RENDIMENTO DE LEOS FIXOS DE SEMENTES DE ALGODO

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RENDIMENTO DE LEOS FIXOS DE SEMENTES DE ALGODO
RENDIMENTO DE ÓLEOS FIXOS DE SEMENTES DE ALGODÃO
(Gossypium hirsutum) E SUA CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA.
Ana Paula Soares P. Salgado/Doutoranda DQI/UFLA
Maria das Graças Cardoso/Doutora em Química Orgânica/DQI/UFLA/[email protected]
Antonio Carlos Fraga/Pesquisador/DAG/UFLA
Daniele Pereira de Castro/Pesquisadora
Vanisse de Fátima Silva/Mestranda DQI/UFLA
Fernando José Vilela/Inicicação Centífica/DQI/UFLA
Priscila Mendes Aguiar/Mestranda DQI/UFLA
Pedro Castro Neto/Pesquisador/DEG/UFLA
1. INTRODUÇÃO
As gorduras e óleos fixos são obtidos de plantas ou de animais. Sua principal função
é armazenar nutrientes (energia). Os óleos fixos e as gorduras são produtos importantes,
usados com fins farmacológicos, industriais e nutricionais. Os óleos fixos e gorduras
diferem apenas no ponto de fusão; os que em temperatura comum, são líquidos recebem o
nome de óleos fixos. Quimicamente os óleos fixos são compostos predominantemente por
triacilgliceróis, que têm ácidos graxos diferentes ou idênticos, esterificados nas três
posições hidroxila da molécula de glicerol. O nome ácido graxo designa qualquer um dos
ácidos monocarboxílicos alifáticos que podem ser liberados por hidrólise de gorduras e
óleos naturais. Os principais ácidos graxos podem ser saturados ou insaturados, com uma
cadeia de carbono não ramificada de número par. Os ácidos graxos saturados (láurico,
mirístico, palmítico e esteárico) e os insaturados (oléico, linoléico e linolênico), juntos,
perfazem quase toda a quantidade de óleos fixos e gorduras existentes no comércio
(Robbers, et all, 1997).
Dois grupos de ácidos graxos poliinsaturados são conhecidos como ácidos graxo
omega-3 e omega-6, assim chamados pelo número de duplas ligações em sua estrutura
química. Alguns dos ácidos graxos omega-3 estão ligados a um risco menor de ataques
cardíacos fatais (peixes oleosos). Já o omega-6, ácido alfa-linoléico, reduz o colesterol no
sangue.
O óleo de algodão é um óleo fixo e refinado que se extrai da semente de plantas
cultivadas das variedades Gossypium hirsutum Linné ou de outras espécies de Gossypium
(Fam. Malvaceae), depois é realizado o processo industrial para a retirada do gossypol,
alcalóide tóxico ao homem e aos animais. A semente do algodão, depois do
descaroçamento, é descortida e liberada de envoltórios. O óleo da semente de algodão é
amarelo-claro e líquido. É inodoro e tem sabor suave, com grande utilidade alimentícia, e
é empregado também em cosméticos, em emulsão e óleos para uso farmacêutico. É
constituído por uma mistura de triacilgliceróis: 31-53 % de linolélico (18:2), 18-45 % de
palmítico (16:0), 10-30 % de oléico (18:1), 1-9 % de esteárico (18:0) e 1-3 % de mirístico
(14:0). É empregado em farmácia como solvente em algumas injeções. Uma boa
quantidade é hidrogenada e usada para criar substitutos do toucinho. Grande quantidade
também é usada na fabricação de sabões. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o
rendimento e a composição química do óleo das sementes de algodão.
2. MATERIAL E MÉTODOS
As sementes foram coletadas no Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal
de Lavras. Para obtenção dos óleos, foram utilizados cerca de 100 g de sementes, secas
em estufa ventilada Mod. 320-SE-FANEM à temperatura de 25 a 30 ºC. Estas foram
colocadas em refluxo hexanólico por 24 horas. Em seguida, filtrou-se em funil de
Büchner, concentrou-se em evaporador rotatório do tipo Buchi R-114 sob pressão
reduzida. O óleo obtido foi levado à estufa a 35 ºC para completa evaporação do solvente
remanescente.
Para
caracterização
química,
utilizou-se
a
espectrometria
em
Infravermelho (IV), cujo espectro foi obtido em espectrômetro Shimadzu FTIR – 8201A,
utilizando-se como suporte janelas de NaCl.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No espectro de Infravermelho foram observados bandas de absorção no intervalo de
3087-2854 cm-1, característico de grupos metilas (-CH3); metilênicos (-CH2) e metínicos
(-CH). Centralizada em 1747 cm-1, observa-se um sinal forte, característico de carbonila,
evidenciando o grupamento ésteres de triacilgliceróis. O rendimento de óleo fixo de
algodão foi de 7,60%.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROBBERS,
J.E.;
SPEEDIE,
M.K.;
TYLER,
V.E.
Farmacognosia
e
farmacobiotecnologia. Editorial Premier, São Paulo, SP, 372p., 1997.
SIMÕES, C.M.O.; SHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.;
PETROVICK, P.R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre: Ed. da
UFRGS; Florianópolis: Ed. da UFSC, 1999. 821 p.
PALAVRAS-CHAVE: óleo fixo, algodão, caracterização química