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Respostas para nossos acionistas 2004 Eli Lilly and Company Relatório anual Aviso da reunião anual e declaração sobre o estabelecimento de procuração de voto 2 Destaques financeiros do ano 2004 ELI LILLY AND COMPANY E AFILIADAS (Valores em milhões de dólares, exceto nos dados por ação) Ano terminado em 31 de dezembro 2004 2003 Diferença em % Vendas líquidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . US$13.857,9 US$12.582,5 10 Pesquisa e desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.691,1 2.350,2 15 Pesquisa e desenvolvimento como percentual de vendas . . . . . . . . . . . . Lucro do exercício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19,4% US$ 1.810,1 18,7% US$ 2.560,8 (29) Ganho por ação – básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,67 2,38 (30) Ganho por ação – diluído. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Itens de conciliação1 Despesas de impostos sobre a repatriação esperada de receita conforme a Lei de Criação de Empregos nos EUA . . . . . . . . . . . . . Déficits de bens, reestruturação e outros gastos especiais . . . . . . . Aquisição de pesquisa e desenvolvimento em progresso (aquisição da AME e composto para o tratamento de insônia) . . . Ganho na venda das patentes de dapoxetina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ganho ajustado por ação – diluído . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,66 2,37 (30) 0,43 0,38 — 0,25 0,35 — 2,82 — (0,04) 2,58 9 Dividendos pagos por ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,42 1,34 6 Investimentos em ativo permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.898,1 1.706,6 11 Para obter mais informações sobre os itens de conciliação, veja a seção de Resultados Financeiros do Sumário Executivo, na página 9. 3 MENSAGEM DO CHAIRMAN Sidney Taurel CEO e Presidente do Conselho da Eli Lilly & Co. “Equilíbrio justo” Mensagem aos acionistas As dificuldades enfrentadas pelo setor de empresas farmacêuticas se intensificaram para todos durante 2004. Muitas empresas estão enfrentando enormes desafios empresariais, como, por exemplo, a iminência da expiração de patentes, o resultado inconstante de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e, em um caso específico, recolhimento de produtos. Juntamente com essas dificuldades operacionais, o setor enfrenta novos problemas no ambiente político externo, além de preocupações sobre a segurança dos produtos e novos pedidos de regulamentação mais estrita, como resultado das alegações de que algumas empresas teriam ocultado dados clínicos importantes. Para mim, quase tão preocupante quanto os próprios eventos negativos, é a maneira como eles passaram a dominar praticamente todas as discussões de nosso setor, tanto na imprensa como em debates políticos. Nem os investidores nem os legisladores podem tomar boas decisões em um ambiente em que tudo é retratado apenas como branco ou preto. É imprescindível que haja uma melhor noção de proporções no diálogo público — os jornais éticos costumavam referir-se a isto com o nome de “equilíbrio justo”. Se aplicarmos essas noções aos resultados obtidos pela Lilly durante este ano, a minha opinião é que, embora tenhamos experimentado alguns reveses inegáveis, também tivemos algumas realizações notáveis tanto em resultados empresariais quanto em nossas interações com o público. Consideradas em conjunto, essas realizações indicam progresso genuíno não apenas para a nossa empresa, como também, em certa medida, para o nosso setor. Tivemos nossa quota de más notícias, que não vou tentar embelezar de modo algum. Para nossos acionistas, a pior delas foi certamente a queda no preço de nossas ações — 19% em 12 meses. Em parte, a queda resultou das dificuldades enfrentadas pelo setor, causadas pelos eventos que mencionei. As ações do setor farmacêutico na bolsa costumavam ser negociadas a um valor de 20% ou mais acima do índice S&P 500, porém no final de 2004, esse valor estava entre 15% e 20% abaixo desse índice. O valor das ações da Lilly também permaneceu baixo enquanto os investidores esperavam o resultado do processo de contestação 4 de nossos direitos à patente de Zyprexa® nos EUA. O julgamento terminou em fevereiro de 2004 e, até este momento, estamos esperando o pronunciamento do tribunal. Um segundo desapontamento, e outro fator-chave que influenciou o preço de nossas ações, foram as vendas abaixo das expectativas de Zyprexa no mercado americano, que apresentaram uma queda de 8%. Esse declínio em vendas resultou de preocupações sobre a possibilidade de hiperglicemia e aumento de peso, amplificadas pela intensa publicidade de advogados dirigida a pacientes que estivessem tomando Zyprexa. Progresso genuíno em um ano difícil Embora esses reveses representem desapontamentos, eles não devem obscurecer as muitas realizações positivas da Lilly em 2004. Em termos financeiros, tivemos um crescimento de 10% em vendas totais em relação ao ano anterior — o que nos coloca no topo em nosso setor. Nossos oito novos produtos contribuíram para esse resultado, representando 11% das vendas totais da Lilly. Esperamos praticamente dobrar o valor desta fatia em 2005. O que é mais importante, conseguimos sobrepujar as expectativas de lucros para o ano, produzindo ganhos ajustados de US$ 2,82 por ação. (Para ver a conciliação de nosso lucro por ação ajustado ao LPA de US$ 1,66 oficialmente reportado, consulte a página 1.) Mas, acima de tudo, continuamos a contrariar a tendência de nosso setor ao lançarmos produtos inovadores em um ritmo incomparável — oito novos medicamentos desde o final de 2001, o que significa que dobramos nosso portfólio de produtos comercializados. Em 2004, a Lilly lançou cinco novos produtos, além de seis novas indicações ou apresentações em vários mercados-chave. Três desses produtos são os primeiros em sua classe: Symbyax™ para o tratamento de depressão bipolar, Alimta® para mesotelioma e Yentreve®, na Europa, para incontinência urinária devida a esforço físico. Os outros dois — Cialis® para tratamento de disfunção erétil, nos EUA, e Cymbalta® para depressão — representam opções excepcionais em duas categorias muito competitivas. Em sua maioria, as vendas desses novos produtos satisfizeram ou excederam nossas expectativas. Symbyax começou lentamente, e Yentreve é um lançamento excessivamente recente para ser As vendas líquidas combinadas de produtos novos e já estabelecidos da empresa — Actos, Evista, Gemzar, Humalog, Alimta, Cialis, Cymbalta, Forteo, Strattera, Symbyax, Xigris, Yentreve e Zyprexa — aumentaram em 17% em relação a 2003, e constituem US$ 9,7 bilhões, ou 70% do total de vendas líquidas, em comparação com US$ 8,3 bilhões, ou 66%, em 2003. As vendas de Zyprexa como porcentagem das vendas líquidas decresceram de 34% em 2003 para 32% em 2004. $15.000– $12.000– $9.000– $6.000– Produtos recentemente lançados no mercado Strattera, Cialis, Forteo, Xigris, Cymbalta, Yentreve, Symbyax e Alimta Produtos já estabelecidos $3.000– Humalog, Gemzar, Evista e Actos Zyprexa Prozac/Sarafem/Prozac DuraPac Outros $0– 00 01 02 03 04 avaliado. Mas estamos satisfeitos com o sólido crescimento alcançado por Cialis, Cymbalta e Alimta. Tanto Cymbalta como Alimta se beneficiaram por terem o processo de análise e aprovação para novas indicações acelerado pela FDA. Cymbalta é o primeiro medicamento a ser aprovado para dor neuropática associada a diabetes, e Alimta foi aprovado para tratamento de segunda linha de câncer pulmonar de células não-pequenas, a causa mais comum de mortalidade devida a câncer. Obter aprovação para várias indicações no próprio ano do lançamento é algo raro — o que acrescenta novo brilho à admirável reputação da Lilly em P&D. Na verdade, a excepcional produtividade da Lilly em P&D continua a nos destacar da concorrência. Temos vários compostos muito promissores que se encontram agora em fase final de desenvolvimento, inclusive dois potenciais avanços significativos no tratamento de diabetes, um em tratamento de câncer e um medicamento que acreditamos poder se tornar o melhor de sua classe no tratamento de síndrome coronariana aguda e derrames. (Para obter detalhes, veja a pergunta 5, mais adiante.) No extremo oposto da linha de desenvolvimento de produtos, 2004 foi um ano recorde para nossos cientistas. Em relação à média dos quatro anos anteriores, os resultados de pesquisa com foco em descoberta de moléculas aumentaram em mais de 50%, e o número de moléculas candidatas a passarem à fase de estudos clínicos com seres humanos subiu em mais de 40%. Um último destaque operacional merece ser comentado, precisamente porque não foi manchete em 2004. A manufatura da Lilly progrediu enormemente no sentido de cumprir nossa promessa de não apenas resolver os sérios problemas de qualidade que enfrentamos há alguns anos, mas de reestruturar essa capacidade vital, de forma a torná-la um componente de primeira classe. O trabalho ainda não está completo, mas está prosseguindo conforme o planejado; no ano passado, remodelamos e reabrimos de forma muito satisfatória nossas principais instalações de produtos injetáveis em Indianápolis — a fábrica que tinha sido o centro da análise original da agência regulamentadora. Essa pode ser a nossa mais importante “não-manchete” de 2004. 5 MENSAGEM DO CHAIRMAN Crescimento de produtos novos e já estabelecidos (em milhões de dólares) Restabelecendo a confiança Ao mesmo tempo em que nos empenhamos em aperfeiçoar nossas capacidades operacionais, também tomamos providências importantes para responder à hostilidade do ambiente externo, que ameaça de forma tão substancial o nosso setor. Em 2004, assumimos uma posição de liderança no sentido de acalmar as preocupações do público quanto à segurança dos medicamentos e em restaurar a confiança na exatidão e acessibilidade dos dados de estudos clínicos de nosso setor. Definimos e disseminamos um conjunto de princípios muito sólidos para a conduta em estudos clínicos, que inclui o compromisso de divulgar todos os resultados, favoráveis e desfavoráveis, relativos a nossos produtos. Recentemente, abrimos o registro mais completo de estudos clínicos de todas as empresas farmacêuticas, que inclui a publicação on-line de estudos clínicos quando estes são iniciados, bem como os resultados completos de cada estudo concluído, quando o medicamento é lançado no mercado. Sabemos que a origem da crítica do público é mais do que simples raiva em relação às práticas do setor. Ela reflete uma crescente ansiedade sobre o acesso a medicamentos vitais, e sobre seus custos. A Lilly também fez algo a esse respeito. Continuamos a manter e promover nosso próprio programa, “LillyAnswers”, que torna muitos produtos da Lilly disponíveis a idosos com baixa renda, por apenas US$ 12,00 por mês. O valor total do programa mais do que dobrou em 2004, com o fornecimento de medicamentos na ordem de US$ 140 milhões a 235.000 idosos. Além disso, nosso programa “Lilly Cares” fornece medicamentos grátis para pacientes carentes que deles necessitem, independentemente de sua idade, e que, sem o programa, não teriam condições de adquiri-los. Em 2004, “Lilly Cares” ofereceu assistência a cerca de 160.000 pacientes, perfazendo uma doação de aproximadamente US$ 166 milhões. Acredito firmemente que esse tipo de políticas e práticas responsáveis podem, com o tempo, produzir uma visão mais equilibrada por parte do público, especialmente se elas influenciarem as ações de nossos concorrentes. Mas seria um engano supor que todos os problemas externos que estamos enfrentando atualmente possam ser resolvidos só através da melhora da reputação do setor. O que estamos testemunhando atualmente é uma colisão de várias forças — uma revolução biomédica, uma população que está envelhecendo e os custos sempre crescentes de cuidados com a saúde. Eventualmente, cada parte e participante do sistema de cuidados com a saúde acabará sentindo essa pressão, e cada componente será reestruturado por ela. Acredito que as empresas farmacêuticas que alcançarão sucesso nesse mundo em transformação serão as que encontrarem uma forma de produzir inovação terapêutica a um menor custo total. Pretendemos ser uma dessas empresas, e, para isso, no ano passado começamos a implementar a primeira fase de uma campanha a longo prazo para reduzir nossa estrutura de custos e melhorar nossa produtividade em todos os níveis. Nossas amplas medidas para controle de custos não se limitam ao proverbial “apertar o cinto”, em que solicitações de gastos são temporariamente adiadas ou transferidas até que cheguem dias melhores. Pelo contrário, nossa intenção é que muitas de nossas providências de reestruturação sejam permanentes e sustentáveis. Mais especificamente, em cada parte de nossos negócios globais, agilizamos operações, diminuímos a infra-estrutura e redistribuímos, bem como reduzimos, nosso número total de funcionários. Esperamos que essas medidas gerem uma economia líquida de cerca de US$ 150 milhões em 2005, com ganhos ainda maiores no futuro. Este ano, lançaremos um programa corporativo para identificar e obter outros ganhos de produtividade, utilizando o reconhecido conjunto de ferramentas do programa Six Sigma. MENSAGEM DO CHAIRMAN Aplicaremos essas ferramentas em todas as nossas operações, procurando todas as oportunidades para reduzir o desperdício e a variabilidade, encurtar os tempos de ciclo e aumentar a eficácia. As quantias economizadas podem ser usadas para proporcionar ainda mais ao público — financiar um estudo clínico que apóie uma nova indicação, ou uma pesquisa de mercado, para levar nossos produtos a mais pacientes que possam ser ajudados por eles. Nessa jornada, acredito que enfrentaremos desafios empresariais atuais e futuros. Maior produtividade é a chave para promover os resultados financeiros que nossos acionistas esperam e merecem. Mas também é essencial para que possamos continuar a descobrir, desenvolver e entregar, tão economicamente quanto possível, os novos medicamentos pelos quais os pacientes têm esperado em todo o mundo. Perguntas e respostas P: O que a Lilly está fazendo para compensar o declínio de Zyprexa? R: Em primeiro lugar, estamos concentrando nossos esforços onde as qualidades de Zyprexa são mais reconhecidas — ou seja, em termos gerais, como resposta para pacientes com alguns dos sintomas mais expressivos de esquizofrenia e desordem bipolar. Zyprexa se tornou um medicamento de muito sucesso devido à sua ação rápida e a um excelente nível de eficácia no tratamento desses pacientes, e essas características são ainda consideradas excepcionais. Por outro lado, Zyprexa é agora percebido como um medicamento que apresenta riscos de aumento de peso e hiperglicemia, que foram exagerados pelos anúncios de advogados interessados em atrair clientes. Temos tomado uma série de providências para restaurar uma visão equilibrada de riscos/benefícios, necessária para que pacientes e médicos possam utilizar apropriadamente esse medicamento. Em primeiro lugar, continuamos a fornecer aos pacientes informações básicas sobre estilos de vida e programas específicos de saúde que os ajudem a lidar com o problema de aumento de peso. Em segundo lugar, fazemos tudo para ajudar os médicos a entender e gerenciar os riscos de diabetes nessa população específica. Com isso, esperamos desmistificar essas questões, e enfatizar que qualquer paciente tratado com um antipsicótico atípico deve ser cuidadosamente monitorado, independentemente do medicamento que esteja tomando. Além disso, continuaremos a defender vigorosamente a nossa marca contra declarações inexatas oriundas de qualquer fonte. P: Os antidepressivos têm recebido muita atenção negativa. Levando isso em conta, quais são os prognósticos para Cymbalta? R: Realmente, o lançamento de Cymbalta coincidiu com momentos difíceis para o mercado de antidepressivos nos EUA, entretanto não achamos que o potencial a longo prazo de Cymbalta será comprometido por esse ambiente. Usamos o perfil exclusivo de Cymbalta para desenvolver um firme posicionamento no mercado. Esse produto trata os sintomas emocionais da depressão e seus dolorosos sintomas físicos. Os estudos têm constatado que entre 40% e 60% das pessoas que estão deprimidas também experimentam dores físicas, e os médicos sido rápidos em reconhecer os pacientes que apresentam esses problemas. As possibilidades desse medicamento vão muito além do tratamento de depressão. Em setembro, a FDA aprovou Cymbalta como o primeiro tratamento disponível para DPNP (dor neuropática periférica relacionada a diabetes). Ouvi com emoção — e 6 satisfação — algumas histórias de pacientes que há muito sofriam dessa condição extremamente debilitante, e que agora estão encontrando auxílio em Cymbalta. Atualmente, esta indicação está também em análise na Europa. Além disso, temos visto resultados animadores em Estudos de Fase II que testam Cymbalta para o tratamento de fibromialgia — uma condição com sintomas físicos muito dolorosos, freqüentemente acompanhada de fadiga e angústia. Em suma, acreditamos que Cymbalta é um dos novos medicamentos mais importantes e empolgantes de nosso portfólio. P: Considerando o fraco desempenho das ações do setor farmacêutico nos últimos anos e as pressões cada vez maiores no setor, como a Lilly espera recompensar seus acionistas no futuro? R: É verdade, como foi salientado acima, que o setor está passando por momentos muito difíceis. Os investidores têm mostrado uma cautela compreensível face a tendências como a pressão contínua sobre os preços, o prazo das patentes e novas submissões de medicamentos. Esses fatores têm contribuído para levar o setor farmacêutico a apresentar o nível mais baixo dos últimos dez anos em relação ao índice S&P 500. As vendas e crescimento dos lucros por ação (LPA) do setor caíram vários pontos percentuais nos últimos anos, e agora se projeta o crescimento da receita anual na faixa de 9% pelos próximos cinco anos. Por outro lado, tal nível de crescimento seria considerado excelente em muitos outros setores. Ele pode sustentar um sólido crescimento da receita se as empresas souberem encontrar a disciplina empresarial necessária para aumentar o lucro líquido. A longo prazo, há ainda enormes oportunidades para nosso setor. A demanda por respostas eficazes para necessidades médicas ainda não atendidas é alta, e provavelmente aumentará à medida que as populações envelhecerem e a tecnologia continuar a progredir. O grande desafio para o nosso setor é satisfazer a demanda de maneira mais eficaz em relação aos custos. No que se refere particularmente à Lilly, acredito que somos uma das poucas empresas que já estão fazendo o necessário para satisfazer essa demanda. Em um curto espaço de tempo, reabastecemos nosso portfólio com novos produtos excepcionais. Estabelecemos as competências necessárias para apoiar esses produtos no mercado. Não esperamos vencimentos de patente até a próxima década. Temos uma reconhecida organização de P&D trabalhando em um pipeline de medicamentos que está entre os melhores do setor. Isso nos torna muito competitivos na atual conjuntura de negócios. Além disso, como comentado anteriormente, estamos tomando numerosas providências para reduzir nossa estrutura de custos e aumentar substancialmente nossa produtividade, assegurando, assim, a manutenção desta vantagem competitiva em um ambiente em transformação. Todos esses fatores nos levam a acreditar que a Lilly é uma empresa em crescimento. P: Por que a margem bruta da Lilly se reduziu, e quando se recuperará? R: A redução da margem bruta em 2004 foi devida a vários fatores — mas, principalmente, aos investimentos que estamos fazendo para atualizar nossa capacidade de produção e ao impacto das taxas de câmbio de outros países. Nossa margem bruta também reflete mudanças em nossa combinação de produtos ao longo do tempo. Acreditamos que teremos uma combinação de produtos mais favorável à medida que nossos novos produtos crescerem, mas que ela será contrabalançada pelo aumento dos custos de mão-de-obra, o crescimento das despesas de depreciação e das despesas resultantes de novos investimentos em produção. Assim, P: Poderia dar-nos uma idéia dos produtos da Lilly que se encontram em estágio final de desenvolvimento? Que novos medicamentos merecem a atenção dos investidores? R: Vou mencionar quatro exemplos interessantes do que estamos desenvolvendo. Atualmente, a FDA está analisando nossa submissão de registro para exenatide, o primeiro de uma nova classe de medicamentos que estamos desenvolvendo em conjunto com Amylin para o tratamento de diabetes tipo 2. Em nossos estudos pré-registro, uma porcentagem significativa de pacientes não só melhorou os seus níveis de glicose, como também perdeu peso. Acreditamos que, após ser aprovado, exenatide criará uma opção para pacientes que não conseguem controlar o nível de glicose com um ou mais agentes orais — e antes de ser necessário usar terapia de insulina. Outro novo medicamento empolgante que também se encontra em fase adiantada de desenvolvimento é Arxxant™ (ruboxistaurina), nosso inibidor de PKC beta, que poderá se tornar o primeiro de sua classe para o tratamento de várias complicações sérias de diabetes. Esperamos que a primeira indicação aprovada seja para os sintomas de neuropatia periférica diabética — um tipo de lesão nos nervos que é a principal causa de ulceração e amputação dos pés. Também estamos estudando esse medicamento para o tratamento de lesões relacionadas a diabetes, nos olhos e nos rins. Em termos de tratamento cardiovascular, estamos também trabalhando com a Sankyo para desenvolver prasugrel, um possível novo tratamento para síndrome coronariana aguda e derrames. Esse composto funciona como um agente anticoagulante amplamente usado, o clopidogrel, mas dados preliminares em estudos com animais sugerem que prasugrel pode ter certas vantagens. Iniciamos estudos de Fase III para avaliar a capacidade de prasugrel de evitar ataques cardíacos, derrames e morte em pacientes submetidos a procedimentos para abrir artérias bloqueadas. Finalmente, num estágio anterior em relação aos outros produtos em desenvolvimento, estamos estudando outro inibidor de PKC, enzastaurina, no tratamento de câncer. É um agente oral que evidencia toxicidade reduzida em estudos realizados até agora. No ano passado, obtivemos evidências iniciais de que esse composto pode ter a capacidade de combater glioblastoma, um tipo agressivo de tumor cerebral que é uma das principais causas de morte relacionada a câncer em pessoas jovens — de 18 a 54 anos de idade. Se isso se confirmar, seria uma inovação extraordinária. P: Que possibilidade há de o Congresso dos EUA legalizar a importação de medicamentos? Que impacto isso teria nos negócios da Lilly? R: Até o momento, a questão ainda não está decidida, e recebemos sinais ambíguos de Washington. Por um lado, sabemos que a importação ainda tem muitos defensores em ambos os partidos, e que vários legisladores importantes estão decididos a apresentar um novo projeto de lei. Por outro lado, em relatório publicado no final de 2004, o HHS, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, reafirmou sua bem-estabelecida opinião de que a permissão de importações de outros países também abriria caminho para medicamentos falsificados, potencialmente perigosos. O grupo do HHS que analisou esta questão opina que o total de economia resultante da importação legalizada para os consumidores representaria um baixo percentual do total de gastos com medicamentos nos EUA (entre 1% e 2%). Além disso, o estudo constatou que a legalização de importações provavelmente afetaria negativamente os incentivos para P&D, retardando, assim, o fluxo de novos medicamentos. Como o total de gastos anuais com P&D seriam menores, a importação poderia resultar em uma redução de lançamentos na ordem de 4 a 18 medicamentos por década – o que representaria um custo substancial para a sociedade. Essa conclusão foi reforçada por um relatório do Departamento de Comércio dos EUA, que estima que a política de controle de preços em países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico afeta as vendas das empresas farmacêuticas dos EUA na ordem de US$ 18 a US$ 27 bilhões de dólares por ano. Essa perda, por sua vez, afeta negativamente a P&D e, em última análise, representa um prejuízo para pacientes de novos medicamentos potenciais, que o relatório do Departamento de Comércio estima ser de entre três ou quatro novos medicamentos por ano. Na Lilly, concordamos com os dois relatórios. Acreditamos que as importações colocariam os pacientes em risco, e estamos quase certos de que o controle de preços através de importações — que é o foco dessa legislação — comprometeria seriamente nossos incentivos, o que prejudicaria pacientes em todo o mundo. Pelo Conselho de Administração, Sidney Taurel CEO e Presidente do Conselho da Eli Lilly & Co. 7 MENSAGEM DO CHAIRMAN esperamos que a nossa margem bruta ainda diminua ligeiramente durante 2005. À medida que nossos novos produtos ganharem mais força, de 2006 em diante, esperamos que a margem bruta volte a crescer. NOSSO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS Na Lilly, um pipeline de inovação Principais produtos lançados no mercado (As datas indicam o ano do primeiro lançamento global.) Cymbalta® para transtorno depressivo maior para dor devida a neuropatia periférica diabética (2004) (comercializado em conjunto com a Quintiles Transnational Corp. nos EUA e com a Boehringer Ingelheim em todos os outros países, exceto o Japão) Alimta® para mesotelioma pleural maligno para tratamento de segunda linha de câncer de pulmão de células não-pequenas (2004) Symbyax™ para depressão bipolar Yentreve ™ para incontinência urinária devida a esforço físico (não-aprovada nos EUA) (comercializado em conjunto com a Boehringer Ingelheim em mercados farmacêuticos importantes, excluindo-se o Japão) Cialis ® para disfunção erétil (desenvolvido em regime de joint venture com a ICOS Corp.; comercializado em conjunto com a Lilly ICOS na América do Norte e Europa, e pela Lilly nos demais países) Strattera® para déficit de atenção por hiperatividade apresentado por crianças, adolescentes e adultos 2002 Forteo® para o tratamento de osteoporose em mulheres em fase de pós-menopausa e em homens que apresentem alto risco de fraturas 2001 Xigris ® para adultos acometidos de sepse grave que apresentem alto risco de vida 1999 Actos para diabetes tipo 2 (comercializado em conjunto com a Takeda Chemical Industries, Ltd.) 1998 Evista® para a prevenção de osteoporose em mulheres na fase de pós-menopausa para o tratamento de osteoporose em mulheres na fase de pós-menopausa (1999) 1996 Zyprexa® para esquizofrenia para a fase maníaca aguda do transtorno bipolar (2000) comprimido Zyprexa® Zydis® (2000) para tratamento regular de esquizofrenia (2001) como terapia combinada com lítio ou valproato, para o tratamento de mania bipolar aguda (2002) para tratamento regular do transtorno bipolar (2003) Formulação intramuscular de efeito rápido (2004) grânulos de Zyprexa® (2004; lançado apenas no Japão) Humalog® para o tratamento de diabetes tipo 1 e tipo 2 misturas de Humalog® (1999) Gemzar® para câncer pulmonar de células não-pequenas para câncer de pâncreas (1996) para câncer da bexiga (2000, não-aprovado nos EUA) para câncer de mama metastático (2003) para recorrência de câncer dos ovários (2004, não-aprovado nos EUA) ReoPro® para prevenção de complicações cardíacas isquêmicas em pacientes submetidos a intervenção coronariana, como, por exemplo, angioplastia para angina instável associada com procedimento de stent (1997). (desenvolvido pela Centocor e comercializado pela Lilly, exceto no Japão) 2004 2003 1995 8 ® NOSSO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS Principais produtos lançados no mercado, continuação 1987 Humatrope® para baixo crescimento causado por deficiência pediátrica do hormônio do crescimento para terapia de reposição em deficiência adulta de hormônio do crescimento (1995) para baixa estatura causada pela síndrome de Turner (1997) para baixa estatura idiopática (2003) 1983 Humulin® para o tratamento de diabetes tipo 1 e tipo 2 Novas aplicações de medicamentos em processo de análise pela FDA (U.S. Food and Drug Administration) Exenatide para diabetes tipo 2 (desenvolvida em conjunto com a Amylin Pharmaceuticals, Inc.) Moléculas em estados finais de pesquisa Arxxant™ (ruboxistaurina) para complicações microvasculares do diabetes Prasugrel para síndrome coronariana aguda (desenvolvida em conjunto com a Sankyo Co., Ltd.) Arzoxifene para prevenção e tratamento de osteoporose e para a redução do risco de câncer de mama Moléculas em estágio intermediário de pesquisa Enzastaurina para glioblastoma, um tipo de tumor cerebral; linfoma não-Hodgkin e outros tipos de câncer Insulina inalável para administração não-injetável de insulina (desenvolvida em conjunto com a Alkermes, Inc.) Inibidor de Fator XA para prevenção de trombose de veia profunda Pruvanserin (antagonista 5-HT2A) para insônia Naveglitazar para diabetes tipo 2 Inibidor de secretase gama para retardar a progressão da doença de Alzheimer Alfa agonista PPAR para reduzir a progressão da aterosclerose Observação: Todas as informações são válidas em 14 de fevereiro de 2005. A procura de novos medicamentos é arriscada e incerta, e não há garantias. As barreiras científicas e regulamentadoras que ainda devem ser ultrapassadas podem fazer com que um composto em determinado estado de desenvolvimento se atrase ou até deixe de ser lançado no mercado. 9 Eli Lilly and Company Lilly Corporate Center Indianapolis, Indiana 46285 EUA www.lilly.com
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