Diário de uma deslocação `lá pa fora` (ensaio de ficção?)

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Diário de uma deslocação `lá pa fora` (ensaio de ficção?)
Página Oficial da ACDME
Diário de uma deslocação ‘lá pa fora’ (ensaio de ficção?)
25-Jun-2008
Actualizado em 25-Jun-2008
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{mosimage ch=85} Vila Real, 20,21 e 22 de Junho de 2008
Sexta, 20
Depois de um dia que se poderia considerar epopeíco, lá consegui chegar ao Autódromo com cerca de 20 minutitos de
‘babuje’ prontamente utilizados a consumir cafeína e nicotina, envolto num magote misto de gente bem vestida e outros
com o trapito em tempos levado á China.
Escolhida a rota de modo a favorecer auto-estradas sem áreas de serviço, lá entramos em zona de paisagem calhaucalhau-calhau-pinheiro-casinha.
Como é lindo o nosso interior transmontano!
Que altas são as nossas serras!!
Que caro foi o café em Aveiro!!!
Entramos triunfalmente em Vila Real, qual Scolari em conferência de imprensa após mais um empate com a equipa dos
Bidões Unidos de Freixo de Espingarda ao Ombro, e numa rápida e extremamente bem organizada sucessão de
acontecimentos, (ou não fosse a nossa Associação mundialmente reconhecida neste campo) conseguimos fazer o checkin, jantar e subir no elevador, sem que o staff percebesse quem dormia com quem, ou quantos bifes se comeram!!
Sábado, 22
O despertador toca ás 05:30, dou-lhe dois ou três ‘Snoozes’, apercebo-me de ‘actividade física’ no quarto ao lado,
levanto-me, lavo-me, visto-me, pego no saco, olho para o relógio, digo um impropério ao constatar que afinal a última
vez que tinha usado o despertador aínda estávamos na hora de inverno, e volto ‘pá palha’ por mais uma horita.
Ao pequeno almoço, uma multidão esfusiante contempla o infinito entre dentadas no ‘papo-seco’ e o coçar os olhos (elas,
claro!), e no fim já meio acordados, lá subimos para a sala de fumo, perdão, rua!
Moche ao gajo!!! Moche ao gajo!!!, gritava a plenos pulmões o branco magote em fúria!!! E realmente deu vontade disso!
Parafraseando um amigo meu, ‘o gajo do Vectra não viu a floresta porque tinha as árvores á frente’!
Mas como bons comissários, fizemos o nosso relatório e lá deixámos o ‘colégio’ tratar do assunto!
No circuito, o habitual: duas horas á maneira da TAP para começar, e constatação de que o calor iria subir e muito.
Mas água foi coisa que não faltou em lado nenhum; nos postos, nas boxes , na torre...
Coisa que não faltou também, foi muito décibel, gentilmente patrocinado pela discoteca andrómeda, e poderosamente
distribuido por potentes cornetas espalhadas ao longo do circuito, estratégicamente apontadas para a pista, pois claro!
Um pequeno exemplo:
-P7 – Torre é 7!
-Torre – 7, tens que falar mais alto porque o som aí está muito alto!!! (Era por isso que chamava)
De volta ao Hotel, devidamente aturdidos pelo longo dia, esfomeados e com uma corzinha mista de pó, fumo e sol lá
ganhámos novo alento ao constatar que a farta refeição da noite anterior não teria sido obra do acaso. Comeu-se e
bebeu-se muito bem lá á Beira do Corgo!
Domingo, 22
PA PARAPA PARAPAPA
Não, não é o toque da alvorada, mas antes aquela música Brazuca fajuta que em altos berros nos atormentou o juízo no
dia anterior, aínda a ecoar na cabeça á hora de despertar!
Levanto-me e ao preparar-me para saír do quarto, não consigo reprimir um sorriso de admiração pela demonstração de
vitalidade do casalito do quarto ao lado... sempre eram 6 da manhã!!!
As hostilidades começam cedo, com um dos Unos a ficar com a carroçaria como os ponteiros de um relógio ás 18:10!
Ovação estrondosa do povo á janela, só suplantada quando o colega da intervenção se ‘montou’ no rail ao escapar-lhe o pé
de apoio!!!
Que grande entusiasmo demonstram as gentes do Norte!!
Grandes corridas, maiores cagaços, muita emoção, e finalmente veio a ‘tal’ nostalgia: porrada nas boxes á maneira de
Trás-os-Montes durante a corrida, policias a correr, burburinho nas bancadas, perdão, peão... emocionante!
Foi com muita pena e já alguma saudade que o programa chegava ao fim.
Neste caso, pode dizer-se com estrondo: mais uma nostálgica cena de chapada em pleno pódio da corrida dos 30 anos!
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Teria isto sido devidamente ensaiado como fim de festa pela organização? Seria porque, tal como ouvi da boca de
distinto orgão oficial, há 30 anos atrás a classificação era homologada a golpes de capacete á falta de comissários
desportivos? Não me parece! Bem melhor merecia o CAVR!
Chegava ao fim o 41º Circuito da Cidade de Vila Real.
Mais uma vez era hora de partir.
As gruas voltavam ao trabalho de desmontar o circuito, os carros de serviço recolhiam as equipas e devido equipamento,
brindavam-se os últimos ‘finos’ ao fim da cacofonia do sistema de som...
Foi com muito alívio que me sentei no autocarro que nos traria de volta, pois acabou por correr tudo dentro da
‘normalidade’, se é que se pode achar normal qualquer acção promovida por gente vestida de branco!
Já a caminho, partilharam-se experiências, trocaram-se derrapagens, explicaram-se bandeiras, limpou-se o sarro com
dodots...
Chegámos ao autódromo já muito perto das 3 da manhã, quase todos com um andar novo proporcionado pelas duras e
curtas almofadas do veículo, mas com o sentimento do dever cumprido.
Pelo lado positivo destaco o bom ambiente na ‘caravana’ que nem um ou outro ‘baldas’ conseguiu alterar;
A atitude de quem passou cerca de 14 horas por dia em pé ao sol e aínda encontrava motivo para sorrir;
A arte de bem receber por parte do povo Transmontano;
A qualidade do alojamento;
O silêncio do Barros...
Também houve algo de menos positivo; o completo abandono a que a nossa presença em Vila Real foi votada por parte
de todos quantos cobriram o evento para a comunicação social, ou até no programa oficial do evento. Aínda não encontrei
em nenhum lado qualquer alusão ao nosso trabalho, o que se para uns é bom pois pelo menos ninguém falou mal de
nós, deixa no ar a proposta de se fazerem umas faixas bem grandes para se afixarem nos circuitos onde vamos, com o
bom nome da nossa Associação.
Um forte abraço a todos quantos comigo partilharam mais uma extenuante viagem.
Até breve.
António Espadinha
Sócio 135
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