Análise e Previsão de Procura e Oferta de Competências
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Análise e Previsão de Procura e Oferta de Competências
Análise e Previsão de Procura e Oferta de Competências em Mercados de Trabalho Locais Reais · Abordagens e Justificação · Ferramentas Eficazes e Acessíveis Módulo de Orientação JobTown N.º 3 May 2014 Agosto 2014 2 Este documento foi escrito por Ian Goldring Perito Responsável da JobTown e diretor da associação ProjectWorks Kieran Ferran Gestor de Dados da City, Oxford Economics, GBR Antonina Michalska-Sabal Especialista em Investigação, Delegação Regional do Trabalho em Cracóvia - Mercado Laboral de Małopolska e Observatório do Ensino, Polónia CODESPAR Rennes, França Anke Heckmann Associação Zukunftsregion Westpfalz, Alemanha Dra. Anna-Elisabeth Thum Investigadora Assistente da Associação, Centro de Estudos de Política Europeia, Bruxelas Bélgica e parceiros da JobTown Para mais informações acerca da JobTown e do URBACT: urbact.eu/en/projects/active-inclusion/jobtown/homepage/ Conteúdo Acerca deste Módulo de Aprendizagem 3 p. 4 Ferramenta de Previsão de Competências da Oxford Economics 6 2 Iniciativas Polacas: Adaptação do Barómetro Ocupacional e Acompanhamento dos Jovens no Mercado Laboral 8 CODESPAR DE Rennes: desenvolvimento e previsão, através da diversidade e da participação 14 Desafios demográficos na Alemanha e o Monitor do Mercado Laboral 16 Web crawling (indexação automática) para Analisar Mercados de Trabalho, Utilizando as Ofertas de Emprego online – Uma Prática Crescente 20 Observações finais 23 4 Acerca deste Módulo de Aprendizagem Esta publicação trata do que as autoridades locais podem fazer para melhor compreenderem os seus mercados laborais locais, por forma a melhor servirem os seus residentes e para garantirem que as suas próprias decisões políticas estejam solidamente baseadas no conhecimento. Decorre de e baseia-se no 3º Workshop Transnacional da JobTown realizado em Rennes, em fevereiro de 2014 e dedicado ao desenvolvimento da capacidade de darem assistência às cidades para que executem a análise e a previsão dos seus próprios mercados de trabalho. O que é um mercado laboral local? Quando nesta publicação se discutem mercados laborais locais, não nos estamos a referir aos limites específicos de uma área administrativa (por exemplo, delimitações municipais, etc.), mas antes, a uma definição funcional - isto é, a região em que os residentes se movimentam à procura de trabalho ou de emprego. Uma autoridade local e os seus parceiros necessitam de compreender este mercado laboral local - isto é, analisar de forma precisa quais são as necessidades de competências atuais, os perfis profissionais, etc. - e para onde se encaminham as coisas - ou seja, prever a procura de competências e identificar tendências. Porque é que as competências são tão importantes? O termo competências pode referir-se a uma série de coisas, desde a mais formal até às competências sociais ou às de caráter genérico. Kieran Ferran da Oxford Economics deu esta definição de competências no nosso 3º Workshop: Atributos que fazem com que os trabalhadores sejam eficientes e produtivos no desempenho das suas funções... Aptidão e capacidade adquiridas através de um esforço deliberado, sistemático e sustentado para a execução fácil e de forma adaptativa de atividades complexas ou de funções profissionais que envolvam ideias (competências cognitivas), coisas (competências técnicas) e/ou pessoas (competências interpessoais). A oferta de competências disponível em qualquer localidade é fundamental para possibilitar criar uma economia avançada nesse lugar tornando-o competitivo. A globalização significa concorrência crescente - não apenas oriunda de outras cidades da UE, de regiões e da mobilidade laboral, mas potencialmente de qualquer parte do mundo. Uma corrida para o fundo de salários baixos só pode ser prejudicial para os europeus, em diversos sentidos. As competências são essenciais para se escapar a tal espiral descendente e, desta maneira, para que os europeus gozem dos tipos de vida e dos locais que querem. As economias produtivas, de elevado valor acrescentado - isto é, que são atrativas para o investimento, para os exportadores competitivos e/ou e mais fortes em setores com elevado potencial de crescimento - todos dependem da oferta adequada das competências certas. Não existem estratégias baseadas na inovação e I&D, sem competências correspondentes. Locais e pessoas com as competências certas auferem melhores salários e experienciam menos desemprego. Para que serve a análise do mercado laboral? As autoridades locais e os parceiros empregadores, entidades e organizações relacionadas com o emprego, outros níveis governamentais ou comunidades vizinhas utilizam a análise do mercado laboral e os resultados da previsão de procura de competências para uma série de propósitos interrelacionados. • O facto de se ter acesso a informação completa e fiável permite: • A prestação de orientação profissional útil • aos prestadores de formação e educação por forma a decidirem que combinação entre formação e ensino devem oferecer ou planear e quais os investimentos a fazerem • Para reduzir ou evitar escassez de competências e discrepâncias (pessoas com competências e qualificações que não correspondem aos empregos oferecidos) O facto de terem as ferramentas à sua disposição, permite às autoridades locais independência relativamente a outros prestadores de informação e permite-lhes procurar o tipo de informação, no período, que melhor se adapte às suas necessidades. Frequentemente, os intervenientes locais dependem de dados oriundos de determinado organismo regional ou nacional, os quais são muitas vezes inexatos em relação às realidades específicas locais (agregadas a áreas mais vastas e/ou a perguntas que não são as colocadas pelo município) e que chegam até eles com atrasos, talvez ao ponto de estarem desatualizadas. Sem acesso a dados corretos, a tempo, e incapaz de conduzir a sua própria análise local, uma administração não pode proporcionar orientação a outrem ou tomar as suas próprias decisões e planeamentos à luz dos factos. Publicações A publicação a seguir não se destina a proporcionar um inventário exaustivo de possíveis ferramentas e abordagens à análise e previsão do mercado laboral ou a qualquer recomendação genérica (além do óbvio analisar e prever) para todas as localidades. Em vez disso, apresenta uma diversidade de ferramentas e abordagens - exigindo diferentes graus de capacidade técnica que abrangem diferentes períodos e apropriadas para diferentes objetivos. Algumas delas são ferramentas que estão prontas para serem adotadas e utilizadas de imediato, e outras são narrativas da experiência de uma determinada cidade que pode ajudar outros locais a formarem uma opinião sobre o que melhor se aplica no seu caso. A conclusão é apoiar e encorajar as cidades e as suas partes interessadas a intervirem no sentido de construírem as suas próprias capacidades levando a uma melhor compreensão e a ações e políticas mais eficazes a favor do emprego, do crescimento e dos jovens. 5 6 Ferramenta de Previsão de Competências da Oxford Economics Resumo Uma ferramenta especificamente concebida para análise e previsão do mercado laboral para ser utilizada pelas autoridades locais para se focar nos mercados laborais locais/sub-regionais e proporcionar projeções a longo prazo a este nível. É uma ferramenta gratuita, flexível e facilmente adaptável não requerendo competências técnicas significativas. Quadro de referência Oxford Economics – www.oxfordeconomics.com – produziu esta ferramenta para analisar os mercados laborais locais. Inicialmente encomendada para o ESIMeC, uma rede URBACT; encontra-se agora disponível de forma gratuita. A Ferramenta Como funciona A ferramenta informática chega-nos na forma de um ficheiro de um modelo em Excel acompanhado por um Guia do Utilizador - são necessários conhecimentos informáticos médios. A execução da ferramenta digital faz parte de um processo mais alargado envolvendo as partes interessadas, o intercâmbio, a revisão e a comunicação. Este quadro representa a ferramenta completa. Processo envolvendo a ferramenta A colaboração eficaz é fundamental. O processo inclui muitas partes interessadas - empregadores, instituições de ensino e formação, agências de emprego, estudantes e desempregados Os resultados são partilhados através do diálogo contínuo existente entre as partes interessadas; o feedback é incorporado continuamente. O processo iterativo aperfeiçoa a previsão e reforça a credibilidade São comunicadas respostas a questões essenciais - Haverá escassez ou excedentes de competências? Em que setores? Qual será o impacto? Em que período temporal? O que é necessário fazer-se de forma diferente? Os resultados da previsão são atualizados regularmente - um ambiente económico, especialmente a nível da cidade, altera-se rapidamente, fazendo com que as previsões fiquem desatualizadas Os resultados são continuamente comparados com a previsão para aperfeiçoar a metodologia Porquê escolher esta ferramenta Ela: • É de fácil utilização • É clara, transparente e adaptável • Complementa outras análises e modelos de necessidades futuras em matéria de competências - não se trata de escolher ‘ou bem que se utiliza ou não’ • Melhora a compreensão do processo de previsão • Ajuda as administrações municipais a trabalharem e a planearem mais eficazmente • É gratuita Utilizações de resultados • Compreender e equilibrar a oferta e procura de futuras competências • Determinar as necessidades de competências a longo prazo em mercados laborais específicos • Reduzir as discrepâncias do ensino e da formação com as necessidades do mercado laboral • Colaborar com os prestadores de serviços de educação e ajudá-los a responder às futuras necessidades de competências • Coordenar ações e esforços para se atingirem os mesmos objetivos de competências • Fazer corresponder melhor as competências do desempregado com as necessidades do mercado laboral • Material para partilhar com as partes interessadas, para conduzir debates, etc. Limitações e riscos Ao fazer uso da ferramenta, uma cidade pode ficar a saber bem mais - e, assim, estar mais bem equipada para agir e planear - no entanto, é importante gerir as expectativas fazendo com que as limitações se apresentem claras aos participantes e utilizadores. • Qualidade dos dados e disponibilidade - os resultados são limitados pela precisão e detalhe dos dados utilizados • Ligações perdidas e contextualização - os estudos setoriais detalhados podem ser feitos isoladamente da restante economia, portanto, não levando em consideração os fatores pertinentes • Reivindicações e perceção podem divergir da verdade - os inquéritos a empregadores podem produzir respostas tendenciosas; pode ser difícil distinguir entre o que os empregadores querem e aquilo de que necessitam • Não quantificáveis - pode ser difícil quantificar ou garantir representatividade nas discussões em matéria de qualidade com os empregadores e especialistas do setor • Incognoscível - poder-se-á ter a necessidade de consultar os futuros empregadores e não apenas os atuais • Margem de erro - as previsões não são profecias; fundamentam-se em probabilidades e na direção de tendências, não em certezas Para começar Modelo em branco da ferramenta com Guia do Utilizador: projectworks.files.wordpress.com/2014/11/template.xlsx Emissão de amostra: projectworks.files.wordpress.com/2014/11/example.xlsx Manual: urbact.eu/uploads/tx_projectsresultsdocuments/Skills_forecasting_manual_01.pdf Kieran Ferran Gestor de Dados da City Oxford Economics Kieran Ferran, o criador da ferramenta (este capítulo baseia-se no seu trabalho) e Gestor de Dados da City no escritório de Londres da Oxford Economics, te, todo os gosto em ajudar as cidades a utilizarem a ferramenta. Contacto: [email protected] Tendências do passado e futuras prováveis nos empregos de trabalhadores por setor, Basingstoke GBR 7 2 Iniciativas Polacas: Adaptação do Barómetro Ocupacional e Acompanhamento da Juventude no Mercado Laboral Resumo Este artigo apresenta 2 boas práticas de acompanhamento do mercado laboral relacionadas com os jovens, implementadas na região polaca de Małopolska. 1) Adaptação do Barómetro Ocupacional (BO) uma previsão a curto prazo (1 ano) da procura por profissões. O BO oferece um método qualitativo de recolha de dados acerca da procura dos trabalhadores por profissão, adequa-se a um mercado laboral local e é um sistema flexível que utiliza diversos indicadores e que pode ser usado por pessoas com diferentes perfis e competências. 2) Modelo para acompanhamento da situação dos jovens no mercado laboral”- é uma ferramenta estatística, que descreve uma combinação de fatores fundamentais por exemplo, a demografia, o (des)emprego, a educação, a família ou as condições de vida, permitindo comparações de cargos e perspetivas de carreira dos jovens em diferentes regiões. A ferramenta proporciona uma visão holística e introduz fatores qualitativos. O autor apresenta referências, metodologia e resultados destes 2 estudos e considera a transmissibilidade dos mesmos. aplicado por toda a Finlândia 2009 - o pessoal do Mercado Laboral e do Observatório da Educação de Małopolska toma conhecimento do BO na visita de estudo a Turku e realiza-se um inquéritopiloto em Małopolska, envolvendo 6 secretariados do trabalho locais De 2010 em diante - o BO está a ser utilizado por toda a Małopolska 1.2. Metodologia O BO é uma previsão referente à procura de Artigo com a contribuição de Antonina MichalskaSabal Especialista em Investigação, Delegação Regional do Trabalho em Cracóvia Mercado Laboral e Observatório da Educação de Małopolska Fotos e ilustrações cortesia da senhora Michalska-Sabal BALANCED DEFICIT Occupational Barometer 2014 1) Adaptação do BO na Polónia 1.1. Quadro de referência Anos 90 - O BO iniciou-se na Suécia, tendo-se desenvolvido como um elemento de um sistema mais vasto para prever as alterações do mercado laboral destina-se a informar os decisores das políticas de emprego, as instituições que prestam serviços aos empregadores e os desempregados 2007 - Os serviços públicos de emprego do sudoeste da Finlândia adaptam o BO em seguida, o inquérito é alargado e SURPLUS 8 Małopolska Automotive diagnosis technicians Chefs Finance and accounting staff with knowledge of foreign languages HGV drivers Independent accountants Accounting and bookkeeping clerks Applied IT professionals Architects and urban planners Archivists and curators Automation and robotics engineers Backhoe loader operators Bakers Beauticians Biologists, biotechnologists, biochemists Boiler operators Bus drivers Butchers Car body painters Cement and stone machine operators Chemical products plant and machine operators Childminders Clearing and forwarding agents Computer system administrators Concrete placers, concrete finishers and related workers Construction engineers Construction installation assemblers Construction joiners and carpenters Construction managers Construction supervision inspectors Crane, hoist and related plant operators Cultural organisers Dance and eurhythmics instructors Database designers and administrators Dentistry assistants and technicians Dentists Driving instructors Earthmoving and related plant operators Educators in educational and care institutions Electric arc welders Electrical engineers Electrical mechanics and electrical assemblers Electronic and telecommunications technicians Electronic assemblers EU project coordinators Financial and investment advisers Finishing work technologists in building trades Floor layers Florists Food production plant and machine operators Foreign language teachers Gas welders Glaziers and window fitters Graphic and multimedia designers Hairdressers Handicraft workers in wood and joiners Human resources and recruitment professionals ICT system analysts and operators Insurance agents Invoicing clerks Journalists and editors Laundry workers Lawyers Librarians and related information professionals Lifting truck operators Managers Marketing and sales professionals Mechanical engineers Medical doctors Medical imaging and therapeutic equipment technicians Metal processing plant operators Metal working machine tool setters and operators Midwives MIG/MAG welders Nurses Occupational therapists Panel beaters Papermaking plant operators Paramedical practitioners Pavers Pharmacists Photographers Physiotherapy technicians and assistants Plant and machine operators and assemblers Plasterers Plumbers and pipe fitters Postmen and package deliverers Printing trades workers Product and garment designers Production workers Protective service workers Psychologists and psychotherapists Public procurement professionals Public relations and advertising professionals Real estate professionals Roofers and sheet metal workers in building trades Rubber and plastic machine operators Safety and quality professionals Sales managers Secretaries Social work professionals caring for the elderly and disabled Social workers Software developers and website designers Special school teachers Sport and recreation instructors Stall and market salespersons Stonemasons Structural-metal preparers and erectors Survey and market research interviewers and telemarketers Surveyors and cartographers Teachers for practical vocational training Teachers of vocational subjects TIG welders Trade representatives Translators, interpreters and other linguists Travel guides Upholsterers Van drivers Vehicle cleaners Veterinarians Wood and metal painters and varnishers Administration and office clerks Agricultural workers Agriculture and forestry engineers Bricklayers Caretakers Chemical engineers and chemists Cleaners and room service Confectioners Construction technicians Construction workers Cooks Economists Educational counsellors Electric trades technicians Environmental engineering engineers Environmental protection professionals Finance professionals Food and nutrition technology professionals Gardeners Geologists, geographers and geophysicists Handicraft workers in leather and related materials IT technicians Kitchen helpers Landscape architects Machinery mechanics and repairers Manual workers Mechanical engineering technicians Motor vehicle mechanics and repairers Painters and related building trades workers Passenger car drivers Political scientists, historians and philosophers Postal clerks Potters and glaziers Pre-school teachers Primary education teachers Public administration professionals Receptionists Salespeople and pos operators Shoemakers Sociologists and social/economic surveys professionals Stationary plant and machine operators Stock clerks Tailors and clothing manufacturers Teachers of general subjects Toolmakers Travel consultants and clerks Visual and related artists Waiters and bartenders “The Occupational Barometer” is a survey coordinated by the Labour Market and Education Observatory of Małopolska – a project of the Regional Labour Office in Kraków. The survey was done by staff of local labour offices in Małopolska in the 4th quarter of 2013. It is a forecast of the demand for labour in 2014. The situation in certain occupations may change due to unforeseeable developments. The publication cofinanced by the European Union from the European Social Fund emprego a curto prazo (1 ano) para cada município, executada pela cooperação da Delegação Regional e Local do Trabalho através de painéis de peritos constituídos por funcionários afetos à colocação, conselheiros de carreira e os envolvidos nas relações com o empregador, formação ou EURES, Rede Europeia de Emprego. A previsão de Cracóvia é compilada por funcionários da delegação do trabalho da cidade e por representantes de agências de emprego privadas que desempenham um papel importante na colocação. Nas áreas da sua competência, as delegações de emprego do Município são as principais prestadoras de Os empregos são então classificados em 3 grupos: • Défice - muita procura/pouca oferta • Equilibrado - oferta e procura equiparadas • Excedentes - muita oferta/pouca procura Os painéis utilizam dados relativos a ofertas de emprego, pessoas registadas como desempregadas e vagas para estágios. Os dados estatísticos não mostram um quadro completo do mercado laboral. Não verificam as competências nem as qualificações que os utilizadores afirmam ter ou o grau de disponibilidade de um empregador para contratar (qualificações mínimas, salário etc.). Assim, a informação recolhida pelo pessoal da delegação do trabalho, além das estatísticas, é de grande valia - mostrando as vagas repetidas, a rotatividade dos trabalhadores e o motivo, a sazonalidade do emprego e o impacto nas estatísticas. O BO tem em conta as qualificações dos trabalhadores e a preparação real para desempenhar uma função - não demonstradas nos dados relativos aos desempregados registados. Com a incorporação de uma série de fatores o BO traça um quadro mais fiel da oferta e da procura locais. São utilizados termos comuns para os empregos devendo ser acessíveis. 1.3. Utilidade Os resultados da previsão são principalmente utilizados pelo pessoal da delegação do serviços de colocação e são as que melhor conhecem a oferta e a procura. As previsões são feitas no final do outono para cada município e para a região. As deliberações do painel (grupos de 4-8 pessoas, em sessões de cerca de 3 horas) relativamente a cada um dos ramos profissionais, responde a questões como: Como irá mudar a procura por trabalhadores numa determinada profissão ao longo de um ano? Será que vai crescer, diminuir ou permanecer na mesma? Qual será a relação entre a força de trabalho e a procura por trabalhadores na referida atividade profissional? Haverá défice, excedentes de candidatos a emprego ou verificar-se-á um equilíbrio? 9 10 trabalho local - consultores de carreira e funcionários afetos à colocação - sendo úteis em: • Trabalho quotidiano com desempregados e candidatos a emprego • Explicação das perspetivas do mercado laboral local e a oferta aos empregadores, aos meios de comunicação social, etc. • Planeamento de ações de formação para os desempregados • Procura de emprego por candidatos a emprego e jovens licenciados • Trabalhadores a considerarem a requalificação • Comparação de situações locais • Facilitação da mobilidade transnacional e transfronteiriça • Avaliação do projeto do FSE 1.4. Conclusões O BO pode ser facilmente transferido; a sua metodologia é fácil, rápida e barata. O principal fator de sucesso é a seleção de especialistas adequados, o conhecimento da oferta e da procura locais. Limitações relacionadas com a qualidade, os tipos e a disponibilidade dos dados - problemas como: • Vários períodos de referência e níveis de agregação de dados • Atrasos na publicação de dados • Disponibilidade de dados segmentados por idade e localidade • Falta de dados • Fiabilidade dos dados relativos à migração, por exemplo, existe menos documentação em matéria de emigração do que em matéria de imigração • Continuidade, por exemplo, problemas com um dos Inquéritos financiados pelo FSE A web do BO de Małopolska foi lançada em 2013 apresentando os resultados do BO para 2010-14 em forma gráfica acessível, comparáveis por lugar e/ou data. Especialistas do painel utilizam a web para atualizar os dados. Mais informação em: projectworks.files.wordpress.com/2014/11/info.pdf MODELO PARA ACOMPANHAMENTO DA SITUAÇÃO DOS JOVENS NO MERCADO DE TRABALHO Quadro de referência O Modelo para acompanhamento da situação dos jovens no mercado laboral foi desenvolvido em cooperação com 7 Direções Regionais do Trabalho polacas, entre os quais a de Cracóvia. A ideia, criada em 2011, decorre de uma reunião da Rede Europeia de Acompanhamento do Mercado Laboral Regional. Com a deterioração da situação em que se encontra o mercado laboral para os jovens em toda a UE existe/existia a necessidade de se obterem dados de boa qualidade com os quais fosse possível conceber políticas e intervenções eficazes. Um dos principais problemas é o facto dos dados referentes à situação dos jovens ser diversificada, estar dispersa e ser proveniente de diversas fontes – frequentemente impossível de comparar entre regiões e países. Os indicadores necessitam de ser unificados a nível regional, nacional e europeu. O grupo de trabalho (GT) das instituições polacas dedicadas ao mercado laboral propôs-se a identificar os indicadores comparáveis a nível regional e da UE. O trabalho concentrou-se num modelo estatístico para as regiões polacas e numa tentativa para desenvolver um modelo transnacional em parceria com a Agência Federal de Emprego de Berlim (que se deparou com limitações). Metodologia O 1º passo foi a visão global dos dados; cada membro do GT verificou a acessibilidade dos dados estatísticos públicos. Posteriormente, workshops desenvolveram conceitos envolvidos em 6 campos: Indicadores essenciais/principais • Desemprego • Emprego jovem Indicadores de contexto • Ensino • Demografia • Família e condições de vida • Atividade social Para cada campo foram escolhidos mais de 60 indicadores descritivos baseados nos dados disponíveis e na opinião do GT. Este grande conjunto de potenciais indicadores traduziu-se numa lista definitiva das principais medidas a serem tomadas, incluindo: • Taxas de emprego/desemprego jovem • Salário bruto mensal médio total • Partilha de desempregados de longa duração dentro da mesma faixa etária • Abandono escolar precoce • Rendimento mensal médio por pessoa dentro do agregado familiar Próximo passo: reduzir a complexidade através da limitação do número de indicadores aos mais relevantes e criação de 1 indicador sintético (composto) que descreva a situação global dos jovens - permitindo: • Análise comparativa inter-regional • Identificação rápida dos campos onde a situação dos jovens se está a deteriorar - uma função de alerta • Melhor orientação, por parte dos decisores, dos fundos de política regional da UE para apoio aos jovens 2 abordagens para criar um indicador composto: Análise estatística baseada nos montantes estandardizados Análise baseada em modelos sociais (ver abaixo) com peritos em estatística 11 12 Abordagem 1 Passos: • Impactos variáveis designados como positivos/estimulantes ou negativos/depressores • Indicador da precisão e da fiabilidade verificadas referentes à correlação - se 2 indicadores mostraram uma acentuada correlação, escolhem-se as regiões cujo indicador mais difere (com coeficiente de variação superior) • Para cada campo foi criado um indicador sintético, descrevendo a situação num campo - emprego, demografia, etc. • O indicador global agregado acerca da situação dos jovens é formado como uma média ponderada das medidas compostas de cada campo. Os pesos de cada campo são desenvolvidos pela avaliação de peritos de impacto na situação global do mercado de trabalho jovem Esta abordagem foi criticada pela sua combinação de métodos estatísticos e pela avaliação de peritos; foram postos em causa os pesos atribuídos aos campos. Mesmo assim, o indicador sintético provou ser útil; expresso em valores estandardizados, mostrou como as situações regionais diferiam da média e que as regiões polacas podiam ser classificadas. As unidades territoriais foram divididas em 4 grupos - melhor, acima da média, abaixo da média e pior. Por exemplo, a ‘área da educação’ é composta por indicadores - abandono escolar precoce, taxa de aprovação no exame vocacional, taxa de aprovação no exame de qualificação académica, etc. - cada um dos quais tem um impacto proporcional na ‘área’ global. Neste momento foram feitas importantes alterações aos pressupostos anteriores. Por exemplo, à condição económica de uma região foi adicionada uma outra área de contexto importante, para além da educação, demografia, condições de vida e atividade social. A demografia e a atividade social provaram ter pouco efeito negativo, - ou seja, indícios de maior atividade social correlacionam-se com uma menor atividade do mercado laboral; sem procura de outra atividade por parte de candidatos ao emprego jovem. Com a demografia, quanto mais forte é a estrutura demográfica, mais candidatos ao emprego jovem existem, reduzindo, deste modo, o sucesso devido à concorrência. A análise também categorizou as regiões polacas pela melhor ou pior situação dos jovens. Abordagem 2 Ao utilizarem-se os modelos sociais algumas das restrições da abordagem 1 foram eliminadas, possibilitando a avaliação matemática do impacto dos campos específicos na situação do mercado de trabalho jovem. Nestes modelos sociais cada modelo tem de 2 partes - interno e externo: O modelo interno mostra afinidades entre as áreas, em particular o impacto das ‘áreas de contexto’ (por exemplo, a educação, os antecedentes familiares) nas ‘áreas cruciais’ (por exemplo, emprego/desemprego) - respondendo a perguntas como em que medida é determinada a situação dos jovens pela educação ou pela situação económica global? O modelo externo descreve o impacto dos indicadores que formam uma determinada área. Internacional O modelo polaco baseou-se em estatísticas públicas não podendo ser facilmente reproduzido noutros lugares; a visão global dos dados internacionais concluiu ser difícil obter mais do que os dados básicos do EUROSTAT. No entanto, o GT decidiu tentar, com a assinatura de um acordo em 2013 com a Agência Federal de Emprego da Alemanha. O esforço produziu 15 indicadores a serem acompanhados na Alemanha e na Polónia, embora os propósitos para a modelação estatística fossem limitados, devido à escassez de dados e financiamento limitado. O parceiro alemão disponibilizou a sua ferramenta de Internet (ver capítulo acerca do MML alemão) que gera a apresentação gráfica dos dados e a comparação de valores para indicadores num determinado ano entre regiões polacas e alemãs. A análise demonstrou que o maior determinante foi o desenvolvimento regional a nível económico. A educação tem o 2º maior impacto, seguida pela família e pelas condições de vida. Todos esses campos têm impacto positivo - com mais desenvolvimento económico, melhores níveis de condições de ensino e de vida, a situação do mercado de trabalho jovem está melhor. Observações finais A disponibilização de dados foi o principal desafio e a divergência de dados dificultaram a comparação; foram cobertos diversos períodos de comunicação de dados e grupos etários. Os períodos prolongados de ensino e o prolongamento dos períodos de integração na vida profissional discordaram da opção de se limitar a análise às faixas etárias mais jovens; foi finalmente alargada a categoria da idade escolhida para integrar a análise - 25-34 anos. Outras limitações: • A ausência de dados fiáveis nos principais campos de atividade - por exemplo, entrada/saída de migração. • Lacunas nas estatísticas de procura de trabalho regionais. Cada país tem as suas bases de dados de oferta de emprego organizadas de outra forma; na Polónia, a delegação de trabalho local a recolha de ofertas de emprego está incompleta - muitos empregadores não fazem uso dos serviços públicos de colocação. Os dados são complementados por Inquéritos ad hoc a Empregadores, utilizam diferentes metodologias e são, portanto, pobres em termos de comparabilidade. Da mesma forma, a experiência polaca pode ser uma referência para a utilização de métodos estatísticos para acompanhar a situação do mercado de trabalho jovem; os conceitos utilizados na abordagem podem ser transferidos, por exemplo, campos e indicadores utilizados. Informação: Antonina Michalska-Sabal [email protected] ou [email protected] 13 14 CODESPAR de Rennes: desenvolvimento e previsão através da diversidade e da participação Este capítulo é uma versão editada e traduzida de um texto fornecido pelo CODESPAR O Conseil de Dévelopment Économique et Sociale du Pays et de l’Agglomération de Rennes (CODESPAR) dedica-se ao desenvolvimento económico, social e ambiental de Rennes e arredores. Executa a análise e a previsão do mercado laboral e implementa projetos que correspondam às mesmas. O seu Conselho de Desenvolvimento está orientado para o trabalho coletivo e para a reflexão; acompanha a evolução em todo o território, e proporciona uma base de conhecimento fiável às partes interessadas locais e aos decisores políticos. Os membros provenientes do setor privado, os sindicatos, as associações e os políticos locais contribuíram, assim, com uma variedade de pontos de vista. O CODESPAR antecipa mudanças no seu desenvolvimento territorial, na deteção de inovação e alteração e apoio à gestão das alterações; pode escolher examinar uma determinada tendência ou emitir a sua própria iniciativa. O CODESPAR é reconhecido pelo governo central como a Comissão do Mercado Laboral para o seu território; o que significa que desempenha o papel de uma plataforma designada para o diálogo social no qual se baseia a tomada de decisões. O Conselho diz-se de acordo com as 4 Missões básicas: • Acompanhar a situação atual, as alterações, as questões emergentes e os indícios de problemas Origem O CODESPAR foi criado há cerca de 30 anos pelos dirigentes eleitos localmente que quiseram estabelecer uma estrutura estável para o diálogo entre os intervenientes sociais e económicos, associações e governo local. O intercâmbio e a cooperação transversais destinavam-se a apoiar e a criar um projeto de desenvolvimento para o território. Em 1984 foi atribuída ao CODESPAR a função de Comissão do Mercado Laboral, tendo como missão facilitar o diálogo social no território acerca do emprego, formação e desenvolvimento económico. • Antecipar Construir um entendimento quanto às futuras possibilidades da região • Facilitar Proporcionar um espaço para consulta e debate, partilha de conhecimento do território, as suas tendências e o diálogo social • Fomentar Projetos de testes inovadores e acompanhá-los em matéria de sustentabilidade Constituição: O CODESPAR é um organismo autónomo organizado em princípios associativos com participantes voluntários, apoiados por uma equipa de 5 pessoas, a tempo inteiro. Existem 120 membros, oriundos de 4 colégios de 30 membros cada: • Atividades comerciais e económicas • Sindicatos • Associações • Representantes políticos locais e associados O CODESPAR é orientado por um programa de trabalho anual construído em torno de projetos prioritários, iniciados pelo CODESPAR ou por um dos seus parceiros. Estes projetos identificam um determinado problema e reúnem especialistas relevantes provenientes da sociedade civil para o tentarem resolver. Eixos estratégicos Os projetos de desenvolvimento e de promoção que o CODESPAR segue são orientados por estratégias plurianuais definidas pelos membros: • Clima e energia transição para utilizações energéticas novas e/ou mais eficientes • Previsão deteção de tendências económicas e do seu impacto no emprego e na procura de competências • Coesão social envolvimento das partes interessadas e fortalecimento do tecido social Ver: www.codespar.org/nos-projets Limitações O CODESPAR está mais voltado para o trabalho a longo prazo; os projetos são tipicamente de 2 (alguns de 1) anos e não são veículos para uma tomada de ação imediata. Um valor acrescentado - a forma como o CODESPAR conduz a análise do mercado laboral e a previsão de procura de competências estabelece os processos de consulta e cooperação, facilitando a troca, a compra e o apoio para as iniciativas daí resultantes. Embora cada projeto tenha as suas especificidades, todos se baseiam num diagnóstico executado através da troca de pontos de vista e conhecimentos de múltiplas partes interessadas, muitas delas associadas do próprio CODESPAR. Para onde agora? No momento em que se está a escrever, estão a ser dados novos poderes às administrações metropolitanas francesas e em 2015 o CODESPAR torna-se num Conselho para o Desenvolvimento Metropolitano, o que significa que terá novas competências e um papel mais importante na conceção de políticas públicas. Requisitos para transferência A criação de um Conselho de Desenvolvimento semelhante para um território requer vontade política e apetência locais; a criação de tal Conselho é inútil se o que produz não tiver serventia. Os funcionários eleitos devem estar prontos para envolverem a sociedade civil na definição de políticas públicas e prontos para criar programas em parceria com as partes interessadas socioeconómicas e os representantes da sociedade civil. Da mesma forma, a independência política é essencial; qualquer cooptação do Conselho por interesses políticos ou setoriais mais estreitos deve ser evitada - a autonomia do Conselho está diretamente ligada à forma como aquilo que diz ser valorizado. Informação: www.codespar.org 15 16 Desafios demográficos na Alemanha e Monitor do Mercado Laboral Pontos principais: • O Monitor do Mercado Laboral é uma ferramenta de TI para analisar em profundidade o Mercado Laboral • Premiado como o Projeto Mais Inovador de Administração em Linha • Os dados específicos gerados para os níveis; nacional, regional e local e algumas regiões europeias vizinhos • Contexto das principais mudanças demográficas e iminente escassez de competências Ambiente e Desafio As principais mudanças demográficas alemãs estão atualmente em curso, embora o impacto em diferentes regiões irá variar de forma notável. A Platina Ocidental é uma região que enfrenta um grande défice de mão-de-obra qualificada. A região é pouco povoada, com pouco mais de meio milhão de habitantes numa área de 7.990 km² e algumas das mais pequenas autarquias alemãs. A oferta de mão-de-obra qualificada já é limitada, tal como a capacidade do município para afetar a referida oferta que a oferta e os fatores de localização que atraem investimentos e negócios. Além disso, a região é afetada por uma crise estrutural de longo prazo a qual está a causar um aumento relativo da taxa de desemprego. A região está a transitar das indústrias obsoletas predominantes para um enfoque em I&D e TI nas imediações de Kaiserslautern, a principal cidade da região. Estima-se que em 2060 (às taxas atuais) a população diminua em cerca de 30-40% comparativamente com 2010, acompanhada por uma alteração no padrão etário; estima-se que a idade média seja de 48 anos em 2020 e de 51 em 2050. Durante algum tempo, uma série de partes interessadas do comércio, da ciência e da política têm procurado formas de combinar forças e de coordenar as abordagens já existentes para a cooperação, de modo a desenvolverem a região em todo o seu potencial. A Associação e Como Funciona TA associação ‘’Palatina Ocidental - uma região com futuro’ (www.zukunftsregionwestpfalz.de) foi fundada em abril de 2012 com a missão de estabelecer e de salvaguardar a mão-de-obra de que a região necessita. A adesão é multissetorial: empresas, Câmaras, centros de pesquisa (por exemplo, universidades), ministérios, autarquias e alguns particulares. Artigo com a contribuição de Anke Heckmann, da associação 'Palatina Ocidental - uma região com futuro', Alemanha Fotos e ilustrações cortesia da senhora Heckmann e da associação Uma minúscula influência de RH produz grandes resultados - como? A associação tem apenas 2 funcionários membros (1 líder de projeto e 1 secretário, ambos a tempo parcial), mais 1 diretor honorário, contudo é muitíssimo produtiva. Como? Alguns dos seus mais de 170 membros estão solidamente integrados em redes regionais - por exemplo, o diretor honorário, conselho de administração e conselho diretivo. Muitos membros apoiam e envolvem-se ativamente na realização dos objetivos da associação assumindo o peso das tarefas repartidas da mesma; não se limitam a injetar fundos, eles contribuem com trabalho. Ferramenta e Conclusões Para equipar uma região por forma a lidar com os seus desafios, são fundamentais dados regionais do mercado laboral. Como tal, a Agência de Emprego Alemã desenvolveu o ‘Monitor do Mercado Laboral’ (Arbeitsmarktmonitor), concebido para apoiar todos os intervenientes do mercado de trabalho na sua rede de profissionais e na tomada de decisões. Em 2009, a República Federal da Alemanha sofreu o pior colapso na sua história do pósguerra; a produção económica caiu 5% de 2008 a 2009. O desenvolvimento da ferramenta da Agência de Emprego Alemã foi em parte motivado por esta situação de crise, com a intenção de proporcionar uma melhor compreensão do mercado laboral regional em matéria de dinâmica e para apoiar uma melhor coordenação e comunicação entre os funcionários de Agências de Emprego e os principais intervenientes no mercado laboral. Prémio de Inovação da Administração em Linha O Monitor do Mercado Laboral (MML) introduzido em 2010 como uma plataforma de TI para os mercados de trabalho regionais produz dados acerca das condições estruturais do mercado laboral, para avaliação de diferentes setores industriais e avaliação regional da oferta e procura de mão-de-obra qualificada. A sua informação baseia-se nos dados acerca do emprego reunidos pela própria Agência e em dados gerados pelo Serviço Estatístico Federal. Em 2011 foi-lhe atribuído o prémio de Projeto Mais Inovador de Administração em Linha. Um dos principais projetos da associação é determinar e classificar as necessidades de mão-de-obra qualificada que irão ser desenvolvidos na região Palatina Oeste durante um período de 10-15 anos e assegurar que a correspondente oferta de formação está instituída. O ‘Monitor do Mercado Laboral’ da Agência Federal de Emprego é uma das principais ferramentas de que este projeto depende. A Alemanha enfrenta uma das mais graves dinâmicas de envelhecimento da população europeia e o MML é uma ferramenta para análise e previsão utilizada para identificar desequilíbrios na oferta e na procura de competências vindouros e para avaliar os riscos relacionados com o emprego a nível federal, regional e local. O MML classifica a informação em 3 áreas: 1. Condições estruturais • Mercado laboral • Ensino • Indicadores Sociais, ou seja, as taxas de: - Crianças em idade pré-escolar a cuidar (pré-primária, etc.) - Pessoas com idades compreendidas entre 15-65 capazes de trabalhar e os seus dependentes que recebem apoio e subsídios - Menores de 15 anos dependentes de pessoas inseridas na categoria acima. • Indicadores demográficos 2. Oportunidades e riscos profissionais • Avaliação dos setores industriais a nível federal • Análise da referida avaliação, a nível local 3. Radar de mão-de-obra qualificada • Análise da situação da mão-de-obra qualificada regional • Visualização da escassez de competências emergentes até ao nível local Acompanhar de perto as condições estruturais articuladas - especialmente através de comparação com as regiões vizinhas e/ou a situação alemã global - permite uma melhor compreensão da situação de determinada região. O Radar de mão-de-obra qualificada ajuda a compreender a disponibilidade presente e futura da mão-de-obra qualificada. Os dados profissionais relevantes baseiam-se em 3 indicadores - provenientes de ofertas de emprego em aberto comunicadas à Agência do Trabalho pelas empresas, pessoas registadas 17 18 como desempregados e o tempo que é preciso para preencher uma oferta de emprego comunicada - compilados pela Agência Federal de Emprego. Indicadores: 1. Desvio de tempo de oferta de emprego a partir da média federal referente a todas as profissões 2. Mudança no período de tempo da oferta de emprego comparativamente ao ano anterior, medido em dias 3. Rácio de desempregados para oferta de emprego A saída de dados do Radar descreve a relação entre os desempregados e as ofertas de emprego em aberto, traçando um mapa referente ao período de tempo que uma determinada oferta de emprego permanece por preencher e contrastando este período de tempo com processos anteriores (ou seja, estará a espera a aumentar, a diminuir ou está na mesma?). Estes dados estão disponíveis para as profissões e categorias profissionais, em muitos casos, até ao nível do município. Advertência: A Agência Federal é o mais vasto e mais completo base de dados disponível, no entanto, reflete apenas uma parte do mercado de trabalho; muitos cargos menos estandardizados, altamente qualificados, não estão incluídos - por exemplo, académicos, etc. Exemplos de dados de que a ferramenta faz o levantamento Perto das idades da reforma O mapa abaixo mostra a percentagem de trabalhadores com idades compreendidas entre 50-64 anos. Quanto mais escuro for o azul, maior a percentagem. A seta aponta para a Palatina Ocidental. Repartição por setor, idade, género, estatuto de tempo parcial ou tempo inteiro na região ! ! Desenvolvimento da população na última década * * * * * Esta tendência é uma ameaça direta às ambições e estratégia para a competitividade económica da região. A implicação óbvia é que a Palatina Ocidental terá que ou compensar com um afluxo significativo de imigrantes qualificados ou de alguma forma alterar a abordagem ao desenvolvimento territorial de que depende atualmente. * !"#$"%&' ()*)$+&" /"-01%)23+4'+&5+4)$0%# !"!#$%&'"( !"!#$%&'"(12343$"!53(&16'(731*+++ !"!#$%&'"(1;"#(<3=1&>%(1*)1;3%=6 !"!#$%&'"(1)+1;%3=61%(21"$23= A"#&>181B$23=$;181C3$%&'"( D3=73(&%<31"E1F55'<=%(&6 )*+,-.. 8)9/ *?9@ ??9* )?9. .9) ,"%-)&. /*,+*+,)0/ 8+9: *? ?@9/ )09? -9? ! A Palatina não os números ! Ocidental ! ! ! tem ! ! ! mais ! ! ! para a! população ! ! ! alemã próxima ! ! da ! elevados ! ! ! ! ! ! ! ! ! idade! da !reforma, está ! ! mas ! ! ! em segundo ! ! lugar ! ! em! ! ! ! ! ! ! ! ! ! termos numéricos. ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! e Implicações ! ! ! ! Problema Emergente ! ! ! ! ! ! ! Vantagens Outras ! ! ! ! ! ! diz! respeito ! ao! desenvolvimento ! ! ! da ! No ! que ! população alemã em geral em comparação com a Palatina Ocidental, a região está !comprovadamente a perder mais população do que o explicado pelos rácios de nascimento/morte; a Palatina Ocidental sofre de emigração. A ausência ou a perda de mão-deobra qualificada é uma ameaça vital para qualquer estratégia de competitividade baseada em I&D e produção de alto valor acrescentado e esta ‘sangria’ demográfica é um sinal de alerta. A análise da oferta e da procura de mão-de-obra qualificada demonstra certas categorias profissionais - por exemplo, os profissionais de saúde e as profissões técnicas, incluindo TI - já estão a sofrer de escassez de competências e, se nada for feito, a procura por tal mão-de-obra qualificada, irá superar a oferta ainda mais. ! ! ! O MML! ajuda a que o processo das redes ! ! ! profissionais se torne mais eficaz, ! ! proporcionando aos acionistas regionais, fácil acesso !à mesma informação partilhada. Algumas redes! utilizam a plataforma de comunicação ! ! ! embutida no MML para coordenar os seus projetos, conduzir painéis de discussão acerca de temas relacionados e agendar as suas reuniões. O MML produz dados sobre determinadas regiões vizinhas da Alemanha - na Áustria, na Bélgica, na Dinamarca, em França, em Itália, no Luxemburgo, nos Países Baixos, na Polónia e na Suíça. Por exemplo, estão disponíveis indicadores estruturais para a Alsácia-Lorena, em França, ou Valónia e Flandres, na Bélgica. Nota do editor: Este aspeto da ferramenta convida à especulação sobre como tal prática poderia, eventualmente, avançar para um acompanhamento mais sólido e mercado laboral conjunto na UE como um todo. Informação: Sra. Anke Heckmann: [email protected] 19 20 Web crawling (indexação automática) para Analisar Mercados de Trabalho, Utilizando as Ofertas de Emprego online - Uma Prática Crescente Resumo Um web crawler (indexador automático) é um programa de computador gratuito que tira informação da Internet - por exemplo, sites relacionadas com o trabalho. É de utilização barata, fornece dados em tempo real, é facilmente personalizável e é uma das direções para onde se está a dirigir a análise do mercado laboral. É de particular interesse para as administrações ou organizações com restrições orçamentais e/ou à procura de acesso independente aos dados atuais, otimizados de acordo com suas necessidades específicas. Indexadores Automáticos como Ferramentas para Análise do Mercado Laboral Um indexador automático é um tipo de software que pesquisa, de forma aprofundada, dados na Internet. Vários parâmetros são definidos para as suas funções de pesquisa e de análise; geralmente a aplicação está programada para visitar uma lista de URLs (endereços da Web) e identificar novos hyperlinks (ou seja, configurar a ‘fronteira de crawl’) - por exemplo, links para as descrições dos trabalhos. O programa recupera, então, estes dados como uma tarefa automática, e os referidos dados são compilados e analisados conforme as necessidades. Para entender um determinado mercado de trabalho (de qualquer dimensão geográfica) em cima do Web Crawler (que reúne os dados de emprego a partir da web) é programado um algoritmo (ou pode utilizar-se um software de análise de texto simples) para analisar anúncios de ofertas de emprego de organizações públicas ou privadas - por exemplo, Eures, Randstad, Monster, etc. A análise é conduzida em termos de não importa que parâmetros são motivo de preocupação - ou seja, empregos que estão em procura, competências e exigências que estão a ser procuradas, lacunas de ofertas, período de tempo que passou sem que a publicação tenha sido preenchida, tendências e dinâmicas salariais, etc. A aplicação pode ser configurada para drill down nestas questões tão aprofundadamente quanto possível - proceder à referenciação cruzada, à sub-compartimentação e dividi-los em muitas subperguntas como desejado. Os dados obtidos podem, então, ser extrapolado e manipulados de múltiplas maneiras, utilizando ferramentas-padrão para a análise de dados, por exemplo, Excel, Access. Dra. Anna-Elisabeth Thum Investigadora Assistente da Associação, Centro de Estudos de Política Europeia, em Bruxelas - coautora deste capítulo Porquê escolher esta ferramenta • Fator Frugal É barato - ou seja, o software é gratuito; a única despesa é com o tempo despendido pelo pessoal • Facilidade de Utilização É relativamente fácil de utilizar, requerendo conhecimentos informáticos médios • Dados a partir de agora Pode, de forma rápida, fornecer dados em tempo real • Adaptações ilimitadas e acompanhamento Com os relatórios tradicionais (preenchimento de questionários, questionamento verbal, etc.) existe um limite para o tempo em que uma pessoa pode estar ocupada e, assim, a numeração de perguntas e perguntas de acompanhamento. Com um Web Crawler isto não constitui um problema, já que não existem pessoas a serem questionadas • É a maneira como as coisas estão a correr No campo e entre especialistas a utilização desta abordagem de TI baseada na Internet e está a aumentar e está previsto que cresça Utilizações Abaixo encontra-se um exemplo do que pode ser gerado a partir do Web Crawling da informação. É um gráfico de radar que mostra a importância de certas competências para trabalhos diferentes. É útil para uma análise transnacional em termos de necessidades de competências para diferentes trabalhos - por exemplo, mostrar as competências cognitivas como valorizadas por solicitadas aos candidatos a emprego e as competências reais possuídas pelos trabalhadores. Uma aplicação adicional destina-se a estudar as mudanças profissionais, os salários e as Exemplo de dados extrapolados do 'crawling' do site do Eures cargos de escritório checos, mas menos na Irlanda. Outro exemplo de utilização seria analisar tanto o lado da oferta como o lado da procura do mercado laboral. Um projeto FP7 1 a decorrer, o INGRID ( www.inclusivegrowth.eu), analisa os anúncios de emprego, através do base de dados do EURES (ec.europa.eu/eures) para compreender a dinâmica de procura e oferta de competências utilizando o base de dados do Indicador Salarial (www.wageindicator.org), que inclui dados relativos às competências do trabalhador. Esta análise contrasta a correspondência entre as competências 1 condições de trabalho - por exemplo, Kuhn e Shen (2013) estudam a discriminação de género no processo de recrutamento chinês, encontrar ofertas de emprego altamente qualificadas é menos discriminatório. Limitações • Local Dependendo da localização, há mais ou menos dados na Internet relacionados com o trabalho. Na maior parte da Europa a utilização de tal instrumento, já vale a pena e estará a aumentar noutro lugar • Canais privados Nem todas as informações relativas ao mercado de trabalho são públicas; 7º Programa-Quadro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico 21 22 muitos postos de trabalho são preenchidos através de canais informais • Etiqueta Os Web Crawlers podem sobrecarregar websites e provocarem a falha dos servidores. Daí a necessidade de se seguirem certos protocolos e o que é chamado de ‘política de educação’ ou seja, navegar fora das horas de pico, limitar a velocidade de extração de dados, etc. • Representatividade A ‘amostra representativa’ reflete com precisão as características da população subjacente e nem sempre é este o caso com dados baseados na Internet (Ver Gosling et al 2004 ou Pedraza, Tijdens e Muñoz de Bustillo 2007) Por onde começar? Na sessão de formação do Workshop Transnacional da JobTown em fevereiro de 2014, - baseado no trabalho do Dr. Thum - foi dada informação sobre a forma como as autoridades locais podem usar os Web Crawlers para se abastecerem com conhecimento acerca dos seus mercados de trabalho locais/regionais. Ver projectworks.files.wordpress.com/2014/11/presentation.pptx Esta formação utilizou ‘R’, um software gratuito e ambiente de codificação, adequado para a criação de Web Crawlers adaptados. Ver www.r-project.org O coautor Dr. Thum preparou uma aplicação de Web Crawler baseada em R pronta para ser utilizada, com instruções e oferece-a gratuitamente - um ponto de partida fácil disponível aqui projectworks.files.wordpress.com/2014/11/instructions.pdf Ver Spector (2011a e 2011b) e Jockers (2013) para aceder a um tutorial detalhado sobre webcrawling e análise de texto em R. Podem ser facilmente encontrados na Internet tutoriais sobre como utilizar o software ‘R’ e existem Grupos de Utilizadores de R em todo o mundo proporcionando apoio de colegas. Os fornecedores comerciais de Web Crawlers personalizados são uma opção. A administração local da Myriad e outras entidades territoriais ou relacionadas com o emprego, prejudicadas pela falta de recursos e conhecimento relevante para as suas necessidades específicas, podem utilizar uma ferramenta gratuita ou de baixo custo como um Web Crawler para se capacitarem de forma expressiva - tornando-se mais independentes e equipados para fazerem escolhas baseadas no conhecimento. Cada vez mais estão a fazer isso. Referências utilizadas: projectworks.files.wordpress.com/2014/11/references.pdf Observações finais Esta publicação tem vindo a observar algumas das opções, para análise do mercado laboral e previsão da procura de competências, disponíveis para o nível de ação mais local - a favor do emprego jovem, oportunidades e desenvolvimento económico. Todos eles têm pontos fortes e pontos fracos, envolvem escolhas e contrapartidas. Por exemplo, os Web Crawlers são ótimas ferramentas e ter um futuro promissor, mas existe informação, fora da web ou que não vai ser possível pesquisar por uma ou outra razão. O Palatinado Ocidental (Alemanha) pode estar a utilizar o premiado Monitor do Mercado Laboral, mas também estão a desenvolver uma outra ferramenta a longo prazo - ou seja, para daqui a 10-15 anos - a previsão de competências que serão necessárias na sua região. Em última análise, as autoridades locais e regionais e outros organismos e organizações relacionadas com o emprego terão necessidade de dependerem de uma ‘salada mista’ de ferramentas e abordagens. Utilizarão ferramentas diferentes para diferentes fins e combiná-las-ão, de acordo com as necessidades. O ponto é ter uma estratégia para equipar uma cidade, região ou comunidade local, com o tipo e a qualidade da informação necessária às políticas, decisões, ações e planeamento reais com base no conhecimento As autoridades locais, mesmo as menos importantes, não tem que aceitar trabalharem ‘às 23 escuras’, tomando decisões e definindo políticas sem o apoio de dados adequadamente fiáveis e completos. As cidades não têm que esperar por mais ninguém para lhes proporcionar aquilo de que precisam. O próximo ponto a retirar é que - com um pouco de iniciativa - existem ferramentas adequadas para todos os graus de know-how técnico e recursos disponíveis. Além disso, fazendo com que os processos de análise e previsão sejam eficazes é mais do que a combinação certa de ferramentas; trata-se de uma boa mistura de participantes. A maioria destas ferramentas funciona melhor quando apoiadas por apoio abrangente das partes interessadas e por contribuições. Da mesma forma, as ferramentas analíticas e os seus processos podem, por si só, ser um meio para a construção e obtenção de maior participação por parte das partes interessadas um meio para atingir ‘compras’. Em alguns casos, a inovação local, na análise do mercado de trabalho, está a acontecer mais em termos de criação de parcerias e de processos participativos, inclusive com as partes interessadas, do que na forma de uma inovação técnica dos ‘cálculos numéricos’ - embora isso também exista. Ian Goldring, JobTown Perito Responsável, Bruxelas 2014 URBACT is a European exchange and learning programme promoting sustainable urban development. It enables cities to work together to develop solutions to major urban challenges, reaffirming the key role they play in facing increasingly complex societal challenges. It helps them to develop pragmatic solutions that are new and sustainable, and that integrate economic, social and environmental dimensions. It enables cities to share good practices and lessons learned with all professionals involved in urban policy throughout Europe. URBACT is 300 cities, 29 countries, and 5,000 active participants. www.urbact.eu/jobtown