COMPETÊNCIA LEITORA NO ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA

Transcrição

COMPETÊNCIA LEITORA NO ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
COMPETÊNCIA LEITORA NO ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA
ESTRANGEIRA
Mayara Oliveira Feitosa (UFS)
Elaine Vieira Gois (UFS)
INTRODUÇÃO
O presente artigo pretende apresentar relatos de experiência do trabalho com
a competência leitora no ensino de Português Língua Estrangeira- PLE do Núcleo de
Ensino – Aprendizagem de Português Língua Estrangeira – NEAPLE que integra o
projeto maior Formação docente e inovação tecnológica para o ensino-aprendizagem
de Português como Língua Estrangeira (PLE), sob a aprovação N º 02952/09-2 - linha
MEC / CAPES, do Programa Nacional de Pós-Doutoramento (PNPD), com a
coordenação da professora Dra. Lêda Pires Corrêa, da Universidade Federal de Sergipe.
As aulas aconteceram no período de 4 meses de setembro a dezembro de 2013, com um
aluno de nacionalidade nigeriana. O curso foi dividido em quatro competências:
compreensão e expressão oral e auditiva, compreensão escrita e compreensão leitora, as
aulas foram ministradas por professores para cada competência.
O material utilizado foi desenvolvido com base nos temas propostos a cada
semana e nas orientações do NEAPLE. O livro Muito Prazer foi utilizado para as
atividades de escrita, já as atividades de leitura foram desenvolvidas com material
elaborado pelas professoras e baseados nos diversos gêneros como propagandas,
folhetos informativos, revistas, folders, notícias entre outros.
Os temas utilizados no módulo básico foram: Apresentações, Alimentação,
Pedidos, Localização e deslocamento, Família, Gentilícios, Estações, Calendário,
Animais, Esportes. Com relação aos conteúdos gramaticais, foram trabalhados os
verbos do cotidiano: gostar, ser, jogar, trabalhar, morar, estudar, estar, acordar, ir,
almoçar, jantar, comer, querer, chegar, poder, voltar, esquecer, pronomes pessoais,
interrogativos, expressões interrogativas, sinônimos antônimos, advérbios de tempo,
lugar, locuções adverbiais. Os textos utilizados foram selecionados com base no
cotidiano e na realidade do aluno, tratavam e assuntos como qualidade de vida, saúde,
bem-estar, esportes, lazer, curiosidades sobre o Brasil.
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
1
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Defende-se a abordagem da competência leitora para apreensão do léxico,
tendo em vista o fato de ser ele a principal categoria morfossintático-semântica que
veicula conhecimentos formais e de conteúdo da língua, como forma de resgatar a
cultura de acordo com Isquierdo e Krieger (2004). Utiliza-se a abordagem comunicativa
de Almeida Filho (2004) como pressuposto teórico. Evidenciando a importância dos
aspectos socioculturais por meio de uma abordagem intercultural, pois na aprendizagem
do léxico há possibilidade de relacionar as palavras à realidade externa e o modo como
elas se relacionam entre si.
De acordo com Almeida Filho (2004) apenas a partir do final da década de
70 que se estabeleceu dentro da área de ensino de línguas um interesse generalizado
sobre o ensino comunicativo funcional. Ao mesmo tempo, o autor desmistifica a ideia
negativa a respeito da gramática e a concepção positiva que recai sobre a abordagem
comunicativa. A partir desses pressupostos percebe-se a importância da reflexão a
respeito da postura do professor de língua estrangeira quanto à escolha de apenas um
dos métodos.
Almeida Filho apresenta alguns significados de ser comunicativo em sala de
aula, um dos principais trata-se da preocupação com o próprio aluno enquanto sujeito e
agente no processo de formação através da LE. Assim, pode-se compreender que o
aluno recebe um destaque maior à medida que é direcionado na construção de
conhecimentos relevantes e obter êxito do processo de aprendizagem. Para isso, é
necessário investir na motivação, assim como na valorização do discurso do discente.
Esse esforço é traduzido por Almeida Filho ao relatar a postura
comunicativa de aprender LE na escola. Selecionamos as principais orientações para
reflexão, dentre elas estão:
- tolerância esclarecida sobre o papel e apoio da língua materna;
- o oferecimento de condições para a aprendizagem consciente de
regularidades linguísticas, especialmente quando solicitadas pelo
aluno;
- representação de temas e conflitos para a problematização e ação
dialógica;
- avaliação de rendimento e proficiência de funções comunicativas ao
invés de meras notas numéricas. (ALMEIDA FILHO 2004, p. 43)
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
2
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
De acordo com essas orientações notamos que a interação é essencial no
ensino de línguas, pois a troca de informações proporciona um contato maior entre os
alunos colabora com a participação ativa da aula e na construção de conhecimentos
significativos. A postura comunicativa também traz um grande auxílio para a avaliação,
pois o professor poderá avaliar com flexibilidade os resultados obtidos em sala de aula
no decorrer das aulas, de forma ampla, não somente com puros exames.
Nota-se que não basta que o professor assegure ser comunicativo ou usar
recursos ditos comunicativos. Com essa perspectiva o professor de LE é direcionado a
construir o ensino não apenas em torno das formas da linguagem. Almeida Filho
também discorre sobre os significados ensino comunicativo:
É aquele que não toma as formas da língua descritas nas gramáticas
como o modelo suficiente para organizar as experiências de aprender
outra língua, mas sim aquele que toma unidades de ação feitas com
linguagem como organizatórias das amostras autênticas da língua-alvo
que se vão oferecer ao aluno-aprendiz. (ALMEIDA FILHO 2004, p.
47-48)
As orientações para a produção comunicativa mostram a importância da
união entre o ensino e a pesquisa, uma vez que o contato com sugestões claras
possibilita ao professor a composição uma prática reflexiva. A respeito da aula
comunicativa, Almeida Filho prescreve algumas considerações importantes, tanto para o
bom andamento da aula quanto para impulsionar a participação dos alunos em situações
reais de língua estrangeira e obter êxito no processo de aprendizagem:
Estabelecimento
de
clima
e
confiança;
- Apresentação de amostras significantes de linguagem;
Ensaio
para
fluência
coerente
e
uso
real;
- Fechamento do encontro, compensações, estratégias de aquisição.
(ALMEIDA FILHO 2004, 51-52)
As sugestões de Almeida Filho auxiliam na compreensão por parte do
aprendiz de língua estrangeira, uma vez que a preparação proporciona uma identificação
prévia entre os alunos e desenvolvimento da expressão individual. Dessa maneira, esses
direcionamentos colaboram com a formação do conjunto de conhecimentos por parte do
professor de língua estrangeira referentes a especificidades dos planos de ensino, bem
como na avaliação da atuação comunicativa.
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
3
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
Almeida Filho também apresenta considerações a respeito da fusão da
gramática com a coerência comunicativa. O autor expõe a centralização dos padrões
gramaticais no ensino de língua estrangeira moderna e o surgimento da manifestação
comunicativa funcional. De acordo com Wilkins, a seleção das estruturas gramaticais é
necessária sim, mas insuficiente em qualquer operação do ensino de línguas. A
gramática normativa como um conjunto de normas pode proporcionar o conhecimento
da regra, assim, é claramente limitada, o aluno por sua vez necessita adquirir fluência do
idioma. Os objetivos comunicativos propõem o ensino da comunicação dos aprendizes
na língua alvo.
A partir da proposição de uma direção para o ensino da leitura em LE, a
ideia básica para Widdowson (1978) é buscar nas outras disciplinas escolares as fontes
de conteúdos e metodologia para a suplementação da aprendizagem da língua
estrangeira. Para isso é necessário bastante esforço por parte do professor, pois não
trabalhará apenas com um mostruário vocabular e proposições linguísticas, mas uma
contextualização a cerca do conteúdo ensinado.
Para Almeida Filho o ensino de línguas atrelado a outras disciplinas formase com conteúdos autênticos atendendo às perspectivas comunicativas e linguísticas,
assim une a aprendizagem do uso e da regra. Ao mesmo tempo pode acarretar uma série
de limitações, dente elas estão:
- o trabalho extra por parte do professor de se familiarizar com
conceitos novos;
- a pura repetição do já estudado;
- exagero no represamento e subversão do propósito da aproximação
gradual até competência adequada na LE.
- cansar os alunos e restringir os diferentes propósitos comunicativos
dos diferentes tipos de textos escritos. (ALMEIDA FILHO 2004, p.
60-61)
Diante desta explanação, o trabalho com disciplinas curriculares é apontado
como uma alternativa ao professor de LE que tem a possibilidade de utilizar práticas
discursivas específicas. Nessa perspectiva, Almeida Filho sugere ao professor o
aproveitamento das combinações das funções comunicativas e estruturas utilizadas na
produção textual.
METODOLOGIA
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
4
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
A partir dos pressupostos teóricos, tivemos a possibilidade de aprofundar o
conhecimento acerca dos processos metodológicos históricos, os quais serviram de
reflexão e impulso para a criação de novos métodos. Os significados de ser
comunicativo em sala de aula, descritos por Almeida Filho, demonstram uma percepção
mais flexível a respeito da dinâmica de aprendizagem de outra língua. Ao mesmo
tempo, a exploração da relação entre gramática e as funções comunicativas compõe
sugestões a respeito da utilização das áreas específicas de uso unidas às unidades
específicas de uso no ensino de LE. Dessa maneira, pode-se compreender a importância
da união entre ensino e pesquisa para a caracterização produtiva em torno do ensino
comunicativo.
Defende-se a abordagem da competência leitora para apreensão do léxico,
tendo em vista o fato de ser ele a principal categoria morfossintático-semântica que
veicula conhecimentos formais e de conteúdo da língua, como forma de resgatar a
cultura de acordo com Isquierdo e Krieger (2004). Defendemos que esse repertório
cultural é traduzido em cada língua e a apreensão do léxico é a apreensão de todo
repertório cultural de uma dada língua, nele se traduz o pensamento da sociedade. A
aprendizagem do léxico através da leitura ultrapassa os métodos tradicionais como listas
de palavras isoladas e incansavelmente repetitivas.
As avaliações foram baseadas nas seguintes orientações:
Orientações teóricas, objetivos e índices de aproveitamento dos testes de
leitura e interpretação em Língua Portuguesa para Estrangeiros do NEAPLE.
I - ORIENTAÇÕES TEÓRICAS SOBRE A SELEÇÃO TEXTUAL
Seleção do texto jornalístico (gênero notícia)
O texto jornalístico tem como principal objetivo informar seus leitores
sobre algum acontecimento da atualidade. Seu público é relativamente heterogêneo.
Dado o objetivo principal de informar, a seletividade lexical pauta-se pelo menor grau
de polissemia e a estrutura sintático-semântica tende a ser construída por parágrafos
curtos, cada qual, na maioria dos casos, constituído por um tópico frasal (ou tema) e
desenvolvimento curto do tópico (GARCIA, 1981). A ordem da frase pode ser direta ou
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
5
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
indireta, isto é, pode organizar-se pela sequência direta e mais canônica em língua
portuguesa (Sujeito – Verbo – Predicado) ou pela ordem indireta.
Nesse sentido, a notícia revela-se como um dos gêneros textuais adequados
à realização de avaliação da competência leitora e interpretativa do aprendente de
PLE, uma vez que sua estrutura esquemática é mais ou menos fixa na maior parte dos
jornais do mundo. Possibilita, portanto, a ativação de uma representação sociocognitiva,
presente entre os leitores que apresentam certa assiduidade na leitura de jornais ou
revistas.
Segundo van Dijk (1992), as estruturas esquemáticas ou superestruturas
(forma sintática textual) auxiliam a organização das estruturas temáticas ou tópicas, ou
seja, as macroestruturas dos textos (conteúdo semântico-pragmático mais genérico). O
plano da microestrutura reveste-se da seletividade lexical e da organização frasal
descrita acima, no primeiro parágrafo.
Linguagem não verbal
A imagem é indicial e ajuda a formar conceito, levantar hipóteses de leitura.
A utilização da imagem fixa em consonância com os estudos da imagem e
multimodalidade é entendida aqui como uma ferramenta para a compreensão e leitura
do texto.
Interpretação escrita
A interpretação escrita tem como propósito dinamizar as interações entre
professor e aluno no processo de ensino-aprendizagem de PLE, assim como registrá-las.
Espera-se que o aprendente construa períodos simples ou compostos interrelacionados
por elementos coesivos. Busca-se verificar também o domínio dos recursos de coesão
referencial e conhecimento vocabular. Essa proposta viabiliza a produção escrita sob a
forma de descrição da compreensão textual e percepção a respeito do tema com base
nas atividades realizadas nas atividades em sala de aula, mas não inviabiza a presença
de outras estruturas esquemáticas.
II - OBJETIVOS DO TESTE DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
NOTÍCIA PARA ESTRANGEIROS
Observar e diagnosticar a competência leitora e interpretativa do aprendente
de PLE para:
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
6
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
a) construir a macroestrutura ou estrutura tópica do texto;
b) reconhecer as substituições vocabulares no eixo da sinonímia e
antonímia;
c) operacionalizar diferentes estruturas sintático-semânticas.
III) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
a) Relação título e texto: 1,5 ponto
b) Coesão sequencial (relação entre enunciados): 2,0 pontos
c) Coesão referencial (retomada de referentes textuais): 1,0 ponto
d) Seletividade lexical adequada e diversificada: 1,5 pontos
e) Relação estabelecida entre imagem e texto, linguagem verbal e
não verbal: 2,0
f) Relações entre começo, meio e fim (todo coerente): 2,0 pontos
III - GABARITO E ÍNDICES DE APROVEITAMENTO NO TESTE DE
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
Questão 1: ALTERNATIVA B (VALOR 1,5 PONTOS)
Espera-se que o aluno identifique o principal motivo que indica não há
melhor esporte, e mais completo para especialistas em medicina esportiva, treinadores e
atletas e reconheça a associação sinonímica entre o vergo gostar e apreciar, a relação
opositiva entre os advérbios menos (em grau inferior ou com menor intensidade) e mais
(maior intensidade; em grau superior), que influencia e aproxima a relação entre as
expressões menos dificuldade e mais facilidade em praticar presente na letra B.
As alternativas A e C (VALOR 1 PONTO). Revelam um grau médio de
compreensão da estrutura temática e do vocabulário.
A alternativa D corresponde a ZERO, pois revela baixa competência
leitora do texto.
Questão 2: ALTERNATIV D (VALOR 1,0 PONTOS)
Espera-se que o aluno identifique que a natação é um excelente esporte
pela seleção vocabular de seus benefícios e reconheça a relação sinonímica entre o
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
7
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
verbo combinar e o verbo associar e a relação sinonímica entre a palavra flexibilidade e
elasticidade presentes na alternativa D.
As alternativas B e C (VALOR 0,5 ). Revelam um grau médio de
compreensão do fato informado.
As alternativas A correspondem a ZERO, pois revelam baixa competência
leitora do texto.
Questão 3: ALTERNATIVA B (VALOR 1,5 PONTOS)
Espera-se que o aluno identifique no texto, quais os motivos que indicam
que o remo não pode ser considerado um esporte perfeito, mas também observe seus
principais benefícios para a musculatura, observe também o vocabulário corporal e
reconheça a relação sinonímica entre os advérbios de intensidade “muito” e “bastante”,
entre os adjetivos “grandes” e “longos” e relação sinonímica entre os verbos
“movimentar” e mexer” presente no texto , presente na alternativa B. .
As alternativas A e C (VALOR 1 PONTO). Revelam um grau médio de
compreensão das estratégias acima enunciadas.
A alternativa D corresponde a ZERO, pois revela baixa competência
temática, semântica e sintática do aluno.
Questão 4: (VALOR 2 PONTOS)
O texto apresenta transformações a respeito da função dos esportes ao
longo do tempo, espera-se que o aluno identifique na forma escrita as funções atribuídas
atualmente, de acordo com o texto e reconheça a dificuldade apresentada no texto para a
prática do remo no Brasil.
Revela um grau médio de compreensão das estratégias acima enunciadas.
(VALOR 1 PONTO).
ZERO, pois revelam baixa competência de interpretação e escrita.
Questão 5: (VALOR 2 PONTOS)
Espera-se que o aluno reconheça a relação estabelecida entre imagem e
texto, linguagem verbal e não verbal entre os esportes: judô, basquete, surf, musculação,
natação e futebol, e associe a suas características.
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
8
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
5, 4 ou 3 alternativas corretas (VALOR 1,0 PONTO) revelam um grau
médio de compreensão da relação imagem e texto.
2 ou 1 alternativas corretas (VALOR 0,5 PONTO) pois apresenta baixa
compreensão entre texto e imagem.
Nenhuma alternativa correta corresponde a ZERO, pois apresenta baixa ou
nenhuma compreensão entre texto e imagem.
Questão 6: 2 pontos
Apresenta um grau ótimo de compreensão do texto e posicionamento.
IV - TABULAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
8 a 9 pontos: grau ótimo de leitura e interpretação de texto (nível avançado)
7 a 8 pontos: grau bom de leitura e interpretação de texto (nível
intermediário tendente a avançado)
6 a 7 pontos: grau regular + de leitura e interpretação de texto (nível
intermediário)
5 a 6 pontos: grau regular – de leitura e interpretação de texto (nível
intermediário tendente a iniciante)
Menos de 05 pontos: grau insuficiente de leitura e interpretação de texto
(nível iniciante)
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
As dificuldades iniciais observadas concentravam se principalmente na
pronúncia e compreensão auditiva, tanto em conversas ou materiais de áudio como
músicas, diálogos. Com relação às habilidades o aluno possuía compreensão de texto
rápida e avançada em comparação ao nível que se encontrava. Associação icônica
eficiente e associação das imagens à linguagem verbal, e dos textos escritos às imagens.
Escrita intermediária nas respostas das atividades. Ao final do curso foi realizada uma
avaliação para verificar o progresso e a proficiência do aluno.
Resultado das avaliações- NEAPE
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
9
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
AVALIAÇÃO DA ESCUTA E DA FALA ASSOCIADAS
Domínio vocabular: 3,0 pontos
Uso de estruturas sintáticas simples: 2,0
Uso de estruturas sintáticas complexas: 2,0 pontos
Pronúncia: 2,0 pontos
Total= 9,0
grau ótimo de compreensão e produção oral
grau ótimo de compreensão oral
grau bom de produção oral
Resposta 1: Três anos
Resposta 2: alternativa B
Resposta 3: alternativa A
Resposta 4: a) Pouco dinheiro b) Muito dinheiro
Resposta 5: Alguns. Tuface, D’baej, P-square, Wiz Kid, Triva banage.
AVALIAÇÃO ESCRITA
Pontuação por questões:
Questão 1: 2,0
Questão 2: 1,0
Questão 3: 1,7
Questão 4: 1,8
Questão 5: 2,0
Total= 8,5
8 a 10 pontos: grau ótimo de escrita (nível avançado)
Resposta 1- Meu nome é Mustapha, Meu sobrenome é Kaue, Meu Apelido e
Musty, Meu amigos chama-me Musty. Eu tenho dezoito anos, Eu nasci em Nigeria. Eu
moro em Aracaju. Eu tenho três irmãos, eu sou nova entre. Meu Pais mora na Nigeria.
Data de meu aniversario é vinte dois de janeiro, ano de um mil e novecentos e noventa e
cinco. Eu moro com meu tio e esposa dele. Eu gosto jogar futebol e voleibol. Eu jogo
sempre. Eu gosto jogo video games tambem e de ouvi musica. Eu gosto de come arroz e
carne com suco de laranja.
Resposta 2- Eu acordo ao cinco e meia horas, eu escova meu denti, eu tomar
de banho, eu lava meu quarto. Eu como cafe di manhã. Eu vou para Universidade
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
10
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
Federal de Sergipe. Ao terminar de aula eu voltar para casa e come almoço com meu tio
ou só. Eu vou assiste televisão e outras atividades ao noite eu como jantar e vou dormir.
Resposta 3- Assunto da Notícia é sobre o tributo de ex-presidente SulAfricano Nelson Mandela pelo a presidente Dilma Rousseff.
Resposta 4- O notícia fala sobre o
Nelson Mandela e sucesso dele e
comemorava ele. Presidente de brasil elabora que o exemplo do líder Negro inspirou o
Brasil e a America do Sul, Segundo, Ela diz Mandela foi a personalidade maior do
século 20.
Resposta 51- Pão e café 2- Tapioca com leite 3- Cereais
2- Arroz e macaroni e carne com suco de goiaba
3- Lasagna 2- Pizza 3- Batatas com alho de tomate
AVALIAÇÃO DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
Questão 1: Alternativa B 1,5 pontos
Questão 2: Alternativa D 1,0 pontos
Questão 3: Alternativa B 1,5 pontos
Questão 4: 1,5 pontos
Respostas:
a) De acordo com o texto, “Hoje o esporte serve para quase tudo:
Melhorar a saúde, socializar, jogar, se divertir, exibir o físico, cultivar a vaidade,
competir, etc”.
b) De acordo com o texto, Na Dificuldade em se poder praticá-lo, já
que são poucas lagoas no Brasil.
c) Sim, Futebol.
Questão 5: 1,5 pontos
Questão 6: 2,0 pontos
Total= 9,0
9 pontos: grau ótimo de leitura e interpretação de texto (nível avançado)
CONCLUSÃO
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
11
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
Entendemos a capacidade leitora como um processo de interação em
consonância com os postulados de Kleiman, 1995; Moita Lopes, 1996; Solé, 1998.
Como forma de intervenção social a apropriação da leitura confere ao aprendiz a
possibilidade de interagir com o mundo a sua volta. Ler é um instrumento de poder,
sobretudo em nossa cultura grafocêntrica, que possibilita ao estrangeiro a interação na
língua alvo.
Dominar a competência leitora é fazer uso de um mundo de possibilidades.
Principalmente quando se trata do aprendizado de uma língua estrangeira. Entendemos
que dominar essa competência não corresponde apenas a decodificar o código escrito e
sim a compreender o que se lê, estabelecer as relações semânticas necessárias para
estabelecer as relações de sentido, construir sentidos enquanto leitor.
A interpretação do texto é mais que uma codificação, conforme Kock
(2002) o texto é o próprio lugar da interação, nesse sentido a compreensão do texto
deixa de ser entendida como captação ou decodificação de uma mensagem para se
tornar uma atividade. Martins (1997) considera a leitura como um processo de
compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que
linguagem. Por esse motivo defendemos a utilização de diversos gêneros, sobretudo a
utilização da imagem como ferramenta para a apropriação dessa competência.
Entendemos que o domínio da leitura remete à interação com diversas
outras atividades da vida social, em conformidade com Charmeux (1995) defendemos
que a leitura é uma capacidade através da qual atingimos um objetivo e não uma ação
com fim em si mesma. E é o leitor que exerce o papel de construtor do significado do
texto, a partir das pistas deixadas pelo autor o leitor atribui sentido ao que lê, há,
portanto, de acordo com Solé (1998), no ato da leitura uma construção que envolve o
texto, os conhecimentos prévios do leitor e seus objetivos. A leitura é um processo de
interação entre o leitor e o texto.
Os pressupostos teóricos utilizados, especialmente os fundamentos de
Almeida Filho, foram extremamente importantes para a reflexão e realização deste
trabalho, assim como para nortear os métodos utilizados nas aulas. Com relação às
propostas e construção das atividades, as orientações teóricas, objetivos e índices de
aproveitamento dos testes de leitura e interpretação em Língua Portuguesa para
Estrangeiros do NEAPLE foram indispensáveis, assim como para a elaboração do teste
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
12
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
de inicial e avaliação final de competência leitora, dessa maneira a aplicação do teste
inicial mostrou-se imprescindível para o conhecimento do nível em que o aluno
encontrava-se.
A apreensão de tais pressupostos colaborou para a construção de um clima
agradável em sala de aula, estando coerente com algumas considerações sugeridas por
Almeida Filho ao referir-se a respeito da aula comunicativa dentre elas está o
“estabelecimento de clima e confiança”. As aulas com exposição do conteúdo, a
realização e correção de exercícios e o esclarecimento de possíveis dúvidas por parte do
aluno impulsionaram um trabalho eficaz com o Português para estrangeiros.
Em relação às dificuldades, notou-se que a comunicação do aluno era
basicamente realizada em sala de aula, ou seja, o aprendiz possuía poucas situações e
oportunidades para usar a língua alvo no cotidiano e para praticar o conteúdo aprendido,
possui mais acesso a materiais impressos, como folhetos e jornais, que favorecia o
desenvolvimento da competência leitora. Ao mesmo tempo, havia muito interesse em
participar das aulas, por parte do aluno, uma vez que as aulas eram diárias.
A relação entre as professoras e o aluno era bastante agradável o que
contribui efetivamente para a interação resultando em relatos do próprio aluno acerca do
idioma aprendido e curiosidades no decorrer da semana. Assim, a recepção foi bastante
positiva, já que o aluno percebe a importância da aprendizagem de uma língua
estrangeira, já que havia a necessidade do conhecimento do idioma para a comunicação
no cotidiano. A partir dos textos apresentados, o aluno foi capaz de realizar associações
de aspectos culturais brasileiras a alguns costumes do seu país de origem nas aulas, fato
que proporcionou um enriquecimento e compreensão do aluno do conteúdo estudado.
O trabalho da competência leitora com livro didático o livro Muito
Prazer foi indispensável para a apreensão de temas como hábitos do cotidiano, com o
incremento do uso de textos autênticos para a ampliação do vocabulário. O trabalho foi
realizado com a exploração de leituras, contextos culturais do Brasil, com a participação
do aluno, ou seja, buscando inovação nas aulas com alguns componentes
comunicativos, com a valorização da expressão do aluno como sugere Almeida Filho.
Assim, o ensino não foi voltado apenas à gramatical, pois prezou pela
interação dentro das possibilidades dos alunos na língua alvo. As avaliações de forma
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
13
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE
VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956
Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015
geral também buscaram contemplar várias competências leitora e interpretação, de
modo que a competência escrita estava bem desenvolvida por parte do aluno. Dessa
maneira, o aluno não foi limitado aos métodos tradicionais e estando exposto a um
estímulo maior de aprendizagem de LE. Diante dos dados obtidos e da abordagem
comunicativa notou-se a importância do conhecimento da realidade vivida pelo
aprendiz, na tentativa da resolução das possíveis dificuldades encontradas em práticas
de ensino de LE posteriores, especialmente com a construção de perspectivas positivas
para o ensino-aprendizagem de PLE.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO. José Carlos Paes de. Dimensões Comunicativas no Ensino de
Línguas. Pontes, 2004.
ISQUERDO, Aparecida Negri, KRIEGER, Maria da Graça. As ciências do léxico:
lexicologia, lexicografia, terminologia. Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2004, 2v.
CHARMEUX, Eveline. Aprender a ler: vencendo o fracasso. Tradução de Maria José
do Amaral Ferreira. – 2ª Ed – São Paulo: Cortez, 1995.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor. 4ª ed. Campinas: Pontes, 1995.
___________ . Preciso “ensinar” o letramento? Não basta ensinar a ler e escrever?
Cefiel/Unicamp
&
MEC:
2005.
Disponível
em
,http://www.iel.unicamp.br/cefiel/alfaletras/biblioteca_professor/arquivos/5710.pdf>,
acesso em abril de 2011.
KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. – 2ª ed – São Paulo:
Cortez Editora, 2002.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura? – 3ª Ed – São Paulo: Brasiliense, 1997.
MOITA LOPES, L. P. Interdisciplinaridade e intertextualidade: leitura como prática
social. In: Anais do 3º Seminário da Sociedade Internacional de Português e Língua
Estrangeira. UFF, Niterói, 1996.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Apoio
FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH
14

Documentos relacionados

REPRESENTAÇÕES DO MUNDO CLÁSSICO E FONTES

REPRESENTAÇÕES DO MUNDO CLÁSSICO E FONTES selecionar os trechos alusivos e, assim analisar as pesquisas filológicas e da literatura comparada referentes aos trechos. A fundamentação teórica para a concretização dessa pesquisa se baseia nos...

Leia mais

LEITURA LITERÁRIA NAS AULAS DE LÍNGUA ESPANHOLA

LEITURA LITERÁRIA NAS AULAS DE LÍNGUA ESPANHOLA É comum escutar que nas aulas de língua estrangeira não se trabalha com textos literários, pois grande maioria dos professores trabalham a língua pela língua, ou seja, conteúdos gramaticais e etc.....

Leia mais