Faculdades Integradas Teresa D`Ávila Faculdade de

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Faculdades Integradas Teresa D`Ávila Faculdade de
Faculdades Integradas Teresa D’Ávila
Faculdade de Biblioteconomia
Vinicius da Silva Vitor
Relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e
tecnologias da informação e comunicação retratadas no
cinema
Lorena, 2008
Vinicius da Silva Vitor
Relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e
tecnologias da informação e comunicação retratadas no
Monografia
apresentada à Faculdade de
cinema
Biblioteconomia das Faculdades Integradas Teresa
D’Ávila como trabalho de conclusão de curso.
Orientador: Prof. Me. Walter Moreira
Lorena, 2008
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a
fonte.
Vitor, Vinicius da Silva
Relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e
tecnologias da informação e comunicação retratadas no cinema. - Lorena: FATEA, 2008.
Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Faculdades
Integradas Teresa D’ Ávila, Faculdade de Biblioteconomia. 2008.
43 f.
1. Biblioteca. 2. Bibliotecário. 3. Cibercultura. 4. Cinema. Vinicius da Silva Vitor
Relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e tecnologias da
informação e comunicação retratadas no cinema.
Monografia apresentada à Faculdade
de Biblioteconomia das Faculdades
Integradas Teresa D’Ávila como
trabalho de conclusão de curso.
Orientador: Prof. Me. Walter Moreira
Banca Examinadora
Prof. Me. Walter Moreira
Orientador / FATEA
Profa. Cristina Aparecida Lino de Paiva
Profa. Me. Maria Luzia Dantas
Lorena, 14 de Novembro de2008.
DEDICÁTORIA
Dedico esse trabalho aos três pilares de minha vida, minha mãe Sueli, a mulher da
minha vida Alice por me apoiarem e acreditar em mim e á minha pequena e adorável
filha Agatha.
AGRADECIMENTOS
Á Deus que me deu saúde e discernimento nesses quatro anos.
Aos meus pais Sueli e Vanderlei, que me deram apoio e todo suporte possível.
Aos meus irmãos Vanessa e Junior, por ter ficado ao meu lado e serem
compreensíveis nos momentos difíceis.
Aos meus sogros Alaise e Honório e meus cunhados Du e Flavio, pelo apoio e
incentivo em todos os momentos.
Aos professores do curso de biblioteconomia, Cristina Lino, Lourdes Camelo, Sonia
Siqueira, Simone Barbedo, Vera Lucia Junqueira, Regina Horta e Walter Moreira.
Ao meu orientador Prof. Walter Moreira, pelo incentivo, paciência e disponibilidade
na hora das duvidas.
À Profa. Cristina Lino, pelo incentivo no tema do TCC e por disponibilizar os livros da
biblioteca da FATEA.
Aos colegas de classe, Antoniel, Débora, Fabiana, Fernanda, Nice, Maria Alice,
Maria José, Maria Tereza, Tavânia, Sonia e Renata, pelo companheirismo nesses
quatro anos.
Aos amigos, Carmen, D. Geni, Sonia, Wellington Galdino e Uélinton Brandino,
Ricardo, André, Marcio e Carlinhos que me incentivaram a prestar o vestibular.
Aos amigos do INPE, Jeferson, Simone, Silvia, Marciana, Malu, Alberto, Eunice,
Sergio, Maria Do Carmo, Yolanda, Viveca e Rose, pessoas com quem aprendi
muito.
Aos amigos da UNIFESP, Bruno, Luiz, Diego e Rafael
Aos Amigos da Escola da Família, Henrique, Tom, Juliana e Juliana Glorinha
E especialmente a Alice que me apoiou, teve paciência, compreendeu minha
ausência, incentivou, deu carinho e sempre acreditou em mim, te amo muito.
“Nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz, teremos coisas bonitas
pra contar e até lá, vamos viver, temos muito ainda por fazer, não olhe para trás,
apenas começamos o mundo começa agora, apenas começamos”
(Renato Russo)
RESUMO
VITOR, Vinicius da Silva. Relações explicitas e implícitas entre
biblioteca/bibliotecário e tecnologias da informação e comunicação retratadas no
cinema. 2008. 43 f. Monografia (Graduação) – Faculdade de Biblioteconomia,
Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, Lorena, 2008.
Analisa como o cinema retrata o profissional da informação e a biblioteca lidando
com tecnologia, levando em consideração a importância que o cinema tem como
formador de opinião ao longo de sua história. O trabalho tem a preocupação de
ressaltar a importância que as tecnologias têm na vida do profissional bibliotecário
mostrando através de obras cinematográficas como: O Nome da Rosa, A Maquina
do Tempo, Minority Report, O Código Da Vinci e Fahrenheit 451, o método usado foi
analisar cenas em que se identifica a presença da biblioteca/bibliotecário lidando
com algum tipo de tecnologia, foi constatado que o filme O Nome da Rosa mostra a
biblioteca com uma tecnologia mais rústica, usada pra impedir o acesso à
informação. A Máquina do tempo retrata a biblioteca totalmente informatizada e
moderna, Minority Report traz cenas em que é identificado o serviço de bibliotecário
executado por outro profissional, O Código Da Vinci mostra uma biblioteca
prestando seus serviços virtualmente e o Fahrenheit 451 se deixa perceber a
ausência da biblioteca em um filme que um dos seus temas principais é o livro. È
chegada a conclusão que o cinema retratou a biblioteca/bibliotecário de uma forma
positiva em filmes como, A Máquina do Tempo e O Código Da Vinci.
Palavras-chave: Biblioteca – Bibliotecário – Cinema - Cibercultura
ABSTRACT
VITOR, Vinicius da Silva. Relations between explicit and implicit library / librarian and
information and communication technology portrayed in film 43 f. Monograph
(Graduation) – Faculdade de Biblioteconomia, Faculdade Integrada Teresa D’ Ávila,
Lorena, 2008.
Examines how the cinema portrays the business of dealing with library and
information technology, taking into consideration the importance that the film has as
trainer of opinion over its history. The work takes care to emphasize the importance
that technology has on the lives of professional librarian showing through films such
as The Name of the Rose, The Time Machine, Minority Report, The Da Vinci Code
and Fahrenheit 451, the method used was analyze scenes in which he identifies the
presence of the library / librarian dealing with some type of technology, it was found
that the movie The Name of the Rose shows the library with a more rustic
technology, used for preventing access to information. The Machine of the time
portrays the library completely computerized and modern, Minority Report scenes in
which it has identified the service performed by another professional librarian, The
Da Vinci Code shows a library providing its services and virtually Fahrenheit 451 is
no longer perceive the lack of library in a movie that one of its main themes is the
book. And came to the conclusion that the film portrayed the library / librarian in a
positive light in films such as The Time Machine and The Da Vinci Code.
Keywords: Library - Librarian - Cinema - Cyberculture
SUMÁRIO
1. Introdução ............................................................................................................................. 13
1.2. Justificativa .................................................................................................................... 14
1.3. Objetivo Geral................................................................................................................ 15
1.4. Método ........................................................................................................................... 16
2. Estatuto da biblioteca e as bases tecnológicas: cibercultura................................................. 22
2.1. A representação da biblioteca e do bibliotecário ao longo da história .......................... 23
2.2. A biblioteca moderna: implicações tecnológicas na atuação do bibliotecário .............. 24
3. Mídia e formação de opinião ................................................................................................ 27
3.1. Cinema e outras mídias audiovisuais ............................................................................. 27
3.2. Internet e outras mídias digitais ..................................................................................... 29
4. Bibliotecário: sua auto-imagem e o imaginário popular ...................................................... 31
4.1. Representação do bibliotecário no cinema .................................................................... 33
4.1.1. O Nome da Rosa ..................................................................................................... 35
4.1.2. A Máquina do Tempo ............................................................................................. 37
4.1.3. Minority Report ....................................................................................................... 39
4.1.4. O Código Da Vinci.................................................................................................. 40
4.1.5. Fahrenheit 451 ......................................................................................................... 41
4.2. Bibliotecário e sua representação na cibercultura .......................................................... 42
5. Considerações finais ............................................................................................................. 44
Referências ............................................................................................................................... 45
13 1. Introdução
Desde o dia em que os irmãos Lumiére exibiram o primeiro filme intitulado
como A saída da fabrica, o cinema tornou presença marcante na arte de se
expressar. Com o decorrer dos anos, o cinema passou por varias evoluções, do
mudo para o falado, do preto e branco para colorido, do analógico para o digital, mas
não foi só nas características técnicas que ele evoluiu foi também na forma como os
cineastas se expressam através dele.
Na era do cinema mudo, até a década de 20 o cinema se destacou não só
como forma de registro, mas também como um veículo que torna real a imaginação,
e no final dessa década, surge o som. Nos anos 30 surge a era clássica; um dos
ícones dessa época, foi o filme “E o Vento Levou” pelo grande sucesso que fez junto
ao publico. Na década de 40 os Estados Unidos e Inglaterra mostram em seus
filmes um excesso de patriotismo que serviam de propaganda para a 2º Guerra com
isso pode-se observar a influência que o cinema exerce pra promover algo.
Com o crescimento das grandes produtoras em Hollywood a década de 60
e 70 o cinema ficou industrializado, ou seja, virou um grande negocio. Na década de
80 surge a era dos blockbusters, filmes com grande público visando mais lucro nas
bilheterias, ate então, já pode-se observar que o cinema é um grande formador de
opinião, pois tem um publico considerável. Os cineastas colocam seu modo de ver o
mundo em seus filmes influenciando assim uma parte do público.
Depois de um século de celulóide, a década de 90 vem com novas
tecnologias e o cinema digital. Graças a essa evolução, o cinema tem um grande
avanço nas produções e com o decorrer das décadas e as mudanças ocorridas, o
cinema
gerou
tendências,
polêmicas,
discussões,
influências
e
opiniões.
Considerando-se o cinema como um formador de opinião, essa pesquisa visa a
identificar o perfil do profissional da informação e averiguar como o cinema o retrata
lidando com algum tipo de tecnologia. Quando se fala em tecnologia, é importante
falar das tecnologias digitais ou cibercultura que é uma cultura contemporânea
ambientada nas redes interligadas. A cibercultura está presente no nosso dia-dia,
14 um exemplo disso é o crescimento da informática e da internet. Hoje é comum as
pessoas acessarem e-mails, acessar contas bancarias, fazer compras pela rede, etc.
O entretenimento como jogos, musicas e TV também teve um grande
avanço no formato digital, com toda essa evolução tecnológica o nosso cotidiano
mudou muito, tanto na nossa vida pessoal quanto profissional, tornando algumas
atividades fáceis e rápidas. E essas mudanças, com o profissional da informação
não foi diferente, hoje é comum ver bibliotecas e unidades de informação totalmente
informatizadas e interligadas através das redes como serviços on-line, atendimentos
pela internet, ou seja, quase todos os serviços que uma unidade de informação pode
prestar, ela pode fazer pela internet ou no formato digital.
Mas a grande questão é como o profissional da informação está reagindo
com esse avanço rápido e contínuo das novas tecnologias. Vamos analisar essa
questão através da linguagem cinematográfica. O cinema já representou várias
vezes um profissional da informação em suas obras. Como será que esse
profissional é representado quando está lidando com algum tipo de tecnologia? Será
que os profissionais da informação se reconhecem quando são representados
através do cinema? A intenção do desse projeto, é analisar em obras
cinematográficas a presença do profissional da informação e identificar cenas em
que eles interagem com algum tipo de tecnologia. Sabendo-se que o cinema tem um
grande público e é um grande formador de opinião, interessa saber como a imagem
do profissional da informação reflete na opinião do publico de cinema. Esta pesquisa
tem a intenção de identificar a representação do profissional da informação na
linguagem do cinema. Com tudo isso, vale analisar se a imagem do profissional
representada no cinema foi prejudicada ou beneficiada perante o olhar do
profissional e do público de cinema.
1.2. Justificativa
A importância da realização dessa pesquisa é mostrar para os
profissionais da informação, estudantes de Biblioteconomia e até mesmo para a
sociedade de que modo a biblioteca e o profissional bibliotecário estão sendo
representados por meio da linguagem cinematográfica. Mostrando de uma maneira
15 mais especifica e analisando imagens de como esse profissional é representado no
cinema lidando com algum tipo de tecnologia. Uma obra cinematográfica, tanto por
seu lado técnico ou artístico, nasce da idéia de seus produtores e diretores, sendo
assim ela nasce de uma idéia coletiva, idéia essa que é de extrema importância ser
analisada, já que se vai atingir o grande público.
A escolha de analisar a biblioteca e o profissional bibliotecário lidando com
as novas tecnologias e a cibercultura é de notável importância pelo fato de que o
mundo digital e virtual está presente no nosso dia-dia, principalmente na vida de
muitos bibliotecários, que freqüentemente sofrem os impactos da acelerada
evolução da tecnologia. Sendo o cinema uma mídia que alcança a grande massa e
gera opiniões é importante analisar se existem obras cinematográficas nas quais se
encontram o profissional bibliotecário lidando com a cibercultura e as novas
tecnologias. Considerando-se a importância, então, do cinema como veiculo de
comunicação, interessa saber que leitura cinematográfica se faz das bibliotecas e
dos bibliotecários ou outros profissionais que desempenhem atribuições de
bibliotecários em filmes.
1.3. Objetivo Geral
Analisar filmes que retratam o profissional da informação em situações em
que se depara com novas tecnologias, identificar como sua imagem esta sendo
representada na linguagem cinematográfica e se essa imagem retratada no cinema
condiz com a realidade.
Objetivos Específicos
- analisar a imagem da biblioteca e do bibliotecário, veiculada em filmes
cinematográfico.
- averiguar como o cinema retrata a biblioteca em um ambiente tecnológico
- identificar as relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e
tecnologias da informação e comunicação presentes no cinema.
16 1.4. Método
Os filmes selecionados para análise foram:
Fahrenheit 451
Ficha Técnica:
Título Original: Fahrenheit 451
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 112 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra): 1966
Estúdio: Anglo Enterprises / Vineyard
Distribuição: Universal Pictures
Direção: François Truffaut
Roteiro: Jean-Louis Richard e François Truffaut, baseado em livro de Ray Bradbury
Produção: Lewis M. Allen
Música: Bernard Herrman
Desenho de Produção: Syd Cain e Tony Walton
Direção de Arte: Syd Cain
Figurino: Tony Walton
Edição: Thom Noble
Efeitos Especiais: Bowie Films Ltd.
Elenco:
Oskar Werner (Guy Montag)
Julie Christie (Linda / Clarisse)
Cyril Cusack (Capitão)
Anton Diffring (Fabian)
Anna Palk (Jackie)
Ann Bell (Doris)
Caroline Hunt (Helen)
Jeremy Spenser
Bee Duffell
Alex Scott
Michael Balfour
17 O Nome da Rosa
Ficha Técnica:
Título Original: Der Name Der Rose
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 130 minutos
Ano de Lançamento (Alemanha): 1986
Estúdio: Cristaldifilm / France 3 Cinéma / Les Films Ariane / Neue Constantin Film /
Zweites Deutsches Fernsehen
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Jean-Jacques Annaud
Roteiro: Andrew Birkin, Gérard Brach, Howard Franklin e Alain Godard, baseado em
livro de Humberto Eco
Produção: Bernd Eichinger
Música: James Horner
Fotografia: Ronino Delli Colli
Desenho de Produção: Dante Ferretti
Figurino: Gabriella Pescucci
Edição: Jane Seitz
Elenco:
Sean Connery (Guilherme de Baskerville)
Christian Slater (Adso von Melk)
Helmut Qualtinger (Remigio da Varagine)
Elya Baskin (Severinus)
Michael Lonsdale (Abade)
Volker Prechtel (Malachia)
Feodor Chaliapin Jr. (Jorge de Burgos)
William Hickey (Ubertino da Casale)
Michael Habeck (Berengar)
Urs Althaus (Venantius)
Valentina Vargas (Garota)
Ron Perlman (Salvatore)
Leopoldo Trieste (Michele de Cesena)
Franco Valobra (Jerome de Kaffa)
Vernon Dobtcheff (Hugh de Newcastle)
18 Donald O'Brien (Pietro d'Assisi)
Andrew Birkin (Cuthbert de Winchester)
F. Murray Abraham (Bernardo Gui)
A Máquina do Tempo
Ficha Técnica:
Título Original: The Time Machine
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 96 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2002
Site Oficial: www.countingdown.com/timemachine
Estúdio: DreamWorks SKG / Warner Bros.
Distribuição: DreamWorks Distribution L.L.C. / Warner Bros.
Direção: Simon Wells
Roteiro: John Logan, baseado em livro de H.G. Wells
Produção: Walter F. Parkes e David Valdes
Música: Klaus Badelt
Fotografia: Donald McAlpine
Desenho de Produção: Oliver Scholl
Direção de Arte: Christopher Burian-Mohr
Figurino: Deena Appel
Edição: Wayne Wahrman
Efeitos Especiais: Digital Domain / Industrial Light & Magic / Makeup Effects
Laboratories Inc. / Stan Winston Studio
Elenco:
Guy Pearce (Alexander Hartdegen)
Jeremy Irons (Uber Morlock)
Yancey Arias (Toren)
Mark Addy (Dr. Philby)
Sienna Guillory (Emma)
Orlando Jones (Vox)
Omero Mumba (Kalen)
Samantha Mumba (Mara)
Josh Stamberg (J.P. Fitzroy)
19 Philip Bosco
Phyllida Law
Diana Lee Inosanto
Minority Report - A Nova Lei
Ficha Técnica:
Título Original: Minority Report
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 146 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2002
Site Oficial: www.minorityreport.com
Estúdio: 20th Century Fox / Amblin Entertainment / DreamWorks SKG / CruiseWagner Productions / Blue Tulip
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Scott Frank e Jon Cohen, baseado em estória de Philip K. Dick
Produção: Jan de Bont, Bonnie Curtis, Gerald R. Molen e Walter F. Parkes
Música: John Williams
Fotografia: Janusz Kaminski
Desenho de Produção: Alex McDowell
Direção de Arte: Ramsey Avery, Leslie McDonald e Seth Reed
Figurino: Deborah Lynn Scott
Edição: Michael Kahn
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic / 3 Ring Circus Films / Asylum VFX / Black
Box Digital / Digital Firepower / Imaginary Forces / Kurtzman Nicotero & Berger EFX
Group. Inc. / Pacific Data Images / Pixel Liberation Front / Reel Efx Inc.
Elenco:
Tom Cruise (Detetive John Anderton)
Max von Sydow (Diretor Burgess)
Steve Harris (Jad)
Neal McDonough (Oficial Fletcher)
Patrick Kilpatrick (Knott)
Jessica Capshaw (Evanna)
Anna Maria Horsford (Casey)
20 Erica Ford (Jill)
Colin Farrell (Detetive Ed Witwer)
Samantha Morton (Agatha)
Lois Smith (Dra. Iris Hineman)
Tim Blake Nelson (Gideon)
George Wallace (Chefe de Polícia Pollard)
Ann Ryerson (Dra. Katherine James)
Kathryn Morris (Lara Anderton)
Richard Coca (Policial Pré-Crime)
Cameron Diaz
Cameron Crowe
Código Da Vinci
Ficha Técnica:
Título Original: The Da Vinci Code
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 149 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Site Oficial: www.ocodigodavinci.com.br
Estúdio: Columbia Pictures / Imagine Entertainment / Brian Grazer/John Calley
Distribuição: Sony Pictures Entertainment / Columbia Pictures / Buena Vista
International
Direção: Ron Howard
Roteiro: Akiva Goldsman, baseado em livro de Dan Brown
Produção: John Calley e Brian Grazer
Música: Hans Zimmer
Fotografia: Salvatore Totino
Desenho de Produção: Allan Cameron
Direção de Arte: Giles Masters e Tony Reading
Figurino: Daniel Orlandi
Edição: Daniel P. Hanley e Mike Hill
Efeitos Especiais: Double Negative / Artem Ltd. / The Senate Visual Effects Limited /
Effects Associates Ltd. / The Moving Picture Company / Brainstorm Digital /
Rainmaker Animation & Visual Effects
21 Elenco:
Tom Hanks (Robert Langdon)
Audrey Tautou (Sophie Neveu)
Ian McKellen (Sir Leigh Teabing)
Alfred Molina (Bispo Aringarosa)
Jürgen Prochnow (André Vernet)
Paul Bettany (Silas)
Jean Reno (Bezu Fache)
Etienne Chicot (Tenente Collet)
Jean-Pierre Marielle (Jacques Sauniere)
Clive Carter (Inspetor-chefe)
Seth Gabel (Michael)
Marie-Françoise Audollet (Irmã Sandrine)
David Bark-Jones (Richard)
Jean-Yves Berteloot (Remy)
Daisy Doidge-Hill (Sophie Neveu - 8 anos)
Paul Herbert (Pai de Sophie - jovem)
Peter Pedrero (Pai de Silas - jovem)
A seleção desses filmes deu-se pelos seguintes motivos:
a) são obras que focalizam sociedades tecnologizadas, nas quais a figura de
mediador/facilitador de acesso a informação.
b) a informação, o livro ou equivalente, são retratados metaforicamente com algo
que pode libertar o homem de situações opressoras.
c) os filmes possuem em comum situações em que o bibliotecário, ou alguém
desempenhando suas funções está lidando com algum tipo de tecnologia e a
biblioteca também está ligada a algum tipo de tecnologia.
d) as atividades de bibliotecários, são efetuadas por outros profissionais
22 2. Estatuto da biblioteca e as bases tecnológicas:
cibercultura
Hoje, no inicio do século XXI é comum ouvir falar em biblioteca virtual e
biblioteca digital, as bibliotecas e unidades de informação, estão caminhando lado a
lado com os avanços das tecnologias e se beneficiando de sua agilidade e
facilidade. Quando se pensa em biblioteca em seu modo físico, logo vem a mente
corredores formados por estantes repletas de livros, realidade vista ainda nos dias
atuais. Mas a realidade que vem se tornando comum são as bibliotecas virtuais e
digitais, base de dados que estão conectadas a internet, tecnologia que vem
modernizando e facilitando a vida da biblioteca, bibliotecários e usuários.
A interatividade entre biblioteca e internet proporcionou ao usuário acesso
a base de dados de uma unidade de informação sem precisar sair de sua casa. Em
alguns casos, podem-se encontrar bases de dados com produções bibliográficas em
formato digital com seus textos completos. Com a explosão da indústria bibliográfica,
onde milhares de livros são produzidos por ano, a tecnologia digital e a internet
solucionaram um antigo problema das bibliotecas que é o espaço físico, hoje grande
parte de um acervo pode-se ser encontrada em bases de dados conectados a
internet.
Essa facilidade tecnológica mudou a relação biblioteca-usuário, essa ação
ambientada na internet é uma das conseqüências causadas pela cibercultura, que
consiste em ações sócio-culturais através do ambiente da internet, a cibercultura é
uma cultura contemporânea, marcada pelas tecnologias digitais. Para Levy (1999,
p.247) longe de ser uma subcultura dos fanáticos pela rede, a cibercultura expressa
uma mutação fundamental da própria essência da cultura. E essa mutação é
perceptível nas bibliotecas e suas bases de dados, onde a biblioteca presta seus
serviços e informações 24 horas por dia, em qualquer lugar e para qualquer pessoa
em um ambiente de rede, se aproveitando cada vez mais das novas tecnologias em
favor do tratamento e da disseminação da informação.
23 2.1. A representação da biblioteca e do bibliotecário ao
longo da história
A biblioteca ao decorrer dos anos está vinculada a informação, pesquisa,
cultura, memória, educação e principalmente como aquela que organiza, classifica e
dissemina a informação e o conhecimento.
O bibliotecário é aquele que está por trás do ato de classificar e organizar
essa “arqueologia do conhecimento”. Ao longo da história o bibliotecário foi
vinculado como um “guardião de livros” como um indivíduo culto e intelectual. Na
Idade Média, o destaque vai para os monges copistas, que eram encarregados de
fazer cópias de outros livros e preservar a informação a sete chaves nas bibliotecas
dos mosteiros.
No século XX, com o crescimento das bibliotecas públicas, a população
teve o acesso facilitado aos acervos públicos tornando assim a biblioteca mais
próxima da comunidade e tornando o bibliotecário um agente cultural, mesmo assim
não deixou de ser o profissional que organiza, cataloga e classifica. No fim do século
XX e inicio do século XXI, com o crescimento da indústria bibliográfica e da
tecnologia, a biblioteca teve que se adaptar a essas mudanças, foi necessário
repensar o espaço físico pra atender a grande quantidade de livros publicados,
informatizar as bibliotecas e capacitar os bibliotecários para lidar com as novas
tecnologias.
Essa necessidade foi superada por grande parte das bibliotecas e
bibliotecários, hoje é comum as bibliotecas serem gerenciadas com o auxilio de
softwares que diminuem grande parte do serviço do bibliotecário. Esses softwares
fazem empréstimos e devolução de qualquer material da biblioteca, auxiliam na
aquisição para novos títulos para o acervo, e permite controlar todo o acesso do
usuário, fazem estatística do material consultado, auxiliam na classificação e
catalogação entre outras atribuições. Uma tecnologia importante que facilitou a vida
da biblioteca no século XXI é a internet, hoje as bibliotecas estão ligadas na rede,
possuem sites, prestam seus serviços através da internet. Com a informatização das
24 bibliotecas e o crescimento da internet, o bibliotecário teve que se atualizar para
caminhar junto com as novas tecnologias que vêm crescendo a cada dia.
Ela também sustentava esse sistema de classificação, como ainda o faz,
tornando-o material, físico e espacial. Bibliotecas que sobreviveram nos
permite a estudar a “arqueologia do conhecimento” sentido literal da famosa
expressão de Foulcault, examinado os vestígios físicos de antigos sistema
de classificação (BURKER, 2003, P. 88).
2.2. A biblioteca moderna: implicações tecnológicas na
atuação do bibliotecário
O século XX é o século da informação, e as novas tecnologias da
informação vêm crescendo de uma maneira rápida, contínua e silenciosa, muitas
vezes não se nota o avanço do seu crescimento. Desde o surgimento do primeiro
computador, muita coisa mudou no refere a trata de tecnologia da informação, hoje
os computadores armazenam, processam e disponibilizam a informação de uma
forma rápida e eficaz. Com os profissionais da informação, mais especificamente
com o bibliotecário, a tecnologia da informação mudou notavelmente sua maneira de
trabalhar. Nos dias atuais a biblioteca tem suas bases de dados para armazenarem
suas informações referentes ao acervo, partes dos seus serviços são
informatizadas, as bibliotecas estão trocando informações e serviços pela rede
internet. Para chegar nesse estagio de informatização da biblioteca, os bibliotecários
e os profissionais da informação tiveram que se atualizarem e alguns passaram por
capacitação para se adaptarem com as novas tecnologias.
Com as novas tecnologias presente na vida do bibliotecário, novos
aspectos estão presentes no seu dia-dia profissional, como: segurança da
informação, inclusão digital e acessibilidade aos sistemas, ferramentas tecnológicas
para tratar a informação no formato digital e arquitetura da informação (conteúdo de
sites). Hoje com as unidades de informação na sua maioria ligadas a redes, é
preocupante a questão da segurança da informação, pois para algumas pessoas é
fácil invadir um sistema e ter acesso a qualquer tipo de informação. Essa questão da
segurança, é muito importante para as bibliotecas e bibliotecários. Um dos aspectos
das novas tecnologias é a inclusão digital e a acessibilidade aos sistemas, pois não
adianta uma unidade toda informatizada sem que seus usuários/clientes saibam
25 usá-las, é de extrema importância a capacitação não só dos funcionários como
também dos usuários.
Outro ponto importante no avanço das tecnologias da informação é a
organização e a recuperação das informações conectadas na rede. Várias fontes
alimentam continuamente esse universo virtual com grande quantidade de
informação por isso, as bibliotecas precisam dispor de profissionais qualificados para
trabalhar na rede para suprir essa necessidade, para que se possam selecionar
informações que realmente interessam, armazená-las e disseminá-las. O avanço
das tecnologias fez com que as bibliotecas e seus profissionais saíssem de um
estado mais passivo no que se refere á busca de informação para estar atentos ás
novidades da tecnologia da informação para que ela possa atender sua demanda.
A maiorias das bibliotecas se mobiliza na busca da informação fora de suas
paredes procurando atender aos seus usuários, porém é preciso "incorporar
conscientemente" o novo paradigma e aceitar que a informação
definitivamente está atrelada as tecnologias automatizadas. A comunicação
por "bits" não tem barreiras e para atuar no "ciberespaço" são necessárias
novas competências (SILVA, 1999, P. 103).
Em vista dessas novas competências é que os profissionais da informação
precisam se adaptar dia a dia, pois as novas tecnologias vêm evoluindo de uma
maneira rápida e constante, a cada dia surge uma novidade tecnológica e cabe ao
bibliotecário acompanhar essa mudança, para que ela possa ultrapassar as
barreiras da biblioteca física entrar e se impor definitivamente no mundo das novas
tecnologias e do ciberespaço.
Ainda há resistência por parte de alguns bibliotecários, que não aderiram
às novas tecnologias, mesmo ela sendo uma ferramenta que veio para modernizar e
trazer facilidade para a vida das bibliotecas e bibliotecários. Isso faz com que
bibliotecas que possuem profissionais que pensam de uma maneira resistente a
inovações, podem fazer que suas unidades percam credibilidade nos seus serviços,
e deixem de acompanhar os avanços tecnológicos, fazendo dela uma biblioteca
passiva que não se atualiza conforme outros meios de informação. Essa resistência
ás novas tecnologias, pode ser também relacionado ao medo da perda de espaço
no ambiente de trabalho. Uma forma para suprir esse “medo”. segundo Silva (1999,
26 p. 104) é a tomada de consciência e investimento na mudança, na educação
continuada que contribui para" abertura de visão. Isso é importante para que o
profissional bibliotecário esteja apto a lidar com as mudanças tecnológicas que
acontecem a todo tempo.
27 3. Mídia e formação de opinião
Há tempos que a mídia vem influenciando e formando opiniões perante o
público, a influência é tanta que ela é chamada de “quarto poder” em alusão aos
poderes legislativo, executivo e judiciário. A presença marcante da mídia se percebe
nas noticias do cotidiano; ela determina a qualidade e ênfase com que a noticia vai
ser passada.
Não seria exagero dizer que a comunicação constrói a realidade.
A conclusão a que chegamos é a de que uma coisa existe, ou deixa
de existir, à medida em que é comunicada, veiculada. É por isso,
conseqüentemente, que a comunicação é duplamente poderosa:
tanto porque pode criar realidades, como porque pode deixar que
existam pelo fato de serem silenciadas (GUARESCHI, 1991, p.14).
A mídia pode formar opiniões através do rádio, televisão, cinema e
internet, veículos esses, que parte da população tem acesso. Formar opinião é algo
de responsabilidade, pois por meio dos meios de comunicação podem-se formar
opiniões positivas ou negativas de um determinado assunto, conforme os interesses
de quem está a frente desses meios de comunicação. Por mais que a mídia possa
pregar a democracia na informação, ela pode também ter interesse naquilo que ela
está veiculando, ela pode formar opinião popular sobre um político, esportista, ator
ou qualquer personalidade. È importante avaliar as informações e o entretenimento
que a mídia circula, pois tendo uma boa avaliação é possível formar opiniões de
qualidade.
3.1. Cinema e outras mídias audiovisuais
A mídia audiovisual, televisão e cinema, principalmente, exercem papel
importante na comunicação, o fato de ter acesso a informação através de imagens
de pessoas e lugares reais, é um grande atrativo, seja essa imagem em fatos reais
ou fictícios. Esses meios de comunicação têm o potencial de atingir grande parte da
população, principalmente a TV, pois ela é presente em quase todos os lares
brasileiros, nos dias de hoje o telejornalismo, novelas, e programas de auditório são
presença diária nos lares brasileiros.
28 A TV é uma ferramenta importante para disseminar informação, a maioria
dos acontecimentos do no cotidiano, chega a população por meio da TV, ela é um
veiculo importante no quesito formar opinião. A partir do momento em que ela é o
único meio de comunicação e informação que um individuo possa ter, o
telespectador forma sua opinião através do que ele assistiu. A qualidade dos
programas televisivos sempre foi tema de muito debate, pois nem sempre o que se
veicula tem uma boa qualidade ou fontes confiáveis. Com isso o telespectador pode
estar tendo acesso a informações que nem sempre condizem com a verdade. Muito
se fala em manipulação da informação através da TV, levando o telespectador a
pensar ou ter uma opinião da maneira que a mídia televisiva deseja.
Outro veículo de comunicação e entretenimento de muita importância, é o
cinema. O prazer de assistir a uma obra cinematográfica em uma sala escura, tela
grande e um som de qualidade é quase insubstituível. A imagem em movimento é
algo que fascina desde o fim do século XIX. Com o decorrer dos anos, a linguagem
cinematográfica tornou-se alternativa para interpretar a realidade, representar
grandes histórias e personalidades, algo que antes só era conhecido através dos
livros. Segundo Soares (2005): “o cinema, praticamente desde o seu inicio, é
oriundo de adaptações da literatura ou de revistas em quadrinhos”, inúmeras
adaptações baseadas em livros já ilustraram as telas do cinema, ver o uma obra
bibliográfica representada no cinema é algo atrativo, pois na tela você consegue
enxergar os personagens da história como se fossem reais.
Alem de representar histórias baseadas em obras bibliográficas, o cinema
cria sua própria obra, sendo assim o cinema pode também ser um grande formador
de opinião. Com o atrativo de sala, tela grande e som, o diretor de uma obra
cinematográfica pode facilmente colocar sua visão de mundo e levar isso para o
espectador, de uma forma em que ele possa refletir e opinar sobre as obras
cinematográficas a que ele assiste. O cinema através das décadas vem se
popularizando cada vez mais, deixando de ser só uma expressão cultural para se
tornar uma grande indústria
No cenário de uma economia globalizada, as indústrias cinematográficas, a
partir da década de 80, vêm conquistando cada vez mais o mercado
cinematográfico, cada vez mais alcançando altos níveis de popularidade e
29 eficiência. A alta tecnologia tem possibilitado excelentes avanços na
indústria do cinema, fazendo com que as empresas alcancem grandes
resultados tendo como aliadas a propaganda e as novas tecnologias.
(SOARES, 2005).
Como, entretenimento, o cinema também se destaca. A cada lançamento
de algum filme, é feito um grande investimento na divulgação, o marketing no
cinema cresceu muito, hoje se investe muito em promoções para atrair as pessoas a
irem ao cinema. O marketing está tão presente no cinema, que em certos filmes os
personagens viram bonecos e estampam camisetas, mas será que o investimento
tão alto em marketing e a preocupação em arrecadar milhões na bilheteria não esta
comprometendo a qualidade artística e cultural do cinema? Será que hoje o cinema
como mídia tem a preocupação de passar uma informação que possa acrescentar
algo para seu espectador? É com essas questões que hoje se questiona a qualidade
da informação que o cinema está passando, sendo uma mídia que atrai tantas
pessoas, com a preocupação com a arrecadação nas bilheterias, isso pode estar
comprometendo o cinema como um formador de opinião.
3.2. Internet e outras mídias digitais
Atualmente a internet é um fenômeno de comunicação, informação e
interatividade. A cada ano que passa a ela vem se popularizando, hoje parte
considerável da população e está acessando. Ouve-se falar que vivemos a “era da
informação” isso se deve muito a internet, pois a cada minuto milhares de
informações são disponibilizadas na rede, essa agilidade na transmissão da
informação possibilitou as pessoas terem acesso a noticias praticamente em tempo
real. Com essa agilidade e conectividade, a internet se tornou um meio de
comunicação que rompe as barreiras do limite geográfico, e permite ao indivíduo
acessar um mundo de informações na tela do computador.
A interatividade que a internet promove é um grande atrativo para seus
usuários. Hoje qualquer pessoa pode postar qualquer tipo de informação na rede,
fazendo do usuário um contribuinte real no mundo da informação disponibilizando e
compartilhando suas idéias, para que qualquer pessoa conectada a internet tenha
acesso. Apesar dessa democratização da informação, no qual todos têm
30 participação ativa, quando falamos de informação na internet, nem sempre suas
fontes são confiáveis. Hoje com essa interatividade na internet, com os sites 2.0,
blogs e fóruns, podem-se criar várias temáticas para se discutir, publicar idéias e
pensamentos as quais antes quase ninguém teria acesso, criar comunidades de
relacionamentos onde todos se encontram em um ambiente virtual, compartilhando
fotos, musicas e vídeos. Em se tratando de vídeo, um site que chama muito a
atenção na internet, é o Youtube trata-se de um site onde o usuário posta seu vídeo
caseiro para ficar disponível para qualquer pessoa ver e comentar. No Youtube,
praticamente encontra-se de tudo desde os vídeos caseiros até trailers e trechos de
filmes, existe programas jornalistícos e de humor feito especialmente para o Youtube
e grandes marcas, que lançam seus produtos no site.
Com essa evolução da internet, da qual todos participam, postando seus
arquivos, compartilhando idéias ela se torna uma mídia de extrema importância para
o entretenimento e a disseminação da informação sem limites de fronteiras,
podemos dizer que a internet, trouxe a oportunidade de viver uma vida virtual, na
qual se trabalha, comunica-se e se diverte. Importante salientar que esse mundo
virtual ou vida virtual refere-se às atividades na internet, pois virtualidade pode ser
entendida em outros sentidos,
A palavra “virtual” pode ser entendida em ao menos três sentidos: o
primeiro, técnico, ligado a informática, um segundo corrente e um terceiro
filosófico. O fascínio suscitado pela “realidade virtual” decorre em boa parte
da confusão entre esse três sentidos. Na acepção filosófica,é virtual aquilo
apenas em potência e não em ato, o campo de forças e de problemas que
tende a resolver-se em uma atualização. No sentido filosófico, o virtual é
obviamente uma dimensão muito importante da realidade. Mas no uso
corrente,a palavra virtual é muitas vezes empregada para significar a
irrealidade – enquanto a “realidade” pressupõe uma efetivação material,
uma presença tangível (LEVY, 1999, p. 47).
Pode-se dizer que a internet é uma mídia virtual, na qual pessoas reais
alimentam um mundo de informação sem espaço físico e há promoção de
interatividade entre os usuários sem que estejam presentes fisicamente, um tipo de
mídia que evolui a cada instante e influencia cada vez mais o mundo do
entretenimento, comunicação e informação.
31 4. Bibliotecário: sua auto-imagem e o imaginário
popular
Uma pessoa pode através de seus afazeres profissionais, criar no
imaginário popular um pré-julgamento. Pode-se imaginar que um juiz é uma pessoa
autoritária ou imparcial, pois em suas mãos estão decisões importantes para a
comunidade ou dizer que os advogados são pessoas completamente intelectuais,
por usarem um palavreado difícil de pouco uso ou de conhecimento da população,
que um bombeiro é um herói 24 horas por constantemente estar salvando vidas etc.
Por meio desses exemplos podemos observar que a profissão exercida pode criar
uma imagem que
parte do pressuposto de que as concepções construídas não são do
profissional ou de seu fazer, mas sobre o profissional e valoração atribuída
pelo outro sobre este fazer, que reflete o significado do olhar daquele que
está a lhe observar e é, portanto, repleto de significações sobre conduta,
atitudes e valores particulares que refletem sobre
um coletivo (BARBALHO, 2006, P. 166).
O bibliotecário também tem, claro sua representação no imaginário social
coletivo. Quando se pensa em um bibliotecário, vem logo a mente uma pessoa que
fica o dia inteiro guardando livros, que fica sentado atrás de um balcão, pedindo
silêncio constantemente. Mas tem também o entendimento de que o bibliotecário, é
uma pessoa reservada, inteligente e algumas vezes mal-humorada. Essas
conclusões podem referir-se a experiências que as pessoas tiveram com alguns
profissionais bibliotecários
A imagem que exibe o profissional bibliotecário como alguém que é
guardião de livros, que exige ambientes silenciosos, com elevada idade,
coque na cabeça, portando óculos denotando que sua profissão exige uma
doação que vai além de sua capacidade mental e se instala na exposição a
uma debilidade física que prejudica a sua saúde, é autofágica? Até que
ponto isto é uma distorção ideológica do real ou uma mera representação
da submissão ou subserviência como a profissão é estereotipada?
(BARBALHO, 2006, p. 168).
32 Essa representação acompanha o bibliotecário desde a Idade-Média. Os
bibliotecários sempre estavam reclusos em seus acervos, aos quais poucas pessoas
tinham acesso. O bibliotecário era visto como um guardião de livros e com o
decorrer dos anos a personificação de um bibliotecário geralmente é ligado às
mulheres e de um profissional que lêm compulsivamente.
É comum incentivar pessoas a freqüentarem bibliotecas, mas não é
comum as pessoas reconhecerem os bibliotecários como profissionais que exercem
serviços específicos e que passaram alguns anos estudando para exercer essa
profissão. Mas de que forma o bibliotecário está colaborando para que se passe
essa imagem nem sempre correta da profissão? Como os bibliotecários estão
promovendo sua auto-imagem? A questão dos estereótipos é muito importante, pois
uma imagem errada de um profissional pode evitar que outras pessoas ingressem
na profissão.
Quem quer passar quatro anos na universidade para ser considerado um
nerd mal remunerado? Certamente nenhum dos jovens que eu tenho
contato diariamente e que sabem muito mais de tecnologia de informação
do que eu. Essas são as pessoas que precisam ser recrutadas. O problema
da imagem prejudica tanto os salários como o nosso reconhecimento
público como profissionais, além de impedir nosso crescimento e sucesso
futuro (BARROS, 2005).
Para eliminar um estereótipo negativo que possa prejudicar os
bibliotecários é preciso conscientizar as pessoas de que as atividades bibliotecárias
evoluíram junto com as novas tecnologias. Hoje as bibliotecas e seus serviços estão
se modernizando, os bibliotecários têm seus serviços específicos, muitos trabalham
direto com tecnologia da informação, gestão da informação, pesquisa científica e
poucas pessoas têm conhecimento disso. É importante que os bibliotecários se
preocupem em divulgar seus serviços e que se auto-valorizem, para que possam
assim passar uma imagem positiva e atraírem mais pessoas a valorizarem a
profissão e as bibliotecas
33 4.1. Representação do bibliotecário no cinema
Há pouco mais de cem anos, o cinema vem sendo presença certa na
comunicação e entretenimento. Presença que vem marcada desde 1895 com os
irmão Lumiére, que através de sua câmera com projetor chamado cinematografe,
registraram as primeiras imagens em movimento, a mais famosa delas é a “Chegada
de um trem à estação” onde o público chegou até se proteger nas poltronas
convencido de que o trem era real, com isso já se percebia o fascínio da arte que
estava nascendo.
O cinema é considerado uma arte, e por sua vez já exibiu através de suas
telas inúmeros filmes, de gêneros como ação, animação, vanguarda, biográfico,
comédia filme de época, cult, documentário, épico, terror, musical, ficção, suspense
e outros. Mas independente do gênero dos filmes, é fato que o cinema e suas obras
exercem alguma influência em seu publico, indiferentemente de como o diretor
expressou sua obra cinematográfica, a interpretação do publico é de certa forma,
livre
O significado do filme não é simplesmente uma propriedade de seu arranjo
especifico de elementos; seu significado é produzido em relação a um
publico e não independentemente. Ao percebemos isso vemos a
possibilidade de aceitar que o publico possa encontrar uma variedade de
significados em qualquer texto cinematográfico; seu significado não é
necessariamente “fixo”, imutável (TUNER, 1997. p.122).
Levando em consideração a influência que o cinema exerce na opinião de
seu publico, qual seria a interpretação que eles teriam do bibliotecário? É valido
lembrar que nem sempre nessas produções é citado o termo “bibliotecário”, mas é
perceptível a função da profissão, muitas vezes as ações bibliotecárias exercidas
nos filmes são representadas por jornalistas, pesquisadores e professores.
A função do bibliotecário já foi mostrada em filmes como: O nome da rosa;
Um sonho de liberdade; Os caças fantasmas; A maquina do tempo; entre outros.
Mas a intenção dessa pesquisa não é analisar a presença do bibliotecário e o seu
perfil, e sim analisar como o cinema retrata esse profissional interagindo com novas
tecnologias atreladas a sua profissão. A representação da ação bibliotecária lidando
34 com tecnologia no cinema merece análise, pelo fato da imagem do bibliotecário ter o
estereótipo de uma pessoa que vive arrumando as estantes de livros, carimbando
fichas catalográficas, sendo uma pessoa de idade mais avançada, sempre pedindo
silêncio aos usuários e resistente às novidades tecnológicas.
Responsável pela guarda da memória livresca está o bibliotecário que, na
maioria das vezes tanto no fílmico como na vida real, é mulher. Além disso,
são representadas por estereótipos físicos e psicológicos: usam óculos e
coque ou os cabelos presos têm arrogância na ponta do nariz, são
envelhecidas precocemente e solteironas, a negativa do desejo sexual e da
sexualidade (SILVA, 2006).
Com o crescimento da tecnologia e da informática, esse perfil de
profissional está mudando. Essas mudanças serão analisadas nos filmes que
apresentam a representação do profissional bibliotecário. Representar um
personagem ou um profissional através da linguagem cinematográfica é
interessante, pois, o cinema não basear apenas em livros e obras de ficção, o
cinema pode se basear na vida real.
A invenção de tipos pelo cinema tanto legitima discursos quanto cria novas
narrativas e personagens que passam a viver no mundo “real”, compondo
uma série de protocolos discursivos presentes em formas e tipos
recorrentes. Assim, podemos dizer que o cinema é não só o reflexo do
mundo e do espírito humano, mas as próprias projeções e aspirações desse
espírito(SILVA, 2006, p. 94).
A relação entre uma obra cinematográfica e a vida real é uma relação
muito próxima, pois o cinema é uma linguagem onde a imagem em movimento faz
com que o espectador tenha uma identificação muito próxima da realidade, com isso
o a vida real e uma obra cinematográfica podem-se fundir, causando diversas
interpretações na mente do espectador na hora em que assiste a um filme.
Esse poder de influência que o cinema possui, faz com que um
personagem representando algum profissional, permite criar uma imagem ou o seu
estereótipo. Considerando-se o cinema retratando um bibliotecário pode apresentar
vários pontos de vista, trazendo para o bibliotecário lidando com tecnologia, como
seria essa representação? Será representaria um profissional totalmente dinâmico,
entrosado com as novas tecnologias, sem nada a dever a outros profissionais que
lidam com a tecnologia da informação? Ou seria um profissional resistente a as
35 novas tecnologias insistindo em não abrir mão de suas tradicionais atividades
bibliotecárias?
As bibliotecas, como espaços físico, na maioria das vezes, são
representadas por fileiras de estantes, com livros empoeirados e ambiente de baixa
luminosidade. Seus serviços são atrelados a bibliotecários sempre fazendo
atendimento no balcão, catalogando, classificando e carimbando livros. A questão é
de como o cinema percebe o universo do bibliotecário lidando com tecnologia? Para
isso cinco filmes serão analisados, são eles: O nome da rosa; Fahrenheit 451; A
máquina do tempo, Minority report e O código Da Vinci.
4.1.1. O Nome da Rosa
O nome da Rosa é um filme baseado no livro de Umberto Eco. A história é
um suspense que se passa em plena Idade Média, onde um monge franciscano é
encarregado de investigar uma série de mortes que se passam a ocorrer no
mosteiro. A escolha de incluir esse filme para analise é de apontar qual tecnologia
tinha uma biblioteca na Idade Média.
O personagem principal é Guilherme de Baskerville (Sean Connery) onde
ele e seu ajudante Adso von Melk (Christian Slater) investigam supostos crimes que
acontecem no mosteiro. Com o decorrer das investigações são levados a investigar
as dependências da biblioteca do mosteiro, que é um verdadeiro labirinto e onde
existe um bibliotecário responsável que se chama Malaquias além de vários monges
copistas.
Cena 1:
Guilherme e Adson chegam as dependências da biblioteca para investigar
sobre a morte de um monge copista que morreu de uma forma misteriosa.
Ao reparar a cena, percebe-se que em uma sala ampla há vários monges
copistas, fazendo copias de livros de uma maneira toda manual e artesanal.
36 Figura 1 – Monges Copistas
Observando a biblioteca nesse filme, percebe-se que na Idade Média as
bibliotecas eram providas de certos tipos de tecnologia compatíveis com a época.
Encarregados de reproduzir obras bibliográficas da época, os monges copistas, em
questão de tecnologia, tinham apenas canetas e tinteiros. Considerando-se que a
Igreja na Idade Média era uma instituição rica, pode-se dizer que as canetas e
tinteiros eram o que existia de mais avançado de tecnologia na época. Essa obra
cinematográfica retrata o bibliotecário atualizado com as tecnologias da época,
importante dizer que na Idade Média só o clero e quem fazia parte da monarquia
eram alfabetizados, com isso os monges bibliotecários eram aptos a lidarem com
canetas e tinteiros.
Cena 2:
Guilherme e Adson percorrem o acervo da biblioteca, ate que eles
encontram uma sala secreta, nela está o responsável pela biblioteca, Jorge, e em
sua mão está o livro que Guilherme procurou durante sua investigação no mosteiro.
O livro é uma comédia de Aristóteles, escrito em grego. Por ser um livro de comédia,
Jorge alega que a comédia provoca o riso, e o riso é a face do demônio, por esse
motivo ele esconde o livro no acervo da biblioteca em uma sala secreta.
37 Pode-se analisar que o acesso a informação na Idade Média não era para
qualquer pessoa, tanto que na biblioteca do mosteiro nota-se que poucos tinham
permissão para entrar. E quando se trata de informação confidencial é perceptível
que o responsável pela biblioteca usa toda segurança da biblioteca para guardar o
livro de Aristóteles. A Igreja sendo uma instituição de poder aquisitivo faz o melhor
investimento possível em segurança, tanto que na biblioteca, pode-se reparar que
para ter acesso ao acervo existem portas que são abertas apenas pelo lado de
dentro.
Na sala onde é guardado o livro de Aristóteles, Jorge tenta escapar de
Guilherme e Adson, ao sair ele tenta fechar a porta e logo Guilherme se preocupa
em impedir que a porta se feche para que ele e Adson não fiquem presos dentro da
sala.
Na Idade Média e a igreja vivendo a fase da Santa Inquisição é
considerável que as dependências da biblioteca estariam equipadas com o que
melhor se tinha disponível em tecnologia de segurança já que em certa parte do
filme Guilherme comenta que aquela era uma das maiores biblioteca da cristandade.
Levando-se em consideração essa importância pode-se concluir que a biblioteca
retratada no filme revela em questão de tecnologia, a segurança instalada em suas
dependências.
4.1.2. A Máquina do Tempo
A maquina do tempo é um filme de ficção científica no qual um cientista
consegue provar, que viajar no tempo é possível. O personagem principal é
Alexander Hartdegen (Guy Pearce) um cientista que ao criar uma máquina do tempo
viaja 800 mil anos no futuro.
Cena 1
Alexander entra em sua máquina do tempo, a data de partida era 18 de
janeiro de 1899 e viaja para o futuro, quando ele para sua máquina no dia 24 de
maio de 2030. Ao descer de sua máquina do tempo Alexander começa a reparar ao
seu redor e observa os prédios, carros, ruas, pessoas com roupas diferentes,
38 observa um outdoor eletrônico onde se faz propaganda para viajar a Lua. Enquanto
observa tudo ao seu redor, uma moça o cumprimenta e repara em suas roupas
dizendo que são antigas, ele apenas observa as roupas da moça e não diz nada.
Ele caminha em direção a um prédio que supostamente abriga uma unidade de
informação, e entrando depara-se com vários painéis de vidro, quando de repente a
imagem de um homem se projeta nesse painel e se apresenta como Vox (Orlando
Jones) unidade informativa de biblioteca.
Dialogo:
Alexander: O que é você?
Vox: Unidade informativa de biblioteca
Registro Vox NY-114, como posso ajuda-lo?
Alexander: È um estereóptico
Vox: Estereóptico?
Não, sou uma terceira geração de um fotônico com capacidade verbal e ligado
a todos bancos de dados do planeta.
Alexander: Fotônico?
Vox: Um compêndio de todo conhecimento humano
Nessa cena, o filme mostra um bibliotecário totalmente virtual, ligado a
todas as bases de dados do mundo, recuperando qualquer tipo de informação.
Quando ele se apresenta como “unidade informativa de biblioteca” pode-se entender
que todas as informações contidas em uma biblioteca, resumem-se nele. Nota-se
nessa cena como a biblioteca possui importância na recuperação da informação,
pode-se dizer também que pelo fato de essa unidade estar ligada a todas bases de
dados do mundo ele está inserido no que chamamos de cibercultura.
Cena 2:
Ao viajar em sua máquina do tempo em meados do ano 800 mil no futuro,
Alexander encontra uma civilização totalmente diferente da qual ele encontrou na
sua última viajem no ano de 2030, o planeta passou por varias eras glaciais e a
população vive de uma maneira rústica e primitiva. Sem entender o que teria
acontecido com o planeta, Alexander começa a explorar o lugar até que em uma
39 ruína ele encontra Vox “unidade informativa de biblioteca” com a mesma tecnologia
de 2030, Vox tem a capacidade de reconhecer Alexander e o informa sobre a
população que vive naquela época.
Importante notar nessa cena que apesar de se passar em 800 mil anos, a
tecnologia “unidade informativa de biblioteca” resistiu, com a capacidade de
disseminar informação. Observa-se que a biblioteca é a única tecnologia avançada e
a única fonte onde Alexander consegue algum tipo de informação. Essa cena mostra
a importância da alta tecnologia implantada em uma biblioteca, uma tecnologia
resistente que apesar do passar dos anos continua disseminando a informação de
uma maneira eficaz.
Cena 3:
Alexander tira Vox das ruínas e o leva para junto da população, para que a
“unidade informativa de biblioteca” possa disseminar a informação e contar como era
o planeta no passado.
Essa é uma das últimas cenas do filme, o interessante é a valorização que
é dada à biblioteca como centro de memória usando sua tecnologia a favor da
comunidade.
O filme valoriza a figura da biblioteca e do bibliotecário mostrando-os como
peças fundamentais na preservação da memória e disseminação da informação de
uma forma totalmente atualizada com as novas tecnologias da informação. A
imagem da biblioteca e do bibliotecário retratada no filme mostra de como é
importante investir em alta tecnologia em uma biblioteca para que a preservação da
memória e a disseminação da informação sejam feitas com qualidade eficácia ao
decorrer dos anos.
4.1.3. Minority Report
Minority Report é um filme de ficção científica no qual a polícia tem um
departamento chamado de “pré-crime”. Num cenário onde é possível prever os
40 crimes que irão acontecer esse departamento consegue impedir os crimes antes
mesmo deles acontecerem.
Cena:
Detetive John (Tom Cruise) chega ao departamento de investigação, vai
para uma sala onde existe um painel côncavo e transparente, ao ligar, aparecem
varias imagens relacionadas a um crime que foi previsto John precisa descobrir o
endereço onde o crime esta prestes á acontecer. Para manusear o painel, John
calça luvas que na superfície, onde vão os dedos, acendem uma luz azul nas pontas
de três dedos. Com as mão vestidas com as luvas, ele consegue interagir com o
painel apenas com os movimentos das mãos, arrastando e virando imagens da
forma que deseja. Nesse painel ele consegue recuperar qualquer tipo de informação
em questão de segundos.
O fator interessante desse filme é a tecnologia de recuperação da
informação, em questão de segundos a pessoa pode interagir com um painel
obtendo varias informações. A presença do profissional bibliotecário não esta
presente no filme, mas no fato de ter uma tecnologia que recupera a informação
através de palavras-chave pode-se notar a ação bibliotecária.
A recuperação de imagem é mostrada no filme e percebe-se que em
certos momentos John sente dificuldades de recuperar certas imagens por não ter
sua referência, neste caso sente-se falta de uma boa indexação de imagens. É certo
dizer que apesar de ter uma tecnologia de ponta, se não houver uma boa indexação
e palavras-chave que condizem com a informação, sua recuperação pode ser
comprometida.
4.1.4. O Código Da Vinci
O Código Da Vinci é um filme baseado no livro de Dan Brown, o
personagem principal é Robert Langdon, famoso simbologista que é destinada a
investigar mensagens ocultadas nas obras de Leonardo Da Vinci.
41 Cena:
Robert Langdon e Sophie entram em um ônibus para irem á biblioteca,
Langdon reclama que a biblioteca está a meia-hora de onde eles estão, Sophie
observa que no fundo do ônibus há um jovem com celular, ela se aproxima dele e
pede o celular emprestado, logo ela chama Langdon e passa o celular para ele, com
internet no celular. Langdon consegue acessar os serviços da biblioteca de Chelse e
no banco de dados da biblioteca consegue fazer uma busca de pesquisa avançada
pelo celular.
A presença da cibercultura e das novas tecnologias nessa cena é
evidente, um celular com acesso a internet, tecnologia móvel que pode ser acessada
de qualquer lugar e uma biblioteca que tem seus serviços disponíveis na rede,
facilitaram a vida do personagem, pois ele percebeu que para chegar a biblioteca o
tempo que ele tinha não era o suficiente e com um aparelho que cabe na palma da
mão tem acesso ao banco de dados da biblioteca.
A biblioteca prestou um serviço sem a pessoa estar presente fisicamente
em suas dependências e sem o auxílio direto de um bibliotecário, isso já é reflexo da
cibercultura, na qual pessoas e informações estão ligadas através da rede em um
ciberespaço. A imagem da biblioteca nessa cena é retratada como uma biblioteca
atual e atualizada com as novas tecnologias.
4.1.5. Fahrenheit 451
Fahrenheit 451 é um filme baseado no livro de Ray Bradbury, uma ficção
cientifica, em que os bombeiros têm a missão de queimar livros, para que esses não
disseminem nenhum tipo de informação. O único tipo de comunicação permitida é a
televisão, com uma programação totalmente monitorada pelos governantes que tem
a intenção de deixar a população alienada.
A ausência de biblioteca no filme se deve a censura a leitura e livros, onde
a população é totalmente manipulada pelos seus governantes
Logicamente, coletar e colecionar acervos significa poder que, no entanto, pode ser
42 representado pela ausência de coleções. Em Fahrenheit 451, poder e também
censura são mostrados na ausência de bibliotecas públicas e na caça aos livros e às
coleções privadas. A trama se passa em uma sociedade onde livros – quaisquer que
sejam – são proibidos. Embora não datada, a história ocorre em uma sociedade do
futuro, um futuro não muito distante das décadas de 1950-60. Um futuro que tanto
pode ser o ano 2000 como qualquer outro do início do terceiro milênio (SILVA,
2006, P. 95)
O filme retrata um futuro com uma população totalmente alienada,
alienação propagada principalmente pela televisão. Nota-se algum tipo de tecnologia
no decorrer do filme, mas nada referente a tecnologia da informação. A ausência de
uma biblioteca é sentida, já que o filme tem como um dos seus enfoques principais o
livro. Mas o livro é o grande vilão da história, quando encontrado, acionam-se os
bombeiros para que sejam queimados.
O foco desse trabalho, é identificar filmes que retratem a biblioteca ou o
profissional bibliotecário lidando com algum tipo de tecnologia, mas no Fahrenheit
451 o interessante é que apesar da ausência da tecnologia da informação nas
bibliotecas, o que o filme traz é o fato de o homem ser a unidade de informação, já
que o livro como códice é proibido, o homem passa a ser o livro vivo, para
disseminar a informação, pois o importante não é a mídia ou o formato que a
informação se encontra e sim que ela seja transmitida.
4.2. Bibliotecário e sua representação na cibercultura
O grande avanço da informática vem mudando nossos hábitos tanto na
vida pessoal como na vida profissional, hoje em dia realizamos varias ações
conectados na “rede” como: sala de bate-papos, movimentos bancários, e-mails,
jogos, musicas e vídeos.
Nos dias de hoje nas atividades bibliotecárias é fácil notar a presença da
cibercultura, pois muitas bibliotecas estão ligadas a rede, várias das atividades e
serviços são realizadas pela internet, como o COMUT por exemplo. Os bibliotecários
se relacionam por e-mails, realizam video-conferência, fazem empréstimos e
solicitam artigos pela internet. Esse avanço da informática facilitou sem duvidas a
vida das bibliotecas. O bibliotecário não foi só beneficiado pela internet, mas
também colabora com o seu crescimento fortalecendo a cultura da informação.
43 Se a Internet constitui o grande oceano do novo planeta informacional, é
preciso
não
esquecer
dos
muitos
rios
que
a
alimentam:
redes
independentes de empresas, de associações, de universidades, sem
esquecer as mídias clássicas (bibliotecas, museus, jornais, televisão etc.).
(LÉVY, 1999, p.126)
Com essa participação na evolução da tecnologia e da internet o
profissional bibliotecário não passa despercebido, tanto que sua prática profissional
lidando com tecnologia, é representada na linguagem cinematográfica, um exemplo
disso são filmes como Minority report; O código da Vinci e A maquina do tempo, que
mostram a prática bibliotecária lidando com tecnologia e ate mesmo de uma forma
bem futuristica.
A cibercultura trouxe muitos benefícios para as bibliotecas, como também
trouxe algumas barreiras. Como já vimos, os benefícios são inúmeros: bibliotecas
interligadas, serviços unificados e online, biblioteca digital e virtual entre outros. Já
as barreiras a serem superadas, referem-se principalmente à qualificação dos
profissionais, para acompanhar os avanços tecnológicos, a resistência por parte de
alguns profissionais mais tradicionais, a capacitação do usuário para as bibliotecas
informatizadas e a falta de segurança para realizar serviços totalmente virtuais.
É fato que a cibercultura é presente nos dias de hoje e na vida do
profissional bibliotecário, trouxe uma nova maneira de enxergá-lo. Uma biblioteca
que pode ser acessada em qualquer lugar do mundo, faz com que ela possa estar
sempre atualizada, traz mais credibilidade e não deixa de perder sua importância
perante a comunidade. Um profissional bibliotecário habituado lidar com o mundo
virtual também é de extrema importância já que esse é um dos profissionais que
alimentam o mundo de informações que é a internet. A cibercultura é a maneira de
fazer diversas atividades de uma maneira virtual e com muito desempenho biblioteca
e bibliotecários estão vivendo essa realidade.
44 5. Considerações finais
A imagem que o cinema passa das bibliotecas e bibliotecários lidando com
tecnologia nesses cinco filmes revela que, tecnologia e biblioteca caminham juntas,
porém suas relações são diversas.
No filme “O Nome da Rosa”, percebe-se que a tecnologia é usada de uma forma
negativa, pois ela proporciona a proibição da entrada no acervo da biblioteca, já em
“A Máquina do Tempo”, mostra-se uma biblioteca totalmente atrelada à tecnologia,
uma imagem positiva da biblioteca e seus serviços. “Minority Report” enfoca mais os
serviços de recuperação da informação e são notáveis os serviços bibliotecários
realizados por outros profissionais. Em “O Código Da Vinci”, retrata-se uma
biblioteca conectada com o mundo, prestando seus serviços pela internet, facilitando
a vida do usuário. “Fahrenheit 451” é marcado pela ausência de uma biblioteca, mas
enfatiza o valor do ser humano, pois mesmo com tanta tecnologia homem continua
sendo insubstituível.
As bibliotecas de hoje em dia estão se informatizando e estão conectadas
em rede, os profissionais bibliotecários exercem seu serviços em sintonia com as
novas tecnologias, essa ligação entre bibliotecas/bibliotecários e tecnologia é uma
realidade. A imagem da biblioteca ficou bem representada nos filmes” A máquina do
tempo” e O “Código Da Vinci”, pois mostra a biblioteca como uma instituição
moderna, acessível e aberta as tecnologias de um modo geral.
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