ÁREA ESPORTIVA É DESTAQUE NO II FÓRUM DE INOVAÇÃO
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ÁREA ESPORTIVA É DESTAQUE NO II FÓRUM DE INOVAÇÃO
ANO II - Edição 5 - Trimestral - Maio 2015 Brasil Composição dos tecidos para vestimentas de proteção Santanense PANORAMA DE MERCADO ENTREVISTA Presidente da Assintecal fala sobre laminados na indústria calçadista NEGÓCIOS Divulgação Outlook Plus Latin America aborda tendências do mercado de nãotecidos descartáveis EM FOCO FEIRAS & EVENTOS ÁREA ESPORTIVA É DESTAQUE NO II FÓRUM DE INOVAÇÃO TÊXTIL Divulgação Divulgação Tecnologia para têxteis técnicos será mostrada na ITMA 2015 ÍNDICE EDITORIAL À espera de um segundo semestre. 12 - 19 NOVIEMBRE FIERA MILANO RHO MILÁN, ITALIA 5 EXPEDIENTE Conheça a equipe TTR. ENCUENTRE INNOVADORAS SOLUCIONES PARA TEXTILES TÉCNICOS Y NO TEJIDOS en la mayor feria integrada del mundo de tecnologías de confección y de fabricación textil 200.000 metros cuadrados de exposición Más de 1.500 expositores de más de 40 economías 100.000 visitantes de más de 140 economías • Apasionantes tecnologías de fabricación y técnicas de procesamiento para materiales avanzados • Oportunidades de cooperación con los principales institutos mundiales en el Pabellón de Investigación e Innovación • Asistencia de expertos y líderes de opinión en la Cumbre Mundial Textil, el Foro de Líderes en Químicos y Colorantes Textiles y el Foro de No Tejidos. Planee su viaje con antelación. ¡Regístrese online como visitante y disfrute de nuestra tarifa reducida! 5 PANORAMA DE MERCADO Workwear: Conheça as características das roupas de proteção. 6 ENTREVISTA Presidente da Assintecal fala sobre laminados no setor calçadista. 10 NEGÓCIOS Outolook Plus Latin America surpreende mercado brasileiro de nãotecidos. 14 FEIRAS & EVENTOS Área esportiva é destaque no II Fórum de Inovação Têxtil. ¡Milán, la ciudad de la moda y la cultura, le da la bienvenida a ITMA 2015! 20 EM FOCO Notas e novidades. 24 AGENDA TTR Propietario de la Feria Empresa Organizadora MP Expositions Pte Ltd Visítenos Ahora Asociaciones CEMATEX ACIMIT (Italia) AMEC AMTEX (España) BTMA (Reino Unido) GTM (Países Bajos) SWISSMEM (Suiza) SYMATEX (Bélgica) TMAS (Suecia) UCMTF (Francia) VDMA (Alemania) Confira os eventos do setor. 27 NOVOS NEGÓCIOS NOVAS OPORTUNIDADES prodv EDITORIAL FEIRA DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E QUÍMICA PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL Maquintex Má EVENTOS SIMULTÂNEOS: Má quina FEIRA DE MÁQUINAS FEIRA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA A INDÚSTRIA Av quina s de PARA A INDÚSTRIA DE IMPRESSÃO DIGITAL, iam cos s COUREIRO-CALÇADISTA GRÁFICA, SINALIZAÇÃO E SERIGRAFIA d Eti qu ento e cor tura Em eta s te s Be Eq balag n u Fio efici Aca ipam ens am s en ba Es en me tos t tos a nto mp A u s tom aria Inf s aç o Qu Tea rmá ão in t í du Qu mica Ma res ica str ím ial tér Fia ica aplica ias ç -pr sec ão p defin da im rim ida u as n Su bse dária ária e Pre pri n gm Tin para En cipa enta ç l go g ção ma Es ime ão t n gem Má ampa to equ quina ria tin ipam s e t Set urari entos a or pa de ra l ava CENTRO DE EVENTOS DO CEARÁ nd eri a Femicc Signs Nordeste 18 a 21 CONGRESSO NACIONAL DE TÉCNICOS TÊXTEIS Feira de negócios consolidada como referência na região nordeste. Participe! DE AGOSTO 2015 Pavilhão Oeste 15h às 21h IN ww Apoio: Na década de 1980, a participação da indústria de transformação no PIB brasileiro era de 35%. Em 2014, caiu para apenas 12%. E o que esperar daqui pra frente? O governo continua atribuindo “à crise internacional”, a culpa pela estagnação do país. Mas os dados econômicos revelam uma falta de sintonia entre o que é dito pelas autoridades e a realidade do mercado global. A falta de confiança do consumidor, a alta da inflação, das taxas de juros e a escassez de crédito só fazem aumentar o temor e a incerteza, afastando os investimentos. E neste difícil contexto, é a indústria que apresenta o pior resultado. A demanda por produtos químicos de uso industrial apresentou, de janeiro a abril, uma retração de 0,9% sobre os quatro primeiros meses do ano passado, informa a Abiquim. Na semana de 04 a 07 de maio, em que estivemos em Frankfurt cobrindo a Techtextil Texprocess 2015, maior feira de produtos e tecnologia para o setor de têxteis técnicos, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, elevou a projeção do PIB da zona do euro para 1,5% ante a taxa de 1,3% prevista em fevereiro. Durante o evento, percebemos que na Alemanha, o ânimo dos empresários está retornando, diante da previsão de aumento de 1,5% no PIB alemão para 2015. O pavilhão da Itália também ficou movimentado. Quarto principal fabricante mundial de máquinas e equipamentos, a Itália deverá crescer 0,6% este ano e acima de 1%, em 2016. Na maioria dos estandes visitados pela revista Têxtil Técnico Report - TTR, os expositores reconheceram a importância do Brasil como um mercado promissor, porém, quase todos mostraram preocupação com a situação atual da economia brasileira. O setor de máquinas também tem tido desempenho ruim e o varejo, registrando queda de vendas preocupante. Diante deste quadro, o setor produtivo decidiu ficar em compasso de espera aguardando a chegada do segundo semestre. É uma forma segura de não correr riscos, mas será que é a decisão acertada? Vendo exemplos em outros países que passaram por crises agudas, percebemos que em vez de estagnarem, muitas empresas partiram para a diferenciação, inovação e aumentaram sua competitividade, buscando novos mercados. Talvez seja a hora da indústria nacional superar o pessimismo e tentar novos caminhos também. Nós da TTR acreditamos que inovar para enfrentar novos desafios é a saída. Por isso, estaremos na ITMA 2015. Venha nos visitar no estande D108 HALL 07. Boa leitura! Marcia Mariano Editora REVISTA TÊXTIL TÉCNICO REPORT Ano II / Número V br . m Diretora / Coordenação Executiva Simone Jacob Paschoal [email protected] Empresa Associada: Promoção: Gerente Comercial Simone Storti [email protected] Conteúdo Editorial - Jornalista Marcia Mariano MTB 16.770 - RJ [email protected] SindConfecções Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras no Estado do Cear á in qu a m w. MA R FO S: E ÇÕ De volta à casa, constatamos que o problema está aqui dentro. EXPEDIENTE o .c x e t À espera de um segundo semestre Distribuição: Mailing e Assinatura Periodicidade: trimestral Tiragem: 3.000 exemplares Fone: 11 3805-8032 / Celular: 11 98179-8993 Rua Paulo Bregaro, 455 - Ipiranga - São Paulo/SP CEP 04261-000 - Brasil www.textiltecnicoreport.com.br PARTICIPE! Nós da Têxtil Técnico Report queremos ouvir você Ajude-nos a fazer um informativo cada vez melhor. Envie sua mensagem, comentários, sugestões, [email protected] Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário no Estado do Ceará 5 PANORAMA DE MERCADO - Workwear PANORAMA DE MERCADO - Workwear Por: Alcides S. Ferreira Jr. e André Fernandes V. Peixoto*1 Composição das roupas de proteção - EPI Divulgação Conheça as fibras que proporcionam aos tecidos características específicas para vestimentas de proteção e segurança. A variedade típica de gramatura dos tecidos destinados às roupas de proteção para arco elétrico e fogo repentino, encontrada atualmente no mercado, varia em média de 170g/m² a 330g/m², sendo 220 g/m² e 250 g/m² os valores mais comuns. A gramatura média/alta destas vestimentas gera um problema em países tropicais como o Brasil, tendo em vista que podem promover desconforto ao usuário. Porém, a proteção para ATPVs (Arc Thermal Performance Value) iguais ou maiores que 2, geralmente só é conseguida com gramaturas elevadas (superiores a 220 g/m²). As roupas de proteção contra os efeitos térmicos do arco elétrico e do fogo repentino devem conter em sua composição materiais especiais que garantam um desempenho satisfatório quando expostos à energia incidente e à chama. Na edição anterior, abordarmos sobre as normas regulamentadoras que estabelecem as exigências legais para Equipamentos de Segurança (EPI). Vimos também que vestimenta profissional vai além do conceito de padronização dos uniformes, ou seja, precisa proteger contra chamas, ácidos, álcalis, intempéries e outros riscos inerentes à atividade do trabalhador. Neste artigo, concluímos o tema falando sobre a composição dos tecidos para esta categoria de produto. Existem hoje diversas empresas utilizando materiais naturais, artificiais e sintéticos associados às distintas tecnologias que conferem a propriedade ignífuga. Alguns destes produtos são confeccionados com fibras e/ou fios especiais, que possuem características de proteção contra chamas e altas temperaturas, inerentes às fibras, isto é, como propriedades intrínsecas do material, que garantem eficácia de proteção ao vestuário. Outros tecidos são tratados superficialmente após a tecelagem, com substâncias químicas que lhes conferem tal atributo. Divulgação Linha de tecidos profissionais da Cedro Têxtil. (*1) Alcides Santos Ferreira Junior (professor) e André Fernandes Vieira Peixoto (Coordenador de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação), ambos do Senai Cetiqt-RJ. NR: Artigo editado, com base no original da publicação Redige. 6 Divulgação Percebe-se pelo que foi exposto que as roupas de proteção constituem equipamentos de proteção individual, e, portanto, necessitam de características específicas de proteção. A tecnologia envolvida em seu processo de fabricação, normalmente, impõe o emprego de tecidos com gramaturas superiores às utilizadas na confecção de uniformes em geral, embora já existam alguns avanços no desenvolvimento de tecidos mais leves com efeito retardante à chamas, por exemplo. (a) Amostras de tecidos tratados com retardante de chamas (Flora Rongxin); (b) Queima de tecido antichama. De acordo com a norma NFPA 70E, que estabelece práticas seguras para a proteção dos trabalhadores envolvidos com eletricidade, as fibras de algodão, seda, poliamida e misturas algodão/poliéster, são consideradas materiais inflamáveis. Com relação à proteção contra arcos elétricos, a associação National Fire Protection Association, dos Estados Unidos, (NFPA), determina que materiais 100% sintéticos como poliéster (PES), poliamida (PA), e misturas de algodão/ poliéster, com alto teor da fibra sintética, não devem ser utilizados. Por serem termoplásticos, os polímeros PES e PA se fundem sobre a pele, quando expostos à alta temperatura, agravando a queimadura. As roupas de proteção fabricadas com materiais naturais como, algodão, seda e lã são consideradas aceitáveis, de acordo com NFPA, se os ensaios determinarem que o tecido não continuará queimando nas condições de exposição ao arco elétrico. Fibras com performance Nos últimos anos, os avanços tecnológicos no segmento de beneficiamento químico permitiram o tratamento da fibra e/ou tecido de algodão por meio de polimerização da fibra com agentes ignífugos, mantendo as características de proteção durante toda a vida útil do produto, desde que seguidas todas orientações quanto à manutenção da vestimenta. Essa tecnologia está fazendo com que o algodão, um material totalmente desfavorável à aplicação de proteção contra arco elétrico e fogo repentino por causa da facilidade de combustão, conquiste cada vez mais o mercado de EPI. Além do aspecto relacionado à proteção dos trabalhadores contra os efeitos térmicos do arco elétrico e do fogo repentino, as roupas de proteção devem possuir características que garantam a sua manutenção ao longo do uso, tais como: resistência mecânica, estabilidade dimensional, solidez da cor a diversos agentes, como atrito, suor, lavagem à seco e lavagem industrial. Em análises de amostras de tecidos e peças confeccionadas na área têxtil de EPI, disponíveis na XIX Feira Internacional de Segurança e Proteção (FISP-2012), foi observado que a grande maioria das fibras presentes nas roupas de proteção individual, puras ou em misturas, voltadas à proteção conta arco elétrico, fogo repentino e cortes, eram de algodão, lã, celulose regenerada FR, Modacrílica, aramidas e Polibenzimidazol. Detalhamos, a seguir, cada uma destas matérias-primas. • Algodão Fibra natural, de semente de origem vegetal cuja composição polimérica é a celulose, o algodão se caracterizada, basicamente, pelo conforto ao usuário, devido à alta hidrofilidade e pelo baixo custo, quando comparada às fibras tecnológicas relacionadas no segmento de proteção (AGUIAR NETO, 1996). Possuindo características de flamabilidade e combustibilidade altas, as fibras ou tecidos de algodão necessitam de tratamento químico para tornarem-se resistentes à chama. Uma das formas de tratamento é por meio de polimerização da fibra com agentes ignífugos, mantendo as características de proteção, mesmo após longo período de uso ou inúmeras lavagens. • Lã A lã é uma fibra de origem animal, derivada do pelo de ovinos que, depois de tosquiada, é industrialmente processada para fins têxteis. O tecido feito de lã serve como isolante térmico, não aquece tanto quando exposto ao sol (mantém a temperatura do corpo em média 5 a 8 graus mais baixa quando comparada aos tecidos sintéticos expostos ao sol), permitindo que o corpo “respire”. É naturalmente elástica, portanto mais confortável, e não amassa. Esta fibra, muito utilizada em vestuário e acessórios de inverno, tais como luvas, gorros e cachecóis, é significativamente um retardante de chamas no seu estado natural, entrando em combustão a temperaturas mais elevadas que o algodão e algumas fibras sintéticas. A proteção térmica fornecida é elevada, devido à superfície peluda dos tecidos, que reduz o grau de contato com a pele. Tecidos de lã possuem ampla utilização em vestimentas de proteção de trabalhadores de fundição, pelo fato que respingos de metal fundido não aderem às peças do vestuário (JEFFRIES, 1989). • Celulose Regenerada FR Fibra artificial oriunda da polpa de celulose possui características de resistência a chamas, devido a uma substância retardadora incorporada ao longo da seção transversal da fibra. Comercialmente conhecida como Lenzing FR®, possui excelente poder de absorção de umidade e arejamento, fácil tingibilidade (capacidade de receber corantes), além de toque agradável. A celulose regenerada também possui propriedade única de isolamento térmico combinada com a resistência permanente às chamas e ao calor, em uma gama de aplicações. A celulose regenerada FR, apesar de ser uma fibra artificial é biodegradável, tendo em vista sua matéria-prima de composição natural (celulose). É crescente no mercado a sua aplicação em misturas com aramidas, porém, comparativamente ao algodão, o fator preço é uma desvantagem das fibras de celulose regenerada FR. • Modacrílica Trata-se de uma fibra sintética composta por copolímeros de acrílico modificados, onde a acrilonitrila se associa a vários outros polímeros, como o poli(cloreto de vinila) (PVC), formando um copolímero diferente para cada associação molecular. A acrilonitrila deve estar presente entre 35% e 85% do peso total do copolímero. As modacrílicas possuem propriedades que são semelhantes à fibra de acrílico, porém, devido ao método diferenciado de associação dos polímeros, são alcançadas características especiais, não observadas nas fibras convencionais, como por exemplo, retardância de chamas e baixa combustão, que servem para o cumprimento de exigências legais em revestimento de superfícies e roupas de proteção. As modacrílicas são más condutoras de 7 calor, com isso, uma das propriedades mais interessantes dos tecidos que contemplam essa matéria-prima em sua composição é a proteção contra os efeitos térmicos do arco elétrico. Por conterem uma densidade relativamente baixa, proporcionam vestimentas confortáveis, porém, possuem resistência moderada à abrasão e uma tenacidade baixa, com durabilidade comparável às da fibra de lã (FIBER SOURCE, 2012). PANORAMA DE MERCADO - Workwear Divulgação PANORAMA DE MERCADO - Workwear A presença de indústrias têxteis brasileiras atuantes nos segmentos de roupas profissionais e de moda em um evento como a FISP, que eleva o status do vestuário a EPI, mostra um importante termômetro indicativo de que para crescer e vender para um mercado com maior valor agregado, algumas empresas estão investindo no segmento de têxteis técnicos, como as roupas de proteção. • Aramidas As fibras de aramida – poliamidas aromáticas - podem ser divididas em duas classes básicas: para-aramida e metaaramida. As classes são diferenciadas pela conformação dos monômeros que determinam a estrutura molecular das cadeias do polímero. As fibras são facilmente distinguidas pela cor, e diferem significativamente em determinadas propriedades físicas e químicas. As para-aramidas são amarelas brilhantes, enquanto as meta-aramidas são brancas. As para-aramidas são conhecidas por sua alta resistência mecânicas, cinco vezes mais que de um fio de aço de mesma massa, além de possuírem módulo de elasticidade semelhante ao do vidro, sem apresentar a mesma fragilidade. Esta característica justifica seu amplo uso na produção de coletes de proteção balísticos. As aramidas podem ser encontradas em filamentos contínuos ou fibras cortadas. Apresentam propriedades de resistência contra rompimentos, rasgos e abrasão (DUPONT, 2012 a). 8 comparativamente menor em relação às aramidas (até então unânimes nas composições), e o ganho de resistência que a poliamida proporciona ao material, também são fatores competitivos dos tecidos nacionais. As fibras de meta-aramida são conhecidas por suas propriedades químicas e elevada resistência térmica. Temperaturas de até 200 °C. não provocam nenhum efeito danoso nas propriedades elétricas e mecânicas dos produtos contendo esta matéria-prima. Suas propriedades são preservadas mesmo durante exposição contínua em temperatura de 220°C , além disso, as meta-aramidas não derretem, não respingam e nem entram em combustão em contato com o ar. Elas também são leves, proporcionando roupas de proteção mais confortáveis se comparadas às outras fibras (DUPONT, 2012 b). Desafios para a indústria têxtil e de confecção do Brasil Até pouco tempo, não havia fabricante nacional que produzisse tecidos para proteção contra arco elétrico e fogo repentino com os padrões de qualidade internacionalmente aceitos, seja pela falta de domínio sobre o processamento de fibras inerentemente resistentes à chama, como as aramidas e PBI; ou pela falta de tecnologia na aplicação química de ignífugos com durabilidade permanente, sem comprometimento da resistência mecânica de tecidos com fibras comuns, como o algodão. • Polibenzimidazol (PBI) O Polibenzimidazol (PBI) é uma fibra sintética com ponto de fusão elevado, que dependendo da sua aplicação e do tempo de exposição, pode suportar temperaturas de até 430°C. Possui elevada resistência, com compressão e recuperação semelhantes ao do alumínio. Esta fibra tem boa resistência química a ambientes químicos agressivos, melhor do que muitos outros polímeros de alto desempenho, mas é atacada por solventes corrosivos em temperaturas elevadas, por soluções aquosas ácidas e, em menor escala, em soluções alcalinas. Apesar de absorver, lentamente, um elevado percentual de água, as fibras PBI são estáveis à hidrólise e resistente a vapores de alta pressão. (GOODFELLOW, 2012). Devido à sua excepcional estabilidade térmica e química, PBI é utilizada para confeccionar vestimentas de proteção de alto desempenho, tais como casacos de bombeiro, roupas espaciais de astronautas, luvas de proteção para altas temperaturas, roupas de soldadores, entre outras aplicações. Assim, muitas confecções nacionais importavam, (e ainda importam) tecidos tecnológicos, principalmente da Europa e Estados Unidos para confecção das roupas de proteção individual. Essa realidade está mudando e isso pode ser comprovado na última edição da feira FISP – a maior do setor de segurança e proteção no Brasil, onde dois players da indústria têxtil nacional, Cedro Têxtil e a Cia de Tecidos Santanense, apresentaram linhas de tecidos para roupas de proteção contra arco elétrico e fogo repentino, em diversas composições, gramaturas e cores. Os produtos também são chancelados com Certificados de Aprovação (CA), obtidos por meio de testes laboratoriais baseados nas normas internacionais NFPA 2112 e 70E. Os tecidos com estrutura sarjada ou rip stop, cuja composição abrangia 88% de fibras de algodão e 12% poliamida foram os de maior apelo comercial, tendo em vista o conforto ao usuário proporcionado pela fibra de algodão. O custo, Em relação aos confeccionistas nacionais, o segmento de roupas de proteção certamente é um horizonte promissor nesse nicho empresarial, tendo em vista que, diferentemente do segmento competitivo de modavestuário, o domínio de operações, um bom sistema de gerenciamento e automação da produção, não são suficientes para garantir custos menores ou hegemonia de mercado. Nesse segmento de tecidos profissionais, o estudo e o envolvimento dos colaboradores das fábricas sobre normas técnicas, ensaios laboratoriais, fibras têxteis, linhas e aviamentos especiais, antropometria e ergonomia são direcionadores de sucesso em um mercado, onde poucos possuem capacidade técnica para fabricação nacional de uniformes. Portanto, mercado não falta às indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, de energia elétrica e de gás que estão à espera de novos produtos. Conclusão O segmento de roupas de proteção individual será um dos que mais crescerá nos próximos anos em nosso país, tendo em vista o potencial crescimento populacional e os investimentos futuros em infraestrutura. A tecnologia, a normalização, as fibras, os tecidos técnicos e os insumos envolvidos neste segmento possuem alto valor agregado. A especificação e a escolha de roupas de proteção para trabalhadores parecem fácil. Afinal, há muita informação sobre o tema, seja em centros de educação e tecnologia, em órgãos regulamentadores ou em empresas fornecedoras de produtos. No entanto, inúmeros problemas relacionados aos métodos de ensaios, normas técnicas, tecnologia de materiais e características de confecção destas vestimentas acarretam obstáculos no estabelecimento de seus descritivos e aquisição correta dos produtos. Portanto, para que haja o fortalecimento e a independência da indústria têxtil e de confecção nacional nesse segmento potencialmente lucrativo, é necessário que haja uma atuação em rede entre os diversos atores ligados à indústria têxtil nacional, principalmente em quatro ações: formação profissional, pesquisa colaborativa aplicada (indústria e centros de tecnologia), investimento em novas tecnologias (fibras e beneficiamentos) e na organização e comunicação entre as indústrias nacionais voltadas para o segmento. REFERÊNCIAS AGUIAR NETO, Pedro Pita. Fibras têxteis. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 1996. v.2. (Série Tecnologia Têxtil) ALIEXPRESS. Disponível em: <http://pt.aliexpress.com/item/camouflage-uniformwinter-coat-military-uniform-combat-garment-camo-cloth/429290541.html Acesso em: 19 out. 2012. CARTACAPITAL. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/economia/brasilsexta-economia-do-mund/> Acesso em: 7 out. 2012. DUPONT, 2012 a; Kevlar Fibers. Disponível em: <http://www2.dupont.com/ Personal_Protection/pt_BR/products/kevlar/index.html> Acesso em: 20 out. 2012. DUPONT, 2012 b; Nomex Fibers Disponível em: <http://www2.dupont.com/ Personal_Protection/pt_BR/products/nomex/index.html> Acesso em: 20 out. 2012. FIBER SOURCE. Modacrylic. Disponível em: <http://www.fibersource.com/f-tutor/ modacrylic.htm>. Acesso em: 20 out. 2012. GOODFELLOW. Polibenzimidazol (PBI) Material Information. Disponível em: <http:// www.goodfellow.com/E/Polybenzimidazole.HTML>. Acesso em: 20 out. 2012. JUNIOR. Vestimentas para a proteção do trabalhador que atua em instalações e serviços em eletricidade CPFL energia. Disponível em: <http://www.ft.unicamp. br/~miranda/pub/VestimentaFR.pdf> Acesso em: 10 out. 2012 LENZING. Lenzing Fibers. Disponível em: <http://www.lenzing.com/en/fibers/ lenzing-fr/protection-from-heat.html> Acesso em: 29 out. 2012. MHUNIFORMES. Disponível em: <http://www.mhuniformes.com.br/uniformespersonalizados.php> Acesso em: 19 out. 2012. MTE. Manual de orientação para especificação das vestimentas de proteção contra os efeitos térmicos do arco elétrico e fogo repentino. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A31F92E6501321734 945907BD/manual_vestimentas.pdf> Acesso em: 1 out. 2012. NCSU. Pyromantm. Disponível em: <http://www.tx.ncsu.edu/tpacc/heat-andflame-protection/pyroman.cfm>. Acesso em: 20 out. 2012. NR-10. Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Aprovada pela Portaria n0 598, de 07 de dezembro de 2004, publicada no D.O.U. em 8 de dezembro de 2004. NFPA 70E. National Fire Protection Association. Standard for Electrical Safety Requirement for Employee Workplace, 2004 Edition. OPOVO. Disponível em: <http://blog.opovo.com.br/correiotrabalhista/epi-e-epc/ epi-1/> Acesso em: 14 out. 2012. PLANALTO GOV. Disponível em: <http://blog.planalto.gov.br/o-brasil-finalmentetera-uma-infraestrutura-compativel-com-o-seu-tamanho-afirma-dilma/> Acesso em: 10 out. 2012. SCIELO. Evolução e perspectiva de incremento médio anual da população brasileira [http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-30982008000100002&script=sci_ arttext. Acesso em: 14 out. 2012. TOMIYOSHI.L. K. Vestimenta de proteção contra queimaduras por arcos elétricos Jun, de 2004. VEJA. Disponível em: <veja.abril.com.br/noticia/brasil/populacao-brasileira-e-de190-732-694-pessoas-revela-censo>. Acesso em 14 out. 2012. SABATINI, R. Aplicações na internet em medicina e saúde. Disponível em: <http://www.informaticamedica.org.br/informed/intern1.html>. Acesso 27 set. 2004. em: SANTANENSE. Santanense Workwear. Disponível em: < www.santanense.com.br/workwear/default.aspx>. Acesso em: 18 out. 2012. 9 ENTREVISTA Por: Marcia Mariano Laminados sintéticos avançam no setor calçadista SIGMA - SISTEMA DE APLICAÇÃO DE LÍQUIDOS (PRODUTOS QUÍMICOS E LÍQUIDOS) Divulgação O presidente da Assintecal fala sobre a presença dos nãotecidos na produção dos calçados e diz que novos insumos agregaram valor a estes materais. TTR: De acordo com o último estudo do IEMI, a cadeia produtiva do calçado no Brasil produziu 876 milhões de pares em 2014. Qual a perspectica de crescimento para 2015? William Nicolau: Em 2014, o setor calçadista vivenciou um primeiro semestre mais estável e um segundo semestre ruim, resultando na queda da produção em 4,7% (janeiro a outubro de 2014), de acordo com os últimos dados do IBGE. Para esse ano, esperamos uma estabilidade no mercado doméstico e um crescimento nas exportações, com um câmbio num “patamar de realidade”, o que poderá ajudar a indústria do setor. William Marcelo Nicolau O empresário William Marcelo Nicolau, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), diz que o substrato sintético praticamente perdeu aquela característica de material plástico, graças à evolução tecnológica das matérias-primas e dos acabamentos. “O Brasil tem alta capacidade produtiva, tanto na área de couros como de sintéticos e também de solados, fornecendo produtos de qualidade para o mercado interno e exportando quantidades significativas paras diversos países”. Diretor do Grupo Cipatex, indústria 100% brasileira e uma das líderes na fabricação de laminados para calçados, bolsas e acessórios, William Nicolau prevê um desempenho melhor das exportações este ano, graças ao dólar valoriziado. A Assintecal, que em 2014 renovou o convênio com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) no valor de R$ 15 milhões, tem como meta até o final de 2015, aumentar em 20% o volume das exportações das mais de 300 empresas que participam do projeto Footwear Components by Brasil (FCBB). De acordo com a associação, atualmente, o setor brasileiro de componentes para indústria calçadista conta com 2,8 mil empresas, localizadas em diversos polos produtivos, que fabricam palmilhas, cabedais, solados, embalagens, substratos sintéticos, entre outros produtos. Confira, a seguir, a entrevista concedida pelo presidente da Assintecal à Revista Têxtil Técnico Report - TTR. 10 Aplicações: - Impressão Digital - Impressão Rotográfica e Flexográfica - Papel e Tecidos - Painéis de Fibra de Madeira - Têxteis e Tecidos Técnicos - Filmes - Laminados TTR: No que se refere à matéria-prima, os volumes de calçados de plástico/borracha aumentaram 16,6%, no período de 2009 a 2013. Atualmente quanto representa os sintéticos na produção total de calçados? O couro vem perdendo espaço no Brasil? William Nicolau: Os sintéticos representam 15,2% na produção total de calçados no Brasil, enquanto que os de couro possuem participação de 12,6%, segundo o relatório setorial da indústria de calçados 2014 da Abicalçados/ IEMI. De acordo com o Estudo da Quantificação 2014 da Assintecal, os sintéticos representam 50% da matériaprima utilizada em cabedais, enquanto o couro responde por 32%. Consequentemente não temos expectativa da ampliação de uso do couro nos calçados brasileiros, porém devido ao seu alto valor agregado, o uso deste material não será abandonado. TTR: Quais as principais diferenças entre o material sintético e o couro no calçado? William Nicolau: O couro é a pele curtida de animais, enquanto que o sintético trata-se de um laminado produzido a partir de compostos estratificados ou não, de polímeros compactados ou expandidos, na forma laminada, com ou sem substratos. No caso do couro as vantagens são: origem natural, maior valor agregado e maior durabilidade. Já o sintético apresenta melhor aproveitamento (de material), flexibilidade e diversidade. TTR: No segmento feminino, infantil e esportivo os sintéticos predominam? Por quê? William Nicolau: O aumento da utilização e predominância do sintético em calçados femininos da-se principalmente VANTAGENS - Quantidade de aplicação de definição precisa; - No longo prazo, elevada consistência da quantidade na distribuição do líquido; - Reprodutibilidade das quantidades de aplicação; - Aplicação de vários tipos de líquidos; Proteção bacteriana Revestimentos hidro-repelentes - Redução da quantidade de aplicação; - Menor consumo de energia; - Fácil utilização Menor tempo de secagem. Revestimentos impermeabilizantes e resistentes a sujeiras Alguns exemplos de produtos químicos de acabamento: emolientes, proteção contra-chama, agentes antibacterianos, antimicrobianos ou hidrofílicos / hidrofóbicos e oleófilos líquidos. PROPRIEDADES INDIVIDUAIS E FUNCIONAIS PARA NÃOTECIDOS E TECIDOS TÉCNICOS A WEKO é conhecida mundialmente por seus sistemas de aplicação de líquidos. Originalmente desenvolvido para a indústria de impressão e papel, este processo é usado hoje no nãotecido, papel, filme, tecidos técnicos e a indústria têxtil. Oferecendo soluções econômicas e sustentáveis proporcionando aos nãotecidos e tecidos técnicos propriedades específicas. Só a quantidade necessária é aplicada, na medida exata e sem contato. Isso, preserva os recursos, o ambiente e seu custo de aplicação é reduzido por não haver descarte por contaminação. Por conta das quantidades mínimas aplicadas não apenas a quantidade de produtos químicos mas também energia secagem é reduzida, assim, aumentando sua produtividade. Indaial / SC - Brasil | + 55 47 3333-1320 | www.weko.net.br ENTREVISTA em função da moda. Com as trocas frequentes de coleção e o consumo sazonal do público feminino, verifica-se uma maior utilização dos laminados, que permitem a produção de calçados com custo mais baixo e maior diversidade. Quando observamos a tabela (veja Box na pág. 13), percebe-se uma predominância forte do couro no calçado masculino, enquanto que no feminino ele vem perdendo espaço para o laminado de PU. Já no calçado infantil há uma grande participação de laminado de PVC. O calçado de segurança, por sua vez, mantém a predominância da sua produção em couro, com mais de 70% de participação da matéria- prima. TTR: Quais as diferenças entre laminado de PVC e laminado de PU? E quanto ao tecido de algodão ou poliéster? Quais as principais características para ser usado em calçados? William Nicolau: O laminado de PVC não é transpirável nem absorvente. Já o laminado de PU tem uma característica de ser absorvente e transpirável. Ele está chegando a uma semelhança bastante próxima do couro e é em função disso que tem crescido em alguns segmentos. O tecido de algodão, conhecido também como tecido natural, caracteriza-se pelo conforto, flexibilidade e durabilidade, enquanto que o de poliéster, também denominado como sintético, possui um toque mais suave e resistente, além de secar com mais facilidade e não amassar. Na parte de solados e cabedal, são utilizadas composições nas quais entram novos tipos de resinas e matérias-primas que dão resistência ao desgaste, leveza e conforto, e com toda liberdade de criação. A moda, com uso dessas novas tecnologias, tem possibilitado ao Brasil lançar constantemente novos modelos de calçados e acessórios. TTR: Com o advento da nova classe C, reduziu a resistência dos consumidores contra os produtos sintéticos? William Nicolau: A redução da resistência dos consumidores contra os produtos sintéticos não se deve somente ao advento da nova Classe C, mas também devido a evolução deste material ao longo dos últimos anos. O sintético praticamente perdeu a característica de material de plástico, como era no passado. Atualmente, a tecnologia evoluiu bastante, e existe um “casamento” muito forte da indústria calçadista e moveleira utilizando o sintético com o couro, como forma de baratear o preço do produto, sem perder outras características e sem comprometer a qualidade e a estética. TTR: Pode citar novos tipos de matérias-primas que têm agregado valor ao produto sintético? William Nicolau: Foram desenvolvidas, por exemplo, resinas que conferem maior resistência à abrasão e à sujeira. TTR: Outros artefatos como bolsa, cintos e forração para estofados também têm consumido mais substrato sintético do que há 10 anos. Qual foi o crescimento nestas aplicações? 12 ENTREVISTA William Nicolau: O setor de bolsas e artefatos vem registrando um bom desempenho nos últimos cinco anos, crescendo sua produção 8% ao ano. Além disso, das matériasprimas utilizadas para a fabricação destes produtos, estimase que 37% sejam de laminados sintéticos, informação que está de acordo com dados fornecidos pela Abiacav. Composição do cabedal TTR: O consumo médio de calçado no Brasil no ano 2000 era de 2,6 pares por pessoa. Como está hoje? William Nicolau: O Brasil ocupa a quarta posição no ranking 2013 dos consumidores globais de calçados. Entretanto, o número de pares consumidos pelo brasileiro é elevado por conta da alta participação dos chinelos, que representam mais da metade dos pares consumidos. Com isso seu consumo por habitante, de 4,1 pares/ano, é 78% superior à média mundial, de 2,3 pares anuais. Laminado PVC (%) Laminado PU (%) Têxtil (%) Outro (%) Masculino 63,7% 15,0% 2,6% 11,9% 6,7% Feminino 31,3% 22,7% 23,7% 19,4% 2,8% Infantil 12,8% 56,6% 7,8% 17,9% 4,9% Esportivo 9,2% 48,9% 37,9% 4,0% 0,0% Segurança 73,5% 19,0% 2,2% 5,4% 0,0% Produção total¹ 32,0% 31,7% 18,3% 14,7% 3,3% An.TTR_21x14,85cm.pdf Os laminados na composição dos calçados C M Y CM MY CY Os laminados sintéticos, por sua vez, são materiais compostos por um substrato (que pode ser nãotecido, tecido ou malha) e uma camada plástica que pode ser constituída de Poliuretano (PU), que imita a aparência de couro e por isso são chamados de “couro ecológico”; de PVC (policloreto de vinila), que confere transparência, impermeabilidade e aspecto mais brilhante, ou mesmo a combinação dos dois polímeros PU+PVC, que de acordo com os fabricantes resultam em produtos mais diferenciados. Couro (%) Fonte: Estudo de Quantificação 2014 - Assintecal ¹Percentual do material na produção total de calçados TTR: Com a desvalorização do Real frente ao dólar, a indústria calçadista poderá recuperar sua fatia no mercado internacional em 2015? William Nicolau: Pela nossa expectativa, com o dólar valorizado prevê-se um melhor desempenho nas exportações de calçados. Além disso, a gradual recuperação dos mercados europeus e alguns da América Latina podem resultar positivamente para os exportadores. No entanto, a crise na Argentina deve aprofundar as perdas neste mercado, que possivelmente deixará o segundo posto entre os principais compradores do calçado brasileiro. Com este quadro, a expectativa é de um leve incremento nos embarques, considerando que a recuperação dos países compradores se mantenha ao longo de 2015. Os nãotecidos utilizados como substrato para laminação (que pode ser calandrada ou espalmada) são os spunlace (fibras hidroentreladas), que possui elevada suavidade ao toque e absorção; e agulhados, fibras aglomeradas à base de poliéster mais resistente. Os nãotecidos podem ser submetidos em aplicações como plastitificação e dublagem, sendo também insumo importante para componentes de calçados, como palmilhas, forros, contraforte, entre outros. Tipo CMY K 1 09/02/15 10:35 NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America Por: Marcia Mariano 28,3 milhões de indivíduos. É importante ressaltar que a classificação etária infantil refere-se a crianças com idade de 0 a 9 anos, ou seja, não há uma estimativa precisa para o número de bebês, mas segundo fontes do setor de fraldas descartáveis, a população de até 30 meses de idade está por volta de 10 milhões de pessoas. Evento realizado pela primeira vez na América Latina apresentou perfil do setor e tendências de produtos para o segmento de descartáveis higiênicos. Mercado potencial Embora os nãotecidos sejam um produto sem apelo de marketing junto ao consumidor final e, portanto, pouco conhecido das pessoas, é bom lembrar que eles são tão indispensáveis quanto os têxteis tradicionais, usados em vestuário ou artigos para o lar. No caso dos produtos de higiene como fraldas infantis, geriátricas, absorventes femininos e lenços umedecidos, os nãotecidos acompanham todo o ciclo de vida humana desde a infância até a velhice. O aumento no consumo de descartáveis higiênicos está invariavelmente associado ao desenvolvimento social e econômico e a elevação da renda per capita. Dados da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), apresentados durante o seminário OUTLOOK™, mostram que a população da América do Sul é estimada em 415 milhões de habitantes, com PIB de US$ 4.3 trilhões. Segundo o IBGE, o PIB brasileiro em 2014 foi de US$ 1,73 trilhão (R$ 5, 52 trilhões), mantendo-se como a maior economia da região, embora nos últimos dois anos tenha apresentado queda na produção de riquezas. Para 2015, as perspectivas não são animadoras, devido à alta da inflação, elevação das taxas de juros e redução do consumo Divulgação O mercado brasileiro de nãotecidos, matéria-prima presente em diversas categorias de produtos de valor agregado, revelou-se promissor aos olhos de mais de 250 participantes, que prestigiaram a primeira edição da Conferência OUTLOOK™ Latim América, promovida pela primeira vez no Brasil e no continente sul-americano. Empresários, executivos, profissionais e técnicos das principais empresas do setor foram brindados com palestras nacionais e internacionais sobre tendências de consumo, mercado e oportunidades de negócios no campo dos nãotecidos descartáveis e duráveis, principalmente nas áreas de saúde, higiene e cuidados pessoais. Realizado em São Paulo, de 3 a 5 de março, o evento co-organizado pelas duas associações globais de nãotecidos, INDA e EDANA, com suporte da Abint - Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos, mostrou que mesmo com economia estagnada, a indústria de descartáveis higiênicos continua sendo a principal alavanca da produção brasileira de nãotecidos, setor reúne 551 indústrias com produção anual de 351 mil toneladas, consumo aparente de 332 mil toneladas/ano e cerca de 14 mil empregos diretos e indiretos. Conferência foi realizada no Renaissance São Paulo Hotel. 14 Imagem ilustrativa Conferência sobre nãotecidos surpreende mercado brasileiro e da atividade industrial. Mas, apesar desta conjuntura adversa, o País segue atraente para investimentos de longo prazo. No que se refere à indústria de nãotecidos voltada para o mercado de descartáveis higiênicos, as projeções da Cepal indicam que a população geral da América do Sul deverá crescer a uma taxa de 11% até 2030. Se por um lado o contingente de crianças (0 a 4 anos) vai decrescer até 2030 - em 2015 a estimativa é de -3,0%, impactando no consumo de fraldas infantis; por outro, a população com mais de 60 anos tende a aumentar 40% até 2030, devendo representar 18% do total da população do continente. É a partir destas projeções que os convertedores e fabricantes de produtos finais planejam seus investimentos. De acordo com a agência Euromonitor Internacional, que também divulgou dados sobre a América do Sul durante o evento, em 2014 foram consumidos U$ 14 bilhões em produtos de higiene e cuidados pessoais na região, sendo que o Brasil representou 32% de market share. Deste total, 2,5% foram gastos com fraldas; 12% com absorventes externos femininos e 7% com tampons (internos) e absorventes diários. O instituto também revelou que desde 2004, o consumo de fraldas para adulto vem crescendo na América Latina. No ano passado, houve crescimento de 2% liderado pelo consumo das mulheres. Outro produto que aos poucos vem conquistando os consumidores (tanto adultos quanto infantil) são as pants, ou roupa íntima descartável. O mais recente estudo demográfico brasileiro, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada em 2013, confirma que os idosos já são 13% da população estimada em 200,4 milhões de habitantes, e que o número de crianças vem diminuindo, passando de 18,7% em 2001 para 12,9% em 2013, totalizando Composição dos descartáveis higiênicos Feitos para durar um breve período de tempo – no caso das fradas recomenda-se que a troca seja feita de seis a oito vezes ao dia, e dos absorventes a cada duas ou três horas, dependendo do fluxo – os descartáveis higiênicos são constituídos de várias matérias-primas: uma camada de nãotecido laminado impermeável, polpa de fibras, filmes de polietileno, polímero superabsorvente, adesivos termoplásticos e elásticos. Os materiais que conferem atributos como retenção de líquidos e redução de vazamentos, também podem receber aditivos como antioxidantes, hidratantes ou essências aromáticas para melhor cuidado da pele. Outra evolução é o uso de películas gofradas, filmes microporosos que permitem maior ventilação e evaporação do líquido, reduzindo a sensação de umidade que causa desconforto ao usuário. A procura por nãotecidos com gramaturas abaixo de 20 gramas/m2 também tem crescido no Brasil segundo os fabricantes de fraldas, já que cada vez mais os consumidores buscam por produtos suaves, finos e discretos, seja fraldas ou absorventes. No caso dos lenços umedecidos, também chamados wipes, existem tipos para todas as faixas etárias, mas no Brasil ainda são considerados produtos de baixo consumo devido ao preço e também à falta de hábito. Produzidos à base de nãotecido thermobond e spunbond, os wipes nos últimos cinco anos têm migrado para a tecnologia spunlace que, segundo os convertedores, conferem maior maciez ao produto. Os wipes também podem conter aditivos como vitaminas e hidratantes para melhor proteção da pele. Destaques das palestras A primeira edição do OUTLOOK™ Latim América contou com a palestra de abertura do consultor PhD em Economia, Roberto Macedo, que fez uma explanação sobre o momento atual do Brasil e os rumos para o futuro. Também se apresentaram consultores e executivos de empresas nacionais e multinacionais como Basf, Braskem, Dow, PGI, Suominen, Unicharm, Richer Investiment, Euromonitor International, entre outros. A Revista Têxtil Técnico Report - TTR, única publicação nacional dedicada ao mercado de tecidos técnicos e nãotecidos, acompanhou os três dias do evento e traz um resumo dos principais pontos debatidos no encontro. Por ser muito rico e abrangente, certamente, o assunto não se esgota nesta edição. Cenário cinzento O economista Roberto Macedo disse que a projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2015 é de 0,3% e que para 2016 talvez ultrapasse 1%. Para uma atenta 15 Palestra de abertura do consultor PhD em Economia, Roberto Macedo. plateia, formada por maioria de empresários, ele afirmou: “Temos crise econômica, mas não uma crise cambial, o que seria mais complicado”. Roberto Macedo apontou cenário macroeconômico cinzento, dizendo que em 2015 o País terá que se esforçar para cumprir o ajuste fiscal com realinhamento de preços. Ele também recomendou às empresas a não se contaminarem com a conjuntura. “As empresas precisam olhar para dentro de si e também para os lados para ganharem competividade na América Latina. O Brasil se relaciona mal com os mercados vizinhos. Precisamos melhorar os produtos e aumentar as exportações”. Citando dados coletados em janeiro deste ano, Macedo disse que enquanto o Brasil patina, outros países apontam crescimento do PIB como México 3,2%, Colômbia 4,3% e Equador 3,8%. Afirmando que o cenário econômico internacional também já está se recuperando, Roberto Macedo não poupou críticas à política econômica brasileira, apesar de reconhecer ganhos como o aumento do salário mínimo que favoreceu milhões de consumidores das classes mais pobres. “É verdade que a classe média aumentou neste período de grande aquecimento da economia interna brasileira. O governo arrecadou muito, mas investiu pouco. Enquanto a taxa de investimento do Brasil é 17% do PIB, na China chega a 47,7% e na Índia 32,2%”. Com relação aos setores industriais, disse que a indústria em geral está atravessando uma fase muito ruim, mas alguns segmentos como o farmacêutico, perfumaria, higiene e limpeza estão indo bem no Brasil, tendo apresentado crescimento de 50% nos últimos 10 anos. Roberto Macedo encerrou sua palestra dizendo que o País precisa investir nos acordos bilaterais e sugeriu que o caminho para o sucesso vai depender do “tripé econômico”, ou seja, cumprimento das metas de inflação, manutenção do superávit primário e câmbio flutuante. “Sem isto, o apoio político e popular poderá ficar comprometido, principalmente quando as eleições de 2018 se aproximarem”. 16 Indústria competitiva O engenheiro químico Hermínio Vicente de Freitas, CEO da Cia. Providência e presidente da PGI Brasil, falou sobre os desafios da indústria de nãotecidos na América do Sul. “Em 2013, a região registrou um consumo médio de 1.2 quilos de nãotecidos por habitante. No Brasil esta taxa foi de 1.5 kg/hab. enquanto nos Estados Unidos é de 4kg/ hab.” Freitas observou que 54% das indústrias de nãotecidos atuam no segmento de descartáveis médicos e higiene e 46% no uso industrial, com destaque para agricultura, filtração e automotivo e têxtil/calçados. O executivo da PGI disse ainda que a América do Sul apresentou taxa de penetração de 53% das fraldas descartáveis no ano passado, e segundo ele, deverá subir para 62% em 2017. “Vamos necessitar de mais metros quadrados de nãotecidos e esta é uma excelente oportunidade para as empresas brasileiras. É uma indústria com uso massivo de capital e tecnologia de ponta. Na América do Sul temos que melhorar a cadeia de suprimentos e logística bem como os níveis de qualidade dos produtos para estarmos equiparados aos EUA e a Europa em produção de nãotecidos”, concluiu Freitas. Diferenças culturais A palestra de Daisuke Iguchi, gerente geral da Unicharm do Japão, abordou as diferenças culturais na Ásia para consumo de produtos de higiene feminina. Segundo ele, o uso de tampons (absorventes internos) é baixo em comparação aos EUA e Europa. “O motivo é que muitas mulheres usam toalhas sanitárias laváveis e, além disso, há o costume de repousarem durante os dias de menstruação. Existe também a imagem de castidade que afeta o uso de tampons para as adolescentes e jovens”. Iguchi ressaltou que por outro lado, nas metrópoles do Japão e Coreia do Sul, o uso de absorventes de alto desempenho é grande porque as consumidoras asiáticas são muito exigentes no que se refere a vazamentos e outros tipos de incômodos. Segundo o executivo, produtos que mantém a pele seca e sem odor são os mais consumidos no Japão. O consultor Carlos Richer, presidente da Richer Investment, dos Estados Unidos, confirmou que a maior população de mulheres e crianças do mundo está no continente asiático, o que teoricamente seria um grande consumidor de fraldas e absorventes higiênicos, entretanto, só no Japão e na Coreia do Sul existe mercado maduro para produtos descartáveis. “Enquanto na China, o mercado de fraldas tem penetração de 32%, nos Estados Unidos é de 96%, no Japão 98% e no Brasil, 75%”, garante Richer, revelando que o mercado brasileiro consome cerca de 9 bilhões de fraldas por ano. “A perspectiva é que em 2020 este número atinja 10.4 bilhões. Já na China, que hoje consome 24.6 bilhões, espera-se que o consumo passe para 45 bilhões de fraldas daqui a cinco anos”. Carlos Richer diz que nos países emergentes houve evolução no que se refere aos chassis das fraldas, hoje mais estreitos, anatômicos e com materiais mais amigáveis à saúde, mas fez uma ressalva: “Existe uma tendência exagerada dos fabricantes de fraldas no Brasil NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America com retenção do líquido apenas através do formato das camadas que compõem as fraldas, desconsiderando que o núcleo é que precisa ser suficientemente seco. A qualidade dos polímeros superabsorventes (SAP) na fralda é importante inclusive para o contato com a pele”, recomenda o consultor, acrescentando que na Colômbia e no México vendem-se mais fraldas premium do que no Brasil. O engenheiro químico Walter Spinard Junior, da WPS Consultoria, por sua vez, revelou que o uso dos tampons femininos vem crescendo, principalmente entre as mulheres jovens, conforme o aumento da renda.“No Brasil, 44 milhões de pessoas migraram das classes D e E para C – média, impulsionando o consumo de produtos de higiene, beleza e cuidados pessoais”, lembrou. Porém, segundo ele, o produto que domina o mercado são os absorventes com espessura de 4 a 6 milímetros e que os ultrafinos – de 2 a 3 milímetros, ainda são pouco acessíveis a esta camada da população, por serem considerados produtos premium. “Em todo o continente sul-americano cerca de 165 milhões de mulheres ainda não têm acesso aos produtos diferenciados e só usam absorventes básicos. É uma região diversificada culturalmente por isso, há chances de desenvolver um mercado promissor”, acrescenta Walter Spinard. Produtos e tendências A gerente de Marketing Médico e Higiene na América Latina da Dow, Beatriz Goldaracena, abordou sobre diferenciação entre as matérias-primas e laminação para fraldas. “Apesar de o polipropileno ser o nãotecido mais utilizado na América Latina, sugerimos o polietileno (PE) para backsheets (chassis da fralda) por proporcionar mais suavidade e menos ruído”. A principal função do backsheet é reter o líquido dentro da fralda ou do absorvente. Beatriz também revelou que os produtos descartáveis com elástico cresceram no Brasil nos últimos anos e a Dow foi a primeira empresa a utilizar o polietileno para backsheets. “Os polietilenos combinam desempenho, produtividade e sustentabilidade já que permitem obter filmes de menor espessura e maior desempenho para as fraldas. Nosso próximo passo é ampliar Divulgação Divulgação NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America No intervalo das palestras os participantes se reuniam no lounge do hotel para trocar informações. a oferta de resinas de polietileno no mercado brasileiro. Em comparação com a resina convencional de polipropileno, o nãotecido fabricado com PE oferece maior suavidade ao toque e mais conforto no topsheet, ou seja, nas partes internas das fraldas e absorventes”, ressalta a executiva. Damien Grimmelprez, consultor da Parafix, fornecedora de fitas para fechamento de fraldas, citou como tendência para este segmento, a fita tríplex com fechamento mecânico que proporciona maior segurança ao usuário. “Para fralda infantil, a empresa fornece fitas compostas por filmes de polipropileno nãotecido e adesivos especiais que garantem uma abertura suave da fralda. Já para linha adulto o uso do velcro é mais eficaz do que os filmes esticáveis, comumente usados no mercado”, comenta o consultor. A Basf também apresentou novidades para núcleo de fraldas descartáveis. Trata-se de uma gama de polímeros superabsorventes redondos com alta capacidade de absorção de líquidos e permeabilidade. Visando o mercado de fraldas geriátricas, a empresa desenvolveu outro polímero que além da alta propriedade de absorção de líquidos e redução de vazamentos, impede a formação de amônia, odor característico da urina, por um período prolongado. “Impedimos a degradação da urina por cerca de 9 horas, proporcionando menos troca de fralda”, garante Sebastian Guarachi, diretor de Negócio Higiene da Basf América do Sul. Rildo Martini, vice- presidente da International Paper, dos Estados Unidos, falou sobre matérias-primas, apresentando as fibras longas de celulose Fluff, produzida na América do Norte, que segundo ele é melhor do que as fibras curtas de eucalipto, com grandes oportunidades de crescimento na Ásia e países do Norte da África. Entre as características desta celulose estão a resistência e a excelente propriedade de absorção. Martini assegurou que as fibras Fluff são retiradas de florestas certificadas, respeitando a legislação ambiental. Fernando Raszl, gerente de produto regional da H.B Fuller, apresentou novidades em adesivos à base de poliolefinas (MPO). O adesivo é o componente colocado sobre o painel composto por celulose na superfície da fralda. “Uma das vantagens da tecnologia MPO é a estabilidade térmica do adesivo que não perde suas propriedades de aderência, enquanto os convencionais de borracha tendem a perder viscosidade. Além disso, as poliolefinas oferecem aos produtores de fraldas mais estabilidade na oferta devido aos custos competitivos”. O mercado de adesivos para descartáveis higiênicos deve crescer 7% na América Latina, entre 2014 e 2019, segundo a agência Euromonitor. A série de conferências OUTLOOK™ destina-se aos produtores e convertedores de materiais nãotecidos e suas indústrias relacionadas para os produtos de cuidado pessoal. Com 12 edições na Europa e uma na Ásia em 2013, a conferência já atraiu mais de 4 mil participantes de todo o mundo. 17 NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America Campo cirúrgico e lenços umedecidos O engenheiro químico e diretor da Braskem, Yuki Hamilton Kabe, falou sobre nãotecidos para utilizações médicas, destacando sua importância na sustentabilidade. Citando os campos cirúrgicos ele diz que o uso do material correto ajuda no controle de infecção dos pacientes nos hospitais e clínicas. Paramento obrigatório para cirurgias hospitalares ou ambulatoriais, os campos cirúrgicos podem ser confeccionados com tecidos de algodão ou TNT de polipropileno. Yuki Kabe revelou, porém, que os produtos feitos de tecido de algodão ou poliéster, mesmo com tratamento antimicrobiano, não resistem ao ciclo de seis lavagens. “Eles perdem a barreira química o que torna um perigo para o paciente e o próprio médico”, diz o químico, acrescentando que a vantagem dos produtos nãotecidos, além do custo, é que são usados uma única vez e descartados em aterros apropriados. A Braskem é a maior petroquímica da América Latina e líder na produção de biopolímeros. A empresa produz resinas de polipropileno específicas para processos de spunbond, spunlace, melt blow e de polietileno em filmes para laminação de backsheet. Mercado de wipes Tania Hatashi, gerente de vendas South America da Suominen, comentou sobre a nova planta de Paulínia (interior de São Paulo), que produz lenços umedecidos (wipes). De origem finlandesa, instalada no Brasil há três anos, a empresa transformou-se em uma produtora de nãotecidos em 2014. “O mercado brasileiro está ampliando as aplicações na linha de lenços umedecidos femininos, mas o consumo ainda é pequeno. Na América Latina, a Colômbia representa o maior mercado deste produto. Já no campo dos panos de limpeza umedecidos para uso doméstico tem crescido o consumo no Brasil, com ampla oferta de produtores locais”, detalha Tania, acrescentando que do consumo aparente de 515 mil toneladas/ano de nãotecidos na América do Sul, os wipes representam apenas 9%. “Certamente há um grande mercado futuro a ser conquistado”. NEGÓCIOS - Especial Outlook Plus Latin America “O OUTLOOK™ Latim América foi extremamente importante para o desenvolvimento do mercado brasileiro de nãotecidos, com a presença de importantes players do mercado nacional e internacional. A Wacker participou como patrocinador do evento, expondo os principais avanços e benefícios da tecnologia VAE (acetato de vinila-etileno) no processo de consolidação química via utilização de látex (chemical bonded) utilizado na fabricação dos nãotecidos e tecidos técnicos. Seria interessante dar mais destaque e opções para os fabricantes de nãotecidos e não apenas aos convertedores. Mostrar, por exemplo, as vantagens e o que há de mais atual nos processos de consolidação química das fibras (airlaid, cardagem, etc.) através da utilização de látex polimérico”. Ricardo Gouvea, gerente de vendas de Polímeros para Dispersões e Resinas da Wacker Química do Brasil. “A Croda já participa das conferências da Edana na Europa, mas ter o OUTLOOK™ realizado pela primeira vez no Brasil, Veja as opiniões e sugestões de alguns participantes do OUTLOOK™ Latim América sobre a primeira conferência internacional de nãotecidos realizada no Brasil. “Nos dois dias de evento que eu assisti, me chamou atenção a rede de relacionamentos e a abordagem bastante profunda das aplicações existentes que podem abrir novas 18 “Estamos muito felizes de ter co-organizado este evento com EDANA e apoio da Abint. Esta é uma importante demonstração da cooperação para avançar e contribuir com o sucesso da indústria de nãotecidos em todo o mundo. A taxa de participação no evento da América Latina superou todas as nossas expectativas”. Dave Rousse, presidente da INDA. de embalagens PET recicladas. APLICAÇÕES EM DIFERENTES SETORES behype.com.br oportunidades para o mercado brasileiro e latino-americano de nãotecidos. Com relação a tema para um próximo evento, creio que deveria abordar algo voltado não só para produto, mas também, novas evoluções e tecnologias de produção de nãotecidos”. Gilberto Campanatti, Customer Service Latin América da Lenzing. “O evento organizado pela EDANA mostra que a América Latina, em especial, o Brasil é um mercado que está sendo visto com um futuro promissor. A abordagem dos vários temas em diversos pontos de vista ajudaram as empresas e refletir em suas estratégias e avaliarem se estão ou não em acordo com as tendências globais e regionais.” Tânia Hayashi, Sales Manager South America da Suominen. “Os palestrantes apresentaram, de forma emocionante, a diversidade do mercado latino-americano, ilustrando oportunidades que foram bem compreendidas pelos representantes da cadeia de fornecedores que estavam na plateia. EDANA cumpriu seu papel de ajudar a indústria a aproveitar muitas oportunidades com este evento”. Pierre Wiertz, gerente Geral da EDANA. FIBRAS DE POLIÉSTER produzidas com 100% Repercussão do evento OUTLOOK™ Latim América “Sem dúvida, o evento organizado pela EDANA/INDA, com apoio da Abint foi de suma importância para todos nós do Brasil e da América Latina, que trabalhamos com nãotecidos, área que muitas vezes fica alheia ao desenvolvimento da Europa e dos EUA. O enfoque dado aos descartáveis e higiênicos trouxe informações importantes, tanto técnicas como de mercado, que ajudará o setor a se programar para atender a demanda que continuará crescendo, mesmo com as dificuldades que estamos passando. Os temas foram bem selecionados e creio que atingiram o objetivo da organização. Um evento como este me parece que deve ser voltado ao mercado. Apresentar novas tecnologias, que propiciem ao consumidor um menor custo, melhor performance e maior sustentabilidade seria um tema bem-vindo para um próximo evento”. Edson Basseto, diretor técnico da Abint. focado na indústria de descartáveis higiênicos, foi muito relevante. Fiquei bem impressionada com a audiência e com o interesse das pessoas em relação às matérias-primas que beneficiam as fibras para nãotecidos. É surpreendente como o mercado de produtos premium tem espaço para crescer no Brasil”. Magda Machado Rodrigues, gerente de Marketing da Croda do Brasil. AUTOMOBILÍSTICO Revestimento Piso / Teto ENCHIMENTO Móveis / Travesseiros PRODUTO IGUAL AO NOVO, MAS É RECICLADO. BOM PARA VOCÊ, BOM PARA A NATUREZA. NÃO-TECIDO Couro Sintético / Geotêxtil TÊXTIL Vestuário / Casa www.unnafibras.com.br [email protected] Tel.: (55 11) 4478-2180 / (55 11) 4478-2222 FEIRAS & EVENTOS FEIRAS & EVENTOS Tecidos de cortiça, colete com sistema de refrigeração interna e camiseta t-shirt que pode medir os batimentos cardíacos foram alguns dos produtos expostos no “Sport Textile Village from Portugal”, espaço que reuniu empresas portuguesas especializadas em tecidos inteligentes, durante a feira Tecnotêxtil 2015, em São Paulo. A mostra de produtos integrou a programação do II Fórum de Inovação Têxtil, que também contou com palestras divididas em três painéis: Inovação Tecnológica no Esporte; Moda Esportiva e Design e Novos Modelos de Negócio e Comunicação. Realizado pela Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção em parceria com a ApexBrasil, o evento também recebeu apoio da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Senai, Associação Selectiva Moda (ASM), Centro de Tecnologia Têxtil (CITEVE) e patrocínio da tecelagem Santa Constância. 20 Vitrine portuguesa Especializada em malhas técnicas, tipo micropolar, membranas e composição em camadas para linha Sport/Active, a empresa A. Sampaio apresentou na feira produtos para vestuário respirável e corta-vento. Outra malharia presente no estande foi a JOAPS, que produz jérsei, rib e interlock com acabamentos funcionais químicos como antiestético, hidrófilo, antipilling, antibacteriano e repelência à manchas. A Foot by Foot, especialista em laminagem com membranas sobre tecidos para conferir características como respirabilidade e impermeabilidade, expôs peças esportivas com sua marca Tectex, enquanto a Berg Outdoor, uma das maiores marcas esportivas de Portugal, mostrou calçados e outros itens para atividades ao ar livre. Dedicada aos esportes de inverno, a Scoop, confecção de roupas técnicas, exibiu um colete para a prática de golfe, feito a partir de um circuito integrado interno que aquece a peça em até 37 graus. “Coletes semelhantes a estes foram utilizados pela equipe da Rússia, durante os Jogos Olímpicos de Inverno 2014”, explica Cristina Castro, relações públicas do CITEVE, que convidou as empresas portuguesas a participarem do evento no Brasil com produtos inovadores. Um dos produtos que mais chamou atenção dos visitantes foi uma bola de futebol feita de cortiça reciclada. Desenvolvida pela Sedacor, empresa do grupo JPSCork, a bola, lançada em 2010 como Inovação Tecnológica, foi exibida pela primeira vez no Brasil na Tecnotêxtil. A redonda, na realidade, foi usada como chamariz da empresa para mostrar a nova coleção de tecidos de cortiça para decoração. O diretor comercial da Sedacor, Albertino Oliveira, explica: “A matéria-prima é originária do sobreiro, árvore nativa do Sudoeste da Europa. Conseguimos desenvolver uma tecnologia de agregação das lâminas de cortiça que são coladas sobre tecidos de algodão, poliéster, viscose, poliamida ou nãotecidos. O resultado é um produto Divulgação Divulgação Divulgação Realizado paralelamente à feira Tecnotêxtil Brasil, em São Paulo, o II Fórum Internacional de Inovação Têxtil focou no vestuário de performance. Palestras A principal atração de abertura do II Fórum de Inovação Têxtil foi a palestra motivacional do iatista brasileiro Laars Grael que, em 1998, sofreu um grave acidente provocado por uma lancha desgovernada que causou a mutilação de uma de suas pernas. O atleta, que na época se preparava para as Olimpíadas de Sydney 2000, teve seu sonho interrompido pela irresponsabilidade do condutor da embarcação que estava alcoolizado. O trauma, entretanto, não abateu sua vontade de continuar amando o esporte que o ajudou a superar a fase mais difícil da vida. Hoje, Laars Grael dá palestras pelo país, incentivando as pessoas com ou sem deficiência física a superarem desafios em busca de seus objetivos. No painel sobre Inovação Tecnológica no Esporte, o destaque foi a apresentação do pesquisador português, Mario Vaz, do Laboratório de Biomecânica do Porto (Labiomep), que ressaltou a importância de se compreender a biomecânica, a troca térmica e outras características do corpo humano para criar e desenvolver roupas de alta performance, com finalidade esportiva. Inaugurado em 2012 na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, o Labiomep tem como objetivo ajudar a melhorar o desempenho dos atletas e estudar o movimento humano nas suas múltiplas vertentes. Além de atletas de elite, o laboratório também avalia, por exemplo, comportamentos biomecânicos de mulheres grávidas, pacientes com limitações de mobilidade, obesos, entre outros grupos específicos. O fio Emana®, produzido no Brasil pela Rhodia, empresa do Grupo Solvay, também foi apresentado no evento. Este produto têxtil absorve o calor do corpo humano, devolvendo-o sob a forma de raios infravermelhos que, ao interagirem com a pele, estimulam a microcirculação sanguínea e o metabolismo celular. A empresa têxtil Santaconstancia, por sua vez, mostrou pesquisa que realizou para lançar novos produtos voltados para mulheres corredoras, como as camisetas que conferem conforto térmico durante a prática esportiva. A empresa oferece tecidos para os segmentos lingerie, fitness, moda praia e fashion. Participaram também do Fórum as marcas LMA (Portugal), Logic, Adidas, Alpargatas, NetShoes e Nike, que mostraram novidades em vestuário esportivo, com controle de umidade, troca térmica, proteção UV, alta resistência ao rasgo, compressão progressiva, entre outras funcionalidades. Realidade de mercado não desanima expositores Divulgação Design e funcionalidade para área esportiva final com aparência rústica, mas com ótima flexibilidade e maciez”. O tecido de cortiça, segundo Oliveira, também recebe acabamentos contra abrasão e umidade e pode ser submetido à estamparia digital e tingimento. Além de revestimento de estofados, o tecido de cortiça pode ser utilizado na produção de cortinas, painéis acústicos e até cobertores, garante o diretor da Sedacor. “Viemos oferecer ao Brasil produtos tecnológicos e diferenciados e estamos buscando parcerias para conquistar o mercado”. Na última edição da “Tecnotêxtil Brasil – Feira de Tecnologias para a Indústria Têxtil”, realizada de 07 a 10 de abril, no Expo Center Norte, na capital paulista, foi possível observar que mesmo com as notícias desanimadoras da economia brasileira, com a produção industrial caindo 5.9% no primeiro trimestre do ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os expositores mantiveram suas expectativas de vendas de médio e longo prazos. O que motivou este ligeiro otimismo, apesar da situação difícil – só para dar um exemplo, o setor de máquinas e equipamentos teve um recuo de produção de 3,8% em março ante fevereiro - foi a valorização do dólar frente ao real. Muitas empresas do setor têxtil e confecção, que até ano passado preferiam importar 21 Por esta razão, as empresas que apresentaram novidades com este foco na feira se mostraram animadas com as perspectivas de negócios futuros. “Uma das grandes contribuições da ‘Tecnotêxtil Brasil 2015’ foi resgatar o otimismo dos empresários que participaram da Feira, como expositores ou como visitantes”, comenta Hélvio Roberto Pompeo Madeira, diretor-presidente da Fcem, organizadora da feira. Confira algumas novidades apresentadas na Tecnotêxtil, que reuniu cerca de 800 marcas e atraiu um público de 17.500 profissionais durante quatro dias. Destaques O carro-chefe da Audaces na Tecnotêxtil Brasil foi a Neocut, única máquina de corte com lâminas desenvolvida no Brasil em conformidade com a NR12 - norma de segurança conhecida como uma das mais exigentes do mundo. A máquina também se destaca por contar com um sistema de segurança inteligente, de pause and play, que não impacta a produtividade na sala 22 de corte. O presidente da empresa, Claudio Grando, comenta: “Sem um sistema inteligente, a produtividade do setor pode reduzir em até 40%, o que torna fatal em um contexto de aumento nos custos com água e energia”. Já a diretora de operações, Kalinka Salvi, presente no estande da Audaces durante a feira completa: “Hoje as empresas buscam a automatização para reduzir mão de obra, enxugar custo fixo e oferecer maior qualidade aos seus clientes. O primeiro trimestre do ano foi muito bom para a Audaces e a Tecnotêxtil foi positiva em termos de prospecção para novos negócios”, afirmou Salvi, acrescentando que a principal vantagem da tecnologia nacional é que pode ser adquirida por meio de linhas de financiamento do BNDES Finame, considerada mais vantajosa para as empresas brasileiras. Completando oito anos de mercado este ano, a Delta Equipamentos, empresa 100% brasileira, oferece uma gama de máquinas para confecção, embalagem e beneficiamento de malhas, incluindo retorcedeiras, revisadeiras, hidroextractores e fourlard. Os sócios Fábio Kreutzfeld e Paulo Sergio Garbin se mostram otimistas com o retorno da produção têxtil brasileira. “Com a oscilação do dólar nos últimos meses, muitos fabricantes decidiram suspender importações de produtos acabados e passaram a apostar na produção local. Todavia, a crise no Brasil tem feito com que muitos empresários adiem seus planos de investimentos. O desafio, como fornecedor de tecnologia, é continuar mantendo estrutura para ampliar a oferta, oferecendo como diferencial, nosso conhecimento técnico na aplicação da automação”, comenta Kreutzfeld. Na feira, a empresa exibiu o novo hidro aspesor HAT021, equipamento para aplicação de líquidos sobre material têxtil, tais como amaciantes, silicone e produtos químicos, de forma contínua, sem contato físico e com controle totalmente automatizado. Outra empresa nacional que aposta na recuperação do mercado interno é a Automatisa, especializada em equipamentos digitais a laser de pequena e média potência. Entre os destaques da marca está a máquina Vista para corte e meiocorte a laser de materiais em rolo como etiquetas tecidas, bordadas e adesivas, combinada com sistema de visão artificial com iluminação LED. Esta tecnologia reconhece a imagem do material e automaticamente gera uma trajetória de corte que permite ao usuário a escolha de contornos internos, externos, com ou sem margem em relação à imagem reconhecida. Já a Roland DG apresentou o novo plotter de recorte GS24, com lâminas robustas que permite cortar substratos espessos de 50 a 700 mm de largura, ideal para uma diversidade de aplicações como: envelopamento de veículos, sinalizações, decalques e personalização de vestuário. A próxima Tecnotêxtil Brasil será realizada de 25 a 28 de abril de 2017, no Pavilhão do Anhembi, na capital paulista. Máquina circular para tecido de colchão _ Jacquard Eletrônico _ Alto Relevo _ Resistência _ Tecnologia nacional Tecnologia a favor de estilo com conforto behype.com.br Por outro lado, há o impacto negativo nos custos das empresas que necessitam importar matériasprimas ou componentes para sua produção local, pois o dólar funciona como indexador da economia. Todavia, ainda existem no país muitas indústrias verticalizadas. Para estas, o investimento em automação têm se revelado compensador, pois além de reduzir desperdícios, promove maior agilidade na entrega do produto ao mercado. Divulgação manufaturados para revender, hoje, diante da valorização da moeda norteamericana, retomaram a produção local, já que o valor dos produtos importados subiu, tornando-se menos atraentes frente aos nacionais. Outra motivação é a possibilidade de aumentarem suas exportações, especialmente para os países vizinhos da América do Sul, com preços competitivos. Divulgação FEIRAS & EVENTOS AVANÇO S/A TEARES CIRCULARES Av. Presidente Wilson, 3544 - Ipiranga - SP/SP - 04220-000 www.orizio.com.br | [email protected] fone: +55 (11) 2066-0020 | Fax: +55 (11) 2914-0901 EM FOCO EM FOCO Têxteis técnicos terão fórum setorial na ITMA 2015 A maior feira de máquinas, equipamentos e acessórios para a indústria têxtil do mundo terá uma atração especial em sua 17ª edição, em Milão na Itália: o Fórum de Têxteis Técnicos que inclui os tecidos técnicos, nãotecidos e tecidos para vestuário funcional. O programa contará com temas relacionados com as tendências mundiais do setor, oportunidades e desafios, bem como tecnologias de produção e gestão. 24 Além da exposição, serão realizados paralelamente o Fórum de Química e Corantes para Indústria Têxtil e Couro e a Conferência Mundial Têxtil 2015. I SAMPE Brasil 2015 De 19 a 23 de outubro próximo será realizada a I Semana de Composites Avançados SAMPE Brasil, em São José dos Campos (Parque Tecnológico), interior de São Paulo. O evento é composto por um seminário, cursos, painel tecnológico, além do III Congresso Internacional Sampe Brasil + Mostra de Tecnologias. Veja programação completa no site: http://sampe.com.br/ Weko consolida parceria com a Pleva Gmbh A programação foi apresentada por Daphne Poon, diretora operacional da MP Exposition, organizadora do evento, durante a Tecnotêxtil Brasil em São Paulo. “ITMA não é apenas uma mostra de máquinas. Mais do que isso, é uma plataforma de conhecimento e networking que desde 1951 acontece nos países da Europa e que na edição de Barcelona, em 2011, comemorou 60 anos de realização”, disse a executiva Daphne Poon. Segundo ela, inovação e sustentabilidade deverão pautar os lançamentos da feira de Milão que reúne 1.355 expositores de 45 países. A feira, que pela quinta vez será realizada na Itália, deverá receber mais de 100 mil visitantes durante os oito dias. Benjamin Ziel (gerente Weko America Latina),Volker Müller e Ralf Pleva. A Weko assumiu, em janeiro de 2015, a representação e assistência técnica em equipamentos da Pleva no mercado brasileiro, tornando-se responsável pela comercialização e distribuição de peças de reposição e por toda a divulgação dos produtos junto aos clientes. Ambas as empresas já atuam no mercado têxtil, mantendo liderança em seus segmentos: a Pleva com sistemas de controle e sensores e a Weko com sistemas de aplicação de líquidos e corte. Com matriz em Leinfelden-Echterdingen, Alemanha, a Weko possui, desde 2007, a filial Weko América Latina em Indaial – SC, que desenvolve e comercializa sua própria linha de produtos, além de fornecer todo o mix de produtos da sua matriz. Já a Pleva, sediada em Empfingen, também na Alemanha, desenvolve, fabrica e comercializa sensores e sistemas para controle de aplicações e revestimentos; controle de oxigênio, umidade aplicada, umidade residual e umidade de exaustão; tempo de residência, trama e gramatura, além de alinhadores de alta tecnologia para indústria têxtil e visualizadores de processo. MMS mostra tecnologia para botões em Frankfurt Divulgação As executivas Daphne Poon e Vanessa Chua, da MP Exposition. Em sintonia com os temas-chave da ITMA 2015, o programa da Conferência vai abordar a sustentabilidade como chave para os seguintes tópicos: na diferenciação das marcas, na rentabilidade e segurança dos negócios, nas decisões de investimentos, na cadeia de abastecimento integrada, na conquista e manutenção de clientes e no desenvolvimento de produtos. O evento também contará com uma apresentação do Banco Mundial; além das palestras de Frank Henke, vice-presidente para os Assuntos Sociais e Ambientais da Adidas; Johannes Merck, diretor da Otto Grupo; Linda Keppinger, diretora global de Materiais da Nike Inc.; Barak Tun, diretor de vendas da Menderes Tekstil e Roger Yeh, presidente da Cia. Everest Têxtil. O evento, organizado pela Cematex, WTiN e MP Exposition, é patrocinado por fabricantes de máquinas têxteis e organismos de normalização ambiental como SPGPrints, MS Itália, Oeko-Tex, Reggiani e Oerlikon e conta com apoio das entidades internacionais: Sustainable Apparel Coalition, Textile Institute e Better Cotton Initiative. Divulgação Techtextil Texprocess 2015 comemoram resultados “Não só houve uma atmosfera fantástica na feira, como também o padrão dos visitantes foi excepcional, pois havia mais novos produtos para serem vistos do que nunca. Techtextil e Texprocess 2015 mostraram-se ser o principal centro para a inovação no campo de tecidos de alta tecnologia, têxteis inteligentes e tecnologias de processamento”, disse Detlef Braun, membro do Conselho de Administração da Messe Frankfurt, após o encerramento do evento, realizado de 04 a 07 de maio, em Frankfurt, na Alemanha. Durante quatro dias, cerca de 42 mil visitantes de 116 países estiveram na cidade para ver a maior exibição mundial de materiais, processos e tecnologias para cadeia de valor têxtil, voltada para o segmento de tecidos técnicos, que reuniu ao todo, 1.662 expositores de 54 países. A Revista Têxtil Técnico Report - TTR, convidada pela Messe Frankfurt, fez sua estreia na feira e trará, na próxima edição, a cobertura do evento. Divulgação Divulgação Cúpula Têxtil reunirá líderes em Milão A sustentabilidade como vetor para a competitividade da cadeia de valor será o tema da Conferência Mundial Têxtil 2015, que acontecerá no dia 13 de novembro, no segundo dia da ITMA 2015, em Milão. Entre os palestrantes confirmados estão Helga Vanthourout, da Comissão de Sustentabilidade, Recursos e Produtividade da McKinsey and Company, empresa global de consultoria em gestão empresarial. Especialista em fixação de botões de segurança, a MMS do Reino Unido exibiu na Texprocess 2015, realizada de 04 a 07 de maio em Frankfurt, a última geração de máquinas para invólucro de botões MK 18 e MK 19. Sua principal função é reforçar o botão sobre o tecido na forma de haste (Botton shank), garantindo proteção contra a perda durante toda a vida útil da peça. A máquina produz automaticamente o invólucro e protege a fixação de qualquer tipo de botão (metal, plástico, etc.) de forma precisa, usando linha elastomérica termoselável. Ambas as máquinas podem ser conectadas via smartphones ou tablets, que permitem abrir uma série de funcionalidades, tais como dados de produção em tempo real. Outras características são o sistema de extração de resíduos de linha automático e a redução do consumo de fios em até 12%, segundo informa o fabricante. Juntamente com a máquina de fixação a empresa também apresentou uma embaladora automática. 25 EM FOCO Benjamin, Sebastian e Marcus Mayer, a quarta geração da família que comanda a empresa, fundada há 110 anos. A Mayer & Cie, um dos maiores fabricantes de máquinas para malharia do mundo, está planejando investimentos consideráveis em tecnologia, modernização de suas instalações e contratação de pessoal para 2015 e 2016. A maior parte dos recursos, estimados em 4 milhões de euros, será empregada na expansão e modernização da sede da companhia, na Alemanha, para expansão de capacidade e modernização da planta. Na agenda também está previsto a ampliação das subsidiárias da China e da República Checa. “Estamos muito satisfeitos com o desempenho da empresa nos últimos anos. Em 2014 conseguimos um volume de negócios de cerca de 90 milhões de euros, registrando um crescimento de 7% a mais do que no ano anterior. Queremos utilizar este sucesso para definir os rumos para o futuro”, comenta Benjamin Mayer, diretor geral da Mayer & Cie. 26 Vector IX é destaque da Lectra na FIMEC 2015 A máquina Vector iX para corte contínuo de tecidos e laminados sintéticos foi uma das tecnologias que se destacaram na 39ª FIMEC, realizada no mês de março, em São Paulo. “É uma solução para materiais flexíveis que chama a atenção porque garante alta qualidade e desempenho de corte. Tem sistemas contra falhas, economiza energia e possibilita o gerenciamento visual que permite acompanhamento de processo em tempo real”, comenta Daniella Ambrogi, gerente de Marketing da Lectra (foto). Segundo ela, durante a feira, além de novas prospecções, houve grande evolução nos projetos, cujas negociações já estavam em andamento entre a empresa e seus parceiros. “A Lectra considera que alcançou todos os objetivos de negócio e de relacionamento, que foram definidos para a feira. Acreditamos muito na adequação desta solução para o setor calçadista e estamos animados com as perspectivas”, comemora a executiva. Além da Vector iX, foi divulgada também na FIMEC a máquina Versalis para corte de couro e a solução a DesignConcept, para design de móveis estofados. NACIONAL INTERNACIONAL FISPAL TECNOLOGIA - 31ª edição Feira Internacional de Embalagens, Processos e Logística para as Indústrias de Alimentos Data: 23 a 26 de junho Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi / SP www.fispaltecnologia.com.br ICTCME 2015 Conferencia Internacional de Têxteis Compósitos e Materiais de Engenharia Data: 04 e 05 de junho Local: Nova York - EUA www.waset.org SERIGRAFIA SIGN FUTURE TEXTIL - 25ª edição Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos, Produtos e Serviços para Serigrafia, Comunicação Visual, Sinalização, Sublimação, Impressão Digital, Impressão Têxtil, Material Promocional, Brindes e Personalização Data: 21 a 24 de julho Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi / SP www.serigrafiasign.com.br HIGHTEX 2015 6ª Feira Internacional de Tecidos Técnicos e Nãotecidos Data: 11 a 13 de setembro Local: Istanbul - Turquia www.hightex2015.com 24ª Higiexpo - 2015 Feira de Produtos e Serviços para Higiene, Limpeza e Conservação Ambiental Data: 04 a 06 de agosto Local: Expo Center Norte / SP www.higiexpo.com.br 26ª Fenasan - 2015 Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente 26º AESABESP - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente Data: 04 a 06 de agosto Local: Expo Center Norte - Pavilhão Vermelho / SP www.fenasan.com.br FEIRA A+A Feira Internacional de Proteção, Segurança e Saúde no Trabalho Data: 23 a 30 de outubro Local: Dusseldorf - Alemanha www.aplusa.de ITMA 2015 Feira Internacional de Máquinas Têxteis Data: 12 a 19 de novembro Local: Fiera Milano RhO - Milão - Itália www.itma.com 6ª Expo Proteção - 2015 Feira Internacional de Saúde e Segurança no Trabalho Data: 05 a 7 de agosto Local: Expo Center Norte / SP www.protecaoeventos.com.br MAQUINTEX / FEMICC - 5ª edição Feira de Máquinas, Equipamentos, Serviços e Química para Indústria Têxtil Feira de Máquinas para a Indústria Coureiro-Calçadista Data: 18 a 21 de agosto Local: Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza / CE www.maquintex.com.br INTERCON - 11ª. edição Feira e Congresso da Construção Civil Data: 21 a 24 de outubro Local: Pavilhões da Expoville - Joinville / SC www.feiraintercon.com.br Shutterstock Divulgação Mayer & Cie planeja investimentos Divulgação Tecido de microfibras para calçados O M Micro, tecido técnico constituído por microfilamentos de poliamida, poliéster e viscose com fios termoligados e acabamento em poliuretano (PU) é oferecido pela Marluvas ao mercado calçadista e de EPIs. Transpirável, impermeável e resistente a produtos químicos são as principais características deste produto que, segundo a empresa, pode substituir o couro. A Marluvas informa que o material foi desenvolvido por meio de pesquisas tecnológicas realizadas no Brasil e na Europa, e apresentou características superiores ao couro com altos índices de durabilidade e resistência mecânica. Além disso, os calçados em M Micro são fabricados em solado PU Bidensidade, com sistema de absorção de impacto na entressola e na região do calcanhar e não propagam chamas no cabedal, além de ser certificado pela OEKO TEX 100, livre de agentes prejudiciais à saúde, como o Cromo VI. Divulgação AGENDA TTR 27