- AESabesp

Transcrição

- AESabesp
Ano XI - Nº 39 - Outubro / Novembro / Dezembro de 2010 x Impressa em papel reciclado
Automação
O presente de portas abertas para o futuro
A automação é um dos segmentos que mais se fortalece dentro do setor de saneamento.
Inovações na
Fenasan e Encontro
Técnico da AESabesp,
em 2011
pág. 36
Além de mudar de endereço para
um espaço bem maior, também
será ampliado o número de mesas
redondas e de expositores.
A tecnologia que
democratiza, ajuda
e também angustia
Enigma: quanto mais
possibilidades tecnológicas o
homem tem, maiores são suas
angústias potenciais.
pág. 13
Editorial
automação
A dinâmica que vemos nas modernizações em
processos produtivos a partir do desenvolvimento da
automação tem garantido a melhoria contínua dos
produtos e serviços ao longo dos últimos anos.
Por outro lado, apesar de toda a modernização
ocorrida, não podemos afirmar que houve uma inovação!
Até porque inovação tem uma amplitude maior do
que o entendimento que é dado modernamente.
Tomemos como exemplo uma estória contada a
partir dos filmes ou desenhos de ficção de algumas
décadas atrás.
Se considerarmos que o telefone celular já estava
imaginado no seriado Jornada nas Estrelas, não podemos dizer que o advento do telefone móvel tenha sido
uma inovação.
Inovação sim quando foi criado por meio de ficção
uma nova situação de uso de telefone que até aquela
data sequer passava pela imaginação dos cientistas. E
se, ousadamente, esse criador de estórias tivesse falado
que aquilo era o que ele via acontecer no futuro, possivelmente teria sido taxado de louco ou coisa do tipo.
Essa mesma situação vimos acontecer também
com o microondas, com o monitoramento à distância e
até mesmo o congestionamento aéreo que hoje vemos
acontecer, como de dejavu, somente estamos vendo se
materializar.
O desenvolvimento de materiais, de tecnologias,
de técnicas não sobrepõe a necessidade do homem
devidamente capacitado, qualificado e treinado e se é
possível uma inovação, ela só acontece exclusivamente
através da criatividade do homem.
Em que pese a nossa legislação trabalhista e de
tributaçao perniciosa que inibe o avanço do desenvolvimento, permitindo concorrências desleais de outros
países, deixa claro a necessidade da criatividade que
o brasileiro tem que buscar através da improvisação,
criatividade, e de capacidade de superação que será a
ponte da inovação do Brasil de amanhã.
Temos visto que alguns experts de determinados
segmentos, apoiando-se na suposta modernização,
estufam o peito para dizer que melhoraram a rentabilidade, a produtividade, a eficiência, reduziram o des-
outubro / novembro / dezembro | 2010
perdício, etc., etc., e com essa justificativa chula não
estão agindo como um estadista. Não estão enxergando além da ponta do nariz.
Mesmo com toda a tecnologia, mesmo com toda
a racionalização, a sociedade vista como um contexto
continua crescendo, seja em tamanho, seja em complexidade e sempre vai depender de ações iniciadas
com arrojo inovador, mesmo que acusado de “faraônica” para garantir a sobrevivência e qualidade de vida
da sociedade do futuro.
Temos que ter a lucidez de ver a modernização da
automação como parte desse processo de inovação e
não um fim em si.
Até porque não estamos vendo os investimentos
necessários para o acompanhamento do crescimento
da demanda que se apresenta na globalização que hoje
temos como realidade.
O intrincado sistema de informática dão mostras
que a capacidade tecnológica está ilimitada.
Mas será que não é tempo de estarmos atentos
para o grande bug que ameaça a todos os sistemas
que dependem de energia elétrica?
Estamos realmente preocupados com a preparação
da mão-de-obra que será necessária para atendermos
essas inovações?
O crescimento da demanda da energia é exponencial...... e a capacidade geradora não está crescendo no
mesmo rítmo.....pelo menos no Brasil.
Temos que acordar com uma ideia inovadora para
não termos que acordar todos os dias com um enorme
pesadelo!
Hiroshi Ietsugu
Presidente da AESabesp
Saneas
3
Índice
Expediente
Saneas é uma publicação técnica trimestral da Associação dos Engenheiros da
Sabesp
Diretoria Executiva:
Presidente - Hiroshi Ietsugu
Vice-Presidente - Walter Antonio Orsatti
1º Diretor Secretário - Nizar Qbar
2º Diretor Secretário - Choji Ohara
1º Diretor Financeiro - Yazid Naked
2º Diretor Financeiro - Nélson Luiz Stábile
Diretoria Adjunta:
Diretor Cultural - Olavo Alberto Prates Sachs
Diretor de Esportes - Evandro Nunes de Oliveira
Diretor de Marketing - Reynaldo Eduardo Young Ribeiro
Diretor de Pólos - Helieder Rosa Zanelli
Diretor de Projetos Socioambientais - Luis Eduardo Pires Regadas
Diretor Técnico - Walter Antonio Orsatti
Diretora Social - Viviana Marli Nogueira A. Borges
(Em memória: Cecília Takahashi Votta)
05 Automação: o benefício
matéria tema
pelo autofuncionamento
15 Ponto de Vista
“A importância do emprego da tecnologia de automação na efetividade
dos serviços de saneamento”
16 entrevista
Um desafio para a Sabesp: implantar uma automação integrada
22 matéria sabesp
Monitoramento de Poços do Aquífero Guarani
artigos técnicos
25 Melhoria da eficiência operacional na região bragantina,
com ênfase em redução de perdas de água
32 No Principado de Mônaco, o saneamento é a maior questão
sanitária e ecológica
34 Utilização da tecnologia “National Instruments” para Monitoração
da Qualidade da Água
36 visão de mercado
Inovações na Fenasan e Encontro Técnico da AESabesp, em 2011
40 Acontece no setor
4
Saneas
Conselho Deliberativo:
Amauri Pollachi, Cid Barbosa Lima Junior, Choji Ohara, Eduardo Natel
Patricio, Gert Wolgang Kaminski, Gilberto Alves Martins, Gilberto Margarido
Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Hiroshi Ietsugu, João Augusto Poeta, Marcos
Clébio de Paula, Nélson Luiz Stábile, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo
Eugênio de Carvalho Corrêa, Pérsio Faulim de Menezes, Reynaldo Eduardo Young
Ribeiro, Sonia Maria Nogueira e Silva, Viviana Marli Nogueira A. Borges, Walter
Antonio Orsatti e Yazid Naked
Conselho Fiscal:
Carlos Alberto de Carvalho, José Carlos Vilela e Ovanir Marchenta Filho
Conselho Editorial: Luiz Henrique Peres (Coordenador),
João Augusto Poeta, Luiz Eduardo Pires Regadas e Maria Aparecida dos Santos
Fundo Editorial:
Márcia de Araújo Barbosa Nunes (Coordenadora)
Alex Orellana, Celso Roberto Alves da Silva, José Marcio Carioca, Luis Eduardo Pires
Regadas, Paulo Rogério Guilhem , Robson Fontes da Costa e Wong Sui Tung.
Coordenador do Site: Jônatas Isidoro da Silva
Pólos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP
Coordenador dos Pólos da RMSP - Robson Fontes da Costa
Pólo AESabesp Costa Carvalho e Centro Maria Aparecida S. de Paula Santos
Pólo AESabesp Leste - Nélson César Menetti
Pólo AESabesp Norte - Sebastião Matos de Carvalho
Pólo AESabesp Oeste - Francisco Marcelo Menezes
Pólo AESabesp Ponte Pequena - João Augusto Poeta
Pólo AESabesp Sul - Paulo Ivan M. Franceschi
Pólos AESabesp Regionais
Coordenador dos Pólos Regionais - José Galvão de F. R. e Carvalho
Pólo AESabesp Baixada Santista - Nilson Roberto Correia
Pólo AESabesp Botucatu - Rogélio Costa Chrispim
Pólo AESabesp Franca - Antonio Carlos Gianotti
Pólo AESabesp Lins - Marco Aurélio Saraiva Chakur
Pólo AESabesp Presidente Prudente - Gilmar José Peixoto
Pólo AESabesp Vale do Paraíba - Sérgio Domingos Ferreira
Coordenação do XXII Encontro Técnico AESABESP e Fenasan 2011:
Olavo Alberto Prates Sachs e Walter Antonio Orsatti
Comissão Organizadora:
Hiroshi Ietsugu, Ivan Norberto Borghi, Maria Aparecida Silva de Paula Santos,
Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Osvaldo Ioshio Niida
Patrícia Nagatani, Regina Mei Silveira Onofre, Reynaldo E. Young Ribeiro, Tarciso
Luis Nagatani, Walter Antonio Orsatti
Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp
Jornalista Responsável:
Maria Lúcia S. Andrade – MTb. 16081
PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Neopix Design
[email protected]
www.neopixdesign.com.br
Associação dos Engenheiros da Sabesp
Rua 13 de maio, 1642, casa 1
Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP
Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484
Fax: (11) 3141 9041
[email protected]
www.aesabesp.org.br
outubro / novembro / dezembro | 2010
matéria tema
Automação
O benefício pelo
autofuncionamento
Derivado do latim “Automatus”, o significado essencial do termo
“Automação” é “mover-se por si”. No mundo de hoje, um sistema
automatizado de controle significa que mecanismos verificam seu próprio
funcionamento, efetuando medições e introduzindo correções, sem a
necessidade da interferência do homem. Esta substituição de esforços,
musculares e não-musculares, por máquinas comandadas por dispositivos
de retroação se adapta, cada vez mais, às necessidades humanas.
outubro / novembro / dezembro | 2010
Saneas
5
matéria tema
Em um sistema típico, todas as informações dos
sensores são concentradas em um controlador programável o qual de acordo com o programa em memória
define o estado dos atuadores. Atualmente, com o advento de instrumentação de campo inteligente, funções executadas no controlador programável tem uma
tendência de serem migradas para estes instrumentos
de campo.
Toda indústria, atualmente, tem alguma forma de
automação, de um sistema simples aos mais elaborados. A automação industrial possui vários barramentos de campo, incluindo vários protocolos, como: CAN
OPEN, INTERBUS-S, FIELD BUS FOUNDATION, MODBUS,
STD 32, SSI, PROFIBUS, DEVICENET, etc. Em tese, estes
barramentos se assemelham a barramentos comerciais
A automação na engenharia
tipo ethernet e intranet, mas
Comumente chamada de “mecontrolam equipamentos de
catrônica”, a engenharia de controPara obter a
campo, como válvulas, atuadole e automação é uma área voltada
automação de um
res eletromecânicos, indicadoao controle de processos industriais,
utilizando-se para isso de elemensistema é necessário res, e enviam estes sinais a uma
tos sensores, elementos atuadores,
conseguir uma visão central de controle, possibilitando a comunicação de dados
sistemas de controle, sistemas de
global do processo com o sistema administrativo
supervisão e aquisição de dados
produtivo, o que
de qualquer organismo empree outros métodos que utilizem os
faz o profissional
sarial.
princípios da eletrônica, da mecâUma contribuição adicional
nica e da informática. O propósito
da área usar
importante dos sistemas de Auda combinação destes recursos é a
informações que
tomação Industrial é a conexão
geração de sistemas mais simples,
relacionem áreas
do sistema de supervisão e coneconômicos, confiáveis e versáteis.
de
conhecimento
trole com sistemas corporativos
O desafio da engenharia de
distintas
de administração das empresas.
controle e automação se completa
Esta conectividade permite o
quando toda uma linha de produção
compartilhamento de dados importantes da operação
funciona sem a intervenção humana, agindo apenas
diária dos processos, contribuindo para uma maior agipelo controle das próprias máquinas e controladores.
lidade do processo decisório e maior confiabilidade dos
Para obter a automação de um sistema é necessário
dados que suportam as decisões dentro da empresa
conseguir uma visão global do processo produtivo, o
para assim melhorar a produtividade.
que faz o profissional da área usar informações que
relacionem áreas de conhecimento distintas, como é
o caso da mecânica, da elétrica e da ciência da comAutomação no saneamento
putação.
Dentre as novas propostas para atender as neA automação é utilizada, em larga escala, nos noscessidades de renovação, bem como aos projetos de
sos processos industrias, com o uso de transmissores
manutenção e ampliação dos serviços, com vista à disde pressão, vazão, temperatura e outras variáveis neponibilidade do produto e redução do desperdício, a
cessárias para um SDCD (Sistema Digital de Controle
automação é uma das tecnologias que notoriamente
Distribuído) ou CLP (Controlador Lógico Programável).
vem sendo aplicada no setor de saneamento.
Esses processos visam, principalmente, a produtividaOs investimentos na sua aplicação se justificam
de, a qualidade e a segurança.
pelos resultados de melhoria no abastecimento e no
No nosso dia a dia virou lugar comum a aplicação de
técnicas, softwares ou de equipamentos específicos
em uma determinada máquina ou processo industrial,
com o objetivo de aumentar a sua eficiência, maximizar a produção com o menor consumo de energia, menor emissão de resíduos de qualquer espécie, melhores
condições de segurança, seja material, humana ou das
informações referentes a esse processo, ou ainda, de
reduzir o esforço ou a interferência humana sobre esse
processo ou máquina. É um passo além da mecanização, onde operadores humanos são providos de todo
o gênero de instrumentação para auxiliá-los em seus
trabalhos.
6
Saneas
outubro / novembro / dezembro | 2010
matéria tema
a automação é uma
das tecnologias que
notoriamente vem
sendo aplicada no
setor de saneamento
tratamento de água, que se dá por meio do monitoramento e controle em tempo real, além de redução
de custos operacionais, por meio do gerenciamento de
energia elétrica consumida e controle de perdas físicas nos sistemas. Existem perdas muito significativas
de água em decorrência de vazamentos, ligações clandestinas, hidrômetros avariados, que comprometem
o índice de atuação das companhias de saneamento e sobrecarregam os seus custos de produção. Por
comandos realizados, principalmente por telemetria,
várias unidades podem ser assistidas a partir de um
centro de controle operacional (CCO) com funções de
operação, otimização, planejamento e correção de dis-
torções.
Os resultados positivos trazidos pelos sistemas de
automação, no saneamento, são notadamente visíveis
em relação à minimização de perdas e dos custos de
produção. Mas por meio do emprego desta tecnologia,
é possível otimizar diversos segmentos dentro do setor, que abrangem desde as técnicas de manutenção
e monitoramento em sistemas hidráulicos até a própria gestão da manutenção, bem como dos sistemas
de apoio, propiciando o controle e o gerenciamento
especializado do processo, como um todo.
ISA (Instrumentation Society of America)
A maior referência institucional, associativa e concentradora de profissionais que atuam em instrumentação, sistemas e automação é a ISA (Instrumentation
Society of America ), que reúne mais de 30 mil membros. Sua sede matriz está na Carolina do Norte, nos
EUA, porém sua atuação é organizada em 14 Distritos.
O que atende os países da América do Sul é o Distrito 4.
A ISA foi criada em 28 de abril de 1945, em Pittsburgh, EUA. Nessa época, a instrumentação industrial
recebia um grande impulso em razão das aplicações
desenvolvidas durante a 2ª Grande Guerra. Richard
Rimbach é reconhecido como o fundador da ISA, pela
iniciativa de reunir 18 sociedades regionais existentes
em uma organização nacional.
outubro / novembro / dezembro | 2010
Saneas
7
matéria tema
Albert F. Sperry, presidente da Panelit Corporation,
tornou-se também o primeiro presidente da ISA em
1946. Nesse mesmo ano, a Sociedade realizou seu primeiro Congresso e Exposição em Pittsburgh. A primeira
norma, RP 5.1 – Simbologia para Fluxograma de Instrumentação, surgiu em 1949 e a primeira publicação,
que por fim se tornou o que hoje é a revista InTech, foi
editada em 1954.
Nos anos seguintes, a entidade continuou a expandir seus produtos e serviços. O total de membros (associados) cresceu de 900 no ano de 1946 para 39.000 (referência no seu portal em 2010), distribuídos em mais
de 110 paises. Com o processo de internacionalização,
Referência: Portal ISA (Instrumentation Society of América)
Leia sobre a 14ª edição do
Brazil Automation ISA 2010,
na seção “Visão de Mercado”
8
Saneas
além da evolução e da abrangência do desenvolvimento de suas atividades, o nome da ISA foi alterado para
“The Instrumentation Systems and Automation Society”. A partir de 2005 a identificação corporativa passou
a ser “ISA - Setting the Standards for Automation”.
ISA Distrito 4
O Distrito 4 é considerado o terceiro maior dentre
os 14 que constituem a entidade e suas atividades
abrangem os países da América do Sul. Sua sede fica
na cidade de São Paulo e sua estrutura está organizada
em 20 seções de profissionais e 20 seções de estudantes, agregando mais de 2.000 membros.
01. Assunção
02. Bahia
03. Belo Horizonte
04. Buenos Aires
05. Campinas
06. Chile
07. Colombia
08. Curitiba
09. Espírito Santo
10. Lima
11. Rio de Janeiro
12. Rio Grande do Sul
13. São Paulo
16. Cauca
18. CEFET-SP Cubatão
20. Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI
21. Escola Politécnica, Universidade de Sao Paulo
24. Santos
26. Senai-Prof Zerbini
27. Instituto TECSUP
30. Universidad de Los Andes
32. Universidade de Uberaba
34. San Fernando, Trinidad
35. Triângulo Mineiro
36. Vale do Paraíba
38. Venezuela Metropolitan
39. Venezuela Occidental Region
41. Campos dos Goytacazes
42. Universidad de La Salle
47. Universidad Pedagogica Nacional
51. Universidad Ricardo Palma - URPAL
52. Ecuador
53. Universidad de Santiago de Chile
54. Sena Colombo Aleman - Regional
55. ISA Universidad del Norte
57. Universidad Technologica de Bolivar
58. Escuela Politecnica Nacional Ecuad
72. Universidad Del Valle
outubro / novembro / dezembro | 2010
matéria tema
Como ter uma casa
100% sem fios
Com estas dicas (algumas inusitadas) de Adam Dachis,
veiculadas no Portal Gizmodo, talvez você se torne a pessoa
mais automatizada do seu círculo pessoal.
Seja por motivos estéticos ou práticos, a maioria das
pessoas odeia ter que passar fios e cabos pela casa
toda para se conectar à internet, instalar um home
theater, ou qualquer outra coisa. Então vamos ver algumas dicas para livrar praticamente qualquer cômodo da sua casa dos fios.
A verdade é que ainda é semi-impossível se livrar
inteiramente dos fios, então este é meio que um guia
para cortar a maior quantidade possível deles, substituindo-os por alternativas wireless. Especificamente,
vamos sugerir como você pode mudar para wireless e
melhorar a qualidade do sinal na sua rede wi-fi caseira, melhorar o sinal do seu celular, ficar sem cabos no
seu home theater e configurar soluções de impressão,
scanner e armazenamento sem fios.
Lembre-se também que wireless não é necessariamente o santo graal. Muito pouca coisa (ou nada) tem
um desempenho melhor sem fios, então é geralmente melhor ficar com os fios mesmo, se isso for uma
opção, se for cômodo. Nós vamos ver situações nas
outubro / novembro / dezembro | 2010
quais não se pode usar fios, ou nas quais eles seriam
um incômodo. Também veremos algumas dicas para
otimizar a performance da sua casa wireless, já que a
interferência começa a ser um problemão quando se
tem dados viajando pelo ar por todo lado.
NOTA: Eu acabei de me mudar para um lugar em
que seria impraticável passar fios, então muitas das
dicas abaixo vêm de experiência própria.
Expandindo a sua rede wireless
Muitos de nós têm um roteador Wi-Fi, mas nem todos
os nossos aparelhos podem receber o sinal wireless.
Nem todo PC desktop vem equipado com uma placa
de rede Wi-Fi, por exemplo. Se você tem alguns aparelhos que se conectam apenas por Ethernet e exigiriam
que você passasse um cabo de rede pelo chão do roteador até eles, em muitos casos pode ser mais elegante
configurar uma ponte wireless.
Saneas
9
matéria tema
Ponte Wireless
Uma ponte wireless não é nada mais do que um segundo roteador que se conecta via wi-fi ao seu primeiro, então compartilha a conexão com qualquer
aparelho que você ligar nele. O seu Xbox, por exemplo.
A maioria dos roteadores atuais já vem de fábrica com
a capacidade de atuar como ponte, mas se você tem
um roteador mais antigo sobrando e que não tem essa
capacidade, pode transformá-lo em uma ponte facilmente, apenas instalando o firmware alternativo (e
grátis) DD-WRT. O DD-WRT não funciona em qualquer
roteador, mas funciona na maioria. Entre no site do
DD-WRT e procure o seu modelo na lista de compatibilidade. Se você decidir transformar o seu antigo roteador em uma ponte, o LifeHacker dá o passo a passo
para fazer isso.
Repetidor Wireless
Se você vive em uma casa grande, ou simplesmente
em um lugar com muita interferência de sinal, talvez
tenha alguma dificuldade em fazer o seu sinal Wi-Fi
alcançar a casa toda. Se você usar uma ponte wireless, pode estender o alcance da rede Wi-Fi e ainda ter
um lugar longe do roteador principal onde ligar seus
dispositivos Ethernet, mas se você não tem nenhum
dispositivo Ethernet e quer apenas aumentar o alcance
do Wi-Fi, você só precisa de um repetidor wireless.
Uma coisa importante de lembrar quando se está
adicionando uma ponte ou repetidor wireless na sua
rede é se certificar que a velocidade de Wi-Fi do roteador bate com a maior velocidade possível. Se você tem
roteadores 802.11n, não vai querer colocar um 802.11g
na rede. Mesmo se você está usando principalmente os
802.11n, se eles conseguem mandar simultaneamente
o sinal 802.11g, você deve desligar isso antes de criar a
ponte ou repetidor. Geralmente o que acontece nestes
casos é que o roteador vai se conectar na menor velocidade e você não vai ficar com a conexão wireless na
velocidade máxima.
as configurações do seu roteador, mas talvez você precise apelar para o papel alumínio.
Muitos roteadores Wi-Fi se conectam por padrão
ao mesmo canal, o que significa que, se houver outras redes Wi-Fi ao seu redor, e nenhum dos roteadores
delas tiver sido configurado para outro canal, o canal
padrão pode estar meio congestionado. Para descobrir
em qual canal você e os seus vizinhos estão, dê uma
olhada no webapp Wi-Fi Stumbler . Ele vai te dar um
resumo da situação, além de dizer quais canais não estão em uso. Escolha um dos canais menos utilizados
e você pode tornar a sua rede um pouco mais rápida.
Escolha bem o lugar
O lugar onde você coloca o seu roteador pode fazer
uma diferença enorme na obtenção de um sinal forte. Se o sinal Wi-Fi do seu roteador precisa lutar para
passar por metal, concreto ou mesmo um aquário
maiorzinho, você terá alguns problemas. Posicioná-lo
de forma a facilitar a viagem do sinal pode ajudar muito. Lute também contra a vontade de esconder aquele
roteador feio; os roteadores têm mais facilidade em
mandar sinal para baixo do que para o alto, então é
muito melhor deixá-los sobre as mesas, presos na parede na altura dos olhos, ou mesmo em prateleiras altas, do que em uma gaveta da sua escrivaninha ou no
chão atrás dela.
Em busca do sinal perfeito
Há muitas coisas que você pode fazer para
melhorar o seu sinal Wi-Fi pela casa. A ideia
por trás de todas elas é reduzir interferências
o máximo possível. Algumas vezes dá para
conseguir bons resultados apenas otimizando
10
Saneas
outubro / novembro / dezembro | 2010
matéria tema
Áudio e vídeo wireless
para o seu Home Theater
Vídeo
Em relação a vídeo sem fio, a solução é só uma: Wireless HDMI. O maior benefício de um sinal de vídeo
HDMI sem fio é o mesmo do HDMI em si (com fio): o
fato de você ter áudio e vídeo juntos, sem precisar de
mais conexões. Mas o HDMI wireless tem alguns lados
ruins, sendo que o maior deles é o preço. Se você pensa
em ligá-lo em projetor, será apenas para vídeo. Além
disso, o Wireless HDMI tem um alcance bem limitado.
Apesar de tecnicamente funcionar a distâncias maiores que dois metros, o sinal é significativamente melhor se o receptor e o emissor estiverem bem próximos.
De qualquer forma, a imagem é bem impressionante
nas condições certas, mas não é perfeita. O HDMI sem
fio pode ser a salvação da lavoura para alguns, mas
por enquanto é melhor encará-lo como último recurso.
À moda antiga
O velho esquema do bombril na antena da TV também
funciona nas nossas redes wireless atuais ou quase
isso. Às vezes, a melhor cura é um pouco de papel alumínio em forma de parábola na sua antena. Assim você
consegue fazer o seu próprio extensor Wi-Fi.
Áudio
Áudio sem fio é geralmente bem mais barato e fácil
de lidar. Se você tem um projetor, pode simplesmente manter todos os seus aparelhos com o vídeo ligado
diretamente nele, mas enviando o áudio para um sistema de som espalhado pela sala.
Se você só está querendo tocar música do seu
computador no home theater, o AirPort Express da Apple é outra opção. Nós detalhamos como usá-lo para
transformar o seu aparelho em um controle remoto do
som da casa inteira. O lado ruim é que ele é feito para
funcionar apenas com o iTunes (algo que você pode
contornar usando softwares com o AirFoil).
atender, mas se você for como muitas pessoas hoje em
dia, que usam apenas o celular, você pode estar procurando medidas mais drásticas.
Até onde vimos, não há muitas opções baratas ou
“faça você mesmo” para isso. Se o seu sinal celular é
terrível dentro de casa, você provavelmente vai ter que
procurar um amplificador.
Foco no problema
Se você estiver com dificuldades em um computador
em particular, e ele por acaso usar muitos acessórios
wireless, considere arranjar um hub USB para colocar
todos os receptores wireless USB. Assim como o posicionamento do roteador ajuda na recepção, um hub
USB para o seu desktop pode ajudar a reduzir interferência no lado cliente.
Modems 3G
Quem está com problemas de sinal relacionados a um
modem de dados celular ou hotspot pessoal MiFi pode
melhorar a sua recepção com um truque meio ridículo: colocar o modem em uma panela. Dessa forma, o
metal ajuda as ondas de rádio a se acumularem, resultando em um sinal mais forte. Em teoria, isso deveria
funcionar com o seu telefone também.
Melhorando seu sinal celular
Um dos problemas mais chatos da vida wireless é a recepção do telefone celular. Eles costumam funcionar
bem na rua, mas se você mora em uma zona morta ou
tem muitos materiais que interferem (como concreto e
metal), fazer uma ligação com o seu celular pode ser
um parto.
Ter um número do Google Voice, ou coisa parecida, seria uma boa maneira de ter certeza de receber
uma ligação independente de qual aparelho você pode
outubro / novembro / dezembro | 2010
Impressora, scanner e armazenamento
wireless
Impressoras e multifuncionais wireless são mais e mais
comuns atualmente, mas se a sua não é, dá-se um jeito. Há várias maneiras de colocar a sua impressora em
uma rede wireless. Adicionalmente, muitos destes mesmos métodos podem ser usados para compartilhar um
disco rígido pela rede também.
Saneas
11
matéria tema
Roteadores e adaptadores de terceiros
Compartilhamento de impressora
Muitos roteadores incluem uma porta USB para adicionar um disco ou uma impressora compartilhada
pela rede. Se o seu roteador tem uma entrada USB
consulte o manual para ver o que ela pode fazer alguns
dos roteadores mais antigos com portas USB não têm
esta capacidade. Muitas vezes estas portas USB vão
compartilhar um HD, mas não uma impressora. Se você
está procurando algo que faça ambos e ainda tenha
suporte estendido para além da sua rede doméstica, o
Pogoplug é uma boa solução.
Compartilhar a sua impressora na rede doméstica é
particularmente fácil. Veja este pequeno passo a passo
para Windows. Se você está em um Mac, pode simplesmente marcar a opção de compartilhar a impressora
pela rede quando instalá-la, ou depois, indo à seção
Impressoras & Fax nas Preferências de Sistema.
A ponte wireless ataca novamente
Como mencionado diversas vezes neste texto, uma
ponte wireless pode trazer os seus aparelhos que precisem de um cabo de rede para o território wireless.
Muitas impressoras -- especialmente as laser baratas
-- vêm com capacidades de rede limitadas a ethernet,
sem Wi-Fi. Uma ponte é o modo perfeito de deixá-las
online sem precisar passar um longo cabo de rede pelo
ambiente. Isso também funciona para um disco rígido
com entrada de rede.
Fotografia Wireless
O que já citamos acima cobre quase tudo que você
pode precisar para a sua casa, mas a verdade é que
deixar o seu hobby de fotografia mais wireless é muito
divertido. Se você está querendo cortar os fios de algo
um pouco menos prático, a fotografia é um bom início.
Se você tem uma DSLR e um aparelho com iOS,
tem algumas opções de fotografia wireless. Por exemplo: você pode transferir fotos sem fio da câmera para
o seu iOS ou usar o portátil como controle remoto para
a câmera. Mas se você só tem uma câmera com entrada para cartão SD, o popular Eye-Fi facilita os uploads
sem fio para o seu computador ou para serviços de
compartilhamento.
A Revista Saneas convida para a sua edição especial.
Distribuição na fenasan 2011,
o maior evento De saneamento
e meio ambiente Da
américa latina!
Essa edição será uma verdadeira vitrine para o expositor da Fenasan reforçar a divulgação
de seus equipamentos, produtos e serviços. Sua imagem ficará associada ao público que
conhece saneamento e faz deste setor uma das bases mais sérias e promissoras deste País.
Prazo para entrega da arte de anúncios: até 08 de julho de 2011
Tiragem especial de 10 mil exemplares!
garanta
seu
espaço publicitário:
12
Saneas
11 3263 0484 - 11 7515 4627 | [email protected]
outubro / novembro / dezembro | 2010
matéria tema
A tecnologia que
democratiza,
ajuda e
também
angustia
No século XIX, o filósofo Kirkegaard já dizia que quanto mais possibilidades o homem tem, maiores são suas
angústias potenciais. Transpondo para o século XXI,
quando o mundo oferece milhões de possibilidades, o
excesso de informação e de tecnologia também pode
provocar uma retumbante ressaca intelectual, pois
ainda não temos um “processador mental” capaz de
analisar com qual consciência podemos atender as exigências da sociedade de consumo, que nos habilitam
a ser chamados de cidadãos modernos, atualizados,
antenados, plugados e incapazes de sermos vencidos,
o que provoca situações angustiantes.
Alguém saberia dizer, de bate pronto, quais são os
limites, hoje, dos recursos da tecnologia, ferramentas de internet, relações sociais na rede e a utilização
de todas essas novidades no exercício de nossa vida
pessoal e profissional? E outra pergunta mais ainda
temerária: onde exatamente termina aquele trabalho
que você sabe, estudou para isso, se especializou, para
entrar a parte que qualquer pessoa pode fazer?
O uso contínuo das tecnologias não nos leva apenas às indagações sobre a nossa obsoleta competência
profissional ou social. Ao mesmo tempo em que ele
democratiza e amplia os horizontes, também angustia.
Hoje, uma pessoa considerada razoavelmente informada deve estar a par do que trazem os informativos
diários, as revistas semanais, os livros da lista dos dez
outubro / novembro / dezembro | 2010
mais vendidos e também deve visitar os “blogs” da sua
área de atuação ou de interesse (onde verá muito conceito duvidoso e opiniões sem o menor embasamento
no meio de muita coisa boa). Isso sem falar na participação em redes sociais: Facebook, MySpace, Twitter, LinkedIn e outras que a gente não domina, mas
se cadastra, haja vista que o Brasil é o sétimo país no
mundo em que as pessoas gastam mais tempo em redes sociais.
E é justamente a falta de tempo, para se informar
de tudo isso, um dos grandes pilares do grande estado de angustia de quem vive nas grandes cidades. É
difícil não cumprir a “utopia” de ler todos os portais,
entrar nas redes, postar informações no blog, trabalhar com excelência, manter um corpo em forma com
exercícios e alimentação balanceada, cultivar um bom
relacionamento afetivo, ser presente e participativo no
núcleo familiar e (risos) dormir 8 horas por dia! Talvez
a comunidade científica farmacológica já esteja com
a iminência de inventar uma pílula para “não dormir,
sem efeitos colaterais”...
É, de fato, o século XXI, no qual podemos ter tudo
a mão, sem fio, sem sair do lugar, sem tempo para
olhar e ser olhado, escutar e ser escutado, entre outros
sentidos tão primários, não está uma fase muito cômoda para se viver.
Saneas
13
matéria tema
Recomendação para se refletir um pouco sobre esta
nova era, com os recursos que ela mesma apresenta.
Baixe o vídeo da música Virtual Insanity, da banda
britânica de acid jazz Jamiroquai (segue a tradução de
uma parte). A melodia é linda e a letra é instigante.
14
Virtual Insanity
Oh yeah, what we’re living in (let me tell ya)
Insanidade Virtual
Sim, no que estamos vivendo (deixa eu te contar)
It’s a wonder man can eat at all
When things are big that should be small
Who can tell what magic spells
We’ll be doing for us
And I’m giving all my love to this world
Only to be told
I can’t see, I can’t breathe no more will we be
And nothing’s going to change the way we live
Cause we can always take but never give
And now that things are changing for the worse,
See, its a crazy world we’re living in
And I just can’t see that half of us
Immersed in sin is all we have to give these
É uma surpresa que o homem pode comer
Quando coisas que deveriam ser pequenas são bigs
Quem pode dizer que magias usar
Nós estaremos fazendo por nós
E eu estou dando todo meu amor a esse mundo
Apenas para ser avisado
Eu não posso ver, não posso respirar mais seremos
E nada vai mudar o jeito que vivemos
Porque nós podemos sempre tirar mas nunca dar
E agora que as coisas estão mudando para pior
Veja, é num mundo louco que nós estamos vivendo
E eu não posso ver que metade de nós
Imerso em pecado é tudo que temos para dar a estes
CHORUS:
Futures made of virtual insanity now
Always seem to be governed by this love we have
For useless, twisting of the new technology
(Refrão)
Futuros feitos de insanidade virtual agora
Sempre parece ser governado este amor que temos
Para inútil, a torção da nova tecnologia
Saneas
outubro / novembro / dezembro | 2010
Ponto de Vista
José Antonio Cattani Xavier
Administrador
de empresas,
graduado pela
Faculdade Dom
Bosco, com MBA
em marketing
“A importância do emprego da
automação na efetividade dos
serviços de saneamento”
pela ESPM Escola Superior
de Propaganda
e Marketing
(Campinas).
É Diretor Geral
da Divisão
de Medidores
de Água da
Sensus Metering
Systems do
Brasil Ltda,
responsável por
manter e gerar
o crescimento
sustentável
para a Sensus
no mercado
brasileiro.
Também é
Apesar da evolução dos serviços nos últimos anos,
ainda existe um longo caminho a ser percorrido
para que as empresas de saneamento atinjam um
patamar de excelência.
A utilização das tecnologias disponíveis hoje
pode ajudar muito as empresas de saneamento na
evolução da gestão dos seus serviços. Se aplicarmos
um sistema de automação de leitura dos hidrômetros, que servem para medir a água consumida por
residências, indústrias, condomínios, shopping centers, podemos obter a redução da perda de água, a
redução dos erros de leitura e consequentemente a
redução das perdas comerciais.
Atualmente o Brasil possui hidrômetros que
possibilitam a transmissão das informações por sistemas de:
■■ Rádio Frequência;
■■ Cabo conectado a um modem de celular;
■■ Touch Read – Leitura direta do medidor.
■■ Planejamento do consumo e da distribuição da
água;
■■ Possibilidade de aplicação de tarifas diferenciadas no consumo realizado dentro dos horários
pré-determinados pelas empresas de saneamento, assim como ocorre com as de energia
elétrica;
■■ Melhor relacionamento com o consumidor por
permitir que seja feita a gestão do consumo de
água.
Enfim, assim como vem ocorrendo em vários
setores da economia, a automação pode agregar
muito à efetividade dos serviços, principalmente
para as Empresas de Saneamento.
Porém, não podemos deixar de ressaltar que a
análise profunda e detalhada do equipamento/tecnologia a ser utilizado, definirá o sucesso do emprego destas tecnologias, pois dados recebidos em tempo real também exigem ações em tempo real.
Diretor do
Grupo Setorial
de Hidrômetros
da ASFAMAS
(Associação
Brasileira dos
Fabricantes de
Materiais para
Saneamento).
Dependendo do nível de automação da leitura
que é aplicado (tempo real, horária, diária ou mensal), a empresa de saneamento terá a possibilidade
de obter gestão completa do seu parque de hidrômetros, o que a levara à atuação de forma mais efetiva, conforme descrito abaixo:
■■ Possíveis vazamentos de água, ocorridos nas
instalações dos consumidores (normalmente
só visualizados meses após a sua ocorrência);
■■ Identificação de
possíveis fraudes
(inversão do hidrômetro, diminuição
do consumo, entre
outros);
outubro / novembro / dezembro | 2010
Saneas
15
entrevista
Marcelo de Souza
Engenheiro
eletricista na
modalidade
eletrônica, Mestre
em Engenharia
Elétrica e
Automação de
Processos pela
Escola Politécnica
da Universidade
de São Paulo
(EPUSP).
Atualmente é
doutorando
em Engenharia
Elétrica com
ênfase em
Automação de
Processos também
pela Escola
Politécnica da
USP e professor
de graduação
do curso de
engenharia
elétrica e
automação da
PUC-SP. Atua
há 20 anos na
Sabesp, tendo
trabalhado
por 10 anos na
manutenção
eletromecânica
dos sistemas de
água e esgoto
e há 10 anos
trabalha com
automação
corporativa dos
processos do
saneamento
ambiental e
também com a
padronização
de sistema
elétrico. Integra
o Departamento
de Engenharia
de Operação da
Sabesp – TOE.
16
Um desafio para a Sabesp:
implantar uma automação
integrada
Existem bons projetos de automação, implantados em algumas Unidades de Negócio da Sabesp. Contudo, o
grande desafio da Companhia é viabilizar uma implantação integrada dessa tecnologia. Para tanto, está sendo
modelado o Plano Diretor de Automação, com implementação prevista no primeiro semestre de 2011.
A reportagem da Saneas foi buscar informações sobre esse processo na Superintendência de Desenvolvimento
Operacional da Sabesp, liderada pelo Eng. Eric Carozzi, que designou um especialista da sua equipe neste segmento, o Eng. Marcelo de Souza, que nos concedeu esta esclarecedora entrevista:
Saneas: Qual é a importância do emprego da
automação na efetividade dos serviços de saneamento?
Souza: A água é uma commodity cada vez mais
valorizada no planeta e sua disponibilidade deverá
escassear nas próximas décadas. Portanto, a gestão
eficiente neste setor é fundamental para garantir a
sustentabilidade do saneamento. A ciência e a tecnologia de automação (TA) é uma das ferramentas
que poderá auxiliar os gestores na tomada de decisão de forma bastante eficiente. De uma forma
geral, na automação dos processos de saneamento,
a exemplo do que acontece nas áreas de manufatura e na indústria de processos, o foco deve ser o
negócio.
A tecnologia da automação está presente nas várias etapas do negócio, partindo da medição das
variáveis de interesse: nível, vazão, pressão, turbidez, entre outras, passando pelo processamento
dos dados para a geração de informações úteis à
operação e à manutenção, até chegar à produção
de uma visão analítica integrada que permita uma
tomada de decisão gerencial e assertiva. Portanto,
permitindo uma melhora significativa na gestão
dos serviços prestados no saneamento. Apesar dos
diversos problemas existentes no setor do saneamento, a tecnologia de automação pode ser em-
Saneas
pregada também na identificação desses problemas
para melhor tomada de decisão, por exemplo, na
redução de perdas, a automação permite conhecer
o comportamento do sistema, em tempo real; outro
exemplo seria uma bomba de um poço profundo de
um sistema isolado, quando parada por algum tipo
de defeito, a automação permite a rápida identificação pela equipe de operação, e não ficar sabendo
por intermédio da reclamação de falta de água feita pelos clientes, entre outros diversos problemas
de manutenção e operação. Também a automação
pode contribuir na otimização dos produtos empregados na produção da água. como podemos verificar, a tecnologia de automação é uma ferramenta
fundamental na otimização e gestão dos serviços
de saneamento.
Saneas: Em quais segmentos do setor esta tecnologia pode ser e está sendo aplicada com
maior incidência? No Mundo, no Brasil e na
Sabesp?
Souza: Os processos de automação, querendo ou
não, fazem parte do dia-a-dia das pessoas, em casa
e, principalmente, no ambiente corporativo. Se
adaptar às novas tecnologias e suas linguagens é
fator primordial no atual mercado e isso exige investimento e planejamento. Seja no universo das
outubro / novembro / dezembro | 2010
entrevista
Marcelo de Souza
Saneas: Os investimentos na sua aplicação são jusempresas, seja no dia-a-dia das pessoas, simplesmente
tificados pelos resultados que alcançam? Obtémnão dá para imaginar a vida no mundo moderno sem os
-se resultados intangíveis? O senhor poderia citar
computadores e a internet, por exemplo. E a automaalguns?
ção está muito mais presente no cotidiano do cidadão
Souza: Pela fácil tangibilidade dos retornos que os procomum do que se pode imaginar. Hoje já é possível, por
jetos de tecnologia de automação trazem, é mais fácil
exemplo, utilizar um único controle remoto para acionar
justificar o retorno de projetos de TA, considerando a nao funcionamento de sistemas e equipamentos de uma
tureza normalmente tangível de seus benefícios. As áreas
residência, tais como cortinas, persianas, ar-condiciode TA devem ficar atentas com o que a automação pode
nado, iluminação, aparelho de som, DVD, televisão, bem
oferecer como boa prática de gestão, tais como: Melhor
como o emprego de celular e internet para controlar
alinhamento as estratégias do negócio, valorização e detudo isso. Sem contar as câmeras de filmagem que são
senvolvimento do seu corpo técnico, monitoramento de
utilizadas para monitorar a movimentação em um amníveis de serviço e índices de governança e gerenciamenbiente. Também nos edifícios modernos a tecnologia de
to dos ativos sob sua responsabilidade: equipamento,
automação vem sendo aplicada com maior incidência no
hardware e software. Provavelmente a área corporativa
controle dos elevadores, sistema de iluminação e do ardeverá atuar com mais intensidade nos projetos de auto-condicionado.
mação e mudar a postura informal que predominou por
Hoje, a automação é aplicada nas mais variadas áreas
esse período. Somente desta forindustriais (petroquímica, petrolífema, provavelmente vamos alinhar
ra, manufatura, automobilística, nas
a
tecnologia
de
aua tecnologia de automação com o
empresas prestadoras de serviços,
tomação vem sendo
direcionamento estratégico dos negás, energia elétrica, saneamento,
empregada
basicagócios. Obviamente obteremos medentre outras). Além de melhorar
a qualidade do processo produtimente na maioria dos lhores resultados, principalmente
vo, ela tem por objetivo aumentar segmentos. Na Sabesp em corporações como a Sabesp.
a produtividade e a segurança em
as Unidades de Negó- Atualmente, existe grande interesse
por sistemas de automação, porque
processo industrial e produtivo. Escio estão implantando a automação possibilita a redução
sas são algumas características insistemas de automa- do custo de todo o sistema produdispensáveis para qualquer negócio
ção, mas cada uma
tivo, e consequentemente aumento
que pretende sobreviver/competir
num mundo globalizado, e também
tentando resolver o dos lucros. Existe uma grande deonde os recursos naturais necessiseu problema local manda de automação especificamente no setor industrial, devido
tam cada vez mais de uma gestão
aos seguintes fatores:
integrada e eficiente. Portanto, acredito que a tecnologia
■■ redução dos custos de produção;
de automação vem sendo empregada basicamente na
■■ rápida resposta às necessidades ou distúrbios da promaioria dos segmentos, no Mundo e no Brasil. Acredidução;
to que o Brasil apresenta até certo atraso em relação a
■■ redução no volume, tamanho e custo dos equipaoutros países, em função da reserva de mercado de inmentos;
formática, somado à abertura comercial, que permitiu
■■ restabelecimento mais rápido do sistema produtivo;
a importação de máquinas, equipamentos e tecnologia
■■ repetibilidade e maior qualidade na produção;
que antes não podiam chegar aqui, que somente chegou
■■ Possibilidade de introdução de sistemas produtivos
ao fim na década de 90. Na Sabesp as Unidades de Negóinterligados, com maior volume de informação geracio estão implantando sistemas de automação, mas cada
da pelo processo produtivo, possibilitando sua gestão
uma tentando resolver o seu problema local, por isso nós
global.
temos unidade que estão muito desenvolvidas e outras
Paralelamente aos pontos positivos mencionados, a aumenos, em termos de automação.
outubro / novembro / dezembro | 2010
Saneas
17
entrevista
Marcelo de Souza
tomação industrial implica em elevados investimentos
iniciais e custos de manutenção mais altos, pois depende de mão-de-obra qualificada. Em geral, esses inconvenientes são compensados pela garantia de qualidade
da produção que, dessa forma, torna-se mais homogênea. A automação por si só não tem a capacidade de
melhorar um produto final, mas, sim, de torná-lo mais
homogêneo de acordo com um padrão pré-estabelecido. Portanto, acredito que os investimentos efetuados
são justificados pelos resultados alcançados citados
anteriormente, principalmente na melhoria da gestão
que a tecnologia da automação proporciona.
Exemplos de resultados intangíveis:
■■ menor tempo na obtenção das informações do
processo;
■■ pouco retrabalho no processo automatizado;
■■ menores divergências nas informações;
■■ mais segurança na tomada de decisão;
■■ maior padronização de processo;
■■ maior confiabilidade nas informações;
■■ aumento na segurança dos processos operacionais.
Saneas: Os recursos tecnológicos da automação
operado na Sabesp estão no mesmo patamar que
os das concessionárias de outros estados brasileiros, como Sanepar e Copasa? Estas empresas
divulgam constantemente seus trabalhos nos Encontros Técnicos da AESabesp.
Souza: Acredito que sim. A Sanepar, por exemplo, já
iniciou implantação do Plano de Diretor de automação alguns anos atrás, inclusive nossa equipe técnica
manteve contato com a coordenadora do projeto para
elaborarmos nossa proposta. A Sabesp, por meio de
suas Unidades de Negócio, vem investindo significativamente na implantação de sistemas de automação,
apesar de ainda ser de forma local, ou seja, sem as
diretrizes corporativas, mas com um grau tecnológico muito bom. Por exemplo, o sistema de controle e
gerenciamento do serviço de adução que atende toda
a região metropolitana de São Paulo foi modernizado.
O processo de atualização do sistema, também chamado de projeto Novo SCOA (Sistema de Controle de
Adução), deve garantir uma melhora no controle e
agregar um novo serviço, o de gestão integrada. Além
da instalação de um novo software de supervisão, foi
elaborada toda uma arquitetura de segurança da informação, e ainda está sendo previsto o aumento da
aquisição das variáveis de processo (ponto de Comunicação), denominado na literatura técnica e comercial
de tags, para a gestão da Manutenção das Unidades de
Negócio de toda região Metropolitana de São Paulo.
Temos outros bons exemplos de tecnologia de automação na Diretoria dos Sistemas Regionais, como nas
cidades de Lins, Vale do Paraíba, Litoral, dentre outras
cidades. Acredito que com a futura implantação das
diretrizes corporativas vamos obter saltos maiores de
patamares de qualidade em termos de automação na
Companhia.
a automação
possibilita a redução
do custo de todo o
sistema produtivo,
e consequentemente
aumento dos lucros
18
Saneas
outubro / novembro / dezembro | 2010
entrevista
Marcelo de Souza
Saneas: Em quais requisitos e perspectivas está
sendo modelado o Plano Gestor de Automação
para a Sabesp?
Souza: Como comentei anteriormente, as Unidades
de Negócio vem implantando sistemas de automação,
mas cada uma tentando resolver o seu problema local.
O grande desafio da Sabesp é estabelecer diretrizes e
viabilizar uma implantação integrada dessa automação, de forma que se possa fazer um acompanhamento, um desenvolvimento da operação mais nivelado. O
Plano Diretor de Automação está sendo modelado nos
requisitos e com as perspectivas abaixo:
■■ Obter um planejamento integrado de troca de informações;
■■ Impedir o efeito “colcha de retalhos”
■■ Padronizar soluções em torno de uma arquitetura
meta;
■■ Consolidar tecnologias para sistemas atuais e futuros;
■■ Obter ganho de escala na compra de hardware e
software;
■■ Garantir a qualidade dos projetos/sistemas implantados;
■■ Prever os investimentos em hardware, software e
serviços quanto ao escopo, prazos e custos;
■■ Estabelecer diretrizes para carteira de projetos;
■■ Estabelecer horizontes de automação e informação
(projetos estruturados e flexíveis, para crescimento
ordenado no tempo);
■■ Os objetivos do Planejamento Estratégico da Empresa devem ser premissas para a realização de investimentos em Automação e Informação;
■■ Determinar a estratégia de atualização dos sistemas de automação e informação compatíveis com
a velocidade da evolução da tecnologia;
■■ Estabelecer um programa de Capacitação
■■ Estabelecer um modelo de Governança
O maior desafio da superintendência é desenvolver
essas diretrizes corporativas e ajudarmos na sua implantação.
Saneas: Quando e como ele será implementado?
Souza: O recurso financeiro para a implantação do
programa já foi viabilizada em 2010 e o processo licitatório para contratação da uma consultoria especializa-
outubro / novembro / dezembro | 2010
da ocorrerá no início de 2011. Acredito que o programa
do Plano Diretor de Automação inicia-se em meados
de março de 2011. Sua implementação terá a participação de praticamente todas as Unidades de Negócio,
desde a consulta à alta administração, nível gerencial
e o corpo técnico para a contribuição do desenvolvimento do Escopo estabelecido no Edital. A ideia é desenvolver o programa junto às Unidades de Negócio e
com apoio de uma consultoria especializada.
Saneas: De que maneira o senhor avalia que a
AESabesp possa contribuir para a difusão do emprego desta tecnologia?
Souza: Acredito que a AESabesp já vem contribuindo
muito, por exemplo, com as publicações de artigos, Encontro Técnico, entrevista com autoridade no assunto,
sobretudo nas companhias de saneamento. E também
com esta própria entrevista, dando a oportunidade
para o Departamento de engenharia de Operação comentar sobre o assunto e dos futuros projetos da Sabesp, em termos de automação.
Saneas: O senhor poderia fazer considerações
aos técnicos do setor sobre a necessidade de se
inteirar sobre o emprego da automação em seu
trabalho?
Souza: Como comentei anteriormente, a automação
traz inúmeros benefícios no processo produtivo, inclusive na qualificação dos profissionais envolvidos no
processo com a operação e manutenção. Atualmente
há uma concentração de atividades nas áreas de manutenção eletromecânica. Por esse motivo, há uma carência de profissionais especializados em automação.
Portanto, a consideração que faço aos técnicos é que
procurem sempre se atualizarem com novos treinamentos e olhem a automação como uma ferramenta
poderosa no auxilio da gestão da operação e/ou manutenção, pois a automação depende de mão-de-obra
qualificada, seja no nível da instrumentação, controle
ou supervisão.
Saneas: Qual é a situação da automação para o
parque de equipamentos da Sabesp?
Souza: Algumas unidades estão muito desenvolvidas
e outras menos, em termos de automação. Em linhas
gerais, acredito que muitos equipamentos a médio e
Saneas
19
entrevista
Marcelo de Souza
O grande desafio da Sabesp é estabelecer diretrizes e
viabilizar uma implantação integrada dessa automação
de forma que se possa fazer um acompanhamento,
um desenvolvimento da operação mais nivelado.
longo prazos deverão ser substituídos para que a tecnologia de automação (tecnologia digital) possa ser
empregada em sua totalidade. Há muitos equipamentos instalados que não suportam a tecnologia digital.
Quando falamos em automação, não significa a instalação desassistida operando de forma automática, e
sim, além da operação automática, também com uma
lógica digital por trás, e integrada, ou seja, com nível
de instrumentação, controle e supervisão operando interligados, além do sistema de comunicação.
Saneas: A mudança nas instalações para automatização traz que mudança no perfil da equipe?
Souza: Como comentei anteriormente, atualmente há
uma concentração de atividades nas áreas de manutenção eletromecânica. Por esse motivo, há uma carência de profissionais especializados em automação.
Portanto, acredito que esses profissionais deverão ser
melhor capacitados para atender essas futuras mudanças que ocorrerão no processo de automação e
instalações do saneamento. Acredito também que teremos que definir o novo perfil desses profissionais. O
Plano Diretor de Automação, comentado anteriormente prevê essas análises e definições de profissionais que
irão atuar nessas instalações automatizadas. Essa será
a principal mudança no perfil da equipe de automação.
Saneas: Como os técnicos estão se preparando
para essa mudança? Tem um programa de treinamento cultural e técnico que acompanhe essa
mudança?
Souza: Atualmente cada Unidade de Negócio vem
preparando seu corpo técnico para acompanhar essa
mudança. Em meados de 2000, por exemplo, a Manutenção Estratégica – MM iniciou um treinamento
de fundamentos de automação de processos, inclusive
com laboratório para aulas práticas. Treinando aproximadamente 157 profissionais de toda empresa. Em
2006, em parcerias com a Diretoria Técnica (T) e a Diretoria de Sistemas Regionais (R), foram treinados apro-
20
Saneas
ximadamente 119 profissionais da Companhia. O objetivo é uniformizar conceitos de automação e ensinar
os profissionais de manutenção os fundamentos do
funcionamento de equipamentos microprocessados,
CLP, instrumentação e acionamento. Entretanto, com
a futura implantação do Plano Diretor de Automação,
será necessário reavaliar esses treinamentos, inclusive
com definição do perfil desses profissionais que irão
atuar no processo de automação dos sistemas de saneamento. Também devemos considerar que o Plano
Diretor de Automação prevê um programa de capacitação técnica dos profissionais de forma contínua,
justamente para prepará-los para tal mudança.
Saneas: Para a realidade brasileira, como podemos caracterizar a automação das empresas de
Saneamento? O senhor teria alguma sugestão do
“ideal de automação” para esse parque?
Souza: Hoje não há uma padronização de projetos
de automação entre as companhias de saneamento
do Brasil, algumas estão investindo mais em relação
às outras. Mesmo havendo companhias mais desenvolvidas, a maioria delas ainda não estão efetuando
a automação de forma integrada. Portanto, podemos
caracterizar a automação das empresas brasileiras
bastante “tímida”. É necessário um planejamento estratégico estruturado em termos de automação, para
que as empresas de saneamento possam alcançar os
melhores resultados, possibiltando uma gestão eficiente e otimizada, e que suporte as novas exigências das
agencias reguladoras e da sociedade civil.
Saneas: A Sabesp se destacou em algum projeto
inovador em automação? Que frutos renderam?
Souza: Como comentei anteriormente, as Unidades
de Negócio vem desenvolvendo seus sistemas de automação, algumas estão mais desenvolvidas, e outras
menos. Porém, dentre vários projetos de automação na
companhia (Projeto Típico de Automação de Poços AcquaView, Projeto Típico de Automação de Válvulas
outubro / novembro / dezembro | 2010
entrevista
Marcelo de Souza
Reguladoras de Pressão, Projeto Típico Estação Elevatória de Água e Esgoto, padronização de Quadros Elétricos, Procedimentos de Sistema de Proteção Contra
Descargas Atmosférica e Sobretensões), podemos destacar alguns:
Aqualog: é uma tecnologia desenvolvida pela Sabesp
para industrializar a área de saneamento ambiental.
Ela traz eficiência máxima aos sistemas de produção de
água, reduz custos e aumenta a segurança. Planejada
e desenvolvida por técnicos da Sabesp, o Aqualog foi
adotado em 1996 na cidade Vale do Ribeira e se tornou referência como primeira estação de água “inteligente” do Brasil. Devido ao grande desenvolvimento
desse trabalho, o sistema despertou interesse até fora
do país. As Estações de Tratamento de Água da Sabesp
que utilizam o Aqualog já receberam visitas de técnicos dos Estados Unidos, da Europa e da América Latina.
Hoje ela é comercializada para outras companhias de
saneamento.
Sistema Integrado da Região Metropolitana: Desde 1980, a Sabesp supervisiona e controla o sistema integrado de abastecimento da Região Metropolitana de
São Paulo através de um Centro de Controle Operacional (CCO), onde são monitoradas quatro mil variáveis
de operação como: pressão, vazão, temperatura, níveis
de reservatórios e a situação das estações elevatórias.
A partir de 1997, a Sabesp iniciou um amplo programa de modernização em todo o sistema, incorporando
novas tecnologias em transmissores de dados e estações remotas inteligentes de telemetria. Nesta etapa,
houve substituição do sistema de supervisão e controle
com equipamentos modernos e com visualização mais
amigável. Adotou-se também um conceito de análise
e gestão inovador, tornando-se referência nacional e
internacional.
Hoje, a Sabesp equipara-se tecnicamente aos maiores
centros urbanos mundiais, tanto em termos de estrutura como em conhecimento, para atender às demandas de regularidade do abastecimento de água.
NetControl: Através de postos de trabalho e estações
de supervisão, técnicos da Sabesp controlam simultaneamente todas as atividades laboratoriais em tempo
real. Instrumentos de análises ficam conectados ao sistema 24 horas, garantindo a transmissão automática
de todos os resultados necessários para obter as melhores avaliações. Por ser um sistema de tempo real, ele
outubro / novembro / dezembro | 2010
elimina a possibilidade de erros decorrentes de leituras,
transcrições e digitações. O NetControl oferece também um módulo para trabalho de campo que dispensa
as anotações manuais. Neste caso, são utilizados coletores de dados portáteis que enviam as informações
para um microcomputador móvel que armazena todos
os dados das planilhas de coleta.
Telemedição: A telemedição Sabesp é uma solução
integrada para gestão do consumo de água que permite o controle e a tomada de ações remotas para evitar
o desperdício e reduzir custos para o cliente. Através
do acesso “on-line” é possível analisar o desempenho e
o comportamento dos hidrômetros instalados e tomar
ações em tempo real (24h ininterruptamente) para detectar possíveis anomalias no sistema de abastecimento da edificação. O produto é aplicável nos segmentos: industrial, comercial, residencial e também para
a gestão de equipamentos do setor de saneamento.
Com o sistema de monitoramento de hidrômetros por
telemedição é possível realizar a gestão do consumo
de água, avaliar as vazões noturnas, identificar vazamentos e picos de consumo, permitindo à empresa
de saneamento a readequação do hidrômetro e ao
cliente a identificação de vazamentos em suas instalações. A telemedição favorece a redução das perdas
por vazamentos e possibilita a rápida tomada de ações
corretivas em um curto espaço de tempo. A tecnologia utilizada para a transmissão de dados da unidade
remota de telemedição está entre as mais avançadas
do mercado de telecomunicação.
Signos: Em agosto de 2004, a Sabesp criou o Sistema
de Informações Geográficas no Saneamento (SIGNOS) para gerenciar as redes de abastecimento de
água e coleta de esgotos. Nesta aplicação, é possível
visualizar graficamente toda a infraestrutura da Sabesp para programação dos serviços, planejamento
de obras e manutenção. A facilidade de encontrar
mapas e equipamentos de saneamento não é a única
vantagem, já que houve redução de custos com reparos e, principalmente, perdas de água por vazamentos. Além da Sabesp, órgãos do Governo de São Paulo
e prestadoras de serviços públicos e privados têm
acesso a essas informações para trabalhar de forma
integrada, evitando interferências nos equipamentos
existentes e paralisação do sistema de abastecimento
e coleta de esgotos.
Saneas
21
matéria sabesp
Nilton Gomes de Moraes
Nilton Gomes
de Moraes é
engenheiro
civil, gerente do
Departamento
de Manutenção
- ROM da
Superintendência
de Gestão e
Desenvolvimento
Operacional
da Diretoria
de Sistemas
Regionais, da
Sabesp, coordena
o Projeto de
Monitoramento
de Poços do
Aquífero Guarani.
22
Monitoramento de Poços
do Aquífero Guarani
A automação como ferramenta de sustentabilidade ambiental
Ao contrário de outros recursos naturais ou matérias-primas, a água subterrânea existe em todo o
mundo. A possibilidade de ser extraída varia grandemente de local para local, dependendo das condições de precipitação e da distribuição dos aquiferos.
Desde que explorada em regime adequado equalizado com suas recargas e que a fonte se encontre
protegida da poluição, a água subterrânea pode ser
extraída indefinidamente.
Estima-se que a totalidade dos recursos subterrâneos de água doce seja de cerca de 10.000.000
km3 — mais de duzentas vezes o total dos recursos
de água doce renovados anualmente pela chuva.
Isto acontece porque a maior parte dos recursos
de água subterrânea se acumulou ao longo de séculos, ou mesmo milênios. Em alguns locais, eles
são testemunhos de climas mais úmidos que existiram no passado.
Nas zonas áridas do mundo, a água doce é, normalmente, escassa, forçando as populações locais
a usar toda a água subterrânea disponível. Todavia,
uma utilização tão intensiva da água subterrânea
deveria ser evitada, uma vez que tal não é sustentável e pode originar alguns riscos, tais como subsidência e fissuração dos solos.
Um fator preocupante é a contaminação dos
recursos superficiais. A falta de saneamento, o uso
intensivo de agrotóxicos nas lavouras e a poluição
difusa, têm sido responsáveis pela queda da qualidade das águas superficiais para abastecimento,
levando a uma busca por fontes subterrâneas.
A possibilidade concreta da escassez de água
doce começa a tornar-se, cada vez mais, a grande
ameaça ao desenvolvimento econômico e à estabilidade política do mundo nas próximas décadas. As
disputas pelo uso da água poderão, inclusive, desen-
Saneas
cadear conflitos e guerras em escala imprevisíveis.
A Organização das Nações Unidas já alertou:
em 2025, cerca de 2,7 bilhões de pessoas, em todo
o mundo, enfrentarão a falta de água se as populações continuarem a tratá-la como um bem
inesgotável. Os países que detêm grandes reservas
naturais de água doce, como o Brasil, são acompanhados de perto como potenciais fornecedores.
Como a demanda por água potável cresce em todo
mundo, este é um mercado de dimensões ainda incalculáveis mas que, seguramente, terá seu valor
financeiro e estratégico maximizado nas próximas
décadas. Nos países do Oriente Médio e África subsaariana já ocorrem confrontos armados pela posse
de recursos superficiais e subterrâneos.
Devido a interconexão entre os corpos hídricos
superficiais e subterrâneos, para a gestão integrada destes recursos, é necessário que se conheça o
potencial hídrico dos aquíferos do país. Mais ainda é necessário desenvolver o conhecimento das
inter-relações entre os sistemas atmosférico, subterrâneo e superficial. Entretanto, as informações
disponíveis sobre as águas subterrâneas são ainda
insuficientes e muito dispersas.
Para a solução desse problema, o passo inicial
é o conhecimento e controle dos fatores intervenientes no ciclo hidrológico local, tais como vazão,
capacidade de recarga, zona de influência do rebaixamento, que possibilitarão a gestão dos recursos
hídricos de uma determinada região.
Nesse contexto, a Diretoria de Sistema Regionais da Sabesp - R, responsável pela administração
dos poços subterrâneos para abastecimento em sua
área de atuação, está implantando um Projeto de
Monitoramento para Gestão integrada dos poços
subterrâneos do Aquífero Guarani. Esse projeto visa
outubro / novembro / dezembro | 2010
matéria sabesp
Nilton Gomes de Moraes
a integração da automação de todos os 51 poços tubulares profundos que exploram o Aquífero Guarani, num
Centro de Controle Operacional cujo gerenciamento
permitirá a gestão adequada entre demanda e oferta,
contribuindo para a operação que traga sustentabilidade ambiental ao sistema.
Localizado no Centro-leste da América do Sul, o
Aquífero Guarani encontra-se entre os paralelos 12º e
35º, de latitude Sul e 47º e 65º de longitude Oeste, é
um dos maiores mananciais de água doce subterrânea
do mundo, estendendo-se desde a Bacia Sedimentar
do Paraná (Brasil, Paraguai e Uruguai) até a Bacia do
Chaco Paraná (Argentina), com extensão total, preliminarmente definida, da ordem de 1,2 milhão de Km².
No Brasil, os 71% da área total do Aquífero abrangem as regiões Centro-Oeste, Sul, e Sudeste, incluindo estados com grande importância econômica, possuindo zonas de intensa atividade urbana, industrial e
agrícola. O volume armazenado é estimado em 40.000
km3 de água potável, representando uma reserva estratégica para o país. Suas zonas de recarga, atribuídas às áreas aflorantes do Aquífero, correspondem a
10% de sua área total. Apesar de sua grande extensão,
apresentam-se sinais de super-explotação em algumas
zonas, como a de Ribeirão Preto no Estado de São Paulo onde as recargas são, em média, negativas devido à
grande atividade de poços de captação que mantêm
esta cidade abastecida exclusivamente pelo manancial
subterrâneo.
O conhecimento do comportamento deste Aquífero, sobretudo nas áreas sujeitas a recargas diretas,
naturalmente mais vulneráveis, tem uma importância
fundamental para sua conservação e fornecimento
de subsídios aos projetos de proteção ambiental e desenvolvimento sustentável como forma de assegurar
a qualidade e a quantidade de seu manancial para as
futuras gerações.
O Monitoramento dos níveis estático e dinâmicos
dos Poços que extraem águas deste aquífero permitirá
a extrapolação dos resultados obtidos para os outros
poços particulares e de Prefeituras resultando em uma
avaliação direta do sistema. Esses valores são imprescindíveis para a definição da taxa de exploração do
aquífero e para a eventual adoção de medidas de proteção com relação ao tipo de ocupação e uso do solo,
outubro / novembro / dezembro | 2010
Locação espacial dos poços do Programa de Monitoramento
Área de Abrangência do Aquífero Guarani – Fonte wikipedia
visando a manutenção da qualidade da água a curto,
médio e longo prazos.
No contexto do Projeto de Proteção Ambiental
e Gestão Sustentável Integrada do Sistema Aqüífero
Guarani, os resultados a serem obtidos são de interesse global na medida em que, para qualquer iniciativa de gerenciamento do aquífero, é imprescindível o
monitoramento do sistema e este projeto irá monitorar as unidades de extração de águas subterrâneas
do Aquífero Guarani exploradas pela Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp,
refletindo um melhor gerenciamento desta extração e
possibilitando a tomada de ações de proteção deste
importante aquífero.
A primeira etapa do trabalho envolverá a instalação dos equipamentos de monitoramento, sua cali-
Saneas
23
matéria sabesp
Nilton Gomes de Moraes
Gráfico 1 – Flutuação do nível dinâmico do P3 em Santa Maria da Serra – Fonte Telemedição Sabesp - ROM
bração e recebimento dos dados ‘online’. Em seguida
será gerada uma solução informatizada que permita
a recepção e o armazenamento dos dados obtidos, o
armazenamento do histórico construtivo e que possibilite a utilização integrada destes dados para o gerenciamento do aquífero.
A aplicação piloto se deu nos poços dos municípios
de Capela do Alto e Santa Maria da Serra. Um exemplo
de utilização dos dados obtidos foi a alteração do regime de bombeamento do poço propiciando uma melhor
explotação (extração do recurso natural) do aquífero,
que ainda possibilitou economia de energia elétrica.
A aplicação contempla três instâncias básicas:
planejamento estratégico, construção e operação. A
demanda por informação para cada instância corresponde às necessidades da atividade:
■■ Para a operação local, o essencial é monitorar e
controlar os indicadores das funções eletromecânicas, a vazão e o nível dos poços.
■■ Para a gestão intermediária, é necessário que as informações possam ser agrupadas e classificadas de
modo a possibilitar visões regionais da operação.
■■ Para a gestão estratégica, é relevante combinar e
comparar as informações da operação com os dados geológicos, construtivos, laboratoriais, patrimoniais e de cadastro.
Os diversos tipos de informações coletadas serão
24
Saneas
georeferenciados, uma vez que irão funcionar como
dados de entrada do Sistema de Informações Geográficas no Saneamento (SIGNOS). Este conjunto de dados
representa a informação básica necessária para a Gestão do Sistema Aquífero Guarani.
Finalmente, o resultado principal deste projeto de
gestão de água subterrânea é voltado para o suporte
do gerenciamento dos recursos hídricos e contribui diretamente para a Engenharia da Operação dos sistemas de abastecimento. Leva-se em conta que tanto os
objetivos específicos quanto as tarefas principais do
Projeto são de grande abrangência, proporcional à ampla extensão do Sistema Aquífero Guarani dentro do
Estado de São Paulo explorado pela Cia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
outubro / novembro / dezembro | 2010
artigo técnico
MELHORIA DA EFICIÊNCIA OPERACIONAL
NA REGIÃO BRAGANTINA, COM ÊNFASE EM
REDUÇÃO DE PERDAS DE ÁGUA
Por Luiz Paulo Madureira
Tecnólogo em Eletrônica e Administrador de Empresas pela Universidade Mackenzie. Engenheiro Eletricista pela
Universidade Santa Cecília. Especialização em Saneamento Básico pela Faculdade de Saúde Pública da USP.
Especialização em Gerência de Manutenção pelo Centro Universitário da FEI. Gerente da Divisão Bragança Paulista
da SABESP. Avenida Dr. Fernando Costa, S/N – Bragança Paulista – SP – Brasil
Por Cláudia Regina Osório Oliveira Abrahão
Engenheira Civil pela Universidade Anhembi Morumbi. Tecnóloga em Construção Civil e Obras Hidráulicas pela
FATEC – Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo. Engenheira da Divisão de Controle de Perdas Norte da
SABESP. Rua Conselheiro Saraiva, 519 – Santana – SP – Brasil.
Por Rodrigo Pereira de Mendonça
Tecnólogo em Obras Hidráulicas pela FATEC – Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo. Engenheiro
Civil pela UNG - Universidade Guarulhos. Engenheiro da Divisão de Controle de Perdas Norte da SABESP. Rua
Conselheiro Saraiva, 519 – Santana – SP – Brasil.
Por Plínio dos Santos
Engenheiro Elétrico pela Faculdade de Engenharia de Barretos. Pós-graduado em Engenharia Sanitarista pela
Universidade de São Paulo – USP. Pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho – FAAP – São Paulo;
Engenheiro da Divisão de Controle de Perdas Norte da SABESP. Rua Conselheiro Saraiva, 519 – Tel 55 11 86853166 - Santana – SP – Brasil.
RESUMO
A Unidade de Negócio Norte da Sabesp, preocupada com a escassez da água e com o compromisso de
salubridade ambiental de forma competitiva e auto-sustentada, está investindo na melhoria operacional
dos sistemas de abastecimento de água, com foco na
redução de perdas de água nos municípios atendidos
pela Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
Os recursos são oriundos da cobrança federal pelo
uso racional da água e de investimento da SABESP.
Estamos trabalhando fortemente as questões de
melhoria da eficiência operacional, focando no controle de perdas ocasionadas por vazamentos de água.
Trata-se de um trabalho integrado, entre as diversas
áreas da Unidade de Negócio, visando à melhoria dos
processos e a redução significativa nos indicadores de
perdas. Busca-se a redução contínua de perdas, através
outubro / novembro / dezembro | 2010
da diminuição do Volume Disponibilizado (produzido)
e aumento do Volume Utilizado (consumido), melhorando a qualidade dos serviços executados e otimizando os sistemas de adução e distribuição, realizando
diversas ações coordenadas pelo Centro de Controle
Operacional – CCO de Bragança Paulista.
Os resultados refletem na melhor utilização dos recursos hídricos e geram uma maior disponibilidade e
confiabilidade do sistema de abastecimento, de forma
a satisfazer as necessidades e expectativas da população e demais partes interessadas.
Saneas
25
artigo técnico
ABSTRACT
The Business Unit North Sabesp, worried about the
scarcity of water and with a commitment to environmental health in a competitive and self-sustaining, is
investing in improving operating systems for water
supply, with a focus on reducing water losses in municipalities served by the basin of Piracicaba, Capivari
and Jundiai (PCJ).
The funds come from federal recovery through rational use of water and investment SABESP.
We are working hard questions of improvement of
operational efficiency, focusing on control of losses
caused by water leaks. It is an integrated effort among
the various areas of the business unit, aimed at improving processes and significant reduction in indicators
of losses. The aim is to continuous reduction of losses, by reducing the volume available (produced) and
increase the volume used (consumed) by improving
the quality of services performed and optimizing the
supply and distribution systems, performing several
actions coordinated by the Control Center Operational
- Bragança Paulista CCO.
The results reflect the better use of water resources
and generate a higher availability and system reliability of supply to meet the needs and expectations of the
population and other stakeholders.
INTRODUÇÃO
A bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí fornece água para diversos sistemas produtores da SABESP,
entre eles o Sistema Cantareira, que abastece a RMSP
e os sistemas produtores da região bragantina, através dos rios Jaguari, Cachoeira, das Pedras, Atibainha
e Águas Claras, abrangendo uma grande quantidade
de pessoas.
O crescimento econômico e populacional eleva
a demanda de água, produzindo problemas de escassez em diversas regiões, exigindo uma melhor
gestão dos recursos hídricos, a fim de realizá-la de
forma sustentável.
Este cenário solicita a criação de uma infra-estrutura que atenda a necessidade básica de toda a população no presente e no futuro, requerendo investimentos na área de saneamento.
A SABESP, preocupada com este cenário está disponibilizando recursos financeiros próprios e parcerias
através de financiamentos como, por exemplo, os re-
26
Saneas
cursos da Cobrança Federal pelo Uso da água na Bacia
dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí otimizando o
programa de combate às perdas com a implantação de
equipamentos em seu sistema.
OBJETIVO
O trabalho de redução de perdas foi desenvolvido em
02 (duas) linhas de ações. A primeira destinou-se a
mensurar os volumes captados nos mananciais, nas saídas de água tratada e em micro zonas de controle de
perdas, com a finalidade de conhecer, analisar e direcionar ações para redução das perdas reais e aparentes.
A segunda linha de trabalho foi desenvolvida para
reduzir as pressões nas redes de distribuição, consequentemente o volume perdido em vazamentos, especialmente no período noturno.
Com este trabalho na região reduz-se as perdas de
água, mitigando o impacto nos mananciais, com a menor retirada de recursos hídricos.
MATERIAL E MÉTODOS
Desenvolvimento do Projeto
Para garantir a qualidade de nossos serviços, foi necessária a instalação de alguns equipamentos em toda a
região bragantina.
Para implantação destes foi necessário realizar um
estudo da área, abrangendo informações como vazão,
volume micromedido, locais passíveis de instalação,
área de influência, pressão entre outros.
Para a instalação de VRP há a necessidade que a
área selecionada esteja fechada, sendo abastecida por
apenas uma rede de distribuição. Analisamos a área e
verificamos os pontos onde se devem instalar válvulas
para fechamento do perímetro, em seguida realizamos
o teste de estanqueidade, que consiste verificar se as
válvulas instaladas nos limites de área estão fechadas,
medido as pressões a montante e a jusante da mesma.
Com base neste estudo definimos os diâmetros dos
equipamentos, local de instalação, tipo de obra e caixa.
Após realização do estudo, elaborava um projeto
executivo que era aprovado pela equipe de fiscalização, pólo de manutenção e/ou encarregado das estações de tratamento de água.
Todos os materiais, equipamentos e obras foram
vistoriados pelas equipes especializada da SABESP.
Após as instalações eram feitas as builts e os databooks, que englobavam todas as informações, des-
outubro / novembro / dezembro | 2010
artigo técnico
de os testes iniciais até a avaliação de funcionamento
do equipamento.
Equipamentos
Macromedidores
Iniciamos com a instalação de medidores de vazão nas
estações de Tratamento de Água, nas adutoras de água
bruta e água tratada, poços e em microzonas de distribuição.
Esta ação tem como objetivo obter informações
confiáveis para avaliar o sistema de abastecimento e
o processo de tratamento, a fim de inserir ações de
melhoria com o objetivo de redução de perdas reais e
aparentes.
A variável medida (vazão) compõe o indicador geral de perdas e é referência para outros indicadores de
desempenho da companhia.
As informações e o histórico gerados pelo equipamento possibilitam a análise da operação e a possibilidade de intervir de forma a adequar a operação a
níveis para eficientes.
Foram instalados medidores eletromagnéticos de
vazão, com incertezas inferiores a +-0,5% e em alguns
casos hidrômetros. As informações geradas por este
equipamento são transmitidas através de telemetria a
um software, onde poderá ser visualizada em qualquer
computador ligado à rede SABESP.
Com a implementação destes equipamentos, realize-se uma gestão da pressão, regulando-a conforme a
necessidade para abastecimento, minimizando os vazamentos na região.
Complementando a instalação realiza-se geofonamento na área, detecta e repara-se os vazamentos.
Após esta ação a tendência é aumentar a pressão na
área devendo ser regulada a pressão de saída da válvula novamente, para manter em níveis operacionais
eficientes, mitigando a perda real de água na região.
Abaixo alguns gráficos que apresentam a situação
da área da Válvula Redutora de Pressão CDHU.
Gráfico anterior à instalação
Válvulas Redutoras de Pressão
Para uma melhor gestão de pressão foi necessária a
instalação de válvulas redutoras de pressão.
Devido às diferenças topográficas, as cidades têm
áreas com pressões elevadas chegando a alguns casos
a 90 mca durante o dia.
Um sistema com pressões elevadas, especialmente no período noturno, onde a tendência de aumento da pressão é evidenciada com a baixa de consumo,
aumenta o volume e a quantidade de vazamentos na
área, desperdiçando recursos hídricos, custos de produção, energia elétrica e consequentemente aumenta-se o investimento para ampliação do sistema.
Pensando-se em reduzir estes impactos, foi realizada uma avaliação geral das pressões por cidade e
sugeridas áreas de instalação de Válvulas Redutoras de
Pressão (VRP). Em seguida foram realizados estudos
detalhados para implantação de VRPs em áreas com
potencial de redução de pressão.
outubro / novembro / dezembro | 2010
Gráficos posteriores à instalação
Saneas
27
artigo técnico
Após a instalação verifica-se que a pressão reduz
significativamente, saindo do patamar de 65 mca para
40 mca e a vazão mínima noturna diminui pela metade, apresentando atualmente 20 m³/h.
Abaixo os quantitativos de instalações realizadas
na região Bragantina.
Estas ações foram realizadas de forma integradas,
combatendo as perdas em áreas pré-selecionadas, com
caráter preventivo, e com o desenvolvimento de indicadores para acompanhamento de resultados.
Válvula redutora de pressão em cavalete
SISTEMA TELEMETRIA IMPLANTADO EM
BRAGANÇA PAULISTA
MAPA DE COMUNICAÇÃO TELEMETRIA
MAXXIREADER
O acesso ao software Maxxireader é feito através
do seguinte endereço:
HTTP://10.7.41.189/TELEMETRIA/SABESPMN/MAXXIREADER/
Esse endereço é acessível somente via intranet, em
qualquer computador da SABESP e em qualquer unidade de negócio.
Ao digitar esse endereço, irá aparecer a seguinte tela:
28
Saneas
outubro / novembro / dezembro | 2010
artigo técnico
Digitar o usuário admin e a senha 123. Irá abrir a
tela principal do sistema, conforme exemplo abaixo:
Agora, clique no botão “Gráfico”. Irá ser exibida a
seguinte tela:
Essa tela mostra à esquerda os equipamentos que
pertencem a essa URL. À direita é exibida a lista de leituras disponíveis desses equipamentos.
Para melhor resultado visual, arraste para a esquerda a lista de leituras. Ela terá esse aspecto:
É possível visualizar as informações em tabela. Basta clicar no botão tabela, e os mesmos dados exibidos
na forma de gráfico serão exibidos no formato tabela:
Selecione a(s) leitura(s) que deseja visualizar, clicando em cada uma das caixas. No exemplo abaixo o
usuário quer visualizar as informações do equipamento
“VRP - AMAZONAS”, e selecionou as leituras de “PRESSÃO JUSANTE”, “PRESSÃO MONTANTE” e “VAZÃO”.
outubro / novembro / dezembro | 2010
Saneas
29
artigo técnico
OPÇÕES DE TECNOLOGIAS EXISTENTES
COMPARANDO-SE CUSTO X BENEFICIO
O aparecimento das redes digitais de comunicação
móvel celular e o surgimento dos modelos de comunicação móvel baseados nos protocolos de comunicação
da Internet criaram um novo cenário, no qual diversos
serviços até então inviáveis puderam, finalmente, ser
implementados. Observando as grandes possibilidades dessa nova rede, em sua extensa infra-estrutura
de cobertura urbana, e as necessidades e anseios do
mercado, houve um grande desenvolvimento de novas
tecnologias (hardware, padrões, software) que auxiliaram no processo de implementação dos novos serviços
de aplicações de dados.
Essas novas tecnologias literalmente “invadiram” o
mercado e obrigaram as empresas, num misto de necessidade e espírito inovador. Nesse cenário, os serviços
de telemetria, porém são considerados os mais promissores, pois abrem campo de trabalho para fabricante
e desenvolvedores, além serem voltados para clientes
que trazem receitas mais altas para as operadoras.
A telemetria tem se tornado uma tecnologia com
reconhecido potencial de influenciar profundamente
os meios pelos quais as empresas coletam dados os
analisam e tomam decisões. Sistemas que empregam
a telefonia celular podem, em princípio, atuar em diversas áreas, envolvendo a leitura remota de sinais
elétricos em subestações, a leitura de pressão e vazão
em tubulações de água e oleodutos, o monitoramento
remoto dos níveis de pressões vazões níveis de reservatórios , mananciais de água e de condições climáticas
(estações meteorológicas), entre outras.
30
Saneas
O objetivo deste trabalho é demonstrar que a telemetria em redes celulares, com suas especificidades e
exigências tecnológicas propor o desenvolvimento de
um protótipo para um sistema de telemetria, baseado no transporte de informações através das redes de
comunicação móvel celular. O desenvolvimento desse protótipo se baseia como será visto, nos modelos
de comunicação móvel que usam a Internet, Intranet
como rede de transporte de informações, uma vez que
a mesma tem sido objeto de constante evolução e cenário de toda a convergência tecnológica observada
no mundo das telecomunicações de hoje.
Com o objetivo de criar um sistema útil e obtermos uma prova de conceito inserida numa necessidade real fez nos escolher o desenvolvimento de uma
solução para os problemas atuais de gerenciamento
e monitoramento das instalações VRPs, Macromedidores, DMCs.
O sistema de telemetria utilizado nos motiva pelos
seguintes aspectos:
■■ Existência de rede de comunicação móvel celular
cobrindo a grande maioria da área geográfica das
cidades;
■■ Existência da Internet como rede de comunicação
flexível e que permite o transporte de informações
deste tipo;
■■ Grande capacidade de gerar receitas, pois esses serviços possuem aplicação em campos muito vastos,
como Saneamento Básico, Energia Elétrica, Segurança etc.;
■■ Os Serviços de telemetria não necessitam de alterações nas redes existentes, nem degradam a qualidade de serviços dos serviços previamente estabelecidos;
RESULTADO
As válvulas Redutoras de Pressão auxiliaram na redução de perdas, minimizando os volumes perdido em vazamento, apresentando uma economia R$ 221.610,00
após um mês de instalação.
outubro / novembro / dezembro | 2010
artigo técnico
Com ações assertivas produzimos os resultados
abaixo:
Obs.: Foram instalados medidores de vazão nas estações de tratamento de água e com os dados gerados
por estes equipamentos, calculamos o índice de perdas
correto, visto que anteriormente eram estimados.
CONCLUSÃO
Com as implantações dos equipamentos, criando microzonas de controle poderemos direcionar as ações de
forma assertiva, combatendo as causas das perdas de
água de forma mais otimizada e eficiente, reduzindo
os recursos hídricos necessários para o abastecimento da região, produtos químicos, necessidade de ampliação do sistema e consequentemente o impacto ao
meio ambiente.
Estaremos disponibilizando mais água com qualidade e menos perdas.
outubro / novembro / dezembro | 2010
Saneas
31
artigo técnico
No Principado de Mônaco,
o saneamento é a maior questão
sanitária e ecológica
Por François Gerard
Responsável pelo projeto de software Micromedia International, utilizado no Principado de Mônaco.
O serviço de saneamento do departamento de planejamento do Principado do Mónaco gera cerca de 30
autómatos remotos, na totalidade das suas instalações.
Estes autómatos estão instalados nas redes de águas
residuais, nas estações de captação, nas três estações
para cheias de tempestades, num tanque de tempestade e numa estação para pré-tratamento de águas residuais. A totalidade dos autómatos permite a reunião
de toda a informação necessária, para a regulação do
sistema hidráulico da rede de tratamento.
As águas pluviais e águas residuais são enviadas
para a estação de pré-tratamento, onde são limpas de
lamas, areias e óleos, entre outras substâncias, antes de
serem enviadas para a estação de tratamento. Quando
limpas, estas águas são enviadas de novo para o oceano, a 80 metros de profundidade.
Claro que o risco de poluição das águas marítimas,
em caso de falha do sistema, é enorme. O mesmo se
passa para a zona litoral e para o oceanário do Principado, cuja bacia de oceano abastece constantemente
a sua área.
32
Saneas
O saneamento é a maior questão sanitária e ecológica. Assim, foi essencial encontrar um sistema sólido,
para permitir encontrar qualquer deficiência técnica
ou repercussões no sistema, prevenindo as pessoas indicadas para intervir rapidamente, no local exato.
Um desafio técnico: Gestão
centralizada de multi-protocolos.
O serviço de planejamento do Principado de Mônaco
é constituído por quatro departamentos principais:
saneamento, energia, jardins e estradas. Inicialmente, o departamento de saneamento era simplesmente supervisionado por softwares que examinavam
os autómatos de controle remoto e reportavam as
falhas técnicas.
Mas, rapidamente, as funcionalidades tornaram-se insuficientes, tal como a gestão da complexidade
das características técnicas da seção de saneamento
e também a interface com outros sistemas, em termos
de protocolos de comunicação. Portanto, o sistema de
gestão integrado de voz era muito limitado.
outubro / novembro / dezembro | 2010
artigo técnico
Em Mônaco, o saneamento
é a maior questão
sanitária e ecológica
por isso foi essencial
encontrar um sistema
sólido, para permitir
encontrar qualquer
deficiência técnica ou
repercussões no sistema
Há três anos, decidiu-se redimensionar e uniformizar o sistema. Para isso também foi necessário
implementar uma nova gama de autómatos mais
eficientes, que providenciassem maior quantidade de
informação, correspondente a cada funcionalidade. A
parte de supervisão é feita por um software SCADA e
este interliga-se com o ALERT (o software de gestão de
alarmes da Micromedia International).
São mais de 1.200 os parâmetros supervisionados
pelo software SCADA que são integrados no ALERT
(volume de corrente, nível de água, velocidade, poluições, avarias …), isto só para o caso de saneamento.
A informação recolhida pelos 30 ou mais equipamentos supervisionados é enviada para o software
SCADA, via rádio ou modems PSTN, informação esta
que é disponibilizada pelos autómatos e transmissores
instalados em campo. O período de amostragem é de
10 segundos para as instalações standards e chega a
ser em tempo real, para a estação de pré-tratamento.
Quando um valor definido (no software SCADA), como
valor de disparo, é atingido, o ALERT acciona um procedimento de chamadas telefônicas.
Cerca de 20 pessoas estão espalhadas por duas
equipes de gestão, via telefone. Uma destas equipes
está dedicada às instalações do Principado (entradas
de esgoto, estação de captação, …). A outra equipe está
ligada ao pré-tratamento das águas residuais. A transmissão da informação é feita para os telemóveis (e, se
necessário, também para telefone fixo), por uma voz
sintetizada.
Enquanto não é feito o reconhecimento do alarme (diretamente através do telemóvel/telefone), pelo
operador encarregado de resolver o problema, o ALERT
outubro / novembro / dezembro | 2010
continua com o seu procedimento de chamadas telefônicas, pela ordem predefinida.
Algumas ferramentas de supervisão integram um
sistema de gestão de chamadas, mas o ALERT tem muitas funcionalidades originais, que não estão incluídas
nos sistemas clássicos, como é o caso da rastreabilidade.
Saneas
33
artigo técnico
Utilização da tecnologia
“National Instruments” para
Monitoração da Qualidade da Água
Por Octavian Postolache, Pedro Silva Girão e José Miguel Dias Pereira
Técnicos e integrantes do Grupo de Instrumentação e Medidas do Instituto de Telecomunicações
O Desafio
Desenvolvimento de um sistema automático baseado
na Tecnologia CompactRIO, ou abreviadamente cRIO,
(Compact Reconfigurable Input/Output) para a monitoração da qualidade da água que passa por um
conjunto de transdutores como, por exemplo, de pH,
temperatura (T) e condutividade (C). O sistema deve
permitir extrair amostras de água para um recipiente
onde se encontram os transdutores, medir os parâmetros físicos dessas amostras e devolvê-las ao meio
de onde forem recolhidas. O conjunto das três ações
constitui-se de um ciclo que monitora a qualidade da
água. O intervalo de tempo entre dois ciclos de monitoração é imposto pelo operador (segundos, minutos,
horas) ou pode ser alterado automaticamente considerando a variação dos parâmetros a medir. Os dados
recolhidos serão gravados no sistema CompactRIO
e disponibilizados via wifi (IEEE802.11b) para computadores com processamento avançado dos dados,
depois estes dados são armazenados em uma base
de dados, que automaticamente gera relatórios e os
publica na WEB.
A solução
LabVIEW Professional Development System, incluindo
LabVIEW Real-Time Module e LabVIEW FPGA, controlador CompactRIO NI cRIO-9002, Módulos entrada/
saída NI cRIO-9472, NI cRIO-9263, NI cRIO-9215, NI
cRIO-9423, chassis cRIO-9103
Hardware
O sistema de monitoração on-line da qualidade da
água foi desenvolvido com um sistema da National
Instruments CompactRIO, cujos principais componentes são:
Controlador Real-Time (NI cRIO-9002) baseado em
um processador Pentium de 200MHz,
34
Saneas
Chassis (NI cRIO- 9103) com bloco FPGA reprogramável de 3 milhões de portas lógicas.
Fig.1 - Diagrama funcional do sistema de monitoração da
água baseado na Tecnologia NI CompactRIO
■■ Módulos de entrada analógica NI cRIO-9215 com
4 canais analógicos de tipo diferencial (16-bits,
100kS/s por canal, aquisição síncrona) – realiza a
aquisição dos sinais de saída dos transdutores da
qualidade da água: de temperatura, de pH e de
condutividade;
■■ Módulos de entrada digital NI cRIO-9423 caracterizado por 8 entradas digitais (24V nível lógico) –
realiza a leitura do transdutor óptico de nível, TN
na Fig.1, para controlar o volume da amostra de
água;
■■ Módulos de saída digital NI cRIO-9472 com 8 saídas digitais (100us, 24V nível lógico, 750mA corrente máxima por canal) – realiza, através de um
conjunto de relés, o controle de uma bomba peristáltica (BP) e de uma eletro-válvula (EV) usada para
recolher a água do esgoto;
■■ Roteador wi-fi representado por um bridge (DWL810+) que está ligado à porta Ethernet 10/100Mb/s
do controlador Real-Time;
■■ Computadores portáteis com adaptor wireless
(IEEE802.11b) ligados em rede wi-fi de tipo Ad-Hoc.
outubro / novembro / dezembro | 2010
artigo técnico
Software
A programação do sistema foi realizada utilizando os
módulos LabVIEW Real-Time e o LabVIEW FPGA do LabVIEW Professional Development System. A programação do sistema de medição da qualidade da água inclui
duas partes, a programação do bloco FPGA e a programação do controlador, o que corresponde à utilização
do LabVIEW em duas plataformas diferentes.
A programação FPGA é direcionada ao bloco FPGA
do cRIO-9103 para o qual foi desenvolvido um projeto
que contém as tarefas de controle e aquisição de dados
realizadas através dos módulos de entrada e saída. Os
elementos do painel frontal são: o controlador digital
ciclo, o indicador digital vr. ciclo que indica o ritmo de
aquisição, o indicador QA que corresponde aos níveis
de tensão dos canais de medida, o indicador digital TN
cujos valores possíveis são 0 ou 1, que correspondem
à amostra ter atingido ou não o nível de referência,
o controlador digital BP_EV associado ao controle da
bomba peristáltica e da eletro-válvula (ex. BP_EV=1,
EV=on, BP=off).
tipo VISA do LabVIEW. O painel frontal do sistema virtual (Fig. 3) inclui um conjunto de indicadores numéricos correspondentes aos valores dos parâmetros da
água, controladores associados à frequência de amostragem dos sinais analógicos nos canais de medida e
LEDs de sinalização das situações consideradas como
evento de poluição.
Fig.3 – Sistema automático de monitoração da qualidade da
água: painel frontal dos parâmetros da água.
As principais tarefas associadas ao controlador são
a conversão dos códigos digitais, associados aos níveis
de tensão adquiridos em valores dos parâmetros da
qualidade da água, a detecção de eventos de poluição
ou de falhas em relação ao nível dos transdutores e a
divulgação dos valores medidos utilizando um componente do tipo servidor/cliente. Os PCs da rede recebem
os valores da qualidade da água através da utilização
do software cliente desenvolvido em LabVIEW.
Conclusões
Fig.2 - O programa LabVIEW FPGA para controle e aquisição
de dados do sistema de monitoração da qualidade da água.
A componente principal do software inclui, como
elemento principal, o módulo compilado QA(FPGA)
chamado pela função Open FPGA VI reference. Utilizando funções especificas de tipo Read/Write Control,
é realizado o controle e a aquisição do ciclo de monitoração da qualidade da água. O programa principal
funciona no controlador Real-Time NI cRIO-9002 que
comunica com o módulo FPGA utilizando funções de
outubro / novembro / dezembro | 2010
O desenvolvimento do sistema apresentado revela algumas das potencialidades da tecnologia NI CompactRIO no que diz respeito não só à possibilidade de controlar a aquisição de sinais analógicos ou digitais, mas
também do controle dos atuadores utilizando a programação FPGA. O controlador real time que faz a integração do sistema, além de controlar o processo de
medição através da comunicação com o módulo FPGA,
permite também a divulgação dos resultados via rede
wi-fi conectado a vários PCs. A ligação nesta rede do
sistema CompactRIO foi possível graças ao controlador
Ethernet existente no NI CRIO-9002 e à utilização de
uma roteador wireless.
Saneas
35
visão de mercado
Fenasan 2011 e XXII Encontro Técnico
Inovações na Fenasan
e Encontro Técnico da
AESabesp, em 2011
90% do espaço da feira já está reservado
A Fenasan e Encontro Técnico da AESabesp, realizações da Associação dos Engenheiros da Sabesp há 21
anos consecutivos, atualmente considerados como os
maiores eventos técnico-mercadológicos em saneamento ambiental da América Latina, terão mudanças
e inovações em 2011.
A primeira mudança é de endereço. Em vista da
expansão do setor e aumento de investidores interessados em montar seus estandes na Fenasan, a Feira
migrou do Pavilhão Amarelo para o extenso Pavilhão
Branco do Expocenter Norte, em São Paulo, que é um
espaço com uma área de exposição 50% maior.
Outra alteração significativa é em relação à estrutura de seu congresso técnico. Aumentou o número
de mesas redondas: serão 12 ao invés de 5, como nas
edições anteriores. Contudo, para criar uma dinâmica mais ágil em relação aos temas discutidos, haverá
somente dois debatedores por mesa, geralmente com
pontos de vistas divergentes sobre os assuntos pautados, e um coordenador/ mediador para cada debate.
36
Saneas
Na edição de 2011, serão ainda mais. reforçadas e
estimuladas as práticas de minimização de impacto
ambiental, como:
1. Incentivo ao transporte coletivo;
2. Recomendação de utilização de materiais sustentáveis nas montagens de estandes;
3. Recomendação para diminuição da distribuição de
materiais impressos dos expositores/ investidores;
4. Redução do uso de energia;
5. Recomendação do consumo racional de água;
6. Recomendação da distribuição dos resíduos gerados em estandes, em espaços destinados à reciclagem;
7. Estimulação do não fornecimento de matérias descartáveis, como copo, talheres, pratos e demais recipientes.
Durante toda a realização da Fenasan 2011, essas
práticas serão estimuladas. A equipe de Projetos Socioambientais da AESabesp estará disponível para orientação e esclarecimento de quaisquer dúvidas a respeito
dessas ações.
outubro / novembro / dezembro | 2010
visão de mercado
E para incentivar ainda mais a excelência ambiental
da Fenasan 2011, o critério Sustentabilidade será o que
contará mais pontos para a definição da premiação do
Troféu AESabesp para “Melhor Estande”.
Empresas e entidades, nacionais e internacionais,
envolvidas com o saneamento ambiental, novos expo-
sitores de segmentos diversificados, como indústrias
do setor químico e da construção civil, optam por
apresentar seus serviços e produtos nesta Feira, pela
interface com o setor de saneamento, atualmente
dono de uma grande perspectiva de investimento no
cenário econômico-financeiro nacional.
Última atualização: 15/02/2011
empresas e entidades que já confirmaram suas presenças:
■■ Abimaq - Associação Brasileira da In■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
dústria de Máquinas e Equipamentos
ABS Inds. Bombas Centrífugas
Acquaquímica
AESabesp - Associação dos Engenheiros
da Sabesp
Aerzen do Brasil
Alaqua Ambiental
Albrecht Equipamentos Industriais
Allonda Equipamentos Ambientais
Amanco Brasil
Amitech Brazil Tubos
Andritz Separation Ind. e Com. de Equipamentos de Filtração
Armco Staco Indústria Metalúrgica
Asperbrás Nordeste Irrigação
Ass. Paulista Emp. Consult. Servs. Saneamento e Meio Ambiente - APECS
Atlas Copco Brasil
AVK Válvulas do Brasil
Azud Brasil
B & F Dias Indústria e Comércio
Bänninger Kunststoff Produkte
Bentley Systems Incorporated
BBL Engenharia Construção e Comércio
Bermad Brasil Importação e Exportação
Bombas Esco
Bombas Grundfos do Brasil
Bombas Leão
Borges & Katayama Consult. e Repres.
Bugatti Brasil Válvulas
Caetano Tubos - CMR4 Eng. e Comércio
Caimex Comércio Exterior
Cast Iron Comercial
Centroprojekt do Brasil S/A
Chesterton
Clean Environment Brasil
Comercial Gonçalves Equip. de Medição
Continuum Chemical Latin América
Corr Plastil Industrial
C.R.I. Bombas
Danfoss
Delbo Indústria e Comércio de Válvulas
De Nora do Brasil Ltda.
Digitrol Indústria e Comércio
Dinatécnica Indústria e Comércio
Dositec Bombas Equip. e Acessórios
DVD Valves
Ebara Indústrias e Comércio
Ecosan Equip.para Sanemaento
Edra Saneamento Básico Ind. e Com.Ltda.
EEA Empresa de Engenharia Ambiental
Eletrônica Santerno Ind. e Comércio
Emec Brasil Sist. Tratamento de Água
Emicol Eletro Eletrônica – Aeradores
Cachoeira
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
outubro / novembro / dezembro | 2010
Enasa Engenharia e Comércio
Enmac Eng. Materiais Compostos
Enops Engenharia
Environquip Engenharia de Sistemas
Ambientais
Ercon Engenharia Ltda
ESA Eletrotécnica Santo Amaro
Famac Indústria de Máquinas
Fast Indústria e Comércio
Fibrav Fibra de Vidro de Lambari
FKB Válvulas
FGS Brasil Indústria e Comércio
Fluid Feeder
GEA Sistemas de Resfriamento
Glass Ind. Com. Bombas Centrífugas e
Equipamentos
Gratt Indústria de Máquinas
Guarujá Equip. para Saneamento Ltda.
Georg Fischer Sist. de Tubulações Ltda.
Hexis Científica
Hidroductil Tubos e Conexões
Hidrogeron do Brasil
Hidrosul - Máquinas Hidrául.Hidrosul
Higra Industrial
Huesker
Imap Indústria e Comércio
Imbil - Ind e Manut. de Bombas ITA
Ltda.
Imperveg Poliuretano Vegetal
Infrafort Tubos e Conexões de PVC
Interativa Ind., Com. e Representações
Invel Comércio Indústria Participações
ITT Water & Wastewater Brasil
JCN Comércio e Representações
Joplas Industrial
Kanaflex Ind. de Plásticos
Kemira Chemicals Brasil Ltda
KSB Bombas Hidráulicas
Kron Medidores
Lufersa Indústria e Comércio de Bombas Submersas
Mann+Hummel Brasil
Marte Balanças e Apar. de Precisão
MC Bauchemie Brasil Ind. e Comércio
Mc Fluid Equipamentos Industriais
Mirab Co.
Mission Rubber do Brasil
Mizumo - Máquinas Agrícolas Jacto
Mobix Individualiza
N. Mello Comércio Máquinas Hidráulicas – Stanley
Netzsch do Brasil Indústria e Comércio
Niagara Comercial
Nivetec Instrumentação e Controle
Norbra Engineering Administração e
Projetos Ltda.
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
Nunes Oliveira Máq. e Ferramentas
Omel Bombas e Compressores
Orbinox Brasil Indústria e Comércio
Parkson do Brasil
Pieralisi do Brasil Ltda.
Politejo
Porto Seguro Cortes e Furos Ltda.
Promar Tratamento Anti-corrosivo
Prominas Brasil Equipamentos
Poly Easy do Brasil Ind e Com
Restor Comércio e Manutenção de
Equip. Eletrom.
Robuschi do Brasil Comércio, Importação de Equipamentos Industriais Ltda.
Rothenberger do Brasil
Saint-Gobain Canalização
Sampla do Brasil Ind. Com. Correias
Schneider Electric
Sidrasul Sistemas Hidráulicos
SMV Válvulas Industriais
Sondamar Poços Artesianos
Sondeq Indústria de Sondas e Equip.
Sparsol Indústria e Comércio de Equipamentos Industriais
Stringal Equipamentos Industriais
Tanks BR Importação e Representação
Comercial
Tigre Tubos e Conexões
T.L. Wolff
Total Saneamento e Hidr. Comercial
Toro Liners do Brasil Ltda.
Tree-Bio Soluções
Unitubos Indústria e Comércio de Conexões
Valloy Indústria e Comércio de Válvulas
e Assessórios
Vaz Bombas Dosadoras Ltda.
VCW Válvulas Indústria, Comércio e Representações Ltda.
Veolia Water
Vetro Indústria e Comércio Serviço
VI Indústria e Comércio Ltda.
Vogelsang Brasil
Viapol
Vibropac Indústria e Comércio de Equipamentos Ltda.
Wam do Brasil Equip. Industriais Ltda.
Wastec Brasil
Weir do Brasil
Wustenjet Eng., Saneamento e Serviços
Zell Ambiental
Saneas
37
visão de mercado
Fenasan 2011 e XXII Encontro Técnico
A relevância da Automação na Fenasan
e nos Encontros Técnicos da AESabesp
dos aos diversos temas deste segmento. Destacamos,
entre as apresentações, a palestra do Eng. José Bosco
Fernandes de Castro, da Sabesp, em 2009, intitulada
“Engenharia de operação/automação como uma ferramenta para a lucratividade e parceria com a universidade”, que apresentou aplicações de novas tecnologias na Sabesp, entre elas os sistemas SCADA e PIMS,
e discutiu estas aplicações como formas de melhorar
a gestão produtiva no setor de saneamento. Também
abordou a importância da implantação planejada
destas tecnologias, utilizando parcerias qualificadas,
como por exemplo, as instituições de ensino.
“Otimização operacional com o uso do SSC – Sistema de Supervisão e Controle” foi o título da paDesde 2007, com a mesa redonda “Automação e
lestra do Eng. Pedro Augusto Mikowski, da Sanepar,
Proteção dos Mananciais”, a Fenasan (Feira Nacioem que apresentou um breve histórico e resultados
nal de Saneamento e Meio Ambiente) e Encontro
do processo de implantação do sistema de supervisão
Técnico da AESabesp, que são realizados em caráter
e controle, no Centro de Controle Operacional (CCO)
simultâneo pela AESabesp, há 22 anos, a tecnologia
do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba
da Automação é inserida com grande destaque nas
(SAIC) que atende, além da capital paranaense, mais
exposições tecnológicas ao seu público de elevado
11 cidades da Região Metropolitanível técnico.
na. Entre os resultados, o Eng. Pedro
Em 2009 e 2010, foram realizados
destacou a melhoria da qualidade
os seminários “Boas Práticas e Tendêndo abastecimento de água tratada
cias de Automação em Saneamento”,
para a população, o controle efetique suscitou muito o interesse não só
vo da produção e a redução de gasde Congressistas, como de visitantes da
tos com energia elétrica.
Feira. Esses seminários foram iniciativas
Diversas empresas apresentaram
inovadoras da AESabesp, em parceria
palestras e minicusos, como a Aquacom a ISA Distrito 4, com o objetivo de
rius Software, Schneider Electric,
incentivar a discussão de tendências
SoftBrasil, Coester, Copasa, Sanasa,
tecnológicas e fomentar a troca de exCesan, GE Fanuc e Sanepar, que veio
periências nas aplicações de tecnoloa Eng. Tânia Mara
com uma equipe de técnicos de
gias de automação já realizadas pelas
Pereira Marques,
ponta, com destaque para a Eng. Tâempresas de saneamento, considerando
da Sanepar,
nia Mara Pereira Marques, que apreos aspectos diferenciais, em termos de
palestrou
sobre
sentou a palestra “A Importância da
processo produtivo, e responsabilidades
Automação
durante
Inclusão do Planejamento de Tecnosociais e ambientais que este segmento
a durante o
logias de Comunicação de Longa
representa.
Encontro Técnico Distância em Planos Diretores de
Em sua programação, o evento comAutomação”.
preendeu palestras e minicursos , voltade 2009.
38
Saneas
outubro / novembro / dezembro | 2010
visão de mercado
Brazil Automation 2010 atraiu
especialistas em automação
Reaquecimento da economia, interesse por inovação tecnológica e grandes obras
levaram 12.800 pessoas à 14ª edição da maior exposição de Instrumentação,
Sistemas e Automação das Américas. O congresso, que ocorre paralelamente,
cresceu 12% em número de participantes.
Com uma visitação de 12.800 pessoas, o evento Brazil
Automation ISA 2010 encerrou-se no dia 11 de novembro, em São Paulo, consolidando-se como uma importante vitrine de soluções tecnológicas e inovações para
a automação da indústria. A retomada da economia foi
determinante para atrair ao Pavilhão do Expo Center
Norte, tomadores de decisão e profissionais envolvidos em projetos de grande porte e na modernização
de plantas industriais. Houve ainda um aumento significativo na participação de técnicos e especialistas em
automação no Congresso e nos cursos de capacitação
ministrados durante o evento. Esta grande procura por
aperfeiçoamento ocorreu principalmente pelos profissionais recolocados no mercado de trabalho após a
crise econômica do ano passado.
“O principal diferencial do Brazil Automation sempre foi a qualidade do público, mas em 2010 ela superou nossas expectativas. A perspectiva de acentuado
crescimento econômico e os grandes investimentos
em projetos e também em obras de infraestrutura nos
próximos anos, acabou atraindo para o evento profissionais de grandes empresas , consórcios de engenharia, além de muitos especialistas de automação”, afirmou o engenheiro José Otávio Mattiazzo, presidente
da ISA Distrito 4, que coordena as atividades nos países
da América do Sul e Caribe.
A preocupação com a carência de mão-de-obra
especializada na área de engenharia, para suportar o
outubro / novembro / dezembro | 2010
crescimento da economia, foi um dos temas discutidos
durante o Congresso, paralelo à exposição de produtos e serviços. Durante a palestra de abertura do Brazil
Automation, Mario Sergio Saterno, Professor Doutor e
Coordenador do Laboratório de Gestão da Inovação da
Escola Politécnica de São Paulo, alertou para uma evasão enorme no ensino de engenharia no Brasil. Segundo ele, em 2008 foram cerca de 460 mil as matrículas
no início do ano, contra apenas 48 mil novos formandos a ingressarem no mercado de trabalho.
A participação no Congresso 2010 cresceu 12% em
relação à edição anterior, com cerca de 400 participantes. “Isto demonstra como as empresas estão preocupadas com o treinamento e capacitação de suas equipes, visando a expansão esperada”, avaliou Mattiazzo.
Para Jorge Ramos, eleito para assumir a presidência
do ISA Distrito 4 e portanto será o coordenador da Brazil Automation 2011, a realização terá o espaço físico
da feira ampliado e uma área para expositores internacionais, além de eventos paralelos como o congresso
da ABTCP- Associação Brasileira dos Técnicos de Celulose e Papel.
Colaboração de Edna De Divitiis e Adriana Guedes, da EPR
Comunicação Corporativa.
Saneas
39
Acontece no setor
GE promove Momentos
de Tecnologia em Polos
da AESabesp
A empresa GE obteve sucesso com a palestra: “Intelligent Water: Novas Tendências e Benefícios da Automação Aplicadas ao Saneamento”, dentro do Programa
“Momentos de Tecnologia”, realizado pela AESabesp.
Os palestrantes da GE, Christian Vieira (Engenheiro de
Aplicação) e Paulo Pironti (Gerente de vendas), abordaram os seguintes temas: “Desafio do Setor de Saneamento”, “Respostas aos Desafios”, “Proficy: A Plataforma de Automação do CCO Digital” e “Analisador e
Sensores Virtuais”.
Em 24 de novembro, a apresentação foi em São
José dos Campos, com grande presença de técnicos
da Sabesp nesse evento. O superintendente da Unidade de Negócio Vale do Paraíba da Sabesp, Oto Elias
Pinto, que possui notório conhecimento técnico sobre automação, prestigiou e participou ativamente da
palestra, incentivando, com a sua experiência, a busca contínua pela inovação e melhoria de processos,
através da automação.
Em 7 de dezembro, a GE apresentou essa palestra
no Pólo AEsabesp Leste, na região metropolitana, co-
Os palestrantes da GE, com o coordenador do Polo Leste,
Nélson Menetti, e o diretor de Projetos Socioambientais da
AESabesp, Luis Regadas.
ordenado por Nélson César Menetti. Na ocasião, a empresa fechou com essa Unidade um projeto piloto para
instalação e acompanhamento de seus equipamentos
em campo, por um prazo de 4 meses.
Atlas Copco na Unidade Ponte Pequena da Sabesp
Também integrada ao Programa “Momentos de Tecnologia” da AESabesp, dia 24 de novembro, a empresa
Atlas Copco apresentou a palestra “Soluções Inovadoras e Sustentáveis para Geração de Ar Comprimido e
40
Saneas
Novas Tecnologias”, na Sala Rio Pardo da Universidade Empresarial da Sabesp, na Unidade Ponte Pequena, que despertou muito interesse nos técnicos
da Metropolitana.
Os palestrantes Jean - Paul Joarlett (Gerente de
Produto), Ricardo Brandão (Engenheiro de Vendas de
Sopradores) e Rodrigo Vidal (Engenheiro de Vendas de
Máquinas Portáteis) abordaram os seguintes temas:
“Sopradores de Ar”, “Compressores de Parafuso Portáteis”, “Compressores de Parafuso Portáteis com Gerador Integrado” e “Torre de Iluminação”.
outubro / novembro / dezembro | 2010
Acontece no setor
Mizumo apoia ONG que
promove a construção
sustentável no país
A Mizumo - unidade de negócios do Grupo Jacto, especializada no fornecimento de sistemas compactos para tratamento de
esgoto doméstico – comunica o seu apoio às causas defendidas
pelo Green Building Council Brasil (GBC Brasil), uma organização
não governamental (ONG) que surgiu para auxiliar no desenvolvimento da indústria da construção sustentável no país.
Segundo a empresa, seus processos possibilitam que toda
água proveniente de pias, chuveiros, máquina de lavar e vasos sanitários seja tratada e possa ser reutilizada para fins não potáveis
ou devolvida sem riscos à natureza. Por isso, atendem construtoras e empreendimentos com diferenciais ecológicos, que almejam
obter o sistema de certificação LEED® (Leadership in Energy and
Environmental Design). O GBC Brasil trabalha na interpretação e
adaptação desta ferramenta para o mercado nacional.
Plena lança Kit Sanitário
A Plena, empresa de acessórios do Grupo Tigre, lança no mercado o seu “Kit
Sanitário”. De acordo com o fabricante, trata-se de uma solução completa
para o sistema de descarga, composto
de todas as peças para sua instalação,
desde a tubulação até a ligação ao
vaso sanitário, já que reúne todos os
componentes necessários à montagem em uma única embalagem e o consumidor não precisa se preocupar em adquirir
produtos separadamente. O preço sugerido é R$ 25,00.
Fazem parte do kit uma caixa de descarga alta, um engate flexível, um tubo para descarga segmentado e um espude
de ligação para vaso sanitário. Um dos diferenciais está na
compatibilidade para bacias de 6,8 litros e 9 litros, por meio
de uma regulagem. Além disso, atende a norma NBR 15491.
outubro / novembro / dezembro | 2010
Lançamento da
linha de Decanters
B&F Dias
Desenvolvida ao longo de 2010, a linha de
Decanters B&F DC para remoção de clarificadio em processos de SBR (Sequential
Batch Reactor – Reatores à Batelada) é o
mais recente lançamento da B&F Dias.
De acordo com o fabricante, os decanters são totalmente fabricados em
aço inoxidável AISI 304 ou AISI 316. Possuem um exclusivo conjunto de bloqueio
que impede a entrada de esgoto bruto
durante as fases de enchimento, mistura
e durante o processo de aeração evita o
arraste de espuma e lodo. O sistema de
abertura e fechamento é auto-regulável,
não necessita da utilização de equipamentos eletro-pneumáticos para operação, sendo controlável através de válvula
atuada de descarte na saída do reator.
A empresa atesta que durante a fase
de esvaziamento do clarificado o sistema
de coleta opera como bafle, evitando o
arraste de espuma e material sobrenadante. O exclusivo desenho do conjunto
com grande superfície de coleta somada
às baixas taxas de velocidade, garante o
fluxo laminar e a não-remoção do lodo
decantado. A descarga é direcionada
através de tubo flexível para a saída na
válvula atuada.
Saneas
41
Acontece no setor
Detecção de emissões
fugitivas
Esclarecimento
da Tigre
A edição especial da Saneas da cobertura da Fenasan 2010 públicou, na pg. 29, um depoimento de um técnico da Tigre, alusivo ao “Kit UMA,
que proporciona drenagem de grande diâmetro,
com especificação técnica para atender a Sabesp” . A assessoria de imprensa da empresa
solicita que seja esclarecido que “ o UMA (Unidade de Medição de Água) é um novo padrão
de kit cavalete para medição de água que segue
as normas criadas pela Sabesp. A descrição da
nota não faz parte desse produto, mas sim de
um outro da marca Tigre-ADS, que desenvolve
tubos corrugados de alta densidade e grande
diâmetro para drenagem e sistemas de esgoto”.
A Clean Environment Brasil, em Campinas (SP), é representante dos produtos Thermo no Brasil. De acordo com a
assessoria da empresa, a Thermo é responsável por cerca de 90% dos equipamentos portáteis utilizados por trabalhadores em refinarias hoje nos Estados
Unidos.
O seu principal detector é o TVA-1000B, que ainda está sendo utilizado
de maneira tímida no Brasil. “Faltam
normativas para a detecção de emissões fugitivas”, diz Jim
Morton, diretor Mundial de Vendas da Área de Instrumentos
para Qualidade do Ar , “apenas os Estados Unidos e Taiwan
têm normas estabelecidas”. Já o gerente de vendas técnicas da Clean, Eliezer Santos, afirma que “acompanhando a
evolução natural dos processos que garantem a saúde dos
trabalhadores” os equipamentos para detecção de emissões
fugitivas serão cada vez mais utilizados no Brasil”.
XI Encontro Estadual
de Saneamento
Ambiental
14 e 15 de
Junho de
2011
LINS sediará, nos dias 14 e 15 de Junho de 2011, o 11° Encontro Estadual de Saneamento
Ambiental, ratificando o resultado de um trabalho contínuo, resistindo às intempéries
mercadológicas, e deixando clara a preocupação de
seus realizadores com a criação de oportunidades
comerciais para seus expositores/patrocinadores.
Não perca a oportunidade de apresentar seus
produtos, serviços e colocar-se em evidência para
grandes empresas consumidoras, tais como
frigoríficos, usinas de açúcar e álcool, empresas de
saneamento, DAAE’s, SAAE’s, usinas de biodiesel
entre outras.
A Technical Fairs, coloca-se à disposição para viabilizar a participação
de sua empresa como expositora, neste evento que se consolida como melhor e
mais estruturado evento regional de Saneamento e Meio Ambiente.
42
Saneas
011 3963-0144 / 3963-0145 / 4607-9259
outubro / novembro / dezembro | 2010
ANUNCIE NA
revista saneas
Revista Saneas: mais que uma Revista, um Projeto Socioambiental.
Em 2011, conte com a Saneas.
Inclua a Revista na sua programação de mídia para 2011.
EdIçõEs progrAmAdAs pArA 2011:
EdIção N° 40 – JANEIro/ FEvErEIro/ mArço
Tema: Limnologia de mananciais para abastecimento
Um aparato da ciência que estuda as reservas de águas interiores: lagos, lagoas, reservatórios, rios, açudes, represas e riachos, com foco
voltado ao saneamento ambiental. E mais: matéria especial sobre a “Lei Federal de Segurança de Barragens”.
EdIção N° 41 – AbrIl/ mAIo/ JUNho
Tema: O saneamento ambiental na macrometrópole
Com abordagem sobre as necessidades e demandas do saneamento ambiental na composição da infraestrutura das macrometrópoles
brasileiras, principalmente em relação à Copa 2014. E mais: o que acontecerá na Fenasan 2011 (com distribuição durante a Feira).
EdIção N° 42 – JUlho/ Agosto/ sEtEmbro
Tema: Modelos de investimentos para novos empreendimentos no setor
Com uma análise dos atuais modelos de captação de recursos para o setor de saneamento, como as PPPs (Parceria Público Privadas) , PAC,
BIRD, JICA, “Recursos Livres”, “Locação de Ativos”, entre outros. E mais: cobertura do XXII Encontro Técnico AESabesp e Fenasan 2011.
EdIção N° 43 – oUtUbro/ NovEmbro/dEzEmbro
Tema: Resíduos Sólidos: novas oportunidades de negócios na prestação de serviços
Apresentação de como poderão surgir novas oportunidades de prestação de serviços (aterros, tratamento de líquidos, efluentes nãodomésticos, etc) e a possibilidade de associação com os grupos privados que tradicionalmente atuam neste mercado.
E mais: um panorama da evolução do setor do saneamento em 2011.
A Revista saneas é uma
publicação da:
CoNtAto dE pUblICIdAdE:
AesAbesp
Tel: 11 3263 0484 - 11 7515 4627
outubro / novembro / dezembro | 2010
[email protected]
AESABESP
Saneas
43
Associação dos Engenheiros da Sabesp

Documentos relacionados