Voleishow 4 - WordPress.com

Transcrição

Voleishow 4 - WordPress.com
SHEILLA E ZÉ ROBERTO
FALAM SOBRE O TÍTULO.
NOVA COLUNA:
Esse é craque
E MAIS:
Toque de campeão com Giba;
A experiência de Kwiek na Rep. Dominicana;
O treinamento físico na areia
e muito mais.
VOLEINEWS:
SADA/CRUZEIRO E SOLLYS SÃO O BRASIL NO MUNDIAL DE CLUBES.
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ASSIM VOCÊ FICA
POR DENTRO
DE TUDO QUE A
PREPAROU PARA
Você
E D I T O R I A L
A edição desse trimestre chega em um momento dourado da nossa seleção feminina. Mais uma vez com muito
trabalho e com a colaboração de profissionais do mais alto nível o projeto tornou-se realidade.
Bater um papo com Sheilla e Zé Roberto é sempre muito especial. Ela sempre calma falou sobre vários aspectos
de uma carreira que é um espetáculo. Mesmo com esse estilo boazinha ela arrebentou nos Jogos Olímpicos e ajudou
muito na conquista do ouro. O nosso tricampeão olímpico, Jose Roberto Guimarães deixou claro em sua entrevista que
o papel da comissão técnica foi muito importante nessa caminhada. Altos e baixos, pressão, estratégias e muito mais.
O conteúdo da revista, modéstia a parte, é muito bom. Tem assunto para todos. Assuntos de ótima qualidade.
Acredito que a revista já está se tornando referência para estudantes e técnicos de vôlei em todo o Brasil. O nosso vôlei
precisa de um canal com esse.
A estreia de dois novos parceiros deixa a equipe Voleishow muito feliz. Contar com as duas maiores empresas no
vôlei mundial é uma satisfação muito grande. A partir de agora temos a ASICS e a italiana DATAPROJECT como parceiras
desse projeto. É uma honra contar com essas grandes marcas.
As novas colunas estão sensacionais. VoleiNews, Esse é craque e Eu também jogo vôlei acrescentam novas
leituras para um conteúdo já bem diversificado.
É isso pessoal! Espero mais uma vez que gostem do meu trabalho e de outros profissionais que se dedicaram
para colaborar com o conteúdo da revista. Parabéns Brasil pela campanha em Londres, um verdadeiro SHOW. Aliás, o
Vôlei por aqui é SHOW. É VOLEISHOW!
Marcel Eickhoff Matz
A revista digital VOLEISHOW é uma publicação trimestral do site VOLEISHOW.
DIREÇÃO GERAL
Marcel Eickhoff Matz
CREF 006871-G/RS
EDITOR RESPONSÁVEL
Marcel Eickhoff Matz
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Marcilênio Arruda
DRT/SC 01685
PROJETO GRÁFICO e DIAGRAMAÇÃO
Jair Figueiredo de Sena
www.jairsena.com.br
A VOLEISHOW não se responsabiliza por informações, conceitos e opiniões emitidos em
artigos assinados por colaboradores, bem como pelo conteúdo de anúncios publicitários.
Í
N
D
I
C
E
VOLEINEWS .................................6
COLABORADORES ........................8
AQUECIMENTO ...........................10
SELEÇÃO VOLEISHOW ................14
CRAQUE DA QUADRA .................16
HISTÓRIAS DO VÔLEI .................20
VOLEISHOW ESTILO ...................22
TOQUE DE CAMPEÃO ..................24
CATEGORIAS DE BASE ...............26
MISSÃO CUMPRIDA....................28
E MAIS
Entrevista Sheilla.......................................................................................................................................................................................30
Entrevista Zé Roberto .............................................................................................................................................................................36
Marcos Kwiek..............................................................................................................................................................................................42
Vôlei de praia................................................................................................................................................................................................44
Por dentro das regras .............................................................................................................................................................................47
Mapa do vôlei ...............................................................................................................................................................................................48
Vôlei adaptado .............................................................................................................................................................................................50
Meu treinador ..............................................................................................................................................................................................52
Competições de base..............................................................................................................................................................................54
Fitness .............................................................................................................................................................................................................56
Londres x Pequim .....................................................................................................................................................................................57
Fisioterapia....................................................................................................................................................................................................58
Planejamento ..............................................................................................................................................................................................60
Arquibancada...............................................................................................................................................................................................64
Eu também jogo vôlei .............................................................................................................................................................................66
VOLEI
O NEWS
S
Mais uma temporada do vôlei brasileiro está prestes a
começar, falando de competições em nível nacional. O
mercado da bola, que ano a ano leva e trás novas equipes,
nessa temporada mais uma vez mudou bastante. No vôlei
masculino o investimento de grandes empresas diminuiu.
A maior perda foi com o time da CIMED/SKY no masculino
e com o VoleiFuturo no feminino. Depois de quase fechar
as portas, o time foi montado com um investimento muito
menor do que nas temporadas passadas. Os times de
Montes Claros no masculino e os times do Mackenzie e o
Vôlei Futuro fecharam. O mesmo Vôlei Futuro no masculino
também diminuiu o investimento. A crise e o mercado
inflacionado do vôlei brasileiro podem ter gerado essa fuga
de investimento. As novas equipes que entram na briga são
médias ou ainda consideradas pequenas. No masculino
teremos a participação do time Canoas/Lasalle, do Rio
Grande de Sul, comandado pelo técnico Paulão. O time da
cidade de Pindamonhangaba, do interior paulista é outro
estreante na Superliga. O comando do time é do antigo
pessoal de Suzano, encabeçado pelo ex-técnico Ricardo
Navajas. No feminino somente 10 equipes vão disputar
a Superliga, ou seja, saíram três times e entrou somente
um. A conta está no negativo. Atenção, essa diminuição de
times precisa de muita atenção. Ou as nossas chances de
medalhas vão diminuir em pouco tempo.
O vôlei nacional está mudando para melhor. A partir desta
Superliga a bola oficial é a MIKASA, modelo MVA200, de cor
azul e amarela. A bola das maiores competições mundiais
agora é, também, a bola oficial no Brasil. A bola atual é mais
resistente e durável que a antiga Penalty. Mesmo com a maior
durabilidade ela oferece características muito importantes
para quem joga vôlei, como uma boa sensibilidade e ótima
visibilidade. Algumas federações estaduais ainda utilizam
a bola Penalty como bola oficial. A mudança total deverá
ocorrer no futuro. Bem vinda MIKASA.
Ouviu-se falar no assunto de uma nova mudança de regra
para o futuro próximo. A FIVB está sempre inovando e
buscando tornar o vôlei melhor e com disputas mais
intensas. Há 3 anos eles tentaram implantar uma regra
de ataques somente atrás da linha dos 3m. O estudo de
um técnico do Sudão foi aplicado no mundial masculino
de clubes, em Doha no Qatar. Na ocasião outras regras
foram sugeridas e essa profundamente debatida durante o
torneio. Não foi aprovada. O próximo passo pode ser colocar
novamente em prática a regra antiga que não permitia o
passe de toque, ou melhor, somente com o toque perfeito.
Se isso realmente acontecer existe uma possibilidade do
vôlei masculino tornar-se mais lento, pois o saque viagem
pode ser trocado pelo saque flutuante, que causa maior
dificuldade para os passadores. É esperar para ver! O
mundial de clubes vem ai e quem sabe não testarão essa
regra novamente lá.
6
Mais uma vez o nosso vôlei deu um show em Jogos Olímpicos. As seleções
da quadra chegaram a Londres com muitos questionamentos, passando
por um período de instabilidade, de testes e de lesões. Os grupos foram
sempre questionados. Mas tudo deu certo. A seleção feminina se superou.
Depois de uma primeira fase ruim, estando nas mãos das americanas
para ficar fora da competição já na primeira fase, elas passaram e deram
um show. Depois de um dos maiores jogos da história do vôlei, as nossas
guerreiras venceram a Rússia e avançaram para a semi. Atropelamos o
Japão e na final as americanas teriam que ser vencidas. O melhor time
do ciclo olímpico. Invicto na competição. E elas começaram muito fortes.
Venceram o primeiro set com autoridade, jogando muito. Mas a partir daí
o Brasil foi sensacional e vencemos de virada. O bi olímpico foi garantido.
Zé Roberto se tornou com o título o único brasileiro tricampeão olímpico.
No masculino, exatamente um dia depois, a história foi diferente. A nossa
seleção estava com 9 dos 10 dedos na medalha de ouro. Exatamente isso.
Mas todos nós sabemos que enquanto um dos times não fizer 3 sets o jogo
pode mudar. E foi exatamente isso que aconteceu. Os russos mudaram o
time e venceram de virada por 3 sets a 2. Uma derrota inesquecível.
Nas areias sempre somos candidatos a medalhas. Das quatro duplas, duas
chegaram às medalhas. Nenhum ouro. Precisamos melhorar o investimento
na praia para garantir que, aqui no Brasil, a cor da medalha seja diferente.
Temos jogadores extramente capazes, técnicos competentes e muita areia
para treinar, afinal o nosso litoral além de belo é o palco para muito mais
competições de vôlei de praia. Uma nova mudança apontada pela CBV pode
começar a melhorar ainda mais o esporte. O circuito terá transmissão ao
vivo pelo canal Sportv no próximo circuito.
As seleções de base estão em pleno treinamento para as competições
continentais. Esse ano é ano de Campeonato Sul Americano. As duas
seleções juvenis são atuais campeãs. O time masculino vai disputar o
campeonato em Saquarema no Brasil, entre os dias 18 e 26 de outubro. A
seleção feminina, comandada pelo experiente técnico Luizomar de Moura
jogará em Lima no Peru, de 17 a 23 de outubro. As seleções infanto-juvenis,
com atletas de até 18 anos também jogarão esse ano. O time feminino é
o atual campeão, já o masculino perdeu nas últimas duas edições para a
Argentina. As meninas enfrentarão as suas adversárias na cidade de Lima,
no Peru de 5 a 10 de novembro. Os meninos comandados pelo técnico
multicampeão da base, Percy Oncken, jogará em busca do título no Chile,
entre os dias 7 e 11 de novembro. Uma mudança que aconteceu esse ano
foi no calendário dos jogos, que atrasou bastante, causando problemas nos
calendários dos clubes e colégios do Brasil.
Os dois representantes brasileiros nos Campeonatos Sul Americanos
deram show. O SOLLYS/Osasco venceu com muita facilidade o seu
torneio disputado em casa. A diferença técnica foi muito grande. Já pelo
campeonato masculino, disputado no Chile, o representante brasileiro
teve um pouco mais de dificuldade. O time Argentino do UPCN foi o time
mais consistente e conseguiu assustar o time comandado pelo técnico
Marcelo Mendez. Os argentinos venceram o primeiro set da final, mas não
conseguiram suportar o bom nível de jogo do time brasileiro que virou para
3 sets a 1. O Mundial de clubes está marcado para a partir do dia 13 de
outubro. O Sollys terá na chave o time Rabita Baku e do Bohai Bank. Já o
SADA enfrentará na primeira fase o time do Trentino, o Tigres do México e
o Al-Rayyan.
7
C O L A B O R A D O R E S
Esses são os profissionais que fizeram a diferença no conteúdo da Voleishow 4. A qualidade, a
experiência e o conhecimento sobre vôlei são inquestionáveis. Enfim, aproveite o conhecimento
de cada um deles. O que eles mais querem e que você leitor e amante do vôlei se interesse por
cada palavra escrita aqui na revista.
Marcelo Zenni Klein
Atua como técnico de categoria de base no sul do Brasil.
É o estatístico da seleção brasileira juvenil e responsável
pela seção Categoria de Base na revista. Em sua coluna
desta edição, fala sobre a importância e os segredos do
saque na iniciação.
Lívia Lockermann
Foi assessora de imprensa da CBV até antes dos Jogos
Olímpicos. Viajou para Londres e acompanhou de perto
todo o desenvolvimento dos Jogos. De volta ao Brasil
ela nos conta os detalhes sobre os Jogos, especialmente
com relação ao vôlei.
Cacá Bizzocchi
Técnico e professor de vôlei com longa experiência ele
compara as estatísticas de Pequim e de Londres. Dados
interessantes podem ser percebidos com o estudo dos
dados gerados pelas estatísticas oficiais.
Giba
O nosso capitão mais uma vez dá dicas preciosas para
os jogadores de vôlei. São dicas de quem realmente
entende do assunto. E nessa edição escreve sobre
o ataque, onde ele sempre deu show!
Giovane Foppa
Preparador físico experiente no vôlei e continua a
sua série de textos sobre planejamento. Nessa revista
você pode ter uma ideia sobre como fazer períodos de
treinamento em bloco.
Alexandre Lopes Ramos
Fisioterapeuta campeão olímpico com a seleção feminina
do Brasil ele descreve sobre um assunto que chama
muito a atenção de todos, a Kinesiotaping. A partir deste
texto todos vão saber a finalidade do elástico colorido que
cobre os corpos dos atletas de todas as modalidades.
Marcos Kwiek
Técnico experiente que assumiu há 4 anos o projeto do
vôlei na República Dominicana. Ele conta como tudo
funciona no país e projeta o futuro com as seleções da
América Central.
Carlos Alberto Cimino
Árbitro muito experiente em nível mundial ele inicia na
Voleishow 4 a sua coluna sobre as regras no vôlei. E para
começar ele fala sobre uma regra onde é permitido pegar a
bola do lado do adversário.
Jaime Lansini
Preparador físico com passagens pelo exterior, ele
trás para a revista um texto sobre a importância do
treinamento na areia para praticantes de vôlei de quadra.
Os benefícios de se dedicar nesse tipo de trabalho.
Alexandre Rivetti
Técnico com passagens pela praia e também na quadra,
tanto no masculino quanto no feminino. Alexandre foi
comentarista da UOL nos Jogos de Londres para os jogos
de vôlei de praia. Ele escreve o que achou e o que espera
do futuro nas areias.
Gerson Amorim
Experiente técnico de categoria de base é o idealizador do
maior torneio para categoria de base no país. Ele fala sobre
a Taça Paraná, que ajudou a criar e também outros torneios
importantes do calendário nacional. Quer ser visto por quem
entende do assunto? Vai ter que jogar um desses torneios.
DIVULGAÇÃO FIVB
QUECIMENT
RICARDO LUCARELLI
Qual o tipo de música mais gosta?
Eu gosto de escutar sertanejo, pagode e também
algumas músicas americanas!
Quando e onde você ouve as suas músicas
preferidas?
Eu gosto muito de ouvir música antes de jogo, fico
só eu e a música. Nesse momento de concentração
eu penso no jogo, nas coisas importantes que tenho
que fazer durante a partida. Nas viagens eu também
gosto bastante, ajuda passar o tempo principalmente
nas viagens mais longas. Quando jogo Pôquer com a
galera também é sempre bom ter uma musica!
Qual a importância da música para você?
Acho que a música me ajuda no astral, elas sempre
vão me animar e isso me ajuda bastante!
Quais são as músicas que mais gosta?
Quase todas do grupo Turma do Pagode. O mesmo
para Jorge e Matheus e David Guetta. Essas são as
músicas que ouço com mais frequência. Uma música
que eu gosto muito também é Niggas in Paris do
Jay-Z e Kanye West.
TIAGO WESZ (MÃO)
Que tipo de filme mais gosta?
Eu assisto muito filme de comédia, mas o que mais
me prende em frente à televisão são filmes baseados
em fatos reais.
Quando costuma ver filmes?
Costumo assistir em casa à noite, antes de dormir.
Quando viajo durante a Superliga também sobra um
tempo para ver um filme no hotel.
Prefere em casa ou no cinema?
Prefiro assistir em casa mesmo, mas também gosto
de ir ao cinema de vez em quando, ainda mais
morando aqui em São Paulo, que tem cinemas
maravilhosos.
Qual o ator preferido? E a atriz, quem é?
Gosto muito do Adam Sandler e Jim Carrey. A
presença desses dois nos filmes de comédia é risada
garantida. A atriz é a Jennifer Aniston, além de gostar
do seu trabalho eu acho que ela é a mais bonita.
Que tipo de cena e com que gostaria de
contracenar?
Ah! Iria curtir muito fazer uma cena de comédia com
Jim Carrey, e por que não uma de romance com a
Jennifer! Risos.
ROSAMARIA MONTIBELLER
Qual o tipo de livro que costuma ler?
Curto todos os gêneros, mas entre os meus preferidos
estão romance, ficção e investigação! Mas com
certeza os romances me prendem mais.
Qual o livro que mais gostou?
Gostei muito de “O assassinato no Expresso do
Oriente” da Agatha Christie. É um romance policial
que envolve um suspense até o crime ser revelado,
bom demais!
Você acha a leitura importante para as
pessoas?
Claro que ler é fundamental e é bom quando a gente
pega o gosto pela leitura desde pequeno, mas nunca
é tarde. Oferece um leque mais amplo de palavras
e enriquece a nossa cultura, sem contar que é
empolgante demais imaginar tudo o que está escrito
acontecendo de verdade, e imaginando do jeito que
você achar melhor!
O que te incentiva a ler um livro? Costuma
ler quando?
Não sei exatamente o que me incentiva a ler, acho
que é a diversão de imaginar tudo de um jeito
único. Procuro ler mais nas viagens, principalmente
quando são longas, ou quando estou agitada demais
e preciso me concentrar. Tenho que ficar quietinha e
focar na leitura, então, me acalmo.
RENATA MAGGIONI
Quais os artistas que mais gosta?
Gosto muito do Victor e Léo, Exaltasamba e DJ Tiesto.
Quais os shows que já teve a oportunidade
de assistir?
Já fui a shows de cantores, bandas e Djs, como por
exemplo, Victor e Léo, Ivete Sangalo, Israel Novaes,
Bruno e Marrone, Erick Morillo, Trio Ternura,
Exaltasamba, Pixote, Turma do Pagode, Fat Boy Slim
e Tiesto.
Qual o tipo de show que não gosta?
Eu não gosto de show de rock
Qual o lugar mais legal que já foi para ver
um show?
Vi um show do Victor e Léo no Clube Sírio Libanes
em São Paulo, foi incrível.
Onde você gostaria de ir para ver um show?
Show de quem? E por que esse lugar?
EU gostaria muito de ir a Las Vegas ver um show do
David Guetta, porque eu adoro o som dele e tenho
ótimas referências também. Vegas é Vegas, risos.
A SELEÇÃO DA REVISTA É O NOS
ELAS DERAM UM SHOW, SAÍRAM
NO LUGAR MAIS
COMISSÃO TÉCNICA
José Roberto Guimarães
Técnico
Paulo Cocco e Claudio Pinheiro
Assistentes
José Elias de Proença
Preparador Físico
Marco Antonio di Bonifácio
Estatístico
Alexandre Ramos
Fisioterapeuta
Júlio Nardelli
Médico
Leonardo Moraes
Chefe de delegação
CAMPANHA NOS JOGOS OLÍMPICOS
Brasil 3 x 2 Turquia
(25x18; 23x25; 25x19; 25x27; 15x12)
Sheilla 19 pontos; Brasil 56 pontos em
ataques, 14 pontos em bloqueios e 9 em saques.
(23x25; 21x25; 21x25)
Sheilla 16 pontos; Brasil 47 pontos em ataques,
5 em bloqueios e 2 em saques.
Brasil 3 x 2 China
(25x16; 20x25; 25x18, 28x30, 15x10)
Sheilla 23 pontos; Brasil 74 pontos em ataques,
18 em bloqueios e 2 em saques.
Brasil 3 x 0 Sérvia
(25x10; 25x22; 25x16)
Thaisa 14 pontos; Brasil 38 pontos em ataques,
13 em bloqueios e 6 em saques.
QUARTAS
Brasil 0 x 3 Coréia
Brasil 3 x 2 Rússia
(24x26; 25x22; 19x25, 25x22; 21x19)
Sheilla 27 pontos; Brasil 81 pontos em ataques,
12 em bloqueios e 5 em saques.
SEMI
(18x25; 17x25; 25x22; 25x21)
Sheilla 15 pontos; Brasil 54 pontos em ataques,
7 em bloqueios e 3 em saques.
Brasil 3 x 0 Japão
(25x18; 25x12; 25x18)
Sheilla e Fabiana 13 pontos; Brasil 48 pontos
em ataques, 14 em bloqueios e 2 em saques.
FINAL
Brasil 1 x 3 EUA
Brasil 3 x 1 EUA
(11x25; 25x17, 25x20, 25x17)
Jaqueline 18 pontos; Brasil 61 pontos em
ataques, 7 em bloqueios e 2 em saques.
SO TIME BICAMPEÃO OLÍMPICO!
DA DIFICULDADE PARA BRILHAR
ALTO DO PÓDIO.
TIME CAMPEÃO
Fabiana Claudino #1
Nascimento: 24.01.1985 - Altura: 1,93m
Clube: SESI Central
Dani Lins #3
Nascimento: 05.01.1985 - Altura: 1,81m
Clube: SESI Levantadora
Paula Pequeno #4
Nascimento: 22.01.1982 - Altura: 1,84m
Clube: Fenerbache Ponteira
Adenízia Silva #5
Nascimento:18.12.1986 - Altura: 1,85m
Clube: SOLLYS/Osasco Central
Thaísa Menezes #6
Nascimento: 15.05.1987 - Altura: 1,96m
Clube: SOLLYS/Osasco Central
Jaque Carvalho #8
Nascimento: 31.12.1983 - Altura: 1,86m
Clube: SOLLYS/Osasco Ponteira
Fernandinha Ferreira #9
Nascimento: 10.01.1980 - Altura: 1,72m
Clube: AMIL/Campinas Levantadora
Tandara Caixeta #11
Nascimento: 30.10.1988 - Altura: 1,84m
Clube: SESI Oposta
Natália Pereira #12
Nascimento: 04.04.1989 - Altura: 1,83m
Clube: Unilever Ponteira
Sheilla Castro #13
Nascimento: 01.07.1983 - Altura: 1,85m
Clube: SOLLYS/Osasco Oposta
Fabi Oliveira #14
Nascimento: 07.03.1980 - Altura: 1,69m
Clube: Unilever Líbero
Fe Garay #16
Nascimento: 10.05.1986 - Altura: 1,79m
Clube: SOLLYS/Osasco Ponteira
DIVULGAÇÃO FIVB
DESTAQUES INDIVIDUAIS
SHEILLA 4ª maior pontuadora com 140 pontos
Melhor saque
THAISA
7ª maior pontuadora com 110 pontos
5º melhor bloqueio
FABIANA 10ª maior pontuadora com 95 pontos
Melhor bloqueadora
9º melhor saque
JAQUE
6ª melhor atacante
FABI
6ª melhor defensora
DANI LINS
5ª melhor levantadora
FE GARAY
Melhor passadora
DIVULGAÇÃO SADA
ESSE É CRAQUE
WILIAM ARJONA
Conhecido como mago, não é preciso dizer mais nada
sobre esse levantador. Compensa a falta de altura,
que compromete um pouco o sistema defensivo com
uma distribuição espetacular em todos os jogos.
Preciso, veloz e imprevisível são características desse
levantador que tem uma longa história com o vôlei
argentino, onde foi tetracampeão. Hoje joga no SADA/
Cruzeiro e é campeão da Superliga e do Sul Americano.
Vai disputar o mundial de clubes em outubro.
16
DIVULGAÇÃO FIVB
ESSA É CRAQUE
FE GARAY
Gaúcha de Porto Alegre a ponteira foi chegando
de mansinho e acabou como peça fundamental
para a conquista do ouro em Londres. Depois de
arrebentar no Japão a jogadora voltou para o Brasil
e foi convocada sempre para a seleção principal.
Escolhida o melhor passe em Londres ela diminuiu a
pressão sobre a Jaqueline e o time começou a render
como nunca. Está jogando pelo time do SOLLYS e já
se sagrou Campeã Sul Americana.
17
DIVULGAÇÃO FIVB
ESSE É CRAQUE
MURILO ENDRES
O ponteiro nascido em 1981 no Rio Grande do Sul
é simplesmente completo. Essa característica de
versatilidade levou o gaúcho a ser escolhido em
Londres o MVP, ou seja, o jogador mais valioso. Essa
decisão é baseada na qualidade que Murilo apresenta
na quadra. Com inúmeros títulos em clubes, com uma
passagem importante pelo vôlei europeu e com o
sucesso na seleção brasileira ele é peça fundamental
no time masculino do SESI.
18
DIVULGAÇÃO FIVB
ESSA É CRAQUE
DANI LINS
A jogadora que segundo Zé Roberto é a que tem
o melhor gesto técnico no país conseguiu dar
a volta por cima. Com 27 anos ela desbancou
as companheiras e assumiu o controle do time
brasileiro em Londres. Mesmo fazendo um ciclo
instável, o que chegou a colocar em dúvida a
sua convocação para os Jogos Olímpicos, ela foi
fantástica. Hoje joga no SESI em São Paulo onde é
comandada pelo ex-levantador Talmo, Campeão
Olímpico em 1992.
19
ISTÓRIAS DO VÔLEI
CENTRAL
ESPERTINHO
Como o jogo de vôlei é um esporte cíclico, onde as
ações vão sendo repetidas ao longo do jogo, os times
usam algumas marcações durante a partida. Em um
time no RS aconteceu um fato engraçado. A equipe
usava marcações de bloqueio para cada posição
do adversário. No decorrer do jogo, um dos centrais
do time que ficava olhando para o seu braço a todo
momento chamou a atenção do técnico. O técnico
curioso pergunta:
–
Por que você fica olhando para o braço na hora
do saque?
O jogador responde:
– Fiz uma cola aqui no braço treinador!
Quando a memória é fraca, o jeito é improvisar.
PEGADINHA
NA REUNIÃO
Em uma sessão de vídeo todos devem chegar no
horário, aliás, sempre as pessoas devem chegar no
horário. Porém um jogador não era muito pontual e
costumava se atrasar para reuniões. Certo dia o time
aprontou uma com ele. Sabendo que o mesmo tinha
problema de visão resolveram deixar o projetor fora
de foco para ver o vídeo. Imaginem uma imagem
horrível. Foi isso que aconteceu.
–
Quando ele chegou, pedindo desculpas pelo
atraso o técnico falou:
–
Fique tranquilo fulano, não se preocupe, senta
lá no fundo e presta atenção no vídeo do time
adversário.
Continuaram com a reunião, fazendo observações
com relação às imagens que estavam aparecendo,
todos sabendo da armação. Até que o sujeito levanta
com a expressão de preocupado, e fala:
–
Na boa, acho que esqueci as minhas lentes, não
estou conseguindo ver nada!
Nessa hora o time abre o jogo e pede para que ele
cuide mais com os horários.
CHAMADA
INVERTIDA
PARA ENGANAR
Um fator muito importante no jogo de vôlei é a
chamada do central. Essa chamada é o deslocamento
que o jogador faz para atacar a bola. Muitas vezes
ele não recebe a bola, mas para tentar enganar o
bloqueio do time adversário ele continua chamando
com toda a força.
O fato curioso que aconteceu em um jogo da
Superliga 2010/2011 foi quando um jogador
com passagens pela seleção brasileira ousou na
chamada. O rally estava sendo muito disputado e o
time teve a segunda oportunidade de contra-ataque.
Nesse momento, logo após fazer o bloqueio ele faz
uma chamada invertida. Isso mesmo. Ele saiu da
rede em direção a linha dos três e saltou com toda a
força. Claro que não enganou ninguém!
20
QUEIMANDO
NO MEIO
Outra que aconteceu dentro da quadra. Novamente
os personagens foram os centrais. Eles muitas
vezes propiciam atitudes inacreditáveis. Olha só
essa história.
Um central foi chamado pelo técnico para entrar na
quadra no final do set para tentar um bloqueio. Essa
atitude é muito comum quando o time tem um bom
bloqueador no banco ou um jogador baixo na quadra.
O técnico chama o jogador e fala:
– Entra lá, fica no meio. Coloca o fulano para a
saída. Quero que você queime no meio. (Queimar
no meio quer dizer que ele vai suicidar com o
central do time adversário).
O jogador responde:
– Deixa para mim treinador. Vou queimar com tudo.
Ele entra. Organiza a rede com os outros bloqueadores
que estão em quadra. O saque acontece. O passe é
bom e ele queima no meio. A bola é defendida pelo
seu time e contra-atacada em direção à posição 1
do adversário. Quem defende é o levantador. E ai o
fato acontece.
Quando o levantador defende e a bola vai em direção
à rede, quem levanta é o central adversário. Quando
isso acontece não tem mais nenhum central para
atacar essa primeira bola. E adivinhem qual a
atitude deste jogador que tinha acabado de entrar:
exatamente o que estão pensando. Ele suicidou
no meio. É inacreditável. Resumindo o ponto foi do
adversário, com o ataque de bola alta na saída.
O ÁRBITRO
QUE APITAVA
COM OS
OUVIDOS
Essa história aconteceu há algum tempo no Rio
Grande do Sul. A situação envolveu o levantador
e o árbitro, sendo que os dois estavam a poucos
metros um do outro. O levantador estava na defesa
de um ataque de primeira bola do adversário,
posicionado entre a posição 1 e 2, com o pé de
fora em cima da linha lateral da quadra, ficando
frente a frente com o atacante.
Quando o ataque aconteceu, de cima para baixo como
muitas bolas de meio, o levantador observou a bola
passar pelo seu pé e tocar o lado de fora da quadra.
No mesmo segundo olhou para o juiz que, sem
dúvida nenhuma, apontou para o lado adversário,
dando bola dentro.
O levantador indignado pergunta para o árbitro:
– Eu estou com o pé na linha. A bola passou pelo
meu pé e tocou o lado de fora da quadra! Você
nem olhou para o lance!
Sabe qual foi a resposta do árbitro?
– Esse tipo de bola eu não olho. Eu sei se ela foi
dentro ou fora só pelo barulho.
Inacreditável!
21
DIVULGAÇÃO
Para nós, o vôlei brasileiro será sempre TOP.
Jaqueline e Murilo Endres, clientes TopConsulting
Medalhistas em Pequim 2008 e Londres 2012
Continuaremos juntos até 2016!
Desta vez vamos falar um pouco sobre ataque.
Toque
De
Em toda minha carreira procurei desenvolver
varias técnicas sobre o ataque. Em todos os países
que joguei e todos os anos na seleção a busca
sempre foi constante em evoluir e aprender.
CAMPEÃO
Na Itália durante os 6 anos que passei lá, o que
me chamou mais a atenção foi a parte estatística,
porque é um pais que estuda muito e os jogadores
seguem a risca a parte tática aplicada antes das
partidas. Dessa forma, se em um jogo eu atacava
muita paralela, no outro sabia que estaria bem
marcado nessa área. Na Rússia, que o vôlei tem
características diferentes, já existia um bloqueio
bem mais alto. O aspecto tático não era tão
desenvolvido quanto na Itália. Aprendi muitas
vezes a não atacar só dentro de quadra e sim
para cima, mirando as mãos adversárias.
POR GIBA
No Brasil sempre foi um misto disso tudo. Ao
mesmo tempo em que existe uma técnica mais
apurada, na seleção todos já se conhecem muito
bem por jogar anos contra. Esse conhecimento
é mais ou menos como jogar na Itália, onde as
minhas características eram bem marcadas.
ASSISTA AO VÍDEO
SOBRE A MATÉRIA
O mais importante de tudo isso é sempre
conhecer e olhar bem o vídeo antes das partidas.
Prestar atenção nos jogadores ao assistir um jogo
para saber como ele joga. Detalhes importantes
para o sucesso como se ele mexe muito o braço,
se invade ou não e até se está ajudando a primeira
bola e com isso pode chegar atrasado na marcação
da bola na ponta são muito importantes.
Quando todos estes detalhes estão claros na
sua mente, fica mais fácil de executar a ação,
ou seja, o seu ataque. Dai para frente as outras
coisas se tornam mais fáceis. Quando o central
adversário queima no meio, já sei que o bloqueio
será simples e minha chance é maior. Se o
ponteiro está fechado, com um levantamento
rápido sei que a paralela vai estar aberta.
O mais importante é que sempre você tem
o comando. O ataque sempre prevalece contra o
bloqueio e a defesa. Use bem esta arma pra poder
fazer o seu time vencer.
Espero ter ajudado de alguma forma, na
próxima edição tem mais.
Para fechar esse texto eu indico o vídeo The
Best of Giba. Acho um bom vídeo para definir as
minhas palavras!
Abraços a todos. Bom jogo!
24
O SAQUE
Na Iniciação
Ao assistirmos partidas de voleibol de alto
para alguns que estão recebendo, o medo de
nível, percebemos, claramente, a importância
errar parece ser maior que a vontade de acertar.
que o saque tem para o voleibol moderno. A
Lembrando, que na mesma categoria jogam
escolha pelo saque forçado é constante, o que
atletas nascidos de janeiro a dezembro, uma
vem facilitado o caminho das equipes para as
diferença que, mesmo raro, pode chegar além
vitórias. Na iniciação, onde essa força ainda
dos 23 meses quando a categoria em questão
não está desenvolvida a importância do saque
abrange 2 anos. O que nos dias de hoje é difícil
é a mesma, porém, utilizada de forma diferente
encontrarmos.
e adaptada, pois existem regras específicas
determinam um ano para cada categoria com
para favorecer a recepção e o volume de jogo.
atletas abaixo de 15 anos. Para priorizar o
As federações normalmente
volume de jogo elas têm seus regulamentos
Quando falamos de técnica e tática de saque
específicos, proibindo saque em suspensão
para meninos e meninas, de idade entre 16 e
em algumas categorias e em outras liberando
20 anos (a categoria varia de um estado para
somente o saque por baixo. O resultado é ótimo.
o outro), a semelhança ao adulto se aproxima.
Os sistemas de jogo também são limitados ao
Seu desenvolvimento físico já permite um
4x2 e ao 6x0 para que não haja especialização
saque mais forte, com velocidade. Normalmente
de atleta precocemente.
se tem um ou dois atletas que sacam viagem
forçado e o restante é orientado a fazer um saque
Nesse tipo de regra a tática de sacar do lado
flutuante. Quanto mais a idade se aproxima da
contrário do levantador ou do melhor atacante
categoria adulta, a proporção de saque viagem
é eficiente e muito encontrada. Os levantadores,
aumenta, podendo chegar a quatro atletas ou
muitos deles, ainda não têm força suficiente
mais sacando viagem por equipe. No feminino
para fazer levantamentos numa distância
isso não acontece, a tendência é termos uma ou
maior que seis metros. Com isso, sacando
duas atletas que sacam viagem, somente.
curto no lado contrário de sua infiltração (4x2),
dificilmente teremos um levantamento para o
Nas categorias com idade abaixo de 15 anos
lado contrário do saque. Com essa tendência
encontramos muitos casos onde o saque leva
a chance que se tem de montar um sistema
vantagem sobre o sistema de recepção. Nessa
defensivo eficaz, direcionando seus melhores
faixa etária podemos encontrar alguns atletas
bloqueadores e defensores para o lugar certo,
com maturação, técnica e tempo de prática
é grande. Experimente em suas equipes e se
maior que os colegas de equipes e adversários,
prepare para não ser surpreendido.
portanto, com eficiência e grau de força maior
para sacar. Sequências de saque de cinco a
Atletas iniciantes, normalmente, tem níveis
seis pontos são normais em jogos dessa idade.
de ansiedade maiores durante os jogos, tem
Quando isso acontece, a quadra parece enorme
dificuldade em lidar com a pressão e isso
26
Lembre
gera um percentual de erro maior em todos
que
o
melhor
saque
não
os fundamentos. Especificamente no saque,
necessariamente é o mais forte, e sim o mais
podemos orientar nossos atletas a trabalhar
rápido. Faça com que seus atletas saquem
melhor sua respiração e o pensamento positivo,
com força rente ao bordo superior da rede.
a fim de melhorar a eficiência. Antecipe a
Ele chegará mais rápido a quadra adversária,
concentração do atleta para sacar. Assim
podendo surpreender seus adversários. Utilize
que a comemoração do ponto acaba, faça
elásticos entre as antenas para fazer com que a
com que o atleta que está se dirigindo para o
bola sacada passe entre ele e o bordo superior da
saque respire profundamente algumas vezes
rede, forçando um saque mais rasante. Comece
e nesse tempo em que se desloca, oriente-o a
de perto e evolua aumentando a distância
visualizar a ação que está prestes a fazer, de
gradualmente até a zona de saque. Coloque
forma positiva. Certifique-se de que ele esteja
antenas extras no meio da rede induzindo
orientado taticamente, ou seja, que ele saiba
saques na paralela e diagonal. Coloque objetivos
onde sacar, e como.
na quadra e faça com que seu atleta acerte. Dê
Mas até chegarmos nesse ponto, muito
objetivos coletivos ou individuais. Exemplo:
treinamento deve ter sido feito. A técnica deve
Cada atleta deve acertar o alvo, que está para
estar 100%. Fique atento aos aspectos técnicos
saque curto, cinco vezes ou, só vamos acabar
e corrija-os se necessário. Os detalhes fazem,
quando a equipe acertar 10 vezes o objeto que
sim, a diferença. O cotovelo estendido, tanto para
está na paralela. E assim por diante. Objetos
saque por baixo, quanto para saque tipo tênis,
muito pequenos podem proporcionar objetivos
o balanço no saque por baixo, a transferência
muito difíceis. Seja coerente. O direcionamento
da bola, o lançamento da mesma, etc. Um
desse saque é tão importante quanto sua força
exercício bom para corrigirmos nossos atletas,
e velocidade. Atenção: oriente seus atletas,
quando os mesmos não conseguem estender o
quando forem sacar na paralela, para que não
cotovelo na hora do saque, é fazer com que ele
fiquem muito perto da linha lateral (limite da
exercite sacando próximo à rede. Cuidado para
zona de saque). A chance de acertar a antena
que ele não saque para cima. Tente adaptar a
ou o lado de fora dela é suficiente para não
rede a mesma altura do impacto da bola com o
corrermos esse risco.
cotovelo estendido.
No caso do saque por baixo, se sacarmos com
Exercícios de saque podem ser feitos,
a palma da mão aberta (formato arredondado e
inclusive, na parte de aquecimento. Forme
dedos quase estendidos), além de termos mais
colunas (três ou quatro) de atletas pra sacar
precisão estaremos adaptando os iniciantes o
sobre a rede, tendo referência à linha de ataque
contato com a bola que irão encontrar no saque
(linha dos três). Os primeiros deverão sacar
tipo tênis e na cortada. Porém se contrairmos
simultaneamente, se preferir, e pegar a bola
a musculatura da mão, tornaremos a área de
que sacou antes que ela quique duas vezes. O
impacto mais sólida, o que facilitará o envio da
exercício servirá para, além de treinar a técnica
bola a distâncias maiores (Bojikian, 2003).
e controle de saque, aquecer a equipe. Aumente
a intensidade do exercício, diminuindo o
Assim como o toque e a manchete, o saque
número de quiques ou determinando a área
deve ser um dos primeiros fundamentos a
onde
acontecer.
serem aprendidos na iniciação. Com esses três
Exemplo: pode quicar somente uma vez e o
aspectos bem difundidos o jogo já pode ser
mesmo deve acontecer na zona de defesa.
concretizado. Bons treinos!
o
primeiro
quique
deve
Ou ainda: pode quicar duas vezes e o primeiro
quique deve acontecer nos últimos três metros
Marcelo Zenni Klein
da zona de defesa.
27
DIVULGAÇÃO FIVB
Missão
Cumprida
Disse “no geral” porque por muito pouco não
subimos ao lugar mais alto do pódio outras
duas vezes. Então, o que foi ótimo poderia
ter sido sensacional. O que deu certo para as
meninas treinadas por Zé Roberto Guimarães,
o maior campeão olímpico brasileiro (3
ouros – Barcelona/1992, Pequim/2008 e
Londres/2012), não deu para os meninos
comandados
pelo
técnico
Bernardinho.
Emoções e sentimentos distintos no último fim
de semana dos Jogos Olímpicos.
Ouro para a seleção feminina.
Prata para a seleção masculina
e para a dupla Alison/Emanuel.
Bronze para a parceria Juliana/
Larissa. Esse foi o desempenho do
vôlei brasileiro na Olimpíada de
Londres/2012. Quatro medalhas
olímpicas. No geral, um ótimo
resultado. Para ser valorizado e
lembrado com orgulho.
Do lado feminino, nem no melhor dos
sonhos alguém poderia imaginar que, depois
de perder o primeiro set de uma final olímpica
por 25 a 11 (diga-se de passagem, para os
Estados Unidos), a equipe ainda teria forças
para buscar uma reação. Elas conseguiram. O
improvável aconteceu, mas foi para o lado do
Brasil. Partida encerrada em 3 sets a 1. Vitória
heroica. Um triunfo da superação. Uma história
construída jogo a jogo. União, foco, confiança,
DIVULGAÇÃO FIVB
28
e amarela. Tudo igual. Erro brasileiro. De novo,
o que não estava previsto aconteceu. No fim,
deu Alemanha. Agora, é focar a próxima parada.
Alison, Rio 2016 é logo ali. Emanuel, será que
ainda dá para você? Aqui, desde já, o muito
obrigado de todos os brasileiros por tudo o que
você já fez por este esporte. Ídolo.
vontade, tudo no momento certo. A alegria
voltou e o sorriso no rosto contagiou. Deu Brasil.
Bicampeão. Orgulho de uma nação.
Se, antes eu disse “nem no melhor dos
sonhos”, agora, do lado masculino, eu digo
“nem no pior dos sonhos” alguém poderia
sonhar que, depois de fazer 2 sets a 0 com certa
tranquilidade, e ter a chance clara de fechar o
jogo em 3 sets a 0, o desfecho dessa história
fosse outro a não ser a conquista do título. Mas
foi. A Rússia virou, fechou a partida no tie-break
DIVULGAÇÃO FIVB
Sem tirar o mérito da medalha bronzeada
de Juliana e Larissa, ficou o gostinho de quero
mais. Tinham condições de chegar mais
adiante. Não fizeram a final. Foi uma ausência
e comemorou. O ouro saiu das mãos do time sentida. Mas, como falam os mais entendidos,
brasileiro. Como explicar o que aconteceu? “Mundial é Mundial” e “Olimpíada é Olimpíada”.
Faltou equilíbrio emocional para administrar Ok, fica o aprendizado. Que a dupla continue.
a vantagem? Mérito total do técnico russo, É presente, mas ainda tem muito futuro. Essa
ousado em colocar um central para jogar como história não deve acabar aqui.
oposto? Qual a melhor resposta? Tem alguma
O balanço final: Foi mantida a tradição de
resposta? Difícil tecer algum comentário. Só sei
medalhas
olímpicas.
que este jogo ficará marcado
Desde
1992,
em
FIM DE UMA ERA
na história do esporte
Barcelona, a bandeira
mundial. Inesquecível e
Os Jogos Olímpicos de Londres
nacional sempre esteve
inacreditável.
Parabéns,
chegaram ao fim. Daqui quatro anos,
presente na cerimônia
Rússia,
pela
vitória.
nova competição se inicia. Mas,
de premiação. De lá
para algumas das maiores estrelas
Parabéns, Brasil, por ter
pra cá, entre quadra e
do vôlei, terminou uma trajetória de
honrado a camisa.
praia, o voleibol soma
anos com a camisa verde e amarela.
19 medalhas (06 de
Na praia, Alison e
Giba, Rodrigão, Serginho, Ricardinho...
ouro, 08 de prata e
Emanuel também estiveram
Muita alegria essas “feras” nos
05 de bronze). É, sem
perto da cor dourada. Eram
proporcionaram. Títulos e títulos. Uma
dúvida, o esporte mais
favoritos. Do outro lado da
geração de OURO. Mais uma vez, um
obrigado do torcedor brasileiro.
vencedor na história
rede, uma dupla alemã que
olímpica
do
país.
não vencia os brasileiros há
mais de dois anos. Início de jogo equilibrado, Estrutura, planejamento, profissionalismo,
mas com vitória dos adversários no primeiro trabalho. Por isso, o vôlei é um esporte campeão.
set. Brasil volta melhor. Jogo empatado. Decisão
no tie-break. Alemanha na frente. Reação verde
Por Livia Lockerman
29
DIVULGAÇÃO FIVB
SHEILLA
Bicampeã Olímpica. A jogadora que
resolveu praticamente todas as
situações delicadas da nossa seleção
nos últimos dois jogos olímpicos.
Forte, precisa e eficiente, essas são
algumas das características que
fazem da oposta Sheilla uma estrela
do vôlei mundial. Atuando no alto nível
desde o início dos anos 2000 a oposta
assumiu a posição de destaque após
o ciclo dos jogos de Atenas. Em 8 anos
de seleção principal, os títulos com a
seleção e os prêmios individuais são
inúmeros. Não há brasileiro que
não tenha orgulho dessa mineira
de Belo Horizonte.
Principais títulos na carreira
•
•
•
•
•
•
•
•
Campeã dos Jogos Olímpicos de Londres e
Pequim.
Tetracampeã do Grand Prix.
Campeã da Copa dos Campeões.
Tetracampeã Sul-Americana.
Bicampeã da Superliga.
Campeã Italiana.
Campeã da Copa CEV.
Campeã Mundial Juvenil.
Algumas premiações individuais
DIVULGAÇÃO FIVB
•
•
Com 1,85m de altura e 65kg, muita gente
pode achar que ela não dá conta do recado. Só
para ter uma ideia, a oposta russa Gamova
tem 2,02m de altura e 78kg. Mas na prática
as coisas não são bem assim. Com números
que impressionam, a brasileira não deve
nada para ninguém, seja grande ou pequena.
As qualidades físicas fazem com que Sheilla
ataque a 3,13m de altura e bloqueie a 3m. Nada
mal quando a rede mede 2,24m.
Nos jogos de Londres a jogadora fez 140
pontos e ficou como quarta maior pontuadora
do torneio. Foram 121 pontos de ataque, 9
de bloqueio e 10 de saque. Esses últimos
renderam a ela o prêmio de melhor sacadora
dos jogos. Na última Superliga, Sheilla anotou
411 pontos, 338 em ataques. Foi a segunda
maior pontuadora e ajudou o seu time a chegar
às finais da competição. Sheilla contribui
com muitas ações em todos os fundamentos
que pontuam no jogo, que são decisivos nas
partidas. É nessa hora que a jogadora chama
para si a responsabilidade.
Até antes dos jogos de Londres o melhor dia
de sua vida tinha sido o da final em Pequim.
Agora ela tem dois dias preferidos, sabem por
quê? Ela é Bicampeã Olímpica.
Foi uma honra bater um papo com essa
estrela. Confiram a seguir um pouco mais sobre
a Sheilla que, assim como vocês, ama o vôlei.
31
MVP (melhor jogadora) do Grand Prix
em 2006 e 2009, do Sul-Americano e da
Copa Panamericana em 2011, da Copa dos
Campeões em 2005.
Já foi a melhor atacante, saque e maior
pontuadora da Superliga.
Esporte Clube. Os técnicos do clube, Jamison e
Célio, se interessaram e me deram uma chance
para treinar na equipe.
Onde você nasceu Sheilla?
Eu nasci em Belo Horizonte, no dia 1º de julho
de 1983.
Praticou outro tipo de esporte?
Onde mora sua família?
Pratiquei, mas só nas olimpíadas escolares,
quando joguei basquete e também fiz natação.
Em Belo Horizonte
Qual a sua relação hoje com a família?
A melhor possível. Sempre que posso, quando
tenho uma folguinha, corro pra casa, para os
braços da minha avó Therezinha, que é como se
fosse minha mãe. Em Belo Horizonte também
está o meu irmão e a minha sobrinha.
Falando sobre vôlei. Como começou a tua
carreira no vôlei?
Meus primeiros contatos com o vôlei foram
muito cedo, nas aulas de educação física do
colégio e em pouco tempo eu já jogava no time
da escola. O vôlei foi apenas uma brincadeira
até os 13 anos, quando fui incentivada pelo meu
técnico e professor do colégio, Olyntho Nunes
de Avelar Júnior a fazer um teste no Mackenzie
32
suprir essa falta que a família faz.
Na família tem exemplos de outros
atletas?
Não tenho não, ninguém é atleta.
Como foi o início na seleção brasileira?
Minha primeira convocação foi muito cedo, eu
era ainda muito nova, mas fiquei muito feliz. Foi
na seleção de base, mas nunca vou esquecer.
Começava ali meu caso de amor com a camisa
da Seleção.
Sempre foi oposta?
Já joguei como ponta em clubes, mas na
Seleção sempre fui oposta.
No vôlei, sempre foi atacante?
Já joguei como ponta também, mas minha
posição é oposta.
Qual a tua opinião sobre o
desenvolvimento do esporte, em especial
o vôlei, no Brasil?
O que você lembra bem do início do
tempo dos treinamentos? O que mais te
chamava a atenção?
O Brasil passou a ser um país referência em
voleibol, devido aos títulos olímpicos e mundiais.
Além de termos uma boa safra de atletas, o forte
trabalho na base e o investimento em equipes,
tornando os campeonatos mais competitivos,
ajudaram nesse crescimento. Todos esses
motivos juntos têm sua importância. Além
deles, a dedicação de todos os atletas também
foi fundamental. Ao longo dos anos o voleibol
vem se profissionalizado cada vez mais e está
sendo tratado como alto rendimento. Isso sem
dúvida, também foi fundamental.
Era tudo muito novo. Sempre gostei de treinar
e era sempre uma das últimas a ir embora dos
ginásios. Sempre achei que podia treinar mais
pra melhorar.
Quais as maiores dificuldades no início
da carreira?
No começo é muito difícil você se acostumar
a ficar longe de casa e da família. Mas com o
tempo você vai se adaptando e as pessoas que
convivem com você diariamente passam a
Quem é teu ídolo no esporte?
A Fofão.
Acha possível voltar a jogar fora do
Brasil? Onde já jogou? Voltaria para lá?
Pode ser que sim, não vejo problema quanto a
isso. Já joguei quatro temporadas na Itália e foi
uma grande experiência.
Como foi a transferência para o vôlei
italiano?
Foi uma decisão muito difícil ir para a Itália,
porque eu era muito nova e nunca tinha saído
nem de Belo Horizonte. Imagina mudar de país!
Mas me adaptei bem e amei a Itália!
33
muito confiante e quero muito ajudar a equipe
a conquistar títulos.
Os treinamentos na Europa são muito
diferentes dos treinamentos aqui no
Brasil?
Rio 2016, acha que vai estar lá?
Não tem muita diferença não, seguem um
padrão parecido com o que é feito aqui.
Se estiver com saúde e jogando bem seria
fantástico poder disputar uma edição dos Jogos
Olímpicos em casa.
Qual o tipo de treinamento que você mais
gosta?
Quais os teus programas preferidos?
Eu gosto mais do treinamento da tarde. Aquele
treinamento da parte coletiva.
Eu adoro ir à praia. Sair para comer em algum
restaurante bacana. Ir ao cinema.
Qual o seu ponto forte?
O que pensa em fazer depois de parar de
jogar vôlei?
Perseverança e força de vontade.
Eu ainda não penso em parar. Ainda não sei
também o que vou fazer quando parar. Quando
era bem novinha queria fazer engenharia, mas
hoje não penso mais nisso.
Você reage bem às críticas?
Se elas forem justas, não me incomodam.
Quais os planos para essa próxima
temporada?
Acabei de assinar com o Sollys/Osasco, onde
disputarei minha primeira temporada. Estou
34
ZÉ
ROBERTO
Tricampeão olímpico! Precisa escrever
alguma coisa para apresentar o técnico
Zé Roberto, o brasileiro que mais venceu
na história dos jogos? Claro que não.
Mas batemos um papo sobre assuntos
relevantes para você, leitor apaixonado
por vôlei e que entende muito do assunto.
Antes de um treino do seu novo time, o
AMIL, de Campinas, o técnico revelou
muitos detalhes sobre o caminho que
levou a nossa seleção feminina ao título
inédito em Londres. Ele garante que a
vontade de continuar a frente continua
ciclo ainda não foram definidos.
DIVULGAÇÃO
FIVB
muito forte, mas os detalhes do próximo
Teremos sempre uma faixa intermediária de 24 a
28 anos, que estão em um processo de evolução e
ganho de experiência e uma faixa etária de 18 até
23 anos, que é um processo de escolha baseado na
altura, no biotipo, baseado no talento que ela pode
virar. No clube as escolhas passam pelo mesmo
processo. Funciona assim, uma mescla de idade com
jogadoras talentosas, com bom comportamento,
com cabeça boa e com perspectiva de crescimento.
Jogadoras que queiram crescer.
Como foram os jogos de Londres? Qual a
expectativa para os jogos do Rio em 2016?
A organização de Londres foi perfeita. A cidade é
maravilhosa e a organização da vila com relação aos
prédios, aos apartamentos, ao restaurante foi tudo
perfeito. Tudo era muito fácil de acessar. Em Londres
a vila olímpica foi menor que em Pequim, mas tudo
era muito fácil, tudo muito rápido. Atendeu todas
as necessidades. Nós especialmente tivemos um
apoio do COB com dois centros de treinamento fora
da vila, o que facilitou muito, pois não tivemos que
dividir o espaço com outros países. O vôlei teve um
ginásio exclusivo para o treinamento das equipes
masculina e feminina. Nós tínhamos possibilidade
de fazer os nossos horários, coisa que em nenhuma
edição de jogos nós tivemos, isso foi muito legal.
O mais complicado em Londres foi ter um ginásio
para todos os jogos de vôlei e esse ginásio ficava
muito longe da vila, em torno de 1h15 de
viagem. Para o jogo com China nós tivemos
que acordar às 6h da manhã e sair às 7h
da vila. E isso vai acontecer no Rio, aqui
vamos ter um ginásio só e os horários
vão ser os mesmos. Mas em termos de
organização foi um dos melhores jogos
que eu já fui. Aqui no Rio tudo vai ser
excepcional. Quando o povo brasileiro
decide organizar algum evento sempre
se dedica muito. Vai ser muito parecido
com Londres. O calor humano que
sentimos em Londres foi excepcional,
o voluntariado e a solidariedade foram
muito grandes. Eu acho que no Rio vai ser
igual. Vamos fazer um dos melhores jogos
da história. Eu estou muito tranquilo com
relação aos jogos aqui no Brasil.
Você acreditava no ouro olímpico?
Os EUA eram o time favorito para o título, nós
sabíamos disso. Mas o nosso time poderia brigar.
Esse foi sempre o nosso intuito de monitorar todas
as jogadoras do mundo. Logicamente tivemos
que estudar ao máximo todas as jogadoras. O que
aconteceu foi que tivemos um quadriênio mais
complicado do que o que antecedeu os jogos de
Pequim. Nós perdemos jogadoras importantes como
a Fofão e a Waleswka, que são jogadoras líderes.
Quando você perde duas líderes o time sofre. Até
que uma pessoa assuma esse papel, demora.
Nós trabalhamos nesse sentido e a Fabiana foi
assumindo esse papel. A nossa outra preocupação
foi com relação à levantadora. A experiência e a
credibilidade que a Fofão passava para as outras
jogadoras era muito grande. A Fabíola, a Dani e a
Fernandinha, que chegou nesse último ano, são
todas boas jogadoras, mas que não tinham sido
testadas efetivamente. A Fabíola jogou o mundial,
a Dani menos. Revezamos elas. Tecnicamente nós
sempre achamos a Dani melhor, falando sobre o
gesto técnico. A Fabíola é a melhor de perna. A
Fernandinha a mais veloz, sempre foi monitorada,
em 2009 recusou um convite por um problema
nas costas. Essa foi realmente uma situação muito
difícil, pois nós sabíamos que podíamos brigar,
que tínhamos que estudar muito taticamente os
outros times. Logo após o sorteio dos grupos nós
concluímos que estávamos no grupo mais forte.
Mas eu sempre gostei de grupos mais fortes, pois
quando você consegue passar, a vida teoricamente
fica mais fácil.
Qual o critério que você usa para
montar uma equipe?
Nesse ciclo olímpico nos tivemos
uma situação diferente. Já pensando no
futuro nós mantivemos paralela a equipe
A uma seleção B. Pensando na reposição,
que nós precisamos estar ligados. Como
temos uma temporada de 6 meses de
treinamento e competições, conseguimos
colocar essa seleção B para jogar alguma
delas, já pensando em futuras competições
e também em Jogos Olímpicos. E a seleção A
nós preparamos para as melhores competições,
que são o Mundial e os Jogos Olímpicos. Nós
sempre procuramos uma mescla de jogadoras no
time. Algumas mais experientes com 28 até, sei lá,
isso não importa, pois depende de cada jogadora.
Qual a estratégia para reverter o time em
situações difíceis?
O que aconteceu realmente foi o seguinte:
terminamos o GrandPrix jogando melhor, o time
estava com outra velocidade e dinâmica de jogo.
Na volta ao Brasil a possibilidade de treinar com
os garotos das seleções de base foi muito válida.
As jogadoras estavam treinando bem contra eles.
Bloqueando melhor, defendendo mais, atacando
37
mais forte e encarando mais esse tipo de jogo. O passe
do saque viagem começou a melhorar. Estava feliz
com o time treinando e o desafio era transferir para
o jogo. Quando começou a competição eu sabia que o
jogo contra a Turquia iria ser muito difícil. Conhecia
duas jogadoras do time que eu tinha sido técnico. O
Marco Aurélio conhecia todas as jogadoras. E o jogo
foi realmente difícil. No segundo jogo, contra os EUA,
dá para ganhar ou perder. Nós tínhamos perdido em
todas as competições, então dá para entender uma
derrota . O problema foi a Coréia.
Desde que eu assumi nós não
tínhamos perdido para elas. Mas
eu dirigi a Kim no Fenerbache e
sabia do potencial dessa jogadora.
A armação da Coréia ficava ruim
para o nosso saque, pois sacar
para a posição 5 é a nossa maior
dificuldade. Com isso o passe
delas entrou. Elas conseguiram
mexer muito no ataque e no
contra-ataque. A Kim, excepcional
jogadora, terminou o jogo com
60% de ataque. Perdemos o jogo
e isso foi um marco para a gente.
No dia seguinte tivemos que resgatar a autoestima
do grupo e dar uma confiança maior ao time. Não
adiantava ser agressivo com elas. Nós ainda não
estávamos fora da competição. Mas o fato de estar
naquela situação angustiante e ainda ter chance de
continuar na competição era muito importante. Nos
mantivemos respirando com a vitória para a China.
Começamos a depender de outros times. Queríamos
outra chance e dependíamos nesse momento dos
EUA.
O que pensa sobre o fato do jogo dos EUA?
Eu não tinha dúvida que os EUA entrariam para
ganhar. Em 2003 na Copa do Mundo, nós já estávamos
classificados e na última rodada pegamos a Itália.
Naquela oportunidade a Dani Scott me perguntou se
nós iríamos jogar valendo. Eu respondi: nós vamos
jogar valendo, vamos ganhar o jogo e vocês vão se
classificar. E assim aconteceu.
Eles praticamente pagaram
uma dívida anterior com a
vitória sobre a Turquia. Nesse
momento a angústia tomou
conta de novo. Dependíamos
novamente de nós. Aquele
fato foi importante para as
jogadoras acreditarem mais.
Foi o que a gente precisava
para construir um futuro
melhor.
Quando
perdemos
para a Coréia nós colocamos
a Fernanda Garay e a Dani
Lins, essas jogadoras quando
entraram estavam respondendo muito bem. Mas a
Fernanda estava sempre melhor quando vinha de
fora. A dúvida era, será que se ela começar jogando
ela vai responder bem. Não interessa. Vamos
começar com ela. E deu certo. Ela se firmou. A
Dani parecia que estava jogando um campeonato
estadual ou colegial. Ela estava jogando com uma
tranquilidade muito grande. No GrandPrix, quando
“Se eu pedisse para
alguém escrever
essa história acho
que ninguém
conseguiria
DIVULGAÇÃO FIVB
escrever”.
38
DIVULGAÇÃO FIVB
ela entrava, já estava demonstrando isso. O time foi
tomando forma. As centrais começaram a jogar mais.
A Sheilla, que não estava bem, começou a crescer. O
treinamento físico intenso que ela fez durante três
semanas em Saquarema após o GrandPrix começou
a dar resultado. Então veio o jogo contra a Rússia.
Nós precisávamos de uma afirmação importante. E
melhor que aquele jogo, impossível. Foram 6 match
points. A partir daí os outros times começaram a
respeitar o Brasil.
perderam a atitude pessimista que elas tinham.
O erro não pesou mais tanto quanto no início da
competição.
Como funcionam as tomadas de decisão
na hora do jogo? Feeling, estatísticas ou
conhecimento adquirido sobre o jogo e as
jogadoras?
Nesse tempo que eu fiquei fora tive a
oportunidade de monitorar muito os outros times. O
fato de ter dirigido as jogadoras mais importantes foi
muito útil. Dirigi a Sokolova, a Kim e a Logam. Isso
me ajudou muito a tomar decisões táticas como foi o
fato do saque da Fernanda na Sokolova. Eu sabia que
ela iria fechar para o meio, nesse momento eu falei
para a Fernanda sacar no “colo” dela. Ela questionou
e eu falei que sim, no colo dela. Aí a Sokolova dá
uma mexida para fora e quando volta, erra o passe.
A outra coisa que eu queria era um jogo longo
contra a Rússia. A preparação da Rússia fisicamente
nunca foi muito boa. As jogadoras sabiam disso. A
própria Sokolova não se preparou muito bem. Ela
pediu afastamento depois da seletiva europeia. Ela
resolveu voltar faltando menos de um mês para os
jogos. A qualidade dela é indiscutível, mas sabia
que ela poderia ceder no final.
Quando a Rússia virou e chegou no
primeiro Match Point do jogo você pediu
tempo. Naquele momento optou pelo
silêncio. Por quê?
Nós passamos por um período muito difícil e eu
estava muito agressivo, criticando muito. Depois do
jogo contra a Coréia eu repensei sobre minha postura.
Eu concluí que precisava dar força, ser mais positivo,
ser mais parceiro do que técnico. Não podia mais
ficar o tempo todo pressionando. Então eu passei a
pensar dessa maneira. Eu estava sempre achando
que iria dar. Nunca achei que fosse dar errado.
Mesmo com a Rússia na frente eu estava sereno e
positivo. Eu acho que isso as jogadoras sentem. Eu
vi o time sereno também naquela hora, apesar da
situação. As coisas foram acontecendo para a gente,
foi um ensinamento como comissão técnica e como
time. Estávamos em uma situação muito difícil e
conseguimos sair dessa situação como um time.
Começamos a esquecer o erro, valorizar as coisas
positivas e pensar na bola seguinte. As jogadoras
Quem toma decisão no time?
Quem decide tudo é a comissão técnica. Nós
estudamos muito e avaliamos sempre com as
jogadoras também.
39
DIVULGAÇÃO FIVB
A história do corcunda é brincadeira? Você
é supersticioso?
E o time da AMIL, qual o objetivo para esse
ano? O que espera para a temporada aqui
no Brasil?
Não é brincadeira, é verdade. Eu sou supersticioso.
Mas já melhorei, diminui um pouco. Aconteceu em
1992 e agora em um momento complicado surgiu a
possibilidade de novo.
Eu acho que o time vai ser competitivo. Mas é o
primeiro ano. Vai ser o ano que nós vamos ter mais
dificuldade. Tivemos que montar tudo do zero. A
credibilidade com o projeto. A adaptação à cidade de
Campinas. Queremos ficar entre os três no Paulista
e na Superliga.
Qual o futuro da seleção no comando da
equipe? Você continua?
Eu ainda não sei o que vai acontecer. Tenho
vontade de continuar, mas ainda não conversei com
o Ary. Ele está em campanha para a presidência
da FIVB e provavelmente deveremos conversar
somente depois. Eu acho que nós temos time
para brigar por medalha aqui no Rio. Nós estamos
defasados em algumas posições como na ponta. O
processo de renovação na parte técnica também
esta sendo feito. Paulo Cocco, Claudio Pinheiro
enfim, tem condição de dar continuidade.
O que você almeja como técnico? O que te
motiva?
A minha forma de gestão é de duas maneiras. A
primeira delas é por competência. Dessa maneira,
as pessoas que eu tenho ao meu lado são muito
competentes e que cada uma tem a sua voz, sua
participação efetiva dentro da comissão. Isso
é extremamente importante. Preparador físico,
assistente técnico, todos têm autonomia para fazer
o que acha que tem que ser feito após uma discussão
com todos os membros. A outra coisa, que é pessoal,
é a missão do professor. Essa também é importante.
A missão de representar o país como técnico.
Comandar uma seleção. É uma responsabilidade
que me move. A vontade de continuar buscando
vitórias e envolvido com bons profissionais.
Quem deve ficar até o Rio?
Eu acho que temos 8 jogadoras que devem ficar
até 2016. Com mais a seleção B nós provavelmente
teremos a seleção do Rio. Claro que podem aparecer
outras jogadoras no meio do ciclo, como aconteceu
com a Garay agora.
40
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ASSIM VOCÊ FICA
POR DENTRO
DE TUDO QUE A
PREPAROU PARA
Você
MARCOS KWIEK
A Olimpíada de Londres, especificamente falando de vôlei, chamou a atenção dos brasileiros como
sempre. Porém dois técnicos do nosso país estavam à frente de outras seleções. Marco Aurélio
Motta comandou a Turquia e Marcos Kwiek esteve no comando da República Dominicana.
O técnico do time da América Central nos conta agora a sua história e seus planos para o futuro.
Eu sou técnico de vôlei há um bom tempo. Aceitei esse
desafio quando estava atuando como assistente técnico
da seleção brasileira adulta feminina no Mundial do
Japão em 2006. Como já convivia com esse ambiente da
seleção a ideia de deixar de ser assistente e ser técnico
de uma seleção que estava disputando todos os torneios
importantes em nível mundial me animou muito. Além
de ser o técnico me ofereceram a coordenação de todo o
vôlei aqui, da iniciação ao profissional.
Quando cheguei aqui me deparei com
algumas dificuldades. A primeira delas foi que
estava chegando a um país em desenvolvimento,
um país pequeno, com 9 milhões de habitantes.
Imagina eu, cidadão de São Paulo. Foi um choque
muito grande. Com a língua eu não tive muitos
problemas, pois já falava um pouco de espanhol.
Os costumes, o modo de vida, as músicas e a
educação foram um pouco difíceis no início. O que
facilitou foi que eu não vim sozinho para cá.
aprendizado, no conhecimento e no crescimento
pessoal. Hoje depois de quatro anos me sinto
muito feliz, feliz com o que faço, com tudo que
conquistei, com todo o aprendizado e sei que
necessito aprender muito mais. Só tenho a
agradecer pela oportunidade que me deram.
A minha estrutura de trabalho começou com
dois brasileiros, eu e o Wagner Pacheco, que é
meu assistente no adulto e técnico da seleção
juvenil. Um ano depois, trouxe mais um brasileiro,
Wendel Alves, que trabalhava com o adulto e
com o juvenil. Ficamos 2 anos assim, esse ano eu
trouxe mais um brasileiro, Alexandre Ceccato, que
está trabalhando na iniciação no infanto-juvenil
e também nos ajuda no juvenil e no adulto. Ou
seja, aos poucos vou agregando profissionais, que
além de ótimos no que fazem, são meus amigos.
Hoje formamos uma família brasileira aqui, nós
moramos todos juntos.
Chegando eu sabia que teria muito trabalho.
Como aqui a seleção é permanente o planejamento
é muito diferente de qualquer planejamento feito
no Brasil. Nós precisamos planejar um calendário
de 6 meses de competições, porém temos as
atletas nos 12 meses. Como a escola predominante
por aqui é a cubana, sempre com muita força e
com ênfase nos fundamentos que pontuam como
o ataque, o saque e o bloqueio, aos poucos tive
que colocar a tática e a técnica desenvolvida ai no
Brasil. Estamos caminhando devagar, mas tenho
certeza que damos passos firmes.
Gostaria de explicar um pouco o sistema aqui
com relação aos campeonatos. Aqui também
existem clubes de vôlei. O campeonato que fazem,
dura mais ou menos 2 meses e se joga só aos finais
de semana, ou seja, as jogadoras treinam com a
seleção durante a semana e nos fins de semana
eu libero todas elas para jogarem por seus clubes
de origem. As jogadoras da seleção nacional,
treinam com a seleção em tempo integral, durante
o período, porém algumas são contratadas por
ligas estrangeiras com Japão, Coréia, Rússia,
Itália, Brasil. As que não são contratadas seguem
treinando com a seleção durante o ano todo.
A minha opção de assumir esse desafio foi
pensando no meu crescimento profissional.
Financeiramente não vale a pena, digo isso com
toda a honestidade, no Brasil ganha-se mais
dinheiro, se tivesse que fazer tudo que eu faço
aqui, certamente teria um ótimo salário ai no
Brasil. Porém queria investir na minha carreira,
sabia que teria possibilidades boas de fazer o que
amo. A possibilidade de dirigir uma equipe nos
torneios mais importantes do mundo me fizeram
tomar essa decisão. Foi um investimento no
42
A nossa captação de talentos é feita nas
escolas e nos festivais de minivolei nacionais
que fazemos no centro olímpico do país. As
categorias de base do país começam por volta
dos 10 anos de idade, captamos os talentos
nos festivais, algumas atletas chegam através
de indicação, alguns pais levam suas filhas ao
centro olímpico porque querem que a filha seja
jogadora de voleibol, enfim, é um garimpo muito
grande. Eu sou o coordenador técnico de toda a
base, faço reuniões periódicas com os professores
para conversar sobre treinamentos, estratégias,
metodologia, enfim, trocar ideias e pensamentos.
Nestas reuniões traçamos juntos os objetivos
com as faixas etárias e avaliamos ao final de cada
etapa se atingimos as metas, se falhamos e o que
podemos mudar e melhorar. Trabalhamos em
equipe, sempre sobre minha responsabilidade.
estou julgando nada nem o trabalho de ninguém.
Eu conheço o nível do trabalho da comissão
técnica e sei que é do mais alto gabarito, trabalho
de referência mundial, e sobre as jogadoras do
Brasil eu nem preciso falar, na minha opinião são
as melhores do mundo.
Os jogos de Londres já passaram e
estamos focados no Rio em 2016. Já
iniciamos o próximo ciclo em Londres.
Para o Rio, em 2016 somente uma jogadora
não deverá jogar. Nosso time base é o que
esteve em Londres, dessa forma o nosso
treinamento já começou. Tenho certeza
que essas jogadoras vão chegar ao Rio,
com outra cabeça, com a experiência de
ter vivido e jogado uma Olimpíada. Todas
as novidades que tiraram a concentração,
o foco em Londres já não vão mais existir.
Temos tudo para ir melhor e sermos mais
ambiciosos. Estamos pensando grande
e sei que esses 4 anos serão de muito
trabalho e muita dedicação. O resultado
vai depender de quantas piscinas de suor
enchermos até o RIO 2016, risos.
Quando penso no aprendizado de tudo
isso, tenho certeza que ainda tenho muito
que aprender, que não sou o dono da verdade e
nem absoluto, que tenho que dividir funções e
responsabilidades, delegar poderes para poder
cobrar os resultados que quero obter. Sozinho
não se chega a nenhuma parte, porém tudo na
vida necessita de uma liderança, de uma meta,
de um objetivo.
Falando sobre os jogos olímpicos de Londres e
o desempenho do nosso time, ficamos satisfeitos
com o resultado numérico, com o resultado
final, pois friamente falando, alcançamos nosso
objetivo. Porém acho que nos faltou experiência,
mas isso já era sabido, antes do inicio dos jogos,
sabíamos que iríamos sofrer com isso. Mas
faz parte do aprendizado e do crescimento. Eu
acho que fizemos bons jogos com Rússia, Itália
e USA. Ganhamos do Reino Unido e da Argélia,
tínhamos que ganhar, éramos mais time que eles.
O único jogo, que acho que jogamos abaixo do que
poderíamos foi contra o Japão.
Não posso deixar de falar sobre a seleção
brasileira. Eu acho que o Brasil, cresceu dentro
da competição. O Brasil sempre esteve entre os
favoritos. Foram 4 anos em que sempre esteve
entre os melhores em todos os torneios, ou seja,
chegou entre os favoritos. No início, acho que
o melhor time era o americano, estava em um
melhor momento, mas a qualidade das jogadoras
do Brasil é inegável. Elas não estavam em um bom
momento, mas cresceram na hora certa, na hora
que tem que crescer, na hora em que os grandes
mostram que são grandes e isso elas sempre
foram. Essa é a opinião de quem está de fora, não
Bom, como eu disse, chegamos aqui, na
América Central, com muitos sonhos e muitas
duvidas, Hoje, ainda sonhamos muito, ainda
bem, e temos mais duvidas, por isso tenho
certeza que estamos no caminho certo, pois
quem para de sonhar nunca chega a lugar
algum, e quem no tem duvidas não tem espaço
para crescer, quando se acha que sabe tudo, é
um claro sinal, que parou no tempo.
MARCOS ROBERTO KWIEK
43
DIVULGAÇÃO FIVB
O VÔLEI DE PRAIA
EM LONDRES E
A EXPECTATIVA
PARA 2016
Após o término dos jogos de vôlei de praia
nos Jogos Olímpicos de Londres, já podemos
analisar as duplas brasileiras e sua participação
nos campeonatos masculino e feminino.
No naipe feminino não tivemos grandes
surpresas. A maior delas, por azar de nós,
brasileiros,
foi
com
Juliana
e
Larissa.
Candidatas à disputa da medalha de ouro, elas
não conseguiram confirmar a vaga na final ao
perder para a segunda dupla norte-americana,
Kessy/Ross, depois de estarem com um set à
frente e uma vantagem de quatro pontos na
segunda parcial.
Juliana e Larissa levaram a virada na
semifinal, e encerraram sua participação com
uma medalha de bronze que quase foi perdida
para as chinesas em um jogo tenso, onde
tiveram uma grande superação para poder
virar um jogo que estava praticamente perdido.
Na final feminina, Walsh e May tiveram
uma partida tranquila mais uma vez, já que
esperavam as brasileiras para travarem o
44
que seria uma verdadeira batalha, mas não
irão representar o Brasil, seremos favoritos
aconteceu. As norte-americanas chegaram a
pela qualidade de nossos atletas e pela torcida
mais uma medalha de ouro, encerrando uma
que será um diferencial importante.
das parcerias mais vitoriosas de todos os
tempos do vôlei de praia.
Em relação as duplas acredito que Juliana
e Larissa vão disputar a Olimpíada no Brasil,
Já no naipe masculino vimos muitas zebras.
só não sei se juntas, porque a parceria começa
A principal dupla norte-americana, Rogers/
a mostrar sinais de desgaste, situação mais
Dalhausser, foi surpreendentemente eliminada
do que normal em uma dupla que joga junto
pelos
italianos
Lupo.
Já
os
Nicolai/
brasileiros
a
tanto
No
tempo.
masculino
Alison e Emanuel fizeram
acredito muito em
um torneio muito bom até a
Pedro
final, mas na disputa do ouro,
Pedro Cunha, dupla
perderam para os alemães
que já jogou junto
Brink/Reckermann,
e que pode voltar
que,
mérito,
a
jogar
eliminaram as duas duplas
à
Olimpíada
brasileiras e se tornaram
Brasil, sem contar
campeões olímpicos.
em Alison que vai
No
com
final
muito
das
contas,
de quatro medalhas possíveis, ganhamos
duas. Não podemos falar que foi ruim a nossa
Solberg
e
visando
do
ficar sem parceiro
e também é sério
candidato a jogar com um dos Pedros.
participação, com um país que é tão carente de
Mas o mais importante de tudo vai ser ver
medalhas. Mas ficamos com um sabor amargo,
a empolgação da galera nos jogos que com
de quero mais, por tudo que o vôlei de praia
certeza vão lotar as arenas e dar um grande
representa no nosso país e no mundo.
espetáculo no Rio de Janeiro.
Os Jogos de Londres também marcaram o
Que 2016 venha logo, já estamos já ansiosos.
fim de uma era para o vôlei de praia brasileiro.
Emanuel e Ricardo, desta vez com parceiros
diferentes, devem ter disputado sua última
Alexandre Rivetti
olimpíada, e vão entrar para o hall dos grandes
atletas no esporte. Quem viu, viu. São dois
superatletas que vão deixar saudades.
Um último detalhe foi a qualidade da arena
de vôlei de praia de Londres, e o show que a
modalidade deu nessa olimpíada, que teve
lotação máxima todos os dias e com uma
Para a olimpíada do Brasil, podemos esperar
com certeza que independente das duplas que
DIVULGAÇÃO FIVB
animada torcida que contagiou os londrinos.
POR DENTRO
DAS REGRAS
Importante para evoluir no esporte é conhecer as
regras que ele tem. É por isso que a Voleishow inicia uma
seção com o árbitro Carlos Alberto Cimino. Juiz de vôlei
mundialmente conhecido, o brasileiro agora se dedica a
ensinar a arbitragem em cursos pelo mundo através da
FIVB. A nossa primeira regra a ser debatida é a regra da
bola que pode ser recuperada no lado adversário da quadra.
Primeiro Cimino explica algumas situações permitidas e
outras não permitidas. Ao final está a regra oficial.
Situação 1: Equipe A efetua um saque. Após
a recepção da equipe B a bola se dirige por trás
do poste. Um outro atleta da equipe B corre por
fora da quadra e recupera a bola novamente por
fora da antena em direção a sua quadra. A bola é
atacada de manchete por outro jogador da equipe
B em direção à quadra da equipe A por entre as
antenas. Jogada correta.
Situação 2: Equipe A efetua uma cortada pelo
meio de rede para quadra da equipe B. Após uma
defesa da equipe B, a bola passa parcialmente
sobre a antena. Um outro atleta da equipe B corre
e recupera a bola na zona livre da equipe A, mas a
Olha o que diz na regra:
bola retorna por entre as antenas. Falta da equipe
B, o juiz considera bola fora.
Regra 10.1.2 A bola que cruza o plano da
Situação 3: Equipe A saca. Após o passe
rede para a zona livre da equipe adversária,
incorreto da equipe B a bola se dirige por fora da
total ou parcialmente por fora das antenas,
antena. Outro atleta da equipe B passa por baixo
pode ser recuperada dentro dos contatos
da rede, mas ao ultrapassar por baixo da rede
permitidos para a equipe desde que:
toca com um dos pés na quadra adversária, no
10.1.2.1 a quadra adversária não seja tocada
momento de recuperar a bola. Falta de invasão de
pelo jogador que recupera a bola;
quadra adversária pela equipe B.
10.1.2.2 a bola depois de recuperada, quando
Situação 4: Equipe A ataca a bola pela ponta.
retornar, deve cruzar o plano da rede novamente
A Equipe B defende e a bola que se dirige por fora
total ou parcialmente pelo espaço externo das
da antena em direção a zona livre da equipe A. Um
antenas do mesmo lado da quadra.
segundo atleta da equipe B corre para recuperar a
bola na zona livre da equipe A. Neste momento
ASSISTA AO VÍDEO
SOBRE A MATÉRIA
um atleta da equipe A cruza na frente do jogador
da equipe B e atrapalha a recuperação. Falta de
interferência do atleta da equipe A.
47
O
VÔLEI EM CAMPINAS-SP
e Krasnodar na Rússia
Chegou a vez do estado de São Paulo
marcar presença na Voleishow. O
estado que tem o vôlei mais forte no
país. Várias cidades desenvolvem
um ótimo trabalho com a
modalidade. Nessa edição vamos
falar sobre a cidade de Campinas,
E também vamos a Krasnodar na
Rússia, onde dois times profissionais
dividem a atenção da torcida local.
Campinas surgiu na primeira metade do século
XVIII como bairro rural da Vila de Jundiaí. A
partir da economia cafeeira, a cidade ganhou, em
pouco tempo, uma nova estrutura e dinâmica de
desenvolvimento, que possibilitaram no período da
crise do café, na década de 30, a adoção de outro perfil
econômico, fundado na indústria e nos serviços.
Nesse sentido Campinas recebeu do “Plano Prestes
Maia (1938)” investimento que buscava reordenar
as vocações urbanas na perspectiva de transformar
e impulsionar seus talentos, em especial, a ciência e
a tecnologia.
Alguns detalhes que chamam
a atenção quando o assunto
é a cidade de Campinas:
• Uma das cidades que mais gera empregos
no País;
• A Região Metropolitana de Campinas é o
terceiro maior centro industrial do país
(atrás da região metropolitana de São
Paulo e Rio de Janeiro), gerando 3% do PIB
brasileiro;
No plano urbanístico, o crescimento e a
diversificação produtiva somada a um progressivo
fluxo migratório permitiram à cidade crescer
15 vezes em território e 5 vezes em população
no curso de quatro décadas (1950/1990). Hoje a
população de pouco mais de 1 milhão de habitantes
é distribuída por quatro distritos e centenas de
bairros. A região metropolitana de Campinas é
composta por 19 cidades e tem uma população de
2,8 milhões de habitantes.
• PIB de Campinas: US$ 18 bilhões;
• Renda per capita: US$ 17.100;
• 50 das 500 maiores companhias no
mundo têm filiais instaladas na região
metropolitana de Campinas;
• Mais de 6.000 eventos por ano, incluindo
eventos esportivos;
• 11ª cidade do Brasil no ranking da ICCA
(International Convention and Conference
Association);
O parque do Taquaral é um dos locais mais
conhecidos, visitados e queridos de Campinas.
Constitui um dos importantes locais de diversão
e lazer da população. Além disso, é composto por
inúmeros espaços para a prática esportiva. O ginásio
do time da Medley encontra-se neste parque.
• Em 2011, 2.2 milhões de pessoas se
hospedaram em hotéis de Campinas;
• 1.5 milhões de pessoas vieram para eventos
corporativos;
O vôlei em Campinas começou a ter destaque
nos anos 80. Nesse período o time do clube da Fonte
já obtinha resultados expressivos em nível nacional,
chegando a um terceiro lugar no Brasileiro Adulto
• Aeroporto Internacional de Viracopos: o
maior aeroporto de carga na América Latina.
48
em termos de time. Mas confio muito na comissão
técnica, no grupo de jogadoras e na estrutura
montada pela Amil”, comenta o técnico José Roberto
sobre o que espera para essa primeira temporada.
Atualmente aqui estão dois dos principais times
de vôlei do Brasil. O time masculino da Medley,
empresa do setor farmacêutico e o time feminino da
AMIL, empresa de planos de saúde.
Hoje Krasnodar é uma cidade dinâmica e
moderna. Tem um grande poder industrial, agrícola
e é centro cultural no sul da Rússia. Depois de
Moscou, é a região que mais cresce no país. A cidade
é conhecida como uma cidade atlética, eventos
esportivos levam um grande número de pessoas à
prática de esportes. O girassol é o símbolo da cidade,
ele representa o estilo de vida alegre e festivo da
população.
Outra cidade que tem um time masculino e
um feminino é a cidade de Krasnodar na Rússia. A
cidade localizada no sul do país, a uma distância
de aproximadamente 1300 km de Moscou, capital
russa. A cidade foi construída para que o país
tivesse uma base mais ao sul no território. A data de
fundação da mesma é de 1793 e tem uma população
em torno de 800 mil habitantes. O nome significa
em russo “presente bonito”.
O time masculino comandado pelo técnico
Marcos Pacheco busca resultados mais expressivos
a cada ano e para isso vem tendo equipes cada vez
mais competitivas. A melhor colocação da equipe
foi na temporada passada, quando terminou a
Superliga em 6º lugar. Mesmo não chegando à
fase de semifinal o time conta com uma história de
importantes finais nestes dois anos de vida.
O clube da cidade, o Dínamo Krasnodar tem duas
equipes muito fortes de vôlei. A equipe masculina
nesta temporada 2012/2013 conta com o levantador
Brasileiro Marlon e o ponteiro Argentino Conte entre
os demais jogadores Russos. Na equipe feminina o
grande destaque é a levantadora titular da seleção
russa Statseva, da atacante da seleção Kosheleva
e da oposta Americana Hooker, que defendeu o time
do Sollys/Osasco e foi campeã da nossa Superliga
no ano passado.
André Heller, que está no projeto desde o início
fala sobre o projeto da Medley e sobre a cidade
Campinas. “Meu sogro dizia que Campinas é um
pedaço de primeiro mundo no Brasil. Concordo
com ele. Apesar de ser uma cidade grande tendo
todas as opções de uma metrópole, Campinas ainda
conserva alguns aspectos de cidade do interior
como a tranquilidade, acesso fácil a tudo e a todos
lugares sem gastar muito tempo. A impressão que
tenho é que todos se conhecem.
A equipe feminina do Dínamo estreou em 1946.
Em 1994 a equipe se tornou mais competitiva e
venceu a Copa Russa, segundo campeonato mais
importante da Rússia. Com este título a equipe
conquistou o direto de jogar a Champions League
(Campeonato Europeu). Na Superliga da Rússia
os melhores resultados são um terceiro lugar
em 1970/1971 e quarto em 2010/2011. A equipe
masculina estreou na primeira divisão da Superliga
nacional na temporada 2010/2011 terminando em
quarto lugar.
Em relação ao projeto tenho uma satisfação
enorme de fazer parte desde sua criação tendo visto
o seu crescimento nestes três anos. Já há alguns
anos, praticamente desde a minha volta ao Brasil,
que busco um time pelo qual me identificasse . Aqui
na Medley encontrei um lugar onde me sinto mais
do que apto, tranquilo para me entregar totalmente,
sem receios e limites.
Em relação a torcida, desde o primeiro ano fui
muito bem recebido. A nossa torcida é composta de
pessoas que entendem de vôlei e principalmente
tem sensibilidade para saber e entender o momento
do time, quando dar força e quando cobrar. Eles têm
apoiado muito o time nestes três anos”.
CURIOSIDADE - ДИНАМО –
DÍNAMO – DISTRITO POLICIAL
No campeonato russo existem várias equipes
com o nome Dínamo, que na verdade é a
policia da Rússia, como por exemplo, Dínamo
Krasnodar , Dínamo Kazan , Dínamo Moscou.
Cada equipe leva este nome como se fossem
pertencentes ao Distrito policial da cidade.
A polícia na Rússia tem um orçamento muito
grande devido ao estilo de governo que
valoriza muito o sistema.
O novo projeto da cidade é o time feminino
da AMIL. Esse novo time tem o comando de
praticamente toda a comissão técnica da seleção
brasileira, liderada pelo técnico José Roberto
Guimarães. O time conta com importantes jogadoras
e deve figurar entre os melhores times do Brasil na
temporada. Walewska, campeã olímpica de Pequim
e Fernandinha, atual campeã olímpica estão entre
os destaques do time. “Sabemos que o primeiro
ano é o mais difícil, pois estamos partindo do zero
49
Referências: http://www.campinas.sp.gov.br/sobre-campinas/informacoes-turisticas.php • http://www.medleycampinas.com.br/site/home/ • http://www.dinamokrasnodar.ru/index.php/home/history • http://www.dinamokrasnodar.ru
masculino. Os levantadores Maurício e depois
Bruninho foram iniciados no esporte na cidade de
Campinas. O mesmo clube trabalha desde essa
época com categorias de base e hoje tem parceria
com o time adulto da Medley, através do grupo
SANOFI, que é a empresa que mantém a Medley.
Na década de 90 o time masculino da Olimpikus
teve como sede a cidade. Estrelas como Maurício,
Tande e Kid fizeram parte deste elenco e durante
três temporadas a cidade teve destaque com a
equipe. Após um período sem time profissional
foi na temporada de 2005/2006 que um novo
patrocinador, a Wizard, novamente colocou a cidade
no cenário nacional.
IMAGENS DA INTERNET
I
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L
VÔ
O
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A
T
P
A
AD
DOS 8
AOS 80 ANOS
Jogar vôlei dentro das regras
oficiais para a categoria requer
habilidade, conhecimento de
regras e principalmente um bom
condicionamento físico. Quando
seis pessoas se enfrentam com
a rede dentro da altura oficial, as
possibilidades de execução de
fundamentos como bloqueio e
ataque necessitam de potência
e para isso o jogador precisa de
qualidades físicas como força e
velocidade. Para essas qualidades
digamos que a idade ideal na qual
o jogador alcança um bom nível vai
dos 18 aos 35 anos, porém o vôlei
precisa ser jogado durante a vida
toda. É para estes outros períodos
que entra em cena o vôlei adaptado.
50
Dentro de um tempo ela estará praticando o
vôlei com naturalidade e evoluindo a cada
treino, pois fisicamente terá condição de
executar todos os golpes.
Mas quando estamos trabalhando com a
outra ponta da linha do tempo? Quando os
jogadores têm mais de 60 anos, o que fazer?
Precisa-se adaptar novamente. E essa fase
a adaptação, ao contrário da iniciação, vai
aumentar gradativamente com o passar do
tempo. Quanto mais velho vai ficando o nosso
“atleta” mais dificuldades ele terá.
Quando uma criança começa a praticar
um esporte ela deve ser incentivada ao máximo
para que tenha prazer com a modalidade. Quando
isso não acontece, muito provavelmente essa
criança irá desistir do esporte. Essa desistência
é frustrante para qualquer criança e muito ruim
também para o professor, que não teve sucesso
na manutenção desse aluno no esporte.
Um idoso tem dificuldade ou restrição
para saltar, seus reflexos já não são mais os
mesmos que na fase adulta e focado nisso
surgem novas adaptações. O objetivo desse
público é integrar-se com outras pessoas,
manter as relações que nessa fase da vida vão
diminuindo. O foco social nesse caso é muito
importante. São pessoas que já experimentaram
muitas vezes o vôlei em diversos níveis e agora
o corpo não acompanha mais a cabeça.
Para facilitar o jogo de vôlei para uma
criança, são modificadas algumas regras. A
rede um pouco mais baixa, a bola um pouco
mais murcha, a quadra com tamanho reduzido
e o número menor de jogadores em cada time
estão entre as mudanças mais comuns. Durante
a fase inicial pode ser possível liberar o saque
de dentro da quadra, aproximando a criança
da rede, facilitando a sua execução. Para que
o jogo aconteça é permitido agarrar a primeira
bola e somente a partir do segundo toque o jogo
começa. Após certo tempo a
criança entrará no minivôlei.
O minivôlei é jogado quatro
contra quatro em uma quadra
reduzida, com medidas de
6m de comprimento por 5
de largura. A rede varia de
2m a 2,1m. A bola utilizada
também é diferente, ela é um
pouco menor, mais leve e com
uma calibragem diferente.
Sempre jogado em melhor de
três sets.
O nome dado para esse tipo de adaptação
ao vôlei é Câmbio ou Nilkon. O jogo segue regras
específicas, porém não existe mais toque,
manchete, saltos e ataque. Os jogadores sacam
lançando a bola, a recepção e a troca de passes
são sempre segurando a bola. O time pode
efetuar no máximo três trocas
de bola até enviar a bola para
o adversário. Não é permitido
saltar para passar a bola para
o lado dos adversários. O jogo
acontece na quadra toda, seis
contra seis.
Seja qual
for o seu
vôlei,
que ele
seja para
sempre!
Enfim, o objetivo é deixar
claro que o vôlei pode e deve
ser para a vida toda. Com
as adaptações necessárias
todos podem ter o prazer de
pontuar a cada dia para uma
vida mais saudável. As adaptações são sempre
importantes, pois o que mais interessa nesses
dois casos é jogar. É melhorar a saúde física e
mental, praticando um exercício e convivendo
com outras pessoas.
Esse tipo de atividade adaptada ao vôlei
oficial serve para iniciar o processo de
aprendizagem de crianças. Temos em mente
que a criança vai apresentar uma evolução e
as adaptações gradativamente irão diminuir.
51
PASSE PERFEITO
PONTO PARA NÓS
for um sacador mediano, que não oferece muitas
variações e nem força a situação será muito
favorável, pois um saque viagem fraco é o mais
fácil de ser passado. Muitas vezes nestes casos
o líbero ou o melhor passador pode até “roubar“
o passe de alguém. Se o sacador for habilidoso a
linha de passe precisa se organizar muito bem e
prestar muita atenção para não ser surpreendido.
A comunicação neste caso é fundamental para
organizar todo o time e suas áreas específicas.
Quando o saque for forte o importante é saber a
maior incidência deste saque. A linha de passe
deve preencher essa área.
Nessa quarta revista a coluna Meu
Treinador vai passar algumas dicas que
vão ajudar você a melhorar o rendimento
do passe no jogo. O passe, ou também
chamado recepção é o ato de receber
o saque do adversário. Isso é simples
e todo mundo sabe. O detalhe são as
variáveis que podem acontecer nessa
relação entre o saque e o passe.
Para ser um bom passador o jogador tem que
ter muita habilidade. O vôlei moderno está cada
vez mais sendo ocupado por jogadores grandes
e fortes, muito fortes. Essa característica é na
maioria dos casos incompatível com velocidade
de reação e de deslocamento, com habilidade
e também com a qualidade dos fundamentos.
Detalhes que são importantíssimos para
conseguir êxito no fundamento que estamos
debatendo nesse texto. Onde você se encaixa
nessa história? É um jogador habilidoso ou usa a
força e o tamanho para levar vantagem?
A manchete é o gesto mais utilizado para esse
tipo de passe. Os deslocamentos são pequenos
lateralmente e maiores para frente, no caso de um
saque curto (caixinha). Para os deslocamentos
laterais eu indico a passada lateral sem cruzar.
Ela oferece mais equilíbrio na hora de passar,
pois mantém o tronco alinhado na direção do
saque. Para segurar na quadra um saque mais
forçado, quando o passador encontra-se em uma
das laterais da quadra a perna de fora deve estar
mais a frente, como na defesa. A possibilidade de
direcionar o passe é possível e nesse caso o final
do movimento, com os braços dando a direção
para o passe, é importante.
Os jogadores que se especializam na recepção
são o líbero e os ponteiros, sendo que muitas
vezes um dos ponteiros do time é o especialista
e o outro compõe a linha de três passadores, isso
é assim, pois todo time precisa de pelo menos
um especialista de passe para atuar junto com
o líbero do time. No alto nível a linha de passe
é composta por três passadores quando o saque
for viagem, e com dois ou três quando o saque
for flutuante. Em nenhum dos casos os demais
jogadores podem deixar de prestar muita atenção
no saque do adversário, pois a bola pode ser
sacada propositalmente em um central, pode
tocar a rede e nesse caso a linha de passe pode
não ser responsável direta pela recepção, pois a
distância até a bola pode ser muito grande.
A organização da linha de passe para o saque
viagem, com três passadores deve manter certa
organização. Quando o saque for executado da
posição 1 mais a frente, a linha de passe deve
estar posicionada com a posição 5 mais ao fundo
e a posição mais a frente. A área entre o jogador
posicionado na posição 5 e o da posição 6 é do
jogador da 6, porque o jogador da 5 precisa cuidar
da área entre ele e a linha lateral da quadra.
Da mesma forma o jogador da posição 1 tem a
preferência na área entre 1 e 6. Como a distância
será maior até a linha lateral da posição 1, se
necessário o jogador desta posição desloca para
passar quando o saque for próximo a linha. Essa
relação acontece desta maneira também pela
posição que o jogador da posição 6 e da posição
1 tem em relação ao sacador, pois estão mais de
Para o saque viagem um detalhe muito
importante é detectar antecipadamente quais as
características do jogador que está sacando. Se ele
52
frente para o saque.
Quando o saque for da posição 6 a dica é
não ficar na mesma linha, pois as áreas entre
os passadores ficarão desprotegidas. O que
acontece quando os jogadores estão na mesma
linha é um receio no momento de colocar a
mão para o passe. Para o saque na posição 5 a
situação somente será invertida da posição 1.
O saque poderá ser flutuante e as qualidades
de passe serão mais exigidas. O toque na bola
é um fundamento importante para quem o
domina, pois com um posicionamento mais
avançado as áreas do sacador diminuem e
facilitam o passe. Normalmente a linha será
formada por 2 jogadores. Quando necessário um
terceiro jogador assume uma área menor, devido
a esse ter menos qualidade na recepção. Quando
o time tem três jogadores de qualidade parecida,
a opção de escolher quem será responsável
pelo passe pode ser o menos importante para o
ataque em cada posição.
O saque flutuante exige uma qualidade de
deslocamento maior, pois existe mais área por
jogador na quadra. O deslocamento continua
sendo o mesmo do saque viagem, passadas
laterais sem cruzar. Em alguns casos a queda é
inevitável para um bom passe. Cair não é o ideal,
porém é melhor uma queda e o passe na mão do
levantador do que um passe ruim e um jogador a
mais para o ataque.
FOQUE EM DETALHES IMPORTANTES
PARA O SUCESSO NA RECEPÇÃO, COMO:
Uma boa altura para que o levantador
possa dar velocidade e tenha condição de
perceber o jogo.
Direção ao centro da quadra e próximo a
rede.
Qualidade, velocidade
deslocamento.
e
equilíbrio
ASSISTA AO VÍDEO
SOBRE A MATÉRIA
53
no
EXPERIÊNCIA
DE JOGO E
COMPETIÇÕES
COM DIFERENTES
ESCOLAS DE
VOLEIBOL. UM
PROCESSO
FUNDAMENTAL
NA FORMAÇÃO
DE ATLETAS.
Nos últimos anos tive a oportunidade de
acompanhar os campeonatos internacionais,
nacionais, estaduais e regionais de categorias
de base. Tenho observado que os jogadores que
obtém maior sucesso durante os jogos, além de
seus atributos físicos como capacidade de salto
e estatura bem como sua boa condição técnica,
são aqueles que possuem a melhor tomada de
decisão frente a uma situação problema que se
apresenta no decorrer da partida. Por exemplo,
um levantamento realizado da zona defensiva
(após uma recepção ruim ou durante o contra
ataque), apresenta-se diante do atacante um
bloqueio triplo ou duplo e o mesmo resolve essa
situação/problema com um ataque usando a
mão de fora ou uma largada no espaço vazio na
quadra adversária. Ao mesmo tempo identifico
que outros jogadores da mesma equipe ou
da equipe adversária não têm a mesma
tranquilidade e capacidade para pontuar na
mesma situação, ou seja, resolver a situação
problema. Como jogadores com condições
técnicas e físicas similares diferem tanto na sua
tomada de decisão? Certamente a experiência de
jogo interfere diretamente na tomada de decisão
assim como na tática individual, capacidade de
antecipação e leitura de jogo.
Ao questionar alguns os treinadores e os
próprios atletas nestes eventos esportivos,
percebe-se que o tempo de prática esportiva
e suas vivências influenciam diretamente na
melhor capacidade para tomada de decisão e na
quantidade de recursos dos jogadores.
Neste período da iniciação e amadurecimento
dos jovens atletas, precisamos considerar além
da quantidade de horas de treinamento técnico
e tático, um outro fator que é diferencial na vida
esportiva destes, que são as competições que
eles participam, ou seja, números ou horas de
jogos e o nível desses jogos.
Então nesse breve artigo falaremos um pouco
sobre algumas competições que acontecem no
Brasil. Elas podem oferecer essa oportunidade de
jogadores das categorias base desde o pré-mirim
até o juvenil aplicarem suas habilidades técnicas
e aprimorarem a sua condição tática fora de uma
situação artificial ou fechada como o treinamento
e adquirir experiência de jogo.
As competições organizadas pelas entidades
oficiais como as federações estaduais, que
gerenciam os campeonatos em âmbito estadual
e regional, são direcionadas a clubes, escolas e
demais entidades esportivas nos respectivos
estados. Já a Confederação Brasileira de Voleibol
que organiza o Campeonato Brasileiro de
54
maior competição de voleibol para categorias de
base do Brasil, a TAÇA PARANÁ DE VOLEIBOL –
ASICS, evento que vem sendo realizado há 12
anos. Sendo sua primeira edição realizada no ano
de 2001 através da inciativa de três treinadores
que trabalhavam com equipes pré-mirim e mirim
em Curitiba.
Seleções nas categorias Infanto-juvenil e juvenil
em duas divisões, com 12 equipes em cada
divisão no masculino e feminino, reunindo 24
Seleções Estaduais com os melhores jogadores
de cada estado nos dois naipes.
Temos também o Comitê Olímpico Brasileiro
que organiza a Olimpíada Escolar em duas faixas
etárias 12 a 14 anos e 15 a 17 anos em períodos
diferentes. Essa competição é interessante pelo
grande número de participantes que envolvem
em todo o seu processo. Para chegarem a disputa
nacional as escolas disputam uma fase municipal,
outra regional, estadual e depois conseguem a
classificação para a fase nacional.
A competição que começou com oito equipes,
sendo seis de Curitiba, uma do Rio de Janeiro e
outra de Santa Catarina, hoje conta com mais de
110 equipes de entidades e clubes formadores
do Brasil, nos naipes feminino e masculino,
nas categorias mirim, infantil, infanto-juvenil
e juvenil. Atualmente mais de 15 atletas que já
participaram desse evento jogam em equipes
da Superliga, o campeonato mais importante do
voleibol brasileiro, além dos que participaram das
seleções de base do Brasil e hoje estão começando
suas carreiras nas seleções principais do país.
Em
alguns
estados
encontramos
o
desenvolvimento de “Ligas”, algumas com apoio
e reconhecimento das Federações Estaduais
e outras não. O fato é que essas ligas também
promovem a possibilidade de vários jogadores
que não estão vinculados aos clubes e entidades
esportivas dos grandes centros esportivos do
país, adquirirem uma experiência de jogo na
modalidade voleibol.
As “Taças e Copas” têm chamado a atenção
das comissões técnicas das Seleções de Base
do Brasil, pois nelas são possíveis observar
jogadores que às vezes acabam por não participar
dos Campeonatos Brasileiros de Seleções, até
pela restrição de idade sugerida (infanto-juvenil
e juvenil).
Um fenômeno muito interessante vem
acontecendo no voleibol brasileiro nos últimos
15 anos. É o desenvolvimento e crescimento
de
“Copas e Taças”, que são competições
realizadas num período curto (no máximo 5
dias), organizadas por treinadores abnegados
pelo voleibol e clubes, com apoio das Federações
locais, Prefeituras e alguns patrocinadores que
tem entendido a importância desses eventos para
o voleibol e no processo de formação de atletas e
de pessoas.
Hoje o Brasil participa dos Mundiais e Sul
Americanos nas categorias Infanto-Juvenil e
Juvenil, e em 2011 foi realizado pela primeira vez
o Sul Americano Infantil, onde um dos meios para
identificar os atletas dessa categoria são essas
Copa e Taças realizadas pelo Brasil.
Competições como essas são importantes
no processo de formação de atletas, pelo fato
das mesmas garantirem um intercâmbio entre
diferentes escolas de voleibol nacional e em
algumas situações de fora do país. E também
conseguem suprir a necessidade de expor os
atletas em mais situações de jogo de bom nível
técnico, o que atualmente fica difícil de ser
alcançado pela maioria das equipes/clubes de
base jogando somente em seus estados, devido
ao escasso número de equipes que participam
de competições promovidas pelas federações
estaduais.
Entre os eventos dessa natureza, podemos
citar como os mais importantes do Brasil, a COPA
MINAS TÊNIS CLUBE que vem sendo realizada
na cidade de Belo Horizonte há 8 anos pelos
departamentos de voleibol masculino e feminino
do Minas Tênis Clube. Frequentemente além de
contar com a participação de equipes e clubes
de algumas regiões do Brasil tem a participação
de equipes de fora do país. A COPA MERCOSUL
realizada pelo Clube Ginástica de Novo Hamburgo
também tem a presença de equipes argentinas
além dos clubes do Rio Grande do Sul e outras
regiões do Brasil. A COPA ESTRELA realizada
pelo colégio/clube Martin Luther na cidade de
Estrela-RS é uma tradicional competição no
naipe feminino do Brasil e também conta com
equipes de fora do país na sua participação, além
de vários clubes formadores do Brasil.
Acredito que esses eventos, criados muitas
vezes por iniciativas individuais de treinadores,
têm contribuído de maneira expressiva para o
voleibol brasileiro na formação de novos atletas
com qualidade técnica e tática.
Gerson Amorim
E ainda na cidade de Curitiba no período de
28 de outubro a 02 de novembro acontece a
55
N
E
T
O
M
F
A
Í
N
S
I
ICO
E
R
T
NA AREIA
e os benefícios para a quadra
O treinamento desportivo tem tido uma
evolução quase que diária. Quando o assunto
é preparação física ligada ao voleibol de
quadra, percebe-se que inúmeros métodos se
apresentam para poder oferecer aos atletas um
condicionamento físico ideal. Sempre é bom
lembrar que uma boa condição física envolve
muitas variáveis, dentre elas, a psicológica,
a qual não será abordada nesse pequeno
contexto.
Os movimentos e deslocamentos na areia
tendem a ativar todo o corpo, especialmente os
sistemas músculo-articulares dos tornozelos,
joelhos e quadris. Todos esses movimentos
proporcionam uma melhora nas valências
físicas inerentes ao vôlei: força, resistência,
equilíbrio, velocidade, entre outras.
Na atualidade, praticamente todas
as equipes, no período de base, adotam
treinamentos em quadras de areia. Porém
existe uma dificuldade muito grande na
continuidade desses treinos durante toda
a temporada, devido ao calendário de
competições não permitir, pois o excesso de
jogos em uma temporada afeta a programação
dos treinamentos físicos. Espera-se que
em um futuro próximo os patrocinadores,
os clubes, a confederação e as federações
cheguem a um consenso e com isso se possa
ter um calendário mais equilibrado. Claro
que pensando em todas as partes envolvidas
nesse desporto, não deixando nunca de lado a
sociedade, mais precisamente os torcedores e
expectadores.
Dentre esses métodos, lembrase aqui o treinamento físico e com
bola em quadra de areia. Esse tipo de treino
tem uma importância significativa para o
desenvolvimento das capacidades físicas dos
atletas praticantes do voleibol “ indoor”. Além
de melhorar em muito a capacidade física,
alguns estudos demonstram a importância
na prevenção de lesões, principalmente
dos membros inferiores. Deve-se levar em
consideração o tipo de piso (areia) onde a
atividade física será executada. A areia poderá
ser muito fofa, dura, estar molhada, dentre
outras variáveis e isso é função do profissional
responsável pela preparação física avaliar.
Também é preciso ter uma periodização bem
distribuída, pois, caso contrário, o índice
de lesões aumentará. Sabe-se que o bom
planejamento faz parte de qualquer desporto.
Para concluir, sabe-se que a finalidade de
qualquer técnica ou método de treinamento
é preparar os atletas para a competição,
onde eles serão testados em todas as suas
capacidades, sejam elas físicas, sociais ou
psicológicas. Lembra-se aqui que o esporte
também deve preparar os atletas para a
vida extraquadra e não somente para as
competições. Fica a dica.
Entre os vários métodos que se podem
utilizar nos treinamentos em quadras de areia
estão: circuitos intervalados com ou sem
bola e também treinamentos normais dos
fundamentos técnicos específicos do vôlei.
56
Jaime Lansini
LONDRES x
PEQUIM
Um breve balanço estatístico do vôlei em Londres
As estatísticas realizadas pela Federação
Internacional de Voleibol (FIVB) para
seus torneios oficiais ficam entre as mais
detalhadas que as equipes dispõem e as
mais simples que a imprensa normalmente
realiza. Serve, assim, como referência mais
rica que a segunda forma, mas não como
base mais aprofundada. Não se trata de um
estudo, mas serve para esboçar um quadro
do comportamento técnico dos atletas em
Londres, travando comparações com o que
aconteceu em Pequim, em 2008.
uma inversão das expectativas, onde as
mulheres tiveram um aproveitamento de 5,1
pontos por set contra 4,9 dos homens. Em
Londres, porém, eles assumiram novamente
à frente, marcando 5 pontos/set, enquanto
elas tiveram 4,6/set.
Os pontos conseguidos em saques
diretos apresentaram um número bem
superior ao registrado em Pequim entre as
equipes masculinas. Enquanto na China
foram anotados 1,9 aces/set, em Londres
os sacadores chegaram a 2,6 aces/set. As
mulheres, no entanto, caíram de 2,3 para 2
aces/set.
A começar pelo ataque, os homens
continuam sendo mais efetivos neste
fundamento. Foram 47% das ações que
se converteram em ponto, contra 40% no
feminino. Em contrapartida, os homens
erraram mais, se bem que não na mesma
proporção anterior de diferença: 17% contra
15%.
Uma das razões para essa queda no
feminino foi a uma expressiva melhora na
recepção. As bolas consideradas excelentes
pelos critérios da FIVB chegaram ao índice
de 68%. Muito mais do que os 54% de 2008.
Para ter uma ideia da evolução das mulheres
neste fundamento, a melhor passadora em
Pequim teve um aproveitamento de 64,5%; em
Londres, a brasileira Fernanda Garay levou o
prêmio com incríveis 81,3%. No masculino,
os números se mantiveram próximos aos
anteriores: 63% em Londres, 61% em Pequim.
Porém, os erros aconteceram em maior
número: 7% contra 4%.
Esse menor aproveitamento no feminino
deve-se a um aumento substancial do
número de defesas – considerados aqui
aquelas em que o defensor toca na bola.
Comparando-se com os Jogos Olímpicos de
Pequim, as bolas ficaram muito mais tempo
no ar, defendidas 61% das vezes, diante de
54% de quatro anos antes. O número de erros
caiu, contribuindo também para ralis mais
longos: 19% em Londres e 29% em Pequim. A
potência de ataque dos homens fez com que
esse índice chegasse a apenas 57%, mesmo
assim aumentando 7 pontos percentuais em
quatro anos.
Por fim, os jogos femininos foram mais
equilibrados que os masculinos. Em 38 jogos,
foram disputados 141 sets pelas mulheres e
133 pelos homens.
O bloqueio que sempre foi um fundamento
associado ao masculino, teve em Pequim
Cacá Bizzocchi
57
DIVULGAÇÃO FIVB
Muitas vezes vemos atletas usando bandagens (fitas)
coloridas sobre a pele, e ficamos nos perguntando,
o que é isso? Para que serve? Seria só enfeite?
O kinesiotaiping segundo o próprio Dr. Kase
(2003) tem a função de diminuição da Dor e
do desconforto; suporte durante a contração
muscular; diminui a congestão do fluxo linfático
e extravasamento sanguíneo, ajuda na correção
nos desvios articulares, auxilia na contração
muscular, promove estímulos aumentando a
resposta Proprioceptiva (percepção do próprio
corpo no espaço).
Estas bandagens coloridas são chamadas
de Kinesiotaiping, e é um método de bandagens
criado na década de 1970 pelo Dr. Kenso Kase
(Tokio – Japão). Ele tinha uma ideia que os tecidos
como músculos, fáscias e ligamentos poderiam
melhorar suas funções através de estímulos
externos, através do uso de uma bandagem,
entretanto, as fitas, bandagens e outros adesivos
que já existiam, não se mostravam eficazes para
a ideia que ele tinha, deste modo ele desenvolveu
uma fita elástica e não medicamentoso. Dando
origem ao kinesiotaiping.
A pele é o maior órgão no corpo humano, além
disso, ela possui diversos receptores cutâneos
(nervos que mandam informações, como
vibração, pressão, toque...) estes receptores são
estimulados pelo kinesiotaiping, que por sua vez
auxiliam na função, sendo diminuindo a dor, ou
auxiliando um movimento.
As bandagens utilizadas são feitas de algodão
com elastano, que passam por tratamentos para
torná-las impermeáveis, sua cola foi desenvolvida
para ser hipoalérgica, e sem adição nenhum
medicamento. O efeito da bandagem esta na sua
capacidade elástica auxiliando no movimento,
sem restringi-lo.
O primeiro uso do kinesiotaiping no esporte
ocorreu com a seleção Japonesa feminina na
década de 1990, antes era usada apenas em
58
populações não atléticas, de lá para cá o uso do
kinesiotaiping vem se tornando cada vez mais
abrangente, migrando para outros esportes, e
promovendo excelentes resultados.
DIVULGAÇÃO FIVB
A bandagem mantém suas capacidades
até três dias na pele, recomenda-se que ela
seja utilizada por este período, uma vez que o
estimulo permaneça por mais tempo, ela pode
ser lavada no banho normalmente, evitando
apenas que esfregue muito e ao secar, não
fique esfregando com a toalha. E extremamente
recomendado que esta técnica seja aplicada
por um profissional habilitado, para evitar
possíveis complicações.
DIVULGAÇÃO FIVB
Esta técnica pode ser aplicada em todas
as faixas etárias e em todos os problemas
relacionados ao sistema musculoesquelético, tais
como Tendinopatias, contraturas musculares,
problemas posturais, lesões ligamentares, além
de edemas traumáticos ou não, problemas
circulatórios em membros inferiores e superiores,
hematomas, pós-operatórios no geral.
DIVULGAÇÃO FIVB
Alexandre Lopes Ramos
Fisioterapeuta
Mestrando em Biologia-química
Especialista em Fisiologia do Exercício
Especialista em Artes Terapêuticas Orientais
Fisioterapeuta da Seleção Feminina de Volei
Algumas coisas devem ser observadas na
aplicação do kinesiotaiping, a pele deve estar
limpa e seca, não pode ser aplicado sobre lesões
cutâneas, evitar aplicação em pessoas que
possuem problemas cutâneos como psoríases,
alergias a outros tipos de bandagem.
Fisioterapeuta da equipe Vôlei Amil – Campinas
Campeão Olímpico Com a Seleção feminina
de Vôlei – London 2012
59
Nesta parte iremos tratar do planejamento
para equipes de categoria de base. Vamos
criar equipes fictícias e iremos montar um
planejamento envolvendo vários períodos de
trabalho.
PLANEJAMENTO
PARA EQUIPES
DE BASE
Nesta fase o atleta necessita de uma
atenção muito grande, pois é o momento onde
a qualidade dos fundamentos são instaladas
na capacidade geral do futuro atleta. Um bom
processo pedagógico se faz extremamente
necessário para este desenvolvimento.
Um grande conhecimento de motricidade
e de desenvolvimento motor por parte do
profissional que irá trabalhar com estas
equipes é de fundamental importância para
a qualificação deste aluno. Neste ponto o
planejamento que irá ser montado age como
uma ferramenta fundamental para se desenhar
o desenvolvimento técnico, físico e motor do
futuro atleta.
Vamos trabalhar
com três equipes de
base para podermos diferenciar um pouco de
cada momento destes atletas, demonstrando
também a evolução do treinamento tanto nos
aspectos técnicos/táticos como na parte física.
Teremos uma equipe infantil, uma infanto e uma
juvenil como exemplos para o planejamento.
Antes de continuar a leitura sugiro analisar
na página seguinte os quadros para poder
observar como foi montado um quadro de
planejamento em três partes. Um macrociclo,
um mesociclo e um microciclo considerando as
três categorias a serem trabalhadas.
A montagem de quadros de planos
de trabalho facilitam a visualização e a
organização dos trabalhos e serem executados
com as equipes. Também usando critérios de
avaliação da evolução dos treinos podemos
observar se o planejamento inicial montado
está no caminho correto eu teremos que fazer
algumas mudanças. É de claro entendimento
que um planejamento inicial nos dará o
rumo a seguir, mas que é sempre necessário
ser avaliado de acordo com os resultados
encontrados no decorrer do trabalho e ser
alterado em caso de necessidade.
Falando sobre as equipes apresentadas
podemos observar que pra cada uma delas os
objetivos e os direcionamentos do trabalho
são diferentes, independente do calendário
apresentado.
Para a equipe infantil, o que podemos
observar é um trabalho exclusivo para
desenvolvimento da dinâmica de jogo, os
fundamentos trabalhados dentro de uma
60
Macrociclo
Infantil
Macrociclo de trabalho
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Inicio de trabal.
Avaliações
Fund. Básicos
Competição
Fund. Direc.
Qualificação de
Jogos
Competição
Qualifi. Fund.
Jogos
Competição
Jogos
Férias
Jogos Iniciais
Mini Voleibol
Jogo
Fundamentos
Competição
Competição
Jogos internos
Férias
Funda. Básicos
Interna
Jogos
Fund. Direcion.
Jogo
Infanto
Fund. Aplicados Fund. Aplicados
Inicio trabalhos
Ao Jogos
ao Jogos
Av. Técnicas
Treinos físicos
Fornat.Tatico
Av. Físicas
Fund. Aplicados Fund. Aplicados
Competição
ao Jogos
ao Jogos
Fornat.Tatico
Fornat.Tatico
Competição
Competição
para encerram.
Iniciação a
Treinos físicos
Treinos físicos
Treinos físicos
Aprimoramento técnico tático
Trabalhos de
aprimoramento
aprimoramento
aprimoramento
Manutenção de trabalho de força
Força
da força
da força
da força
Inicio trabalhos
aplicados ao
Av. Técnicas
jogos
Jogos Táticos
Jogos Táticos
Jogos Táticos
Jogos Táticos
Aprimoramento
Jogos Táticos
Competição
Aprimoramento
Jogos Táticos
Competição
Aprimoramento
Aprimoramento
Aprimoramento
Treinos Força
Treinos Força
Treinos Força
Treinos Força
Treinos força
Competição
Av. Físicas
Treinos Força
Treinos Força
Treinos Força
Mesociclo
Fevereiro
Objetivos
Semana 1
Semana 2
Semana 3
Analítico de
Analítico de
Análitico de
Toque
Manchete
Jogos de mini
Jogos de mini
Infantil
Fund. Basicos
voleibol somente voleibol somente
Manchete
Infanto
derecionados
derecionados
Treinos físicos
específicos
específicos
Iniciação a
voleibol com
minivoleibol
Defesa/Contra
Saque/Rec.
Ataque
Ataque
ensino dos mov. ensino dos mov. ensino dos mov. ensino dos mov.
dos exercícios
dos exercícios
dos exercícios
Força
de força
de força
de força
de força
Base de funda.
Saque/REcep
Saque/REcep
Defesa/Contra
Defesa/Conta
aplicados ao
Ataque
Ataque
Ataque
Ataque
Juvenil
Infantil
do Jogos
completo de
Trabalhos de
dos exercícios
jogos
Treinos Força
Forca de Resist. Força de Resist. Força de Resist Força de Resist.
Microciclo
Fevereiro / Semana 3
Objetivos
Segunda
Infanto
Ataque
Jogos de mini
três Fundam.
Fund. Aplicados Toque e manch. Toque e manch.
Ao Jogos
Semana 4
Toque/Manchete Aprimoramento
Jogos Iniciais
Toque
Juvenil
Juvenil
Base de funda.
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Análitico de
Sequencia
Sequencia
Sequencia
Sequencia
Toque/Manchete
analítica de
analítica de
analítica de
analítica de
Somente mini
Ataque
toq./Manc/Ataq.
toq./Manc/Ataq.
toq./Manc/Ataq.
toq./Manc/Ataq.
completo
Jogos de mini
Tempo maior
Tempo maior
Tempo menor
Tempo menor
Mini com salto
voleibol com
Mini sem salto
Mini com salto
Mini com salto
três Fundam.
Tempo menor
Tempo menor
Tempo maior
Tempo maior
Defesa/Contra
Execícios
Execícios
Execícios
Execícios
Execícios
Ataque
voltados para
voltados para
voltados para
voltados para
voltados para
def. Contra.
def. Contra.
def. Contra.
def. Contra.
def. Contra.
Sem objetivos
Sem objetivos
Sem objetivos
com objetivos
com objetivos
no final do trein.
no final do trein.
de força
Força sem peso
Força sem peso
Força sem peso Força sem peso
Força sem peso
Defesa/Contra
Execícios
Execícios
Execícios
Execícios
ensino dos mov.
dos exercícios
Ataque
Execícios
voltados para
voltados para
voltados para
voltados para
voltados para
def. Contra.
def. Contra.
def. Contra.
def. Contra.
def. Contra.
Com objetivos
Com Objetivos
Com Objetivos
Com Objetivos
Com Objetivos
4 x 12 G1
4 x 12 G2
Reforço
4 x 12 G1
4 x 12 G2
Força de Resist
61
Férias
dinâmica de desenvolvimento por intermédio
de jogos educativos, indo do minivoleibol até
práticas de jogos em 6 contra 6 executando
fundamentos simples, porém com dinâmica de
jogos evoluindo conforme o desenvolvimento
técnico do jogador, passando este pelas várias
posições sem criar uma especialização precoce.
Para a equipe juvenil o que se pode observar
são trabalhos técnicos já direcionados
para a parte tática da equipe. Nesta idade
o direcionamento tático já é de grande
importância, uma vez que as competições já
apresentam um nível mais elevado e alguns
destes atletas já participam de equipes adultas.
O plano de desenvolvimento técnico/tático é
analisado através do rendimento apresentado
pela equipe em treinos e jogos. Os atletas já
estão aptos a receber um maior número de
informações podendo analisar de forma mais
correta as táticas do jogo e aplicar as técnicas
aprendidas nos dois processos anteriores, para
solucionar os obstáculos que ocorrem durante
uma partida.
O objetivo de um trabalho como este é
a capacitação das crianças para a técnica
do voleibol em seus vários fundamentos, e
proporcionando a estas uma habilidade de jogo
maior, para o futuro atleta a ser formado.
As capacidades físicas não são trabalhadas
de forma isolada, e sim sempre em conjunto
com a bola. Acredito que nesta idade o contato
com a bola é de fundamental importância,
uma vez que este desenvolvimento técnico
irá proporcionar um desenvolvimento físico
específico para o voleibol e fará com que o atleta
tenha agilidade, coordenação, capacidade
de salto, etc. Qualidades específicas para a
modalidade praticada.
Na parte física, a especialização da força
sendo trabalhada em diversos períodos do
trabalho e visando principalmente os objetivos
de cada competição para extrair o máximo do
rendimento dos atletas para o melhor resultado
dentro de jogos e nas competições alvo das
equipes.
Para a equipe infanto, o que se pode observar é
uma qualificação dos fundamentos aprendidos
usando o formato analítico no começo dos
trabalhos, visando exclusivamente à repetição.
Isso faz com que o atleta registre uma memória
do movimento correto e consequentemente
a qualificação do fundamento. Porém no
mesmo treino estes fundamentos trabalhados
são direcionados para os jogos para que esta
qualificação seja direcionada para o que
realmente interessa, O JOGO DE VOLEIBOL.
Neste artigo o meu objetivo foi demonstrar o
quanto é importante a continuidade do processo
educativo do voleibol para um atleta. Equipes
que possuem estas equipes devem ter uma
integração muito grande entre os profissionais
de cada uma das categorias para um trabalho
integrado de evolução dos atletas, isso torna
o processo mais ágil, tendo a maior parte
dos atletas em níveis próximos de qualidade
técnica.
Na parte física o que se procura trabalhar
é a iniciação do trabalho de força, que se
caracteriza pelo ensino do movimento correto
dos exercícios. Este é um processo de grande
importância para o desenvolvimento da força
do atleta sem ter riscos de lesões devido ao
movimento errado. Também exercícios de
reforço muscular específico, uma vez que
aumenta a exigência sobre o atleta nos treinos
técnicos. Estes planos devem ser analisados
para o processo evolutivo do atleta, e o
planejamento inicial precisa ser analisado para
que se façam as devidas alterações conforme o
desenvolvimento dos jogadores.
Este modelo apresentado de planejamento
é apenas um modelo fictício para que o leitor
possa observar, não é em absoluto um modelo
a ser criado e seguido. Cada profissional deve
fazer o seu planejamento de acordo com a
equipe que tem, a estrutura que possui e
principalmente seguir os seus conceitos de
treinamento. A busca de novos conhecimentos
é de fundamental importância para melhoria
da capacidade de todo profissional.
Planejar sempre nos dá o rumo a ser seguido.
“Perder tempo” planejando pode nos poupar
tempo no futuro tendo principalmente um rumo
a seguir e entendendo o processo de ensino que
estamos aplicando para os nossos atletas.
Nestas fases iniciais a maturação do atleta
deve ser analisada com grande atenção,
uma vez que as crianças apresentam esta
maturação em tempos diferentes umas das
outras, isso faz com que o trabalho de força
deva ser individualizado de acordo com o grau
de maturação apresentado. Isso fará com que
cada atleta tenha o treino ideal para o seu
desenvolvimento.
No próximo texto vamos falar um pouco
sobre o treinamento de alto nível. Até breve.
Giovane Foppa
62
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Bia com Sandro
Willian com Natália
Thaíse com Giba
Sebastião e Fabi
Rafaela com Lucarelli
Ana e Thaísa em Brasília
64
Ana Clara com Bruno
Luzia com Camila Brait
Alessandra e Aline com Jaqueline
Karina com Larissa
Marcela com Bernardinho
Sara Cristina com Dani Lins e Sidão
65
Equipe Volley Show de Niterói
Foto do time do Neto, camisa 10
Juvenil de São Simão - Goiás
Meninas da base do Praia Clube
Time Corpo e Cia de Rio Grande-RS
Time da Cinara de Chapadão do Sul com o primeiro troféu
66
Time da UFPR, onde joga o Douglas Luz
Time de Aracajão. Do Fabrício, o grandão!
Time do Wellignton, de União da Vitória no PR
Time de Chapecó-SC que sonha entrar na Liga B
Time do Gabriel Flores, 2o lugar nos JERGS
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