Versão PDF - NEEMAAC - Universidade de Coimbra
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PREPARADO PARA UM NOVO ANO? OUT 2014 ESPAÇO DEM UNIVERSIDADE DE VERÃO 2014 CÍRCULO CENTRAL 10 JOGADORES A TER A CONTA em 2014/2015 À CONVERSA COM UMA AVENTURA EM LINKÖPING ENEGI COIMBRA 2014 E MUITO MAIS NO TEU PISTON! WHAT’S HOT? OUTUBRO’14 6 ESPAÇO DEM A Investigação na ADAI, com Domingos Xavier Viegas Descobre o que é e o que se passa neste centro de investigação do DEM! 14 ESTIEM ENEGI Coimbra 2014 Inovação, tecnologia e excelência, a força de EGI no 7º encontro da área! 18 UNIVERSIDADE DE VERÃO No artigo extra desta edição sabe como funciona esta ferramenta de divulgação da UC e dos seus cursos 19 ERASMUS WORLD Uma Aventura em Linköping Queres ir de Erasmus e não sabes onde? Vê se esta aventura na Suécia é a tua cara! 21 À CONVERSA COM jeKnowledge, a júnior empresa da FCTUC Percebe como funciona e como pode mudar a tua vida académica e profissional! 37 CÍRCULO CENTRAL Planeta Académica, carta aberta ao caloiro Porque deve a Académica ser o clube dos estudantes? 42 WHAT’S HOT? PAYDAY 2 A crise faz te querer assaltar bancos? Alivia o teu stress aqui! 2http://www2.dem.uc.pt/neemaac/piston-online.html 5Editorial 6 Acreditação de MIEM 7 A Investigação na ADAI 10 Engenharia de Topo 12ESTIEM 14 ENEGI Coimbra 2014 15Colocações 15 Febrada DEM 16 Mega Convívio Pólo II 16 Ciclo de Conferências 17 Jornadas Pedagógicas 18 Universidade de Verão 19 Uma Aventura em Linköping 21 À Conversa Com... jeKnowledge 26 365 Dias Para Um Mundo Melhor 28 4 Horas De Estoril: Les Mans Em Portugal 30 Sobem As Cortinas De Um Novo Ciclo 32 Ciclo De Prospecção: 10 Jogadores A Ter Em Conta Em 2014/2015 37 Planeta Académica 40 Almanaque Cultural 42 Payday 2 RÚBRICAS 21 À CONVERSA COM... 6 UNIVERSO UC 26 VICÍOS URBANOS 7 ESPAÇO DEM 28 MUNDO AUTOMÓVEL 10 ENGENHARIA DE TOPO 30 CÍRCULO CENTRAL 15NOTÍCIAS 40 ALMANAQUE CULTURAL 19 42 WHAT’S HOT? 12ESTIEM ERASMUS WORLD Piston NEEMAAC OUTUBRO’14 MIGUEL CLEMENTE DIRETOR, EDITOR, PRODUÇÃO GRÁFICA ANTÓNIO ALMEIDA VICE-DIRETOR FOTOGRAFIA Queres colaborar connosco? Encontraste algum erro ou informação errada? Queres agradecer ou elogiar o nosso trabalho? Escreve-nos para [email protected] HUGO MATOS VITOR SANFINS REDACÇÃO INÊS SILVA RITA SOUSA CRONISTAS André Portugal Catarina Barradas Francisco Vieira e Brito Joana Marques Ferreira Joana Pestana José Miguel Nunes Ricardo Baila Sérgio Almeida Válter Ferreira PISTON ONLINE MIGUEL CLEMENTE RICARDO BAILA VITOR SANFINS PROPRIEDADE NEEMAAC IMPRESSÃO AAC DISTRIBUIÇÃO NEEMAAC TIRAGEM XX EXEMPLARES AGRADECIMENTOS NATHALIE SILVA DOMINGOS XAVIER VIEGAS DULCE RODRIGUES CATARINA PINTO MOURAZ 4http://www2.dem.uc.pt/neemaac/piston-online.html Antes de mais sejam todos Bem-Vindos a mais um ano nesta nossa segunda casa que é o DEM. Em cada início recordamos sempre o que já vivemos e projectamos, fantasiando, tudo aquilo que ainda desejamos viver, a beleza desta cidade reside aí. Coimbra, em cada nova etapa, faz-nos acreditar que iremos ser mais felizes e mais realizados, que o sejamos juntos. Da nossa parte, enquanto NEEMAAC, garantimos-te que iremos continuar a mostrar te tudo o que diferencia uma experiência estudantil na cidade dos Amores e dos Doutores das restantes obtidas em outra universidade qualquer, noutro ponto do país. Da tua parte pedimos apenas que não te prendas somente ao que aprendes curricularmente e que procures sempre alargar os teus horizontes. Pedimos que te aproximes do teu Núcleo e que contribuas para o mesmo nas suas mais variadas áreas de acção. Precisamos do teu feedback para crescer e ambicionar fazer mais e melhor por ti e para ti. A tua resposta é essencial para quem, sem contrapartidas em nome próprio, regularmente empreende esforços para que a tua passagem nesta comunidade seja o mais diferenciada e enriquecedora possível. Mantém-te atento a todas as nossas actividades, participa com a tua opinião, mostra-nos como podemos ser mais eficientes e corresponder melhor às tuas expectativas. Posso te assegurar, á partida, que no final de contas serás prazerosamente surpreendido. O NEEMAAC deseja-te votos de sucesso para este semestre, e acima de tudo que te sintas bem nesta nossa família. FILIPE AMARO PRESIDENTE DO NEEMAAC Se estás a ler este texto é porque ao olhar para esta publicação viste algo que te interessou, que te deixou intrigado e te fez agarrar esta revista com vontade de satisfazer a tua curiosidade. Primeiro deixa-me relembrar-te que todo o trabalho aqui presente é realizado por voluntários, voluntários Amadores. Se estranhas o A em amadores permite-me elucidar-te, Amadores com A maiúsculo porque quem para aqui escreve enche o peito porque o faz, quem para aqui escreve tem orgulho e brio no que faz, porque acredita que a cada edição faz melhor e pode vir a fazer melhor, tudo por ti caro leitor. É por isto e pela nossa imensa vontade em melhorar, em satisfazer e preencher os teus critérios de uma leitura de qualidade que precisamos da tua opinião, dos teus “likes” nas redes sociais e da tua tão bem-vinda critica quando te cruzas connosco. Esta edição, primeira do presente ano lectivo, quinta nesta nova vida do Piston, marca o lançamento de um novo espaço, “Espaço DEM”, exclusivamente dedicado à actividade científica do nosso departamento e dos nossos professores. Nesta edição poderás também reparar num ligeiro acerto gráfico, não fugindo à identidade lançada no ano passado. Mais importante, esta edição carrega um desafio. O desafio de ser a primeira de seis ao longo deste ano lectivo. Para isso contamos contigo! MIGUEL CLEMENTE DIRETOR DO PISTON Piston NEEMAAC Acreditação de MIEM Nos últimos meses, o curso de MIEM atravessou um processo externo de avaliação da qualidade, sob a responsabilidade da A3ES, Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. Não se tratou de um procedimento de rotina, mas sim de um meio necessário para atestar a qualidade em todos os seus domínios e, consequentemente, dotar a gestão do curso com mais autonomia. A título de exemplo, a simples tarefa de mudar o nome a uma unidade curricular implica um longo processo burocrático que deixa de ser necessário a partir do momento em que o curso for acreditado. Resumidamente, pretendeu-se caracterizar os pontos fortes e sinalizar as debilidades do curso em vários parâmetros, tais como a pedagogia, plano curricular e conteúdos, o corpo docente, as acessibilidades, as ligações às empresas, a produção científica, meios de gestão académica, entre outros. Foram ouvidos docentes, alunos com e sem funções no associativismo e funcionários. O painel de avaliação era composto por professores e um aluno de engenharia mecânica de outras instituições de ensino superior. O parecer está para breve, mas com toda a certeza será positivo. Aproxima-se, por sua vez, outro processo de acreditação, desta vez o da qualidade europeia que, a verificar-se, será o primeiro a ser atribuído na FCTUC. Para fechar o quadro de notícias pedagógicas, referir ainda os maus resultados de MIEM nas colocações da 1ª Fase. Embora as vagas tenham aumentado e a 6 OUTUBRO 2014 influência dos exames seja discutível, deve ser repensada a imagem que vendemos. Não quer dizer que se faça um quadro mais colorido do que na realidade é, mas há pequenas estratégias que fazem a diferença, a começar pela satisfação e recomendação a terceiros de quem termina cá o curso. Se tal não acontecer, significa que não há capacidade, por um lado, de corresponder às expectativas de quem entra e, por outro lado, cativar potenciais interessados. Catarina Barradas A Investigação na ADAI Domingos Xavier Viegas Professor Catedrático do DEM Presidente da ADAI xavier.v [email protected] Em que consiste a ADAI? A ADAI - Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial é uma entidade privada sem fins lucrativos ligada ao Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da FCTUC, que gere um centro de investigação dedicado a várias especialidades de engenharia mecânica, nomeadamente nas áreas de Energia, Ambiente, Mecânica dos Fluidos e Termodinâmica. Congrega 21 investigadores doutorados, cerca de 30 estudantes de doutoramento e bolseiros de investigação, 20 estudantes de mestrado e cinco técnicos de laboratório ou de apoio administrativo. Alguns destes elementos estão ligados a outras universidades e a institutos politécnicos. O facto de ser uma entidade privada confere à ADAI uma elevada autonomia administrativa e uma grande flexibilidade na gestão científica e financeira dos seus recursos humanos e materiais. Embora estejamos inseridos no DEM e na UC, que são instituições públicas, na ADAI cultivamos um espírito empresarial e funcionamos desse modo. A nossa gestão é muito flexível e facilmente se adapta às situações variadas que o nosso contato permanente com as entidades exteriores no coloca e, sobretudo, é muito desburocratizada. Cada investigador doutorado tem a liberdade de desenvolver a sua atividade em áreas que estejam englobadas no programa geral da ADAI, mas tem a responsabilidade de se sustentar e de contribuir, com parte dos recursos que gera, para o funcionamento da estrutura da ADAI. Nos investigadores mais jovens incutimos o mesmo sentido de responsabilidade e de autonomia. Há quanto tempo foi criada, por quem, e porque surgiu? A ADAI foi fundada em 1990, por iniciativa de um conjunto de professores do DEM e por sugestão da direção da FCTUC, a fim de podermos beneficiar, na altura, de um apoio do Ministério da Indústria para a construção e o equipamento do nosso Laboratório de Aerodinâmica Industrial (LAI). Com este financiamento, que apenas podia ser atribuído a entidades privadas, conseguimos completar a construção do edifício do LAI e adquirir importantes equipamentos para reforçar a nossa capacidade de prestar apoio à indústria e às empresas. Nessa altura, os temas de investigação mais desenvolvidos eram a aerodinâmica de veículos e a engenharia do vento. Ao longo dos anos a ADAI cresceu desde um grupo com cerca de dez investigadores para os cerca de cem que tem atualmente. As áreas de investigação também se diversificaram. Embora presentemente a ADAI tenha apenas dois Grupos de Investigação, Piston NEEMAAC ra, da Europa. Re centem ente b enef iciámos de um apoio do programa Mais Centro para equiparmos o nosso laboratório. Neste projeto estamos a adquirir uma estrutura para teste e desenvolvimento de sistemas de proteção de viaturas cercadas pelo fogo. Comportamento do fogo em desfiladeiros acolhe temas tão diversos como a aerodinâmica interna e externa de veículos, o conforto ambiental, a medição de caraterísticas de desempenho de veículos, a conservação de energia em edifícios, a simulação numérica de escoamentos, incêndios florestais, pirotecnia, utilização de explosivos em processos de fabricação, e vários outros. Devo referir que estes temas são desenvolvidos, na maioria dos casos em resposta a solicitações postas pela indústria ou por entidades nacionais e estrangeiras sentido de responsabilidade e de autonomia. Que investigações estão a ser conduzidas por si neste momento? Como é do conhecimento geral, desde há alguns anos, o meu tema de investigação principal é o dos incêndios florestais. Iniciei esta área de trabalho em 1985, como um trabalho académico, orientado para uma melhor compreensão do efeito do vento e do declive para melhorar a segurança das pessoas nos incêndios. Desde então, o nosso pequeno projeto foi-se alargando até constituir um programa de investigação com colaborações nacionais e internacionais. Temo-nos dedicado em especial a estudar o chamado comportamento extremo do fogo, que é o que causa mais problemas no combate e está ligado a muitos acidentes. Um dos nossos recursos é o Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais, situado na Lousã, que é uma estrutura única a nível do País e, porventu8 OUTUBRO 2014 Qualquer aluno do DEM poderá ajudar e dar o seu contributo alguma investigação? Tem algum tipo de seleção? Se sim, poderia dar a conhecer as condições e requisitos? A nossa atividade está aberta a qualquer aluno do DEM que esteja interessado em colaborar connosco. Temos acolhido na ADAI um grande número de estudantes que escolhem como temas de tese problemas de investigação que lhes propomos. Dada a forte ligação entre a ADAI e o tecido empresarial e institucional exterior – mais de 30% da nossa faturação é feita junto destas entidades – a maior parte dos temas de investigação que propomos correspondem a problemas concretos, cuja resolução nos é solicitada no contexto de contratos com a indústria ou de projetos de investigação em consórcio. No caso das dissertações, são os alunos que escolhem os temas, mas, por vezes, atribuímos bolsas de investigação – também para alunos que não concluíram o curso – e, nestes casos, há um concurso e um processo de seleção entre os candidatos. Nestes processos a classificação ou a média obtidas são o elemento principal de escolha. Embora pessoalmente valorize muito a motivação, quando podemos escolher, uma vez que se trata de fazer investigação, quase sempre com prazos apertados e em assuntos que envolvem responsabilidade, temos de escolher aqueles alunos que nos oferecem mais garantias. De uma forma geral, uma boa classificação é indicadora de capacidade de apreensão de novos ESPAÇO DEM conceitos e de realizar trabalho para além dos padrões normais. Para além das investigações que estão sob a sua “alçada”, existe mais algum projeto/investigação de que tenha conhecimento no DEM? Na ADAI temos dois grupos de investigação, um liderado pelo Professor Manuel Gameiro dedicado ao tema da Energia, Conforto e Ambiente e outro, liderado por mim, sobre os Incêndios Florestais e a Detónica. Em qualquer destes Grupos estão em curso diversos projetos com impacte e interesse. Correndo o risco de omitir algum projeto, posso referir um projeto de colaboração com a GALP, liderado pelo Professor Manuel Gameiro, que envolve o desenvolvimento de novos combustíveis, nomeadamente bio-combustíveis, um conjunto de projetos sobre a avaliação do ciclo de vida de diversos produtos naturais e industriais, liderados pelo Professor Fausto Freire, outro liderado pelo Professor José Costa sobre o aproveitamento de energia solar para produção de frio e para o desenvolvimento de soluções inovadoras de conservação de energia em edifícios. Os Professores Jorge André e José Manuel Baranda coordenam um interessante projeto de aproveitamento de uma caldeira de gás doméstica para a produção de energia elétrica. No âmbito da Detónica, a ADAI participa em três Gerador de vórtices de fogo importantes projetos financiados pelos Estados Unidos da América, sobre o desenvolvimento de armas não letais e de técnicas de medição de características de explosivos. Quanto ao reconhecimento nacional, alguma das investigações que falou tem tido resultados vantajosos e reconhecidos para e pelo resto do país? Seria possível falar um pouco acerca disso? Como se pode concluir, a ADAI criou ao longo dos anos algumas áreas de investigação aplicada inovadoras, nas quais constitui um nicho dentro da comunidade científica e tecnológica nacional. A concluir devo dizer-lhe que a ADAI está integrada no Laboratório Associado de Energia, Transportes e Aeronáutica, que engloba centros de investigação ligados as Universidades de Lisboa, Coimbra, Beira Interior e Porto, nas mais diversas áreas da engenharia mecânica. Este centro de investigação é um dos maiores do País e, graças ao mérito do trabalho realizado e do potencial que tem, foi muito bem classificado na primeira fase de avaliação das unidades de investigação que a FCT está a realizar. Estamos a aguardar a visita do painel de avaliação, que vai decorrer dentro de dias, sendo que dela irá depender em boa medida o nível de financiamento com que poderemos contar para desenvolver o nosso trabalho durante os próximos cinco ou seis anos. Correndo o risco de poder parecer autoelogioso irei falar um pouco sobre alguns contributos que demos na temática dos incêndios florestais. Posso manifestar-lhe a minha satisfação pessoal por termos contribuído para uma melhor compreensão do comportamento do fogo que está associado a um grande número de acidentes mortais, e que designamos por comportamento eruptivo. Incorporámos esses conhecimentos na formação que é dada aos agentes envolvidos nos incêndios, nomeadamente os Bombeiros. Esse facto tem merecido o reconhecimento do nosso trabalho, não apenas em Portugal, mas também no estrangeiro. Como saberá, em 2012 e em 2013, quando o Governo quis um estudo de avaliação independente sobre os incêndios e os acidentes ocorridos naqueles anos convidou-nos para o fazer. Considero que este é um reconhecimento claro do mérito do nosso trabalho e da competência que desenvolvemos no nosso Centro. JOANA PESTANA Piston NEEMAAC Depois de se adaptarem os motores da Fórmula 1 a uma percentagem eléctrica, surge uma alta competição por parte da FIA totalmente eléctrica, que arrancou em Setembro a todo o vapor, ou melhor dizendo, com um grande transporte de electrões, o campeonato de FórmulaE. Mais atrás, em Janeiro deste ano, foram eleitas pela conceituada Carro Fórmula E Smithsonian Magazine, de entre outras, as diferentes investigações acerca de como usar impressoras 3-D para produzir células, tecidos e órgãos artificiais como o mais promissor dos avanços médicos para 2014. A nível de robótica temos uma evolução constante e global de tal modo que as pequenas e grandes vitórias na área são mais que muitas para aqui estarem a ser enumeradas. Também recentemente (em Agosto), foi desenvolvida uma célula fotovoltaica totalmente transparente, o que permitirá no futuro que tenhamos geradores eléctricos em virtualmente todas as superfícies exteriores de um edifício. Mais recente, temos o desenvolvimento aperfeiçoado de um jetpack individual; temos a Mecânica de Fluídos a dar uma explicação alternativa para um dos comportamentos “estranhos” da Mecânica Quântica – o facto de pequenos pedaços de matéria se portarem umas vezes como ondas, outras como partículas – e cuja mais aceite explicação até ao momento era a centenária “interpretação de Copenhaga”, agora potencialmente posta de parte exactamente pela aplicação de um modelo baseado nas equações descobertas pela Mecânica de Fluídos e que parece adaptar-se melhor ao que se sabe. Orelha artificial produzida por impressora 3-D (Wake Forest Regenerative Institute) 10 OUTUBRO 2014 E o que é que todas estes avanços têm em comum? Entre outras coisas, a Engenharia Mecânica. Directa ou indirectamente, com o contributo de uma ou de várias das suas diferentes áreas a Engenharia Mecânica foi imprescindível para que cada uma destas coisas fosse possível. É a Engenharia mais transversal, que abrange mais campos. Praticamente que em qualquer campo que se possa pensar, um engenheiro mecânico será de um contributo inestimável para um qualquer projecto. Transportes, Energias, Saúde, Qualidade do Ar e Ambiente, Qualidade de Vida, Armamento e Segurança, Fabrico, Projecto, qualquer coisa. De coisas grandes como os maiores navios feitos pelo Homem, a coisas minúsculas como os processos de revestimento cruciais às características dos objectos, em tudo a Engenharia Mecânica tem uma palavra de peso. Daí que quando se entra no curso, é grande a possibilidade de não se fazer ideia do que se vai fazer quando sair. As possibilidades são infinitas. O que pode até levar a dúvidas, se se está ou não no curso adequado, sobretudo talvez depois de passado o primeiro ano, (na verdade, na maior parte dos três primeiros anos, porque durante esse período ganham-se ferramentas de raciocínio e de conhecimento que só depois serão propriamente interrelacionadas entre si e aplicadas a áreas mais obviamente relacionadas com a Engenharia). Jetpack auxiliar à corrida Daí o meu apelo: a todos os que são apaixonados pelo invento, pelas soluções brilhantes, todos aqueles que se fascinam com o engenho e que vêm a beleza inerente a soluções engenhosas e que entraram ou estão no curso de Engenharia Mecânica (que para mim, e não posso deixar de reforçar esta ideia, é o verdadeiro epítome da Engenharia), a todos vocês, os meus parabéns e coragem. Não se deixem desmotivar nem ir abaixo. E quando forem, olhem em frente, vejam tudo o que poderão fazer. A todos os outros, os que cá estão pelo canudo, por pressão dos pais das tias ou dos padrinhos, pela propensão de um salário acima da média ou pelo status, não façam isso. Dediquem-se a algo que realmente gostam. Não duvido de que consigam fazer o curso, mas será sempre algo agridoce e, citando o Professor Andrade Campos, “se estão a aprender alguma coisa, têm de ter o brilhozinho nos olhos, se não o têm, não vale a pena”. Porque quando esse “brilho” não existe, nota-se. E mancham algo tão belo como é a Engenharia. RICARDO BAILA Piston NEEMAAC Em primeiro lugar queremos dar as boasvindas aos novos estudantes! Para os recém-chegados, a ESTIEM é a Associação Europeia de Engenharia e Gestão Industrial que fomenta todo um conhecimento tanto a nível tecnológico como de gestão. Esta associação permite que todos os seus membros desenvolvam novas competências, tanto de carácter profissional como pessoal. Dentro de todos os grupos locais distribuídos pela Europa, surge o de Coimbra. Numa primeira fase deste ano lectivo estamos a trabalhar no recrutamento de novos membros. Fica a dica a todos os estudantes de EGI a se juntarem a nós. Podemos desde já adiantar que nestes próximos meses o LG Coimbra tem paragem obrigatória no Encontro Regional da Península Ibérica que decorrerá em Barcelona no início de Outubro, na actividade de “Exchange” com Paderborn, na Alemanha, que irá ser realizada no fim do mês de Outubro e na Assembleia Geral da ESTIEM em Budapeste no mês de Novembro. Para meados de Novembro será realizada, como habitual, a qualificação local do TIMES, que tem como objectivo eleger a equipa de Coimbra que melhor solução apresentar para um caso de estudo de uma empresa ainda a definir. Em breve surgirão mais detalhes. Alguma dúvida, contactem: [email protected] Juntem-se a nós, venham viver o associativismo na sua melhor forma! Joana marques ferreira 12 OUTUBRO 2014 Piston NEEMAAC O Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial de 2014 ocorreu em Coimbra. Esta edição congregou o 3º Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial e o 7º Encontro Nacional de estudantes de Engenharia e Gestão Industrial. O evento decorreu na Universidade de Coimbra, no Departamento de Engenharia Mecânica, nos dias 19 e 20 de Setembro de 2014 e contou com a presença de cerca de 150 participantes. O principal objectivo deste Encontro foi difundir o curso de Engenharia e Gestão Industrial através da partilha do conhecimento entre quem a aplica, investiga, ensina e estuda, isto é, quadros superiores e intermédios das empresas, investigadores, professores e alunos. As palavras-chave do evento foram a Inovação, a Tecnologia e a Excelência. O ENEGI 2014, seguindo a filosofia do encontro anterior, permitiu diversas formas de interacção entre os participantes. Ao longo dos dois dias, um conjunto de prestigiados oradores convidados abordaram alguns dos desafios que se colocam à Engenharia e Gestão Industrial. No primeiro dia existiram sessões de apresentação de trabalhos onde os autores tiveram a oportunidade de partilhar e discutir as suas contribuições. Em paralelo com as sessões de apresentações de trabalhos/artigos decorreram sessões de discussão sobre o ensino de EGI. No segundo dia foram realizados diversos workshops temáticos. Contámos também com a presença de alunos, professores e oradores convidados no jantar de Gala que ocorreu no dia 19, e com a presença de alunos das várias instituições 14 OUTUBRO 2014 no Jantar Nacional de EGI no Sábado, dia 20. O feedback, tanto da parta da organização como dos participantes, foi muito positivo. Foi uma experiência única e extraordinária que nos leva a todos a ter um enorme orgulho em ter passado por ela. É com eventos como estes que a Engenharia e Gestão Industrial da Universidade de Coimbra cresce em Portugal. É para continuar! Joana marques ferreira Colocações Com a entrada no mês de Setembro vem a tão esperada época das colocações. Centenas de alunos do secundário esperam ansiosamente pela decisão que irá definir o seu futuro. Mas quais os valores? O balanço é positivo ou negativo? Após uma breve análise dos dados fornecidos por parte da DGES, temos para o Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica, 93 novos alunos, e deixamos assim mais 7 lugares para a segunda fase. Para a Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial, temos 27 novos membros, faltando ocupar 15 lugares. A diminuição demográfica e dificuldades económicas sentidas nos últimos anos têm assim presentes as suas consequências, com a diminuição do número de alunos e consequente baixa das médias de entrada, que para Engenharia Mecânica passa a ser de 11,03 valores e para Engenharia e Gestão Industrial, 11,13 valores. Assim, desejamos aos novos caloiros o melhor que Coimbra tem para oferecer, quer a nível pessoal como académico. aquele cheirinho que arrebitou barrigas vazias depois de uma longa manhã de praxe. Com praticamente todos os caloiros neste evento, o trabalho começou a apertar para os membros do nosso núcleo mas que se mostraram bastante capazes de lidar com a pressão, despachando sandes e finos com a pressa que podiam. Foi um evento que durou até ao final da tarde onde a máquina de finos não teve qualquer descanso, mostrando que é algo a repetir nos próximos anos. RITA SOUSA BEATRIZ NUNES e RITA SOUSA Febrada DEM Mais um ano, mais uma nova vaga de caloiros e provou-se que a melhor maneira de promover o convívio entre doutores e os novos alunos do DEM seria com uma febrada organizada pelo nosso NEEMAAC. Um pouco antes da hora de almoço começaram a aquecer as grelhas e já se sentia Piston NEEMAAC Mega Convívio Pólo II No dia 23 de Setembro foi dia de mais um anual Mega Convívio do Pólo II. Apesar de ter sido adiado por causa da previsão de forte chuva no dia 18 de Setembro, contou com uma forte presença dos alunos do Pólo II, mas com a mesma afluência do ano passado. Este ano pudemos contar com a presença de Deepblue, da banda The Hangover, da dupla Pitch Brothers, do DJ David Silva e da Estudantina Universitária de Coimbra para contribuírem à animação, com bebida e amigos à mistura. Um convívio deste género é só mais uma maneira de se juntarem doutores e caloiros nesta semana em que se matam saudades e se formam novas amizades. As portas abriram por volta das 23 horas e com o passar do tempo, o pequeno recinto improvisado começou a encher sentindo-se um espírito de alegria geral havendo muito boa recepção aos artistas que actuaram. O balanço da noite provou-se positivo e será garantido que este convívio vai continuar-se a repetir por muitos anos. RITA SOUSA Ciclo de Conferências Na passada quarta-feira, dia 1 de Outubro de 2014, decorreu a primeira parte do Ciclo de Conferências no nosso departamento, contando com a presença de Carlos Cerqueira do Instituto Pedro Nunes, André Carvalheira da jeKnowledge, Martim Pereira da Matereo e Jorge Vieira da Movein3. Começando por falar sobre a apresentação de Carlos Cerqueira, este abordou uma espécie de MBA (Master of Business Administration) realizado no IPN, que consiste em criar uma “start-up”, defendendo que para além de ser mais económico, é considerado igualmente bom a nível profissional (mesmo que a mesma não vingue, é adquirida bastante experiência durante todo o processo). André Carvalheira explicou que a jeKnowledge (Júnior Empresa da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra) é uma organização que conta com 20/30 associados, vindos dos cursos da FCTUC, colocando-os em projectos que os irão ligar ao mundo real e do trabalho, formando assim alguns talentos. Martim Pereira, apresentou a empresa da qual é sócio, e que pretende juntar os conhecimen16 OUTUBRO 2014 NOTÍCIAS tos de engenharia mecânica e design para prestar serviços na área da indústria aerospacial, da engenharia mecânica e de materiais e de desenvolvimento do produto, com o objectivo de melhorar a fiabilidade e a performance dos produtos. Jorge Vieira deu a conhecer a associação em que se integra e a missão por detrás desta: promover o empreendedorismo, inovação e criação de “start-ups” na região litoral centro. Para além disto, demonstrou também que ajudam a promover, desenvolver e são incubadoras de novos projectos. Em conclusão, este Ciclo de Conferências foi direccionado para o incentivo ao empreendedorismo e inovação e à criação de “start-ups”. As críticas a este Ciclo foram positivas, esperando-se maior adesão por parte dos alunos no próximo. INÊS SILVA Jornadas Pedagógicas As Jornadas Pedagógicas relativas ao segundo semestre do ano lectivo 2013/2014 realizaram-se quarta-feira (dia 1 de Outubro) no Auditório do DEM. Com a participação de cerca de 113 alunos nos questionários, conseguiram-se apurar resultados sobre o trabalho realizado pelos docentes e os seus métodos de avaliação no semestre transacto. Apesar da baixa assistência, o debate entre docentes e alunos permaneceu constante, discutindo-se várias situações como o regime de avaliações actual, a evolução dos resultados de cada curso, a performance dos docentes (do ponto de vista dos alunos), as cadeiras mais problemáticas e as que obtiveram melhores resultados. A partir dos questionários apurou-se que o maior problema detectado seria as aulas práticas sobrelotadas, e que os alunos que comparecem às aulas obtêm um maior aproveitamento. Durante o debate surgiram propostas como a colocação das correcções das frequências e exames à disposição dos alunos pelos docentes (quer via inforestudante, quer nas aulas), para que os alunos tenham uma melhor percepção do que era pedido em cada questão e poder assim avaliar a sua prova. Foram propostas também algumas visitas de estudo para que os alunos se sintam mais integrados na área empresarial, e para que possam ter uma visão mais prática sobre determinados assuntos leccionados. No final, o balanço destas Jornadas foi positivo, e numa próxima espera-se que mais alunos sejam intervenientes neste processo. Foram discutidas situações cruciais para o bom funcionamento das aulas deste departamento pelos presentes e apresentadas soluções que todos esperamos ver implementadas futuramente. INÊS SILVA Piston NEEMAAC A edição de 2014 da Universidade de Verão da UC decorreu entre 20 e 25 de Julho e voltou a marcar presença no DEM. Para nos responder a algumas questões temos connosco a Prof. Dulce Rodrigues. Em que consiste a Universidade de Verão? A Universidade de Verão é uma iniciativa destinada a alunos do 9.º ano e ensino secundário, e reúne a possibilidade de experienciar uma série de atividades pedagógicas e culturais, pensadas à medida, no sentido de, numa só semana, dar a conhecer o que de melhor fazemos na nossa instituição e na nossa cidade. Entre atividades orientadas para as mais diversas áreas do saber e atividades lúdicas, culturais e desportivas, com a colaboração de docentes, investigadores e atuais estudantes da UC, é disponibilizada aos estudantes a oportunidade de viver Coimbra e a sua academia, uma experiência sem igual, com a certeza de um garantido sucesso. (descrição retirada da página da UC) Que actividades foram realizadas no departamento? Nos dois primeiros dias da Universidade de Verão, os alunos tiveram a oportunidade de visitar vários laboratórios, onde participaram em tarefas simples de investigação especialmente pensadas para eles. Essas tarefas incluíram exercícios de caracterização mecânica e microestrutural, simulação numérica, robótica e automação. No terceiro dia os alunos foram convidados a visitar o LAI onde tomaram contacto com noções básicas de Mecânica dos Fluídos. Finalmente, no último dia da Universidade de Verão, os alunos tiveram a oportunidade de experimentar um carro instrumentado, utlizado em actividades de investigação do DEM, e assistiram à aula “Navier-Stokes: musica na equação”, do Prof. Luís Adriano Oliveira. Quantos alunos participaram? 10 alunos Foi fomentado o interesse pelos cursos do DEM? Fizemos um esforço significativo nesse sentido. Penso que fomos bem-sucedidos. Qual o feedback dos participantes? Os alunos mostraram-se bastante entusiasmados e participativos, tendo colocado imensas questões ao longo dos vários dias de actividades. Consideramos que esse é um feedback positivo. Quais os benefícios de participar na UV? Tomar contacto com a vida académica ainda em idade pré-universitária, conhecer os cursos leccionados na universidade e a investigação desenvolvida. Esta é sem dúvida a melhor forma de seleccionar uma carreira futura. Esta participação é positiva para o DEM? Sim. Através da Universidade de Verão podemos dar a conhecer os cursos do DEM, e a vivência universitária em Coimbra, aos alunos do ensino pré-universitário. Isso é excelente para atrair futuros candidatos ao DEM, em particular, e à UC, em geral. INÊS SILVA 18 OUTUBRO 2014 UMA AVENTURA EM... LINKÖPING No dia 11 de Janeiro começou a minha aventura, cheguei a Linköping (sul da Suécia) já de noite e nessa mesma noite havia uma festa no corredor no qual eu iria morar quase 6 meses, conheci logo as pessoas com os quais iria partilhar o espaço. Os corredores eram partilhados por 8 pessoas e no meu viviam 2 indianos, 1 paquistanês, 1 francês, 1 italiana e 2 suecos. Linköping é uma universidade que recebe muitos erasmus, uma grande parte deles proveniente de países de língua espanhola, portugueses éramos apenas 3. Uma semana depois de chegar começaram as aulas, entre elas as de sueco que foram muito importantes para conhecer alguns colegas do meu curso. Através deles conheci um grupo de exchange students e foi com eles que acabei por ficar mais próxima. Juntávamo-nos muitas vezes para actividades: fazer desporto, refeições típicas dos nossos países... Todos os estudantes se deslocam de bicicleta para a universidade e até mesmo para as festas à noite na Universidade (Kravall). O Kravall é organizado pelos estudantes de cada curso e para comprar o bilhete os alunos fazem fila desde a tarde até à manhã seguinte (que é quando começam a vender os bilhetes), o que significa que passam a noite na Universidade para irem ao evento, muitas vezes ficam até 20h à espera na fila. Os estudantes juntam-se à noite em corredores que organizam festas e levam as suas bebidas Na Suécia o álcool é extremamente caro, por exemplo uma garrafa vodka de 750mL custa quase 30€ numa loja, e se formos para um bar e pedirmos um shot podemos pagar 15€. Em Linköping tive a oportunidade de assistir a um jogo de hóquei no gelo, e fiquei impressionada com todo o entusiasmo do público, e todo o espectáculo de luzes Piston NEEMAAC e sons que há à volta do jogo. Incrível! Também tive o privilégio de jogar floorball com amigos suecos. O floorball é um jogo parecido com o hóquei, mas com uma bola em vez de um disco e em vez de patins usam-se sapatilhas e não há guarda-redes fixo. É difícil por causa da coordenação entre correr e conduzir a bola com o stick, para além das balizas serem minúsculas! Em relação ao clima, estava sempre a nevar até meados de Abril/Maio, depois já começava a haver sol, mas mesmo assim era difícil sair de casa só em t-shirt. Quando cheguei o dia era muito curto, começava a anoitecer às 16h, mas no último mês que lá estive, começava a ser dia logo às 3 ou 4 da manhã, o que tornava difícil dormir com tanta claridade… Foi uma experiência muito positiva, onde cresci muito e aprendi coisas que provavelmente nunca iria aprender se não tivesse ido. Aconselho toda a gente que tenha a oportunidade de ir para a Universidade de Linköping, que é top 10 das universidades suecas. NATHALIE SILVA 20 OUTUBRO 2014 Em entrevista com a jeKnowledge temos connosco Catarina Pinto Mouraz, estudante do Mestrado Integrado em Engenharia Civil e associada da jeKnowledge. O que é uma júnior empresa? Uma júnior empresa é uma associação sem fins lucrativos constituída apenas por estudantes. Funciona exactamente como uma empresa normal que recebe dinheiro pelos serviços que presta. Apesar de nenhum dos membros ter um ordenado, os lucros são investidos na formação dos membros seja através da comparticipação da inscrição em eventos, workshops, na compra de material para projectos, etc. O movimento júnior nasceu em França em 1967 mas neste momento é global. Só na Europa existem mais de 280 júniores empresas em 13 países e todas elas têm como mote o “Aprender Fazendo”. A missão da jeKnowledge é criar talentos nas áreas em que actua - Engenharia, Design e Gestão - e é esse o nosso foco. Como funciona a jeKnowledge? A jeKnowledge foi fundada em Julho de 2008 por um conjunto de alunos de Engenharia Física, Engenharia Informática e Engenharia Biomédica que queriam mais do que tirar um curso durante a Universidade- queriam aprender com situações práticas e ter experiência em projectos reais para clientes reais. A nossa organização neste momento conta com três departamentos: o Departamento de Inovação, responsável pela Comunicação, Gestão de Clientes e pelo projecto ineo; o Departamento Interno, responsável pelo Recrutamento, Formação, Finanças e Gestão de Qualidade, e o Departamento de Tecnologia, do qual fazem parte os developers e designers. Paralelamente a esta organização criámos equipas com pessoas dos vários departamentos para cada projecto, seja ele um projecto externo, interno ou a organização de um evento. A nossa equipa conta sempre com 20 a 30 talentos mas a jeKnowledge é mais do que a equipa operacional- nestes 6 anos já formámos mais de 80 talentos que mesmo depois de sair da Universidade continuam a aparecer nas nossas formações internas e momentos de convívio. Chamamos-lhes Alumnis e são fundamentais para o nosso sucesso. Piston NEEMAAC Quais as áreas em que se desenvolve a actividade da jeKnowledge? Qual a mais significativa? Apesar de sermos uma júnior empresa de base tecnológica os nossos serviços têm evoluído continuamente e de forma sustentada, permitindo-nos actuar num variado leque de áreas. Assim, para além dos projectos internos que nos permitem desenvolver competências em novas áreas, e proactivamente procurar soluções para problemas e oportunidades observadas, oferecemos um conjunto de serviços testados e consolidados pela experiência nomeadamente ao nível da engenharia (software e electrónica), formação (workshops e eventos para impulsão de talento), marketing e comunicação (divulgação e promoção bem como planos de marketing e de negócio), consultadoria (estudos de mercado e desenvolvimento ou redefinição de projectos) e também design e multimédia (desenvolvimento de websites, design gráfico e edição de vídeo). Neste momento as áreas em que nos focamos mais são o desenvolvimento de sites e aplicações (web ou mobile), estratégias de comunicação e workshops de base tecnológica. O que é que a FCTUC e em particular os seus estudantes têm a ganhar com a actividade desta júnior empresa? As melhores universidades do mundo têm uma coisa que as distingue das outras: o ambiente estimulante e os alunos. Não achamos de todo que os alunos da Universidade de Coimbra sejam menos capazes ou estejam menos preparados em relação aos alunos do MIT ou de Stanford.Achamos sim que por vezes lhes falta um ambiente que os estimule. A jeKnowledge no fundo é uma comunidade de estudantes com interesses semelhantes que quer por em prática o que aprende na Universidade, gosta do que faz e sabe que isso é contagiante. O que oferecemos aos estudantes da FCTUC é uma oportunidade de conhecer pessoas com os mesmos interesses, ter contacto directo com o mercado global e gerar valor ao mesmo tempo que aprendem e se divertem! Falando em números, a própria Comissão Europeia indica que os júniores empresários se tornam empregados mais rapidamente (78% contra 59%) e se tornam mais empreendedores (25% contra 10%). Como é que os estudantes da FCTUC podem colaborar com a jeKnowledge? O primeiro passo para fazer parte da jeKnowledge é preencher o formulário de recrutamento em www.jeKnowledge.pt/recrutamento. Depois disso os Recursos Humanos da jeKnowledge irão entrar em contacto contigo para te explicar os próximos passos. De que forma tem a jeKnowledge promovido sinergias com a tecnologia e a ciência? A nossa ligação com a tecnologia está em quase tudo o que fazemos. Nos serviços de consultadoria tecnológica que prestamos, nos projectos internos que temos e nos eventos que organizamos. Desde 2010 que estamos envolvido na organização de eventos que pretendem estimular a geração de ideias , como o 3 Day Startup, o INEO Start ou o Startup Weekend, outros mais focados em criar soluções tecnológicas para resolver problemas, como o Shift Appens. 22 OUTUBRO 2014 À CONVERSA COM Paralelamente a tudo isto damos organizamos formações para o Ensino Universitário (normalmente 3 workshops por semestre) e para o Ensino Secundário (a jeKnowledge Academy). Para a maioria destes projectos temos contado com a colaboração de dois parceiros: a UC e o IPN, com quem temos uma estreita relação. Esta relação é materializada no projecto INEO. É possível alargar o público-alvo, abordando mais áreas da engenharia com novos projectos? Claro. Na jeKnowledge damos muita importância à nossa cultura de startup, tentando sempre estimular os nossos associados a desenvolver os seus próprios projectos sempre que assim o desejarem. Desta forma nunca estamos limitados apenas a um conjunto restrito de conhecimentos ou áreas de actuação. O que tem a jeKnowledge em mente para o seu futuro? A procura de novos talentos e projectos é sempre o nosso foco. Pode ser criando algo completamente novo ou modificando algo que já existe mas para nós fazer mais do mesmo não dá gozo. Toda a nossa cultura e estrutura organizacional está feita para fomentar ao máximo a criatividade dos nossos associados, pelo que o futuro a longo prazo é, nesse sentido, incerto. A longo prazo o nosso posicionamento será igual: Criar talentos nas áreas em que actuamos Engenharia, Design e Gestão. A nível mais operacional e a curto prazo estamos neste momento com alguns projectos externos em mãos, alguns deles de que vão ouvir falar em breve. Além dos projectos externos estamos também na organização do Startup Weekend Coimbra que vai acontecer nos próximos dias 10,11 e 12 de Outubro e teremos o prazer de receber em Julho mais de 250 júniores empresários de toda a Europa em Coimbra naquele que será o primeiro Encontro Europeu de Júniores Empresas a acontecer em Portugal - JADE Summer Meeting Coimbra 2015. Queremos também manter alguns projectos iniciados o ano passado como a jeKnowledge Academy - 3 dias de formação para alunos do 11º e 12º fascinados pela área da tecnologia. Piston NEEMAAC Há quanto tempo participa na jeKnowledge? Eu sou a Directora de Operações (COO) e entrei em Fevereiro de 2013, há quase dois anos. O André é o Director Executivo (CEO) e de Inovação e entrou há dois anos e meio e o Eduardo é o Director de Tecnologia (CTO) e entrou há 2 anos. Qual o contributo para o desenvolvimento pessoal e profissional proporcionado por esta participação? De uma forma muito mais positiva do que alguma vez imaginei. Devido à pressão que considero que a maior parte dos jovens sofre relativamente à falta de emprego dei por mim à procura de uma qualquer actividade que me diferenciasse do resto dos meus colegas. Descobri a jeKnowledge e fiquei curiosa relativamente ao conceito de júnior empresa, pelo que decidi candidatar-me. Descobri um mundo completamente novo e no qual me sentia extremamente à vontade, onde conheci e conheço pessoas que partilham da minha opinião- levar da Universidade apenas um curso não nos chega. Tenho a possibilidade de participar em projectos que me colocam em contacto com o mundo real de trabalho e ganhei métodos de organização e uma responsabilidade que considero fundamentais, mas o melhor é que não deixo de me divertir a fazê-los. Cheguei à conclusão que a melhor forma de aprender é fazendo e que esta é a oportunidade perfeita para os estudantes que não procuram um percurso académico trivial. Acredita que um maior número de associados ou outras júnior empresas poderia ser benéfico para a FCTUC, para Coimbra e para o país? A nossa experiência diz-nos que sim. Os nossos Alumnis que falávamos há pouco, os antigos membros, já criaram 3 empresas: o Bundlr, a Whitesmith e a unplugg. Não subvalorizando o conteúdo curricular dos cursos às vezes é nas juniores empresas que os alunos descobrem aquilo em que são bons e aquilo que gostam de fazer. Podemos olhar para isto como uma oportunidade de saber como tudo funciona no mercado de trabalho antes mesmo de lá chegarmos. Por norma, os júniores empresários são estudantes que querem fazer mais e que não se conten- 24 OUTUBRO 2014 À CONVERSA COM tam apenas com um curso superior, demonstrando interesse em integrar uma equipa e trabalhar para chegar a um determinado objectivo. O facto de serem empenhados e persuasivos acaba por jogar a seu favor, acabando por ter mais facilidade em ingressar no mercado de trabalho e fazer uma coisa que gostam. São as pessoas com estas características que queremos ter em Portugal. Entre 10 e 12 de Outubro realiza-se o Startup Weekend Coimbra, qual a importância deste tipo de eventos? O objectivo deste tipo de eventos é chegar com uma ideia, criar uma equipa e lançar uma startup. O exercício de partilhar uma ideia e tentar transformá-la numa empresa é por si só enriquecedor; vais pensar em diferentes formas de ver os problemas, descobrir limitações em que nunca tinhas pensado e, claro, novas potencialidades. Mais do que os prémios a grande mais-valia destes eventos são as pessoas que conheces, sejam elas participantes, mentores ou investidores. Podem ser os teus futuros sócios ou mentores numa outra ideia completamente diferente depois do evento. Qual é que achas que vai ser a próxima vez que vais ter a oportunidade de falar com um Senior Developer da Google, o fundador da Seedrs, um Director da PT, da EDP ou o CEO da IDEALMED? Quer deixar alguma mensagem para os estudantes da FCTUC? A melhor forma de aprender é fazendo. O facto de te sentires apenas mais um pode mudar se assim o quiseres, oportunidades não faltam e coisas para aprender ainda menos. Não estejas à espera que as oportunidades vão bater à tua porta e não te esqueças que nunca é cedo demais para pensares no teu futuro- sobretudo se tens a possibilidade de fazer alguma coisa extremamente útil e divertida enquanto esperas por ele! MIGUEL CLEMENTE Piston NEEMAAC 365 Dias Para Um Mundo Melhor “Ano Novo, vida nova” foi a frase com que iniciei as minhas crónicas, nesta mesma revista, há cerca de um ano atrás e eis que sem se dar por ela aqui estamos novamente no início de mais um ano lectivo. E a verdade é que o panorama nacional não mudou assim tanto, o país continua mergulhado numa grave crise económica em que o estado nos faz passar por Salgados despesistas e os verdadeiros Salgados por homens de bem que têm de se desfazer das suas próprias poupanças para sair em liberdade, pagando uma caução de 3 milhões de euros. A incerteza relativa ao nosso futuro mercado de trabalho permanece, não sabemos se daqui a um par de anos teremos um país capaz de absorver o nosso ‘Know How’ com condições 26 OUTUBRO 2014 dignas ou se teremos de rumar ao estrangeiro, como tantos colegas nossos neste momento, numa emigração sem precedentes desde o Estado Novo, com a agravante de neste momento ser mão de obra altamente qualificada para a qual o país investiu e gastou para nos formar e da qual os países estrangeiros vão usufruir sem qualquer custo na formação. É perante esta realidade que somos confrontados com palavras tão na moda como “empreendedorismo”. Não há dúvida que é nestas alturas que temos de ter coragem para em caso de adversidade nao desistir e muitas vezes criar o nosso próprio emprego, mas não se pode cair no ridículo de dizer a um estudante universitário, em que os pais estão com dificuldade em pagar os estudos do filho, que tem de “bater punho” (frase celebrizada por Miguel Gonçalves no Prós e Contras) para singrar na vida quando vê filhos dos grandes senhores do país serem recrutados para grandes empresas, ocupando lugares de topo, com o curso e meia dúzia de estágios de verão. É triste um país não ter a capacidade de conseguir criar condições minimamente satisfatórias que permitam a fixação dos jovens em território nacional, e os “obriguem” a rumar ao estrangeiro, sendo mais triste ainda quem acredite que isso possa ser uma oportunidade num país cada vez mais envelhecido como o nosso. Mas também é verdade que somos nós (população jovem) que temos de lutar e remar contra a maré, temos a força e a inteligência necessária para virar o barco e não podemos cair no erro de nos alienar das decisões do país, virando simplesmente costas e partir para o estrangeiro, é o nosso país e é o nosso futuro que está em jogo. Por isto tudo é que dá para perceber que isto é muito mais do que uma simples crise económica, é uma crise de valores e de identidade, onde por vezes nos falta coragem, pois é simplesmente mais facil emigrar ou mergulhar na neblina dos lobbys e da corrupção. A nossa ger- ação é a próxima na linha do poder e, na minha opinião, é uma geração muito mais capaz de lidar com a adversidade que vivemos, para isso não nos podemos abster da possibilidade de tomar decisões nem esquecer o empenho e capacidade de trabalho que temos naturalmente, exemplo disso são os excelentes jovens empreendedores que neste momento transportam o país às suas costas para que este não se distancie dos países mais desenvolvidos. Em suma, temos um ano novo pela nossa frente e temos de começar a dar o nosso contributo desde já, dia após dia, fazer mais e melhor, afastar esta neblina que paira sobre as nossas cabeças, especialmente nós jovens, pois acredito que todos nós queremos ter oportunidades aqui em vez de termos de fazer as malas, queremos usufruir de tudo o que este país tem para nos dar em vez de ter de aprender o alemão ou lidar com o frio e as noites longas dos países nórdicos. JOSÉ MIGUEL NUNES Piston NEEMAAC 4 Horas do Estoril: Le Mans em Portugal As grandes corridas de resistência estão de regresso ao nosso País! É já nos próximos dias 18 e 19 de Outubro que as “European Le Mans Series” vão encher o Autódromo do Estoril com o melhor das corridas de resistência europeias. Numa versão mais curta de Le Mans e sem a categoria LMP1, esta oferece o espírito da mítica prova francesa que todos os anos leva os adeptos do desporto automóvel ao delírio durante 24 horas seguidas. Um evento a pensar em todos É com este lema que a ACDME pretende organizar as “4 Horas do Estoril”. Uma prova tão 28 OUTUBRO 2014 difícil de organizar, merece todo o carinho do público e do País. Nos últimos anos temos visto eventos fantásticos a terem lugar no Circuito do Estoril e a não serem correspondidos pela devida assistência merecida. Se nas provas portuguesas do MotoGP o público nunca falhou na comparência (muito também por causa da afluência espanhola...) a verdade é que desde o Grande Prémio de Portugal que uma prova de automóveis no Autódromo não tem a assistência que merece para as provas que tem acolhido. As “4 Horas do Estoril” têm tudo para inverter essa tendência. Se para o fan habitual de automobilismo o evento por si só é uma razão mais que suficiente para cruzar o país sem hesitar, a verdade é que, cada vez mais, os eventos desportivos têm de ser pensados com componentes extra que atraiam não só um fan devoto da modalidade mas também uma familía inteira. Tendo obrigatoriamente de estar criadas as condições para tal, nisto a ACDME fez uma forte aposta. O objectivo é claro, encher o Autódromo do Estoril! Para isso como complemento da prova haverá provas de vinhos, zona infantil, desfile de carros antigos, feira de troca de produtos (com ligação ou não aos automóveis) e ainda simuladores para dar um aperitivo da condução de um automóvel desportivo. A abrangência da prova também não foi deixada ao acaso. A corrida será transmitida na totalidade pela RTP Informação, haverá carros das ELMS em exposição no Forum Sintra e no Cascais Shopping e, para despertar o “bichinho” das corridas de todos os que por aí passem, as verificações técnicas terão lugar num lugar emblemático da região, nem mais nem menos que junto ao Casino do Estoril. Há preços promocionais tanto na hotelaria como acordos na CP para chegar comodamente ao Autódromo. Enfim, não há desculpas para perder um dos eventos no ano a acontecer no nosso País. FILIPE ALBUQUERQUE Como se tudo isto não bastasse, temos ainda mais um motivo fortíssimo para comparecer no Autódromo. O aliciante extra de termos o “nosso” Filipe Albuquerque a lutar pelo título de campeão da categoria LMP2 podendo assistir à sua consagração em solo nacional! O Piloto da Audi Sport (LMP1) e da Jota Sport (LMP2) tem feito um campeonato sublime e pode chegar ao final da prova portuguesa com “chave de ouro” ao sagrar-se campeão da LMP2. Com tudo isto, é preciso ainda realçar que o acesso às bancas é livre e ao Paddock é de apenas 5 euros, um valor simbólico se pensarmos no que cada pessoa vai poder usufruir por esse valor. Um contacto próximo com as equipas, máquinas, pilotos etc... O repto fica lançado: as “4 Horas do Estoril” podem ser um verdadeiro “Le Mans em Portugal”, basta para isso (como sempre) que o público adira. Para alguns pode parecer irrealista ter o Autódromo com uma boa assistência... Não parece uma ideia tão descabida quando pensamos que nas classificativas de Sintra (bem perto do Circuito) do Rallye de Portugal chegaram a estar um milhão de adeptos do automobilismo.... A paixão dos automóveis é bem portuguesa, de norte a sul, e temos agora uma oportunidade de ouro para mostrar isso mesmo. FRANCISCO VIEIRA E BRITO Piston NEEMAAC SOBEM AS CORTINAS DE UM NOVO CICLO Embebida pelo habitual entusiasmo e pelas sempres usuais especulações, está já em marcha mais uma época futebolística por feudos lusitanos onde habitualmente a lei do mais forte impera. Assim, 2014/2015 promete ser diferente de tudo aquilo que conhecemos. Um novo ciclo assente num corte com o passado recente e acima de tudo numa famigerada e sempre fervorosa contenda pelos lugares cimeiros. Do habitual jogo das cadeiras no mercado de transferências resulta uma das mais vividas e voluptuosas mudanças no que a estrutura dos efémeros candidatos diz respeito. Ora, este cenário de renovações abre declaradamente o cenário de uma luta a três pela primeira vez na presente década. Nas hostes do campeão nacional, a turma de Jorge Jesus parte para a nova época com a ambição de repetir os feitos alcançados nos últimos doze meses, tarefa que não se augura nada fácil dada a debandada geral, sustentada pela visibilidade dada aos jogadores pela conquista de títulos. Das ‘águias’ voaram doze jogadores campeões nacionais, entre outros que não agarraram lugar no plantel nesta nova época como são os casos de Daniel Candeias e Djavan. Deste modo, o ramalhete da Luz não conta mais com nomes como os de Garay, Markovic, Oblak, Cardozo, André Gomes e Rodrigo, interpretes chave rumo ao 33º título da história dos encarnados. Contudo, a venda de jogadores por valores avultados não se traduziu num investimento que vise resultados imediatos. Com excepção de Eliseu, o nome mais sonante a entrar nas contas de Jorge Jesus é o do internacional 30 OUTUBRO 2014 brasileiro, Júlio César. O guarda-redes dispensa quaisquer apresentações e chega à Luz fruto de uma pré-época medíocre do compatriota Artur. Deste modo, ao novo Benfica é possível rotular o provérbio popular “Muita parra, pouca uva!”, pois apesar de manter um plantel numeroso o clube responde à habitual dança do mercado com aquisições de nível médio-baixo e sem créditos firmados, apostando claramente nas capacidades inequívocas do seu timoneiro em refazer e potenciar as suas equipas. JESUS MANTÉM-SE OPTIMISMA APESAR DO CEPTICISMO GERADO EM TORNO DO BENFICA Mais a norte, a revolução é ainda mais badalada depois de o alarme ter soado firmemente na época passada. Em 2013/2014, o FC Porto foi uma sombra de si mesmo ao falhar em todas as frentes. No Dragão falou-se em humilhação e vergonha numa panóplia de escárnio e mal dizer. A ira dos adeptos foi notável, o que levou Paulo Fonseca a não terminar sequer a época no comando da equipa portista. A ameaça de um fim de ciclo de domínio nacional exacerbado ao longo dos últimos 30 anos, fez com que o FC Porto operasse uma revolução interna em todas as frentes de modo a recuperar a hegemonia e evitar o primeiro bicampeonato do eterno rival em três décadas. do de sobreaviso que se o FC Porto falhar por um segundo ano consecutivo, os danos podem ser irreversíveis. Se por um lado, FC Porto e Benfica apresentam as mudanças mais drásticas na sua génese, no reino do leão a estabilidade pode consigo trazer os seus benefícios, não descurando alguns problemas que advêm da retenção de jogadores chave como são os casos de Islam Slimani e William Carvalho, sobretudo no que ao primeiro diz respeito pois é sabido o desejo do jogador argelino experimentar um novo campeonato depois de ter estado em destaque no Campeonato do Mundo por terras de Vera Cruz. A Alvalade chega também Marco Silva, que supriu a vaga deixada em Julen lopetegui é o escolhido para liderar o novo projecto do fc porto e aponta apenas para aberto por Leonardo Jardim que rumou ao Mónaco para orientar a equipa do principado e com o o sucesso do clube técnico ex-Estoril cujo principal desafio incide no À cidade invicta chegou Julen Lopetegui, desgaste suplementar motivado pelo regresso às treinador basco com pouca experiência no treino competições europeias da turma leonina na prede clubes, sendo que os ‘dragões’ surgem como sente temporada. grande desafio da curta carreira do espanhol que tem como maior pecúlio no seu currículo os sucessos acumulados ao leme da ‘Rojita’, que é como quem diz selecções jovens espanholas onde Lopetegui deu a conhecer ao Mundo jogadores como Cristian Tello e Óliver Torres que agora merecem a confiança do técnico nesta nova aventura por terras lusitanas. Juntamente com as referidas promessas espanholas, fazem escala no Dragão esta temporada jogadores como Bruno Martins Indi e Brahimi, que estiveram em destaque no Mundial do Brasil, assim como Adrián Lopez, De regresso ao sporting, nani admite “voltar a campeão espanhol pelo Atlético de Madrid. No casa para ser campeão” entanto “Nem tudo o que luz é ouro!”, e o grande E por falar em regressos, é neste mesmo desafio de Lopetegui passa por garantir o en- trosamento rápido das demais caras novas, estan- Sporting que pontifica a aquisição mais mediátiPiston NEEMAAC ca deste defeso com o regresso de Luís Carlos Almeida da Cunha às fileiras leoninas. O nome por si só pode dizer muito pouco ao leitor mas se, num passo de mágica, o trocarmos por quatro letras que juntas compõem o nome Nani, então aí o caso muda de figura. Pois bem, Nani está mesmo de volta ao futebol português cedido pelo Manchester United por uma época. O português vai envergar a camisola 77 do colectivo de Marco Silva e promete animar os relvados Portugal fora e além-fronteiras. Ao crónico trio da frente aquando do tiro de partida para o novo ano, pode subitamente juntar-se o SC Braga que depois de um ano decepcionante, investem não só com a chegada de Sérgio Conceição mas também com a aquisição de alguns dos jogadores que se revelaram na última temporada como são os casos de Pedro Tiba, Marcelo Goiano e Djavan. Resultados recentes provam que os bracarenses podem ser uma dor de cabeça para os eternos favoritos. Para já, Conceição nega categoricamente uma candidatura ao título, parafraseando que a manutenção é o seu principal objectivo, talvez ainda ofuscado pelo discurso que alimentou em toda a sua carreira em Portugal seja ao serviço de Olhanense ou da Académica. Ainda assim, para os ‘Guerreiros do Minho’ e sobretudo para o seu presidente, nada menos do que um lugar nos quatro primeiros será admissível sob pena de a equipa entrar em fim de ciclo e de tal como noutras eras sermos obrigados a nomear um novo ‘quarto grande’ como se intitula o clube bracarense nos dias que correm. Com uma magnífica luta pelo título em perspectiva aliada pela subida de rendimento de outras equipas, outrora da metade inferior da tabela e que agora se assumem como protagonistas, podemos ter os dados lançados para uma época sem precedentes sendo que o pior é mesmo o resto e, por resto entendam-se as jogadas de bastidores e todos os jogos de interesses aliados ao desporto e que por vezes acabam por manchar o historial da competição. E esse resto é preocu- O nome de mário figueiredo nunca reuniu consenso no seio da liga de clubes pante e assenta sobretudo nos tumultos vivenciados na Liga de Clubes que não apresenta estabilidade e que parece entrar agora em recessão não só de valores morais mas também de valores económicos. Desde falta de patrocínios a quezílias e impugnação de eleições, a situação na Liga é de todo recomendável pelo que a manutenção de Mário Figueiredo na liderança do organismo pode estar presa apenas por alguns detalhes não sendo crível neste ponto que a oposição resulte como solução aos problemas que assolam este início de campeonato que vê como luz ao fundo do túnel o alargamento a 18 clubes com o respectiva retorno do Boavista ao convívio dos grandes. Deste modo, o clima de incerteza paira no ar mas se existe certeza é que a bola já rola, o pano já subiu neste teatro de emoções que é o rectângulo verde e como sempre o Círculo Central está presente por mais um ano para documentar tudo o que se passa no epicentro do desporto rei. Círculo de prospecção: 10 jogadores a ter em conta em 2014/2015 Nova época, novas ambições, novos rostos, tudo isto se resume a novos intérpretes que ingressam na liga portuguesa e que vão procurar encher o olho do mais céptico adepto. Certo e sabido é o facto de os três grandes terem mais capacidade para atraírem reforços chave e não é menos verdade que reforços como Anderson Talisca, Samaris e Cristante (SL Benfica), assim como Tello, Brahimi e Óliver (FC Porto) e ainda 32 OUTUBRO 2014 Tanaka, Rosell e Sarr (Sporting CP), entre outros vão ser figuras chave no desfecho desta Liga ZonSagres no que diz respeito ao contingente dos invariáveis candidatos. No entanto, o campeonato nacional cifra-se em 18 emblemas em vez de apenas 3 pelo que o Círculo Central nesta edição vai dar destaque aos restantes colectivos para dar a conhecer ao leitor os 10 jogadores que podem dar nas vistas nesta nova temporada. Uns estreiam-se CÍRCULO CENTRAL na equipa principal, outros fazem a estreia no principal campeonato português enquanto que outros apenas regressam ao convívio do bom futebol português, entre eles aponta-se a seguinte dezena de jogadores. 10. rodrigo dantas (cf “os belenenses | brasileiro - Médio) e 2012 pelo velho continente onde actuou na Suécia ao serviço do Vasteras SK e fez parte em 2011/2012 da equipa do Estoril-Praia que estreava Marco Silva no comando técnico. Nessa época os canarinhos da Linha acabaram como campeões do segundo escalão e Dantas actuou em 19 dos encontros, 10 dos quais como titular. Não sendo um matador, o jogador que enverga a camisola 35 da turma do Restelo é um jogador que pode ocupar todas as posições do centro do terreno, tendo como principal ‘arma’ a condução e transporte de jogo surgindo com facilidade nas imediações da Aos 24 anos, Rodrigo Dantas tem no Bele- área adversária no apoio às unidades mais ofensinenses a sua terceira passagem pelo futebol eu- vas da sua equipa. ropeu depois de uma fugaz incursão entre 2011 9. Danilo silva (SC BRAGA | brasileiro - Médio) Miúdo de tenra idade, Danilo chega a Portugal aos 18 anos para representar o SC Braga. Apesar da sua juventude, Danilo Silva é já tido como uma das promessas do futebol brasileiro ao ser um dos rostos que compõem a selecção sub-20 da canarinha. Campeão sul-americano de selecções no escalão sub-15, o brasileiro é um médio de carácter mais defensivo sendo uma alternativa a Custódio a curto prazo na turma de Sérgio Conceição mas que certamente vai ser aposta do timoneiro dos ‘Guerreiros do Minho’ assim que se familiarize com o futebol europeu, nesta que é a sua primeira travessia fora do país que o viu crescer para o futebol.adversária no apoio às unidades mais ofensivas da sua equipa. 8. Lukas Raeder (Vitória FC | ALEMÃO - GUARDA-REDES) Suplente de Manuel Neuer no Bayern de Munique, Raeder deixou o colosso Bávaro para tentar a sua sorte no clube sadino aos 20 anos e vê assim a sua cláusula de rescisão fixada nos 10 Milhões de euros. O valor da cláusula só por si diz muito da confiança que os setubalenses e o seu treinador, Domingos Paciência, depositam nele. Do alto do seu 1,94m, Raeder promete ser um estorvo para os artilheiros das equipas adversárias. Piston NEEMAAC 7. Ricardo nascimento (académica | brasileiro - defesa) Desengane-se quem pensa que a idade não é um posto. Aos 27 anos, Ricardo Nascimento faz a estreia na primeira liga depois de somar passagens pelo segundo escalão nacional. Nascimento chega a Coimbra cedido pelo Olé Brasil, clube brasileiro que tem emprestado de forma sucessiva o jogador que ocupa o eixo central da defensiva. Sólido a defender, Ricardo Nascimento não tem por hábito complicar e foi peça chave na equipa do Moreirense no caminho de regresso, sem sobressaltos, rumo à primeira liga. Em Coimbra nascimento deve fazer dupla no centro da defesa com João Real face à saída de Rafik Halliche. 6. Jorge monteiro (moreirense | português - extremo) Com 26 anos seria expectável que um jogador português somasse já largos minutos no principal campeonato nacional. Contudo, esse não é o caso de Jorge Monteiro que inicia a temporada com apenas 13 minutos completados no principal escalão, minutos esses que remontam ao longínquo ano de 2008. Desde então, Monteiro não mais actuou nos relvados primodivisionários tendo encontrado na península de Akamas, nomeadamente no Chipre ao serviço do AEL Limassol. Assim, Jorge Monteiro regressa a Portugal depois de uma temporada em que somou 18 golos em 35 jogos, uma marca que certamente abre o apetite para o que pode fazer por relvados lusitanos, ele que em tempos foi internacional esperança por Portugal. 5. Bressan (rio ave | bielorrusso - médio) O nome Bressan, convenhamos, de Bielorusso tem muito pouco e de facto podemos dizer que o médio que agora chega ao Rio Ave é tão bielorrusso quanto Deco, Liédson e Pepe são portugueses. De facto, apesar de ter apenas 25 anos, Renan Bressan joga no velho continente desde os seus 16 anos quando chegou à Bielorrússia para representar o Gomel, clube ao qual esteve contratualmente ligado até 2010, ano em que se mudou para o BATE Borisov, onde com 19 anos se estreou na Liga dos Campeões. 6 épocas na Bielorrússia valeramlhe uma naturalização e chamada à selecção daquele país antes mesmo de se mudar para a vizinha Rússia para alinhar pelo Alania. Exímio na 34 OUTUBRO 2014 execução de lances de bola parada, Bressan promete animar os palcos portugueses e relançar a sua carreira aproveitando o trampolim europeu em que os Vila-Condenses se incluem. CÍRCULO CENTRAL 4. Pedro moreira (rio ave | português - médio) Se existem bons valores nacionais no campeonato português, Pedro Moreira é exemplo disso mesmo. Depois de 2 épocas ‘encostado’ na equipa B do FC Porto, o médio português chega aos 25 anos aquele que deve ser o maior desafio da sua carreira, assegurar a transição no centro do terreno rio avense e fazer esquecer Filipe Augusto que rumou ao Valência no final da janela de transferências. Para 2014/2015, Pedro Moreira reserva para si também o direito de se estrear nas competições da UEFA, pelo que tem caminho aberto para poder finalmente provar o seu real valor. 3. Kuca (gd Estoril-praia | Cabo-verdiano - médio) Kuca é um jogador em crescendo. Figura de proa no GD Chaves nas últimas épocas, o caboverdiano de 25 anos destaca-se pela velocidade que impõe em jogo e pela sua capacidade de criar espaços e de se desmarcar com relativa facilidade. É um jogador livre no campo e desgarrado da sua posição, pode actuar tanto no centro como nas alas apesar de dar preferência à ala esquerda, possibilitando ao jogador ensaiar as suas tradicionais diagonais para o centro e recorrer ao seu pé direito para colocar a bola no fundo das redes adversárias. De facto, na última época balanceou as redes por 12 ocasiões sendo também responsável por inúmeras assistências, tornando-se numa das figuras de referência da Liga 2. Cobiçado por vári- os clubes optou pelo GD Estoril-Praia. 2. Rui pedro (académica | português - médio) Lançado por Daúto Faquirá em 2008, Rui Pedro totaliza aos 26 anos apenas 4 jogos no principal escalão português, pouco muito pouco para um médio que tem o seu nome inscrito na mais prestigiante prova de clubes do futebol internacional quando ao serviço do Cluj apontou um Hattrick em plena fase de grupos da Liga dos Campeões a um adversário que dispensa apresentações, o SC Braga. Assim, Rui Pedro chega a Coimbra para trabalhar uma vez mais com Paulo Sérgio, treinador que conhece o médio desde os tempos em que se cruzaram na Roménia. Rui Pedro vai assumir protagonismo no meio-campo da Briosa com o objectivo de animar o jogo ofensivo dos ‘estudantes’. Piston NEEMAAC 1.Toze (gd Estoril-praia | português - extremo) Um pouco como Kuca, Tozé não tem posição definida no terreno. Ora nas costas do avançado de referência, ora nas alas ou até mesmo mais recuado no terreno no momento de transição, Tozé é um dos jovens portugueses com maior margem de progressão pois se em 2012/2013, na sua época de estreia na condição de sénior, apontou 7 golos em 35 jogos, já em 2013/2014 apenas com mais 5 jogos disputados apontou um total de 21 golos, número que para um médio de 21 anos é pouco vulgar. Nesta época estreia-se a tempo inteiro no campeonato nacional ao serviço do GD EstorilPraia depois de uma vez mais não ter espaço no plantel principal do FC Porto. Um diamante para José Couceiro lapidar. Completa que está a lista dos 10 nomes a ter em conta, espaço ainda para uma menção honrosa para outros nomes que se podem imiscuir neste grupo de jogadores. De entre eles, destacam-se ainda os seguintes: Bobô Sergipano (Boavista | Brasileiro – Avançado); Goicoechea (Arouca | Uruguaio – Guarda-Redes); Edgar Salli (Académica | Camaronês – Avançado); Adama Traoré (Vitória SC | Costa-marfinense – Defesa). Ou se preferir ter atenção a jogadores com créditos já provados por relvados lusitanos, pode ainda observar cuidadosamente os jogadores que se seguem: Nildo Petrolina (Arouca | Brasileiro – Médio); Abel Camará (CF “Os Belenenses” | Português – Avançado); Nélson (CF “Os Belenenses” | Português – Defesa); Esmael Gonçalves (Rio Ave | Português – Avançado). Nota de destaque para dois jovens do Vitória SC que conquistaram o seu espaço esta temporada no plantel principal: Bernard e Hernâni. 36 OUTUBRO 2014 CÍRCULO CENTRAL Planeta académica carta aberta ao caloiro. Porque deve a académica ser o clube dos estudantes? Caro estudante recém colocado na Universidade de Coimbra, estás preste a entrar na mais nobre instituição do país e com tudo isto passas a fazer parte de toda esta grande família académica. Mas, deves estar por esta altura a questionar-te, “Porquê a Académica quando já tenho clube!”. Bem, a resposta a essa questão é relativamente fácil. É perfeitamente normal apoiar outro clube até esta fase e que a Académica te seja indiferente. Afinal de contas, quem quer apoiar um clube cujo objectivo passa ano após ano por se cingir a uma agoniante luta pela manutenção? Pois bem, ser estudante é sentir a Académica de forma diferente, ser de Coimbra é viver a Académica de forma diferente. A Académica (e nunca profiras ‘O’ Académica) soma anos de história impar quando comparado com a maioria dos clubes nacionais. Foi a 3 de Novembro de 1887 que esta epopeia teve inicio. Um clube fundado por estudantes para estudantes. Desde muito cedo a Académica foi eco do descontentamento estudantil dentro e fora do rectângulo verde, funcionando mesmo como sórdida oposição ao regime de António de Oliveira Salazar, oposição essa que coincide que um dos momentos áureos da história da Associação Académica de Coimbra. Longínquo vai o ano de 1939, ano em que despoletou a segunda guerra mundial. O Mundo sofreu então irremediáveis e incontornáveis mudanças numa guerra que tomou uma dimensão global. Internamente, 1939 é um ano de boa memória no universo academista.1939 é assim o ano em que se realiza a primeira edição da Taça de Portugal outrora denominada por Campeonato de Portugal. Deste modo, a Académica assegurou um lugar na história da competição quando a 25 de Julho de 1939 venceu o Benfica por 4-3, numa final onde a turma de Coimbra demonstrou o porquê de ser considerada uma equipa diferente. Uma invasão à capital impulsionada por milhares de estudantes que não faltaram à chamada, deixou impressionada a crítica social. Mais do que um clube, um emblema, uma cidade, a Académica foi nesse dia o orgulho de todos os que se vestiram a rigor de capa e batina no já extinto Campo das Salésias. Nos anos seguintes a Académica passou por momentos menos positivos mas sempre se reergueu e se notabilizou como um dos grandes do futebol português e assim vai permanecer por muitos e bons anos porque a força dos estudantes sempre foi a força do clube! Piston NEEMAAC RELATOS RUC No decurso da tua vida Académica vais descobrir novas secções lúdicas, sejam elas culturais ou desportivas sendo que no que a secções culturais diz respeito, encontras a Rádio Universidade de Coimbra. No éter hertziano há 28 anos, a RUC alberga um tipo de relato com uma marca especial, os Relatos RUC, que difundem em 107.9FM ou alternativamente via emissão online (em emissao.ruc.fm) todas as jornadas o relato dos jogos da Académica. Nunca os Relatos RUC falham um jogo da sua ‘mágica Briosa’, pelo que constituem o meio mais fiável para acompanhar as peripécias da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol onde pontifica o sobejamente conhecido minuto 69... A não perder! SABIA QUE: A primeira claque da Académica, “Baralha Teórica”, surgiu em Novembro de 1927 e foi o resultado da crescente paixão dos estudantes de Coimbra pelo futebol. Os seus principais impulsionadores foram Júlio da Fonseca Lourenço e Euclides de Araújo, sendo que o grupo ficou caracterizado pelos seus “10 mandamentos”, os estatutos da claque. Apesar de se ter dissolvido uns anos mais tarde, os maiores apoiantes da Académica ficarão para sempre conhecidos como os “teóricos”; O primeiro símbolo da Associação Académica de Coimbra data da década de 20; Cândido de Oliveira, que hoje dá nome à Supertaça portuguesa foi treinador da Académica. Oliveira ajudou a fundar o jornal ‘A Bola’ e treinou a Académica por 3 temporadas, a última das quais em 1957/1958. Cândido de Oliveira faleceu em 1958; A primeira grande transferência de um jogador do futebol português para o estrangeiro é protagonizada por Jorge Humberto, atleta da Briosa que assinou pelos italianos do Inter de Milão; Nos seus primórdios a Académica disputava os seus encontros nos Campos de Santa Cruz; A Académica possui uma academia, a Academia Dolce Vita que serve de base para o desenvolvimento de jovens jogadores Briosos; FUTEBOL DE CAUSAS Decorria o ano de 2009 quando a Académica surge retratada na sétima arte e chega a todos os ecrãs via documentário realizado por Ricardo Martins, fervoroso adepto Brioso que pegou em todos seus conhecimentos e os compilou em vídeo dando assim especial incidência na crise estudantil de 1969. “Futebol de Causas” dá-nos uma visão da Briosa com base nas crises académicas e no papel desempenhado pelos jogadores de futebol da Académica nesse tempo sendo que no referido documentário os actores que compõem o elenco são os próprios que em 69 deram a cara pelo manifesto. O documentário pode ser visualizado em: https://www.youtube.com/watch?v=by6AqacVw9I 38 OUTUBRO 2014 Nuno Piloto, médio da Académica cumpriu à risca o propósito do clube ao findar o seu curso e jogar de losango ao peito na mesma época. O médio licenciou-se em Bioquímica pela Universidade de Coimbra, mais um exemplo de um clube de estudantes para os estudantes; A 20 de Maio de 2012 a Académica conquistou a sua segunda taça de Portugal. Marinho, o ‘herói da Taça’ apontou o golo solitário da vitória contra o Sporting. A vitória valeu também o apuramento para a fase de grupos da Liga Europa onde a Académica conseguiu quebrar o ciclo inédito de 16 vitórias consecutiva do Atlético de Madrid na competição, o ‘Atleti’ caiu…em Coimbra; Em Coimbra um adepto dos três grandes é simplesmente um adepto de um dos três ESTAROLAS; O Estádio Cidade de Coimbra é apelidado de ‘O Calhabé’; Para o estudante de Coimbra a Académica é o seu clube favorito, o seu segundo clube, o seu terceiro e o seu último clube. Resumidamente o estudante de Coimbra é da Académica! CÍRCULO CENTRAL a s , 0 e - a - m a e A MANCHA NEGRA “Se jogasses no céu morreria só para te ver!” é um dos lemas da Mancha Negra. O colectivo é actualmente a voz maior no apoio à Académica e, contrariamente a muitas ‘claques’, a Mancha Negra é um conjunto aberto a todos os interessados em passar um bom bocado com os amigos, ver um jogo de futebol, sentir e debater a Académica. Criada em 1985, desde então nunca mais a Mancha Negra se calou e é apoio constante e incondicional em todos os jogos da Académi ca seja dentro ou fora de portas. A sede da ‘Mancha’ está situada no Pavilhão Jorge Anjinho, na Solum. No decurso da tua vida Académica vais descobrir novas secções lúdicas, sejam elas culturais ou desportivas sendo que no que a secções culturais diz respeito, encontras a Rádio Universidade de Coimbra. No éter hertziano há 28 anos, a RUC alberga um tipo de relato com uma marca especial, os Relatos RUC, que difundem em 107.9FM ou alternativamente via emissão online (em emissao.ruc.fm) todas as jornadas o relato dos jogos da Académica. Nunca os Relatos RUC falham um jogo da sua ‘mágica Briosa’, pelo que constituem o meio mais fiável para acompanhar as peripécias da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol onde pontifica o sobejamente conhecido minuto 69... A não perder! Bem, agora que tu recém entrado neste novo mundo estás minimamente familiarizado com o Planeta Académica, deixa-te embeber por este espírito. O futebol nacional pode não ser só a Académica mas também não é certamente apenas e só, única e exclusivamente um grupo composto por 3 clubes. Assim, sem mais demoras a Académica tem todo o gosto em te receber. Sem mais assunto a tratar sai um FRÁ, O estudante da Académica dos estudantes! VÁLTER FERREIRA o e Piston NEEMAAC Película The Upstream Color (2013) Shane Carruth Duração: 96 min País: Estados Unidos Com : Amy Seimetz, Shane Carruth, Andrew Sensenig, Thiago Martins Um grupo de pessoas é sujeito a um conjunto de experiências médicas, por mão de um cientista e conta com ajuda de um outro homem que cria gado e compõe música com base nos sons da natureza. O centro da narrativa foca-se num casal conhece-se em estranhas circunstâncias e descobre que foram ambos vítimas desses testes. Forma-se então uma ligação que nunca conseguiremos compreender na sua íntegra pois não vivenciamos toda aquela crueldade. O Filme conta com um orçamento reduzido (com perto de 76.000 euros) contudo não se existem lacunas ou desfalques na técnica. 40 OUTUBRO 2014 Disco Álbum: Glassjaw Interprete: Worship And Tribute Ano: 2002 Editora: Warner Bros Este lançamento da banda de São Francisco, que conjuga o seu primeiro curta-duração ( In God We Trust, Inc.) e o segundo longa duração (Plastic Surgery Disasters) estende os horizontes em relação ao seu álbum de estreia. Incorpora elementos diversos como o psicadelismo, bandas sonoras de Ennio Morricone, Punk entre muitos outros. Neste álbum está muito presente a crítica aos mais diversos temas: A Governação de Ronald Regan, O Neonazismo, Religião, a utilização negligenciada de Pesticidas (Kepone Factory), a suposta separação da Religião e o Estado (O Lema dos EUA “In God We Trust” entra em conflito com essa suposta divisão, que está consignada na Constituição) e a subjugação imposta no sistema escolar com base em algumas cerimónias como o Juramento de Bandeira que hoje ainda está muito presente. Livro Fahrenheit 451 Ray Bradbury 1953 Este livro conta uma história que, num futuro não muito distante os livros são proibidos, a opinião sobre os mais diversos temas é repudiada pela sociedade. Pratica-se então todo um estado de sedentarismo intelectual. Os 451 Graus Fahrenheit, ou seja perto de 233 graus Celcius é a temperatura que o papel arde. Cultiva-se a ideia de quanto mais antenas de televisão a casa tiver mais respeitada a família que lá habita o é. O Protagonista, Montag, é um fireman - “bombeiro” só que traduzindo á letra fica “homem do fogo”, é um homem que efectua as buscas e queima dos livros e das casas. Certo dia numa busca cede a tentação e lê um excerto de um livro e tal vai mudar completamente a sua vida. As interpretações são variadas passando pela degeneração da sociedade dos Estados Unidos ou pela alienação que os meios de comunicação social nos fornecem. ANDRÉ PORTUGAL Piston NEEMAAC Aborrecidos? Então porque não assaltar um banco? Calma, não estou a insitar que inveredem pela vida do crime, não, apenas estou a sugerir que liguem o computador e joguem Payday 2. O jogo que nos leva a vestir a pele de um membro de um grupo de quatro assaltantes, altamente treinados, armados e integrados na vida do crime. O grupo de quatro assaltantes é constituído por Dallas, um gangster de Chicago, Wolf, um programador que virou para o lado negro depois de a sua companhia de software ter ido a falência, Chains, um antigo Navy Seal e mercenário, e por fim Hoxton, um assaltante inglês. O grupo de assaltantes é coordenado e comandado por Bain. Ele ajudou o grupo a mudar-se para Washington D.C. e ajuda-os a estabelecer contratos na área. Bain também usa os seus contactos no mundo do crime para que o nosso grupo de assaltantes 42 OUTUBRO 2014 trabalhem para Vlad, o gangster russo que esta a tentar reaver o seu poder depois de recentemente ter saído da prisão, Hector Morales um traficante de drogas colombiano a tentar derrotar os rivais, o cartel Mendoza e “o Elefante” um político republicano corrupto que contrata o gang para ajudar a si e ao seu partido. “O Dentista” é o último destes contactos de Bain, foi adicionado com o DLC “The Big Bank”. A dar voz e vida as personagens do jogo podemos encontrar atores como Giancarlo Esposito, “o Dentista”, Bokeem Woodbine como o “Elefante”, Gary Daniels um ator inglês e antigo Kickboxer como Hector Morales, Damien Poitier como Chains, Pete Gold como Hoxton entre muitos outros. No início de todos os assaltos é nos dada a informação de ser possivel ou não realizar o assalto em modo furtivo ou entrar a matar. Isto é possível escolhendo as armas e o equipamento. Por exemplo uma pistola com silenciador diminui o risco de sermos detectados, ou seja, será mais fácil realizar o assalto de forma furtiva enquanto uma caçadeira irá aumentar o risco de sermos detectados, o que torna tudo mais difícil. Quando um elemento do grupo, já durante a missão, faz asneira e o alarme dispara então é que começa o caos, com unidades de SWAT enviadas umas atrás de outras para nos tentar parar. Mas no meio de tudo isso ainda há alguns adversários especiais, tais como os Buldozzers armados com uma armadura extremamente resistente e que aguenta uma quantidade de balas impressionante, os Cloak um inimigo que aparece do nada, e que apenas com um pontapé nos atira pelo chão sem qualquer hipótese de ripostar, Tazzers eletrocutam o jogador impedindo movimentos durante alguns segundos. Cada assalto pode ser realizado em cinco diferentes níveis de dificuldade, Normal, Hard, Very Hard, Overkill e Death Wish. Por cada nível que subimos ganhamos skill points que podemos usar para desbloquear novas capacidades. Estas capacidades estão divididas em 4 grupos. Mastermind que nos dá capacidades especiais para lidar com reféns, ou como a capacidade de submeter as forças inimigas e até mesmo levá-las a combater por nós. Enforcer melhora as capacidades para a violência. Capacita a personagens com novos equipamentos de protecção para aguentar muitos mais danos do que o normal. Technician permite-nos ganhar skill para usar sentry guns, explosivos. Ghost a última categoria é aquela que nos permite entrar e sair do assalto sem ninguém sequer notar que estamos lá. Permite provocar loops nas câmaras de segurança, abrir portas interferindo com os sistemas eletrónicos entre outros. O jogo é desafiante e permite-nos perder muitas e muitas horas a planear, a roubar e a enriquecer. Mas nem tudo é perfeito, a IA é um pouco “burra” porque não tem uma estratégia para nos tentar prender, apenas se limita a enviar inúmeras unidades de polícias da SWAT enquanto nos limitamos a despejar clip atrás de clip para os deitar a baixo. O que faz respeitar os inimigos é que à medida que as ondas e ondas de inimigos vêm cada uma é mais dificil do que a anterior. Graficamente podemos encontrar alguns problemas como usar health kits através das paredes ou recarregar as balas através das paredes, inimigos que de vez em quanto passam com a cabeça ou um braço pela parede e que se disparar-mos sobre eles morrem. No global é um jogo gratificante e divertido para jogar com os amigos, já que a maior aposta foi feita no Crime.Net, a parte multiplayer do jogo. SÉRGIO ALMEIDA CLASSIFICAÇÃO: 80 Piston NEEMAAC VISITA-NOS NA NOSSA PÁGINA DE FACEBOOK https://www.facebook.com/Piston.NEEMAAC
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