CASA NOVA

Transcrição

CASA NOVA
REVISTA DA CASE IH
PARA O BRASIL
Nº 23 | 2008
CASA NOVA
Case IH reabre fábrica
de Sorocaba
2008 FARM FORUM 1
CARTA DO DIRETOR
A Força da Nossa Marca
A
capa desta edição de Farm Fórum
representa a concretização de uma
nova etapa da Case IH no Brasil: é
a retomada das operações em nossa fábrica
de Sorocaba, em São Paulo. Considerada
uma das fábricas mais modernas da marca
no mundo, a nova unidade vai receber, a
partir de janeiro de 2009, não apenas as linhas de montagem das
nossas máquinas, mas
também o Centro de
Distribuição de Peças,
o maior da América
Latina e o mais moderno da empresa no
mundo. Antes disso, já
em setembro, as áreas
comerciais e de marketing estarão trabalhando na nova casa.
Essa é a mudança mais visível e grandiosa que a Case IH viverá nos próximos
meses, mas não é a única. Este ano, ao tomar posse no cargo de Diretor Geral da
Case IH para América Latina, assumi também o compromisso de ampliar e reforçar
o trabalho e a oferta de produtos e serviços
que a marca oferecia até agora. Novos tratores e colhedoras serão lançados, vamos
completar nossa oferta de produtos, atendendo áreas e setores que até então não
podiam contar com a tecnologia e o pacote
de soluções que só a Case IH pode oferecer. Dentro das mudanças que estamos implantando, devemos ampliar muito nossa
rede de distribuidores até 2010, atendendo
2 FARM FORUM 2008
novas regiões, novas culturas, novos clientes.
Estamos com uma nova organização e
uma estrutura mais ampla e capacitada,
motivada e focada na nossa maior missão: atender e satisfazer a demanda e as
necessidades do cliente Case IH. Estamos mudando nossa relação com o setor
produtivo da agricultura brasileira: queremos saber o que ele precisa, e oferecer
então soluções completas e eficazes para o
seu negócio. À frente desse novo projeto,
assume César Di Luca como Diretor Comercial para o Brasil. César é engenheiro
agrônomo e está há dez anos na Case IH,
onde era responsável pelas operações comerciais da marca na América Latina. A
partir de agora, ele será o grande parceiro dos clientes da nossa marca na busca
por resultados e soluções que atendam às
demandas dos nossos clientes.
Nosso objetivo, claro, é ajudar a construir
uma Case IH ainda maior, mas, principalmente, uma parceira mais comprometida
com o sucesso da agricultura brasileira e do
seu personagem principal: o produtor rural.
Nosso desafio não é ser a maior nem a de
maior faturamento, mas ser uma marca líder. Líder em tecnologia, líder em soluções,
líder em rentabilidade para o agricultor. Essa
é a nossa principal força. A força da marca
Case IH. E eu assino embaixo.
Sérgio Ferreira,
Boa leitura.
4
2
CARTA DO DIRETOR
Case IH cada vez maior
4
ESPECIAL
Nova fábrica da Case IH
em Sorocaba
8
TENDÊNCIA
Module Express 625 trabalha
em fazenda na Bahia
8
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13
ENTREVISTA
Para o ex-ministro da Agricultura
Roberto Rodrigues, Brasil vive
oportunidade rara
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NEGÓCIOS &
PERSPECTIVAS
Expectativa para o mercado
15
CASE NEWS
Case IH investe no patrocínio
a esportes
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2008 FARM FORUM 3
ESPECIAL
A nova casa
da Case IH
Num investimento de quase R$ 1 bilhão, empresa reativa unidade de
Sorocaba e aumentará oferta de máquinas para um mercado em expansão
Fábrica de Sorocaba (SP) estava
desativada desde 2001. Com reabertura
planta será ampliada, produzirá
máquinas agrícolas, componentes e
abrigará o maior centro de logística e
distribuição da CNH na América Latina
O
aquecimento da economia e
o crescimento do mercado de
máquinas agrícolas levaram a
CNH Global – holding à qual pertence
a Case IH – a anunciar a reabertura da
fábrica de Sorocaba (SP). A unidade receberá investimentos de quase R$ 1 bilhão e vai gerar 1.200 empregos diretos
e outros 2.500 indiretos.
4 FARM FORUM 2008
O empreendimento integra o plano
de investimentos do Grupo Fiat, do qual
a CNH é subsidiária, para o quadriênio
2007-2010. “É uma prova da confiança
que temos no crescimento do agronegócio e também do nosso compromisso de
continuar oferecendo máquinas cada vez
mais modernas e de alta performance”,
declara Valentino Rizzioli, presidente da
CNH para a América Latina.
O complexo de Sorocaba, que iniciará
a produção em 2009, atenderá o objetivo
da companhia de aumentar a fabricação de
máquinas agrícolas Case IH e de construção da marca Case. A planta estava desativada desde 2001, dois anos depois da fusão
das empresas Case e New Holland, que resultou na criação da CNH.
Na época, a unidade paulista, com
área construída de 90 mil metros quadrados, produzia 500 máquinas por ano
e empregava 600 pessoas. Com a reabertura, ela será ampliada, atingindo 150
mil metros quadrados de área construída, aumentando a produção e a geração
de empregos. Já para 2010, a produção
prevista é de 4.500 máquinas. A capacidade total instalada será de 8 mil máquinas por ano.
Além de máquinas, a fábrica produzirá componentes para equipamentos feitos
em outras unidades da CNH no Brasil e
também para a exportação. No mesmo
terreno, será construído o maior centro de
logística e distribuição de peças da companhia na América Latina.
Com esse grande investimento, a
Case IH manterá em Sorocaba sua estrutura para a produção de tratores e
colheitadeiras de grãos. A fábrica de
Piracicaba (também no interior paulista) continuará sendo a plataforma
da marca para os segmentos de cana e
café. Desde 2004, essa planta concentra
toda a produção mundial de colhedoras de cana da marca.
Um dos mais importantes pólos industriais do País, Sorocaba possui localização estratégica. Está a cerca de 100
quilômetros do Aeroporto de Viracopos, em Campinas – o maior terminal
brasileiro de cargas aéreas, tanto para o
mercado interno quanto o externo, o que
facilita o recebimento de componentes e
a expedição de peças – e a menos de 200
quilômetros do Porto de Santos, grande
terminal exportador de máquinas.
A reabertura da fábrica de Sorocaba
dará à Case IH uma capacidade ainda
maior de atender o mercado de máquinas agrícolas, em forte expansão. Com
uma concepção moderna, a unidade
CASE IH NO BRASIL
So
S
Sorocaba
• Indústria de tratores e
colheitadeiras de grãos
• Centro de Logística e
Distribuição de Peças
Cuiabá
á (M
(MT)
MT))
• Centro
ro
Avançado
do de
Suporte
e ao
Cliente
Pi
P
Piracicaba
i
• Indústria de colhedoras de
cana e café, pulverizadores
e plantadeiras de grãos.
• Centro de Treinamento
NOVO COMPLEXO
• Investimento: Cerca de R$ 1 bilhão
• Empregos diretos: 1.200
• Empregos indiretos: 2.500
• Área total: 526 mil m2
• Área construída: 150 mil m2
• Capacidade instalada: 8 mil máquinas por ano
• Produção de componentess
para outras unidades da
CNH
• Centro de Logística e
Distribuição de Peças
• Certificação de Qualidade
ISO 9.000 e ISO 14.000
Teremos a
fabricação
seqüenciada
e um fluxo contínuo, o
que permite produzir
melhor e mais rápido.
Essas condições
favorecem o aumento
da competitividade
e a comercialização
de produtos de alta
tecnologia para os
mercados interno e
externo”
-Valentino Rizzioli,
presidente da CN
CNH
para a Amér
América
Latina
Lati
2008 FARM FORU
FORUM 5
estará totalmente alinhada ao processo
mundial de produção da CNH Global
e ao World Class Manufacturing, sistema de manufatura mundial adotado
pelo Grupo Fiat.
“Teremos a fabricação seqüenciada e
um fluxo contínuo, o que permite produzir
melhor e mais rápido. Essas condições favorecem o aumento da competitividade e a
comercialização de produtos de alta tecnologia para os mercados interno e externo”,
afirma Valentino Rizzioli.
Todo o processo produtivo da nova fábrica terá a qualidade certificada pelo ISO
9.000 e o ISO 14.000. A unidade utilizará
equipamentos de última geração, como
máquinas de corte de chapas a laser com
alimentador automático, estações robo-
tizadas de solda, transportadores aéreos
para peças e componentes, centros de usinagem de alta precisão e fluxo sincronizado de materiais. Os sistemas de pintura
são os mais modernos disponíveis: pintura eletroforética por imersão e pintura
acrílica de baixa temperatura.
As obras do complexo estarão concluídas em meados de 2009.
EXCELÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DE PEÇAS
Além de atualizar o processo
de fabricação e ampliar a oferta de
máquinas e equipamentos, o investimento de quase R$ 1 bilhão no
complexo de Sorocaba trará benefícios diretos para o cliente Case IH.
A estrutura abrigará o maior Centro
de Logística e Distribuição de Peças
da CNH na América Latina e o mais
moderno do Grupo Fiat em todo o
mundo.
O centro, que atualmente funciona em Itu (também no Estado de São
Paulo), será transferido para Sorocaba em junho de 2009. Ocupará
uma área construída de 60 mil metros quadrados e terá 154 mil itens
em estoque. Com equipamentos de
movimentação automatizados e processo de embalagem de última geração, a estrutura seguirá o conceito
World Classic Logistic, que reúne as
melhores prática mundiais de movimentação, embalagem, controle e
gestão de estoques.
O Centro de Logística da Case IH
também estará adequado às mais
modernas práticas ambientais. Será
um Green Building, certificado que é
conferido às edificações que preservam a área em que estão localizadas
e que adotam sistemas como o aproveitamento da água da chuva e o uso
de energias alternativas – luz solar,
por exemplo.
Do ponto de vista geográfico, a
localização do Centro de Logística
e Distribuição de Peças não poderia
ser melhor. Ele está próximo do Aeroporto de Viracopos e é servido por
excelente malha viária, o que permite o acesso rodoviário a todas as
regiões produtoras do País – seja de
grãos, cana, café ou algodão.
Para o cliente, isso é a garantia
de entrega rápida da peça ou componente que ele precisa, independente
do ponto onde esteja sua lavoura.
Principalmente porque a nova estrutura manterá um serviço de entrega
rápida noturna de encomendas.
NOVO CENTRO DE LOGÍSTICA
mil m de área construída
• 60
154
mil ítens em estoque
• Serviço
rápida noturna
• Adaptadodeaoentrega
World
Classic Logistic,
• sistema de excelência
mundial no setor
2
6 FARM FORUM 2008
Automação de equipamentos
• de
movimentação
Processo
embalagem
• de última de
geração
• 16 docas de expedição
O HISTÓRICO DA CASE IH E A EVOLUÇÃO
Ç
DE SUAS MÁQUINAS
1842: Em Racine (EUA), Jerome Increase Case cria uma
fábrica de máquinas debulhadoras, que se tornaria um dos
maiores fabricantes mundiais de máquinas agrícolas e de construção
1844: A JI Case lança a primeira máquina agrícola
autopropelida da história
1911: JI Case produz o primeiro trator movido a gasolina
1977: International Harvester, fabricante de colheitadeiras, lança a AxialFlow, série 1400, seguindo o conceito de colheitadeira rotativa que vinha
desenvolvendo desde os anos 60
1985: Fusão da International Harvester com
a JI Case cria a Case IH
1988: Case IH lança o trator Magnum, primeira máquina
resultante da combinação da engenharia da Case
com a International Harvester
1996: Case IH une-se à Austoft, líder mundial em sistemas de cana,
fundada na Austrália, em 1944, pelos irmãos Toft
1997: Case IH passa a atuar no Brasil
1998: Case IH incorpora a Tyler, fabricante
internacional de pulverizadores
1999: Case IH passa a integrar a Case New Holland (CNH),
holding de máquinas de construção e agrícolas do Grupo Fiat
2001: Lançada a Axial-Flow 2388, a primeira colheitadeira de grãos
com rotor axial do Brasil
2004: Brasil se torna plataforma mundial, concentrando a fabricação
de colhedoras de cana Case IH para todos os mercados
2006: Lançada a colheitadeira Axial-Flow 2399
2007: Case IH lança no Brasil a colhedora de algodão
Module Express 625, a primeira capaz de formar módulos
simultaneamente à colheita
2009: Case IH reabre fábrica de Sorocaba (SP)
2008 FARM FORUM 7
NEGÓCIOS & PERSPECTIVAS
Incertezas no
mercado de café
Diante da maior safra dos últimos cinco anos, especialistas alertam que o Brasil
precisa controlar estoques para enfrentar possíveis dificuldades em 2009
O
Brasil deverá produzir 45,54 milhões de sacas de café na safra
2008/2009 – a maior safra dos últimos cinco anos. Mas esses números não
devem ser motivo de muita euforia para
os produtores. “Os preços internacionais
do café estão altos e, como os estoques de
passagem são baixos, há uma expectativa
de preço sustentado no Brasil, sem alta
significativa”, afirma Nathan Herszkowicz,
diretor executivo da Associação Brasileira
das Indústrias de Café (Abic).
O pesquisador José Luiz dos Santos Rufino, da Embrapa Café, destaca que o Brasil
vive um cenário de estoques decrescentes,
tanto no setor público quanto na iniciativa
privada, que juntos somam 10 milhões de
sacas. Com a expectativa de produção de
45,5 milhões de sacas, para uma exportação de 28 milhões e um consumo interno
de 17 milhões de sacas, o estoque de passagem deve ficar estabilizado. Só que este
estoque é baixo, principalmente porque no
ano que vem a safra deve ser até 20% menor (cerca de 38 milhões de sacas), devido
à bianualidade – após uma grande safra a
produtividade cai.
“Poderemos ter dificuldades no ano
que vem, por conta da safra menor. Vamos
precisar de controle entre a disponibilidade
do produto e os compromissos brasileiros
com os mercados externo e interno”, diz
Rufino. Para ele, o cenário geral é de pouca
euforia para os produtores porque o preço
da saca está muito baixo.
“O mercado é muito afetado pela taxa
cambial e, neste ambiente de dólar desvalorizado, fica ainda pior, porque o preço
internacional é cotado em dólar.” A média
brasileira de produtividade é de 20 sacas
por hectare, e cada saca tem custo individual de produção em torno de R$ 300. “Para
equalizar de verdade o mercado, o preço
de venda da saca deveria passar dos R$ 260
atuais para cerca de R$ 300”, calcula.
Outro fator que colabora para conter
a euforia dos produtores, segundo os especialistas, é a alta dos fertilizantes (cujos
preços dobraram no prazo de um ano), e
da mão-de-obra (alta de 25% no período),
apesar da mecanização crescente do setor.
Apesar da safra
2008/2009 de café
bater números recordes
no Brasil, para o
próximo período será
preciso cautela
8 FARM FORUM 2008
Nathan Herszkowicz,
diretor executivo da
Associação Brasileira das
Indústrias de Café
Um dos nichos de mercado que
mais atraem os produtores é o dos
cafés certificados, ou “cafés sustentáveis”, justamente porque estes oferecem a oportunidade de uma melhor
remuneração e rentabilidade. Segundo Sérgio Parreiras Pereira, autor do
estudo “Um Panorama sobre Cafés
Certificados”, nas últimas duas décadas a produção e comércio de cafés
especiais cresceu, gerando oportunidades para a diversificação de produtos com base em características específicas de qualidade.
“As exigências dos consumidores
aumentaram muito, o que se refletiu
em sensíveis alterações em todo o sistema agroindustrial do café”, explica
o mestre em Fitotecnia e pesquisador
do Centro de Café Alcides Carvalho,
do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Segundo ele, enquanto o
mercado do café para consumo geral
– ou “mercado de massa” – se mantém
praticamente estagnado, o mercado de
cafés especiais cresce ano após ano.
“Alguns selos relacionados à sustentabilidade chegaram a crescer até 20%
ao ano nos últimos anos, e isso tem gerado oportunidades para alguns cafeicultores que trabalham com este nicho
específico”, diz o pesquisador. Por outro
lado, conceitos que há alguns anos não
faziam parte do cotidiano do setor cafeeiro – como sustentabilidade, rastreabilidade, certificação, responsabilidade
social e preocupação ambiental – permeiam hoje todos os elos do setor.
Além dos programas de certificação, também há várias iniciativas de
políticas públicas nacionais, estaduais
e municipais para auxiliar a inserção
dos cafeicultores no mercado de cafés diferenciados. O mercado mundial de café movimenta cerca de US$
70 bilhões anuais. O maior produtor
brasileiro é Minas Gerais, seguido por
Espírito Santo e São Paulo.
Novos nomes,
a mesma
qualidade
As colhedoras de café TCX 2100 e
A2000, da Case IH, foram rebatizadas e
passaram a se chamar Coffee Express
100 e Coffee Express 200. Mas elas
continuam a ser as melhores opções
do mercado em máquinas para a
colheita. “São máquinas superiores à
concorrência em todos os aspectos”,
diz Richardson Gouveia, especialista em
Marketing de Produtos da Case IH.
As máquinas permitem uma colheita
mais seletiva do café, devido à maior
flexibilidade dos ajustes. Desta forma,
garantem maior qualidade do produto
colhido e maior produtividade na safra
seguinte, porque a colhedora causa
menos danos ao cafeeiro. Além disso,
em apenas uma hora de trabalho é
possível colher até 150 sacas de 60
quilos com o modelo Coffee Express 200.
A máquina pode trabalhar à noite, pois
possui eficiente sistema de iluminação.
Outra vantagem da Coffee Express
200 é a versatilidade. O raio de giro da
máquina (a volta que ela faz sobre o
seu eixo) é o menor do mercado, o que
facilita manobras durante a operação.
Também possui um baixo centro de
gravidade, com a maior parte do peso
próximo ao solo, e um sistema de
autonivelamento eletro-hidráulico que
possibilita à máquina trabalhar em solos
com até 15% de declividade. Assim, a
colhedora se adapta a quase todos os
tipos de terrenos e as manobras são
mais simples e rápidas.
EVOLUÇÃO
DA SAFRA
A produção brasileira,
em milhões de sacas de 60 kg
2002/2003 » 48,48
2003/2004 » 28,82
2004/2005 » 39,27
2005/2006 » 32,94
2006/2007 » 42,51
2007/2008 » 33,74
2008/2009* » 45,54
* Estimativa
Fonte: Conab
2008 FARM FORUM 9
TENDÊNCIA
REVOLUÇÃO nas
lavouras de algodão
do Brasil
Module Express 625 entra
em campo no Brasil
com o pé direito
Paulo Mizote é o
primeiro produtor
brasileiro a apostar
na nova colhedora
da Case IH. Colocou a
máquina para colher
em uma área de 8 mil
hectares, na Bahia
R
evolucionando a colheita de algodão, a Case IH trouxe para o Brasil, no primeiro semestre de 2008,
a Module Express 625. A máquina, que se
tornou sucesso nos Estados Unidos, está
pela primeira vez trabalhando em uma la10 FARM FORUM 2008
voura brasileira. A estréia foi em campos
baianos, na Fazenda Mizote, em São Desidério, município a 879 km de Salvador.
Com 16 mil hectares de plantação distribuídos entre algodão, soja, milho e café,
a administração da fazenda decidiu investir
em tecnologia para a cotonicultura, que é o
principal foco de trabalho da propriedade.
São 8 mil hectares destinados para a commoditie e lavouras de até sete quilômetros
com 11 máquinas trabalhando. Em pouco
tempo o grupo já percebeu as mudanças e
as vantagens da Module Express. “Nos primeiros 20 dias de colheita já percebemos a
economia e o maior rendimento”, comemora o dono da propriedade, Paulo Mizote.
Com a colhedora os gastos com equipamentos e mão-de-obra diminuíram.
Com uma máquina convencional de seis
linhas, eles teriam que adquirir uma prensa, três tratores conhecidos por Bass Boy
e contratar o trabalho de cinco ajudantes.
“Com essa máquina já reduzimos os custos com equipamento e com pessoal. Não
precisamos gastar com a prensa e nem com
o Bass Boy e de cinco passamos a ter dois
ajudantes na colheita”, diz o gerente da fazenda, Kenji Niiyama.
Diferencial
O motivo para a economia é que a Module elimina etapas de colheita. Com um
modelo tradicional de seis linhas a colheita se constitui de cinco etapas: colheita,
transferência do algodão para o Bass Boy,
transporte para a prensa, prensagem e formação do fardo e transporte para o beneficiamento. Com a colhedora Case IH três
etapas são extintas e a colheita passa a ter
dois processos: a colheita e o transporte.
Além disso, com a Module Express
625 o enfardamento é diferenciado. A
máquina forma, dentro do cesto, um bloco retangular, fácil para o transporte do
algodão colhido. Trata-se do meio fardão
-- já conhecido e trabalhado pelos cotonicultores -- de 2,43 x 2,43 x 4,87 m - o que
dispensa alterações no sistema de beneficiamento. Ele pesa, em média, 4.500 kg,
mas pode variar de 1.800 a 5.450 kg, dependendo das necessidades e das condições da colheita. Outra vantagem é que o
cotonicultor não precisa envolver o fardo
com uma capa em sua etapa de formação,
ainda no interior da máquina. Ele pode
colocá-la sobre o fardo já no solo, depois
que a máquina descarregá-lo, como é feito
com os fardos convencionais. As correntes
que executam a descarga são sincronizadas com a velocidade de descarregamento
da máquina, o que permite que o fardo
não quebre ao tocar o solo.
“Estava preocupado com as dificuldades no carregamento do algodão por ele ser
feito por um mecanismo que não conhecíamos. Mas não estamos tendo nenhum
problema”, diz Mizote.
A formação do fardo é possível porque
a máquina possui três sem-fins dotados de
sensores em suas extremidades. Essas peças fazem o trabalho de prensagem para
formação do fardo movimentando-se
longitudinalmente e de cima para baixo,
compactando o algodão uniformemente.
Rendimento
Com a colhedora o rendimento em
campo também é grande. Na fazenda Mizote as máquinas tradicionais colhem 15
mil hectares por dia e a Module Express
625 colhe cinco mil a mais, ou seja, 20
mil hectares/dia, com economia de combustível. Os custos de produção também
diminuem. Por acre o cotonicultor investe com a Module US$ 72,57, comparado
a US$ 98,46 das máquinas convencionais
e US$ 91,20 de outras máquinas que enfardam o algodão no campo.
Para o grupo familiar, que há 24
anos investe em tecnologia para facilitar o trabalho na fazenda, a Module
Express 625 também é mais segura e
confortável para o operador. “Para
trabalhar na máquina ele não precisa
de nenhuma adaptação e ainda tem a
facilidade de ter um monitor de rendimento”, diz Niiyama.
Para facilitar o gerenciamento da produção, a colhedora é dotada de três monitores. Um deles é o monitor de produtividade AFS Pro 600, o mesmo usado na linha
de colheitadeiras de grãos Axial-Flow. Há
ainda um monitor do módulo que calcula
a porcentagem da câmara que está cheia e o
status operacional da máquina. Um terceiro equipamento de vídeo permite visualizar o descarregamento do fardo.
Kenji Nyriama, gerente da Fazenda Mizote, satisfeito
com a economia gerada pela Module Express 625
2008 FARM FORUM 11
ALGODÃO MADE IN BRAZIL
A safra 2007/2008 do algodão no Brasil será
d 1.556,9 mil toneladas, deixando o país na 5ª
de
posição entre os maiores produtores do mundo,
p
atrás da China (8.078 mil toneladas), Índia (5.355
a
m
mil toneladas), Estados Unidos (4.182 mil toneladas)
e Paquistão (1.845 mil toneladas), segundo
llevantamento do ICAC – International Cotton Advisory
C
Committee.
Para esta safra a área plantada, segundo dados
da Conab, é de 1.086,1 mil hectares. Em dez anos,
d
a produtividade do algodão brasileiro passou de
7
750 quilos por hectare, na safra 1998/1999, para
1
1.433 quilos por hectare, na safra atual. Em 1998
a produção de algodão no país era de 520,1 mil
ttoneladas. Número que triplicou na última década.
O volume produzido no Brasil e exportado para
o
outros países é significativo. O país é o quarto maior
e
exportados na commoditie no mundo. De janeiro a
jjunho de 2008, a balança comercial do algodão no
B
Brasil está favorável. Segundo dados do Sistema
A
ALICE/MDIC – Sistema de Análise das Informações de
C
Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,
IIndústria e Comércio Exterior, enquanto foram
e
exportadas 193.972 mil toneladas, 35.727 mil
ttoneladas foram importadas, deixando um saldo de
U
US$ 158.245 milhões de dólares.
MÁQUINAS CONVENCIONAIS
Necessidades: 1 prensa, 3 Bass
Boy e 5 funcionários na colheita
Rendimento: 15 mil hectares/dia
e gasto elevado de gasolina
MODULE EXPRESS 625
Necessidades: 2 funcionários
Rendimento: 20 mil hectares/
dia e economia de gasolina
ENTREVISTA
“O Brasil
vive uma
oportunidade
rara”
Ex-ministro Roberto Rodrigues
alerta que o País precisará
enfrentar gargalos para suprir
demanda mundial de alimentos
e biocombustíveis
S
ó o Brasil possui condições para atender à gigantesca
demanda mundial por alimentos e biocombustíveis.
Mas, para assumir essa condição, precisa enfrentar deficiências logísticas e criar políticas públicas que protejam o
setor. Essa é a opinião do ex-ministro da Agricultura Roberto
Rodrigues, um dos mais entusiasmados defensores do agronegócio nacional.
Atualmente, ele coordena o Centro de Agronegócios da
Fundação Getúlio Vargas (FGV), preside o Conselho Superior de Agronegócios da Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo (Fiesp) e leciona Economia Rural na Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal. Mesmo com
tantas atividades, esse engenheiro agrônomo de 65 anos continua correndo o mundo em busca de negociações que beneficiem o setor. No final de junho, entre uma dessas viagens,
ele concedeu a seguinte entrevista à Farm Forum.
2008 FARM FORUM 13
O
Brasil
pode multiplicar
em seis vezes
e meia sua
produção de
álcool e mais
do que dobrar
a safra de
grãos. Isso tudo
sem provocar
desmatamento”
Quais são as causas da atual escassez e a conseqüente inflação sobre os alimentos?
São cinco as principais causas. A mais determinante é o crescimento da demanda acima do
crescimento da oferta. A demanda explodiu de
maneira inesperada devido ao aumento de renda
nos países emergentes e a oferta não consegue
acompanhar, até por razões climáticas. Os estoques mundiais de trigo, arroz e milho estão hoje
num patamar de 50% do que eram há dez anos.
Em segundo lugar está o aumento dos custos de produção. Os preços do petróleo, do aço
e dos fertilizantes, por exemplo, triplicaram
em cinco anos, o que se reflete nos preços finais dos produtos agrícolas. Outra causa é a especulação nos Estados Unidos. Com a crise do
setor imobiliário, milhões de dólares migraram
para o mercado de commodities agrícolas.
Há também o crescimento da produção de
etanol de milho nos Estados Unidos. Do total da
safra daquele país, 20% deixaram de virar comida
para virar etanol, provocando aumento de preço
não só desse produto como também da soja. A
quinta causa é a não-conclusão da Rodada Doha
[câmera de negociação da Organização Mundial
do Comércio (OMC), cujo tema central é a redução dos subsídios pelos países ricos para estimular a produção nas nações em desenvolvimento].
Em poucos meses, o conceito internacional em relação aos biocombustíveis mudou completamente:
de solução ambiental e alternativa à
escalada dos preços do petróleo, viraram os vilões da fome no mundo.
O que está por trás desses ataques?
Esse lobby é resultado de uma série de interesses contrariados, de grupos que perderam
dinheiro, como a indústria petrolífera. Também há contribuição de governantes, instituições, setores da mídia e até ambientalistas desinformados, que acreditam que o Brasil está
derrubando floresta para plantar cana.
Um dos argumentos desse lobby
é de que a produção de etanol rouba
terreno dos alimentos, gerando escassez e inflação.
Isso não é verdade. Não no caso do álcool
brasileiro, de cana. O álcool americano, de milho,
concorre com os alimentos e contribui, sim, para o
aumento dos preços. Mas isso não ocorre no Brasil. A maior prova é que neste ano temos a maior
safra da história tanto de grãos quanto de cana,
além de produções recordes de carne e leite.
Qual será o papel do Brasil no atu-
14 FARM FORUM 2008
al cenário? Como o País poderá atender ao crescimento das demandas
por alimentos e biocombustíveis?
É uma oportunidade rara para o Brasil. A
previsão é de que, em 20 anos, a oferta internacional de grãos e carnes tenha que crescer 42% e
a oferta de combustíveis líquidos precisa crescer
55% para atender a demanda. E o petróleo não
pode suprir essa demanda a preços hábeis.
Os espaços para o País são formidáveis. Temos
hoje 72 milhões de hectares com agricultura e 200
milhões de hectares com pastagens. Pelo menos 71
milhões de hectares dessas áreas com pastagens estão aptos à agricultura e 22 milhões podem ser destinados à cana. Com isso, podemos multiplicar em
seis vezes e meia a produção de álcool, chegando a
300 bilhões de litros por ano, e mais do que dobrar
a safra de grãos, saindo dos atuais 140 milhões para
até 350 milhões de toneladas. Isso tudo sem provocar desmatamento. Também temos um potencial
visível para carnes, leite e florestas plantadas.
Quais os entraves que o País precisa enfrentar para aproveitar essas
oportunidades?
Temos a melhor tecnologia de agricultura tropical no mundo, área para expansão e um agricultor
tecnificado. Somos altamente competitivos dentro
da fazenda. Precisamos de mais investimentos em
logística e infra-estrutura. Também é necessário
cuidar das questões macroeconômicas, como juros,
impostos e câmbio. O governo precisa investir em
pesquisa e criar mecanismos de proteção para os
anos de vacas magras, como o hedge em bolsas de
futuros e implementar a lei que cria o seguro rural,
aprovada na minha gestão no Ministério.
Também é necessário abrir mercados nas
negociações internacionais, estimular a união
dos pequenos produtores em cooperativas e
agregar valor aos produtos, exportando mais
carne e frango do que grãos.
A imagem externa de que o Brasil
desmata para produzir alimentos e
etanol pode prejudicar o País?
Precisamos desmistificar as besteiras que
falam contra nós. Até porque destruir a Amazônia para plantar cana seria uma estupidez
logística e agronômica.
O atual crise dos alimentos pode
favorecer os países, como o Brasil,
que apostam na redução de subsídios e outras barreiras para aumentar suas exportações?
É um bom momento. Torna-se indefensável se propor subsídios com os preços altíssimos. Mas sou cético em relação a isso.
CASENEWS
Funcionários plantam árvores em Piracicaba
Cerca de 60 mudas de
árvores foram plantadas pelos
los
funcionários da planta da
Case IH em Piracicaba (SP)
dentro de uma mini-reserva
o
na fábrica em comemoração
ao Dia Internacional do
Meio Ambiente. Outras 240
mudas foram distribuídas
e
para os funcionários. Dentre
as espécies plantadas e
s,
distribuídas estão araucárias,
palmeiras, ipês roxo e
amarelo e árvores frutíferass
e
como jabuticabeiras e pés de
acerola.
Case IH na Le Mans Series Presidente Prudente
ganha nova loja Case IH
A marca também patrocina a equipe Barozi-Epilson, do grupo Infinity Bio-Energy,
que corre no carro 32 da “Le Mans Series”.
A competição é uma extensão da “24 Horas
de Le Mans”, a mais antiga e mais conhecida
entre as modalidades de resistência do automobilismo concebida em 1923 na França para
ajudar no desenvolvimento do automóvel.
Os agroempresários de toda região oeste de São Paulo e parte
do Mato Grosso do Sul ganharam uma nova opção de compra de
máquinas Case IH. Foi inaugurada, dia 17 de junho, a nova loja da
Central Máquinas Agrícolas, em Presidente Prudente (SP). Com
1.190 m², a nova revenda oferece aos clientes serviços da Case IH
com atendimento personalizado, rápido, eficiente, e facilidade de
financiamento através do Banco CNH Capital.
Case na camisa do Palmeiras
Trator Soluções
Agrícolas conquista
ISO 9001:2000
A Trator Soluções Agrícolas, de Araras (São
Paulo), tornou-se a primeira revenda Case IH
na América Latina a obter a certificação ISO
9001:2000. A certificação que visa o Sistema
de Gestão da Qualidade foi avaliada pela
SGS e concedida pela UKAS, após um ano de
trabalho para adequação às normas. Cursos,
treinamentos e palestras foram realizados
durante 12 meses com o objetivo de habilitar
os funcionários a realizarem os oito princípios
da gestão da qualidade da ISO: focalização no
cliente, liderança, envolvimento das pessoas,
abordagem por processos, abordagem à
gestão, melhoria contínua, tomadas de
decisões baseadas em fatos e relação com
fornecedores com benefícios mútuos.
Durante a temporada 2008 do Campeonato Brasileiro a Case
estampará sua marca na camisa do Palmeiras através da cota de
patrocínio fechada este ano entre o Grupo Fiat e o time paulista. Além
da camisa, a marca Case também estará em placas de merchandising
no Estádio Palestra Itália, no Centro de Treinamento na Barra Funda, na
Sala de Entrevista Coletiva do clube, e, futuramente, nas demais peças
do uniforme dos jogadores e da Comissão Técnica.
2008 FARM FORUM 15
CASE IH. PARA AQUELES QUE EXIGEM MAIS.
O AGRONEGÓCIO
BRASILEIRO
ESTÁ SEMPRE
EXIGINDO MAIS.
E A CASE IH
ESTÁ PRONTA
PARA ATENDER.
A CASE IH ESTÁ INAUGURANDO SUA NOVA FÁBRICA EM SOROCABA.
Esta unidade, junto com as plantas de Curitiba e Piracicaba, vai ampliar nossa
capacidade produtiva, permitindo a oferta de mais soluções avançadas aos nossos
clientes. São investimentos como este que, além de gerarem mais empregos e
desenvolvimento, demonstram a nossa confiança na força do agronegócio brasileiro.
NO SEU CONCESSIONÁRIO:

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