ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DA PRODUÇÃO DE

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ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DA PRODUÇÃO DE
ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DA PRODUÇÃO DE OVOS NO MATO
GROSSO DO SUL
Área temática: Agronegócio e Sustentabilidade
Tema: Outros temas correlatos
1. Introdução
Com a globalização, os mercados mudaram e estão cada vez mais competitivos, o que
aumenta o valor da estratégia de cada empresa. Hoje, mais do que nunca as empresas necessitam
ter movimentos eficazes para ganhar novos e/ou manter seus mercados. Por outro lado, nos
últimos tempos as empresas têm se preocupado em desenvolver ferramentas e técnicas de
administração, tais como o downsizing, reengenharia, customer relationship management
(CRM), entre outras. Porém, elas estão se esquecendo de analisar o que está acontecendo fora
delas, ou seja, no mercado externo (PORTER, 1985).
Estudos atuais vêm desmistificando o consumo de ovos, mostrando que a ingestão do
mesmo pode aumentar o QI das pessoas e, ajuda a prevenir doenças neurodegenerativas, como
por exemplo, doença de Parkinson e Alzheimer, devido possuir grande teor de colina e ômega,
que são extremamente importantes para o funcionamento e desenvolvimento do cérebro
(EMBRAPA, 2010).
A população mundial deve alcançar, em 2050, aproximadamente 9,2 bilhões de
habitantes, sendo que somente China e Índia juntas irão representar cerca de 1/3 dessa
população mundial. Assim países que são líderes na produção de alimentos, como é o caso do
Brasil, serão obrigados a obter uma maior eficiência na produção de alimentos, procurando
atender a essa nova demanda mundial. Diante desse novo cenário mundial, os alimentos mais
baratos e protéicos irão possuir uma maior atenção, como é o caso do ovo. Diante isso toda a
cadeia produtiva de ovos terá que sofrer grandes mudanças, que vão desde transformações nos
aspectos zootécnicos até os mercadológicos, como econômicos, comerciais, humanos,
tecnológicos e, sobretudo, aspectos administrativos (LIBERA; JORGE NETO, 2012).
Para que o Brasil consiga aumentar sua competitividade torna-se relevante
investimentos em infraestrutura; qualificação da mão-de-obra local, pesquisa e inovação,
principalmente, no que se refere a novas tecnologias com contribuições sustentáveis para
estimular a competição. Para isso, os estados produtores devem ter conhecimento e capacidade
de identificar pontos fortes e suas vantagens competitivas para poder usá-las ao seu favor, e
identificar quais são os seus pontos fracos e suas desvantagens a fim de estarem preparados
para enfrentá-los. De acordo com Porter (1989), a competição entre as empresas possui um
caráter altamente dinâmico, pois a competição econômica se encontra em um eterno estado de
mutação.
As empresas que possuem alguma vantagem competitiva não são aquelas que apenas
identificam um mercado potencial ou uma tecnologia nova, mais sim aquelas que agem cedo e
mais agressivamente para explorá-los. Sendo que empresas de um país conquistam vantagem
competitiva se dispuserem de fatores de baixo custo ou de fatores com alta qualidade, que são
significativos para a competição de uma determinada indústria (PORTER, 1989).
De acordo com Porter (1989) o êxito internacional de uma determinada indústria
depende de quatro importantes atributos que modelam o ambiente na qual as empresas
competem e que promovem ou não a criação de vantagens competitivas, que são: condições de
fatores, condições de demanda, indústrias correlatas e de apoio e estratégia, estrutura e
rivalidade das empresas. Porter ainda destaca o acaso e o governo, como duas variáveis
adicionais que podem criar ou não vantagem competitiva. Esses determinantes eram chamados
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por Porter de “diamante”. O autor acrescenta que a vantagem em todo o “diamante” não é uma
pré-condição para a indústria, pois, são necessárias vantagem por todo o “diamante” para
conseguir obter e manter sucesso competitivo das industriais.
A Figura 1 demonstra como o “diamante” é um modelo interativo, no qual as partes se
reforçam mutuamente.
Fonte: Porter, 1989
Figura 1: Modelo de diamante completo
O modelo de diamante de Porte fornece variáveis, que servem de base para analisar a
competitividade do mercado. Essas variáveis têm a finalidade de identificar se o mercado possui
potencial para ser competitivo ou não, porém para que essa finalidade seja maximizada ela pode
ser usada com alguma ferramenta prática que lhe proporcione direções de como agir em
determinado mercado. Dessa forma, a análise de SWOT apresenta-se como uma boa ferramenta
para atingir ao objetivo proposto, pois ajuda os administradores a comparar os pontos fortes e
fracos da organização, junto com as ameaças e oportunidades externas. Com essa ferramenta
os administradores conseguem ter uma visão crítica do ambiente interno e externo à
organização (BOONE; KURTZ, 1998).
Uma boa análise de SWOT é quando a empresa consegue ajustar as suas forças internas
com as oportunidades externas, pois assim elas criam condições que possam ser utilizadas para
gerar vantagem competitiva no atendimento das necessidades dos consumidores. Outra grande
finalidade da análise de SWOT é que com ela se pode conseguir encontrar formas de se
converter as fraquezas em forças e de substituir as ameaças por oportunidades (FERRELL et
al., 2000).
Os principais benefícios que a análise de SWOT possui são: a simplicidade, pois pode
ser conduzida sem treinamento ou habilidades técnicas extensivas; custos menores, pois a sua
simplicidade elimina a necessidade de treinamento formal; flexibilidade, pois pode ser
desempenhada com ou sem sistema de informações de marketing; integração, pois há a
habilidade de integrar e sintetizar diversos tipos de informações, tanto quantitativas como
qualitativas, de várias áreas da empresa; colaboração, pois tem a habilidade de estimular a
colaboração entre as áreas funcionais da empresa que são interdependentes, mas com pouco
contato entre si (FERRELL et al., 2000).
A produção de ovos no Brasil, no 1º trimestre de 2015, alcançou um resultado recorde
de 730,156 milhões de dúzia, quantidade maior em 1,6% que o semestre anterior. O estado de
São Paulo é o líder em produção detendo 32,1% da produção nacional, seguido por Minas
Gerais e Paraná. O estado de Mato Grosso do Sul ocupa a 13ª posição, tendo sua produção no
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primeiro trimestre de 2015 de 8885 dúzias, um aumento de 1,1% se comparado ao semestre
anterior (IBGE, 2015).
Com base no exposto e considerando o possível potencial do estado de Mato Grosso do
Sul em aumentar a sua produção de ovos, adotou-se como problema de pesquisa a ser analisado:
o estado de Mato Grosso do Sul possui fatores que estimulem sua competitividade na produção
de ovos, como por exemplo, fatores que contribuam para uma produção sustentável? O presente
estudo tem como objetivo analisar a competitividade da produção de ovos do estado de Mato
Grosso do Sul. Ressalta-se que, para tanto, serão analisadas as informações obtidas na
cooperativa CAMVA (Comunidade Imigrante de Várzea Alegre). Esta cooperativa é
responsável por abastecer o estado de MS e parte dos estados de São Paulo, Mato Grosso e
Minas Gerais.
2. Metodologia
O presente estudo possuirá caráter exploratório-descritivo, pois será realizada a
investigação em uma área em que há pouco conhecimento acumulado e sistematizado
(VERGARA, 2007) e, busca descrever o fenômeno ilustrado (YIN, 2001).
Tratará de um estudo de caso, pois se realizará de um estudo aprofundado do fenômeno
no contexto social, trabalhará a subjetividade na busca do conhecimento científico haverá a
observação direta do pesquisador e a realização de entrevistas (YIN, 2001). O objeto de estudo
será a cooperativa CAMVA, pois ela é a responsável por abastecer cerca de 80% do mercado
estadual de ovos e, além de exportar para outros estados (A HORA DO OVO, 2012).
O estudo terá uma abordagem qualitativa, pois ela permite que o investigador faça
alegações de conhecimento com base em perspectivas construtivistas, ou seja, significados
múltiplos das experiências individuais, significados sociais e historicamente construídos, com
o objetivo de desenvolver uma teoria ou um padrão (CRESWELL, 2007).
Para conseguir atingir o objetivo proposto, serão elaboradas questões norteadoras com
base nos determinantes do Modelo de Diamante de Porter. Essas questões norteadoras
auxiliarão no momento da entrevista com o diretor da CAMVA. Após a entrevista as respostas
serão adaptadas ao modelo de Análise de SWOT, no qual será possível identificar os pontos
fortes e fracos de Mato Grosso do Sul e as oportunidades e ameaças que o estado enfrenta.
Porém a ferramenta análise de SWOT possui algumas limitações que devem ser levadas
em conta: muitas vezes a análise que é realizada por consultores externos, se comparada à
análise realizada por profissionais da empresa, apresentam total divergência; e muitas vezes
alguns profissionais não respeitam a distinção de fatores internos e externos (HILL;
WESTBROOK, 1997).
Com a finalidade de mensurar o impacto de cada uma das variáveis, encontradas na
análise de SWOT, da competitividade do estado principalmente no que diz respeito a fatores
que contribuem para uma produção mais sustentável, atribuirá pesos e notas a cada uma delas.
Os pesos variam de zero a um, sendo o 0 (menor relevância) e 1 (maior relevância), e as notas
variam da escala um a três, sendo 1 (pouco importante), 2 (importante) a 3 (muito importante).
Assim multiplicando os pesos pelas notas encontraram-se as notas ponderadas para cada
variável.
3. Resultados e Discussão
Espera-se com o presente estudo conseguir analisar a competitividade da produção de
ovos do estado de Mato Grosso do Sul, procurando identificar se o mesmo possui fatores que
contribuam para uma produção sustentável e se elas estimulam sua competitividade na
produção de ovos.
4. Conclusão
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O presente estudo espera revelar dados que contribuam para os poderes públicos e
privados. Espera-se mostrar as principais deficiências e oportunidades de mercado para o
desenvolvimento e crescimento dessa atividade econômica. Com essa ferramenta os
administradores conseguirão ter uma visão crítica do ambiente interno e externo à organização.
Referências Bibliográficas
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<http://www.ahoradoovo.com.br/no-mundo-do-ovo/noticias/?id=100|festa-do-ovo-de-terenosms-acontece-neste-final-de-semana>. Acesso em 7set. 2015.
BOONE, Louis; KURTZ, David. Marketing Contemporâneo.Rio de Janeiro, LTC, 1998, 8ª
ed.
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Porto Alegre: Artmed, 2007, 2ª ed.
EMBRAPA; Mitos e verdades sobre os ovos. Disponível em:
<http://www.cnpsa.embrapa.br/cias/index.php?option=com_content&view=article&id=16&It
emid=30>. Acesso em 7 set. 2015.
FERRELL, O. C. et al. Estratégica de marketing. São Paulo: Atlas, 2000.
HILL, Terry; WESTBROOK, Roy. SWOT Analysis: It’s Time for a Product Recall. Long
Range Planning. 30: 46-52
IBGE. Indicadores IBGE: estatística da produção pecuária. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.
LIBERA, Renato Della; JORGE NETO, Gabriel. Campylobacter como contaminante da
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VERGARA, Sylvia Constant. Relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas,
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YIN, Robert. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001. 2ª
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