa,
em 1820 (Perrottet, 1825) e após sua difusão para as regiões tropicais, se tornou
predominante e impulsionou as produções comerciais da cultura (Samuels, 1970). Ainda é a
cultivar mais utilizada para industrialização, apesar da tendência mundial de valorização do
consumo do abacaxi fresco em detrimento do processado.
O consumo mundial de abacaxi fresco quadruplicou em um período menor que 15
anos (Loeillet & Pacqui, 2009) e esse fenômeno ocorreu a partir de 1996, com o lançamento
da cultivar Gold ou MD-2, após mais de 30 anos de melhoramento e seleção, com a
combinação de 24 genótipos parentais. Isso demonstra a dificuldade no desenvolvimento de
novas cultivares, mas também a importância dos programas de melhoramento genético do
abacaxizeiro (Sanewski et al., 2011).
O predomínio de uma ou poucas cultivares de abacaxi, seja para processamento ou
para consumo fresco, pode tornar a cultura mais vulnerável aos estresses bióticos e
abióticos. Particularmente no Brasil essa questão deve ser bem explorada, uma vez que
aqui se encontra a maior diversidade na espécie e, portanto, onde os recursos genéticos
podem ser utilizados com maior amplitude na geração de novas cultivares.
História do Melhoramento Genético do Abacaxizeiro
O primeiro trabalho de melhoramento genético do abacaxi foi na Flórida (EUA), em
1905, com objetivo de obter cultivares adaptadas às condições locais e melhor qualidade de
fruto para exploração industrial (Py et al., 1987).
No Havaí o mais importante programa de melhoramento do abacaxi foi conduzido no
Pineapple Research Institute (PRI), de 1914 a 1972, com objetivo de ampliar a base
genética e o desenvolvimento de cultivares superiores a Smooth Cayenne. Foram
desenvolvidas variedades que, comparadas com 'Smooth Cayenne', apresentaram maior
resistência a Phytophthora cinnamomi, P. parasitica, murcha associada à cochonilha,
nematoides, doença rosada e brunimento interno. Outras variedades desenvolvidas
possuíam maior teor de vitamina C, vitamina A, menor teor de acidez em frutos colhidos no
inverno, maturação mais homogênea, maior produtividade ou maior rendimento no
processamento. No entanto, todas estas variedades exibiram defeitos ou limitações que as
impediram de substituir a Smooth Cayenne para consumo fresco ou processamento. Os
últimos cruzamentos foram feitos em 1972, os melhores híbridos obtidos foram entregues às
empresas mantenedoras do PRI, que fechou em 1975 (Williams & Fleish, 1993).
Em Taiwan (= Formosa) foi iniciado um programa de melhoramento em 1926, com
base no cruzamento de ‘Smooth Cayenne’ com cultivares locais. Posteriormente foi incluída
também a ‘Queen’ em cruzamentos com ‘Smooth Cayenne’, que resultou na seleção dos
híbridos Tainung 1 a Tainung 8, com destaque ao Tainung 4 (‘Easy Peeler’), cujos frutilhos
podem consumidos em gomos, sem necessidade de retirar a casca (Fitchet, 1989).
Na Malásia o melhoramento genético do abacaxizeiro focou na seleção clonal entre
1960 e 1970. A partir de 1965, este programa foi progressivamente concentrado em
hibridações. A cultivar Nanas Johor foi obtida do cruzamento entre ‘Smooth Cayenne’ e
‘Singapore Spanish’ (Chan & Lee, 1985). A partir de um cruzamento dialélico iniciado em
1984 entre três cultivares parentais (‘Sarawak’ ou ‘Smooth Cayenne’, ‘Singapore Spanish’ e
‘Queen’), 50.000 híbridos F1 foram produzidos para avaliação. Em 1987, 303 híbridos foram
selecionados com ênfase no tamanho e formato do fruto, cor da polpa, diâmetro do eixo,
ausência de espinhos e teor de sólidos solúveis totais. Estes foram propagados para um
segundo ciclo de avaliação, que adicionalmente considerou a resistência a doenças e acidez
do fruto. Apenas 13 híbridos permaneceram selecionados, em 1990. Num terceiro ciclo de
seleção, apenas seis mostraram potencial superior à ‘Smooth Cayenne’ para a
industrialização (Chan, 1993). Estes seis híbridos foram submetidas a avaliações de campo
para avaliar a interação genótipo x ambiente num quarto ciclo de avaliação em três locais
distintos de plantio, que resultou na seleção final de dois híbridos para processamento e um
terceiro destinado ao mercado fresco (Chan, 1997).
Em 1978 foi iniciado um programa de melhoramento na Costa do Marfim a partir de
hibridizações entre ‘Smooth Cayenne’ e ‘Manzana’, com produção de aproximadamente
30.000 híbridos/ano (Loison-Cabot, 1987). Esse programa foi transferido posteriormente
para a Martinica (França), onde uma seleção realizada entre 1990 e 1998 resultou no
lançamento de um híbrido elite, denominado ‘Scarlett’ ou FLHORAN 41 (Coppens
d’Eeckenbrugge & Marie, 2000).
Outros programas de melhoramento que utilizam as hibridações foram iniciados na
Austrália, Porto Rico, Cuba, Japão. Programas menores, baseados na seleção clonal,
também foram desenvolvidos na Austrália, Cuba, Guiana Francesa, Costa do Marfim, Índia,
Japão, Malásia, México, Porto Rico, África do Sul, Taiwan e Venezuela (Chan et al., 2002).
No Brasil após trabalhos iniciais voltados à taxonomia do gênero Ananas e descrição
de espécies e cultivares de abacaxis, foram conduzidos os trabalhos de produção e
avaliação de híbridos (Gadelha, 1978); avaliação de germoplasma e competição de
cultivares (Souto e Matos, 1978; Giacomelli & Teófilo Sobrinho, 1984; Matos e Cabral, 2006;
1998; Ritzinger, 1992; Spironello et al., 1997). O programa de melhoramento genético do
abacaxizeiro da Embrapa é conduzido desde 1978 na unidade da Embrapa Mandioca e
Fruticultura, em Cruz das Almas, Bahia (Cabral et al., 2009). Tem como objetivo desenvolver
cultivares de abacaxis resistentes à fusariose e com aceitação comercial, como alternativa
as cultivares Pérola e Smooth Cayenne, ambas suscetíveis à fusariose, principal doença da
cultura do abacaxi no Brasil, causada pelo fungo Fusarium guttiforme (Cabral et al., 2003).
Os principais resultados foram o estabelecimento de um Banco de Germoplasma de
Abacaxi (Cabral et al., 2004), o desenvolvimento da técnica de avaliação precoce da
resistência à fusariose (Souto e Matos, 1978), a identificação de fontes de resistência à
fusariose (Matos e Cabral, 2006), a seleção preliminar de centenas de genótipos
promissores (Cabral et al., 1991) e o lançamento das cultivares BRS Imperial (Cabral e
Matos, 2005), BRS Vitória (Ventura et al., 2006) e BRS Ajubá (Cabral e Matos, 2008).
Estratégias de Melhoramento
Os programas de melhoramento de abacaxizeiro visam, geralmente, obter variedades
produtivas e resistentes às principais pragas e doenças, adaptadas às condições climáticas
locais, com frutos bem conformados e com características organolépticas favoráveis. As
principais características desejáveis normalmente procuradas pelos melhoristas no
desenvolvimento de novas cultivares são relacionadas na Tabela 1.
Tabela 1. Caracteres de planta e de fruto desejáveis no melhoramento genético do
abacaxizeiro.
Planta
Fruto
Crescimento rápido (vigor)
Peso médio elevado
Porte semiereto
Coroa pequena a média
Folhas curtas e largas, inermes ou com
Forma cilíndrica
espinhos apenas nas extremidades
Menos de três filhotes, situados a mais de 2
Casca amarela alaranjada, com olhos
cm da base do fruto
grandes e chatos
Rebentão precoce e bem desenvolvido,
Cavidade floral pouco profunda
localizado na base da planta
Pedúnculo curto a médio, que suporte o fruto
Maturação homogênea da base para o
até a maturação
ápice
Resistência ou tolerância às principais pragas
Polpa amarela, firme, sem fibras, com
e doenças da região
acidez moderada, teor de ácido ascórbico
e açúcar elevado, sabor agradável
Adaptação às condições locais de produção
Eixo de diâmetro pequeno
Fonte: Py et al. (1987).
Pode-se optar por estratégias baseadas essencialmente na reprodução vegetativa ou
por métodos fundamentados na reprodução sexual. Contudo, os objetivos e número de
caracteres a serem melhorados devem ser levados em consideração na definição do
método a ser adotado. Várias estratégias podem ser usadas e são discutidas a seguir:
a) Utilização dos Recursos Genéticos
Apesar da pouca diversificação de cultivares de abacaxi em plantios comerciais, existe
ampla variabilidade genética disponível em bancos de germoplasma em diversos países. As
cultivares locais podem ser utilizadas diretamente, desde que adaptadas às condições e
mercados regionais. Exemplos de cultivares regionais ocorrem no Acre (Ritzinger, 1992) e
no Maranhão (Araújo et al., 2012).
b) Seleção
Apesar da sua propagação vegetativa, normalmente observa-se pequenas variações
em plantios comerciais de abacaxi. Baseado nessa evidência é possível adotar a seleção
como estratégia de melhoramento para controlar a variabilidade intravarietal ou melhorar as
características da variedade.
Na seleção clonal sensu stricto inicialmente é feita uma seleção fenotípica em todo o
plantio antes da colheita, para selecionar as melhores plantas da população, com base no
vigor das plantas, tamanho e conformação do fruto e produção de mudas. As plantas
selecionadas são multiplicadas individualmente como clones e avaliadas em um novo ciclo.
Caso sejam confirmadas suas características superiores, podem ser lançadas como novas
cultivares (Coppens d’Eeckenbrugge & Duval, 1995).
Foram desenvolvidos pela seleção clonal as cultivares denominados de ‘F-200’ e
‘Champaka’, a partir do ’Smooth Cayenne’ no Havaí e também as cultivares ‘Ripley Queen’,
‘Alexander’ e ‘McGregor’, na Austrália e ‘PQM-1’, na Índia, a partir de ‘Queen’ (Chan et al.,
2002; Prakash et al., 2009).
c) Hibridação
Uma elevada variabilidade é observada nos híbridos obtidos em gerações F1, o que
demonstra o alto nível de heterozigose nas cultivares parentais. Somado ao grande número
de caracteres usados na seleção, torna-se necessária a produção de populações híbridas
muito grandes para aumentar a chance de sucesso na seleção (Cabot, 1989).
Em um programa de melhoramento do abacaxizeiro por hibridação, geralmente são
desenvolvidas as seguintes atividades:
Escolha dos Parentais: Se baseia na característica superior existente em uma cultivar em
complemento a essa característica considerada indesejável em outra. Por exemplo, o
conteúdo de ácido ascórbico de ‘Smooth Cayenne’ é melhorado utilizando-se ‘Perolera’ com
parental, uma vez que esta cultivar tem elevado teor de ácido ascórbico (Loison-Cabot,
1987). Para aumentar o teor de sólidos solúveis totais de ‘Smooth Cayenne’, utiliza-se
‘Queen’ como parental (Chan et al., 2002).
Polinização: Uma inflorescência do abacaxizeiro produz, em média, 150 flores, as quais se
abrem paulatinamente (cinco a dez por dia) da base para o ápice. As polinizações devem
ser feitas imediatamente após a antese, entre seis e oito horas da manhã, diariamente, até
que todas as flores da inflorescência tenham passado pela antese, o que demanda entre
duas a três semanas. Uma proteção das inflorescências dos parentais femininos deve ser
feita antes da antese, para evitar contaminações com pólen de origem desconhecida, pela
visita de beija-flores. A polinização pode ser feita a partir da retirada das flores do parental
masculino. Estas flores tem suas pétalas retiradas e em seguida faz-se a polinização pelo
contato das anteras no estigma das flores do parental feminino (Figura 1A). Um fruto em que
todas as flores forem polinizadas produz normalmente de 200 a 1.000 sementes, a
depender da compatibilidade entre os parentais (Sanewski et al., 2011).
Manuseio, Germinação das Sementes e Obtenção de Mudas: As sementes de abacaxi
são retiradas dos frutos polinizados quando estes se apresentarem maduros ou
sobremaduros. Para isso os frutos devem ser descascados e as porções mais externas da
polpa, que contém as sementes (Figura 1B), devem ser batidas com água em liquidificador
doméstico. Em seguida se faz a separação das sementes viáveis das não viáveis e resíduos
da polpa, por meio de lavagens com água corrente e por decantação. As sementes são
pequenas, com média de 5 mm de comprimento por 2 mm de largura (Figura 1C).
Geralmente são viáveis e aparentemente não exibem dormência. Caso não sejam utilizadas
imediatamente para germinação, devem ser secas em estufas, geralmente a 40oC por 2 a 5
dias. O tratamento de sementes com fungicidas apropriados deve sempre ser realizado
antes do semeio. Diversos recipientes e vários substratos podem ser utilizados na
germinação das sementes, mas deve-se atentar para as condições fitossanitárias das
sementes e dos substratos, para evitar a incidência de patógenos (Cabral & Matos, 1995).
Usualmente são utilizadas formas de alumínio cobertas com filme transparente de PVC ou
caixas de acrílico (gerbox), no interior das quais as sementes são germinadas sobre uma
fina camada (0,5-1,0 cm de espessura) de espuma sintética (Figura 1D). A germinação é
lenta e irregular e são necessários pelo menos 20 dias para que ocorra o início da
germinação, a 300C, e aproximadamente 60-90 dias para obter plântulas com um centímetro
de altura, quando então as plântulas são transplantadas para bandejas plásticas ou de
isopor, com substrato agrícola, em casa de vegetação (Figura 1E), onde permanecem de 6
a 8 meses, até atingirem 10-15 cm de altura. Completada esta fase, as mudas são
aclimatizadas em telado com 50% de sombra, por pelo menos um a dois meses (Figura 1F)
e posteriormente são plantadas em viveiro a pleno sol. Quando atingirem de 20 a 30 cm de
altura, as mudas são inoculadas com Fusarium guttiforme, para seleção dos genótipos
resistentes, que serão levadas a campo no ano seguinte, para plantio definitivo.
Figura 1. Etapas para obtenção de progênies de abacaxizeiro via hibridização. A:
Polinização. B: Fruto com sementes. C: Sementes secas. D: Germinação. E:
Transplantio de plântulas para canteiro móvel. F: Mudas sob telado de sombra.
(Fotos: Davi T. Junghans).
Seleção dos Genótipos Promissores:
A primeira etapa de seleção dos melhores genótipos é a avaliação da resistência à
fusariose. Esta seleção é feita mediante inoculação com o patógeno em períodos de
temperatura mais amena e elevada umidade relativa do ar, favoráveis ao desenvolvimento
dos sintomas da doença (Souto e Matos, 1978). Em torno de 90 a 120 dias após a
inoculação é feita a avaliação da resistência, quando os genótipos suscetíveis e a cultivar
usada como testemunha deverão estar mortos (Figura 2).
Figura 2. Avaliação da resistência à fusariose em mudas de abacaxi oriundas de semente.
A: Corte das raízes. B: Ferimento mecânico. C: Imersão no inóculo de Fusarium
guttiforme. D: Segregação da resistência à fusariose. E: Muda suscetível à
fusariose. F: Muda resistente à fusariose. (Fotos: Davi T. Junghans).
A segunda etapa de seleção dos melhores genótipos é a avaliação agronômica dos
genótipos. Para isso, as plantas sobreviventes à inoculação são consideradas resistentes e
são transplantadas para o campo, em espaçamento comercial, num ciclo de plantio
chamado de sexual, no qual as mudas são oriundas de sementes e cada planta representa
uma combinação genética única. Os genótipos que apresentarem características de planta e
de fruto que atinjam critérios pré-estabelecidos são selecionadas e marcadas, de forma a se
constituir em um novo clone (Figura 3).
Figura 3. Híbridos de abacaxi no ciclo sexual, com segregação de características de planta e
de fruto. (Foto: Davi T. Junghans).
A terceira etapa de seleção é a avaliação da estabilidade dos caracteres de planta e
fruto dos genótipos selecionados em três ciclos subsequentes de propagação vegetativa ou
ciclos clonais (quando as plantas são oriundas de mudas do ciclo anterior). A cada novo
ciclo clonal os mesmos critérios de seleção do ciclo sexual são avaliados, com igual ou
maior rigor. Os clones que não repetirem o desempenho agronômico ou que apresentem
defeitos não revelados no ciclo sexual ou ciclo clonal precedente são eliminados e aqueles
promissores avançam em um novo ciclo clonal (Figura 4).
Figura 4. Híbridos selecionados, em avaliação no campo, no ciclo clonal. (Foto: Davi T.
Junghans).
A quarta etapa de seleção é a verificação da adaptabilidade dos melhores clones nas
diferentes regiões produtoras de abacaxi do país. Nesta etapa é montada uma rede de
ensaios de competição entre os clones elites e uma cultivar padrão como testemunha, com
a participação de empresas estaduais de pesquisa, produtores líderes e associações de
produtores de abacaxi (Figura 5). Os ensaios possuem delineamento experimental e
permitem avaliar a superioridade do melhor clone. Aqueles que se destacarem nas
características de planta (ex: produção de muda, comprimento e diâmetro de pedúnculo) e
de fruto (ex: formato e peso do fruto com coroa, teor de sólidos solúveis totais, acidez
titulável) são indicados como novas cultivares (Cabral et al., 2009).
Figura 5. Ensaio de competição entre novos híbridos de abacaxizeiro. (Foto: Davi T.
Junghans).
Melhoramento com vistas à resistência a pragas e doenças
Uma informação fundamental ao melhorista que pretende desenvolver cultivares
resistentes a uma praga ou doença é o conhecimento de uma fonte de resistência, da
herança da resistência e do estádio de desenvolvimento da planta quando esta resistência
se expressa. Há poucos relatos destes estudos em abacaxizeiro (Junghans et al., 2005). Por
outro lado, a resistência ou tolerância a determinadas pragas e doenças já foi observado,
como no caso da broca do fruto (Thecla basalides) nas cultivares peruanas Samba e Roja
Trujillana (Bello et al., 1997), a tolerância ao brunimento interno na cultivar Gold (Sanewski e
Giles, 1997). Nenhuma resistência foi observada em Ananas comosus frente aos
nematoides Rotylenchulus reniformes e Meloidogyne javanica no Havaí (Sipes e Schimitt,
1994). No Brasil, observou-se moderada resistência à Meloidogyne javanica na variedade
Primavera e nos acessos LBB-1385, FRF-609 e FRF-1369, mas não foi detectada
resistência a Pratylenchus brachyurus, espécie é considerada de maior frequência e
disseminação nas áreas de cultivo do abacaxi do território nacional (Costa et al., 1999).
Melhoramento para Resistência à Fusariose
O melhoramento genético para obtenção de cultivares resistentes às doenças não
difere, fundamentalmente, do melhoramento para outros caracteres. Qualquer método
apropriado para a espécie em questão pode ser utilizado, desde que existam genes que
confiram resistência a essa doença. Quando o parental resistente puder contribuir com
outros caracteres referentes à qualidade e produtividade, pode-se adotar os métodos
genealógicos ou método de populações com cruzamentos simples, para se obter as
populações segregantes. Quando a resistência ocorre em tipos que não podem ser
utilizados comercialmente por suas características agronômicas desfavoráveis, usam-se os
métodos do retrocruzamento ou da genealogia. No Brasil, como a maior limitação à
produção do abacaxi é a fusariose, os programas de melhoramento tem como principal
objetivo a produção de novas cultivares que aliem a resistência genética a esta doença com
a produção de frutos de excelente qualidade. Um programa de melhoramento genético do
abacaxizeiro envolve um número considerável de atividades e demanda um tempo
considerável para o lançamento de novas cultivares (Tabela 2).
Tabela 2. Etapas do programa de melhoramento genético de abacaxizeiro da Embrapa
Mandioca e Fruticultura para o desenvolvimento de variedades com resistência à fusariose e
características comerciais.
Escolha e plantio dos parentais
Indução floral
2 meses
Hibridação/Polinização
4 meses
Colheita dos frutos e retirada de sementes
0 mês
Germinação
2 meses
Transplantio para casa de vegetação
8 meses
Aclimatação em telado
1 mês
Transplantio para viveiro
(aclimatação em sol pleno)
1 mês
Inoculação com Fusarium subglutinans
3 meses
Avaliação da resistência
3 meses
Plantio de genótipos resistentes e com folhas lisas
(ciclo sexual)
18 meses
Primeira avaliação clonal
18 meses
Segunda avaliação clonal
18 meses
Terceira avaliação clonal
18 meses
Avaliação dos clones elites em diferentes ecossistemas
18 meses
Multiplicação rápida dos clones selecionados
6 meses
Lançamento de difusão da nova cultivar
Total: 120 meses (10 anos)
_______________________________________________________________
CULTIVARES RESISTENTES À FUSARIOSE
Nos últimos anos novas cultivares foram desenvolvidas para os produtores de abacaxi,
oriundas dos programas de melhoramento genético no país. Na substituição de uma cultivar
tradicional por uma nova, o produtor deve iniciar o plantio em uma área pequena, para
observar seu comportamento no local e a sua aceitação pelos consumidores.
Posteriormente, se for o caso, ampliar a área plantada.
‘BRS Imperial’: Obtida a partir do cruzamento entre a ‘Perolera’, oriunda dos Andes da
Colômbia, e a ‘Smooth Cayenne’ Foi lançada pela Embrapa em 2003. A planta tem porte
médio e apresenta folha de cor verde escuro, sem espinhos nas bordas. É de crescimento
relativamente lento e produz número médio de filhotes (três a cinco), próximos e às vezes
presos à base do fruto, o que exige maior atenção no momento da colheita. O fruto é de
tamanho pequeno a médio (1,2 a 1,6 Kg), cilíndrico, com frutilhos proeminentes, casca de
cor amarela na maturação (Figura 5). A polpa é amarela, com elevado teor de açúcares (14
a 18º brix), acidez baixa a moderada, alto teor em ácido ascórbico (vitamina C) e excelente
sabor. A planta é resistente à fusariose, característica muito desejável para produção no
Brasil. O fruto apresenta resistência ao escurecimento interno, em decorrência do seu
elevado teor de ácido ascórbico, característica importante para o transporte sob refrigeração
e exportação (Cabral e Matos, 2005).
Figura 5 – Abacaxi ‘BRS Imperial’. (Fotos: Davi T. Junghans).
A cultivar BRS Imperial tem sido cultivada nas regiões quentes e úmidas, mais
próximas à costa brasileira, já que é mais exigente em água que a ‘Pérola’. Plantios desta
cultivar são encontradas no Recôncavo (Coração de Maria-BA), no Baixo Sul (ex:
Presidente Tancredo Neves-BA) e no Sul (ex: Eunápolis-BA) da Bahia. Também tem sido
plantada no Rio Grande do Norte, com vistas à exportação para França. Os frutos desta
cultivar tem sido comercializados por valores acima das cultivares Pérola e Smooth
Cayenne, em decorrência de ainda ser considerado diferenciado. Tem potencial para ser
utilizado na produção do ‘baby pineapple’ (frutos com média de 700 g, para consumo
individual), característica ainda não explorada pelos produtores no Brasil.
‘BRS Vitória’: Resultou da hibridação entre a cultivar Primavera, oriunda da Amazônia
brasileira, e a cultivar Smooth Cayenne. Tornou-se disponível para os produtores a partir de
2006, lançada numa parceria entre a Embrapa e o Incaper. A planta possui folhas de cor
verde claro, sem espinhos nos bordos. Apresenta resistência à fusariose. O fruto é de
tamanho pequeno a médio (1,0 a 1,5 kg), com polpa branca, de boa suculência, pequeno
eixo central, elevado teor de açúcares (média de 15,8 obrix), acidez média, superior a da
‘Pérola’ e da ‘Imperial’, e bom sabor (Figura 6). Pode ser destinado ao mercado de consumo
in natura e principalmente ao processamento (Ventura et al., 2006).
Figura 6 – Abacaxi ‘BRS Vitória’. (Fotos: Davi T. Junghans).
A cultivar de abacaxi BRS Vitória tem sido bastante cultivado no Espírito Santo, onde o
governo daquele estado fomentou a difusão desta cultivar por meio de um programa de
multiplicação e doação de mudas para os produtores rurais. Também tem sido plantada no
norte de Minas Gerais e na região do Triângulo Mineiro, com vistas ao processamento
industrial.
‘BRS Ajubá’: Foi obtida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura a partir do cruzamento da
cultivar Perolera com a ‘Smooth Cayenne’. Esta cultivar se destacou entre outras em
ensaios agronômicos realizados no sul do país. Em 2009, foi recomendada para plantio no
vale do rio Uruguai e na região de Terra de Areia, RS, locais com clima subtropical, onde
apresentou baixa taxa de floração natural precoce. A planta tem porte médio e apresenta
folhas de cor verde escuro, sem espinhos nos bordos. Produz, em média, quatro mudas tipo
filhote e um rebentão. O fruto é de tamanho pequeno a médio (1,0 a 1,5 kg), formato
cilíndrico e apresenta casca amarela na maturação (Figura 7). A polpa é amarela, com
elevado teor de açúcares (média de 14,5 ºbrix) e acidez moderada. A planta é resistente à
fusariose (Cabral e Matos, 2008).
Figura 7 – Abacaxi cultivar ‘BRS Ajubá’. (Fotos: Davi T. Junghans).
O plantio da cultivar BRS Ajubá ainda é restrito, pois seu lançamento no mercado é
recente, mas concentra-se nas regiões Sul e Sudeste, onde se espera que o seu ciclo seja
mais longo (20 a 24 meses), em decorrência das temperaturas mais baixas daquelas
regiões.
‘IAC Fantástico’: Esta cultivar foi obtida a partir da polinização aberta ocorrida em um
híbrido das cultivares Tapiracanga e Smooth Cayenne. Foi lançado em 2010 pelo Instituto
Agronômico de Campinas. As folhas têm poucos espinhos, semelhante a cultivar Smooth
Cayenne. Seus frutos são de tamanho médio a grande, ovoides, com casca e polpa de cor
amarelo intenso na maturação, com baixa acidez, adequados para consumo fresco e para
processamento (Figura 8). O fruto apresenta boa durabilidade pós-colheita e a planta é
resistente à fusariose.
Figura 8 – Abacaxi ‘IAC Fantástico’. (Foto A: Davi T. Junghans. B e C: Ademar Spironello).
Por ser uma cultivar recém-lançada, o plantio da IAC Fantástico ainda é reduzido, com
maiores concentração nos estados de São Paulo e Minas Gerias.
Qualquer que seja a cultivar utilizada, o agricultor deve ficar atento para manutenção
das suas características morfológicas e agronômicas ao longo dos ciclos de plantio. Apesar
de o abacaxizeiro ser uma planta de propagação vegetativa (mudas), o uso contínuo do
mesmo material de plantio pode proporcionar a degenerescência do clone pelo acúmulo de
pragas e doenças, e o surgimento de plantas com características diferentes do padrão da
cultivar. Por esta razão, o agricultor deve selecionar suas mudas antes de instalar novos
plantios, e fazer a colheita apenas de mudas oriundas de plantas vigorosas, com as
mesmas características da cultivar, e eliminar aquelas provenientes de plantas que
apresentam baixo vigor, anomalias, pragas e doenças
Para as novas cultivares obtidas descritas acima é fundamental o estabelecimento dos
sistemas de produção, que é o conjunto de práticas agrícolas que garantam a melhor
produção de uma cultivar num determinado ambiente. Isso demanda trabalhos de pesquisa
para definir, entre outros, a melhor data de plantio, tamanho de muda, espaçamento,
adubação, tratamento de indução floral,colheita e pós-colheita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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