Versão PDF - NEEMAAC - Universidade de Coimbra

Transcrição

Versão PDF - NEEMAAC - Universidade de Coimbra
PREPARADO PARA UM NOVO ANO?
OUT 2014
ESPAÇO DEM
UNIVERSIDADE DE VERÃO 2014
CÍRCULO CENTRAL
10 JOGADORES A TER A CONTA em
2014/2015
À CONVERSA COM
UMA AVENTURA EM
LINKÖPING
ENEGI COIMBRA 2014
E MUITO MAIS NO TEU PISTON!
WHAT’S HOT?
OUTUBRO’14
6 ESPAÇO DEM
A Investigação na ADAI, com Domingos Xavier Viegas
Descobre o que é e o que se passa neste centro de investigação do DEM!
14 ESTIEM
ENEGI Coimbra 2014
Inovação, tecnologia e excelência, a força de EGI no 7º
encontro da área!
18 UNIVERSIDADE DE VERÃO
No artigo extra desta edição sabe como funciona esta
ferramenta de divulgação da UC e dos seus cursos
19 ERASMUS WORLD
Uma Aventura em Linköping
Queres ir de Erasmus e não sabes onde? Vê se esta
aventura na Suécia é a tua cara!
21 À CONVERSA COM
jeKnowledge, a júnior empresa da FCTUC
Percebe como funciona e como pode mudar a tua vida
académica e profissional!
37 CÍRCULO CENTRAL
Planeta Académica, carta aberta ao caloiro
Porque deve a Académica ser o clube dos estudantes?
42 WHAT’S HOT?
PAYDAY 2
A crise faz te querer assaltar bancos? Alivia o teu
stress aqui!
2http://www2.dem.uc.pt/neemaac/piston-online.html
5Editorial
6
Acreditação de MIEM
7
A Investigação na ADAI
10 Engenharia de Topo
12ESTIEM
14 ENEGI Coimbra 2014
15Colocações
15 Febrada DEM
16 Mega Convívio Pólo II
16 Ciclo de Conferências
17 Jornadas Pedagógicas
18 Universidade de Verão
19 Uma Aventura em Linköping
21 À Conversa Com... jeKnowledge
26 365 Dias Para Um Mundo Melhor
28 4 Horas De Estoril: Les Mans Em Portugal
30 Sobem As Cortinas De Um Novo Ciclo
32 Ciclo De Prospecção: 10 Jogadores A Ter Em Conta Em 2014/2015
37 Planeta Académica
40 Almanaque Cultural
42 Payday 2
RÚBRICAS
21
À CONVERSA COM...
6
UNIVERSO UC
26
VICÍOS URBANOS
7
ESPAÇO DEM
28
MUNDO AUTOMÓVEL
10
ENGENHARIA DE TOPO
30
CÍRCULO CENTRAL
15NOTÍCIAS
40
ALMANAQUE CULTURAL
19
42
WHAT’S HOT?
12ESTIEM
ERASMUS WORLD
Piston NEEMAAC
OUTUBRO’14
MIGUEL CLEMENTE
DIRETOR, EDITOR, PRODUÇÃO GRÁFICA
ANTÓNIO ALMEIDA
VICE-DIRETOR
FOTOGRAFIA
Queres colaborar connosco?
Encontraste algum erro ou informação errada?
Queres agradecer ou elogiar o nosso trabalho?
Escreve-nos para
[email protected]
HUGO MATOS
VITOR SANFINS
REDACÇÃO
INÊS SILVA
RITA SOUSA
CRONISTAS
André Portugal
Catarina Barradas
Francisco Vieira e Brito
Joana Marques Ferreira
Joana Pestana
José Miguel Nunes
Ricardo Baila
Sérgio Almeida
Válter Ferreira
PISTON ONLINE
MIGUEL CLEMENTE
RICARDO BAILA
VITOR SANFINS
PROPRIEDADE
NEEMAAC
IMPRESSÃO
AAC
DISTRIBUIÇÃO
NEEMAAC
TIRAGEM
XX EXEMPLARES
AGRADECIMENTOS
NATHALIE SILVA
DOMINGOS XAVIER VIEGAS
DULCE RODRIGUES
CATARINA PINTO MOURAZ
4http://www2.dem.uc.pt/neemaac/piston-online.html
Antes de mais sejam todos Bem-Vindos a mais um ano nesta nossa segunda casa que é o DEM.
Em cada início recordamos sempre o que já vivemos e projectamos, fantasiando, tudo aquilo
que ainda desejamos viver, a beleza desta cidade reside aí. Coimbra, em cada nova etapa, faz-nos
acreditar que iremos ser mais felizes e mais realizados, que o sejamos juntos.
Da nossa parte, enquanto NEEMAAC, garantimos-te que iremos continuar a mostrar te tudo o
que diferencia uma experiência estudantil na cidade dos Amores e dos Doutores das restantes obtidas
em outra universidade qualquer, noutro ponto do país.
Da tua parte pedimos apenas que não te prendas somente ao que aprendes curricularmente e
que procures sempre alargar os teus horizontes. Pedimos que te aproximes do teu Núcleo e que contribuas para o mesmo nas suas mais variadas áreas de acção. Precisamos do teu feedback para crescer
e ambicionar fazer mais e melhor por ti e para ti.
A tua resposta é essencial para quem, sem contrapartidas em nome próprio, regularmente empreende esforços para que a tua passagem nesta comunidade seja o mais diferenciada e enriquecedora
possível.
Mantém-te atento a todas as nossas actividades, participa com a tua opinião, mostra-nos como
podemos ser mais eficientes e corresponder melhor às tuas expectativas. Posso te assegurar, á partida, que no final de contas serás prazerosamente surpreendido.
O NEEMAAC deseja-te votos de sucesso para este semestre, e acima de tudo que te sintas bem
nesta nossa família.
FILIPE AMARO
PRESIDENTE DO NEEMAAC
Se estás a ler este texto é porque ao olhar para esta publicação viste algo que te interessou, que
te deixou intrigado e te fez agarrar esta revista com vontade de satisfazer a tua curiosidade. Primeiro
deixa-me relembrar-te que todo o trabalho aqui presente é realizado por voluntários, voluntários Amadores. Se estranhas o A em amadores permite-me elucidar-te, Amadores com A maiúsculo porque
quem para aqui escreve enche o peito porque o faz, quem para aqui escreve tem orgulho e brio no que
faz, porque acredita que a cada edição faz melhor e pode vir a fazer melhor, tudo por ti caro leitor. É
por isto e pela nossa imensa vontade em melhorar, em satisfazer e preencher os teus critérios de uma
leitura de qualidade que precisamos da tua opinião, dos teus “likes” nas redes sociais e da tua tão
bem-vinda critica quando te cruzas connosco.
Esta edição, primeira do presente ano lectivo, quinta nesta nova vida do Piston, marca o lançamento de um novo espaço, “Espaço DEM”, exclusivamente dedicado à actividade científica do nosso
departamento e dos nossos professores. Nesta edição poderás também reparar num ligeiro acerto
gráfico, não fugindo à identidade lançada no ano passado. Mais importante, esta edição carrega um
desafio. O desafio de ser a primeira de seis ao longo deste ano lectivo. Para isso contamos contigo!
MIGUEL CLEMENTE
DIRETOR DO PISTON
Piston NEEMAAC
Acreditação de MIEM
Nos últimos meses, o curso de MIEM
atravessou um processo externo de avaliação
da qualidade, sob a responsabilidade da A3ES,
Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.
Não se tratou de um procedimento de rotina, mas sim de um meio necessário para atestar
a qualidade em todos os seus domínios e, consequentemente, dotar a gestão do curso com mais
autonomia. A título de exemplo, a simples tarefa
de mudar o nome a uma unidade curricular implica um longo processo burocrático que deixa
de ser necessário a partir do momento em que o
curso for acreditado.
Resumidamente, pretendeu-se caracterizar os pontos fortes e sinalizar as debilidades
do curso em vários parâmetros, tais como a pedagogia, plano curricular e conteúdos, o corpo docente, as acessibilidades, as ligações às empresas,
a produção científica, meios de gestão académica, entre outros. Foram ouvidos docentes, alunos com e sem funções no associativismo e funcionários. O painel de avaliação era composto por
professores e um aluno de engenharia mecânica
de outras instituições de ensino superior.
O parecer está para breve, mas com toda a
certeza será positivo.
Aproxima-se, por sua vez, outro processo
de acreditação, desta vez o da qualidade europeia
que, a verificar-se, será o primeiro a ser atribuído
na FCTUC.
Para fechar o quadro de notícias pedagógicas, referir ainda os maus resultados de MIEM
nas colocações da 1ª Fase.
Embora as vagas tenham aumentado e a
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OUTUBRO 2014
influência dos exames seja discutível, deve ser
repensada a imagem que vendemos. Não quer
dizer que se faça um quadro mais colorido do que
na realidade é, mas há pequenas estratégias que
fazem a diferença, a começar pela satisfação e
recomendação a terceiros de quem termina cá o
curso. Se tal não acontecer, significa que não há
capacidade, por um lado, de corresponder às expectativas de quem entra e, por outro lado, cativar potenciais interessados.
Catarina Barradas
A Investigação na ADAI
Domingos Xavier Viegas
Professor Catedrático do DEM
Presidente da ADAI
xavier.v [email protected]
Em que consiste a ADAI?
A ADAI - Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial é uma entidade
privada sem fins lucrativos ligada ao Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da FCTUC,
que gere um centro de investigação dedicado a
várias especialidades de engenharia mecânica,
nomeadamente nas áreas de Energia, Ambiente,
Mecânica dos Fluidos e Termodinâmica. Congrega 21 investigadores doutorados, cerca de 30
estudantes de doutoramento e bolseiros de investigação, 20 estudantes de mestrado e cinco técnicos de laboratório ou de apoio administrativo.
Alguns destes elementos estão ligados a outras
universidades e a institutos politécnicos. O facto
de ser uma entidade privada confere à ADAI uma
elevada autonomia administrativa e uma grande
flexibilidade na gestão científica e financeira dos
seus recursos humanos e materiais. Embora estejamos inseridos no DEM e na UC, que são instituições públicas, na ADAI cultivamos um espírito
empresarial e funcionamos desse modo. A nossa
gestão é muito flexível e facilmente se adapta às
situações variadas que o nosso contato permanente com as entidades exteriores no coloca e,
sobretudo, é muito desburocratizada. Cada investigador doutorado tem a liberdade de desenvolver
a sua atividade em áreas que estejam englobadas
no programa geral da ADAI, mas tem a responsabilidade de se sustentar e de contribuir, com parte dos recursos que gera, para o funcionamento
da estrutura da ADAI. Nos investigadores mais
jovens incutimos o mesmo sentido de responsabilidade e de autonomia.
Há quanto tempo foi criada, por quem, e
porque surgiu?
A ADAI foi fundada em 1990, por iniciativa
de um conjunto de professores do DEM e por sugestão da direção da FCTUC, a fim de podermos
beneficiar, na altura, de um apoio do Ministério
da Indústria para a construção e o equipamento
do nosso Laboratório de Aerodinâmica Industrial
(LAI). Com este financiamento, que apenas podia
ser atribuído a entidades privadas, conseguimos
completar a construção do edifício do LAI e adquirir importantes equipamentos para reforçar a
nossa capacidade de prestar apoio à indústria e
às empresas. Nessa altura, os temas de investigação mais desenvolvidos eram a aerodinâmica
de veículos e a engenharia do vento. Ao longo dos
anos a ADAI cresceu desde um grupo com cerca
de dez investigadores para os cerca de cem que
tem atualmente. As áreas de investigação também se diversificaram. Embora presentemente a
ADAI tenha apenas dois Grupos de Investigação,
Piston NEEMAAC
ra, da Europa.
Re centem ente
b enef iciámos
de um apoio do
programa Mais
Centro para equiparmos o nosso
laboratório.
Neste projeto estamos a adquirir
uma
estrutura
para teste e desenvolvimento de
sistemas de proteção de viaturas cercadas pelo
fogo.
Comportamento do fogo em desfiladeiros
acolhe temas tão diversos como a aerodinâmica
interna e externa de veículos, o conforto ambiental, a medição de caraterísticas de desempenho
de veículos, a conservação de energia em edifícios, a simulação numérica de escoamentos, incêndios florestais, pirotecnia, utilização de explosivos em processos de fabricação, e vários outros.
Devo referir que estes temas são desenvolvidos,
na maioria dos casos em resposta a solicitações
postas pela indústria ou por entidades nacionais
e estrangeiras sentido de responsabilidade e de
autonomia.
Que investigações estão a ser conduzidas
por si neste momento?
Como é do conhecimento geral, desde há
alguns anos, o meu tema de investigação principal
é o dos incêndios florestais. Iniciei esta área de
trabalho em 1985, como um trabalho académico,
orientado para uma melhor compreensão do efeito
do vento e do declive para melhorar a segurança
das pessoas nos incêndios. Desde então, o nosso
pequeno projeto foi-se alargando até constituir
um programa de investigação com colaborações
nacionais e internacionais. Temo-nos dedicado em
especial a estudar o chamado comportamento extremo do fogo, que é o que causa mais problemas
no combate e está ligado a muitos acidentes. Um
dos nossos recursos é o Laboratório de Estudos
sobre Incêndios Florestais, situado na Lousã, que
é uma estrutura única a nível do País e, porventu8
OUTUBRO 2014
Qualquer
aluno do DEM
poderá
ajudar
e dar o seu contributo alguma
investigação? Tem algum tipo de seleção? Se
sim, poderia dar a conhecer as condições e requisitos?
A nossa atividade está aberta a qualquer
aluno do DEM que esteja interessado em colaborar connosco. Temos acolhido na ADAI um grande
número de estudantes que escolhem como temas
de tese problemas de investigação que lhes propomos. Dada a forte ligação entre a ADAI e o
tecido empresarial e institucional exterior – mais
de 30% da nossa faturação é feita junto destas
entidades – a maior parte dos temas de investigação que propomos correspondem a problemas
concretos, cuja resolução nos é solicitada no contexto de contratos com a indústria ou de projetos
de investigação em consórcio. No caso das dissertações, são os alunos que escolhem os temas,
mas, por vezes, atribuímos bolsas de investigação
– também para alunos que não concluíram o curso
– e, nestes casos, há um concurso e um processo
de seleção entre os candidatos. Nestes processos
a classificação ou a média obtidas são o elemento
principal de escolha. Embora pessoalmente valorize muito a motivação, quando podemos escolher,
uma vez que se trata de fazer investigação, quase
sempre com prazos apertados e em assuntos que
envolvem responsabilidade, temos de escolher
aqueles alunos que nos oferecem mais garantias.
De uma forma geral, uma boa classificação é indicadora de capacidade de apreensão de novos
ESPAÇO DEM
conceitos e de realizar trabalho para além dos padrões normais.
Para além das investigações que estão sob
a sua “alçada”, existe mais algum projeto/investigação de que tenha conhecimento no DEM?
Na ADAI temos dois grupos de investigação, um liderado pelo Professor Manuel
Gameiro dedicado ao tema da Energia, Conforto
e Ambiente e outro, liderado por mim, sobre os
Incêndios Florestais e a Detónica. Em qualquer
destes Grupos estão em curso diversos projetos
com impacte e interesse. Correndo o risco de
omitir algum projeto, posso referir um projeto de
colaboração com a GALP, liderado pelo Professor Manuel Gameiro, que envolve o desenvolvimento de novos combustíveis, nomeadamente
bio-combustíveis, um conjunto de projetos sobre
a avaliação do ciclo de vida de diversos produtos naturais e industriais, liderados pelo Professor
Fausto Freire, outro liderado pelo Professor José
Costa sobre o aproveitamento de energia solar
para produção de frio e para o desenvolvimento
de soluções inovadoras de conservação de energia
em edifícios. Os Professores Jorge André e José
Manuel Baranda coordenam um interessante projeto de aproveitamento de uma caldeira de gás
doméstica para a produção de energia elétrica.
No âmbito da Detónica, a ADAI participa em três
Gerador de vórtices de fogo
importantes projetos financiados pelos Estados
Unidos da América, sobre o desenvolvimento de
armas não letais e de técnicas de medição de características de explosivos.
Quanto ao reconhecimento nacional, alguma das investigações que falou tem tido resultados vantajosos e reconhecidos para e pelo resto do país? Seria possível falar um pouco acerca
disso?
Como se pode concluir, a ADAI criou ao
longo dos anos algumas áreas de investigação
aplicada inovadoras, nas quais constitui um nicho
dentro da comunidade científica e tecnológica nacional. A concluir devo dizer-lhe que a ADAI está
integrada no Laboratório Associado de Energia,
Transportes e Aeronáutica, que engloba centros de
investigação ligados as Universidades de Lisboa,
Coimbra, Beira Interior e Porto, nas mais diversas
áreas da engenharia mecânica. Este centro de investigação é um dos maiores do País e, graças ao
mérito do trabalho realizado e do potencial que
tem, foi muito bem classificado na primeira fase
de avaliação das unidades de investigação que a
FCT está a realizar. Estamos a aguardar a visita
do painel de avaliação, que vai decorrer dentro de
dias, sendo que dela irá depender em boa medida
o nível de financiamento com que poderemos
contar para desenvolver o nosso trabalho durante
os próximos cinco ou seis anos.
Correndo o risco de poder parecer autoelogioso irei falar um pouco sobre alguns contributos que demos na temática dos incêndios florestais. Posso manifestar-lhe a minha satisfação
pessoal por termos contribuído para uma melhor
compreensão do comportamento do fogo que
está associado a um grande número de acidentes
mortais, e que designamos por comportamento
eruptivo. Incorporámos esses conhecimentos na
formação que é dada aos agentes envolvidos nos
incêndios, nomeadamente os Bombeiros. Esse
facto tem merecido o reconhecimento do nosso
trabalho, não apenas em Portugal, mas também
no estrangeiro. Como saberá, em 2012 e em 2013,
quando o Governo quis um estudo de avaliação
independente sobre os incêndios e os acidentes
ocorridos naqueles anos convidou-nos para o fazer. Considero que este é um reconhecimento claro
do mérito do nosso trabalho e da competência
que desenvolvemos no nosso Centro.
JOANA PESTANA
Piston NEEMAAC
Depois de se
adaptarem os motores
da Fórmula 1 a uma percentagem eléctrica, surge
uma alta competição por
parte da FIA totalmente
eléctrica, que arrancou
em Setembro a todo o vapor, ou melhor dizendo,
com um grande transporte de electrões, o
campeonato de FórmulaE.
Mais atrás, em Janeiro deste ano, foram
eleitas pela conceituada Carro Fórmula E
Smithsonian Magazine, de
entre outras, as diferentes investigações acerca de
como usar impressoras 3-D para produzir células,
tecidos e órgãos artificiais como o mais promissor dos avanços médicos para 2014.
A nível de robótica temos uma evolução
constante e global de tal modo que as pequenas e
grandes vitórias na área são mais que muitas para
aqui estarem a ser enumeradas.
Também recentemente (em Agosto), foi
desenvolvida uma célula fotovoltaica totalmente
transparente, o que permitirá no futuro que tenhamos geradores eléctricos em virtualmente todas as superfícies exteriores de um edifício.
Mais recente, temos o desenvolvimento
aperfeiçoado de um jetpack individual; temos a
Mecânica de Fluídos a dar uma explicação alternativa para um dos comportamentos “estranhos” da Mecânica Quântica – o facto de pequenos pedaços de
matéria se portarem umas vezes como
ondas, outras como partículas – e cuja
mais aceite explicação até ao momento
era a centenária “interpretação de Copenhaga”, agora potencialmente posta
de parte exactamente pela aplicação de
um modelo baseado nas equações descobertas pela Mecânica de Fluídos e que
parece adaptar-se melhor ao que se sabe.
Orelha artificial produzida por impressora 3-D (Wake Forest Regenerative
Institute)
10
OUTUBRO 2014
E o que é que todas estes avanços têm em
comum? Entre outras coisas, a Engenharia Mecânica. Directa ou indirectamente, com o contributo
de uma ou de várias das suas diferentes áreas a
Engenharia Mecânica foi imprescindível para que
cada uma destas coisas fosse possível. É a Engenharia mais transversal, que abrange mais campos. Praticamente que em qualquer campo que se
possa pensar, um engenheiro mecânico será de
um contributo inestimável para um qualquer projecto. Transportes, Energias, Saúde, Qualidade do
Ar e Ambiente, Qualidade de Vida, Armamento
e Segurança, Fabrico, Projecto, qualquer coisa.
De coisas grandes como os maiores navios feitos
pelo Homem, a coisas minúsculas como os processos de revestimento cruciais às características
dos objectos, em tudo a Engenharia Mecânica tem
uma palavra de peso.
Daí que quando se entra no curso, é grande
a possibilidade de não se fazer ideia do que se vai
fazer quando sair. As possibilidades são infinitas.
O que pode até levar a dúvidas, se se está ou não
no curso adequado, sobretudo talvez depois de
passado o primeiro ano, (na verdade, na maior
parte dos três primeiros anos, porque durante esse
período ganham-se ferramentas de raciocínio e de
conhecimento que só depois serão propriamente
interrelacionadas entre si e aplicadas a áreas mais
obviamente relacionadas com a Engenharia).
Jetpack auxiliar à corrida
Daí o meu apelo: a todos os que são apaixonados pelo invento, pelas soluções brilhantes,
todos aqueles que se fascinam com o engenho e
que vêm a beleza inerente a soluções engenhosas
e que entraram ou estão no curso de Engenharia Mecânica (que para mim, e não posso deixar
de reforçar esta ideia, é o verdadeiro epítome da Engenharia), a todos vocês, os
meus parabéns e coragem. Não se deixem desmotivar nem ir abaixo. E quando
forem, olhem em frente, vejam tudo o que
poderão fazer.
A todos os outros, os que cá estão
pelo canudo, por pressão dos pais das
tias ou dos padrinhos, pela propensão de
um salário acima da média ou pelo status,
não façam isso. Dediquem-se a algo que
realmente gostam. Não duvido de que
consigam fazer o curso, mas será sempre algo agridoce e, citando o Professor
Andrade Campos, “se estão a aprender
alguma coisa, têm de ter o brilhozinho
nos olhos, se não o têm, não vale a pena”.
Porque quando esse “brilho” não existe,
nota-se. E mancham algo tão belo como é
a Engenharia.
RICARDO BAILA
Piston NEEMAAC
Em primeiro lugar queremos dar as boasvindas aos novos estudantes!
Para os recém-chegados, a ESTIEM é a Associação Europeia de Engenharia e Gestão Industrial que fomenta todo um conhecimento tanto
a nível tecnológico como de gestão.
Esta associação permite que todos
os seus membros desenvolvam novas competências, tanto de carácter
profissional como pessoal. Dentro
de todos os grupos locais distribuídos pela Europa, surge o de Coimbra.
Numa primeira fase deste ano lectivo
estamos a trabalhar no recrutamento
de novos membros. Fica a dica a todos os estudantes de EGI a se juntarem a nós.
Podemos desde já adiantar
que nestes próximos meses o LG
Coimbra tem paragem obrigatória no
Encontro Regional da Península Ibérica que decorrerá em Barcelona no
início de Outubro, na actividade de
“Exchange” com Paderborn, na Alemanha, que irá ser realizada no fim
do mês de Outubro e na Assembleia
Geral da ESTIEM em Budapeste no
mês de Novembro.
Para meados de Novembro
será realizada, como habitual, a qualificação local do TIMES, que tem como objectivo eleger a
equipa de Coimbra que melhor solução apresentar
para um caso de estudo de uma empresa ainda a
definir. Em breve surgirão mais detalhes.
Alguma dúvida, contactem: [email protected]
Juntem-se a nós, venham viver o associativismo na sua melhor forma!
Joana marques ferreira
12
OUTUBRO 2014
Piston NEEMAAC
O Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial de 2014 ocorreu em Coimbra. Esta edição congregou
o 3º Encontro Nacional de Engenharia e
Gestão Industrial e o 7º Encontro Nacional de estudantes de Engenharia e
Gestão Industrial. O evento decorreu na
Universidade de Coimbra, no Departamento de Engenharia Mecânica, nos dias
19 e 20 de Setembro de 2014 e contou
com a presença de cerca de 150 participantes.
O principal objectivo deste Encontro foi difundir o curso de Engenharia
e Gestão Industrial através da partilha do
conhecimento entre quem a aplica, investiga, ensina e estuda, isto é, quadros
superiores e intermédios das empresas,
investigadores, professores e alunos. As
palavras-chave do evento foram a Inovação, a Tecnologia e a Excelência.
O ENEGI 2014, seguindo a filosofia do encontro anterior, permitiu diversas formas de interacção entre os participantes. Ao longo dos dois dias, um
conjunto de prestigiados oradores convidados abordaram alguns dos desafios
que se colocam à Engenharia e Gestão
Industrial. No primeiro dia existiram
sessões de apresentação de trabalhos onde os
autores tiveram a oportunidade de partilhar e
discutir as suas contribuições. Em paralelo com
as sessões de apresentações de trabalhos/artigos
decorreram sessões de discussão sobre o ensino
de EGI. No segundo dia foram realizados diversos
workshops temáticos. Contámos também com a
presença de alunos, professores e oradores convidados no jantar de Gala que ocorreu no dia 19, e
com a presença de alunos das várias instituições
14
OUTUBRO 2014
no Jantar Nacional de EGI no Sábado, dia 20.
O feedback, tanto da parta da organização
como dos participantes, foi muito positivo. Foi
uma experiência única e extraordinária que nos
leva a todos a ter um enorme orgulho em ter passado por ela. É com eventos como estes que a
Engenharia e Gestão Industrial da Universidade
de Coimbra cresce em Portugal. É para continuar!
Joana marques ferreira
Colocações
Com a entrada no mês de Setembro vem a
tão esperada época das colocações. Centenas de
alunos do secundário esperam ansiosamente pela
decisão que irá definir o seu futuro. Mas quais
os valores? O balanço é positivo ou negativo?
Após uma breve análise dos dados fornecidos por parte da DGES, temos para o Mestrado
Integrado em Engenharia Mecânica, 93 novos alunos, e deixamos assim mais 7 lugares para a segunda fase. Para a Licenciatura em Engenharia e
Gestão Industrial, temos 27 novos membros, faltando ocupar 15 lugares. A diminuição demográfica e dificuldades económicas sentidas nos últimos
anos têm assim presentes as suas consequências,
com a diminuição do número de alunos e consequente baixa das médias de entrada, que para Engenharia Mecânica passa a ser de 11,03 valores e
para Engenharia e Gestão Industrial, 11,13 valores.
Assim, desejamos aos novos caloiros o melhor que Coimbra tem para oferecer, quer a nível pessoal como académico.
aquele cheirinho que arrebitou barrigas vazias depois de uma longa manhã de praxe. Com praticamente todos os caloiros neste evento, o trabalho
começou a apertar para os membros do nosso núcleo mas que se mostraram bastante capazes de
lidar com a pressão, despachando sandes e finos
com a pressa que podiam.
Foi um evento que durou até ao final da
tarde onde a máquina de finos não teve qualquer
descanso, mostrando que é algo a repetir nos
próximos anos.
RITA SOUSA
BEATRIZ NUNES e RITA SOUSA
Febrada DEM
Mais um ano, mais uma nova vaga de caloiros e provou-se que a melhor maneira de promover o convívio entre doutores e os novos alunos do DEM seria com uma febrada organizada
pelo nosso NEEMAAC.
Um pouco antes da hora de almoço
começaram a aquecer as grelhas e já se sentia
Piston NEEMAAC
Mega Convívio
Pólo II
No dia 23 de Setembro
foi dia de mais um anual
Mega Convívio do Pólo II.
Apesar de ter sido adiado
por causa da previsão de
forte chuva no dia 18 de
Setembro, contou com
uma forte presença dos
alunos do Pólo II, mas
com a mesma afluência do
ano passado.
Este ano pudemos contar com a presença de
Deepblue, da banda The
Hangover, da dupla Pitch
Brothers, do DJ David Silva e da Estudantina Universitária de Coimbra para
contribuírem à animação,
com bebida e amigos à
mistura. Um convívio deste género é só mais uma maneira de se juntarem doutores e caloiros nesta
semana em que se matam saudades e se formam novas amizades.
As portas abriram por volta das 23 horas e com o passar do tempo, o pequeno recinto improvisado começou a encher sentindo-se um espírito de alegria geral havendo muito boa recepção
aos artistas que actuaram. O balanço da noite provou-se positivo e será garantido que este convívio
vai continuar-se a repetir por muitos anos.
RITA SOUSA
Ciclo de Conferências
Na passada quarta-feira, dia 1 de Outubro de 2014, decorreu a primeira parte do Ciclo de Conferências no nosso departamento, contando com a presença de Carlos Cerqueira do Instituto Pedro
Nunes, André Carvalheira da jeKnowledge, Martim Pereira da Matereo e Jorge Vieira da Movein3.
Começando por falar sobre a apresentação de Carlos Cerqueira, este abordou uma espécie de
MBA (Master of Business Administration) realizado no IPN, que consiste em criar uma “start-up”,
defendendo que para além de ser mais económico, é considerado igualmente bom a nível profissional
(mesmo que a mesma não vingue, é adquirida bastante experiência durante todo o processo).
André Carvalheira explicou que a jeKnowledge (Júnior Empresa da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra) é uma organização que conta com 20/30 associados, vindos dos
cursos da FCTUC, colocando-os em projectos que os irão ligar ao mundo real e do trabalho, formando
assim alguns talentos.
Martim Pereira, apresentou a empresa da qual é sócio, e que pretende juntar os conhecimen16
OUTUBRO 2014
NOTÍCIAS
tos de engenharia mecânica e design para prestar
serviços na área da indústria aerospacial, da engenharia mecânica e de materiais e de desenvolvimento do produto, com o objectivo de melhorar a
fiabilidade e a performance dos produtos.
Jorge Vieira deu a conhecer a associação
em que se integra e a missão por detrás desta:
promover o empreendedorismo, inovação e criação de “start-ups” na região litoral centro. Para
além disto, demonstrou também que ajudam
a promover, desenvolver e são incubadoras de
novos projectos.
Em conclusão, este Ciclo de Conferências
foi direccionado para o incentivo ao empreendedorismo e inovação e à criação de “start-ups”. As
críticas a este Ciclo foram positivas, esperando-se
maior adesão por parte dos alunos no próximo.
INÊS SILVA
Jornadas Pedagógicas
As Jornadas Pedagógicas relativas ao
segundo semestre do ano lectivo 2013/2014 realizaram-se quarta-feira (dia 1 de Outubro) no
Auditório do DEM. Com a participação de cerca
de 113 alunos nos questionários, conseguiram-se
apurar resultados sobre o trabalho realizado pelos docentes e os seus métodos de avaliação no
semestre transacto.
Apesar da baixa assistência, o debate entre docentes e alunos permaneceu constante,
discutindo-se várias situações como o regime
de avaliações actual, a evolução dos resultados
de cada curso, a performance dos docentes (do
ponto de vista dos alunos), as cadeiras mais problemáticas e as que obtiveram melhores resultados. A partir dos questionários apurou-se que o
maior problema detectado seria as aulas práticas
sobrelotadas, e que os alunos que comparecem às
aulas obtêm um maior aproveitamento.
Durante o debate surgiram propostas
como a colocação das correcções das frequências
e exames à disposição dos alunos pelos docentes
(quer via inforestudante, quer nas aulas), para que
os alunos tenham uma melhor percepção do que
era pedido em cada questão e poder assim avaliar
a sua prova. Foram propostas também algumas
visitas de estudo para que os alunos se sintam
mais integrados na área empresarial, e para que
possam ter uma visão mais prática sobre determinados assuntos leccionados.
No final, o balanço destas Jornadas foi
positivo, e numa próxima espera-se que mais alunos sejam intervenientes neste processo. Foram
discutidas situações cruciais para o bom funcionamento das aulas deste departamento pelos presentes e apresentadas
soluções que todos esperamos ver implementadas futuramente.
INÊS SILVA
Piston NEEMAAC
A edição de 2014 da Universidade de Verão da UC decorreu entre 20 e 25 de Julho e voltou
a marcar presença no DEM. Para nos responder a algumas questões temos connosco a Prof. Dulce
Rodrigues.
Em que consiste a Universidade de Verão?
A Universidade de Verão é uma iniciativa destinada a alunos do 9.º ano e ensino secundário,
e reúne a possibilidade de experienciar uma série de atividades pedagógicas e culturais, pensadas à
medida, no sentido de, numa só semana, dar a conhecer o que de melhor fazemos na nossa instituição
e na nossa cidade.
Entre atividades orientadas para as mais diversas áreas do saber e atividades lúdicas, culturais
e desportivas, com a colaboração de docentes, investigadores e atuais estudantes da UC, é disponibilizada aos estudantes a oportunidade de viver Coimbra e a sua academia, uma experiência sem igual,
com a certeza de um garantido sucesso. (descrição retirada da página da UC)
Que actividades foram realizadas no departamento?
Nos dois primeiros dias da Universidade de Verão, os alunos tiveram a oportunidade de visitar
vários laboratórios, onde participaram em tarefas simples de investigação especialmente pensadas
para eles. Essas tarefas incluíram exercícios de caracterização mecânica e microestrutural, simulação
numérica, robótica e automação. No terceiro dia os alunos foram convidados a visitar o LAI onde
tomaram contacto com noções básicas de Mecânica dos Fluídos. Finalmente, no último dia da Universidade de Verão, os alunos tiveram a oportunidade de experimentar um carro instrumentado, utlizado
em actividades de investigação do DEM, e assistiram à aula “Navier-Stokes: musica na equação”, do
Prof. Luís Adriano Oliveira.
Quantos alunos participaram?
10 alunos
Foi fomentado o interesse pelos cursos do DEM?
Fizemos um esforço significativo nesse sentido. Penso que fomos bem-sucedidos.
Qual o feedback dos participantes?
Os alunos mostraram-se bastante entusiasmados e participativos, tendo colocado imensas
questões ao longo dos vários dias de actividades. Consideramos que esse é um feedback positivo.
Quais os benefícios de participar na UV?
Tomar contacto com a vida académica ainda em idade pré-universitária, conhecer os cursos
leccionados na universidade e a investigação desenvolvida. Esta é sem dúvida a melhor forma de seleccionar uma carreira futura.
Esta participação é positiva para o DEM?
Sim. Através da Universidade de Verão podemos dar a conhecer os cursos do DEM, e a vivência universitária em Coimbra, aos alunos do ensino pré-universitário. Isso é excelente para atrair futuros
candidatos ao DEM, em particular, e à UC, em geral.
INÊS SILVA
18
OUTUBRO 2014
UMA AVENTURA EM... LINKÖPING
No dia 11 de Janeiro começou a minha
aventura, cheguei a Linköping (sul da Suécia) já
de noite e nessa mesma noite havia uma festa
no corredor no qual eu iria morar quase 6 meses, conheci logo as pessoas com os quais iria
partilhar o espaço. Os corredores eram partilhados por 8 pessoas e no meu viviam 2 indianos, 1
paquistanês, 1 francês, 1 italiana e 2 suecos.
Linköping é uma universidade que recebe muitos erasmus, uma grande parte deles
proveniente de países de língua espanhola, portugueses éramos apenas 3.
Uma semana depois de chegar começaram
as aulas, entre elas as de sueco que foram muito importantes para conhecer alguns colegas do
meu curso. Através deles conheci um grupo de
exchange students e foi com eles que acabei por
ficar mais próxima. Juntávamo-nos muitas vezes
para actividades: fazer desporto, refeições típicas
dos nossos países...
Todos os estudantes se deslocam de bicicleta para a universidade e até mesmo para as festas à noite na Universidade (Kravall). O Kravall
é organizado pelos estudantes de cada curso e
para comprar o bilhete os alunos fazem fila desde
a tarde até à manhã seguinte
(que é quando começam a
vender os bilhetes), o que
significa que passam a noite
na Universidade para irem ao
evento, muitas vezes ficam
até 20h à espera na fila.
Os estudantes juntam-se à
noite em corredores que organizam festas e levam as
suas bebidas Na Suécia o álcool é extremamente caro,
por exemplo uma garrafa vodka de 750mL custa quase 30€
numa loja, e se formos para
um bar e pedirmos um shot
podemos pagar 15€.
Em Linköping tive a oportunidade de assistir a um jogo
de hóquei no gelo, e fiquei impressionada com todo o entusiasmo do público, e todo o espectáculo de luzes
Piston NEEMAAC
e sons que há à volta do jogo. Incrível!
Também tive o privilégio de jogar floorball com amigos suecos. O floorball é
um jogo parecido com o hóquei, mas
com uma bola em vez de um disco e em
vez de patins usam-se sapatilhas e não
há guarda-redes fixo. É difícil por causa
da coordenação entre correr e conduzir
a bola com o stick, para além das balizas
serem minúsculas!
Em relação ao clima, estava sempre a nevar até meados de Abril/Maio,
depois já começava a haver sol, mas
mesmo assim era difícil sair de casa só
em t-shirt. Quando cheguei o dia era
muito curto, começava a anoitecer às
16h, mas no último mês que lá estive,
começava a ser dia logo às 3 ou 4 da
manhã, o que tornava difícil dormir com
tanta claridade…
Foi uma experiência muito positiva, onde cresci muito e aprendi coisas
que provavelmente nunca iria aprender
se não tivesse ido. Aconselho toda a
gente que tenha a oportunidade de ir
para a Universidade de Linköping, que é
top 10 das universidades suecas.
NATHALIE SILVA
20
OUTUBRO 2014
Em entrevista com a jeKnowledge temos connosco Catarina Pinto Mouraz, estudante
do Mestrado Integrado em Engenharia Civil e associada da jeKnowledge.
O que é uma júnior empresa?
Uma júnior empresa é uma associação sem fins lucrativos constituída apenas por estudantes. Funciona exactamente como uma empresa normal que recebe dinheiro pelos
serviços que presta.
Apesar de nenhum dos membros ter um ordenado, os
lucros são investidos na formação dos membros seja através
da comparticipação da inscrição em eventos, workshops, na
compra de material para projectos, etc.
O movimento júnior nasceu em França em 1967 mas
neste momento é global. Só na Europa existem mais de 280
júniores empresas em 13 países e todas elas têm como mote
o “Aprender Fazendo”.
A missão da jeKnowledge é criar talentos nas áreas em
que actua - Engenharia, Design e Gestão - e é esse o nosso
foco.
Como funciona a jeKnowledge?
A jeKnowledge foi fundada em Julho de 2008 por
um conjunto de alunos de Engenharia Física, Engenharia Informática e Engenharia Biomédica que queriam mais do que
tirar um curso durante a Universidade- queriam aprender com
situações práticas e ter experiência em projectos reais para clientes reais.
A nossa organização neste momento conta com três departamentos: o Departamento de Inovação, responsável pela Comunicação, Gestão de Clientes e pelo projecto ineo; o Departamento Interno, responsável pelo Recrutamento, Formação, Finanças e Gestão de Qualidade, e o Departamento
de Tecnologia, do qual fazem parte os developers e designers.
Paralelamente a esta organização criámos equipas com pessoas dos vários departamentos para
cada projecto, seja ele um projecto externo, interno ou a organização de um evento.
A nossa equipa conta sempre com 20 a 30 talentos mas a jeKnowledge é mais do que a equipa
operacional- nestes 6 anos já formámos mais de 80 talentos que mesmo depois de sair da Universidade continuam a aparecer nas nossas formações internas e momentos de convívio. Chamamos-lhes
Alumnis e são fundamentais para o nosso sucesso.
Piston NEEMAAC
Quais as áreas em que se desenvolve a actividade da jeKnowledge? Qual a mais significativa?
Apesar de sermos uma júnior empresa de base tecnológica os nossos serviços têm evoluído
continuamente e de forma sustentada, permitindo-nos actuar num variado leque de áreas.
Assim, para além dos projectos internos que nos permitem desenvolver competências em novas
áreas, e proactivamente procurar soluções para problemas e oportunidades observadas, oferecemos
um conjunto de serviços testados e consolidados pela experiência nomeadamente ao nível da engenharia (software e electrónica), formação (workshops e eventos para impulsão de talento), marketing
e comunicação (divulgação e promoção bem como planos de marketing e de negócio), consultadoria
(estudos de mercado e desenvolvimento ou redefinição de projectos) e também design e multimédia
(desenvolvimento de websites, design gráfico e edição de vídeo).
Neste momento as áreas em que nos focamos mais são o desenvolvimento de sites e aplicações
(web ou mobile), estratégias de comunicação e workshops de base tecnológica.
O que é que a FCTUC e em particular os seus estudantes têm a ganhar com a actividade
desta júnior empresa?
As melhores universidades do mundo têm uma coisa que as distingue das outras: o ambiente
estimulante e os alunos.
Não achamos de todo que os alunos da Universidade de Coimbra sejam menos capazes ou
estejam menos preparados em relação aos alunos do MIT ou de Stanford.Achamos sim que por vezes
lhes falta um ambiente que os estimule.
A jeKnowledge no fundo é uma comunidade de estudantes com interesses semelhantes que
quer por em prática o que aprende na Universidade, gosta do que faz e sabe que isso é contagiante.
O que oferecemos aos estudantes da FCTUC é uma oportunidade de conhecer pessoas com os mesmos interesses, ter contacto directo com o mercado global e gerar valor ao mesmo tempo que aprendem e se divertem!
Falando em números, a própria Comissão Europeia indica que os júniores empresários se tornam empregados mais rapidamente (78% contra 59%) e se tornam mais empreendedores (25% contra
10%).
Como é que os estudantes da FCTUC podem colaborar com a jeKnowledge?
O primeiro passo para fazer parte da jeKnowledge é preencher o formulário de recrutamento
em www.jeKnowledge.pt/recrutamento.
Depois disso os Recursos Humanos da jeKnowledge irão entrar em contacto contigo para te
explicar os próximos passos.
De que forma tem a jeKnowledge promovido sinergias com a tecnologia e a ciência?
A nossa ligação com a tecnologia está em quase tudo o que fazemos.
Nos serviços de consultadoria tecnológica que prestamos, nos projectos internos que temos e
nos eventos que organizamos.
Desde 2010 que estamos envolvido na organização de eventos que pretendem estimular a geração de ideias , como o 3 Day Startup, o INEO Start ou o Startup Weekend, outros mais focados em
criar soluções tecnológicas para resolver problemas, como o Shift Appens.
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OUTUBRO 2014
À CONVERSA COM
Paralelamente a tudo isto damos organizamos formações para o Ensino Universitário (normalmente 3 workshops por semestre) e para o Ensino Secundário (a jeKnowledge Academy).
Para a maioria destes projectos temos contado com a colaboração de dois parceiros: a UC e o
IPN, com quem temos uma estreita relação. Esta relação é materializada no projecto INEO.
É possível alargar o público-alvo, abordando mais áreas da engenharia com novos projectos?
Claro. Na jeKnowledge damos muita importância à nossa cultura de startup, tentando sempre
estimular os nossos associados a desenvolver os seus próprios projectos sempre que assim o desejarem.
Desta forma nunca estamos limitados apenas a um conjunto restrito de conhecimentos ou
áreas de actuação.
O que tem a jeKnowledge em mente para o seu futuro?
A procura de novos talentos e projectos é sempre o nosso foco.
Pode ser criando algo completamente novo ou modificando algo que já existe mas para nós
fazer mais do mesmo não dá gozo.
Toda a nossa cultura e estrutura organizacional está feita para fomentar ao máximo a criatividade dos nossos associados, pelo que o futuro a longo prazo é, nesse sentido, incerto.
A longo prazo o nosso posicionamento será igual: Criar talentos nas áreas em que actuamos Engenharia, Design e Gestão.
A nível mais operacional e a curto prazo estamos neste momento com alguns projectos externos em mãos, alguns deles de que vão ouvir falar em breve.
Além dos projectos externos estamos também na organização do Startup Weekend Coimbra
que vai acontecer nos próximos dias 10,11 e 12 de Outubro e teremos o prazer de receber em Julho
mais de 250 júniores empresários de toda a Europa em Coimbra naquele que será o primeiro Encontro
Europeu de Júniores Empresas a acontecer em Portugal - JADE Summer Meeting Coimbra 2015.
Queremos também manter alguns projectos iniciados o ano passado como a jeKnowledge
Academy - 3 dias de formação para alunos do 11º e 12º fascinados pela área da tecnologia.
Piston NEEMAAC
Há quanto tempo participa na jeKnowledge?
Eu sou a Directora de Operações (COO) e entrei em Fevereiro de 2013, há quase dois anos. O
André é o Director Executivo (CEO) e de Inovação e entrou há dois anos e meio e o Eduardo é o Director de Tecnologia (CTO) e entrou há 2 anos.
Qual o contributo para o desenvolvimento pessoal e profissional proporcionado por esta
participação?
De uma forma muito mais positiva do que alguma vez imaginei. Devido à pressão que considero que a maior parte dos jovens sofre relativamente à falta de emprego dei por mim à procura de uma
qualquer actividade que me diferenciasse do resto dos meus colegas. Descobri a jeKnowledge e fiquei
curiosa relativamente ao conceito de júnior empresa, pelo que decidi candidatar-me.
Descobri um mundo completamente novo e no qual me sentia extremamente à vontade, onde
conheci e conheço pessoas que partilham da minha opinião- levar da Universidade apenas um curso
não nos chega. Tenho a possibilidade de participar em projectos que me colocam em contacto com
o mundo real de trabalho e ganhei métodos de organização e uma responsabilidade que considero
fundamentais, mas o melhor é que não deixo de me divertir a fazê-los.
Cheguei à conclusão que a melhor forma de aprender é fazendo e que esta é a oportunidade
perfeita para os estudantes que não procuram um percurso académico trivial.
Acredita que um maior número de associados ou outras júnior empresas poderia ser benéfico para a FCTUC, para Coimbra e para o país?
A nossa experiência diz-nos que sim. Os nossos Alumnis que falávamos há pouco, os antigos
membros, já criaram 3 empresas: o Bundlr, a Whitesmith e a unplugg.
Não subvalorizando o conteúdo curricular dos cursos às vezes é nas juniores empresas que os
alunos descobrem aquilo em que são bons e aquilo que gostam de fazer.
Podemos olhar para isto como uma oportunidade de saber como tudo funciona no mercado de trabalho antes mesmo de lá chegarmos.
Por norma, os júniores empresários são estudantes que querem fazer mais e que não se conten-
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OUTUBRO 2014
À CONVERSA COM
tam apenas com um curso superior, demonstrando interesse em integrar uma equipa e trabalhar para
chegar a um determinado objectivo.
O facto de serem empenhados e persuasivos acaba por jogar a seu favor, acabando por ter mais
facilidade em ingressar no mercado de trabalho e fazer uma coisa que gostam. São as pessoas com
estas características que queremos ter em Portugal.
Entre 10 e 12 de Outubro realiza-se o Startup Weekend Coimbra, qual a importância deste
tipo de eventos?
O objectivo deste tipo de eventos é chegar com uma ideia, criar uma equipa e lançar uma
startup.
O exercício de partilhar uma ideia e tentar transformá-la numa empresa é por si só enriquecedor; vais pensar em diferentes formas de ver os problemas, descobrir limitações em que nunca tinhas
pensado e, claro, novas potencialidades.
Mais do que os prémios a grande mais-valia destes eventos são as pessoas que conheces, sejam
elas participantes, mentores ou investidores. Podem ser os teus futuros sócios ou mentores numa outra
ideia completamente diferente depois do evento.
Qual é que achas que vai ser a próxima vez que vais ter a oportunidade de falar com um Senior
Developer da Google, o fundador da Seedrs, um Director da PT, da EDP ou o CEO da IDEALMED?
Quer deixar alguma mensagem para os estudantes da FCTUC?
A melhor forma de aprender é fazendo.
O facto de te sentires apenas mais um pode mudar se assim o quiseres, oportunidades não
faltam e coisas para aprender ainda menos.
Não estejas à espera que as oportunidades vão bater à tua porta e não te esqueças que nunca
é cedo demais para pensares no teu futuro- sobretudo se tens a possibilidade de fazer alguma coisa
extremamente útil e divertida enquanto esperas por ele!
MIGUEL CLEMENTE
Piston NEEMAAC
365 Dias Para Um Mundo Melhor
“Ano Novo, vida nova” foi a frase com que
iniciei as minhas crónicas, nesta mesma revista,
há cerca de um ano atrás e eis que sem se dar por
ela aqui estamos novamente no início de mais um
ano lectivo. E a verdade é que o panorama nacional não mudou assim tanto, o país continua mergulhado numa grave crise económica em que o
estado nos faz passar por Salgados despesistas e
os verdadeiros Salgados por homens de bem que
têm de se desfazer das suas próprias poupanças
para sair em liberdade, pagando uma caução de 3
milhões de euros.
A incerteza relativa ao nosso futuro mercado de trabalho permanece, não sabemos se
daqui a um par de anos teremos um país capaz
de absorver o nosso ‘Know How’ com condições
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OUTUBRO 2014
dignas ou se teremos de rumar ao estrangeiro,
como tantos colegas nossos neste momento,
numa emigração sem precedentes desde o Estado Novo, com a agravante de neste momento ser
mão de obra altamente qualificada para a qual o
país investiu e gastou para nos formar e da qual
os países estrangeiros vão usufruir sem qualquer
custo na formação.
É perante esta realidade que somos confrontados com palavras tão na moda como “empreendedorismo”. Não há dúvida que é nestas
alturas que temos de ter coragem para em caso
de adversidade nao desistir e muitas vezes criar
o nosso próprio emprego, mas não se pode cair
no ridículo de dizer a um estudante universitário,
em que os pais estão com dificuldade em pagar os
estudos do filho, que tem de “bater punho” (frase
celebrizada por Miguel Gonçalves no Prós e Contras) para singrar na vida quando vê filhos dos
grandes senhores do país serem recrutados para
grandes empresas, ocupando lugares de topo,
com o curso e meia dúzia de estágios de verão.
É triste um país não ter a capacidade de
conseguir criar condições minimamente satisfatórias que permitam a fixação dos jovens em
território nacional, e os “obriguem” a rumar ao
estrangeiro, sendo mais triste ainda quem acredite que isso possa ser uma oportunidade num país
cada vez mais envelhecido como o nosso. Mas
também é verdade que somos nós (população
jovem) que temos de lutar e remar contra a maré,
temos a força e a inteligência necessária para virar
o barco e não podemos cair no erro de nos alienar
das decisões do país, virando simplesmente costas e partir para o estrangeiro, é o nosso país e é
o nosso futuro que está em jogo.
Por isto tudo é que dá para perceber
que isto é muito mais do que uma simples crise
económica, é uma crise de valores e de identidade, onde por vezes nos falta coragem, pois é
simplesmente mais facil emigrar ou mergulhar na
neblina dos lobbys e da corrupção. A nossa ger-
ação é a próxima na linha do poder e, na minha
opinião, é uma geração muito mais capaz de lidar com a adversidade que vivemos, para isso não
nos podemos abster da possibilidade de tomar
decisões nem esquecer o empenho e capacidade
de trabalho que temos naturalmente, exemplo
disso são os excelentes jovens empreendedores
que neste momento transportam o país às suas
costas para que este não se distancie dos países
mais desenvolvidos.
Em suma, temos um ano novo pela nossa
frente e temos de começar a dar o nosso contributo desde já, dia após dia, fazer mais e melhor, afastar esta neblina que paira sobre as nossas
cabeças, especialmente nós jovens, pois acredito
que todos nós queremos ter oportunidades aqui
em vez de termos de fazer as malas, queremos
usufruir de tudo o que este país tem para nos dar
em vez de ter de aprender o alemão ou lidar com
o frio e as noites longas dos países nórdicos.
JOSÉ MIGUEL NUNES
Piston NEEMAAC
4 Horas do Estoril: Le Mans em Portugal
As grandes corridas de resistência estão de regresso ao nosso País! É já nos próximos dias 18
e 19 de Outubro que as “European Le Mans Series” vão encher o Autódromo do Estoril com o melhor
das corridas de resistência europeias.
Numa versão mais curta de Le Mans e sem a categoria LMP1, esta oferece o espírito da mítica
prova francesa que todos os anos leva os adeptos do desporto automóvel ao delírio durante 24 horas
seguidas.
Um evento a pensar em todos
É com este lema que a ACDME pretende organizar as “4 Horas do Estoril”. Uma prova tão
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OUTUBRO 2014
difícil de organizar, merece todo o carinho do público e do País. Nos últimos anos temos visto eventos
fantásticos a terem lugar no Circuito do Estoril e a não serem correspondidos pela devida assistência
merecida. Se nas provas portuguesas do MotoGP o público nunca falhou na comparência (muito também por causa da afluência espanhola...) a verdade é que desde o Grande Prémio de Portugal que uma
prova de automóveis no Autódromo não tem a assistência que merece para as provas que tem acolhido.
As “4 Horas do Estoril” têm tudo para inverter essa tendência. Se para o fan habitual de automobilismo o evento por si só é uma razão mais que suficiente para cruzar o país sem hesitar, a verdade é
que, cada vez mais, os eventos desportivos têm de ser pensados com componentes extra que atraiam
não só um fan devoto da modalidade mas também uma familía inteira. Tendo obrigatoriamente de
estar criadas as condições para tal, nisto a ACDME fez uma forte aposta. O objectivo é claro, encher
o Autódromo do Estoril! Para isso como complemento da prova haverá provas de vinhos, zona infantil, desfile de carros antigos, feira de troca de produtos (com ligação ou não aos automóveis) e ainda
simuladores para dar um aperitivo da condução de um automóvel desportivo.
A abrangência da prova também não foi deixada ao acaso. A corrida será transmitida na totalidade pela RTP Informação, haverá carros das ELMS em exposição no Forum Sintra e no Cascais
Shopping e, para despertar o “bichinho” das corridas de todos os que por aí passem, as verificações
técnicas terão lugar num lugar emblemático da região, nem mais nem menos que junto ao Casino do
Estoril. Há preços promocionais tanto na hotelaria como acordos na CP para chegar comodamente ao
Autódromo. Enfim, não há desculpas para perder um dos eventos no ano a acontecer no nosso País.
FILIPE
ALBUQUERQUE
Como se tudo
isto não bastasse, temos
ainda mais um motivo
fortíssimo para comparecer no Autódromo.
O aliciante extra de termos o “nosso” Filipe Albuquerque a lutar pelo
título de campeão da
categoria LMP2 podendo assistir à sua consagração em solo nacional!
O Piloto da Audi Sport
(LMP1) e da Jota Sport
(LMP2) tem feito um
campeonato sublime e
pode chegar ao final da
prova portuguesa com “chave de ouro” ao sagrar-se campeão da LMP2.
Com tudo isto, é preciso ainda realçar que o acesso às bancas é livre e ao Paddock é de apenas
5 euros, um valor simbólico se pensarmos no que cada pessoa vai poder usufruir por esse valor. Um
contacto próximo com as equipas, máquinas, pilotos etc...
O repto fica lançado: as “4 Horas do Estoril” podem ser um verdadeiro “Le Mans em Portugal”, basta para isso (como sempre) que o público adira. Para alguns pode parecer irrealista ter o Autódromo com uma boa assistência... Não parece uma ideia tão descabida quando pensamos que nas
classificativas de Sintra (bem perto do Circuito) do Rallye de Portugal chegaram a estar um milhão
de adeptos do automobilismo.... A paixão dos automóveis é bem portuguesa, de norte a sul, e temos
agora uma oportunidade de ouro para mostrar isso mesmo.
FRANCISCO VIEIRA E BRITO
Piston NEEMAAC
SOBEM AS CORTINAS DE UM NOVO CICLO
Embebida pelo habitual entusiasmo e pelas sempres usuais especulações, está já em marcha mais uma época futebolística por feudos
lusitanos onde habitualmente a lei do mais forte
impera.
Assim, 2014/2015 promete ser diferente de
tudo aquilo que conhecemos. Um novo ciclo assente num corte com o passado recente e acima
de tudo numa famigerada e sempre fervorosa
contenda pelos lugares cimeiros. Do habitual jogo
das cadeiras no mercado de transferências resulta
uma das mais vividas e voluptuosas mudanças no
que a estrutura dos efémeros candidatos diz respeito.
Ora, este cenário de renovações abre declaradamente o cenário de uma luta a três pela
primeira vez na presente década. Nas hostes do
campeão nacional, a turma de Jorge Jesus parte
para a nova época com a ambição de repetir os
feitos alcançados nos últimos doze meses, tarefa que não se augura nada fácil dada a debandada geral, sustentada pela visibilidade dada aos
jogadores pela conquista de títulos. Das ‘águias’
voaram doze jogadores campeões nacionais, entre outros que não agarraram lugar no plantel
nesta nova época como são os casos de Daniel
Candeias e Djavan. Deste modo, o ramalhete da
Luz não conta mais com nomes como os de Garay, Markovic, Oblak, Cardozo, André Gomes e
Rodrigo, interpretes chave rumo ao 33º título da
história dos encarnados. Contudo, a venda de jogadores por valores avultados não se traduziu num
investimento que vise resultados imediatos. Com
excepção de Eliseu, o nome mais sonante a entrar nas contas de Jorge Jesus é o do internacional
30
OUTUBRO 2014
brasileiro, Júlio César. O guarda-redes dispensa
quaisquer apresentações e chega à Luz fruto de
uma pré-época medíocre do compatriota Artur.
Deste modo, ao novo Benfica é possível rotular
o provérbio popular “Muita parra, pouca uva!”,
pois apesar de manter um plantel numeroso o
clube responde à habitual dança do mercado com
aquisições de nível médio-baixo e sem créditos
firmados, apostando claramente nas capacidades
inequívocas do seu timoneiro em refazer e potenciar as suas equipas.
JESUS MANTÉM-SE OPTIMISMA APESAR DO CEPTICISMO
GERADO EM TORNO DO BENFICA
Mais a norte, a revolução é ainda mais
badalada depois de o alarme ter soado firmemente na época passada. Em 2013/2014, o FC
Porto foi uma sombra de si mesmo ao falhar em
todas as frentes. No Dragão falou-se em humilhação e vergonha numa panóplia de escárnio e
mal dizer. A ira dos adeptos foi notável, o que levou Paulo Fonseca a não terminar sequer a época
no comando da equipa portista. A ameaça de um
fim de ciclo de domínio nacional exacerbado ao
longo dos últimos 30 anos, fez com que o FC Porto operasse uma revolução interna em todas as
frentes de modo a recuperar a hegemonia e evitar
o primeiro bicampeonato do eterno rival em três
décadas.
do de sobreaviso que se o FC Porto falhar por um
segundo ano consecutivo, os danos podem ser
irreversíveis.
Se por um lado, FC Porto e Benfica apresentam as mudanças mais drásticas na sua génese,
no reino do leão a estabilidade pode consigo trazer
os seus benefícios, não descurando alguns problemas que advêm da retenção de jogadores chave
como são os casos de Islam Slimani e William
Carvalho, sobretudo no que ao primeiro diz respeito pois é sabido o desejo do jogador argelino
experimentar um novo campeonato depois de ter
estado em destaque no Campeonato do Mundo
por terras de Vera Cruz. A Alvalade chega também Marco Silva, que supriu a vaga deixada em
Julen lopetegui é o escolhido para liderar o
novo projecto do fc porto e aponta apenas para aberto por Leonardo Jardim que rumou ao Mónaco para orientar a equipa do principado e com o
o sucesso do clube
técnico ex-Estoril cujo principal desafio incide no
À cidade invicta chegou Julen Lopetegui, desgaste suplementar motivado pelo regresso às
treinador basco com pouca experiência no treino competições europeias da turma leonina na prede clubes, sendo que os ‘dragões’ surgem como sente temporada.
grande desafio da curta carreira do espanhol que
tem como maior pecúlio no seu currículo os sucessos acumulados ao leme da ‘Rojita’, que é como
quem diz selecções jovens espanholas onde Lopetegui deu a conhecer ao Mundo jogadores como
Cristian Tello e Óliver Torres que agora merecem
a confiança do técnico nesta nova aventura por
terras lusitanas. Juntamente com as referidas
promessas espanholas, fazem escala no Dragão
esta temporada jogadores como Bruno Martins
Indi e Brahimi, que estiveram em destaque no
Mundial do Brasil, assim como Adrián Lopez, De regresso ao sporting, nani admite “voltar a
campeão espanhol pelo Atlético de Madrid. No casa para ser campeão”
entanto “Nem tudo o que luz é ouro!”, e o grande
E por falar em regressos, é neste mesmo
desafio de Lopetegui passa por garantir o en- trosamento rápido das demais caras novas, estan- Sporting que pontifica a aquisição mais mediátiPiston NEEMAAC
ca deste defeso com o regresso de Luís Carlos
Almeida da Cunha às fileiras leoninas. O nome
por si só pode dizer muito pouco ao leitor mas
se, num passo de mágica, o trocarmos por quatro
letras que juntas compõem o nome Nani, então
aí o caso muda de figura. Pois bem, Nani está
mesmo de volta ao futebol português cedido pelo
Manchester United por uma época. O português
vai envergar a camisola 77 do colectivo de Marco
Silva e promete animar os relvados Portugal fora
e além-fronteiras.
Ao crónico trio da frente aquando do tiro
de partida para o novo ano, pode subitamente
juntar-se o SC Braga que depois de um ano decepcionante, investem não só com a chegada de
Sérgio Conceição mas também com a aquisição
de alguns dos jogadores que se revelaram na última temporada como são os casos de Pedro Tiba,
Marcelo Goiano e Djavan. Resultados recentes
provam que os bracarenses podem ser uma dor
de cabeça para os eternos favoritos. Para já, Conceição nega categoricamente uma candidatura ao
título, parafraseando que a manutenção é o seu
principal objectivo, talvez ainda ofuscado pelo
discurso que alimentou em toda a sua carreira
em Portugal seja ao serviço de Olhanense ou da
Académica. Ainda assim, para os ‘Guerreiros do
Minho’ e sobretudo para o seu presidente, nada
menos do que um lugar nos quatro primeiros será
admissível sob pena de a equipa entrar em fim de
ciclo e de tal como noutras eras sermos obrigados
a nomear um novo ‘quarto grande’ como se intitula o clube bracarense nos dias que correm.
Com uma magnífica luta pelo título em
perspectiva aliada pela subida de rendimento de
outras equipas, outrora da metade inferior da
tabela e que agora se assumem como protagonistas, podemos ter os dados lançados para uma
época sem precedentes sendo que o pior é mesmo
o resto e, por resto entendam-se as jogadas de
bastidores e todos os jogos de interesses aliados
ao desporto e que por vezes acabam por manchar
o historial da competição. E esse resto é preocu-
O nome de mário figueiredo nunca reuniu consenso no seio da liga de clubes
pante e assenta sobretudo nos tumultos vivenciados na Liga de Clubes que não apresenta estabilidade e que parece entrar agora em recessão
não só de valores morais mas também de valores
económicos. Desde falta de patrocínios a quezílias e impugnação de eleições, a situação na Liga é
de todo recomendável pelo que a manutenção de
Mário Figueiredo na liderança do organismo pode
estar presa apenas por alguns detalhes não sendo
crível neste ponto que a oposição resulte como
solução aos problemas que assolam este início de
campeonato que vê como luz ao fundo do túnel o
alargamento a 18 clubes com o respectiva retorno
do Boavista ao convívio dos grandes.
Deste modo, o clima de incerteza paira no
ar mas se existe certeza é que a bola já rola, o
pano já subiu neste teatro de emoções que é o
rectângulo verde e como sempre o Círculo Central
está presente por mais um ano para documentar
tudo o que se passa no epicentro do desporto rei.
Círculo de prospecção: 10 jogadores a ter
em conta em 2014/2015
Nova época, novas ambições, novos rostos, tudo isto se resume a novos intérpretes que
ingressam na liga portuguesa e que vão procurar
encher o olho do mais céptico adepto. Certo e
sabido é o facto de os três grandes terem mais
capacidade para atraírem reforços chave e não
é menos verdade que reforços como Anderson
Talisca, Samaris e Cristante (SL Benfica), assim
como Tello, Brahimi e Óliver (FC Porto) e ainda
32
OUTUBRO 2014
Tanaka, Rosell e Sarr (Sporting CP), entre outros
vão ser figuras chave no desfecho desta Liga ZonSagres no que diz respeito ao contingente dos invariáveis candidatos. No entanto, o campeonato
nacional cifra-se em 18 emblemas em vez de apenas 3 pelo que o Círculo Central nesta edição vai
dar destaque aos restantes colectivos para dar a
conhecer ao leitor os 10 jogadores que podem dar
nas vistas nesta nova temporada. Uns estreiam-se
CÍRCULO CENTRAL
na equipa principal, outros fazem a estreia no principal campeonato português enquanto que outros
apenas regressam ao convívio do bom futebol português, entre eles aponta-se a seguinte dezena de
jogadores.
10. rodrigo dantas (cf “os belenenses | brasileiro - Médio)
e 2012 pelo velho continente onde actuou na
Suécia ao serviço do Vasteras SK e fez parte em
2011/2012 da equipa do Estoril-Praia que estreava
Marco Silva no comando técnico. Nessa época os
canarinhos da Linha acabaram como campeões
do segundo escalão e Dantas actuou em 19 dos
encontros, 10 dos quais como titular. Não sendo
um matador, o jogador que enverga a camisola 35
da turma do Restelo é um jogador que pode ocupar todas as posições do centro do terreno, tendo
como principal ‘arma’ a condução e transporte de
jogo surgindo com facilidade nas imediações da
Aos 24 anos, Rodrigo Dantas tem no Bele- área adversária no apoio às unidades mais ofensinenses a sua terceira passagem pelo futebol eu- vas da sua equipa.
ropeu depois de uma fugaz incursão entre 2011
9. Danilo silva (SC BRAGA | brasileiro - Médio)
Miúdo de tenra idade, Danilo chega a Portugal aos 18 anos para representar o SC Braga.
Apesar da sua juventude, Danilo Silva é já tido
como uma das promessas do futebol brasileiro
ao ser um dos rostos que compõem a selecção
sub-20 da canarinha. Campeão sul-americano de
selecções no escalão sub-15, o brasileiro é um médio de carácter mais defensivo sendo uma alternativa a Custódio a curto prazo na turma de Sérgio
Conceição mas que certamente vai ser aposta do
timoneiro dos ‘Guerreiros do Minho’ assim que
se familiarize com o futebol europeu, nesta que
é a sua primeira travessia fora do país que o viu
crescer para o futebol.adversária no apoio às unidades mais ofensivas da sua equipa.
8. Lukas Raeder (Vitória FC | ALEMÃO - GUARDA-REDES)
Suplente de Manuel Neuer no Bayern de Munique, Raeder deixou o colosso
Bávaro para tentar a sua sorte no clube sadino aos 20 anos e vê assim a sua cláusula
de rescisão fixada nos 10 Milhões de euros. O valor da cláusula só por si diz muito
da confiança que os setubalenses e o seu
treinador, Domingos Paciência, depositam
nele. Do alto do seu 1,94m, Raeder promete ser um estorvo para os artilheiros das
equipas adversárias.
Piston NEEMAAC
7. Ricardo nascimento (académica | brasileiro - defesa)
Desengane-se quem pensa que a idade não
é um posto. Aos 27 anos, Ricardo Nascimento faz
a estreia na primeira liga depois de somar passagens pelo segundo escalão nacional. Nascimento
chega a Coimbra cedido pelo Olé Brasil, clube brasileiro que tem emprestado de forma sucessiva o
jogador que ocupa o eixo central da defensiva. Sólido a defender, Ricardo Nascimento não tem por
hábito complicar e foi peça chave na equipa do
Moreirense no caminho de regresso, sem sobressaltos, rumo à primeira liga. Em Coimbra nascimento deve fazer dupla no centro da defesa com
João Real face à saída de Rafik Halliche.
6. Jorge monteiro (moreirense | português - extremo)
Com 26 anos seria expectável que um jogador português somasse já largos minutos no principal campeonato nacional. Contudo, esse não é
o caso de Jorge Monteiro que inicia a temporada
com apenas 13 minutos completados no principal
escalão, minutos esses que remontam ao longínquo ano de 2008. Desde então, Monteiro não mais
actuou nos relvados primodivisionários tendo encontrado na península de Akamas, nomeadamente
no Chipre ao serviço do AEL Limassol. Assim,
Jorge Monteiro regressa a Portugal depois de uma
temporada em que somou 18 golos em 35 jogos,
uma marca que certamente abre o apetite para o
que pode fazer por relvados lusitanos, ele que em
tempos foi internacional esperança por Portugal.
5. Bressan (rio ave | bielorrusso - médio)
O nome Bressan, convenhamos, de
Bielorusso tem muito pouco e de facto podemos
dizer que o médio que agora chega ao Rio Ave é
tão bielorrusso quanto Deco, Liédson e Pepe são
portugueses. De facto, apesar de ter
apenas 25 anos, Renan Bressan joga
no velho continente desde os seus 16
anos quando chegou à Bielorrússia
para representar o Gomel, clube ao
qual esteve contratualmente ligado
até 2010, ano em que se mudou para
o BATE Borisov, onde com 19 anos
se estreou na Liga dos Campeões.
6 épocas na Bielorrússia valeramlhe uma naturalização e chamada à
selecção daquele país antes mesmo
de se mudar para a vizinha Rússia
para alinhar pelo Alania. Exímio na
34
OUTUBRO 2014
execução de lances de bola parada, Bressan promete animar os palcos portugueses e relançar a
sua carreira aproveitando o trampolim europeu
em que os Vila-Condenses se incluem.
CÍRCULO CENTRAL
4. Pedro moreira (rio ave | português - médio)
Se existem bons valores nacionais no
campeonato português, Pedro Moreira é exemplo
disso mesmo. Depois de 2 épocas ‘encostado’ na
equipa B do FC Porto, o médio português chega
aos 25 anos aquele que deve ser o maior desafio
da sua carreira, assegurar a transição no centro do
terreno rio avense e fazer esquecer Filipe Augusto
que rumou ao Valência no final da janela de transferências. Para 2014/2015, Pedro Moreira reserva
para si também o direito de se estrear nas competições da UEFA, pelo que tem caminho aberto
para poder finalmente provar o seu real valor.
3. Kuca (gd Estoril-praia | Cabo-verdiano - médio)
Kuca é um jogador em crescendo. Figura de
proa no GD Chaves nas últimas épocas, o caboverdiano de 25 anos destaca-se pela velocidade
que impõe em jogo e pela sua capacidade de criar
espaços e de se desmarcar com relativa facilidade.
É um jogador livre no campo e desgarrado da sua
posição, pode actuar tanto no centro como nas
alas apesar de dar preferência à ala esquerda, possibilitando ao jogador ensaiar as suas tradicionais
diagonais para o centro e recorrer ao seu pé direito para colocar a bola no fundo das redes adversárias. De facto, na última época balanceou as
redes por 12 ocasiões sendo também responsável
por inúmeras assistências, tornando-se numa das
figuras de referência da Liga 2. Cobiçado por vári-
os clubes optou pelo GD Estoril-Praia.
2. Rui pedro (académica | português - médio)
Lançado por Daúto Faquirá em 2008, Rui
Pedro totaliza aos 26 anos apenas 4 jogos no
principal escalão português, pouco muito pouco
para um médio que tem o seu nome inscrito na
mais prestigiante prova de clubes do futebol internacional quando ao serviço do Cluj apontou
um Hattrick em plena fase de grupos da Liga dos
Campeões a um adversário que dispensa apresentações, o SC Braga. Assim, Rui Pedro chega a
Coimbra para trabalhar uma vez mais com Paulo
Sérgio, treinador que conhece o médio desde os
tempos em que se cruzaram na Roménia. Rui Pedro vai assumir protagonismo no meio-campo da
Briosa com o objectivo de animar o jogo ofensivo
dos ‘estudantes’.
Piston NEEMAAC
1.Toze (gd Estoril-praia | português - extremo)
Um pouco como Kuca, Tozé não tem posição
definida no terreno. Ora nas costas do avançado
de referência, ora nas alas ou até mesmo mais recuado no terreno no momento de transição, Tozé
é um dos jovens portugueses com maior margem
de progressão pois se em 2012/2013, na sua época
de estreia na condição de sénior, apontou 7 golos
em 35 jogos, já em 2013/2014 apenas com mais 5
jogos disputados apontou um total de 21 golos,
número que para um médio de 21 anos é pouco
vulgar. Nesta época estreia-se a tempo inteiro no
campeonato nacional ao serviço do GD EstorilPraia depois de uma vez mais não ter espaço no
plantel principal do FC Porto. Um diamante para
José Couceiro lapidar.
Completa que está a lista dos 10 nomes a ter em conta, espaço ainda para uma menção honrosa
para outros nomes que se podem imiscuir neste grupo de jogadores. De entre eles, destacam-se ainda
os seguintes:

Bobô Sergipano (Boavista | Brasileiro – Avançado);

Goicoechea (Arouca | Uruguaio – Guarda-Redes);

Edgar Salli (Académica | Camaronês – Avançado);

Adama Traoré (Vitória SC | Costa-marfinense – Defesa).
Ou se preferir ter atenção a jogadores com créditos já provados por relvados lusitanos, pode
ainda observar cuidadosamente os jogadores que se seguem:

Nildo Petrolina (Arouca | Brasileiro – Médio);

Abel Camará (CF “Os Belenenses” | Português – Avançado);

Nélson (CF “Os Belenenses” | Português – Defesa);

Esmael Gonçalves (Rio Ave | Português – Avançado).
Nota de destaque para dois jovens do Vitória SC que conquistaram o seu espaço esta temporada no plantel principal: Bernard e Hernâni.
36
OUTUBRO 2014
CÍRCULO CENTRAL
Planeta académica
carta aberta ao caloiro. Porque deve a académica ser o clube
dos estudantes?
Caro estudante recém colocado na
Universidade de Coimbra, estás preste
a entrar na mais nobre instituição do
país e com tudo isto passas a fazer parte
de toda esta grande família académica.
Mas, deves estar por esta altura a questionar-te, “Porquê a Académica quando
já tenho clube!”.
Bem, a resposta a essa questão é relativamente fácil. É perfeitamente normal
apoiar outro clube até esta fase e que a
Académica te seja indiferente. Afinal de
contas, quem quer apoiar um clube cujo
objectivo passa ano após ano por se cingir a uma agoniante luta pela manutenção?
Pois bem, ser estudante é sentir a Académica de forma diferente, ser de Coimbra é viver a Académica de forma diferente. A Académica (e nunca profiras ‘O’ Académica) soma anos
de história impar quando comparado com a maioria dos clubes nacionais. Foi a 3 de Novembro de 1887
que esta epopeia teve inicio. Um clube fundado por estudantes para estudantes.
Desde muito cedo a Académica foi eco do descontentamento estudantil dentro e fora do
rectângulo verde, funcionando mesmo como sórdida oposição ao regime de António de Oliveira Salazar, oposição essa que coincide que um dos momentos áureos da história da Associação Académica de
Coimbra. Longínquo vai o ano de 1939, ano em que despoletou a segunda guerra mundial. O Mundo
sofreu então irremediáveis e incontornáveis mudanças numa guerra que tomou uma dimensão global.
Internamente, 1939 é um ano de boa memória no universo academista.1939 é assim o ano em que se
realiza a primeira edição da Taça de Portugal outrora denominada por Campeonato de Portugal. Deste
modo, a Académica assegurou um lugar na história da competição quando
a 25 de Julho de 1939 venceu o Benfica por 4-3, numa final onde a turma
de Coimbra demonstrou o porquê de
ser considerada uma equipa diferente.
Uma invasão à capital impulsionada
por milhares de estudantes que não
faltaram à chamada, deixou impressionada a crítica social. Mais do que
um clube, um emblema, uma cidade,
a Académica foi nesse dia o orgulho
de todos os que se vestiram a rigor de
capa e batina no já extinto Campo das
Salésias.
Nos anos seguintes a Académica passou por momentos menos positivos mas sempre se reergueu e se notabilizou como um dos
grandes do futebol português e assim vai permanecer por muitos e bons anos porque a força dos
estudantes sempre foi a força do clube!
Piston NEEMAAC
RELATOS RUC
No decurso da tua vida Académica vais descobrir
novas secções lúdicas, sejam elas culturais ou desportivas sendo que no que a secções culturais diz respeito, encontras a Rádio Universidade de Coimbra. No éter
hertziano há 28 anos, a RUC alberga um tipo de relato
com uma marca especial, os Relatos RUC, que difundem
em 107.9FM ou alternativamente via emissão online (em
emissao.ruc.fm) todas as jornadas o relato dos jogos da
Académica. Nunca os Relatos RUC falham um jogo da sua
‘mágica Briosa’, pelo que constituem o meio mais fiável
para acompanhar as peripécias da Associação Académica
de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol onde pontifica o sobejamente conhecido minuto 69... A não perder!
SABIA QUE:

A primeira claque da Académica, “Baralha
Teórica”, surgiu em Novembro de 1927 e foi o resultado da crescente paixão dos estudantes de Coimbra pelo futebol. Os seus principais impulsionadores
foram Júlio da Fonseca Lourenço e Euclides de Araújo,
sendo que o grupo ficou caracterizado pelos seus “10
mandamentos”, os estatutos da claque. Apesar de se
ter dissolvido uns anos mais tarde, os maiores apoiantes da Académica ficarão para sempre conhecidos
como os “teóricos”;

O primeiro símbolo da Associação Académica
de Coimbra data da década de 20;

Cândido de Oliveira, que hoje dá nome à Supertaça portuguesa foi treinador da Académica. Oliveira ajudou a fundar o jornal ‘A Bola’ e treinou a
Académica por 3 temporadas, a última das quais em
1957/1958. Cândido de Oliveira faleceu em 1958;

A primeira grande transferência de um jogador
do futebol português para o estrangeiro é protagonizada por Jorge Humberto, atleta da Briosa que assinou
pelos italianos do Inter de Milão;

Nos seus primórdios a Académica disputava os
seus encontros nos Campos de Santa Cruz;

A Académica possui uma academia, a Academia Dolce Vita que serve de base para o desenvolvimento de jovens jogadores Briosos;
FUTEBOL DE CAUSAS
Decorria o ano de 2009 quando a Académica
surge retratada na sétima arte e chega a todos os ecrãs via
documentário realizado por Ricardo Martins, fervoroso
adepto Brioso que pegou em todos seus conhecimentos
e os compilou em vídeo dando assim especial incidência
na crise estudantil de 1969. “Futebol de Causas” dá-nos
uma visão da Briosa com base nas crises académicas e no
papel desempenhado pelos jogadores de futebol da Académica nesse tempo sendo que no referido documentário
os actores que compõem o elenco são os próprios que em
69 deram a cara pelo manifesto.
O documentário pode ser visualizado em:
https://www.youtube.com/watch?v=by6AqacVw9I
38
OUTUBRO 2014

Nuno Piloto, médio da Académica cumpriu à
risca o propósito do clube ao findar o seu curso e jogar
de losango ao peito na mesma época. O médio licenciou-se em Bioquímica pela Universidade de Coimbra,
mais um exemplo de um clube de estudantes para os
estudantes;

A 20 de Maio de 2012 a Académica conquistou a sua segunda taça de Portugal. Marinho, o ‘herói
da Taça’ apontou o golo solitário da vitória contra o
Sporting. A vitória valeu também o apuramento para a
fase de grupos da Liga Europa onde a Académica conseguiu quebrar o ciclo inédito de 16 vitórias consecutiva do Atlético de Madrid na competição, o ‘Atleti’
caiu…em Coimbra;

Em Coimbra um adepto dos três grandes é simplesmente um adepto de um dos três ESTAROLAS;

O Estádio Cidade de Coimbra é apelidado de
‘O Calhabé’;

Para o estudante de Coimbra a Académica é o
seu clube favorito, o seu segundo clube, o seu terceiro
e o seu último clube. Resumidamente o estudante de
Coimbra é da Académica!
CÍRCULO CENTRAL
a
s
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e
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a
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a
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A MANCHA NEGRA
“Se jogasses no céu morreria só para te ver!” é um dos lemas da Mancha Negra. O colectivo é
actualmente a voz maior no apoio à Académica e, contrariamente a muitas ‘claques’, a Mancha Negra
é um conjunto aberto a todos os interessados em passar um bom bocado com os amigos, ver um jogo
de futebol, sentir e debater a Académica. Criada em 1985, desde então nunca mais a Mancha Negra
se calou e é apoio constante e incondicional em todos os jogos da Académi ca seja dentro ou fora de
portas. A sede da ‘Mancha’ está situada no Pavilhão Jorge Anjinho, na Solum.
No decurso da tua vida Académica vais descobrir novas secções lúdicas, sejam elas culturais ou
desportivas sendo que no que a secções culturais diz respeito, encontras a Rádio Universidade de
Coimbra. No éter hertziano há 28 anos, a RUC alberga um tipo de relato com uma marca especial, os
Relatos RUC, que difundem em 107.9FM ou alternativamente via emissão online (em emissao.ruc.fm)
todas as jornadas o relato dos jogos da Académica. Nunca os Relatos RUC falham um jogo da sua
‘mágica Briosa’, pelo que constituem o meio mais fiável para acompanhar as peripécias da Associação
Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol onde pontifica o sobejamente conhecido
minuto 69... A não perder!
Bem, agora que tu recém entrado neste novo mundo estás minimamente familiarizado com
o Planeta Académica, deixa-te embeber por este espírito. O futebol nacional pode não ser só a Académica mas também não é certamente apenas e só, única e exclusivamente um grupo composto por
3 clubes. Assim, sem mais demoras a Académica tem todo o gosto em te receber.
Sem mais assunto a tratar sai um FRÁ,
O estudante da Académica dos estudantes!
VÁLTER FERREIRA
o
e
Piston NEEMAAC
Película
The Upstream Color (2013)
Shane Carruth
Duração: 96 min
País: Estados Unidos
Com : Amy Seimetz, Shane Carruth, Andrew Sensenig,
Thiago Martins
Um grupo de pessoas é sujeito a um conjunto de experiências médicas, por mão de um
cientista e conta com ajuda de um outro homem
que cria gado e compõe música com base nos
sons da natureza. O centro da narrativa foca-se
num casal conhece-se em estranhas circunstâncias e descobre que foram ambos vítimas desses
testes. Forma-se então uma ligação que nunca
conseguiremos compreender na sua íntegra pois
não vivenciamos toda aquela crueldade. O Filme
conta com um orçamento reduzido (com perto de
76.000 euros) contudo não se existem lacunas ou
desfalques na técnica.
40
OUTUBRO 2014
Disco
Álbum: Glassjaw
Interprete: Worship And Tribute
Ano: 2002
Editora: Warner Bros
Este lançamento da banda de São Francisco, que conjuga o seu primeiro curta-duração
( In God We Trust, Inc.) e o segundo longa duração (Plastic Surgery Disasters) estende os
horizontes em relação ao seu álbum de estreia.
Incorpora elementos diversos como o psicadelismo, bandas sonoras de Ennio Morricone, Punk
entre muitos outros. Neste álbum está muito
presente a crítica aos mais diversos temas: A
Governação de Ronald Regan, O Neonazismo,
Religião, a utilização negligenciada de Pesticidas (Kepone Factory), a suposta separação da
Religião e o Estado (O Lema dos EUA “In God
We Trust” entra em conflito com essa suposta divisão, que está consignada na Constituição) e a
subjugação imposta no sistema escolar com base
em algumas cerimónias como o Juramento de
Bandeira que hoje ainda está muito presente.
Livro
Fahrenheit 451
Ray Bradbury
1953
Este livro conta uma história que, num futuro não muito distante os livros são proibidos, a opinião sobre os mais
diversos temas é repudiada pela sociedade. Pratica-se então
todo um estado de sedentarismo intelectual. Os 451 Graus
Fahrenheit, ou seja perto de 233 graus Celcius é a temperatura que o papel arde. Cultiva-se a ideia de quanto mais
antenas de televisão a casa tiver mais respeitada a família
que lá habita o é. O Protagonista, Montag, é um fireman
- “bombeiro” só que traduzindo á letra fica “homem do
fogo”, é um homem que efectua as buscas e queima dos
livros e das casas. Certo dia numa busca cede a tentação e lê
um excerto de um livro e tal vai mudar completamente a sua
vida. As interpretações são variadas passando pela degeneração da sociedade dos Estados Unidos ou pela alienação
que os meios de comunicação social nos fornecem.
ANDRÉ PORTUGAL
Piston NEEMAAC
Aborrecidos? Então porque não assaltar
um banco? Calma, não estou a insitar que inveredem pela vida do crime, não, apenas estou a sugerir que liguem o computador e joguem Payday 2.
O jogo que nos leva a vestir a pele de um membro
de um grupo de quatro assaltantes, altamente
treinados, armados e integrados na vida do crime.
O grupo de quatro assaltantes é constituído por Dallas, um gangster de Chicago, Wolf, um
programador que virou para o lado negro depois
de a sua companhia de software ter ido a falência,
Chains, um antigo Navy Seal e mercenário, e por
fim Hoxton, um assaltante inglês. O grupo de assaltantes é coordenado e comandado por Bain.
Ele ajudou o grupo a mudar-se para Washington
D.C. e ajuda-os a estabelecer contratos na área.
Bain também usa os seus contactos no mundo
do crime para que o nosso grupo de assaltantes
42
OUTUBRO 2014
trabalhem para Vlad, o gangster russo que esta a
tentar reaver o seu poder depois de recentemente
ter saído da prisão, Hector Morales um traficante
de drogas colombiano a tentar derrotar os rivais, o
cartel Mendoza e “o Elefante” um político republicano corrupto que contrata o gang para ajudar
a si e ao seu partido. “O Dentista” é o último
destes contactos de Bain, foi adicionado com o
DLC “The Big Bank”.
A dar voz e vida as personagens do jogo
podemos encontrar atores como Giancarlo Esposito, “o Dentista”, Bokeem Woodbine como o
“Elefante”, Gary Daniels um ator inglês e antigo
Kickboxer como Hector Morales, Damien Poitier
como Chains, Pete Gold como Hoxton entre muitos outros.
No início de todos os assaltos é nos dada
a informação de ser possivel ou não realizar o
assalto em modo furtivo ou entrar a matar. Isto
é possível escolhendo as armas e o equipamento. Por exemplo uma pistola com silenciador diminui o risco de sermos detectados, ou
seja, será mais fácil realizar o assalto de forma
furtiva enquanto uma caçadeira irá aumentar o
risco de sermos detectados, o que torna tudo
mais difícil. Quando um elemento do grupo, já
durante a missão, faz asneira e o alarme dispara
então é que começa o caos, com unidades de
SWAT enviadas umas atrás de outras para nos tentar parar. Mas no meio de tudo isso ainda há alguns
adversários especiais, tais como os Buldozzers armados com uma armadura extremamente resistente
e que aguenta uma quantidade de balas impressionante, os Cloak um inimigo que aparece do nada, e
que apenas com um pontapé nos atira pelo chão sem qualquer hipótese de ripostar, Tazzers eletrocutam o jogador impedindo movimentos durante alguns segundos.
Cada assalto pode ser realizado em cinco diferentes níveis de dificuldade, Normal, Hard, Very
Hard, Overkill e Death Wish. Por cada nível que subimos ganhamos skill points que podemos usar
para desbloquear novas capacidades. Estas capacidades estão divididas em 4 grupos. Mastermind
que nos dá capacidades especiais para lidar com reféns, ou como a capacidade de submeter as forças
inimigas e até mesmo levá-las a combater por nós. Enforcer melhora as capacidades para a violência.
Capacita a personagens com novos equipamentos de protecção para aguentar muitos mais danos do
que o normal. Technician permite-nos ganhar skill para usar sentry guns, explosivos. Ghost a última
categoria é aquela que nos permite entrar e sair do assalto sem ninguém sequer notar que estamos lá.
Permite provocar loops nas câmaras de segurança, abrir portas interferindo com os sistemas eletrónicos entre outros.
O jogo é desafiante e permite-nos perder muitas e muitas horas a planear, a roubar e a enriquecer. Mas nem tudo é perfeito, a IA é um pouco “burra” porque não tem uma estratégia para
nos tentar prender, apenas se limita a enviar inúmeras unidades de polícias da SWAT enquanto nos
limitamos a despejar clip atrás de clip para os deitar a baixo. O que faz respeitar os inimigos é que à
medida que as ondas e ondas de inimigos vêm cada uma é mais dificil do que a anterior. Graficamente
podemos encontrar alguns problemas como usar health kits através das paredes ou recarregar as balas
através das paredes, inimigos que de vez em quanto passam com a cabeça ou um braço pela parede e
que se disparar-mos sobre eles morrem.
No global é um jogo gratificante e divertido para jogar com os amigos, já que a maior
aposta foi feita no Crime.Net, a parte multiplayer do jogo.
SÉRGIO ALMEIDA
CLASSIFICAÇÃO: 80
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