Graxaria Brasileira
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Graxaria Brasileira
1 Revista Ano 2 / Edição 11 / Set-Out 2009 / www.editorastilo.com.br Graxaria Brasileira R e v i s t a Indústria de Farinha e Gordura AnimalG r a x a r i a B r a s i l e i r a Indústria de Graxaria Mercado Concentra Forças e Aposta em 2010 Em Foco A Era dos Grupos Proteínas Foco na Qualidade Energia das Farinhas e Gorduras Animais Editorial 2 CAPA ed 11.pdf R e v i s t a 1 13/10/09 3 17:58 Revista R e v i s t a Ano 2 / Edição 11 / Set-Out 2009 / www.editorastilo.com.br Graxaria Brasileira Indústria de Farinha e Gordura Animal C M Y CM MY CY CMY K G r a x a r i a B r a s i l e i r a G r a x a r i a Indústria de Graxaria Mercado Concentra Forças e Aposta em 2010 Em Foco A Era dos Grupos Proteínas Foco na Qualidade Energia das Farinhas e Gorduras Animais Edição 11 Setembro/Outubro 2009 B r a s i l e i r a Sempre buscando cada vez mais notícias Se 2008 foi abruptamente terminado no mês de setembro com a erupção da crise econômica mundial, o ano de 2009 nem terminou e as expectativas já estão voltadas para 2010. A “marola” veio, a ressaca foi forte, e mesmo não tendo os mesmos impactos que em outros países ou setores, a crise provocou seus estragos. Mesmo com a baixa nos abates e consequentemente menos matéria-prima, o mercado conseguiu chegar a um equilíbrio de preços e vem buscando alcançar os níveis anteriores à crise. Mas antes da lamentação, é importante já ver no horizonte quais são as estratégias para recuperar o fôlego. Como mostramos no número anterior e o tema vem à tona mais uma vez, o biodiesel é uma das maiores apostas das graxarias para retomada em 2010, principalmente com o aumento da mistura de biodiesel para 5%. Sempre buscando cada vez mais notícias para mantê-lo melhor informado sobre os acontecimentos e fatos do setor, trazemos nesta edição a entrevista com o diretor-executivo do Grupo GR, José Mario Moreira da Silva. Além de contar um pouco da história, situação e planos do Grupo, ele reforça a necessidade de cada vez mais o segmento ser visto como um serviço de utilidade pública devido a sua importância para o meio ambiente, além da própria necessidade de ser mais conhecido pela sociedade. Boa leitura! Daniel Geraldes Editor Chefe 4 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Sumário / Expediente 06 notícias 22 Em Foco 1 5 Diretor Daniel Geraldes Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] Jornalista Colaborador Paulo Celestino - MTB 998/RN Publicidade [email protected] 24 Em Foco 2 28 Em Foco 3 Redação Lucas Priori [email protected] 34 capa 40 Foco na qualidade 42 [email protected] Pet Food On Line Direção de Arte e Produção Leonardo Piva [email protected] Conselho Editorial Bruno Montero Claudio Mathias Clênio Antonio Gonçalves Daniel Geraldes Luiz Guilherme Razzo Valdirene Dalmas Comitê Tecnico Cláudio Bellaver Dirceu Zanotto Lucas Cypriano Fontes Seção “Notícias” BeefPoint, Avisite, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Sincobesp, Abra, Sindirações, National Render, Embrapa, Biodiesel, AgriPoint, Aliança Pecuarista. Impressão Gráfica Gráfica Bandeirante 44 entrevista 48 caderno técnico 1 52 caderno técnico 2 56 Agenda 57 Ponto de Vista Distribuição ACF Alfonso Bovero Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 Cep: 04004-000 / São Paulo (SP) (11) 3213-0047 [email protected] A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação bimestral da Editora Stilo. A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação do mercado de Graxarias, clientes de graxarias, fornecedores de: máquinas, equipamentos, insumos, matérias-primas, biodisel, frigoríficos e prestadores de serviços, com tiragem de 4.000 exemplares. Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 6 Notícias 7 R e v i s t a Nutrição Avançada, Hidratação Garantida G r a x a r i a solução exclusiva, desenvolvida especificamente para nutrição e hidratação de leitões. B r a s i l e i r a Sincobesp é homenageado em Happy Hour da Central de Serviços da Fiesp Sempre atenta às tendências e necessidades do mercado, a Eurotec Nutrition lança Mediante licença exclusiva da Land O’ Lakes Inc. (USA), a Eurotec Nutrition inicia produção no Brasil do UltraCare Gel, produto formulado para incentivar o consumo de alimento nas fases críticas do desenvolvimento dos leitões, como desmama, vacinação, transporte ou doenças. Paulo (Fiesp), 15 dirigentes de sindicatos e diretores de diversos departamentos da entidade, participaram do Happy Hour A desidratação dos leitões nestas circunstâncias pode causar significativas perdas Em agosto passado, 95 convidados, entre eles Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São no desempenho e produtividade do lote, pois em casos avançados prejudica o funcionamento de seu organismo e sua em homenagem ao Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal (Sincobesp), capacidade de absorção de nutrientes. promovido pela Central de Serviços (Cser) da Fiesp na sede da federação. O UltraCare Gel proporciona nutrientes essenciais e hidratação adequada aos leitões, melhora sua saúde intestinal e garante um crescimento sadio. Bons resultados na fase de creche são determinantes para o aproveitamento máximo na fase de engorda. ressaltou o papel socioambiental do setor de graxaria, que transforma resíduos de animais (que possui um Para mais informações acesse: www.euronutri.com.br. Nelson Antonio Braido, vice-presidente do Sincobesp, moroso processo de decomposição) em matéria prima para fabricação de produtos de limpeza, higiene, proteína animal, ração, adubo e biodiesel. Cresce o abate de bovinos e suínos e cai o de frangos O abate de bovinos no país aumentou 5,5% no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. O resultado interrompe uma sequência de quedas observadas desde o terceiro trimestre do ano passado. Ao todo foram abatidos, entre os meses de abril e junho de 2009, 6,844 milhões de cabeças de gado. Na comparação com o mesmo trimestre de 2008, no entanto, houve queda de 10,2% nos abates. Os dados fazem parte da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta que a melhora no desempenho de abate de bovinos pode representar o início de uma reversão de ritmo de baixa. O Mato Grosso continua sendo apontado como principal produtor nacional, respondendo por 13,6% de todo o abate no país Em seguida, aparecem São Paulo (13,3%), Mato Grosso do Sul (12 2%) e Goiás (9,2%). Suínos O estudo revela, ainda, que o abate de suínos teve variações positivas tanto entre os dois primeiros trimestres (4,6%), como na comparação com o trimestre anterior (3,6%), totalizando 7,588 milhões cabeças. A atividade ficou concentrada na Região Sul (67,4%), principalmente em Santa Catarina (27,9%). A comercialização externa de carne suína aumentou 20,9% em volume, em relação ao primeiro trimestre do ano, e de 14,6% no faturamento. Frangos Já o abate de frangos caiu 2,4% no segundo trimestre se comparado ao trimestre anterior. Em relação ao período que vai de abril a junho de 2008 houve elevação de 3,8%. No primeiro trimestre deste ano, foram abatidas 1,168 bilhão de frangos. A atividade teve maior expressão na Região Sul (60,1%): o Paraná foi o estado que respondeu pelo maior volume de abate (26,5%). As exportações de carne de frango tiveram aumento de 16,1% em volume e de 28,0% em faturamento quando comparadas ao trimestre anterior. Paulo Skaf elogiou a iniciativa do encontro, classificando-o como uma importante troca de experiência e que “contribui de maneira efetiva para o desenvolvimento dos sindicatos”. Paulo Schoueri, diretor-titular da Cser, agradeceu a presença dos convidados e o empenho de todos para a realização do evento. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 8 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 9 CETESB – Grupo de Trabalho GRAXARIA Proposta de estruturação do Grupo de Trabalho de Graxaria da Câmara Ambiental do Setor de Abates, Frigoríficos e Graxarias. Abate de frangos sobre 3,8% em relação ao primeiro trimestre de 2009 No dia 14 de setembro passado, na sede da CETESB (São O abate de frangos no segundo trimestre de 2009 foi orgânica. Marcelo deverá de 1,168 bilhão de cabeças, segundo a Pesquisa Trimestral Paulo) foi realizado mais um encontro/debate sobre o Grupo apresentar informações de Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografia e de Trabalho Graxaria presidido pelo Sincobesp. A abertura sobre a caracterização dos Estatística (IBGE). da reunião foi realizada pelo Engº Armando Carlos Brandini, principais pontos de geração secretário da Câmara Ambiental do Setor de Abates, de efluentes dentro do fluxo observou-se queda de 2,4% no número de animais abatidos Frigoríficos e Graxarias, que nesta reunião inicial do GT, de processo dos subprodutos. e aumento de 3,8% com relação ao primeiro trimestre de orientou os presentes a respeito da atuação e importância Ficou claro que o Tratamento 2009. O peso total das carcaças abatidas foi de 2,450 do Grupo para o desenvolvimento do setor e suas políticas. dos Efluentes da Indústria de milhões de toneladas, indicativo de queda de 4,2% com Subprodutos torna-se objeto relação ao segundo trimestre de 2008 e aumento de 4,9% aumento de produção (20,2%). consultor Alexandre Ferreira, coordenador do GT - Graxarias de desenvolvimento do GT. com relação ao primeiro trimestre de 2009. para continuidade dos trabalhos. aumento de 16,1% em quantidade exportada no segundo Agradeceu a presença de todos e passou a palavra ao Alexandre Ferreira expôs como objetivos iniciais do GT Na seqüência houve Comparando com o obtido no mesmo período de 2008, A região Sul do país contribui com 60,1% de todo o A comercialização externa de carne de frango teve a apresentação do Engº André Berg que deverá preparar abate nacional de frangos. O Paraná é o principal Estado, trimestre de 2009, comparativamente ao primeiro trimestre identificar os pontos críticos da cadeia de processamento trabalho semelhante porém direcionado à ao tratamento responsável por 26,5% da produção. Alagoas teve a queda deste ano, segundo dados da SECEX. O faturamento teve de subprodutos de modo a apontar os riscos ambientais da de gases, envolvendo a análise dos pontos de geração e as mais significativa (60,4%), enquanto que o Mato Grosso teve variação positiva, aproximadamente de 28,0%. atividade e apresentar alternativas que atendam à legislação, alternativas tecnológicas disponíveis. à capacidade das indústrias e à disponibilidade técnica de equipamentos e serviços. Indústria de Subprodutos tornou-se o segundo objeto de Setor de Máquinas Cresce desenvolvimento do GT. do ano, a indústria de máquinas e equipamentos, de 850 novos funcionários (em um universo de 231 mil; momento pela divulgação do trabalho já realizado. Neste sentido termômetro da saúde econômica do País, dá sinais de que antes da crise, eram 250 mil). haverá o contato com algumas mídias para efetivar estas ações. voltou a crescer. O faturamento do setor foi de R$ 6,04 bilhões em agosto, alta real de 18% na comparação com de crédito para a aquisição de máquinas que, de acordo com julho, segundo dados da Associação Brasileira de Indústria a Abimaq, totaliza R$ 12 bilhões, Carlos Pastoriza, diretor- de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). secretário da organização, diz que o crescimento registrado em agosto não pode ser atribuído aos financiamentos. Em seguida Alexandre passou a palavra ao Engº Marcelo Pohlmann, diretor técnico da Brasworld, que há 12 anos atua de forma profissional e acadêmica (está cursando doutorado na área) no tratamento de efluentes de natureza Desta forma o Tratamento dos Gases de Processo da Com referência ao Plano de Emergência decidiu-se no Frigorífico JBS compra rival Bertin e cria gigante da carne bovina no Brasil Pelo acordo anunciado, os controladores do JBS irão transferir todas as suas ações para uma holding batizada de “Nova Holding”, que reunirá ainda 73,1% do capital social da Bertin mediante aporte de seus atuais controladores. Após essas transferências, o controle tanto de JBS quanto de Bertin já passará a ser detido pela Nova Holding. A estimativa das empresas é de que o peso da JBS na holding será de 60%, com o Bertin representando os 40% restantes, de acordo com dados referentes a 30 de junho último. A JBS informa que as duas partes ainda estão analisando a melhor estrutura para a integração de suas operações. Além da aprovação dos órgãos de defesa da concorrência no Brasil e no exterior, o sucesso da transação também depende do êxito no processo de capitalização da subsidiária do JBS nos Estados Unidos, que estaria em “negociações avançadas” para obter US$ 2,5 bilhões mediante subscrição privada em seu capital. A empresa esclarece que, quando concluída, essa operação resultará em uma participação máxima de 26,3% para os subscritores no capital da JBS USA. Os bancos JP Morgan e Santander Brasil atuaram como assessores financeiros exclusivos da JBS e da Bertin, respectivamente, para a operação. A JBS também anunciou um acordo para comprar o controle da Pilgrim´s Pride, empresa americana do setor de frango. A subsidiária americana da JBS vai comprar ações correspondentes a 64% do capital social total e votante da Pilgrim´s Pride e os atuais acionistas da empresa ficarão com os 36% restantes. De acordo com a companhia americana, a JBS pagará US$ 800 milhões pela participação, em dinheiro. O acordo anunciado avalia a Pilgrim´s Pride em US$ 2,8 bilhões. Apesar de contabilizar perdas de 22,3% no faturamento O resultado leva o faturamento de volta aos níveis de contratações e demissões foi positivo, com a incorporação Embora o governo tenha anunciado em julho uma linha dezembro de 2008 e para longe dos R$ 3,99 bilhões de janeiro deste ano, nível mais baixo do setor em 24 meses. Por isso, a expectativa para os próximos meses é otimista, “Não deu tempo de se sentirem os efeitos do crédito. Representantes das indústrias afirmam ainda que agosto foi especialmente porque a linha só vale até o fim do ano, então o primeiro mês desde outubro de 2008 em que o saldo de deve haver muitos pedidos”, diz. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 10 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 11 Marfrig compra Seara Alimentação em risco A Marfrig vai desembolsar US$ 706,2 milhões em dinheiro O mundo precisará produzir 70% a mais de alimentos até 2050 para alimentar e assumir US$ 193,8 milhões em dívida para comprar os uma população extra projetada em 2,3 bilhões de pessoas, de acordo com a ativos da Seara, controlada pela americana Cargill, no Brasil Agência para Agricultura e Alimentos (FAO, na sigla em inglês), da Organização das e no exterior. O negócio envolve as áreas de aves, suínos e Nações Unidas. produtos industrializados, que tem faturamento líquido anual de US$ 1,7 bilhão, além dos direitos de exploração da marca cereais destinados à alimentação humana e animal deverá subir para 3 bilhões de Seara. toneladas nesse período, e mais ainda será necessário para atender à indústria de biocombustíveis. De acordo com a agência, isso representaria uma elevação de A transação coloca a Marfrig, que até pouco tempo atrás Em documento divulgado, a organização aponta que a demanda global por era concentrada no segmento de bovinos, como principal quase 1 bilhão de toneladas, já que a produção de cereais no mundo hoje soma concorrente da BRF - Brasil Foods, empresa que nasceu da cerca de 2,1 bilhões de toneladas. aliança entre Sadia e Perdigão. “A Marfrig expandirá seu potencial com alimentos processados no Brasil, firmando- de toneladas para alcançar os 470 milhões de toneladas que a FAO estima serem se como o segundo maior player no mercado interno e de necessárias para 2050. “Mas estamos cautelosamente otimistas com o potencial exportação de aves e suínos e uma dos maiores do mundo”, do mundo em conseguir se alimentar em 2050”, disse Hafez Ghanem, diretor- diz a empresa. geral-assistente da FAO, que é sediada em Roma. Ghanem acrescentou, porém, que as mudanças climáticas e o advento dos biocombustíveis podem ser uma grande ameaça à agricultura. A Marfrig atua em aves desde o ano passado, quando comprou as operações da americana OSI no Brasil e na Europa, A produção de carnes, por sua vez, deveria crescer em mais de 200 milhões Segundo a organização internacional, os investimentos em agricultura e na melhoria dos acessos aos alimentos também além da DaGranja. valor adicionado com a capacidade de produção de 17.500 devem ser incrementados. Caso contrário, 370 milhões de pessoas ficarão sem alimentos até 2050 (ou 5% da população toneladas/mês; mundial). Até o fim deste ano, 1 bilhão deverão enfrentar a fome. reserva de crédito de longo prazo de R$ 1,3 bilhão com o - Terminal portuário privativo para cargas frigoríficas e cargas banco Bradesco, a fim de garantir o compromisso firmado com secas (Braskarne) em Itajai (SC) em cerca de 120 milhões de hectares nos próximos 40 anos em países em desenvolvimento, principalmente na América Latina a Cargill, que tem caráter irrevogável. - Marca “SEARA” e demais marcas operadas neste segmento; e na África Subsaariana. Ainda segundo o documento, “o financiamento da - Operações de distribuição e comercialização no exterior, aquisição poderá envolver aumento de capital da Marfrig localizadas no Reino Unido, Japão e Singapura, detentoras contaminação química ou falta de infra-estrutura, lembrou o documento. através de oferta primária de ações”. de quotas de exportação/importação a partir do Brasil para diversos países; Conforme o comunicado da companhia, foi feita uma Os negócios que serão adquiridos pela Marfrig constituem- se em: - 9 (nove) fábricas de ração localizadas em SC, PR, SP e MS; - 7 (sete) unidades industriais de aves com a capacidade de - 6 (seis) granjas de matrizes de aves em SC, PR, SP e MS com abate de 1,2 milhão de aves/dia e 2 (duas) unidades industriais cerca de 3.000 produtores integrados de aves e suínos. de suínos com a capacidade de 5.800 cabeças/dia; - 3 (três) plantas de industrializados e processados de concluída no quarto trimestre deste ano. A expectativa da Marfrig é de que a aquisição seja A área de terra agricultável também mereceu atenção no documento divulgado ontem pela FAO: a expansão terá de se dar Outro desafio para os anos que virão será tornar agricultáveis porções de terra que hoje não estão em uso por Mais em www.fao.org. Plásticos a partir de Penas de Aves As penas de frangos e galinhas são um subproduto indesejado na indústria avícola. Agora, cientistas americanos Reino Unido: oferta de carne bovina deve cair em 2010 Em sua última atualização trimestral de julho de 2009, o Agriculture and Horticulture Development Board (AHDB) do Reino Unido prevê um declínio significante na oferta de carne bovina em 2010. As ofertas de carne bovina para o último trimestre desse ano deverão estar de acordo com a do ano passado, de 222.000 toneladas. Até agora nesse ano, as ofertas de touros e novilhos vêm sendo menores e essa tendência deverá continuar pelo resto do ano. Entretanto, o rendimento de novilhas vem sendo forte e isso deverá continuar pelo resto de 2009. Entretanto, esses abates de novilhas indicam uma menor retenção e um declínio geral no rebanho de cria, o que refletirá nas ofertas a partir de 2010. Como resultado disso, os números de animais prontos para abate deverão cair em 41.000 cabeças, para 1,98 milhão de cabeças no próximo ano. As ofertas de vacas e touros adultos deverão cair em 30.000 cabeças. Isso levará a uma queda na produção de 32.000 toneladas para 832.000 toneladas durante 2010. O consumo deverá declinar em 21.000 toneladas em 2010, com a demanda por cortes de maior valor permanecendo fracos enquanto as vendas de carne moída permanecerão fortes. querem transformá-las em um produto biodegradável como um plástico especial. O químico do Laboratório de Gestão Ambiental e Utilização de Bioprodutos do Serviço de Pesquisa Agrícola (ARS, da sigla em inglês), dos Estados Unidos, Walter Schmidt, vem desenvolvendo alternativas para o aproveitamento de penas de aves descartadas pela indústria avícola. De acordo com nota divulgada pelo site WorldPoultry, ele criou, em parceria com o Horticultural Research Institute (HRI), vasos plásticos para plantas, a partir das penas, que podem se desintegrar no meio ambiente em períodos variáveis de um a cinco anos. Estes vasos têm a mesma aparência de vasos plásticos comuns. Segundo o químico, o plástico derivado de penas de aves pode ser moldado normalmente e conta com propriedades similares às do plástico polietileno e do polipropileno. “Isto faz do plástico derivado de penas um material único para a indústria de embalagem ou para qualquer outra aplicação, onde resistência e biodegradabilidade são exigidas”, explica Schmdit. Atualmente, o pesquisador está trabalhando para o desenvolvimento de vasos e outros utensílios 100% biodegradáveis para a horticultura. “Várias empresas estão envolvidas nesta fase da pesquisa para a determinação de especificações para uma produção de escala. O plástico derivado de penas não só ajudará a minimizar o problema do impacto ambiental como criará uma alternativa correta e lucrativa para as penas de descarte”. Fonte: Avicultura Industrial R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 12 Notícias 13 R e v i s t a O desafio de gerar energia limpa estará concentrado nos países em desenvolvimento G r a x a r i a nas próximas décadas. Nos países desenvolvidos esta presunto de Parma e o vinho do Porto têm em comum? São demanda já está estável. Hoje, 80% da necessidade produtos reconhecidos por sua qualidade e características energética mundial é atendida por combustíveis de típicas, aliados à história e à tradição do país ou região em origem fóssil. Dados apresentados pelas Organizações que são produzidos. das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) apontam que, até 2020, 50% desta demanda energética geográfica (IG) vem ganhando espaço no Brasil. Já são várias B r a s i l e i r a poderia ser atendida apenas com a melhoria de eficiência as cadeias produtivas que se utilizam dessa ferramenta de dos atuais sistemas de geração, atrelada à economia de mercado para conferir diferenciais de qualidade e segurança uso. Especificamente em relação ao combustível para aos alimentos que produzem. genuíno, cuja espeficidade se deve à sua origem, e aumenta transporte, 30% das emissões de CO2 poderiam ser seu valor agregado”, completa. reduzidas com a aplicação de tecnologias já disponíveis. Paraty (RJ), o café do Cerrado mineiro e o couro do Vale dos No entanto, em 2050, a demanda deverá ser o dobro da Sinos são alguns dos produtos que já contam com selos de Gaúcho abre caminho para que outros setores produtores existente hoje. indicação geográfica no Brasil. de proteína animal também obtenham o selo. Inclusive, a avicultura e a suinocultura. Carne com Garantia de Origem O crescimento da demanda energética no mundo O atendimento deste déficit energético passa pelos O que o champagne francês, os charutos cubanos, o G r a x a r i a Muito utilizado na Europa, o conceito de indicação Os vinhos gaúchos do Vale dos Vinhedos, a cachaça de A grande novidade é que o setor de carnes acaba de Segundo Borba, a certificação da carne do Pampa governos e suas políticas para o setor, obrigados a lidar entrar para o seleto grupo de produtos com esse tipo de com novas variáveis, como o impacto ambiental que a certificação. para obter esse tipo de certificação. No Brasil há várias sua geração e uso irá causar. Atrelado a isto, há o que se “Tanto o setor avícola quanto o suinícola têm potencial regiões tradicionais na criação de aves e suínos”, avalia o chama “pobreza energética”: 1,6 bilhão de pessoas em Carne gaúcha técnico do Mapa. “Tudo vai depender da história, da região, todo o mundo sem acesso a qualquer tipo de energia. da forma como são criados os animais. Esses são alguns dos Como atender a esta necessidade futura com o menor Meridional acaba de receber a chancela geográfica. “Trata-se critérios que justificam a indicação”, explica. impacto possível ao meio ambiente disponibilizando, ao da primeira carne brasileira com indicação de procedência”, mesmo tempo, fontes de energia para as pessoas sem afirma Luiz Alberto Machado Borba, médico veterinário Borba, o governo brasileiro tem procurado estimular A carne bovina do Pampa Gaúcho da Campanha De olho nos benefício desse tipo de ferramenta, explica acesso no mundo? Para a FAO, não se deve apostar em em energia, ele precisa compreender como fazer, os do Serviço de Política e Desenvolvimento Agropecuário a formação de associações para a produção de carnes uma única alternativa, principalmente aos combustíveis benefícios e que terá apoio neste processo”, acredita nos Estados (Sepdag), da Superintendência Federal de certificadas com indicação geográfica e de procedência. Para fósseis, assim como os pequenos produtores rurais Dubois. O principal gargalo a ser enfrentado é a Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (SFA-RS), tanto, criou um departamento específico para este fim. devem ser inseridos em cadeias produtivas ou se “O Governo através do Ministério da Agricultura tem um logística. O desafio está em transportar a biomassa até órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e utilizarem da biomassa para a geração de energia em os locais de geração, quando feita em uma usina ou Abastecimento (Mapa). departamento específico para ajudar as cadeias produtivas a pequena escala, atendendo as necessidades de uma utilizada por uma empresa agroindustrial para alimentar obterem a certificação de origem e a indicação geográfica”, propriedade ou pequena região. alguns de seus processos. Os produtos com esse símbolo inspiram maior confiança afirma. ao consumidor. Essa chancela assegura que o produto é “É possível inserir pequenos agricultores na produção Escolher uma variedade vegetal não utilizada em de matérias-primas para empresas de grande escala”, alimentação humana ou animal também nem sempre afirma Olivier Dubois, coordenador do Programa de é a solução mais indicada para a geração energética. Bioenergia da FAO. Dubois debateu o tema dentro do Dubois cita o exemplo da Tanzânia. O país africano GP de Ciências Ambientais realizado pelo Instituto de desenvolveu um projeto para produção de biodiesel a Estudos Avançados (IEA), da Universidade de São Paulo partir da jatropha, conhecida por aqui como pinhão- (USP), na última sexta-feira (04/09). Na opinião de manso. Hoje, ele afirma, o produto apodrece nas mãos Dubois, os governos ainda têm muitas dificuldades em dos produtores, que viram o preço cair e o mercado direcionar e orientar os sistemas produtivos a adotarem encolher. “Veja, se fosse um cultivo alimentar ou com iniciativas sustentáveis de produção. O grande desafio outra finalidade, o produtor teria uma alternativa de está em integrar a produção de alimentos e de energia. comercialização que agora não tem”, ressalta. Uma alternativa é o uso dos resíduos da produção para fins energéticos e outros, como adubagem. “Resíduos envolver todos os elos da cadeia, assim como governo gerados no campo devem ficar no campo”, afirma. e sociedade. E defende o fim de posições radicais, G argalo Para o coordenador do Programa de Bioenergia da Dubois afirma que questões como esta deve favoráveis ou contrárias, aos biocombustíveis. Para ele, elas impedem o avanço das discussões e a busca por soluções viáveis. “Para problemas complexos não FAO, seria importante que cadeias agroindustriais ou há soluções simples ou fáceis; tem que se sentar e governos criassem uma empresa ou um departamento discutir sobre os mais diferentes ângulos do problema”, específico para a área energética visando orientar os sentencia o coordenador. produtores. “O produtor não precisa se especializar Redação Avicultura e Suinocultura Industrial “A conquista do selo de IG traz inúmeros benefícios. R e v i s t a Fonte: Redação Avicultura e Suinocultura Industrial. B r a s i l e i r a 14 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 15 País terá folga para fabricar biodiesel mesmo com B5 MT: redução de ICMS eleva abate fora do esta Apesar da crise financeira, que afetou os negócios de equipamentos A redução do ICMS para a saída interestadual de gado desde o início deste para usinas de biodiesel, a capacidade de produção do biocombustível já em pé destinado para abate está em vigor desde abril e foi ano. O frigorífico instalada no Brasil atenderá sem problemas a demanda adicional gerada por prorrogado para o dia 30 de setembro. A Acrimat vai pedir a Independência está um aumento da mistura no diesel no ano que vem, segundo executivo do prorrogação mais uma vez. com as unidades principal fornecedor da indústria de equipamentos para o setor. de Confresa e Nova da base de cálculo do Imposto sobre a Circulação de Xavantina fechadas, para o país elevar em 2010 a mistura de biodiesel no diesel de 4 para 5 por Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), ou seja, de 7% o grupo Margem cento do total (B5), o que geraria uma demanda adicional de 25 por cento do para 3,5%, nas operações relativas a saídas interestaduais de também parou de biocombustível produzido, em sua maioria, a partir de soja no Brasil. gado em pé para abate, oriundas dos municípios da região abater no município O Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou que já está tudo certo “Hoje o Brasil poderia ter avançado em B5, B6... já possibilitaria Os impactos são grandes com a redução de 29,166% Nordeste de Mato Grosso. de Barra do Garças e o grupo Arantes em Canarana. As atender um percentual de mistura maior do que B4... A capacidade instalada de produção está perto de 4 bilhões de litros, únicas plantas que continuam abatendo são da Friboi em considerando as plantas em operação e as contratadas”, disse à Reuters o vice-presidente de Tecnologia e Desenvolvimento da Criadores de Mato Grosso (Acrimat) - ao Imea (Instituto Barra do Garças e o frigorífico Quatro Marcos em Vila Rica. Dedini Indústrias de Base, José Luiz Olivério. Mato-grossense de Economia Agropecuária) do resultado As duas unidades de abate que funcionam ficam distantes do número de animais do Mato Grosso abatidos em outros uma da outra 900 quilômetros, o que torna o problema fabricação de 2,5 bilhões de litros em 2010, segundo o MME. estados em ano, mostra que em janeiro deste ano 1.288 logístico ainda mais sério. animais foram abatidos fora de Mato Grosso e em julho esse acrescentou Olivério, durante um seminário de biodiesel. número aumentou para 6.186 cabeças, registrando uma alta estadual em reduzir o ICMS do produtor para que ele Assim, o executivo avalia que, até o final de 2010, o país terá capacidade para produzir ao menos 4 bilhões de litros. de 380%, o que representa 4.898 animais a mais. possa abater seu gado em outros estados e ter um preço “O problema da matéria-prima é o da disponibilidade, a soja é predominante, está disponível em todos os lugares e é mais competitivo do boi”, avaliou Vacari. Para a produção do B4, a necessidade de biodiesel é de cerca de 2 bilhões de litros ao ano, enquanto o B5 exigiria a “Unidades para 3,2 bilhão de litros já poderiam funcionar, e outras para 800 milhões de litros estão em construção”, O levantamento solicitado pela Associação dos Segundo o levantamento do Imea os principais destinos “Por isso é muito importante essa medida do governo competitiva, exceto em algumas regiões pequenas”, disse Olivério, que acredita, entretanto, que outras matérias-primas viáveis dos animais são os estados de Goiás com uma alta de 429%, para o biocombustível aparecerão em menos de dez anos. Minas Gerais com aumento de 1.469% e São Paulo com alta produtores têm de registrar as operações no Sistema de Atualmente, a soja responde por 80 por cento da matéria-prima do biodiesel no Brasil. de 256%. “O abate em outros estados é uma alternativa Digitação de Notas Fiscais de Saídas (NFi) ou emitir a Nota “Ninguém pode ficar sujeito a uma commodity que oscila de preço, porque o preço de biodiesel tem como referência o para o pecuarista que está em dificuldades para abater o Fiscal Eletrônica (NF-e) para comprovar as transações diesel. No nível que nós estamos, ainda não chega a ser um problema tão grande, mas imagine um B10, por exemplo, você seu gado. Isso torna o preço do boi mais competitivo, pois comerciais. A medida beneficia os municípios de Água Boa, teria um problema maior para garantir a oferta, é preciso ter flexibilidade”, explicou. para abater aqui no estado, o gado tem que percorrer uma Alto da Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, Campinápolis, Entre os outros óleos vegetais analisados pelo setor no Brasil para a produção de biodiesel estão o de palma, de girassol, Para usufruir do benefício de redução do ICMS, os distância considerável”, disse o superintendente da Acrimat, Canabrava do Norte, Canarana, Cocalinho, Confresa, Gaúcha de pinhão-manso, sendo esta última matéria-prima uma das mais promissoras, mas com pouca pesquisa agronômica já Luciano Vacari. Ele ressaltou que a Acrimat vai pedir que do Norte, Luciara, Nova Nazaré, Nova Xavantina, Novo concluída. a redução do ICMS seja novamente prorrogada até que a Santo Antônio, Porto Alegre do Norte, Querência, Ribeirão situação dos frigoríficos se normalize. Cascalheira, Santa Cruz do Xingu, Santa Terezinha, São Felix O rebanho bovino de Mato Grosso é o maior do do Araguaia, São José do Xingu, Serra Nova Dourada, Vila Brasil com 26 milhões de cabeças e a região Nordeste é Rica, Araguaiana, Barra do Garças, General Carneiro, Novo responsável por 24% desse rebanho com mais de 6 milhões São Joaquim, Pontal do Araguaia, Araguainha, Santo Antônio e São Bento do Sul, de cabeças (Imea). Quatro das seis plantas frigoríficas na do Leste, Ponte Branca, Ribeirãozinho, Torixoréu, Aripuanã e na produção de carnes, um gigante na produção de suínos, cidades que ficam região estão fechadas em processo de recuperação judicial Colniza. aves e bovinos, prepara-se para um forte crescimento no distante de Itaiópolis segundo semestre de 2009, e, principalmente, em 2010. em um raio de 100 km A empresa está contratando 750 aviários para atender o para a contratação de seu frigorifico instalado no município de Itaiópolis (SC) . novos produtores de A Poli-Nutri vai investir R$ 15 milhões Até o final do ano, o frigorifico estará habilitado pelo Mapa frango. O produtor terá para exportar. Para isso, já conseguiu R$ 120 milhões financiamento através em recursos junto a bancos regionais, que estão sendo do Banco Sicoob. Os novos produtores terão acesso a R$ companhia, que em 2009 completa 20 anos de vida. As obras da planta, que ficará em aplicados na expansão da sua rede de integrados. A meta 250.000,00 por granja/CPF, com prazo de pagamento de 8 Treze Tílias (SC), já estão em andamento e devem ser concluídas, segundo o cronograma da é abater 350.000 frangos/dia em Itaiópolis, para isso será anos com juros de 6,75% ao ano. empresa, no fim de 2010. necessário no mínimo 3.500 empregados. cada granja construída significa novos 10 empregos diretos anuais, segundo José Leandro Bruzeguez, diretor de nutrição e formulação da companhia Aurora em Canoinhas e Sadia em Mafra, a Tyson deverá no frigorifico. Itaiópolis espera uma enxurrada de novos - a Poli-Nutri não revelou seu faturamento total. Da planta sairão rações prontas e também intensificar a contratação de integrados dentro desses dois investimentos, assim como aconteceu em Chapecó (SC) premix para aves, suínos ruminantes e também para o segmento de aquicultura. “Será nossa municípios. A empresa também vai fazer uma parceria com e Concórdia (SC) com a Sadia e em Videira (SC) com a planta mais completa”, diz o executivo. as prefeituras catarinenses de Monte Castelo, Papanduva, Perdigão. O frigorifico funciona como um imã na atração de Major Vieira, Irineopolis, Três Barras, Bela Vista do Toldo, novos investimentos para a cidade. unidades de Maringá (PR) e Eusébio (CE). A quarta planta, com capacidade mensal de 3 mil Porto União, Rio Negrinho, Santa Terezinha, Campo Alegre toneladas, fica em Osasco (SP). Tyson Projeta Expansão em SC A norte-americana Tyson Foods, maior empresa mundial Com o adiamento da instalação dos frigoríficos da Os municípios serão beneficiados com esta ação, pois Fonte: Redação Avicultura Industrial. A Poli-Nutri vai investir R$ 15 milhões em uma nova fábrica de rações, a quarta da Na fase inicial de operações, a nova unidade deverá gerar receita de R$ 40 milhões A fábrica terá capacidade de produção mensal de 5 mil toneladas, volume similar ao das R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 16 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 17 Maior frigorífico de abate de frango começa a operar no Espírito Santo O maior frigorífico para o abate de frangos do Espírito Santo entrou em operação. O governador em exercício, Ricardo Ferraço, acionou o sistema que colocou em funcionamento as máquinas do setor de produção. A data foi marcada por uma celebração religiosa, no Uniaves, com as presenças do prefeito de Castelo, Cleones Nascimento; do diretor presidente do Uniaves, Ricardo Brunoro; do presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Evair Vieira de Melo; do diretor de Crédito e Fomento do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo S/A (Bandes), José Antonio Bof Buffon; do prefeito de Afonso Cláudio, Wilson Costa, lideranças locais e trabalhadores que vão atuar no frigorífico. Para construir o Uniaves foram investidos R$ 45 milhões e todo”, ressalta o governador em exercício, Ricardo Ferraço. a viabilização do empreendimento, que tem capacidade para abater 150 mil frangos por dia e vai gerar 500 empregos, Uniaves vai seguir regras internacionais de produção. Segundo contou com apoio do Bandes, do Banestes e do Grupo Executivo o diretor presidente da empresa, Ricardo Brunoro, o processo para Recuperação Econômica do Espírito Santo (Geres). produtivo será integrado para garantir um controle rígido em todas as fases. ‘Com a granja integrada ao abate vai ser possível “Muitos desafios foram superados para chegarmos nesse Tido como um dos frigoríficos mais modernos do Brasil, o dia e o Governo do Estado está presente na consolidação dominar o ciclo e as etapas que vão desde a matéria-prima desse empreendimento grandioso, que vai marcar a história até o produto final. Num mercado competitivo como esse que da avicultura capixaba. O frigorífico fica em Castelo, mas vivenciamos atualmente pequenos detalhes fazem a diferença”, sem dúvida alguma ele possui importância regional para o afirma Brunoro. Espírito Santo. Municípios como Castelo, Domingos Martins, Marechal Floriano, Afonso Cláudio, Santa Maria de Jetibá avicultura de corte do Espírito Santo. Antes, sem uma unidade e outros, que têm a avicultura como atividade regular, de processamento, os produtores vendiam o frango vivo para terão ampliadas as oportunidades. O Uniaves conta com ser abatido em outros estados. Essa comercialização, em alguns tecnologia de alta qualidade e terá a produção ofertada casos por oferecer risco à sanidade dos animais devido ao nos mercados nacional e internacional. Isso é muito bom longo deslocamento, era restringida para garantir a segurança para todos nós capixabas, ainda mais nesse ambiente de alimentar e a saúde dos consumidores. Agora, com o novo incerteza e instabilidade econômica. São novos empregos frigorífico, os avicultores capixabas têm nova opção para a e novas chances de negócios. Isso se transforma em renda, venda de frango. movimenta o comércio e fortalece a economia como um O novo frigorífico vai preencher uma lacuna que existia na (Gazeta on-line) (Redação) Em franca expansão, consumo de aves na China aumenta 35% em 10 anos Enquanto o Departamento de Agricultura dos EUA aponta que no ano passado os chineses consumiram perto de 10 kg de carnes de aves, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indica que ele pode ser um pouco maior, de quase 11,5 kg. Paralelamente, porém, o órgão representativo dos países desenvolvidos sugere que, doravante, deve ocorrer verdadeira explosão de consumo entre os chineses, o que pode elevar o consumo de 2018 para cerca de 15,5 kg per capita - uma evolução de 35% em apenas uma década. G r a x a r i a B r a s i l e i r a distrito de Aracuí, em Castelo, local onde está implantado o R e v i s t a 18 R e v i s t a Notícias 19 Agronegócio: Brasil será líder de mercado em 2020 mercado de agronegócio mundial, superado apenas pelos B r a s i l e i r a ao ano, dependendo do segmento, na última década. Fayet anunciado formalmente com o governo de Goiás, Estado que concentrará todas essas frentes de trabalho, mas alguns dos projetos já estão em fase de andamento inicial. Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) Luiz Antonio de Camargo Fayet, a expectativa é de que até 2020 distante 200 quilômetros de Goiânia. A unidade terá capacidade de produção de 110 O agronegócio brasileiro cresceu em média de 7% a 10%, milhões de litros anuais de biodiesel e de 11 mil toneladas de glicerina. O cronograma inicial previa conclusão das obras em um ano, mas já existe a expectativa de término salienta que o Brasil também teve uma grande expansão em dez meses, segundo o vice-presidente da Caramuru, César Borges. nas exportações do setor, no mesmo período. Ele informa que o País é responsável por cerca de 1,5% do total das patamar sobe para algo em torno de 7%. Fayet explica que isso se deve, principalmente, ao crescimento da população mundial e da sua renda. Outro ponto destacado pelo pesquisador é a escassez no planeta de novas áreas para serem incorporadas no agronegócio. Segundo ele, de cada quatro hectares disponíveis no mundo, um encontra-se no Brasil. “Nós estamos detendo perto de um quarto das áreas ainda a serem agregadas no agronegócio”, enfatiza Fayet. No caso, o Cerrado é a região que apresenta o maior potencial de desenvolvimento. O especialista ainda ressalta que os produtos ligados ao agronegócio sofreram um impacto menor do que os industrializados com a crise econômica internacional. O presidente do Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Sul (Corecon/RS), economista José Luiz Amaral Machado, concorda que o Brasil tem um enorme potencial para fornecer alimentos ao mundo. “No entanto, tenho o receio no atraso que temos na área de infraestrutura”, argumenta Machado. Fayet complementa que o País tem um custo logístico que varia de 5% a 10% do PIB. “Vivemos um apagão portuário”, lamenta o consultor. Para ele, uma solução para esse cenário é aumentar o número de empreendedores privados dentro do sistema portuário, intensificando a concorrência nesta área. Pois hoje, afirma Fayet, existe uma concentração muito grande nas operações portuárias. Efeito da Gripe A sobre o consumo de carne suína Em meados de julho eu participei de um evento promovido pela FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), em Curitiba, com uma apresentação sobre tendências para os mercados de proteínas de origem animal. Mostrei que, entre o estouro da crise mundial (mais ou menos em setembro de 2008) e maio de 2009, os preços da carne de frango no atacado haviam recuado cerca de 9%. Para a carne bovina, a queda havia sido de 10%. Já no caso da carne suína, a retração havia alcançado 35%, ou seja, mais do que o triplo da variação observada para as proteínas concorrentes ao longo do mesmo período. Isso levava a crer que as vendas de carne suína estavam sofrendo pressão adicional, ou seja, não estariam sendo negativamente impactadas apenas pelos efeitos nefastos da crise internacional. Estaria a Gripe A, inicialmente e equivocadamente tratada de Gripe Suína (e parte da mídia ainda insiste no nome), afastando os consumidores? É possível que sim. Algumas associações de produtores acreditam que a Gripe A tenha levado a uma queda de 20% no consumo de carne suína no Brasil. Essa tese é polêmica. Alguns aceitam, outros não. Faltam dados para sustentá-la, ou seja, falta pesquisa. Na China, porém, a US Meat Federation realizou em agosto uma pesquisa com 1,2 mil consumidores (200 em cada uma das 6 principais cidades chinesas). E nada mais, nada menos que 64% deles disseram ter parado de comer carne suína por conta da nova gripe. Essa informação foi divulgada ontem pelo Meat and Livestock Australia (MLA). O Brasil não é a China. Mas a pesquisa aponta que, apesar do ceticismo de alguns, a doença pode realmente estar afetando significativamente o consumo de carne suína em nível global. No total, os aportes somarão R$ 104,75 milhões. Um montante de R$ 54 milhões será destinado à construção de uma planta de biodiesel no município de Ipameri, o País ultrapasse os norte-americanos. exportações globais. Quando se refere ao agronegócio, esse Nos próximos dois anos, a Caramuru vai investir mais de R$ 100 milhões para especialmente sua presença no mercado de biodiesel. O programa de desembolsos foi Estados Unidos. E, conforme o economista e consultor da aumento de sua capacidade de processamento de grãos, em iniciativa que ampliará Atualmente, o Brasil é a segunda maior locomotiva do G r a x a r i a Caramuru investe em soja Esse é um bom case para as demais cadeias produtivas, incluindo aí a carne bovina. Campanhas consistentes de esclarecimento e de defesa de imagem devem ser implementadas rapidamente em casos que envolvam saúde pública. O pânico é inimigo das vendas. Ipameri será, com isso, o quarto município com unidades industriais da companhia. Em Itumbiara (GO), a empresa atua no processamento de soja e milho, com extração e refino de óleos desses grãos e também de girassol e canola. Na também goiana São Simão a companhia processa soja e produz biodiesel e, em Apucarana (PR), as atividades são de processamento de milho e gérmen de milho. O pacote de investimento incluirá um desembolso de R$ 30 milhões para aumento de capacidade de produção de biodiesel e também no processamento de soja em São Simão. A capacidade atual de fabricação de biodiesel da Caramuru no município é de 110 milhões de litros - o número será elevado para 187 milhões. A capacidade de processamento de soja em São Simão, por sua vez, crescerá 40% nos próximos dois anos, de acordo com o cronograma apresentado ontem, passando de 495 mil para 693 mil toneladas por ano. Com os investimentos, a companhia aumentará em 170% sua capacidade de produção de biodiesel, que antes concentrava- se exclusivamente na planta de São Simão. De acordo com os dados compilados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e biocombustíveis (ANP), a produção de biodiesel da Caramuru somou 108,3 milhões de litros em 2008, praticamente o total da capacidade então disponível. No primeiro semestre deste ano, a produção de biodiesel da Caramuru somou mais de 56 milhões de litros, volume 11% superior ao do mesmo período de 2008. “O mercado de biodiesel está com boas perspectivas no momento”, afirma César Borges. A mistura obrigatória de biodiesel ao diesel mineral, passou de 3% para 4% em julho e, segundo o cronograma estipulado pelo governo, passará a 5% em 2010. Os investimentos da Caramuru incluirão ainda o complexo de Itumbiara. Serão três as frentes de trabalho no município, ao qual serão destinados, ao longo de dois anos, R$ 20,75 milhões. A companhia vai implantar na cidade uma unidade de produção de bebidas à base de soja, que terá capacidade de 37,8 milhões de litros anuais. Também será instalada uma planta para fabricação de embalagens pré-forma, além de ampliada em 22,5%, para 262,8 mil toneladas anuais, a capacidade da planta de produção de derivados de milho. Carne Mais Barata Desde o dia 1º de setembro, entrou em vigor regime especial de tributação que isenta a produção e comercialização de carnes e produtos resultantes de abate em frigorífico paulista da cobrança do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Medida reduz a carga tributária de 7% para zero e beneficia setores industriais, atacadistas e empresas de varejo de carnes bovina, suína e de aves. É o que comenta o vice presidente da Associação Paulista de Supermercados, Eduardo Kawakami. “O Estado não produz tanta carne, ou seja, reduzindo a tarifa, mais pessoas vão comprar, porque a carne não é um item barato, o custo de produção é alto”, fala. Kawakami ainda ressalta que iniciativa deve diminuir inclusive o mercado informal, visto que os preços são mais em conta. Isenção é válida para a distribuição de carnes e demais produtos comestíveis frescos, resfriados, congelados, salgados, secos ou temperados, resultantes do abate de aves, leporídeos, como coelhos e lebres, e animais dos rebanhos bovino, bufalino, caprino, ovino e suíno. O gerente de açougue, Mário Sérgio Stefanini, diz que a expectativa é que as vendas aumentem no estabelecimento. “É uma ótima notícia, pois o custo de produção da carne é caro, quanto mais alto, mais pesa no bolso do consumidor”, fala. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 20 Notícias 21 R e v i s t a Retomada das Rações no primeiro semestre demanda total de 27,4 milhões de base tecnológica G r a x a r i a toneladas, volume 3,8% menor que o apurado no mesmo deve ratificar humanos (totais e fatais) de Influenza Aviária do tipo H5N1 registrados no mundo período de 2008, segundo dados apurados pelo Sindicato o prognóstico desde as primeiras ocorrências do atual surto (final de 2003). E revelou que nestes Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). de queda no (quase) seis anos da doença, foram oficialmente registrados 438 infecções humanas, Mesmo com o recuo, a entidade mantém projeção de faturamento total 262 das quais levaram o paciente à morte. aumento de 5% na movimentação neste ano. do setor - em Feitas as contas, é um “quase nada” frente à pandemia de Influenza A causada pelo H1N1 que, em pouco mais de três meses 2008, o setor (primeiras ocorrências foram registradas no final de abril passado), soma mais de 160 mil casos (número da OMS divulgado há B r a s i l e i r a sobre a indústria começou a perder força nos meses mais registrou receita uma semana), dos quais 1.154 foram casos fatais. recentes. No primeiro quadrimestre, a queda da demanda de US$ 16 bilhões. havia sido de 5,9% na comparação com o intervalo entre A queda da receita de H5N1, enquanto os casos fatais são quatro vezes maiores. E, mesmo assim, o “velho” vírus aviário continua a causar muito janeiro e abril de 2008, para 17,6 milhões de toneladas. das fabricantes em dólar também deverá ocorrer em virtude mais preocupação que o “novo” vírus. Essencialmente, porque a mortalidade causada por estes é inferior a 1%. Já o H5N1 “Alguns segmentos mostraram melhoria nos últimos dois da valorização do real. matou quase 60% dos infectados, daí sua virulência maior. Ou seja: enquanto o H1N1 se destaca pela rápida disseminação, o meses. Em outros, essa melhora ocorreu apenas a partir de Ainda que abatido pela crise econômica, o setor de nutrição destaque (e o perigo) do H5N1 está na alta letalidade. julho e não aparecem nos dados do primeiro semestre”, diz animal não viveu exclusivamente quedas generalizadas Ariovaldo Zanni, diretor-executivo do Sindirações. no primeiro semestre. A demanda no segmento voltado à e da Ciência neste instante. Porque a simples combinação de ambos pode levar não a uma mera pandemia, mas à pandemia aquicultura cresceu 10% no período, para 190 mil toneladas. definitiva. O mercado brasileiro de nutrição animal registrou O declínio também mostra que o impacto da crise No segmento de rações para avicultura, o mais A redução da O que cientistas mais temem é possível combinação entre H1N1 e H5N1 A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou uma atualização dos casos Em outras palavras, independente até do tempo mais curto, o número de casos de H1N1 é quase 400 vezes maior que o Embora diferentes entre si, são as duas características básicas dos dois vírus que representam o maior desafio da Medicina importante para as indústrias de nutrição animal do “Este setor tem crescido muito”, atesta Nilton Ribera Perez, País, o recuo do volume foi de 3,4%, para 12,7 milhões presidente da Evialis. de toneladas. Apesar da queda, há bons indícios para a segunda metade do ano - alguns deles sustentam a projeção do País, intensificou, a partir de 2008, um processo de do Sindirações de crescimento no ano. “Esperava-se que o diversificação de suas frente de atuação. Ela reforçou sua alojamento de pintinhos caísse muito, mas ele se manteve presença no segmento de animais de companhia e pretende no mesmo nível em que estava no ano passado”, afirma sustentar em 20% a fatia de vendas de ração para peixe o que representa um crescimento de 510% em relação ao resultado de R$ 66,399 milhões apurado em Zanni. e camarão. A empresa concluiu em 2008 a compra das igual intervalo de 2008. O Ebitda (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e operações de nutrição animal da Cargill. amortização) da companhia avançou 12% na mesma base de comparação, somando R$ 183,394 milhões de produtos de maior valor agregado. O segmento de entre abril e junho deste ano. A margem Ebitda ficou em 7,6% no segundo trimestre, abaixo da margem premix - compostos nutricionais formados por vitaminas e que 2009 fosse ser desastroso, argumenta José Leandro de 11,4% verificada no segundo trimestre do ano passado. aminoácidos, entre outros produtos - recuou 8% na primeira Bruzeguez, diretor de nutrição e formulação da Poli-Nutri. “Não metade do ano. “Isso pode ter um efeito mais à frente. foi ruim como se previa”, afirma. “Os dados sobre emprego avanço de 97,5% em relação a igual intervalo de 2008. O resultado financeiro deu um salto no período, A produtividade pode cair por causa da redução da base no País estão melhores. Vai ser essencial sabermos como se impulsionando o lucro líquido. No segundo trimestre de 2009, a Marfrig teve um resultado financeiro tecnológica”, argumenta o dirigente. comportarão as exportações [de carne] daqui para a frente”. positivo de R$ 371,839 milhões, ante resultado negativo de R$ 19,497 milhões no mesmo período de 2008. Motivo a lamentar, contudo, é a queda do consumo A empresa, a maior do segmento de nutrição animal A indústria de rações imaginava, no início do ano, Plantel de frangos em criação registra novo recorde Partindo do princípio de que um frango é abatido com 42 dias de idade, em média (assim, por exemplo, o plantel total ora em criação compreende, além dos pintos alojados nos 25 primeiros dias de agosto, também aqueles alojados nos últimos 17 dias de julho), o Brasil cria, neste instante, cerca de 677,8 milhões de cabeças de frangos, volume que supera ligeiramente os 677,3 milhões de cabeças alcançados em outubro de 2008. É, portanto, um novo recorde. Esses números não consideram a mortalidade ocorrida no período de criação. Mesmo assim servem para demonstrar que neste ano o setor vem andando “bem mais ligeirinho” que em 2008. No ano passado, o menor plantel em criação (sem considerar o recuo compulsório ocorrido no final de ano em consequência da crise econômica mundial) foi de 600 milhões de cabeças (abril/08). Portanto, o espaço de tempo decorrido entre o mínimo e o máximo plantel em criação foi de seis meses, com uma variação da ordem de 12,5% ou pouco mais de 75 milhões de cabeças. Em 2009, o mínimo (575 milhões de cabeças) foi registrado no início de fevereiro e o máximo cinco meses depois, em julho. Além disso, com uma diferença de 17,3% ou 100 milhões de cabeças a mais. A esclarecer que na projeção dos números de agosto corrente foi adotado o mesmo alojamento de julho passado, ou seja, um volume total, no mês, da ordem de 500 milhões de cabeças, com certeza o mínimo a ser registrado neste mês. Marfrig registra alta de 510% no lucro do 2º trimestre A Marfrig Alimentos registrou lucro líquido de R$ 405,039 milhões no segundo trimestre de 2009, A receita líquida do frigorífico no segundo trimestre atingiu R$ 2,403 bilhões, com um forte Fonte Agência Estado – Tatiana Freitas R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 22 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 23 Dejetos de animais: poucos projetos deram certo em SC FENAGRA 2010 Feira Nacional das Graxarias Diversos projetos relacionados à geração de energia por meio de dejetos de suínos e de aves já foram discutidos em Santa Catarina, mas poucos saíram do papel. Um dos mais graxarias no Brasil. relevantes, o da empresa americana ContourGlobal, que pretendia investir US$ 280 milhões e construir quatro usinas próximo ano, que será realizado nos dias 25 e 26 de março. de biomassa, cuja matéria-prima seria a cama aviária (local de As chamadas para os trabalhos apresentandos já foram abertas pelo Sincobesp. absorção do dejeto das aves), e uma usina de biogás a partir de Para a edição de 2010 já foram confirmados as presenças de diversas autoridades: Reinhold Stephanes (Ministro da Agricultura, esterco suíno, foi adiado, informou Paulo Meller, presidente da Pecuária e Abastecimento), Roberto Rodrigues (Coordenador do Centro de Agronegócios FGV), Roberto Mangabeira Unger (Ministro Celesc Geração, que seria parceiro do projeto. Extraordinário de Assuntos Estratégicos) e Silvio Crestana (Presidente da Embrapa). Com a participação de empresas nacionais e internacionais, e visitantes de outros países da América Latina, da Itália, Áustria, “Não falamos com a empresa há sete meses. O projeto A Fenagra 2010 – Feira Nacional das Graxarias, em sua 5ª edição constitui o mais importante evento nacional do setor de Mesmo aumentando em 30% o número de expositores para 2010, já foram vendidos todos dos estandes para a edição do não foi sepultado de vez, porque voltaremos a conversar Alemanha e USA, o evento consolida o Brasil dentro do cenário mundial graxeiro. Durante dois dias a mais avançada tecnologia, as sobre isso no fim deste ano, mas está parado no momento”, empresas mais significativas e os visitantes mais interessados encontrar-se-ão em São Paulo, a capital de negócios do país. comenta Meller. Segundo ele, a ContourGlobal já indicou que sua intenção, depois do estouro da crise econômica mundial em Aurora, Mário Lanznaster, possui há três anos um projeto de mercado global que estarão presentes, realizando contatos e novos negócios. setembro, seria dar prioridade às obras em andamento no Brasil geração de energia através de biodigestores a partir do uso em vez de entrar em novos projetos. de dejetos suínos na Granja Master. Esse desenvolvimento a toda a cadeia produtiva do setor – graxarias, fabricantes de máquinas/equipamentos, produtos e matérias-primas, tecnologia, consumiu R$ 250 mil em investimentos próprios e ocorreu mais serviços e seus clientes. A empresa americana iniciaria o projeto em 2008. Já havia Convidamo-os a participarem deste evento, mostrarem seus produtos aos profissionais, dirigentes, técnicos e compradores do Com o apoio do Sincobesp – Sindicato Nacional dos Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal – o evento é direcionado escolhido os municípios para os investimentos. Presidente por seu interesse pessoal por inovação do que por lucratividade. Castelo Branco e Arabutã abrigariam as usinas de dejeto de Nas suas estimativas, Lanznaster acredita que os recursos Maiores Informações: aves, com 30 MW cada. Já a usina de biogás a partir de esterco aplicados só serão recuperados dentro de 15 a 20 anos. Daniel Geraldes suíno teria 10 MW e seria instalada em Braço do Norte. Tel/Fax.: (55) 11 3213-0047 Meller afirma que também contribuiu para jogar água nos Lanznaster, a geração por esterco ainda não se desenvolveu [email protected] planos o fato de a Celesc não ter sido bem-sucedida no leilão no país por falta de interesse do governo. “Não há linhas de www.fenagra.com.br de energia A-3, no fim do ano passado - a oferta da empresa foi financiamento específicas para isso. Para obter linhas normais, superada pelos concorrentes que gerariam energia a partir de você precisa comprovar lucratividade. Mas como comprovar outra fonte: bagaço de cana. “Os concorrentes tiveram melhor lucratividade de algo que é ainda tão novo no país?” preço. A energia a partir da cama aviária é uma tecnologia nova, não é tão competitiva”. A CountourGlobal possui um escritório consumo que tinha da Celesc. O projeto foi feito em parceria em São Paulo. A empresa foi procurada pela reportagem, mas com a empresa local Geter, que desenvolveu a estrutura. A não retornou o contato. produção da Master é certificada pela Agecert e gera créditos de carbono. Lanznaster ganha parte do que é comercializado. “São Segundo Meller, há outros projetos em estudo com esterco “Eu estou metendo a cara, mas devagar”, diz. Para A geração própria de energia serviu para reduzir em 70% o de aves em Santa Catarina, mas ainda não há nada concreto. poucos recursos”, disse ele, sem revelar valores. O diretor do Sindicarnes-SC, Ricardo Gouvêa, diz que quatro empresas têm feito reuniões com o sindicato interessadas Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas e Mato Grosso, em usar a cama aviária. Ele não é contrário às iniciativas, mas tendo investido R$ 90 milhões, em parte financiados pelo BNDES. afirma que as agroindústrias temem que isso possa afetar o O programa Suinocultura Sustentável Sadia, além de reduzir as atual sistema de integração na produção de aves. emissões de gases do efeito estufa, aposta na comercialização de créditos de carbono, usando o mecanismo de desenvolvimento Hoje, os produtores de aves recebem os pintos das Já a Sadia tem biodigestores instalados em mil granjas em agroindústrias para engorda. Os investimentos no aviário são limpo. Por enquanto, contudo, está em fase de registro. Assim do próprio produtor, o que inclui a cama aviária, podendo, que concretizado, segundo a assessoria da empresa, o programa portanto, comercializá-la. O preço pago pelas agroindústrias ao se tornará apto a coletar e armazenar os dados dos sistemas avicultor, contudo, varia de acordo com custos e produtividade. instalados no campo para recebimento dos créditos. Para Gouvêa, há dois riscos. Um deles é o de as usinas também passarem a disputar o insumo usado nas camas aviárias que prevê a colocação de 35 biodigestores em propriedades (maravalha/lascas de madeira) com os produtores para compor no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina até o fim de a geração de energia, quando não houver dejetos suficientes. outubro. Jorge Alves, gerente de P&D da empresa, diz que só Isso faria o preço subir, podendo ampliar os custos de produção nos biodigestores serão investidos R$ 2 milhões. A estatal da ave. O outro seria o risco sanitário, relacionado ao transporte doará os equipamentos aos produtores, não ganhando com a das camas aviárias usadas pelas regiões do Estado. comercialização da futura energia. “Para os produtores, essa energia pode suprir toda a propriedade, mas para a Eletrosul Embora as discussões mais recentes ocorram em torno das A Eletrosul iniciou o programa sócio-ambiental Alto Uruguai, aves, há algumas iniciativas já em operação na suinocultura, seria muito pequena, não se viabiliza enquanto negócio. O ainda que de forma restrita. O presidente da Coopercentral intuito é fomentar o debate”. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 24 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 25 Dejetos de animais podem gerar uma “Jirau” G r a x a r i a O reaproveitamento de matéria orgânica produzida na atividade agropecuária, sobretudo o esterco de animais, pode gerar um bilhão de kilowatts-hora por mês, quantidade equivalente à que será produzida pela usina hidrelétrica de Jirau e suficiente para abastecer B r a s i l e i r a uma cidade de até 4,5 milhões de habitantes. Produtores agropecuários dispostos a investir no negócio podem embolsar até R$ 1,5 bilhão com a venda da energia elétrica, segundo estudo recém-concluído pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em parceria com Itaipu Binacional. A matéria orgânica de onde a energia pode ser gerada - classificada como biomassa residual - são dejetos sólidos e líquidos de animais e restos de vegetais inaproveitáveis para o consumo. Para fazer o tratamento dos efluentes é necessária a utilização de biodigestores que fazem sua degradação em processo que envolve uma etapa em total ausência de ar. Os climas tropicais - como o brasileiro - já facilitam essa degradação, pois possuem maior biodiversidade de bactérias necessárias no processo e o clima em si garante que o processo biológico ocorra. Além da energia produzida, o tratamento produz biofertilizantes como subprodutos. O estudo sustenta que esse aproveitamento pode diminuir substancialmente a tradicional dependência brasileira de fertilizantes importados. Com o tratamento do estrume e de outras biomassas residuais, como a vinhaça de cana, pode-se produzir 85% do nitrogênio, 43% do potássio e 15% do fósforo necessários na safra de grãos 2008/09. Só na criação de bois, aves e porcos confinados o país gera 180 milhões de toneladas de esterco. O dado não inclui a pecuária extensiva, que corresponde a mais de 85% da produção nacional, mas dá uma ideia da quantidade de material poluente despejado no meio ambiente. Sem tratamento adequado, o estrume contamina lençóis freáticos e leva até à pantanização de áreas, além de colaborar com o aquecimento global. Quando chega a depósitos de água, como rios e lagoas, o excremento libera grandes quantidades de metano - gás do efeito estufa considerado 21 vezes mais potente do que o dióxido de carbono. Estima-se que o Brasil emita cerca de 8% de todo o metano mundial. Se todo o esterco animal do país se transformasse em energia limpa, deixaria de ser lançado na atmosfera o equivalente a 71,3 milhões de toneladas de CO2 aproximadamente um terço do que o desmatamento da Amazônia gera anualmente em gases do efeito estufa. R e v i s t a Com o direito de comercializar os créditos de carbono, essa redução de emissões poderia garantir aos criadores um faturamento anual de € 671 milhões - considerando o valor de € 9,41 por tonelada de CO2, como citado no estudo. No Paraná, já existe mercado para a venda da energia extra produzida pelo tratameno dos efluentes. A Copel assinou em março deste ano os primeiros contratos para a aquisição de energia da biodigestão da matéria orgânica. Quatro produtores se interessaram em vender a energia, que no total soma 524 kilowatts. Na Granja Colombari, no município de São Miguel do Iguaçu, a energia gerada a partir dos excrementos de 3 mil porcos é vendida para a Copel e os produtores ainda comercializam os créditos de carbono, previstos no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto. Ainda hoje bastante incipiente, a introdução de biodigestores no campo foi incentivada pelo governo entre 1979 e 1983, mas a experiência não rendeu bons resultados, principalmente devido às dificuldades tecnológicas. De lá para cá, o governo gradativamente diminuiu seus esforços, mas alguns produtores mantiveram o processo por iniciativa própria. Sem muito resultado, surgiram novos incentivos financeiros e regulatórios, como uma linha de crédito especial do BNDES para financiar até 90% dos projetos. Os investidores também ficam isentos da taxa de pesquisa e desenvolvimento, que alcança 1% da receita operacional líquida, e podem inscrever seus projetos no Proinfa, para a venda da energia à Eletrobrás, em contratos de 20 anos. Um pequeno subsídio oficial para tornar o mais primitivo dos produtos animais em fonte de bons negócios. 26 Em Foco 1 27 R e v i s t a G r a x a r i a de instrução para participar das discussões e decisões e B r a s i l e i r a Desenvolvimento é diferente. Ele insere planejamento de médio e longo prazo; exige um mediador, pois decisões devem ser tomadas e conflitos irão ocorrer, esse mediador é o Estado, que tem a prerrogativa de prezar pelo interesse comum; necessita que os cidadãos possuam elevado grau ter consciência de seus direitos e deveres; ainda é preciso dispor de um ágil, democrático e robusto sistema de organização e tratamento de informações o que subsidiará a tomada de decisões, possibilitará o acompanhamento do desenvolvimento e a detecção das correções necessárias. Iniciativas em prol do desenvolvimento da produção animal estão ocorrendo, sendo a mais importante delas os programas de zoneamento econômico-ecológico liderado por Ministérios e Estados. A maior parte desses programas se concentra na região Norte do país, mas é fundamental que eles também ocorram na região Centro-Sul, pois nessa encontramos as maiores densidades de unidade animal por área, bem como as maiores densidades humanas e os conflitos pelo uso dos recursos naturais são notórios, sendo a água o mais ameaçado em sua quantidade e qualidade. Não há dúvida que a situação ambiental da produção animal brasileira melhorou na última década com a inserção de conhecimentos e tecnologias ambientais no cotidiano das produções e com a adequação, cada vez maior, as exigências da legislação ambiental. Agora que cumprimos o Agronegócio no Brasil, futuro e meio ambiente então algumas coisas precisam ser mudadas, decisões básico, precisamos dar maior qualidade ao que fazemos para precisam ser tomadas e políticas precisam ser delineadas. termos excelência produtiva e ambiental. Conhecimentos, tecnologias e instrumentos existem para que essa qualidade A primeira sustentabilidade, e principal queremos mudança. Se desenvolvimento quisermos e não seja atingida, cabe a nós utilizá-los para garantir a crescimento. O crescimento por si só, ensina a história sustentabilidade dos próximos dez anos. mundial, sempre traz passivos ambientais enormes. Vivemos um momento de crise econômica mundial, crise essa que teve produções pecuárias e ainda mais da sustentabilidade, mas Estamos distantes do desenvolvimento pleno de nossas como um de seus motivos a busca insana pelo crescimento dispomos dos recursos e conhecimentos necessários, então Estudos de instituições nacionais como o Ministério da conhecimentos e tecnologias para a realidade brasileira teve sem medir as conseqüências, ou pior, medindo-as, mas tudo se resume a querer e esse querer deve ser de todos. Agricultura, Pecuária e Abastecimento e internacionais como e terá como benefícios a geração de centenas de empregos, acreditando que se algo desse errado a Mãe Estado, estaria lá Em momentos de crise, paradigmas são mudados, esse é o FAO, Banco Mundial e OECD são unânimes em afirmar que aumento do poder aquisitivo, crescimento econômico de para socorrer. momento! daqui dez anos o Brasil será a maior produtor de proteína regiões, estados e do país. animal do mundo. Projeta-se que 30% de toda carne consumida no mundo terá o selo “Made in Brazil”. Analisando como o maior produtor de proteína animal do mundo, isso o presente, percebe-se que esses estudos têm grande chance parece ser lógico. Mas não há como ignorar que chegamos de serem confirmados devido à posição internacional que já até aqui com alguns passivos. O principal deles é o ambiental. ocupamos nas cadeias de bovinos de corte, frangos e suínos. Internamente, a demanda também aumentará devido ao dilemas ambientais da atualidade é a destruição do intenso processo de urbanização do País, aumento da renda, Bioma Amazônia pela bovinocultura de corte. Ministérios, inserção cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, conglomerados agroindustriais, Confederações, Sindicatos, consumidor mais instruído, todos esses são fatores que Organizações Não-Governamentais se digladiam defendendo contribuem para expansão e aumento do poder aquisitivo posições, muitas vezes, movidas por interesses particulares, do mercado interno e conseqüente escolha por produtos de apesar de todos afirmarem que tem no conhecimento e no origem animal. Estudos divulgados recentemente concluem interesse nacional a única justificativa para seus discursos e que nos últimos anos a Classe “E” brasileira apresentou níveis ações. de crescimento maiores que os verificados na China. Todo esse crescimento que foi e será fruto da competência deve ser feita: como queremos ser o maior? Arrisco a do setor em produzir produtos pecuários e da competência dizer que todos teriam a mesma resposta: o maior e com das instituições de pesquisa em adaptar e desenvolver sustentabilidade! Se todos concordarem com essa resposta, Então a questão não é se chegaremos à próxima década Basta ler as notícias para saber que um dos maiores Se for fato que seremos o maior produtor outra questão R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 28 Em Foco 2 29 R e v i s t a de frango, Pilgrim’s Pride, também pediu processados, ter uma marca nacional e avançar proteção contra a falência e tornou-se presa de no mercado externo. Com a Seara, a Marfrig concorrentes em melhor situação financeira. se torna a segunda maior empresa de aves e alguns suínos no Brasil e na exportação. A aquisição Afora aventuras financeiras em casos, foi principalmente a queda da demanda permitirá à Marfrig ampliar seu acesso a G r a x a r i a internacional por carnes - e, consequentemente, mercados como Japão, China, Rússia, Oriente dos preços dos produtos vendidos - que fez Médio, Europa, África do Sul. “A Seara era o as empresas viverem dificuldades. Sobretudo que faltava para termos uma marca nacional”, aquelas mercado disse ontem Marcos Molina, presidente da internacional, que em geral representa fatias empresa, em teleconferência com analistas de polpudas de receita e lucros para as maiores investimentos para explicar a aquisição. B r a s i l e i r a companhias da área. Seara A era dos “grupos de proteínas” mais dependentes do Mesmo com o crédito ainda escasso, a A estratégia da empresa é que a marca seja um guarda-chuva para outros consolidação ganhou força: a Sadia, que em produtos, mas as marcas regionais serão 2006 fizera oferta hostil pela Perdigão, teve de mantidas, segundo a Marfrig. O investimento ceder e foi comprada pela rival em maio deste também reduz o peso dos bovinos na receita ano, operação que resultou na Brasil Foods. da empresa, que no total realizou, com a Seara, A JBS arrendou unidades do Quatro Marcos, o 38 aquisições nos últimos três anos e investiu Margen criou uma nova empresa, muito menor, quase US$ 2 bilhões nos negócios fechados de ideia que o Independência também espera ver 2007 para cá. A meta após a compra da Seara, aprovada por seus credores na recuperação segundo Molina, é que os industrializados judicial. Marfrig e Bertin começaram a negociar respondam por 50% da receita. No segundo uma possível fusão, mas as conversas esfriaram. trimestre deste ano, o segmento de aves, Mas a Marfrig continuava com o carrinho de suínos e industrializados representou 17% da compras nos corredores do segmento: adquiriu receita líquida de R$ 2,4 bilhões. o negócio de perus da múlti francesa Doux no Brasil, que enfrenta caminhos pedregosos há diversificação se explicam e devem prosseguir anos. em virtude das estreitas margens de lucros Conforme Rezende, os movimentos de E não parou por aí. A Marfrig, que desde em cada negócio isoladamente. Ampliado, o sempre aposta na diversificação de “proteínas portfólio garante escala, sinergias logísticas, animais”, já conversava com a Seara. Controlada redução de custos administrativos e maior pela americana Cargill, a Seara tentava aparecer poder de barganha com os clientes. O sócio com cenário da PricewaterhouseCoopers prefere não fazer turbulento, mas admitiu, em abril deste ano, comentários sobre uma ou outra companhia, que a crise deixaria marcas. A razão: 70% de mas suas receitas eram provenientes da exportação. vem avançando nessa linha são aqueles de Outros capítulos estão sendo escritos. Nos melhor governança corporativa. Com ações EUA, a brasileira JBS, que até hoje só atua em negociadas em bolsa, JBS, Marfrig e Minerva bovinos e suínos, negocia com a combalida destacam-se nesse quesito entre os frigoríficos Pilgrim’s. originalmente de bovinos, de acordo com os analistas que acompanham o comportamento uma sobrevivente forte no Especialistas do segmento de carnes não concorda que os grupos que mais têm dúvidas de que a crise financeira global de suas ações. americana OSI no País e na Europa. A Bertin, por acelerou o processo de consolidação - que viria carne bovina e de aves e suínos projetavam sua vez, também testava novas fronteiras e já de qualquer forma, mas em outro momento, já Coopers contabilizou 640 fusões e aquisições elevar investimentos, ampliar abates, produzir tinha começado a atuar na área de lácteos com que os frigoríficos ainda buscam agregar valor, no mais. a compra da Vigor, em 2007. melhorar margens e reduzir riscos relativos a açúcar e álcool, frigoríficos, laticínios e café. e consolidação, que já estavam em curso, Veio o fatídico 15 de setembro, o Lehman questões sanitárias. E, mesmo acelerada agora, No primeiro semestre de 2009, os quatros aprofundavam-se: a JBS acabava de comprar Brothers quebrou e as empresas brasileiras de a consolidação está longe de terminar, segundo segmentos representaram 66% de um total a Tasman, na Austrália, e a Smithfield Beef carnes acusaram efeitos da crise financeira que dez entre dez especialistas. “O futuro pertence de 252 transações. “No agronegócios, temos nos se seguiu: a Sadia teve perdas bilionárias com a grandes grupos de proteína animal”, diz José observado consolidações e a transformação derivativos cambiais exóticos e o frigorífico Rezende, sócio da PricewaterhouseCoopers de produtores rurais em pessoas jurídicas. Company. Também em 2008, a Marfrig, que Independência responsável pelo setor de agronegócios. São movimentos que tendem a gerar muita já se expandia pela América do Sul, fazia sua mesmo caminho de Margen, Quatro Marcos No caso da Seara, o que moveu a Marfrig formalização em áreas até hoje marcadas por estreia em aves, com a compra, no Brasil, de e outras tantas empresas menores de aves e foi a possibilidade de elevar margens com o informalidade. Isso é muito bom para o País”, DaGranja e Pena Branca, além das operações da suínos do País. Lá fora, a gigante americana aumento de produção de industrializados e afirma. Há pouco mais de um ano, frigoríficos de Movimentos Estados de Unidos, internacionalização onde havia entrado em 2007 com a aquisição da Swift Foods pediu recuperação judicial, Em 2008, revela Rezende, a Pricewaterhouse Brasil, 58% delas nos segmentos de R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 30 Em Foco 3 31 Por Alexandre Inácio R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Fusão Bertin x JBS-Friboi: quais as conseqüências? Por Lygia Pimentel e Alcides Torres JBS irá focar na integração das operações A JBS-Friboi comprou o Bertin? Foi uma fusão? Quem de controla quem? Quais são as implicações para os outros anunciar a compra da Pilgrim’s Pride, segmentos da cadeia? A especulação tem sido grande acerca nos Estados Unidos, e de se fundir com desse assunto. Menos de uma semana depois a Bertin S/A, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o presidente da JBS, Joesley Batista, disse que o foco da empresa agora está voltado totalmente para a integração das operações. Mas acredita que isso não será difícil, porque A Scot Consultoria esteve no Interconf, onde algumas informações foram divulgadas. O acordo ainda está sujeito a alterações e mudanças, mas algumas posições foram estabelecidas. Na verdade, o que importa é o seguinte: a operação consiste em uma fusão entre empresas. A JBS-Friboi fica com 52% da holding, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fica com 27%, o Bertin com 10% e a JBS criou uma estrutura para isso, com o restante pertence a acionistas minoritários. todas as compras feitas nos últimos anos. Para o executivo, o grupo não tem mais com outras empresas que fazem parte da sua administração, muito espaço para crescer na área de entre elas, os frigoríficos, o curtume Bracol, a Vigor, seus bovinos, mas tem muito espaço em suínos confinamentos e demais segmentos. e, eventualmente, em frangos. Mas, de certa forma, descarta entrar na área de operação. frangos no Brasil. “Eu não pactuo dessa ideia de que ser segundo lugar de uma empresa dominante é um bom negócio”, disse, em referência à BRF, formada com a fusão entre Perdigão e Sadia. Mas revelou Além disso, o Bertin ainda participa da gestão e entra A preocupação gira em torno do desdobramento dessa De acordo com pesquisa da Scot Consultoria, levando em consideração as principais indústrias do país (entre plantas ativas, inativas e paralisadas), a JBS-Friboi é responsável por 21,8% dos abates (o que não significa a capacidade de abate total). O grupo Bertin é responsável por 17,3% e a fusão gerará um gigante capaz de abocanhar 39% do abate que chegou a fazer uma oferta pela Sadia. nacional. “Eu tentei comprar, mas não dei conta.” De cada dez bois, 3,9 serão abatidos pelo JBS-Bertin. Perguntado sobre o o processo de O Brasil possui mais de 750 plantas frigoríficas em integração com a Bertin, o presidente da funcionamento, sendo que mais de 100 dessas unidades JBS, comentou: “ao longo desses anos, pertencem aos maiores grupos. Segundo a Abrafrigo nós (Associação crescemos temos um com processo aquisições. bem Nós consolidado de incorporação de empresas, tanto que o mercado até hoje se assusta de como assumimos a (americana) Swift tão rápido. Acredito que temos passos necessários a serem feitos para essa incorporação do Bertin e da Pilgrim’s e não teremos Brasileira de Frigoríficos) 90% da carne exportada é processada por esses grupos e 35% do mercado interno também é abastecido por eles. Para os pequenos grupos frigoríficos, o desempenho poderá ser prejudicado em função da concentração. Como ficará o preço da carne para o varejo? Para o fazendeiro, a notícia não é bem-vinda: se a concorrência diminui, o preço da arroba perde sustentação. Na outra ponta, a fusão significa consolidação no dificuldades. A cultura da JBS é muito fácil mercado. Para o fazendeiro, maior confiança em termos de ser compreendida, é muito clara. Você de segurança de recebimento (será?). Para o comprador de não precisa de mais do que um dia para carne doméstico e internacional, segurança da entrega e entender o jeito que a gente pensa”. padronização, em função do volume. “O produtor está entendendo cada vez O governo também gosta. É menos gente para fiscalizar. mais o papel da JBS nessa cadeia produtiva. Da crise a única certeza. A concentração dos agentes de O que temos de fazer é levar o produto do mercado. Menos frigoríficos, menos supermercados e, por campo até a mesa do consumidor. Acho que a JBS, mais do que qualquer um, tem se mostrado um agente que adiciona valor fim, menos pecuaristas. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 32 Em Foco 3 33 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a R e v i s t a à cadeia. Quanto mais a gente cresce, de esperar um pouco para aprender mais mais a gente tem tido condições de escoar sobre esse negócio. O Brasil está muito o produto do pecuarista de forma mais consolidado nesse mercado, com Sadia eficiente, adicionando valor, levando o e Perdigão. Pessoalmente, eu não pactuo produto a lugares mais distantes, onde se dessa ideia de que ser segundo lugar remunera melhor, industrializando. Hoje, de uma empresa dominante é um bom o produtor entende a cadeia produtiva e negócio, eu acho um mau negócio. Se tem não tem mais aquela miopia de pensar uma coisa que a JBS muito provavelmente que o frigorífico vai matar o pecuarista não vai fazer é disputar esse segundo porque está pagando menos pelo boi. lugar no Brasil, que é muito escuro, frio e A JBS opera no mercado futuro para o úmido”. produtor, abrimos um banco para suportar o produtor, aumentamos nossas unidades dei conta. Fiz uma oferta e não quiseram. de abate para poder estar mais perto Falei com o Luis (Fernando Furlan) várias do rebanho, facilitar o escoamento da vezes, porque eu achava que fazia sentido produção”, completou Batista se referindo para a JBS, mas para concorrer com as ao processo de consolidação que o setor sinergias da Perdigão e Sadia a gente vem passando. teria de pagar tão mais caro que não fazia Comentando o crescimento da JBS nos sentido. Eu disse para ele (Furlan) que, últimos anos, Joesley enfatiza, “eu não como preservação de capital, a melhor faço a menor ideia de onde estaremos alternativa seria a fusão. Foi algo que nos próximos três anos. Dito isso, nós tivemos falando, mas não caminhou”. sempre tivemos na nossa cabeça os “Eu tentei comprar a Sadia, mas não “Nosso próximo passo, e que é motivo próximos dois, três, quatro passos que do IPO nos Estados Unidos, é expandir a deveríamos perseguir. Por exemplo, em distribuição direta globalmente, construir 2004 nós faturamos US$ 1 bilhão. Em a 2005 nós pegamos um avião e fomos de para Dallas visitar a Swift. Ela faturava congelados US$ 10 bilhões, mas nós tínhamos na distribuir cabeça que precisávamos dar um jeito de varejos, aos restaurantes. Queremos ter comprar a empresa. Nós não fazíamos acesso ao cliente. Nós temos crescido menor ideia de como, mas tínhamos isso muito no Brasil nesse segmento, mas na cabeça dois anos antes. Em 2007, achamos que tem espaço para crescer calhou de comprarmos. Não foi por um mais. Com o Bertin acho que poderemos acaso. Nós não somos seduzidos por andar ainda mais nesse caminho. Esse é o oportunidades casuais. Todos os nossos nosso plano do IPO, instalar vários centros passos, normalmente, começam a serem de distribuição, ter a distribuição direta idealizados dois anos antes”. com caminhões. Nosso foco ainda não é nos alimentos processados. Num segundo “Quando olhamos para 2010 e 2011 nossos pensamentos são simples e não maior e mais distribuição e eficiente direta refrigerados. diretamente plataforma de aos produtos A ideia passo, talvez”, finalizou Joesley Batista. guardam grande complexidade. Em boi a gente não pode crescer muito, nem no Brasil, nem nos EUA. A gente pode crescer em suínos em qualquer lugar do mundo, seja no Brasil, Europa, EUA. O frango é algo novo que entramos, e nos EUA, temos é pequenos A matéria é de Alexandre Inácio, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint G r a x a r i a B r a s i l e i r a 34 Capa 35 Por Por Paulo Paulo Celestino Celestino R e v i s t a R e v i s t a G r a x a r i a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Feliz Ano Novo Mercado concentra forças e aposta em 2010 para esquecer de vez os impactos da crise econômica mundial Há pouco mais de um ano, a tempestade da como um dos maiores geradores de impactos crise econômica mundial estava armada e veio a para o segmento. “O Custo Brasil influencia alterar totalmente as dinâmicas de atuação das totalmente no setor. Os custos estão cada vez empresas. Os investimentos foram suspensos, mais elevados. Um exemplo é o óleo diesel os referenciais foram perdidos, e eram poucos que, na década de 90, tinha o preço girando os que arriscavam mirar para o horizonte e em torno de R$ 0,30 e hoje está quase R$ 2,00. dizer o que vinha pela frente. De lá para cá, Só neste item, dá para se perceber quanto os já é possível dizer que o impacto para o Brasil custos se elevam”, destaca. Quanto ao impacto não foi dos maiores mas, mesmo assim, o das normativas do Ministério da Agricultura, país não deixou de ser atingido pela “marola”. ele avalia que já estão mais diluídas. “Somos Para o segmento de graxarias e subprodutos totalmente a favor das normativas, que vieram animais, não foi diferente. O segmento vinha a para ajustar um setor que não estava em “mil” com a economia aquecida, abates lá em ordem”, afirma. cima, o que trouxe alterações de preços bem atípicas para o mercado. Argus, Ricardo Di Pretoro, o mercado se mostrou Neste meio tempo, com a redução de Para o gerente comercial do frigorífico excelente, mantendo-se bom o abates e sem sobras de matéria-prima, houve ano inteiro. E o executivo já prevê alta no um certo equilíbrio dos preços, o que trouxe término desse segundo semestre. Situado na uma certa estabilidade para o mercado. Ainda cidade de São José dos Pinhais, o frigorífico não há muitos motivos de comemoração e Argus também conta com duas unidades de as empresas esperam se refazer em níveis distribuição, uma na cidade de Ponta Grossa de produção anteriores aos da crise. Mas é e outra no litoral paranaense, tendo em seu algo que deve ficar mesmo para 2010. Uma quadro mais de 300 colaboradores. Mesmo em das maiores expectativas é com o biodiesel, a meio à ressaca da crise econômica mundial, o partir do aumento da mistura de 3% para 5% no Argus já começou com grandes investimentos diesel mineral. no setor de abate. E para 2010, o executivo O diretor industrial da Giglio, Rodrigo informa que pretende iniciar atividades no Giglio, analisa que o mercado em 2009 se mercado externo, com aumento de 20% a 25% mostrou estável, mas abaixo das expectativas, na capacidade de abate. Para atender a essa embora as metas das empresas venham sendo demanda, devem contar com uma parceria atingidas. Para o próximo ano, as perspectivas também externa. são de otimismo, principalmente em relação ao aumento da mistura de biodiesel ao diesel de 25 anos na empresa, o executivo analisa o normal para 5% (B5), antecipando a meta setor e aponta a carga tributária como um dos anteriormente prevista para 2013. Fundada maiores empecilhos não só para o segmento, em 1932, como Giglio Ltda., na cidade de São como também para o próprio desenvolvimento Paulo, a empresa se transferiu para de São nacional. O ambiente em que as empresas Bernardo, em 1950, como Giglio S.A. Indústria exportadoras e Comércio. Hoje, a empresa conta com 300 detrimento das empresas focadas no mercado funcionários, sendo voltada para a coleta interno é o ponto atacado. Na opinião do e industrialização de osso e sebo, coleta de executivo, é preciso priorizar o crescimento óleo vegetal usado, que faz desde 1979, e das pequenas indústrias para combater o fabricação de sabão em pedra, detergentes, monopólio criado no setor. Mas ele já vê uma amaciantes de roupas, desinfetantes e água sensibilização do Governo em questões como sanitária, segmentos em que está presente o PIS/Cofins. Pretoro também destaca a área desde 1986. de fiscalização dos produtos como um dos Rodrigo Giglio aponta o Custo Brasil Com formação na área econômica e mais obtinham vantagens em maiores empecilhos, sobretudo a falta de B r a s i l e i r a 36 R e v i s t a Capa 37 maior intercâmbio entre as esferas federal, mercado externo”, finalizou Pretoro. inclusive investindo em uma nova unidade estadual e municipal. “O esforço e dedicação O gestor ambiental, José Fernandes Moreira, e também estamos buscando informações empecilhos para o segmento ainda é a falta Ainda segundo Moreira, um dos maiores do Ministério da Agricultura minimiza os reforça que a crise impactou o segmento, sobre o setor de oleoquímico para realizarmos de apoio por parte do governo às empresas, G r a x a r i a problemas, mas, acertando isso, o nosso tendo a investimento em uma unidade neste setor. além da alta carga tributária. “A partir do mercado será modelo para o mundo”, afirma. inadimplência e a queda no abate. Com isso, Resta para nós aguardarmos os resultados momento que as empresas do setor passem Ele também lança um olhar de cautela para as graxarias passam por um momento de deste último trimestre e trabalharmos para a ser reconhecidas como recicladoras, e a o mercado com as grandes fusões e critica que poucas oportunidades. Ele aponta ainda o risco que ele se apresente melhor que os últimos taxa tributária for diminuída, estaremos em isso venha sendo feito com apoio e crédito do da fusão e aquisições entre grandes grupos resultados”, avalia. condições de assumimos o posto de maior BNDES. “Isso vem criando grande desequilíbrio alterar a dinâmica de mercado. Para ele, o produtor de proteína animal destinada à B r a s i l e i r a no setor e o preço a ser pago no futuro será momento ainda é de mudanças. “A crise ainda cidade de Nova Esperança, no Paraná, e alimentação animal”, afirma. muito alto, principalmente pelas indústrias de é sentida no setor e as fusões e aquisições atua principalmente no mercado paranaense pequeno e médio porte, como também por toda que estão ocorrendo no momento criam um coletando abatedouros a Fenagra 2010, a qual vê como uma grande a cadeia produtiva”, comentou. Pretoro aposta clima de instabilidade. Essa união de grandes da região. Seus principais clientes também oportunidade de intercâmbio de conhecimento na expansão das exportações para garantir grupos poderá criar monopólios e isso irá tirar estão no mesmo Estado e atualmente possui e o crescimento das indústrias nacionais. Para o poder de negociação que necessitamos para em seus quadros 25 funcionários. Atende expectativa para o evento é muito grande, pois isso, ele vê que se faz necessário o esforço mantermos o mercado estável”, disse. principalmente grandes empresas na área vários empresários do setor participam. Isso mútuo e direcionado para se reduzir o custo e de também proporciona uma grande troca de informações ampliar a capacidade de produção, oferecendo muito boas em virtude do bom desempenho sendo procurados por empresas que atuam e experiências. Como o evento acontece no mais qualidade ao mesmo tempo em que conta de 2008 até a chegada da crise. Isso trouxe exclusivamente no segmento de Pet Food, primeiro trimestre do ano, temos oportunidade com preços mais competitivos. dificuldades, principalmente para as pequenas firmando parcerias de fornecimento de farinha de alteramos alguma projeção para o resto do ano”, finaliza Moreira. como principais conseqüências Para Moreira, as expectativas de 2009 eram A Ossonorte foi fundada em 1994 na matéria avicultura e prima em suinocultura, e Para o próximo ano, Pretoro aguarda a empresas. No caso da Ossonorte, os planos de carne de alta proteína para a produção de participação do Argus na Fenagra. “A nossa estratégicos para 2009 foram revistos devido ração. empresa às sempre quer estar presente na mudanças econômicas. Mas isso não Fenagra, primeiro por ser uma associada do impediu que as metas viessem a ser alcançadas Sincobesp, por participar e acreditar neste e inclusive já apostam na expansão e também árduo e bem sucedido trabalho desenvolvido, no tanto na feira como no sindicato, onde especificamente o de oleoquímico. O objetivo é conseguimos modernizar a imagem deste verticalizar o sistema de produção de gorduras setor tão importante para a sociedade e para animais. o crescimento das exportações de carne do investimentos nos dois primeiros trimestres de Brasil, suprindo as mais altas exigências do 2009, mas já voltamos ao nosso plano inicial, investimento “Apenas em outros segmentos, postergamos alguns O gestor já demonstra expectativa com de tendências do mercado. “Nossa R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 38 Foco na qualidade Por: Claudio Bellaver R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Claudio Bellaver Med. Vet., PhD, ProEmbrapa e QualyFoco - Consultores Associados, Concórdia SC - [email protected] Qualidade: Energia das farinhas e gorduras animais Em nutrição animal a energia é um parâmetro importante experimentos animais, podem antecipar os valores in da qualidade, mas não é considerada como um nutriente. É vivo, através de analises laboratoriais. Existem algumas produzida no metabolismo intermediário do animal quando variações na expressão da EM podendo ser aparente (EMA) as moléculas orgânicas (lipídios, proteínas, carbohidratos) ou verdadeira (EMV); ainda podem levar em consideração são ingeridas e digeridas. Após, se oxidam durante os as perdas do metabolismo protéico e, nesse caso é processos bioquímicos na mitocôndria da célula ou na via chamada de EMA ou EMV corrigida para nitrogênio (EMAn glicolítica anaeróbia gerando ATPs (energia) e dois produtos ou EMVn). Assim, não tem finalidade a determinação da EB finais, CO2 e H2O. A energia dos alimentos é expressa em das farinhas animais. Valores típicos de EMA para suínos calorias (cal) ou joules (1cal = 4,184 joules). Cal é o calor oscilam em torno de 2.225 kcal/kg de farinha de carne e necessário para elevar a temperatura de 1 g de água de ossos, 2.860 kcal/kg de farinha víscera de aves e 8.180 16,5° a 17,5° C. Pode ser medida de varias formas, sendo kcal/kg de óleo de frango. Para aves de corte os valores que na forma de energia bruta (EB) não tem significado médios situam-se em torno de 2.495 kcal EMVn/kg para a nutricional, passando a ter significado quando é digestível farinha de carne e ossos, 3.120 kcal EMVn/kg de farinha (ED), metabolizável (EM) ou, como energia liquida (EL). A víscera de aves e 8.625 kcal EMA/kg de óleo de frango. forma mais comum de expressão da energia dos alimentos é Esses valores podem energeticamente ser comparados com a EM aparente, que deriva da EB menos a energia das fezes, a energia do milho que é de 3.350 kcal EM/kg de milho. urina e gases da digestão. Portanto, é muito importante o Considera-se que valores abaixo de 3.000 kcal de EM/kg conhecimento da EM dos ingredientes para calcular e atender podem ser considerados de média e baixa energia. as exigências dos animais em energia durante as diversas fases produtivas. Além disso, com a evolução genética dos precisam ser investigados quanto às razões para tal. Sabe-se animais é fundamental equilibrar energia e os nutrientes para que as fontes protéicas de origem animal podem ter menores obter-se o melhor desempenho animal e de carcaça, com o valores de EM devido: a maior presença de cinzas na matéria menor custo. Por exemplo, a relação do aminoácido lisina prima (mais osso), ao processamento inadequado (queima e EM é importante para o correto crescimento muscular, por contato da proteína sensível nas paredes dos digestores, sendo conhecido o efeito entre esses fatores e a deposição e.g. sangue), a mistura com outras moléculas orgânicas de proteína na carcaça. formando complexos insolúveis, ao tempo de residência no A medição da EM só pode ser feita in vivo, ou seja, digestor, a temperatura de secagem excessiva, a espoliação com animais; podendo, no entanto, existir equações de do produto final, seja esse farinha ou gordura devido aos predição matemáticas, que baseadas em estimativas com peróxidos e acidez. Valores abaixo de 2.800 kcal de EM/kg de produto 40 Pet Food On Line 41 Por Claudio Mathias R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Claudio Mathias Andritz Feed & Biofuel Divisão de Extrusão [email protected] [email protected] Considerações práticas no processo de Extrusão QUAL TIPO DE EXTRUSORA COMPRAR ? As empresas que produzem alimentos para humanos e animais de estimação ou aquacultura e que já utilizam a tecnologia de extrusão podem facilmente responder a esta pergunta . Eles conhecem o tipo de produto e o volume que é aceito por seu mercado, bem como qualquer vantagem que seu concorrente deve ter na aparência do produto ou funcionalidade devido às diferenças existentes em cada equipamento / sistema de extrusão. De qualquer maneira, para novas empresas neste mercado ou mesmo para produtores experientes de alimentos que estão considerando entrar rapidamente no mercado crescente de alimentos e rações extrusadas esta decisão não é fácil . Eles têm muita dificuldade na seleção de componentes e configurações necessárias, mas quando a tarefa está cumprida, toda informação obtida e todos os vários fatores levados em consideração, o número de alternativas práticas é bem pequena. Frequentemente a decisão final é baseada em fatores locais tais como custo e assintência tëcnica fornecida pelo fabricante da extrusora. As opções são suficientemente numerosas para gerar confusão entre os que estão comprando pela primeira vez. O fato de que muitos fabricantes de extrusoras são capazes de se manter competitivos indica que a maioria encontrou nichos de mercado exclusivos para suas máquinas. Segue abaixo algumas considerações importantes para seleção de uma extrusora na definição de um novo projeto: - Tipo de produto que deverá ser produzido. - Tipos de matérias-primas que serão utilizadas. - As dimensões da planta de extrusão esperada para atender o mercado atual e ainda considerando possibilidades de crescimento a médio ou longo prazo. - Capital disponível, custo de investimento e tempo de retorno do mesmo - Capacidade de produção, lembrando que para o inicio a produção não estará utilizando 100% da capacidade e de um modo geral as extrusoras não trabalham bem com baixas taxas de produção. (abaixo de seu nominal) - Previsão de custo operacional. - Flexibilidade de produção tem um custo considerável, ou seja, quantos produtos terão esta nova linha de produção? Quantas trocas de produtos serão feitas diariamente? Estes fatores terão interferência direta no custo de produção. - Peças de reposição, tais como roscas, luvas, matrizes e etc. qual será a vida útil das mesmas? As disponibilidades para reposição? Quais serão os custos? - Considerar a energia requerida pelos equipamentos e os custos locais de vapor, energia elétrica e outras possibilidades. - Expectativas de suporte local e capacidade de fornecimento do fabricante, bem como disponibilidade do mesmo de pessoal especializado para assistência técnica nas áreas operacionais e de manutenção . Com o passar do tempo os operadores do sistema de extrusão tornam se familiarizados com as capacidades , características mecânicas e requerimentos de manutenção do mesmo . Como resultado desse conhecimento do operador haverá um aumento de credibilidade e confiança entre os operadores, mecânicos e engenheiros da empresa possibilitando inovações para melhorar a eficiência da extrusora. Se a empresa já possui mão de obra experiente a compra de um equipamento torna-se mais simples. Se o fabricante de alimentos ou alimentos para animais de estimação e/ou aqüacultura já está familiarizado com as propriedades abrasivas do produto terá capacidade de especificar as peças que devem compor a extrusora incluindo as matrizes formadoras. Controles automatizados também são desejáveis e seu uso deve ser considerado para a operação que antecedem e procedem ao processo de extrusão. houver necessidade de expansão futura, esta dever ser considerada no projeto inicial e se houver capital disponível o ideal é investir em tanques de estocagem de maior capacidade e deixar espaço disponível para instalação de uma nova linha de extrusão. Extrusoras de rosca simples têm sido amplamente e eficientemente utilizados na indústria de alimentos para humanos e para animais de estimação e aquacultura a mais de 60 anos. A crescente demanda por produtos diferenciados tem levado produtores a procurar por novas tecnologias tal como os extrusores de rosca dupla devido a sua flexibilidade. Extrusores de rosca dupla custam quase 02 vezes mais que um extrusor de rosca simples e a decisão de comprar um ou outro depende de vários fatores tais como: - Troca de produto muito freqüente. - Produtos com alto conteúdo de gordura interna ( acima de 17% no material a ser extrusado). - Adição de alto teor de carne fresca ( acima de 35% ) ,no Encargos sobre excesso de capacidade e muita flexibilidade podem ser elevados, se a nova linha de produtos trabalha bem, alguns equipamentos opcionais podem nunca ser completamente utilizados. A maioria das extrusoras não irá operar bem com altas taxas de produção e também não deve trabalhar com taxas de produção muito reduzidas, cada equipamento tem sua faixa ideal de trabalho que resulta em produtos com excelente cozimento e aparência. O sistema de extrusão pode trabalhar a plena capacidade durante parte do dia, enquanto a linha de ensaque trabalha continuamente e isto requer transportadores e tanques adicionais para estocagem do produto terminado e adicionalmente retrabalho de produto é gerado cada vez que se inicia o processo de extrusão. O ideal é trabalhar bem no planejamento do novo projeto com levantamento das necessidades e capacidades de cada processo anterior e posterior ao processo de extrusão de forma a ter toda a linha funcionando a 100% do tempo disponível. Se material a ser extrusado. - Produtos com tamanhos muito reduzidos, inferires a 1.5mm - Produtos feitos com pó de densidade muito baixa. - Formulações especiais. (tais como snacks e treats). É muito importante considerar que já existem no mercado extrusores de rosca simples que possuem dispositivos adicionais para ajuste de energia mecânica e controle de densidade que permitem trabalhar com parâmetros como os citados acima não havendo a necessidade de muito investimento como no caso da compra de uma extrusora de rosca dupla. Atualmente há extrusoras em operação com produtos para camarões e utilizando matrizes com diamêtros de furos muito pequenos, mas é de extrema importância lembrar que para o bom funcionamento do equipamento é necessário verificar, projetar e adequar todos os paramêtros de processo anteriores e posteriores. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 42 Entrevista 43 Por Paulo Celestino R e v i s t a cidadão e a comunidade desconhecem. Mas, comparando ao passado, no que tange a economia, cada vez mais o setor vem atravessando dificuldades. Por exemplo, no Rio de Janeiro, o abate bovino/ desossa é realizado em pequena escala. Já no tocante ao bem-estar dos funcionários e da comunidade, estamos investindo em tecnologia e evoluindo. R e v i s t a G r a x a r i a RGB - Quanto ao mercado, como tem sido o ano de 2009? José Mário - No início do ano, a crise mundial trouxe queda no preço da farinha e do sebo. Atualmente, estamos desenvolvendo estratégias para colocar a farinha no mercado com a mesma qualidade sem afetar o bolso do cliente. Quanto ao sebo, dependemos que o mercado do biodiesel se fortaleça no Brasil. G r a x a r i a B r a s i l e i r a Quanto à empresa, as expectativas têm sido atingidas? Quais as ações tomadas? José Mário - Não. As empresas do setor vêm investindo milhões em alta tecnologia para minimizar os impactos ambientais causados por seus processos, não apenas para atender as legislações ou normas, mas sim para contribuir com um meio ambiente mais saudável. Por exemplo, este ano, o Grupo GR investiu na compra de um esterilizador de farinha, em reformas e manutenção, na contratação de consultores para atender as necessidades e demandas da empresa, além das expectativas dos funcionários. B r a s i l e i r a José Mário Moreira da Silva Responsabilidade social, econômica e ambiental Atuando desde 1966, quando foi para o Rio de Janeiro estudar Medicina , mas acabou atraído pelo negócio de um tio , proprietário de um abatedouro de frangos , J osé M ário M oreira da S ilva é hoje sócio e diretor - executivo do G rupo GR, localizado em N ova I guaçu, RJ, empresa fundada em 1972 e que hoje conta com 500 colaboradores . O executivo concedeu a seguinte entrevista exclusiva para a R evista G raxaria B rasileira , na qual fala sobre o mercado , sobre meio ambiente e reivindica para o setor de graxarias o enquadramento na categoria de serviço de utilidade pública , o que traria isenções fiscais . RGB - Qual sua avaliação do mercado de graxarias no atual momento? José Mário - Só quem viveu anos operando uma graxaria percebe a diferença na evolução que o mercado, as leis e o meio ambiente estabeleceram como desafio. As graxarias que conseguiram superá-los, bem como os altos e baixos da crise econômica, tiveram de se atualizar para agregar valor com qualidade ao produto final. Sem falar no meio ambiente, que, no passado, não era focado. Sendo assim, não adianta “operar uma graxaria”, precisamos fazer “gestão de serviço no setor de osso e sebo”. Com a criação do Sincobesp e da Abra, o setor passou a ser conhecido no mercado, agregando iniciativas ambientais e ao Estado onde a empresa está, onde os sindicatos defendem um setor que o RGB - Quais são as expectativas para 2010? José Mário - Continuamos otimistas para um ano melhor em 2010. Estamos desenvolvendo estratégias com ações inovadoras para o próximo ano. Em 2009, foi criada a Grande Rio Reciclagem Ambiental, empresa do grupo GR, e temos como expectativa que essa nova iniciativa seja a medida da excelência em relacionamento e gestão de serviços de meio ambiente e saúde pública no Estado do Rio de Janeiro. A Grande Rio Reciclagem Ambiental desenvolve atividades e campanhas de educação e conscientização ambiental voltadas a organizações e comunidades do Estado Rio de Janeiro e demais interessados, bem como implanta, participa e apoia projetos de educação ambiental em parceria com órgãos públicos e empresas privadas. Esperamos, ainda, que o setor de graxaria seja reconhecido e valorizado no que tange a gestão de serviço, meio ambiente e saúde pública, que os incentivos fiscais sejam conquistados e que os órgãos fiscalizadores não permitam que empresas “clandestinas” atuem no mercado, comprometendo a performance das que estão dentro dos padrões e normas exigidas pelos órgãos fiscalizadores. RGB - Há previsão de novos investimentos ou ampliação ainda este ano? E para 2010? José Mário - A empresa investiu valores significativos em 2009. Vale ressaltar que em 2008 a empresa começou investir na educação ambiental. Foi desenvolvido um calendário institucional com o fluxo do processo do osso e sebo. Os calendários foram distribuídos em açougues, supermercados e frigoríficos. Percebemos que muitos dos nossos parceiros e consumidores desconheciam a responsabilidade da empresa com o meio ambiente e com a saúde pública. Em 2009, estendemos o programa educacional para as escolas. É incrível como poucas pessoas conhecem o setor de graxaria. Me deixa feliz saber que estamos disseminando a educação ambiental e valorizando a nossa categoria. Em 2010, daremos continuidade ao nosso programa educacional, investindo no programa de visitação e na infraestrutura para receber visitas à unidade fabril. RGB - Percebe-se que a preocupação com a sustentabilidade, especialmente ambiental, é uma constante no Grupo GR. Comente, por favor. José Mário - Desde 1972, o Grupo GR pratica responsabilidade ambiental. Em pesquisas realizadas em alguns açougues do Rio de Janeiro, detectamos que alguns funcionários desconheciam o processo de uma graxaria. Aliás, não sabiam nem o que significava uma graxaria. Diante deste fato, criamos um material educacional, um calendário com o fluxo do processo de uma graxaria. 44 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Entrevista 45 os resíduos nas grandes cidades. Depois, partimos para um programa eficaz de educação ambiental, participamos da “Ação Global” em Saracuruna, no Município de Duque de Caxias, RJ, onde compareceram 45 mil pessoas. Para quem não conhece, Ação Global é uma iniciativa do SESI e da Rede Globo com o objetivo de oferecer serviços relevantes e gratuitos nas áreas de saúde, educação, alimentação, cidadania, esporte e lazer. E nós estávamos lá, dando palestras educacionais para a comunidade de Saracuruna. E o melhor de tudo é que, além de oferecer educação ambiental para a comunidade, igrejas, empresa, restaurantes e outros, a Grande Rio Reciclagem Ambiental apoia as Secretarias de Educação, conforme está na Lei Federal n° 9.795. Educação ambiental, segundo a Lei, é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, formal e informal. RGB - O Grupo GR tem a intenção de criar uma fundação para tocar seus projetos de sustentabilidade? Como isso funcionaria? José Mário - Para manter este projeto de sucesso o custo é alto. Desenvolvemos uma metodologia própria que requer cuidado desde a implantação até a manutenção do projeto. Sendo assim, estamos estudando a viabilidade de criar uma fundação, bem como buscar patrocinadores que tenham interesse em participar de um projeto de responsabilidade social, econômica e ambiental. RGB - Descreva, por favor, os projetos de tratamento de efluentes e reciclagem de sucata tocados pelo Grupo GR. José Mário - Esses são planos para 2010 e 2011. Já começamos nossas obras da Estação de Tratamento de Efluentes, com capacidade para atender nossa unidade e ainda oferecer o serviço de tratamento de efluentes para clientes. Atualmente, estamos em fase de negociação e planejamento para a gestão de serviços de outros resíduos, bem como buscando tecnologias para reciclar e transformar resíduos de difícil solução no Estado do Rio de Janeiro. RGB - Comente sobre a relação do Grupo GR com a Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro. José Mário - A Grande Rio Reciclagem Ambiental procurou a Secretaria do Meio Ambiente para apresentar seu projeto educacional e manifestar o interesse da empresa em investir no Rio de Janeiro na construção de uma usina de biodiesel e biogás. Fomos muito bem recebidos e a Secretaria demonstrou interesse. RGB - Qual será a relação entre a iniciativa privada e o poder público num processo como esse? José Mário - As relações podem incluir o fornecimento de biodiesel para as frotas de veículos e equipamentos do Estado, a criação de decretos que apoiam a coleta de óleo de fritura usado, o encaminhamento do projeto para a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro para que o projeto educacional se estenda em toda a rede de escolas do Estado, além de orientar a empresa sobre como buscar incentivos fiscais. RGB - Um grupo como o GR, que além de suas unidades de negócios, leva a cabo várias ações de cunho social. RGB - Qual é o maior empecilho do setor de graxarias hoje? José Mário - A falta de apoio e orientação dos órgãos fiscalizadores. RGB - Os impactos das normativas do Ministério da Agricultura estão mais diluídos no momento? José Mário - As empresas do setor registradas no MAPA cumprem as normativas. As demais, que têm registro somente no município e no estado, não cumprem as determinações e continuam operando. Isso é injusto perante um setor que tem diversas exigências que devem ser cumpridas, com investimentos altíssimos. Há muitos empecilhos para a realização de sua missão sustentável? José Mário - Sim. Mas somos otimistas e determinados e trabalhamos como formiguinhas. Multiplicamos o projeto para pessoas voluntárias que se doam tanto quanto os funcionários da Grande Rio Reciclagem Ambiental. Sabemos que a educação ambiental surgiu nos anos 1970 e até hoje o Estado e o Governo continuam lutando pelo que está escrito na Constituição 1988, que em seu artigo 225, parágrafo primeiro, inciso VI, determina que, “para garantir a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabe ao poder público a incumbência de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública, com vista à preservação do meio ambiente”. Ao ler a Constituição, descobrimos o quanto a nossa empresa contribui e ainda pode contribuir ao promover a educação ambiental. Atuamos diretamente com algumas secretarias de educação. Um exemplo foi o lançamento do projeto educacional em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias, em setembro. Implantamos o projeto educacional em 60 escolas. Temos grandes parceiros que nos motivam cada vez mais, como a empresa Gerdau, que disponibiliza parte do tempo de um voluntário para acompanhar a nossa empresa na implantação do programa em seis escolas nas redondezas do distrito industrial de Itaguaí, no Rio de Janeiro. RGB - O Custo-Brasil influi no setor? José Mário - Sim, influi. A logística é difícil. É preciso ter uma estratégia, mas estamos nos aperfeiçoando. Com relação à carga tributária, por ser altíssima inviabiliza uma série de iniciativas em prol do meio ambiente. O setor, em conjunto com o Sincobesp e a Abra, vem lutando por isenções de impostos federais, estaduais e municipais, o que os frigoríficos de carne já conquistaram, haja visto que o setor de coleta do osso e sebo é um serviço de utilidade pública, e que as empresas não são remuneradas por coletar RGB - Você vê algum fator que pode alterar o equilíbrio do mercado ou a forma de atuar das empresas? José Mário - Sim. Existem quatro coisas que o setor precisa: estabilização de preço dos produtos (farinha e sebo); incentivos fiscais; reconhecimento das empresas do setor como prestadoras de serviço de utilidade pública; e que os órgãos fiscalizadores impeçam que as empresas ilegais atuem no mercado. RGB - Quais empresas compõem o Grupo GR e como é a estrutura societária? José Mário - O Grupo GR é composto pela Grande Rio Alimentos, no mercado desde 1972, no segmento de graxaria e saneantes. Em 2009, a Grande Rio Reciclagem Ambiental foi constituída para assumir o setor de graxaria. Atualmente, estamos criando uma empresa de tratamento de efluentes e gestão de serviços de outros resíduos, cujo nome ainda não foi definido. Estamos estudando a criação de uma fundação para administrar o projeto de educação ambiental e a criação das usinas de biogás e biodiesel. A sociedade foi criada em 1972 por José Silveira e Pedro Paulo de Barros Pereira. Nos últimos anos, houve fusões com outras graxarias e foram incorporados outros sócios, também pioneiros no setor de graxaria, incluindo Edson de Oliveira, José Carlos Carvalho e o Sr. Denis. RGB - Há algo que ainda gostaria de acrescentar e que não tenha sido abordado nas questões acima? José Mário - Desejo que o setor seja mais unido. Juntos, iremos nos fortalecer e mostrar o quanto o processo de uma graxaria é importante para o meio ambiente e, com isso, ganhar visibilidade para sermos de fato empresas de “gestão de serviço no setor de osso e sebo”. Se o nosso setor não existisse, o país já estaria parado. Se não fosse o setor de graxaria, nenhum avião iria decolar devido à quantidade de urubus no ar. Unidos, poderemos reivindicar os nossos direitos como empresas de serviço de utilidade pública. Gostaria de finalizar com meus sinceros agradecimentos à Revista Graxaria Brasileira, que vem se empenhando no setor, e a todos os meus amigos e companheiros que contribuem com o nosso trabalho em um setor tão competitivo. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 46 Caderno Técnico 1 47 Por Tina Caparella R e v i s t a alimentar no congresso anual dos membros da UE devem agora ser harmonizadas e da Associação de Processadores Europeus aplicadas em toda a Europa. (European B r a s i l e i r a Processadores europeus moldam seu futuro Desde a descoberta da encefalopatia fazendas e também alguns usos industriais. Processors and Renderers Isto deve auxiliar a nova diretriz sobre Association - EFPRA) em junho, em Cannes, energia renovável da CE publicada uma semana na França. antes da reunião da EFPRA e explicada por vice-diretora Ewout Deurwaarder da Diretoria Geral para geral da DG SANCO, a Diretoria Geral da Energia e Transporte. Esta diretriz estabelece Comissão Européia para Assuntos de Saúde metas nacionais obrigatórias para energia e Consumidores discutiu o progresso de uma renovável, incluindo 10% de biocombustíveis nova ABPR que foi proposta pela primeira renováveis em combustíveis para transporte vez em 2008 após um relatório de 2005 que até indicou a necessidade de regras mais claras desenvolver planos de ação para energia e adequadas ao risco. O Parlamento Europeu renovável até dezembro de 20101 e todos e o Conselho Europeu concordaram com a os setores de energia renovável são agora proposta em abril de 2009 e espera-se a considerados, adoção formal desta nova ABPR neste verão. biocombustíveis renováveis devem cumprir os critérios de sustentabilidade da diretriz. G r a x a r i a Fat Paola Testori Coggi, Coggi relatou que os principais motivos para mudar o regulamento foram simplificação e 2020. Os estados membros incluindo Biocombustíveis devem aquecimento. produzidos a Os partir assuntos de refugos e resíduos – não há definição relativos ao meio ambiente em conjunto na diretriz, mas presume-se que gorduras com as novas diretrizes sobre resíduos. A animais estarão nesta categoria – participarão nova ABPR reduzirá, também, os encargos neste requisito de 10% em combustíveis para administrativos transportes e nas exigências dos membros explicação das regras dos sobre estab elec imentos e fará mudanças baseadas em ciência para da categorizar os produtos. Ela explicou que combustível. Deurwaarder explicou que sob EU em relação aos fornecedores de assim que proposta for formalmente adotada o critério de sustentabilidade, resíduos e e assinada pelos presidentes do Parlamento refugos não agrícolas deverão economizar e do Conselho Europeu passará a vigorar 15 pelo menos 35% nas emissões de gases de meses após sua publicação no diário oficial. efeito estufa (GEE). Ele disse que um valor Ainda sobre outro assunto relacionado, default de economia de 83% de GEE pode ser Coggi falou sobre o Mapa da EEB da CE adotado usado para biodiesel a base de óleo/gordura em 2005 que levou às recentes mudanças animal de resíduos, sem incluir as gorduras nas regras sobre rações, tais como permitir animais produzidas de material de categoria farinha de peixe em dietas de substituição de 3 de acordo com ABPR, que são de animais leite para ruminantes jovens e a possibilidade adequados para consumo humano. Cálculos de usar proteínas processadas de animais não preliminares sobre GEE estão incluídos na ruminantes em rações para aquicultura. diretriz, mas ainda serão discutidos pelos Karen Bucher, do Ministério da Agricultura estados membros. A fim de cumprir a diretiva, da França, forneceu mais informações sobre cada estado membro da UE deverá redigir sua a nova ABPR, sendo que a mudança chave legislação e apresentá-la a CE para aprovação. para os processadores é a explicação sobre Em sua analise da indústria de subprodutos espongiforme bovina (EEB) no Reino Unido Basicamente, este regulamento transformou outras áreas dos regulamentos da EU como animais da Europa, Patrick Coelenbier da em 1986, processadores de todo o mundo a indústria de processamento européia em alimentos e saúde humana e o meio ambiente. EFPRA tem tentado resolver os problemas sobre o uma indústria de eliminação de resíduos, com O exemplo mais significativo é quando o sebo manteve-se estável nos últimos dois anos. uso de seus produtos em várias aplicações, milhões de toneladas métricas de proteínas é usado como combustível em caldeiras. Entretanto, as previsões para 2009 mostram principalmente rações e a legislação. Mas, animais incineradas anualmente. Anteriormente, a ABPR estipulava que o uma diminuição na produção de carne suína e em nenhum local é a legislação mais rigorosa caiu sebo deveria ser tratado como um resíduo bovina e um aumento da importação de aves, do que na União Européia (EU) onde o dramaticamente na Europa, de dezenas de e regras severas de incineração de resíduos traduzindo este fato em uma diminuição da Regulamento No. 1774/2002, o regulamento milhares de casos, no pico no fim da década deveriam ser aplicadas e não as regras de matéria prima disponível para processadores sobre sub-produtos animais do Conselho de 1980 e começo da década de 1990, a cerca normais de emissão para combustíveis. A europeus. Europeu (ABPR) está em vigor desde 3 de de 120 casos no ano passado nos 27 países nova ABPR explica que o sebo pode ser um processadores de subprodutos animais na outubro de 2002. Por este regulamento, os da União Européia, incluindo o Reino Unido. produto combustível e as regras ambientais Europa são a França, com 2,8 milhões de produtos processados foram classificados em A ABPR deveria ter duração temporária e já de ser toneladas métricas, a Alemanha, com cerca de três categorias e foi virtualmente proibido esta em vigor há sete anos; agora surgiram aplicadas. Como resultado desta explicação, 2,7 milhões de toneladas métricas, a Espanha, o uso de todas as proteínas animais em sinais de esperança para a reintrodução as diferentes interpretações de muitos países com 2,1 milhões de toneladas métricas, o fertilizantes e rações para animais criados em de proteínas e gorduras animais na cadeia O número de casos de EEB emissão de combustíveis devem relatou Os que a cinco produção principais européia países R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 48 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Caderno Técnico 1 49 Reino Unido com dois milhões de toneladas a remover resíduos, mas que estes resíduos métricas e a Itália, com um pouco menos de conterão outros produtos como resíduos 1,5 milhões de toneladas métricas. No total, de alimentos. Talvez o país com menos 18 países membros da EU processaram 15,5 processamento milhões de toneladas métricas de subprodutos acordo com Fernando Mendizabal, da APELSA animais em 2008, dos quais 5,6 milhões de Monterey SA de CV, não sobra muito matéria toneladas métricas de materiais de alto risco prima para processamento. No México, a (categoria 1) e subprodutos animais com “sopa de coluna espinhal” é tão popular risco de contaminação como o consumo de cérebros e cabeças de por outras doenças seja o México onde, de animais(categoria 2). gado. Mendizabal fez questão de salientar Os mercados de proteína animal dos que os mexicanos são saudáveis apesar de processadores da Europa em 2008 incluíram comer o que outros países proíbem em seus 39% em energia, 5% a menos que em 2007; alimentos e na cadeia alimentar. Ele espera 33% em alimentos para pets, um aumento de que a indústria de processamento do México 5% em relação a 2007; 24 % em fertilizantes evolua em tecnologia, mas sabe que os e 1% cada, em ingredientes de rações e processadores precisarão lutar pela matéria alimentos. Quanto às gorduras animais, 27% prima a medida que mais subprodutos são em energia, 4% menos que em 2007; 27% em usados para consumo alimentar. rações; 24% em óleos e sabão; 11% em rações para pets, 2% a mais que em 2007; 5% para está alimentos e 5% para biodiesel, 1% a mais que abordando a indústria de processamento, em 2007. pedindo ajuda para redigir regulamentos e Coelenbier mencionou que a nova diretriz ele acredita que o governo no futuro dará a sobre energia renovável ajudaria a aumentar devida importância ao papel desempenhado o uso de gorduras animais em biodiesel por esta indústria. Desafiou os processadores devido a dois fatores. Se considerado como a continuar produzindo produtos consistentes produzido de resíduos, as gorduras animais e de alta qualidade e explicar aos “de fora” contariam duas vezes para créditos sob os que requisitos nacionais de energia renovável. papel importante na cadeia de alimentação Disse também que a indústria de rações animal. Kaluzny acrescentou que a indústria para pets está ficando mais interessada e se deveria fazer publicidade do uso de gorduras tornando mais importante para os produtos animais em energia e do papel da indústria processados na UE, aumentando o uso de de processamento no sequestro de carbono, gordura de aves, sebo, banha e gordura de reduzindo as emissões de gases de efeito ossos em 2008 em comparação a 2007. estufa. Em um esforço para determinar onde Quanto ao papel do governo, Tunzelman encantado o por ver processamento os legisladores desempenha um A moderadora da mesa redonda, Ruth estará a indústria de processamento do mundo Jewkes, da Whisper Consultancy, enfatizou nos próximos 10 anos, a EFPRA convidou que a indústria precisa criar parcerias com representantes de outras partes do globo a indústria de alimentos e com grupos de para participar em uma mesa redonda. Niels agricultura animal para ajudar a suportar Nielsen, da Daka a.m.b.a., representando o a na Europa, declarou que a indústria de papel do agricultura processamento animal. no Todos futuro da mesa processamento será uma das peças mais concordaram que a indústria deve continuar importantes climáticas na e solução alimentação das mudanças a ter uma atitude positiva e ser prudente da crescente quanto a seu papel no futuro da agricultura população mundial. Alan von Tunzelman, animal. da PVL Proteins, Nova Zelândia, prevê que a sustentabilidade será um importante ponto futuro antes do congresso da EFPRA ressaltou da venda do processamento, enquanto David a importância dos produtos processados Kaluzny II, da Kaluzny Bros., Inc., preocupa- no cenário mundial e a procura de novas se que os Estados Unidos não reconhecem aplicações. Stephen Woodgate, Presidente da o processamento como parte importante da Comissão Técnica da EFPRA, primeiramente cadeia alimentar. recapitulou as atividades do comitê durante o último ano que envolveu basicamente No Canadá, Martin Couture, da Sanimax, acredita que os processadores continuarão O simpósio trabalhos nos técnico que regulamentos examinou novos o ou R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 50 Caderno Técnico 1 51 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a do Codex Alimentarius para segurança de and Proteins Research Foundation - FPRF), alimentos; (2) a OIE para saúde animal e informou zoonoses; e (3) a Convenção Internacional de modificou seus estatutos para permitir a Proteção às Plantas para saúde das plantas. presença do EFPRA na diretoria se assim A 77ª Assembléia Anual da OIE foi realizada desejarem. EFPRA votará esta decisão no em maio de 2009 e mudanças de artigos outono. Nates discutiu vários dos projetos sobre EEB no Código de Saúde de Animais de pesquisa da FPRF sobre o uso de produtos Terrestres foram votadas e aprovadas. processados em rações para aquicultura e Entre as mudanças estava a eliminação falou sobre seu envolvimento com a Aliança das palavras “livre de proteína” ao se referir Global de Aquicultura (Global Aquaculture a sebo com menos de 0,15% de impurezas Alliance) que permitiu que ele recebesse a insolúveis como uma commodity “confiável”. garantia de que produtos processados seriam Outras mudanças incluíram a eliminação da incluídos na redação do padrão para fábricas referência de abaixo de 30 meses de idade de rações do Best Aquaculture Practices. para carne sem osso como uma commodity Anunciou confiável e o acréscimo de “mais de 30 meses da FPRF: um, sobre a destruição de gripe de idade” nas referências a gelatina de países aviária por processamento que está para ser que tem EEB controlada/indeterminada. Kahn publicado em uma revista científica e outro disse que é importante que o público saiba sobre a análise do ciclo de vida de gordura que as mudanças de códigos continuam animal em biodiesel, também aguardando garantindo produtos seguros. publicação em uma revista a grupo que conclusão de a organização dois projetos emendados da EU,como a diretriz sobre atual legislação da UE limita o uso a poucos incineração de resíduos,uma norma sobre produtos e a aceitação do mercado ainda que o achado de novos casos de EEB é uma (World Renderers Organization - WRO) realizou produtos químicos, uma diretriz sobre os GEE é um desafio, a despeito da pesquisa que coisa boa, pois demonstra que os países seu encontro anual apos o simpósio, quando e a nova ABPR. Parte das metas do comitê demonstra que produtos processados têm um estão exercendo vigilância adequada. Disse, foi decidido que vários outros paises em para o próximo ano é completar os cálculos bom valor nutricional na criação de peixes e ainda, que é difícil explicar porque em um desenvolvimento deveriam se tornar membros de GEE para biocombustíveis e biolíquidos e não representam problemas em termos de único continente certo país encontra casos antes que a WRO pudesse ser reconhecida obter “clareza absoluta” sobre o sebo como segurança alimentar ou saúde dos peixes. e outro não, como o Canadá e os estados como uma verdadeira organização mundial produto combustível. O potencial do uso de Unidos, ainda que tenha dito que isto não é pela OIE. Woodgate salientou que os esforços produtos processados europeus em ração derivado de subprodutos animais foi discutido uma crítica aos Estados Unidos. da para aquicultura foi discutido por Alberto pelo Dr. Josef Kamphues, diretor do Instituto Sergio Nates, presidente da Fundação proteina” da descrição de sebo, fornecendo Allodi, presidente da Comissão de Rações de Nutrição Animal, Universidade de Medicina para Pesquisa de Gordura e Proteinas (Fats uma “pequena, mas importante vitoria de para Peixes da Federação de Fabricantes Veterinária, Alemanha, que declarou que o Europeus de Rações Itália. Ele disse que fósforo possui recursos limitados, altamente a pesca oceânica chegou a um ponto de utilizados em fertilizantes e dietas animais, restrições naturais já que 70% dos oceanos principalmente de suínos e aves. Apresentou estão super explorados e, assim, a criação vários estudos sobre a disponibilidade de em aquicultura deve preencher este vazio. fósforo nos subprodutos animais e maneiras A indústria de aquicultura na Europa produz de obter maior aceitação social do uso 1,4 milhões de toneladas métricas de peixes prudente de subprodutos animais. por ano, mas com o crescimento do consumo, 60% dos peixes e frutos do mar consumidos Organização Mundial de Saúde Animal (World na Europa são importados. Organization for Animal Health ou OIE) no A CE esta desenvolvendo estratégias para estabelecimento de padrões mundiais para uma indústria sustentável de aquicultura, o uso e comércio de produtos processados incluindo a substituição de óleo/farinha de estava Sarah Kahn, diretora de comércio peixe usada em rações. Allodi mencionou que internacional da OIE. A OIE é uma organização os peixes precisam de uma ampla gama de intergovernamental nutrientes, não um material específico como estabelecida em 1924 com o mandato global farinha de peixe e que com os níveis atuais de de “aprimorar a saúde animal em todo o preços, pode-se esperar uma substituição de mundo” e é reconhecida pela Organização 10% ao ano. Mundial de Comercio como uma das três organizações Ainda que produtos processados seja uma alternativa para ingredientes de rações, a O uso e não o desperdício de fósforo Focalizando o papel desempenhado pela irmãs com 174 membros responsáveis pelo estabelecimento de padrões : (1) A Comissão Kahn também comentou que a OIE acredita ao A Organização Mundial de Processadores WRO ajudaram a remover “livre de R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 52 53 R e v i s t a R e v i s t a bom senso”. Concordou-se que as estatísticas das impurezas para ser usado em ração para serviço ou aumentar as taxas já existentes, destas características inflamável, corrosivo, mundiais não ruminantes. principalmente para recuperar os custos de reativo ou tóxico. O EPA declarou que os de processamento devem ser G r a x a r i a coletadas para demonstrar a sua importância • Sebo não derivado de CMPAF com mais transporte de um produto que já não tem restos e resíduos animais originários dos para a indústria global e que representantes de 0,15% de impurezas pode ser usado na mais nenhum valor ou não pode ser vendido abatedouros, incluindo CMPAF não estão da WRO seriam enviados a varias conferências alimentação de não ruminantes. no mercado. relacionados nem tem estas características. O Quanto à eliminação do material proibido, EPA está incentivando os órgãos de agricultura B r a s i l e i r a internacionais para oferecer oportunidades Esta nova norma se junta à da proibição educacionais a setores de rações, inclusive da ração animal de 1997 que proíbe proteínas os aterros são considerados uma opção, mas estatais a trabalhar em conjunto com os aquicultura. A seguir, foram eleitos os de mamíferos na ração de ruminantes. O muitas empresas de manejo de resíduos estão órgãos de gerenciamento de resíduos e de seguintes novos membros da WRO para os cumprimento dessa norma está próximo de em dúvida se o material deve ou não ser meio ambiente de seu estado para “garantir próximos dois anos: Alan von Tunzelman, PVL 100% desde sua efetivação. considerado um resíduo de risco. Em abril, a o modo mais eficiente, seguro para o meio Proteins, Nova Zelandia, presidente; David No começo de abril de 2009, o FDA Agência de Proteção do Meio-Ambiente (EPA) ambiente e econômico de eliminação desses Kaluzny II, Kaluzny Bros., Estados Unidos, propôs prorrogar por 60 dias a data de esclareceu esta questão, ao afirmar que o resíduos.” primeiro vice presidente; e Stephen Woodgate, efetivação da norma final de 2008 e deixar material MBPRA, que consistirá principalmente EFPRA, em nome da Europa, segundo vice um período de sete dias para comentários. de cérebro e de medula espinhal de gado com eliminação de resíduos será necessário para presidente. Muitos comentários indicaram que certas 30 meses ou mais de idade e das carcaças cerca de 300.000 a 350.000 toneladas de entidades adequadamente inteiras de gado morto (ao menos que esse gado morto por ano. Espera-se, também, que os que já são capazes de cumprir a norma preparadas para cumprir a norma final e gado tenha menos de 30 meses), deve ser com a nova regra cerca de 15.000 toneladas para que o façam o mais rápido possível. O que não haviam sido desenvolvidos métodos considerado um resíduo sólido no âmbito de produtos derivados do abate deixarão de objetivo da norma é reduzir ainda mais o alternativos suficientes de eliminação dos da Lei de Conservação e Recuperação dos ser utilizados por processadores na produção risco da Encefalopatia Espongiforme Bovina resíduos das carcaças. Entretanto, a maioria Recursos. de ração animal. (EEB) no gado americano. dos comentários recebidos era contra o Proposta inicialmente no fim de 2005, a adiamento da data de promulgação da norma sólido é considerado de risco se estiver final podem ser encontradas no endereço FDA divulgou 25 de abril de 2008 a norma devido a preocupações com saúde pública e especificamente www.fda.gov/cvm/bsetoc.html. final, “Substâncias proibidas para uso na animal. alimentação ou ração animal”, que define “material bovino proibido para ração animal” a data de 27 de abril de 2009 para efetivação (cattle material prohibited from animal feed) da norma, porém com uma extensão de 6 ou CMPAF e que proíbe seu uso em rações meses para adesão, a agência lançou um para animais um ano depois da publicação no documento de orientação final, “Guia de Federal Register. cumprimento para pequenas entidades de CMPAF includes: processadores – Substâncias proibidas na • cérebro e medulas espinhais de gado com ração 30 meses de idade ou mais; orientação • carcaças inteiras de gado não inspecionado exigências da norma final. O documento (ante também deve ajudar as instalações de abate Entretanto, o FDA está incentivando mortem) e usadas para consumo não estavam Logo depois da decisão do FDA de manter ou alimentação aos animal”, processadores para dar sobre as humano e fazendas que fornecem vísceras e gado – a menos que demonstrado que tenham morto aos processadores a compreender suas menos de 30 meses, ou obrigações sob a nova norma. O documento – cérebro e medula espinhal removidos; de orientação está disponível no endereço: • carcaças inteiras de gado EEB positivo; www.fda.gov/downloads/AnimalVeterinary/ • sebo derivado de gado EEB positivo; GuidanceComplianceEnforcement/ • sebo de CMPAF que contenha mais de 0,15 GuidanceforIndustry/ucm052449.pdf. % de impurezas; • carne bovina separada mecanicamente a a recolher gado morto ou material CMPAF partir de CMPAF. vai depender das empresas e muitas vezes dos O sebo usado para rações de ruminantes A decisão dos processadores de continuar locais. A Associação Nacional dos tem mais restrições que o usado para não Processadores acredita que os processadores ruminantes: de áreas de com muito gado continuarão com • O sebo deve ser menos de 0,15% das os serviços, mas que agora será necessária impurezas a verificação da idade dos animais. Os insolúveis em ração para ruminantes. processadores • O sebo de CMPAF deve ter menos de 0,15% proibido irão talvez começar a cobrar pelo que coletam material Nos termos desta listado lei, ou um resíduo exibir uma Calcula-se que um método alternativo de Mais informações sobre a EEB e a norma G r a x a r i a B r a s i l e i r a 54 Caderno Técnico 2 55 National Renderers Association R e v i s t a Recomendação gases produzidos por decomposição G r a x a r i a B r a s i l e i r a O Papel do Processamento na Captura de Emissões de Carbono O Congresso começou as Processamento ou o processo de de esterco, cama orgânica ou outro material orgânica na pilha. continua a considerar a implementação À medida que o Congresso Se a produção dos GEE é similar de um sistema nacional de “cap and quando a decomposição das carcaças trade”, a indústria de processamento ocorre naturalmente no meio-ambiente, deve estima-se que uma vaca leiteira adulta viável de compensação das emissões. adicione Se 1,2 toneladas métricas ser a considerada participação uma da fonte indústria equivalentes a CO2 no meio-ambiente. processadora fosse permitida, seriam discrepância criados incentivos financeiros para entre a morte de cabeças de gado adulto os fazendeiros e sitiantes para que e a de novilhos, a liberação resultante dispusessem de maneira apropriada das emissões de CO2 do gado ainda os animais, evitando assim a adição de não processado é aproximadamente GEE, reduzindo as preocupações com 492.000 toneladas por ano. Utilizando- a expansão de doenças e liberando o se a estimativa da Agência de Proteção espaço limitado dos aterros. Ambiental dos Estados Unidos para a emissão média dos veículos, a preconceito contra os produtos já concessão de incentivos para que esses reciclados através do processamento, animais sejam processados equivaleria rotulando-os como tecnologia “velha”, a retirada adicional de 82.000 carros e o reconhecimento de protocolos das estradas por ano. para Considerando-se Essas a estimativas, entretanto, Além disso, a existência de um em colocar os digestores animais anaeróbios mortos ou em supõem que metano e óxido nitroso aterros não sejam liberados durante o processo o metano produzido como “nova” de decomposição. Se 20% do carbono é tecnologia, colocaria o processamento liberado como metano e não como CO2 em e 10% do nitrogênio de uma carcaça direcionaria esses materiais orgânicos é desprendido como óxido nitroso, o a um final muito menos produtivo potencial anual de aquecimento global ano. Entretanto, se 20% do carbono do e com desvantagens ambientais. O para as carcaças que não são processadas resultado para absorver desvantagem seria e queimar competitiva uma e compensação deliberações a fim de instituir uma transformar animais material orgânico em decomposição aumenta para 2,1 milhões de toneladas política as em gorduras e proteínas deve ser é expresso como metano e 10% do do desvio de carbono da reciclagem (1,9 milhões de toneladas métricas) emissões de gases de efeito estufa (GEE), reconhecido como uma importante nitrogênio é expresso como óxido para ou emissões de CO2 equivalentes a promovendo também as tecnologias tecnologia para evitar os GEE. Através nitroso, a remoção desses produtos da uma redução líquida (e um provável aproximadamente 345.000 carros. limpas e o crescimento econômico. Até do não- cadeia de resíduos (porque estes GEE aumento) das emissões de GEE. agora, muitas propostas já foram feitas comestíveis, ricos em carbono e tem potencial de aquecimento global e a maioria cria um sistema de “cap and nitrogênio, em muito maior do que o CO2) seria igual trade” baseado no controle de emissões. materiais utilizáveis. O processamento a remoção de 12.263.316 carros das Um fator primordial em todas essas também estradas americanas por ano. Gordura animal Além disso, o que mais pode Farinha de carne e de ossos Farinha de vísceras de aves nacional para reduzir discussões é a contenção de custos e a subprodutos processamento, são evita resíduos transformados a emissão de gás carbônico (CO2) e de outros GEE Tabela 1: Carbono Carbono Co2 CO2 (ton/métrica) (Ton/métrica) (U.S./Ton) 4.515.660 75,89 3.426.889 12.566.516 13.852.070 2.314.660 24,27 561.661 2.059.629 2.270.329 1.153.500 28,68 330.801 1.213.057 1.337.153 Farinha de penas 600.900 37,50 225.350 826.364 910.901 Farinha de suínos 720.711 25,59 184.427 676.300 745.486 Produtos derivados de sangue 102.512 37,50 38.444 140.976 155.397 4.767.571 17.482.842 19.271.337 ser feito? Aproximadamente 55% do sobre famílias e negócios. A maior parte processo normal de decomposição. O gado que morre por ano nos Estados das propostas legislativas debatidas processamento é, em relação ao meio Unidos não é processado e o grosso permitem ambiente, a mais eficiente e segura é depositado em aterros ou deixado tipo de programa de compensação alternativa de eliminação de resíduos. para decomposição. De acordo com o para projetos que reduzam, evitem Utilizando a estimativa da Agência Departamento de Agricultura dos EUA, ou sequestrem as emissões de GEE. de Proteção Ambiental dos Estados cerca de 4,3 milhões de cabeças de Tal programa permitiria que essas Unidos, de 5,46 toneladas métricas gados morreram em 2007. Baseado nas reduções de emissões permanentes e de CO2 por carro, se todo o carbono medidas dos GEE obtidas de estudos Farinha de carne e de ossos 2.314.600 1.153.500 a existência de algum ar Total de todos os produtos 9.407.823 Tabela 2: Nitrogênio removido na forma de produtos processados Produção Nitrogênio Nitrogênio (ton/métrica) (U.S./Ton) 55 203.685 224.522 65 119.964 132.236 % Proteína qualificadas contassem como “créditos” destes fosse de compostagem, a adição de uma Farinha de vísceras de aves de entidades expresso como CO2, a não remoção tonelada métrica de carcaças de gado à Farinha de penas 600.900 85 81.722 90.083 participantes a cumprir a lei e ao desses produtos da cadeia de resíduos pilha de compostagem resulta em duas Farinha de suínos 720.711 58 66.882 73.724 mesmo tempo promover inovação na seria igual a um aumento de 3.021.986 toneladas métricas de equivalentes Produtos derivados de sangue 102.512 85 13.942 15.368 535.933 redução das emissões. carros nas estradas americanas por a CO2, acima e além de quaisquer 486.195 emissão e ajudaria produtos residuais sem % Carbono pelo no resíduos (ton/métrica) Produção que liberados de removido na forma de produtos processados necessidade de minimizar os impactos seriam eliminação Total de todos os produtos 4.892.223 56 Agenda Association of American Feed Control Officials Midyear Meeting Por Alexandre Ferreira IX WORKSHOP EMBRAPA / SINCOBESP Data: 27 e 28 de março de 2010 Data: 18 a 22 de Janeiro de 2010 Local: São Paulo – SP Local: Redondo Beach, CA (USA) Site: www.fenagra.com.br VIRANDO O JOGO Site: www.aafco.org E-mail Sharon Krebs: [email protected] 31º Congresso Brasileiro Anclivepa American Feed Industry Data: de 17 a 20 de Abril de 2010 Data: 26 e 27 de Janeiro de 2010 www.anclivepa2010.com.br Association Pet Food Conference Ponto de Vista Local: Belém – PA Local: Atlanta, GA (USA) Site: www.ife10.org Interzoo 2010 31ª Feira Internacional de Produtos para Animais Domésticos International Poultry Expo Data: de 13 a 16 de Maio de 2010 ambiente principalmente no aspecto de controle de odores. No passado as Data: 27 a 29 de Janeiro de 2010 Local: Nuremberg – Alemanha empresas não sabiam exatamente como lidar com o problema, pois não havia a Local: Atlanta, GA (USA) www.interzoo.com tecnologia disponível nos dias de hoje além do fato de a consciência ecológica The National Renderers Association will be participating in the expo for the second year. Nossa atividade é conhecida por um histórico negativo em relação ao meio Data: de 06 a 08 de Outubro de 2010 Ambiental do Estado de São Paulo) no intuito de expor algumas características Cattle Industry Annual Convention and Local: São Paulo – SP inerentes à atividade, como a sazonalidade que determina um grande aumento www.petsa.com.br no consumo de carnes ao final de cada ano, com o conseqüente aumento na Data: 27 a 30 de Janeiro de 2010 Horário: das 13 hrs as 21 hrs geração de subprodutos. Site: www.ipe10.org <http://www.ipe10.org> . National Cattlemen’s Beef Association Trade Show Local: San Antonio, TX (USA). Site: www.beefusa.org < V Fenagra - Feira Nacional das Graxarias Data: 25 e 26 de Março de 2010 Local: São Paulo (SP) Site: www.fenagra.com.br E-mail: [email protected] 35º Congresso Mundial para Veterinários de Pequenos Animais Data: de 06 a 08 de Outubro de 2010 Local: Hotel Transamérica – São Paulo (SP) Site: www.wsava2009.com Em 2007 o SINCOBESP tomou a iniciativa de procurar a CETESB (Companhia A partir deste diálogo, a CETESB compreendeu que o setor não poderia ser penalizado por uma demanda concentrada da sociedade e passou a enxergar a Cadeia de Produção de Carnes desde a sua geração até o consumo. Dos esforços em comum (CETESB e SINCOBESP) na busca de alternativas, resultou um trabalho ( Plano Estratégico de Emergência) e a formação da Câmara Ambiental do Setor de Abate, Frigorífico e Graxaria. A iniciativa foi do SINCOBESP, porém a representatividade da Câmara envolve a participação de instituições como a ABIEC, a UBA (União Brasileira de Avicultura ), a APA ( Associação Paulista de Avicultura ), o SINDICARNES , o Sindicato Varejista de Carnes ( SP ) e o SINDIRAÇÕES, sempre sob a coordenação da CETESB. Os objetivos são entre outros o desenvolvimento de “Melhores Tecnologias”, a “Avaliação do desempenho de equipamentos” além de “ Planos de capacitação técnica”. Deste processo pode resultar a formação de conceitos e dispositivos operacionais desenvolvido em conjunto pela cadeia de produção e pela autoridade ambiental. Da mesma forma que o setor evoluiu em termos sanitários com a implantação da IN-34, pode-se evoluir em termos ambientais tendo como ponto de partida a formação da Câmara. O desenvolvimento de uma cartilha com “Boas Práticas Ambientais” assinalando os pontos críticos de controle de riscos ambientais e recomendando ações direcionadas a evitá-los poderia ser um resultado concreto deste trabalho. Considero esta iniciativa uma virada no jogo, pois no lugar de reagir à pressão dos órgãos ambientais, podemos atuar de maneira proativa tomando a posição de participar da formação das decisões sobre temas que envolvem a viabilidade de nossas empresas. Aproveito esta oportunidade para convidar a todos os que de alguma maneira participam da Cadeia de Carnes ( com ênfase nos subprodutos ) a apresentar sua contribuição enviando dúvidas e sugestões ao SINCOBESP – sincobesp@uol. com.br. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a ser fruto também de uma evolução. 9ª Pet South America 57 Fabricantes de equipamentos podem enviar suas alternativas tecnológicas para o tratamento de efluentes líquidos e gasosos ; Consultores técnicos, Pesquisadores, Engenheiros e Gestores ambientais podem contribuir com suas experiências, projetos e pesquisas. Alexandre Ferreira Consultor Técnico em Processos Industriais. 58 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Assinaturas 59 R e v i s t a ASSINATURA DA REVISTA Graxaria Brasileira Você pode solicitar o recebimento da Revista Graxaria Brasileira sem qualquer custo. Após preenchimento do formulário a seguir, envie-o para: Nome: Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 Cep: 04004-000 / São Paulo (SP) (11) 3213-0047 ou por e-mail: [email protected] Tipo de Empresa: ( ) Graxaria Independente Empresa: ( ) Graxaria / Frigorífico ( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos Endereço: Nº: ( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas ( ) Prestadores de Serviços Complemento: Cidade: Cep: ( ) Biodiesel ( ) Cliente Graxaria UF: Fone: ( ) ( ) Consultoria / Assessoria Fax: ( ) Universidades / Escolas ( ) E-mail: ( ) Outros: Cargo: Aboissa 3º Capa Tel. (11) 3353-3000 [email protected] www.aboissa.com.br Celgon Agroindustrial Tel. (51) 3447-5677 [email protected] Chibrascenter 36 Tel. (11) 5521-3373 [email protected] www.chibrascenter.com.br AGM & PETT 55 Tel. (11) 3531-4333 [email protected] Andritz Sprout do Brasil 4º www.andritzsprout.com [email protected] Capa 43 Anhembi Agro Industrial Tel. (11) 3685-8907 [email protected] Atlas Tecnologia 21 Tel. (55) 3026-2655 www.atlas.eng.br Bertin 25 Tel. (14) 3533-2000 www.grupobertin.com.br Bovimex 23 Tel. (14) 3413-2700 www.bovimex.com.br 9 Braido Tel. (11) 4368-4933 [email protected] 45 Dupps Company 5 Tel. (+1) 937-855-6555 www.dupps.com Eurotec Nutrition 33 Tel. (48) 3242-4860 [email protected] Farima 49 Tel. (44) 3544-1292 [email protected] www.farima.com.br Folem 49 Tel. (46) 3544-1447 [email protected] www.folem.com.br Frigorífico Argus 39 Tel. (41) 3382-3883 [email protected] www.frigorificoargus.com.br Gava 51 Tel. (11) 3105-2146 [email protected] www.joaogava.com.br Giglio 56 Tel. (11) 4368-1822 [email protected] www.giglio.com.br Grupo Braido 45 Tel. (11) 4227-9500 [email protected] www.grupobraido.com Informe Agro Business 43 Tel. (11) 3853-4288 [email protected] www.agroinforme.com.br Ipufol 49 Tel. (49) 3449-0372 [email protected] LDS Máquinas 2º Capa Tel. (14) 2104-3200 [email protected] www.ldsmaquinas.com.br 56 Martec/Percon Tel. (14) 3342-3301 Tel. (11) 4018-4222 Nutract 17 Tel. (49) 3329-1111 [email protected] www.nutract.com.br Permecar 27 Tel. (19) 3456-1726 www.permecar.com.br Prestatti 49 Tel. (54) 2107-7500 www.prestatti.com.br Qualyfoco 55 Tel. (49) 3444-1422 [email protected] www.qualyfoco.netcon.com.br Razzo 41 Tel. (11) 2164-1313 [email protected] www.razzo.com.br Sincobesp 53 Tel. (11) 3237-2860 [email protected] www.sincobesp.com.br Tremesa 37 Tel. (41) 3389-0055 [email protected] www.tremesa.com União Caldeiraria 13 Tel. (11) 4595-5077 [email protected] www.uniao.srv.br G r a x a r i a B r a s i l e i r a 60 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a
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Jornalista Colaborador Paulo Celestino - MTB 998/RN Publicidade [email protected] [email protected]
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