Peixes - Aquamazon

Transcrição

Peixes - Aquamazon
Ano V • Número 15 • Jul-Ago-Set/2012 • Distribuição Gratuita
Revista feita
por e para
aquaristas
amantes da
natureza.
Visita à Piraporanga
Exploração no Alagado do
Jaci-Paraná
Um Inusitado
Jardim Pantaneiro
A Pesca de Peixes
Ornamentais Amazônicos
Dieta alemã para peixes
de todas as nacionalidades.
Seus peixes podem ter uma alimentação de primeiro mundo. Divididas entre as linhas especial e premium, as rações oferecem alto valor nutricional para diferentes
espécies. Além da melhor nutrição, diferenciais tornarão o aquarismo cada vez mais interessante e prático: grânulos que afundam a diferentes velocidades, eficiência na
alimentação de todos os peixes e o exclusivo sistema click. Com ele, você disponibiliza a quantidade exata de alimento a ser oferecida aos peixes. JBL. Alemã por natureza.
Editorial
Sumário
4 - Exploração no Alagado
do Jaci-Paraná
Sandra M. Feliciano da Silva
9 - Um inusitado Jardim
Pantaneiro
Oscar Shibatta
A nossa Revista está de “cara
nova”! Comemorando o quinto
ano de publicação, alteramos
seu layout, “by Evandro Romero”, nosso amigo e designer.
E essa comemoração ocorre
no momento certo, quando
estaremos nos reunindo com
os amigos que nos auxiliam,
sejam como articulistas, sejam
como apoios, no VII Encontro
de Aquaristas de Londrina.
Momento mágico na agenda
do aquarismo brasileiro onde
poderemos reforçar as velhas
amizades, fazer novas e aprender um pouco mais com as
palestras do evento. No mesmo momento teremos o anúncio
do resultado do CPA 2012 – Concurso Paranaense de Aquapaisagismo com a participação de 42 trabalhos que, sem
dúvida, mais um ano estarão levando o nome do Paraná
para o mundo todo.
Nesta edição estaremos dando continuidade aos artigos
sobre os produtores de Suzano, mostrando um pouco da
história da família Tanabe na criação de Nishikigois, as belas
Revista Aqualon
carpas que produzem e que são
atrações nos concursos. A Equipe Aqualon conheceu de perto
essa empresa com o nome
de Piraporanga, que significa
“peixe bonito”.
Outros assuntos interessantes
estarão nesta edição, como
uma expedição ao alagado do
Jaci-Paraná, os pontos críticos
e soluções sobre a pesca de
peixes ornamentais na Amazônia, além da beleza de um verdadeiro jardim pantaneiro.
Desejamos uma boa leitura a
todos vocês e agradecemos por estarem conosco na luta pelo
desenvolvimento do aquarismo brasileiro, através dos encontros, concursos e revistas, principais meios que utilizamos
para que nenhuma informação seja estanque, pois é compartilhando que aprendemos todos os dias.
Muito obrigado a todos!
Equipe Aqualon
13 - Galeria de Peixes
Chantal W. Kornin &
Cinthia Emerich
16 - Galeria de Plantas
Aquáticas
Rony Suzuki
14 - Visita à Piraporanga
Americo Guazzelli
9 - A Pesca de Peixes
Ornamentais Amazônicos
Rudã Fernandes B. Santos e
Rodrigo Yudi Fujimoto
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EXPLORAÇÃO NO ALAGADO DO JACI-PARANÁ
Por: Sandra M. Feliciano da Silva (Brasil)
Fotos: Anísio Feliciano da Silva(Brasil) e Sandra M. Feliciano da Silva(Brasil)
Na primeira vez que estivemos no Rio
Jaci-Paraná tínhamos a intenção de pescar
e ficar até o anoitecer. Ambas as coisas se
mostraram mais difíceis do que imaginamos.
Os peixes eram mais espertos, comendo
toda a nossa isca, devo salientar que os
peixes continuam espertos. No cair da tarde,
ficamos sobre um lajedo e arrumamos um
início de fogueira. Não durou muito para
que um imenso jacaré resolvesse dar as
caras, levantamos o “acampamento” e fomos
embora.
O Rio Jaci Paraná é o principal rio da bacia
Vista aérea da construção da Usina de Jirau
– Rio Madeira, em 06.03.2012
4
hidrográfica do Jaci, no Estado de Rondônia
(região amazônica)e um dos afluentes do Rio
Madeira . Atualmente está sendo impactado
pela construção das usinas do Rio Madeira e
se formará, perto da jusante do Rio Madeira,
um lago de aproximadamente 258 km².
Uma pequena cidade foi totalmente
removida - Mutum Paraná - para alguns
ponte de ferro para a passagem da antiga
Ferrovia Madeira-Mamoré. A ponte ficava a
aproximadamente 20 metros de altura do
leito do rio e hoje já está quase coberta pelo
alagado.
A expedição saiu de Porto Velho, que
Alagado, ainda em formação, visto de cima
Vista lateral da ponte do Rio Jaci-Paraná,
construída no início do século passado
quilômetros acima do Rio, dando espaço
para o alagado, que já começou a se formar.
Um mês antes da expedição foram
tiradas as fotos aéreas, que mostram o lago
já em formação.
No início do século passado foi
construída, sobre o rio Jaci-Paraná, uma
se situa a aproximadamente 90 km de Jaci
Paraná, às 5h da manhã. Chegamos ao leito
do Rio Jaci por uma estrada lateral de terra,
por volta das 7 horas. A programação era
explorar o lago do Jaci e dois de seus rios
afluentes, o Rio do Contra e o Rio Branco,
com um pequeno barco com motor de 50HP.
Explorar o Rio foi mais complexo que o
esperado. O impacto ambiental na região
foi mais forte do que o calculado. Como
a área do lago é muito grande, o nível da
evaporação também aumentou. A floresta
ao redor, que é bastante densa, retém
grande parte da evaporação, ao anoitecer, se
forma uma espécie de cerração (névoa) que
permanece por muito tempo, mesmo após o
nascer do sol.
Às nove horas da manha ainda
navegávamos por GPS, pois não se
enxergavam as margens do lago, que além
de grande era completamente coberto por
esse “fog”.
Uma paisagem incomum para a região
amazônica
Revista Aqualon
Percorremos mais de 40 km rio adentro.
A paisagem é deslumbrante, mas se trata de
um local realmente selvagem, com pouca
ou nenhuma interferência humana. É raro
encontrar pessoas no caminho, andamos o
dia inteiro e vimos somente dois ribeirinhos,
um que nos ajudou a achar o caminho, pois
mesmo com GPS a falta de visibilidade inicial
dificultou nossa expedição.
tabela ao final.
Logo identificamos diversas espécies
interessantes, algumas que não soubemos
classificar.
Spirodela polyrhiza
algum tempo.
Por volta das 9h30 a paisagem começou
a se apresentar e era exuberante. Típica da
região amazônica, com florestas crescendo
dentro da água, cipoais imensos, árvores
centenárias e uma infinidade de animais
Cyperus papyrus (Papiro)
Nosso amigo ribeirinho indicando o
caminho
A selva é densa e para essa expedição
é necessário se preparar. Quando os
mosquitos, piuns, tucandeiras, chuva, sol,
vento, calor e frio apareceram, a roupa de
camuflagem fez a sua parte, além de um
bom bloqueador solar.
Nosso ponto de partida foi a 300 metros
da ponte de ferro, a água é escura e um
pouco barrenta com uma grande quantidade
de vegetação submersa, decorrente já da
formação do alagado.
Fizemos a análise da água colhendo
amostras em quatro pontos diferentes:
o local de onde partimos;
a cinco
quilômetros do local de partida no meio
do lago em formação; na desembocadura
do Rio do Contra com o Jaci-Paraná e na
desembocadura do Rio Branco com o JaciParaná.
O teste que usamos foi a maleta de testes
completa da SERA, cedida pelos nossos
patrocinadores, fizemos testes de PH, dureza
geral, concentrações de NO4, NO3, NO2,
Ferro e KH, que são apresentados em uma
Revista Aqualon
Hymenachne amplexicaulis
Pistia stratiotes
Planta desconhecida
Parte de trás da planta desconhecida
A maior parte das plantas flutuantes
serve de alimento para a fauna aquática,
sendo raro encontrar alguma que já não
tenha sido mordiscada pelos animais.
Uma espécie interessante para se
destacar da vegetação local é o capim
flutuante dos rios da Amazônia, o
Hymenachne amplexicaulis. Ele forma
touceiras flutuantes no meio do rio, fazendo
pequenas ilhas que servem como abrigo
para os peixes e outras espécies menores
de plantas flutuantes, como a Eichornia
crassipes, a Salvinia cucullata, a Spirodela
polyrhiza e a Pistia Stratiotes, que acabam
se desenvolvendo dentro do próprio capim.
Os peixes-boi adoram o capim e para os
mais desavisados parecem ilhas, pois alguns
pássaros menores acabam pousando sobre o
capim e algumas espécies constroem ninhos
sobre eles.
Como as correntes desses rios não são
muito intensas, é provável encontrar a
mesma “ilha” de capim no mesmo lugar por
A névoa se dissipando
Vegetação exuberante
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silvestres.
As árvores da região são acostumadas
a permanecerem na água durante
muitos meses do ano e se adaptam
para a sobrevivência, os galhos na água
desenvolvem raízes para captar os nutrientes.
Um ninho e uma feliz tartaruga curiosa
que se deixou fotografar, a família dela já
tinha se enfiado toda na água. O ninho
está disposto sobre uma camada de capim
flutuante.
Raízes
Essas raízes acumulam restos de
plantas e servem para os peixes menores
se alimentarem e se esconderem. Durante
o percurso observamos diversos peixes
pequenos em meio a essas plantas.
Peixes grandes também aparecem,
mas normalmente andam em cardume.
Presenciamos um cardume de piranhas
atacando um outro grupo de peixes,
conseguimos pegar um barba chata amarelo
que já estava sendo devorado por elas.
Piranha tradicional, essa tinha pouco mais
de 25 cm
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Rio do Contra
Fizemos uma pequena entrada para
fotografar. Voltamos para o Jaci-Paraná e
subimos pelo Rio Branco e essa foi a melhor
parte. Para aqueles que apreciam musgos, é o
paraíso. A maior parte dos galhos afundados
estão repletos de musgos, conseguimos
fotografar três espécies diferentes.
O restante da flora também impressiona
pela diversidade de cores, Ipês amarelos
Peixe parcialmente devorado pelas piranhas
Vimos macacos, gaviões, araras,
papagaios, garças, tartarugas e uma
infinidade de peixes. O problema é que a
vida selvagem não fica parada fazendo pose
para ser fotografada, ao barulho do motor do
barco ela se afasta, com raras exceções, e é
difícil fotografar.
Passarinhos curiosos que esperaram ser
fotografados
Esse Iguana exibicionista foi fotografado
debaixo da ponte de ferro, na estrutura de
contenção feita com sacos de areia.
Chegamos, depois de uma hora, ao Rio
do Contra, que recebe esse nome por um
fato curioso. Como se trata de um rio muito
sinuoso e com curvas muito fechadas, na
época das cheias as porções de terra entre as
curvas acabam por desaparecer, mas o leito
do rio continua a correr da mesma forma e
em alguns lugares se pode observar duas
correntes em sentido contrário.
Musgos nos galhos submersos
Revista Aqualon
e roxos ponteiam toda a mata, barrancos
de mais de 30 metros de altura e plantas
coloridas completam o visual do lugar.
Tudo ia bem até que o tempo começou
a “fechar” e a chuva nos pegou. Chuva com
vento no meio do rio e a roupa camuflada
novamente justificou o seu uso.
A sensação térmica cai bastante, e as
Tempo fechando
chuvas amazônicas são densas e torrenciais,
foram duas horas de chuva nessa paisagem.
Voltamos por outro caminho e nos
deparamos com as torres de condução de
energia elétrica que foram construídas antes
da formação do lago.
No caminho de volta uma criação de
Parâmetros de água testados
Local
Água do local do embarque,
perto da ponte
pH
dgH
KH NH4-NH3 NO2 NO3 PO4 Fe
0
0,5 0,25 0,25
3
0 mg/l
mg/l mg/l mg/l mg/l
6,7
1
Água a 5km dentro do lago
7,5
2
3
0 mg/l
0,5
0
0,1 0,5
mg/l mg/l mg/l mg/l
Água na jusante com o
Rio do Contra
6,8
2
3
1 mg/l
0,5
0
0,1 0,1
mg/l mg/l mg/l mg/l
Água na jusante com o
Rio Branco
7,7
2
4
0 mg/l
0
0
0,1 0,5
mg/l mg/l mg/l mg/l
Navegador e Piloto:
Fernando Jorge
Lourenço da Silva
(Portugal)
Anísio Feliciano da Silva
(Brasil)
Sandra
Fernando
Anísio
Torres de energia elétrica
avestruzes e de piracurus vivos. O pirarucu é
um peixe que pode alcançar até dois metros
de comprimento. Mas essa fica para outra
expedição.
Revista Aqualon
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Um Inusitado Jardim Pantaneiro
Por: Oscar Akio Shibatta – Universidade Estadual de Londrina
O Pantanal do Mato Grosso do Sul é um sonho para muitas pessoas que apreciam a natureza. Quem o
conheceu na época das cheias já se deparou com um imenso aquário de águas transparentes e com uma
enorme diversidade de peixes nadando entre as plantas aquáticas. Entretanto, a paisagem se altera completamente no período das secas, quando as águas ficam restritas aos rios, corixos e lagoas.
Minha última visita ao Pantanal foi em agosto de 2011, no período de seca, para participar de um curso
de campo oferecido aos estudantes de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina. O local
estudado foi um trecho do rio Miranda, mais especificamente em Passo do Lontra, onde ficamos alojados
na Base de Estudos do Pantanal da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Logo ao lado da sede me
deparei com um cenário muito bonito, como se fosse um enorme jardim de Echinodorus florido (fig. 1).
Figura 1. Terreno encharcado na Base de Estudos do Pantanal, Passo do Lontra, MS, onde se
desenvolvia o jardim florido de Echinodorus glaucus (agosto de 2011).
Revista Aqualon
As Echinodorus pertencem ao grupo
de plantas anfíbias, ou seja, que vivem
tanto dentro como fora da água. Aliás,
essa característica nos permite destacar
a sua importância ecológica tanto ao
ambiente aquático quanto terrestre.
Quando imersas, podem ser utilizadas
como abrigo aos peixes e substrato para
microrganismos. Emersas, podem ser visitadas por insetos.
Elas se reproduzem sexuadamente,
por meio de flores, e frutificam quando o nível das águas abaixa no período
das secas. As flores são hermafroditas e
Figura 2. Pequeno jardim de Echinodorus tenellus
bastante numerosas. Elas são brancas e
formam inflorescências paniculadas (cafloridos no período de seca (agosto de 2007).
chos compostos). O fruto é espinhoso e
pode ter inspirado o pesquisador Richard
a batizar o gênero, unindo as palavras Gregas echino, que pode significar ouriço, com doros, ou garrafa
de couro (em referência aos ovários). A propagação pode ser feita por meio de sementes, mas algumas
espécies podem emitir estolões ou brotos laterais.
Para saber mais sobre o cultivo dessas plantas em aquários, vale a pena consultar o livro “Guia de
plantas aquáticas” (Suzuki, 2011), que apresenta características e cuidados para 44 espécies. Esse autor
destaca que as Echinodorus preferem solo rico em nutrientes, iluminação intensa e se desenvolve melhor
com a adição de CO2 à água. Geralmente são utilizadas como planta de destaque, por serem grandes, mas
algumas espécies como E. tenellus (fig. 2) são utilizadas na região anterior do aquário, pois são ótimas
para formar tapetes.
Apesar de suas folhas e talos grossos, elas são muito frágeis, se desidratando rapidamente, se retiradas do solo. Também delicadas são suas flores, que permanecem abertas apenas durante algumas
9
horas, mas o suficiente para serem polinizadas. É
comum observar a visitação de abelhas de diversas
espécies que, ao mesmo tempo em que coletam o
néctar, realizam a polinização (fig. 3).
Apesar da aparente fragilidade, essas plantas
são tão versáteis que uma das espécies, o chapéu-de-couro Echinodorus grandiflorus Micheli, consta
na lista de fitoterápicos. Suas folhas são utilizadas
para o preparo de chás, com indicações terapêuticas bastante amplas. Acredita-se que sirva para o
tratamento de resfriados, pressão alta, ácido úrico,
artrite, colesterol, dermatites, gota e problemas
no fígado, entre outras enfermidades. Mas, como
qualquer medicamento, não se deve utilizá-lo sem
orientação médica.
A identificação das espécies nem sempre é
fácil, devido às suas similaridades morfológicas.
A seguir, apresento algumas informações sobre a
diversidade e sistemática do gênero, assim como
as características da espécie que formava aquele
belíssimo jardim pantaneiro.
Echinodorus decumbens
Kasselm.
Brasil (Piauí)
Echinodorus emersus
Lehtonen
Do Equador à Bolívia
Echinodorus floribundus
(Seub.) Seub.
América tropical
Echinodorus gabrielii
Rataj
Brasil (Pará)
Echinodorus glandulosus
Rataj
Brasil (Ceará, Pernambuco)
Echinodorus glaucus
Rataj
Da região leste da Bolívia ao
centro-oeste do Brasil
Echinodorus grandiflorus
(Cham. & Schltdl.) Micheli
América tropical
Echinodorus grisebachii
Small Trop.
América
Echinodorus heikobleheri
Rataj
Brasil (Roraima)
Echinodorus horizontalis
Rataj
Região sul da América tropical
Tabela 1. Espécies válidas de Echinodorus e suas distribuições geográficas
(fonte: Govaerts, 2007).
Echinodorus inpai
Rataj
Brasil (Mato Grosso)
ESPÉCIES
DISTRIBUIÇÃO
Echinodorus lanceolatus
Rataj
Brasil
Echinodorus berteroi
(Spreng.) Fassett C.
Dos USA à América do Sul
Echinodorus longipetalus
Micheli
Do Brasil à Argentina (Missiones)
Echinodorus bracteatus
Micheli
Da América Central ao Equador
Echinodorus longiscapus
Arechav.
Região sul do Brasil ao nordeste da
Argentina
Echinodorus cordifolius
(L.) Griseb.
Da região centro e sudeste dos USA à
Venezuela
Echinodorus macrophyllus
(Kunth) Micheli
Centro e sul da América tropical
Echinodorus cylindricus
Rataj
Região oeste do Brasil
Echinodorus major
(Micheli) Rataj
Brasil
Figura 3. Detalhe da inflorescência de Echinodorus glaucus sendo visitada por uma abelha
Apis melifera.
Diversidade de espécies
As Echinodorus são macrófitas aquáticas (designação técnica para as plantas aquáticas) que podem ter folhas cordiformes ou lanceoladas. As folhas
ainda podem ser onduladas, como na leopoldina Echinodorus subalatus (Mart. Ex Schult. F.) Griseb, o que
lhes conferem um aspecto muito belo e ornamental.
A família à qual pertencem se chama Alismataceae, que é composta por 11 gêneros e 90 espécies. Essa
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Revista Aqualon
Echinodorus palifolius
(Nees & Mart.) J.F.Macbr.
Brasil (Piauí, Bahia e Minas Gerais)
Echinodorus paniculatus
Micheli
Região leste do México ao centro-sul
da América tropical
Echinodorus pubescens
(Mart.) Seub. ex Warm.
Região nordeste do Brasil ao Pará
Echinodorus reptilis
Lehtonen
Região sul do Brasil ao nordeste da
Argentina
Echinodorus scaber
Rataj
Região centro-sul da América tropical
Echinodorus subalatus
(Mart.) Griseb.
Do México ao sul da America tropical
Echinodorus trialatus
Fassett
Do Panamá ao nordeste do Brasil
Echinodorus tenellus
(Mart.) Buchenau
América tropical e subtropical
Echinodorus trialatus
Fassett
Do Panamá à região nordeste do
Brasil
Echinodorus tunicatus
Small
Da Costa Rica à região oeste da
América do Sul
Echinodorus uruguayensis
Arechav. S.
Do Brasil ao centro-sul do Chile
família é cosmopolita e ocorre em regiões úmidas, encharcadas, tanto em climas temperados, subtropicais
ou tropicais. O gênero Echinodorus Rich. foi descrito em 1815 e atualmente é composto por 31 espécies
(Tab. 1); algumas ocorrem nos Estados Unidos, mas a maioria se encontra na América do Sul.
Em relação à região do Pantanal, Scremin-Dias e colaboradores (1999) listaram as seguintes espécies
para a região de Bonito, bacia do rio Miranda: E. ashersonianus Graebner, E. bolivianus (Rusby) Holm-Niels,
E. grandiflorus (Cham. & Schlecht.) Micheli, E. macrophyllus (Kunth) Micheli, E. tenellus (Mart.) Buch. e E.
cf. uruguayensis Arech. Cabe observar que a primeira e a última espécie não constam no mais recente
levantamento de plantas do Pantanal realizado por Pott & Pott (2000). Neste, foram identificadas 247
espécies de macrófitas aquáticas, das quais nove eram Echinodorus: E. bolivianus (Rusby) Holm-Niels, E.
cordifolius (L.) Griseb, E. grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli subsp. Grandiflorus, E. lanceolatus Rataj,
E. longipetalus Micheli, E. macrophyllus (Kunth) Micheli subsp. Scaber (Rataj) Haynes & Holm-Nielsen, E.
paniculatus Micheli, E. subalatus (Mart.) Griseb. subsp. subalatus, E. tenellus (Mart.) Buch, e E. teretoscapus
Haynes & Hol,-Niels.
Atualmente, E. bolivianus foi transferido para o gênero Helanthium, devendo ser chamado como HeRevista Aqualon
lanthium bolivianum (Rusby) Lehtonen & Myllys. Essa alteração foi feita por Lehtonen & Myllys (2008)
após a análise filogenética (que estuda a relação de parentesco) entre as espécies do gênero. Nesse tipo
de análise se busca o agrupamento de espécies com uma ancestralidade em comum. Como E. bolivianus
não compartilhava esse ancestral com as outras espécies de Echinodorus, foi necessário alocá-lo em outro
gênero chamado Helanthium.
Conforme Govaerts (2007), a espécie E. teretoscapus Haynes & Hol,-Niels. deve ser identificada como E.
glaucus Rataj. Neste caso, verificou-se que ambos os nomes poderiam ser aplicados para a mesma espécie,
ou seja, eram sinônimos, mas como E. glaucus era o mais antigo, teve prioridade. Assim, apesar da espécie
do “nosso” jardim ter sido identificada como E. teretoscapus com o auxílio do livro “Plantas Aquáticas do
Pantanal” (Pott & Pott, 2000), o nome correto é E. glaucus (fig. 4).
Na aparência geral, essa espécie é semelhante a E. lanceolatus Rataj, que tem aproximadamente 40 cm
de altura, folhas lanceoladas e um pendão de flores brancas. Entretanto, difere por apresentar folhas mais
largas e flores com pedúnculos maiores (cerca de 1 cm), além de E. lanceolatus ter as margens das folhas
de coloração avermelhada. O solo onde se encontrava era areno-argiloso e se desenvolvia em pleno sol,
demonstrando que necessita de muita luminosidade. Esta é mais uma espécie de chapéu-de-couro que é
utilizada como erva medicinal. A reprodução pode se realizar por divisão dos rizomas ou por sementes.
Floresce na cheia e frutifica logo após, de junho a agosto. Ocorre do Equador à Argentina, incluindo as
regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil (Pott & Pott, 2000). Devido à sua altura, não é adequada para
Figura 4. Aspecto geral de uma touceira de Echinodorus glaucus.
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aquários, mas deve ser muito bonita em lagos ornamentais.
O Pantanal é uma região que nos possibilita observar essas preciosidades da natureza e nos estimula
a sempre retornar para observá-las. Mesmo que o meu interesse principal esteja relacionado aos peixes,
outros organismos, como as plantas, as aves, os anfíbios, os répteis, os mamíferos e os invertebrados,
sempre tornam a viagem surpreendente. Quem sabe eu tenha mais alguma novidade para apresentar
aos leitores da Aqualon, quando retornar de uma próxima viagem?
Referências
Govaerts, R. (ed.). 2007. World Checklist of Selected Plant Families. Disponível em
http://www.kew.org/wcsp/, acessado em 18/01/2011.
Lehtonen, S. & Myllys, L. 2008. Cladistic analysis of Echinodorus (Alismataceae): simultaneous analysis
of molecular and morphological data. Cladistics, 24: 218-239.
Pott, V. J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Corumbá, Embrapa.
Scremin-Dias, E., Poti, V. J., da Hora, R. C. & de Souza, P. R. 1999. Nos jardins submersos da Bodoquena:
Guia para identificação de plantas aquáticas de Bonito e região. Campo Grande, Editora da UFMS.
Suzuki, R. 2011. Guia de plantas aquáticas. Londrina, Aquamazon.
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anuncio_aqualon_13x10_CURVAS
Revista Aqualon
Betta Splendens
Peixes
Regan, 1910
Por: Cinthia Emerich
Ladiges, 1958
4 Aqualon
Revista
Foto: Cinthia Emerich
por isso, não devem ser mantidos em aquários
comunitários quando em casais. Durante este
período a fêmea apresenta uma coloração
vermelha intensa nas nadadeiras ventrais e
anal, sua padronagem xadrez se transforma em
uma faixa horizontal contínua e se torna muito
agressiva com qualquer ser que considere uma
ameaça a seus filhotes.
Fêmea com ovos
Foto: Cinthia Emerich
Nome Popular: Xadrezinho
Família: Cichlidae
Origem: América do Sul/Bacias do
Rio Negro e Orinoco
Tamanho: Aproximadamente 7
a 8 cm
Comportamento: Nada junto ao
fundo, gosta de se esconder em
tocas e/ou moitas.
Agressividade: Alta com os
semelhantes, pacífico com os
demais.
Manutenção: Aquários acima de
50 litros, com troncos e folhas
fornecendo local para abrigo e
desova.
Temperatura: 26 a 28 ºC
pH: 5.0 a 6.2
Alimentação: Onívoro, aceita de tudo,
complementar a ração semanalmente com
alimentos vivos.
Dimorfismo sexual: O macho é maior, mais
colorido, tem as pontas das nadadeiras afiladas,
apresentando dois filamentos mais compridos na
nadadeira caudal, e o ventre é retilíneo. A fêmea
é menor, possui as pontas das nadadeiras mais
arredondadas, ventre roliço.
Reprodução: Ovíparo, a fêmea irá depositar os
ovos em um local seguro, eles eclodem entre
aproximadamente 24 a 48 horas e após alguns
dias os alevinos já consumiram o conteúdo do
saco vitelino e começam a se alimentar de rações
específicas para alevinos de ovíparos e alimentos
vivos. Os pais cuidam dos filhotes e, justamente
Foto: Chantal Wagner Kornin
Dicrossus filamentosus
Nome popular: Betta, Peixe de
Briga, Combatente
Família: Osphronemidae
Origem: Ásia/Bacia do Mekong
Tamanho: 6,5 cm
Comportamento: Apesar da
fama de “peixes de briga” os
Bettas são tranquilos quando
seu território não está sendo
ameaçado. Machos jamais devem
ser mantidos juntos e casais
apenas na época de reprodução.
Fêmeas podem conviver em um
aquário espaçoso.
Agressividade: Agressivo com a
mesma espécie ou similares.
Temperatura: 24 a 30 ºC
pH: 6.5 a 7.5
Alimentação: Onívoro/Aceita bem qualquer tipo
de ração. Alimentos vivos como enquitréias,
artêmias e daphnias devem ser oferecidos sempre,
para manter a saúde e incentivar a reprodução.
Dimorfismo Sexual: Machos são mais coloridos
e normalmente tem nadadeiras extremamente
alongadas, dependendo da variedade. Fêmeas
sempre têm nadadeiras curtas e cor menos intensa.
Além disso, tem o ventre mais roliço e apresentam
faixas verticais na época de reprodução.
Reprodução: Prepare um pequeno aquário pelado
para reprodução com a coluna d’água baixa.
Escolha um casal, que deve ser mantido separado
e bem alimentado antes de se tentar a reprodução.
A fêmea deve apresentar faixas verticais que
mostram que está disposta a reproduzir e estar
com o ventre volumoso, indicando a presença
de ovos. Coloque-a dentro de um recipiente
transparente (pote ou garrafa), posicione-o no
centro do aquário e introduza o macho, mantendo
a fêmea presa. Coloque um suporte flutuante para
o ninho de bolhas que o macho irá criar, como um
pedaço de isopor. Quando o macho tiver preparado
o ninho e começar a cortejar a fêmea, solte-a e
Por: Chantal Wagner Kornin
observe. Caso ele comece a agredi-la, prenda-a
novamente ou a substitua. Com sucesso, o macho
irá envolver a fêmea em um abraço nupcial, alguns
ovos serão depositados livremente e cairão no
fundo do aquário. Então o macho os irá recolher
com a boca e os colocar no ninho de bolhas. Este
processo se repetirá algumas vezes. Retire a fêmea
do aquário. Os ovos eclodem entre 24 e 48 horas.
Após três dias de nascidos os alevinos consumirão
totalmente o saco vitelino, começarão a nadar
e deverão ser alimentados com infusórios ou
outros alimentos microscópicos. O macho pode ser
retirado do aquário.
Configuração do aquário: São extremamente
resistentes, encontrados em ambientes de água
parada no habitat natural, como plantações de
arroz. O ideal é mantê-los em um aquário plantado
com pouca movimentação da água. Fêmeas podem
ser mantidas juntas ou em aquário comunitário,
se for espaçoso. Machos podem ser mantidos
em aquário comunitário, mas nunca com outros
Bettas. Evite peixes agitados que podem morder
suas nadadeiras e semelhantes que podem ser
confundidos com Bettas, como guppies de cauda
longa. Apesar de serem considerados agressivos,
as brigas não passam de exibição de nadadeiras e
rápidas perseguições, se o aquário for espaçoso e
tiver esconderijos.
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Plantas Aquáticas
Por: Rony Suzuki
Bolbitis heudelotii
Egeria najas
(Fée) Alston, 1934
Planchon, 1849
Família: Lomariopsidaceae
Origem: África
Hábito: Aquática emergente
Tamanho: 15 a 40 cm de altura
Temperatura: 20 a 28 °C
Iluminação: Moderada
pH: 5 a 7
Manutenção: Médio
Crescimento: Lento, a adição
de CO2 ajuda a acelerar o
crescimento.
Propagação: Sua reprodução é induzida através do corte do rizoma,
assegurando-se que o rizoma cortado possua folhas e raízes já desenvolvidas.
Plantio: Parte intermediária do aquário, pode ser fixada em troncos ou
rochas. Nunca se deve enterrar o rizoma.
Folhas emersas
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Planta de rara beleza! Pode-se potencializar sua
beleza fixando-as em troncos ou rochas, onde suas
raízes logo se prenderão a eles, formando uma
moita magnífica. Pelo seu tamanho avantajado,
é aconselhável utilizá-la somente em aquários de
porte médio a grande. Nunca enterre o rizoma no
substrato. A adição de gás carbônico na água melhora
seu desenvolvimento, tanto no tamanho das folhas,
como na quantidade de mudas. Ela tem preferência
por uma água mais ácida, caso suas folhas comecem
a ficar pretas e melar, verifique o pH. No inverno ela se
desenvolve melhor, já no verão pode ser prejudicada
pelo aumento demasiado da temperatura, fazendo
com que as folhas comecem a amarelar e cair,
geralmente se recupera novamente com a chegada
do frio. Tente manter o aquário com uma temperatura
aproximada de 26 °C.
Família: Hydrocharitaceae
Origem: América do Sul
Hábito: Submersa fixa
Tamanho: 50 a 80 cm de altura
Temperatura: 15 a 28 °C
Iluminação: Moderada a intensa
pH: 6 a 10
Manutenção: Relativamente fácil
Crescimento: Rápido
Propagação: A sua reprodução se
dá através do corte e replantio do
ramo.
Plantio: Planta para fundo do aquário. Recomenda-se plantá-la em molhos
com 2 ramos e espaçamento de 4 cm entre eles.
Essa planta é muito parecida com a Egeria densa, porém, é mais delicada e quebradiça.
Para um melhor aproveitamento no layout ela deve ser plantada em grupos na parte de
trás do aquário. Por ser uma planta que cresce bastante, deve ser plantada somente em
aquários de grande porte. Após algumas podas deve-se replantar os ponteiros no lugar
das antigas, porque a parte traseira aos poucos vai enfraquecendo com a sucessão de
podas. Com esses replantios elas permanecerão muito mais tempo saudáveis e fortes.
Close do ponteiro
Flor
Revista Aqualon
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Visita à Piraporanga
Por: Americo Guazzelli • Fotos: Equipe Aqualon
Continuando a nossa série de matérias sobre as empresas de
Suzano-SP – Revista Aqualon 14- que produzem peixes e plantas para aquários e lagos, tentaremos transmitir um pouco
do que encontramos na Piraporanga Comércio de Produtos Ornamentais Ltda, tradicional produtora de carpas
maravilhosas. A origem do termo PIRAPORANGA é a
união dos termos: PIRÁ: designação genérica de “peixe” em tupi e PORANGA: termo indígena que significa
“bonito”.
Essa empresa foi fundada em 18/07/90 pelo
Sr.Haruki Tanabe, mas a criação teve início já na década de 80 com lebistes, discos, bettas, kinguios de raça,
nishikigois e outros tropicais. Engenheiro Mecânico de
formação, Sr. Tanabe trabalhou durante 10 anos na sua
profissão. Desde o tempo de estudante mantinha vários
aquários em sua casa. Gostou tanto do hobby que largou o
emprego de engenheiro para se dedicar aos peixes, tornando
criador profissional e especialista em Nishikigoi, desenvolvendo
várias técnicas de reprodução de peixes ornamentais. E para aprimoramento na criação de Nishikigois, o Sr. Haruki Tanabe fez estágio no Japão, mantendo contato até hoje com os mestres.
Leonardo Naoki Tanabe, seu filho, nascido em meio a essa dedicação, herdou o amor aos peixes e também o conhecimento de
18
seu pai. “Sempre “ajudava” (não sabia se atrapalhava mais do que ajudava) em tudo na criação,
desde alimentar os peixes, selecionar, limpar, e o que eu mais gostava e gosto até
hoje, saía com meu pai para ir aos atacadistas e outros criadores para comprar
peixes para a loja.”
Leonardo Naoki Tanabi e Sr. Haruki Tanabe
Revista Aqualon
O domínio que Leonardo tem no trabalho que
desenvolve com seus pais
surgiu naturalmente pela
grande admiração que
tem pelas carpas, pela beleza característica delas,
pois é única para cada
carpa por haver inúmeras
estampas e cores, além da
tranquilidade proporcioKinguios de raça
nada pelo trabalho com
peixes. A Piraporanga foi a
primeira empresa na criação de Acará Disco Turquesa e Linhagem
Red Top de Acará Bandeira, no Brasil. Fotos
destas criações foram publicadas na Revista
Fish Magazine no Japão em 1986. Além da
introdução contínua de matrizes de Nishikigoi do Japão, introduziram também matrizes de Kinguios de raça, Tetra Congo, Maçãzinha, Guppies (Glass Tail Azul) etc.
Tanques de alevinagem
Revista Aqualon
O trabalho é desenvolvido pela família, além de um funcionário.
Na loja, trabalham com peixes como discos, acaris, importados,
carnívoros, ciclídeos, tropicais, kinguios e nishikigois. No total são
em torno de 60/80 espécies de peixes ornamentais à venda, sendo que apenas as Nishikigois são de produção própria. O atendimento destina-se principalmente ao varejo, com maior incidência
dos amantes de Nishikigois. Leonardo diz que geralmente o cliente
vem escolher, como não há desenhos (estampas) iguais, ele escolhe o peixe que atenda ao seu desejo. Que os clientes estão cada
vez mais exigentes, o que é bom, pois procuram por peixes melhores e mais valorizados. E para isso eles estão adquirindo mais
conhecimento, estudando mais.
Utilizando água de poço, em 30 tanques, a Piraporanga reproduz
por volta de 30 variedades de carpas, com capacidade para produzir
de 600.000 a 1.200.000 larvas por ano. Através da
reprodução natural, são produzidos entre 500.000
e 1.000.000 de alevinos, sendo que apenas entre
0,5 e 2% destes são selecionados. Informam que
as dificuldades apresentadas são principalmente
a seleção dos nishikigois para obter exemplares
de alta qualidade, a busca do nishikigoi perfeito, e
os cuidados e a atenção constante com a qualidade da água, além da burocracia que envolve sua
comercialização.
As matrizes são selecionas e escolhidas a dedo
para a reprodução. A seleção começa desde os
alevinos, onde já é possível ter uma idéia de quais
peixes tem um potencial maior de se tornar um
nishikigoi de alta qualidade. Um nishikigoi para chegar ao ponto
de se tornar um reprodutor leva em torno de 3 a 4 anos. A escolha
dos peixes para a reprodução tem como base obter maior probabilidade de surgir peixes mais belos, portanto, só utilizam os melhores. Leonardo costuma participar todos os anos das exposições
de Nishikigois e informa que um peixe pode chegar a R$ 20.000.00
aqui no Brasil, e que este pode viver em torno de 60 anos.
Nishikigois são carpas ornamentais, coloridas ou estampadas,
que surgiram por mutação genética das carpas comuns, cyprinus carpio, na região de Niigata (no Japão), e que no período de
19
1804 e 1829 foram multiplicadas pelos piscicultores da região que
aperfeiçoaram suas características.
Através de mutações genéticas e cruzamentos, conseguiu-se
obter carpas lindíssimas, com colorações e estampas mais diversas possíveis. No entanto, o Nishikigoi não é simplesmente um
peixe ornamental.
O termo Nishikigoi é composto de “Nishiki” = brocado, êxito
na vida, e “Goi” (ou Koi) = carpa. Realmente existe Nishikigoi que
parece estar vestindo roupa de brocado. No seu habitat a carpa
desafia e vence cascatas, fato que metaforicamente leva seu dono
a ser considerado uma pessoa de sucesso.
Existe associação no Japão para promover exposições, concursos e leilões no Japão, assim como a que promove eventos internacionais. No Brasil temos a Associação Brasileira de Nishikigoi,
desde 1978.
Além das informações técnicas que recebemos durante a visita, não há como deixarmos de mencionar a sensação maravilhosa
que é estar em um ambiente agradável como o desta empresa.
2
1
3
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5
Foto: Piraporanga
Sr. Haruki Tanabe (esquerda) recebendo a premiação com o
Juíz Principal Toyohiro Hayashi, vindo do japão para o julgamento.
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Fotos: Piraporanga
Nishikigois campeãs criadas pela Piraporanga, na
31.ª EXPOSIÇÃO BRASILEIRA DE NISHIKIGOI - 2012
1 - Campeão geral - Taisho Sanshoku
2 - Campeão A 25bu - shiro utsuri
3 - Campeão B 20bu - ghinrin shiro utsuri
4 - Campeão B 50bu - Ghinrin Kohaku
5 - Campeão A 50 bu - kohaku
Revista Aqualon
Fomos muito bem recebidos, a Equipe Aqualon e os amigos aquaristas que lá nos encontraram. Um momento de contemplação da
natureza entre amigos. Na loja encontramos espécies de peixes
nos aquários que fariam com que qualquer aquarista as levasse
para casa, mesmo tendo que ampliar o número de aquários para
tal finalidade. No lado externo da loja existem duas fileiras de tanques de alvenaria com uma passagem entre eles. Ali pudemos
admirar as carpas nos mais diversos tamanhos e cores, um colorido que salta aos olhos. O mais impressionante é a quantidade
de peixes reunidos em um único local, muito diferente de nossos
aquários.
Na parte interna da empresa, junto à residência da família Tanabe, em meio a belas árvores e orquídeas, ficam os tanques com as
matrizes, separadas por
sexo, onde aguardam o momento da escolha dos casais
para reprodução. Também
ali ficam os tanques menores
onde ocorrem as desovas e o
desenvolvimento das larvas.
Tanques com carpas para venda
Revista Aqualon
Uma quantidade ainda mais impressionante que a encontrada
nos tanques de venda.
Pudemos verificar que realizam um trabalho
criterioso,
permeado pela dedicação e amor ao
que fazem. Como
fruto, os mais belos exemplares já
encontrados pela nossa equipe. Parabéns, família Tanabe.
Grande trabalho!
Tanques de matrizes
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Esquerda para direita: Evandro, Guazzelli, Leonardo, Sr. Haruki Tanabe, Rony e Fabio
A Piraporanga participa da ABN - Associação Brasileira de Nishikigoi, desde 1978, onde Haruki Tanabe é um dos fundadores (e único que atua até
hoje), sendo titular do departamento técnico há muito tempo.
Serviço:
Piraporanga Comércio de Produtos Ornamentais Ltda
http://www.tanabe.com.br; //www.nishikigoi.com.br
Rua Avelino Mariano Pena, 151
(antiga estrada do Caulim)
Entrada pela Rodovia Índio Tibiriçá, Km 58 (nº 13220)
Bairro das Palmeiras
Suzano - SP
CEP 08630-180
Horário de Atendimento: 09:00~16:00h
Foto: Piraporanga
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Crédito: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nishikigoi
Revista Aqualon
A PESCA DE PEIXES ORNAMENTAIS AMAZÔNICOS,
PONTOS CRÍTICOS E SOLUÇÕES.
Por: Rudã Fernandes Brandão Santos e Rodrigo Yudi Fujimoto • Fotos: Rony Suzuki
O extrativismo de peixes ornamentais ou pesca ornamental, como é chamada, desenvolveu-se na Amazônia no início do século passado em uma região localizada entre a Colômbia,
Brasil e Peru (BARTHEM et al., 1995). Nas últimas décadas, em algumas áreas da região amazônica, ela passou a ser a principal fonte de renda e emprego para milhares de pessoas que,
direta ou indiretamente, subsistem da extração dos peixes vivos, principalmente para venda
aos mercados aquariofilistas nacional e internacional (PRANG, 2004).
A comercialização de peixes ornamentais nessa região é de fundamental importância,
sendo responsável pela manutenção e subsistência de grande parte das comunidades pesqueiras de pequenas cidades de países como o Brasil, Colômbia e Peru (PRANG, 1996; 2001;
AJIACO-MARTINEZ et al., 2001; MONTENEGRO-PENAGOS et al., 2001; JUNK et al., 2007).
Na Amazônia, dois estados brasileiros se destacam: o Amazonas e o Pará. Segundo Anjos
(2009), no Estado do Amazonas a pesca ornamental movimenta uma renda anual de cerca de
US$ 2.900.000 a US$ 3.600.000 (IBAMA, 2007), sendo responsável pela geração de mais de
dez mil empregos diretos e indiretos, predominantemente informais (PRANG, 2001; PRANG
e THOMÉ-SOUZA, 2001), e ocupando o lugar de terceiro maior produto extrativista explorado do Estado do Amazonas, atrás somente da indústria madeireira e da castanha do Brasil
(SOUZA, 2001).
O Pará é o segundo maior EXPORTADOR de peixes ornamentais da região, contribuindo
com 37,2% das exportações totais do País, sendo comercializadas anualmente 150 espécies
dulcícolas, estuarinas e flúvio-estuarinas, oriundas de vários municípios, e o principal centro
produtor do mundo de peixes ornamentais da família loricariidae (Gonçalves et al., 2009).
No Pará, essa atividade é realizada em 7 bacias de drenagem que configuram as sub-regiões hidrográficas do Estado (www.sectam.gov.pa, 2008), as quais são: Araguaia, Tocantins,
Revista Aqualon
Xingu, Tapajós, Amazonas, Guamá e Gurupi. Porém, dados apontam uma redução do número
de áreas de atuação da pesca ornamental no Estado, que era de 70 municípios e hoje, após
uma redução próxima a 70%, permanece somente em 21 municípios (TORRES et al., 2008).
Essa redução no número de municípios onde a pesca de peixes ornamentais é realizada
ocorre devido a problemas estruturais que a cadeia de peixes amazônicos enfrenta.
Entre eles, pode-se citar: o aumento da concorrência devido ao avanço tecnológico da piscicultura de muitas espécies de peixes ornamentais amazônicos em vários países, principal-
Acari Zebra, criado na Alemanha
23
mente asiáticos que já reproduzem
varias espécies que, em sua maioria,
possuem alto valor comercial, como o
acará-disco e acará-bandeira (Cichlidae), néon-tetra (Characidae), arraia
(Potamotrigonidae),
corredoras
(Callichytidae), além de vários tipos
de acaris (Loricariidae), dentre eles
o ameaçado acari zebra, endêmico
do médio rio Xingu CHAPMAN et al.
(1997, 1998), OLIVIER (2001) e RIAcará Disco
BEIRO et al. (2009); e a concentração
do esforço de pesca sobre algumas
espécies com alto valor comercial,
que geralmente apresentam resiliência baixa e um número reduzido
de filhotes, além de, muitas dessas
espécies, possuírem distribuição restrita e estarem sujeitas a pressão de
pesca localizada (WOOD, 2001).
Embora não haja indícios claros
de que a pesca ornamental esteja
impactando os estoques da região,
a sobrepesca de algumas espécies é
Arraia
uma preocupação. E espécies como o
acari zebra e as arraias foram proibidas de serem comercializadas, a fim de serem realizadas avaliações quanto às condições de
sua exploração (TORRES et al., 2008).
Outras situações alarmantes ocorrem no mercado de peixes ornamentais devido à exploração desordenada que resulta na redução drástica dos estoques genéticos, acompanhada
do perigo iminente da perda dessa indústria extrativista, bem como de prejuízos na estrutura socioeconômica da região onde está inserida (Oliver, 2001).
A falta de uma infraestrutura logística adequada que evite manejos inadequados nos
elos da cadeia, da captura à comercialização, é observada e questionada por muitos. Isso
se reflete com clareza na falta de estrutura adequada para armazenamento e transporte.
Além disso, há várias entidades ambientalistas e grupos internacionais ligadas ao “bem-estar” de animais, especialmente na União Européia, que tratam da comercialização de animais silvestres, incluindo os peixes ornamentais, como “quase um crime ambiental” (ANJOS
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et al., 2009).
Esse tipo de preocupação já pode ser observado através de políticas de algumas empresas
e organizações. A OFI (Ornamental Fish International) possui um código de ética segundo o
qual a prioridade das empresas deve visar o respeito ao bem-estar animal em todas as fases
da cadeia de comercialização de peixes. Outro exemplo são alguns sites e fóruns que disponibilizam em suas páginas listagens de peixes que são proibidos de comercialização no Brasil e
recomendam a não aquisição dos mesmos.
Ou seja, hoje há uma tendência de conscientização dos consumidores em todos os segmentos econômicos. Godelman (2009) afirma que é crescente a tendência de processos de
ecocertificação de pescarias impulsionados pela maior consciência dos consumidores em
relação a impactos ambientais que a atividade causa e pela necessidade de grandes corporações apresentarem para seus clientes uma imagem de compromisso com o meio ambiente.
Sendo assim, esforços devem ser centrados em fazer uso sustentável deste recurso natural, apoiando-se no respeito aos limites toleráveis de exploração das espécies, na viabilidade
econômica do empreendimento e na atenção às necessidades sociais do grupo de atores envolvidos (QUEIROZ & HERCOS, 2009).
A incorporação dessas atitudes no dia-a-dia possibilita que, a médio prazo, nossos peixes
tenham uma identidade atrelada a uma cadeia sustentável, preocupada com os organismos,
com os ambientes e os seus atores, sobretudo os ribeirinhos. A partir daí teremos um produto
típico e que articule três conceitos: qualidade, diferenciação e território (floresta amazônica) e atrelado culturalmente a costumes e modos de vida (ribeirinha) existentes (ALBERT &
MUÑOS, 1996).
Assim, em prazo futuro, a diferenciação dos peixes ornamentais produzidos na Amazônia
deve ser feita a partir de um mecanismo eficiente, com o uso de selos e certificados (podendo ser selos de sanidade dos organismos comercializados, selos sócios ambientais ou o mais
utilizado, o de denominação de origem), que transmitem ao consumidor a credibilidade do
produto e minimizam a assimetria informacional existente entre as partes (BARZEL, 1982
apud referencia). Os pescadores de Barcelos iniciaram esse ano o processo de implantação
com o apoio do professor Chao.
Essa certificação permite uma maior rentabilidade, pois os consumidores (aquaristas)
estão dispostos a pagar um preço maior por produtos ecologicamente corretos, oriundos do
comércio justo, por meio do qual a compra do organismo manejado significa melhorar a vida
de pescadores tradicionais e ajudar a conservação das florestas (Pykäläinen, 2004).
Assim, para que isso ocorra, pesquisas devem ser realizadas para que se promova a melhora de manejo e, consequentemente, melhor qualidade de vida aos organismos cativos,
desde o correto manejo de captura até estudos sobre a saúde e bem estar do animal, além de
evitar disseminações de doenças para outros países.
Concomitantemente a essas ações, a criação desses peixes ornamentais também é uma
Revista Aqualon
Tetra Cardinal
alternativa, e ambas as atividades não são excludentes uma da
outra. A criação de peixes com
alto valor comercial e de demanda estável ou em crescimento no
mercado internacional é uma
opção viável, uma vez que a atividade da pesca ornamental em
muitas regiões da Amazônia não
é realizada o ano todo. Logo, o
cultivo dessas espécies possibilitaria fonte de renda por todo o
ano e, também, a regularidade
de oferta dos peixes no mercado consumidor.
Esses procedimentos em conjunto se tornam interessantes, pois boa parte dos consumidores acredita que a aquisição de peixes oriundos do extrativismo prejudica esses
animais, já que aumenta a pressão de pesca sobre a espécie, o que diminui suas chances
de conservação ( Pykäläinen, 2004).
No mundo, a maioria dos peixes ornamentais comercializados advém da atividade
aquícola, que apresenta vantagens do ponto de vista ambiental, pois as espécies são cultivadas em estruturas geralmente com recirculação de água, sistema que impede a fuga
e que também não favorece a incidência de pressão sobre as populações naturais. Além
disso, gera renda e empregos diretos e indiretos, o que agrega valor ao peixe produzido
em condições salubres e sustentáveis.
A exclusão de uma ou outra atividade pode promover redução da participação do Brasil no mercado mundial desses animais. A conscientização e busca por sustentabilidade,
tanto na pesca quanto na aquicultura, são essenciais para a consolidação desse nicho de
mercado no Brasil.
Rudã Fernandes Brandão Santos é Engenheiro de pesca, UFPA, e gerente de produção
e desenvolvimento de produtos da Poytara Indústria e Comércio de Rações. Desenvolve
pesquisas em manejo, nutrição e sanidade de peixes ornamentais.
[email protected]
Rodrigo Yudi Fujimoto é zootecnista e Dr. em aquicultura pelo CAUNESP, atualmente
é pesquisador A da Embrapa Tabuleiros Costeiros, realizando pesquisas em sanidade e
bem estar de peixes ornamentais.
[email protected]
Revista Aqualon
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EXPEDIENTE
Revista Aqualon é uma publicação da Aqualon - Aquarismo em Londrina. Com distribuição gratuita, visa divulgar o aquarismo em todos os seus segmentos, desde
os aquários propriamente ditos até os aspectos ecológicos que o hobby abrange.
Seja um aquarista consciente
Foto: Rony Suzuki
• Não solte peixes, plantas ou qualquer outro
animal aquático nos rios ou lagos. A soltura
desses animais pode causar impactos ambientais muito sérios, prejudicando fauna e
flora nativa!
• Não superalimente os seus peixes, pois o
excesso de alimento pode poluir a água do
seu aquário.
• Não compre rações vendidas em saquinhos
plásticos transparentes. A luz retira todas as
vitaminas e proteínas da ração. Estas também não possuem prazo de validade. Procure comprar rações de boa qualidade que você
notará a diferença na saúde de seus animais.
• Não Superpovoe o aquário, pois o excesso
de peixes debilitará todo o sistema de filtragem do aquário, podendo levar seus peixes
à morte.
• Não compre peixes que estejam em aquários que tenham peixes doentes ou mortos.
Eles podem transmitir doenças para todos
os peixes que você já possui em seu aquário.
• Seja observador. É preciso conhecer o
comportamento dos habitantes de seu
aquário para se antecipar aos problemas
que possam surgir.
• Não compre peixes por impulso. Pesquise
antes a respeito da espécie. Muitas podem
ser incompatíveis com o seu aquário, seja por
agressividade, parâmetros da água ou tamanho do aquário.
• Lembre-se: Peixes são seres vivos e não
mercadorias que podem ser descartadas a
qualquer momento. Preserve a vida!
• Não coloque juntas espécies de peixes de pH
diferentes. Certamente uma delas será prejudicada, podendo adquirir doenças e contaminar todo o restante.
• Não inicie o hobby se não estiver disposto a
dispensar os cuidados básicos que os peixes
exigem. Com pouco tempo de dedicação obterá sucesso e isto se transformará em lazer.
• Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos usar a internet como uma forte
aliada para alcançar um aquarismo saudável e consciente. Temos vários sites/
fóruns que pregam a prática correta do
aquarismo. Citaremos apenas alguns dos
mais confiáveis, em ordem alfabética:
www.aquaflux.com.br
www.aquahobby.com
www.aquaonline.com.br
www.forumaquario.com.br
Editor: Rony Suzuki
Coordenação: Americo Guazzelli e Rony Suzuki
Projeto gráfico e diagramação: Evandro Romero e
Rony Suzuki
Periodicidade: Trimestral
Tiragem: 2500 exemplares
Revisão: Americo Guazzelli
Fotografia: Americo Guazzelli, Anísio Feliciano da Silva,
Chantal Wagner Kornin, Cinthia Emerich, Fabio Yoshida,
Oscar Akio Shibatta, Rony Suzuki, Sandra M. Feliciano
da Silva.
Colaboraram nessa edição: Americo Guazzelli, Chantal Wagner Kornin, Cinthia Emerich, Haruki Tanabe,
Leonardo Naoki Tanabe, Oscar Akio Shibatta, Rodrigo
Yudi Fujimoto, Rony Suzuki, Rudã Fernandes Brandão
Santos, Sandra M. Feliciano da Silva.
Para anunciar na revista: [email protected]
(43) 3026 3273 - Rony Suzuki
Colaborações e sugestões: somente através do E-mail:
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