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Revista ENAF Science Volume 8, número 1, Abril de 2013 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 54º ENAF Poços de Caldas/MG
VOLUME 08 - NÚMERO 01 - 2013 - MAGAZINE
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Revista ENAF Science Volume 8, número 1, Abril de 2013 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 54º ENAF Poços de Caldas/MG
É com grande satisfação que, no vigésimo sétimo ano de realização do Encontro Nacional
de Atividade Física/ENAF, publicamos a Revista on-line ENAF SCIENCE. Tal publicação
pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a todos aqueles que,
direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse
evento que integra o universo da atividade física e da saúde.
No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de
acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem,
turismo e pedagogia. A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso Científico vinculado
ao ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes que unem formação e
produção.
É a partir desse contexto que a Revista on-line ENAF SCIENCE é novamente lançada.
Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão
presentes todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de
artigo completo ou como resumo na forma de pôster.
Esperamos que este seja a continuação dos passos que pretendemos empreender na busca
por um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais
essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física.
Comissão Científica:
Prof. Marcelo Callegari Zanetti
Prof. Sérgio Henrique Braz
Prof. Luciano Antônio da Silva
Profª. Andressa Mella
Cooordenador Geral:
Prof. Dto. Marcelo Callegari Zanetti
Doutorando em Desenvolvimento Humano e Tecnologias - UNESP/RIO CLARO
Mestre em Ciências da Motricidade - UNESP/RIO CLARO
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ÍNDICE DOS TRABALHOS - ARTIGOS
ARTIGO PREMIADO: ANÁLISE DA FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO ASSOCIADA AO
COMPORTAMENTO DA ACELERAÇÃO TIBIAL NO CHUTE DE JOGADORES DE
FUTEBOL DE CAMPO ........................................................................................................5
A VIVÊNCIA CORPORAL NA ESCOLA: O LÚDICO COMO UMA FORMA DE EDUCAR.13
MOTIVOS QUE LEVAM OS PAIS A MATRICULAREM SEUS FILHOS NA PRÁTICA
ESPORTIVA ...................................................................................................................... 19
ARTIGO PREMIADO: ATIVIDADES FÍSICAS: DEPENDÊNCIA, EXCESSO E
CONSEQUÊNCIAS. .......................................................................................................... 25
O USO DO NINTENDO WII E DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO TRATAMENTO DA
DISFUNÇÃO VESTIBULAR CENTRAL – ESTUDO DE CASO ......................................... 32
ARTIGO PREMIADO: A INFLUÊNCIA DA COMPETIÇÃO ESPORTIVA NO
COMPORTAMENTO SOCIAL E AFETIVO DOS ATLETAS ADOLESCENTES ALUNOS DO
IFRO/CAMPUS VILHENA. ................................................................................................. 37
EXCESSO DE PESO E INATIVIDADE FÍSICA ENTRE FUNCIONÁRIOS DE UMA UNIDADE
DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS ......................... 43
OS EFEITOS DA GINÁSTICA LABORAL NA QUALIDADE DE VIDA DOS
TRABALHADORES EM UMA EMPRESA DO RAMO DE RESSOLAGEM DE PNEUS .... 47
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ÍNDICE DOS TRABALHOS - PÔSTERES
A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, AVALIADOS A PARTIR
DE CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE ....................................................................... 52
EFEITO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE INDIVÍDUOS IDOSOS ..................................... 53
CARACTERIZAÇÃO DO DESEMPENHO FÍSICO DOS ALUNOS DO CURSO DE
FORMAÇÃO DE SOLDADOS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ATRAVÉS DO TESTE DE COOPER ................................................................................. 54
CORRELAÇÃO ENTRE O DESEMPENHO COMPETITIVO E O LIMIAR DE LACTATO DE
UMA NADADORA PARALÍMPICA SUBMETIDA A UM CICLO ANUAL DE TREINAMENTO
PERIODIZADO: UM ESTUDO DE CASO .......................................................................... 55
O INTERESSE DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM PRATICAR O VOLEIBOL
NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ............................................................................... 56
OS BENEFÍCIOS DA MASSAGEM SHANTALA EM BEBÊS ............................................ 57
A BIOMECÂNICA APLICADA AO ESTUDO E ANÁLISE DO CHUTE EM JOGADORES DE
FUTEBOL DE CAMPO ...................................................................................................... 58
A INFLUÊNCIA DA FADIGA NA PERFORMANCE DE JOGADORES DE FUTEBOL DE
CAMPO .............................................................................................................................. 59
COMPETIÇÃO ESPORTIVA E SUA INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO SOCIAL E
AFETIVO DOS ATLETAS ADOLESCENTES ALUNOS DO IFRO/CAMPUS VILHENA. ... 60
PSICOMOTRICIDADE E O FUTSAL ................................................................................. 61
ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE FISIOTERAPIA E EDUCAÇÃO FÍSICA NOS
PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL ........................................................................ 62
PAPEL DA PROTETIZAÇÃO RELACIONADO COM O FUTURO DE AMPUTADOS DE
MEMBROS INFERIORES ................................................................................................. 63
VOLEIBOL: TRANSFORMANDO O COMPORTAMENTO SOCIAL DE ADOLESCENTES.64
PROGRESSÃO PSICOMOTORA: A IMPORTÂNCIA NA APLICAÇÃO DIDÁTICA TEÓRICOPRÁTICA DA MODALIDADE FUTSAL .............................................................................. 65
AVALIAÇÃO DA CREATINA NO MÚSCULO DE RATO ATRAVÉS DA
ESPECTROSCOPIA DE INFRAVERMELHO COM TRANSFORMADA DE FOURIER..... 66
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO PROCESSO EDUCACIONAL .................................. 67
AVALIAÇÃO DO GRAU DE OBESIDADE DE ALUNOS DE 11 A 14 ANOS DA ESCOLA
ESTADUAL ........................................................................................................................ 68
A INFLUÊNCIA DO CALÇADO DE SALTO NA POSTURA CORPORAL DE MULHERES
JOVENS ............................................................................................................................ 69
ESTUDO DA SENSAÇÃO DE DISPNÉIA EM MULHERES NO 3° TRIMESTRE DE
GESTAÇÃO E NO PÓS-PARTO IMEDIATO ..................................................................... 70
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ARTIGOS
ANÁLISE DA FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO ASSOCIADA AO COMPORTAMENTO DA
ACELERAÇÃO TIBIAL NO CHUTE DE JOGADORES DE FUTEBOL DE CAMPO
ARTIGO PREMIADO
SILVA, M.G.¹; HIRATA, T.²
1,2 – UNESP <Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”> Campus
Guaratinguetá - Guaratinguetá - São Paulo - Brasil.
e-mail: [email protected]
RESUMO
O desempenho do chute no futebol deve ser analisado sob todos os aspectos,
principalmente no quantitativo.O objetivo do trabalho foi analisar a força de reação do solo
associada ao comportamento da aceleração tibial em jogadores das categorias de base do
futebol de campo; usando parâmetros cinemáticos, tais como: aceleração e desaceleração
da perna de chute e parâmetros cinéticos, tais como: a força de reação do solo da perna de
apoio; e desta maneira analisar comportamentos de equilíbrio dinâmico, buscando a
possível melhora da performance motora e servindo como ferramenta para análise e
prevenção de lesões. Este estudo permitiu encontrar variações do comportamento da
aceleração e desaceleração tibial nas diferentes fases do chute e a força de contato
empregada no ciclo do movimento. A amostra foi constituída por quatro jovens atletas, de 16
a 19 anos, com uma média de idade, massa corporal e estatura de, respectivamente, 17,5 ±
1,29 anos; 69,0 ± 4,02 kg e 178,75 ± 5,85 cm. O teste consistiu na execução do chutecom o
dorso do péquese caracterizou por ser funcional, mas ao mesmo tempo empregando
potência, estando a bola parada; o objetivo foi acertar o alvo posicionado a nove metros do
voluntário. Os resultados da aceleração tibial associado à força de reação do solomostraram
coerência quanto às fases de chute e as modificações necessárias ao equilíbrio e ajuste
corporal na execução do chute com precisão para cada voluntário, mostraram a importância
do controle do movimento nas fases de aproximação do pé até o contato efetivo com a bola.
Numa análise intra-voluntários os dados encontrados apresentaram coerência e resultados
dentro do esperado para um chute com precisão; porém as diferenças encontradas na
análise inter-voluntários provavelmente foram devido às características individuais de cada
voluntário, seja no aspecto morfológico ou de natureza técnica do chute. Os métodos
adotados neste trabalho mostraram a importância da análise detalhada do movimento do
chute, identificando variações do comportamento motor que podem ser decisivas para o
jogadore otimizar o desempenhodo chute de jogadores em formação ou na fase de
reabilitação.
Palavras Chave: Força de reação do solo, Aceleração tibial e Chute.
ABSTRACT
The performance of kicking in football should be considered in all aspects, especially in
quantitative terms. The objective of this study was to analyze the ground reaction force
associated with the behavior of players in tibial acceleration of the basic categories of soccer
field; using kinematic parameters such as acceleration and deceleration of the kicking leg
and kinetic parameters such as: the ground reaction force of the supporting leg, and thus
analyze behaviors of dynamic equilibrium, seeking possible improvement in motor
performance and serving as a tool for analysis and injury prevention. This study allowed us to
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find variations in the behavior of the tibial acceleration and deceleration phases of the kick
and the contact force employed in the movement cycle. The sample consisted of four young
athletes from 16 to 19 years, with a mean age, body weight and height, respectively, 17.5 ±
1.29 years, 69.0 ± 4.02 kg and 178.75 ± 5.85 cm. The test consisted in executing the kick
with the instep which was characterized by being functional, but at the same time using
power, with the dead ball, the goal was to hit the target positioned nine meters volunteer. The
results of tibial acceleration associated with ground reaction force were consistent as the
phases of the kick and the necessary changes to balance and fit body in the execution of the
kick accurately for each volunteer, showed the importance of controlling the movement
phases Approaching walk to actual contact with the ball. In the intra-volunteers found the
data showed consistency and results expected for a kick accurately, but the differences
found in the analysis inter-volunteers were probably due to the individual characteristics of
each volunteer, either in morphological or technical nature of the kick .The methods adopted
in this work showed the importance of detailed analysis of the movement of the kick,
identifying changes in motor behavior that can be decisive for the player and optimize the
performance of kick players in training or rehabilitation phase.
Keywords: ground reaction force, tibial acceleration and Kick.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o interesse pela análise da técnica do chute tem aumentado,
principalmente pelos profissionais que trabalham com esporte, visando um melhor
entendimento da habilidade motora, que possa gerar planos de treinamento mais eficazes.O
progresso científico da metodologia de medição em biomecânica contribuiu muito para a
evolução das técnicas de análise do movimento humano e esportivas, seja na performance
motora ou na prevenção e diagnóstico de lesões.
A atuação da Biomecânica faz-se pela identificação de problemas e intervenções no
sistema anatômico, fisiológico ou neurológico, sugerindo contribuições. A análise
biomecânica caracteriza-se pelo uso de técnicas e medidas comuns, aplicadas em diversas
situações (AMADIO e SERRÃO, 2007).O mais importante no futebol é o chute, que também
é o gesto técnico mais estudado neste esporte, devido ao seu grau de importância dentro da
partida (LEES e NOLAN, 1998).
O
presente estudo trata da análise do chute funcional por meio de instrumentação
biomecânica, utilizando parâmetros cinemáticos e cinéticos. Espera-se com o estudo,
detectar algumas falhas existentes nas categorias de base e também das equipes de alto
nível; fornecendo ferramentas importantes para o aprimoramento das técnicas do Futebol de
Campo, minimizando a má execução dos fundamentos durante uma partida.
Cinemática do chute
A cinemática trata da geometria e dos aspectos dependentesdo movimento sem considerar
as forças que causam este movimento. As variáveis cinemáticas são envolvidas na
descrição do movimento,incluindo deslocamentos lineares e angulares, velocidades e
acelerações (WINTER, 1990).
O membro de chute équem direciona a bola e determina o resultado do chute. Este
membro é o mais estudado devido sua importância para um excelente desempenho.Durante
o movimento do chute, os pés giram sobre os eixos médio-lateral (frontal) e longitudinal
(vertical) do corpo (OZAKI e AOKI, 2008).
Durante o chute de precisão, ocorre a inclinação e rotação da cintura pélvica
para direita quando se utilizao membro inferior direito como preferencial para um chute com
a parte medial do pé (THOMAZ, 2005; LEVANON e DAPENA, 1998).De Proftet al. (1988),
demonstraram que o treino de força muscular, no futebol, melhora a performance do chute
devido a uma melhoria na força;no entanto, concluem que o desenvolvimento das
habilidades técnicas (ou controle neuro- muscular) é o fator predominante no chute e
performance.Ximenes (2002), através de análise cinemática bidimensional definiu as fases
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do chute da seguinte maneira:1ª)Corrida de aproximação;2ª) Posicionamento do pé de
suporte; 3ª) Contato com a bola; 4ª) Finalização.
Cinética do Chute
A cinética permite o cálculo das forças e momento articulares presentes nas atividades dos
músculos envolvidos.É possível obter dados referentes aos mecanismos do movimento,
além disso, permite que as informações presentes nas análises sejam realizadas através de
taxas e medidas.
Ao pesquisar a cinética do chute, através da
plataforma de força, relevantes estudos foram desenvolvidos, enfatizando o pico de força
vertical no momento de apoio do pé.Teixeira (1999) defende que o estudo da força vertical é
um componente que deve ser explorado constantemente pelos estudos em biomecânica,
devido a sua importância.
Asai
et
al.
(2002)
analisaram a FRS (força de reação do solo) eencontraramresultados de 1200 N a 2400 N.
Estudo realizado por Rodano e Tavana (1993) apud Moreira et al (2004)
evidencia que a máxima magnitude de força produzida pela perna de apoio no momento de
chute é da ordem de 3,2 PC (peso corporal).
Asami e Nolte (1983)
defendem que no chute atingem-se valores médios de 2,69 PC para a componente vertical
da FRS eos valores médios no momento em que o pé bate na bola, são de 2,04 PC.Rodano
e Tavana (1993) estudaram as mudanças do comportamento temporal da força de reação
do solo e os resultados encontrados mostraram que o pico de força de reação coincidiu com
a aceleração descendente do giro da perna.
OBJETIVOS
Geral
Desenvolver um método de análise biomecânica do chute funcional com o dorso do pé,
através do estudo de parâmetros cinemáticos e cinéticos.
Específicos
Obter dados cinemáticos, tais como: aceleração e desaceleração do pé de balanço; e
cinéticos, tais como: forças verticais de contato do pé de apoio nas fases de chute
analisadas. Analisar comportamentos da força de contato associada com a aceleração e
desaceleração tibial, por meio de dados cinemático e cinético.
METODOLOGIA
Amostra Experimental - Para a aplicação prática da pesquisa foram selecionados quatro
atletas de 16 a 19 anos; com uma média de idade, massa corporal e estatura de,
respectivamente, 17,5 ± 1,29 anos; 69,0 ± 4,02 kg e 178,75 ± 5,85 cm.
Procedimentos Éticos - Após terem sido informados sobre os procedimentose objetivos do
estudo, cada voluntário ou responsável,assinaram um termo de consentimento livre e
esclarecido, aprovado na Comissão de Ética CEP/UNITAU nº 523/08.
Protocolo experimental - Os participantes foram instruídos a tentar acertar um alvo, com
dimensões de (2,0m x 2,0m), distante a 9 metros.Cada voluntário realizou três chutes; cada
chute foi realizado em três etapas:a) Etapa de aproximação, b) Etapa de chute,c) Etapa póschute.
Procedimentos Experimentais - Os movimentos de membros inferiores para a execução do
chute foram filmados por uma câmera de alta velocidade com auxílio de iluminação
focalizada nos membros inferiores. As imagens serviram para definir as fases de chute; préchute, chute e pós-chute; semelhante ao padrão utilizado por Ximenes (2002). A figura 1
ilustra o voluntário com o pé de apoio (esquerdo) sobre a plataforma de força, executando a
aproximação do pé de chute (direito) à bola.
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Figura 1: Voluntário executando a aproximação do pé de chute à bola.
Equipamentos - Nesta pesquisa, foi utilizada uma câmera, Casio Exilim modelo EX FH-20,
com frequência de captação de imagem de 210 Hz. Para aquisição de dados de forças de
contato do membro do apoio, foi utilizada uma plataforma de forças, desenvolvida e
calibrada devidamente no laboratório de Biomecânica. Com a plataforma de forças foram
coletadas as forças de reações verticais do pé de apoio. A plataforma de força utilizada
nesta pesquisa foi desenvolvida segundo padrões Internacionais de Medidas com
capacidade de carga de 3600 N, com dimensões de 15 x 500 x 500 mm, altura-larguraprofundidade. A captação dos sinais de extensômetros foi realizada utilizando um
condicionador Spider8, da marca HBM com programa específico CATMAN, frequência de
aquisição de 200Hz.Um acelerômetro do tipo capacitivo da marca SILICON DESIGNS,
modelo: 2210-025, faixa 0 a 25gfoi fixado na tibia, para mensuração de aceleração e
desaceleração do pé dominante (direito). Os sinais do acelerômetro foram capturados pelo
Spider8, garantindo a sincronização dos sinais de plataforma e de aceleração.
RESULTADOS E DISCUSSÔES
Conforme os procedimentos experimentais referidos em Metodologia, os seguintes
parâmetros biomecânicos foram registrados: aceleração tibial da perna de chute e força
vertical da perna de apoio.
RESULTADOS E DISCUSSÕES DA FORÇA DE REAÇÃO VERTICAL (Fv)
Num estudo realizado porKyröläinenet al. (2005) encontraram valores de 2,5 PC no pico de
Fv, em jogadores profissionais.
De acordo com Asai et al
(2002) o valor médio da força de reação, no momento em que o pé bate na bola, é de 2,04
PC.Asami e Nolte (1983) encontraram valor médio de 1820 N para Fv num estudo feito com
4 jogadores profissionais empregando força no chute, num teste cuja distância da bola atéo
alvo era de 10m.Rodanoet al. (1988) apud Lees e Nolan (1998) encontraram força máxima
de reação do solo na direção vertical em torno de 2000 N (ou 1,93 ± 2,36 PC). Isokawa e
Lees (1998) em seus estudos encontraram valores de 1362 a 1454 N na força máxima de
reação do solo produzida num chute com potência.
Os resultados daFvou Força de contato com relação ao tempo normalizado
encontram-se nas figuras 2 a 5.
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Figura 2: Fv dos chutes do voluntário A.
Figura 4: Fv dos chutes do voluntário C.
Figura 3: Fv dos chutes do voluntário B.
Figura 5: Fv dos chutes do voluntário D.
RESULTADOS E DISCUSSÕES DA ACELERAÇÃO TIBIAL
O foco de análise foi o evento todo, porém uma observação importante sobre a aceleração
(1g = 9,8m/s²) foi a tendência do comportamento gráfico das curvas semelhante para todos
os voluntários.
Lees e Nolan (1998) citam em
seu trabalho que a aceleração do membro inferior se eleva progressivamente até momentos
antes de ocorrer o impacto do pé com a bola. Teixeira (1999) observou o padrão de chute de
cinco jogadores habilidosos e concluiu que quanto maior a demanda de precisão,
manipulada pela redução da área-alvo, menor a velocidade do chute. Isto comprova a
hipótese de desaceleração do segmento inferior, necessário para a otimização da precisão.
Nos estudos de Barfieldet al (2002) encontraram valores de 1,5 a 3g para um chute de
precisão com o dorso do pé.
Os resultados encontrados, figuras 6 a
9, mostram o comportamento da aceleração encontrado parao chute com precisão.
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Figura 6: Aceleração tibial do voluntário A.Figura 7: Aceleração tibial do voluntário B.
Figura 8: Aceleração tibial do voluntário C.
Figura 9: Aceleração tibial do voluntário D.
RESULTADOS E DISCUSSÕES DA Fv ASSOCIADA À ACELERAÇÃO TIBIAL
A sincronização dos dadosfoi feita em relação à plataforma, sendo detectado o 1º ponto
aquele em que o pé de apoio tocou (calcâneo) a plataforma pela 1ª vez.
Na análise intra-voluntários, os comportamentos gráficos
das curvas mostraram coerência para os chutes executados, caracterizando padrão motor
semelhante; e a análise da Fv com o comportamento da aceleração apresentou padrão
semelhante para o ciclo do movimento. Na análise inter-voluntáriosa dificuldade encontrada
foi em relação ao comportamento motor onde as diferenças encontradas refletiram no tempo
normalizado, devido às características individuais e maneira de aproximação na
plataforma.Para Fv observou-se que em alguns casos foram encontrados mais de um pico, o
que é aceitável, partindo do princípio de que o voluntário tem o 1º contato com a plataforma
no início do ciclo de movimento e aproximadamente na metade o 2º pico, que é o momento
em que o voluntário apoiou o pesodo corpo com mais intensidade na perna de apoio. É
esperado que a partir deste momento o voluntário desacelere, uma vez que está
aproximando o pé da bola, podendo chegar a valores nulos nos instantespré até contato,
devido ao movimento ser funcional, visando o alvo.
O voluntário A apresentou 2 picos de Fv e um pico de aceleração coincidindo com o
2º pico da Fv. Através da análise de imagem observou-se que no instante, 0.5 a 0.6, a perna
de chute está sendo estendida, e a perna de apoio apresenta o pico de maior magnitude. A
partir de 0.7 ocorreu a desaceleração, ao mesmo tempo que os dados da Fv estabilizaram.
Esta fase caracterizou-se pelo ajuste e aproximação da perna de chute à bola. O intervalo
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de 0.8 a 1 caracterizou-se pela desaceleração com valores mais elevados, associado com a
fase de chute,enquanto os dados da Fv permaneceram sem alterações devido ao ajuste
corporal necessário para execução do chute.O voluntário B apresentou pico de Fv e
aceleração na fase 0.2 a 0.3 ou início do movimento;este comportamento caracterizou uma
aproximação precoce da perna de chute e pouca utilização da corrida de aproximação. No
instante 0.5, equivalente à metade do ciclo, uma desaceleração ocorreu devido à
aproximação do pé de chute à bola; em relação à Fv, os valores estabilizaram até alcançar o
ciclo completo.O voluntário C alcançou os melhores resultados para um chute executado
com precisão ao mesmo tempo impondo potência. Este voluntário apresentou picos de Fv
bem definidos pelas curvas, e aceleração/desaceleração na faixa desejada. O 2º pico da Fv
coincidiu com o momento de desaceleração, que é quando o voluntário aproximou o pé de
chute à bola; uma característica deste voluntário foi o tempo de ajuste maior e valores em
desaceleração caracterizando um chute com maior precisão. Nas fase 0.7 e 0.8 apresentou
desaceleração considerável até completar o ciclo analisado.O voluntário D apresentou
oscilação e tempo de ajuste conturbado, porém quando atingiu 0.5 referente à metade do
ciclo conseguiu estabilizar relativamente, sendo encontrados até mais de 2 picos,
caracterizando um comportamento de ajuste com elevada pressão plantar; os dados de
aceleração/desaceleração deste voluntário estão coerentes com o esperado, e retratam o
pico de aceleração no ponto 0.6, sendo os pontos 0.7 e 0.8 importantes na análise da
desaceleração até completar o ciclo.
CONCLUSÕES
A metodologia proposta de instrumentação biomecânica no chute, demonstrou ser
eficaz no registro da performance, podendo ser utilizada também na correção do gesto
motor em jogadores de futebol, tanto nas categorias de base quanto profissional.
Mesmo se tratando de um grupo restrito, os indivíduos da amostra foram
representativos e atingiram os objetivos relacionados às medidas de instrumentação.
Através do acelerômetro e da plataforma de força
pôde-se identificar uma relação do comportamento da aceleração com a Fv nas fases do
chute analisado.
Numa
análise inter-voluntários, associando os dados de Fv com aceleração tibial, algumas
dificuldades foram encontradas, devido principalmente ao padrão motor apresentado por
cada voluntário; porém se o objetivo for analisar e comparar as possíveis evoluções da
performance do jogador, numa análise intra-voluntários, os dados podem ser explorados
com resultados relevantes.
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XIMENES, J.M. Análise cinemática de dois tipos de chute no futebol. 2002. 59f. Dissertação
(Mestrado em Motricidade Humana) – Instituto de Biociências, Universidade Estadual
Paulista, Rio Claro, 2002.
WINTER, D.A. Biomechanics and Motor Control of Human Movement, 202p.Waterloo Press,
Waterloo, 1990.
¹Endereço: Rua João Pessoa, 202, Centro, CEP 27511-170, Resende/RJ.
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A VIVÊNCIA CORPORAL NA ESCOLA: O LÚDICO COMO UMA FORMA DE EDUCAR.
BARBOSA, A.B.S. 1; BASTOS, H. V. 2; Orientador; Profº. Ms. SILVA E.R.3
1-Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro-Seropédica- Rio de Janeiro-Brasil. 2Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro-Seropédica- Rio de Janeiro-Brasil. 3Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro-Seropédica- Rio de Janeiro-Brasil.
[email protected]
RESUMO
Através deste artigo analisei questões relacionadas á Vivência Corporal, as influências
dos avanços tecnológicos do século XX, suas relações com a construção de conhecimentos
e verificar ás diferentes formas como á vivência corporal é tratada nas escolas, através de
relato de experiência vivenciadas em escolas, bem como a troca de ideias com professores
além de uma revisão na literatura relacionada ao tema analisado e assim apontar questões
que precisam ser conferidas no ensino / educação / escolas atualmente no Brasil.
Objetivo do Estudo: Analisar questões relacionadas á Vivencia Corporal, as
influências dos avanços tecnológicos do século XX, suas relações com a construção de
conhecimentos e verificar ás diferentes formas como á vivencia corporal é tratada nas
escolas.
Metodologia: Revisão de literatura onde buscamos relatos de profissionais e artigos
com as seguintes palavras, brincar, vivencia corporal, desenvolvimento.
Conclusão: A educação física deve ser mais valorizada nas escolas, pois, ela
apresenta uma importante função no desenvolvimento intelectual, afetivo, físico e social para
as crianças principalmente nas series inicias, onde ela pode ser facilmente estimulada,
fazendo com que a atividade física seja natural no cotidiano das pessoas com o decorrer do
tempo.
Palavras-Chave: Brincar. Vivencia corporal. Desenvolvimento.
ABSTRACT
The purpose of this article was to analyze the issues related to Body Experience, the influences
of technological advances of the twentieth century, its relations with construction of knowledge, and
verify the different ways the experience body is addressed in schools, through lived deeply experience
report in schools, as well as exchange ideas with teachers along with a review literature related to the
topic and thus point examined issues must be conferred in teaching / education / schools currently in
Brazil.
Study Objective: Take up questions concerning to Body Experience, the influences of
technological advances of the twentieth century, their relationship with the construction of
knowledge and verify the different ways to experience body is addressed in schools.
Methodology: Literature review where professionals will seek to reports and articles with the
following
words,
play,
corporal
existence,
development
Conclusion: The physical education should be more appreciated in schools thus it shows an
important role in intellectual, emotional, physical and social developing, for children environment
especially in the initials series, where it may be easily stimulated, causing physical activity be the
natural everyday people with the passage of time.
Keywords: Play. Body experiences. Development.
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INTRODUÇÃO
Através da minha prática em sala de aula como professora das séries iniciais,
observei vivências motoras de diferentes tipos, e as varias formas de estímulos passados
pela escola. Questionei-me. Sobre qual a importância do brincar para a criança? O que esse
tipo de atividade pode gerar futuramente a elas? Será que a falta ou a deficiência de práticas
motoras pode acarretar danos á aprendizagem e desenvolvimento das crianças? Buscando
estas respostas e devido à necessidade de apresentar um trabalho para final da disciplina
que buscava despertar e analisar temas relacionados ao cotidiano escolar. Procurei
comparar a realidade das escolas que trabalhei com a história do movimento corporal na
educação. Já que muitos autores afirmam que o brincar é uma prática que gera um
desenvolvimento muito maior, do que o copiar de lições repetidas vezes, o que prende as
escolas aos velhos métodos de ensino?
Podemos ler em vários livros os benefícios gerados por atividades lúdicas.
Benefícios físicos, cognitivos, sociais e educacionais como; agilidade, coordenação motora,
o raciocínio, a cooperação, atitudes de cidadania, regras e espírito esportivo, todos esses
valores podem ser aprendidos e aprimorados através das atividades lúdicas, além dos
conteúdos didáticos que podem ser adaptados as atividades recreativas e assim serem
compreendidas com maior facilidade pelos alunos. Não são estes os valores que as escolas
buscam ensinar? Porque não ensiná-los de um modo mais prazeroso?
Através deste artigo buscamos compreender este processo de desvalorização do
brincar, do lúdico que ocorre no interior das escolas. Que também é dificultada por fatores
externos devido aos avanços tecnológicos que ocorrem diariamente, desestimulando o ato
de movimentar o corpo, paralisando o mundo.
O objetivo do estudo foi analisar questões relacionadas á vivências corporais, as
influências dos avanços tecnológicos do século XX, suas relações com a construção de
conhecimentos e também verificar as diferentes formas como á vivência corporal é tratada
nas escolas.
Como estratégias metodológicas realizamos uma revisão de literatura onde
buscamos relatos de profissionais e artigos com as seguintes palavras chaves, brincar,
vivencia corporal, desenvolvimento.
PENSANDO O CORPO
Desde séculos atrás, observamos como a utilização do corpo percorreu um longo
caminho para chegar ao modelo de corpo que podemos ver e vivenciar nos dias de hoje.
Mas ainda hoje, podemos identificar alguns vestígios destes tempos, onde o corpo era
submisso e voltado para a produção, á produção do corpo forte e atlético, preparado para o
trabalho.
Entre o século XVII e XVIII o corpo era visto como um instrumento, que deveria
funcionar adequadamente, seguindo funções estabelecidas por métodos que visavam gerar
benefícios financeiros sem se preocupar com a saúde do corpo e o que mais ele poderia
gerar para as pessoas. Segundo Foucault (2004) a disciplina a que o corpo foi imposto, nos
séculos XVII e XVIII, aumentou a força econômica em termos utilitários, mas, ao mesmo
tempo, diminuiu essa mesma força em termos políticos, pois o tornou um corpo disciplinado
e obediente.
Assim como, no filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos, do século XX, onde
vemos o desgaste do corpo ao realizar exercícios repetitivos, feitos por um corpo
disciplinado e obediente, como consequência observamos os danos causados por tamanho
desconhecimento do corpo, no momento em que o corpo junto com o psíquico, se revolta
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contra esta disciplina imposta pela sociedade. Nesta mesma época começou a ser inventada
a teoria do corpo, surgindo inicialmente pela psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud
através da teoria psicanalítica (1856-1939), onde o corpo passa a falar e se expressar.
A disciplina do corpo, descrita por Foucault e Chaplin, podem ser vistas dentro das
salas de aula, logo que entramos em uma sala, vemos as cadeiras enfileiradas, todas
voltadas para um quadro; antigamente de giz; com a mesa do professor ao lado e os alunos
voltados para este á fazer cópias de lições escritas nele. A estrutura e organização escolar
submete o corpo a ser disciplinado. Muitas escolas, atualmente, contribuem para uma
imobilização corporal. Porém, é na escola que devemos desenvolver o hábito de
movimentar-se para que crianças percebam seu corpo tornando-se saudáveis e não
sedentários. A organização escolar ainda é a mesma, porém aos poucos seu currículo esta
mudando:
Hoje o foco da escola mudou. Sua missão é atender ao aprendiz, ao usuário, ao
estudante. [...] Compreende que nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e
as mesmas habilidades, nem todas aprendem da mesma maneira, e que é impossível
aprender tudo que existe para aprender. [...] E quem é esse aprendiz? É um ser
original, singular, diferente e único. É um ser de relações, contextualizadas, alguém
que está no mundo e com o mundo, cuja realidade lhe é revelada mediante sua
construção ativa. É um ser indiviso, para quem já não existe a fantasia da
separatividade entre corpo e mente, cérebro e espírito, lado direito e esquerdo. É o
indivíduo visto e compreendido como totalidade integrada, indivisível, que
compreende o diálogo existente entre a mente e o próprio corpo, que constrói o
conhecimento usando não apenas o seu lado racional, mas também as sensações e
as emoções (MORAES, 1997, p. 137).
Esta visão de escola esta sendo implantada, devido ás varias mudanças que estão
ocorrendo na sociedade atualmente, visando esta grande demanda de novos
conhecimentos, a escola esta sendo amparada por leis de ensino como a LDB (lei n° 9.394,
1996) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997). A escola não pode mais priorizar a
mente, desconsiderando o corpo, já que estamos vivendo em um mundo globalizado e em
constante transformação, esta escola deve também realizar um ensino-aprendizagem
globalizante, para que seus alunos sejam preparados para o futuro.
CORPOREIDADE E SUAS PERSPECTIVAS PARA O HOMEM PLURAL
Hoje não se pode pensar em um corpo puramente físico, os desenvolvimentos que
ocorrem na sociedade atualmente nos exige uma visão diferente desse corpo, uma visão em
que o corpo se torna corporeidade, em que corpo-mente estão relacionados e não são
objetos opostos.
O homem é um ser social, ele aprende na troca com o mundo, com a sociedade. Nós
nos adaptamos ao mundo, criando e recriando novas vivências corporais, gerando novos
conhecimentos, que não podem ser separados, em sujeito, pensamento e corpo.
Percebemos então que o homem não é apenas um ser biológico, feito de ossos,
músculos, que bastam treinamentos para que este se encaixe em um perfil. Já que os
corpos fisicamente são iguais, eles devem realizar as mesmas funções? Este pensamento
já não é mais vivenciado nas escolas, hoje o homem/aluno é visto como um ser pluralizado,
pois possuem e devem possuir uma ampla cultura corporal, com diferentes características. E
as escolas devem valorizar e possibilitar o maior conhecimento possível dessas diversas
vivências corporais, que podem ser exploradas nas salas de aulas, sem descriminações e
restrições, e se necessário com a realização de adaptações conforme a exigência da turma,
de seus alunos e da escola. Assim como cita Jocimar Daolio (1996) quando diz que os
temas estudados podem ser escolhidos pelo professor junto com seus alunos, estes temas,
segundo ele, vão depender do grupo, do bairro, da cidade e da própria comunidade. A partir,
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disto podemos verificar a valorização de diferentes tipos de culturas, e como devem ser
consideradas na realização do planejamento escolar.
EXPERIÊNCIAS COTIDIANAS: olhares e questionamentos
Tive a oportunidade de vivenciar e explorar diferentes culturas corporais, lecionando
em escolas públicas e particulares, observei a vivência corporal de crianças que não
participam ativamente dos avanços tecnológicos do século XXI, deste novo mundo de
tabletes, iPad, Wii, Xbox, Playstation, entre outros, e crianças que participam ativamente
deste mundo. Convivi com crianças em que o jogo acontece fora das telas de computadores,
jogos que acontecem nas ruas, que não precisam da criatividade de outras pessoas, para
serem realizados, jogos estes que já vêm determinados; vi jogos que são fabricados por
eles, que não se sabe a fase seguinte, que pode ser criados e recriados a qualquer hora, e
que são salvos através de nossa memória cultural que é transmitida de geração para
geração, se tornando brincadeiras eternas.
Segundo Winncott, em seu livro; O ambiente e os processos de maturação, (1982), ”A
criança adquire experiências brincando (...). É na brincadeira que a criança liga as ideias
com a função corporal.” Winncott nos mostra a importância do brincar para a criança,
importância está que vai além da pura satisfação e prazer, este ato de brincar atua na
unidade corpo-mente, ou melhor, corpo-psiquismo, onde desenvolve as funções
psicomotoras das crianças junto com a formação de sua personalidade, modificando e
construindo sua cultura social. Assim como também enfatizam Beyer e Menestrina (2006):
Brincando, a criança desenvolve sua inteligência e sua sensibilidade. A qualidade de
oportunidades oferecida à criança por meio de brincadeiras e brinquedos garante que
suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem. No lúdico, manifestam-se
suas potencialidades e, ao observá-las, podemos enriquecer sua aprendizagem,
fornecendo, por meio dos brinquedos, os nutrientes necessários ao seu
desenvolvimento (p. 186).
Estes brinquedos não são comprados, adquiridos em lojas. Em minha vivência
percebemos como os alunos que tinham maiores vivências corporais aprendiam com mais
facilidade e suas habilidades motoras eram melhores desenvolvidas, do que aqueles que
passavam horas em frente a jogos e outras tecnologias.
As diferentes Culturas corporais, vivenciadas por esses alunos, criam diferentes
conhecimentos de mundo. Sabemos que nunca teremos aprendizagens e desenvolvimentos
iguais, porém, mesmo respeitando esta variação cultural, podemos identificar a facilidade e
diferenciar o conhecimento adquirido por alunos que vivenciam a aprendizagem corporal
com mais frequência, daqueles que poucas vezes ou quase nunca brincam livremente,
através das fases de desenvolvimento descritas por Piaget e Freud, em suas teorias de
desenvolvimento e psicanalítica, respectivamente.
Já que o movimento e o brincar podem gerar mais aprendizagem e de maneira mais
rápida de modo que a criança não esqueça. Então, porque a maioria das escolas não
ensinam de maneira lúdica, com jogos e/ou brincadeiras? Por que continuam a utilizar o
antigo método tradicional?
A escola sempre foi vista como um local desagradável, desconfortável, para as
crianças, um lugar que eles vão para aprender. Onde o corpo da criança era aprisionado e
disciplinado. Assim como nos descreve Girardi:
Vermos crianças presas em salas de aula, em apartamentos, ter que ficarem quietas
para aprender, fazendo em aula só o lazer sem compromisso educativo, são motivos
suficientes para pensarmos nossa atuação [...] e propormos uma alternativa.
(GIRARDI, 1993, p. 84)
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Crianças criam, e se desenvolvem através das brincadeiras, através delas crianças,
adolescentes e adultos deixam de ter vida sedentária para realizarem suas vivências
motoras. A escola deve aprimorar e ampliar esta vivência, possibilitando o acesso a todos os
tipos de vivências de movimentos possíveis. Bailey apud Araújo (2004) defende que a
deterioração física da criança começa logo que ela se imobiliza nos bancos escolares. Não
basta uma mudança em leis, e currículos, deve haver uma mudança real e estrutural das
escolas, saindo dos papéis para as salas de aulas, ou melhor; para as quadras e pátios das
escolas Brasileiras.
CONSIDERAÇÔES
Os métodos de ensinar utilizados pela maioria dos professores das escolas brasileiras,
não apresentam muitas dificuldades para quem o aplica, não demanda tempo, muita
pesquisa e raciocínio, é de fácil explicação. Porém, não devemos nunca deixar de esquecer,
que o corpo não se separa da mente, exercitando o corpo estaremos exercitando a mente,
facilitando o ensino-aprendizagem do aluno, gerando uma aquisição maior de conhecimento.
Os professores devem lembrar os antigos métodos de ensino e as modificações que
nele ocorreram, porém não copiá-los, pois essa sociedade do século XXI demanda um
estimulo maior para deixar de ser sedentária e submissa aos meios eletrônicos. Atividades
adaptadas à realidade dos alunos, que busquem incentivar as práticas motoras, melhorando
a qualidade de vida e recriando o ensino é isso que as escolas devem buscar.
A escola deve deixar viva, a vontade da criança de buscar o movimento em seu dia-adia. Não apenas deixar que esta, seja uma atividade opcional ou para ocupar o tempo livre
dos alunos na escola, onde a Educação Física escolar entra, como “tapa buraco”.
A Educação Física dever ser incentivada nas escolas, pois sua função é igual ou maior
do que todas as outras disciplinas, para a criança, a brincadeira realizada nas aulas de
Educação Física não são simplesmente brincadeiras, elas apresentam objetivos, as crianças
aprendem de uma forma prazerosa, sem obrigações. É na infância que a criança possui uma
possibilidade maior de se desenvolver cabe então, a escola organizar projetos pedagógicos
que se encaixem as realidades dos alunos, ajustando seus objetivos e buscando estratégias
para sua realização.
REFERÊNCIAS:
ARAUJO, Denise Sardinha M. Soares de; Corpo e Movimento: Percepção Corporal e
Aptidão Física; ed. Revinter, 2004, cap. 1,2 e 7.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.
Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, 1998. v. 2.
CUSTÓDIO, Laís Teresinha. A cultura corporal na escola. Suas inter relações com a
construção de conhecimentos: avanços e possibilidades, http://www.efdeportes.com/
Revista Digital - Buenos Aires - Ano 9 - N° 66 - Novembro de 2003, acesso em 22 de
novembro de 2012.
DAOLIO, Jocimar. Educação Física Escolar: Em busca da pluralidade. Rv. Paul. Educ. Fís.,
São Paulo, Supl.2, p.40-42, 1996.
FOUCAULT, M. “Os recursos para o bom adestramento”. Vigiar e punir: nascimento da
prisão. 29ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
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GIRARDI, M. J. Brincar de viver o corpo. Educação física escolar… ser ou não ter? São
Paulo: Editora da UNICAMP, 1993, p. 73 – 86.
Lei Nº 9.394 Diretrizes e Bases da Educação. Promulgada em 20/12/1996, Ed. Do Brasil
S/A.
MACHADO, José Ricardo Martins, SILVA, Marcus Vinicius da.
Educação Infantil, Rio de Janeiro, editora Wak, 2012.
Educação Fisica na
MACHADO, José Ricardo Martins, SILVA, Marcus Vinicius da. Jogos recreativos:
resgatando o prazer de jogar, Rio de Janeiro, editora Sprint, 2011.
MENESTRINA, Vanderleia, BEYER, Marlei Adriana. O lúdico – uma forma de educar na
educação infantil. In: Revista de Divulgação Técnico-Científica do ICPG, v. 3, n. 9, p. 185188, jul.⁄dez. 2006.
MODERN Times. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. Roteiro: Charles
Chaplin. Intérpretes: Charles Chaplin, Paulette Goddard, e outros. Continental. 1936. (87
min.)
MORAES, Maria Cândida Borges de. O paradigma educacional emergente. São Paulo:
Papirus, 1997.
NAJMANOVICH, Denise. Pensar/ viver a corporalidade para além do dualismo. In: Garcia,
Regina Leite (org). O corpo que fala dentro e fora da escola. Rio de Janeiro. DP& A, 2002.
NASIO, Juan David. Meu corpo e suas imagens. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
NASIO, Juan David. O prazer de ler Freud. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.
WINNICOTT, D.W. A criança e o seu mundo; Rio de Janeiro: Zahar, 1964.
WINNICOTT, D.W. O ambiente e os processos de maturação. Porto Alegre: Artes Médicas;
1982.
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MOTIVOS QUE LEVAM OS PAIS A MATRICULAREM SEUS FILHOS NA PRÁTICA
ESPORTIVA
LOPES, F. J. 1;
ZANETTI, M. C. 2;
1 - LEPESPE – Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte – IB – UNESP –
Rio Claro – Brasil.
2 – Universidade Paulista – UNIP – São José do Rio Pardo – Brasil.
[email protected].
RESUMO
Partimos de uma pesquisa de cunho descritiva direta, abordando 7 pais, com o objetivo de
saber qual os motivos que levam os mesmo a matricularem seus filhos numa prática
esportiva. Na qual, chegamos a conclusão, que estes respectivos pais, imaginam com a
modalidade esportiva atingir objetivos nas quais atendam a saúde, disciplina, socialização,
desenvolvimento motor, conhecimentos diversos pelos jovens. Para tal indicação, fizemos
uma análise dos possíveis benefícios e malefícios com a prática dos mesmos nos seus
respectivos contextos, e, também a necessidade de analisar os anseios dos jovens em
comparação com a dos pais.
Palavras - chaves: Prática esportiva, Criança, Fatores motivacionais
ABSTRACT
We start with a survey of descriptive nature directly addressing seven parents, in order to find
out the reason that lead to even enroll their "offspring" in sports. In which we came to the
conclusion that these respective projectors, imagine with the sport in which achieving goals to
meet health, discipline, socialization, motor development, various knowledge. For this
indication, we did an analysis of the potential benefits and harm, to practice the same in their
respective context, and also analyze the aspirations of young people compared to the
projectors.
Key - words: practice sports, child, Motivational factors.
INTRODUÇÃO
Há uma crescente busca, desde o último século, pela participação em iniciações
esportivas, mesmo ainda que, em idade tenra. Podemos acreditar que, isso vem arraigando
nos últimos anos, pelo fato dos pais necessitarem de atividades, que ocupem o tempo de
seus filhos, ou pela vontade das próprias crianças ou mesmo pelos projetores, por influência
da mídia, dos grandes eventos esportivos e por razões diversas. Assim, faz-se muito
importante, os agentes (educadores físicos, treinadores, pais, dirigentes, etc.) estarem
atentos à prática de atividade física, seja ela no clube, nas escolhinhas esportivas ou até
mesmo na escola, tornando-as não como um mero passatempo, más sim, criar
possibilidades para que, os mesmos possam implicar suas metas vinculadas a orientações
nos programas, e, estas, possam representar uma experiência agradável e saudável não só
enquanto atletas, más sim como pessoas (GOMES, 1997).
Muitos estudos corroboram, para que, tenhamos olhares críticos com a iniciação
esportiva, pois, muitos são os interesses dos agentes na formação da criança, um ser em
pleno desenvolvimento, que mostra e necessita cada vez mais, anseios enquanto liberdade de
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seus sentimentos, e, estudos se mostram preocupados com a influência do comportamento
dos pais dos praticantes e na carreira de jovens atletas (VILANI; SAMULSKI, 2002).
Korsakas (2002, p. 41), atenta-nos:
Toda prática esportiva oferecida às crianças e aos adolescentes é
permeada por ações adultas – dos pais, dos dirigentes, dos
professores, dos técnicos, dos árbitros; todos interferem de alguma
forma nas experiências esportivas de seus praticantes.
Sobral (2000) apud Machado (2006), afirma que no início da prática desportiva as
crianças, além de sua vontade própria, recebem uma grande quantidade de influências
externas, sendo as mais relevantes aquelas vinda da família (...). Por essa e outras razões,
nos vimos imbuídos de realizar este estudo, indagando os pais sobre quais os motivos que
levam os mesmo a matricularem seus filhos em iniciações esportivas.
REVISÃO DE LITERATURA
Uma análise sobre Motivação
Com quais motivos uma criança busca a iniciação esportiva; por que uma pessoa
dedica horas e horas de sua vida estudando; por que um atleta tem ótimos desempenhos
durante os treinamentos e no desenrolar do jogo o rendimento é abaixo do esperado; por que
algumas crianças ainda que, em iniciação abandonam o esporte; por que alguns pais almejam
seus filhos atletas no futuro; quais os motivos que levam os pais a estimularem, matricularem
seus filhos nas modalidades esportivas? (SAMULSKI, 2002).
Assim, a motivação é algo que deve ser muito discutido e observado, cada motivo
apresentará uma forma diferente, devido à diferença de personalidade existente entre cada
individuo (RODRIGUES, 1991). Alguns casos, enquanto uma equipe vencedora mostra sinal
de descontentamento com a vitória outra se mostra contente com a derrota, por exemplo,
talvez a motivação seja a desmotivação?
A motivação pode ser entendida como um comportamento realizado em um
determinado momento com algum grau de intensidade e persistência, dirigido a um
determinado objetivo, por isso, é indubitável a importância da motivação no nosso cotidiano e
em especial no, “esporte”, alvo de inúmeros entraves (SAMULSKI, 2002).
De acordo com Samulski (1995) “a motivação é caracterizada como um processo
ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais
(intrínsecos) e ambientais (extrínsecos) (...).
Segundo De Marco e Junqueira (1993),
“ as motivações dos atletas têm sido classificadas de diversas
maneiras, incluindo desde as necessidades fisiológicas ou
psicológicas básicas até a influência de fatores decorrentes da vida
em sociedade. Além disso, as motivações podem ser resultado da
natureza intrínseca da tarefa ou do prêmio, tanto social como
material” (p.89).
Enfim, a motivação, o motivo que leva o indivíduo a desempenhar tal tarefa, é muito
estudada pela Psicologia do Esporte, em meio às inúmeros entraves que permeiam o atleta
e/ou equipe, sendo assim, perseveramos no continuo estudo da motivação, para melhor tentar
entender o atleta, suas necessidades, para compreensão da importância das variações no
comportamento humano (PAIM, 2001).
MOTIVOS QUE LEVAM OS PAIS A MATRICULAREM SEUS FILHOS EM INICIAÇÕES
ESPORTIVAS
A iniciação desportiva, deveria, e, deve ser algo espontâneo da criança, expectativas
essas que, aflorem naturalmente. Más, isso acontece esporadicamente no meio desportivo,
pois os pais na maioria das vezes urgem seus filhos a praticar uma atividade de seu gosto, ou
até mesmo, criam expectativas para que os mesmos vejam o esporte como algo proeminente,
lucrativo etc. Esta angustia depositada na criança, pode ser fator determinante para que elas
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abandonem o esporte precocemente, ou descartem a possibilidade de vir a praticar outra
modalidade mais tarde (LEITE, 1981).
Sandstrom (1973, p. 190), denota que:
Uma atitude sensata por parte dos pais, deve ter um profundo, efeito
no controle, da criança pelas suas emoções. Tais atitudes incluem a
concessão à criança de amplas oportunidades para as atividades
próprias, a aceitação dos seus companheiros de brincadeira e
deixarem que ele opine em decisões que lhe digam respeito e ao seu
grupo.
Porém, atitudes essas, citadas no estudo de Sandstrom (1973), são muito escassos,
Segundo Allen (1999), os pais são os principais motivadores para as crianças iniciarem aula de
natação e ainda, cita que se as crianças não sentirem prazer em participar das aulas, o farão
por imposição dos pais. O que se apresenta como uma problemática.
O motivo pela qual os pais enquadram seus filhos no esporte pode ser diversos, entre
eles educacionais, saúde, busca de ascensão social (MARQUES; KURODA, 2000). Também
vemos alguns casos, por indicações médicas, tratamentos, acredita que isso se deve pelo fato
dos pais associarem o esporte a saúde (PERSONNE, 2001).
BECKER (2000) relata que alguns pais colocam o filho na prática esportiva sem
consultá-lo, informando-o apenas quando devem aparecer ao local das aulas. Nestes casos o
local da iniciação esportiva aparece como um depósito de criança em seus tempos livres.
Nos estudos de Machado (2006), vemos que, a região onde á família reside é outro
fator determinante do tipo de esporte que os filhos irão praticar, por exemplo: em regiões
litorâneas, a probabilidade da prática de esportes aquática é muito maior do que em qualquer
outra região. Para isso, a escolha feita pelos pais pode ser independente da vontade dos
filhos, sendo muitas vezes influenciadas pela sociedade (...) (MACHADO; PRESOTO, 1997
apud MACHADO, 2006).
Acreditamos que o primeiro contato da criança com o esporte, seja facilitador, algo
desejado pelo mesmo, sem que haja pressões dos pais, treinadores, pressões essas, como
melhora no desempenho, aperfeiçoamento nas habilidades mais complexas, busca incessante
pela vitória etc. Portanto, quando esse trabalho gradativo não acontece, podemos malograr
essas crianças no esporte, pois elas não possuem uma junção de aspectos importantes
(personalidade formada, equilíbrio da agressividade, resistências às frustrações e estabilidade
emotivas) (LEITE, 1981), que podem distinguir tais provocações.
É de extrema importância que vejamos o esporte e utilizamos como um meio e não
como um fim, tais indicações nos fazem refletir sobre o esporte multifacetado, coerentemente
com aquilo que se espera, oportunizando a escolha das atividades, facilitando o aprendizado e
tornando-o motivador, prazeroso e alegre para escolha da criança (BENTO citado por
SCAGLIA apud PICCOLO, 1999, p.58).
O relacionamento dos pais, treinadores com as crianças devem ser primordial, pois é
preciso que saiba quais seus anseios, sentimentos, suas inquietações, para que assim, possa
melhor compreende-las e a fim de solucionar seus possíveis problemas. Sadstrom (1973,
p.197);
É importante que exista uma comunicação real e continua entre
todas as partes interessadas na socialização da criança (...) (...) é de
responsabilidade dos adultos superarem sua dúvidas e inquietações,
criando formas apropriadas para tal comunicação, se quiserem que a
plenitude de recursos de cada criança seja desenvolvida da melhor
maneira possível, uma finalidade que evidentemente, é do interesse
da sociedade como um todo.
JUSTIFICATIVA
Diante da problemática exposta acima, achamos conveniente estudar os aspectos
com as quais os pais, levam seus filhos à prática de atividade física na infância. Afim, de
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abordar algumas hipóteses, já encontradas na literatura, com o intuito de preservar a saúde e
desenvolvimento das crianças e melhor orientar os pais, para os possíveis contrapontos com o
esporte.
OBJETIVOS
- Identificar os motivos que levam os pais a matricularem seus filhos na prática
esportiva; e,
- Consequentemente, abordar as respostas obtidas pelos pais, tentando correlacionar
os possíveis aspectos que se fazem fulcral ou supérfluo na vida e desenvolvimento dos jovens
nas atividades desportivas.
METODOLOGIA
Foi elaborado uma única questão para a condução da pesquisa, abordando 7 (sete)
pais, sobre quais os motivos que levam os mesmo a matricular seus filhos na prática de
atividades desportivas.
Parte-se, de uma pesquisa descritiva de abordagem direta, podendo assim, investigar
um grupo especifico ou aspectos variados neste contexto (MATTOS, JÚNIOR, BLECHER,
2008).
RESULTADO E DISCUSSÕES
No momento, em que indagamos os pais sobre os motivos que levam os mesmo a
matricularem seus filhos na prática esportiva, observamos inúmeros motivos, dentro dos quais:
saúde; disciplina; socialização; condicionamento físico; desenvolvimento motor;
conhecimentos; adquirir confiança e segurança e por último, porque o filho gosta de esportes.
Foram relatados 9 (nove) respostas diferentes num todo, aparecendo com maior porcentagem
à saúde com 44,44 %, seguindo de disciplina 33,33 %, socialização 22,22 % e as outras 11,11
Percebendo que, com maior significância em nosso trabalho “saúde”, pesquisamos
na literatura, e, encontramos que para Velasco (1994), esse fator, é um dos principais motivos
que levam a busca no esporte.
Apoiando-se no trabalho de revisão bibliográfica de (MOISÉS, 2006), o mesmo
analisou vários motivos que levam os pais a matricularem seus filhos em escolhinhas de
futebol:
- evitar o sedentarismo nas crianças, dentro da crença que “esporte é saúde”;
- o esporte como uma forma de disciplina e ação preventiva, evitando a delinquência
juvenil, tanto propagado pelos meios de comunicações;
- desenvolvimento motor da criança com algum retardo; entre outros (...).
Ainda, podemos considerar a saúde, meios educacionais, busca de ascensão social,
como motivos que levam os pais a influenciarem as crianças nas práticas esportivas,
(MARQUES; KURODA, 2000).
A prática de atividade física quando bem desenvolvida, pode também atentar-se para
a socialização, uma vez que, durante as aulas, elas poderão interagir com outras crianças e
adultos (BECKER JR; TELOKEN, 2000; MACHADO; PRESOTO, 1997 apud RÚBIO).
De acordo com o raciocínio de Marques (2000), há também os pais que veem no
esporte uma forma de educação, exercitando o físico e o mental da criança. Confirmando esse
mito há o apoio da mídia, vinculando a ideia de educação pelo esporte sugerindo que “quem
pratica esporte não usa droga”.
Becker Jr (2000), Weinberg; Gould, Becker Jr; Gotze (2003) elucidam um assunto na
qual se torna muito importante entender, “os pais têm expectativas e necessidades diferentes
das crianças sobre o motivo que as levam à prática esportiva. As crianças apontam a
amizades, sentir emoções e aquisição de forma física como os motivos para iniciar a prática
esportiva.
Desta forma, faz-se muito importante o acompanhamento do treinador, educador
físico, psicólogo, psicólogo do esporte com os anseios dos familiares e também das crianças,
entendo que a sobrevalorização de outros componentes não viáveis para a formação
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desportiva enaltecida pelos pais não se encaixem nas mesmas, podendo levar ao abandono
da modalidade e concomitantemente ao esporte.
CONCLUSÃO
Percebe-se, que os pais matriculam-se suas proles nas práticas esportivas com
intuito de buscar a saúde, disciplina, socialização e outros mais. Contanto, precisamos ser
críticos no diz respeito à criança em meio às entraves que permeiam o esporte. Pois sem
dúvidas, o esporte pode ser muito problemático para a criança se não for bem desenvolvido e
acompanhado por profissionais competentes da área (treinadores, educadores físicos,
psicólogos, psicólogos do esporte, dirigentes).
Portanto, devemos imaginar o jovem como um todo, nas suas mais diversas
dimensões, sejam elas culturais, mentais, físicas, sócio-afetivas. Para que então, consigamos
desenvolver boas habilidades motoras e psicossociais. Necessita-se que mais trabalhos nessa
área sejam elaborados, afim, de entender as respectivas nuances do esporte infantil.
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ATIVIDADES FÍSICAS: DEPENDÊNCIA, EXCESSO E CONSEQUÊNCIAS
PHYSICAL ACTIVITIES: ADDICTION, OVER AND CONSEQUENCES
ARTIGO PREMIADO
BARBOSA, F.P. 1; ZANETTI, M.C. 1, 2
UNIP – SÃO JOSÉ DO RIO PARDO – SP – BRASIL
2
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte (LEPESPE/UNESP– Rio
Claro)
[email protected]
1
RESUMO
A preocupação com a estética corporal tem feito com que os indivíduos procurem cada vez
mais por academias, no qual algumas pessoas acabam fazendo desse ambiente uma
prioridade nas suas vidas. Tal prioridade pode acabar gerando a compulsão por exercícios
físicos e alguns distúrbios de autoimagem, acometendo tanto homens quanto mulheres,
como a Vigorexia, onde os indivíduos se descrevem como pequenos e magros quando são
fortes e musculosos. Na Anorexia Nervosa acontece o inverso, descrevem-se como gordos
quando são na verdade magros. Em consequência sentimentos como vergonha e estresse
surgem nos indivíduos. Sendo assim, realizamos esse trabalho com o objetivo de investigar
como frequentadores de academias estão se colocando diante das sessões de treinamento.
Como proposta metodológica, investigamos 40 sujeitos (20 homens e 20 mulheres) por meio
de uma única questão: Você prioriza a prática das suas atividades físicas antes de qualquer
outra coisa?, A pesquisa foi de natureza quali-quantiativa com delineamento transversal,
onde os dados foram coletados em duas academias de ginástica de Santa Cruz das
Palmeiras – S.P. Na análise dos resultados foi possível perceber que grande parte dos
participantes relataram deixar de fazer qualquer coisa para realizarem suas atividades
físicas, chegando a compor 80% (32 pessoas). A partir dos resultados concluímos que a
prioridade pela prática de atividades físicas pode acarretar em alguns transtornos
obsessivos compulsivos já que ficou evidente nos mesmos que grande parte das pessoas
prioriza esta prática, acometendo tanto homens quanto mulheres. Acreditamos também
haver forte ligação entre estes resultados e a pressão exercida pela mídia e sociedade na
busca pelo corpo perfeito, o que pode levar a sérios comprometimentos psicológicos e
sociais.
Palavras - chave: Corpo, Atividade física e Compulsividade.
INTRODUÇÃO
Atualmente, observa-se uma grande importância quando se fala em estética corporal,
no qual os indivíduos acabam sofrendo diversas influências, sendo na sociedade atual,
marcada pela cultura do corpo belo, onde somos pressionados em numerosas
circunstâncias a concretizar em nosso corpo, o corpo ideal de nossa cultura (Tavares, 2003),
ou seja, também por parte da mídia onde se mostram modelos de corpos perfeitos, sendo
atrativos e por vezes contribuindo e incentivando as pessoas a buscarem os mesmos
resultados. O reforço dado pela mídia em mostrar corpos atraentes, faz com que uma parte
de nossa sociedade se lance na busca de uma aparência física idealizada (NUNES, 2006).
Aos que não conseguem atingir os resultados desejados podem lhes causar grandes danos
negativos na própria autoestima.
Segundo Tavares (2003), Imagem Corporal é a forma como o indivíduo se sente em
relação ao seu próprio corpo, neste sentindo é possível perceber que o corpo está ligado
diretamente com a satisfação que as pessoas sentem por si mesmas.
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Por outro lado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as pessoas
pratiquem atividades físicas em níveis adequados durante toda a vida, porém, nem sempre
esta prática é devidamente seguida, não levando muitas vezes em consideração os limites
de certas ações, podendo prejudicar as atividades diárias e os relacionamentos desse
sujeito, quando esta importante prática se torna algo obsessivo, ou seja, uma verdadeira
doença.
A compulsão por exercícios físicos vem sendo estudada desde 1970, no qual
surgiram os vários termos como positive addiction, negative addiction, compulsive jogging,
dependência do exercício (ROSA et al. 2003). Balone (2004) define a dependência do
exercício também chamada de Vigorexia como sendo um transtorno onde as pessoas
realizam a práticas desportivas de forma contínua, e uma valorização praticamente religiosa
e até fanática.
A vigorexia quadro associado à distorção de imagem corporal em indivíduos do sexo
masculino é praticamente “equivalente à anorexia nervosa no sexo feminino, em que se
consiste alcançar um padrão corporal ideal”. (ASSUNÇÃO, 2002, p.81). Na anorexia nervosa
o padrão ideal está vinculado à magreza, onde os indivíduos se descrevem como gordos,
quando na verdade são magros, já na Vigorexia é exatamente o oposto, estes se veem
como pequenos e magros, quando na verdade são grandes e músculos (ASSUNÇÃO,
2002). Homens e mulheres podem ser acometidos por ambos os problemas, porém a
Vigorexia é mais comum em homens, mas, pode acometer mulheres e assim com a
anorexia.
Outra disfunção vista é a dismorfia muscular (DIMUS) que é definida por Oliveira e
Araújo (2004) como uma síndrome psiquiátrica que atinge indivíduos de ambos os sexos
com maior prevalência entre os homens, o indivíduo percebe seu corpo como pequeno e
franzino, quando na verdade é forte e musculoso. Além de estar associada a prejuízos
sociais, ocupacionais, recreativos e em outras áreas do funcionamento do indivíduo, a
dismorfia muscular é também um fator de risco para o abuso de esteroides anabolizantes
(Assunção, 2002).
Por isso, é necessário, segundo Nunes (2006) um maior conhecimento sobre a
gravidade dessas patologias. Conhecendo a doença e o seu desenvolvimento há melhores
maneiras de entender os fatores de risco (estado de humor depressivo, estresse, vergonha,
sentimento de desamparo, inadequação e culpa mais conhecido como afetos negativos) e
proteção.
A preocupação com a estética corporal e o reconhecimento pela população da
importância do exercício físico têm levado as pessoas a buscarem as academias de
ginástica e musculação tornando estes, um dos locais mais populares e mais procurados
para se conseguir tais objetivos (ANTUNES, 2003). Com as grandes mudanças culturais,
surgiu uma maior valorização do corpo masculino, maior preocupação dos homens com sua
aparência e com isso a incidência de transtornos relacionados à imagem corporal tem
aumentado (NUNES, 2006).
Sabedora da incidência e importância de se estudar temas relacionados aos
distúrbios de imagem corporal e compulsividade por treinamento, além da proximidade com
um ambiente de academia despertaram-me grande interesse em analisar tudo o que há de
relação com a imagem corporal incluindo desde influências por parte da mídia, corpo
perfeito, transtornos obsessivos por treinamento, atividades físicas, desejos, aspectos
cognitivos e culturais.
Também por acreditar que a partir deste trabalho será possível contribuir para com
estudos e trabalhos estudantes e profissionais de Educação Física, Psicologia e afins e
principalmente ao público de praticantes de atividades físicas como as pessoas estão se
portando diante desta prática, muitas vezes em função apenas do “Belo”. É importante
deixarmos claro que não somos contra em momento algum pela prática de atividades
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físicas, o que será posto no seguinte trabalho é a maneira como as pessoas estão se
colocando frente a esta situação e até que ponto isso pode prejudica-las.
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral do nosso trabalho foi analisar a prioridade dada por praticantes de
atividade física em academia às sessões de treinamento, com intuito de verificar a incidência
de compulsividade por treinamento.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A presente pesquisa foi de natureza quanti-qualitativa com delineamento transversal
entre praticantes de atividade física, sendo que a pesquisa quantitativa faz um elo
matemático entre causa-efeito permitindo melhor interpretação dos dados, procurando
explicações para o comportamento das coisas, baseando-se em fatos que são vistos e
descritos. A pesquisa qualitativa tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos
fenômenos do mundo social, tratando de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre
teoria e dados, entre contexto e ação (MAANEN, 1979a, pag.520). Nos estudos transversais
todas as mediações são feitas em único “momento”.
A coleta de dados ocorreu no mês de fevereiro de 2013, em duas academias
(Academia Vênus e Academia do Esporte Clube Palmeirense) da cidade de Santa Cruz das
Palmeiras. A amostra foi composta por 40 sujeitos, sendo 20 homens e 20 mulheres, com
idades variando de 20 a 40 anos (± 27 anos/DP: 5,7); escolhidos de forma aleatória,
bastando apenas o aceite do TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) para a
participação. Foram feitos os devidos esclarecimentos aos participantes onde foram
informados sobre os objetivos do estudo, gratuidade de sua participação, bem como as
questões éticas e de sigilo da pesquisa. Para maior comodidade e preferência dos alunos
quanto à coleta de dados o questionário foi aplicado individualmente no intervalo dos
exercícios, na chegada ou no termino das atividades.
O instrumento utilizado para análise de dados foi um questionário composto por
questões abertas e fechadas, porém neste trabalho foi analisada apenas uma questão
fechada levando em consideração a objetividade das respostas através da mesma: Você
prioriza a prática das suas atividades físicas antes de qualquer outra coisa?, categorizando
as opções em 6 (seis) níveis: Nuca, Raramente, Às vezes, Frequentemente, Muito
frequentemente e Sempre.
RESULTADOS
Na análise dos resultados foi possível constatarmos que a maior parte dos sujeitos
que compõe 80% (32 pessoas) apresentou que deixam de fazer qualquer “coisa” para
realizarem suas atividades físicas.
Em relação ao gênero, estes não demonstraram diferenças significativas, sendo
obtidos os seguintes resultados: Feminino: 20% (4 pessoas) Nunca, 0% (0) Raramente, 25%
(5) Às vezes, 20% (4) Frequentemente, 15% (3) Muito Frequentemente e 20% (4) Sempre.
Masculino: 20% (4 pessoas) Nunca, 5% (1) Raramente, 40% (8) Às vezes, 15% (3)
Frequentemente, 10% (2) Muito frequentemente e 10% (2) Sempre.
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Abaixo o gráfico contém os resultados finais com as respostas femininas e masculinas:
Figura 1: Prioridade dada à prática de atividades físicas.
DISCUSSÃO
Na discussão dos resultados foi possível relacionar alguns estudos nos quais
demonstram temáticas ligadas ao que foi estudado, sendo possível também perceber uma
grande preocupação dos indivíduos com sua imagem corporal e que através das atividades
físicas buscam realizar o corpo idealizado.
Vários estudos demonstram que o exercício físico pode produzir benefícios crônicos e
agudos na saúde mental, mas as evidencias sugerem que os exercícios realizados de
maneira extrema podem resultar em dependência patológica (CIAPPA, 2003). Para alguns
indivíduos, o exercício pode tornar-se uma obsessão que tem sido referida na literatura
como dependência ao exercício, compulsão por exercício, exercício obrigatório e tem
recebido atenção dos pesquisadores desde a descrição desse fenômeno por Baekeland em
1970 (BAEKELAND, 1970; KIM, 2003).
Nos resultados os participantes relataram em grande parte, compondo 80% (32
pessoas) que deixam de fazer qualquer coisa para realizarem suas atividades físicas. Esta
ação segundo Decoverley (1987) faz parte dos critérios estabelecidos para caracterizar a
dependência de exercícios físicos, considerando saliência do comportamento de praticar
exercícios, dando prioridade sobre outras atividades, para que seja mantido o padrão de
exercícios.
Para Pope Jr. & Hudson (2000); Olivardia (2000) caracterizam a dismorfia muscular
através de alguns comportamentos sendo um quando há desistência de atividades sociais,
ocupacionais ou recreativas importantes, pois o sujeito tem uma necessidade compulsiva de
manter sua rotina de exercícios físicos ou sua dieta.
Já Santos (1997) considera que todas estas práticas se constituem para os indivíduos
de hoje como um verdadeiro „segundo turno de trabalho‟.
Para os autores citados, através da prioridade dessa prática surgem o que chamam
de dependência ao exercício acarretando em danos como a dismorfia muscular, onde os
indivíduos acometidos normalmente sofrem influências, consequentemente os resultados
acabam chegando aos aspectos cognitivos.
O quadro de Vigorexia segundo Grieve (2007) pode ser determinado através de
fatores cognitivos, comportamentais, o ambiente que o individuo se encontra o estado
emocional e psicológico.
Um dos principais fatores causais de alterações da percepção da imagem corporal é a
imposição pela mídia, sociedade e meio esportivo, de um padrão corporal considerado ideal,
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ao qual associam o sucesso e a felicidade (NUNES, 2006). A mídia segundo Grieve (2007)
influencia diretamente a insatisfação corporal através de uma série de mecanismos, no qual
os níveis de exigência em relação a possuir um corpo atraente tendem a aumentar após os
indivíduos assistirem aos padrões mostrados pela mídia, a qual frequentemente mostra
corpos “malhados” que não correspondem à média da população, assim as pessoas podem
sentir insatisfações com seus corpos, achando-se possuidores de corpos não atrativos.
Segundo Barbosa e Zanetti (2013a), em estudo realizado em uma academia, usando
como procedimento metodológico duas questões: “Você acredita que já foi influenciado pela
mídia a buscar o corpo perfeito?” e “Como você classifica a influência que mídia exerce em
relação à busca do corpo perfeito?” para analisar como a mídia exerce influência sobre os
praticantes de atividades físicas, sendo possível através dos resultados perceber que a
mídia tem influência sobre grande parte das pessoas atingido 75% (30 pessoas) dos
participantes. Em relação ao nível de influência foi constatado que 60% (18 pessoas)
relataram estar entre média e alta influência.
Para Castilho (2001), a baixa estima está relacionada a um sentimento de
inadequação, levando o sujeito a se auto desvalorizar. Outros estudos demonstram como os
indivíduos podem ser atingidos de forma negativa quando o mesmo não conseguem obter o
corpo desejado, sendo usado como procedimento metodológico a questão: “Como você se
sente quando não atinge o corpo que deseja?”, sendo obtidos os seguintes resultados
23,5% (11 pessoas) Treinar mais; 15% (7) Satisfeito/Bem; 13% (6) Insatisfeito; 8,5% (4)
Triste; 8,5% (4) Frustrado; 4,2% (2) Chateado; 4,2% (2) Decepcionado; 4,2% (2) Baixa
autoestima; 4,2% (2) Nada; 2,1% (1) Feio; 2,1% (1) Incapaz; 2,1% (1) Ansioso; 2,1% (1) Não
muito bem emocionalmente; 2,1% (1) Fraco; 2,1% (1) Capaz de buscar outro objetivo e 2,1%
(1) Conformado. Por meio destes foi possível perceber que grande parte dos indivíduos
53,1% apresentou emoções/sentimentos negativos quando não atingem seus objetivos de
obtenção do corpo perfeito. Outro dado que chamou a atenção é que 23,5% das respostas
sugerem que por não atingir tal resultado as pessoas buscam treinar mais, o que pode
acarretar transtornos bastante graves como compulsividade pelo treinamento e até
distúrbios de imagem corporal como a vigorexia (BARBOSA; ZANETTI, 2013b).
O culto ao corpo traz consigo não apenas a prioridade da atividade física, mas
também influências que geram desejos de uma imagem corporal seja pela mídia ou
sociedade, onde os indivíduos se dispõem a praticas exageradas ou inadequadas de
atividades, sendo que esse processo tem um impacto negativo sobre a autoimagem,
podendo ocasionar o aparecimento de baixa autoestima e depressão, ou seja, sofrimento
(BECKER, 1999). Por isso, nos estudos que descrevem as atividades físicas como
prioridade, caracterizando alguns transtornos obsessivos compulsivos, descreve também
está prática ligada as influências que os indivíduos sofrem onde pode ser o inicio para estes
chegarem à alguns distúrbios de imagem corporal.
CONCLUSÃO
Nossa atual sociedade vivencia diversos problemas, dentre estes em relação à
aparência física, onde os indivíduos são diretamente influenciados tanto por parte da mídia
ou sociedade, no qual muitas vezes não sentem-se possuidores de corpos atrativos, já que a
mídia mostra apenas “belos corpos malhados” onde estes acabam buscando através das
atividades físicas realizar o corpo que idealizou, ou seja, o que foi mostrado como o “belo ou
o estar em alta” .
Neste trabalho pudemos perceber claramente como grande parte das pessoas, tanto
homens quanto mulheres estão de alguma maneira dando prioridade para a prática de
atividades físicas antes de qualquer outra coisa. Através de alguns autores presentes neste
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estudo colocaram esta prática como uma das características para alguns transtornos
obsessivos compulsivos, sendo que as pessoas começam a deixar de realizar algumas
importantes atividades sociais, ocupacionais e recreativas para realizarem suas atividades
físicas.
Sendo assim se faz necessários estudos posteriores que abordem as temáticas
relacionadas a este estudo para que mais pesquisas possam mostrar os diversos problemas
existentes neste meio, para que através destes possamos saber quais melhores meios
devem ser usados nesta situação. E principalmente unir mais Educadores Físicos aos
Psicólogos para trabalharem em academias para que juntos possam fornecer aos alunos
suportes para que percebam por si mesmo o que realmente há de importante através das
atividades físicas e como se sentir bem, não precisando necessariamente de um conjunto de
músculos, sendo fundamental incluir o psicólogo nesse processo tanto para trabalhos de
intervenção quanto de aconselhamento e orientação.
___________________________________________________________________
ABSTRACT:
The concern with esthetics has made individuals increasingly look for academies, where
some people end up making this environment a priority in their lives. This priority may end up
causing cravings and exercise some self-image disorders, affecting both men and women, as
Vigorexia, where individuals describe themselves as small and skinny when they are strong
and muscular. Anorexia Nervosa in the reverse is true, we describe how acids when they are
actually thin. Consequently feelings like shame and stress arise in individuals. Therefore, we
conducted this study in order to investigate how frequenting gyms are putting on training
sessions. As a methodological approach, we investigated 40 subjects (20 men and 20
women) through a single question: Do you prioritize the practice of physical activities before
anything else?, the research was qualitative in nature-quantiativa cross-sectional, where data
were collected in two fitness center in Santa Cruz das Palmeiras – SP in analyzing the
results it was observed that most of the participants reported not to do anything to
accomplish their physical activities, getting to compose 80% (32 people). From the results we
conclude that the priority for physical activity can lead to some obsessive compulsive as was
evident in them that most people prioritize this practice, affecting both men and women. We
also believe there is a strong connection between these results and the pressure exerted by
the media and society in the search for the perfect body, which can lead to serious
psychological and social impairments.
Key words: Body, Physical activity and Compulsivity.
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Órgão de divulgação científica do 54º ENAF Poços de Caldas/MG
O USO DO NINTENDO WII E DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO TRATAMENTO DA
DISFUNÇÃO VESTIBULAR CENTRAL – ESTUDO DE CASO
MORAES, L.F¹
ALMEIDA, M.V..¹
FIOCO, E. M.²
VERRI, E. D.²
¹ Docentes do curso de Fisioterapia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais- SP
² Discentes do Centro Universitário Claretiano de Batatais – SP
[email protected]
Resumo
Indivíduos com alterações vestibulares apresentam mensurável comprometimento no
comportamento motor, levando a limitações funcionais, tornando-se necessário a
reabilitação dos mesmos. O objetivo deste estudo é mostrar que através do uso do nintendo
Wii e da plataforma vibratória pode-se ter uma melhora considerável do equilíbrio no
indivíduo portador de disfunção cerebelar central, com valores comparativos através da
Escala de Equilíbrio de Berg e do Centro de Gravidade (ferramenta do Wii). Participou deste
estudo um individuo voluntário, T.R.M.T. do sexo masculino de 45 anos de idade, portador
de disfunção vestibular central, causada pela retirada de um tumor no pedúnculo cerebelar
esquerdo. Ele foi exposto ao tratamento com aquecimento através de alongamentos, pelo
Nintendo Wii com exercício no step e com dois exercícios relacionados ao equilíbrio e
utilização da plataforma vibratória com apoio unipodal e facial. Após dez sessões
concluímos que houve melhora considerável no centro de gravidade e pouco melhora pela
Escala de Berg, demonstrando que é necessário mais estudos na área.
Palavras-chave: Disfunção, Vibração, Exergames.
Abstract
Individuals with vestibular disorders exhibit measurable impairment in motor behavior,
leading to functional limitations, making it necessary rehabilitation thereof. The objective of
this study is to show that by using the Nintendo Wii and the vibrating platform can have a
considerable improvement of balance in individuals with cerebellar dysfunction central, with
comparative figures through the Berg Balance Scale and the Center of Gravity (tool Wii).
Participated in this study an individual voluntary TRMT male 45 years old, suffering from
central vestibular dysfunction, caused by the removal of a tumor in the left cerebellar
peduncle. He was exposed to treatment through stretching, the Nintendo Wii in step with
exercise and two exercises related to balance and use the vibrating platform to support a leg
and facial. After ten sessions conclude that there was considerable improvement in the
center of gravity and slightly improves the Berg Balance Scale, showing that more research
is needed in the area.
Keywords: Dysfunction, vibration, exergames.
INTRODUÇÃO
Indivíduos com alterações vestibulares apresentam mensurável comprometimento no
comportamento motor que envolve o controle postural, o sistema oculomotor e a orientação
de espaço, que podem gerar ilusões perceptivas como a vertigem. O desconforto causado
pela redução da capacidade motora leva a limitações funcionais, tanto nas atividades de
vida diária, quanto nas atividades instrumentais, especialmente na execução de tarefas que
exigem equilíbrio, rotações cefálicas rápidas e boa acuidade visual dinâmica, afetando assim
o convívio social do indivíduo portador desta disfunção (HERDMAN, 2002).
Qualquer mudança na posição da cabeça pode excitar os receptores contidos no
sistema vestibular, enviando impulsos nervosos ao SNC e transmitindo a informação neural
ao cerebelo e aos núcleos vestibulares localizados no tronco cerebral, através disso
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chegando informação também ao centro oculomotor e aos neurônios da medula espinhal
que são responsáveis pelos movimentos da cabeça e membros. Senso assim, sabe-se que
o aparelho vestibular tem relação com o equilíbrio e permite o controle visual do movimento
(POWERS & HOWLEY, 2000).
As degenerações ou lesões cerebelares são as mais frequentes afecções
neurológicas relacionadas ao equilíbrio, possuindo sintomas clássicos, como: ataxia,
hipotonia, nistagmo, disartria e tremor. Uma das principais funções do cerebelo é de avaliar
se a fase inicial do movimento está sendo realizada de forma correta. Se não estiver, o
cerebelo detecta a alteração e envia sinais de resposta para que haja correção e/ou
modificação dos movimentos, regulando ainda a postura (BRUCK et al, 2000).
Dentre as formas de avaliar o equilíbrio, escolhemos para o trabalho a Escala de
Equilíbrio de Berg, sendo um teste que consiste em 14 tarefas, cada uma categorizada em
uma escala de cinco pontos, variando de zero (incapaz de realizar a tarefa) até cinco (realiza
a tarefa independentemente). As pontuações das 14 tarefas são somadas em um valor total
que varia de 0 a 56 pontos, sendoa maior pontuação considerada um melhor desempenho
(MIYAMOTO et al., 2004).
Para a reabilitação do déficit de equilíbrio, fugindo dos recursos convencionais de
reabilitação vem sendo introduzida uma nova possibilidade denominada exergames,
desenvolvendo as habilidades sensoriais e motoras, estimulando a percepção e atuação de
movimentos através da realidade virtual, sendo para a área da saúde uma nova ferramenta
que envolve o movimento, sendo assim fundamental (VAGHETTI & BOTELHO, 2010).
A aplicação do console wii iniciou-se em 2008 no Canadá, e foi se aplicando a outros
países, inclusive Brasil. Sendo um aparelho que funciona via wireless e apresenta controles
sensíveis ao movimento e pressão, podendo ainda ser acoplados ao aparelho diversos
acessórios para ampliar as atividades realizadas, como exemplo a balance board
(plataforma de equilíbrio) permitindo a prática física com correções de postura e equilíbrio,
aumento da locomoção e amplitude de movimento, entre outros. Os jogos que oferecem
desequilíbrios em todas as direções estimulam a estratégia motora, auxiliando na
reabilitação do equilíbrio (SCHIAVINATO et al., 2011).
A vibração pode ser descrita como sendo uma oscilação mecânica em torno de uma
posição de referência, sendo utilizadas atualmente na reabilitação, melhora do desemprenho
físico e estimulação do desenvolvimento ósseo. Estudos mostram que a melhora do
desempenho físico quando se utiliza a vibração pode ser atribuída a fatores neurais
(FAGNANI et al, 2006 e CARDINALE & BOSCO, 2003). Sendo assim, o objetivo deste
estudo é mostrar que através do uso do nintendo Wii e da plataforma vibratória pode-se ter
uma melhora considerável do equilíbrio no indivíduo portador de disfunção cerebelar central,
com valores comparativos através da Escala de Equilíbrio de Berg e do Centro de Gravidade
(ferramenta do Wii).
MATERIAIS E MÉTODOS
Participou deste estudo um individuo voluntário, T.R.M.T. do sexo masculino de 45
anos de idade, portador de disfunção vestibular central, causada pela retirada de um tumor
no pedúnculo cerebelar esquerdo. O indivíduo foi exposto a um termo formal de
consentimento livre e esclarecido, ao qual assinou.
Foi utilizado como forma de tratamento o console Wii, da Nintendo e a plataforma
vibratória, sendo submetido a 10 sessões em horários previamente estabelecidos com o
pesquisador. Foi realizado alongamento muscular de membros inferiores, superiores e
tronco previamente ao tratamento. Cada sessão teve duração de 50 minutos, onde 10
minutos foram reservados para realizar os alongamentos; e os 40 minutos restantes
utilizados para as demais atividades. Como formas de avaliação foram utilizadas a escala de
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equilíbrio de Berg e o centro de gravidade (CG) pelo console Wii, da Nintendo, que foram
aplicados prévia e posteriormente à pesquisa.
As sessões de tratamento foram feitas da seguinte forma: Aferição de PA,
alongamento, 10 minutos de step no Nintendo wii, cinco vezes um jogo de desvio corporal
para acertar bolas em um buraco sobre a plataforma do wii, cinco vezes outro jogo de desvio
lateral sobre a mesma plataforma e em seguida a plataforma três vezes de 45 segundos
com apoio unipodal (ambos os lados) e intensidade de 40 e depois o mesmo procedimento
substituindo o apoio unipodal por encosto facial sobre a plataforma, todos os cuidados
necessários foram tomados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avaliação pré tratamento pela escala de equilíbrio de Berg foi possível notar-se um
sútil aumento, antes das sessões o indivíduo mostrava resultado de 51 pontos, após houve
uma melhora para 52 pontos. Já na avaliação do centro de gravidade calculado através da
plataforma de uso no Nintendo wii, foi possível notar uma melhora considerável. O pré nos
mostrava um resultado de 63,4% de descarga de peso para o lado direito e 36,6% para o
lado esquerdo, no pós os valores se aproximaram para 55% do lado direito e 45% do lado
esquerdo, como mostrado nos gráficos a seguir:
52
51,8
51,6
51,4
51,2
51
50,8
50,6
50,4
Berg
Pré trat.
Pós trat.
Gráfico I: Avaliação pré e pós tratamento pela Escala de Equilíbrio de Berg
70
60
50
40
Lado D
30
Lado E
20
10
0
Pré trat.
Pós trat
Gráfico II: Avaliação pré e pós tratamento do Centro de Gravidade
O equilíbrio é uma habilidade do sistema nervoso que capta de forma antecipada a
instabilidade e como consequência gera respostas coordenadas que tragam o indivíduo de
volta a base de suporte, evitando assim a queda, a deficiência desta função é mais
recorrente em pacientes com disfunções cerebelares (RIBEIRO & PEREIRA, 2005). Através
do conceito de neuroplasticidade, sabemos que o sistema nervoso por métodos de
treinamento neural pode adaptar-se, apesar de as lesões nervosas serem consideradas
irreversíveis.
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A neuroplasticidade pode ser definida como a capacidade do sistema nervoso de
modificar-se em função da decorrência de padrões de experiência, podendo esta ser
concebida e avaliada a partir de uma configuração sináptica e comportamental (DENNIS,
2000). Todo processor que envolve a reabilitação neurológica ou psicológica baseiam-se na
convicção de que o cérebro humano é um órgão dinâmico e adaptativo, que pode
reestruturar-se se for exposto a novas exigências, sejam elas ambientais ou por limitações
funcionais impostas por lesões (KANDEL,1998). Após uma lesão o organismo do indivíduo
tentará compensar seu déficit, se ele for sujeitado a uma reabilitação seu organismo ao em
vez de compensar, poderá recuperar-se parcialmente ou totalmente para a função perdida.
Muitos estudos realizados demonstram melhoras através da utilização de vídeo
games na terapia, tanto para o desempenho físico quanto na assiduidade do paciente às
sessões, sendo o console da Wii um dos recursos mais utilizados. Os benefícios que podem
estar associados a este tratamento inclui a correção do equilíbrio (como mostrado no
estudo), da postura, melhora da locomoção, da funcionalidade e promove motivação ao
indivíduo (MERIANS, 2002).
As vibrações têm diversas influências fisiológicas, aumentando o influxo aferente final
do fuso muscular primário, permitindo a contração reflexa, podendo assim indicar essa
terapia para provocar efeitos de controle motor (BATISTA, 2007). A plataforma vibratória é
capaz de transmitir vibração mecânica por todo o corpo, quando essas vibrações são
aplicadas com certa frequência pode-se observar aumento da atividade muscular, respostas
hormonais e mudanças estruturais, sendo esta a adaptação do organismo ao recurso
(BISSCHOP & BISSCHO, 2001). A musculatura se modificando pode estar igualando-se e
corrigindo desníveis causados por lesões, ao se igualar recupera funções básicas como o
equilíbrio e postura.
CONCLUSÃO
Através deste estudo concluímos que o uso do Nintendo wii associado à plataforma
vibratória por dez sessões em um portador de disfunção vestibular central, demonstrou
melhora considerável na avaliação do centro de gravidade e pouca melhora na questão da
Escala de Equilíbrio de Berg, sendo assim se tornam necessários mais estudos na área,
com novos protocolos e talvez novos métodos.
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A INFLUÊNCIA DA COMPETIÇÃO ESPORTIVA NO COMPORTAMENTO SOCIAL E
AFETIVO DOS ATLETAS ADOLESCENTES ALUNOS DO IFRO/CAMPUS VILHENA
ARTIGO PREMIADO
MILANSKI, M.¹; OLIVEIRA, W. A.²; MELERO, T. W.²; FILHO, I. B. H.²; TOME A. M.²
1. Autora e orientadora - Instituto Federal de Rondônia – IFRO/Campus Vilhena–
Rondônia/Brasil
2. Discentes - Instituto Federal de Rondônia – IFRO/Campus Vilhena-Rondônia/Brasil
e-mail: [email protected]
RESUMO
A participação de crianças e adolescentes em competições esportivas gera muita polêmica e
questionamentos, tendo em vista a influência e os reflexos que o esporte competitivo pode
ocasionar na formação física, afetiva e emocional dos mesmos. Independentemente da
idade, sexo e nível social, a competição esportiva está sempre orientada para um objetivo,
vencer o adversário, e dependendo de como se trabalha esse tipo de atividade, constitui-se
em um processo sobre o qual é muito difícil formular um juízo de valores. Questionamentos
sobre como são direcionadas atividades que envolvem a competição, nos levam a refletir
sobre as várias possibilidades de trabalhar este tema na escola. Levando em consideração
toda esta polêmica que gira em torno da competição, este trabalho teve a intenção de
investigar se a influência que a mesma pode causar no comportamento social e afetivo em
alunos adolescentes é positiva ou negativa. Foi realizada uma pesquisa qualiquantitativa,
onde foi aplicado um questionário com 11 questões fechadas, para 60 alunos do Ensino
Médio, durante o I JOGOS INTERNOS IFRO/CAMPUS VILHENA escolhidos aleatoriamente.
No questionário, os alunos responderam perguntas sobre diversos assuntos relacionados
com o objetivo, e que consideramos relevantes, como a relação com os companheiros de
equipe, com os adversários e árbitros, outras questões não menos importantes como, a
aprendizagem das modalidades. Os resultados obtidos nos indicam que os eventos
esportivos, embora haja a competição, não impedem que os grupos se sociabilizem e que
conquistem novas amizades, favorecendo um ambiente em que possam se integrar e se
conhecer. Demonstraram que dependendo da forma de como se é trabalhado, além de
existir o fair play, também contribui para uma aprendizagem sobre as regras e modalidades.
Podemos concluir com essa pesquisa que, a competição bem orientada estimula a prática
do esporte, dá oportunidade para descobrir novos valores e contribui para a formação cidadã
dos estudantes, promove a integração e sociabilização entre os mesmos, além de
desenvolver as habilidades morais, sociais e intelectuais dos jovens e favorecer o fair play.
Palavras-chave: Competição; adolescente; aspecto social e afetivo
ABSTRACT
The participation of childrens and teenagers in sports competitions generates lots of
controversy and questions, in order to influence and reflections that competitive sport may
result in their physical, affective and emotional training. Independently of age, gender or
social status, the sportive competition is always oriented to one objective, win the adversary,
and depending on how you work this kind of activity, it is constituted in a process over
which is very difficult to make a judgment of values. Questions of how activities that involves
the competition are directed, makes us reflect about many possibilities of working this theme
at school. Considering all controversies that revolves around the competition, this work had
the intention to investigate if the influence it causes at the affective and social behavior of
teenager students is positive or negative. It was performed a quantitave and qualitative
research, where were applied a questionnaire with 11 closed questions, to 60 High School
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students, during the 1st INTERN GAMES IFRO/CAMPUS VILHENA, randomly choosed. The
students answered questions about several issues related to the objective, which we
considered relevants, such as their relationship with their team mates, with their adversaries
and referees, other questions not less importante such as learning modalities. The final
results indicates that sportive events, although there is a competition, do not prevent the
groups of socializing and conquering new friendships, favoring an environment where they
can Interact and get to know each other. It was showed that depending on how this kind of
activity is worked, beyond the existence of fair play, it contributes as well to the learning
about rules and modalities. With this research we can conclude that a competition well
oriented estimulates the practice of sports, gives opportunities to discover new values and
contributes to the citizen formation of the students, promoting socialization and interaction
among them, beyond the development of their morals, socials and intelectual skills and to
favor the fair play.
Key words: Competition; teenagers; social and emotional aspect.
INTRODUÇÃO
A Educação Física busca a formação integral do aluno e onde inserida no curso
Técnico Integrado visa a formação de um profissional competente que requer o
conhecimento da teoria aliado à percepção prática, e são estas atividades de extensão tais
como Jogos Internos que oportunizam ao aluno o contato com as vivências práticas, bem
como a união da teoria com tais vivências. Sabendo que o esporte é importante na formação
de adolescentes e crianças e que por meio deste, esses jovens aprendem a respeitar os
colegas, a fazer novas amizades, se socializando, a lidar com as derrotas que enfrentarão
ao longo da vida e com a competitividade que o mundo apresenta atualmente é que o torna
um instrumento ideal a fim de proporcionar tais vivencias a esses discentes.
O desporto coletivo provém de jogos que evoluíram, recebendo caráter desportivo de
competição, limitado por certos regulamentos. Na escola, ou entre escolares devem priorizar
o processo de ensino-aprendizagem e a integração da criança e do adolescente à sociedade
como principal característica formativo relacional, resultante de uma prática coletiva,
organizada e lúdica, que pode ser determinante da formação da personalidade.
Para Betti (1991) o esporte escolar envolve os alunos em atividades competitivas,
despertando grande interesse e motivação, possibilitando assim uma maior afirmação social,
integração e lazer. Por outro lado, o esporte também apresenta características negativas,
por ser burguês e refletir o sistema capitalista industrial, sendo que, a prática de atividades
esportivas competitivas pode ocasionar traumas afetivos, sociais, entre outros.
Ao estimular a prática do esporte, se dá oportunidade para descobrir novos valores e
contribui para a formação cidadã dos estudantes, além de revelar talentos esportivos na
escola, promovendo a integração e socialização entre os mesmos, desenvolvendo ao
mesmo tempo as habilidades físicas, morais, sociais e intelectuais. Neste contexto,
considerando a complexidade e multiplicidade de opiniões em relação à competição
esportiva, existiu a necessidade de compreendermos qual é a sua influência sobre o
adolescente, qual deve ser o seu papel na escola e na sociedade. Exatamente para
responder a estas importantes questões a respeito do esporte escolar competitivo, e suas
repercussões no comportamento social e afetivo desses alunos, é que nos propusemos a
realizar esta pesquisa no Ensino Médio Integrado do IFRO/Campus Vilhena.
METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa qualiquantitativa, onde foi aplicado um questionário com
11 questões fechadas, para 60 alunos dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio,
durante o I JOGOS INTERNOS IFRO/CAMPUS VILHENA escolhidos aleatoriamente. No
questionário, os alunos responderam perguntas sobre diversos assuntos relacionados com o
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objetivo, e que consideramos relevantes, como a relação com os companheiros de equipe,
com os adversários e árbitros, outras questões não menos importantes como, a
aprendizagem das modalidades, sempre tentando verificar qual a relação existente e a
influência do esporte na afetividade, emoção e na agressividade do aluno.
RESULTADOS E DISCUSÕES
No total de 60 entrevistados, 31 eram meninas e 29 meninos.
Tabela 1. Perguntas do questionário aplicado, da 1ª à 11ª, exceto a 4ª.
FEMININO
Nº
PERGUNTAS
VOCÊ CONHECEU NOVAS PESSOAS EM
FUNÇÃO DO INTERCLASSES?
HOUVE MOMENTOS DE PRAZER E
DESCONTRAÇÃO?
HOUVE CONQUISTA DE NOVAS
AMIZADES?
1
2
3
SIM
MASCULINO
NÃO
ÁS VEZES
NÃO
RESP
SIM
NÃO
ÁS VEZES
NÃO
RESP
-
17
14
-
-
18
11
-
30
01
-
-
26
01
02
16
14
-
01
17
11
-
01
5
HOUVE RESPEITO AOS ARBITROS?
24
03
04
-
18
01
09
01
6
HOUVE RESPEITO AOS ADVERSÁRIOS?
18
05
08
-
17
03
09
-
24
-
07
-
18
03
08
-
23
04
04
-
21
05
03
-
17
06
08
-
19
02
08
-
24
01
06
-
25
-
04
-
29
02
-
-
29
-
-
-
7
8
9
10
11
HOUVE RESPEITO ÁS REGRAS POR PARTE
DOS PARTICIPANTES?
O INTERCLASSE FAVORECEU A
APROXIMAÇÃO DOS ALUNOS DA TURMA?
O INTERCLASSE FAVORECEU A
APROXIMAÇÃO DOS ALUNOS COM
ALUNOS DE OUTRAS TURMAS?
HOUVE MAIOR ASSIMILAÇÃO DOS
CONTEÚDOS SOBRE AS MODALIDADES
DURANTE A PRÁTICA ESPORTIVA NO
INTERCLASSE?
EM GERAL VOCÊ CONSIDERA QUE O
INTERCLASSE SERVIU PARA QUE OS
ALUNOS SE INTEGRASSEM?
De acordo com a Tabela 1, na 1º questão foi questionado se eles conheceram novas
pessoas em função do interclasse, 17 meninas responderam que sim e 14 não, dos meninos
18 disseram que sim e 11 não. A 2ª foi questionada foi se houve momentos de prazer e
descontração, das meninas 30 disseram que sim, e 1 não, 17 meninos disseram sim, 1 disse
não e 2 às vezes. Moreira (2002), defende que o esporte pode ser um agente dinâmico de
aproximação da saúde integral, de educação libertadora ou de uma cultura corporalesportiva que poderia promover a compreensão e a solidariedade entre as pessoas. Na 3ª
questão responderam se houve conquistas de novas amizades, 16 meninas disseram sim,
14 não e 1 não respondeu, dos meninos 17 disseram sim, 11 não e 1 não respondeu.
Em relação à 4ª pergunta demonstrada no gráfico 1, foi questionado se houve mais
momentos de tensão ou descontração, das meninas 15 disseram que houve mais tensão e 16
descontração, dos meninos 20 disseram haver mais descontração e 9 tensão. Segundo Pampilio
(2011 apud HUIZINGA), quanto mais estiver presente o elemento competitivo do jogo, mais
apaixonante se torna. O elemento de tensão nas competições confere um valor ético ao jogo, na
medida em que são postas a prova as qualidades do jogador, sua força e tenacidade, habilidade e
coragem, e igualmente, sua lealdade, pois apesar do desejo de ganhar as regras sempre devem ser
obedecidas.
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Grafico 1. Pergunta nº 4: Houve mais momentos de descontração ou tensão?
Ainda representado na tabela 1, na 5ª questão foi perguntado se houve respeito aos
árbitros, 24 meninas disseram que sim, 3 não e 4 às vezes, dos meninos 18 disseram que
sim, 1 disse que não, 9 disseram que às vezes e 1 não respondeu. Sobre a 6ª questão, se
houve respeito aos adversários, 18 meninas disseram que sim, 5 não e 8 às vezes, dos
meninos 17 disseram que sim, 3 disseram que não e 9 disseram que às vezes. De acordo
com o Coletivo de Autores (1992), na escola, é preciso resgatar os valores que privilegiam o
coletivo sobre o individual, defender o compromisso da solidariedade e respeito humano, a
compreensão de que o jogo se faz “a dois”, e de que é diferente jogar “com” o companheiro
e jogar “contra” o adversário. Qualquer desporto coletivo implica no desenvolvimento de
competências de relacionamento social e de trabalho em grupo principalmente o respeito.
De acordo com Venditti e Sousa (2008), o jogo promove o desenvolvimento afetivo-social e
de princípios tais como a cooperação, a participação, a convivência, a emancipação e a
auto-estima, onde o aluno participa das atividades de maneira ativa e crítica,
compreendendo os elementos do jogo, caminhando para a autonomia, além de aprender a
respeitar as limitações dos demais participantes. Em relação à 7ª se houve respeito às
regras por parte dos participantes, 24 meninas disseram que sim, nenhuma disse não e 7 às
vezes, 18 meninos disseram que sim, 3 disseram que não e 8 disseram que às vezes.
Garcia (2005) afirma que não devemos subestimar o sentido que a própria criança atribui ao
esporte dizendo que o importante é participar. Devemos lutar para vencer, porém
respeitando as regras. Como vimos, o esporte promove o desenvolvimento de qualidades
morais que podem produzir valores dentro do âmbito escolar. Como afirma Queirós (2004), o
esporte, como todo é um processo de princípios e objetivos e devem estar pautados em um
quadro de valores. Na 8ª se o interclasse favoreceu a aproximação dos alunos da turma, 23
meninas disseram que sim, 4 não e 4 às vezes, dos meninos 21 disseram que sim, 5
disseram que não e 3 disseram que às vezes. Já na 9ª se o interclasse favoreceu a
aproximação dos alunos com alunos de outras turmas, 17 meninas disseram que sim, 6 não
e 8 às vezes, 9 meninos disseram que sim, 2 disseram que não e 8 disseram que às vezes.
“É possível perceber-se o desenvolvimento das relações sócio-afetivas, a comunicabilidade,
a sociabilidade, ajustando socialmente esse homem ao meio que vive” (BICKEL, 2012 apud
BURITI). A convivência com pessoas desconhecidas enriquece nossa vida, nos faz enxergar
além de nós mesmos. Ajudam a criar em nós a importância de tratar o próximo bem, de
irmos além dos nossos limites, superar obstáculos, quebrar barreiras de preconceito e são
alguns dos acontecimentos vivenciados durante a prática esportiva. Precisamos entender
que os jogos são uma forma de socializar os estudantes, que são momentos de diversão e,
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principalmente, de aprendizado. Caso isso não aconteça, corremos o risco de tornarmos
estas competições em legítimos campos de batalha, ambientes de exclusão, de
supervalorização da vitória, do vexame de uma derrota por não saber perder, da
humilhação, assim por diante. Na 10ª onde foi questionado se houve maior assimilação do
conteúdo sobre as modalidades durante a prática esportiva no interclasse, 24 meninas
disseram que sim, 1 não e 6 às vezes, 25 meninos disseram que sim, nenhum disse não e 4
disseram que às vezes. Segundo Moreira (2002), o ensino do esporte na escola se dá,
exclusivamente, a partir dos parâmetros fornecidos pela instituição desportiva, ou seja, a
partir de suas normas e regras. Se dá, portanto, nos limites que a técnica específica de
distintas modalidades esportivas exige. Isso porque ensinar um esporte, enquanto conteúdo
escolar, implica considerar desde os seus fundamentos básicos, os seus métodos de
treinamento. Por fim, na 11ª se em geral ele considera que o interclasse serviu para que os
alunos se integrassem, 29 meninas disseram que sim e 2 não, dos 29 meninos todos
disseram que sim. Para Betti (1991) o esporte escolar envolve os alunos em atividades
competitivas, despertando grande interesse e motivação, possibilitando assim uma maior
afirmação social, integração e lazer. Segundo Monteiro (2007), no esporte para crianças e
jovens as ações, atitudes e comportamento baseados no espírito esportivo (FAIR-PLAY)
são: serenidade, generosidade, respeito, cordialidade, solidariedade, amizade, equilíbrio,
honestidade, dignidade, entre outros. Estes valores devem fazer parte da educação de todos
os indivíduos e apresentar-se em qualquer atividade, sendo o esporte, dada as suas
particularidades, o espaço ideal para uma educação focada em valores. As aulas de
Educação Física nas escolas são, para muitos, a primeira oportunidade de prática física e
desportiva, podendo ou não abrir caminho ao desenvolvimento e consolidação de um estilo
de vida que inclua a prática de exercício físico ao longo da vida, a qual, como sabemos, é
indispensável à saúde física e mental. Embora as atividades esportivas e os jogos tenham
um valor íntimo, na educação pelo esporte se vai além, como é afirmado pelo Instituto
Ayrton Senna, podem ser utilizadas como meio para educar, ou seja, desenvolver
competências pessoais, sociais, produtivas e cognitivas, além de atitudes, comportamentos
e valores.
CONCLUSÕES
Como vimos a competição no ambiente escolar, organizada e estruturada pode proporcionar
ao educando a descoberta de aptidões, tanto motoras quanto cognitivas e afetiva sociais, o
que nos permite afirmar que, através da prática do desporto escolar o aluno pode ter maior
facilidade em assimilar conteúdos, favorecendo assim sua aprendizagem, o que também
permite uma valorização sócio-pedagógica no âmbito escolar, além de estimular sentimentos
de solidariedade, cooperação, criatividade, autonomia, confiança, levando-o a ser mais
participativo e aprendendo a viver e a conviver, a conhecer e a respeitar o outro.
Encontrando o equilíbrio entre a competição e o convívio, aumenta o número de praticantes,
melhora competências motoras, a qualidade das práticas desportivas e contribui para a
sociabilidade entre os alunos. Diante disso, a competição escolar não deve ser ignorada,
pois se trata de um conteúdo rico que pode ser trabalhado de forma séria e responsável e
pode ser eficaz quando aplicado na escola com o intuito de promover a educação integral do
educando, que favoreça os aspectos sociais, afetivos e cognitivos, ao mesmo tempo
proporcionando a aprendizagem das modalidades, além de outros benefícios como saúde e
bem estar, levando o educando a compreender e adquirir senso crítico quanto a prática de
esporte fora da escola.
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REFERÊNCIAS
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Projetos Sociais. Universidade Feevale. Curso De Pós Graduação em Psicologia do Esporte
e do Exercício Físico. Novo Hamburgo, 2012.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia de Ensino de Educação Física. São Paulo. Cortez,
1992.
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Editora Perspectiva, 1938.
Instituto Ayrton Senna. Educação para o desenvolvimento humano pelo Esporte.
MONTEIRO, A. O. Desporto: Da excelência a virtude, um caminho de vida para crianças,
jovens e adultos. Braga, instituto de Estudos da Criança/ Universidade do Minho. (2007).
PAMPILION, R. M.; A influência da prática esportiva no desenvolvimento de valores em
crianças e jovens. Universidade Federal do Rio Grande do Sul –Escola de Educação Física.
Porto Alegre/RS. 2011.
QUEIRÓS, P. Para um novo enquadramento axiológico na participação se crianças e jovens
no desporto. Desporto para crianças e jovens: razões e finalidades/ organização Adroaldo
Gaya, António Marques, Go Tani. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
VENDITTI, JR R.; SOUSA A. M. Tornando o jogo possível: reflexões sobre a pedagogia do
esporte, os fundamentos dos jogos desportivos coletivos e a aprendizagem esportiva.
Pensar a pratica 11/1:47-58, janeiro./Julho. 2008.
WAGNER W. M.. Educação Física e Esportes (perspectivas para o século XXI), 2002.
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EXCESSO DE PESO E INATIVIDADE FÍSICA ENTRE FUNCIONÁRIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS
CAIXETA-NETO, A.G.1; GONÇALVES, A.C.2; PEREIRA, L.R.3;VIANA, S.F.1
1- Universidade Federal de Ouro Preto – Ouro Preto – Minas Gerais – Brasil.
2- Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia – Minas Gerais – Brasil.
3- Universidade Presidente Antônio Carlos – Barbacena – Minas Gerais – Brasil.
e-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) são estabelecimentos que tem
como foco a produção e distribuição de refeições para coletividades. Altas prevalências de
excesso de peso e inatividade física têm sido detectadas entre operadores destas unidades,
representando importante fator de risco para absenteísmo e morbi-mortalidade
cardiovascular. Objetivo: Verificar a prevalência de excesso de peso e inatividade física
entre funcionários de uma UAN de Ouro Preto, Minas Gerais. Metodologia: Estudo
transversal com 16 indivíduos (14 mulheres e 2 homens), com idade entre 22 e 59 anos, que
trabalhavam em uma UAN localizada em Ouro Preto, Minas Gerais. Os dados sóciodemográficos, nível de atividade física e estado nutricional foram obtidos através de
questionários e aferição de peso e altura. Resultados: A amostra foi constituída
predominantemente por indivíduos do sexo feminino (87,5%), solteiros (62.5%) e com ensino
médio (37.5%). As prevalências de excesso de peso e de inatividade física foram de 75%.
Conclusão: Foram observadas elevadas taxas de excesso de peso e de inatividade física
entre os funcionários da UAN.
Palavras-chave: Excesso de Peso, Inatividade Física, Unidade de Alimentação e Nutrição.
ABSTRACT
Introduction: Food and Nutrition Units (FNU) are establishments that focuses on the
production and distribution of meals to communities. High prevalence of overweight and
physical inactivity has been detected among operators of these units, representing an
important risk factor for absenteeism and cardiovascular morbidity and mortality. Objective:
The aim of study was to check the prevalence of overweight and physical inactivity among
employees of a FNU Ouro Preto, Minas Gerais. Methods: Cross-sectional study with 16
subjects (14 women and 2 men), aged between 22 and 59 years, who worked in a FNU
located in Ouro Preto, Minas Gerais. The socio-demographic data, physical activity level and
nutritional status were obtained through questionnaires and measurement of height and
weight. Results: The sample consisted predominantly of females (87.5%), single (62.5%)
and high school education (37.5%). The prevalence of overweight and physical inactivity was
75%. Conclusion: It observed high rates of overweight and physical inactivity among
employees of FNU.
Key-words: Overweight, Physical Inactivity, Food and Nutrition Unit.
INTRODUÇÃO
Uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) é um estabelecimento que tem como
foco a produção e distribuição de refeições para coletividades (PROENÇA, 1997), devendo
ser adequadas do ponto de vista nutricional e higiênico-sanitário (TEIXEIRA et al., 2000),
garantindo saúde e capacitação para o trabalho (AMORIM et al., 2005).
Altas prevalências de excesso de peso e inatividade física têm sido detectadas entre
operadores de UAN‟s (LOBATO & VARGAS, 2007; NAKASHIMA et al., 2009; BOCLIN &
BLANK, 2010; NICKEL et al., 2011).
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A partir da conscientização a respeito da influência que as condições de trabalho e
saúde exercem sobre o desempenho e produtividade, passou a existir uma preocupação
com a saúde do funcionário da UAN (MATOS & PROENÇA, 2003).
Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o estado nutricional e o nível de
atividade física dos funcionários de uma UAN de Ouro Preto-MG utilizando diferentes
indicadores antropométricos e de composição corporal.
METODOLOGIA
Estudo transversal foi realizado entre fevereiro e março de 2013 com funcionários de
uma Unidade de Alimentação e Nutrição, localizada na cidade de Ouro Preto-MG.
A UAN contava com 20 colaboradores no período em que os dados foram colhidos,
dos quais 16 (14 mulheres e 2 homens) concordaram em participar da pesquisa e
assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. O trabalho foi autorizado pela
concessionária responsável pela gestão da unidade em questão e acompanhou as
normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo
seres humanos.
Os dados sócio-demográficos foram obtidos por meio de questionário semiestruturado, o qual foi elaborado pelos próprios pesquisadores e versava sobre idade,
gênero, escolaridade e situação conjugal.
O peso e a altura foram aferidos por meio de balança digital TANITA® e estadiômetro
de plataforma ALTUREXATA®, respectivamente, sendo utilizados para calcular o índice de
massa corporal, a partir do qual foi realizada a classificação do estado nutricional dos
funcionários. Os seguintes pontos de corte, estabelecidos pela Organização Mundial de
Saúde (1995), foram adotados: magreza (IMC < 18.5 kg/m²), eutrofia (IMC ≥ 18.5 kg/m² e <
25 kg/m²), sobrepeso (IMC ≥ 25 e < 30 kg/m²) e obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²).
Para avaliar o nível de atividade física utilizou-se o International Physical Activity
Questionnaire (IPAQ), sendo o indivíduo categorizado em: ativo (150 minutos ou mais de
atividade física por semana) e inativo (menos de 150 minutos de atividade física por
semana) (CDC, 2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A faixa etária da população estudada variou entre 22 e 59 anos, sendo a idade média
igual a 35,56±11,85 anos.
Houve predomínio de indivíduos do sexo feminino (87,5%), solteiros (62.5%) e com
ensino médio (37.5%), semelhante a trabalho realizado por Vargas e Lobato (2007), em que
esses números foram de 100%, 86.7% e 40%.
Foram observadas altas prevalências de sobrepeso e obesidade (75%) entre os
funcionários da UAN (tabela 1), valores próximos àqueles encontrados por Boclin e Blank
(2010), Nakashima et al. (2009) e por Nickel et al. (2011), que foram de 71.5%, 72% e
76.5%, respectivamente. Já estudo realizado por Aguiar et al. (2009) com 134 funcionários
de uma UAN de Sobral-CE detectou excesso de peso em 55% dos avaliados.
Tabela 1 – Estado Nutricional de funcionários de uma Unidade de Alimentação de Nutrição
de Ouro Preto, Minas Gerais.
Estado Nutricional
n
%
Eutrofia
4
25,0
Sobrepeso
9
56,2
Obesidade
3
18,8
Também foram detectadas altas taxas de inatividade física foram detectadas nesta
população (tabela 2). Trabalho realizado por Nickel et al. (2011) encontrou 80% de
sedentarismo em colaboradores de uma UAN. Já Vargas e Lobato (2007) encontraram
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prevalência de sedentarismo de 88% entre funcionários de uma unidade de alimentação e
nutrição hospitalar.
Tabela 2 – Nível de Atividade Física de funcionários de uma Unidade de Alimentação de
Nutrição de Ouro Preto, Minas Gerais.
Nível de Atividade Física
n
%
Ativo
4
25,0
Inativo
12
75,0
CONCLUSÃO
A população do estudo foi composta predominantemente por mulheres, solteiras e
com ensino médio completo.
Foram observadas elevadas taxas de excesso de peso e de inatividade física entre os
funcionários da UAN.
Neste contexto, a prática regular de exercícios físicos e medidas de controle
nutricional ser adotadas por todos os funcionários da UAN, no sentido de eliminar e/ou
minimizar a existência de comorbidades, as quais estão associadas a aumento de
complicações e mortalidade cardiovasculares, conforme demonstrado por inúmeros autores.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, L. F.; SILVEIRA, F. R. V.; SILVA, L. M. F.; VIEIRA, A. D. S. Avaliação Nutricional
dos Funcionários de uma Unidade de Alimentação e Nutrição de Empresa Terceirizada,
Município de Sobral-CE. In: IV Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e
Nordeste de Educação Tecnológica – CONNEPI. Anais eletrônicos do IV CONNEPI [CDROOM], Belém: IFPA, 2009.
AMORIM, M.M.A; JUNQUEIRA, R.G.; JOKL, L. Adequação nutricional do almoço selfservice de uma empresa de Santa Luzia, MG. Revista de Nutrição, v. 18, n. 1, 2005.
BOCLIN, K. L. S.; BLANK, N. Prevalência de sobrepeso e obesidade em trabalhadores de
cozinhas dos hospitais públicos estaduais da Grande Florianópolis, Santa Catarina. Rev.
Bras. Saúde Ocup., v. 35, n. 121, p. 124-130, 2010.
CENTER DISEASE OF PREVENTION AND CONTROL (CDC). Promoting physical activity:
a best buy in public health. 2000.
LOURENÇO, M. S.; BERLANDO, C. D.; SILVA, E. F.; ROMANO, G. C.; KAWAGUCHI, J. R.
Avaliação do perfil ergonômico e nutricional de colaboradores em uma unidade de
alimentação e nutrição. In: XIII SIMPEP. Anais eletrônicos do XIII SIMPEP, Bauru: UNESP,
2006.
MATOS, C. H.; PROENÇA, R. P. C. Condições de trabalho e estado nutricional de
operadores do setor de alimentação coletiva: um estudo de caso. Revista de Nutrição,
Campinas, v. 16, n. 4, 2003.
NAKASHIMA, A. T. A.; ROSANELI, C. F.; ROSA, R. P.; SILVA, S. A. Estado Nutricional de
Funcionário de uma Unidade de Alimentação e Nutrição do Município de Maringá. In: III
CONCCEPAR. Anais eletrônicos do III CONCCEPAR, Maringá: CESUMAR, 2009.
NICKEL, J.; PASSOS, P. C.; MOTTA, A. P. B.; BOTELHO, F. T.; BUCHWEITZ, M. R. D.
Avaliação das Condições de Saúde de Colaboradores em Unidade de Alimentação e
Nutrição. In: XXI Congresso de Iniciação Científica da Universidade Federal de Pelotas.
Anais eletrônicos do XXI CIC, Pelotas: UFPel, 2011.
PROENÇA, R. P. C. Inovação Tecnológica na Produção de Alimentação Coletiva. 1ª Ed.:
Florianópolis. Editora Insular, 1997.
TEIXEIRA, S.; MILET, Z.; CARVALHO, J.; BISCONTINI, T. M. A. Administração Aplicada às
Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Atheneu, 2000.
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VARGAS, V. S.; LOBATO, R. C. Prevalência de sobrepeso e prática de exercícios físicos em
trabalhadores de uma unidade de alimentação e nutrição hospitalar. Vittalle (FURG), v. 19,
n. 2, p. 47-55, 2007.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: the use and interpretation of
anthropometry. Technical Report Series 854.Geneva: WHO; 1998.
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OS EFEITOS DA GINÁSTICA LABORAL NA QUALIDADE DE VIDA DOS
TRABALHADORES EM UMA EMPRESA DO RAMO DE RESSOLAGEM DE PNEUS
SOUZA JÚNIOR, L.A.
Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – São Paulo – Brasil
[email protected]
RESUMO
A busca da Qualidade de Vida no Trabalho e em todos os outros setores da vida, relações
interpessoais, moradia, alimentação, lazer, afetividade, sexualidade, bem como, saúde
física, emocional e espiritual, constitui um extenso e amplo mosaico de anseios que
poderíamos denominar de qualidade de vida total. Sendo assim o presente estudo tem como
objetivo conhecer os efeitos das sessões de Ginástica Laboral nos níveis de qualidade de
vida de 09 trabalhadores em uma empresa do ramo de ressolagem de pneus na cidade de
São José do Rio Pardo-SP, O método utilizado foi à aplicação de um questionário com todos
os funcionários, com o intuito de verificar os efeitos que a Ginástica Laboral pode promover
aos trabalhadores. Após a análise dos resultados e a discussão dos mesmos, o presente
estudo nos permite concluir como a Ginástica Laboral pode influenciar na vida diária dos
trabalhadores em questão.
Palavras-chave: Qualidade de Vida, Ginástica Laboral, trabalhadores.
ABSTRACT
The pursuit of Quality of Life at Work and in all other walks of life, interpersonal relationships,
housing, food, leisure, affection, sexuality, as well as physical, emotional and spiritual, is an
extensive and broad mosaic of longings that could call the overall quality of life. Therefore the
present study aims to evaluate the effects of sessions Gymnastics levels of quality of life of
09 workers in a branch company of resolute tires in the city of Sao Jose do Rio Pardo-SP,
the method used was a questionnaire to all employees, in order to verify the effects that can
promote Gymnastics workers. After analyzing the results and discussion of them, this study
allows us to conclude as Gymnastics can influence the daily lives of the employees
concerned.
Keywords: Quality of Life, Gymnastics, workers
INTRODUÇÃO
A busca da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e em todos os outros setores da vida –
relações interpessoais, moradia, alimentação, lazer, afetividade, sexualidade, bem como,
saúde física, emocional e espiritual, constitui um extenso e amplo mosaico de anseios que
poderíamos denominar de qualidade de vida total (FONTES, 2010.)
Talvez seja possível afirmar que a busca de qualidade de vida total nada mais é do que
busca incessante de todo ser humano para se perceber feliz e auto realizado a maior parte
do tempo. E, como bem preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), para promover
e produzir a percepção de saúde e bem-estar-geral de um indivíduo, todas as dimensões de
sua existência devem estar contempladas. Ou seja, as demandas e necessidades que
envolvem as dimensões física, social, psicológica e espiritual devem ser percebidas pelas
pessoas como satisfatoriamente bem atendidas em seu cotidiano.
Esta proposição abrangente e integral de qualidade de vida não pode ser diferente quando
se trata especificamente de Qualidade de Vida no Trabalho. O universo do trabalho, ao qual
dedicamos uma parte significativa do melhor que temos e somos, não deixa de ser palco,
em sua realidade cotidiana, dos mesmos anseios e necessidades que um indivíduo possui
em outros momentos de sua vida.
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Isto é, qualquer trabalhador, todos os dias, quando adentra o seu ambiente de trabalho, leva
consigo todas as complexidades e demandas de seu universo biopsicossocial. E ali, em seu
local de trabalho, todas estas demandas continuam solicitando a mesma atenção que
solicitam fora do trabalho.
Pensando nisso, as empresas estão cada vez mais envolvidas com programas de gestão
em saúde e qualidade de vida, e os gestores estão conscientes de que o bem-estar dos
trabalhadores está relacionado com a produtividade corporativa. A questão é se as
empresas estão preparadas ou não para essa ação.
Pois as empresas que insistirem em manter a visão obsoleta de que só salário e alguns
benefícios motivam e garantem a melhor produtividade, retendo o trabalhador em sua
organização, estão correndo um sério risco de perderem seus talentos e seu capital humano
e intelectual e, por conseguinte, sua competitividade. É consenso que algumas empresas,
para construir e garantir a competitividade e a sustentabilidade futura deve começar a
trabalhar nesta direção desde já, investindo de forma integral em seu capital humano. A
implementação de programas de Qualidade de Vida no trabalho nas empresas é uma
estratégia considerada imprescindível para a percepção do colaborador de que ele está
sendo incluído, apoiado e valorizado nesta longa travessia para um futuro sustentável.
(FONTES, 2010.)
Sendo assim o presente programa tem como objetivo conhecer e refletir sobre os níveis de
qualidade de vida do trabalhador, e se os mesmos estão voltados para atividades educativas
em saúde e rastreamento de doenças no ambiente corporativo, e propor ações através de
um programa de Ginástica Laboral, como contribuição para Qualidade de Vida no Trabalho.
A busca constante e incessante por maior produtividade trouxe também fortes pressões para
o contexto do trabalho, gerando muitas vezes desgastes físicos, mentais e emocionais, que
conseqüentemente conduzem a um desequilíbrio. Para que consiga a redução dos custos
com assistência médica, controle do absenteísmo, aumento da produtividade e melhoria dos
do clima organizacional, os programas devem seguir os estágios de avaliação de
necessidades, planejamento, implantação participativa, manutenção e feedback de
resultados. O sucesso das empresas está relacionado a um conjunto de profissionais
criativos, motivados e saudáveis. O desafio é construir programas com elevada participação
e que se consolidem com o tempo. A melhoria da qualidade de vida no trabalho não ocorre
sem participação e o envolvimento dos colaboradores em questão. De acordo com Ardell
(2003), os fundamentos da qualidade de vida e do bem-estar consistem nos seguintes
elementos: um forte senso de responsabilidade pessoal, um estilo de vida saudável com
combinação disciplinada de atividade física moderada, vigorosa e uma alimentação
equilibrada, uma visão positiva e prazer em viver, abertura para novas descobertas sobre os
significados e os propósitos da vida, capacidade e interesse pelo pensamento crítico.
Trabalhando em empresas, temos identificado grande melhoria na qualidade de vida dos
colaboradores em questão, utilizando como meio a Ginástica Laboral, o que confirma Lima
(2008, p.28) a Ginástica Laboral pode ser conceituada como um conjunto de práticas
elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente, visando
compensar as estruturas mais utilizadas e tonificando-as e ativar as que não são requeridas.
Essas práticas podem ser complementadas com ações educativas que possibilitem um
maior acesso a informações sobre promoção de saúde, dinâmicas lúdicas de integração,
visando promover maior descontração e resgate do equilíbrio e bem-estar do trabalhador.
OBJETIVOS
Conhecer, avaliar e analisar o estilo de vida no ambiente corporativo dos trabalhadores em
questão. Diante disso, verificar os efeitos das sessões de Ginástica Laboral visando
complementar o programa com a conscientização sobre a importância da atividade física,
dentro e fora da empresa, através da orientação de um profissional da área segundo a
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resolução do CONFEF 073/2004, fazendo com que as pessoas envolvidas valorizem mais a
sua própria saúde a fim de procurarem praticar alguma atividade física regular, além de
melhorar o ambiente de trabalho e conseqüentemente a qualidade de vida.
METODOLOGIA
A classificação do presente estudo é uma pesquisa aplicada quantitativo-descritiva, sendo
utilizada, em primeiro momento, uma metodologia com característica bibliográfica, a partir de
livros, revistas, documentos eletrônicos, anais e outras fontes de acesso geral, e em
segundo momento, com característica descritiva, com a aplicação de questionário e análise
estatística dos dados coletados.
Amostra
O estudo teve como sujeitos 09 trabalhadores de uma empresa de Ressolagem de Pneus no
interior do estado de São Paulo.
Materiais e Métodos
Os materiais utilizados foram: uma folha com conteúdo do questionário e caneta.
Este estudo foi realizado no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2013, em uma indústria
de ressolagem de pneus. O método utilizado no presente estudo foi uma entrevista, em que
os funcionários se identificaram, colocaram sua função e responderam a uma questão de um
questionário. Com intuito de verificar os resultados da Ginástica. As melhorias se
classificaram em sete opções, e os mesmos puderam assinalar mais de uma opção de
melhora. Também havia o item onde poderiam assinalar que não obtiveram melhora com o
programa de Ginástica Laboral.
Procedimentos para coleta de dados
A aplicação do questionário de ginástica laboral, foi no horário de almoço, no refeitório da
empresa, onde os mesmos tiveram tempo suficiente para responderem as questões.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na tabela a seguir estão expostos os dados referentes ao número de 09 trabalhadores.
Tabela 1: Quantidade de funcionários.
Masculino
Feminino
Funcionários
05
04
49
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Os gráficos dispostos a seguir apresentam os dados referentes à empresa estudada.
Gráfico 1.
70%
60%
50%
40%
31,25%
30%
25,00%
18,75%
20%
6,25%
10%
6,25%
6,25%
6,25%
0,00%
Não obteve
melhora
Bem-estar em
geral
Melhora no
Ambiente de
trabalho
Mais
alongamento
Melhor
Postura
Mais
Relaxamento
Melhor
disposição
Menos dores
0%
Gráfico 1 – Análise dos resultados obtidos através do programa de Ginástica Laboral.
Com relação aos dados expostos, observamos que 100% dos trabalhadores declararam que
obtiveram algum tipo de melhora com o programa de ginástica laboral. Sendo esse total
dividido nos seguintes benefícios que refletem na qualidade de vida dos colaboradores em
questão:
Tabela 2: Melhorias relatadas.
%
Melhorias relatadas
31,25%
Menos dores
25,00%
Melhora no bem-estar geral
18,75%
Melhor disposição
06,25%
Mais alongamento
06,25%
Mais relaxamento
06,25%
Melhor postura
06,25%
Melhora no ambiente de trabalho
00,00%
Não obteve melhora
Em relação aos colaboradores que não obtiveram melhora, o número é expresso em 0%.
Portanto, os indicadores positivos são totais, demonstrando uma melhora na qualidade de
vida dos trabalhadores, pois segundo a Organização Mundial de Saúde (1947), saúde é
definida como um estado completo de bem-estar físico, mental e social e que não consiste
somente numa ausência de doença ou de enfermidade, portanto foram detectados fatores
que comprovam uma melhora para essa população de sujeitos.
Desta forma, a empresa em questão vem buscando filosofias administrativas que visem às
necessidades do trabalhador a fim de obterem uma produtividade adequada. Além do fator
qualidade, o funcionário satisfeito com seu ambiente de trabalho tende a produzir mais.
Através deste pensamento, a Ginástica Laboral objetiva prevenir os acidentes de trabalho e
as lesões ocupacionais, incrementando o rendimento, a disposição profissional e a
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motivação no trabalho, além de conscientizar os funcionários sobre as práticas saudáveis da
atividade física.
CONCLUSÃO
A questão Ginástica Laboral tem se mostrado eficiente para o controle e recuperação do
trabalhador, pois tal atividade apresentou cem por cento de melhorias. Ao mesmo tempo em
que exerce sua função de prevenção com o trabalhador, a ginástica propicia um momento
de interação motriz entre sujeitos históricos e sociais.
O contato corporal entre as pessoas, traduzidas em momentos de ginásticas, têm mostrado
efeitos sociais renovadores, promovendo a valorização dos funcionários e a melhoria dos
serviços realizados e o bem estar geral com menos dores, melhor disposição, maior
relaxamento e melhora no ambiente de trabalho, promovendo uma melhor qualidade de
vida.
Conclui-se também que devem existir estudos mais aprofundados referente ao tema, em
virtude de deficiências metodológicas.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACHOUR, A.Jr. Bases para exercício de Alongamento. São Paulo: Editora Phorte, 1999.
ALTER, J. Alongamento para os esportes. São Paulo: Editora Manole, 1999.
ANDERSON, B. Alongue-se no trabalho. São Paulo: Editora Summus, 1998.
FIGUEIREDO, F.; MONT`ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. Rio de Janeiro: Editora
Sprint, 2008.
LIMA, M.E.; ARAÚJO, J.N.G.; LIMA, F.P.A. L.E.R: Dimensões Ergonômicas e Psicossociais.
Belo Horizonte:Editora Health,1998.
LIMA, V. Ginástica Laboral: Atividade Física no Ambiente de Trabalho. São Paulo: Editora
Phorte, 2008.
MARTINS, C.O. PPST: Programa de promoção da saúde do trabalhador. Jundiaí: Editora
Fontoura, 2008.
MORETTI, A. ; LIMA, V. Massagem no ambiente de traballho. São Paulo: Editora Phorte,
2010.
NIEMAN, D.C. Exercício e Saúde. São Paulo: Editora Manole, 1999.
SOUZA, L.C.P.; FONTES, C.E.M. Qualidade de Vida no Trabalho. São Paulo: Editora
Edicon, 2010.
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PÔSTERES
A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, AVALIADOS A
PARTIR DE CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE
SOUZA JÚNIOR, L. A.
BRAZ, S.H.
FELTRAN, G.N.
BERNARDELLI, F.J.
ABRÃO, I.F.
Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – São Paulo – Brasil
[email protected]
(Introdução) O conceito de Sustentabilidade está relacionado à continuidade dos aspectos
econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Propõe ser um meio de
configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus
membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu
maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os
ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção
indefinida desses ideais. A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a
vizinhança local até o planeta inteiro, e para que um empreendimento humano seja
considerado sustentável, é preciso que seja, ecologicamente correto, economicamente
viável, socialmente justo e culturalmente diverso. (Objetivos) O objetivo do presente estudo
foi verificar como o profissional de Educação Física pode oferecer serviços respeitando os
critérios de sustentabilidade. (Metodologia) Após pesquisas em bases de dados, e
bibliografias, foram analisadas informações sobre prestação de serviços no catálogo
sustentável que armazena informações sobre produtos e serviços avaliados a partir de
critérios de sustentabilidade e selecionados pela equipe de especialistas do centro de
estudos em sustentabilidade da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da
Fundação Getúlio Vargas, com o intuito de verificar como a sustentabilidade se aplica a
prestação de serviços na área da Educação Física. (Resultados) Após a análise dos
resultados, percebemos que a prestação de serviço na área da Educação Física deve
respeitar vários aspectos, entre eles o social, onde os profissionais devem ser habilitados e
registrados em seu respectivo conselho e residentes na comunidade onde presta o serviço.
Do ponto de vista ambiental o profissional deve utilizar meios de transporte naturais ou
coletivos, uniformes confeccionados com certificação assim como os aparelhos utilizados e a
emissão de relatórios deve ser eletrônica. (Conclusão) Portanto, medidas conscientes
aplicados a fatores econômicos competitivos aliados a redução ou eliminação do uso de
descartáveis e utilização de produtos com certificação orgânica, demonstra claramente a
contribuição do profissional de educação física na aplicação de serviços sustentáveis.
Palavras-Chaves: Prestação de serviços; educação física; sustentabilidade.
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EFEITO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE INDIVÍDUOS IDOSOS
NOGUEIRA, S.H 1; ZANETTI, M. C. 1, 2
1
UNIP – São José do Rio Pardo; 2LEPESPE/UNESP– Rio Claro
[email protected]
Introdução: O envelhecimento faz parte do processo humano, no qual, são identificadas
mudanças significativas relacionadas à idade. Por sua vez ocorrem muitas situações
negativas que associam a velhice à doença, tais como: diminuição de massa óssea e
muscular, distúrbios e doenças metabólicas (diabetes, hipertensão, aumento no colesterol e
triglicérides, etc.), má postura, aumento na incidência de dores e quedas, entre outros. Este
estado também pode ser relacionado a comprometimentos na funcionalidade motora e bem
estar do idoso. Por outro lado, para que o impacto do envelhecimento seja inibido a literatura
vem reportando importantes benefícios das atividades físicas. Objetivo: Neste sentido,
buscamos identificar fatores positivos relacionados à prática de atividade física nesta
população. Metodologia: Como forma de obtenção dos dados optamos por uma ampla
revisão de literatura nacional e internacional a fim de atender aos objetivos propostos.
Resultados: Os resultados encontrados apontam importantes benefícios da prática regular
de atividade física nesta população, abrangendo as dimensões: psicológicas, sociais e
biofísicas. Ficou evidente que a prática de atividade física pode acarretar melhora na
capacidade funcional (equilíbrio, força, flexibilidade, coordenação, velocidade),
proporcionando maior autonomia. Também constatamos que a atividade física pode levar à
menor incidência de depressão e problemas de ordem psíquica, além de importantes
ganhos sociais, tais como: diminuição da solidão e ampliação de relacionamentos sociais e
culturais. Conclusão: Os dados encontrados demonstram a grande relevância da inclusão
de programas de atividade física para a população idosa, já que, é inegável suas vantagens.
Por este motivo, sugerimos maior atenção das autoridades quanto à inclusão de programas
de atividade física supervisionada como forma de aumentar não somente a expectativa de
vida destes indivíduos, mas sim, como importante estratégia na obtenção de maior
qualidade de vida. Sem tal cuidado apenas estaremos prolongando anos de sofrimento.
Palavras- chave: Idosos, atividade física, qualidade de vida
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CARACTERIZAÇÃO DO DESEMPENHO FÍSICO DOS ALUNOS DO CURSO DE
FORMAÇÃO DE SOLDADOS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ATRAVÉS DO TESTE DE COOPER
JÚNIOR, J.A.S M4, CARVALHO, P.M¹, FERNANDES, L.S4, MOREIRA,
CERQUEIRA, C.S¹,2,3.
1-Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF) – Niterói – RJ – Brasil;
2-Time Rio Paralímpico (SMPD/CPB) – Rio de Janeiro – RJ - Brasil;
3-Escola Naval (MB) – Rio de Janeiro – RJ - Brasil;
4-Academia da Policia Militar – Rio de Janeiro – RJ - Brasil.
[email protected]
C.E.B4,
Introdução: A condição física do militar é essencial para a manutenção da saúde e a
eficiência do seu desempenho profissional. O teste de aptidão física (TAF) é destinado a
verificar o grau de condicionamento físico do militar e é aplicado anualmente por intermédio
do teste de Cooper. Objetivo: Demonstrar a caracterização do desempenho físico dos
policias militares através do protocolo de Cooper. Metodologia: A amostra foi constituída
por 42 militares do sexo masculino com idade média de 26.59 ± 3.46 anos integrantes do
curso de formação de soldados do ano de 2013. Os militares foram avaliados em uma
ocasião no período do TAF anual e divididos em três grupos por facha etária: Grupo A (22 a
25), Grupo B (26 a 29), Grupo C (30 a 33). Todos os militares foram avaliados pelo protocolo
de Kenneth H. Cooper (1968). Os valores de médias e desvios-padrão foram calculados pelo
software Microsoft Excel for Windows, versão 2007. Resultados: A tabela logo abaixo
apresenta os resultados encontrados no TAF anual de 2013. Observou-se que o Grupo B
apresentou o melhor resultado, porém o grupo C se saiu muito bem ficando a apenas 3,58m
de diferença para do Grupo B. Já os militares do Grupo A ficaram a 28,58m de diferença do
Grupo B e apresentaram os piores resultados. Apesar do resultado encontrado não
corroborar com os achados na literatura, a aplicação de apenas um teste anual pode
explicar os resultados encontrados.
Tabela - Média e desvio padrão das idades e resultados dos testes.
Parämetros
Idades
Teste de Cooper em Metros
Grupo A
Grupo B
Grupo C
23,43 ± 1,22
2.410,71 ± 167,77
27,43 ± 1,16
2.439,29 ± 127,37
31,07 ± 1,27
2.435,71 ± 219,64
Conclusão: O estudo analisou e levantou dados iniciais para que posteriormente sejam
feitas mais pesquisas dentro desse contexto com outros militares e com outras idades,
objetivando aumentar o número de dados avaliados.
Palavras Chaves: Teste de Cooper, Teste de Aptidão Física, Policia Militar.
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CORRELAÇÃO ENTRE O DESEMPENHO COMPETITIVO E O LIMIAR DE LACTATO DE
UMA NADADORA PARALÍMPICA SUBMETIDA A UM CICLO ANUAL DE TREINAMENTO
PERIODIZADO: UM ESTUDO DE CASO
CERQUEIRA, C.S¹,2,3, CARVALHO, P.M¹, JÚNIOR, J.A.S M4, ROCHA, O.R4, BRITO, J.A4.
1- Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF) – Niterói – RJ – Brasil;
2- Time Rio Paralímpico (SMPD/CPB) – Rio de Janeiro – RJ - Brasil;
3- Escola Naval (MB) – Rio de Janeiro – RJ - Brasil;
4- Academia da Policia Militar – Rio de Janeiro – RJ - Brasil.
[email protected]
Introdução: Há tempos recomenda-se a monitoração das variáveis fisiológicas para a
prescrição do treinamento e do desempenho competitivo, havendo poucas informações
baseadas em evidência na natação paralímpica. Objetivo: Demonstrar as corelações entre
o desempenho competitivo e o limiar lactato mínimo dentro de um programa anual de
treinamento em uma atleta de natação paralímpica, numa abordagem de estudo de caso.
Metodologia: A amostra foi constituída por uma atleta integrante da Seleção Brasileira (19
anos e classe S9). A atleta foi avaliada em três competições nacionais do Circuito Caixa
Brasil Paralímpico de Natação do ano de 2011 para as variáveis limiar de lactato mínimo
Tegtbur et al. (1993) e desempenho competitivo através do Índice Técnico de Circuito (ITC calculado pela razão da média dos três melhores tempos do ranking mundial (MTRM)) da
prova e classe pelo tempo do atleta na mesma prova e classe. Para as análises de
correlação foi empregado o coeficiente de Pearson, com nível de significância de P < 0,05.
Resultados: A tabela abaixo contém os resultados encontrados das três avaliações.
Observou-se correlação significativa entre o ITC e a velocidade de limiar (r = 0,998*; P =
0,043), não foram encontradas correlações significativas para as variáveis velocidade de
limiar e a concentração de lactato no limiar (r = -0,963; P = 0,173), concentração de lactato
no limiar e o ITC (r = -0,979; P = 0,131), contudo utilização de poucas avaliações podem
explicar os resultados encontrados para as variáveis que não tiveram significância.
Tabela: LA - limiar aeróbio; ITC – Índice Técnico de Circuito.
LA
Competicões
(km/h)
(mmol/L)
1
4,2
7,1
2
4,3
4,7
3
4,5
2,9
ITC (%)
266
267
269
Conclusão: As avaliações ao longo do ciclo anual parecem indicar dados relevantes sobre
desempenho competitivo. Contudo, para ampliar a compreensão do fenômeno investigado,
recomenda-se que sejam feitos estudos com outros atletas, objetivando aumentar o número
de dados avaliados.
Palavras chaves: Natação Paralímpica, Limiar de lactato, Desempenho Competitivo.
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O INTERESSE DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM PRATICAR O VOLEIBOL
NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
FERNANDES, L.A. 1;
FERIAN, P.R. 1;
MELO, J.M. 1;
ROMÃO, H.T. 1;
TAVARES, D.F. 1;
SOUZA JÚNIOR, L.A. 1;
1 – Universidade Paulista – São José do Rio Pardo - Brasil
(Introdução) O Voleibol é um esporte complexo, composto por habilidades específicas,
desenvolvidas a partir de habilidades básicas. Pode ser praticado de diversas formas e em
diversos locais, que o torna um esporte dinâmico, desenvolvendo o campo social, cognitivo e
motor de seus praticantes. Pode ser considerado uma importante ferramenta pedagógica
para os professores de Educação Física Escolar. (Objetivos) O objetivo do presente estudo
foi analisar os benefícios do Voleibol no desenvolvimento dos alunos do Ensino
Fundamental e verificar o grau de preferência dos mesmos na prática do desporto nas aulas
de Educação Física. (Metodologia) Aplicou-se um questionário descritivo, em uma amostra
de 92 alunos de uma escola do Ensino Fundamental I na cidade de Mococa, interior de São
Paulo, durante o mês de março de 2013. (Resultados) Dos 92 alunos entrevistados, 69
preferem e têm grande interesse em praticar o Voleibol nas aulas de Educação Física,
compondo 75% do total da amostra, sendo que os motivos que mais os estimulam é o fato
de meninos e meninas poderem praticá-lo juntos, e também por se sentirem bem com os
amigos durante sua prática, fatores que revelam o prazer social que o Voleibol proporciona.
(Conclusão) Tal resultado demonstrou que o Voleibol é uma importante ferramenta
pedagógica no processo de aprendizagem dos alunos, desde que seja realizado de acordo
com as necessidades e características dos mesmos, estimulando-os e desenvolvendo suas
capacidades físicas, cognitivas, afetivas e sociais de forma íntegra.
Palavras-Chaves: Voleibol; educação física escolar; desenvolvimento.
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OS BENEFÍCIOS DA MASSAGEM SHANTALA EM BEBÊS
GARCIA, G.A.C. 1; ZANETTI, M. C. 1, 2
UNIP – São José do Rio Pardo; 1, 2LEPESPE/UNESP– Rio Claro
E-mail: [email protected]
Introdução: A Shantala é uma massagem que foi criada pelo médico francês Dr. Frédérick
1
Leboyer que se encantou com a vigor e a beleza de um momento de amor entre mãe e bebê
e batizou a sequência da massagem com o nome da mulher que a realiza: Shantala. Logo
percebeu que era uma tradição passada de mãe para filho e escreveu um livro descrevendo
todas as técnicas e passos da massagem. É uma técnica do toque saudável e afetivo, com a
finalidade de promover o desenvolvimento físico e emocional dos bebês e crianças e o
enriquecimento do relacionamento entre pais e filhos. A massagem abre um canal de
comunicação, entre a mãe e o filho, não um diálogo verbal, mas um diálogo corporal, onde a
mãe fala através dos gestos produzidos pelas mãos e o olhar, sendo uma linguagem
universal que o bebê compreende bem Objetivo: Este trabalho objetiva verificar os
benefícios da massagem Shantala para bebês. Metodologia: A fim de atender aos objetivos
propostos optamos pelo emprego da revisão de literatura nacional e internacional sobre o
tema. Resultados: Por meio dos estudos realizados muitos autores relatam que a
massagem fortalece o vínculo afetivo entre os pais e o bebê, sendo um fator de vital
importância para a saúde mental e vínculo familiar; alívio contra cólicas; acalma o bebê;
produz relaxamento tônico; combate o estresse; pode curar bebês com prisão de ventre com
uma rapidez incrível, melhora do sono; melhora a função motora; a habilidade de
coordenação e concentração; facilita a compreensão dos pais acerca do comportamento do
bebê, entre outros. Conclusão: Estudos demonstram claramente que a massagem para
bebês, podem trazer benefícios psico-comportamentais e físicos, para o binômio mãe e
bebê. Parece ser uma terapia promissora como abordagem de baixo custo, melhorando
assim a qualidade de vida do bebê. Há necessidade de mais estudos, a fim de descobrir em
quais mais áreas essa terapia pode ajudar. Diante de todos os benefícios obtidos com essa
terapia, é recomendável a sua prática em crianças.
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A BIOMECÂNICA APLICADA AO ESTUDO E ANÁLISE DO CHUTE EM JOGADORES DE
FUTEBOL DE CAMPO
SILVA, M.G¹
1UNESP <Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”> Campus Guaratinguetá
- Guaratinguetá - São Paulo - Brasil.
e-mail: [email protected]
Introdução:O chute no futebol é um gesto técnico bastante estudado, devido a sua
importância dentro de uma partida.Atualmente utilizam-se os recursos científicos e
tecnológicos da Biomecânica com o intuito de obter melhorias na performance motora dos
atletas e na possível prevenção e reabilitação de lesões;consequentemente ocorre a
otimização do planejamento dos treinamentos das equipes e a diminuição do tempo de
recuperação dos atletas lesionados.Objetivo: Investigar a importância do estudo e da
atuação da Biomecânica na área esportiva, com ênfase no futebol através da análise da
técnica do chute, numa breve revisão de pesquisas recentes na área, abordando parâmetros
cinemáticos e cinéticos. Metodologia:Coleta e levantamento de dados utilizando como
ferramenta, a revisão científica de pesquisas ou artigos publicados em diversos países, de
diferentes pesquisadores da área, abordando aspectos determinantes da técnica do chute e
suas variáveis intervenientes. Resultados: As pesquisas apontam grande número de
publicações dedicadas à técnica de chute, com ênfase no chute com o dorso do pé;
analisando juntamente a velocidade da bola e ângulosarticulares nas fases do chute (SILVA,
2012; ZERNICK e ROBERTS, 1978 e LUHTANEN, 1994 apud LEES e NOLAN,1998; ASAMI
e NOLTE, 1983; ASAI et.al, 2002); recentemente observa-se a aplicação do estudo sobre
equilíbrio postural e COP (centro de pressão), que estão sendo aplicados em laboratórios de
biomecânica de clubes de futebol da Europa (Milan, Real Madrid e Porto) com resultados
excelentes, tanto na recuperação de lesões quanto na performance, artigos encontrados
sobre o tema (NASHNER e MCCOLLUM, 1985; ROTHWELL, 1994; WINTER, 1995 apud
AMADIO, 1999; SCHIMIDT et al., 2003; ALMEIDA et al., 2009; TOOKUNI et al., 2005;
GERBINO et al., 2007), e um outro tema que desperta interesse é sobre a tecnologia na
produção de materiais e suportes para melhoria de rendimento dos atletas e prevenção de
lesões. Conclusão:As pesquisas desenvolvidas têm aumentado nos últimos anos e a
tendência é a evolução natural de métodos que outrora eram estabelecidos de maneira
empírica pelos treinadores e comissão técnica, sendo substituídos pelos recursos da
biomecânica, através de seus métodos científicos-matemáticos que possuem resultados
eficazes comprovados em pesquisas feitas no mundo todo.Palavras Chave: Biomecânica,
chute e revisão científica.
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A INFLUÊNCIA DA FADIGA NA PERFORMANCE DE JOGADORES DE FUTEBOL DE
CAMPO
SILVA, M.G¹
1 UNESP <Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”> Campus
Guaratinguetá - Guaratinguetá - São Paulo - Brasil.
e-mail:
[email protected]
Introdução:A fadiga muscular durante a prática esportiva ocasiona a queda significativa da
performance motora, dos fatores fisiológicos e metabólicos, podendo levar à lesões
musculares. No futebol, observa-se uma diminuição da resposta de performance refletida
nas ações práticas e técnicas de jogo, as causas podem ser variadas; é importante que a
comissão técnica esteja preparada e tome as medidas necessárias. Um gesto técnico
bastante estudado (LEES e NOLAN, 1998) é o chute;a capacidade do chute com precisão é
um atributo importante durante a competição (AMADIO e SERRÃO, 2007). Objetivo: O
objetivo deste trabalho foi identificar através de revisão de literatura especializada, a
influência da fadiga na performance motora em jogadores de futebol de campo, nos
aspectos fisiológicos, metabólicos e de análise biomecânica.Metodologia: Este
resumorefere-se a um estudo de cunho qualitativo, realizado por meio de uma revisão
bibliográfica de caráter documental, tendo como embasamento; periódicos, artigos e revistas
especializados com relevância nos temas fadiga e performance motora. Resultados: As
pesquisas foram divididas em análise biomecânica e fisiológica/metabólica; (CAMPOS, R.S,
2004; OLIVEIRA, P.A.R, 2009; EKDAHL, C et al, 1989; GIOFTSIDOU, A et al, 2006; SILVA,
A.R.S et al, 2006; MAGALHÃES JR, W.J, 2003; YOUNG, W et al, 2010; ROSA,L.M, 2010;
AMORIM, C.F, 2012; SCURR, J e HALL, B, 2008)pesquisaram a influência da fadiga sobre a
performance utilizando avaliações de parâmetros biomecânicos, tais como: desempenho do
chute, controle do movimento e força muscular, e encontraram resultados semelhantes em
suas análises, com queda da performance motora devido a fadiga induzida nos testes;
(SILVA, P.R.S et al, 2002; FELTRIN, Y.R e MACHADO, D.R.L, 2009; RAVAGNANI, F.C.P et
al, 2012; GARGANTA, R et al, 2001; COLVE, E.F, 1999; MILLER, J.M et al, 2004;
BANGSBOO, J et al, 2007; STOLEN, Tet al, 2005; SMOLIGA, J.M. et al, 2010; COYLE, E.F,
1999) verificaram através das variáveis fisiológicas e metabólicas as respostas para
desempenho e performance motora;encontraram que em relação à performance houve
diminuição da resposta neuromuscular nos eventos analisados, principalmente o
chute.Conclusão:As pesquisas na área estão evoluindo e novas técnicas têm sido
amplamente utilizadas pelas equipes; é preciso que se apliquem estes conhecimentos
constantemente num trabalho multidisciplinar.Palavras Chave: Fadiga, Performance motora
e Futebol.
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COMPETIÇÃO ESPORTIVA E SUA INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO SOCIAL E
AFETIVO DOS ATLETAS ADOLESCENTES ALUNOS DO IFRO/CAMPUS VILHENA.
MILANSKI, M.¹; MORAES, A. A.²; SILVA, P. S.²; OLIVEIRA, W. A.²; MELERO, T. W.²
1. Autora e orientadora - Instituto Federal de Rondônia – IFRO/Campus Vilhena–
Rondônia/Brasil
2. Colaboradores - Instituto Federal de Rondônia – IFRO/Campus Vilhena-Rondônia/Brasil
e-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A participação de crianças e adolescentes em competições esportivas gera
muita polêmica e questionamentos, tendo em vista a influência e os reflexos que o esporte
competitivo pode ocasionar na formação física, afetiva e emocional dos mesmos.
Independentemente da idade, sexo e nível social, a competição esportiva está sempre
orientada para um objetivo, vencer o adversário, e dependendo de como se trabalha esse
tipo de atividade, constitui-se em um processo sobre o qual é muito difícil formular um juízo
de valores. Questionamentos sobre como são direcionadas atividades que envolvem a
competição, nos levam a refletir sobre as várias possibilidades de se trabalhar este tema na
escola. Objetivo: Levando em consideração toda esta polêmica que gira em torno da
competição, este trabalho teve a intenção de investigar se a influência que a mesma pode
causar no comportamento social e afetivo em alunos adolescentes é positiva ou negativa.
Metodologia: Foi realizada uma pesquisa qualiquantitativa, onde foi aplicado um
questionário com 11 questões fechadas, para 60 alunos do Ensino Médio, durante o I
JOGOS INTERNOS IFRO/CAMPUS VILHENA escolhidos aleatoriamente. No questionário,
os alunos responderam perguntas sobre diversos assuntos relacionados com o objetivo, e
que consideramos relevantes, como a relação com os companheiros de equipe, com os
adversários e árbitros, outras questões não menos importantes como, a aprendizagem das
modalidades. Resultado: Os resultados obtidos nos indicam que os eventos esportivos,
embora haja a competição, não impedem que os grupos se sociabilizem e que conquistem
novas amizades, favorecendo um ambiente em que possam se integrar e se conhecer.
Demonstraram que dependendo da forma de como se é trabalhado, além de existir o fair
play, também contribui para uma aprendizagem sobre as regras e modalidades. Conclusão:
Podemos concluir com essa pesquisa que, a competição bem orientada estimula a prática
do esporte, dá oportunidade para descobrir novos valores e contribui para a formação cidadã
dos estudantes, promove a integração e sociabilização entre os mesmos, além de
desenvolver as habilidades morais, sociais e intelectuais dos jovens e favorecer o fair play.
Palavras-chave: Competição; adolescente; aspecto social e afetivo
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PSICOMOTRICIDADE E O FUTSAL
AGUILLERA, G. 1; MEIRELES, N. 2; DA SILVA, R.E. 3.
1.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica – Rio de Janeiro – Brasil;
2.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica – Rio de Janeiro – Brasil;
3.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica – Rio de Janeiro – Brasil.
[email protected]
A psicomotricidade tem como principal preocupação, o desenvolvimento neuromuscular,
onde tempos depois a inteligência e a motricidade tornam-se independentes, rompendo
assim sua conexão que só aparecerá nos casos de retardo mental, está relacionada ao
processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e
orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.
Existem também os elementos básicos da psicomotricidade, são estes a lateralidade, o
esquema corporal, estruturação espacial, orientação corporal e pré-escrita, onde a criança
desenvolve-os durante suas atividades realizadas, dando uma grande noção de tempo e
espaço. A criança que tem o lado psicomotor mal desenvolvido apresenta dificuldade na
escrita, na leitura, no pensamento lógico e abstrato. O Futsal é o futebol adaptado para
prática em uma quadra esportiva de times com apenas cinco jogadores, este desenvolve a
motricidade das crianças, dando base para o conhecimento e o controle de seu próprio
corpo. Estudo qualitativo de observação nas aulas de Futsal da Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro onde são ministradas atividades psicomotoras antes, durante e após o
desenvolvimento das aulas. O Futsal é um dos jogos onde podemos perceber uma grande
quantidade de movimentos que ajudam nesse bom desenvolvimento psicomotor, pois ele
inclui movimentos e práticas que usamos em nosso dia a dia, tanto no futsal como na vida
cotidiana a atenção e a habilidade de pensar rápido são fundamentais, no trânsito, em casa,
com os filhos, nos estudos, nas conversas. A lateralidade, que é um dos fundamentos
básicos e importantes do futsal, também que é de suma importância, onde o jogador deve
saber conduzir a bola com os dois pés, fazendo uso de apenas um lado do corpo ou dos
dois lados e esse quesito é bastante usado diariamente, no momento em que temos que
desenvolver diveresas atividades.
Palavras-chave: Psicomotricidade. Futsal. Movimentos.
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE FISIOTERAPIA E EDUCAÇÃO FÍSICA NOS
PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL
LOBATO, J.S.1; OLIVEIRA, C.2; RAMOS, L.3; SOUZA, M. P.4; DIAS, A.M.5;
1- UNIVALI – Itajaí – Santa Catarina – Brasil
2- UNIVALI – Itajaí – Santa Catarina – Brasil
3- UNIVALI – Itajaí – Santa Catarina – Brasil
4- UNIVALI – Itajaí – Santa Catarina – Brasil
5- UNIVALI – Itajaí – Santa Catarina – Brasil
[email protected]
A ginástica laboral é a prática física realizada no período de trabalho com o intuito de
prevenção e promoção de saúde, propiciando a melhora do trabalhador, visando o bem
estar, atuando com a mobilidade e flexibilidade osteomuscular e articular do trabalhador.
Esse trabalho tem como objetivo geral conhecer como atuam os profissionais de fisioterapia
e de educação física nos programas de ginástica laboral, assim como também identificar
como é realizado o programa de ginástica laboral pelos profissionais nas empresas, verificar
se há conhecimento dos profissionais em relação a sua respectiva legislação para a atuação
da ginástica laboral, comparar a atuação do educador físico e do fisioterapeuta na aplicação
da ginástica laboral. Esta pesquisa tem abordagem quantitativa e qualitativa, descritiva e
exploratória, amostra composta por três profissionais de fisioterapia e três de educação
física, vinculados a duas empresas prestadoras de serviços de ginástica laboral na cidade
de Blumenau - SC. Os dados foram coletados a partir de um questionário semi-estruturado
validado por professores do curso de Fisioterapia da UNIVALI, baseado em perguntas
abertas e fechadas.Os resultados obtidos revelaram a forma de atuação e caracterização
diferenciada dos profissionais estudados. Ambos não chegaram a uma resposta adequada
quanto ao conhecimento da legislação no âmbito da ginástica laboral, provocando então,
discussão sobre a profissão mais adequada a aplicar ginástica laboral. As duas profissões
podem ministrar o programa de ginástica laboral, porém o Fisioterapeuta atuará com um
olhar sensível na área ergonômica, também possuindo maior conhecimento relacionado ao
processo patológico decorrente do trabalho, sendo dever deste realizar tratamento,
enquanto o Educador Físico atua de forma dinâmica e criativa na aplicação da ginástica
laboral, promovendo assim, uma maior participação entre os trabalhadores. Concluiu-se que
a atuação dos profissionais se dá de maneira diferente quando se trata da ginástica laboral,
e ainda que a falta do conhecimento legislativo tornasse um fator negativo em relação ao
limite de sua aplicação no ambiente de trabalho, muita vezes abrindo discussões e
divergências entre a Fisioterapia e a Educação Física.
Palavras-chave: Fisioterapia, ginástica laboral, educação física.
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PAPEL DA PROTETIZAÇÃO RELACIONADO COM O FUTURO DE AMPUTADOS DE
MEMBROS INFERIORES
TREVISAN, L.S.¹; OLIVEIRA, C.¹; SOUZA, M. P.¹; LOBATO, J.S¹; GALLI, V.L.B.¹
1- UNIVALI – Itajaí – Santa Catarina – Brasil
[email protected]
A amputação é definida como a retirada total ou parcial de um membro, o que altera toda
característica de identidade do indivíduo exigindo de quem a vivencia a aceitação da nova
condição para uma readaptação do cotidiano no meio social, sendo considerado um grave
problema de saúde pública. O intuito desse trabalho é apresentar o papel da protetização
nas expectativas em relação ao futuro de indivíduos que sofreram uma amputação de
membro inferior, bem como demonstrar a relação que o indivíduo estabelece com o meio
social a partir da amputação. Os dados apresentados fazem parte de uma pesquisa de
cunho qualitativo, de caráter exploratório, com bases filosóficas e teóricas pautadas na
Fenomenologia de Merleau-Ponty e na Análise de Conteúdo de Bardin. A população foi
composta por cinco indivíduos amputados de membros inferiores em reabilitação na Clínica
de Fisioterapia da UNIVALI, sendo realizadas entrevistas na clínica e no domicílio de cada
participante, utilizando questionário semi-estruturado e gravador para as entrevistas, além
de diário de campo. Os dados foram coletados em 2011, num período de três meses,
posteriormente analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados
indicaram que todos os indivíduos depositavam grande expectativa na protetização,
utilizando-a como fator determinante para criação de planos para o futuro e para reinserção
social. Verificou-se que a prótese contribui para (re) construção das relações sociais, que
somente ocorre após o processo de aceitação de sua nova condição e imagem corporal,
conhecendo assim suas limitações e potencialidades. Considera-se, portanto, fundamental,
que a reabilitação do indivíduo amputado seja iniciada precocemente, com atuação de uma
equipe interdisciplinar auxiliando não apenas na melhora da condição músculoesquelética,
mas também na aceitação da nova condição, aumentando as chances do sucesso na
protetização e reinserção social.
Palavras-chaves: amputação, fenomenologia, fisioterapia.
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VOLEIBOL: TRANSFORMANDO O COMPORTAMENTO SOCIAL DE ADOLESCENTES.
CORRÊA; D.
SILVA; G.
CARVALHO, J.G.
SOUZA JÚNIOR, L.A.
Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – Brasil.
[email protected]
Palavras-Chaves: Voleibol, projeto social, inclusão.
(Introdução) O Projeto Escola Viva criado em 2009 na cidade de Santa Cruz das Palmeiras,
interior de São Paulo, pela atual administração pública, sob a lei número 1897, atende
crianças e jovens dos 7 aos 14 anos no contra turno escolar, com atividades educacionais
no âmbito esportivo e cultural em vários núcleos espalhados pela cidade, com a missão de
mobilizar, incentivar, sensibilizar, socializar, articular ações que promovam saúde e bem
estar. (Objetivos) O objetivo do presente estudo é verificar como a modalidade do Voleibol,
implantado a quatro anos no Centro Social Nossa Senhora do Rosário, em parceria com o
Projeto Escola Viva vem contribuindo de forma significativa para a inclusão social,
autoestima, qualidade de vida e melhoria das habilidades e competências específicas desse
esporte. (Metodologia) Usamos como estratégia metodológica um questionário, seguindo
uma escala de 1 (um) a 5 (cinco) pontos, contendo 5 (cinco) perguntas variadas entre
comportamento e interesse pela modalidade, sendo aplicado com a diretoria e professores.
(Resultados) Após análise dos resultados constata-se que o trabalho realizado apresenta
índices positivos, como a melhora na convivência, disciplina e interesse pela
modalidade. (Conclusão) Contudo, o presente estudo aponta que através do esporte
educacional pode-se melhorar diversos fatores, entre eles a convivência, promovendo a
inclusão social e contribuindo para a formação de cidadãos.
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PROGRESSÃO PSICOMOTORA: A IMPORTÂNCIA NA APLICAÇÃO DIDÁTICA
TEÓRICO-PRÁTICA DA MODALIDADE FUTSAL
ARAÚJO, A. 1; GONÇALVES, A.L. 2; DA SILVA, R.E. 3 (Orientador).
1.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica – Rio de Janeiro – Brasil;
2.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica – Rio de Janeiro – Brasil;
3.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica – Rio de Janeiro – Brasil.
[email protected]
Psicomotricidade é uma ciência que estuda do homem, através do seu corpo em
movimento, nas relações com seu mundo interno e externo. Nesse contexto a Educação
Física tem como objetivo estimular o desenvolvimento psicomotor de forma relacional ou
funcional, com princípios fundamentais, primeiramente fixados no desenvolvimento motor;
mais tarde relacionando o desenvolvimento motor ao intelectual da criança despertando
assim a criatividade e o aperfeiçoamento dos educandos, e também estimulando os
educadores em novos jogos psicomotores com evolução pedagógica voltada a formação, o
que poderá contribuir para a formação integral do educando, utilizando-se das atividades
físicas para o desenvolvimento de todas suas potencialidades e estruturas. O presente
estudo tem por objetivo analisar as questões que influenciam no processo de aprendizagem
de atividades fundamentais ao jogo Futsal destacando a importância do estímulo à memória
motora e trabalho da percepção fina de cada aluno dessa disciplina na Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro. Como metodologia inicial buscou-se artigos relacionados aos
assuntos Psicomotricidade e Futsal. Constatamos que vários autores tornam claros e
defendem a aplicabilidade da teoria e também da prática psicomotora com estímulo ao
centro da memória, principalmente a motora no desenvolvimento, assim através desta
pesquisa despertamos para importância da aplicabilidade e o contato com a prática, o
estimular da progressão motora do indivíduo, e o acompanhar do processo de
desenvolvimento e considerações através de resultados. Esclarecemos que a pesquisa
trata-se de uma proposta para que possamos posteriormente ir a campo e realizar uma
conclusão com resultados analisados a partir da coleta de dados.
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AVALIAÇÃO DA CREATINA NO MÚSCULO DE RATO ATRAVÉS DA
ESPECTROSCOPIA DE INFRAVERMELHO COM TRANSFORMADA DE FOURIER
Jerônimo,D. P.1,2,3, Morais, A. C.1, Miranda, H.2, Ribeiro W.2
1
Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP,Campinas,
SP, Brasil
2
Universidade do Vale do Paraíba, UNIVAP, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, IP&D,
São José dos Campos, SP, Brasil.
3
Faculdades Integradas ASMEC/UNISEP, Ouro Fino, MG, Brasil.
[email protected]
Resumo:
A Cr desempenha um papel importante no fornecimento de energia rápida durante a
contração muscular envolvendo a transferência de um grupo fosfato a partir da creatina
fosfato (PCr) para ADP para regenerar ATP, assim o aumento da massa corporal tem sido
atrelado como um resultante da captação de Cr pelo tecido muscular esquelético. Nos últimos
anos, a Espectrometria de infravermelho com Transformada de Fourier (FT-IR) tem sido utilizada no
prognóstico e diagnóstico de doenças e de modelos experimentais de sistemas biológicos. Trata-se de
uma técnica não invasiva que fornece informações relacionadas com o metabolismo dos tecidos, já
que a intensidade do sinal infravermelho é diretamente proporcional à quantidade presente de
compostos estruturais específicos, assim pode-se afirmar com confiança qual a
quantidade de compostos analisados na amostra. O objetivo deste estudo foi a utilização da técnica de
FT-IR para a detecção da Creatina (Cr) no tecido muscular tibial de ratos Winstar. Os animais foram
divididos em 4 grupos com 9 animais por grupo, SED grupo controle, NAT grupo era submetido a
natação porém não suplementado, CRE grupo somente suplementado com Cr, grupo NAT +
CRE era submetido a natação e suplementado com Cr.Após 8 Semanas de experimento os
animais foram sacrificados e cirurgicamente retirado o músculo Tibial direito de cada animal.
Com a análise dos Tecidos podemos caracterizar uma alteração nos picos de 1396 cm-1 e 1308 cm1
os quais caracterizam a presença de Cr uma vez que estas regiões são relativamente livres
de interferência podendo ser assim facilmente identificados quando comparados ao espectro
da Cr pura como padrão para a caracterização. É importante melhorar o conhecimento sobre esta
técnica,
como esta pode
ser
aplicada ao
treinamento
físico e
do
desporto, e
como pode ser usado para criar programas de formação para os atletas.
Palavras Chave: Espectroscopia Infravermelho Transformada de Fourier, Creatina, Suplementação
Dietéticos.
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A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO PROCESSO EDUCACIONAL
FELTRAN, G.N.1; SOUZA ,L.A.J. 1; ABRÃO, R. R. 1;FERES,Y. A. 1;BRAZ, S.H. 1
1 - Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – SP
[email protected]
Introdução Historicamente o jogo esteve presente na formação cultural dos povos e é
interpretado em suas diversas manifestações. O movimento está no jogo podendo ser
reconhecido como objeto de estudo e aplicação na Educação Física. Esses movimentos
podem ser privilegiados através dos jogos cooperativos que é a hipótese deste trabalho. Ao
discutir o jogo como uma invenção do homem, é apresentada a proposta dos jogos
cooperativos com intencionalidade de criação para modificar a realidade e o presente no
ambiente escolar. Jogos cooperativos são quando as pessoas ou grupos combinam suas
atividades, trabalhando em união para a busca de objetivos comuns, onde o sucesso de um
seja também o sucesso dos demais. As crianças normais no dia a dia esbanjam
movimentos, os quais levarão à aquisição de novos conhecimentos. A qualidade desses
movimentos é que farão a diferença na vida. Através da aplicação de recursos pedagógicos
apropriados no processo educacional, a educação pelo movimento estará sendo
beneficiada. Objetivo O objetivo deste trabalho é apresentar um trabalho em fase final de
investigação, sobre a importância dos jogos para o desenvolvimento humano e
principalmente no processo de educação formal. É um estudo com características históricas
numa abordagem pedagógica dos jogos. Método O trabalho caracteriza- se por pesquisa
exploratória bibliográfica. Resultado Considerando a criança de quatro a quatorze anos um
ser em crescimento e desenvolvimento, o ensino básico é o momento ideal em tempo e
espaço, para o favorecimento das aquisições importantes que o homem carrega por toda
vida. A cooperação que é relacionada com solidariedade e organização consegue
estabelecer relações humanas, saudáveis ao crescimento e desenvolvimento da criança. O
jogo desenvolve um espírito construtivo entre pessoas e desperta a sua imaginação, tendo
meios e fins. Conclusão O educador conhecendo a importância que o jogo tem no
desenvolvimento da criança, criará alternativas metodológicas que possibilitarão o alcance
dos objetivos disciplinares nas ações educativas. Por ser o jogo uma maneira lúdica de
aprendizagem, a criança será mais receptiva e o conhecimento se dará de uma forma mais
eficaz. Além de realizado o diagnóstico do jogo, a ação do professor é fundamental para
alcançar e ampliar os objetivos propostos. Temos como reflexão central que os jogos, não
são apenas importantes no processo educacional, mas sim centrais para um processo
embasado na cooperação entre cidadãos.
Palavras chave: jogo; educação; cooperação.
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AVALIAÇÃO DO GRAU DE OBESIDADE DE ALUNOS DE 11 A 14 ANOS DA ESCOLA
ESTADUAL
Do Couto, D. P.1, Jerônimo, D. P.1,2
1
Faculdades Integradas ASMEC/UNISEP, Ouro Fino, MG, Brasil.
Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Campinas,
SP, Brasil.
[email protected]
2
Resumo- A obesidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), um
importante problema mundial de saúde pública, pois está associado a hipertensão arterial,
doença cardíaca, diabetes tipo II e tendo impacto mais pronunciado na qualidade de vida do
indivíduo obeso. A prevalência da obesidade não tem diminuído, mesmo com o aumento do
interesse por este assunto, tendo correlaçãocom o aumento da doença: o estilo de vida, os
baixos níveis de atividade física ehábitos alimentares inadequados que contribuem para o
excesso de gordura corporal em adolescentes. O sedentarismo é apontado como
característica primária da maioria dos indivíduos com excesso de peso corporal, sendo
quena infância e adolescência é o momento mais oportuno para se intervir em relação a
obesidade, pois a possibilidade da criança tornar-se um adulto obeso é três vezes maior que
a de outra de peso normal, os distúrbios de peso geralmente tem origem nesta fase. O
presente estudo teve como objetivoavaliar o nível de obesidade e sobrepeso corporal de
alunos de escolas públicas do município de Monte Sião no sul de Minas Gerais. Para tanto
foram aferidos116 alunosde 11 a 14 anos de idade, sendo 55 meninos e 61 meninas.
Napesquisa analisamos o IMC e o percentual de gordura corporal, obtido a partir das dobras
cutâneas, para diagnosticar quais desses alunos estão acima dos valores normais, para
tanto foi utilizado o protocolo de Slaughter et. al. (1988). De acordo com os resultados
obtidos verificamos que as meninas no geral estão com um risco maior de obesidade
comparado com os meninos. Dos 116 alunos aferidos verificou-se que a prevalência de
sobrepeso e obesidade foi de 58% entre as meninas quese encontram acima de 25% de
gordura corporal e18,9% dos meninosencontram-se obesosmostrando o perfil lipídico dos
escolares. Assim, conclui-se que altos valores de sobrepeso e obesidade observados são
dados extremamente preocupantes nesta fase, principalmente entre os indivíduos do gênero
feminino indicando necessidade de intervenção do profissional de Educação Física em
parceria com profissionais da área da saúde no âmbito escolar proporcionando aos alunos
qualidade de vida.
Palavras-chave:Dobra Cutânea, Sobrepeso, Índice de Massa Corporal.
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A INFLUÊNCIA DO CALÇADO DE SALTO NA POSTURA CORPORAL DE MULHERES
JOVENS
OLIVEIRA, C.1; VIDOTTO, J.2; SOUZA, M.P.3; LOBATO, J.S. 4; GALLI, V.L.B.5.
1- UNIVALI- Itajaí- Santa Catarina- Brasil
2- UNIVALI- Itajaí- Santa Catarina- Brasil
3- UNIVALI- Itajaí- Santa Catarina- Brasil
4- UNIVALI- Itajaí- Santa Catarina- Brasil
5- UNIVALI- Itajaí- Santa Catarina- Brasil
[email protected]
O salto alto que antigamente simbolizava superioridade, já que sugeria pessoas em
pedestais, com o passar dos tempos foi transformado em objeto de moda, sinônimo de
sensualidade e largamente utilizado pelo público feminino. Atualmente, já é consenso entre
as mulheres que usar salto alto propicia uma sensação de auto-estima e bem estar psíquico.
Devido a este fato, o uso desse calçado tem aumentado consideravelmente nos últimos
anos. O problema é que muitas mulheres fazem o uso indevido deles e acabam
comprometendo a saúde de seus pés, pernas e coluna. Sendo assim, o objetivo do presente
estudo foi avaliar a influência do calçado de salto alto na postura corporal estática de
mulheres jovens por meio da biofotogrametria computadorizada. O estudo foi de caráter
descritivo, com abordagem quantitativa, realizado na cidade de Itajaí/SC. A população
constituiu-se por vinte e cinco acadêmicas do 1° ao 7° período curso de Fisioterapia da
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). As voluntárias foram avaliadas descalças, com
sapatos de salto baixo e com sapatos de salto alto, nas vistas anterior, posterior e perfil. Os
resultados evidenciaram que a postura corporal das universitárias sofreu alterações quando
comparada a postura sem calçado com a postura com o uso de salto alto. Os segmentos
corporais que apresentaram alterações significativas foram o tronco inferior, a pelve e o
ângulo tibio-társico, sendo que também houve significância quando comparadas as posturas
com salto baixo, com o salto alto. Portanto, é possível considerar que os calçados de salto
de alto influenciam a postura corporal de mulheres jovens e que esta consideração deve ser
utilizada como subsídio para elaboração de medidas educativas sobre o cuidado na escolha
dos calçados.
Palavras-chave: Fisioterapia, Fotogrametria, Postura.
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ESTUDO DA SENSAÇÃO DE DISPNÉIA EM MULHERES NO 3° TRIMESTRE DE
GESTAÇÃO E NO PÓS-PARTO IMEDIATO
RAMOS, L.R.1; OLIVEIRA, C.2; LOBATO, J.S.3; VARGAS, T.C.4; SGROTT, F.F.5;
1- Universidade do Vale do Itajaí – SC – BRASIL
2- Universidade do Vale do Itajaí – SC – BRASIL
3- Universidade do Vale do Itajaí – SC – BRASIL
4- Universidade do Vale do Itajaí – SC – BRASIL
5- Universidade do Vale do Itajaí – SC – BRASIL
[email protected]
Palavras-chave: Fisioterapia, gravidez, dispnéia.
Considerando a anatomia e a fisiologia da mulher e as adaptações biomecânicas que o
organismo sofre durante a gestação, procura-se encontrar alguma relação entre o sistema
respiratório e o processo gestacional. Entre estas adaptações estão alguns fatores
principais: o deslocamento e crescimento do útero, o aumento do peso corporal e a diástase
abdominal. Após o nascimento da criança, um processo totalmente normativo deve começar
no corpo da mulher, visto que a gravidez é um processo fisiológico temporário. Então
pergunta-se, existe diferença significativa da sensação de dispnéia entre as gestantes no 3°
trimestre e no pós-parto imediato? A pesquisa foi realizada de forma exploratória de campo
e quantitativa, contando com 10 gestantes acompanhadas na Unidade de Saúde da Família
e Comunidade e na Unidade Básica de Saúde da Praia Brava. A coleta dos dados ocorreu
nos meses de julho a dezembro de 2011, em duas etapas. Foram incluídas na pesquisa
mulheres no terceiro trimestre gestacional, de qualquer idade cronológica e excluídas
aquelas que não aceitaram participar da pesquisa e que apresentassem alguma patologia
relacionada com o sistema respiratório. O método utilizado para a coleta de dados foi a
Escala MRC para mensurar a sensação de dispnéia. Para a análise foi utilizado o teste
paramétrico T de Student sendo considerado significativo p<0,05 ou 5%. A idade média das
participantes foi de 25,7 + 5,4 anos, com idade gestacional média de 33 semanas e 6 dias,
100% não tabagistas durante a coleta dos dados. Devido às alterações que acontecem no
corpo das gestantes diretamente relacionadas com a respiração, foi obtido significância
estatística quanto à escala de percepção de esforço MRC, pois houve alteração nas
respostas das participantes, sugerindo que o grau de dispnéia tenha diminuído
consideravelmente no pós parto imediato. Sendo assim, concluímos que a fisioterapia pode
ter um papel ativo no período gestacional desde o seu início realizando exercícios aeróbios,
orientações quanto a padrões respiratórios para que assim, ao final da gestação, o grau de
dispnéia não atinja um nível que chegue a impossibilitar a gestante de realizar suas AVDs.
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