O ensino/aprendizado da Matemática: Dificuldades de
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O ensino/aprendizado da Matemática: Dificuldades de
O ensino/aprendizado da Matemática: Dificuldades de aprendizagem da Matemática no ensino fundamental Nelson de Moraes UNIMESP – Centro Universitário Metropolitano de São Paulo Novembro / 2006 Sinopse: Esse artigo procura mostrar algumas dificuldades de aprendizagem que alunos do Ensino Fundamental se deparam durante o curso. Comenta sobre a Dislexia, o TDA-H (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), e as Deficiências visual e auditiva que são fatores que contribuem para esse quadro desfavorável, dificultando a aprendizagem efetiva não só da matemática, como também de outras áreas do conhecimento, fazendo uma breve análise e comentários sobre a relação Saúde/Educação, Educação/Saúde atualmente no Brasil. Por fim são apresentadas algumas possíveis soluções, apoiadas em pesquisas e teorias de profissionais da área, visando encontrar meios e/ou formas para amenizar as dificuldades encontradas. Introdução A tabela de classificação da União Internacional de Matemática nos coloca ao lado de países respeitados como Bélgica, Espanha, Israel e os pesquisadores brasileiros junto dos melhores do mundo Em dois mil e dois (2002) alunos brasileiros participaram da Olimpíada Mundial de Matemática e apresentaram bom desempenho. Todavia, o Brasil, ainda, não conseguiu mudar a triste realidade, a qual está inserida a educação matemática. O governo enfrenta o problema. Através da LDB-Leis de Diretrizes e Bases, e do PCN-Parâmetros Curriculares Nacionais, tenta estimular a interdisciplinaridade e valorizar mais o raciocínio do aluno a habilidade em decorar fórmulas. Mas, infelizmente, essas medidas não são suficientes para provocar mudanças significativas. A falta de capacitação profissional adequada; professores trabalhando em condições precárias, ausências de política educacional efetiva são apenas alguns, dos muitos, problemas que dificultam o aprendizado. Deve-se considerar, também, a questão sócio-econômica do país, que demonstra um quadro preocupante. Por conseguinte é possível observar crianças indo à escola somente para se alimentarem. São vários os fatores que dificultam o aprendizado da matemática, mas este artigo pretende expor alguns relacionados à saúde física, mental ou emocional dos alunos. Os problemas com a saúde pública influenciam no rendimento escolar e merecem destaque. É um assunto que deve ser discutido entre autoridades governamentais, especialistas da área médica e, se possível, da área da educação. A literatura médica sobre distúrbios de aprendizagem é abundante. Traz a problemática apontando como de origem e solução médica. Esse enfoque é ratificado pelo comportamento de educadores, que consideram a questão de competência do âmbito da saúde. “A reversão desta situação parece-nos Imperiosa e urgente, a fim de minimizar interferências negativas sobre a busca de novos caminhos para a educação brasileira. Esta reversão só será conseguida através de um trabalho conjunto e consciente de profissionais da educação e da saúde.” (COLLARES e MOYSÉS, 1985, p.9). As autoras Cecília A. L. Collares e Maria Aparecida A. Moysés em artigo no caderno CEDES (Centro de Estudos Educação e Sociedade) destacam dois aspectos importantes a observar: a incorporação da educação pela saúde e o da saúde pela educação. “O setor saúde incorpora a educação aplicando-lhe seu raciocínio clínico tradicional, privilegiando relações causais lineares e explicações fisiopatológicas. O resultado mais gritante é a medicalização do fracasso escolar.” (COLLARES e MOYSÉS, 1985, p. 10). Quanto à incorporação da Saúde pela Educação o que existe são serviços de saúde escolar, vinculados às pastas de Educação, criados no Brasil a partir de 1.910 com o objetivo de promover e vigiar o saneamento do ambiente escolar e a saúde das crianças. Gerando, assim, condições necessárias para a aprendizagem. Na prática esses programas têm se limitado ao conhecido Exame Médico periódico para Educação Física. A finalidade deste artigo é chamar a atenção para os problemas de saúde que interferem no aprendizado da Matemática e apontar possíveis soluções para sanar ou atenuar essas dificuldades. Dentre elas o DTAH, Dislexia, Deficiência Auditiva e Visual. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade “A importância de um diagnóstico precoce e preciso incide no tratamento e no prognóstico do quadro. Trata-se de um diagnóstico clínico, com base em critérios comportamentais, sem um marcador biológico especifico. Dentro das dificuldades de se realizar um bom diagnóstico, cabe destacar as expectativas não realistas do meio e as diferenças culturais na interpretação da conduta. O que se considera como hiperatividade e o que se considera como inquietação pode ter diferenças notáveis, dependendo de quem avalia; portanto, requer-se um avaliador especialista no transtorno e nas características que lhe são próprias.” (CONDEMARÍN, 2006, p.47) Os sintomas do TDAH-Transtorno de Déficit de Atenção e Iteratividade, surgem nos primeiros anos de vida, embora estudos atuais apontem para uma idade mais avançada por volta dos doze anos. São crianças que têm pouca atenção sobre as coisas; que ficam aquém das expectativas normais de desenvolvimento, que se mostram mais imaturas do que realmente são. Elas, geralmente, são identificadas como: desobedientes; preguiçosas, mal educadas, inconvenientes, com dificuldade de adaptação social e não correspondem às expectativas dos adultos (pais e professores). São estressadas, impulsivas e superativas para sua idade e não conseguem cumprir regras e normas. Podem apresentar problemas de conduta, como agressividade e dificuldades sociais com amigos e familiares. Não aceitam ouvir a palavra “não” e sua auto estima é baixa. Os sintomas são marcados pela falta de atenção nas aulas. Quando o professor fala, elas estão sempre perguntando: “o quê?”. Não copiam uma frase completa, não cortam a letra “ t ”, não colocam pingo na letra “ i “, trocam o sinal de positivo (+) pelo sinal de negativo (-). Cometem esses deslizes por serem crianças muito distraídas e não por terem dificuldades em fazer contas. Elas se distraem com barulhos que as outras crianças ignoram. Não gostam de tarefas que exigem sua atenção como, por exemplo, ler um livro. Nas atividades diárias esquecem o lanche e também de dar recados importantes. Na vida social estão sempre mudando de assunto por não prestarem atenção no que as pessoas dizem. Os sintomas de hiperatividade é ausência de finalidade que permite diferenciá-la da superatividade observada no desenvolvimento normal da criança em certas situações. É observada quando a criança é inquieta, por exemplo, quando sobe na cadeira no momento impróprio. Os sintomas de impulsividade ou falta de controle podem ser observados quando a criança fala antes que alguém termine a pergunta, ou não tem paciência de ficar na fila e tem dificuldade de se expressar adequadamente. A impulsividade da criança pode levá-la a cometer acidentes como derrubar objetos e tropeçar. Essa criança não tem medo do perigo e age sem pensar. A construção de uma rede de apoio é necessária para o professor que tem em sua classe duas ou mais crianças com TDAH, isso se torna penoso, por essa razão é muito importante que os pais colaborem com os professores fazendo acordos para que juntos possam compartilhar métodos de trabalho que visem melhorar o comportamento da criança, pois a mesma poderá ficar confusa se em casa fizer algo que na escola não poderá fazer. As regras devem estar claras na mente da criança para que ela possa adquirir bons hábitos de comportamento. É muito importante para os pais, professores e principalmente para a criança que haja sempre comunicação permanente e harmoniosa entre eles. O professor deve fazer anotações em um caderno, se possível uma agenda, relatando o desempenho da criança para que seus pais acompanhem o que acontece na escola. A rede de apoio também deve incluir, quando for possível, profissional especialista, como professor especializado, psiquiatra infantil, psicólogo entre outros. “Por se tratar de um diagnóstico basicamente clínico, requer o relato de pais e professores, que nem sempre são coincidentes em suas apreciações e indicações sobre a conduta da criança. As diversas manifestações do transtorno e suas diferentes apresentações, de acordo com características individuais, idade, condições ambientais e a de manejo por parte dos adultos, etc., fazem com que as crianças, os adolescentes e os adultos com seqüelas de TDA constituam um grupo muito amplo, diverso e heterogêneo. Isso apresenta demandas especiais para a avaliação, que tornam necessária uma abordagem multidisciplinar, a utilização de instrumentos de natureza distinta que reflitam estas diferenças, a participação de especialistas de diversas áreas, com os relatos dos pais e dos professores. Não se conta com um teste único ou com uma bateria de testes que permitam determinar a presença ou ausência do transtorno; portanto, trata-se de um diagnóstico clínico que se realiza a partir dos relatos dos pais e, professores e da avaliação neurológica, que permite determinar a imaturidade ou as alterações no desenvolvimento da criança.” (CONDEMARÍN,2006, p.48) Sugestões de algumas diretrizes para projetar uma sala de aula com criança hiperativa. • • • • • • O professor deve conhecer os problemas que estão relacionados à hiperatividade e o impacto que isso causa em relação às outras crianças. O professor não deve punir as crianças para tentar motivá-las. O professor deve oferecer trabalhos escolares compatíveis com o nível de capacidade das crianças. O professor deve se preocupar mais com o processo de aprendizado que esteja ligado à compreensão de um conceito e não somente no produto (resolução de problemas). O professor deve ignorar a desatenção em relação à lição que não atrapalhe as outras crianças e, em seguida dar uma atenção especial quando a criança voltar à tarefa. O professor deve saber quando é preciso mudar seus métodos. É muito importante que os pais e educadores sejam bem informados sobre o que se pode fazer para tornar a vida dessas crianças que sofrem de transtorno menos sofrida. Espera-se que a escola seja mais flexível, que os pais dêem mais atenção e amor, que se preocupem mais com o dia a dia da criança, e que haja um acompanhamento efetivo dos profissionais especialistas. A criança recebendo todo o apoio que precisa vai conseguir superar esse transtorno e ter um bom desenvolvimento emocional e cognitivo, evitando assim que o quadro de transtorno possa evoluir para uma patologia. Deficiências: Auditiva e Visual Existem diversas causas que provocam a surdez em uma criança, a identificação da perda auditiva é um problema técnico. Quando a perda é severa ou extrema é fácil sua identificação, mas quando é leve é difícil seu reconhecimento. É importante que o professor conheça alguns sintomas sobre a deficiência auditiva para evitar mal entendido. Faz-se necessário, também, observar a criança que ignora, ou não aceita instruções, que devaneia grande parte do tempo, que é educacionalmente atrasada, que tenha uma leve imperfeição na fala, ou que pareça estúpida quando pergunta repetidamente: “ o quê?”. A criança deve usar aparelho auditivo para ampliar o som, desenvolver a leitura labial, aprender LIBRAS-Linguagem Brasileira de Sinais, Os psicólogos devem trabalhar junto com os pais e educadores para que a criança possa desenvolver suas possibilidades cognitivas e emocionais. “Para que ocorra a aprendizagem, é necessário que o organismo esteja apto a perceber. Os órgãos dos sentidos são os meios através dos quais percebemos o mundo exterior e nos relacionamos com ele. Eles são controlados pelo córtex cerebral, que interpreta as mensagens recebidas e ordena as respostas. Em condições normais, os órgãos da visão contribuem com 85% das impressões levadas ao cérebro para a realização do ato de aprender. Problemas nessa área não só prejudicam o rendimento escolar como podem influir na própria formação da personalidade da criança. Falta de interesse no trabalho, desatenção, repetência, indisciplina, não participação em jogos e atividades que exigem esforço visual são algumas das manifestações apresentadas por deficientes visuais.” (ASSUNÇAO, 1990, p.132) A cegueira tem sido considerada através dos tempos como uma das incapacidades mais grave e traumática, com grande dose de emoção e piedade. A criança irá conhecer o mundo através dos outros órgãos de sentidos e isso poderá trazer dificuldades no seu desenvolvimento. A visão é importante para a formação de conceitos, não se sabe ainda como, mas o deficiente visual consegue fazer vários objetos com argila construindo e demonstrando dessa forma seus conceitos. No aspecto cognitivo, a falta de visão causa restrição na ampliação e variedades de experiências quanto à capacidade de locomoção e interação com o ambiente, limita, ainda, a capacidade de ligar idéias a objetos, entre outros. O processo de ensino deve ser igual aos alunos que enxergam, apenas com ênfase especial na aprendizagem concreta, instrução unificada e auto-atividade, leitura em braile, etc. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 10% dos alunos da 1ª série do Ensino Fundamental apresentam deficiências visuais que precisam de medidas corretivas. O Governo Federal tem revelado medidas que visam diminuir os índices de reprovação e evasão escolar, causadas pelas deficiências (auditiva e visual). Em 1984 foi criado o PNSE-Programa Nacional de Saúde do Escolar, que repassa recursos para os municípios a fim de oferecer consultas e aquisição de óculos. A partir de 2005, o programa foi ampliado e passou a realizar consultas médicas (diagnóstico clínico) e fonoaudiológica (audiometria) para os alunos beneficiados. O objetivo do PNSE é identificar antecipadamente e corrigir os problemas de audição e visão, para que esses alunos não tenham dificuldades no seu aprendizado. Dislexia A ABD-Associação Brasileira de Dislexia, é constituída por pais e disléxicos voluntários, que têm a preocupação de conscientizar educadores pais e a sociedade a respeito da dislexia. Seu objetivo é tornar-se auto-sustentável e trabalhar com parcerias para criar projetos educacionais, formação de profissionais e pesquisa. A ABD coligada brasileira a IDA-International Dyslexia Association, é uma entidade sem fins lucrativos. A dislexia é definida como um déficit no desenvolvimento do reconhecimento e compreensão dos textos escritos. Este transtorno de aprendizagem na área da leitura não ocorre por deficiência mental, nem pela escassa escolarização ou problema neurológico. Somente se classifica como tal se houver uma alteração relevante do rendimento escolar ou da vida cotidiana. E deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. A dislexia é a mais comum das dificuldades de aprendizagem. Segundo pesquisas realizadas, um quinto das crianças sofrem de dislexia, fazendo com que elas tenham dificuldades no seu aprendizado. A criança disléxica não é menos inteligente que as outras. Simplesmente algumas delas têm um grau de inteligência normal ou superior às outras crianças. Os pais e educadores devem saber que muitas crianças são disléxicas, portanto precisam ficar atentos aos sinais de dislexia que, às vezes, podem ser confundidos como mau comportamento, preguiça ou pouca inteligência. A criança disléxica pode expressar sua frustração exatamente dessa maneira. A dislexia não é motivo de vergonha para a criança nem para seus pais. Existem diversos níveis e tipos de dislexia: - Os níveis podem ser: leve, moderado e severo. - Os tipos podem ser: Auditiva, Visual, Mista, Disgrafia, Disnomia e Discauculia. • • • • • • Auditiva: dificuldades em identificar fonemas. Visual: dificuldades em identificar grafemas. Mista: são as duas dificuldades. Disgrafia: dificuldades com coordenação motora fina. Disnomia: dificuldade com a memória imediata. Discalculia: dificuldades em fazer cálculos. Alguns pesquisadores acreditam que pessoas disléxicas têm maior probabilidade de serem bem sucedidas, pois as dificuldades no inicio da vida escolar para aprender de uma maneira convencional faz com que estas crianças sejam mais criativas e desenvolvam uma habilidade maior para lidar com problemas e stress. As causas da dislexia são neurobiológicas e genéticas. Pesquisadores acreditam que se a criança que tem disléxica for tratada ainda pequena ela terá muitas chances de cura. Para entender melhor a dislexia é importante conhecer o funcionamento do cérebro. Diferentes partes do cérebro exercem funções especificas. A área esquerda é a que está diretamente relacionada à linguagem que tem três sub-áreas distintas: • Uma processa fonemas. • Outra analisa palavras. • E a ultima reconhece palavras. Essas subdivisões funcionam em conjunto possibilitando que o ser humano aprenda a ler e escrever. O cérebro de disléxicos não funciona dessa forma porque existe falha de conexões cerebrais. O disléxico, para fazer a leitura, recorre à área que processa fonemas e, por essa razão ocorre a dificuldade em diferenciar fonemas de silabas. Os sintomas da dislexia se apresentam pela: - demora em aquisições e desenvolvimento da linguagem oral; - dificuldades de expressão e compreensão, - dificuldades para organizar seqüências temporais e espaciais, - dificuldades em ordenar as letras do alfabeto, - dificuldade em memorizar fatos recentes, - dificuldade para organizar sua agenda, - dificuldades para interagir com outras crianças. Podemos observar que algumas crianças gostam de conversar são curiosas e falam bem, mas não gostam de ler nem escrever, ou seja, a mesma criança que é capaz de resolver um problema na oralidade poderá ter dificuldade em resolver na escrita. Portanto a dificuldade dessa criança não é na aprendizagem da matemática, e sim na leitura. A criança disléxica possui uma inabilidade para contar para trás de dois em dois ou três em três, ela não tem compreensão da ordem e estrutura do sistema numérico, dificuldade para aprender tabuada. A dislexia não tem faixa etária tanto uma criança, um jovem, adulto ou idoso podem ter. Segundo ABD 10% a 15% da população mundial possuem dislexia independente de raça, classe social, ou grau de instrução. Na Inglaterra, 45% dos presidiários são disléxicos. No Brasil ainda não temos dados. Das avaliações feitas na ABD pode-se constatar que a maior parte são homens (63%) e a menor são mulheres (37%). A dislexia é um problema de preocupação mundial, por essa razão a mídia internacional está sempre focalizando os aspectos que envolvem esse distúrbio. No Brasil a partir do ano dois mil (200) a mídia tem feito diversas reportagens com ABD, a fim de esclarecer e conscientizar educadores e pais sobre essa questão que causa um grande sofrimento para as pessoas que tem dislexia. As instituições Fuvest, Puc, e Mackenzie já reconhecem as necessidades especiais dos disléxicos e autorizam 25% a mais de tempo para a realização das provas. O Detran da cidade de Santos já autoriza os disléxicos a fazerem provas teóricas oralmente. Os disléxicos já conseguiram algumas conquistas legais, ou seja, leis já aprovadas tais como: LEGISLAÇAO DE APOIO PARA ATENDIMENO AO DISLÉXICO LDB 9.394/96. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA) Deliberação CEE-11/96 Indicação CEE nº. 5/98, de-15/4/98. Parecer CEE 451/98-30/7/98 Parecer CNE/CEB nº 17/2001 Resolução CNE/CEB nº2, de 11 de setembro de 2001. DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMRO DE 1999. “Regulamenta a lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências.” DIRETRIZES NACIONAIS PARA A EDUCAÇAO ESPECIAL NA EDUCAÇAO BÁSICA PROCESSO Nº: 17/2001-COLEGIADO: CEB-APROVADO EM: 03.07.2001 Conclusão Um aspecto a ressaltar quanto a essa relação Educação/Saúde, Saúde/Educação é que embora o currículo oficial para o 1º grau prevê obrigatoriamente o ensino da saúde (Lei n°. 5692), os cursos de formação de professores não incluem uma visão crítica de questões elementares de saúde. Logo o professor sem nenhuma formação básica nessa área é obrigado valer-se do bom senso para detectar em seus alunos possíveis dificuldades relacionadas com a saúde. É de ressaltar, ainda, que esse bom senso, muitas vezes, é um conjunto de conceitos do senso comum nem sempre validado cientificamente. Essa constatação nos leva a crer que seria de grande importância e beneficio para profissionais da Educação e principalmente para a população escolar, que houvesse um trabalho conjunto entre essas duas áreas que possibilite uma visão mais crítica dessas questões, talvez até formando um corpo específico de conhecimento. Seria de grande valor que esse trabalho conjunto entre profissionais da Educação e da Saúde resultasse, por exemplo, em uma avaliação médica mais completa, levando-se em consideração as características da clientela escolar e as observações do educador. Isso poderia ocorrer em postos de saúde existentes na própria comunidade. É possível observar que muitas das dificuldades de aprendizagem estão intimamente ligadas às questões de saúde e também pela falta de vontade política, que acabam gerando este quadro caótico que se encontra a educação brasileira, faz muito tempo que acontece descaso com a educação. No Brasil existem grandes pesquisadores que estão no mesmo nível de pesquisadores de países de primeiro mundo, e por esta e outras razões não é possível compreender o que acontece em nosso país. Não dá para falar dos problemas de aprendizagens sem analisar a educação como um todo, pois existem diversas questões que juntas constroem um modelo de educação que não evolui, e sim involui. É preciso, urgentemente, parar e prestar atenção no ser humano, notar que todas as crianças são maravilhosas, repletas de possibilidades e que apenas querem ser respeitadas nos seus direitos, direito de ter uma vaga na escola e um emprego digno no futuro, direito de ter um professor bem preparado não apenas para ensinar a fazer contas de matemática, mas principalmente ensinar a ser um cidadão pleno com direitos e deveres. Foi possível perceber nessa pesquisa que a educação brasileira está muito doente, mas foi possível notar também que existe cura, que depende de todos nós e de cada um. Na vida quase sempre não podemos fazer grandes coisas, mas podemos fazer milhões de pequenas coisas que somadas ao longo do tempo se tornarão uma grande coisa. Cabe ao educador a grande missão, de olhar com muita atenção e cuidar com carinho dessas pequenas plantinhas que um dia poderão ser grandes árvores. Comentários No Brasil há algumas pessoas famosas que são disléxicas, mas não assumem. Ao contrario dos famosos americanos que até empunham bandeira em favor da luta contra o preconceito e ignorância, que prejudicam muitas vezes toda a vida de uma pessoa. Eu acredito que muitas pessoas no mundo que têm dislexia ficam confortadas ao saberem que famosos como: Tom Cruise, Robin Williams, Bill Gates, Walt Disney entre outros, que têm dislexia conseguiram ultrapassar a barreira do preconceito e mostraram que com criatividade, habilidade e talento todos podem vencer até mesmo quem sofre limitações. Esses exemplos mostram que se existem muitas maneiras de aprender, então devem existir também muitas maneiras de ensinar. O Professor deveria preparar uma boa aula, explicando a matéria com calma, escolher exemplos bem apropriados, procurar fazer exercícios com conteúdo dividido em três níveis; fácil, um pouco difícil e mais difícil. Em um determinado dia Fazer atividades em grupo, em outro em dupla e em outra oportunidade o aluno devera fazer individualmente. Essas atividades deverão ser feitas sempre com o mesmo conteúdo. O educador deve possibilitar ao aluno que ele faça perguntas e dê sugestões ,para que juntos possam construir aulas mais interessantes e didáticas. O professor que observa e ouve os alunos se permite aprender, com quem deseja aprender e depois poderá ensinar. Ao final de um tema abordado o professor deverá elaborar um questionário com perguntas referente a maneira que foi dada a aula, dessa forma o educador vai aperfeiçoar sua didática, ele sempre avaliar um conjunto de aulas que aborde um determinado tema, assim ao longo do tempo será possível construir uma didática de ensino, que traga resultados satisfatórios para, educador e educando. Referências Bibliográficas MORAIS, Antônio M. P. Distúrbios Psicopedagógica São Paulo, Edicon, 1997. de aprendizagem: uma abordagem Hallowell, Edward e Ratey, Jonh Ed. Rocco. Livro “Tendência à distração“. PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) ASSUNÇAO, Elizabeth da e Coelho, José Maria Teresa (Problemas de Aprendizagem), São Paulo, Editora Atica, 1990, 232 p. Revista Educação (Números Preocupantes) setembro / 2002 FND-Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação –http://wwwfnd.gov.br J.BAUER, James: Dislexia, São Paulo, Casa do Psicólogo Livraria e Editora Ltda, 1997, 103 p.
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