tcc-viviane-pasquali (514)

Transcrição

tcc-viviane-pasquali (514)
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
UNOESC CAMPUS XANXERÊ
VIVIANE PASQUALI
JOIAS VIVAS: CONCEITOS DO ECODESIGN APLICADOS A UMA LINHA DE
JOIAS
XANXERÊ
2014
VIVIANE PASQUALI
JOIAS VIVAS: CONCEITOS DO ECODESIGN APLICADOS A UMA LINHA DE
JOIAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Design da Universidade do Oeste de
Santa Catarina como requisito parcial à obtenção
de grau de bacharel em Design.
Orientadora: Me. Karina Tissiani
XANXERÊ
2014
VIVIANE PASQUALI
JOIAS VIVAS: CONCEITOS DO ECODESIGN APLICADOS A UMA LINHA DE
JOIAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Design da Universidade do Oeste de
Santa Catarina como requisito parcial à obtenção
de grau de bacharel em Design.
Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
Prof. Me. Karina Tissiani
Universidade do Oeste de Santa Catarina
Prof. Dr....
Universidade do Oeste de Santa Catarina
Prof. Dr....
Universidade do Oeste de Santa Catarina
Dedico este trabalho aos grandes amores da minha vida meus pais, minha
base, meus eternos companheiros. Sempre me incentivaram e jamais me
deixaram desistir diante dos obstáculos e dificuldades. Serei eternamente
grata a vocês.
AGRADECIMENTO
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pela força, coragem e vontade
de enfrentar os novos caminhos e acontecimentos que apareceram, me tornando
alguém capaz de seguir em frente.
Agradeço aos meus pais Paulo Pasquali e Neiva Pasquali pelo amor que me
concederam em toda a minha vida e durante a faculdade.
Agradeço profundamente a Professora Karina Tissiani, orientadora, amiga,
conselheira, dentre tantas outras funções, pelo ato de compaixão e coragem por me
escolher como orientanda, já que já estava sobrecarregada, mas mesmo assim
aceitou este desafio.
Obrigada também aos professores Walter Strobel Neto e Aleteonir José
Tomasoni, pelo ensino e aprendizado, durante todos estes anos de ensino.
Grata pelas lindas amizades que fiz durante esses anos na faculdade a
Andreiza Correia, a minha fotógrafa Camila Wagner, Alessandra Canuto, Daniela
Ana Ineia, Nikeli Rossi, e claro, aos demais colegas de classe pelos inúmeros e
incontáveis momentos de alegria, risos, que passamos juntos.
“Semear ideias ecológicas e plantar sustentabilidade é ter a garantia de
colhermos um futuro fértil e consciente”.
Sivaldo Filho
RESUMO
Este estudo trata da criação de uma linha de ecojoias, voltada para o público
feminino numa faixa etária de 30 a 45 anos, usa-se os conceitos do ecodesign,
tendo como matéria prima, materiais não recicláveis, porém reutilizáveis. Hoje em
dia a poluição e o descarte desenfreado e imprudente do lixo, vem se tornando o
principal agravante para os problemas ambientais que tanto vê-se em pautas de
noticiários, revistas e páginas na internet. Partindo dessa realidade, o principal
objetivo deste projeto é conscientizar as pessoas dos problemas que o lixo causa
quando descartado de forma irresponsável, e que existem inúmeras formas de
reaproveitar esses resíduos, causando assim, menos impacto no meio ambiente.
Através da metodologia de design de Löbach, foi possível manter uma linha de
pensamento e atribuir características funcionais, formais e estéticas, com os devidos
testes para satisfazer as necessidades dos usuários e atender a problemática
envolvida no estudo. A partir das pesquisas e do desenvolvimento, tem-se como
resultado uma linha de joias usando a cerâmica como matéria prima não reciclável e
o ouro como liga. Acredita-se, que o processo de desenvolvimento possibilitou
chegar ao resultado pretendido no projeto, obtendo uma linha de joias composta por
brinco, anel, bracelete e colar, com características próprias, com alto valor agregado
e com grande potencial competitivo de mercado.
Palavras-chave: Ecodesign, Joias, Conscientizar, Lixo.
ABSTRACT
This study deals with the creation of a line of ecojoias, facing a female audience
aged 30-45 years using the concepts of ecological design, having as raw material,
non-recyclable materials, but reusable. Nowadays pollution and unbridled and
reckless waste disposal, has become the main aggravating to environmental
problems so that one sees on the news agendas, magazines and on the internet
pages. Based on this fact, the main objective of this project is to make people aware
of the problems that cause the garbage when discarded irresponsibly, and that there
are numerous ways of reusing these wastes, thus causing less impact on the
environment. Through design methodology Lobach was possible to maintain a train
of thought and assign functional, formal and aesthetic characteristics, with
appropriate tests to meet the needs of users and meet the problems involved in the
study. From the research and development has resulted in a line of jewelry using
ceramics as raw materials not recyclable and gold as an alloy. It is believed that the
development process has enabled to reach the desired result in the project, obtaining
a line of jewelry consists of earrings, ring, bracelet and necklace, with its own
characteristics, with high added value and competitive with great market potential.
Keywords: Ecodesign, Jewels, Educate, Trash.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Esquema ecodesign ........................................................................ 22
Figura 2: Fatores do ecodesign. ..................................................................... 22
Figura 3: Representação do painel de público alvo. ....................................... 43
Figura 4: Fonte: a autora. ............................................................................... 43
Figura 5: Painel de tendências. ...................................................................... 46
Figura 6: Painel de similares........................................................................... 46
Figura 7: Bracelete em fibra de bananeira, peridoto e prata rodinada. ........... 48
Figura 8: Anel Puzzle curvo mix. .................................................................... 49
Figura 9: “Pulseira “Terra”............................................................................... 50
Figura 10: Painel de joias de musgos. ............................................................ 51
Figura 11: Anel extraído de livro. .................................................................... 52
Figura 12: Pulseira larga com palha de arumã lisa e fecho palito grande....... 53
Figura 13: Anel Anthony Roussel. .................................................................. 54
Figura 14: Painel de resíduos coletados na construção civil .......................... 63
Figura 15: Painel de cerâmicas coletadas em obras. ..................................... 64
Figura 16: Painel conceitual............................................................................ 65
Figura 17: Painel tema da Coleção Joias Vivas. ............................................. 66
Figura 18: Geração de linha de joias. ............................................................. 71
Figura 19: Linha de joias mostrando a origem dos materiais. ......................... 73
Figura 20: Processo de corte da cerâmica. .................................................... 74
Figura 21: Painel da confecção das joias. ...................................................... 75
Figura 22: Brinco ............................................................................................ 76
Figura 23: Colar. ............................................................................................. 78
Figura 24: Bracelete........................................................................................ 80
Figura 25: Anel ............................................................................................... 82
Figura 26: Situação em uso de brinco, anel e bracelete. ................................ 84
Figura 27: Situação em uso do anel. .............................................................. 84
Figura 28: Situação em uso do anel. .............................................................. 85
Figura 29: Situação em uso do anel e bracelete. ............................................ 85
Figura 30: Situação em uso da coleção de joias. ........................................... 86
Figura 31: Situação em uso da coleção de joias. ........................................... 86
Figura 32: Situação de uso da linha de joias .................................................. 87
LISTA DE DESENHOS
Desenho 1: Geração de alternativa de anéis. ................................................. 67
Desenho 2: Geração de alternativa de pulseiras/braceletes. .......................... 68
Desenho 3: Geração de alternativa de colar/gargantilha. ............................... 69
Desenho 4: Geração de alternativa de brincos ............................................... 70
Desenho 5: Desenho Técnico......................................................................... 77
Desenho 6: Desenho Técnico......................................................................... 79
Desenho 7: Desenho Técnico......................................................................... 81
Desenho 8: Desenho técnico. ......................................................................... 83
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Esquema explicativo da metodologia de Löbach. ........................... 35
Tabela 2: Esquema adaptado de metodologia. .............................................. 36
Tabela 3: Nomenclatura das gemas ............................................................... 57
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO .............................................................................................................15
2.
BASES DO CONHECIMENTO.....................................................................................20
2.1 DESIGN E ECODESIGN: DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES .........................................20
2.2
CICLO DE PRODUTOS ...........................................................................................23
2.3
REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR (3R’S) ...........................................................25
2.4 DESIGN INDUSTRIAL ................................................................................................27
2.5 HISTÓRIA DA JOIA ....................................................................................................28
2.6 SUSTENTABILIDADE.................................................................................................31
3
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN......................................................34
3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN .................................................................35
3.1.1 FASE DE PREPARAÇÃO: ANÁLISE DE PROBLEMA ............................................................37
3.1.2 FASE DE GERAÇÃO: ALTERNATIVAS DO PROBLEMA ........................................................38
3.1.3 FASE DE AVALIAÇÃO: AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS DO PROBLEMA. ...............................39
3.1.4 FASE DE REALIZAÇÃO: REALIZAÇÃO DA SOLUÇÃO DO PROBLEMA. ....................................39
3.2
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN ......................................................40
3.2.1 FASE DE PREPARAÇÃO ...........................................................................................40
3.2.1.1 ANÁLISE DO PROBLEMA ...........................................................................................40
3.2.1.2 ANÁLISE DAS NECESSIDADES ...................................................................................40
3.2.1.3 A NÁLISE DA RELAÇÃO SOCIAL (HOMEM- PRODUTO) .....................................................41
3.2.1.4 A NÁLISE DA RELAÇÃO COM AMBIENTE (PRODUTO-AMBIENTE) .......................................43
3.2.1.5 A NÁLISE DO MERCADO ............................................................................................44
3.2.1.5.1 TENDÊNCIA DE MODA NAS JOIAS .............................................................................44
3.2.1.6 A NÁLISE DA CONFIGURAÇÃO, FUNCIONAL E ESTRUTURAL ............................................54
3.2.1.7 A NÁLISE DE MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO ...............................................55
3.2.1.7.1 MATERIAIS CONVENCIONAIS ..................................................................................56
3.2.1.7.2 MATERIAIS NÃO CONVENCIONAIS ............................................................................57
3.2.2 FASE DE GERAÇÃO ..................................................................................................64
3.2.2.1 CONCEITOS DO DESIGN ...........................................................................................64
3.2.2.2 ALTERNATIVAS DO PROBLEMA E ESBOÇOS..................................................................66
3.2.2.3 ESBOÇOS DAS LINHAS DE JOIAS ................................................................................70
3.2.3 FASE DE AVALIAÇÃO ...............................................................................................72
3.2.3.1 ESCOLHA DA MELHOR SOLUÇÃO ................................................................................72
3.2.3.2 MODELO DA LINHA DE JOIAS .....................................................................................74
3.2.3.3 INCORPORAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS AO NOVO MODELO ..........................................75
4. RESULTADO ...................................................................................................................76
4.1 FASE DE REALIZAÇÃO ....................................................................................................76
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................................88
15
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo busca posicionar o design como fator estratégico no
desenvolvimento de produto com foco no Ecodesign, aplicado ao segmento de
design de joias, assim, pretende-se elevar a importância do pensamento
sustentável.
O conceito do Ecodesign é definido por Manzini e Vezzoli 2008 (apud Pedro e
Barros, 2011) como uma ferramenta de design, cujo objetivo é vincular o que é
tecnicamente possível ao ecologicamente necessário, sua aplicação poderá ser
caracterizada de acordo com um dos quatro tipos de aplicações existentes.
No primeiro deles redesign ambiental, trata-se de uma melhor eficiência no
consumo de matéria prima e de energia do produto existente, a facilitação da
reciclagem de seus materiais e a reutilização dos seus componentes Manzini e
Vezzoli 2008 (apud Pedro e Barros, 2011).
O segundo nível, segundo os autores, envolve projetos de novos produtos e
serviços que substituam os atuais, trata-se da necessidade de uma boa prestação
de serviços e de reutilização dos produtos, quando estes são ecologicamente mais
favoráveis em relação aos demais.
Para a aplicação do terceiro nível, Manzini e Vezzoli 2008 (apud Pedro e
Barros 2011), apresentam o projeto de novos serviços intrinsecamente sustentáveis,
para isso, é preciso que o novo mix de produtos e serviços propostos seja
socialmente apreciável.
No quarto e último nível, novos cenários que correspondam a estilos de vida
sustentáveis, é proposto o desenvolvimento de atividades no âmbito cultural que
venham a promover novos critérios de qualidade e assim, modifiquem a maneira de
buscar novos resultados, conforme indicam Manzini e Vezzoli 2008 (apud Pedro e
Barros, 2011).
Ainda para os autores, alguns princípios do Ecodesign devem ser
incorporados pela indústria, como: a) Escolha de materiais de baixo impacto
ambiental: menos poluentes, não tóxicos, de produção sustentáveis ou reciclados,
ou ainda que requeiram menos energia na fabricação; b) Qualidade e durabilidade:
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produtos mais duráveis e que funcionem melhor, a fim de gerar menos lixo; c)
Modularidade: objetos com peças intercambiáveis, que possam ser trocadas em
caso de defeito, evitando a troca de todo o produto, o que também gera menos lixo;
d) Reutilização/Reaproveitamento: projetar produtos para sobreviver ao seu ciclo de
vida, podendo ser reutilizados ou reaproveitados para outras funções após seu
primeiro uso.
Dito isto, notou-se que o Ecodesign apresenta-se hoje para a indústria como
uma forma sustentável de crescimento, possibilitando conciliar o consumismo ao
ecologicamente correto, e evitando que as pessoas tenham cada vez mais esse
impulso por compras não necessárias.
Perante o exposto, a pesquisa objetiva de forma geral desenvolver uma linha
de joias utilizando elementos descartados na natureza, e usando-os para gerar valor
agregado ao produto. Para tanto, os objetivos específicos são: a) Fundamentar
teoricamente o design e design de joias; b) Entender o processo e valor do design
sustentável; c) Definir um perfil de público alvo; d) Desenvolver uma coleção de joias
seguindo o princípio do Ecodesign, e) Conscientizar as pessoas de que por meio do
ecodesign que podemos dar um novo destino ao lixo.
A importância desta pesquisa dá-se pelo fato de que, cada vez tem se notado
graves desequilíbrios ambientais como reflexo de problemas da má utilização dos
recursos naturais. Segundo Baldissarelli (2009, p. 07).
Os danos ao ambiente não respeitam fronteiras físicas, geográficas,
culturais ou ideológicas e continuarão a se multiplicar enquanto o ser
humano não tomar consciência de que seus atos atingem, em maior ou
menor intensidade, todos os seres.
Desta forma, pode-se entender que cabe ao designer conscientizar as
pessoas de que é possível reaproveitar cada vez mais componentes descartados,
apresentando-os em um novo contexto, visto que, o ser humano é capaz de
transformar o mundo ao seu redor, tendo assim que assumir a responsabilidade pelo
uso correto dos recursos naturais para garantir a conservação, preservação e
recuperação do ambiente.
Baldissarelli (2009, p.09) ainda afirma:
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Na concepção tradicional, lixo é alguma coisa que deve ser afastada, já
que, em muitos casos, não pode ser evitada. Mas este conceito tornou-se
relativo: o que não serve mais a alguém, pode ser reaproveitado por outros.
Utilizar os conceitos sustentáveis aliados à joia mostra-se importante meio de
conscientização uma vez que se transita do lixo ao luxo, assim, por meio do design
agrega-se valor ao produto antes descartado.
No que tange o universo das joias, pode-se considerar que, desde a
antiguidade têm-se registros que os povos já usavam lascas de ossos, cascas de
arvores, e pedras como adornos, hoje popularmente conhecidas como joias.
De acordo com Gola (2008, p.24) a existência das joias está documentada
desde aproximadamente 35 mil anos antes de Cristo.
As joias existiram desde tempos mais remotos e foram encontradas de uma
forma ou de outra, em todas as civilizações do mundo, como penas, ossos,
sementes, madeiras, flores, entre outros. Pode-se classificá-las como
pequenos objetos de associações pessoais que denotam certos aspectos
de nossa personalidade, origem cultural, racial e que evidenciam, em quase
todas as culturas, conceitos representativos como amor, a magia, a saúde e
o poder. (AIEX, VIENTINI, SAITO,3 p)
Quando se pensa no produto joia, popularmente associa-se aos conceitos de
glamour, estilo, e principalmente a beleza, e esta beleza está relacionada
diretamente com design das peças e a matéria prima nelas empregadas. Segundo
Rebello (2007, p.2 ) “a demanda por peças com estilo e personalidade cresceu no
mercado e a indústria joalheira abriu as portas para a criatividade e o uso de novos
materiais e técnicas na confecção das joias”.
Na sociedade contemporânea, conforme Faggiani (2006, p. 6),nota-se que
diminuiu a importância sobre o valor monetário dos materiais usados na
caracterização do que é joia, abrindo espaço para a entrada de novos valores:
estéticos, ecológicos, sociais, simbólicos.
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Para que os objetivos da pesquisa sejam alcançados, será elaborada uma
série de procedimentos técnicos e intelectuais, para tanto, faz-se uso da
metodologia da pesquisa e metodologia projetual.
A pesquisa é considerada aplicada e terá uma forma de abordagem
qualitativa, demonstrando assim, as opiniões e dados que qualifiquem certas ideias.
Quanto a forma de abordagem é descritiva, pois segundo Gil (2001, p.23) “[...] a
abordagem descritiva prioriza o aprofundamento”.
Além da coleta de dados, para o desenvolvimento desse projeto será
efetuada a pesquisa bibliográfica. Serão pesquisados livros, artigos periódicos e
materiais disponibilizados na internet, acerca dos conteúdos que norteiam o estudo.
Para definir o melhor processo projetual para o desenvolvimento de uma
coleção de joias, tornou-se necessário conhecer os autores que tratam de modelos
de processos e técnicas de projeto. Durante o estudo, foi identificada a necessidade
de adaptação das propostas ao projeto em questão, sendo que não existe uma
metodologia específica para o design de joias, então, baseando-se em outras
pesquisas e projetos na área do design de joias, optou-se por utilizar etapas
propostas por Löbach (2001).
O modelo proposto por Löbach é definido praticamente em 4 fases: 1- Fase
de preparação, onde se busca conhecer o problema, coletar informações e análise.
2- Fase de geração, escolha de um método para solucionar esse problema,
produção de ideias, e geração de alternativas. 3- Fase de avaliação, onde são
examinadas as alternativas, processo de seleção e qualificação de alternativas. 4Fase de realização, onde se tem a solução do problema.
Para facilitar no desenvolvimento e na clareza das informações descritas
neste projeto, buscou-se trabalhar em capítulos de forma estruturada. O capítulo I
traz a apresentação do tema, problema, objetivos e justificativa da pesquisa.
No capítulo II – Bases do Conhecimento, através de pesquisa bibliográfica
foram elaborados textos teóricos sobre o que é design, sua origem e toda a sua
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aplicação, bem como suas ramificações, em específico o Ecodesign, e como ele
está inserido na sociedade.
Já no capítulo III – É apresentada a metodologia do Projeto de Design. É
neste capítulo que serão abordadas todas as etapas para o desenvolvimento do
projeto, chegando a solução do problema.
Capítulo IV – Apresenta o resultado, ou seja, é nesta etapa que serão
apresentados os desenhos técnicos, gerações de alternativas, enfim todo o
detalhamento do projeto.
Capítulo V – Aborda as considerações finais sobre o projeto, ressaltando as
contribuições que ele trouxe para o problema de pesquisa.
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2. BASES DO CONHECIMENTO
2.1 DESIGN E ECODESIGN: DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
O design vem sendo empregado para solucionar os mais diversos problemas
do cotidiano das empresas ou instituições, em geral, ele pode ser aplicado de
diversas formas e em vários segmentos, uma vez que sua prática envolve um
processo metodológico que consiste em desenvolver projetos a fim de melhorar
aspectos funcionais, ergonômicos e visuais de um produto ou serviço, de modo a
atender as necessidades dos consumidores, trazendo conforto, segurança e
satisfação aos usuários.
Segundo o dicionário Michaellis (2010, p.283) design é “[...] a concepção de
um projeto ou modelo; planejamento”. Assim, entende-se que o design tem o poder
de adicionar valor a produtos industrializados, levando a conquista de novos
mercados. Desta forma pode-se definir design como sendo uma forma eficiente de
melhorar a qualidade de vida das pessoas, agregando qualidade, estética e
funcionalidade. Para Strunck (2001, p.23):
A missão do designer está relacionada a concepção, a criação de conceitos
que, formalizados, possam fazer a informação circular com maior eficácia
possível, sem abrir mão do prazer estético que é próprio dos seres
humanos.
Sendo assim, pode-se afirmar que o design está diretamente ligado a
qualidade do produto, agregando valor diferenciado com vistas a satisfazer as
necessidades e problemas da sociedade. Por sua diversidade, é um tema muito
amplo e que abrange diversas áreas, desde o planejar, projetar e aplicar.
Hoje, mais do que nunca, o design vem ganhando espaço na indústria de
diversas maneiras, sendo na geração de produtos inovadores, na gestão,
comunicação, redução dos custos durante a produção, fazendo uso de diferentes
matérias primas, preservação ambiental, propondo alternativas capazes de reduzir o
impacto da utilização de recursos naturais não renováveis. Independente do campo
e prática, é notável que o design tem se posicionado como fator estratégico de
diferenciação e competitividade.
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Dentre as diversas formas de se perceber o design, uma que ganha grande
destaque é, o Ecodesign. A palavra Ecodesign quando analisada em nível superficial
de compreensão mostra-se autoexplicativa, onde seu significado geral destaca
imediatamente os dois termos que a definem: o “Eco” “design” é um modelo de
projeto, segundo Manzini 2008 (apud Pedro e Barros, 2011), norteado pelos critérios
ecológicos. Desta forma, mostra a expressão que resume um vasto conjunto de
atividades projetuais que tendem a conflitar com os temas apresentados pela
questão ambiental, partindo do início do projeto, ou seja, do redesenho dos próprios
produtos.
Paralelamente, a importância do design no contexto de sociedade atual, o
Ecodesign é um termo que, embora dê a ideia do que se trata, está muito distante
de apresentar uma definição pontual de seu significado, pois ao analisar de forma
específica, sua indeterminação surge exatamente de ter em si, amplificados os
diversos campos de estudo bem explícitos que, por sua vez, estão rodeados de
indeterminação dos dois termos que o compõem – ecologia e design. Manzini 2008
(apud Pedro e Barros,, 2011)
O designer pode tornar um produto ecológico fazendo um redesign de
produtos existentes ou design de novos produtos com vantagens ambientais
[...], contudo o designer deve atuar em todas as fases do ciclo de vida do
produto, desde a pré-produção, produção, uso, descarte, reciclagem, reuso,
tomando decisões ecologicamente corretas que minimizem o impacto
ambiental dos produtos. (PAZMINO, 2007, p.6).
Cabe aos designers, engenheiros e projetistas a tarefa de reformulação
desses produtos afim de causar menos impacto ao meio ambiente. O Ecodesign
pode ajudar a resolver muitas questões ecológicas: sendo uma estratégia de inicio
do processo, este vem auxiliar as empresas a reduzirem ao máximo seus impactos
ambientais. (LANDIN et al., 2008, p.5).
Barbero (2009, p.11) ainda complementa:
Enquanto projeção de objetos na sua complexidade funcional, não só tem a
possibilidade de desenhar a sua forma como também de renovar os
processos de produção e os hábitos comportamentais, com vista a uma
maior sustentabilidade ambiental.
22
Em virtude disso, todo o processo de design parte de uma necessidade de
cada indivíduo, com o objetivo principal de solucionar um problema.
Para melhor exemplificar o Ecodesign, Pazmino (2007) demonstra aspectos
importantíssimos no desenvolvimento de produtos ecologicamente adequados,
apresentado na Figura 1.
Figura 1: Esquema ecodesign
Fonte: Adaptado de Pazmino (2007).
O designer deve ligar sempre que possível, um produto ecologicamente
benéfico, e ecologicamente viável, estabelecendo isso como estratégia principal,
focando sempre no Ecodesign. O autor, ainda apresenta que alguns fatores externos
interferem no projeto, assim, na figura 2, nota-se os fatores que fazem parte do
Ecodesign.
Figura 2: Fatores do ecodesign.
23
Fonte: Adaptado de Pazmino (2007).
Todos esses fatores auxiliam no desenvolvimento de produtos mais
adequados para a realidade de cada região, havendo assim, uma conexão entre si.
Esses fatores resultam em uma compreensão correta e eficiente sobre o que é o
Ecodesign, podendo melhorar a qualidade de vida. O produto não basta ser o mais
adequado, no ponto de vista ambiental. É preciso que as propostas vindas com ele
sejam atrativas, culturalmente e socialmente, assim as pessoas terão a curiosidade
de conhecer este novo conceito.
2.2 CICLO DE PRODUTOS
O ciclo de vida de um produto, nada mais é do que o “nascimento”, “vida” e
“morte” de um produto. Os produtos tem por si próprio um ciclo de vida, alguns
duram um tempo pré-determinado, outros dependem de sua usabilidade ou de como
é seu processo de fabricação, se a empresa que a produz pensa em seu destino
final, são inúmeras as formas que este ciclo pode acontecer, dependendo do homem
programar o seu termino.
Segundo Kotler (2006), um produto é considerado qualquer artigo que tenha
como objetivo satisfazer uma necessidade específica de um consumidor. No
entanto, de acordo com Irigaray et al. (2006), um produto pode ser algo tangível (um
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bem, por exemplo) ou intangível (um serviço ou marca). Ou seja, qualquer coisa
que possa ser expressa em valor monetário, como ideia, é considerado um produto.
Um produto só continuará “vivo” no mercado desde que esteja atendendo as
necessidades impostas pelos consumidores.
Os ciclos provocam um fluxo contínuo de transformação da matéria, que
garante a evolução. [...] Assim a vida assegura sua continuidade. Kazazian
(2005,p.50).
Kazazian (2005, p.55) ainda completa que [...] todos os consumidores tem o
direito de conhecer a origem dos produtos que compram. [...] O produto tem uma
história, um passado e um futuro.
Kotler (2006), fala que um produto possui um ciclo de vida e é necessário
aceitar alguns fatores para compreensão:

Os produtos tem vida limitada.

As vendas dos produtos passam por estágios distintos, cada um
deles com desafios, oportunidades e problemas diferentes para as
empresas.

Os lucros sobem e descem nos diferentes estágios do ciclo de vida
do produto.

Os produtos necessitam de diferentes estratégias de produção,
financeira, marketing, compras e recursos humanos de acordo com
cada estágio do seu ciclo de vida.
25
2.3 REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR (3R’s)
Uma forma de se atingir o Ecodesign de produtos consiste na aplicação dos
“3R’s” como são popularmente conhecidos. Na prática, nada mais é que a redução
na fonte, ou seja, os princípios para a redução de resíduos gerados pela fabricação
e consumo de produtos. Colunista Portal (2013) ainda complementa:
Os procedimentos, ações técnicas e tecnologias que visam reduzir a
quantidade de resíduos sólidos encaminhados para a destinação final
fundam-se no principio dos 3R’s. [...] trata-se de três diretrizes gerais de
orientação para procedimentos e atitudes tanto individuais quanto coletivas
de origem pública ou privada, no que concerne ao manejo dos resíduos
sólidos com uma visão sustentável.

Reduzir: eliminar ou reduzir ao máximo a geração de resíduos sólidos
ou a toxidade.

Reutilizar: utilizar os bens de consumo tantas vezes quanto possível,
para uso a que se destinam originalmente ou para outros usos.

Reciclar: processar os materiais descartados para que possam
retornar ao ciclo produtivo como matérias-primas para as indústrias.
Reduzir está ligado tanto a redução de materiais e energia envolvidos na
fabricação, uso e simplificação do produto, quanto na redução de resíduos gerados,
através de processos produtivos com menos disperdícios, passando também a
redução do consumo de produtos pelo público. Para se reduzir o consumo geral de
produtos, pode-se optar por um recurso comum em produtos eletrônicos:
a
multifuncionalidade em um mesmo produto.
Segundo Santos (2009), a multifuncionalidade é simultânea quando as
diferentes funções podem ser executadas ao mesmo tempo, ou em sequência,
quando o produto supre diversas funções, mas uma de cada vez. Além de promover
a redução do consumo de produtos variados pelo público, a multifuncionalidade
garante menor consumo de recursos que a fabricação de diversos produtos com
funçoes únicas.
26
Uma opção de redução de consumo de novos produtos, é a chamada
remanufatura. A remanufatura se torna possível através da substituição, reforma ou
conserto de partes ou subsistemas de produtos, aumentando a sua vida útil. Para
isso, as partes que irao ser substituídas dever ser perfeitamente separáveis do resto
do produto, a fim de possibilitar a troca sem danificar todo o produto.
O reuso tem como característica dar uma nova função ou aplicação para
sistemas e subsistemas de produtos.
Faz-se necessário investigar com mais
seriedade, novas formas de reutilização de partes, alumas ainda funcionais, de
certos produtos, contribuindo para a diminuição do impacto ambiental gerado
quando descartados diretamente e de forma indiscriminada.
A reciclagem consiste na recuperação da matéria-prima constituiente dos
produtos, para isto, deve-se beneficiá-los novamente para a produção de novos
produtos. Para este fim, os materiais devem ser identificáveis e relativamente puros,
evitando-se materiais compostos, materiais cerâmicos que não o vidro, e polímeros
termofixos. Esses materiais, em sua maioria, não são recicláveis, conforme Callister
(2002).
Na maioria das vezes, os custos de reciclagem são bastante altos em relação
aos custos da matéria-prima virgem, e qualidade daquela é menor que desta; além
disso, os processos de reciclagem exigem o consumo de energia que, vem de fontes
não renováveis, como a termoelétrica. Por isso a reciclagem é muitas vezes tida
como uma alternativa de fim de linha, menos ecológica que as alternativas de
redução e reuso, conforme Manzini e Vezzoli (2002).
Muitos são os benefícios da redução na fonte no desenvolvimento de
produtos, dentre eles alguns ganham grandes destaques como: economia de
recursos naturais, redução da toxidade do lixo e redução de custos econômicos com
o transporte e o tratamento de resíduos.
A aplicação prática deste novo conceito dos 3R’s no desenvolvimento de
produtos pode se dar através das mesmas estratégias de design para o meio
ambiente que, como citado anteriormente, é compreendido como um conjunto de
estratégias para a concretização do ecodesign em produtos.
27
2.4 DESIGN INDUSTRIAL
O design industrial é uma atividade que está ligada ao desenvolvimento e
criação de novos produtos, sendo esses produtos pertencentes a todas e qual quer
atividades. A industrialização é uma das características do design de produto, pois é
no desenvolver do projeto de design que se definem várias características como os
materiais a serem utilizados, esquemas de montagem, a produção de produtos em
série, dentre outras, (AZEVEDO, 2001, p.17).
Löbach (2001, p. 21) define o termo como “toda a atividade que tende a
transformar em produto industrial passível de fabricação, as ideias para a satisfação
de determinadas necessidades de um indivíduo ou grupo”. Ainda Löbach (2001, p.
25), ressalta que o design industrial é como “um processo de adaptação dos
produtos de uso, fabricados industrialmente, as necessidades físicas e psíquicas dos
usuários ou a um grupo”.
Ou seja, tem como objetivo atender a todas as necessidades dos usuários e
que possivelmente possam ser produzidos em série.
Segundo Löbach (2001, p.40):
Na produção industrial, ao contrário do que com o artesão, não pode haver
um único responsável pelo resultado. Tudo que existe é produto de vários
fatores de influência que por sua vez, deveriam ser o resultado das
necessidades e aspirações do usuário, mas – ao contrario – são
determinados principalmente pelas características das matérias primas e de
processos de fabricação, por aspectos de organização comercial e de
vendas do fabricante, e pela conduta dos concorrentes.
Sendo assim, em um projeto de produto, ou em outro qualquer, não se pode
pensar apenas em um aspecto, mas sim em todos os que envolvem, como o
funcionamento, forma e significado, além de estudar o público alvo.
O produto é uma estrutura resultante da combinação de fatores manipuláveis
(forma, material, dimensões, superfície e cor) com funções próprias. A função prática
determina a funcionalidade do produto na relação com o sujeito para a satisfação
das necessidades. A função estética determina a aparência física do produto
28
possibilitando a identificação com o usuário. “Toda aparência material do ambiente,
percebido através dos sentidos, é acompanhada de sua estética”. LÖBACH, (2001
p.62) a função simbólica permite a percepção do objeto através de experiências e
sensações já vivenciadas pelo usuário.
2.5 HISTÓRIA DA JOIA
Segundo Gola (2008) a joia é um adorno, que está ligada eternamente aos
desejos do homem e a sua capacidade, ou vontade, de construir novas linguagens
e, com elas significados eficientes na elaboração de identidades. A joia marca
momentos históricos e identifica sinais importantes no relacionamento de um
indivíduo com determinado grupo, independente da etnia, geografia, topografia e
outros aspectos diferenciais.
Na história da humanidade, em diferentes épocas e culturas, a joia sempre
esteve presente, funciona como uma moeda universal que não perde valor,
resistindo ao tempo e levando consigo muita história e sentimentos.
Segundo o autor, nos dias de hoje, conhecem-se histórias de povos que,
devido a guerras e perseguições, foram obrigados a abandonar seus países
deixando pra traz tudo, porem, levando consigo suas joias, sendo essas o grande
recomeço de suas vidas. A joia servia de era usada como moeda de troca pelos
povos, e foi através delas que descobrimos os vestígios de cada cultura.
Gola (2008, p.23) afirma que [...] convencionalmente, a historia da joia iniciase em 4000 a.C, com a invenção da escrita, que permitiu ao homem deixar relatos
em pedra, madeira, argila e demais matérias. O autor ainda explica que achados
arqueológicos datados deste período, revelam que assim como os utensílios, os
adornos eram feitos com elementos provindos da natureza. Rincon (2006) ainda
completa que conchas, ossos, madeiras, dentes eram usados para unir as peças de
pele de animais, com fins de vestimenta, na proteção contra o frio.
29
As primeiras manifestações do homem pré-histórico ao adorno de uso
pessoal foi no período Paleolítico (Pedra lascada), seguindo no período Neolítico
(Pedra polída), onde os homens passaram a utilizar materiais mais duros como
resíduos vulcânicos.
Além dos adornos, o vestuário também começou a ser descoberto conforme
cita Hinetasky (2014) [...] os alimentos e roupas foram transformadas em modos de
expressão cultural e artística. O vestuário emergia de duas fontes: cortes baseados
em peles de animais, e trajes dependentes da forma retangular dos tecidos, esses
tecidos demandavam uma moradia fixa e climas temperados para o cultivo das
matérias primas como linho e algodão.
Já na Idade dos Metais, conforme Gola (2008, p. 30) os povos começaram a
descobrir o ouro na natureza, “pronto para usar”, que mais tarde serviu para criar a
conhecida Idade do Ouro. Em seguida a Idade do Ouro, veio a Idade do Ferro, e as
civilizações: Egípcia onde eram achadas em tumbas, anéis, broches, brincos,
colares, diademas, entre outros; Na Mesopotâmica, foram encontrados na cidade Ur,
algumas esculturas suntuosamente trabalhadas, que nos dão conta da perfeição que
alcançaram na elaboração dos metais; Na civilização Persa, poucos exemplos de
matérias sobraram destes povos, mas percebia-se peças magnificas, trabalhadas
em materiais nobres, como o ouro, prata e muitas pedras preciosas; logo após
vieram as civilizações Grega, Etrusca, Romana, Celta e Germânica.
Como consequência de tantas civilizações, começaram a surgir os estilos. Os
que mais ganharam destaque na joalheria, de acordo com Gola (2008, p. 63) foram:
Gótico, Renascentista e Barroco. Gótico: Uso de pedras especificas como a safira,
rubi, esmeraldas e diamantes, e juntamente com as turquesas e os topázios. Outra
grande transformação foi a lapidação e escultura de figuras, signos e letras nas
pedras. Neste período também surgiram os primeiros joalheiros especializados.
Renascentista: Uso de temas como ninfas, divindades, sátiros e heróis, investindo
em novidades como, adornos de cabelo, chapéus, flamulas e escudos, todos
confeccionados com muito ouro e pedras preciosas. Barroco: a preocupação em
mostrar as pedras e aprimorar as técnicas e conceitos intelectuais de status ou
crenças religiosas. Tais técnicas permitiram a descoberta das leis da refração e dos
30
princípios da geometria analítica, estimulando o processo da lapidação e do
polimento.
Já no Brasil, conforme Gola (2008, p. 131).
[...] até meados de 1980, as indústrias joalheiras acompanhavam as
tendências das joias internacionais, pois o que faziam era copiar peças que,
de alguma forma, já estavam consagradas em outros países.[...] as
industrias brasileiras não investiam na formação de profissionais. Esses
profissionais quase sempre tinham baixa escolaridade, aprendendo a
profissão com o pai, ou se não, treinados em apenas um segmento de
trabalho.
A indústria considerava mais econômico copiar designs, formas e estruturas
do que, aderir as vantagens de manter um designer para criar peças exclusivas.
Contudo, com a abertura do mercado internacional, esse cenário começou a mudar.
Para enfrentar a forte concorrência, Gola (2008, p. 132) [...] afirmou que se fez
necessário algumas mudanças como: tecnologia própria, materiais próprios,
soluções plásticas próprias, relações estéticas autenticas.
Tais necessidades geraram outras, afirma Gola (2008, p. 132)
A qualificação na formação de profissionais modelistas e designers, a
ampliação do conhecimento- não só dos conceitos, mas também dos
processos de produção, incluindo o domínio de recursos tecnológicos, de
representação gráfica e de produção- e a reciclagem constante de
conhecimentos gerais, culturais das tendências de mercado: o econômico e
o estético, sem esquecer o ético e ecologicamente correto.
Teve início no Brasil, no final dos anos 1990, uma grande preocupação por
parte dos designers em identificar nas joias a brasilidade. Para Gola (2008, p. 134)
[...] é nas joias artesanais e nas joias feitas para concursos que se encontra o campo
de atuação do designer brasileiro [...] e pode-se apreciar a criatividade e ousadia na
escolha dos materiais e de sua natureza.
Conforme Cartier (2008)
[...] são os processos manuais que dão características e valores especiais
as joias, onde o trabalho manual e o processo criativo permitem a
construção de objetos unitários com grande liberdade de experimentação e
que acabam refletindo o seu criador.
Chaimovich (2009) ainda complementa,
31
[...] a tendência autoral no design contemporâneo leva o criador de objetos
utilitários a aproximar-se de modo crescente do artista; desenvolvendo,
ambos, um universo estético que singulariza a própria trajetória profissional
conferindo-lhe identidade.
Do mesmo
modo, Codina (2000) relaciona a atividade do design
contemporâneo de joias com a arte, [...] na medida em que a joalheria
contemporânea também trabalha com valores como a expressividade, a provocação
e a relação conceitual e simbólica com o objeto.
Acredita-se, portanto, que a inovação no design de joias hoje não está
relacionada somente com o avanço da tecnologia produtiva, mas sim na criatividade,
experiência em novos materiais e técnicas disponíveis para um design inovador,
mesmo que produzido de forma artesanal e também a relação coma a cultura e o
meio que as pessoas vivem.
2.6 SUSTENTABILIDADE
O
tema
sustentabilidade
tem
apresentado
grande
interesse
entre
pesquisadores e acadêmicos, isto por que no decorrer dos anos, houveram
inúmeras mudanças climáticas causadas pala ação predatória do homem ao meio
ambiente, causando irreparáveis danos.
O termo sustentabilidade tem se tornado pauta em discussões acirradas no
meio acadêmico, empresarial e governamental, tanto no Brasil como nas demais
nações do mundo. De acordo com Santos (apud Sgarbi et al, 2008), [...] os primeiros
estudos teóricos sobre a sustentabilidade iniciaram-se no campo das ciências
ambientais e ecológicas, trazendo à discussão contribuições diferentes disciplinas
tais como Ergonomia, Sociologia, Filosofia, Politica e Direito.
32
Acerca do interesse pela temática, Silva (2009) explica:
O interesse por sustentabilidade se originou durante a década de 1980, a
partir da conscientização dos países em descobrir formas de promover o
crescimento sem destruir o meio ambiente, nem sacrificar o bem-estar das
futuras gerações.
Em contradição a ideia de que o crescimento seja correspondente ao
desenvolvimento, alguns movimentos ambientalistas criam diversas regras e leis nos
mais diversos fóruns, o conceito de eco desenvolvimento, depois substituído pelo
desenvolvimento sustentável.
[...] significa o desenvolvimento de um país ou região, baseado em suas
próprias potencialidades, portanto endógeno, sem criar dependência
externa, tendo por finalidade “responder à problemática da harmonização
dos objetivos sociais e econômicos do desenvolvimento com ima gestão
ecologicamente prudente dos recursos e do meio”. (MONTIBELLER, 2001
apud MACHADO, 2008)
Para Barbieri (2007, p.37), a sustentabilidade “se traduz na preocupação
constante com o gerenciamento e a preservação dos recursos para as futuras
gerações, e um impacto Inter gerencial que se expressa nas preocupações quanto
ao atendimento as necessidades básicas de todo os humanos”.
Ou seja, devemos nos preocupar com a preservação dos recursos não
somente pensando no presente, mas sim nas futuras gerações, gerações essas que
darão continuidade a nossos ideais e pensamentos sustentáveis.
Um bom exemplo de ações de sustentabilidade é a que recai sobre o campo
das energias renováveis, ou seja, a incessante procura de um substituto
ecologicamente aceitável ao petróleo, que além de altamente poluente, tende a
esgotar-se ainda mais rápido por conta do consumo desenfreado no decorrer dos
séculos.
Conforme relato o artigo Sustentabilidade Ambiental...([2013 ou2014]) No
Brasil, cada vez mais pesquisas vem sendo realizadas na busca de uma alternativa
através do chamado biocombustível. Outra boa alternativa de sustentabilidade
33
ambiental é a agricultura orgânica, termo usado para designar a produção de
alimentos e outros produtos vegetais que não faz uso de produtos químicos.
Outros exemplos importantes de ações sustentáveis são: exploração dos
recursos vegetais de matas e florestas, garantindo o replantio; preservação de áreas
verdes, onde não se pode explorar; uso de energia limpas e renováveis (eólica e
hidráulica), reciclagem de resíduos sólidos, e o consumo controlado da agua,
visando evitar desperdícios.
Sustentabilidade ambiental deve ser uma atitude a ser tomada por todas as
pessoas ou instituições que realmente se importam com a continuidade do planeta!
34
3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN
Para a elaboração de um projeto de design, é necessário adotar uma
metodologia projetual que servirá de base nas várias fases do projeto e conduzirá
uma linha de pensamento para não se fugir do foco principal.
Conforme Barros (1997, p. 18):
Todo projeto é um esquema de coleta, de mensuração e de análise de
dados. Serve como instrumento auxiliando na distribuição de seus recursos,
estabelece abordagens mais focadas sobre determinado problema
caminhando na definição do problema as metas gerais e especificas, além
de indicar os procedimentos metodológicos necessários para tais metas.
Ainda Santos (2000, p. 13) ressalta:
Método de projeto é um conjunto de tarefas e atividades logicamente
ordenadas que sirvam de base e orientação para o desenvolvimento do
projeto, fazendo com este seja sistemático e capaz, reduzindo incertezas e
aumentando a eficácia do trabalho desenvolvido.
Como visto, cada autor tem uma forma de melhor organização e estrutura de
projeto. Ambos conceituam em determinar o problema, definir as etapas
detalhadamente para solucionar cada projeto.
A metodologia projetual utilizada para o desenvolvimento deste foi a proposta
pelo autor Bernd Löbach (2001) que apresenta bases para a configuração de
produtos industriais, segundo ele é um processo de adaptação dos produtos de uso,
fabricados industrialmente para atender as necessidades físicas e psíquicas dos
usuários ou grupos de usuários que por sua vez concretiza-se a partir de uma ideia
em forma de projetos ou modelos, mediante a construção e configuração, resultando
assim em um produto industrial passível de produção em série cuja finalidade é a
resolução dos problemas, que resultam das necessidades humanas.
35
3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN
Para tal problemática, de desenvolver uma linha de joias que tem como
objetivo, a conscientização dos usuários dos malefícios que o lixo causa ao meio
ambiente, sugeriu-se o método proposto por Löbach (2001), por ser uma
metodologia completa e eficaz na abordagem de produtos.
A seguir apresenta-se o esquema explicativo da metodologia de Bernd
Löbach (2001).
Tabela 01
Tabela 1: Esquema explicativo da metodologia de Löbach.
Fonte: Löbach (2001).
36
Löbach (2001) apresenta em seu método quatro grandes fases e suas
subdivisões, porém, serão feitas algumas adequações na metodologia, estas são
fundamentais para melhor condução do projeto visto que se aproximam mais das
necessidades. As etapas eliminadas ou alteradas são: Patentes, legislação e
normas; Análise de sistema de produtos (produto-produto); Distribuição, montagem,
serviço a clientes, manutenção, exigências para com o novo produto, alternativas de
solução, esboço de ideias, modelos, projeto mecânico, estrutural, configuração de
detalhes, documentação do projeto, relatórios. Ainda, não será apresentada a fase
de Desenvolvimento Histórico, pois esta já foi citada no capítulo 2 no texto História
da Joia.
Tabela 2: Esquema adaptado de metodologia.
PROCESSO CRIATIVO
PROCESSO DE DESIGN
Fase de Preparação
Análise do Problema
Análise das Necessidades
Análise da relação social (homemproduto)
Análise da relação com ambiente
(produto-ambiente)
Análise do mercado (Tendência de moda
nas joias)
Análise da configuração, funcional e
estrutural
Análise de materiais e processos de
fabricação
Fase de Geração
Conceitos do Design
Alternativas do problema e esboços
Esboços das linhas de joias
Fase de Avaliação
Escolha da melhor solução
Modelo da linha de Joias
Incorporação das características ao novo
modelo
Fase de Realização
Desenho técnico
Modelo
Fonte: a autora.
37
3.1.1 Fase de Preparação: Análise de Problema
Nesta fase, Löbach (2001) sugere alguns tópicos relevantes a parte inicial do
desenvolvimento do projeto:

Conhecimento do problema: A descoberta do problema constitui o
ponto de partida e motivação para o processo de design, que depois se
define melhor no seu desenrolar, dependendo do tipo do problema.

Coleta de informações: quando há conhecimento de um problema e
intensão de solucioná-lo, segue-se cuidadosamente a análise do
mesmo. Na primeira fase do processo de design, é muito importante
recolher todas as informações que se possam conseguir e prepará-las
para a fase posterior de avaliação. Para isto é essencial a coleta de
conhecimentos sobre o problema sem censuras, todos os dados
podem ser importantes, para a base sobre a qual se construirá a
solução. Na solução de um problema de desenvolvimento de produto
são numerosos os fatores a analisar.

Análise da necessidade: deve-se estudar quantas pessoas estariam
interessadas na solução do problema e qual a importância do projeto.

Análise da relação social: estuda as relações do provável usuário com
o produto planejado, que classes sociais o utilizariam e ainda se a
solução proporciona prestígio social.

Análise relação com o meio ambiente: considera todas as possíveis
soluções entre o meio ambiente onde será utilizada, bem como sua
vida útil, poluições, impacto ambiental.

Análise do desenvolvimento histórico: extrai dados para o novo
desenvolvimento.

Análise do mercado: são reunidos e analisados todos os produtos da
mesma classe oferecidos ao mercado, que fazem concorrência ao
novo produto.

Análise da função: traz informações de quesitos técnicos, referente as
suas funções práticas.

Análise estrutural: é mostrar a estrutura no qual foi desenvolvido o
produto, demostrando toda e qualquer complexidade existente.
38

Análise da configuração: estuda a aparência estética dos produtos
existentes, com a finalidade de extrair elementos aproveitáveis a uma
nova invenção, ou seja, extrai tudo que existe de melhor em um
produto existente.

Análise dos materiais e processos de fabricação: são passiveis as
possibilidades dos materiais e sistemas a serem empregados no
projeto.

Definição do problema, Clarificação do problema, Definição de
objetivos: através da coleta de dados de todas as informações e
conhecimentos específicos, é que se adquire uma visão global do
problema em toda a sua extensão, o que se torna possível defini-lo
com mais precisão.
3.1.2 Fase de Geração: Alternativas do Problema
É nesta fase onde são geradas as ideias, alternativas do produto, baseadas
nas análises realizadas. Para isso, faz-se necessário estabelecer conceitos para
o projeto de design para então escolher métodos criativos para a solução do
problema. Nesta fase, segundo o próprio autor Löbach (2001, p. 150) [...] a
mente precisa trabalhar livremente, sem restrições para gerar maior quantidade
possível de alternativas.

Escolha dos métodos de solucionar problemas: para desenvolver
soluções para os problemas são usados dois tipos distintos de
procedimentos, a tentativa e erro, e aguardar a inspiração. Esses são
caminhos muito usados por artistas, mas podendo também ser
empregados por designers industriais,

Produção de ideias, geração de alternativas: para Löbach (2001, p.
153) [...] gerar ideias é a produção das diversas alternativas possíveis
para solucionar o problema em questão. Ou seja, é a fase onde se
pensa e se planeja todas as formas possíveis de se resolver o
problema. Nesta fase criativa, é importante para o designer industrial
preparar e executar esboços de ideias ou modelos tridimensionais de
39
todos os detalhes das alternativas com combinações novas e
prepará-las para a fase de avaliação.
3.1.3 Fase de Avaliação: Avaliação das alternativas do problema.
Faz-se importante este momento, pois é onde se fazem visíveis todas as
ideias por meio de esboços ou modelos preliminares, onde poderão ser
comparados, para a escolha do modelo final.

Exame de soluções, processos de seleção: De acordo com o autor,
nessa fase, se fazem visíveis todas as ideias por meio de esboços ou
modelos preliminares, eles poderão ser comparados na fase de
avaliação das alternativas apresentadas. Depois disso, já se
consegue encontrar a solução mais plausível se comparada com os
critérios elaborados anteriormente.

Processo de avaliação: nesta fase é de suma importância a
participação de todos envolvidos no projeto, pois, será o momento
onde são fixados os critérios de aceitação deste novo produto.
3.1.4 Fase de Realização: Realização da solução do problema.
Nesta etapa é onde começa a materialização da alternativa escolhida, aonde
são feitos os ajustes, e atribuindo características próprias ao produto, seja de
estrutura, ou dimensões físicas em seus mínimos detalhes.

O último passo do processo de design, é a materialização da
alternativa escolhida. Ela deve ser revista mais de uma vez, retocada e
melhorada.

Nova avaliação da solução; consiste em analisar se a alternativa
escolhida esta adequada a necessidade.

Projeto mecânico, projeto estrutural, configurações dos detalhes,
desenvolvimento dos modelos. Desenhos técnicos, desenhos de
representação, documentação do projeto, relatórios.
40
3.2 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN
3.2.1 Fase de Preparação
3.2.1.1 Análise do Problema
Para se aprofundar melhor sobre o assunto deve-se em primeiro lugar
conhecer o que se trata o problema para então começa a ação. O presente projeto
tem como objetivo o desenvolvimento de uma linha de joias aplicando os conceitos
do ecodesign fazendo uso de materiais não recicláveis, porém reutilizáveis,
provenientes do lixo.
3.2.1.2 Análise das Necessidades
Desenvolver uma linha de joias: Anel, pulseira, brinco e colar, usando os
conceitos do ecodesign, utilizando como matéria prima, materiais não recicláveis,
porém reutilizáveis, provenientes do lixo. De acordo com o site Ib (2014) lixo não
reciclável [...] são aqueles que não podem ser reutilizados após transformação
química ou física, porém muitos materiais não são reciclados no Brasil apenas por
ainda não existir tecnologia para o tipo especifico de material. O site Ib (2014) ainda
complementa,
[...] os materiais não recicláveis mais conhecidos são: papéis: adesivos,
etiquetas, fita crepe, papel carbono, fotografias, papel toalha, papel
higiênico, papéis e guardanapos engordurados, papéis metalizados,
parafinados ou plastificados. Metais: clipes grampos, esponjas de aço, latas
de tintas, latas de combustível e pilhas. Plásticos: cabos de panela,
tomadas, isopor, adesivos espuma, teclados de computador acrílico. Vidros:
espelhos, cristal, ampolas de medicamentos, cerâmicas e louças, lâmpadas,
vidros temperados planos.
A ideia é de que seja uma joia que revele a identidade da mulher e sua
conscientização ambiental, ou seja, uma forma diferente de se viver, perante a
sociedade, onde com isso ela se sinta bem em estar tirando da natureza algo que
iria ser descartado de forma incorreta. Além disso, a importância da conservação do
meio ambiente, ressaltando que a sustentabilidade pode ser realizada não somente
por meio de grandes atos, como também nas pequenas atitudes.
41
Esta joia será utilizada por mulheres, no seu dia a dia, em momentos de lazer
ou no próprio ambiente de trabalho, não havendo restrições quanto ao uso.
Conforme Brito et al (2012) afirma que em seu site:
A preocupação com as mudanças mundiais em torno das questões
ambientais admitiu a análise do novo comportamento do consumidor,
preocupado e focado nessas novas atitudes. [...] surgem então artigos de
design elaborados e estudados dentro de um conceito estético, ergonômico,
social, justo e sustentável. No campo da moda, essa reflexão passa tanto
em relação as marcas quanto do público consumidor.
3.2.1.3 Análise da relação social (homem- produto)
Em um mundo de constantes mudanças, o consumidor se depara com
inúmeras novidades e inovações. Sendo assim, seus hábitos também tendem a
mudar, por isso, as empresas apresentam novidades que buscam cada vez mais
oferecer materiais alternativos, exóticos e que surpreendam o seu público alvo.
Para atingir o público, um produto deve ir muito além de apenas cumprir sua
função com qualidade e eficiência, ele deve oferecer prazer, sentimentos de
satisfação, bem estar e conforto emocional. Para isso, é preciso a empresa
conhecer o perfil de público, assim se consegue maior aceitabilidade dos produtos e
serviços ofertados, já que os mesmos estão em sintonia com seus desejos e
necessidades. Por isso, é preciso estar atento a alguns detalhes relevantes á
personalidade do público alvo: do que gostam, lugares onde frequentam, estilos de
músicas, faixa etária, uma vez que, suas expectativas e valorizações variam
conforme sua idade, cultura, momentos da vida e poder econômico.
É preciso estar atento e monitorar frequentemente seu público e todo o
contexto na qual ele se encontra, pois, as mudanças de comportamento são
constantes. Estas variações abrem portas para futuros trabalhos que possibilitem
estudos mais aprofundados sobre grupos específicos relacionados ainda a
determinados segmentos como vestuário, lazer, entre outros. O que ampliaria as
chances de traçam um perfil mais fidedigno de consumo de determinado produto
(BENNETT, 1975).
42
Enfim, se quisermos que o público responda de forma benéfica ao que lhe é
ofertado neste novo mercado de consumo é preciso primeiro de tudo se colocar no
lugar do mesmo. Conhecer seus hábitos unindo-se a ele, ou seja, ampliando seus
horizontes, fazendo uma análise geral de tudo que esta em seu universo. Perante o
exposto, este estudo prossegue com uma análise do público feminino adulto, que
demonstra independência, autonomia e profissionalismo.
A mulher do século XXI vem se destacando tanto no campo pessoal quanto
no profissional, é ela que possui o maior poder de compra, toma a maioria das
decisões em casa, é bem sucedida nos negócios e com isso é um dos públicos mais
explorados. São tantos os papéis que esta mulher moderna desempenha na vida:
esposas, namoradas, mães e estudantes.
Com tantos afazeres parece impossível organizar o seu dia a dia, todas as
tarefas e responsabilidades, sendo preciso aprender a lidar com esse pouco tempo.
As mulheres tem por características próprias a ação, pois conseguem conciliar
família e trabalho sem muitos problemas. As mulheres vivem em busca de
novidades que realcem ainda mais seus atributos. Dietas, cremes, roupas, perfumes
e acessórios tudo para ficarem mais bonitas. Martins (2008) cita em seu site:
Consumidoras e tomadoras de decisões. Com dinheiro no bolso e muita
disposição para gastar. Esse é o público alvo que forma o maior grupo
consumidor da atualidade. As mudanças do papel desempenhado pelas
mulheres vieram, e com elas as oportunidades para as empresas. Ela saiu
para o mercado de trabalho, tornou-se profissional remunerada, adquiriu
poder de compra e de decisão. Algumas empresas perceberam isso
rapidamente e trataram de “abocanhar” esse nicho, antes esquecido pelos
estrategistas e vendedores.
Fazer-se bela é antes de tudo, um investimento que todas as mulheres estão
dispostas a fazer, principalmente nesta fase da vida em que se encontram sendo a
faixa etária de 30 a 45 anos. Por estes motivos o público feminino é um nicho de
mercado que deve ser explorado, no ramo das joias esta realidade de vaidade
também está muito presente, pois as mulheres investem cada vez mais alto na
compra de acessórios distintos e variados que traduzam mais os conceitos de
modernidade, sustentabilidade, ecologia e auto reaproveitamento.
43
O perfil de público pode ser visualizado no painel 01, nele é expresso a
elegância, poder, sofisticação, modernidade, riqueza, sensualidade e autonomia.
Painel 01
Figura 3: Representação do painel de público alvo.
Figura 4: Fonte: a autora.
3.2.1.4 Análise da relação com ambiente (produto-ambiente)
As mulheres adoram acessórios, e não é pra menos, eles levantam um look e
dão personalidade a uma produção básica. As mulheres hoje perderam o medo de
usar colares grandes e varias pulseiras no mesmo braço. Mas a grande novidade
são as ecojoias, que ganham cada vez mais espaço entre os consumidores e os
fashionistas. São inúmeros os valores que as levam a adquirir, por exemplo: a
origem do produto (design e moda), a natureza do produto (matéria prima) e
principalmente a função simbólica do produto (social, psicológico e cultural).
O bem simbólico (joias brasileiras) é o elemento primordial na identidade da
joalheria brasileira dentro do mercado nacional e internacional. Desta forma, torna-
44
se muito importante agregar valor a esta matéria prima pelo design e tornar assim o
nosso produto competitivo (DABBAH, 2006). Neste sentido a relação do homemproduto está se tornando cada vez mais consciente e exigente, buscando produtos
de qualidade e diferenciados, fugindo do tratamento massificado.
O design é o fator que permite essa diferenciação e agrega valor ao produto,
e é grande tendência no mercado mundial que aposta em um design singular, único
e exclusivo. Essa ferramenta pode ser utilizada como solução possível para se
desenvolver produtos com forte identidade. (DABBAH, 2006).
Ainda para o autor, apesar de muitas pessoas verem as joias como “coisas
supérfluas”, para outros elas possuem inúmeros significados referentes ao mundo, à
moda e a acontecimentos atuais. O desejo atual se caracteriza pela valorização do
individualismo e nos mostra a busca por peças únicas e a necessidade de
nomeação e definição de conceitos que farão de uma joia um objeto singular que
evoca traços únicos de personalidade e identidade de quem as usa.
3.2.1.5 Análise do mercado
3.2.1.5.1 Tendência de moda nas joias
Antes mesmo da chegada da próxima estação, as dicas de moda e estilos já
começam e ser investigadas para serem lançadas no mercado da moda, como
novas tendências e novidade. De acordo com o site Chic Uol (2014), quando se fala
em tendência de moda ,
[...] não se pode mais estabelecer apenas como resultado dessas pesquisas
as cores, modelagens, formas e volumes de uma coleção.[...] É necessário
aliar dois itens de real importância- a influencia que os produtos receberão
de modo imediato no que se refere ao que já foi mencionado(cores, fios,
tecidos, estampas, volumes e modelagens) e que serão agregados no
sentido de valor e atualização constante da marca e produto para atender
as necessidades imediatas do consumidor. [...] tendência que se projeta
para que a empresa alcance resultados positivos.
A cada estação um novo conceito surge e como consequência, junto com ele
vem a nova tendência de moda, oque na joia não poderia ser diferente. Se em
algumas temporadas o escolhido da vez, era o maxi colar, agora quem ganha
destaque são os brincos, que ficaram em evidência num desfile famoso da grif Dolce
& Gabbana como apresenta o site Fashion Bubbles (2014). Os acessórios tomaram
45
conta dos desfiles de moda no Brasil e viraram os preferidos
de muitas
celebridades. Em muitas versões, monocromáticas e até mesmo solitárias, em
diversos formatos, leques, geométricos bem estruturados e coloridos, com infinita
diversidade de materiais, prometem ser o it do verão. Click RBS (online).
Nos colares ficam evidentes novos conceitos de pendentes presos em colares
longos. Segundo o site Chic Uol (2014) [...] a versão destas peças aparece com
pingentes divertidos ou impactantes, muitas vezes exagerados, ainda seguindo a
linha máxi.
Já para as pulseiras, uma tendência que continua, mas que teve pequenas
modificações foram as combinações de várias pulseiras. No ano de 2013 a moda
era combinar diversas pulseiras de muito brilho, já em 2014 o que está em alta é a
combinação de metais e fios, com menos brilho e maior diversidade, podendo fazer
combinações e inserindo franjas até nos pulsos. COSTA (online 2014).
Para os anéis, a tendência é usar muitos anéis todos juntos, de diferentes
tamanhos e materiais. Quanto mais as mãos estiverem carregadas de anéis mais
moderno e bonita fica, desde que saiba combinar as diferentes cores, tamanhos e
modelos de anéis, porém deve-se ter muita atenção ao fazer este mix de
combinações, pois devem ter harmonia entre si. Blog TPM (online, 2014).
Desta forma, pode-se perceber que a tendência para esta estação é a
harmonia nas peças, aliando o conceito maxi nos brincos e anéis, e nas pulseiras e
colares privar pelo descontraído, porém, com estilo minimalista.
O painel 02 busca representar as tendências para o segmento que será
desenvolvido.
46
Painel 02
Figura 5: Painel de tendências.
Fonte: a autora.
Painel 03
Figura 6: Painel de similares.
Fonte: a autora.
47
Conforme as imagens apresentadas no painel 03 de similares, nota-se
mistura de materiais, a miscigenação de texturas e cores, aliando o uso de ligas
como ouro, prata, também a madeira, papel reciclado. Uso de peças sobrepostas,
formas geométricas e tamanhos maiores que o comum.
Ainda
nesta
seção,
destacam-se
alguns
profissionais
nacionais
e
internacionais da área do design de joias contemporâneas, onde demonstram em
mais diversos produtos os conceitos que guiam os processos criativos e produtivos,
e assim comprovam o vínculo do design de joias com a possibilidade do uso do
ecodesign.

Adeguimar Arantes
O respeito pela natureza marca a obra de Adeguimar Arantes, segundo o site
Portal Joia, há 21 anos ele cria joias a partir da biodiversidade do cerrado de Goiás.
Fibras, raízes, coco, folhas e até ervas aromáticas harmonizam-se de forma
inesperada, original, com gemas e metais preciosos reciclados, embalados em
materiais biodegradáveis
O trabalho da designer goiana foi premiado pelo SEBRAE no “Top 100 do
Artesanato Brasileiro”, como “case” de sucesso de produtos cujo valor transcendem
aspectos estéticos e culturais, colocando também em evidência a dimensão social,
econômico e ambiental.
48
Figura 7: Bracelete em fibra de bananeira, peridoto e prata rodinada.
Fonte: Portal Joia (2014).

Antonio Bernardo
As criações de Antonio Bernardo variam entre a inquietação artística e o
design contemporâneo. Vanguarda e tradição interagem em sua atuação, que utiliza
a essência da joalheria artesanal e dos sofisticados processos industriais para
conceber joias, a semelhança de objetos esculturais.
Antonio possui um método próprio para suas criações, o desenvolvimento de
modelos conceituais, usando desde papel, metal, pedras raras, fios e chapa, até
materiais mais maleáveis que funcionam como um simulador de dobras, vincos e o
movimento de encaixe, recorrentes em seus produtos. BERNARDO (2009, online).
Além de estar atento aos materiais a serem usados, Antonio sempre teve uma
grande preocupação com o comportamento das pessoas, levando em conta o
humor, aspectos pessoais e o lúdico, presente em cada pessoa. Um bom exemplo
disso é a sua mais conhecida criação, o anel Puzzle, como retrata a figura 6.
49
Figura 8: Anel Puzzle curvo mix.
Fonte: Antonio Bernardo 2009.

Bettina Terepins
Bettina nasceu em São Paulo em 1959, se formou em administração e
começou no ramo da joalheria por hobby. A partir disso passou a gostar de joias,
nunca mais parou de fazer novas criações. As inúmeras viagens são sua maior fonte
de inspiração, e sempre que pode traz matéria prima, pedras e tudo que possa
contribuir para suas joias. Para Bettina, a “joia é ornamento que traduz
personalidade”. Bettina (2009, online). Seu trabalho em joias é reconhecido
internacionalmente, e tem características geométricas de madeira ecológica e
gemas brasileiras como o ouro 18k e 24k.
Conquistou o primeiro lugar na etapa nacional do concurso “Tahitian Pearl
Trophy”, em 2005, com a pulseira “Terra”, de madeira de imbuia, perola de Taiti,
topázio imoerial e ouro 18k.
50
Figura 9: “Pulseira “Terra”
Fonte: Bettina Terepins, 2009, online.
A artista tem grande preocupação ecológica em seus trabalhos, sempre usa
madeiras nativas certificadas como estrutura principal das joias, possibilitando assim
um menor uso se metais nobres.

Hafsteinn Júlíusson
Hafsteinn estudou na Academia Islandia das Artes e Design de Interiores e
Industrial, no politécnico de Milano. Em seu estúdio HAF, trabalha tanto no design de
interiores, quanto o de joias e serviços. Hafsteinn define seu trabalho pela procura
de novas perspectivas e soluções, o que resulta em formas distintas, ideias
divertidas e fortes conceitos. Seus projetos são muitas vezes explicitamente
relacionado com a sociedade e valores ecológicos. Quando se trata de joias,
Hafsteinn procura criar peças valiosas para quem as carrega, não pelo valor, mas
sim pelo conceito que traduz.
Sua coleção mais conhecida é Growing Jewerly. Nesta coleção Hafsteinn faz
uso da prata como estrutura principal da joia, e no lugar da pedra usa uma espécie
de musgo. A ideia do artista é colocar um pedacinho da natureza nas joias urbanas,
convidando-nos a entrar em um novo relacionamento com as joias: torna-se um
jardim em miniatura que o portador carrega em seu dedo ou em seu pescoço, de
forma natural. É só regar e cuidar! Hafsteinn (2009).
51
Figura 10: Painel de joias de musgos.
Fonte: Haf Studio, 2009, online.

Jeremy May
Jeremy é um grande designer e escritor inglês. Seu amor pela literatura foi
além dos livros. Em um momento de êxtase em sua imaginação, criou uma linha de
joias a partir de laminas de folhas cuidadosamente removidas de livros. Cada peça é
única e exclusiva sendo impossível de ser replicada. Jeremy dá vida a anéis,
braceletes e colares que são extraídos de livros, o designer corta centenas de
páginas de uma vez só no molde do objeto escolhido que, depois de pronto, tem o
livro como guarida.
Famoso na Europa, May já teve suas maravilhas expostas nas prateleiras da
icônica Colette, em Paris, além de Atenas e Londrs. (Drops Magazine, 2012, online).
52
Figura 11: Anel extraído de livro.
Fonte: Blog Lanzetti Design, 2012, online.

Rita Prossi
Rita Prossi é uma amazonense que trabalha com biojoias há duas décadas.
Ela começou atuando como artesã, mas logo começou estudar design de joias e
participar de diversos cursos. Precursora no aproveitamento da biodiversidade
amazônica em joias, através de pesquisa junto as tribos indígenas, Rita desenvolve
as peças inspiradas pelo folclore, lendas e mitos de sua região. Rita Prossi (2009).
Suas criações combinam sementes amazônicas, couro de peixe, palha de
arumã, madeiras e fibras naturais com metais preciosos, gerando sustentabilidade e
responsabilidade social e ambiental. Prossi (2009). Segundo a autora [...] “a biojoia
tem que ser autossustentável, com o aproveitamento responsável e justo de mão de
obra, sem exploração”.
53
Figura 12: Pulseira larga com palha de arumã lisa e fecho palito grande.
Fonte: Site Rita Prossi, 2011, online.

Anthony Roussel
Anthony acredita que a maior jogada é agregar valor comercial e ambiental ao
seu produto, sem agredir a produção criativa. Prova disto, foi a ideia de criar uma
coleção de anéis e pulseiras confeccionadas a partir de madeira certificada e cola a
base de leite.
As criações se parecem mais grandes projetos de arquitetura, devido aos
detalhes esculturais presentes nas pequenas peças. As delicadas formas são
inspiradas nas emaranhadas formações rochosas, comuns na linha costeira
britânica. As peças são tingidas naturalmente quando expostas a agua, as pulseiras
e anéis são feitas com inúmeras laminas de madeira coladas, uma em cima da
outra, com uma cola antialérgica a base de leite.
54
Figura 13: Anel Anthony Roussel.
Fonte: Site Ecodesenvolvimento org, 2009, online.
3.2.1.6 Análise da configuração, funcional e estrutural
Esta etapa contempla a descrição de todas as partes/componentes das joias
envolvidas na coleção e a função que cada uma exerce:

Brinco: Joia ou adorno que vive pendurado no lobo da orelha; enfeite
pendente das orelhas. (INFORMAL, 2014). Componentes: tarraxa que
tem a função de segurar o brinco; Haste, que serve para transpassar
no furo da orelha; e o pingente que serve como elemento decorativo.

Colar: Colar (latim collare, is, coleira), Ornato para trazer ao pescoço.
(PRIBERAM, 2014). Componentes: Gargantilha, em ouro, prata ou
outras ligas, serve como base do colar onde serão fixados os
pingentes; Fecho, tem a função de fechar a gargantilha, impedindo que
55
a mesma se desprenda do pescoço do usuário e caia; Pingente, serve
como elemento decorativo e atrativo da joia.

Anel: Anel (Latim Anellus, -i, pequeno anel) Argola, elo. Pequeno aro,
frequentemente de metal precioso, que se usa num dos dedos.
(PRIBERAM, 2014). Componentes: Argola como base.

Pulseira: (pulso+-eira)/Bracelete. Objeto de adorno que traz no pulso.
Possuem inúmeros formatos, podem ser argolas rígidas, ou materiais
mais maleáveis, possuindo fecho ou não. (PRIBERAM, 2014)
3.2.1.7 Análise de materiais e processos de fabricação
Na atualidade um profissional de design deve estar sempre em busca de
novos materiais e processos de fabricação, para melhorar seus projetos e mostrar
eficiência em seus resultados. Lesko (2004, p.03)
[...] na verdade o designer o designer deve estar preparado para apresentar
o defender propostas de melhoramento da aparência e desempenho dos
produtos, bem como soluções mais econômicas e elegantes do que aquelas
propostas ou já existentes.
Como o autor acima descreve, os designers devem compreender todos os
processos antes de projetar, para se ter um projeto bem fundamentado em bases
solidas, podendo assim oferecer propostas mais econômicas e eficientes
Nesta seção serão apresentados os materiais mais frequentes utilizados na
joalheria, materiais convencionais e não convencionais, estes últimos, inseridos na
joalheria contemporânea.
56
3.2.1.7.1 Materiais Convencionais
O metal é um elemento básico e fundamental de uma joia, este tendo a
aplicação de gemas ou não, segundo Pompei (2013). De fato, a joalheria tradicional
se caracteriza pelo amplo uso de metais nobres associados ou não a gemas.
De acordo com a entidade internacional reguladora do segmento joalheiro no
mundo, The Worl Jewellery Confederation (CIBJO, 2013), metais nobres são
elementos químicos de alto valor econômico. Os metais são organizados da
seguinte forma: ouro (Au) e ligas de ouro; prata (Ag) e ligas de prata; e metais tipo
platina (Pt): platina, paládio, ródio, rutênio, irídio e ósmio. Os mais utilizados na
joalheria são ouro e a prata. (KLIAUGA, 2009).
a) Ouro: Metal mais nobre de todos, foi o mais utilizado na joalheria desde os
tempos antigos. O ouro possui propriedades muito favoráveis que
justificam sua grande utilização na joalheria, ele não oxida, não corrói,
pode ser fundido e moldado em praticamente qualquer forma. Por ser
muito maleável para a aplicação em joias, o ouro 24k, é ligado a outros
metais, normalmente cobre e prata, e porcentagens a fim de aumentar sua
resistência mecânica e dureza, além de reduzir custos. Lima (2006).
b) Prata: A prata vem do latim argentum, em seu estado puro, assim como o
ouro, é muito maleável para a maioria das aplicações, e é frequentemente
ligados a outros materiais, como o cobre. Magtaz (2008). No estado sólido
se caracteriza pela cor branca e brilho intenso, sendo o metal de maior
capacidade de reflexão, melhor condutibilidade elétrica e térmica entre
todos os metais existentes. Lima (2006). Diferente do ouro, com o passar
do tempo ele sofre oxidação, e também em contato com produtos
químicos.
c) Gemas: A maioria das gemas são naturais, minerais inorgânicos que
possuem composições químicas e estruturas especificas (CIBJO, 2013).
De acordo com Schumann (2006), as gemas são principalmente minerais,
como o diamante; minerais agregados, como jade; ou mais raramente
rochas como o lápis-lázuli. Algumas são de origem orgânica, como é o
caso do âmbar, do coral e da pérola; além de outras de origem sintética
57
(Schumann, 2006). São muitas as terminologias para as gemas, como
podemos visualizar no quadro abaixo:
Tabela 02
Tabela 3: Nomenclatura das gemas
Fonte: Adaptado Schumann, (2006).
3.2.1.7.2 Materiais não convencionais
O design brasileiro de joias contemporâneas é muito característico pela sua
criatividade típica do Brasil, na medida em que agrega valor e identidade, promove a
transformação de materiais encontrados na natureza através da combinação do ouro
ou da prata e de gemas (MAGTAZ, 2008).
58
Abaixo alguns materiais e revestimentos mais utilizados na confecção de joias
e adornos contemporâneos, analisando as características e aplicações no design de
joias, como a madeira, couro, polímero, alumínio e titânio.
a) Madeira: Conhecida pela facilidade de compra e por características
favoráveis para ser trabalhada como, baixa densidade, boa resistência a
tração, a flexão e ao impacto, além de isolante térmica e elétrica, ela é o
material mais antigo utilizado pelo homem. (Dowenes et al, 2009).
b) Couro: O couro é um produto natural proveniente da pele curtida de
animais, utilizado como material para a confecção de diversos artefatos
para o uso humano, tais como: sapatos, cintos, carteiras, bolsas, casacos,
entre outros. (GUTTERRES, 2008). Existem registros da sua utilização
desde os primórdios da civilização humana, quando o homem usava o
couro apenas como sua vestimenta. Apesar de sua origem remota, a
produção de couro vem passando por muitas mudanças e inovações
tecnológicas de processos e demandas de produtos, sendo assim inserido
aos poucos no cenário mercadológico, como uma matéria prima de grande
valor competitivo. (GUTTERRES, 2008).
c) Polímeros: A palavra polímeros, que significa “feita de muitas partes”
(SANTANA, 2009). Ainda segundo o autor, os polímeros podem ser tanto
orgânicos ou inorgânicos, naturais ou sintéticos, sendo de origem natural
como a borracha, de origem orgânica sintética o polipropileno, ou então,
inorgânica natural como o grafite. Na década de 30 o surgimento de novos
polímeros foi significante, como o PMMA (polimetacrilato de metila),
popularmente chamado de acrílico, poliestireno, nylon e polietileno (LIMA,
2006).
d) Aço, Alumínio e Titânio : Estes três metais são divididos em ferrosos (aço)
e não ferrosos (alumínio e titânio), e surgem como materiais alternativos
na joalheria contemporânea. O aço mais comum disponível, é o chamado
aço carbono, embora existam outros tipos de aço como o aço-liga, aço
inoxidável, aço-ferramenta (LIMA, 2006; LESKO, 2004). O alumínio se
destaca por sua versatilidade de aplicação, assim como sua flexibilidade
de processamento e transformação (LESKO, 2004). Já o titânio tem como
59
característica principal sua leveza e dureza (LIMA, 2006). É um metal que
pode ser colorido de duas formas: por aquecimento e eletroquímico.
e) Verniz Cataforético: É um processo de laca eletroforético catótico, claro,
altamente transparente e protetor, esta resina acrílica pode ser depositada
em qualquer substrato. O processo produz um deposito tenaz e com
elevada resistência a corrosão (solventes, agua, produtos de uso
doméstico), possui também uma notável dureza e aderência ao material
aplicado. Confere cobertura completa e tem vantagem de não produzir
gotas e bolhas nas peças tratadas quando retiradas do banho. (GUIA DA
JOIA, 2014). Contém uma resina a base de isocianatos poliuretânicos,
entre outros componentes com funções capazes de produzir, ao ser
devidamente curado em estufa, a mencionada camada clara, dura,
lustrosa, com excelente uniformidade de espessura. (GUIA DA JOIA,
2014).
Além dos materiais citados, neste momento é apresentado também os
resíduos sólidos da construção civil, lixo considerado um potencial para uso neste
projeto. A escolha do material deu-se pelo fato de que estes resíduos vem se
tornando um grande agravante da poluição ambiental, pois a muito desperdícios
destes materiais, onde não se tem nenhum tipo de controle , causando alto impacto
ao meio ambiente.
Os resíduos sólidos na construção civil, são os restos de processos
produtivos que se tornam inadequados ao uso, seja por motivo de quebra ou sobra,
sendo assim, muitas vezes, descartados em locais inapropriados, sem a tomada das
devidas providencias ambientais. Segundo Bidone (1999, p. 8)
Essa geração de resíduos há algum tempo, é um problema para as
populações de todo o mundo e deriva do desenvolvimento socioeconômico,
ou seja, essa geração cresce proporcionalmente ao crescimento do país,
sem planejamento para sua eliminação, e comprometendo a subsistência
das futuras gerações.
60
No conceito apresentado por Formosinho (2000),
Identificam-se os resíduos tendo origem, ou como restos de um processo
produtivo, ou como substâncias, produtos ou objetos que ficam incapazes
de utilização para os fins para os quais foram produzidos. Em ambos os
casos, pressupõe-se que o gerador tenha que se desfazer deles.
A ABNT(Associação Brasileira de Normas Técnicas), ainda define resíduos
sólidos relacionando com suas atividades de origem:
Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades
de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços
e de variação. Ficam incluídos nesta definição os lados provenientes de
sistemas de tratamento de agua, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle a poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede publica de
esgotos ou corpos de agua, ou exijam para isso soluções técnicas e
economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível (ABNT,
2004, p.12).
Pode-se dizer então, que os resíduos sólidos são recursos que estão no lugar
e na hora errada. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define resíduos como
“[...] algo que seu proprietário não deseja mais, em um dado momento e em
determinado local, e que não tem valor de mercado” VALLE, 2002, P. 33).
A construção civil é um dos segmentos mais importantes na nossa nação,
apesar do alto impacto ambiental que ela gera, entre outros fatores, os resíduos que
representam um grave problema para as cidades.
Segundo o Site Ecycle (2013), o brasileiro produz, em média, meia tonelada
de resíduos de construção civil ao ano. De acordo com a Abrecon (Associação
Brasileira para Reciclagem de Construção Civil e Demolição), o Brasil joga fora 8
bilhões de reais ao ano por que não recicla seus produtos, ou seja, 60% dos lixos
das cidades vem da construção civil e 70% desse total poderia ser reutilizado.
O setor cerâmico é um dos grandes contribuintes desses resíduos. Dentre
eles encontram-se tijolos, telhas e revestimentos. A cerâmica é um material presente
em muitos ambientes, inclusive domésticos, comuns no nosso dia a dia. Desde
ladrilhos, azulejos, potes, vasos, até partes de peças em máquinas de usinas, esse
material é uma alternativa simples e de baixo custo para a produção dos objetos.
61
O processo de fabricação da cerâmica é bem simples, porém a reciclagem
dela, não. Como a cerâmica é feita de argila e barro, a substância perde
características de molde após ser aquecida e não se consegue recuperá-la mais.
Existem inúmeras outras formas de reutilização desse material tão desvalorizado,
porém de beleza e delicadeza sem igual.
A cerâmica é o material artificial mais antigo que o homem já produziu. Vem
do grego “kéramos” (“terra queimada” ou “argila queimada”), é um material de alta
resistência, encontrado em escavações arqueológicas e são produzidas há cerca de
10-15 mil anos.
A cerâmica resulta de uma atividade de transformação a partir da argila, que
se torna muito plástica e fácil de moldar quando umedecida. Depois de submetida à
secagem para retirar a maior parte da agua, a peça moldada é submetida a altas
temperaturas (por volta de 1.000° C), que atribuem rigidez e resistência mediante a
fusão de certos componentes da massa e, em alguns casos, fixando os esmaltes na
superfície. (ANFACER, 2014). Isso permitiu que além de serem usadas em objetos
“domésticos”, pudessem também serem usadas na construção de casas, urnas
funerárias e até como superfície para escrita.
Dentre os seus mais variados usos a cerâmica para revestimento é a grande
“bola da vez”. A origem do nome “azulejo” provêm dos árabes, sendo derivado do
termo “azuleicha”, que significa “pedra polida”. A arte do azulejo foi amplamente
espalhada pelos islâmicos. Os árabes a levaram para a Espanha e, de lá, se
difundiu por toda a Europa. Essa influencia está presente também nos estilos de
decoração, como os arabescos e formas geométricas. (ANFACER, 2014).
Essa influência árabe na península foi tão forte, que os árabes começaram a
combinar elementos da arte cristã, românica e gótica, criando um novo estilo
chamado “mudéjar”. O site Anfacer (2014), ainda esclarece:
A cerâmica de corda seca, técnica que permite combinar varias cores num
só azulejo, [...] a decoração era em forma de estrela, consiste numa
estrutura complexa baseada numa flor de lótus estilizada e composta por
dez pétalas. O centro é decorado com uma estrela de seis pontas com
vestígios de dourado.
62
Já no Brasil, o uso do azulejo começou a tornar-se mais frequente, revelandose um ótimo revestimento para o nosso clima. Casa e prédios de muitas cidades,
começaram a apresentam o colorido alegre e descontraído que a cerâmica possui.
Hoje em dia a cerâmica pode ser subdividida em setores que possuem
características bastante individualizadas e com níveis de avanços tecnológicos
diferentes, conforme cita o site Anfacer (2014):
- Cerâmica vermelha: são todos os materiais de coloração avermelhada
empregados na construção civil (tijolos, cerâmicas, telhas, lajes, tubos cerâmicos,
argilas expandidas) e também utensílios de uso domestico e de adorno.
- Cerâmica branca: Compreende de materiais
constituídos por um corpo
branco e em geral recobertos por uma camada vítrea transparente e incolor,
necessária muitas vezes por razoes estéticas.
Com a vinda dos vidrados opacificados, muitos dos produtos que antes eram
enquadrados neste grupo passaram a ser fabricados de outras formas, e com certo
grau de impurezas, por isso subdivide-se novamente em: louça sanitária, louça de
mesa, isoladores elétricos para alta e baixa tensão, cerâmica artística( decorativa e
utilitária), cerâmica técnica para fins diversos, tais como: químico, elétrico, térmico e
mecânico, materiais refratários: matérias que suportam temperaturas elevadas em
condições especificas de processo dos equipamentos industriais e variações
bruscas de temperatura, abrasivos: Parte da indústria de abrasivos, por utilizarem
matérias primas e processos semelhantes aos da cerâmica, constituem-se num
segmento cerâmico. Vidro, Cimento e Cal: São três importantes segmentos
cerâmicos, que por suas particularidades, são muitas vezes considerados a parte da
cerâmica.
Revestimentos cerâmicos: são constituídas em geral, por três camadas a)
suporte ou biscoito, b) engobe, que tem a função de impermeabilizar a garante a
aderência da terceira camada, c) o esmalte, camada vítrea que também
impermeabiliza, além de decorar uma das faces da placa. Anfacer (2014)
63
O corpo cerâmico compõem-se de matérias primas naturais, argilosas e não
argilosas. Os materiais argilosos são formados de misturas de diversos tipos e
características de argilas para dar composição desejada e são a base de biscoito.
Os materiais não argilosos, quartzo, feldspato e caulim, servem para sustentar o
corpo cerâmico ou promover a fusão da massa, e os materiais sintéticos são
utilizados para a produção de engobes e esmaltes e, servem para fazer a decoração
dos revestimentos. Anfacer (2014).
As cerâmicas são usadas na construção civil para revestir paredes, pisos,
piscinas, ambientes externos e internos, bancadas, dentre tantos outros.
Esses materiais foram coletados em obras da construção civil, ficam
evidentes, o alto desperdício de resíduos não somente a cerâmica, mas outros
componentes como ferragens e cimento. Este material foi definido para a utilização
neste projeto. Além do uso da cerâmica, como principal elementos, foi definido o
ouro como liga a ser utilizada.
Painel: 03
Figura 14: Painel de resíduos coletados na construção civil
Fonte: a autora.
64
3.2.2 Fase de Geração
Nesta obra, foram coletados restos de cerâmicas, onde se apresentam no
painel 04, sendo assim necessário, para identificar melhor as cores e formatos das
mesmas, para posterior seleção.
Painel 04
Figura 15: Painel de cerâmicas coletadas em obras.
Fonte: a autora.
3.2.2.1 Conceitos do Design
Partindo das ideias propostas, perante os dados analisados na fase de
preparação e considerando que os aspectos simbólicos são fundamentais para a
concepção dos produtos, estipula-se neste momento os conceitos que norteiam o
projeto. O painel 05 representa desta forma a sofisticação, elegância, luxo,
contemporaneidade, exclusividade, ousadia, riqueza e poder.
Painel 05
65
Figura 16: Painel conceitual.
Fonte: a autora.
A partir dos conceitos apresentados definiu-se também o tema da coleção de
joias, este foi denominado Joias Vivas, pelo fato de serem peças únicas, exclusivas,
e com diferencial de conscientização ecológica. O tema da coleção é apresentado a
partir do painel 06 que traduz os conceitos de sustentabilidade, ecologia, e
principalmente preocupação com o meio ambiente.
Painel 06
66
Figura 17: Painel tema da Coleção Joias Vivas.
Fonte: a autora.
3.2.2.2 Alternativas do problema e esboços
Nesta fase, realiza-se estudos, pesquisas e análises e a partir disto, colocase em prática, todas estas informações, fazendo uso das gerações de alternativas,
colocando em bi dimensionalidade as ideias e possíveis soluções.
67

Anel
No desenho 01 são geradas alternativas de anel, através da coleta de
imagens abstração forma dos elementos utilizados no painel de conceito, público
alvo e similares. Os desenhos buscam deixar à cerâmica em posição de destaque
nas peças, visando ressaltar o apelo à consciência ecológica. As formas utilizadas
seguem tendências geométricas, com cortes vasados, perfurações, e a mistura da
liga de ouro.
Desenho 1: Geração de alternativa de anel.
Fonte: a autora.
68

Pulseira/Bracelete
Nas gerações das pulseiras e braceletes, levou-se em conta o pensamento do
anel; formas geométricas de estruturas simples, sempre dando ênfase a cerâmica,
conforme desenho 02.
Desenho 2: Geração de alternativa de pulseiras/braceletes.
Fonte: a autora.

Colar/Gargantilha
Para a geração de colar/gargantilha, utilizou-se do mesmo pensamento,
formas geométricas, uso de pendentes bem estruturados, formatos maiores e
sempre deixando em evidência a cerâmica, como é apresentado no desenho 03.
69
Desenho 3: Geração de alternativa de colar/gargantilha.
Fonte: a autora.

Brinco
Na geração dos brincos, percebe-se formas geométricas, peças grandes, com
vários recortes, sempre com duas ou mais peças acompanhando o pingente como é
apresentado no desenho 04.
70
Desenho 4: Geração de alternativa de brincos
Fonte: a autora.
Perante as alternativas geradas, foram selecionadas as peças que farão parte
da linha de joias, procurando desenvolver os produtos com a mesma identidade.
3.2.2.3 Esboços das linhas de joias
Para se obter um melhor resultado, foi selecionado as melhores gerações, e a
partir destas, começou a montar a linha de joias. De inicio obteve-se 3 linhas
distintas:
71
Figura 18: Geração de linha de joias.
Fonte: a autora.
Na linha 01, percebe-se o conceito da sofisticação, aliado ao fio incorporado
do ouro. Em todas as peças o metal dourado transpassa dentro da peça de
cerâmica dando a impressão de franjas.
Na linha 02, o conceito é o emaranhado das joias com fios de ouro. Em todas
as peças a cerâmica são envolvidas por estes fios de ouro dando a ideia de teia ou
costura.
Na linha 03, a ideia é usar pedaços de cerâmicas com cortes mais
geométricos, junto com a liga de ouro, com colar, pulseira mais grande e
estruturados, e os brincos, anel mais delicados e discretos.
Em uma análise crítica, levando em conta alguns aspectos de tendências,
chegou-se a definição da escolha da linha de joias final, a número 02, isso por que
identificou-se muitos conceitos entre as joias e o seu público alvo, sendo eles:
elegância, poder, contemporaneidade, diversificação e exclusividade.
72
3.2.3 Fase de Avaliação
3.2.3.1 Escolha da melhor solução
Neste momento, parte-se do conceito da abstração de formas e materiais que
compunham os painéis de conceito, similares, tendência, e público alvo. Como
pode-se perceber no painel 07, nota-se que os elementos de textura, fecho e
encaixe, foram retiradas dos painéis de conceito, similares e público alvo. A textura
de cerâmica escolhida para aplicação na linha das joias foi a de 05, por ter tons
terrosos, e remeter a textura de pedras, que são elementos naturais encontrados no
meio ambiente.
O conceito utilizado foi o emaranhado dos fios de ouro, envolvendo as peças
de cerâmica, dando a impressão de união e enlace, demonstrando que dois
materiais tão distintos, podem sim se unir, e representar uma identidade,
personalidade, um pensamento único.
73
Painel 07
Figura 19: Linha de joias mostrando a origem dos materiais.
Fonte: a autora.
74
3.2.3.2 Modelo da linha de Joias
Para a confecção da linha de joias foi necessário o uso de uma máquina
própria para o corte da cerâmica, pois havia a necessidade de ser um corte
extremamente preciso e reto, sem serrilhado. No Painel 08 percebe-se o processo
de corte das peças de cerâmica.
Figura 20: Processo de corte da cerâmica.
Fonte: a autora.
Depois do corte das peças, foi necessário fazer alguns ajustes de espessura
das peças, pois ficaram pesadas. Para este procedimento utilizou-se uma lixa
grossa da 3M
n° P80, também para dar polimento as peças. Depois, o
procedimento foi, fazer a amarração do fio em todas as peças.
75
Figura 21: Painel da confecção das joias.
Fonte: a autora.
3.2.3.3 Incorporação das características ao novo modelo
Nesta fase, se investiga hipóteses de quais características poderiam ser
mudadas nas joias, isto porque, durante os testes foram verificadas alterações para
melhorias

O ouro poderia ser trocado pela liga de prata.

A espessura da cerâmica do anel e do brinco poderia ser mais fina,
para deixá-los mais leves.

A corrente poderia ser trabalhada com variações de espessura.
76
4. RESULTADO
4.1 Fase de Realização
Nesta cessão é apresenta o resultado do projeto por meio do desenho técnico
e modelo, para tanto serão apresentadas as peças de forma individual, para depois,
demonstrar a situação de uso.

Brinco
Figura 22: Brinco
Foto: Camila Wagner
77
Desenho 5: Desenho Técnico.
Fonte: a autora.
78

Colar
Figura 23: Colar.
Foto: Camila Wagner
79
Desenho 6: Desenho Técnico.
Fonte: a autora.
80

Bracelete
Figura 24: Bracelete
Foto: Camila Wagner.
81
Desenho 7: Desenho Técnico.
Fonte: a autora.
82

Anel
Figura 25: Anel
Foto: Camila Wagner
83
Desenho 8: Desenho técnico.
Fonte: a autora.
84
Figura 26: Situação em uso de brinco, anel e bracelete.
Foto: Camila Wagner
Figura 27: Situação em uso do anel.
Foto: Camila Wagner
85
Figura 28: Situação em uso do anel.
Foto: Camila Wagner
Figura 29: Situação em uso do anel e bracelete.
Foto: Camila Wagner
86
Figura 30: Situação em uso da coleção de joias.
Foto: Camila Wagner
Figura 31: Situação em uso da coleção de joias.
Foto: Camila Wagner
87
Figura 32: Situação de uso da linha de joias
Foto: Camila Wagner
88
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em relação aos objetivos deste projeto que é desenvolver uma linha de joias
usando os conceitos do ecodesign, pode-se dizer que os mesmos foram alcançados,
pois se chegou a uma linha de design de joias contemporâneas com aplicação
harmoniosa de diferentes materiais (de uso convencional e não convencional),
sendo elas, peças elegantes, luxuosas e que traduzem conceito de consciência
ambiental.
Fez-se uso dos conceitos do ecodesign por meio do reaproveitamento de
resíduos descartados na natureza. Esses resíduos são provenientes da construção
civil, onde tem-se um alto desperdício de materiais dentre eles a cerâmica, que foi o
material não convencional utilizado neste projeto.
O entendimento sobre os materiais utilizados na pesquisa foi fundamental
para o estudo a respeito das formas das peças, pois se sabia que haveriam
limitações nos materiais a fim de conseguir aplicar os processos de produção e as
formas desejas segundo a temática escolhida Joias Vivas.
Quanto a utilização da cerâmica, deve-se ressaltar que o resultado obtido
com a sua aplicação atende aos objetivos pois foram criadas formas elegantes,
condizentes ao perfil de público alvo pretendido, com valor estético agregado,
diferenciando-se das então joias comuns encontradas no mercado.
Sendo assim, tenho a consciência que essa linha de joias não irão resolver o
problema da poluição, mas que servirão como um alerta, um despertar às pessoas
para os problemas ambientais, uma vez que, quem se dispor a usá-las estará
demonstrando, com esta atitude, um novo pensamento em relação ás gerações
futuras.
89
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