COMPETÊNCIA LEITORA NO ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA
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COMPETÊNCIA LEITORA NO ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA
Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 COMPETÊNCIA LEITORA NO ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA Mayara Oliveira Feitosa (UFS) Elaine Vieira Gois (UFS) INTRODUÇÃO O presente artigo pretende apresentar relatos de experiência do trabalho com a competência leitora no ensino de Português Língua Estrangeira- PLE do Núcleo de Ensino – Aprendizagem de Português Língua Estrangeira – NEAPLE que integra o projeto maior Formação docente e inovação tecnológica para o ensino-aprendizagem de Português como Língua Estrangeira (PLE), sob a aprovação N º 02952/09-2 - linha MEC / CAPES, do Programa Nacional de Pós-Doutoramento (PNPD), com a coordenação da professora Dra. Lêda Pires Corrêa, da Universidade Federal de Sergipe. As aulas aconteceram no período de 4 meses de setembro a dezembro de 2013, com um aluno de nacionalidade nigeriana. O curso foi dividido em quatro competências: compreensão e expressão oral e auditiva, compreensão escrita e compreensão leitora, as aulas foram ministradas por professores para cada competência. O material utilizado foi desenvolvido com base nos temas propostos a cada semana e nas orientações do NEAPLE. O livro Muito Prazer foi utilizado para as atividades de escrita, já as atividades de leitura foram desenvolvidas com material elaborado pelas professoras e baseados nos diversos gêneros como propagandas, folhetos informativos, revistas, folders, notícias entre outros. Os temas utilizados no módulo básico foram: Apresentações, Alimentação, Pedidos, Localização e deslocamento, Família, Gentilícios, Estações, Calendário, Animais, Esportes. Com relação aos conteúdos gramaticais, foram trabalhados os verbos do cotidiano: gostar, ser, jogar, trabalhar, morar, estudar, estar, acordar, ir, almoçar, jantar, comer, querer, chegar, poder, voltar, esquecer, pronomes pessoais, interrogativos, expressões interrogativas, sinônimos antônimos, advérbios de tempo, lugar, locuções adverbiais. Os textos utilizados foram selecionados com base no cotidiano e na realidade do aluno, tratavam e assuntos como qualidade de vida, saúde, bem-estar, esportes, lazer, curiosidades sobre o Brasil. Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 1 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Defende-se a abordagem da competência leitora para apreensão do léxico, tendo em vista o fato de ser ele a principal categoria morfossintático-semântica que veicula conhecimentos formais e de conteúdo da língua, como forma de resgatar a cultura de acordo com Isquierdo e Krieger (2004). Utiliza-se a abordagem comunicativa de Almeida Filho (2004) como pressuposto teórico. Evidenciando a importância dos aspectos socioculturais por meio de uma abordagem intercultural, pois na aprendizagem do léxico há possibilidade de relacionar as palavras à realidade externa e o modo como elas se relacionam entre si. De acordo com Almeida Filho (2004) apenas a partir do final da década de 70 que se estabeleceu dentro da área de ensino de línguas um interesse generalizado sobre o ensino comunicativo funcional. Ao mesmo tempo, o autor desmistifica a ideia negativa a respeito da gramática e a concepção positiva que recai sobre a abordagem comunicativa. A partir desses pressupostos percebe-se a importância da reflexão a respeito da postura do professor de língua estrangeira quanto à escolha de apenas um dos métodos. Almeida Filho apresenta alguns significados de ser comunicativo em sala de aula, um dos principais trata-se da preocupação com o próprio aluno enquanto sujeito e agente no processo de formação através da LE. Assim, pode-se compreender que o aluno recebe um destaque maior à medida que é direcionado na construção de conhecimentos relevantes e obter êxito do processo de aprendizagem. Para isso, é necessário investir na motivação, assim como na valorização do discurso do discente. Esse esforço é traduzido por Almeida Filho ao relatar a postura comunicativa de aprender LE na escola. Selecionamos as principais orientações para reflexão, dentre elas estão: - tolerância esclarecida sobre o papel e apoio da língua materna; - o oferecimento de condições para a aprendizagem consciente de regularidades linguísticas, especialmente quando solicitadas pelo aluno; - representação de temas e conflitos para a problematização e ação dialógica; - avaliação de rendimento e proficiência de funções comunicativas ao invés de meras notas numéricas. (ALMEIDA FILHO 2004, p. 43) Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 2 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 De acordo com essas orientações notamos que a interação é essencial no ensino de línguas, pois a troca de informações proporciona um contato maior entre os alunos colabora com a participação ativa da aula e na construção de conhecimentos significativos. A postura comunicativa também traz um grande auxílio para a avaliação, pois o professor poderá avaliar com flexibilidade os resultados obtidos em sala de aula no decorrer das aulas, de forma ampla, não somente com puros exames. Nota-se que não basta que o professor assegure ser comunicativo ou usar recursos ditos comunicativos. Com essa perspectiva o professor de LE é direcionado a construir o ensino não apenas em torno das formas da linguagem. Almeida Filho também discorre sobre os significados ensino comunicativo: É aquele que não toma as formas da língua descritas nas gramáticas como o modelo suficiente para organizar as experiências de aprender outra língua, mas sim aquele que toma unidades de ação feitas com linguagem como organizatórias das amostras autênticas da língua-alvo que se vão oferecer ao aluno-aprendiz. (ALMEIDA FILHO 2004, p. 47-48) As orientações para a produção comunicativa mostram a importância da união entre o ensino e a pesquisa, uma vez que o contato com sugestões claras possibilita ao professor a composição uma prática reflexiva. A respeito da aula comunicativa, Almeida Filho prescreve algumas considerações importantes, tanto para o bom andamento da aula quanto para impulsionar a participação dos alunos em situações reais de língua estrangeira e obter êxito no processo de aprendizagem: Estabelecimento de clima e confiança; - Apresentação de amostras significantes de linguagem; Ensaio para fluência coerente e uso real; - Fechamento do encontro, compensações, estratégias de aquisição. (ALMEIDA FILHO 2004, 51-52) As sugestões de Almeida Filho auxiliam na compreensão por parte do aprendiz de língua estrangeira, uma vez que a preparação proporciona uma identificação prévia entre os alunos e desenvolvimento da expressão individual. Dessa maneira, esses direcionamentos colaboram com a formação do conjunto de conhecimentos por parte do professor de língua estrangeira referentes a especificidades dos planos de ensino, bem como na avaliação da atuação comunicativa. Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 3 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 Almeida Filho também apresenta considerações a respeito da fusão da gramática com a coerência comunicativa. O autor expõe a centralização dos padrões gramaticais no ensino de língua estrangeira moderna e o surgimento da manifestação comunicativa funcional. De acordo com Wilkins, a seleção das estruturas gramaticais é necessária sim, mas insuficiente em qualquer operação do ensino de línguas. A gramática normativa como um conjunto de normas pode proporcionar o conhecimento da regra, assim, é claramente limitada, o aluno por sua vez necessita adquirir fluência do idioma. Os objetivos comunicativos propõem o ensino da comunicação dos aprendizes na língua alvo. A partir da proposição de uma direção para o ensino da leitura em LE, a ideia básica para Widdowson (1978) é buscar nas outras disciplinas escolares as fontes de conteúdos e metodologia para a suplementação da aprendizagem da língua estrangeira. Para isso é necessário bastante esforço por parte do professor, pois não trabalhará apenas com um mostruário vocabular e proposições linguísticas, mas uma contextualização a cerca do conteúdo ensinado. Para Almeida Filho o ensino de línguas atrelado a outras disciplinas formase com conteúdos autênticos atendendo às perspectivas comunicativas e linguísticas, assim une a aprendizagem do uso e da regra. Ao mesmo tempo pode acarretar uma série de limitações, dente elas estão: - o trabalho extra por parte do professor de se familiarizar com conceitos novos; - a pura repetição do já estudado; - exagero no represamento e subversão do propósito da aproximação gradual até competência adequada na LE. - cansar os alunos e restringir os diferentes propósitos comunicativos dos diferentes tipos de textos escritos. (ALMEIDA FILHO 2004, p. 60-61) Diante desta explanação, o trabalho com disciplinas curriculares é apontado como uma alternativa ao professor de LE que tem a possibilidade de utilizar práticas discursivas específicas. Nessa perspectiva, Almeida Filho sugere ao professor o aproveitamento das combinações das funções comunicativas e estruturas utilizadas na produção textual. METODOLOGIA Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 4 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 A partir dos pressupostos teóricos, tivemos a possibilidade de aprofundar o conhecimento acerca dos processos metodológicos históricos, os quais serviram de reflexão e impulso para a criação de novos métodos. Os significados de ser comunicativo em sala de aula, descritos por Almeida Filho, demonstram uma percepção mais flexível a respeito da dinâmica de aprendizagem de outra língua. Ao mesmo tempo, a exploração da relação entre gramática e as funções comunicativas compõe sugestões a respeito da utilização das áreas específicas de uso unidas às unidades específicas de uso no ensino de LE. Dessa maneira, pode-se compreender a importância da união entre ensino e pesquisa para a caracterização produtiva em torno do ensino comunicativo. Defende-se a abordagem da competência leitora para apreensão do léxico, tendo em vista o fato de ser ele a principal categoria morfossintático-semântica que veicula conhecimentos formais e de conteúdo da língua, como forma de resgatar a cultura de acordo com Isquierdo e Krieger (2004). Defendemos que esse repertório cultural é traduzido em cada língua e a apreensão do léxico é a apreensão de todo repertório cultural de uma dada língua, nele se traduz o pensamento da sociedade. A aprendizagem do léxico através da leitura ultrapassa os métodos tradicionais como listas de palavras isoladas e incansavelmente repetitivas. As avaliações foram baseadas nas seguintes orientações: Orientações teóricas, objetivos e índices de aproveitamento dos testes de leitura e interpretação em Língua Portuguesa para Estrangeiros do NEAPLE. I - ORIENTAÇÕES TEÓRICAS SOBRE A SELEÇÃO TEXTUAL Seleção do texto jornalístico (gênero notícia) O texto jornalístico tem como principal objetivo informar seus leitores sobre algum acontecimento da atualidade. Seu público é relativamente heterogêneo. Dado o objetivo principal de informar, a seletividade lexical pauta-se pelo menor grau de polissemia e a estrutura sintático-semântica tende a ser construída por parágrafos curtos, cada qual, na maioria dos casos, constituído por um tópico frasal (ou tema) e desenvolvimento curto do tópico (GARCIA, 1981). A ordem da frase pode ser direta ou Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 5 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 indireta, isto é, pode organizar-se pela sequência direta e mais canônica em língua portuguesa (Sujeito – Verbo – Predicado) ou pela ordem indireta. Nesse sentido, a notícia revela-se como um dos gêneros textuais adequados à realização de avaliação da competência leitora e interpretativa do aprendente de PLE, uma vez que sua estrutura esquemática é mais ou menos fixa na maior parte dos jornais do mundo. Possibilita, portanto, a ativação de uma representação sociocognitiva, presente entre os leitores que apresentam certa assiduidade na leitura de jornais ou revistas. Segundo van Dijk (1992), as estruturas esquemáticas ou superestruturas (forma sintática textual) auxiliam a organização das estruturas temáticas ou tópicas, ou seja, as macroestruturas dos textos (conteúdo semântico-pragmático mais genérico). O plano da microestrutura reveste-se da seletividade lexical e da organização frasal descrita acima, no primeiro parágrafo. Linguagem não verbal A imagem é indicial e ajuda a formar conceito, levantar hipóteses de leitura. A utilização da imagem fixa em consonância com os estudos da imagem e multimodalidade é entendida aqui como uma ferramenta para a compreensão e leitura do texto. Interpretação escrita A interpretação escrita tem como propósito dinamizar as interações entre professor e aluno no processo de ensino-aprendizagem de PLE, assim como registrá-las. Espera-se que o aprendente construa períodos simples ou compostos interrelacionados por elementos coesivos. Busca-se verificar também o domínio dos recursos de coesão referencial e conhecimento vocabular. Essa proposta viabiliza a produção escrita sob a forma de descrição da compreensão textual e percepção a respeito do tema com base nas atividades realizadas nas atividades em sala de aula, mas não inviabiza a presença de outras estruturas esquemáticas. II - OBJETIVOS DO TESTE DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO NOTÍCIA PARA ESTRANGEIROS Observar e diagnosticar a competência leitora e interpretativa do aprendente de PLE para: Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 6 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 a) construir a macroestrutura ou estrutura tópica do texto; b) reconhecer as substituições vocabulares no eixo da sinonímia e antonímia; c) operacionalizar diferentes estruturas sintático-semânticas. III) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO a) Relação título e texto: 1,5 ponto b) Coesão sequencial (relação entre enunciados): 2,0 pontos c) Coesão referencial (retomada de referentes textuais): 1,0 ponto d) Seletividade lexical adequada e diversificada: 1,5 pontos e) Relação estabelecida entre imagem e texto, linguagem verbal e não verbal: 2,0 f) Relações entre começo, meio e fim (todo coerente): 2,0 pontos III - GABARITO E ÍNDICES DE APROVEITAMENTO NO TESTE DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO Questão 1: ALTERNATIVA B (VALOR 1,5 PONTOS) Espera-se que o aluno identifique o principal motivo que indica não há melhor esporte, e mais completo para especialistas em medicina esportiva, treinadores e atletas e reconheça a associação sinonímica entre o vergo gostar e apreciar, a relação opositiva entre os advérbios menos (em grau inferior ou com menor intensidade) e mais (maior intensidade; em grau superior), que influencia e aproxima a relação entre as expressões menos dificuldade e mais facilidade em praticar presente na letra B. As alternativas A e C (VALOR 1 PONTO). Revelam um grau médio de compreensão da estrutura temática e do vocabulário. A alternativa D corresponde a ZERO, pois revela baixa competência leitora do texto. Questão 2: ALTERNATIV D (VALOR 1,0 PONTOS) Espera-se que o aluno identifique que a natação é um excelente esporte pela seleção vocabular de seus benefícios e reconheça a relação sinonímica entre o Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 7 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 verbo combinar e o verbo associar e a relação sinonímica entre a palavra flexibilidade e elasticidade presentes na alternativa D. As alternativas B e C (VALOR 0,5 ). Revelam um grau médio de compreensão do fato informado. As alternativas A correspondem a ZERO, pois revelam baixa competência leitora do texto. Questão 3: ALTERNATIVA B (VALOR 1,5 PONTOS) Espera-se que o aluno identifique no texto, quais os motivos que indicam que o remo não pode ser considerado um esporte perfeito, mas também observe seus principais benefícios para a musculatura, observe também o vocabulário corporal e reconheça a relação sinonímica entre os advérbios de intensidade “muito” e “bastante”, entre os adjetivos “grandes” e “longos” e relação sinonímica entre os verbos “movimentar” e mexer” presente no texto , presente na alternativa B. . As alternativas A e C (VALOR 1 PONTO). Revelam um grau médio de compreensão das estratégias acima enunciadas. A alternativa D corresponde a ZERO, pois revela baixa competência temática, semântica e sintática do aluno. Questão 4: (VALOR 2 PONTOS) O texto apresenta transformações a respeito da função dos esportes ao longo do tempo, espera-se que o aluno identifique na forma escrita as funções atribuídas atualmente, de acordo com o texto e reconheça a dificuldade apresentada no texto para a prática do remo no Brasil. Revela um grau médio de compreensão das estratégias acima enunciadas. (VALOR 1 PONTO). ZERO, pois revelam baixa competência de interpretação e escrita. Questão 5: (VALOR 2 PONTOS) Espera-se que o aluno reconheça a relação estabelecida entre imagem e texto, linguagem verbal e não verbal entre os esportes: judô, basquete, surf, musculação, natação e futebol, e associe a suas características. Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 8 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 5, 4 ou 3 alternativas corretas (VALOR 1,0 PONTO) revelam um grau médio de compreensão da relação imagem e texto. 2 ou 1 alternativas corretas (VALOR 0,5 PONTO) pois apresenta baixa compreensão entre texto e imagem. Nenhuma alternativa correta corresponde a ZERO, pois apresenta baixa ou nenhuma compreensão entre texto e imagem. Questão 6: 2 pontos Apresenta um grau ótimo de compreensão do texto e posicionamento. IV - TABULAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 8 a 9 pontos: grau ótimo de leitura e interpretação de texto (nível avançado) 7 a 8 pontos: grau bom de leitura e interpretação de texto (nível intermediário tendente a avançado) 6 a 7 pontos: grau regular + de leitura e interpretação de texto (nível intermediário) 5 a 6 pontos: grau regular – de leitura e interpretação de texto (nível intermediário tendente a iniciante) Menos de 05 pontos: grau insuficiente de leitura e interpretação de texto (nível iniciante) ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS As dificuldades iniciais observadas concentravam se principalmente na pronúncia e compreensão auditiva, tanto em conversas ou materiais de áudio como músicas, diálogos. Com relação às habilidades o aluno possuía compreensão de texto rápida e avançada em comparação ao nível que se encontrava. Associação icônica eficiente e associação das imagens à linguagem verbal, e dos textos escritos às imagens. Escrita intermediária nas respostas das atividades. Ao final do curso foi realizada uma avaliação para verificar o progresso e a proficiência do aluno. Resultado das avaliações- NEAPE Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 9 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 AVALIAÇÃO DA ESCUTA E DA FALA ASSOCIADAS Domínio vocabular: 3,0 pontos Uso de estruturas sintáticas simples: 2,0 Uso de estruturas sintáticas complexas: 2,0 pontos Pronúncia: 2,0 pontos Total= 9,0 grau ótimo de compreensão e produção oral grau ótimo de compreensão oral grau bom de produção oral Resposta 1: Três anos Resposta 2: alternativa B Resposta 3: alternativa A Resposta 4: a) Pouco dinheiro b) Muito dinheiro Resposta 5: Alguns. Tuface, D’baej, P-square, Wiz Kid, Triva banage. AVALIAÇÃO ESCRITA Pontuação por questões: Questão 1: 2,0 Questão 2: 1,0 Questão 3: 1,7 Questão 4: 1,8 Questão 5: 2,0 Total= 8,5 8 a 10 pontos: grau ótimo de escrita (nível avançado) Resposta 1- Meu nome é Mustapha, Meu sobrenome é Kaue, Meu Apelido e Musty, Meu amigos chama-me Musty. Eu tenho dezoito anos, Eu nasci em Nigeria. Eu moro em Aracaju. Eu tenho três irmãos, eu sou nova entre. Meu Pais mora na Nigeria. Data de meu aniversario é vinte dois de janeiro, ano de um mil e novecentos e noventa e cinco. Eu moro com meu tio e esposa dele. Eu gosto jogar futebol e voleibol. Eu jogo sempre. Eu gosto jogo video games tambem e de ouvi musica. Eu gosto de come arroz e carne com suco de laranja. Resposta 2- Eu acordo ao cinco e meia horas, eu escova meu denti, eu tomar de banho, eu lava meu quarto. Eu como cafe di manhã. Eu vou para Universidade Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 10 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 Federal de Sergipe. Ao terminar de aula eu voltar para casa e come almoço com meu tio ou só. Eu vou assiste televisão e outras atividades ao noite eu como jantar e vou dormir. Resposta 3- Assunto da Notícia é sobre o tributo de ex-presidente SulAfricano Nelson Mandela pelo a presidente Dilma Rousseff. Resposta 4- O notícia fala sobre o Nelson Mandela e sucesso dele e comemorava ele. Presidente de brasil elabora que o exemplo do líder Negro inspirou o Brasil e a America do Sul, Segundo, Ela diz Mandela foi a personalidade maior do século 20. Resposta 51- Pão e café 2- Tapioca com leite 3- Cereais 2- Arroz e macaroni e carne com suco de goiaba 3- Lasagna 2- Pizza 3- Batatas com alho de tomate AVALIAÇÃO DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO Questão 1: Alternativa B 1,5 pontos Questão 2: Alternativa D 1,0 pontos Questão 3: Alternativa B 1,5 pontos Questão 4: 1,5 pontos Respostas: a) De acordo com o texto, “Hoje o esporte serve para quase tudo: Melhorar a saúde, socializar, jogar, se divertir, exibir o físico, cultivar a vaidade, competir, etc”. b) De acordo com o texto, Na Dificuldade em se poder praticá-lo, já que são poucas lagoas no Brasil. c) Sim, Futebol. Questão 5: 1,5 pontos Questão 6: 2,0 pontos Total= 9,0 9 pontos: grau ótimo de leitura e interpretação de texto (nível avançado) CONCLUSÃO Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 11 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 Entendemos a capacidade leitora como um processo de interação em consonância com os postulados de Kleiman, 1995; Moita Lopes, 1996; Solé, 1998. Como forma de intervenção social a apropriação da leitura confere ao aprendiz a possibilidade de interagir com o mundo a sua volta. Ler é um instrumento de poder, sobretudo em nossa cultura grafocêntrica, que possibilita ao estrangeiro a interação na língua alvo. Dominar a competência leitora é fazer uso de um mundo de possibilidades. Principalmente quando se trata do aprendizado de uma língua estrangeira. Entendemos que dominar essa competência não corresponde apenas a decodificar o código escrito e sim a compreender o que se lê, estabelecer as relações semânticas necessárias para estabelecer as relações de sentido, construir sentidos enquanto leitor. A interpretação do texto é mais que uma codificação, conforme Kock (2002) o texto é o próprio lugar da interação, nesse sentido a compreensão do texto deixa de ser entendida como captação ou decodificação de uma mensagem para se tornar uma atividade. Martins (1997) considera a leitura como um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem. Por esse motivo defendemos a utilização de diversos gêneros, sobretudo a utilização da imagem como ferramenta para a apropriação dessa competência. Entendemos que o domínio da leitura remete à interação com diversas outras atividades da vida social, em conformidade com Charmeux (1995) defendemos que a leitura é uma capacidade através da qual atingimos um objetivo e não uma ação com fim em si mesma. E é o leitor que exerce o papel de construtor do significado do texto, a partir das pistas deixadas pelo autor o leitor atribui sentido ao que lê, há, portanto, de acordo com Solé (1998), no ato da leitura uma construção que envolve o texto, os conhecimentos prévios do leitor e seus objetivos. A leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto. Os pressupostos teóricos utilizados, especialmente os fundamentos de Almeida Filho, foram extremamente importantes para a reflexão e realização deste trabalho, assim como para nortear os métodos utilizados nas aulas. Com relação às propostas e construção das atividades, as orientações teóricas, objetivos e índices de aproveitamento dos testes de leitura e interpretação em Língua Portuguesa para Estrangeiros do NEAPLE foram indispensáveis, assim como para a elaboração do teste Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 12 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 de inicial e avaliação final de competência leitora, dessa maneira a aplicação do teste inicial mostrou-se imprescindível para o conhecimento do nível em que o aluno encontrava-se. A apreensão de tais pressupostos colaborou para a construção de um clima agradável em sala de aula, estando coerente com algumas considerações sugeridas por Almeida Filho ao referir-se a respeito da aula comunicativa dentre elas está o “estabelecimento de clima e confiança”. As aulas com exposição do conteúdo, a realização e correção de exercícios e o esclarecimento de possíveis dúvidas por parte do aluno impulsionaram um trabalho eficaz com o Português para estrangeiros. Em relação às dificuldades, notou-se que a comunicação do aluno era basicamente realizada em sala de aula, ou seja, o aprendiz possuía poucas situações e oportunidades para usar a língua alvo no cotidiano e para praticar o conteúdo aprendido, possui mais acesso a materiais impressos, como folhetos e jornais, que favorecia o desenvolvimento da competência leitora. Ao mesmo tempo, havia muito interesse em participar das aulas, por parte do aluno, uma vez que as aulas eram diárias. A relação entre as professoras e o aluno era bastante agradável o que contribui efetivamente para a interação resultando em relatos do próprio aluno acerca do idioma aprendido e curiosidades no decorrer da semana. Assim, a recepção foi bastante positiva, já que o aluno percebe a importância da aprendizagem de uma língua estrangeira, já que havia a necessidade do conhecimento do idioma para a comunicação no cotidiano. A partir dos textos apresentados, o aluno foi capaz de realizar associações de aspectos culturais brasileiras a alguns costumes do seu país de origem nas aulas, fato que proporcionou um enriquecimento e compreensão do aluno do conteúdo estudado. O trabalho da competência leitora com livro didático o livro Muito Prazer foi indispensável para a apreensão de temas como hábitos do cotidiano, com o incremento do uso de textos autênticos para a ampliação do vocabulário. O trabalho foi realizado com a exploração de leituras, contextos culturais do Brasil, com a participação do aluno, ou seja, buscando inovação nas aulas com alguns componentes comunicativos, com a valorização da expressão do aluno como sugere Almeida Filho. Assim, o ensino não foi voltado apenas à gramatical, pois prezou pela interação dentro das possibilidades dos alunos na língua alvo. As avaliações de forma Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 13 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 geral também buscaram contemplar várias competências leitora e interpretação, de modo que a competência escrita estava bem desenvolvida por parte do aluno. Dessa maneira, o aluno não foi limitado aos métodos tradicionais e estando exposto a um estímulo maior de aprendizagem de LE. Diante dos dados obtidos e da abordagem comunicativa notou-se a importância do conhecimento da realidade vivida pelo aprendiz, na tentativa da resolução das possíveis dificuldades encontradas em práticas de ensino de LE posteriores, especialmente com a construção de perspectivas positivas para o ensino-aprendizagem de PLE. REFERÊNCIAS ALMEIDA FILHO. José Carlos Paes de. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas. Pontes, 2004. ISQUERDO, Aparecida Negri, KRIEGER, Maria da Graça. As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2004, 2v. CHARMEUX, Eveline. Aprender a ler: vencendo o fracasso. Tradução de Maria José do Amaral Ferreira. – 2ª Ed – São Paulo: Cortez, 1995. KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor. 4ª ed. Campinas: Pontes, 1995. ___________ . Preciso “ensinar” o letramento? Não basta ensinar a ler e escrever? Cefiel/Unicamp & MEC: 2005. Disponível em ,http://www.iel.unicamp.br/cefiel/alfaletras/biblioteca_professor/arquivos/5710.pdf>, acesso em abril de 2011. KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. – 2ª ed – São Paulo: Cortez Editora, 2002. MARTINS, Maria Helena. O que é leitura? – 3ª Ed – São Paulo: Brasiliense, 1997. MOITA LOPES, L. P. Interdisciplinaridade e intertextualidade: leitura como prática social. In: Anais do 3º Seminário da Sociedade Internacional de Português e Língua Estrangeira. UFF, Niterói, 1996. SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998. Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 14
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