Pré texto - Pós-graduação em Engenharia de Alimentos
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Pré texto - Pós-graduação em Engenharia de Alimentos
Dedico este trabalho: Á minha querida e amada esposa Andréia que se manteve sempre presente tanto nos bons quanto nos maus momentos, me apoiando sempre que necessário, adiando seus sonhos para a realização dos meus e à minha pequena e adorada Ana Clara, pequena em tamanho, mas infinita em amor e alegria. Aos meus pais Deodato e Terezinha que não desistiram em momento algum de incentivar a minha formação, por todo o amor e carinho proporcionados e, que mesmo distantes me apoiaram e me ajudaram de todas as formas possíveis. 271 AGRADECIMENTOS Percentual de encapsulamento Aos meus orientadores Sandra Regina Salvador Ferreira e José Vladimir de Oliveira que acreditaram em mim para a realização deste trabalho e que sempre se colocaram a disposição para discussões e esclarecimentos, não medindo esforços para que eu tivesse uma boa formação. Além de professores, acima de tudo são amigos. Aos professores Marcos Corazza e Fernanda Corazza por toda a experiência repassada, discussões e sobre tudo pela grande amizade cultivada ao longo dos anos. Ao professor e grande amigo Cláudio Dariva por ter sido o idealizador deste trabalho e por todos os ensinamentos a mim repassados na época de IC e de mestrado. Ao professor Adley Forti Rubira, da Universidade Estadual de Maringá pela contribuição neste trabalho, mais uma vez abrindo as portas do Departamento de Química da UEM para a realização das análises de microscopia. Em especial ao amigo Marcos Kunita também da UEM, que não mediu esforços para a realização das análises de MEV e, acima de tudo, por todos os ensinamentos a mim repassados nesta parte. As alunas de iniciação científica Mirian e Alana por todo o auxílio durante a etapa experimental do trabalho. A Clarissa, Roberta e Ilisandra, pela amizade e companheirismo durante a época de disciplinas em Florianópolis e por não deixar que eu desistisse dos meus sonhos. Aos demais colegas e amigos do Laboratório de Termodinâmica da URI e do LATESC da UFSC que de alguma maneira me auxiliaram neste trabalho. Ao Programa de Pós Graduação em Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina por aceitar a realização da parte experimental do trabalho em outra instituição. Ao Programa de Pós Graduação em Engenharia de Alimentos da URI – Campus de Erechim, por ter aceitado que a parte experimental deste trabalho fosse realizada em suas dependências. A CAPES pelo auxilio financeiro na realização de parte deste trabalho. A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. 1,5 1,0 0,5 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C16 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 15, em função do tempo de ultrasom. Tabela C8 – Valores dos parâmetros para cálculo do percentual e eficiência de encapsulamento de β-caroteno em PHBV. Exp A1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 22,826 20,537 14,028 6,117 3,428 9,006 11,789 11,083 4,487 2,218 12,769 8,810 5,330 3,164 1,214 Modelo: PE% = A1*exp(A2*tempo)+A3 Tempo A2 A3 R2 (min) -2,968 -0,093 0,9972 0,3527 -3,823 -0,010 0,9996 0,2930 -7,057 0,181 0,9998 0,1859 -2,518 0,020 0,9968 0,4500 -5,855 0,142 0,9994 0,2173 -1,551 0,166 0,9998 0,6222 -3,093 -0,058 0,9990 0,3450 -4,995 0,356 0,9994 0,2174 -5,565 0,174 0,9976 0,2072 -4,142 0,121 0,9992 0,2625 -0,632 -0,178 0,9153 1,5790 -3,407 0,065 0,9996 0,3123 -2,073 0,127 0,9947 0,5340 -2,432 0,329 0,9971 0,5122 -2,389 0,019 0,9977 0,5230 PE (%) 7,92 6,69 3,96 1,99 1,10 3,59 4,00 4,10 1,59 0,87 4,53 3,10 1,89 1,24 0,37 EE (%) 27,6 29,0 24,1 22,0 22,9 17,1 23,9 34,7 25,8 28,1 27,1 23,8 20,9 25,0 16,7 270 6 Percentual de encapsulamento 5 4 3 2 1 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C14 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 13, em função do tempo de ultrasom. 4 Percentual de encapsulamento “A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.” 3 (Albert Einstein) 2 1 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C15 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 14, em função do tempo de ultrasom. 269 Resumo da Tese apresentada ao Programa de Pós Graduação em Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Doutor em Engenharia de Alimentos. Elton Franceschi Abril/2009 Sandra Regina Salvador Ferreira José Vladimir de Oliveira O objetivo deste trabalho foi investigar a aplicação de dióxido de carbono pressurizado como anti-solvente para a precipitação de βcaroteno e poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato) (PHBV) puros e para o encapsulamento de β-caroteno em PHBV. Primeiramente, foram medidos dados experimentais de equilíbrio de fases do sistema binário CO2+acetato de etila, dos sistemas ternários envolvendo β-caroteno, CO2 e os solventes orgânicos (etanol, diclorometano e acetato de etila) e do sistema ternário envolvendo PHBV, diclorometano e CO2 na faixa de temperatura de 30 a 70°°C e pressões até 120 bar. A faixa de concentração investigada para os sistemas envolvendo o β-caroteno foi de 40 a 90% em massa e para o sistema envolvendo o polímero foi de 30 a 90% em massa. Foram observadas transições de fases do tipo líquido-vapor com transições do tipo bolha e do tipo orvalho para os sistemas ternários CO2+etanol+β βcaroteno e CO2+acetato de etila+β β-caroteno. Para os sistemas ternários envolvendo CO2+diclorometano+β β-caroteno e CO2+diclorometano+PHBV foram observadas transições de fases do tipo líquido-vapor e, do tipo sólido-líquido-vapor a partir de uma determinada concentração de CO2. Foi observado que em todos os sistemas ternários investigados a presença dos solutos praticamente não alterou o comportamento de fases dos sistemas binários CO2+solvente orgânico. Os dados experimentais dos sistemas ternários foram bem correlacionados com a equação de estado de PengRobinson, usando parâmetros de interação binária entre os sistemas binários envolvendo CO2 e os solventes orgânicos. A partir dos resultados obtidos no estudo do equilíbrio de fases foi possível determinar as faixas de temperatura, pressão e concentração, bem como 10 8 6 4 2 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C12 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 11, em função do tempo de ultrasom. 10 8 Percentual de encapsulamento Orientadores: 12 Percentual de encapsulamento PRECIPITAÇÃO E ENCAPSULAMENTO DE β-CAROTENO EM PHBV EMPREGANDO TECNOLOGIA SUPERCRÍTICA 14 6 4 2 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C13 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 12, em função do tempo de ultrasom. 268 5 Percentual de encapsulamento 4 3 2 1 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C10 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 9, em função do tempo de ultrasom. Percentual de encapsulamento 3 2 1 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C11 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 10, em função do tempo de ultrasom. o solvente orgânico para a realização dos experimentos de precipitação e encapsulamento. Para os experimentos de precipitação dos compostos puros e de encapsulamento, foi utilizado diclorometano como solvente orgânico e dióxido de carbono como anti-solvente e foram utilizadas duas câmaras de precipitação com dimensões diferentes. Quando a câmara de menor dimensão foi utilizada para a precipitação dos compostos puros e para o encapsulamento, os seguintes parâmetros foram mantidos constantes: temperatura (40°°C) e vazão de solução (1 mL.min-1) e, os seguintes parâmetros foram investigados na precipitação do β-caroteno puro: pressão (80 a 120 bar), vazão de anti-solvente (20 a 40 mL.min-1) e concentração de βcaroteno na solução orgânica (4 e 8 mg.mL-1). Para a precipitação do PHBV puro os parâmetros investigados foram os mesmos e nas mesmas faixas, com exceção da concentração de PHBV na solução orgânica que variou entre 20 e 40 mg.mL-1. Para os experimentos de encapsulamento foi variada somente a concentração de PHBV na solução orgânica entre 16 e 32 mg.mL-1 e a concentração de β caroteno foi mantida constante em 8 mg.mL-1. Quando a câmara com as maiores dimensões foi utilizada na precipitação do βcaroteno, os parâmetros investigados foram: temperatura (20 a 40°°C), pressão (80 a 120 bar), concentração da solução (4 a 8 mg.mL-1), vazão de solução (1 a 4 mL.min-1) e vazão de anti-solvente (20 a 40 mL.min-1). Quando PHBV foi precipitado com a câmara maior, os parâmetros investigados foram: concentração da solução (10 a 40 mg.mL-1), vazão de solução (1 a 4 mL.min-1) e vazão de anti-solvente (20 a 40 mL.min-1). A temperatura foi mantida constante em 40°°C e a pressão em 80 bar. Para os experimentos de encapsulamento os parâmetros investigados foram concentração de βcaroteno (1 a 8 mg.mL-1) e concentração de PHBV (20 a 40 mg.mL1 ) na solução orgânica. A temperatura foi mantida constante em 40°°C, pressão em 80 bar, vazão de solução em 1 mL.min-1 e vazão de anti-solvente em 40 mL.min-1. Quando a câmara de menor dimensão foi utilizada para a precipitação dos compostos puros, dependendo das condições de operação, o tamanho médio de partícula variou entre 3,8 e 246,8 µm para o β -caroteno e entre 278 e 570 nm para o PHBV. Quando a câmara de maior dimensão foi utilizada o tamanho médio de partícula do β-caroteno precipitado ficou entre 3,2 e 96,8 µm e, do PHBV, entre 0,87 e 27,79 µm. A morfologia do βcaroteno precipitado foi modificada de partículas tipo placa para partículas tipo folhas, conforme verificado nas micrografias de mi- 267 14 Percentual de encapsulamento 12 10 8 6 4 2 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C8 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 7, em função do tempo de ultrasom. 12 10 Percentual de encapsulamento croscopia eletrônica de varredura (MEV). Para a precipitação do PHBV puro, as micrografias de MEV mostraram que para todas as condições experimentais a morfologia do polímero foi diferente daquela do material não processado. O polímero precipitado apresentou partículas quase esféricas na faixa sub-micrométrica com superfície lisa e, partículas esféricas na faixa micrométrica com superfície irregular e porosa, enquanto que o material não processado era composto basicamente de filmes. Os resultados dos experimentos de encapsulamento mostraram que quando a câmara com menor dimensão foi utilizada, o maior percentual de encapsulamento obtido foi de 20,1% com eficiência de encapsulamento de 80% na condição que apresentava um percentual em massa de β-caroteno na solução de 25,1%. Quando a câmara com maior dimensão foi utilizada nos experimentos de encapsulamento, a condição que apresentou o maior percentual de encapsulamento (7,92%) foi com 28,7% em massa de β -caroteno. 8 6 4 2 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C9 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 8, em função do tempo de ultrasom. 266 Abstract of Thesis presented to Food Engineering Program of the Federal University of Santa Catarina as a partial fulfillment of the necessary requirements for the degree of Doctor in Food Engineering. Percentual de encapsulamento 4 3 PRECIPITATION AND ENCAPSULATION OF β -CAROTENE IN PHBV EMPLOYING SUPERCRITICAL TECHNOLOGY 2 Elton Franceschi April/2009 Advisors: 1 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C6 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 5, em função do tempo de ultrasom. 10 Percentual de encapsulamento 8 6 4 2 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C7 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 6, em função do tempo de ultrasom. Sandra Regina Salvador Ferreira José Vladimir de Oliveira The objective of this work was to investigate the application of pressurized carbon dioxide as anti-solvent for precipitation of pure β-carotene and poly(hydroxybutirate-co-hydroxyvalerate) (PHBV) and for encapsulation of β-carotene in PHBV. Firstly, phase equilibria experimental data were measured for the binary system CO2+ethyl acetate, for ternary systems involving β-carotene, CO2 and the organic solvents (ethanol, ethyl acetate and dichloromethane) and, for the ternary system involving PHBV, dichloromethane and CO2 in the temperature range of 30 to 70°°C and pressures up to 120 bar. The CO2 concentration range investigated for the systems involving β-carotene was 40 to 90 wt% and, for the system involving the polymer the range was 30 to 90 wt%. Vapor-liquid phase transitions were observed, with bubble and dew point, for the ternary systems CO2+ethanol+β β-carotene and CO2+ethyl acetate+β β-carotene. For the ternary systems β-carotene and involving CO2+dichloromethane+β CO2+dichloromethane+PHBV solid-vapor-liquid phase transitions were observed starting from a determined CO2 concentration. It was also observed that in all ternary systems investigated the presence of the solutes do not alter the phase behavior of the binary systems CO2+organic solvents. The experimental data of the ternary systems were well correlated with the Peng-Robinson equation of state, using binary interaction parameters between CO2 and organic solvents. From the obtained results of phase behavior it was possible to determine the temperature, pressure and solute concentration ranges, as well as, the organic solvent for the precipitation and encapsulation experiments. For the precipitation of pure compounds and encapsulation, dichloromethane was used as 265 16 Percentual de encapsulamento 14 12 10 8 6 4 2 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C4 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 3, em função do tempo de ultrasom. 7 6 Percentual de encapsulamento organic solvent and carbon dioxide as anti-solvent and it was employed two precipitation chambers with different dimensions. When the chamber with the lower dimension was used for the pure compounds precipitation and for the encapsulation, the following parameters were maintained constant: temperature (40°°C), solution flow rate (1 mL.min-1) and, the following parameters were investigated in the pure β-carotene precipitation: pressure (80 to 120 bar), anti-solvent flow rate (20 to 40 mL.min-1) and concentration of β-carotene in the organic solution (4 to 8 mg.mL-1). For the precipitation of pure PHBV the parameters investigated were the same and in the same range, with exception of the PHBV concentration in the organic solution that varied from 20 to 40 mg.mL-1. For the encapsulation experiments it was changed only the PHBV concentration in the organic solution between 16 e 32 mg.mL-1 and the β-carotene concentration was maintained constant at 8 mg.mL-1. When the chamber with the higher dimension was used in the β-carotene precipitation, the parameters investigated were: temperature (20 to 40°°C), pressure (80 to 120 bar), solution concentration (4 to 8 mg.mL-1), solution flow rate (1 to 4 mL.min-1) and anti-solvent flow rate (20 to 40 mL.min-1). When PHBV was precipitated with the higher chamber, the parameters investigated were: solution concentration (10 to 40 mg.mL-1), solution flow rate (1 to 4 mL.min-1) and anti-solvent flow rate (20 a 40 mL.min-1). Temperature was maintained constant at 40°°C and pressure at 80 bar. For the encapsulation experiments the parameters investigated were β-carotene concentration (1 to 8 mg.mL-1) and PHBV concentration (20 to 40 mg.mL-1) in the organic solution. Temperature was maintained constant at 40°°C, pressure at 80 bar, solution flow rate at 1 mL.min-1 and anti-solvent flow rate at 40 mL.min-1. When the chamber with lower dimension was used for the pure compounds precipitation, depending on the operation conditions, the mean particle size for β-carotene was varied from 3.8 to 246.8 µm and for PHBV between 278 and 570 nm. When the chamber with higher dimension was used, the mean particle size for precipitated β-carotene was between 3.2 and 96.8 µm and, from PHBV between 0.87 and 27.79 µm. The morphology of precipitated β-carotene was modified from plate-like to leaf-like particles, as verified by micrographs of scanning electronic microscopy (SEM). For the pure PHBV precipitation, the SEM micrographs showed that for all experimental conditions the morphology of polymer was 5 4 3 2 1 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C5 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 4, em função do tempo de ultrasom. 264 different from the unprocessed material. The precipitated polymer presented almost spherical particles in the sub-micrometric range with smooth surface and, spherical particles in the micrometric range with irregular and porous surface, while the unprocessed material was composed basically by films. The encapsulation results showed that when the chamber with the lower dimension was used, the highest percentual of encapsulation obtained was 20.1% with encapsulation efficiency of 80% with the condition that have 25.1wt% of β -carotene. When the chamber whit the higher dimension was used in the encapsulation experiments, the condition that presented the highest percentual of encapsulation (7.92%) was that with 28.7 wt% of β-carotene. 24 22 Percentual de encapsulamento 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C2 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 1, em função do tempo de ultrasom. 22 20 Percentual de encapsulamento 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Tempo de ultrasom (min) Figura C3 – Variação do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV da condição experimental 2, em função do tempo de ultrasom. 1,3 ± 0,07 0,03 ± 0,002 0,00185 ± 0,00009 27,2 15 5 0,221 ± 0,009 0,009 ± < 0,001 5,5 ± 0,01 0,26 ± 0,001 0,01148 ± 0,00001 21,7 14 5 1,219 ± 0,002 0,057 ± < 0,001 1,7 ± 0,01 0,15 ± 0,001 0,00767 ± 0,00003 25,3 13 5 0,824 ± 0,003 0,038 ± < 0,001 0,6 ± 0,01 0,07 ± 0,001 0,00483 ± 0,00008 32,7 12 5 0,530 ± 0,009 0,024 ± < 0,001 11,2 ± 0,43 1,86 ± 0,072 0,00390 ± 0,00015 21,0 11 100 0,434 ± 0,016 0,390 ± 0,015 2,7 ± 0,05 0,09 ± 0,002 0,00250 ± 0,00005 28,8 10 10 0,289 ± 0,005 0,025 ± < 0,001 1,3 ± 0,01 0,08 ± 0,001 0,00423 ± 0,00002 26,9 9 5 0,468 ± 0,002 0,021 ± < 0,001 2,0 ± 0,04 0,24 ± 0,004 0,00542 ± 0,00010 11,3 8 5 0,591 ± 0,010 0,027 ± < 0,001 0,3 ± 0,01 0,05 ± 0,001 0,00252 ± 0,00005 23,5 7 5 0,291 ± 0,005 0,013 ± < 0,001 1,4 ± 0,01 0,30 ± 0,001 0,01124 ± 0,00001 18,9 6 5 1,193 ± 0,001 0,056 ± < 0,001 1,9 ± 0,01 0,09 ± 0,001 0,00456 ± 0,00001 24,8 5 5 0,502 ± 0,001 0,023 ± < 0,001 0,6 ± 0,04 0,05 ± 0,004 0,00244 ± 0,00020 0,282 ± 0,020 0,012 ± 0,001 0,8 ± 0,01 0,13 ± 0,001 0,00461 ± 0,00002 23,9 4 5 0,507 ± 0,002 0,023 ± < 0,001 PRE (%) 0,4 ± 0,02 90 0,09 ± 0,004 Figura 3.8 - Diagrama P,x,y experimental para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + PHBV(3). Dados experimentais deste trabalho em comparação com dados binários entre CO2 e diclorometano da literatura _______________________________ 0,016 ± 0,001 86 0,00315 ± 0,00014 Figura 3.7 - Diagrama P,x,y para o sistema binário CO2(1)+acetato de etila(2) e ternário CO2(1)+acetato de etila(2)+β-caroteno(3). Dados experimentais deste trabalho em comparação com dados da literatura nas temperaturas de 40 e 60°C ________________________________________________ 0,356 ± 0,014 83 5 Figura 3.6 - Diagrama P,x,y experimental para o sistema ternário CO2(1)+etanol(2)+ β-caroteno(3) deste trabalho em comparação com dados experimentais do sistema binário CO2(1)+etanol(2) da literatura na temperatura de 40°C __________________________ 17,1 80 3 Figura 3.5 - Diagrama P,x,y para o sistema ternário CO2(1)+diclorometano(2)+β-caroteno(3) na. Dados experimentais deste trabalho em comparação com dados da literatura _________ 5 72 18,4 Figura 3.4 – Pistão utilizado na célula de equilíbrio ___________ 2 72 0,8 ± 0,03 Figura 3.3 – Célula de equilíbrio de volume variável __________ 0,22 ± 0,009 71 0,048 ± 0,002 Figura 3.2 – Diagrama do aparato experimental de equilíbrio de fases ________________________________________________ 0,00484 ± 0,00021 70 0,531 ± 0,021 Figura 3.1 – Estrutura química do β-caroteno (a) e do PHBV (b)_ 10 21 22,1 Figura 2.4 – Diagrama das técnicas PCA e SEDS (Jung e Perrut, 2001) _______________________________________________ 1 20 PRE (%) Figura 2.3 – Diagrama da técnica SAS ou ASES (Jung e Perrut, 2001) _______________________________________________ Massa média de caroteno (mg) 18 Concentração média (mg.mL-1) Figura 2.2 – Diagrama da técnica GAS (Jung e Perrut, 2001) ___ Absorbância média 15 Diluição (mL) Figura 2.1 – Diagrama da técnica RESS (Jung e Perrut, 2001) __ Massa de amostra (mg) pg Exp LISTA DE FIGURAS Tabela C7 – Resultados do percentual e eficiência de encapsulamento das amostras dissolvidas em acetona e submetidas a ultrasom por 3 minutos. 263 262 Massa de amostra (mg) (mL) Diluição média Absorbância Concentração média (mg.mL-1) 0,00767 ± 0,00010 0,00294 ± 0,00010 0,00623 ± 0,00003 0,00914 ± 0,00001 0,00957 ± 0,00010 0,01166 ± 0,00001 0,00117 ± 0,00002 0,00899 ± 0,00002 0,00369 ± 0,00002 0,00600 ± 0,00002 0,00802 ± 0,00009 0,00998 ± 0,00001 0,00764 ± 0,00007 0,00992 ± 0,00002 0,00228 ± 0,00015 Massa média de caroteno (mg) 0,038 ± 0,001 0,015 ± < 0,001 0,031 ± < 0,001 0,046 ± < 0,001 0,038 ± 0,001 0,117 ± < 0,001 0,006 ± < 0,001 0,090 ± < 0,001 0,037 ± < 0,001 0,030 ± < 0,001 0,802 ± 0,009 0,050 ± < 0,001 0,076 ± 0,001 0,099 ± < 0,001 0,011 ± 0,001 PRE (%) 0,18 ± 0,002 0,11 ± 0,004 0,18 ± 0,001 0,16 ± 0,001 0,15 ± 0,002 0,50 ± 0,001 0,02 ± 0,001 0,33 ± 0,001 0,12 ± 0,001 0,11 ± 0,001 3,63 ± 0,043 0,17 ± 0,001 0,32 ± 0,003 0,46 ± 0,001 0,04 ± 0,003 EE (%) 0,6 ± 0,01 0,5 ± 0,02 1,1 ± 0,01 1,7 ± 0,01 3,2 ± 0,03 2,4 ± 0,01 0,1 ± 0,01 2,8 ± 0,01 1,9 ± 0,01 3,3 ± 0,01 21,8 ± 0,26 1,3 ± 0,01 3,5 ± 0,03 9,7 ±0,02 1,6 ± 0,10 Tabela C6 – Resultados do percentual e eficiência de encapsulamento das amostras dissolvidas em acetona e submetidas a ultrasom por 2 minutos. Exp 0,824 ± 0,010 0,334 ± 0,010 0,675 ± 0,003 0,976 ± 0,001 1,021 ± 0,011 1,237 ± 0,001 0,151 ± 0,002 0,960 ± 0,002 0,412 ± 0,002 0,651 ± 0,002 0,861 ± 0,010 1,063 ± 0,001 0,821 ± 0,007 1,057 ± 0,002 0,266 ± 0,015 5 5 5 5 5 10 5 10 10 5 100 5 10 10 5 21,7 13,9 17,6 28,9 31,7 23,3 25,2 27,1 30,6 28,1 22,1 29,9 23,9 21,4 28,1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Figura 3.9 – Diagrama P-x-y para o sistema ternário CO2 + diclorometano + β-caroteno, com duas concentrações de βcaroteno em diclorometano (4,0 e 8,0 g.L-1 em base livre de CO2). Dados experimentais e modelagem termodinâmica ____________ 93 Figura 3.10 - Diagrama P-x-y para o sistema ternário CO2 + etanol + β-caroteno com duas concentrações de β-caroteno em etanol (0,096 e 0,303 g.L-1 em base livre de CO2). Dados experimentais e modelagem termodinâmica _________________ 93 Figura 3.11 - Diagrama P-x-y para o sistema binário CO2 + acetato de etila. Dados experimentais e modelagem termodinâmica ________________________________________ 94 Figura 3.12 – Diagrama P-x-y para o sistema ternário CO2 + acetato de etila + β-caroteno, na concentração de β-caroteno em acetato de etila de 0,338 g.L-1 (base livre de CO2). Dados experimentais e modelagem termodinâmica _________________ 95 Figura 4.1 – Micrografia eletrônica de varredura do β-caroteno não processado com ampliação de 2000 vezes _______________ 102 Figura 4.2 – Micrografia eletrônica de varredura do PHBV não processado com ampliação de 50 vezes _____________________ 102 Figura 4.3 – Diagrama esquemático do aparato experimental de precipitação utilizado ___________________________________ 105 Figura 4.4 – Fotografia mostrando as duas câmaras de precipitação conectadas a todas as linhas da unidade experimental. (A) Câmara menor e (B) câmara maior _____________________ 108 Figura 4.5 – Vista detalhada da unidade experimental de precipitação __________________________________________ 110 Figura 4.6 – Vista geral da unidade experimental de precipitação 111 Figura 4.7 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de β-caroteno do planejamento fatorial completo 23 sobre o tamanho médio de partícula ______________ 125 Figura 4.8 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de β-caroteno do planejamento fatorial completo 23 sobre o coeficiente de variação _________________ 126 1,6 ± 0,10 0,04 ± 0,003 0,00228 ± 0,00015 0,266 ± 0,015 0,011 ± 0,001 9,7 ±0,02 0,46 ± 0,001 0,00992 ± 0,00002 10 22,1 29,9 23,9 21,4 28,1 11 12 13 14 15 5 5 28,1 10 10 1,057 ± 0,002 0,099 ± < 0,001 3,5 ± 0,03 0,32 ± 0,003 0,00764 ± 0,00007 0,821 ± 0,007 0,076 ± 0,001 1,3 ± 0,01 0,17 ± 0,001 0,00998 ± 0,00001 1,063 ± 0,001 0,050 ± < 0,001 21,8 ± 0,26 3,63 ± 0,043 0,00802 ± 0,00009 10 30,6 9 5 10 27,1 8 5 25,2 7 100 0,861 ± 0,010 0,802 ± 0,009 3,3 ± 0,01 0,11 ± 0,001 0,00600 ± 0,00002 0,651 ± 0,002 0,030 ± < 0,001 1,9 ± 0,01 0,12 ± 0,001 0,00369 ± 0,00002 0,412 ± 0,002 0,037 ± < 0,001 2,8 ± 0,01 0,33 ± 0,001 0,00899 ± 0,00002 0,960 ± 0,002 0,090 ± < 0,001 0,1 ± 0,01 0,02 ± 0,001 0,00117 ± 0,00002 0,151 ± 0,002 0,006 ± < 0,001 2,4 ± 0,01 0,50 ± 0,001 0,01166 ± 0,00001 23,3 6 5 31,7 5 5 28,9 4 5 17,6 3 10 1,237 ± 0,001 0,117 ± < 0,001 3,2 ± 0,03 0,15 ± 0,002 0,00957 ± 0,00010 1,021 ± 0,011 0,038 ± 0,001 1,7 ± 0,01 0,16 ± 0,001 0,00914 ± 0,00001 0,976 ± 0,001 0,046 ± < 0,001 1,1 ± 0,01 0,18 ± 0,001 0,00623 ± 0,00003 0,675 ± 0,003 0,031 ± < 0,001 0,5 ± 0,02 0,11 ± 0,004 0,015 ± < 0,001 0,00294 ± 0,00010 0,334 ± 0,010 148 5 Figura 4.18 – Fotomicrografia de MEV do PHBV precipitado na condição experimetal 4 com ampliação de 50 vezes ___________ 13,9 145 2 Figura 4.17 - Micrografias de MEV do β-caroteno precipitado nas condições experimentais 7 (A) e 23 (B), nas vazões de antisolvente de 20 e 40 mL.min-1, respectivamente _______________ 0,6 ± 0,01 144 0,18 ± 0,002 Figura 4.16 – Distribuição de tamanho de partícula do β-caroteno precipitado nas vazões de solução de 1 e 4 mL.min-1. Condições experimentais 23 e 31 do planejamento fatorial 25 ____________ 0,038 ± 0,001 142 0,00767 ± 0,00010 Figura 4.15 - Fotomicrografias de MEV do β-caroteno precipitado nas concentrações de 4 e 8 mg.mL-1 em diclorometano. (A) Experimento 27 com ampliação de 500 vezes; (B) Experimento 31 com ampliação de 200 vezes _____________ 0,824 ± 0,010 140 5 Figura 4.14 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de β-caroteno do planejamento fatorial completo 25 sobre o coeficiente de variação _________________ 21,7 139 1 Figura 4.13 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de β-caroteno do planejamento fatorial completo 25 sobre o tamanho médio de partícula ______________ EE (%) 134 PRE (%) Figura 4.12 - Fotomicrografias de MEV do β-caroteno precipitado nas razões entre vazões de 20 e 40, com diferentes ampliações. (A) Exp 1 com ampliação de 2000 vezes; (B) Exp 5 com ampliação de 2000 vezes; (C) Exp 4 com ampliação de 70 vezes; (D) Exp 8 com ampliação de 500 vezes _______________ Massa média de caroteno (mg) 132 Concentração média (mg.mL-1) Figura 4.11 – Distribuição de tamanho de partícula do β-caroteno precipitado nas razões entre vazões de 20 e 40. Comparação entre as condições experimentais 1 e 5 (A) e, 3 e 7 (B) _____________ Absorbância média 130 Diluição (mL) Figura 4.10 – Distribuição de tamanho de partícula do β-caroteno precipitado a 80 e 120 bar. Comparação entre as condições experimentais 1 e 3 (A) e, 6 e 8 (B) ________________________ Massa de amostra (mg) 129 Exp Figura 4.9 - Fotomicrografias de MEV do β-caroteno precipitado a 80 e 120 bar com diferentes ampliações. (A) Exp 1 com ampliação de 2000 vezes; (B) Exp 3 com ampliação de 60 vezes; (C) Exp 6 com ampliação de 1000 vezes; (D) Exp 8 com ampliação de 500 vezes _________________________________ Tabela C5 – Resultados do percentual e eficiência de encapsulamento das amostras dissolvidas em acetona e submetidas a ultrasom por 1 minuto. 261 260 6,2 8,2 7,6 12,1 17,9 8,1 6,0 8,3 10,4 11,7 6,1 8,7 8,0 5,5 5,3 50 50 5 50 5 50 100 10 5 5 100 100 50 10 5 0,731 ± 0,011 0,558 ± 0,012 0,962 ± 0,002 0,500 ± 0,016 1,202 ± 0,001 0,753 ± 0,006 0,189 ± 0,004 1,092 ± 0,001 1,031 ± 0,004 0,968 ± 0,010 0,731 ± 0,002 0,185 ± 0,010 0,392 ± 0,001 0,764 ± 0,006 0,479 ± 0,006 0,00433 ± 0,00006 0,00709 ± 0,00006 0,00349 ± 0,00001 0,00150 ± 0,00009 0,00677 ± 0,00002 0,00906 ± 0,00010 0,00967 ± 0,00004 0,01026 ± 0,00001 0,00154 ± 0,00004 0,00698 ±0,00005 0,01132 ±0,00001 0,00454 ± 0,00015 0,00901 ± 0,00002 0,00510 ± 0,00012 0,00677 ±0,00011 0,022 ± 0,001 0,071 ± 0,001 0,175 ± 0,001 0,150 ± 0,009 0,677 ± 0,002 0,045 ± 0,001 0,048 ± 0,001 0,103 ± 0,001 0,154 ± 0,004 0,349 ± 0,003 0,057 ± 0,001 0,227 ± 0,008 0,045 ± 0,001 0,255 ± 0,006 0,338 ± 0,005 5,5 ± 0,09 3,1 ± 0,07 0,6 ± 0,01 1,9 ± 0,06 0,3 ± 0,01 4,3 ± 0,03 2,6 ± 0,06 1,2 ± 0,01 0,5 ± 0,01 0,4 ± 0,01 11,1 ± 0,03 1,7 ± 0,11 2,2 ± 0,01 1,3 ± 0,01 0,4 ± 0,01 19,0 ± 0,30 13,5 ± 0,31 3,5 ± 0,01 20,5 ± 0,68 6,6 ± 0,01 20,4 ± 0,16 15,3 ± 0,37 10,4 ± 0,01 7,5 ± 0,03 12,1 ± 0,13 66,6 ± 0,15 13,1 ± 0,81 24,0 ± 0,02 27,0 ± 0,23 16,2 ± 0,23 Tabela C4 – Resultados do percentual e eficiência de encapsulamento das amostras dissolvidas em acetona e submetidas a ultrasom por 0,5 minutos. Massa de Massa média de Diluição Absorbância Concentração média PRE EE amostra caroteno (mL) média (mg.mL-1) (%) (%) (mg) (mg) Exp 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Figura 4.19 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do planejamento fatorial completo 23 sobre o tamanho médio de partícula ______________ 148 Figura 4.20 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do planejamento fatorial completo 23 sobre o coeficiente de variação _________________ 149 Figura 4.21 - Fotomicrografias de MEV do PHBV precipitado nas concentrações de 10 e 40 mg.mL-1 em diclorometano com ampliação de 5000 vezes. (A) Experimento 7; (B) Experimento 8_ 151 Figura 4.22 - Fotomicrografias de MEV do PHBV precipitado nas pressões de 80 e 120 bar, com diferentes ampliações. (A) Exp 1 com ampliação de 4000 vezes; (B) Exp 3 com ampliação de 3000 vezes; (C) Exp 6 com ampliação de 12000 vezes; (D) Exp 8 com ampliação de 12000 vezes ___________________________ 154 Figura 4.23 – Tamanho médio de partícula em função da concentração de PHBV na solução. (A) Média das triplicatas dos pontos centrais de cada planejamento fatorial 22. (B) condição experimental 1 de cada planejamento fatorial 22 ______________ 158 Figura 4.24 – Micrografias de MEV das partículas de PHBV precipitadas em diferentes concentrações de solução. (A) Exp 1A com ampliação de 3000 vezes; (B) Exp 1B com ampliação de 3000 vezes; (C) Exp 1C com ampliação de 1000 vezes; (D) Exp 1D com ampliação de 1000 vezes _________________________ 160 Figura 4.25 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do bloco A da Tabela 4.8 sobre o tamanho médio de partícula ________________________ 161 Figura 4.26 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do bloco B da Tabela 4.8 sobre o tamanho médio de partícula ________________________ 162 Figura 4.27 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do bloco C da Tabela 4.8 sobre o tamanho médio de partícula ________________________ 162 Figura 4.28 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do bloco D da Tabela 4.8 sobre o tamanho médio de partícula ________________________ 163 48,7 ± 0,23 1,2 ± 0,01 0,00243 ± 0,00001 0,281 ± 0,001 0,121 ± 0,001 73,0 ± 0,42 3,5 ± 0,02 0,00138 ± 0,00001 0,173 ± 0,001 0,346 ± 0,002 59,6 ± 0,89 5,4 ± 0,08 0,00109 ± 0,00002 250 250 250 500 250 50 10,5 9,8 9,9 7,8 9,7 10,0 9,9 9,9 8 9 10 11 12 13 14 15 500 0,142 ± 0,002 0,543 ± 0,008 67,8 ± 1,18 8,9 ± 0,15 0,00172 ± 0,00003 0,208 ± 0,003 0,860 ± 0,015 71,9 ± 1,52 12,0 ± 0,25 0,00373 ± 0,00008 0,416 ± 0,008 0,933 ± 0,020 72,9 ± 1,96 2,3 ± 0,06 0,00093 ± 0,00002 0,126 ± 0,003 0,232 ± 0,006 74,9 ± 1,18 4,7 ± 0,07 0,00183 ± 0,00003 500 9,3 7 250 0,219 ± 0,003 0,457 ± 0,007 96,6 ± 0,49 11,4 ± 0,06 0,00480 ± 0,00002 0,527 ± 0,003 1,201 ± 0,006 69,9 ± 1,09 11,7 ± 0,18 0,00218 ± 0,00003 0,256 ± 0,004 1,090 ± 0,017 90,6 ± 0,65 19,2 ± 0,14 0,00376 ± 0,00003 9,8 6 500 0,419 ± 0,003 1,879 ± 0,013 75,0 ± 0,35 3,6 ± 0,02 0,00146 ± 0,00001 10,2 5 250 0,181 ± 0,001 0,364 ± 0,002 66,8 ± 0,14 6,1 ± 0,01 0,00250 ± 0,00001 10,2 4 250 0,289 ± 0,001 0,625 ± 0,001 84,8 ± 0,49 14,2 ± 0,08 0,00586 ± 0,00003 10,3 3 250 0,636 ± 0,003 1,464 ± 0,008 88,8 ± 0,38 20,5 ± 0,09 2,052 ± 0,009 0,00821 ± 0,00004 0,880 ± 0,004 250 10,0 194 2 Figura 5.7 – Micrografias de MEV da condição experimental de encapsulamento 8. Ampliação de 1000 vezes (A) e 1800 vezes (B) __________________________________________________ 79,1 ± 0,77 193 22,7 ± 0,22 Figura 5.6 – Micrografias de MEV da condição experimental de encapsulamento 1. (A) ampliação de 1500 vezes; (B) ampliação de 2000 vezes _________________________________________ 1,951 ± 0,019 189 0,00390 ± 0,00004 Figura 5.5 – Percentual real de encapsulamento para a condição experimental de encapsulamento 1 _________________________ 0,434 ± 0,004 187 500 Figura 5.4 – Percentual de encapsulamento em função do tempo de ultrasom para a condição experimental de encapsulamento 1 __ 8,6 186 1 Figura 5.3 – Micrografias de MEV das condições experimentais de encapsulamento 4 (A) com ampliação de 1200 vezes, e 13 (B) com ampliação de 400 vezes _____________________________ PRE (%) 182 Massa média de caroteno (mg) Figura 5.2 – Micrografias de MEV das condições experimentais de encapsulamento do primeiro conjunto de experimentos com ampliação de 2000 vezes. Condição experimental 1 (A); condição experimental 2 (B) e, condição experimental 3 (C) ____________ Concentração média (mg.mL-1) 179 Absorbância média Figura 5.1 – Curva padrão de absorbância de β-caroteno em 460 nm em função da sua concentração em diclorometano _________ Diluição (mL) 167 Massa de amostra (mg) Figura 4.30 – Micrografias de MEV da condição experimental 3C do planejamento seqüencial. (A) ampliação de 200 vezes e (B) ampliação de 1000 vezes ________________________________ Exp 166 Tabela C3 – Resultados do percentual e eficiência de encapsulamento das amostras somente dissolvidas em acetona. Figura 4.29 – Micrografias de MEV da condição experimental 1C do planejamento seqüencial. (A) ampliação de 800 vezes e (B) ampliação de 1200 vezes ________________________________ EE (%) 259 258 Tabela C2 – Valores dos parâmetros empregados nos experimentos de co-precipitação de β-caroteno e PHBV e percentual teórico de encapsulamento. Exp LISTA DE TABELAS pg Massa de β-caroteno (mg) Massa de PHBV (mg) Volume de DCM (mL) [β-caroteno] (mg.mL-1) [PHBV] (mg.mL-1) PTE† (%) Tabela 2.1 – Materiais não poliméricos precipitados pelos processos GAS, SAS, PCA, SEDS e ASES ________________ 24 321,7 240,4 148,4 101,1 50,0 322,8 241,8 161,6 79,7 39,8 319,7 241,1 160,5 80,5 41,4 800,5 799,8 736,5 1001,8 1000,5 1203,2 1200,7 1202,7 1200,8 1200,2 1600,6 1601,1 1600,4 1603,7 1602,5 40 40 37 50 50 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 8,04 6,01 4,01 2,02 1,00 8,07 6,04 4,04 1,99 0,99 7,99 6,03 4,01 2,01 1,03 20,01 19,99 19,90 20,04 20,01 30,08 30,02 30,07 30,02 30,00 40,01 40,03 40,01 40,09 40,06 28,7 23,1 16,8 9,2 4,8 21,2 16,8 11,8 6,2 3,2 16,7 13,1 9,1 4,8 2,5 Tabela 2.2 – Polímeros precipitados pelos processos GAS, SAS, PCA, SEDS e ASES _____________________________ 36 Tabela 2.3 - Encapsulamento de princípios ativos em polímeros através dos processos GAS, SAS, PCA, SEDS e ASES _________ 40 Tabela 2.4 - Efeito das principais condições de operação no tamanho médio de partícula de diferentes materiais precipitados pelas técnicas que empregam CO2 como anti-solvente GAS, SAS, PCA, SEDS e ASES _____________________________ 46 Tabela 3.1 – Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + βcaroteno(3), na concentração de β-caroteno de 4,0 g.L-1 em diclorometano (base livre de CO2) _______________________ 78 Tabela 3.2 – Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + βcaroteno(3), na concentração de β-caroteno de 8,0 g.L-1 em diclorometano (base livre de CO2) _______________________ 79 Tabela 3.3 – Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + etanol(2) + β-caroteno(3), na concentração de β-caroteno de 0,096 g.L-1 em etanol (base livre de CO2) ____________________________________________ 81 Tabela 3.4 – Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário dióxido de carbono(1) + etanol(2) + βcaroteno(3) na concentração de β-caroteno de 0,303 g.L-1 em etanol (base livre de CO2) _____________________________ 82 Tabela 3.5 - Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema binário CO2(1) + acetato de etila(2) __________ 84 Tabela 3.6 - Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor 85 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 † Percentual teórico de encapsulamento. PTE % = massa de β − caroteno ×100 massa de β − caroteno + massa de PHBV 257 para o sistema ternário CO2(1) + acetato de etila(2) + βcaroteno(3) na concentração de β-caroteno de 0,338 g.L-1 em acetato de etila (base livre de CO2) ______________________ Tabela 3.7 - Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + PHBV(3) na concentração de PHBV de 10,0 g.L-1 em diclorometano (base livre de CO2). Fração molar de CO2 em base livre do polímero ___________________________________________ 88 Tabela 3.8 - Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + PHBV(3) na concentração de PHBV de 40,0 g.L-1 em diclorometano (base livre de CO2). Fração molar de CO2 em base livre do polímero ___________________________________________ 89 Tabela 4.1 – Matriz do planejamento experimental fatorial completo 23 de precipitação de β-caroteno puro utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 62 mL _______________________________________________ Tabela 4.2 – Matriz do planejamento experimental fatorial completo 25 de precipitação de β-caroteno puro utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 600 mL _______________________________________________ Tabela 4.3 – Matriz do planejamento experimental fatorial completo 23 de precipitação de PHBV puro utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 62 mL _____ 0,014 Concentração = (0,009659*absorbância) - 0,000289 92 117 118 0,012 Concentração (mg.mL-1) Tabela 3.9 – Parâmetros de interação binária obtidos da literatura para o sistema binário CO2 + diclorometano, e ajustados neste trabalho para os sistemas binários CO2 + etanol e CO2 + acetato de etila _______________________________ Tabela C1 – Valores de concentração de β-caroteno em diclorometano e absorbância utilizados para a construção da curva de calibração. Absorbância a 460 nm (UA) Concentração (mg.mL-1) 0,01216 1,2867 0,01013 1,0609 0,00810 0,8526 0,00608 0,6872 0,00506 0,5895 0,00304 0,3257 0,00203 0,2246 0,00101 0,1511 0,00010 0,0286 0,010 0,008 0,006 0,004 0,002 120 0,000 0,0 Tabela 4.4 – Matrizes dos planejamentos experimentais fatoriais completos 22 sequenciais da precipitação de PHBV utilizando a câmara com volume aproximado de 600 mL _____ 121 Tabela 4.5 – Condições experimentais do planejamento fatorial completo 23 e resultados da precipitação de β-caroteno empregando CO2 supercrítico como anti-solvente em termos de tamanho médio de partícula ____________________________ 124 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 Absorbância Figura C1 – Curva de calibração da concentração de β-caroteno em diclorometano em função da absorbância a 460 nm. 256 encapsulado. A terceira coluna de cada uma das tabelas apresenta os valores de volume de diclorometano utilizado para a dissolução das amostras após a retirada do β-caroteno não encapsulado, para a análise em espectrofotômetro. A quarta coluna das tabelas C3 a C7 reporta os valores de absorbância obtidos por leitura em espectrofotômetro das soluções preparadas com diclorometano. A quinta coluna de cada tabela reporta os valores das concentrações de β-caroteno nas soluções preparadas com diclorometano após a retirada do β-caroteno não encapsulado. Estas concentrações são calculadas através da equação da reta obtida na Figura C1. As massas de β-caroteno encapsulado, em cada uma das condições experimentais, são reportadas na sexta coluna de cada tabela. Estas massas são calculadas através da multiplicação entre as colunas 3 e 5 de cada uma das tabelas. Finalizando, a sétima e oitava colunas reportam, respectivamente, os valores do percentual real de encapsulamento e da eficiência de encapsulamento. O percentual real de encapsulamento (PRE%) é definido como a razão percentual entre as colunas 6 e 2 de cada tabela, e a eficiência de encapsulamento (EE%) é definida como a razão percentual entre a coluna 7 das tabelas C3 a C7 e a coluna 6 da Tabela C2. As equações de PTE%, PRE% e EE% são apresentadas e comentadas no Capítulo 5. Este apêndice finaliza com uma série de figuras mostrando o percentual de encapsulamento de cada uma das condições experimentais em função do tempo de ultrasom que cada uma das amostras foi submetida para a retirada do β-caroteno não encapsulado. As figuras reportam também as curvas do percentual de encapsulamento em função do tempo de ultrasom geradas por regressão não-linear de um modelo exponencial empregando o método de Quase-Newton do software Statistica 6.0®. Os parâmetros do modelo estimados para cada uma das condições de co-precipitação juntamente com o coeficiente de correlação do modelo e o percentual de encapsulamento calculado a partir do modelo são apresentados na Tabela C8 no final deste apêndice. Tabela 4.6 - Condições experimentais e resultados da precipitação de β-caroteno na câmara com volume aproximado de 600 mL, empregando CO2 pressurizado como anti-solvente_ 137 Tabela 4.7 – Condições experimentais do planejamento fatorial completo 23 e resultados da precipitação de PHBV empregando CO2 supercrítico como anti-solvente _____________________ 147 Tabela 4.8 – Condições experimentais e resultados da precipitação de PHBV empregando CO2 pressurizado como anti-solvente ________________________________________ 156 Tabela 5.1 – Condições experimentais de encapsulamento de β-caroteno em PHBV empregando diclorometano como solvente orgânico e CO2 como anti-solvente utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 62 mL _______________________________________________ 173 Tabela 5.2 – Condições experimentais de encapsulamento de β-caroteno em PHBV empregando diclorometano como solvente orgânico e CO2 como anti-solvente utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 62 mL _______________________________________________ 174 Tabela 5.3 – Valores de concentração de β-caroteno em diclorometano e absorbância em espectro de UV visível para o β-caroteno puro e na mistura de β-caroteno e PHBV, utilizados para a construção da curva de calibração __________________ 179 Tabela 5.4 – Condições experimentais e resultados do percentual e eficiência de encapsulamento de β-caroteno em PHBV utilizando diclorometano como solvente e CO2 pressurizado como anti-solvente do primeiro conjunto de experimentos utilizando a câmara com volume de aproximadamente 62 mL ______________________________ 180 Tabela 5.5 - Resultados do percentual de encapsulamento de βcaroteno em PHBV utilizando diclorometano como solvente e CO2 pressurizado como anti-solvente do segundo conjunto de experimentos utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 600 mL ___________________________ 184 255 Tabela 5.6 - Valores dos parâmetros para cálculo do percentual real de encapsulamento de β-caroteno em PHBV ___________ Tabela 5.7 – Resultados do percentual real de encapsulamento e eficiência de encapsulamento da co-precipitação de βcaroteno e PHBV utilizando diclorometano como solvente e CO2 como anti-solvente empregando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 600 mL ________________ APÊNDICE C 190 RESULTADOS DETALHADOS DOS CÁLCULOS DE ENCAPSULAMENTO 191 O presente apêndice tem por objetivo apresentar a memória de cálculo, utilizada no capítulo 5, de encapsulamento de β-caroteno em PHBV em cada condição experimental. Inicialmente, na Tabela C1 são apresentados os valores de concentração de β-caroteno em diclorometano e a absorbância obtida por leitura espectrofotométrica na região de UV visível referente a cada uma das concentrações da solução. As diferentes concentrações de β-caroteno em diclorometano são oriundas de várias diluições realizadas a partir de uma solução “mãe” preparada utilizando-se 101,3 mg de β-caroteno dissolvidos em 100 mL de diclorometano. Estes valores foram utilizados para gerar a curva de calibração da concentração da solução em função da absorbância lida no comprimento de onda de 460 nm. A partir destes valores, foi gerada a curva de calibração apresentada na Figura C1 juntamente com equação da reta obtida por regressão linear e que é utilizada para o cálculo da massa de β-caroteno encapsulado em cada condição experimental. Na seqüência, a Tabela C2 reporta os valores das massas de βcaroteno e PHBV e o volume de diclorometano utilizados no preparo das soluções para a realização dos experimentos de co-precipitação. Nesta tabela são reportados ainda os valores das concentrações de βcaroteno e de PHBV na solução e o percentual teórico de encapsulamento (PTE%) que é definido como a razão percentual entre as massas de β-caroteno e total (β-caroteno + PHBV) utilizadas em cada condição experimental de co-precipitação. As amostras obtidas em cada um dos experimentos de coprecipitação foram dissolvidas em acetona e submetidas a diferentes tempos em ultrasom para a retirada do β-caroteno não encapsulado. As Tabelas C3, C4, C5, C6 e C7 reportam todos os valores utilizados para os cálculos do percentual e eficiência de encapsulamento em cada uma das condições experimentais de co-precipitação para cada um dos tempos em ultrasom em que as amostras dissolvidas em acetona foram submetidas para a retirada do β-caroteno não encapsulado. Na primeira coluna de cada tabela são reportadas as condições experimentais. Na segunda coluna de cada tabela são reportados os valores das massas das amostras solubilizadas em acetona para a retirada do β-caroteno não 254 70 SUMÁRIO 100 90 50 80 1. INTRODUÇÃO ___________________________________ 1 70 1.1. Objetivos ______________________________________ 4 1.1.1. Objetivos Específicos ________________________ 5 1.2. Estrutura do Documento __________________________ 5 1.3. Referências Bibliográficas ________________________ 6 20 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _______________________ 9 10 2.1. Métodos Experimentais para Obtenção de Micro Partículas Empregando Fluidos Pressurizados ________ 14 2.1.1. Formação de Partículas Empregando Fluidos Supercríticos como Solventes _________________ 14 2.1.2. Formação de Partículas Empregando Fluidos Supercríticos como Solutos ___________________ 16 2.1.3. Formação de Partículas Empregando Fluidos Sub ou Supercríticos como Anti-Solventes _____________ 17 2.2. Comportamento de Fases Relacionado ao Processo de Precipitação e/ou Encapsulamento de Partículas em Fluidos Pressurizados ____________________________ 52 2.3. Algumas Considerações a Respeito do Estado da Arte ___ 54 2.4. Referências Bibliográficas _________________________ 55 3. COMPORTAMENTO DE FASES ____________________ 69 3.1. Especificação dos Materiais ________________________ 69 3.2. Aparato Experimental ____________________________ 70 3.3. Procedimento Experimental ________________________ 74 3.4. Resultados e Discussão ___________________________ 76 3.5. Referências Bibliográficas ________________________ 96 60 40 50 30 40 30 20 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 60 10 0 0,01 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B38 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 7D. 253 101 4.2. Aparato Experimental ____________________________ 103 4.3. Procedimento Experimental de Precipitação ___________ 111 4.4. Considerações Adicionais _________________________ 115 4.5. Seleção das Variáveis _____________________________ 115 4.5.1. Precipitação de β-caroteno Puro ________________ 115 4.5.2. Precipitação de PHBV Puro ____________________ 119 4.6. Caracterização das Partículas _______________________ 122 4.7. Resultados e Discussão ___________________________ 123 90 60 80 50 70 60 40 50 30 40 30 20 20 10 10 0 0,01 0,1 123 4.7.2. Precipitação de β-caroteno Pelo Planejamento Fatorial Completo 25 ________________________ 136 4.7.3. Precipitação de PHBV Pelo Planejamento Fatorial Completo 23 _______________________________ 146 1 10 Figura B36 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 5D. 100 80 90 70 4.7.4. Precipitação de PHBV a Partir dos Planejamentos Seqüenciais ________________________________ 155 4.8. Referências Bibliográficas ________________________ 168 5. ENCAPSULAMENTO DE β-CAROTENO EM PHBV___ 171 5.1. Especificação dos Materiais _______________________ 171 5.2. Aparato Experimental de Encapsulamento ____________ 171 5.3. Condições Experimentais de Encapsulamento _________ 172 5.4. Análise do Percentual e Eficiência de Encapsulamento __ 174 5.5. Resultados e Discussão ___________________________ 178 5.6. Referências Bibliográficas ________________________ 196 0 100 Tamanho de partícula (µm) 80 Número de observações (%) 4.7.1. Precipitação de β-caroteno Pelo Planejamento Fatorial Completo 23 ________________________ 100 Distribuição cumulativa (%) 4.1. Especificação dos Materiais _______________________ 70 60 70 50 60 40 50 40 30 30 20 Distribuição cumulativa (%) 101 Número de observações (%) 4. PRECIPITAÇÃO DE β-CAROTENO E PHBV _________ 20 10 0 0,01 10 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B37 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 6D. 6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES _____________________ 199 90 6.1. Conclusões ____________________________________ 199 80 6.2. Sugestões para Trabalhos Futuros ___________________ 202 APÊNDICE A – Características Dimensionais das Partículas de β-caroteno ___________________________ 205 APÊNDICE B – Características Dimensionais das Partículas de PHBV _______________________________ 233 APÊNDICE C – Resultados Detalhados do Cálculo de Encapsulamento ____________________ 255 55 100 50 45 40 70 35 60 30 50 25 40 20 30 15 10 20 5 10 0 0,01 0,1 1 10 100 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 252 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura B34 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 3D. 100 80 90 70 70 50 60 40 50 40 30 30 20 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 60 20 10 0 0,01 10 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B35 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 4D. LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 100 50 90 45 80 40 70 35 60 30 50 25 40 20 30 15 10 20 5 10 0 0,01 0,1 1 0 100 10 Tamanho de partícula (µm) Figura B32 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 1D. 35 100 90 30 25 70 60 20 50 15 40 30 10 Distribuição cumulativa (%) 80 Número de observações (%) ACE = Acetona; AcOEt = Acetato de Etila; ASES = Sistema de Extração de Solvente em Aerossol; BECD = beclomethazone-17,21-dipropionate; CS = Concentração da Solução (mg/ml); CV = Coeficiente de Variação; DCM = Diclorometano; DL-PLG = Poli(D,L-lactídeo-co-glicolídeo); DMF = Dimetilformamida; DMSO = Dimetilsulfóxido; DTE = Desamino Tirosiltirosina Etil Éster; DTP = Distribuição de Tamanho de Partícula (µm ou nm); EE% = Eficiência de Encapsulamento; ELV = Equilíbrio Líquido-Vapor; ESLV = Equilíbrio Sólido-Líquido-Vapor; EtOH = Etanol; FO = Função Objetivo; FSC = Fluido Supercrítico; GAS = Gás Anti-Solvente; kij = Parâmetro Atrativo de Interação Binária; lij = Parâmetro Repulsivo de Interação Binária; L-PLA = Ácido Poli(L-láctico); LV = Transição de Fases do Tipo Líquido-Vapor; mCOC = Metallocene Cyclic Olefin Copolymer; MetOH = Metanol MEV = Microscopia Eletrônica de Varredura; NMP = N-metilpirrolidona; NOBS = Número de Observações; NVP-co-MDOP = N-vinil-2-pirrolidona-co-2-metileno-1,3-dioxepano; P = Pressão (bar); PB = Ponto de Bolha; p-HBA = Ácido Para-hidroxibenzóico; PCA = Precipitação com Anti-Solvente Comprimido; PE% = Percentual de Encapsulamento; PEG – Polietileno Glycol; PGSS = Partículas a Partir de Soluções Saturadas de Gás; PLA = Ácido Poli Láctico; Número de observações (%) Gerais 55 Distribuição cumulativa (%) 251 20 5 10 0 0,01 0,1 1 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura B33 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 2D. 250 60 100 90 80 70 40 60 30 50 40 20 30 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 50 20 10 10 0 0,01 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B30 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 6C. Subscritos c = Propriedade Crítica; i = i-ésimo Componente de uma Mistura; 100 80 PLG = Poli(lactídeo-co-glicolídeo) PLLA = Poli(L-lactídeo); PHBV = Poli(3-hidroxibutirato-co-hidroxivalerato); PO = Ponto de Orvalho; PTE% = Percentual Teórico de Encapsulamento; qS = Taxa de Adição da Solução (ml/min); qA = Taxa de Adição de anti-solvente (ml/min); R = Coeficiente de Regressão; RESS = Rápida Expansão de Soluções Supercríticas; SAFT = Statistical Associating Fluid Theory; SAS = Anti-Solvente Supercrítico; SEDS = Dispersão de Solução Aumentada por Fluidos Supercríticos; T = Temperatura (°C); THF = Tetrahidrofurano; TP = Tamanho de Partícula (µm ou nm); xi = Composição Molar do Componente “i” da Mistura na Fase Líquida; X = Valor Médio da Resposta X; yi = Composição Molar do Componente “i” da Mistura na Fase Vapor; UV = Ultravioleta. 90 70 70 50 60 40 50 40 30 30 20 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 60 20 10 0 0,01 10 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B31 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 7C. Sobrescritos exp = Valores Experimentais; calc = Quantidade Avaliada por um Modelo; Símbolos Gregos σ = Desvio Padrão; 249 70 100 90 60 70 60 40 50 30 40 30 20 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 50 20 10 10 0 0,01 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B28 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 4C. 100 80 90 70 70 50 60 40 50 40 30 30 20 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 60 20 10 0 0,01 10 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B29 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 5C. 248 1 80 CAPÍTULO 1 100 90 70 INTRODUÇÃO 60 70 50 60 40 50 40 30 30 20 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 20 10 10 0 0,01 0,1 1 0 100 10 Tamanho de partícula (µm) 50 100 45 90 40 80 35 70 30 60 25 50 20 40 15 30 10 20 5 10 0 0,001 0,01 0,1 1 10 100 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) Figura B26 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 2C. 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura B27 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 3C. Os carotenóides se constituem em um grande grupo de pigmentos presentes na natureza. Existem mais de 600 diferentes tipos de carotenóides, mas somente 40 destes estão presentes nos alimentos. Os mais abundantes são o β-caroteno, o licopeno, a luteína e a zeaxantina. O principal papel destes compostos na dieta humana é o de atuarem como precursores da vitamina A e, como antioxidantes, podem levar a uma diminuição do risco de câncer (Miguel et al., 2006; Saldaña et al., 2006; Martín et al., 2007). Uma vez que a utilização destes compostos como adjuvantes está autorizada por órgãos regulamentares em diversos países, eles são amplamente utilizados nas indústrias de alimentos, farmacêutica e de cosméticos (Miguel et al., 2006). Nas indústrias de alimentos, os carotenóides são utilizados principalmente como corantes, com o objetivo de repor a cor perdida durante o processamento e armazenamento, colorir os alimentos incolores e uniformizar a coloração de alguns produtos. Os carotenóides também têm sido adicionados aos alimentos devido a suas atividades funcionais acima citadas, a fim de enriquecer o produto alimentar. São também precursores de muitos compostos químicos importantes, responsáveis pelo aroma de alguns alimentos, fragrâncias de algumas flores, coloração específica e fotoproteção (Sanchéz-Contreras et al., 2000). A presença de pequenas quantidades de carotenóides pode ajudar na prevenção da rápida oxidação dos constituintes dos alimentos, seqüestrando oxigênio singlete (Schroeder e Johnston, 1995). Devido à alta taxa de insaturação, fatores tais como calor, luz e ácidos ocasionam isomerização dos carotenóides trans, que é a forma mais estável na natureza para a forma cis, promovendo ligeira perda de cor e atividade pró-vitamínica. São também suscetíveis de oxidação enzimática e não enzimática, sendo que esta reação depende da estrutura do carotenóide, disponibilidade de oxigênio, presença de enzimas, metais, prooxidantes e antioxidantes, alta temperatura, exposição à luz (Schroeder e Johnston, 1995). Diferente dos carotenóides sintéticos, os obtidos de fontes naturais (microorganismos e natureza) são facilmente oxidados (Qing et al., 2002) e seus produtos de oxidação possuem pouca 100 50 90 45 80 40 70 35 60 30 50 25 40 20 30 15 10 20 5 10 Distribuição cumulativa (%) 55 0 0,1 0 10 1 Tamanho de partícula (µm) Figura B24 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 7B. 100 80 90 70 60 70 50 60 40 50 40 30 30 20 Distribuição cumulativa (%) 80 Número de observações (%) ou quase nenhuma pigmentação, atividade pró-vitamina A e atividade de seqüestro de oxigênio singlete (Chang et al., 1991). As propriedades de aplicação e a intensidade da coloração de sistemas pigmentados são fortemente dependentes das propriedades físicas do pigmento tais como tamanho, distribuição de tamanho e morfologia de partícula, bem como a maneira que os pigmentos são obtidos (Suo et al., 2005; Reverchon et al., 2008). Cumpre ressaltar, porém, que partículas de carotenóides com tamanhos bastante reduzidos são ainda mais suscetíveis à degradação devido à alta área superficial que é característica de partículas com tamanho da ordem micrométrica e/ou nanométrica. Face ao exposto, torna-se necessária a consecução de investigações visando ao aprimoramento de técnicas de preservação destes compostos frente à degradação, bem como o aumento da taxa de dissolução destes em água, uma vez que os carotenóides são lipossolúveis. A estabilidade de carotenóides frente à oxidação e degradação pode ser consideravelmente incrementada pelo encapsulamento dos mesmos em biopolímeros. Até mesmo um aumento na taxa de dissolução dos carotenóides em água pode ser alcançado a partir de seu encapsulamento (Martín et al., 2007). Há uma gama de biopolímeros naturais ou sintéticos que podem ser empregados como agentes encapsulantes de compostos bioativos, por apresentarem biocompatibilidade e biodegradabilidade. Dentre os principais destacam-se o ácido poliláctico, policaprolactona, polilactídeo, polietilenoglicol, poliidroxibutirato e o co-polímero poli(3hidroxibutirato-co-hidroxivalerato). O polímero utilizado como agente encapsulante exerce um papel importante na qualidade do produto encapsulado, uma vez que, além da proteção oferecida aos compostos encapsulados, o tipo de polímero é que estabelece como o composto encapsulado será liberado. O sistema de liberação pode ocorrer por duas maneiras: liberação por difusão ou liberação por degradação. A liberação por difusão ocorre através dos poros do polímero ou através das cadeias do polímero. A liberação por degradação ocorre quando o polímero degrada, como resultado de processos biológicos naturais, tais como hidrólise. Neste último tipo de sistema de liberação controlada, a degradação do polímero é fortemente dependente da estrutura química e da massa molecular do mesmo (Wang et al., 2006). Na tecnologia de formação de partículas existem muitas técnicas “tradicionais” de precipitação (precipitação com anti-solventes líquidos, moagem ultrafina, e spray drying) e encapsulamento (spray drying, 247 Número de observações (%) 2 20 10 0 0,01 10 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B25 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 1C. 50 100 45 90 40 80 35 70 30 60 25 50 20 40 15 30 10 20 5 10 0 0,1 1 Distribuição cumulativa (%) 3 Número de observações (%) 246 0 10 Tamanho de partícula (µm) 55 100 50 90 45 80 40 70 35 60 30 50 25 40 20 30 15 10 20 5 10 0 0,1 1 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) Figura B22 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 5B. 0 10 Tamanho de partícula (µm) Figura B23 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 6B. freeze drying, coacervação, polimerização interfacial, emulsão/evaporação). Porém, o emprego destas tecnologias não propicia um adequado controle de tamanho e morfologia das partículas precipitadas, bem como oferece em muitos casos baixa eficiência de encapsulamento. As limitações primárias destas técnicas incluem dificuldades em conter e controlar o crescimento das partículas, eliminação efetiva dos solventes líquidos das partículas e alta demanda de energia (He et al., 2004). Conseqüentemente, altos custos de operação, etapas de pósprocessamento e baixos rendimentos estão associados a estas técnicas juntamente com problemas de poluição ambiental associada ao uso de grandes quantidades de solventes orgânicos. O emprego de temperaturas da ordem de 100 °C para o processamento por spray drying torna esta técnica pouco atrativa para a precipitação e encapsulamento de compostos termo-sensíveis. Uma vez que partículas com características controladas são difíceis de serem obtidas usando métodos tradicionais, várias técnicas baseadas em fluidos supercríticos têm sido propostas no sentido de explorar as características de manipulação do poder solvente e da alta difusividade que são peculiares dos fluidos nas proximidades do ponto crítico (Reverchon et al., 2003). O uso de fluidos sub ou supercríticos como solventes ou anti-solventes na produção de partículas foi demonstrado por diversos pesquisadores como útil na modificação das propriedades de materiais como tamanho de partícula, distribuição de tamanho, hábito cristalino e morfologia. Estas características de partícula podem ser modificadas pelo controle do poder solvente do fluido sub ou supercrítico que é efetuado pela manipulação da temperatura e/ou pressão do sistema (Martín e Cocero, 2008). Outra característica destas técnicas reside na eficiente separação do solvente e do anti-solvente das partículas após a precipitação. É possível, então, evitar resíduos de solventes no produto e oferecer um reaproveitamento potencialmente vantajoso do solvente e do anti-solvente (Rantakylä et al., 2002). O fluido mais amplamente utilizado na tecnologia supercrítica com aplicação no setor alimentício é o dióxido de carbono, por este possuir propriedades críticas amenas (Tc = 31 °C e Pc = 73,8 bar) (Brunner, 2005). Assim, o CO2 pode ser empregado para o processamento de compostos termo-sensíveis, além de oferecer os benefícios adicionais de ser atóxico, não inflamável, ambientalmente aceitável e de baixo custo. A grande maioria dos estudos presentes na 4 40 100 90 35 30 70 25 60 20 50 40 15 30 10 20 5 0 0,1 10 1 0 10 Tamanho de partícula (µm) Figura B20 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 3B. 30 100 90 25 70 20 60 15 50 40 10 30 Distribuição cumulativa (%) 80 20 5 10 1.1. Objetivos Neste trabalho propõe-se a utilização de uma tecnologia alternativa ainda bastante incipiente no Brasil para a produção de compósitos micropartículados com aplicação na indústria alimentícia. A presente investigação tem como objetivo geral o encapsulamento de βcaroteno utilizando o biopolímero natural poli(3-hidroxibutirato-co- Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 Número de observações (%) literatura utiliza CO2 como solvente ou anti-solvente na produção de micro e nano partículas. As técnicas de recristalização que empregam fluidos pressurizados são denominadas de RESS (Rápida Expansão de Soluções Supercríticas) que emprega o fluido como solvente; PGSS (Partículas a partir de Soluções Saturadas de Gás) que utiliza os fluidos pressurizados como solutos; e GAS (Gás Anti-Solvente) que utiliza o fluido pressurizado como anti-solvente. Esta última possui algumas variantes, dependendo do modo com que o anti-solvente e a solução orgânica contendo o material a ser precipitado são postos em contato, gerando a técnica SAS (Anti-Solvente Supercrítico), PCA (Precipitação com Antisolvente Comprimido), ASES (Sistema de Extração de Solvente em Aerossol); ou SEDS (Dispersão da Solução Aumentada por Fluidos Supercríticos). Independentemente da técnica empregada para a recristalização de materiais sólidos ou encapsulamento de princípios ativos em biopolímeros, o comportamento de fases do sistema envolvido deve ser conhecido para uma melhor compreensão do mecanismo de formação das partículas e para determinar as condições de operação, como temperatura e pressão, mais satisfatórias para a precipitação (Pérez de Diego et al., 2005; Reverchon et al., 2008). Uma ampla revisão a respeito da produção científica no período de 1994 até 2003 na área de fluidos supercríticos no Brasil foi realizada por Rosa e Meireles (2005), não apresentando relatos de trabalhos referentes ao emprego de fluidos pressurizados na produção de micro e/ou nano partículas. De 2003 até o presente momento, uma busca aprofundada na literatura evidenciou apenas dois trabalhos realizados nesta área no Brasil. Em um deles (Oliveira et al., 2005) foi feita uma modificação na técnica RESS para a precipitação de partículas de polipropileno. No outro trabalho (Franceschi et al., 2008), CO2 foi empregado como anti-solvente na recristalização de teofilina, onde foi avaliado o efeito de diversos parâmetros que influenciam nas características finais do material precipitado. 245 0 0,1 1 0 10 Tamanho de partícula (µm) Figura B21 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 4B. 5 50 100 45 90 40 80 35 70 30 60 25 50 20 40 15 30 10 20 5 10 0 0,01 0,1 1 10 hidroxivalerato) (PHBV) como agente encapsulante empregando tecnologia supercrítica, com dióxido de carbono pressurizado como antisolvente, bem como avaliar o percentual e a eficiência de encapsulamento do β-caroteno no referido polímero. Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 244 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B18 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 1B. 35 100 90 30 25 70 60 20 50 15 40 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 20 5 10 0 0,1 1 0 10 Tamanho de partícula (µm) Figura B19 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 2B. 1.1.1. Objetivos específicos Os objetivos específicos do presente trabalho estão assim configurados: 1) Medidas experimentais e modelagem termodinâmica de dados de equilíbrio de fases envolvendo os solventes orgânicos, β-caroteno, biopolímero (PHBV) e dióxido de carbono para selecionar o solvente orgânico mais adequado para a precipitação; 2) Adequar aparato experimental existente visando à precipitação dos compostos puros e encapsulamento de β-caroteno em PHBV empregando dióxido de carbono pressurizado como anti-solvente; 3) Investigar o efeito de variáveis de processo no tamanho, distribuição de tamanho e morfologia das partículas precipitadas de β-caroteno empregando dióxido de carbono como antisolvente; 4) A partir dos resultados obtidos no item 3, utilizar as variáveis de processo que apresentaram influência significativa na precipitação do β-caroteno para verificar a influência destas na precipitação do PHBV empregando dióxido de carbono como anti-solvente; 5) A partir das condições que forneceram menor tamanho de partícula na precipitação do β-caroteno e maior tamanho de partícula na precipitação do PHBV, estudar a relação em massa entre β-caroteno e PHBV no encapsulamento do β-caroteno no biopolímero avaliando o percentual e a eficiência de encapsulamento. 1.2. Estrutura do documento Este trabalho encontra-se organizado da seguinte forma: o Capítulo 1 apresenta a introdução do trabalho. O Capítulo 2 apresenta a revisão a respeito das diferentes técnicas empregadas para a precipitação de materiais sólidos e para o encapsulamento de princípios ativos em polímeros. Algumas peculiaridades de cada técnica são também apresentadas no Capítulo 2. A necessidade do entendimento do comportamento de fases do sistema envolvido na precipitação e encapsulamento também é discutida neste capítulo. 6 30 100 90 25 80 70 20 60 15 50 40 10 30 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) No Capítulo 3 são apresentados materiais e métodos juntamente com os resultados sobre os dados de equilíbrio de fases a alta pressão. A metodologia e os materiais utilizados bem como os resultados da precipitação dos compostos puros (β-caroteno e PHBV) empregando CO2 como anti-solvente são apresentados no Capítulo 4. O Capítulo 5 reporta o procedimento experimental e os materiais utilizados para os experimentos de encapsulamento e também os resultados obtidos referentes ao percentual e eficiência de encapsulamento. Em tais capítulos, uma descrição detalhada dos procedimentos e das unidades experimentais é inicialmente apresentada, seguida dos resultados obtidos. O Capítulo 6 segue o presente trabalho apresentando as conclusões obtidas a partir dos resultados dos Capítulos 3 a 5 e as sugestões para trabalhos futuros. Finalizando esta tese, são apresentados seis apêndices contendo os demais resultados obtidos no presente trabalho. Cabe ressaltar que os resultados inseridos nos apêndices servem como suporte ao entendimento do leitor. 243 20 5 10 0 0,1 1 0 10 Tamanho de partícula (µm) Figura B16 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 6A. 30 100 90 25 80 70 20 60 15 50 40 10 30 Distribuição cumulativa (%) BRUNNER, G.; Supercritical fluids: technology and application to food processing. Journal of Food Engineering, v. 67, p. 21 – 33, 2005. CHANG, C. J.; RANDOLPH, A. D.; CRAFT, N. E., Separation of βcarotene mixtures precipitated from liquid solvents with highpressure CO2. Biotechnology Progress, v. 7, p. 275 – 278, 1991. FRANCESCHI, E.; KUNITA, M. H.; TRES, M. V.; RUBIRA, A. F.; MUNIZ, E. C.; CORAZZA, M. L.; DARIVA, C.; FERREIRA, S. R. S.; OLIVEIRA, J. V., Phase behavior and process parameters effects on the characteristics of precipitated theophylline using carbon dioxide as antisolvent. Journal of Supercritical Fluids, v. 44, p. 8 – 20, 2008. HE, W. Z.; SUO, Q.L.; JIANG, Z. 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Referências bibliográficas 20 5 10 0 0,1 1 0 10 Tamanho de partícula (µm) Figura B17 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 7A. 242 7 35 100 90 30 70 60 20 50 15 40 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 25 20 5 10 0 0,1 1 0 10 Tamanho de partícula (µm) Figura B14 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 4A. 30 100 90 80 70 20 60 15 50 40 10 30 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 25 20 5 10 0 0,1 1 0 10 Tamanho de partícula (µm) Figura B15 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 5A. MARTÍN, A.; COCERO, M. J., Micronization processes with supercritical fluids: fundamentals and mechanisms. Advanced Drug Delivery Reviews, v. 60, p. 339 – 350, 2008. MIGUEL, F.; MARTÍN, A.; GAMSE, T.; COCERO, M.J., Supercritical anti solvent precipitation of lycopene. Effect of the operating parameters. Journal of Supercritical Fluids, v. 36, p. 225 – 235, 2006. 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CAPÍTULO 2 Xmínimo Xmáximo Número de X ±σ CV (%) partículas (µm) (µm) (µm) Bloco D: Concentração da solução = 40 mg/mL 0,56 55,18 104 1202 8,72 ± 9,08 74 1183 0,81 45,65 14,33 ± 10,56 0,63 78,74 119 1166 13,31 ± 15,85 103 1187 0,60 18,57 3,20 ± 3,28 0,68 25,33 92 1237 5,66 ± 5,23 124 1203 0,80 44,47 5,12 ± 6,32 0,80 29,82 102 1197 7,03 ± 7,15 Exp 1D 2D 3D 4D 5D 6D 7D A seguir são apresentadas as figuras de distribuição de tamanho de partícula do PHBV, em escala logarítmica, para as diferentes condições experimentais dos quatro planejamentos fatoriais completos 22 sequenciais. 35 100 90 30 25 70 60 20 50 15 40 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 20 5 10 0 0,01 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura B11 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 1A. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A busca incessante por produtos de alta qualidade associada à alta tecnologia e a demanda por tecnologias “limpas” tem sido objeto de estudo e propulsor do desenvolvimento de novos processos e materiais nos últimos anos. Como conseqüência, o campo da nanotecnologia e nano-materiais vêm alcançando um rápido desenvolvimento. Dentro deste cenário, investimentos consideráveis em ciência e tecnologia vêm sendo realizados. A produção de materiais sólidos com propriedades e características específicas é muito importante para vários segmentos industriais, tais como os de catalisadores, materiais cerâmicos, precursores de supercondutores, explosivos, corantes alimentícios, biopolímeros, pigmentos e fármacos, entre outros (Martín et al., 2007a). Os fatores chave que determinam a funcionalidade e as propriedades de aplicação de um determinado material sólido micro ou nano particulado são o tamanho de partícula (TP), a distribuição de tamanho de partícula (DTP), a morfologia e configuração da rede cristalina (Lin et al., 2007). Em geral, dependendo da aplicação, são requeridas partículas monodispersas em relação à distribuição de tamanho, bem como morfologias características (Sarkari et al., 2000). Existem muitas técnicas convencionais para a produção de materiais na faixa micrométrica e/ou nanométrica, tais como, spray drying, recristalização por solvente orgânico, moagem mecânica e liofilização. Estes métodos possuem, porém, certas limitações restringindo sua aplicação para determinados tipos de materiais quando há a necessidade de alto grau de pureza e/ou de tamanho e distribuição de tamanho de partículas controlado, além de controle na morfologia. A aplicação destes métodos clássicos de precipitação resulta na produção de partículas não uniformes e com larga distribuição de tamanho (Henezka et al., 2005). Os materiais produzidos por estas técnicas usualmente requerem etapas adicionais de secagem e micronização, o que adiciona complexidade ao processo, tornando-o muitas vezes inviável na tentativa de produzir partículas micrométricas ou nanométricas (Reverchon, 2002). A produção de partículas com tamanho e distribuição de tamanho controlados, com aplicações em diversas áreas, tem sido alvo de várias pesquisas para o desenvolvimento de nano partículas de polímeros 10 biodegradáveis e biocompatíveis. Tais investigações são plenamente justificáveis tendo em vista a gama de aplicações destes compostos em formulações de liberação controlada de princípios ativos com aplicação nas indústrias alimentícias, farmacêuticas, de cosméticos e de herbicidas (Yeo e Kiran, 2005). Nestes casos, as técnicas tradicionais possuem limitações que incluem uso excessivo de solvente, acarretando grandes concentrações residuais destes no produto final, degradação química e térmica do soluto e dificuldades no controle do tamanho e distribuição de tamanho das partículas durante o processamento, bem como baixa eficiência de encapsulamento (Jarmer et al., 2003; Elvassore et al., 2003). Nos últimos anos, muito esforço tem sido direcionado visando desenvolver formulações próprias para a liberação controlada de princípios ativos. Em particular, micro e nano partículas poliméricas têm sido utilizadas com sucesso na preparação de sistemas de liberação contínua de drogas, aumentando a performance terapêutica quando comparada a formulações tradicionais. Tipicamente, estes sistemas são produzidos processando polímeros biodegradáveis e biocompatíveis de acordo com técnicas tradicionais. Contudo, estas técnicas são pouco flexíveis e os produtos finais são freqüentemente caracterizados por alto conteúdo de solvente residual associado a riscos toxicológicos, baixa quantidade do princípio ativo incorporado, desnaturação ou degradação, além de propriedades físicas inadequadas como tamanho e morfologia fora da faixa desejável (Caliceti et al., 2004). No setor de pigmentos as propriedades finais dos sistemas resultantes são ditadas pelas propriedades físicas do material incluindo distribuição de tamanho de partícula e morfologia (Wu et al., 2007), sendo que tais características são dependentes da forma com que o pigmento é gerado. Geralmente, recristalização através de solução orgânica, spray drying e cominuição mecânica em produção industrial, são utilizadas para a produção de partículas de corantes. Porém, tais métodos produzem materiais com ampla faixa de distribuição de tamanho, além da poluição ambiental associada ao uso de solventes orgânicos (Suo et al., 2005). A busca por alta rentabilidade na agricultura implica na disponibilidade de mais produtos ativos em pesticidas com efeitos de maior duração. Uma redução da freqüência no tratamento é econômica e ambientalmente de interesse no sentido de diminuir a quantidade necessária da substância ativa e o custo de mão de obra. Neste contexto, o sistema de liberação controlada de um herbicida parece oferecer estas 239 Seguindo a mesma sistemática, a Tabela B2 apresenta os valores dos mesmos parâmetros da Tabela B1, porém, para as condições experimentais dos quatro planejamentos fatoriais completos 22 sequenciais utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 600 mL. Esta tabela também apresenta o número de partículas utilizadas para tais cálculos. Os símbolos X, X , σ e CV% referem-se respectivamente a tamanho, tamanho médio, desvio padrão e coeficiente de variação percentual. Tabela B2 – Valores de tamanho das partículas de PHBV precipitado nas diferentes condições experimentais dos planejamentos 22 sequenciais. Exp 1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A 1B 2B 3B 4B 5B 6B 7B 1C 2C 3C 4C 5C 6C 7C Xmínimo Xmáximo Número de X ±σ CV (%) partículas (µm) (µm) (µm) Bloco A: Concentração da solução = 10 mg/mL 0,40 4,85 65 1186 1,46 ± 0,94 0,41 1,98 27 1189 0,87 ± 0,23 0,50 16,60 95 1183 2,56 ± 2,44 29 1189 0,41 2,21 0,87 ± 0,25 30 1196 0,40 2,13 0,93 ± 0,28 0,40 2,17 33 1178 0,90 ± 0,29 0,61 1,99 24 1166 1,03 ± 0,24 Bloco B: Concentração da solução = 20 mg/mL 0,52 7,53 66 1190 1,69 ± 1,12 0,51 2,81 31 1191 1,14 ± 0,35 0,50 3,81 45 1183 1,20 ± 0,54 0,50 1,99 27 1167 0,96 ± 0,26 0,50 2,90 32 1170 1,02 ± 0,33 0,30 4,96 56 1191 1,15 ± 0,64 0,41 3,83 51 1179 0,96 ± 0,49 Bloco C: Concentração da solução = 30 mg/mL 0,63 23,98 113 1171 3,40 ± 3,83 0,41 15,99 121 1197 2,55 ± 3,07 0,50 89,47 81 1223 27,79 ± 22,61 0,50 17,93 91 1195 2,90 ± 2,65 0,54 20,56 104 1203 3,66 ± 3,79 0,45 18,94 92 1195 4,01 ± 3,70 0,70 19,62 110 1169 3,11 ± 3,41 238 11 25 100 90 80 70 15 60 50 10 40 30 5 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 20 20 10 0 100 400 700 0 1000 Tamanho de partícula (nm) Figura B9 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 10. 20 100 90 70 60 10 50 40 30 5 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 15 20 10 0 100 400 700 0 1000 Tamanho de partícula (nm) Figura B10 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 11. vantagens quando comparado às formulações convencionais (Taki et al., 2001; Boutin et al., 2004). Visando à obtenção de produtos com alta qualidade, o aumento da vida de prateleira de alimentos perecíveis e até mesmo incorporar vitaminas e compostos nutracêuticos em alguns alimentos, a indústria alimentícia vem utilizando formulações na faixa micrométrica. Tais formulações empregam, geralmente, um bio-polímero contendo algum tipo de princípio ativo impregnado ou encapsulado. Estes princípios ativos podem atuar como agentes antimicrobianos, realçadores de cor e sabor ou até mesmo como complemento na dieta humana. As técnicas convencionais utilizadas neste segmento tornam-se onerosas no sentido de proporcionar insumos com alto grau de pureza e com características adequadas, necessárias para fazer com que estes insumos possam ser utilizados em alimentos. Rígidas regulamentações no uso de solventes orgânicos e seus valores residuais nos produtos finais são as maiores limitações destas técnicas (Vemavarapu et al., 2005). Com relação ao encapsulamento de compostos, existem basicamente duas maneiras: o composto pode ser encapsulado, situação em que ocorre a formação de uma fina camada de polímero recobrindo o composto, ou o composto pode ser co-precipitado, onde várias partículas do composto encontram-se dentro da partícula de polímero. O encapsulamento, também chamado de formação de micro ou nano cápsulas, ocorre quando o material a ser encapsulado é posto em suspensão em uma solução polimérica e então o polímero dissolvido é precipitado recobrindo o material em suspensão. A co-precipitação ou formação de micro e/ou nano esferas, ou ainda impregnação, ocorre quando o composto a ser encapsulado e o polímero são dissolvidos em um único solvente ou em uma mistura destes e simultaneamente precipitados (Kalogiannis et al., 2006; Bahrami e Ranjbarian, 2007). Com o objetivo de satisfazer as necessidades dos segmentos industriais que utilizam materiais sólidos com características controladas como tamanho e distribuição de tamanho de partículas, morfologia e estrutura cristalina, métodos alternativos de precipitação e encapsulamento de materiais, empregando a tecnologia de fluidos sub e/ou supercríticos, têm sido estudados nos últimos anos. As investigações apontam para uma nova e interessante rota para a produção de partículas ou compósitos, sanando muitas das deficiências dos métodos convencionais. Processos empregando fluidos supercríticos fornecem micro ou até mesmo nano partículas com estreita distribuição de tamanhos além de boa eficiência de encapsulamento. Além disso, várias outras 12 35 100 90 30 25 70 60 20 50 15 40 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 20 5 10 0 100 0 10000 1000 Tamanho de partícula (nm) Figura B7 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 8. 20 100 90 15 70 60 10 50 40 30 5 Distribuição cumulativa (%) 80 Número de observações (%) vantagens podem ser observadas dependendo da escolha da configuração do processo: alta pureza dos produtos, controle do polimorfismo dos cristais, possibilidade de processar moléculas termo sensíveis, processo de um único estágio e tecnologia ambientalmente aceitável (Fages et al., 2004). Até a década de 80, os processos envolvendo tecnologia supercrítica estiveram focados principalmente em extração e fracionamento; porém, nos últimos anos, o processamento de materiais com fluidos supercríticos tem também despertado interesse em outras áreas (Sihvonen et al., 1999). Apesar de o uso de fluidos supercríticos como meio propício para a formação de materiais particulados ser recente, comparativamente com suas aplicações na área de extração ou separação, a primeira publicação com respeito à formação de partículas, segundo Jung e Perrut (2001) e Marr e Gamse (2000), foi descrita por Hanay e Hogarth em 1879 que detectaram a formação de “neve” pela rápida redução da pressão de uma solução binária envolvendo um fluido supercrítico e um sólido. A literatura indica um considerável aumento da aplicação da tecnologia supercrítica para a produção de partículas a partir do final da década de 80. Boa parte dos trabalhos é focada no desenvolvimento de produtos farmacêuticos e na elaboração de polímeros, para a produção de compósitos polímero-fármaco ou para a cobertura de superfícies (Subra e Jestin, 1999). Atualmente, estudos apontam para um futuro promissor na aplicação da tecnologia supercrítica para a produção de novos ingredientes micro e nano particulados para liberação controlada na área alimentícia e nutracêutica, sendo um mercado crescente na substituição de produtos obtidos com solventes orgânicos e propondo novos produtos de alta qualidade (Sihvonen et al., 1999; Perrut, 2000; Zhong et al., 2008). Exemplificando, Cocero et al. (2007) recentemente realizaram a co-precipitação de carotenóides empregando bio-polímeros com o objetivo de aumentar a estabilidade dos carotenóides e sua dissolução em meios aquosos. O mesmo grupo realizou ainda dois trabalhos. Em um deles foi estudado o efeito de diversos parâmetros de processo na co-precipitação de β-caroteno e polietileno glicol (Mattea et al., 2008). No outro trabalho foi realizado o encapsulamento de outro carotenóide, a luteína, e o biopolímero utilizado foi o ácido poli-láctico (Miguel et al., 2008). He et al. (2007) realizaram um trabalho produzindo compósitos de caroteno natural e polietileno glicol verificando a influência de 237 20 10 0 100 400 700 0 1000 Tamanho de partícula (nm) Figura B8 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 9. 236 13 25 100 90 80 70 15 60 50 10 40 30 5 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 20 20 10 0 100 0 10000 1000 Tamanho de partícula (nm) Figura B5 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 6. 30 100 90 80 70 20 60 15 50 40 10 30 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 25 20 5 10 0 100 400 700 0 1000 Tamanho de partícula (nm) Figura B6 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 7. diversos parâmetros de operação sobre o percentual de encapsulamento. Em outro trabalho, o mesmo grupo estudou o efeito da formação de compósitos entre caroteno e proantocianidina sobre a estabalidade e a degradação do caroteno (Hong et al., 2007). Há uma gama de biopolímeros naturais ou sintéticos que podem ser empregados como agentes encapsulantes de compostos bioativos, por apresentarem biocompatibilidade e biodegradabilidade. Dentre os principais destacam-se o ácido poliláctico, policaprolactona, polilactídeo, poli(lactídeo-co-glicolídeo), polietilenoglicol, polivinil álcool, poliidroxibutirato e o co-polímero poli(3-hidroxibutirato-cohidroxivalerato) (Yeo e Kiran, 2005; Cocero et al., 2009). Os últimos dois polímeros citados acima são produzidos por síntese bacteriana chegando a até 80% do peso seco da massa bacteriana gerada. Além disso, estes polímeros tem atraído muito interesse devido ao seu alto grau de degradabilidade, chegando a uma degradação efetiva num período de aproximadamente 60 dias, além de ser totalmente biocompatível (Bucci et al., 2007). A utilização do co-polímero poli(3-hidroxibutirato-cohidroxivalerato) ou simplesmente PHBV no campo da biomedicina vem ganhando muita importância nos últimos anos, tanto na engenharia de tecidos como na preparação de sistemas de liberação controlada, uma vez que á possível preparar um sistema de liberação de drogas através da degradação gradual da matriz polimérica no organismo e a conseqüente liberação do princípio ativo (Sendil et al., 1999; Baran et al., 2002; Chen e Davis, 2002; Chen e Wu, 2005). Além disto, o co-polímero PHBV foi proposto como matéria-prima na produção de embalagens para a indústria de alimentos. Estas embalagens podem conter um princípio ativo impregnado como um agente antioxidante, podendo aumentar a vida de prateleira de produtos alimentícios pela liberação gradual do princípio ativo (Bucci et al., 2005). Existem vários compostos que podem ser usados como fluidos supercríticos. Contudo, do ponto de vista farmacêutico, nutracêutico e alimentício, o mais amplamente usado é o dióxido de carbono, devido às suas características tais como ser atóxico, não reativo, ambientalmente aceitável e não inflamável. O fato de possuir também como característica desejável temperatura e pressão críticas relativamente baixas (Tc = 31,1 °C, Pc = 72 bar) torna tal solvente adequado para o processamento de compostos termo sensíveis (Mukhopadhyay, 2000). Beckman (2004) apresenta uma ampla revisão concernente à utilização de CO2 nos mais diferentes processos, revelando uma permeação deste fluido por diversas áreas industriais como 14 Várias técnicas de precipitação e encapsulamento têm sito propostas na literatura levando em consideração as características específicas dos fluidos sub e/ou supercríticos tais como fácil manipulação da densidade destes fluidos. Estas técnicas podem ser divididas em três categorias principais, as quais preferencialmente empregam CO2 como fluido pressurizado, seja como solvente, como soluto ou como anti-solvente. 100 90 25 70 20 60 15 50 40 10 30 Distribuição cumulativa (%) 80 20 5 10 0 100 400 700 0 1000 Tamanho de partícula (nm) Figura B3 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 3. 2.1.1. Formação de partículas empregando fluidos supercríticos como solventes 30 Esta técnica envolve a precipitação do soluto presente em uma solução supercrítica homogênea pela rápida expansão desta para condições ambientes de temperatura e pressão. Esta técnica é chamada de Rápida Expansão de Soluções Supercríticas (RESS) e, segundo Jung e Perrut (2001), o trabalho pioneiro utilizando esta técnica foi realizado por Krukonis em 1984, na recristalização de beta-estradiol, ferroceno e dodecanolactam entre outros. A expansão de soluções supercríticas leva à perda do poder solvente do fluido supercrítico e, conseqüentemente, à precipitação do soluto. Rápidas expansões, da ordem de 10-5 s, podem ser alcançadas em bocais e capilares, levando a altas supersaturações e conseqüentemente a minúsculas partículas. Ressalta-se também que a redução da pressão é uma perturbação mecânica que se propaga na velocidade do som, favorecendo a rápida obtenção de condições uniformes no fluido em expansão. Esta combinação de elevadas supersaturações e condições uniformes do meio em nucleação é uma característica peculiar do processo RESS, que pode, em princípio, ser designado para produzir 25 100 Número de observações (%) 90 80 70 20 60 15 50 40 10 30 Distribuição cumulativa (%) 2.1. Métodos experimentais para obtenção de micro partículas empregando fluidos pressurizados 30 Número de observações (%) farmacêutica, alimentícia, nutracêutica, polimérica, catalítica, dentre outras. O autor conclui que uma cuidadosa aplicação da tecnologia que utiliza tal fluido pode resultar em produtos e processos “limpos”, mais baratos e de alta qualidade. A literatura apresenta diferentes técnicas experimentais que utilizam fluidos sub ou supercríticos para a precipitação dos mais diversos tipos de materiais incluindo princípios ativos e polímeros, bem como encapsulamento. A seguir, é apresentada uma breve explanação sobre as técnicas empregadas em estudos experimentais de precipitação a altas pressões. 235 20 5 10 0 100 400 700 0 1000 Tamanho de partícula (nm) Figura B4 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 5. 234 15 25 100 90 80 70 15 60 50 10 40 30 5 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 20 20 10 0 100 400 700 1000 partículas minúsculas e monodispersas com estreita distribuição de tamanhos (Debenedetti et al., 1993). A morfologia do material sólido resultante, cristalina ou amorfa, depende da estrutura química do material e dos parâmetros do processo de RESS, como temperatura, queda de pressão, geometria e dimensões do bocal, concentração da solução entre outros. A Figura 2.1 mostra a idéia básica da técnica RESS. O composto sólido é solubilizado em um fluido supercrítico em um vaso de extração a temperatura e pressão pré-determinadas. Após, esta solução é despressurizada ou expandida repentinamente a condições ambientes no vaso de expansão por intermédio de um bocal, causando rápida e uniforme nucleação do material sólido e, como conseqüência produzindo partículas de tamanho microscópico com estreita distribuição de tamanho. 0 1300 Tamanho de partícula (nm) Bomba Figura B1 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 1. 25 CO2 100 Câmara de expansão 90 80 70 15 60 50 10 40 30 5 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 20 20 10 0 100 Bocal Câmara de extração 400 700 1000 0 1300 Tamanho de partícula (nm) Figura B2 – Distribuição de tamanho das partículas de PHBV da condição experimental 2. Figura 2.1 – Diagrama da técnica RESS (Jung e Perrut, 2001). A linha que vai da câmara de extração até a entrada da câmara de expansão é chamada de dispositivo de pré-expansão. Tal dispositivo normalmente é um tubo espiral, possuindo as mesmas dimensões das demais linhas. Este dispositivo é usualmente mantido a aproximadamente 50 °C acima da temperatura da câmara de extração pelo uso de uma fita de aquecimento ou por um banho termostático ou forno evitando assim precipitações prematuras do soluto nas linhas (Jung e Perrut, 2001). Na câmara de expansão, a solução é expandida através de um dispositivo de restrição de fluxo. Este dispositivo limita o crescimento das partículas após o processo de nucleação afetando a dinâmica da expansão do jato. O efeito Joule-Thompson, resultante da grande expansão volumétrica na saída do dispositivo de restrição, causa uma 16 queda na temperatura, podendo até levar ao congelamento do solvente e o conseqüente entupimento do dispositivo. Durante o projeto deste processo, é necessário que se tenha o melhor entendimento possível com relação ao que ocorre antes do bocal, isto é, durante o passo de extração. Conseqüentemente, é importante tanto coletar dados de equilíbrio da literatura quando estão disponíveis, ou realizar experimentos acerca da solubilidade do(s) soluto(s) no fluido supercrítico (Fages et al., 2004). Infelizmente, muitos compostos polares ou de alto peso molecular, como é o caso dos polímeros, possuem solubilidade extremamente baixa em fluidos supercríticos comumente empregados na literatura, especialmente em CO2. Isto faz com que a técnica RESS possua algumas limitações, tais como, a alta faixa de pressão necessária para obter solubilidades adequadas, o alto fluxo do fluido e o modo de operação do processo que é feito de forma descontínua em muitos casos. Como regra geral, no entanto, se o soluto possuir uma solubilidade significativa no fluido supercrítico, a técnica RESS poderá ser a primeira escolha para a obtenção de partículas devido a sua simplicidade (Shariati e Peters, 2003). Para um melhor entendimento a respeito da técnica, Jung e Perrut (2001) apresentam uma revisão acerca da história da técnica, bem como os materiais processados. Outras revisões também são apresentadas por Shariati e Peters (2003) que fornecem uma visão geral da técnica, e Yeo e Kiran (2005), que focam especificamente na formação de partículas de polímeros para a área farmacêutica. Vemavarapu et al. (2005) fornecem em sua revisão informações e recursos necessários para a pesquisa na formação de partículas empregando fluidos supercríticos. Estes autores comentam também os vários estágios envolvidos na formação de partículas como coleta, expansão, pré-expansão entre outros. 2.1.2. Formação de partículas empregando fluidos supercríticos como solutos A técnica PGSS (Partículas de Soluções Saturadas de Gás) emprega fluidos sub ou supercríticos como soluto. Esta técnica é indicada para produzir partículas de materiais que absorvem fluidos supercríticos em altas concentrações. Embora a execução em aplicações industriais esteja voltada atualmente, na maior parte, para materiais não poliméricos, a técnica é muito promissora e é altamente satisfatória para a produção de polímeros na forma de pó, particularmente para aplicações de recobrimento de partículas (Yeo e Kiran, 2005). 233 APÊNDICE B CARACTERÍSTICAS DIMENSIONAIS DAS PARTÍCULAS DE PHBV A Tabela B1 apresenta os valores de tamanho mínimo e máximo, o tamanho médio, o desvio padrão e o coeficiente de variação em torno do valor médio das partículas de PHBV precipitadas nas diferentes condições experimentais do planejamento fatorial completo 23 utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 62 mL. Na presente tabela também é apresentado o número de partículas utilizadas para tais cálculos. Os símbolos X, X , σ e CV% referem-se respectivamente a tamanho, tamanho médio, desvio padrão e coeficiente de variação percentual. Tabela B1 – Valores de tamanho das partículas de PHBV precipitado nas diferentes condições experimentais do planejamento 23. Exp 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Xmínimo (nm) 259 215 142 132 278 136 178 173 170 166 Xmáximo (nm) 823 797 569 640 1012 498 1331 477 476 464 X ±σ (nm) 487 ± 108 505 ± 124 329 ± 69 370 ± 79 570 ± 161 278 ± 62 563 ± 177 330 ± 79 324 ± 61 314 ± 66 CV (%) 21 24 21 21 28 22 31 24 19 21 Número de partículas 416 519 625 413 587 685 569 562 672 510 A seguir são apresentadas as figuras de distribuição de tamanho de partícula do PHBV precipitado, em escala logarítmica, para as diferentes condições experimentais do planejamento fatorial 23. 17 O princípio da técnica PGSS e os parâmetros de operação diferem muito pouco da técnica RESS. Porém, aqui, o fluido supercrítico ou gás comprimido, é que é dissolvido em um material sólido fundido e esta mistura a alta pressão é rapidamente despressurizada por intermédio de um bocal acarretando na formação de partículas por precipitação. Esta técnica é especialmente promissora para a impregnação de ingredientes ativos em matrizes poliméricas. Os princípios governantes envolvem separação de fases induzida pela pressão, temperatura e solvente. As vantagens desta técnica se traduzem na baixa demanda de gás (alguns gramas) e a reduzida pressão de operação que varia entre 100 e 200 bar. Porém, o fato de que poucas substâncias podem ser fundidas a altas temperaturas sem a ocorrência de alterações químicas ou físicas limita a utilização da técnica. Sendo assim, podem ser processados somente compostos que possuem temperatura de fusão relativamente baixa, sendo praticamente descartados, mais uma vez, os compostos termolábeis. 2.1.3. Formação de partículas supercríticos como anti-solventes empregando fluidos sub ou Esta última categoria utiliza fluidos pressurizados ou supercríticos como anti-solventes, causando a precipitação do(s) substrato(s) dissolvido(s) inicialmente em uma solução orgânica. Esta categoria é empregada para compostos que são praticamente insolúveis em fluidos supercríticos. Diferentes siglas são utilizadas pela literatura para esta categoria, tais como GAS, SAS, PCA, SEDS e ASES. Porém, a principal diferença entre estes processos é a maneira como ocorre o contato entre a solução orgânica e o anti-solvente comprimido. O princípio básico das técnicas anti-solvente reside no fato que o soluto seja completamente miscível no solvente orgânico e imiscível ou muito pouco miscível no anti-solvente e, ainda, que o solvente orgânico possua uma afinidade maior pelo anti-solvente do que pelo soluto. Desta forma, quando a solução contendo o soluto é posta em contato com o anti-solvente, a solubilidade do soluto no solvente orgânico é drasticamente reduzida, devido ao anti-solvente causar um decréscimo no poder de solvatação do solvente orgânico, levando à precipitação do soluto na forma particulada. A técnica de precipitação GAS (Gás Anti-Solvente) foi o primeiro método descrito empregando anti-solvente pressurizado. Este método foi descrito por Gallagher et al. (1989) que demonstraram que a taxa de adição de um gás anti-solvente pode ser programada para 18 231 40 100 90 35 30 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) 80 Número de observações (%) controlar a morfologia, tamanho e distribuição de tamanho dos cristais sob uma ampla faixa. Estes autores aplicaram esta propriedade para recristalizar explosivos de difícil cominuição. A Figura 2.2 apresenta um diagrama da técnica GAS. Nesta técnica a solução é introduzida em uma câmara, normalmente de aço inox, com temperatura controlada. Então, o antisolvente é adicionado ou borbulhado pelo fundo da câmara através de um filtro dispersor a uma taxa constante pré-determinada e na temperatura em que a operação é realizada. 20 5 10 0 Precipitador Bomba 1 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A47 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 35. CO2 Soluçã Solução o Figura 2.2 – Diagrama da técnica GAS (Jung e Perrut, 2001). O anti-solvente é introduzido até que a pressão alcance o valor final pré-definido causando a expansão da solução líquida. A partir daí, uma válvula de saída é aberta e anti-solvente puro é adicionado com o objetivo de retirar todo o solvente orgânico de dentro da câmara de precipitação. Nesta etapa, a pressão e a temperatura são mantidas constantes. O último passo é a despressurização da câmara e a coleta do material precipitado (Jung e Perrut, 2001). Nesta técnica as características das partículas precipitadas, sejam elas puras ou encapsuladas, podem ser ajustadas pela temperatura, pressão, taxa de adição do anti-solvente e, em alguns casos, pela agitação mecânica realizada na câmara de precipitação no sentido de 230 19 40 100 90 35 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 30 20 5 10 0 1 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A45 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 33. 40 100 90 35 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 30 20 5 10 0 1 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A46 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 34. aumentar o contato do anti-solvente com a solução. A escolha do tipo de solvente orgânico também é relevante, devido à expansão volumétrica da solução ser relativa não só à taxa de adição do anti-solvente, mas também ao tipo de solvente utilizado, pois cada solvente apresenta uma expansão volumétrica diferente na presença do anti-solvente comprimido. Apesar de, teoricamente, uma expansão muito lenta produzir uma solução supersaturada homogênea, tal expansão é muito difícil de ser controlada. Além disso, é difícil alcançar altos níveis de supersaturação devido ao rápido processo de nucleação e também devido à transferência de massa ocorrer tanto por convecção como por difusão molecular, conduzindo a supersaturações relativamente baixas para muitos solutos (Bristow et al., 2001). A vantagem da técnica GAS é a operação em condições amenas de temperatura e pressão, geralmente em torno da temperatura crítica do anti-solvente e pressões geralmente menores que 80 bar. Estas condições amenas de operação permitem processar e encapsular compostos termo sensíveis sem que estes sofram alterações em suas características. O modo contínuo da técnica GAS é conhecido como ASES (Sistema de Extração de Solvente em Aerossol) ou também como SAS (Anti-Solvente Supercrítico). Neste trabalho, para fins de diferenciação, nos referimos à técnica SAS quando o anti-solvente estiver em estado supercrítico e ASES quando estiver em estado subcrítico. Nestes modos de processo, a solução e o antisolvente são adicionados simultaneamente em modo co-corrente por orifícios diferentes ou contracorrente para dentro da câmara de precipitação, a qual já contém o anti-solvente. O mecanismo de contato entre o anti-solvente e a solução é diferente, comparado com o método GAS. Quando a solução é aspergida no meio contendo o anti-solvente, ocorre a geração de micro gotas desta, gerando um rápido contato entre os meios, levando a uma alta taxa de supersaturação da solução. Este resultado gera uma rápida nucleação e crescimento, criando conseqüentemente, minúsculas partículas (Suo et al., 2005). Para que ocorra a formação de micro gotas, a solução normalmente é aspergida a uma pressão em torno de 20 bar superior à pressão de operação da câmara. A Figura 2.3 mostra um diagrama da técnica SAS ou ASES. 20 229 50 100 45 90 40 80 35 70 30 60 25 50 20 40 15 30 10 20 5 10 Câmara de precipitação CO22 C O Filtro Saída Figura 2.3 – Diagrama da técnica SAS ou ASES (Jung e Perrut, 2001). 0 0,1 1 10 0 100 Tamanho de partícula (µm) Figura A43 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 31. 40 100 90 35 80 Número de observações (%) A idéia básica da técnica SAS ou ASES é carregar a câmara de precipitação com uma quantidade pré-determinada de anti-solvente, em estado sub ou supercrítico, dependendo da técnica, até que a pressão de operação seja alcançada. Em seguida, quando pressão e temperatura estiverem constantes, uma quantidade de solução é aspergida na câmara, mantendo-se a adição constante do anti-solvente. Quando uma quantidade pré-determinada da solução tiver sido introduzida, a adição desta é interrompida e o anti-solvente continua a fluir por mais algum tempo visando a secagem das partículas geradas, ou seja, retirando todo o solvente orgânico presente no meio. Esta etapa é bastante importante, pois a quantidade de solvente orgânico remanescente na câmara durante a despressurização poderá fazer com que as partículas coalesçam e percam suas características originais. Como na técnica GAS, o último passo é a despressurização da câmara de precipitação e a retirada do material precipitado, este normalmente fica depositado sobre um filtro que é colocado no fundo da câmara para evitar que as partículas sólidas sejam arrastadas para fora da câmara. As técnicas PCA e SEDS são similares às técnicas SAS e ASES, possuindo praticamente a mesma configuração. A técnica PCA foi inicialmente proposta por Dixon (1992) onde, ao contrário da técnica GAS, a câmara de precipitação é carregada com o anti-solvente comprimido e a solução é que é aspergida para o interior da câmara contendo o anti-solvente. Quando um determinado volume da solução tiver sido aspergido no anti-solvente, a aspersão desta é interrompida e é Distribuição cumulativa (%) Solução orgânica Bocal 30 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) Bomba Número de observações (%) Bomba 20 5 10 0 1 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A44 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 32. 228 21 40 100 90 35 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 30 iniciada a passagem de anti-solvente pela câmara de precipitação para realizar a secagem das partículas precipitadas. Na técnica SEDS, a solução e o anti-solvente comprimido são aspergidos através de um único bocal para a câmara de precipitação já contendo anti-solvente pressurizado. Neste caso, uma câmara de prémistura da solução e do anti-solvente é disposta antes do dispositivo de aspersão na câmara de precipitação. Outra maneira é a aspersão simultânea da solução e do anti-solvente através de bocais coaxiais. A Figura 2.4 apresenta um diagrama destas duas técnicas, sendo o princípio de operação basicamente o mesmo das técnicas SAS e ASES. 20 5 10 0 1 10 100 0 1000 Bocal Tamanho de partícula (µm) Figura A41 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 29. 40 Solução orgânica Câmara de precipitação C 22 CO O 100 Saída 90 35 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) 30 20 5 10 0 1 10 100 Filtro Figura 2.4 – Diagrama das técnicas PCA e SEDS (Jung e Perrut, 2001). 80 Número de observações (%) Bomba Bomba 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A42 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 30. Nestas técnicas, os dispositivos de aspersão são fabricados especificamente para aumentar o contato entre as fases e aumentar também a transferência de massa entre as micro gotas geradas e o antisolvente. Como o anti-solvente entra na câmara em alta velocidade, promove uma dispersão do jato da solução em gotículas extremamente pequenas. Além disso, as condições são arranjadas de modo que o antisolvente extraia o solvente da solução através de um íntimo contato entre solução e anti-solvente (Jung e Perrut, 2001). Estes dispositivos de aspersão, utilizados nas técnicas antisolvente afetam a morfologia das partículas devido ao fato destes afetarem o tamanho das gotículas e conseqüentemente a taxa de extração do solvente pelo anti-solvente. Várias configurações são usadas, como capilares, bocais, discos confeccionados a laser e válvulas. Para propósitos investigativos, capilares são preferidos devido a sua fácil 22 40 100 90 35 30 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 20 5 10 0 1 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A39 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 27. 40 100 90 35 30 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) 80 Número de observações (%) disponibilidade, baixo custo e flexibilidade para alterar a geometria do dispositivo de aspersão. Normalmente, estes dispositivos possuem orifícios com diâmetro entre 20 e 1600 µm (Vemavarapu et al., 2005). Nestes modos que operam continuamente, a vazão da solução e do anti-solvente e a sua razão podem ser importantes para a evolução do processo de precipitação. Além destes, vários outros parâmetros podem controlar o processo de precipitação em modo contínuo e muitos tipos de morfologia de partículas podem ser observados (Reverchon, 1999). O passo de secagem com anti-solvente puro ao final do processo de precipitação é também fundamental para evitar a condensação da fase líquida que, ao entrar em contato com as partículas precipitadas modifica suas características. Um método para calcular a duração da secagem é considerar o precipitador como sendo um tanque continuamente agitado. Desta maneira, é possível calcular o tempo necessário para a eliminação de uma dada percentagem de solvente líquido para um fluxo de anti-solvente fixo (Reverchon, 1999). São muitos, e muitas vezes complexos, os parâmetros que influenciam as características finais do produto obtido. Em suma, o que dita a escolha da técnica para a operação de precipitação e encapsulamento é o tipo de soluto a ser precipitado, se vai ser encapsulado ou não, e as características desejadas no produto final. Neste sentido, vários trabalhos de revisão na literatura sobre as técnicas que utilizam fluidos pressurizados focam itens como: técnica empregada, tipo de material processado, fluido utilizado e características gerais do material obtido. Tais revisões podem ser encontradas nos trabalhos de Reverchon, (1999); Marr e Gamse (2000); Jung e Perrut (2001); Shariati e Peters (2003); Vemavarapu et al. (2005); Yeo e Kiran (2005); Reverchon e Adami (2006); Bahrami e Ranjbarian (2007); Martin e Cocero (2008) e Cocero et al. (2009). Seguindo esta sistemática, no presente trabalho optou-se por apresentar um resumo complementar de trabalhos disponíveis na literatura com respeito à técnica anti-solvente para precipitação de sólidos de baixa massa molar e de polímeros que datam posteriores aos trabalhos acima citados ou não são citados nestes. Tal revisão, que visa complementar estes trabalhos é apresentada nas Tabelas 2.1 e 2.2 que reportam a precipitação de materiais não poliméricos e de polímeros, respectivamente. Na Tabela 2.3 são apresentados dados referentes aos principais trabalhos da literatura que reportam resultados sobre percentual e eficiência de encapsulamento de materiais de baixa massa molar em biopolímeros. 227 20 5 10 0 1 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A40 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 28. 226 23 40 100 90 35 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 30 20 5 10 0 1 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A37 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 25. 40 100 90 35 70 25 60 20 50 40 15 30 10 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 80 30 20 5 10 0 1 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A38 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 26. A revisão termina com a Tabela 2.4 que mostra o efeito dos principais parâmetros de operação sobre o tamanho das partículas precipitadas de diferentes materiais incluindo polímeros. Nesta tabela são apresentados os efeitos dos seguintes parâmetros sobre o tamanho de partícula: pressão de precipitação (P), temperatura de precipitação (T), concentração de soluto na solução orgânica (CS), fluxo da solução orgânica (qS) e fluxo de anti-solvente (qA). Outras revisões, a respeito de projeto e aspectos de processo em escala de laboratório bem como o efeito dos parâmetros de processo sobre as características do material precipitado podem também ser encontradas respectivamente nos trabalhos de Yeo e Kiran (2005); Vemavarapu et al. (2005) e Reverchon et al. (2008b). 90 80 60 25 70 50 20 40 15 10 30 10 5 20 100 40 90 35 60 25 50 20 40 15 10 5 SOLUTO (SOLVENTE) β-caroteno (AcOEt, DCM) Andrographolide (EtOH) Flavonóide ginkgolides (EtOH) Paracetamol (ACE) Amoxicilina (EtOH e DMSO) Figura A35 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 23. 80 70 10 30 20 MÉTODO GAS SAS GAS PCA e GAS SAS Tamanho de partícula (µm) ANTI SOLVENTE CO2 CO2 CO2 CO2 CO2 RESULTADOS OBSERVADOS Partículas entre 1 e 5 µm ou maiores que 5 µm foram obtidas dependendo da condição experimental. Partículas na forma de bastões foram obtidas com tamanhos variando entre 5 e 50 µm. Foi observado que houve modificação na estrutura cristalina interna comparado ao material não processado. Morfologia tipo bastões com comprimento variando entre 10 e 200 µm. Partículas com tamanho médio de 2 µm foram obtidas empregando o método PCA; para o método GAS, o tamanho das partículas ficou entre 90 e 250 µm. A morfologia das partículas apresentou formato esferoidal e prismático. Dependendo das condições experimentais, partículas esféricas e não aglomeradas foram obtidas na faixa de 0,2 e 1,6 µm. Tamanho de partícula (µm) Figura A36 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 24. Kalogiannis et al. (2005) Fusaro et al. (2005) Chen et al. (2005b) Chen et al. (2005a) Cocero e Ferrero (2002) REFERÊNCIA 1 10 100 0 1000 0 0 100 10 1 0 0,1 Tabela 2.1 – Materiais não poliméricos precipitados pelos processos GAS, SAS, PCA, SEDS e ASES. 35 Distribuição cumulativa (%) 30 Número de observações (%) 100 40 Distribuição cumulativa (%) 30 Número de observações (%) 225 24 Número de observações (%) 1 10 Figura A33 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 21. 35 30 80 25 70 60 20 50 15 40 10 30 5 20 10 0 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A34 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 22. Su e Chen (2005) Subra et al. (2005) Suo et al. (2005) Dependendo da condição de precipitação o tamanho das partículas diminuiu de cerca de 200 µm para cerca de 50 µm. As partículas precipitadas apresentaram uma forma regular. Micropartículas com formato de placas com comprimento variando entre 15 e 500 µm. Partículas com formato de agulhas em alguns casos coalescidas com formato de rede. Tamanho: 2 a 16 µm. Wu et al. (2005) Reverchon et al. (2005) Nano-partículas com morfologia esférica com diâmetros variando entre 50 e 100 nm; cristais longos na forma de agulhas também foram obtidos em algumas condições experimentais. Nanopartículas esféricas com tamanho entre 49 e 74 nm foram produzidas. Rajasingam et al. (2005) REFERÊNCIA - 100 CO2 Tamanho de partícula (µm) SAS 40 0 1000 Pigmento vermelho 177 (DMSO) 100 CO2 10 SEDS 1 Pigmento Bixina (DCM) 0 CO2 10 SAS 20 Teofilina (DCM-EtOH) 5 CO2 30 SAS 10 Salicilamina (ACE, EtOH e AcOEt) 40 CO2 15 SAS 50 Pigmento vermelho 60 (ACE, NMP, DMSO) 20 CO2 60 GAS 70 RESULTADOS OBSERVADOS 80 Potassium aurocyanide (ACE, DMSO, NMP) 25 ANTI SOLVENTE 90 MÉTODO 100 SOLUTO (SOLVENTE) 30 Tabela 2.1 – Continuação. 35 Distribuição cumulativa (%) 40 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 224 25 90 70 60 50 40 10 30 15 25 20 BECD (ACE, MeOH e EtOH) SOLUTO (SOLVENTE) ASES e GAS GAS MÉTODO Tabela 2.1 – Continuação. 80 Sulfato de D-glucosamina (MetOH) ASES e GAS 10 CO2 CO2 CO2 100 90 35 80 60 25 70 50 20 40 15 Figura A31 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 19. 10 30 20 Diferentes tamanhos médios de partícula foram obtidos dependendo da técnica empregada. Pela técnica ASES o tamanho médio de partícula variou entre 5,9 e 188,9 µm enquanto que pela técnica GAS o tamanho médio variou entre 18,4 e 21,2 µm. Partículas com morfologia tipo placas foram obtidas. O rendimento da precipitação variou entre 40 e 95%. O material precipitado apresentou diferentes morfologias dependendo da técnica de precipitação utilizada. Na técnica ASES as partículas apresentaram morfologia tipo penas com tamanho médio entre 5,36 e 88,55 µm e na técnica GAS tipo estrela com tamanho médio entre 8,61 e 23,44 µm. Foram obtidas partículas com tamanho variando entre 0,8 e 64,3 µm. Foi observado que dependendo do solvente orgânico utilizado, partículas com diferentes morfologias e com maior ou menor grau de aglomeração foram produzidas. RESULTADOS OBSERVADOS 40 10 1 10 100 0 1000 0 Tamanho de partícula (µm) Figura A32 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 20. Gimeno et al. (2006) Gimeno et al. (2006) Bakhbakhi et al. (2006) REFERÊNCIA 5 0 100 10 1 0 0,1 Tamanho de partícula (µm) ANTI SOLVENTE 5 Distribuição cumulativa (%) 100 40 Distribuição cumulativa (%) 30 Número de observações (%) 90 35 Hidrocloreto de D-glucosamina (MetOH) 30 Número de observações (%) 223 26 20 Número de observações (%) 1 1 10 10 100 40 35 25 20 15 5 0 100 30 80 70 60 50 40 10 30 20 10 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A30 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 18. Li et al. (2006) Miguel et al. (2006) Neste trabalho foi verificado o efeito de vários parâmetros no tamanho de partícula. O tamanho médio de partícula do material precipitado variou de 1,3 a 6,2 µm, pelo menos 20 vezes menor do que o composto não precipitado. Partículas no formato de agulha foram obtidas com tamanho variando entre 10 e 80 µm dependendo das condições de operação. 100 Kikic et al. (2006) Figura A29 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 17. Aglomerados com tamanhos médios entre 17 e 43 µm formados por partículas esféricas da ordem de 5 a 7 µm dependendo das condições experimentais e dos solventes utilizados. Tamanho de partícula (µm) He et al. (2006) 0 1000 CO2 0 Cristais de caroteno foram obtidos com tamanhos na faixa de 0,37 a 2,85 µm. Foi verificado também um aumento na pureza do material precipitado. 10 SAS 5 REFERÊNCIA 20 Licopeno (DCM) 30 CO2 10 ASES 40 Acetaminofeno (EtOH, MetOH, ACE e AcOEt) 15 CO2 50 SAS 20 Atenolol (MeOH, EtOH e isopropanol) 60 CO2 25 SEDS 70 RESULTADOS OBSERVADOS 80 Caroteno natural (DCM) 30 ANTI SOLVENTE 35 MÉTODO 90 SOLUTO (SOLVENTE) 40 Tabela 2.1 – Continuação. 100 Distribuição cumulativa (%) 45 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 222 27 90 70 60 50 40 10 30 15 25 20 Cefalosporinas (DMSO) Sulfabenzamida (ACE, MeOH, EtOH, AcOEt) SOLUTO (SOLVENTE) SAS SAS GAS MÉTODO Tabela 2.1 – Continuação. 80 Pigmento azul 15:6 (DMSO) SEDS 10 1 CO2 CO2 CO2 CO2 100 90 35 80 60 25 70 50 20 40 15 Figura A27 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 15. 10 30 20 Cristais aciculares ou no formato de varas com tamanho de partícula de aproximadamente 20 x 100 µm foram precipitados no formato de longas varas e fibras retorcidas com tamanho variando de 0,1 a 2,2 µm. Os autores reportam resultados de morfologia de partículas tipo varas com comprimento variando entre 200 nm e 1 µm. Foram obtidos precipitados com diferentes morfologias: submicropartículas, micropartículas, esferas ocas e largos cristais. As diferentes morfologias observadas foram relacionadas com o ponto de operação no diagrama de fases do sistema ternário. Partículas com dimensões na faixa de 0,1 a 50 µm foram observadas. Partículas com tamanho entre 10 e 80 µm foram formadas dependendo do solvente utilizado. Os autores reportam modificação na estrutura interna das partículas formadas dependendo do solvente empregado. RESULTADOS OBSERVADOS 40 10 0 Tamanho de partícula (µm) Figura A28 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 16. He et al. (2007a) Wu et al. (2006) Reverchon e De Marco (2006) Park et al. (2006) REFERÊNCIA 5 0 1000 100 10 1 10 100 0 1000 0 Tamanho de partícula (µm) ANTI SOLVENTE 5 Distribuição cumulativa (%) 100 40 Distribuição cumulativa (%) 30 Número de observações (%) 90 35 Baicalin (DCM e EtOH) 30 Número de observações (%) 221 28 20 Número de observações (%) 1 10 35 30 80 25 70 60 20 50 15 40 10 30 5 20 10 0 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A26 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 14. Li et al. (2007a) Li et al. (2007b) Lin et al. (2007) Foram obtidas partículas com tamanhos variando entre 4,7 e 25,7 µm com diferentes morfologias. Os resultados mostraram que a morfologia das partículas precipitadas variou entre esferas e fibras. Os resultados obtidos com relação a morfologia foram relacionados com o comportamento de fases do sistema ternário soluto+solvente+antisolvente. Foram obtidas nanopartículas com tamanhos variando entre 63 e 102 nm. Uma melhora significativa da taxa de dissolução do composto foi observada. Kim et al. (2007a) 100 Partículas com tamanho variando entre 0,90 e 4,52 µm foram precipitadas. Foi verificado um grande aumento na taxa de dissolução do material precipitado com relação ao não precipitado. Figura A25 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 13. Hong et al. (2007a) Tamanho de partícula (µm) CO2 40 0 1000 PCA 100 Ácido Salicílico (EtOH e ACE) 10 CO2 1 SAS 0 Os resultados mostraram que partículas com morfologia tipo agulhas e tipo varas foram obtidas com tamanho variando entre 2 e 40 µm. 10 REFERÊNCIA 20 Óleo de palma hidrogenado (THF) 5 CO2 30 GAS e SEDS 10 Puerarin e complexo de fosfolipídeos (EtOH) 40 CO2 15 SAS 50 Cilostazol (DCM e Ácido Acético Glacial) 20 CO2 60 SEDS 70 RESULTADOS OBSERVADOS 80 Emodin (DCM e EtOH) 25 ANTI SOLVENTE 90 MÉTODO 100 SOLUTO (SOLVENTE) 30 Tabela 2.1 – Continuação. 35 Distribuição cumulativa (%) 40 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 220 29 90 70 60 50 40 10 30 15 25 20 Hormônio de crescimento. (água) Fluconazol (DCM, ACE, EtOH) Ácido Mandélico (AcOEt) SOLUTO (SOLVENTE) SAS SEDS SAS SAS MÉTODO Tabela 2.1 – Continuação. 80 Vários solutos (vários solventes) SEDS 10 1 Tamanho de partícula (µm) CO2 CO2 CO2 e etanol CO2 CO2 100 90 35 80 60 25 70 50 20 40 15 Figura A23 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 11. 10 30 20 Partículas com morfologia tipo bolacha foram obtidas com tamanhos variando entre 0,89 e 6,91 µm. Foi verificado que as partículas produzidas pela técnica SEDS possui características muito parecidas com as produzidas por técnica convencional. Nano partículas com tamanhos médios variando entre 45 e 150 nm foram obtidas em todos os solutos e solventes utilizados. Partículas quase esféricas foram obtidas com tamanho variando entre 43 e 158 nm. Diferentes formas polimórficas do produto foram obtidas dependendo do solvente utilizado. Foram obtidas partículas com tamanho médio menor que 100 µm. Partículas com formato tipo agulha ou prisma foram obtidas nos experimentos de precipitação. O tamanho médio das partículas obtidas variou entre 30 e 200 µm. RESULTADOS OBSERVADOS 40 10 0 Figura A24 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 12. Tamanho de partícula (µm) Richardson et al. (2007) Reverchon et al. (2007) Pyo et al. (2007) Park et al. (2007) Martín et al. (2007a) REFERÊNCIA 5 0 1000 100 10 1 10 100 0 1000 0 ANTI SOLVENTE 5 Distribuição cumulativa (%) 90 35 Distribuição cumulativa (%) 30 Número de observações (%) 100 40 Sulfato de salbutamol (não especificado) 30 Número de observações (%) 219 30 20 Número de observações (%) 1 10 10 100 40 35 25 20 15 5 0 100 30 80 70 60 50 40 10 30 20 10 0 1000 Figura A22 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 10. Tamanho de partícula (µm) Tenório et al. (2007b) Vatanara et al. (2007) Partículas esféricas foram obtidas, com tamanhos variando entre 99 e 395 nm e com diferentes graus de aglomeração. Foram obtidas partículas com tamanho médio variando entre 15 e 27 µm dependendo das condições experimentais. As partículas precipitadas apresentaram morfologia diferente daquela não processada. 100 Tenório et al. (2007a) Figura A21 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 9. Foi verificado o efeito da pressão e do tipo de solvente no tamanho e morfologia das partículas. Dependendo das condições experimentais, foram obtidas partículas esféricas com diferentes graus de aglomeração e com tamanho médio variando entre 0,26 a 1,26 µm. Tamanho de partícula (µm) Subra et al. (2007) 0 1000 CO2 1 SAS 0 O efeito de vários solventes puros ou mistura de solventes foi estudado. Dependendo do solvente usado o produto precipitado apresentou diferentes formas polimórficas. Partículas aglomeradas na forma de poliedro foram obtidas com tamanho médio em torno de 250 µm. 10 REFERÊNCIA 20 Sulfato de Salbutamol (MeOH) 5 CO2 30 SAS 10 Ampicilina (NMP) 40 CO2 15 SAS 50 Ampicilina (NMP, DMSO, EtOH) 20 CO2 60 GAS 70 RESULTADOS OBSERVADOS 80 Tolbutamida (ACE, AcOEt, EtOH, dietil éter e água) 25 ANTI SOLVENTE 90 MÉTODO 100 SOLUTO (SOLVENTE) 30 Tabela 2.1 – Continuação. 35 Distribuição cumulativa (%) 40 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 218 31 90 60 50 40 30 10 15 SOLUTO (SOLVENTE) Pigmento verde C.I. 36 (Quinolina) Hidrocloreto de nalmefeno (EtOH) MÉTODO SAS SAS SAS 20 5 10 10 Tamanho de partícula (µm) CO2 CO2 CO2 ANTI SOLVENTE 1 100 90 35 80 60 25 70 50 20 40 15 Figura A19 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 7. 10 30 20 Foi realizada uma comparação entre o modo batelada e contínuo da técnica. Em modo contínuo o tamanho médio de partícula variou entre 5,1 e 15,4 µm enquanto que em um teste em modo batelada o tamanho médio foi de 41,2 µm. Partículas tipo varetas ou com forma irregular foram obtidas. Partículas com diferentes morfologias foram obtidas e relacionadas com o ponto de operação no diagrama de fases do sistema ternário soluto + solvente + antisolvente. Nanopartículas (200 a 300 nm), micropartículas (0,5 a 2 µm) e partículas ocas (10 a 20 µm) foram obtidas dependendo da localização do ponto de operação. Nano partículas com tamanho médio entre 40 e 52 nm foram obtidas em todas as condições experimentais. Foi verificado que a morfologia das partículas foi governada principalmente pelo comportamento de fases do sistema binário. RESULTADOS OBSERVADOS 40 10 0 Figura A20 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 8. Tamanho de partícula (µm) Chang et al. (2008) Adami et al. (2008) Wu et al. (2007) REFERÊNCIA 5 0 1000 100 10 1 0 100 0 Distribuição cumulativa (%) 80 20 Distribuição cumulativa (%) 70 Número de observações(%) 100 25 Tabela 2.1 – Continuação. 90 Sulfametoxazol (ACE) 30 Número de observações (%) 217 32 Número de observações (%) 1 10 100 40 35 25 20 15 5 0 10 30 80 70 60 50 40 10 30 20 10 0 100 Figura A18 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 6. Tamanho de partícula (µm) Hong et al. (2008a) Hong et al. (2008b) Diversos parâmetros foram estudados com relação ao tamanho e morfologia das partículas. Partículas com tamanho entre 0,5 e 6,0 µm foram obtidas com formatos bastante irregulares. Vários parâmetros foram investigados e nas condições otimizadas foram obtidas partículas com formato de bastões curtos com comprimento variando entre 0,1 a 1,0 µm. 100 Franceschi et al. (2008) Figura A17 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 5. Foram obtidas partículas na forma de placas com tamanhos variando entre 3 e 70 µm. O ponto de operação no diagrama de fases foi relacionado ao tamanho de partícula e morfologia. Tamanho de partícula (µm) De Marco e Reverchon (2008) 0 1000 CO2 1 SEDS 0 Neste trabalho os autores obtiveram submicropartículas, micropartículas e micropartículas expandidas com tamanhos variando entre 0,1 a 11 µm. As diferentes morfologias obtidas foram relacionadas com o ponto de operação do processo com respeito ao ponto crítico da mistura ternária. 10 REFERÊNCIA 20 Chelerythrine (MetOH) 5 CO2 30 SEDS 10 Astaxantina (DCM) 40 CO2 15 SEDS 50 Teofilina (EtOH e DCM) 20 CO2 60 SAS 70 RESULTADOS OBSERVADOS 80 α e β-ciclodextrina (DMSO) 25 ANTI SOLVENTE 90 MÉTODO 100 SOLUTO (SOLVENTE) 30 Tabela 2.1 – Continuação. 35 Distribuição cumulativa (%) 40 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 216 33 90 30 20 Número de observações (%) 50 90 80 SOLUTO (SOLVENTE) Brometo de ipratropium (DMF, EtOH, ACE) Atorvastatin calcium (não especificado) Atorvastatin hemicalcium (ACE e THF) Fenilbutazona (ACE) MÉTODO ASES SAS SAS SAS ASES 10 10 Tamanho de partícula (µm) ANTI SOLVENTE CO2 CO2 CO2 CO2 CO2 100 90 35 80 60 25 70 50 20 40 15 Figura A15 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 3. 10 30 20 Partículas com formato irregular ou na forma de bastões foram obtidas com tamanhos variando entre 2,1 e 4,7 µm dependendo das condições de operação. As partículas recristalizadas apresentaram uma superfície lisa e morfologia mais ordenada do que as precipitadas pela técnica de evaporação de solvente. Tamanho de partícula entre 3,2 e 56,5 µm. Partículas com tamanho médio de 68,7 nm foram obtidas quando acetona foi usada e quando THF foi utilizado o tamanho médio ficou em aproximadamente 95,7 nm. Foram obtidas partículas esféricas com tamanhos entre 152 e 863 nm dependendo das condições de precipitação. Os resultados indicaram que o tamanho e morfologia de partícula são muito sensíveis ao tipo de solvente empregado. Partículas com formas irregulares ligeiramente elípticas com tamanhos variando entre 0,6 e 3,0 µm. RESULTADOS OBSERVADOS 40 10 Figura A16 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 4. Tamanho de partícula (µm) Park et al. (2008) Park e Yeo (2008) Kim et al. (2008b) Kim et al. (2008a) Kim e Shing (2008) REFERÊNCIA 5 Distribuição cumulativa (%) 40 30 Distribuição cumulativa (%) 60 40 0 1000 100 0 10 70 50 0 100 10 1 0 0,1 100 70 Tabela 2.1 – Continuação. 60 Arbutine (EtOH) 30 Número de observações (%) 215 34 20 Número de observações (%) 1 10 100 40 35 25 20 15 5 0 10 30 80 70 60 50 40 10 30 20 10 0 100 Figura A14 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 2. Tamanho de partícula (µm) Tenório et al. (2008) O sucesso do processo de precipitação foi influenciado pela localização das condições de operação no diagrama de fases do sistema binário solvente+anti-solvente. Partículas esféricas foram obtidas em todas as condições com tamanhos variando entre 182 e 450 nm. ACE: Acetona; AcOEt: Acetato de etila; BECD beclomethazone-17,21-dipropionate; DCM: Diclorometano; DMF: Dimetilformamida; DMSO: Dimetilsulfóxido; EtOH: Etanol; MetOH: Metanol; NMP: N-metilpirrolidona; THF: Tetrahidrofurano; Tavares Cardoso et al. (2008b) 90 Foram obtidas partículas com tamanho variando entre 1 e 500 µm com tamanho médio em torno de 100 µm. Diferentes morfologias foram obtidas. 100 Tavares Cardoso et al. (2008a) Figura A13 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 1. Foram obtidas partículas amorfas de cloreto de minociclina com aspecto esférico e com tamanho variando entre 0,1 e 1,0 µm dependendo das condições de operação. Tamanho de partícula (µm) Reverchon et al. (2008a) 0 1000 CO2 1 SAS 0 Neste trabalho foi estudado o efeito de variáveis de processo sobre a morfologia de diversos tipos de materiais. O tamanho de partícula dos materiais variou entre 10 e 180 µm. 10 REFERÊNCIA 20 Amoxicilina (NMP) 5 CO2 30 SAS 10 Trans -β-caroteno (THF) 40 CO2 15 SAS 50 Hidrocloreto de minociclina (EtOH) 20 CO2 60 SAS 70 RESULTADOS OBSERVADOS 80 Vários compostos (vários solventes) 25 ANTI SOLVENTE 90 MÉTODO 100 SOLUTO (SOLVENTE) 30 Tabela 2.1 – Continuação. 35 Distribuição cumulativa (%) 40 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 214 35 213 36 n° partículas 51 41 64 42 46 55 34 65 59 48 57 71 57 57 55 61 57 45 39 46 59 54 44 64 55 41 68 57 53 48 80 60 52 59 57 540 426 697 472 1181 468 928 618 504 603 618 555 1048 636 488 565 622 485 1033 972 884 1017 606 1274 813 705 732 537 885 746 1289 566 618 567 734 84,0 ± 43,0 25,1 ± 10,3 6,0 ± 3,8 78,8 ± 33,3 39,8 ± 18,3 18,1 ± 9,9 12,7 ± 4,3 52,4 ± 33,8 56,5 ± 33,4 44,7 ± 21,2 96,8 ± 55,1 46,0 ± 32,8 33,9 ± 19,4 38,2 ± 21,7 54,7 ± 30,3 44,9 ± 27,6 43,2 ± 24,6 47,6 ± 21,4 3,9 ± 1,5 72,1 ± 33,3 35,1 ± 20,8 57,3 ± 30,9 3,2 ± 1,4 58,4 ± 37,6 32,5 ± 17,9 30,9 ± 12,8 33,7 ± 23,0 39,4 ± 22,5 34,5 ± 18,4 36,7 ± 17,8 11,2 ± 8,9 55,7 ± 33,6 69,6 ± 36,3 63,6 ± 37,8 65,1 ± 37,1 CV (%) ± σ (µm) X Xmáximo (µm) 292,7 58,6 37,0 172,0 110,1 54,8 21,9 198,8 204,2 149,0 330,7 206,0 125,7 134,0 157,4 147,9 175,6 134,3 11,7 193,7 117,2 211,4 9,8 245,9 119,6 81,9 138,2 131,5 114,5 111,4 60,0 165,5 180,0 189,4 181,6 Ácido poli-L-láctico (DCM, THF e 1,4dioxano) Ácido poli-L-láctico (não especificado) Etil e Metil Celulose (DCM e DMSO) Poli(NVP-co-MDOP) (DCM) Ácido poli-L-láctico (DCM) SOLUTO (SOLVENTE) ASES PCA GAS ASES PCA MÉTODO CO2 CO2 CO2 CO2 CO2 ANTI SOLVENTE RESULTADOS OBSERVADOS Segundo os autores o tamanho de partícula pode ser manipulado pela modificação das condições de operação. Abaixo do ponto crítico da mistura solvente+antisolvente foram produzidas partículas na faixa de 5 a 50 µm e, acima do ponto crítico, foram produzidas partículas com tamanho na faixa de 0,1 a 2 µm. O diâmetro médio das partículas de polímero obtidas variou de 180 a 260 nm. Em todas as condições experimentais foram obtidas partículas esféricas com estreita distribuição de tamanho. Blendas dos dois polímeros foram precipitadas em diferentes condições experimentais e foram obtidas micro esferas com diâmetros variando entre 5 e 30 µm. Foi verificado que dependendo do critério adotado de aumento de escala houve um aumento de até 40% no diâmetro médio das partículas. O tamanho médio de partícula variou entre 380 nm e 2,3 µm. Em todas as condições experimentais as partículas apresentaram formato esférico e diferentes graus de aglomeração. A seguir são apresentadas as figuras de distribuição de tamanho de partícula do β-caroteno, em escala logarítmica, para as diferentes condições experimentais do planejamento fatorial 25. Kim et al. (2006) Jarmer et al. (2006) Duarte et al. (2006) Choi et al. (2006) Pérez de Diego et al. (2005) REFERÊNCIA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 Xmínimo (µm) 18,3 8,6 1,4 28,3 8,9 4,6 4,1 11,8 9,5 13,6 22,3 13,8 8,4 10,2 16,3 13,8 12,3 12,7 0,7 19,6 8,8 12,9 1,0 13,0 7,6 8,9 6,2 10,5 9,0 9,8 2,5 18,3 14,2 20,9 18,2 Exp Tabela 2.2 – Polímeros precipitados pelos processos GAS, SAS, PCA, SEDS e ASES. Tabela A2 – Valores de tamanho das partículas de β-caroteno precipitado e não precipitado. MÉTODO PCA GAS e SAS SAS SEDS SAS Cloreto de Ntrimetilquitosana (DMSO) Poli vinil álcool (DMSO) mCOC (vários solventes) Poli(L-lactídeo) (DCM e ACE) PHBV (DCM) CO2 CO2 CO2 CO2 CO2 ANTI SOLVENTE REFERÊNCIA Pérez de Diego et al. (2006) Adami et al. (2007) Chang et al. (2007) Chen et al. (2007) Costa et al. (2007) RESULTADOS OBSERVADOS Foram obtidas micro esferas com diâmetros variando entre 1 e 10 µm e com diferentes graus de aglomeração. As morfologias variaram entre esferas, balões e filamentos dependendo da técnica. O tamanho médio das partículas precipitadas variou entre 50 e 250 nm e entre 1 e 20 µm dependendo da técnica e das condições experimentais. Partículas esféricas ou fibras foram obtidas dependendo da concentração do polímero nos solventes. Dependendo da região do diagrama de fases onde a precipitação ocorreu, diferentes tamanhos de partículas foram obtidos. Partículas esféricas com tamanho médio entre 1,1 a 6,6 µm e com estreita distribuição de tamanhos foram obtidas. Nas diferentes condições investigadas, foram obtidas partículas na forma esférica com tamanhos variando entre 3 e 9 µm com diferentes graus de aglomeração. Seguindo a mesma sistemática, a Tabela A2 apresenta os valores dos mesmos parâmetros da Tabela A1, porém, para as condições experimentais do planejamento fatorial completo 25 utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 600 mL. Esta tabela também apresenta o número de partículas utilizadas para tais cálculos. Os símbolos X, X , σ e CV% referem-se respectivamente a tamanho, tamanho médio, desvio padrão e coeficiente de variação percentual. SOLUTO (SOLVENTE) Tabela 2.2 – Continuação. 212 37 50 40 30 15 10 90 80 SOLUTO (SOLVENTE) SAS MÉTODO SAS ASES Polivinilpirrolidona (DCM e ACE) Ácido poli-L-láctico (DCM) Ácido poli-L-láctico (DCM) ASES 5 10 Tamanho de partícula (µm) ANTI SOLVENTE CO2 CO2 CO2 CO2 100 30 90 80 60 20 50 40 15 Figura A11 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 11. 30 10 20 Dentre os parâmetros investigados, foi verificado que a taxa de injeção de solução exerce um papel fundamental no controle do tamanho de partícula. Partículas esféricas com diferentes graus de aglomeração foram obtidas com tamanhos variando de aproximadamente 100 nm a 10 µm. Foram obtidas partículas esféricas com diâmetro de aproximadamente 1 µm relativamente aglomeradas. Foram obtidas partículas esféricas em todas as condições experimentais com tamanho variando entre 0,6 e 1,48 µm. Partículas esféricas com diferentes graus de aglomeração foram obtidas dependendo da concentração do polímero no solvente orgânico. O diâmetro médio das partículas variou entre 34 e 678 nm dependendo da condição experimental. RESULTADOS OBSERVADOS 35 0 100 10 Distribuição cumulativa (%) 60 20 Distribuição cumulativa (%) 70 25 Número de observações (%) 100 35 Tabela 2.2 – Continuação. 30 Poliestireno (DCM) 0 1000 100 0 10 1 0,1 10 Figura A12 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno não processado. Tamanho de partícula (µm) Jeong et al. (2008) Obrzut et al. (2007) Kim et al. (2007b) Gokhale et al. (2007) REFERÊNCIA 0 0,01 70 25 Número de observações (%) 211 38 20 5 Número de observações (%) 0 10 35 25 20 15 10 100 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A9 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 9. 100 30 90 80 70 60 50 40 30 5 20 10 0 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura A10 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 10. Vega González et al. (2008) Wu e Li (2008) Para todos os sistemas investigados, fibras constituídas por micropartículas de polímero coalescidas foram obtidas. As fibras obtidas apresentaram superfície escamosa e área superficial extremamente alta. Partículas menores que 100 nm ou entre 1 e 10 µm foram obtidas dependendo das condições de operação. O grau de aglomeração pode ser manipulado ajustando devidamente os parâmetros de operação. DCM: Diclorometano; DMSO: Dimetilsulfóxido; THF: Tetrahidrofurano; ACE: Acetona; mCOC: metallocene cyclic olefin copolymer; PHBV: poli(3-hidroxibutirato-co-3-hidroxivalerato); Poli(NVP-co-MDOP): poli(N-vinil-2-pirrolidona-co-2metileno-1,3-dioxepano); Poli (DTE carbonato): poli(desamino tirosiltirosina etil éster carbonato. CO2 100 PCA 10 Kang et al. (2008a) 20 Misturas dos dois polímeros em diferentes proporções foram precipitadas e o tamanho de partícula variou entre 1,76 e 2,15 µm. Foi verificado que a cristalinidade dos polímeros diminui após a precipitação. 5 Poli (DTE carbonato) (DCM) 30 CO2 10 SAS 40 Ácido poli-L-láctico, poli metacrilato de metila e poli caprolactona (DCM) 50 CO2 15 SEDS 60 REFERÊNCIA 80 RESULTADOS OBSERVADOS 90 Ácido poli-L-láctico e poli(lactídeo-coglicolíedo (DCM) 20 ANTI SOLVENTE 30 MÉTODO 100 SOLUTO (SOLVENTE) 0 10 70 Tabela 2.2 – Continuação. 25 Distribuição cumulativa (%) 35 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 210 39 50 40 30 0 100 30 90 80 15 10 5 20 10 Tamanho de partícula (µm) Figura A7 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 7. 100 35 30 90 80 60 20 50 40 15 30 10 5 20 10 Figura A8 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 8. Tamanho de partícula (µm) Insulina/PLA (DCM e DMSO) Hidrocortisona/DL-PLG (vários solventes) Rifampicina, Gentamicina e Naltrexona/PLLA (DCM) SOLUTO/POLÍMERO (SOLVENTE) SAS SEDS PCA MÉTODO CO2 CO2 e N2 CO2 ANTI SOLVENTE O tamanho de partícula obtido variou entre 0,5 e 2,0 µm. Os autores verificaram que dependendo da condição experimental o rendimento de incorporação ficou acima de 80%. Não foi observado diferença no tamanho médio das partículas de polímero puro e da mistura. Apenas houve diferença na morfologia das partículas de polímero com hidrocortisona presente, com partículas com formas mais irregulares. A eficiência de encapsulamento variou entre 22 e 44%. Através da análise por espectrofotometria de UV-visível foi verificado que o fator de incorporação real de cada uma das drogas no polímero utilizado variou entre 1,7 e 37,4 % em massa dependendo da droga. O fator teórico de incorporação variou entre 2 e 50 % em massa. O tamanho de partícula dos compósitos variou entre 0,2 e 1,0 µm. RESULTADOS OBSERVADOS Elvassore et al. (2001) Ghaderi et al. (2000) Falk et al. (1997) REFERÊNCIA Tabela 2.3 - Encapsulamento de princípios ativos em polímeros através dos processos GAS, SAS, PCA, SEDS e ASES. 0 10 Distribuição cumulativa (%) 60 20 Distribuição cumulativa (%) 70 25 Número de observações (%) 100 35 0 1000 100 0 10 70 25 Número de observações (%) 209 40 Número de observações (%) 0 0,1 1 30 90 80 25 70 20 60 50 15 40 10 30 5 20 10 10 0 100 Figura A6 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 6. Tamanho de partícula (µm) SAS 100 CO2 Figura A5 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 5. Juppo et al. (2003) Boutin et al. (2004) Os resultados mostraram um percentual real de encapsulamento de 2 a 78% dependendo das condições de operação. Os autores não reportam o percentual de encapsulamento ou a eficiência de encapsulamento porém, dos polímeros testados o que se mostrou mais suscetível ao encapsulamento foi o L-PLA. Tu et al. (2002) Tamanho de partícula (µm) Diuron/vários polímeros (DCM e THF) 35 0 100 CO2 10 SEDS 1 Dependendo das condições experimentais foi obtida uma eficiência de encapsulamento máxima de 9,2% para o p-HBA e de 15,6% para a lizozima. O tamanho médio de partícula ficou entre 3 e 30 µm. 10 Taki et al. (2001) 20 O percentual de encapsulamento foi verificado por raio-X de energia dispersiva e foi observado uma percentagem em massa de 10% de diuron encapsulado no polímero, o que segundo os autores corresponde ao percentual de diuron utilizado inicialmente na solução. Partículas variando de 1 a 5 µm forma obtidas. 5 Droga modelo/Manitol e Eudragit E100 (ACE, MetOH e DMSO) 30 CO2 10 ASES 40 p-HBA e lisosima/ L-PLA (MetOH, DMSO e DCM) 50 CO2 15 SAS 60 REFERÊNCIA 80 RESULTADOS OBSERVADOS 90 Diuron/L-PLA (DCM) 20 ANTI SOLVENTE 30 MÉTODO 100 SOLUTO/POLÍMERO (SOLVENTE) 0 0,1 70 Tabela 2.3 – Continuação. 25 Distribuição cumulativa (%) 35 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 208 41 50 40 30 90 80 15 Nisina/PLLA (DMSO e DCM) Insulina/PEG e PLLA (DMSO) SOLUTO/POLÍMERO (SOLVENTE) 10 20 SEDS SAS GAS MÉTODO Tabela 2.3 – Continuação. 30 Amoxicilina/L-PLA (DCM e DMSO) 10 Tamanho de partícula (µm) CO2 CO2 CO2 60 20 40 15 30 10 90 80 50 RESULTADOS OBSERVADOS 30 20 A fração em massa da droga utilizada com relação ao polímero foi de 5 e 20%. Deste percentual, foi verificado que mais de 95% foi encapsulado no polímero. O tamanho de partícula da mistura ficou entre 254 e 387 nm. Foram realizados experimentos de encapsulamento a partir de uma suspensão de amoxicilina na mistura de polímero com os solventes aspergida em uma câmara contendo CO2. Também foi realizada a co-precipitação de uma solução de droga e polímero nos solventes em CO2. No primeiro caso, a eficiência de encapsulamento variou entre 24,1 e 38,5%. No segundo caso a eficiência de encapsulamento variou entre 0,9 e 42,9%. A variação na eficiência de encapsulamento foi explicada em termos de variação dos parâmetros de operação. 0 1000 100 10 Tamanho de partícula (µm) Figura A4 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 4. Kalogiannis et al. (2006) Salmaso et al. (2004) Caliceti et al. (2004) REFERÊNCIA 0 10 100 35 Dependendo das condições de operação e da razão entre PLLA e PEG foi obtida uma carga máxima de insulina nos polímeros entre 65 e 95%. Figura A3 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 3. ANTI SOLVENTE 0 Distribuição cumulativa (%) 60 20 Distribuição cumulativa (%) 70 25 Número de observações (%) 100 35 0 10000 1000 100 10 1 70 25 Número de observações (%) 207 42 5 5 Número de observações (%) 1 10 10 100 35 25 20 15 10 0 100 100 30 90 80 70 60 50 40 30 5 20 10 0 1000 Figura A2 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 2. Tamanho de partículas (µm) Hong et al. (2007b) Figura A1 – Distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno da condição experimental 1. Neste trabalho os autores estudaram o efeito de diversos parâmetros de operação sobre a formação de compósitos entre caroteno natural e proantocianidina. O tamanho de partícula dos compósitos variou entre 2 e 5 µm. A degradação do caroteno nos compósitos é retardada. Tamanho de partícula (µm) He et al. (2007b) 0 1000 CO2 1 SEDS 0,1 Caroteno natural/proantocianidina (DCM e EtOH) 0 0,01 O percentual em massa de caroteno encapsulado no polímero variou entre 15,2 e 50,8% dependendo das condições de operação. O tamanho de partícula dos compósitos variou entre 1 e 10 µm. 10 Wang et al. (2006) 20 Foram realizados experimentos de recobrimento onde uma suspensão de hidrocortisona na solução de DCM e polímero foi aspergida para uma câmara contendo CO2. também foram realizados experimentos de coprecipitação com os mesmos materiais e condições. Os resultados mostraram uma eficiência de encapsulamento de até 25,2% nos experimentos de recobrimento, porém, nos experimentos de co-precipitação não foi verificado encapsulamento. 5 (DCM) 30 CO2 10 SEDS 40 Caroteno natural/PEG 50 CO2 15 SAS 60 REFERÊNCIA 80 RESULTADOS OBSERVADOS 90 Hidrocortisona/PLG DCM 20 ANTI SOLVENTE 30 MÉTODO 70 Tabela 2.3 – Continuação. 100 SOLUTO/POLÍMERO (SOLVENTE) 25 Distribuição cumulativa (%) 35 Distribuição cumulativa (%) Número de observações (%) 206 43 44 205 Paclitaxel/L-PLA e PLG (DCM) β-caroteno e luteína/PEG (DCM) Oxeglitazar/vários polímeros (vários solventes) SOLUTO/POLÍMERO (SOLVENTE) SEDS SEDS SAS SAS MÉTODO Tabela 2.3 – Continuação. Indometacina/L-PLA e PLG (DCM) APÊNDICE A CARACTERÍSTICAS DIMENSIONAIS DAS PARTÍCULAS DE β-CAROTENO A Tabela A1 apresenta os valores de tamanho mínimo e máximo, o tamanho médio, o desvio padrão e o coeficiente de variação em torno do valor médio das partículas de β-caroteno precipitadas nas diferentes condições experimentais do planejamento fatorial completo 23 empregando a câmara de precipitação com volume interno de aproximadamente 62 mL, e também do β-caroteno não processado. Na presente tabela também é apresentado o número de partículas utilizadas ANTI SOLVENTE CO2 CO2 CO2 CO2 para tais cálculos. Os símbolos X, X , σ e CV% referem-se respectivamente a tamanho, tamanho médio, desvio padrão e coeficiente de variação percentual. Os resultados mostraram que o percentual de encapsulamento foi de aproximadamente 2,8% com uma eficiência de encapsulamento de aproximadamente 14% dependendo das condições de operação. Os resultados mostraram que dependendo da razão mássica entre os polímeros a carga real da droga nos compósitos variou entre 14,71 e 16,33%. Na co-precipitação do polímero e β-caroteno, as partículas de polímero ficaram depositadas na superfície das partículas de caroteno, não havendo encapsulamento. Nos experimentos de co-precipitação com luteína, partículas de polímero com tamanho de aproximadamente 50 µm recobriram quase que completamente as partículas de luteína. Os resultados obtidos mostraram que o percentual de encapsulamento variou entre 40 e 60% dependendo dos parâmetros de operação e da mistura de solventes utilizada. RESULTADOS OBSERVADOS Kang et al. (2008b) Kang et al. (2008a) Martín et al. (2007b) Majerik et al. (2007) REFERÊNCIA Tabela A1 – Valores de tamanho das partículas de β-caroteno precipitado e não precipitado. Exp 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 ñ precipitado Xmínim o(µm) 0,8 14,2 59,4 48,8 2,1 1,1 28,9 42,4 57,2 47,1 41,4 0,8 Xmáximo (µm) 14,8 49,6 613,9 431,9 7,0 9,7 64,1 232,9 177,9 123,7 110,1 8,9 X ±σ (µm) 6,2 ± 3,3 29,1 ± 9,6 246,8 ± 140,9 186,4 ± 78,1 4,6 ± 1,1 3,8 ± 1,6 42,8 ± 10,3 124,9 ± 54,9 88,3 ± 21,2 71,5 ± 16,4 66,5 ± 15,3 4,6 ± 2,4 CV (%) 53 33 57 42 24 42 24 44 24 23 24 54 Número de partículas 513 536 467 668 567 547 510 567 587 543 587 653 A seguir são apresentadas as figuras de distribuição de tamanho de partícula do β-caroteno, em escala logarítmica, para as diferentes condições experimentais do planejamento fatorial 23 e para o β-caroteno não processado. SAS SAS β-caroteno/PEG (DCM) Luteína/L-PLA (AcOEt) CO2 CO2 ANTI SOLVENTE REFERÊNCIA Mattea et al. (2008) Miguel et al. (2008) RESULTADOS OBSERVADOS Vários parâmetros foram estudados e os resultados mostraram que a morfologia das partículas precipitadas é sensível a temperatura. As análises dos co-precipitados indicaram que o β-caroteno foi muito bem recoberto pelo polímero apresentando-se na forma amorfa. Os autores observaram uma redução de tamanho de partícula dos compósitos dependendo da relação entre polímero/luteína chegando a valores entre 1 e 5 µm. Os autores verificaram que quando luteína foi precipitada pura apresentou morfologia tipo bastão. Quando foram realizados os experimentos de co-precipitação a morfologia das partículas foi tipo esferas. Os autores sugerem que devido a mudança de morfologia observada, o polímero precipitou sobre as partículas de luteína recobrindo-as. DCM: Diclorometano; DMSO: dimetilsulfóxido; ACE: acetona; EtOH: etanol; MetOH: metanol; THF: tetrahidrofurano; AcOEt: acetato de etila; PLLA: poli(L-lactídeo); DL-PLG: poli(D,L-lactídeo-co-glicolídeo); L-PLA: ácido poli(L-láctico); pHBA: ácido para-hidroxibenzóico; PEG: polietilenoglicol; PLG: poli(lactídeo-co-glicolídeo). MÉTODO SOLUTO/POLÍMERO (SOLVENTE) Tabela 2.3 – Continuação. 45 46 203 Soluto (solvente) ↓ P (bar) ↑ ↓ T (°°C) ↑ ↑ CS (mg.mL-1) qS (mL.min-1) ↓ ↓ ↓ qA (mL.min-1) 0,117 – 0,858 1–5 0,125 – 0,15 1,25 – 1,75 0,2 – 1,2 1,0 – 14,0 TP (µ µm) He et al. (2004) Reverchon et al. (2000b) Reverchon et al. (2000a) Hong et al. (2000) Referência Reverchon et al. (2000b) 0,4 – 1,2 Kalogiannis et al. (2005) Cocero e Ferrero (2002) ↓ 0,2 – 1,6 Song et al. (2002) Tabela 2.4 - Efeito das principais condições de operação no tamanho médio de partícula de diferentes materiais precipitados pelas técnicas que empregam CO2 como anti-solvente GAS, SAS, PCA, SEDS e ASES. Pigmento vermelho bronze (EtOH e ACE) ↑ Amoxicilina (NMP e DMSO) ↑ ↑ Ácido poli-L-lactídeo (DCM) ↑ ↑ ↑ Dextrana (DMSO) ↔ ↓ ↑ β-caroteno (DCM e AcOEt) ↑ ↔ Ácido poli-L-láctico (DCM) ↔ ↑ Efedrina (EtOH) Amoxicilina (DMSO e EtOH) ↑ - - - - - - Desenvolver um sistema que permita uma pré-mistura da solução e do anti-solvente antes de entrar na câmara de precipitação; Investigar de maneira mais aprofundada o efeito do aumento de escala com relação à câmara de precipitação; Ter sempre disponíveis dados de equilíbrio de fases do sistema envolvido na precipitação; Desenvolver uma metodologia para a realização da coleta do material precipitado dentro do precipitador após a precipitação; Realizar a modelagem da transferência de massa e da fluidodinâmica do processo de precipitação com o objetivo de selecionar condições que promovam um controle rigoroso nas características do material precipitado; Desenvolver um sistema de automação para o controle da vazão de alimentação de solução e de anti-solvente na entrada e saída da câmara de precipitação para um controle mais rigoroso destas vazões e da pressão do sistema que varia em função da variação da vazão de alimentação; Investigar a potencialidade da técnica para produzir partículas de tamanho nanométrico otimizando as condições experimentais; Estudar outros biopolímeros no encapsulamento de βcaroteno; Desenvolvimento de uma metodologia adequada para a determinação do percentual de encapsulamento; Realizar estudos de biodisponibilidade e bioavaliabilidade do β-caroteno em sistemas in vitro. 0,38 – 2,3 ↓ ↑ ↓ ↑ Ácido poli-L-láctico (DCM, THF e 1,4-dioxano) ↑ He et al. (2006) 0,37 – 2,85 ↓ ↑ ↓ ↓ Caroteno natural (DCM) ↑ Duarte et al. (2006) 5 – 30 ↓ ↓ ↓ Etil celulose/metil celulose (DCM e DMSO) ↓ Choi et al. (2006) 0,18 – 0,26 ↓ ↓ Poly(NVP-co-MDOP) (DCM) ↑ Bakhbakhi et al. (2006) 0,8 – 64,3 ↓ ↑ Beclometasona-17,21dipropionato (ACE, MeOH e EtOH) ↑ Wu et al. (2005) 0,05 – 0,07 ↓ ↑ ↑ Pigmento vermelho 177 (DMSO) ↓ Suo et al. (2005) 2 – 16 ↓ ↓ ↑ ↓ Bixina (DCM) ↑ Subra et al. (2005) 15 – 500 ↑ ↓ ↑ Teofilina (EtOH e DCM) Reverchon et al. (2005) 0,05 – 0,1 ↑ Pigmento vermelho 60 (NMP e DMSO) TP (µ µ m) qA (mL.min-1) qS (mL.min-1) CS (mg.mL-1) T (°° C) P (bar) Soluto (solvente) A partir das observações constatadas durante o desenvolvimento deste trabalho, pode-se sugerir as seguintes considerações para trabalhos futuros na área: - Investigar a influência de diferentes sistemas de expansão como bocais de aço inox bem como a razão L/D do capilar de expansão; - Investigar o efeito da injeção da solução e do anti-solvente por locais diferentes na câmara de precipitação; Tabela 2.4 – Continuação. 6.2. Sugestões para Trabalhos Futuros Referência de PHBV puro foi a condição 3C dos planejamentos seqüenciais, a qual apresentou um tamanho médio de partícula de 27,8 µm, sendo suscetível para o encapsulamento de β-caroteno. Nesta condição os valores dos parâmetros estudados foram: pressão de precipitação de 80 bar, temperatura de 40°C, concentração da solução de 30 mg.mL-1, vazão de solução de 1 mL.min-1 e vazão de anti-solvente de 40 mL.min-1. A partir da melhor condição de precipitação de β-caroteno puro e PHBV puro, foi estudado o encapsulamento. Para estes estudos, o percentual em massa de β-caroteno com relação ao polímero variou entre 2,4 e 33,3%. A condição que apresentou o maior percentual de encapsulamento foi com 25,1% em massa de caroteno em relação a massa total de β-caroteno + polímero utilizando a câmara de precipitação com menor volume. Nesta condição o percentual de encapsulamento foi de 20,1% o que significa uma eficiência de encapsulamento de 80% sendo este resultado bastante satisfatório. Estes resultados mostram a viabilidade dos processos que utilizam fluidos pressurizados como anti-solvente para a precipitação de compostos puros e para o encapsulamento de princípios ativos em matrizes poliméricas para posterior aplicação em produtos alimentícios com o intuito de aumentar a vida de prateleira destes produtos ou proteger compostos termo sensíveis frente a degradação. Cabe ressaltar que fruto dos resultados de precipitação de βcaroteno e PHBV puros referentes aos planejamentos fatoriais completos 23 bem como do encapsulamento de β-caroteno em PHBV utilizando a câmara de precipitação com o menor volume (~ 62 mL) foi publicado um artigo sob o título “ Precipitation of β-carotene and PHBV and co-precipitation from SEDS technique using supercritical CO2” no periódico Journal of Supercritical Fluids, volume 47, páginas 259 a 269, em 2008. Kim et al. (2006) 47 202 48 201 Cilostazol (DCM e ácido acético glacial) PHBV (DCM) Poli(L-lactídeo) (DCM e ACE) Pigmento azul 15:6 (DMSO) Cefalosporinas (DMSO) Licopeno (DCM) Acetaminofeno (EtOH, MetOH, AcOEt e ACE) Soluto (solvente) ↑ ↓ ↓ ↑ ↑ ↓ ↑ ↑ P (bar) ↓ ↑ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ T (°°C) ↔ ↑ ↑ ↑ ↑ ↓ ↑ ↔ ↓ CS (mg.mL-1) ↓ ↓ ↑ ↓ ↓ qS (mL.min-1) ↓ ↑ ↑ qA (mL.min-1) 30 – 200 0,6 – 1,48 0,9 – 4,5 3–9 0,64 – 6,64 0,2 – 1,0 0,1 - 50 10 - 80 1,3 – 6,2 TP (µ µm) Martín et al. (2007a) Kim et al. (2007b) Kim et al. (2007a) Costa et al. (2007) Chen et al. (2007) Wu et al. (2006) Li et al. (2006) Referência Tabela 2.4 – Continuação. Ácido poli-L-láctico (DCM) ↑ Miguel et al. (2006) Reverchon e De Marco (2006) Ácido mandélico (AcOEt) mL.min-1 (experimento 31 do segundo planejamento), obtendo-se partículas com tamanho satisfatório para o encapsulamento. Em ambos os planejamentos a morfologia do β-caroteno precipitado foi modificada pela variação dos parâmetros, indo de partículas tipo placas para partículas tipo folhas. Em determinados experimentos a elevação no tamanho das partículas foi bastante acentuada, chegando a tamanhos muito elevados, não suscetíveis ao encapsulamento. Na precipitação do polímero puro, a primeira estratégia adotada teve como resultado partículas sub-micrométricas com morfologia quase esférica exceto nas maiores concentrações de polímero na solução. O tamanho médio de partícula variou entre 278 e 570 nm com coeficientes de variação em torno 21 a 31%. Através da análise estatística com 95% de confiança, verificou-se que os parâmetros que tiveram influência significativa sobre o tamanho médio de partícula de PHBV foram pressão de precipitação e concentração da solução. Um aumento na pressão de precipitação levou a uma diminuição no tamanho médio de partícula e, um aumento no tamanho médio de partícula foi verificado com o aumento da concentração da solução. Na segunda estratégia adotada, com os planejamentos seqüenciais, foi verificado um aumento no tamanho médio de partícula com o aumento da concentração da solução orgânica. Através da análise estatística foi verificado com nível de 95% que a vazão de solução e vazão de anti-solvente exercem efeito significativo em três dos quatro planejamentos estudados. Um aumento na vazão da solução diminui o tamanho médio de partícula e um aumento na vazão de anti-solvente leva a um aumento no tamanho médio de partícula para os planejamentos com concentração de polímero na solução de 10 e 30 mg.mL-1. Para a concentração da solução de 20 mg.mL-1 um aumento na vazão de anti-solvente levou a uma diminuição no tamanho médio de partícula. De modo geral, a morfologia obtida em todas as condições experimentais foi do tipo esferas com superfície bastante lisa nas partículas com menor tamanho e com superfície bastante irregular nas partículas com maior tamanho. Nas condições experimentais em que a solução orgânica estava mais concentrada, foi observado a formação de fibras com diâmetro variando entre 2 e 10 µm. O tamanho médio de partícula variou entre 0,87 a 27,8 µm e a distribuição de tamanho variou entre 24 e 124% em torno do tamanho médio de partícula dependendo da condição experimental. A melhor condição observada na precipitação 0,15 – 0,85 ↓ ↑ ↑ ↓ Atorvastatin calcium (não especificado) ↑ Hong et al. (2008a) 0,5 – 6,0 ↑ ↔ ↓ Astaxantina (DCM) ↑ Franceschi et al. (2008) 3 – 70 ↓ ↑ ↓ ↔ Teofilina (EtOH e DCM) ↓ De Marco e Reverchon (2008) 0,1 – 11,0 ↑ ↓ Ciclodextrinas (DMSO) ↑ Chang et al. (2008) 5,1 – 15,4 ↓ ↓ ↔ Sulfametoxazol (ACE) ↔ Adami et al. (2008) 0,2 - 20 ↑ Hidrocloreto de nalmefeno (EtOH) ↔ Wu et al. (2007) 0,04 – 0,05 ↓ ↓ Pigmento verde C.I. 36 (quinolina) ↑ Vatanara et al. (2007) 15 - 27 ↑ ↑ ↑ Sulfato de salbutamol (MetOH) ↓ Tenorio et al. (2007b) 0,099 – 0,39 ↓ ↑ ↑ ↓ Ampicilina (NMP) ↓ Referência TP (µ µ m) qA (mL.min-1) qS (mL.min-1) CS (mg.mL-1) T (°° C) P (bar) Soluto (solvente) Tabela 2.4 – Continuação. partir de uma determinada concentração de dióxido de carbono quando diclorometano foi utilizado como solvente. No que diz respeito à metodologia empregada e ao procedimento experimental adotado para a precipitação, conclui-se que estes apresentaram excelente aplicação para a obtenção de micropartículas de β-caroteno e de PHBV puros bem como o encapsulamento do βcaroteno em PHBV devido à facilidade operacional, repetibilidade e versatilidade da unidade experimental. Para o primeiro planejamento experimental de precipitação de βcaroteno os resultados experimentais mostraram, através da análise estatística com um nível de confiança de 95%, uma forte influência da pressão de precipitação e razão entre as vazões de solução e antisolvente sobre o tamanho, distribuição de tamanho e morfologia das partículas precipitadas. Dependendo da condição experimental o tamanho médio de partícula variou entre 3,8 e 246,8 µm com coeficientes de variação entre 24 e 57%. Em geral, a elevação da pressão de precipitação acarreta no aumento do tamanho e distribuição de tamanho das partículas processadas. O aumento da razão entre as vazões de solução e anti-solvente diminuiu o tamanho médio de partícula bem como o coeficiente de variação em torno do tamanho médio. Para o segundo planejamento experimental de precipitação de βcaroteno os resultados mostraram através da análise estatística também com 95% de confiança, que os parâmetros que tiveram efeito significativo foram pressão de precipitação, concentração da solução e vazão de anti-solvente. Como no primeiro planejamento, aumentando a pressão de precipitação, também aumenta o tamanho médio de partícula, aumentando a vazão de anti-solvente acarreta em uma diminuição no tamanho médio de partícula e distribuição de tamanho. Elevando a concentração da solução observou-se uma diminuição no tamanho médio de partícula. Dependendo da condição experimental, o tamanho médio de partícula de β-caroteno precipitado variou entre 3,2 e 96,8 µm com coeficientes de variação entre 34 e 80%. Comparando os resultados dos dois planejamentos experimentais de precipitação de β-caroteno conclui-se que com o aumento do volume da câmara de precipitação houve uma diminuição no tamanho médio das partículas precipitadas provavelmente devido a efeitos de parede e comprimento das câmaras de precipitação. O melhor resultado de precipitação de β-caroteno foi obtido na pressão de 80 bar, temperatura de 40°C, concentração da solução de 8 mg.mL-1, vazão de anti-solvente de 40 mL.min-1 e vazão de solução de 1 Kim et al. (2008a) 49 200 50 199 Amoxicilina (NMP) Hidrocloreto de monociclina (EtOH) Arbutine (EtOH) Polistireno (DCM) Soluto (solvente) ↔ ↑ ↓ ↑ ↑ P (bar) ↑ ↓ ↓ ↑ ↑ T (°°C) ↑ ↑ ↔ ↑ CS (mg.mL-1) ↑ ↑ ↔ ↑ ↔ qS (mL.min-1) ↓ qA (mL.min-1) 0,1 - 10 0,18 – 0,45 0,1 – 1,0 2,1 – 4,7 0,1 - 10 TP (µ µm) Wu e Li (2008) Tenorio et al. (2008) Tavares Cardoso et al. (2008a) Park et al. (2008) Jeong et al. (2008) Referência Tabela 2.4 – Continuação. poli(DTE carbonato) (DCM) DCM = diclorometano; ACE = acetona; EtOH = etanol; AcOEt: acetato de etila; DMSO = dimetilsulfóxido; NMP = Nmetilpirrolidona; THF = tetrahidrofurano; Poly(NVP-co-MDOP: poli(N-vinil-2-pirrolidona-co-2-metileno-1,3-dioxepano); PHBV = poli(3-hidroxibutirato-co-3-hidroxivalerato); Poli (DTE carbonato): poli(desamino tirosiltirosina etil éster carbonato. ↑ = aumentanto o valor do parâmetro aumenta o tamanho de partícula; ↓ = aumentanto o valor do parâmetro diminui o tamanho de partícula; ↔ = uma variação no valor do parâmetro não influencia significativamente ou não possui uma tendência sobre o tamanho de partícula; = o efeito do parâmetro em questão não foi avaliado. CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES 6.1. Conclusões Neste trabalho, foram medidos dados de equilíbrio de fases envolvendo os solutos (β-caroteno e PHBV), os solventes orgânicos (diclorometano, etanol e acetato de etila) e o anti-solvente (CO2) com o objetivo de selecionar a região do diagrama de fases destes sistemas para a realização da precipitação de β-caroteno puro e PHBV puro bem como o encapsulamento do β-caroteno no PHBV bem como se a adição do soluto influenciaria o comportamento de fases do sistema binário solvente orgânico+anti-solvente. Também foram apresentados estudos sobre a precipitação de βcaroteno e PHBV puros e encapsulamento de β-caroteno em PHBV utilizando diclorometano como solvente orgânico e dióxido de carbono pressurizado como anti-solvente. Os experimentos de precipitação foram realizados em uma unidade de bancada empregando a técnica de antisolvente. Com relação aos resultados experimentais de equilíbrio de fases foi verificado que a adição de β-caroteno ou de PHBV aos sistemas binários solvente+anti-solvente não teve influência nas pressões de transição, podendo, portanto, ser considerado apenas os sistemas binários no momento de selecionar pontos de operação no diagrama de fases das respectivas misturas. A respeito da modelagem termodinâmica, os parâmetros de interação binária entre CO2 e etanol, CO2 e acetato de etila e CO2 e diclorometano empregados para simular o comportamento ternário com a equação de estado de Peng-Robinson mostraram-se satisfatórios devido à boa correlação dos dados experimentais pelo modelo. Tais parâmetros permitem assim, que isotermas diferentes daquelas investigadas experimentalmente possam ser simuladas com uma boa margem de segurança. Diclorometano foi escolhido como solvente orgânico para precipitação de β-caroteno e de PHBV por dois motivos: primeiro por que este solvente solubiliza tanto β-caroteno como PHBV, característica desejável quando o objetivo é realizar o encapsulamento do β-caroteno; segundo por que nas medidas experimentais de equilíbrio de fases, βcaroteno e PHBV apareceram na forma sólida durante as medidas a 51 Geralmente, o encapsulamento de partículas empregando a tecnologia supercrítica inicia com a precipitação dos compostos puros (polímero e agente a ser encapsulado) no sentido de verificar a influência de diversos parâmetros operacionais nas características de cada composto. A seguir são escolhidas as condições que geraram partículas com as características desejadas e é realizado então o encapsulamento. Contudo, um parâmetro que deve ser investigado, quando o objetivo é o encapsulamento, é a razão entre as concentrações de polímero e do material a ser encapsulado na solução orgânica. Quando a razão entre os dois for baixa, a eficiência de encapsulamento pode também ser baixa. Porém, quando a razão entre os dois na solução for alta pode haver uma boa eficiência de encapsulamento mas, as partículas formadas podem apresentar um alto grau de aglomeração que é característico de soluções com alta concentração de polímero (Wang et al., 2006; Wang et al., 2005). Outro fator primordial para uma boa eficiência de encapsulamento é que o material a ser encapsulado precipite antes do polímero, gerando núcleos primários propiciando o crescimento do polímero nos núcleos já formados. 2.2. Comportamento de fases relacionado ao processo de precipitação e/ou encapsulamento de partículas em fluidos pressurizados A maior parte das publicações referentes à precipitação de sólidos usando técnicas anti-solvente a alta pressão foca os efeitos das condições operacionais tais como temperatura, pressão e taxa de adição de solução e anti-solvente sobre o tamanho e distribuição de tamanho das partículas, bem como na sua morfologia. Todavia, objetivando avaliar a viabilidade de tais processos e otimizar a escolha das variáveis operacionais, o comportamento de fases do sistema envolvido torna-se importante, pois permite selecionar valores de variáveis como temperatura e pressão, que permitem operar em diferentes condições do diagrama de fases do sistema envolvido. Para qualquer processo de precipitação com fluidos pressurizados existe uma relação entre o mecanismo de cinética de nucleação e crescimento das partículas e o comportamento de fases (Bristow et al., 2001). Neste sentido, o comportamento de fases do sistema soluto + solvente + anti-solvente é fundamental visando entender o mecanismo de formação de partículas e para determinar as condições de operação mais satisfatórias durante a aspersão da solução dentro da câmara de 52 precipitação. O conhecimento e o entendimento do comportamento de fases pode ser decisivo para o sucesso da operação uma vez que dependendo da região do diagrama de fases, definida pelas condições de processo, pode ou não haver a formação de partículas. Abaixo do ponto crítico da mistura soluto+solvente orgânico+anti-solvente, há a coexistência de fases e uma descrição quantitativa requer a modelagem da distribuição da área interfacial, a distribuição de tamanho das micro gotas, a transferência de massa interfacial e a cinética de precipitação. Na vizinhança ou acima do ponto crítico da mistura, onde ocorre completa miscibilidade, a transferência de massa é governada por exemplo, por efeitos de micro misturas necessitando de um conhecimento da distribuição espacial da concentração local do soluto, solvente e anti-solvente (Bristow et al., 2001). Reverchon et al. (2003) observaram que abaixo do ponto crítico de um sistema binário solvente/anti-solvente, uma fase líquida saturada é formada e que grandes cristais são gerados. Acima do ponto crítico da mistura uma fase é formada, sendo que nesta condição um alto nível de supersaturação ocorre formando, conseqüentemente, minúsculas partículas. Estes autores observaram através da análise dos trabalhos publicados que há uma carência de informações na correlação entre a morfologia das partículas e os principais fenômenos que governam o processo: particularmente a dispersão do jato, transferência de massa e equilíbrio de fases. Em alguns casos, o comportamento de fases de sistemas binários solvente/anti-solvente pode ser bastante modificado quando o soluto é envolvido no sistema, principalmente em se tratando de polímeros. Neste caso, a relação entre o comportamento de fases e a morfologia do material precipitado muda drasticamente quando se leva em conta apenas o comportamento de fases do sistema binário e não o ternário. Porém, em outros casos a presença do soluto não altera significativamente tal comportamento, sendo possível relacionar as características do material precipitado ao comportamento de fases do sistema binário solvente+anti-solvente. Reverchon e De Marco (2004) generalizaram os resultados obtidos em seu trabalho, assumindo que partículas nanométricas são produzidas quando a precipitação ocorre em uma fase supercrítica à direita e acima do ponto crítico de um sistema ternário. Quando o ponto de operação estiver localizado à direita, mas, abaixo do ponto crítico da mistura ternária, (uma fase subcrítica gasosa fora da curva de equilíbrio) grandes partículas seriam preferencialmente produzidas. Já, quando o 197 microparticles using supercritical CO2 technique. European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics, v. 70, p. 85 – 97, 2008b. MAJERIK, V.; CHARBIT, G.; BADENS, E.; HORVÁTH, G.; SZOKONYA, L.; BOSC, N.; TEILLAUD, E., Bioavailability enhancement of an active substance by supercritical antisolvent precipitation. Journal of Supercritical Fluids, v. 40, p. 101 – 110, 2007. MARTÍN, A.; MATTEA, F.; GUTIÉRREZ, L.; MIGUEL, F.; COCERO, M. J., Co-precipitation of carotenoids and biopolimers with the supercritical anti-solvent process. Journal of Supercritical Fluids, v. 41, p. 138 – 147, 2007. MATTEA, F.; MARTIN, M.; COCERO, M. 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Em particular, o chamado efeito de cosolvência pode ocorrer quando uma mistura de dois componentes, solvente + soluto, é mais solúvel em um solvente supercrítico do que cada um dos componentes puros apenas (Reverchon e De Marco, 2004). De Gioannis et al. (2004) estudaram o efeito co-solvente e antisolvente do CO2 na solubilidade de griseofulvina em misturas de CO2 + etanol e CO2 + acetona. No método utilizado por estes autores (estático sintético), CO2 é adicionado gradualmente a uma solução líquida (soluto dissolvido em solvente orgânico líquido) previamente introduzida em uma célula de safira de volume variável em diferentes temperaturas e pressões. A solubilidade da griseofulvina nas misturas CO2 + solventes orgânicos foi determinada pelo método do ponto de precipitação ou de dissolução dependendo se o CO2 diminui ou aumenta a solubilidade do composto no solvente líquido. Estes autores verificaram que a solubilidade deste composto na mistura CO2 + acetona diminui em todas as condições investigadas quando CO2 é adicionado. Conseqüentemente, neste caso o CO2 age como um anti-solvente. Entretanto, para a mistura CO2 + etanol a solubilidade da griseofulvina é maior do que em qualquer um dos solventes puros (CO2 ou etanol) dentro de certa faixa de frações molares de CO2, agindo este como um co-solvente e promovendo a solubilidade do sólido. Shariati e Peters (2002), investigando o comportamento de fases do sistema ternário CO2 + 1-propanol + ácido salicílico, também empregando o método sintético, verificaram o mesmo efeito de cosolvente e anti-solvente do CO2 conforme citado acima. Estes autores observaram que em baixas concentrações de CO2, este age como um cosolvente. Conforme a concentração de CO2 no sistema é aumentada, este passa a agir como anti-solvente. Outro fenômeno apresentado neste trabalho é que o efeito de co-solvente exercido pelo CO2 diminui, à medida que a concentração do soluto sólido no sistema aumenta. 54 2.3. Algumas considerações a respeito do estado da arte A tecnologia de precipitação empregando fluidos pressurizados em estado sub ou supercrítico é relativamente atual comparada a processos que empregam tais fluidos como, por exemplo, na extração de óleos essenciais de plantas. Desde o desenvolvimento da técnica RESS até metade da década de 90, a comunidade científica ligada a área desenvolveu novas técnicas de precipitação buscando satisfazer as deficiências da técnica RESS. Todas estas técnicas visam substituir, ao menos em parte, a produção de partículas por técnicas tidas como convencionais, amenizando o impacto ambiental devido ao uso de solventes orgânicos. Uma das áreas mais desenvolvidas desta tecnologia diz respeito à produção de fármacos. Nesta área são produzidas partículas de tamanho nanométrico as quais podem ser administradas por via oral. Formulações para liberação controlada de drogas empregando um fármaco e um polímero biocompatível como agente encapsulante também são objetos de inúmeros estudos. Um parâmetro de processo que tem sido objeto de estudo exaustivo nos últimos anos, diz respeito ao dispositivo de aspersão da solução nas técnicas anti-solvente. Vários tipos destes dispositivos foram projetados com o intuito de aumentar a dispersão da solução e, conseqüentemente, aumentar a transferência de massa entre as micro gotas formadas da solução e o anti-solvente. Em alguns casos, a dispersão da solução está associada também ao comportamento de fases do sistema. Dependendo da região do diagrama de fases em que o sistema se encontra, a dispersão da solução pode se dar por atomização (acima ou a direita do ponto crítico da mistura) ou pela formação de minúsculas gotículas (abaixo ou a esquerda do ponto crítico da mistura). Neste sentido, o conhecimento do comportamento de fases torna-se necessário não só para identificar de que maneira ocorre a dispersão, mas também para identificar em que região do diagrama de fases a precipitação está ocorrendo. Um futuro promissor, segundo alguns autores, está reservado para a área alimentícia e nutracêutica na produção de compostos com alto valor agregado e pureza. Porém, para que as propriedades destes materiais possam ser de certa forma, mantidas, é necessário proteger estes materiais frente à exposição a condições adversas que possam causar degradação dos mesmos. Assim sendo, o encapsulamento destes materiais é uma alternativa bastante atraente do ponto de vista tecnológico e econômico. 195 Observa-se na figura acima que a quantidade de β-caroteno depositado na superfície da partícula de PHBV é pequena (Figura 5.7A), comparado com a Figura 5.6A. Já na Figura 5.7B é possível observar que a superfície da partícula de polímero precipitado é bastante lisa quase não apresentando poros, o que significa que durante o processo de retirada do β-caroteno não encapsulado praticamente não houve a remoção do β-caroteno retido no interior das partículas de polímero. Alguns trabalhos da literatura que reportam o encapsulamento de carotenóides em biopolímeros, relacionam um encapsulamento eficiente com a mudança na morfologia das partículas dos compostos precipitados puros e co-precipitados. Quando a morfologia do material co-precipitado apresenta-se mais próxima daquela do polímero puro, os autores sugerem que houve um encapsulamento eficiente (Martín et al., 2007; Mattea et al., 2008; Miguel et al., 2008). He et al. (2008) realizaram co-precipitação de caroteno natural e polietileno glicol empregando diclorometano como solvente orgânico e CO2 como anti-solvente e reportam valores de percentual de encapsulamento de até 50%. Porém, neste trabalho, os autores não procedem à etapa de retirada de caroteno não encapsulado. Para a análise do percentual de encapsulamento uma amostra do co-precipitado é dissolvida em diclorometano e analisada em espectrofotômetro de UV visível. Assim, além do caroteno realmente encapsulado é também considerado caroteno encapsulado aquele aderido na superfície das partículas de polímero. Kalogiannis et al. (2006) reportam percentuais de encapsulamento de amoxicilina em ácido poli(L-láctico) na faixa de 0,1 a 21,5% com eficiências de encapsulamento variando entre 0,9 a 42,9%. Kang et al. (2008b) durante o estudo do encapsulamento de indometacina em uma mistura de ácido poli(L-láctico) e poli(lactídeoco-glicolídeo) chegaram a percentuais de encapsulamento da ordem de 2,8% e eficiência de encapsulamento de 14%. Nestes dois últimos trabalhos os autores procedem à lavagem do material co-precipitado para a retirada do princípio ativo não encapsulado antes de submeter a amostra à análise do percentual de encapsulamento. No trabalho de Kalogiannis et al. (2006), as amostras de co-precipitado são submetidas a cinco lavagens com etanol e, no trabalho de Kang et al. (2008b) as amostras de co-precipitado são suspendidas em etanol e agitadas por 10 segundos, filtradas e secas em estufa por 24 horas antes de serem submetidas a análise para a determinação do percentual de encapsulamento. 194 55 A Com relação à precipitação de carotenóides e sua co-precipitação ou encapsulamento em biopolímeros, uma excelente revisão é apresentada por Mattea et al. (2009). Nesta revisão os autores apresentam as técnicas empregadas para a precipitação dos compostos puros e misturas, as faixas de valores dos parâmetros investigados em cada técnica, o tamanho médio de partícula gerada bem como os principais resultados obtidos com relação ao percentual de carotenóide encapsulado nos biopolímeros. Dentro deste contexto, a utilização de fluidos sub ou supercríticos como anti-solvente na precipitação e encapsulamento de princípios ativos em biopolímeros mostra-se uma tecnologia bastante atraente, uma vez que é possível obter produtos praticamente livres de solvente orgânico evitando etapas pós-processamento. Outro fato bastante importante diz respeito à possibilidade de aplicação de uma tecnologia já bastante desenvolvida na área farmacêutica, na área alimentícia através do encapsulamento de compostos sensíveis ao oxigênio, luz e calor com fins de proteção. Outro propósito é o desenvolvimento de sistemas de liberação de princípios ativos alimentícios, com o objetivo de aumentar a vida de prateleira de produtos alimentícios ou a transformação de alimentos comuns em alimentos funcionais, pela adição de compostos nutracêuticos encapsulados em biopolímeros utilizando a técnica de anti-solvente com fluidos sub ou supercríticos. 2.4. Referências bibliográficas B Figura 5.7 – Micrografias de MEV da condição experimental de encapsulamento 8. Ampliação de 1000 vezes (A) e 1800 vezes (B). ADAMI, R.; OSSÉO, L. S.; HUOPALAHTI, R.; REVERCHON, E., Supercritical antisolvent micronization of PVA by semicontinuous and batch processing. Journal of Supercritical Fluids, v. 42, p. 288 – 298, 2007. ADAMI, R.; REVERCHON, E.; JÄRVENPÄÄ, E.; HUOPALAHTI, R., Supercritical antisolvent micronization of nalmefene HCl on laboratory and pilot scale. Powder Technology, v. 182, p. 105 – 112, 2008. BAHRAMI, M.; RANJBARIAN, S., Production of micro- and nanocomposite particles by supercritical carbon dioxide. Journal of Supercritical Fluids, v. 40, p. 263 – 283, 2007. BAKHBAKHI, Y.; C. HARPENTIER, P. A.; ROHANI, S., Experimental study of the GAS process for producing microparticles of beclomethazone-17,21-dipropionate suitable for pulmonary delivery. International Journal of Pharmaceutics, v. 309, p. 71 – 80, 2006. 56 BARAN, E. 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Nesta condição a concentração de βcaroteno e de PHBV ficaram nos valores intermediários, 4 e 30 mg.mL-1 respectivamente proporcionando uma precipitação simultânea do βcaroteno e do PHBV, ocorrendo um encapsulamento mais eficiente do β-caroteno nas partículas de PHBV. A Figura 5.7 apresenta micrografias de MEV para a condição experimental 8. 192 57 apresenta uma alta concentração de β-caroteno. Neste caso, conforme verificado na precipitação do β-caroteno puro, uma alta concentração de β-caroteno na solução orgânica proporciona a precipitação de menores partículas. Estas partículas então podem ser facilmente recobertas pelas partículas de polímero. Nesta condição experimental a eficiência de encapsulamento não foi a melhor provavelmente porque grande parte das partículas de β-caroteno geradas não foram totalmente recobertas pelo polímero conforme pode ser visualizado na Figura 5.6 que reporta micrografias de MEV da condição experimental 1. 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Exp 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 [β-caroteno] mg.mL-1 8,04 6,01 4,01 2,02 1,00 8,07 6,04 4,04 1,99 0,99 7,99 6,03 4,01 2,01 1,03 [PHBV] mg.mL-1 20,01 19,99 19,90 20,04 20,01 30,08 30,02 30,07 30,02 30,00 40,01 40,03 40,01 40,09 40,06 PTE (%) 28,7 23,1 16,8 9,2 4,8 21,2 16,8 11,8 6,2 3,2 16,7 13,1 9,1 4,8 2,5 Tempo (min) 0,3527 0,2930 0,1859 0,4500 0,2173 0,6222 0,3450 0,2174 0,2072 0,2625 1,5790 0,3123 0,5340 0,5122 0,5230 PRE (%) 7,92 6,69 3,96 1,99 1,10 3,59 4,00 4,10 1,59 0,87 4,53 3,10 1,89 1,24 0,37 EE (%) 27,6 29,0 24,1 22,0 22,9 17,1 23,9 34,7 25,8 28,1 27,1 23,8 20,9 25,0 16,7 Como pode ser observado na tabela acima, o percentual real de encapsulamento variou entre 0,37 e 7,92 % dependendo da condição experimental de encapsulamento. A eficiência de encapsulamento variou entre16,7 e 34,7%. A condição que apresentou o menor percentual real de encapsulamento e a menor eficiência de encapsulamento foi a condição 15. Nesta condição devido a alta concentração de polímero, este precipitou na forma de grandes partículas esféricas. No caso do βcaroteno, como a concentração deste na solução era muito baixa, é possível que não tenha ocorrido sua precipitação. Nesta concentração (aproximadamente 1 mg.mL-1) de β-caroteno na solução, o CO2 pode ter agido como um co-solvente. Assim, o percentual de encapsulamento verificado para a condição 15 e para as demais condições experimentais onde a concentração de β-caroteno foi de aproximadamente 1 mg.mL-1, na verdade pode ter ocorrido devido a um processo de impregnação, uma vez que o β-caroteno dissolvido na mistura solvente orgânico+CO2 pode ter permeado para o interior das partículas de polímero mantendose absorvido dentro destas. A condição experimental que apresentou o maior percentual de encapsulamento foi a condição 1. Obviamente, esta é a condição que 190 do β-caroteno não encapsulado e os parâmetros A1, A2, e A3 são os parâmetros ajustáveis do modelo e são apresentados na Tabela 5.6. Tabela 5.6 - Valores dos parâmetros para cálculo do percentual real de encapsulamento de β-caroteno em PHBV. Tempo A2 A3 R2 Exp A1 (min) 1 22,826 -2,968 -0,093 0,9972 0,3527 2 20,537 -3,823 -0,010 0,9996 0,2930 3 14,028 -7,057 0,181 0,9998 0,1859 4 6,117 -2,518 0,020 0,9968 0,4500 5 3,428 -5,855 0,142 0,9994 0,2173 6 9,006 -1,551 0,166 0,9998 0,6222 7 11,789 -3,093 -0,058 0,9990 0,3450 8 11,083 -4,995 0,356 0,9994 0,2174 9 4,487 -5,565 0,174 0,9976 0,2072 10 2,218 -4,142 0,121 0,9992 0,2625 11 12,769 -0,632 -0,178 0,9153 1,5790 12 8,810 -3,407 0,065 0,9996 0,3123 13 5,330 -2,073 0,127 0,9947 0,5340 14 3,164 -2,432 0,329 0,9971 0,5122 15 1,214 -2,389 0,019 0,9977 0,5230 A partir dos parâmetros do modelo empírico estimados para cada uma das condições experimentais de encapsulamento foi possível determinar o percentual real de encapsulamento em função do tempo de ultrasom, que é determinado a partir da reta tangente conforme descrito anteriormente. Os valores do percentual real de encapsulamento e da eficiência de encapsulamento calculados, respectivamente, pelas Equações 5.3 e 5.2 são apresentados na Tabela 5.7, que apresenta também o percentual teórico de encapsulamento (PTE), o tempo em ultrasom e as condições experimentais de encapsulamento. Todos os detalhes dos cálculos e as curvas do percentual de encapsulamento em função do tempo que as amostras foram submetidas a ultrasom são apresentados no Apêndice C. 59 derivatives D-glucosamine hydrochloride and d-Glucosamine sulphate salts by dense gas anti-solvent precipitation techniques. Journal of Supercritical Fluids, v. 38, p. 94 – 102, 2006. GOKHALE, A.; KHUSID, B.; DAVE, R. N.; PFEFFER, R., Effect of solvent strength and operating pressure on the formation of submicrometer polymer particles in supercritical microjets. Journal of Supercritical Fluids, v. 43, p. 341 – 356, 2007. HE, W. Z.; SUO, Q. L.; JIANG, Z. H.; SHAN, A; HONG, H. 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PRE % = A1 × exp( A2 × tempo ) + A3 (5.3) onde, PRE% representa o percentual real de encapsulamento, tempo representa o tempo de agitação em ultrasom, em minutos, para a retirada 188 Como pode ser observado na figura acima o percentual de encapsulamento diminui bastante nos menores tempos de ultrasom. O comportamento da curva de percentual de encapsulamento pelo tempo de ultrasom mostrado na Figura 5.4 se repete para as demais condições experimentais de encapsulamento, como apresentado no Apêndice C. Este comportamento é muito similar às curvas de extração supercrítica, porém, invertido. Na extração supercrítica, as curvas de massa de extrato extraído em função do tempo de extração apresentam-se na forma crescente com o tempo. Aqui, o percentual de encapsulamento em função do tempo de ultrasom para a retirada do material não encapsulado é uma curva exponencial decrescente com o tempo. Neste sentido, mesmo sendo passível de discussão, a metodologia adotada para o cálculo do percentual e eficiência de encapsulamento faz uma analogia à técnica de extração supercrítica. Conforme descrito por Ferreira et al. (1999) e Ferreira e Meireles, (2002) existem três etapas de extração. A primeira etapa diz respeito a taxa constante de extração, onde a superfície externa das partículas está recoberta com o soluto a ser extraído. Assim esta quantidade de soluto será facilmente extraída e a resistência a transferência de massa está na fase solvente. A segunda etapa diz respeito a uma taxa variável de extração. Nesta etapa o soluto presente na superfície foi quase todo retirado e é onde se inicia a etapa de extração por difusão através dos poros do substrato. A terceira etapa é totalmente controlada pela difusão do soluto através dos poros do substrato até a superfície. Nesta etapa da extração a transferência de massa do substrato para o solvente é difusiva. Como pode ser observado na Figura 5.4 as três fases de extração estão presentes na curva. No início ocorre uma diminuição linear no percentual de encapsulamento, o que significa que somente o β-caroteno livre ou fracamente adsorvido na superfície das partículas de polímero está sendo retirado. Se as amostras do co-precipitado forem deixadas mais tempo sob ultrasom, começa a ocorrer a dissolução do β-caroteno parcialmente encapsulado e em tempos maiores, começa a ocorrer a retirada do β-caroteno encapsulado através da difusão pelos poros das partículas de polímero. Assim, para determinar o percentual real de encapsulamento foi traçada uma reta tangente a curva do percentual de encapsulamento, iniciando na ordenada do gráfico referente ao percentual de encapsulamento para o tempo zero de ultrasom. A reta tangente continua até tocar a abscissa determinando o tempo de agitação em ultrasom necessário para retirar o β-caroteno não encapsulado. Esta metodologia 61 KANG, Y.; WU, J.; YIN, G.; HUANG, Z.; YAO, Y.; LIAO, X.; CHEN, A.; PU, X.; LIAO, L., Preparation, characterization and in vitro cytotoxicity of indomethacin-loaded PLLA/PLGA microparticles using supercritical CO2 technique. European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics, v. 70, p. 85 – 97, 2008b. KIKIC, I.; ALESSI, P.; EVA, F.; MONEGHINI, M.; PERISSUTTI, B., Supercritical antisolvent precipitation of atenolol: the influence of the organic solvent and of the processing approach. Journal of Supercritical Fluids, v. 38, p. 434 – 441, 2006. KIM, M. Y.; LEE, Y. W.; BYUN, H.-S.; LIM, J. S., Recrystallization of poly(L-lactic acid) into submicrometer particles in supercritical carbon dioxide. Industrial & Engineering Chemistry Research, v. 45, p. 3388 – 3392, 2006. KIM, M.-S.; LEE, S.; PARK, J.-S.; WOO, J.-S.; HWANG, S.-J., Micronization of cilostazol using supercritical antisolvent (SAS) process: effect of process parameters. 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Todas as condições experimentais apresentadas na Tabela 5.5, que reportam o percentual de encapsulamento em função do tempo que as amostras foram submetidas a ultrasom para a retirada do β-caroteno não encapsulado, foram graficadas para a determinação do percentual de encapsulamento e da eficiência de encapsulamento. A figura 5.4 apresenta, por exemplo, a curva do percentual de encapsulamento em função do tempo de ultrasom para a condição experimental 1. 24 22 20 Percentual de encapsulamento LI, Y.; YANG, D. J.; CHEN, S. L.; CHEN, S. B.; CHAN, A. S. C., Comparative physicochemical characterization of phospholipids complex of puerarin formulated by conventional and supercritical methods. Pharmaceutical Research, v. 25, p. 563 – 577, 2007a. LI, J.; RODRIGUES, M.; PAIVA, A.; MATOS, H. A.; AZEVEDO, E. G., Vapor-liquid equilibria and volume expansion of the tetrahydrofuran/CO2 system: Application to a SASatomization process. Journal of Supercritical Fluids, v. 41, p. 343 – 351, 2007b. 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Comparando-se, por exemplo, as condições experimentais de coprecipitação 4 e 13, onde as concentrações de β-caroteno na solução são de 2 e 4 mg.mL-1, respectivamente e as concentrações de polímero são de 20 e 40 mg.mL-1, respectivamente, observa-se que na condição 13 o percentual de encapsulamento para os diferentes tempos de ultrasom é maior do que para a condição experimental 4. No experimento 4, como a concentração de β-caroteno é menor que na condição 13, a cinética de precipitação é mais lenta, tendo a precipitação simultânea de mais partículas de polímero do que de β-caroteno, aumentando a precipitação posterior de partículas de β-caroteno na superfície das partículas de PHBV. Já na condição experimental 13 a concentração de β-caroteno na solução é maior do que na condição 4, o que leva a uma cinética de precipitação mais rápida e ocorre a precipitação simultânea do polímero e do β-caroteno, assim encapsulando o β-caroteno. Outro fato que pode explicar tal fenômeno diz respeito a porosidade das partículas de polímero formadas durante a coprecipitação. Partículas mais porosas de polímero permitem que o solvente utilizado para retirar o β-caroteno não encapsulado entre em seus poros dissolvendo até mesmo o β-caroteno encapsulado retirando-o do interior das partículas de polímero. A Figura 5.3 apresenta micrografias de MEV comparando as condições experimentais de encapsulamento 4 e 13. 184 65 Tabela 5.5 - Resultados do percentual de encapsulamento de β-caroteno em PHBV utilizando diclorometano como solvente e CO2 pressurizado como anti-solvente do segundo conjunto de experimentos utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 600 mL. Exp 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Percentual de encapsulamento em diferentes tempos de agitação em ultrasom. 0 minutos 0,5 minutos 1 minuto 2 minutos 3 minutos 22,7 ± 0,22 20,5 ± 0,09 14,2 ± 0,08 6,1 ± 0,01 3,6 ± 0,02 19,2 ± 0,14 11,7 ± 0,18 11,4 ± 0,06 4,7 ± 0,07 2,3 ± 0,06 12,0 ± 0,25 8,9 ± 0,15 5,4 ± 0,08 3,5 ± 0,02 1,2 ± 0,01 5,5 ± 0,09 3,1 ± 0,07 0,6 ± 0,01 1,9 ± 0,06 0,3 ± 0,01 4,3 ± 0,03 2,6 ± 0,06 1,2 ± 0,01 0,5 ± 0,01 0,4 ± 0,01 11,1 ± 0,03 1,7 ± 0,11 2,2 ± 0,01 1,3 ± 0,01 0,4 ± 0,01 0,22 ± 0,001 0,15 ± 0,003 0,25 ± 0,001 0,28 ± 0,002 0,20 ± 0,001 2,10 ± 0,026 0,22 ± 0,001 0,19 ± 0,001 0,12 ± 0,001 0,20 ± 0,001 4,95 ± 0,012 0,21 ± 0,001 0,15 ± 0,001 0,55 ± 0,001 0,09 ± 0,001 0,18 ± 0,002 0,11 ± 0,004 0,18 ± 0,001 0,16 ± 0,001 0,15 ± 0,002 0,50 ± 0,001 0,02 ± 0,001 0,33 ± 0,001 0,12 ± 0,001 0,11 ± 0,001 3,63 ± 0,043 0,17 ± 0,001 0,32 ± 0,003 0,46 ± 0,001 0,04 ± 0,003 0,22 ± 0,009 0,09 ± 0,004 0,13 ± 0,001 0,05 ± 0,004 0,09 ± 0,001 0,30 ± 0,001 0,05 ± 0,001 0,24 ± 0,004 0,08 ± 0,001 0,09 ± 0,002 1,86 ± 0,072 0,07 ± 0,001 0,15 ± 0,001 0,26 ± 0,001 0,03 ± 0,002 Como pode ser observado na tabela acima, para uma mesma condição experimental, dependendo do tempo em que a amostra foi submetida a agitação em ultrasom o percentual de encapsulamento diminui. Uma diminuição acentuada é observada comparando-se o percentual de encapsulamento das amostras que foram somente suspendidas em acetona e filtradas com as amostras que foram suspendidas em acetona e submetidas a agitação em ultrasom por 30 segundos. Observa-se também a partir da tabela acima que quanto maior a concentração de β-caroteno na solução maior o percentual de encapsulamento. Quando o percentual em massa de β-caroteno com relação ao total de massa de β-caroteno e PHBV é mantido constante, por exemplo, nos experimentos 3 e 11 da Tabela 5.5, observando a primeira coluna que representa a retirada do β-caroteno não encapsulado simplesmente pela suspensão da amostra em acetona e filtração, o aumento da concentração de PHBV na solução leva a uma diminuição no percentual de encapsulamento. Porém, observando as demais colunas que representam os diferentes tempos que as amostras foram submetidas a ultrasom para a retirada do caroteno não encapsulado, verifica-se que nas condições em que a concentração de β-caroteno é maior, o REVERCHON, E.; DE MARCO, I., Supercritical antisolvent precipitation of cephalosporins. Powder technology, v. 164, p. 139 – 146, 2006. REVERCHON, E.; DE MARCO, I.; TORINO, E., Nanoparticles production by supercritical antisolvent precipitation: A general interpretation. Journal of Supercritical Fluids (2007) doi:10.1016/j.supflu.2007.04.013. REVERCHON, E.; DE MARCO, I.; ADAMI, R.; CAPUTO, G., Expanded micro-particles by supercritical antisolvent precipitation: interpretation of results. Journal of Supercritical Fluids, v. 44, p. 98 – 108, 2008a. REVERCHON, E.; ADAMI, R.; CAPUTO, G.; DE MARCO, I., Spherical microparticles production by supercritical antisolvent precipitation: interpretation of results. 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Nesta condição as partículas de PHBV apresentam tamanho muito menor que as de βcaroteno. Na condição experimental 2 (Figura 5.2B) é possível observar que as partículas do β-caroteno foram recobertas pelo PHBV de maneira mais eficiente e na condição experimental 3 (Figura 5.2C) observa-se que devido a alta concentração de PHBV na solução, este precipitou antes na forma de fibras e o β-caroteno precipitou na forma de pequenas placas sobre a superfície do PHBV. Verifica-se então que a relação entre as concentrações de βcaroteno e de PHBV na solução, conforme comentado anteriormente, exercem um papel fundamental no encapsulamento do β-caroteno em PHBV. Como na câmara com menor volume (~ 62 mL) pode ocorrer coalescimento das partículas devido a re-condensação parcial das partículas formadas, os experimentos de encapsulamento da Tabela 5.2 foram conduzidos na câmara de precipitação com o maior volume (~ 600 mL). Os resultados do percentual de encapsulamento do β-caroteno em PHBV calculado a partir das análises espectrofotométricas utilizando a Equação 5.1 para cada uma das condições experimentais em que o βcaroteno não encapsulado foi retirado através do preparo de suspensões em acetona e submetidos a ultrasom por diferentes tempos são apresentados na Tabela 5.5. 182 67 B C C Figura 5.2 – Micrografias de MEV das condições experimentais de encapsulamento do primeiro conjunto de experimentos com ampliação de 2000 vezes. Condição experimental 1 (A); condição experimental 2 (B) e, condição experimental 3 (C). TENORIO, A.; GORDILLO, M. D.; PEREYRA, C. M.; MARTÍNEZ DE LA OSSA, E. J., Relative importante of the operating conditions envolved in the formation of nanoparticles of ampicillin by supercritical antisolvent precipitation. Industrial & Engineering Chemistry Research, v. 46, p. 114 – 123, 2007b. TENORIO, A.; GORDILLO, M. D.; PEREYRA, C. M.; MARTÍNEZ DE LA OSSA, E. 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Na condição experimental 1, o baixo percentual de encapsulamento pode ser devido a formação de partículas de β-caroteno muito maiores do que as partículas de PHBV. Assim as partículas de PHBV precipitaram e foram depositadas na superfície das partículas de β-caroteno. Já na condição experimental 3, devido a alta concentração de PHBV na solução, este precipitou antes na forma de fibras, levando o β-caroteno a precipitar na superfície do PHBV já precipitado. Com isto não foi possível determinar o percentual de encapsulamento. A Figura 5.2 apresenta micrografias de MEV das três condições experimentais de encapsulamento da Tabela 5.4, mostrando as partículas de PHBV precipitadas sobre as partículas de β-caroteno na condição 1, as partículas de β-caroteno recobertas pelo PHBV na condição 2 e, as partículas de β-caroteno depositadas sobre a superfície das partículas de PHBV na condição 3. A 180 69 Conforme pode ser observado na figura acima, os pontos experimentais que representam a concentração de β-caroteno puro em diclorometano (pontos em preto) e os pontos que representam a concentração de β-caroteno em diclorometano com PHBV (pontos em vermelho) em função da absorbância em 460 nm diferem muito pouco uns dos outros. O mesmo comportamento pode ser observado nas curvas padrão geradas pela regressão dos dois conjuntos de dados experimentais, assim como nos valores dos parâmetros das equações que representam as curvas. Assim, foi adotada a curva padrão que relaciona a concentração do β-caroteno puro em diclorometano com sua absorbância em 460 nm. Consequentemente, a concentração de βcaroteno em cada uma das amostras da co-precipitação foi determinada pela equação da reta que representa os dados experimentais de concentração do β-caroteno puro em diclorometano em função de sua absorbância. A partir das concentrações conhecidas, determinou-se a massa de β-caroteno encapsulado em cada uma das amostras. Para a determinação do percentual de β-caroteno encapsulado foi utilizado a Equação 5.1 reportada anteriormente. Os valores do percentual e eficiência de encapsulamento (PE% e EE% respectivamente) do primeiro conjunto de experimentos empregando a câmara de precipitação com o menor volume, juntamente com o percentual teórico de encapsulamento (PTE%) e as condições experimentais, são reportados na Tabela 5.4. Tabela 5.4 – Condições experimentais e resultados do percentual e eficiência de encapsulamento de β-caroteno em PHBV utilizando diclorometano como solvente e CO2 pressurizado como anti-solvente do primeiro conjunto de experimentos utilizando a câmara com volume de aproximadamente 62 mL. [PHBV] PE EE PTE [β-caroteno] Exp (mg.mL-1) (%) (%) (%) (mg.mL-1) 1 2 3 8,02 8,08 7,97 16,08 24,13 32,10 33,3 25,1 19,9 5,0 20,1 - 15,0 80,0 - Como pode ser observado na tabela acima a condição experimental 2 apresentou o maior percentual de encapsulamento, com 20,1% de β-caroteno encapsulado em PHBV, representando uma CAPÍTULO 3 COMPORTAMENTO DE FASES Diversos trabalhos da literatura destacam a necessidade do conhecimento do comportamento de fases envolvendo os componentes que são utilizados nos processos de precipitação a altas pressões empregando a técnica de anti-solvente (soluto+solvente orgânico+antisolvente), uma vez que a adição de um soluto sólido ao sistema binário solvente orgânico+anti-solvente pode alterar o comportamento de fases destes sistemas binários. O conhecimento do comportamento de fases do sistema envolvido na precipitação pela técnica de anti-solvente auxilia também na escolha do solvente orgânico mais adequado, bem como as condições de temperatura e pressão mais favoráveis para uma precipitação bem sucedida (Liu et al., 2002; Kordikowski et al., 2002; De Gioannis et al., 2004; Kalogiannis e Panayiotou, 2005; Pérez de Diego et al., 2005; Kalogiannis e Panayiotou, 2006; Park et al., 2006; Oh et al., 2007; Franceschi et al., 2008). O presente capítulo tem por objetivo apresentar o procedimento adotado e o aparato utilizado nas medidas experimentais de equilíbrio de fases, bem como os resultados observados nas medidas experimentais do equilíbrio de fases dos sistemas ternários envolvendo o anti-solvente (CO2), os solventes orgânicos (diclorometano, acetato de etila e etanol), e os solutos [β-caroteno, e poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato)]. Os sistemas ternários estudados compreendem CO2+etanol+β-caroteno, CO2+acetato de etila+β-caroteno, CO2+diclorometano+β-caroteno e CO2+diclorometano+poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato). 3.1. Especificação dos materiais Os reagentes utilizados para obtenção dos dados de equilíbrio de fases a alta pressão foram: dióxido de carbono (White Martins S.A., pureza de 99,8%), diclorometano (Merck, pureza de 99,5%), acetato de etila (Quimex, pureza de 99,5%), etanol (Merck, pureza de 99,9%) Trans-β-caroteno (Sigma-Aldrich, pureza aproximada de 95%). Todos estes materiais foram utilizados como recebidos, sem qualquer tratamento prévio e foram armazenados em local apropriado para que não sofressem qualquer tipo de alteração por interferência de luz ou calor. 70 179 O co-polímero, Poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato) (PHBV) com massa molar (MW) de 196.000 e índice de poli dispersão de 1,85, gentilmente cedido pela empresa PHB Industrial S/A e foi submetido a uma pré-purificação, pela sua dissolução em clorofórmio (Quimex, pureza de 99,5%) e precipitação em heptano (Quimex, pureza de 99,5%), para a retirada de impurezas. A Figura 3.1 apresenta a estrutura química do β-caroteno e do PHBV. (a) (b) Figura 3.1 – Estrutura química do β-caroteno (a) e do PHBV (b). Tabela 5.3 – Valores de concentração de β-caroteno em diclorometano e absorbância em espectro de UV visível para o β-caroteno puro e na mistura de β-caroteno e PHBV, utilizados para a construção da curva de calibração. β-caroteno puro β-caroteno na mistura Absorbância Concentração Absorbância Concentração (460 nm) (mg.mL-1) (460 nm) (mg.mL-1) 0,01216 1,2867 0,01248 1,3018 0,01013 1,0609 0,01007 1,0939 0,00810 0,8526 0,00806 0,8782 0,00608 0,6872 0,00604 0,6667 0,00506 0,5895 0,00503 0,5548 0,00304 0,3257 0,00302 0,3461 0,00203 0,2246 0,00201 0,2464 0,00101 0,1511 0,00101 0,1581 0,00010 0,0286 0,00010 0,0280 Os resultados apresentados na tabela acima mostram que houve uma diferença bastante pequena (entre 2 e 6%) nos valores de absorbância do β-caroteno na solução preparada com ele puro e daquela preparada com o β-caroteno misturado com PHBV. Os resultados apresentados na Tabela 5.3 são mostrados na Figura 5.1. 3.2. Aparato experimental As medidas experimentais de equilíbrio de fases a altas pressões realizadas neste trabalho foram conduzidas em uma célula de volume variável com visualização, baseada no método estático sintético. A unidade experimental é esquematicamente apresentada na Figura 3.2. Na seqüência, serão descritas todas as partes que compõem a referida unidade. Figura 5.1 – Curva padrão de absorbância de β-caroteno em 460 nm em função da sua concentração em diclorometano. 178 71 relaciona o percentual de β-caroteno encapsulado com o tempo que a amostra foi submetida a ultrasom, foi determinado o percentual real de encapsulamento. Todos os detalhes dos cálculos desde a determinação da curva padrão, massa de amostra utilizada em cada condição, absorbância do βcaroteno, do percentual e eficiência de encapsulamento, são apresentados no Apêndice C. 5.5. Resultados e discussão Conforme descrito no início deste capítulo, os experimentos de co-precipitação de β-caroteno e PHBV foram realizados em dois conjuntos de experimentos. No primeiro conjunto, foram realizados três experimentos nas melhores condições da precipitação dos compostos puros a partir dos planejamentos fatoriais completos 23 para o βcaroteno e para o PHBV variando-se a concentração de β-caroteno e PHBV. O percentual em massa de β-caroteno foi variado entre 19,9 e 33,3 % em relação a massa total de β-caroteno e PHBV na solução. No segundo conjunto de experimentos, tendo como base as melhores condições do planejamento fatorial completo 25 para o β-caroteno e dos planejamentos seqüenciais para o PHBV, o percentual em massa de βcaroteno com relação a massa total de β-caroteno e PHBV na solução foi variado entre 2,5 e 28,7%. Para que a quantificação do β-caroteno encapsulado através de espectrofotometria de UV-visível fosse possível, foram construídas duas curvas padrão relacionando a concentração de β-caroteno na solução orgânica com a absorbância a 460 nm, conforme descrito no item 5.4. As concentrações e absorbâncias em espectro de UV do β-caroteno puro e do β-caroteno na mistura de β-caroteno e PHBV em diclorometano são apresentadas na Tabela 5.3. O comprimento de onda de 460 nm foi escolhido por ter sido verificado, através dos espectros de absorbância obtidos experimentalmente para o β-caroteno puro e para a mistura βcaroteno e PHBV, que neste comprimento de onda ocorre a absorbância máxima do β-caroteno. Figura 3.2 – Diagrama do aparato experimental de equilíbrio de fases. A – Reservatório de solvente (WHITE MARTINS S.A.). Os cilindros de solvente possuem um tubo pescador para purgar diretamente o solvente da fase líquida. B – Bomba de alta pressão. Para a medida de equilíbrio de fases nesta técnica, é desejável um equipamento que permita a quantificação da massa de fluido deslocada e que sirva para manipular a pressão do sistema. Bombas do tipo seringa encaixam-se perfeitamente neste contexto, pois possuem um cilindro interno onde pode ser computado o volume ou massa de fluido e, ao mesmo tempo, permite a pressurização e despressurização do sistema conforme este fluido é deslocado (a partir ou para dentro) deste reservatório, respectivamente. Neste trabalho é utilizada uma bomba de seringa (Marca ISCO, Modelo 260D) que possui um cilindro com volume interno de 260 mL, pressão de trabalho de até 500 bar e fluxo de até 107 mL.min-1. O cilindro da bomba é encamisado, o que possibilita a manutenção da temperatura do reservatório em um valor pré-determinado com auxílio de um banho de recirculação (Marca QUIMIS, Modelo 214M2). C – Célula de equilíbrio de volume variável. A célula de equilíbrio foi construída em aço inox 316L, possuindo um diâmetro interno de 17,2 mm e comprimento de 146,5 mm. No interior da célula existe um pistão que tem por objetivo controlar o volume e, conseqüentemente, a pressão do sistema. O pistão (diâmetro de 17 mm e comprimento total de 28 mm) é construído em aço inox 316L e possui dois anéis de buna N para perfeita vedação. O volume máximo da célula de equilíbrio (medido por pipetagem de água) é de 28,5 mL. As Figuras 3.3 e 3.4 apresentam detalhes da célula de equilíbrio e do pistão. 72 177 Figura 3.3 – Célula de equilíbrio de volume variável. Figura 3.4 – Pistão utilizado na célula de equilíbrio. D – Visores. A célula possui duas janelas de safira (Swell Jell), sendo 1 lateral (φ = 10 mm) e 1 frontal (φ = 25 mm), para possibilitar a visualização no interior da célula de equilíbrio. Os anéis de teflon e delrin são indicados para temperaturas baixas (temperatura ambiente); para temperaturas mais elevadas (maiores que 70°C), os anéis de teflon e delrin podem deformar e causar vazamentos no sistema e/ou trincas nas janelas, colocando em risco a operação do equipamento. Desta forma, o anel de teflon é substituído por um de buna N e o anel de delrin por um anel de cobre. Toda a discussão acima (posição da janela/anéis e material dos anéis) vale tanto para o visor frontal como para os laterais. E – Sistema de Agitação. Para agilizar o alcance do equilíbrio, é inserida dentro da célula uma barra de agitação magnética (barra de ferro coberto com uma camada de teflon), acionado por um agitador magnético (Marca VELP – Scientifica) colocado logo abaixo da célula de equilíbrio. F – Fonte de Luz. Foi utilizado um feixe de luz branca na janela lateral da célula de equilíbrio para iluminar o interior da célula e facilitar a visualização das transições de fases; puro e com mistura de β-caroteno e PHBV foi verificar se a presença de PHBV na solução leva a uma alteração na absorbância máxima do βcaroteno. A partir da absorbância do β-caroteno, obtida em espectrofotômetro de UV visível, para cada condição experimental nos diferentes tempos de agitação com e sem ultrasom determinou-se a concentração de β-caroteno em diclorometano a partir da curva padrão. Com posse dos valores de concentração, foi obtida a massa de caroteno encapsulado em cada uma das amostras tendo-se conhecido o volume de diclorometano no preparo de cada uma das soluções. A partir da massa de β-caroteno encapsulado em cada uma das diferentes amostras analisadas, e da massa conhecida do co-precipitado após filtração e secagem em estufa, foi determinado o percentual real de encapsulamento (PRE%) e a eficiência de encapsulamento (EE%), para cada uma das condições experimentais em cada um dos tempos de agitação, através das Equações 5.1 e 5.2, respectivamente (Kalogiannis et al., 2006). PRE% = EE % = massa de β − caroteno encapsulado × 100 (5.1) massa de β − caroteno + massa de PHBV após filtração percentual de β − caroteno encapsulado × 100 percentual teórico de encapsulamento (5.2) onde, o percentual teórico de encapsulamento é a razão entre a massa de β-caroteno e a soma das massas de β-caroteno e PHBV utilizadas na coprecipitação. O percentual teórico de encapsulamento é dado na última coluna das Tabelas 5.1 e 5.2, que corresponde ao percentual máximo de encapsulamento de β-caroteno em PHBV. Para o segundo conjunto de experimentos de encapsulamento, a partir dos valores do percentual de encapsulamento calculados pela Equação 5.1, foi construída uma curva do percentual de encapsulamento em função do tempo que as amostras foram submetidas em ultrasom para cada uma das condições experimentais. A partir dos valores experimentais do percentual de encapsulamento, foi gerado um modelo, pela regressão dos dados experimentais utilizando o software Statistica 6.0 através do método SIMPLEX. Com posse do modelo empírico, que 176 magnético com o auxílio de uma barra magnética (“peixinho”). As suspensões obtidas do segundo conjunto de experimentos foram submetidas a ultrasom por diferentes tempos para a completa dissolução no solvente do β-caroteno não encapsulado. Os tempos selecionados em ultrasom foram de 0,5, 1, 2 e 3 minutos. Além destes diferentes tempos selecionados, uma outra condição selecionada foi somente suspender a massa pesada de co-precipitado no solvente e filtrar, sendo esta condição chamada de tempo zero de ultrasom. Os diferentes tempos de ultrasom para a retirada do β-caroteno não encapsulado foram selecionados com base em trabalhos da literatura descritos no início deste item que empregam diferentes tempos de agitação e reportam diferentes percentuais e eficiências de encapsulamento. Após as amostras terem sido adicionadas ao solvente e submetidas ou não ao ultrasom, a suspensão resultante foi filtrada utilizando-se um filtro membrana de politetrafluoretileno, ligado a um suporte de polietileno de alta densidade (Marca Millipore, Modelo FGLP) com porosidade de 0,22 µm. Após a filtração, o material retido no filtro foi seco em estufa a 40°C por 12 horas e pesado novamente. A massa do material filtrado de cada condição experimental, para cada um dos tempos submetidos a ultrasom e para o tempo zero, foi então dissolvida em um determinado volume de diclorometano e a solução resultante foi analisada em um espectrofotômetro de UV visível (Agilent UV-visible, modelo 8453DE) na faixa de comprimento de onda de 190 a 700 nm. Como a quantificação de β-caroteno encapsulado nas partículas de PHBV foi realizada por análise espectrofotométrica, primeiramente foram construídas duas curvas padrão relacionando a concentração de βcaroteno na solução com sua absorbância máxima em um comprimento de onda específico. Para a construção das curvas padrão, diclorometano foi utilizado como solvente orgânico por ser o solvente capaz de dissolver o polímero e o β-caroteno. Para a construção da primeira curva padrão, foram preparadas soluções com diferentes concentrações de βcaroteno em diclorometano. Para a construção da segunda curva padrão, massas iguais de β-caroteno e PHBV foram dissolvidas em diclorometano e foram preparadas soluções com diferentes concentrações destas substâncias. Estas soluções foram então analisadas em espectrofotômetro de UV visível (Agilent UV-visible, modelo 8453DE) na faixa de comprimento de onda de 190 a 700 nm para verificar em qual comprimento de onda ocorria a absorbância máxima do β-caroteno. O objetivo de construir as curvas padrão com β-caroteno 73 G, H, I – Sistema para monitoramento da pressão. Foi utilizado um transdutor de pressão absoluto (G) (Marca SMAR, Modelo LD301) com faixa de operação de 0 - 250 bar para medida da pressão do sistema. Ambos os equipamentos, transdutor e monitorador são alimentados em voltagem contínua entre 12 e 30 V. J, K – Válvulas Métricas. As válvulas em questão permitem uma abertura gradual e, conseqüentemente, uma regulagem da vazão de fluido através delas. Válvulas métricas foram colocadas nestas posições (J: alimentação de solvente e K: descarga do sistema) com o intuito de evitar o efeito Joule-Thompson (notar que estes são os dois pontos onde ocorria a redução da pressão de um valor maior - da ordem de 60 a 150 bar - para a pressão ambiente). Ambas as válvulas J e K são do tipo agulha (Marca HOKE, Modelo 1315G4Y) com pressão de trabalho de até 415 bar a temperatura ambiente. L,M,N – Válvulas de Esfera. A função das válvulas de esfera é apenas interromper o fluxo em uma determinada linha. As válvulas empregadas na unidade são do tipo esfera (Marca SWAGELOK, Modelo SS-H83PF2), com pressão de trabalho de até 690 bar a temperatura ambiente. Válvula L: serve para isolar a unidade da bomba de alta pressão durante a montagem e desmontagem da célula de equilíbrio. Válvula M: serve para isolar a câmara do transdutor durante o processo de descarga do sistema. A função principal desta válvula é impedir que qualquer quantidade de soluto entre na câmara do transdutor. Válvula N: sua função é impedir a passagem de fluxo para o fundo da célula durante o processo de carga do solvente ao sistema. O – Válvula de Alívio. Todo equipamento que trabalha a alta pressão deve ter pelo menos uma válvula de alívio, para o caso de algum imprevisto ocorrer durante a operação do sistema. Estas válvulas de alívio possuem uma faixa de abertura, que pode ser regulada, a partir da qual a válvula deixa o fluido passar. Após a redução da pressão do sistema, a válvula fecha mecanicamente. A válvula utilizada neste trabalho (Marca NUPRO, Modelo SS-4RSA), possui uma faixa de abertura entre 275 e 340 bar. P – Válvula de uma via (check-valve). A função desta válvula é permitir o fluxo em apenas um sentido. Neste trabalho foi inserida uma válvula (Marca HIP, Modelo 15-41AF1-T, pressão de trabalho de até 1034 bar) entre o cilindro de CO2 e a bomba de alta pressão, com o intuito de evitar que pressões elevadas (pressão do experimento) sejam aplicadas na cabeça do cilindro. Q e linha pontilhada – Sistema de Aquecimento da Célula. O sistema de aquecimento é composto por uma cuba de metal adaptada ao 74 tamanho da célula de equilíbrio a qual possui roscas de fechamento alongadas para a fixação dentro da cuba. O controle de temperatura é realizado por um banho ultratermostático de recirculação (Marca NOVA ETICA, Modelo 521/5D) onde há circulação de água do banho passando para a cuba e retornando ao banho. As roscas de fechamento da célula são alongadas para permitir que se possa realizar a entrada de luz e a visualização do equilíbrio através das janelas de safira. R – Indicador de Temperatura. É um conjunto composto por um sensor de temperatura (termopar) tipo K e um indicador de temperatura (Marca NOVUS, Modelo N1500). Usado para medir o valor real da temperatura da solução no interior da célula. Este sensor é inserido na célula de modo que a junta fria fique no centro (considerando a dimensão radial) da célula. 3.3. Procedimento experimental Na metodologia sintética estática aqui empregada, deve-se conhecer a composição global do sistema em estudo. A carga dos solutos é simples: dependendo da composição global desejada, uma quantidade da solução orgânica contendo o soluto sólido ou do solvente orgânico, é pesada em uma balança de precisão (Marca GIBERTINI, Modelo E154 com precisão de 0,0001g) e carregada dentro da célula. A carga de CO2 (anti-solvente) envolve algumas etapas, sendo a primeira a transferência do CO2 do cilindro para a câmara interna da bomba. Devese dispor de uma quantidade de CO2 relativamente grande dentro da câmara da bomba, já que o próprio CO2 será utilizado como fluido pressurizador. Para uma corrida experimental são necessários cerca de 50 ml de CO2 liquefeito. É importante notar que, quanto maior a quantidade de CO2 transferido para dentro da câmara da bomba, menos vezes será necessário repetir o procedimento de carga na bomba. Em uma determinada pressão e temperatura, o indicador da bomba de seringa mostra o volume de CO2 dentro de sua câmara. Para uma medida precisa do volume deslocado, o CO2 deve ser mantido como líquido comprimido. A massa de CO2 a ser adicionada, a fim de formar uma mistura de composição desejada, é computada com base no decaimento do volume interno da bomba. Para tal, é necessário conhecer a densidade do CO2 como líquido comprimido na pressão e temperatura do cilindro da bomba. Antes da adição do CO2, todas as linhas e a célula devem ser evacuadas com o fluido a baixa pressão para remover o ar remanescente. Em seguida, a bomba é programada para trabalhar em modo de pressão 175 Com relação às metodologias, podem ser tomadas amostras do co-precipitado e dissolvê-las em um solvente em que ambos os solutos (material encapsulado e agente encapsulante) sejam solúveis e quantificar a massa do composto encapsulado por uma das técnicas citadas acima (Hong et al., 2007; He et al., 2007; Kang et al., 2008a). Outra maneira é suspender o co-precipitado em um solvente orgânico em que apenas o material encapsulado seja solúvel, deixar sob agitação por um determinado tempo para promover a dissolução do material não encapsulado, filtrar e dissolver o filtrado em um solvente orgânico apropriado que dissolva todo o material sólido. Após este procedimento o material encapsulado é quantificado por uma das técnicas descritas acima (Tu et al., 2002; Wang et al., 2006; Kalogiannis et al., 2006; Kang et al., 2008b). Neste trabalho, foi adotado o princípio de suspender uma determinada massa do co-precipitado em um solvente capaz de dissolver somente o β-caroteno e realizar a quantificação do β-caroteno encapsulado por espectrometria na região de UV visível. Os solventes utilizados para retirar o β-caroteno não encapsulado da superfície das partículas de polímero foram etanol e acetona. Etanol foi utilizado para retirar o β-caroteno não encapsulado nas condições experimentais da Tabela 5.1 e, acetona foi utilizada nas condições experimentais da Tabela 5.2. Acetona foi utilizada no segundo conjunto de experimentos devido ao β-caroteno apresentar uma solubilidade menor neste solvente com relação ao etanol como reportado por Tres et al. (2007) o que representaria uma retirada mais lenta do β-caroteno não encapsulado, presente na superfície das partículas de polímero ou livre, evitando ou retardando a retirada do material encapsulado. O procedimento para a retirada do β-caroteno não encapsulado foi realizado como segue. Uma determinada massa de cada amostra obtida nos experimentos de co-precipitação (entre 5,3 e 34,3 mg) foi pesada em uma balança analítica com precisão de 0,00001g (Mettler Toledo, modelo XS205 DualRange) e adicionada a diferentes volumes de solvente (etanol ou acetona). O volume de solvente utilizado em cada uma das suspensões preparadas foi estimado como sendo o suficiente para formar uma solução saturada de β-caroteno a temperatura ambiente, baseado no trabalho de Tres et al. (2007), levando em consideração a massa deste presente nas amostras obtidas para preparar as suspensões. As suspensões oriundas do primeiro conjunto de experimentos foram submetidas a agitação por cinco minutos em um agitador 174 Tabela 5.2 – Condições experimentais de encapsulamento de β-caroteno em PHBV empregando diclorometano como solvente orgânico e CO2 como anti-solvente utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 62 mL. Percentual em Concentração de Concentração massa de de PHBV Exp β-caroteno (mg.mL-1) (mg.mL-1) β-caroteno 1 8,04 20,01 28,7 2 6,01 19,99 23,1 3 4,01 19,90 16,8 4 2,02 20,04 9,2 5 1,00 20,01 4,8 6 8,07 30,08 21,2 7 6,04 30,02 16,8 8 4,04 30,07 11,8 9 1,99 30,02 6,2 10 0,99 30,00 3,2 11 7,99 40,01 16,7 12 6,03 40,03 13,1 13 4,01 40,01 9,1 14 2,01 40,09 4,8 15 1,03 40,06 2,5 Apesar de algumas condições apresentarem o mesmo percentual em massa de β-caroteno com relação a massa total de β-caroteno e PHBV, na Tabela 5.2, a concentração de β-caroteno e de PHBV são diferentes em cada condição experimental estudada justamente para que se possa verificar a influência da concentração dos compostos na solução sobre a eficiência de encapsulamento. 5.4. Análise do percentual e eficiência de encapsulamento A literatura reporta diferentes metodologias e técnicas para determinar o percentual e a eficiência de encapsulamento. Com relação às técnicas, o percentual em massa de encapsulamento pode ser determinado, por exemplo, por cromatografia líquida de alta eficiência (Kalogiannis et al., 2006; Wang et al., 2006; Kang et al., 2008a) e espectrofotometria na região de UV visível (Tu et al., 2002; Hong et al., 2007; He et al., 2007; Majerik et al., 2007; Kang et al., 2008b). 75 constante e uma pressão determinada é selecionada, sendo a temperatura para a carga ajustada pelo banho termostático (7°C). Nesta etapa, as válvulas de esfera L e M estão abertas, enquanto que a válvula N é mantida fechada, para evitar a passagem de CO2 no fundo da célula. A válvula métrica J é mantida fechada até a estabilização do sistema. Uma vez que o sistema está estabilizado, a válvula métrica J é aberta lentamente, permitindo a entrada de CO2 (anti-solvente) na célula, até que o volume da câmara da bomba atinja o valor pré-estabelecido para fornecer a composição desejada dentro da célula de equilíbrio. A pressão do sistema é então reduzida e, com a válvula métrica K fechada, a válvula de esfera N é aberta para permitir que o CO2 entre em contato com a parte traseira do pistão. A pressão do sistema é aumentada, definindo-se valores maiores na bomba de seringa que, ao transferir mais fluido para o sistema, pressiona o fundo do pistão, aumentando a pressão da mistura dentro da célula de equilíbrio. A partir deste ponto, o conteúdo da célula é continuamente agitado por meio de barra magnética imantada revestida com teflon (peixinho) inserida na célula, acionada pelo agitador magnético colocado abaixo da mesma. O sistema de temperatura é então ligado e a temperatura da mistura no interior da célula é captada pelo termopar inserido na célula e monitorada pelo indicador de temperatura (R). Quando a temperatura está estabilizada no valor desejado para o experimento a pressão é aumentada com auxílio da bomba de seringa, até que se visualize apenas uma única fase no interior da célula de equilíbrio. Neste ponto, o sistema é deixado estabilizar por cerca de 30 minutos. Mantendo-se a temperatura constante e a mistura sob agitação, a pressão é vagarosamente reduzida (3 a 5 bar.min-1) até que ocorra o turvamento ou formação de bolhas na mistura (ocorrência da transição de fases). Após a transição de fases, o sistema é deixado estabilizar por cerca de 20 minutos para identificação do tipo de transição e da interface entre as fases segregadas. Após isto, todo o procedimento deve ser repetido (aumento de pressão até que se forme uma fase, estabilização do sistema e redução da pressão, ocorrendo a transição de fases) diversas vezes (no mínimo 3) para avaliar a reprodutibilidade da metodologia experimental. O aparato experimental fornece uma reprodutibilidade média na pressão de transição de fases da ordem de 0,70 bar e permite operar com segurança até uma pressão de 300 bar. Após a medida do ponto experimental em uma temperatura, a temperatura do sistema era modificada e o processo descrito no parágrafo anterior repetido outras vezes. Desta forma, para uma composição global constante, é possível obter uma curva P-T para o 76 sistema em estudo. Uma típica corrida, onde são medidas as transições para 5 temperaturas diferentes, leva em torno de 8 a 10 horas. 3.4. Resultados e discussão Como mencionado no início deste capítulo, o conhecimento do comportamento de fases do sistema envolvido na precipitação pela técnica que utiliza CO2 como anti-solvente é de fundamental importância. A partir do conhecimento do comportamento de fases do sistema é possível determinar condições de temperatura e pressão de modo a operar o sistema de precipitação em diferentes regiões do diagrama de fases. Para as medidas experimentais de equilíbrio de fases envolvendo CO2, solventes orgânicos e β-caroteno, no presente trabalho, foram preparadas soluções estoque com diferentes concentrações de βcaroteno em três solventes orgânicos. Os solventes utilizados foram diclorometano, acetato de etila e etanol, escolhidos com base no trabalho de Três et al. (2007) que reporta dados de solubilidade de β-caroteno em diferentes solventes orgânicos em função da temperatura. Para os sistemas ternários CO2(1) + diclorometano(2) + β-caroteno(3) e CO2(1) + etanol(2) + β-caroteno(3), foram utilizadas duas diferentes concentrações de β-caroteno em cada solvente orgânico: 4,0 e 8,0 g.L-1 em diclorometano e, 0,096 e 0,303 g.L-1 em etanol. Para o sistema ternário CO2(1) + acetato de etila(2) + β-caroteno(3) a concentração adotada de β-caroteno na solução foi de 0,338 g.L-1 estando próxima da saturação em condições ambientes de temperatura e pressão. Estas concentrações de β-caroteno nos solventes orgânicos definidos foram selecionadas com base no trabalho de Três et al. (2007), com o objetivo de trabalhar com soluções diluídas e próximas da saturação em condições ambientes de temperatura e pressão. Dos três solventes orgânicos selecionados, diclorometano foi escolhido como solvente orgânico para o PHBV, devido à possibilidade de se dissolver β-caroteno e o polímero em um mesmo solvente, uma vez que o PHBV não é solúvel nos outros solventes utilizados para o βcaroteno. Assim, para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + PHBV(3) duas diferentes concentrações do polímero no solvente orgânico foram utilizadas: 10,0 e 40,0 g.L-1, com o objetivo de trabalhar com soluções diluídas e próximas da saturação. A incerteza nas concentrações de β-caroteno e PHBV nas soluções foi menor que 0,0005 g.L-1, baseado no procedimento de diluição e erro de pesagem da balança. 173 até soluções próximas da saturação (8 mg.mL-1). Porém, a concentração de PHBV na solução orgânica foi variada em uma faixa mais estreita daquela investigada na precipitação deste composto puro. Como na precipitação do PHBV puro, as partículas geradas utilizando a solução mais diluída apresentaram tamanho médio na mesma ordem de magnitude das partículas de β-caroteno geradas na melhor condição experimental de precipitação deste, a concentração de PHBV na solução orgânica foi variada entre 20 e 40 mg.mL-1. As Tabelas 5.1 e 5.2 apresentam, respectivamente, os valores de concentração de β-caroteno e de PHBV na solução orgânica, juntamente com o percentual em massa de β-caroteno em relação a massa total de β-caroteno e PHBV em base livre de solvente orgânico para os dois conjuntos de experimentos de encapsulamento. Tabela 5.1 – Condições experimentais de encapsulamento de β-caroteno em PHBV empregando diclorometano como solvente orgânico e CO2 como anti-solvente utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 62 mL. Exp Concentração de β-caroteno na solução (mg.mL-1) Concentração de PHBV na solução (mg.mL-1) Percentual em massa de β-caroteno na mistura de solutos 1 2 3 8,02 8,08 7,97 16,08 24,13 32,10 33,3 25,1 19,9 172 5.3. Condições experimentais de encapsulamento Para a realização dos experimentos de encapsulamento de βcaroteno em PHBV foram utilizados os melhores resultados da precipitação dos compostos puros. Uma condição primordial para o sucesso dos experimentos de encapsulamento é que as partículas precipitadas do material a ser encapsulado sejam menores do que as do material encapsulante. Assim, os valores dos parâmetros de processo foram selecionados com base na condição experimental de precipitação que gerou menor tamanho de partícula para o β-caroteno e maior tamanho de partícula para o PHBV. Assim como na precipitação dos compostos puros, no encapsulamento foram adotados dois conjuntos de experimentos. O primeiro conjunto foi realizado com base nos resultados de precipitação dos compostos puros que apresentaram menor tamanho de partícula para o β-caroteno e maior para o PHBV, a partir dos planejamentos fatoriais completos 23 para estes dois compostos puros. O segundo conjunto de experimentos foi realizado com base nos resultados de precipitação dos compostos puros a partir do planejamento fatorial completo 25 para o βcaroteno e dos planejamentos seqüenciais para o PHBV. Tanto no primeiro quanto no segundo conjunto de experimentos de precipitação dos compostos puros, os valores dos parâmetros utilizados que apresentaram menor tamanho de partícula para o βcaroteno e maior para o PHBV foram pressão de 80 bar, temperatura de 40 °C, vazão de solução de 1 mL.min-1, vazão de anti-solvente de 40 mL.min-1. Estes valores foram mantidos constantes em todos os experimentos de encapsulamento. O único parâmetro variado foi a relação entre as concentrações de cada um dos compostos na solução orgânica, uma vez que a literatura reporta que a relação entre as concentrações do material a ser encapsulado e o agente encapsulante é um parâmetro fundamental que influencia na eficiência de encapsulamento e morfologia dos compósitos formados utilizando CO2 como anti-solvente (Yeo e Kiran, 2005; Mattea et al., 2008). No primeiro conjunto de experimentos de encapsulamento a concentração de β-caroteno na solução orgânica foi mantida em 8 mg.mL-1 e a concentração de PHBV foi variada entre 16 e 32 mg.mL-1. No segundo conjunto de experimentos a concentração de β-caroteno na solução orgânica foi variada em uma faixa mais ampla daquela investigada na precipitação deste composto puro para verificar de que maneira a concentração de β-caroteno afetava a eficiência de encapsulamento. Foram utilizadas soluções muito diluídas (1 mg.mL-1) 77 Os resultados experimentais de equilíbrio de fases para todos os sistemas investigados são apresentados nas Tabelas 3.1 a 3.8. Os resultados apresentados nestas tabelas reportam o tipo de transição de fases (tipo bolha ou tipo orvalho), as temperaturas investigadas em graus Celsius, a pressão em bar e, o desvio padrão experimental da pressão média (σ) que representa a dispersão dos resultados e é dado pela equação a seguir: 2 n (Pi − P ) i =1 n −1 ∑ σ= 3.1 onde, n representa o número de pontos experimentais em pressão a uma dada temperatura, Pi representa o valor experimental da pressão medida em uma dada temperatura e P representa a pressão média em cada temperatura. As Tabelas 3.1 e 3.2 apresentam, respectivamente, os resultados para o sistema ternário CO2 + diclorometano + β-caroteno nas duas concentrações de β-caroteno investigadas, onde pode ser observada a ocorrência somente de equilíbrio líquido-vapor, com e sem a presença de β-caroteno em excesso, com transições caracterizadas como ponto de bolha (PB) à esquerda do ponto crítico da mistura e ponto de orvalho (PO) à direita do ponto crítico da mistura. Tabela 3.1 – Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + β-caroteno(3), na concentração de β-caroteno de 4,0 g.L-1 em diclorometano (base livre de CO2). T (°C) 30 40 50 60 70 σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,564 40,1 49,7 57,9 67,9 76,7 0,1 0,1 0,2 0,4 0,3 Tipo de transição T (°C) ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,886 54,2 69,6 81,6 92,6 100,1 0,1 0,2 0,1 0,1 0,1 Tipo de transição ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PO 78 171 Tabela 3.1 – Continuação. T (°C) 30 40 50 60 70 † σ Pressão (bar) (bar) x1 = 0,744 † 49,0 60,2 69,6 79,6 93,2 0,3 0,3 0,6 0,1 0,5 CAPÍTULO 5 Tipo de transição T (°C) ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 σ Pressão (bar) (bar) x1 = 0,946 † 65,4 76,3 84,0 0,6 0,3 0,4 Tipo de transição ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PO Desvio padrão experimental da média. Tabela 3.2 – Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + β-caroteno(3), na concentração de β-caroteno de 8,0 g.L-1 em diclorometano (base livre de CO2). T (°C) σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,433 Tipo de transição T (°C) 30 40 50 60 70 35,4 0,6 40,2 0,3 46,6 0,1 54,1 0,3 61,6 0,1 x1 = 0,661 44,9 0,3 53,8 0,4 64,0 0,1 72,6 0,3 84,3 0,5 x1 = 0,820 56,7 0,4 66,2 0,3 75,7 0,2 86,1 0,3 98,9 0,2 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 30 40 50 60 70 30 40 50 60 70 † ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB Desvio padrão experimental da média. 30 40 50 σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,886 59,1 71,6 83,1 94,1 0,2 0,1 0,1 0,4 x1 = 0,946 62,9 0,1 77,4 0,1 80,9 0,3 Tipo de transição ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PO ENCAPSULAMENTO DE β-CAROTENO EM PHBV Com base nos melhores resultados obtidos na precipitação dos compostos puros, ou seja, a condição experimental que gerou menor tamanho de partícula na precipitação do β-caroteno e, aquela que propiciou a obtenção de partículas de maior tamanho para o polímero foram realizados os experimentos de encapsulamento de β-caroteno em PHBV. Os resultados de encapsulamento serão apresentados e discutidos neste capítulo juntamente com os materiais e a metodologia empregada para a realização dos experimentos de encapsulamento de βcaroteno em PHBV utilizando diclorometano como solvente orgânico e dióxido de carbono pressurizado como anti-solvente. 5.1. Especificação dos materiais Os reagentes utilizados para os experimentos de encapsulamento foram: dióxido de carbono (White Martins S.A., pureza de 99,8%), diclorometano, acetona e etanol (Merck, pureza de 99,5%), Trans-βcaroteno (Sigma-Aldrich, pureza aproximada de 95%) e o co-polímero, Poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato) (PHBV) com massa molar (MW) de 196.000 e índice de poli dispersão de 1,85, gentilmente cedido pela empresa PHB Industrial S/A. Todos estes materiais foram utilizados como recebidos, sem qualquer tratamento prévio e foram armazenados em condições apropriadas para que não sofressem qualquer tipo de alteração por interferência de luz, calor e umidade. 5.2. Aparato experimental de encapsulamento Todos os experimentos de encapsulamento foram realizados seguindo o mesmo procedimento experimental utilizado para a precipitação dos compostos puros, descrito no Capítulo 4 do presente trabalho, uma vez que o aparato experimental empregado no encapsulamento foi o mesmo da precipitação dos compostos puros. A única diferença aqui é que a solução orgânica injetada na câmara de precipitação continha os dois solutos (β-caroteno e PHBV) dissolvidos no mesmo solvente orgânico (diclorometano) ao invés de apenas um dos compostos como no caso da precipitação dos compostos puros. 170 (SEDS). Journal of Colloid and Interface Science, v. 322, p. 87 – 94, 2008. KIM, M.-S.; LEE, S.; PARK, J.-S.; WOO, J.-S.; HWANG, S.-J., Micronization of cilostazol using supercritical antisolvent (SAS) process: effect of process parameters. Powder Technology, v. 177, p. 64 – 70, 2007. 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Na Tabela 3.2, em que a solução orgânica está concentrada (8,0 g.L-1 em base livre de CO2), a presença de βcaroteno não dissolvido nas transições ocorre entre as frações molares de CO2 de 0,661 e 0,820, e estende-se a todas as concentrações de CO2 acima de 0,820 em mol. Este fato é devido ao efeito de co-solvente e anti-solvente que o CO2 exerce na mistura, conforme amplamente discutido na literatura (Shariati e Peters, 2002; De Gioannis et al., 2004). Em frações molares de CO2 abaixo de 0,744, para a solução orgânica com menor concentração de β-caroteno, a ação é de co-solvente, auxiliando na solubilização do β-caroteno na solução. Em frações molares de CO2 acima de 0,744 a ação deste é de anti-solvente, diminuindo a solubilidade do β-caroteno no solvente orgânico, promovendo assim a precipitação do soluto. Para a solução orgânica mais concentrada (8,0 g.L-1), o CO2 passa a agir como anti-solvente em frações molares mais baixas, devido à solução orgânica encontrar-se mais próxima da saturação. Para verificar se a presença de β-caroteno no sistema influencia o comportamento de fases, os dados experimentais das Tabelas 3.1 e 3.2 foram plotados em um diagrama P,x,y e são apresentados na Figura 3.5. Nesta figura, também são plotados dados experimentais da literatura (Corazza et al., 2003) para o sistema binário CO2 + diclorometano, no sentido de comparar e verificar o efeito da presença de β-caroteno no sistema. 80 169 140 120 Pressão (bar) 100 Este trabalho (sistema ternário) 8,0 g.L-1 4,0 g.L-1 40°C PB PB 50°C PB PO PB PO 60°C PB PB 70°C PB PO PB 80 60 Corazza et al. (2003) (sistema binário) 40°C PB PO 50°C PB PO 60°C PB PO 70°C PB PO 40 20 0 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0 ,8 0,9 1,0 x CO2 Figura 3.5 - Diagrama P,x,y para o sistema ternário CO2(1)+diclorometano(2)+β-caroteno(3) na. Dados experimentais deste trabalho em comparação com dados da literatura. Como pode ser observado na figura acima, a presença de βcaroteno no sistema não influencia o comportamento de fases como um todo. As transições LV com e sem β-caroteno não se alteram, independentemente se elas ocorreram com a presença de sólido em excesso ou com o sólido todo dissolvido. Isto pode ser devido ao fato de que em baixas concentrações de β-caroteno o CO2 age como um cosolvente e a quantidade de caroteno dissolvido no sistema não foi suficiente para modificar a interação entre o solvente orgânico e o CO2. Altas concentrações de β-caroteno também não afetam o comportamento de fases do sistema binário porque este precipita em uma fase sólida por apresentar-se em uma concentração acima daquela de equilíbrio e, a quantidade que permanece dissolvida não é suficiente para modificar a interação entre o solvente e o CO2. Neste sentido, o comportamento de fases somente do sistema binário pode ser levado em consideração na escolha de condições adequadas para a precipitação de β-caroteno a partir de uma solução usando diclorometano como solvente orgânico e CO2 como anti-solvente. De acordo com a literatura (Yeo e Lee, 2004; Rajasingam et al., 2005; Kikic et al., 2006), diferentes tipos de solventes orgânicos podem influenciar nas características do material precipitado. Neste sentido, supercritical CO2. Journal of Materials Science: Materials in Medicine, v. 18, p. 2339 – 2345, 2007. CORAZZA, M. L.; CARDOZO FILHO, L.; ANTUNES, O. A. C.; DARIVA, C., High pressure phase equilibria of the related substances in the limonene oxidation in supercritical CO2. Journal of Chemical and Engineering Data, v. 48, p. 354 – 358, 2003. COSTA, M.S.; DUARTE, A. R. C.; CARDOSO, M. M.; DUARTE, C. M. M., Supercritical antisolvent precipitation of PHBV microparticles. 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Nesta condição experimental o tamanho médio de partícula foi de 27,79 µm e os valores dos parâmetros estudados foram os seguintes: pressão de 80 bar, temperatura de 40 °C, vazão de solução de 1 mL.min-1, vazão de anti-solvente de 40 mL.min-1 e concentração da solução de 30 mg.mL-1. Com exceção da concentração da solução, os valores dos demais parâmetros foram os mesmos para as melhores condições de precipitação do β-caroteno e do PHBV. Neste sentido, para a realização dos experimentos de encapsulamentos, os valores destes parâmetros foram mantidos constantes nos seguintes valores: pressão de 80 bar, temperatura de 40°C, vazão da solução orgânica de 1 mL.min-1 e vazão de anti-solvente de 40 mL.min-1. Assim, foi estudado apenas o efeito da concentração de cada um dos solutos na solução orgânica sobre o percentual de encapsulamento, que será apresentado no capítulo seguinte deste trabalho. Os tamanhos médios e distribuição de tamanho de partícula referentes a precipitação do β-caroteno e PHBV puros para todas as condições experimentais investigadas são apresentados detalhadamente nos Apêndices A e B, respectivamente. 81 dados experimentais de equilíbrio de fases envolvendo CO2, etanol e βcaroteno também foram investigados. Duas diferentes concentrações de β-caroteno em etanol foram escolhidas: 0,096 e 0,303 g.L-1 com base no trabalho de Três et al. (2007). As Tabelas 3.3 e 3.4 apresentam, respectivamente, os resultados para o sistema ternário CO2 + etanol + β-caroteno nas duas concentrações de β-caroteno investigadas, onde pode ser observado a ocorrência de equilíbrio líquido-vapor somente, com transições tipo bolha (PB) e tipo orvalho (PO). Tabela 3.3 – Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + etanol(2) + β-caroteno(3), na concentração de β-caroteno de 0,096 g.L-1 em etanol (base livre de CO2). T (°C) σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,208 Tipo de transição T (°C) σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,795 Tipo de transição 30 40 50 60 70 31,2 0,2 36,1 0,1 41,0 0,3 46,6 0,2 51,4 0,2 x1 = 0,421 54,2 0,1 63,4 0,2 72,3 0,2 80,1 0,1 89,2 0,1 x1 = 0,610 59,0 0,1 71,2 0,2 84,5 0,1 96,7 0,2 108,2 0,2 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 63,2 0,1 74,1 0,1 89,2 0,2 102,1 0,2 114,3 0,1 x1 = 0,904 63,2 0,1 75,4 0,2 89,2 0,1 101,0 0,9 112,3 0,2 x1 = 0,956 66,7 0,2 80,8 0,2 90,4 0,1 97,3 0,4 4.8. Referências bibliográficas ANGUS, S.; ARMSTRONG, B.; deRUCK, K., Carbon Dioxide: International Thermodynamic Tables of the Fluid State-3, IUPAC Perga mon Press, UK, 1973. CARDOSO, M. A. T.; CABRAL, J. M. S.; PALAVRA, A. M. S.; GERALDES, V., CFD analysis of supercritical antisolvent (SAS) micronization of minocycline hydrochloride. 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T (°C) σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,628 Tipo de transição T (°C) 30 40 50 60 70 58,0 0,2 71,1 0,1 84,6 0,2 97,4 0,3 109,0 0,3 x1 = 0,806 62,2 0,2 75,4 0,1 89,2 0,2 104,4 0,4 117,3 0,1 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 62,5 76,8 89,1 100,3 111,4 0,2 0,2 0,1 0,2 0,3 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 62,6 77,7 86,6 0,1 0,2 0,2 ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 † σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,904 Tipo de transição B Figura 4.30 – Micrografias de MEV da condição experimental 3C do planejamento seqüencial. (A) ampliação de 200 vezes e (B) ampliação de 1000 vezes. Desvio padrão experimental da média. Como pode ser observado nas Tabelas 3.3 e 3.4, em todas as composições de CO2 investigadas não foi visualizado o aparecimento de uma fase sólida durante as transições, indicando que o CO2 pode estar agindo como co-solvente em toda a faixa de concentração investigada. Este fato indica também que o etanol pode não ser um solvente adequado, necessitando de condições muito específicas, no que se refere ao processo de precipitação do β-caroteno. Uma vez mais, no sentido de verificar o efeito da presença de βcaroteno no comportamento de fases do sistema, a Figura 3.6 apresenta os dados experimentais do sistema ternário com as duas concentrações de β-caroteno em etanol, traçando um comparativo com dados experimentais da literatura (Chang et al., 1997; Galicia Luna et al., 2000) para o sistema binário CO2 + etanol na temperatura de 40°C. Como pode ser visualizado nas figuras acima, com o aumento da concentração da solução, o efeito da vazão de anti-solvente na formação de aglomerados de pequenas partículas e a potencialidade de auto encapsulamento torna-se mais pronunciado. As áreas circuladas mostram os aglomerados de pequenas partículas com tendência à formação de partículas maiores. Uma vez que na precipitação do β-caroteno puro o objetivo foi determinar a condição que gerasse menor tamanho de partícula e, para o PHBV puro a condição que gerasse o maior tamanho de partícula, com o objetivo de realizar o encapsulamento do β-caroteno no PHBV, a partir dos resultados observados na precipitação do β-caroteno e PHBV puros empregando diclorometano como solvente orgânico e CO2 como antisolvente, a condição experimental que apresentou menor tamanho de partícula para o β-caroteno foi a condição 23 do planejamento fatorial completo 25 com tamanho médio de partícula de 3,2 µm com os seguintes valores dos parâmetros investigados: pressão de 80 bar, temperatura de 40 °C, vazão de solução de 1 mL.min-1, vazão de antisolvente de 40 mL.min-1 e concentração da solução de 8 mg.mL-1. 166 83 100 Pressão (bar) 80 60 T = 40°C Este trabalho (sistema ternário) 0,096 g.L-1 0,303 g.L-1 40 Literatura (sistema binário) Chang et al. (1997) Galicia Luna et al. (2000) 20 0 0,0 B Figura 4.29 – Micrografias de MEV da condição experimental 1C do planejamento seqüencial. (A) ampliação de 800 vezes e (B) ampliação de 1200 vezes. A 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 x CO2 Figura 3.6 - Diagrama P,x,y experimental para o sistema ternário CO2(1)+etanol(2)+ β-caroteno(3) deste trabalho em comparação com dados experimentais do sistema binário CO2(1)+etanol(2) da literatura na temperatura de 40°C. Na Figura 3.6 pode ser observado que a presença do soluto (βcaroteno) nas duas concentrações investigadas não leva a variações pronunciadas nas pressões de transição quando comparado ao sistema binário CO2+etanol da literatura a 40°C. Isto significa dizer que a adição de β-caroteno, nas concentrações investigadas, não modifica a região de líquido-vapor do sistema binário, podendo aqui também ser considerado apenas o comportamento de fases do sistema binário na seleção de condições satisfatórias para a precipitação de β-caroteno usando etanol como solvente orgânico. O terceiro solvente orgânico escolhido para a precipitação de βcaroteno foi o acetato de etila, também com base no trabalho de Três et al. (2007) em termos de solubilidade. Devido a escassez de dados experimentais para o sistema binário CO2 + acetato de etila na faixa de temperatura de interesse neste trabalho, com exceção dos trabalhos de Tian et al. (2004) e Byun et al. (2006), houve a necessidade de investigar experimentalmente este sistema na faixa de temperatura de 30 a 70°C com o objetivo de comparar tais dados com o sistema ternário CO2 + acetato de etila + β-caroteno. 84 165 Neste sentido, dados experimentais de equilíbrio de fases para o sistema binário CO2 + acetato de etila e para o sistema ternário CO2 + acetato de etila + β-caroteno na concentração de β-caroteno de 0,338 g.L-1 foram obtidos, na faixa de temperatura de 30 a 70°C. Apenas a concentração de β-caroteno em acetato de etila, próxima da saturação a 25°C, foi escolhida, uma vez que, se nesta concentração não houvesse formação de uma fase sólida nas medidas de equilíbrio, na solução mais diluída também não haveria e, também, o fato de que para os sistemas ternários CO2 + diclorometano + β-caroteno e CO2 + etanol + βcaroteno a solução menos concentrada de β-caroteno nestes solventes orgânicos não alterou o comportamento de fases dos respectivos sistemas binários solvente + CO2. As Tabelas 3.5 e 3.6 apresentam, respectivamente, os resultados para o sistema binário CO2 + acetato de etila e para o sistema ternário CO2 + acetato de etila + β-caroteno. câmara de precipitação favorecendo o processo de nucleação, parte do polímero dissolvido no solvente orgânico precipitou na forma de pequenas partículas esféricas com diâmetros variando de aproximadamente 0,8 µm a 2 µm e, parte precipitou na forma de filme recobrindo as pequenas partículas já formadas. O fenômeno descrito acima pode ter ocorrido com mais eficiência no bloco C do planejamento seqüencial, nas condições experimentais 1C e 3C, uma vez que a solução utilizada neste bloco estava mais concentrada, favorecendo a etapa de recobrimento das partículas menores formadas. Este processo de auto encapsulamento é ilustrado nas Figuras 4.29 e 4.30 que apresentam, respectivamente, micrografias de MEV das condições experimentais 1C e 3C. Tabela 3.5 - Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema binário CO2(1) + acetato de etila(2). T (°C) σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,461 Tipo de transição T (°C) σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,936 Tipo de transição 30 40 50 60 70 25,1 0,1 31,3 0,1 36,7 0,1 41,8 0,2 46,6 0,2 x1 = 0,666 39,2 0,1 47,4 0,1 56,3 0,2 63,4 0,2 71,6 0,3 x1 = 0,823 50,2 0,2 60,4 0,1 71,3 0,1 82,4 0,2 92,7 0,2 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PO ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60,2 0,1 72,4 0,1 85,6 0,2 92,2 0,2 101,3 0,2 x1 = 0,969 62,2 0,2 75,8 0,2 88,9 0,2 30 40 50 60 70 30 40 50 60 70 † ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB Desvio padrão experimental da média. ELV-PB ELV-PB ELV-PO A 164 Segundo Duarte et al. (2006), aumentando a vazão da solução para dentro da câmara de precipitação leva a uma melhor mistura entre a solução orgânica e a fase bulk de anti-solvente e, consequentemente, uma forte turbulência. Este comportamento resulta em altas taxas de supersaturação e consequentemente gera partículas com tamanhos menores. O que confirma este fato é a diminuição mais pronunciada no tamanho de partícula observado comparando os experimentos 3C e 4C da Tabela 4.8, onde a vazão de solução foi variada mantendo-se a vazão de anti-solvente em seu maior valor. No bloco A, quando foi variada a vazão de anti-solvente um efeito contrário foi observado. Um aumento na vazão de anti-solvente mantendo a vazão de solução no menor valor aumentou o tamanho médio de partícula de 1,46 µm para 2,56 µm. Quanto a vazão de antisolvente foi aumentada mantendo a vazão de solução no maior valor, o tamanho de partícula não mudou, ficando em 0,87 µm. A variação da vazão de anti-solvente no bloco C levou a um aumento no tamanho de partícula. Aumentando a vazão de anti-solvente com a vazão da solução no menor valor o tamanho de partícula aumentou de 3,40 µm para 27,79 µm. Quando a vazão de anti-solvente foi aumentada com a vazão da solução no maior valor o tamanho de partícula aumentou de 2,55 µm para 2,90 µm. O aumento do tamanho de partícula de PHBV com o aumento da vazão de anti-solvente também foi observado por Costa et al. (2007) durante a precipitação deste polímero a partir de uma solução de diclorometano utilizando CO2 como anti-solvente. Porém, estes autores não discutem a razão deste efeito. Este comportamento pode ser considerado anômalo, uma vez que os únicos trabalhos da literatura, revisados neste trabalho, que reportam um aumento do tamanho médio de partícula com o aumento da vazão de anti-solvente são os de Costa et al. (2007) e de Miguel et al. (2006). Porém, Miguel et al. (2006) explica este comportamento declarando que como a vazão total é alta, a quantidade de soluto que permanece dissolvido na mistura fluida que deixa a câmara de precipitação é alta, causando um decréscimo na supersaturação máxima que por sua vez aumenta o tamanho médio de partícula. Outro aspecto que pode ser considerado durante a aspersão da solução orgânica para dentro da câmara de precipitação é a formação das partículas. Durante a formação das partículas, é possível que tenha ocorrido um auto encapsulamento do polímero. Como o aumento da vazão de anti-solvente comumente aumenta a turbulência dentro da 85 Tabela 3.6 - Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + acetato de etila(2) + β-caroteno(3) na concentração de β-caroteno de 0,338 g.L-1 em acetato de etila (base livre de CO2). T (°C) σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,462 Tipo de transição T (°C) 30 40 50 60 70 25,2 0,1 30,1 0,2 35,4 0,1 40,6 0,2 45,2 0,3 x1 = 0,668 37,7 0,1 47,2 0,1 55,1 0,2 63,4 0,2 71,6 0,2 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 30 40 50 60 70 † σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,824 50,2 61,2 71,3 82,2 92,4 0,1 0,2 0,1 0,1 0,2 x1 = 0,951 62,2 0,1 76,4 0,1 86,8 0,2 94,2 0,2 108,8 0,2 Tipo de transição ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PO ELV-PO Desvio padrão experimental da média. Como pode ser observado nas tabelas acima houve a ocorrência de equilíbrio líquido-vapor somente, com transições do tipo bolha (PB) e tipo orvalho (PO). Para o sistema ternário, Tabela 3.6, nenhuma transição ocorreu com a presença de fase sólida rica em β-caroteno em toda a faixa de temperatura e concentração de CO2 investigadas. Este fato indica que as forças intermoleculares entre CO2 e acetato de etila são mais fracas do que as forças de intermoleculares entre o acetato de etila e o β-caroteno não induzindo a formação de uma fase sólida rica em β-caroteno. A Figura 3.7 apresenta os dados experimentais do sistema ternário CO2 + acetato de etila + β-caroteno e do sistema binário CO2 + acetato de etila medidos neste trabalho comparados com dados da literatura para o sistema binário CO2 + acetato de etila nas temperaturas de 40 e 60°C. 86 163 Pressão (bar) 100 80 Este trabalho sistema binário PB 40°C 60°C PB 60 sistema ternário 40°C PB 60°C PB qa -3.32115 PO Byun et al. (2006) PB 40°C 60°C PB PO 40 qs -2.2852 T ian et al. (2004) 60°C PB 20 0,4 p=.05 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 x CO2 Figura 3.7 - Diagrama P,x,y para o sistema binário CO2(1)+acetato de etila(2) e ternário CO2(1)+acetato de etila(2)+β-caroteno(3). Dados experimentais deste trabalho em comparação com dados da literatura nas temperaturas de 40 e 60°C. De maneira análoga às Figuras 3.5 e 3.6, o mesmo comportamento pode ser verificado na Figura 3.7, isto é, a adição de βcaroteno ao sistema binário CO2 + acetato de etila não modifica a região de coexistência líquido-vapor para a concentração de β-caroteno investigada neste trabalho. Com relação à comparação entre os dados experimentais deste trabalho com os da literatura para o sistema binário CO2 + acetato de etila, pequenas diferenças nas pressões de transição (da ordem de 5 a 7 bar) podem ser observadas nas concentrações mais altas de CO2. Tais diferenças podem estar relacionadas à proximidade do ponto crítico da mistura, onde uma pequena variação na temperatura do sistema pode modificar substancialmente a solubilidade do soluto no CO2, modificando, conseqüentemente, a pressão na qual ocorre a transição líquido-vapor. Considerando o comportamento de fases dos sistemas ternários envolvendo CO2, os solventes orgânicos (diclorometano, etanol e acetato de etila) e β-caroteno investigados, o solvente orgânico mais indicado para a precipitação de β-caroteno empregando CO2 como antisolvente é o diclorometano provavelmente devido à sua menor Efeito estim ado (valor absoluto) Figura 4.28 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do bloco D da Tabela 4.8 sobre o tamanho médio de partícula. De acordo com as figuras acima a vazão da solução e a vazão de anti-solvente exerceram efeito significativo a nível de 95% blocos A e C dos planejamentos seqüenciais. Em ambos os planejamentos o efeito destes parâmetros foi o mesmo, ou seja, aumentando a vazão da solução orgânica diminui o tamanho médio de partícula e um aumento na vazão de anti-solvente leva a um aumento também no tamanho médio de partícula. No bloco A, quando a vazão de solução foi aumentada mantendo a vazão de anti-solvente constante no menor valor, o tamanho de partícula diminuiu de 1,46 µm para 0,87 µm. Quando a vazão da solução foi variada mantendo a vazão de anti-solvente no maior valor o tamanho médio de partícula diminuiu de 2,56 µm para 0,87 µm. No bloco C, quando a vazão de solução foi aumentada, mantendo a vazão de anti-solvente no menor valor a diminuição no tamanho de partícula foi de 3,4 µm para 2,55 µm e, quando a vazão da solução foi aumentada mantendo a vazão do anti-solvente no maior valor a diminuição no tamanho médio de partícula foi mais pronunciado, indo de 27,79 µm para 2,9 µm. A vazão de solução e de anti-solvente não teve efeito significativo sobre a distribuição de tamanho de partícula do PHBV precipitado a nível de 95% de confiança em nenhum dos blocos do planejamento sequencial. 162 87 QS QA -4.06691 -3.44915 p=.05 Efeito estimado (valor absoluto) Figura 4.26 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do bloco B da Tabela 4.8 sobre o tamanho médio de partícula. QS -28.3675 QA 27.2654 p=.05 Efeito estim ado (valor absoluto) Figura 4.27 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do bloco C da Tabela 4.8 sobre o tamanho médio de partícula. polaridade comparado aos outros solventes e consequentemente uma maior solubilidade em CO2 devido às menores pressões de transição verificadas para o sistema envolvendo diclorometano e CO2 conforme pode ser verificado nas Figuras 3.5, 3.6 e 3.7 . Como pode ser verificado nas Tabelas 3.1 a 3.6, apenas quando foi utilizado diclorometano como solvente orgânico para o β-caroteno, as transições de fases a partir de uma determinada concentração de CO2 apresentavam sólido em excesso, nas duas concentrações de β-caroteno investigadas. Para os demais sistemas ternários, todas as transições de fases ocorreram sem a presença de sólido em excesso, indicando que as forças de interação entre CO2 e etanol e CO2 e acetato de etila são mais fracas do que as forças de interação entre estes solventes e β-caroteno, não propiciando a partição de fases e a conseqüente formação de uma fase sólida. Quando diclorometano foi utilizado como solvente orgânico, devido às forças de interação entre CO2 e este solvente serem mais fortes do que as forças de interação entre diclorometano e β-caroteno, pela maior similaridade em termos de polaridade deste solvente com CO2, houve a partição de fases e a formação de uma fase sólida rica em β-caroteno. Desta forma, diclorometano foi o solvente eleito para estudos de precipitação de β-caroteno em CO2 pressurizado. Com vistas ao encapsulamento de β-caroteno em PHBV, a necessidade de se investigar experimentalmente também o comportamento de fases envolvendo o polímero é imprescindível, uma vez que polímeros, em determinadas concentrações, tendem a modificar o comportamento de fases do sistema binário solvente orgânico + CO2, levando a sistemas relativamente complexos como imiscibilidade líquido-líquido. Para o sistema ternário envolvendo o polímero, diclorometano foi escolhido como solvente orgânico por dois motivos óbvios, primeiro por ter sido escolhido como solvente na precipitação de β-caroteno e segundo por ser um bom solvente para o polímero, uma vez que os outros dois solventes não dissolvem o polímero em estudo. Para o sistema ternário CO2 + diclorometano + PHBV, duas diferentes concentrações de PHBV em diclorometano foram investigadas: 10,0 e 40,0 g.L-1. As Tabelas 3.7 e 3.8 apresentam, respectivamente, os resultados para o sistema ternário envolvendo o polímero nas duas concentrações investigadas, na faixa de temperatura de 30 a 70°C. 88 161 Tabela 3.7 - Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + PHBV(3) na concentração de PHBV de 10,0 g.L-1 em diclorometano (base livre de CO2). Fração molar de CO2 em base livre do polímero. T (°C) σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,326 Tipo de transição T (°C) 30 40 50 60 70 28,1 0,1 33,0 0,1 38,3 0,2 43,3 0,2 50,1 0,4 x1 = 0,456 36,3 0,1 43,6 0,2 49,8 0,5 58,5 0,4 64,7 0,1 x1 = 0,602 40,8 0,5 50,0 0,4 60,0 0,3 69,1 0,4 78,6 0,1 x1 = 0,659 44,2 0,1 53,6 0,4 63,7 0,3 73,1 0,1 82,3 0,1 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB 30 40 50 60 70 ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB 30 40 50 30 40 50 60 70 30 40 50 60 70 30 40 50 60 70 † σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,744 49,5 59,8 69,3 81,2 92,1 0,6 0,2 0,4 0,1 0,4 x1 = 0,818 54,1 0,2 63,8 0,1 75,4 0,3 87,4 0,4 98,1 0,3 x1 = 0,886 56,3 0,4 70,2 0,4 80,6 0,2 92,6 0,3 99,4 0,2 x1 = 0,946 64,0 0,2 77,9 0,3 84,9 0,1 Tipo de transição ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PO utilizadas foi observada a formação de partículas com superfície mais rugosa e com poros o que leva a crer que as partículas formadas nas soluções mais concentradas são ocas internamente (Figura 4.24 C e D). Mais uma vez pode ser considerado o efeito da viscosidade da solução sobre a morfologia das partículas. Quando soluções mais diluídas foram utilizadas, devido a sua menor viscosidade comparada a soluções mais concentradas, as gotículas geradas na atomização da solução foram menores e, consequentemente, a transferência de massa do anti-solvente para dentro destas gotículas foi mais intensa, retirando o solvente orgânico mais rapidamente. Quando soluções mais concentradas foram utilizadas, devido a sua alta viscosidade, houve a geração de gotículas maiores. Quando estas gotículas entraram em contato com a fase bulk de anti-solvente ocorreu a instantânea solidificação da superfície das gotículas pela rápida ação do antisolvente. O solvente orgânico ainda remanescente na parte interna das gotículas foi retirado de maneira mais lenta proporcionando a formação de esferas ocas ou altamente porosas. A partir dos resultados apresentados na Tabela 4.8, para verificar o efeito da vazão de solução e de anti-solvente em cada um dos planejamentos fatoriais 22 sequenciais foi realizada análise estatística considerando um nível de confiança de 95%. Os resultados são apresentados na forma de diagrama de Pareto nas Figuras 4.25 a 4.28. qs -16.7478 ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PO qa 8.080085 Desvio padrão experimental da média. p=.05 Efeito estim ado (valor absoluto) Figura 4.25 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do bloco A da Tabela 4.8 sobre o tamanho médio de partícula. 160 89 Tabela 3.8 - Dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + PHBV(3) na concentração de PHBV de 40,0 g.L-1 em diclorometano (base livre de CO2). Fração molar de CO2 em base livre do polímero. C T (°C) σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,180 Tipo de transição T (°C) 30 40 50 60 70 19,4 0,2 22,9 0,4 25,3 0,4 28,1 0,4 32,0 0,3 x1 = 0,347 30,0 0,2 34,9 0,3 40,3 0,5 48,0 0,2 54,4 0,4 x1 = 0,456 34,3 0,4 41,0 0,5 48,7 0,2 56,5 0,3 62,9 0,1 x1 = 0,564 41,1 0,1 49,8 0,3 57,2 0,2 64,5 0,2 76,6 0,1 x1 = 0,659 45,1 0,2 53,1 0,5 64,5 0,3 73,9 0,4 82,9 0,3 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB ELV-PB 30 40 50 60 70 ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB 30 40 50 30 40 50 60 70 30 40 50 60 70 30 40 50 60 70 D Figura 4.24 – Micrografias de MEV das partículas de PHBV precipitadas em diferentes concentrações de solução. (A) Exp 1A com ampliação de 3000 vezes; (B) Exp 1B com ampliação de 3000 vezes; (C) Exp 1C com ampliação de 1000 vezes; (D) Exp 1D com ampliação de 1000 vezes. Como pode ser observado na figura acima, quando soluções diluídas foram injetadas para dentro da câmara de precipitação foram geradas partículas esféricas com superfície bastante lisa e uniforme (Figura 4.24 A e B). Porém, quando soluções concentradas foram 30 40 50 60 70 † ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB Desvio padrão experimental da média. σ† Pressão (bar) (bar) x1 = 0,744 48,7 59,0 69,6 78,9 93,0 0,1 0,2 0,1 0,3 0,4 x1 = 0,818 54,3 0,2 66,0 0,4 76,3 0,2 88,8 0,3 98,6 0,4 x1 = 0,885 59,7 0,1 70,4 0,2 79,8 0,2 91,3 0,2 98,1 0,1 x1 = 0,946 66,2 0,1 75,7 0,1 83,7 0,3 Tipo de transição ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PO ESLV-PB ESLV-PB ESLV-PO 90 159 Como pode ser observado nas Tabelas 3.7 e 3.8, todas as transições observadas experimentalmente são do tipo líquido-vapor. Em nenhuma concentração de CO2 foi observada imiscibilidade líquidolíquido. Em ambas as concentrações de PHBV em diclorometano a partir de certa concentração de CO2, as transições de fases ocorreram com a presença de PHBV sólido. Para a menor concentração de PHBV em diclorometano as transições com sólido em excesso iniciaram nas frações molares de CO2 entre 0,602 e 0,659 conforme observado na Tabela 3.7. Para a maior concentração de PHBV, as transições com sólido em excesso iniciaram em frações molares de CO2 mais baixas, entre 0,456 e 0,564, conforme observado na Tabela 3.8, fato este devido a alta concentração de PHBV no sistema. Com o objetivo de verificar a influência da presença de PHBV no sistema, a Figura 3.8 apresenta os dados experimentais para o sistema ternário CO2 + diclorometano + PHBV nas duas concentrações de PHBV investigadas. Na mesma figura são comparados os dados experimentais do sistema ternário deste trabalho com dados do sistema binário CO2 + diclorometano da literatura (Corazza et al., 2003) na faixa de temperatura de 40 a 70 °C. A 140 120 Pressão (bar) 100 O aumento da concentração da solução também resultou em uma alteração na morfologia das partículas precipitadas. A Figura 4.24 apresenta micrografias de MEV das partículas de PHBV precipitadas nas diferentes concentrações da solução orgânica conforme descrito na Tabela 4.8, mostrando a mudança na morfologia de partícula com o aumento da concentração. 40°C 50°C 60°C 70°C Este trabalho 10,0 g.L-1 PB PB PO PB PB PO 40,0 g.L-1 PB PB PO PB PB PO 80 60 Corazza et al. (2003) 40°C PB PO 50°C PB PO 60°C PB PO 70°C PB PO 40 20 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 x CO2 Figura 3.8 - Diagrama P,x,y experimental para o sistema ternário CO2(1) + diclorometano(2) + PHBV(3). Dados experimentais deste trabalho em comparação com dados binários entre CO2 e diclorometano da literatura. B 158 91 10 Experimento Experimento Experimento Experimento 9 Tamanho de partícula (µm) 8 (B) 1A 1B 1C 1C 7 6 5 4 3 2 1 5 10 15 20 25 30 35 40 45 -1 Concentração da solução (mg.mL ) Figura 4.23 – Tamanho médio de partícula em função da concentração de PHBV na solução. (A) Média das triplicatas dos pontos centrais de cada planejamento fatorial 22. (B) condição experimental 1 de cada planejamento fatorial 22. Como pode ser visualizado nas figuras acima o aumento da concentração da solução aumenta também o tamanho de partícula de maneira exponencial. Na solução mais diluída, o tamanho médio de partícula variou entre 0,87 e 1,46 µm dependendo das condições de vazão de solução e anti-solvente. Já para a solução mais concentrada o tamanho médio variou entre 3,20 e 14,33 µm. Para soluções mais diluídas a viscosidade da solução é menor diminuindo as forças de cisalhamento entre a solução e o anti-solvente, favorecendo uma maior dispersão da solução e consequentemente gerando gotículas com tamanho menor o que acarreta em partículas com menor tamanho. Para soluções mais concentradas a viscosidade é alta reduzindo as forças de atomização da solução pela vazão de antisolvente gerando maiores gotículas e consequentemente maiores partículas serão formadas. Um aumento no tamanho de partícula com o aumento da concentração da solução também foi observado por outros autores (Chen et al., 2007; Costa et al., 2007). O mesmo comportamento verificado para os sistemas ternários envolvendo CO2 + solventes orgânicos + β-caroteno pode ser observado na figura acima, onde a adição de PHBV ao sistema binário CO2 + diclorometano não altera o comportamento de fases na faixa de temperatura e concentração de CO2 investigada neste trabalho, comparado com os dados experimentais da literatura para este sistema binário. Em alguns casos onde se faz necessário a realização de experimentos de precipitação em condições diferentes daquelas estudadas experimentalmente no equilíbrio de fases, torna-se necessário saber em que posição do diagrama de fases do sistema envolvido ocorre a precipitação. Neste sentido, foi realizada a modelagem termodinâmica dos sistemas estudados acima, com exceção do sistema envolvendo o polímero, empregando a equação de estado de Peng-Robinson com a regra de mistura quadrática de van der Waals (vdW2). Em sistemas a alta pressão envolvendo macromoléculas (polímeros), equações de estado mais sofisticadas como a SAFT (Statistical Associating Fluid Theory) (Chapman et al., 1989; Chapman et al., 1990; Huang e Radosz 1990, 1991) são mais indicadas. Para realizar a representação dos sistemas ternários, foram utilizadas informações dos sistemas binários CO2(1) + diclorometano(2), CO2(1) + etanol(2) e CO2(1) + acetato de etila(2), uma vez que a adição do soluto (β-caroteno) não influenciou no comportamento de fases dos sistemas binários. Os parâmetros de interação binária k12 e l12 entre CO2 e diclorometano utilizados foram aqueles obtidos da literatura (Corazza et al., 2003), estimados na faixa de temperatura de 40 a 70°C. Para o sistema CO2 + etanol, os parâmetros de interação binária foram estimados utilizando dados experimentais de equilíbrio de fases disponíveis na literatura na faixa de temperatura de 18 a 100°C (Galicia-Luna et al., 2000; Kodama e Kato, 2005). Para o sistema binário CO2 + acetato de etila, os parâmetros de interação binária foram estimados usando os dados experimentais medidos neste trabalho, devido à escassez de dados experimentais na literatura na faixa de temperatura de interesse. O método de Simulated Annealing combinado com Nelder-Mead (Press et al., 1992; Corazza et al., 2004; Carvalho Jr, et al., 2006) foi empregado para a estimação de parâmetros da equação de estado de Peng-Robinson através da minimização dos valores das pressões de transição experimentais e calculadas dos dados de equilíbrio líquido- 92 157 FO = ∑ (P NOBS i calc - Pi i exp ) 2 (3.1) onde, Picalc e Piexp representam, respectivamente, valores de pressão calculados e experimentais, e NOBS é o número de pontos experimentais. A Tabela 3.9 apresenta os parâmetros de interação binária obtidos da literatura para o sistema CO2 + diclorometano, e os parâmetros estimados para os sistemas CO2 + etanol e CO2 + acetato de etila. Para a representação dos sistemas ternários, os parâmetros de interação binária para β-caroteno + CO2, β-caroteno + diclorometano, β-caroteno + etanol e β-caroteno + acetato de etila foram considerados iguais a zero. Tabela 3.9 – Parâmetros de interação binária obtidos da literatura para o sistema binário CO2 + diclorometano, e ajustados neste trabalho para os sistemas binários CO2 + etanol e CO2 + acetato de etila. l12 Sistema k12 CO2 + diclorometano* 0,0295 -0,0661 CO2 + etanol 0,0703 -0,0262 CO2 + acetato de etila -0,0373 -0,0639 * Corazza et al. (2003). As Figuras 3.9 e 3.10 apresentam, respectivamente, os dados experimentais e a modelagem termodinâmica para os sistemas ternários CO2 + diclorometano + β-caroteno para as concentrações de β-caroteno em diclorometano de 4,0 g.L-1 e 8,0 g.L-1 (base livre de CO2) e CO2 + etanol + β-caroteno para as concentrações de β-caroteno em etanol de 0,096 g.L-1 e 0,303 g.L-1 (base livre de CO2). µm dependendo da condição experimental. A distribuição de tamanho de partícula, representada pelo coeficiente de variação, dependendo da condição experimental variou entre 24 e 124%. Conforme a concentração da solução foi aumentada o tamanho médio de partícula também aumentou. Este efeito pode ser melhor visualizado nas Figuras 4.23A e 4.23B que reportam os valores de tamanho médio de partícula em função da concentração da solução. Na Figura 4.23A os valores de tamanho de partícula são na verdade uma média dos três últimos valores de cada planejamento 22, os quais representam a triplicada no ponto central do planejamento. Na Figura 4.23B os valores de tamanho de partícula foram tomados da primeira condição experimental de cada planejamento fatorial 22. 10 (A) Média do ponto central Média do ponto central Média do ponto central Média do ponto central 8 Tamanho de partícula (µm) vapor dos sistemas binários CO2 + etanol e CO2 + acetato de etila, empregando a seguinte função objetivo: do bloco A do bloco B do bloco C do bloco D 6 4 2 0 5 10 15 20 25 30 35 -1 Concentração da solução (mg.mL ) 40 45 156 93 Tabela 4.8 – Condições experimentais e resultados da precipitação de PHBV empregando CO2 pressurizado como anti-solvente. 1B 2B 3B 4B 5B 6B 7B 1C 2C 3C 4C 5C 6C 7C 1D 2D 3D 4D 5D 6D 7D Conforme pode ser observado na tabela acima, de modo geral o tamanho de partícula de PHBV precipitado variou entre 0,87 µm e 27,79 120 100 Pressão (bar) 1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A qS qA CV σ X (mL.min-1) (mL.min-1) (%) (µm) (µm) Bloco A: Concentração de PHBV na solução = 10 mg.mL-1 1 20 1,46 0,944 65 4 20 0,87 0,235 27 1 40 2,56 2,437 95 4 40 0,87 0,254 29 2,5 30 0,93 0,277 30 2,5 30 0,90 0,294 33 2,5 30 1,03 0,244 24 Bloco B: Concentração de PHBV na solução = 20 mg.mL-1 1 20 1,69 1,122 66 4 20 1,14 0,354 31 1 40 1,20 0,544 45 4 40 0,96 0,255 27 2,5 30 1,02 0,330 32 2,5 30 1,15 0,643 56 2,5 30 0,96 0,495 51 Bloco C: Concentração de PHBV na solução = 30 mg.mL-1 1 20 3,40 3,830 113 4 20 2,55 3,070 121 1 40 27,79 22,611 81 4 40 2,90 2,647 91 2,5 30 3,66 3,792 104 2,5 30 4,01 3,702 92 2,5 30 3,11 3,415 110 Bloco D: Concentração de PHBV na solução = 40 mg.mL-1 1 20 8,72 9,077 104 4 20 14,33 10,561 74 1 40 13,31 15,850 119 4 40 3,20 3,280 103 2,5 30 5,66 5,232 92 2,5 30 5,12 6,319 124 2,5 30 7,03 7,155 102 140 80 Concentração de β-caroteno em diclorometano 8,0 g.L-1 4,0 g.L-1 30°C PB PB 40°C PB PB 50°C PB PO PB PO 60°C PB PB 70°C PB PO PB EDE-PR PB PO 60 40 20 0 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 x CO2 Figura 3.9 – Diagrama P-x-y para o sistema ternário CO2 + diclorometano + β-caroteno, com duas concentrações de β-caroteno em diclorometano (4,0 e 8,0 g.L-1 em base livre de CO2). Dados experimentais e modelagem termodinâmica. 160 Concentração de β -caroteno em etanol 0,303 g.L-1 0,096 g.L-1 30°C PB PB 40°C PB PB 120 50°C PB PB 60°C PB PO PB 100 70°C PB PO PB PO 140 Pressão (bar) Exp 160 80 EDE-PR PB PO 60 40 20 0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 x CO2 Figura 3.10 - Diagrama P-x-y para o sistema ternário CO2 + etanol + βcaroteno com duas concentrações de β-caroteno em etanol (0,096 e 0,303 g.L-1 em base livre de CO2). Dados experimentais e modelagem termodinâmica. 94 155 Como pode ser verificado nas Figuras 3.9 e 3.10, a equação de estado de Peng-Robinson com a regra de mistura vdW2 foi capaz de prever satisfatoriamente o comportamento de fases dos sistemas ternários utilizando somente informações binárias. Uma observação detalhada das duas figuras acima mostra que as pressões de transição para o sistema ternário CO2 + diclorometano + β-caroteno são menores nas maiores isotermas comparado com o sistema ternário CO2 + etanol + β-caroteno. Para a isoterma de 70°C, por exemplo, a miscibilidade total do sistema com diclorometano para qualquer fração de CO2 ocorre aproximadamente em 100 bar enquanto que para o sistema com etanol a miscibilidade total ocorre aproximadamente em 120 bar, levando a uma diferença de aproximadamente 20 bar. As Figuras 3.11 e 3.12 apresentam, respectivamente, os dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor e a modelagem termodinâmica para o sistema binário CO2 + acetato de etila e ternário CO2 + acetato de etila + β-caroteno na concentração de β-caroteno de 0,338 g.L-1 em acetato de etila (base livre de CO2). 160 Pressão (bar) 130 100 30°C 40°C 50°C 60°C 70°C PB PB PB PB PB EDE-PR PB PO PO PO 70 40 10 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 x CO2 Figura 3.11 - Diagrama P-x-y para o sistema binário CO2 + acetato de etila. Dados experimentais e modelagem termodinâmica. precipitadas o que leva a crer que em algumas condições a presença de solvente residual re-dissolveu parcialmente as partículas conectando umas às outras. 4.7.4. Precipitação de PHBV a partir dos Planejamentos Sequenciais A partir dos resultados obtidos na precipitação de PHBV no primeiro planejamento, foram construídos quatro planejamentos fatoriais completos 22 seqüenciais. Em cada um dos planejamentos foi variado a vazão da solução (qS) entre 1 e 4 mL.min-1 e a vazão de antisolvente (qA) entre 20 e 40 mL.min-1 e, para cada uma dos planejamentos a concentração de PHBV na solução foi diferente (entre 10 e 40 mg.mL-1). A pressão foi mantida constante em 80 bar porque no primeiro planejamento aumentando a pressão de precipitação diminuiu o tamanho médio de partícula e o que se busca neste trabalho é gerar partículas de polímero grandes o suficiente para encapsular as partículas de β-caroteno. A temperatura foi mantida constante em 40°C por dois motivos. Primeiro porque a combinação entre os valores de temperatura e pressão (40°C e 80 bar) permite realizar os experimentos de precipitação em uma única fase conforme discutido no Capítulo 3 deste trabalho e segundo, porque a temperatura de 40°C é o valor ótimo para a precipitação de PHBV empregando CO2 supercrítico como anti-solvente e diclorometano como solvente orgânico segundo Costa et al. (2007). A Tabela 4.8 apresenta os resultados com relação ao tamanho e distribuição de tamanho das partículas de PHBV precipitadas empregando CO2 supercrítico como anti-solvente oriundos dos planejamentos fatoriais completos 22 sequenciais. 154 95 160 Pressão (bar) 130 100 30°C 40°C 50°C 60°C 70°C PB PB PB PB PB PO PO EDE-PR PB PO 70 40 C 10 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 x CO2 Figura 3.12 – Diagrama P-x-y para o sistema ternário CO2 + acetato de etila + β-caroteno, na concentração de β-caroteno em acetato de etila de 0,338 g.L-1 (base livre de CO2). Dados experimentais e modelagem termodinâmica. D Figura 4.22 - Fotomicrografias de MEV do PHBV precipitado nas pressões de 80 e 120 bar, com diferentes ampliações. (A) Exp 1 com ampliação de 4000 vezes; (B) Exp 3 com ampliação de 3000 vezes; (C) Exp 6 com ampliação de 12000 vezes; (D) Exp 8 com ampliação de 12000 vezes. Conforme pode ser observado na figura acima, independente da pressão de precipitação não houve modificação na morfologia das partículas de PHBV precipitadas. Em todas as condições a morfologia observada foi do tipo esfera. Foi verificado apenas que na maior pressão de precipitação (120 bar) houve maior aglomeração entre as partículas Pode ser observado na Figura 3.11 que o modelo termodinâmico empregado é capaz de correlacionar satisfatoriamente os dados experimentais para o sistema binário CO2 + acetato de etila. Para o sistema ternário CO2 + acetato de etila + β-caroteno, conforme pode ser visto na Figura 3.12, o modelo também foi capaz de prever com boa precisão os dados experimentais. Deve ser chamada a atenção porém, para o fato de que a abordagem utilizada para a modelagem termodinâmica é válida somente para a faixa de concentração de βcaroteno investigada neste trabalho, pois em concentrações diferentes daquelas investigadas aqui, a presença de β-caroteno no sistema pode alterar o comportamento de fases do sistema binário CO2+solvente orgânico. Comparando as Figuras 3.9 e 3.12, pode ser verificado que para o sistema ternário CO2 + acetato de etila + β-caroteno (Figura 3.12), as pressões de transição são menores em todas as isotermas (em torno de 10 bar para a isoterma de 343 K), comparado ao sistema ternário CO2 + diclorometano + β-caroteno (Figura 3.9), indicando que a solubilidade do acetato de etila em CO2 é maior do que a do diclorometano. Porém, para o sistema ternário envolvendo acetato de etila não foi verificado β- 96 caroteno sólido nas transições de fases. Isto pode ser atribuído ao fato de que as forças de interação entre CO2 e acetato de etila são mais fracas comparadas com as forças de interação entre CO2 e diclorometano. Como as forças de interação molecular entre CO2 e diclorometano são mais fortes, o equilíbrio químico é deslocado e há a formação de uma fase sólida rica em β-caroteno. Assim sendo, como mencionado anteriormente, diclorometano foi selecionado como solvente orgânico para os experimentos de precipitação de β-caroteno devido à presença de sólido em excesso nas transições de fases do sistema ternário CO2 + diclorometano + βcaroteno nas frações molares de CO2 acima de 0,886 para a solução mais diluída (4,0 g.L-1) e acima de 0,82 para a solução mais concentrada (8,0 g.L-1). Diclorometano também foi selecionado para os experimentos de precipitação do polímero (PHBV) por ser um solvente comum para o polímero e para o β-caroteno, sendo conseqüentemente utilizado também para os testes de encapsulamento. Cabe ressaltar que os dados experimentais e a modelagem termodinâmica do sistema binário CO2 + acetato de etila e dos sistemas ternários CO2 + acetato de etila + β-caroteno e CO2 + etanol + βcaroteno foram estudados anteriormente pelo nosso grupo de pesquisa e publicados recentemente na literatura (Borges et al., 2007). 153 A A 3.5. Referências bibliográficas BORGES, G. R.; JUNGES, A.; FRANCESCHI, E.; CORAZZA, F. C.; CORAZZA, M. L.; OLIVEIRA, J. V.; DARIVA, C., Highpressure vapor-liquid equilibrium data for systems involving carbon dioxide + organic solvent + β-carotene. Journal of Chemical and Engineering Data, v. 52, p. 1437 – 1441, 2007. BYUN, H. S.; CHOI, M. Y.; LIM, J. S., High-pressure phase behavior and modeling of binary mixtures for alkyl acetate in supercritical carbon dioxide. Journal of Supercritical Fluids, v. 37, p. 323 – 332, 2006b. CARVALHO Jr. R. N.; CORAZZA, M. L.; CARDOZO-FILHO, L.; MEIRELES, M. A. 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Tal efeito pode ser verificado na Tabela 4.7, para as condições experimentais 1 e 3, onde os valores das demais variáveis foram mantidos constantes em seu menor valor, e para as condições 6 e 8, onde os valores das demais variáveis foram os mais altos. Como pode ser observado na Tabela 4.7, elevando a pressão de 80 (experimento 1) para 120 bar (experimento 3), o tamanho médio das partículas precipitadas diminuiu, respectivamente, de 487nm para 329 nm. O mesmo efeito foi observado nos experimentos 6 (80 bar) e 8 (120 bar), onde o tamanho médio das partículas diminuiu de 570 nm para 563 nm. A diminuição mais pronunciada no tamanho das partículas foi observada variando-se a pressão e mantendo-se a concentração da solução e a razão entre as vazões no menor valor. O mesmo efeito da pressão de precipitação foi verificado por Chen et al. (2007) no estudo da precipitação de poli(L-lactídeo) empregando CO2 supercrítico como anti-solvente. Estes autores explicam tal efeito declarando que o tamanho de gotícula formado na dispersão do jato de solução depende da tensão interfacial entre a solução orgânica e o anti-solvente supercrítico e da densidade do antisolvente. Com o aumento da pressão, a uma temperatura fixa, ocorre um aumento na densidade do CO2 levando a uma melhor dispersão da solução polimérica no anti-solvente e conseqüente diminuição no tamanho das gotículas formadas. Como conseqüência ocorre uma aceleração no processo de transferência de massa devido ao aumento no valor do coeficiente de difusão do CO2 supercrítico causando uma rápida difusão do CO2 para dentro das gotículas de solução extraindo o solvente e causando a precipitação do polímero. A influência da pressão na morfologia das partículas de PHBV é ilustrada na Figura 4.22 que apresenta, fotomicrografias de MEV das condições experimentais 1, 3, 6 e 8 da Tabela 4.7, onde a variação de pressão é comparada mantendo-se os valores das demais variáveis constantes. 97 ethanol, and acetone mixtures. Fluid Phase Equilibria, v. 131, p. 243 – 258, 1997. CHAPMAN, W.G.; GUBBINS, K.E.; JACKSON, G.; RADOSZ, M., SAFT - Equation-of-State Solution Model for Associating Fluids. Fluid Phase Equilibria, v. 52, p. 31 – 38, 1989. CHAPMAN, W.G.; GUBBINS, K.E.; JACKSON, G.; RADOSZ, M., New Reference Equation of State for Associating Liquids. Industrial & Engineering Chemistry Research, v. 29, p. 1709 – 1721, 1990. CORAZZA, M. L.; CARDOZO FILHO, L.; ANTUNES, O. A. C.; DARIVA, C., High pressure phase equilibria of the related substances in the limonene oxidation in supercritical CO2. Journal of Chemical and Engineering Data, p. 48, v. 354 - 358, 2003. CORAZZA, M. 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Como pode ser observado na Figura 4.21B (solução mais concentrada) apesar de partículas quase esféricas terem sido formadas, ocorre também a formação de fibras e partículas mais alongadas com relação a solução mais diluída (Figura 4.21A). Estes resultados estão de acordo com os obtidos por Costa et al. (2007) que estudaram a precipitação de PHBV pela técnica SAS e afirmam que a formação de fibras e partículas aglomeradas é característica de soluções poliméricas concentradas devido a alta viscosidade destas soluções. A alta viscosidade implica em um aumento nas forças de cisalhamento dificultando a difusão do CO2 para dentro das gotículas formadas na dispersão da solução. Assim, a evaporação do solvente orgânico das gotículas pela ação do CO2 é mais afetada causando um decréscimo na taxa de transferência de massa, e de acordo com a cinética de precipitação, gerando partículas maiores. Resultados similares também foram obtidos por Wu e Li (2008) no estudo da precipitação de um polímero biocompatível pela técnica PCA. Efeito da pressão de precipitação Assim como na precipitação do β-caroteno puro, os experimentos de precipitação de PHBV puro foram realizados em duas diferentes pressões, 80 e 120 bar. Estes valores de pressão combinados com o 150 99 Efeito da concentração da solução orgânica O efeito da concentração da solução no tamanho médio e morfologia de partícula na precipitação foi avaliado na faixa de 10 a 40 mg.mL-1. Os outros parâmetros (pressão e razão entre vazões) foram primeiramente mantidos em seus menores valores (experimento 1 e 2 da Tabela 4.7). Um aumento na concentração da solução, neste caso, resultou em um aumento no tamanho médio de partícula de 487 para 505 nm com uma pequena mudança no coeficiente de variação de 21 para 24%. Os experimentos 7 e 8 da Tabela 4.7 apresentam o efeito da concentração da solução com a pressão de precipitação e a razão entre as vazões em seus maiores valores. Nestes casos, o aumento na concentração da solução resultou em um aumento mais pronunciado no tamanho de partícula, de 278 para 563 nm e, no coeficiente de variação de 22 para 31%. As partículas de PHBV produzidas nestes casos apresentaram-se interconectadas com formato quase esférico, conforme pode ser verificado nas micrografias de MEV das condições experimentais 7 e 8 apresentadas na Figura 4.21. A RAJASINGAM, R.; TRAN, T.; LUCIEN, F. P., Precipitation of potassium aurocyanide from dipolar aprotic solvents using a supercritical antisolvent. Journal of Supercritical Fluids, v. 33, p. 69 – 76, 2005. SHARIATI, A.; PETERS, C. J., Measurements and modeling of the phase behavior of ternary systems of interest for the GAS process: I. The system carbon dioxide + 1-propanol + salicylic acid. 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Com relação a variação no tamanho médio de partícula, a partir da Figura 4.20 pode-se observar que nenhum dos parâmetros estudados teve efeito significativo. Isto porque a variação em torno do tamanho médio de partícula não foi tão grande, conforme pode ser verificado na Tabela 4.7 em todas as condições experimentais. Uma vez que as gotículas são formadas na dispersão do jato de solução dentro da câmara de precipitação ocorre somente a retirada do solvente de dentro das gotículas pelo anti-solvente e a morfologia se mantém na forma esférica sem ocorrer crescimento de partícula. 148 101 CAPÍTULO 4 PRECIPITAÇÃO DE β-CAROTENO E PHBV Neste capítulo são apresentados os materiais e a metodologia empregada para a realização dos experimentos de precipitação de βcaroteno e PHBV puros utilizando diclorometano como solvente orgânico e dióxido de carbono pressurizado como anti-solvente. Também neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados de precipitação de β-caroteno oriundos de dois planejamentos fatoriais completos (23 e 25), e de precipitação de PHBV oriundos de um planejamento fatorial completo 23 e de um planejamento sequencial. Figura 4.18 – Fotomicrografia de MEV do PHBV precipitado na condição experimetal 4 com ampliação de 50 vezes. A partir dos resultados da Tabela 4.7, foi realizada a análise estatística dos efeitos principais dos parâmetros sob estudo neste planejamento, considerando 95% de confiança, sobre o tamanho médio e distribuição de tamanho de partícula. O resultado desta análise é apresentado nas Figura 4.19 e 4.20 na forma de diagrama de Pareto, que mostram os parâmetros que apresentaram efeito significativo, respectivamente, sobre tamanho e distribuição de tamanho de partícula. CS 24.47125 P R -12.3839 .4926086 p=.05 Efeito estim ado (valor absoluto) Figura 4.19 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de PHBV do planejamento fatorial completo 23 sobre o tamanho médio de partícula. 4.1. Especificação dos materiais Os reagentes utilizados para os experimentos de precipitação foram: dióxido de carbono (White Martins S.A., pureza de 99,8%), diclorometano (Merck, pureza de 99,5%), Trans-β-caroteno (SigmaAldrich, pureza aproximada de 95%) e o co-polímero, Poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato) (PHBV) com massa molar (MW) de 196.000 e índice de poli dispersão de 1,85, gentilmente cedido pela empresa PHB Industrial S/A. Todos estes materiais foram utilizados como recebidos, sem qualquer tratamento prévio e foram armazenados em condições apropriadas para que não sofressem qualquer tipo de alteração por interferência de luz, calor e umidade. As Figuras 4.1 e 4.2 apresentam, respectivamente, as micrografias de MEV do β-caroteno e do PHBV não processados. O co-polímero, Poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato) (PHBV) com massa molar (MW) de 196.000 e índice de poli dispersão de 1,85, gentilmente cedido pela empresa PHB Industrial S/A e foi submetido a uma pré-purificação, pela sua dissolução em clorofórmio (Quimex, pureza de 99,5%) e precipitação em heptano (Quimex, pureza de 99,5%), para a retirada de impurezas. A Figura 3.1 apresenta a estrutura química do β-caroteno e do PHBV. 102 147 Tabela 4.7 – Condições experimentais do planejamento fatorial completo 23 e resultados da precipitação de PHBV empregando CO2 supercrítico como anti-solvente. CV Exp CS P R σ X 1 10 80 20 487 107,5 21 2 40 80 20 505 123,9 24 3 10 120 20 329 68,7 21 4 40 120 20 5 10 80 40 370 79,4 21 6 40 80 40 570 161,1 28 7 10 120 40 278 62,4 22 8 40 120 40 563 177,1 31 9 25 100 30 330 78,9 24 10 25 100 30 324 61,1 19 11 25 100 30 314 66,1 21 Figura 4.1 – Micrografia eletrônica de varredura do β-caroteno não processado com ampliação de 2000 vezes. CS = Concentração da solução orgânica (mg.mL-1); P = pressão de precipitação (bar); R = razão entre as vazões de anti-solvente e de solução; X = tamanho médio de partícula (nm); σ = desvio padrão (nm) e CV = coeficiente de variação (%). Como pode ser observado na tabela acima, a condição experimental de precipitação que apresentou o menor tamanho de partícula foi a condição 7 com tamanho médio de 278 nm, e a condição experimental com maior tamanho médio de partícula foi a condição 6 com tamanho médio de 570 nm. Com relação à distribuição de tamanho de partícula, a condição experimental que apresentou uma distribuição mais estreita foi a condição 10, com um coeficiente de variação de 19% em torno do tamanho médio de partícula. A condição experimental que apresentou distribuição de tamanho mais larga foi a condição 8, com um coeficiente de variação de 31% em torno do tamanho médio de partícula. Não foi possível obter o tamanho médio de partícula e seu respectivo coeficiente de variação na condição experimental 4 porque nesta condição o material precipitado apresentou morfologia tipo fibras conforme mostra a Figura 4.18 devido a alta concentração de polímero e a baixa razão entre as vazões de anti-solvente e solução. Figura 4.2 – Micrografia eletrônica de varredura do PHBV não processado com ampliação de 50 vezes. 146 Observando a figura acima é possível observar que as partículas precipitadas apresentam uma alta aglomeração, principalmente quando a vazão de anti-solvente é aumentada para 40 mL.min-1 (Figura 4.17). Este fato pode ser atribuído a alta velocidade de entrada do antisolvente, causando colisões entre as partículas geradas e formando assim aglomerados. A redução do tamanho médio de partícula com o aumento da vazão de anti-solvente pode ser relacionada com aspectos hidrodinâmicos. A alta velocidade do anti-solvente na entrada da câmara de precipitação causa uma turbulência pronunciada dentro da câmara levando a um aumento na energia cinética de atomização. Assim, a dispersão do jato da solução é intensificada, favorecendo a interação entre o anti-solvente e a solução, consequentemente gerando finas gotículas. Além disso, a taxa de transferência de massa entre o CO2 e o solvente orgânico aumenta, devido ao aumento da área superficial das gotículas de solução geradas pela eficiente atomização. Assim, o antisolvente difunde mais rapidamente para dentro das gotículas de solução retirando o solvente de maneira muito mais rápida, acelerando a supersaturação da solução bem como a nucleação, gerando partículas menores. 4.7.3. Precipitação de PHBV pelo Planejamento Fatorial Completo 23 Conforme descrito no item 4.3.1, os experimentos de precipitação de PHBV puro foram realizados baseados em duas estratégias. Na primeira estratégia foi construído um planejamento fatorial completo com 3 variáveis e dois níveis (23) onde foram variados os seguintes parâmetros: pressão de precipitação (P), concentração de PHBV na solução orgânica (CS) e razão entre as vazões de solução e de antisolvente (R), totalizando 11 experimentos, assim como a primeira estratégia adotada na precipitação do β-caroteno puro. A segunda estratégia adotada, com base nos resultados do primeiro planejamento foi montar quatro planejamentos seqüenciais 22 variando as vazões de solução (qS) entre 1 e 4 mL.min-1 e de anti-solvente (qA) entre 20 e 40 ml.min-1 em cada um dos planejamentos e, para cada um dos quatro planejamentos a concentração da solução foi variada entre 10 e 40 mg.mL-1. A Tabela 4.7 apresenta os resultados com relação ao tamanho e distribuição de tamanho das partículas de PHBV precipitadas empregando CO2 supercrítico como anti-solvente oriundos do primeiro planejamento. 103 Como pode ser observado na Figura 4.1, o β-caroteno não processado apresenta partículas com tamanho irregular e ampla distribuição de tamanho de partícula variando de 0,8 µm até 9,0 µm de comprimento, com tamanho médio de partícula de 4,6 µm (estes valores foram calculados empregando o software gratuito Size Meter 1.1 desenvolvido por Luiz Henrique Castelan Carlson). Já na Figura 4.2 pode ser observado que a morfologia do polímero não processado apresenta uma estrutura lamelar e fibrosa. 4.2. Aparato experimental Todos os experimentos de precipitação foram realizados em um aparato experimental baseado na técnica que emprega fluidos pressurizados como anti-solventes. A montagem do aparato foi realizada baseada em diferentes métodos (SAS, GAS, SEDS, PCA, ASES) descritos na literatura (Dixon, 1992; Ghaderi et al., 2000; Jung e Perrut, 2001; Vemavarapu et al., 2005), tornando o equipamento flexível e possibilitando o emprego de mais de um método de formação de micro e/ou nano partículas em um único equipamento através da modificação do sistema de aspersão da solução orgânica e do anti-solvente. Tal aparato também foi utilizado por Franceschi (2006) para recristalização de teofilina. A Figura 4.3 apresenta um diagrama esquemático do aparato experimental utilizado, o qual é composto pelos seguintes itens: C1 – Cilindro de CO2. Armazenamento do fluido empregado como anti-solvente nos experimentos de precipitação; CV – Válvula de uma via (Check-Valve Marca HIP, Modelo 1541AF1-T, Pressão de operação até 1034 bar). Este tipo de válvula permite a vazão em um único sentido. É utilizada entre o cilindro e as válvulas V1 e V2 para impedir que uma sobrecarga de pressão seja aplicada na cabeça do cilindro de armazenamento; V1, V2, V3 e V4 – Válvulas de Esfera (Marca Swagelok, Modelo SS-83KS4, Pressão de operação até 410 bar a temperatura ambiente). Quando abertas, as válvulas V1 e V2 permitem a vazão de anti-solvente para as bombas de alta pressão, e as válvulas V3 e V4 das bombas para a câmara de precipitação. O objetivo das válvulas V1 e V2 é separar as duas bombas, evitando que a pressão de trabalho em uma bomba interfira na pressão de trabalho da outra bomba, possibilitando que as mesmas operem independentemente. As válvulas V3 e V4 têm por função isolar a linha das bombas até a câmara de precipitação. Como se trabalha com uma bomba por vez, quando a válvula V3 está aberta, 104 permitindo a vazão de anti-solvente de uma das bombas para a câmara, a válvula V4 está fechada e vice-versa; BR1 – Banho Ultratermostático de Recirculação 1 (Marca Nova Ética, Modelo 521/2D). Utilizado para manter a temperatura constante nos cilindros das bombas; BS1 e BS2 – Bombas de Alta Pressão (ISCO 500D). Os experimentos de precipitação empregando anti-solventes pressurizados são comumente realizados com vazão contínua e constante do antisolvente a pressão constante. É necessário então um equipamento que satisfaça estas condições. As bombas do tipo seringa se encaixam neste contexto, pois permitem que se opere a vazão constante ou a pressão constante. 145 Na condição experimental 1 o tamanho médio de partícula foi de 84,0 µm enquanto que na condição experimental 17 o tamanho médio diminuiu para 43,2 µm. Uma diminuição bastante acentuada também pode ser observada comparando os experimentos 11 e 27 da Tabela 4.6. Na condição experimental 11 o tamanho médio de partícula foi de 96,8 µm e na condição 27 o tamanho médio diminuiu para 33,7 µm. A morfologia do β-caroteno precipitado também foi modificada pela vazão de anti-solvente. Com o aumento da vazão de anti-solvente houve uma modificação de partículas tipo placas para partículas tipo folha. A influência da vazão de anti-solvente sobre a morfologia das partículas de β-caroteno precipitado é mostrada na Figura 4.17 que apresenta micrografias de MEV das condições experimentais 7 e 23. A B Figura 4.17 - Micrografias de MEV do β-caroteno precipitado nas condições experimentais 7 (A) e 23 (B), nas vazões de anti-solvente de 20 e 40 mL.min-1, respectivamente. Exp 31 V7 Exp 23 V6 30 CS 35 CT 25 20 BL Número de observações (%) 40 AM 45 CO2 SOLUÇÃO SO 50 TC 105 CO2 144 15 CP 10 IT V4 V1 V2 BS2 BS1 BR1 Através da figura acima é possível observar um aumento na distribuição de tamanho de partícula com o aumento da vazão da solução orgânica para dentro da câmara de precipitação. Este efeito pode ser explicado da seguinte forma: mantendo-se a adição de CO2 constante, quando a vazão da solução é alta, tem-se menos CO2 e mais solvente, o que significa dizer que a transferência de massa é mais lenta. Conseqüentemente, a supersaturação é baixa promovendo uma baixa e lenta taxa de nucleação, resultando em um crescimento maior e distribuição de tamanho mais larga devido ao diferente crescimento dos núcleos formados. CV C1 Efeito da vazão de anti-solvente No planejamento fatorial completo 25 a influência da vazão de anti-solvente foi investigada na faixa de 20 a 40 mL.min-1. De acordo com a análise estatística, um aumento nesta variável leva a um decréscimo no tamanho médio de partícula. Este efeito pode ser verificado comparando as condições experimentais 1 e 17 da Tabela 4.6. BR2 T Figura 4.16 – Distribuição de tamanho de partícula do β-caroteno precipitado nas vazões de solução de 1 e 4 mL.min-1. Condições experimentais 23 e 31 do planejamento fatorial 25. V5 Tamanho de partícula (µm) V3 100 TP 10 IP 1 BPR 0 0,1 FR 5 Figura 4.3 – Diagrama esquemático do aparato experimental de precipitação utilizado. 106 Neste trabalho foram utilizadas duas bombas de seringa (Marca ISCO, Modelo 500D) que possuem um cilindro interno com capacidade de 506 mL, pressão de trabalho de até 258 bar e vazão máxima de 170 mL.min-1; V5 – Válvula métrica tipo agulha (Marca HIP, Modelo 1511AF1, pressão de operação até 1034 bar). O objetivo desta válvula é controlar a vazão de anti-solvente das bombas para a câmara de precipitação. Esta válvula permite uma abertura gradual possibilitando uma regulagem fina da vazão; TP – Transdutor de Pressão (Marca SMAR, Modelo LD 301). É conectado à linha entre a válvula V5 e a câmara de precipitação para monitorar a pressão no interior desta. Foi utilizado um transdutor de pressão absoluto com faixa de operação de 0 – 250 bar para medida da pressão do sistema. De acordo com especificação de fábrica, a precisão do equipamento é de 0,125% da faixa operacional (0,31 bar); IP – Indicador Universal (Marca NOVUS, Modelo N1500). Os valores de pressão são coletados em um indicador universal que recebe um sinal digital do TP indicando a pressão na câmara de precipitação e na linha até a válvula V5; AM – Agitador Magnético (Marca Velp Scientifica). O sistema de agitação tem como objetivo manter a solução orgânica sob agitação permanente durante a realização dos experimentos. Para tal foi inserido dentro do frasco que contém a solução uma barra magnética de agitação (“peixinho”). Este sistema de agitação possui acoplado a ele um sistema de aquecimento o que permite manter a solução à temperatura constante pré-especificada; SO – Solução Orgânica. Solução na qual o sólido a ser precipitado é dissolvido em um ou mais solventes orgânicos; BL – Bomba de HPLC Digital Série III (Marca Acuflow). Bomba utilizada para deslocar a solução orgânica para a câmara de precipitação. Este tipo de bomba possui um único pistão que permite operar com vazão constante (0,1 mL.min-1 a 10 mL.min-1) tendo uma precisão de ± 0,2% sobre toda a faixa de operação. A pressão de trabalho varia de 0 a 414 bar com precisão de ± 2%; BPR – Válvula de regulagem de Pressão (Back Pressure Regulator, Marca GO-Regulator, Série BP-66, Modelo 1A11QEQ151). Esta válvula permite que se realize a regulagem da pressão desde a bomba de HPLC até ela independentemente da vazão, permitindo assim uma pressão maior anterior a ela e menor depois dela. É construída em aço inox 316L com uma porta de entrada e uma de saída. Segundo o 143 condições favorece o mecanismo de crescimento dos núcleos gerados. Quando a solução injetada está próxima da saturação, o mecanismo de nucleação prevalece sobre o mecanismo de crescimento das partículas devido a alta taxa de supersaturação (Cardoso et al. 2008). De acordo com Miguel et al. (2006) a taxa de supersaturação é definida como a razão entre a fração molar do soluto sólido na mistura solvente+anti-solvente e a fração molar de equilíbrio do soluto sólido na mistura solvente+anti-solvente. Quando soluções diluídas são utilizadas, a fração molar do sólido na mistura é menor do que em soluções concentradas, gerando uma taxa de supersaturação muito menor. Ao precipitar ácido ascórbico a partir de uma solução de etanol empregando CO2 como anti-solvente, Wubbolts et al. (1999) observaram também esta tendência de diminuição de tamanho das partículas com o aumento da concentração do soluto na solução. Eles atribuem tal observação ao fato de que em baixas concentrações a supersaturação inicial é baixa e que sendo baixa, a taxa de nucleação diminui e o núcleo quando formado pode crescer, aumentando a distribuição de tamanho das partículas formadas. Quando a solução encontra-se próxima da saturação, no momento em que o soluto precipita, ocorre uma intensa nucleação, predominando sobre o crescimento e produzindo partículas menores e com tamanho muito mais uniforme. Efeito da vazão de solução Nos experimentos de precipitação do segundo planejamento a vazão de solução para dentro da câmara de precipitação foi variada entre 1 e 4 mL.min-1. Com relação ao efeito destes parâmetros sobre o tamanho médio de partícula, observa-se através da Figura 4.13 que não há efeito significativo a nível de 95% de confiança. Porém, este parâmetro exerce influência significativa com relação a distribuição de tamanho de partícula conforme verificado na Figura 4.14. Aumentando o valor deste parâmetro acarreta um aumento na distribuição de tamanho de partícula. A Figura 4.16 apresenta curvas de distribuição de freqüência das comparando as condições experimentais 23 e 31 do segundo planejamento experimental. D 142 107 D A B Figura 4.15 - Fotomicrografias de MEV do β-caroteno precipitado nas concentrações de 4 e 8 mg.mL-1 em diclorometano. (A) Experimento 27 com ampliação de 500 vezes; (B) Experimento 31 com ampliação de 200 vezes. O efeito da concentração da solução pode ser explicado em termos de supersaturação. Quando soluções diluídas são injetadas na câmara de precipitação a taxa de supersaturação é menor e o processo de nucleação é mais lento. A pequena quantidade de núcleos gerados nestas fabricante, o controle de pressão é ajustável na faixa de 0 a 690 bar, com faixa de temperatura de operação entre – 40 e 176°C. A pressão na porta de entrada que é regulada por esta válvula é monitorada no visor do painel da bomba de HPLC; T – Conexão tipo T (Marca Swagelok). União do tipo T, à qual estão conectadas a linha de anti-solvente e a linha da solução. A linha da solução que vai da BPR até esta união é constituída por um tubo de polieteretercetona (PEEK Tubing) marca Upchurch Scientific, com diâmetro interno de 0,254 mm. Até esta união o anti-solvente e a solução fluem por linhas separadas e a partir dela até a câmara de precipitação pertencem à mesma linha, porém a solução escoa por dentro do tubo capilar e o anti-solvente escoa por fora do tubo capilar e por dentro do tubo de aço inox com diâmetro interno de 1,587 mm; CP – Câmara de Precipitação. Foram utilizadas duas câmaras cilíndricas de aço inox 316 encamisadas, uma com volume útil de aproximadamente 62 mL (diâmetro interno de 4 cm e altura de 4,9 cm) e outra com volume útil de aproximadamente 600 mL (diâmetro interno de 8 cm e altura de 12 cm). A pressão e temperatura máximas de trabalho são, respectivamente, 200 bar e 100°C para a câmara menor e 400 bar e 150°C para a câmara maior. A câmara menor possui três entradas na tampa, uma para inserção do termopar para a aquisição da temperatura interna da câmara, uma para a entrada do anti-solvente e da solução a terceira para a retirada do anti-solvente e solvente orgânico. Já a câmara maior possui cinco entradas na tampa, uma central para a adição da solução orgânica e do anti-solvente e quatro periféricas, três para a inserção do sensor de temperatura, sensor de pressão e saída do anti-solvente e solvente orgânico e a quarta conexão periférica fica vedada para uma possível modificação do sistema de precipitação; TC – Tubo Capilar de Sílica Fundida. A função deste tubo é fazer com que ocorra a dispersão do jato da solução dentro da câmara de precipitação. O tubo capilar é conectado ao PEEK Tubing em uma extremidade da união T, passando por dentro deste. A outra extremidade do tubo capilar é inserida na câmara de precipitação. O diâmetro interno do tubo capilar utilizado neste trabalho foi de 100 µm; IT – Indicador de Temperatura (Indicador Universal, Marca NOVUS, Modelo N1500) É um conjunto composto por um sensor de temperatura (PT-100) e um indicador de temperatura usado para medir o valor real da temperatura no interior da câmara de precipitação; BR2 – Sistema de Controle de Temperatura da Câmara de Precipitação. A câmara de precipitação possui uma camisa de aço inox 316, a qual está conectada a um banho ultratermostático de recirculação 108 141 (BR2). O controle de temperatura é realizado por este banho (Marca Nova Ética, Modelo 521/2D) onde há circulação de água do banho passando pela câmara e desta retornando ao banho. Uma vista das câmaras de precipitação conectadas a todas as linhas é apresentada nas Figuras 4.4A e 4.4B; Quando são comparados os efeitos dos parâmetros em ambos os planejamentos (Figuras 4.7 e 4.13) é possível observar que a pressão de precipitação e vazão de anti-solvente tiveram efeito significativo em ambos os planejamentos experimentais construídos para a precipitação do β-caroteno puro. O efeito que estes parâmetros exerceram sobre o tamanho médio de partícula foi o mesmo, ou seja, em ambos os planejamentos, um aumento na pressão de precipitação aumenta o tamanho médio de partícula e um aumento na vazão de anti-solvente diminui o tamanho de partícula. Este resultado é coerente uma vez que apenas a geometria da câmara de precipitação foi alterada. Porém, para o segundo planejamento experimental a concentração da solução passa a ter efeito significativo sobre o tamanho médio de partícula. Como a pressão de precipitação e a vazão de anti-solvente tiveram efeito significativo em ambos os planejamentos experimentais e já foram discutidos anteriormente, aqui será discutido apenas o efeito da concentração da solução. Efeito da concentração da solução (A) (B) Figura 4.4 – Fotografia mostrando as duas câmaras de precipitação conectadas a todas as linhas da unidade experimental. (A) Câmara menor e (B) câmara maior. FR – Filtro de Retenção. O filtro de retenção é composto por dois filtros de politetrafluoretileno (PTFE), o primeiro com porosidade superficial de aproximadamente 1 µm, diâmetro de 8 mm e espessura de 1 mm que serve de base para o outro filtro membrana de politetrafluoretileno, ligado a um suporte de polietileno de alta densidade (Marca Millipore, Modelo FGLP). Este filtro possui porosidade superficial de 0,22 µm, espessura de 150 µm e mesmo diâmetro do primeiro filtro, permitindo temperatura de operação de até 130°C. Estes filtros estão dispostos na saída da câmara de precipitação com a finalidade de reter as partículas precipitadas na câmara de precipitação, permitindo apenas a vazão do anti-solvente e do solvente orgânico. Quando a concentração de β-caroteno na solução aumentou de 4,0 para 8,0 mg.mL-1 o tamanho médio de partícula diminuiu. Comparando as condições experimentais 1 e 5 da Tabela 4.6 é possível observar uma diminuição no tamanho médio de partícula respectivamente, de 84,0 para 39,8 µm. Uma diminuição bastante acentuada também pode ser observada comparando os experimentos 27 e 31 da Tabela 4.6. Na condição experimental 27 o tamanho médio de partícula foi de 33,7 µm e na condição 31 o tamanho médio diminuiu para 11,2 µm. Houve também modificação na morfologia das partículas precipitadas, variando de partículas tipo folhas para partículas tipo placas e agulhas quando a concentração da solução foi aumentada. A Figura 4.15 mostra as diferentes morfologias obtidas na condição experimental 27 e 31 da Tabela 4.6. 140 109 qs 5.932513 T 3.971352 CS P qa 2.500481 -1.12767 .3432032 p=.05 Efeito estimado (valor absoluto) Figura 4.14 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de β-caroteno do planejamento fatorial completo 25 sobre o coeficiente de variação. A partir da análise estatística realizada considerando 95% de confiança, os parâmetros que exerceram influência significativa sobre o tamanho médio de partícula foram pressão de precipitação, concentração da solução orgânica e vazão de anti-solvente. Conforme pode ser verificado na Figura 4.13, a pressão teve um efeito positivo, ou seja, um aumento no valor da pressão leva a um aumento no tamanho médio das partículas precipitadas de β-caroteno. Com relação à vazão de antisolvente e à concentração da solução, estes parâmetros tiveram um efeito negativo sobre o tamanho médio de partícula, ou seja, um aumento no valor destes parâmetros leva a uma diminuição no tamanho médio de partícula. Com relação ao coeficiente de variação (CV%), a partir da Figura 4.14 pode-se observar que o único parâmetro que teve efeito significativo a nível de 95% de confiança foi a vazão da solução orgânica. Um aumento na vazão da solução acarreta um aumento no tamanho médio de partícula. A escolha do filtro é muito importante dado que alguns tipos de filtros podem interagir com o solvente orgânico, dissolvendo-se neste e pondo em risco todo o processo de retenção e coleta das partículas. Os filtros membrana politetrafluoretileno (Teflon®) são hidrofóbicos e provêem uma ampla compatibilidade química com diferentes tipos de solventes orgânicos. V6 e linha pontilhada – Válvula métrica tipo agulha (marca HOKE, Modelo 1315G2Y, Pressão de operação até 345 bar) com sistema de aquecimento. A finalidade desta válvula é controlar a vazão na saída da câmara de precipitação juntamente com a válvula V5. A válvula V6 possui uma abertura um pouco maior do que a válvula V5 para compensar a vazão de entrada da solução, mantendo assim a pressão constante na câmara de precipitação. Qualquer pequeno aumento da pressão na câmara durante o experimento promove uma diminuição na vazão do anti-solvente, necessitando um controle rigoroso na abertura da válvula V6. Desta forma, quem comanda a variação da vazão de anti-solvente e a manutenção da pressão é esta válvula. Como o anti-solvente expande após esta válvula e conseqüentemente congela devido ao efeito Joule Tomphson ser pronunciado, há a necessidade de um sistema de aquecimento para permitir a manutenção da vazão constante. Para tal foi utilizada uma fita de aquecimento (Marca FISATOM, Modelo 5, 200 W de potência) acoplada a um controlador PID – CT – (Marca COEL, Modelo HW1450). A válvula V6 é envolta pela fita de aquecimento, sendo um termopar tipo J inserido entre o corpo da válvula e a fita de aquecimento para servir como elemento de alimentação do controlador de temperatura. A manutenção de uma temperatura alta (geralmente 100°C) impede o congelamento da válvula V6 e permite um controle maior da vazão nesta válvula. CS – Câmara de Separação. Consiste de um cilindro de aço inox 316, com capacidade máxima de 45 mL. Possui porta de entrada na parte superior e porta de saída na parte inferior. Neste trabalho, esta câmara é colocada após a válvula V6 com o objetivo de deixar o antisolvente na sua pressão de vapor, diminuindo assim o congelamento da referida válvula. Esta câmara também pode ser utilizada como meio de separação do anti-solvente e do solvente orgânico permitindo que estes possam ser reutilizados. V7 – Válvula métrica tipo agulha (Marca HIP, Modelo 1511AF1, pressão de operação até 1034 bar). O objetivo desta válvula é 110 manter o anti-solvente na sua pressão de vapor dentro da câmara de separação. Todas as válvulas, conexões e tubos foram utilizados seguindo as instruções do Manual Hip, Hoke e Swagelok. Uma vista mais detalhada da unidade experimental utilizada neste trabalho pode ser observada na Figura 4.5 e uma vista geral, na Figura 4.6. 139 ser suficiente para a extração completa do solvente orgânico das partículas geradas ocasionando coalescimento de partículas menores em partículas maiores devido a ação do solvente. A partir dos resultados da Tabela 4.6, foi realizada a análise estatística dos efeitos principais dos parâmetros sob estudo neste planejamento, considerando 95% de confiança, sobre o tamanho médio e distribuição de tamanho de partícula. O resultado desta análise é apresentado nas Figuras 4.13 e 4.14 na forma de diagrama de Pareto, que mostram os parâmetros que apresentaram efeito significativo, respectivamente, sobre tamanho e distribuição de tamanho de partícula. P 9.31864 CS -8.74118 qa -7.76742 qs T 2.977889 .6680435 p=.05 Efeito estimado (valor absoluto) Figura 4.13 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de β-caroteno do planejamento fatorial completo 25 sobre o tamanho médio de partícula. Figura 4.5 – Vista detalhada da unidade experimental de precipitação. 138 Como pode ser observado na tabela acima, de modo geral, o tamanho médio de partícula variou entre 3,2 µm (condição experimental 23) e 96,8 µm (condição experimental 11). Com relação à distribuição de tamanho de partícula, a condição experimental que apresentou uma distribuição mais estreita foi a condição 7, que apresentou um coeficiente de variação de 34% em torno do tamanho médio de partícula. A condição experimental que apresentou distribuição de tamanho mais larga foi a condição 31, que apresentou um coeficiente de variação de 80% em torno do tamanho médio de partícula. Com relação ao efeito da geometria da câmara de precipitação sobre o tamanho médio de partícula é possível verificar através da comparação de algumas condições experimentais que apresentam os mesmos valores dos parâmetros nos dois planejamentos (condições 1 a 8 do planejamento fatorial 23 comparadas, respectivamente, com as condições 3, 4, 7, 8, 19, 20, 23 e 24 do planejamento fatorial 25), que quando foi utilizada a câmara com maior volume o tamanho médio de partícula foi menor comparado com os experimentos realizados com a câmara de menor volume. Ao compararmos por exemplo, as condições experimentais 3 e 8 da Tabela 4.5 com as condições 4 e 24 da Tabela 4.6 é possível observar uma diminuição no tamanho médio de partícula bastante considerável de 246,8 e 124,9 µm para 78,8 e 58,4 µm, respectivamente. Já para as condições 1 e 5 do primeiro planejamento quando comparadas com as condições 3 e 19 do segundo planejamento observa-se uma diminuição no tamanho de partícula praticamente insignificante. Como a diferença no volume da câmara de precipitação é de mais de 10 vezes, a geração de partículas com tamanho menor na câmara com maior volume pode ser explicada em termos de quantidade de antisolvente disponível para extrair o solvente orgânico das gotículas de solução geradas na dispersão do jato na saída do tubo capilar. Na câmara com maior volume a quantidade de anti-solvente disponível para extrair o solvente orgânico é muito maior do que na câmara com menor volume. Assim, a transferência de massa entre a solução e o antisolvente é muito maior levando a uma taxa de supersaturação mais elevada e, consequentemente, gerando partículas com menor tamanho. Outro fato diz respeito à distância entre a saída do tubo capilar e o fundo da câmara de precipitação. Na câmara com menor volume a distância até o fundo da mesma obviamente é menor do que na câmara com maiores dimensões. Consequentemente, o tempo que as partículas precipitadas demoram em atingir o fundo da câmara de menores dimensões pode não 111 Figura 4.6 – Vista geral da unidade experimental de precipitação. 4.3. Procedimento experimental de precipitação O procedimento experimental descrito a seguir é válido tanto para a precipitação do β-caroteno puro quanto para a precipitação do polímero puro uma vez que a técnica empregada para a precipitação é a mesma para ambos. As soluções orgânicas contendo β-caroteno foram preparadas utilizando diclorometano como solvente orgânico com base no trabalho de Tres et al. (2007). As soluções contendo PHBV foram preparadas com base em testes de solubilidade do polímero em diclorometano à temperatura e pressão constantes. A cada experimento realizado, tanto na precipitação do β-caroteno quanto na precipitação do PHBV, uma nova solução era preparada no sentido de evitar que houvesse modificação na concentração da solução devido à evaporação do diclorometano durante o armazenamento, dado que este solvente é extremamente volátil. Após preparar a solução que seria utilizada no experimento seguinte, o próximo passo era carregar as bombas de alta pressão (BS1 e BS2) com CO2 proveniente do cilindro de estocagem. 112 Esta etapa de carga de CO2 envolve alguns passos. A primeira delas é o deslocamento do fluido do cilindro para a câmara interna de cada bomba. Para tal, as válvulas V1 a V4 eram mantidas abertas. Como uma quantidade relativamente grande de CO2 é utilizada em cada condição experimental, cerca de 900 a 2000 mL dependendo da condição experimental, é necessário liquefazer a maior quantidade possível deste na câmara das bombas. Apesar de a pressão de vapor do CO2 ser alta a temperatura ambiente (aproximadamente 64 bar a 25°C), a simples abertura da válvula do cilindro não era suficiente para deslocar a quantidade necessária de CO2 para a câmara das bombas. Desta forma, a temperatura da camisa do cilindro das bombas era ajustada em 7°C com o auxilio do banho de recirculação BR1 e o cilindro era deixado aberto por um tempo variando de 30 minutos a 1 hora, dependendo da quantidade de CO2 disponível no cilindro de estocagem. Nestas condições, geralmente era possível armazenar cerca de 490 mL de CO2 no estado líquido dentro da câmara das bombas. Durante este tempo de liquefação do CO2 nas bombas, era realizada a montagem da câmara de precipitação. Os filtros de retenção eram cuidadosamente colocados na câmara para que ficassem firmemente postados, evitando que durante o experimento houvesse um deslocamento destes e o arraste do material precipitado pela vazão de saída. Primeiramente, era colocado o filtro de politetrafluoretileno com maior porosidade servindo de suporte para o filtro membrana que vinha logo a seguir. Os próximos passos eram conectar o sensor de temperatura e a linha de saída da câmara de precipitação. Após isto, a câmara era fechada e conectada ao banho termostático. Outra etapa realizada durante a liquefação de CO2 era o ajuste da vazão da solução na bomba de HPLC e da pressão nesta através da manipulação da BPR. Para tal não era utilizada solução, mas diclorometano puro para evitar gasto desnecessário da solução, já que eram utilizados cerca de 100 mL de líquido durante este procedimento. A vazão da solução era estipulada ajustando-a diretamente na bomba. A pressão na bomba de HPLC era ajustada manipulando-se a BPR de modo a restringir a vazão aumentando a pressão até o valor de 200 bar para evitar qualquer possibilidade de refluxo do anti-solvente pela linha da solução. Após a pressão ter sido alcançada, diclorometano era deixado fluir por um determinado tempo de modo a estabilizar a pressão. Após a estabilização da pressão no valor desejado, a vazão era interrompida e diclorometano era substituído pela solução de maneira a retirar todo o diclorometano presente na linha desde a bomba até a saída 137 Tabela 4.6 - Condições experimentais e resultados da precipitação de βcaroteno na câmara com volume aproximado de 600 mL, empregando CO2 pressurizado como anti-solvente. Exp 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 P T CS CV (mL.min-1) (mL.min-1) σ (°C) (mg.mL-1) X (bar) (µm) (µm) (%) 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 80 120 100 100 100 20 20 40 40 20 20 40 40 20 20 40 40 20 20 40 40 20 20 40 40 20 20 40 40 20 20 40 40 20 20 40 40 30 30 30 4 4 4 4 8 8 8 8 4 4 4 4 8 8 8 8 4 4 4 4 8 8 8 8 4 4 4 4 8 8 8 8 6 6 6 1 1 1 1 1 1 1 1 4 4 4 4 4 4 4 4 1 1 1 1 1 1 1 1 4 4 4 4 4 4 4 4 2,5 2,5 2,5 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 30 30 30 84,0 25,1 6,0 78,8 39,8 18,1 12,7 52,4 56,5 44,7 96,8 46,0 33,9 38,2 54,7 44,9 43,2 47,6 3,9 72,1 35,1 57,3 3,2 58,4 32,5 30,9 33,7 39,4 34,5 36,7 11,2 55,7 69,6 63,6 65,1 43,0 10,3 3,8 33,3 18,3 9,9 4,3 33,8 33,3 21,2 55,1 32,8 19,4 21,7 30,3 27,6 24,6 21,4 1,5 33,3 20,8 30,9 1,4 37,6 17,9 12,7 23,0 22,5 18,4 17,8 8,9 33,6 36,3 37,8 37,1 51 41 64 42 46 55 34 65 59 48 57 71 57 57 55 61 57 45 39 46 59 54 44 64 55 41 68 57 53 48 80 60 52 59 57 qS qA 136 cm e um volume de 600 mL. Acredita-se que com estas dimensões da câmara as gotículas geradas na dispersão da solução possam ter o solvente extraído antes de chegar ao fundo da câmara de precipitação. Assim, um novo planejamento de experimentos foi construído onde foi investigado o efeito de mais variáveis além daquelas investigadas no primeiro planejamento. 4.7.2. Precipitação de β-caroteno pelo Planejamento Fatorial Completo 25 A partir dos resultados obtidos no primeiro planejamento, empregando uma câmara de precipitação com volume interno de aproximadamente 62 mL, onde foi verificada a viabilidade na precipitação de β-caroteno utilizando diclorometano como solvente orgânico e CO2 como anti-solvente foi gerado um segundo planejamento onde foi investigado o efeito de diversos parâmetros sobre o tamanho médio de partícula, distribuição de tamanho de partícula e morfologia utilizando uma câmara de precipitação com volume aproximado de 600 mL. Neste segundo planejamento os parâmetros variados foram: pressão de precipitação (P), temperatura de precipitação (T), concentração de β-caroteno na solução orgânica (CS), vazão de solução orgânica (qS) e vazão de anti-solvente (qA) totalizando 35 experimentos. A Tabela 4.6 apresenta os resultados com relação ao tamanho e distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno precipitadas empregando CO2 supercrítico como anti-solvente oriundos do segundo planejamento. 113 do tubo capilar. A solução era permitida fluir por cerca de 10 minutos para minimizar a quantidade de diclorometano na linha. A pressão era mantida no valor desejado por intermédio da regulagem da BPR. Realizada esta etapa, o próximo passo era efetuar a conexão da linha de entrada de CO2 e da solução na câmara de precipitação. Após todas as conexões terem sido feitas na câmara de precipitação, a válvula V5 era gradualmente aberta para permitir o enchimento da câmara com CO2, mantendo-se ainda toda a linha aberta desde o cilindro de armazenagem até a câmara. Após a câmara de precipitação estar preenchida com CO2 na sua pressão de vapor, a válvula V5 era fechada e o sistema de aquecimento, controlado pelo banho de recirculação BR2 era acionado. A temperatura no interior da câmara era então captada pelo sensor de temperatura e monitorada pelo indicador de temperatura (IT). Destaca-se que o sensor e o indicador de temperatura estavam previamente calibrados de modo que a temperatura real do sistema era sempre baseada no indicador (IT). Enquanto era permitida a estabilização da temperatura no valor estipulado, a válvula do cilindro e as válvulas V1 a V4 eram fechadas e a pressão era elevada nas bombas de seringa pelo deslocamento do cilindro interno destas, pressurizando toda a linha desde as válvulas V1 e V2 até a válvula V5 até a pressão de 200 bar entre as bombas e a câmara de precipitação. Este valor de pressão nas bombas de seringa foi estipulado para manter um alto diferencial de pressão entre as bombas e a câmara de precipitação (80 e 120 bar dependendo da pressão de experimento na câmara de precipitação). Este diferencial de pressão tem como objetivo evitar possível refluxo da câmara de precipitação para as linhas podendo causar precipitação de β-caroteno ou polímero nas linhas e também para fazer com que o CO2 entrasse com alta velocidade na câmara de precipitação intensificando a dispersão do jato de solução durante os experimentos de precipitação. A densidade do CO2 alimentado para dentro da câmara de precipitação em todas as condições experimentais na temperatura de 7°C e pressão de 200 bar era de 0,975 g.cm-3 (Angus et al., 1973). Quando a temperatura do experimento atingia o valor estipulado, a válvula V5 era novamente aberta gradualmente de modo a permitir a vazão de CO2 para dentro da câmara até a obtenção da pressão experimental desejada. Uma vez que a pressão na câmara atingisse o valor desejado, a válvula V6 era gradualmente aberta, mantendo-se a válvula V5 ainda aberta, no sentido de ajustar a vazão de anti-solvente na câmara de precipitação, mantendo-se a pressão constante. A vazão 114 era controlada principalmente pela válvula V6 e monitorada no visor da bomba de seringa que estava sendo utilizada no momento. Para evitar o congelamento da válvula V6, esta foi envolta por uma fita de aquecimento ligada ao controlador de temperatura (CT), tendo um termopar conectado a um controlador de temperatura. A temperatura foi mantida em 100°C para evitar o bloqueio da vazão neste ponto e, conseqüentemente, por em risco o andamento do experimento e a integridade física do experimentalista. Como auxílio, a válvula V7 também era aberta de tal maneira que a mistura de anti-solvente e solvente orgânico que deixava a câmara de precipitação era mantida em duas fases dentro da câmara de separação (CS) evitando uma expansão muito pronunciada do anti-solvente na linha. Mantendo temperatura e pressão constantes, o CO2 era deixado fluir até o alcance do estado estacionário. O tempo necessário para alcançar este estado variou de 5 a 10 minutos dependendo da pressão e temperatura de precipitação. A partir do momento em que a vazão de CO2 não mais variava, era iniciada então a injeção da solução para dentro da câmara de precipitação. Em cada experimento o volume de solução adicionado à câmara foi de exatamente 30 mL. O volume foi fixado neste valor assumindo que a quantidade de sólido (β-caroteno ou polímero) a ser precipitado era suficiente para a realização das análises. Após ter sido injetado o volume especificado da solução, a vazão desta era interrompida e a vazão de CO2 era mantida por mais um tempo no sentido de efetuar a “secagem” das partículas precipitadas no interior da câmara para retirar o solvente residual ainda presente no meio. O tempo de secagem estabelecido foi de 120 minutos, baseado em trabalhos da literatura. Segundo a literatura, o limite residual de diclorometano é de no máximo 600 ppm (Kim et al., 2007; Kang et al., 2008) por se tratar de um solvente que pertence a classe 2 na escala de periculosidade (Cardoso et al., 2009). Diversos trabalhos na literatura que tratam da precipitação de sólidos utilizando diclorometano como solvente e CO2 como anti-solvente reportam tempos de secagem variando entre 30 e 120 minutos deixando uma quantidade residual de diclorometano nas partículas entre 38 e 50 ppm (Kim et al., 2007; Hong et al., 2008; Kang et al., 2008). Um aspecto que merece maior detalhamento diz respeito ao modo com que as bombas de seringa eram operadas. Elas nunca foram utilizadas simultaneamente. Enquanto uma bomba estava sendo 135 40 mL.min-1, um aumento na vazão de CO2 leva a uma maior dispersão da solução orgânica gerando menores gotículas desta e aumentando a turbulência dentro da câmara promovendo uma mistura bastante homogênea entre a solução e o anti-solvente. Quando a vazão de CO2 aumenta, aumenta também a quantidade de CO2 e a velocidade deste na entrada da câmara de precipitação. Um aumento na quantidade de CO2 significa que a transferência de massa entre o CO2 e o solvente é mais rápida, pois se dispõe de uma quantidade maior de CO2 que, conseqüentemente, irá extrair mais rapidamente o solvente das gotículas de solução gerando uma taxa de nucleação maior, produzindo partículas menores, mais uniformes e menos aglomeradas. Uma velocidade maior do CO2 significa uma dispersão maior da solução e em menores gotículas, também gerando uma supersaturação maior, que por conseqüência, gera partículas menores. He et al. (2004) verificaram uma diminuição no tamanho de partícula com um aumento na taxa de adição de CO2 na precipitação de ephedrine empregando a técnica SEDS. Eles relatam que com o aumento da taxa de adição de CO2 a energia cinética de atomização do gás denso aumenta, assim a interação entre o CO2 e a solução é reforçada, resultando na formação de finas gotículas e intensa mistura entre o CO2 e as gotículas diminuindo o tamanho das partículas formadas. O mesmo comportamento foi observado por Suo et al. (2005) e He et al. (2006) durante a precipitação do pigmento bixina e caroteno natural, respectivamente empregando diclorometano como solvente e CO2 como anti-solvente pela técnica SEDS. Neste trabalho, porém, foi verificado que a diminuição da pressão de precipitação e o aumento na razão entre as vazões apesar de gerar partículas com menores tamanhos comparado com a maior pressão e menor razão entre vazões, levam a um aumento na aglomeração das partículas precipitadas. Acredita-se que este fato se deve a pequena profundidade da câmara de precipitação (4,9 cm). Possivelmente, devido a alta velocidade do jato formado entre a solução e o CO2 na saída do sistema de aspersão pela maior vazão de CO2 e menor pressão, o tempo de queda das gotículas formadas durante a aspersão até o fundo da câmara de precipitação não é suficiente para a completa extração do solvente orgânico pelo anti-solvente. Assim, as partículas parcialmente solidificadas são depositadas no fundo da câmara e interagem entre si aglomerando-se pela ação do solvente residual nas partículas. Neste sentido, optou-se por trabalhar com uma câmara de precipitação com tamanho maior, apresentando uma profundidade de 12 134 115 C utilizada, a outra era carregada com CO2 para garantir a disponibilidade de anti-solvente durante todo o experimento. Depois de proceder à secagem das partículas, o próximo passo era a despressurização da câmara de precipitação. Para a despressurização, a válvula V5 era fechada e a válvula V6 era mantida com uma abertura tal que permita uma despressurização controlada. Para reduzir a pressão experimental até a pressão atmosférica, o tempo utilizado foi de cerca de 40 minutos, promovendo uma queda de pressão nem muito rápida nem muito lenta de maneira a manter a temperatura constante no valor estipulado. Findado o passo de despressurização, o banho BR2 era desconectado da câmara de precipitação, todas as linhas eram desconectadas e a câmara era então aberta para a retirada do material precipitado. Depois de aberta a câmara de precipitação, as partículas precipitadas eram retiradas e colocadas em frascos âmbar de 5 mL. A retirada do precipitado era feita cuidadosamente para evitar que as partículas sofressem qualquer dano. A retirada era feita rapidamente para evitar ao máximo que as partículas absorvessem umidade. As amostras foram coletadas na parede e no fundo da câmara de precipitação. As amostras coletadas foram armazenadas em geladeira devidamente vedadas para proteção contra luz e umidade. 4.4. Considerações adicionais D Figura 4.12 - Fotomicrografias de MEV do β-caroteno precipitado nas razões entre vazões de 20 e 40, com diferentes ampliações. (A) Exp 1 com ampliação de 2000 vezes; (B) Exp 5 com ampliação de 2000 vezes; (C) Exp 4 com ampliação de 70 vezes; (D) Exp 8 com ampliação de 500 vezes. O efeito da razão entre as vazões de anti-solvente e de solução pode ser explicado em termos de dispersão da solução uma vez que a solução orgânica e o anti-solvente são adicionados à câmara de precipitação por um sistema coaxial. Como a vazão da solução foi fixada em 1 mL.min-1 e a vazão de anti-solvente foi variada entre 20 e Conexão do tubo capilar. O tubo capilar é preso ao PEEK tubing por um sistema de anilha e base de anilha de forma a propiciar uma boa vedação entre o capilar e este tubo. A união é feita inserindo-se uma das extremidades do capilar (cerca de 6,0 mm) para dentro do PEEK tubing e o sistema de anilhamento é então manipulado para que ocorra a fixação do capilar. Um aperto excessivo pode causar estrangulamento afetando a vazão da solução. Porém, se não apertado o suficiente pode fazer com que o capilar solte do PEEK tubing ou até haja passagem de fluido entre a parede externa do capilar e a parede interna do tubo. 4.5. Seleção das variáveis 4.5.1. Precipitação de β-caroteno puro Para a realização dos experimentos de precipitação de β-caroteno puro foi utilizado a técnica de planejamento de experimentos. Foram 116 construídos dois planejamentos experimentais fatoriais completos com triplicatas no ponto central. Para evitar gastos excessivos com solventes, solutos e CO2, optou-se por iniciar os experimentos a partir do planejamento fatorial completo com três fatores e dois níveis cada fator (23), totalizando 11 experimentos, empregando-se a câmara de precipitação com menor volume (62 mL) para verificar a potencialidade da precipitação do β-caroteno. A partir dos resultados obtidos no primeiro planejamento, foi construído o segundo planejamento fatorial completo com cinco fatores e dois níveis (25) totalizando 35 experimentos. Para a realização destes experimentos utilizou-se a câmara de precipitação com o maior volume (600 mL) por motivos que serão discutidos na sequência deste capítulo. As variáveis e seus valores selecionados para a realização dos experimentos de precipitação de β-caroteno no primeiro planejamento (23) foram: pressão de precipitação (80 e 120 bar), concentração de βcaroteno na solução orgânica (4 e 8 mg.mL-1) e razão entre as vazões de anti-solvente e solução à câmara de precipitação (20 e 40). A vazão da solução foi mantido fixo em 1 mL.min-1 e foi variada a vazão do antisolvente. A temperatura na câmara de precipitação foi mantida constante em 40°C. Tal valor foi selecionado por dois motivos: realizar todos os experimentos de precipitação em região de uma única fase associada com os valores de pressão, conforme pode ser visualizado no diagrama de fases do sistema envolvendo CO2, diclorometano e β-caroteno (Figura 3.9 do Capítulo 3), e manter uma temperatura relativamente baixa na realização dos experimentos de precipitação para evitar possível degradação do β-caroteno. Os valores de pressão foram selecionados com o objetivo de verificar a influência da região no diagrama de fases onde a precipitação ocorre na morfologia, tamanho e distribuição de tamanho das partículas precipitadas. Duas regiões no diagrama de fases da mistura envolvida foram selecionadas, uma próxima e outra distante do ponto crítico da mistura. Os valores de concentração de β-caroteno na solução orgânica foram selecionados com base no trabalho de Três et al. (2007). Assim, duas diferentes soluções foram escolhidas, uma de baixa concentração e uma próxima da saturação na temperatura de 25°C. Com relação aos valores da variável razão entre as vazões de anti-solvente e de solução orgânica, estes foram escolhidos com base no trabalho de Franceschi (2006), com o intuito de obter uma alta razão entre solução orgânica e anti-solvente e também para promover um aumento da dispersão da 133 Com relação à morfologia das partículas precipitadas, a modificação nos valores da razão entre as vazões não levou a uma modificação na morfologia das partículas precipitadas conforme pode ser visualizado na Figura 4.12 que apresenta micrografias de MEV das condições experimentais 1 e 5 (Fig. 4.12 A e B) e 4 e 8 (Fig. 4.12 C e D). A B 132 117 apresentando histogramas de distribuição de freqüência comparando os experimentos 1 e 5 e, 3 e 7. 35 solução orgânica na saída do tubo capilar dentro da câmara de precipitação. A Tabela 4.1 apresenta os valores das variáveis para cada condição experimental investigada no planejamento fatorial completo 23. (A) Número de observações (%) 30 Exp 5 25 20 Exp 1 15 10 5 0 0,01 0,1 1 10 100 Tamanho de partícula (µm) 35 (B ) 30 Tabela 4.1 – Matriz do planejamento experimental fatorial completo 23 de precipitação de β-caroteno puro utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 62 mL. Concentração de Razão entre as vazões Pressão Exp de anti-solvente e de β-caroteno na solução (bar) solução (mg.mL-1) 1 4 80 20 2 8 80 20 3 4 120 20 4 8 120 20 5 4 80 40 6 8 80 40 7 4 120 40 8 8 120 40 9 6 100 30 10 6 100 30 11 6 100 30 Número de observações (%) Exp 3 25 20 Exp 7 15 10 5 0 1 10 100 1000 10000 Tamanho de partícula (µm) Figura 4.11 – Distribuição de tamanho de partícula do β-caroteno precipitado nas razões entre vazões de 20 e 40. Comparação entre as condições experimentais 1 e 5 (A) e, 3 e 7 (B). Para a realização dos experimentos de precipitação de β-caroteno do segundo planejamento (25) as variáveis selecionadas foram: pressão de precipitação (P), concentração de β-caroteno na solução orgânica (CS), vazão de anti-solvente (qA), temperatura de precipitação (T) e vazão de solução orgânica (qS). Os valores selecionados para a pressão de precipitação, concentração de β-caroteno na solução orgânica e vazão de anti-solvente foram os mesmos utilizados no primeiro planejamento, pelos mesmos motivos descritos anteriormente. Com relação à temperatura de precipitação, os valores selecionados têm como base o diagrama de fases da Figura 3.9 do Capítulo 3, envolvendo o sistema ternário βcaroteno + diclorometano + CO2. Nos dois valores de temperatura selecionados (20 e 40°C) associados com os valores de pressão (80 e 120 bar) é possível realizar os experimentos de precipitação na região de miscibilidade completa do sistema (região de uma fase) acima do ponto crítico da mistura (40°C) ou na região de líquido comprimido. Cabe 118 ressaltar aqui que, apesar de o diagrama de fases do sistema β-caroteno + diclorometano + CO2 não reportar a isoterma de 20°C, assumiu-se que na pressão de 80 bar o sistema encontra-se em uma única fase a 20°C, uma vez que na isoterma de 30°C nesta mesma pressão o sistema encontra-se monofásico. A escolha dos valores para a vazão da solução orgânica (1 mL.min-1 e 4 mL.min-1) teve como base o trabalho de Franceschi (2006). Os valores das variáveis para cada condição investigada no planejamento fatorial completo 25 são apresentados na matriz experimental da Tabela 4.2. Apesar de algumas condições experimentais do planejamento fatorial completo 25 apresentarem os mesmos valores dos parâmetros, o volume da câmara de precipitação foi diferente, justamente para verificar o efeito de mistura no interior da câmara. Tabela 4.2 – Matriz do planejamento experimental fatorial completo 25 de precipitação de β-caroteno puro utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 600 mL. T P CS qS qA Exp (bar) (mg.mL-1) (mL.min-1) (mL.min-1) (°C) 1 80 20 4 1 20 2 120 20 4 1 20 3 80 40 4 1 20 4 120 40 4 1 20 5 80 20 8 1 20 6 120 20 8 1 20 7 80 40 8 1 20 8 120 40 8 1 20 9 80 20 4 4 20 10 120 20 4 4 20 11 80 40 4 4 20 12 120 40 4 4 20 13 80 20 8 4 20 14 120 20 8 4 20 15 80 40 8 4 20 16 120 40 8 4 20 17 80 20 4 1 40 18 120 20 4 1 40 19 80 40 4 1 40 131 Este efeito da pressão pode ser explicado em termos de solubilidade, uma vez que a supersaturação é definida pela razão entre a concentração do soluto na mistura solvente + anti-solvente e a concentração de saturação do soluto na mistura. Segundo Miguel et al., (2006), quando a mistura solvente + anti-solvente encontra-se em uma única fase, um aumento da pressão acima do ponto crítico da mistura aumenta a solubilidade do soluto na mistura diminuindo a supersaturação. Uma vez que a supersaturação diminui, a taxa de nucleação diminui levando a um maior crescimento das partículas precipitadas, modificando sua morfologia de tipo placas para morfologia tipo folhas como pode ser visualizado na Figura 4.9A e 4.9C comparadas com 4.9B e 4.9D. O maior crescimento das partículas devido a diminuição da supersaturação também acarreta um aumento na distribuição de tamanho das partículas conforme pode ser verificado nas comparações entre as distribuições de freqüência das condições experimentais 1 e 3 da Figura 4.10A e das condições experimentais 6 e 8 da Figura 4.10B. Efeito da razão entre as vazões de anti-solvente e de solução A razão entre as vazões de anti-solvente e de solução foi variada entre 20 e 40. Para tal, a vazão da solução foi mantida constante em 1 mL.min-1 e a vazão de CO2 foi variada. Conforme pode ser visto na Tabela 4.5, o aumento da razão entre as vazões diminui o tamanho médio das partículas precipitadas, porém, este efeito não é tão pronunciado quanto o efeito da pressão conforme pode ser verificado comparando as condições experimentais 1 e 5 que apresentam tamanho médio de partícula, respectivamente, de 6,2 µm e 4,6 µm. Outra comparação pode ser feita entre as condições experimentais 4 e 8 que apresentam tamanho médio de partícula, respectivamente, de 186,4 µm e 124,9 µm. Com relação ao coeficiente de variação, o efeito da razão entre vazões foi mais pronunciado conforme pode ser visto na Figura 4.11. Comparando-se novamente as condições 1 e 5 em termos de coeficiente de variação, observa-se uma diminuição do CV% de 53% no experimento 1 para 24% no experimento 5. Uma comparação entre os experimentos 3 e 7 mostra uma diminuição de 57% no experimento 3 para 24% no experimento 7. A Figura 4.11 mostra o efeito da razão entre as vazões sobre a distribuição de tamanho de partícula 130 119 35 (A) 30 Exp 3 Número de observações (%) Exp 1 25 20 15 10 5 0 0,01 0,1 1 10 100 1000 10000 Tamanho de partícula (µm) 35 (B) 30 Tabela 4.2 – Continuação. T P CS Exp (bar) (mg.mL-1) (°C) 20 120 40 4 21 80 20 8 22 120 20 8 23 80 40 8 24 120 40 8 25 80 20 4 26 120 20 4 27 80 40 4 28 120 40 4 29 80 20 8 30 120 20 8 31 80 40 8 32 120 40 8 33 100 30 6 34 100 30 6 35 100 30 6 qS (mL.min-1) 1 1 1 1 1 4 4 4 4 4 4 4 4 2,5 2,5 2,5 qA (mL.min-1) 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 30 30 30 Exp 6 Número de observações (%) 4.5.2. Precipitação de PHBV puro 25 Exp 8 20 15 10 5 0 0,1 1 10 100 1000 Tamanho de partícula (µm) Figura 4.10 – Distribuição de tamanho de partícula do β-caroteno precipitado a 80 e 120 bar. Comparação entre as condições experimentais 1 e 3 (A) e, 6 e 8 (B). Os experimentos de precipitação do polímero puro foram realizados em duas etapas, assim como na precipitação do β-caroteno puro. Na primeira etapa foi construído um planejamento fatorial completo 23 onde foram variados os mesmos parâmetros do planejamento 23 realizado para a precipitação do β-caroteno, ou seja, pressão (80 e 120 bar), concentração de polímero na solução orgânica (10 e 40 mg.mL-1) e razão entre as vazões de anti-solvente e de solução (20 e 40). Assim como na precipitação do β-caroteno realizada a partir do primeiro planejamento, aqui os valores de temperatura e vazão de solução orgânica foram mantidos constantes respectivamente em 40°C e 1 mL.min-1. Para esta primeira etapa de precipitação do PHBV puro, a câmara com volume interno de 62 mL também foi utilizada. A escolha dos valores dos parâmetros investigados e dos valores dos parâmetros que foram mantidos constantes nesta primeira etapa tem como base os mesmos princípios adotados na primeira etapa da precipitação de βcaroteno puro. Porém, os valores de pressão e temperatura escolhidos aqui foram baseados no diagrama de fases CO2+diclorometano+PHBV (Figura 3.8 do Capítulo 3). Os valores da concentração de PHBV na 120 129 solução orgânica (10 e 40 mg.mL-1) foram selecionados para operar com soluções diluídas e concentradas, com base em testes de solubilidade do polímero em diclorometano a temperatura e pressão ambiente. A Tabela 4.3 apresenta a matriz experimental investigada no planejamento fatorial completo 23. Tabela 4.3 – Matriz do planejamento experimental fatorial completo 23 de precipitação de PHBV puro utilizando a câmara de precipitação com volume de aproximadamente 62 mL. Concentração de PHBV Razão entre as vazões Pressão Exp na solução de anti-solvente e de (bar) (mg.mL-1) solução 1 10 80 20 2 40 80 20 3 10 120 20 4 40 120 20 5 10 80 40 6 40 80 40 7 10 120 40 8 40 120 40 9 25 100 30 10 25 100 30 11 25 100 30 Na segunda etapa foram construídos planejamentos fatoriais completos 22 sequenciais em quatro blocos com base nos resultados obtidos na primeira etapa de precipitação do polímero puro e na precipitação de β-caroteno puro nos dois planejamentos. Os parâmetros variados em cada um dos blocos dos planejamentos 22 nesta segunda etapa foram a vazão de solução orgânica, qS, (1 e 4 mL.min-1) e vazão de anti-solvente, qA, (20 e 40 mL.min-1). A concentração de polímero na solução orgânica foi variada para cada um dos blocos. No primeiro bloco a concentração da solução foi fixada em 10 mg.mL-1, no segundo bloco foi fixada em 20 mg.mL-1, no terceiro em 30 mg.mL-1 e no quarto em 40 mg.mL-1. Esta variação na concentração de polímero na solução permite uma avaliação mais ampla de sua influência sobre o tamanho de partícula do PHBV precipitado, uma vez que esta variável é de muita importância na etapa de encapsulamento. A temperatura foi mantida em 40°C e a pressão em 80 bar. Todos os valores dos parâmetros que foram C D Figura 4.9 - Fotomicrografias de MEV do β-caroteno precipitado a 80 e 120 bar com diferentes ampliações. (A) Exp 1 com ampliação de 2000 vezes; (B) Exp 3 com ampliação de 60 vezes; (C) Exp 6 com ampliação de 1000 vezes; (D) Exp 8 com ampliação de 500 vezes. 128 121 solução gerando uma alta supersaturação. Como a concentração da solução e a razão entre as vazões são baixas nestas condições experimentais, a supersaturação e consequentemente a taxa de nucleação são baixas, gerando partículas maiores. A influência da pressão na morfologia e na distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno é ilustrada nas Figuras 4.9 e 4.10 que apresentam, respectivamente, fotomicrografias de MEV e curvas de distribuição de freqüência das condições experimentais 1, 3, 6 e 8, onde a variação de pressão é comparada mantendo-se os valores das demais variáveis constantes. A B variados ou mantidos constantes tiveram como base os resultados da precipitação do β-caroteno puro e do polímero puro na primeira etapa. Os valores das variáveis para cada condição experimental investigada nos planejamentos fatoriais completos 22 sequenciais são apresentados na Tabela 4.4. Tabela 4.4 – Matrizes dos planejamentos experimentais fatoriais completos 22 sequenciais da precipitação de PHBV utilizando a câmara com volume aproximado de 600 mL. qS qA Experimento (mL.min-1) (mL.min-1) Bloco A: Concentração de PHBV na solução = 10 mg.mL-1 1A 1 20 2A 4 20 3A 1 40 4A 4 40 5A 2,5 30 6A 2,5 30 7A 2,5 30 Bloco B: Concentração de PHBV na solução = 20 mg.mL-1 1B 1 20 2B 4 20 3B 1 40 4B 4 40 5B 2,5 30 6B 2,5 30 7B 2,5 30 Bloco C: Concentração de PHBV na solução = 30 mg.mL-1 1C 1 20 2C 4 20 3C 1 40 4C 4 40 5C 2,5 30 6C 2,5 30 7C 2,5 30 122 127 Tabela 4.4 – Continuação. qS qA (mL.min-1) (mL.min-1) Bloco D: Concentração de PHBV na solução = 40 mg.mL-1 1D 1 20 2D 4 20 3D 1 40 4D 4 40 5D 2,5 30 6D 2,5 30 7D 2,5 30 Experimento O efeito principal dos parâmetros empregados em todos os planejamentos experimentais apresentados anteriormente, sobre o tamanho médio de partícula ( X ) e distribuição de tamanho (CV) das partículas precipitadas de β-caroteno e PHBV, foi avaliado empregando o software comercial Statistica 6.0, adotando um nível de confiança estatística de 95% (p<0,05). Por não se tratar de otimização de experimentos, os efeitos de interação entre as variáveis não foi considerado. Para caracterizar a distribuição de tamanho de partícula o parâmetro coeficiente de variação percentual (CV%) foi adotado por representar o percentual de variação do tamanho de partícula em torno do valor médio, uma vez que o desvio padrão em relação ao tamanho médio das partículas precipitadas, tanto de β-caroteno quanto de PHBV, apresentam ordens de magnitude bastante diferentes. O coeficiente de variação percentual é definido como a razão percentual entre o desvio padrão e o tamanho médio das partículas em cada condição experimental. 4.6. Caracterização das partículas Quanto ao tamanho das partículas de β-caroteno e PHBV precipitadas, os resultados foram obtidos através da medida do comprimento de cerca de 500 partículas de β-caroteno e do diâmetro de cerca de 1100 partículas de PHBV para cada condição experimental. Tais medidas foram realizadas empregando o software Size Meter versão 1.1 (desenvolvido por Luiz Henrique Castelan Carlson). O tamanho médio das partículas de β-caroteno e PHBV e o respectivo desvio padrão para cada condição experimental foram também distribuição de tamanho de partícula. Os efeitos foram os mesmos exercidos sobre o tamanho médio de partícula, ou seja, um aumento na pressão de precipitação leva a um aumento no coeficiente de variação e um aumento na razão entre as vazões acarreta uma diminuição no coeficiente de variação. A seguir serão discutidos os efeitos dos parâmetros que tiveram influência significativa sobre o tamanho médio de partícula e coeficiente de variação das condições experimentais do planejamento fatorial completo 23. Efeito da Pressão Os experimentos de precipitação de β-caroteno foram realizados em duas diferentes pressões, 80 e 120 bar. Estes valores de pressão combinados com o valor de temperatura fixado em todas as condições experimentais do planejamento da Tabela 4.1 (40°C), fazem com que a precipitação ocorra em uma região de uma única fase no diagrama de fases do sistema binário CO2 + diclorometano (Corazza et al., 2003), onde o solvente e o anti-solvente são totalmente miscíveis, uma vez que a presença do β-caroteno no sistema não altera o comportamento de fases do sistema binário solvente+anti-solvente, conforme discutido no Capítulo 3. Foi observado que com a elevação da pressão de precipitação de 80 para 120 bar, houve um aumento pronunciado no tamanho e amplitude da distribuição de tamanho das partículas precipitadas. Tal efeito pode ser verificado na Tabela 4.5, para as condições experimentais 1 e 3, onde os valores das demais variáveis foram mantidos constantes em seu menor valor, e para as condições 6 e 8, onde os valores das demais variáveis eram os mais altos. Como pode ser observado na Tabela 4.5, elevando a pressão de 80 (experimento 1) para 120 bar (experimento 3), o tamanho médio das partículas precipitadas aumentou, respectivamente, de 6,2 µm para 246,8 µm. O mesmo efeito foi observado nos experimentos 6 (80 bar) e 8 (120 bar), onde o tamanho médio das partículas aumentou de 3,8 µm para 124,9 µm. O aumento mais pronunciado no tamanho das partículas foi observado variando-se a pressão com concentração da solução e razão entre as vazões constantes no menor valor. Para que ocorra uma taxa de nucleação elevada, é necessário que a concentração da solução esteja próxima da saturação e que haja anti-solvente na vazão de entrada bastante o suficiente para uma rápida extração do solvente orgânico da 126 123 R -31.231 P CS 9.185587 1.837117 calculados. Foi adotado como critério a avaliação apenas do comprimento das partículas de β-caroteno devido ao seu maior desvio padrão com relação à largura. Por tamanho médio entenda-se então aquele do comprimento das partículas de β-caroteno. Já para o polímero, o diâmetro foi a escolha óbvia para o cômputo do tamanho característico de partícula. A morfologia das partículas β-caroteno e PHBV precipitadas foi avaliada por observação visual das micrografias de MEV de todas as condições experimentais. Para a obtenção das micrografias foi utilizado um microscópio eletrônico de varredura marca SHIMADZU, modelo SS-550 Superscan. As amostras de β-caroteno ou PHBV precipitados foram manualmente dispersas sobre fitas condutoras dupla-face dispostas em porta amostras de alumínio. As amostras foram recobertas com uma fina camada de ouro utilizando um aparelho metalizador e então analisadas. 4.7. Resultados e discussão p=.05 Efeito estimado (valor absoluto) Figura 4.8 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de β-caroteno do planejamento fatorial completo 23 sobre o coeficiente de variação. De modo geral, como pode ser observado na Figura 4.7, os parâmetros que exerceram efeito significativo, a nível de 95% de confiança (p<0,05), sobre o tamanho médio de partícula foram pressão de precipitação e razão entre as vazões de anti-solvente e solução. O efeito mais pronunciado foi exercido pela pressão de precipitação. Um aumento no valor deste parâmetro acarreta em um aumento no tamanho médio de partícula. A razão entre as vazões exerceu um efeito menos pronunciado e, um aumento neste parâmetro leva a uma diminuição no tamanho médio de partícula. A concentração da solução não teve efeito significativo a nível de 95% de confiança na faixa de valores estudada. Observando a Figura 4.8, que reporta o diagrama de Pareto com relação ao efeito dos parâmetros sobre o coeficiente de variação, que representa a distribuição de tamanho de partícula, pode-se verificar que os parâmetros que exerceram efeito significativo a nível de 95% de confiança foram também a pressão de precipitação e a razão entre as vazões porém, aqui, a razão entre as vazões de anti-solvente e solução foi o parâmetro que teve um efeito mais pronunciado sobre a A literatura aponta que o mecanismo de precipitação nas técnicas anti-solvente, em que a solução é aspergida para dentro da fase bulk de anti-solvente, depende das condições de operação, tais como, pressão e temperatura de precipitação, concentração de sólido na solução orgânica e vazão de solução e de antisolvente, sendo que os valores destes parâmetros de processo é que determinam as características das partículas precipitadas como tamanho, distribuição de tamanho e morfologia (Lengsfeld et al., 2000). 4.7.1. Precipitação de β-caroteno pelo Planejamento Fatorial Completo 23 Conforme descrito no item 4.3.1, os experimentos de precipitação de β-caroteno foram realizados baseados em dois planejamentos fatoriais completos, um planejamento fatorial completo com 3 variáveis e dois níveis (23) e outro com 5 variáveis também em dois níveis (25) baseado nos resultados do primeiro planejamento. No primeiro planejamento a temperatura foi mantida constante em 40°C e a vazão de solução em 1 mL.min-1 e, os parâmetros variados foram: pressão de precipitação (P), concentração de β-caroteno na solução orgânica (CS) e razão entre as vazões da solução orgânica e do CO2 para a câmara de precipitação (R), totalizando 11 experimentos. A Tabela 4.5 apresenta os resultados com relação ao tamanho e 124 125 distribuição de tamanho das partículas de β-caroteno precipitadas empregando CO2 supercrítico como anti-solvente oriundos do primeiro planejamento e também do β-caroteno não processado. Tabela 4.5 – Condições experimentais do planejamento fatorial completo 23 e resultados da precipitação de β-caroteno empregando CO2 supercrítico como anti-solvente em termos de tamanho médio de partícula. CV σ Experimento CS P R X 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 4,0 8,0 4,0 8,0 4,0 8,0 4,0 8,0 6,0 6,0 6,0 80 80 120 120 80 80 120 120 100 100 100 20 20 20 20 40 40 40 40 30 30 30 6,2 29,1 246,8 186,4 4,6 3,8 42,8 124,9 88,3 71,5 66,5 3,3 9,6 140,9 78,1 1,1 1,6 10,3 54,9 21,2 16,4 15,3 53 33 57 42 24 42 24 44 24 23 24 CS = Concentração da solução orgânica (mg.mL-1); P = pressão de precipitação (bar); R = razão entre as vazões de anti-solvente e de solução; X = tamanho médio de partícula (µm); σ = desvio padrão (µm) e CV = coeficiente de variação (%). Como pode ser observado na tabela acima, a condição experimental de precipitação que apresentou o menor tamanho de partícula foi a condição 6 com tamanho médio de 3,8 µm, e a condição experimental com maior tamanho médio de partícula foi a condição 3 com tamanho médio de 246,8 µm. Com relação à distribuição de tamanho de partícula, a condição experimental que apresentou uma distribuição mais estreita foi a condição 10, a qual apresentou um coeficiente de variação de 23% em torno do tamanho médio de partícula. A condição experimental que apresentou distribuição mais larga de tamanho foi a condição 3, que apresentou um coeficiente de variação de 57% em torno do tamanho médio de partícula. Com posse dos resultados da Tabela 4.5, foi realizada a análise estatística dos efeitos principais dos parâmetros sob estudo neste planejamento, considerando 95% de confiança, sobre o tamanho médio e distribuição de tamanho de partícula. O resultado desta análise é apresentado nas Figuras 4.7 e 4.8 na forma de diagrama de Pareto, que mostram os parâmetros que apresentaram efeito significativo, respectivamente, sobre tamanho e distribuição de tamanho de partícula. P 17.25064 R CS -9.05256 1.356026 p=.05 Efeito estimado (valor absoluto) Figura 4.7 – Diagrama de Pareto apresentando o efeito dos parâmetros de precipitação de β-caroteno do planejamento fatorial completo 23 sobre o tamanho médio de partícula.