Straumann® SLActive - Evidências científicas quinta edição (2011)
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Straumann® SLActive - Evidências científicas quinta edição (2011)
Straumann® SLActive EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS QUINTA EDIÇÃO (2011) Straumann® Dental Implant System ITI (International Team for Implantology) é o parceiro académico da Institut Straumann AG nas áreas de investigação e formação. Índice 2 Inovação: SLActive® 3 Descrição geral dos estudos 4 Estudos pré-clínicos 20 Estudos clínicos 30Bibliografia 1 Innovation: SLActive® O desafio clínico O resultado é a nova superfície S LActive®. A SLActive® baseia-se na topografia cientificamente comprovada. Além disso, apresenta uma composição química da superfície substancialmente melhorada. A superfície hidrofílica S LActive®, quimicamente activa, promove a reacção de cicatrização inicial e permite uma interacção celular directa na primeira fase do processo de osseointegração. A formação óssea é iniciada imediatamente, resultando num desenvolvimento mais rápido da estabilidade secundária e reduzindo, por conseguinte, a “lacuna da estabilidade” (Fig. 2). A próxima geração na tecnologia de implantes Desde o primeiro estudo realizado em 1994, a superfície osseocondutiva, macro e micro-estruturada SLA®, tornou-se na norma industrial para superfícies de implante dentário (Fig. 3). Com a nova superfície hidrofílica e quimicamente activa S LActive®, a Straumann impõe agora um novo padrão na implantologia oral, reduzindo ainda mais os tempos de cicatrização para 3–4 semanas. Estabilidade total Lacuna da estabilidade (porcento) 75 50 S. Raghavendra, M. Wood, T.D. Taylor Para atingir este objectivo, a equipa de pesquisa concentrou-se nos processos biológicos de cicatrização na fase inicial e até quatro semanas após a colocação do implante. A finalidade deste processo de pesquisa e desenvolvimento foi a activação total e directa do potencial natural de cicatrização do corpo humano. Estabilidade (porcento) A inovação: “Activação de todo o potencial de cicatrização” 100 Estabilidade secundária (osso novo) Estabilidade primária (osso antigo) 25 0 0 1 2 3 4 5 Tempo (semanas) 6 7 8 Fig. 1: entre a 2ª e a 4ª semana após a colocação do implante, a diminuição da estabilidade primária e o aumento da estabilidade secundária resultam numa diminuição da estabilidade total (lacuna). SLActive® (linha azul) SLA® (linha azul tracejada) 100 Estabilidade (porcento) A maioria das falhas dos implantes ocorre no período crítico inicial, entre as semanas 2 e 41. Esta é a “lacuna” central (“lacuna de estabilidade”), presente no período de transição entre as fases de estabilidade primária e secundária do processo de formação óssea (Fig. 1). Esta tendência, paralelamente com a necessidade de maior segurança e previsibilidade na primeira fase do tratamento, constituiu o principal motivo para o desenvolvimento da SLActive®2. Assim, o objectivo consistiu em melhorar a previsibilidade e segurança do tratamento, na perspectiva do médico e do paciente. 75 50 Estabilidade primária (osso antigo) Estabilidade total Estabilidade secundária (osso novo) 25 As vantagens para o paciente Medições comparativas, realizadas 2 semanas após a colocação de implantes com SLActive®, revelaram que o contacto entre o osso e os implantes revestidos com SLActive® foi 60 % mais elevado do que o verificado nos implantes revestidos com SLA® (d. Buser et al., 2004). A substancial melhoria verificada na estabilidade do implante na fase crítica do tratamento, entre a 2ª e a 4ª semana, proporciona novas opções de tratamento e maximiza a segurança e previsibilidade do mesmo, para os desafios encontrados na prática diária. Säureätzung •Topografia SLA® •Ácido na superfície Lavagem com água •Superfície quimicamente activa •Superfície hidrofílica 0 0 1 2 3 4 5 Tempo (semanas) SLASLA O organismo tem de remover a camada passiva para ocorrer a osseointegração o do ni ua xi tâ O organismo pode aceder de imediato à superfície activa para osseointegração Fig. 3: preparação das superfícies SLA® versus SLActive®; a superfície SLActive® é preparada sob condições de isolamento gasoso, seguindo-se o armazenamento líquido em substituição do armazenamento a seco. 2 SLActive Ág Ó Ti o o ni id tâ Ác Ti SLA® & S LActive ® Inovação: processo de produção 2 8 SLA Tratamento convencional da superfície •Formação de uma camada passiva SLActive SLActive 1 7 Fig. 2: devido à optimização do processo de osseointegração, a superfície SLActive® permite obter uma maior estabilidade do implante entre a 2ª e 4ª semana. Tratamento com S LActive ® •a superfície permanece activa •a superfície atrai o sangue (hidrofílica) SLA® & S LActive ® 6 Raghavendra S, Wood MC, Taylor TD. Int J Oral Maxillofac Implants. 2005 Maio-Junho; 20(3): 425-31. SLActive ® é o nome comercial de modSLA ou SLA ® modificada, designações estas por vezes utilizadas nas publicações científicas. Atmosfera de nitrogénio Descrição geral dos estudos ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS # ASSUNTO AUTORES REFERÊNCIA 1 Comparação da aposição óssea na superfície de implantes SLA® e SLActive® D. Buser et al. J. Dent. Res. 2004;83:529–533. 04 2 Efeitos das interacções moleculares e celulares sobre várias superfícies de titânio tratadas L. Scheideler et al. Poster #870, 83rd General Session and Exhibition of the International Association for Dental Research (IADR), 9-12 de Março 2005, Baltimore, MD, USA 05 3 Comparação da actividade celular inicial em superfícies hidrofílicas e hidrofóbicas G. Zhao et al. J. Biomed. Mater. Res. A. 2005;74A:49–58. 06 4 Avaliação da energia livre de superfície (SFE - Surface Free Energy) e da hidrofilicidade de diferentes superfícies de titânio F. Rupp et al. J Biomed Mater Res A 2006;76(6):323–334. 07 5 Comparação das propriedades biomecânicas dos implantes SLA® e SLActive® S.J. Ferguson et al. J. Biomed. Mater. Res. A. August 2006;78(2):291–297. 08 6 Efeitos da hidrofilicidade e microtopografia da superfície sobre as etapas iniciais da integração dos tecidos moles e rígidos Schwarz F. et al. J Periodontol 2007;78(11):2171–2184. 09 7 Avaliação da ligação inicial e precoce do tecido conjuntivo sub-epitelial aos implantes SLA® e SLActive® Schwarz F. et al. Clin Oral Investig 2007;11(3):245–255. 10 8 Avaliação da osseointegração inicial e precoce nos implantes SLA® e SLActive® F. Schwarz et al. Clin. Oral Impl. Res. 2007;18:481–488. 11 9 Proliferação de células MG63 e primárias em várias superfícies de titânio tratadas X. Rausch-Fan et al. Dental Materials 2008;24:102–110. 13 10 Uma comparação experimental de dois modelos de implante e de superfícies utilizados clinicamente J. Gottlow et al. Gottlow J., Barkarmo S., Sennerby L. Clin Implant Dent Relat Res. 2012 May; 14 Suppl 1:e204–12. 14 11 Comparação da aposição óssea em redor de implantes SLA® e SLActive® M. Bornstein et al. Clin. Oral Impl. Res 2008;19:233–241. 15 12 Regeneração óssea com SLActive® em defeitos do tipo deiscência F. Schwarz et al. Estudo 1: J Clin Periodontol 2007;34:78–86. Estudo 2: J Clin Periodontol 2008;35:64–75. 16 13 Comparação da aposição óssea em redor de implantes SLA® e SLActive® em locais com defeitos circunferenciais coronais Lai H-C et al. Clin Oral Implants Res 2009;20(3):247–253. 17 14 Influência das características da superfície do implante sobre a regeneração óssea em defeitos do tipo deiscência F. Schwarz et al. J Clin Periodontol 2010;37(5):466–473. 18 PÁG. Estudos clínicos # ASSUNTO AUTORES REFERÊNCIA 15 Comparação da estabilidade dos implantes SLA® e SLActive® T.W. Oates et al. Int J Oral Maxillofac Implants 2007;22:755–760. 20 16 Carga imediata e precoce dos implantes SLActive® na região posterior dos maxilares inferior e superior J. Ganeles et al. Clin. Oral Impl. Res 2008;19:1119–1128. 21 17 3 semanas com carga de implantes SLActive® na região molar do maxilar M. Roccuzzo/ T.G. Wilson Int J Oral Maxillofac Implants 2009;24:65–72. 22 18 Alteração da estabilidade dos implantes palatais com superfície SLActive® M. Schätzle et al. Clin. Oral Implants Res. 20, 2009;489–495. 23 19 Carga precoce de implantes SLActive® não submersos Bornstein M. M. et al. Clin Implant Dent Relat Res 2009;11(4):338–347. 24 20 Carga precoce ao fim de 21 dias de implantes SLActive® não submersos Bornstein MM. et al. J Periodontol 2010;81(6):809–818. 25 21 Carga precoce ao fim de 21 dias de cicatrização de implantes SLActive® não submersos D. Morton et al. Clin. Implant Dent. Relat. Res., 2010, 12(1), 9-1. 26 22 Um estudo prospectivo multicêntrico “não intervencional” sobre os implantes Straumann® SLActive G. Luongo et al. J Oral Implantol 2010;30(4):305–314. 27 23 Osseointegração precoce em superfícies de implante hidrofílicas e hidrofóbicas em humanos NP Lang et al. Clin. Oral Implants Res. 2011;22:349–356 28 PÁG. 3 1 Enhanced bone apposition to a chemically modified SLA® titanium surface D. Buser, N. Broggini, M. Wieland, R. K. Schenk, A. J. Denzer, D. Cochran, B. Hoffmann, A. Lussi, S. G. Steinemann J. Dent. Res. 2004;83:529–533. Resumo: o grau de aposição óssea na superfície do implante foi comparada entre implantes SLA® e S LActive® em porcos anões. Ao fim de 2 e 4 semanas, verificou-se uma percentagem significativamente maior (até 60 % superior) de contacto osso-implante nos implantes SLActive®. Introdução A melhoria da aposição óssea foi avaliada e demonstrada em implantes de superfície áspera, incluindo os implantes SLA®. Contudo, mais recentemente, tornou-se evidente que a composição química da superfície constitui outro factor importante no estabelecimento do contacto osso-implante (BIC – Bone-to-Implant Contact). Uma maior molhabilidade e um maior nível de energia livre de superfície desempenham, ambos, uma influência positiva sobre a aposição óssea. Por conseguinte, o objectivo deste estudo foi o de avaliar o grau de aposição óssea com a superfície S LActive®, quimicamente modificada, comparativamente com a superfície SLA®, que apresenta a mesma micro e macrotopografia. Estudos pré-clínicos Material e métodos Foram colocados implantes SLA® e SLActive® em defeitos ósseos circulares, criados nos maxilares de porcos anões, no mínimo 6 meses após a extracção dos dentes. Foram colocados três ou quatro implantes de ambos os lados no maxilar superior, num desenho de boca dividida, permitindo-se a sua cicatrização numa posição submersa. Os implantes e locais de implante foram examinados ao fim de 2, 4 e 8 semanas. Resultados Ao fim de 2 e 4 semanas de cicatrização, as evidências demonstraram que o nível de BIC foi significativamente maior nos implantes SLActive®. Ao fim de 2 semanas, o BIC nos implantes SLActive® era 60 % superior ao verificado nos implantes SLA® (49,30 % ± 7,49 versus 29,42 % ± 7,58; p < 0,02). Além disso, observou-se o padrão típico de formação de osso novo com uma estrutura óssea reticulada. (Fig. 1a). Ao fim de 4 semanas, o BIC nos implantes SLActive® era de 81,91 % ± 3,59, comparativamente com os 66,57 % ± 8,14 (p < 0,02) verificados nos implantes SLA®. A densidade óssea aumentou, conforme indicado pelo reforço das trabéculas ósseas reticuladas (Fig. 1b). Ambas as superfícies apresentaram resultados semelhantes ao fim de 8 semanas (Fig. 1c), altura em que foram detectados os primeiros indícios de remodelação óssea. Por conseguinte, a superfície S LActive® proporcionou um aumento da aposição óssea durante os estágios precoces da regeneração óssea. Comparação da percentagem de contacto osso-implante (BIC) entre as superfícies SLA® e SLActive® Período Fig. 1a: ao fim de 2 semanas, verifica-se um depósito ósseo na parede óssea da câmara tecidular e na superfície do implante. Ambas as camadas estão interligadas por uma estrutura de trabéculas minúsculas. O osso reticulado caracteriza-se pela coloração intensa da matriz mineral e pelos numerosos osteócitos localizados em lacunas grandes (secção esmerilada, não descalcificada, superfície colorida com azul de toluidina e fucsina básica (barra = 500 μm). 4 n Média em % Desvio padrão SLActive® 8 49,30 7,49 SLA® 8 29,42 7,58 SLActive® 8 81,91 3,59 SLA® 8 66,57 8,14 SLActive® 7 78,47 11,14 SLA® 7 75,45 7,66 2 semanas 4 semanas 8 semanas Conclusões •A superfície S LActive® melhora significativamente a aposição óssea nos estágios precoces de osseointegração •Ao fim de 2 semanas, a superfície S LActive® proporciona mais 60 % de osso (BIC) do que a superfície SLA® •Formação mais precoce de osso mais maduro •A superfície S LActive® reduz ainda mais o período de cicatrização após o implante 1a 500 μm Superfície do implante 1b 500 μm Fig. 1b: ao fim de 4 semanas, a densidade volumétrica da estrutura aumentou devido à formação de novas trabéculas e ao depósito de osso mais maduro, com fibras paralelas, na estrutura primária. O osso reticulado é caracterizado, sobretudo, pelas numerosas lacunas osteocíticas grandes (cor clara). O espaço entre o osso e a superfície do implante representa um artefacto (barra = 500 μm). 1c 500 μm Fig. 1c: ao fim de 8 semanas, o crescimento e o reforço resultaram num aumento adicional da densidade óssea e num revestimento quase perfeito da superfície do implante com osso. Iniciou-se a remodelação, na qual o osso primário é substituído por osteonas secundárias (barra = 500 μm). Storage conditions of titanium implants influence molecular and cellular interactions 2 L. Scheideler, F. Rupp, M. Wieland, J. Geis-Gerstorfer Poster #870, 83rd General Session and Exhibition of the International Association for Dental Research (IADR), 9-12 de Março 2005, Baltimore, MD, USA Resumo: foi analisado o efeito que as diversas superfícies de titânio tratadas, incluindo as superfícies SLA® e S LActive®, têm sobre as interac® ções proteicas e celulares. Verificou-se que a superfície quimicamente modificada SLActive aumenta a proliferação osteoblástica e intensifica nitidamente a absorção proteica. Introdução Resultados A hidrofobicidade inicial das superfícies dos implantes de titânio, tratadas com jacto de areia e com ácido, resulta da microtopografia e da contaminação atmosférica, as quais podem influenciar o condicionamento inicial da superfície por componentes sanguíneos, afectando, desta forma, as interacções celulares. Por conseguinte, foram analisadas as interacções superfície-proteínas e superfície-células, bem como a proliferação celular, na superfície hidrofílica SLActive®, comparativamente com uma variedade de outras superfícies. Todos os tratamentos da superfície aumentaram o nível de condicionamento de fibronectina na superfície. Nas superfícies SLA® e A, a quantidade média de fibronectina aumentou para 187 % (p < 0,01) e 242 % (p < 0,01), respectivamente, comparativamente com a superfície Ti de referência. O armazenamento de amostras SLA® em NaCl com um pH de 4 – 6 resultou num aumento significativamente maior da absorção de fibronectina (162 %, comparativamente com o verificado nas superfícies SLA® não modificadas, p < 0,01). O armazenamento de amostras tratadas com ácido em NaCl com um pH de 3 - 4 ou 4 - 6 aumentou a proliferação osteoblástica para 121 % (p = 0,06) e 117 % (p = 0,15), respectivamente, comparativamente com as amostras A armazenadas na atmosfera ambiente. Materiais e métodos Foram preparados vários discos de titânio de grau II: A absorção de fibronectina foi determinada através do método eLiSA, e a taxa de proliferação osteoblástica inicial foi determinada pela incorporação BrdU (taxa de síntese de ADN). fibronectina em %, em relação ao titânio polido com platina (100%) 400 350 polido SLA ® 300 286 SLActive® Conclusões •A superfície S LActive® melhora as interacções superfícieosteoblastos e superfície-células, comparativamente com a superfície SLA® •A superfície S LActive® revela uma absorção nitidamente maior de fibronectina (162 %), comparativamente com a superfície SLA® e outros tipos de superfície •Estes efeitos podem dever-se aos maiores níveis de hidrofilicidade e de energia livre de superfície, podendo melhorar a cicatrização clínica in vivo Estudos pré-clínicos •Polidos (Ti) •Tratados com ácido (A) •SLA® (SLA) •SLActive® em NaCl com pH de 3–4 (A modificado) •SLActive® em NaCl com pH de 4–6 (SLA modificado). 250 200 177 150 100 100 50 0 5 3 High surface energy enhances cell response to titanium substrate microstructure G. Zhao, Z. Schwartz, M. Wieland, F. Rupp, J. Geis-Gerstorfer, D. L. Cochran, B. D. Boyan J. Biomed. Mater. Res. A. 2005;74A:49–58. Resumo: a actividade celular precoce na superfície hidrofílica SLActive® foi analisada e comparada com a verificada na superfície hidrofóbica SLA®. A reacção celular (diferenciação osteoblástica) foi melhor na superfície SLActive®, e a produção de factores osteogénicos, como a osteocalcina, a fosfatase alcalina, PGE2 e TGF- 1, revelou um aumento significativo. Introdução As pesquisas relativas à reacção osteoblástica à composição química da superfície de titânio, revelaram que a osteogénese é melhorada por superfícies hidrofílicas. Contudo, até há pouco tempo, as superfícies de titânio convencionais disponíveis apresentavam uma baixa energia de superfície e características hidrofóbicas evidentes, devido à microtopografia e aos hidrocarbonetos absorvidos. O objectivo desta análise era o de comparar a reacção celular a diversas microestruturas de titânio, incluindo a superfície SLActive®. Material e métodos Foram preparados vários discos de titânio de grau II: Estudos pré-clínicos •Titânio pré-tratado •SLA® •SLActive® Foram também preparados discos de plástico. Em seguida, foram cultivados osteoblastos nestas superfícies e avaliou-se a reacção celular através da medição da fosfatase alcalina, da osteocalcina, e dos factores PGE2 e TGF- 1. Os resultados sugerem que o aumento da formação óssea observado na superfície S LActive® in vivo se deve, em parte, aos efeitos estimulantes do maior nível de energia livre de superfície (actividade química) sobre os osteoblastos. Conclusões •A produção de osteocalcina é aumentada de forma significativa na superfície S LActive® •A actividade osteoblástica precoce revelou-se claramente melhorada, como resultado da superfície S LActive® activada quimicamente •Verifica-se um aumento de até 10 vezes da produção de factores de crescimento locais •As propriedades osteogénicas são optimizadas Resultados Os osteoblastos cultivados na superfície SLActive® apresentaram um fenótipo mais diferenciado do que o revelado nas outras superfícies testadas. Comparativamente com a superfície SLA®, a actividade da fosfatase alcalina na camada celular foi 3 vezes superior na superfície SLActive®. Além disso, a osteocalcina (um marcador de diferenciação tardio) aumentou de forma significativa (Fig. 1) e verificou-se uma maior produção dos factores de crescimento locais PGE2 (produção 10 vezes superior) e TGF- 1 (produção 2,5 vezes superior), criando um microambiente altamente osteogénico (Fig. 2). O efeito da 1,25-dihi-droxivitamina D3, uma hormona osteotrópica que aumenta a diferenciação osteoblástica, também melhorou na superfície SLActive®, de forma sinérgica com a elevada energia de superfície. SLA Superfície parcialmente coberta com carbonos da atmosfera SLActive Redução de 56 % dos carbonos na superfície Produção TGF- 1 Produção de osteocalcina 16 16 • # 10-9M 12 * 10-8M 8 • # # * 4 # 0 • # Plástico # # PT ** SLA® * * Superfície 6 12 10-9M Fig. 1: produção de osteocalcina por células MG63 durante a cultura em discos de plástico ou Ti. Os valores representam a média SEM de seis culturas. * p < 0,05, discos de Ti versus discos de plástico. #p < 0,05, controlo tratado versus controlo não tratado para uma determinada superfície. •p <0,05, 10-9M 1 ,25(OH)2D3 versus 10 -8M 1 ,25(OH)2D3. * 10-8M * 8 4 # # SLActive® # * Controle ng TGF- 1/Célula (x105) ng osteocalcina/célula (x105) Controle # # # * 0 Plástico PT SLA® SLActive® Superfície Fig. 2: produção latente de TGF- 1 por células MG63 durante a cultura em discos de plástico ou Ti. Os valores representam a média SEM de seis culturas. *p < 0,05, discos de Ti versus discos de plástico. # p < 0,05, controlo tratado versus controlo não tratado para uma determinada superfície. • p<0,05, 10-9M 1 ,25(OH)2D3 versus 10 -8M 1 ,25(OH)2D3. Enhancing surface free energy and hydrophilicity through chemical modification of microstructured titanium implant surfaces 4 Rupp F, Scheideler R, Olshanka N, de Wild M, Wieland M, Geis-Gerstorfer J. J Biomed Mater Res A 2006;76(6):323-334. Resumo: foram avaliadas a hidrofilicidade e a energia livre de superfície (SFE – Surface Free Energy) de diferentes superfícies preparadas de titânio, incluindo a superfície SLActive®. A SFE e a hidrofilicidade aumentaram com a superfície SLActive®, tendo-se observado uma redução da contaminação atmosférica. Introdução A hidrofobicidade (repulsão à água) provocada pela aspereza, um fenómeno bem conhecido das superfícies naturais das plantas, foi identificado em superfícies microestruturadas de implantes de titânio. Dado que esta hidrofobicidade pode inibir as interacções primárias com o biosistema aquoso, foi desenvolvida uma nova superfície de titânio modificada, possuidora de uma maior molhabilidade, que impede a contaminação e mantém a superfície de titânio mais activa. Consequentemente, foram avaliadas a hidrofilicidade e o nível de energia livre de superfície da superfície modificada. Observou-se uma hidrofilização inicial comparável em superfícies SLA® armazenadas em água após secagem com N2, mas o efeito foi completamente invertido pela subsequente secagem no vácuo, a qual não relevou qualquer efeito sobre a hidrofilicidade das superfícies SLActive®. A estabilidade do comportamento hidrofílico das superfícies SLActive® foi demonstrada pela diferença nos ciclos de histerese (Fig. 1), onde nem a limpeza por ultra-sons nem a secagem no vácuo das superfícies SLActive® alcançaram o ciclo de força progressivo verificado nas superfícies SLA®. 100 Métodos Amostras de titânio, com seis diferentes tipos de superfícies (SLA , SLActive®, tratadas com jacto de areia de grão grosso [SL], tratadas com ácido [A], tratadas com ácido modificadas [A modificada] e polidas [P]), foram caracterizadas em termos de aspereza e topografia, tendo sido submetidas a análises do ângulo de contacto dinâmico, do nível de energia livre de superfície e a espectroscopia de electrões por raio X. ® SLA m od. n o vác uo SLA m od. U 0 S+v ácuo -50 Resultados A superfície SLActive® revelou um aumento da energia livre de superfície e da hidrofilicidade, com ângulos iniciais de contacto com a água, avaliados pelo método de balança electrónica de Wilhelmy, de 0°, comparativamente com os 139,9° verificados na superfície SLA® (Tabela 1). Esta hidrofilicidade manteve-se mesmo após a secagem. A menor contaminação com hidrocarbonetos foi identificada como tendo uma possível influência na alteração da termodinâmica da superfície. -150 SLA ® SLA mod. A 0 u1.Avanço (°) 139,88 (8,69) u2.Avanço (°) 0 0 0 2 4 6 8 10 12 Profundidade de imersão [mm] A modificada SL P 122,40 0 106,58 91,31 (7,39) 0 (4,18) (7,30) 0 0 <5 Média (DP) u1.Retrocesso (°) Média (DP) 16 82,32 (11,79) <5 0 Média (DP) u2.Retrocesso (°) 14 Fig. 1: ciclos de histerese 10 vezes maiores das superfícies SLA® e SLActive® (SLA modificada), revelando a estabilidade da hidrofilicidade das superfícies SLActive® (F = força, L = comprimento, F/L representa a histerese), o que indica que a limpeza por ultra-sons (US) e a secagem em vácuo (vác.) das superfícies SLActive® não atingiram o ciclo de força progressiva das superfícies SLA®. n=6 Média (DP) SLA ® -100 Estudos pré-clínicos F/L [mN/m] 50 8,85 0 (2,70) <5 0 8,63 (3,03) 0 15,35 42,99 (3,01) (11,37) 14,25 40,83 (2,79) (10,71) Tabela 1: molhabilidade dinâmica de modificações de superfícies de titânio, correspondente aos primeiros e segundos ângulos de contacto com a água dos ciclos de avanço e retrocesso Conclusões •A superfície S LActive® é altamente hidrofílica (ângulo de contacto com a água de 139,9° versus 0° na superfície SLA®) •A superfície SLActive® apresenta uma reduzida contaminação atmosférica •A energia livre de superfície é muito mais elevada na superfície SLActive® 7 5 Biomechanical evaluation of the interfacial strength of a chemically modified sandblasted and acid-etched titanium surface S. J. Ferguson, N. Broggini, M. Wieland, M. de Wild, F. Rupp, J. Geis-Gerstorfer, D. L. Cochran, D. Buser J. Biomed. Mater. Res. A. August 2006;78(2):291–297. Resumo: as propriedades biomecânicas dos implantes S LActive® e SLA® foram comparadas num estudo de boca dividida, realizado em porcos anões adultos. Ao fim de 2, 4 e 8 semanas de cicatrização, os valores relativos ao binário de remoção e à rigidez interfacial revelaram-se significativamente mais elevados nos implantes SLActive®. Introdução Resultados A capacidade de carga de implantes dentais ossointegrados depende muito da interface osso-implante, a qual pode ser grandemente influenciada pelas características da superfície do implante. A superfície hidrofílica e quimicamente activada dos implantes SLActive® demonstrou melhorar a aposição óssea e promover um rápido contacto entre o osso e o implante. Como tal, é natural concluir que uma melhor ossointegração pode originar uma maior estabilidade inicial do implante. A fim de avaliar tal possibilidade, as características biomecânicas da superfície S LActive® foram compa® radas com as da superfície SLA . Tanto o tempo de cicatrização como o tipo de superfície do implante revelaram-se factores importantes na determinação da capacidade biomecânica. De um modo geral, o binário de remoção dos LActive® atingiu um valor máximo ao fim de 4 implantes SLA® e S semanas e, em seguida, diminuiu (Fig. 1). Os binários de remoção apresentados pelos implantes SLActive® foram significativamente mais elevados (8–21 %; p = 0,003) do que os revelados pelos implantes SLA® em cada um dos pontos temporais (1,485, 1,709 e 1,345 Nm às 2, 4 e 8 semanas, respectivamente, comparativamente com 1,231, 1,585, e 1,143 Nm nos implantes SLA). Os valores da rigidez interfacial foram aproximadamente 9–14 % mais elevados nos implantes SLActive® do que nos implantes SLA® (p = 0,038). As alterações das propriedades biomecânicas da interface podem reflectir o processo natural de aposição óssea e remodelação, já que a interface resulta duma transformação dum sistema puramente mecânico num sistema biologicamente integrado. Por conseguinte, o resultado aponta para uma maior fixação óssea na superfície de implante SLActive®. Estudos pré-clínicos Materiais e métodos Foram colocados implantes S LActive® e SLA®, com 4,8 mm de diâmetro, num desenho de boca dividida (três implantes a cada lado), em nove porcos anões adultos, ao fim de 6 meses, pelo menos, de cicatrização após a extracção dos dentes. Ao fim de 2, 4 e 8 semanas, os implantes foram avaliados testando-se o binário necessário para a remoção, utilizando-se uma curva de binário de remoção para avaliar a resistência ao cisalhamento interfacial e o binário de remoção de cada implante. Conclusões •A aposição óssea é melhor na superfície S LActive® •A rigidez e resistência mecânica interfacial é significativamente maior na superfície S LActive® ® •A superfície S LActive confere uma maior estabilidade do implante durante as primeiras semanas críticas da ossointegração Torque de remoção [Ncm] 200 SLA® SLActive® 175 150 125 100 2 semanas 4 semanas 8 semanas Fig. 1: 3 animais por ponto temporal e 3 implantes (3 + 3) por animal [3]. 8 Effects of surface hydrophilicity and microtopography on early stages of soft and hard tissue integration at non-submerged titanium implants: an immunohistochemical study in dogs 6 Schwarz F, Ferrari D, Herten M, Mihatovic I, Wieland M, Sager M, Becker J. J Periodontol 2007;78(11):2171-2184. Resumo: foram colocados implantes SLA® ou SLActive® em cães, com diferentes preparações da superfície transmucosa, sendo avaliados através de histomorfometria e imunohistoquímica por um período de até 28 dias. A hidrofilicidade da superfície revelou exercer um maior efeito sobre a integração dos tecidos moles e rígidos. Introdução Os resultados a longo prazo dos implantes podem ser influenciados pela integração dos tecidos moles marginais, os quais isolam o osso alveolar adjacente do ambiente oral. Como tal, este estudo, realizado em cães, pretendeu investigar as etapas iniciais da integração dos tecidos moles e rígidos em implantes não submersos. O BIC médio foi significativamente maior no maxilar superior e maxilar inferior nos grupos de implantes S LActive® ao 7º e 14º dia, tendo-se revelado significativamente maior no maxilar superior nos grupos de implantes SLActive® ao 7º, 14º e 28º dia. Métodos Implantes SLA® com uma peça transmucosa maquinada ou SLA® (MSLA ou SLA-SLA), ou implantes S LActive® com uma peça transmucosa tratada com ácido e modificada ou SLActive® (A mod.-SLActive ou SLActive® -SLActive®), foram colocados bilateralmente nos maxilares inferiores e superiores de 15 cães. As reacções dos tecidos foram analisadas histomorfometricamente e imunohistoquimicamente ao fim de 1, 4, 7, 14 e 28 dias. Dia 1: algumas áreas transmucosas revelaram uma junção íntima com fibroblastos e fibras colagénicas adjacentes em ambos os tipos de implantes SLActive®, e a estabilização do coágulo foi comum nestes implantes. Dia 4: o tecido conjuntivo adjacente aos implantes do tipo S LActive® revelou uma densa rede de estruturas vasculares. Dia 7: o tecido conjuntivo sub-epitelial revelava um contacto profundo com os implantes do tipo SLActive®, e os fibroblastos e fibras colagénicas fixados apresentavam-se, no geral, perpendiculares relativamente à superfície do implante. Dia 14: as células epiteliais apresentavam um contacto profundo com os implantes A mod.-SLActive®, observando-se em ambos os grupos de implantes SLActive® tecido conjuntivo bem vascularizado, com fibras colagénicas estendendo-se e fixando-se perpendicularmente na superfície do implante (Figura 1). Dia 28: a histologia era semelhante à verificada no dia 14 em todos os grupos, mas, nos grupos de implantes SLActive®, as fibras colagénicas apresentavam-se sob a forma de filamentos perpendiculares à superfície do implante (Figura 1). Fig. 1: fibroblastos e fibras colagénicas fixos numa direcção parcialmente perpendicular relativamente à superfície do implante ao 14º dia (esquerda: A mod.-SLActive, ampliação x 400) e tecido conjuntivo acima da crista com numerosas fibras colagénicas estendendo-se e fixas perpendicularmente na superfície do implante ao 28º dia (direita: SLActive®-SLActive®, ampliação x 400) Estudos pré-clínicos Resultados Conclusões •A integração dos tecidos moles e rígidos foi influenciada, sobretudo, pela hidrofilicidade, não pela microtopografia 9 7 Histological and immunohistochemical analysis of initial and early subepithelial connective tissue attachment at chemically modified and conventional SLA® titanium implants. A pilot study in dogs Schwarz F, Herten M, Sager M, Wieland M, Dard M, Becker J. Clin Oral Investig 2007;11(3):245-255. Resumo: a ligação do tecido conjuntivo sub-epitelial a implantes SLA® e SLActive® foi avaliada em cães, por um período de 14 dias. Os resultados indicaram que a superfície SLActive® pode apresentar o potencial de melhorar a ligação do tecido conjuntivo, com uma formação bem organizada de colagénio e de vasos sanguíneos. Introdução A integração dos tecidos moles marginais desempenha um papel importante no processo de cicatrização que se segue à colocação de um implante. O objectivo desta pesquisa consistiu em avaliar a ligação inicial e precoce do tecido conjuntivo sub-epitelial às partes transmucosas de implantes SLA® e SLActive®, sendo ambos do tipo submerso de modo a impedir a contaminação bacteriana. Métodos Estudos pré-clínicos Quatro cães receberam, cada um, oito implantes SLA® e oito implantes SLActive® (cinco de cada tipo no maxilar inferior e três de cada tipo no maxilar superior), num desenho de boca dividida. Os implantes eram do modelo Rn Ø 3,3 mm, com um comprimento de 8 mm. Foram efectuadas análises histológicas e imunohistoquímicas ao fim de 1, 4, 7 e 14 dias (um animal em cada ponto temporal). Fig. 1: vistas histológicas das reacções do tecido conjuntivo a implantes SLA® (esquerda) e SLActive® (direita) ao fim de 7 dias Resultados O procedimento cirúrgico de implante submerso resultou numa lacuna artificial na área transmucosa de ambos os tipos de implante ao fim do 1º dia. Ao fim de 4 dias, as lacunas apresentavam-se minimizadas em ambos os tipos de implante, com uma largura de aproximadamente 80 μm, mas as fibras colagénicas na superfície SLActive® aparentavam ter sido substituídas por tecido conjuntivo solto, ao passo que a densidade das fibras colagénicas na superfície SLA® aparentava ter aumentado. Ao fim de 7 dias, o recém-formado tecido conjuntivo tinha unido as lacunas e apresentava um contacto profundo com a superfície dos implantes S LActive®, com fibras organizadas perpendicularmente à superfície. Em contraste, nos implantes SLA® observou-se tecido conjuntivo denso, com fibras colagénicas paralelas à superfície, sem adesão directa à superfície (Figura 1). Ao fim de 14 dias, observou-se uma bem organizada formação de colagénio e de vasos sanguíneos nos implantes SLActive®, e o tecido conjuntivo sub-epitelial não podia ser separado em diferentes zonas. Por outro lado, os implantes SLA® mantinham-se separados por uma cápsula de tecido conjuntivo denso ao 14º dia (Figura 2), e a formação de vasos sanguíneos era escassa. Fig. 2: vista histológica das reacções do tecido conjuntivo a implantes SLA® (esquerda) e SLActive® (direita) ao fim de 14 dias Conclusões •A superfície S LActive® aparenta possuir o potencial de promover a ligação do tecido conjuntivo sub-epitelial à parte transmucosa dos implantes •Os resultados sublinham o impacto biológico da superfície SLActive® 10 Histological and immunohistochemical analysis of initial and early osseous integration at chemically modified and conventional SLA® titanium implants: preliminary results of a pilot study in dogs 8 F. Schwarz, M. Herten, M. Sager, M. Wieland, M. Dard, J. Becker Clin. Oral Impl. Res. 2007;18:481–488. Resumo: foram avaliadas as reacções tecidulares precoces em redor de implantes SLA® e S LActive®. Durante o período de 14 dias, verificou- se uma formação óssea mais rápida e estruturada em torno dos implantes SLActive®, com um maior nível de vascularização e de actividade da osteocalcina. Introdução SLA® SLActive ® A avaliação do contacto osso-implante (BIC), um factor essencial para o sucesso da osseointegração, é normalmente realizada por coloração histológica convencional. No entanto, este método pode não ser adequado para a investigação de reacções tecidulares muito precoces, que se iniciam com a adesão de proteínas à superfície do implante, as quais podem influenciar a formação tecidular, dependendo do tipo de proteínas presentes. As células osteogénicas e a diferenciação osteoblástica também podem ser importantes para a osseointegração, podendo também estar associadas a uma actividade angiogénica precoce. O objectivo deste estudo consistiu em avaliar as reacções tecidulares precoces a implantes SLA® e SLActive® (até aos 14 dias), utilizando técnicas convencionais e imunohistoquímicas. Material e métodos Fig. 1: histologia no Dia 1; coágulos de sangue colapsados (SLA®) versus coágulos de sangue estabilizados (SLActive®). SLA® SLActive ® Estudos pré-clínicos Foram colocados implantes SLA® ou SLActive®, num desenho de boca dividida, 4 meses após a extracção dos dentes, em quatro perdigueiros; cada animal recebeu seis implantes (três de cada tipo) no maxilar superior e dez implantes (cinco de cada tipo) no maxilar inferior. Foram recolhidas amostras para avaliação imunológica e imunohistoquímica ao fim de 1, 4, 7 e 14 dias de cicatrização. A extensão da formação óssea nova foi avaliada com azul de toluidina, tendo sido empregue tricrómico de Massner Goldner para avaliar a qualidade e quantidade de colagénio e de formação óssea nova. Ao contrário da coloração convencional, este método permite detectar alterações na diferenciação num espaço de tempo muito curto (dias, em vez de semanas). Resultados Ao fim de 1 dia, a infiltração vascular do coágulo de sangue junto ao implante era visível em ambos os tipos de implante, estando em contacto com a superfície dos implantes S LActive®, mas não dos implantes SLA®. O coágulo de sangue em torno dos implantes SLActive® aparentava ter estabilizado, ao passo que o coágulo em torno dos implantes SLA® aparentava ter sofrido um colapso parcial (Fig. 1). Além disso, era visível uma infiltração do coágulo por macrófagos. No 4º dia, observou-se tecido conjuntivo rico em colagénio em torno dos implantes S LActive®, bem como os primeiros indícios de síntese de osteocalcina, a qual alcançara a superfície do implante (Fig. 2 e 3). Ambos os fenómenos sugerem processos de osseointegração mais rápidos. Por outro lado, os implantes SLA® apresentavam-se rodeados por tecido granular novo e algum tecido conjuntivo provisório, sem síntese de osteocalcina (Fig. 2 e 3). O tecido em redor dos dois tipos de implante continha estruturas vasculares, mas estas aparentavam uma maior densidade em torno dos implantes SLActive®. No 7º dia eram bem visíveis tecido conjuntivo fibroso denso, com feixes de fibras colagénicas, vasos sanguíneos envoltos por novas trabéculas de osso reticulado e osteocalcina em redor dos implantes SLActive®, indicando remodelação óssea (Fig. 4, 6 e 7). Por outro lado, observou-se, em redor dos implantes SLA®, tecido conjuntivo não estruturado, com uma densidade de vasos sanguíneos e uma concentração de osteocalcina inferiores (Fig. 4 e 6). Fig. 2: histologia no Dia 4; ausência de síntese de osteocalcina (SLA®) versus primeiros indicadores de síntese de osteocalcina (SLActive®). SLA® SLActive ® Fig. 3: histologia no Dia 4; tecido granular (SLA®) versus tecido conjuntivo rico em colagénio (SLActive®). 11 8 Ao fim de 14 dias, tinha-se formado osso trabecular novo em redor dos implantes SLA®, ao passo que em torno dos implantes SLActive® havia osso reticulado maduro, firmemente ligado, com fibras paralelas (Figs. 5 e 8). No osso em torno dos implantes SLActive® verificou-se a formação de osteonas primárias, com um depósito acentuado de osso lamelar em torno do núcleo de tecido conjuntivo que envolve os vasos sanguíneos, ao passo que nas imediações dos implantes SLA® era visível osso trabecular. 80 70 SLA ® 60 SLActive® 50 40 30 20 SLA® SLActive ® 10 0 Dia 1 Dia 4 Dia 7 Dia 14 Fig. 6: a osteocalcina, um indicador de remodelação óssea, foi sintetizada mais rapidamente e revelou-se consistentemente mais elevada com as superfícies SLActive®. 80 Estudos pré-clínicos Fig. 4: histologia no Dia 7; ausência de osso estruturado (SLA®) versus osso organizado e mineralizado (SLActive®). 70 SLA ® 60 SLActive® 50 40 SLA ® SLActive ® 30 20 10 0 Dia 1 Dia 4 Dia 7 Dia 14 Fig. 7: o BIC aumentou com a superfície SLActive® a partir do 7º dia. 80 Fig. 5: histologia no Dia 14; trabéculas recentemente formadas (SLA®) versus osso reticulado maduro, firmemente ligado, com fibras paralelas e osteonas primárias (SLActive®). 70 SLA ® 60 SLActive® 50 Conclusões •Proliferação significativamente maior das estruturas vasculares com a superfície S LActive®, do 1º ao 14º dia •Actividade significativamente maior da osteocalcina na interface osso-implante, e melhoria dos processos de formação óssea com a superfície S LActive® •A análise quantitativa e qualitativa revelou diferenças significativas na formação óssea 40 30 20 10 0 Dia 1 Dia 4 Dia 7 Dia 14 Fig. 8: níveis de transglutaminase consistentemente mais elevados com a superfície SLActive®. 12 Proliferation of MG63 and primary cells was highest on controls, followed by A surfaces, modA and SLA® surfaces being almost the same level and lowest on modSLA (SLActive®) surfaces 9 X. Rausch-fan, Z. Qu, M. Wieland, M. Matejka, A. Schedle Dental Materials 2008;24:102–110. Resumo: os processos celulares precoces foram avaliados em diferentes superfícies de titânio tratado. Os resultados iniciais revelam um aumento considerável da produção de osteocalcina e dos factores de crescimento local e de vascularização com a superfície SLActive®. Introdução Resultados As propriedades da superfície do implante, como topografia e composição química, desempenham um papel decisivo no estabelecimento de interfaces célula-biomaterial. A molhabilidade e a carga superficial têm um papel importante na absorção das proteínas, a qual pode ser modulada de acordo com as alterações das características físico-químicas da superfície, influenciando subsequentemente a adesão celular. Com base nestes princípios, o processo de adesão celular, a temporização do movimento, a orientação de contacto e a proliferação celular, foram avaliados em superfícies de titânio com diferentes atributos topográficos e químicos, de modo a obter conhecimentos mais profundos sobre a forma como estas diferentes superfícies influenciam o comportamento celular. Os primeiros resultados, obtidos com as células MG-63 e osteoblastos alveolares, revelaram que a actividade da succinato desidrogenase (indicativa da função celular mitocondrial), a síntese de fosfatase alcalina (Fig. 2) e a produção de osteocalcina, osteoprotegerina (Fig. 3), TGF- 1 e VEGF (um importante factor de vascularização), eram todas mais elevadas na superfície S LActive®, comparativamente com as superfícies SLA®, tratadas com ácido ou tratadas com ácido e modificadas. Material e métodos Mol pi/mg Proteína/minuto 1,6 Estudos pré-clínicos Foram utilizados quatro tipos de discos de titânio: tratados com ácido, SLA®, tratados com ácido e modificados e SLA® modificados (SLActive®). Foram utilizadas células humanas primárias (osteoblastos, fibroblastos gengivais e células epiteliais gengivais), para reproduzir da melhor forma possível a situação in vivo. Além disso, foram utilizadas linhas celulares apropriadas: MG-63 (linha celular osteoblástica humana), HGf-1 (linha celular fibroblástica gengival), HSC-2 (linha celular epitelial) e uma linha celular endotelial. O crescimento nas superfícies de titânio foi monitorizado com a ajuda de marcação fluorescente e de fotografias temporizadas (Fig. 1). Conclusões •Verificou-se uma reacção celular precoce claramente melhorada como resultado da superfície S LActive® activada quimicamente •Na superfície SLActive®, a produção de osteocalcina e osteoprotegerina é substancialmente aumentada •Aumento considerável da produção dos factores de crescimento local e de vascularização com a superfície SLActive® SLA ® SLActive ® 1,2 0,8 0,4 0 Fig. 2: síntese de fosfatase alcalina de células MG-63 desenvolvidas em superfícies SLA® e SLActive®. Fig. 1: células MG-63 vivas, crescimento durante 24 horas numa superfície SLA® modificada (SLActive®). 100 Osteoprotegerina (pg/ml) SLA ® 80 SLActive ® 60 40 20 0 Fig. 3: produção de osteoprotegerina de células MG-63 desenvolvidas em superfícies SLA® e SLActive®. 13 10 An experimental comparison of two different clinically used implant designs and surfaces Gottlow J., Barkarmo S., Sennerby L. Clin Implant Dent Relat Res. 2012 May;14 Suppl 1:e204–12. Estudos pré-clínicos Materiais e métodos Os dois implantes comparados foram o Straumann® Standard Plus (Ø 4,1 mm, RN, SLActive ®, 10 mm) e o Replace ® Select Taper (Ø 4,3 mm, TiUnite ®, 10 mm) da Nobel Biocare ®. Foi selecionado um total de 30 coelhos adultos para o estudo. Foram colocados três implantes de ambos os grupos SLActive ® e TiUnite ® no fémur distal, na tíbia proximal e na tíbia distal de cada coelho, empregando um esquema rotativo. Foram sacrificados grupos de dez animais 10 dias, 3 semanas e 6 semanas após a cirurgia, sendo avaliados a histologia e o binário de remoção. Os valores do binário de remoção foram normalizados de acordo com o modelo do implante, de modo a calcular a resistência à fractura. Resultados Os valores normalizados da resistência à fractura apresentados na Figura 1 revelam que, ao fim de 10 dias, a resistência ao à fractura de ambos os implantes era similar, mas, 3 e 6 semanas após a cirurgia, os valores médios de resistência à fractura apresentados pelos implantes SLActive ® foram significativamente mais elevados do que os exibidos pelos implantes TiUnite ®. A histologia revelou um contacto osso-implante (BIC) mais elevado, estatisticamente significativo, no caso dos implantes SLActive ® ao fim de 10 dias, similar para ambos os tipos de implantes ao fim de 3 semanas e mais elevado e estatisticamente significativo no caso dos implantes TiUnite ® decorridas 6 semanas (ver Figura 2). Resistência ao cisalhamento (N/mm 2) O presente estudo realizado em animais teve por objetivo comparar as respostas ao nível do tecido ósseo, bem como a estabilidade dos implantes, de dois modelos de implantesde diferentes superfícies, ao fim de 10 dias, 3 e 6 semanas de cicatrização. 6 ** ** 5 4 3 2 1 0 10 dias 3 semanas 6 semanas Fig. 1: Resistência à fractura apresentada como força de resistência normalizada à fractura por área de superfície, 10 dias, 3 semanas e 6 semanas após a colocação dos implantes. **p < 0,01 SLActive ® TiUnite ® 80 70 * 60 * 50 40 30 20 10 0 10 dias 3 semanas 6 semanas ontacto osso-implante 10 dias, 3 semanas e 6 semanas após a Fig. 2: C colocação do implante. *p < 0,01 Conclusão Neste estudo, realizado no fémur e tíbia do coelho, ambos os tipos de implantes revelaram uma boa integração óssea e uma estabilidade crescente desde a colocação até às 6 semanas. Analisando estes dois tipos de implantes, não é possível isolar e comparar de forma independente nenhum fator particular, como o modelo ou o tipo de superfície. Os implantes SLActive ® apresentaram um binário de remoção significativamente mais elevado ao fim de 3 semanas e uma resistência à fractura significativamente mais elevada ao fim de 3 e 6 semanas. O BIC foi mais elevado nos implantes SLActive ® ao fim de 10 dias e significativamente mais elevado nos implantes TiUnite ® ao fim de 6 semanas. Os autores indicaram que os resultados podem dever-se a diferenças na rugosidade e propriedades hidrofílicas das superfícies. TiUnite ® e Replace ® são marcas comerciais registadas da Nobel Biocare Services AG, Suíça. 14 TiUnite ® SLActive ® Valor médio de BIC (%) Introdução Bone apposition around two different sandblasted and acid-etched titanium implant surfaces: A histomorphometric study in canine mandibles 11 M. M. Bornstein, P. Valderrama, A. A. Jones, T. G. Wilson, R. Seibl, D. L. Cochran Clin. Oral Impl. Res 2008;19:233-241. Resumo: o grau da aposição óssea em torno de implantes SLActive® e SLA® foi comparado em cães da raça perdigueiro. Os primeiros resultados sugerem um crescimento ósseo maior e mais maduro 2 semanas após a colocação dos implantes. Introdução Resultados Este estudo avaliou a aposição óssea na superfície de implante SLA® modificada (SLActive®), no maxilar inferior de cães, comparativamente com a verificada na superfície padrão SLA®. Os implantes de teste e de controlo possuíam a mesma topografia de superfície, porém a superfície SLA® modificada apresentava uma composição química diferente, com características hidrofílicas melhoradas. A hipótese do estudo defendia que os implantes com uma superfície SLA® modificada promoveriam uma aposição óssea mais rápida, comparativamente com os implantes com a superfície SLA® padrão. Neste estudo, ambas as superfícies de implante testadas – SLA® e SLActive® – demonstraram uma excelente osseointegração ao longo do período de cicatrização de quatro semanas. Observou-se osteogénese distante e de contacto simultaneamente ao fim de duas semanas de cicatrização, tendo perdurado durante a fase de observação de quatro semanas. A osteogénese de contacto, representada nas secções histológicas como “recobrimento ósseo”, é considerada uma fase crucial no processo da osseointegração. Como não havia osso nas superfícies de implante quando os dispositivos foram colocados, as superfícies dos implantes tiveram de ser colonizadas por uma população de células osteogénicas antes do início da formação da matriz óssea, de modo a possibilitar a osteogénese de contacto. Contudo, a extensão do contacto implante-osso (BIC) de osso recém-formado com a superfície dos implantes SLActive® revelou, ao fim de 2 semanas de cicatrização, valores 25 % superiores aos verificados com a superfície SLA®. Material e métodos SLA® SLActive ® Estudos pré-clínicos A raça perdigueiro foi seleccionada para permitir a avaliação in vivo da superfície S LActive® numa espécie animal mais desenvolvida, biologicamente similar ao homem. Inicialmente, foram extraídos bilateralmente todos os pré-molares e primeiros molares de cinco animais, a fim de criar sulcos edêntulos. Após um período de cicatrização de 6 meses, os sulcos foram refeitos, sendo inseridos aleatoriamente seis implantes (três com superfície SLA® e três com a superfície SLA® modificada) em cada maxilar inferior e deixados sem carga. Os implantes foram avaliados através de análise histológica e histomorfométrica (pacote de software viS, Visiopharm A/S, Horsholm, DK), 2 e 4 semanas após a respectiva colocação. Fig. 2: inserção de um implante dentário com superfície SLActive®. As propriedades hidrofílicas desta superfície são evidenciadas pela ascensão de sangue através das roscas. BIC (osso recém-formado) em % 60 50 * * * SLA ® SLAmod 40 30 20 10 0 2 semanas Fig. 1: dois exemplos de lâminas histológicas de implantes SLA® e SLActive®, após duas semanas de cicatrização. 4 semanas Fig. 3: Extensão do contacto do osso recém-formado com o implante (BIC), 2 e 4 semanas após a colocação do implante. Os resultados são apresentados sob a forma de percentagens ± o desvio padrão. As diferenças estatisticamente significativas (P < 0,05) são identificadas por um asterisco (*). Conclusões •Aumento pronunciado da formação óssea em torno superfície SLActive®, comparativamente com a superfície SLA®, na etapa inicial da integração do implante in vivo •Aumento significativo da formação óssea no período entre 2 e 4 semanas de cicatrização, tanto nos implantes SLA® como nos implantes S LActive® 15 12 Bone regeneration with SLActive® in dehiscence-type defects in dogs: histological, histomorphometric and immunohistological analyses Estudo 1: F. Schwarz, M. Herten, M. Sager, M. Wieland, M. Dard, J. Becker. Bone regeneration in dehiscence-type defects at chemically modified (SLActive®) and conventional SLA® titanium implants: a pilot study in dogs. J Clin Periodontol 2007;34:78-86. Estudo 2: F. Schwarz, M. Sager, D. Ferrari, M. Herten, M. Wieland, J. Becker. Bone regeneration in dehiscence-type defects and non-submerged and submerged chemically modified (SLActive®) and conventional SLA® titanium implants: an immunohistochemical study in dogs. J Clin Periodontol 2008;35:64-75. Resumo: o objectivo destes estudos consistia em avaliar a regeneração óssea em defeitos do tipo deiscência em implantes de titânio com superfícies SLActive® e SLA®. Os resultados indicaram que a superfície SLActive® promove a regeneração óssea em defeitos do tipo deiscência. Introdução Estudos pré-clínicos A obtenção de contacto directo osso-implante sem que exista tecido conjuntivo entre o implante e o osso constitui um pré-requisito para a osseointegração. No entanto, defeitos ósseos, em particular deiscências e fenestrações ósseas, podem comprometer a osseointegração. Embora as técnicas guiadas de regeneração óssea possam ser bem sucedidas nestes casos, a sobrevivência do implante tende a ser inferior, o que sugere que o osso que se desenvolve nos pontos onde existem roscas do implante expostas cria factores de risco adicionais. A formação óssea em tais defeitos pode, no entanto, ser melhorada através das propriedades hidrofílicas da superfície SLActive®. Por conseguinte, estes dois estudos avaliaram o efeito de implantes com a superfície S LActive®, comparativamente com a superfície SLA®, em defeitos do tipo deiscência em cães. No segundo estudo também foi avaliado o potencial efeito do procedimento cirúrgico, usando implantes submersos ou não submersos. Estudo 2: ao fim de 8 semanas, os valores dos parâmetros NBH, PLF, BIC-D e Bf revelaram-se significativamente mais elevados nos implantes SLActive®, comparativamente com os implantes SLA® (Figs. 2a e 2b), confirmando, desta forma, os resultados do estudo anterior. SLActive ® SLA® A C B D Material e métodos Defeitos de deiscência padronizados foram criados nos maxilares superior e inferior de quatro cães (Estudo 1) e de 12 cães (Estudo 2), tendo sido colocados implantes SLA® ou SLActive®. Foram obtidos blocos dissecados ao fim de 2 e 12 semanas (Estudo 1) ou 1, 2, 4 e 8 semanas (Estudo 2). Em ambos os estudos, foram avaliadas histomorfometricamente a altura do osso novo (NBH), a percentagem de enchimento linear (PLF), a percentagem do contacto osso- implante (BIC-D) e a área de preenchimento ósseo novo (BF), sendo realizada uma análise imunohistoquímica adicional no Estudo 2. Resultados Estudo 1: Ao fim de 12 semanas, os defeitos em torno dos implantes SLActive® estavam completamente preenchidos com osso novo. Observaram-se trabéculas recém-formadas de osso reticulado ao fim de 2 semanas, com origem nas paredes e no fundo dos defeitos, e os implantes apresentavam-se envoltos por osso maduro, reticular, com fibras paralelas à 12ª semana (Fig. 1a). Verificou-se um aumento significativo da NBH, da PLF, do BIC-D e da BF Por outro lado, a cicatrização das feridas nos defeitos com implantes SLA® apresentava tecido conjuntivo mal vascularizado e denso, quer ao fim de 2 como ao fim de 12 semanas, com apenas pequenas quantidades de formação óssea na parte apical do defeito e sem aumentos significativos da NBH, da PLF, do BIC-D ou da BF (Fig. 1b). 16 SLActive ® SLA® Fig. 1a: avaliação histológica dos defeitos em torno dos implantes SLActive®, mostrando o preenchimento completo do defeito com osso novo, reticulado e com fibras paralelas; BIC = 80 %. Fig. 1b: Avaliação histológica dos defeitos em torno dos implantes SLA® ao fim de 12 semanas, mostrando formação óssea limitada apenas na parte mais apical do defeito; BIC = 5 %. Fig. 2a: vista histológica da cicatrização da ferida em implantes SLActive® não submersos (A) e submersos (B). Fig. 2b: vista histológica da cicatrização da ferida em implantes SLA® não submersos (C) e submersos (D), mostrando o colapso parcial do retalho mucoperiósteo, comprometendo a regeneração óssea. Conclusões •A superfície S LActive® promove a regeneração óssea em defeitos do tipo deiscência •A superfície S LActive® promove uma produção óssea significativamente maior e de osso mais maduro, comparativamente com a superfície SLA® •Constataram-se aumentos significativos na altura do novo osso, do preenchimento ósseo e do contacto osso-implante com a superfície S LActive® •Pode obter-se um preenchimento ósseo completo com a superfície SLActive® Bone apposition around two different sandblasted, large-grit and acid-etched implant surfaces at sites with coronal circumferential defects: an experimental study in dogs 13 Lai H-C, Zhuang L-F, Zhang Z-Y, Wieland M, Liu X. Clin Oral Implants Res 2009;20(3):247-253. Resumo: foram colocados implantes SLA® e SLActive® nas posições dos pré-molares e molares das mandíbulas de cães, com ou sem lacuna em redor da parte coronal do implante. Foi observada uma maior aposição óssea precoce com a superfície S LActive®, e os resultados indicaram que lacunas pequenas podem não necessitar de um procedimento regenerativo. Introdução Resultados A superfície SLActive® demonstrou melhorar a aposição óssea em locais de implante padrão, podendo também melhorar a formação óssea em locais com defeito. Consequentemente, este estudo foi concebido para avaliar a aposição óssea em redor de implantes SLA® e SLActive®, em defeitos circunferenciais de diferentes tamanhos. Foi observado um padrão semelhante de aposição óssea em redor de ambos os tipos de implantes, mas a percentagem de BIC e de preenchimento com osso novo, bem como a distância desde a posição mais coronal do BIC até ao fundo do defeito, revelaram-se significativamente maiores nas superfícies SLActive® ao fim de 2 e de 4 semanas (Tabela 1). Ao fim de 8 semanas, as diferenças não eram significativas, e os defeitos apresentavam-se quase inteiramente preenchidos com osso novo, independentemente do tamanho do defeito. Não se observaram diferenças entre os dois tamanhos do defeito em nenhum dos pontos temporais. Métodos Foram extraídos os pré-molares e primeiros molares mandibulares a seis cães, sendo colocados implantes com superfícies SLA® e SLActive® (três de cada tipo; 10 mm de comprimento) ao fim de 3 meses; os implantes SLA® e SLActive® foram atribuídos aleatoriamente a ambos os lados. Os implantes foram colocados com uma lacuna de 0,5 mm, 1,0 mm ou sem lacuna (controlo) em redor dos 5 mm coronais do implante (Figura 1). Foram efectuadas análises histológicas e histomorfométricas ao fim de 2, 4 e 8 semanas. Estudos pré-clínicos Fig. 1: fotografia (esquerda) e radiografia (direita) mostrando os locais de implante, após a preparação do defeito e a colocação dos implantes Controlo 2 semanas Valor P SLA SLA mod. 37,61 (12,78) 58,32 (13,54) <0,05 Defeito Tipo 1 Valor P Defeito Tipo 2 Valor P SLA SLA mod. SLA SLA mod. 35,83 (13,13) 60,15 (14,12) <0,05 36,53 (14,12) 59,82 (13,69) <0,05 4 semanas 64,58 (14,76) 76,43 (15,21) <0,05 65,23 (13,78) 74,57 (14,38) <0,05 63,78 (15,01) 78,05 (14,52) <0,05 8 semanas 78,41 (24,69) 80,54 (23,21) n.s. 79,11 (23,43) 81,62 (24,91) n.s. 77,89 (24,67) 83,45 (24,98) n.s. *área sem defeito: controlo, toda a parte óssea de 10 mm dos implantes; defeito do tipo 1 e tipo 2, a parte apical de 5 mm dos implantes. Tabela 1: percentagem de BIC no interior da área sem defeito [média (DP)] Conclusões •Foi observada uma maior aposição óssea nas etapas precoces de cicatrização com a superfície S LActive®, ® comparativamente com a superfície SLA •As características da superfície S LActive® podem, por conseguinte, melhorar a aposição óssea em defeitos circunferenciais coronais em implantes não submersos •Uma lacuna de defeito de tamanho < 1 mm pode não necessitar de um procedimento regenerativo 17 14 Influence of titanium implant surface characteristics on bone regeneration in dehiscence-type defects: an experimental study in dogs Schwarz F, Sager M, Kadelka I, Ferrari D, Becker J. J Clin Periodontol 2010;37(5):466-473. Resumo: foram colocados implantes, com superfícies dos tipos SLActive® ou NanoTite®, em defeitos do tipo deiscência em cães, passando em seguida por um período de cicatrização submersa com a duração de 2 ou 8 semanas. Análises histomorfométricas revelaram valores mais elevados de altura do osso novo e de contacto osso-implante associados à superfície SLActive®, indiciando possivelmente um maior potencial de suporte da osseointegração em defeitos do tipo deiscência. Introdução Resultados O objectivo deste estudo consistia em avaliar e comparar a regeneração óssea, em defeitos do tipo deiscência padronizados, entre os implantes com uma superfície SLActive® e implantes com uma superfície dupla de nanopartículas de fosfato de cálcio, modificada e tratada com ácido (NanoTite® Certain Prevail, Biomet 3i, FL, EUA). Ao fim de 2 semanas, a cicatrização das feridas em ambos os grupos caracterizava-se pela formação de osso reticulado na área do defeito. Contudo, observaram-se diferenças no preenchimento, pelo osso recém-formado, do espaço entre a superfície do implante e a margem do defeito; nos implantes SLActive®, o osso reticulado apresentava um contacto profundo com a superfície do implante, ao passo que nos implantes NanoTite®, as áreas BF se apresentavam frequentemente separadas dos implantes por tecido não mineralizado (Figura 1). Estudos pré-clínicos Métodos Foram criados cirurgicamente defeitos bucais do tipo deiscência padronizados (4 mm de altura, 4 mm de largura e 2 mm de profundidade), após a preparação do local de implante, nos maxilares superior e inferior de 12 cães. Os implantes S LActive® e NanoTite® foram atribuídos aleatoriamente, num desenho de boca dividida, passando em seguida por um período de cicatrização numa posição submersa. Ao fim de 2 e 8 semanas, foram processados blocos dissecados para análise histomorfométrica (altura do osso novo [NBH], percentagem de contacto osso-implante [BIC], área de preenchimento com o osso novo [BF] e área de tecido mineralizado [MT] dentro da BF). Para a avaliação estatística das alterações ocorridas dentro dos grupos, foi utilizado o teste T emparelhado. Para efectuar as comparações entre grupos, empregou-se o teste T desemparelhado. A B Ao fim de 8 semanas, observava-se em ambos os grupos o contínuo preenchimento dos espaços intra-trabeculares, com uma reabsorção de contorno superficial ligeira a moderada (Fig. 2), que aparentava ser mais pronunciada no grupo dos implantes NanoTite®, resultando numa diminuição significativa da BF média. C D Fig. 1: análise histológica da cicatrização das feridas ao fim de 2 semanas, revelando novo osso trabecular em contacto profundo com a superfície SLActive® (a: maxilar inferior, b: maxilar superior) e a interposição de tecido não mineralizado na superfície NanoTite® (c: maxilar inferior, d: maxilar superior) (ampliação x 12,5) A B C Fig. 2: análise histológica ao fim de 8 semanas, revelando a continuação da formação óssea e sinais de remodelação (a e b: SLActive®, maxilar inferior; c e d: NanoTite®, maxilar inferior) (ampliação x 12,5) 18 D Os valores médios de BF e MT foram comparáveis entre os grupos, mas os valores de NBH e de BIC foram significativamente mais elevados nos implantes SLActive®. A percentagem de preenchimento linear (PLF), definida pela divisão do valor de NBH pelo comprimento do defeito (DL), também foi significativamente mais elevada nos implantes SLActive® (Tabela 1 e Tabela 2). Grupos SLA mod. DCD/CaP 14 Semanas DL NBH PLF BF MT BIC 2 4,1 ± 0,2 2,6 ± 0,8† 63,3 ± 19,6† 2,4 ± 0,6 31,1 ± 14,3 55,8 ± 9,7‡ 8 4,2 ± 0,1 3,6 ± 0,3† 86,8 ± 0,3† 2,3 ± 0,5† 81,3 ± 9,4 78,2 ± 14,5 n.s. p <0,05 n.s. n.s. p <0,001 p <0,05 2 4,2 ± 0,2 0,9 ± 0,8 21,4 ± 19,0 2,0 ± 0,6 38,9 ± 15,9 20,3 ± 16,7 8 4,2 ± 0,1 1,8 ± 1,4 43,0 ± 34,9 1,6 ± 0,4 82,7 ± 8,8 47,2 ± 30,7 n.s. n.s. n.s. p <0,05 p <0,01 n.s. Valor p* Valor p* Tabela 1: valores médios das medições histomorfométricas no maxilar superior, ao fim de 2 e 8 semanas, para os implantes SLActive (SLA mod.) e NanoTite® (DCD/CaP) *C omparação dentro dos grupos (teste T emparelhado). Comparações entre grupos (teste T desemparelhado): †p < 0,05, ‡p < 0,01 ® Grupos SLA mod. DCD/CaP Semanas DL NBH PLF BF MT BIC 2 4,2 ± 0,1 2,4 ± 0,8† 57,8 ± 19,9† 2,3 ± 0,6 32,3 ± 7,3 53,5 ± 11,3‡ 8 4,2 ± 0,2 3,4 ± 0,3† 82,5 ± 9,2† 2,5 ± 0,6 83,2 ± 8,2 79,5 ± 6,6† n.s. p <0,05 p <0,05 n.s. p <0,001 p <0,001 4,1 ± 0,2 0,8 ± 0,7 17,9 ± 17,6 2,1 ± 0,6 42,1 ± 11,0 19,3 ± 16,4 4,1 ± 0,1 1,7 ± 1,4 42,1 ± 34,4 1,4 ± 0,5 84,4 ± 6,3 43,3 ± 22,1 n.s. n.s. n.s. p <0.05 p <0.001 n.s. Valor p* Tabela 2: valores médios das medições histomorfométricas no maxilar inferior, ao fim de 2 e 8 semanas, para os implantes SLActive (SLA mod.) e NanoTite® (DCD/CaP) * Comparação dentro dos grupos (teste T emparelhado). Comparações entre grupos (teste T desemparelhado): †p < 0,05, ‡p < 0,01 SLActive ® SLActive ® NanoTite ® NanoTite ® 100 100 80 80 60 Valores médios de BIC (%) Valores médios de BIC (%) ® * 40 20 0 2 sem. 8 sem. Valores médios de BIC no maxilar superior ao fim de 2 e 8 semanas; p < 0,01 60 * Estudos pré-clínicos 2 8 Valor p* ** 40 20 0 2 sem. 8 sem. Valores médios de BIC no maxilar inferior ao fim de 2 e 8 semanas; * p < 0,01, ** p < 0,05 Fig. 3: valores médios de BIC, ao fim de 2 e 8 semanas, no maxilar superior e no maxilar inferior Deve salientar-se que ambos os tipos de implantes revelaram diferenças potenciais no que respeita ao macrodesenho; por conseguinte, a influência das características individuais de desenho sobre o resultado da cicatrização não pode ser estimada. Conclusões •A altura do osso novo e o contacto osso-implante foram significativamente mais elevados nos implantes S LActive® ® •Os implantes SLActive aparentam possuir um potencial para apoiar a osseointegração em defeitos do tipo deiscência mais elevado do que os implantes NanoTite® 19 15 Enhanced implant stability with a chemically modified SLA® surface: a randomized pilot study T. W. Oates, P. Valderrama, M. Bischof, R. Nedir, A. Jones, J. Simpson, H. Toutenburg, D. L. Cochran Int J Oral Maxillofac Implants 2007;22:755-760. Estudos clínicos Resumo: a estabilidade do implante, medida através da análise da frequência de ressonância, foi comparada em implantes SLA® e SLActive® durante as primeiras 12 semanas após a respectiva colocação em humanos. Após uma diminuição inicial da estabilidade verificada em ambos os grupos, a estabilidade aumentou nos implantes SLActive®, numa etapa bem mais precoce do que nos implantes SLA® (2 semanas versus 4 semanas). Introdução Resultados Uma melhor compreensão da influência das propriedades das superfícies de implante sobre a osseointegração, permitiu obter tempos de cicatrização mais curtos, desde a colocação do implante até ao restauro definitivo. Mais recentemente, pesquisas sobre os efeitos das alterações da composição química das superfícies também revelaram possíveis vantagens clínicas. A superfície hidrofílica SLActive®, quimicamente modificada, demonstrou aumentar o contacto osso-implante durante as primeiras 4 semanas da cicatrização, comparativamente com a superfície SLA®. Isto sugere uma melhor osseointegração, que se pode traduzir numa maior estabilidade inicial do implante. O objectivo deste estudo clínico consistiu, portanto, na medição e comparação da estabilidade do implante ao longo dos primeiros três meses após a colocação do implante, utilizando a análise da frequência de ressonância. Todos os 62 implantes foram restaurados e osseointegrados com êxito, num período de 6 semanas. Os implantes SLA® e SLActive® apresentaram uma estabilidade primária semelhante, diminuindo inicialmente e aumentando em seguida, ao longo das primeiras 6 semanas. Contudo, neste período de 6 semanas, os implantes SLActive® apresentaram outra alteração significativa no padrão de estabilidade, alteração esta não verificada nos implantes SLA®. O ponto de interrupção, ou seja, a transição da diminuição para o aumento da estabilidade, ocorreu nos implantes SLActive® ao fim de 2 semanas (p < 0,0001), ao passo que nos implantes SLA® ocorreu apenas ao fim de 4 semanas. No maxilar superior, o resultado não foi significativo. O facto de terem sido colocados muito menos implantes no maxilar superior pode constituir um factor importante na determinação deste resultado não significativo. Material e métodos A identificação do ponto de interrupção sugere uma alteração da remodelação óssea, de predominantemente absorvente para predominantemente construtiva. Por conseguinte, a deslocação do ponto de transição às 4 semanas, verificado nos implantes SLA®, para as 2 semanas, verificado nos implantes SLActive®, sugere uma cicatrização mais rápida do osso nas superfícies SLActive®, comparativamente com as superfícies SLA®. Um total de 31 pacientes, aos quais faltavam, no mínimo, 2 dentes na área posterior do maxilar superior e inferior, receberam 62 im LActive® por paciente). Não foram plantes (um implante SLA® e um S utilizados enxertos ósseos nem regeneração óssea guiada; os implantes foram colocados apenas em rebordos alveolares cicatrizados (mais de 4 meses após extracção) com osso suficiente. A análise da frequência de ressonância, usando um aparelho Osstell, foi realizada 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 12 semanas após a colocação dos implantes. O aparelho Osstell mede a estabilidade através de um quociente de estabilidade do implante, numa gama de 1 a 100. A avaliação estática foi feita com a ajuda de um teste de Chow, que pressupõe que os dados podem ser representados por duas rectas e, em seguida, identifica o ponto de interrupção dos dados. Estabilidade primária (osso antigo) Estabilidade secundária (osso novo) SLActive® Estabilidade total SLActive® Estabilidade secundária (osso novo) SLA® Estabilidade total SLA® 100 Conclusões •Melhoria significativa do padrão de estabilidade com os implantes SLActive® •Com os implantes S LActive®, maior estabilidade numa etapa mais precoce (ponto de interrupção às 2 semanas, nos implantes S LActive®, e ao fim de 4 semanas nos im® plantes SLA ) •Os resultados sugerem uma cicatrização e osseointegração mais rápidas com os implantes S LActive® ® •A superfície S LActive possui o potencial de riscos reduzidos e maior previsibilidade em procedimentos com carga precoce/ imediata 50 S LActive ® Estabilidade (porcento) 75 SLA ® 25 0 0 1 2 3 4 5 Tempo (semanas) 20 6 7 8 Número de implantes Ponto de i nterrupção Significado maxilar superior 6 3 semanas < 0,001* maxilar inferior 25 2 semanas < 0,001* maxilar superior 6 3 semanas 0,643 (n.s.) maxilar inferior 25 4 semanas < 0,001* * = significativo n.s.= sem significado Immediate and early loading of Straumann implants with a chemically modified surface (SLActive®) in the posterior mandible and maxilla: 1-year results from a prospective multicenter study 16 J. Ganeles, A. Zöllner, J. Jackowski, C. ten Bruggenkate, J. Beagle, F. Guerra Clin. Oral Impl. Res 2008;19:1119-1128. Resumo: 383 implantes SLActive® foram colocados no maxilar inferior e/ou superior de 266 pacientes, sendo restaurados de imediato ou ao fim de 28 a 34 dias. As taxas de sobrevivência ao fim de 12 meses foram elevadas e não se revelaram significativamente diferentes entre os dois grupos. De modo similar, a alteração no nível ósseo médio não foi significativamente diferente entre os grupos, após ajuste da profundidade do implante, tendo sido observados vários casos de ganho ósseo. Introdução No esforço contínuo de simplificar o tratamento e elevar a satisfação do paciente, os pesquisadores conceberam um ensaio multicêntrico, aleatório e controlado, destinado a avaliar as taxas de sobrevivência e as alterações no nível ósseo verificadas com implantes Straumann submetidos a carga imediata ou precoce, utilizando a superfície Straumann® SLActive. Material e métodos Resultados Conclusões •As cargas imediatas e precoces com implantes Straumann® SLActive revelam excelentes taxas de sobrevivência dos implantes (98 % e 97 % ao fim de 1 ano) •A carga imediata obtém tanto sucesso quanto a carga precoce com os implantes Straumann® SLActive •Um tratamento de implante pode obter sucesso com os implantes Straumann® SLActive, mesmo em osso de má qualidade •Não se verificaram perdas de implantes em osso do tipo IV •Observou-se ganho ósseo em 16 % dos implantes Dia 0 Acompanhamento 12 18 24 36 meses Restauro definitivo Dia 28–34 Semana 20–23 Carga precoce Restauro temporária Dia 0 Dia –1 ou antes Cirurgia Carga imediata Randomização Dia –1 ou antes Consentimento do paciente Angariação de probandos e distribuição do grupo Restauro temporária No grupo de carga precoce, as taxas de sobrevivência dos implantes foram de 97 %, ao passo que no grupo de carga imediata foram de 98 % ao fim de 12 meses. Isto demonstra que, estatisticamente, não se verificaram diferenças significativas. As taxas de sobrevivência foram comparáveis, de modo favorável, com as verificadas noutros estudos de carga precoce e imediata. O procedimento de carga imediata pode ser sensível à técnica empregue do que a carga precoce ou retardada. Estavam disponíveis as radiografias de 323 implantes (168 com carga imediata e 155 com carga precoce), tanto no início do estudo como ao fim de 12 meses. Os dados radiográficos em falta foram atribuídos à perda de implantes, desistência dos pacientes ou análises tardias. O nível ósseo médio foi de 0,90 ± 0,90 mm no grupo de carga imediata e de 0,63 ± 0,95 mm no grupo submetido a carga precoce. Esta diferença é significativa em termos estatísticos. No entanto, outras análises revelaram que a profundidade média de Análises revelaram que a qualidade óssea não teve efeitos significativos sobre a sobrevivência do implante ou a perda óssea. Não se verificaram perdas de implantes em osso do tipo IV. Neste estudo, aproximadamente 41,5 % dos implantes foram colocados em osso de qualidade inferior (tipo III /IV), revelando, por conseguinte, os efeitos benéficos da superfície SLActive® mesmo em situações de qualidade óssea baixa. Estudos clínicos- Neste estudo, 266 pacientes receberam 383 implantes na região posterior do maxilar inferior e/ou superior. Foram colocados 186 implantes no grupo de carga precoce, ao passo que os pacientes do grupo de carga imediata receberam 197 implantes. Os pacientes foram aleatorizados para receber um restauro temporário (coroa simples ou dentadura parcial de 2 a 4 unidades), a partir do contacto oclusal, no dia da colocação do implante (grupo de carga imediata), ou 28 a 34 dias mais tarde (grupo de carga precoce). Os restauros definitivos foram colocados 20 a 23 semanas após a cirurgia. A primeira variável foi o nível ósseo máximo inicial (cirurgia) até aos 12 meses; a segunda variável incluiu as taxas de sucesso e de sobrevivência do implante. implantação dos implantes submetidos a carga imediata era 0,30 mm mais baixa do que a verificada nos implantes submetidos a carga precoce. Considerando estes dados, o grupo em tratamento deixou de ter uma influência significativa. Os resultados confirmaram os achados da análise interina realizada ao fim de 5 meses. Observou-se ganho ósseo em 16 % dos implantes. Neste estudo, a perda óssea é comparável com a reabsorção óssea verificada noutros estudos de carga imediata e precoce, situando-se dentro dos limites reportados de < 1 mm no primeiro ano. Sendo conhecido que a perda óssea conduz à recessão gengival, é expectável que a perda óssea relativamente pequena verificada neste estudo possa produzir bons resultados estéticos. Além disso, a perda óssea é inferior à observada noutro estudo recente, no qual foi observada, ao fim de 1 ano, uma reabsorção óssea marginal média de 1,24 mm, para implantes submetidos a carga imediata, e de 1,19 mm nos implantes submetidos a carga precoce, com dentaduras parciais fixas. 21 17 A prospective study on 3 weeks loading of chemically modified titanium implants in the maxillary molar region: 1-year results M. Roccuzzo, T.G. Wilson Int J Oral Maxillofac Implants 2009;24:65–72. Resumo: foram colocados implantes SLActive® no maxilar posterior, que tende a apresentar uma menor densidade óssea, sendo submetidos a carga ao fim de 3 semanas. Os resultados preliminares sugerem ausência de complicações e de perdas precoces de implantes nesta indicação desafiadora. Introdução Os implantes com superfície SLA® podem receber carga precoce (ao fim de 6 semanas, ao invés das convencionais 12 semanas), com resultados altamente previsíveis.1,2,3,4,5 Também se demonstrou ser bem sucedido carregar precocemente o maxilar superior posterior, onde a densidade óssea tende a ser inferior.6 A aposição óssea maior e mais precoce verificada com a superfície SLActive®, bem como as respectivas propriedades biomecânicas de ancoragem óssea7,8, sugerem que até pode ser possível aplicar carga mais cedo, sem que se verifique um aumento do risco de perda, mesmo em osso de baixa densidade. Estudos clínicos Material e métodos O estudo incluiu 35 pacientes saudáveis não fumadores, cada um com um implante definido para avaliação. A preparação do local foi efectuada com recurso a osteótomos, mantendo a perfuração num valor mínimo; não foi efectuado o fecho das roscas. Os pilares foram ligados (com um binário de 15 Ncm) e os restauros provisórios colocados 21 ± 2 dias após a cirurgia, com aperto adicional do pilar (a 35 Ncm) 4 a 6 semanas depois, para o restauro final. Na ligação do pilar, foram realizadas diversas medições, que serão reavaliadas 1, 3 e 5 anos após a cirurgia. Estas foram: profundidade da sonda, índice de placa, hemorragia na sonda e radiografias padrão periapicais. Fig. 1: cicatrização do tecido mole 3 semanas após a operação. Obteve-se sempre estabilidade inicial do implante. Em seis dos implantes, verificou-se uma ligeira rotação na ligação do pilar; nestes casos, foram colocadas tampas protectoras e os implantes foram deixados a cicatrizar por mais 4 semanas. Após este período, os pilares foram reapertados e colocada a reconstrução protésica. Ao fim de 12 meses, nenhum paciente tinha desistido e a taxa de sobrevivência dos implantes foi de 100%. A perda óssea média ao fim de 12 meses foi de 0,22 ± 0,35 mm, não se verificando diferença significativa em termos de presença de placa, de hemorragia na sonda ou da profundidade da sonda (Tabela 1). Situação de r eferência Acompanhamento de 12 meses Diferença e statística PI 14 % 17 % n.s. BOP Dos 35 pacientes, 7 eram homens e 28 mulheres; a idade média era de 54,9 anos. Nenhum dos pacientes apresentou eventos adversos ou complicações durante a cirurgia ou cicatrização, tendo sentido apenas um desconforto mínimo. Observou-se uma boa cicatrização do tecido mole no momento da ligação do pilar (21 ± 2 dias; Fig. 1). 16 % 18 % n.s. PD Resultados 3,5 ± 0,9 mm 3,4 ± 1,0 mm n.s. Tabela 1: parâmetros clínicos na situação de referência e um ano após a colocação (PI = índice de placa, BOP = hemorragia na sonda, PD = profundidade da sonda) Conclusões •A carga funcional bem sucedida é possível na região molar do maxilar após 3 semanas com implantes SLActive® •A sobrevivência dos implantes foi de 100 % ao fim de 12 meses, em osso de baixa densidade •O procedimento representa um passo importante rumo a uma cicatrização mais rápida e a uma maior previsibilidade do tratamento 1 6 22 D. L. Cochran et al. 2002, 2 M. Roccuzzo et al. 2001, 3 M. Roccuzzo et al. 2008, M. Roccozzo et al. 2002, 7 D. Buser et al. 2004, 8 S. J. Ferguson et al. 2006 4 G. E. Salvi et al. 2004, 5 M. M. Bornstein et al. 2005, Stability change of chemically modified sandblasted/acid-etched titanium palatal implants. A randomized controlled clinical trial 18 M. Schätzle, R. Männchen, U. Balbach, C.H.F. Hämmerle, H. Toutenburg, R.E. Jung Clin. Oral Implants Res. 20, 2009;489–495. Resumo: este estudo clínico aleatório e controlado foi concebido para examinar as alterações de estabilidade de implantes palatinos com a superfície SLActive®, comparativamente com a superfície padrão SLA®, durante as primeiras etapas de cicatrização óssea. Introdução Materiais e métodos Group SLA® SLActive® 5,0 2,5 0,0 -2,5 0 7 14 21 28 35 42 49 56 70 84 Dia Fig. 1: alterações do valor médio do ISQ nos implantes SLA® e SLActive® Resultados Os valores do ISQ não foram significativamente diferentes entre os grupos (ISQ médio de 73,8 +/- 5 e de 72,7 +/- 3,9 para as superfícies SLA® e SLActive®, respectivamente), sendo apenas observadas pequenas alterações durante as 2 primeiras semanas e uma tendência decrescente nos níveis médios do ISQ a partir dessa altura. Nos implantes SLActive®, foi observada uma tendência para o aumento dos valores do ISQ ao fim de 28 dias, com valores do ISQ correspondentes aos verificados 42 dias após a colocação dos implantes. Nos implantes SLA®, a tendência alterou-se ao fim de 35 dias e produziu, decorridos 63 dias, valores do ISQ correspondentes aos verificados na situação de referência (Fig. 1). Ao fim de 12 semanas (n=10), foram observados valores do ISQ significativamente mais elevados nos implantes SLActive® (77,8 +/- 1,9 versus ® 74,5 +/- 3,9 nos implantes SLA , respectivamente). Estudos clínicos O estudo recrutou 40 voluntários adultos, que foram aleatoriamente distribuídos pelo grupo de teste (superfície SLActive®) e pelo grupo de controlo (superfície SLA®). Foi executada uma análise da frequência de ressonância (RFA) para avaliar alterações da estabilidade do implante. Os valores da RFA foram expressos como quociente de estabilidade do implante (ISQ). 7,5 Diferença média relativamente à situação de referência A maior parte dos estudos clínicos de implantes utiliza marcadores biológicos substitutos. Contudo, os implantes palatinos são dispositivos de ancoragem temporários e, como tal, são removidos posteriormente, após o tratamento. Consequentemente, têm um tempo de carga mais curto, que é definido pelo plano de tratamento pré-existente e pelo final da necessidade de ancoragem adicional. Os implantes palatinos são, por isso, os únicos implantes cuja explantação é executada após o sucesso clínico. Os implantes são removidos com uma trefina, juntamente com uma pequena quantidade do osso adjacente; por conseguinte, estes implantes podem oferecer o potencial para estudar o padrão inicial da osseointegração, incluindo a posterior análise histológica. Conclusão •Os resultados indicam que a modificação química da superfície SLA® pode ter uma influência positiva nos processos biológicos da osseointegração e reduzir o tempo de cicatrização. •A Straumann conclui que o resultado deste estudo confirma os resultados de estudos prévios1, no que respeita ao aumento precoce da estabilidade dos implantes SLActive®, comparativamente com os implantes SLA®. Oates TW, Valderrama P, Bischof M, Nedir R, Jones A, Simpson J, Toutenburg H, Cochran DL. Enhanced implant stability with a chemically modified SLA® surface: a randomized pilot study. Int J Oral Maxillofac Implants 2007;22:755-760. 1 23 19 Early loading of nonsubmerged titanium implants with a chemically modified sand-blasted and acid-etched surface: 6-month results of a prospective case series study in the posterior mandible focusing on peri-implant crestal bone changes and implant stability quotient (ISQ) values Bornstein MM, Hart CN, Halbritter SA, Morton D, Buser D. Clin Implant Dent Relat Res 2009;11(4):338-347. Resumo: quarenta pacientes receberam 56 implantes SLActive®, os quais foram funcionalmente submetidos a carga ao fim de 3 semanas. A estabilidade do implante (ISQ) foi medida em vários pontos temporais, por um período de até 26 semanas, tendo revelado um aumento constante desde a colocação do implante até à semana 26. Introdução 100 80 Valor do ISQ Estudos pré-clínicos demonstraram que a superfície SLActive® pode proporcionar uma redução ainda maior do tempo de cicatrização, comparativamente com o tempo de cicatrização proporcionado pelas superfícies ásperas. O objectivo desta pesquisa consistia em avaliar o desempenho clínico e radiológico, a curto prazo, de implantes SLActive®, submetidos a carga ao fim de 3 semanas e monitorizados com recurso ao método do quociente de estabilidade do implante (ISQ). 60 40 Estudos clínicos Métodos 24 Um total de 56 implantes foi colocado em locais cicatrizados, na região posterior dos maxilares inferiores de 40 parcialmente edêntulos. A aplicação funcional de carga, com coroas fixas por parafusos ou próteses fixas, foi executada ao fim de 3 semanas. Os parâmetros clínicos e radiológicos, incluindo a estabilidade do implante, determinada pelo ISQ, foram avaliados ao fim de 4, 7, 12 e 26 semanas. Resultados Embora não se tenham verificado falhas a nível da osseointegração, dois implantes foram considerados “giratórios" decorridas 3 semanas, pelo que foram mantidos sem carga por um período mais longo. O tecido mole apresentou-se adequadamente cicatrizado ao fim de 3 semanas. Ao fim de 6 meses, as medições clínicas e radiológicas foram favoráveis em todos os implantes. O ISQ aumentou constantemente, de 74,33 na altura da colocação do implante, para 83,32 na semana 26 (Figura 1). As taxas de sobrevivência e sucesso aos 6 meses foram de 100 %. 20 0 0 3 4 7 12 26 Tempo, em semanas Fig. 1: gráficos de caixas dos valores do ISQ na altura de colocação do implante (Dia 0) e ao fim de 3, 4, 7, 12 e 26 semanas Conclusão •A aplicação de carga precoce em implantes S LActive® 3 semanas após a colocação dos mesmos na região posterior do maxilar inferior, apresenta um baixo risco de falhas precoces •O restauro funcional definitivo ao fim de 3 semanas é possível •O tecido mole está pronto 3 semanas após a colocação do implante Early loading at 21 days of non-submerged titanium implants with a chemically modified sandblasted and acid-etched surface: 3-year results of a prospective study in the posterior mandible 20 Bornstein MM, Wittneben J-G, Brägger U, Buser D. J Periodontol 2010;81(6):809-818. Resumo: foram colocados implantes S LActive® em pacientes, sendo funcionalmente submetidos a carga ao fim de 21 dias; os parâmetros clínicos e radiológicos foram avaliados ao longo de 36 meses. Não se verificou a perda de implantes, e os níveis de ligação clínica e de profundidade da sonda foram superiores aos verificados nos controlos SLA®. Introdução Estudos pré-clínicos demonstraram que a superfície SLActive pode proporcionar uma redução ainda maior do tempo de cicatrização, comparativamente com o tempo de cicatrização proporcionado pelas superfícies ásperas. O objectivo deste estudo consistia em avaliar o desempenho clínico e radiológico de implantes SLActive®, colocados na região posterior do maxilar inferior de pacientes parcialmente edêntulos e submetidos a carga 3 semanas. ® Métodos Exame mPLI mSBI Resultados Embora não se tenham verificado falhas a nível da osseointegração, dois implantes foram considerados “giratórios" decorridos 21 dias, pelo que foram mantidos sem carga por um período mais longo. Todos os implantes revelaram achados clínicos e radiológicos favoráveis ao fim de 3 anos, e a osseointegração foi bem sucedida em todos; as taxas de sobrevivência e de sucesso foram, por conseguinte, de 100 %. Comparativamente com os controlos históricos dos implantes SLA®, os implantes SLActive® demonstraram valores significativamente melhores em termos de ligação clínica e de profundidade da sonda (Figura 1). A DIB era de 2,43 mm na situação de referência, aumentando para 2,67 mm ao fim de 1 ano, com uma ligeira redução para 2,55 mm ao fim de 3 anos (Figura 2). Nenhum implante apresentou uma perda óssea > 1 mm, e a maioria revelou uma perda óssea entre 0 e 0,3 mm. PD (mm) DIM (mm) CAL (mm) 3 meses (n = 54) 0,23 (± 0,06) 0,23 (± 0,03)a,b 3,09 (± 0,10)a,b,c,d -0,78 (± 0,10)a,b,c 2,30 (± 0,09) 6 meses (n = 54) 0,37 (± 0,07) 0,25 (± 0,04) 3,40 (± 0,11)a -1,02 (± 0,11)a 2,36 (± 0,08) 12 meses (n = 54) 0,24 (± 0,03) 0,13 (± 0,03)a 3,65 (± 0,10)b -1,51 (± 0,12)b 2,12 (± 0,09) 24 meses (n = 54) 0,30 (± 0,05) 0,23 (± 0,04) c 3,76 (± 0,11) -1,40 (± 0,13) 2,36 (± 0,08) 36 meses (n = 54) 0,23 (± 0,04) 0,11 (± 0,02)b 3,53 (± 0,09)d -1,01 (± 0,11) 2,53 (± 0,07) c Estudos clínicos Um total de 56 implantes foi colocado, em locais cicatrizados, na região posterior do maxilar inferior de 39 pacientes parcialmente edêntulos, sendo funcionalmente submetidos a carga, com coroas provisórias, ao fim de 21 dias. Os parâmetros clínicos relativos ao tecido mole (p. ex., índice de placa modificado [mPLI], índice de hemorragia no sulco modificado [mSBI], profundidade da sonda [PD], distância entre o ombro do implante e a margem da mucosa [DIM], nível de ligação clínica [CAL]) e parâmetros radiológicos (p. ex., distância entre o ombro do implante e o primeiro BIC [DIB]), foram medidos em diferentes pontos temporais entre a colocação do implante e os 36 meses, e os resultados foram comparados com os resultados dos controlos históricos de implantes SLA® submetidos a carga ao fim de 6 semanas). Fig. 1: parâmetros peri-implante relativos ao tecido mole, avaliados aos 3, 6, 12, 24 e 36 meses 4 Valor DIB 3 2 1 0 0 3 6 12 24 36 Tempo (meses) Fig. 2: gráficos de caixas dos valores médios da DIB, desde a colocação dos implantes até aos 3 anos Conclusão •Os implantes SLActive® submetidos a carga precoce podem atingir e manter uma osseointegração e uma integração de tecidos bem sucedidas ao longo de 3 anos •O procedimento proporciona reabilitação, com restauro definitivo ao fim de 3 semanas, aumentando a relação custo-eficácia para o paciente •A aplicação de carga ao fim de 3 semanas pode ser recomendada em situações clínicas definidas, para locais padrão sem defeitos ósseos 25 21 Early loading after 21 days of healing of nonsubmerged titanium implants with a chemically modified sandblasted and acid-etched surface: 2-year results of a prospective two-center study D. Morton, M.M. Bornstein, J.-G. Wittneben, W.C. Martin, J.D. Ruskin, C.N. Hart, D. Buser Clin. Implant Dent. Relat. Res. 2010, 12(1), 9-17. Resumo: os resultados da aplicação de cargas precoces a implantes SLActive® ao fim de 3 semanas, sugerem que pode obter-se integração com sucesso, sem aumentar o risco de perda do implante. Introdução Este foi um estudo clínico multicêntrico e prospectivo, realizado em pacientes parcialmente edêntulos que necessitavam de uma intervenção de implante em locais posteriores, destinado a avaliar a integração dos implantes e a resposta dos tecidos a implantes submetidos a carga oclusal total 21 dias após a colocação. Estudos clínicos Material e métodos 26 Todos os 56 pacientes, apresentando ausência de um único dente, espaço edêntulo alargado ou uma situação de extensão distal na região posterior do maxilar inferior, cumpriram critérios de inclusão estritos e facultaram o necessário consentimento informado. Um total de 89 implantes SLActive® de nível de tecido foi submetido a cicatrização não perturbada durante 21 dias, período após o qual os implantes foram provisoriamente submetidos a carga em oclusão total, com restaurações cerâmicas metálicas definitivas fabricadas e colocadas após 6 meses de cicatrização. Foram efectuadas medições para avaliar os parâmetros do tecido mole e foram obtidas radiografias durante um período de 24 meses após a colocação dos implantes. Tabela 1: parâmetros peri-implante relativos ao tecido mole, avaliados nas consultas de acompanhamento (média ± SEM) Exame 3 meses (N=84) 6 meses (N=84) 12 meses (N=84) 24 meses (N=84) mPLI mSBI PD (mm) 0,23 (±0,04) 0,22 (±0,03) 2,69 (±0,09)a,b,c 0,27 (±0,05) 0,20 (±0,03) 2,93 (±0,10)a 0,20 (±0,03) 0,15 (±0,02) 3,07 (±0,11)b 0,32 (±0,04) 0,28 (±0,03) 3,21 (±0,11)c As diferenças estatisticamente significativas são identificadas pelas mesmas letras (nível alfa de 0,05). Exemplo: a, estatisticamente significativo entre os 3 e os 6 meses. mPLI = índice de placa modificado; mSBI = índice de hemorragia no sulco modificado; PD = profundidade da sonda. Tabela 2: parâmetros radiológicos médios, desde a situação de referência até aos 2 anos Exame 0 meses 3 meses 6 meses 12 meses 24 meses Média 2,37 2,57 2,63 2,60 2,57 SEM ±0,06 ±0,04 ±0,04 ±0,04 0,05 Significado a, b, c a b c Resultados Dos 89 implantes colocados, dois (2,2 %) implantes não obtiveram integração e foram retirados durante a cicatrização, ao passo que outros dois (2,2 %) implantes exigiram um tempo de cicatrização mais prolongado. Consequentemente, um total de 85 (95,6 %) implantes foi submetido a carga 21 dias após a colocação. Foi perdido um implante e, por conseguinte, foi excluído das análises posteriores. Os restantes implantes exibiram todos resultados clínicos e radiológicos favoráveis (Tabelas 1 e 2). Com base em critérios estritos de determinação do sucesso, os implantes foram considerados como integrados com êxito 2 anos após a inserção, resultando numa taxa de êxito de 97,7 % ao fim de 2 anos. Radiografia Radiografia Radiografia Cirurgia Restauro provisório Acompanhamento Dia 0 Dia 21–22 Dia 84 –91 SEM = erro padrão da média. Conclusão •Os implantes de nível de tecido com superfície S LActive® podem, previsivelmente, atingir uma integração de tecido bem sucedida quando submetidos a carga com oclusão total ao fim de 21 dias. •Este estudo indica que a aplicação de carga precoce a implantes SLActive® na região posterior do maxilar inferior apresenta um risco razoavelmente baixo de falhas iniciais (2,3 %). •O conceito de carga precoce proporciona um tratamento não complexo, com restauro definitivo após um período de cicatrização de 3 semanas, apresentando, consequentemente, uma boa relação custo-eficácia. Radiografia Radiografia Radiografia Radiografia Restauro definitivo Acompanhamento Acompanhamento Acompanhamento Fim 6 meses 2 anos ±2 semanas 3 anos ±2 semanas 4 anos ±2 semanas 5 anos ±2 semanas A multicenter prospective ‘non-interventional’ study to document the use of and success of Straumann® SLActive implants in daily dental practice 22 Luongo G, Oteri G. 24th Annual Meeting of the Academy of Osseointegration, 26-28 de Fevereiro, San Diego, CA, USA; poster P220. J Oral Implantol 2010; 36(4):305-314. Resumo: foi realizado um estudo prospectivo multicêntrico não intervencional, no qual 276 implantes SLActive® foram colocados e documentados em 218 pacientes, de acordo com situações em que normalmente seriam colocados implantes. Ao fim de 1 ano, a taxa de sobrevivência e de sucesso foi de 98,2 %, semelhante à observada em ensaios clínicos estritamente controlados. Introdução Resultados Os resultados de ensaios clínicos demonstraram os excelentes resultados obtidos com os implantes S LActive®; contudo, os ensaios clínicos são, normalmente, realizados sob condições controladas, com estritos critérios de inclusão/exclusão de pacientes. Como tal, o objectivo desta pesquisa consistia em avaliar os implantes SLActive® numa população de pacientes de grandes dimensões, no ambiente de prática clínica privada, e comparar as taxas de sucesso e de sobrevivência com as obtidas em ensaios clínicos controlados. Oito doentes não compareceram às consultas de acompanhamento, o que resulta num total de 218 pacientes, sendo documentados 276 implantes. Os factores de risco na população de pacientes incluíam tabagismo, gengivite ou periodontite não tratada, bruxismo e osteoporose. A maioria dos pacientes mantinha uma boa ou razoável higiene oral (Tabela 1). A distribuição dos implantes foi semelhante entre o maxilar inferior (46 %) e o maxilar superior (54 %), sendo a maioria colocada na região posterior (Figura 1). A aplicação de carga precoce (48,4 %) ou convencional (34,1 %) foi efectuada frequentemente. Foram efectuados procedimentos de aumento ósseo para 31,1 % dos implantes, quer isolado (22,8 %) ou com uma membrana (8,3 %). Cinco implantes falharam, sendo que todos estiveram associados a um procedimento simultâneo de aumento do seio nasal, o que resultou numa taxa de sobrevivência e de sucesso dos implantes de 98,2 %. Métodos Nº de pacientes (%) Higiene oral Excelente 17 (17,8) 127 (58,3) Razoável 62 (28,4) Fraca 12 (5,5) Tabagismo 52 (23,9) Gengivite ou periodontite não tratada 19 (8,7) Bruxismo 14 (6,4) 4 (1,8) 10 (4,5) Boa Factores de risco Tratamento contra a osteoporose Outros* Conclusões •A taxa cumulativa de sobrevivência e de sucesso ao fim de 1 ano foi de 98,2 % •Todos os implantes que falharam estiveram associados a um procedimento simultâneo de aumento do piso do seio nasal •A taxa de sucesso dos implantes S LActive® na prática diária é semelhante à observada em ensaios clínicos formais, com populações de pacientes estritamente controladas Estudos clínicos Este foi um estudo de corte prospectivo, não intervencional, com a duração de 1 ano, realizado em 30 consultórios privados em Itália. Foram tratados 226 pacientes no total, sendo agendado um máximo de cinco consultas por cada paciente: rastreio, cirurgia, restauro temporário (opcional), restauro definitivo e acompanhamento ao fim de 1 ano. Os implantes SLActive® foram colocados de acordo com as indicações recomendadas, em situações em que o dentista aplicaria, normalmente, implantes. As decisões de tratamento foram deixadas ao critério de cada médico, de acordo com a situação e requisitos do paciente. Tabela 1: higiene oral e factores de risco *Diabetes não controlada, infecção óssea pós-extracção, artrite reumatóide, enfarte do miocárdio prévio, arterosclerose, hipertensão, anemia microcítica e depressão ligeira 35 Número de implantes Número de implantes 25 20 15 10 5 0 30 25 20 15 10 5 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 0 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 Posição FDI (maxilar superior) Posição FDI (maxilar inferior) Fig. 1: posição dos implantes nos maxilares superior e inferior, de acordo com a nomenclatura FDI 27 23 Early osseointegration to hydrophilic and hydrophobic implant surfaces in humans Lang NP, Salvi GE, Huynh-Ba G, Ivanovski S, Donos N, Bosshardt DD. Clin. Oral Implants Res. 2011;22:349–356. Resumo: Este é o primeiro estudo que demonstra histologicamente o processo de ósseo-integração com a superfície SLActive ® em humanos. Um total de 49 implantes de titânio, com uma superfície SLA® ou SLActive ®, foi colocado e documentado em 28 voluntários saudáveis. A velocidade e grau de ósseo-integração durante as fases iniciais da cicatrização foram avaliados, tendo-se verificado, ao fim de 28 dias, que a ósseo-integração (BIC, contacto osso-implante) foi significativamente maior nos implantes com a superfície SLActive ®. Introdução Estudos clínicos Foram realizadas investigações comparando a osseointegração em várias superfícies de implante, mas estas tendem a ser e studos in vivo realizados em animais. Não existem dados disponíveis de estudos em humanos, pelo que a sequência da cicatrização no processo de osseintegração precoce, no homem, e a forma como se compara com os processos observados noutras investigações in vivo é relativamente desconhecida. SLA® 50 40 30 20 10 0 0 1 2 3 4 5 % de valor médio (DP) 7 dias 14 dias 28 dias 42 dias SLActive ® 6,14 (10,63) 14,80 (15,37) 48,34 (14,91) 61,62 (4,98) Materiais e métodos SLA® 6,47 (6,02) 12,19 (10,62) 32,38 (16,21) 61,53 (5,79) Foram preparadas seções histológicas e efetuaram-se a nálises histométricas do osso novo, do osso antigo, dos d etritos ósseos, dos tecidos moles e do BIC. Resultados A cicatrização decorreu sem incidentes em todos os locais. Dos 49 implantes colocados, 30 ficaram disponíveis para análises histológicas/histométricas. Dificuldades de recolha de biopsias resultaram na perda de algumas amostras. Estavam presentes artefactos em algumas das amostras – estas áreas foram excluídas das análises, de modo a serem analisadas apenas as regiões isentas de artefactos. As percentagens de novo contacto osso-implante ao fim de 7, 14, 28 e 42 dias são apresentadas na Tabela 1. 6 Períodos de cicatrização em semanas A finalidade desta investigação, por conseguinte, consistia em avaliar a velocidade e grau de osseointegração em duas superfícies de implante diferentes (SLA® e SLActive ®), durante as fases iniciais de cicatrização num modelo humano. Foi colocado um total de 49 implantes de titânio especialmente desenhados (4 mm de comprimento e 2,8 mm de diâmetro exterior), com uma superfície SLA® ou SLActive ®, na região retromolar de 28 voluntários saudáveis. Uma tampa de cicatrização, com um conjunto de parafuso interno, foi encaixada na parte coronal dos implantes. Após períodos de cicatrização submersa de 7, 14, 28 e 42 dias, os implantes foram removidos utilizando uma trefina especialmente concebida, que permitia remover o implante e tecido circunferencial com 1 mm de espessura. 28 SLActive® 60 % de osso novo na superfície do implante As caraterísticas da superfície dos implantes de titânio influenciam a velocidade e grau da osseointegração. S uperfícies moderadamente rugosas, como a SLA®, d emonstraram um m elhor contacto osso-implante (BIC, bone-to-implant contact) do que superfícies como as de titânio pulverizado com plasma (TPS, titanium plasma-sprayed), as tratadas com jato de Al2O3 ou as superfícies maquinadas. A modificação química, tal como a verificada com a superfície hidrofílica SLActive ®, pode otimizar ainda mais o processo de osseointegração. 70 Tabela 1: percentagem de BIC ao fim de 7, 14, 28 e 42 dias Ao fim de 7 dias, não se observaram quaisquer diferenças entre as amostras SLA® e SLActive ®. O BIC foi aproximadamente de 6 %, tendo-se observado alguma aposição ó ssea precoce em pontos onde o osso existente estava em c ontacto próximo com a superfície do implante; consequentemente, nestes casos, o osso uniu os espaços entre o osso antigo e o implante. A maioria dos espaços entre o osso e o implante foi preenchida por tecidos moles contendo matrizes simples com várias partículas de detritos ósseos. 23 Ao fim de 14 dias, o BIC tinha aumentado para 12,2 % e 14,8 % nas superfícies SLA® e SLActive ®, respetivamente. Verificou-se a formação de osso sobre o osso existente, estendendose parcialmente em direção à superfície do implante. O início de nova aposição óssea foi evidente em áreas maiores da superfície dos implantes SLActive ®. Observaram-se partículas ósseas maiores rodeadas por osteóide, o que ajudava à formação da trabécula. Ao fim de 28 dias, o BIC tinha aumentado em ambos os tipos de amostras, mas revelou-se significativamente maior com a superfície SLActive ® (48,3 %) do que com a superfície SLA® (32,4 %). Observou-se um revestimento ósseo em ambos os tipos de amostra (Fig. 1 e Fig. 2), observando-se um BIC quase completo no interior de algumas roscas dos implantes SLActive ® (Fig. 2) e verificando-se a existência de trabécula óssea mineralizada estendendose em direção à matriz provisória. Estudos clínicos Fig. 2: micrografia luminosa da interface implante-tecido na superfície SLActive® ao fim de 28 dias (as setas indicam elementos de trabécula óssea reticulada estendendo-se desde o osso antigo (OB, old bone) em direção à superfície do implante) Ao fim de 42 dias, o BIC tinha aumentado ainda mais, atingindo os 62 % em ambas as superfícies (SLA® e S LActive ®). Observou-se um estádio avançado de desenvolvimento ósseo com ambas as superfícies, tendo-se d etetado a formação de osteonas em pontos afastados da superfície do implante. O revestimento ósseo revelou-se espesso e extenso, frequentemente ligado através da trabécula e estendendo-se em direção ao osso novo. Conclusões ▪▪Foram observados padrões de cicatrização semelhantes Fig. 1: micrografia luminosa da interface implantetecido na superfície SLA® ao fim de 28 dias (as setas indicam osso novo) nos implantes SLA® e SLActive ® ▪▪A osseointegração (BIC) revelou-se maior, ao fim de 14 dias, e significativamente maior, ao fim de 28 dias, nos implantes SLActive ® ▪▪Nos humanos, a velocidade de osseointegração foi substancialmente mais baixa (aproximadamente o dobro do tempo de cicatrização) do que a verificada em estudos realizados com animais ▪▪Este é o primeiro estudo que demonstra histologicamente o processo de osseointegração com a superfície S LActive ® em humanos 29 Bibliografia Segue-se uma lista de publicações seleccionadas e relevantes, que referem a superfície e/ou implantes SLActive®. An N, Schedle A, Wieland M, Andrukhov O, Matejka M, Rausch-Fan X. 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