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OPI N I ÃO O reconhecimento a quem é de direito Na busca por soluções para a grave crise que se abateu sobre o setor, contar com o apoio de deputados e senadores tem sido fundamental Miguel Rubens Tranin (*) É claro que o setor sucroenergético nacional passa por dificuldades. A situação vem se agravando desde a crise financeira mundial de 2008 que pegou muitas usinas no contra pé, já que estas vinham investindo pesado para atender a crescente demanda por etanol. rados pela cadeia da cana de açúcar. E é isso que nos mantém acreditando e investindo no setor, mesmo que a um custo altíssimo que tem comprometido a saúde financeira das empresas. Na busca por soluções para a grave crise que se abateu sobre o setor, contar com o apoio de deputados e senadores tem sido fundamental. Precisamos agradecer o esforço e a dedicação dos parlamentares paranaenses. Nessa oportunidade quero lembrar os nossos representantes no Senado e na Câmara Federal, na pessoa do senador Sérgio Souza e dos deputados federais André Vargas e João Arruda, sem, de forma alguma, desmerecer aos demais parlamentares. Nesse meio tempo, vieram várias safras consecutivas com graves problemas climáticos, além da redução dos investimentos no canavial e na renovação destes, com consequente queda na produção e aumento de custos. Como resultado, 57 usinas foram obrigadas a encerrar suas atividades e outras 60 correm o mesmo risco, gerando desemprego e graves problemas econômicos não só para os municípios que têm as usinas como principal geradora de empregos, impostos e rendas, mas todas as economias baseadas na cadeia sucroenergética. O Paraná foi especialmente afetado por esta situação. Além de enfrentar todas as dificuldades pelas quais passa o setor no Brasil, o Estado foi atingido com maior intensidade pelas intempéries climáticas. De 2009 a 2012 houve uma alternância de ciclos de estiagem prolongada ou de chuvas intensas, tanto no verão quanto no inverno, reduzindo a produtividade no campo e na indústria e potencializando a crise. As fortes geadas de 2013 foram mais um golpe, que reduziu em 10% a produção paranaense. De campeão de produtividade, o Paraná passou a deter o título de lanterna na ultima safra, com perda de 21%. No mundo todo, as empresas passam por uma re- Precisamos agradecer o esforço e a dedicação dos parlamentares paranaenses. 2 Jornal Paraná - Outubro 2013 estruturação, em especial as que trabalham com commodities. O que se busca é a escala de produção, cada vez mais necessária para obter resultados. E nas usinas não é diferente, demandando fortes e constantes investimentos para estas continuarem competitivas. Os ciclos de alta e baixa do mercado são inerentes a todos os setores. Fenômeno é tido como natural por alguns economistas. E o próprio setor já enfrentou vários. Desta vez, porém, o longo ciclo de baixa comprometeu severamente a capacidade de crédito de nossas empresas, induzindo a concentração e ao fechamento de muitas unidades. Muitos empresários estão praticamente entregando seu patrimônio, construído ao longo de muitos anos por famílias que trabalharam arduamente. A psicologia nos ensina que sempre devemos olhar o "todo" em cada obra e não fixarmos o olhar apenas no lado negativo ou feio de um quadro. O objetivo é obter uma visão mais ampla. É certo também que as perspectivas para o setor sucroenergético são espetaculares, diante da crescente demanda por energia, seja através do etanol ou da cogeração com uso da biomassa e até mesmo por açúcar e os demais subprodutos renováveis ge- Os três não medem esforço na luta pelo setor, defendendo não só as demandas e necessidades das usinas do Paraná, mas de todo o Brasil, com muito equilíbrio, buscando abrir portas para que possamos apresentar nossas reivindicações ao governo federal, que desejo agradecer em outra oportunidade. Em momento de crise, o pior é quando ninguém quer te ouvir, receber ou abrir portas. Isso sim seria trágico. Jamais podemos deixar de agradecer aqueles que lutam ao nosso lado pela valorização do setor, pelo reconhecimento da sustentabilidade ambiental e econômica gerada, pelo pioneirismo e liderança brasileira em bioenergia, pela geração de empregos e movimentação da economia em inúmeros pequenos municípios por todo o País e pela qualidade de vida através das ações sociais promovidas pelas usinas e dos benefícios para a saúde pública. É por tudo isso que precisamos lutar por uma política energética nacional que permita planejamento no longo prazo das empresas e a retomada do desenvolvimento do setor sucroenergético. Como representante do setor paranaense, agradeço em nome de nossos associados o trabalho desses parlamentares. (*) Miguel Rubens Tranin, presidente da Alcopar Residência Agronômica A nona turma conta com 15 profissionais que passarão por intensivo treinamento prático, sob supervisão, além do curso de aperfeiçoamento Marly Aires Os candidatos aprovados na última seleção para Residência em Engenharia Agronômica no Paraná, realizada dia 28 de setembro, em Maringá, começam a ser chamados pelas usinas do Estado. Vinte e cinco candidatos concorreram a quinze vagas. A Residência é um programa voltado a Engenheiros Agrônomos formados a no máximo três anos que, segundo o professor doutor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Edelclaiton Daros visa promover o aprimoramento de conhecimentos, habilidades e atitudes indispensáveis ao exercício da Agronomia especializada em cana de açúcar. Para isso é feito um intensivo treinamento profissional em serviço, sob supervisão, além de desenvolver senso de responsabilidade ética no exercício das atividades profissionais. O programa realizado pela Alcopar em parceria com a UFPR e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), iniciou em 2005 e em sua nova edição, já capacitou mais de 300 profissionais de todo o País, sendo que cerca de 150 são paranaenses. “É um programa que se destaca pela qualidade na formação de mão de obra. O Paraná se tornou um celeiro de engenheiros agrônomos especializados no setor sucroener- Além de prova escrita, candidatos foram avaliados em entrevista e quanto a qualidade de títulos gético”, afirmou o professor da UFRRJ, Eduardo Lima, coordenador do programa. Também é porta de entrada no mercado de trabalho. Cerca de 90% dos residentes foram absorvidos pelas usinas do Estado, sendo que alguns, hoje, exercem cargos de gerência e coordenação. Além da prova escrita sobre conhecimentos relativos à área de atuação, são usados como critérios de seleção uma entrevista sobre conhecimentos pessoais ou técnicos e a avaliação do currículo, baseandose na quantidade e qualidade de títulos obtidos e atividades desenvolvidas pelo candidato, levando-se em consideração o tempo de graduação. Todo candidato que obtiver OPORTUNIDADE Selecionados iniciam nota final superior a sete é aprovado. Mas estes são chamados a ocupar as vagas por ordem decrescente de notas. O residente recebe remuneração mensal, sob forma de bolsa, equivalente, no mínimo, a uma bolsa de aperfeiçoamento dos Órgãos Financiadores de Pesquisa do Governo Federal, que atualmente é de R$ 1.300,00 e um seguro pessoal. A duração da residência é de um ano com 1.920 horas em regime de 40 horas semanais. Além do treinamento profissional em atividades práticas, sob supervisão, é ofertado um curso de aperfeiçoamento (200 horas aula) sobre cana de açúcar. Pessoal das usinas e das universidades que participou da banca de seleção Outubro 2013 - Jornal Paraná 3 CONSERVAÇÃO Preparo reduzido diminui custos, evita erosão e aumenta resultados Assunto foi tema da III Reunião Técnica sobre Cana de Açúcar, realizada dia 27 de setembro, na Cooperativa Agroindustrial Nova Produtiva Marly Aires Desde junho do ano passado, a Cooperativa Agroindustrial Nova Produtiva, com sede em Astorga, tem adotado o preparo reduzido do solo para o plantio da cana de açúcar, sob a orientação do consultor Antonio Luiz Gazon, que desenvolve este trabalho em usinas há mais de 30 anos. A técnica já é utilizada em 100% da área plantada, com ótimos resultados, segundo o engenheiro agrônomo Paulo Henrique de Souza, gerente agrícola da Nova Produtiva. Além da qualidade do plantio, aumento de produtividade da cana e conservação do solo, só para se ter uma ideia dos benefícios, em 317 hectares onde foi adotada a nova sistematização, houve uma redução significativa de custos com redução de 760 mano- Paraná (UFPR) e a empresa Dow AgroSciences. Segundo o professor doutor da UFPR, Edelclaiton Daros, se o método usado há anos não está mais dando certo, com menores produtividades a cada ano, além de problemas de compactação e erosão do solo, tem que se buscar opções, ver as soluções que vêm sendo testadas e ver a que melhor se adapta a situação de cada usina. A técnica já é utilizada em 100% da área de renovação do canavial da cooperativa bras e quase 17 horas-máquina de trabalho. Com o melhor aproveitamento do terreno, também foi possível plantar 1,29 hectare a mais de cana na mesma área. O assunto foi tema da III Reunião Técnica sobre Cana de Açúcar – 2013, realizada no dia 27 de setembro, na sede da Cooperativa, onde o gerente agrícola, que participou da segunda turma do Programa de Residência Agronômica, apresentou o trabalho desenvolvido. O evento é promovido pelo Comitê Agrícola da Alcopar em parceria com a Universidade Federal do O desafio, comenta Paulo Henrique, é a quebra de paradigma, mudar o que sempre se fez para ter resultados diferentes e alinhar a causa da empresa com a causa das pessoas. Por isso a importância de fazer a gestão de pessoas com treinamento, valorização, motivação e comprometimento. Vários motivos Paulo Henrique de Souza, gerente agrícola da Nova Produtiva, diz que foram vários os motivos que levaram a cooperativa a testar e adotar o novo sistema de preparo do solo, a começar pela necessidade de fazer um cultivo conservacionista, tendo em mente que o que vinha sendo feito não 4 Jornal Paraná - Outubro 2013 estava dando o resultado esperado. Também, a maior parte dos cooperados já adota há anos o plantio direto de grãos e de certa forma, demandava trabalho semelhante com a cana. meio de evitar a erosão sem atrapalhar a mecanização, visando aumentar o rendimento das máquinas, desde plantio e tratos culturais até a colheita”, afirma o gerente agrícola. “Terraço não é garantia contra a erosão. Tínhamos que achar um Outro problema sério eram os custos de implantação do cana- vial, que representam de 25% a 30% do custo total. Desde a safra 2008/09 estes evoluíram de R$ 3.500 por hectare para em média R$ 5.500 na safra 2012/13, no Centro Sul. “Precisávamos reduzir esses custos. Com o preparo reduzido está sendo possível diminuir em quase 30% os gastos”, afirma. Plantar fora de nível demanda critérios Decisão de como conduzir o preparo reduzido e o plantio vai depender das condições climáticas, época, tipo de solo e declividade A decisão de como conduzir o preparo reduzido e o plantio da cana de açúcar vai depender das condições climáticas, da época do plantio, do tipo de solo e da declividade, afirma Paulo Henrique de Souza, gerente agrícola da Nova Produtiva. “Não é uma receita fechada. Não se pode generalizar o mesmo procedimento para toda a área. Há critérios que precisam ser observados. É um preparo mais técnico que exige maior qualidade na sua execução. Tem que usar com critério e bom senso”, ressalta. O engenheiro agrônomo cita que ainda há acertos que precisam ser feitos na aplicação da tecnologia na cooperativa, mas que com os resultados obtidos já deu para ver que este é o caminho e que o solo fica mais estruturado. “O preparo reduzido dá muito mais sustentabilidade. Com a chuvarada de junho e julho, era possível ver as erosões causadas por todo lado, mas onde foi feito o preparo reduzido, não houve problema, mesmo tendo sulcado fora de nível”, diz. A nova sistematização do terreno aumentou conside- como antes, na altura do carreador. Isso formava canaleta de água e dificultava o trânsito. Para receber a água dos carreadores, a cada 30 ou 40 metros são feitas intervenções como vírgulas, subsolando essas áreas. Houve redução de 760 manobras e quase 17 horas-máquina de trabalho ravelmente o rendimento das máquinas, eliminando os terraços embutidos, permitindo o tiro longo nas operações e diminuindo as manobras. Os terraços passaram a ser feito em nível, com cerca de 40 cm de altura, conforme permite a declividade. Antes se fazia terraço com mais de um metro e meio. As pás carregadeiras e grades foram aposentadas. A curva de nível é feita com o terraceador e entre uma curva e outra faz intervenções para reduzir a velocidade da água. A rotina do preparo reduzido começa com a dessecação da área que vai ser reformada, feita pouco antes do plantio, para manter cobertura no solo. A colheita é feita com a cana crua. Na sistematização do terreno tem que atentar para o caminho da água, inclusive a que vem do vizinho. E aí fazer caixa de contenção e outras intervenções para receber e conduzir essa água de forma a não causar danos na propriedade. Só depois é feita a locação e construção de estradas, sem exagerar, Corretivos A aplicação de corretivos é feita em área total, a lanço, com incorporação, e também é aplicada no fundo do sulco. “O rendimento operacional e a qualidade são muito melhores”, diz Paulo Henrique de Souza, da Nova Produtiva. Também é usado um calcário mais reativo, em dose menor por hectare e jogado no sulco. Sempre se preconizou subsolagem a 40 cm, mas não acontecia efetivamente, ficando com cerca de 10 cm. Hoje a equipe busca dar atenção a esse detalhe, evitando ilhas não subsoladas, que é por onde começa a erosão, ou de passar com trator ou qualquer máquina onde o trabalho já foi feito, entre outros cuidados. Outubro 2013 - Jornal Paraná 5 PALESTRA O melhor cenário em 35 anos Para o presidente da Abag, Luiz Carlos Correa de Carvalho, as perspectivas futuras são excelentes, apesar de toda dificuldade que o setor enfrenta Marly Aires “Em 35 safras que acompanho, não me recordo de ver perspectivas tão favoráveis como agora. Até as petroleiras têm apostado na tendência de crescimento das energias renováveis dentro da matriz energética global. O momento que o setor sucroenergético enfrenta é difícil, mas vai passar. Vamos ver o preço do etanol e do açúcar voltar a subir”, afirmou o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Correa de Carvalho, ressaltando a necessidade de “o setor se unir e ajustar as velas, já que não consegue mudar os ventos”. Ele foi categórico ao dizer que o etanol tem excelentes perspectivas pela frente, apesar das dificuldades que tem desestimulado os investimentos: a falta de uma política pública e de competitividade frente à gasolina e o abandono do setor pelo governo. Além dos contratempos climáticos, a redução de produtividade e aumento de custos devido à expansão dos canaviais para novas fronteiras e à mecanização crescente da lavoura. Evento reuniu cerca de 400 pessoas ligadas ao agronegócio Citando os cenários de demanda projetados no Brasil, Carvalho destacou que mesmo no pior cenário, a demanda pelos produtos derivados da cana deve continuar crescendo com a produção de cana de açúcar passando de 643 milhões de toneladas de cana em 2013 para 1,213 bilhão em 2030 e a produção de etanol de 25,7 bilhões de litros para 49,2 bilhões no período. duzir 1,471 bilhão de toneladas de cana e 71,7 bilhões de litros de etanol para atender a demanda. Neste contexto, o etanol hidratado carburante se manteria em 19% do Ciclo Otto ou no pior cenário, desapareceria. O açúcar também tende a crescer forte, passando de 38,4 milhões de toneladas para 77,2 milhões e o etanol de 2ª geração pode aumentar em 20% a produção. No melhor cenário, entretanto, seria necessário pro- Carvalho citou que as próprias previsões do governo são de que a frota flex quase dobre até 2023, passando de 49% da frota para 77%, mas o reconhecimento dessa situação não se traduz em ações do governo. “Por dois anos a produção de energia estagnou no Brasil. E a dúvida sobre qual a política do governo tem levado a redução da produção de petróleo também, além do etanol”, disse. Carvalho também lembrou que EUA estão próximos de atingir o nível máximo do volume de milho que pode ser usado por lei para produção de etanol. A partir daí a alternativa será a produção de etanol a partir de celulose, tecnologia ainda não totalmente dominada. “Este espaço pode acabar sendo ocupado pelo etanol avançado do Brasil”, disse. Outro ponto favorável para o crescimento da produção brasileira é a manutenção dos mandatos de etanol nos EUA e na União Europeia. Volta da Cide O presidente da Abag, Luiz Carlos Correa de Carvalho defendeu que é fundamental que o País mantenha sua liderança mundial no setor sucroenergético, 6 Jornal Paraná - Outubro 2013 o que depende de uma posição clara de governo, visando manter e ampliar a oferta de energias renováveis em sua matriz energética. Neste sentido, Carvalho ressaltou a necessidade de recuperar políticas anteriores consagradas, como a volta da alíquota da Contribuição de Intervenção no Do- mínio Econômico (CIDE) ao preço da gasolina e a correção dos preços desta conforme a cotação do petróleo no mercado internacional. Etanol é tema de Fórum Nacional do Agronegócio Promoção foi da Rádio CBN Maringá com apoio da Cocamar, Alcopar, UniCesumar, Sicredi União PR/SP, Sociedade Rural de Maringá e Konrad Caminhões O presidente da Abag, Luiz Carlos Correa de Carvalho participou, dia 30 de setembro, da primeira edição do Fórum Nacional do Agronegócio realizada no Recinto de Leilões do Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, em Maringá, onde falou para mais de 400 convidados, sobre as perspectivas para o setor sucroenergético. Na sequência, debateu sobre o mesmo tema com o presidente da Alcopar, Miguel Rubens Tranin, o diretor do Grupo Santa Terezinha, Paulo Meneguetti, e o presidente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Luiz Lourenço. A promoção foi da Rádio CBN Maringá com apoio da Cocamar, Alcopar, UniCesumar, Sicredi União PR/SP, Sociedade Rural de Maringá (SRM) e Konrad Caminhões (Ford). Segundo o presidente da Alcopar, Miguel Tranin, o setor no Paraná tem investido visando recuperar as médias de produtividade, e há muito espaço para crescer, especialmente na região do arenito sobre áreas de pastagens com baixo rendimento, mas isto não vai acontecer de uma hora para outra. Para dar uma ideia das dificuldades enfrentada, Tranin citou que das 30 unidades produtoras de etanol e açúcar do Paraná, três Debate contou com Paulo Meneguetti (Santa Terezinha), Miguel Tranin (Alcopar), Luiz Carlos de Carvalho (Abag) e Luiz Lourenço (Cocamar), tendo o jornalista Sérgio Mendes como mediador estão fechadas. Para Paulo Meneguetti, diretor do Grupo Santa Terezinha, o aumento da escala de produção decretou o fim de muitas usinas no Brasil e investir em infraestrutura e lo- gística é um diferencial competitivo para o setor, demandando atenção especial. Sobre isso, Luiz Lourenço, presidente da Cocamar, acrescentou que a situação “é desastrosa”. Segundo ele, além da fila de caminhões para transportar mercadorias rumo aos portos, há também fila de navios. Por causa das deficiências portuárias, houve casos de navios demorarem 60 dias para embarcar soja em Paranaguá, prejuízo pago pelos produtores. Outubro 2013 - Jornal Paraná 7 PALESTRA Governo abandonou o agronegócio Setor está a caminho de dar ao Brasil importante posição na geopolítica global como fornecedor de alimentos, fibras e energia renovável Que o agronegócio é a força que move a economia do Brasil não há dúvida. Nos últimos anos, as exportações do setor é que têm dado sustentação e garantido superávits à balança comercial. E neste ano, é o agronegócio que tem evitado um déficit ainda maior. Mas apesar de sua importância para a economia do país, as ações do atual governo mostram que agronegócio não é prioridade, afirmou o presidente da Abag, Luiz Carlos Correa de Carvalho. “Hoje podemos dizer que a atividade, mesmo sendo estratégica em termos de desenvolvimento e geração de divisas, está completamente abandonada”, disse. O mesmo ocorre em relação ao setor sucroenergético. “São 10 ministérios tomando conta da cana de açúcar e não temos com quem dialogar”. Carvalho disse que ocupando apenas 74 milhões de hectares – 8% do território nacional -, o campo “é o grande negócio do País”, apesar das inúmeras adver- cola no mundo, em 1990, tinha de um lado os EUA que registrava superávit de US$ 19 bilhões, e Brasil e Argentina, de US$ 7 bilhões cada um. Tendo neste bloco países como Indonésia (US$ 2 bi) Tailândia (US$ 5 bi) e China (US$ 2 bi). Do outro, em déficit, havia países como Japão (US$ 47 bi), Coréia do Sul (US$ 7 bi), Oriente Médio (US$ 5 bi) e União Europeia (US$ 34 bi). Carvalho: “não temos com que dialogar” sidades que tem enfrentado: conquistou novas fronteiras, avanços tecnológicos, reduziu custos e enfrentou desafios de gestão e governança. E ressaltou que o Brasil vai liderar a produção mundial de alimentos e energia. “Se há um setor resiliente em suportar adversidades é o agronegócio. Suportou, amadureceu e renovou-se e está a caminho de dar ao Brasil uma importante posição na geopolítica global como fornecedor de alimentos, fibras, energia renovável e outros”, afirmou. Carvalho lembrou que a estabilidade na oferta de alimentos que caracterizou o Século XX, com média 40% maior do que o consumo, e os preços baixos desses produtos, definitivamente foi deixado para trás. A partir de 2000 há uma mudança no ângulo de crescimento. Houve uma retomada de preços da commoditie agrícola, crescendo a insegurança alimentar. “É o século da demanda”. O balanço entre o déficit e superávit na balança agrí- Em 2011, vários países registraram aumentos importantes no superávit agrícola como EUA (US$ 31 bi), Argentina (US$ 42 bi), Indonésia (US$ 15 bi) Tailândia (US$ 32 bi), mas nada comparado ao do Brasil, US$ 72 bilhões, 10 vezes a mais, passando a dominar a oferta de alimentos. No contraponto, entretanto, o déficit foi crescente com a China emergindo como um dos principais demandadores de alimentos, com um déficit de US$ 80 bilhões, além de Japão (US$ 84 bi), Coréia do Sul (US$ 21 bi), Oriente Médio (US$ 72 bi) e União Europeia (US$ 28 bi). Produção estagnada Apesar da demanda crescente e de o etanol brasileiro ser “o combustível renovável mais competitivo”, o presidente da Abag, Luiz Carlos Correa de Carvalho disse que a produção nacional encontra-se estagnada. A justificativa é que o governo criou uma situação insustentável ao manter o preço da gasolina quase sem alterações por anos, independente das altas do petróleo no mercado internacional, para 8 Jornal Paraná - Outubro 2013 tentar segurar a inflação e desde 2011, passar a importar grandes quantidades de gasolina a um custo maior do que vende internamente. Isto, além de causar um rombo nas contas da Petrobras e reduzir o seu poder de investimento, afeta diretamente o etanol, que não foi desonerado e, por isso, não raro, acaba custando em muitos Estados mais caro que o combustível fós- sil, demandando cada vez mais importação de gasolina. “Essas contradições levam a uma situação onde no Centro Sul se tem usado apenas 36% do potencial do etanol hidratado”, citou Carvalho. “Diante dessa realidade, mesmo sem conseguir atender à demanda interna, não há empresário que se anime a investir na produção”, comentou o presidente da Abag. O nú- mero de novas usinas caiu de 30 em 2008 para duas em 2012/13, e há um processo crescente de concentração e endividamento do setor, com mais de 50 usinas paralisadas desde o início da crise. E isso diante de uma perspectiva de demanda crescente de combustível. A consequência é que o peso da gasolina no abastecimento de veículos de Ciclo Otto voltou aos mesmo 62% de 2000, jogando fora todo esforço. E o pior, com grande parte da gasolina importada a preços subsidiados. Isso três anos após ter perdido mercado para o etanol, caindo quase 20 pontos percentuais devido às conquistas do etanol, com o veículo flex e todo trabalho. Na época chegou-se a afirmar que a gasolina passaria a ser o combustível alternativo, lembrou Carvalho. Gás de xisto mudará o cenário energético Barato e abundante, mostra potencial e está mudando as perspectivas da economia mundial, podendo impactar até o etanol Quando se fala em mercado e produção de energia, o presidente da Abag, Luiz Carlos Correa de Carvalho, disse que é preciso considerar as mudanças geopolíticas e o novo momento na economia mundial. Países em desenvolvimento ganham destaque com aumento da renda per capita, há uma intensa urbanização e o aumento populacional. Mais do que nunca, agricultura e energia estão ligados devido a uma série de fatores, como os limites físicos para a produção que começam a surgir diante de uma demanda crescente por energia e alimentos. E neste contexto, as inovações tecnológicas ganham importância. Carvalho citou que o mundo da energia hoje é outro. Antigamente 85% das reservas de petróleo do mundo estavam concentradas nas mãos das sete companhias petrolíferas conhecidas como sete irmãs. Hoje, este percentual é de 10%. Os outros 90% estão pulverizados nas mãos de várias empresas estatais. Também, o gás de Xisto como nova fonte energética tem ganhado uma proporção que não se esperava e deve dominar o mercado entre 2020/30, com os EUA se tornando auto-suficiente em energia e forte exportador. “Isso muda completamente a geopolítica”, afirmou, ressaltando que o Brasil também tem grande reserva de gás de Xisto, uma das 10 maiores. Mais barato e abundante, este mostra potencial e está mudando as perspectivas da economia mundial, podendo impactar até o etanol, apesar de o custo do produto brasileiro ser imbatível em relação ao que é produzido no resto do mundo. “Mas, para se tornar uma commoditie, tem que ter mais produtores. Essa pressão para queda do preço da energia é perigosa para o renovável porque tira a competitividade. Só não está impactando ainda por causa da instabilidade do Oriente Médio”, enfatizou. Muitas fábricas que tinham ido para a China, estão voltando para os EUA e o mesmo pode ocorrer em relação ao Brasil. “Os norteamericanos voltam a atrair capital. O setor sucroenergético precisa urgente ganhar produtividade para reduzir custos e o preço da energia”, comentou Carvalho. O presidente da Abag ressaltou que são mudanças importantes que estão ocorrendo no mundo energético, mas que normalmente leva tempo maior do que o desejado para acontecer. “Toda mudança energética leva anos para mudar a feição do uso de energia. As principais fontes precisaram de 30 a 50 anos para aumentar de 1% para 10% da demanda global de energia”. O gás natural levou 40 anos, o petróleo, 30, e o carvão, 50 anos. Outubro 2013 - Jornal Paraná 9 PALESTRA Potencial do mercado de açúcar é enorme Maior demanda exigirá que em sete anos o Brasil aumente sua produção em 15 milhões de toneladas “Os ciclos de alta e baixa do açúcar nos balanços globais entre a oferta e demanda nos últimos 13 anos oscilaram em períodos curtos, a cada dois anos, em média. Agora, para complicar ainda mais a situação do setor, são quatro anos de excedentes na produção fazendo pressão forte sobre os preços”, afirmou o presidente da Abag, Luiz Carlos Correa de Carvalho. Mas apesar do momento difícil, Carvalho ressaltou que a tendência é de a demanda continuar aquecida. A média de crescimento de consumo mundial tem sido de 2% a 3%, mas há um mercado crescente de açúcar nos países emergentes, principalmente Índia, Chi- na e Indonésia. Enquanto em países de alto consumo, este é de 58,2 kg de açúcar per capita, Taiwan e Hong Kong já consomem 27,9 kg per capita, média que no mundo é de 20 kg a 21 kg per capita. no país a produção cresceu em média 5% ao ano de 2005 a 2012, no mundo este foi de 2%. Já as exportações brasileiras cresceram 5% ao ano no período e no mundo caíram 1%. “Há uma dependência cada vez maior do Brasil, que tem mais de 50% do mercado livre de açúcar e 30% do total”. Carvalho comentou ainda que mesmo com todos os problemas e aumento de gastos, o Brasil ainda lidera com relação a custo de produção de açúcar, o que favorece a liderança brasileira. O mais próximo, Guatemala e Tailândia, registrou um custo 10% maior na safra 2012/13. “O potencial de crescimento do mercado é extraordinário diante da previsão de crescimento real do PIB de 2010 a 2015, da China (9,7%), Índia (8,1%), Indonésia (6,7%). Isso exigirá que em sete anos o Brasil aumente sua produção de açúcar em 15 milhões de toneladas para atender a demanda”, disse. A produção e exportação do açúcar brasileiro tem crescido mais do que o mercado global. Enquanto Produtividade de cana tem muito a crescer Aumentar a produtividade da cana de açúcar para reduzir custos é um dos grandes desafios hoje do setor, segundo o presidente da Abag, Luiz Carlos Correa de Carvalho. Ele citou que nos últimos 50 anos a produtividade agrícola mundial de várias culturas aumentou de forma extraordinária. A da cana de açúcar também cresceu, mas numa velocidade bem menor, 40%, contra outras que chegaram a 130% ou 225%. No Brasil, nos últimos 10 anos, a produtividade da soja cresceu em média 30% em toneladas por hectare, a do milho 40%, do trigo 85% e algodão, 29%. No caso da cana, o maior crescimento de produtividade se deu de 1985 a 1994, 30,7%. No período seguinte caiu para 18,2% e de 2005 10 Jornal Paraná - Outubro 2013 a 2012, ficou em 7,1%, sendo registrado até redução nos últimos anos por uma série de fatores como a expansão da cana em ambientes ruins, dificuldades na economia e menor uso de tecnologia. De 1975 a 2005 houve avanços importantes em cana de açúcar no Brasil. No Centro Sul, houve um aumento no rendimento industrial: de 48,5% na produção de etanol (passando de 60 para 89 litros por tonelada de cana) e de 33,3% na produção de açúcar (de 90 para 120 kg/tonelada cana). Os dias de safra aumentaram de 165 para 220 (33,3%), o número de cortes dobrou de três anos para seis e a produtividade de 65 toneladas de cana por hectare para 90 (38,5%). Mas há muito a fazer com a cana. O evento está programado para o dia 16 de fevereiro e será na Associação dos Funcionários da Usina Santa Terezinha no município Marly Aires Já estão abertas as inscrições para o Canito 2014 e o prazo vai até o dia 15 de dezembro. Esta é a 29ª edição do tradicional Torneio Interdestilaria do Paraná, que abre a safra de cana de açúcar no Estado. O evento está programado para o dia 16 de fevereiro próximo e será realizado na Associação dos Funcionários da Usina Santa Terezinha de Tapejara (ASFUST), localizada no município de Tapejara. Esta é a segunda vez que a unidade sedia o evento. A primeira foi em 2005. Com a expectativa de reunir de 18 a 20 times e mais de 4 mil pessoas, números semelhantes ao do último evento, o Canito 2014 terá torneio de futebol suíço, almoço com a tradicional costela a fogo de chão, barracas e eleição da Rainha Canito. Também contará com barracas de alimentação, apre- sentação da dupla sertaneja regional Nego Viola e Carlos Brito no almoço e show musical com a Banda Metrópole no encerramento. Considerado o maior evento esportivo do setor sucroenergético, o torneio tem como objetivo principal a união e confraternização dos colaboradores de todas as unidades industriais do setor no Estado para um dia inteiro de práticas esportivas, concurso, festa e muita diversão. A edição 2013 do evento foi na unidade do grupo em Iguatemi “Além de podermos contar com uma excelente estrutura em nossa associação, estamos trabalhando para organizar uma festa bem bonita”, afirma o gerente in- TORNEIO Canito 2014 será em Tapejara dustrial da usina, Antonio Sperandio, que é também o presidente da ASFUST. Dentre as melhorias da estrutura programada estão a construção de um novo vestiário, já em andamento, e de um campo de bocha, entre outras obras. Em 2013, o torneio foi organizado pela Usina Santa Terezinha de Iguatemi e o time vencedor foi o da unidade do grupo em Cidade Gaúcha. A Garota Canito eleita foi da Usina Santa Terezinha de Iguatemi. Mais informações e inscrições: [email protected], [email protected] e [email protected] Outubro 2013 - Jornal Paraná 11 SUSTENTABILIDADE Projeto envolveu 2.100 estudantes de 53 escolas em 35 municípios Plantando Verde Colhendo Vida Semana da Árvore é oportunidade na Usina Alto Alegre para conscientizar e cuidar do meio ambiente com palestras, concurso e plantio de árvores Marly Aires Mais do que cuidar do meio ambiente, é fundamental conscientizar o cidadão para que todos preservem e participem. Com essa visão, o projeto “Plantando Verde Colhendo Vida”, da Usina Alto Alegre S.A. Açúcar e Álcool vem há oito anos buscando mudar a realidade no seu entorno com a conscienti- zação a partir do envolvimento das crianças. “Para isso é preciso investir em educação”, afirma Renata Nobre, gerente de Gestão. O trabalho é realizado em duas etapas. Em agosto, as equipes das três unidades industriais da usina no Paraná (Colorado, Santo In- ácio e Florestópolis) e a de São Paulo (Presidente Prudente) vão às escolas dos municípios onde estas atuam e realizam uma série de palestras sobre o meio ambiente, lançando o concurso de redação. Em setembro, de 16 a 20, período em que comemora a Semana da Árvore, crian- ças, professores e autoridades dos municípios participam do plantio de mudas de espécies nativas da região em áreas de preservação permanente. Também é feita a premiação das três melhores redações de cada escola com bicicleta, videogame e MP5. Ao todo, nas quatro uni- dades da usina, foram plantadas 3 mil mudas de árvores por 2.100 estudantes do 5º ano de 53 escolas em 35 municípios. O projeto, que teve início na unidade de Presidente Prudente (SP) e se expandiu para as demais indústrias, ganhou este ano a adesão da de Florestópolis, a última a ser incorporada ao grupo. Dando exemplo Muito mais do que conscientizar, a Usina Alto Alegre dá exemplo, desenvolvendo há muitos anos um amplo trabalho de cuidado com o meio ambiente, com práticas conservacionistas, destinação correta dos resíduos industriais e ações sociais. Há 13 anos começou a recuperação das áreas de preservação permanente nas propriedades da usina, além de uma série de melhorias no processo industrial e agrícola visando preservar o meio ambiente e se adequar às exigências legais. A usina trabalha com circuito fechado de água, que 12 Jornal Paraná - Outubro 2013 é tratada e reaproveitada integralmente. Tem feito as adequações na indústria e no campo antes dos prazos estabelecidos pelo protocolo ambiental assinado com o IAP, além de aproveitar todo resíduo industrial no plantio da cana, transformando-o em adubo. Todas as áreas de preservação permanente nas propriedades da usina foram recompostas e esta vem ajudando os parceiros a recuperarem suas áreas. Em todo novo plantio de cana, já é reservado o espaço e feito o plantio de árvores nativas. Usina tem feito as adequações na indústria e no campo antes dos prazos estabelecidos pelo protocolo ambiental Dinheiro obtido será usado no pagamento de dívidas, dos fornecedores e de pelo menos 1,3 mil ex-funcionários Da Equipe de Redação A usina de açúcar e álcool Casquel Agrícola S/A, localizada em Cambará, no Norte Pioneiro do Paraná, vai a leilão no próximo dia 26 de novembro. Este é resultado de uma determinação da Vara do Trabalho de Jacarezinho e o dinheiro obtido será usado no pagamento de dívidas, dos fornecedores e de pelo menos 1,3 mil exfuncionários. A Usina Casquel começou a passar por problemas em 2009, logo após a crise financeira mundial que pegou muitas usinas brasileiras no o valor relativamente alto porque a empresa está desativada há cerca de três anos, o que deixou todo equipamento sucateado por falta de uso. Instalações, máquinas e uma área de 619 hectares vão a leilão por R$ 80 milhões contra pé, por terem feitos fortes investimentos para crescer, deixando-as descapitalizadas e com uma dívida crescente. No ano seguinte, o complexo passou a ficar sob a tutela de um interventor nomeado pela Justiça. As instalações da usina, máquinas Foto Folha de Londrina Segundo dados da Justiça do Trabalho de Jacarezinho, existem 723 ações trabalhistas, individuais e coletivas, contra a Casquel e seus proprietários. Só com ex-funcionários, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fabricação de Álcool de Jacarezinho e região estima que o débito da Casquel passe de R$ 20 milhões. A dívida com fornecedores ultrapassava os R$ 5 milhões, calcula-se. USINA Novo leilão da Casquel será em novembro e uma área de 619 hectares da empresa foram avaliadas por R$ 180 milhões por um perito nomeado pela Justiça do Trabalho no ano passado. O lance mínimo inicial previsto na época era de R$ 108 milhões. Este seria um dos maiores leilões já realizados no Brasil, mas o próprio leiloeiro considerou Agora, a usina vai a leilão por um valor bem menor, R$ 80 milhões. O complexo será vendido pelo melhor lance, não sendo vil, com a possibilidade de compra à vista ou financiando diretamente junto a uma instituição bancária. A capacidade de moagem da usina era de 4 mil toneladas de cana por dia, com produção de 250 mil litros de álcool e 3 mil sacas de açúcar. Sua estrutura permitia ainda o armazenamento de 5 milhões de litros do biocombustível. Já foram feitas outras tentativas de efetivação do leilão, sem sucesso. Na última, no início de outubro, a Casquel foi arrematada, mas o deposito em dinheiro para a efetivação do acordo não foi feito no prazo. Outubro 2013 - Jornal Paraná 13 PENTA Maior produtividade e menor custo Até o final de julho, foi usada a máquina em toda área plantada na usina em Iguatemi Uso do novo sistema de plantio aumentou a produtividade em 17% na Usina Santa Terezinha e reduziu os gastos com insumo em 40% Marly Aires 14 Desde 2011 a Usina Santa Terezinha vem testando um novo sistema de preparo de solo para plantio da cana de açúcar que envolve a canteirização da lavoura com o plantio em espaçamento combinado e o revolvimento profundo do solo nas linhas de plantio da cultura com o uso de um equipamento chamado penta. Com isso, em média, tem conseguido aumentar a produtividade da cana em 17% e reduzir os gastos com insumos em 40%, fazendo uma aplicação direcionada de adubos químicos, calcário, gesso, torta Jornal Paraná - Outubro 2013 de filtro e outros. Acreditase que o ganho em produtividade varia de acordo com o tipo de solo. Júlio César Meneguetti, diretor da Usina Santa Terezinha em Iguatemi, distrito de Maringá, diz que investir em tecnologia e buscar sempre novas formas de aumentar a produtividade, preservando o solo e o meio ambiente, faz parte da proposta de trabalho da Santa Terezinha “e com o penta nós estamos conseguindo isso a partir do momento que o manejo aumenta a capacidade de in- filtração de água no solo, mantendo-a disponível à planta, evitando que escorra, forme erosões e assoreie o rio”. Segundo o gerente agrícola da unidade da Santa Terezinha em Iguatemi, José Edson Garcia, nas áreas onde foi utilizado o método tradicional de plantio, as médias de produtividade têm sido de 72 toneladas de cana por hectare. Onde entrou o penta, esta subiu para 84 toneladas por hectare, 12 toneladas a mais de cana por hectare em relação à testemunha, um aumento de 17%. A unidade de Iguatemi começou o teste com o penta em 2011 plantando 50 hectares. Em 2012, em cerca de 80% da área de plantio de cana já foi utilizado o penta, somando 4.700 hectares dos 6 mil plantados no ano passado. Esta área deve ser colhida entre o final de agosto e início de setembro, mas pelo visual, Edson acredita que deve repetir o resultado ou até mesmo superar. O mesmo ocorre com a cana soca, dos primeiros 50 hectares. Neste ano, dos 6 mil hectares programados para novo plantio na unidade de Iguatemi, 50% foi executado até o dia 31 de julho, e destes, 100% foi feito com o penta. Em 2013, todas as unidades da Usina Santa Terezinha estão utilizando o equipamento, com percentuais diferentes de área plantada, somando até 31 de julho, 16.106 hectares nas unidades de Terra Rica, Paranacity, Iguatemi, Rondon, Cidade Gaúcha, Tapejara e Ivaté, que começou os experimentos com o penta junto com a de Iguatemi. Sem compactação ou erosão Além do uso do equipamento, a solução passa pela adoção de um conjunto de práticas agrícolas paro do solo em 30%, aumenta a produtividade, além de melhorar o controle de plantas daninhas e pragas do solo, diminuindo o uso de agroquímicos. A compactação do solo, provocada pelo tráfego intenso e pesado das máquinas, especialmente dos transbordos, reduz a produtividade e a longevidade dos canaviais. “O uso do penta tem se mostrado como solução para estas mudanças no solo”, diz José Edson Garcia, da Usina Santa Terezinha. Junto com a máquina é adotado um sistema de conservação de solo onde todos os terraços são tirados (em áreas com declividade até 6%) e a cana é plantada seguindo a curva de nível e toda linha de plantio começa e termina em carreador, evitando o excesso de manobras. Para que a água que vem da estrada não cause erosão, canais ocultos por toda a área jogam esta em vários canteiros distribuídos no meio do talhão, evitando a erosão e aumentando a água acumulada no solo. “O uso do penta deve vir aliado a um conjunto de práticas agrícolas que vão desde um adequado preparo do solo e o uso de espaçamento combinado O penta conjuga cinco operações em uma única máquina até a canteirização, definindo um lugar para a máquina e outro para a cultura, o tráfego controlado estabelecido por GPS, o uso de piloto automático, evitando o pisoteio da linha de cana e outros cuidados”, ressalta José Edson. Quando esteve na Usina Santa Terezinha apresen- tando a tecnologia, o professor doutor Hasime Tokeshi da Esalq/USP e da Mafes Inteligência Agrícola afirmou que o uso do penta seria uma forma de eliminar as barreiras químicas (alumínio, falta de fósforo, etc.) e físicas (compactação), ao incorporar corretivos em profundidade, para um crescimento sadio das raízes da cana. Dentre as vantagens apresentadas, o professor disse que além de descompactar e melhorar a conservação do solo é possível aumentar a longevidade do canavial, fazendo de um a dois cortes a mais, com maior economia, mantendo a produção constante. Também reduz o custo operacional com o pre- Outras vantagens são a menor erosão e uma infiltração de água 60% maior. Apesar dos grandes volumes de chuva registrados este ano, onde foi feito o plantio de cana com o penta não houve qualquer problema com erosão, comenta José Edson, enquanto que nas áreas convencionais, em outras unidades, houve vários casos. “Isso tem beneficiado o meio ambiente, evitando a erosão e o assoreamento do rio”, ressalta. O penta conjuga cinco operações em uma única máquina: enleira a palha, pica e incorpora ao solo ao mesmo tempo em que subsola, aplica adubo e corretivo, arando o terreno em profundidade, substituindo a grade e o subsolador, além de formar os “canteiros”, eliminando os torrões. Outubro 2013 - Jornal Paraná 15 DOIS PONTOS Maior consumo A melhora na oferta de cana e etanol nesta safra vai dar um alívio à "conta petróleo" brasileira, diminuindo a necessidade de importação de gasolina. No início do ano, entressafra da cana, as importações de gasolina atingiram 680 milhões de litros. A partir de abril, quando o setor passou a ofertar mais etanol, estas começaram a cair, praticamente zerando em agosto. O consumo de combustível do ano passado foi de 49,4 bilhões de litros e neste ano serão necessários 3,2 bilhões a mais. A produção de etanol será suficiente para absorver toda essa demanda e ainda reduzir a importação de gasolina em 1 bi- Índia lhão de litros no ano. A redução de importação traz benefício para a balança comercial e alivia o caixa da Petrobras. Desde 1975, a utilização do etanol evitou gastos de US$ 280 bilhões com a importação de gasolina. Esse valor corresponde a 74% do total das reservas externas brasileiras. O governo federal encaminhará em novembro a nova legislação do setor produtivo do biodiesel ao Congresso Nacional, prevendo o aumento da mistura deste por litro de diesel dos atuais 5% (B5) para 7% (B7), segundo o deputado Jerônimo Göergen, presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel. A previsão é o Brasil já Usinas indianas de açúcar em dificuldade financeira estão buscando alívio na produção de etanol, à medida que o governo aumenta a pressão sobre os revendedores de combustíveis para reduzir importações de petróleo com a mistura do biocombustível na gasolina. Isso poderá elevar os rendimentos das usinas endividadas do segundo maior produtor mundial de açúcar e ajudar a evitar o notório ciclo de excesso ou escassez no plantio indiano de cana, garantindo maior estabilidade na produção de açúcar e nos preços globais da commodity. Protagonista A Ásia se transformou no grande protagonista do setor de energia mundial graças ao ritmo de evolução de suas economias emergentes. A China se transformou no primeiro importador mundial de petróleo, à frente dos EUA. O mesmo acontece no setor de gás natural, onde a demanda das nações asiáticas impulsiona os produtores a ampliar sua oferta O engenheiro elétrico Adolfo Vázquez, da Universidade de São Paulo (USP), lamentou que o Brasil tenha perdido o impulso que tinha com os 16 Jornal Paraná - Outubro 2013 de gás natural liquefeito. A China já absorve mais da metade do carvão produzido no mundo e o continente asiático é o verdadeiro motor dos projetos mundiais de novas centrais atômicas. A China e o Japão ocupam os primeiros lugares, com 30 e sete reatores respectivamente em construção. A Ásia aposta cada vez mais nas renováveis, eólica e solar. Nova proposta A possibilidade da Agência de Proteção Ambiental dos EUA reduzir a mistura obrigatória de combustíveis renováveis no país em 2014 acende luz amarela para a indústria de etanol do Brasil e reduz a perspectiva de exportação do biocombustível. Um esboço propõe corte de quase 6% no volume de etanol a ser misturado à gasolina em 2014, sob a justificativa de uma oferta inadequada do biocombustível. O uso total de combustíveis renováveis cairia para 15,21 bilhões de galões, muito abaixo da meta de 18,15 bilhões de galões para 2014 estabelecidos na lei de 2007. Ainda não existe uma decisão final sobre o assunto. Desperdício avanços no setor dos biocombustíveis. "Antes do pré-sal, o discurso em matéria energética era dominado pelo etanol e pelo biodiesel e avançou muito, Biodiesel mas está claro que os biocombustíveis já não são uma bandeira do governo", disse. E ressaltou que a biomassa da cana é um recurso "desperdiçado" no país, pois o Brasil é o maior produtor mundial e as grandes quantidades do bagaço que sobram muitas vezes são consideradas "lixo". estar misturando 7% em 2014. A proposta do governo deve prever uma mistura de 10% (B10) em 2020, de acordo com a oferta de matéria prima e indicadores econômicos. Desde 2011 o setor reivindica a definição de um novo marco regulatório que propicie um ambiente de previsibilidade para novos investimentos. Carros Estudo realizado pela consultoria KPMG indica que o Brasil, ainda que apresente algumas oscilações nos próximos dois anos, manterá a quarta colocação entre os maiores mercados automotivos do mundo até 2020. O consumo de carros no país, junto com os da China, líder global, e da Índia, terá um dos maiores saltos até o fim da década, saindo de 3,7 milhões de veículos (2013), para 5,8 milhões, crescimento de 57% em sete anos. Setor Agencia Brasil "Vivemos uma situação paradoxal. Temos a maior safra colhida da história e ao mesmo tempo uma pressão de custos e uma estagnação de receita. Quanto mais se produz, mais se perde. Com os custos crescentes, o preço do etanol gera uma receita abaixo da registrada dois anos atrás. A conta não fecha", afirmou Elizabeth Farina, presidente da Unica. Etanol celulósico Usinas O número de unidades processadoras de cana reduziu de 442 em 2008, para 385 em todo país. A grande maioria fechou suas portas devido à crise que se abateu sobre o setor. Além destas 57 usinas que foram obrigadas a encerrar as atividades outras 60 correm o mesmo risco. A política de preços subsidiados da gasolina e a falta de incentivos por parte do governo federal compro- Renovação A Unica estima que 17% dos canaviais do Centro-Sul do Brasil sejam renovados em 2013. O porcentual é menor que os 21% verificados um ano antes, mas pode ser revisado porque o plantio da chamada 'cana de ano', cujo ciclo é de 12 meses, acaba só em novembro. Para 2013/14, a associação prevê uma produtividade de 80 a 82 toneladas por hectare. Novo site A Quimica Real está com site novo, repaginado para tornar a navegação prática e funcional. Conheça acessando www.quimicareal.com.br. metem o setor. A Petrobrás também foi enormemente prejudicada, pois está amargando um prejuízo de 1,2 bilhão de reais por mês, ao importar gasolina a preços mais elevados do que vende no mercado interno. Estima-se que esta política é responsável pelo desemprego de mais de sessenta mil pessoas e o declínio da atividade econômica em cinquenta e cinco municípios. Até então vista como tecnologia de longo prazo, a produção de etanol celulósico começa a deixar a fase de experimentos e vai ganhar escala comercial no Brasil. Três usinas devem entrar em operação entre 2014 e 2015 produzindo 160 milhões de litros por ano e demandando investimentos de R$ 800 milhões. Além do projeto da GranBio, que começa a rodar no ano que vem, a Raízen deve concluir a usina até o fim do ano que vem e o projeto da Petrobras Biocombustível passa pelas últimas definições para ser submetido à aprovação pelo BNDES. Plano ambicioso A GranBio tem planos de até 2020 colocar pelo menos 1 bilhão de litros de etanol de segunda geração no mercado, tendo, para isso, pelo menos 15 milhões de toneladas de "cana energia" própria no período. Com isso, a empresa se tornaria uma das maiores processadoras de cana do país, pois, além de ma- Moagem téria-prima própria, vai utilizar palha de cana e bagaço de terceiros. A primeira usina começa a operar no ano que vem, com a produção de 82 milhões de litros. O plano é construir uma unidade por ano até 2020, com foco no mercado dos EUA, que paga prêmio pelo etanol de segunda geração. O volume de cana que deve ser moído no Centro-Sul foi revisto para 587 milhões de toneladas neste ciclo, 0,4% abaixo das 589,6 milhões de toneladas apontadas em abril, mas ainda 10,2% maior que as 532,75 milhões de toneladas registradas em 2012/13. O total de cana bisada, que fica disponível para a safra seguinte, deverá somar 15 milhões de toneladas. Açúcar A estimativa de produção de açúcar na região Centro-Sul foi reduzida em 3,66%, para 34,20 milhões de toneladas pela Unica. Mesmo assim, o número é 0,30% superior à produção registrada no ciclo passado. A produção de etanol também foi reduzida para 25,04 bilhões de litros, ante os 25,37 bilhões de litros projetados inicialmente. O volume é, no entanto, 17,21% superior ao produzido no ciclo anterior. Outubro 2013 - Jornal Paraná 17 EMPRESA Instech fornece torres para o Porto Sudeste Trabalho recebeu nota máxima nos quesitos qualidade dimensional de fabricação e qualidade de tratamento de superfície e pintura do engenheiro inspetor da MMX, Edilson Alves, participaram da visita os engenheiros Luís Duarte e Fabrício Queiroz que representam a gerenciadora do projeto do Porto Sudeste. A Instech Industrial Eletromecânica, empresa especializada em caldeiraria, metal mecânica, montagem industrial eletromecânica e locação de guindaste, está fabricando três torres de transferência para a atual fase do projeto de construção do Porto Sudeste, no Rio de Janeiro. Ao todo serão 280 toneladas de beneficiamento de aço. O início de operações do porto está previsto para o segundo semestre de 2014, com embarque de 4 milhões a 5 milhões de toneladas no ano. “Quando avaliamos a dimensão de um projeto como o do Porto Sudeste, sabemos que nossa contribuição é mínima. Mas em nossa perspectiva, é uma grande vitória. É resultado de muito trabalho, dedicação, aperfeiçoamento constante e 18 Jornal Paraná - Outubro 2013 Engenheiros da MMX em visita à empresa principalmente do apoio de parceiros clientes, sem o qual, nada seríamos”, afirma o diretor Fábio Ribeiro. No início de agosto, a Instech recebeu a visita dos fiscais da MMX empresa de mineração do grupo EBX, responsável pela obra. Além “Recebemos nota máxima nos quesitos qualidade dimensional de fabricação e qualidade de tratamento de superfície e pintura”, afirma Ribeiro. Segundo o diretor, o engenheiro Edilson ainda ressaltou a satisfação da empresa com o trabalho desenvolvido e solicitou que a direção da Instech parabenizasse todos os colaboradores. SERVIÇO: telefone/fax: (41) 3422-3341 (45) 3378-5259 [email protected] www.instech.com.br USINAS Alto Alegre investe em melhorias e antecipa manutenção Novo tacho em Santo Inácio possibilitou melhora do processo, economia de vapor e aumento de moagem em 350 mil toneladas Da Equipe de Redação Foram gastos R$ 12 milhões e o novo tacho é um dos maiores já construídos Deixar todas as obras e manutenções para o período de entressafra não é arriscado só por conta do prazo menor desta a cada ano, mas também por estes meses serem mais chuvosos, normalmente. “Lidar com construção civil nesta época pode ser bastante complicado. Por isso, todo novo investimento, que não interfere no processo de industrialização durante a safra, é iniciado assim que possível, para não concentrar as obras na entressafra, correndo risco de não conseguir executar por falta de tempo ou por causa das chuvas”, afirma Renata Nobre, gerente de Gestão da Usina Alto Alegre. A empresa possui três unidades no Paraná – Colorado, Santo Inácio e Florestópolis, e uma em São Paulo - Presidente Prudente e está entre os 10 maiores complexos industriais de açúcar e etanol do Brasil, com capacidade instalada para processar 10,5 milhões de toneladas de cana de açúcar por safra, produzindo 21 milhões de sacas de açúcar VHP, Cristal e Refinado, 235 milhões de litros de etanol hidratado e anidro carburante, além de cogerar 60 MWh de energia elétrica. Dentre as obras realizadas durante o ano, em plena safra, visando a melhoria contínua do processo, está a instalação de um novo tacho com capacidade para até três mil hectolitros na unidade de Santo Inácio. Este foi dimensionado para atender o aumento da moagem de cana na safra atual. Em operação desde o dia 5 de abril, o novo equipamento ampliou a capacidade de produção da fábrica de açúcar e otimizou o cozimento das massas A e B, além de propiciar a obtenção de cristais de açúcar de melhor qualidade e mais padronizados. Com o novo tacho está sendo possível economizar no consumo de vapor produzido nas caldeiras. Segundo o gerente Ulisses Cândido, a moagem de cana na Unidade Santo Inácio estava limitada em 3 milhões de toneladas por safra, principalmente em função da capacidade de produção das caldeiras. “Com a economia de vapor no processo, será possível aumentarmos a moagem em 350 mil toneladas, sem a necessidade de adquirirmos mais caldeiras”, explica o engenheiro. O investimento na fábrica de açúcar e na evaporação foi de, aproximadamente R$ 12 milhões e o novo tacho é um dos maiores já construídos no mercado. Outras construções Na usina de Santo Inácio também foram feitas melhorias visando maior segurança e qualidade de vida. A nova portaria recebeu duas catracas eletrônicas para identificar a entrada e saída de funcionários e de terceiros, monitorada 24 horas por câmeras. 20 Moenda em Colorado foi repotenciada Jornal Paraná - Outubro 2013 Foi construído um caramanchão nas proximidades do escritório administrativo, refeitório e área industrial. O novo espaço proporciona momentos de descontração e lazer aos funcionários em seu horário de descanso e conta com mesas de sinuca , “ping-pong”, dominó, pebolim e sala de TV. Colorado e Florestópolis em obras Objetivo foi melhorar o desempenho das duas unidades industriais e eliminar paradas por transportadores na safra de cana na moenda B e 1.117.000 toneladas na A. Também, com a substituição das esteiras, busca-se melhorar o desempenho de moagem e eliminar paradas por transportadores. Ainda sem data certa para finalizar a safra – tudo vai depender da ocorrência ou não de chuvas – as quatro unidades da Usina Alto Alegre no Paraná e São Paulo devem esmagar cana até o final de novembro ou início de dezembro, retomando as atividades provavelmente entre março e abril. “Estamos trabalhando para moer toda a matéria prima disponível”, afirma Renata Nobre, gerente de Gestão. Com o objetivo de aprimorar os resultados na unidade de Florestópolis, o sistema contínuo para batelada passou por alterações. Todas as tubulações foram substituídas por exemplares em aço inox, e foram adquiridos novos instrumentos de controle, válvulas e trocadores de calor, bem dimensionados, inclusive, para atender as necessidades da fermentação. Por conta disso, todas as unidades industriais têm buscado adiantar o que é possível na manutenção de suas estruturas e na construção de melhorias. Uma das obras já executadas na Unidade Junqueira, em Colorado, foi o repotenciamento do 3º e 4º terno da moenda B, com a elevação do diâmetro dos rolos de 37”x78” para 42”x78”. Esta modificação trouxe um impacto significativo na moagem, aumentando de 550 t/h para 650 t/h - aproximadamente 13% a mais com relação à moagem da última safra. Para a 2013/2014, a meta é moer 2.740.913 toneladas Mudanças do sistema de fermentação estão previstas para 2014 Ainda, foi instalada uma rede de malha de automação, contemplando todo o sistema de controle de temperatura, brix, limpeza de dorna, carga e descarga de fermento, operação das centrífugas, entre outros controles. Essas alterações visam otimizar o rendimento da fermentação, produzindo mais álcool e aumentando o teor alcoólico. Também reduzem o volume de vinhaça produzida e elevam teor de potássio deste subproduto. Outubro 2013 - Jornal Paraná 21 BIKOS Acerte na escolha do bico e otimize a produção Empresa investe em equipamentos e pessoal para melhorar a qualidade e eficiência das operações nas indústrias Pequenos detalhes como os bicos pulverizadores podem otimizar o processo industrial na fabricação de açúcar e álcool, aumentar a produtividade e reduzir custos operacionais. Por isso, na hora da manutenção dos equipamentos, é preciso estar atento para a qualidade dos bicos de pulverização, escolhendo o tipo correto para as exigências das condições existentes nas usinas, afirma o diretor comercial da Bikos Indústria e Comércio Ltda, Artur Colicchio. Dentre os bicos com os quais a empresa trabalha, e que precisam ser vistoriados no período de manutenção, estão os utilizados na lavagem de esteiras e filtros rotativos, na limpeza de centrífugas, resfriamento de água, nos lavadores de gases e de dornas, na torre de resfriamento e o bico multijato 22 Jornal Paraná - Outubro 2013 usinado, para formação de vácuo, dentre outros. Com quase 30 anos de experiência na fabricação destes produtos, a empresa busca melhorar a qualidade e eficiência das operações nas indústrias investindo constantemente no aperfeiçoamento de seus equipamentos e na capacitação de sua equipe técnica. Também adota uma seleção rigorosa dos materiais utilizados na fabricação dos produtos e garante agilidade na entrega dos pedidos. Atende os setores sucroenergético, siderurgia e mineração, papel e celulose, automotivo, alimentício, controle de poluição, tratamentos de superfície, saneamento, combate a incêndio e outros. Com atendimento no pré e pós- venda, faz visitas técnicas préagendadas, dá orientação de manutenção e limpeza nas linhas de pulverização, aumentando assim a vida útil dos bicos. Utiliza o sistema de consulta específica, fornecendo todas as informações técnicas necessárias a partir de projetos, amostras e especificação exclusiva para cada cliente. Fabricação sob encomenda. SERVIÇO: (11) 2676-3906 [email protected] www.bikos.com.br As buchas para rolamentos na modalidade hidráulica tornam mais prática e rápida a manutenção na indústria, reduzindo o tempo de máquinas paradas Com a experiência de quem tem mais de 56 anos de tradição na fabricação de componentes para fixação de rolamentos, a BGL (Bertoloto & Grotta) orienta as usinas a especificarem o uso de buchas para rolamentos na modalidade hidráulica. A maior vantagem destas pode ser atestada na hora da manutenção, quando é necessário remover o conjunto rolamento-bucha do eixo. Quando é usada a bomba hidráulica com mangueira e engate, é possível desmontar um conjunto de grande porte em poucos minutos, enquanto que no método mecânico tradicional pode-se levar até o dia todo, dependendo do caso. O mesmo ocorre com o uso dos tubos de extensão, buchas, porcas e demais acessórios hidráulicos BGL. Tudo isso permite uma operação leve, segura e a redução no tempo de máquinas paradas. A opção hidráulica está disponível para peças com diâmetro interno a partir de 140 mm ou tamanho 32. SOLUÇÃO BGL facilita o trabalho nas usinas montagem e desmontagem de rolamentos e buchas. Código: BH100 ou BH160 (pressão de trabalho Mpa 100 e Mpa 160).Segundo o departamento técnico da empresa, para se ter uma longa vida útil dos rolamentos e manter estes em perfeito funcionamento, é fundamental caprichar na manutenção. Com entrega rápida, preços adequados e um atendimento diferenciado, a BGL tem disponível essas soluções hidráulicas para as usinas. As buchas são providas de sistema para injeção e distribuição de óleo que servem para diminuir o atrito entre as partes (rolamento, bucha, eixo) tornando o deslocamento para fixação e desmontagem muito mais fácil. São as canaletas de óleo e o acréscimo do prefixo “O” e o sufixo “H” no código do produto que diferenciam as buchas de fixação hidráulicas das buchas de fixação normais. Ex.: OH 3144H. A BGL desenvolveu dois tipos de Bomba Hidráulica Manual que engloba toda a gama de Para conhecer mais sobre as vantagens de redução de tempo de manutenção com a bomba hidráulica e acessórios hidráulicos BGL, acesse www.bgl.com.br/treinamento.htm escolhendo o roteiro 11 que demonstra o método de desmontagem de buchas de fixação hidráulica sob rolamentos auto-compensadores de rolos usando injeção de óleo. Também curta a fanpage no facebook/bglbuchas e tenha mais informações. SERVIÇO: (19) 3451-8210 - www.bgl.com.br [email protected] Outubro 2013 - Jornal Paraná 23 NEGÓCIOS Manutenções devem movimentar R$ 2,2 bilhões no setor Esse número é 10% maior que os R$ 2 bilhões registrados entre agosto do ano passado e o fim da entressafra passada Da Equipe de Redação Entre agosto deste ano e o fim da próxima entressafra, em março de 2014, as empresas que fabricam máquinas, equipamentos e peças para usinas de cana de açúcar esperam movimentar em torno de R$ 2,2 bilhões em encomendas de produtos e contratação de serviços relacionados à cadeia sucroenergética. Esse número é 10% maior que os R$ 2 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Segundo o presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético (Ceise), o empresário Antônio Tonielo Filho, o crescimento de 10% decorre da expectativa de que as usinas de cana vão precisar intensificar na entressafra de 2013/14 a manutenção de equipamentos. "Descapitalizadas, muitas usinas deixaram de fazer todas as manutenções ne- 24 Jornal Paraná - Outubro 2013 cessárias na área industrial nos últimos anos. Agora, devem elevar investimentos na área", afirma Tonielo Filho. A mecanização da colheita da cana, que traz mais impurezas para a indústria, também ampliou a deterioração do maquiná- rio, elevando a necessidade de reformas, acrescenta. A estimativa do Ceise é de que as usinas invistam de 7% a 10% do faturamento anual em reforma e manutenção da indústria. Tonielo Filho esclarece que, por en- quanto, não há expectativa de investimentos na construção de usinas novas. O momento é de busca de eficiência, segundo ele. "Mas o próximo passo terá de ser a ampliação industrial. A capacidade está próxima do limite", diz. Mecanização da colheita, que traz mais impurezas para a indústria, ampliou deterioração do maquinário, elevando necessidade de reformas A CMR Engenharia de Solos - Agricultura, empresa especializada em soluções para este tipo de problema, orienta os produtores Fonte CTC Solo com impedimento mecânico ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas Uso de variáveis Máquina x Solo na sistematização dos talhões Desde que os projetos de sistematização dos talhões contemplem as variáveis de interação máquina x solo e os planos de manejo das operações mecanizadas, principalmente o da colheita, equalizem a interação máquina x solo x planta. Perfil da trincheira em área de 5 cortes colhidos mecanicamente. As setas verdes representam as soqueiras. O espaçamento é 1,50m. Foto Ivo Belinaso. Fonte CTC Mesmo com a intensa mecanização da lavoura de cana, na maioria das vezes a compactação dos solos pode ser evitada desde que sejam observados os critérios técnicos que governam as interações entre máquina e solo. “A solução não é corrigir o problema, descompactar o solo, mas evitar que isso ocorra”, afirma o mestre em Engenharia Agrícola Célio Moreira Ricardo, diretor da CMR Engenharia de Solos – Agricultura. A empresa é especializada em soluções para evitar a compactação do solo. Atua desde a determinação das variáveis de interação máquina x solo fundamentais para a sistematização dos talhões, ao planejamento das operações de colheita mecanizada. Célio diz que é possível eliminar a operação de subsolagem e reduzir seus custos, além de eliminar os elevados prejuízos provocados pela queda de produtividade da cana de açúcar em consequência da compactação do solo. “O mais preocupante e pouco considerado é que os atuais impactos da compactação vão se agravar no médio e longo prazo”, alerta o diretor. Ele explica que na maioria das vezes, o foco da sistematização dos talhões é otimizar a logística das operações mecanizadas, principalmente a CCT (corte, carregamento e transporte), devido aos ele- SOLO Compactação deve ser evitada e não corrigida vados custos desta operação. Por isso, buscase normalmente formar talhões de cana planos e com linhas de grande comprimento, para evitar manobras das máquinas. Contudo, esta prática traz impactos negativos ao solo. “Além das variáveis utilizadas atualmente, também é preciso levar em consideração a resistência do solo à mecanização em função da época de colheita do talhão. Esta sim deve determinar o comprimento máximo de cada linha de cana, o número de vezes que o tráfego poderá se repetir sobre esta, entre outras variáveis”, orienta Célio, destacando que é possível evitar a compactação do solo, a subsolagem e a queda de produção, quando todas as variáveis envolvidas no sistema são equalizadas, desde características mecânicas intrínsecas ao solo até aos custos do CCT. “Tudo isso contribui para minimizar a compactação e aumentar a produtividade da lavoura”, diz o diretor. MR de So Solo livre de compactação. Pleno desenvolvimento das raízes C aria enh Eng lo Operações Agrícolas Mecanizadas. (coleta mecanizada) Solo livre de compactação após operações mecanizadas. Pleno desenvolvimento das raízes Outubro 2013 - Jornal Paraná 25 PLANEJAR Jacarezinho antecipa revisão da frota agrícola Para dar conta do serviço a tempo, oficina mecânica inicia o trabalho em setembro, revezando os equipamentos e veículos retirados de circulação Marly Aires Com a entressafra cada vez mais curta e a mecanização crescente das operações no campo, as usinas sucroenergéticas têm que trabalhar com prazos cada vez mais apertados. Se antes a preocupação era mais centralizada na manutenção da indústria, agora esta é redobrada, crescendo de importância a manutenção da frota agrícola. “Em apenas 90 dias é praticamente impossível fazer a manutenção de todo parque mecanizado e ainda adequar o período de férias no final do ano. Por isso, normalmente começamos em setembro a manutenção, para conseguir terminar até o final de fevereiro”, comenta Valter Sticanella, ge- rente agrícola da Usina Jacarezinho, do Grupo Maringá, que tem unidade industrial no município com o mesmo nome. Atualmente, a usina trabalha com 13 máquinas, colhendo cerca de 52% do canavial de forma mecanizada. Para a próxima safra, a expectativa é de aumentar para 68% esse percentual, somando 17 colhedoras. A Jacarezinho está começando também com o plantio mecanizado, outro segmento cuja mecanização deve crescer bastante nos próximos anos. Tudo isso afora trator, transbordo, caminhão transbordo, reboques canavieiros, toda frota de apoio como prancha, comboio, caminhão oficina, bombeiro e outros, além da frota leve. “A efetividade de aproveitamento de safra é cada vez maior, não pode parar, mas se deixarmos para a última hora, não damos conta”, afirma o gerente agrícola. A saída encontrada pela usina foi antecipar a manutenção e otimizar o uso do equipamento. Também loca uma colhedora extra e, retirando uma por vez, vai fazendo as manutenções necessárias. Usina trabalha com 13 máquinas, colhendo 52% do canavial. Na próxima safra, serão 17 colhedoras e 68% da cana Check list Para cada máquina ou veículo é feito um check list, substituindo os itens danificados ou que logo apresentariam problemas, dependendo do grau de dificuldade para manutenção e dos riscos oferecidos. De um modo geral são verificados motor, engrenagens, embreagem, câmbio, diferencial, os ítens elétricos, toda a lataria e outros. A maior parte da manutenção é feita por equipe própria de mecânicos 26 Jornal Paraná - Outubro 2013 A maior parte da manutenção é feita por equipe própria de mecânicos na oficina da usina. Normalmente só é contratada mão de obra externa para os serviços na área de calderaria (parte metálica dos equipamentos e veícu- los). Os contratos são firmados com antecedência para evitar correrias de última hora, preços maiores ou dificuldade de encontrar pessoal capacitado, atrasando todo o cronograma de serviço. A safra desse ano na usina deve se estender até o dia 15 de dezembro, esmagando 2,2 milhões de toneladas de cana e trabalhando com um mix de produção com 60% voltado para o açúcar. Para a próxima safra, 2014/15, programada para iniciar a partir do dia 17 de março, a expectativa é esmagar 2,3 milhões de toneladas de cana. de monitoramento é na Tecsel INDÚSTRIA Manutenção em câmeras Localizada em Maringá (PR), é referência em projetos e execuções de vídeo monitoramento, redes de fibra óptica e cabeamento estruturado Com a parada das máquinas para manutenção, é hora de aproveitar para revisar, regular e limpar os equipamentos de monitoramento do processo industrial da usina. A Tecsel Monitoramento de Processos Industriais e de Segurança é especializada neste serviço e conta com equipe altamente capacitada para atender usinas em todo o Brasil. Localizada em Maringá, no Paraná, a empresa atua no mercado há 13 anos, completados em outubro, e é referência em projetos e execuções de vídeo monitoramento, redes de fibra óptica e cabeamento estruturado. Trabalha com venda, instalação e manutenção. Já colaborou na implantação de soluções para os seguimentos de açúcar e álcool, biodiesel, mineração, alimentos, educação, aviação e monitoramento urbano. “Nosso quadro profissional é formado por engenheiros e técnicos com amplo conhecimento e experiência prática. Trabalhamos para a melhoria do processo produtivo de nossos clientes, visando sua satisfação e garantindo qualidade em cada projeto”, afirma Fábio Arrias, Empresa alia experiência com busca por equipamentos modernos e sistemas atualizados engenheiro Eletricista e diretor da empresa. Antenada com as novidades do mercado, a Tecsel alia a experiência com a busca constante por equipamentos modernos e sistemas atualizados para melhor atender à necessidade de seus clientes, provendo produtos e soluções altamente inovadoras e da mais alta qualidade. SERVIÇO: Fone/Fax: (44) 3267-5868 (44) 9951-0721 [email protected] www.tecselalarmes.com.br Outubro 2013 - Jornal Paraná 27 AÇÚCAR Grades magnéticas da Ital oferecem qualidade e segurança São construídas com ímãs permanentes de Neodímio, possuindo força magnética de até 11.000 Gauss Para garantir a qualidade do açúcar, além de proteger o equipamento contra a ação danosa de elementos ferrosos durante o processo produtivo na usina, a Ital Produtos Industriais Ltda oferece a melhor solução: grades magnéticas automáticas, utilizadas na extração de partículas ferrosas que contaminam o açúcar. Construídas com ímãs permanentes de Neodímio, possuem força magnética de até 11.000 Gauss, o que garante a eficiência de todo o processo. Com vários modelos e opções disponíveis, de acordo com a demanda da indústria, podem atingir a capacidade de 90 toneladas hora, no caso do modelo GMA-50D, ou 40 toneladas por hora, com o modelo GMA-30D. As grades magnéticas automáticas, como seu próprio nome diz, possuem um sistema pneumático de limpeza. As partículas ferrosas retidas nos tubos magnéti- 28 Jornal Paraná - Outubro 2013 cos são removidas e “descarregadas” em local apropriado, fora da área por onde passa o fluxo do material. Em função do grau de contaminação ferrosa que atravessar a grade magnética, através do uso de um CLP, regula-se o tempo do ciclo de limpeza. Pistões pneumáticos, acionados pelo CLP, empurram os tubos magnéticos “para fora” da área de passagem do material contaminado e raspadores especiais executam a limpeza, fazendo com que o material ferroso seja despejado “fora” da grade magnética. Como esta tem sempre duas fileiras ou camadas de tubos magnéticos, a limpeza é feita de maneira alternada: uma camada de tubos magnéticos de cada vez. Assim, o fluxo de material não deixa de ser purificado em nenhum momento do ciclo de limpeza. Fundada em 1999, a Ital Produtos Industriais Ltda é importadora e representante exclusiva de uma série de empresas internacionais: Cibas (Itália), Hannay Reels (EUA), Euroboor (Holanda), Jeton (Taiwan), Earth-Chain (Taiwan) e outras, além de ter sua própria linha de produtos. SERVIÇO: Fone: (11) 4148 2518 fax (11) 4703 [email protected] Empresa tem vários modelos disponíveis