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Publicação
vigésimo terceiro ano ininterrupto
AbrilMarão 2013
Candemil - Serra do Marão - Amarante
Fragmentos
E o vento geme uma tristeza agreste…
Na paisagem severa, altiva, alpestre,
Há sombras d’Águias que d’aqui voaram…
Candemil! Candemil!... Tu és como uma prece…
- Um “De Profundis” à hora que escurece,
Rezado por uns lábios que cantaram!
1 Fernando dos Reis
Fragmentos
livreto
Fotos
da capa: JPS, psrs o AbrilMarão 2013
do programa: por Pedro Varejão A. Pinto seccionista do AFC Montanhismo, para o
AbrilMarão 2013
Design e composição gráficos, elaboração de conteúdos críticos, pesquisa literária e
histórica: João Pereira da Silva, para o AbrilMarão 2013.
Apoio Histórico-científico: Prof. Miguel Moreira
Distribuição Gratuita
Todos os textos ou fragmentos de textos aqui vertidos, excepto o da
Mensagem do Exmo.Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Amarante, não se apresentam na observância do último Acordo (?)
Ortográfico.
Amarante, 27 de Abril de 2013
2 fragmentário
fragmentário
ABRILMARÃO 2013, 27 de Abril ...há 23 anos sem interrupções!
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Nome do texto/poema
Capa
Advertências
Fragmentário
Mensagem/Saudação do Exmo.Sr. Presidente da Câmara Municipal de Amarante
Mensagem/Saudação do Coordenador da Secção de Montanha do Amarante F.C.
90º Aniversário do Amarante Futebol Clube. Referências
Destaques (e simbolismos), de João Pereira da Silva
Ao redor da palavra e mês Abril, de João Pereira da Silva
Canção Luarenta, poema, de Teixeira de Pascoaes
A uma fonte que secou, poema, de Teixeira de Pascoaes
Canção Humilde, poema, de Teixeira de Pascoaes
Candemil, poema, de Fernando dos Reis
Menina de Candemil, poema, de Fernandes dos Reis
Corvachã, poema, de Miguel Moreira
Amarante, poema, de Da Costa e Silva
Referência I: José da Fonseca in A Casa Grande de Romarigães, de Aquilino Ribeiro
Referência II: Maria da Ascensão Ferreira (Pardal)
Anote as diferenças… e as parecenças! (fac-simile)
À laia de Quadras de S.João, versos, de António da Costa Neves
Tributo a Zeca Afonso e a Adriano Correia de Oliveira, montagem
A Poesia está na rua, montagem
Eu sou Português aqui, poema, de José Fanha
Oferta de sensações-retorno às origens, de Miguel Cardoso
Reabilitação cardíaca, de Emanuel Figueiredo
A Alimentação em contexto de Marchas de Montanha, de Carolina Vasconcelos
O decurso, gráfico, análise gráfica de participações do AbrilMarão
António Cândido, contribuição para estudo, de João Pereira da Silva
Penedo da Rainha. Parque de Campismo de Amarante, um valor a estimar.
Percurso Técnico da Marcha de Montanha (AbrilMarão 2013), de Carlos Silva
AbrilMarão 2013, programa
Sala de “heráldica” do AbrilMarão 2013
…porque não fico em casa, texto, de Jorge Agostinho
AbrilMarão 2013, programa (capa)
Posfacio
3 Mensagem do
Exmo.Sr. Presidente da Câmara
Municipal de Amarante,
Dr. Armindo José da Cunha Abreu
No ano em que o Amarante Futebol Clube celebra o seu
nonagésimo
aniversário,
apraz-me
registar
também
a
“longevidade” da iniciativa AbrilMarão, que a sua secção de
montanhismo organiza há 23 anos consecutivos.
Tal “longevidade” deve-se, por certo, ao empenho dos
dirigentes daquela secção, mas o êxito da iniciativa reflete, de
igual modo, as condições ímpares que o Município oferece para a
prática de atividades ao ar livre e em contacto com a natureza,
sejam elas caminhadas, marchas ou outras. São essas condições,
aliadas, naturalmente, aos aspetos organizativos e à mestria em
receber quem nos visita, que trazem a Amarante muitos
forasteiros, que, depois, acabam por tomar contacto com uma
4 oferta mais global, que inclui a gastronomia, o património
construído, a nossa cultura e tradições.
E por que é que isso é importante? Porque, nos tempos que
correm, precisamos saber tirar partido de todos os nossos recursos
endógenos, acrescentando-lhes valor económico e pondo-os ao
serviço das populações, com base numa estratégia que aponte
para a minimização da crise que afeta, hoje, as indústrias
tradicionais.
O turismo de natureza, as rotas de montanha, os percursos,
as caminhadas são já, felizmente, uma realidade com forte
expressão em Amarante, aparecendo associados a muitos eventos
promovidos por autarquias ou associações das freguesias mais
rurais, que, acredito, viram no pioneirismo da AbrilMarão um
dos caminhos e um exemplo a seguir para a promoção e
dinamização local.
Valorizando este aspeto, relevo, igualmente, as questões
relativas à saúde física e ao convívio entre os participantes,
desejando que a AbrilMarão 2013 traga à Serra muitos
caminheiros e que estes possam desfrutar das condições naturais
sem par que o Marão oferece.
(Presidente da Câmara Municipal de Amarante)
5 MENSAGEM DA ORGANIZAÇÃO
ABRILMARÃO 2013
Caros Companheiros
Benvindos ao AbrilMarão, o vigésimo terceiro ininterrupto realizado
pelo Grupo de Montanha do Amarante Futebol Clube, este ano por terras
de Bustelo, Candemil e Ansiães, Freguesias da Serra do Marão.
É com grande empenho que desejamos uma estada agradável e que
se torne verdadeiramente enriquecedora ao partilhar a “nossa” Serra
convosco, caro companheiro, unidos que estamos pelos laços do
movimento montanheiro cuja aposta numa maior implementação a nível
nacional a Federação de Campismo e Montanhismo quer aprofundar
dando-nos resposta desde há muito a nossos anseios profundos.
E é neste correr e por isso que o Pedestrianismo tem vindo a revelarse um pouco por todo o Mundo como uma actividade deveras importante
que influi na melhoria da qualidade de vida de quem a pratica com
regularidade e, salutarmente, se percorrido em grupo.
Mas é também ao nível da divulgação cultural do património natural
e edificado (-Rota do Românico no concelho de Amarante) das regiões que
é bem acarinhada. Com alguns destes objectivos em mente que a Câmara
Municipal de Amarante interpreta, neste singular espaço de entendimento,
os desejos das Freguesias do Município e se propõe implementar a
curto/médio prazo uma rede de percursos pedestres ajudados pelas técnicas
novas de orientação (por satélite) no pedestrianismo em Amarante ao tentar
atrair segmentos etários ainda não convertidos ou interessados no turismo
pedestre pré-organizado comummente etiquetado como “à aventura” e/ou
“à descoberta”.
Com o desejo de um bom dia de festa que, anualmente, o
AbrilMarão é, agradecemos a vossa participação,
Amarante F.C. – Secção de Montanha
José Cândido Brandão
Coordenador Geral
6 Primeiro distintivo do Amarante Futebol Clube, Pompeu da Cunha Brochado, 1º Presidente da Direcção do Amarante Futebol Clube e José Pereira da Silva (Dr.), 1º Presidente da Assembleia Geral do Amarante Futebol Clube. 7 DESTAQUES (e simbolismos)
- Freguesia de Candemil (Amarante)
Apesar das referências proto-históricas mais longínquas ao redor de
Amarante (sobretudo na margem esquerda do Tâmega) se devem inscrever nos
períodos Paleolítico e Megalítico, tudo leva a crer que os afloramentos graníticas
isoladas para se manterem como fonte histórica humanizada ancestral
necessitam de contribuições na envolvência que na vertente orográfica do
presente local de Candemil (Lugar do Penedo Longo, coordenadas:
41º14’77’’N; 7º57’85’’W e à altitude de 534m), não existem.
Afloramento granítico de forma oblonga (Penedo Longo, Candemil, Amarante)
A orografia em declive, forte ou muito acentuada, neste local maranês,
bem assim e sobretudo a inexistência de outros contributos manufacturados
(vestígios de passagem ou concentração humanas como os do campo préhistórico da Serra da Aboboreira, a Sudoeste) apontam para se descartar mesmo
como hipótese teórica. Não se está, em conclusão, em presença de uma
8 construção megalítica. [mega, do grego, significando grande + lithos, do latim,
significando pedra], antes, como dissemos, um afloramento granítico erodido
pelos elementos cujo efeito como o da primeira imagem pode empurrar a nossa
imaginação para a convicção (íntima até) de uma figuração de culto fálico
ancestral e que se prolonga até aos nossos dias.
Em Portugal essas construções do culto da fecundidade em pedras
isoladas, ou menires (ou perafitas) isolados, encontram-se a Sul, nos
distritos de Évora (Almendres) e de Faro. [Menir: men (do bretão, pedra) +
hir, do bretão, longa]
Menir de Almendres (Évora)
Sendo que as descobertas de vestígios na envolvência destas
construções caracterizam e contribuem para a nomenclatura da função
destas manifestações megalíticas, pode dizer-se que os menires dispostos
em linha são considerados como orientadores de locais geralmente com
referência ao Sol. Se em círculo, como a de Stonehenge (Sul de Inglaterra,
construções estimadas entre III e II milénio a.C.), são considerados
santuários religiosos ou mágicos. Entre nós, também em Almendres (V e
IV milénio a.C.) é o exemplo em nosso território destas manifestações do
culto solar (entre outros) mas em período bem mais longínquo e com
construção mais primitiva ainda sem o travejamento a ligar estes “penedos
longos” como se encontram em Stonehenge.
9 Vistas aéreas de menires: em Stonehenge (a Sul de Inglaterra) e em Almendres (Évora)
A crença que, ao cabo e ao resto, emana desta ou de outras
manifestações de índole e de propósito algo semelhante: a fecundidade,
deixa o desiderato deste culto, como se demonstra em erupções ou riscos
com o formato de falos de que nesse período, em Portugal são pródigos
também.
Mesmo em Amarante, não deve ser descartada alguma pesquisa a
encetar sob este contexto curioso, podendo afirmar-se que os famigerados
“doces de Amarante” que a crença religiosa cristã e católica não conseguiu
popularmente desvanecer. Mais: na tentativa de a subtrair ao imaginário
pagão mais ainda se enraizou transfigurando-se sob o epíteto de “doces de
S.Gonçalo”. Mais Beato do que Santo registado em Amarante com o culto,
entre muitos outros, ligado, como atrás dissemos, à fecundidade e, grosso
modo, ao casamento, facto que não deixa por isso, mais: nos convence, de
ser uma reminiscência dessa veneração primitiva, convictamente
importante para a sobrevivência da espécie humana em micro comunidades
no período Megalítico e que a densa espessura do tempo se encarrega de
mais nos impregnar a imaginação.
~
Imagem do “Doce de S.Gonçalo”, exemplar sobredimensionado da doçaria popular amarantina
As emanações em contos e em quadras brejeiras são ainda a actual
manifestação desse culto pagão/profano, mas agora referenciando
10 S.Gonçalo como protector do povo amarantino e advogado nesse Olimpo
cristão.
«Não quero ficar de fora
Da novena a São Gonçalo
Não quero perder a hora
De trincar o doce falo» *
Segundo Valter Cassalho, historiador e, considere-se, etnógrafo
brasileiro, existem relatos do Séc. XVIII no Brasil que abusavam em
danças a São Gonçalo ‘‘jogando sua imagem para o ar tendo havido
denúncias de que mulheres que chegavam a passar sua imagem nas
“partes”, depreendendo-se que outras moradas do culto - inicialmente
pagão depois absorvido pela Igreja Católica sob-outra-forma - ficaram na
História extravasando fronteiras e povos ao quedar-se, como deste relato
se infere, no Brasil. Aqui se apresentado o nosso Padroeiro, segundo este
estudioso e intelectual brasileiro, de viola no braço induzindo danças
peculiares em sua honra, em adros das igrejas e, segundo Maria Isaura
Pereira Queirós, para pagar promessas de solteironas (almejando marido)
ou de velho(a)s para os males de reumatismo. Segundo esta socióloga
brasileira , a devoção a São Gonçalo no Brasil foi tal, concluiu, que mesmo
o interior das igrejas foram o tablado dessas danças durante o século XVIII.
Voltando a Candemil e para finalizar, existe mesmo uma disfarçada
tradição popular a curta distância da crença, no arremesso em súplica e
devoção (por mulheres e por homens) de pequenas pedras - a chamar a
atenção dessa pedra-de-ara protectora e benfazeja - e lançar flores da
vegetação da proximidade - a reverenciar a dádiva, pagando promessas - a
este afloramento granítico: o falo. Para aquietar os espíritos e os males
congénitos e, ainda, o bem sobrevindo pela devoção, que, dizem-nos, com
“ardor convicto” perante a monumentalidade granítica caprichosa - altar de
granito extravagante - exposta a céu aberto como este famoso e impositivo
formato no lugar de Penedo Longo, na freguesia amarantina de Candemil.
João Pereira da Silva
28.2.2013
*Autor não conhecido, supõe-se proveniente do cancioneirop popular
11 Ao redor da palavra e mês Abril
da wikipédia, extraímos
Abril é o quarto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias.
O seu nome deriva do latim Aprilis, que significa abrir, numa
referência à germinação das culturas.
Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Aprus, o nome
etrusco de Vénus, deusa do amor e da paixão.
Outra versão é que se relaciona com Afrodite, nome grego da deusa
Vénus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se
dizia "abril".
Segundo o novo Acordo Ortográfico em contínua controvérsia e de
ínfima coerência, a palavra deste mês - e de todos os outros meses do ano -,
deixaram de se escrever com letra maiúscula. Vá lá saber-se porquê !?!
Segundo a Wikipédia muito voltada para as contribuições brasileiras
que a assistem e por vezes de pouca consistência histórica, eis alguns
eventos ocorridos em Abril:
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2 de abril de 2005 - Morre o 263º Papa, João Paulo II
5 de abril de 1994 - Morre o músico e compositor, líder do Nirvana,
Kurt Cobain
6 de abril de 1909 - Descobrimento do Pólo Norte, por Robert Peary.
11 de abril de 1919 - Criação da Organização Internacional do
Trabalho (OIT).
20 de abril - Nascimento de Adolf Hitler.
22 de abril de 1500 - Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares
Cabral.
26 de abril de 1564 - Nascimento de William Shakespeare.
23 de abril de 1616 - Morre William Shakespeare.
25 de abril de 1974 - Revolução dos Cravos em Portugal
29 de abril de 1945 - Casamento do ditador nazi Adolf Hitler com
Eva Braun.
28 de abril de 1990 - Casamento do cantor e compositor
estadunidense Axl Rose com a modelo estadunidense Erin Everly.
de outra proveniência e de outra autoria, escrevemos
12 É comum dizer-se, pelo menos entre sensibilidades que vão da literatura
à poesia que é a palavra de mês da roda do ano com maior grau de
musicalidade.
Neste despretensioso livreto, encontrar-se a repetição desta palavra que
lhe é tão grata para elaborar/transcrever poemas, alguns de uma
singularidade verdadeiramente excepcional.
A realidade, no que a nós, portugueses, diz respeito, Abril é o vocábulo
de maior pendor histórico e sublime em termos de significação cívica desde
há trinta e nove anos, completados há dois dias.
É, ainda, um curioso paradigma a escolha deste mês para durante 23
anos ininterruptos de uma Marcha de Montanha organizada pela Secção de
Montanha do Amarante Futebol Clube e o sortilégio ou não de um dia ter
sido chamada ABRILMARÃO.
… Convenhamos: melhor seria impossível !
João Pereira da Silva
13 … Abril em Pascoaes
CANÇÃO LUARENTA
Vem do Marão, alta serra,
O luar da minha terra
Ora vem a lua nova
Que é um perfil
De donzela falecida…
Nas claras noites de Abril,
Em névoa de alma surgida,
Anda a errar
E a suspirar,
Em volta da sua cova…
Ora vem a Lua cheira…
Rosto enorme
E luminoso,
Num sorriso misterioso,
Por sobre a aldeia
Que dorme…
Vem do Marão, alta serra,
O luar da minha terra.
Teixeira de Pascoaes
in Terra Proíbida
14 A UMA FONTE QUE SECOU
Com teus brandos murmúrios embalaste
O decorrer dos meus primeiros dias.
E pelos teus gemidos de contaste;
Eu era então feliz e tu sofrias.
As minhas velhas árvores regaste,
O meu jardim de Abril reverdecias…
E quando as tuas lágrimas choraste
Como a dor que hoje sobro entenderias!
Mas ai, tudo mudou! Longa estiagem
Bebeu, a arder em breve as tuas águas
- Veros de água cantando a minha imagem.
Raios de sol que as fontes evaporam,
Levando para Deus as suas mágoas,
Secai também meus olhos dos que choram!
Teixeira de Pascoaes
in Terra Proíbida
15 CANÇÃO HUMILDE
Brisa de Abril
Toda perfume,
Etéreo nume
Contigo vai!
Pedrinha humilde
No chão perdida,
Do Sol ferida
És uma estrela.
Negra ramagem
O céu tocando
Vai-se pintando
De azul celeste.
Gota de orvalho
Tremeluzindo,
Tens o sol rindo,
Dentro de ti!
Humildes cousas
Que ninguém olha:
Raminho ou folha
Ou grão de areia,
Tendes o encanto
Mais que divino
Que Deus menino
Achou na Terra…
Teixeira de Pascoaes
in Terra Proibida
16 CANDEMIL
Candemil!... Candemil… nas faldas do Marão,
Como são belos teus largos horizontes!...
Na paz tranquila dos solitários montes
Anda a rezar a luz da Extrema-Unção…
Candemil! Candemil!... Que imensa solidão!...
Como choram, baixinho, as tuas fontes…
Ao sol-poente os rubros horizontes
Ouvem meus versos d’Amor e de Emoção!
E o vento geme uma tristeza agreste…
Na paisagem severa, altiva, alpestre,
Há sombras d’Águias que d’aqui voaram…
Candemil! Candemil!... Tu és como uma prece…
- Um “De Profundis” à hora que escurece,
Rezado por uns lábios que cantaram!
Fernando dos Reis
in Lirismo
(Poeta, filho de Alcino
dos Reis (Casa das Lérias,
Amarante; 24.1.940).
17 MENINA DE CANDEMIL
Menina de Candemil
Tendes um modo gentil!...
Nesta aldeia do Marão,
- Erguido aos céus, majestoso
Nasceu um ente formoso,
Que prende meu coração!
É como a rosa em Abril,
Ao abrir-se num botão…
“Menina de Candemil,
Tão graciosa e gentil
…
Gostaria de pintar
Se fosse grande pintor,
O rosto da minha Dóna
Tinto de casto rubor!...
Mas nem toda a gente pinta,
Com paleta côr de anil…
E há nela graça tanta
Que nos prende e nos encanta!…
Se pintor fosse, pintava,
(De resto não me enganava)
Um vulto etéreo de Santa
Sob o céu de Candemil
Fernando dos Reis
in Lirismo, 1946
18 CORVACHÃ
Recantos e encantos,
paisagens agrestes,
ladeiras, ribeiras e leiras,
e flores silvestres
Lá no alto a Senhora,
dos homens a protectora,
serena e acolhedora
a ouvir as nossas preces.
Eis Corvachã:
a infinitude na plenitude.
Miguel Moreira
2009
Capela de Senhora da Corvachã
19 -
afluência de Amarante (Piauí)
AMARANTE
A minha terra é um céu, se há um céu sobre a terra;
É um céu sobre outro céu tão límpido e tão brando,
Que eterno sonho azul parece estar sonhando...
Sobre o vale natal que o seio à luz descerra...
Que encanto natural o seu aspecto encerra!
Junto à paisagem verde, a igreja branca, o bando
Das casas, que se vão, pouco a pouco, apagando
Com o nevoento perfil nostálgico da serra...
Com o seu povo feliz, que ri das próprias mágoas,
Entre os três rios, lembra uma ilha, alegre e linda,
A cidade sorrindo aos ósculos das águas.
Terra para se amar com o grande amor que eu tenho!
Terra onde tive o berço e de onde espero ainda
Sete palmos de gleba e os dois braços de um lenho.
Da Costa e Silva
“Amarante” ( poema)
António Francisco da Costa e Silva, nasceu em Amarante, Estado de Piauí, Brasil a
23.11.1885. Professor, jornalista político e escritor e membro da Academia Piauiense de Letras). Faleceu
25.6.1950 no Rio de Janeiro.
Traços literários na imprensa Brasileira do perfil do poeta Da Costa e Silva: de influência simbolista; a maior
força da poesia telúrica do Piauí; verdadeiro parnasiano, nome dado aos poetas que reagiram contra o lirismo
romântico e passaram a cultivar uma poesia erudita e impessoal, caracterizada por grande apuro da forma.
20 referência I
A CASA GRANDE DE ROMARIGÃES
Zé da Calçada – Candemil – Jazente – Cavalinho
José da Fonseca (proprietário na altura de talho e de
pensão. Depois: Restaurante Zé da Calçada)
Aquilino Ribeiro (fax simile)
21 referência II
“tudo começou por aqui!” Maria da Ascenção Ferreira, de açafate à cabeça, na Ponte de S.Gonçalo, Amarante. (Década dos anos 60 do século passado) Foto 1 Foto 2 – “montra de nossos Doces” Foto 3 – (ver legenda a seguir) Legenda da foto nº3
“Um doce em forma de sexo masculino, com cerca de 21 metros de comprimento, apresentado em
Amarante, vai ser proposto, no próximo ano, para constar do livro mundial de recordes.
Filipe Soares, da confeitaria da cidade que produziu o doce, explicou à Agência Lusa que em 2012
espera a presença de pessoas do Guinness Book para certificar o doce como um dos maiores do
mundo com a forma fálica. Nesse ano, adiantou, o tamanho poderá chegar aos 30 metros. O doce de
2011 foi apresentado no âmbito da Mostra de Vinhos e Tradições de Amarante
22 … anote as diferenças… e as parecenças também!
fac‐simile 23 …À laia de quadras
de S.João
Não soube bailar com jeito
“Os pobres paguem a crise!”
O desgraçado do Zé
Reza o santo o pervertido.
Entrou de cravo no peito
“Não há pobre que precise
Saiu de cravo no pé (*)
Mais do que um banqueiro
falido”
Deste-me um cravo vermelho
Em troca que te hei-de dar?
Nova jornada? ‘stou velho,
Mas não deixo de sonhar!
Quem suga o suor alheio,
S.João, não tem bom nome,
Nem sabe o que é ter receio
Daqueles que têm fome
Ofertar cravos vermelhos
Para pôr na botoeira
Pode unir novos e velhos
À volta de uma fogueira
Vamos rir, vamos cantar
Vamos enganar o Santo.
Talvez, assim, queira dar
Emprego a quem sofre tanto
António da Costa Neves
(*) Menção honrosa no 80º concurso do JN
24 2012: tributo a Zeca Afonso e a Adriano Correia de Oliveira no vigésimo quinto e trigésimo ano da suas mortes Amigo. Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
in Traz outro amigo também
2 Agosto 1939 / 23 Fevereiro 1987
9 Abril 1942 / 6 de Outubro 1982
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
in Trovas do vento que passa
25 “a poesia está na rua”
Vieira da Silva
Sophia de Mello Breiner Andresen
1908 - 1992
1919 - 2004
26 Eu sou Português aqui
Nasci
aqui
no mês de Abril
quando esqueci toda a saudade
e comecei a inventar
em cada gesto
a liberdade.
Nasci
aqui
ao pé do mar
duma garganta magoada no cantar.
Eu sou a festa
inacabada
quase ausente
eu sou a briga
a luta antiga
renovada
ainda urgente.
Eu sou português
aqui
o português sem mestre
mas com jeito.
Eu sou português
aqui
e trago o mês de Abril
a voar
dentro do peito.
José Fanha
27 OFERTA DE SENSAÇÕES - RETORNO ÀS
ORIGENS
É interessante verificar como o retorno às nossas origens é
encarado como um forma de fugir às pressões da vida quotidiana, de um
estilo de vida apressado, contabilizado e repleto de responsabilidades. Esta
procura de conforto oferecida pela sensação de retorno às origens, pelo
contacto com a natureza, pela aventura e descoberta tem tido uma procura
crescente nos recentes anos. Esta oferta de sensações podem ser
encontradas através de eventos organizados por associações que não raras
vezes se constituem como os principais impulsionadores do património
natural dos seus próprios concelhos. É de saudar as pessoas que se dedicam
a valorizar e divulgar aquilo que é de todos e que em simultâneo a ninguém
pertence. Nesse sentido, podemos compreender que a força de uma
sociedade poderá ser medida pelo envolvimento das suas associações na
mesma e que por sua vez a sociedade deverá dar o apoio e a importância
merecida à existência de associações dedicadas e responsáveis.
Esta actividade concilia não só o ambiente. É multifacetada
envolvendo entre outros o turismo e o desporto e terá de ser encarada de
uma forma mais global juntando a participação de todos os agentes
envolvidos no sentido de promover o nosso património. Hoje em dia, os
espaços naturais são encarados como qualquer outro bem de consumo,
indicados para satisfazer estas novas necessidades. O turismo em espaços
naturais passa a distinguir-se do turismo convencional, quer pelas
motivações, quer pela atitude dos turistas face ao suporte físico que os
acolhe, que, por sua vez, se distingue das outras áreas-destino pela
singularidade dos seus recursos de alto valor ecológico e paisagístico,
muitas vezes sujeitos a algum tipo de protecção. Em termos desportivos a
natureza é um palco que permite usufruir dos mais variados percursos,
distâncias e altitudes. Dentro desse contexto podemos enquadrar um
simples passeio de lazer até uma exigente subida ao Kilimanjaro pelo que
será necessário a devida preparação em consonância com as exigências e
objectivos traçados.
Miguel Cardoso,
Advanced Training Academy (Director Técnico)
28 REABILITAÇÃO CARDÍACA
A Reabilitação Cardíaca têm na sua essência duas vertentes: uma
prevenção primaria ( indivíduos portadores de factores de risco
(modificáveis) associados a doença cardiovascular, tais como obesidade,
hipertensão
arterial, dislipidémia
(colesterol
e/ou
triglicéridos
elevados), diabetes, tabagismo, stress e sedentarismo) e uma prevenção
secundaria ( indivíduos portadores de doença cardiovascular, como angina,
enfarte, avc, pós angioplatias, insuficiência cardíaca, pós cirurgia de bypass, que
tenham baixo ou moderado risco para a pratica de exercício físico, ou seja, que
estejam em condição estável). Muitas vezes, a palavra tempo (nomeadamente a
falta dele), é muitas vezes proferida sem sequer se reflectir um pouco no porquê
de o dizermos com essa leviandade. Atentemos na prevenção primária. São
muitos os indivíduos que são portadores de pelo menos 2 destes factores
de risco, e que muitas vezes a palavra tempo acaba por ser a razão pela qual não
alteram os seus comportamentos, de natureza física e ou alimentar, por exemplo.
Paralelamente a isto, temos um preocupante e crescente número de
crianças obesas, algo que pode ser considerado como uma autêntica bomba
relógio a rebentar na sociedade portuguesa a médio prazo. Por muito que uma
marcha de montanha possa ser até um desafio forte de mais para quem
se encontra sedentário, vejo num evento desta natureza inúmeras vantagens. O
contacto com a natureza, o convívio social, o exercício físico e a novidade da
experiência (quem sabe em família) podem ser o suficiente e o necessário para a
mudança. Passe a palavra. Pense nisto. Traga os seus filhos,os seus netos, os
seus amigos e dê o exemplo!
Emanuel Figueiredo
Personal Trainer. Pós Graduado em Reabilitação Cardíaca
29 ALIMENTAÇÃO EM CONTEXTO DAS
MARCHAS DE MONTANHA
No que diz respeito à alimentação neste tipo de treino, sabe-se que é
necessário o aumento da ingestão calórica, de vitaminas, de minerais e de
água devido a maior frequência respiratória, da sudorese, do ar seco e da
hemoconcentração (aumento do número de glóbulos vermelhos).
Assim sendo, relativamente à ingestão calórica devemos consumir
cerca de 60 a 65% de hidratos de carbono de absorção lenta
(pão/massa/arroz/batatas/fruta), pobre em gorduras e nas proporções
normais de proteínas (carne/peixe/ovos). A nível vitamínico é importante o
consumo de Vitamina C, E e do complexo B (leite e derivados, cereais e
derivados, fruta e legumes), sendo ainda a importante o aumento do
fornecimento de Sódio, Potássio, Cloro e Ferro (vegetais, fruta, carne) e
eventualmente suplementos. A hidratação deve ser feita com água
ligeiramente ácida e o dobro da consumida habitualmente antes, durante e
após o treino (fora das refeições e em pequenas quantidades).
Tendo em conta que nestes treinos em altitude há uma tendência para
a obstipação, sendo que a ingestão de fruta, legumes, saladas, leguminosas,
massa e pão integral é indispensável.
Sejam Felizes!
Carolina Vasconcelos,
Nutricionista
30 o decurso
23 anos no Marão… em Abril
ABRILMARÃO
250
Nº de Participantes
200
150
100
50
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
0
Ano
Amarante Futebol Clube - Secção de Montanha
31 É inevitável não fechar neste alfobre de Fragmentos deste ano sem falar de
um dos filhos mais notáveis de Amarante, que é daqui, de Candemil, nascido a
30 de Março de 1852.
ANTÓNIO CÂNDIDO
António Cândido Ribeiro da Costa (1852-1922)
O Conselheiro António Cândido, licenciou-se em Direito com
distinção, doutorando-se posteriormente em Direito e Teologia (com
distinção) pela Universidade de Coimbra, decorria o ano de 1875. Iniciou à
carreira docente, sendo nomeado lente nesta Universidade em 1881.
Lisboa chama-o e inscreve-se no Partido Progressista que tinha por
chefe Anselmo Braamcamp de que foi amigo íntimo.
Fruto da rotatividade entre o seu Partido e o Partido Regenerador
desde a aprovação da Carta Constitucional em 1826, António Cândido foi
várias vezes eleito como deputado em sucessivas legislaturas representando
círculos sempre importantes e de quase inquestionável eleição, como o de
Aveiro.
A primeira vez que a sua palavra se fez ouvir na Câmara dos
Deputados - a função legislativa do Reino, à época, era do tipo bi-camaral,
onde ainda constava, para além da sobredita, a Câmara dos Pares – causou
o maior assombro e deslumbramento, epítetos corroborados para além dos
seus correligionários de Partido (Progressista), mas mesmo pelos seus
maiores adversários políticos e pelos jornalistas não afectos às ideias do seu
Partido.
32 « Que assombro e colossal triunfo! Velhos parlamentares, duros e
afeitos aos violentos combates da câmara, enterneceram-se até às
lágrimas ao apertá-lo nos braços. Nos corredores, nas escadas, muitos
que o não conheciam, saudavam-no com entusiasmo A oposição, pela
voz do Sr. Hintze Ribeiro, declarou, como um preito de homenagem,
cerrar sobre este discurso o debate, em que estavam ainda inscritos
alguns dos mais notáveis oradores. » (1)
De entre as suas funções políticas, contam-se ainda as nomeações
para Ministro do Reino, Ministro da Instrução Pública e Belas Artes,
Conselheiro de Estado e Presidente da Câmara dos Dignos Pares.
Defendeu activamente a descentralização administrativa e a
representação política proporcional, dando relevo ao papel das minorias.
Integrou um grupo de intelectuais conhecido como os Vencidos da
Vida, tertúlia que desempenhou um papel relevante na vida política e
literária do final do século XIX.
Da esquerda para a direita: (sentados) Ramalho Ortigão, Eça de
Queirós, Conde de Ficalho, António Cândido; (de pé) Conde de
Sabugosa, Carlos de Lima Mayer, Carlos Lobo d'Ávila, Oliveira
Martins, marquês de Soveral, Guerra Junqueiro e Conde de Arnoso.
Foi, na verdade, a eloquência invulgar cultivada na oratória que
António Cândido Ribeiro da Costa se catapultou para o principal areópago
33 político do Reino, valendo-lhe o epiteto de “Águia do Marão” como
Camilo Castelo Branco o identificou para a posterioridade pela sua verve e
sobretudo pela oratória que guindou a voos altíssimos da eloquência no
Portugal do século XIX e ainda nos primórdios do século XX.
Como escreveu António Cabral (in A Águia do Marão),
“António Cândido águia era, pelos altos voos de eloquência, pelo
bater das azas possantes, nas elevadas regiões da Beleza e nas
cumeadas da Arte. Eu nunca ouvi, na tribuna, palavra mais elegante,
dicção mais perfeita, expressão mais fluente, voz mais poderosa e mais
nobre. Assunto em que êle cravasse a garra pujante, era assunto
apurado, tirado a limpo: era assunto esgotado. Empolgava as
assemblèias, não por ardilezas e astúcias de retórica frizada e
presunçosa, mas pela exposição límpida, magnífica, de argumentação
bem talhada e de raciocínios decisivos.
De tantos oradores que na minha longa vida aplaudi, nenhum
como António Cândido me impressionou, me comoveu, me abalou.”
Deveu-se a António Cândido a construção do Asylo que adoptou o
seu próprio nome, ligado à Santa Casa de Misericórdia de Amarante. A
inauguração ocorreu a 16 de Agosto de 1908, constando no site desta
Instituição que “foi um acto imensamente festivo e de grande significado
moral”.
“Asylo Conselheiro António Cândido (frontaria; Amarante)
O Comércio do Porto, fez a crónica do acontecimento: “Acerca do
que foi essa brilhante festa, (…) a população da vila que se celebrava
uma iniciativa benemérita e, ao mesmo tempo, se perpetuava nesse
momento de filantropia o nome de um dos mais dedicados e
34 prestimosos filhos de Amarante, o conselheiro António Cândido,
legitima gloria para a sua terra natal, como é lídima glória do seu
pais”.
Mais noticiou este “órgão informativo (…). A deficiência dos
recursos da instituição foi suprida por benemerências que acudiam de
todos os lados. Uma das mais simpáticas dessas benemerências foi a
cedência, feita pelo Conselheiro António Cândido, do monumental
discurso que pronunciou no Teatro de S. João” no Porto,” na sessão
solene comemorativa do centenário do descobrimento do Brasil,
discurso que uma comissão de amarantinos fez publicar, em edição de
luxo, para o seu produto reverter em proveito do novo Asilo.
Efeméride a António Cândido no interior da propriedade
Foi com grande e denodado empenho de António Cândido que o
caminho-de-ferro de via estreita denominado Caminho de Ferro do Valle
do Tâmega ou Linha do Valle do Tâmega aqui chegasse bordejando o Rio
desde a Livração, localidade encontro da Linha do Douro com a recém
nascida via e que se estenderia por cerca de 51,8 km até Arco de Baúlhe
mas que somente aqui chegaria em 1949.
35 Mas estávamos no ano de 1909 quando a Amarante viu chegar o
comboio. Em apoteose foi recebida pelos amarantinos onde se destacava na
comitiva chegada à Estação o Conselheiro António Cândido.
Chegada em apoteose do comboio à Estação de Amarante (1909)
Não nasceu em Candemi1 (1), mas foi daqui que se fez pertença.
Onde se recolheu mirando o Marão, a sua Serra, ouvindo o seu silêncio, até
que a morte de Candemil o separasse, lhe arrebatasse o voo e o estuário da
eloquência.
Casa e jardim de António Cândido. Aqui “se recolheu mirando o Marão, a sua Serra”
36 A Edilidade Amarantina, erigiu-lhe uma estátua em local de pivilégio
bem no centro da então Vila de Amarante, na margem esquerda, no Largo
Conselheiro António Cândido.
Alguma bibliografia do Amarantino Conselheiro António Cândido:
37 1874 - Discurso do enterro recitado na Igreja dos Congregados da cidade
do Porto no dia 3 de Abril de 1874, por António Cândido Ribeiro da Costa
1875 - Oração Fúnebre nas exéquias do senhor Duque de Loulé mandadas
celebrar pelo centro histórico de Coimbra recitou na Sé Catedral da mesma
cidade no dia 13 de Julho de 1875, por António Cândido Ribeiro da Costa.
1878 - Princípios e questões de philosophia política, por António Cândido
Ribeiro da Costa.
1880 - Discurso proferido na câmara dos senhores deputados nas sessões de
17 e 18 de Fevereiro de 1880, por António Cândido Ribeiro da Costa,
Deputado do Reino pelo círculo de Amarante.
1884 - Relações da política com a indústria, Conferência, por Dr. António
Cândido Ribeiro da Costa (na Exposição Districtal de Coimbra na noite de
1 de Março de 1884).
1890 - Discursos e conferências, por António Cândido Ribeiro da Costa.
João Pereira da Silva
para: AbrilMarão 2013
(1)
Transcrição de autor não identificado, julgando-se
autoria do seu amigo, natural Baião, Freguesia de Teixeira.
tratar-se
da
(2)
Armando B. Malheiro da Silva e Luís Pimenta de Castro Damásio, in “António Cândido,
Sidónio Pais e a elite política amarantina, 1850-1922” (pág..21 e seguintes),
acampamento
38 41º16’49’’N
♦
8º04’09’’W
♦
elev. 108 m
Parque de Campismo
PENEDO DA RAINHA
Um valor a estimar em Amarante
Resumo técnico do
39 percurso do XXIII AbrilMarão 2013
Concelho: Amarante
Freguesias: Bustelo, Candemil e Ansiães
Lugares principais: Igreja paroquial de Bustelo; Ermida de Nossa Srª da Corba Chã
(ou Corvachã), Penedo Longo; Mata do Caúnho; Aldeia de Murgido, Aldeia da Granja;
Calçada Antiga; 4 Pontões sobre a ribeira de Murgido; Ponte Rodoviária E.N.15 sobre a
ribeira de Murgido, Igreja paroquial de S. Cristóvão de Candemil; Casa de António
Cândido (Par do Reino) e Junta de Freguesia de Candemil (Antiga Escola Primária,
estilo da Primeira República).
Âmbito do percurso: Panorâmico, Ambiental e Cultural
Tipo de percurso: Pequena Rota em travessia por caminhos antigos e tradicionais das
faldas da serra do Marão,
Ponto de partida: Junta de Freguesia de Bustelo
Ponto de chegada: Junta de Freguesia de Candemil
Distância a percorrer: ±15 km
Duração do percurso: ± 6 horas
Nível de dificuldade: média
Cotas: máxima – média – mínima …. 802 m - 620 m - 401m
Orografia: ganhos + 773 m / perdas - 860 m
Pontos de interesse:
40 1. Partida – Distância 0 Km - Cota 535 m - Junta da Freguesia de Bustelo – acesso
por via municipal em asfalto;
2. Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar – Distância 0,75 Km Cota 499 m- acesso por caminho de cubos de granito. Ponto panorâmico para a
bacia hidrográfica do Rio Marão, vertente ocidental da Serra do Marão;
3. Ermida de Nossa Srª da Corba Chã – Distância 3.6 Km - Cota 750 m – acesso
por caminho em cubos de granito e terra batida. Excelente enquadramento do
vale do rio Marão;
4. Penedo Longo – Distância 5.1 Km - Cota 661 m – “Bloco granítico de forma
oblonga”, acesso por caminho florestal. Notável panorâmica da Serra do Marão;
5. Mata do Caunho – Distância 7.5 Km – Cota 730 m – Panorama de um carvalhal
muito antigo. Panorama das aldeias de Murgido, Granja (Candemil) e Póvoa
(Ansiães) - acesso por caminho Florestal;
6. Pontão sobre a ribeira de Murgido – Distância 8.7 Km – Cota 687 m;
7. Aldeia de Murgido – Distância 9.1 Km – Cota 680m - Património rural
construído, Capela de Nossa Senhora dos Remédios, caminhos e vielas da aldeia.
Agricultura de montanha e Pastorícia;
8. Aldeia da Granja – Distância 9.7 Km - Cota 678 m - Património rural
construído, espigueiros, ermitério. Agricultura de montanha. Pastorícia;
9. Via antiga e tradicional – Distância 11 Km – Cota 511m – calçada antiga em
granito, trilhada por “Carros de Bois” com atravessamento de uma mata frondosa
de Azevinhos, Carvalhos e Castanheiros centenários
41 10. Pontão antigo sobre a ribeira de Murgido – Distância 11.2 Km – Cota 501 m;
11. Ponte sobre a ribeira de Murgido / EN15 – Distância 11.5 Km - Cota 483 m –
Construção em granito do séc. XIX, Estrada Nacional EN15;
12. Pontão antigo sobre a ribeira de Murgido – Distância 12 Km – cota 453 m –
Moinhos e regadio tradicional;
13. Pontão antigo sobre a ribeira de Murgido (Ansiães/Candemil) – Distância
13.5 Km – Cota 409 m - acesso em terra batida;
14. À Chegada – Distância 14.3 Km - Cota 450 m - Freguesia de Candemil – Igreja
de S. Cristóvão de Candemil, casa de António Cândido e Junta de Freguesia
(Antiga Escola Primária).
Contacto útil de apoio à marcha:
Secção de Montanhismo do AFC - afcmontanhismoapo.pt; Sr. José Brandão 913
015 043
É nossa convicção que o caminho é motivador e acabará com um sorriso no
rosto, mas a caminhada é livre…
Carlos Silva
42 Gostariamos de comhecer a tua opinião sobre os conteúdos da Marcha de Montanha
AbrilMarão 2013 e deste (livreto) “Fragmentos”
43 44 … porque é que não fico em
casa?!
Muitos são os motivos, que me têm levado, ao longo de vários anos,
a escolher Amarante, para várias “escapadinhas”.
Na lista de pretextos, encontra-se em primeiro lugar o AbrilMarão.
Pela sadia convivialidade com os amigos e companheiros da Secção de
Montanha do Amarante F.C., as esplendorosas paisagens que ano após ano
nos dão a conhecer, os imponentes (e para mim extenuantes) corta-fogos
com que por vezes nos brindam, não esquecendo os agradáveis lanches que
são a cereja no topo do bolo da actividade.
É grande a capacidade de motivação e improvisação deste grupo de
montanha, pois fazer 23 edições consecutivas de uma actividade, sempre na
mesma (apesar de vasta) região, implica necessariamente um esforço
redobrado. Empenhamento seria a palavra que usaria para os caracterizar.
Parabéns por isso!
Outro pretexto bem colocado na minha lista, é a gastronomia de
Amarante. O tradicional cabrito assado, regado com o generoso vinho
verde e acompanhado do estaladiço pão de Padronelo confrontam-se com
os doces conventuais amarantinos, como as lérias, os papos d’anjo, os
foguetes e brisas do Tâmega ou até um S. Gonçalo. A adega Regional
Quelha, nas traseiras da central de camionagem é ponto de paragem
obrigatório, onde imperam vários pratos regionais e um ambiente familiar e
acolhedor.
Todo o ambiente idílico da cidade, com as suas ruas e ruelas, os
jardins, os monumentos, o museu e o, para mim, imprescindível, parque de
campismo do Penedo da Rainha, que é um reduto de tranquilidade e beleza,
tornaram Amarante um dos meus destinos de eleição.
Se não for antes, que venha o 24ª AbrilMarão!
Jorge Agostinho
Abril de 2013
45 46 Posfácio do
livreto Fragmentos III
Inclui-se neste posfácio:
- poema de António Costa Neves: Candemil (à memória
do Conselheiro António Cândido); e
- crónica da Marcha de Montanha AbrilMarão 2013,
intitulada Sem interrupções desde há vinte e três anos:
AbrilMarão 2013, elaborada para a Revista* da
Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e
para o Jornal Sem Margens por João Pereira da Silva
* Já tinha conhecido a extinção.
47 CANDEMIL
(à memória do Conselheiro António Cândido)
Candemil,
Onde o homem
Não foi menino,
Não!
Como ovelha desgarrada
Pelo trovão e a nevada;
Por entre as torgas geladas,
As estevas, as giestas,
O vento a uivar pelas friestas
Do tugúrio ou da choupana;
À nortada e ao suão,
Cedo trocou da escola
O recreio e a instrução
Pelo cajado e a sacola,
E, p’ra não pedir esmola,
Pelo amanho do pão.
Mas foi na aridez das fragas
E da urze mais rasteira
Que a Natureza formou
O ninho onde nasceu
A águia mais altaneira,
A que mais alto voou.
Candemil,
Tebaida do Marão.
Onde o homem
Não foi menino,
Não!
António Costa Neves
(in Revista da ANAC -Associação Nacional dos Aposentados da Caixa
Geral de Depósitos)
48 SEM INTERRUPÇÕES
desde há vinte e três anos: ABRILMARÃO 2013
Quem de uma crónica quer estampar uma notícia, arrisca-se sempre a
não perpetuar na narrativa tudo o que então viu, ouviu e mesmo sentiu.
Mais: quando a emoção se sobreleva e àquela se aconchega, mais a
objectividade se evola por entre os dedos, os de quem segura a pena que
escreve.
E é nesta rede que o AbrilMarão 2013 se anicha e quer ficar na
memória. E sendo que as marchas de montanha são só dignas de serem - no
abstracto não existem - com as pessoas dentro, é com o desiderato da
inclusividade que se mantêm para lá do tempo fazendo nomear, se possível
e exaustivamente fosse, quem as integrou e, portanto, lhes deu vida. Lhes
deu ”anima”!
As fotos são o melhor veículo para essa perpetuação mas que a
escolha de algumas, por muito que se queira, não inclui toda a gente, os
montanheiros participantes.
Nesta encruzilhada que nos poderia dissuadir, não há outro remédio
senão escrever com o sentido de que todos sempre coubemos nesta e
noutras marchas de montanha organizadas pela Amarante F.C, no
AbrilMarão as que a Serra nos envolve e chama seus montanheiros!
Vamos a isso!
Começamos em Bustelo, junto-à-Junta-junto-à-hora-prevista!
(Advirta-se o leitor que todos os lugares, aqui, são de molde
alcantilados. Planuras, se as houve na caminhada, tornaram-se estranhas: só
se sobe ou se desce!).
Manhã franca em ar fresco, limpo, e em luz do Sol, ladeira acima,
ainda com o acompanhamento de sinais do progresso (casas e calçadas),
embrenhámo-nos já lá em cima nos caminhos de que gostamos: terra
49 batida, com regos para desvario dos pés ainda em aquecimento, aqui e
acolá fundos mas secos, rugas novas em dorso velho de terra áspera. Não
notava ainda a mole humana o que a esperava pois manter-se-ia suave a
subida em cerca de uma hora consecutiva. Mas o desejo e a imposição do
itinerário era o cume e ver, ter tempo para ver.
Eis a Corvachã, ou Corva Chã ou Corbachã ou Cova Chã, ou ou…
que interessa! A Ermida é o complemento, a antonomásia do local. A
condição também até de aqui chegar-se. Sustiveram-se os arfares e uma
oração do coração soltou-se, subiu e, estamos certos, apaziguou os
músculos já suficientemente exercitados pela caminhada em surdinas de
muito subir.
Mais adiante. O Penedo Longo. Forma fálica sensualmente granítica
onde os ardores da imaginação conforme a ideia de cada um suscitaram
contidos e não contidos desejos, ansiedades e mesmo saudades. Delas.
Deles. E de mais alguns!...As máquinas fotográficas se pudessem registar –
e não registaram –, estou em crer que a isso confluíam!
Beberica-se do cantil e das garrafinhas de água. A tablete de
chocolate trincado com subtileza, refazia o açúcar de quase três
quilómetros calcorreados.
Seguimos. E as Aldeias de Murgido e da Póvoa, esta mais longe, já
delineavam em contornos imprecisos pelas vertentes de dois montes
vizinhos, surgiam-nos à frente ao olharmos. A paisagem natural ou pouco
mexida começava a dar lugar à ainda incipientemente humanizada. Em
campinhos, boucelas de permanente culturas e cultivos vários, definida
com rigores de granito, pedra tosca, para evitar querelas e conflitos sempre
à espreita. São os socalcos “de palmo e meio” cintados de trabalho em
muretes de suor. Alguns de lágrimas!
Murgido. Que de Candemil é. Registo de dinheiro novo em granito
moldado e novo em aldeia-velha. Que vem de fora quando a terra mãe é
filha da puta. Que vem de fora: do Luxemburgo, da Bélgica, da Suíça,
enfim, das “franças” do nosso contentamento descontente. Ruas e ruelas.
Esquinas, muitas, em becos de vida mas com saídas, num serpentear,
constantemente a subir ou a descer como artérias e veias (mas sanguíneas)
em corpo gasto, o do povoado, paredes meias com construção recente
(ainda) sem magoar a antiga, velha e em grande número devoluta ou
mesmo em ruína.
50 Provocam-nos os cumprimentos soltados das portas meio cerradas,
meio abertas, quase em desconfiança daquele raro alarido em baixo
volume, melhor: zumbido de inoportuno enxame, à mistura com os regatos
e ribeiros mil invariavelmente em queda. E depois destes quase pedágios
de boa convivência, lá vinha a pergunta muito usual:
- Bom pra Fátima?, arriscavam o diálogo.
“Que não!, cada um a seu jeito ia negando aquela esperança, a de nos
verem, quem sabe?, pela televisão, a genuflectir no dia 13, ou um desejo de
nos abençoarem se para lá nos dirigíssemos na caminhada em penitência!
Um cheiro a fumo suscitou-nos a pergunta:
- Então o cabritinho já está assado? Vimos muitos…
- Nom, meu senhor, não é cabrito! É pom que está ainda no forno!
Quer probar?
- Claro que queremos!, respondi, mudando para a terceira pessoa do
plural do verbo.
- Ó mãe, posso dar a probar o pão que está no forno?, gritou para
dentro de casa.
Não se conseguiu ouvir a resposta de lá dentro da casa mas o gesto
da moçoila logo nos deu resposta. Protegendo a mão com uma rodilha,
retirou o postigo de ferro trazendo ainda nas arestas barbaças do borro de
cinza e água, molde que tapa o olo do forno.
Pegou lá de dentro um enorme bolo de pão. Com mãos hábeis e
fortes, descolou um bom bocado de crosta rugosa com miolo, fofo e a
exalar vapor.
- Ó pegue! Não se queime!
O generoso cibo de pão ainda em fase última de cozimento deu para
dividir, como desejei, por quatro que se juntarem à nossa ilharga.
Ninguém se queimou!
Não estávamos na Samaria, mas bem podíamos dizer que sim. Ficounos gravado o gesto e o rosto da santa moça que com tanta simplicidade
nos afagou a alma em gesto simples. Em Murgido, Candemil, Amarante!
Na portela, mais abaixo, à saída da aldeia, rodeamos o edifício da
escola que serve também um clube de futsal, entre outras modalidades que
se descobrem nas linhas inscritas a branco no plano do chão. As mochilas
foram-se abrindo a deixar passar um já desjejum merecido, depois de quase
três horas e meia de caminho.
51 Depois, descobriu-se um café no emaranhado da aldeia e um
simpático senhor atrás do balcão foi servindo sem mãos a medir a
abençoada iguaria, saborosamente quente para nos despertar, não sem
deixar de oferecer um “cheirinho” que os mais indefectíveis aceitaram com
prazer. Grato prazer, deduziu-se!
Soltaram-se as primeiras conversas de contentamento, em um
apaziguamento mais duradouro neste intervalo de reconforto.
Contrariando a hora de partida (inscrita para as duas da tarde), um
pelotão desobedeceu ao delineado pela organização: O “foram andando”
saiu como uma desculpa. Má desculpa como de uma impaciência sem
razão se tratasse.
- Oxalá não se percam! ouviu-se.
Se sim, mais trabalhos acrescidos e a deslocar os “pisteiros” de
serviço do Amarante na peugada de quem não aceita regras!
Partimos, então, de acordo com o figurino. Havia caminho a
preencher. A marcha era agora rápida. Mas enganava-se quem julgou antes
que uma descida fosse mais fácil para caminhar. Músculos menos
ginasticados - os dos quadricípites, indagámos mais tarde - berravam em
dores que se quedavam pouco aquém do suportável.
Póvoa logo à frente. Aqui é Ansiães.
Depois, mais abaixo, de novo em Candemil. Junto à Nacional nº15.
Deixamos o negro e abrasivo de pés, o alcatrão, que abominamos
nestas andanças, e descemos ao Eido. Que é Ansiães.
A tarde, que no início poderia pré anunciava mau tempo e até
borrasca da grossa empurrado pelo vento frio de um inverno julgado
extinto lá atrás, declarou-se mais nossa amiga não sem deixar de nos
notificar, permanecendo grave na abóbada de céu azul em tela de nuvens
cor de cinza escura lá cima, na alta montanha do Marão.
Mas queríamos chegar a Candemil. De novo com o vento a
empurrar-nos mais e mais para outras cotas superiores que, bem vistas as
coisas, nunca verdadeiramente deixou de se manifestar. Abandonava-nos, é
certo, quando a montanha virava costas protegendo-nos do Norte ou
quando nos fundões, já no último terço da caminhada, aparecia como uma
vingança que se desfazia logo ali adiante. Pois efémera ao contrário do frio,
muito frio, que, como nós, era também empurrado sentindo-o em crescendo
nos espaços de calor do corpo.
De novo, nova placa. A de Candemil. Atravessamos a Nacional 15.
52 A quarenta, cinquenta metros a estreita plataforma empedrada
esperava-nos já em ambiência de festa – o AbrilMarão é uma festa desde o
começo - pelos montanheiros mais “ousados”, os do pelotão da frente... os
da fuga! (...Porquê, para quê?).
Mesa corrida, companhia da melhor, apresigo simples e farto e bem
confeccionado, eis a facha de chegada cortada por todos na simultaneidade
do desejo.
Candemil recebeu-nos em festa e em contentamento por nos termos
entreajudado.
No fim concebemos que: somos Candemilenses como eles são!
Alguns nomes - instituições incluídas – gravados no nosso Livro de
Oiro, a recordar-nos a solidariedade com que bem fomos bafejados e
inspiram amizade pois que sem isso o AbrilMarão não seria a mesma
Marcha continuando a ser o que é:
Presidente da Câmara Municipal de Amarante (Dr. Armindo Abreu);
Vereador Carlos Pereira; Presidente da Junta de Freguesia de Candemil (Sr.
Manuel Fernando Coelho); Lurdes Ramos; Miguel Moreira; Maria José
Queirós Lopes; Filipe Ferreira (Pardal); António Mendes Cardoso; Família
Mota, António Manuel Noya Vasconcelos Peixoto; Eugénia Teles e Nelson
Cunha; Miguel Cardoso; Emanuel Figueiredo; Carolina Vasconcelos; Jorge
Agostinho; Carla (funcionária do Amarante Futebol Clube), Funcionárias
da Associação Progredir; Funcionárias da Associação Águias do Marão;
Motoristas da Câmara Municipal de Amarante; ex-Presidente da Junta de
Freguesia de Candemil (Sr. Marinho); Funcionários da Paróquia de
S.Gonçalo e S.Veríssimo. Todos os outros que de um modo por menor que
fosse ajudaram a alcançar o êxito deste AbrilMarão, o vigésimo terceiro –
sem interrupções - realizado pelo Amarante F.C.!
João Pereira da Silva
L.M. 599/FCMP
p/ Sem Margens
PS – Desde há três anos que se edita o livreto denominado FRAGMENTOS em
reconhecimento dirigido ao “local” onde se lançam amarras. Este ano: Candemil
(Amarante).
53 54 

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