Histórico dos assassinatos em conflitos no campo no Brasil em

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Histórico dos assassinatos em conflitos no campo no Brasil em
Histórico dos assassinatos em conflitos no campo no Brasil em 2015
AMAZONAS
Iranduba – Comunidade Portelinha/Ramal Serra Baixa – 12/08/2015
Maria das Dores dos Santos S. Priante, "Dora" – 52 anos – Liderança: Sequestrada em sua própria residência. Em seguida,
torturada e assassinada a tiros. A vítima já vinha sendo ameaçada de morte e registrou vários boletins de ocorrência. Denunciava a
venda ilegal de lotes destinados à reforma agrária, na localidade Portelinha/Ramal Serra Baixa, lugar em que morava. Principal
suspeito do crime: Adson Dias da Silva, “Pinguelão”.
BAHIA
Ilhéus – Serra do Padeiro/Povo Tupinambá – 01/05/2015
Adenilson da Silva Nascimento, "Pinduca" – 54 anos – Liderança Indígena: Assassinado a tiros por pistoleiros, na região de
Serra das Trempes, área disputada há anos por indígenas e fazendeiros. Na hora do crime, Adenilson estava acompanhado da
esposa, duas filhas e um filho (crianças entre 1 a 11 anos). A mulher foi atingida nas pernas e nas costas, mas não morreu. As
crianças saíram ilesas. A quantidade de tiros foi tanta que a equipe do Departamento de Polícia Técnica (DPT) não teve condições
de identificar a totalidade dos disparos.
MARANHÃO
Itapecuru Mirim – Mata de São Benedito – 23/04/2015
Antônio de Cipriano, Liderança Quilombola: Denunciava a ação de empresas que jogavam dejetos industriais no território
quilombola Mata de São Benedito, contaminando a terra e os rios. A investigação policial concluiu que sua morte foi em
consequência de atropelamento. A União das Associações de Comunidades Negras Rurais Quilombolas de Itapecuru Mirim
contesta esta conclusão, pois há claras suspeitas de que tenha sido atropelamento criminoso relacionado às denúncias que fazia.
Codó - Povoado Vergel/Vegel/Faz. Boa Esperança - 24/12/2015
Antônio Isídio Pereira da Silva – 52 anos – Liderança: Encontrado morto por familiares, no Povoado Vergel; o corpo apresentava
estado avançado de decomposição. Estava desaparecido desde o dia 20/12/2015. Há anos sofria ameaças de morte, por causa de
conflitos de terra.
Amarante do Maranhão – Povoado Belo Monte 3 – 30/06/2015
Zilquênia Machado Queiroz e Raimundo Pires Ferreira – Posseiros: O assassinato está relacionado à disputa pela terra entre
posseiros e especuladores imobiliários que investem no Povoado Belo Monte 3. O conflito foi estimulado por um fazendeiro local
(nome não mencionado). A situação se agravou pela impossibilidade de aquisição da terra em litígio pelo Programa Nacional de
Crédito Fundiário.
Bom Jardim – Rio da Onça/Pov. Brejinho/Rebio do Gurupi - 25/08/2015
Raimundo Santos Rodrigues – 54 anos – Ambientalista: Conselheiro do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade), desde 2012, na Rebio do Gurupi, local em que morava, mais especificamente no Povoado Brejinho/Rio da Onça.
Assassinado em emboscada perto de sua residência. Ele denunciava madeireiros ilegais na região do Vale do Pindaré e recebia
ameaças de morte por defender a preservação da floresta.
Centro do Guilherme –T. I. Alto Turiaçu - 26/04/2015
Eusébio Ka'apor – 42 anos – Indígena: Assassinado a tiros por pistoleiros, quando voltava para casa (Aldeia Xiborendá, T. I. Alto
Turiaçu). De acordo com indígenas, os responsáveis pelo crime são madeireiros do município de Centro do Guilherme, revoltados
com as ações de autofiscalização e vigilância territorial iniciadas pelos Ka'apor, desde 2013. Eusébio era um dos nomes de uma
suposta "lista de execução" dos madeireiros.
MATO GROSSO
Brasnorte - T. I. Enawenê-Nawê/Adowinã/Rio Preto - 24/10/2015
Daliameali Enawenê – 19 anos – Indígena: Assassinado durante bloqueio da MT-170 realizado por indígenas da etnia EnawenêNawê, entre Juína e Brasnorte, que reivindicavam melhorias na estrada de acesso à sua aldeia. Simultaneamente à ação indígena,
fazendeiros e caminhoneiros interditaram outro trecho da mesma rodovia, protestando contra a cobrança de pedágio feita pelos
índios. Houve desentendimento entre os grupos. Daliameali Enawenê foi atingido por disparo de arma de fogo no local. Morreu
horas depois, em consequência dos ferimentos.
MATO GROSSO DO SUL
Antônio João – Nhanderu Marangatu/Fronteira/Morro Alto/Ita BSB/PequiriSta. Creuza/Primavera/Pedro/Barra/Soberania 29/08/2015
Semião Fernandes Vilhalva – 24 anos – Indígena: Assassinado a tiros na fazenda Fronteira, área que incide sobre o território
Nhanderu Marangatu, homologado por decreto presidencial no ano de 2005, porém a pedido de fazendeiros teve efeito suspenso
pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O crime ocorreu no contexto da reação dos ruralistas que se organizaram para expulsar à
força os Guarani-Kaiowá que haviam retomado o território no dia 22/08/2015, por estarem cansados de esperar por uma solução
para o conflito.
PARÁ
São Félix do Xingu - Complexo Divino Pai Eterno/Acamp. Novo Oeste - 06/11/2015
Osvaldo Rodrigues Costa – Sem-Terra: Assassinado durante ação de sete pistoleiros disfarçados de policiais federais no
acampamento Novo Oeste, terra pública que incide sobre o Complexo Divino Pai Eterno. Cerca de 140 famílias, acampadas no local
reivindicavam a área para a reforma agrária. Nesse contexto, oito pretensos proprietários do Complexo, estão em confronto direto
com as famílias, tentando expulsá-las e ameaçando de morte as lideranças da Associação constituída na localidade.
Tucuruí – Faz. Petrópolis/Gleba 12 – 14/06/2015
José Osvaldo Rodrigues de Sousa – 49 anos – Sem-Terra: Assassinado por pistoleiros, após dois dias de terror às 120 famílias
acampadas na fazenda Petrópolis. Os trabalhadores sem-terra aguardam há 13 anos a regularização da área que está em disputa
com o senhor Tarcísio Antônio Strapasson, suposto proprietário que, porém, nunca apresentou o documento do imóvel.
Floresta do Araguaia – Fazenda do Batata - 14/01/2015
Marcus – Trabalhador Rural: Assassinado com um tiro no peito quando foi cobrar do patrão (nome não mencionado) pelo tempo
de serviço trabalhado. Cosmo, outro trabalhador, estava com Marcus, presenciou o crime e fugiu com medo de também ser
assassinado.
Conceição do Araguaia – Fazenda Estiva - 17/02/2015
Washington Miranda Muniz – 42 anos; Leidiane Souza Soares – 30 anos; Júlio César Souza Muniz – 11 anos; Wesley
Washington Sousa Barros – 14 anos; Samylla Letícia Souza Muniz – 12 anos; Matheus Sousa Barros – 14 anos. – As seis
vítimas são de uma família Sem-Terra: O casal, três filhos e um sobrinho, foram assassinados a tiros e golpes de facão. A causa
dos crimes está relacionada à disputa de lotes destinados à reforma agrária. Consta que os irmãos “Oziel” e “Oliveira” que haviam
abandonado a área do litígio e, depois de ocupada pela família de Washington, retornaram à área. Investigações da Polícia Civil
apuram se o INCRA orientou as vítimas a ocuparem o lote, mesmo ele não estando legalizado. O processo de regularização dessa
área tramita na Justiça há cinco anos.
São Félix do Xingu - Fazenda Santa Terezinha - 15/05/2015
João Miranda – 35 anos – Sem-Terra: Assassinado a tiros. Vítima de emboscada, juntamente com a esposa Cleonice Araújo, a
qual mesmo ferida conseguiu fugir e se esconder. O crime está relacionado à luta pela desapropriação da fazenda Santa Terezinha,
local em que o casal estava acampado desde o ano de 2013, com outras famílias ligadas à Fetagri.
Anapu - Gleba Bacajá/Lote 46/ Faz. Sta. Rita - 10/10/2015
Hércules Santos de Souza – 17 anos – Sem-Terra: Filho de ocupantes do lote 46, assassinado a tiros, em Anapu, ao sair de uma
festa, por quatro homens em duas motos. Crime com característica de pistolagem e relacionado à grilagem de terras públicas em
Anapu, por fazendeiros. As famílias sem-terra reivindicam a área para a reforma agrária.
Anapu - Gleba Bacajá/Lote 83/Mata Preta
Os cinco assassinatos abaixo estão relacionados ao Conflito no Lote 83, da Gleba Bacajá/Mata Preta, área pública – que deveria ter
sido destinada para Reforma Agrária, por não terem sido cumpridos os termos do CATP (Contrato de Alienação de Terras Públicas)
e está nas mãos de fazendeiros. Os pretensos donos do lote 83 são Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, condenado como um dos
mandantes da morte de Irmã Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, e os grileiros Derby Antônio da Rosa e um tal Zé Iran. Os
assassinatos foram executados fora da área em disputa para não serem relacionados a conflitos agrários. Pistoleiros, muitas vezes
com o apoio de policiais e funcionários públicos, ameaçam as famílias do lote 83 que lutam pela reforma agrária e denunciam a
retirada ilegal de madeira na região.
Edinaldo Alves Moreira, "Lourinho" – Sem-Terra: Assassinado a tiros no dia 05/07/2015 na saída de uma festa logo depois de ter
chegado a Anapu, vindo do Lote 83, por uma pessoa em uma moto.
Jesusmar Batista Farias, "Suis" – Sem-Terra: Assassinado a tiros em 11/08/2015 logo depois de chegar do Lote 83 onde fora
visitar cinco irmãos e um sobrinho. Ele já vinha recebendo ameaças de morte desde 25/05/2015, quando três homens entraram em
sua oficina de motos e falaram que ele iria morrer caso continuasse a ajudar as pessoas do Lote 83.
Cosmo Pereira de Castro – Sem-Terra: Assassinado no dia 22/08/2015 em um bar pelo pai do grileiro Derby Antônio Rosa. A
causa do crime está relacionada ao fato de a vítima manifestar que apoiava as ocupações e a luta das famílias da Gleba Bacajá, por
se tratar de área pública.
José Nunes da Cruz, "Zé da Lapada" – Sem-Terra: Assassinado a tiros em 27/10/2015 por dois homens em um moto. Era uma
das principais lideranças na ocupação do Lote 83.
Cláudio Bezerra da Costa, "Ivanzinho" – Sem-Terra: Assassinado a tiros por dois homens em uma moto no dia 31/10/2015 no
acampamento formado na fazenda São Jorge, local em que morava. Ele apoiava as famílias na ocupação do Lote 83.
Anapu - Gleba Bacajá/PDS Esperança/Caso Dorothy - 17/11/2015
Wislen Gonçalves Barbosa – Funcionário Público: Contratado pelo INCRA para trabalhar na guarita de acesso ao PDS
Esperança. O Ministério Público Federal investiga a ligação deste crime com os outros ocorridos na região por causa da grilagem de
terras públicas e da retirada ilegal de madeira na região. Trata-se da mesma área em que Irmã Dorothy foi assassinada há 10 anos.
Vitória do Xingu - Sítio Pimental/UHE de Belo Monte/Belo Sun Mineração/PAC - 18/05/2015
Daniel Vilanova Dias – 41 anos; Leidiane Drosdroski Machado – 28 anos – Atingidos por Barragens: Homicídios ocorridos
durante manifestação na BR-230, km 55, em Vitória do Xingu, quando estavam presentes cerca de 650 atingidos pela UHE Belo
Monte (pescadores e ribeirinhos), que reivindicavam serem reconhecidos como atingidos pela Norte Energia. Um carro furou o
bloqueio e atropelou três manifestantes. Dois morreram. Os manifestantes denunciaram que a rodovia não estava bloqueada na
hora do crime. O motorista teria acelerado exatamente em direção ao grupo de manifestantes.
PERNAMBUCO
Pesqueira - T. I. Xucuru - 08/10/2015
José Aldenício da Silva – 56 anos – Indígena: Assassinado a tiros, em emboscada na Aldeia Massaranduba, T. I. Xucuru, em
Pesqueira. O conflito na área se agravou no ano de 2015. Há seis anos existe um impasse quanto à propriedade dessa área.
RONDÔNIA
Buritis - Assassinato de Delson Mota - 15/07/2015
Delson Mota, "Capixaba" – Liderança: Assassinado a tiros. Liderava a luta por terra na região. Crime com característica de
pistolagem. O caso foi encaminhado para investigação junto à Polícia Civil, que ainda não tem pistas dos responsáveis pelo
homicídio.
Machadinho d´Oeste - Assent. Santa Maria II/Acamp. Fortaleza/Sítio Alto Alegre - 12/04/2015
Fábio Carlos da Silva Teixeira – 30 anos – Sem-Terra: Assassinado a pauladas. Homicídio ocorrido no contexto de conflito
resultante da apropriação indevida de lotes destinados à reforma agrária. Desde o ano de 2014, cerca de 55 famílias resistem no
Acampamento Fortaleza, pedindo que a área seja regularizada.
Monte Negro - Faz. Fluminense/Acamp. Luís Carlos/Linha 25/Gleba Rio Alto - 22/11/2015
Terezinha Nunes Meciano – 57 anos; Anderson Mateus André dos Santos, "Índio" – 33 anos – Lideranças: Terezinha e seu
companheiro, Anderson, conhecido por Índio, eram lideranças da Liga dos Camponeses Pobres, e foram assassinados a tiros e
machadadas, em sua própria residência, no Acampamento Élcio Machado, na Linha C-30, em Monte Negro, divisa com Buritis. O
duplo homicídio está relacionado à luta pela terra na região.
Monte Negro - Faz. Fluminense/Acamp. Luís Carlos/Linha 25/Gleba Rio Alto - 31/12/2015
Lucas da Costa Silva – 24 anos – Sem-Terra: O homicídio ocorreu quando a vítima saiu para pescar na represa da fazenda
Fluminense. Crime, ao que tudo indica praticado por pistoleiro, a mando do pretenso proprietário da fazenda. As famílias haviam
sido expulsas da área do Acampamento Luiz Carlos no dia 12/11/2015 e o fazendeiro ameaçou matar quem permanecesse no local.
Alto Paraíso - Faz. Formosa/Acamp. 10 de Maio - 27/01/2015
José Antônio Dória dos Santos, "Zé Minhenga" – 49 anos – Sem-terra: Assassinado a tiros em represália à luta pela
desapropriação da fazenda Formosa/Acampamento 10 de Maio. Desde 2004 um grupo de famílias reivindica a criação de um
assentamento no local. A vítima vinha recebendo ameaças de morte por parte de pistoleiros ligados a ex-policiais. Suspeita-se que
eles é que teriam assassinado a vítima.
Alto Paraíso - Faz. Formosa/Acamp. 10 de Maio - 11/05/2015
Dois Trabalhadores Sem-Terra / Faz. Formosa – Sem-Terra: Assassinados no contexto da luta pela desapropriação da fazenda
Formosa. As vítimas não portavam documentação, por isso não foram identificadas. A polícia acredita que os trabalhadores foram
assassinados em outro local e arrastados com fios elétricos para as proximidades do Acampamento 10 de Maio.
Buritis - Faz. Guerin/Acamp. Rio Pardo - 10/04/2015
Odilon Barbosa do Nascimento – 40 anos – Posseiro: Assassinado a facadas. O crime está relacionado ao conflito pelo
reassentamento das famílias despejadas da Flona Bom Futuro. Um grupo reivindica o retorno das famílias ao local. Suspeita-se que
o conflito da Flona Bom Futuro também esteja associado ao fato de a área conter os minérios, cassiterita e nióbio.
Buritis - Faz. Guerin/Acamp. Rio Pardo- 17/04/2015
Jander Borges Farias – 38 anos – Liderança: Assassinado a tiros. Membro da Associação Vladimir Lênin. O crime também está
relacionado ao conflito referente à luta pelo reassentamento das famílias despejadas da Flona Bom Futuro.
Buritis - Faz. Guerin/Acamp. Rio Pardo - 01/05/2015
Paulo Justino Pereira – 51 anos – Liderança: Presidente da Associação Vladimir Lênin. Assassinado a tiros. Liderava a luta das
famílias do Acampamento Rio Pardo, pela desapropriação da fazenda Guerin, área pública grilada pelo latifundiário J. N. S. G., o
qual mantém um grupo de 10 homens fortemente armados na região.
Monte Negro - Faz. Padre Cícero/Acamp. Monte Verde - 06/07/2015
Trabalhador / Faz. Padre Cícero - Trab. Rural: Trabalhador não identificado. Assassinado no contexto de conflito agrário que
envolve a fazenda Padre Cícero. Trata-se de área em litígio judicial. Desde a ocupação as famílias são vítimas de ataques de
pistoleiros que agem sob ordens de fazendeiros no local.
Alto Paraíso - Faz. Santo Antônio/Gleba 06 de Julho/Acamp. Paulo Justino - 11/12/2015
Francimar de Souza – 21 anos - Sem–terra: Assassinado a tiros e facadas. Suspeita-se que os responsáveis pelo crime sejam
pistoleiros que agem sob ordens de supostos proprietários da fazenda Santo Antônio, área reivindicada por um grupo de famílias
sem-terra, para a reforma agrária.
Cujubim - Faz. Tucumã/Linha C-114/Faz. do Japonês - 30/06/2015
Cloves de Souza Palma – 42 anos – Liderança: Assassinado a tiros por um homem não identificado. Liderava a luta de um grupo
de famílias sem-terra, na região da Linha C-114, zona rural de Cujubim.
Vilhena - Fazenda Vilhena do Pensamento - 17/10/2015
João Pereira Sobrinho – 56 anos - Trab. Rural; Dagner Lemes Pereira – 17 anos - Trab. Rural; Daniel Aciari, "Ceará" – 67 Pequeno proprietário; José Bezerra dos Santos - Trab. Rural; João Fernandes da Silva – 52 anos – Trab. Rural: Vítimas de
chacina decorrente de conflito por terra. Assassinato ocorrido em área pública federal, pois o Contrato de Alienação de Terras
Públicas (CATPs) foi cancelado em 2013 por não cumprimento das cláusulas contratuais pelos beneficiários originais. O processo
de cancelamento do CATPs e de retomada e destinação dos lotes à reforma agrária começou em 2009. A fazenda já era ocupada
por famílias sem terra há mais de 15 anos.
Costa Marques - Travessão Luiz Sanchez/Linha 21/Acamp. Nova Esperança/Área do Badra - 04/03/2015
Altamiro Lopes Ferreira – 47 anos – Sem-Terra: Encontrado morto no dia 13/03/2015 com o corpo em estado avançado de
decomposição. Estava desaparecido desde 04/03/2015. A vítima fazia parte das famílias sem-terra despejadas no mês de fevereiro
de 2015 do Acampamento Nova Esperança, em Costa Marques. Trata-se de área pública reivindicada para a reforma agrária e sob
análise do Programa Terra Legal para suspensão de títulos provisórios. As famílias denunciam que a área está sendo usada para
extração ilegal de madeira. Antes de desaparecer, Altamiro Lopes relatou aos agentes da CPT/RO que fora ameaçado de morte. Por
enquanto, não se tem informação de quem o ameaçou e assassinou.