Figurino renovado para o século XXI - PSDB-RJ

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Figurino renovado para o século XXI - PSDB-RJ
Figurino renovado para o século XXI
Escrito por
Sáb, 03 de Novembro de 2012 20:46
Diferentes ao extremo, Michelle Obama e Ann Romney se lançam aos palanques encarnando
o atual papel da mulher de candidato
Longe estão os tempos em que exercer o papel de primeira dama dos Estados Unidos
significava ser um jovem ícone da moda, como Jacqueline Kennedy na década de 60. Ou ter
arroubos decorativos, como Nancy Reagan, que não sossegou enquanto não conseguiu
trocar as porcelanas chinesas da Casa Branca em 1981. No século XXI, o papel demanda bem mais; e elas sequer aguardam a contagem dos votos para entrar em cena. As aspirantes
ao cargo são ativas na campanha presidencial, equilibrando- se na necessidade de
conquistar mulheres feministas e conservadoras de todos os espectros. E neste ano, a atual
primeira-dama democrata, Michelle Obama, e Ann Romney, esposa do desafiante republicano
Mitt Romney, não poderiam ser mais antagônicas. Uma passa uma imagem arrojada; a outra,
mais reservada. Em comum, as duas parecem ter apenas um gosto pelo rosa choque, a cor
eleita por ambas durante o segundo debate televisivo entre os dois candidatos. A vestimenta à Penélope Charmosa virou piada. E o toque mulherzinha pôde ser sentido
nesta reta final. Declarações melosas não faltaram. — Tenho que dizer o que fez eu me apaixonar pelo meu marido. Foi o caráter dele. A
compaixão, a convicção, o compromisso de ajudar — declarou Michelle, na Flórida. Em Ohio, outro estado-chave, Ann também apelou ao emocional. — Uma coisa eu sei sobre Mitt. Ele não falha e não vai falhar como presidente. Conheço-o
desde que éramos jovens apaixonados no ensino médio. Ele é um grande cara — disparou
Ann. Mas na briga por algum tipo de realpolitik feminina, Michelle tem a vantagem de já ocupar o
cargo de primeira dama. E de entrar na campanha sendo uma das figuras mais populares do
Partido Democrata, além de ter o apoio de dois terços dos americanos. Em seu site oficial, ela diz preferir ser “a mãe de Malia e Sasha em primeiro lugar”,
referindo-se às filhas de 14 e 11 anos. Michelle tem 48 anos, é negra, de uma família de
classe média de Chicago, advogada, com mestrado na prestigiosa Harvard e um currículo
cheio de trabalhos em causas sociais. Na Casa Branca, conseguiu cativar com o ar
descontraído e informal, peculiar aos Obama. É usuária do Twitter e, na semana passada,
deixou fluir seu lado atriz ao gravar uma esquete cômica no “Jimmy Kimmel Live”, da rede
ABC, em que aparecia saltitante, com um megafone, para tirar da cama os eleitores no dia da eleição. Atlética, Michelle também já foi capa de revistas pelos braços torneados com horas
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Sáb, 03 de Novembro de 2012 20:46
de musculação. Mas tirou proveito disso: usou o estilo saúde em empreitadas como o
programa de combate à obesidade infantil “Let’s Move” (Vamos nos mexer). Os direitos das
mulheres e das famílias de militares também viraram bandeiras. Diante disso, a tarefa da candidata a primeira-dama republicana parece um tanto mais dura. A
loura Ann, de 63 anos, é filha de um empresário de Detroit, bacharel em Francês e convertida ao mormonismo. Ensaiou os primeiros passos na vida pública quando viu o marido perder a
batalha pelo Senado em 1994, sendo considerada “fútil” e “ingênua”. Talvez escaldada,
passou despercebida no governo Romney em Massachusetts, iniciado em 2003. Com cinco filhos e 18 netos, Ann veste roupas caras e tem hobbies pouco acessíveis ao
cidadão comum — como a equitação e criação de cavalos. Apesar disso, conseguiu despertar
simpatia ao revelar sua luta contra a esclerose múltipla, diagnosticada em 1998, e a vitória sobre um câncer de mama. Ninguém duvida que seja forte e guerreira. Críticos questionam, porém: seria Ann uma
história de superação sem os milionários recursos dos Romney? O eleitor americano vai
responder no dia 6. Afinal, inspirar é tarefa árdua no mundo contemporâneo. E obrigatória para uma primeira-dama. RENATA MALKES [email protected] O Globo de 3 de novembro de 2012
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