Imigrantes Poloneses no Brasil e as repercussões da II Guerra

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Imigrantes Poloneses no Brasil e as repercussões da II Guerra
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II Guerra Mundial e Imigrantes Poloneses no Brasil: reflexos
da memória local1
WENCZENOVICZ, Thaís Janaina2
Resumo: A II Guerra Mundial foi o conflito de maior significância do século XX, quer
pelo grau de tecnologia bélica, quer pela mobilização sem precedentes a que foram
sujeitas as populações, assumindo-se como o verdadeiro exemplo de guerra total. O
conflito saiu das trincheiras e movimentou-se de forma ágil e passou a alastrar-se a
diversos campos (econômico, diplomático, político, social, cultural), fazendo da frente
doméstica (home front) um dos mais importantes cenários da guerra. Neste novo tipo de
guerra o apoio e adesão da população passaram a ser decisivos no desenvolvimento do
conflito, conferindo desse modo um papel chave à propaganda. A guerra chegava assim
aos leitores, ouvintes e telespectadores que eram transformados em soldados sem armas,
peças essenciais nas indústrias de guerra e na manutenção da moral. A Polônia foi palco
de início, meio e fim do conflito durante a II Guerra Mundial. Tal situação dizimou uma
parcela significativa da população, levando outra parte a fugas em massa,
transformando o território nacional numa das múltiplas frentes de batalha, onde os
beligerantes procuraram através da propaganda obter a simpatia e adesão da população
polonesa às suas causas. O trabalho que pretende-se apresentar centrar-se-á na análise
de textos jornalísticos anúnciados na página denominada Assuntos Internacionais do
Jornal Diário de Notícias (1925-1945). O foco da investigação estará dirigido para a
mensagem e a imagética dos textos, sem esquecer o balanço quantitativo. Procurar-se-a
mostrar como se utilizou a publicidade para criticar os adversários, ao mesmo tempo
que se dava a conhecer os valores que defendiam. O enaltecimento das máquinas de
guerra em contenda e as respetivas conquistas militares também tiveram o seu espaço
no jornal, pelo menos enquanto o conflito se encontrou num impasse. Também,
mostrar-se-a como as notícias que envolviam os periódicos europeus refletiram na
imprensa nacional e por conseqüência foram recebidos pelos Núcleos de Imigrantes
Poloneses no Sul do Brasil.
Palavras-chave: Imigrantes Poloneses; II Guerra Mundial; Propaganda
Considerações Iniciais
Tentar apresentar razões explicativas que justificam o deslocamento de milhares
de seres de um continente para outro não pressupõe uma resposta imediata e simples.
Implicação ainda maior quando se apresenta como autores centrais desta trama os
imigrantes poloneses. O deslocamento de milhares de poloneses no período entreguerras (1918-1945) foi um estímulo a homens e mulheres que fugiam do desemprego,
da fome e da violência belicista esta presente no cotidiano dos europeus. Os primeiros
poloneses a adentrar em solo brasileiro data de 1875.
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Parte da pesquisa documental para a escrita desse estudo foi realizada no Arquivo Público Municipal
Juarez Miguel Illa Font, Erechim/RS. Ressalta-se que parte do corpus documental foi utilizada na
elaboração de uma Conferência e também foi apresentada na modalidade de Comunicação Oral no
International Conference War and Propaganda in the twentieth century, Lisboa, 2014.
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Pós-doutora em História. Docente e Pesquisadora na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - BRASIL.
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O presente artigo busca analisar a repercussão das notícias e fatos decorrentes a II
Guerra Mundial junto aos Núcleos da Imigração Polonesa no Sul do Brasil. Como se
sabe, no século XIX, à semelhança de outros países europeus, a Polônia vivia grave
crise econômica, política e social, que obrigou milhares de indivíduos viajassem para o
Novo Mundo. Também neste texto, procura-se identificar as repercussões da II Guerra
Mundial através da imprensa estadual em espaços de vivência coletiva. O texto dividese em 3 partes: Imigração Polonesa no Brasil e os movimentos entre-guerras; O Brasil
do Imigrante na II Guerra Mundial e Imprensa na Guerra.
1.0) Imigração Polonesa no Brasil e os movimentos entre-guerras
As razões da emigração polonesa foram diversas e profundas. No século XIX, à
semelhança de outros países europeus, a Polônia vivia grave crise econômica, política e
social, que obrigou a que milhares de indivíduos viajassem para o Novo Mundo.
Entretanto, nos séculos XVI e XVII, a Polônia apresentava-se como uma nação
poderosa, organizada politicamente e de considerável desenvolvimento econômico.
O cenário econômico positivo polonês devia-se à exportação de alcatrão, cereais,
madeira e serragem para a Europa Ocidental, particularmente para os Países Baixos,
Inglaterra e norte da Alemanha, fato este que aumentou a renda da nobreza, como
também das cidades.
Na esfera política, esse foi um período de vigor e de ausência de ameaças
externas. As poucas guerras ocorriam apenas na fronteira norte da Polônia e na
Lituânia. Porém, observava-se o crescente interesse da Prússia e da Rússia frente à
nação polonesa. A correlação de forças não era favorável à Polônia
O crescimento da nação polonesa despertou a atenção de seus vizinhos: Áustria,
Prússia e Rússia, que desencadearam uma série de invasões, fragmentando a
organização política e estabilidade econômica. Tal fato levou muitos poloneses a
abandonarem o país em busca de vida digna e livre.
A Polônia dos séculos XVII e XVIII apresentava características antagônicas às
dos seus grandes vizinhos: Prússia e Rússia. Enquanto esses países centralizavam o
poder, a nação polonesa conhecia o enfraquecimento do poder central. O exército
polonês constituía-se, sobretudo, de milícias camponesas mantidas e controladas pela
nobreza, as quais eram utilizadas pelo governo central em guerras defensivas.
(WACHOVICZ, 1974, p. 83).
A situação geral era propícia à mudança. Entretanto, a nobreza não permitia
a diminuição de seu poder, anulando as tentativas de mudança na Dieta (Câmara). A
Dieta – Sejm – era regida por leis anacrônicas que encaminharam o país à
desorganização política.
O liberum veto era apresentado como defesa das liberdades das minorias. Ele dava
direito a cada deputado do Sejm de anular uma decisão parlamentar. Geralmente, o veto
era exercido em benefício da nobreza. Nas votações referentes às cobranças de
impostos, o veto impedia que a tributação se estendesse aos nobres. O poder de veto
impossibilitava o Parlamento polonês de legislar baseado no poder de maioria.
Qualquer grupo anulava os trabalhos parlamentares, por mais importante que fosse a
decisão. (POLSKA AGENCJA INFORMACYNA, 1991, p. 4).
Dentre as principais razões do movimento migratório, pode-se citar o excesso de
mão-de-obra nas aldeias e vilas, o elevado crescimento demográfico, a falta de terras
para as novas gerações, a ausência de legislação agrária, o êxodo rural para os centros
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industriais devido à mecanização rural, perseguições políticas e religiosas. Sem dúvida,
a grande razão da imigração foi a possibilidade de imigrar para uma nação onde fosse
possível tornar-se proprietário de terra. (WENCZENOVICZ, 2002, Cap. I)
Acresce-se também a ação dos propagandistas e recrutadores de imigrantes que
foram conhecidos como “agentes recrutadores”. Estes espalharam-se pelas diversas
regiões da Polônia, com a finalidade de entusiasmarem a população a emigrar.
Espalharam-se artigos, livretos, brochuras e comunicados sobre as excepcionais
condições oferecidas pelo Brasil.
Na Polônia, como assinalado, tais agentes encontraram campo propício de
trabalho, devido aos inúmeros problemas econômicos, políticos - três partilhas
territoriais -, e sociais em que vivia a população polonesa da época. O reino da Polônia e
a Galícia foram as regiões que mais sentiram o efeito da atuação dos agentes
recrutadores. (URBAN, 2004, p. 24)
Na Polônia era quase inviável tornar-se proprietário de terra. Nos séculos XVIII e
XIX, o poder político e econômico estava nas mãos da nobreza. A pequena e média
burguesia progredia com dificuldade, enquanto a alta burguesia, ligada à alta nobreza,
acelerava o passo, sem questionar a estrutura vigente. “O camponês polonês, tanto sob
o domínio prussiano como sob os outros domínios, vivia num sistema social altamente
hierarquizado. Numa aldeia as classes sociais eram nítidas e sua mobilidade muito
hierarquizada.” (WACHOVICZ, 1974, p. 86). Obrigado a arrendar a terra, o camponês
cedia grande parte do seu trabalho como renda.
Nesse contexto que bloqueava a ascensão social desde os segmentos subalternos,
o camponês era visto e tido como simples força braçal, geradora de trabalho. Seu
alheamento a quase tudo que se encontrava situado fora de sua aldeia e arredores –
okolica, apoiado pela aristocracia e pelo clero, dificultava-lhe a luta pela imposição da
divisão da terra e de leis agrárias.
“Vivendo, pois numa comunidade semi-feudal, possuía oportunidades de pertencer a
poucas instituições sociais. A comuna e a paróquia eram o seu mundo. Sua
participação na primeira era muito limitada. Medidas restritivas do governo faziam
com que sua participação na administração comunal fosse a de espectador passivo.
(WACHOVICZ, 1974: 86).
Também o pequeno proprietário via-se em grande dificuldade. “Na área
econômica, a situação dos poloneses tornara-se ainda mais cruciante. Os impostos
prediais e territoriais eram tão pesados que os proprietários não tinham com o que pagar
e, para não caírem na prisão, eram forçados a vender suas reduzidas propriedades.”
(STAWINSKI, 1976: 15). Durante dezenas de anos, a economia polonesa alicerçou-se
na agricultura, com destaque para alguns produtos básicos, como a batata, o centeio e o
trigo. A Posmânia e a Pomerânia Ocidental eram bons exemplos: tratava-se de regiões
essencialmente agrícolas, com um número incipiente de indústrias.
O caráter agrário da Polônia e a carência de terra explicam o fato de a imensa
maioria dos poloneses que partiram para o Brasil ser camponesa. “O camponês, ávido
por terra, da qual tirava seu sustento, vem procurá-la onde ela existe em abundância, na
América. Esta é a grande aspiração dos que preferem o Brasil como seu novo habitat.
Noventa por cento dos que vieram para este país são agricultores.” (WACHOVICZ,
1974: 27).
Dois grandes períodos caracterizaram os movimentos migratórios poloneses para
o Brasil entre os anos de 1890 e da I Guerra Mundial, nomeados pela historiografia de
“febre brasileira”. O primeiro abrange de 1890 até 1897, quando o governo brasileiro
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proporcionou transporte gratuito aos imigrantes, através de contratos com companhias
de navegação; o segundo iniciou-se em 1906.
As primeiras levas de poloneses dirigiram-se para o Paraná e o Rio Grande do Sul.
São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo também receberam poloneses, que se
espalharam pelos centros urbanos e pelas fazendas de café. De 1897 a 1906, caiu
bruscamente o número de imigrantes poloneses; chegavam apenas imigrantes isolados,
geralmente atraídos por amigos e parentes residentes no Brasil.
Assinala-se que o segundo período inicia-se por volta de 1906, quando o Brasil,
necessitando de mão-de-obra barata e numerosa para a construção de estradas-de-ferro,
notadamente São Paulo – Rio Grande do Sul, volta à sua antiga política de proporcionar
passagem gratuita a quem desejasse imigrar.
É possível apontar na história da imigração polonesa uma periodização mais
detalhada das etapas do processo migratório. Esta divide-se em sete períodos: “1) até
1869 – início da emigração em massa; 2) 1869/90 – primeira fase da emigração em
massa; 3) 1890/1914 – etapa da febre brasileira; 4) 1914/1918/20: queda da emigração
originada pela I Guerra Mundial e os acontecimentos nacionais; 5) 1918/1939:
emigração dirigida, relacionada com ações do Estado polonês; 6) 1939/1945: etapa dos
refugiados de guerra; 7) 1945: etapa contemporânea.” ( SMOLANA, 1996: 23).
2.0) O Brasil do Imigrantes na II Guerra Mundial
Desde o início da II Guerra Mundial, a ideologia do Estado Novo, implantado por
Getúlio Vargas, apontava para um provável alinhamento do Brasil com os países do
Pacto de Aço - Alemanha e Itália. Em 1937 Vargas havia instalado no País uma
ditadura, apoiada em uma Constituição centralizadora e autoritária, que guardava muitos
pontos em comum com as ditaduras fascista. A própria declaração de Vargas ao
comentar a invasão da Polônia pelo exército nazista, em 1° de setembro de 1939,
revelava certa simpatia pelo nazismo ao prever um futuro melhor:
"Marchamos para um futuro diverso de tudo quanto conhecemos em matéria de
organização econômica, política e social. Passou a época dos liberalismos
imprevidentes, das demagogias estéreis, dos personalismos inúteis e semeadores da
desordem". (VARGAS: 1939-1943 Tomo. I)
Repressão: esta era a ordem política no Brasil na época da II Guerra. O
Estado Novo, decretado em 10 de novembro de 1937, fechou o Congresso, impôs a
censura à imprensa, prendeu líderes políticos e sindicais e colocou interventores nos
governo estaduais. Com um estilo populista, Getúlio Vargas montou um consistente
esquema de propaganda pessoal ao criar o Departamento de Imprensa e Propaganda
(DIP), claramente inspirado no aparelho nazista de propaganda idealizado por Joseph
Goebbels. A Hora do Brasil, introduzida nas rádios brasileiras e chamada ironicamente
pela intelectualidade de "Fala Sozinho", mostrava os feitos do governo, escondendo a
repressão política praticada contra uma sociedade pouco organizada na época. Vargas
criou o salário mínimo e instituiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entre
outros benefícios sociais, o que o levou a ser chamado como "pai dos pobres" pela
população de baixa renda. (FAUSTO, 2006, Cap. IV)
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Em 1940, um ano após eclodir na Europa, a guerra ainda não ameaçava
diretamente o Brasil. A ideologia nazista, contudo, fascinava os homens que operavam
o Estado Novo a tal ponto que Francisco Campos, o autor da Constituição de 1937,
chegou a propor à embaixada alemã no Brasil a realização de uma "exposição
anticomintern", com a qual pretendia demonstrar a falência do modelo político
comunista. (CYTRYNOWICZ: 2000. Cap. I)
Posterior, o chefe da polícia Filinto Muller, enviou policiais brasileiros para um
"estágio" na Gestapo. Góes Monteiro, o chefe do Estado Maior do Exército, foi mais
longe. Participou de manobras do exército alemão e ameaçou romper com a Inglaterra
quando os britânicos apreenderam o navio Siqueira Campos, que trazia ao Brasil armas
compradas dos alemães.
Existem divergentes interpretações sobre a postura de Vargas frente a eclosão da
II Guerra. A visão tradicional considera o presidente como um político habilidoso, que
protelou o quanto pôde a formalização de uma posição diante do conflito, na medida em
que poderia obter ganhos, do ponto de vista econômico, dos dois lados. O grande sonho
do presidente era a industrialização do Brasil e, nesse sentido, pretendia obter recursos
externos. Em 1940 o ministro Souza Costa publicou um Plano Quinquenal, que previa o
reequipamento das ferrovias, a construção da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, a
instalação de uma indústria aeronáutica e a construção da Usina Siderúrgica de Volta
Redonda. (COGGIOLA: 2002. Cap. III)
Outra visão considera a posição de Vargas frente à Guerra como expressão de uma
contradição, na medida em que o país dependia de forma mais acentuada da economia
norte-americana e ao mesmo tempo possui uma estrutura política semelhante à dos
países do Eixo. A posição favorável a Alemanha poderia comprometer o
desenvolvimento econômico do país, uma vez que os nazistas, apesar de avançarem na
Europa, tinham na América do Sul um interesse secundário. Ao contrário, a defesa dos
interesses dos EUA, quer dizer, das "democracias" contra o nazi-fascismo, poderia
comprometer a política interna de Vargas.
No entanto, as pressões norte-americanas foram intensas, contaram com o apoio
de outros países latino-americanos e utilizou-se de diversos mecanismos, desde aquele
que foi considerado o mais eficiente - a liberação de recursos para a construção da
Usina de Volta Redonda - até um novo modelo de relação, batizado de "política de boa
vizinhaça", pelo presidente F. Roosevelt dos EUA. Intelectuais brasileiros visitaram os
EUA, e mesmo o general Góis Monteiro demonstrou seu apreço pela estrutura do país.
3.0) Imprensa na Guerra
Em primeiro de setembro de 1939 ocorreu a invasão da Polônia pelos nazistas. A
operação, também chamada de Operação Fall Weiss, teve início nas primeiras horas da
madrugada quando um encouraçado alemão abriu fogo contra as guarnições polonesas.
Poucas horas depois, tropas nazistas já avançavam pelo território polonês pelo Norte e
pelo Sul. A justificativa de invasão era uma resposta a um ataque polonês feito a uma
estação de rádio alemã. Entretanto, ficou provado mais tarde que era apenas um pretexto
para invasão. Contra os ataques alemães, França, Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia
e Austrália declararam guerra aos nazistas, no dia 3 de setembro. No mês de setembro,
no dia 17, a União Soviética declarou guerra à Polônia e invadiu o país também, pelo
Leste. A Segunda Guerra Mundial começava então a tomar forma. (CYTRYNOWICZ:
2000. Cap. II)
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O exército alemão, Wehrmacht, utilizou suas melhores unidades para invadir a
Polônia. Utilizando a tática da Guerra Relâmpago, os alemães atacaram com 630 mil
soldados pelo Norte e mais 886 mil soldados pelo Sul. Os 559 batalhões de infantaria
que a Alemanha possuía rapidamente quebraram as linhas de defesa dos poloneses e
iniciaram o cerco à capital já no dia 10 de setembro. Para piorar, os soviéticos atacaram
com mais 800 mil soldados. (FERRAZ: 2010. p. 39)
A Polônia possuía 376 batalhões de infantaria e aproximadamente 950 mil
soldados. Os poloneses poderiam espalhar as forças pela fronteira com a Alemanha e
recuar até o rio Vístula para estabelecer a linha defensiva ou montar a defesa
diretamente na linha do rio. O general polonês Rydz-Smigly escolheu começar pelas
fronteiras, mas o exército não foi capaz de barrar os esforços de invasão dos nazistas,
assim como a dos soviéticos. (POLSKA AGENCIA INFORMACYNA. Polônia, 1991.)
Rapidamente os poloneses foram cercados nas cidades e o território foi
completamente dominado no dia 6 de outubro de 1939, causando a fuga dos
governantes para a Inglaterra. Para os alemães, a operação foi um treinamento onde
puderam corrigir os erros para a guerra maior que viria. O exército alemão foi
reformulado e as técnicas da Guerra Relâmpago se tornaram ainda melhores.
Com base no início da Guerra as notícias eram divulgadas nos mais diversos
meios: jornal, folhetim, rádio e televisão. O século XX foi fértil em experiências sobre o
poder da propaganda em contexto de guerra. Desde a I Guerra Mundial à Guerra Civil
de Espanha, à II Guerra Mundial, à Guerra Fria, à Guerra na Bósnia e à Guerra no
Golfo, foram muitas as ocasiões em que a propaganda se afirmou como uma das armas
de combate. (FERRAZ, 2005, Cap. II)
A I Guerra Mundial (1914-1918) constituiu o contexto em que pela primeira vez
os Estados perceberam a importância da propaganda como instrumento de guerra.
Tornou-se evidente o papel, a importância e o potencial da comunicação gráfica. A
propaganda passou a ser encarada como uma ferramenta essencial, capaz de fazer de elo
de ligação entre a frente de combate e a frente interna, instrumento perssuasão e de predisposição das populações para aceitar a ‘inexorabilidade’ da Guerra e os sacrifícios que
daí decorriam.
A propaganda surgiu assim como uma representação, quase sempre com expressão
pictórica da identidade nacional em combate, enaltecendo as virtudes dos exércitos
nacionais e diabolizando o inimigo, representando-o de forma desumanizada, instigando
ao ódio entre civis e militares, ao mesmo tempo que eliminava a noção de culpa ou
responsabilidade por parte dos dirigentes governamentais. Aos olhos da propaganda, as
guerras surgiram sempre como consequência inevitável de choques civilizacionais,
legitimadas aos olhos do coletivo: combate-se por um ideal, luta-se por um interesse.
Á medida que a frente interna foi crescendo em importância nos conflitos
contemporâneos, o controlo da opinião pública, através da propaganda, tornou-se mais
sofisticado. Criaram-se ministérios para pensar e gerir a propaganda, investiram-se
verbas avultadas e aproveitaram-se todos os meios de comunicação de massas
desenvolvidos entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX,
colocando-os ao serviço dos Estados: imprensa, rádio, televisão e cinema.
A propaganda representava o sacrifício dos soldados em guerra e enaltecia o
poderio dos países. Um pouco por todo o mundo foi em torno destas imagens que se
mobilizaram populações inteiras em torno da conquista da vitória. Através da imagem
estática dos cartazes impressos ou do movimento dos jornais de actualidades
projectados em salas de cinema espalhadas um pouco por todo o globo, os governos
procuravam promover o espírito patriótico, incentivando o esforço de sacrifício
individual através do envio de um conjunto de mensagens claras e directas em que se
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apelava ao alistamento voluntário nos exércitos, ao racionamento de bens essenciais, à
intensificação da produção ou à compra de obrigações ou títulos de guerra, exacerbando
sentimentos, despertando emoções e projectando uma imagem repartida entre a noção
de superioridade e a ideia de temor pelo adversário.
Desde a Imprensa, na I Guerra Mundial, à Rádio, na II Guerra Mundial, à
televisão, ao cinema e à publicidade, sobretudo a partir da década de 50, a propaganda
revelou poder ser tão mortífera como as armas manuseadas pelos soldados em guerra.
A fonte utilizada para o devido estudo trata-se do Jornal denominado Diário de
Notícias . A opção pelo uso do jornal Diário de Notícias, deve-se à disponibilidade e a
ser um periódico de significativa circulação nas regiões onde se concentravam
imigrantes poloneses. Foram utilizados exemplares dos anos de 1925 a 1945 e neles,
especificamente, as notícias que versavam sobre a questão da Guerra na Europa e
mundo.
O Diário de Notícias integrava os Diários Associados, de Assis Chateaubriand - o
maior conglomerado de meios de comunicação no Brasil, nas décadas de 50 e 60 -, que
circulou de 1925 até 30 de dezembro de 1979. Este jornal e o Correio do Povo eram os
mais expressivos jornais de Porto Alegre e disputavam a liderança do mercado em todo
o Estado do Rio Grande do Sul. A principal diferença entre ambos estava na linha
editorial: o Correio caracterizava-se pela solidez econômica e uma linha editorial sóbria
e conservadora, ao passo que o Diário, - quase sempre com problemas financeiros - para
se contrapor ao poderio do Correio -, obtinha grande aceitação em virtude de sua
agilidade na circulação e preocupação em apresentar notas sobre a situação econômica,
política e social da Europa. Como exemplo pode-se citar a cobertura realizada nos
períodos dos conflitos mundiais, pois encontram-se no periódico extensas notícias sobre
a situação de grande parte dos países envolvidos no conflito. Assinala-se, também,
como característica uma visível diferença entre ambos os jornais em termos gráficos e
editoriais.
Foram encontradas notícias diversas acerca da temática. Desde a movimentação
das tropas em solo europeu até a fuga dos cidadãos poloneses dos grandes conflitos
mundiais. Dentre as notícias anunciadas uma grande diversidade estava centrada em
solo polonês. A Polônia por constituir espaço de grandes disputas estava em destaque a
cada nova edição da imprensa falada e escrita.
A Polônia recusou a proposta: às 23 horas de ontem a rádio oficial de Varsóvia
divulgou a nota do governo rechaçando a fórmula alemã (01 de setembro de 1939);
Polônia e os cinco baluartes da resistência Polonesa: Coronel Ulrich, General
Gluchowski, General Kasprvrycki, Coronel Beck e General Skladkowski(03 de
setembro de 1939); A Polônia com a benção de Deus marchará para a vitória final (04
de setembro de 1939). (Jornal Diário de Notícias: Porto Alegre, 1939)
Mesmo que as notícias que envolviam o conflito na Europa fossem meramente
informativas e algumas até copiadas de outros jornais através dos colunistas
‘internacionais’ pode-se observar que a preocupação com a Guerra não era diminuída.
Abaixo duas notícias de início e fim da II Guerra Mundial a qual relatam a situação da
Polônia no conflito:
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Os erros da Polonia
O orgulho suscetivel, a teimosia patriotica, o exagerado temor de parecer submissos
ás imposições alemãs, já fizeram praticar aos homens de governo polonês erros
gravissimos. Lembramos, a este proposito, os fatos.
Na primavera deste ano, o governo do Reich, propôz á Polonia uma sistematização
geral das relações reciprocas, Berlim pedia a volta de Dantzig á Alemanha, como
“cidade livre”, e a concessão de uma estrada e de uma linha ferroviária gozando, dos
direitos de extra-territorialidade, traçada atravez o famoso “corredor”. Em troca, o
Reich ofereceu á Polonia a mais ampla salvaguarda dos seus direitos economicos, um
porto franco de qualquer dimensão, a declaração de considerar definitivas as
fronteiras entre a Alemanha e a Polonia e um pacto de não-agressão. Eram propostas
que, com toda a imparcialidade, podem ser definidas como iguais e moderadas.
Todavia, os homens do governo poloneses pecaram desde logo, considerando-as
como uma intimação, como uma imposição; e cometeram o primeiro erro fatal; o de
não aceitá-las, nem mesmo como base da discussão. Talvez, no dia imediato ou nas
semanas seguintes, eles tiveram a noção da leviandade cometida; mas já era
demasiado tarde para poder tratar com a Alemanha sobre aquela base e naquele estado
de almas. Sucessivamente a estes episodios, Hitler pronunciou o seu discurso de 24 de
abril, em resposta á mensagem de Roosevelt. Nesse discurso o fuehrer anunciou a
recusa da Polonia em aceitar as propostas alemãs, descrevendo essa recusa em termos
tais que fizeram compreender a sua profunda magua consequente dessa atitude
polonesa. Assim mesmo, ele acrescentou textualmente “ Se ao governo polonês,
todavia, puder interessar a estipulação de um novo regulamento contratual em suas
relações com a Alemanha eu estou pronto a aderir”. Era uma nova aberta a
inequivoca oferta de negociações. E, mais uma vez os homens de governo poloneses,
a interpretam como uma imposição, como uma intimidação e cometeram o segundo
erro fatal: O de deixa-la cair. De novo talvez no dia imediato, ou na semana seguinte,
eles tiveram a noção da leviandade cometida, mas, tambem aqui era já demasiado
tarde para agarrar a roda fugidia da ocasião... Hoje Hitler não mais fala, nada mais
pede e nada mais oferece. Existe, porém, e é certamente sempre valida a declaração
solene por ele enunciada no referido discurso de 24 de abril: “ Eu sinto o mais
profundo horror pela guerra e o meu horror é ainda maior para com qualquer agitação
em favor de uma guerra. De resto, não saberia por qual motivo deveria eu fazer uma
guerra”. Tal declaração solene oferece sempre uma base para tratar com Hitler num
plano de absoluta franqueza, reconhecendo logo, preliminarmente a tudo mais, o
direito total da Alemanha sobre Dantzig. Oh, possam os homens de governo
poloneses fazer calar o orgulho suscetivel e o teimoso amor proprio! A não ser assim,
amanhã, como de hábito, eles dentro de seu pais revolto sentirão a gravidade do erro
cometido; nesta ocasião, porém, será irremediável a demasiadamente tarde... Giovanni
Ansaldo ( Diretor do “Telografo”, de Livorno) - Jornal Diário de Notícias
(03/09/1939)
Infelizmente Sem Solução o Caso Polonês
SÃO FRANCISCO, 9 (De Harison Salisbury, correspondente diplomático da United
Press) – Motolov, regressou, hoje, via aérea, para Moscou, e com ele se foram as
ultimas esperanças de serem resolvidos, em São Francisco, pelos debates das grandes
potências, o problema polaco. Tambem partirm os embaixadores Averil Harriman e
sir Archibald Clark Kerr, representantes dos Estados Unidos e da Inglaterra, e a
Comissão de Moscou que, com Molotov, foi designada para enterder-se sobre a
reorganização do governo polaco, como se resolveu em Yalta. Harriman a Clark Kerr
ao chegarem em Moscou, ao que se presume, realizarão consultas sobre a questão
polonesa. Antes de partir, reuniram-se com Stettinius e Eden. Outros que tambem
viajaram foram general Alphonse Juin, chefe do estado maior francês e Rene Pleven,
ministro francês de Finanças e Economia Nacional, que foram chamados a Paris para
consultas sobre a terminação da resistencia alemã, e as novas responsabilidades da
França na administração dos territórios que tem de ocupar. Ficou em São Francisco o
ministro francês do Exterior, sr. Didault. Antes da sua partida o comissario do
Exterior da União Soviética, sr. Molotov, num discurso pelo radio, rendeu
homenagem aos soldados das Nações Unidas que deram sua vida para levar a guerra
até seu fim vitorioso. Em seguida Molotov afirmou: “Continuaremos para frente rumo
a uma paz duradoura. O dia da Vitoria sobre a Alemanha de Hitler chegou. Neste dia
todos nossos pensamentos estão dirigidos ao heroismo das armas que alcançaram a
vitoria sobre o inimigo. No dia do ataque alemão á União Soviética, nosso governo
declarou: “ A nossa causa é justa. O inimigo será derrotado. A vitoria será nossa. A
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vitoria sobre o fascismo alemão é de tremenda importancia historica. Ganhamos esta
gloriosa vitoria sob a direção do grande Stalin”.
Jornal Diario de Noticias (10/05/1945)
3.1) Poloneses no Sul do Brasil e as repercussões da II Guerra
Mundial
Como já apontado nesse artigo as razões da vinda milhares de homens e mulheres da
Polônia ao Brasil eram diversas e profundas. A maioria desses imigrantes possuíam
baixa ou nenhuma escolaridade o que lhe distanciava em acompanhar os movimentos
econômicos, políticos e sociais após a saída do país de origem.
Aos que abandonaram o país por motivo da guerra possuíam algum motivo a mais
na tentativa de encontrar notícias e informações acerca do conflito. Muitos deixaram
amigos e familiares envolvidos nas atividades bélicas, entretanto a forma de receber as
notícias da guerra fora da Europa continha um misto de euforia e tristeza. É possível
identificar essa característica de distanciamento dos noticiários nacionais e
internacionais por parte dos imigrantes poloneses também ao analisar-se o conteúdo de
um relatório escrito por Tadeusz Skowronski – diplomata polonês – que assumiu seu
posto em 1938. Esse relata que a condição de perigo aos polono-brasileiros estava
distante (Polônia) e também distante em solo brasileiro por conta das políticas
nacionalistas desencadeadas por Getúlio Vargas. (Relatório Tadeusz Skowronski, 1938)
No Brasil o imigrante polonês não era motivo de preocupação ao governo
considerando que os poloneses julgavam-se inimigos dos alemães e russos em sua
própria terra de origem e, esse comportamento os daria a postura de neutralidade dentro
e fora da Polônia.
Em consonância a fonte primária analisada - Jornal Diário de Notícias – pode-se
constatar a preocupação em também alertar aos ‘exilados’ termo utilizado nas notícias
que tinham por finalidade o público de imigrantes a publicação semanal no período de
outubro de 1939 até janeiro de 1946. Essas notas traziam a movimentação das tropas
em solo europeu, tipos de armas e estratégias utilizadas pelas duas grandes forças –
Alemanha e Rússia.
Considerações Finais
Este artigo tentou mostrar que, longe da condição étnica e historiográfica de vítimas
da história, os imigrantes poloneses no Brasil estiveram firmemente integrados as
políticas nacionais e por muitas vezes amenizaram a fase belicista vivida pelo seu país
de origem. As primeiras levas de imigrantes estavam muito mais preocupados em
povoarem e colonizarem suas terras que preocuparem-se com os dois conflitos
mundiais.
As levas que adentraram o solo brasileiro no período entre-guerras minimamente
estavam sujeitos a receberem notícias da guerra. Através das cartas, jornais e pelo
pároco recebiam informações nem sempre reais e atualizadas. No decorrer da II Guerra
Mundial, os poucos imigrantes poloneses que se mantiveram na área urbana afirmaram
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várias estratégias para enfrentar o Estado-Novo e o clima nacionalista intimidatório e
xenófobo do regime de Getúlio Vargas, e o fizeram com pouca ou nenhuma resistência.
Sabe-se que os anos de 1937 a 1945 foram anos de mudança e de sedimentação de
identidade de uma comunidade que deixa de se considerar imigrante e "estrangeira"
para se afirmar polono-brasileira, com questões ideológicas e práticas distintas. Esse
cenário esteve a todo tempo registrado nos meios de comunicação falada e impressa e
em especial o Jornal Diário de Notícias, utilizado como principal fonte de pesquisa
nesse trabalho.
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