tcc-viviane-pasquali (514)
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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC CAMPUS XANXERÊ VIVIANE PASQUALI JOIAS VIVAS: CONCEITOS DO ECODESIGN APLICADOS A UMA LINHA DE JOIAS XANXERÊ 2014 VIVIANE PASQUALI JOIAS VIVAS: CONCEITOS DO ECODESIGN APLICADOS A UMA LINHA DE JOIAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção de grau de bacharel em Design. Orientadora: Me. Karina Tissiani XANXERÊ 2014 VIVIANE PASQUALI JOIAS VIVAS: CONCEITOS DO ECODESIGN APLICADOS A UMA LINHA DE JOIAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção de grau de bacharel em Design. Aprovada em BANCA EXAMINADORA Prof. Me. Karina Tissiani Universidade do Oeste de Santa Catarina Prof. Dr.... Universidade do Oeste de Santa Catarina Prof. Dr.... Universidade do Oeste de Santa Catarina Dedico este trabalho aos grandes amores da minha vida meus pais, minha base, meus eternos companheiros. Sempre me incentivaram e jamais me deixaram desistir diante dos obstáculos e dificuldades. Serei eternamente grata a vocês. AGRADECIMENTO Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pela força, coragem e vontade de enfrentar os novos caminhos e acontecimentos que apareceram, me tornando alguém capaz de seguir em frente. Agradeço aos meus pais Paulo Pasquali e Neiva Pasquali pelo amor que me concederam em toda a minha vida e durante a faculdade. Agradeço profundamente a Professora Karina Tissiani, orientadora, amiga, conselheira, dentre tantas outras funções, pelo ato de compaixão e coragem por me escolher como orientanda, já que já estava sobrecarregada, mas mesmo assim aceitou este desafio. Obrigada também aos professores Walter Strobel Neto e Aleteonir José Tomasoni, pelo ensino e aprendizado, durante todos estes anos de ensino. Grata pelas lindas amizades que fiz durante esses anos na faculdade a Andreiza Correia, a minha fotógrafa Camila Wagner, Alessandra Canuto, Daniela Ana Ineia, Nikeli Rossi, e claro, aos demais colegas de classe pelos inúmeros e incontáveis momentos de alegria, risos, que passamos juntos. “Semear ideias ecológicas e plantar sustentabilidade é ter a garantia de colhermos um futuro fértil e consciente”. Sivaldo Filho RESUMO Este estudo trata da criação de uma linha de ecojoias, voltada para o público feminino numa faixa etária de 30 a 45 anos, usa-se os conceitos do ecodesign, tendo como matéria prima, materiais não recicláveis, porém reutilizáveis. Hoje em dia a poluição e o descarte desenfreado e imprudente do lixo, vem se tornando o principal agravante para os problemas ambientais que tanto vê-se em pautas de noticiários, revistas e páginas na internet. Partindo dessa realidade, o principal objetivo deste projeto é conscientizar as pessoas dos problemas que o lixo causa quando descartado de forma irresponsável, e que existem inúmeras formas de reaproveitar esses resíduos, causando assim, menos impacto no meio ambiente. Através da metodologia de design de Löbach, foi possível manter uma linha de pensamento e atribuir características funcionais, formais e estéticas, com os devidos testes para satisfazer as necessidades dos usuários e atender a problemática envolvida no estudo. A partir das pesquisas e do desenvolvimento, tem-se como resultado uma linha de joias usando a cerâmica como matéria prima não reciclável e o ouro como liga. Acredita-se, que o processo de desenvolvimento possibilitou chegar ao resultado pretendido no projeto, obtendo uma linha de joias composta por brinco, anel, bracelete e colar, com características próprias, com alto valor agregado e com grande potencial competitivo de mercado. Palavras-chave: Ecodesign, Joias, Conscientizar, Lixo. ABSTRACT This study deals with the creation of a line of ecojoias, facing a female audience aged 30-45 years using the concepts of ecological design, having as raw material, non-recyclable materials, but reusable. Nowadays pollution and unbridled and reckless waste disposal, has become the main aggravating to environmental problems so that one sees on the news agendas, magazines and on the internet pages. Based on this fact, the main objective of this project is to make people aware of the problems that cause the garbage when discarded irresponsibly, and that there are numerous ways of reusing these wastes, thus causing less impact on the environment. Through design methodology Lobach was possible to maintain a train of thought and assign functional, formal and aesthetic characteristics, with appropriate tests to meet the needs of users and meet the problems involved in the study. From the research and development has resulted in a line of jewelry using ceramics as raw materials not recyclable and gold as an alloy. It is believed that the development process has enabled to reach the desired result in the project, obtaining a line of jewelry consists of earrings, ring, bracelet and necklace, with its own characteristics, with high added value and competitive with great market potential. Keywords: Ecodesign, Jewels, Educate, Trash. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Esquema ecodesign ........................................................................ 22 Figura 2: Fatores do ecodesign. ..................................................................... 22 Figura 3: Representação do painel de público alvo. ....................................... 43 Figura 4: Fonte: a autora. ............................................................................... 43 Figura 5: Painel de tendências. ...................................................................... 46 Figura 6: Painel de similares........................................................................... 46 Figura 7: Bracelete em fibra de bananeira, peridoto e prata rodinada. ........... 48 Figura 8: Anel Puzzle curvo mix. .................................................................... 49 Figura 9: “Pulseira “Terra”............................................................................... 50 Figura 10: Painel de joias de musgos. ............................................................ 51 Figura 11: Anel extraído de livro. .................................................................... 52 Figura 12: Pulseira larga com palha de arumã lisa e fecho palito grande....... 53 Figura 13: Anel Anthony Roussel. .................................................................. 54 Figura 14: Painel de resíduos coletados na construção civil .......................... 63 Figura 15: Painel de cerâmicas coletadas em obras. ..................................... 64 Figura 16: Painel conceitual............................................................................ 65 Figura 17: Painel tema da Coleção Joias Vivas. ............................................. 66 Figura 18: Geração de linha de joias. ............................................................. 71 Figura 19: Linha de joias mostrando a origem dos materiais. ......................... 73 Figura 20: Processo de corte da cerâmica. .................................................... 74 Figura 21: Painel da confecção das joias. ...................................................... 75 Figura 22: Brinco ............................................................................................ 76 Figura 23: Colar. ............................................................................................. 78 Figura 24: Bracelete........................................................................................ 80 Figura 25: Anel ............................................................................................... 82 Figura 26: Situação em uso de brinco, anel e bracelete. ................................ 84 Figura 27: Situação em uso do anel. .............................................................. 84 Figura 28: Situação em uso do anel. .............................................................. 85 Figura 29: Situação em uso do anel e bracelete. ............................................ 85 Figura 30: Situação em uso da coleção de joias. ........................................... 86 Figura 31: Situação em uso da coleção de joias. ........................................... 86 Figura 32: Situação de uso da linha de joias .................................................. 87 LISTA DE DESENHOS Desenho 1: Geração de alternativa de anéis. ................................................. 67 Desenho 2: Geração de alternativa de pulseiras/braceletes. .......................... 68 Desenho 3: Geração de alternativa de colar/gargantilha. ............................... 69 Desenho 4: Geração de alternativa de brincos ............................................... 70 Desenho 5: Desenho Técnico......................................................................... 77 Desenho 6: Desenho Técnico......................................................................... 79 Desenho 7: Desenho Técnico......................................................................... 81 Desenho 8: Desenho técnico. ......................................................................... 83 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Esquema explicativo da metodologia de Löbach. ........................... 35 Tabela 2: Esquema adaptado de metodologia. .............................................. 36 Tabela 3: Nomenclatura das gemas ............................................................... 57 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................15 2. BASES DO CONHECIMENTO.....................................................................................20 2.1 DESIGN E ECODESIGN: DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES .........................................20 2.2 CICLO DE PRODUTOS ...........................................................................................23 2.3 REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR (3R’S) ...........................................................25 2.4 DESIGN INDUSTRIAL ................................................................................................27 2.5 HISTÓRIA DA JOIA ....................................................................................................28 2.6 SUSTENTABILIDADE.................................................................................................31 3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN......................................................34 3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN .................................................................35 3.1.1 FASE DE PREPARAÇÃO: ANÁLISE DE PROBLEMA ............................................................37 3.1.2 FASE DE GERAÇÃO: ALTERNATIVAS DO PROBLEMA ........................................................38 3.1.3 FASE DE AVALIAÇÃO: AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS DO PROBLEMA. ...............................39 3.1.4 FASE DE REALIZAÇÃO: REALIZAÇÃO DA SOLUÇÃO DO PROBLEMA. ....................................39 3.2 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN ......................................................40 3.2.1 FASE DE PREPARAÇÃO ...........................................................................................40 3.2.1.1 ANÁLISE DO PROBLEMA ...........................................................................................40 3.2.1.2 ANÁLISE DAS NECESSIDADES ...................................................................................40 3.2.1.3 A NÁLISE DA RELAÇÃO SOCIAL (HOMEM- PRODUTO) .....................................................41 3.2.1.4 A NÁLISE DA RELAÇÃO COM AMBIENTE (PRODUTO-AMBIENTE) .......................................43 3.2.1.5 A NÁLISE DO MERCADO ............................................................................................44 3.2.1.5.1 TENDÊNCIA DE MODA NAS JOIAS .............................................................................44 3.2.1.6 A NÁLISE DA CONFIGURAÇÃO, FUNCIONAL E ESTRUTURAL ............................................54 3.2.1.7 A NÁLISE DE MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO ...............................................55 3.2.1.7.1 MATERIAIS CONVENCIONAIS ..................................................................................56 3.2.1.7.2 MATERIAIS NÃO CONVENCIONAIS ............................................................................57 3.2.2 FASE DE GERAÇÃO ..................................................................................................64 3.2.2.1 CONCEITOS DO DESIGN ...........................................................................................64 3.2.2.2 ALTERNATIVAS DO PROBLEMA E ESBOÇOS..................................................................66 3.2.2.3 ESBOÇOS DAS LINHAS DE JOIAS ................................................................................70 3.2.3 FASE DE AVALIAÇÃO ...............................................................................................72 3.2.3.1 ESCOLHA DA MELHOR SOLUÇÃO ................................................................................72 3.2.3.2 MODELO DA LINHA DE JOIAS .....................................................................................74 3.2.3.3 INCORPORAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS AO NOVO MODELO ..........................................75 4. RESULTADO ...................................................................................................................76 4.1 FASE DE REALIZAÇÃO ....................................................................................................76 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................................88 15 1. INTRODUÇÃO O presente estudo busca posicionar o design como fator estratégico no desenvolvimento de produto com foco no Ecodesign, aplicado ao segmento de design de joias, assim, pretende-se elevar a importância do pensamento sustentável. O conceito do Ecodesign é definido por Manzini e Vezzoli 2008 (apud Pedro e Barros, 2011) como uma ferramenta de design, cujo objetivo é vincular o que é tecnicamente possível ao ecologicamente necessário, sua aplicação poderá ser caracterizada de acordo com um dos quatro tipos de aplicações existentes. No primeiro deles redesign ambiental, trata-se de uma melhor eficiência no consumo de matéria prima e de energia do produto existente, a facilitação da reciclagem de seus materiais e a reutilização dos seus componentes Manzini e Vezzoli 2008 (apud Pedro e Barros, 2011). O segundo nível, segundo os autores, envolve projetos de novos produtos e serviços que substituam os atuais, trata-se da necessidade de uma boa prestação de serviços e de reutilização dos produtos, quando estes são ecologicamente mais favoráveis em relação aos demais. Para a aplicação do terceiro nível, Manzini e Vezzoli 2008 (apud Pedro e Barros 2011), apresentam o projeto de novos serviços intrinsecamente sustentáveis, para isso, é preciso que o novo mix de produtos e serviços propostos seja socialmente apreciável. No quarto e último nível, novos cenários que correspondam a estilos de vida sustentáveis, é proposto o desenvolvimento de atividades no âmbito cultural que venham a promover novos critérios de qualidade e assim, modifiquem a maneira de buscar novos resultados, conforme indicam Manzini e Vezzoli 2008 (apud Pedro e Barros, 2011). Ainda para os autores, alguns princípios do Ecodesign devem ser incorporados pela indústria, como: a) Escolha de materiais de baixo impacto ambiental: menos poluentes, não tóxicos, de produção sustentáveis ou reciclados, ou ainda que requeiram menos energia na fabricação; b) Qualidade e durabilidade: 16 produtos mais duráveis e que funcionem melhor, a fim de gerar menos lixo; c) Modularidade: objetos com peças intercambiáveis, que possam ser trocadas em caso de defeito, evitando a troca de todo o produto, o que também gera menos lixo; d) Reutilização/Reaproveitamento: projetar produtos para sobreviver ao seu ciclo de vida, podendo ser reutilizados ou reaproveitados para outras funções após seu primeiro uso. Dito isto, notou-se que o Ecodesign apresenta-se hoje para a indústria como uma forma sustentável de crescimento, possibilitando conciliar o consumismo ao ecologicamente correto, e evitando que as pessoas tenham cada vez mais esse impulso por compras não necessárias. Perante o exposto, a pesquisa objetiva de forma geral desenvolver uma linha de joias utilizando elementos descartados na natureza, e usando-os para gerar valor agregado ao produto. Para tanto, os objetivos específicos são: a) Fundamentar teoricamente o design e design de joias; b) Entender o processo e valor do design sustentável; c) Definir um perfil de público alvo; d) Desenvolver uma coleção de joias seguindo o princípio do Ecodesign, e) Conscientizar as pessoas de que por meio do ecodesign que podemos dar um novo destino ao lixo. A importância desta pesquisa dá-se pelo fato de que, cada vez tem se notado graves desequilíbrios ambientais como reflexo de problemas da má utilização dos recursos naturais. Segundo Baldissarelli (2009, p. 07). Os danos ao ambiente não respeitam fronteiras físicas, geográficas, culturais ou ideológicas e continuarão a se multiplicar enquanto o ser humano não tomar consciência de que seus atos atingem, em maior ou menor intensidade, todos os seres. Desta forma, pode-se entender que cabe ao designer conscientizar as pessoas de que é possível reaproveitar cada vez mais componentes descartados, apresentando-os em um novo contexto, visto que, o ser humano é capaz de transformar o mundo ao seu redor, tendo assim que assumir a responsabilidade pelo uso correto dos recursos naturais para garantir a conservação, preservação e recuperação do ambiente. Baldissarelli (2009, p.09) ainda afirma: 17 Na concepção tradicional, lixo é alguma coisa que deve ser afastada, já que, em muitos casos, não pode ser evitada. Mas este conceito tornou-se relativo: o que não serve mais a alguém, pode ser reaproveitado por outros. Utilizar os conceitos sustentáveis aliados à joia mostra-se importante meio de conscientização uma vez que se transita do lixo ao luxo, assim, por meio do design agrega-se valor ao produto antes descartado. No que tange o universo das joias, pode-se considerar que, desde a antiguidade têm-se registros que os povos já usavam lascas de ossos, cascas de arvores, e pedras como adornos, hoje popularmente conhecidas como joias. De acordo com Gola (2008, p.24) a existência das joias está documentada desde aproximadamente 35 mil anos antes de Cristo. As joias existiram desde tempos mais remotos e foram encontradas de uma forma ou de outra, em todas as civilizações do mundo, como penas, ossos, sementes, madeiras, flores, entre outros. Pode-se classificá-las como pequenos objetos de associações pessoais que denotam certos aspectos de nossa personalidade, origem cultural, racial e que evidenciam, em quase todas as culturas, conceitos representativos como amor, a magia, a saúde e o poder. (AIEX, VIENTINI, SAITO,3 p) Quando se pensa no produto joia, popularmente associa-se aos conceitos de glamour, estilo, e principalmente a beleza, e esta beleza está relacionada diretamente com design das peças e a matéria prima nelas empregadas. Segundo Rebello (2007, p.2 ) “a demanda por peças com estilo e personalidade cresceu no mercado e a indústria joalheira abriu as portas para a criatividade e o uso de novos materiais e técnicas na confecção das joias”. Na sociedade contemporânea, conforme Faggiani (2006, p. 6),nota-se que diminuiu a importância sobre o valor monetário dos materiais usados na caracterização do que é joia, abrindo espaço para a entrada de novos valores: estéticos, ecológicos, sociais, simbólicos. 18 Para que os objetivos da pesquisa sejam alcançados, será elaborada uma série de procedimentos técnicos e intelectuais, para tanto, faz-se uso da metodologia da pesquisa e metodologia projetual. A pesquisa é considerada aplicada e terá uma forma de abordagem qualitativa, demonstrando assim, as opiniões e dados que qualifiquem certas ideias. Quanto a forma de abordagem é descritiva, pois segundo Gil (2001, p.23) “[...] a abordagem descritiva prioriza o aprofundamento”. Além da coleta de dados, para o desenvolvimento desse projeto será efetuada a pesquisa bibliográfica. Serão pesquisados livros, artigos periódicos e materiais disponibilizados na internet, acerca dos conteúdos que norteiam o estudo. Para definir o melhor processo projetual para o desenvolvimento de uma coleção de joias, tornou-se necessário conhecer os autores que tratam de modelos de processos e técnicas de projeto. Durante o estudo, foi identificada a necessidade de adaptação das propostas ao projeto em questão, sendo que não existe uma metodologia específica para o design de joias, então, baseando-se em outras pesquisas e projetos na área do design de joias, optou-se por utilizar etapas propostas por Löbach (2001). O modelo proposto por Löbach é definido praticamente em 4 fases: 1- Fase de preparação, onde se busca conhecer o problema, coletar informações e análise. 2- Fase de geração, escolha de um método para solucionar esse problema, produção de ideias, e geração de alternativas. 3- Fase de avaliação, onde são examinadas as alternativas, processo de seleção e qualificação de alternativas. 4Fase de realização, onde se tem a solução do problema. Para facilitar no desenvolvimento e na clareza das informações descritas neste projeto, buscou-se trabalhar em capítulos de forma estruturada. O capítulo I traz a apresentação do tema, problema, objetivos e justificativa da pesquisa. No capítulo II – Bases do Conhecimento, através de pesquisa bibliográfica foram elaborados textos teóricos sobre o que é design, sua origem e toda a sua 19 aplicação, bem como suas ramificações, em específico o Ecodesign, e como ele está inserido na sociedade. Já no capítulo III – É apresentada a metodologia do Projeto de Design. É neste capítulo que serão abordadas todas as etapas para o desenvolvimento do projeto, chegando a solução do problema. Capítulo IV – Apresenta o resultado, ou seja, é nesta etapa que serão apresentados os desenhos técnicos, gerações de alternativas, enfim todo o detalhamento do projeto. Capítulo V – Aborda as considerações finais sobre o projeto, ressaltando as contribuições que ele trouxe para o problema de pesquisa. 20 2. BASES DO CONHECIMENTO 2.1 DESIGN E ECODESIGN: DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES O design vem sendo empregado para solucionar os mais diversos problemas do cotidiano das empresas ou instituições, em geral, ele pode ser aplicado de diversas formas e em vários segmentos, uma vez que sua prática envolve um processo metodológico que consiste em desenvolver projetos a fim de melhorar aspectos funcionais, ergonômicos e visuais de um produto ou serviço, de modo a atender as necessidades dos consumidores, trazendo conforto, segurança e satisfação aos usuários. Segundo o dicionário Michaellis (2010, p.283) design é “[...] a concepção de um projeto ou modelo; planejamento”. Assim, entende-se que o design tem o poder de adicionar valor a produtos industrializados, levando a conquista de novos mercados. Desta forma pode-se definir design como sendo uma forma eficiente de melhorar a qualidade de vida das pessoas, agregando qualidade, estética e funcionalidade. Para Strunck (2001, p.23): A missão do designer está relacionada a concepção, a criação de conceitos que, formalizados, possam fazer a informação circular com maior eficácia possível, sem abrir mão do prazer estético que é próprio dos seres humanos. Sendo assim, pode-se afirmar que o design está diretamente ligado a qualidade do produto, agregando valor diferenciado com vistas a satisfazer as necessidades e problemas da sociedade. Por sua diversidade, é um tema muito amplo e que abrange diversas áreas, desde o planejar, projetar e aplicar. Hoje, mais do que nunca, o design vem ganhando espaço na indústria de diversas maneiras, sendo na geração de produtos inovadores, na gestão, comunicação, redução dos custos durante a produção, fazendo uso de diferentes matérias primas, preservação ambiental, propondo alternativas capazes de reduzir o impacto da utilização de recursos naturais não renováveis. Independente do campo e prática, é notável que o design tem se posicionado como fator estratégico de diferenciação e competitividade. 21 Dentre as diversas formas de se perceber o design, uma que ganha grande destaque é, o Ecodesign. A palavra Ecodesign quando analisada em nível superficial de compreensão mostra-se autoexplicativa, onde seu significado geral destaca imediatamente os dois termos que a definem: o “Eco” “design” é um modelo de projeto, segundo Manzini 2008 (apud Pedro e Barros, 2011), norteado pelos critérios ecológicos. Desta forma, mostra a expressão que resume um vasto conjunto de atividades projetuais que tendem a conflitar com os temas apresentados pela questão ambiental, partindo do início do projeto, ou seja, do redesenho dos próprios produtos. Paralelamente, a importância do design no contexto de sociedade atual, o Ecodesign é um termo que, embora dê a ideia do que se trata, está muito distante de apresentar uma definição pontual de seu significado, pois ao analisar de forma específica, sua indeterminação surge exatamente de ter em si, amplificados os diversos campos de estudo bem explícitos que, por sua vez, estão rodeados de indeterminação dos dois termos que o compõem – ecologia e design. Manzini 2008 (apud Pedro e Barros,, 2011) O designer pode tornar um produto ecológico fazendo um redesign de produtos existentes ou design de novos produtos com vantagens ambientais [...], contudo o designer deve atuar em todas as fases do ciclo de vida do produto, desde a pré-produção, produção, uso, descarte, reciclagem, reuso, tomando decisões ecologicamente corretas que minimizem o impacto ambiental dos produtos. (PAZMINO, 2007, p.6). Cabe aos designers, engenheiros e projetistas a tarefa de reformulação desses produtos afim de causar menos impacto ao meio ambiente. O Ecodesign pode ajudar a resolver muitas questões ecológicas: sendo uma estratégia de inicio do processo, este vem auxiliar as empresas a reduzirem ao máximo seus impactos ambientais. (LANDIN et al., 2008, p.5). Barbero (2009, p.11) ainda complementa: Enquanto projeção de objetos na sua complexidade funcional, não só tem a possibilidade de desenhar a sua forma como também de renovar os processos de produção e os hábitos comportamentais, com vista a uma maior sustentabilidade ambiental. 22 Em virtude disso, todo o processo de design parte de uma necessidade de cada indivíduo, com o objetivo principal de solucionar um problema. Para melhor exemplificar o Ecodesign, Pazmino (2007) demonstra aspectos importantíssimos no desenvolvimento de produtos ecologicamente adequados, apresentado na Figura 1. Figura 1: Esquema ecodesign Fonte: Adaptado de Pazmino (2007). O designer deve ligar sempre que possível, um produto ecologicamente benéfico, e ecologicamente viável, estabelecendo isso como estratégia principal, focando sempre no Ecodesign. O autor, ainda apresenta que alguns fatores externos interferem no projeto, assim, na figura 2, nota-se os fatores que fazem parte do Ecodesign. Figura 2: Fatores do ecodesign. 23 Fonte: Adaptado de Pazmino (2007). Todos esses fatores auxiliam no desenvolvimento de produtos mais adequados para a realidade de cada região, havendo assim, uma conexão entre si. Esses fatores resultam em uma compreensão correta e eficiente sobre o que é o Ecodesign, podendo melhorar a qualidade de vida. O produto não basta ser o mais adequado, no ponto de vista ambiental. É preciso que as propostas vindas com ele sejam atrativas, culturalmente e socialmente, assim as pessoas terão a curiosidade de conhecer este novo conceito. 2.2 CICLO DE PRODUTOS O ciclo de vida de um produto, nada mais é do que o “nascimento”, “vida” e “morte” de um produto. Os produtos tem por si próprio um ciclo de vida, alguns duram um tempo pré-determinado, outros dependem de sua usabilidade ou de como é seu processo de fabricação, se a empresa que a produz pensa em seu destino final, são inúmeras as formas que este ciclo pode acontecer, dependendo do homem programar o seu termino. Segundo Kotler (2006), um produto é considerado qualquer artigo que tenha como objetivo satisfazer uma necessidade específica de um consumidor. No entanto, de acordo com Irigaray et al. (2006), um produto pode ser algo tangível (um 24 bem, por exemplo) ou intangível (um serviço ou marca). Ou seja, qualquer coisa que possa ser expressa em valor monetário, como ideia, é considerado um produto. Um produto só continuará “vivo” no mercado desde que esteja atendendo as necessidades impostas pelos consumidores. Os ciclos provocam um fluxo contínuo de transformação da matéria, que garante a evolução. [...] Assim a vida assegura sua continuidade. Kazazian (2005,p.50). Kazazian (2005, p.55) ainda completa que [...] todos os consumidores tem o direito de conhecer a origem dos produtos que compram. [...] O produto tem uma história, um passado e um futuro. Kotler (2006), fala que um produto possui um ciclo de vida e é necessário aceitar alguns fatores para compreensão: Os produtos tem vida limitada. As vendas dos produtos passam por estágios distintos, cada um deles com desafios, oportunidades e problemas diferentes para as empresas. Os lucros sobem e descem nos diferentes estágios do ciclo de vida do produto. Os produtos necessitam de diferentes estratégias de produção, financeira, marketing, compras e recursos humanos de acordo com cada estágio do seu ciclo de vida. 25 2.3 REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR (3R’s) Uma forma de se atingir o Ecodesign de produtos consiste na aplicação dos “3R’s” como são popularmente conhecidos. Na prática, nada mais é que a redução na fonte, ou seja, os princípios para a redução de resíduos gerados pela fabricação e consumo de produtos. Colunista Portal (2013) ainda complementa: Os procedimentos, ações técnicas e tecnologias que visam reduzir a quantidade de resíduos sólidos encaminhados para a destinação final fundam-se no principio dos 3R’s. [...] trata-se de três diretrizes gerais de orientação para procedimentos e atitudes tanto individuais quanto coletivas de origem pública ou privada, no que concerne ao manejo dos resíduos sólidos com uma visão sustentável. Reduzir: eliminar ou reduzir ao máximo a geração de resíduos sólidos ou a toxidade. Reutilizar: utilizar os bens de consumo tantas vezes quanto possível, para uso a que se destinam originalmente ou para outros usos. Reciclar: processar os materiais descartados para que possam retornar ao ciclo produtivo como matérias-primas para as indústrias. Reduzir está ligado tanto a redução de materiais e energia envolvidos na fabricação, uso e simplificação do produto, quanto na redução de resíduos gerados, através de processos produtivos com menos disperdícios, passando também a redução do consumo de produtos pelo público. Para se reduzir o consumo geral de produtos, pode-se optar por um recurso comum em produtos eletrônicos: a multifuncionalidade em um mesmo produto. Segundo Santos (2009), a multifuncionalidade é simultânea quando as diferentes funções podem ser executadas ao mesmo tempo, ou em sequência, quando o produto supre diversas funções, mas uma de cada vez. Além de promover a redução do consumo de produtos variados pelo público, a multifuncionalidade garante menor consumo de recursos que a fabricação de diversos produtos com funçoes únicas. 26 Uma opção de redução de consumo de novos produtos, é a chamada remanufatura. A remanufatura se torna possível através da substituição, reforma ou conserto de partes ou subsistemas de produtos, aumentando a sua vida útil. Para isso, as partes que irao ser substituídas dever ser perfeitamente separáveis do resto do produto, a fim de possibilitar a troca sem danificar todo o produto. O reuso tem como característica dar uma nova função ou aplicação para sistemas e subsistemas de produtos. Faz-se necessário investigar com mais seriedade, novas formas de reutilização de partes, alumas ainda funcionais, de certos produtos, contribuindo para a diminuição do impacto ambiental gerado quando descartados diretamente e de forma indiscriminada. A reciclagem consiste na recuperação da matéria-prima constituiente dos produtos, para isto, deve-se beneficiá-los novamente para a produção de novos produtos. Para este fim, os materiais devem ser identificáveis e relativamente puros, evitando-se materiais compostos, materiais cerâmicos que não o vidro, e polímeros termofixos. Esses materiais, em sua maioria, não são recicláveis, conforme Callister (2002). Na maioria das vezes, os custos de reciclagem são bastante altos em relação aos custos da matéria-prima virgem, e qualidade daquela é menor que desta; além disso, os processos de reciclagem exigem o consumo de energia que, vem de fontes não renováveis, como a termoelétrica. Por isso a reciclagem é muitas vezes tida como uma alternativa de fim de linha, menos ecológica que as alternativas de redução e reuso, conforme Manzini e Vezzoli (2002). Muitos são os benefícios da redução na fonte no desenvolvimento de produtos, dentre eles alguns ganham grandes destaques como: economia de recursos naturais, redução da toxidade do lixo e redução de custos econômicos com o transporte e o tratamento de resíduos. A aplicação prática deste novo conceito dos 3R’s no desenvolvimento de produtos pode se dar através das mesmas estratégias de design para o meio ambiente que, como citado anteriormente, é compreendido como um conjunto de estratégias para a concretização do ecodesign em produtos. 27 2.4 DESIGN INDUSTRIAL O design industrial é uma atividade que está ligada ao desenvolvimento e criação de novos produtos, sendo esses produtos pertencentes a todas e qual quer atividades. A industrialização é uma das características do design de produto, pois é no desenvolver do projeto de design que se definem várias características como os materiais a serem utilizados, esquemas de montagem, a produção de produtos em série, dentre outras, (AZEVEDO, 2001, p.17). Löbach (2001, p. 21) define o termo como “toda a atividade que tende a transformar em produto industrial passível de fabricação, as ideias para a satisfação de determinadas necessidades de um indivíduo ou grupo”. Ainda Löbach (2001, p. 25), ressalta que o design industrial é como “um processo de adaptação dos produtos de uso, fabricados industrialmente, as necessidades físicas e psíquicas dos usuários ou a um grupo”. Ou seja, tem como objetivo atender a todas as necessidades dos usuários e que possivelmente possam ser produzidos em série. Segundo Löbach (2001, p.40): Na produção industrial, ao contrário do que com o artesão, não pode haver um único responsável pelo resultado. Tudo que existe é produto de vários fatores de influência que por sua vez, deveriam ser o resultado das necessidades e aspirações do usuário, mas – ao contrario – são determinados principalmente pelas características das matérias primas e de processos de fabricação, por aspectos de organização comercial e de vendas do fabricante, e pela conduta dos concorrentes. Sendo assim, em um projeto de produto, ou em outro qualquer, não se pode pensar apenas em um aspecto, mas sim em todos os que envolvem, como o funcionamento, forma e significado, além de estudar o público alvo. O produto é uma estrutura resultante da combinação de fatores manipuláveis (forma, material, dimensões, superfície e cor) com funções próprias. A função prática determina a funcionalidade do produto na relação com o sujeito para a satisfação das necessidades. A função estética determina a aparência física do produto 28 possibilitando a identificação com o usuário. “Toda aparência material do ambiente, percebido através dos sentidos, é acompanhada de sua estética”. LÖBACH, (2001 p.62) a função simbólica permite a percepção do objeto através de experiências e sensações já vivenciadas pelo usuário. 2.5 HISTÓRIA DA JOIA Segundo Gola (2008) a joia é um adorno, que está ligada eternamente aos desejos do homem e a sua capacidade, ou vontade, de construir novas linguagens e, com elas significados eficientes na elaboração de identidades. A joia marca momentos históricos e identifica sinais importantes no relacionamento de um indivíduo com determinado grupo, independente da etnia, geografia, topografia e outros aspectos diferenciais. Na história da humanidade, em diferentes épocas e culturas, a joia sempre esteve presente, funciona como uma moeda universal que não perde valor, resistindo ao tempo e levando consigo muita história e sentimentos. Segundo o autor, nos dias de hoje, conhecem-se histórias de povos que, devido a guerras e perseguições, foram obrigados a abandonar seus países deixando pra traz tudo, porem, levando consigo suas joias, sendo essas o grande recomeço de suas vidas. A joia servia de era usada como moeda de troca pelos povos, e foi através delas que descobrimos os vestígios de cada cultura. Gola (2008, p.23) afirma que [...] convencionalmente, a historia da joia iniciase em 4000 a.C, com a invenção da escrita, que permitiu ao homem deixar relatos em pedra, madeira, argila e demais matérias. O autor ainda explica que achados arqueológicos datados deste período, revelam que assim como os utensílios, os adornos eram feitos com elementos provindos da natureza. Rincon (2006) ainda completa que conchas, ossos, madeiras, dentes eram usados para unir as peças de pele de animais, com fins de vestimenta, na proteção contra o frio. 29 As primeiras manifestações do homem pré-histórico ao adorno de uso pessoal foi no período Paleolítico (Pedra lascada), seguindo no período Neolítico (Pedra polída), onde os homens passaram a utilizar materiais mais duros como resíduos vulcânicos. Além dos adornos, o vestuário também começou a ser descoberto conforme cita Hinetasky (2014) [...] os alimentos e roupas foram transformadas em modos de expressão cultural e artística. O vestuário emergia de duas fontes: cortes baseados em peles de animais, e trajes dependentes da forma retangular dos tecidos, esses tecidos demandavam uma moradia fixa e climas temperados para o cultivo das matérias primas como linho e algodão. Já na Idade dos Metais, conforme Gola (2008, p. 30) os povos começaram a descobrir o ouro na natureza, “pronto para usar”, que mais tarde serviu para criar a conhecida Idade do Ouro. Em seguida a Idade do Ouro, veio a Idade do Ferro, e as civilizações: Egípcia onde eram achadas em tumbas, anéis, broches, brincos, colares, diademas, entre outros; Na Mesopotâmica, foram encontrados na cidade Ur, algumas esculturas suntuosamente trabalhadas, que nos dão conta da perfeição que alcançaram na elaboração dos metais; Na civilização Persa, poucos exemplos de matérias sobraram destes povos, mas percebia-se peças magnificas, trabalhadas em materiais nobres, como o ouro, prata e muitas pedras preciosas; logo após vieram as civilizações Grega, Etrusca, Romana, Celta e Germânica. Como consequência de tantas civilizações, começaram a surgir os estilos. Os que mais ganharam destaque na joalheria, de acordo com Gola (2008, p. 63) foram: Gótico, Renascentista e Barroco. Gótico: Uso de pedras especificas como a safira, rubi, esmeraldas e diamantes, e juntamente com as turquesas e os topázios. Outra grande transformação foi a lapidação e escultura de figuras, signos e letras nas pedras. Neste período também surgiram os primeiros joalheiros especializados. Renascentista: Uso de temas como ninfas, divindades, sátiros e heróis, investindo em novidades como, adornos de cabelo, chapéus, flamulas e escudos, todos confeccionados com muito ouro e pedras preciosas. Barroco: a preocupação em mostrar as pedras e aprimorar as técnicas e conceitos intelectuais de status ou crenças religiosas. Tais técnicas permitiram a descoberta das leis da refração e dos 30 princípios da geometria analítica, estimulando o processo da lapidação e do polimento. Já no Brasil, conforme Gola (2008, p. 131). [...] até meados de 1980, as indústrias joalheiras acompanhavam as tendências das joias internacionais, pois o que faziam era copiar peças que, de alguma forma, já estavam consagradas em outros países.[...] as industrias brasileiras não investiam na formação de profissionais. Esses profissionais quase sempre tinham baixa escolaridade, aprendendo a profissão com o pai, ou se não, treinados em apenas um segmento de trabalho. A indústria considerava mais econômico copiar designs, formas e estruturas do que, aderir as vantagens de manter um designer para criar peças exclusivas. Contudo, com a abertura do mercado internacional, esse cenário começou a mudar. Para enfrentar a forte concorrência, Gola (2008, p. 132) [...] afirmou que se fez necessário algumas mudanças como: tecnologia própria, materiais próprios, soluções plásticas próprias, relações estéticas autenticas. Tais necessidades geraram outras, afirma Gola (2008, p. 132) A qualificação na formação de profissionais modelistas e designers, a ampliação do conhecimento- não só dos conceitos, mas também dos processos de produção, incluindo o domínio de recursos tecnológicos, de representação gráfica e de produção- e a reciclagem constante de conhecimentos gerais, culturais das tendências de mercado: o econômico e o estético, sem esquecer o ético e ecologicamente correto. Teve início no Brasil, no final dos anos 1990, uma grande preocupação por parte dos designers em identificar nas joias a brasilidade. Para Gola (2008, p. 134) [...] é nas joias artesanais e nas joias feitas para concursos que se encontra o campo de atuação do designer brasileiro [...] e pode-se apreciar a criatividade e ousadia na escolha dos materiais e de sua natureza. Conforme Cartier (2008) [...] são os processos manuais que dão características e valores especiais as joias, onde o trabalho manual e o processo criativo permitem a construção de objetos unitários com grande liberdade de experimentação e que acabam refletindo o seu criador. Chaimovich (2009) ainda complementa, 31 [...] a tendência autoral no design contemporâneo leva o criador de objetos utilitários a aproximar-se de modo crescente do artista; desenvolvendo, ambos, um universo estético que singulariza a própria trajetória profissional conferindo-lhe identidade. Do mesmo modo, Codina (2000) relaciona a atividade do design contemporâneo de joias com a arte, [...] na medida em que a joalheria contemporânea também trabalha com valores como a expressividade, a provocação e a relação conceitual e simbólica com o objeto. Acredita-se, portanto, que a inovação no design de joias hoje não está relacionada somente com o avanço da tecnologia produtiva, mas sim na criatividade, experiência em novos materiais e técnicas disponíveis para um design inovador, mesmo que produzido de forma artesanal e também a relação coma a cultura e o meio que as pessoas vivem. 2.6 SUSTENTABILIDADE O tema sustentabilidade tem apresentado grande interesse entre pesquisadores e acadêmicos, isto por que no decorrer dos anos, houveram inúmeras mudanças climáticas causadas pala ação predatória do homem ao meio ambiente, causando irreparáveis danos. O termo sustentabilidade tem se tornado pauta em discussões acirradas no meio acadêmico, empresarial e governamental, tanto no Brasil como nas demais nações do mundo. De acordo com Santos (apud Sgarbi et al, 2008), [...] os primeiros estudos teóricos sobre a sustentabilidade iniciaram-se no campo das ciências ambientais e ecológicas, trazendo à discussão contribuições diferentes disciplinas tais como Ergonomia, Sociologia, Filosofia, Politica e Direito. 32 Acerca do interesse pela temática, Silva (2009) explica: O interesse por sustentabilidade se originou durante a década de 1980, a partir da conscientização dos países em descobrir formas de promover o crescimento sem destruir o meio ambiente, nem sacrificar o bem-estar das futuras gerações. Em contradição a ideia de que o crescimento seja correspondente ao desenvolvimento, alguns movimentos ambientalistas criam diversas regras e leis nos mais diversos fóruns, o conceito de eco desenvolvimento, depois substituído pelo desenvolvimento sustentável. [...] significa o desenvolvimento de um país ou região, baseado em suas próprias potencialidades, portanto endógeno, sem criar dependência externa, tendo por finalidade “responder à problemática da harmonização dos objetivos sociais e econômicos do desenvolvimento com ima gestão ecologicamente prudente dos recursos e do meio”. (MONTIBELLER, 2001 apud MACHADO, 2008) Para Barbieri (2007, p.37), a sustentabilidade “se traduz na preocupação constante com o gerenciamento e a preservação dos recursos para as futuras gerações, e um impacto Inter gerencial que se expressa nas preocupações quanto ao atendimento as necessidades básicas de todo os humanos”. Ou seja, devemos nos preocupar com a preservação dos recursos não somente pensando no presente, mas sim nas futuras gerações, gerações essas que darão continuidade a nossos ideais e pensamentos sustentáveis. Um bom exemplo de ações de sustentabilidade é a que recai sobre o campo das energias renováveis, ou seja, a incessante procura de um substituto ecologicamente aceitável ao petróleo, que além de altamente poluente, tende a esgotar-se ainda mais rápido por conta do consumo desenfreado no decorrer dos séculos. Conforme relato o artigo Sustentabilidade Ambiental...([2013 ou2014]) No Brasil, cada vez mais pesquisas vem sendo realizadas na busca de uma alternativa através do chamado biocombustível. Outra boa alternativa de sustentabilidade 33 ambiental é a agricultura orgânica, termo usado para designar a produção de alimentos e outros produtos vegetais que não faz uso de produtos químicos. Outros exemplos importantes de ações sustentáveis são: exploração dos recursos vegetais de matas e florestas, garantindo o replantio; preservação de áreas verdes, onde não se pode explorar; uso de energia limpas e renováveis (eólica e hidráulica), reciclagem de resíduos sólidos, e o consumo controlado da agua, visando evitar desperdícios. Sustentabilidade ambiental deve ser uma atitude a ser tomada por todas as pessoas ou instituições que realmente se importam com a continuidade do planeta! 34 3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN Para a elaboração de um projeto de design, é necessário adotar uma metodologia projetual que servirá de base nas várias fases do projeto e conduzirá uma linha de pensamento para não se fugir do foco principal. Conforme Barros (1997, p. 18): Todo projeto é um esquema de coleta, de mensuração e de análise de dados. Serve como instrumento auxiliando na distribuição de seus recursos, estabelece abordagens mais focadas sobre determinado problema caminhando na definição do problema as metas gerais e especificas, além de indicar os procedimentos metodológicos necessários para tais metas. Ainda Santos (2000, p. 13) ressalta: Método de projeto é um conjunto de tarefas e atividades logicamente ordenadas que sirvam de base e orientação para o desenvolvimento do projeto, fazendo com este seja sistemático e capaz, reduzindo incertezas e aumentando a eficácia do trabalho desenvolvido. Como visto, cada autor tem uma forma de melhor organização e estrutura de projeto. Ambos conceituam em determinar o problema, definir as etapas detalhadamente para solucionar cada projeto. A metodologia projetual utilizada para o desenvolvimento deste foi a proposta pelo autor Bernd Löbach (2001) que apresenta bases para a configuração de produtos industriais, segundo ele é um processo de adaptação dos produtos de uso, fabricados industrialmente para atender as necessidades físicas e psíquicas dos usuários ou grupos de usuários que por sua vez concretiza-se a partir de uma ideia em forma de projetos ou modelos, mediante a construção e configuração, resultando assim em um produto industrial passível de produção em série cuja finalidade é a resolução dos problemas, que resultam das necessidades humanas. 35 3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN Para tal problemática, de desenvolver uma linha de joias que tem como objetivo, a conscientização dos usuários dos malefícios que o lixo causa ao meio ambiente, sugeriu-se o método proposto por Löbach (2001), por ser uma metodologia completa e eficaz na abordagem de produtos. A seguir apresenta-se o esquema explicativo da metodologia de Bernd Löbach (2001). Tabela 01 Tabela 1: Esquema explicativo da metodologia de Löbach. Fonte: Löbach (2001). 36 Löbach (2001) apresenta em seu método quatro grandes fases e suas subdivisões, porém, serão feitas algumas adequações na metodologia, estas são fundamentais para melhor condução do projeto visto que se aproximam mais das necessidades. As etapas eliminadas ou alteradas são: Patentes, legislação e normas; Análise de sistema de produtos (produto-produto); Distribuição, montagem, serviço a clientes, manutenção, exigências para com o novo produto, alternativas de solução, esboço de ideias, modelos, projeto mecânico, estrutural, configuração de detalhes, documentação do projeto, relatórios. Ainda, não será apresentada a fase de Desenvolvimento Histórico, pois esta já foi citada no capítulo 2 no texto História da Joia. Tabela 2: Esquema adaptado de metodologia. PROCESSO CRIATIVO PROCESSO DE DESIGN Fase de Preparação Análise do Problema Análise das Necessidades Análise da relação social (homemproduto) Análise da relação com ambiente (produto-ambiente) Análise do mercado (Tendência de moda nas joias) Análise da configuração, funcional e estrutural Análise de materiais e processos de fabricação Fase de Geração Conceitos do Design Alternativas do problema e esboços Esboços das linhas de joias Fase de Avaliação Escolha da melhor solução Modelo da linha de Joias Incorporação das características ao novo modelo Fase de Realização Desenho técnico Modelo Fonte: a autora. 37 3.1.1 Fase de Preparação: Análise de Problema Nesta fase, Löbach (2001) sugere alguns tópicos relevantes a parte inicial do desenvolvimento do projeto: Conhecimento do problema: A descoberta do problema constitui o ponto de partida e motivação para o processo de design, que depois se define melhor no seu desenrolar, dependendo do tipo do problema. Coleta de informações: quando há conhecimento de um problema e intensão de solucioná-lo, segue-se cuidadosamente a análise do mesmo. Na primeira fase do processo de design, é muito importante recolher todas as informações que se possam conseguir e prepará-las para a fase posterior de avaliação. Para isto é essencial a coleta de conhecimentos sobre o problema sem censuras, todos os dados podem ser importantes, para a base sobre a qual se construirá a solução. Na solução de um problema de desenvolvimento de produto são numerosos os fatores a analisar. Análise da necessidade: deve-se estudar quantas pessoas estariam interessadas na solução do problema e qual a importância do projeto. Análise da relação social: estuda as relações do provável usuário com o produto planejado, que classes sociais o utilizariam e ainda se a solução proporciona prestígio social. Análise relação com o meio ambiente: considera todas as possíveis soluções entre o meio ambiente onde será utilizada, bem como sua vida útil, poluições, impacto ambiental. Análise do desenvolvimento histórico: extrai dados para o novo desenvolvimento. Análise do mercado: são reunidos e analisados todos os produtos da mesma classe oferecidos ao mercado, que fazem concorrência ao novo produto. Análise da função: traz informações de quesitos técnicos, referente as suas funções práticas. Análise estrutural: é mostrar a estrutura no qual foi desenvolvido o produto, demostrando toda e qualquer complexidade existente. 38 Análise da configuração: estuda a aparência estética dos produtos existentes, com a finalidade de extrair elementos aproveitáveis a uma nova invenção, ou seja, extrai tudo que existe de melhor em um produto existente. Análise dos materiais e processos de fabricação: são passiveis as possibilidades dos materiais e sistemas a serem empregados no projeto. Definição do problema, Clarificação do problema, Definição de objetivos: através da coleta de dados de todas as informações e conhecimentos específicos, é que se adquire uma visão global do problema em toda a sua extensão, o que se torna possível defini-lo com mais precisão. 3.1.2 Fase de Geração: Alternativas do Problema É nesta fase onde são geradas as ideias, alternativas do produto, baseadas nas análises realizadas. Para isso, faz-se necessário estabelecer conceitos para o projeto de design para então escolher métodos criativos para a solução do problema. Nesta fase, segundo o próprio autor Löbach (2001, p. 150) [...] a mente precisa trabalhar livremente, sem restrições para gerar maior quantidade possível de alternativas. Escolha dos métodos de solucionar problemas: para desenvolver soluções para os problemas são usados dois tipos distintos de procedimentos, a tentativa e erro, e aguardar a inspiração. Esses são caminhos muito usados por artistas, mas podendo também ser empregados por designers industriais, Produção de ideias, geração de alternativas: para Löbach (2001, p. 153) [...] gerar ideias é a produção das diversas alternativas possíveis para solucionar o problema em questão. Ou seja, é a fase onde se pensa e se planeja todas as formas possíveis de se resolver o problema. Nesta fase criativa, é importante para o designer industrial preparar e executar esboços de ideias ou modelos tridimensionais de 39 todos os detalhes das alternativas com combinações novas e prepará-las para a fase de avaliação. 3.1.3 Fase de Avaliação: Avaliação das alternativas do problema. Faz-se importante este momento, pois é onde se fazem visíveis todas as ideias por meio de esboços ou modelos preliminares, onde poderão ser comparados, para a escolha do modelo final. Exame de soluções, processos de seleção: De acordo com o autor, nessa fase, se fazem visíveis todas as ideias por meio de esboços ou modelos preliminares, eles poderão ser comparados na fase de avaliação das alternativas apresentadas. Depois disso, já se consegue encontrar a solução mais plausível se comparada com os critérios elaborados anteriormente. Processo de avaliação: nesta fase é de suma importância a participação de todos envolvidos no projeto, pois, será o momento onde são fixados os critérios de aceitação deste novo produto. 3.1.4 Fase de Realização: Realização da solução do problema. Nesta etapa é onde começa a materialização da alternativa escolhida, aonde são feitos os ajustes, e atribuindo características próprias ao produto, seja de estrutura, ou dimensões físicas em seus mínimos detalhes. O último passo do processo de design, é a materialização da alternativa escolhida. Ela deve ser revista mais de uma vez, retocada e melhorada. Nova avaliação da solução; consiste em analisar se a alternativa escolhida esta adequada a necessidade. Projeto mecânico, projeto estrutural, configurações dos detalhes, desenvolvimento dos modelos. Desenhos técnicos, desenhos de representação, documentação do projeto, relatórios. 40 3.2 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN 3.2.1 Fase de Preparação 3.2.1.1 Análise do Problema Para se aprofundar melhor sobre o assunto deve-se em primeiro lugar conhecer o que se trata o problema para então começa a ação. O presente projeto tem como objetivo o desenvolvimento de uma linha de joias aplicando os conceitos do ecodesign fazendo uso de materiais não recicláveis, porém reutilizáveis, provenientes do lixo. 3.2.1.2 Análise das Necessidades Desenvolver uma linha de joias: Anel, pulseira, brinco e colar, usando os conceitos do ecodesign, utilizando como matéria prima, materiais não recicláveis, porém reutilizáveis, provenientes do lixo. De acordo com o site Ib (2014) lixo não reciclável [...] são aqueles que não podem ser reutilizados após transformação química ou física, porém muitos materiais não são reciclados no Brasil apenas por ainda não existir tecnologia para o tipo especifico de material. O site Ib (2014) ainda complementa, [...] os materiais não recicláveis mais conhecidos são: papéis: adesivos, etiquetas, fita crepe, papel carbono, fotografias, papel toalha, papel higiênico, papéis e guardanapos engordurados, papéis metalizados, parafinados ou plastificados. Metais: clipes grampos, esponjas de aço, latas de tintas, latas de combustível e pilhas. Plásticos: cabos de panela, tomadas, isopor, adesivos espuma, teclados de computador acrílico. Vidros: espelhos, cristal, ampolas de medicamentos, cerâmicas e louças, lâmpadas, vidros temperados planos. A ideia é de que seja uma joia que revele a identidade da mulher e sua conscientização ambiental, ou seja, uma forma diferente de se viver, perante a sociedade, onde com isso ela se sinta bem em estar tirando da natureza algo que iria ser descartado de forma incorreta. Além disso, a importância da conservação do meio ambiente, ressaltando que a sustentabilidade pode ser realizada não somente por meio de grandes atos, como também nas pequenas atitudes. 41 Esta joia será utilizada por mulheres, no seu dia a dia, em momentos de lazer ou no próprio ambiente de trabalho, não havendo restrições quanto ao uso. Conforme Brito et al (2012) afirma que em seu site: A preocupação com as mudanças mundiais em torno das questões ambientais admitiu a análise do novo comportamento do consumidor, preocupado e focado nessas novas atitudes. [...] surgem então artigos de design elaborados e estudados dentro de um conceito estético, ergonômico, social, justo e sustentável. No campo da moda, essa reflexão passa tanto em relação as marcas quanto do público consumidor. 3.2.1.3 Análise da relação social (homem- produto) Em um mundo de constantes mudanças, o consumidor se depara com inúmeras novidades e inovações. Sendo assim, seus hábitos também tendem a mudar, por isso, as empresas apresentam novidades que buscam cada vez mais oferecer materiais alternativos, exóticos e que surpreendam o seu público alvo. Para atingir o público, um produto deve ir muito além de apenas cumprir sua função com qualidade e eficiência, ele deve oferecer prazer, sentimentos de satisfação, bem estar e conforto emocional. Para isso, é preciso a empresa conhecer o perfil de público, assim se consegue maior aceitabilidade dos produtos e serviços ofertados, já que os mesmos estão em sintonia com seus desejos e necessidades. Por isso, é preciso estar atento a alguns detalhes relevantes á personalidade do público alvo: do que gostam, lugares onde frequentam, estilos de músicas, faixa etária, uma vez que, suas expectativas e valorizações variam conforme sua idade, cultura, momentos da vida e poder econômico. É preciso estar atento e monitorar frequentemente seu público e todo o contexto na qual ele se encontra, pois, as mudanças de comportamento são constantes. Estas variações abrem portas para futuros trabalhos que possibilitem estudos mais aprofundados sobre grupos específicos relacionados ainda a determinados segmentos como vestuário, lazer, entre outros. O que ampliaria as chances de traçam um perfil mais fidedigno de consumo de determinado produto (BENNETT, 1975). 42 Enfim, se quisermos que o público responda de forma benéfica ao que lhe é ofertado neste novo mercado de consumo é preciso primeiro de tudo se colocar no lugar do mesmo. Conhecer seus hábitos unindo-se a ele, ou seja, ampliando seus horizontes, fazendo uma análise geral de tudo que esta em seu universo. Perante o exposto, este estudo prossegue com uma análise do público feminino adulto, que demonstra independência, autonomia e profissionalismo. A mulher do século XXI vem se destacando tanto no campo pessoal quanto no profissional, é ela que possui o maior poder de compra, toma a maioria das decisões em casa, é bem sucedida nos negócios e com isso é um dos públicos mais explorados. São tantos os papéis que esta mulher moderna desempenha na vida: esposas, namoradas, mães e estudantes. Com tantos afazeres parece impossível organizar o seu dia a dia, todas as tarefas e responsabilidades, sendo preciso aprender a lidar com esse pouco tempo. As mulheres tem por características próprias a ação, pois conseguem conciliar família e trabalho sem muitos problemas. As mulheres vivem em busca de novidades que realcem ainda mais seus atributos. Dietas, cremes, roupas, perfumes e acessórios tudo para ficarem mais bonitas. Martins (2008) cita em seu site: Consumidoras e tomadoras de decisões. Com dinheiro no bolso e muita disposição para gastar. Esse é o público alvo que forma o maior grupo consumidor da atualidade. As mudanças do papel desempenhado pelas mulheres vieram, e com elas as oportunidades para as empresas. Ela saiu para o mercado de trabalho, tornou-se profissional remunerada, adquiriu poder de compra e de decisão. Algumas empresas perceberam isso rapidamente e trataram de “abocanhar” esse nicho, antes esquecido pelos estrategistas e vendedores. Fazer-se bela é antes de tudo, um investimento que todas as mulheres estão dispostas a fazer, principalmente nesta fase da vida em que se encontram sendo a faixa etária de 30 a 45 anos. Por estes motivos o público feminino é um nicho de mercado que deve ser explorado, no ramo das joias esta realidade de vaidade também está muito presente, pois as mulheres investem cada vez mais alto na compra de acessórios distintos e variados que traduzam mais os conceitos de modernidade, sustentabilidade, ecologia e auto reaproveitamento. 43 O perfil de público pode ser visualizado no painel 01, nele é expresso a elegância, poder, sofisticação, modernidade, riqueza, sensualidade e autonomia. Painel 01 Figura 3: Representação do painel de público alvo. Figura 4: Fonte: a autora. 3.2.1.4 Análise da relação com ambiente (produto-ambiente) As mulheres adoram acessórios, e não é pra menos, eles levantam um look e dão personalidade a uma produção básica. As mulheres hoje perderam o medo de usar colares grandes e varias pulseiras no mesmo braço. Mas a grande novidade são as ecojoias, que ganham cada vez mais espaço entre os consumidores e os fashionistas. São inúmeros os valores que as levam a adquirir, por exemplo: a origem do produto (design e moda), a natureza do produto (matéria prima) e principalmente a função simbólica do produto (social, psicológico e cultural). O bem simbólico (joias brasileiras) é o elemento primordial na identidade da joalheria brasileira dentro do mercado nacional e internacional. Desta forma, torna- 44 se muito importante agregar valor a esta matéria prima pelo design e tornar assim o nosso produto competitivo (DABBAH, 2006). Neste sentido a relação do homemproduto está se tornando cada vez mais consciente e exigente, buscando produtos de qualidade e diferenciados, fugindo do tratamento massificado. O design é o fator que permite essa diferenciação e agrega valor ao produto, e é grande tendência no mercado mundial que aposta em um design singular, único e exclusivo. Essa ferramenta pode ser utilizada como solução possível para se desenvolver produtos com forte identidade. (DABBAH, 2006). Ainda para o autor, apesar de muitas pessoas verem as joias como “coisas supérfluas”, para outros elas possuem inúmeros significados referentes ao mundo, à moda e a acontecimentos atuais. O desejo atual se caracteriza pela valorização do individualismo e nos mostra a busca por peças únicas e a necessidade de nomeação e definição de conceitos que farão de uma joia um objeto singular que evoca traços únicos de personalidade e identidade de quem as usa. 3.2.1.5 Análise do mercado 3.2.1.5.1 Tendência de moda nas joias Antes mesmo da chegada da próxima estação, as dicas de moda e estilos já começam e ser investigadas para serem lançadas no mercado da moda, como novas tendências e novidade. De acordo com o site Chic Uol (2014), quando se fala em tendência de moda , [...] não se pode mais estabelecer apenas como resultado dessas pesquisas as cores, modelagens, formas e volumes de uma coleção.[...] É necessário aliar dois itens de real importância- a influencia que os produtos receberão de modo imediato no que se refere ao que já foi mencionado(cores, fios, tecidos, estampas, volumes e modelagens) e que serão agregados no sentido de valor e atualização constante da marca e produto para atender as necessidades imediatas do consumidor. [...] tendência que se projeta para que a empresa alcance resultados positivos. A cada estação um novo conceito surge e como consequência, junto com ele vem a nova tendência de moda, oque na joia não poderia ser diferente. Se em algumas temporadas o escolhido da vez, era o maxi colar, agora quem ganha destaque são os brincos, que ficaram em evidência num desfile famoso da grif Dolce & Gabbana como apresenta o site Fashion Bubbles (2014). Os acessórios tomaram 45 conta dos desfiles de moda no Brasil e viraram os preferidos de muitas celebridades. Em muitas versões, monocromáticas e até mesmo solitárias, em diversos formatos, leques, geométricos bem estruturados e coloridos, com infinita diversidade de materiais, prometem ser o it do verão. Click RBS (online). Nos colares ficam evidentes novos conceitos de pendentes presos em colares longos. Segundo o site Chic Uol (2014) [...] a versão destas peças aparece com pingentes divertidos ou impactantes, muitas vezes exagerados, ainda seguindo a linha máxi. Já para as pulseiras, uma tendência que continua, mas que teve pequenas modificações foram as combinações de várias pulseiras. No ano de 2013 a moda era combinar diversas pulseiras de muito brilho, já em 2014 o que está em alta é a combinação de metais e fios, com menos brilho e maior diversidade, podendo fazer combinações e inserindo franjas até nos pulsos. COSTA (online 2014). Para os anéis, a tendência é usar muitos anéis todos juntos, de diferentes tamanhos e materiais. Quanto mais as mãos estiverem carregadas de anéis mais moderno e bonita fica, desde que saiba combinar as diferentes cores, tamanhos e modelos de anéis, porém deve-se ter muita atenção ao fazer este mix de combinações, pois devem ter harmonia entre si. Blog TPM (online, 2014). Desta forma, pode-se perceber que a tendência para esta estação é a harmonia nas peças, aliando o conceito maxi nos brincos e anéis, e nas pulseiras e colares privar pelo descontraído, porém, com estilo minimalista. O painel 02 busca representar as tendências para o segmento que será desenvolvido. 46 Painel 02 Figura 5: Painel de tendências. Fonte: a autora. Painel 03 Figura 6: Painel de similares. Fonte: a autora. 47 Conforme as imagens apresentadas no painel 03 de similares, nota-se mistura de materiais, a miscigenação de texturas e cores, aliando o uso de ligas como ouro, prata, também a madeira, papel reciclado. Uso de peças sobrepostas, formas geométricas e tamanhos maiores que o comum. Ainda nesta seção, destacam-se alguns profissionais nacionais e internacionais da área do design de joias contemporâneas, onde demonstram em mais diversos produtos os conceitos que guiam os processos criativos e produtivos, e assim comprovam o vínculo do design de joias com a possibilidade do uso do ecodesign. Adeguimar Arantes O respeito pela natureza marca a obra de Adeguimar Arantes, segundo o site Portal Joia, há 21 anos ele cria joias a partir da biodiversidade do cerrado de Goiás. Fibras, raízes, coco, folhas e até ervas aromáticas harmonizam-se de forma inesperada, original, com gemas e metais preciosos reciclados, embalados em materiais biodegradáveis O trabalho da designer goiana foi premiado pelo SEBRAE no “Top 100 do Artesanato Brasileiro”, como “case” de sucesso de produtos cujo valor transcendem aspectos estéticos e culturais, colocando também em evidência a dimensão social, econômico e ambiental. 48 Figura 7: Bracelete em fibra de bananeira, peridoto e prata rodinada. Fonte: Portal Joia (2014). Antonio Bernardo As criações de Antonio Bernardo variam entre a inquietação artística e o design contemporâneo. Vanguarda e tradição interagem em sua atuação, que utiliza a essência da joalheria artesanal e dos sofisticados processos industriais para conceber joias, a semelhança de objetos esculturais. Antonio possui um método próprio para suas criações, o desenvolvimento de modelos conceituais, usando desde papel, metal, pedras raras, fios e chapa, até materiais mais maleáveis que funcionam como um simulador de dobras, vincos e o movimento de encaixe, recorrentes em seus produtos. BERNARDO (2009, online). Além de estar atento aos materiais a serem usados, Antonio sempre teve uma grande preocupação com o comportamento das pessoas, levando em conta o humor, aspectos pessoais e o lúdico, presente em cada pessoa. Um bom exemplo disso é a sua mais conhecida criação, o anel Puzzle, como retrata a figura 6. 49 Figura 8: Anel Puzzle curvo mix. Fonte: Antonio Bernardo 2009. Bettina Terepins Bettina nasceu em São Paulo em 1959, se formou em administração e começou no ramo da joalheria por hobby. A partir disso passou a gostar de joias, nunca mais parou de fazer novas criações. As inúmeras viagens são sua maior fonte de inspiração, e sempre que pode traz matéria prima, pedras e tudo que possa contribuir para suas joias. Para Bettina, a “joia é ornamento que traduz personalidade”. Bettina (2009, online). Seu trabalho em joias é reconhecido internacionalmente, e tem características geométricas de madeira ecológica e gemas brasileiras como o ouro 18k e 24k. Conquistou o primeiro lugar na etapa nacional do concurso “Tahitian Pearl Trophy”, em 2005, com a pulseira “Terra”, de madeira de imbuia, perola de Taiti, topázio imoerial e ouro 18k. 50 Figura 9: “Pulseira “Terra” Fonte: Bettina Terepins, 2009, online. A artista tem grande preocupação ecológica em seus trabalhos, sempre usa madeiras nativas certificadas como estrutura principal das joias, possibilitando assim um menor uso se metais nobres. Hafsteinn Júlíusson Hafsteinn estudou na Academia Islandia das Artes e Design de Interiores e Industrial, no politécnico de Milano. Em seu estúdio HAF, trabalha tanto no design de interiores, quanto o de joias e serviços. Hafsteinn define seu trabalho pela procura de novas perspectivas e soluções, o que resulta em formas distintas, ideias divertidas e fortes conceitos. Seus projetos são muitas vezes explicitamente relacionado com a sociedade e valores ecológicos. Quando se trata de joias, Hafsteinn procura criar peças valiosas para quem as carrega, não pelo valor, mas sim pelo conceito que traduz. Sua coleção mais conhecida é Growing Jewerly. Nesta coleção Hafsteinn faz uso da prata como estrutura principal da joia, e no lugar da pedra usa uma espécie de musgo. A ideia do artista é colocar um pedacinho da natureza nas joias urbanas, convidando-nos a entrar em um novo relacionamento com as joias: torna-se um jardim em miniatura que o portador carrega em seu dedo ou em seu pescoço, de forma natural. É só regar e cuidar! Hafsteinn (2009). 51 Figura 10: Painel de joias de musgos. Fonte: Haf Studio, 2009, online. Jeremy May Jeremy é um grande designer e escritor inglês. Seu amor pela literatura foi além dos livros. Em um momento de êxtase em sua imaginação, criou uma linha de joias a partir de laminas de folhas cuidadosamente removidas de livros. Cada peça é única e exclusiva sendo impossível de ser replicada. Jeremy dá vida a anéis, braceletes e colares que são extraídos de livros, o designer corta centenas de páginas de uma vez só no molde do objeto escolhido que, depois de pronto, tem o livro como guarida. Famoso na Europa, May já teve suas maravilhas expostas nas prateleiras da icônica Colette, em Paris, além de Atenas e Londrs. (Drops Magazine, 2012, online). 52 Figura 11: Anel extraído de livro. Fonte: Blog Lanzetti Design, 2012, online. Rita Prossi Rita Prossi é uma amazonense que trabalha com biojoias há duas décadas. Ela começou atuando como artesã, mas logo começou estudar design de joias e participar de diversos cursos. Precursora no aproveitamento da biodiversidade amazônica em joias, através de pesquisa junto as tribos indígenas, Rita desenvolve as peças inspiradas pelo folclore, lendas e mitos de sua região. Rita Prossi (2009). Suas criações combinam sementes amazônicas, couro de peixe, palha de arumã, madeiras e fibras naturais com metais preciosos, gerando sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental. Prossi (2009). Segundo a autora [...] “a biojoia tem que ser autossustentável, com o aproveitamento responsável e justo de mão de obra, sem exploração”. 53 Figura 12: Pulseira larga com palha de arumã lisa e fecho palito grande. Fonte: Site Rita Prossi, 2011, online. Anthony Roussel Anthony acredita que a maior jogada é agregar valor comercial e ambiental ao seu produto, sem agredir a produção criativa. Prova disto, foi a ideia de criar uma coleção de anéis e pulseiras confeccionadas a partir de madeira certificada e cola a base de leite. As criações se parecem mais grandes projetos de arquitetura, devido aos detalhes esculturais presentes nas pequenas peças. As delicadas formas são inspiradas nas emaranhadas formações rochosas, comuns na linha costeira britânica. As peças são tingidas naturalmente quando expostas a agua, as pulseiras e anéis são feitas com inúmeras laminas de madeira coladas, uma em cima da outra, com uma cola antialérgica a base de leite. 54 Figura 13: Anel Anthony Roussel. Fonte: Site Ecodesenvolvimento org, 2009, online. 3.2.1.6 Análise da configuração, funcional e estrutural Esta etapa contempla a descrição de todas as partes/componentes das joias envolvidas na coleção e a função que cada uma exerce: Brinco: Joia ou adorno que vive pendurado no lobo da orelha; enfeite pendente das orelhas. (INFORMAL, 2014). Componentes: tarraxa que tem a função de segurar o brinco; Haste, que serve para transpassar no furo da orelha; e o pingente que serve como elemento decorativo. Colar: Colar (latim collare, is, coleira), Ornato para trazer ao pescoço. (PRIBERAM, 2014). Componentes: Gargantilha, em ouro, prata ou outras ligas, serve como base do colar onde serão fixados os pingentes; Fecho, tem a função de fechar a gargantilha, impedindo que 55 a mesma se desprenda do pescoço do usuário e caia; Pingente, serve como elemento decorativo e atrativo da joia. Anel: Anel (Latim Anellus, -i, pequeno anel) Argola, elo. Pequeno aro, frequentemente de metal precioso, que se usa num dos dedos. (PRIBERAM, 2014). Componentes: Argola como base. Pulseira: (pulso+-eira)/Bracelete. Objeto de adorno que traz no pulso. Possuem inúmeros formatos, podem ser argolas rígidas, ou materiais mais maleáveis, possuindo fecho ou não. (PRIBERAM, 2014) 3.2.1.7 Análise de materiais e processos de fabricação Na atualidade um profissional de design deve estar sempre em busca de novos materiais e processos de fabricação, para melhorar seus projetos e mostrar eficiência em seus resultados. Lesko (2004, p.03) [...] na verdade o designer o designer deve estar preparado para apresentar o defender propostas de melhoramento da aparência e desempenho dos produtos, bem como soluções mais econômicas e elegantes do que aquelas propostas ou já existentes. Como o autor acima descreve, os designers devem compreender todos os processos antes de projetar, para se ter um projeto bem fundamentado em bases solidas, podendo assim oferecer propostas mais econômicas e eficientes Nesta seção serão apresentados os materiais mais frequentes utilizados na joalheria, materiais convencionais e não convencionais, estes últimos, inseridos na joalheria contemporânea. 56 3.2.1.7.1 Materiais Convencionais O metal é um elemento básico e fundamental de uma joia, este tendo a aplicação de gemas ou não, segundo Pompei (2013). De fato, a joalheria tradicional se caracteriza pelo amplo uso de metais nobres associados ou não a gemas. De acordo com a entidade internacional reguladora do segmento joalheiro no mundo, The Worl Jewellery Confederation (CIBJO, 2013), metais nobres são elementos químicos de alto valor econômico. Os metais são organizados da seguinte forma: ouro (Au) e ligas de ouro; prata (Ag) e ligas de prata; e metais tipo platina (Pt): platina, paládio, ródio, rutênio, irídio e ósmio. Os mais utilizados na joalheria são ouro e a prata. (KLIAUGA, 2009). a) Ouro: Metal mais nobre de todos, foi o mais utilizado na joalheria desde os tempos antigos. O ouro possui propriedades muito favoráveis que justificam sua grande utilização na joalheria, ele não oxida, não corrói, pode ser fundido e moldado em praticamente qualquer forma. Por ser muito maleável para a aplicação em joias, o ouro 24k, é ligado a outros metais, normalmente cobre e prata, e porcentagens a fim de aumentar sua resistência mecânica e dureza, além de reduzir custos. Lima (2006). b) Prata: A prata vem do latim argentum, em seu estado puro, assim como o ouro, é muito maleável para a maioria das aplicações, e é frequentemente ligados a outros materiais, como o cobre. Magtaz (2008). No estado sólido se caracteriza pela cor branca e brilho intenso, sendo o metal de maior capacidade de reflexão, melhor condutibilidade elétrica e térmica entre todos os metais existentes. Lima (2006). Diferente do ouro, com o passar do tempo ele sofre oxidação, e também em contato com produtos químicos. c) Gemas: A maioria das gemas são naturais, minerais inorgânicos que possuem composições químicas e estruturas especificas (CIBJO, 2013). De acordo com Schumann (2006), as gemas são principalmente minerais, como o diamante; minerais agregados, como jade; ou mais raramente rochas como o lápis-lázuli. Algumas são de origem orgânica, como é o caso do âmbar, do coral e da pérola; além de outras de origem sintética 57 (Schumann, 2006). São muitas as terminologias para as gemas, como podemos visualizar no quadro abaixo: Tabela 02 Tabela 3: Nomenclatura das gemas Fonte: Adaptado Schumann, (2006). 3.2.1.7.2 Materiais não convencionais O design brasileiro de joias contemporâneas é muito característico pela sua criatividade típica do Brasil, na medida em que agrega valor e identidade, promove a transformação de materiais encontrados na natureza através da combinação do ouro ou da prata e de gemas (MAGTAZ, 2008). 58 Abaixo alguns materiais e revestimentos mais utilizados na confecção de joias e adornos contemporâneos, analisando as características e aplicações no design de joias, como a madeira, couro, polímero, alumínio e titânio. a) Madeira: Conhecida pela facilidade de compra e por características favoráveis para ser trabalhada como, baixa densidade, boa resistência a tração, a flexão e ao impacto, além de isolante térmica e elétrica, ela é o material mais antigo utilizado pelo homem. (Dowenes et al, 2009). b) Couro: O couro é um produto natural proveniente da pele curtida de animais, utilizado como material para a confecção de diversos artefatos para o uso humano, tais como: sapatos, cintos, carteiras, bolsas, casacos, entre outros. (GUTTERRES, 2008). Existem registros da sua utilização desde os primórdios da civilização humana, quando o homem usava o couro apenas como sua vestimenta. Apesar de sua origem remota, a produção de couro vem passando por muitas mudanças e inovações tecnológicas de processos e demandas de produtos, sendo assim inserido aos poucos no cenário mercadológico, como uma matéria prima de grande valor competitivo. (GUTTERRES, 2008). c) Polímeros: A palavra polímeros, que significa “feita de muitas partes” (SANTANA, 2009). Ainda segundo o autor, os polímeros podem ser tanto orgânicos ou inorgânicos, naturais ou sintéticos, sendo de origem natural como a borracha, de origem orgânica sintética o polipropileno, ou então, inorgânica natural como o grafite. Na década de 30 o surgimento de novos polímeros foi significante, como o PMMA (polimetacrilato de metila), popularmente chamado de acrílico, poliestireno, nylon e polietileno (LIMA, 2006). d) Aço, Alumínio e Titânio : Estes três metais são divididos em ferrosos (aço) e não ferrosos (alumínio e titânio), e surgem como materiais alternativos na joalheria contemporânea. O aço mais comum disponível, é o chamado aço carbono, embora existam outros tipos de aço como o aço-liga, aço inoxidável, aço-ferramenta (LIMA, 2006; LESKO, 2004). O alumínio se destaca por sua versatilidade de aplicação, assim como sua flexibilidade de processamento e transformação (LESKO, 2004). Já o titânio tem como 59 característica principal sua leveza e dureza (LIMA, 2006). É um metal que pode ser colorido de duas formas: por aquecimento e eletroquímico. e) Verniz Cataforético: É um processo de laca eletroforético catótico, claro, altamente transparente e protetor, esta resina acrílica pode ser depositada em qualquer substrato. O processo produz um deposito tenaz e com elevada resistência a corrosão (solventes, agua, produtos de uso doméstico), possui também uma notável dureza e aderência ao material aplicado. Confere cobertura completa e tem vantagem de não produzir gotas e bolhas nas peças tratadas quando retiradas do banho. (GUIA DA JOIA, 2014). Contém uma resina a base de isocianatos poliuretânicos, entre outros componentes com funções capazes de produzir, ao ser devidamente curado em estufa, a mencionada camada clara, dura, lustrosa, com excelente uniformidade de espessura. (GUIA DA JOIA, 2014). Além dos materiais citados, neste momento é apresentado também os resíduos sólidos da construção civil, lixo considerado um potencial para uso neste projeto. A escolha do material deu-se pelo fato de que estes resíduos vem se tornando um grande agravante da poluição ambiental, pois a muito desperdícios destes materiais, onde não se tem nenhum tipo de controle , causando alto impacto ao meio ambiente. Os resíduos sólidos na construção civil, são os restos de processos produtivos que se tornam inadequados ao uso, seja por motivo de quebra ou sobra, sendo assim, muitas vezes, descartados em locais inapropriados, sem a tomada das devidas providencias ambientais. Segundo Bidone (1999, p. 8) Essa geração de resíduos há algum tempo, é um problema para as populações de todo o mundo e deriva do desenvolvimento socioeconômico, ou seja, essa geração cresce proporcionalmente ao crescimento do país, sem planejamento para sua eliminação, e comprometendo a subsistência das futuras gerações. 60 No conceito apresentado por Formosinho (2000), Identificam-se os resíduos tendo origem, ou como restos de um processo produtivo, ou como substâncias, produtos ou objetos que ficam incapazes de utilização para os fins para os quais foram produzidos. Em ambos os casos, pressupõe-se que o gerador tenha que se desfazer deles. A ABNT(Associação Brasileira de Normas Técnicas), ainda define resíduos sólidos relacionando com suas atividades de origem: Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de variação. Ficam incluídos nesta definição os lados provenientes de sistemas de tratamento de agua, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle a poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede publica de esgotos ou corpos de agua, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004, p.12). Pode-se dizer então, que os resíduos sólidos são recursos que estão no lugar e na hora errada. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define resíduos como “[...] algo que seu proprietário não deseja mais, em um dado momento e em determinado local, e que não tem valor de mercado” VALLE, 2002, P. 33). A construção civil é um dos segmentos mais importantes na nossa nação, apesar do alto impacto ambiental que ela gera, entre outros fatores, os resíduos que representam um grave problema para as cidades. Segundo o Site Ecycle (2013), o brasileiro produz, em média, meia tonelada de resíduos de construção civil ao ano. De acordo com a Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Construção Civil e Demolição), o Brasil joga fora 8 bilhões de reais ao ano por que não recicla seus produtos, ou seja, 60% dos lixos das cidades vem da construção civil e 70% desse total poderia ser reutilizado. O setor cerâmico é um dos grandes contribuintes desses resíduos. Dentre eles encontram-se tijolos, telhas e revestimentos. A cerâmica é um material presente em muitos ambientes, inclusive domésticos, comuns no nosso dia a dia. Desde ladrilhos, azulejos, potes, vasos, até partes de peças em máquinas de usinas, esse material é uma alternativa simples e de baixo custo para a produção dos objetos. 61 O processo de fabricação da cerâmica é bem simples, porém a reciclagem dela, não. Como a cerâmica é feita de argila e barro, a substância perde características de molde após ser aquecida e não se consegue recuperá-la mais. Existem inúmeras outras formas de reutilização desse material tão desvalorizado, porém de beleza e delicadeza sem igual. A cerâmica é o material artificial mais antigo que o homem já produziu. Vem do grego “kéramos” (“terra queimada” ou “argila queimada”), é um material de alta resistência, encontrado em escavações arqueológicas e são produzidas há cerca de 10-15 mil anos. A cerâmica resulta de uma atividade de transformação a partir da argila, que se torna muito plástica e fácil de moldar quando umedecida. Depois de submetida à secagem para retirar a maior parte da agua, a peça moldada é submetida a altas temperaturas (por volta de 1.000° C), que atribuem rigidez e resistência mediante a fusão de certos componentes da massa e, em alguns casos, fixando os esmaltes na superfície. (ANFACER, 2014). Isso permitiu que além de serem usadas em objetos “domésticos”, pudessem também serem usadas na construção de casas, urnas funerárias e até como superfície para escrita. Dentre os seus mais variados usos a cerâmica para revestimento é a grande “bola da vez”. A origem do nome “azulejo” provêm dos árabes, sendo derivado do termo “azuleicha”, que significa “pedra polida”. A arte do azulejo foi amplamente espalhada pelos islâmicos. Os árabes a levaram para a Espanha e, de lá, se difundiu por toda a Europa. Essa influencia está presente também nos estilos de decoração, como os arabescos e formas geométricas. (ANFACER, 2014). Essa influência árabe na península foi tão forte, que os árabes começaram a combinar elementos da arte cristã, românica e gótica, criando um novo estilo chamado “mudéjar”. O site Anfacer (2014), ainda esclarece: A cerâmica de corda seca, técnica que permite combinar varias cores num só azulejo, [...] a decoração era em forma de estrela, consiste numa estrutura complexa baseada numa flor de lótus estilizada e composta por dez pétalas. O centro é decorado com uma estrela de seis pontas com vestígios de dourado. 62 Já no Brasil, o uso do azulejo começou a tornar-se mais frequente, revelandose um ótimo revestimento para o nosso clima. Casa e prédios de muitas cidades, começaram a apresentam o colorido alegre e descontraído que a cerâmica possui. Hoje em dia a cerâmica pode ser subdividida em setores que possuem características bastante individualizadas e com níveis de avanços tecnológicos diferentes, conforme cita o site Anfacer (2014): - Cerâmica vermelha: são todos os materiais de coloração avermelhada empregados na construção civil (tijolos, cerâmicas, telhas, lajes, tubos cerâmicos, argilas expandidas) e também utensílios de uso domestico e de adorno. - Cerâmica branca: Compreende de materiais constituídos por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea transparente e incolor, necessária muitas vezes por razoes estéticas. Com a vinda dos vidrados opacificados, muitos dos produtos que antes eram enquadrados neste grupo passaram a ser fabricados de outras formas, e com certo grau de impurezas, por isso subdivide-se novamente em: louça sanitária, louça de mesa, isoladores elétricos para alta e baixa tensão, cerâmica artística( decorativa e utilitária), cerâmica técnica para fins diversos, tais como: químico, elétrico, térmico e mecânico, materiais refratários: matérias que suportam temperaturas elevadas em condições especificas de processo dos equipamentos industriais e variações bruscas de temperatura, abrasivos: Parte da indústria de abrasivos, por utilizarem matérias primas e processos semelhantes aos da cerâmica, constituem-se num segmento cerâmico. Vidro, Cimento e Cal: São três importantes segmentos cerâmicos, que por suas particularidades, são muitas vezes considerados a parte da cerâmica. Revestimentos cerâmicos: são constituídas em geral, por três camadas a) suporte ou biscoito, b) engobe, que tem a função de impermeabilizar a garante a aderência da terceira camada, c) o esmalte, camada vítrea que também impermeabiliza, além de decorar uma das faces da placa. Anfacer (2014) 63 O corpo cerâmico compõem-se de matérias primas naturais, argilosas e não argilosas. Os materiais argilosos são formados de misturas de diversos tipos e características de argilas para dar composição desejada e são a base de biscoito. Os materiais não argilosos, quartzo, feldspato e caulim, servem para sustentar o corpo cerâmico ou promover a fusão da massa, e os materiais sintéticos são utilizados para a produção de engobes e esmaltes e, servem para fazer a decoração dos revestimentos. Anfacer (2014). As cerâmicas são usadas na construção civil para revestir paredes, pisos, piscinas, ambientes externos e internos, bancadas, dentre tantos outros. Esses materiais foram coletados em obras da construção civil, ficam evidentes, o alto desperdício de resíduos não somente a cerâmica, mas outros componentes como ferragens e cimento. Este material foi definido para a utilização neste projeto. Além do uso da cerâmica, como principal elementos, foi definido o ouro como liga a ser utilizada. Painel: 03 Figura 14: Painel de resíduos coletados na construção civil Fonte: a autora. 64 3.2.2 Fase de Geração Nesta obra, foram coletados restos de cerâmicas, onde se apresentam no painel 04, sendo assim necessário, para identificar melhor as cores e formatos das mesmas, para posterior seleção. Painel 04 Figura 15: Painel de cerâmicas coletadas em obras. Fonte: a autora. 3.2.2.1 Conceitos do Design Partindo das ideias propostas, perante os dados analisados na fase de preparação e considerando que os aspectos simbólicos são fundamentais para a concepção dos produtos, estipula-se neste momento os conceitos que norteiam o projeto. O painel 05 representa desta forma a sofisticação, elegância, luxo, contemporaneidade, exclusividade, ousadia, riqueza e poder. Painel 05 65 Figura 16: Painel conceitual. Fonte: a autora. A partir dos conceitos apresentados definiu-se também o tema da coleção de joias, este foi denominado Joias Vivas, pelo fato de serem peças únicas, exclusivas, e com diferencial de conscientização ecológica. O tema da coleção é apresentado a partir do painel 06 que traduz os conceitos de sustentabilidade, ecologia, e principalmente preocupação com o meio ambiente. Painel 06 66 Figura 17: Painel tema da Coleção Joias Vivas. Fonte: a autora. 3.2.2.2 Alternativas do problema e esboços Nesta fase, realiza-se estudos, pesquisas e análises e a partir disto, colocase em prática, todas estas informações, fazendo uso das gerações de alternativas, colocando em bi dimensionalidade as ideias e possíveis soluções. 67 Anel No desenho 01 são geradas alternativas de anel, através da coleta de imagens abstração forma dos elementos utilizados no painel de conceito, público alvo e similares. Os desenhos buscam deixar à cerâmica em posição de destaque nas peças, visando ressaltar o apelo à consciência ecológica. As formas utilizadas seguem tendências geométricas, com cortes vasados, perfurações, e a mistura da liga de ouro. Desenho 1: Geração de alternativa de anel. Fonte: a autora. 68 Pulseira/Bracelete Nas gerações das pulseiras e braceletes, levou-se em conta o pensamento do anel; formas geométricas de estruturas simples, sempre dando ênfase a cerâmica, conforme desenho 02. Desenho 2: Geração de alternativa de pulseiras/braceletes. Fonte: a autora. Colar/Gargantilha Para a geração de colar/gargantilha, utilizou-se do mesmo pensamento, formas geométricas, uso de pendentes bem estruturados, formatos maiores e sempre deixando em evidência a cerâmica, como é apresentado no desenho 03. 69 Desenho 3: Geração de alternativa de colar/gargantilha. Fonte: a autora. Brinco Na geração dos brincos, percebe-se formas geométricas, peças grandes, com vários recortes, sempre com duas ou mais peças acompanhando o pingente como é apresentado no desenho 04. 70 Desenho 4: Geração de alternativa de brincos Fonte: a autora. Perante as alternativas geradas, foram selecionadas as peças que farão parte da linha de joias, procurando desenvolver os produtos com a mesma identidade. 3.2.2.3 Esboços das linhas de joias Para se obter um melhor resultado, foi selecionado as melhores gerações, e a partir destas, começou a montar a linha de joias. De inicio obteve-se 3 linhas distintas: 71 Figura 18: Geração de linha de joias. Fonte: a autora. Na linha 01, percebe-se o conceito da sofisticação, aliado ao fio incorporado do ouro. Em todas as peças o metal dourado transpassa dentro da peça de cerâmica dando a impressão de franjas. Na linha 02, o conceito é o emaranhado das joias com fios de ouro. Em todas as peças a cerâmica são envolvidas por estes fios de ouro dando a ideia de teia ou costura. Na linha 03, a ideia é usar pedaços de cerâmicas com cortes mais geométricos, junto com a liga de ouro, com colar, pulseira mais grande e estruturados, e os brincos, anel mais delicados e discretos. Em uma análise crítica, levando em conta alguns aspectos de tendências, chegou-se a definição da escolha da linha de joias final, a número 02, isso por que identificou-se muitos conceitos entre as joias e o seu público alvo, sendo eles: elegância, poder, contemporaneidade, diversificação e exclusividade. 72 3.2.3 Fase de Avaliação 3.2.3.1 Escolha da melhor solução Neste momento, parte-se do conceito da abstração de formas e materiais que compunham os painéis de conceito, similares, tendência, e público alvo. Como pode-se perceber no painel 07, nota-se que os elementos de textura, fecho e encaixe, foram retiradas dos painéis de conceito, similares e público alvo. A textura de cerâmica escolhida para aplicação na linha das joias foi a de 05, por ter tons terrosos, e remeter a textura de pedras, que são elementos naturais encontrados no meio ambiente. O conceito utilizado foi o emaranhado dos fios de ouro, envolvendo as peças de cerâmica, dando a impressão de união e enlace, demonstrando que dois materiais tão distintos, podem sim se unir, e representar uma identidade, personalidade, um pensamento único. 73 Painel 07 Figura 19: Linha de joias mostrando a origem dos materiais. Fonte: a autora. 74 3.2.3.2 Modelo da linha de Joias Para a confecção da linha de joias foi necessário o uso de uma máquina própria para o corte da cerâmica, pois havia a necessidade de ser um corte extremamente preciso e reto, sem serrilhado. No Painel 08 percebe-se o processo de corte das peças de cerâmica. Figura 20: Processo de corte da cerâmica. Fonte: a autora. Depois do corte das peças, foi necessário fazer alguns ajustes de espessura das peças, pois ficaram pesadas. Para este procedimento utilizou-se uma lixa grossa da 3M n° P80, também para dar polimento as peças. Depois, o procedimento foi, fazer a amarração do fio em todas as peças. 75 Figura 21: Painel da confecção das joias. Fonte: a autora. 3.2.3.3 Incorporação das características ao novo modelo Nesta fase, se investiga hipóteses de quais características poderiam ser mudadas nas joias, isto porque, durante os testes foram verificadas alterações para melhorias O ouro poderia ser trocado pela liga de prata. A espessura da cerâmica do anel e do brinco poderia ser mais fina, para deixá-los mais leves. A corrente poderia ser trabalhada com variações de espessura. 76 4. RESULTADO 4.1 Fase de Realização Nesta cessão é apresenta o resultado do projeto por meio do desenho técnico e modelo, para tanto serão apresentadas as peças de forma individual, para depois, demonstrar a situação de uso. Brinco Figura 22: Brinco Foto: Camila Wagner 77 Desenho 5: Desenho Técnico. Fonte: a autora. 78 Colar Figura 23: Colar. Foto: Camila Wagner 79 Desenho 6: Desenho Técnico. Fonte: a autora. 80 Bracelete Figura 24: Bracelete Foto: Camila Wagner. 81 Desenho 7: Desenho Técnico. Fonte: a autora. 82 Anel Figura 25: Anel Foto: Camila Wagner 83 Desenho 8: Desenho técnico. Fonte: a autora. 84 Figura 26: Situação em uso de brinco, anel e bracelete. Foto: Camila Wagner Figura 27: Situação em uso do anel. Foto: Camila Wagner 85 Figura 28: Situação em uso do anel. Foto: Camila Wagner Figura 29: Situação em uso do anel e bracelete. Foto: Camila Wagner 86 Figura 30: Situação em uso da coleção de joias. Foto: Camila Wagner Figura 31: Situação em uso da coleção de joias. Foto: Camila Wagner 87 Figura 32: Situação de uso da linha de joias Foto: Camila Wagner 88 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em relação aos objetivos deste projeto que é desenvolver uma linha de joias usando os conceitos do ecodesign, pode-se dizer que os mesmos foram alcançados, pois se chegou a uma linha de design de joias contemporâneas com aplicação harmoniosa de diferentes materiais (de uso convencional e não convencional), sendo elas, peças elegantes, luxuosas e que traduzem conceito de consciência ambiental. Fez-se uso dos conceitos do ecodesign por meio do reaproveitamento de resíduos descartados na natureza. Esses resíduos são provenientes da construção civil, onde tem-se um alto desperdício de materiais dentre eles a cerâmica, que foi o material não convencional utilizado neste projeto. O entendimento sobre os materiais utilizados na pesquisa foi fundamental para o estudo a respeito das formas das peças, pois se sabia que haveriam limitações nos materiais a fim de conseguir aplicar os processos de produção e as formas desejas segundo a temática escolhida Joias Vivas. Quanto a utilização da cerâmica, deve-se ressaltar que o resultado obtido com a sua aplicação atende aos objetivos pois foram criadas formas elegantes, condizentes ao perfil de público alvo pretendido, com valor estético agregado, diferenciando-se das então joias comuns encontradas no mercado. Sendo assim, tenho a consciência que essa linha de joias não irão resolver o problema da poluição, mas que servirão como um alerta, um despertar às pessoas para os problemas ambientais, uma vez que, quem se dispor a usá-las estará demonstrando, com esta atitude, um novo pensamento em relação ás gerações futuras. 89 REFERÊNCIAS ARANTES, Adeguimar – Bracelete em fibra, 2000. Disponível em: http://www.joiabr.com.br/designer/adeg.html>. Acesso em: 23 set. 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: Resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro, ABNT, 2004. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE CERÂMICA PARA REVESTIMENTOS, LOUÇAS SANITÁRIAS E CONGÊRES: São Paulo, ANFACER, 2014. 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