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las discusiones teóricas sobre el concepto de maternidad y
LAS DISCUSIONES TEÓRICAS SOBRE
PATERNIDAD DE LOS ADOLESCENTES
EL
CONCEPTO
DE
MATERNIDAD
Y
THEORETICAL DISCUSSION ON THE CONCEPT OF MATERNITY AND PATERNITY
FOR TEENAGERS
DISCUSSÕES TEÓRICAS SOBRE O CONCEITO DE MATERNIDADE E PATERNIDADE
DOS ADOLESCENTES
Liliane Pereira Braga*; Brenda Albuquerque Adriano da Silva**; Carolina Lucena Medeiros**;
Josiane Ramalho da Silva**; Suzani Gabrielli de Lima e Sousa**; Eulália Maria Chaves Maia†
* - Psicóloga, Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (PPPgPsi/ UFRN); Pesquisadora Voluntária do Grupo de Estudos: Psicologia e
Saúde (GEPS).
** - Alunas do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
† - Professora Doutora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN); Orientadora PPPgPSI da UFRN; Coordenadora do GEPS.
[email protected]
RESUMEN:
El presente estudio trata de los conceptos de maternidad y paternidad de los adolescentes, y es
derivado del paso de revisión de la literatura de una investigación de maestría. La adolescencia es el
período comprendido entre 10 y 19 años de edad, según la Organización Mundial de la Salud,
considerado un período crítico, marcado por cambios, dirigidos a la formación de la identidad y por
transición de la infancia a edad adulta. La ocurrencia de un embarazo también se entiende como una
crisis ya que requiere el cambio de roles y durante la adolescencia puede conducir a consecuencias
diferentes. La maternidad interrumpe el ritmo de vida juvenil, y tentar vivir en las propias
experiencias de la adolescencia puede crear conflictos para la niña. Este es el contexto es claro que
la figura principal de apoyo a madre adolescente es la presencia paterna. A pesar de también está
experimentando cambios impuestos por la adolescencia y la paternidad, el padre adolescente pu ede
influir en el vínculo entre la madre y el bebé. Tenga en cuenta que, dada la escasez de estudios
sobre la paternidad y maternidad, una discusión teórica sobre este tema es relevante para promover
una mejor comprensión de la experiencia de estos jóvenes. La comprensión de este fenómeno
complejo permite pensar en nuevas maneras de amenizar su impacto en las vidas de los jóvenes y
promover la asistencia a ambos progenitores y a su familia, promoviendo el desarrollo sano del
bebé.
ABSTRACT:
This study discusses concepts of adolescent parenthood, and comes from the stage of literature
review of a Master thesis. Adolescence is defined as the period from 10 to 19 years of age, and it is
characterized as a phase of changes, directed to the formation of identity. Being a stage of transition
from childhood to adulthood, adolescence is defined as a critical period of life. Thus, the occurrence
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of a pregnancy (also understood as a crisis that requires changing roles) during adolescence could
lead to several consequences. Motherhood interrupts the rhythm of juvenile life and continue to try
to live the experiences of adolescence may create conflicts for the girl. In this context, the father is
an important person because it will be the main figure of support for teenage mothers. Even though
it is also experiencing changes imposed by adolescence and parenthood, the teenage father can
influence the bonding between mother and baby. Given the scarcity of studies on teenage
fatherhood and motherhood, a theoretical discussion on this topic is relevant for promoting a better
understanding of the experience of these young people. Understanding this complex phenomenon
allows us to think in new ways to lessen its impact on young lives and to promote assistance to both
parents and family, instigating a healthier development for the child.
RESUMO:
O presente estudo discorre sobre conceitos de maternidade e paternidade dos adolescentes, e é
proveniente da etapa de revisão de literatura de uma pesquisa de mestrado. Define-se adolescência
como o período dos 10 aos 19 anos incompletos, segundo a Organização Mundial de Saúde. É
caracterizada como uma fase de transformações, direcionada à formação de identidade. Por ser uma
etapa de transição da infância para idade adulta, a adolescência é definida como um período crítico
na vida do indivíduo. Assim, a ocorrência de uma gravidez (também entendida como uma crise pela
mudança de papéis que impõe) durante a adolescência poderia acarretar diversas conseqüências. A
maternidade interrompe o ritmo de vida juvenil, e tentar continuar vivendo experiências próprias da
adolescência pode gerar conflitos para a menina. Nesse contexto, a presença paterna é importante,
pois ele será principal figura de apoio para a mãe adolescente. Mesmo estando também vivenciando
as mudanças impostas pela adolescência e pela paternidade, o pai adolescente pode influenciar na
formação do vínculo entre a mãe e o bebê. Nota-se que, diante da escassez de estudos sobre a
paternidade e maternidade adolescente, uma discussão teórica sobre este tema torna-se relevante
por promover um melhor entendimento da vivência desses jovens. Compreender esse complexo
fenômeno permite pensar em novas formas de amenizar seu impacto na vida dos jovens e de
promover auxílio tanto para pais quanto para família, favorecendo o desenvolvimento saudável do
bebê.
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Introdução
Este é um trabalho teórico sobre o tema da maternidade e paternidade adolescente,
resultante da etapa de revisão de literatura de uma pesquisa de Mestrado realizada pelo Programa
de Pós-graduação em Psicologia pela UFRN. Esta pesquisa tem por objetivo conhecer o conceito de
maternidade e paternidade dos adolescentes regularmente matriculados em escolas públicas do
Município de Natal, e sua realização foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN sob o
parecer de número 231/2010.
O crescente número de pesquisas nas mais diversas áreas de conhecimento realizadas com o
público adolescente deu visibilidade a essa etapa do desenvolvimento, que exige uma maior atenção
e cuidado não só por parte da família, mas também por todos os órgãos e instituições que, por
ventura, venham a atender essa parcela da população.
E para
tanto, é necessário, inicialmente,
conhecer a
população adolescente,
seus
comportamentos, condutas, hábitos e seu modo particular de pensar e compreender o mundo.
Uma maior compreensão da vivência da maternidade e paternidade adolescente poderá
contribuir para a criação de novas intervenções em políticas públicas cujo alvo é a saúde sexual do
adolescente, incentivando o adolescente a trazer para si próprio a responsabilidade pela tomada de
decisões sobre sua vida sexual e pelas possíveis conseqüências de uma prática sexual irrefletida e
desprevenida, como, por exemplo, a ocorrência da maternidade e paternidade precoce.
Diante disso, iniciaremos este artigo com uma seção que dá maiores esclarecimentos sobre a
adolescência como uma etapa do desenvolvimento humano, para que, em seguida, possamos
compreender a vivência da maternidade e paternidade adolescente.
Entendendo a ocorrência da Maternidade e Paternidade na Adolescência
Há um consenso entre autores no que se refere à caracterização da adolescência como um
período de transição1,2,3, direcionada a formação da identidade do jovem4. Nesse processo, o
adolescente se depara com várias situações novas e pressões sociais, favorecendo condições para
que apresentem flutuações do humor e mudanças expressivas no comportamento5.
Ser adolescente é viver um período da vida marcado pelas mais variadas mudanças, que se
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refletem principalmente no corpo do jovem: seu crescimento físico aumenta, assim como se
intensifica a atuação dos hormônios e se aprimoram suas habilidades psicomotoras6. Dessa forma,
as mudanças que ocorrem durante a adolescência não devem ser entendidas isoladamente em nível
biológico, social ou psicológico. Devem ser compreendidas de forma interligada.
13
No quadro biológico, as principais mudanças apontadas no período da adolescência resultam
em um rápido crescimento em altura e peso, mudanças nas proporções e forma do corpo e chegada
da maturidade sexual, que se dá com o início da menstruação nas meninas e com a produção de
espermatozóides nos meninos7,8. Apesar de estes serem sinais biológicos característicos também da
puberdade, é importante esclarecer que a puberdade é apenas uma parte da adolescência e só é
mais evidenciada devido ao aparecimento dos caracteres sexuais secundários, como o crescimento
dos pelos pubianos, o engrossamento da voz nos meninos e o florescimento dos seios nas meninas8.
Quanto aos aspectos sociais da adolescência, as chamadas “panelinhas” (grupo de iguais) e a
intolerância com as diferenças são entendidas por Erikson4 como defesas contra a confusão de
identidades. Isto porque a construção da identidade é uma tarefa muito importante durante a
adolescência, segunda afirma Erik Erikson4. Nesse período espera-se que o indivíduo seja capaz de
construir sua identidade de forma equilibrada, tornando-se adulto, com senso de identidade
concreto e papel valorizado na sociedade. Erikson4 afirma ainda que a consciência urgente pela
sexualidade também se mostra como um aspecto importante para a formação da identidade,
afetando o autoconceito e os relacionamentos estabelecidos. É na adolescência que os interesses e a
orientação sexual de uma pessoa geralmente se expressam.
O adolescente pode, às vezes, regressar a infantilidade para não ter que resolver conflitos, o
que indica confusão no seu processo de criação de uma identidade adulta.
É notório que os adolescentes passam a maior parte do seu tempo livre com seu grupo de
amigos, com os quais se identificam, sendo esse um dos aspectos sociais mais facilmente observado
na adolescência. No entanto, Papalia, Olds e Feldman7 tranqüilizam os pais ao afirmarem que,
mesmo com os aparentes distanciamentos, os valores dos adolescentes permanecem bem próximos
aos valores dos seus pais.
As mudanças psicológicas mais marcantes durante a adolescência referem-se à sua cognição
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e, de acordo com o teórico Jean Piaget9 – considerado o pai da Psicologia Infantil –, os adolescentes
ingressam no mais alto nível de desenvolvimento cognitivo, denominado operações formais, quando
deixam de pensar no aqui e agora e passam pensar em possibilidades, imaginar hipóteses e testar
teorias. Tal capacidade de imaginar diversas hipóteses e de pensar em termos abstratos é
denominada por Piaget9 como raciocínio hipotético-dedutivo.
Essa maturação cognitiva, segundo Piaget9, acontece mediante a combinação de influências
neurológicas e ambientais: o cérebro do adolescente amadurece ao mesmo tempo em que o
ambiente social mais amplo oferece mais oportunidades de experimentação e de crescimento
cognitivo7.
A necessidade própria da adolescência de explorar e experimentar o contexto em que se vive
é entendida por Boruchovitch10 como uma característica do comportamento do adolescente que o
insere em um contexto de risco. Tal necessidade de exploração torna o adolescente mais vulnerável
ao engajamento em comportamentos que envolvem riscos pessoais.
Esta necessidade do jovem de explorar o contexto em que vive torna-se preocupante quando
se considera a afirmação de Piaget9 de que uma das características mais marcantes da adolescência
é a suposição de invulnerabilidade ou fábula pessoal (também conhecido como “pensamento
mágico”), que se constitui na crença do adolescente de que suas experiências são únicas e que não
estão sujeitos às regras que governam o resto do mundo. Essa forma especial de egocentrismo está
na base dos comportamentos arriscados e autodestrutivos que os adolescentes apresentam, dentre
eles, a vivência da sexualidade desprotegida, o que pode trazer como conseqüência a ocorrência de
uma gravidez precoce ou de algum tipo de doença sexualmente transmissível.
A ocorrência da maternidade e paternidade na adolescência é considerada um dos potenciais
eventos estressores da vida adolescente. Sendo a adolescência um período crítico, é preciso
considerar que a ocorrência de uma gravidez durante esse período do desenvolvimento seria
considerada um evento duplamente crítico, uma vez que à crise da adolescência soma-se a crise da
gravidez, já que ambas são crises que fazem parte do desenvolvimento humano.
De acordo com o contexto e com a subjetividade, os papéis de mãe e de mulher se alteram
e, conseqüentemente, interferem na dinâmica familiar, sendo a participação e o apoio da família
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determinante para o desfecho dessa crise e para o desenvolvimento mais sadio da gravidez11,12,13.
Além da família, a presença de um companheiro envolvido no processo da gestação é
fundamental para a segurança e estabilidade tanto da grávida quanto do novo membro da família
que está por vir.
O quadro da gravidez na adolescência pode ainda ser agravado por fatores como a
imaturidade e a desmotivação das mães precoces em assumirem a responsabilidade da
maternidade. Muitas vezes, a este quadro ainda se somam outras condições adversas, tais como a
gravidez inesperada, o abandono do pai do bebê e até a rejeição dos familiares maternos e/ou
paternos, como foi constatado por Maia e Ramos14.
O acontecimento da maternidade na adolescência é entendido como um evento frustrador da
vida juvenil, marcada por entretenimentos, passeios, estudo, trabalho, entre outras atividades. O
nascimento de um filho traz consigo a interrupção desse ritmo de vida, e, muitas vezes, essas
mudanças não são aceitas pela mãe adolescente, que continua vivenciando experiências próprias da
fase do desenvolvimento em que se encontra. Assim, pode-se afirmar que esta falta de adaptação
às novas circunstâncias recai sobre o bebê e sobre os vínculos afetivos entre mãe e filho14.
Deve-se considerar também que a gravidez na adolescência e também sua repetição
acontecem no contexto de relacionamentos estáveis, como revelam os diversos estudos realizados
com esse público15,16,17,18. Esses mesmos autores afirmam que os relacionamentos estáveis se
configuram como um fator de proteção para o desenvolvimento saudável da adolescente, uma vez
que o companheiro pode apoiar econômica e psicologicamente a sua companheira.
Observa-se, então, que o pai da criança se apresenta, para a mãe adolescente, como
principal figura de apoio no enfretamento da crise que se configura a gravidez na adolescência.
Dependendo do tipo de relacionamento estabelecido entre os pais da criança, o desenvolvimento
neuropsicomotor do bebê pode ser afetado, uma vez que o ambiente familiar e fatores como o alto
nível de estresse familiar, baixa responsividade materna e alteração da competência parental
parecem atuar diretamente na formação do apego entre mãe e bebê e, principalmente, no
desenvolvimento infantil19.
Diante de tais constatações, observa-se que a existência de um ambiente familiar estável,
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caracterizado, na opinião da adolescente, pela presença do apoio do pai da criança, pode interferir
não só em aspectos psicossociais da criança, mas também no seu desenvolvimento neurológico. No
entanto, raramente questiona-se ao homem sobre como se dá a sua experiência de assumir a
paternidade, e quais os fatores que estão envolvidos nesse processo.
Freitas, Coelho e Silva20 revelam que o papel de pai ainda está em construção, e o modelo de
paternidade em que o homem assume o papel de provedor e afasta-se da vivência da gestação
convive com um novo modelo de paternidade em que o homem busca e valoriza a formação do
vínculo afetivo desde a gestação.
Pesquisas20 apontam que, para o pai, a gravidez da parceira pode trazer sentimentos
diversos (alegria, tristeza, satisfação, insatisfação), e a forma como o homem vivencia a
paternidade irá influenciar no estabelecimento de vínculos tanto com sua parceira quanto com o
bebê. E essa vivência está marcada por questões emocionais, culturais, religiosas e familiares.
Os pesquisadores que se dedicaram a conhecer os sentimentos envolvidos na paternidade
adolescente revelam que as reações iniciais do pai adolescente, frente à notícia da gravidez da
parceira, são de surpresa, medo, abalo e preocupação, que, com o tempo, irão se transformar em
sentimentos de conformação, aceitação, amor e felicidade21,22,23,24.
Além disso, devemos compreender que a paternidade é uma experiência que provoca nos
homens as mesmas alterações de papéis porque passam as mães, já que eles também revelam
sentir o peso da responsabilidade de deixar de ser filho e passar a ser pai, além de lidar com as
transformações e incertezas que acompanham a aquisição de novos papéis20,23.
Para os jovens, esse papel de pai é assumido quando o adolescente adota e consolida uma
imagem de homem maduro, responsável e adulto. Essa imagem está ligada a atitudes do
adolescente como a aquisição de um trabalho para que possa prover financeiramente sua família, e
abrir mão de algumas atividades próprias do estilo de vida jovem, mas que eles próprios consideram
como a expressão de comportamentos irresponsáveis. É dessa forma que a paternidade age na
adolescência como fator responsável pela transição para a vida adulta, a partir da adoção dos
comportamentos citados acima que lhe provê uma imagem de homem maduro24,25.
Atualmente, reconhece-se que as pressões impostas aos pais são ainda aumentadas no caso
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dos pais adolescentes. É preciso considerar que alguns pais adolescentes envolvem-se física e
psicologicamente nessa experiência. No entanto, eles são, na maioria dos casos, vulneráveis
economicamente, e têm dificuldade para conseguir emprego em função da sua pouca formação
escolar. É justamente esta deficiência educacional e econômica que lhes causa ansiedade face à
responsabilidade de se constituir como provedor material para a criança, de acordo com as
constatações da literatura científica26,27,28.
No entanto, de acordo com algumas pesquisas29, há diferentes maneiras de se assumir a
paternidade. No plano legal, o reconhecimento da paternidade se dá através do registro civil da
criança, sendo esta prática considerada, do ponto de vista social, o mais legítimo reconhecimento da
paternidade. O reconhecimento informal-voluntário da paternidade caracteriza-se, principalmente,
pelo interesse do pai em acompanhar o desenvolvimento do filho, pelo estabelecimento do contato
com a criança na alimentação e no cuidado, e pode incluir, segundo Lyra26, além do apoio emocional
à criança, o suporte financeiro.
A paternidade deve, então, ser considerada como uma experiência que pode ser positiva,
inclusive
para
envolvimento
os
do
adolescentes,
homem
nesse
sendo
necessário
processo,
apoiá-los
admitindo-se
e,
que
principalmente,
a
criança
permitir
poderá
ter
o
um
desenvolvimento mais saudável quando dispõe de cuidados de pai e mãe.
Ao tratar da formação do vínculo entre a criança e seus pais, é importante considerar a
definição de Bowlby30 sobre o apego como sendo um vínculo de natureza emocional, contínuo e
duradouro entre duas pessoas, e seu rompimento, sua distorção ou ameaça de extinção precoce
desse vínculo pode gerar no bebê reações de ansiedade, tristeza, raiva e frustração.
Bowlby30 ainda afirma que há fatores importantes na formação do apego entre o bebê e seus
pais,
tais
como
as
interações
mãe-bebê
(consideradas
fundamentais
também
para
o
desenvolvimento saudável da criança) e a existência de uma relação afetuosa, íntima e contínua
entre o bebê e uma figura de apego (especialmente nos primeiros tempos de vida da criança). Essa
figura de apego pode também ser representada pelo pai, basta que ele esteja tão implicado nos
cuidados à criança quanto à mãe.
Os
pesquisadores
Levandowski31
e
Piccinini32
apontaram
que
os
principais
fatores
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relacionados à formação do vínculo do pai com a criança foram o contexto social e as redes de apoio
com que o pai contava.
Assim sendo, conclui-se que, no processo de assumir a paternidade, a idade do pai não se
configura
como
elemento
mais
importante,
sendo
necessário
então,
conhecer
os
fatores
psicossociais e econômicos aí envolvidos e, principalmente, avaliar sua influência nesse processo.
Conclusões
A descoberta da gravidez caracteriza-se como uma situação estressante tanto para a menina
adolescente quanto para o seu parceiro, sendo fundamental que a família do adolescente se
configure como principal fonte de apoio para o enfrentamento dessa crise. Diante de tantas
mudanças que a maternidade e a paternidade adolescente provocam, o envolvimento dos pais dos
adolescentes na dinâmica do casal se fará necessário em diversos momentos, seja porque os jovens
ainda não têm infra-estrutura para se manterem sozinhos, seja pela preocupação com a saúde da
gestante e do bebê24.
A maneira como os adolescentes irão vivenciar a maternidade e a paternidade nessa etapa
do desenvolvimento está relacionada com a cultura em que estão inseridos, com os valores que
possui e com os sentimentos da sua família frente à notícia da gravidez23. Pesquisas que contam
com o relato dos pais adolescentes revelam que a rede de apoio social e a segurança familiar
mostram-se extremamente importantes na vivência da paternidade, principalmente durante a
adolescência20,21,23,24.
As relações familiares saudáveis desde o nascimento atuam como fator de proteção por toda
a vida33. Além disso, quando os adolescentes percebem a existência de um apoio familiar (expresso
através da coabitação da família com o casal ou da ajuda financeira), diminui sua insegurança em
relação ao provimento financeiro da criança.
Além de dar visibilidade social ao tema da maternidade e paternidade, pesquisas26,34
ressaltam que as discussões e produções científicas sobre o tema podem também incentivar a
criação de políticas e programas voltados para a melhoria da saúde da criança, e, principalmente,
para a criação de uma rede de apoio eficaz no enfrentamento da situação da gravidez na
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adolescência. Isto porque, a partir das discussões realizadas por Lyra26, sabe-se que a realização de
ações de apoio aos adolescentes pode provocar impacto positivo na vida deles e de seus filhos, além
de promover reflexões sobre a responsabilidade do adolescente na vida sexual e reprodutiva, e no
cuidado para com a criança. Oferecer uma rede de suporte social contribui também, de acordo com
o Ministério da Saúde, para assegurar o bem-estar do casal adolescente e de sua criança, bem como
favorecer uma relação saudável entre pais e bebê.
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-1313º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012
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