ÁREA ESPORTIVA É DESTAQUE NO II FÓRUM DE INOVAÇÃO

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ÁREA ESPORTIVA É DESTAQUE NO II FÓRUM DE INOVAÇÃO
ANO II - Edição 5 - Trimestral - Maio 2015
Brasil
Composição dos
tecidos para
vestimentas
de proteção
Santanense
PANORAMA DE MERCADO
ENTREVISTA
Presidente da Assintecal
fala sobre laminados
na indústria calçadista
NEGÓCIOS
Divulgação
Outlook Plus Latin America
aborda tendências do
mercado de nãotecidos
descartáveis
EM FOCO
FEIRAS & EVENTOS
ÁREA ESPORTIVA É DESTAQUE NO
II FÓRUM DE INOVAÇÃO TÊXTIL
Divulgação
Divulgação
Tecnologia para têxteis
técnicos será mostrada
na ITMA 2015
ÍNDICE
EDITORIAL
À espera de um segundo semestre.
12 - 19 NOVIEMBRE
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PANORAMA DE MERCADO
Workwear: Conheça as características das roupas de proteção.
6
ENTREVISTA
Presidente da Assintecal fala sobre laminados no setor calçadista.
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NEGÓCIOS
Outolook Plus Latin America surpreende mercado brasileiro de nãotecidos.
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FEIRAS & EVENTOS
Área esportiva é destaque no II Fórum de Inovação Têxtil.
¡Milán, la ciudad de la moda y la cultura, le da la bienvenida a ITMA 2015!
20
EM FOCO
Notas e novidades.
24
AGENDA TTR
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Confira os eventos do setor.
27
NOVOS
NEGÓCIOS
NOVAS
OPORTUNIDADES
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EDITORIAL
FEIRA DE MÁQUINAS,
EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E
QUÍMICA PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL
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EVENTOS SIMULTÂNEOS:
Má quina
FEIRA DE MÁQUINAS
FEIRA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
PARA A INDÚSTRIA
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PARA A INDÚSTRIA DE IMPRESSÃO DIGITAL,
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Na década de 1980, a participação da indústria de
transformação no PIB brasileiro era de 35%. Em 2014,
caiu para apenas 12%. E o que esperar daqui pra frente?
O governo continua atribuindo “à crise internacional”,
a culpa pela estagnação do país. Mas os dados econômicos
revelam uma falta de sintonia entre o que é dito pelas
autoridades e a realidade do mercado global.
A falta de confiança do consumidor, a alta da inflação, das
taxas de juros e a escassez de crédito só fazem aumentar
o temor e a incerteza, afastando os investimentos. E neste
difícil contexto, é a indústria que apresenta o pior resultado.
A demanda por produtos químicos de uso industrial
apresentou, de janeiro a abril, uma retração de 0,9%
sobre os quatro primeiros meses do ano passado, informa
a Abiquim.
Na semana de 04 a 07 de maio, em que estivemos em
Frankfurt cobrindo a Techtextil Texprocess 2015, maior feira
de produtos e tecnologia para o setor de têxteis técnicos,
a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia,
elevou a projeção do PIB da zona do euro para 1,5% ante
a taxa de 1,3% prevista em fevereiro.
Durante o evento, percebemos que na Alemanha, o ânimo
dos empresários está retornando, diante da previsão de
aumento de 1,5% no PIB alemão para 2015. O pavilhão
da Itália também ficou movimentado. Quarto principal
fabricante mundial de máquinas e equipamentos,
a Itália deverá crescer 0,6% este ano e acima de 1%, em
2016. Na maioria dos estandes visitados pela revista
Têxtil Técnico Report - TTR, os expositores reconheceram
a importância do Brasil como um mercado promissor,
porém, quase todos mostraram preocupação com
a situação atual da economia brasileira.
O setor de máquinas também tem tido desempenho ruim
e o varejo, registrando queda de vendas preocupante. Diante
deste quadro, o setor produtivo decidiu ficar em compasso
de espera aguardando a chegada do segundo semestre.
É uma forma segura de não correr riscos, mas será que
é a decisão acertada? Vendo exemplos em outros países
que passaram por crises agudas, percebemos que em vez de
estagnarem, muitas empresas partiram para a diferenciação,
inovação e aumentaram sua competitividade, buscando
novos mercados. Talvez seja a hora da indústria nacional
superar o pessimismo e tentar novos caminhos também.
Nós da TTR acreditamos que inovar para enfrentar novos
desafios é a saída. Por isso, estaremos na ITMA 2015. Venha
nos visitar no estande D108 HALL 07.
Boa leitura!
Marcia Mariano
Editora
REVISTA TÊXTIL TÉCNICO REPORT
Ano II / Número V
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e Chapéus de Senhoras no Estado do Cear
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De volta à casa, constatamos que o problema está aqui dentro.
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de Homem e Vestuário no Estado do Ceará
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PANORAMA DE MERCADO - Workwear
PANORAMA DE MERCADO - Workwear
Por: Alcides S. Ferreira Jr. e André Fernandes V. Peixoto*1
Composição das roupas de proteção - EPI
Divulgação
Conheça as fibras que proporcionam aos tecidos características específicas para vestimentas
de proteção e segurança.
A variedade típica de gramatura dos tecidos destinados
às roupas de proteção para arco elétrico e fogo repentino,
encontrada atualmente no mercado, varia em média de
170g/m² a 330g/m², sendo 220 g/m² e 250 g/m² os valores
mais comuns.
A gramatura média/alta destas vestimentas gera um
problema em países tropicais como o Brasil, tendo em
vista que podem promover desconforto ao usuário. Porém,
a proteção para ATPVs (Arc Thermal Performance Value)
iguais ou maiores que 2, geralmente só é conseguida com
gramaturas elevadas (superiores a 220 g/m²).
As roupas de proteção contra os efeitos térmicos do
arco elétrico e do fogo repentino devem conter em
sua composição materiais especiais que garantam um
desempenho satisfatório quando expostos à energia
incidente e à chama.
Na edição anterior, abordarmos sobre as normas
regulamentadoras que estabelecem as exigências legais
para Equipamentos de Segurança (EPI). Vimos também
que vestimenta profissional vai além do conceito de
padronização dos uniformes, ou seja, precisa proteger
contra chamas, ácidos, álcalis, intempéries e outros
riscos inerentes à atividade do trabalhador. Neste artigo,
concluímos o tema falando sobre a composição dos tecidos
para esta categoria de produto.
Existem hoje diversas empresas utilizando materiais
naturais, artificiais e sintéticos associados às distintas
tecnologias que conferem a propriedade ignífuga.
Alguns destes produtos são confeccionados com fibras
e/ou fios especiais, que possuem características de
proteção contra chamas e altas temperaturas, inerentes às
fibras, isto é, como propriedades intrínsecas do material,
que garantem eficácia de proteção ao vestuário. Outros
tecidos são tratados superficialmente após a tecelagem,
com substâncias químicas que lhes conferem tal atributo.
Divulgação
Linha de tecidos profissionais da Cedro Têxtil.
(*1) Alcides Santos Ferreira Junior (professor) e André Fernandes Vieira
Peixoto (Coordenador de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação),
ambos do Senai Cetiqt-RJ.
NR: Artigo editado, com base no original da publicação Redige.
6
Divulgação
Percebe-se pelo que foi exposto que as roupas de proteção
constituem equipamentos de proteção individual,
e, portanto, necessitam de características específicas de
proteção. A tecnologia envolvida em seu processo de
fabricação, normalmente, impõe o emprego de tecidos
com gramaturas superiores às utilizadas na confecção de
uniformes em geral, embora já existam alguns avanços
no desenvolvimento de tecidos mais leves com efeito
retardante à chamas, por exemplo.
(a) Amostras de tecidos tratados com retardante de chamas (Flora
Rongxin); (b) Queima de tecido antichama.
De acordo com a norma NFPA 70E, que estabelece práticas
seguras para a proteção dos trabalhadores envolvidos com
eletricidade, as fibras de algodão, seda, poliamida e misturas
algodão/poliéster, são consideradas materiais inflamáveis.
Com relação à proteção contra arcos elétricos, a associação
National Fire Protection Association, dos Estados Unidos,
(NFPA), determina que materiais 100% sintéticos como
poliéster (PES), poliamida (PA), e misturas de algodão/
poliéster, com alto teor da fibra sintética, não devem ser
utilizados. Por serem termoplásticos, os polímeros PES
e PA se fundem sobre a pele, quando expostos à alta
temperatura, agravando a queimadura.
As roupas de proteção fabricadas com materiais naturais
como, algodão, seda e lã são consideradas aceitáveis, de
acordo com NFPA, se os ensaios determinarem que o tecido
não continuará queimando nas condições de exposição ao
arco elétrico.
Fibras com performance
Nos últimos anos, os avanços tecnológicos no segmento
de beneficiamento químico permitiram o tratamento da
fibra e/ou tecido de algodão por meio de polimerização da
fibra com agentes ignífugos, mantendo as características
de proteção durante toda a vida útil do produto, desde
que seguidas todas orientações quanto à manutenção
da vestimenta. Essa tecnologia está fazendo com que
o algodão, um material totalmente desfavorável à aplicação
de proteção contra arco elétrico e fogo repentino por
causa da facilidade de combustão, conquiste cada vez mais
o mercado de EPI.
Além do aspecto relacionado à proteção dos trabalhadores
contra os efeitos térmicos do arco elétrico e do fogo
repentino, as roupas de proteção devem possuir
características que garantam a sua manutenção ao longo
do uso, tais como: resistência mecânica, estabilidade
dimensional, solidez da cor a diversos agentes, como atrito,
suor, lavagem à seco e lavagem industrial. Em análises de
amostras de tecidos e peças confeccionadas na área têxtil
de EPI, disponíveis na XIX Feira Internacional de Segurança
e Proteção (FISP-2012), foi observado que a grande maioria
das fibras presentes nas roupas de proteção individual, puras
ou em misturas, voltadas à proteção conta arco elétrico,
fogo repentino e cortes, eram de algodão, lã, celulose
regenerada FR, Modacrílica, aramidas e Polibenzimidazol.
Detalhamos, a seguir, cada uma destas matérias-primas.
• Algodão
Fibra natural, de semente de origem vegetal cuja composição
polimérica é a celulose, o algodão se caracterizada,
basicamente, pelo conforto ao usuário, devido à alta
hidrofilidade e pelo baixo custo, quando comparada às fibras
tecnológicas relacionadas no segmento de proteção (AGUIAR
NETO, 1996). Possuindo características de flamabilidade
e combustibilidade altas, as fibras ou tecidos de algodão
necessitam de tratamento químico para tornarem-se
resistentes à chama. Uma das formas de tratamento é por
meio de polimerização da fibra com agentes ignífugos,
mantendo as características de proteção, mesmo após longo
período de uso ou inúmeras lavagens.
• Lã
A lã é uma fibra de origem animal, derivada do pelo
de ovinos que, depois de tosquiada, é industrialmente
processada para fins têxteis. O tecido feito de lã serve como
isolante térmico, não aquece tanto quando exposto ao sol
(mantém a temperatura do corpo em média 5 a 8 graus mais
baixa quando comparada aos tecidos sintéticos expostos
ao sol), permitindo que o corpo “respire”. É naturalmente
elástica, portanto mais confortável, e não amassa. Esta fibra,
muito utilizada em vestuário e acessórios de inverno, tais
como luvas, gorros e cachecóis, é significativamente um
retardante de chamas no seu estado natural, entrando em
combustão a temperaturas mais elevadas que o algodão
e algumas fibras sintéticas. A proteção térmica fornecida
é elevada, devido à superfície peluda dos tecidos, que reduz
o grau de contato com a pele. Tecidos de lã possuem ampla
utilização em vestimentas de proteção de trabalhadores
de fundição, pelo fato que respingos de metal fundido não
aderem às peças do vestuário (JEFFRIES, 1989).
• Celulose Regenerada FR
Fibra artificial oriunda da polpa de celulose possui
características de resistência a chamas, devido a uma
substância retardadora incorporada ao longo da seção
transversal da fibra. Comercialmente conhecida como
Lenzing FR®, possui excelente poder de absorção de umidade
e arejamento, fácil tingibilidade (capacidade de receber
corantes), além de toque agradável. A celulose regenerada
também possui propriedade única de isolamento térmico
combinada com a resistência permanente às chamas e ao
calor, em uma gama de aplicações. A celulose regenerada
FR, apesar de ser uma fibra artificial é biodegradável,
tendo em vista sua matéria-prima de composição natural
(celulose). É crescente no mercado a sua aplicação em
misturas com aramidas, porém, comparativamente ao
algodão, o fator preço é uma desvantagem das fibras de
celulose regenerada FR.
• Modacrílica
Trata-se de uma fibra sintética composta por copolímeros
de acrílico modificados, onde a acrilonitrila se associa
a vários outros polímeros, como o poli(cloreto de vinila)
(PVC), formando um copolímero diferente para cada
associação molecular. A acrilonitrila deve estar presente
entre 35% e 85% do peso total do copolímero.
As modacrílicas possuem propriedades que são
semelhantes à fibra de acrílico, porém, devido ao método
diferenciado de associação dos polímeros, são alcançadas
características especiais, não observadas nas fibras
convencionais, como por exemplo, retardância de chamas
e baixa combustão, que servem para o cumprimento de
exigências legais em revestimento de superfícies e roupas
de proteção. As modacrílicas são más condutoras de
7
calor, com isso, uma das propriedades mais interessantes
dos tecidos que contemplam essa matéria-prima em sua
composição é a proteção contra os efeitos térmicos do arco
elétrico. Por conterem uma densidade relativamente baixa,
proporcionam vestimentas confortáveis, porém, possuem
resistência moderada à abrasão e uma tenacidade baixa,
com durabilidade comparável às da fibra de lã (FIBER
SOURCE, 2012).
PANORAMA DE MERCADO - Workwear
Divulgação
PANORAMA DE MERCADO - Workwear
A presença de indústrias têxteis brasileiras atuantes nos
segmentos de roupas profissionais e de moda em um evento
como a FISP, que eleva o status do vestuário a EPI, mostra
um importante termômetro indicativo de que para crescer
e vender para um mercado com maior valor agregado,
algumas empresas estão investindo no segmento de têxteis
técnicos, como as roupas de proteção.
• Aramidas
As fibras de aramida – poliamidas aromáticas - podem ser
divididas em duas classes básicas: para-aramida e metaaramida. As classes são diferenciadas pela conformação
dos monômeros que determinam a estrutura molecular das
cadeias do polímero. As fibras são facilmente distinguidas
pela cor, e diferem significativamente em determinadas
propriedades físicas e químicas. As para-aramidas são
amarelas brilhantes, enquanto as meta-aramidas são
brancas. As para-aramidas são conhecidas por sua alta
resistência mecânicas, cinco vezes mais que de um fio
de aço de mesma massa, além de possuírem módulo
de elasticidade semelhante ao do vidro, sem apresentar
a mesma fragilidade. Esta característica justifica seu amplo
uso na produção de coletes de proteção balísticos. As
aramidas podem ser encontradas em filamentos contínuos
ou fibras cortadas. Apresentam propriedades de resistência
contra rompimentos, rasgos e abrasão (DUPONT, 2012 a).
8
comparativamente menor em relação às aramidas (até então
unânimes nas composições), e o ganho de resistência que
a poliamida proporciona ao material, também são fatores
competitivos dos tecidos nacionais.
As fibras de meta-aramida são conhecidas por suas
propriedades químicas e elevada resistência térmica.
Temperaturas de até 200 °C. não provocam nenhum
efeito danoso nas propriedades elétricas e mecânicas dos
produtos contendo esta matéria-prima. Suas propriedades
são preservadas mesmo durante exposição contínua em
temperatura de 220°C , além disso, as meta-aramidas não
derretem, não respingam e nem entram em combustão em
contato com o ar. Elas também são leves, proporcionando
roupas de proteção mais confortáveis se comparadas
às outras fibras (DUPONT, 2012 b).
Desafios para a indústria têxtil
e de confecção do Brasil
Até pouco tempo, não havia fabricante nacional que
produzisse tecidos para proteção contra arco elétrico e fogo
repentino com os padrões de qualidade internacionalmente
aceitos, seja pela falta de domínio sobre o processamento
de fibras inerentemente resistentes à chama, como
as aramidas e PBI; ou pela falta de tecnologia na aplicação
química de ignífugos com durabilidade permanente, sem
comprometimento da resistência mecânica de tecidos com
fibras comuns, como o algodão.
• Polibenzimidazol (PBI)
O Polibenzimidazol (PBI) é uma fibra sintética com ponto de
fusão elevado, que dependendo da sua aplicação e do tempo
de exposição, pode suportar temperaturas de até 430°C.
Possui elevada resistência, com compressão e recuperação
semelhantes ao do alumínio. Esta fibra tem boa resistência
química a ambientes químicos agressivos, melhor do que
muitos outros polímeros de alto desempenho, mas é atacada
por solventes corrosivos em temperaturas elevadas, por
soluções aquosas ácidas e, em menor escala, em soluções
alcalinas. Apesar de absorver, lentamente, um elevado
percentual de água, as fibras PBI são estáveis à hidrólise
e resistente a vapores de alta pressão. (GOODFELLOW, 2012).
Devido à sua excepcional estabilidade térmica e química,
PBI é utilizada para confeccionar vestimentas de proteção
de alto desempenho, tais como casacos de bombeiro,
roupas espaciais de astronautas, luvas de proteção para altas
temperaturas, roupas de soldadores, entre outras aplicações.
Assim, muitas confecções nacionais importavam, (e ainda
importam) tecidos tecnológicos, principalmente da Europa
e Estados Unidos para confecção das roupas de proteção
individual. Essa realidade está mudando e isso pode ser
comprovado na última edição da feira FISP – a maior do
setor de segurança e proteção no Brasil, onde dois players
da indústria têxtil nacional, Cedro Têxtil e a Cia de Tecidos
Santanense, apresentaram linhas de tecidos para roupas de
proteção contra arco elétrico e fogo repentino, em diversas
composições, gramaturas e cores. Os produtos também são
chancelados com Certificados de Aprovação (CA), obtidos
por meio de testes laboratoriais baseados nas normas
internacionais NFPA 2112 e 70E.
Os tecidos com estrutura sarjada ou rip stop, cuja composição
abrangia 88% de fibras de algodão e 12% poliamida foram
os de maior apelo comercial, tendo em vista o conforto
ao usuário proporcionado pela fibra de algodão. O custo,
Em relação aos confeccionistas nacionais, o segmento
de roupas de proteção certamente é um horizonte
promissor nesse nicho empresarial, tendo em vista que,
diferentemente do segmento competitivo de modavestuário, o domínio de operações, um bom sistema
de gerenciamento e automação da produção, não são
suficientes para garantir custos menores ou hegemonia de
mercado. Nesse segmento de tecidos profissionais, o estudo
e o envolvimento dos colaboradores das fábricas sobre
normas técnicas, ensaios laboratoriais, fibras têxteis, linhas
e aviamentos especiais, antropometria e ergonomia são
direcionadores de sucesso em um mercado, onde poucos
possuem capacidade técnica para fabricação nacional
de uniformes. Portanto, mercado não falta às indústrias
químicas, petroquímicas, siderúrgicas, de energia elétrica
e de gás que estão à espera de novos produtos.
Conclusão
O segmento de roupas de proteção individual será um
dos que mais crescerá nos próximos anos em nosso país,
tendo em vista o potencial crescimento populacional
e os investimentos futuros em infraestrutura. A tecnologia,
a normalização, as fibras, os tecidos técnicos e os insumos
envolvidos neste segmento possuem alto valor agregado.
A especificação e a escolha de roupas de proteção para
trabalhadores parecem fácil. Afinal, há muita informação
sobre o tema, seja em centros de educação e tecnologia,
em órgãos regulamentadores ou em empresas
fornecedoras de produtos. No entanto, inúmeros
problemas relacionados aos métodos de ensaios, normas
técnicas, tecnologia de materiais e características de
confecção destas vestimentas acarretam obstáculos no
estabelecimento de seus descritivos e aquisição correta
dos produtos.
Portanto, para que haja o fortalecimento e a independência
da indústria têxtil e de confecção nacional nesse segmento
potencialmente lucrativo, é necessário que haja uma
atuação em rede entre os diversos atores ligados à indústria
têxtil nacional, principalmente em quatro ações: formação
profissional, pesquisa colaborativa aplicada (indústria
e centros de tecnologia), investimento em novas tecnologias
(fibras e beneficiamentos) e na organização e comunicação
entre as indústrias nacionais voltadas para o segmento.
REFERÊNCIAS
AGUIAR NETO, Pedro Pita. Fibras têxteis. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 1996. v.2.
(Série Tecnologia Têxtil)
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Acesso em: 19 out. 2012.
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Personal_Protection/pt_BR/products/kevlar/index.html> Acesso em: 20 out. 2012.
DUPONT, 2012 b; Nomex Fibers Disponível em: <http://www2.dupont.com/
Personal_Protection/pt_BR/products/nomex/index.html> Acesso em: 20 out. 2012.
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modacrylic.htm>. Acesso em: 20 out. 2012.
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www.goodfellow.com/E/Polybenzimidazole.HTML>. Acesso em: 20 out. 2012.
JUNIOR. Vestimentas para a proteção do trabalhador que atua em instalações
e serviços em eletricidade CPFL energia. Disponível em: <http://www.ft.unicamp.
br/~miranda/pub/VestimentaFR.pdf> Acesso em: 10 out. 2012
LENZING. Lenzing Fibers. Disponível em: <http://www.lenzing.com/en/fibers/
lenzing-fr/protection-from-heat.html> Acesso em: 29 out. 2012.
MHUNIFORMES. Disponível em: <http://www.mhuniformes.com.br/uniformespersonalizados.php> Acesso em: 19 out. 2012.
MTE. Manual de orientação para especificação das vestimentas de proteção contra
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Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A31F92E6501321734
945907BD/manual_vestimentas.pdf> Acesso em: 1 out. 2012.
NCSU. Pyromantm. Disponível em: <http://www.tx.ncsu.edu/tpacc/heat-andflame-protection/pyroman.cfm>. Acesso em: 20 out. 2012.
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Portaria n0 598, de 07 de dezembro de 2004, publicada no D.O.U. em 8 de dezembro
de 2004.
NFPA 70E. National Fire Protection Association. Standard for Electrical Safety
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SABATINI, R. Aplicações na internet em medicina e saúde. Disponível em:
<http://www.informaticamedica.org.br/informed/intern1.html>. Acesso
27 set. 2004.
em:
SANTANENSE. Santanense Workwear. Disponível em:
< www.santanense.com.br/workwear/default.aspx>. Acesso em: 18 out. 2012.
9
ENTREVISTA
Por: Marcia Mariano
Laminados sintéticos avançam
no setor calçadista
SIGMA - SISTEMA DE APLICAÇÃO DE LÍQUIDOS
(PRODUTOS QUÍMICOS E LÍQUIDOS)
Divulgação
O presidente da Assintecal fala sobre a presença dos nãotecidos na produção dos calçados
e diz que novos insumos agregaram valor a estes materais.
TTR: De acordo com o último estudo do IEMI, a cadeia
produtiva do calçado no Brasil produziu 876 milhões
de pares em 2014. Qual a perspectica de crescimento
para 2015?
William Nicolau: Em 2014, o setor calçadista vivenciou um
primeiro semestre mais estável e um segundo semestre
ruim, resultando na queda da produção em 4,7% (janeiro
a outubro de 2014), de acordo com os últimos dados
do IBGE. Para esse ano, esperamos uma estabilidade no
mercado doméstico e um crescimento nas exportações,
com um câmbio num “patamar de realidade”, o que poderá
ajudar a indústria do setor.
William Marcelo Nicolau
O empresário William Marcelo Nicolau, presidente da
Associação Brasileira das Empresas de Componentes para
Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), diz que o substrato
sintético praticamente perdeu aquela característica de
material plástico, graças à evolução tecnológica das
matérias-primas e dos acabamentos. “O Brasil tem alta
capacidade produtiva, tanto na área de couros como de
sintéticos e também de solados, fornecendo produtos
de qualidade para o mercado interno e exportando
quantidades significativas paras diversos países”.
Diretor do Grupo Cipatex, indústria 100% brasileira e uma
das líderes na fabricação de laminados para calçados, bolsas
e acessórios, William Nicolau prevê um desempenho melhor
das exportações este ano, graças ao dólar valoriziado.
A Assintecal, que em 2014 renovou o convênio com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimentos) no valor de R$ 15 milhões, tem como
meta até o final de 2015, aumentar em 20% o volume das
exportações das mais de 300 empresas que participam do
projeto Footwear Components by Brasil (FCBB).
De acordo com a associação, atualmente, o setor brasileiro
de componentes para indústria calçadista conta com
2,8 mil empresas, localizadas em diversos polos produtivos,
que fabricam palmilhas, cabedais, solados, embalagens,
substratos sintéticos, entre outros produtos. Confira,
a seguir, a entrevista concedida pelo presidente da
Assintecal à Revista Têxtil Técnico Report - TTR.
10
Aplicações:
- Impressão Digital
- Impressão Rotográfica e Flexográfica
- Papel e Tecidos
- Painéis de Fibra de Madeira
- Têxteis e Tecidos Técnicos
- Filmes
- Laminados
TTR: No que se refere à matéria-prima, os volumes de
calçados de plástico/borracha aumentaram 16,6%, no
período de 2009 a 2013. Atualmente quanto representa
os sintéticos na produção total de calçados? O couro
vem perdendo espaço no Brasil?
William Nicolau: Os sintéticos representam 15,2% na
produção total de calçados no Brasil, enquanto que os de
couro possuem participação de 12,6%, segundo o relatório
setorial da indústria de calçados 2014 da Abicalçados/
IEMI. De acordo com o Estudo da Quantificação 2014 da
Assintecal, os sintéticos representam 50% da matériaprima utilizada em cabedais, enquanto o couro responde
por 32%. Consequentemente não temos expectativa da
ampliação de uso do couro nos calçados brasileiros, porém
devido ao seu alto valor agregado, o uso deste material não
será abandonado.
TTR: Quais as principais diferenças entre o material
sintético e o couro no calçado?
William Nicolau: O couro é a pele curtida de animais,
enquanto que o sintético trata-se de um laminado
produzido a partir de compostos estratificados ou não, de
polímeros compactados ou expandidos, na forma laminada,
com ou sem substratos. No caso do couro as vantagens são:
origem natural, maior valor agregado e maior durabilidade.
Já o sintético apresenta melhor aproveitamento (de
material), flexibilidade e diversidade.
TTR: No segmento feminino, infantil e esportivo
os sintéticos predominam? Por quê?
William Nicolau: O aumento da utilização e predominância
do sintético em calçados femininos da-se principalmente
VANTAGENS
- Quantidade de aplicação de definição precisa;
- No longo prazo, elevada consistência da quantidade
na distribuição do líquido;
- Reprodutibilidade das quantidades de aplicação;
- Aplicação de vários tipos de líquidos;
Proteção bacteriana
Revestimentos hidro-repelentes
- Redução da quantidade de aplicação;
- Menor consumo de energia;
- Fácil utilização Menor tempo de secagem.
Revestimentos impermeabilizantes e resistentes a sujeiras
Alguns exemplos de produtos químicos de acabamento:
emolientes, proteção contra-chama, agentes antibacterianos,
antimicrobianos ou hidrofílicos / hidrofóbicos e oleófilos líquidos.
PROPRIEDADES INDIVIDUAIS E FUNCIONAIS PARA NÃOTECIDOS E TECIDOS TÉCNICOS
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de aplicação de líquidos. Originalmente desenvolvido
para a indústria de impressão e papel, este processo
é usado hoje no nãotecido, papel, filme, tecidos técnicos
e a indústria têxtil. Oferecendo soluções econômicas
e sustentáveis proporcionando aos nãotecidos e tecidos
técnicos propriedades específicas. Só a quantidade
necessária é aplicada, na medida exata e sem contato. Isso,
preserva os recursos, o ambiente e seu custo de aplicação
é reduzido por não haver descarte por contaminação. Por
conta das quantidades mínimas aplicadas não apenas
a quantidade de produtos químicos mas também energia
secagem é reduzida, assim, aumentando sua produtividade.
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ENTREVISTA
em função da moda. Com as trocas frequentes de coleção
e o consumo sazonal do público feminino, verifica-se uma
maior utilização dos laminados, que permitem a produção
de calçados com custo mais baixo e maior diversidade.
Quando observamos a tabela (veja Box na pág. 13),
percebe-se uma predominância forte do couro no calçado
masculino, enquanto que no feminino ele vem perdendo
espaço para o laminado de PU. Já no calçado infantil há
uma grande participação de laminado de PVC. O calçado
de segurança, por sua vez, mantém a predominância da sua
produção em couro, com mais de 70% de participação da
matéria- prima.
TTR: Quais as diferenças entre laminado de PVC
e laminado de PU? E quanto ao tecido de algodão ou
poliéster? Quais as principais características para ser
usado em calçados?
William Nicolau: O laminado de PVC não é transpirável nem
absorvente. Já o laminado de PU tem uma característica
de ser absorvente e transpirável. Ele está chegando a uma
semelhança bastante próxima do couro e é em função disso
que tem crescido em alguns segmentos. O tecido de algodão,
conhecido também como tecido natural, caracteriza-se
pelo conforto, flexibilidade e durabilidade, enquanto que
o de poliéster, também denominado como sintético, possui
um toque mais suave e resistente, além de secar com mais
facilidade e não amassar. Na parte de solados e cabedal, são
utilizadas composições nas quais entram novos tipos de
resinas e matérias-primas que dão resistência ao desgaste,
leveza e conforto, e com toda liberdade de criação. A moda,
com uso dessas novas tecnologias, tem possibilitado ao
Brasil lançar constantemente novos modelos de calçados
e acessórios.
TTR: Com o advento da nova classe C, reduziu
a resistência dos consumidores contra os produtos
sintéticos?
William Nicolau: A redução da resistência dos
consumidores contra os produtos sintéticos não se deve
somente ao advento da nova Classe C, mas também devido
a evolução deste material ao longo dos últimos anos.
O sintético praticamente perdeu a característica de material
de plástico, como era no passado. Atualmente, a tecnologia
evoluiu bastante, e existe um “casamento” muito forte da
indústria calçadista e moveleira utilizando o sintético com
o couro, como forma de baratear o preço do produto,
sem perder outras características e sem comprometer
a qualidade e a estética.
TTR: Pode citar novos tipos de matérias-primas que têm
agregado valor ao produto sintético?
William Nicolau: Foram desenvolvidas, por exemplo,
resinas que conferem maior resistência à abrasão e à sujeira.
TTR: Outros artefatos como bolsa, cintos e forração
para estofados também têm consumido mais substrato
sintético do que há 10 anos. Qual foi o crescimento
nestas aplicações?
12
ENTREVISTA
William Nicolau: O setor de bolsas e artefatos vem
registrando um bom desempenho nos últimos cinco anos,
crescendo sua produção 8% ao ano. Além disso, das matériasprimas utilizadas para a fabricação destes produtos, estimase que 37% sejam de laminados sintéticos, informação que
está de acordo com dados fornecidos pela Abiacav.
Composição do cabedal
TTR: O consumo médio de calçado no Brasil no ano 2000
era de 2,6 pares por pessoa. Como está hoje?
William Nicolau: O Brasil ocupa a quarta posição no
ranking 2013 dos consumidores globais de calçados.
Entretanto, o número de pares consumidos pelo brasileiro
é elevado por conta da alta participação dos chinelos, que
representam mais da metade dos pares consumidos. Com
isso seu consumo por habitante, de 4,1 pares/ano, é 78%
superior à média mundial, de 2,3 pares anuais.
Laminado PVC
(%)
Laminado PU
(%)
Têxtil (%)
Outro (%)
Masculino
63,7%
15,0%
2,6%
11,9%
6,7%
Feminino
31,3%
22,7%
23,7%
19,4%
2,8%
Infantil
12,8%
56,6%
7,8%
17,9%
4,9%
Esportivo
9,2%
48,9%
37,9%
4,0%
0,0%
Segurança
73,5%
19,0%
2,2%
5,4%
0,0%
Produção total¹
32,0%
31,7%
18,3%
14,7%
3,3%
An.TTR_21x14,85cm.pdf
Os laminados na composição dos calçados
C
M
Y
CM
MY
CY
Os laminados sintéticos, por sua vez, são materiais
compostos por um substrato (que pode ser nãotecido,
tecido ou malha) e uma camada plástica que pode
ser constituída de Poliuretano (PU), que imita
a aparência de couro e por isso são chamados de
“couro ecológico”; de PVC (policloreto de vinila), que
confere transparência, impermeabilidade e aspecto
mais brilhante, ou mesmo a combinação dos dois
polímeros PU+PVC, que de acordo com os fabricantes
resultam em produtos mais diferenciados.
Couro (%)
Fonte: Estudo de Quantificação 2014 - Assintecal
¹Percentual do material na produção total de calçados
TTR: Com a desvalorização do Real frente ao dólar,
a indústria calçadista poderá recuperar sua fatia no
mercado internacional em 2015?
William Nicolau: Pela nossa expectativa, com o dólar
valorizado prevê-se um melhor desempenho nas
exportações de calçados. Além disso, a gradual recuperação
dos mercados europeus e alguns da América Latina podem
resultar positivamente para os exportadores. No entanto,
a crise na Argentina deve aprofundar as perdas neste
mercado, que possivelmente deixará o segundo posto
entre os principais compradores do calçado brasileiro. Com
este quadro, a expectativa é de um leve incremento nos
embarques, considerando que a recuperação dos países
compradores se mantenha ao longo de 2015.
Os nãotecidos utilizados como substrato para
laminação (que pode ser calandrada ou espalmada)
são os spunlace (fibras hidroentreladas), que possui
elevada suavidade ao toque e absorção; e agulhados,
fibras aglomeradas à base de poliéster mais resistente.
Os nãotecidos podem ser submetidos em aplicações
como plastitificação e dublagem, sendo também
insumo importante para componentes de calçados,
como palmilhas, forros, contraforte, entre outros.
Tipo
CMY
K
1
09/02/15
10:35
NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America
NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America
Por: Marcia Mariano
28,3 milhões de indivíduos. É importante ressaltar que
a classificação etária infantil refere-se a crianças com idade
de 0 a 9 anos, ou seja, não há uma estimativa precisa para
o número de bebês, mas segundo fontes do setor de fraldas
descartáveis, a população de até 30 meses de idade está
por volta de 10 milhões de pessoas.
Evento realizado pela primeira vez na América Latina apresentou perfil do setor e tendências
de produtos para o segmento de descartáveis higiênicos.
Mercado potencial
Embora os nãotecidos sejam um produto sem apelo de
marketing junto ao consumidor final e, portanto, pouco
conhecido das pessoas, é bom lembrar que eles são tão
indispensáveis quanto os têxteis tradicionais, usados em
vestuário ou artigos para o lar. No caso dos produtos de
higiene como fraldas infantis, geriátricas, absorventes
femininos e lenços umedecidos, os nãotecidos acompanham
todo o ciclo de vida humana desde a infância até a velhice.
O aumento no consumo de descartáveis higiênicos está
invariavelmente associado ao desenvolvimento social
e econômico e a elevação da renda per capita. Dados
da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina
e o Caribe), apresentados durante o seminário OUTLOOK™,
mostram que a população da América do Sul é estimada em
415 milhões de habitantes, com PIB de US$ 4.3 trilhões.
Segundo o IBGE, o PIB brasileiro em 2014 foi de
US$ 1,73 trilhão (R$ 5, 52 trilhões), mantendo-se como
a maior economia da região, embora nos últimos dois anos
tenha apresentado queda na produção de riquezas. Para
2015, as perspectivas não são animadoras, devido à alta da
inflação, elevação das taxas de juros e redução do consumo
Divulgação
O mercado brasileiro de nãotecidos, matéria-prima
presente em diversas categorias de produtos de valor
agregado, revelou-se promissor aos olhos de mais de
250 participantes, que prestigiaram a primeira edição da
Conferência OUTLOOK™ Latim América, promovida pela
primeira vez no Brasil e no continente sul-americano.
Empresários, executivos, profissionais e técnicos das
principais empresas do setor foram brindados com
palestras nacionais e internacionais sobre tendências de
consumo, mercado e oportunidades de negócios no campo
dos nãotecidos descartáveis e duráveis, principalmente nas
áreas de saúde, higiene e cuidados pessoais. Realizado em
São Paulo, de 3 a 5 de março, o evento co-organizado pelas
duas associações globais de nãotecidos, INDA e EDANA,
com suporte da Abint - Associação Brasileira das Indústrias
de Nãotecidos e Tecidos Técnicos, mostrou que mesmo com
economia estagnada, a indústria de descartáveis higiênicos
continua sendo a principal alavanca da produção brasileira
de nãotecidos, setor reúne 551 indústrias com produção
anual de 351 mil toneladas, consumo aparente de
332 mil toneladas/ano e cerca de 14 mil empregos diretos
e indiretos.
Conferência foi realizada no Renaissance São Paulo Hotel.
14
Imagem ilustrativa
Conferência sobre nãotecidos
surpreende mercado brasileiro
e da atividade industrial. Mas, apesar desta conjuntura
adversa, o País segue atraente para investimentos de longo
prazo. No que se refere à indústria de nãotecidos voltada
para o mercado de descartáveis higiênicos, as projeções
da Cepal indicam que a população geral da América do
Sul deverá crescer a uma taxa de 11% até 2030. Se por um
lado o contingente de crianças (0 a 4 anos) vai decrescer
até 2030 - em 2015 a estimativa é de -3,0%, impactando
no consumo de fraldas infantis; por outro, a população
com mais de 60 anos tende a aumentar 40% até 2030,
devendo representar 18% do total da população
do continente. É a partir destas projeções que
os convertedores e fabricantes de produtos finais planejam
seus investimentos.
De acordo com a agência Euromonitor Internacional, que
também divulgou dados sobre a América do Sul durante
o evento, em 2014 foram consumidos U$ 14 bilhões em
produtos de higiene e cuidados pessoais na região, sendo
que o Brasil representou 32% de market share. Deste total,
2,5% foram gastos com fraldas; 12% com absorventes
externos femininos e 7% com tampons (internos)
e absorventes diários. O instituto também revelou que desde
2004, o consumo de fraldas para adulto vem crescendo na
América Latina. No ano passado, houve crescimento de 2%
liderado pelo consumo das mulheres. Outro produto que
aos poucos vem conquistando os consumidores (tanto
adultos quanto infantil) são as pants, ou roupa íntima
descartável.
O mais recente estudo
demográfico
brasileiro,
a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad),
realizada em 2013, confirma
que os idosos já são 13%
da população estimada em
200,4 milhões de habitantes,
e que o número de crianças
vem diminuindo, passando
de 18,7% em 2001 para
12,9% em 2013, totalizando
Composição dos descartáveis higiênicos
Feitos para durar um breve período de tempo – no
caso das fradas recomenda-se que a troca seja feita de
seis a oito vezes ao dia, e dos absorventes a cada duas
ou três horas, dependendo do fluxo – os descartáveis
higiênicos são constituídos de várias matérias-primas:
uma camada de nãotecido laminado impermeável, polpa
de fibras, filmes de polietileno, polímero superabsorvente,
adesivos termoplásticos e elásticos. Os materiais que
conferem atributos como retenção de líquidos e redução
de vazamentos, também podem receber aditivos como
antioxidantes, hidratantes ou essências aromáticas para
melhor cuidado da pele. Outra evolução é o uso de películas
gofradas, filmes microporosos que permitem maior
ventilação e evaporação do líquido, reduzindo a sensação
de umidade que causa desconforto ao usuário. A procura
por nãotecidos com gramaturas abaixo de 20 gramas/m2
também tem crescido no Brasil segundo os fabricantes
de fraldas, já que cada vez mais os consumidores buscam
por produtos suaves, finos e discretos, seja fraldas ou
absorventes.
No caso dos lenços umedecidos, também chamados wipes,
existem tipos para todas as faixas etárias, mas no Brasil
ainda são considerados produtos de baixo consumo devido
ao preço e também à falta de hábito. Produzidos à base de
nãotecido thermobond e spunbond, os wipes nos últimos
cinco anos têm migrado para a tecnologia spunlace que,
segundo os convertedores, conferem maior maciez ao
produto. Os wipes também podem conter aditivos como
vitaminas e hidratantes para melhor proteção da pele.
Destaques das palestras
A primeira edição do OUTLOOK™ Latim América contou
com a palestra de abertura do consultor PhD em Economia,
Roberto Macedo, que fez uma explanação sobre o momento
atual do Brasil e os rumos para o futuro. Também se
apresentaram consultores e executivos de empresas nacionais
e multinacionais como Basf, Braskem, Dow, PGI, Suominen,
Unicharm, Richer Investiment, Euromonitor International,
entre outros. A Revista Têxtil Técnico Report - TTR, única
publicação nacional dedicada ao mercado de tecidos técnicos
e nãotecidos, acompanhou os três dias do evento e traz um
resumo dos principais pontos debatidos no encontro. Por
ser muito rico e abrangente, certamente, o assunto não se
esgota nesta edição.
Cenário cinzento
O economista Roberto Macedo disse que a projeção
de crescimento do PIB brasileiro para 2015 é de 0,3%
e que para 2016 talvez ultrapasse 1%. Para uma atenta
15
Palestra de abertura do consultor PhD em Economia,
Roberto Macedo.
plateia, formada por maioria de empresários, ele afirmou:
“Temos crise econômica, mas não uma crise cambial,
o que seria mais complicado”. Roberto Macedo apontou
cenário macroeconômico cinzento, dizendo que em 2015
o País terá que se esforçar para cumprir o ajuste fiscal
com realinhamento de preços. Ele também recomendou
às empresas a não se contaminarem com a conjuntura.
“As empresas precisam olhar para dentro de si e também
para os lados para ganharem competividade na América
Latina. O Brasil se relaciona mal com os mercados
vizinhos. Precisamos melhorar os produtos e aumentar as
exportações”. Citando dados coletados em janeiro deste
ano, Macedo disse que enquanto o Brasil patina, outros
países apontam crescimento do PIB como México 3,2%,
Colômbia 4,3% e Equador 3,8%.
Afirmando que o cenário econômico internacional
também já está se recuperando, Roberto Macedo não
poupou críticas à política econômica brasileira, apesar de
reconhecer ganhos como o aumento do salário mínimo
que favoreceu milhões de consumidores das classes mais
pobres. “É verdade que a classe média aumentou neste
período de grande aquecimento da economia interna
brasileira. O governo arrecadou muito, mas investiu pouco.
Enquanto a taxa de investimento do Brasil é 17% do PIB,
na China chega a 47,7% e na Índia 32,2%”. Com relação
aos setores industriais, disse que a indústria em geral está
atravessando uma fase muito ruim, mas alguns segmentos
como o farmacêutico, perfumaria, higiene e limpeza estão
indo bem no Brasil, tendo apresentado crescimento de 50%
nos últimos 10 anos.
Roberto Macedo encerrou sua palestra dizendo que
o País precisa investir nos acordos bilaterais e sugeriu que
o caminho para o sucesso vai depender do “tripé
econômico”, ou seja, cumprimento das metas de inflação,
manutenção do superávit primário e câmbio flutuante.
“Sem isto, o apoio político e popular poderá ficar
comprometido, principalmente quando as eleições de 2018
se aproximarem”.
16
Indústria competitiva
O engenheiro químico Hermínio Vicente de Freitas, CEO
da Cia. Providência e presidente da PGI Brasil, falou sobre
os desafios da indústria de nãotecidos na América do
Sul. “Em 2013, a região registrou um consumo médio de
1.2 quilos de nãotecidos por habitante. No Brasil esta taxa
foi de 1.5 kg/hab. enquanto nos Estados Unidos é de 4kg/
hab.” Freitas observou que 54% das indústrias de nãotecidos
atuam no segmento de descartáveis médicos e higiene
e 46% no uso industrial, com destaque para agricultura,
filtração e automotivo e têxtil/calçados. O executivo da
PGI disse ainda que a América do Sul apresentou taxa de
penetração de 53% das fraldas descartáveis no ano passado,
e segundo ele, deverá subir para 62% em 2017. “Vamos
necessitar de mais metros quadrados de nãotecidos e esta
é uma excelente oportunidade para as empresas brasileiras.
É uma indústria com uso massivo de capital e tecnologia de
ponta. Na América do Sul temos que melhorar a cadeia de
suprimentos e logística bem como os níveis de qualidade
dos produtos para estarmos equiparados aos EUA
e a Europa em produção de nãotecidos”, concluiu Freitas.
Diferenças culturais
A palestra de Daisuke Iguchi, gerente geral da Unicharm
do Japão, abordou as diferenças culturais na Ásia para
consumo de produtos de higiene feminina. Segundo
ele, o uso de tampons (absorventes internos) é baixo em
comparação aos EUA e Europa. “O motivo é que muitas
mulheres usam toalhas sanitárias laváveis e, além disso, há
o costume de repousarem durante os dias de menstruação.
Existe também a imagem de castidade que afeta o uso de
tampons para as adolescentes e jovens”. Iguchi ressaltou
que por outro lado, nas metrópoles do Japão e Coreia do
Sul, o uso de absorventes de alto desempenho é grande
porque as consumidoras asiáticas são muito exigentes no
que se refere a vazamentos e outros tipos de incômodos.
Segundo o executivo, produtos que mantém a pele seca
e sem odor são os mais consumidos no Japão. O consultor
Carlos Richer, presidente da Richer Investment, dos Estados
Unidos, confirmou que a maior população de mulheres
e crianças do mundo está no continente asiático, o que
teoricamente seria um grande consumidor de fraldas
e absorventes higiênicos, entretanto, só no Japão e na
Coreia do Sul existe mercado maduro para produtos
descartáveis. “Enquanto na China, o mercado de fraldas
tem penetração de 32%, nos Estados Unidos é de 96%, no
Japão 98% e no Brasil, 75%”, garante Richer, revelando que
o mercado brasileiro consome cerca de 9 bilhões de fraldas
por ano. “A perspectiva é que em 2020 este número atinja
10.4 bilhões. Já na China, que hoje consome 24.6 bilhões,
espera-se que o consumo passe para 45 bilhões de fraldas
daqui a cinco anos”.
Carlos Richer diz que nos países emergentes houve
evolução no que se refere aos chassis das fraldas,
hoje mais estreitos, anatômicos e com materiais mais
amigáveis à saúde, mas fez uma ressalva: “Existe uma
tendência exagerada dos fabricantes de fraldas no Brasil
NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America
com retenção do líquido apenas através do formato das
camadas que compõem as fraldas, desconsiderando
que o núcleo é que precisa ser suficientemente seco.
A qualidade dos polímeros superabsorventes (SAP) na
fralda é importante inclusive para o contato com a pele”,
recomenda o consultor, acrescentando que na Colômbia
e no México vendem-se mais fraldas premium do que
no Brasil. O engenheiro químico Walter Spinard Junior,
da WPS Consultoria, por sua vez, revelou que o uso dos
tampons femininos vem crescendo, principalmente entre
as mulheres jovens, conforme o aumento da renda.“No Brasil,
44 milhões de pessoas migraram das classes D e E para C –
média, impulsionando o consumo de produtos de higiene,
beleza e cuidados pessoais”, lembrou. Porém, segundo ele,
o produto que domina o mercado são os absorventes
com espessura de 4 a 6 milímetros e que os ultrafinos – de
2 a 3 milímetros, ainda são pouco acessíveis a esta
camada da população, por serem considerados produtos
premium. “Em todo o continente sul-americano cerca de
165 milhões de mulheres ainda não têm acesso aos
produtos diferenciados e só usam absorventes básicos.
É uma região diversificada culturalmente por isso, há
chances de desenvolver um mercado promissor”, acrescenta
Walter Spinard.
Produtos e tendências
A gerente de Marketing Médico e Higiene na América Latina
da Dow, Beatriz Goldaracena, abordou sobre diferenciação
entre as matérias-primas e laminação para fraldas. “Apesar
de o polipropileno ser o nãotecido mais utilizado na América
Latina, sugerimos o polietileno (PE) para backsheets (chassis
da fralda) por proporcionar mais suavidade e menos ruído”.
A principal função do backsheet é reter o líquido dentro
da fralda ou do absorvente. Beatriz também revelou
que os produtos descartáveis com elástico cresceram no
Brasil nos últimos anos e a Dow foi a primeira empresa
a utilizar o polietileno para backsheets. “Os polietilenos
combinam desempenho, produtividade e sustentabilidade
já que permitem obter filmes de menor espessura e maior
desempenho para as fraldas. Nosso próximo passo é ampliar
Divulgação
Divulgação
NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America
No intervalo das palestras os participantes se reuniam no lounge
do hotel para trocar informações.
a oferta de resinas de polietileno no mercado brasileiro. Em
comparação com a resina convencional de polipropileno,
o nãotecido fabricado com PE oferece maior suavidade
ao toque e mais conforto no topsheet, ou seja, nas partes
internas das fraldas e absorventes”, ressalta a executiva.
Damien Grimmelprez, consultor da Parafix, fornecedora de
fitas para fechamento de fraldas, citou como tendência para
este segmento, a fita tríplex com fechamento mecânico
que proporciona maior segurança ao usuário. “Para fralda
infantil, a empresa fornece fitas compostas por filmes de
polipropileno nãotecido e adesivos especiais que garantem
uma abertura suave da fralda. Já para linha adulto o uso do
velcro é mais eficaz do que os filmes esticáveis, comumente
usados no mercado”, comenta o consultor.
A Basf também apresentou novidades para núcleo de
fraldas descartáveis. Trata-se de uma gama de polímeros
superabsorventes redondos com alta capacidade de
absorção de líquidos e permeabilidade. Visando o mercado
de fraldas geriátricas, a empresa desenvolveu outro
polímero que além da alta propriedade de absorção de
líquidos e redução de vazamentos, impede a formação
de amônia, odor característico da urina, por um período
prolongado. “Impedimos a degradação da urina por cerca
de 9 horas, proporcionando menos troca de fralda”, garante
Sebastian Guarachi, diretor de Negócio Higiene da Basf
América do Sul.
Rildo Martini, vice- presidente da International Paper, dos
Estados Unidos, falou sobre matérias-primas, apresentando
as fibras longas de celulose Fluff, produzida na América do
Norte, que segundo ele é melhor do que as fibras curtas de
eucalipto, com grandes oportunidades de crescimento na
Ásia e países do Norte da África. Entre as características desta
celulose estão a resistência e a excelente propriedade de
absorção. Martini assegurou que as fibras Fluff são retiradas
de florestas certificadas, respeitando a legislação ambiental.
Fernando Raszl, gerente de produto regional da H.B Fuller,
apresentou novidades em adesivos à base de poliolefinas
(MPO). O adesivo é o componente colocado sobre o painel
composto por celulose na superfície da fralda. “Uma das
vantagens da tecnologia MPO é a estabilidade térmica do
adesivo que não perde suas propriedades de aderência,
enquanto os convencionais de borracha tendem a perder
viscosidade. Além disso, as poliolefinas oferecem aos
produtores de fraldas mais estabilidade na oferta devido
aos custos competitivos”. O mercado de adesivos para
descartáveis higiênicos deve crescer 7% na América Latina,
entre 2014 e 2019, segundo a agência Euromonitor.
A série de conferências OUTLOOK™ destina-se aos
produtores e convertedores de materiais nãotecidos
e suas indústrias relacionadas para os produtos de cuidado
pessoal. Com 12 edições na Europa e uma na Ásia em 2013,
a conferência já atraiu mais de 4 mil participantes de todo
o mundo.
17
NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America
Campo cirúrgico e lenços umedecidos
O engenheiro químico e diretor da Braskem, Yuki Hamilton
Kabe, falou sobre nãotecidos para utilizações médicas,
destacando sua importância na sustentabilidade. Citando
os campos cirúrgicos ele diz que o uso do material
correto ajuda no controle de infecção dos pacientes nos
hospitais e clínicas. Paramento obrigatório para cirurgias
hospitalares ou ambulatoriais, os campos cirúrgicos
podem ser confeccionados com tecidos de algodão ou
TNT de polipropileno.
Yuki Kabe revelou, porém, que os produtos feitos
de tecido de algodão ou poliéster, mesmo com
tratamento antimicrobiano, não resistem ao ciclo de
seis lavagens. “Eles perdem a barreira química o que
torna um perigo para o paciente e o próprio médico”, diz
o químico, acrescentando que a vantagem dos produtos
nãotecidos, além do custo, é que são usados uma única
vez e descartados em aterros apropriados. A Braskem
é a maior petroquímica da América Latina e líder na
produção de biopolímeros. A empresa produz resinas de
polipropileno específicas para processos de spunbond,
spunlace, melt blow e de polietileno em filmes para
laminação de backsheet.
Mercado de wipes
Tania Hatashi, gerente de vendas South America da
Suominen, comentou sobre a nova planta de Paulínia
(interior de São Paulo), que produz lenços umedecidos
(wipes). De origem finlandesa, instalada no Brasil há
três anos, a empresa transformou-se em uma produtora
de nãotecidos em 2014. “O mercado brasileiro está
ampliando as aplicações na linha de lenços umedecidos
femininos, mas o consumo ainda é pequeno. Na América
Latina, a Colômbia representa o maior mercado deste
produto. Já no campo dos panos de limpeza umedecidos
para uso doméstico tem
crescido o consumo no
Brasil, com ampla oferta de
produtores locais”, detalha
Tania, acrescentando que
do consumo aparente de
515 mil toneladas/ano de
nãotecidos na América do
Sul, os wipes representam
apenas 9%. “Certamente há
um grande mercado futuro
a ser conquistado”.
NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America
“O OUTLOOK™ Latim América foi
extremamente importante para
o desenvolvimento do mercado
brasileiro de nãotecidos, com
a presença de importantes
players do mercado nacional
e internacional. A Wacker
participou como patrocinador
do evento, expondo os
principais avanços e benefícios
da tecnologia VAE (acetato de
vinila-etileno) no processo de consolidação química via
utilização de látex (chemical bonded) utilizado na fabricação
dos nãotecidos e tecidos técnicos. Seria interessante dar
mais destaque e opções para os fabricantes de nãotecidos
e não apenas aos convertedores. Mostrar, por exemplo,
as vantagens e o que há de mais atual nos processos de
consolidação química das fibras (airlaid, cardagem, etc.)
através da utilização de látex polimérico”. Ricardo Gouvea,
gerente de vendas de Polímeros para Dispersões
e Resinas da Wacker Química do Brasil.
“A Croda já participa das conferências da Edana na Europa,
mas ter o OUTLOOK™ realizado pela primeira vez no Brasil,
Veja as opiniões e sugestões de alguns participantes do OUTLOOK™ Latim América
sobre a primeira conferência internacional de nãotecidos realizada no Brasil.
“Nos dois dias de evento que eu assisti, me chamou atenção
a rede de relacionamentos e a abordagem bastante
profunda das aplicações existentes que podem abrir novas
18
“Estamos muito felizes de ter co-organizado este evento
com EDANA e apoio da Abint. Esta é uma importante
demonstração da cooperação para avançar e contribuir com
o sucesso da indústria de nãotecidos em todo o mundo.
A taxa de participação no evento da América Latina superou
todas as nossas expectativas”. Dave Rousse, presidente
da INDA.
de embalagens PET recicladas.
APLICAÇÕES EM DIFERENTES SETORES
behype.com.br
oportunidades para o mercado brasileiro e latino-americano
de nãotecidos. Com relação a tema para um próximo
evento, creio que deveria abordar algo voltado não só
para produto, mas também, novas evoluções e tecnologias
de produção de nãotecidos”. Gilberto Campanatti,
Customer Service Latin América da Lenzing.
“O evento organizado pela EDANA mostra que a América
Latina, em especial, o Brasil é um mercado que está sendo
visto com um futuro promissor.
A abordagem dos vários temas
em diversos pontos de vista
ajudaram as empresas e refletir
em suas estratégias e avaliarem
se estão ou não em acordo
com as tendências globais
e regionais.” Tânia Hayashi,
Sales Manager South America
da Suominen.
“Os palestrantes apresentaram, de forma emocionante,
a diversidade do mercado latino-americano, ilustrando
oportunidades que foram bem compreendidas pelos
representantes da cadeia de fornecedores que estavam
na plateia. EDANA cumpriu seu papel de ajudar a indústria
a aproveitar muitas oportunidades com este evento”.
Pierre Wiertz, gerente Geral da EDANA.
FIBRAS DE POLIÉSTER
produzidas com 100%
Repercussão do evento OUTLOOK™ Latim América
“Sem dúvida, o evento organizado pela EDANA/INDA, com
apoio da Abint foi de suma importância para todos nós do
Brasil e da América Latina, que trabalhamos com nãotecidos,
área que muitas vezes fica alheia ao desenvolvimento
da Europa e dos EUA. O enfoque dado aos descartáveis
e higiênicos trouxe informações importantes, tanto técnicas
como de mercado, que ajudará o setor a se programar para
atender a demanda que continuará crescendo, mesmo
com as dificuldades que estamos passando. Os temas
foram bem selecionados e creio que atingiram o objetivo
da organização. Um evento como este me parece que deve
ser voltado ao mercado. Apresentar novas tecnologias,
que propiciem ao consumidor um menor custo, melhor
performance e maior sustentabilidade seria um tema
bem-vindo para um próximo evento”. Edson Basseto,
diretor técnico da Abint.
focado na indústria de descartáveis higiênicos, foi muito
relevante. Fiquei bem impressionada com a audiência
e com o interesse das pessoas em relação às matérias-primas
que beneficiam as fibras para nãotecidos. É surpreendente
como o mercado de produtos premium tem espaço para
crescer no Brasil”. Magda Machado Rodrigues, gerente de
Marketing da Croda do Brasil.
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FEIRAS & EVENTOS
FEIRAS & EVENTOS
Tecidos de cortiça, colete com sistema
de refrigeração interna e camiseta
t-shirt que pode medir os batimentos
cardíacos foram alguns dos produtos
expostos no “Sport Textile Village from
Portugal”, espaço que reuniu empresas
portuguesas especializadas em tecidos
inteligentes, durante a feira Tecnotêxtil
2015, em São Paulo. A mostra de
produtos integrou a programação do
II Fórum de Inovação Têxtil, que
também contou com palestras
divididas em três painéis: Inovação
Tecnológica no Esporte; Moda
Esportiva e Design e Novos Modelos
de Negócio e Comunicação.
Realizado pela Abit – Associação
Brasileira
da
Indústria
Têxtil
e Confecção em parceria com a ApexBrasil, o evento também recebeu
apoio da Associação Têxtil e Vestuário
de Portugal (ATP), Senai, Associação
Selectiva Moda (ASM), Centro de
Tecnologia Têxtil (CITEVE) e patrocínio
da tecelagem Santa Constância.
20
Vitrine portuguesa
Especializada em malhas técnicas, tipo
micropolar, membranas e composição
em camadas para linha Sport/Active,
a empresa A. Sampaio apresentou na
feira produtos para vestuário respirável
e corta-vento. Outra malharia presente
no estande foi a JOAPS, que produz
jérsei, rib e interlock com acabamentos
funcionais químicos como antiestético,
hidrófilo, antipilling, antibacteriano
e repelência à manchas. A Foot by
Foot, especialista em laminagem com
membranas sobre tecidos para conferir
características como respirabilidade
e impermeabilidade, expôs peças
esportivas com sua marca Tectex,
enquanto a Berg Outdoor, uma das
maiores marcas esportivas de Portugal,
mostrou calçados e outros itens para
atividades ao ar livre.
Dedicada aos esportes de inverno,
a Scoop, confecção de roupas técnicas,
exibiu um colete para a prática de
golfe, feito a partir de um circuito
integrado interno que aquece a peça
em até 37 graus. “Coletes semelhantes
a estes foram utilizados pela equipe da
Rússia, durante os Jogos Olímpicos de
Inverno 2014”, explica Cristina Castro,
relações públicas do CITEVE, que
convidou as empresas portuguesas
a participarem do evento no Brasil
com produtos inovadores.
Um dos produtos que mais chamou
atenção dos visitantes foi uma bola
de futebol feita de cortiça reciclada.
Desenvolvida pela Sedacor, empresa
do grupo JPSCork, a bola, lançada em
2010 como Inovação Tecnológica, foi
exibida pela primeira vez no Brasil na
Tecnotêxtil. A redonda, na realidade,
foi usada como chamariz da empresa
para mostrar a nova coleção de tecidos
de cortiça para decoração. O diretor
comercial da Sedacor, Albertino
Oliveira, explica: “A matéria-prima
é originária do sobreiro, árvore nativa
do Sudoeste da Europa. Conseguimos
desenvolver uma tecnologia de
agregação das lâminas de cortiça que
são coladas sobre tecidos de algodão,
poliéster, viscose, poliamida ou
nãotecidos. O resultado é um produto
Divulgação
Divulgação
Divulgação
Realizado paralelamente à feira Tecnotêxtil Brasil, em São Paulo,
o II Fórum Internacional de Inovação Têxtil focou no vestuário de performance.
Palestras
A principal atração de abertura do
II Fórum de Inovação Têxtil foi a palestra
motivacional do iatista brasileiro
Laars Grael que, em 1998, sofreu um
grave acidente provocado por uma
lancha desgovernada que causou
a mutilação de uma de suas pernas.
O atleta, que na época se preparava
para as Olimpíadas de Sydney 2000,
teve seu sonho interrompido pela
irresponsabilidade do condutor da
embarcação que estava alcoolizado.
O trauma, entretanto, não abateu
sua vontade de continuar amando
o esporte que o ajudou a superar
a fase mais difícil da vida. Hoje,
Laars Grael dá palestras pelo país,
incentivando as pessoas com ou sem
deficiência física a superarem desafios
em busca de seus objetivos.
No
painel
sobre
Inovação
Tecnológica no Esporte, o destaque
foi a apresentação do pesquisador
português, Mario Vaz, do Laboratório
de Biomecânica do Porto (Labiomep),
que ressaltou a importância de se
compreender a biomecânica, a troca
térmica e outras características do
corpo humano para criar e desenvolver
roupas de alta performance, com
finalidade esportiva. Inaugurado em
2012 na Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto, o Labiomep
tem como objetivo ajudar a melhorar
o desempenho dos atletas e estudar
o movimento humano nas suas
múltiplas vertentes. Além de atletas
de elite, o laboratório também avalia,
por
exemplo,
comportamentos
biomecânicos de mulheres grávidas,
pacientes
com
limitações
de
mobilidade, obesos, entre outros
grupos específicos. O fio Emana®,
produzido no Brasil pela Rhodia,
empresa do Grupo Solvay, também
foi apresentado no evento. Este
produto têxtil absorve o calor do
corpo humano, devolvendo-o sob
a forma de raios infravermelhos que,
ao interagirem com a pele, estimulam
a
microcirculação
sanguínea
e o metabolismo celular.
A empresa têxtil Santaconstancia,
por sua vez, mostrou pesquisa que
realizou para lançar novos produtos
voltados para mulheres corredoras,
como as camisetas que conferem
conforto térmico durante a prática
esportiva. A empresa oferece tecidos
para os segmentos lingerie, fitness,
moda praia e fashion.
Participaram também do Fórum
as marcas LMA (Portugal), Logic,
Adidas,
Alpargatas,
NetShoes
e Nike, que mostraram novidades
em
vestuário
esportivo,
com
controle de umidade, troca térmica,
proteção UV, alta resistência ao rasgo,
compressão progressiva, entre outras
funcionalidades.
Realidade de mercado não desanima expositores
Divulgação
Design e funcionalidade
para área esportiva
final com aparência rústica, mas com
ótima flexibilidade e maciez”. O tecido
de cortiça, segundo Oliveira, também
recebe acabamentos contra abrasão
e umidade e pode ser submetido
à estamparia digital e tingimento.
Além de revestimento de estofados,
o tecido de cortiça pode ser utilizado
na produção de cortinas, painéis
acústicos e até cobertores, garante
o diretor da Sedacor. “Viemos oferecer
ao Brasil produtos tecnológicos
e diferenciados e estamos buscando
parcerias para conquistar o mercado”.
Na última edição da “Tecnotêxtil Brasil
– Feira de Tecnologias para a Indústria
Têxtil”, realizada de 07 a 10 de abril, no
Expo Center Norte, na capital paulista,
foi possível observar que mesmo
com as notícias desanimadoras da
economia brasileira, com a produção
industrial caindo 5.9% no primeiro
trimestre do ano, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), os expositores mantiveram
suas expectativas de vendas de médio
e longo prazos. O que motivou este
ligeiro otimismo, apesar da situação
difícil – só para dar um exemplo, o setor
de máquinas e equipamentos teve um
recuo de produção de 3,8% em março
ante fevereiro - foi a valorização do
dólar frente ao real. Muitas empresas
do setor têxtil e confecção, que até
ano passado preferiam importar
21
Por esta razão, as empresas que
apresentaram novidades com este foco
na feira se mostraram animadas com
as perspectivas de negócios futuros.
“Uma das grandes contribuições da
‘Tecnotêxtil Brasil 2015’ foi resgatar
o
otimismo
dos
empresários
que participaram da Feira, como
expositores ou como visitantes”,
comenta Hélvio Roberto Pompeo
Madeira, diretor-presidente da Fcem,
organizadora da feira.
Confira
algumas
novidades
apresentadas na Tecnotêxtil, que
reuniu cerca de 800 marcas e atraiu
um público de 17.500 profissionais
durante quatro dias.
Destaques
O carro-chefe da Audaces na
Tecnotêxtil Brasil foi a Neocut,
única máquina de corte com
lâminas desenvolvida no Brasil em
conformidade com a NR12 - norma
de segurança conhecida como
uma das mais exigentes do mundo.
A máquina também se destaca por
contar com um sistema de segurança
inteligente, de pause and play, que
não impacta a produtividade na sala
22
de corte. O presidente da empresa,
Claudio Grando, comenta: “Sem um
sistema inteligente, a produtividade
do setor pode reduzir em até 40%,
o que torna fatal em um contexto
de aumento nos custos com água
e energia”. Já a diretora de operações,
Kalinka Salvi, presente no estande da
Audaces durante a feira completa:
“Hoje
as
empresas
buscam
a automatização para reduzir mão de
obra, enxugar custo fixo e oferecer
maior qualidade aos seus clientes.
O primeiro trimestre do ano foi muito
bom para a Audaces e a Tecnotêxtil
foi positiva em termos de prospecção
para novos negócios”, afirmou Salvi,
acrescentando que a principal
vantagem da tecnologia nacional
é que pode ser adquirida por meio
de linhas de financiamento do BNDES
Finame, considerada mais vantajosa
para as empresas brasileiras.
Completando oito anos de mercado
este ano, a Delta Equipamentos,
empresa 100% brasileira, oferece uma
gama de máquinas para confecção,
embalagem e beneficiamento de
malhas,
incluindo
retorcedeiras,
revisadeiras, hidroextractores e fourlard.
Os
sócios
Fábio
Kreutzfeld
e Paulo Sergio Garbin se mostram
otimistas com o retorno da produção
têxtil brasileira. “Com a oscilação
do dólar nos últimos meses, muitos
fabricantes
decidiram
suspender
importações de produtos acabados
e passaram a apostar na produção
local. Todavia, a crise no Brasil tem
feito com que muitos empresários
adiem seus planos de investimentos.
O desafio, como fornecedor de
tecnologia, é continuar mantendo
estrutura para ampliar a oferta,
oferecendo como diferencial, nosso
conhecimento técnico na aplicação da
automação”, comenta Kreutzfeld. Na
feira, a empresa exibiu o novo hidro
aspesor HAT021, equipamento para
aplicação de líquidos sobre material
têxtil, tais como amaciantes, silicone
e produtos químicos, de forma
contínua, sem contato físico e com
controle totalmente automatizado.
Outra empresa nacional que aposta
na recuperação do mercado interno
é a Automatisa, especializada
em equipamentos digitais a laser
de pequena e média potência.
Entre os destaques da marca está
a máquina Vista para corte e meiocorte a laser de materiais em rolo
como etiquetas tecidas, bordadas
e adesivas, combinada com sistema
de visão artificial com iluminação LED.
Esta tecnologia reconhece a imagem
do material e automaticamente
gera uma trajetória de corte que
permite ao usuário a escolha de
contornos
internos,
externos,
com ou sem margem em relação
à imagem reconhecida. Já a Roland
DG apresentou o novo plotter de
recorte GS24, com lâminas robustas
que permite cortar substratos
espessos de 50 a 700 mm de largura,
ideal para uma diversidade de
aplicações como: envelopamento
de veículos, sinalizações, decalques
e personalização de vestuário.
A próxima Tecnotêxtil Brasil será
realizada de 25 a 28 de abril de
2017, no Pavilhão do Anhembi, na
capital paulista.
Máquina circular
para tecido de colchão
_ Jacquard Eletrônico
_ Alto Relevo
_ Resistência
_ Tecnologia nacional
Tecnologia a favor
de estilo com conforto
behype.com.br
Por outro lado, há o impacto
negativo nos custos das empresas
que necessitam importar matériasprimas ou componentes para sua
produção local, pois o dólar funciona
como indexador da economia.
Todavia, ainda existem no país muitas
indústrias verticalizadas. Para estas,
o investimento em automação têm se
revelado compensador, pois além de
reduzir desperdícios, promove maior
agilidade na entrega do produto ao
mercado.
Divulgação
manufaturados para revender, hoje,
diante da valorização da moeda norteamericana, retomaram a produção
local, já que o valor dos produtos
importados
subiu,
tornando-se
menos atraentes frente aos nacionais.
Outra motivação é a possibilidade
de aumentarem suas exportações,
especialmente para os países vizinhos
da América do Sul, com preços
competitivos.
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EM FOCO
EM FOCO
Têxteis técnicos terão
fórum setorial na ITMA 2015
A maior feira de máquinas, equipamentos e acessórios
para a indústria têxtil do mundo terá uma atração especial
em sua 17ª edição, em Milão na Itália: o Fórum de Têxteis
Técnicos que inclui os tecidos técnicos, nãotecidos
e tecidos para vestuário funcional. O programa contará
com temas relacionados com as tendências mundiais do
setor, oportunidades e desafios, bem como tecnologias de
produção e gestão.
24
Além da exposição, serão realizados paralelamente
o Fórum de Química e Corantes para Indústria Têxtil e Couro
e a Conferência Mundial Têxtil 2015.
I SAMPE Brasil 2015
De 19 a 23 de outubro próximo será realizada
a I Semana de Composites Avançados SAMPE Brasil, em
São José dos Campos (Parque Tecnológico), interior de
São Paulo. O evento é composto por um seminário, cursos,
painel tecnológico, além do III Congresso Internacional
Sampe Brasil + Mostra de Tecnologias. Veja programação
completa no site: http://sampe.com.br/
Weko consolida parceria com a Pleva Gmbh
A programação foi apresentada por Daphne Poon, diretora
operacional da MP Exposition, organizadora do evento,
durante a Tecnotêxtil Brasil em São Paulo.
“ITMA não é apenas uma mostra de máquinas. Mais do que
isso, é uma plataforma de conhecimento e networking que
desde 1951 acontece nos países da Europa e que na edição
de Barcelona, em 2011, comemorou 60 anos de realização”,
disse a executiva Daphne Poon. Segundo ela, inovação
e sustentabilidade deverão pautar os lançamentos da feira
de Milão que reúne 1.355 expositores de 45 países. A feira,
que pela quinta vez será realizada na Itália, deverá receber
mais de 100 mil visitantes durante os oito dias.
Benjamin Ziel (gerente Weko America Latina),Volker Müller e Ralf Pleva.
A Weko assumiu, em janeiro de 2015, a representação
e assistência técnica em equipamentos da Pleva no mercado
brasileiro, tornando-se responsável pela comercialização
e distribuição de peças de reposição e por toda a divulgação
dos produtos junto aos clientes. Ambas as empresas já
atuam no mercado têxtil, mantendo liderança em seus
segmentos: a Pleva com sistemas de controle e sensores
e a Weko com sistemas de aplicação de líquidos e corte.
Com matriz em Leinfelden-Echterdingen, Alemanha,
a Weko possui, desde 2007, a filial Weko América Latina
em Indaial – SC, que desenvolve e comercializa sua própria
linha de produtos, além de fornecer todo o mix de produtos
da sua matriz.
Já a Pleva, sediada em Empfingen, também na Alemanha,
desenvolve, fabrica e comercializa sensores e sistemas
para controle de aplicações e revestimentos; controle de
oxigênio, umidade aplicada, umidade residual e umidade
de exaustão; tempo de residência, trama e gramatura,
além de alinhadores de alta tecnologia para indústria têxtil
e visualizadores de processo.
MMS mostra tecnologia
para botões em Frankfurt
Divulgação
As executivas Daphne Poon e Vanessa Chua, da MP Exposition.
Em sintonia com os temas-chave da ITMA 2015, o programa
da Conferência vai abordar a sustentabilidade como
chave para os seguintes tópicos: na diferenciação das
marcas, na rentabilidade e segurança dos negócios, nas
decisões de investimentos, na cadeia de abastecimento
integrada, na conquista e manutenção de clientes e no
desenvolvimento de produtos. O evento também contará
com uma apresentação do Banco Mundial; além das
palestras de Frank Henke, vice-presidente para os Assuntos
Sociais e Ambientais da Adidas; Johannes Merck, diretor da
Otto Grupo; Linda Keppinger, diretora global de Materiais
da Nike Inc.; Barak Tun, diretor de vendas da Menderes
Tekstil e Roger Yeh, presidente da Cia. Everest Têxtil.
O evento, organizado pela Cematex, WTiN e MP Exposition,
é patrocinado por fabricantes de máquinas têxteis
e organismos de normalização ambiental como SPGPrints,
MS Itália, Oeko-Tex, Reggiani e Oerlikon e conta com apoio
das entidades internacionais: Sustainable Apparel Coalition,
Textile Institute e Better Cotton Initiative.
Divulgação
Techtextil Texprocess 2015
comemoram resultados
“Não só houve uma atmosfera fantástica na feira, como
também o padrão dos visitantes foi excepcional, pois
havia mais novos produtos para serem vistos do que
nunca. Techtextil e Texprocess 2015 mostraram-se ser
o principal centro para a inovação no campo de tecidos
de alta tecnologia, têxteis inteligentes e tecnologias de
processamento”, disse Detlef Braun, membro do Conselho
de Administração da Messe Frankfurt, após o encerramento
do evento, realizado de 04 a 07 de maio, em Frankfurt, na
Alemanha. Durante quatro dias, cerca de 42 mil visitantes
de 116 países estiveram na cidade para ver a maior exibição
mundial de materiais, processos e tecnologias para cadeia
de valor têxtil, voltada para o segmento de tecidos técnicos,
que reuniu ao todo, 1.662 expositores de 54 países.
A Revista Têxtil Técnico Report - TTR, convidada pela
Messe Frankfurt, fez sua estreia na feira e trará, na próxima
edição, a cobertura do evento.
Divulgação
Divulgação
Cúpula Têxtil reunirá líderes em Milão
A sustentabilidade como vetor para a competitividade
da cadeia de valor será o tema da Conferência Mundial
Têxtil 2015, que acontecerá no dia 13 de novembro, no
segundo dia da ITMA 2015, em Milão. Entre os palestrantes
confirmados estão Helga Vanthourout, da Comissão de
Sustentabilidade, Recursos e Produtividade da McKinsey
and Company, empresa global de consultoria em gestão
empresarial.
Especialista em fixação de botões de segurança, a MMS do
Reino Unido exibiu na Texprocess 2015, realizada de 04 a 07
de maio em Frankfurt, a última geração de máquinas para
invólucro de botões MK 18 e MK 19. Sua principal função
é reforçar o botão sobre o tecido na forma de haste (Botton
shank), garantindo proteção contra a perda durante toda
a vida útil da peça. A máquina produz automaticamente
o invólucro e protege a fixação de qualquer tipo de botão
(metal, plástico, etc.) de forma precisa, usando linha
elastomérica termoselável. Ambas as máquinas podem ser
conectadas via smartphones ou tablets, que permitem abrir
uma série de funcionalidades, tais como dados de produção
em tempo real. Outras características são o sistema de
extração de resíduos de linha automático e a redução do
consumo de fios em até 12%, segundo informa o fabricante.
Juntamente com a máquina de fixação a empresa também
apresentou uma embaladora automática.
25
EM FOCO
Benjamin, Sebastian e Marcus Mayer, a quarta geração da família
que comanda a empresa, fundada há 110 anos.
A Mayer & Cie, um dos maiores fabricantes de máquinas
para malharia do mundo, está planejando investimentos
consideráveis em tecnologia, modernização de suas
instalações e contratação de pessoal para 2015 e 2016.
A maior parte dos recursos, estimados em 4 milhões de
euros, será empregada na expansão e modernização
da sede da companhia, na Alemanha, para expansão
de capacidade e modernização da planta. Na agenda
também está previsto a ampliação das subsidiárias da
China e da República Checa. “Estamos muito satisfeitos
com o desempenho da empresa nos últimos anos. Em
2014 conseguimos um volume de negócios de cerca de
90 milhões de euros, registrando um crescimento de 7%
a mais do que no ano anterior. Queremos utilizar este
sucesso para definir os rumos para o futuro”, comenta
Benjamin Mayer, diretor geral da Mayer & Cie.
26
Vector IX é destaque da Lectra na FIMEC 2015
A máquina Vector iX para corte contínuo de tecidos
e laminados sintéticos foi uma das tecnologias que se
destacaram na 39ª FIMEC, realizada no mês de março,
em São Paulo. “É uma solução para materiais flexíveis
que chama a atenção porque garante alta qualidade
e desempenho de corte. Tem sistemas contra falhas,
economiza energia e possibilita o gerenciamento visual
que permite acompanhamento de processo em tempo
real”, comenta Daniella Ambrogi, gerente de Marketing da
Lectra (foto). Segundo ela, durante a feira, além de novas
prospecções, houve grande evolução nos projetos, cujas
negociações já estavam em andamento entre a empresa
e seus parceiros. “A Lectra considera que alcançou todos
os objetivos de negócio e de relacionamento, que foram
definidos para a feira. Acreditamos muito na adequação
desta solução para o setor calçadista e estamos animados
com as perspectivas”, comemora a executiva. Além da Vector
iX, foi divulgada também na FIMEC a máquina Versalis para
corte de couro e a solução a DesignConcept, para design de
móveis estofados.
NACIONAL
INTERNACIONAL
FISPAL TECNOLOGIA - 31ª edição
Feira Internacional de Embalagens, Processos
e Logística para as Indústrias de Alimentos
Data: 23 a 26 de junho
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi / SP
www.fispaltecnologia.com.br
ICTCME 2015
Conferencia Internacional de Têxteis Compósitos
e Materiais de Engenharia
Data: 04 e 05 de junho
Local: Nova York - EUA
www.waset.org
SERIGRAFIA SIGN FUTURE TEXTIL - 25ª edição
Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos,
Produtos e Serviços para Serigrafia,
Comunicação Visual, Sinalização, Sublimação,
Impressão Digital, Impressão Têxtil,
Material Promocional, Brindes e Personalização
Data: 21 a 24 de julho
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi / SP
www.serigrafiasign.com.br
HIGHTEX 2015
6ª Feira Internacional de Tecidos Técnicos e Nãotecidos
Data: 11 a 13 de setembro
Local: Istanbul - Turquia
www.hightex2015.com
24ª Higiexpo - 2015
Feira de Produtos e Serviços para Higiene,
Limpeza e Conservação Ambiental
Data: 04 a 06 de agosto
Local: Expo Center Norte / SP
www.higiexpo.com.br
26ª Fenasan - 2015
Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
26º AESABESP - Congresso Nacional de
Saneamento e Meio Ambiente
Data: 04 a 06 de agosto
Local: Expo Center Norte - Pavilhão Vermelho / SP
www.fenasan.com.br
FEIRA A+A
Feira Internacional de Proteção,
Segurança e Saúde no Trabalho
Data: 23 a 30 de outubro
Local: Dusseldorf - Alemanha
www.aplusa.de
ITMA 2015
Feira Internacional de Máquinas Têxteis
Data: 12 a 19 de novembro
Local: Fiera Milano RhO - Milão - Itália
www.itma.com
6ª Expo Proteção - 2015
Feira Internacional de Saúde e Segurança no Trabalho
Data: 05 a 7 de agosto
Local: Expo Center Norte / SP
www.protecaoeventos.com.br
MAQUINTEX / FEMICC - 5ª edição
Feira de Máquinas, Equipamentos,
Serviços e Química para Indústria Têxtil
Feira de Máquinas para a Indústria Coureiro-Calçadista
Data: 18 a 21 de agosto
Local: Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza / CE
www.maquintex.com.br
INTERCON - 11ª. edição
Feira e Congresso da Construção Civil
Data: 21 a 24 de outubro
Local: Pavilhões da Expoville - Joinville / SC
www.feiraintercon.com.br
Shutterstock
Divulgação
Mayer & Cie planeja investimentos
Divulgação
Tecido de microfibras para calçados
O M Micro, tecido técnico constituído por microfilamentos
de poliamida, poliéster e viscose com fios termoligados
e acabamento em poliuretano (PU) é oferecido pela
Marluvas ao mercado calçadista e de EPIs. Transpirável,
impermeável e resistente a produtos químicos são as
principais características deste produto que, segundo
a empresa, pode substituir o couro. A Marluvas informa
que o material foi desenvolvido por meio de pesquisas
tecnológicas realizadas no Brasil e na Europa, e apresentou
características superiores ao couro com altos índices de
durabilidade e resistência mecânica. Além disso, os calçados
em M Micro são fabricados em solado PU Bidensidade,
com sistema de absorção de impacto na entressola e na
região do calcanhar e não propagam chamas no cabedal,
além de ser certificado pela OEKO TEX 100, livre de agentes
prejudiciais à saúde, como o Cromo VI.
Divulgação
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