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MANUAL DE LEGENDAMENTO
Objetivo deste manual:
O manual foi elaborado como material de apoio e suporte aos Projetos NS-LIB (biblioteca Digital Nova
Sinapse) DocsPT e Opensubtittle.
Download disponível em http://entremarketing.wordpress.com/2011/02/23/comunicacao-multimidia/
Configurações iniciais no computador
Baixar e instalar a versão atual dos seguintes programas: Subtitle Processor e JetAudio
Baixar e instalar o pacote de codecs K-Lite Mega Pack (opcional)
Visão Geral do Subtitle Processor:
Programa Freeware para elaboração de legendas, fácil de manusear e operar. Ao abrir o programa pela
primeira vez, vamos definir no menu “language” a língua portuguesa como língua padrão (ver figura).
Vamos identificar agora os dois principais módulos do Subtitle Processor. No “editor de legendas”, serão
digitadas e editadas as legendas uma a uma. O “player” será usado para controlar a exibição dos trechos
do filme/vídeo que vamos legendar. Ora estaremos no “editor de legendas,” ora no “player”.
Elaboração: Alexandre Mello
Projetos: DocsPT / Opensubtitle / Nova Sinapse
Últ.Revisão: Fev/2011
O programa utiliza o conceito de “frame” (quadro). Dizemos que filmes e vídeos são sucessões de frames
(quadros) sonorizados. Um quadro é como se fosse uma foto tirada do filme (uma imagem estática). Se
juntarmos alguns quadros, teremos um movimento na tela (seqüência dinâmica).
Para controlar o ponto de inserção de cada legenda no vídeo, precisamos marcar o frame exato onde ela
será exibida. Por outro lado, uma legenda dura apenas alguns frames, e precisaremos marcar também o
ponto de encerramento dessa legenda. Esse jogo de frame-inicial e frame-final para cada legenda permite
o sincronismo perfeito entre o áudio que se ouve e o texto que se lê na tela.
Chamaremos a marcação do frame-inicial de Frame Left e do frame-final de Frame Right,
delimitadores do timming da legenda. Na figura abaixo, pode-se ver um exemplo de como ficará as
marcações feitas numa legenda após a execução do passo a passo, descrito mais adiante.
O “editor de legendas” permite o controle do sequenciamento das legendas. Pode-se fazer pequenos
ajustes de posicionamento no “Frame Left” e no “Frame Right” neste módulo. Também é mais fácil (e dá
menos erro) a digitação do texto da legenda diretamente neste módulo.
Elaboração: Alexandre Mello
Projetos: DocsPT / Opensubtitle / Nova Sinapse
Últ.Revisão: Fev/2011
Passo a Passo:
A melhor forma de compreender o Subtitle Processor é fazendo um exemplo. Para isso, vamos construir
nossa primeira legenda, desde o passo inicial até o passo final, ou seja, até salvá-la em definitivo, pronta
para ser utilizada como acessório útil na exibição do filme / vídeo.
Não tenha medo de seguir este passo a passo, pois foi justamente elaborado a fim de atender a qualquer
pessoa leiga, ajudando-a no primeiro contato com a ferramenta. Garanto que a segunda vez em diante será
mais fácil.
1. Localizar o filme no HD. Selecionar “Pasta amarela > Filme > Abrir”.
Elaboração: Alexandre Mello
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Últ.Revisão: Fev/2011
2. No módulo “player”, se o filme já entrou com a imagem e o som ativados, a primeira coisa é clicar no
botão “STOP”, conforme figura da esquerda. Também no módulo “player”, vamos verificar se as
opções de exibição de legenda grande estão habilitadas. Certifique-se de que “show subtitles” e “SP
subtitles” estão marcadas, conforme figura da direita.
3. Feitas essa verificações básicas, volte agora para o “editor de legenda”. Vamos inserir agora as
primeiras 10 legendas “em branco”, clicando no botão “inserir legenda”, conforme a figura abaixo.
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4. O próximo passo é utilize os controles “Play”, “Pause” e “Stop” para movimentar o filme / vídeo.
5. Ao clicar “Play” o filme começa. Deixe o mouse sobre o botão “Play / Pause”, mas não clique.
Passam-se os créditos iniciais, apresentação dos atores, etc. Em algum momento, a primeira fala
Elaboração: Alexandre Mello
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Últ.Revisão: Fev/2011
começa. Nessa hora, deixe passar uns segundos (trecho de uma frase que você conseguiu
compreender, talvez umas poucas palavras) e clique em “Pause”. Marque o “Frame Right” conforme
indicado na figura.
6. Ficou faltando o frame left. Utilize os botões “retroceder” (5 seg, 1 seg, etc) para voltar o filme alguns
frames de forma a identificar o momento exato do início da primeira fala. Localizado o ponto, clique
em “Pause”. Pronto, agora que está pausado e posicionado, já pode marcar o “Frame Left”.
7. Com os frames “left“ e “right” marcados, volte para o módulo “edição de legenda” e digite sua
Elaboração: Alexandre Mello
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tradução.
8. O que você digitou já aparece automaticamente na seqüência, como sendo a legenda 1. Agora que
concluiu a primeira, vamos para a 2ª legenda (inserida previamente). Selecionar a legenda 2 (em azul,
na figura abaixo) e clicar no “frame left” (em baixo, em vermelho), deixando-a preparada para a
próxima digitação.
Elaboração: Alexandre Mello
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9. Volte ao módulo “player” e entre novamente no procedimento circular (tópicos 5 a 8), visando
selecionar a próxima fala, criando o próximo trecho a ser legendado.
10. Quando esgotar as 10 legendas inseridas inicialmente, salve o trabalho. Se estiver animado e com
paciência, abra mais 10 legendas (conforme indicado no tópico 1) e dê prosseguimento. Se não for
prosseguir, lembre-se apenas de salvar o resultado parcial do seu trabalho. Certifique-se de colocar o
nome da legenda salva exatamente igual ao nome do arquivo do filme.
Elaboração: Alexandre Mello
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Últ.Revisão: Fev/2011
Resumo da Metodologia:
Posicionamento do FILME:
Iniciando no módulo “player”, localizar o ponto do filme
onde vai trabalhar.
Se for retomar trabalho anterior, numa seção que não seja a
seção inicial do filme, ajuste o posicionamento antes,
clicando na barra. O trecho em azul indicará a posição,
conforme figura ao lado.
Posicionamento da LEGENDA:
Em caso de continuação (ou edição) de trabalho anterior, lembre-se que já há uma legenda semi-pronta.
Basta recuperá-la, clicando em “Pasta amarela > Legenda primária > Recentes”. Feito isso, vamos abrir
novas 10 legendas para a seção atual.
Eis o procedimento circular de cinco passos, em torno de cada legenda, começando no módulo “player”:
1-
Avançar um trecho pequeno do filme, compreendendo o que se fala
2-
Marcar o “frame right”, correspondendo ao final da fala (e, teoricamente, final da legenda)
3-
Ir para o módulo de “edição de legenda”, digitar o texto com a sua tradução;
4-
5-
Feito isso, vamos iniciar já a próxima legenda, antes de voltar ao filme. Basta clicar nela (a
próxima, na seqüência de 10 inseridas inicialmente), fazer a marcação do “frame left”, sendo que o
software “inteligentemente” já copia o “frame right” da legenda anterior que você acabou de digitar.
Pronto! Voltamos no filme e avançamos mais um trecho. E o processo se repete.
Elaboração: Alexandre Mello
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Formato .SRT:
Por fim, cabe uma explicação sobre o formato “.SRT”, que é o formato final necessário para que uma
legenda seja reconhecida “fora” do ambiente Subtitle Processor. Se você observar, verá que o Subtitle
Processor trabalha com o formato “SP” para as novas legendas criadas.
Para convertê-las ao Formato “.SRT”, basta abrir a legenda, clicar em “Salvar > Legenda Primária” e na
tela que se abre, escolher formato de arquivo “.SRT”. Feito isso, sua legenda transformada já estará
prontinha para ser “reconhecida” pelo JetAudio, fazendo com que a exibição do filme fique legendada.
Sempre que um filme estiver guardado numa pasta junto com sua legenda, e ambos estiverem com o
mesmo nome de arquivo (vide figura abaixo), o JetAudio será capaz de exibir o filme legendado.
Dicas de Otimização:
Uma linha de legenda típica contém umas 3 a 5 palavras. Essa decisão depende do tamanho das palavras,
sendo que, em geral, quando se ultrapassa essa quantidade, é preferível quebrar para 2 linhas.
Entretanto, legendas enormes dificultam a leitura periférica, ou seja, monopolizam o olhar para o texto
escrito, impedindo a percepção semiótica global da imagem. O recomendado, ao invés de legendas
imensas (p.ex. 15 palavras, 2 linhas) seria uma seqüência de legendas curtas de 3 a 5 palavras cada.
Convém não abusar de reticências. O link entre duas legendas em telas consecutivas, com exceção de
alguns casos onde a pausa do falante é muito marcante, pode tranquilamente ser feito apenas com uma
vírgula ao final da primeira legenda, a depender do contexto. Ou mesmo sem a vírgula, também fica bom.
Em relação ao timming, é necessário que, grosso modo, após o legendamento estar finalizado, se verifique
legenda a legenda se o tempo de sua exibição está compatível com a fala no vídeo, considerando um
tempo médio necessário para sua leitura na tela.
Em algumas situações, a fim de otimizar o tempo do tradutor – afinal, é o especialista no idioma,
baseado nas experiências que já tivemos, informamos que vale a pena uma parceria com os especialistas
técnicos da equipe de tradução, e estes então se encarregam de validar a legenda já traduzida, fazendo a
sintonia fina.
Vejam bem, nada impede que o tradutor leve em consideração as dicas de otimização aqui registradas.
Elaboração: Alexandre Mello
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Mas, como isso aumenta o tempo da “sintonia fina”, vale deixar registrado a possibilidade da parceria.
Via de regra, é melhor deixar as correções ortográficas e concordâncias para a revisão final. Certos nomes
próprios de pessoas ou locais podem ser procurados na internet para descobrir a grafia correta. Pode
ocorrer também termos que trocar palavras por sinônimos (recomendado com prudência), ou enxugar
frases e expressões idiomáticas para que façam sentido no português ou para que o legendamento fique
otimizado.
Métricas:
No primeiro teste que fizemos – construir uma legenda do zero, obtivemos as seguintes métricas:
Perfil: fluente no idioma que estava legendando, mas leigo na “Cultura Digital”
Utilizando o Subtitle Processor
Vídeo Legendado: 19 minutos (85 Mb)
Total de Legendas inseridas: 274
Tempo corrido: 15 dias (regularidade oscilou. Alguns dias poucos minutos. Em outros, por horas)
Outro teste – tradução de uma legenda já pronta, obtivemos as seguintes métricas:
Perfil: boa capacidade de leitura do idioma (não fluente). Capacidade de digitação bem rápida.
Utilizando uma cópia da legenda original, no Bloco de Notas
Legendas traduzidas no 1º dia: 207 (Tempo corrido: 3h30)
Legendas traduzidas no 2º dia: 259 (Tempo corrido: 3h30)
Umas 30 idas ao dicionário no total.
OBS: No primeiro dia, usando dicionário de papel. No segundo, dicionário online (Google
Translator). A performance foi bem melhor no segundo dia. Além do que, o manuseio do dicionário
em papel gerou desconforto físico, pois a posição onde estava sentado para digitação em relação à
posição onde o livro se encontrava sobre a mesa, exigia um esforço de coluna.
Elaboração: Alexandre Mello
Projetos: DocsPT / Opensubtitle / Nova Sinapse
Últ.Revisão: Fev/2011
Identificação das Legendas:
É comum encontrar na Internet ou em acervos públicos, legendas prontas ou semi-prontas em português,
já com a marcação dos timmings de legendamento, o que muito facilita, convenhamos, a confecção de
uma legenda. A questão central, além do timming, é a fidedignidade do conteúdo das mesmas. Nada que
uma revisão não possa resolver, claro.
Obviamente, se não houver alguma indicação na própria legenda, algum cabeçalho explicativo, nunca se
saberá quem a elaborou inicialmente, ou se foi traduzida direto de algum idioma anterior, enfim, qual a
sua origem e grau de confiabilidade.
Na pouca experiência de trabalho com legendas que angariou-se (< 1 ano), já é possível observar que a
indicação da origem das mesmas é um bom indício de confiabilidade, além de ser uma referência a mais
para compreender, por exemplo, se é a primeira versão ou uma versão revisada.
Para o projeto Biblioteca Digital Nova Sinapse, recomenda-se a utilização da identificação conforme
ilustrado a seguir:
NO INÍCIO DA LEGENDA
AO FINAL DA LEGENDA
Observe em vermelho as legendas inseridas manualmente no início e no final do texto. Observe em azul a
indicação do timming das mesmas. Facilmente vê-se que para a legenda inicial somente dispúnhamos de
2 segundos de exibição, optando portanto pela descrição resumida. Ao final, incluímos legendas de 10
segundos, podendo portanto, colocar os créditos completos.
Na situação onde a autoria da legenda é anônima, mas alguém dentro do projeto Nova Sinapse fez
Elaboração: Alexandre Mello
Projetos: DocsPT / Opensubtitle / Nova Sinapse
Últ.Revisão: Fev/2011
tradução, ou fez melhorias, ou somente revisou, vale a pena também registrar. Veja o exemplo abaixo:
Validação das Legendas:
Há casos de legendas (inescrupulosamente?) mal-traduzidas. E outras com boa fidedignidade, mas
nitidamente feitas à toque de caixa, para suprir alguma necessidade momentânea, alguma apresentação
talvez, com foco pessoal possivelmente, sem compromisso com acervos, compartilhamento de
informações ou redes de conhecimento. Algo que se poderia chamar de um trabalho amador.
Pode-se encontrar uma série de imperfeições, erros e falta de funcionalidade. Alguns casos serão
registrados aqui no manual para fins de aprimoramento da técnica.
1- EDIÇÃO NÃO PROFISSIONAL:
Em legendas não profissionais é fácil encontrar assimetria de linhas. Olhando para os dois trechos de
legenda abaixo, o da esquerda é original, e o da direita, como ficou após a edição.
Elaboração: Alexandre Mello
Projetos: DocsPT / Opensubtitle / Nova Sinapse
Últ.Revisão: Fev/2011
Pode parecer bobagem ter todo esse trabalho de edição. Mas gostaria de dizer que a edição e a tradução
são o estudo crítico do material.
Uma forma alternativa de assistir a um vídeo, com o controle do “pause” e do “back”, abrindo-o
diretamente no software de legendamento, e efetuando a revisão on time. Da mesma forma que se faz com
um livro, onde se lê e relê, onde se voltam páginas, onde fazemos marcações, enfim, onde se estuda
efetivamente seu conteúdo.
Destaco outros três bons argumentos: Primeiro que o zelo tem como base um objetivo assistencial.
Segundo que, para o leigo, uma boa legibilidade potencializa bastante o interesse e a compreensão do
assunto. E terceiro que, biologicamente e psicologicamente, a leitura mais confortável para o olho
humano não deve ter uma amplitude muito grande, ou seja, ao invés de escrever 1 linha única, contendo 6
palavras, é preferível quebrá-la em 2 linhas, com 3 palavras cada.
Houve até um caso anedótico, extremo, exagerado, de uma legenda original que ocupava 4 linhas,
dificultando até para ver a imagem que se “escondeu” por detrás da mesma. O mais racional foi quebrá-la
em duas legendas consecutivas, de 2 linhas cada.
Veja abaixo o efeito visual de particionar uma legenda grande em três legendas menores, exibidas
proporcionalmente em comparação à tela global do vídeo.
Antes
Elaboração: Alexandre Mello
Projetos: DocsPT / Opensubtitle / Nova Sinapse
Últ.Revisão: Fev/2011
E depois...
Elaboração: Alexandre Mello
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2- TRADUÇÃO COMPROMETIDA:
Quando nos deparamos com um erro de
tradução, fica aquela dúvida se foi apenas uma
bobeada (ação involuntária) ou se teve alguma
intencionalidade por trás (ação voluntária).
Vejamos exemplos:
2.1 O contexto do documentário é uma severa
crítica aos interesses escusos, à indústria do
petróleo, às indústrias de carros, a incapacidade
legislativa, entre outros, por deixarem “morrer” o
projeto do carro elétrico, ecologicamente correto.
Trecho da legenda:
Trecho do filme: It´s a shame to see this cars
destroyed when you can upgrade them.
Tradução original: Ao invés de “é uma
vergonha”, lia-se “é uma pena”.
Comentário: quando se utiliza “é uma pena”,
suaviza-se a culpabilidade de quem quer que
seja, e coloca o declarante numa condição de
passividade. O correto, no caso, seria utilizar a
expressão “é uma vergonha” que, além de ser a
tradução literal, expressa muito melhor o
sentimento de indignação, de crítica política e
inconformismo exposto, no contexto do
documentário.
1310
01:21:33,392 --> 01:21:35,853
Passa de 0 a 100 km
em 3,6 segundos
1311
01:21:36,937 --> 01:21:40,232
É uma performance incrível para qualquer
carro, não só para um carro elétrico.
1312
01:21:40,316 --> 01:21:41,859
Estas mesmas baterias
poderiam ir no EV1
1313
01:21:41,942 --> 01:21:44,570
e aumentar-lhe a autonomia
muito facilmente.
1314
01:21:45,154 --> 01:21:48,198
É uma pena É uma vergonha ver destruídos
estes carros quando se pode melhorá-los.
Elaboração: Alexandre Mello
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Últ.Revisão: Fev/2011
2.2
O contexto do documentário é sobre
avanços da Física Quântica. No trecho em
questão, havia o comentário magoado de um
cientista, justamente o propositor de uma teoria
desprezada inicialmente por colegas (redimido
décadas depois quando se verificou que sua
proposição era não só válida, como correta).
Esse cientista fala no documentário num tom
soturno, descrevendo friamente as facetas e os
bastidores da cultura científica, a competição
interna, a influência do prestígio pessoal na
definição das teorias que se tornam aceitas, a
predisposição dos físicos aos modismos teóricos,
entre outros
Trecho do filme: Phisicists tends to be dictated
…
Tradução original: Ao invés de ditados, lia-se
dedicados.
Comentário: quando se utiliza “dedicados”,
suaviza-se o sentido pejorativo empregado e
ainda por cima, é uma palavra ambígua, que soa
como um gesto pró-ativo, como se estudar
manias e modismos fizesse parte do interesse dos
Físicos. O correto, no caso, seria utilizar
“ditados” que, além de ser a tradução literal,
expressa muito melhor o sentimento de
manipulação subentendido na fala do
entrevistado.
Trecho da legenda:
178
00:15:33,648 --> 00:15:36,000
Esta teoria foi substituída
pela Teoria das Cordas
179
00:15:36,010 --> 00:15:38,633
e quase destruiu a
carreira de Duff.
180
00:15:39,652 --> 00:15:43,120
Os físicos tendem a ser
dedicados ditados por manias e moda.
181
00:15:43,306 --> 00:15:45,740
Existem os gurus que
ditam a direção
Elaboração: Alexandre Mello
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Últ.Revisão: Fev/2011
2.3
O contexto do documentário é sobre
avanços no estudo do cérebro. É apresentado por
um cientista que, ao longo de todo o vídeo,
demonstra postura científica impecável. Nos 2
minutos finais, tendo exposto todos os avanços
da neurologia e tudo mais, entrou com o assunto
da consciência, definindo-a como um objeto de
pesquisa ainda obscuro para a ciência. Então,
lança mão de um argumento mostrando a
ambigüidade intelectual do cientista, quando
também é religioso, em relação aos fatos
metafísicos e espirituais. As declarações onde ele
evidencia ser cientista e ser pessoa religiosa –
um conflito em potencial – estavam omitidas na
transcrição. Com qual intenção?
763
00:47:55,501 --> 00:47:58,459
Parece como si las funciones
superiores del cerebro...
764
00:47:58,661 --> 00:48:01,619
la memoria, la percepción
y las emociones...
765
00:48:02,141 --> 00:48:05,929
estuviesen tejidas uniformemente
en un todo maravilloso...
766
00:48:07,061 --> 00:48:09,052
Pero, hay todavía algo más?
767
00:47:33,980 --> 00:47:35,661
Como cientista, acredito que
768
00:48:11,661 --> 00:48:16,132
La ciencia es una de las formas más
potentes de conocer el cuerpo humano.
769
00:48:17,101 --> 00:48:19,092
Aún así, algunos creen que...
770
00:48:19,221 --> 00:48:22,691
siempre habrá preguntas a las
que no pueda dar respuesta.
771
00:47:51,000 --> 00:47:53,156
Como pessoa religiosa, acredito que
772
00:48:23,301 --> 00:48:26,532
La mayoría cree que gran parte
de lo que nos hace humanos...
773
00:48:26,701 --> 00:48:30,933
permanecerá siempre como algo
misterioso, incluso espiritual.
774
00:48:31,141 --> 00:48:33,177
Lo llamo alma.
Trechos do filme: Na revisão do legendamento,
as legendas 767 e 771 foram acrescentadas. A
legenda 772 foi editada.
Comentário: a técnica autoral de se utilizar a
expressão “a maioria crê que” visa
despersonalizar o texto, típico da redação
científica. Entretanto, observo que no caso
exposto, a chave para se entender corretamente o
sentido da ambigüidade ciência-religião está em
perceber justamente a declaração pessoal, os dois
pontos de vista expressos pelo mesmo
protagonista, mostrando exatamente a situação
conflitiva, marcada pela limitação paradigmática
por um lado, e pela convicção religiosa “sem
prova” do outro.
Elaboração: Alexandre Mello
Projetos: DocsPT / Opensubtitle / Nova Sinapse
Últ.Revisão: Fev/2011
2.4
O contexto do documentário é sobre
Revisionismo Histórico. Um filme que pode-se
considerar hipercrítico e panfletário, com
acolhida via Internet e Redes P2P. Questiona
sobretudo a manipulação espúria a partir dos
mitos históricos, como são “vendidos” como
“verdade”, servindo para manutenção do poder e
status dos que conhecem a “verdadeira verdade”.
3
00:04:53,000 --> 00:04:56,700
Zeitgeist é uma palavra alemã
4
00:04:57,000 --> 00:05:03,000
designa o avanço intelectual e
cultural da humanidade, numa época
5
00:05:13,030 --> 00:05:15,622
Quanto mais aprofundamos
6
00:05:15,623 --> 00:05:18,970
o que julgamos conhecer,
Trechos do filme: As legendas 8 e 9 foram
traduzidas, provavelmente, de ouvido. Pela
transcrição original do filme, em inglês, na
legenda 8 lê-se “the more you begin to see we've
been lied to”.e na legenda 9, lê-se “we've been
lied to by every institution”.
Comentário: o erro, não se sabe se voluntário ou
não, foi devido a confusão entre os verbos “to
lie” (mentir) e “to tie” (amarrar), cuja
sonoridade é muito parecida. Acontece que “ser
enganado” é muito pior que “ficar amarrado”.
Ser
enganado
é
inaceitável.
Denota
intencionalidade de revelar o complô espúrio,
explicitando desde o início do filme seu tom
crítico. Ao se utilizar erradamente “estar
aprisionado” no sentido de “estar amarrado”,
suaviza-se
o
tom
e
relativiza-se
responsabilidades. Pode até indicar uma questão
burocrática, se pensarmos no sentido moderno de
“caiu numa rede institucional, e acabou sem
ação, aprisionado”. Diferente de “ser enganado”,
que é uma expressão universal de alerta, que
insinua que algo por detrás está para aparecer,
algo que definitivamente o filme se propõe a
esclarecer.
7
00:05:18,970 --> 00:05:21,820
de onde viemos,
aquilo que fazemos,
8
00:05:22,800 --> 00:05:25,420
começamos a compreender
a que estamos presos,
que fomos enganados,
9
00:05:26,340 --> 00:05:28,650
estamos aprisionados a
fomos enganados por
todas as instituições.
Elaboração: Alexandre Mello
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2.5 O contexto do documentário é a biografia
exterior de controlar.
de Leonardo Da Vinci. Uma produção de fôlego
da BBC londrina, em 3 partes. Na terceira parte,
já perto do final do documentário, aparece a
reflexão de Da Vinci sobre o ciclo da vida, a
natureza humana muitas vezes ‘sombria’ e sua
relação com o ciclo da natureza e suas
intempéries imprevisíveis. No trecho em
destaque, o entrevistado.
Trechos do filme: A legenda 815 foi traduzida
erroneamente, provavelmente pela dificuldade na
escuta. No trecho em questão ouve-se “there is
also a dimension that is outside human control”.
808
00:52:12,817 --> 00:52:15,206
o que acontece na mente, é um pouco as
809
00:52:15,210 --> 00:52:17,796
reflexões microcósmicas sobre
essas forças de devastação,
810
00:52:17,954 --> 00:52:19,422
portanto Leonardo é um espectro completo.
811
00:52:19,556 --> 00:52:20,890
E em direção ao fim da sua vida,
Comentário: o erro, não se sabe se voluntário ou
não, inverte o raciocínio do entrevistado. A
palavra “outside” foi associada erroneamente ao
“controle humano externo”, quando de fato, está
associada à “falta da capacidade humana para
controlar certos eventos”, segundo a transcrição
literal. Como se depreende de todo o
documentário, a visão de Leonardo era cética em
relação à natureza humana, e de certa forma
assombrado com a força às vezes destruidora da
natureza, coerente com o comentário do
entrevistado a cerca da incapacidade humana
para intervir nestes casos.
Especulando, interessante pensar que uma
dificuldade inconsciente do legendador, até
mesmo uma intolerância em admitir sua
fragilidade enquanto ser humano (autopesquisa
débil), possa ter distorcido sua interpretação do
trecho analisado. Quem garante que não?
812
00:52:21,023 --> 00:52:22,858
há essas visões assombrosas onde
813
00:52:22,958 --> 00:52:27,095
há um discernimento, e por mais
que você entenda as forças,
814
00:52:27,228 --> 00:52:28,563
há uma dimensão impressionante
815
00:52:28,696 --> 00:52:31,699
a fora da capacidade humana
Elaboração: Alexandre Mello
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