Versão PDF - NEEMAAC - Universidade de Coimbra
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PARA ACABAR O ANO EM GRANDE MAI 2014 ESPECIAL NEEMAAC ‘13/’14 24 HORAS DE LE MANS EMPREENDEDORISMO BEEROLYMPICS MATEREO E MUITO MAIS NO TEU PISTON! ÍNDICE 3Editorial 4 Última Crónica Para Os Últimos Virtuosos 5 O Futuro Das Interfaces Homem-Máquina 7 Trainers On Tour - Roadtrip Portugal 9 Febrada Com Jam Session 10 Estágio Ou Tese 10BeerOlympics 12 III ENEEM 13 Viver A Queima Das Fitas 15 Trabalhar A Queima Das Fitas 16 Uma Aventura Em... Brno 18 A (in)Definição Do Empreendedorismo 20 À Conversa Com... Matereo 23 O Domínio Alemão 25 24 Horas De Les Mans 28 Crónica De Um Título Anunciado 33 Mundial 2014 35 Planeta Académica 38 Almanaque Cultural 40 Left 4 Dead 2 43 The Walking Dead 45 Especial NEEMAAC 13/14 Queres colaborar connosco? Encontraste algum erro ou informação errada? Queres agradecer ou elogiar o nosso trabalho? Escreve-nos para [email protected] RÚBRICAS 2 Maio 2014 4 UNIVERSO UC 5 ENGENHARIA DE TOPO 16 ERASMUS WORLD 20 À CONVERSA COM... 23 VICÍOS URBANOS 25 MUNDO AUTOMÓVEL 28 CÍRCULO CENTRAL 38 ALMANAQUE CULTURAL 40 WHAT’S HOT? EDITORIAL Um ano. Um ano de reuniões, de planos, de projectos. Um ano de actividades, de trabalho, de Valorização colectiva. O NEEMAAC não é, nem nunca será, um “tacho”, e desafio todos aqueles que pensam o contrário a envolverem-se em vez de criticarem sem razão, a serem pró-activos e a pensarem mais nos seus colegas do que em si próprios. Não há credenciais, nem “finos” protocolares, nem “zonas VIP” – afinal, não estamos numa Queima das Fitas – mas há suor, vontade de fazer mais, alegria no trabalho e um enorme sentimento de abnegação colectiva em prol dos outros. Um ano em que contámos com mais de 30 actividades – uma quantidade substancial nunca antes vista, complementada com a qualidade inerente às actividades com “selo” NEEMAAC. Desde a Gala 15 Anos NEEMAAC à Academia do Emprego, desde as Jornadas Pedagógicas até aos Ciclos de Conferências, passando por Febradas, Torneios Desportivos, Formação em Soft Skills, sem esquecer um Piston completamente reformulado, com novos conteúdos e uma regularidade impressionante. Esta é, aliás, uma das grandes vitórias do NEEMAAC 13/14 e do pelouro da Comunicação e Imagem. Um ano em que te Valorizaste. Um ano em que te Valorizámos. Podia ter sido melhor? Claro, a perfeição é uma meta difícil de alcançar. Demos-te muito, e o retorno nem sempre foi o esperado – mas enquanto algumas mentalidades preferirem prejudicar pela parte pessoal, ao invés de olhar para o trabalho colectivo, a envolvência total será sempre um trabalho complicado. O meu sincero desejo é que nos anos seguintes te envolvas nas actividades do NEEMAAC e sejas parte activa da família DEM. Afinal, quem perde o seu tempo para optimizar o teu, quem se esforça activamente para que ganhes competências que não se aprendem nas aulas, quem trabalha por ti e para ti, merece ver o seu esforço recompensado. Viva o NEEMAAC! Viva o Departamento de Engenharia Mecânica! JOÃO MARQUES PRESIDENTE DO NEEMAAC FICHA TÉCNICA Propriedade NEEMAAC - Comunicação e Imagem Director António Almeida Editor António Almeida Miguel Clemente Fotografia Hugo Matos José Miguel Nunes Produção Gráfica António Almeida Miguel Clemente Colaboradores Designados em cada texto Impressão AAC Distribuição NEEMAAC Tiragem XX exemplares Piston NEEMAAC Última Crónica Para Os Últimos Virtuosos Encerro um ciclo de dois anos de associativismo. Dito assim parece uma declaração árida e seca, que ainda pior me afigura pelo conhecimento que faço da energia das coisas. Mas não posso disfarçar o trago de podridão do que aprendi. Não quero de maneira nenhuma desvalorizar a contemplação das boas obras, de que me orgulho profundamente. Não precisarei de falar delas, porque não conseguirei fazer-vos gozar delas através do que digo. Por agora (e por fim), quero enumerar as quantas coisas que me arrepiam no mundo das pessoas que usam designações. Quatro são os elementos da natureza, água, fogo, ar e terra, certo? Errado! Os quatro elementos são o chocolate, o açúcar, os ovos e a farinha, por tantos doces que nos definem, ora aqueles que damos, ora aqueles que recebemos. Não é um dar e receber normal, aquele que se apregoa em conversas de amor. É um dar com o pacto de receber, mas sempre sob o figurino de inequívoca amizade. Embora estejamos afastadíssimos da Austrália, por cá há excelentes escolas de cangurus! É a verdadeira animação! Por um lado, os filhotes vão com eles, por outro lado, haverá melhor coisa na vida do que pular? Falei de doces e cangurus, oferecendo-vos qualquer coisa de infantil e inocente em tudo isto. Por esta via ligo-me ao que sou, inocente. Nunca ninguém é mau. Nunca ninguém é capaz de fazer aquilo. A liberdade é blá blá blá não sei quê para os entendidos da manipulação. A manipulação é o expoente máximo dos dois pesos e das duas medidas, do que pode ser dito e feito por uns, 4 Maio 2014 calando e oprimindo outros, na certeza de que no fim a conta acerta no máximo da vantagem para quem a procura. É uma arte, reconheço. Uma arte que emociona e faz chorar. Um choro que se consome em raiva pelo ultraje que é alguém apoderar-se de outra liberdade. Não me posso esquecer dos reinados! Há impérios que dominam e persistem no tempo. Mantêm a sua força com novos colonos e velhas palavras. Fique o mal com quem o praticou, que eu levo as coisas boas comigo! Prometo que continuarei a acompanhar a pedagogia de perto, que esse é um bicho que não me larga, tão longe que está dos doces, dos cangurus ou dos reinados. Catarina Barradas O Futuro das Interfaces Homem-Máquina Neste preciso momento, temos um robô a explorar Marte. A verificar o terreno à procura de vestígios que nos permitam compreender melhor o planeta vermelho. Em simultâneo, temos cerca de 1100 satélites activos e funcionais em redor do nosso planeta. Constantemente a trocar informação. Tudo isto em busca do desenvolvimento que nos permita viver mais e mais confortavelmente, com maior qualidade de vida, que nos permita fazer o que realmente queremos fazer, sem perder tempo com “pequenices”. Poder-seia imaginar que o futuro se trata de uma sociedade sem trabalhadores fabris, por exemplo. Com todo o tipo de “trabalho pesado” automatizado, o que permitiria que a produção de um país aumentasse com um menor esforço humano envolvido. Em vez de 8 horas por dia as pessoas poderiam trabalhar apenas 4. Em vez de 11 meses por ano, poderiam trabalhar apenas 5, ou 6. E dado que a produção aumentaria, continuariam a receber a mesma remuneração total. Isso é uma realidade bastante desejável. Parece-me um bom rácio, poder trabalhar 50% do tempo e dedicar o restante a hobbies, lazer, ou até a trabalhar, se a ambição económica da pessoa assim o desejar. O nível tecnológico para o qual caminhamos é de facto excitante. As tecnologias que nos permitem não ter de fazer trabalho pesado são as mesmas que nos permitem explorar o Universo próximo, são as mesmas que permitem que alguém que se veja privado de alguns órgãos os veja substituídos directamente pela própria tecnologia! Conseguimos que alguém sem pernas consiga correr. Conseguimos substituir a dentição humana, ou praticamente qualquer osso. Atingimos uma tecnologia tão avançada que consegue competir com o corpo humano. Aperfeiçoá-lo, até, ao juntar várias e diferentes áreas da ciência. Ainda assim, até há razoavelmente pouco tempo, havia uma fronteira no corpo humano que delimitava um limite invisível. A mente humana. E essa fronteira está a ser quebrada. É um processo lento. Mas já tem os seus frutos. Veja-se o caso do Dr. Stephen Hawking, que apesar de sofrer de uma doença neuro-degenerativa, tem um aparelho de electroencefalografia ligada aos óculos a monitorizar o seu cérebro constantemente, o que lhe permite controlar as funções básicas de um computador apenas com o pensamento, entre outras funções. Através da implantação de um chip directamente no cérebro consegue-se ainda mais. Consegue-se que pessoas completamente paralisadas joguem, escrevam, leiam, controlem uma cadeira de rodas, um braço mecânico e não só. Isto já é uma realidade nos dias de hoje, ainda que apenas disponível em certos círculos de inPiston NEEMAAC engenharia de topo vestigação de topo. O passo lógico seguinte será o controlo de um exosqueleto que lhes permitirá controlar a totalidade do seu corpo, ainda que sem um sistema nervoso central funcional. E isso é o que um dos principais investigadores da área quer demonstrar publicamente já ser não só possível como algo existente, ao ambicionar querer fazer uma pessoa paralítica usar um exosqueleto e que essa pessoa se levante da sua cadeira de rodas durante a cerimónia de abertura do Campeonato Mundial de Futebol para chutar uma bola. No futuro isto irá permitir que escrevamos cartas com a mente, bastando pensar nas letras que queremos. Basicamente, em vez de um rato e de um teclado, poderemos usar o pensamento como uma interface de input nas máquinas. O que não só será mais rápido e prático dos que as actuais interfaces como também será uma alteração muito significativa na Humanidade, dada a nossa actual e constante interacção com máquinas. Todo o tipo de trabalho produtivo irá requerer muito menos energia da parte de quem o realiza. Será o mais próximo que teremos de telepatia ou de outros conceitos de ficção científica. Mas, como todo o tipo de fronteiras ultrapassadas ao longo da nossa evolução, levanta questões muito pertinentes. Porque vejamos, para haver tal interacção é necessário que haja uma ligação constante entre o nosso cérebro e o exterior. Esta tecnologia poderá ser, como a Internet o passou em boa parte a ser, um instrumento de censura e vigilância governamental. E se hoje me choca que algumas pessoas se recusem a procurar por determinadas palavras-chave aceitando simplesmente o facto de que a Internet é vigiada e que por isso não querem um perfil seu associado numa base de dados obscura, se nada se fizer hoje acerca disto, a tecnologia que chegará às massas amanhã só trará consequências bem piores. O que irão fazer as pessoas se se suspeitar (e o programa de espionagem americano sobre todas as comunicações mundiais, cuja primeira versão tinha o nome de ECHELON, já há muitos anos que era conhecido no submundo da internet, ainda que caísse no rótulo de Teoria da Conspiração quando discutido noutros contextos), que há uma colecta e organização sobre os seus pensamentos? RICARDO BAILA 6 Maio 2014 Trainers on Tour - Roadtrip Portugal Nos passados dias 10, 11 e 12 de Março de 2014 decorreu no Departamento de Engenharia Mecânica um evento de workshops/treinos para alunos de Engenharia e Gestão Industrial. Este evento surge através da ESTIEM – European Students of Industrial Engineering and Manage- ment, associação europeia de EGI que tem como objectivo preparar os membros activos de cada Local Group de toda a Europa nas mais vastas áreas importantes para o sucesso académico e profissional. Piston NEEMAAC Estiem Os temas dos treinos foram: “Teambuilding & Team Management”, “Corporate Relations”, “Multicultural Management” e “Motivation & Recruiting”. Para dinamizar estes treinos contámos com a ajuda do Sven, alemão e também membro da ESTIEM, da Catarina, portuguesa e membro do BEST e da Valentina, italiana e estudante de Erasmus em Braga. Tal como o nome do evento indica “Trainers on Tour – Roadtrip Portugal”, estres treinos não se ficaram só por Coimbra. Nos dias seguintes continuaram mas agora no Local Group de Aveiro e de seguida no do Porto. 8 Maio 2014 Houve uma forte adesão por parte dos alunos, tanto de licenciatura como de mestrado, e a apreciação final por parte dos mesmos foi muito positiva. Joana marques ferreira Febrada com Jam Session 26 de Março, um dia que ficou no ouvido. No ouvido? Sim! Visto que somos estudantes e precisamos da memória para coisas mais sérias, o NEEMAAC convidou a comunidade por ele representada a participar numa actividade que teve tanto de inédita, como de artística. Aliar a barriga e o fígado ao nosso segundo sentido foi uma experiência capaz de fazer despertar um possível sexto. Uma mistura musical que acompanhada pela nobre arte de beber um(ns) fino(s), transformou uma febrada dita normal, numa outra coisa, muito libertadora. O ambiento vivido não deixou os presentes indiferentes, que sempre se mostraram entusiasmados e capazes de envergonhar um ‘Miles Davis’ (pela positiva, obviamente). Actividades destas demonstram a vontade de deixar o nosso departamento sempre uma oitava acima dos outros e agora é a altura em que os que se sentem arrependidos por não terem estado presentes começarem a afinar os instrumentos para a próxima! zé pedro martins Piston NEEMAAC Notícias Estágio ou Tese Decorreu no dia 30 de Abril a palestra Estágio ou Tese onde com grande orgulho e entusiasmo recebemos os nossos colegas e as dúvidas que traziam. Conduzida de forma a que todas as dúvidas fossem eliminadas, e tabus quebrados, a palestra tinha como principal objectivo ajudar na difícil decisão de optar por tese ou estágio. Estiveram presentes connosco a Professora Marta que dissipou toda e qualquer dúvida existente na plateia, bem como Diogo Neto estudante de doutoramento, Pedro Maça, estudante de Engenharia e Gestão Industrial a estagiar na ISA, e também o estudante de Engenharia Mecânica Artur Lopes, a realizar dissertação de mestrado, que partilharam com os presentes as suas experiências. O NEEMAAC agradece a todos os presentes pela forma activa com que participaram na palestra, e um especial obrigado aos nossos colegas que se disponibilizaram para partilhar experiencias, bem como a Professora Marta que foi uma ajuda inestimável no decorrer do evento. TELMA MORGADO BeerOlympics Foi na tarde do dia 7 de Maio que os deuses da cerveja desceram do céu e vieram fazer companhia aos estudantes do Pólo II em mais uma edição do BeerOlympics. Desta vez as regras eram diferentes: não haviam eliminatórias por departamento e tudo se passava no nosso belo DEM. Houve 16 equipas compostas cada uma por 2 gladiadores de cerveja que, em 3 jogos, combateram para poderem participar no famoso beerpong. Os jogos foram as provas de velocidade, para ver quem conseguia beber mais rapidamente um copo da maravilhosa bebida de cevada, 10 Maio 2014 o das cuvetes, em que o objetivo era acabar o mais rapidamente com uma cuvete recheada de cerveja usando apenas uma palhinha de plástico, e o jogo do saco, em que cada equipa colocava um saco pelas pernas acima e em saltos graciosos tinha que percorrer um percurso e ao chegar ao outro lado beber de penálti o famoso fino. Destas 16 excelentes equipas passaram apenas 8 para a próxima fase e em que no derradeiro jogo de beerpong apenas um par de valentes gladiadores de um outro departamento se sagrou campão da edição deste ano. Com muita cerveja, musica, diversão, convívio e boa disposição esta edição foi muito bem conseguida, apesar de o número de equipas ter sido reduzido. Será que na próxima edição a taça vem para casa? Participa! ANTÓNIO ALMEIDA Piston NEEMAAC No passado mês, entre os dias 10 e 13, decorreu em Lisboa o III ENEEM, no Instituto Superior Técnico. A expectativa em torno deste evento era elevada, como é natural quando se afiguram 3 dias repletos de formação pedagógica e lúdica, e a heterogeneidade de opiniões e experiências que se adquiriu quando se junta potenciais engenheiros de diversos pontos do país foi um dos aspectos mais positivos. Com um programa bastante atractivo que apresentava desde uma tertúlia sobre Automobilismo, a ciclos de Empreendedorismo e até competições de Engenharia. Um programa bastante completo no que concerne às necessidades que um engenheiro pode ter para quando se encontrar no mercado de trabalho. É de realçar que a Faculdade mais representada nesse encontro foi a nossa, mostrando deste modo que em Coimbra se valoriza e se compreende a importância desta actividade extra curricular na nossa formação pessoal e profissional. Estamos de parabéns, e que para o ano este número aumente. Para finalizar, o NEEMAAC felicita e agradece aos nossos colegas do Técnico por toda a sua competência e eficácia em garantir que logisticamente não iria faltar nada aos participantes. FILIPE AMARO 12 Maio 2014 Este ENEEM foi um evento cheio de oportunidades a todos os níveis. Proporcionou-me uma visão mais ampla do que se faz em Portugal em várias áreas da Engenharia Mecânica e, simultaneamente, fiz novos amigos e contactos ao aproveitar o máximo da envolvente social do encontro. Adquiri um pouco mais daquele conhecimento que se torna difícil de obter na universidade. Algo prático e útil para o resto da vida como engenheiro mas, principalmente, como pessoa! É, indubitavelmente, uma fórmula, que revigora a motivação dos estudantes, em que vale a pena continuar a apostar como participante! DANIEL SILVA Viver a Queima das Fitas Descrever uma primeira Queima por completo seria uma tarefa bastante complicada. Foram demasiadas surpresas e emoções para serem todas explicadas por palavras. Quem já a viveu sabe o que isso é, quem ainda não o experienciou um dia compreenderá caso tenha a sorte de vir a estudar nesta bela e incomparável cidade. A verdade é que, quando na vida passamos por estas coisas, existe sempre um momento que de todos se destaca. Para mim esse momento foi, sem dúvida, na noite da Serenata Monumental, em que partilhei com alguns amigos, também eles caloiros, a alegria de usar, finalmente e como é tradição desta noite, Capa e Batina, e com outros, desta vez mais velhos, o orgulho de pertencer a esta grande família. Sinceramente, o que desejo é que no próximo ano os futuros caloiros de Engenharia Mecânica possam sentir o que senti, sorrir como sorri e ter uma primeira Queima tão inesquecível como a minha, porque afinal, “Queima é em Coimbra, o resto são fitas!”. MAURO CRUZ Piston NEEMAAC A aventura “LEGIndary” começou há dois anos. Acabada a Queima das Fitas de 2012, uns colegas de EGI juntaram-se para preparar um dos melhores dias das suas vidas. De início, pensámos que seria simples unir 25 personalidades por um único objectivo, mas rapidamente nos apercebemos que a unanimidade de opiniões não seria fácil de alcançar. Começando na escolha do nome, passando pelas (difíceis!) organizações de jantares, acabando na escolha do número do carro alegórico no cortejo, vários foram os desentendimentos deste grupo. Nem toda a gente ficou contente com algumas decisões, mas chegada a derradeira semana de montagem do carro, tudo valeu a pena: para nós, o carro estava perfeito. No dia do cortejo, aos poucos fomos ocupando os nossos lugares e sem reparar nos outros, começámos a nossa festa, com os nossos amigos e familiares. Cantámos até nos doerem as gargantas, saltámos até ao fim, e chegados à ponte de Santa Clara já as lágrimas escorriam nas nossas caras. Hoje fica a amizade e as saudades do melhor cortejo, que para nós foi Legendário. Obrigada amigos! INÊS SILVA A aventura de dar vida a um carro e exibi-lo para Coimbra é, sem dúvida, das experiências mais bonitas que podemos ter enquanto estudantes desta cidade. Foram aproximadamente 18 meses de trabalho, planeamento, discussões, onde procurávamos todos concretizar um carro à imagem de cada um. Juntar 30 vozes e torna-la numa só, consensual e, ao mesmo tempo, que responda às necessidades específicas de cada um. Nem sempre foi um desafio fácil. Todavia, acreditem que aquele dia, aquele simples dia, vale cabalmente o preço da viagem. Vale por todos os quilómetros percorridos, por todas as noites sem dormir a espalhar cartões e a vender pulseiras, e por todos os “calos” que ficam marcados como uma recordação bem presente dos milhares de flores que foram precisas. Ao escrever este texto a saudade já pesa. A nostalgia própria de um momento que irá ser falado e lembrado para o resto da vida de cada um de nós, que, numa tarde de Maio, com o sol a bater-nos na cara, fomos crianças e adultos. Crianças porque nessa tarde fomos estupidamente felizes sem responsabilidades ou entraves de consciência. Adultos porque finalmente compreendemos melhor a mística desta tão nobre tradição. Não deixem, nunca, que esta adaptação aos tempos modernos, onde o antigo parece por vezes perder preponderância, mate este Cortejo tão nosso. FILIPE AMARO Dia 11 de Maio de 2014 foi data de mais um cortejo, mas este ano foi especial, pelo menos para nós, que tivemos oportunidade de conceptualizar e executar um carro alegórico, que nos deu muito prazer a fazer. Apesar de alguns elementos se terem esquecido do que aconteceu depois do Papa, tenho a certeza de que foi uma viagem que nos deu a todos muitas alegrias e alguma perda de memória. Temos de deixar o nosso agradecimentos aos nossos pais e familiares, colegas e patrocinadores, porque a cerveja, as bebidas brancas, as pizzas e as sandes de leitão não aparecem do nada. Às boas condições que tivemos, juntam-se amizades de três ou mais anos que fizeram desta viagem a reconfirmação de que temos grandes amigos. Obrigado a todos os “macacos” do orDEM p’aPORCAlhar #44 E boa sorte para todas as pessoas que estão a preparar carros para o próximo cortejo, vale a pena pagar cotas durante 18 meses! HUGO MATOS 14 Maio 2014 Trabalhar a Queima das Fitas Este ano tive a oportunidade de fazer parte da equipa que organiza a Queima das Fitas. A organização tem um conselho geral que distribui por diversas áreas, cada uma com a sua respectiva função, secretários, comissários e colaboradores, entre os quais: credenciação, protocolo, transportes, alimentação, logística, entre outros. Foi uma experiência interessante e gratificante a todos os níveis, é a oportunidade de dares o teu contributo para uma das festas estudantis mais emblemáticas do país, participares de forma activa no mundo académico, contactando com diversas pessoas dos diversos sectores, cursos e faculdades e é também uma forma de te familiarizares com algo próximo do que será o mundo do trabalho um dia, cumprindo ordens e prazos, ganhando uma certa autonomia e capacidade de organização, bem como facilidade no diálogo, capacidades essenciais para o futuro. A área da qual fiz parte foi a credenciação, que tinha como função fazer credenciais para todas as pessoas que de alguma forma participam de forma ativa na Queima das Fitas, tais como concessões, tunas, bandas, projectos, organizadores e colaboradores, patrocinadores, convidados e ainda técnicos de som, eletricistas (entre outros) necessários ao bom funcionamento dos palcos do recinto. Os primeiros dias na credenciação, são os dias mais intensos, é nestes que é necessário fazer a maior quantidade de credencias, nomeadamente para grupos académicos, artistas a actuar, pessoas que irão estar nas concessões, tenda electrónica, cervejeiras, imprensa, em suma é o arranque do funcionamento da Queima das Fitas em pleno. São também nestes dias que surgem dificuldades e por vezes os ânimos exaltam-se devido ao cansaço acumulado, derivado das pouco horas de sono. No entanto, é um trabalho muito gratificante, pelo que se aprende e pelo contacto direito com grande número de pessoas, em que é preciso ser-se rápido e eficiente no atendimento, bem como simpático e educado. Concluindo, apesar das poucas horas de sono e ser necessária disponibilidade total para desempenhar as funções pretendidas, foi uma experiência única, em que adquiri autonomia a realizar tarefas, uma boa capacidade de diálogo e organização e ainda fiz novas amizades, com as quais me ri e diverti. É sem dúvida um experiência que voltaria a repetir! GABRIELA EGÍDIO A minha área foi a dos transportes, começamos a trabalhar ainda antes de a Queima verdadeiramente dita ter começado, andamos por Portugal de ponta a ponta a divulgar a nossa querida Queima. Era sempre um colaborador dos transportes e o resto do carro era composto pelas pessoas da divulgação acompanhadas de um balde de um pó meio estranho que misturado com a água iria fazer a cola para os cartazes, fazíamos estas viagens de noite devido ao facto de colar cartazes não ser propriamente legal. No fundo o que andei a fazer na Queima foi mais conduzir algo que adoro fazer, eramos encarregues de levar os grupos académicos e os seus respectivos instrumentos, alguns artistas do palco secundário, visto que os “grandes artistas” do palco principal tinham os seus próprios carros ou os seus agentes tratavam disso. Foi uma experiencia extraordinária, fez com que eu percebesse o quão difícil é e o número de pessoas que é necessário para a realização deste evento que é tão querido aos estudantes e mesmo a própria cidade de Coimbra. Conheci imensas pessoas com experiências muito diferentes da minha, fizeram se boas amizades apanharam se uma boas bebedeiras juntos o habitual. Cansativo foi e muito chegando mesmo a dormir no contentor designado aos transportes em algumas noites do parque, mas não me arrependo porque para mim esta experiência valeu cada gota do meu suor! ANDRÉ CARDOSO Piston NEEMAAC UMA AVENTURA EM... BRNO Dobrý den Česká Republika! Ahoy! 16 Comecei a minha aventura em Brno, República Checa, 2 semanas antes de começarem as aulas para fazer o EILC (Erasmus Intensive Language Course) em checo. Curiosamente dos 6 meses que lá estive, estes foram provavelmente aqueles que eu mais desfrutei. As aulas eram das 9.30 às 16h, com intervalos a meio da manhã, a meio da tarde e, claro, para almoço. Logo no primeiro intervalo tive oportunidade de conhecer os outros dois portugueses que lá estavam, um da FEUP e outro da UTAD. Lá continuamos as aulas e no final decidimos ir todos (ou quase todos) para um pub beber a famosa cerveja checa e conversar. Estes dias foram absolutamente fantásticos, a informação e a aprendizagem era tanta que à noite doía-me a cabeça de cansaço, mas estava radiante pela interacção com diferentes culturas e o quanto eu estava a evoluir. O tempo foi passando, a rotina foi-se mantendo e o grupo foi-se tornando cada vez mais unido. Dos “nossos” eramos 1 alemão, 2 portugueses, 1 húngara, 2 turcos, 1 britânica (galesa), 1 bósnio, 1 francês, 1 espanhola e 1 montenegrino. Um grupo fantástico ao qual muitas vezes se juntavam mais 4 ou 5 espanhóis e 2 búlgaras. A diversidade era enorme! Com o final do EILC, todos nós nos separamos (Em Brno fiquei eu, o outro português, 1 turco e 1 francês) para diferentes cidades. E aqui começa um “novo Erasmus”. Pessoas novas, aulas novas, residência nova! Um grupo enorme de espanhóis que só tinham rival com os portugueses e os gregos (podemos estar Maio 2014 em crise, mas parece que todos nós sabemos bem o quanto a Europa nos pode oferecer). A hora também mudou, e a partir das 15.45h estava de noite, o que tornava as horas de sol absolutamente preciosas. Infelizmente eu só sabia que só tinha 6 meses e que cada dia tinha de contar. Assim, viajei (normalmente sexta, sábado, domingo e segunda) desde o início para todo o lado (Praga foi o meu destino predilecto, não só porque gostava muito da cidade, como também por estar lá grande parte daquele “grupo inicial” do EILC). Os preços para viajar são incrivelmente baixos (isto sem contar com carpooling), por exemplo para ir de Brno a Budapeste (A cidade mais bonita onde estive) são 5h num autocarro (com dvd individual com séries e filmes, chá ou chocolate quente, revistas e bancos superconfortáveis) e tem o custo de…10€! A maioria das vezes viajava com 1 ou 2 pessoas em carpooling. Dormia com o programa couchsurfing em casa de outras pessoas. Poupei imenso dinheiro a viajar desta maneira, con- heci pessoas formidáveis e estive em 10 países diferentes. Ainda assim, adorava poder ter estado outros 6 meses só para conhecer a República Checa. Vi Plzen, Praga, Brno, Horni Bradlo, České Budějovice, Cesky Krumlov (Sítio absolutamente mágico!) e Hluboká. Ainda assim tenho uma lista de cerca de 20 sítios diferentes onde queria ir mas não pude (Ou porque não tinha tempo e havia outras cidades europeias mais prioritárias, ou porque era Inverno e não valia a pena ver durante esta época). Ainda hoje mantenho esta lista e tenho a certeza que irei regressar brevemente a este país lindíssimo para ver o que me falta. Foi das maiores surpresas que tive em toda a minha vida e aconselho vivamente a quem gosta de natureza a ir para lá! TIAGO RODRIGUES Piston NEEMAAC A (IN)DEFINIÇÃO DO EMPREENDEDORISMO Provavelmente já te deste conta da demanda de INOVAÇÃO cada vez mais necessária no mundo laboral e, como tal, já te deparaste, certamente com o conceito de empreendedorismo. Mas o que é ao certo? Bem, acima de tudo, e como o próprio nome indica, é a ARTE de empreender, de fazer acontecer ideias e conceitos na forma de produtos, serviços e, acima de tudo, soluções! Até pode ser que sejas, presentemente, um empreendedor mesmo sem o saberes, alguém aficionado pelo trabalho de procurar colmatar necessidades e uma mente constantemente alertada para o desconhecido. Essa é a primeira característica de um empreendedor: o foco na NECESSIDADE, quer pessoal, quer colectiva. Se vês um problema na sociedade ou algo que devia ser aprimorado, o que fazes? Tentas resolver ou reclamar e esperar que o façam por ti? Este é o 2º ponto-chave: a INICIATIVA. Podes ter o inconformismo, as ideias e as críticas, mas sem propensão para actuar de forma disruptiva, a tua opinião dissipa-se no teu pequeno universo pessoal. Costumas reflectir sobre os teus objectivos? Qual é a tua visão do FUTURO em que te baseias quando estudas para passares a todas as cadeiras? A mesma com que lutas por um diploma que pode ser um tanto ou quanto descorado face àquilo que realmente tu sabes, consegues e pretendes fazer? Se nunca reflectiste sobre isto, começa a seguir a tua VISÃO do futuro que queres criar para ti mesmo. Isto é o que te distingue dos outros, a característica fundamental que te permitirá fazer face à hegemonia das potências económicas, à abundância resultante da globalização e ao paradigma da automatização e sistematização de práticas industriais. Se divagares com CURIOSIDADE sobre tudo isto, verás que estás a um passo de acordar de manhã com um sonho vivo na tua cabeça, uma ideia que poderás desenvolver para o mundo e tornar-te no próximo Richard Branson ou no Steve Jobs da mecânica! Tu, que és estudante e tens a capacidade e entendimento (nem que seja à força de uma garrafa de traçadinho!) para criticares tudo e todos, que tens as ferramentas necessárias para captar as necessidades e problemas, não te restrinjas ao saber da universidade e desenvolve o teu próprio conhecimento com CONFIANÇA! Abraça as tuas ideias e procura apoio, brinca aos empresários (sim, porque o empreendedorismo é um JOGO das nossas crianças interiores!), faz o que for preciso e o que ainda se desconhece necessário, realiza algo antes que seja tarde para mostrares o que vales! Antes que chegues aos teus 40 anos a perguntar se não deverias ter feito mais por ti, ou pela sociedade, ao invés de teres desperdiçado oportunidades que podiam ter mudado o rumo da tua vida para melhor. Nós, alunos do DEM, temos o privilégio de estudar numa das melhores universidades do país e da Europa, uma instituição que tem uma excelente oferta de conhecimento técnico e apoio a ideias, basta pensarmos no Instituto Pedro Nunes, uma das melhores incubadoras do mundo! Temos que aproveitar este ecossistema e dar o máximo para fazer o exemplo! A Universidade de Coimbra é pioneira em tantos projectos e os estudantes continuam relutantes relativamente à iniciativa própria. Em Lisboa e no Porto, o empreendedorismo começa a fazer parte dos assuntos académicos. Já na cidade dos estudantes, pouco vemos e fazemos, o que se traduz numa desvantagem, contudo, a qualquer mo18 Maio 2014 mento podemos converter esta mesma em oportunidade de destaque e de demonstração de FORÇA e PERSEVERANÇA. O empreendedorismo acontece em coisas simples do nosso quotidiano. Empreender é ir beber um copo com os amigos e de repente instaurar-se um BRAINSTORMING que acaba na invenção de um novo método de transporte e armazenamento de cerveja! É ESPONTANEIDADE e INTUIÇÃO. Porquê, ser empreendedor? Experimenta fazer um jogo durante uma semana. Agarra num bloco de notas e, durante uma semana, regista todas as coisas que te incomodaram de certa forma, seja pela sua complexidade, dificuldade ou neutralidade. No final dessa semana, tenta responder novamente à última questão! O tempo urge na busca por mentes empreendedoras e, actualmente, as empresas reconhecem vivamente esse facto. No fim de possuíres mais umas ideias, só necessitas de um pouco de MOTIVAÇÃO para levá-las por diante e moveres opiniões e rasgares entraves através da tua capacidade de LIDERANÇA. Estás no momento certo para te tornares num empreendedor, esta é, sem dúvida, a hora de pensares que tens todo o tempo e OPORTUNIDADES do mundo para seres e viveres o teu SONHO! Como é que tudo pode começar? Não é “o todo”, mas pode ajudar-te bastante! Procura pela página “Estudantes Empreendedores da UC” no Facebook e dá uma vista rápida em todo o conteúdo disponível. Encontrarás um espaço de oportunidades, formação, motivação, partilha e auxílio. Em causa estão os teus horizontes que só poderás expandir se abrires a tua caixa e saíres da tua zona de conforto. Empreendedorismo também é OUSADIA em tentar. E tu? Já deste o 1º passo? DANIEL SILVA Piston NEEMAAC João Soares, 21 anos, Martim Pereira, 22 anos, e Jorge Vieira, 37 anos e licenciado em Engenharia Civil desde 2002, são três estudantes do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica e são também os sócios fundadores que compõem a Matereo. O que é a Matereo? É uma startup do ramo aeroespacial e automóvel, que presta serviços de projecto mecânico e de estruturas, com uma componente de I&D em tecnologias avançadas, novos materiais e tribologia. Além da consultoria, faz desenvolvimento de produto, pelo que além da tecnologia, a criatividade e o marketing estão sempre presentes no nosso trabalho. De onde surgiu esta ideia? Surgiu da troca de ideias entre colegas do DEM, que por razões diversas perceberam que é possível assumir o controlo. Quais são os vossos valores fundamentais? Forte personalidade, dignidade e ambição qb. Quão grande é a vossa equipa, e quão grande querem que seja dentro de um ano? Por agora a equipa são os três sócios, que devem assumir todo o trabalho. Assim será durante algum tempo. Daqui a um ano esperamos ter pelo menos dois colaboradores, mas o modelo passa por estabelecer parcerias para as mais diversas áreas, como design, preparação de peças para fabrico, gestão, etc. 20 Maio 2014 deixa Como se financiam? Fundos comunitários para I&D, business angels, procuramos todo o tipo de incentivo as sme’s. Quais os vossos maiores desafios? Ser uma empresa de referência pela performance e fiabilidade em tudo o que fazemos, o que pouca margem para erro. O que é para vocês o sucesso? É trabalhar no que gostamos e com quem gostamos. E claro, que um dia a empresa tenha condições para retribuir a todos justamente e na proporção das horas nela trabalhadas. Qual o maior risco para a Matereo? É não conseguir focar. Muitas vezes as empresas nascem com uma ideia e com relativa facilidade dispersam para outras actividades. Isso é meio caminho andado para a desagregação da empresa. Como está o vosso crescimento? Estamos numa fase de incubação virtual no IPN e a preparar o plano de negócios para os próximos dois anos. Prevemos que dentro de dois meses nos seja concedido um espaço no IPN, o que é fundamental para melhor desenvolvermos o nosso trabalho. Jorge Vieira, Martim Pereira e João Soares Piston NEEMAAC à CONVERSA COM... Quais são os vossos planos para o futuro? Não pensamos em cenários a longo termo. O mundo muda constantemente. No entanto, seja como for, dentro de dois anos iremos avaliar a possibilidade de abrir uma unidade de produção na zona de Coimbra. Alguma mensagem para os estudantes do departamento? Além dos conhecimentos técnicos adquiridos durante o curso, é importante a postura, a cultura geral e o bom relacionamento humano. Queremos também aproveitar a oportunidade para agradecer à Dra. Teresa Vieira por todo o apoio que nos tem dado desde o início. MIGUEL CLEMENTE 22 Maio 2014 O Domínio Alemão Nós portugueses, vivendo uma situação delicada, num país “entroikado” melhor do que ninguém conhecemos o poder e o domínio alemão. Vivemos no seio de uma União Europeia mais focada na Alemanha que aparece como cabeça de cartaz do que nos seus “bastardos” que, segundo eles, têm pessoas que viveram acima das suas possibilidades. A verdade é que esta mesma Alemanha que tantos conselhos e exemplos dá foi a mesma Alemanha a quem a europa perdoou dívida num pós-guerra, guerra essa desencadeada pela loucura nazi. A prosperidade alemã actual revela-se a vários níveis. Possuem uma economia próspera, impulsionada em parte pela indústria automóvel que graças à sua fama de “qualidade e fiabilidade germânica” não pára de crescer, mesmo com o afundar de muitos países para os quais exportam. Uma boa publicidade para a indústria automóvel alemã é o sucesso dos fabricantes germânicos no panorama mundial de desporto motorizado. Sendo campeã mundial de ralis como construtores, a Volkswagen, veio destronar a Citröen bem cimentada e aparentemente invicta no WRC que se viu deste modo ser completamente esmagada em 2013, e até ao momento, em 2014 a superioridade alemã continua, ganhando até ao momento todas as provas do WRC. Também em Les Mans, prova referência na velocidade a nível mundial o domínio alemão está bem presente neste caso por intermédio da Audi que tem vindo a esmagar toda a concorrência ano após ano. Na Fórmula 1, 2014 parece ser o ano de outro construtor germânico, a Mercedes, que até ao momento ganhou todos os grande prémios disputados. E a verdade é que são vários os desportos nos quais a Alemanha se destaca, até mesmo no futebol, com aquela equipa que muitos consideram ser a melhor do mundo, Bayern Munich, vencedora da liga dos campeões em 2013, numa final totalmente alemã, frente ao Borussia Dortmund. A Alemanha é um país sério, em todos os sentidos, sério pelo facto de ser uma grande potência, com uma economia forte, aparentemente imune a qualquer crise, mas também um país sério com pessoas sérias, em que rir parece quase ofensivo ou desrespeitoso, onde trabalho, sucesso e prosperidade vêm em primeiro plano, um país com um espírito militarizado ainda nos dias de hoje, notando-se isso mesmo até na línPiston NEEMAAC VÍCIOS URBANOS gua. Mas se é verdade que a Alemanha conhece bem a chave do sucesso, gostando de ser boa em tudo aquilo que faz, com bons técnicos e profissionais, não é menos verdade que é um país que gosta de liderar, gosta mais de dominar do que ser dominado, parecendo mesmo que pouco aprendeu com as fortes consequências que sofreu graças às guerras que causou. Em suma, Alemanha é o pais que tem tudo o queremos… uma economia que cresce de forma solidificada, uma excelente indústria e serviços, capaz de corresponder de forma eficaz às necessidades do país, um domínio em tudo aquilo em que se envolve, querendo liderar e ser a melhor, sendo isso visível na cultura e no desporto e tem simultaneamente tudo aquilo que não queremos… uma falta de alma e de calor humano, que 24 nós portugueses temos por natureza, uma frieza e um distanciamento na forma como as pessoas se relacionam e uma obsessão compulsiva de serem os melhores, sendo capazes de esmagar tudo e todos para atingir os seus objectivos. Portugal, aquele país pequeno e “despesista” mais dominado do que dominador continua a ser apesar de tudo, aos meus olhos, aquele pequeno paraíso à beira-mar plantado. Maio 2014 JOSÉ MIGUEL NUNES 24 Horas de Le Mans: Porsche e Toyota apontam baterias à “Rainha” Audi Se a Fórmula 1 é a disciplina máxima do desporto automóvel e o Dakar a sua prova TT mais dura, o que dizer das 24 Horas de Le Mans? Certamente o mais heróico desafio de homem e máquina... O derradeiro teste que coloca os vencedores num patamar de glória, confiança e honra inigualáveis. Inspirador até para a indústria cinematográfica que aí rodou “Le Mans” com a estrela Steve McQueen no mítico Porsche 917k, a edição de 2014 que se aproxima poderá ser digna de inspirar novamente Hollywood... A soberana Audi, a “crescida” Toyota (que tem vindo a “mostrar o que vale” nas provas do WEC*) e o regresso da lendária Porsche à categoria máxima (LMP1) que em tempos dominou a prova francesa são os ingredientes que tornam esta edição a mais aguardada da última década! As máquinas Piston NEEMAAC MUNDO AUTOMÓVEL Sem adensar a discussão nos pilotos de cada equipa focar-me-ei mais no que cada protótipo tem “para oferecer”. Começando pelos “retornados”, a Porsche apresenta-se em Le Mans com o modelo 919 Híbrido. Em termos de motor será talvez a solução mais arrojada. A opção recaiu sobre um 4 cilindros de 2 litros com uma unidade de carregamento de baterias propulsionada pelos gases de escape, algo bastante pequeno para estas “andanças”... Ou não será? Vejamos, com esta unidade a Porsche consegue uma eficiência inatingível pelos seus rivais directos, ou seja, um aproveitamento do potencial do combustível imensamente superior. Com a combinação turbo+híbrido a marca alemã consegue duplicar (!!!) o rácio de energia aproveitada em relação ao potencial do combustível que usam. Ou seja, o pequeno V4 2.0 litros turbinado é na prática um V8 4.0 litros biturbo! Se acrescermos a isto todas as vantagens que se tiram de usar um motor mais pequeno e compacto, e a qualidade da tecnologia híbrida que a Porsche apresenta , podemos ser tentados a colocá-la como um dos candidatos a vencer Le Mans, quer pela sua história, quer pelo seu projecto. Mas será o suficiente para bater Audi (multivencedora das últimas edições) e Toyota (a grande revelação do WEC deste ano)? O que dizer da Toyota senão que melhorou em todos os aspectos desde a edição de 2013? Com um carro mais agressivo, o TS040, dotado de cerca de 1000 cv num V8 híbrido, este é o ano de mostrar resultados para os nipónicos. E se durante toda a temporada têm sido eles quem deu as melhores indicações, Le Mans é sempre uma corrida à parte com factores adicionais que baralham em muito qualquer tentativa de previsão. 26 Maio 2014 E por fim os actuais “Reis” de Le Mans! A Audi é, mais uma vez, indiscutivelmente favorita. O R18 E-Tron Quattro é o aprimorar de anos e anos de evolução da marca germânica. Debaixo do capô, a arma será um V6 diesel de 4 litros turbinado com um sistema híbrido. Uma equipa que vitória atrás de vitória não perde a humildade de entrar em cada edição da prova francesa como se não a tivesse já vencido inúmeras vezes, e isso, em Le Mans, conta muitas vezes mais do que ter o melhor carro. Em termos de campeonato, a Toyota tem levado a melhor em grandes “palcos” como Silverstone e Spa, mas Le Mans... é sempre imprevisível... Para finalizar e também para aguçar o apetite, temos a mais recente “afronta” no jeito de mensagem de boas vindas da Audi à Porsche: Resta saber quem é que vai dar as boas vindas a quem na linha de chegada... Para isso temos de esperar por dia 14 de Junho. *”World Endurance Championship”, a nova designação do antigo “Mundial de Marcas” FRANCISCO VIEIRA E BRITO Piston NEEMAAC Crónica de um título anunciado 33 para o Benfica na queda do Porto “O campeão voltou!” foi a missiva mais do principal escalão do futebol profissional em proclamada no passado mês. Com um ‘bis’ de Portugal, a 13 pontos da liderança no render da Lima, em pleno Domingo Pascal, o Benfica pôde guarda do seu tri-campeonato. carimbar o seu 33º título de campeão nacional. Da penumbra à glória, a turma de Jorge Jesus reergueu-se e, desde a contestada derrota no ‘caldeirão’ dos Barreiros logo a abrir a Liga, os ‘encarnados’ não mais vacilaram. Não fosse o empate em Barcelos, contra o Gil Vicente, o Benfica teria a folha limpa com um registo 100% vitorioso desde meados de Dezembro sendo que se destacam apenas 6 golos sofridos desde que o novo ano civil entrou em vigor, momento chave na decisão da Liga ao qual foram acoplados deslizes do principais rivais, sobretudo do eterno rival, o FC Porto que, depois de dispor de uma vantagem pontual de 5 pontos acabou por terminar, o campeonato 28 Maio 2014 Ao longo da época, os ‘Dragões’ foram obrigados a mexer no comando técnico, algo não muito comum no clube da cidade invicta que, desde 2004/2005, no seguimento da profecia europeia e dos anos dourados de Mourinho, não mudava de treinador no decorrer de uma temporada. O visado foi Paulo Fonseca. O extreinador dos ‘castores’ da Mata Real, confessou não conseguir lidar com “egos e super egos” no balneário azul-e-branco, dando assim lugar a Luís Castro que, depois de ter orientado o Porto na fase final da temporada na condição de treinador interino, vê-se agora, uma vez mais, relegado para a equipa B do emblema da cidade invicta com a confirmação de Julen Lopetegui. O anuncio do técnico espanhol foi no mínimo imprevisível uma vez que, excetuando as conquistas ao leme das seleções jovens do país vizinho, Lopetegui não tem créditos firmados enquanto treinador de clubes sendo que, tem num FC Porto ‘moribundo’, depois de uma época saldada única e exclusivamente pela vitória na Supertaça, o seu primeiro grande desafio aos 47 anos na tentativa de inverter um ciclo recentemente gerado na estirpe do Dragão que culmina 2013/2014 com o mesmo número de derrotas que somou entre 2008 e 2013, ou seja 7 desaires na Liga, sendo que é preciso recuar a 2001/2002 - época em que Mourinho se estreou no banco da formação portista, e o FC Porto tinha no Estádio das Antas a sua casa – para se encontrar pior marca, quando registou 8 jogos sem somar pontos ao longo de toda a temporada. 2013/2014 foi uma época sem precedentes pois, com apenas 21 pontos conquistados fora de casa, a turma azul-e-branca obteve o pior aproveitamento dos últimos 25 anos longe do seu reduto o qual é apimentado pelo facto de em 15 jogos, o FC Porto ter vencido apenas seis, o pior registo da era Pinto da Costa que com Lopetegui entra agora na 32ª época desde que chegou à liderança do clube. Contudo, não se pode associar o demérito do FC Porto ao mérito do SL Benfica, pois ambos são facilmente dissociáveis. Se por um lado, em condições ditais ‘usuais’ e ‘normais’, a tradição invoca que dificilmente o clube da invicta perde 5 pontos para os rivais quando se encontra na liderança, a verdade ‘nua e crua’ assenta no facto de o clube da Luz ter sido o grande dominador da época. Pautado por um futebol mais objetivo e arrogante da turma de Jesus, o Benfica soube potenciar as suas individualidades da melhor forma e encontrou-se, pela primeira vez na sua história recente, na condição de poder ser contemplado com o pleno, resultante de vencer todas as competições, algo que esbarrou sobretudo nas luvas de Beto, guarda-redes português militante das redes sevilhanas. Foi assim num ávido e defensivo muro do Sevilla que os comandados de Jesus esbarraram, pelo segundo ano consecutivo, na final da Liga Europa. O desempate pela marca da grande penalidade foi amargo para o clube da Luz que, apesar de todas as contrariedades com lesões e suspensões, foi dominador ao longo de grande parte dos 120 minutos de jogo. Cardozo e Rodrigo tremeram e sobre a linha fatal Beto não vacilou. A ‘maldição’ de Béla Guttmann vai assim perdurar por, pelo menos, mais um ano apesar de 2013/2014 poder ficar na história do clube como a época em que se tornaram o primeiro emblema a garantir a ‘tripleta’ por terras da Ocidental praia lusitana caso consiga juntar a conquista da Taça de Portugal às já confirmadas conquistas da Taça da Liga e do Campeonato Nacional. Piston NEEMAAC CÍRCULO CENTRAL O Leão está vivo e ruge pela Europa Falar do campeonato que agora finda e não referir o Sporting é no mínimo irracional dado que em 12 meses, distância que separa o pior Sporting da década do melhor registo dos leões nos últimos dez anos, o clube de Alvalade recuperou o seu estatuto de grande do futebol português. De Fernando Santos a Leonardo Jardim, passando por Paulo Bento, nunca antes o Sporting tinha somado tantos pontos ao virar do último terço do campeonato e que, contas feitas, quedou-se a apenas um mero ponto de alcançar o seu melhor desempenho pontual desde que o principal escalão do futebol português alberga 16 emblemas, totalizando 67 pontos contra os 68 pontos averbados em 2006/2007, época em que fez balançar as redes adversárias por 54 ocasiões tal como na temporada que agora chega ao fim. Um Sporting seguro e goleador liderado por Leonardo Jardim que, no comando técnico da equipa de Alvalade, confirma o potencial demonstrado em Aveiro e em Braga antes da sua breve incursão por terras helénicas. O madeirense, de ascendência venezuelana, prometeu trabalho no que seria um ano tendencialmente complicado mas, a verdade dos números mostra apenas três derrotas no cardápio dos leões que apenas se vergaram nos campos dos seus rivais, FC Porto e SL Benfica tendo concedido uma última derrota no último suspiro da Liga na receção ao Estoril de Marco Silva, que é por estes dias apontado como sucessor de Leonardo Jardim no comando técnico dos ‘Leões’ dado que surge cada vez mais a hipótese de Jardim abandonar Alvalade para rumar a outras paragens, com o Mónaco a encabeçar a lista de rumores à qual se vê associado o timoneiro do Sporting. Com um orçamento significativamente mais reduzido, quando comparado com os seus mais diretos rivais, o emblema de Alvalade fez da sua formação a sua maior bandeira e força numa temporada cujo objetivo assentava inicialmente na reconquista de um lugar europeu. Da ‘cantera’ leonina surgiram nomes como William Carvalho e Carlos Mané, num ano em que se assistiu à afirmação de nomes como os de Cédric Soares e Adrien Silva de leão ao peito. Para gaudio dos sportinguistas, necessitados de um balão de ar depois de múltiplas desilusões, o regresso do Sporting coincide, justamente, com o completar de um primeiro ano promissor de Bruno de Carvalho ao leme do histórico lisboeta, outrora conhecido como o clube dos cinco violinos. Não cinco mas sim seis, equivale ao número de anos em que o Sporting se vê arredado de marcar presença na fase de grupos da mais prestigiada competição europeia de clubes. A entrada na ‘Liga Milionária’, 30 Maio 2014 como é sobejamente apelidada, permite ao clube de Alvalade obter um dos seus maiores encaixes financeiros das últimas temporadas assim como representa o regresso do Sporting ao convívio dos grandes do velho continente, algo que não acontece desde a ‘fatídica’ noite Bávara de 10 de Março de 2009. Na época o Sporting marcava presença, pela primeira vez, nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, desde que a competição recebe esse nome apesar da marca atingida na antiga Taça dos Campeões – chegou aos quartos-de-final – permanecer ainda por alcançar mas, a efeméride viria a ser celebrada da pior maneira. O adversário, o Bayern de Munique, dispensa qualquer tipo de apresentação e, no final de uma eliminatória desigual, o ‘placard’ mostrava uma copiosa derrota por 12-1 no agregado das duas mãos. Os alemães venceram por 5-0 em Alvalade e por 7-1 no seu reduto, dois resultados que o Sporting prefere, certamente, que não seja apanágio agora que a Europa dos milhões volta a sorrir no horizonte dos verde-e-brancos. horizonte dos verde-e-brancos. Sabe-se que no início da época a direção do clube prometeu um ‘bolo’ de 500 mil euros a serem distribuídos, igualitariamente, por todos os jogadores do plantel caso os leões rubricassem um apuramento que muitos de início foram perentórios em afiançar de duvidoso. Neste ponto, a utopia está, como já foi referido, desfeita e é já uma viva realidade pelo que, 20 mil euros ‘extra’ podem entrar diretamente nas contas dos jogadores que perfilam nos quadros do futebol sénior do Sporting. O ano foi de sonho, o clube parece reabilitado e livre dos cuidados intensivos que padeceu num passado muito recente. Bruno de Carvalho não esconde uma candidatura ao título no próximo ano e garante que Leonardo Jardim continua a ser o treinador do seu projeto apesar de toda a especulação. O futuro é incerto mas a certeza que fica é que este Sporting já não é mais um clube subjugado. O Sporting voltou a ser grande e quem ganha com isso é o futebol português! regresso do boavista ao xadrez da liga No despoletar do mês de Julho, em 2007, o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol confirmara a despromoção do Boavista à Liga de Honra, no âmbito do processo Apito Final. Na missiva emitida pelo organismo confirmava-se também a suspensão de 4 anos a ser aplicada a João Loureiro, que surge hoje na liderança do clube da cidade invicta. O Boavista tinha recorrido da pena de descida de divisão por coação aos árbitros dos jogos com Benfica, Belenenses e Académica, todos os casos referentes à temporada 2003/04, mas viu recusada a pretensão e cedeu assim o lugar na divisão principal aos Paços de Ferreira visto que, os pacenses tinham sido despromovidos desportivamente no decurso da temporada que acabava de findar, ao terminarem no 15º e penúltimo lugar. Quase sete anos depois do sucedido, os axadrezados viram ‘luz verde’ no que diz respeito ao seu regresso ao escalão primodivisionário do futebol português. O emblema volta assim a colocar o Estádio do Bessa no mapa do futebol nacional, depois de ter respondido afirmativamente à proposta lançada pela Liga de Clubes e de se ter candidatado a uma vaga que, é alegadamente ‘sua’ por direito pois em Fevereiro de 2013, na sequência de uma decisão judicial, o Conselho de Justiça da FPF decidiu dar provimento ao recurso do Boavista, com fundamento na prescrição do procedimento disciplinar que ditou a descida de divisão do clube, sem analisar o mérito dos procedimentos disciplinares aplicados. Desde então, um potencial alargamento a 18 emblemas tem sido uma mera formalidade sendo que, hoje, apesar de o dia 1 de Abril ser intitulado como dia das mentiras, a verdade nua e crua é que as ‘panteras’ viram confirmado o seu regresso ao principal escalão. Deste modo, parafraseando a Liga Piston NEEMAAC CÍRCULO CENTRAL de Clubes, pode ler-se a seguinte nota: “Considerando a apresentação pelo Boavista Futebol Clube, Futebol, SAD, de toda a documentação no âmbito do processo de candidatura divulgado através do comunicado oficial n.º 320, de 24 de março e a obtenção do parecer favorável da Comissão Técnica de Estudos e Auditoria, em reunião realizada na presente data [31 de março de 2014], informa-se que a Comissão Executiva deliberou aprovar a candidatura da Boavista Futebol Clube, Futebol, SAD à participação na I Liga, na época 2014/15” A notícia foi recebida com ‘pompa e circunstância’ pelas hostes boavisteiras, retratadas nas palavras proferidas pelo presidente do clube, João Loureiro. “É com muita emoção que a nossa candidatura foi aprovada oficialmente. É um momento histórico que se segue a uma série de acontecimentos que tivemos de atravessar.” O líder dos axadrezados deixa ainda uma mensagem de confiança e de apreço por todo o apoio que o clube tem vivido nesta travessia pelos escalões secundários: “Temos de ter a consciência que vamos começar uma nova etapa e que as dificuldades não acabaram para o Boavista. Temos vários obstáculos para continuar a ultrapassar. Temos de criar condições objetivas para participar condignamente na próxima Liga, dentro daquilo que são as nossas possibilidades, e criar também condições para continuar a cumprir com rigor todos os nossos compromissos. Vão continuar a ser tempos difíceis, mas, agora, naturalmente com muito maior alento e satisfação. Temos pela frente quatro meses de muito trabalho, que terá de ser feito com toda a racionalidade e ao mesmo tempo muito coração, de forma a podermos disputar a 1.ª Liga com realismo, mas com condições para podermos permanecer no lugar que é nosso por direito próprio.” enfatizou João Loureiro. Campeão em 2000/2001, o Boavista, recorde-se, encontra-se a disputar nesta temporada o Campeonato Nacional de Séniores, terceiro escalão do futebol nacional, estando neste momento inserido no Playoff de promoção na Zona Norte, onde já se sabe vai ocupar o 4º lugar numa série conquistada pelo Freamunde, que por seu turno garante o regresso aos campeonatos profissionais. Com a confirmação do regresso do Boavista ao convívio da nata do futebol português, fica confirmado que a temporada 2014/2015, da primeira liga, vai contar com 18 formações sendo que, do playoff entre Paços de Ferreira e Desportivo das Aves, decide-se qual a 18ª formação a ganhar entrada no campeonato que tem início em Agosto próximo. 32 Maio 2014 Mundial 2014: Recuperar a estreia de Portugal no palco do Mundo 66’ Capicua de ‘Magriça’ Sorte com Eusébio do Mundo O oitavo certame Mundial marcou a estreia não só de Portugal mas também de Eusébio no palco maior do Mundo do ‘desporto rei’. Por terras de sua majestade, 16 países foram representados ao mais alto nível pelos seus coletivos. Comandada por Otto Glória, Portugal fazia-se representar pela espinha dorsal do Benfica Europeu onde se incluíam, para além do pantera negra, os nomes de Mário Coluna, António Simões, José Augusto e José Torres, num coletivo que foi apelidado como a seleção dos Magriços. Um apelido que surgiu baseado nas façanhas de Álvaro Gonçalves Coutinho, O Magriço, um cavaleiro Português do século XIV que, juntamente com 11 colegas, viajou para a Inglaterra para participar num torneio para defender a honra de doze damas inglesas que não conseguiam encontrar cavaleiros no seu reino dispostos a fazê-lo. É certo que a veracidade da fábula não pode ser confirmada mas a verdade, nua e crua, é que Portugal embarcou para Inglaterra no Verão de 1966 para fazer história. 11 Jogadores entraram em todos os jogos para defender a honra de um país que vivia em pleno Estado Novo. O emparelhamento inicial não poderia ser mais desafiante pois na fase de grupos a seleção das quinas sabia que tinha de estar ao seu melhor nível para bater conjuntos mais experientes como Bulgária, Hungria e a bicampeã do Mundo em título, o Brasil que tinha nas suas fileiras Edson Arantes do Nascimento cujo nome por si só pode significar pouco para o mais leigo dos adeptos, mas se o traduzirmos simplesmente para Pelé, então o acontecimento adquire de imediato outra dimensão. A epopeia mundial tinha início marcado para o Teatro dos Sonhos, em Manchester. Old Trafford recebia Portugal na elite do futebol Mundial e foi preciso esperar apenas 2 minutos para José Augusto marcar o primeiro golo lusitano em fases finais de um Campeonato do Mundo. O que na última década se tornou numa trivialidade, na época era visto com uma proeza heroica. Apesar da exibição tímida na estreia, Portugal levou de vencida a congénere húngara por 3-1 com José Augusto a bisar e Torres a inscrever também o seu nome na lista de marcadores. Piston NEEMAAC CÍRCULO CENTRAL Eusébio balança as redes de um Mundial pela primeira vez: Ainda em Manchester, 3 dias depois da estreia, a seleção defronta a Bulgária embalada pela vitória inaugural. Desde cedo Portugal adiantou-se no marcador com um auto-golo de um defesa búlgaro. Contudo, é o minuto 39 da tarde de, 16 de Julho de 1966, que fica cravado na história. Assistido pelo seu “irmão branco”, Eusébio marcou o seu primeiro golo num Campeonato Mundial. O 2-0 verificar-se-ia até bem perto do final quando José Torres elevou para 3-0. Os Magriços seguiam como única equipa invicta no grupo no final da segunda jornada. Eusébio abria o livro e ficava a espera de um Brasil que precisava de ganhar a Portugal. Quando Eusébio bateu o pé a Pelé: A canarinha, bicampeã do Mundo, vivia um momento conturbado e para continuar em prova tinha de bater Portugal por uma vantagem superior a dois golos. Para o efeito, Pelé regressava de propósito para defrontar a formação de Otto Glória que, enquanto treinador português tinha oportunidade de enfrentar a seleção do seu país de origem. Depois de uma semana vitoriosa em Manchester, Portugal mudava-se para Liverpool pois a partida que oporia Eusébio a Pelé iria ter lugar em Goodison Park, atual estádio do Everton. Debilitado, Pelé foi a jogo mas após uma entrada mais ‘arrojada’ de Morais, o astro brasileira nada mais poderia fazer a não ser coxear. Conhecedores do estado físico de Pelé e, entrando de cabeça levantada e olhos nos olhos contra um adversário que era só e somente o bicampeão Mundial em título, Portugal adiantou-se no marcador à passagem do quarto de hora com o pequeno António Simões a corresponder de cabeça a uma bola perdida pelo guardião Manga na sequência de um cruzamentoremate de Eusébio. “Um momento inesquecível e que dá vontade de falar de vez em quando.” é assim que Simões, Rato Mickey para os colegas, classifica o golo que abriu caminho para uma vitória sem precedentes, a primeira em jogos oficiais contra os sul-americanos. A partir desse ponto história foi contada. Portugal gelou o Brasil e adiou o sonho do tricampeonato para os cariocas que foram forçados a esperar mais quatro anos por nova conquista. Nesse dia ainda não foi enunciado, Eusébio completaria o placard. O King bisou contra o Brasil de Pelé. Portugal assegurava lugar nos quartos-definal. O apuramento pela batuta de Eusébio: Em 1966, Portugal e Coreia do Norte faziam a sua estreia em fases finais do campeonato do Mundo e ambas as seleções viviam uma estreia de sonho e auspiciosa no palco maior do futebol mundial, ao atingirem os quartos-de-final da competição, cotando-se assim como parte integrante das oito melhores equipas do torneio. Se Portugal havia vencido o Brasil, o apuramento da Coreia do Norte para a fase a eliminar não seria menos memorável dado que, ao eliminarem a Itália na fase anterior, os norte-coreanos eram também só por si uma das sensações da prova. Em terra de nobres brilhou o Rei ao liderar a recuperação dos Magriços, quando já perdiam por 3-0 contra os norte-coreanos. De rompante, Eusébio celebra quatro golos virando por completo um jogo que acabaria com a vitória lusitana por 5-3. Nos tempos que correm, a exibição do Pantera Negra continua a ser conotada como uma das melhores de sempre, em fases finais de Mundiais. Lágrimas e tristeza: “Foi o dia mais triste da minha vida!” “A maior tristeza foi a derrota nas meias-finais, no campeonato mundial de 1966.”. Foi com mágoa e tristeza que Eusébio recordou, em 1981 ao semanário Expresso, a meia-final do Mundial inglês. Pela frente os Magriços catapultados por feitos sem precedentes encaravam a seleção anfitriã. Um jogo que se veria envolto em polémica com a localização do encontro a ser alterada para que os ingleses pudessem jogar todos os seus jogos no mítico Estádio de Wembley, o estádio do povo britânico e que permitiria maior falange adepta nos seus da seleção de sua majestade. Portugal não poderia fazer a não ser concordar com a ‘argumentação’ da FIFA. A Inglaterra sabia da valia de Eusébio 34 Maio 2014 e operou uma marcação cerrada ao ‘13’ de Portugal. Liderada em campo por Bobby Charlton, a formação inglesa viu-se a ganhar por 2-0 para não mais largar a condição de vencedora. Eusébio ainda reduziu de grande penalidade para Portugal mas, já não havia volta a dar e o pranto de Eusébio no final do jogo é o que permanece na memória. Contas feitas, restava apenas defrontar a União Soviética no jogo para atribuição da medalha de Bronze do último Mundial da década de 60. Eusébio começaria por derrubar o muro de Lev Yashin da mesma maneira que havia batido os ingleses, da marca de pénalti. O 9º golo de Eusébio seria o seu último em fases finais de Campeonatos do Mundo. Torres selaria o Bronze num último suspiro na partida. Os Magriços levavam para casa mais do que o Bronze. Em Lisboa aterravam heróis nacionais. Eusébio foi Bota de Ouro e, trazia consigo, esse doce com sabor amargo para se contentar! Planeta académica Eleições, época tranquila e o adeus a Ricardo 2013/2014 levou a Académica a bom porto, um porto seguro pautado pela ineficácia na hora de ‘assaltar’ as redes adversárias. Contas feitas, o ataque Brioso foi um dos piores da Liga mas, tal feito pode apenas evidenciar a constância da turma de Conceição que acaba justamente a meio da tabela classificativa num honroso 8º lugar – melhor classificação desde 2008/2009 -, que permite inserir o nome dos ‘estudantes’ no quadro dos 8 melhores do principal escalão em Portugal pela 3ª vez em quase 3 décadas, mais concretamente 29 anos. A tal efeméride, junta-se agora a apimentada discussão pela presidência do clube. Nuno Teodósio Oliveira foi o primeiro candidato a apresentar um projeto que visa dirigir os destinos da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol. Motivado pelo lema “100% Briosa”, o advogado dá agora a cara pelo clube que há muito defende tendo sido um dos maiores impulsionadores do movimento “Académica 100% dos Sócios”, cujo maior objetivo tratava a defesa da implementação de uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) nos desígnios dos ‘estudantes’. Piston NEEMAAC CÍRCULO CENTRAL O candidato assume alguns dos seus desejos e descreve o seu projeto: “Esta é uma candidatura abrangente, plural, de todos os que se revêm nos princípios norteados da Instituição. Trata-se de uma candidatura que congrega todos os que não veem a Académica apenas como um clube, mas como uma Instituição de dimensão nacional e internacional, com uma margem de crescimento como nenhum clube em Portugal terá. Impõe-se um movimento de refundação da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol. Estou convicto de que o projeto é o melhor para a Académica. Queremos uma Académica dos sócios e para os sócios. Uma Académica mobilizadora, capaz de transmitir uma mística única, sempre com forte ligação à casa-mãe. No plano desportivo, desejamos um clube ambicioso, lutando sempre pelos lugares cimeiros da tabela classificativa e não se cingindo apenas à luta pela permanência. Queremos devolver a Académica aos seus sócios, serão eles a mola humana que nos irá catapultar para voos mais altos. A Académica é um gigante adormecido e está na hora de acordar. A Académica não tem donos, faz parte do seu ADN, nem nunca se subjugou ao poder político. A Académica sempre foi e sempre será um espaço de liberdade e cidadania. Esta não é uma candidatura de oposição, nãos nos estamos a candidatar contra ninguém. É um projecto que defende uma Académica una, que não está de costas voltadas para os seus sócios e que quer sempre uma Académica de Coimbra mas para o mundo.” Aos 33 anos, Nuno Oliveira conta já com vasta experiência nos domínios academistas reunindo, inclusivamente, qualificações na área da gestão desportiva pelo que não constitui surpresa a candidatura, agora tornada publica. O advogado conimbricense é presença assídua no Estádio Cidade de Coimbra e é sobejamente conhecida a sua paixão pelo clube do losango, sendo que até há bem pouco tempo era parte integrante da equipa de relatos da Rádio Universidade de Coimbra. A poucos dias do escrutínio, Oliveira vai ser acompanhado por José Eduardo Simões na corrida à liderança do emblema de Coimbra, com o atual presidente do clube da cidade que é cruzada pelo Mondego a pretender recandidatar-se a um novo mandato. Contestado por muitos, apupado por outros, certo é que Simões impera ao lema “Académica Sempre” procurando cativar o eleitorado com o tradicional discurso de continuidade e de ambição renovada ao mencionar o seu projeto como “ambicioso desde há 10 anos, na salvação da Académica e na construção de infraestruturas e hoje temos um património notável, que poucos outros clubes têm, que ultrapassa em muito o nosso passivo. Apresento uma equipa com ambição e resultados e com qualidade reforçada para tornar a Académica mais capaz de vencer as dificuldades do futuro, em quem os sócios devem confiar”, referiu o candidato, salientando que “de mandato para mandato tem vindo a trabalhar melhor e a obter melhores resultados.” Em 10 anos de Primeira Liga, certo é que a grande pecha de Simões assenta no facto de ano após ano a Académica terminar o campeonato com incertezas e múltiplas questões como pano de fundo e esta época, apesar dos resultados desportivos alcançados, não foge à regra dado que mais de metade do plantel não está confirmado tendo em vista a próxima temporada, sendo que se contam pelos dedos das mãos, aqueles que, das habituais opções de Sérgio Conceição no decorrer da época, têm o seu vínculo contratual renovado. Para já a maior perda jaz em Ricardo Nunes. O guardião da Académica, está no clube de Coimbra desde 2007 e entre lágrimas de emoção garantiu que não vai continuar a defender os destinos da baliza Briosa na próxima temporada. O destino mais provável parece ser o Estádio do Dragão algo que o poveiro se recusou a comentar. Juntamente com Ricardo, Makelele parece estar também de saída 36 Maio 2014 com Cleyton a levar um rumo semelhante, sendo que também existe a possibilidade de a Académica perder outra das suas figuras, o ‘Herói da Taça’, Marinho que viu o seu espaço reduzido na equipa titular e procura a melhor opção para prosseguir a sua carreira. No que contempla 2014/2015 é fulcral que a Académica consiga chegar a acordo com Sérgio Conceição para renovar pelo clube do losango independentemente da equipa que sair vencedora do escrutínio do próximo dia 30 de Maio. A aposta em jogadores como Salvador Agra e Rafael Lopes no mercado de Inverno pode deixar antever uma incursão pelo mercado nacional ao invés da invasão, por vezes inexplicável, pelos escalões secundários do campeonato brasileiro, facto que é sustentado pelos recentes rumores que dão como certas as contratações de Pedro Moreira e Tozé, dois dos principais impulsionadores da boa temporada da equipa B do FC Porto. Neste defeso, a história mais badalada vai ser, ao que tudo indica, a questão de quem vai chegar a Coimbra para ocupar o lugar deixado agora vago por Ricardo Nunes. Nomes como os de Mika e José Sá perfilam-se na lista dos desejáveis mas, ao que tudo indica, a curto prazo, a baliza Briosa deve ficar entregue a Peiser que está perto de estender o seu vínculo contratual com a Académica. O futuro é incerto em Coimbra e o patamar está elevado para a próxima campanha com a necessidade de a turma conimbricense alcançar o tão aguardado lugar Europeu! VÁLTER FERREIRA Piston NEEMAAC Película Cross Of Iron - A Grande Batalha (1977) Sam Peckinpah Duração: 132min País: Reino Unido / Alemanha Ocidental Com : James Coburn, Maximilian Schell, James Mason Em 1943, depois da derrota das tropas alemãs na batalha de Estalinegrado, um grupo de soldados alemães tenta sobreviver a ofensiva Soviética. Um comandante transferido chega a sua base, e tem uma ambição : Ser condecorado com a mais alta medalha militar, a Cruz de Ferro. Obviamente que toda essa ambição resultará em conflitos internos. O Filme conta com uma técnica muito avançada para a época, planos curtos em câmara lenta de várias acções em simultâneo, que mais tarde viria a ser adoptada por muitos realizadores. É de notar também que o facto das imagens passarem mais lentamente amplificam a crueza da Guerra. Verdadeiramente visceral, não só se foca em um protagonista e vai explorando as mais diversas personagens. Ao contrário de muitos outros filmes feitos sobre o assunto, as tropas Nazis são aqui mostradas com um carácter menos homogéneo e assim mais realista , temos soldados que vieram para a Guerra contra a sua vontade, soldados Homossexuais (Algo extremamente repudiado pelo Reich), soldados loucos, soldados sãos, enfim todo uma panóplia de personagens. 38 Maio 2014 Disco Álbum: Glassjaw Interprete: Worship And Tribute Ano: 2002 Editora: Warner Bros O segundo álbum de estúdio da banda Estado-Unidense mais precisamente de Long Island, conhecida pelos seus concertos efusivos e energéticos. São donos de um som muito próprio que vai beber das influencias do Post-Hardcore (uma vertente um pouco mais solta do Punk), Rock Progressivo, Música Expermental e Heavy Metal. Em suma, o álbum conta com Livro uma variância de estilo, o que é bom pois não cansa com tanta facilidade. Serve para abrir horizontes e deitar abaixo a ideia que o Punk é sempre a mesma coisa. A plasticidade do vocalista é notória, característica que não é muito vulgar neste género musical. Worship And Tribute consegue um difícil equilíbrio entre o emotivo e o cru. O Teu Rosto Será o Último Autor: João Ricardo Pedro Editora: Leya 2011 O livro começa no dia 25 de Abril de 1974, onde um homem no Portugal profundo chamado Celestino empenha a sua caçadeira para um dia de caça, aí ainda não tinha chegado as notícias que tinha havido uma Revolução e o dia correu com uma aparente normalidade. Neste livro temos varias personagens onde cada uma tem em si o um ar de “Ser Português”, temos um Padre que para além de uma fé religiosa inabalável era um acérrimo adepto do Sporting, uma mulher que os mais recentes avanços na sociedade como os homens usarem brincos, os astronautas, os implantes mamários eram sinais que o dia do Juízo Final estava a porta, um médico da aldeia, um homem que foi para a guerra do Ultramar e conheceu a madrinha de guerra numa livraria, uma criança que certo dia andou de bicicleta todo nu. O Teu Rosto Será o Último concentra numa escrita bem constituída e difícil de elaborar mas simples de ler (o autor é Licenciado em Engenharia Electrotécnica e até então não tinha qualquer tipo de formação na área da Literatura), histórias banais aparentemente sem relação entre elas, com bastante sentido de humor mas com os devidos pés na terra, pois também nos mostra os flagelos e as consequências da Guerra e do Estado Novo. ANDRÉ PORTUGAL Piston NEEMAAC Quinta feira, 25 de Abril de 2014. Feriado nacional, um óptimo dia para reunir os amigos lá em casa. Mas como passar o tempo?? Então surgiu a ideia, “Porque não Left 4 Dead 2??”. Sei o que estão a pensar, um jogo tão antigo, já está mais que passado a história. Mas, ai é que se enganam. Começamos a jogar, modo campanha, Dark Carnival. Eu estou a jogar, o Rodrigues também, o Clemente e o Cabral. Começamos na autoestrada, quando o carro que usavamos para a fuga na campanha anterior já não pode avançar mais devido ao engarrafamento. Vamos avançando, vamos matando facilmente os poucos infectados que vão aparecendo, até que chegamos a um motel, onde de repente aparece um Tank, o inimigo mais forte e que mais dano aguenta, quando damos por isso estamos todos a gritar “Mata o Tank, mata o Tank”. Quando ele finalmente cai temos a nossa vida um pouco em baixo, mas vamos avançando, até que chegamos a entrada do Whispering Oaks Amusement Park, e também a safe house. Primeira par40 te da campanha está concluida. Agora temos de atravessar o parque de diversões. Mal saimos da safe house, vemos uma quantidade simpática de zombis a correr na nossa direção e a única coisa que podemos fazer e despejar clip atras de clip até todos eles estarem no chão. Mas assim também seria fácil demais, pelo meio ainda está o David a gritar “Ajuda, ajuda, estou a ser puxado” depois de estar a ser puxado por um Smoker, um infetado especial que com a sua lingua enorme consegue envolvernos nela e arrastarnos ate ele. Quando pensavamos que já tinha passado, vejo um Hunt- Maio 2014 er, outro infetado especial a saltar para cima de mim, derrubar-me e a desferir-me golpes incontaveis ate que o Sérgio lhe põe um fim. Por agora sobrevivemos. Avançamos, quando vamos a entrar no estábulo, temos de lidar com mais uma quantidade generosa de zombis e derepente começa o chao a nossa frente a ficar verde e a borbulhar. É um Spitter, um infetado especial que atira uma gosma verde tão rápido como essa mesma gosma verde nos tira vida se estivermos em cima dela. O David escapa e avança sozinho, vamos no seu encalso e percebemos que temos de subir umas escadas, que nos leva para cima do telhado do mesmo estábulo. Enquanto o Sérgio curava o Clemente e o David se corava a ele mesmo, coisa que na altura eu não percebi que estava a acontecer, fui avançando sozinho. Cheguei a meio do telhado e um grito medonho e uma mensagem “You startled the Witch” apareceu no ecrã do meu computador. No instante seguinte, estava no chao, apenas podendo usar a arma secundária e a debaterme com o que parecia ser uma rapariga, mas com uns olhos amarelos, brilhantes, assustadores, a desferir-me golpes sem fim. Grito pela ajuda dos meus colegas, e quando estava quase no limite da minha vida, lá aparece o David e o Clemente para me salvarem. A Witch morreu. Uma lição que aprendi da pior maneira, estar atento a Witch e nunca a incomodar. Descemos do telhado e avançamos mais um pouco. Temos uma especi de andaime e a nossa passagem esta bloqueada por uma série de torniquetes, temos de abrir os torniquetes. “David vai abrir os torniquetes, a gente protege-te daqui de cima do andaime”. Ele avança, pressiona o botão para abrir os torniquetes e nesse momento, do sítio para onde temos de ir surge uma horde imensa de zombis. “David sai dai, sai dai” grito-lhe eu. Disparando bala atras de bala contra aquela parede de mortos-vivos vamos sobrevivendo, ate que um Smoker tira o Clemente de cima do andaime e o arrasta para um canto, ele pede ajuda, eu desço para o tentar ajudar e quando dou por isso tenho um Jockey nos meus ombros, outro infetado especial, a arrastar-me para o meio dos zombis. Digo “Ajudem-me, ajudem-me”, o Sérgio tenta ajudar-me mas quando dá por isso tem um Hunter em cima dele, tudo depende se o David nos consegue por de pé a todos agora. Mas quando ele começa a tentar levantar o clemente primeiro, uma segunda horde de zombis aparece, sem aviso, eu e o Sérgio e o Clemente tentamos matar o maior número de zombis possivel com a nossa arma secundaria pois estando no chao é a única luta que podemos usar, mas rapidamente eles nos envolvem completamente, mas o David ainda esta na luta, ainda a esperança. O que nenhum de nós Piston NEEMAAC what’s hot? viu foi o Boomer que se aproximava sorrateiramente, que vomita para cima do David, e que lhe impede de ver seja o que for. Neste momento, devido ao vómito do Boomer todos os zombis atacam o David ao mesmo tempo, com a visibilidade quase nula, devido ao vomito, com uma quantidade de zombis enorme a envolvelo e atacalo. Mas não seria impossivel de sobreviver, o problema foi o Charger. Um zombi especial que investiu contra o David e que o arrastou para um canto e não o largou ate ele morrer. Ai percebemos que é ali o nosso fim, que já não conseguiriamos sobreviver mais, e então confirma-se, o David cai por terra. Deitamos maus a cabeça e ficamos todos extasiados e de boca aberta a pensar naquilo que tinha acabado de acontecer. Recomposemo-nos e voltamos a safe house para mais uma tentativa. Foi um dia bem passado. Left 4 Dead 2 foi lançado a 17 de Novembro de 2009 e é uma sequela direta do primeiro titulo. O jogo é da Valve, e foca-se no modo cooperativo entre os 4 jogadores que compoem a equipa de sobrevivente ao apocalipse zombi. É maravilhoso de se jogar, e como é claro como já tem os seus aninhos e ainda usa o motor source, a qualidade grafica já não é a melhor. Existem alguns modos de jogo, como campanha, survival em que estamos num mapa fechado e temos de sobreviver o maior tempo possível a vagas sucessivas de zombis incontroláveis, ou entao temos o modo scavenger em que temos de encontrar certos items, como gasolina, e trazelos de volta para o ponto inicial, como por exemplo um carro. Existem sete tipos de zombis especiais. Os Tanks, o pesadelo para qualquer jogador pela quantidade de dano que conseguem suportar, as Witchs, que basta uma investida e deitam-nos por terra, os Hunters, os Jockeys, os Smokers e os Spitters e os Chargers. No total existem 5 campanhas desafiadoras, e que nos vao contando em segundo plano a história dos sobreviventes. Apesar de já ter a sua idade Left 4 Dead 2, é um titulo maravilhoso, no qual podemos perder horas e horas e horas de diversão com mais 3 amigos. CLASSIFICAÇÃO: 95 42 SÉRGIO ALMEIDA Maio 2014 THE WALKING DEAD Certo dia, enquanto vageava pela net, deparei-me com algo épico. Algo que em breve faria 10 anos de existência, sim estou a falar da banda desenhada de The Walking Dead. Por esta altura a série televisiva já tinha iniciado, e então fiquei curioso em relação a banda desenhada. Fiquei extasiado! A série escrita por Robert Kirkman, e desenhada por Tony Moore, mais tarde substituido por Charlie Adlard é maravilhosa de se ver e de ler. Criada em outubro de 2003 The Walking Dead teve um inicio atribulado, com poucas vendas e com pouca popularidade entre os leitores de comics, mas ao longo do tempo foi construindo a sua reputação e a sua popularidade e em 2006, altura do lançamento da 33ª edição, a primeira tiragem esgotou em apenas 24 horas. A partir dai foi sempre a crescer. Em 2010 ganhou o prémio Eisner Award, prémio que distingue feitos na arte sequencial, ou seja, de melhor banda desenhada continua. Também foi neste mesmo ano que The Walking Dead teve a sua adaptação aos grandes ecrãs. E assim começou o fenómeno zombi. Mas deixem que vos diga, depois de começar a ler a banda desenhada, a entrar na verdadeira história de The Walking Dead, a série televisiva tornou-se algo monótono, sem sabor, sem a emoção que nos é proporcionada pelos quadradinhos da banda desenhada. Além disso, a série televisiva, apesar de inspirada na banda desenhada, parece ter ganho vida própria e, neste momento leva um rumo completamente diferente da banda desenhada, completamente díspar. Por exemplo, todos nós nos lembramos da morte do Shane. Bem na banda desenhada, naquele momento na floresta em que Shane aponta uma arma ao Rick, quando Dale impede o Shane de matar o Rick, na banda desenhada aparece o Carl que dispara e mata o Shane. A Andrea, que na série televisiva morre, na BD é das personagens mais importantes. Outro exemplo é a Lori e a bébé morrem quando o Governador invade a prisão, e este e morto por uma mulher do grupo dele, depois destes perceberem Piston NEEMAAC what’s hot? que estavam a atacar e a matar mulheres e bebes, entre muitas outras diferenças. Mas nem tudo é mau, uma das coisas boas da série televisiva foi a introdução de uma personagem nova, o Daryl. É a única coisa que consigo apontar como bom, depois de todas as alterações feitas em relação a banda desenhada. É verdade que a série tem ganho bastantes prémios importantes, tem batido recorde de audiências mas deixa muito aquem da banda desenhada, já que se diz que é baseada nesta, tem uma historia completamente diferente, é uma história completamente diferente. Para finalizar, deixo a minha opinião pessoal, se gostam da série televisiva, não leiam a banda desenhada. Mas, a banda desenhada é algo que vale a pena ler, e reler. SÉRGIO ALMEIDA 44 Maio 2014 ESPECIAL NEEMAAC 13/14 ACÇÃO E FORMAÇÃO Foi lindo. Foi a minha primeira experiência de núcleo e foi fantástica, há pouco a dizer porque apesar das adversidades tudo valeu a pena. Se o tempo voltasse atrás voltava a fazer de novo mas mais e melhor. Todas as atividades em que participei e organizei ajudaram imenso na minha corrida acadêmica e isso não tem preço. Devo isto aos meus colegas que sempre me ajudaram e apoiaram. Aproveito também para agradecer à comunidade do DEM por confiarem no nosso trabalho. No NEEMAAC aprendi um lema, “se nós queremos nós lutamos e nós podemos”. Obrigada por serem quem são. TELMA MORGADO COMUNICAÇÃO E IMAGEM Este ano o NEEMAAC foi superior aos outros núcleos. Tivemos o maior número de atividades e conseguimos atingir praticamente tudo o que tínhamos considerado. O único problema foi mesmo a falta de participantes nessas mesmas atividades…não sei o porquê mas os alunos não estiveram muito a fim das atividades propostas. Mas não foi por isso que os elementos deste núcleo não estão de parabéns pois todos realizaram um magnifico trabalho e estiveram sempre prontos para ajudar quem fosse. Bem, no meu pelouro, da comunicação e imagem, penso que tivemos uma melhoria significativa comparando com o ano anterior. Imprimi-mos quatro edições do Piston, fizemos um site para o NEEMAAC, possuindo este uma base de dados para que os alunos possam estudar sem ter que recorrer à reprografia e para além disto tudo ainda fizemos todos os cartazes de todas as actividades realizadas pelo NEEMAAC. Para mim foi uma experiencia engrandecedora pois abriu-me novas portas, que a nível académico, profissional quer a nível criativo e onde conheci novas pessoas e fiz novas amizades. Para finalizar gostaria de congratular o Miguel Clemente e o Ricardo Baila pela preciosa ajuda que deram a este pelouro, ao João Marques, pela bela equipa que criou e que deu tanto fruto para o nosso departamento e toda a equipa do NEEMAAC que fez com que este ano corresse tão bem. SIGA NEEMAAC!! ANTÓNIO ALMEIDA CULTURA A oferta cultural do NEEMAAC foi diversificada e deverá ter cumprido com as expectativas dos alunos do DEM, na medida em que foi abastada de tardes de cerveja! As febradas são o clássico evento vespertino de que não poderíamos despender. Este ano inovámos e acrescentámos-lhe música ao vivo. Fez-se ouvir a bateria, baixo, trompete e órgão, mais ou menos de improviso, coisa rara naquele jardim. Realizámos a segunda edição de cinema com um filme escolhido pelos alunos e promovemos o Beach Volley na praia fluvial. Não esgotámos as possibilidades de exploração artística, mas ficámos com o apontamento de uma aceitável receptividade às nossas actividades. Do ponto de vista pessoal, foi gratificante ter trabalhado com esta equipa. Sou testemunha do empenho que existiu para te proporcionar as melhores experiências. Levo comigo um respeito enorme ao trabalho do NEEMAAC, cuja dimensão me acerquei melhor este ano. LUÍS PAIVA Piston NEEMAAC DESPORTO 2013/2014 foi sem dúvida um ano de crescimento, arrisco-me a dizer, para toda esta equipa. Um projecto abraçado no início, com convicção de sucesso, contando sempre com toda a entrega e apoio dos meus colegas e amigos envolvidos. Imperativamente, todo o sucesso que daqui adveio pode ser, noutras prespectivas, justificado apenas pelo fruto do nosso trabalho e dedicação. Sim, um fruto que sabe ainda melhor quando sabemos que amadureceu, não só devido a tal, mas também, e essencialmente, à relação que floresceu partindo das raízes de cada um. Um ano magnífico. ZÉ PEDRO MARTINS GAPE Em primeiro lugar gostaria de agradecer a toda a equipa do NEEMAAC, pelo excelente trabalho e dedicação ao longo deste ano lectivo. Tive o privilégio de coordenar o pelouro GAPE, onde estive em contacto directo com todos os estudantes do Dem, como na recepção ao caloiro e recepção aos estudantes em programa de mobilidade. Com isto aprendi novas línguas, melhorei o meu inglês, vi novos conceitos e formas de pensar e viver. Foi igualmente gratificante poder contribuir em todas as actividades conjuntas do NEEMAAC, destacando a Academia do Emprego onde também tive oportunidade de participar no Pitch . Foi um ano de trabalho intenso, em que os estudantes ficaram em primeiro lugar nas nossas prioridades e espero que para o ano o NEEMAAC seja ainda maior e melhor. Siga NEEMAAC! FILIPA CARVALHO PEDAGOGIA O Pelouro da Pedagogia assumiu-se como uma forte base de sustentação e de resposta às exigências que o actual quadro do ensino superior público exige. Sendo que o nosso principal objectivo prendeu-se em defender e resolver os assuntos pedagógicos, que se encontravam ligados, não só aos cursos leccionados no DEM, mas também nos preocupámos em participar nos assuntos pedagógicos debatidos na academia. Todos esses assuntos foram analisados e debatidos durante as jornadas pedagógicas. Foi um evento de grande importância, uma vez que, este pelouro focou grande parte da sua atenção para a sua realização e batalhou com todas as forças em trazer resultados mais positivos aos cursos do DEM. Quanto à minha experiência enquanto coordenador do Pelouro da Pedagogia foi, de facto, muito gratificante. Apesar de no início me parecer que era uma caminho bastante difícil de percorrer consegui, passado praticamente um ano, e depois de vastos desafios, perceber que não só me fez crescer como pessoa, como também me faz crescer enquanto estudante do Departamento de Engenharia Mecânica e, por fim, fez-me também perceber que existem vários pontos de vista, pontos de vista esses que devem ser analisados e cuidados todos de igual modo. Desejo à próxima equipa do NEEMAAC, e em especial ao próximo coordenador deste pelouro, as maiores felicidades, esperando que dêem continuidade ao trabalho realizado pelas anteriores direcções, pois a pedagogia do DEM é reconhecida fora de portas e isso só se consegue com o empenho de quem a coordena e dos beneficiários, os alunos. NUNO BRANCO 46 Maio 2014 ESPECIAL NEEMAAC 13/14 SAÍDAS PROFISSIONAIS Ter sido coordenador das Saídas Profissionais foi uma das aprendizagens mais enriquecedoras e completas que poderia ter tido nesta fase de crescimento enquanto estudante. Fez-me ver que é bem verdade quando dizem que ser dirigente associativo desenvolve em nós competências transversais que não se desenvolveriam se ficássemos somente pela exigência da parte curricular do curso. Aprendi imenso, com uma equipa fantástica, repleta de pessoas que sem se preocuparem com o que receberiam em troca, sempre se moveram pelo amor a esta nossa casa que é o DEM e aos seus alunos. Ter tido oportunidade de, neste pelouro em específico, contactar com empresas e demais entidades empregadoras, alargar a minha base de dados, e poder ter trazido para cá parte da realidade do mercado de trabalho, foi uma recompensa extraordinária. Aconselho vivamente a todos vós que não conhecem e se alheiam desta vertente associativa que o deixem de fazer. Honrar a AAC, desde as suas secções aos núcleos também é fazer parte do que é ser estudante de Coimbra. Nós somos diferentes. Vive essa diferença! FILIPE AMARO SECRETÁRIA Sempre considerei o associativismo como sendo uma forma muito importante de ter uma participação ativa na comunidade. Este para além de fazer parte de um processo de formação, é um caminho que nos dá a oportunidade de agir e de nos envolver no meio em que nos inserirmos. A minha experiência no associativismo teve lugar no núcleo de estudantes do departamento de engenharia mecânica e foi sem qualquer dúvida a melhor coisa que me podia ter acontecido. Foi através desta experiência que tive oportunidade de conhecer pessoas fantásticas, e adquirir tantas competências transversais que poderão ser eventualmente uma mais valia para o futuro. Esta é acima de tudo uma experiência que nos permite partilhar quem somos, como somos e acima de tudo como vemos o Mundo e como o podemos mudar. É um “Brainstorming” constante, em que um grupo de pessoas sugere, discute, planeia e prepara dando assim vida a uma ideia. VERA RIBEIRO TESOUREIRO Fazer parte da equipa do NEEMAAC 13/14 foi uma oportunidade única de fazer parte de um grupo de miúdos com enorme ambição, capacidade de trabalho, empenho e dedicação que certamente não vou esquecer. Foram muitas horas de trabalho e muitas adversidades superadas que culminaram, a meu ver, num excelente mandato, como se pode comprovar pelo trabalho desenvolvido ao longo do ano. Foi um gratificante processo de crescimento pessoal para mim e foi um orgulho ver os meus companheiros crescerem também ao longo deste percurso. A todos eles agradeço o que com eles aprendi e lhes desejo o melhor para o futuro. Um ano depois, o grupo de miúdos transformou-se num grupo de Homens e Mulheres que admiro mas, acima de tudo, tornou-se um grupo de amigos! São estes amigos e os momentos que com eles passei que, como diz a canção, “Levo comigo p’ra vida”. LEANDRO SIMÃO Piston NEEMAAC DIA 29 DE MAIO OCORREM AS ELEIÇÕES PARA O NÚCLEO 2014/2015 NÃO DEIXEM PASSAR A OPORTUNIDADE DE FAZEREM A DIFERENÇA E PARTICIPAR ACTIVAMENTE NO VOSSO NÚCLEO VISITA-NOS NA NOSSA PÁGINA DE FACEBOOK https://www.facebook.com/Piston.NEEMAAC
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