Maquinários Maquinários

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Maquinários Maquinários
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Revista
Ano 6 / Edição 33 / Mai-Jun de 2013 / www.editorastilo.com.br
Graxaria Brasileira
Reciclagem Animal
Maquinários
As novas tecnologias e soluções
à disposição das graxarias
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04/06/13
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Revista
Ano 6 / Edição 33 / Mai-Jun de 2013 / www.editorastilo.com.br
Graxaria Brasileira
Reciclagem Animal
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Maquinários
Prezado Leitor
Soluções para combater os impactos ambientais, alto rendimento e redução de
custos. Estes são alguns dos principais aspectos oferecidos atualmente pelas empresas
que desenvolvem os maquinários que equipam as graxarias brasileiras. Entrevistamos
alguns dos principais fornecedores, que apresentam os avanços tecnológicos, seus
recentes lançamentos e investimentos.
E, por falarmos em fornecedores de equipamentos, vários deles participaram como
expositores da 8ª FENAGRA - Feira Internacional das Graxarias, este ano sediada em
Valinhos, na região de Campinas (SP), que teve um público três vezes maior do que a
edição passada. Destaque para o seu perfil técnico, a feira novamente comprovou a
sua importância e contribuição para o fortalecimento e crescimento do setor brasileiro
de Reciclagem de Resíduos de Origem Animal.
“A cada edição procuramos aprimorar o nosso evento para atender com excelência
o setor, sermos referência, além de uma importante plataforma de lançamentos,
novidades e informações que envolvam o mercado. Pelo feedback dos participantes
e resultados alcançados na feira, acreditamos que estamos no caminho certo”, afirma
Daniel Geraldes, diretor da Editora Stilo, responsável pela realização da feira. Confira
em nossas próximas páginas, a opinião de quem esteve por lá!
Na entrevista desta edição da Revista Graxaria Brasileira conversamos com o
médico veterinário, Jurandi Soares Machado, diretor de mercado interno da ABIPECS
- Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína. O ano
de 2013, que começou com otimismo para o setor de carne suína no Brasil, deve ter
um primeiro semestre com dificuldades e pressão sobre os custos. Já para o segundo
semestre, a tendência é de estabilização no mercado, inclusive com a possibilidade
das exportações ficarem levemente superiores a 2012 e o consumo interno voltar a
ter um comportamento de crescimento. Com isso, os preços tendem a se recuperar
fazendo que, no geral, 2013 seja melhor do que 2012. Em nosso bate-papo, Jurandi
analisa a atual situação da suinocultura brasileira, os avanços e gargalos do setor.
Boa Leitura!
Daniel Geraldes
As novas tecnologias e soluções
à disposição das graxarias
Edição 33 - Mai-Jun de 2013
Editorial
CAPA ed 33.pdf
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Sumário / Expediente
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Notícias
Em
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foco
foco
foco
Diretor
Daniel Geraldes
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Jornalista Colaboradora
Lia Freire - MTB 30222
[email protected]
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Publicidade
[email protected]
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
Denise Ferreira
[email protected]
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Em
foco
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Em
foco
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Conselho Editorial
Bruno Montero
Claudio Mathias
Clênio Antonio Gonçal ves
Daniel Geraldes
José Antonio Fernandes Moreira
Luiz Guilherme Razzo
Valdirene Dalmas
Comitê Tecnico
Cláudio Bellaver
Dirceu Zanotto
Lucas Cypriano
Fontes Seção “Notícias”
BeefPoint, Avisite, Valor Econômico,
Gazeta Mercantil, Sincobesp, Abra,
Sindirações, National Render,
Embrapa, Biodiesel, AgriPoint,
Aliança Pecuarista.
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Capa
Foco
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
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na qualidade
Entrevista
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Distribuição
ACF Alfonso Bovero
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Caderno
técnico
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Caderno
técnico
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Caderno
técnico
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Ponto
de
Vista
Capa: www.123rf.com
Impressão Gráfica
Referência Editora
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Editora Stilo
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
Cep: 04004-000 / São Paulo (SP)
(11) 2384-0047
[email protected]
A Revista Graxaria Brasileira é uma
publicação bimestral do mercado
de Graxarias, clientes de graxarias,
fornecedores de: máquinas,
equipamentos, insumos, matérias-primas,
biodisel, frigoríficos e prestadores
de serviços, com tiragem de 4.200
exemplares.
Distribuída entre as empresas nos setores
de engenharia, projetos, manutenção,
compras,
diretoria, gerentes. É enviada aos
executivos e especificadores destes
segmentos.
Os artigos assinados são de responsabilidade
de seus autores e não necessariamente
refletem as opiniões da revista.
Não é permitida a reprodução total
ou parcial das matérias sem expressa
autorização da Editora.
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durante a 8ª Fenagra
Por: Ana Paula Michnik
Durante os dias 24 e 25 de abril a Associação Brasileira
de Reciclagem Animal – ABRA esteve presente na 8ª Feira
Internacional das graxarias – Fenagra. Além do estande em
conjunto com o Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores
de Subprodutos de Origem Animal – Sincobesp , as duas entidades
também realizaram o XII Congresso Brasil Rendering que
apresentou os dados do setor de Reciclagem Animal e também as
tendências e Perspectivas de mercado.
A ABRA ainda trouxe para a Fenagra, representantes de
dois países através do Projeto comprador promovido entre a
associação e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos – APEX-Brasil.
Quatro associados e dois parceiros também marcaram
presença durante a Feira como expositores. Confira mais
informações, as fotos das ações da ABRA e dos estandes dos
associados abaixo.
XII CONGRESSO BRASIL RENDERING
O Congresso aconteceu em paralelo com a Feira durante os
dois dias do evento. Durante a solenidade de abertura estiveram
presentes o Sr. Clênio Gonçalves, presidente da ABRA, o Sr. Pedro
Bittar, vice-presidente da ABRA, o Sr. Gustavo Razzo, presidente
do Sincobesp, o Sr. Sérgio Nates, presidente da Associação LatinoAmericana das Plantas de Rendimento-ALAPRE, o Sr. Ariovaldo
Zani, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação
Animal - Sindirações e o Sr. Mário Sérgio Cutait, International Feed
Industry Federation – IFIF.
Durante a abertura, o Sr. Clênio Gonçalves destacou a importância
da Reciclagem Animal para a sustentabilidade no país. “Temos um
papel muito importante na sociedade ao gerar emprego e renda
contribuindo com a sustentabilidade do nosso planeta através da
nossa atividade. Somos a ponta da cadeia de carnes que garante a
responsabilidade ambiental nesse processo”.
Já o vice-presidente da ABRA, Sr. Pedro Bittar ressaltou a
importância da União do setor.“A União é o único caminho para que
possamos atingir no curto prazo os nossos objetivos e termos mais
força perante aos nossos representantes governamentais”.
O presidente do Sincobesp, Sr. Gustavo Razzo, falou da
necessidade do reconhecimento da Reciclagem Animal por parte da
sociedade.” Precisamos ganhar visibilidade perante a sociedade, já
que somos um setor tão importante para o Brasil”.
Após a abertura, as palestras foram iniciadas com a participação
do Sr. Raul Velloso, que explicou as tendências e perspectivas
econômicas brasileiras a curto e médio prazo.
A valorização da Imagem da Reciclagem Animal Brasileira foi o
assunto da palestrante Claudia Zanuso, da Agência Klaumonforma
que também focou seu discurso na união para que o setor possa ter
uma imagem mais fortalecida.
O Dr. Rodrigo Padovani, da Coordenação-Geral de Programas
Especiais – CGPE do Departamento de Inspeções de Produtos de
Origem Animal – Dipoa do Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento-MAPA, falou das legislações e dos processos de
habilitação para a exportação de farinhas e gorduras de origem
animal.
Também sobre as exportações, a Sra. Catia Macedo , consultora
de Gestão e Projetos da ABRA apresentou o projeto que a Associação
está executado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção
de Exportações e Investimentos – APEX-Brasil que tem o objetivo de
expandir as exportações das farinhas e gorduras de origem animal.
Ainda sobre o assunto, três empresas puderam compartilhar as
suas experiências e os números dos produtos que são enviados para
outros países. Fizeram parte dos cases do sucesso o Sr. José Eduardo
Malheiros, diretor da Patense, o Sr. Fabrício Fuga, do Grupo Fuga e o Sr.
Robinson Huyer, sócio do Grupo Faros.
Finalizando o primeiro dia de palestras, os inscritos no Congresso
tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e debater cada um dos
assuntos dos palestrantes em uma mesa redonda.
O Dr. José Eduardo Butolo, do Colégio Brasileiro de Nutrição
Animal abriu o segundo dia de palestras com o tema segurança
alimentar em dietas com produtos de origem animal.
Outro assunto que esteve na pauta do Congresso foi os padrões
de qualidade para farinhas e gorduras de origem animal que foi
ministrado pelo Sr. Cláudio Bellaver da Qualyfoco.
A visão dos fabricantes de farinhas e gorduras de origem animal
foi apresentada pelo Sr. Lucas Cypriano, coordenador técnico da
ABRA. Finalizando o ciclo de palestras, foi aberta a mesa redonda
entre todos os participantes que teve como mediador o Sr. Gerson
Scheuermann que explicou a importância do Congresso. “Foi muito
produtivo e interessante. Opiniões divergentes, mas que fizeram disso
uma riqueza para evoluir o setor, principalmente nas questões das
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legislações. É uma coisa não muito fácil, mas que precisamos evoluir
juntos para que não fique dificultado para o setor e ao mesmo
tempo seja facilitado a fiscalização por parte do Ministério e sem
perda e com ganhos de qualidade nos produtos finais”.
Dados do Setor – Brasil e Mundo
Os dados do setor no Brasil e no Mundo ficaram por conta do Sr.
Alexandre Ferreira,diretor do Grupo BC Participações e representante
da ABRA e também pelo Sr. Sérgio Nates, Presidente da ALAPRE.
O Sr. Alexandre enfatizou o fato do Brasil já ser um dos maiores
e produção de farinhas e gorduras de origem animal, sendo
responsável por ¼ da produção mundial desses produtos.
Já o Sr. Sérgio Nates destacou o crescimento das indústrias pelo
mundo. Segundo Nates, apenas os Estados Unidos já somam cerca
de 273 plantas, com faturamento anual de 10 bilhões de dólares.
As exportações também tiveram aumento significativo em 2012
no país. A exportação das farinhas aumentaram cerca de 8 pontos
percentuais chegando a 15% da produção. Já o sebo teve aumento
de 7%, chegando a 29%.
PROJETO COMPRADOR
Os empresários das indústrias brasileiras de Reciclagem Animal
puderam apresentar suas empresas e seus produtos para os
compradores da Malásia e do México.
O Projeto Comprador, promovido entre a ABRA e a APEX-Brasil
visa a ampliação das exportações das farinhas e gorduras de origem
animal para outros países.
Várias toneladas de farinhas de origem animal foram vendidas
por empresas brasileiras para os compradores da Malásia que
ficaram entusiasmados com a grande capacidade de produção,
inovação e também com a qualidade dos produtos do Brasil.
Os representantes do México também ficaram surpresos com a
qualidade e a tecnologia que o Brasil usa para produzir os as farinhas
e as gorduras de origem animal. O mercado de exportação dos
produtos brasileiros para o México está temporariamente fechado
até que seja resolvida as barreiras comerciais de exportação entre os
dois países.
Durante a Fenagra, os compradores visitaram estandes, se
reuniram com empresários e ainda conferiram parte das palestras do
XII Congresso Brasil Rendering.
ASSOCIADOS E PARCEIROS NA FENAGRA
Em mais um ano, os associados e parceiros da ABRA fizeram
bonito durante a feira. Participaram com estandes bem elaborados
o Grupo Braido – Indústria Agroquímica Braido, A Grande Rio
Ambiental, A Razzo LTDA e a Reciclagem Amiga da Natureza onde
a marca estava presente no estande do Grupo BC. Entre os parceiros,
participaram a Haarslev Industries LTDA e a Eurotec Nutrition. Confira
as fotos.
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Notícias
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BRF inicia projeto pioneiro para a produção de produtos
de valor agregado a partir de resíduos avícolas
Exportações do agronegócio atingem valor
recorde de US$ 99 bi
A BRF anunciou parceria inédita com o Centro Integrado de Manufatura e
Tecnologia (CIMATEC), iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(SENAI). Por meio de recursos da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial
(EMBRAPII), a companhia está trabalhando em um projeto pioneiro para a fabricação
de produtos de valor agregado com a utilização de co-produtos de resíduos avícolas.
“Esse projeto é pioneiro por fazer uso de uma das mais recentes fontes de
financiamento oferecida pelo Governo Federal e reforça o foco da BRF em investir
cada vez mais em projetos de inovação, pesquisa e desenvolvimento”, comenta
Frederico Ramazzini Braga, Gerente de Inovação e Conhecimento da BRF.
Criada em 2011, por iniciativa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), aos moldes da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), a Embrapii tem como objetivo promover estratégias de inovação decorrente das demandas empresariais e
possibilitar parcerias de institutos de pesquisa, como o Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), Instituto de Pesquisa Tecnológica
(IPT), e o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (CIMATEC/SENAI). A iniciativa conta com 25 projetos aprovados com contratos
orçados em cerca de R$ 33 milhões e, em menos de dois anos de existência, já resultou em outros 184 projetos que aguardam assinatura,
ou que ainda estão em fase de negociação.
As exportações brasileiras do agronegócio, nos
últimos doze meses, atingiram resultado recorde
somando US$ 99,59 bilhões, o que representou
crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período
do ano anterior. As importações reduziram 6,5%
no ano e somaram US$ 16,52 bilhões no período,
resultando em um saldo positivo recorde de US$ 83,07
bilhões. As informações são da Secretaria de Relações
Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (SRI/Mapa).
“Nossa produção nos campos, seja devido às
pesquisas ou ao alinhamento entre governo e
iniciativa privada, há tempos se tornou exemplo de
competitividade e eficiência. Quando o assunto é
exportação, há anos a balança comercial agropecuária sustenta o saldo positivo do Brasil”, afirmou o ministro da Agricultura,
Antônio Andrade.
Os produtos que mais contribuíram para o crescimento de US$ 3,98 bilhões foram os de origem vegetal, responsáveis por
84,2% da expansão. Entre os setores, destacaram-se em termos de contribuição para o crescimento: cereais, farinhas e preparações
(alta de US$ 4,61 bilhões); complexo soja (+US$ 912,74 milhões); complexo sucroalcooleiro (+US$ 694,90 milhões) e carnes (+US$
411,32 milhões).
O principal segmento, em termos de valor exportado, foi o complexo soja com US$ 26,57 bilhões, representando elevação
de 2,1% em relação ao período anterior. A expansão de 10,2% do preço médio superando a queda de 7,4% nos embarques foi
determinante para o resultado. O setor sucroalcooleiro foi o segundo em valor exportado, alcançando US$ 16,49 bilhões. As
vendas de açúcar foram responsáveis por 85,2% (US$ 14,05 bilhões).
A China foi o principal destino das exportações brasileiras, somando US$ 19,14 bilhões. As vendas para os Estados Unidos,
segundo principal destino, aumentaram US$ 796,09 milhões. A Coreia do Sul foi o país que mais contribuiu para o crescimento
das vendas externas, com expansão de US$ 1,15 bilhão (71,4%).
Fonte: Mapa
Sobre a BRF
A BRF, criada em 2009 a partir da associação entre Perdigão e Sadia, atua nos segmentos de carnes (aves, suínos e bovinos),
alimentos industrializados (margarinas e massas) e lácteos, com marcas como Perdigão, Sadia, Batavo, Elegê, Qualy, entre outras. É uma
das maiores companhias de alimentos do mundo, terceiro maior exportador brasileiro e responsável por 20% do comércio mundial de
aves. A companhia registrou faturamento de R$ 28,5 bilhões em 2012, e tem cerca de 115 mil funcionários.
Fonte: Assessoria de Imprensa BRF
5,7 milhões de frangos por dia no Paraná
Depois de um início fraco, 2013 finalmente começa a acenar dias melhores para a avicultura paranaense. Pela primeira vez, o
balanço do ano revela variação positiva dos números de produção. Dados divulgados pelo Sindiavipar, sindicato que representa
o setor no estado, mostram que, entre janeiro e abril, as indústrias paranaenses abateram 478 mil aves. O crescimento ainda é
pequeno, de apenas 1%, mas reverte a tendência de queda registrada até março. No primeiro trimestre, a variação era negativa, de
2,2%. Os abates diários ainda não recuperaram os níveis pré-crise, mas sinalizam o início de um processo de recuperação, defende o
presidente do Sindiavipar, Domingos Martins. No início de 2012, eram abatidas no Paraná mais de 6 milhões de cabeças de frango por
dia. No mês passado, foram 5,7 milhões de aves/dia. “Acredito que a partir deste quadrimestre os números vão começar a melhorar.
Não teremos crescimento chinês, mas vamos crescer pelo menos o triplo do PIB”, arrisca. Com a demanda externa desaquecida, o
avanço deve ser sustentado pelo mercado interno, segundo o dirigente. Ele contesta os números da UBABEF, entidade nacional
de representação do setor, que indica uma retração no consumo doméstico no ano passado. “Essa estimativa de 45 quilos per
capita considerava que se a crise continuasse apertando poderia encarecer o produto e diminuir o consumo, mas isso não ocorreu”,
sustenta Martins.“Nosso mercado interno é muito vigoroso”, reforça. O mercado externo, por outro lado, segue demandando menos.
Entre janeiro e abril, o Paraná exportou 345 mil toneladas de carne de frango, 7,6% abaixo do volume embarcado no primeiro
quadrimestre de 2012. Já o faturamento do setor com as vendas externas caminhou na contramão e aumentou 1,6%, para US$ 688,9
milhões.
Para fora
345 mil toneladas de carne de frango foram exportadas pelo Paraná até abril, 7,6% abaixo de 2012. Os embarques renderam ao
setor US$ 688,9 milhões, 1,6% mais que no ano passado.
Fonte: Gazeta do Povo
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Notícias
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Novo recorde nas exportações das cooperativas
As exportações das cooperativas brasileiras alcançaram o recorde de US$ 1,838
bilhão no primeiro quadrimestre deste ano, 9,8% mais que em igual intervalo de
2012, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (Mdic). As importações caíram 0,7% na mesma comparação, para US$ 68,5
milhões.
O açúcar refinado, carro-chefe da paulista Copersucar, liderou os embarques
entre janeiro e abril. No total, as vendas do produto ao exterior renderam US$ 469,5
milhões, ou 25,5% do total exportado pelas cooperativas. Em seguida aparece a carne
de frango, com vendas de US$ 210 milhões (11,5% do total) e açúcar bruto, com US$
199 milhões (10,8%). Outros destaques da pauta no quadrimestre são o café em grão,
cujas exportações, puxadas pela mineira Cooxupé, foram de US$ 197 milhões, etanol,
com US$ 152 milhões, e farelo de soja, com US$ 139 milhões.
Os dados do Mdic mostram que 108 cooperativas de 17 Estados do país
realizaram exportações no primeiro quadrimestre. Os embarques das cooperativas de São Paulo alcançaram US$ 801,3 milhões,
ou 43,6% do total, seguidos pelas vendas dos grupos do Paraná (US$ 443,2 milhões), de Minas Gerais (US$ 178,6 milhões), e de
Santa Catarina (US$ 128,9 milhões).
As exportações de produtos de cooperativas brasileiras chegaram a 124 países nos quatro primeiros meses deste ano, segundo o
Mdic. Os Emirados Árabes Unidos foram o principal destino das vendas, com US$ 216,5 milhões, ou 11,8% do total. EUA, com US$ 161,4
milhões, e China, com US$ 138,8 milhões, também estão entre os maiores compradores.
Fonte: Valor Econômico
JBS compra planta da BRF no interior gaúcho
por R$ 200 milhões
A JBS firmou, por meio de sua subsidiária JBS Aves, um
contrato com a BRF para a aquisição, por R$ 200 milhões, de
unidade de suínos localizada no município gaúcho de Ana
Rech. O ativo, que inclui também granjas, havia sido dado
à BRF como garantia de uma dívida pela francesa Doux
Frangosul, em 2011.
Pelo contrato, a JBS também se compromete a adquirir
ativos biológicos (cerca de 491 mil suínos) e a Granja André
da Rocha, localizada em Nova Prata (RS).
A unidade é considerada uma das mais eficientes pelo
setor, pelo parque industrial e pela cadeia de fornecimento,
com 700 produtores integrados.
Fay, que esteve em Porto Alegre, esclareceu que o Cade
ainda não teria determinado um prazo para efetivar a transferência da unidade. O executivo explicou que o abatedouro, cuja
produção se destina principalmente ao mercado externo, foi transferido ao grupo brasileiro, mas sem a alienação do bem. Fay
afirmou que a dívida foi executada, porém os ativos não. A Doux, que acabou repassando plantas de frango ao JBS, em 2012,
devido à crise financeira, tomou R$ 80 milhões da BRF.
A companhia paulista, que é líder em abate de bovinos, firmou acordo em maio de 2012 para assumir os ativos ligados a
frangos da Doux.
O executivo informou que a unidade não processa 100% da capacidade, com abates hoje de 2,6 mil animais ao dia. No
estado, a BRF tem plantas de suínos em Lajeado e Marau, somando com Ana Rech, potencial para processar 6 mil suínos
diariamente, líder local em volume. O presidente da companhia informou que a unidade atrai proposta de grupos com atuação
no Rio Grande do Sul.
Fonte: Valor Econômico
Projeto visa mapear a situação dos resíduos
gerados nas cadeias produtivas
Iniciando as atividades de 2013, a Articulação da Rota Estratégica para o Futuro da Indústria Paranaense, do Setor de Biotecnologia
Animal, abriu as discussões para elaboração de um novo projeto chamado “Valor Econômico dos Resíduos e Subprodutos da Indústria
Animal”. Moderado pela equipe técnica dos Observatórios Sesi/Senai/IEL do Sistema Fiep, a proposta da articulação setorial consiste
em promover a interação entre representantes do setor produtivo, academia e governo a fim de consolidar ações e projetos que
possam auxiliar no desenvolvimento sustentável do setor de biotecnologia animal do Paraná. O objetivo do grupo é diagnosticar a
situação em que se encontram os subprodutos gerados pela produção das cadeias agroindustriais do estado.
Em um primeiro momento serão codificadas as atuais circunstâncias para posteriormente identificar alternativas para uma
indústria sustentável. Participam do projeto representantes da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA), Organização das
Cooperativas do Estado dParaná (OCEPAR), Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Instituto
Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), Universidade Unioeste, Embrapa Suínos e Aves, Embrapa Florestas,
Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), entre outros.
A intenção é que, com base nos resultados obtidos, as informações sejam compiladas e fiquem à disposição das Instituições
de Ensino Superior, que por meio da elaboração de outros projetos também possam contribuir para o desenvolvimento de novos
processos e produtos que visem o aproveitamento sustentável dos resíduos.
O processo em fase inicial pretende em breve definir o setor que será objeto de estudo. Segundo a pesquisadora responsável pela
articulação da Rota Estratégica de Biotecnologia Animal, Adriane Bainy, “Ainda não definimos, mas é possível que seja o setor avícola”.
Resíduos e Subprodutos A importância da discussão levantada pelo projeto é indiscutível para a avicultura do estado. Para se ter uma
ideia, com base em informações divulgadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o rendimento de um abate
oscila entre 72% a 82%, dependendo da estratégia de comercialização.
Isso significa que o abate gera uma grande quantidade de resíduos e subprodutos,sendo importante para todo o processo industrial a reciclagem
e reutilização dos mesmos, tanto em questões econômicas como para a redução do impacto ambiental da produção. Já existem algumas normas
estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quanto à destinação dos resíduos e subprodutos de origem animal.
Pois esta é, atualmente, uma das maiores preocupações do ministério e a cobrança por uma indústria sustentável cresce a cada dia.
As restrições não são impostas apenas pelos órgãos fiscalizadores, mas também pelos consumidores preocupados com o meio
ambiente. Segundo a Embrapa, entre os principais produtos gerados a partir dos resíduos da indústria avícola estão as farinhas de
pena, sangue, vísceras, carne e óleo. Já os subprodutos gerados no processo de abate são pele, gordura e carne mecanicamente
separada (CMS), que podem ser utilizados na produção de embutidos. Segundo Adriane, a pesquisa do grupo de trabalho que trata da
temática de meio ambiente da Articulação da Rota Estratégica de Biotecnologia Animal visa em um primeiro momento estudar apenas
um setor, mas será o primeiro passo para desvendar as dificuldades atuais dos resíduos gerados pelas cadeias produtivas de origem
animal e pode, futuramente, inspirar novos estudos sobre outros setores, além de abranger outras questões.
Saiba mais sobre o projeto de articulação setorial no blog:www.fiepr.org.br/observatorios/biotecnologia-animal
Fonte: Fiep/Sesi/Senai/IEL
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Notícias
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Índia pode ser maior exportadora de carne
bovina em 2013
Percentual menor de biodiesel em combustível
preocupa indústria
O Brasil retomou no último ano o posto de maior exportador
mundial de carne, mas vem ganhando a concorrência cada vez
mais forte de um país com pouca tradição no setor: a Índia.
Dados compilados pelo Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos mostram que o Brasil exportou no ano passado
1,5 milhão de toneladas de carne, retomando o posto de
maior exportador que havia perdido em 2011 para a Austrália,
cujas exportações no ano passado ficaram em 1,41 milhão de
toneladas.
A novidade na compilação do órgão americano é o
crescimento acelerado da Índia, que exportou no ano passado
4 mil toneladas a mais de carne que a Austrália e se colocou na
segunda posição do ranking de exportadores. Para este ano, a
previsão é de que a Índia assuma a liderança, com exportações
estimadas em 1,7 milhão de toneladas, contra 1,6 milhão do
Brasil e 1,47 milhão da Austrália.
Apesar disso, levantamentos feitos pela BBC Brasil indicam que a ascensão da Índia no mercado de exportação de carnes não vem
afetando a lucratividade do setor no Brasil.
Segundo a Abiec, os exportadores brasileiros bateram o recorde de receita no ano passado, com US$ 5,77 bilhões, superando em
6,8% o recorde anterior, estabelecido em 2008, apesar de uma redução no volume em relação ao pico registrado em 2007, com 1,62
milhão de tonelada.
Dados do Ministério do Comércio da Índia mostram que as exportações de carne do país no ano fiscal de 2011-2012 (de abril a
abril) geraram uma receita de US$ 2,9 bilhões. Nos seis primeiros meses do último ano fiscal, a receita foi de US$ 1,4 milhão. O governo
indiano não tem os dados de receita compilados pelo ano do calendário, de janeiro a dezembro.
A produção total indiana é de menos da metade da produção brasileira, mas como o mercado interno no país é bastante reduzido,
a maior parte dessa produção é destinada à exportação. A Índia já produz mais do que a Argentina, por exemplo.
De acordo com o diretor-executivo da Abiec, Fernando Sampaio, a ascensão da Índia não preocupa os produtores brasileiros,
porque os dois países não competem pelos mesmos mercados. O Brasil não atende o mesmo mercado que a Índia por causa do preço.
Mesmo se o Brasil quisesse competir nesses mercados, não valeria a pena. Não é viável vender a carne pela metade do preço só para
poder competir com a Índia.
Sampaio observa que a Índia exporta principalmente carne processada para embutidos, vendida primordialmente para países
muçulmanos no Oriente Médio e na Ásia.
A quase totalidade das exportações indianas é de carne de búfalo, considerada de menor qualidade. As vacas são consideradas
sagradas no país e têm o abate proibido, mas os búfalos não têm a mesma proteção legal.
Segundo ele, mesmo com o crescimento das vendas indianas, os maiores competidores da carne brasileira no exterior continuam
sendo a Austrália e os Estados Unidos (quarto maior exportador, com 1,1 milhão de toneladas em 2012).
Ele aponta mercados consumidores de produtos de alto valor, como Japão, Coreia do Sul e União Europeia, como principal objetivo
para os exportadores brasileiros.
Ao contrário das exportações brasileiras, que no último ano cresceram também 13,8% em volume em relação ao ano anterior,
as exportações australianas e americanas mostram uma tendência de estabilização nos últimos anos, por conta de limitações para a
produção interna.
Tanto a Austrália quanto os Estados Unidos sofreram nos últimos anos com secas prolongadas em áreas de criação de gado e
outros problemas que limitaram o crescimento da produção, como a alta dos preços da ração animal e a restrição do espaço para pasto.
Sampaio afirma que ao contrário dos principais concorrentes do país, que não têm mais para onde crescer, o Brasil tem espaço,
tem água, tem capacidade de ampliação da indústria sobrando. Com o aumento previsto da demanda mundial, o Brasil tem mais
capacidade para sair ganhando.
Fonte: BBC Brasil, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Cresce a preocupação entre as empresas que produzem biodiesel no país de que a
Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) opte por elevar o
percentual de mistura do produto no diesel de 5% para 6%, e não para 7%, que já era
dado como certo. Até 2020, a expectativa é que o percentual chegue a 20%.
Segundo uma fonte ligada a uma empresa produtora, “não há motivo algum
que justifique a alta para 6% e não 7%”, uma vez que há oferta disponível. Em
relatório divulgado em março, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos
Vegetais (Abiove) divulgou que a ociosidade na capacidade instalada das fábricas
de biodiesel chegava a 60%.
Em 2012, o país produziu 2,71 milhões de metros cúbicos de biodiesel e, em 2011,
2,67 milhões de metros cúbicos. “Temos condições de segurar o abastecimento se a
mistura passar para 7% mesmo sem investimento, apenas com a capacidade instalada”,
diz o relatório.
A Abiove lembra também que, pela primeira vez na história, o Brasil será o maior
produtor de soja no ano. “O país deverá produzir mais de 82 milhões de toneladas
de soja, dos quais 38 milhões serão processados em fábricas esmagadoras. Com isso,
haverá disponibilidade recorde de 7,4 milhões de toneladas de óleo de soja, suficiente
para garantir o aumento da participação de biodiesel na matriz de transportes
brasileira sem prejuízo do consumo alimentar, industrial ou das exportações”, diz
relatório.
Atualmente, 76% do biodiesel produzido no Brasil tem a soja como matériaprima, seguida de 17% de sebo bovino e 4% de óleo de algodão. Em termos de dependência energética, diz a Abiove, a maior
inserção do biodiesel reduziria a necessidade de importação de diesel mineral, ao menos no curto e no médio prazos. Hoje, essas
importações representam cerca de 20% do consumo interno de diesel.
A ANP informou que não comenta rumores de mercado e que as políticas ligadas ao biocombustível são de responsabilidade do
Ministério de Minas e Energia.
Fonte: Valor Econômico
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Notícias
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Homenagens
A Martec Solução em Moagem e o Grupo Baltazar de Castro completam 34 anos de união e parceria.
O diretor comercial da Martec Solução em Moagem, Salvador J. Grecco, entregou aos diretores das empresas
ligadas ao Grupo Baltazar de Castro, uma placa alusiva a este feito. A homenagem aconteceu durante 8ª FENAGRA e
3ª EXPO PET FOOD.
Outra empresa agraciada foi a Granvitória, do ramo de graxaria. A placa alusiva foi entregue aos diretores: Gilberto
Villas Filho e Júlio Villas (um grande incentivador para o início da carreira de Grecco, no ano de 1978).
A Martec se posiciona hoje como uma das maiores empresas no fornecimento de chapas perfuradas, peneiras
para moinhos e martelos. No momento, se destaca pelos Moinhos T-100 e Arrazo 100, para a moagem de farinha de
carne e manutenção de fábricas de ração pet food, atendendo todo o Brasil e Mercosul.v
Pedro Bittar, Baltazar Jr, Salvador Grecco, Adelino Leite e Baltazar Neto.
Bruno Freitas, Rogério e Salvador Grecco.
Bruno Freitas, Salvador Grecco e Edmar Stival.
Julio Villas, Gilberto Villas Filho, Salvador Grecco, Marcos Paulo, Klaus e Jocelito.
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Em Foco 1
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8ª
SUPERA AS EXPECTATIVAS
Sediado em Valinhos, na região de Campinas (SP), o evento teve
um público três vezes maior do que a edição passada. Destaque
para o seu perfil técnico, a FENAGRA novamente comprovou a sua
importância e contribuição para o fortalecimento e crescimento do
setor brasileiro de Reciclagem de Resíduos de Origem Animal
Por: Lia Freire
R
ealizada entre os dias 24 e 25 de abril, no espaço Via Áppia,
em Valinhos, região de Campinas (SP), mais uma vez a FENAGRA
– Feira Internacional das Graxarias reuniu o setor para apresentar
as principais tecnologias, novidades e tendências do setor de
Reciclagem de Resíduos de Origem Animal, que atendem as
necessidades de diferentes ramos da indústria, dentre elas: de ração
animal, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, biodiesel etc.
Empresas como Aboissa, Falcon, GB Engenharia, Uniamerica,
Aligra, Fast, Razzo,Thor, Martec, Grande Rio, Argus, Grupo Braido, LDS,
Dux, Pemercar, Chibrascenter, Anhembi, Gratt, Tech Advance, Julian,
Secamaq, Valthermo, Haarslev, entre outras, estiveram com seus
stands, totalizando em 89.
Em paralelo à FENAGRA aconteceram o XII Congresso Brasil
Rendering,realizado pela ABRA – Associação Brasileira de Reciclagem
Animal, em conjunto com o SINCOBESP – Sindicato Nacional dos
Coletores e Beneficiadores de SubProdutos de Origem Animal; e a
3ª EXPO PET FOOD, que trouxe os principais fornecedores de rações,
equipamentos, embalagens, insumos e demais itens voltados à
nutrição animal, além do V Congresso Internacional e o XII Simpósio
sobre Nutrição de Animais de Estimação, ambos organizados pelo
CBNA – Colégio Brasileiro de Nutrição Animal.
“A cada edição procuramos aprimorar o nosso evento para
produtos brasileiros para o México está temporariamente fechada
até que sejam resolvidas as questões relacionadas às barreiras
comerciais entre os dois países.
OUTRAS NOVIDADES DA FENAGRA
atender com excelência o setor, sermos referência, além de uma
importante plataforma de lançamentos, novidades e informações
que envolvam o mercado de Reciclagem de Resíduos de Origem
Animal. Pelo feedback dos participantes e resultados alcançados
na feira, acreditamos que estamos no caminho certo”, afirma Daniel
Geraldes, diretor da Editora Stilo, responsável pela realização da feira.
PROJETO COMPRADOR
Durante a 8ª FENAGRA, empresários das indústrias brasileiras
de Reciclagem Animal puderam apresentar suas empresas e seus
produtos para compradores da Malásia e do México. A vinda
destes representantes faz parte do Projeto Comprador, que está
sendo promovido entre a ABRA e a APEX-Brasil - Agência Brasileira
de Promoção de Exportações e Investimentos, através de um
convênio firmado entre as entidades para ampliar as exportações
das farinhas e gorduras de origem animal. Várias toneladas de
farinhas de origem animal foram vendidas para os compradores
da Malásia que ficaram entusiasmados com a grande capacidade
de produção, inovação e a qualidade dos produtos do Brasil. Os
representantes do México também ficaram surpresos com a
qualidade e a tecnologia que o Brasil usa para produzir as farinhas
e gorduras de origem animal. No entanto, a exportação dos
Além da mudança do evento, que deixou de ser realizado em
São Paulo para acontecer em Valinhos, região de Campinas (SP),
outro diferencial nesta edição foi o oferecimento do coffee break
aos visitantes da feira (até a edição passada era exclusivo aos
participantes dos congressos). Foi um momento a mais para que
visitantes, expositores e congressistas se reunissem para trocar
informações, fazer contatos, apresentações ou simplesmente
confraternizar.
Mais uma novidade neste ano, foi o jantar que aconteceu no
Campinas Hall e patrocinado pela empresa norte-americana Kemin,
oferecido no primeiro dia do evento aos expositores.
E, a próxima edição da FENAGRA já está programada, será em
abril de 2014. Aguardem mais novidades e informações!
Confira o que os expositores apresentaram na edição 2013 da
FENAGRA.
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ALIGRA
Já se vão quatro décadas desenvolvendo soluções em argila
para o branqueamento de sebo e a Aligra, desde então, vem
acompanhando as novas necessidades e exigências do mercado.
Seus mais recentes produtos foram levados para a FENAGRA,durante
a última edição, realizada entre os dias 24 e 25 de abril. São eles: Argila
Touro – Ativada/Aditivada para atender os processos industriais de
branqueamento de sebo e rerrefino de óleos minerais, oferecendo
uma melhor filtragem e desodorização, obtendo, segundo o
fabricante, um excelente branqueamento; e a Argila Touro – DX,
100% natural, extraída de jazida recém-explorada. “Apesar de não
sofrer alterações industriais, obteve resultados diferenciados, tanto
na clarificação como na filtragem dos processos de branqueamento
de sebo e de rerrefino de óleos minerais”, explica Mauro Yasto Saiki,
acrescentando ainda que este produto vende bem e tem um ótimo
custo-benefício, além do excelente desempenho.
ABOISSA
Há 26 anos, a Aboissa acompanha a trajetória e evolução da
indústria brasileira de resíduos, buscando agregar valor aos serviços
prestados, não apenas através da qualificação de seu pessoal, mas
também por meio do suporte ao desenvolvimento técnico dos
clientes. Nesta edição da FENAGRA, a empresa convidou alguns
parceiros para participar do seu stand. “Trouxemos a Technipes e a
Gianazza, ambas de origem italiana, país berço de grandes avanços
tecnológicos.A primeira é uma das líderes mundiais em soluções para
ensaque, atendendo grandes demandas com um excelente custo x
benefício e tecnologia de ponta. Já a segunda, tem mais de 100 anos
de história e é uma das principais provedoras de engenharia para
oleoquímicos, agregando valor ao sebo e à glicerina, oferecendo
oportunidades para a comercialização no exterior”, explicou Victor
Barbieri, profissional da Aboissa. A empresa apresentou também a
Greenfarm CO2 Free. “É uma iniciativa inovadora que acreditamos
auxiliará na ruptura da associação negativa ao trabalho realizado
pelas graxarias, já que estas são na realidade grandes parceiras do
meio ambiente, processando resíduos que seriam descartados de
maneira inadequada. Apostamos que colocar um selo verde como
o da Greenfarm junto à sua marca é divulgar o compromisso com o
meio ambiente”, reforça Victor.
ARAUTERM
Desenvolvedora de equipamentos para sistemas térmicos, a
empresa oferece caldeiras e aquecedores, que compõem uma ampla
linha para todos os fluídos térmicos que a indústria possa precisar.
“Os nossos equipamentos seguem uma constante atualização e
busca pela eficiência térmica, o que assegura economia de energia
e redução de emissões atmosféricas”, explicou Jorge Rosa, gerente
comercial. Em 2004, a Arauterm firmou acordo com a companhia
belga, Vyncke, visando transferência de tecnologia para queima
de combustíveis sólidos e produção de equipamentos de alta
performance, atendendo desde então, as necessidades de projetos
mais complexos.
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Em sua segunda participação como expositora da FENAGRA, a
Arauterm analisa a feira como um evento técnico de alta qualidade.
“Trata-se de um evento pequeno, porém de ótima qualidade e
realmente focado na prospecção de negócios. No ano passado após
a nossa participação fechamos importantes negócios, esperamos
que neste ano, este feito se repita”, almeja Jorge.
AUTOMAC_DUPPS
“Na feira, evidenciamos os bons resultados que os nossos
equipamentos vêm apresentando nas empresas brasileiras e como
isso pode trazer vantagens competitivas para os clientes. Com as
prensas da marca Dupps, os clientes alcançam teores de extração de
gordura nunca antes alcançados”, afirmou Leandro Ferreira, diretor
da Automac, parceira local da Dupps.
As prensas de parafuso de alta pressão Dupps Pressor estão
disponíveis em uma ampla gama de tamanhos e configurações,
para atender a todas as aplicações; desde a maior máquina, com um
eixo de 33cm (13 pol.) para um maior volume de processamento
e melhor capacidade de alimentação para materiais macios e
difíceis de prensar, até um modelo compacto e eficiente de 18cm
(7 pol.), ideal para instalações menores que precisam de apenas
680 kg (1.500 lb.) de material prensado por hora. As máquinas
estão disponíveis com potências entre 60 a 300 CV e diversas
configurações.
Leandro aprovou a mudança da feira para a região de Campinas,
o que contribuiu para que o seu stand recebesse um maior número
de visitantes, porém, na sua opinião, faltaram opções de hotéis e
restaurantes próximos ao Via Áppia.
CHIBRASCENTER
Especializada em fornecer soluções ao processamento de
subprodutos de origem animal, além de várias outras aplicações
industriais, a Chibrascenter destacou o seu coagulador de sangue,
que oferece baixo custo e excelente resultado, segundo o fabricante.
“O setor atualmente está muito preocupado com o destino do
sangue, devido o número elevado de abate observado nos últimos
anos. Oferecemos soluções práticas e econômicas, transformando
o que seria problemático em algo rentável, além de benéfico para
a natureza. Nossos equipamentos têm passado por constantes
evoluções tecnológicas, inclusive com a utilização de materiais
nobres e a incorporação de dispositivos eletrônicos que trouxeram
maior automação e segurança aos operadores, bem como, melhor
performance de operação”, pontuou Wilson Moreno, diretor
comercial, que comemorou a visita de profissionais internacionais,
vindos de diferentes regiões, como Argentina, Chile e Venezuela,
além é claro, de seus parceiros e clientes brasileiros. “Diferente da
edição de 2012, esta se destacou pela quantidade de visitantes e, o
mais importante, a qualidade foi mantida!”
DUX
Representando há três anos a tecnologia canadense, que
tem mais de três décadas de experiência em controle de odores,
para todos os processos industriais, a Dux disponibiliza soluções
específicas, de acordo com os tipos de gases produzidos. Dentre os
produtos oferecidos estão os sistemas para ETEs, para tratamento
e processamento de resíduos e controle de poluição por odores
industriais. “Diferentemente dos agentes mascarantes, o processo
de ação resulta em compostos orgânicos, capazes de reagir
quimicamente com as moléculas odoríferas e degradá-las até
formas estáveis e inodoras”, explica Caio de Santi, gerente comercial.
A Dux pretende aumentar a sua atuação no mercado de graxarias e,
por isso, a sua participação na FENAGRA foi uma importante decisão.
“Realizamos contatos e pudemos nos aproximar ainda mais do
setor graxeiro, entender as suas necessidades e exigências. Também
nos chamou atenção a qualidade do público. Visitaram a FENAGRA,
profissionais que são responsáveis por decidirem os negócios, o
que tornou a nossa participação no evento, ainda mais proveitosa”,
analisou Caio.
EUROTEC
“Além de apresentarmos nossos tradicionais produtos e
programas de trabalho para qualidade das rações, farinhas e óleos
de nossos clientes, trouxemos uma nova linha de antifúngicos
desenvolvida especificamente para o mercado Pet Food, que
mantém estável a atividade de água, não deixando a umidade
livre escapar facilmente e, portanto, há uma proteção extra contra
o crescimento fúngico, o que acarreta no aumento do valor
nutricional, da palatabilidade e de proteção dos produtos de nossos
clientes”, explicou Guillermo Vieira, diretor comercial para a América
Latina.
A mudança do evento para Valinhos trouxe grandes benefícios
para os congressistas, expositores e visitantes, como facilidade de
deslocamento e hospedagem, segundo opinião do Guilhermo.
“Além disto, pelo fato de grande parte das indústrias do setor estar
situada no interior do Estado, possibilitou a presença de novos
participantes de grande representatividade no mercado. Para a
Eurotec, a presença como expositor foi muito positiva, pois nos
permitiu contato com nossos parceiros comerciais e prospectarmos
novas relações a fim de mantermos nosso crescimento.”
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Em Foco 1
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FALCON
A nova empresa de aditivos apresentou-se ao mercado durante
a FENAGRA 2013. Na realidade, a companhia já nasce como uma
das maiores fabricantes de aditivos do Brasil, uma vez que foi
formada a partir da aquisição, por um grupo de investidores, da
divisão de aditivos da Nutract. “A Falcon inicia sua jornada rumo
à internacionalização, atendendo as principais agroindústrias
do Brasil. Para os nossos clientes, pouca coisa muda, visto que
estamos com a mesma equipe, princípios e valores de atuação. No
entanto, teremos um respaldo maior para buscar novos mercados,
desenvolvermos novos produtos etc. Agora, com uma única divisão,
a de aditivos, estaremos 100% focados neste setor”,afirmou Mauricio
Marcos Junior, consultor técnico e comercial.
Com fábrica em Mato Grosso do Sul,100% automatizada,visando
alta produtividade e qualidade, a Falcon oferece uma completa
linha de antioxidantes, eliminadores de salmonella, antifúngicos e
antiespumantes, este último, é o primeiro do mercado a ter registro
para o uso em farinhas.
Mauricio reafirmou a sua opinião sobre a participação na
FENAGRA, “É imprescindível estar presente no maior e mais
importante evento do setor da América Latina, por isso, participamos
desde a primeira edição. A FENAGRA se destaca como uma
referência no setor de processamento de subprodutos de origem
animal e essa edição foi surpreendente.”
FAST
A empresa, que atua no tratamento de resíduos para graxarias
e efluentes, destacou durante a FENAGRA 2013 o seu Decanter
Centrífugo, que apresenta grande eficiência na separação de
misturas e na recuperação para reaproveitamento das substâncias
processadas, desempenhando um trabalho contínuo, ininterrupto
e totalmente controlado através de um quadro de comando.
“Dentre as vantagens oferecidas pelo nosso decanter estão: o
controle da porcentagem de umidade do produto sólido e de
finos no produto líquido; proteção contra excesso de alimentação
e contra sobrecarga; removedor automático do produto sólido;
melhor custo x benefício e menor potência instalada”, pontuou
Leonardo Baretta, do departamento comercial, lembrando que a
empresa já é parceira de várias graxarias brasileiras e, portanto, a sua
participação na FENAGRA visa reforçar a sua forte presença no setor,
além da oportunidade de realizar novos contatos, atualizar-se sobre
as tendências e necessidades do mercado e reencontrar antigos
clientes.
GB ENGENHARIA
Soluções para o controle de emissões atmosféricas em graxarias,
abatedouros e frigoríficos foram apresentadas aos visitantes da
FENAGRA, pela GB Engenharia, que há 15 anos atua no mercado,
desenvolvendo projetos personalizados para atender a cada
demanda.“Houve um aumento significativo na procura por soluções
de engenharia que visam controlar as emissões atmosféricas. Este
aumento na demanda se deve em parte em virtude do maior rigor
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Em Foco 1
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dos órgãos ambientais e devido a efetiva conscientização das
empresas, particularmente no mercado formado pelas graxarias.
Estamos bastante otimistas quanto ao futuro dos negócios”,
analisou André Gunther Berg, diretor da empresa.
A GB Engenharia projeta e desenvolve sistemas para transporte,
cozimento, prensagem e moagem de resíduos, visando a integração
dos processos e buscando soluções eficientes que garantam ótimo
custo-benefício, sempre respeitando as normas regulamentares
vigentes.“Após um trabalho de consultoria e análise, apresentamos
quais as melhores possibilidades e tecnologias para a neutralização
de odores e adequação de seus efluentes para descarte ou reuso
na empresa”, explica André.
GRANDE RIO
Este ano, a proposta apresentada no stand da Grande Rio
Reciclagem Animal foi destacar a importância das atividades das
empresas recicladoras, não só no sentido de preservar o meio
ambiente, mas também com relação aos negócios gerados. Com
o mote “Se nós não existíssemos como seria o meio ambiente...”,
a empresa montou em seu stand o “lado negativo”, destacando o
caos e o lixo que se formariam se não houvesse o trabalho das
recicladoras e o “lado positivo”, evidenciando o resultado e os
benefícios desta atividade. A empresa desenvolve um importante
trabalho de educação ambiental, em escolas e empresas, inclusive
com a criação de jogos para disseminar a ideia e o conceito da
reciclagem nos segmentos de osso, sebo e óleo de fritura usado.“A
conscientização ambiental ganha força no Brasil. Todos que fazem
parte da cadeia de negócios estão mais atentos para a destinação
adequada de resíduos de origem animal e vêm buscando as
melhores soluções. O setor está se profissionalizando ano após
ano”, declarou Alessandra Caline, que aproveitou a ocasião para
destacar a importância da FENAGRA para o mercado brasileiro.“A
feira a cada edição fica melhor e ganha mais representatividade.
Hoje o evento é uma importante vitrine para o mercado brasileiro.”
fabricante para estar próxima do setor de graxarias.
HAARSLEV
Apresentar a sua estrutura mundial, a nova fábrica na
China, além de seus sistemas e máquinas, tais como, moinhos,
grandes secadores de discos, evaporadores, digestores bateladas,
digestores contínuos, plantas de baixa temperatura, dentre outros
equipamentos e soluções estavam entre as propostas da Haarslev,
que mais uma vez expôs na FENAGRA. “A feira em volume de
pessoas foi excelente, percebemos uma grande participação das
pessoas de frigoríficos, principalmente os que decidem compras.
Quanto ao local, duas observações temos a fazer: a primeira é que
não havia no pavilhão acesso à internet e em muitos lugares os
telefones celulares não funcionavam, o que para os vendedores era
uma situação bastante ruim”, analisou Orlando Torelo Guelfi Neto,
diretor comercial.
JULIAN
Otimista com os números que o mercado vem
apresentando, em virtude da alta do sebo e da farinha, o que
resulta em mais investimentos por parte das empresas, a Julian
acredita numa considerável alavancagem nas vendas de seus
equipamentos. Dentre eles, destacam-se a Prensa Mod. PE - 45,
com capacidade de 4 toneladas/hora, potência 100 CV, eixo
cônico e com regulagem do cone hidráulico manual e a Prensa
PR - 4 para Rúmen, com capacidade também de 4 toneladas/
hora, potência 75 CV e eixo cônico.
Mais uma vez presente na FENAGRA, o diretor da Julian, Pedro
Valdomiro Julian, afirmou que esta edição esteve ainda melhor do
que os anos anteriores. “Foi um sucesso de público. Acredito que a
vinda da feira para a região de Campinas tenha contribuído para
este aumento de visitantes. Aprovamos este novo espaço para a
realização da feira, além disso, chegar até o evento foi muito mais
tranquilo e rápido, sem o trânsito caótico de São Paulo.”
GRATT
LDS
A empresa acompanhou a modernização das graxarias e ao
longo destes 26 anos de atuação, projetou, fabricou e instalou
maquinários, tais como, decanters, secadores, flotadores e
diferentes estações e sistemas de tratamento que realizam o
tratamento de águas, esgotos e efluentes, visando a preservação
ambiental. Equipamentos e sistemas estes que foram apresentados
aos visitantes da FENAGRA. Atualmente, a Gratt atende não apenas
clientes no Brasil, mas também no exterior, como Bolívia, Argentina,
Chile, Angola e demais países. São mais de 1.600 máquinas
instaladas. De acordo com a empresa, sua missão desde o início das
atividades é atender as expectativas e necessidades dos clientes,
com o mais alto padrão de qualidade. A Gratt afirma que estar na
FENAGRA é uma excelente oportunidade para reencontrar clientes
de todas as regiões do país, além de prospectar novos negócios,
inclusive com empresas do exterior, uma vez que o evento tem
caráter internacional. Trata-se de mais uma ferramenta usada pelo
Oferecidos às graxarias, os trituradores, digestores, filtros
prensa, esterelizadores, moinhos e as prensas da LDS foram
destacados e apresentados a todos aqueles que circularam
para FENAGRA. Segundo o fabricante, suas máquinas visam
gerar redução de custos operacionais, mantendo a máxima
produtividade. A empresa também destacou o fato de atuar
em projetos eletrônicos personalizados, de acordo com a
necessidade de seus clientes. Em mais uma ocasião, a LDS reuniu
seus clientes, fez novos contatos e apresentou as suas novidades
ao mercado de graxarias por meio de sua participação no
evento, de onde saiu satisfeita com os resultados obtidos.
MARTEC
Especializada no desenvolvimento de martelos, pinos,
peneiras, moinhos para peneiras e demais itens para a área
de moagem, tendo como proposta oferecer aos clientes
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alta produtividade e um excelente desempenho, a empresa,
que completa 34 anos de atividades atendendo os principais
players do mercado esteve em mais uma edição participando
da FENAGRA e revelou otimismo com os negócios que
futuramente podem ser gerados. “A nossa empresa está em um
ótimo momento e mais uma vez viemos prestigiar a feira como
um de seus expositores, devido a sua relevância para o setor e
consequentemente para os nossos negócios”, destacou o diretor,
Salvador J. Grecco.
PERMECAR
Em constante aprimoramento tecnológico, a Permecar
oferece desde 1974, chapas perfuradas, peneiras de pré-limpeza,
chapas expandidas, canecas para elevadores, martelos, eixos
e separadores para moinhos. “Investimos constantemente em
matéria-prima, tecnologia, em treinamentos e nos processos
de produção com o objetivo de não apenas acompanharmos
as necessidades atuais do mercado, como também, nos
anteciparmos às demandas”, afirmou Márcia Martin, do
departamento de vendas da Permecar. A companhia está em
fase de implementação da ISO 9001, que estabelece requisitos
para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), o que comprova o
seu comprometimento com a questão da qualidade.
Tendo por tradição expor em feiras de negócios, a Permecar
esteve mais uma vez presente na FENAGRA, onde tem tido
a oportunidade ao longo de suas participações de realizar
novos contatos, que acabam gerando negócios futuros, além
de reencontrar parceiros comerciais e atualizar-se sobre as
novidades e tendências do mercado.
SECAMAQ
“Nossa empresa teve o prazer de participar pela primeira
vez da FENAGRA, uma feira técnica, com conceito interessante
e objetivo, voltada para a realização de negócios. Visitaram o
evento, profissionais que são os responsáveis pelas tomadas
de decisões de cada empresa, isso aproxima muito o cliente
do seu parceiro comercial, favorecendo o esclarecimento de
vários pontos importantes”, afirmou João Alberto Forster, diretor
comercial da Secamaq.
Não foram apenas os equipamentos apresentados aos
visitantes, a empresa aproveitou o evento para mostrar a sua
infraestrutura, os processos de rastreabilidade de fabricação de
seus equipamentos, destacou a assistência técnica oferecida,
entre outros aspectos que demonstram o posicionamento
da Secamaq no mercado. “Queremos agradecer todos os
nossos clientes e futuros parceiros que visitaram o stand
durante a FENAGRA e puderam conhecer um pouco de nossa
metodologia e trabalho. Sempre que houver a necessidade de
esclarecimentos no que diz respeito a vapor e óleo térmico,
estaremos à disposição”, ressalta Forster.
TECH ADVANCE
Já se vão duas décadas atuando no segmento de automação
industrial e dezenove anos no mercado pet food. A Tech Advance
oferece controle completo de uma planta industrial, usando para
isso, um único sistema. “O que é mais comum encontrarmos são
sistemas que oferecem automações parciais. O nosso sistema é
completo, faz uma análise geral da fábrica e todo o seu controle.
O acesso, que acontece de maneira ágil e fácil, permite obter
informações, como por exemplo, programação de produção,
relatórios de produtividade, dados do estoque etc. Destacamos
também como importantes diferenciais, o fato de que os
softwares ficam em poder dos clientes e a manutenção do
sistema pode ser realizada de maneira remota”, explicou Homero
Fuser, do departamento comercial, lembrando que a atuação da
Tech Advance visa otimizar e equalizar os orçamentos para a
construção de uma unidade fabril.“Embora tenhamos percebido
uma significativa evolução no uso de soluções em automação
nas indústrias, ainda há muito trabalho a ser feito. Para se ter
uma ideia, de cada 10 unidades fabris a serem instaladas, seis
não têm energia suficiente para funcionar, falta layout, a questão
ambiental é negligenciada, dentre outras falhas, que certamente
afetarão os negócios.”
Em sua segunda participação na FENAGRA e pela primeira
vez com stand próprio, a Tech Advance comemorou os contatos
firmados. “Apenas como sugestão, poderia haver mais intervalos
durantes os congressos, com isso, teríamos ainda mais circulação
na feira”, opina Homero.
THOR
A empresa levou para a feira o seu lançamento do início
deste ano, um digestor batelada, que segundo a Thor, tem forma
construtiva diferenciada, oferecendo um grande rendimento, já
que seu coeficiente de carga passou para 75%, com um eixo de
grande área de troca térmica. “Tais características culminaram
em uma máquina de altíssimo rendimento com potência mais
baixa. Sob patente nr. 016.110.002.280, foi testada e aprovada por
nossos clientes”, justificou Paulo Giovanny Caneda, supervisor da
área técnica comercial.
Participando desde a primeira edição da FENAGRA, a Thor
analisa como fundamental para o mercado a sua realização. “É
um evento que em apenas dois dias nos possibilita encontrarmos
vários clientes e parceiros de todas as localidades.”
UNIAMERICA
Especializada na negociação de matérias-primas estratégicas
entre a indústria de produção de óleos vegetais, oleoquímicos,
químicos, petroquímicos e demais segmentos como o
alimentício, tintas e vernizes, cosméticos, higiene e limpeza,
rações animais e biocombustíveis, a Uniamerica destacou nesta
edição, o seu novo departamento focado na exportação de
proteínas animais e vegetais para o mercado de ração animal.
“O Brasil tem potencial neste ramo de negócio, que é muito
pouco explorado. Acreditamos que isso ocorra, especialmente,
por falta de orientação e informações. Por isso, criamos uma área
específica para oferecermos a orientação necessária e adequada
para a realização dos negócios. Auxiliaremos em toda a parte
burocrática e comercial para a realização da exportação”, explicou
Andrea Gaia.
VALTHERMO
Oferecendo às graxarias, tecnologias, equipamentos e
soluções que visam a economia de vapor durante os processos
de produção, a empresa esteve pela primeira vez participando da
feira e almeja assim aumentar a sua clientela de graxarias.“Temos
muito mercado para explorar quando o assunto é a economia
de vapor, pois há uma grande quantidade de empresas que
ainda não se atentou para esta questão e os benefícios que são
proporcionados, tais como, ganhos na produção e qualidade nos
produtos”, destacou o engenheiro e gerente comercial, Ricardo
Tordin.
Localizada em Valinhos e com 12 anos de mercado, a
Valthermo oferece projeto - sistema de vapor e condensado;
medição de vazão – conceitos e equipamentos; manutenção
em purgadores e válvulas; sistema de vapor para abatedouro;
princípios de transferência de calor, controle e instrumentação.
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Em Foco 2
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Frigoríficos que atendem a
normas sanitárias no abate
mostram cuidados necessários
na produção de carne
O
Canal Rural mostrou flagrantes de irregularidades em
de mais uma etapa, um processo delicado onde os cuidados são
frigoríficos com inspeção estadual e municipal. Empresas que
redobrados.
não respeitam as normas sanitárias, o bem estar animal e o meio
ambiente. No oeste do Paraná, porém, existem abatedouros que
completa. Na sala de abates, os funcionários que preparam os
seguem à risca todas as normas fitossanitárias.
instrumentos também passam pelo processo de higienização.
O frigorífico BrasilFrig, que fica no município de Toledo (PR),
– Higiene pessoal do funcionário que entra nos nossos controles,
tem licença estadual e toma todos os cuidados desde a chegada
higienização da estrutura, instalação, equipamentos, utensílios
dos animais. Antes do abate, os animais ficam em bretes por pelo
também. É importante, por causa da contaminação cruzada.
menos 12 horas em uma dieta à base de água e descansando.
A gente não quer que saia contaminado do frigorífico – diz a
veterinária Andressa Ramires.
– Ele fica estressado, então vai ter que ficar descansando aqui
Nossa entrada só é permitida depois de realizar uma higiene
para reconhecer o ambiente. Trabalha com o bem estar animal,
para a qualidade do nosso produto ser a melhor possível para o
– Até a esfola, onde a gente faz a retirada do couro, chamamos de
nosso cliente final – diz Geciomar de Souza, gerente de produção.
área suja. Porque o couro tem contaminações externas, por isto a
Para o veterinário da Agência de Defesa Agropecuária do
gente chama de área suja. E a área limpa é depois da retirada do
Paraná René Flores, o bem estar animal “influi muito no resultado
couro. Já tem contaminação da carne, por isso tem que ser uma
final da qualidade da carne”.
área mais limpa, por causa da contaminação – explica Andressa.
– A lei fala em 12 horas prévias ao sacrifício, depois descansar,
O local é dividido em área suja e área limpa.
O objetivo é quem sabe um dia chegar ao nível dos frigoríficos
e também em uma dieta hídrica apenas – explica.
com inspeção federal, onde os próprios fiscais do Ministério da
René Flores acompanha o trabalho, que começa com a
Agricultura trabalham controlando toda a linha de produção.
conferência da Guia de Transporte Animal.
Em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR),
– Sem este documento chamado GTA ele não pode ser
visitamos o frigorífico Argus, que abate 400 animais por dia e tem
abatido, é outra lei básica, porque a gente tem que conhecer
inspeção federal, a mais rígida do país, que obedece os critérios
a procedência, a propriedade, o dono e as condições que os
exigidos para exportação.
animais são criados – fala.
A segunda etapa, ainda antes do abate, é conferir o estado em
responsável mais um corpo técnico que trabalha junto ao
que chegaram os animais. Descansados e com a dieta finalizada,
Ministério da Agricultura para fazer este acompanhamento. O
os animais são encaminhados para dentro do frigorífico. É o início
veterinário é uma pessoa que tem formação técnica para poder
– Nós temos, em nosso estabelecimento, hoje, um veterinário
acompanhar, orientar e diagnosticar as possíveis falhas que
acompanhado pela equipe do Ministério da Agricultura que
venham a ocorrer durante o procedimento e corrigir para que se
trabalha dentro do frigorífico.
obtenha, desde a chegada do animal ao estabelecimento onde
– Nós temos a inspeção permanente formada por elementos,
toda a operação é feita, a maior higiene possível. Isso para que se
agentes de inspeção, médicos veterinários, que fazem a inspeção
tenha uma carne de qualidade, respeitando todo o procedimento.
em regime permanente, inclusive aos sábados, animal por animal,
Tanto ao modo como os operários fazem o trabalho, garantindo
víscera por víscera, carcaça por carcaça – fala o veterinário do
a segurança alimentar, quanto com a segurança das pessoas que
Ministério da Agricultura, Luiz Augusto Gasparetto.
também trabalham nestas áreas – fala o diretor executivo da
Argus, Ângelo Setim.
Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, a inspeção é
mais importante que apenas o carimbo.
Para chegar até a área onde desembarcam os animais, é
Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias
preciso colocar a roupa adequada. Calça, botas, avental e touca.
– Inspeção não é carimbo, é uma coisa muito importante. As
Os animais descansam e passam pela dieta hídrica. Antes de
vísceras ficam alinhadas com a carcaça, qualquer vislumbre
serem conduzidos à sala de abates, são banhados em um
diferente nas vísceras, a carcaça vai para análise. Existe um
chuveiro que, além de acalmar, limpa o animal.
controle absoluto e uma permanência perene a fiscalização
O início do abate é realizado com em uma pistola pneumática,
federal – diz.
que deixa o novilho inconsciente para ser sangrado. Depois
disso, os trabalhadores retiram o couro, as vísceras e os miúdos.
mesmos padrões dos frigoríficos que mostrados, o secretário de
Depois a carne passa por uma lavagem, recebe o carimbo do
Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Enio Marques
Ministério da Agricultura e em seguida é encaminhada para a
Pereira, afirma que o governo está trabalhando para garantir a
sala de refrigeração.
liberação de recursos para que os Estados e municípios tenham
capacidade para realizar a inspeção.
A planta do frigorífico ainda conta com uma estrutura toda
preparada para o tratamento dos resíduos. Todo processo é
E para garantir que todos os abatedouros do Brasil sigam os
Fonte: Canal Rural
35
Em Foco 3
34
Novas regras devem custar
R$ 7 bilhões a frigoríficos
A
pesar de evitar atritos com os trabalhadores em seus
vai mudar a realidade de cerca de meio milhão de trabalhadores no
discursos, empresários do setor de abate e processamento de
setor frigorífico, a partir da adoção de novos critérios que preveem a
carnes temem que a Norma Regulamentadora nº 36, que regula
melhoria das condições de saúde e segurança nas indústrias.
as condições de trabalho nas indústrias, traga prejuízos. Um
levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica
no expediente dos trabalhadores de frigoríficos. Pela regra
que as empresas terão que investir R$ 7 bilhões nos próximos dois
atual, o trabalhador só tem direito a uma hora de intervalo para
anos para se adequar à nova norma.
o almoço. Com a NR, terá direito também a pausas durante o
expediente conforme sua jornada de trabalho.
O benefício ao empresariado, segundo o ministro do Trabalho,
O principal ponto de polêmica são os intervalos de descanso
Manoel Dias, que assinou a NR 36, virá por meio do ganho de
produtividade com os funcionários mais empenhados e com
são 60 minutos de pausa. Para a jornada acima de 9h10 minutos, são
saúde melhor, com a diminuição de faltas e licenças médicas.
70 minutos de descanso e para a jornada de 6h, os intervalos variam
de 20 minutos a 60 minutos. Caso a jornada ultrapasse 9h58 minutos,
Durante a solenidade de assinatura da norma, o clima entre
Para os que cumprem jornada diária de trabalho de 8h48 minutos,
empresários e representantes dos trabalhadores era cordial, mas
as pausas devem ser de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados.
distante. Enquanto os funcionários comemoravam e tiravam
Em todos os casos, as horas de descanso devem ser
fotos com Dias, representantes dos empresários se mantinham à
computadas como efetivamente trabalhadas e está vedado o
distância, apenas observando.
aumento do ritmo de trabalho para compensar as pausas.
Apesar disso, o discurso dos empresários mostra-se favorável à
O presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo,
medida.“A NR vem representar o anseio não só de trabalhadores, mas
aproveitou o evento para entregar ao ministro do Trabalho um ofício
também da classe empresarial, de melhoria contínua no ambiente de
que pede explicações do governo sobre a falta de contrapartida
trabalho e segurança jurídica das empresas”,disse o representante da
social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Clovis Veloso.
(BNDES) em relação aos empréstimos e participação nas empresas,
sobretudo, frigoríficos como JBS, Marfrig e BRF.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas
Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins),a nova regulamentação
Fonte: Valor Econômico
37
Em Foco 4
36
Exportações
de aves e
carne correm
em sentidos
opostos
O
setor pecuário, que liderou os ganhos financeiros das
abril, a exportação somou 1,241 milhão de toneladas, queda de
exportações do agronegócio no primeiro trimestre, passa neste
4,93% na comparação anual.
ano por dois movimentos contraditórios que podem afetar sua
posição dentro da balança comercial. De um lado, a produção
das exportações neste ano é o acordo com o governo do México
de bovinos tem embarcado volumes maiores neste ano para
para exportar aves para o país, onde o setor produtivo enfrenta
garantir a receita de exportação e já começa a abater fêmeas
uma crise provocada pela gripe aviária. A diferença pode chegar
para garantir as margens. Do outro lado está a avicultura, cuja
a 200 mil toneladas de frango, dentro das 300 mil toneladas que
renda de exportação tem sido garantida pelos preços mais altos
os mexicanos demandarão do mercado internacional, calcula
e pode ser ampliada com a abertura do mercado mexicano.
o presidente da Ubabef. “O México está se abrindo para aves e
ovos. Isso seria um fato inédito e que estamos tentando há três
O aumento da receita cambial da pecuária, que subiu 7,7%
Segundo Turra, o único fator que pode alavancar o volume
na comparação com os três primeiros meses do ano passado e
anos”, relata Turra.
chegou a US$ 3,9 bilhões neste ano, se deveu principalmente
por conta do aumento do preço do frango, que subiu mais de
no próximo dia 27, segunda-feira, e que alguns frigoríficos
11%. Com isso, as aves representaram 46,5% da receita cambial
brasileiros, como o JBS, já estão sendo sondados, embora ainda
de todas as carnes exportadas.
não haja autorização para a venda das carnes.
Ele informou que uma missão mexicana deve vir ao Brasil
O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef ),
Francisco Turra, argumenta que o preço mais alto do animal é
Bois na contramão
resultado da redução de produção interna, promovida no ano
passado pelos avicultores em crise com a alta dos custos, e pela
redução da demanda interna “em função da crise”. De janeiro a
bilhão com a venda de 443 mil toneladas ao mercado externo, o
Entre os meses de janeiro a abril, o setor faturou US$ 1,9
que representa crescimento de 19,6% e 27%, respectivamente.
os frigoríficos”. Ela prevê que, com uma redução das fêmeas, o
Isso demonstra que o setor bovino encontra-se exatamente na
rebanho pronto para corte só se reduzirá daqui dois a três anos.
direção contrária: as receitas de exportação têm sido garantidas
No entanto, Tonili ressalva que esse “é um movimento que as
pelo volume embarcado em meio aos baixos preços, mas a
empresas têm que prestar bastante atenção”.
perspectiva para os próximos anos é de redução na oferta.
A explicação é que, com os preços menores e os custos de
continuará observando a margem de alta anotada no primeiro
produção crescentes, o pecuarista tem aumentado o abate
quadrimestre, entre 20% a 25%. A a coordenadora técnica da
para garantir receita com maior volume, incluindo nesse balaio
entidade destaca que os frigoríficos têm tentado diversificar
também as suas fêmeas, que são as que garantem a reprodução
os países para os quais exportam e tentado oferecer produtos
de seu rebanho.
com maior valor agregado para garantir aumento na receita.
Para este ano, a Abiec calcula que o volume exportado
Desde o início do ano até abril, o abate cresceu 11%,
Um desses novos mercados é o Chile, que tem aumentado
puxado tanto pela demanda interna como pela externa. Mas
sua participação ano a ano e foi o quinto importador da carne
o abate das fêmeas, segundo o superintendente da Associação
brasileira, que pagou US$ 142,4 milhões por 26,2 mil toneladas
dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, não
nos primeiros quatro meses do ano.
está relacionado à demanda, mas sim aos elevados custos
de produção do rebanho e manutenção delas. “Quando se
acredita que seus volumes exportados não irão cair neste ano.
aumenta o abate de fêmeas, o rebanho começa a diminuir.
Após uma queda de 2,9% no volume embarcado no primeiro
Isso vai acontecer no ano que vem, como já aconteceu no ano
trimestre, com 120,1 mil toneladas, a Associação Brasileira da
passado, e nesse ano virá com maior força”, teme Vacari.
Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs)
assinalou em entrevista na semana passada que o País deve
A Associação Brasileira dos Exportadores de Carnes Bovinas
(Abiec) é menos pessimista. Para a coordenadora técnica
Além do setor de aves e bois, o segmento de suínos também
exportar 581,4 mil toneladas de carne suína.
Gabriela Tonili, “se os produtores estão em uma situação ruim,
isso demora para se refletir no volume de bois [disponíveis] para
Fonte: DCI
39
Em Foco 5
38
a identificação das substâncias geradas. Tanto a glicerina
soja e metanol; a segunda, obtida em laboratório a partir de
quanto os produtos formados pertencem ao mesmo grupo
biodiesel de óleo de dendê com etanol.
químico, o dos polióis. Por isso, foi necessário utilizar
Mônica testou duas espécies de fungos filamentosos
equipamentos analíticos com detectores muito sensíveis. As
na biotransformação. A primeira delas, a P. variotii, já havia
análises foram realizadas na Central de Análises Químicas e
se mostrado eficiente para produção de polióis a partir de
Instrumentais da Embrapa Agroenergia, com cromatrografia
glicerina purificada comercial, em um trabalho anterior
líquida de ultra alta eficiência (UHPLC) e espectrometria de
desenvolvido no IME, que gerou inclusive solicitação de
massas de alta resolução (HRMS).
patente. O desafio da pesquisadora da Embrapa Agroenergia
foi obter resultados semelhantes com o material bruto e
de pesquisa vai continuar”, ressalta Mônica. “Ainda existem
identificar as substâncias formadas. “Se conseguimos obter
desafios para otimizar a obtenção dos polióis, visando
os produtos sem purificar a glicerina, eliminamos uma etapa
ao maior rendimento do processo de biotransformação”,
do processo e reduzimos custos”, ressalta Mônica. Além
completa.
dessa espécie, ela também testou um fungo isolado de uma
Nos laboratórios da Embrapa Agroenergia, outras
amostra de glicerina obtida no próprio IME.
estratégias
As duas linhagens testadas foram capazes gerar sorbitol
aproveitamento da glicerina. Em um dos projetos, que é
e xilitol a partir do subproduto do biodiesel metílico de soja.
financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento
Também foram obtidos resultados com biodiesel de dendê
Científico
Agroenergia estuda
que estão sendo avaliados para solicitação de proteção de
estão buscando bactérias e leveduras eficientes na
propriedade intelectual.
biotransformação desse subproduto.
bioprocessos de
Fonte: Embrapa Agroenergia
Foto: Goreti Braga
processo industrial de produção do biodiesel com óleo de
Embrapa
transformação
de glicerina em
produtos químicos
A
obtenção de insumos para a indústria a partir
Em 2011, as usinas geraram mais de 270 mil m 3 de glicerina,
da glicerina é uma das frentes de pesquisa em que a
de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
Embrapa Agroenergia está investindo com o objetivo
e Biocombustíveis (ANP). A maior parte desse material é
de agregar valor à cadeia produtiva do biodiesel. Em
exportada na forma bruta, que tem baixo valor comercial -
trabalho de pós-doutorado realizado no Instituto Militar
cerca de US$ 0,30 por quilo. Além disso, a procura por esse
de Engenharia (IME/RJ) no ano passado, a pesquisadora
produto no mercado é oscilante. De fevereiro para março
Mônica Damaso conseguiu produzir xilitol e sorbitol a
deste ano, por exemplo, as exportações caíram mais de 45%.
partir da biotransformação da glicerina bruta por fungos
“O objetivo final do nosso trabalho é justamente encontrar
filamentosos. O xilitol e o sorbitol são químicos do tipo
maneiras viáveis de transformar a glicerina em itens de
blocos construtores, ou seja, são empregados na geração de
maior valor agregado, gerando mais emprego e renda no
produtos para diversos tipos de indústrias, como a química,
País”, afirma Mônica.
a alimentícia e a farmacêutica.
A glicerina é o principal subproduto da produção de
da professora Wilma de Araújo Gonzalez, Mônica utilizou
biodiesel - são gerados 10m³ a cada 90 m 3 do biocombustível.
glicerina de duas fontes: a primeira, proveniente do
No trabalho que realizou no IME, com a supervisão
Um dos grandes desafios encontrados no trabalho foi
“A colaboração com o IME foi muito produtiva e o trabalho
também
e
estão
Tecnológico
sendo
(CNPq),
utilizadas
os
para
pesquisadores
41
Capa
40
Alta engenharia
ao alcance das
graxarias
Por: Lia Freire
Soluções para combater os
impactos ambientais, alto
rendimento e redução de custos.
Estes são alguns dos principais
aspectos oferecidos atualmente
pelas empresas que desenvolvem
os maquinários que equipam as
graxarias brasileiras
“As caldeiras com queimador para sebo e as fornalhas com grelhas móveis, que servem para a queima de diversos combustíveis sólidos, são as nossas mais
recentes novidades”, Pedro de Borba, da Arauterm.
E
las têm fundamental importância na questão ambiental,
afinal, são as graxarias as responsáveis por coletarem e
processarem dos abatedouros, frigoríficos, peixarias etc, penas,
ossos, gorduras, sangue e demais resíduos de origem animal,
transformando-os em insumos e matérias-primas que serão
usados pelas indústrias de diferentes setores da economia.
As graxarias sempre sofreram com a repulsa da sociedade,
tais quais os aterros sanitários e a estação de tratamento de
esgoto. Todos acham justo e necessário que essas atividades
sejam desenvolvidas, porém as querem bem longe de si. Mas,
pouco a pouco, essa realidade vem se transformando e em parte
se deve ao aprimoramento tecnológico.
Hoje, limpas e organizadas, as graxarias fazem a retenção dos
vapores e gases e estão “mais profissionais”. Elas evitam o odor da
decomposição da matéria-prima, efetuando diariamente a coleta
e o processamento dos subprodutos. Além disso, as melhorias
nos processos produtivos visam assegurar as adequadas
condições sanitárias, ambientais e de qualidade dos insumos e
matérias-primas a serem geradas.
Em 2004, a Arauterm firmou um importante acordo
com a companhia belga, Vyncke, visando a transferência de
tecnologia para queima de combustíveis sólidos e produção de
equipamentos de alta performance, o que levou a criação de
uma joint venture e participação na maior rede de fabricantes
de caldeiras do mundo.
Ainda segundo Borba, a empresa que está situada em
Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul, sempre visualiza novas
oportunidades, pois acredita que ainda há muito a se fazer em
relação à questão de controle de gases gerados nos processos
de fabricação das graxarias. “Este é um setor em constante
crescimento e bastante competitivo. Precisamos estar em
sintonia, inclusive para passar reduções nos custos operacionais.
Existem outros setores que estão com maiores investimentos na
área de caldeiras, porém, acreditamos que em 2013 o mercado
de graxarias representará, em nosso faturamento anual, algo em
torno de 7% a 10%”, planeja Borba.
As soluções para o controle de emissões
atmosféricas
As caldeiras de vapor são carro-chefe da Arauterm no
atendimento às graxarias.Segundo o fabricante,elas geram um ganho
na produção, além de redução de custos e impactos ambientais.
“Fabricamos caldeiras com alto rendimento térmico e com acessórios
para controle de combustão, no caso das caldeiras de combustíveis
sólidos. As caldeiras com queimador para sebo e as fornalhas com
grelhas móveis, que servem para a queima de diversos combustíveis
sólidos são as nossas mais recentes novidades”, cita Pedro de Borba,
diretor da Arauterm, afirmando que a tendência tecnológica está
voltada para a diminuição dos impactos ambientais.
Caio de Santi (à esq.) e Márcio
Del Cól, diretores da Dux,
empresa que usa tecnologia
canadense para desenvolver
sistemas para tratamento do ar
e controle de odores industriais.
43
Capa
42
Sistemas específicos para tratamento do ar e controle de
odores industriais são oferecidos pela Dux, que usa tecnologia
canadense, e desenvolve projetos personalizados, de acordo
com a necessidade de cada cliente. “Nosso grande diferencial
é promover soluções para controlar os odores em todos os
processos produtivos. Os sistemas são projetados para atuar em
ambientes externos, internos e também como complemento
para lavadores de gás e biofiltros. As soluções apresentadas
pela Dux promovem um ambiente de trabalho mais saudável
e produtivo, o que proporciona às empresas um aumento
da capacidade de produção”, explica Caio de Santi, diretor
administrativo da Dux.
De acordo com Márcio Del Cól, diretor comercial da Dux,
o mau cheiro é a forma de poluição que mais diretamente
impacta o ser humano, convertendo-se em um problema de
difícil condução quando incomoda um número significativo
de pessoas, interferindo em seu bem-estar. “Neste sentido,
A GB Engenharia desenvolve, integra e implementa projetos e soluções
para o controle de emissões atmosféricas em graxarias, abatedouros e
frigoríficos.
como qualquer processo industrial, as graxarias demandam
cuidados operacionais, uma vez que trabalham com
matérias-primas putrescíveis de origem animal. Os processos
produtivos geram muitos gases e odores indesejados, seja
para funcionários e também para a comunidade. Com o
aumento da conscientização ambiental, vem a preocupação
maior com a população, por isso, a Dux acredita que o controle
de odor se tornará parte fundamental de uma gestão que visa
um ambiente mais saudável, produtivo e livre de reclamações
públicas”, analisa Márcio.
A inovação na tecnologia utilizada pela Dux está na
capacidade em atrair os compostos voláteis e transformálos em compostos inofensivos e inodoros. Diferentemente
dos agentes mascarantes, o processo de ação resulta em
compostos orgânicos capazes de reagir quimicamente
com as moléculas odoríferas e degradá-las até formas
estáveis e inodoras.
Diante da crescente regulamentação do mercado, a
GB Engenharia, que atua no desenvolvimento de soluções
para o controle de emissões atmosféricas, dá especial
atenção, em seus projetos, às recomendações dos órgãos
fiscalizadores, trabalhando para adequar os processos à
legislação em vigor, fornecendo estudos para adequação
das instalações à realidade vigente. “Desenvolvemos,
integramos e implementamos projetos e soluções de
engenharia e consultoria para o controle de emissões
atmosféricas em graxarias, abatedouros e frigoríficos, há
mais de 15 anos, com os seguintes equipamentos: lavadores
químicos com e sem condensação; biofiltros abertos e
fechados; projetos de sistemas de exaustão; sistemas de
neutralização de emissão atmosférica; estações compactas
de tratamento de efluente líquido e gasoso, utilizando
as mais modernas tecnologias como ultrafiltração,
ozonização entre outras. O destaque deste ano para os
abatedouros são os sistemas de despoeiramento na área
enclausurada da pendura de frangos”, comenta o diretor,
André Guntherberg.
Com projetos personalizados, individualizando os
pontos de emissão de odores e oferecendo sempre o
melhor custo operacional e de implantação, André explica
que os equipamentos da GB não necessitam de uma mãode-obra especializada para serem operados, mas apenas de
um check list diário, confirmando o bom funcionamento.
Desde 2001, a Valthermo oferece soluções e
equipamentos para sistemas de vapor e condensado,
destacando os purgadores e as válvulas redutoras para
vapor, que são usados pelas graxarias e de acordo com
informações do fabricante, são duráveis, econômicos e
proporcionam aumento de produção, devido a melhora
da troca térmica. “Com a alta competitividade nos preços
dos subprodutos é indispensável uma gestão eficiente
em custo de produção e o vapor representa entre o
primeiro e segundo maior custo de produção, por isso, é
imprescindível promover a redução da energia térmica
(vapor)”, observa Ricardo Tordin, gerente comercial da
Valthermo, que pretende em 2013 aumentar as vendas em
60%, em relação ao último ano.
Equipamentos de alto desempenho e processos
contínuos
A Chibrascenter fabrica centrífugas Super-D’Canters para clarificação de
sebo bovino, gordura suína e óleo de aves, além de Decanters Especiais
para desidratação de sangue animal, em conjunto com o Coagulador
Contínuo de sangue animal.
Evolução tecnológica, utilização de materiais nobres
e a incorporação de dispositivos eletrônicos que tragam
maior automação e segurança aos operadores, bem
como, melhor performance de operação são aspectos
valorizados e aplicados nos maquinários disponibilizados
pela Chibrascenter, especializada em fornecer soluções ao
processamento de subprodutos de origem animal, além
de várias outras aplicações industriais. São fabricadas as
centrífugas Super-D’Canters para clarificação de sebo
bovino, gordura suína e óleo de aves, além de Decanters
Especiais para desidratação de sangue animal, em conjunto
com o Coagulador Contínuo de sangue animal. “Nossos
equipamentos se destacam pela robustez, confiabilidade
de operação e longa vida útil, os Decanters Chibras não
quebram! Além disso, nossas Centrífugas são fabricadas
com matérias-primas nacionais de alta qualidade e
todas certificadas. Oferecemos diversos tamanhos e
modelos de maquinários para atingir uma ampla gama de
capacidades, desde a mais baixa produção até elevadas
vazões”, acrescenta Wilson Moreno, diretor comercial da
Chibrascenter, lembrando que as graxarias exigem cada
vez mais equipamentos contínuos, de pouca intervenção
de operadores, por isso, suas centrífugas também têm esta
característica, sem paradas para limpeza ou lavagem.
45
Capa
44
“As graxarias exigem cada vez
mais equipamentos contínuos,
de pouca intervenção de
operadores, por isso, nossas
centrífugas também têm esta
característica, sem paradas para
limpeza ou lavagem”, Wilson
Moreno, da Chibrascenter.
Seja para atender as necessidades de um pequeno ou
grande produtor, a Dupps disponibiliza prensas, que têm
como proposta oferecer os maiores níveis de extração
de gordura, além de uma ampla linha de máquinas para
processamento de subprodutos, desde recebimento,
trituração, prensagem, moagem e expedição. A tendência
na busca por alta eficiência nos processos é claramente
observada em seus maquinários. “São mais de 75 anos
de experiência em desenvolvimento e hoje, as prensas
Dupps, são reconhecidas no Brasil e no mundo como as
melhores. O mercado tem entendido a necessidade de
equipamentos de alta qualidade e tem buscado cada vez
mais por isso”, analisa Leandro Ferreira, responsável pela
área comercial, acrescentando que neste ano, a marca
pretende se consolidar no Brasil, atuando de maneira
ainda mais sólida. “A Dupps tem planos consistentes aqui
no país e a expectativa de crescimento é grande.”
A Fimaco busca quebrar um paradigma no mercado
brasileiro, mostrando os benefícios em substituir nas
plantas de subprodutos, o sistema por batelada pelo
contínuo, apontando vantagens como: diminuição do
consumo de vapor; de energia elétrica; dos turnos de
operação; matéria-prima processada em menor tempo;
processo uniforme, passível de ser controlado por P.L.C. e
quase independente de operadores; melhores condições
higiênicas e sanitárias; diminuição substancial de odores,
dentre vários outros benefícios
Com tradição de mais de quatro décadas no mercado
da América Latina, a companhia argentina, Fimaco S.A.,
chegou ao Brasil em 2011, trazendo sua tecnologia e
experiência a fim de nacionalizar seus maquinários e
torná-los competitivos no mercado brasileiro. Tendo como
lema oferecer soluções personalizadas, disponibiliza
desde caldeiras (aquatubulares e flamotubulares),
geradores de gases quentes, aquecedores de fluídos
térmicos, tanques API até plantas completas, além de
projetos de cogeração de energia elétrica a partir da
queima de biomassa. “Somos os únicos, que além de
fornecer todos os equipamentos para o processo dos
subprodutos, oferece também, com marca própria, a
caldeira para geração de vapor, com várias opções de
combustível: cavaco, lenha, casca de arroz, gás, óleo etc.
“Após 20 anos de experiência neste segmento, temos
os equipamentos mais robustos e duráveis. Além disso,
devido às melhorias que a nossa equipe de engenharia
fez nos últimos anos, os equipamentos da Fimaco têm
comprovadamente baixo custo operacional de consumo
de vapor e energia”, observa Jonathan Feldmann, da
área de vendas, acrescentando, “não estamos focados
apenas em vender, mas em ser referência de qualidade
no atendimento e em equipamentos. Cada planta que
instalamos, dizemos que é mais uma vitrine de venda
para o próximo projeto. Tratamos cada cliente de uma
maneira distinta, ofertando uma planta que atenda a
sua real necessidade. Quando elaboramos um projeto
desejamos acima de tudo entender o processo do cliente,
a fim de orientar e definir qual é a melhor opção.”
Segundo a Fimaco, os seus equipamentos têm comprovadamente baixo
custo operacional de consumo de vapor e energia.
A companhia argentina, Fimaco S.A., chegou ao Brasil em 2011, trazendo
sua tecnologia e experiência a fim de nacionalizar seus maquinários.
Supercookor, da Dupps, tem grande capacidade, alta taxa de evaporação e é de fácil controle. Tem sistema de óleo com recirculação nos mancais do eixo para
uma maior vida útil dos rolamentos e mancais.
A automação é uma grande aliada da Haarslev,
culminando em importantes diferenciais em suas
máquinas, tais como, via mista, para aumento de
produção com os equipamentos existentes; hidrólise
contínua de penas e pelos, capaz de processar de 2 a
10 t/h; slurry para grande produções com economia
de vapor e qualidade superior, entre outros aspectos.
“Recentemente, integramos ao nosso grupo uma empresa
47
Capa
46
neozelandesa e pudemos acrescentar em nossa gama de
produtos, um secador a ar quente para vísceras, chamado
flo-dry. Esse secador possui um sistema de recirculação
de ar para controle de oxigênio, aumentando o nível de
segurança”, explica Orlando Torelo Guelfi Neto, diretor
comecial da Haarslev.
“Lançamos um secador a ar quente para vísceras, chamado flo-dry, com
sistema de recirculação de ar para controle de oxigênio, aumentando o
nível de segurança”, Orlando Torelo Guelfi Neto, da Haarslev.
Sobre as atuais tendências com relação aos maquinários,
Neto acredita que cresce o interesse por equipamentos que
economizam energia, para isso, a empresa propõe as plantas
de baixa temperatura ou slurry. “Outro ponto tão importante
quanto economia de vapor é o cuidado com o meio ambiente.
A Haarslev possui equipamentos para minimizar e até mesmo
eliminar odores, por meio de condensação e oxidação. Somos
capazes de oferecer todas as máquinas e sistemas existentes
no mercado mundial”, explica. Em sua fábrica situada em
Curitiba (PR), a Haarslev fabrica desde moinhos até os
maiores secadores de discos e evaporadores, tendo instalado
em clientes brasileiros digestores bateladas, digestores
contínuos, plantas de baixa temperatura, secadores de discos,
secadores de tubos, dentre outros equipamentos. “Com a alta
dos grãos, no combustível e as restrições ambientais mais
severas, as nossas expectativas de negócios são as melhores,
não apenas em vendas de máquinas, mas também em ajudar
nossos clientes a terem um custo produtivo baixo e com
responsabilidade ambiental”, afirma Neto.
As novidades da LDS Máquinas e Equipamentos Industriais
para este ano são: peneira para padronização da granulometria
da farinha e os digestores contínuos e semicontínuos,
também automatizados. “Para a nossa empresa, a tendência
está na automatização dos equipamentos. Realizamos
projetos personalizados e totalmente automatizados, o
que gera a redução de custos operacionais com a máxima
produtividade”, diz o engenheiro Valdomiro Criado Junior,
do departamento comercial da LDS, que almeja para 2013
um aumento de 10% no volume de vendas. Para as graxarias
ainda são desenvolvidos os trituradores, digestores, prensas,
filtros prensa, esterelizadores e moinhos.
“Realizamos projetos personalizados e totalmente automatizados, o
que gera a redução de custos operacionais e a máxima produtividade”,
Valdomiro C. Junior, da LDS.
Constante evolução
Dentre as características presentes nos equipamentos da Haarslev estão a
economia de energia e os cuidados com o meio ambiente.
Trabalhando em melhorias contínuas, a Intecnial está
neste momento focada em uma nova forma de obtenção
de farinhas de penas, com alterações no processo da quebra
das moléculas queratinosas, para ter um produto final com
maior valor protéico (proteína digestível ~ 90%). “A tendência
está na migração para processos contínuos e automatizados,
resultando na redução de mão-de-obra, no consumo de vapor
e de energia elétrica, além da busca por produtos finais de
alta qualidade e com maiores valores protéicos das farinhas”,
confirma Odair Cezn, coordenador técnico da Intecnial, que
disponibiliza plantas completas - projetos turn key, com
o fornecimento de equipamentos mecânicos, elétricos,
automação e instalação eletromecânica para as plantas de
aves, suínos, bovinos e peixes. Fazem parte do seu escopo
de fornecimento, plantas com processamento contínuo de
penas e vísceras, processamento via úmida baixa temperatura,
processamento por bateladas (digestores convencionais),
plantas de tratamento de lodo e compostagem acelerada.
A Intecnial está focada em uma nova forma de obtenção de farinhas de
penas, com alterações no processo da quebra das moléculas queratinosas,
para ter um produto final com maior valor protéico.
Em seu portfólio, a Intecnial, que está com vários
projetos em andamento no Brasil e no exterior e em virtude
disso, uma expectativa de crescimento nos negócios
na ordem de 20% a 25%, disponibiliza processadores
contínuos de vísceras com capacidades de 3 a 14 t/h,
prensas hidráulicas com capacidades de 1 a 6 t/h, moinhos
para farinhas, trituradores de ossos, digestores de batelada,
silos de recebimento de produtos in natura, prensas penas,
secadores de farinhas de penas e sangue, trocadores
de calor, aerocondensadores, transportes pneumáticos,
hidrolizadores contínuos para penas, bombas de transporte
a seco (bomba de lamelas), moegas de armazenagem de
produtos, blow tanks, sistemas de coagulação de sangue,
resfriadores de farinhas, tanques de processo, silos de
armazenagem de produtos finais, automação de processos
e sistemas de tratamento de gases com o aproveitamento
de energia (aquecimento de água).
Neste ano, a Julian, fabricante de digestores,
prensas, trituradores de ossos, tolvas, esterilizadores,
caixa percoladora, roscas transportadoras, bombas de
engrenagens, filtro prensa, clarificadores, redutores
em geral e projetos completo para as graxarias, inseriu
no mercado uma nova tecnologia em sua prensa com
capacidade para 4 toneladas/hora. Trata-se de um sistema
49
Capa
48
hidráulico para regulagem do cone de saída da massa com
a máquina em funcionamento e facilidade de manuseio,
proporcionando aos operadores, fácil regulagem e
extraindo um volume maior de gordura da farinha de
carne e osso. “Os equipamentos Julian são projetados
para oferecer durabilidade e facilidade de manutenção,
objetivando redução dos custos futuros com a manutenção.
A tendência é a máxima extração da gordura com menor
mão-de-obra, ou seja, fazer mais com menos”, comenta
Pedro Valdomiro Julian, diretor da empresa, que acredita
que 2013 será um ano promissor. “A estabilidade do sebo
e da farinha é o principal responsável pelos investimentos
que as graxarias vêm executando neste ano, por isso,
apostamos em um período de bons negócios.”
operacional em processos. “Neste ano continuaremos
investindo em melhorias em nossos equipamentos,
voltando a nossa atenção, principalmente para a automação
dos processos, visando um melhor controle dos índices de
desempenho e produtividade”, reforça Bonacorso.
O executivo da Prestatti afirma que o mercado de
graxarias continua em evolução e, portanto, há muito
espaço para crescer. “Nossa empresa está passando por
reestruturações para poder atender a alta demanda.
Superamos nossas expectativas no ano que passou e em
2013, pretendemos melhorar ainda mais. Nosso objetivo
é um aumento de 10% nas vendas em relação ao ano
passado.”
“A Thor oferece equipamentos que vão ao encontro
das novas demandas: automação, alta eficiência e
sistemas de controle de emissões de gases”, Paulo
Giovanny Caneda.
hidrolisador contínuo de penas, moinhos de martelos,
moegas de recepção, tambor rotativo (separador de borra
grossa), blow tank pneumáticos automáticos e demais
equipamentos necessários para as graxarias.
De acordo com análise do executivo da Thor, o setor
está se qualificando de maneira acelerada, tornando as
graxarias, verdadeiras fábricas de subprodutos. “Existe
“A tendência é a máxima extração da gordura com menor mão-deobra, ou seja, fazer mais com menos”, Pedro Valdomiro Julian, da Julian
Equipamentos.
Segundo Gilberto Bonacorso, diretor administrativo da
Prestatti, o grande diferencial da empresa é a flexibilidade
de adaptação dos equipamentos nas diferentes unidades
dos clientes. “Buscamos sempre trabalhar em parceria,
procurando o melhor custo x benefício dos equipamentos,
dessa forma, nossas máquinas são fabricadas sob
encomenda, assim, a capacidade de produção varia de
acordo com a necessidade do cliente, otimizando os
resultados.”
Além de comercializar máquinas e serviços como
digestores; secadores rotativos; moinhos; trituradores;
prensas; silos; esterilizadores; transportadores helicoidais;
tanques para óleo, sangue e sebo e tantos outros
maquinários, a Prestatti também oferece serviços de
elaboração de projetos e layout, montagens, reformas
e manutenções, assistência técnica e treinamento
O grande diferencial, segundo a Prestatti, é a flexibilidade de adaptação
dos equipamentos nas diferentes unidades dos clientes.
Após vários testes e ser aprovado no final de 2012, a
Thor lançou o digestor batelada modelo GOLD, máquina
patenteada e segundo o fabricante, altamente rentável,
pois sua forma construtiva possibilita carregar até 75%
o volume da máquina. “Por essa característica, os nossos
digestores produzem com menor potência instalada e
baixo tempo de processo”, destaca Paulo Giovanny Caneda,
supervisor técnico comercial da Thor, que também
oferece digestores contínuos e bateladas, prensas
expeller hidráulicas automáticas, triturador de ossos,
uma grande demanda por automação, máquinas mais
eficientes e, principalmente, para sistemas de controle
de emissões de gases.” Muito embora a demanda
seja crescente, a Thor analisa o ano de 2013, como
de “acomodação” em função da crise vivida pelos
setores avícola e de suínos. “A nossa perspectiva é de
investimentos moderados no setor”, conclui Caneda.
51
Foco na Qualidade
50
Claudio Bellaver
M.Vet., Ph.D. Qualyfoco Consultoria Ltda, ProEmbrapa, [email protected]
Farinhas e Gorduras de Origem
Animal: padrões a serem implantados
e o risco em não implantá-los
V
emos com otimismo a continuação de esforços para
organizar as indústrias processadoras de produtos e
subprodutos de origem animal visando discutir as técnicas
existentes e procurando garantir a qualidade dos insumos
obtidos e reduzir os riscos para os consumidores e para a
cadeia de carnes. Mas, o assunto não é novo e se passaram
mais de dez anos dos primeiros trabalhos iniciados em
2002, com objetivos clarose explicitados na Memória do I
Workshop para o setor eram:
• Reduzir o risco de transmissão de enfermidades que
desabonam a qualidade sanitária dos subprodutos de
origem animal;
• Promover o consumo de subprodutos de origem animal
pela indústria de rações;
• Reduzir a contaminação ambiental causada pelo uso
inadequado dos resíduos produzidos pela indústria animal;
• Contribuir para o aumento da competitividade das
empresas do setor pecuário, frigorífico e industrial na área de
subprodutos de origem animal;
• Colaborar com o desenvolvimento de conhecimentos
técnico-científicos relativos ao setor de produção de
subprodutos animais;
• Promover a melhoria de processos na produção de
subprodutos de origem animal, adotando as ferramentas de
controle de qualidade, com o enfoque de certificação desses
ingredientes para as rações animais;
• Incentivar a produção de ingredientes de origem animal
com qualidade certificada por agente certificador independente
e de credibilidade pública;
• Realizar convênios com entidades estatais, não
governamentais ou particulares para o cumprimento de
seus objetivos;
• Assessorar as instituições oficiais e particulares no estudo
de problemas relacionados com a produção de subprodutos de
origem animal;
• Incentivar e colaborar na fiscalização oficial efetiva para a
produção de subprodutos de origem animal; fazendo com que,
os produtores de farinhas que não se adequarem às normas
estipuladas pelo MAPA, sejam estimulados a promover as
melhorias necessárias, ou fechados.
Existem vários artigos que publicamos relativos à qualidade
das farinhas e gorduras, mas continua sendo importante
definir a qualidade, de fato. Não temos duvidas da vantagem
competitiva de boas farinhas animais na redução de custo das
dietas formuladas, pois existem dados suficientes na literatura
mostrando isso. Porém, existe grande variabilidade da qualidade
entre farinhas dentro e entre empresas, devidas principalmente
a:a) origem da matéria prima, b) processo de produção e, c) uso
na espécie alvo. Podemos inferir que a adequação às normas e
bons equipamentos são parte importante do primeiro passo da
qualidade que é o do Controle de Qualidade; onde, o foco é a
definição de processos e padrões dos produtos e atendimento
às normas. Na sequencia vema busca da Garantia da Qualidade
da produção, onde o objeto está ligado a definição das BPF e
procedimentos operacionais padrão (POPs). Juntando-se às
fases seguintes de um sistema de qualidade chega-se na Gestão
da Qualidade, que implica na adoção de ferramentas estatísticas
para solução de problemas, treinamento da equipe e mudança
da cultura da empresa visando atender as demandas dos clientes
e do mercado. É preciso,no entanto, ter evidencias auditáveis
da qualidade (análises, sistemas, BPF, POPs, etc.)e, para isso,
são necessárias variáveis analíticas (contaminação bacteriana,
acidez e peroxidação das gorduras, presença de aminas tóxicas,
composição química, digestibilidade dos aminoácidos e da
energia, análise sensorial) e de processo (normas, BPF, POPs,
custos, variáveis físicas de processo, etc.).
Bem, se algum material de má qualidade para produção de
farinhas estiver entre os materiais recebíveis (lodos de flotador,
resíduos de incubatórios, mortalidades, sub produtos “passados”,
etc.), não precisamos mais nos preocupar e termos receio das
normas, pois temos saídas inteligentes, “estudadas” e confiáveis.
São tecnologias apropriadas para agregação de valor a esses
resíduos desqualificados para produção de farinhas e que são a
compostagem acelerada e a produção industrial de biogás. Essas
tecnologias são diferenciadas de algumas outras existentes no
mercado, as quais em geral são conduzidas sem observância
dos parâmetros tecnológicos químicos, físicos e biológicos da
boa pratica da compostagem. A compostagem acelerada é um
processo provavelmente mais próximo de uma solução imediata
dos resíduos desqualificados para farinhas, em que o material
a ser compostado está em um bioreator com o propósito de
produzir um composto orgânico fertilizante (adubo), de bom
valor comercial, em curto espaço de tempo. As condições do
processo permitem automatização da oxigenação, temperatura
e umidade e onde as emissões de gases são controladas (i.e.,
sem produção de metano, redução de oxido nitroso comuns em
compostagem com leiras), não havendo odores desagradáveis
(o sistema permite o uso de biofiltro) e nem insetos e vetores (o
sistema é fechado).
Certamente essa é uma visão sustentável, ambientalmente
correta, agregadora de valor aos resíduos orgânicos em geral,
geradora de empregos e contribui com a melhoria da qualidade
das farinhas e da saúde dos animais e do homem.
XII Congresso Brasil Rendering,
Campinas SP, 25/4/2013
53
Entrevista
52
Revista Graxaria Brasileira - Qual é a representatividade
da suinocultura para a economia brasileira?
Jurandi Soares Machado – Estudos e investimentos na
suinocultura posicionaram o Brasil em quarto lugar no
ranking de produção e exportação mundial de carne
suína. Alguns fatores como sanidade, nutrição, bom
manejo da granja, produção integrada e, principalmente,
aprimoramento gerencial dos produtores, contribuíram
para aumentar a oferta interna e colocar o País em destaque
no cenário mundial. São 40 mil suinocultores, 600 mil
empregos gerados, o que representa 3% do agronegócio e
0,8% do PIB nacional do setor.
“Na minha opinião, falta à diplomacia brasileira dar mais atenção à agricultura brasileira, enquanto isso, a concorrência avança”, Jurandi Soares
Machado.
Jurandi Soares Machado
Por: Lia Freire
O
2013, que começou com otimismo para o setor de carne suína no Brasil, deve ter um primeiro semestre
com dificuldades e pressão sobre os custos. Já para o segundo semestre, a tendência é de estabilização no mercado,
inclusive com a possibilidade das exportações ficarem levemente superiores a 2012 e o consumo interno voltar a ter um
comportamento de crescimento. Com isso, os preços tendem a se recuperar fazendo que, no geral, 2013 seja melhor do
que 2012, segundo avaliação da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS).
A associação, que surgiu em 1998, fruto da fusão de duas entidades nacionais, uma produtora e outra exportadora,
visa o desenvolvimento e a modernização da produção e das atividades de comércio exterior da carne suína brasileira. O
objetivo é congregar, coordenar, representar e defender os interesses da indústria produtora e exportadora da carne
suína e seus derivados, promovendo o estudo e buscando as soluções para os problemas da classe junto aos órgãos
públicos e privados. E, ainda, colaborar com as autoridades competentes em tudo que se relacionar com a produção e a
comercialização interna e externa da carne suína e seus derivados.
Para o biênio 2013-2015, a ABIPECS tem um novo conselho diretor e presidente: Rui Vargas, que pretende dar
continuidade ao trabalho iniciado pelo seu antecessor, Pedro de Camargo. As premissas básicas e os desafios serão
os mesmos, declarou Vargas. A entidade já alcançou suas expectativas de abrir mercados como Estados Unidos e
China. Agora, está na última etapa de Japão e aguarda neste ano, missões técnicas para autorização de embarques
da proteína à Comunidade Econômica Europeia e Canadá. O objetivo é dar a amplitude e a importância para a carne
suína brasileira no mundo.
A Revista Graxaria Brasileira conversou com o médico veterinário, Jurandi Soares Machado, que tem mestrado
em Desenvolvimento Rural e Planejamento Governamental, é consultor, analista de mercados agrícolas e de cenários
prospectivos e há oito anos é diretor de mercado interno da ABIPECS. Em nosso bate-papo, Jurandi analisa a atual
situação da suinocultura brasileira, os avanços e gargalos do setor, assim como, sobre as expectativas quanto ao futuro.
ano de
Revista Graxaria Brasileira - Quanto o setor movimentou
em 2012? A que se deve tal desempenho?
Jurandi Soares Machado – Em 2012, o PIB do setor foi
avaliado em 29 bilhões de reais. Certamente poderíamos
ter obtido resultados ainda mais expressivos não fossem
os altos custos, se houvesse uma oferta maior e se não
tivéssemos que enfrentar as dificuldades com a Rússia e
a Argentina, que comprometeram as nossas margens de
comercialização.
Revista Graxaria Brasileira - Qual a expectativa do setor
de carne suína para 2013?
Jurandi Soares Machado – A expectativa é boa. No geral,
os custos tendem a ser mais baixos e a oferta equilibrada,
com a demanda indicando recuperação das margens de
lucratividade. A projeção de crescimento de produção para
2013 é de atingir índice de 3%. Lembrando que em 2012, a
movimentação foi de 3,4 milhões de toneladas.
ABIPECS TEM NOVO PRESIDENTE E CONSELHO
DIRETOR PARA O BIÊNIO 2013-2015
Reunidos em Assembleia Geral Ordinária, as empresas
associadas da ABIPECS elegeram no dia 27 de março de 2013
o novo Conselho Diretor para o biênio 2013-2015, formado
por: Leomar Luiz Somensi (Aurora); Wilson Mello Neto (Brasil
Foods); Clever Pirola Ávila (Marfrig Group); Carlos Lee (Alibem);
Júlio César Franzói (Pamplona); Luiz Carlos Mendes Costa (Pif
Paf); Carlos Alberto de Figueiredo Freitas (Cosuel).
O Conselho Diretor escolheu Rui Vargas para ocupar o cargo
de presidente executivo, em função do pedido de desligamento
de Pedro de Camargo Neto.Vargas é diretor de Mercado Externo
da ABIPECS desde março de 2005 e está preparado, portanto,
para dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos.
Médico veterinário formado pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Rui Vargas ocupou vários cargos no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
desde 1977. Foi secretário substituto de Defesa Agropecuária
da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA (2000-2004);
diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal – DIPOA- (2000 e 2004) e chefe da Divisão de Controle
do Comércio Internacional do DIPOA (1998-2000).
Pedro de Camargo Neto, que presidiu a ABIPECS por oito anos,
solicitou seu desligamento por entender que cumpriu o desafio
que o havia levado a aceitar o cargo. “A abertura dos mercados
norte-americano e japonês coloca a qualificação sanitária da
carne suína em outro patamar”, diz. “Agora será permanente a
rotina da manutenção do status obtido e da continuidade dos
processos nos mercados que ainda faltam. O desafio, porém,
Revista Graxaria Brasileira - Qual é a análise do consumo
interno da carne suína?
Jurandi Soares Machado – O mercado doméstico cresceu
nos últimos anos, com o consumo per capita passando
de 13 kg para 15 kg. Este crescimento se deu em maior
proporção em virtude dos produtos industrializados,
embora as vendas de carne suína in natura tenham tido um
bom desempenho.
está concluído. Ações de rotina não me atraem neste momento”,
acrescenta Pedro de Camargo Neto.“Foi um período gratificante
da minha vida profissional e agradeço à indústria de carne suína
pelo convite. Saio em um bom momento. 2013 talvez seja um
dos melhores anos do setor. Mercado interno muito firme,
exportações em alta, equilíbrio financeiro das empresas e dos
produtores. A hora de sair é agora!”,afirma.
ABIPECS E UBABEF PODEM SE UNIR
Os conselhos diretores da UBABEF – União Brasileira de Avicultura e da ABIPECS aprovaram os “estudos para construir a fusão”
entre as entidades até o fim deste ano. Antes do anúncio oficial, porém, as associações farão consultas a todos os seus associados,
agroindústrias e associações estaduais, para formalizar a união da representação política do setor de aves e suínos
A aprovação final para a fusão virá das assembleias gerais das duas entidades, informou Francisco Turra, presidente-executivo da
UBABEF. “Aí, sim, teremos o sinal verde final que poderá nos dar mais musculatura na representação.” As conversas para a união
vêm desde o fim de 2012. O primeiro consenso no âmbito dos conselhos diretores foi conduzido por Wilson Newton de Mello Neto
(ABIPECS) e Antonio Augusto de Toni (UBABEF), ambos representantes da BRF nas respectivas entidades.
55
Entrevista
54
“O Brasil é o 4º produtor e exportador mundial. À nossa
frente estão: União Europeia, EUA e Canadá. Podemos
melhorar muito esta posição, temos potencial para isso.
Estamos trabalhando para abrir novos mercados e ter
novas oportunidades de negócios.”
EXPORTAÇÕES DE CARNE SUÍNA SOFREM QUEDA EM
MARÇO de 2013
As exportações de carne suína em março de 2013 caíram 17,87% em
relação a março de 2012. O Brasil exportou 39.249 toneladas e faturou US$
105,32 milhões. Também a receita, em março de 2013, foi menor (queda de
13,35%) na comparação com igual mês de 2012. No acumulado do ano, o
País exportou 120.146 toneladas, redução de 2,90% em relação ao primeiro
trimestre de 2012. O faturamento atingiu US$ 318,27 milhões, aumento
de 0,92% frente ao mesmo período do ano passado. Já o preço médio por
Revista Graxaria Brasileira - Com relação às exportações,
qual é a posição mundial ocupada pelo Brasil? E com relação
à produção?
Jurandi Soares Machado – O Brasil é o 4º produtor e exportador
mundial. À nossa frente estão: União Europeia, EUA e Canadá.
Podemos melhorar muito esta posição, temos potencial para
isso. Estamos trabalhando para abrir novos mercados e ter novas
oportunidades de negócios.
Revista Graxaria Brasileira - Sobre as questões sanitárias,
como o Brasil pode ser analisado? O que ainda poderá ser
aprimorado e o que já conquistamos?
Jurandi Soares Machado – O rebanho suíno brasileiro possui
sanidade comparável com a dos países desenvolvidos. O que
deve ser aprimorado são os serviços oficiais de certificação
sanitária. Falta uma coordenação do Órgão Central de Defesa
Sanitária. O Governo Federal deveria auditar com mais
frequência o que os Estados estão fazendo. Acredito também
que poderia haver mais transparência nos serviços e as respostas
aos eventos serem mais rápidas. Essa morosidade transmite
pouca confiabilidade mediante o mercado externo. Falta em
nosso setor, uma comunicação uniforme, um discurso único.
Temos uma situação um pouco melhor na região Sul do país.
Isso não quer dizer que não tenhamos uma legislação adequada,
normas e leis eficientes e alinhadas às diretrizes internacionais,
pelo contrário, neste sentido, estamos em perfeita harmonia. O
problema realmente está na gestão.
Revista Graxaria Brasileira - Na visão do senhor, quais os
gargalos que dificultam o progresso deste setor?
Jurandi Soares Machado – Temos sérios problemas com
relação à logística e os altos custos que englobam o
transporte, armazenagem, distribuição etc. As estradas
brasileiras estão em péssima conservação, nossos portos não
evoluíram, não houve investimentos que acompanhassem a
evolução do agronegócio. Somos eficientes e competitivos
das porteiras das propriedades para dentro, dali para
frente, estamos de mãos atadas. Recentemente, a China
desfez a compra de 22 navios de soja, pois o Brasil não
conseguiu entregar em tempo hábil. O desenvolvimento do
agronegócio esbarra na questão da logística.
Destaco ainda, que deveríamos ter uma maior presença
na Ásia, estamos perdendo mercado, sem dúvida alguma. Na
minha opinião, falta à diplomacia brasileira dar mais atenção à
agricultura brasileira, enquanto isso, a concorrência avança.
tonelada, de US$ 2.684, subiu 5,50% em relação a março de 2012.
Nos últimos 12 meses – de abril de 2012 a março de 2013 -, o Brasil
exportou 577,89 mil toneladas e obteve uma receita de US$ 1,49 bilhão.
Rússia e Argentina: elevação – A Rússia importou 9.073 t em março, um
crescimento de 10% ante março de 2012. Em valor, o aumento foi de 6%,
de US$ 25,82 milhões para US$ 27,49 milhões em março deste ano. Outra
Revista Graxaria Brasileira - Quais os avanços até hoje obtidos
no mercado brasileiro de suinocultura? A que se devem tais
conquistas?
Jurandi Soares Machado – O fortalecimento da economia
brasileira nos últimos anos permitiu a expansão da demanda
doméstica. No cenário internacional, o setor suíno brasileiro
se firmou como um importante fornecedor. O foco na gestão
e a produtividade crescente resultaram em uma capacidade de
produção mais adequada aos mercados.
Revista Graxaria Brasileira - Quais os próximos desafios a
serem enfrentados?
Jurandi Soares Machado – Modernizar os serviços oficiais de
sanidade animal, rastreabilidade, bem-estar animal, produzir
com o menor impacto ambiental possível, tornar a relação
produtor-indústria mais transparente, ampliar nossa participação
no mercado internacional e reduzir custos de logística.
elevação significativa ocorreu nas vendas para a Argentina, que somaram
1.398 t, um aumento de 211% em relação ao mesmo período de 2012 (450
t). O crescimento da receita foi de 222%: de US$ 1,37 milhão para US$ 4,41
milhões.
Queda nas vendas para alguns dos principais mercados - Para outros
países importantes no ranking das exportações houve queda. É o caso da
Ucrânia, com redução de 33%: 8.048 t, frente a 11.972 t em março de
2012. Em valor, o resultado foi 26% menor. O Brasil auferiu uma receita de
US$ 23,51 milhões em março deste ano, comparado a US$ 31,57 milhões
em março de 2012.
De acordo com o presidente da ABIPECS, Rui Eduardo Saldanha
Vargas, “os números já demonstram um impacto decorrente da suspensão
temporária pela Ucrânia das compras de carne suína brasileira. A retomada
das exportações para a Ucrânia é prioridade zero da entidade junto
às autoridades brasileiras. É muito importante a reação imediata de
recomposição do mercado ucraniano por parte do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, pois os prejuízos na cadeia de produção suinícola
poderão ser ainda maiores”.
PRINCIPAIS DESTINOS DA CARNE SUÍNA
BRASILEIRA EM 2012:
Para Hong Kong, os embarques foram de 9.061 t, menos 24% em relação
a março de 2012 (11.969 t). As vendas caíram também em receita, 22%. O
Brasil exportou US$ 22,52 milhões para aquele mercado, em relação a US$
1) Ucrânia - 138.666 t (uma participação de 23,85% nas
28,87 milhões em março de 2012.
exportações de carne suína brasileira)
2) Rússia – 127.070 t (21,85%)
frente a 2.337 t em março do ano passado, uma retração de 24%. Em valor,
3) Hong Kong - 124.701 t (21,45%)
a queda foi de 20%: US$ 5,47 milhões, ante US$ 6,81 milhões em igual
4) Angola – 45.534 t (7,83%)
período do ano passado.
5) Cingapura – 28.171 t (4,84%)
“Os números de março mostram uma queda de volumes e uma pequena
6) Argentina – 23.386 t (4,02%)
reação em valores. Isso nos permite avaliar que está se aproximando
7) Uruguai – 20.639 t (3,55%)
gradativamente a normalidade de comportamento do mercado de carne
8) República da Geórgia – 9.907 t (1,70%)
suína no exterior. Contudo, o fato novo da suspensão temporária da Ucrânia
9) Haiti – 6.606 t (1,14%)
pode modificar sobremaneira a recuperação de volumes e a majoração
10) Venezuela – 6.553 t (1,13%)
esperada dos preços para 2013”, avalia Rui Vargas.
Fonte ABIPECS
Fonte: Assessoria de imprensa da ABIPECS
Para Singapura, as exportações somaram 1.782 t em março de 2013,
57
Caderno Técnico 1
56
Os produtos da indústria de graxaria
continuam sendo ingredientes de
qualidade das rações
c
Por Tina Caparella
achorros e gatos adoram gorduras e proteínas animais
processadas,” disse Greg Aldrich, da Universidade do Estado do
Kansas,no Simpósio Internacional da Indústria de Graxaria realizado
durante a Exposição Internacional de Produção e Processamento
2013 em Atlanta, GA, na última semana de janeiro. Cerca de 80
participantes, incluindo muitos convidados internacionais ouviram
os especialistas da indústria discutir os vários aspectos da indústria
de graxaria na América do Norte. Aldrich salientou que 165 milhões
de gatos e cachorros e 213 milhões de outros pets (por ex., aves,
peixes, cavalos e roedores) vivem em 62% dos lares nos Estados
Unidos em comparação com as crianças que vivem em 33% das
casas americanas. Enfatizou a mudança de paradigma dos pets
que se transformaram de seguranças dos celeiros em membros da
família, originando algumas “loucuras” como a nova demanda por
alto teor de proteínas (35 a 50%), nada de grãos na dieta, ainda que
os cães não precisem de tanta proteína em seus alimentos.
Sendo nutricionista, Aldrich se preocupa mais com a
palatabilidade dos produtos processados e vê uma tendência para
preservativos mais naturais, e, destes, os sistemas à base de tocoferol
são os mais eficazes. Falando sobre a discussão em andamento
para classificar alguns dos ingredientes de rações para pets como
“subprodutos”, por definição produtos de segunda, produzidos
em acréscimo ao produto principal, ele disse que se o nome do
ingrediente não pode ser mudado a indústria de rações para
pets precisará explicar aos consumidores que estes ingredientes
são ótimos para ser usados em alimentos para pets. “As farinhas
de proteína processadas representam uma porção substancial
da proteína e gordura de alta qualidade nas dietas modernas de
animais de companhia,” disse Aldrich. “Geralmente são incluídos
de 5 a 40% e podem contribuir em mais de 85% da proteína e
30% da gordura da dieta.” Continuou agradecendo a indústria da
graxaria por “receber todos estes resíduos e criar ingredientes de
qualidade para rações de pets. E não sei se sempre expressamos
este agradecimento.”
Tom Cook, presidente da Associação nacional da Indústria
de Graxaria (National Renderers Association -NRA) descreveu a
indústria de graxaria como o defensor essencial da saúde das
pessoas e do planeta. Nos Estados Unidos e no Canadá, 250
instalações processam 62 milhões de toneladas de matéria prima
diariamente, suficientes para encher 10.000 estádios de futebol do
Dallas Cowboys por ano. Ele mostrou a quantidade de material de
cada animal não consumida como alimento para humanos nos
Estados Unidos: 49% do peso da cada vaca, 44% de um porco, 37%
de um frango e 36% de um peru.
Dr. Gianni Carniglia, consultor da NRA para a América Latina
forneceu estimativas sobre a indústria de graxaria da região,
que inclui 70 plantas no Brasil, 14 no México e 10 da Argentina,
representando 93% da produção. Quase 80% das instalações de
processamento estão integradas com processadores de carne e as
farinhas de proteína representam 67% da produção e o resto são
gorduras.
A indústria de rações para pets na América Latina é um mercado
emergente, responsável por 17% do mercado global, crescendo
cerca de 12% ao ano. Quatro países são responsáveis por quase 95%
do volume do mercado: Brasil com 52%, 2,2 milhões de toneladas
métricas, México com 19%, 800.000 toneladas métricas, Argentina
com 14%, 600.000 toneladas métricas, e Chile com 7% do mercado,
360.000 toneladas métricas, sendo 40% daquele produto importado.
“A disponibilidade de quantidade e qualidade de proteínas e
gorduras será um fator chave no sucesso do desenvolvimento da
indústria de rações para pets na América Latina,” disse Carniglia.
Bill Dieterichs, da The Jacobsen Report, mencionou que não
há muitas mudanças no fornecimento de matéria prima para os
processadores americanos e que todos os produtos processados
serão usados, é somente uma questão do local onde isto acontecerá.
Mencionou que o aumento da demanda continuará a ser na
aquicultura, com algum crescimento em frangos e porcos, enquanto
a demanda por carne bovina permanecerá estável. Dieterichs disse
que o uso de farinha de penas está crescendo na aquicultura no
Chile e que o “enorme” crescimento das exportações americanas
de grãos secos de destiladores com solúveis é provavelmente para
rações para frangos e porcos.
“A proteína processada dos Estados Unidos e Canadá é um
ingrediente seguro e completo que deve continuar a encontrar sua
posição na fabricação de rações para animais em todo o mundo,”
disse ele.
Os processadores mostraram suas perspectivas, começando
com o Dr. Charles Starkey, da American Proteins, Inc. que salientou
que os alimentos para pets são sujeitos a tantos cuidados regulatórios
como as fórmulas para crianças devido a preocupações com
Salmonella . Ele disse que o novo Guia de Políticas de Conformidade
para Salmonella em Rações para Animais da FDA será emitido logo
e que ingredientes de rações com traços de Salmonella já não são
considerados adulterados, exceto quando usados em substitutos de
leite e alimentos para pets. Ainda que existam mais de 2.300 espécies
de Salmonellose, a FDA focaliza as 30 ou 40 que são preocupantes.
Starkey não duvida que a Salmonella seja eliminada no cozedor de
processamento, assim qualquer recontaminação é provavelmente
originada de fontes externas, incluindo funcionários. Salientou que
a bactéria pode sobreviver em tecido até 228 dias, em poeira de
varrição por 300 dias e em tecidos “lave e use” por quase 70 dias.
Ele mostrou uma lista de modos como a lavanderia pode evitar a
contaminação por Salmonella.
Dr. Ross Hamilton, da Darling International, Inc. reconheceu que
a meta da indústria de graxaria é fornecer ingredientes seguros e de
qualidade para os clientes usarem em alimentos para pets e rações
para animais. Calcula que quase 38 bilhões de toneladas métricas
de matéria prima por ano estão disponíveis para os processadores
para reciclagem, incluindo óleo de cozinha usado, carne para varejo
com data vencida, e gordura, ossos e restos do processamento
de carne. Hamilton explicou que o processamento mata os
organismos patogênicos, protege o ambiente, recicla carbono e
energia, fornece controle, verificação e rastreabilidade para que
produtos condenados ou com data de vencimento expirada não
sejam reutilizados como alimentos para humanos, tudo isto dentro
de horas após o recebimento das matérias primas e não depois
de semanas ou meses como os outros métodos alternativos. Ele
destacou vários métodos, incluindo os pontos de controle críticos e
programas usados para garantir que os patógenos foram destruídos
e os produtos não foram recontaminados.
Hamilton encorajou os empregadores a verificar o background
de novos funcionários e a garantir que todos os empregados
recebam treinamento sobre segurança das rações e boas práticas
de fabricação, incluindo o motivo para isto, e a fornecer treinamento
de reciclagem anual. Também exortou os processadores a educar os
fornecedores de matéria prima e explicar que quanto mais limpo o
material recebido, mais limpo será o produto pronto.
Os motoristas precisam inspecionar o material coletado e
verificar se existe odor não característico, materiais suspeitos ou
proibidos, metal, madeira, plástico e brincos de gado e as empresas
devem fornecer aos motoristas o processo de documentar e
reportar possíveis contaminações.
Dr. David Meeker, vice-presidente sênior, NRA Scientific Services,
explicou que muitas proteínas, não apenas as animais, contém
Salmonella e que a indústria de graxaria está se esforçando muito
para controlar as bactérias em seus produtos. Ele enfatizou a
necessidades de testes de amostras da produção para verificar se o
processamento está funcionado adequadamente e não o teste de
toda a produção, que seria desnecessário e não custo-efetivo.
Vários pesquisadores compartilharam suas experiências com
processamento e seus produtos, incluindo o Dr. Charles Gooding,
da Universidade Clemson, que explicou como os atributos da
indústria de graxaria a tornam uma indústria “verde” ,conforme
definição do Instituto de Recursos Mundiais (World Resource
59
Caderno Técnico 1
58
Institute). Entre estes atributos citou o uso mínimo de matéria
prima virgem; processos de produção que minimizam o uso de
água e energia; processos de produção livres de tóxicos perigosos;
reuso e reciclagem de fluxos de resíduos sólidos; reduções
substanciais de emissões e efluentes de gases efeito estufa e
poluentes; e produtos fabricados para longevidade e durabilidade.
Apresentou um conjunto de cálculos desenvolvidos para medir
a pegada de carbono de uma operação de processamento e
explicou que está verificando agora uma avaliação do ciclo de vida
do processamento devido à demanda de várias fontes que querem
demonstrar que o processamento é um processo verde em
comparação com tecnologias alternativas como compostagem.
Dr. Jeffre Firman, da Universidade do Missouri, focalizou
produtos da indústria de graxaria em rações para aves, que são
uma fonte de proteína, cálcio e fósforo. Descreveu o uso de uma
formula digestível para economizar dinheiro e permitir o uso
mais fácil de ingredientes alternativos.
Dr. Brian Kerr,do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos, afirmou que fósforo pode ser um item de alto custo na
fórmula de rações e a proteína de produtos processados é uma
boa fonte de fósforo com menor custo. Kerr também mencionou
as revisões dos Requisitos Nutrientes de Suínos do Conselho
Nacional de Pesquisas liberadas em 2012.
Foco em Rações para Pets
Houve vários outros programas educacionais com um público
recorde de mais de 26.000 participantes na IPEE, incluindo uma
conferência sobre rações para pets patrocinada pelo Conselho de
Proteína e Gordura Aviária (Poultry Protein and Fat Council) e pela
Associação Americana da Indústria de Rações (American Feed
Industry Association-AFIA) e seu Comitê de Rações para Pets (Pet
Food Committee). Michael Maddox, do Conselho Consultivo da
Indústria para Pets ( Pet Industry Joint Advisory Council), iniciou
o encontro com estatísticas que mostravam que a venda de
produtos para alimentos de pets dobrou nos últimos dez anos,
mas que houve uma pequena diminuição no número de donos
de pets de 2006 a 2001, depois de anos de crescimento constante.
A seguir, Maddox discutiu as várias tendências regulatórias
que estão surgindo nos Estados Unidos, como o limite de número
de pets por residência, esterilização mandatória, obrigatoriedade
de identificação,“guarda” de pets e não “propriedade” e danos não
econômicos, algo que preocupa muito a indústria de alimentos
para pets. Ele enfatizou que “a emoção manda” e no mundo dos
pets uma imagem expressa mil palavras.
Dr. Daniel McChesney, do Centro de Medicina Veterinária da
FDA, atualizou os participantes sobre as regras propostas para
alimentos de humanos no Ato de Segurança e Modernização de
Alimentos (Food Safety and Modernization Act -FSMA) emitido
em janeiro , indicando que as regras para rações serão quase
idênticas com exceção das boas práticas de fabricação que serão
introduzidas pois no momento não constam dos regulamentos.
Ele aconselhou a leitura do sumário executivo das regras
propostas para alimentos e a pular as próximas 400 e poucas
páginas que explicam o raciocínio da FDA para chegar a estas regras.
McChesney explicou que quando a FDA diz que as empresas
“deveriam” fazer uma coisa na verdade significa que eles
“gostariam” que as empresas procedessem daquela maneira.
Ele também falou sobre a Rede de Respostas do Laboratório
Veterinário da FDA usada para promover a saúde humana e
animal em colaboração com os laboratórios de diagnóstico
veterinário do estado, que foi muito bem recebida.
Um painel sobre ingredientes de rações para pets discutiu
vários temas durante toda a noite. Mike Cici, da The Scoular
Company, disse que o carry-over do milho está baixo e a
mudança das condições climáticas em 2011-2012 resultou
em uma queda na pesca de peixes. Ele apresentou fontes
alternativas de proteína para rações de animais como “pulsos”
(grão seco, grão de bico, ervilha seca, lentilha e grão de fava) e
algas, que ele descreveu como nutricionalmente situadas entre
farinha de soja e farinha de peixe.
Jerry Phelps, da Tyson Animal Nutrition Group, mencionou
que 40% da colheita de milho dos Estados Unidos é usada
para produzir etanol, enquanto em escala mundial, 15% do
milho é usado na produção de biocombustível. Avisou que a
disponibilidade de suprimentos domésticos de proteína está
restrita no momento e no futuro previsível, à medida que as
exportações aumentam.
Entretanto, devido à diminuição da disponibilidade de farinha
de peixe, os fabricantes de ração estão prestando mais atenção em
farinhas de penas e aves, criando um “ano bom” para a Tyson. Phelps
encorajou os participantes a “buscar ideias novas” para redefinir as
definições de ingredientes e procurar novas fontes de proteína.
Dale Hill, ADM Alliance Nutrition, reiterou que a disponibilidade
de ingredientes para rações se torna cada vez mais difícil. Sua
empresa trabalha com 400 ingredientes diferentes e os desafios
são obter um certificado de análise de cada lote e a certificação
de terceiros de fornecedores de ingredientes a importações. Hill
acredita que 80 a 90% das empresas cumprem as regras do FSMA
e que a Salmonella continua ser o grande problema da indústria,
sempre focalizando seu controle e redução.
Dr . Maho Imanishi, do Centro de Controle e Prevenção de
Doenças (Centers for Disease Control (CDC) and Prevention),
confirmou que a Salmonella é o agente mais comum de doenças
causadas por alimentos nos Estados Unidos, com 1,2 milhões
de casos relatados por ano e 400 mortes. Ela explicou que a
bactéria pode ser transmitida a humanos de muitas formas,
tanto diretamente pela ingestão de alimentos contaminados
quanto indiretamente, por surtos que tendem a ser mais
dispersos pelo país em comparação a surtos mais localizados
há alguns anos atrás. Imanishi mencionou o pequeno surto
de Salmonella na primavera de 2012, ligado à ração seca para
cães. Em resposta a isto, CDC preparou um pôster educativo
ensinando ao consumidor como cuidar adequadamente das
rações para pets que será distribuído em hospitais e clínicas
veterinárias e pet shops.
Aldrich também falou nesta conferência, mencionando o
fato de que o papel singular das rações para pets na mistura de
alimentos animais e humanos está cada vez mais se tornando
parte das regras de segurança de alimentos. Descreveu as
inúmeras ameaças a fabricantes de alimentos para pets como
erros na mistura, erros de cálculo e interações inesperadas durante
o processamento e contaminantes que podem surgir em vários
pontos de entrada, como matéria prima, transporte, funcionários,
pragas, pós- processamento, embalagem, distribuição e até na casa
do consumidor. Aldrich disse que os produtores frequentemente
acham que a extrusão é um passo que elimina as bactérias, mas
não encontrou muitos dados que suportem esta ideia e algumas
vezes ele encontra recontaminação depois da saída do extrusor.
Ele mencionou a necessidade de se encontrar um método prático
e rápido (menos de uma hora) para detectar Salmonella em
alimentos para pets.
Jan Jarman, do Departamento de Agricultura do Minnesota,
deu uma atualização de uma emenda da “regra de 95%”
da Associação Americana dos Responsáveis pelo Controle
de Rações (American Association of Feed Control Officials’
-AAFCO’s). Atualmente, se o nome de um produto inclui
ingredientes derivados de animais, estes ingredientes devem
ser 95% do produto. A mudança proposta é que se o nome do
produto inclui quaisquer ingredientes os ingredientes devem ser
95% do produto, assim, a regra inclui todos os ingredientes da
ração, não apenas os derivados de animais. Jarman mencionou
que a AAFCO desenvolveu um site, http://petfood.aafco.org ,
em resposta ao grande interesse na fabricação doméstica de
rações e petiscos para animais e montou um plano estratégico
com o objetivo de melhorar a cooperação entre as agências
regulatórias, especialmente entre os estados.
A certificação de terceiros também foi discutida, começando
com um exame dos programas da AFIA que são designados
como sistemas de aprovação ou reprovação, são abertos a todos
as empresas para certificação e atendem ou excedem as regras
da FDA. Um painel de especialistas encorajou as empresas a ser
abertas e honestas com auditores, pois a intenção da certificação
é que as operações das empresas sejam melhores no futuro do
que no presente. Além disto, alguns funcionários da empresa
precisam de treinamento em análise de riscos e pontos de
controle críticos antes de se tornar certificados. O treinamento
está disponível em universidades, cursos particulares ou
organizações da indústria. O painel enfatizou que os programas
de certificação de terceiros servem para garantir que a empresa
está fazendo o máximo para garantir ingredientes e rações
seguras. Espera-se que sob a FSMA a certificação de terceiros
será exigida e muitos clientes já começam a pedi-la.
61
Caderno Técnico 2
60
Abrindo os olhos para
o mundo da graxaria
Por Stephen Woodgate - Primeiro Vice-Presidente, Organização Mundial da Indústria de Graxaria
A
coluna desta edição destaca as principais atividades da
Organização Mundial da Indústria de Graxaria (World Renderers
Organization -WRO) desde o começo do ano e a liderança da WRO
espera que ocorram progressos significativos para a organização
durante este ano.
O principal evento para a WRO na primeira metade de 2013
será o envolvimento com o 4o Congresso Mundial de Rações e
Alimentos (www.gffc2013.com) que será realizado em Sun City,
África do Sul, de 8 a 12 de abril. Haverá um programa da WRO com
duração de meio dia que incluirá vários palestrantes internacionais
especialistas na indústria da graxaria e o uso de seu produto nas
rações para animais domésticos, aves, suínos e na aquicultura.
Ao elaborar o programa, a liderança da WRO tentou garantir que
fossem cobertos os mais diversos aspectos da indústria de graxaria
pela maior variedade possível de especialistas do mundo inteiro. A
WRO está particularmente satisfeita por incluir dois palestrantes da
Renderers RSA, a nova associação comercial da África do Sul (RSA).
Espera-se que, com o tempo, a Renderers RSA se junte a WRO como
seu mais novo membro.
Isto destaca um importante ponto da participação da
WRO no referido evento: entrar em contato com novos países
e, especialmente, países em desenvolvimento que estarão
participando do evento. Com certeza, também devemos agradecer
antecipadamente aos outros palestrantes, incluindo Martin Alm
da Associação Européia de Graxaria e Processamento de Gordura
(EFPRA), Jeff Firman e Albert Tacon dos Estados Unidos e Tony
Edwards da Austrália.
O presidente da WRO Dave Kaluzny II fará o principal discurso
e eu serei responsável por tentar manter tudo em perfeita ordem e
dentro do cronograma. Todas as apresentações estarão disponíveis
no novo site da WRO.
Há outros aspectos do Congresso Mundial de Rações e de
Alimentos que são dignos de nota, incluindo o discurso de abertura
do presidente da Federação Internacional da Indústria de Rações,
Mario Cutait, do Brasil, e um discurso de boas-vindas de Tina Joemat-Pettersson, Ministra
da Agricultura, da Silvicultura e da Pesca da África do Sul. No primeiro dia, haverá um
painel com uma perspectiva geral e global seguido de sessões sobre produção animal,
práticas da manufatura de rações e sustentabilidade.
No segundo dia, o programa do WRO será apresentado de manhã juntamente com
sessões sobre tecnologia, aditivos para rações, e tópicos de nutrição específicos para
diferentes espécies. No terceiro dia, haverá um workshop independente da Federação
Internacional de Laticínios em conjunto com sessões sobre segurança de rações e de
alimentos e os desafios enfrentados na África do Sul.
Em geral, o encontro cobrirá uma ampla gama de tópicos, sendo que alguns podem
não parecer diretamente relevantes para a WRO. Entretanto, os representantes da
organização poderão aprender muito, não somente ao escutar as apresentações como
ao interagir com os participantes nos intervalos.
Também é possível abrir os olhos dos representantes ao mundo da graxaria! Como
patrocinadora de prata do congresso, a WRO poderá distribuir sua nova brochura para
todos os participantes, então, esperamos que o aumento da conscientização seja o
mínimo benefício atingido pela nossa participação.
Apesar de que ao ler este artigo, provavelmente seja tarde demais para que você
participe do evento, um relatório completo do Congresso Global de Rações e de
Alimentos aparecerá na edição de junho da revista da Graxaria. Como parte da agenda
da WRO para atrair uma maior adesão e participação em 2013, a liderança confirmou a
proposta de atualização do site da organização como uma prioridade.
Este trabalho já está pronto, e estamos contentes de anunciar que o novo site da WRO
está totalmente pronto e aberto para negócios. Uma das maiores vantagens do novo
site é que ele é totalmente compatível para ser usado em tablets, smartphones e outros
dispositivos móveis. Isto fará com que www.worldrenderers.org seja muito mais acessível
a todos e esperamos que sirva de estímulo para que as pessoas o visitem, aprendam e
pensem em participar da WRO como membros.
O objetivo do trabalho é apresentar um site acolhedor, novo e interessante que pode
ser mantido com contribuições dos membros. Sabemos manter um site atualizado é o
aspecto mais importante para se conservar uma boa imagem. O novo site dará à WRO
uma excelente oportunidade para trocar, se unir e se interligar com contatos valiosos tais
como associações de comércio internacionais e órgãos regulatórios mundiais.
É importante dizer que o site poderá hospedar todas as apresentações feitas pela
liderança ou pelos membros, tais como aquelas feitas no citado Congresso Mundial de
Rações e de Alimentos.
Todos aqueles interessados, membros da WRO ou não, são incentivados a visitar o site
e enviar ideias e comentários para futuras atualizações.
Por último, mas não menos importante, em breve haverá reuniões nas quais os
negócios da WRO serão discutidos em sessões exclusivas.
Na Europa, o Congresso EFPRA (www.efpraprague2013.com) será realizado em
Praga, República Checa, no período de 12 a 15 de Junho de 2013, e na Austrália, a
cidade de Melbourne sediará o Simpósio da Associação Australiana de Graxaria (www.
arasymposium.com.au), de 23 a 26 de julho.
De todas as informações promocionais originárias da Austrália sabemos que os
participantes poderão usufruir da grande hospitalidade dos anfitriões australianos (e,
sem dúvida, também dos vizinhos da Nova Zelândia).
Tanto em Praga como em Melbourne, a WRO realizará reuniões extraordinárias para
avançar com a atual estratégia do grupo, e continuar a desenvolver e refinar o programa
da organização para futuros debates e decisões na convenção da Associação Nacional de
Graxaria em Naples, Flórida, no fim de outubro.
63
Caderno Técnico 3
62
Branqueamento
O objetivo deste trabalho é dar uma rápida pincelada pelas diversas fases do processo de branqueamento
(clarificação) dos óleos e gordura animal (sebo), cuja importância é determinante para o sucesso da produção
de óleos comestíveis e outras aplicações e para a produção de sabões e sabonetes para o mercado de
higiene e limpeza. A forma como está exposto, sem os termos técnicos aprofundados, visa atingir o pessoal
diretamente envolvido na operação das refinarias e que em sua maioria não possuem formação acadêmica,
embora possam ter anos de experiência.
Por Vanderlei Mariotto
M
uito pouco, ou quase nada, se tem de literatura
acessível, acerca de uma das principais fases do processo de
obtenção de óleo e gorduras nas refinarias, que é a clarificação
(que vamos chamar aqui de branqueamento, por ser um
termo mais utilizado e conhecido) de óleos e gordura animal.
O que encontramos em literaturas é uma dissertação técnica e
acadêmica sobre as teorias do branqueamento. Ou seja, todos
concordam sobre o que ocorre, química ou fisicamente, dentro
de um clarificador e não é nosso propósito discorrer uma vez
mais sobre isso.
Vamos, ao contrário, tentar mostrar o que pode passar
despercebido nesta fase tão importante da obtenção de óleos e
gorduras sem contaminantes, e principalmente, no que se refere
às argilas utilizadas nesta fase.
É importante que esclareçamos alguns pontos que são
importantes e não são ressaltados nas literaturas encontradas:
Absorção - termo que nada tem a ver com o processo de
branqueamento, pois uma absorção jamais iria retirar do óleo ou
da gordura, os elementos indesejáveis. A argila usada absorveria
estes elementos e o próprio processo de absorção faria com
que estes elementos retornassem ao meio sem os efeitos do
branqueamento desejado. Um exemplo que mais facilmente
pode explicar a absorção é o da esponja que absorve a água e a
sujeira contida, porém ao ser espremida ou lavada solta toda a
água e a sujeira contida
Adsorção - é o termo correto a ser utilizado, e o que se espera
de uma argila clarificante, pois diferentemente da absorção, a
adsorção atrai e prende, os materiais alvos do branqueamento,
incorporando-os na estrutura da argila, separando-os e
impedindo a reversão destes materiais ao óleo ou à gordura,
arrastando-os até o final do processo de branqueamento.
Branqueamento - é a designação genérica, dada a qualquer
processo técnico, com o objetivo de clarear, branquear ou
remover a cor natural de materiais orgânico, como por exemplo,
os óleos vegetais e gordura animal (sebo bovino), quando a
cor natural não é desejada para o objetivo que se quer atingir.
Ou seja, é um meio de separar componentes indesejáveis que
podem, invariavelmente, significar a destruição do óleo ou da
gordura, sem que se interfira ou se danifique as propriedades
destes. Em síntese, os tipos mais comuns de branqueamento
são com argilas branqueantes ou clarificantes (argilas naturais
e/ou ativadas) e branqueamento químico. Vamos nos ater
ao branqueamento através das argilas, que é o método mais
comumente usado e economicamente mais viável.
Temperatura de Trabalho - Muito se vê nas refinarias, um
verdadeiro descaso, no que se refere à temperatura de trabalho,
quando este parâmetro se situa para mais ou para menos. As
duas situações são prejudiciais à etapa do branqueamento. Para
os óleos vegetais, é ideal que a temperatura não fique muito abaixo de 100º ou acima
dessa temperatura. Portanto há que se determinar com rigor, que a temperatura de
processo de um óleo vegetal deve ser de 100º C e para a gordura animal, de 90 a 110ºC.
Temperaturas baixas não possibilitam a completa remoção dos contaminantes e a
alta temperatura pode oxidar o óleo ou rancificar a gordura, provocando a reversão
da cor, na estocagem destes materiais.
Quantidade de argila - Teoricamente, a quantidade de argila utilizada para os
óleos vegetais é de 0,5 a 1,5% de argila sobre o volume do óleo a ser processado e
para a gordura (sebo) a quantidade é de 1 a 3% de argila para o volume da gordura
a ser processada. Porém, dependendo da qualidade das sementes de óleos, essa
porcentagem tenderá a ser menor ou maior. Por exemplo, se a safra de óleo de soja (o
óleo mais conhecido) teve períodos de chuva constantes e dentro de sua normalidade
e nenhum fato natural ou não, ocorreu, a quantidade de argila para o branqueamento
tenderá a ser mínima. Por outro lado, se foi uma safra de seca, a semente é dura, os
contaminantes bastante difíceis de serem adsorvidos, então a quantidade de argila
tenderá a ser bem maior. O mesmo ocorre se a safra apresentou níveis excessivos de
chuva. A semente se mostrará macia, porém o teor de clorofila, por exemplo, será alto e
da mesma forma se exigirá uma argila mais “potente” e/ou maior quantidade de argila,
o que poderá resolver o problema eminente, porém, vai comprometer a velocidade
de filtração. As mesmas considerações deve-se fazer no caso da gordura animal, pois
depende da localização de origem da gordura, as características forrageiras do gado,
o nível de “stress” causado no abate, etc.
Velocidade de agitação - podemos dizer que existe uma grande inobservância
sobre este fator, que é de muita importância para o branqueamento, visto que ele
pode determinar maior ou menor tempo de processo e conseqüentemente, maior
gasto ou maior economia em dinheiro. Conjuntamente ao fator velocidade de
agitação, está a correta distribuição dos “quebra vortex” ou “quebra ondas”, inseridos
aos clarificadores e de suma importância na agitação. Cada equipamento deve ser
cuidadosamente dimensionado e observado para se definir qual a melhor velocidade
de agitação em RPM e a exata distribuição dos quebra ondas.
Tempo de agitação - Temos observado, na grande maioria das refinarias, o
verdadeiro descaso que se faz em relação ao tempo de agitação, ou trabalho, para a
obtenção do branqueamento desejado. Obviamente que com uma eficiente argila
branqueante e que apresente uma eficiente ADSORÇÃO, nenhum efeito, químico ou
físico,indesejado, irá ocorrer ao óleo ou à gordura. Estamos falando aqui, da perda
de dinheiro para a empresa. Temos verificado que operadores, ou por questões
de inobservância, desconhecimento ou pela própria sistemática de condução ou
distribuição de trabalho na empresa (atenção PCP), deixam o óleo ou a gordura no
clarificador por tempos extremamente demasiados, sem que haja benefício algum
ao processo, apenas como já dissemos, jogando dinheiro pelo ralo. Nossa experiência
nos tem mostrado que para os óleos vegetais, o tempo de trabalho ou agitação, após
a entrada do material branqueante, é de 25 minutos e para a gordura (sebo) é de 18
minutos. Após estes tempos, a argila clarificante não terá mais função alguma, pois a
adsorção já se processou. Portanto, há que se atentar para este grande fator econômico.
Velocidade de filtração – A distribuição granulométrica de uma argila é que vai
determinar a maior ou menor velocidade de filtração. A menor velocidade de filtração,
com certeza implicará na rápida saturação das células e tecidos do filtro prensa (vale
também para os filtros centrífugos) e a parada obrigatória para desobstrução dos
elementos filtrantes. Verdadeira perda de tempo e dinheiro para a empresa. Todos
os fabricantes de argilas clarificantes convergem para o mesmo ponto em relação à
perfeita distribuição granulométrica.
Cor do filtrado - Este é um parâmetro que mereceria, por
parte de todos os envolvidos, uma especial atenção e poderia
ser uma questão de amplo debate a respeito, principalmente
para a gordura animal. Temos observado algumas exigências
demasiadas perfeccionistas a respeito de parâmetros de
branqueamento para alguns tipos de sabões em barra, que
na realidade estariam superestimados para este tipo de
produto e aí também pode se promover uma economia de
elemento clarificante. Mas, cremos ser este um ponto polêmico
e demandaria muita discussão a respeito. De qualquer forma,
estamos abertos à isso e nos colocamos à disposição para quem
quiser justificar seus argumentos.
Retenção de óleo ou gordura na torta de filtração - Este ponto
também, com certeza, provocará discussão dos envolvidos. As argilas
comerciais encontradas no mercado e ativadas através de ácidos,
sulfúrico ou clorídrico, retêm, não menos que 30% de óleo ou gordura
na torta, obrigando a se passar ar comprimido pelo filtro, o que mais
uma vez, representa perda de tempo e dinheiro. Este processo de
aspersão de ar ao filtro se aplica de forma mais útil ao óleo vegetal
e mesmo assim não aumenta em quase nada a recuperação do óleo
na torta de filtração. Quanto à gordura animal, a perda é ainda maior,
visto que a mesma irá se resfriar e voltar ao estado sólido, ainda no
filtro. Aplicar vapor ao filtro não é recomendado, pois provocará a
instabilidade do óleo ou gordura, o que provocará a reversão da cor,
quando na estocagem dos mesmos.
Torta de filtração (resíduo do filtro) - Este é um dos
pontos mais preocupantes e com certeza, tira o sono de muitos
empresários. O que fazer com o resíduo, a não ser enviá-lo aos
aterros industriais, pagar por este envio e se tornar eternamente
responsável pelo mesmo se algo de errado ocorrer?
Todas as argilas ativadas, encontradas hoje no mercado,
tanto as produzidas internamente, quanto as importadas, são
ativadas por meio de ácidos, sulfúrico ou clorídrico. Não vamos
entrar no mérito da questão, em relação aos contaminantes e
nos tratamentos dos efluentes destas empresas. Nossa visão
está voltada para o consumidor desta argila que também terá
um passivo realmente problemático. Temos visto e presenciado,
alguns acidentes, exatamente no intermédio entre a estocagem
da torta na empresa e o envio ao aterro. Ao se estocar a torta,
resultante da filtração, qualquer aumento da temperatura,
associado ao ácido contido na argila, mais uma brisa que
casualmente, passe por perto, está feito o estrago. É a chamada
e velha conhecida de alguns usuários: a combustão espontânea.
Em alguns casos que presenciamos, a torta estava depositada no
interior da empresa, próxima às caixas de disjuntores e fontes
de energia e em outros, sob plataformas de clarificadores. Na
maioria dos casos, o prejuízo é enorme. O que fazer?
Durante anos, e lá se vão dezesseis anos, estamos estudando
possibilidades de se produzir argilas clarificantes, ativadas,
sem a presença de ácidos em sua composição. Portanto,
ecologicamente corretas e que trouxessem em seu desempenho,
a mesma qualidade das argilas ativadas por meio ácidos, que
sem dúvida promovem resultados muito bons em se tratando de
branqueamento e obtenção de baixos níveis de cores. Pensamos
assim, em desenvolver argilas ativadas por meio não ácidos, com
os mesmos resultados de branqueamento que as demais, cuja
torta de filtração pudesse servir à outras finalidades que não a
deposição em aterros industriais e com isso, fazer com que o
empresário visse aí, uma fonte de renda ao invés de preocupação
e altos gastos . Uma argila, que por sua simplicidade operacional,
fosse mais barata que as argilas oferecidas pelo mercado e mais,
que retivesse menos óleo ou gordura na torta. Nestes anos de
estudo e desenvolvimento, enfrentamos várias dificuldades,
visto que idéias novas nem sempre são bem vindas, quando já
se está acomodado com o que se trabalha há cerca de quarenta
anos. Havia que se quebrar paradigmas, mudar mentalidades,
transformar pessoas,, quando a pesquisa e desenvolvimento têm
seu próprio tempo de maturação e confiabilidade e estes fatores
são determinados por resultados, que nem sempre andam na
mesma velocidade do desejo de lucrar .
Finalmente, depois de muito trabalho, derrotas e sucessos, em
2010, com suporte técnico cientifico da UNICAMP e da Universidade
Federal de Santa Catarina, conseguimos chegar ao final (aliás, final
é um termo que não deve ser aplicado pois em desenvolvimento
isto não existe) do desenvolvimento e obtivemos nossa patente.
Hoje, podemos afirmar que existe no mercado, argilas ativadas sem
ácidos, ecologicamente corretas, que garantem bons resultados de
branqueamento e remoção de contaminantes, boa velocidade de
filtração, níveis de retenção de óleos e gordura entre 16-18%, bem
abaixo das demais, sem o inconveniente da combustão espontânea
e cuja torta de filtração, isenta de ácidos e rica em nutrientes, pode
servir para a produção de ração animal, farinha de ossos, adubos
e fertilizantes e finalmente, com um preço bastante atraente em
relação às demais argilas do mercado.
A PEGMATECH - Especialidades Tecnológicas, uma empresa
do Grupo BENTONISA – Bentonita do Nordeste S.A., empresa
com mais de trinta anos trabalhando com argilo minerais, com
jazidas próprias que somam algo em torno de 32 milhões de
toneladas a serem exploradas, tem a licença para a produção
das argilas ativadas sem ácidos, utilizando-se de suas jazidas de
Bentonita da região de Boa Vista e Campina Grande, no Estado
da Paraíba. A empresa conta com pessoal técnico que reúne
vários anos de experiência de mercado e oferece, gratuitamente,
aos seus clientes, curso de aperfeiçoamento para o pessoal de
operação, exatamente, visando a fixação dos pontos levantados
neste trabalho e objetivando, principalmente, a redução de
custos operacionais e introduzindo as empresas na utilização de
produtos ecológicos .
Ponto de Vista
65
Caderno Técnico 3
64
Alexandre Ferreira
Diretor Técnico e Comercial do
Grupo BC Empreendimentos
Vice Presidente da ALAPRE
Crescer, Expandir, Vender ...
O
empresário encontra o pescador numa praia ensolarada, deitado numa rede à sombra
de uma árvore e lhe pergunta :
Por quê você não está pescando agora ?
Assim poderia pescar mais, comprar outros barcos, expandir, vender ... mais tarde você
poderia ficar numa boa, só descansando.
O pescador sorri e lhe diz : já tenho tudo isto, não preciso trabalhar mais.
Para os que já estão enjoados com a propaganda do banco que repete a história acima a cada
cinco minutos na televisão, minhas sinceras desculpas, mas imagino que talvez se perguntem o
que é que isto tem a ver com reciclagem animal ?
Na verdade nada, porém eu também posso perguntar :
O quê move o empreendedor ?
Por quê alguém que muitas vezes já tem mais do que precisa para viver e até mesmo já
realizou seus objetivos continua a buscar novas metas ?
O Brasil já possui um mercado interno para suas farinhas e gorduras e mesmo assim a ABRA
está promovendo um projeto de internacionalização do setor de reciclagem animal.
Ao exportarmos nossos produtos, além de podermos encontrar melhores preços, podemos
adicionalmente promover uma equalização do mercado interno “por cima”.
Ações e reações . Mercados mais atraentes costumam ser mais exigentes, desta maneira as
consequências da busca de novas fronteiras, além da lucratividade , se traduzem em maiores
investimentos e muito trabalho. Desta maneira evoluem o parque industrial e os profissionais
ligados direta ou indiretamente à cadeia.
Reconhecer e saudar as pessoas de espírito empreendedor é estar aberto ao progresso e ao
desenvolvimento.
Realizar nossos dons acaba por ser inclusive, para quem acredita, uma ação divina. Recorre-se
à parábola dos talentos de ouro, onde o servo ruim enterra o talento que recebeu para devolvêlo aos senhor no fim de sua vida tal qual como o recebeu. O servo mediano utiliza seus talentos
de forma a produzir igual valor em sua vivência, porém o servo de valor utiliza seus talentos para
o crescimento. Multiplica-os ao longo de sua vida pois sente o impulso divino da realização.
Por isto parabenizo às pessoas e empresários que a despeito das dificuldades ou até mesmo
das facilidades oferecidas pelo sucesso já alcançado continuam determinados em Crescer,
Expandir, Vender ...
Vanderlei Mariotto trabalha na Pegmatech – Especialidades
Tecnológicas, Grupo Bentonisa. Contatos através do e-mail
[email protected] ou pelo telefone (11) 99759 5469
Até a próxima!
Alexandre Ferreira
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Cep: 04004-000 / São Paulo (SP)
(11) 2384-0047
ou por [email protected]
Farima _ 51
(44) 3544-1292
[email protected]
www.farima.com.br
_9
Fimaco do Brasil
(47) 3525-1000
[email protected]
www.fimacodobrasil.com.br
Folem _ 35
(46) 3544-2000
[email protected]
www.folem.com.br
Gava _ 15
(11) 3105-2146
[email protected]
www.joaogava.com.br
49
a
Martec – Grupo SJG
(14) 3342-3301
(11) 4018-4222
_ 55
Nord Kemin _ 23
(49) 3312-8650
www.kemin.com
Nutract / Qualimix _ 10
(49) 3329-1111
[email protected]
www.qualimix.com.br
e 11
Nutriad _ 21
(19) 3206-0199
www.nutriad.com.br
Patense _4 Capa
(34) 3818-1800
[email protected]
www.patense.com.br
a
Prestatti _ 35
(54) 2107-7500
www.prestatti.com.br
Qualyfoco _ 61
(49) 3444-1422
[email protected]
www.qualyfoco.netcon.com.br
Razzo _ 17
(11) 2164-1313
[email protected]
www.razzo.com.br
Geza _ 25
(34) 2108-4353
www.geza.com.br
Reciclagem _ 27
(65) 3029-1063
[email protected]
www.reciclagemind.com.br
Giglio _ 51
(11) 4368-1822
[email protected]
www.giglio.com.br
Sincobesp _ 33
(11) 3237-2860
[email protected]
www.sincobesp.com.br
Grande Rio Reciclagem _ 39
(21) 2765-9550
[email protected]
www.grgrupo.com.br
Tecitec _ 43
(11) 2198-2200
[email protected]
www.tecitec.com.br
Grupo Braido _45
(11) 4227-9500
[email protected]
www.grupobraido.com
Thor Máquinas _
(55) 3211-1515
[email protected]
www.thor.com.br
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