ciência da computação
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ciência da computação
C IÊNCIA DA C OMPUTAÇÃO Computação Básica Ao término deste curso, espera-se que o aluno seja capaz de compreender o avanço da Informática desde o seu surgimento até os dias atuais, selecionar a melhor configuração de Hardware/software necessários a uma determinada demanda no meio profissional, utilizar adequadamente os recursos de software e hardware dos computadores, identificar e utilizar adequadamente os principais softwares aplicativos na resolução de problemas analisando seu funcionamento. Prof. Erwin Alexander Uhlmann 02/08/2010 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO SUMÁRIO 1. EMENTA: ........................................................................................................................... 3 2. OBJETIVOS: ...................................................................................................................... 3 3. COMPETÊNCIAS e HABILIDADES: .................................................................................... 3 4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: ....................................................................................... 3 5. Conceitos básicos sobre o hardware............................................................................ 3 6. Conceitos básicos sobre o peopleware .......................................................................3 7. Conceitos básicos sobre o software.............................................................................. 4 8. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES: ................................................................................. 4 9. BIBLIOGRAFIA: ................................................................................................................. 5 BÁSICA: ................................................................................................................................ 5 COMPLEMENTAR: ................................................................................................................ 5 SUPLEMENTAR: ..................................................................................................................... 5 Aula 1 ......................................................................................................................................6 O Computador ................................................................................................................... 6 Número e Numeral.............................................................................................................. 6 Método de multiplicação dos romanos. .......................................................................7 Ábaco .............................................................................................................................. 7 Aula 2 .................................................................................................................................... 20 Sistemas de numeração ................................................................................................... 20 Números Decimais ......................................................................................................... 20 Sistema binário ............................................................................................................... 20 Sistema Hexadecimal .................................................................................................... 21 Sistema Octal ................................................................................................................. 22 Cálculos com binários ...................................................................................................... 22 Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 1 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Soma .............................................................................................................................. 22 Subtração ...................................................................................................................... 23 Multiplicação ................................................................................................................. 23 Divisão ............................................................................................................................ 23 Aula 3 .................................................................................................................................... 25 Conversão de bases ......................................................................................................... 25 Aula 4 .................................................................................................................................... 27 Sistema Hexadecimal ....................................................................................................... 27 Sistema Octal .................................................................................................................... 27 bit, Byte e a Palavra.......................................................................................................... 28 Codificação EBCDIC ..................................................................................................... 28 Codificação BCD .......................................................................................................... 28 Codificação Hexadecimal ........................................................................................... 29 Codificação ASCII ......................................................................................................... 29 Aula 5 .................................................................................................................................... 31 Eletrica ... eletrônica – circuitos elétricos ......................................................................... 31 Aula 6 .................................................................................................................................... 34 Portas lógicas .................................................................................................................... 34 Aula 7 .................................................................................................................................... 38 Memória Principal ............................................................................................................. 38 Organização da Memória ............................................................................................... 38 Aula 7 .................................................................................................................................... 39 Arquitetura de Computadores ........................................................................................ 39 Aula 8 .................................................................................................................................... 41 Linguagem de Máquina ...................................................................................................... 41 Padrões de Instrução ........................................................................................................ 41 Instruções Aritméticas/Lógicas ..................................................................................... 41 Controle ......................................................................................................................... 42 Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 2 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Computação Básica 1. EMENTA: Ao aluno desta disciplina será apresentada uma visão ampla do papel e potencial da informática para o futuro profissional em Ciência da Computação; conhecimentos práticos do computador e seu funcionamento; noções de Internet, pesquisas e criação de páginas bem como de aplicativos como Planilhas Eletrônicas e Processadores de Texto. 2. OBJETIVOS: Ao término deste curso, espera-se que o aluno seja capaz de: Compreender o avanço da Informática desde o seu surgimento até os dias atuais. Selecionar a melhor configuração de Hardware/software necessários a uma determinada demanda no meio profissional. Utilizar adequadamente os recursos de software e hardware dos computadores. Identificar e utilizar adequadamente os principais softwares aplicativos na resolução de problemas analisando seu funcionamento. 3. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: Capacitar o aluno a escolher entre as tecnologias, compreender plenamente seu funcionamento seja de hardware ou de software, as interferências dele na sociedade e suas potencialidades. 4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Informática - Evolução e Conceitos Processamento de Dados: Componentes / Plataformas Conceito e Evolução da Informática: Conhecimento x Informação Componentes da Informática (Hardware, Peopleware e Software) Onde e por que utilizar o computador 5. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE O HARDWARE Arquitetura, componentes e periféricos Memórias do Computador e CPU Configurações e Padrões atuais Principais opções de mercado Tendências das evoluções 6. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE O PEOPLEWARE Descrição de cargos dos profissionais de informática A importância do usuário no contexto da Informática Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 3 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 7. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE O SOFTWARE Tipos e níveis de Software Sistema Operacional, Linguagens, Aplicativos e Utilitários Estrutura de arquivos, documentação e Banco de dados Prática no Pacote MS Office da Microsoft 8. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES: Aula TP Conteúdo/Atividades 1 4 Apresentação do Programa e Metodologia de Ensino / Aprendizagem 2 4 3 4 4 4 (Informática Básica – ALCADE, GARCIA, PEÑUELAS – Pearson – cap. 1.1 ao 1.5) Classificação das gerações de computadores, história da evolução do computador, desde a criação dos números, métodos de cálculos, tabelas e réguas de cálculos, máquinas de cálcular (Pasqualina, Hollerith, (cap. 1.6 ao 1.7) pag. 234 Classificação dos computadores criação do conceito de digital, binário, liga/desliga, computadores de 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e a controversa 5ª geração modernos quanto ao uso e quanto à sua construção. Conceitos básicos sobre Software e Peopleware 5 4 Atividade em sala de assimilação do conteúdo 6 4 7 4 8 9 4 4 (Informática Básica – ALCADE, GARCIA, PEÑUELAS – Pearson – cap. 3.1 ao 3.2) Conceitos e componentes básicos de um computador: Memória, CPU e I/O. (Informática Básica – ALCADE, GARCIA, PEÑUELAS – Pearson – cap. 2.1 ao 2.8) Arquitetura de Computadores: Conceitos de bit, byte e unidades de medida e velocidade ex: GHz, MHz, GB, MB... Avaliação B1 Sistemas de Numeração: Conversão Binário – Decimal 10 4 Sistemas de Numeração: Conversão Octal – Hexadecimal 11 4 Feriado Estratégia de Aula / Recursos Aula expositiva em sala de aula. 06/08 Aula expositiva em sala de aula. 13/08 Aula expositiva em sala de aula. 20/08 Aula expositiva em sala de aula. 27/08 Aula expositiva em sala de aula. 03/09 Aula expositiva em sala de aula. 10/09 Aula expositiva em sala de aula. 17/09 24/09 Aula expositiva em sala de aula. 01/10 Aula expositiva em sala de aula. 08/10 Aula expositiva em sala de aula. 15/10 Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 4 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 12 4 (Informática Básica – ALCADE, GARCIA, PEÑUELAS – Pearson – cap. 3.3 ao 3.9?) Operações: com binários - adição e subtração Operações: com binários multiplicação e divisão 13 4 14 4 Exercícios de fixação contemplando as conversões 15 4 Prática: Tipos softwares: Aplicativos e Utilitários 16 4 17 18 19 20 4 4 4 4 Prática: Primeiras noções em Word Operações Básicas, Selecionando o Texto, Estilos e Cores, Efeitos no Texto, Espaçamento de Caracteres, Alterações de Fontes , Aplicando o Recuo Alinhamento de Texto, Margens e Recuos, Espaço entre Parágrafos e Linhas, Tabulação. Avaliação B2 Avaliação Substitutiva Exames Finais Aula expositiva em sala de aula. 22/10 Aula expositiva em sala de aula. 29/10 Aula expositiva em sala de aula. 05/11 Aula expositiva em sala de aula. 12/11 19/11 26/11 03/12 10/12 17/12 9. BIBLIOGRAFIA: BÁSICA: 1. MANZANO, Andre Luiz N. G; MANZANO, Maria Izabel N. G. Estudo dirigido: 2. informática básica. 4. ed. São Paulo: Erica, 2002. 3. PERSPECTION, Inc. Microsoft Word Versão 2002. São Paulo: Makron Books, 2002. 4. CAPRON, H. L.; JOHNSON, J. A. Introdução a Informática - 8ª Ed. São Paulo: Pearson Education, 2004. COMPLEMENTAR: 1. MANZANO, Andre Luiz N. G; MANZANO, Maria Izabel N. G. Estudo dirigido: 2. informática básica. 4. ed. São Paulo: Erica, 2002. SUPLEMENTAR: 1. PERSPECTION, Inc. Microsoft Word Versão 2002. São Paulo: Makron Books, 2002. 2. CAPRON, H. L.; JOHNSON, J. A. Introdução a Informática - 8ª Ed. São Paulo: Pearson Education, 2004. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 5 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 AULA 1 O Computador Stonehenge – auxílio no cálculo do solstício, equinócio, luas. - Menires de 3 a 6m de altura feito em cerca de 2.600 a.C. - 1.700 a.C Segundo o dicionário Priberam: “adj. e s. m., que ou aquele que faz cômputos, que calcula; s. m., Inform., aparelho concebido para desempenhar cálculos e operações lógicas com facilidade, rapidez e fiabilidade, segundo instruções (programas) nele introduzidas, constituído, de um modo geral, por unidade(s) de introdução (input), unidade de processamento central (C.P.U. ), unidade de armazenamento principal permanente, memória temporária e unidade(s) de saída (output); - pessoal: tipo de computador concebido para ser usado por um utilizador de cada vez, baseado num microprocessador (pequeno circuito integrado) que desempenha as funções de unidade de processamento central; microcomputador.” Número e Numeral A diferença entre número e numeral é que erroneamente utilizamos a expressão para dizer o “número 10”, quando na verdade deveríamos utilizar a expressão “ o numeral 10” ou “numeral que expressa graficamente o número 10”. Número é o valor absoluto e numeral é o grafismo utilizado para representar um número. O 1º grande passo rumo à ciência foi a concepção dos números. É na verdade a idéia comum de comparação de quantidades entre dois conjuntos. Exemplo: Existem tantos cavalos quantas pedras. Existe tanta água na moringa quanto no jarro. Passou-se tanto tempo quanto uma viajem de cavalo para a babilônia. A evolução natural foi à criação de comparativos. Exemplo: Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 6 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 A pedra grande equivale a 10 ovelhas e a pequena à uma. Cada dedo equivale a uma ovelha e cada mão equivale a 5. Primeiros métodos de cálculos Método de multiplicação dos romanos. Os romanos decoravam a tabuada apenas até o 5, do 6 em diante, utilizavam-se as mãos no auxílio aos cálculos. Cada mão vale 5, para a diferença, levantam-se os dedos necessários, depois somase os dedos levantados e multiplica-se os abaixados. Exemplo: 7x8 Levante dois dedos de cada mão. Some os dedos levantados. Resultado 5. Multiplique os abaixados. 2 x 3 = 6. Ábaco Assim que o homem percebeu que utilizar pedaços de madeira com pó, barro e outros meios de escrita também auxiliavam nos cálculos, a evolução foi o ábaco. O funcionamento do ábaco era da seguinte forma: Uma caixa quadrada, com uma divisão horizontal à cerca de 2/3 da base e 4, 5, 6 ou mais hastes longitudinais com contas inseridas. Na parte superior da caixa, da DIREITA para à ESQUERDA, as contas valem 5, 50, 500, 5000, e assim por diante. Na parte inferior, também da DIREITA para à ESQUERDA, cada conta vale 1,10,100,1000 e assim por diante. O número que se quisesse representar deveria conter as contas juntas à divisão. Exemplo: O número 5: Apenas a primeira conta da parte superior da DIREITA junto à divisão. O Número 6: A 1ª conta superior da com a primeira conta inferior. O nº 236: A 1ª conta superior e uma inferior, a segunda haste com 3 contas da parte inferior e a 3ª haste com 2 contas da parte inferior. Monte os números: 436 506 508 2345 Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 7 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Auxílios manuais nos cálculos escritos. Nosso método de multiplicação atual é uma evolução – ou derivação – do método tabular árabe. Mostrar exemplo. x 2 1 7 1 2 1 7 4 8 4 2 // 8 3 0 3 8 Na 1ª linha é feito o produto de dígito do número 217 por 1. Na 2ª de 217 por 4. Observe que 4 por 7 exige o transporte do dígito 2 que é colocado na parte de cima da diagonal. O produto é conseguido pela soma dos dígitos nas diagonais: 8 4 + 2 + 7 = 3 (vai 1) (1) + 8 + 1 = 0 (vai 1) (1) + 2 = 3 Logo = 3.038 Exercícios. John Napier, nobre escocês, teólogo e matemático observou a seguinte sequência: 1 2 4 8 16 32 64 128 ... 0 1 2 3 4 5 6 7 … Esta descoberta tornou mais simples os cálculos aritméticos, transformando operações de multiplicação em operações de soma, e divisão em operações de subtração. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 8 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 A tábua de logaritmos consiste basicamente de duas colunas de números. A cada número da esquerda corresponde um número à sua direita, chamado o seu logaritmo. Para multiplicar dois números, por exemplo, basta somar seus logaritmos. Exemplo: 4 x 16 → Procure na coluna da ESQUERDA os números 4 e 16. Some seus logaritmos. (direita). Encontre o na coluna de ESQUERDA qual o nº correspondente à soma dos logaritmos. Nº Log 1 0 2 1 4 2 8 3 16 4 32 5 64 6 128 7 256 8 512 9 1024 10 Exercícios: 64 x 8 = 6 + 3 = 9 = 512 128 x 4 = 7 + 2 = 9 = 512 128 : 16 = 7 – 4 = 3 = 8 512 : 32 = 9 – 5 = 5 = 32 Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 9 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Auxílios mecânicos para os Cálculos Pesquise mais em: http://www-03.ibm.com/ibm/history/exhibits/attic2/attic2_057.html John Napier, generalizou o procedimento tabular dos árabes e em 1617 desenvolveu um dispositivo simples e barato constituído de uma caixa de madeira com bastões de ossos e cilindros com as tabelas, de 1 a 9. No século XVII foi inventada a régua de cálculo aplicando-se as idéias dos logaritmos. As operações de multiplicação e divisão são executadas simplesmente somando ou subtraindo a distância medida na régua externa, aquela marcada na régua interna deslizante. A régua de cálculo é, na verdade, uma tábua compacta de logaritmos. Em 1642 o filósofo Blaise Pascal construiu uma calculadora (a primeira máquina de somar) para auxiliar seu pai, coletor de impostos. Inventou uma máquina capaz de registrar valores decimais baseada na rotação de rodas dentadas de 10 posições (0 a 9). Quando uma roda excedia 10 unidades, ou seja, uma volta, acionava a roda seguinte (assim como um odômetro atual). Com tal máquina era possível somar e subtrair. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 10 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Em 1673, Gottfried Wilhelm von Leibnitz, filósofo e matemático alemão, utilizando o fato de que uma multiplicação é a soma de uma mesma parcela um certo número de vezes, mostrou como um multiplicador mecânico com dois contadores (um para efetuar a adição e outro para determinar quando a adição deve parar) poderia ser implementado. Esta máquina foi construída em 1694. 5x3=5+ 5+5 Então aqui se começa a observar que não só buscava-se um mecanismo que fizesse contas automaticamente, mas que para além de se inventar um mecanismo, nada se conseguiria se também não fosse inventada a programação deste mecanismo. Cada mecanismo novo era como uma máquina industrial. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 11 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Uma máquina de injetora atual pode possuir dois tipos de programação. Mecânica e digital. A programação mecânica é elaborada com as peças, com o hardware. Quando o produto passar pelo duto, um sensor ligará um braço mecânico que abrirá um compartimento com um saco plástico e ao final do ciclo do braço que abriu o compartimento, duas peças em formato de pinça, aquecidas, deverão fechar o saco plástico para acondicionar o produto. Na programação digital, o cilo mecânico foi substituído pelos cilos de um processador, ou seja, pelo clock. A grande questão é elaborar uma programação que seja lógica e “fale” com a máquina. Atualmente além dessa preocupação existe também a exigência de que o programa, também “fale” a linguagem do usuário, a usabilidade. Auxílio mecânicos automáticos Leonardo Da Vinci começou se enveredar pelo mundo da informática por volta do ano 1425-1519 com uma máquina de engrenagens que de forma exponencial mostravam o resultado em voltas. Cada engrenagem era ligada ao eixo de outra e essa a outra e assim por diante. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 12 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Em 1728 o engenheiro francês Basile Bouchon construiu um tear, que podia tecer desenhos de seda, de acordo com fichas perfuradas. As agulhas só passariam pelos furos feitos nestas fichas. Conforme os ciclos da máquina as fichas mudavam de posição e conseqüentemente mudavam o desenhos ou as cores. Em 1801 Joseph Marie Jacquard conclui o tear com cartões e aperfeiçoou, influenciando significativamente as idéias de como comandar, programar, as máquinas. Em 1812, Charles P. Babbage, matemático inglês, ao consultar tabelas de logaritmos com erros, resolveu construir uma máquina de computar tabelas matemáticas que resolvesse os erros encontrados. O principal era encontrar uma forma de resolver problemas com uma metodologia única. Exemplo: B = A³ Para calcular qualquer que fosse o valor atribuído à A, deveria-se utilizar a adição. Se A = 8 de veríamos somar os números existentes na tabelas de Napier até chegar ao resultado, ou seja: Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 13 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 SE B = A³ e A = 8, então B=8³. Para calcular 8³ devemos fazer a multiplicação de 8 por ele mesmo 3 vezes, então: 8 x 8 x 8 = 512 Como o dispositivo de Babage não tinha como computar a multiplicação, então deveria-se seguir por adição. 8 + 8 + 8 + 8 + 8 + 8 ... até chegar à 512. Com o auxílio de Napier e a tabela de logs, vejamos: 0 1 2 3 4 5 6 7 1 2 4 8 16 32 64 128 Tenha em mente, sempre é utilizada a base de log 2, a base binária. 8 512 9 1024 Ele desenvolveu um sistema que possibilitasse então a utilização das variáveis. A B(A=x³) D1 D2 D3 0 0 1 1 1 2 8 7 6 3 27 19 12 6 4 64 37 18 6 5 125 61 24 6 6 216 91 30 6 7 343 127 36 6 Ele percebeu que com contas de + e de – seria possível resolver de forma rápida e mecanicamente reduzida, uma exponenciação, somando-se 343+127+36+6 = 512 Essa máquina era chamada de A máquina de Diferencial de Babage, pois calculava as diferenças entre B, D1, D2 e D3. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 14 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 A evolução natural veio em 1820 com Charles Xavier Thomas, que projetou primeira máquina de calcular de uso comercial. Mesmo não sendo ainda totalmente automática, ela somava, subtraia, multiplicava e dividia a partir de pinos móveis. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 15 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Em 1875, Frank Baldwin inventou uma máquina com as mesmas funções a partir de pinos móveis. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 16 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Dorr E. Felt criou o computômetro em 1887, a antecedente das caixas registradoras atuais. Foi então que Herman Hollerith inventou uma máquina que registrava os números e valores em cartões perfurados e sua leitura se dava ao introduzir o cartão e os pinos que passavam pelos furos “liam” os valores. Eram as máquinas tabuladoras. A partir dessas máquinas Hollerith montou um sistema para apuração das eleições americanas. O sucesso foi tamanho que ele fundou Tabulating Machine Company ou a TMC, que virou Computing Tabulating Recording, CTR, e depois INTERNATIONAL BUSINESS MACHINES, IBM. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 17 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 As válvulas passaram então a assumir o papel das engrenagens. O cada dente da engrenagem e sua depressão passou a ser traduzido como 0 e 1, ou seja, ligado e desligado. Automatismo completo A diferença entre o conceito de Babage e os computadores atuais é que antes se utilizavam engrenagens e agora os relés e fazem esta função. Mais de um século depois de Babage, em 1937, Howard G. Aiken construiu uma máquina capaz de calcular diferenciais integrais com dispositivos eletromecânicos. Era MARK I, que começou a funcionar em 1944. Em 1946 o primeiro computador digital entrou em funcionamento, o ENIAC (Eletronic Numerical Integrator And Calculator), com 19.000 válvulas, 1.500 relés, diversos resistores, capacitores, indutores e um consumo de cerca de 200KW/h e sua memória registrava até 20 números de 10 dígitos cada. O ENIAC armazenava apenas os números, pois os programas eram construídos interligando plugs em painéis como as antigas centrais telefônicas, o que era demorado e inconveniente, além de ser propenso a erros. J. Von Neumann, em 1946 apresentou um artigo que propunha o armazenamento dos dados e dos programas, o que influenciou a arquitetura até hoje dos computadores. A máquina proposta era o EDVAC (Eletronic Dicrete Variable Automatic Computer). Que foi de fato construída em 1948 e a partir deste, os computadores feitos em escala comercial com o UNIVAC utilizado para o censo de 1951 nos EUA. Evolução tecnológica Como vimos, os primeiros computadores eram eletromecânicos, com a invenção do transistor pela Bell, em 1948, a redução dos componentes era evidente e sua capacidade ampliada, seu consumo reduzido, e a propensão aos erros minimizada, pois as válvulas esquentavam e queimavam facilmente com o próprio calor ou por fatores externos com o insetos. Estes, aliás, foram os responsáveis por um termo até hoje conhecido. O Bug. Nos computadores da segunda geração – sendo o de Babage de primeira geração - , as válvulas atraiam insetos que queimavam as válvulas e os programas paravam de funcionar, foi então que o problema conhecido se tornou expressão. Veja se não temos um Bug na máquina. Isto se tornou sinônimo de erro, até o Bug do milênio. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 18 Universidade Guarulhos – Guarulhos - 10/02/2011 Conectar todos os transistores era uma tarefa árdua, então surgiram os circuitos impressos e os transistores vinham já previamente alocados nessas placas plásticas e conectados por filamentos metálicos impressos nessa placa. Eram os computadores de terceira geração. A placa se tornou uma pastilha ou chip, com a redução dos transistores, essa pastilha passou a se chamar LSI ou VLSI (Very Large Scale Integration), sendo os computadores de quarta geração. Prof. Erwin Alexander Uhlmann – Instituto Siegen - 19