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INTRODUÇÃO
A proposta de cobertura das eleições municipais da CBN foi baseada nas
demandas da cidade: ouvir os moradores, conhecer as características de cada região
e fazer propostas para uma São Paulo melhor, indo muito além da agenda dos
candidatos.
Ao longo de quase cinco meses uma equipe de repórteres da CBN foi a cada
um dos 96 distritos paulistanos; munidos de gravadores, câmeras e muita disposição
para conhecer a realidade dos moradores das mais diferentes regiões. O trabalho
também contou com o apoio dos produtores e da chefia de reportagem, dedicados a
encontrar as principais lideranças comunitárias e uma importante parceria com a Rede
Nossa São Paulo, que ofereceu uma série de dados estatísticos e indicadores sociais
dos distritos, que serviram de base para o trabalho da reportagem.
Apesar de tanta gente envolvida, os principais responsáveis pela série foram os
próprios moradores, que procuraram por nossas equipes em cada visita, além de
terem participado intensamente por telefone, e-mail e twitter, contando suas histórias,
fazendo denúncias e indicando as prioridades dos bairros.
Esse relatório consolida as informações coletadas por Cátia Toffoletto, Maria
Eugênia Flores, Sandra Riva, Juliano Dip e Joyce Ribeiro, e é uma contribuição da
CBN aos candidatos à prefeitura de São Paulo.
REGIÃO LESTE
PARQUE SÃO LUCAS
Transporte: os ônibus que atendem o distrito precisam ser melhor distribuídos
pelas linhas. Um dos exemplos mais graves dados pelos moradores é o da
linha 4286 - Parque Industrial/Correio.
Saúde: faltam médicos na UBS Parque São Lucas, o que faz com que o
atendimento demore demais. O hospital mais próximo do distrito fica na Vila
Alpina, exigindo um deslocamento grande de quem precisa do serviço.
O córrego que corta o distrito passou por obras, mas as enchentes continuam
sendo um pesadelo para os moradores, principalmente na região da Rua
Saclara.
Falta de iluminação: vários bairros da região sofrem com o problema, que
aumenta a sensação de insegurança da comunidade. Um dos exemplos é a
Rua Pacari da Mata.
SÃO MIGUEL PAULISTA
Saúde: a UBS Cidade Nova São Miguel é considerada muito pequena para as
16 mil pessoas cadastradas. Existe um espaço próximo à unidade, onde
antigamente funcionava um sacolão, mas que passou para as mãos da
secretaria da saúde. Os moradores sugerem que a UBS passe a funcionar no
local.
Há uma ponte de acesso à Rodovia Ayrton Senna que precisa de obras: a pista
é muito estreita e, como a mão é dupla, os carros precisam fazer fila em vez de
passarem um ao lado do outro. Quando se trata dos caminhões, então, o
problema se agrava e os veículos precisam esperar para passar um por vez.
A limpeza do córrego que passa pela Rua Ubirajara Ferreira não é feita
regularmente e as margens acabam acumulando muito lixo.
As calçadas do distrito também precisam de manutenção.
JARDIM HELENA
Segurança: a violência é sentida não só pelos moradores como também por
quem trabalha na região. Os entregadores dos Correios, por exemplo,
precisam trabalhar com escolta. Entrevistamos dois carteiros que foram vítimas
de assaltos e sequestros mais de uma dezena de vezes.
Saneamento: o Jardim Três Meninas não tem rede de esgoto.
A região da estação Vila Maria/Jardim Helena está abandonada: lixo e falta de
manutenção de ruas e calçadas marcam o local.
IGUATEMI
Os moradores do Jardim Nova Conquista também vivem sem rede de esgoto.
Alguns deles até construíram uma rede doméstica alternativa.
Estrutura: o asfalto não chegou a todas as ruas dos cerca de 40 bairros do
distrito. Como o relevo é muito irregular, os deslocamentos são muito
complicados tanto a pé quanto de carro.
Há muitos terrenos vazios, ocupados por mato e lixo. Os moradores sugerem a
construção de opções de lazer e centros comerciais.
Os CEUs de Alto Alegre e São Matheus são considerados insuficientes pelos
habitantes do distrito.
Transporte: moradores pedem mais linhas. O Jardim Nova Conquista, por
exemplo, é atendido por apenas uma linha.
PENHA
Aumento do número de moradores de rua.
Violência: faltam bases da polícia e viaturas circulando pela região. Moradores
relataram assaltos e até estupros em uma passarela perto da comunidade
Chaparral, no Jardim América da Penha.
Cresceu o número de favelas e as que já existiam aumentaram, como a que
fica sob o viaduto Gal. Milton Tavares de Souza.
Trânsito: falta fiscalização no Largo do Rosário.
CANGAÍBA
Acidentes de trânsito: o distrito tem média bastante alta de mortes provocadas
por acidentes de trânsito: são 18,3 mortes por 100 mil habitantes, contra uma
média de 10,8 mortes de toda a cidade.
Moradores recolheram 10 mil assinaturas para pedir obras no túnel que fica em
Engenheiro Goulart, onde está a estação da CPTM. Ele serve de passagem
para carros e pedestres da av. Assis Ribeiro para o Parque Ecológico do Tietê
e Rodovia Ayrton Senna e é bastante estreito.
Sinalização: faltam faixas de pedestres, como na Av. Cangaíba e de placas,
como em uma perigosa curva na Rua São Diogo.
Enchentes: falta limpeza e manutenção das bocas de lobo no Jardim São
Francisco e o córrego que divide Cangaíba e Ermelino transborda com
frequência.
TATUAPÉ
Crescimento: distrito vive enorme expansão imobiliária e os condomínios
provocam aumento da circulação de carros e o congestionamento já chega ao
interior de bairros menores.
Transportes: passageiros reclamam da superlotação das estações de trem e
metrô, assim como dos terminais de ônibus, mesmo fora dos horários de pico.
Calçadas: buracos, degraus enormes e falta de acessibilidade como nas ruas
próximas à Praça José Guidice e na Rua Magali Martins de Carvalho.
Saúde: moradores pedem a construção de mais uma unidade hospitalar já que
o Hospital Cristo Rei está fechado faz tempo.
Há também problemas relacionados ao uso de drogas e barulho provocado
pelos frequentadores de bares nas regiões de universidades.
PARI
Lixo: a coleta é bastante ineficiente na região. O comércio fecha as portas às
17 horas e, como os caminhões só passam à noite, o material fica muito tempo
na rua.
Segurança: quem precisa de atendimento médico acaba preferindo se deslocar
até outra região, já que, na avaliação dos moradores, não há condições de
segurança nas proximidades da única AMA do Pari.
Calçadas: o estado de conservação das calçadas é muito ruim e não há acesso
para deficientes físicos nas principais ruas do distrito.
BRÁS
A prioridade apontada pelos moradores é a falta de segurança. Como a região
é comercial, existe grande volume de pessoas circulando durante o dia e quase
ninguém pela noite. De acordo com especialistas, esse é um dos fatores que
agravam o problema no distrito. Os moradores também cobram mais bases da
polícia.
Trânsito: a falta de fiscalização e o grande volume de pedestres prejudicam o
tráfego no distrito.
Lazer: jovens reclamam da falta de opções para a prática de esportes.
Enchentes: são frequentes no distrito e estão associadas ao excesso de lixo na
rua.
Saúde: a única UBS da região não consegue atender à demanda.
BELÉM
Habitação: existem muitos cortiços e moradores de rua por todo distrito,
principalmente nas regiões do Largo São José do Belém e do viaduto
Guadalajara.
Segurança: o aumento do número de moradores de rua também trouxe a ação
de traficantes, principalmente pela noite.
Creches: as mães que vivem no Belém têm muita dificuldade de conseguir
vagas nas quatro creches indiretas que existem no distrito.
PARQUE DO CARMO
Violência: assaltos e prostituição acontecem rotineiramente na Avenida Afonso
Sampaio e Souza.
Área verde: o Parque do Carmo conta com um dos maiores parques da cidade,
com 1,5 milhão de km², mas os moradores pedem manutenção frequente e
mais vigilantes no local.
Enchentes: os córregos Aricanduva e Rio Verde transbordam toda vez que a
chuva é mais forte.
Habitação: o crescimento desordenado de vilas e comunidades está fazendo
surgir uma série de pequenas favelas com péssima iluminação, como na Rua
Ferdinando Ramponi, onde os moradores reclamam do aumento da
criminalidade.
Saúde: apesar das quatro unidades básicas de saúde localizadas no distrito, os
moradores afirmam que várias especialidades têm longas filas de espera e os
pacientes acabam sendo obrigados a procurar atendimento em outros lugares.
Trânsito: motoristas reivindicam a instalação de um semáforo no cruzamento
da Avenida Afonso Sampaio e Souza com a Rua Francisco Tranchesi, já que o
volume do tráfego impede que as conversões sejam feitas.
JOSÉ BONIFÁCIO
Saúde: o hospital público do distrito é alvo de reclamações sobre a falta de
profissionais e a dificuldade em conseguir atendimento.
Quase todo o comércio que funcionava próximo dos conjuntos habitacionais
está fechado e os prédios foram abandonados. Os moradores são obrigados a
andar longas distâncias para fazer comprar simples.
A região deve ser atendida por um programa de estímulo econômico, mas, de
acordo com o programa de metas da prefeitura, apenas o parceiro para a
iniciativa foi definido e ainda restam cinco etapas para o trabalho sair do papel.
Lazer: as famílias se queixam da inexistência de opções de cultura e lazer, o
que deixa os jovens sem perspectiva e mais vulneráveis à aproximação de
criminosos.
Manutenção: a péssima conservação das praças e calçadas, bem como o
número de pontos de depósito de lixo também chamaram a atenção da
reportagem.
CIDADE LÍDER
Lazer: o trabalho feito por entidades como a Associação Beneficente Kairós,
oferecendo esportes para crianças e adolescentes, ameniza um pouco a falta
de lazer e oportunidades de acesso à cultura. A reportagem encontrou famílias
que preferem que seus filhos fiquem em casa já que, sem opções de
entretenimento na região, a rua acaba oferecendo uma situação de risco para
os jovens.
Lixo: a coleta não funciona de maneira regular e as ruas estão sempre com
acúmulo de lixo e entulho.
Apesar das carências, Cidade Líder não está contemplada no programa de
incentivos da zona leste, que faz parte da Agenda 2012.
Iluminação: o problema atinge quase todos os bairros do distrito e até mesmo
em ruas maiores como na Avenida Gualtar.
VILA CURUÇA
Córregos: falta manutenção no córrego Água Vermelha, que virou praticamente
um depósito de lixo. O mato alto das margens também contribui para a
impressão de abandono.
Habitação: há muitas moradias em situação de risco, a beira de córregos e com
estrutura bastante precária. Os moradores chegaram a improvisar passarelas
para atravessar a água.
Educação: faltam vagas nas creches do distrito.
Transporte: não há terminais de ônibus na região.
Lixo: além da coleta ser ineficiente, há muitos pontos viciados de descarte de
entulho. Existem cooperativas de reciclagem na região, mas que precisam de
auxílio para continuar funcionando.
ITAIM PAULISTA
Quatro córregos cortam o distrito: Itaim, Tijuco Preto, Lajeado e Três Pontes.
Todos estão relacionados a alguns dos principais problemas da região: casas
em áreas de risco, enchentes e sujeira.
Educação: de acordo com associações de moradores, o déficit de vagas nas
creches é de 4.448.
Lazer: a população reclama da falta de opções. De acordo com a Rede Nossa
São Paulo, Itaim Paulista é dos distritos que não tem museus, teatros, salas de
shows e concertos e bibliotecas municipais.
LAJEADO
Habitação: a densidade demográfica está entre as dez maiores da cidade e, na
maior parte do distrito, as condições de moradia são bastante ruins (cortiços
com dezenas de famílias ou barracos em áreas de risco).
Educação: a falta de vagas em creches foi apontada como um dos problemas
mais graves da região.
Segurança: o consumo de drogas acontece à luz do dia e os moradores
querem a polícia mais presente na comunidade.
Trânsito: quem anda de carro ou a pé pelo distrito pede a instalação de um
semáforo no cruzamento da Estrada do Lajeado Velho com a Rua
Tingoassuíba, além do alargamento da Estrada do Lajeado Velho, que já não
dá conta do fluxo de carros.
GUAIANASES
Saúde: o hospital geral de Guaianases, administrado pelo Estado, é
considerado insuficiente pela população. Faltam médicos e a fila para os
atendimentos é enorme. A opção mais próxima é o hospital de Cidade
Tiradentes, que vive a mesma situação.
Transporte: as condições das estações de trem são alvo de críticas por parte
dos usuários, assim como a lotação dos vagões e ônibus.
Habitação: há situações de risco em vários bairros, como no Jardim São Paulo
II. De acordo com a Rede Nossa São Paulo, em 2008 o distrito tinha 1.762
domicílios em favelas.
Trânsito: os motoristas que passam pelo distrito sugerem a construção de
passagens subterrâneas nos principais cruzamentos para desafogar o tráfego.
Idosos: cerca de 8 mil pessoas com idade superior a 60 anos vivem na região e
não existe nenhuma política de cultura e lazer para elas.
PONTE RASA
Habitação: a favela da Vila União ilustra um dos principais problemas do
distrito. A maior comunidade da região se formou há mais de 30 anos e o poder
público ainda não coseguiu oferecer uma alternativa aos moradores.
As margens do córrego Ponte Rasa estão tomadas pelo mato alto, lixo e
moradias irregulares.
Saúde: o hospital público mais próximo é o de Ermelino Matarazzo, que já
recebe a demanda de outros distritos e vive cheio.
Educação: as dez creches localizadas no distrito também não dão conta da
demanda e as famílias acabam tendo que buscar alternativas para os filhos
menores.
Calçadas: precisam de manutenção. Há postes e árvores impedindo a
passagem de pedestres como na Rua Bartolomeu Soares, dificultando o
acesso à UBS Carlos Alivaldo de Souza.
ERMELINO MATARAZZO
Segurança: na região da favela do Buraco Quente registramos uma grave
denúncia, que foi levada depois ao conhecimento da Secretaria de Segurança
Pública: os comerciantes são obrigados a pagar mensalidades aos traficantes
para poder trabalhar.
Habitação: além da própria favela do Buraco Quente, uma das maiores da
cidade, há muitos moradores de rua por todo o distrito.
Saúde: o distrito conta com seis Unidades Básicas de Saúde e um hospital
municipal, mas, de acordo com os moradores, faltam especialistas para os
atendimentos.
Lazer: o distrito está entre os 52 que não possuem teatro e salas de shows e
entre os 59 sem salas de cinema e centros culturais.
Educação: faltam vagas nas creches da região. A USP inaugurou
recentemente uma unidade no distrito, mas a população, apesar de animada
com medida, ainda não sentiu seus efeitos.
Transporte: pontos de ônibus sem cobertura ou assentos.
CIDADE TIRADENTES
Saúde: a principal demanda da população está relacionada á demora no
atendimento tanto nas AMAs, quanto nas Unidades Básicas de Saúde e no
hospital do distrito.
Trabalho: de acordo com a Rede Nossa São Paulo, apenas 4 mil pessoas, das
300 mil que moram no distrito, trabalham em Cidade Tiradentes. Isso obriga
quase todos a percorrerem longas distâncias todos os dias.
Transporte: sem outras opções, os moradores recorrem aos ônibus e reclamam
da superlotação dos carros e longos intervalos entre a passagem deles.
VILA FORMOSA
O principal problema apontado pelos moradores do distrito está relacionado ao
aumento do número de moradores de rua e ao consumo de crack.
Saúde: além da demora no atendimento feito pelas Unidades Básicas, existe
grande demanda para a implantação de um serviço especializado para os
dependentes químicos.
Transporte: sem outras opções, os moradores recorrem aos ônibus e reclamam
da superlotação dos carros e longos intervalos entre a passagem deles.
Manutenção: falta manutenção nas praças e calçadas do distrito. A região do
Cemitério de Vila Formosa, o maior da cidade, é apontada como uma das mais
problemáticas.
CARRÃO
Saúde: o distrito registra uma média de mortes por problemas respiratórios
maior do que o restante da cidade. E há muitas reclamações sobre a demora
no atendimento nas Unidades Básicas de Saúde.
Habitação: dezenas de famílias vivem às margens do córrego Rapadura em
condições bastante precárias. Já houve uma decisão da Justiça para que os
moradores saíssem do local, mas a maioria permanece nos barracos.
Calçadas: falta manutenção nas calçadas do distrito e também faltam lixeiras, o
que aumenta a quantidade de sujeira na rua.
ARICANDUVA
Enchentes: o córrego Aricanduva é a principal referência do distrito e um de
seus maiores problemas. As enchentes provocadas pelo transbordamento do
córrego e seus afluentes atingem mesmo as ruas mais distantes.
Habitação: as moradias de risco estão presentes em grande quantidade na
Avenida Aguiar da Beira, escoradas em um terreno bastante inclinado.
Asfalto: as ruas do distrito precisam de recapeamento. Um dos exemplos é a
Avenida Pe. Manoel Luís de Vergueiro.
Lixo: é possível encontrar vários pontos irregulares de depósito de entulho. Os
moradores também reclamam da falta de coleta seletiva de lixo.
PARQUE SÃO RAFAEL
Na Escola Estadual Deputado Geraldino dos Santos, o esgoto despejado por
uma favela que fica atrás do prédio, no Parque São Francisco, já obrigou a
suspensão das aulas.
Muitas ruas do distrito não são asfaltadas. A situação mais crítica está na Rua
São João, no bairro Jardim São Francisco, onde também não há postes de luz.
Enchentes: o córrego Cipoaba transborda com frequencia. Na Rua São
Sebastião, o bueiro que seria construído para escoar a água da chuva está
quebrado.
Saúde: a AMA e as Unidades Básicas de Saúde estão sobrecarregadas. Não
há hospital público. O mais próximo é o de São Mateus. Faltam carros,
enfermeiros e médicos para visitar os idosos doentes.
Lazer: na Rua Quaresma Delgado, o Clube Desportivo Municipal do bairro
Parque São Rafael está abandonado. Enquanto isso os jovens e crianças
contam que não têm opções de lazer.
Não há telefones públicos no distrito.
Transporte: há poucos ônibus que levam ao centro da cidade. Na Linha 3707,
que liga o Parque São Rafael ao terminal Parque D. Pedro, os ônibus só
passam na parte da manhã.
Lideranças populares do distrito conseguiram viabilizar a construção do Parque
Sapopemba onde antes era um lixão. O Aterro Sanitário São João, porém,
continua funcionando e os moradores pedem que as compensações sejam
revertidas em iluminação pública.
ITAQUERA
A única passarela que liga os dois bairros do distrito que concentram cursos e
trabalho para a população, Vila Campanela e Vila Corberi, está tomada por lixo
e usuários de droga.
Mais de 3 mil pessoas moram em favelas. Falta saneamento básico. Um
córrego poluído que passa por baixo das linhas da estação de trem virou
esgoto clandestino de moradores. A população reclama que as oito unidades
de saúde do distrito estão sobrecarregadas.
Os moradores se queixam do transporte público e do congestionamento,
principalmente, no corredor da Radial Leste. A estação Corinthians/Itaquera, da
Linha 3-Vermelha do Metrô, é ponto de embarque de muitos passageiros de
diferentes bairros na zona leste por causa da interligação com estações da
CPTM e a população reclama que ela está sobrecarregada.
SÃO MATEUS
A população quer ver resolvida a situação do Córrego dos Machados, afluente
do Aricanduva, que causa enchentes na região do Jardim Tietê. Os moradores
relatam que, antes do mandato da prefeita Luisa Erundina, as reivindicações já
eram feitas ao poder público.
O Clube Desportivo Municipal Sabipa de Ouro, no Jardim Paraguaçu, está
abandonado. Os moradores não têm acesso ao terreno, que está tomado por
entulho.
Na rua F5, no Jardim Tietê, falta iluminação. O asfalto está degradado. A
escuridão também é motivo de reclamação de moradores do Jardim Santa
Bárbara. Postes foram colocados na Rua Polar, mas não há lâmpadas. Nessa
mesma rua, uma enorme área verde particular virou local de descarte de carros
roubados.
No entorno das ruas Sagitário, Escorpião e Satélite, é comum a presença de
usuários de drogas em um terreno que teve a cerca danificada.
Saúde: além da demora para marcar consultas, os usuários pedem reformas
na UBS Santa Bárbara, cujo prédio está deteriorado.
ÁGUA RASA
O distrito está cercado pelas avenidas Salim Farah Maluf, Luis Ignacio de
Anhaia Mello e Vila Ema, vias marcadas pelos congestionamentos. Por isso,
pequenas ruas são usadas por motoristas como rotas de fuga desses
engarrafamentos. O resultado são buracos e imperfeições no asfalto.
Há muitas áreas abandonadas, onde há acúmulo de lixo e entulho. Faltam
áreas verdes. Desde 2007 os moradores lutam para transformar o Parque Vila
Ema, propriedade privada abandonada e cercada por muros, em um espaço de
uso público.
Não há hospital público no distrito. Nas duas Unidades Básicas de Saúde, os
usuários demoram até três meses para marcar uma consulta.
A população relata que roubos a residências são constantes no distrito e que
as viaturas da Polícia Militar não circulam com frequência pela região. Eles
sugerem a instalação de uma base da PM no Largo Santa Clara.
SAPOPEMBA
Falta segurança no Jardim Sapopemba e no Jardim Grimaldi. Ocorrem muitos
assaltos a estabelecimentos comerciais.
No Jardim Sapopemba, motoristas de transporte escolar reclamam que na Rua
Vitória Marconato Zonta, apesar de haver uma escola de ensino fundamental e
um CEU, as placas de estacionamento desse tipo de transporte foram
arrancadas e a pintura das faixas se apagou. É preciso disputar espaço com
outros veículos.
Os moradores se queixam que o Hospital Local Sapopemba só atende por
encaminhamento e não por urgência.
Os passageiros reclamam que a linha 4221 Jardim Planalto/Parque Dom Pedro
precisa de mais ônibus. Os veículos circulam com superlotação. Não há trens
ou estações do Metrô próximas.
As comunidades têm esgoto correndo a céu aberto. Apenas três favelas estão
incluídas em um projeto de urbanização.
VILA JACUÍ
No Jardim Santana, perto da Estrada do Imperador, há lixo, entulho, ratos e
mato alto. Na Rua Flor da Ressurreição, a obra em um córrego afluente do Rio
Jacu, que passa na Jacu Pêssego, foi entregue inacabada para a população.
Em parte da rua, o córrego foi canalizado, mas não foi colocado o asfalto. As
águas do córrego correm a céu aberto. Um bueiro na Rua Bryonia, no Jardim
Santana, está quebrado desde 2010.
Os moradores de União Vila Nova reclamam da falta de iluminação. No Parque
Jacuí, os postes de luz ficam desligados à noite. Os ônibus demoram para
chegar nos pontos e estão sempre lotados.
VILA MATILDE
Faltam áreas de lazer para crianças e jovens praticarem esportes. Os
moradores querem reerguer dois Clubes Comunidade que estão abandonados.
Um hospital público ajudaria a comunidade de Vila Matilde, já que a população
utiliza o Hospital Municipal Doutor Alexandre Zaio, na Vila Nhocuné, em Artur
Alvim.
A população reclama que não há rondas da Polícia Militar nas ruas dos bairros,
apenas em avenidas principais. Equipes de limpeza também não passam por
todas as vias. As praças são mal conservadas. O mato cresce e falta
iluminação. Na comunidade Minuano, há uma área carente que não tem ruas
asfaltadas.
ARTUR ALVIM
População relata problemas na Avenida Calim Eid, continuação da Tiquatira,
caminho usado para chegar a Artur Alvim. Falta iluminação para a travessia de
pedestres. Há descarte irregular de entulho e lixo e, na madrugada, os
motoristas fazem rachas na avenida. Falta policiamento. Do outro lado da
estação Artur Alvim, a população da Vila Nhocuné pede mais semáforos na
Rua São Vitório. A região fica próxima a creches e escolas municipais. Os
moradores da comunidade também pedem uma base da Polícia Militar na Rua
São Vitório. No local, os comerciantes são constantemente vítimas de assaltos.
Os barracos são de madeira e o esgoto é jogado no córrego.
No centro de Artur Alvim, a população que fica esperando nos pontos reclama
da pouca quantidade de ônibus. As calçadas são estreitas e precisam de
manutenção.
VILA PRUDENTE
Com a chegada do metrô Vila Prudente, da Linha 2-Verde, e com as obras do
monotrilho, que ligará o distrito até Cidade Tiradentes, aumentaram os
congestionamentos nas vias dos bairros do distrito. Acidentes ocorrem com
frequência. No cruzamento entre as ruas Mimosas e Baía Grande, a população
reivindica um semáforo e sinalização para os pedestres. Moradores se
queixam da retirada de árvores do canteiro central da Avenida Luiz Ignácio de
Anhaia Mello para as obras do Expresso Tiradentes.
Os comerciantes reclamam da zona azul, implantada em 2010. Além de
registrarem uma queda no movimento, eles dizem que não há pontos de venda
de talões na Rua do Orfanato.
A Vila Zelina, rica em cultura por abrigar imigrantes do leste europeu, sofre com
problemas de segurança. Perto da Avenida Vila Zelina e da Ibitirama, os
assaltos se tornaram constantes. Os furtos e roubos a residências são
frequentes na Rua Barão de Juparaná, Rua das Heras e Rua São Luiz do
Paraitinga. A população pede uma base comunitária da Polícia Militar na
região.
Existem muitas feiras livres pelas ruas de Vila Prudente. Algumas delas, no
entanto, não respeitam o horário de montagem das barracas.
MOOCA
O principal problema da Mooca é a falta de áreas verdes. No Parque da
Mooca, que fica na Rua Emboaçava, o mato cresce e falta segurança. Faltam
também áreas de lazer. Na região da sede da subprefeitura, a reclamação é de
que, apesar de haver quadras e área para cooper, o parque está abandonado.
Furtos de veículos preocupam cada vez mais os moradores da Mooca.
Vizinhos da Universidade São Judas Tadeu reclamam do barulho que vem dos
grupos de alunos nos bares das ruas Taquari, Bresser, dos Trilhos, Marcial e
da Praça Ciro Pontes.
Os trilhos do bonde que ficava na estação do Metrô Bresser-Mooca não foram
removidos e provocam a queda de motociclistas e pedestres. A maioria das
calçadas tem desnível. Faltam atividades para os idosos. A população reclama
dos trólebus que circulam na região, que frequentemente apresentam
problemas principalmente na Rua dos trilhos e na Paes de Barros.
Enchentes são comuns mesmo quando chove forte. Faltam locais para
escoamento de água e os bueiros são muito antigos.
Moradores pedem providências em relação a um prédio invadido em 2009 na
Rua João Antônio de Oliveira, onde funcionava uma creche.
REGIÃO NORTE
CACHOEIRINHA
A região cresceu sem planejamento e com pouca infraestrutura. As novas
invasões dificultam a urbanização. Os barracos que surgem tomam o espaço
das ruas, que continuam sendo, em grande parte, de terra. Segundo os dados
da Rede Nossa São Paulo, as favelas representavam 20% do total de moradias
do distrito em 2008.
Os moradores de Cachoeirinha reclamam dos ônibus lotados, da falta de
creches e postos de saúde. O distrito tem um hospital, mas faltam
especialidades.
Educação: faltam vagas em creches. Segundo a Rede Nossa São Paulo, em
2010, apenas 68% da demanda dos pais foi atendida pelo município.
A principal avenida, Inajar de Souza, tem acúmulo de lixo nas calçadas, um
corredor de ônibus recapeado, mas sem sinalização e uma ciclovia perigosa de
ser percorrida à noite. Faltam semáforos próximos às EMEIs e agentes de
trânsito para garantir a segurança dos alunos. A mureta do córrego Cabuçu de
Baixo, que já foi canalizado, é muito baixa. Os próprios moradores construíram
pequenas pontes e escadas para circular pela região alagada quando chove.
No Jardim Peri, bairro mais carente do distrito, os moradores convivem com
esgoto a céu aberto e acúmulo de lixo nas ruas. No Parque Itaguaçu da
Cantareira, a preocupação é a chegada do trecho norte do Rodoanel e o acesso
estreito previsto para a Inajar de Souza. Moradores pedem, como compensação
ambiental, a construção de parques para proteger a vegetação da Serra da
Cantareira que ficará vulnerável com a chegada da rodovia.
CASA VERDE
O Distrito de Casa Verde não tem hospitais, públicos ou privados. Os
moradores contam apenas com uma Unidade Básica de Saúde. O atendimento
é elogiado, mas faltam médicos e a espera por consulta é longa. Quem precisa
de socorro urgente, precisa ir até o Mandaqui ou Santana.
A região, cheia de casas e pequenas ruas, tem comércio pouco desenvolvido.
No bairro Vila Celeste, um terreno abandonado onde, em 2003, houve o
rompimento de uma adutora da Sabesp, virou local de despejo de lixo.
Na região de Casa Verde Alta, a espera por uma vaga em creche pode chegar
a três anos. Segundo a Nossa São Paulo, em 2010, apenas 35% da demanda
por vagas em creches foi atendida.
Apesar de pouco populoso, o distrito recebe diariamente moradores de outras
regiões por causa do acesso à Marginal do Tietê. As ruas pequenas ficam com
tráfego intenso. O asfalto não suporta a demanda e está esburacado. A
subprefeitura de Casa Verde é campeã em reclamações de buracos.
LIMÃO
Moradores esperam há 50 anos a canalização do córrego Tabatinguera, que
provoca enchentes e mau cheiro em quatro regiões do distrito. Na Vila Barbosa,
os moradores construíram uma ponte sobre o córrego. A passagem
improvisada é perigosa quando chove e se tornou ponto de consumo de drogas.
O atendimento nas UBSs é criticado. O Limão não tem equipamentos culturais.
Há uma única biblioteca mal sinalizada que fica em uma rua sem saída.
Nas linhas de ônibus, há poucos destinos e os ônibus demoram a passar. Os
moradores contam com três UBSs e uma AMA. Eles reclamam da falta de
especialidades. Ao redor da UBS Santa Maria, há buracos e lixo espalhado pela
calçada.
Uma das regiões mais carentes é a da favela Beira Mar. Um córrego, muito
próximo das casas, fez moradores construírem muretas nas portas e nos
corredores para impedir a passagem da água.
BRASILÂNDIA
Com o mais baixo IDH da zona norte, o distrito da Brasilândia sofre com a falta
de segurança e moradias irregulares em invasões nas áreas de mata da Serra
da Cantareira. A principal via, a Cantídio Sampaio, não tem esgoto canalizado
e, por um longo trecho, não tem calçada.
São muitos os pontos viciados de descarte de lixo e entulho. No Jardim
Guarani, o material invade a rua onde fica a escola Milton Campos.
Saúde: faltam médicos. Muitos profissionais não têm interesse em trabalhar em
Brasilândia por causa da insegurança e da pouca infraestrutura nos postos.
Transporte: no distrito cheio de ladeiras e com muitas ruas que ainda não foram
asfaltadas, as poucas linhas de ônibus que atendem a região não chegam a
todos os lugares.
Os moradores pedem mais áreas de lazer, além do CEU da Brasilândia e estão
batalhando pela criação de um parque que preserve a área verde.
JAÇANÃ
Enchentes e falta de saneamento básico: muitos córregos não foram
canalizados, como o Piqueri. O esgoto e o lixo descartados em córregos e
minas d'água mobilizou moradores do Jardim Fontalis. Eles concretaram as
margens do córrego que passa entre as casas.
São muitos pontos viciados de lixo. O pior deles fica no Jardim Felicidade. No
dia em que a CBN visitou o distrito, havia três caçambas na rua. O caminhão de
lixo tinha passado naquele dia e, mesmo assim, havia muita sujeira, cheiro forte
e entulho espalhado pelo terreno.
Faltam vagas na educação municipal: crianças são encaminhadas para escolas
distantes, mesmo tendo uma escola municipal perto de casa. Há carência de
vagas também nas creches.
O CEU Jaçanã é a única opção de lazer. Faltam equipamentos culturais e
esportivos.
FREGUESIA DO Ó
Moradores da Freguesia do Ó reclamam das poucas linhas de ônibus. A linha 6Laranja do Metrô, que vai até Brasilândia, deve começar a operar em 2020.
O Clube Escola da região tem áreas pouco aproveitadas e mato alto. Usuários
de drogas aproveitam a falta de iluminação. A reunião de jovens no Largo da
Matriz Nova incomoda moradores por causa do barulho e do abuso no consumo
de álcool.
Trânsito: quem dirige pelas ruas da Freguesia afirma que o afunilamento para
chegar à Marginal do Tietê faz com que o congestionamento atravesse diversos
bairros.
A região não é carente de unidades de saúde: tem cinco UBSs, um hospital
estadual e um pronto-socorro municipal. Moradores relatam a falta de médicos,
principalmente no hospital Vila Penteado.
Um dos bairros mais carentes da Freguesia é o Parque São Luiz, bem próximo
à Avenida João Paulo. Nesta região, moradores ainda sofrem com as
enchentes. A construção de um piscinão não foi suficiente para solucionar o
problema.
Quem depende das creches municipais na Freguesia do Ó costuma enfrentar
filas. Mesmo com a necessidade de mais vagas, houve uma diminuição delas:
em 2009 a demanda atendida era de 63%. Em 2010, o índice caiu para 56%.
TREMEMBÉ
Mais profissionais de saúde: a demanda não é de equipamentos – são seis
unidades básicas de saúde -, mas de maior número de profissionais
qualificados.
Loteamentos feitos de forma desorganizada resultaram em muitas ruas sem
saída que terminam em pequenas pontes improvisadas, em grandes muros ou
trechos de mata. Esses locais facilitam, segundo relatos de moradores, a fuga
de suspeitos, já que os carros da polícia não conseguem passar.
O distrito tem relevo acidentado e uma parte mais baixa, a Fazendinha, acaba
sendo atingida por enchentes. Os moradores consideram a passagem do
Rodoanel Norte na Serra da Cantareira uma ameaça ambiental.
Educação: segundo dados da rede Nossa São Paulo, em 2010 apenas 37% da
demanda dos pais foi atendida pela prefeitura.
Os moradores do Tremembé contam com uma Casa de Cultura e alguns
espaços para prática de esportes. Há reclamações, no entanto, sobre o Clube
Ouvídio Bello, que fica distante dos pontos de ônibus e, por isso, é pouco
aproveitado.
ANHANGUERA
Há bairros isolados em que o transporte público chega com muitas restrições,
como o Jardim Jaraguá. Na Vila Sulina, os ônibus só passam entre quatro e oito
da manhã, de uma em uma hora. No começo da noite, as linhas voltam a
funcionar por algumas horas. O único terminal do distrito, no Jardim Britânia,
tem infraestrutura precária.
O difícil acesso prejudica o desenvolvimento do comércio de Anhanguera e até
a chegada dos médicos às três unidades básicas de saúde. Faltam
especialistas em todo o distrito. Na UBS Jardim Rosinha, há apenas um clínico
para atender a população do bairro. A espera, muitas vezes, ultrapassa seis
meses.
Lixo: o material se acumula em caçambas, se espalha por córregos e deixa um
cheiro forte em locais como pontos de ônibus. No Morro Doce, uma escadaria
que liga duas ladeiras vira passagem para o esgoto nos dias de chuva. Não há
coleta de lixo em ruas pavimentadas, onde o caminhão poderia fazer a coleta
porta a porta.
Faltam vagas em creches e projetos de lazer para os jovens.
PERUS
Aparecida Machado mora há 20 anos no Recanto dos Humildes e, desde 2006,
espera para operar a vesícula. Moradores relatam que são atendidos apenas
por enfermeiros. Marta do Nascimento, moradora do Jardim Adelfiori, tem de
deixar o bairro para ir até a UBS Perus. Ela tenta há meses uma consulta com
um clínico.
Superlotação: moradores que trabalham na região central da capital paulista
sofrem em horários de pico e durante a noite, para chegar ou sair do bairro, nos
ônibus e nos trens da CPTM.
Nas creches, apenas 40% das demandas são atendidas de acordo com a Rede
Nossa São Paulo.
Enchentes: o transbordamento do Ribeirão Perus atinge grande número de
casas quando chove mais forte.
Violência: moradores relatam que os caminhões de entrega entram em muitos
bairros apenas com escolta.
O Parque Linear, prometido há tempos, ainda não saiu do papel. A realização
do projeto depende da verba de crédito de carbono do Aterro Bandeirantes. Os
moradores sugerem que também sejam financiadas a construção de um centro
cultural na antiga fábrica de cimento e a reativação da linha de trem PerusPirapora, para fazer integração com o Parque Anhanguera.
Um fórum de desenvolvimento local discute meios para que Perus deixe de ser
um distrito-dormitório.
JARAGUÁ
Jaraguá abriga a região de Taipas, a mais pobre do distrito. No Jardim Rincão,
barracos são construídos em áreas de risco que beiram o rio do Fogo. O esgoto
a céu aberto atrai ratos. Falta iluminação nas ruas e o mato invade os terrenos.
No Jardim das Flores, falta abastecimento de água e coleta de esgoto. A
pavimentação na rua e a distribuição de água são improvisadas. Não há
calçadas em muitas vias de movimento intenso. A região não suporta o trânsito
pesado que segue para o Rodoanel.
Moradores reclamam do atendimento no Hospital de Taipas, onde, segundo
eles, faltam médicos. As Unidades Básicas de Saúde estão superlotadas. O
prazo mínimo para agendamento de consultas é de três meses.
Em City Jaraguá, a iluminação pública em torno de uma ETEC preocupa os
alunos que estudam até o começo da noite.
PIRITUBA
As mansões de City América contrastam com a comunidade do Spama onde
faltam água, esgoto e luz. Os barracos são construídos de forma irregular há
cerca de 20 anos. Não há coleta de lixo. A comunidade se organizou para fazer
a separação de materiais recicláveis e conseguir uma fonte de renda. O lixo
orgânico se acumula, no entanto, na entrada da favela, que fica na Avenida
Raimundo Pereira de Magalhães.
Na Vila Saloá, a prefeitura desapropriou casas e deixou o entulho à beira do
córrego Ribeirão Vermelho. Quando chove, o nível da água chega a dois metros
de altura, invadindo as casas da região.
Cultura e lazer: na Avenida Mutinga, uma grande casa da Prefeitura abriga uma
biblioteca, mas o espaço poderia ser melhor aproveitado. Grandes salas e
pequenas oficinas estão fechadas. Moradores também sugerem que em um
terreno de 68 mil metros quadrados, que já foi local de descarte de entulho, seja
construído um parque.
Faltam pelo menos 1.300 vagas em creches, segundo a Secretaria Municipal de
Educação. Há reclamações também sobre a falta de médicos nas sete unidades
básicas de saúde do distrito e demora no atendimento dos prontos-socorros.
A estação da CPTM poderia melhorar, segundo os usuários, as condições de
acesso para quem tem mobilidade reduzida.
SÃO DOMINGOS
Contrastes: o distrito tem avenidas arborizadas e vias largas que parecem não
terem sido concluídas. Uma Rua da Vila Mangalot termina em uma escadaria e
em uma ponte pequena que passa sobre um córrego com muito esgoto. Os
carros não passam no local que poderia ser um acesso para o bairro vizinho, o
Parque Maria Domitila. Neste bairro, há um ponto viciado de lixo em frente ao
muro de uma creche e ao lado de um ponto de ônibus. Moradores relatam que,
quando chove, o esgoto sobe pelo ralo das casas vizinhas ao córrego.
Na entrada da comunidade do Jardim Santo Elias, há um ponto de descarte de
lixo e entulho. Como o caminhão não sobe a favela, todos os moradores fazem
o descarte num mesmo local, mesmo nos dias em que não há coleta.
Violência: o Parque São Domingos é região predominantemente de classe
média. Os vários acessos ao local preocupam os moradores já que as vias
contribuíram para o aumento de furtos em casas.
A chegada de empreendimentos imobiliários é motivo de queixa, porque a
infraestrutura do distrito não acompanha o crescimento. A rede de
abastecimento de água, por exemplo, é a mesma há 40 anos. O asfalto
danificado é cheio de remendos. A favela Cruzeirinho foi classificada como área
de risco por causa de uma galeria que passa sob as casas.
Educação: faltam 645 vagas em creches, segundo a Secretaria Municipal de
Educação.
Não há um número suficiente de médicos nas duas Unidades Básicas de Saúde
disponíveis. Quem precisa de pronto atendimento público tem de ir até o distrito
vizinho de Pirituba.
MANDAQUI
O Hospital do Mandaqui está instalado no distrito vizinho de Santana. No
Mandaqui, há duas Unidades Básicas de Saúde que não dão conta do
atendimento à população.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, faltam 941 vagas em creches.
Algumas mães que conseguiram um lugar para os filhos reclamam da distância
e dificuldade em levá-los até a CEI diariamente de ônibus. Também faltam
creches com berçários.
A chegada de um shopping atraiu empreendimentos imobiliários. Segundo
moradores, houve um aumento no índice de assaltos a casas e carros por
causa disso.
Na Avenida Santa Inês, importante via do distrito, há um cruzamento confuso.
São quatro vias diferentes que se encontram na região do Horto Florestal. Além
da Santa Inês, há carros vindos da Avenida Capitão José Parada Gonçalves,
Rua Mario Elloy e da Rua Luis Carlos Gentile de Laet. Quando o farol abre e
fecha, quem não está acostumado não entende para onde os carros vão.
Moradores do Mandaqui reclamam de insegurança e da iluminação ruim nas
ruas da região. O Clube da Comunidade de Basileia precisa de mais cuidados,
faltam podas e segurança no espaço que, apesar disso, funciona bem.
Algumas linhas de ônibus estão sobrecarregadas, há poucos veículos para
muita demanda.
VILA GUILHERME
No distrito, há duas favelas. Uma delas é a do Jardim Coruja onde um incêndio
destruiu 63 barracos e matou duas pessoas em fevereiro de 2012. As famílias
foram alojadas em igrejas, empresas ou na casa de amigos. Moradores não
estão recebendo o auxílio aluguel. A Vila Guilherme já foi muito prejudicada por
enchentes, mas as obras no Rio Tietê amenizaram o problema.
Saúde: há quatro unidades de saúde na região. As reclamações se concentram
na espera por consultas com especialistas.
Trânsito: o tráfego intenso de caminhões, por causa da proximidade com a
Marginal do Tietê e da presença de muitas transportadoras na região, prejudica
o trânsito no distrito.
Lazer: a Vila Guilherme não tem centros culturais, apesar de ter um bom
espaço: um casarão tombado na Praça Oscar da Silva onde funcionou a
primeira escola do bairro. O imóvel está abandonado desde 2005. O Parque do
Trote, um dos mais antigos da cidade de São Paulo e o primeiro da capital a ser
adaptado aos portadores de necessidades especiais, precisa de manutenção.
As quadras parecem abandonadas, falta iluminação e segurança.
VILA MARIA
Motoristas de cidades vizinhas como Guarulhos circulam pela Vila Maria para
fugir do rodízio, o que contribui para o congestionamento do distrito, assim
como os caminhões que passam pela região da Via Dutra e pelas pontes da
Marginal do Tietê.
Educação: faltam 1.300 vagas em creches, segundo a Secretaria Municipal de
Educação. Nas cinco unidades de saúde e no único pronto-socorro, a espera
por consultas com especialistas pode chegar a um ano.
O Parque Novo Mundo é a região mais carente de Vila Maria. Na Favela da
Armação, uma rua asfaltada há apenas cinco meses já apresenta problemas. A
via também não tem bocas de lobo. Na Favela da Funerária, há trechos com
apenas uma boca de lobo. O esgoto se acumula na porta das casas..
No Parque Oyeno que fica no Jardim Japão, falta iluminação. O Banco de
Alimentos da Prefeitura, que fica em Vila Maria Alta num grande galpão
abandonado, poderia se tornar, na opinião dos moradores, um Centro de
Referência do Idoso, já que a população com mais de 60 anos é grande no
distrito. A área verde é extensa no distrito, mas não há qualquer tipo de
estrutura de lazer. Dois postes de iluminação que estavam no centro de uma
praça caíram e nunca foram substituídos. No parque, há trechos de calçada
quebrada esperando conserto desde 2011.
VILA MEDEIROS
Há no distrito quatro Unidades Básicas de Saúde. A espera por consulta com
clínicos na Vila Sabrina é de três meses e, com especialistas, varia entre seis
meses e um ano.
A Vila Medeiros tem a maior creche da cidade. Mesmo assim, muitas mães
reclamam da dificuldade em conseguir lugar para os filhos. Faltam 1.020 vagas.
O Terminal de Cargas da Fernão Dias, próximo ao Jardim Julieta, precisa de
manutenção. A falta de fiscalização faz com que caminhões se espalhem pelas
ruas atrapalhando o trânsito em vias que não estão preparadas para receber
veículos pesados. O problema tem afetado até as estruturas das casas.
A falta de iluminação se tornou questão de segurança pública. Os próprios
moradores acabaram instalando lâmpadas do lado de fora das casas.
Na Vila Ede, o problema maior é o córrego Maria Paula que está assoreado e
cheio de lixo.
RIO PEQUENO
Contrastes: um empreendimento imobiliário de 23 andares é construído ao lado
de uma comunidade em que o córrego passa por baixo de barracos de madeira.
Cerca de 20% das moradias ficam em favelas.
Na comunidade do 1.010, as vielas se sobrepõem ao córrego com tábuas de
madeira. As obras de canalização se concentraram na área mais rica da região.
Na comunidade do Sapé, parte dos moradores deixaram suas casas para que a
Prefeitura desse início às obras de um projeto de habitação que deve ficar
pronto em 2013.
Há no distrito, quatro Unidades Básicas de Saúde e um hospital municipal.
Faltam especialistas e a espera para ser atendido por um clínico chega a quatro
meses. Moradores sentem falta de uma unidade de AMA.
VILA ANDRADE
Os prédios luxuosos do Panamby têm como cenário de fundo ruas de terra e as
casas de Paraisópolis. O maior índice de moradias em favelas da cidade está
neste distrito: 49,4%. Paraisópolis é a segunda maior comunidade de São Paul
e está passando por um programa de urbanização. Famílias estão sendo
removidas das áreas de risco, a água e o gás encanados estão sendo
regularizados, os córregos serão canalizados e as ruas pavimentadas até 2014.
Falta, no entanto, um hospital neste projeto já que Paraisópolis não tem leitos
hospitalares.
Segundo moradores, as recentes ações da polícia fez com que a criminalidade
fosse para outros bairros, mas não diminuísse.
Educação: 68% da demanda por vagas em creches não é atendida.
O trânsito é prejudicado pelo crescimento acelerado. São poucas vias que dão
acesso à Vila Andrade. As avenidas Giovanni Gronchi e João Dias têm tráfego
carregado. Na Giovanni Gronchi não há alternativas. Por isso, houve a
desapropriação de imóveis dentro de Paraisópolis e está sendo construída uma
avenida perimetral que deve desafogar o trânsito em 40%.
TUCURUVI
Na comunidade de Padre Leão Peruche, cerca de 200 moradias não têm
saneamento básico, luz, coleta de lixo e números de indicação. O córrego
Cabuçu passa por ali a céu aberto. Para atravessar o córrego e ter acesso à
Avenida Tucuruvi, os próprios moradores construíram pequenas pontes.
As pequenas ruas do distrito ficam cheias de carros e ônibus nos horários de
pico. Falta fiscalização e sinalização. Nas calçadas, pedestres se apertam e
acabam usando o asfalto para caminhar. Quem tem mobilidade reduzida sofre
para chegar ao seu destino. As linhas de ônibus levam principalmente para a
estação Tucuruvi e moradores sentem falta de mais opções.
Há três Unidades Básicas de Saúde. A espera por consultas com especialistas
chega a um ano. No Tucuruvi, faltam 320 vagas em creches.
SANTANA
Moradores e comerciantes da chamada "Santana de baixo" reclamam da falta
de policiamento, dos pontos de prostituição e da presença de usuários de
drogas próximo à Marginal do Tietê.
Enchentes: as casas são invadidas pela água em dias de chuva forte na região
do Carandiru.
Educação: segundo a Secretaria Municipal de Educação, faltam 540 vagas no
distrito.
Novos empreendimentos imobiliários estão sobrecarregando vias pequenas e
mal planejadas. Há três avenidas que terminam de forma inadequada em
pequenas ruas: a Braz Leme, a Engenheiro Caetano Alvares e a Cruzeiro do
Sul. Os túneis que ligariam a Avenida Cruzeiro do Sul à Engenheiro Caetano
Alvares fazem parte de um projeto que ainda não saiu do papel.
REGIÃO CENTRAL
LIBERDADE
No Glicério, moradores reclamam da falta de cuidado com o bairro que tem
problemas com imóveis invadidos, usuários de drogas e falta de equipamentos
públicos. A população defende que o terreno do antigo batalhão da polícia, hoje
abandonado, se torne um centro cultural. A proposta atual, no entanto, é de que
ele se torne um museu da Polícia Militar. Faltam 239 vagas nas creches.
O bairro da Liberdade, que atrai turistas e paulistanos de todos os lugares para
seus restaurantes e comércio relacionados à cultura oriental, tem problemas
graves com a coleta de lixo. São cerca de 100 restaurantes em apenas quatro
quarteirões e que produzem grande quantidade de lixo orgânico. A coleta se
concentra no período noturno e não é suficiente. Os próprios comerciantes
acabam contratando serviços privados. Durante a noite, com a retirada da base
da GCM que estava na praça, moradores e trabalhadores ficaram mais
inseguros.
Na Aclimação, a insegurança é provocada pela falta de iluminação. Também
preocupam o crescimento do bairro e a chegada de novos prédios e
condomínios. O Parque da Aclimação, muito usado pela população local,
intercala períodos de abandono e maior cuidado.
SANTA CECÍLIA
Passados seis meses da operação realizada pela Prefeitura na Cracolândia,
moradores de Santa Cecília asseguram que os usuários de drogas apenas se
espalharam. Surgiram novas cracolândias como na Rua Apa, na General
Marcondes Salgado, na Rua dos Gusmões e na Marechal Deodoro. Muitos
moradores de rua se abrigam sob o Elevado Costa e Silva, popularmente
conhecido como Minhocão.
A favela do Moinho foi parcialmente destruída em um incêndio de grandes
proporções em dezembro de 2011. A Prefeitura prometeu apartamentos em um
projeto habitacional próximo à Ponte dos Remédios. Isso aconteceria depois de
10 meses de recebimento do bolsa-aluguel, que é de 450 reais por mês, mas o
pagamento do benefício está atrasado.
Há reclamações em relação à poluição sonora causada por bares, à coleta de
lixo ineficiente, à iluminação precária e à falta de espaços públicos e de lazer.
Na Avenida São João, a água chega a um metro quando chove forte. Faltam
420 vagas em creches.
CAMBUCI
O distrito residencial foi o maior parque gráfico do país, mas a maioria das
gráficas deixou o local. Com isso, chegaram os primeiros problemas. Os
terrenos deram lugar a condomínios verticais que trouxeram o
congestionamento para as ruas e avenidas. As gráficas que não foram vendidas
e ficaram abandonadas acabaram sendo invadidas, dando lugar a pequenas
favelas. Moradores acreditam que essas ocupações levaram o tráfico de drogas
e a violência ao Cambuci.
Não há nenhuma AMA na região. O distrito tem apenas uma Unidade Básica de
Saúde. O local é pequeno e não dá conta da demanda. A UBS, inclusive, não
tem banheiro para deficientes físicos.
No distrito do Cambuci uma rua chama atenção. Por ela passam carros, há
residências e até uma empresa, mas, para a prefeitura, ela simplesmente não
existe. Não tem calçada, não tem placa, não tem nome e as casas não tem
número. A via é paralela à Rua Miguel Teles Junior e está abandonada.
Carteiros não passam por lá. Sem postes de luz, ela é ponto frequente de
furtos. Não há bueiros e quando chove a água invade as casas.
No Cambuci não há muitas opções de lazer e cultura. As alternativas mais
próximas são o Museu do Ipiranga e o Parque da Aclimação.
BOM RETIRO
A sujeira nas ruas e calçadas é uma das principais reclamações. Sacos de lixo
ficam acumulados nas ruas e as calçadas ficam obstruídas. Além do lixo, há
diversos buracos que dificultam a passagem, principalmente na Rua José
Paulino. Cadeirantes evitam passar por essa via.
A Cracolândia está no distrito no entorno da Praça Julio Prestes, no bairro da
Luz, onde usuários e traficantes de droga se reúnem diariamente apesar das
recentes ações da polícia e dos governos municipal e estadual.
O distrito não possuiu nenhuma AMA, nem hospital público. Apenas uma UBS
que não dá conta do atendimento.
BELA VISTA
O charme das cantinas italianas do Bixiga se mistura ao medo. Assaltos e furtos
frequentes trouxeram a insegurança para o distrito da Bela Vista. Na Rua 13 de
Maio, a escadaria que dá acesso à Rua dos Ingleses, um importante atalho
para quem quer seguir para a Avenida Paulista e não quer enfrentar a subida da
Brigadeiro, está totalmente degradada. É também por ela que se chega ao
Teatro Ruth Escobar e ao Hospital Municipal Infantil Menino Jesus. O local está
sujo e com o mato alto, que chega a ultrapassar o corrimão. Os moradores
preferem não usar o acesso.
A Bela Vista não possui favelas, mas tem muitos cortiços instalados em antigos
casarões. Os moradores acreditam que a violência e o trafico de drogas na
região estão ligados a essas moradias. A população também se queixa da
quantidade de moradores de rua espalhados principalmente sob os viadutos.
CONSOLAÇÃO
O distrito possui apenas 0,5 m² de área verde por habitante, quando o ideal é
ter ao menos 15 m² para cada pessoa, segundo a Organização Mundial da
Saúde. A população luta há 10 anos para conseguir tornar pública uma área de
24 mil m² que fica na Marquês de Paranaguá com a Rua Augusta.
Quando chove, frequentemente ocorrem quedas de árvores na região de
Higienópolis e Consolação. Não há manutenção. Um casarão, antiga sede da
Polícia Federal, na esquina das ruas Piauí e Itacolomi, está abandonado. A
população espera que o local abrigue um museu.
Transporte: estações de metrô serão construídas nesta região, entre elas, a
Angélica/Pacaembu e Higienópolis, da Linha 6-Laranja e ainda dividem a
opinião dos moradores quanto aos seus impactos. Em Higienópolis, uma linha
de trólebus que vem da Rua Cardoso de Almeida apresenta constantes
problemas.
Violência: arrastões em bares, restaurantes e prédios residenciais. A Rua Paim
é classificada pelos moradores do distrito como um ponto de tráfico de drogas.
Algumas pessoas reclamam da sujeira na rua depois das festas do fim de
semana em parte da Rua Augusta e dos pontos de prostituição. O PSIU
(Programa de Silêncio Urbano da Prefeitura), que fiscaliza o nível de ruído dos
estabelecimentos comerciais, multou e lacrou 530 bares que funcionavam além
da uma da manhã nos dez primeiros meses de 2011. Os moradores reclamam
dos bares que funcionam na Rua Peixoto Gomide, entre a Rua Augusta e Barão
de Itararé, que produzem muito ruído durante as madrugadas nos finais de
semana.
A Rede Nossa São Paulo registrou 2.600 leitos em hospitais na Consolação, o
melhor índice entre os distritos de São Paulo. Apesar disso, esse é um dos
quatro distritos de São Paulo que não possui nem UBS ou AMA.
SÉ
Uma base da Polícia Militar está permanentemente na Praça da Sé, mas,
mesmo assim, a população reclama da ação dos assaltantes. Segundo a Rede
Nossa São Paulo, em 2009, 1.195 pessoas estavam em situação de rua no
distrito, uma das maiores concentrações da cidade. Eles ocupam locais como a
Praça da Sé e o Largo São Francisco.
A Associação Viva o Centro registra 10 mil problemas por mês na região do
centro velho, por meio de um trabalho que é feito com zeladores urbanos. Na
Rua 3 de dezembro, muitos ladrilhos foram danificados. Alguns afundaram por
causa dos remendos e dos caminhões que passam pelo local. Há conflitos na
convivência entre artistas, moradores e funcionários que trabalham em
escritórios na região da Praça da Sé. Por causa disso, a atividade dos artistas
de rua foi regulamentada. Nas ruas General Carneiro e 25 de março ainda há o
comércio de produtos ilegais. Na área do antigo edifício São Vito, prédio que foi
demolido, as obras de revitalização ainda não começaram.
Transporte: são quatro estações do metrô e um terminal de ônibus, o Parque
Dom Pedro II. Tantas opções, no entanto, não fazem com que o serviço seja
elogiado. Os usuários reclamam da lotação e dos constantes problemas
técnicos tanto nos trens do metrô quanto na rede de trólebus.
REPÚBLICA
Um dos cartões postais da cidade de São Paulo, a Praça da República está
deteriorada. Na opinião dos moradores, a praça está suja e virou banheiro
público. O Largo do Arouche, que abriga importantes esculturas, está
abandonado. A população teme as desapropriações na região da Santa
Ifigênia decorrentes do Projeto Nova Luz e reclamam que não estão sendo
ouvidos pela Prefeitura nas audiências. Usuários de drogas ainda ocupam ruas
como Timbiras, General Osório, Aurora, Guainases e Barão de Limeira,
próximos a patrulhamentos da Polícia Militar.
Os bares da região também são motivo de insatisfação por conta do barulho.
Na Avenida Ipiranga, famílias da Frente de Luta por Moradias ocupam prédios
que estão abandonados.
Não há leitos hospitalares na República, apenas uma UBS na Praça da
Bandeira. O distrito não tem creches.
REGIÃO OESTE
LAPA
A linha do trem separa a Lapa em duas. As Lapas de baixo e do alto são
diferentes e há moradores que percebem isso até no tratamento dado pela
subprefeitura. Um exemplo é a passagem sob o trilho do trem que faz a ligação
entre as duas regiões. Para uma Lapa, há rampa de acesso e escadarias. Para
a outra, é preciso se virar para subir os degraus. Moradores da Lapa de baixo
reclamam dos bares e do som alto até altas horas. A fiscalização do Psiu e a
atuação da polícia militar são falhas.
Na Vila Romana, que fica na parte alta, uma adutora da Sabesp foi instalada de
forma inadequada. As rachaduras atravessam as calçadas de fora a fora. A rua
é oca e é possível ver as raízes das árvores sob o solo. Há partes da via que
estão afundadas e o asfalto, todo remendado. Os moradores fizeram um
requerimento com um abaixo-assinado reivindicando reparos, mas ainda não
tiveram resposta. Problemas relativos à zeladoria estão presentes em todo o
distrito: asfaltos remendados, iluminação insuficiente e problemas com o serviço
de poda e tratamento de árvores.
Nas duas unidades básicas de saúde, a espera por atendimento com
especialistas pode levar dois anos. O Hospital Sorocabana está desativado,
mas deve vai voltar a funcionar de acordo com a secretaria.
A presença de moradores de rua é grande. Há locais em que eles montam
barracos e a população sente falta de serviços sociais. A iluminação ineficiente
deixa algumas regiões inseguras. Uma das ocorrências mais comuns é o roubo
de veículos: em 2011, foram 550 boletins registrados na delegacia da Lapa.
RAPOSO TAVARES
São 23 favelas sendo que a maior parte delas não está urbanizada, em meio a
condomínios de alto padrão. O esgoto de 80% das casas não passa por
tratamento e os detritos são despejados em córregos afluentes do Rio Jaguaré
que tem como destino final o Rio Pinheiros.
Na Rua General Asdrúbal da Cunha, o lixo se acumula nas margens do córrego
e o mato avança na calçada esburacada.
Na Vila Nova Esperança, favela que fica entre Raposo Tavares e Taboão da
Serra, 600 famílias não têm luz, asfalto e saneamento básico. Há um processo
na Justiça para desapropriar esta comunidade que fica ao lado de uma área de
conservação ambiental, a Fazenda Parque Tizo. Os moradores alegam que a
região está fora da área ambiental e luta há mais de 50 anos para tentar
regularizar o espaço.
Não há centros culturais públicos e existem poucas áreas de lazer. Os bailes
funk são frequentes na Cohab Raposo Tavares e há áreas da comunidade que
são fechadas por grupos organizados. As lideranças do bairro conseguiram
fazer com que o poder público transformasse uma área verde em uma praça de
lazer para a comunidade, mas os moradores relatam que, à noite, as luzes do
local acendem somente uma vez por semana. A pista de skate fica alagada
depois das chuvas e a única quadra disponível para a prática de esporte está
abandonada.
O congestionamento na Rodovia Raposo Tavares é agravado pelo aumento de
condomínios residências e pela quantidade de motoristas que saem de Taboão
da Serra, Rodoanel e Cotia e usam essa via como alternativa. Existem ônibus
para o Terminal Bandeira, Praça Ramos de Azevedo, Largo da Pólvora,
Hospital das Clínicas, Pinheiros e Metrô Butantã, mas os passageiros reclamam
que os ônibus demoram mais de 30 minutos para passar.
Faltam vagas em creches e escolas. Há relatos de muitos pais que deixam de
trabalhar porque não têm onde deixar seus filhos. Não há hospital público na
região. Os pacientes são direcionados para o Hospital Universitário da USP, no
Rio Pequeno, ou para o Hospital das Clínicas.
No distrito, existe apenas um Ecoponto, perto da Cohab Raposo Tavares, mas
que está sem funcionários. Em algumas comunidades, como em Vila Nova
Esperança, não existe coleta seletiva. No caminho pela avenida principal do
distrito, a Engenheiro Heitor Eiras Garcia, é preciso desviar das raízes das
árvores e dos buracos.
ITAIM BIBI
Violência: a ação dos criminosos ocorre sempre da mesma forma, no
cruzamento da Rua São Gabriel com a Avenida Nove de Julho. São assaltos
rápidos no semáforo para roubar eletroeletrônicos, principalmente. O Parque do
Povo, na Avenida Henrique Chamma, tem iluminação fraca o que inibe a
entrada de mais frequentadores.
No bairro de Vila Olímpia, os moradores reclamam do barulho constante nas
madrugadas por causa dos bares e restaurantes na região. A subprefeitura de
Pinheiros está em segundo no ranking de reclamações do Programa de Silêncio
Urbano. Foram mais de três mil reclamações desde 2010.
Trânsito: há muitos valets na região, o que causa congestionamentos em vias
como Joaquim Floriano, Tabapuã e João Cachoeira. Quem trabalha no distrito
tem dificuldade de conseguir vagas em estacionamentos e acaba recorrendo ao
guardadores de carros nas ruas.
A Prefeitura engavetou o projeto de construir quatro torres de 25 andares no
terreno de 20 mil m² no Itaim Bibi onde hoje funciona uma biblioteca, um teatro,
uma creche e uma Apae. A ideia era trocar o terreno por creches. A população,
no entanto, pediu que a área compreendida entre as Ruas Cojuba, Celso
Cardoso, Lopes Neto e a Avenida Horácio Lafer fosse preservada para impedir
a construção de empreendimentos na região.
Saúde: são 510 leitos hospitalares. Não há hospital público no distrito.
Educação: em 2011, foram registradas 339 matrículas na única creche pública
do Itaim Bibi; 72% da demanda foi atendida.
PINHEIROS E ALTO DE PINHEIROS
Moradores convivem com as calçadas em obras, acúmulo de entulho, tapumes
e desníveis que interferem na mobilidade. Para os motoristas, as obras de
revitalização do Largo da Batata causam muita confusão. Os bairros que ficam
no entorno das ruas Pedroso de Morais e Fonseca Rodrigues servem de rota
para muitos motoristas chegarem até a Ponte do Jaguaré, na Marginal do
Pinheiros. A população ainda reclama das enchentes constantes nas ruas
Arthur de Azevedo, Joaquim Antunes e Matheus Grow, onde os comerciantes
instalaram até comportas. Na Rua Abegoaria, no bairro Jardim das Bandeiras,
há um reservatório que não consegue reter toda a água nos dias de chuva
forte. No local, o asfalto está cedendo e as calçadas estão danificadas por
causa das enchentes.
Existem bairros no distrito de Pinheiros, com em Vila Madalena, que recebem
um grande volume de frequentadores por causa dos bares e restaurantes. A
reclamação sobre barulho é constante e os assaltos recorrentes. Os bairros de
Alto de Pinheiros têm residências de alto padrão, protegidas quase sempre por
empresas particulares de segurança.
As calçadas da Rua dos Pinheiros estão sendo revitalizadas e os fios estão
sendo aterrados, entre a Avenida Faria Lima e a Rua Pedroso de Moraes. Os
moradores querem transformar a Rua dos Pinheiros em um boulevard com um
espaço de convivência, já que não há área verde nessa região.
Os usuários reclamam que a ciclovia da Avenida Sumaré está danificada, o que
faz com que os ciclistas utilizem as faixas da própria avenida e da Rua dos
Pinheiros para pedalar.
JAGUARA
Parte do córrego Cintra que não foi canalizada na Vila Jaguara acumula lixo e
mato.
Saúde: o distrito é o segundo melhor colocado em quantidade de Unidades
Básicas de Saúde para atender a demanda da população. A população
reclama, no entanto, da burocracia para distribuição gratuita dos remédios.
Transporte: os usuários de ônibus reivindicam a construção de um terminal,
assim como o retorno das linhas para a Avenida Cândido Portinari.
O distrito não tem nenhum equipamento cultural. Lazer é um problema sério em
Jaguara. O único parque, o Vila dos Remédios, tem área muito arborizada e
bem cuidada, mas é pouco frequentado por causa da falta de segurança. Muitas
crianças passam o tempo ocioso na rua. Apenas 62% da demanda por vagas
em creches foi atendida.
VILA LEOPOLDINA
Os moradores reclamam do tráfego no céu e na terra. O congestionamento
invadiu as ruas do distrito e o barulho provocado pelo excesso de helicópteros
incomoda bastante. Os acidentes com carros são comuns, pois os motoristas
circulam em alta velocidade. Falta fiscalização.
O número de moradores de rua vem aumentando, principalmente no entorno da
Ceagesp.
Enchentes: na Ceagesp, as frutas e verduras ficam acima do nível do chão para
evitar que a água estrague a mercadoria nos dias de chuva forte. O Jardim
Anchieta também sofre com alagamentos. Os moradores chegaram a
suspender as casas em palafitas, aumentando o risco de desabamentos.
PERDIZES
A população reclama da má conservação das calçadas, que têm desníveis
acentuados, impossibilitando a passagem de deficientes físicos, idosos e de
pedestres com carrinhos de bebê. Além dos degraus entre uma casa e outra, há
também muitos buracos. Os moradores estão insatisfeitos com uma escadaria
que une a Rua Rifaina e a Heitor Penteado. O local está sujo, mal cuidado e
com o corrimão quebrado.
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Violência: a comunidade pede uma atuação mais efetiva da polícia. Muitos não
saem de casa a noite por causa da falta de segurança. Os assaltos são
constantes nos cruzamentos e ruas do distrito.
As enchentes são graves quando chove forte no entorno da Praça Rio dos
Campos.
JAGUARÉ
Um dos principais problemas do distrito do Jaguaré é a sujeira. A Praça General
Porto Carreiro se tornou ponto de consumo de drogas e, durante o dia, a área
que serve de lazer para a população, é pouco usada porque está cheia de lixo.
Na Praça General Porto Carreiro, também há lixo por toda parte. Algumas
lixeiras foram destruídas e ainda não foram trocadas.
A canalização do córrego Alexandre Mackenzie está parada. Os materiais que
seriam usados na obra estão espalhados pela Avenida Alexandre Mackenzie e
areia invadiu o asfalto.
Na Avenida Presidente Altino, um barranco corre o risco de desmoronar. Uma
parte da calçada foi interditada e os pedestres são obrigados a andar pela
avenida no meio dos carros. Cerca de 60 carretas estacionadas ocupam todas
as vagas em um trecho da via. Os moradores reclamam que as carretas ficam
ali permanentemente. A CET já foi avisada, mas o problema continua.
A favela Vila Nova Jaguaré, a maior entre as dez comunidades existentes no
distrito, passa por um processo de urbanização. As ruas foram asfaltadas,
houve regularização da rede elétrica, saneamento, mas a favela ainda não
conta com opções de lazer. Os moradores reclamam que o local mais perto
para um passeio gratuito, por exemplo, é o parque Vila Lobos. Não há
associação de moradores o que deixa a população da favela enfraquecida
diante do poder público.
O distrito tem uma AMA e uma UBS. A população reclama da dificuldade em
agendar consultas, principalmente com médicos pediatras.
BARRA FUNDA
Em época de chuva, diversos pontos do Distrito ficam alagados. Barra Funda
tem vias movimentadas, mas à noite a região fica vazia, o que favorece a ação
dos criminosos.
Faltam ônibus que deem acesso às estações da CPTM e do Metrô. Moradores
reclamam que a inauguração do Albergue Boraceia atraiu a população de rua
para os semáforos da Avenida Marquês de São Vicente.
BUTANTÃ
Existem áreas verdes ameaçadas no Butantã, como é o caso da Chácara da
Fonte, que abriga inclusive uma nascente de água potável. O local está
abandonado.
A população carente das sete favelas localizadas na região sofre com a falta de
vagas em creches. Muitas mães deixam de trabalhar para cuidar dos bebês.
O distrito tem uma AMA e duas Unidades Básicas de Saúde. O atendimento
médico nas unidades é concorrido e os usuários reclamam da falta de
profissionais.
A população pede melhorias para a circulação dos pedestres e ciclistas,
especialmente na Avenida Eliseu de Almeida onde foi prometida uma ciclovia
que nunca foi construída. Os moradores também reclamam do
congestionamento na Avenida Vital Brasil e na Rua Camargo por causa da
abertura da estação Butantã do Metrô.
JARDIM PAULISTA
Violência: os condomínios de alto padrão e os sofisticados restaurantes são a
principal marca do distrito. Ambos estão sendo alvo de arrastões e os
moradores cobram uma atuação mais presente da polícia.
A manutenção das áreas verdes é deficiente na opinião dos moradores. As
árvores demoram para serem podadas e muitas acabam atrapalhando a
circulação pelas calçadas. O problema também acaba prejudicando a
iluminação das ruas durante a noite.
Apesar de existirem vários estacionamentos na região, os moradores
argumentam que a quantidade de pessoas que frequentam as lojas e
restaurantes dos Jardins é ainda maior e que não há vagas para todos.
Calçadas: os desníveis estão presentes em boa parte dos bairros e acabam
prejudicando o deslocamento de pessoas com dificuldade de locomoção.
Os moradores afirmam que tem aumentado o número de moradores de rua no
cruzamento da Avenida Rebouças com a Alameda Jaú, onde há um centro de
convivência.
VILA SÔNIA
No distrito de Vila Sônia, região sudoeste de São Paulo, a ciclovia prometida
pela prefeitura ainda não foi entregue. Depois da morte de um ciclista em abril
desse ano, os moradores entregaram um abaixo-assinado para a Prefeitura
com cinco mil nomes, pedindo a construção do espaço, mas ainda não tiveram
qualquer resposta.
O CDC Francisco Prestes Maia tem um espaço com um campo e uma quadra
de futebol com grama sintética, mas falta manutenção. Com obras inacabadas
e número insuficiente de funcionários para cuidar da área, o local virou ponto
de encontro de jovens que usam drogas e bebidas. O Clube Pequeninos do
Joquey é usado para treinamentos de quem mora em Paraisópolis. O terreno,
no entanto, será entregue à Prefeitura, por causa das dívidas acumuladas pelo
Joquey Clube de São Paulo. Não existem equipamentos culturais públicos,
apenas iniciativas da comunidade.
Não há leitos hospitalares. A população utiliza apenas as Unidades Básicas de
Saúde e AMAs que estão sobrecarregadas.
REGIÃO SUL
IPIRANGA
O histórico Ipiranga tem se transformado nos últimos anos. Os moradores do
antigo bairro pacato convivem com empreendimentos de alto padrão e trânsito
intenso em vários horários. A localização estratégica atrai muitos moradores e
também criminosos que têm o local como opção de rota de fuga.
A população reclama que o Museu do Ipiranga se restringe a um período
determinado da história e não dialoga com o momento vivido pelo bairro, que
passa por uma mudança importante. O parque é muito usado pela população,
mas não tem sido tão bem cuidado quanto poderia.
O transbordo de lixo Vergueiro incomoda pelo mau cheiro e pela movimentação
intensa de caminhões. Ao lado dele, está um incinerador de lixo abandonado.
Na Ricardo Jafet, as obras de canalização do córrego duram décadas. A via
continua com problemas de enchente.
Há quatro unidades básicas de saúde e uma AMA, mas faltam médicos e
equipamentos. A espera por consulta com especialista chega a um ano.
A região próxima aos acessos para a Anchieta e Imigrantes tem tráfego intenso
de caminhões. Muitas ruas pequenas são retorno para caminhoneiros que
utilizam a Anchieta. O resultado é muito trânsito, acidentes, trepidação,
rachaduras nas casas e barulho na madrugada. Durante o dia, mesmo com a
restrição a caminhões, muitos veículos circulam nessas vias por falhas na
fiscalização.
VILA MARIANA
O grande problema é o congestionamento. Na Vila Mariana está um dos piores
cruzamentos da cidade: o da Sena Madureira com a Domingos de Morais.
Quem abre mão do carro, lida com os problemas de zeladoria: calçadas mal
conservadas, buracos, falta de iluminação e possibilidade de queda de árvores
nos dias de chuva. Na região da Machado de Assis, os muitos degraus
impedem a passagem de quem tem mobilidade reduzida. Moradores contam
que é difícil chegar às estações do Metrô, porque falta transporte coletivo
circular pelo bairro que leve até a estação mais próxima.
Uma das propostas da Prefeitura para amenizar os problemas de trânsito é a
construção de um túnel ligando a Sena Madureira e a Vergueiro. Antes das
obras começarem, um grupo de moradores entrou com uma ação no Ministério
Público contra o traçado proposto para o túnel. Segundo eles, os mapas usados
não consideram a existência de um condomínio com 32 casas e um prédio de
alto padrão. Os moradores temem impactos como o aumento do trânsito, dos
ruídos e da poluição. Na Bernardino de Campos, um terreno particular foi
invadido e virou uma comunidade com 20 barracos. Sem saneamento básico, o
esgoto é despejado na rua.
Bares que não respeitam a lei do silêncio estão, principalmente, nas regiões das
universidades e na Joaquim Távora. Moradores não se sentem atendidos nem
pela Polícia Militar, nem pelo PSIU.
A frequência de crimes como furtos de carros na região do parque e do ginásio
do Ibirapuera preocupam moradores. Só nos cinco primeiros meses do ano
foram 207 furtos e 112 roubos de veículos. Dentro do parque, há problemas
durante a noite, quando frequentadores usam o espaço para o consumo de
drogas.
SACOMÃ
O distrito do Sacomã abriga a maior favela de São Paulo. Dos 247 mil
habitantes do distrito, 125 mil fazem parte da comunidade de Heliópolis. A
segunda maior favela da América Latina tem 95% das moradias com
fornecimento de água e coleta de esgoto. Cerca de 50% da população tem
entre 0 e 25 anos. Há preocupação com a formação desses jovens e com
oportunidades de trabalho. A própria comunidade recebe parte dessa mão de
obra - são cerca de 2 mil pontos comerciais dentro de Heliópolis -, mas muitos
têm de deixar a região para estudar e trabalhar.
No Sacomã, faltam 908 vagas em creches, segundo a Prefeitura. No distrito, há
o Hospital Estadual de Heliópolis e outras nove Unidades de Saúde. Moradores
reclamam da espera por consultas com especialistas. Na comunidade
Monsenhor Gerônimo Rodrigues, 69 famílias terão de deixar suas casas entre
2013 e 2016 por estarem em área de risco.
Em bairros de classe média, próximos ao trecho urbano da rodovia Anchieta, as
reclamações são relativas à falta de segurança. Na região do Parque Bristol, há
construção de prédios de moradia popular e de edifícios voltados à classe
média. A especulação imobiliária fez a Prefeitura determinar a retirada de duas
favelas.
O governo municipal prometeu, em 2008, fazer de uma casa abandonada que
já foi centro cultural no Parque Bristol, uma EMEI, mas nada foi feito. O imóvel
está com vidros e telhas quebrados e infiltração. Entulho está espalhado pelo
terreno.
JARDIM ÂNGELA
Em 1996, o Jardim Ângela era o bairro mais perigoso do mundo, segundo a
ONU. O rótulo fez Estado e população terem dimensão do problema e se
mobilizarem na tentativa de mudar essa realidade. Vários projetos sociais e
uma polícia mais próxima da população colaboraram para a pacificação da
área. O cenário da segurança pública melhorou, mas o distrito tem carência de
saneamento básico e fornecimento regular de energia. Os gatos dominam os
postes que, sobrecarregados, se incendeiam com regularidade.
O trânsito lento da M’Boi Mirim torna difícil morar no Jardim Ângela. Difícil para
quem está no trânsito, nos Lônibus lotados e para quem tem mobilidade
reduzida. As calçadas não são opção e cadeirantes acabam andando como
motociclistas: entre os carros.
O esgoto é despejado em fossas ou na rua. A linha 6048 Capão Redondo Santo Amaro tem problemas com a adaptação para quem tem necessidades
especiais. A rampa fica muito inclinada.
O Jardim Ângela tem 17 unidades básicas de saúde e o Hospital Municipal
M’Boi Mirim para atender a população de 295 mil habitantes. Faltam 6 mil vagas
em creches.
MARSILAC
O distrito de Marsilac não é compreendido pela Prefeitura de São Paulo. As leis
que protegem o meio ambiente em Marsilac limitam o desenvolvimento do
distrito e impedem a chegada de melhorias para a população. Por causa da
legislação ambiental, os postos de saúde e as bases de polícia não podem ser
construídos e ficam em imóveis alugados. A população de 8 mil pessoas
continua crescendo e as áreas são ocupadas irregularmente. Líderes
comunitários ressaltam a importância de a região ser reconhecida como zona
rural para a consolidação de políticas específicas.
A população vive isolada. O transporte público que vai até a Vila de Marsilac
não avança para a maior parte das casas. A maioria das ruas não é asfaltada.
Os moradores têm dificuldade para chegar às escolas e unidades de saúde. As
ruas não têm CEP e os Correios entregam as cartas em uma escola. Não há
sinal de celular e internet em banda larga. Faltam 941 vagas em creches.
Não há saneamento básico ou água tratada. Cerca de 70% da região é coberta
por remanescentes de Mata Atlântica. O esgoto é despejado em fossas. A
população usa poços domésticos de minas coletivas, muitas já contaminadas.
Parte do cinturão verde de São Paulo, Marsilac ajuda a regular o clima da
cidade. O ecoturismo, que poderia gerar empregos na região, não tem apoio da
Prefeitura. Os locais de passeio são mal sinalizados e as estradas, mal
conservadas. O distrito tem parques, trilhas, cachoeiras, uma cratera com
milhões de anos e roteiros históricos.
O principal meio de transporte são as pernas. Quando se pergunta o tempo
para ir de um lugar a outro a resposta é sempre: "tantas horas a pé. Os ônibus
só vão até metade do caminho”. É preciso contar com o carro do vizinho ou
com a viatura da Polícia Militar se alguém passa mal fora do horário comercial.
PEDREIRA
As margens da represa Billings são tomadas por mato e entulho por causa de
construções em áreas invadidas. Na Estrada do Alvarenga, uma área verde que
margeia a represa tem uma praça feita pela população. O morador Gilmar
Cândido Domingues colocou os bancos, escorregador e balanço para as
crianças e faz a manutenção da praça. No entanto, não há iluminação e,
mesmo com os pneus colocados para preservar a área da represa, a população
joga lixo e entulho na represa. A situação do Córrego de Olaria, na Vila Baby, é
uma das mais críticas. Na Favela do Abacateiro, a quantidade de lixo e entulho
impressiona. O córrego não é canalizado. A população relata que já fez uma
série de pedidos de melhorias para a subprefeitura, mas a situação continua
crítica. Na Rua dos Dourados, na entrada da favela do Jardim Pantanal, área
onde antes havia um aterro sanitário e hoje há quadras de futebol sendo
construídas, passa um córrego que deságua na Billings. Nesse trecho, casas
irregulares ocuparam o espaço da represa, mas estão sendo desapropriadas.
Segundo moradores, o dinheiro pago pela desapropriação não é suficiente para
comprar um novo imóvel na região.
Na Rua Delfim do Prata, perto da favela do Jardim Pantanal, as casas têm duas
numerações. A população não entende essa confusão que chega a atrapalhar a
entrega de correspondências. Na mesma região, na Rua Dourados, o morador
também reclama das enchentes provocadas pela sujeira que entope os bueiros.
Mais de 10 mil moradias estão em favelas. Na Comunidade da Fumaça, faltam
calçadas. Não há centros culturais, salas de cinema ou de espetáculos. A
população carece de espaços culturais públicos.
O Hospital Geral de Pedreira não fica no distrito, mas em Campo Grande, na
zona sul. Por isso, a população reivindica uma unidade hospitalar e uma UBS
para o Jardim Pantanal. A luta pela unidade de saúde já chega a dez anos.
Em Pedreira, desde 2010, os pancadões se tornaram frequentes durante os
finais de semana, em especial, na região do Bairro Santa Terezinha e da favela
do Jardim Pantanal. A Rua Delfim do Prata é um dos pontos de concentração
das festas. A população fez denúncias à Polícia Militar e protocolou ofícios na
Prefeitura. Durante os eventos, os moradores relatam que presenciam cenas de
sexo e uso de drogas por adolescentes. A presença de uma base da PM é uma
reivindicação de quem mora em Santa Terezinha e reclama de assaltos
constantes.
CURSINO
Comerciantes da Avenida Miguel Estéfano e redondezas reclamam dos
arrastões frequentes na área. Os assaltos ocorrem a qualquer hora do dia e em
estabelecimentos comerciais pequenos, como mercadinhos e bares. Os donos
das lojas passaram a fechar os pontos de venda mais cedo por causa da falta
de segurança. Na Vila Moraes, a população reclama também do baile funk que
é realizado aos finais de semana em via pública. O distrito concentra
empreendimentos imobiliários em construção e, ao menos, 11 favelas que
precisam ser urbanizadas. Segundo a Rede Nossa São Paulo, em 2011, havia
mais de 2.300 domicílios em comunidades carentes no distrito.
A Avenida Ricardo Jafet está em obras há mais de 15 anos para recuperação e
contenção do Córrego Ipiranga. Por causa dessas intervenções, há muito
trânsito na via que junto com a Professor Abraão de Morais forma um
importante corredor de acesso para a Rodovia dos Imigrantes. Os motoristas
também reclamam dos pontos de alagamento como na Ricardo Jafet com a
Rua Vergueiro. Na altura da Miguel Estéfano com a Avenida do Cursino, onde
está o Parque do Estado, na divisa de São Paulo com Diadema, os pedestres e
passageiros reclamam da dificuldade para conseguir atravessar o cruzamento
por causa da falta de sinalização para os pedestres. Nesse ponto, a população
também reclama dos pontos de ônibus que ficam na altura do Parque do
Estado. As instalações não têm cobertura e as calçadas são precárias. Na Rua
Evolução com a Coronel Fawcett, na Vila Brasilina, o ponto de ônibus está
localizado em uma calçada estreita e com muitos buracos. Os passageiros
usam a rua para esperar o ônibus no ponto e os cadeirantes também utilizam a
via dos carros para aguardar pelo coletivo.
Na Vila Brasilina, a população reivindica há anos a canalização do Córrego
Mirassol. A obra começou, mas não terminou. Os tubos que seriam utilizados
na canalização do córrego poluído estão expostos em uma das ruas da Vila
Moraes. Moradores reclamam que os tubos e o material da obra, esquecidos no
local, estão servindo de refúgio para usuários de droga.
A Rua Dona Amélia Rufina, na Vila Água Funda, virou depósito de lixo em 2005
e é conhecida como “rua do lixão”. A via bastante utilizada por carros e
caminhões fica entre as avenidas Miguel Estéfano e do Cursino.
O pronto socorro municipal Augusto Gomes de Matos não atende as demandas
da população. O atendimento de emergência mais utilizado é o do Hospital
Municipal Arthur Ribeiro de Saboya, no distrito vizinho de Jabaquara.
Segundo os dados do IBGE, do Censo de 2010, 16% dos habitantes do distrito
são idosos. Segundo a Rede Nossa São Paulo, não há equipamentos culturais
ou espaços destinados, principalmente, para a terceira idade na região.
CAMPO BELO
Nas favelas do Campo Belo, as comunidades como a Rocinha e Favelinha
concentram barracos de madeira construídos às margens do córrego poluído
Água Espraiada, que não foi canalizado no trecho das favelas. Na Rocinha,
barracos já foram destruídos pelo fogo. A população foi cadastrada e aguarda
as desapropriações para a construção do Monotrilho, da Linha-17 Ouro do
Metrô, mas não sabem se vão conseguir moradias.
Campo Belo tem apenas 21 leitos hospitalares, segundo a Rede Nossa São
Paulo. No distrito, há duas unidades básicas de saúde. Para a unidade Jardim
Aeroporto, a população reivindica mais médicos. Não há geriatras para atender
os idosos. A espera para marcar uma consulta é de cinco meses. A população
pede mais clínicos gerais nessa unidade.
Os bairros são arborizados. A população se queixa das árvores que caem com
frequência durante os temporais. A Rua Tapes virou um novo ponto de descarte
irregular de lixo. Há duas caçambas de entulho no local por causa das obras de
um prédio recém-construído. O lixo se acumula em volta das caçambas. Os
moradores reclamam de calçadas estreitas e quebradas. Segundo os
motoristas, há poucas ruas com acesso à Avenida dos Bandeirantes e à
Avenida Moreira Guimarães.
Uma grande área de lazer no Campo Belo com quadras e pista de skate, dentro
de um piscinão na Avenida Jornalista Roberto Marinho, será destruído para a
montagem do pátio dos trens do monotrilho. Quando chove, o espaço de lazer
fica alagado por, pelo menos, duas semanas. Faltam equipamentos culturais.
CAPÃO REDONDO
Em Capão Redondo, há um único parque para uma população de 268 mil
moradores. O Parque Santo Dias existe graças à luta da comunidade local.
Após fazer um abaixo-assinado, associações conseguiram transformar o local
abandonado em um espaço de cultura, lazer, prática esportiva e educação
ambiental. O distrito tem apenas um espaço cultural da Prefeitura que não tem
salas de cinema ou teatro. Um projeto liderado pela ONG Capão Cidadão
contra a violência e o incentivo ao lazer reduziu a média de homicídios na
região que, em 2000, era de 50 mortes de adolescentes por fim de semana.
A construção de uma quadra de esportes para a comunidade onde antes era
um lixão contribuiu com esse trabalho.
As principais vias de Capão Redondo são a Estrada de Itapecerica, Avenida
Carlos Caldeira Filho, Estrada do Campo Limpo e Avenida Ellis Maas. Todas
marcadas pelos congestionamentos nos horários de pico. As duas estações do
Metrô – Campo Limpo e Capão Redondo (Linha 5-Lilás) – estão
sobrecarregadas. Os passageiros chegam a fazer fila para entrar nessas
estações. No Terminal Capelinha, os ônibus para Largo São Francisco,
Terminal Bandeira, Terminal João Dias e Metrô Jabaquara são insuficientes.
São mais de 100 favelas, parte delas urbanizada, com energia, saneamento
básico e asfalto. Com o prolongamento da Avenida Carlos Caldeira Filho,
devem ser desapropriadas cerca de 220 famílias que vivem em moradias ao
longo do córrego poluído. Os moradores da região reclamam do córrego. Muitos
se queixaram da ausência de um representante da Prefeitura para dar mais
informações sobre a obra. Ao lado do ecoponto na Cohab Adventista, a
reportagem constatou uma montanha de lixo que se acumula em uma área
ocupada pelo Parque Santo Dias.
Três AMAs e dez unidades básicas de saúde são insuficientes para atender a
população do Capão Redondo.
JARDIM SÃO LUÍS
O Córrego Ponte Baixa, que recebe o esgoto das favelas do Jardim São Luís,
ainda não foi canalizado. Já houve registros de acidentes. Em 2010, uma
mulher foi levada pelas águas desse córrego durante um temporal. Em 2005,
duas crianças foram tragadas pelas águas do Ponte Baixa. Depois dos
acidentes, a Prefeitura prometeu canalizar o córrego. As casas localizadas nas
margens foram retiradas. As famílias recebem o aluguel de 400 reais. A
promessa era de que fossem construídos conjuntos habitacionais na região
para realocar as pessoas. Depois de dois anos, o córrego continua sem
canalização e as famílias, sem moradia. No Jardim Letícia, um terreno da
CDHU está abandonado há mais de cinco anos. A população reclama a área
localizada na Viela 1, que fica entre as ruas Nicolau Marques e Miguel
Damasceno. O local está abandonado, com mato alto, concentração de lixo e
presença de ratos.
A população do distrito também aguarda uma antiga reivindicação dos
moradores da zona sul. Uma linha do Metrô para ligar os distritos de Capão
Redondo e Jardim Ângela, o que beneficiaria quem vive no Jardim São Luís. A
estação poderia desafogar o trânsito na Estrada do M’Boi Mirim, nas avenidas
Guido Caloi e Maria Coelho Aguiar. Moradores aguardam a duplicação da
Estrada do M’Boi Mirim e da Avenida Guarapiranga.
Os dois hospitais públicos - Campo Limpo e M’Boi Mirim - são mal avaliados.
No distrito, funcionam 13 unidades básicas de saúde e há um pouco mais de
300 leitos hospitalares, segundo os dados da Rede Nossa São Paulo. Nas
unidades básicas de saúde, a reclamação é a demora para marcar consultas e
a falta de médicos.
Na área da recém-construída EMEF M’Boi Mirim Dois, a população se queixa
de que não há sinalização para pedestres na frente da escola e que a
iluminação no local é muito fraca. O tempo de espera para conseguir uma vaga
em creche é de dois anos. A espera também é longa em outros bairros.
Segundo dados da Rede Nossa São Paulo, faltam quase cinco mil vagas em
creches no Jardim São Luís.
No distrito, uma das únicas opções de lazer é uma quadra que fica na
Comunidade Pro-Morar. Os moradores se queixam dos Clubes da Comunidade.
O CDM Dorneles Vargas é pouco utilizado porque é necessário pagar para usar
o campo. Em um terreno ao lado da Escola Municipal M’Boi Mirim Dois, na
Avenida José Manoel Camisa Nova, no Parque Santo Antônio, onde deveria ser
construído um CDM para o bairro, só se vê mato, lixo e entulho.
SANTO AMARO
A população reivindica a criação de um projeto de lei que garanta a
revitalização do eixo histórico do distrito, que passa por pontos culturais
importantes para a cidade, como na Praça Santa Cruz, local da antiga estação
do trem a vapor que se transformou em bonde. Em construção, estão as futuras
estações Adolfo Pinheiro, Alto da Boa Vista e Borba Gato, da Linha 5-Lilás. As
estações são bem-vindas, mas a população teme que a obra prejudique os
pontos históricos.
Três praças serão afetadas pela construção de sete piscinões. O projeto não
inclui obras importantes como a da Galeria Pluvial do Brooklin, um gargalo que
está assoreado.
O distrito concentra mais de 160 mil vagas de trabalho. Esse cenário está
prejudicando o atendimento na rede pública de saúde do distrito.
Santo Amaro perdeu quase 70% da cobertura vegetal. A população reivindica
há décadas a implantação do Parque Boa Vista. O processo está em discussão
na Justiça.
CIDADE ADEMAR
Sem opções de lazer, cultura e esporte, uma das principais preocupações dos
moradores é o envolvimento de jovens com drogas. Bailes funk e pancadões
tiram o sono de muita gente e aumentam o consumo de entorpecentes. Mesmo
com registro de mortes e desabamentos em dias de temporal, por causa do
transbordamento do Córrego Cordeiro, famílias ainda vivem em áreas de risco.
O Distrito de Cidade Ademar tem oito unidades básicas de saúde e oito AMAs,
mas mesmo assim enfrenta problemas no atendimento à população. Há
pessoas que esperam há quatro anos por cirurgia.
A Avenida Cupecê sempre registra congestionamentos. Além dos carros, há
ônibus que passam em mais de uma pista, porque os pontos da EMTU ficam do
lado direito da via. Os coletivos municipais passam do lado esquerdo. À noite,
quando não há tráfego intenso, os motoristas abusam da velocidade. A via é
muito usada para a prática de rachas. Os moradores pedem mais radares e
câmeras para controlar o trânsito.
GRAJAÚ
As ruas do distrito são mal sinalizadas. É raro encontrar uma placa indicando o
nome da via. As casas são numeradas aleatoriamente. Além das moradias, as
ruas e avenidas também estão mal sinalizadas.
A região tem poucos semáforos e faixas de pedestre. No cruzamento das
avenidas Ascaz e Marta Maria Bernardes, as pessoas atravessam no meio do
trânsito, sem nenhuma segurança.
No Parque Recanto Cocaia, o esgoto corre a céu aberto e o cheiro forte entra
nas casas. Muitas ruas não têm asfalto, o que dificulta o acesso às moradias.
Faltam parques e praças para atender a população. No Jardim Myrna, os
moradores afirmam que foram prometidos três parques que nunca saíram do
papel. Na Avenida Antonio Carlos Benjamim dos Santos, uma praça foi
reformada: a área verde foi substituída por concreto. À noite, a iluminação é
fraca e os moradores reclamam que o local se tornou ponto de tráfico de
drogas.
CAMPO LIMPO
O distrito do Campo Limpo conta com 15 creches municipais. Mesmo assim,
faltam vagas para atender todas as crianças. A região tem, pelo menos, 30 mil
moradores com menos de nove anos de idade.
Em 2009, a Prefeitura inaugurou o Terminal Campo Limpo, que tem linhas
diárias saindo para Pinheiros, Hospital das Clínicas, Praça Ramos de Azevedo,
Aclimação, entre outros. No entanto, com a inauguração, diversas linhas de
ônibus foram desativadas para a criação de novos itinerários partindo do
terminal. Moradores de alguns bairros mais afastados do distrito, que antes
usavam um único ônibus para ir até a Barra Funda, agora têm de ir até o
terminal e, de lá, pegar outra condução. As viagens ficaram mais longas, os
ônibus mais lotados e o tempo de espera nos pontos maior.
MORUMBI
Uma das principais reclamações é a construção do Monotrilho da Linha 17Ouro. Os moradores argumentam que a obra não vai atender a demanda de
passageiros na região e causaria estragos aos bairros do entorno. Diversos
prédios, casas e pontos comerciais terão de ser desapropriados. A população
prevê transtornos com o barulho e a desvalorização de imóveis. Já para a
população de Paraisópolis, no distrito de Vila Andrade, o monotrilho é bem
vindo: será uma forma de encurtar o tempo de ida e volta ao trabalho. A
população do Morumbi está cansada de ficar parada no trânsito. Pequenos
trajetos se tornam longos por causa dos congestionamentos.
Há problemas de zeladoria. A Rua Maria Antonia Ladalardo está cheia de
buracos largos e de grande profundidade. Já não há mais asfalto, tamanho o
desgaste. Quem precisa pegar ônibus na Marginal do Pinheiros faz o desvio por
um morro. A trilha é improvisada e perigosa.
Violência: Os moradores estão assustados com o aumento de assaltos a
condomínios e residências.
PARELHEIROS
Transporte: distante quase 60km do centro da cidade, a região é atendida
apenas por ônibus. Os moradores reclamam do longo intervalo entre os
coletivos, que levam em média 40 minutos para passar. Os pontos de ônibus
também são precários, como no Bairro Casagrande, onde postes de madeira
cercados por mato alto marcam as paradas. As estradas precisam de
manutenção: algumas ainda são de terra e poucas têm acostamento.
Saneamento: alguns moradores não têm água encanada e a recebem de
empresas instaladas nas proximidades. Esgoto quase ninguém tem, nem
mesmo nos condomínios. O Ministério Público investiga se houve
contaminação da água e do solo da região por uma empresa de tintas. O risco
preocupa os moradores.
Meio-ambiente: apesar de possuir grandes áreas preservadas de Mata
Atlântica, a região não é bem atendida pela coleta de lixo. As reservas estão
tomadas por lixo e entulho.
Educação: as famílias têm muita dificuldade para conseguir vagas em creches.
Saúde: não há hospitais no distrito e os atendimentos com especialistas
demoram muito.
MOEMA
O distrito é dono do melhor índice de desenvolvimento humano da cidade.
Trânsito: o comércio forte e o grande número de restaurantes atraem grande
quantidade de pessoas ao bairro, o que complica o tráfego na região. Nos
horários de pico, é quase impossível atravessar o distrito. Os moradores
reclamam também da falta de estacionamentos. Os pedestres se queixam da
velocidade com que os motoristas trafegam por dentro dos bairros.
Bicicleta: a faixa de compartilhamento de bicicletas provocou muita polêmica
entre os moradores. Eles se queixam de uma continuidade no projeto.
Barulho: a proximidade com o aeroporto de Congonhas faz com que aviões
passem pelo distrito durante quase todo o dia, incomodando moradores e
alunos das escolas de Moema. O barulho produzido pelos frequentadores dos
bares e restaurantes também é alvo de críticas.
SAÚDE
Os moradores das áreas do entorno do Aeroporto de Congonhas reivindicam a
mudança do portão do terminal localizado na Avenida Jurandir no bairro
residencial Vila Noca. A entrada está localizada em uma área irregular,
segundo lideranças. A via virou estacionamento para carros por causa da
proximidade com o aeroporto.
O distrito não tem parques públicos. A população cobra do Aeroporto de
Congonhas a implantação de um projeto para fazer a compensação ambiental.
Na João Carlos Mallet com a Avenida dos Bandeirantes, falta indicação de
estacionamento irregular.
Duas torres de telefonia celular, no Planalto Paulista, são motivo de
reclamação. Uma delas está na esquina da Avenida Nhandu com a Alameda
Apetupás. Já houve até abaixo-assinado, em 2005, contra a torre. Segundo
moradores, as torres provocam irradiações por todo o bairro. A área é
residencial.
Na Praça da Árvore, ao lado da estação Saúde do Metrô, existe uma
concentração de usuários de drogas. Já na Avenida Indianópolis o problema é
a prostituição. Os moradores se queixam de que o local virou um banheiro
público.
JABAQUARA
O distrito concentra 70 comunidades carentes; 29 delas serão removidas para
a construção de um parque linear e para o prolongamento da Avenida
Jornalista Roberto Marinho. As famílias estão sendo cadastradas para morar
em conjuntos habitacionais, mas moradores reclamam da falta de informação.
As favelas não têm saneamento básico. Na Comunidade Guian Corruíras, o
córrego não está canalizado e recebe o esgoto de 500 casas.
A população da Vila Facchini pede mais policiamento no local à noite, porque
assaltos são constantes. Na Rua José Estevão de Magalhães, no bairro
Campestre, a população reivindica melhorias na sinalização das vias.
Acidentes de ônibus são frequentes por causa de uma valeta danificada. No
Terminal Rodoviário do Jabaquara, um dos mais movimentados do país, há
transporte clandestino em direção ao litoral sul paulista.
Faltam médicos no Hospital Arthur Ribeiro de Saboya. Pacientes também
reclamam do atendimento na UBS Vila Santa Catarina.
SOCORRO
Os córregos estão poluídos. O esgoto que passa na Rua Clara Mantelli e que
sai da Escola Municipal Clara Nunes corre pela calçada e pela rua, até chegar
em uma vila que não tem nome. Outros córregos deságuam na Represa
Guarapiranga.
No bairro de Veleiros, a população denuncia o abandono de uma viela que
serve de ligação para os moradores do bairro alcançarem vias principais, como
a Rua Clara Mantelli, onde tem uma UBS. Em Socorro, não há hospital público.
CIDADE DUTRA
Ao lado da subprefeitura da Capela do Socorro, na Rua Jaburuna, no Jardim
Cruzeiro, há um córrego sujo e com mau cheiro. Ele é somente um dos que
desembocam na Represa Guarapiranga. A Praça Pero Rodrigues, no fim da
Avenida Atlântica com a Teotônio Vilela, está cheia de entulho e lixo. Duas
quadras esportivas estão sem condições de uso. Nas favelas 19 e 20, os
bueiros entupidos alagam quando chove.
Os passageiros pedem melhorias nas linhas de ônibus para o terminal
Bandeira e Largo São Francisco que saem da Avenida Senador Teotônio
Vilela. Na mesma avenida, os passageiros levam cerca de dez minutos para
conseguir atravessar a via. Não há faixa de pedestre e os três semáforos da
avenida não permitem a passagem de quem está a pé. Não há rampas de
acesso para cadeirantes. Moradores relatam que as estações da CPTM Autódromo, Primavera-Interlagos e Grajaú - estão sobrecarregadas.
Nas favelas de Cidade Dutra a falta de espaços culturais é amenizada por
projetos sociais. A violência diminuiu, mas o tráfico de drogas continua
presente.
Criminosos abordam moradores na porta das casas, depois do trabalho. Duas
bases comunitárias móveis disponíveis para a população estão paradas por
falta de policiais.
CAMPO GRANDE
Os moradores se preocupam com a desativação de fábricas e galpões e a
incorporação de terrenos por grandes construtoras. Muitos prédios estão sendo
construídos irregularmente e sem a fiscalização do poder público. Áreas verdes
estão sendo devastadas.
Histórias de violência sofrida pelos moradores não faltam. Bairros do distrito
têm calçadas em más condições. As enchentes afetam a população do Jardim
Consórcio há décadas.

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