relatório de atividades do serviço de psicologia e orientação
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relatório de atividades do serviço de psicologia e orientação
A Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Infante D. Henrique Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Dom Luís de Loureiro RELATÓRIO DE ATIVIDADES REPESES – VISEU DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA E ORIENTAÇÃO Ano letivo 2012/2013 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 ÍNDICE 1. Nota introdutória 3 2. Constituição do Serviço de Psicologia e Orientação no presente ano letivo 3 3. Atividades realizadas ao longo deste ano letivo 3 3.1. 3.2. 3.3. 4. Apoio psicopedagógico ....................................................................................................4 Orientação Escolar e Profissional ......................................................................................7 Apoio ao desenvolvimento do sistema de relações na comunidade escolar .....................8 Alunos abrangidos 4.1. 4.2. 5. 12 Distribuição dos alunos atendidos individualmente por ano e estabelecimento de ensino12 Alunos abrangidos em Grupos ........................................................................................14 Balanço/avaliação de atividades 15 4.1 Avaliação da atividade “ Na minha nova escola vou por o medo a fugir”....................15 4.2 Avaliação do Programa de Promoção do Bem-Estar Emocional – A Inteligência do Coração ........................................................................................................................................17 4.3 Avaliação da atividade Programa de orientação vocacional ........................................19 4.1-Avaliação das atividades realizadas no âmbito Projeto Jogos +Vida – Ateliers de Desenvolvimento de Competências .........................................................................................................23 6. Conclusão 2 25 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 1. 2012/13 Nota introdutória Com a Agregação, em julho de 2012, dos Agrupamentos Infante D. Henrique e Silgueiros, constituiu-se um novo Agrupamento que corresponde à área de influência dos dois Agrupamentos, sendo atualmente denominado Agrupamento Viseu Sul. O Agrupamento abrange sete freguesias limítrofes de Viseu, comportando 26 estabelecimentos de ensino (treze Escolas do 1º CEB , onze Jardins de Infância e duas escolas do segundo e terceiro ciclos). No presente ano letivo faziam parte do Agrupamento 2266 alunos do ensino pré-escolar, 1º, 2º e 3º ciclos. Em relação ao Serviço de Psicologia e Orientação é importante referir que apenas no exAgrupamento Infante D. Henrique havia uma psicóloga do quadro de Escola, sendo o serviço de psicologia assegurado no ex-Agrupamento de Silgueiros por uma psicóloga sem contrato formal, com financiamento através da Segurança Social na sequência do apoio que presta a alguns alunos com Necessidades Educativas Especiais. Essa psicóloga foi integrada na equipa do SPO do Agrupamento com total autonomia e responsabilidade no respeitante ao seu trabalho no ex-Agrupamento de Silgueiros, embora houvesse, desde o primeiro momento um verdadeiro trabalho em equipa. Para tal realizaram-se reuniões quinzenais do SPO na Escola sede, com a ocorrência de uma planificação conjunta de todas as atividades, bem como construção de materiais, elaboração de relatórios, etc., traduzindo-se na definição conjunta de procedimentos comuns e na partilha de experiências e dúvidas. Desta forma, o relatório que a seguir se apresenta é o do SPO do Agrupamento Viseu Sul, englobando todas as atividades realizadas pelos elementos deste serviço ao longo deste ano letivo. 2. Constituição do Serviço de Psicologia e Orientação no presente ano letivo Anabela de Oliveira Duarte da Cruz Carvalho (Psicóloga do Quadro da Escola); Ana Rita Rebelo Peres (Psicopedagoga da Associação de Futebol de Viseu, contratada para desenvolver actividades no âmbito do Projeto “JOGOS+VIDA” até finais de novembro, e estagiária de psicologia clinica até maio de 2013); Cláudia Carvalho Coelho (Psicóloga , em regime de prestação de serviço através de protocolo com a Segurança Social); Lúcia Antónia Fernandes Correia ( Psicóloga estagiária da Ordem dos Psicólogos Portugueses). 3. Atividades realizadas ao longo deste ano letivo Apresentam-se, em seguida, as atividades realizadas pelo Serviço de Psicologia e Orientação, ao longo deste ano letivo, por áreas de intervenção: apoio psicopedagógico, orientação escolar e profissional e apoio ao desenvolvimento do sistema de relações na comunidade escolar. 3 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 3.1. Apoio psicopedagógico A intervenção psicológica ao nível do apoio psicopedagógico estrutura-se em diferentes tipo de atividades, uma realizadas individualmente sob a forma de consulta psicológica (onde se realizam tarefas de avaliação e/ou acompanhamento psicológico), e outras com intervenção em grupos, habitualmente nas turmas, conforme o que a seguir se apresenta: Intervenção psicológica individual (apoio psicopedagógico, consulta psicológica, avaliação psicológica), junto dos alunos dos vários níveis de ensino e anos de escolaridade, versando diversas problemáticas, ao longo de todo o ano letivo envolvendo, esporadicamente, deslocações a Escolas e Jardins de Infância do nosso Agrupamento; Intervenção psicológica em grupo, através da dinamização de Ateliês com diferentes temáticas em diferentes turmas, de acordo com o quadro abaixo. Alguns ateliers foram dirigidos a todas as turmas de um determinado ano e mas noutros casos foram os Diretores de Turma que solicitaram a intervenção, de forma autónoma, ou no seguimento de propostas apresentadas pelo SPO (como é o caso do atelier de Promoção do Bem-estar emocional), de acordo com o quadro que a seguir se apresenta: Quadro 1- Distribuição dos ateliês realizados por turma Tema Turmas onde decorreu Na minha nova escola …Vou pôr o medo a fugir Todas as do 5º ano Estratégias para Resolução de Problemas 5º H 8º I Desenvolvimento de Competências Pessoais e 6º J Sociais Bullying 5º E Amizades na Adolescência Programa de Promoção do Bem-Estar Emocional – A Inteligência do Coração Gestão de stress e ansiedade perante os exames 4 7º B 5ºA 5ºC 5ºD 5ºE 5ºF 5ºG 6ºB 6ºF 7ºB 7ºD 7ºF 8ºA Todas as do 9º ano e 8 turmas do 6º (A, B, C, F, G, H, I, J) Nº de sessões 1 (90 minutos) 4 (4x45 min.) 4 (4x45 min.) 4 (4x45 min.) 6 (6x45 min.) 5 (5x45 min) Período em que decorreu 1º período 1º período 1º período 1º período 1º período 2º e período 1 (90 3º período minutos) 3º Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Realização de um estudo à turma do 5H da Escola E. B. 2/3 Dom Luís de Loureiro solicitado pela diretora de turma em função de indicadores preocupantes relativos ao sucesso académico e comportamento. O estudo recorreu à aplicação de diversos instrumentos de avaliação psicológica a todos os 19 alunos da turma (ou pelo menos aos que compareciam às aulas), permitindo recolher dados sobre o desempenho académico e cognitivo dos alunos. Durante a realização deste estudo o SPO considerou pertinente a criação de uma ficha que recolhesse a avaliação que os professores atribuem a determinados itens por cada aluno. Realça-se que todos os professores do conselho de turma procederam ao preenchimento desta ficha, num total de 9 professores (havendo professores que lecionam duas disciplinas). No final da avaliação dos alunos e da análise e tratamento de todos os dados recolhidos foi elaborado um relatório que foi entregue à diretora de turma e analisado em conselho de turma. Aqui apresenta-se uma súmula dos procedimentos e as conclusões mais relevantes de cada fonte de informação. o Descrição do instrumento de recolha de dados: o questionário foi composto por vários itens relacionados com as competências de cada aluno distribuídas por duas grandes áreas: aprendizagem e o relacionamento pessoal. Em cada competência era pedido ao professor que atribuísse a cada aluno uma pontuação entre 1 e 5. Para responder o professor deveria colocar o número correspondente à pontuação que atribuía a cada aluno. Para tratamento dos dados as respostas foram agregadas em 6 indicadores mais globais, a fim de facilitar as análises, nomeadamente: Oralidade, escrita, atenção na tarefa, memorização de conteúdos, relacionamento interpessoal e comportamento e autonomia e resolução de problemas. Em cada indicador global procedemos ao cálculo das médias das respostas dos professores para cada aluno, permitindo uma análise comparativa. o Áreas avaliadas e respetivos testes de avaliação psicológica: atenção - Teste da Barragem de Toulouse-Piéron, raciocínio lógico abstrato - Matrizes Coloridas de Raven; Memória auditiva imediata – adaptação do teste de Memória Lógica) Leitura – precisão e fluência – Teste de Leitura O Rei Compreensão Leitora- Teste de Idade de Leitura. Comentário Geral das respostas dadas pelos professores ao questionário: Da análise dos resultados atribuídos pelos professores podemos verificar que os alunos nºs 1, 2 e 4 apresentam situações mais graves na generalidade das áreas (quase todas classificadas com Fraco) mas também os alunos nº 3, 9, 13 e 15 representam situações preocupantes com avaliações reduzida em quase todos os parâmetros.. É de referir, contudo, que os alunos nºs 1, 2, 5, 12, 13, 20 e 21 encontram-se em absentismo/abandono escolar. A aluna nº 4 tem Currículo Específico Individual, bem como o nº 11. 5 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 A aluna nº 3 tem apenas um nível inferior a 3 no 2º período, o nº 9 tem 2 níveis inferiores a 3 e o aluno nº 15 apresenta 3 níveis inferiores a 3 também no 2º período, apesar de terem obtido várias classificações Reduzidas nas pontuações médias atribuídas pelos professores. Constituem, desta forma, os 3 casos mais preocupantes desta turma, pese embora terem obtido poucos níveis inferiores a 3 no 2º período. Pelo motivo inverso, ou seja, por terem várias classificações de Bom salientam-se os alunos nºs 8, 14, 16, 17 e 18 que obtiveram no final do 2º período níveis superiores a 3 a todas as disciplinas, apresentando ainda vários níveis 4 e 5. Comentário geral dos resultados obtidos nos testes psicológicos: Da análise desta tabela verificamos que os alunos com maiores dificuldades em mais de metade das competências cognitivas avaliadas são os alunos nºs 3, 6, 8 e 9. Os alunos nº 3, 6 e 9 apresentaram níveis inferiores a 3 no 2º período (respetivamente um, três e dois), o que parece ir ao encontro destas dificuldades avaliadas. Contudo, a aluna nº 8, que apresenta dificuldades na atenção, memória, raciocínio e precisão leitora não obteve negativas no 2º período, tendo até um rendimento que pode ser considerado bastante satisfatório, com vários níveis 4 e dois 5. Os alunos nºs14, 16 e 17, que não apresentaram níveis inferiores a 3 no 2º período, tiveram desempenhos um pouco inferiores à média ou até inferiores em 3 das 6 áreas avaliadas, evidenciando dificuldades cognitivas na atenção, memória, raciocínio ou leitura que, apesar de tudo, não se refletem no seu sucesso educativo. A única aluna em que os resultados da avaliação psicológica são refletidos no seu desempenho escolar é a nº 18. Conclusões do Estudo: Da avaliação realizada pelos professores nas diferentes competências verifica-se a presença de algumas situações de alunos onde são referidas mais dificuldades mas que são alunos de etnia cigana em absentismo ou com necessidades educativas especiais; - Na avaliação psicológica foram obtidos resultados em geral médios ou médios inferiores pelos alunos, com exceção das provas de memória lógica, de atenção seletiva e de precisão leitora, onde a maioria dos alunos teve desempenhos reduzidos. Na maioria dos casos os seus desempenhos têm reflexos na aprendizagem e sucesso educativo, mas há algumas situações discrepantes pela positiva, com alunos com algumas dificuldades a apresentarem boas notas. - No cômputo geral da turma identificam-se como mais preocupantes a situação dos alunos nº 3, 6 e 9 em que a avaliação dos professores, os dados da avaliação psicológica e os resultados escolares são coincidentes, evidenciando dificuldades na aprendizagem. Sugestões de intervenção: para os casos dos alunos nºs 3, 6 e 9, apesar de não manifestarem um insucesso evidente, aconselhamos uma monitorização cuidadosa da sua evolução e, se continuarem a manifestar dificuldades na aprendizagem e um possível comprometimento do sucesso educativo, 6 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 deverão ser alvo de medidas específicas, nomeadamente de apoio socioeducativo, aulas de recuperação ou outras que o conselho de turma considere necessárias. Outras Atividades de Apoio Psicopedagógico Para além destas atividades, em que ocorreu uma intervenção direta junto dos alunos, no âmbito do apoio psicopedagógico realizámos ainda as seguintes tarefas/atividades: Definição de estratégias de intervenção e recriação ou adaptação dos programas a aplicar e em função das necessidades de cada grupo/indivíduo a que se dirigem; Elaboração de material de apoio às consultas individuais e aos programas desenvolvidos nos grupos; Realização de relatórios–síntese de observação psicológica sobre os diferentes alunos acompanhados e as intervenções desenvolvidas dirigidos a diretores de turma, professores de educação especial, médicos assistentes, pedopsiquiatra, entre outros; Realização de pareceres de acerca de alunos observados no SPO, tanto referentes a situações de risco de retenção repetida como outras situações excecionais em resultado de pedidos da Direção, professores e encarregados de educação (ex: mudanças de turma, preferências de turno horário em função de problemáticas pessoais do aluno, situações excecionais de progressão no ciclo ou adiamento da escolaridade, etc.). 3.2. Orientação Escolar e Profissional Intervenção psicológica vocacional nas turmas do 9º ano, implementando um Programa de Orientação Vocacional de 15 sessões dinamizadas quinzenalmente nas aulas de Formação Cívica junto dos alunos de cada uma das 7 turmas. Esta atividade iniciou-se no 1º período e foi concluída no 3º; Visita de estudo à Escola Profissional Mariana Seixas, Escola Profissional de Torredeita e ao Instituto Politécnico de Viseu; Conclusão da intervenção em Orientação Vocacional através de uma entrevista individual na qual foram devolvidos e analisados, em conjunto, os resultados dos testes de aptidões, interesses e valores realizados pelos alunos participantes; Elaboração da brochura “Caminhos” dedicada aos alunos do 9º ano que têm de efetuar a sua escolha formativa e distribuição da mesma. Esta brochura é elaborada anualmente contendo todas as informações necessárias aos alunos a fim de que possam tomar uma decisão informada e consciente; 7 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Apoio ao preenchimento e envio das fichas de pré-inscrição dos alunos interessados para diversas Escolas Profissionais; Reunião com os Diretores de Turma do 9º ano e Secretários para preparação das matrículas dos alunos do 9º ano; Apoio às matrículas do 9º ano, durante o dia de matrículas . Receção das fichas de pré-inscrição na turma de CEF- Pintor da Construção Civil, que irá funcionar no próximo ano letivo, bem como seleção dos candidatos; Apoio à candidatura dos cursos de ensino vocacional, do percurso curricular alternativo previsto para funcionar no ano letivo 2012/2013 na Escola E.B.2/3 Dom Luís de Loureiro e do Curso de Educação e Formação de Pintores de Construção Civil que irá funcionar na Escola EB 2,3 Infante D. Henrique. 3.3. Apoio ao desenvolvimento do sistema de relações na comunidade escolar 2.3.1 Ações de formação Dinamização de uma Ação de (In)formação dirigida aos Assistentes Operacionais intitulada “Ação de Formação : Gestão de Stress e Relaxamento”, realizada na interrupção letiva do Natal . Dinamização de uma Ação de (In)formação dirigida ao Pessoal Docente intitulada “Ação de Formação : Gestão de Stress e Relaxamento”, realizada na interrupção letiva da Páscoa . Colaboração com o projeto pais e professores em formação ação nomeadamente: o dinamizando uma ação de formação intitulada “ O não também educa” para pais e encarregados de educação de alunos do 2/3 ciclos realizada em 30 de novembro de 2012; o Colaboração na dinamização das sessões “Drogas: o que fazer?”, em 22 de fevereiro com a apresentação dos resultados de um estudo realizado pelo SPO em 2012 acerca do consumo de substâncias psicoativas neste Agrupamento e na sessão de 12 de abril referente ao tema “Violência(s) entre jovens: causas, consequências e soluções”, reportando mais um estudo realizado por elementos deste SPO em 2011 relativo à violência e bullying na nossa comunidade escolar. 2.3.2 Colaboração na divulgação da oferta formativa (CEF de Pintor da Construção Civil) - Colaboração na elaboração da candidatura pedagógica - Colaboração na elaboração do material de divulgação do CEF, - Elaboração da ficha de pré-inscrição e receção das mesmas; 8 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 - Colaboração na seleção dos alunos a ingressar no CEF, estabelecendo contactos com os alunos e com os encarregados de educação. 2.3.3 Manutenção e reforço do sistema de relações na comunidade escolar Receção aos alunos do 5º ano, com a apresentação dos elementos do SPO e das atividades a desenvolver em cada sala onde se realizou a receção aos pais e alunos de cada turma do 5º ano; Colaboração com a Direção em todas as iniciativas e projetos onde será importante a colaboração do psicólogo da Escola; Participação no Conselho Pedagógico enquanto representante do Serviço de Psicologia e Orientação; Contactos sistemáticos com professores e educadores, nomeadamente diretores de turma e professores/educadores titulares de turma, sobre problemáticas verificadas com os alunos e/ou com as turmas, ao longo de todo o ano letivo; Atendimento a pais/encarregados de educação; Participação nas reuniões de avaliação intercalares e finais em cada período, nas turmas dos alunos atendidos; Avaliação das necessidades de recursos materiais e requisição de material de avaliação, pesquisa e intervenção psicológica; Trabalho burocrático diário (correspondência, telefonemas...), visando responder à necessidade de contatos e articulação do Serviço com outros serviços e instituições. 2.3.4 Projetos 2.3.4.1 Projeto “ Formar Crianças Leitoras” Mais uma vez, dando continuidade ao Projeto já iniciado em anos anteriores, em colaboração com a rede de Bibliotecas Escolares do Agrupamento, desenvolveram-se atividades no âmbito do Projeto Formar Crianças leitoras que, no presente ano letivo, se apresentou sob a forma de um Encontro de Formação. A equipa organizadora foi constituída pela psicóloga Anabela Carvalho, pelas professoras bibliotecárias do Agrupamento Conceição Tomé e isabel Martins e pelas coordenadoras interconcelhias da rede de bibliotecas escolares Alcina Correia e Paixão Pinto. A organização do Encontro iniciou-se ainda antes do início do 1º período com a elaboração e apresentação do projeto de formação ao Visprof para creditação ao Conselho Científico-pedagógico da Formação Contínua, tendo sido creditado em 0,8 créditos (correspondentes a 16 horas de formação). A formadora responsável foi a psicóloga Anabela Carvalho. Para a organização do Encontro propriamente dito, que ocorreu nos dias 13 e 20 de abril, a equipa organizadora começou por definir os temas principais e por selecionar um conjunto de possíveis 9 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 oradores de maior relevo em cada tema. De seguida foram iniciados os contactos, não só com os oradores dos painéis mas também com os formadores que poderiam dinamizar oficinas de formação, tendo-se gradualmente construído o programa definitivo. Em paralelo foram estabelecidos contactos com patrocinadores (Ex: Porto Editora, Adega Cooperativa de Silgueiros) a fim de solicitar apoios e brindes para ofertar aos palestrantes. A divulgação da ação de formação iniciou-se em março de 2013 havendo, após os dois primeiros dias, mais de 200 inscrições on-line. À data do fecho das inscrições haviam sido recebidas mais de 500 inscrições oriundas de docentes e não docentes de diferentes Escolas do concelho de Viseu e fora deste (Guarda, Seia, Coimbra, …), refletindo o interesse pelos profissionais da educação no tema. Uma vez que o número de inscritos ultrapassava largamente a capacidade do auditório e não se coadunava com o funcionamento de várias oficinas em simultâneo, foram definidos critérios de seleção. Assim, deu-se prioridade aos docentes e não docentes do Agrupamento de Escolas Viseu Sul, a professores Bibliotecários e a docentes da Escola Secundária de Viriato. A partir daí, e até um total de 230, os participantes foram selecionados por ordem de inscrição. Cada um dos inscritos (selecionado ou não) foi informado via e-mail da sua situação em relação à participação no Encontro, havendo ainda, posteriormente, lugar a algumas alterações em função de desistências. Apesar destas diligências, no 1º dia do Encontro ainda apareceram outras situações excecionais que foram resolvidas de imediato, com a inclusão de mais participantes, uma vez que houve vários professores selecionados que não compareceram no 1º dia. A ação de formação decorreu nas instalações da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viseu e da Escola EB 2,3 Infante D. Henrique. Tendo em conta os objetivos delineados para a Ação de formação foram convidados diferentes oradores de relevo em áreas distintas para a dinamização de quatro painéis temáticos e variados autores e formadores para a dinamização de oficinas de caráter técnico e/ou prático, conforme se pode verificar no Programa definitivo. Em cada dia funcionaram 9 oficinas em simultâneo nas salas da Escola EB 2,3 Infante D. Henrique, tanto às 14:30 como às 16:15, ocorrendo assim um total de 18 oficinas diárias. Cada formando participou em duas oficinas por dia, sob inscrição prévia, totalizando um total de 4 painéis e de 4 oficinas diferentes. Os participantes que pretenderam creditação das horas de formação tiveram de elaborar e submeter à apreciação um relatório crítico que espelhasse a sua participação nos dois dias de formação. Para avaliação dos relatórios foram previamente definidos pela equipa determinados parâmetros e critérios, sendo, posteriormente os relatórios lidos e avaliados à luz desses critérios. Dos 229 participantes selecionados, houve 26 que não compareceram, havendo um total de 203 formandos em condições de serem avaliados. Contudo, destes, apenas 181 enviaram relatórios, sendo que 91,7% obtiveram a classificação de final de excelente. 10 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 De todo este processo foi dado conhecimento ao Visprof através da elaboração de um relatório final entregue a 13 de junho de 2013, bem como da organização e preenchimento de todos os documentos do dossier pedagógico habituais nos projetos de formação de professores. 2.3.4.2 Projeto “ Avaliação das competências pré- leitoras em crianças do jardim de infância” O Projeto em epígrafe iniciou-se no ano letivo anterior no ex-Agrupamento de Silgueiros visando a criação de uma prova que permita identificar as áreas fortes e fracas implicadas na futura aprendizagem académica das crianças no último ano de jardim de infância, incidindo de modo preferencial na área da leitura bem como sinalizar as crianças com mais indicadores de risco possibilitando a intervenção antes das manifestações de dificuldade. Como o projeto não foi concluído nesse ano, foi incluída na equipa a psicóloga Anabela carvalho, sobretudo pelo seu interesse na problemática em estudo mas também pela sua experiência na construção e validação de instrumentos de avaliação psicológica. Ao longo deste ano foram realizadas as seguintes tarefas pela equipa do Projeto: Reformulação do instrumento de trabalho iniciado em 2011; Seleção dos jardim-de-infância a aplicar a prova tendo em conta as áreas geográficas do agrupamento: APU (Área Predominantemente Urbana) e AMU (Área Moderadamente Urbana); Aplicação da prova de avaliação das competências pré- leitoras (PACPL) a cerca de 100 crianças de 5 /6 anos em transição para o 1ºciclo, no decorrer do segundo e terceiro períodos ; Apresentação da PACPL em 4 oficinas de formação realizadas no encontro “Formar Crianças Leitoras” em abril de 2013 Início da definição de critérios de cotação dos testes. O projeto não decorreu como esperado, sobretudo pela dificuldade em conciliar as deslocações aos Jardins para avaliação das crianças com as tarefas habituais dos elementos da equipa, pelo que não foram realizadas as seguintes tarefas: Análise e tratamento dos dados em programa estatístico – irá ser realizada no início do próximo ano letivo 2.3.4.3 Apresentação dos resultados da PACPL às educadoras cujas crianças foram avaliadas . Projeto ENA-Energia para um Novo Amanhã Em abril de 2013 foi elaborado o Projeto ENA- Energia para um Novo Amanhã, contanto com a colaboração de algumas professoras do departamento de Educação Especial, para candidatura ao Programa EDP Solidária. O projeto ENA visa apoiar, no próximo ano letivo 2013/2014, cerca de 140 alunos do 2º e 3º ciclos, sendo que muitos deles apresentam Necessidades Educativas Especiais e estão abrangidos por um Currículo Específico Individual carecendo da aquisição e desenvolvimento de 11 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 competências funcionais e de autonomia, mas também outros alunos com problemas graves de aprendizagem, com insucesso continuado (que não são abrangidos pelas medidas da educação especial), carências diversas, graves problemas sociais, familiares e económicos, diminuição do rendimento escolar, absentismo ou em risco de abandono escolar, nomeadamente alunos de etnia cigana e outros cujas condições familiares e sociais condicionam o sucesso educativo. O projeto foi aprovado e decorrerá entre os meses de setembro de 2013 e junho de 2014 com um orçamento total de 51000 euros, sendo financiado com 35000 euros da Fundação EDP. A responsável operacional do projeto é a psicóloga Anabela Carvalho, estando outros elementos do SPO e da Educação Especial na equipa. 4. Alunos abrangidos 4.1. Distribuição dos alunos atendidos individualmente por ano e estabelecimento de ensino Na totalidade dos casos de atendimento individualizado foi feita uma avaliação psicológica e/ou psicopedagógica bastante completa, envolvendo quase sempre várias sessões de avaliação, entrevistas com os pais e contactos com os professores. Foram ainda realizados, em todos os casos, um ou mais relatórios, para os pais, professores titulares, médicos assistentes, Comissão e Proteção de Crianças e Jovens em Risco de Viseu. As atividades decorreram nos gabinetes do serviço de psicologia e orientação da escola Infante D. Henrique e D. Luís Loureiro. Deram-se resposta a todos os pedidos de observação psicológica, no total de 170 pedidos. É assim interessante analisar a distribuição dos alunos atendidos individualmente (em Avaliação Psicológica e em Acompanhamento Psicológico) pelos diferentes níveis de Ensino deste Agrupamento e por estabelecimento de ensino: Através das tabelas seguintes podemos analisar melhor a distribuição dos pedidos por sexo, ano de escolaridade e por escolas: Quadro 2- Distribuição das avaliações e acompanhamentos psicológicos por sexo Sexo Feminino Masculino Total 12 61 109 170 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Quadro 3- Distribuição das avaliações e acompanhamentos psicológicos por ciclo e ano de escolaridade Ciclo/nível N Jardim de Infância 1º ciclo 13 2º ciclo 46 3º ciclo 46 Ano de escolaridade JI 65 1 2 3 4 5 6 7 8 9 CEF Total N 13 16 25 16 8 24 22 17 19 5 5 170 Quadro4 - Distribuição das avaliações e acompanhamentos psicológicos por Jardins de Infância Jardins de Infância Fail 2 Jugueiros 2 Loureiro 1 Paradinha 1 Ranhados 3 Teivas 1 Vila ChãSá 3 Total 13 Quadro 5 - Distribuição das avaliações e acompanhamentos psicológicos por escolas do 1ºciclo Escolas do 1ºciclo Fail Jugueiros Lages Silgueiros Loureiro Oliveira de Barreiros Paradinha Passos Silgueiros Pindelo Silgueiros Ranhados Repeses 13 1 18 0 6 6 2 8 0 5 2 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação S. João Lourosa Teivas Vila Chã de Sá Total 2012/13 7 2 8 65 Quadro 6 - Distribuição das avaliações e acompanhamentos psicológicos pelas escolas do 2º e 3º ciclos Escolas 2º e 3º ciclo DLL 25 EIDH 67 Total 92 Para todos estes alunos foram elaborados processos individuais e registos de todas as actividades ou intervenções realizadas, havendo um registo informatizado dos dados mais relevantes. Destaca-se o facto de terem existido muitos pedidos de avaliação psicológica ao nível do jardim de infância e do 1º ciclo, comparativamente com o ocorrido em anos anteriores, podendo-se referir que os professores se encontram sensibilizados para a necessidade de uma avaliação das dificuldades o mais precocemente possível. De 6 crianças do JI passou-se para 13 e de 35 alunos do 1º ciclo para 65, mas também no 2ºciclo se manteve esta tendência de aumento (haviam sido atendidos 27 alunos no ano anterior e neste ano foram atendidos 46). Apenas houve redução do número de alunos atendidos no 3º ciclo (no ano anterior haviam sido abrangidos 73 alunos e no presente ano foram 46), o que poderá estar relacionado com a extinção do Projeto Jogos + Vida que abrangia alunos com outras problemáticas não apenas relacionadas com o sucesso educativo. Ou poderá estar também associado à existência de respostas pelos diretores de turma e/ou conselho de turma para a maioria dos problemas relativos à aprendizagem, sendo encaminhados apenas os casos mais graves e/ou em que há problemáticas emocionais associadas. 4.2. Alunos abrangidos em Grupos No que toca à intervenção psicológica em grupos, as actividades e o número de alunos envolvidos são as seguintes: Quadro 7- Distribuição do numero de alunos submetidos a intervenção psicológica em grupo Tipo de Programa de Intervenção 14 Nº de alunos Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Orientação Vocacional (9º ano) 135 Ateliers de Desenvolvimento de Competências Pessoais e Sociais – “Estratégias para Enfrentar Problemas”, “Bullying”, “Amizades na Adolescência” Atelier “Na minha nova Escola… Vou pôr o medo a fugir.” 101 Programa de promoção do Bem Estar Emocional: “A inteligência do coração” 296 Atelier para as turmas do 6ºano e 9ºano “Técnicas de controlo da ansiedade perante os testes /exames)” Estudo à turma do 5H ( Dom luís de Loureiro) 301 Total 1067 215 19 Convém salientar que todas estas atividades foram alvo de uma programação cuidada e orientada para a população alvo a que se destinavam, incluindo a produção de todo o material utilizado e distribuído aos alunos. De igual forma se procedeu à avaliação das atividades, com o intuito de verificar se os objetivos iniciais tinham sido atingidos. 5. Balanço/avaliação de atividades De seguida apresentaremos o balanço/avaliação das atividades nas quais foi possível realizar uma avaliação objetiva, nomeadamente para as realizadas em grupo. 4.1 Avaliação da atividade “ Na minha nova escola vou por o medo a fugir” Participaram na avaliação da atividade 210 dos 215 alunos envolvidos, conforme o quadro que se segue. Quadro 8- Distribuição do número de alunos por turma 5º A (n=24) 5º B (n=21) 5º C (n=21) 5º D (n=21) 5º E (n=21) 5ºF(n=17) Turmas 5ºG(n=24) 5ºH(n=14) 5ºI(n=17) 5ºJ(n=15) 5ºK (n=15) Total: 210 A maioria dos sujeitos considera que a sessão foi muito interessante (n=165; 78,6%) e uma grande ajuda (n=157; 74,8%). Para os alunos, as psicólogas abordaram o tema com muita clareza (n=169; 80,5%) (cf. Quadro 9). 15 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Quadro9: Avaliação da Sessão, por parte dos alunos A Sessão n Participar na sessão foi para ti: Não me ajudou em nada Uma ajuda Uma grande ajuda Total Achas que a sessão foi: Pouco interessante Interessante Muito interessante Total O modo como as psicólogas deram a sessão foi: Pouco claro Claro Muito claro Total Da totalidade da amostra verifica-se que 154 (73,3%) dos % 5 48 157 210 2.4 22.9 74.8 100 4 1.9 41 165 210 19,5 78.6 100 5 2,4 36 17,1 169 80,5 210 100 sujeitos consideram que o mais importante da sessão foi aprender a relaxar em momentos de maior ansiedade. Como tal, acaba por ser mencionada como sendo a estratégia que de forma mais frequente vão utilizar nas suas vidas (n=108; 51,4%) (Tabela n.º 3). Quadro10- Avaliação das Opiniões dos alunos Opiniões n O que achaste que foi mais importante na sessão? Não respondeu Tudo Relaxamento Dinâmica do Balão (rebentar com o medo) Controlo de ansiedade nos testes Nada Total Do que aprendeste o que é que achas que vais utilizar na tua vida? Não respondeu Tudo Relaxamento Estudar mais Estratégias para lidar com a ansiedade Nada Total 16 % 16 19 154 9 10 2 210 7,6 9,0 73,3 4,3 4,8 1,0 100 22 31 108 3 44 2 210 10,5 14,8 51,4 1,4 21,0 1 100 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 4.2 Avaliação do Programa de Promoção do Bem-Estar Emocional – A Inteligência do Coração A intervenção teve como objetivo promover o bem-estar psicológico dos alunos da escola Infante D. Henrique. Teve início do 2º período nas turmas do 5º ao 8º anos, semanalmente nas aulas de formação cívica ao longo de 5 sessões. O programa foi avaliado pelos alunos através de um questionário de avaliação, aplicado no final do programa. Pretendíamos assim, avaliar a eficácia da intervenção realizada no que diz respeito ao atelier preferido, grau de interesse em relação ao programa, intenções de aplicação dos conhecimentos adquiridos e clareza quanto à atuação da dinamizadora. Resultados do questionário de avaliação das emoções Nº de alunos abrangidos pelo Programa de Bem-Estar Emocional: 296 Nº de Turmas: 12 Nº de alunos que participaram na avaliação do impacto: 254 Quadro 11- Distribuição dos alunos de acordo com a sua turma de origem: Turmas 5ºA 5ºC 5ºD 5ºE 5ºF 5ºG 6ºB 6ºF 7ºB 7ºD 7ºF 8ºA Total N % 25 20 21 21 15 22 24 22 23 17 24 20 254 9,8 7,9 8,3 8,3 5,9 8,7 9,4 8,7 9,1 6,7 9,4 7,9 100,0 Quadro 12- Distribuição dos alunos que participaram na avaliação do impacto por sexo: SEXO N % Masculino 140 55.1 Feminino 114 44.9 Total 254 100,0 A seguir apresenta-se a análise da avaliação do impacto do programa, que recolheu informações junto dos alunos no final da intervenção, em Maio de 2013. 17 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Relativamente à temática de cada sessão, a grande maioria dos alunos refere que gostou mais do tema direcionado para o relaxamento. Quadro 13- Percentagem de respostas dos alunos em relação ao tema preferido. N % Expressão dos sentimentos 26 10,3 A Mímica dos Sentimentos 6 2,4 Escutar os pensamentos 13 5,1 Relaxamento 202 79,8 Todos 6 2,4 Total 253 100,0 Relativamente ao interesse mostrado pelos alunos em relação ao programa, a grande maioria (89.4), classificou a temática como interessante. Apenas 5 dos alunos que responderam ao questionário, não demonstraram interesse na temática. Quadro 14- Percentagem de respostas dos alunos em relação ao interesse que atribuíram às sessões: N % Interessante 227 89.4 Pouco Interessante 20 7,9 Nada Interessante 5 2,0 Não responde 2 0.8 254 100,0 Total Quanto à intenção da aplicação das estratégias para lidar com as emoções/sentimentos no dia-adia, a grande maioria dos alunos (96.1 %) refere que tem a intenção de as utilizar. Quadro 15- Percentagem de respostas acerca da intenção da aplicação dos conhecimentos adquiridos, no dia-a-dia: N % sim 242 96,1 não 9 3,9 Não responde 3 1.2 Total 254 100,0 Quanto à avaliação referente à adaptação da temática ao contexto, a grande maioria dos alunos refere que as sessões foram clarificadoras. 18 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Quadro 16- Percentagem de respostas quanto à clareza dos ateliers N % Claros 239 94,1 Pouco claros 13 5,1 Nada claros 2 ,8 254 100,0 Total Concluímos assim, que o Programa de Promoção do Bem-Estar Emocional atingiu os seus objetivos junto dos alunos das várias turmas e anos. De modo geral os alunos tiveram uma participação ativa e positiva, sobretudo os alunos do 5º ano que intervieram com as suas experiências e exposição das suas dúvidas. 4.3 Avaliação da atividade Programa de orientação vocacional A intervenção psicológica visando a orientação vocacional realizou-se durante o ano letivo, num total de 15 sessões realizadas quinzenalmente, nas aulas de formação cívica. O programa foi concluído com sessões individuais a todos os alunos que frequentaram o programa, para ajuda no processo de tomada de decisão final, e com a elaboração de um parecer individual para todos os alunos contendo a proposta da psicóloga em termos de tomada de decisão, tendo em conta os dados disponíveis. A avaliação deste Programa de intervenção implicou que os alunos tenham respondido a um questionário de avaliação em dois momentos distintos: antes da aplicação do programa e após a aplicação do mesmo. Pretendíamos assim avaliar a eficácia da intervenção realizada no que diz respeito ao grau de informação, de decisão, intenções de escolha e dúvidas dos alunos. Nº de alunos abrangidos pelo Programa de Orientação Vocacional: 139 alunos Nº de Turmas: 7 ( 9ºA, 9ºB, 9ºC, 9ºD, 9ºE, 9ºF, 9ºG) Nº de alunos que participaram na avaliação do impacto: 119 alunos Quadro 17 - Distribuição dos alunos de acordo com a turma de origem Turmas 9A 9B 9C 9D 9E 9F 9G TOTAL 19 N 17 19 19 15 16 13 20 119 % 14,3 16,0 16,0 12,6 13,4 10,9 16,8 100,0 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Quadro 18- Distribuição dos alunos de acordo com o sexo Sexo N % Masculino 54 45,4 Feminino 65 54,6 Total 119 100,0 A seguir apresenta-se a análise da avaliação do impacto do programa, que recolheu informações junto dos alunos no início da intervenção e no final do Programa, em Junho de 2013. Relativamente à avaliação que cada aluno faz acerca da informação de que dispõe acerca das opções após o 9º ano, verificamos que no início do ano letivo mais de metade dos alunos refere que possui alguma informação. No final do ano há uma diminuição clara dos alunos que referem não ter informação quase nenhuma, acompanhado de um aumento dos que referem estar bem informados. Esta distribuição é estatisticamente significativa confirmada após o recurso ao teste de Wilcoxon (Z= 7,417, p 0,000). Quadro 19 - Percentagens de respostas relativamente ao grau de avaliação da informação no início e fim do ano Início Fim Estou bem informado 18,5 67,2 Tenho alguma informação 69,7 27,7 Não tenho informação quase nenhuma 10,9 ,8 Verificamos que a maioria dos alunos referia saber qualquer coisa sobre cada uma das diferentes opções formativas, e que na verdade, após a frequência do Programa de Orientação Vocacional, adquiriram mais informações., tal como é visível no quadro que se segue: Quadro 20 - Percentagem de respostas acerca do grau de conhecimento sobre as diferentes opções após o 9º ano no início e no fim do Programa de Orientação Vocacional Nunca ouvi falar Já ouvi falar, mas não sei o que são Sei mais ou menos o que são Sei o que são: estou bem informado 20 Cursos CientíficoHumanísticos Início Fim 5.0 24.4 7 Cursos de Aprendizagem Início Fim 19.3 15.1 33.6 18.5 Cursos Profissionais Início Fim 10.1 1.7 48.7 21.8 41.2 5.9 48.7 41.2 13.4 84.0 26.9 38.7 10.9 86.6 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Em termos de análise do significado estatístico destes valores, utilizando o teste Wilcoxon para comparação de duas amostras emparelhadas, verificamos que do 1º momento para o 2º o aumento do conhecimento em relação aos cursos científico-humanísticos é estatisticamente significativo (Z= 7,947, p 0,000), bem como para os cursos de aprendizagem (Z= -4,516, p 0,000) e cursos profissionais (Z= -6,200, p 0,000). Podemos então avaliar de modo geral como alcançado um dos importantes objetivos do Programa de Orientação Vocacional: um aumento das informações que os alunos detêm no final do ano letivo acerca de diferentes opções existentes após o 9º ano de escolaridade. No que diz respeito às intenções de opção, no início do ano letivo a maioria dos alunos tencionava escolher um curso científico-humanísticos e essa tendência acentuou-se no final do ano. De salientar que a percentagem de alunos que manifestava intenção de optar por cursos profissionais também aumentou. Quadro 21- Percentagem de respostas em relação às intenções de escolha no início e no fim do programa Não sabe Curso Profissional Cient- Humanist Curso Tecnológico Outra opção Início 19,3 10,1 63,9 0,8 5,9 Fim 3,4 16,8 78,2 0,0 1,7 Verificamos que, apesar de se notarem algumas diferenças na distribuição das respostas, com uma diminuição clara dos que não sabiam o que iriam escolher após o final do ano letivo, estas não assumem valores estatisticamente significativos (Z= -1,640, p 0,101). No início do Programa de Orientação metade dos alunos afirmavam-se indecisos em relação à sua escolha. No final do ano esse valor diminuiu, com um aumento bastante evidente dos alunos decididos, tal como se pode ver na tabela seguinte. Do ponto de vista estatístico essa diferença é significativa (Z= -5,330, p 0,000), Quadro 22- Percentagem de respostas relativamente ao grau de decisão no início e fim do ano letivo Início Fim Estou decidido 38,7 76,5 Estou indeciso 53,8 18,5 Ainda não pensei nisso 7,6 4,2 21 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Em relação às dúvidas ou dificuldades sentidas pelos alunos acerca da sua tomada de decisão, no início do ano as dúvidas eram sobretudo relativas à escolha entre dois cursos, tal como se pode ver na tabela seguinte, e no final a grande maioria não tinha dúvidas acerca da sua opção após o 9º ano. Essa diferença não é significativa (Z= -1,880, p 0,060), no entanto o Programa Vocacional implementado junto dos alunos do 9º ano permitiu-lhes diminuir as suas dúvidas e tomar uma decisão mais pensada, informada e adequada em função das suas características pessoais. Quadro 23- Percentagem de respostas relativamente às dúvidas e/ou dificuldades dos alunos no início e fim do ano Não tenho dúvidas nenhumas Início 10,3 Fim 41,1 Falta de informação Decidir a escola Decidir entre dois cursos Não responde 14,7 7,4 32,4 35,3 0,0 1,1 12,2 45,6 Concluímos assim que o Programa de Orientação Vocacional atingiu, mais uma vez, os seus objetivos junto dos alunos do 9º ano. Ainda no âmbito da orientação escolar e profissional, o Serviço de Psicologia e Orientação, organizou três visitas de estudo, dirigida aos alunos do 9º ano que estivessem interessados: Visita de Estudo à Escola Profissional Mariana Seixas (EPMS) A visita teve como objetivo principal proporcionar aos alunos, através da observação presencial, um conhecimento mais aprofundado acerca das várias ofertas formativas existentes na EPMS. Os objetivos inicialmente propostos foram cumpridos, tendo sido o balanço desta visita muito positivo, contando com a participação de 35 alunos, um assistente operacional e uma psicóloga. Visita de Estudo à Escola Profissional de Torredeita A visita teve como objetivo principal proporcionar aos alunos, através da observação presencial, um conhecimento mais aprofundado acerca das várias ofertas formativas existentes em Torredeita. Apesar da visita se ter realizado em função dos horários das turmas e de só uma turma do 9º ano ter tido essa possibilidade, os objetivos inicialmente propostos foram cumpridos, tendo sido o balanço desta visita muito positivo, contando com a participação de 55 alunos, 1 assistente operacional, uma psicóloga e uma estagiária. 22 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 VIII Dias Abertos do Instituto politécnico de Viseu no Instituto Politécnico de Viseu (IPV) A visita teve como principais objetivos a obtenção de informações acerca da oferta formativa, bem como conhecer as instalações e potencialidades do IPV. A principal dificuldade encontrada prendeu-se com a fraca adesão dos alunos, em parte explicada pelo facto da visita ter ocorrido numa tarde em que os alunos não tinham aulas (4º feira). Contudo, os objetivos inicialmente propostos foram cumpridos, pelo que a atividade decorreu conforme o planeado, tendo os alunos tomado conhecimento da oferta formativa do IPV. 4.1-Avaliação das atividades realizadas no âmbito Projeto Jogos +Vida – Ateliers de Desenvolvimento de Competências A divulgação destes ateliers foi da responsabilidade da técnica do projecto, que participou numa reunião de diretores de turma no início do ano letivo no sentido de realizar a divulgação dos ateliers e respetiva modalidade de funcionamento. De salientar que este ano os diretores de turma interessados deveriam realizar uma inscrição escolhendo a temática do atelier. Posteriormente as sessões foram agendadas e funcionaram nas aulas de formação cívica. Assim foram realizados os seguintes ateliers: Estratégias para Resolução de Problemas Desenvolvimento de Competências Pessoais e Sociais Bullying Amizades na Adolescência A avaliação foi realizada de forma detalhada, constando do relatório final do Projeto Jogos + Vida, sendo aqui referidas apenas as conclusões gerais mais importantes. Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom Conhecimentos anteriores sobre o tema 9.5% 19% 47.6% 23.8% A dúvidas foram esclarecidas? 9.5% 9.5% 23.8% 57.1% Neste momento os meus conhecimentos são: 9.5% 0% 14.3% 76.2% Utilidade do atelier 9.5% 14.3% 28.6% 47.6% 0% 23.8% 9.5% 66.7% 9.5% 19% 33.3% 38.1% 0% 0% 14.3% 85.7% Documentação e materiais Duração do Atelier Atuação da psicóloga 23 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Podemos concluir que para os aluno envolvidos os ateliers ajudaram a melhorar os conhecimentos sobre as diferentes temáticas abordadas, na maior parte dos casos viram esclarecidas as suas dúvidas e consideraram os ateliers úteis, com materiais adequados e com uma duração satisfatória. Lguns alunos referiram que preferiam ter tido mais sessões. Todos os alunos consideraram que a atuação da psicóloga foi boa ou muito boa. 24 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 6. Conclusão Fazendo um balanço do trabalho realizado ao longo deste ano, importa referir que, tendo em conta as mudanças que a constituição deste novo mega-agrupamento trouxe consigo, a nível do SPO as mudanças ocorreram de forma espontânea e rápida. O grupo de profissionais que compôs o serviço de psicologia e orientação neste ano letivo primou pelo bom relacionamento, empatia, confiança e espirito de grupo , o que acabou por se refletir em todo o trabalho que foi desenvolvido, tanto em termos de variedade como em qualidade da atuação. A equipa do serviço de psicologia e orientação deste Agrupamento pretendeu que este seja um Serviço para os alunos, sem esquecer outros elementos importantes na comunidade educativa (professores, pais e demais agentes educativos), procurando ser em cada momento uma equipa que visa o bem estar e o desenvolvimento integral dos alunos escolar. No entanto verificaram-se, ao longo deste ano, diversas situações que se assumiram como urgentes ou emergentes, perturbadoras do ritmo de trabalho e consumidoras de tempo e energias. Estão na lista situações como: A quantidade de alunos do 9º ano que foram alvo de orientação vocacional nas turmas (139) e que a partir de Maio foram atendidos individualmente ou em grupos de dois para a realização da entrevista final. Foi realmente um trabalho muito intenso, até porque foi necessário proceder-se à correção de todos os testes de aptidões realizados (cada aluno realizou 7 provas o que perfaz um total de 973 testes). A avaliação no regime de alunos com necessidades educativas especiais, nomeadamente a avaliação especializada no âmbito da CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade), que exigiu uma adaptação por parte dos profissionais no que concerne aos procedimentos de inclusão de um aluno no Decreto-Lei 03/2008 de 7 de Janeiro. Este ano assistiu-se a um aumento de solicitações de avaliação especializada neste âmbito, com a realização de diversas avaliações psicológicas por referência à CIF e a realização de muitas reuniões com os diferentes participantes neste processo de avaliação. O acréscimo de pedidos de observação psicológica em todos os ciclos e níveis de ensino, exceto no 3º ciclo. Em alguns casos este aumento foi de quase 100%, constituindo um constrangimento que exigiu a aplicação de critérios de prioridade, traduzindo-se, em alguns casos, em tempos de espera pouco habituais para o SPO (em algumas situações excedeu os dois meses desde o pedido à marcação do atendimento). Gostaríamos de salientar que este trabalho só foi conseguido devido ao esforço, dedicação e persistência das técnicas, implicando bastantes horas de trabalho intenso e algum desgaste físico e psicológico. 25 Relatório de Atividades dos Serviços de Psicologia e Orientação 2012/13 Contudo, e apesar de todas estas condicionantes, consideramos que os SPO conseguiram atingir os objectivos a que se propuseram tendo, tal como nos anos anteriores, uma intervenção variada, multifacetada e rigorosa, orientada para o bem-estar e sucesso educativo dos alunos. O SPO procurou dar resposta às solicitações dos elementos da comunidade educativa, apesar da contingência da agregação e do número reduzido de técnicos, fazendo um balanço positivo da sua atuação, esperando poder continuar a responder de forma satisfatória. Para tal conta com a ajuda de todos, nomeadamente com sugestões de melhoria vindas tanto da Direção e do Conselho Pedagógico, como de qualquer outro elemento da comunidade educativa, apesar da eterna questão do número de recursos, uma vez que para o nosso Agrupamento apenas está colocada uma psicóloga e não se prevê abertura de vagas. 26