Prosub, Prosub,

Transcrição

Prosub, Prosub,
TECHNO
Ano III- no 13 - 2012
Nova gestão do IPT:
o impacto e a relevância
do IPT, agora e no futuro
NEWS
OPINIÃO
O desafio é de todos nós
LOGÍSTICA DO
COMBUSTÍVEL
ENGENHARIA
DE SUBSOLO
BAPON, inserção
social e oportunidades
Desafios,
tecnologia e produtos
TERMINAL EMBRAPORT
Soluções inovadoras de Engenharia
Prosub,
na fronteira do conhecimento
TECHNO News
2
Ano III - no 13 - 2012
ÍNDICE
DEFESA
4
A construção do submarino
de propulsão nuclear no Brasil
INDÚSTRIA NAVAL
& DEFESA
7
Prosub,
na fronteira do conhecimento
7
9
11
12
13
15
16
18
19
26
A integração das informações
na etapa do diligenciamento
A aquisição
dos equipamentos
Monitoramento ambiental
complexo, dinâmico e extenso
Diretora Executiva
Maria Angélica Fe. Teixeira
NEWS
OPINIÃO
O desafio é de todos nós
LOGÍSTICA DO
COMBUSTÍVEL
ENGENHARIA
DE SUBSOLO
BAPON, inserção
social e oportunidades
Desafios,
tecnologia e produtos
NEWS
TERMINAL EMBRAPORT
Soluções inovadoras de Engenharia
NEWS
Prosub,
Nova gestão do IPT:
o impacto e a relevância do IPT,
agora e no futuro
Obras no Norte do País promovem
inserção social e
novas oportunidades
PETRÓLEO & GÁS
A coordenação da Engenharia
do Prosub - EBN
Diretor Geral
Ubirajara Xavier da Silva
Novos desafios, nova tecnologia,
novos produtos
Intertek Moody amplia
a oferta de serviços de inspeção
LOGÍSTICA DO
COMBUSTÍVEL
A metodologia construtiva
das obras marítimas
Soluções em movimentação
de cargas. Esta é a origem
e a especialidade da Brevil
23
25
A gestão do Programa
e os indicadores de
transferência tecnológica
Conhecimento
e experiência de alto nível
Tecnodrill na cadeia
de fornecedores do Prosub-EBN
Nova gestão do IPT:
o impacto e a relevância
do IPT, agora e no futuro
na fronteira do conhecimento
A ferramenta
do conhecimento
PROSUB
NACIONALIZAÇÃO
22
TECHNO
Ano III- no 13 - 2012
PESQUISA &
TECNOLOGIA
Os critérios da área
nuclear para o projeto
A nacionalização
no programa de submarinos
convencionais
10
20
21
ABB entrega subestação
de energia à UFEM
29
Classificação de plataformas
para o pré-sal é
segmento em expansão na DNV
INFRAESTRUTURA
PORTUÁRIA
30
Desafios de Engenharia
na obra do Terminal Embraport
33
A solução dos geossintéticos
na aterro do Terminal Embraport
OPINIÃO
34
O desafio de todos nós
Por Luiz Maurício Portela
Foto principal capa:
Parte da seção do submarino brasileiro em
fabricação no estaleiro da DCNS - França
Foto DCNS
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EDITORIAL
T
ecnologia. Hoje, em proporção muito maior
do que em épocas anteriores, a tecnologia está
presente no cotidiano do homem contemporâneo
de maneira tão forte e tão intrínseca, que muitas
vezes, é até despercebida, tal o grau de sua inserção no
dia-a-dia de cada um.
A tecnologia invade a vida do homem do
século XXI, sem pedir licença, independente da sua
nacionalidade, do seu nível social e cultural, do ambiente
em que vive - nas cidades ou em regiões distantes dos
grandes centros urbanos - e traz consigo profundas
modificações no modo de vida de todos aqueles que têm
contato com ela.
Depois desse momento de contato, o seu mundo
nunca mais é o mesmo, pois ela é um instrumento
poderoso de modificação do status quo. Dependendo da
forma como a tecnologia é introduzida na vida do homem,
ela pode tornar-se um instrumento de construção de um
ambiente extremamente propício à melhoria ampla da
sua qualidade de vida - seja em nível pessoal ou social ou de destruição de seus valores, princípios e referências,
deixando esse homem desarmado, à mercê dum um
universo por ele desconhecido.
A tecnologia é o tema central das edições
da TECHNO NEWS e buscamos por meio dos
empreendimentos em pauta no País, trazer ao público
leitor o Brasil tecnológico, ou seja, aquele que gera
oportunidades.
Este Brasil tecnológico é aquele que dá retorno à
nação e gera não somente divisas, mas principalmente
o conhecimento, a oportunidade de qualificação de
profissionais, o crescimento industrial, o desenvolvimento
em níveis local, regional e nacional.
Este é o Brasil que através dos seus resultados,
refletidos em conhecimento e/ou produtos, comprova,
interna e externamente, a sua capacidade e competência
de imaginar, desenvolver e executar projetos e programas
complexos, muitas vezes com escassos recursos, porém
com muita determinação e criatividade.
Este é também um Brasil de grandes diferenças
sociais e econômicas, que precisa ser rapidamente
transformado para uma nova realidade mais justa.
Os meios para tal mudança devem ser baseados na
educação, no acesso à informação e ao conhecimento, na
qualificação profissional e na geração de oportunidades
de trabalho.
Presenciamos várias iniciativas nesse sentido, ora
provenientes do setor público, ora do segmento privado,
as quais buscam senão resolver, minimizar o grande hiato
existente entre a teoria e a prática. Ou seja, não basta
educar, é preciso fazê-lo com objetividade e qualidade
para que os resultados de todos os investimentos nela
alocados sejam positivos e eficientes.
Apesar da recessão econômica mundial, o Brasil
vem respondendo positivamente a este contexto, com a
promoção de inúmeros empreendimentos de porte e peso
em diversos segmentos produtivos. Tais investimentos
consistem importantes alavancas para o desenvolvimento
econômico e social brasileiro.
É preciso, portanto, aproveitar este momento
e estas oportunidades para se instalar no País a nova
realidade social, na qual a educação é o grande propulsor
desta transformação. Uma transformação que não deve
ser paternalista e sim gerenciada com seriedade, pautada
em uma política de desenvolvimento consistente e
duradoura que possa promover para todos os envolvidos
na cadeia produtiva - governos, empresas e cidadãos condições de crescimento e continuidade de seus projetos
em âmbito institucional, empresarial ou pessoal.
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TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
DEFESA
ENTREVISTA: Comandante de Marinha do Brasil,
Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto
A construção do submarino
de propulsão nuclear no Brasil
Almte Julio Soares - Sob o Aspecto Estratégico, o
submarino, dentre todos os meios navais, apresenta
uma vantagem única, que é a capacidade de ocultação,
possuindo, assim, um dos grandes fatores de uma força
naval: o elemento surpresa. Somente as ondas sonoras
emitidas por sonares podem, com alguma eficiência,
detectar um submarino. A propagação acústica, no
meio líquido, não ocorre em linha reta. Depende da
temperatura, da pressão e da salinidade, obedecendo,
dessa forma, a determinados padrões em que, muitas
vezes, são geradas grandes “zonas de sombra”, onde
o som não penetra com intensidade apreciável, o que
permite ao submarino confundir-se com o meio ambiente
em que opera, preservando sua ocultação.
Por causa da superioridade resultante da
capacidade de ocultação, o submarino se tornou,
historicamente, a arma mais utilizada pelas nações
belicamente inferiores quando enfrentavam um oponente
que dominava os mares. No entanto, se por um lado
o submarino pode neutralizar forças navais muito
superiores, não pode substituí-las em suas operações.
Nos submarinos convencionais, a fonte de
energia que faz funcionar o conjunto de motores diesel e
geradores elétricos é a “diesel-elétrica”. A energia por eles
gerada é, então, armazenada em grandes baterias. Além
de atender a todas as demandas de consumo de energia
elétrica de bordo, a energia gerada é distribuída para um
Motor Elétrico de Propulsão (MEP), que aciona um eixo
com um hélice, garantindo o deslocamento do submarino.
Para garantir a navegação durante um longo período, a
capacidade de ocultação tem que ser periodicamente
interrompida, uma vez que é indispensável, em
determinados intervalos, recarregar as baterias. Para
tanto, devem-se posicionar logo abaixo da superfície do
mar e, por meio de equipamento especial, denominado
“esnorquel”, aspirar o ar atmosférico para permitir o
funcionamento dos motores dos grupos diesel - geradores
e também possibilitar a renovação do ar ambiente. Nessas
horas, em função das partes expostas acima d’água,
tornam-se vulneráveis, podendo ser detectados por
radares de aeronaves ou navios. Para limitar tal exposição,
devem economizar energia ao máximo, o que lhes limita
a mobilidade. Por isso, são empregados segundo uma
estratégia de posição, isto é, são posicionados em uma
área limitada, onde permanecem em patrulha, a baixa
velocidade. A dependência do ar atmosférico para o
carregamento das baterias e a sua baixa mobilidade são as
grandes limitações dos submarinos convencionais.
Para os submarinos com propulsão nuclear, a
fonte de energia é um reator nuclear, cujo calor gerado
vaporiza a água, possibilitando o emprego desse vapor
em turbinas. Dependendo das características de cada
planta propulsora de um submarino, suas turbinas podem
acionar geradores elétricos ou o próprio eixo propulsor.
Diferentemente dos submarinos convencionais, os
nucleares dispõem de elevada mobilidade, fator
importante para a defesa, devido à profundidade das
águas oceânicas. Por possuírem fonte virtualmente
inesgotável de energia e poderem desenvolver altas
velocidades por tempo ilimitado, cobrindo rapidamente
áreas geográficas consideráveis, são empregados
segundo uma estratégia de movimento. Em face dessas
Divulgação Marinha do Brasil
TNews - A construção do submarino de propulsão
nuclear no Brasil envolve três aspectos de grande
importância para o País: o estratégico, o tecnológico e o
da indústria nacional. Como o Sr. avalia a importância
do empreendimento PROSUB nestas três esferas?
Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto,
Comandante da Marinha do Brasil
características, podem chegar a qualquer lugar em pouco
tempo, o que, na equação do oponente, significa poder
estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
O submarino de propulsão nuclear pode ser
considerado o “Senhor dos Mares”, fato que se mostra
importante se considerarmos que mais de 90% do nosso
petróleo são extraídos do mar. Da mesma forma, mais
de 95% do nosso comércio exterior são transportados
por via marítima. Também, a extensa área oceânica,
adjacente ao continente brasileiro, que costumamos
chamar de “Amazônia Azul”, contém, na imensidão da
massa líquida e do vasto território submerso, milhões de
quilômetros quadrados de incalculáveis bens naturais,
biodiversidade e também vulnerabilidade, em tudo
comparável à “Amazônia Verde”.
Sob o campo tecnológico, um dos aspectos mais
notáveis do programa de construção do submarino de
propulsão nuclear diz respeito ao salto tecnológico a
ser vivido pelo País, decorrente de um grande processo
de transferência de tecnologia, do fortalecimento da
indústria nacional e da melhoria da qualificação técnica de
profissionais brasileiros que trabalham no Programa de
Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), garantindo
ao Brasil a capacidade de desenvolver e construir seus
próprios submarinos no futuro, de forma independente.
O PROSUB, cujo objetivo final é o projeto e
construção do submarino com propulsão nuclear,
engloba: o projeto e construção de um Estaleiro e
Base Naval (EBN) e de uma Unidade de Fabricação
de Estruturas Metálicas (UFEM); a construção de
quatro submarinos convencionais (S-BR) e o projeto de
detalhamento de sua seção intermediária, modificada
para atender aos requisitos da Marinha do Brasil (MB);
e o projeto e construção do submarino com propulsão
nuclear (SN-BR).
Sob o aspecto da indústria nacional, destacamos
três pontos. O primeiro é a Aquisição de Equipamentos
e Sistemas da UFEM e do EBN. Aqui foi estabelecido
pela MB que os equipamentos e sistemas para o estaleiro,
definidos através dos requisitos técnicos provenientes
da Transferência de Tecnologia (ToT) da Direction des
Constructions Navales et Services (DCNS), deveriam ser
fabricados o máximo possível no Brasil. Dessa forma,
todos os equipamentos com similares no Território
Nacional e também equipamentos que, apesar de
não fazer parte da linha de produção de uma fábrica,
poderiam ser fabricados aqui, estão sendo comprados no
País. Isso possibilitou que fosse obtido, para esses itens,
um conteúdo local de mais de 90%, equivalente a cerca de
1 bilhão de reais.
O segundo ponto é a Nacionalização de Sistemas e
Equipamentos para os Submarinos Convencionais (S-BR).
O processo de nacionalização para os S-BR, decorrente
de transferência de tecnologia sensível para a MB e
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
empresas brasileiras, inicialmente orçado em 100 milhões
de euros, disposto contratualmente em 89 projetos, inclui:
a fabricação de sistemas, equipamentos e componentes;
o treinamento para o desenvolvimento e integração de
softwares específicos de importantes sistemas; e suporte
técnico para as empresas durante a fabricação dos itens.
A DCNS já visitou mais de 110 empresas
candidatas a participar do processo de nacionalização.
A empresa selecionada para nacionalizar determinado
equipamento deverá ser submetida à aprovação pela MB.
Como terceiro ponto, destacamos a Nacionalização
de Sistemas e Equipamentos para os Submarinos com
Propulsão Nuclear (SN-BR), cujo processo, de, no
mínimo, 100 milhões de euros, será uma continuação do
processo que está em curso atualmente para os S-BR, e
deverá ser bem mais extenso, considerando que o projeto
do submarino será realizado no País, pela MB.
TNews - O PROSUB é um programa estratégico para
o País, conduzido pela Marinha do Brasil e conta com
a participação da iniciativa privada, tanto na fase de
construção das instalações do Estaleiro e Base Naval,
quanto na fase de construção dos submarinos. Qual a
visão da Marinha a respeito desta parceria da MB com o
setor privado e quais vantagens tal parceria oferece para
o empreendimento?
Na esfera dos programas sociais locais, destacamse: o “Caia na Rede”; o “Inglês num click”; e o programa
de apoio à agricultura familiar.
O “Caia na Rede” corresponde à realização de
cursos expeditos de inserção digital, também gratuitos e
oferecidos à comunidade local, em sala própria situada
na Ilha da Madeira, equipada com bancadas dotadas com
diversos computadores.
O “Inglês num click”é um programa voltado
a ensinar Inglês para população de Itaguaí e Ilha da
Madeira, iniciado em Fevereiro de 2012, com 15 pessoas
cursando a 1ª turma, todos da região da Ilha da Madeira e
Itaguaí, tendo ainda 100 pessoas já inscritas, aguardando
início das próximas turmas.
E o programa de apoio à agricultura familiar da
região de Itaguaí pretende garantir o consumo de toda
produção no refeitório do PROSUB – EBN, eliminando os
atravessadores e gerando mais renda aos agricultores e,
conseqüentemente, à região.
“Um dos aspectos mais
notáveis do programa de
construção do submarino
de propulsão nuclear diz
respeito ao salto tecnológico
a ser vivido pelo País”
TNews - O domínio da tecnologia do submarino
nuclear é restrita a poucos países pois envolve um
conhecimento estratégico e de alto valor agregado.
Quais os meios para a aquisição e domínio desta
tecnologia e quais os principais desafios para o
desenvolvimento deste conhecimento no Brasil?
Almte Julio Soares - A MB tem dois grandes
Programas sob a responsabilidade da DiretoriaGeral do Material da Marinha ligados diretamente
à obtenção do submarino com propulsão nuclear: o
Divulgação Odebrecht / Foto Orestes Locatel
Almte Julio Soares - A participação da indústria
nacional em dois momentos: na construção da UFEM e
EBN e construção dos submarinos. No primeiro, a MB
estabeleceu como prioridade na construção do EBN e
da UFEM o emprego de insumos e de equipamentos,
máquinas, operatrizes, guindastes e pontes rolantes etc.,
da indústria brasileira, como já mencionado. Seguindo
esse conceito, até o presente momento, foi obtido um
índice de participação da indústria nacional de cerca de
90% - 1 bilhão de reais - em equipamentos e máquinas e
cerca de 1 bilhão de reais em materiais e insumos.
Além disso, as obras estão contribuindo para
uma expressiva geração de empregos, sendo esperado
atingir, no período de pico, 9 mil empregos diretos e 27
mil empregos indiretos, distribuídos no tempo conforme
o gráfico.
Na construção dos submarinos, a MB estabeleceu
como prioridade, na construção dos S-BR, a nacionalização
de equipamentos e sistemas para os submarinos, com
alto teor tecnológico, e com aplicação em outros setores
industriais. Para isso, a DCNS irá capacitar as empresas
brasileiras para tornarem-se fornecedoras independentes
para futuros projetos.
A DCNS, de modo a agilizar o processo de
contratação das empresas brasileiras, contratou a empresa
de consultoria PROGEN. A equipe de nacionalização da
DCNS já visitou 180 empresas no Brasil e pré-qualificou
110 delas, tendo constatado alto valor agregado
tecnológico no País.
O processo de nacionalização de equipamentos
e sistemas para o S-BR considera a possibilidade de sua
aplicação total ou parcial no projeto do SN-BR, cujo
projeto se iniciou em 10 de julho de 2012, no Centro
Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
Destacamos os benefícios sociais derivados da
execução de serviços específicos no Brasil durante a
construção dos submarinos, entre estes, os recursos
financeiros adicionados ao Município de Itaguaí – RJ pelo
PROSUB; a formação e contratação de mão de obra local;
e os programas sociais locais.
Ao Município de Itaguaí, somente Impostos sobre
Serviços recolhidos até o final de março de 2012, foram
pagos o valor de R$ 137.083.500,50.
Além disso, cabe considerar que hoje há um efetivo
de 6.350 profissionais da Odebrecht trabalhando nas
obras de construção da UFEM e do EBN, sendo que 54%
são de Itaguaí, 23% oriundos de outros municípios, mas
que fixaram residência nessa cidade, perfazendo um total
de 77% de integrantes que residem na região e, portanto,
consomem bens e produtos locais. Levando-se em conta
o valor total líquido pago aos empregados na obra pela
Odebrecht, pode-se dizer que aproximadamente 7,268
milhões de reais são lançados mensalmente no comércio
municipal.
No âmbito da formação e contratação de mão de
obra local, como parte de inserção socioeconômica da
comunidade, a Odebrecht e a MB promovem o Programa
“Acreditar”, que corresponde à realização de cursos
profissionalizantes gratuitos, de formação de mão de
obra em diversas categorias.
5
Da esquerda para a direita: Almirante Alan Paes Leme Arthou, Gerente do Empreendimento Modular de Construção do Estaleiro e Base
Naval; Almirante-de-Esquadra Sir Mark Stanhope, Comandante-Geral da Marinha do Reino Unido; Almirante-de-Esquadra Julio Soares
Moura Neto , Comandante da Marinha do Brasil, por ocasião da visita do Almirante inglês ao empreendimento do Prosub
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TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
DEFESA
quatro Submarinos Convencionais (S-BR) e é dividido em
pacote de materiais e construção;
•Contrato nº. 2 - assinado com a DCNS e a ICN, que trata
da construção do primeiro Submarino com Propulsão
Nuclear Brasileiro (SN-BR) e é dividido em pacote de
materiais e serviços para o seu desenvolvimento e sua
construção;
•Contrato nº. 3 - assinado com a DCNS, que trata
da aquisição de trinta Torpedos F21 e cinquenta
despistadores de torpedo;
•Contrato nº. 4 - assinado com a Construtora Odebrecht,
que trata do projeto e da construção do Estaleiro, da
Base Naval e da Unidade de Fabricação de Estruturas
Metálicas (UFEM);
•Contrato nº. 5 - assinado com o Consórcio Baía de Sepetiba
(CBS), que trata da Administração, do Planejamento e da
Coordenação do Objeto Precípuo (projeto e construção
do submarino com propulsão nuclear);
•Contrato nº. 6 - assinado com a DCNS, que trata da
transferência de tecnologia de projeto e construção dos
quatro S-BR, do desenvolvimento do projeto do SN-BR e
de fornecimento de informações técnicas para o projeto
do Estaleiro, da Base Naval e da UFEM; e
•Contrato nº. 8 - assinado com a DCNS, que trata dos
“offset”.
Além
dos
contratos
comerciais
acima
mencionados, também foi assinado um contrato de
financiamento, em 2 de dezembro de 2009, que se tornou
eficaz a partir de 30 de julho de 2010, para dar suporte
financeiro aos contratos comerciais 1, 2, 3, 5, 6 e 8. O
contrato 4 não utiliza recursos de financiamento externo.
O processo de ToT para os S-BR engloba a
qualificação de profissionais de diversos níveis e
especialidades para a construção e para o projeto de
detalhamento da seção modificada do submarino e
também a consultoria técnica durante a construção e
a realização desse projeto. Para essa atividade, a MB
selecionou profissionais que participaram das construções
de submarinos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro
(AMRJ), pois esse era um dos pré-requisitos. A esse grupo
foram incorporados outros profissionais da Nuclebrás
Equipamentos Pesados S.A (NUCLEP) e da ICN.
O processo de ToT para os SN-BR engloba a
qualificação na França de engenheiros de diversos níveis
e especialidades para o projeto do submarino, em um
período de aproximadamente dois anos, a consultoria
técnica durante o projeto, que se iniciou em 6 de julho de
2012 e, também, a construção.
O processo de ToT para o projeto e construção
da UFEM e do EBN, inclui a apresentação, pela DCNS,
de requisitos e informações técnicas, a avaliação e
certificação do projeto e a consultoria técnica durante a
construção, ambos realizados pela empresa Odebrecht.
Foto DCNS
Programa Nuclear da Marinha (PNM) e o Programa
de Desenvolvimento do Submarino com Propulsão
Nuclear (PRODESN).
O Programa Nuclear da Marinha (PNM) ligado
ao Programa Nuclear Brasileiro (PNB), engloba tanto
o domínio das tecnologias de todas as etapas do ciclo
de combustível nuclear, quanto o desenvolvimento de
um Laboratório de Geração de Energia Núcleo Elétrica
(LABGENE), inclusive o seu reator nuclear. O PNM está
a cargo do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo
(CTMSP).
O Programa de Desenvolvimento do Submarino
com Propulsão Nuclear (PRODESN) por sua vez,
engloba o Programa de Desenvolvimento de Submarinos
(PROSUB) e o desenvolvimento e construção da
propulsão do submarino nuclear. A planta propulsora do
submarino será decorrente do LABGENE, desenvolvida
totalmente pelo CTMSP, dentro do Programa Nuclear da
Marinha (PNM), não havendo previsão contratual com a
França para transferência de tecnologia nesta área.
Estes dois programas estão sob a gerência da
Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento
do Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN).
Na França, as tecnologias sensíveis permanecem
sob controle do Estado. Desta maneira, as contratações
do PROSUB foram precedidas de atos celebrados entre
as autoridades dos dois países, definindo os limites
desses fornecimentos e estabelecendo seu processo de
supervisão. Foram, então, assinados, em 23 de dezembro
de 2008, os seguintes documentos:
•Plano de Ação (Parceria Estratégica), entre o Brasil e a
França, firmado pelos respectivos Presidentes, prevendo
cooperação na área de defesa, em particular na área de
submarinos, entre outras;
•Acordo, entre os dois países, na área de submarinos,
firmado pelos respectivos Ministros de Defesa;
•Ajuste Técnico, entre os Ministérios da Defesa do
Brasil e da França, firmado pelos Comandantes das
Marinhas desses países, relativo à concepção, construção
e comissionamento técnico de submarinos; e
•Contrato Principal, firmado pela Marinha do Brasil e
pelo Consórcio Baía de Sepetiba (CBS), uma parceria entre
a empresa DCNS e a Odebrecht, relativo à Transferência
de Tecnologia e Prestação de Serviços Técnicos
Especializados, destinados a capacitar a MB a projetar
e construir Submarinos Convencionais e Nucleares, não
havendo transferência de tecnologia na área nuclear .
Para a execução do escopo contratado, foram
assinados sete contratos comerciais com as empresas
partícipes do PROSUB, gerenciados pela COGESN, que
são os seguintes:
•Contrato nº. 1 - assinado com a DCNS e com a Itaguaí
Construções Navais (ICN), que trata da construção de
Parte da seção do submarino brasileiro em fabricação no estaleiro da DCNS na França
TNews - Um programa da envergadura do PROSUB,
que engloba diferentes áreas do conhecimento e
consequentemente produtivas, gera uma demanda
significativa no mercado interno e externo. Como
o PROSUB está inserido na política do Ministério
da Defesa de promoção da indústria nacional e que
fatores necessitam ser trabalhados para que a indústria
brasileira possa efetivamente participar desta demanda
de maneira perene e duradoura?
Almte Julio Soares - A Estratégia Nacional de Defesa
(END), aprovada por meio do Decreto no 6.703, de 18 de
dezembro de 2008, estabelece uma série de conceitos e
diretrizes, os quais apoiam os objetivos estabelecidos pela
Estratégia Nacional de Desenvolvimento.
Conforme exposto na END, fica determinado que:
“O Brasil tem compromisso - decorrente da Constituição
Federal e da adesão ao Tratado de Não Proliferação de
Armas Nucleares - com o uso estritamente pacífico
da energia nuclear. Entretanto, afirma a necessidade
estratégica de desenvolver e dominar a tecnologia nuclear.
O Brasil precisa garantir o equilíbrio e a versatilidade
da sua matriz energética e avançar em áreas, tais como
as de agricultura e saúde, que podem se beneficiar da
tecnologia de energia nuclear. E levar a cabo, entre outras
iniciativas que exigem independência tecnológica em
matéria de energia nuclear, o projeto do submarino de
propulsão nuclear.”
Ademais, ainda consoante com a END, uma das
prioridades da Marinha do Brasil é “(...) assegurar meios
para negar o uso do mar a qualquer concentração de forças
inimigas que se aproxime do Brasil por via marítima.
A negação do uso do mar ao inimigo é o conceito que
organiza antes de atendidos quaisquer outros objetivos
estratégicos, a estratégia de defesa marítima do Brasil.
Essa prioridade tem implicações para a reconfiguração
das forças navais.”
A END, determina, também, que: “Para assegurar
o objetivo de negação do uso do mar, o Brasil contará
com força naval submarina de envergadura, composta de
submarinos convencionais e de submarinos de propulsão
nuclear. O Brasil manterá e desenvolverá sua capacidade
de projetar e de fabricar tanto submarinos de propulsão
convencional, como de propulsão nuclear. Acelerará os
investimentos e as parcerias necessários para executar
o projeto do submarino de propulsão nuclear. Armará
os submarinos, convencionais e nucleares, com mísseis
e desenvolverá capacitações para projetá-los e fabricálos. Cuidará de ganhar autonomia nas tecnologias
cibernéticas que guiem os submarinos e seus sistemas
de armas e que lhes possibilitem atuar em rede com as
outras forças navais, terrestres e aéreas.”
TNews - A capacitação dos recursos humanos para a
implantação, desenvolvimento e condução do PROSUB
é um aspecto fundamental para o sucesso do programa.
Quais as principais linhas de ação da Marinha neste
contexto?
Almte Julio Soares - Com o propósito de abrigar os
recursos humanos alocados ao PNM e PROSUB, foi
aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela
Presidenta da República a Lei nº 12.706, em 08 de agosto
de 2012, que autoriza a criação da empresa Amazônia
Azul Tecnologia de Defesa (AMAZUL). Essa empresa
pública tem como propósito estancar a evasão de mãode-obra e possibilitar contratações de pessoas com a
qualificação apropriada, mediante a adequação salarial.
Vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio da
Marinha do Brasil, a AMAZUL foi criada mediante a
cisão parcial da Empresa Gerencial de Projetos Navais
(EMGEPRON) e adotará a forma de sociedade por
ações, com personalidade jurídica de direito privado,
patrimônio próprio e capital pertencente integralmente à
União. Será uma empresa dependente, ou seja, os salários
serão pagos pelo Governo Federal, à semelhança do que
ocorre com a empresa Indústrias Nucleares do Brasil
(INB) e a NUCLEP.
As atividades a serem desempenhadas pela
AMAZUL estão voltadas ao PNM, isto é, para o domínio,
desenvolvimento e preservação do conhecimento
necessário ao projeto do ciclo do combustível nuclear;
ao projeto e construção de reatores de propulsão naval
e ao projeto de submarinos de propulsão nuclear. Tal
conhecimento também terá aplicação no Programa
Nuclear Brasileiro (PNB), no que diz respeito à tecnologia
do combustível nuclear para alimentação das usinas
nucleoelétricas e à tecnologia para projetar reatores
utilizados na geração de energia elétrica. g
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Ano III - no 13 - 2012
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INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA
Prosub,
na fronteira do conhecimento
Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
Um trabalho na fronteira do conhecimento. Este é o Prosub,
o Programa de Desenvolvimento de Submarinos, um projeto inovador no País
com imensos desafios do ‘saber’ – gerenciais, tecnológicos, e construtivos
Obras marítimas na área Sul do Prosub-EBN em Itaguaí - RJ
A construção
do submarino de
propulsão nuclear
é o propósito fim
do Prosub e deste
objetivo, derivam
os principais
desafios para
o desenvolvimento
do projeto
e construção
do Estaleiro
e Base Naval
O
Prosub
é
um
projeto
incomum, um projeto de
desenvolvimento,
como
definiu
Almirante
Alan
Arthou em artigo de sua autoria sobre
a Engenharia Simultânea no Prosub.
Em se tratando de um empreendimento
naval com implicações nucleares, inédito
no Brasil, diversos parâmetros para a
elaboração e execução do projeto do
Estaleiro e Base Naval (EBN) em Itaguaí-RJ
não estão disponíveis no mercado externo
e tampouco no interno, necessitando,
portanto, serem desenvolvidos. Tal
trabalho tem como principais ferramentas,
o conhecimento dos profissionais e a
expertise de instituições e de empresas
envolvidas, direta e indiretamente, com o
desenvolvimento do Programa.
No centro deste processo estão a
Marinha do Brasil, na posição de cliente
do projeto, com participação ativa em
todo o desenvolvimento e condução do
Prosub-EBN; a Odebrecht Infraestrutura,
responsável pelo projeto e execução
das obras do Estaleiro e Base Naval; a
DCNS, empresa estatal francesa, parceira
tecnológica da Marinha no programa;
e, a Itaguaí Construções Navais (ICN),
uma empresa Sociedade de Propósito
Específico formada pela DCNS e pela
Odebrecht, com a participação da Marinha
em questões consideradas estratégicas,
responsável pela operação do estaleiro e
construção dos submarinos.
Os critérios da área
nuclear para o projeto
O
estreito
cronograma
de
entrega de etapas do Prosub somado à
complexidade tecnológica e construtiva
quer das instalações do Estaleiro e
Base Naval quer dos submarinos,
especialmente o de propulsão nuclear,
exigem uma crescente integração entre
os principais agentes do projeto e um
minucioso gerenciamento da totalidade
do Programa realizado pela Marinha por
meio da Coordenadoria do Programa
de Desenvolvimento de Submarino
de Propulsão Nuclear (COGESN) e da
construção das instalações, realizado
pela Odebrecht Infraestrutura, sob o
acompanhamento da Marinha.
A construção do submarino
de propulsão nuclear é o propósito
fim do Prosub e deste objetivo,
derivam os principais desafios para o
desenvolvimento do projeto e construção
do Estaleiro e Base Naval. “O ineditismo
do projeto no Brasil e a ausência de
referências similares no País assim como
de normatização brasileira especifica
para as exigências nucleares, envolvendo
o estaleiro, a base naval e o submarino,
resultam uma análise criteriosa dos
quesitos de segurança e de riscos do
empreendimento para a determinação
dos critérios essenciais do projeto”,
expõe Almirante Alan Paes Leme Arthou,
Gerente do Empreendimento Modular de
Construção do Estaleiro e Base Naval.
Vários
aspectos
concernentes
à concepção do projeto do Estaleiro e
Base Naval desenvolvidos pela Marinha
e Odebrecht já foram analisados junto
com a Comissão Nacional de Energia
Nuclear (CNEN), o órgão licenciador da
parte nuclear do Prosub. Alguns destes
pontos resultaram, inclusive, alterações
significativas
na
implantação
das
instalações e nos processos construtivos
para determinadas áreas da obra. A
localização e o sistema estrutural dos
diques é um exemplo entre muitos outros:
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TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA
a modificação do local dos diques no projeto gerou um rearranjo
total das demais instalações e a exigência de apoiar a sua estrutura
em rocha, resultou a revisão das técnicas construtivas adotadas nesta
área.
O acordo de transferência tecnológica firmado entre o Brasil e
a França para os submarinos convencionais e o nuclear inclui o casco,
as estruturas internas e os sistemas e equipamentos, com exceção
do sistema de propulsão nuclear. Segundo Almirante Alan Arthou,
a planta de propulsão nuclear já estava desenvolvida pela Marinha
e a França não aceitaria passar tecnologia nessa área e, da mesma
maneira, a França não terá acesso aos detalhes de planta brasileira,
que é um conhecimento estratégico para o País.
A definição das questões nucleares do Estaleiro e Base Naval
avança passo a passo. Cada item do projeto requer detalhados
estudos e análises de segurança e risco, realizados pela Marinha sob
a orientação técnica do Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo
(CTMSP) e extensamente discutidos com a CNEN. As resoluções são
reunidas em relatórios nos quais a Comissão baseará as verificações
da conformidade do projeto com os requisitos técnicos de segurança
para a emissão das licenças de instalação, execução e operação para as
áreas nucleares.
O projeto do EBN prevê a construção de um prédio específico
para a planta de propulsão nuclear, uma área isolada, com acesso
restrito, visando assegurar além da integridade das instalações e
atividades ali desenvolvidas, o controle das informações. Os principais
critérios para a elaboração do projeto básico desta edificação estão
em fase de discussão a partir do projeto conceitual e, apesar da
complexidade e de incertezas ainda existentes sobre o formato final
da instalação, a previsão de início e término da construção deste setor
coincidirá com o cronograma das obras civis do estaleiro.
Na esfera dos submarinos, a Marinha detém experiência
e conhecimento em projeto e construção das embarcações e o
fornecimento dos principais sistemas de bordo e sobressalentes dos
submarinos, com exceção da parte nuclear, está garantido por meio
do acordo firmado com a França. “Esta é uma vantagem do acordo
porque, do contrário, teríamos que abrir várias frentes de pesquisa no
Brasil para desenvolver sistemas já conhecidos no mercado externo, o
que demandaria altos investimentos por parte da indústria nacional e
uma elevação no custo dos itens em face da baixa demanda”, avalia
Almirante Alan Arthou.
Nos países detentores da tecnologia de construção de
submarinos nucleares, Almirante Alan Arthou observa que o período
entre o projeto e a operação das embarcações é longo, ultrapassando
uma década. “Se elaborássemos primeiramente o projeto do
submarino para, só então iniciarmos o projeto e construção do
estaleiro para, depois de construído iniciarmos a construção do
submarino, ao final deste processo, em face dos avanços tecnológicos
obtidos naquele intervalo de tempo, o submarino estaria obsoleto. No
cronograma do Prosub o grande diferencial é a simultaneidade entre
projeto e construção, o que só pode ser conseguido se possuirmos um
banco de dados pautado nas experiências já realizadas por outros
países. Por esta razão, a Marinha dispensa uma atenção especial ao
registro de todas as informações sobre o Prosub, assim como dos
critérios adotados nas decisões e soluções do empreendimento, para
desta forma, compor o nosso próprio banco de dados que constituirá
a base do conhecimento nacional para os projetos futuros.”
Da esquerda para a direita: Celso Amorim, Ministro da Defesa;
Primeiro Ministro da França, François Fillon; e Alan Paes Leme
Arthou, Gerente do Empreendimento Modular de Construção
do Estaleiro e Base Naval por ocasião da visita do Ministro
francês ao empreendimento do Prosub
Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
“No cronograma do Prosub
o grande diferencial é a
simultaneidade entre projeto
e construção, o que só pode
ser conseguido se possuirmos
um banco de dados ...”
Obras marítimas na área Sul do Prosub-EBN em Itaguaí - RJ
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A ferramenta
do conhecimento
Da esquerda para a direita:
Almirante-de-Esquadra Sir Mark
Stanhope, Comandante-Geral
da Marinha do Reino Unido; Fábio
Gandolfo, Diretor Superintendente
da Odebrecht Infraestrutura;
Almirante-de-Esquadra Julio Soares
Moura Neto, Comandante
da Marinha do Brasil, por ocasião
da visita do Almirante inglês
ao empreendimento do Prosub
Divulgação Odebrecht / Foto Orestes Locatel
Em novembro próximo, a Marinha
receberá da Odebrecht, as instalações da
Unidade de Fabricação de Estruturas
Metálicas (UFEM), a primeira etapa
da infraestrutura do Prosub destinada
à fabricação dos componentes dos
submarinos.
Na
continuidade
de
construção do empreendimento, a
Odebrecht prevê iniciar em Dezembro,
após concluir o aterro hidráulico, a
cravação das primeiras estacas dos
prédios e oficinas principais do estaleiro
de construção e, na seqüência, do estaleiro
de manutenção.
Fábio
Gandolfo,
Diretor
Superintendente
da
Odebrecht
Infraestrutura, responsável pela obra
do Estaleiro e Base Naval, considera a
entrega da UFEM à Marinha e a ICN,
uma Joint Venture formada entre a DCNS
e Odebrecht Industrial para a construção
dos submarinos, como uma primeira etapa
vencida do programa. “Esta etapa foi
como um projeto piloto do modus operandi
da construção do empreendimento.
Ao longo dos dois anos da obra da
UFEM, tivemos a oportunidade de
conhecer melhor a DCNS, obtendo uma
crescente integração e sinergia entre nós
e a Marinha do Brasil. A transferência de
tecnologia para a construção do Estaleiro,
requer muita disciplina entre as equipes e
a correta compreensão das diferenças de
ordem técnica, tais como especificações
e normatizações, além das diferenças de
idiomas e culturais"
Nesse contexto, as informações
enviadas inicialmente pela DCNS à
Marinha e a Odebrecht, dentro do pacote
de transferência de tecnologia, percorrem
um extenso percurso, envolvendo etapas
de recebimento, discussão, análise,
interpretação e aplicação dos dados,
compostos basicamente por dois tipos
de documentos: um, sobre o processo
industrial para a construção do submarino
e outro, sobre a parte civil do estaleiro.
No primeiro, os relatórios determinam
todos os processos industriais para a
construção do submarino, entre estes, os
“A transferência de tecnologia
para a construção do Estaleiro,
requer muita disciplina entre
as equipes e a correta compreensão
das diferenças de ordem técnica ...”
equipamentos e ferramentas necessários,
bem como os sistemas e as utilidades; no
segundo, os documentos relacionam as
especificações da parte civil do projeto
conceitual.
Após a aprovação da Marinha,
estes documentos são a base para que
a Odebrecht traduza as especificações
e realize as adaptações e adequações
necessárias para as normas brasileiras,
iniciando-se assim a etapa de Procurement
da obra e Projeto Básico. Após sua
conclusão,
estes
documentos
são
certificados pela DCNS, permitindo ser
iniciado o projeto de detalhamento e as
respectivas obras. Um processo complexo,
que requer extenso conhecimento técnico
da Marinha e da Odebrecht, para a
aquisição dos milhares de itens necessários
à construção do empreendimento com
diferentes características, especificações e
conteúdos tecnológicos.
Nesta área do conhecimento,
Fábio Gandolfo observa que a Odebrecht
trouxe para o Prosub, “profissionais
extremamente capacitados para o
desenvolvimento de soluções voltadas
à construção de um estaleiro no estado
da arte, permitindo que na construção
do submarino tenhamos a melhor
produtividade possível. Nesse processo,
as discussões técnicas e a interação entre
as equipes são fundamentais para o
alcance do objetivo maior do Prosub - a
construção do primeiro submarino com
propulsão nuclear brasileiro - do qual o
estaleiro é parte integrante.”
A intensa troca de informações e
de conhecimento não é uma prerrogativa
deste projeto ou uma prática recente na
Odebrecht. O incentivo à disseminação do
‘saber’ na Organização Odebrecht, desde
a década de 1990, criou condições para o
surgimento do conceito de Comunidades
de Conhecimento, nas quais profissionais
de vários segmentos e especialidades da
Odebrecht, relatam e trocam entre si, as
suas respectivas experiências.
A complexidade e a dimensão do
Prosub levaram a Odebrecht a buscar
na própria empresa e no mercado, a
expertise necessária para a construção do
Estaleiro e Base Naval. Para a Marinha,
tais características do Prosub resultaram
uma nova visão gerencial para este
empreendimento, com a participação
e o apoio de instituições internas e
externas à Marinha. “Como exemplo,
cito que a Marinha teve uma visão muito
interessante e inovadora ao convidar o
TCU, entre outras instituições, para o
acompanhamento do projeto”, expõe
Fábio Gandolfo. “Já trabalhamos em
inúmeras grandes obras com clientes
públicos, entretanto, posso afirmar que
até então não havíamos participado
de um projeto dessa magnitude, com
tal grau de abertura e transparência de
ações. Tal visão adotada pela Marinha
é, sem dúvida, uma contribuição muito
importante para o bom desenvolvimento
do projeto.”
Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
A nacionalização no
programa de submarinos
convencionais
Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval
A
elevação
do
nível
de
nacionalização nos projetos do Prosub,
com o desenvolvimento do ‘saber’
tecnológico e industrial brasileiro, é
uma das principais metas do programa.
A prioridade do mercado interno para a
aquisição de itens, desde que atendidas às
exigências dos projetos, é uma constante
na definição das empresas fornecedoras
para o Estaleiro e Base Naval e para o
submarino.
Segundo o Contra-Almirante
Sydney dos Santos Neves, Gerente do
10
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
Contra-Almirante
Sydney dos Santos
Neves, Gerente do
empreendimento
modular de obtenção
dos submarinos
convencionais
da COGESN
de fabricação no estaleiro da DCNS. Em
março de 2013, estas seções chegarão ao
Brasil e na UFEM, serão integradas às
demais seções do submarino, que estão
sendo construídas no Brasil.
A gestão do Programa
e os indicadores de
transferência tecnológica
Em face da dimensão do PROSUB,
do volume de investimentos e da
quantidade de contratos de fornecimentos
de bens e serviços, no Brasil e no exterior,
a Marinha estabeleceu uma metodologia
de
acompanhamento
cruzado
da
evolução de todos os contratos referentes
à implantação e desenvolvimento do
Programa.
A Controladoria de Contratos
da COGESN é o setor responsável por
este trabalho o qual, além do controle
interno de todos os contratos, inclui
Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
empreendimento modular de obtenção
dos submarinos convencionais da
COGESN, o programa de nacionalização
dos submarinos possui 82 projetos
conjugados e destes, 32 foram priorizados
pela Marinha em face do elevado conteúdo
tecnológico e, por conseguinte, do maior
conhecimento e capacitação que estes
poderão trazer à indústria nacional. “Estes
projetos prioritários não são aqueles que
simplesmente ocupam a mão de obra
nacional ou fazem circular a moeda no
País. São projetos promotores de novos
conhecimentos e níveis de qualificação
das empresas, propiciando para estas,
a elevação do patamar tecnológico e a
conquista de novos mercados. Somente a
partir deste crescimento é que poderemos
solidificar uma base industrial de defesa
no País.”
O processo de análise e escolha
de fornecedores para os submarinos
convencionais realizado pela Marinha
já selecionou as primeiras empresas
nacionais. Entre estas, a Termomecânica
para a fabricação de componentes para
trocadores de calor dos submarinos
convencionais; a Howden South America,
localizada no Brasil e subcontratada
da Howden France, para a fabricação
dos ventiladores; os mancais de escora
serão produzidos pela Zollern; a Adelco,
responsável pelo desenvolvimento e
fabricação dos conversores estáticos;
e a Fundação Atech, selecionada para
receber o treinamento e participar do
desenvolvimento de módulos de software
do Sistema de Combate dos submarinos
convencionais.
“A nacionalização é uma processo
evolutivo. Hoje temos cinco empresas
selecionadas, e na medida em que o projeto
do submarino avançar, a participação
nacional certamente crescerá. No término
da construção dos quatro submarinos
convencionais, em 2022, teremos uma
quantidade expressiva de empresas
brasileiras presentes no programa”,
observa o Contra-Almirante Sydney dos
Santos Neves.
A
construção
do
primeiro
submarino convencional já foi iniciada na
França, com as seções 3 e 4 em fase final
Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval
Techno
INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA
a interface entre os seus respectivos
desenvolvimentos e o cruzamento de suas
metas.
A Controladoria de Contratos
é uma das entidades da Governança
da
COGESN,
estabelecida
pela
Alta Administração Naval, da qual
ainda constam as Gerências de
Empreendimentos, focados nos objetos
contratuais
principais
(Estaleiro,
Submarinos Convencionais e Submarino
com Propulsão Nuclear), e uma Gerência
de Administração e Finanças. As
primeiras realizam o acompanhamento
físico desses objetos e a última gerencia
o acompanhamento financeiro do
Programa.
Este gerenciamento financeiro
realizado pela área de Administração e
Finanças da COGESN é acompanhado em
nível interno pela Diretoria de Contas da
Marinha (DCoM), que realiza, anualmente,
uma verificação contábil detalhada,
envolvendo os contratos e as despesas da
COGESN, inclusive de manutenção do
escritório da Coordenadoria na França.
Em nível externo, a prestação de contas do
programa é acompanhada pelo Tribunal
de Contas da União (TCU), tendo sido
inclusive, uma solicitação da Marinha ao
TCU tal acompanhamento, logo no início
da ativação do Programa, em face do
volume de recursos da União alocados no
PROSUB.
Segundo
o
Gerente
de
Administração e Finanças da COGESN, o
Contra-Almirante Helio Mourinho Garcia
Junior, desde o início do programa, cinco
auditorias já foram realizadas pelo TCU:
duas na área de Gestão; uma de Orçamentos
e Finanças; uma de Transferência de
Tecnologia e uma Auditoria tradicional
intitulada de Conformidade. “A primeira
auditoria, denominada Operacional de
Gestão, consistiu em uma auditoria de
entendimento do programa como um
todo e sua inserção na Marinha, e, a partir
deste relatório, foram determinadas as
demais auditorias.”
A Gestão do PROSUB, ou Auditoria
de Governança, foi o tema da segunda
auditagem, na qual o TCU buscou
examinar a estruturação do programa
em relação aos recursos humanos,
financeiros, técnico-científicos e físicos.
Na sequência, a auditoria Orçamentária
e Financeira, que envolveu a COGESN, a
Coordenadoria de Orçamentos e Recursos
da Marinha e os Ministérios da Fazenda,
do Planejamento e de Relações Exteriores.
“Esta foi uma auditoria muito ampla
com vistas a conhecer a participação do
Governo brasileiro no processo, não só
na liberação dos recursos como também
no acompanhamento de sua aplicação,
incluindo as dificuldades, os pontos de
maior risco e os impactos gerados para a
Marinha e para os próprios ministérios”,
explica o Contra-Almirante Helio Garcia.
“Esta foi uma auditoria muito interessante
e sem qualquer similaridade com as
demais realizadas na Marinha.”
Após as três auditorias chamadas
Operacionais, a auditoria da prestação
de contas do PROSUB, nos moldes
tradicionais, foi realizada no final de
2010, na qual o TCU realizou uma ampla
verificação contábil e financeira do
programa.
A Transferência de Tecnologia
foi o objeto da mais recente auditoria
realizada pelo TCU. “Esta foi uma
auditoria inédita até mesmo para
o próprio TCU”, declara o ContraAlmirante Helio Garcia, explicando que
pela ausência de trabalhos similares no
País, o TCU buscou inicialmente, junto
às diversas universidades e empresas
de tecnologia avançada, as informações
e o conhecimento para estabelecer os
parâmetros e o perfil desta auditoria.
Como mensurar a transferência de
tecnologia em um projeto? Este foi o ponto
chave desta auditoria na qual a Marinha
apresentou um estudo inédito de métricas
de acompanhamento da transferência
tecnológica, elaborado com este propósito,
por um grupo de estudiosos, oriundos da
Marinha e de universidades, capitaneados
pelo Centro de Análise de Sistemas Navais
da Marinha, o CASNAV.
“A proposta apresentada pela
Marinha ao TCU estabelece as métricas
de indicadores de desempenho do
processo de transferência tecnológica,
obtidos por meio de parâmetros balizados
em algoritmos. Trata-se de um estudo
totalmente inovador que envolve não só
a questão tecnológica do submarino, mas
sim, a transferência de conhecimento, que
poderá ser aplicada em qualquer situação
de transferência tecnológica entre um país
fornecedor e o Brasil”, expõe o ContraAlmirante Helio Garcia.
TECHNO News
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Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
Ano III - no 13 - 2012
Obras marítimas na área Sul do Prosub-EBN em Itaguaí - RJ
Após a apresentação ao TCU, a Marinha
aguarda a homologação dos indicadores,
realizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia
e Inovação da Marinha do Brasil (SecCTM) para
a posterior implementação desta métrica no
PROSUB.
Techno
A metodologia
construtiva das obras
marítimas
Sérgio Pinheiro, Diretor de Obras Marítimas da Odebrecht
O início dos serviços de dragagem
da Baía de Sepetiba, em janeiro de 2011,
estabeleceu o marco inicial das obras marítimas
do empreendimento para o preparo das áreas
nas quais serão construídas as instalações do
Estaleiro e da Base Naval. Em face do extenso
programa e do prazo reduzido para a sua
execução, a Odebrecht optou por uma nova
metodologia construtiva da infraestrutura
marítima, conduzindo as obras tanto no mar
como em terra, em várias frentes simultâneas de
trabalho.
No mar, foram realizados os serviços
de dragagem, enrocamentos de contenção
dos aterros hidráulicos, a cravação de estacas,
construção dos cais em pré-moldados de
concreto, possibilitando na seqüência, o avanço
do enrocamento sob os cais e, em seguida,
o aterro hidráulico para formação áreas do
Estaleiro e a Base Naval.
Com parte deste aterro executado,
dar-se-á então o início das obras marítimas
executadas em terra, com a construção dos cais
em paredes diafragmas que também funcionarão
provisoriamente, na fase construtiva, como
estrutura de contenção da água do mar
juntamente com o dique de areia com a parede
de coulis, funcionando como cut off.
As paredes diafragmas provisórias que
circundam as docas secas e o prédio nuclear
a serem construídas completam o perímetro
da ensecadeira, permitindo com isso a criação
de uma área estanque que possibilitará um
esgotamento progressivo, sem a contribuição
externa da água do mar durante a fase de
escavação de solo e de rocha, até que sejam
atingidas as cotas de implantação dessas
estruturas definitivas.
A metodologia aqui adotada, para
a execução concomitante das obras das
estruturas marítimas tanto no mar e como
em terra, é inovadora, e demandou uma
forte interação entre os integrantes da equipe
da obra, profissionais seniores com larga
experiência em grandes projetos e/ou em obras
marítimas”, comenta Sérgio Pinheiro, Diretor
de Obras Marítimas da Odebrecht. “Para
a definição desta metodologia construtiva,
contamos com a participação efetiva da
equipe da obra e de consultores externos que
atuaram nas discussões e desenvolvimento
das diversas fases, ou seja, a conjugação das
áreas de técnicas, produção e planejamento
da Odebrecht, realizando ajustes conforme
o avanço e os obstáculos vencidos, tanto
nos aspectos técnicos quanto executivos,
conduzidos por seus respectivos gerentes
Evando de Barros, Marcos Pitanguy, Paulo
Almeida, o apoio de consultores e também do
Consorcio SGP.
Além desta metodologia, o outro aspecto
relevante das obras marítimas, apontado por
Sérgio Pinheiro, são as estruturas dos cais em
terra executados em paredes diagrama, com
duas funções:
•Inicialmente,
funcionará
como
estrutura de contenção da água e solo para
permitir a escavação até a cota de projeto,
garantindo a estanqueidade necessária em
toda sua extensão juntamente com as outras
estruturas com a mesma finalidade em todo o
perímetro das Docas 1 e 2;
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TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA
Techno
Obras Marítimas na área Sul do EBN - cravação de estacas e execução das lajes
estão no campo de sua expertise”,
coloca Sérgio Pinheiro. “Por esta razão,
executamos a totalidade das obras
marítimas nos empreendimentos de
nossa responsabilidade. A exceção a esta
regra está em alguns serviços, os quais
mesmo estando inclusos no escopo das
obras exigem grandes investimentos em
equipamentos de ponta utilizados de
forma pontual na obra, como a dragagem,
por exemplo, em que por subcontratar
ou arrendar os equipamentos para estes
serviços.”
Para as obras marítimas do
Prosub, vários equipamentos foram
adquiridos pela Odebrecht para garantir
os prazos de obras previstos. Entre
estes, seis balsas projetadas e fabricadas
especialmente para os serviços no
EBN, com capacidade para sustentar
guindastes de até 250 toneladas de
capacidade. Também foram adquiridos
seis guindastes de esteiras, sendo
três conjuntos com capacidade de 250
toneladas de carga cada, utilizados
na cravação de estacas metálicas, e
equipados com três martelos hidráulicos
de 21tm de energia; e três conjuntos com
capacidade de 160 toneladas cada, para
apoio na movimentação de peças de
grande peso como para a montagem dos
pré-moldados na execução dos cais.
Já para a execução das paredes
diafragma, um serviço específico que
requer equipamentos de última geração,
a opção recaiu na contratação de uma
empresa brasileira especializada em
fundações.
“Determinados segmentos da
Techno
•A outra, durante a operação,
permitirá nesses cais acostar os
submarinos nucleares com toda a
segurança requerida pelas normas de
segurança nuclear e também, conforme
determinado pelo licenciamento de
construção e funcionamento a ser obtido
junto aos órgãos licenciadores, que no
caso do Prosub é a CNEN.
Tanto o projeto quanto a execução
dos cais em terra em paredes diafragmas
serão realizados pela Odebrecht e
acompanhados pela Marinha e pela
CNEN.
A licença do local, para
implantação destes projetos, já foi
concedida pela CNEN. A fase seguinte
será a licença de construção, que está em
andamento com a elaboração do RPAS
- Relatório Preliminar de Análise de
Segurança de cada estrutura marítima,
para ser submetida ao CNEN o qual irá
respaldar a análise para a liberação da
execução.
A
Odebrecht
detém
um
conhecimento ímpar no campo de obras
marítimas, acumulado em inúmeros
empreendimentos de grande porte e
complexidade, realizados no Brasil e no
exterior. Neste período, a empresa não só
aprimorou as metodologias construtivas
como também reuniu um corpo técnico
de profissionais especializados com
extenso conhecimento tecnológico e
executivo.
“Uma
das
características
marcantes da Odebrecht é realizar
as obras praticamente com pessoal e
equipamentos próprios quando estas
José Lauro Contrucci Larica, Gerente Comercial da Odebrecht
Comandante Pierre Matias da Silva, Assessor Especial
da COGESN e Gerente de Apoio à Construção
Engenharia, com serviços específicos e
especializados nos quais a Odebrecht não
tem interesse em executá-los, por serem
os mesmos pontuais e esporádicos, e,
existindo disponibilidade no mercado
local, damos preferência à contratação
de empresas nacionais, com capacidade
técnica e ferramental para atender o nosso
contrato”, afirma José Lauro Contrucci
Larica, Gerente Comercial da Odebrecht,
cujo setor atende as três áreas executivas
da empresa no Prosub - obras marítimas,
obras civis e montagem eletromecânica.
Independente da origem da
demanda, José Lauro Larica explica
que as contratações de empresas
prestadoras de serviços à Odebrecht
no Estaleiro e Base Naval são, em sua
maioria, empresas muito especializadas
nos seus respectivos segmentos. “Além
da expertise, buscamos empresas
diferenciadas com capacidade de
atendimento às exigências do projeto,
principalmente no quesito da qualidade
exigida por esta obra, cujo objetivo
principal é a construção do submarino
nuclear.”
Na visão da Odebrecht, comenta
Sergio Pinheiro, a prioridade de
contratação de serviços específicos no
mercado nacional, além de promover o
fortalecimento das empresas brasileiras
especializadas
em
determinados
setores da Engenharia, contribui para
o desenvolvimento e a melhoria de sua
capacitação técnica e tecnológica, com
a disponibilidade de equipamentos de
última geração.
O acompanhamento e a verificação
da qualidade dos serviços executados são
pontos diferenciais nas obras marítimas,
especialmente na cravação de estacas,
com alto nível de precisão no manuseio
de peças metálicas de que grandes
dimensões. A aquisição do sistema PDA
para a análise dinâmica da cravação
além de assegurar o monitoramento
dos serviços em tempo real, resultou
uma ferramenta importante para a
disseminação deste conhecimento entre
os jovens engenheiros e técnicos da obra.
“A experiência na obra aliada ao contato
com técnicas e metodologias construtivas
inovadoras favorece a formação de novos
profissionais para os futuros desafios
da empresa”, expõe Sérgio Pinheiro. “E,
neste campo, todas as oportunidades
para atingirmos tal objetivo são preciosas
e estão sendo implementadas.”
A integração
das informações na etapa
do diligenciamento
A integração das informações na
construção de um empreendimento do
porte e complexidade como o Estaleiro e
Base Naval (EBN) é aspecto fundamental
para o bom desempenho e resultado das
atividades. Quanto maior a integração
dos dados sobre a obra, menores serão os
riscos para o empreendimento.
Ao longo do projeto e construção
do EBN, as informações se avolumam,
se cruzam e se intercalam nas fases do
projeto básico, do detalhamento, do
suprimento, do comissionamento, da
construção e montagem até a entrega
final ao cliente.
A
aquisição
dos
sistemas
industriais e equipamentos para a obra,
principalmente aqueles de maior porte
e conteúdo tecnológico, é realizada a
partir de uma infinidade de informações
produzidas pela DCNS, Marinha e
Odebrecht, reunidas em detalhadas
especificações
técnicas.
Estas
são
encaminhadas à área de Engenharia que,
por sua vez, elabora novas especificações
direcionadas ao mercado fornecedor,
contendo os requisitos necessários para
a aquisição do produto e contratação da
empresa fabricante.
No EBN, o trajeto percorrido pelas
informações nesse processo, se inicia
com as especificações básicas enviadas
pela DCNS à Marinha e repassadas por
esta à Odebrecht. A área de Engenharia
da empresa traduz e organiza as
informações em novas especificações
direcionadas a normatização brasileira,
submetendo-as à aprovação da Marinha.
Realizados todos estes procedimentos,
as informações aprovadas retornam
à Odebrecht, iniciando-se então, o
processo de Procurement. Este processo
engloba as atividades de cotação de
preços (em empresas cadastradas no
Vendor List do Empreendimento); análise
e aprovação das propostas; emissão
da autorização de fornecimento; e o
diligenciamento. A análise das propostas
técnicas e comerciais dos fornecedores é
inicialmente realizada pela Odebrecht e
posteriormente, encaminhada à Marinha
para aprovação. Após esta aprovação,
a Odebrecht contrata as empresas
fornecedoras e tem início de um novo
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
João Rochedo,
Gerente
de Engenharia
da Odebrecht
no Prosub - EBN
Techno
equipamento, a Odebrecht realiza um
pré-TAF com objetivo de assegurar que
o equipamento esteja em conformidade
com todas as informações e requisitos
do produto contratado, sendo que no
TAF final dos equipamentos principais
e previamente determinados, também
participam a Marinha, a DCNS e a ICN.
“Independente do local de
fabricação do equipamento, no Brasil
ou no exterior, os procedimentos de
diligenciamento, com as inspeções
e testes em fábrica, são os mesmos”,
afirma Comandante Pierre Matias. “Os
equipamentos de grandes dimensões,
sem condições de montagem e testes
em fábrica, como as pontes rolantes e a
prensa, construídos no Brasil, e a câmara
hiperbárica, fabricada no exterior, são
exceção à regra. Para estes, as partes
do equipamento são inspecionadas e
testadas nas instalações fabris e, após o
recebimento e montagem destas na obra,
o TAF é realizado como última etapa do
Comissionamento.”
Considerando-se os inúmeros
procedimentos de inspeções e testes
de uma imensa quantidade de itens
em diferentes fabricantes, o volume de
informação circulante entre a Marinha, a
Odebrecht e os fornecedores é crescente
e a integração entre todos estes dados
é fundamental para que produto
seja recebido na obra, sem qualquer
pendência.
“O sistema de aprovação interno
dos itens e produtos para a obra tem
que ser totalmente integrado para que
as informações, independentes de sua
origem, fluam dentro de uma cadeia
hierárquica de aprovação de maneira
rápida e segura”, observa Comandante
Pierre Matias. “A cada dia, buscamos a
melhoria deste sistema para agilizar os
procedimentos e as interfaces entre todos
os setores e assegurar o recebimento
de equipamentos em condições ideais
de operação sem qualquer risco para o
empreendimento.”
A coordenação
da Engenharia
do Prosub - EBN
A Gerência de Engenharia é a área
da Odebrecht integradora das informações
que circulam entre a DCNS, a Marinha
do Brasil e a própria Odebrecht para a
implantação do EBN, pois é a responsável
pela elaboração de todo o projeto básico
e projeto de detalhamento (executivo) do
Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
ciclo de geração e troca de informações
entre as equipes da Odebrecht e as
empresas fornecedoras, denominada
Diligenciamento.
“A Engenharia (definição de
requisitos e especificação) e o Processo de
Aquisição constituem a primeira etapa do
Comissionamento e, na minha opinião,
é uma das mais importantes porque as
informações geradas nesta fase inicial
servirão de base e referência para todos os
dados seguintes da cadeia de Suprimento,
envolvendo a fabricação, a logística,
o recebimento e os testes de operação
dos itens e equipamentos para a obra”,
assinala o Comandante Pierre Matias
da Silva, Assessor Especial da COGESN
e Gerente de Apoio à Construção.
“Nesta etapa está a origem dos erros do
comissionamento, ou seja, se houver
falhas na especificação do produto ou dos
fornecedores quanto ao produto cotado,
estas permanecerão em sua fabricação e
teremos então, um produto final que não
atenderá os requisitos necessários na hora
da entrega.”
Em resumo, para os todos os
equipamentos e sistemas industriais
específicos, a Marinha acompanha todo o
processo do Suprimento, desde a primeira
especificação, checando a conformidade
das informações com aquelas recebidas
da DCNS. Na sequência, realiza a
verificação dos dados e propostas dos
fornecedores aprovados pela Odebrecht
- no mínimo três empresas para cada
produto -, e por fim, aprova a definição
do vencedor.
Dos documentos enviados pelos
fornecedores à Odebrecht, somente o
Plano de Inspeção e Teste (PIT), uma
lista de verificações cujos dados irão
referenciar o Teste de Aceitação em
Fábrica (TAF), é submetido à aprovação
da Marinha, pois o TAF é exigido aos
fabricantes dos equipamentos ou sistemas
mais complexos, com maior grau de
criticidade.
No término da fabricação do
13
Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval
Estaleiro e Base Naval em Itaguaí.
Entre as principais atividades
desenvolvidas pela área de Engenharia
estão: a análise e consolidação das
especificações dos equipamentos e o
atendimento dos requisitos básicos das
oficinas e sistemas de utilidades requeridos
para o processo de fabricação do
submarino, consistindo na interpretação
e
adequação
destas
informações
para a elaboração dos projetos; a
especificação para compra dos materiais
14
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
trabalho. Antes de fiscalizar o Consórcio,
nossa maior atividade é integrar as equipes
técnicas, as informações e o planejamento,
procurando trabalhar em conjunto com o
Consórcio na forma de sugestões e análise
de alternativas que possam eliminar todas
as pendências e atender os requisitos da
DCNS e as necessidades da Marinha do
Brasil”, expõe João Rochedo.
A ferramenta principal da interface
entre a Engenharia e o Consórcio SGP é o
sistema de controle de projeto, implantado
pela Odebrecht, o qual além de constituir
um recurso único de gerenciamento de
dados e documentos, resultando maior
agilidade na troca de informações, para
a consolidação do projeto executivo e
no repasse destes dados para os demais
setores da cadeia de desenvolvimento
do empreendimento, por exemplo, os
fornecedores de equipamentos e sistemas,
assim como da execução da obra.
Segundo
João
Rochedo,
a
elaboração de um projeto é sempre
um processo evolutivo de afirmações
e confirmações, pois “no momento
da execução do projeto básico nem
todas as informações requeridas estão
disponíveis e só uma equipe experiente
supera as faltas de informações. Noutra
fase, as informações vão sendo recebidas
e o projeto sendo complementado,
entretanto, não podemos perder o
timing requerido pela Construção e
Montagem. No Prosub especialmente,
onde o cronograma é muito apertado,
o desafio é desenvolver o projeto básico
de uma parte e em paralelo, estamos
desenvolvendo o projeto executivo.
Esta dinâmica representa um desafio
para todas as equipes envolvidas, pois
as constantes evoluções e melhorias
realizadas no decorrer da elaboração do
projeto, geram impactos substanciais na
seqüência de implantação.
A quantidade de equipamentos
requeridos para a construção de um
submarino é em torno de 1.200 itens
somados a outros 3.500 itens relativos a
ferramentas simples ou específicas. Outro
diferencial do projeto do EBN, é que
vários destes equipamentos e ferramentas,
especialmente aqueles de maiores
dimensões e complexidade tecnológica,
são taylor-made, portanto desenvolvidos
especialmente para uma determinada
aplicação,
demandando
projetos
específicos para o seu desenvolvimento,
fabricação, instalação e funcionamento.
Na obra do Estaleiro e Base
Naval, todos os números são expressivos
e, especialmente na Engenharia, a
quantidade de informações produzida
entre a Odebrecht, o Consórcio SGP e
os fornecedores é imensurável. Estas
precisam ser rapidamente codificadas
e assimiladas para a elaboração
dos projetos e das especificações e
repassadas às equipes de suprimento, de
planejamento e demais setores da obra.
“Este é um trabalho integrado de pessoas,
cuja bagagem técnica e experiência são
fundamentais e têm que ser colocadas
à disposição do desenvolvimento do
projeto, com comprometimento, na
participação e no interesse maior”,
Acima, transporte de ponte rolante
da fábrica para a UFEM;
abaixo e à direita, fase de
comissionamento de ponte
rolante na obra da UFEM
Divulgação Odebrecht / Foto Daniel Contarini
e equipamentos; o desenvolvimento
do projeto, garantindo a execução da
construção e montagem, assim como a
operação das instalações; a recepção dos
requisitos enviados à Marinha do Brasil
pela DCNS para a fabricação do submarino
e, por conseguinte, das instalações para tal
finalidade.
Tais atribuições somadas à
diversidade de disciplinas de engenharia
envolvidas no desenvolvimento do
projeto e da obra do EBN geram uma
interface contínua com vários ‘clientes’:
a Marinha do Brasil, o empreendedor e
cliente principal, que analisa e aprova
todos os projetos e especificações; a
DCNS, a certificadora dos projetos, que
atesta a conformidade das instalações
com os requisitos necessários à fabricação
do submarino; e, o cliente interno, que
reúne as áreas de Construção Civil
e Montagem, assim como a área de
Suprimento, Qualidade, Meio Ambiente
e Planejamento da Odebrecht, além do
Consórcio SGP, que executa as atividades
de projeto.
“O trabalho da Engenharia é
resultante de um processo de integração
com a Marinha do Brasil e a DCNS, no
qual as informações passam por todos,
em um conjunto bastante produtivo. A
nossa contribuição é o conhecimento e a
experiência que trazemos da prática de
execução de plantas industriais”, observa
João Rochedo, Gerente de Engenharia da
Odebrecht no Prosub - EBN. “Entretanto,
em face do grau de complexidade do
Projeto do EBN, pois integra várias
áreas de conhecimento em termos de
engenharia, pois temos uma unidade
industrial a ser implantada dentro de
uma infraestrutura marítima complexa
com engenharia civil com todas as
especialidades, propusemos trabalhar
com empresas especializadas em projetos
nestes segmentos, reunidas sob um
consórcio, de modo que o somatório de
conhecimento e experiências pudesse
nos conduzir às melhores soluções para
o empreendimento.”
Assim, as empresas Sondotécnica,
Genpro e Planave reuniram suas
experiências individuais no denominado
Consórcio
SGP,
contratado
pela
Odebrecht, para desenvolver o projeto
básico e projeto executivo do Estaleiro e
Base Naval sob a coordenação da área de
Engenharia da Odebrecht Prosub-EBN.
“Esta é uma experiência muito
interessante porque no Consórcio SGP
lidamos com cerca de 230 pessoas que,
apesar de trazerem a ‘cultura’ de cada
empresa, compõem um grupo coeso de
Divulgação Odebrecht
Divulgação Odebrecht
INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
assinala João Rochedo. “Fazer parte deste
grupo dedicado e coordenar as equipes, de
modo que as informações cheguem na hora e
na pessoa correta para o desenvolvimento de
um trabalho com o melhor padrão possível é,
ao mesmo tempo, um desafio e um prazer.”
Techno
A aquisição
dos equipamentos
empresas nacionais tiveram que realizar
ajustes de ordem técnica para serem
consideradas fornecedoras do Prosub-EBN
e inclusas no Vendor List. Sobre este aspecto,
Alexandre Cecchetti assinala que uma vez
constatada a condição de fornecimento da
empresa ao projeto, alguns pontos técnicos,
eventualmente impeditivos e possíveis
de serem trabalhados, são levantados
pela Odebrecht, que por sua vez, apóia
e incentiva esta melhoria de processos e/
ou procedimentos, colocando-se como um
parceiro no desenvolvimento da qualificação
desta empresa para o Prosub. “Empreendemos
todos os esforços possíveis para ampliar a
participação brasileira no fornecimento de
itens ao estaleiro. Desta forma, colaboramos
não só com o desenvolvimento das empresas
como também, do próprio mercado nacional.”
Três áreas compõem a gerência de
Suprimento: compras; diligenciamento e
inspeção; e logística. Firmado o contrato
entre a Odebrecht e a empresa fornecedora, a
área de diligenciamento e inspeção assume o
acompanhamento do fornecedor em relação
à fabricação do item contratado, realizando
visitas, inspeções e verificações ao longo
de todo o processo fabril, até a entrega do
produto ou da inspeção final realizada em
fábrica, o TAF – Teste de Aceitação em Fábrica.
Antecedendo o início do processo
fabril, os equipamentos são classificados em
quatro níveis de inspeção de acordo com o
grau de complexidade tecnológica de cada
um, determinando assim, a exigência ou não
da realização do TAF e o acompanhamento
que este terá em fábrica: os níveis 1 e 2
dispensam o TAF no fornecedor; os níveis
3 exigem o TAF acompanhados pela
Odebrecht e os níveis 4 exigem o TAF com o
acompanhamento pela Odebrecht, Marinha,
DCNS e ICN.
Terminados os testes em fábrica, a
área de logística acompanha o embarque, o
transporte e a entrega do equipamento na
obra. “Apesar da maioria dos equipamentos
serem comprados com frete incluso no
fornecimento e, desta forma, ser uma
atribuição e responsabilidade do fabricante,
o papel da nossa equipe de logística é
acompanhar todo o processo e assegurar que
o equipamento seja entregue no canteiro na
data acordada, pois qualquer imprevisto terá
reflexos no cronograma da obra”, observa
Alexandre Cecchetti.
Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
Divulgação Odebrecht / Foto Daniel Contarini
Divulgação Odebrecht / Foto Daniel Contarini
Alexandre Paulo Cecchetti Vaz,
Gerente de Suprimento da Odebrecht para o Prosub-EBN
Definidas as especificações do projeto
e dos equipamentos, a área de Engenharia
repassa as informações à área de Suprimentos
da Odebrecht que realiza todo o processo
de aquisição e entrega dos materiais e
equipamentos necessários à construção e ao
aparelhamento do estaleiro.
“Desenvolvemos um trabalho conjunto
com a Engenharia para identificar e qualificar
fornecedores dos equipamentos no mercado
interno e externo de forma a atender os
requisitos da DCNS e principalmente, compor
um estaleiro com alto grau de tecnologia”,
afirma Alexandre Paulo Cecchetti Vaz,
Gerente de Suprimento da Odebrecht para o
Prosub-EBN.
Nesta fase de busca de fornecedores,
a equipe de Suprimentos reúne as sugestões
da Odebrecht e da Marinha de empresas
novas ou conhecidas de projetos anteriores. O
cadastramento como fornecedora do Prosub
se inicia com a visita técnica às instalações
fabris e uma vez qualificada e aprovada
pela Odebrecht e pela Marinha, a empresa
passa a compor o Vendor List, ou seja, um
guia de empresas com qualificação técnica e
capacidade fabril de atendimento ao projeto
do EBN.
Para cada item, no mínimo três
empresas do Vendor List são convidadas
a participar do processo de escolha do
fornecedor, enviando separadamente ao
Suprimento, propostas técnicas e comerciais,
posteriormente analisadas pela Engenharia
e aprovadas pela Marinha. A partir daí,
o Suprimento encaminha as propostas
comerciais definitivas à Marinha para a escolha
da empresa vencedora. “Elaboramos um
processo na forma de um Open Book, contendo
as propostas e condições de cada fornecedor
e, de modo geral, quando todos estão
tecnicamente aprovados, o fator diferencial é o
preço”, explica Alexandre Cecchetti.
No processo de Procurement, algumas
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Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval
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TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA
Término da II Turma de Agentes Ambientais do
Prosub-EBN formada por integrantes da obra
particulados, controle de ruídos, entre
muitos outros.
“Atualmente, o PBA possui 32
programas em atividades. Cada um
destes inclui o monitoramento ambiental,
as medidas mitigatórias e as medidas
compensatórias, em níveis e períodos
distintos em face das peculiaridades de
cada programa”, explica Luciana Adamo,
Gerente de Projeto da MRS Estudos
Ambientais, empresa de consultoria
ambiental contratada pela Odebrecht.
No âmbito do monitoramento
ambiental, os ambientes que estão
sob a interferência permanente do
empreendimento, tais como biota
aquática, fauna terrestre, correntes
marítimas, qualidade da água, entre
outros, são monitorados ao longo de toda a
vida útil do Estaleiro e Base Naval; outros
ambientes, cuja alteração é decorrente
da obra e de toda a movimentação do
Divulgação Odebrecht
Divulgação Odebrecht
O processo de licenciamento
ambiental do Prosub-EBN, assim como
a própria obra, é complexo, dinâmico e
extenso. Possui peculiaridades distintas
dos demais empreendimentos por
envolver um amplo programa de obras
industriais, nucleares, marítimas e de
infraestrutura, implantado em ambientes
terrestres e marítimos.
Este é um empreendimento da
Marinha e por estão razão o licenciamento
ambiental e a concessão das licenças
de instalação, construção e operação
do Estaleiro e Base Naval estão sob a
jurisdição do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), com exceção das
instalações da Unidade de Fabricação de
Estruturas Metálicas (UFEM), na alçada da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Os estudos minuciosos da flora,
da fauna e dos aspectos socioeconômicos
reunidos no EIA/RIMA permitiram um
diagnóstico das condições iniciais da
região com a identificação dos pontos
de maior impacto do empreendimento
e a definição principais parâmetros para
a elaboração do Plano Básico Ambiental
(PBA).
“No PBA estabelecemos os
programas de monitoramento ambiental,
as medidas de controle e/ou mitigadoras
dos impactos e inclusive a periodicidade
de
emissão
dos
relatórios
de
monitoramento, os quais foram acatados
pelo IBAMA”, expõe Iva Paixão e Silva,
Gerente de Meio Ambiente da Odebrecht
para o Prosub-EBN, acrescentando
que aprovado o PBA, todas as ações,
programas e propostas nele reunidas são
consideradas por lei, condicionantes do
licenciamento do empreendimento.
Para cada programa do PBA,
a Odebrecht apresenta ao IBAMA um
relatório específico de seus resultados.
A periodicidade dos monitoramentos,
assim como a elaboração dos documentos,
variam de acordo com o meio analisado
- qualidade da água, biota aquática,
resíduos sólidos, efluentes, emissão de
Divulgação Odebrecht
Monitoramento ambiental
complexo, dinâmico
e extenso
canteiro, como controle de emissão de
ruídos, de material particulado, de erosão,
de dragagem, de efluentes, e outros, são
monitorados durante a obra ou por um
período determinado.
Segundo Luciana Adamo, os
resultados de todos os monitoramentos
contínuos ou pontuais são reunidos em
um banco de dados, o qual além de fonte
de informação constitui um registro da
maior importância para a obtenção da
licença de operação do empreendimento.
As
medidas
mitigatórias
e
compensatórias propostas no PBA,
decorrentes da análise dos impactos
identificados no Estudo Ambiental,
foram amplamente discutidas durante
o período de elaboração do PBA nas
audiências públicas e em reuniões com as
comunidades, associações e Município.
O atendimento aos requisitos
necessários para a instalação do EBN
e, principalmente, de segurança para o
empreendimento, foi determinante para
a escolha do local. Em se tratando de
uma área ambientalmente degradada
pela atividade industrial ali instalada no
passado, com a presença de contaminantes
no fundo da Baia de Sepetiba, o passivo
ambiental e a responsabilidade da
Marinha e da Odebrecht neste projeto
tornaram-se maiores.
“Em que pesem as expectativas
iniciais relativas às condições ambientais
do local, nossa licença de instalação
resultou um documento de apenas
quatro páginas”, assinala Iva Paixão,
considerando este fato “um indicador de
que o minucioso levantamento da região
e o PBA dele decorrente, efetivamente
abrangeram todas as áreas sensíveis do
empreendimento, sejam estas ambientais
ou sociais.”
Interface do EBN
com o IBAMA
Sob
a
responsabilidade
da
MRS Estudos Ambientais, empresa
de Consultoria Ambiental contratada
pela Odebrecht Infraestrutura para a
prestação de serviços na área ambiental
do Prosub-EBN, os relatórios entregues
ao IBAMA são: anuais, contendo os
resultados obtidos no período de 01 de
outubro a 30 de setembro de cada ano,
desde 2010; semestrais, os relatórios de
Controle de Qualidade Ambiental com o
monitoramento da Qualidade da Água,
da Biota Aquática e da Fauna Terrestre.
No período de execução da
dragagem, os relatórios de Monitoramento
e Controle Ambiental da Dragagem
eram encaminhados trimestralmente ao
IBAMA.
Ao lado, monitoramento
ambiental na obra
do Prosub-EBN
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
Parceria com o Ministério
do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome
O sucesso da iniciativa resultou
em um acordo de cooperação entre a
Construtora Norberto Odebrecht e o
Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome (MDS) que prevê a
priorização de beneficiários do Bolsa
Família e de outros programas sociais
do Governo Federal nas iniciativas de
capacitação da Odebrecht.
Divulgação Odebrecht
Processo de formação
totalmente gratuito
Antes de iniciar o processo de
formação, os inscritos são submetidos à
exames psicológicos e médicos, e realizam
a avaliação de português e de matemática.
Os selecionados recebem uniforme,
transporte, material didático, refeição e
seguro de vida durante o período das
aulas.
A primeira etapa do curso
corresponde ao módulo básico, que varia
entre 20 a 32 horas/aula. Nesta fase, são
abordados temas sobre saúde, segurança
do trabalho, meio ambiente e psicologia
do trabalho.
A segunda etapa depende da
opção do candidato. Trata-se do módulo
Acreditar em Itaguaí
Em Itaguaí, o Programa Acreditar
foi implantado para atender à demanda
que está sendo gerada com as obras de
Construção do Estaleiro e Base Naval
para a Marinha do Brasil. Até 2014,
2.000 pessoas se capacitarão através do
Programa.
No município de Itaguaí, já
foram capacitados até o momento 438
profissionais, nas diversas formações:
• Ajudante de Construção Civil
• Meio-Oficial de Pedreiro,
• Meio-Oficial de Armador
• Meio-Oficial de Carpinteiro.
• Meio-Oficial em Técnicas Básicas de
Soldagem
• Meio-Oficial em Montagem de Andaime
• Meio-Oficial em Montagem de
Tubulação
• Meio-Oficial em Montagem de Rede de
Eletrodutos e Eletrocalhas.
• Meio-Oficial em Instalação Elétrica de
Equipamentos
Formatura Acreditar
Ao final do curso, há o momento
da formatura do aluno, em que todos
participam da cerimônia composta por
almirantes e gerentes do empreendimento.
É um momento de reforçar a importância
da capacitação para a cidade de Itaguaí e
homenagear o compromisso de cada um
deles assumido nas aulas.
A primeira cerimônia de formatura
ocorreu em junho de 2010, no Teatro
Municipal de Itaguaí, onde 150 alunos
foram parabenizados e receberam
seus certificados pela capacitação em
formações variadas na área de Engenharia
Civil. O evento contou com a presença do
Diretor Superintendente da Odebrecht
Infraestrutura, Fábio Gandolfo; do
Diretor de Contrato, José Luiz Ramos; do
Almirante Alan Arthou, representando a
Marinha do Brasil; além de representantes
do SENAI, do presidente da Câmara
Municipal de Itaguaí, Vicente Cicarino
Divulgação Odebrecht
Gerador de oportunidades
e promotor de desenvolvimento
Criado para colaborar com o
desenvolvimento das regiões onde a
Construtora Norberto Odebrecht atua e
atender às demandas de seus negócios em
todo o Brasil, o Programa de Qualificação
Profissional Continuada – Acreditar forma
profissionais do setor de construção civil
e montagem industrial, promovendo a
inclusão de inúmeras pessoas no mercado
de trabalho.
Os participantes dos cursos,
homens e mulheres com mais de dezoito
anos, têm preferência nas contratações
para as obras da Odebrecht, mas a maior
contribuição é a formação de profissionais
capacitados para atuar de uma forma
geral no mercado.
técnico, que tem uma carga horária entre
32 a 200 horas/aula. O participante recebe
treinamento teórico específico na área
escolhida além de aulas práticas.
As aulas são realizadas pelo SENAI
e, ao final do curso, cada aluno aprovado
recebe o certificado.
Divulgação Odebrecht
Acreditar
Programa de qualificação
profissional continuada
17
Acima e abaixo, turmas
do programa Acreditar
na obra do Prosub-EBN
em fase de qualificação
profissional
Rocha, da Secretária Municipal de
Educação e Cultura de Itaguaí, Laudinice
Gualter Brito.
Já a segunda cerimônia realizada
no mês seguinte, também no Teatro
Municipal de Itaguaí, comemorou a
formação de mais 129 pessoas.
Em maio deste ano de 2012,
aconteceu a terceira formatura – 159
alunos de várias especialidades, na área
de Montagem Industrial. A cerimônia
contou com a presença do gerente de
Produção de Montagem Industrial,
Leonardo Werneck, que dissertou sobre a
importância da Montagem Industrial no
Prosub-EBN e da necessidade da mão de
obra capacitada. Também compareceu à
cerimônia, o Comandante Gilberto Huet,
representando a Marinha do Brasil.
Em todos estes eventos, o ProsubEBN soube valorizar a importância da
capacitação profissional para o município
de Itaguaí - fato que para muitos, ficou
marcado como uma grande oportunidade
de profissionalização e de obtenção de um
novo emprego.
Acompanhamento
no Prosub-EBN
Após a capacitação, os alunos têm
prioridade na contratação no ProsubEBN. Após contratados, continuam
acompanhados por encarregados e
psicóloga que contribuem com sua
formação.
Atualmente,
30%
dos
participantes contratados já foram
promovidos no empreendimento. g
18
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
PROSUB NACIONALIZAÇÃO
Conhecimento
e experiência de alto nível
Da esquerda para direita:
Sérgio Miyamoto, Diretor
Comercial da Genpro
Engenharia; Luiz Antonio
Moreira Sant’Anna, diretor
da Sondotécnica; Paulo
Sergio Thomaz de Freitas,
Gerente de Contrato
do Consórcio SGP;
Rodrigo Meirelles Sigaud,
Presidente da Planave
Decorridos dois anos, os projetos do
empreendimento estão bem avançados,
e especialmente da UFEM, em fase
final de conclusão, o que possibilitará à
Odebrecht, o término e a entrega da obra
à Marinha no prazo contratado. “O prazo
de dois anos é um período muito curto
para a execução do projeto e construção
de um empreendimento como a UFEM. A
integração entre as equipes do Consórcio
e da Odebrecht foi um fator decisivo para
este resultado”, considera.
Em 2010, 53 pessoas compunham
a equipe do Consórcio SGP, reunidas em
um escritório na área central do Rio de
Janeiro. Atualmente, este grupo totaliza
240 profissionais das mais diferentes
áreas
técnicas
e
administrativas,
instalados em dois andares do edifício
que também é utilizado pela Odebrecht
para as atividades técnicas e gerenciais
da empresa para o Empreendimento
Prosub-EBN.
Estruturado tal qual uma empresa,
o Consórcio SGP é liderado pelo Eng.
Paulo Sergio Thomaz de Freitas, Gerente
de Contrato, responsável por coordenar
as atividades do Consórcio SGP para
o desenvolvimento do projeto básico
e executivo do EBN, o que inclui as
Bases Navais Norte e Sul; a Unidade
de Fabricação de Estruturas Metálicas
(UFEM); os Estaleiros de Construção e de
Manutenção; os acessos e o túnel e os Cais
e as Docas. O organograma do Consórcio
é composto por quatro coordenações
de projeto – a UFEM; as Bases Navais
e Estaleiros; o túnel e os acessos; e a
infraestrutura marítima – Diversos Setores
de produção: Civil Concreto e Estruturas
Metálicas, Arquitetura, Processo, Elétrica,
Mecânica, Tubulação, Instalações Prediais,
Instrumentação e Ar Condicionado, além
das áreas de Planejamento, Qualidade, de
Documentação, Administrativa e de TI.
“A configuração de um Consórcio,
com a reunião de diferentes experiências
e conhecimento em torno de um
projeto único, gera uma riqueza e uma
abrangência de trabalho muito grande.
Por outro lado, as diferentes culturas
operacionais e administrativas trazidas
das empresas de origem resultam em um
desafio de convivência para todos estes
profissionais”, expõe Paulo Sergio.
A manutenção deste grupo coeso
e motivado, para o atendimento das
metas de desenvolvimento do projeto e
cumprimento do cronograma, é um dos
objetivos do gerenciamento do Consórcio,
assinalado pelo Gerente Paulo Sergio
no Consórcio SGP. “Nosso projeto é de
longa duração e por esta razão, é uma
tarefa desafiadora, pois necessita do
envolvimento integral da equipe, para que
este trabalho deixe de ser essencialmente
um projeto, para se tornar um grande
empreendimento.”
Atualmente, além dos profissionais
oriundos das empresas Consorciadas,
os recursos humanos do Consórcio SGP
incluem outros contratados no mercado.
As equipes de trabalho são compostas por
profissionais com grande experiência e
também estagiários. “Aproveitamos esta
ocasião, tão rica em troca de informações
e vivências aplicadas diariamente na
elaboração dos projetos, para a formação
do pessoal mais novo, visando o
aprimoramento do seu conhecimento e
experiência, afirma Paulo Sergio
Para Rodrigo Meirelles Sigaud,
Presidente da Planave, a composição
de equipe multidisciplinar, qualificada
em diferentes áreas do conhecimento,
permite ao Consórcio, uma produção
eficiente de todas as áreas dos projetos.
“Considerando a alta procura por
profissionais especializados no mercado
atual e a elevação do custo desta mão de
obra em face da baixa oferta, manter esta
equipe no Consórcio e conduzir o contrato
a bom termo, equalizado financeiramente
e economicamente, não deixa de ser um
desafio para o Consórcio como também
para as empresas integrantes.”
Este e outros aspectos de natureza
técnica são amplamente discutidos nas
reuniões mensais do Conselho, ocasião
em que os relatórios das atividades do
Consórcio SGP são apresentados pelo
Gerente de Contrato aos representantes
das três empresas. “O objetivo principal
destas reuniões é acompanhar o
desenvolvimento dos trabalhos, com
a troca de informações e sugestões
para a melhoria constante do projeto,
apoiar o Consórcio em questões técnicas
específicas, com soluções, procedimentos
ou
envio
de
especialistas
para
dificuldades pontuais”, assinala Sérgio
Miyamoto, Diretor Comercial da Genpro
Engenharia. “Colocamos todas as nossas
especialidades a serviço do Consórcio de
modo a obtermos as melhores soluções
para os projetos.”g
Techno
O
p orte e a complexidade
do Estaleiro e Base Naval
da Marinha (EBN) em
Itaguaí-RJ, aliado as suas
características particulares, resultam em
um empreendimento único no Brasil. O
cumprimento rigoroso do cronograma
aliado à necessidade de implementação
das melhores soluções tecnológicas
e construtivas levaram a Odebrecht
Infraestrutura a buscar uma alternativa
eficaz e produtiva para a elaboração do
projeto do EBN.
A opção adotada foi a formação
de um consórcio de projetos, que reunisse
um considerável volume de conhecimento
e experiência de alto nível em diversas
áreas da Engenharia, três conceituadas
empresas brasileiras de Engenharia - a
Sondotécnica, a Genpro e a Planave –,
presentes em diversas obras da Odebrecht
executadas no Brasil e no exterior e,
portanto, com experiência, confiabilidade
e desempenho já conhecidos, foram
convidadas a participar do EBN, sendo
assim criado o Consórcio SGP, responsável
pelo desenvolvimento do projeto básico
e executivo do Empreendimento.
Com
conhecimentos
ora
específicos, ora similares, estas empresas
trouxeram para o Consórcio SGP, suas
respectivas capacitações técnicas, um
corpo de profissionais com alto nível
tecnológico e uma larga experiência
em grandes projetos de Engenharia:
a
Sondotécnica,
especializada
em
consultoria de obras de infraestrutura,
estrutura e fundações; a Planave, em
obras marítimas, portuárias e industriais;
e a Genpro, em obras industriais.
Luiz Antonio Moreira Sant’Anna,
diretor da Sondotécnica, a empresa
líder do Consórcio SGP, lembra que
as discussões sobre a estruturação
do projeto do EBN transcorreram
paralelas à formação do Consórcio.
“Todo o escopo do projeto, documento a
documento, já estava definido na ocasião
de formalização do contrato e, a partir
daí, passamos a trabalhar em conjunto
com a Odebrecht, em contato direto com
a Engenharia da empresa, o que trouxe
uma dinâmica muito positiva para o
desenvolvimento do projeto.”
Sant’Anna ainda observou que em
junho de 2010, este grupo se reunia pela
primeira vez para iniciar os trabalhos de
projeto, partindo praticamente do zero.
Conheça o perfil
das empresas
do Consórcio SGP
Sondotécnica
Fundada em 1954, é uma
empresa de Consultoria de Engenharia
líder no Brasil, com foco inicial
para o segmento de Investigações
Geotécnicas,
especializou-se
em
estudos para barragens, tendo
sido também pioneira nas áreas de
hidrologia, oceanografia e transporte
de sedimentos. Nas últimas décadas,
a empresa se desenvolveu e dirigiu
suas atividades para a área de
consultoria de engenharia, que é
atualmente seu principal segmento
de operação, abrangendo estudos,
projetos, gerenciamento e supervisão
de obras. Atua nos mais variados
setores, entre estes: Irrigação,
Infraestrutura,
Hidroenergia,
Transportes, Saneamento, Petróleo
e Gás, Complexos Industriais e
Meio Ambiente. Sua atuação na
consultoria nacional e internacional
permitiu acumular um considerável
acervo de experiência e know-how
pluridisciplinar, nos mais diversos
ramos da engenharia consultiva. A
Sondotécnica conta atualmente com
cerca de 800 colaboradores voltados
para atividades de consultoria.
Planave
Fundada
em
1969,
é
uma empresa de Consultoria de
Engenharia,
especialmente
do
segmento de Infraestrutura, com
atuação nos setores Portuário e de
Petróleo e Gás. No setor de Portos
e Terminais, a área de origem
da empresa, a Planave realiza
uma ampla gama de estudos de
viabilidade técnica, ambiental e
econômico-financeira,
além
de
projetos conceituais, básicos e
executivos de instalações portuárias
e obras marítimas. No setor de
Petróleo e Gás, atua nas áreas
downstream e upstream, em projetos
e fiscalizações de unidades industriais
e de instalações offshore, tais como
jaquetas e manifolds, entre outras.
A Planave conta com uma equipe
multidisciplinar com cerca de 600
colaboradores e tem como clientes
algumas das mais conceituadas
empresas públicas e privadas do país,
com contratos em diversos países da
América do Sul e África.
Genpro Engenharia
Fundada
em
1995,
é
uma empresa de Consultoria de
Engenharia,
especializada
em
empreendimentos industriais, com
atuação em segmentos de Petróleo
e Gás, Estaleiros, Petroquímica,
Química,
Nuclear,
Mineração,
Siderurgia, Farmacêutica, Alimentícia
e outros. Entre os serviços executados
pela Genpro estão: Projeto Básico
e de Detalhamento; Consultoria
e Estudos Técnicos; Suprimentos
e Orçamentos; Gerenciamento de
Construção e Montagem; Assistência
à Partida e Operação e Implantação
de EPC. A Empresa conta com uma
equipe multidisciplinar com cerca
de 900 profissionais e com os mais
modernos programas de cálculo,
desenhos e modelagem digital 3D,
para a elaboração dos projetos de
engenharia.
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
19
PROSUB NACIONALIZAÇÃO
Soluções em movimentação de cargas
Esta é a origem e a especialidade da Brevil
Acima e abaixo, montagem das pontes fornecidas pela Brevil à UFEM
Equipamentos fornecidos
pela Brevil à UFEM
1 pórtico rolante biviga para 200 kN
4 semi pórticos rolantes
monovigas para 30 kN
11 Braços Giratórios para 10 kN
5 Braços Giratórios para 5 KN
2 Braços Giratórios para 20 KN
1 Braço Giratório para 2,5 KN
carga adequada às suas necessidades.
Partíamos de nosso potencial tecnológico
e produtivo, utilizando todo o nosso
know how e experiência de projetos
anteriores para o alcance de melhorias
e inovações que pudessem otimizar a
atividade do cliente.”
A busca contínua por melhores
soluções para cada demanda de projeto
resultou
uma
capacitação
técnica
diferenciada na Brevil para a condução
de diferentes projetos e atendimento
a grandes clientes, ora com os
equipamentos da linha de produção, ora
com equipamentos especiais produzidos
de acordo com as suas especificações.
Neste nicho de mercado, os
equipamentos
de
movimentação
de cargas destinados à Unidade de
Fabricação de Estruturas (UFEM) do
Estaleiro e Base Naval da Marinha
em Itaguaí – RJ estão entre os
principais e mais recentes projetos da
Brevil. Contratados pela Odebrecht
Infraestrutura, os pórticos e semipórticos
foram desenvolvidos e fabricados
especialmente para as necessidades
da UFEM a partir das especificações
determinadas pelo cliente.
Segundo
Ricardo
Paro,
o
fornecimento da UFEM pode ser
considerado um ‘divisor de águas’ para
a Brevil sob dois aspectos: produtivo
e tecnológico. “Este contrato chegou
em um momento muito propício, de
expansão fabril da empresa, o que não só
fortaleceu o nosso plano de crescimento
como confirmou a necessidade de
ampliação da capacidade produtiva da
Brevil. No plano tecnológico, participar
de um empreendimento como o Prosub,
como empresa fornecedora de soluções
e equipamentos de grande porte, é um
atestado importante da qualidade de
nossos produtos e serviços para o mercado
interno e externo.”
“A partir deste contrato com a
Odebrecht, nossa estruturação passou a
ser contínua e crescente com o objetivo
de gerar novas tecnologias e conceitos
para a fabricação de equipamentos de
movimentação de cargas, inclusive na
área de automação de processos, de modo
que possamos ofertar soluções de ponta
para as demais instalações do Prosub-
EBN, bem como para outros clientes no
mercado, com igual nível de exigência
em qualidade e inserção tecnológica”,
observa Ricardo Paro.
Na
UFEM,
Ricardo
Paro
assinala ainda que em todas as fases
do fornecimento - projeto, fabricação,
montagem, comissionamento e entrega
dos equipamentos, o relacionamento
positivo estabelecido entre a Brevil,
a Odebrecht e a Marinha, do pessoal
de obra aos profissionais de gerência,
especialmente de Suprimento, foi
fundamental para o sucesso deste
projeto. “A comunicação linear em todos
os níveis e o espírito de equipe foram
constantes em nossa relação com o cliente
e favoreceram a obtenção das melhores
soluções para o Prosub-EBN. Desta
forma, a Brevil pôde fabricar e fornecer
equipamentos de ponta, com todas as
características e condições necessárias ao
bom desempenho da UFEM. Este é, sem
dúvida, o nosso maior passaporte para
os empreendimentos futuros.” g
Techno
Techno
Ricardo Paro, Engenheiro Mecânico
e Gerente Comercial da Brevil
Techno
R
e sultante da união de duas
empresas do setor metal
mecânico, a HBremer, empresa
brasileira especializada em
manufatura de caldeiras, e a Marcovil
Metalmecânica, empresa portuguesa,
tradicional
fabricante
europeu
de
equipamentos de carga, a Brevil iniciou
suas atividades no ano 2000, com uma
infraestrutura
física
relativamente
pequena, porém diferenciada no mercado,
em qualidade, tecnologia e atendimento
ao cliente.
Baseada neste tripé, a Brevil
ampliou
significativamente
a
sua
atuação no mercado, e detém hoje,
uma capacidade produtiva própria e
conta com o suporte das empresas de
origem; duas linhas de produção, uma
standard e outra de projetos especiais; e
uma expressiva carteira de clientes em
diversos setores produtivos.
A nova unidade fabril da Brevil
com 7.600 m2 de área construída,
projetada e construída especialmente
para a fabricação de pontes rolantes,
está instalada em uma área de 80 mil m2
no município de Rio do Sul, em Santa
Catarina. Uma área coberta de 160 m2
para estocagem dos equipamentos
e o pátio de materiais compõem a
infraestrutura fabril, cuja capacidade
de produção é de 300 pontes rolantes
por ano, além de pórticos, semipórticos,
talhas e braços giratórios.
Ricardo
Paro,
Engenheiro
Mecânico e Gerente Comercial da
Brevil que acompanha e participa da
trajetória da empresa desde 2004, atribui
o crescimento da Brevil à qualidade do
produto e do atendimento. “Desde os
primórdios da empresa, procuramos
estabelecer uma relação de parceria com
os nossos clientes, procurando entender
o seu modo de produção e levar a estes,
não um equipamento tão somente,
mas uma solução de movimentação de
20
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
PROSUB NACIONALIZAÇÃO
ABB entrega subestação
de energia à UFEM
Techno
Acima e no alto da página, montagem da subestação na obra da UFEM
Techno
requereu um detalhado plano de logística e um
trabalho integrado entre a ABB e a Odebrecht. Os
dois transformadores, com mais de 10 toneladas
cada um, chegaram ao Brasil em início de março
e do Porto de Santos transportados via rodovia
até Itaguaí. No canteiro da obra, os equipamentos
foram descarregados no local definitivo, em bases
especiais previamente preparadas pela equipe de
campo da Odebrecht.
“A interação entre as equipes da ABB e da
Odebrecht foi fundamental para a manutenção da
integridade dos equipamentos durante o processo
de transporte e descarga na obra bem como para
de recebimento e armazenamento da enorme
quantidade de itens no almoxarifado”, assinala
Marco Gennari.
A
montagem
eletromecânica
dos
equipamentos executada pela Odebrecht contou
com o acompanhamento da ABB e, nesta etapa,
atenção especial foi dada aos disjuntores e
seccionadores, os quais exigem do fabricante, uma
supervisão específica de técnicos especializados.
O
comissionamento
da
subestação
conduzido pela ABB foi inicialmente dividido em
duas partes: um, denominado primário, para os
equipamentos de pátio e outro, para os sistemas
de controle e proteção. Testados separadamente,
todo o conjunto foi então comissionado por meio
do teste funcional, realizado com a participação
da Odebrecht e Marinha para a entrega final do
equipamento.
Além do prazo desafiante para a execução
de cada etapa do contrato, Marco Gennari destaca
a concepção e a fabricação da parte inteligente
do projeto no Brasil como um dos pontos mais
relevantes neste fornecimento, pois “demonstra
o alto nível da capacitação nacional, ou seja, a
inteligência brasileira a serviço das necessidades
do País.”
Especialmente neste trabalho, Marco
Gennari também aponta a importância da
integração entre as equipes da ABB e Odebrecht
em todas as fases do projeto – Rackel Sant’Ana/
PM; João Rochedo/Enga.; Geraldo Moreira/
Construção da Odebrecht; Massao Kobayashi /
Enga. ABB “O desenvolvimento e a entrega da
subestação no prazo e com os melhores padrões
de qualidade e segurança é resultado de um
trabalho conjunto e integrado de nossos técnicos
com as equipes da Odebrecht e todos os que
participaram deste processo foram grandes
colaboradores no sucesso deste trabalho.” g
Características da subestação
fornecida à UFEM:
- Nível de tensão de operação – 138 kV
- Duas linhas de entrada e dois bays
de transformação de 10/12, 5MVA cada
ABB Guarulhos
A unidade fabril da ABB em Guarulhos foi inaugurada
em 1954, destinada à fabricação de transformadores e
produtos de média tensão, painéis, subestações de energia e
outros produtos e sistemas para concessionárias e indústrias.
Em agosto de 2010, a ABB incorporou a esta estrutura, uma
moderna linha de produção de relés de proteção com produção
inicial de 2,4 mil peças ao ano, antes importados da Suécia, e
outra linha de painéis de baixa tensão.
A ABB é líder em tecnologias de potência e de automação,
presente em mais de 100 países. No Brasil, desenvolve
atividades há mais de 100 anos e atualmente emprega mais de
4,5 mil funcionários no País e possui cinco plantas industriais–
duas no estado de São Paulo e as demais nos estados de Minas
Gerais, Santa Catarina e Bahia.
Divulgação ABB
D
e pois de um ano de intenso
trabalho, ABB entrega à Odebrecht
Infraestrutura a subestação para o
fornecimento de energia à Unidade
de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM)
do Estaleiro e Base Naval da Marinha em ItaguaíRJ, onde serão fabricados os componentes dos
submarinos.
Entre a contratação e a entrega do
equipamento, a subestação de 138 kV para a
UFEM demandou um ano de intenso trabalho de
engenharia e de produção da fábrica da ABB em
Guarulhos, São Paulo, a unidade responsável pelo
contrato.
A concepção do projeto partiu dos
requisitos e condicionantes determinados pela
Odebrecht e considerou como ponto fundamental,
a segurança da operação do equipamento e do
suprimento de energia. Equipes das áreas de
elétrica, civil e mecânica da ABB trabalharam
integradas para a definição do projeto da
subestação e elaboração dos planos de fabricação
e inspeção dos equipamentos e, em três meses,
toda a documentação foi submetida à aprovação
da Engenharia da Odebrecht.
“Para cada equipamento ou componente do
sistema, elaboramos os desenhos, as especificações
e o plano de produção. Ao longo dos seis meses
de fabricação, tivemos o acompanhamento
constante da Odebrecht e também da Marinha,
principalmente na fase final, para checagem
de toda a conformidade do processo com a
documentação inicialmente apresentada”, relata
Marco Gennari, Project Manager, responsável
pelo gerenciamento deste projeto na ABB e pela
interface da empresa com a Odebrecht.
A fabricação da subestação foi dividida
em duas partes: uma, dos painéis de proteção
e controle e equipamentos de patio , executada
no Brasil, na fábrica de Guarulhos em São Paulo
e outra, dos transformadores, fabricados na
unidade da ABB na Colômbia. Independente do
local, a produção de todos os equipamentos e
componentes foram inspecionados pela Odebrecht
e pela Marinha. Marco Gennari explica que na
Colômbia, a capacidade e a melhor adequação das
instalações para a fabricação de transformadores
do nível e potência especificados pelo projeto
foram determinantes para direcionar a produção
destes equipamentos para esta unidade.
O transporte dos equipamentos até o local
da obra, especialmente dos transformadores,
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
21
PROSUB NACIONALIZAÇÃO
Intertek Moody amplia
a oferta de serviços de inspeção
Divulgação Intertek Moody
E
fora do Brasil, ora subfornecedores de
empresas brasileiras. “As inspeções
nacionais compõem a grande maioria dos
serviços realizados pela Intertek Moody
no Prosub. Para o acompanhamento
dos contratos de fornecimento à UFEM
no exterior, contamos com o apoio dos
diversos escritórios da divisão Industrial
Services da Intertek Moody, voltada para
este campo de serviços com cobertura em
mais de 68 países.”
Segundo Rui Esteves, a união
das duas forças, da Intertek e da Moody,
possibilitou um atendimento mais amplo
da empresa aos clientes no Brasil e no
mundo. “Este foi um casamento perfeito
para o desenvolvimento de nossas
atividades no mercado global porque,
tanto para a Intertek como para a Moody,
haviam países em que a atuação de uma
empresa se sobressaia à de outra, como
no Brasil, por exemplo, onde a Moody
detinha uma presença maior na atividade
de inspeções industriais.”
A partir das fusões recentes
da Intertek com algumas empresas
européias e norte-americanas, Rui Esteves
acrescenta ainda que a Intertek Moody
em breve, poderá incluir em seu portfólio
de serviços a inspeção e o outsourcing de
engenharia em segmentos específicos, tais
como fabricação de submarinos e a área
nuclear.
Visando o crescimento da empresa
no Brasil, a Intertek Moody pretende
também ampliar a sua participação no
mercado, trazendo outras divisões do
Grupo Intertek para a oferta de uma
extensa e diversificada gama de serviços
técnicos,
tais
como
escaneamento
3D a laser, integridade de ativos e
certificações de sistemas, entre outros.
Neste campo, o diferencial da empresa
está na formação de equipes brasileiras
para o atendimento ao mercado local.
“O processo de treinamento e de
transferência de tecnologia é fundamental
para a nacionalização do conhecimento, e
a nossa política no Brasil é formar equipes
nacionais inicialmente com profissionais
experientes em determinada tecnologia
trazidos temporariamente do exterior
de modo que o nosso pessoal no Brasil
possa apreender a tecnologia e adquirir
Divulgação Intertek Moody
x pandir
a
capacitação
brasileira em diversos nichos
do conhecimento é um dos
objetivos da Marinha no
Programa de Desenvolvimento de
Submarinos (Prosub) ao priorizar a
participação de empresas brasileiras
fornecedoras de bens e serviços para o
projeto do Estaleiro e Base Naval (EBN).
A contratação no País, além de
fomentar o crescimento da indústria
brasileira, abre importantes perspectivas
de desenvolvimento e expansão de
mercado para as empresas presentes neste
processo.
Este é o caso da Intertek Moody,
empresa especializada em serviços
técnicos e de segurança - inspeção técnica,
outsourcing de engenharia, consultoria e
treinamento - direcionados à redução de
riscos em empreendimentos industriais
de vários setores produtivos – Petróleo
& Gás, energia, Mineração, Química e
Petroquímica, Indústria Naval, entre
outros.
“O Prosub é um projeto de longo
prazo, com grande inserção tecnológica
e a participação ativa da Intertek Moody
neste programa é muito importante
para a organização, pois representa uma
oportunidade ímpar para a ampliação
de nosso leque de serviços no Brasil”,
expõe Rui Esteves, Diretor Regional
da Intertek Moody na América do Sul.
“Na fase atual do Prosub, a Intertek
Moody está presente na prestação de
serviços de inspeção técnica e, com o
desenvolvimento do programa e da obra,
outras divisões técnicas da empresa
poderão atuar neste projeto.”
No Brasil, a Intertek Moody é
resultante da fusão realizada em 2011,
entre as empresas que compõem a sua
denominação: a Intertek, uma organização
global, presente em mais de 100 países,
dedicada a serviços para a garantia da
qualidade e segurança de produtos,
processos e sistemas em diversos nichos da
indústria; e a Moody International Brazil,
em operação no País desde 1996, com
atuação direta em serviços de qualificação
de fornecedores, diligenciamento e
inspeção técnica no Brasil e no exterior.
“Nossa
participação
no
Prosub, até o presente momento,
está concentrada nos serviços de
diligenciamento e inspeção técnica de
produtos e equipamentos fornecidos a
Unidade de Fabricação de Estruturas
Metálicas (UFEM). Acompanhamos todo
o processo de fabricação de determinados
itens de fornecimento pré-determinados
pela Engenharia da Odebrecht, desde
o pedido de compra até a aprovação e
liberação do produto na fábrica para a
entrega na obra”, coloca Claudio Biscuola,
Gerente de Operações da Intertek Moody,
observando que todo o trabalho realizado
pela Intertek Moody é norteado pelas
especificações técnicas e pelo Plano de
Inspeção e Teste (PIT) elaborado pela
Engenharia da Odebrecht.
A imensa quantidade de itens
fornecidos à UFEM resulta uma gama
diversa de fornecedores e diferentes
circunstâncias
de
equipamentos
fabricados parcial ou totalmente no Brasil
e no exterior. João Carlos Diaz, Gerente
Técnico & Comercial da Intertek Moody
explica que no exterior, esta produção
envolve ora fornecedores contratados
Ao centro, Rui Esteves, Diretor Regional da Intertek Moody na
América do Sul; à esquerda, Claudio Biscuola, Gerente de Operações;
à direita, João Carlos Diaz, Gerente Técnico & Comercial
a experiência com o mesmo nível de
qualidade estabelecido pela Intertek em
todo o mundo.”
Nesta área de treinamento técnico,
a Intertek Moody conta com a colaboração
da Moody Academy, sediada nos Estados
Unidos, que realiza o acompanhamento
desta atividade da empresa no Brasil e
no mundo, com o objetivo de equalizar o
conhecimento dos profissionais, quer nas
rotinas dos inspetores quer nas disciplinas
técnicas específicas.
Claudio Biscuola explica que o
sistema adotado pela Moody Academy
visa à adoção de parâmetros únicos em
relação aos procedimentos e à qualidade
dos serviços, o que constitui uma garantia
de qualidade para o cliente e permite a
atuação dos profissionais da empresa em
qualquer parte do mundo.
No Brasil, além do treinamento
técnico interno realizado pela Intertek
Moody, a empresa está envolvida em
outras iniciativas de igual propósito, em
parceria com associações e instituições
responsáveis pela qualificação de
inspetores, especialmente para a o
setor de Óleo & Gás e Biocombustíveis
onde tem uma atuação marcante em
grandes empreendimentos, tais como
a Petroquímica Suape, a Unidade
de Fertilizantes Nitrogenados III e o
Comperj Petrobras, as usinas de etanol
da Brenco no Mato Grosso e Goiás e a da
BP Biocombustives em Goiás, além dos
principais projetos de energia no Brasil e
no exterior.
“Em face dos projetos previstos
no País nos próximos anos, notadamente
na área de Óleo & Gás - no downstream,
com as petroquímicas e refinarias e no
upstream, com o pré-sal - intensificamos
a qualificação de nossos inspetores e o
credenciamento destes para os desafios
que estão por vir. Nesse sentido, a
Intertek Moody se coloca ativa neste
processo,
apoiando
os
trabalhos
desenvolvidos pela Abendi, Senai e
outras organizações, inclusive com
participação em comitês de discussão
e organização do segmento”, assinala
Claudio Biscuola, atual representante da
Intertek Moody no Comitê de Inspeção e
Fábrica da Abendi. g
22
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
PROSUB NACIONALIZAÇÃO
Tecnodrill
Divulgação Tecnodrill
Gustavo Freitas, Diretor da Tecnodrill
Divulgação Tecnodrill
clientes – Braskem, Embraer, Helibras,
Odebrecht, Volkswagen, Gerdau e outros.
“Ao fornecemos determinado
equipamento ou serviço, cumprindo
uma série de procedimentos e exigências
em atendimento às necessidades de
determinado cliente, nos inserimos em
sua lista de fornecedores. A partir deste
credenciamento, nossa capacitação se
torna mais conhecida no mercado e
nos leva à conquista de novos clientes
e projetos, como é o caso do ProsubEBN. Os níveis de exigências em um
determinado fornecimento para uma
aeronave, uma petroquímica ou um
submarino, apesar das especificidades,
são semelhantes não só em termos de
segurança, desempenho e tecnologia
como também em procedimentos de
documentação”, explica Gustavo Freitas.
“E a cada projeto, a Tecnodrill incorpora
em sua rotina aqueles procedimentos
e os padrões de qualidade que possam
otimizar o seu desempenho e ampliar o
nível de maturidade da empresa noseu
nicho de mercado.”
Para o Prosub-EBN, o fornecimento
contratado pela Odebrecht à Tecnodrill
inclui máquinas e equipamentos da linha
de produtos especiais fabricados pela
empresa. Estes são: tanque de desengraxe
que consiste um sistema automatizado
de lavagem e limpeza de tubulação
interna do submarino; pano de chapa
para vela, que consiste uma estrutura
de aço carbono para o piso de oficinas
de fabricação de grandes estruturas;
bancada de traçagem e medição de peças;
e uma máquina computadorizada para o
corte e fresamento de peças em madeira
destinadas à confecção dos gabaritos e
moldes para as peças dos submarinos.
Com exceção da máquina de
corte de gabaritos, que a Tecnodrill já
havia fabricado outra semelhante para
a Embraer, todos os demais projetos
Acima, solda no tanque de desengraxe
Abaixo, esquema do sistema de desengraxe
Divulgação Tecnodrill
A
a mpliação da participação da
indústria nacional em projetos
com alto conteúdo tecnológico
é indiscutivelmente um fator
promotor de grandes oportunidades para
o desenvolvimento e a especialização de
diversos nichos de mercado.
Empresas que detêm um nível
produtivo e tecnológico diferenciado
encontram nestes projetos um canal de
valorização e aperfeiçoamento dos seus
processos, sejam estes gerenciais ou
operacionais,e se tornam propulsoras
de toda uma cadeia produtiva de bens e
serviços em diferentes escalas.
Assim é a Tecnodrill, empresa
com origem no setor metal mecânico
especializada na fabricação de máquinas
e ferramentas com comando numérico
computadorizado,
máquinas
com
projetos especiais e sistemas de medição.
Com uma engenharia própria
e independente, a Tecnodrill oferece
soluções completas e diversificadas para
exigentes nichos industriais, entre estes,
Aeronáutico, Petroquímico, Automotivo,
Siderúrgico, Energia e Petróleo & Gás.
“Desde a fundação da empresa
em 1995, buscamos adquirir uma
capacitação diferenciada pautada na
qualificação e na melhoria constante de
nossos processos, o que nos permitiu
participar de grandes projetos com alto
teor tecnológico, em diversos segmentos
do mercado”, considera Gustavo Freitas,
Diretor da Tecnodrill, observando
que a partir do momento em que uma
empresa é considerada qualificada
para o fornecimento em um projeto
com exigentes critérios de qualidade e
segurança, ela estará certificada para
outros projetos com o mesmo nível de
exigência.
Neste
processo
de
desenvolvimento, a Tecnodrill reúne
empresas de peso em sua carteira de
Divulgação Tecnodrill
na cadeia de fornecedores
do Prosub-EBN
foram elaborados e executados a partir
das especificações técnicas determinadas
pela
Odebrecht.
“Foram
projetos
especiais exclusivos para atender o
cliente”, explica Gustavo Freitas. “Em
um projeto complexo como o de um
submarino, para o qual o Brasil não
tem tradição de fabricação, acreditamos
que poucos são os fornecedores prontos
para atender as demandas e muitos são
aqueles qualificados para o atendimento.
Este é o caso da Tecnodrill e de muitos
outros fornecedores qualificados pelo
Prosub.”
Em projetos que exigem um
alto nível de qualidade e segurança,
toda a cadeia produtiva, com os seus
fornecedores e processos, tem que atender
os mesmos critérios determinados pela
empresa que está no alto desta pirâmide
de desenvolvimento. A partir daí, várias
pirâmides menores formar-se-ão, em
diversas áreas produtivas, as quais
independente do tamanho e abrangência
estarão baseadas nestas referências
primeiras.
Na região de Novo Hamburgo,
sede da Tecnodrill, a empresa mobilizou
mais de 50 empresas nacionais
fornecedoras de matéria prima e serviços
em diversas áreas, para o atendimento ao
contrato do Prosub. Segundo o diretor
Gustavo Freitas,com este projeto, a
cadeia de fornecedores da Tecnodrill
aumentou em 30% e o volume de compra
da empresa em torno de 45%.“Este
é um resultado muito positivo para
a Tecnodrill e para todas as demais
empresas que participam deste projeto
porque além dos ganhos de produção,
resulta um processo de crescimento e
de desenvolvimento de toda uma cadeia
produtiva de produtos e serviços com
maior qualidade e competitividade no
mercado.”
Somente para o atendimento ao
projeto do Prosub-EBN, a Tecnodrill
ampliou o seu quadro de engenheiros
e técnicos, com a contratação de 15
profissionais especializados e está
duplicando a sua área física para
multiplicar a sua capacidade produtiva. g
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
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PROSUB NACIONALIZAÇÃO
Novos desafios,
nova tecnologia,
novos produtos
Os desafios que vêm do subsolo. Estes são os desafios
da Brasfond, de onde surgem as novas tecnologias
e os novos produtos da empresa, alguns únicos e inovadores,
outros conhecidos e aperfeiçoados
Divulgação Brasfond
E
Dario Libano, Diretor Administrativo da Brasfond
equipamentos novos no mercado em atendimento às
demandas de nossos clientes”, expõe Dario Libano,
Diretor Administrativo da Brasfond. “Por esta razão,
conseguimos expandir a atuação da empresa em
projetos cada vez mais desafiadores, cuja execução é
garantida pela capacitação de nosso corpo técnico.”
Os trabalhos mais recentes contratados
à Brasfond incluem obras desafiadoras nos
empreendimentos do Estaleiro e Base Naval da
Marinha em Itaguaí (Prosub-EBN); do Porto
Maravilha no Rio de Janeiro; do Gasoduto
Caraguatatuba- Taubaté (GASTAU), ampliação
das linhas do metrô em São Paulo e no Rio de
Janeiro, além de outros projetos de infraestrutura e
fundações para as instalações da Copa do Mundo e
das Olimpíadas.
No Prosub-EBN, a Brasfond foi contratada
pela Odebrecht Infraestrutura para a execução da
parede diafragma, com utilização de Hidrofresa,
das obras marítimas do Estaleiro e Base Naval. Um
método construtivo relativamente recente no Brasil
e bastante conhecido pela Brasfond por ter sido
pioneira na aplicação desta tecnologia no País.
Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba
“... conseguimos
expandir a atuação
da empresa em
projetos cada vez
mais desafiadores,
cuja execução é
garantida pela
capacitação de nosso
corpo técnico.”
ngenharia de Subsolo é a especialidade
da Brasfond. O desenvolvimento de
soluções completas e customizadas para
os mais complexos projetos de Engenharia
subterrânea e a utilização de conceitos e tecnologias
inovadoras nas atividades de perfuração, escavação
e contenção estrutural são aspectos diferenciais da
empresa no mercado, tornando-aúnica em sua área
de atuação no Brasil e no mundo.
Com sede na cidade de São Paulo, a Brasfond
possui um forte corpo técnico formado por
engenheiros de várias especialidades, alguns destes
totalmente dedicados à busca de novas soluções
para os constantes desafios da empresa, inseridos no
contexto ora da Engenharia Civil, ora da Engenharia
Mecânica, os principais pilares de atuação da
empresa.
“Na Engenharia Civil, nossos profissionais
detêm um vasto conhecimento e experiência
adquiridos na execução das principais obras de
barragens, estaleiros e de metrôs realizadas nas
últimas décadas no País. Na área Mecânica nossa
capacitação nos permite projetar e construir
Obras marítimas na área Sul do Prosub-EBN em Itaguaí - RJ
24
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
Divulgação Brasfond
Divulgação Brasfond
PROSUB NACIONALIZAÇÃO
Ao lado, detalhe
do equipamento
Hidrofresa BG40
utilizado na obra
Porto Maravilha,
Rio de Janeiro - RJ;
abaixo, detalhe
da obra
A parede diafragma é uma
tecnologia
inicialmentedesenvolvida
para a execução de cortinas vedantes em
barragens que apresentam problemas
de permeabilidade, especialmente de
sustentação em decorrência de piping,
representando,
nestes
casos,
um
substancial reforço de estabilidade. Dario
Libano observa que no Prosub, o emprego
desta tecnologia representa maior garantia
de qualidade e confiabilidade para a
implantação da infraestrutura, o que é
fundamental em um projeto desse porte.
“Este projeto é desafiador e nos sentimos
honrados de participar da construção do
Prosub, trazendo esta tecnologia pioneira
para o empreendimento.”
No Porto Maravilha o destaque
é a construção de cutand cover e shafts
no centro da cidade do Rio de Janeiro,
o qualsubstituirá no futuro, as vias de
acesso da superfície.
A complexidade tecnológica deste
projeto é acentuada por dois fatores: um
pela localização em uma área urbana
densa e geologicamente problemática
pela proximidade com a orla marítima;
outro pela continuidade de utilização da
avenida e do viaduto existentes sobre o
cutand cover durante o período da obra.
“Este é um projeto de grandes desafios,
no qual utilizaremos tecnologias únicas
no mundo. E, mais uma vez, a Brasfond
foi escolhida pela solução tecnológica
apresentada de construir o cutand cover
sob o viaduto em operação”, assinala
Dario Libano.
No
Gasoduto
CaraguatatubaTaubaté, a obra foi iniciada em fevereiro
de 2010, demandou dois anos de trabalho
ininterrupto das equipes da Brasfond
e representou um desafio logístico,
operacional e de grande complexidade
tecnológica para a empresa.
A obra do GASTAU tem uma
importância estratégica para o País, pois
constitui o trecho final do escoamento da
produção do gás proveniente do Campo
de Mexilhão, na Bacia de Santos, litoral
Paulista. Da plataforma, o gás é enviado
por duto para a Unidade de Tratamento de
Gás de Caraguatatuba e daí para a Estação
de Compressão em Taubaté.
Com parte do trajeto em área de
reserva ambiental do Parque Estadual
Serra do Mar, o gasoduto conta com um
trecho em túnel com cerca de 5 km, ligado
à superfície por meio de 4 shafts, sendo 3
destes com diâmetros de 30”, 20” e 28”
e aproximadamente 540 profundidade
de extensão e o quarto, de ventilação,
executados em rocha granito-gnaisse.
“Este foi um projeto ambicioso
da Petrobras e uma das obras mais
arrojadas executadas pela Brasfond
nestes últimos anos”, considera Dario
Libano. “Nas três fases do projeto – a
perfuração, a colocação do tubo e a
fixação final da tubulação – além da
utilização de equipamentos de última
geração, adquiridos exclusivamente para
a execução dos serviços, desenvolvemos
um amplo estudo da geologia da região
com a utilização dos mais modernos
recursos disponíveis no mercado e
adotamos soluções tecnológicas inéditas
de Engenharia para a execução da obra.”
Segundo Dario Libano, gasodutos
verticais com a profundidade e as
condições geológicas e ambientais do
GASTAU são raros e por esta razão, esta é
uma obra única no mundo. “Para a grande
maioria da obras, encontramos referências
na engenharia mundial, o que não
aconteceu com o projeto do GASTAU. Esta
foi a ousadia da Brasfond. Executar uma
obra tecnologicamente única no mundo,
de grande relevância para a Petrobras e
para o País. Estamos muito orgulhosos
dos resultados.”g
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
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PESQUISA & TECNOLOGIA
Fernando José Gomes Landgraf assumiu a presidência
do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) no dia
27 de agosto de 2012. Landgraf possui graduação em
Engenharia Metalúrgica pelo Centro Universitário da
FEI (1976), mestrado em Engenharia Metalúrgica pela
Escola Politécnica (1987), doutorado em Engenharia
Metalúrgica pela Escola Politécnica (1992) e LivreDocência pela mesma instituição (2007). Trabalhou por 29
anos no IPT e atualmente é professor associado da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo. Tem experiência
na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com
ênfase em comportamento magnético dos materiais de
engenharia, incluindo seu processamento por conformação
mecânica. Atua em laminação e processamento de
materiais particulados de aços elétricos, ímãs aglomerados
(bonded magnets), investigando as relações entre processo,
microestrutura e textura cristalográfica e suas propriedades
magnéticas. Antes de assumir o atual cargo, Landgraf era
diretor de inovação do IPT, posto que vinha exercendo desde
julho de 2009.
Nova gestão do IPT:
o impacto e a relevância
do IPT, agora e no futuro
TNews - Quais as principais diretrizes da nova gestão do IPT?
Landgraf - O nosso objetivo é aumentar o impacto e a relevância do IPT, agora e no
futuro. Temos que aumentar o nosso impacto hoje e planejar o impacto futuro. Esse
objetivo traz uma série de implicações. Quando falamos em aumentar o impacto,
uma questão importante é como medir isso, então, esse vai ser um dos desafios de
curto prazo. Nós desenvolveremos, com o apoio de especialistas no assunto, uma
metodologia para medir o impacto de uma instituição como o IPT, considerando os
benefícios proporcionados à sociedade e à indústria. Ao falar em medir, refiro-me à nossa
capacidade de avaliar, em reais por ano, de maneira que a gente possa ter uma medida
da relação entre o que o governo investe no IPT e o retorno disso para a sociedade, em
reais. Isso é um desafio importante porque a metodologia para ter essa medida não está
dada e por enquanto nem é consensual, portanto, é algo a ser criado. Mais difícil ainda
é medir o benefício do IPT para a sociedade, nós sabemos que ele existe e é expressivo.
O vídeo de prevenção a desastres naturais que foi divulgado recentemente pelo IPT é
um ótimo exemplo do esforço para contribuir com a segurança da população e com o
trabalho das Defesas Civis. É um desafio importante nós avaliarmos o impacto desse
trabalho, por exemplo. Além da perspectiva quantitativa do impacto, nós temos que
levar em consideração a dimensão qualitativa desse benefício, se quisermos perseguir
o objetivo de dar visibilidade da relevância do IPT para a sociedade.
TNews - Em relação aos investimentos realizados nos últimos anos na modernização do
IPT, quais projetos estão em andamento e quais serão conduzidos nesta gestão?
Landgraf - O mais importante projeto que será conduzido nesta gestão é o de uma
planta piloto de gaseificação de biomassa, que viabilizará a produção de etanol de
segunda geração e outros produtos a partir da palha e do bagaço de cana-de-açúcar,
e também de resíduos da indústria madeireira. O projeto abre a possibilidade de nos
prepararmos para o futuro com mais fontes de energias renováveis, fazendo frente aos
aumentos do preço do petróleo no mercado internacional, como tem acontecido neste
ano.
A sustentabilidade depende de quatro pilares: ambiental, econômico, social e
político e o projeto reflete o nosso empenho nessas questões. A planta industrial de
gaseificação com capacidade de processar 400 mil toneladas anuais de bagaço e palha
é o objetivo do projeto da planta piloto do IPT. Isso equivale à metade do bagaço e
palha gerados por uma usina típica nos dias de hoje, que faz a moagem de quatro
milhões de toneladas de cana. Segundo a nossa projeção, baseada nos 5% anuais de
taxa de crescimento do setor sucroalcooleiro nos últimos 20 anos, 140 novas usinas
serão implantadas na próxima década. É nesse universo que estamos focando: as novas
usinas, as green-fields da década de 2020. Esse projeto receberá um investimento de R$
80 milhões na primeira fase e está em negociação com um grupo de empresas há três
anos. Atualmente, estamos próximos de ter o financiamento aprovado pelo BNDES,
FINEP e Governo do Estado.
A planta piloto será construída no Parque Tecnológico de Piracicaba e terá como
parceiros a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), e empresas
como Oxiteno, Raizen (joint venture de Cosan e Shell), Petrobras e VSE (Vale Soluções
em Energia). O projeto também contará com participação do Centro de Tecnologia
Canavieira (CTC), Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE)
e Rede Nacional de Combustão. Esse projeto requer a negociação de governança e
propriedade intelectual, além do escopo técnico propriamente dito. O trabalho está
envolvendo 22 pesquisadores do Instituto, que atuam distribuídos em 13 diferentes
etapas do projeto, desde a concepção de engenharia civil (pré-projeto) do laboratório
até a análise da viabilidade técnica e econômica de plantas industriais, resultado
principal da pesquisa que deverá ficar pronta por volta de 2020.
O projeto conceitual considera todos os equipamentos e instalações que serão
incluídos na planta, permitindo que seja feito um balanço de massas, um balanço
energético e a avaliação dos riscos ambientais envolvidos. Diferente da rota bioquímica
(de hidrólise enzimática), esse projeto investiga a rota termoquímica, que consiste
na reação controlada com oxigênio, gerando uma mistura gasosa de monóxido de
carbono e hidrogênio, o gás de síntese, que pode ser usado para gerar energia elétrica,
biocombustíveis líquidos e biopolímeros.
TNews - De acordo com a apresentação do Governador de São Paulo na ocasião de sua
posse, o IPT desempenha um importante papel na elevação do índice de participação
das energias renováveis no Estado de São Paulo. Neste contexto de energias renováveis,
quais são as principais áreas de atuação do IPT e qual a importância dos novos
laboratórios – Simulador Solar e Forno Direcional de Silício Grau Solar – para o
desenvolvimento energético estadual e nacional?
Landgraf - Como foi dito na resposta anterior, o projeto da planta de gaseificação
está ligado ao campo das energias renováveis e esse é o principal projeto do IPT hoje.
Mas há também outros trabalhos relacionados com energias sustentáveis, como esses
que você cita. O simulador solar representa um apoio importante para a indústria
produzir coletores para aquecimento de água que sejam mais eficientes e de acordo
com os novos parâmetros de certificação que estão sendo desenvolvidos pelo Inmetro
e representantes dos fabricantes. Já o forno de solidificação direcional de silício vai
ajudar a criar uma base de produção de silício grau solar, que é matéria-prima dos
coletores solares fotovoltaicos para captação de energia. Caso o IPT consiga, até
dezembro de 2013, produzir silício adequado para células solares, a nossa parceira
industrial mineira, a Minasligas, poderá passar de exportadora de silício metalúrgico, a
três dólares por quilo, para exportadora de silício grau solar, a 30 dólares por quilo. Em
12 anos o mercado mundial de silício grau solar cresceu cem vezes, de 5 mil toneladas
por ano para 500 mil toneladas por ano.
TNews - Na área de bionanomanufatura, o novo núcleo abre um imenso campo de
novas pesquisas e oportunidades para o IPT. Quais as principais perspectivas do
Instituto neste campo e como a pesquisa aplicada neste segmento poderá contribuir
para o desenvolvimento tecnológico e industrial do País?
Landgraf - O novo núcleo recebeu investimento de R$ 46 milhões do Governo
do Estado. O centro, com oito mil metros quadrados, é destinado ao estudo de
biotecnologia, tecnologia de partículas, micromanufatura de equipamentos e
metrologia de ultraprecisão. Os investimentos do IPT nesse núcleo são claramente uma
aposta no amanhã do Brasil, uma aposta no crescimento da economia nessas direções.
Essas áreas são estratégicas para o crescimento da indústria, que tem que atentar cada
vez mais para as exigências do desenvolvimento sustentável, reduzindo o consumo
de energia em processos e adotando matérias-primas renováveis. O núcleo será
referência para gerar inovação na indústria e para isso conta com o apoio da Embrapii
[Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial], que está investindo R$ 30
milhões de fomento em uma estrutura tripartite de inovação que conta também com a
infraestrutura e o conhecimento do novo núcleo do IPT e a contrapartida da indústria
que será beneficiada pela inovação.
TNews - No que tange à implementação de uma metodologia para a medição do
impacto do IPT na indústria e sociedade brasileira, como o IPT planeja conduzir esta
proposição e quais os parâmetros ou referências serão adotados? Qual a importância
desta medição para o desenvolvimento do IPT e para a sua interface com a indústria e a
sociedade?
Landgraf - Estamos discutindo a metodologia com o professor Sergio Salles-Filho, da
Unicamp, que já fez vários estudos sobre quantificação de impacto. g
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TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
LOGÍSTICA DO COMBUSTÍVEL
Divulgação UTC Engenharia
Obras no Norte do País promovem
inserção social
e novas oportunidades
Vista aérea da obra da Base de Distribuição de Combustíveis (BAPON) em Tocantins
O
Divulgação UTC Engenharia
bras
de
grande
porte
inevitavelmente
geram
impactos sociais e ambientais
em suas regiões de implantação
e, nestas últimas décadas, o conceito amplo
da sustentabilidade – economicamente
viável, ecologicamente correto, socialmente
justo e culturalmente aceito – que
permeia a conduta gerencial adotada
pelas organizações, além defavorecer a
minimização dos impactos gerados pelos
empreendimentos, coloca as empresas
emposição de agentes transformadores e
propulsores da melhoria da qualidade de
vida e do respeito ao meio ambiente.
No
Brasil,
a
atuação
das
organizações empreendedoras inseridas
neste contexto de sustentabilidade torna-se
ainda mais desafiadora em regiões menos
industrializadas como o Norte do País,
visto que nesta áreaas diferenças culturais
são mais acentuadas e as carências da
população em relação à moradia, educação,
saúde, trabalho e transporte são marcantes.
Aqui, obras como as Bases de
Luis Sérgio Barenco Pinto, Líder Operacional da UTC Engenharia
Distribuição de Combustíveis da Petrobras
Distribuidora nos estados do Tocantins,
Acre e Roraima são fundamentais para a
geração de desenvolvimento econômico e
social.
A finalidade destes projetos - o
recebimento, a estocagem e a distribuição
de combustíveis derivados de petróleo
e biocombustíveis para o Norte do
País - representa por si só uma grande
contribuição para o desenvolvimento
econômico da região ao promovera
redução dos custos logísticos eampliar a
agilidade e a segurança do transporte dos
insumos e da produçãoassim como da
mobilidade da população.
Além do propósito-fim destes
empreendimentos, estas obras constituem
verdadeiros agentes transformadores
da qualidade de vida das comunidades
vizinhasao promover projetos e ações
nas esferas da qualificação profissional;
do incentivo à produção e ao mercado
local; e do apoio à educação e à cultura
regional.
“Reunir os projetos e as suas principais
demandas em um Centro de Capacidade
Técnica foi a alternativa adotada pela
UTC Engenharia para transformar
os desafios da BAPON em soluções
para o empreendimento.”
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
27
obra. O aumento do nível de exigências
junto aos fornecedores,nas fases de
inspeção e de diligenciamento dos
materiais e equipamentos antes de sua
liberação e transportepara a obra, por
exemplo, é um novo procedimento
adotado pela UTC para a BAPON.
“Desta forma, evitamos o risco de
constatar alguma ‘não conformidade´ em
determinado item de fornecimento depois
depercorrer milhares quilômetrosaté a
obra.”
Para evitar tal circunstância,
o Centro Técnico é formado por dois
grupos de trabalho: a equipe fixa, que
atua na coordenação e planejamento da
obra e os inspetores, que acompanham os
fornecimentos na origem e desenvolvem
junto com o grupo da Engenharia do
Centro, a definição dos processos.
O transporte de material e a
montagem dos 13 tanques metálicos para
combustíveis com diâmetros e alturas
que chegam a 22 metros e 14 metros,
À esquerda, Hermelino Viana Lopes Filho, Líder Operacional da UTC
Engenharia na obra da BAPON; acima, detalhe da tubulação piperack
respectivamente, exigiram da UTC
Engenharia, um planejamento minucioso e
um extenso trabalho de Engenharia para a
definição de especificações, metodologias
de montagem e um detalhado plano
logístico em face das distâncias a serem
percorridas e do cronograma de dois anos
para a execução da obra.
Em que pesem todos os desafios
inerentes à execução da Base, sejam
estes no campo da logística, de captação
de mão de obra especializada no local e
de fornecimento de materiais na região,
Hermelino Viana Lopes Filho, Líder
Operacional da UTC Engenharia na obra
da BAPON, considera que a modalidade
contratual EPC do empreendimento,
sob a responsabilidade integral da UTC
Engenharia, não só imprime maior
agilidade na tomada de decisões como
também assegura o cumprimento dos
prazos, da qualidade e da segurança da
obra.
“O cronograma de dois anos
para a execução do empreendimento da
BAPON é desafiante pelos aspectos já
assinalados. Entretanto, diferentemente
de obras com longos períodos de
duração, com alta rotatividade de
pessoal, este prazo nos permite a
visualização do início, meio e fim do
projeto e, por conseguinte, trabalhar com
equipes mais motivadas e integradas”,
observa Hermelino Lopes.
Luis Barenco acrescenta a este
aspectoos esforços einvestimentos da
UTC direcionados à motivação dos
profissionais para se estabelecerem no
local da obra. “Nas obras da empresa
em todo o Brasil e, especialmente na
BAPON, buscamos fornecer as condições
necessárias para a transferência do
pessoal para o local da obra, privilegiando
aqueles que se deslocaram com família.
Desta forma, em Tocantins, contamos com
profissionais extremamente qualificados
e experientes, em níveis de gerência e
supervisão trabalhando in loco”.
Divulgação UTC Engenharia
Techno
A Base de Distribuição de
Combustíveis
de
Porto
Nacional,
a BAPON, no estado do Tocantins,
com capacidade de armazenagem de
33 milhões de litros de combustíveis
derivados de petróleo – óleo diesel e
gasolina – e de biocombustíveis constitui,
atualmente, o maior empreendimento da
Petrobras Distribuidora.
Com término previsto para abril
de 2013, a Base de Porto Nacional abrange
uma área de 120 mil m2 no município
de Porto Nacional, a 25 km de Palmas,
a capital do estado. O projeto inclui
13 tanques para armazenamento de
combustível; plataformas de carregamento
e
descarregamento
ferroviário
e
rodoviário; obras de drenagem e de
utilidades; e obras civis de prédios
administrativos e de serviços.
A
construção
deste
empreendimento
da
Petrobras
Distribuidora em Tocantins está sob a
responsabilidade da UTC Engenharia,
empresa nacional com larga experiência
na execução de grandes obras na
modalidade turn key em diversas
regiões do País. E foi justamente esta
experiência aliada ao propósito de
expandir a sua atuação no Norte do
Brasil por meio de projetos como a
BAPON que a UTC Engenharia criou
um Centro de Capacidade Técnica no
Rio de Janeiro, centralizando neste, todo
o planejamento desta obra e dos demais
empreendimentos naquela região.
“Os desafios gerenciais, logísticos
e de mercado para a condução do projeto
da Base de Distribuição no estado do
Tocantins levou a UTC a implementar uma
nova alternativa para o desenvolvimento
da Engenharia e do Suprimento dos
empreendimentos sediados na região
Norte, especialmente a BAPON, de
maneira que pudéssemos não só agilizar
os serviços mas também assegurar o
cumprimento dos prazos de contrato”,
expõe Luis Sérgio Barenco Pinto, Líder
Operacional da UTC Engenharia. “Reunir
os projetos e as suas principais demandas
em um Centro de Capacidade Técnica,
com uma equipe multidisciplinar de
Engenharia formada por profissionais
com larga experiência em várias
especialidades, foi a alternativa adotada
pela UTC Engenharia para transformar os
desafios da BAPON em soluções para o
empreendimento.”
A escolha do Rio de Janeiro para
a instalação deste núcleo de atendimento
de Engenharia e Suprimento para a obra
considerou três fatores determinantes:
agilidade para a interface da empresa
com o centro de decisão e a área
de projetos do cliente, a Petrobras
Distribuidora, também sediados no
Rio de Janeiro; maior facilidade de
reunir profissionais experientes e
especializados para compor a equipe
multidisciplinar, sem a necessidade de
grandes deslocamentos deste pessoal;
e, finalmente, a proximidade com os
principais fornecedores de equipamentos
e sistemas, localizados na região Sudeste,
favorecendo as inter-relações, a troca
de informações e, principalmente, a
definição de soluções de produção e
logística.
Luis Barenco assinala que a
reunião de profissionais especializados
em diferentes áreas permite o somatório
de várias experiências aplicadas no
planejamento da obra e, desta diversidade,
surgem
novos
procedimentos
e
metodologias que contribuem para a
melhoria do desempenho e condução da
Divulgação UTC Engenharia
A BAPON
no estado do Tocantins
Obra da Base de Distribuição de Combustíveis (BAPON) em Tocantins
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TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
Novas perspectivas
para o desenvolvimento
local
Divulgação UTC Engenharia
A qualificação de mão de obra
e a promoção dos fornecedores locais
estão entre as principais contribuições
da BAPON para a o desenvolvimento da
região de entorno da obra.
O trabalho de aproximação da
UTC Engenharia com as comunidades
vizinhas ao empreendimentofoi anterior
à instalação do canteiro de obras na
área de serviços da BAPON. Além
das informações sobre o projeto, estes
contatosiniciais tiveram o objetivo de
conhecer as expectativas da comunidade
em relação à Base e estabelecer parâmetros
para a integração da população com
a obra bem como de parcerias para o
apoio da UTC ao desenvolvimento local
e regional.
A qualificação de mão de obra
especializada para atividades industriais
é um desafio em todo o estado do Tocantins,
cuja economia é pautada principalmente
na agroindústria e no setor terciário de
comércio e serviços. Nesse sentido, a
dificuldade de contratação de mão de
obra para os empreendimentos como a
BAPON, quando convertida em ações
concretas de formação e qualificação
profissional deixam para a regiãoum
inestimável legado de conhecimento e
desenvolvimento socioeconômico.
“Procuramos logo no início da
obra, desenvolver parcerias com entidades
e instituições locais com o intuito de
promover
cursos
profissionalizante
sem áreas de trabalho que pudessem
ser absorvidas não só pela obra como
também pelo mercado em geral. Os cursos
de ‘Carpinteiro em Formas de Concreto’ e
de ‘Pedreiro’ foram os primeiros ofertados
às comunidades vizinhas, a partir de
parcerias entre a UTC Engenharia, o
SENAI e a Prefeitura de Porto Nacional”,
expõe Hermelino Lopes.“Além deste
canal com as instituições, identificamos
grupos de profissionais na região para a
aquisição de maior experiência dentro
da própria obra, sob a orientação e o
treinamento de técnicosda UTC. Assim,
ao longo de todo o período da obra,
disponibilizamos toda a experiência
do nosso pessoal, principalmente dos
encarregados, técnicos, supervisores e
engenheiros, a serviço da formação de
novos profissionais não só por meio dos
cursos com o SENAI como também pela
prática, no canteiro de obra.”
Contratamos de fornecedores
locais itens que puderam ser adquiridos na
região como,por exemplo, nos segmentos
de estrutura metálica e de concreto prémoldado. Identificadas e avaliadas a
disponibilidade e a capacitação técnica
para suprimento às demandas do projeto,
a UTC não só privilegiou o mercado
local como também apoiou a melhoria
dos produtos fornecidos por meio de
transferência de conhecimento aos
fabricantes, bem como atraindo-os para
o desenvolvimento conjunto de soluções
que pudessem contribuir parao seu melhor
desempenho. “Desta aproximação entre a
UTC e os empresários locais, esperamos
deixar além da capacidade produtiva, o
legado do conhecimento e a importância
da melhoria dos processos produtivos,
da qualidade, e da segurança, inseridos
em critérios e padrões de um ambiente
industrial requeridos para fornecedores
Petrobras e para o mercado. A partir daí
entendemos que este fornecedor poderá,
sem dúvida, ampliar as suas perspectivas
de mercado”, assinala Luis Barenco.
Divulgação UTC Engenharia
À esquerda, detalhe do tanque;
acima, pátio de bombas
Eliane Lichtenberg, Comunicadora
Social da UTC Engenharia
Na BAPON, assim como em todas
as obras da UTC Engenharia, os projetos
desenvolvidos junto com as comunidades
locais se apóiam no tripé - geração
de renda, qualificação profissional e
educação ambiental. São programas e
ações que não estão necessariamente
voltados para as demandas específicas
da obra, mas também para a melhoria da
qualidade de vida da população e para o
desenvolvimento socioeconômico local,
considerando-senestes, as aptidões e as
iniciativas de produção locais.
Nesse contexto, os projetos
desenvolvidos pela UTC em parceria
com órgãos locais abrangem a economia
familiar, a produção rural, o apoio
às cooperativas e associações e o
fortalecimento cultural da região. Eliane
Lichtenberg, Comunicadora Social da
UTC Engenharia, responsável pelo
acompanhamento das ações da empresa
voltadas para a comunidade na área
da BAPON, observa que além dos
programas para a formação e qualificação
profissional, diversos outros projetos
foram e estão sendo conduzidos pela
UTC, ao longo de todo o período de obra,
em parceria com diferentes segmentos da
sociedade.
Entre estes, podemos citar:
Incentivo aos produtos rurais
Resultante da parceria entre UTC
Engenharia e diversas associações da
região, o projeto visa ao fortalecimento
da agricultura familiar, à promoção de
geração de renda e melhor inserção dos
produtores no mercado consumidor.
Responsável pela iniciativa,implantação
e monitoramento do projeto, a UTC tem
a atribuição de garantir a compra dos
produtos produzidos pelos produtores
rurais vizinhos ao empreendimento,
desde que cumpridas as exigências de
qualidade e higiene, e eventualmente,
ajudando a incluir no projeto a
participação de novos parceiros e
clientes – a exemplo do SEBRAE/
Tocantins, desde julho passado - visando
gradativamentetornar o projeto autosuficiente.
“Até o final da obra, os
desdobramentos desta iniciativa reúnem
aspectos que possam levar este projeto ao
nível de sustentabilidade”,expõe Eliane
Lichtenberg, assinalando como pontos
principais, “a gestão e a produção dos
alimentos a partir de técnicas de controles
gerenciais e de boas práticas agrícolas;
o treinamento constante de técnicos
em agricultura para a orientação e o
acompanhamento da produção; e, o apoio
para a elaboração e implantação de duas
centrais de comercialização na região.”
Reaproveitamento de materiais
Conscientização da comunidade
para a importância do reuso e da
reciclagem de materiais por meio de
práticas efetivas é o objetivo principal deste
projeto desenvolvido de forma integrada
com a equipe de QSMS (Qualidade,
Segurança, Meio Ambiente e Saúde)
da BAPON. Além de ações concretas
realizadas na Área de Vivência do próprio
canteiro de obras, durante os intervalos,
com a participação dos colaboradores
em atividades artesanais de reciclagem,
o projeto estabeleceu uma parceria com
a APAE – Associação dos Pais e Amigos
dos Excepcionais - em Porto Nacional,
para a divulgação, promoção e aquisição
de objetos diversos confeccionados no
“Projeto de Reutilização de Jornal” da
APAE. g
Divulgação UTC Engenharia
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LOGÍSTICA DO COMBUSTÍVEL
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
29
PETRÓLEO & GÁS
S
Divulgação
e lecionada pela Petrobras como
a Sociedade Classificadora da
conversão de quatro navios
destinados às áreas da Cessão
Onerosa no pré-sal, a DNV busca a
oportunidade de também acompanhar e
certificar a etapa de fabricação e integração
dos módulos e deixar o ‘carimbo’ da classe
DNV nestas embarcações.
A classificação dos navios FPSOs
destinados ao desenvolvimento da
produção de petróleo na área do pré-sal,
diferentemente das plataformas anteriores
construídas no Brasil ou no exterior,
tem regras diferentes estabelecidas pela
Petrobras. Para os quatro FPSOs destinados
à Cessão Onerosa, o projeto foi dividido
em dois blocos: no primeiro, a certificação
das conversões dos cascos; no segundo,
a certificação da fabricação e integração
dos módulos nos cascos já convertidos. As
Classificadoras envolvidas nesta segunda
etapa receberão a classe dos FPSOs.
Nesta série da Cessão Onerosa,
quatro navios do tipo VLCC (Very Large
Crude Carrier) serão convertidos nos
cascos das plataformas P-74, P-75, P-76
e P-77 sob a classe DNV, pelo EEPEstaleiro Enseada Paraguaçu, no Estaleiro
Inhaúma, no Rio de Janeiro. A docagem
do primeiro navio desta série, realizada
em agosto último, marcou o início dos
trabalhos de conversão da P-74, os quais
incluem trocas de chapas desgastadas;
reforços estruturais do casco e do deck;
substituição de equipamentos originais
do navio; a fabricação e instalação
de novas estruturas para suporte aos
módulos, instalação de novas linhas para
produção e o novo sistema de ancoragem,
entre outros.
Ronaldo Alves de Souza,
gerente do departamento de
Newbuilding & Conversions da DNV
Além de todo o acompanhamento
e certificação da etapa de conversão dos
cascos das quatro plataformas através
de contrato com o EEP, a DNV tem um
contrato com a Petrobras para o Plan
Approval dos navios da série, ou seja,
o projeto básico e o FEED (Front End
Engineering Design) que consiste o prédetalhamento de todo o projeto, inclusive
da fase de integração.
“A aprovação do FEED não implica
em obrigatoriedade de contratação da
DNV por parte dos fabricantes dos
módulos, pois o detalhamento será
realizado posteriormente, a partir do
projeto básico, e o responsável pela
aprovação deste detalhamento será a
certificadora contratada para a fase de
integração dos módulos”, expõe Ronaldo
Alves de Souza, gerente do departamento
de Newbuilding & Conversions da DNV.
“Portanto, estamos trabalhando para
continuar o nosso trabalho nestas
embarcações, apresentando a proposta
da DNV para a etapa da integração
dos navios da Cessão Onerosa, como
também dos navios replicantes, cujos
contratos acabaram de ser definidos pela
Petrobras.”
Na série dos oito FPSOs replicantes
- que possuem o mesmo projeto como o
nome já indica -, a Petrobras estabeleceu
novos parâmetros de certificação e
classificação diferente da proposição
adotada nos navios da Cessão Onerosa:
além da conversão e da integração, a
fabricação dos módulos será dividida em
4 pacotes e cada um destes poderá ter um
fabricante e uma classificadora diferentes
dos demais.
Em atendimento também à área do
pré-sal, a DNV possui dois contratos com
a Petrobras relacionados às plataformas
P-58 e P-62, ambas resultantes da
conversão de navios VLCC em FPSOs.
Após a conversão destes cascos em
Cingapura sob o acompanhamento da
DNV local, os navios foram trazidos para
o Brasil para as fases de integração e testes
finais: a P-58 na Construtora Queiroz
Galvão, Rio Grande, no Rio Grande do
Sul, e a P-62, no Consórcio Camargo
Correa-Iesa, em Suape, Pernambuco.
A P-58 chegou ao Porto do Rio
Grande em outubro de 2011 e o processo
de integração desta plataforma está um
pouco adiante da P-62. “No período
de conversão dos cascos no exterior, os
módulos das plataformas estavam em
construção no Brasil, o que representou
um ganho importante para o cronograma
da fase da integração”, explica Ronaldo
de Souza. “Cada plataforma receberá 18
módulos com algumas diferenças entre si
porque as plantas de produção variam em
função de alguns fatores relacionados às
especificações do óleo.”
Em cada contrato, a DNV
acompanha de perto todos os serviços
de conversão dos cascos e construção
de módulos, por meio de uma equipe
de vistoriadores posicionada em cada
site envolvido no projeto. Utilizando um
conceito de verificação baseada em risco, a
Techno
Classificação de plataformas
para o pré-sal é
segmento em expansão na DNV
DNV verifica a conformidade de execução
daquela etapa da obra com os requisitos
de classificação determinados pelas
regras DNV e com os projetos aprovados.
“Nestas verificações nos concentramos
nos critérios de qualidade de fabricação
que garantam a segurança da unidade,
da tripulação e do meio ambiente. Nossa
atuação, no entanto, não substitui a
do sistema de qualidade do estaleiro”,
observa Ronaldo de Souza.
O
Gerente
de
Newbuilding
considera fundamental uma maior
disponibilidade da equipe da DNV
no
acompanhamento
das
etapas
críticas de fabricação, para evitar
eventuais problemas durante a fase de
comissionamento offshore ou mesmo
na operação das plataformas, onde
qualquer reparo se torna mais custoso
e inconveniente. “Em alguns casos,
assumimos uma posição proativa,
ajudando o cliente a encontrar soluções
para uma determinada demanda. A
plataforma é uma indústria flutuante
e intervenções na fase de operação
significam parar a produção com
prejuízos econômicos e financeiros
imensos para o cliente. Portanto, qualquer
problema futuro é uma responsabilidade
de todos nós.”
Na DNV, as áreas de Newbuilding
& Conversions, responsável pelas
inspeções nos estaleiros e a de
CMC – Certificação de Materiais e
Componentes, que realiza verificação
da fabricação dos itens de classe para os
navios nas unidades fabris, estão ambas
sob uma mesma gerência – Fields &
Services. Tal organização propicia maior
interação entre as equipes de inspeção,
garantindo
que
os
componentes
cheguem ao estaleiro certificados, com
as especificações corretas e com os
requisitos de qualidade exigidos pela
DNV.
“Onde está o cliente, está a
DNV”, assinala Ronaldo de Souza.
“Temos equipes de inspeção espalhadas
pelo Brasil, nas regiões Nordeste,
Sul e Sudeste, atuando com a mesma
competência, comprometimento e senso
de responsabilidade. Mantemos uma
forte presença nos empreendimentos de
nossos clientes e este é, sem dúvida, o
nosso maior diferencial.” g
30
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA
Desafios de Engenharia
na obra do Terminal Embraport
Divulgação Embraport
Com o início de operação previsto para 2013, o Terminal Embraport
é o maior terminal privado do Brasil com capacidade de movimentação
de 2 milhões de TEU`s e 2 bilhões de litros de granéis líquidos
A
p rimeira etapa do projeto,
em fase final de construção,
ocupa 530 mil m2 e inclui
650 metros de Cais, um Píer
de Líquidos, 60 mil m3 de tancagem
para granéis líquidos e 207 mil m2
de Retroárea para armazenagem de
cargas em geral, incluindo ainda,
prédios administrativos e operacionais.
Na segunda fase de expansão, serão
construídos 450 metros de Cais, 135
m2 de Retroárea e outro Píer serão
acrescidos ao Terminal, totalizando
uma área de 848.500 m2.
A obra do Terminal Embraport
é também destaque no campo da
Engenharia pelas soluções tecnológicas
e construtivas adotadas para a
implantação do projeto – destacandose uma grande área de aterro hidráulico
que avança ao mar e o estaqueamento
do Cais, que esta sendo executado com
4 frentes de cravação simultâneas e a
utilização de estruturas Cantitravellers.
A definição das metodologias
aplicadas à obra partiu dos resultados
obtidos em um aterro piloto, realizado
logo no início do empreendimento com
a finalidade de aferir os parâmetros
geotécnicos estudados através de
formulações empíricas teóricas e
considerados no plano básico inicial.
Em se tratando de uma região
com a presença de grandes camadas
de argila marinha muito saturada,
o aterro piloto foi modulado
em três áreas, sendo totalmente
instrumentado e monitorado, para
a verificação de seu comportamento
mediante três parâmetros diferentes um sem o uso de geodreno e outros
com a utilização de geodrenos
instalados em uma malha de 1,20 m
e 2,40 metros.
Os resultados obtidos foram
totalmente
diversos
daqueles
esperados
pelos
técnicos
e
disseminado na literatura técnica:
as áreas que receberam geodrenos
apresentaram recalques maiores e com
tempos superiores de estabilização
em relação aos verificados nos aterros
executados sem o geodreno. Tal
constatação gerou o cancelamento
do uso de geodrenos para o aterro
e, por conseguinte, a alteração do
projeto básico inicial elaborado
pelo cliente. “Esta foi uma conduta
totalmente inusitada visto que a
solução clássica de aterro sobre um
solo argiloso preconizava até então, o
uso de geodrenos para a consolidação
e ganho de resistência da argila.”
relata o engenheiro Claudio Tomas
Carvalho, Gerente de Engenharia da
Odebrecht Infraestrutura.
O aterro piloto permitiu
também a verificação e a aferição
da magnitude dos recalques e
mais uma vez, os resultados foram
surpreendentes: foram mensurados
recalques da ordem de 1,20 m, sendo
que nos estudos teóricos, no projeto
básico e no edital do cliente, estes
abatimentos chegavam a 2,50 metros.
A tese de que a argila marinha com
baixa capacidade de suporte não
oferecia condições para a construção
de um aterro de ponta ‘caiu por terra’
assim como o plano de ataque inicial
para a execução do aterro no mar
que previa o uso de equipamentos e
tubulações para o bombeamento do
material de aterro.
Techno
Obra do Terminal Embraport em outubro de 2011 - aterro e confinamento do material dragado no geotubes
Claudio Tomas Carvalho, Gerente de
Engenharia da Odebrecht Infraestrutura
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
31
As
alterações
de
projeto
decorrentes do aterro piloto, quais sejam,
a exclusão de geodrenos e a indicação da
viabilidade de um aterro convencional de
sobrecarga, em face de menores índices
de recalque, possibilitaram uma redução
substancial nos custos e no cronograma
da obra, cujo prazo inicial para a execução
foi reduzido de 60 para 34 meses.
Claudio Carvalho assinala que
raros são os empreendimentos que
investem tempo e recurso na realização
de um aterro piloto para respaldar o
desenvolvimento do projeto e da obra.
“No Terminal Embraport, o aterro
piloto foi de grande valia, pois nos
permitiu trabalhar com parâmetros
menos conservadores e uma metodologia
executiva diferente daquela estabelecida
inicialmente no projeto e imprimir maior
velocidade à obra.”
Obra do Terminal Embraport em dezembro de 2010 - aterro e aplicação de geossintéticos
secundária”, explica Claudio Carvalho.
A etapa mais complexa do aterro
consistiu na execução do corpo principal,
cuja área formada por um dique de
contenção foi inicialmente preparada para
o recebimento do material contaminado
proveniente da dragagem da Bacia de
Evolução e ali confinado em Geotubes.
Em se tratando de uma área abaixo do
nível do mar, com grande variação de
maré, em torno de 1,80 metros, um estudo
de permeabilidade da área do dique de
contenção e de sua interface com o subleito
marinho determinou a metodologia
mais adequada para a execução desse
dique e a obtenção de um baixo nível de
permeabilidade.
Segundo
Claudio
Carvalho,
“a instalação de Geotubes previa
inicialmente a utilização de uma manta
de PEAD para garantir a contenção do
material contaminado e evitar qualquer
risco de percolação deste para o solo.
O estudo demonstrou que as pressões
hidrostáticas eram inversas na área do
dique, ou seja, de baixo para cima, o que
nos permitiu eliminar o uso da manta de
PEAD e, novamente, trazer uma grande
economia para o projeto.”
Antes da execução da parte frontal
do dique, por meio da técnica de aterro
de ponta, geogrelhas foram aplicadas em
toda a área submersa correspondente à
projeção da base do dique com uma largura
em torno de 70 metros. A inexistência de
referências técnicas em nível mundial
para a instalação de geogrelhas submersas
levou a Odebrecht a realizar uma
pesquisa por metodologias de aplicação.
“Este foi um procedimento inovador,
inclusive para o próprio fabricante das
Geogrelhas. E a solução por nós adotada
Divulgação Embraport
O plano de ataque elaborado pela
Engenharia da Odebrecht para o aterro de
2,5 milhões de m3 do Terminal Embraport
adotou três medotologias diferentes para
a execução da obra: uma para o aterro
em cotas emersas; outra para o aterro de
ponta em cotas submersas; e a terceira
para o corpo principal do dique frontal.
Nas áreas em cotas emersas acima
da variação de maré, a estabilidade do
aterro foi garantida com o uso de mantas
geotêxtil sobre o leito marinho ou sobre
o terreno. Nas cotas submersas, com o
aprofundamento do aterro em direção ao
canal do Estuário de Santos e ingressando
na zona de variação de maré, a utilização
de geogrelhas foi a solução adotada para
maior estabilidade do aterro de ponta,
possibilitando inclusive, a elevação de sua
altura crítica. “Em face da característica da
obra e como um corpo de aterro não tem o
sentido de preferência em seu movimento,
podendo romper em qualquer direção,
utilizamos geogrelhas bidirecionais em
camadas duplas de malha para assegurar
igual resistência nas direções primária e
Divulgação Embraport
A execução do aterro
Obra do Terminal Embraport em junho de 2011 - aterro, confinamento do material dragado no geotubes
32
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
Divulgação Embraport
necessária a execução de um aterro de
sobrecarga sobre os Geotubes, resultando
uma maior consolidação e ganho
de capacidade de suporte da argila.
O monitoramento desta sobrecarga
determinou 95% de êxito na antecipação
dos recalques primários, ou seja, um
índice de expulsão quase completa da
água, e para os recalques secundários,
decorrentes da acomodação do aterro, a
estimativa de uma antecipação de 15 cm
ao longo de 20 anos.
“Na Engenharia procuramos
soluções que dêem ao empreendimento
a segurança necessária e, ao mesmo
tempo, que sejam econômicas”, afirma
Claudio Carvalho. “Esta obra requereu
muita ação antecipada de consultoria
e pesquisa para a verificação de todos
os pontos determinantes do projeto
e da engenharia aplicada. Esta visão
nos permitiu imprimir um ritmo de
execução da obra para o cumprimento do
cronograma e trouxe ganhos expressivos
para o custo do empreendimento, bem
como, ganhos de qualidade nos serviços
executados.”g
Techno
foi simples e eficaz: a utilização de
pequenos flutuadores para o lançamento
da geogrelha e de mergulhadores para o
afundamento e fixação destas”, considera
Claudio
Carvalho.
“Uma
solução
idealizada e executada pelo nosso pessoal
de Produção com um resultado muito
positivo.”
O uso de Geotubes para o
confinamento do material argiloso
contaminado foi outra inovação da
obra do Terminal Embraport. Utilizado
originalmente para o controle de erosão
em encostas e em obras de quebra-mar,
este foi o primeiro empreendimento
no Brasil a adotar esta tecnologia
para a contenção e segregação de
contaminantes
provenientes
de
dragagens, com a posterior utilização
da área para deposição de material
(aterro e pavimentação), que no projeto
do Terminal Embraport foi destinada ao
pátio de containeres.
A metodologia construtiva para
o aterro desta área partiu da formulação
técnica do pavimento do pátio para
suportar uma carga de 5 ton/m² sendo
Techno
Techno
INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA
Abaixo, obra do Terminal Embraport em novembro
de 2011 - aterro e confinamento do material dragado
no geotubes; acima, detalhe do estaqueamento
e execução das lajes
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
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INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA
A solução dos geossintéticos
na aterro do Terminal Embraport
Uso de geotêxteis e geogrelhas fabricados pela Huesker reforça
o aterro da obra do Terminal Embraport
O
Divulgação Huesker
maior
terminal
privado
multiuso do Brasil, o Terminal
Embraport, em construção em
Santos (SP), ocupará uma área
total de 840 mil m2 na margem esquerda
do Porto de Santos, ao lado do terminal
de granéis líquidos da Ilha Barnabé,
entre os rios Diana e Sandi.
Diferentes técnicas de engenharia
estão sendo utilizadas na obra do
terminal em face das características de
implantação do projeto que ocupa áreas
secas continentais e áreas molhadas
contíguas. Nestas, a construção do
empreendimento envolve áreas de aterro
com baixa profundidade e o uso de
estacas e lajes pré-moldadas em áreas
mais profundas.
A execução do aterro de cerca
de 650 mil m2 de área, onde serão
implantadas as áreas de tráfego, os
pátios - inclusive de containers - e as
obras civis dos prédios operacionais e
administrativos, demandou minuciosos
estudos geotécnicos para a verificação
das condições do solo no terreno e de
estabilidade do aterro. O aterro piloto
realizado no início da obra, além de
propiciar a realização de testes de
capacidade, permitiu a verificação do
comportamento e o desempenho do
aterro determinado no projeto, assim
como o desenvolvimento de processos
construtivos, especialmente aqueles
adotados na área molhada.
Acima e abaixo, aplicação de geossintéticos Huesker na obra do Terminal Embraport
Sobre a Huesker
O reforço dos aterros em todas
as áreas do empreendimento utilizou
produtos
geossintéticos
fornecidos
pela Huesker: o geotêxtil tecido HaTe,
usado na preparação da plataforma de
trabalho e as geogrelhas Fortrac, para a
estabilização dos aterros sobre solos de
baixa resistência.
A definição das resistências
dos geossintéticos em cada área de
aplicação foi obtida por meio das
Divulgação Huesker
A Huesker é uma empresa
fabricante de tecidos técnicos
para reforço com mais de 150
anos de tradição em qualidade e
inovação. Fundada em 1861, na
cidade de Gescher, na Alemanha,
é atualmente uma das principais
referências técnicas do mercado
de geossintéticos, com presença
marcante nas mais desafiadoras
obras de engenharia.
Para a busca de soluções
inovadoras, a Huesker investe
continuamente em pesquisa e
desenvolvimento, disponibilizando
alternativas técnicas sob medida a
distintas condições de projetos
geotécnicos, viários, hidráulicos e
ambientais. A garantia da máxima
qualidade dos produtos fabricados
pela Huesker é assegurada por
testes e verificações, realizados
de acordo com os parâmetros
estabelecidos pelas normas ABNT,
ASTM, EN e ISO.
Presente no Brasil desde
1998, na cidade de São José dos
Campos - SP, a Huesker está em
plena expansão, levando suas
soluções de engenharia com
geossintéticos
nas
principais
obras de infraestrutura em todo o
mundo.
análises técnicas específicas realizadas
durante o desenvolvimento do projeto,
considerando aspectos geométricos, de
carregamento operacional e as condições
do solo no terreno, especialmente em
pontos críticos do projeto como as
regiões próximas aos limites com o
canal de navegação, ou seja, limites
do aterro com o cais; com as laterais
da área de containers; e com os diques
intermediários.
A partir de tais análises, as
resistências dos geossintéticos aplicados
na obra puderam ser determinadas:
para os tecidos HaTe, resistências
bidirecionais
com
variação
entre
25 a 80 kN/m e para as geogrelhas
Fortrac, resistências entre 50 e 800
kN/m. O projeto executivo do aterro
determinou a fabricação de geogrelhas
bidirecionais conforme as especificações
e dimensões customizadas para cada
área de instalação e bordas especiais
preparadas para as emendas por
costura, considerando o procedimento
determinado em projeto.
Além do fornecimento dos
geossintéticos de reforço, a Huesker
está presente no empreendimento desde
o início da obra: na fase de projeto, o
suporte técnico da empresa acompanhou
a definição da modulação das geogrelhas
em cada área e o layout executivo do plano
de locação e instalação das geogrelhas
em todo o empreendimento. Na fase de
execução, a instalação dos geossintéticos
conta o acompanhamento permanente
dos técnicos e engenheiros da Huesker,
cujas visitas, além de sanar eventuais
dúvidas, possibilitam a verificação junto
com o cliente, da conformidade dos
procedimentos previamente definidos
para a obra, assegurando desta forma, a
aplicação correta e o bom desempenho
dos produtos. g
34
TECHNO News
Ano III - no 13 - 2012
OPINIÃO
O desafio de todos nós
Por Luiz Maurício Portela*
“O
B rasil
é
um
país de grandes
oportunidades”.
Esta é uma colocação
de muitos brasileiros (e até mesmo de
estrangeiros) ao perceberem o potencial
de crescimento e de desenvolvimento do
Brasil em diversas áreas do conhecimento.
Concordamos com esta colocação,
porém não podemos deixar de analisar
que oportunidade significa em sua
essência uma “circunstância favorável ou
adequada”, o que implica uma alteração
do status quo. Portanto, para que haja
oportunidade é preciso haver um sujeito
nas duas pontas deste movimento: de
um lado, o responsável por desencadear
as ações geradoras de uma nova situação
e do outro, aquele que irá utilizar de
alguma forma as condições apresentadas
neste novo momento.
Dependendo do contexto, o sujeito
gerador e/ou receptor da oportunidade
pode ser um indivíduo, uma comunidade,
uma Nação ou mesmo uma conjuntura
mundial.
O Brasil é um País que detém uma
imensa riqueza de recursos - mineral,
vegetal, hídrico, solar, eólico, entre outros
– que constituem matéria prima básica
para o desenvolvimento de qualquer
nação. Explorar estes e quaisquer outros
recursos naturais é, de fato, uma ótima
oportunidade para o País, desde que o
sujeito receptor seja o próprio Brasil.
Ao longo de muitas e muitas
gerações a exploração das riquezas
brasileiras representou uma ótima
oportunidade de crescimento para outros
países detentores do conhecimento e da
tecnologia para a conversão da matéria
prima em um produto mais valioso.
Deste processo, não restaram dúvidas de
que a aquisição de tais ferramentas seria
fundamental e imprescindível para que
o Brasil passasse da posição de gerador
para receptor de oportunidades.
Nas últimas décadas, o avanço
brasileiro no campo da Ciência e
Tecnologia em diversas áreas do
conhecimento foi muito significativo e
criou condições para que, internamente,
o País pudesse beneficiar a sua matéria
prima, transformá-la em produtos de
maior valor agregado, impulsionando
para tanto, a cadeia produtiva brasileira
nos mais diversos segmentos.
A indústria do petróleo pode ser
tomada como um bom exemplo deste
processo. A aquisição e a formação de
uma expertise tecnológica brasileira
voltada para a exploração, a produção
e o refino do petróleo proveniente das
reservas nacionais propiciaram ao Brasil
um salto não só tecnológico como também
econômico e social, visto que o crescimento
desta atividade no País desencadeou
um processo de desenvolvimento de
empresas e indivíduos.
Na virada do século XX, com a
expansão da atividade petroleira em
plataformas marítimas cada vez mais
distantes da costa brasileira, surge a
oportunidade de reestruturação da
indústria naval brasileira promovida
pelo Governo e Petrobras por meio
de uma política de incentivo à
indústria local para a construção de
embarcações de apoio marítimo no
País. Empresas e profissionais do
setor naval, que acreditaram neste
plano, se estruturaram e fizeram desta
iniciativa uma oportunidade real para
o desenvolvimento de diversos setores
da indústria naval.
A partir das encomendas feitas
pela Petrobras ao mercado brasileiro,
diversos estaleiros foram reconstruídos
ou construídos, movimentando a
cadeia fornecedora de bens e serviços
e também do conhecimento e da
qualificação profissional não só para
a indústria naval, mas para todo o
segmento marítimo.
Os
empreendimentos
decorrentes dos investimentos do
Governo na área de Óleo e Gás
continuam grandes promotores de
crescimento do País, especialmente
com o desafio futuro de exploração e
produção na área do pré-sal. E, agora,
mais do que no passado, o País precisa
tomar a posição de agente receptor
desta oportunidade, direcionando-a
efetivamente para o alcance de um
novo patamar de desenvolvimento
econômico e social.
Para que o País atinja tal
objetivo, voltamos à essência do
significado da palavra oportunidade,
ou seja, a “circunstância favorável
ou adequada” implica uma alteração
do status quo atual em relação aos
aspectos impeditivos da continuidade
deste processo de desenvolvimento,
e entre estes podemos destacar uma
reforma fiscal e tributária, mais
moderna, racional e simplificada; a
redução do Custo Brasil’; a unificação
dos
critérios
norteadores
da
implantação dos empreendimentos;
a formação e a qualificação de mão
de obra especializada necessárias ao
desenvolvimento industrial presente e,
principalmente, futuro.
E, assim como no passado, o
Brasil tem todas as condições de usufruir
da oportunidade do pré-sal e de muitos
outros empreendimentos em pauta no
País desde que detenha as condições
necessárias para capitanear este
processo, condições estas que partem,
mais uma vez, da expertise nacional
formada por profissionais e empresas
capacitadas e qualificadas. O exemplo
de outras nações tecnologicamente
mais desenvolvidas do que o Brasil, e,
portanto, com maiores condições de
aproveitamento das oportunidades
produtivas em todo o mundo, atesta a
nossa afirmativa.
Atualmente, diversos segmentos
produtivos no Brasil vivenciam a
carência de mão de obra qualificada
e especializada para a garantia
da qualidade de desempenho ou
expansão das atividades e não há como
preencher esta lacuna rapidamente,
pois a formação de um profissional
de alto nível requer um período longo
de investimentos em estrutura física e
de pessoal. Por outro lado, o mercado
sinaliza que não basta educar. É
preciso educar com qualidade, visando
metas quantitativas e qualitativas
estabelecidas em um plano estratégico
de crescimento do próprio País.
A educação é a espinha dorsal
de todo o processo de crescimento
e é através do conhecimento e da
qualificação que o Brasil terá condições
de conduzir as oportunidades atuais
e futuras rumo ao seu próprio
desenvolvimento. Este é o desafio de
todos nós. g
Design inovador e sofisticação
tecnológica. Estas são as principais
características da nova série de
embarcações de apoio marítimo da
Companhia Brasileira de Offshore
(CBO) em construção no estaleiro
Aliança, no Rio de Janeiro.
Marco de uma nova linha de navios da
frota da CBO, totalmente construídos
no Brasil, estas embarcações com o
design “X-BOW”, projetadas para
os desafios crescentes da exploração
e produção de petróleo no País,
são mais potentes, equipadas com
tecnologia de última geração.
(*) Luiz Maurício Portela é Presidente
da Companhia Brasileira de Offshore
(CBO), empresa de navegação que
atua no segmento de apoio marítimo às
plataformas de petróleo no Brasil.
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Paraná: (41) 3276-1172 * Rio Grande do Sul: (51) 3222-0992
Representantes: MS Serviços - Lauro de Freitas (BA): (71) 3289-3521
Protec - Ananindeua (PA): (91) 4008-9700
CPS Movequip - Ribeirão Preto (SP): (16) 2137-8440
Virel - Serra (ES): (27) 3212-5600 * Terra e Mar - Itajai (SC): (47) 2103-2900

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