Saneantes
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Químicos Saneantes Conheça as aplicações e quais cuidados o profissional de limpeza deve adotar ao manusear esses produtos nos processos de uso profissional Para abordar este assunto, a dire- confiança de que sua composição de seus funcionários, bem como o toria da Câmara de Químicos da Abra- foi considerada apta para o manu- compromisso eco-ambiental na apli- limp preparou um material especial. seio. Os testes de eficiência, quan- cação dos produtos. O químico Miguel Sinkunas, explicou do necessários, foram executados e 2) Faça seus próprios testes de as principais características dos sane- foram produzidos dentro de BPF eficiência. Normalmente esta etapa antes, como deve ser feita a aplica- (Boas Práticas de Fabricação), ga- é muito difícil, pois depende mais ção, como manusear, quais produtos rantindo sua qualidade. É aquele de um julgamento sensorial. Procu- são os melhores para serem utilizados, produto que cumpre, ao menor cus- re fazer a análise mais perfeita pos- etc. Confira todos esses tópicos no to e com maior garantia, as finali- sível, usando critérios apropriados. texto abaixo. dades propostas. Por exemplo, ao avaliar o resultado SANEANTES Como avaliar a idoneidade da empresa e seus produtos? de uma limpeza, certifique-se de que Qual o melhor produto para se usar? realmente limpou e não apenas clareou a superfície. Caso tenha outro 1) Através da avaliação da docu- produto, faça sua aplicação em pa- mentação oferecida. Lembre-se que é ralelo e na mesma condição. Isso É o produto que vem de um fa- obrigação do fabricante/distribuidor, pode lhe possibilitar melhor julga- bricante idôneo, que possui regula- quando solicitado, fornecer os dados. mento. Às vezes, após a aplicação, rização. Isto revela que algumas eta- Porém, não se esqueça que é sobre a pode-se esfregar um papel ou teci- pas de pré-avaliação já foram feitas, empresa usuária que cabe a responsa- do branco para verificar algum nível ou seja, garante aos consumidores bilidade quanto à segurança e saúde de resíduos. Lembre-se que se você 26 • HIGIPLUS • 1º TRIMESTRE/2009 está aplicando algo profissionalmen- reta. Exija como garantia especifica- dos os parâmetros e componentes, te e seus resultados, invariavelmen- ções e certificados por escrito. incluindo eventuais equipamentos, te poderão ser a razão de seu sucesso ou fracasso no mercado! 3) Ao avaliar produtos de acaba- 6) Mantenha seus registros de testes e de processos bem definidos para comparação futura. acessórios e tempos envolvidos, são de primordial importância. Podemos dividir os processos de mento, como no caso de impermeabi- 7) Finalmente, certifique-se que limpeza em diversas categorias, porém, lização de pisos, não observe somen- obterá do fabricante/distribuidor uma a que mais nos interessa, por ser a mais te o resultado imediato, observe-os a assistência técnica profissional, consis- comum, é a limpeza mista, em que se médio e longo prazo. tente e presente, que o auxiliará no utilizam produtos químicos e ação 4) Verifique e compare o custo- futuro, inclusive com sugestões e pro- mecânica. Este tipo de aplicação apre- benefício e não o preço da unidade. cessos que poderão aumentar sua pro- senta variáveis bem definidas cuja in- Um produto de custo unitário muito dutividade, melhorar os resultados e teração é intuitiva e pode ser facilmen- baixo pode ser o mais “caro”, se este reduzir os custos. te compreendida (confira os tópicos). não atender a suas necessidades. Após constatar os resultados positivos, vale examinar também as maiores dilui- Já os produtos para impermeabili- Como aplicar os produtos? zação de pisos requerem um tratamen- O sucesso na aplicação não se to especial e diferenciado. Uma boa deve só à perfeita eleição do produ- fonte de consulta é o MANUAL DE 5) Tenha certeza que o produto to, e, sim, à perfeita execução de um PROCESSOS elaborado e fornecido comprado será entregue de forma cor- processo do qual este faz parte. To- pela ABRALIMP. ções com resultados satisfatórios. HIGIPLUS • 1º TRIMESTRE/2009 • 27 Químicos Considerados determinados Ação mecânica e fixos: Z Uso de fibra de limpeza - anotar Procurar critérios para reproduzir tipo, verificar o movimento exe- Z Tipo e intensidade da sujidade. fielmente processos anteriormente cutado e anotar produtividade Z Produto a ser utilizado, levan- executados com sucesso, como por (m²/hora). do em consideração: tipo de su- exemplo: jidade, substrato, saúde e meio- Z Z Z O uso de máquinas automáticas de Uso de enceradeira – anotar a lavar pisos permite um ótimo con- ambiente. máquina utilizada, tipo e estado trole de aplicação, bastando so- Agente de ação mecânica e sua for- do disco ou escova, verificar tipo mente anotar a produtividade (m²/ ma de aplicação, levando em con- de movimento executado e ano- hora) para saber justamente a ve- sideração: agressividade e condi- tar produtividade (m²/hora). A locidade dessa aplicação, não es- ção local. produtividade é um meio segu- quecendo, é claro, de marcar o tipo ro para controlar a velocidade de de disco ou escova e regulagem esfregamento. de pressão. As variáveis serão: Z Concentração do produto. Z Ação mecânica (tempo de atuação quina utilizada, distância do bico Temperatura e força exercida). ao substrato, verificar tipo de mo- Z Temperatura (natural do local ou vimento executado e anotar pro- importante em operações especi- provocada). dutividade (m²/hora). ais, como quando se usa uma hi- Z Z Z Uso de hidrojateadora - anotar máDe controle muito difícil, porém Tempo de contato (atuação do drojateadora com água quente ou produto). quando se utiliza água quente na diluição de produtos em operações Essas variáveis se relacionam en- de remoção de ceras. tre si, ou seja, o valor de uma pode interferir com o valor da outra, por Como melhorar os resultados? exemplo: se aumentarmos o tempo Toda limpeza normalmente pode de contato poderemos reduzir a con- ser complementada pela aplicação de centração ou a ação mecânica. A produtos com diversas finalidades, temperatura, apesar da importância como para: que tem, não apresenta, na prática, fator que se tenha controle, exceto Z Prolongar o estado de limpeza. quando se utilizam equipamentos Z Desinfetar, garantindo maior higienização. específicos. Z Embelezar, melhorando os resulta- Como controlar as variáveis? dos, tornando-os mais profissionais. Concentração Todos os processos que envolvem Z Z Usar medidores de peso ou volu- produtos químicos devem ser defini- me práticos, porém, confiáveis. dos tendo em vista a situação apre- Medir criteriosamente. sentada. Levar sempre em considera- Usar dosadores ou diluidores au- ção a melhor diluição, determinar a tomáticos bem calibrados. freqüência necessária, o modo de aplicação e o tempo para ação do produ- Tempo de atuação to, mão-de-obra e equipamentos. Crie Z Usar um relógio, principalmente uma folha de processo completa, para em processos com necessidade de a verificação de consumos e tempos tempos maiores. envolvidos na área trabalhada. Fazer 28 • HIGIPLUS • 1º TRIMESTRE/2009 a “checagem” ou auditoria, para verificar conformidade quanto à diluição, ordem de aplicação, etc., bem como avaliar permanentemente os resultados visando melhorias contínuas quanto à qualidade e custo das operações. Como manipular, diluir e reembalar os saneantes? Produtos mais concentrados, que permitem maior diluição, têm normalmente o melhor custo-benefício. Isto obriga os profissionais a diluírem de autorização da ANVISA (Agência lho Regional de Química), baseado os materiais de limpeza em um posto Nacional de Vigilância Sanitária), po- na legislação, que exige um Químico de trabalho ou em uma central, para rém, especificamente, não existe ir- responsável supervisionando as ativi- que sejam levados aos locais onde se- regularidade nestas operações, uma dades da empresa. rão aplicados. vez que a ANVISA permite concen- A seguir, algumas sugestões para que Este procedimento, no entendi- tração mais alta em produtos de uso estas operações possam ser feitas den- mento de alguns, poderia necessitar industrial e também o CRQ (Conse- tro de critérios seguros e controlados. HIGIPLUS • 1º TRIMESTRE/2009 • 29 Químicos 1) Diluição e reembalagem EPIs (Equipamentos de Proteção mínimo: identificação da empresa, de produtos: Individual), ter certeza que a em- nome do produto, fabricante, nú- Z Ter a supervisão de um Químico balagem final é adequada e estará mero de lote, razão de diluição, data responsável. bem fechada. da reembalagem, identificação do Identificar os produtos reembalados Químico responsável. Z Tomar as devidas precauções de segurança, uso indispensável de Z com rótulos que contenham no 2) Sugestão de instruções nos postos de trabalho para manuseio de embalagens abertas ou contendo produtos diluídos: Z Os produtos que estiverem na concentração original devem ser mantidos na embalagem e bem tampados após o uso. Havendo sobra dos materiais, sempre retorná-los ao mesmo local do estoque de onde foram retirados. Z Os que foram diluídos e sobraram devem ser bem tampados, embalados com uma identificação visível, que conste, no mínimo, as seguintes informações: nome do produto, o valor da diluição e a data em que foi feito o processo. Z O passo seguinte é encaminhá-los ao estoque, onde deverá estar próximo aos mesmos produtos na forma concentrada. Vale destacar que estas soluções precisam ser utilizadas o quanto antes. Confira alguns conselhos elaborados para facilitar o trabalho com saneantes: Z Sempre ao manipular produtos químicos utilize EPI’s (equipamentos de proteção individual) e evite o contato direto. Saiba que muitos deles, antes usados indiscriminadamente, hoje são considerados prejudiciais ao ser humano e nada nos garante que no futuro outros não terão o mesmo destino. Z Mantenha um arquivo organizado das FISPQ’s (Ficha de Informação 30 • HIGIPLUS • 1º TRIMESTRE/2009 de Segurança de Produto Quími- aos concentrados, mesmo que seja tação técnicas sobre a condição de co) dos produtos em estoque. Elas o mesmo produto. armazenagem e possíveis incom- poderão ser úteis em casos de aci- Z Ceras que saíram da embalagem ori- patibilidades. Z Produtos inflamáveis praticamen- ginal não devem retornar a ela quan- para organizar o estoque de ma- do esta ainda contiver produto, ou te não são mais aplicados, porém, neira segura. seja, devem receber o mesmo trata- caso exista algum, este deve rece- Nunca misture produtos diferentes sem autorização expressa. Z Z dentes. Ou chame um técnico Nunca misture produtos diluídos ber tratamento diferenciado. mento dos que foram diluídos. Z Sempre que iniciar um novo estoque procure informações e orien- Z Procure aprender cada vez mais, com consciência e determinação. SOLVENTES ORGÂNICOS DEZ RAZÕES PARA EVITAR O SEU USO pois eles penetram no organismo única maneira de escapar de seus Estas razões não visam propagar (aspirados pelo ar ou através da efeitos é isolar-se deles, o que sig- a proibição do uso de solventes. A in- absorção pela pele) e chegam à nifica usar luvas resistentes e por- tenção é chamar a atenção sobre seu corrente sanguínea. tar máscaras com filtros adequa- uso com maior responsabilidade e dos e eficazes ou com ar autônomo ou bombeado. conhecimento, utilizando-os somen- 7) Solventes podem ser traiçoeiros, te quando forem insubstituíveis, pois agem de forma imperceptível. sempre com exposição controlada Normalmente não causam ne- ECOLÓGICO - Não acredite que dentro de padrões aceitos e reco- nhuma irritação à pele e só origi- qualquer composto químico possa ser mendados internacionalmente. Este- nam sintomas agudos (imediatos) “ecológico”, muito menos um solvente. ja também alerta sobre outras infor- se forem absorvidos e/ou inalados mações muito difundidas: em doses muito grandes. BIODEGRADÁVEL - Segundo a OCDE ("Organization for Economic and 1) Pegam fogo com facilidade. 2) Poluente em larga escala, inclusive aos lençóis freáticos. 8) Contra o uso de solventes exis- Development"), um solvente é consi- tem também outras razões técni- derado biodegradável quando mais de cas e econômicas: não permitem 60% do produto é degradado num pe- diluição ou enxágüe com água, ríodo de 28 dias. tornando cara e difícil uma ope3) Contribui com o efeito-estufa. ração de limpeza. Seu custo inicial também tem aumentado de 4) Através da reação com óxidos de forma acelerada em decorrência nitrogênio na presença de luz so- do preço do petróleo e da valori- lar, podem gerar ozônio na tropos- zação do dólar. fera (camada atmosférica mais próxima da terra), prejudicando os seres vivos. 9) Geralmente atacam os materiais mais comumente usados como os plásticos, vernizes de isolamento 5) Podem causar sérias doenças no e tintas de proteção, destruindo- sistema respiratório, nervoso, e, os ou alterando suas propriedades em alguns casos, até a formação significativamente, a curto, médio de tumores. e longo prazo. 6) O controle da exposição dos usu- 10) Todos os solventes, seja em maior ários a solventes é muito difícil, ou menor escala, são tóxicos e a HIGIPLUS • 1º TRIMESTRE/2009 • 31
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