ÁUDIO

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O último obstáculo
Da sua parte, apesar do sucesso de American Fool, John Mellencamp
não se entusiasmou muito com o conteúdo.
“Para ser bem sincero, existem três legais legais naquele álbum, e
o restante está lá só para fazer número,” ele opinou em uma entrevista
para a revista Creem em 1984. “Ele foi elaborado demais, pensado
demais, e não ficou muito orgânico.”
Gehman concorda: “Ele envolveu uma série de problemas.
Tínhamos aproximadamente 20 músicas, uma gravadora que esperava
que fizéssemos um álbum no estilo do Neil Diamond e, depois de
passarmos dois ou três meses no estúdio gravando estas músicas e
mixando da melhor maneira que conseguíamos, eu lembro que um
cara do departamento de A&R, vestindo uma camisa cor de rosa,
apareceu para ouvi-las e basicamente achou que não tínhamos nada.
Naquele momento, eles pararam o projeto. Tínhamos ‘Jack & Diane’,
‘Hand To Hold On To’, ‘Weakest Moments’ – tínhamos ótimas músicas
– e, embora eu não saiba a natureza exata das discussões ocorridas, a
Riva passou de querer um novo produtor a nem querer mais John na
gravadora. Por fim, eles resolveram nos deixar terminar, mas queriam
ouvir as novas músicas que íamos gravar.”
Foi durante este período incerto que Mellencamp colaborou
com o letrista George Green, que ele conhecia de Seymour, Indiana,
e ‘Hurt So Good’ foi um novo resultado desta parceria. Outro foi
‘Thundering Hearts’.
“Depois que John tinha ‘Hurt So Good’, ele achou que tinha o
necessário para lançar o projeto,” diz Don Gehman.
“A gravadora achou que ia ser um fracasso,” Mellencamp
declarou na sua entrevista para a Creem, “mas eu acho que o
motivo de ter dado certo foi que – não que as músicas fossem
melhores do que as minhas – mas as pessoas gostaram do seu
som, da bateria. Era um som diferente.”
De fato, quando as sessões recomeçaram, elas foram realizadas nos
Cherokee Studios em LA, onde o engenheiro George Tutko era perito
na arte de fazer álbuns de rock.
“Gravamos mais quatro tracks, terminamos o que precisávamos
fazer – incluindo um dos power-chords de guitarra em ‘Jack & Diane’
– e depois mixamos o álbum lá em um console Trident,” lembra
Gehman, que em 1984 mudou para Los Angeles onde, devido aos
orçamentos normalmente reduzidos do mercado, ele agora trabalha
quase exclusivamente em home estúdios especializados, incluindo o seu
próprio setup baseado no Pro Tools. Entre os seus atuais projetos está
o do cantor/compositor Noah Benardout, de 15 anos, que por acaso
é sobrinho-bisneto do compositor Irving Berlin. Apresentando quatro
músicas, recentemente o site www.noahbenardout.com teve 250 mil
visitas em apenas três semanas.
“Acho que Mark Stebbeds, que nos ajudou com algumas ideias
no Criteria, também esteve conosco em Los Angeles,” Gehman
continua. “John gostava de ter engenheiros por perto. Toda vez que
eu trabalhava com ele, ele sempre dizia ‘Traga mais alguém com ideias,
além das suas. Eu quero ouvi-las.’ Então levávamos outros engenheiros
durante uma semana ou deixávamos mixar o álbum, ou eu trabalhava
com eles. Ter sócios engenheiros era ótimo para mim – eu aprendi
bastante observando alguns deles.”
De qualquer maneira, quase 30 anos depois, apesar de ter muito mais
experiência de estúdio no currículo, Don Gehman ainda não tem certeza
se teria abordado o projeto de American Fool de maneira diferente.
“Dadas as personalidades, eu não sei se muita coisa teria mudado,”
diz ele. “Você não pode ver estas coisas fora do contexto do que
acontecia no mundo em 1982 e o que estava tecnologicamente
disponível. Era uma época diferente. A única constante é que John era
e ainda é um cara incrivelmente criativo.”
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