Prosub, Prosub,
Transcrição
Prosub, Prosub,
TECHNO Ano III- no 13 - 2012 Nova gestão do IPT: o impacto e a relevância do IPT, agora e no futuro NEWS OPINIÃO O desafio é de todos nós LOGÍSTICA DO COMBUSTÍVEL ENGENHARIA DE SUBSOLO BAPON, inserção social e oportunidades Desafios, tecnologia e produtos TERMINAL EMBRAPORT Soluções inovadoras de Engenharia Prosub, na fronteira do conhecimento TECHNO News 2 Ano III - no 13 - 2012 ÍNDICE DEFESA 4 A construção do submarino de propulsão nuclear no Brasil INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA 7 Prosub, na fronteira do conhecimento 7 9 11 12 13 15 16 18 19 26 A integração das informações na etapa do diligenciamento A aquisição dos equipamentos Monitoramento ambiental complexo, dinâmico e extenso Diretora Executiva Maria Angélica Fe. Teixeira NEWS OPINIÃO O desafio é de todos nós LOGÍSTICA DO COMBUSTÍVEL ENGENHARIA DE SUBSOLO BAPON, inserção social e oportunidades Desafios, tecnologia e produtos NEWS TERMINAL EMBRAPORT Soluções inovadoras de Engenharia NEWS Prosub, Nova gestão do IPT: o impacto e a relevância do IPT, agora e no futuro Obras no Norte do País promovem inserção social e novas oportunidades PETRÓLEO & GÁS A coordenação da Engenharia do Prosub - EBN Diretor Geral Ubirajara Xavier da Silva Novos desafios, nova tecnologia, novos produtos Intertek Moody amplia a oferta de serviços de inspeção LOGÍSTICA DO COMBUSTÍVEL A metodologia construtiva das obras marítimas Soluções em movimentação de cargas. Esta é a origem e a especialidade da Brevil 23 25 A gestão do Programa e os indicadores de transferência tecnológica Conhecimento e experiência de alto nível Tecnodrill na cadeia de fornecedores do Prosub-EBN Nova gestão do IPT: o impacto e a relevância do IPT, agora e no futuro na fronteira do conhecimento A ferramenta do conhecimento PROSUB NACIONALIZAÇÃO 22 TECHNO Ano III- no 13 - 2012 PESQUISA & TECNOLOGIA Os critérios da área nuclear para o projeto A nacionalização no programa de submarinos convencionais 10 20 21 ABB entrega subestação de energia à UFEM 29 Classificação de plataformas para o pré-sal é segmento em expansão na DNV INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA 30 Desafios de Engenharia na obra do Terminal Embraport 33 A solução dos geossintéticos na aterro do Terminal Embraport OPINIÃO 34 O desafio de todos nós Por Luiz Maurício Portela Foto principal capa: Parte da seção do submarino brasileiro em fabricação no estaleiro da DCNS - França Foto DCNS TECHNO NEWS é uma publicação produzida pela Santiago Publicações, dirigida a profissionais e empresas dos setores Energia, Óleo & Gás, Petroquímica, Transportes, Aeronáutica, Indústrias Químicas, Telecomunicações, Agroindústria e Mineração e Metais. Informações: [email protected] Rua das Gaivotas, 343 - Cidade Jardim CEP 38412-138 - Uberlândia - MG Tel. (21) 3512-9456 / (34) 3238-7673 O conteúdo dos artigos assinados são de responsabilidade de seus respectivos autores e não refletem necessariamente a opinião da direção do periódico. Assinatura: [email protected] Sugestões e colaborações, enviar via correio ou [email protected] www.technonews.com.br EDITORIAL T ecnologia. Hoje, em proporção muito maior do que em épocas anteriores, a tecnologia está presente no cotidiano do homem contemporâneo de maneira tão forte e tão intrínseca, que muitas vezes, é até despercebida, tal o grau de sua inserção no dia-a-dia de cada um. A tecnologia invade a vida do homem do século XXI, sem pedir licença, independente da sua nacionalidade, do seu nível social e cultural, do ambiente em que vive - nas cidades ou em regiões distantes dos grandes centros urbanos - e traz consigo profundas modificações no modo de vida de todos aqueles que têm contato com ela. Depois desse momento de contato, o seu mundo nunca mais é o mesmo, pois ela é um instrumento poderoso de modificação do status quo. Dependendo da forma como a tecnologia é introduzida na vida do homem, ela pode tornar-se um instrumento de construção de um ambiente extremamente propício à melhoria ampla da sua qualidade de vida - seja em nível pessoal ou social ou de destruição de seus valores, princípios e referências, deixando esse homem desarmado, à mercê dum um universo por ele desconhecido. A tecnologia é o tema central das edições da TECHNO NEWS e buscamos por meio dos empreendimentos em pauta no País, trazer ao público leitor o Brasil tecnológico, ou seja, aquele que gera oportunidades. Este Brasil tecnológico é aquele que dá retorno à nação e gera não somente divisas, mas principalmente o conhecimento, a oportunidade de qualificação de profissionais, o crescimento industrial, o desenvolvimento em níveis local, regional e nacional. Este é o Brasil que através dos seus resultados, refletidos em conhecimento e/ou produtos, comprova, interna e externamente, a sua capacidade e competência de imaginar, desenvolver e executar projetos e programas complexos, muitas vezes com escassos recursos, porém com muita determinação e criatividade. Este é também um Brasil de grandes diferenças sociais e econômicas, que precisa ser rapidamente transformado para uma nova realidade mais justa. Os meios para tal mudança devem ser baseados na educação, no acesso à informação e ao conhecimento, na qualificação profissional e na geração de oportunidades de trabalho. Presenciamos várias iniciativas nesse sentido, ora provenientes do setor público, ora do segmento privado, as quais buscam senão resolver, minimizar o grande hiato existente entre a teoria e a prática. Ou seja, não basta educar, é preciso fazê-lo com objetividade e qualidade para que os resultados de todos os investimentos nela alocados sejam positivos e eficientes. Apesar da recessão econômica mundial, o Brasil vem respondendo positivamente a este contexto, com a promoção de inúmeros empreendimentos de porte e peso em diversos segmentos produtivos. Tais investimentos consistem importantes alavancas para o desenvolvimento econômico e social brasileiro. É preciso, portanto, aproveitar este momento e estas oportunidades para se instalar no País a nova realidade social, na qual a educação é o grande propulsor desta transformação. Uma transformação que não deve ser paternalista e sim gerenciada com seriedade, pautada em uma política de desenvolvimento consistente e duradoura que possa promover para todos os envolvidos na cadeia produtiva - governos, empresas e cidadãos condições de crescimento e continuidade de seus projetos em âmbito institucional, empresarial ou pessoal. Portfólio completo para o setor de energia? Certamente. A ABB atende concessionárias, indústrias e instalações militares com produtos, sistemas e serviços para a geração, transmissão e distribuição de energia. Soluções elétricas e de automação são fornecidas para plantas de geração de energia, sistemas de transmissão, subestações e gerenciamento de redes. A oferta de produtos da ABB inclui disjuntores, chaves seccionadoras, capacitores, transformadores de instrumento e de potência, transformadores de potência e de distribuição, bem como produtos de média tensão. Com 125 anos de experiência em tecnologia e inovação e presença em mais de 100 países, a ABB continua a construir a rede do futuro, aumentando a capacidade e confiabilidade das redes elétricas, melhorando a eficiência energética e reduzindo o impacto ambiental. Saiba mais em www.abb.com.br ABB Atende: 0800 0 14 9111 Substação_techno news.indd 1 7/6/2012 8:59:26 AM 4 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 DEFESA ENTREVISTA: Comandante de Marinha do Brasil, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto A construção do submarino de propulsão nuclear no Brasil Almte Julio Soares - Sob o Aspecto Estratégico, o submarino, dentre todos os meios navais, apresenta uma vantagem única, que é a capacidade de ocultação, possuindo, assim, um dos grandes fatores de uma força naval: o elemento surpresa. Somente as ondas sonoras emitidas por sonares podem, com alguma eficiência, detectar um submarino. A propagação acústica, no meio líquido, não ocorre em linha reta. Depende da temperatura, da pressão e da salinidade, obedecendo, dessa forma, a determinados padrões em que, muitas vezes, são geradas grandes “zonas de sombra”, onde o som não penetra com intensidade apreciável, o que permite ao submarino confundir-se com o meio ambiente em que opera, preservando sua ocultação. Por causa da superioridade resultante da capacidade de ocultação, o submarino se tornou, historicamente, a arma mais utilizada pelas nações belicamente inferiores quando enfrentavam um oponente que dominava os mares. No entanto, se por um lado o submarino pode neutralizar forças navais muito superiores, não pode substituí-las em suas operações. Nos submarinos convencionais, a fonte de energia que faz funcionar o conjunto de motores diesel e geradores elétricos é a “diesel-elétrica”. A energia por eles gerada é, então, armazenada em grandes baterias. Além de atender a todas as demandas de consumo de energia elétrica de bordo, a energia gerada é distribuída para um Motor Elétrico de Propulsão (MEP), que aciona um eixo com um hélice, garantindo o deslocamento do submarino. Para garantir a navegação durante um longo período, a capacidade de ocultação tem que ser periodicamente interrompida, uma vez que é indispensável, em determinados intervalos, recarregar as baterias. Para tanto, devem-se posicionar logo abaixo da superfície do mar e, por meio de equipamento especial, denominado “esnorquel”, aspirar o ar atmosférico para permitir o funcionamento dos motores dos grupos diesel - geradores e também possibilitar a renovação do ar ambiente. Nessas horas, em função das partes expostas acima d’água, tornam-se vulneráveis, podendo ser detectados por radares de aeronaves ou navios. Para limitar tal exposição, devem economizar energia ao máximo, o que lhes limita a mobilidade. Por isso, são empregados segundo uma estratégia de posição, isto é, são posicionados em uma área limitada, onde permanecem em patrulha, a baixa velocidade. A dependência do ar atmosférico para o carregamento das baterias e a sua baixa mobilidade são as grandes limitações dos submarinos convencionais. Para os submarinos com propulsão nuclear, a fonte de energia é um reator nuclear, cujo calor gerado vaporiza a água, possibilitando o emprego desse vapor em turbinas. Dependendo das características de cada planta propulsora de um submarino, suas turbinas podem acionar geradores elétricos ou o próprio eixo propulsor. Diferentemente dos submarinos convencionais, os nucleares dispõem de elevada mobilidade, fator importante para a defesa, devido à profundidade das águas oceânicas. Por possuírem fonte virtualmente inesgotável de energia e poderem desenvolver altas velocidades por tempo ilimitado, cobrindo rapidamente áreas geográficas consideráveis, são empregados segundo uma estratégia de movimento. Em face dessas Divulgação Marinha do Brasil TNews - A construção do submarino de propulsão nuclear no Brasil envolve três aspectos de grande importância para o País: o estratégico, o tecnológico e o da indústria nacional. Como o Sr. avalia a importância do empreendimento PROSUB nestas três esferas? Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto, Comandante da Marinha do Brasil características, podem chegar a qualquer lugar em pouco tempo, o que, na equação do oponente, significa poder estar em todos os lugares ao mesmo tempo. O submarino de propulsão nuclear pode ser considerado o “Senhor dos Mares”, fato que se mostra importante se considerarmos que mais de 90% do nosso petróleo são extraídos do mar. Da mesma forma, mais de 95% do nosso comércio exterior são transportados por via marítima. Também, a extensa área oceânica, adjacente ao continente brasileiro, que costumamos chamar de “Amazônia Azul”, contém, na imensidão da massa líquida e do vasto território submerso, milhões de quilômetros quadrados de incalculáveis bens naturais, biodiversidade e também vulnerabilidade, em tudo comparável à “Amazônia Verde”. Sob o campo tecnológico, um dos aspectos mais notáveis do programa de construção do submarino de propulsão nuclear diz respeito ao salto tecnológico a ser vivido pelo País, decorrente de um grande processo de transferência de tecnologia, do fortalecimento da indústria nacional e da melhoria da qualificação técnica de profissionais brasileiros que trabalham no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), garantindo ao Brasil a capacidade de desenvolver e construir seus próprios submarinos no futuro, de forma independente. O PROSUB, cujo objetivo final é o projeto e construção do submarino com propulsão nuclear, engloba: o projeto e construção de um Estaleiro e Base Naval (EBN) e de uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM); a construção de quatro submarinos convencionais (S-BR) e o projeto de detalhamento de sua seção intermediária, modificada para atender aos requisitos da Marinha do Brasil (MB); e o projeto e construção do submarino com propulsão nuclear (SN-BR). Sob o aspecto da indústria nacional, destacamos três pontos. O primeiro é a Aquisição de Equipamentos e Sistemas da UFEM e do EBN. Aqui foi estabelecido pela MB que os equipamentos e sistemas para o estaleiro, definidos através dos requisitos técnicos provenientes da Transferência de Tecnologia (ToT) da Direction des Constructions Navales et Services (DCNS), deveriam ser fabricados o máximo possível no Brasil. Dessa forma, todos os equipamentos com similares no Território Nacional e também equipamentos que, apesar de não fazer parte da linha de produção de uma fábrica, poderiam ser fabricados aqui, estão sendo comprados no País. Isso possibilitou que fosse obtido, para esses itens, um conteúdo local de mais de 90%, equivalente a cerca de 1 bilhão de reais. O segundo ponto é a Nacionalização de Sistemas e Equipamentos para os Submarinos Convencionais (S-BR). O processo de nacionalização para os S-BR, decorrente de transferência de tecnologia sensível para a MB e TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 empresas brasileiras, inicialmente orçado em 100 milhões de euros, disposto contratualmente em 89 projetos, inclui: a fabricação de sistemas, equipamentos e componentes; o treinamento para o desenvolvimento e integração de softwares específicos de importantes sistemas; e suporte técnico para as empresas durante a fabricação dos itens. A DCNS já visitou mais de 110 empresas candidatas a participar do processo de nacionalização. A empresa selecionada para nacionalizar determinado equipamento deverá ser submetida à aprovação pela MB. Como terceiro ponto, destacamos a Nacionalização de Sistemas e Equipamentos para os Submarinos com Propulsão Nuclear (SN-BR), cujo processo, de, no mínimo, 100 milhões de euros, será uma continuação do processo que está em curso atualmente para os S-BR, e deverá ser bem mais extenso, considerando que o projeto do submarino será realizado no País, pela MB. TNews - O PROSUB é um programa estratégico para o País, conduzido pela Marinha do Brasil e conta com a participação da iniciativa privada, tanto na fase de construção das instalações do Estaleiro e Base Naval, quanto na fase de construção dos submarinos. Qual a visão da Marinha a respeito desta parceria da MB com o setor privado e quais vantagens tal parceria oferece para o empreendimento? Na esfera dos programas sociais locais, destacamse: o “Caia na Rede”; o “Inglês num click”; e o programa de apoio à agricultura familiar. O “Caia na Rede” corresponde à realização de cursos expeditos de inserção digital, também gratuitos e oferecidos à comunidade local, em sala própria situada na Ilha da Madeira, equipada com bancadas dotadas com diversos computadores. O “Inglês num click”é um programa voltado a ensinar Inglês para população de Itaguaí e Ilha da Madeira, iniciado em Fevereiro de 2012, com 15 pessoas cursando a 1ª turma, todos da região da Ilha da Madeira e Itaguaí, tendo ainda 100 pessoas já inscritas, aguardando início das próximas turmas. E o programa de apoio à agricultura familiar da região de Itaguaí pretende garantir o consumo de toda produção no refeitório do PROSUB – EBN, eliminando os atravessadores e gerando mais renda aos agricultores e, conseqüentemente, à região. “Um dos aspectos mais notáveis do programa de construção do submarino de propulsão nuclear diz respeito ao salto tecnológico a ser vivido pelo País” TNews - O domínio da tecnologia do submarino nuclear é restrita a poucos países pois envolve um conhecimento estratégico e de alto valor agregado. Quais os meios para a aquisição e domínio desta tecnologia e quais os principais desafios para o desenvolvimento deste conhecimento no Brasil? Almte Julio Soares - A MB tem dois grandes Programas sob a responsabilidade da DiretoriaGeral do Material da Marinha ligados diretamente à obtenção do submarino com propulsão nuclear: o Divulgação Odebrecht / Foto Orestes Locatel Almte Julio Soares - A participação da indústria nacional em dois momentos: na construção da UFEM e EBN e construção dos submarinos. No primeiro, a MB estabeleceu como prioridade na construção do EBN e da UFEM o emprego de insumos e de equipamentos, máquinas, operatrizes, guindastes e pontes rolantes etc., da indústria brasileira, como já mencionado. Seguindo esse conceito, até o presente momento, foi obtido um índice de participação da indústria nacional de cerca de 90% - 1 bilhão de reais - em equipamentos e máquinas e cerca de 1 bilhão de reais em materiais e insumos. Além disso, as obras estão contribuindo para uma expressiva geração de empregos, sendo esperado atingir, no período de pico, 9 mil empregos diretos e 27 mil empregos indiretos, distribuídos no tempo conforme o gráfico. Na construção dos submarinos, a MB estabeleceu como prioridade, na construção dos S-BR, a nacionalização de equipamentos e sistemas para os submarinos, com alto teor tecnológico, e com aplicação em outros setores industriais. Para isso, a DCNS irá capacitar as empresas brasileiras para tornarem-se fornecedoras independentes para futuros projetos. A DCNS, de modo a agilizar o processo de contratação das empresas brasileiras, contratou a empresa de consultoria PROGEN. A equipe de nacionalização da DCNS já visitou 180 empresas no Brasil e pré-qualificou 110 delas, tendo constatado alto valor agregado tecnológico no País. O processo de nacionalização de equipamentos e sistemas para o S-BR considera a possibilidade de sua aplicação total ou parcial no projeto do SN-BR, cujo projeto se iniciou em 10 de julho de 2012, no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP). Destacamos os benefícios sociais derivados da execução de serviços específicos no Brasil durante a construção dos submarinos, entre estes, os recursos financeiros adicionados ao Município de Itaguaí – RJ pelo PROSUB; a formação e contratação de mão de obra local; e os programas sociais locais. Ao Município de Itaguaí, somente Impostos sobre Serviços recolhidos até o final de março de 2012, foram pagos o valor de R$ 137.083.500,50. Além disso, cabe considerar que hoje há um efetivo de 6.350 profissionais da Odebrecht trabalhando nas obras de construção da UFEM e do EBN, sendo que 54% são de Itaguaí, 23% oriundos de outros municípios, mas que fixaram residência nessa cidade, perfazendo um total de 77% de integrantes que residem na região e, portanto, consomem bens e produtos locais. Levando-se em conta o valor total líquido pago aos empregados na obra pela Odebrecht, pode-se dizer que aproximadamente 7,268 milhões de reais são lançados mensalmente no comércio municipal. No âmbito da formação e contratação de mão de obra local, como parte de inserção socioeconômica da comunidade, a Odebrecht e a MB promovem o Programa “Acreditar”, que corresponde à realização de cursos profissionalizantes gratuitos, de formação de mão de obra em diversas categorias. 5 Da esquerda para a direita: Almirante Alan Paes Leme Arthou, Gerente do Empreendimento Modular de Construção do Estaleiro e Base Naval; Almirante-de-Esquadra Sir Mark Stanhope, Comandante-Geral da Marinha do Reino Unido; Almirante-de-Esquadra Julio Soares Moura Neto , Comandante da Marinha do Brasil, por ocasião da visita do Almirante inglês ao empreendimento do Prosub 6 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 DEFESA quatro Submarinos Convencionais (S-BR) e é dividido em pacote de materiais e construção; •Contrato nº. 2 - assinado com a DCNS e a ICN, que trata da construção do primeiro Submarino com Propulsão Nuclear Brasileiro (SN-BR) e é dividido em pacote de materiais e serviços para o seu desenvolvimento e sua construção; •Contrato nº. 3 - assinado com a DCNS, que trata da aquisição de trinta Torpedos F21 e cinquenta despistadores de torpedo; •Contrato nº. 4 - assinado com a Construtora Odebrecht, que trata do projeto e da construção do Estaleiro, da Base Naval e da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM); •Contrato nº. 5 - assinado com o Consórcio Baía de Sepetiba (CBS), que trata da Administração, do Planejamento e da Coordenação do Objeto Precípuo (projeto e construção do submarino com propulsão nuclear); •Contrato nº. 6 - assinado com a DCNS, que trata da transferência de tecnologia de projeto e construção dos quatro S-BR, do desenvolvimento do projeto do SN-BR e de fornecimento de informações técnicas para o projeto do Estaleiro, da Base Naval e da UFEM; e •Contrato nº. 8 - assinado com a DCNS, que trata dos “offset”. Além dos contratos comerciais acima mencionados, também foi assinado um contrato de financiamento, em 2 de dezembro de 2009, que se tornou eficaz a partir de 30 de julho de 2010, para dar suporte financeiro aos contratos comerciais 1, 2, 3, 5, 6 e 8. O contrato 4 não utiliza recursos de financiamento externo. O processo de ToT para os S-BR engloba a qualificação de profissionais de diversos níveis e especialidades para a construção e para o projeto de detalhamento da seção modificada do submarino e também a consultoria técnica durante a construção e a realização desse projeto. Para essa atividade, a MB selecionou profissionais que participaram das construções de submarinos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), pois esse era um dos pré-requisitos. A esse grupo foram incorporados outros profissionais da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A (NUCLEP) e da ICN. O processo de ToT para os SN-BR engloba a qualificação na França de engenheiros de diversos níveis e especialidades para o projeto do submarino, em um período de aproximadamente dois anos, a consultoria técnica durante o projeto, que se iniciou em 6 de julho de 2012 e, também, a construção. O processo de ToT para o projeto e construção da UFEM e do EBN, inclui a apresentação, pela DCNS, de requisitos e informações técnicas, a avaliação e certificação do projeto e a consultoria técnica durante a construção, ambos realizados pela empresa Odebrecht. Foto DCNS Programa Nuclear da Marinha (PNM) e o Programa de Desenvolvimento do Submarino com Propulsão Nuclear (PRODESN). O Programa Nuclear da Marinha (PNM) ligado ao Programa Nuclear Brasileiro (PNB), engloba tanto o domínio das tecnologias de todas as etapas do ciclo de combustível nuclear, quanto o desenvolvimento de um Laboratório de Geração de Energia Núcleo Elétrica (LABGENE), inclusive o seu reator nuclear. O PNM está a cargo do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP). O Programa de Desenvolvimento do Submarino com Propulsão Nuclear (PRODESN) por sua vez, engloba o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e o desenvolvimento e construção da propulsão do submarino nuclear. A planta propulsora do submarino será decorrente do LABGENE, desenvolvida totalmente pelo CTMSP, dentro do Programa Nuclear da Marinha (PNM), não havendo previsão contratual com a França para transferência de tecnologia nesta área. Estes dois programas estão sob a gerência da Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento do Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN). Na França, as tecnologias sensíveis permanecem sob controle do Estado. Desta maneira, as contratações do PROSUB foram precedidas de atos celebrados entre as autoridades dos dois países, definindo os limites desses fornecimentos e estabelecendo seu processo de supervisão. Foram, então, assinados, em 23 de dezembro de 2008, os seguintes documentos: •Plano de Ação (Parceria Estratégica), entre o Brasil e a França, firmado pelos respectivos Presidentes, prevendo cooperação na área de defesa, em particular na área de submarinos, entre outras; •Acordo, entre os dois países, na área de submarinos, firmado pelos respectivos Ministros de Defesa; •Ajuste Técnico, entre os Ministérios da Defesa do Brasil e da França, firmado pelos Comandantes das Marinhas desses países, relativo à concepção, construção e comissionamento técnico de submarinos; e •Contrato Principal, firmado pela Marinha do Brasil e pelo Consórcio Baía de Sepetiba (CBS), uma parceria entre a empresa DCNS e a Odebrecht, relativo à Transferência de Tecnologia e Prestação de Serviços Técnicos Especializados, destinados a capacitar a MB a projetar e construir Submarinos Convencionais e Nucleares, não havendo transferência de tecnologia na área nuclear . Para a execução do escopo contratado, foram assinados sete contratos comerciais com as empresas partícipes do PROSUB, gerenciados pela COGESN, que são os seguintes: •Contrato nº. 1 - assinado com a DCNS e com a Itaguaí Construções Navais (ICN), que trata da construção de Parte da seção do submarino brasileiro em fabricação no estaleiro da DCNS na França TNews - Um programa da envergadura do PROSUB, que engloba diferentes áreas do conhecimento e consequentemente produtivas, gera uma demanda significativa no mercado interno e externo. Como o PROSUB está inserido na política do Ministério da Defesa de promoção da indústria nacional e que fatores necessitam ser trabalhados para que a indústria brasileira possa efetivamente participar desta demanda de maneira perene e duradoura? Almte Julio Soares - A Estratégia Nacional de Defesa (END), aprovada por meio do Decreto no 6.703, de 18 de dezembro de 2008, estabelece uma série de conceitos e diretrizes, os quais apoiam os objetivos estabelecidos pela Estratégia Nacional de Desenvolvimento. Conforme exposto na END, fica determinado que: “O Brasil tem compromisso - decorrente da Constituição Federal e da adesão ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares - com o uso estritamente pacífico da energia nuclear. Entretanto, afirma a necessidade estratégica de desenvolver e dominar a tecnologia nuclear. O Brasil precisa garantir o equilíbrio e a versatilidade da sua matriz energética e avançar em áreas, tais como as de agricultura e saúde, que podem se beneficiar da tecnologia de energia nuclear. E levar a cabo, entre outras iniciativas que exigem independência tecnológica em matéria de energia nuclear, o projeto do submarino de propulsão nuclear.” Ademais, ainda consoante com a END, uma das prioridades da Marinha do Brasil é “(...) assegurar meios para negar o uso do mar a qualquer concentração de forças inimigas que se aproxime do Brasil por via marítima. A negação do uso do mar ao inimigo é o conceito que organiza antes de atendidos quaisquer outros objetivos estratégicos, a estratégia de defesa marítima do Brasil. Essa prioridade tem implicações para a reconfiguração das forças navais.” A END, determina, também, que: “Para assegurar o objetivo de negação do uso do mar, o Brasil contará com força naval submarina de envergadura, composta de submarinos convencionais e de submarinos de propulsão nuclear. O Brasil manterá e desenvolverá sua capacidade de projetar e de fabricar tanto submarinos de propulsão convencional, como de propulsão nuclear. Acelerará os investimentos e as parcerias necessários para executar o projeto do submarino de propulsão nuclear. Armará os submarinos, convencionais e nucleares, com mísseis e desenvolverá capacitações para projetá-los e fabricálos. Cuidará de ganhar autonomia nas tecnologias cibernéticas que guiem os submarinos e seus sistemas de armas e que lhes possibilitem atuar em rede com as outras forças navais, terrestres e aéreas.” TNews - A capacitação dos recursos humanos para a implantação, desenvolvimento e condução do PROSUB é um aspecto fundamental para o sucesso do programa. Quais as principais linhas de ação da Marinha neste contexto? Almte Julio Soares - Com o propósito de abrigar os recursos humanos alocados ao PNM e PROSUB, foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidenta da República a Lei nº 12.706, em 08 de agosto de 2012, que autoriza a criação da empresa Amazônia Azul Tecnologia de Defesa (AMAZUL). Essa empresa pública tem como propósito estancar a evasão de mãode-obra e possibilitar contratações de pessoas com a qualificação apropriada, mediante a adequação salarial. Vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio da Marinha do Brasil, a AMAZUL foi criada mediante a cisão parcial da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) e adotará a forma de sociedade por ações, com personalidade jurídica de direito privado, patrimônio próprio e capital pertencente integralmente à União. Será uma empresa dependente, ou seja, os salários serão pagos pelo Governo Federal, à semelhança do que ocorre com a empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a NUCLEP. As atividades a serem desempenhadas pela AMAZUL estão voltadas ao PNM, isto é, para o domínio, desenvolvimento e preservação do conhecimento necessário ao projeto do ciclo do combustível nuclear; ao projeto e construção de reatores de propulsão naval e ao projeto de submarinos de propulsão nuclear. Tal conhecimento também terá aplicação no Programa Nuclear Brasileiro (PNB), no que diz respeito à tecnologia do combustível nuclear para alimentação das usinas nucleoelétricas e à tecnologia para projetar reatores utilizados na geração de energia elétrica. g TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 7 INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA Prosub, na fronteira do conhecimento Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba Um trabalho na fronteira do conhecimento. Este é o Prosub, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos, um projeto inovador no País com imensos desafios do ‘saber’ – gerenciais, tecnológicos, e construtivos Obras marítimas na área Sul do Prosub-EBN em Itaguaí - RJ A construção do submarino de propulsão nuclear é o propósito fim do Prosub e deste objetivo, derivam os principais desafios para o desenvolvimento do projeto e construção do Estaleiro e Base Naval O Prosub é um projeto incomum, um projeto de desenvolvimento, como definiu Almirante Alan Arthou em artigo de sua autoria sobre a Engenharia Simultânea no Prosub. Em se tratando de um empreendimento naval com implicações nucleares, inédito no Brasil, diversos parâmetros para a elaboração e execução do projeto do Estaleiro e Base Naval (EBN) em Itaguaí-RJ não estão disponíveis no mercado externo e tampouco no interno, necessitando, portanto, serem desenvolvidos. Tal trabalho tem como principais ferramentas, o conhecimento dos profissionais e a expertise de instituições e de empresas envolvidas, direta e indiretamente, com o desenvolvimento do Programa. No centro deste processo estão a Marinha do Brasil, na posição de cliente do projeto, com participação ativa em todo o desenvolvimento e condução do Prosub-EBN; a Odebrecht Infraestrutura, responsável pelo projeto e execução das obras do Estaleiro e Base Naval; a DCNS, empresa estatal francesa, parceira tecnológica da Marinha no programa; e, a Itaguaí Construções Navais (ICN), uma empresa Sociedade de Propósito Específico formada pela DCNS e pela Odebrecht, com a participação da Marinha em questões consideradas estratégicas, responsável pela operação do estaleiro e construção dos submarinos. Os critérios da área nuclear para o projeto O estreito cronograma de entrega de etapas do Prosub somado à complexidade tecnológica e construtiva quer das instalações do Estaleiro e Base Naval quer dos submarinos, especialmente o de propulsão nuclear, exigem uma crescente integração entre os principais agentes do projeto e um minucioso gerenciamento da totalidade do Programa realizado pela Marinha por meio da Coordenadoria do Programa de Desenvolvimento de Submarino de Propulsão Nuclear (COGESN) e da construção das instalações, realizado pela Odebrecht Infraestrutura, sob o acompanhamento da Marinha. A construção do submarino de propulsão nuclear é o propósito fim do Prosub e deste objetivo, derivam os principais desafios para o desenvolvimento do projeto e construção do Estaleiro e Base Naval. “O ineditismo do projeto no Brasil e a ausência de referências similares no País assim como de normatização brasileira especifica para as exigências nucleares, envolvendo o estaleiro, a base naval e o submarino, resultam uma análise criteriosa dos quesitos de segurança e de riscos do empreendimento para a determinação dos critérios essenciais do projeto”, expõe Almirante Alan Paes Leme Arthou, Gerente do Empreendimento Modular de Construção do Estaleiro e Base Naval. Vários aspectos concernentes à concepção do projeto do Estaleiro e Base Naval desenvolvidos pela Marinha e Odebrecht já foram analisados junto com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o órgão licenciador da parte nuclear do Prosub. Alguns destes pontos resultaram, inclusive, alterações significativas na implantação das instalações e nos processos construtivos para determinadas áreas da obra. A localização e o sistema estrutural dos diques é um exemplo entre muitos outros: 8 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA a modificação do local dos diques no projeto gerou um rearranjo total das demais instalações e a exigência de apoiar a sua estrutura em rocha, resultou a revisão das técnicas construtivas adotadas nesta área. O acordo de transferência tecnológica firmado entre o Brasil e a França para os submarinos convencionais e o nuclear inclui o casco, as estruturas internas e os sistemas e equipamentos, com exceção do sistema de propulsão nuclear. Segundo Almirante Alan Arthou, a planta de propulsão nuclear já estava desenvolvida pela Marinha e a França não aceitaria passar tecnologia nessa área e, da mesma maneira, a França não terá acesso aos detalhes de planta brasileira, que é um conhecimento estratégico para o País. A definição das questões nucleares do Estaleiro e Base Naval avança passo a passo. Cada item do projeto requer detalhados estudos e análises de segurança e risco, realizados pela Marinha sob a orientação técnica do Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo (CTMSP) e extensamente discutidos com a CNEN. As resoluções são reunidas em relatórios nos quais a Comissão baseará as verificações da conformidade do projeto com os requisitos técnicos de segurança para a emissão das licenças de instalação, execução e operação para as áreas nucleares. O projeto do EBN prevê a construção de um prédio específico para a planta de propulsão nuclear, uma área isolada, com acesso restrito, visando assegurar além da integridade das instalações e atividades ali desenvolvidas, o controle das informações. Os principais critérios para a elaboração do projeto básico desta edificação estão em fase de discussão a partir do projeto conceitual e, apesar da complexidade e de incertezas ainda existentes sobre o formato final da instalação, a previsão de início e término da construção deste setor coincidirá com o cronograma das obras civis do estaleiro. Na esfera dos submarinos, a Marinha detém experiência e conhecimento em projeto e construção das embarcações e o fornecimento dos principais sistemas de bordo e sobressalentes dos submarinos, com exceção da parte nuclear, está garantido por meio do acordo firmado com a França. “Esta é uma vantagem do acordo porque, do contrário, teríamos que abrir várias frentes de pesquisa no Brasil para desenvolver sistemas já conhecidos no mercado externo, o que demandaria altos investimentos por parte da indústria nacional e uma elevação no custo dos itens em face da baixa demanda”, avalia Almirante Alan Arthou. Nos países detentores da tecnologia de construção de submarinos nucleares, Almirante Alan Arthou observa que o período entre o projeto e a operação das embarcações é longo, ultrapassando uma década. “Se elaborássemos primeiramente o projeto do submarino para, só então iniciarmos o projeto e construção do estaleiro para, depois de construído iniciarmos a construção do submarino, ao final deste processo, em face dos avanços tecnológicos obtidos naquele intervalo de tempo, o submarino estaria obsoleto. No cronograma do Prosub o grande diferencial é a simultaneidade entre projeto e construção, o que só pode ser conseguido se possuirmos um banco de dados pautado nas experiências já realizadas por outros países. Por esta razão, a Marinha dispensa uma atenção especial ao registro de todas as informações sobre o Prosub, assim como dos critérios adotados nas decisões e soluções do empreendimento, para desta forma, compor o nosso próprio banco de dados que constituirá a base do conhecimento nacional para os projetos futuros.” Da esquerda para a direita: Celso Amorim, Ministro da Defesa; Primeiro Ministro da França, François Fillon; e Alan Paes Leme Arthou, Gerente do Empreendimento Modular de Construção do Estaleiro e Base Naval por ocasião da visita do Ministro francês ao empreendimento do Prosub Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba “No cronograma do Prosub o grande diferencial é a simultaneidade entre projeto e construção, o que só pode ser conseguido se possuirmos um banco de dados ...” Obras marítimas na área Sul do Prosub-EBN em Itaguaí - RJ TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 9 A ferramenta do conhecimento Da esquerda para a direita: Almirante-de-Esquadra Sir Mark Stanhope, Comandante-Geral da Marinha do Reino Unido; Fábio Gandolfo, Diretor Superintendente da Odebrecht Infraestrutura; Almirante-de-Esquadra Julio Soares Moura Neto, Comandante da Marinha do Brasil, por ocasião da visita do Almirante inglês ao empreendimento do Prosub Divulgação Odebrecht / Foto Orestes Locatel Em novembro próximo, a Marinha receberá da Odebrecht, as instalações da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), a primeira etapa da infraestrutura do Prosub destinada à fabricação dos componentes dos submarinos. Na continuidade de construção do empreendimento, a Odebrecht prevê iniciar em Dezembro, após concluir o aterro hidráulico, a cravação das primeiras estacas dos prédios e oficinas principais do estaleiro de construção e, na seqüência, do estaleiro de manutenção. Fábio Gandolfo, Diretor Superintendente da Odebrecht Infraestrutura, responsável pela obra do Estaleiro e Base Naval, considera a entrega da UFEM à Marinha e a ICN, uma Joint Venture formada entre a DCNS e Odebrecht Industrial para a construção dos submarinos, como uma primeira etapa vencida do programa. “Esta etapa foi como um projeto piloto do modus operandi da construção do empreendimento. Ao longo dos dois anos da obra da UFEM, tivemos a oportunidade de conhecer melhor a DCNS, obtendo uma crescente integração e sinergia entre nós e a Marinha do Brasil. A transferência de tecnologia para a construção do Estaleiro, requer muita disciplina entre as equipes e a correta compreensão das diferenças de ordem técnica, tais como especificações e normatizações, além das diferenças de idiomas e culturais" Nesse contexto, as informações enviadas inicialmente pela DCNS à Marinha e a Odebrecht, dentro do pacote de transferência de tecnologia, percorrem um extenso percurso, envolvendo etapas de recebimento, discussão, análise, interpretação e aplicação dos dados, compostos basicamente por dois tipos de documentos: um, sobre o processo industrial para a construção do submarino e outro, sobre a parte civil do estaleiro. No primeiro, os relatórios determinam todos os processos industriais para a construção do submarino, entre estes, os “A transferência de tecnologia para a construção do Estaleiro, requer muita disciplina entre as equipes e a correta compreensão das diferenças de ordem técnica ...” equipamentos e ferramentas necessários, bem como os sistemas e as utilidades; no segundo, os documentos relacionam as especificações da parte civil do projeto conceitual. Após a aprovação da Marinha, estes documentos são a base para que a Odebrecht traduza as especificações e realize as adaptações e adequações necessárias para as normas brasileiras, iniciando-se assim a etapa de Procurement da obra e Projeto Básico. Após sua conclusão, estes documentos são certificados pela DCNS, permitindo ser iniciado o projeto de detalhamento e as respectivas obras. Um processo complexo, que requer extenso conhecimento técnico da Marinha e da Odebrecht, para a aquisição dos milhares de itens necessários à construção do empreendimento com diferentes características, especificações e conteúdos tecnológicos. Nesta área do conhecimento, Fábio Gandolfo observa que a Odebrecht trouxe para o Prosub, “profissionais extremamente capacitados para o desenvolvimento de soluções voltadas à construção de um estaleiro no estado da arte, permitindo que na construção do submarino tenhamos a melhor produtividade possível. Nesse processo, as discussões técnicas e a interação entre as equipes são fundamentais para o alcance do objetivo maior do Prosub - a construção do primeiro submarino com propulsão nuclear brasileiro - do qual o estaleiro é parte integrante.” A intensa troca de informações e de conhecimento não é uma prerrogativa deste projeto ou uma prática recente na Odebrecht. O incentivo à disseminação do ‘saber’ na Organização Odebrecht, desde a década de 1990, criou condições para o surgimento do conceito de Comunidades de Conhecimento, nas quais profissionais de vários segmentos e especialidades da Odebrecht, relatam e trocam entre si, as suas respectivas experiências. A complexidade e a dimensão do Prosub levaram a Odebrecht a buscar na própria empresa e no mercado, a expertise necessária para a construção do Estaleiro e Base Naval. Para a Marinha, tais características do Prosub resultaram uma nova visão gerencial para este empreendimento, com a participação e o apoio de instituições internas e externas à Marinha. “Como exemplo, cito que a Marinha teve uma visão muito interessante e inovadora ao convidar o TCU, entre outras instituições, para o acompanhamento do projeto”, expõe Fábio Gandolfo. “Já trabalhamos em inúmeras grandes obras com clientes públicos, entretanto, posso afirmar que até então não havíamos participado de um projeto dessa magnitude, com tal grau de abertura e transparência de ações. Tal visão adotada pela Marinha é, sem dúvida, uma contribuição muito importante para o bom desenvolvimento do projeto.” Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba A nacionalização no programa de submarinos convencionais Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval A elevação do nível de nacionalização nos projetos do Prosub, com o desenvolvimento do ‘saber’ tecnológico e industrial brasileiro, é uma das principais metas do programa. A prioridade do mercado interno para a aquisição de itens, desde que atendidas às exigências dos projetos, é uma constante na definição das empresas fornecedoras para o Estaleiro e Base Naval e para o submarino. Segundo o Contra-Almirante Sydney dos Santos Neves, Gerente do 10 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 Contra-Almirante Sydney dos Santos Neves, Gerente do empreendimento modular de obtenção dos submarinos convencionais da COGESN de fabricação no estaleiro da DCNS. Em março de 2013, estas seções chegarão ao Brasil e na UFEM, serão integradas às demais seções do submarino, que estão sendo construídas no Brasil. A gestão do Programa e os indicadores de transferência tecnológica Em face da dimensão do PROSUB, do volume de investimentos e da quantidade de contratos de fornecimentos de bens e serviços, no Brasil e no exterior, a Marinha estabeleceu uma metodologia de acompanhamento cruzado da evolução de todos os contratos referentes à implantação e desenvolvimento do Programa. A Controladoria de Contratos da COGESN é o setor responsável por este trabalho o qual, além do controle interno de todos os contratos, inclui Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba empreendimento modular de obtenção dos submarinos convencionais da COGESN, o programa de nacionalização dos submarinos possui 82 projetos conjugados e destes, 32 foram priorizados pela Marinha em face do elevado conteúdo tecnológico e, por conseguinte, do maior conhecimento e capacitação que estes poderão trazer à indústria nacional. “Estes projetos prioritários não são aqueles que simplesmente ocupam a mão de obra nacional ou fazem circular a moeda no País. São projetos promotores de novos conhecimentos e níveis de qualificação das empresas, propiciando para estas, a elevação do patamar tecnológico e a conquista de novos mercados. Somente a partir deste crescimento é que poderemos solidificar uma base industrial de defesa no País.” O processo de análise e escolha de fornecedores para os submarinos convencionais realizado pela Marinha já selecionou as primeiras empresas nacionais. Entre estas, a Termomecânica para a fabricação de componentes para trocadores de calor dos submarinos convencionais; a Howden South America, localizada no Brasil e subcontratada da Howden France, para a fabricação dos ventiladores; os mancais de escora serão produzidos pela Zollern; a Adelco, responsável pelo desenvolvimento e fabricação dos conversores estáticos; e a Fundação Atech, selecionada para receber o treinamento e participar do desenvolvimento de módulos de software do Sistema de Combate dos submarinos convencionais. “A nacionalização é uma processo evolutivo. Hoje temos cinco empresas selecionadas, e na medida em que o projeto do submarino avançar, a participação nacional certamente crescerá. No término da construção dos quatro submarinos convencionais, em 2022, teremos uma quantidade expressiva de empresas brasileiras presentes no programa”, observa o Contra-Almirante Sydney dos Santos Neves. A construção do primeiro submarino convencional já foi iniciada na França, com as seções 3 e 4 em fase final Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval Techno INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA a interface entre os seus respectivos desenvolvimentos e o cruzamento de suas metas. A Controladoria de Contratos é uma das entidades da Governança da COGESN, estabelecida pela Alta Administração Naval, da qual ainda constam as Gerências de Empreendimentos, focados nos objetos contratuais principais (Estaleiro, Submarinos Convencionais e Submarino com Propulsão Nuclear), e uma Gerência de Administração e Finanças. As primeiras realizam o acompanhamento físico desses objetos e a última gerencia o acompanhamento financeiro do Programa. Este gerenciamento financeiro realizado pela área de Administração e Finanças da COGESN é acompanhado em nível interno pela Diretoria de Contas da Marinha (DCoM), que realiza, anualmente, uma verificação contábil detalhada, envolvendo os contratos e as despesas da COGESN, inclusive de manutenção do escritório da Coordenadoria na França. Em nível externo, a prestação de contas do programa é acompanhada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), tendo sido inclusive, uma solicitação da Marinha ao TCU tal acompanhamento, logo no início da ativação do Programa, em face do volume de recursos da União alocados no PROSUB. Segundo o Gerente de Administração e Finanças da COGESN, o Contra-Almirante Helio Mourinho Garcia Junior, desde o início do programa, cinco auditorias já foram realizadas pelo TCU: duas na área de Gestão; uma de Orçamentos e Finanças; uma de Transferência de Tecnologia e uma Auditoria tradicional intitulada de Conformidade. “A primeira auditoria, denominada Operacional de Gestão, consistiu em uma auditoria de entendimento do programa como um todo e sua inserção na Marinha, e, a partir deste relatório, foram determinadas as demais auditorias.” A Gestão do PROSUB, ou Auditoria de Governança, foi o tema da segunda auditagem, na qual o TCU buscou examinar a estruturação do programa em relação aos recursos humanos, financeiros, técnico-científicos e físicos. Na sequência, a auditoria Orçamentária e Financeira, que envolveu a COGESN, a Coordenadoria de Orçamentos e Recursos da Marinha e os Ministérios da Fazenda, do Planejamento e de Relações Exteriores. “Esta foi uma auditoria muito ampla com vistas a conhecer a participação do Governo brasileiro no processo, não só na liberação dos recursos como também no acompanhamento de sua aplicação, incluindo as dificuldades, os pontos de maior risco e os impactos gerados para a Marinha e para os próprios ministérios”, explica o Contra-Almirante Helio Garcia. “Esta foi uma auditoria muito interessante e sem qualquer similaridade com as demais realizadas na Marinha.” Após as três auditorias chamadas Operacionais, a auditoria da prestação de contas do PROSUB, nos moldes tradicionais, foi realizada no final de 2010, na qual o TCU realizou uma ampla verificação contábil e financeira do programa. A Transferência de Tecnologia foi o objeto da mais recente auditoria realizada pelo TCU. “Esta foi uma auditoria inédita até mesmo para o próprio TCU”, declara o ContraAlmirante Helio Garcia, explicando que pela ausência de trabalhos similares no País, o TCU buscou inicialmente, junto às diversas universidades e empresas de tecnologia avançada, as informações e o conhecimento para estabelecer os parâmetros e o perfil desta auditoria. Como mensurar a transferência de tecnologia em um projeto? Este foi o ponto chave desta auditoria na qual a Marinha apresentou um estudo inédito de métricas de acompanhamento da transferência tecnológica, elaborado com este propósito, por um grupo de estudiosos, oriundos da Marinha e de universidades, capitaneados pelo Centro de Análise de Sistemas Navais da Marinha, o CASNAV. “A proposta apresentada pela Marinha ao TCU estabelece as métricas de indicadores de desempenho do processo de transferência tecnológica, obtidos por meio de parâmetros balizados em algoritmos. Trata-se de um estudo totalmente inovador que envolve não só a questão tecnológica do submarino, mas sim, a transferência de conhecimento, que poderá ser aplicada em qualquer situação de transferência tecnológica entre um país fornecedor e o Brasil”, expõe o ContraAlmirante Helio Garcia. TECHNO News 11 Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba Ano III - no 13 - 2012 Obras marítimas na área Sul do Prosub-EBN em Itaguaí - RJ Após a apresentação ao TCU, a Marinha aguarda a homologação dos indicadores, realizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha do Brasil (SecCTM) para a posterior implementação desta métrica no PROSUB. Techno A metodologia construtiva das obras marítimas Sérgio Pinheiro, Diretor de Obras Marítimas da Odebrecht O início dos serviços de dragagem da Baía de Sepetiba, em janeiro de 2011, estabeleceu o marco inicial das obras marítimas do empreendimento para o preparo das áreas nas quais serão construídas as instalações do Estaleiro e da Base Naval. Em face do extenso programa e do prazo reduzido para a sua execução, a Odebrecht optou por uma nova metodologia construtiva da infraestrutura marítima, conduzindo as obras tanto no mar como em terra, em várias frentes simultâneas de trabalho. No mar, foram realizados os serviços de dragagem, enrocamentos de contenção dos aterros hidráulicos, a cravação de estacas, construção dos cais em pré-moldados de concreto, possibilitando na seqüência, o avanço do enrocamento sob os cais e, em seguida, o aterro hidráulico para formação áreas do Estaleiro e a Base Naval. Com parte deste aterro executado, dar-se-á então o início das obras marítimas executadas em terra, com a construção dos cais em paredes diafragmas que também funcionarão provisoriamente, na fase construtiva, como estrutura de contenção da água do mar juntamente com o dique de areia com a parede de coulis, funcionando como cut off. As paredes diafragmas provisórias que circundam as docas secas e o prédio nuclear a serem construídas completam o perímetro da ensecadeira, permitindo com isso a criação de uma área estanque que possibilitará um esgotamento progressivo, sem a contribuição externa da água do mar durante a fase de escavação de solo e de rocha, até que sejam atingidas as cotas de implantação dessas estruturas definitivas. A metodologia aqui adotada, para a execução concomitante das obras das estruturas marítimas tanto no mar e como em terra, é inovadora, e demandou uma forte interação entre os integrantes da equipe da obra, profissionais seniores com larga experiência em grandes projetos e/ou em obras marítimas”, comenta Sérgio Pinheiro, Diretor de Obras Marítimas da Odebrecht. “Para a definição desta metodologia construtiva, contamos com a participação efetiva da equipe da obra e de consultores externos que atuaram nas discussões e desenvolvimento das diversas fases, ou seja, a conjugação das áreas de técnicas, produção e planejamento da Odebrecht, realizando ajustes conforme o avanço e os obstáculos vencidos, tanto nos aspectos técnicos quanto executivos, conduzidos por seus respectivos gerentes Evando de Barros, Marcos Pitanguy, Paulo Almeida, o apoio de consultores e também do Consorcio SGP. Além desta metodologia, o outro aspecto relevante das obras marítimas, apontado por Sérgio Pinheiro, são as estruturas dos cais em terra executados em paredes diagrama, com duas funções: •Inicialmente, funcionará como estrutura de contenção da água e solo para permitir a escavação até a cota de projeto, garantindo a estanqueidade necessária em toda sua extensão juntamente com as outras estruturas com a mesma finalidade em todo o perímetro das Docas 1 e 2; 12 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA Techno Obras Marítimas na área Sul do EBN - cravação de estacas e execução das lajes estão no campo de sua expertise”, coloca Sérgio Pinheiro. “Por esta razão, executamos a totalidade das obras marítimas nos empreendimentos de nossa responsabilidade. A exceção a esta regra está em alguns serviços, os quais mesmo estando inclusos no escopo das obras exigem grandes investimentos em equipamentos de ponta utilizados de forma pontual na obra, como a dragagem, por exemplo, em que por subcontratar ou arrendar os equipamentos para estes serviços.” Para as obras marítimas do Prosub, vários equipamentos foram adquiridos pela Odebrecht para garantir os prazos de obras previstos. Entre estes, seis balsas projetadas e fabricadas especialmente para os serviços no EBN, com capacidade para sustentar guindastes de até 250 toneladas de capacidade. Também foram adquiridos seis guindastes de esteiras, sendo três conjuntos com capacidade de 250 toneladas de carga cada, utilizados na cravação de estacas metálicas, e equipados com três martelos hidráulicos de 21tm de energia; e três conjuntos com capacidade de 160 toneladas cada, para apoio na movimentação de peças de grande peso como para a montagem dos pré-moldados na execução dos cais. Já para a execução das paredes diafragma, um serviço específico que requer equipamentos de última geração, a opção recaiu na contratação de uma empresa brasileira especializada em fundações. “Determinados segmentos da Techno •A outra, durante a operação, permitirá nesses cais acostar os submarinos nucleares com toda a segurança requerida pelas normas de segurança nuclear e também, conforme determinado pelo licenciamento de construção e funcionamento a ser obtido junto aos órgãos licenciadores, que no caso do Prosub é a CNEN. Tanto o projeto quanto a execução dos cais em terra em paredes diafragmas serão realizados pela Odebrecht e acompanhados pela Marinha e pela CNEN. A licença do local, para implantação destes projetos, já foi concedida pela CNEN. A fase seguinte será a licença de construção, que está em andamento com a elaboração do RPAS - Relatório Preliminar de Análise de Segurança de cada estrutura marítima, para ser submetida ao CNEN o qual irá respaldar a análise para a liberação da execução. A Odebrecht detém um conhecimento ímpar no campo de obras marítimas, acumulado em inúmeros empreendimentos de grande porte e complexidade, realizados no Brasil e no exterior. Neste período, a empresa não só aprimorou as metodologias construtivas como também reuniu um corpo técnico de profissionais especializados com extenso conhecimento tecnológico e executivo. “Uma das características marcantes da Odebrecht é realizar as obras praticamente com pessoal e equipamentos próprios quando estas José Lauro Contrucci Larica, Gerente Comercial da Odebrecht Comandante Pierre Matias da Silva, Assessor Especial da COGESN e Gerente de Apoio à Construção Engenharia, com serviços específicos e especializados nos quais a Odebrecht não tem interesse em executá-los, por serem os mesmos pontuais e esporádicos, e, existindo disponibilidade no mercado local, damos preferência à contratação de empresas nacionais, com capacidade técnica e ferramental para atender o nosso contrato”, afirma José Lauro Contrucci Larica, Gerente Comercial da Odebrecht, cujo setor atende as três áreas executivas da empresa no Prosub - obras marítimas, obras civis e montagem eletromecânica. Independente da origem da demanda, José Lauro Larica explica que as contratações de empresas prestadoras de serviços à Odebrecht no Estaleiro e Base Naval são, em sua maioria, empresas muito especializadas nos seus respectivos segmentos. “Além da expertise, buscamos empresas diferenciadas com capacidade de atendimento às exigências do projeto, principalmente no quesito da qualidade exigida por esta obra, cujo objetivo principal é a construção do submarino nuclear.” Na visão da Odebrecht, comenta Sergio Pinheiro, a prioridade de contratação de serviços específicos no mercado nacional, além de promover o fortalecimento das empresas brasileiras especializadas em determinados setores da Engenharia, contribui para o desenvolvimento e a melhoria de sua capacitação técnica e tecnológica, com a disponibilidade de equipamentos de última geração. O acompanhamento e a verificação da qualidade dos serviços executados são pontos diferenciais nas obras marítimas, especialmente na cravação de estacas, com alto nível de precisão no manuseio de peças metálicas de que grandes dimensões. A aquisição do sistema PDA para a análise dinâmica da cravação além de assegurar o monitoramento dos serviços em tempo real, resultou uma ferramenta importante para a disseminação deste conhecimento entre os jovens engenheiros e técnicos da obra. “A experiência na obra aliada ao contato com técnicas e metodologias construtivas inovadoras favorece a formação de novos profissionais para os futuros desafios da empresa”, expõe Sérgio Pinheiro. “E, neste campo, todas as oportunidades para atingirmos tal objetivo são preciosas e estão sendo implementadas.” A integração das informações na etapa do diligenciamento A integração das informações na construção de um empreendimento do porte e complexidade como o Estaleiro e Base Naval (EBN) é aspecto fundamental para o bom desempenho e resultado das atividades. Quanto maior a integração dos dados sobre a obra, menores serão os riscos para o empreendimento. Ao longo do projeto e construção do EBN, as informações se avolumam, se cruzam e se intercalam nas fases do projeto básico, do detalhamento, do suprimento, do comissionamento, da construção e montagem até a entrega final ao cliente. A aquisição dos sistemas industriais e equipamentos para a obra, principalmente aqueles de maior porte e conteúdo tecnológico, é realizada a partir de uma infinidade de informações produzidas pela DCNS, Marinha e Odebrecht, reunidas em detalhadas especificações técnicas. Estas são encaminhadas à área de Engenharia que, por sua vez, elabora novas especificações direcionadas ao mercado fornecedor, contendo os requisitos necessários para a aquisição do produto e contratação da empresa fabricante. No EBN, o trajeto percorrido pelas informações nesse processo, se inicia com as especificações básicas enviadas pela DCNS à Marinha e repassadas por esta à Odebrecht. A área de Engenharia da empresa traduz e organiza as informações em novas especificações direcionadas a normatização brasileira, submetendo-as à aprovação da Marinha. Realizados todos estes procedimentos, as informações aprovadas retornam à Odebrecht, iniciando-se então, o processo de Procurement. Este processo engloba as atividades de cotação de preços (em empresas cadastradas no Vendor List do Empreendimento); análise e aprovação das propostas; emissão da autorização de fornecimento; e o diligenciamento. A análise das propostas técnicas e comerciais dos fornecedores é inicialmente realizada pela Odebrecht e posteriormente, encaminhada à Marinha para aprovação. Após esta aprovação, a Odebrecht contrata as empresas fornecedoras e tem início de um novo TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 João Rochedo, Gerente de Engenharia da Odebrecht no Prosub - EBN Techno equipamento, a Odebrecht realiza um pré-TAF com objetivo de assegurar que o equipamento esteja em conformidade com todas as informações e requisitos do produto contratado, sendo que no TAF final dos equipamentos principais e previamente determinados, também participam a Marinha, a DCNS e a ICN. “Independente do local de fabricação do equipamento, no Brasil ou no exterior, os procedimentos de diligenciamento, com as inspeções e testes em fábrica, são os mesmos”, afirma Comandante Pierre Matias. “Os equipamentos de grandes dimensões, sem condições de montagem e testes em fábrica, como as pontes rolantes e a prensa, construídos no Brasil, e a câmara hiperbárica, fabricada no exterior, são exceção à regra. Para estes, as partes do equipamento são inspecionadas e testadas nas instalações fabris e, após o recebimento e montagem destas na obra, o TAF é realizado como última etapa do Comissionamento.” Considerando-se os inúmeros procedimentos de inspeções e testes de uma imensa quantidade de itens em diferentes fabricantes, o volume de informação circulante entre a Marinha, a Odebrecht e os fornecedores é crescente e a integração entre todos estes dados é fundamental para que produto seja recebido na obra, sem qualquer pendência. “O sistema de aprovação interno dos itens e produtos para a obra tem que ser totalmente integrado para que as informações, independentes de sua origem, fluam dentro de uma cadeia hierárquica de aprovação de maneira rápida e segura”, observa Comandante Pierre Matias. “A cada dia, buscamos a melhoria deste sistema para agilizar os procedimentos e as interfaces entre todos os setores e assegurar o recebimento de equipamentos em condições ideais de operação sem qualquer risco para o empreendimento.” A coordenação da Engenharia do Prosub - EBN A Gerência de Engenharia é a área da Odebrecht integradora das informações que circulam entre a DCNS, a Marinha do Brasil e a própria Odebrecht para a implantação do EBN, pois é a responsável pela elaboração de todo o projeto básico e projeto de detalhamento (executivo) do Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba ciclo de geração e troca de informações entre as equipes da Odebrecht e as empresas fornecedoras, denominada Diligenciamento. “A Engenharia (definição de requisitos e especificação) e o Processo de Aquisição constituem a primeira etapa do Comissionamento e, na minha opinião, é uma das mais importantes porque as informações geradas nesta fase inicial servirão de base e referência para todos os dados seguintes da cadeia de Suprimento, envolvendo a fabricação, a logística, o recebimento e os testes de operação dos itens e equipamentos para a obra”, assinala o Comandante Pierre Matias da Silva, Assessor Especial da COGESN e Gerente de Apoio à Construção. “Nesta etapa está a origem dos erros do comissionamento, ou seja, se houver falhas na especificação do produto ou dos fornecedores quanto ao produto cotado, estas permanecerão em sua fabricação e teremos então, um produto final que não atenderá os requisitos necessários na hora da entrega.” Em resumo, para os todos os equipamentos e sistemas industriais específicos, a Marinha acompanha todo o processo do Suprimento, desde a primeira especificação, checando a conformidade das informações com aquelas recebidas da DCNS. Na sequência, realiza a verificação dos dados e propostas dos fornecedores aprovados pela Odebrecht - no mínimo três empresas para cada produto -, e por fim, aprova a definição do vencedor. Dos documentos enviados pelos fornecedores à Odebrecht, somente o Plano de Inspeção e Teste (PIT), uma lista de verificações cujos dados irão referenciar o Teste de Aceitação em Fábrica (TAF), é submetido à aprovação da Marinha, pois o TAF é exigido aos fabricantes dos equipamentos ou sistemas mais complexos, com maior grau de criticidade. No término da fabricação do 13 Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval Estaleiro e Base Naval em Itaguaí. Entre as principais atividades desenvolvidas pela área de Engenharia estão: a análise e consolidação das especificações dos equipamentos e o atendimento dos requisitos básicos das oficinas e sistemas de utilidades requeridos para o processo de fabricação do submarino, consistindo na interpretação e adequação destas informações para a elaboração dos projetos; a especificação para compra dos materiais 14 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 trabalho. Antes de fiscalizar o Consórcio, nossa maior atividade é integrar as equipes técnicas, as informações e o planejamento, procurando trabalhar em conjunto com o Consórcio na forma de sugestões e análise de alternativas que possam eliminar todas as pendências e atender os requisitos da DCNS e as necessidades da Marinha do Brasil”, expõe João Rochedo. A ferramenta principal da interface entre a Engenharia e o Consórcio SGP é o sistema de controle de projeto, implantado pela Odebrecht, o qual além de constituir um recurso único de gerenciamento de dados e documentos, resultando maior agilidade na troca de informações, para a consolidação do projeto executivo e no repasse destes dados para os demais setores da cadeia de desenvolvimento do empreendimento, por exemplo, os fornecedores de equipamentos e sistemas, assim como da execução da obra. Segundo João Rochedo, a elaboração de um projeto é sempre um processo evolutivo de afirmações e confirmações, pois “no momento da execução do projeto básico nem todas as informações requeridas estão disponíveis e só uma equipe experiente supera as faltas de informações. Noutra fase, as informações vão sendo recebidas e o projeto sendo complementado, entretanto, não podemos perder o timing requerido pela Construção e Montagem. No Prosub especialmente, onde o cronograma é muito apertado, o desafio é desenvolver o projeto básico de uma parte e em paralelo, estamos desenvolvendo o projeto executivo. Esta dinâmica representa um desafio para todas as equipes envolvidas, pois as constantes evoluções e melhorias realizadas no decorrer da elaboração do projeto, geram impactos substanciais na seqüência de implantação. A quantidade de equipamentos requeridos para a construção de um submarino é em torno de 1.200 itens somados a outros 3.500 itens relativos a ferramentas simples ou específicas. Outro diferencial do projeto do EBN, é que vários destes equipamentos e ferramentas, especialmente aqueles de maiores dimensões e complexidade tecnológica, são taylor-made, portanto desenvolvidos especialmente para uma determinada aplicação, demandando projetos específicos para o seu desenvolvimento, fabricação, instalação e funcionamento. Na obra do Estaleiro e Base Naval, todos os números são expressivos e, especialmente na Engenharia, a quantidade de informações produzida entre a Odebrecht, o Consórcio SGP e os fornecedores é imensurável. Estas precisam ser rapidamente codificadas e assimiladas para a elaboração dos projetos e das especificações e repassadas às equipes de suprimento, de planejamento e demais setores da obra. “Este é um trabalho integrado de pessoas, cuja bagagem técnica e experiência são fundamentais e têm que ser colocadas à disposição do desenvolvimento do projeto, com comprometimento, na participação e no interesse maior”, Acima, transporte de ponte rolante da fábrica para a UFEM; abaixo e à direita, fase de comissionamento de ponte rolante na obra da UFEM Divulgação Odebrecht / Foto Daniel Contarini e equipamentos; o desenvolvimento do projeto, garantindo a execução da construção e montagem, assim como a operação das instalações; a recepção dos requisitos enviados à Marinha do Brasil pela DCNS para a fabricação do submarino e, por conseguinte, das instalações para tal finalidade. Tais atribuições somadas à diversidade de disciplinas de engenharia envolvidas no desenvolvimento do projeto e da obra do EBN geram uma interface contínua com vários ‘clientes’: a Marinha do Brasil, o empreendedor e cliente principal, que analisa e aprova todos os projetos e especificações; a DCNS, a certificadora dos projetos, que atesta a conformidade das instalações com os requisitos necessários à fabricação do submarino; e, o cliente interno, que reúne as áreas de Construção Civil e Montagem, assim como a área de Suprimento, Qualidade, Meio Ambiente e Planejamento da Odebrecht, além do Consórcio SGP, que executa as atividades de projeto. “O trabalho da Engenharia é resultante de um processo de integração com a Marinha do Brasil e a DCNS, no qual as informações passam por todos, em um conjunto bastante produtivo. A nossa contribuição é o conhecimento e a experiência que trazemos da prática de execução de plantas industriais”, observa João Rochedo, Gerente de Engenharia da Odebrecht no Prosub - EBN. “Entretanto, em face do grau de complexidade do Projeto do EBN, pois integra várias áreas de conhecimento em termos de engenharia, pois temos uma unidade industrial a ser implantada dentro de uma infraestrutura marítima complexa com engenharia civil com todas as especialidades, propusemos trabalhar com empresas especializadas em projetos nestes segmentos, reunidas sob um consórcio, de modo que o somatório de conhecimento e experiências pudesse nos conduzir às melhores soluções para o empreendimento.” Assim, as empresas Sondotécnica, Genpro e Planave reuniram suas experiências individuais no denominado Consórcio SGP, contratado pela Odebrecht, para desenvolver o projeto básico e projeto executivo do Estaleiro e Base Naval sob a coordenação da área de Engenharia da Odebrecht Prosub-EBN. “Esta é uma experiência muito interessante porque no Consórcio SGP lidamos com cerca de 230 pessoas que, apesar de trazerem a ‘cultura’ de cada empresa, compõem um grupo coeso de Divulgação Odebrecht Divulgação Odebrecht INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 assinala João Rochedo. “Fazer parte deste grupo dedicado e coordenar as equipes, de modo que as informações cheguem na hora e na pessoa correta para o desenvolvimento de um trabalho com o melhor padrão possível é, ao mesmo tempo, um desafio e um prazer.” Techno A aquisição dos equipamentos empresas nacionais tiveram que realizar ajustes de ordem técnica para serem consideradas fornecedoras do Prosub-EBN e inclusas no Vendor List. Sobre este aspecto, Alexandre Cecchetti assinala que uma vez constatada a condição de fornecimento da empresa ao projeto, alguns pontos técnicos, eventualmente impeditivos e possíveis de serem trabalhados, são levantados pela Odebrecht, que por sua vez, apóia e incentiva esta melhoria de processos e/ ou procedimentos, colocando-se como um parceiro no desenvolvimento da qualificação desta empresa para o Prosub. “Empreendemos todos os esforços possíveis para ampliar a participação brasileira no fornecimento de itens ao estaleiro. Desta forma, colaboramos não só com o desenvolvimento das empresas como também, do próprio mercado nacional.” Três áreas compõem a gerência de Suprimento: compras; diligenciamento e inspeção; e logística. Firmado o contrato entre a Odebrecht e a empresa fornecedora, a área de diligenciamento e inspeção assume o acompanhamento do fornecedor em relação à fabricação do item contratado, realizando visitas, inspeções e verificações ao longo de todo o processo fabril, até a entrega do produto ou da inspeção final realizada em fábrica, o TAF – Teste de Aceitação em Fábrica. Antecedendo o início do processo fabril, os equipamentos são classificados em quatro níveis de inspeção de acordo com o grau de complexidade tecnológica de cada um, determinando assim, a exigência ou não da realização do TAF e o acompanhamento que este terá em fábrica: os níveis 1 e 2 dispensam o TAF no fornecedor; os níveis 3 exigem o TAF acompanhados pela Odebrecht e os níveis 4 exigem o TAF com o acompanhamento pela Odebrecht, Marinha, DCNS e ICN. Terminados os testes em fábrica, a área de logística acompanha o embarque, o transporte e a entrega do equipamento na obra. “Apesar da maioria dos equipamentos serem comprados com frete incluso no fornecimento e, desta forma, ser uma atribuição e responsabilidade do fabricante, o papel da nossa equipe de logística é acompanhar todo o processo e assegurar que o equipamento seja entregue no canteiro na data acordada, pois qualquer imprevisto terá reflexos no cronograma da obra”, observa Alexandre Cecchetti. Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba Divulgação Odebrecht / Foto Daniel Contarini Divulgação Odebrecht / Foto Daniel Contarini Alexandre Paulo Cecchetti Vaz, Gerente de Suprimento da Odebrecht para o Prosub-EBN Definidas as especificações do projeto e dos equipamentos, a área de Engenharia repassa as informações à área de Suprimentos da Odebrecht que realiza todo o processo de aquisição e entrega dos materiais e equipamentos necessários à construção e ao aparelhamento do estaleiro. “Desenvolvemos um trabalho conjunto com a Engenharia para identificar e qualificar fornecedores dos equipamentos no mercado interno e externo de forma a atender os requisitos da DCNS e principalmente, compor um estaleiro com alto grau de tecnologia”, afirma Alexandre Paulo Cecchetti Vaz, Gerente de Suprimento da Odebrecht para o Prosub-EBN. Nesta fase de busca de fornecedores, a equipe de Suprimentos reúne as sugestões da Odebrecht e da Marinha de empresas novas ou conhecidas de projetos anteriores. O cadastramento como fornecedora do Prosub se inicia com a visita técnica às instalações fabris e uma vez qualificada e aprovada pela Odebrecht e pela Marinha, a empresa passa a compor o Vendor List, ou seja, um guia de empresas com qualificação técnica e capacidade fabril de atendimento ao projeto do EBN. Para cada item, no mínimo três empresas do Vendor List são convidadas a participar do processo de escolha do fornecedor, enviando separadamente ao Suprimento, propostas técnicas e comerciais, posteriormente analisadas pela Engenharia e aprovadas pela Marinha. A partir daí, o Suprimento encaminha as propostas comerciais definitivas à Marinha para a escolha da empresa vencedora. “Elaboramos um processo na forma de um Open Book, contendo as propostas e condições de cada fornecedor e, de modo geral, quando todos estão tecnicamente aprovados, o fator diferencial é o preço”, explica Alexandre Cecchetti. No processo de Procurement, algumas 15 Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval 16 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA Término da II Turma de Agentes Ambientais do Prosub-EBN formada por integrantes da obra particulados, controle de ruídos, entre muitos outros. “Atualmente, o PBA possui 32 programas em atividades. Cada um destes inclui o monitoramento ambiental, as medidas mitigatórias e as medidas compensatórias, em níveis e períodos distintos em face das peculiaridades de cada programa”, explica Luciana Adamo, Gerente de Projeto da MRS Estudos Ambientais, empresa de consultoria ambiental contratada pela Odebrecht. No âmbito do monitoramento ambiental, os ambientes que estão sob a interferência permanente do empreendimento, tais como biota aquática, fauna terrestre, correntes marítimas, qualidade da água, entre outros, são monitorados ao longo de toda a vida útil do Estaleiro e Base Naval; outros ambientes, cuja alteração é decorrente da obra e de toda a movimentação do Divulgação Odebrecht Divulgação Odebrecht O processo de licenciamento ambiental do Prosub-EBN, assim como a própria obra, é complexo, dinâmico e extenso. Possui peculiaridades distintas dos demais empreendimentos por envolver um amplo programa de obras industriais, nucleares, marítimas e de infraestrutura, implantado em ambientes terrestres e marítimos. Este é um empreendimento da Marinha e por estão razão o licenciamento ambiental e a concessão das licenças de instalação, construção e operação do Estaleiro e Base Naval estão sob a jurisdição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com exceção das instalações da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), na alçada da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Os estudos minuciosos da flora, da fauna e dos aspectos socioeconômicos reunidos no EIA/RIMA permitiram um diagnóstico das condições iniciais da região com a identificação dos pontos de maior impacto do empreendimento e a definição principais parâmetros para a elaboração do Plano Básico Ambiental (PBA). “No PBA estabelecemos os programas de monitoramento ambiental, as medidas de controle e/ou mitigadoras dos impactos e inclusive a periodicidade de emissão dos relatórios de monitoramento, os quais foram acatados pelo IBAMA”, expõe Iva Paixão e Silva, Gerente de Meio Ambiente da Odebrecht para o Prosub-EBN, acrescentando que aprovado o PBA, todas as ações, programas e propostas nele reunidas são consideradas por lei, condicionantes do licenciamento do empreendimento. Para cada programa do PBA, a Odebrecht apresenta ao IBAMA um relatório específico de seus resultados. A periodicidade dos monitoramentos, assim como a elaboração dos documentos, variam de acordo com o meio analisado - qualidade da água, biota aquática, resíduos sólidos, efluentes, emissão de Divulgação Odebrecht Monitoramento ambiental complexo, dinâmico e extenso canteiro, como controle de emissão de ruídos, de material particulado, de erosão, de dragagem, de efluentes, e outros, são monitorados durante a obra ou por um período determinado. Segundo Luciana Adamo, os resultados de todos os monitoramentos contínuos ou pontuais são reunidos em um banco de dados, o qual além de fonte de informação constitui um registro da maior importância para a obtenção da licença de operação do empreendimento. As medidas mitigatórias e compensatórias propostas no PBA, decorrentes da análise dos impactos identificados no Estudo Ambiental, foram amplamente discutidas durante o período de elaboração do PBA nas audiências públicas e em reuniões com as comunidades, associações e Município. O atendimento aos requisitos necessários para a instalação do EBN e, principalmente, de segurança para o empreendimento, foi determinante para a escolha do local. Em se tratando de uma área ambientalmente degradada pela atividade industrial ali instalada no passado, com a presença de contaminantes no fundo da Baia de Sepetiba, o passivo ambiental e a responsabilidade da Marinha e da Odebrecht neste projeto tornaram-se maiores. “Em que pesem as expectativas iniciais relativas às condições ambientais do local, nossa licença de instalação resultou um documento de apenas quatro páginas”, assinala Iva Paixão, considerando este fato “um indicador de que o minucioso levantamento da região e o PBA dele decorrente, efetivamente abrangeram todas as áreas sensíveis do empreendimento, sejam estas ambientais ou sociais.” Interface do EBN com o IBAMA Sob a responsabilidade da MRS Estudos Ambientais, empresa de Consultoria Ambiental contratada pela Odebrecht Infraestrutura para a prestação de serviços na área ambiental do Prosub-EBN, os relatórios entregues ao IBAMA são: anuais, contendo os resultados obtidos no período de 01 de outubro a 30 de setembro de cada ano, desde 2010; semestrais, os relatórios de Controle de Qualidade Ambiental com o monitoramento da Qualidade da Água, da Biota Aquática e da Fauna Terrestre. No período de execução da dragagem, os relatórios de Monitoramento e Controle Ambiental da Dragagem eram encaminhados trimestralmente ao IBAMA. Ao lado, monitoramento ambiental na obra do Prosub-EBN TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 Parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome O sucesso da iniciativa resultou em um acordo de cooperação entre a Construtora Norberto Odebrecht e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) que prevê a priorização de beneficiários do Bolsa Família e de outros programas sociais do Governo Federal nas iniciativas de capacitação da Odebrecht. Divulgação Odebrecht Processo de formação totalmente gratuito Antes de iniciar o processo de formação, os inscritos são submetidos à exames psicológicos e médicos, e realizam a avaliação de português e de matemática. Os selecionados recebem uniforme, transporte, material didático, refeição e seguro de vida durante o período das aulas. A primeira etapa do curso corresponde ao módulo básico, que varia entre 20 a 32 horas/aula. Nesta fase, são abordados temas sobre saúde, segurança do trabalho, meio ambiente e psicologia do trabalho. A segunda etapa depende da opção do candidato. Trata-se do módulo Acreditar em Itaguaí Em Itaguaí, o Programa Acreditar foi implantado para atender à demanda que está sendo gerada com as obras de Construção do Estaleiro e Base Naval para a Marinha do Brasil. Até 2014, 2.000 pessoas se capacitarão através do Programa. No município de Itaguaí, já foram capacitados até o momento 438 profissionais, nas diversas formações: • Ajudante de Construção Civil • Meio-Oficial de Pedreiro, • Meio-Oficial de Armador • Meio-Oficial de Carpinteiro. • Meio-Oficial em Técnicas Básicas de Soldagem • Meio-Oficial em Montagem de Andaime • Meio-Oficial em Montagem de Tubulação • Meio-Oficial em Montagem de Rede de Eletrodutos e Eletrocalhas. • Meio-Oficial em Instalação Elétrica de Equipamentos Formatura Acreditar Ao final do curso, há o momento da formatura do aluno, em que todos participam da cerimônia composta por almirantes e gerentes do empreendimento. É um momento de reforçar a importância da capacitação para a cidade de Itaguaí e homenagear o compromisso de cada um deles assumido nas aulas. A primeira cerimônia de formatura ocorreu em junho de 2010, no Teatro Municipal de Itaguaí, onde 150 alunos foram parabenizados e receberam seus certificados pela capacitação em formações variadas na área de Engenharia Civil. O evento contou com a presença do Diretor Superintendente da Odebrecht Infraestrutura, Fábio Gandolfo; do Diretor de Contrato, José Luiz Ramos; do Almirante Alan Arthou, representando a Marinha do Brasil; além de representantes do SENAI, do presidente da Câmara Municipal de Itaguaí, Vicente Cicarino Divulgação Odebrecht Gerador de oportunidades e promotor de desenvolvimento Criado para colaborar com o desenvolvimento das regiões onde a Construtora Norberto Odebrecht atua e atender às demandas de seus negócios em todo o Brasil, o Programa de Qualificação Profissional Continuada – Acreditar forma profissionais do setor de construção civil e montagem industrial, promovendo a inclusão de inúmeras pessoas no mercado de trabalho. Os participantes dos cursos, homens e mulheres com mais de dezoito anos, têm preferência nas contratações para as obras da Odebrecht, mas a maior contribuição é a formação de profissionais capacitados para atuar de uma forma geral no mercado. técnico, que tem uma carga horária entre 32 a 200 horas/aula. O participante recebe treinamento teórico específico na área escolhida além de aulas práticas. As aulas são realizadas pelo SENAI e, ao final do curso, cada aluno aprovado recebe o certificado. Divulgação Odebrecht Acreditar Programa de qualificação profissional continuada 17 Acima e abaixo, turmas do programa Acreditar na obra do Prosub-EBN em fase de qualificação profissional Rocha, da Secretária Municipal de Educação e Cultura de Itaguaí, Laudinice Gualter Brito. Já a segunda cerimônia realizada no mês seguinte, também no Teatro Municipal de Itaguaí, comemorou a formação de mais 129 pessoas. Em maio deste ano de 2012, aconteceu a terceira formatura – 159 alunos de várias especialidades, na área de Montagem Industrial. A cerimônia contou com a presença do gerente de Produção de Montagem Industrial, Leonardo Werneck, que dissertou sobre a importância da Montagem Industrial no Prosub-EBN e da necessidade da mão de obra capacitada. Também compareceu à cerimônia, o Comandante Gilberto Huet, representando a Marinha do Brasil. Em todos estes eventos, o ProsubEBN soube valorizar a importância da capacitação profissional para o município de Itaguaí - fato que para muitos, ficou marcado como uma grande oportunidade de profissionalização e de obtenção de um novo emprego. Acompanhamento no Prosub-EBN Após a capacitação, os alunos têm prioridade na contratação no ProsubEBN. Após contratados, continuam acompanhados por encarregados e psicóloga que contribuem com sua formação. Atualmente, 30% dos participantes contratados já foram promovidos no empreendimento. g 18 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 PROSUB NACIONALIZAÇÃO Conhecimento e experiência de alto nível Da esquerda para direita: Sérgio Miyamoto, Diretor Comercial da Genpro Engenharia; Luiz Antonio Moreira Sant’Anna, diretor da Sondotécnica; Paulo Sergio Thomaz de Freitas, Gerente de Contrato do Consórcio SGP; Rodrigo Meirelles Sigaud, Presidente da Planave Decorridos dois anos, os projetos do empreendimento estão bem avançados, e especialmente da UFEM, em fase final de conclusão, o que possibilitará à Odebrecht, o término e a entrega da obra à Marinha no prazo contratado. “O prazo de dois anos é um período muito curto para a execução do projeto e construção de um empreendimento como a UFEM. A integração entre as equipes do Consórcio e da Odebrecht foi um fator decisivo para este resultado”, considera. Em 2010, 53 pessoas compunham a equipe do Consórcio SGP, reunidas em um escritório na área central do Rio de Janeiro. Atualmente, este grupo totaliza 240 profissionais das mais diferentes áreas técnicas e administrativas, instalados em dois andares do edifício que também é utilizado pela Odebrecht para as atividades técnicas e gerenciais da empresa para o Empreendimento Prosub-EBN. Estruturado tal qual uma empresa, o Consórcio SGP é liderado pelo Eng. Paulo Sergio Thomaz de Freitas, Gerente de Contrato, responsável por coordenar as atividades do Consórcio SGP para o desenvolvimento do projeto básico e executivo do EBN, o que inclui as Bases Navais Norte e Sul; a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM); os Estaleiros de Construção e de Manutenção; os acessos e o túnel e os Cais e as Docas. O organograma do Consórcio é composto por quatro coordenações de projeto – a UFEM; as Bases Navais e Estaleiros; o túnel e os acessos; e a infraestrutura marítima – Diversos Setores de produção: Civil Concreto e Estruturas Metálicas, Arquitetura, Processo, Elétrica, Mecânica, Tubulação, Instalações Prediais, Instrumentação e Ar Condicionado, além das áreas de Planejamento, Qualidade, de Documentação, Administrativa e de TI. “A configuração de um Consórcio, com a reunião de diferentes experiências e conhecimento em torno de um projeto único, gera uma riqueza e uma abrangência de trabalho muito grande. Por outro lado, as diferentes culturas operacionais e administrativas trazidas das empresas de origem resultam em um desafio de convivência para todos estes profissionais”, expõe Paulo Sergio. A manutenção deste grupo coeso e motivado, para o atendimento das metas de desenvolvimento do projeto e cumprimento do cronograma, é um dos objetivos do gerenciamento do Consórcio, assinalado pelo Gerente Paulo Sergio no Consórcio SGP. “Nosso projeto é de longa duração e por esta razão, é uma tarefa desafiadora, pois necessita do envolvimento integral da equipe, para que este trabalho deixe de ser essencialmente um projeto, para se tornar um grande empreendimento.” Atualmente, além dos profissionais oriundos das empresas Consorciadas, os recursos humanos do Consórcio SGP incluem outros contratados no mercado. As equipes de trabalho são compostas por profissionais com grande experiência e também estagiários. “Aproveitamos esta ocasião, tão rica em troca de informações e vivências aplicadas diariamente na elaboração dos projetos, para a formação do pessoal mais novo, visando o aprimoramento do seu conhecimento e experiência, afirma Paulo Sergio Para Rodrigo Meirelles Sigaud, Presidente da Planave, a composição de equipe multidisciplinar, qualificada em diferentes áreas do conhecimento, permite ao Consórcio, uma produção eficiente de todas as áreas dos projetos. “Considerando a alta procura por profissionais especializados no mercado atual e a elevação do custo desta mão de obra em face da baixa oferta, manter esta equipe no Consórcio e conduzir o contrato a bom termo, equalizado financeiramente e economicamente, não deixa de ser um desafio para o Consórcio como também para as empresas integrantes.” Este e outros aspectos de natureza técnica são amplamente discutidos nas reuniões mensais do Conselho, ocasião em que os relatórios das atividades do Consórcio SGP são apresentados pelo Gerente de Contrato aos representantes das três empresas. “O objetivo principal destas reuniões é acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos, com a troca de informações e sugestões para a melhoria constante do projeto, apoiar o Consórcio em questões técnicas específicas, com soluções, procedimentos ou envio de especialistas para dificuldades pontuais”, assinala Sérgio Miyamoto, Diretor Comercial da Genpro Engenharia. “Colocamos todas as nossas especialidades a serviço do Consórcio de modo a obtermos as melhores soluções para os projetos.”g Techno O p orte e a complexidade do Estaleiro e Base Naval da Marinha (EBN) em Itaguaí-RJ, aliado as suas características particulares, resultam em um empreendimento único no Brasil. O cumprimento rigoroso do cronograma aliado à necessidade de implementação das melhores soluções tecnológicas e construtivas levaram a Odebrecht Infraestrutura a buscar uma alternativa eficaz e produtiva para a elaboração do projeto do EBN. A opção adotada foi a formação de um consórcio de projetos, que reunisse um considerável volume de conhecimento e experiência de alto nível em diversas áreas da Engenharia, três conceituadas empresas brasileiras de Engenharia - a Sondotécnica, a Genpro e a Planave –, presentes em diversas obras da Odebrecht executadas no Brasil e no exterior e, portanto, com experiência, confiabilidade e desempenho já conhecidos, foram convidadas a participar do EBN, sendo assim criado o Consórcio SGP, responsável pelo desenvolvimento do projeto básico e executivo do Empreendimento. Com conhecimentos ora específicos, ora similares, estas empresas trouxeram para o Consórcio SGP, suas respectivas capacitações técnicas, um corpo de profissionais com alto nível tecnológico e uma larga experiência em grandes projetos de Engenharia: a Sondotécnica, especializada em consultoria de obras de infraestrutura, estrutura e fundações; a Planave, em obras marítimas, portuárias e industriais; e a Genpro, em obras industriais. Luiz Antonio Moreira Sant’Anna, diretor da Sondotécnica, a empresa líder do Consórcio SGP, lembra que as discussões sobre a estruturação do projeto do EBN transcorreram paralelas à formação do Consórcio. “Todo o escopo do projeto, documento a documento, já estava definido na ocasião de formalização do contrato e, a partir daí, passamos a trabalhar em conjunto com a Odebrecht, em contato direto com a Engenharia da empresa, o que trouxe uma dinâmica muito positiva para o desenvolvimento do projeto.” Sant’Anna ainda observou que em junho de 2010, este grupo se reunia pela primeira vez para iniciar os trabalhos de projeto, partindo praticamente do zero. Conheça o perfil das empresas do Consórcio SGP Sondotécnica Fundada em 1954, é uma empresa de Consultoria de Engenharia líder no Brasil, com foco inicial para o segmento de Investigações Geotécnicas, especializou-se em estudos para barragens, tendo sido também pioneira nas áreas de hidrologia, oceanografia e transporte de sedimentos. Nas últimas décadas, a empresa se desenvolveu e dirigiu suas atividades para a área de consultoria de engenharia, que é atualmente seu principal segmento de operação, abrangendo estudos, projetos, gerenciamento e supervisão de obras. Atua nos mais variados setores, entre estes: Irrigação, Infraestrutura, Hidroenergia, Transportes, Saneamento, Petróleo e Gás, Complexos Industriais e Meio Ambiente. Sua atuação na consultoria nacional e internacional permitiu acumular um considerável acervo de experiência e know-how pluridisciplinar, nos mais diversos ramos da engenharia consultiva. A Sondotécnica conta atualmente com cerca de 800 colaboradores voltados para atividades de consultoria. Planave Fundada em 1969, é uma empresa de Consultoria de Engenharia, especialmente do segmento de Infraestrutura, com atuação nos setores Portuário e de Petróleo e Gás. No setor de Portos e Terminais, a área de origem da empresa, a Planave realiza uma ampla gama de estudos de viabilidade técnica, ambiental e econômico-financeira, além de projetos conceituais, básicos e executivos de instalações portuárias e obras marítimas. No setor de Petróleo e Gás, atua nas áreas downstream e upstream, em projetos e fiscalizações de unidades industriais e de instalações offshore, tais como jaquetas e manifolds, entre outras. A Planave conta com uma equipe multidisciplinar com cerca de 600 colaboradores e tem como clientes algumas das mais conceituadas empresas públicas e privadas do país, com contratos em diversos países da América do Sul e África. Genpro Engenharia Fundada em 1995, é uma empresa de Consultoria de Engenharia, especializada em empreendimentos industriais, com atuação em segmentos de Petróleo e Gás, Estaleiros, Petroquímica, Química, Nuclear, Mineração, Siderurgia, Farmacêutica, Alimentícia e outros. Entre os serviços executados pela Genpro estão: Projeto Básico e de Detalhamento; Consultoria e Estudos Técnicos; Suprimentos e Orçamentos; Gerenciamento de Construção e Montagem; Assistência à Partida e Operação e Implantação de EPC. A Empresa conta com uma equipe multidisciplinar com cerca de 900 profissionais e com os mais modernos programas de cálculo, desenhos e modelagem digital 3D, para a elaboração dos projetos de engenharia. TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 19 PROSUB NACIONALIZAÇÃO Soluções em movimentação de cargas Esta é a origem e a especialidade da Brevil Acima e abaixo, montagem das pontes fornecidas pela Brevil à UFEM Equipamentos fornecidos pela Brevil à UFEM 1 pórtico rolante biviga para 200 kN 4 semi pórticos rolantes monovigas para 30 kN 11 Braços Giratórios para 10 kN 5 Braços Giratórios para 5 KN 2 Braços Giratórios para 20 KN 1 Braço Giratório para 2,5 KN carga adequada às suas necessidades. Partíamos de nosso potencial tecnológico e produtivo, utilizando todo o nosso know how e experiência de projetos anteriores para o alcance de melhorias e inovações que pudessem otimizar a atividade do cliente.” A busca contínua por melhores soluções para cada demanda de projeto resultou uma capacitação técnica diferenciada na Brevil para a condução de diferentes projetos e atendimento a grandes clientes, ora com os equipamentos da linha de produção, ora com equipamentos especiais produzidos de acordo com as suas especificações. Neste nicho de mercado, os equipamentos de movimentação de cargas destinados à Unidade de Fabricação de Estruturas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval da Marinha em Itaguaí – RJ estão entre os principais e mais recentes projetos da Brevil. Contratados pela Odebrecht Infraestrutura, os pórticos e semipórticos foram desenvolvidos e fabricados especialmente para as necessidades da UFEM a partir das especificações determinadas pelo cliente. Segundo Ricardo Paro, o fornecimento da UFEM pode ser considerado um ‘divisor de águas’ para a Brevil sob dois aspectos: produtivo e tecnológico. “Este contrato chegou em um momento muito propício, de expansão fabril da empresa, o que não só fortaleceu o nosso plano de crescimento como confirmou a necessidade de ampliação da capacidade produtiva da Brevil. No plano tecnológico, participar de um empreendimento como o Prosub, como empresa fornecedora de soluções e equipamentos de grande porte, é um atestado importante da qualidade de nossos produtos e serviços para o mercado interno e externo.” “A partir deste contrato com a Odebrecht, nossa estruturação passou a ser contínua e crescente com o objetivo de gerar novas tecnologias e conceitos para a fabricação de equipamentos de movimentação de cargas, inclusive na área de automação de processos, de modo que possamos ofertar soluções de ponta para as demais instalações do Prosub- EBN, bem como para outros clientes no mercado, com igual nível de exigência em qualidade e inserção tecnológica”, observa Ricardo Paro. Na UFEM, Ricardo Paro assinala ainda que em todas as fases do fornecimento - projeto, fabricação, montagem, comissionamento e entrega dos equipamentos, o relacionamento positivo estabelecido entre a Brevil, a Odebrecht e a Marinha, do pessoal de obra aos profissionais de gerência, especialmente de Suprimento, foi fundamental para o sucesso deste projeto. “A comunicação linear em todos os níveis e o espírito de equipe foram constantes em nossa relação com o cliente e favoreceram a obtenção das melhores soluções para o Prosub-EBN. Desta forma, a Brevil pôde fabricar e fornecer equipamentos de ponta, com todas as características e condições necessárias ao bom desempenho da UFEM. Este é, sem dúvida, o nosso maior passaporte para os empreendimentos futuros.” g Techno Techno Ricardo Paro, Engenheiro Mecânico e Gerente Comercial da Brevil Techno R e sultante da união de duas empresas do setor metal mecânico, a HBremer, empresa brasileira especializada em manufatura de caldeiras, e a Marcovil Metalmecânica, empresa portuguesa, tradicional fabricante europeu de equipamentos de carga, a Brevil iniciou suas atividades no ano 2000, com uma infraestrutura física relativamente pequena, porém diferenciada no mercado, em qualidade, tecnologia e atendimento ao cliente. Baseada neste tripé, a Brevil ampliou significativamente a sua atuação no mercado, e detém hoje, uma capacidade produtiva própria e conta com o suporte das empresas de origem; duas linhas de produção, uma standard e outra de projetos especiais; e uma expressiva carteira de clientes em diversos setores produtivos. A nova unidade fabril da Brevil com 7.600 m2 de área construída, projetada e construída especialmente para a fabricação de pontes rolantes, está instalada em uma área de 80 mil m2 no município de Rio do Sul, em Santa Catarina. Uma área coberta de 160 m2 para estocagem dos equipamentos e o pátio de materiais compõem a infraestrutura fabril, cuja capacidade de produção é de 300 pontes rolantes por ano, além de pórticos, semipórticos, talhas e braços giratórios. Ricardo Paro, Engenheiro Mecânico e Gerente Comercial da Brevil que acompanha e participa da trajetória da empresa desde 2004, atribui o crescimento da Brevil à qualidade do produto e do atendimento. “Desde os primórdios da empresa, procuramos estabelecer uma relação de parceria com os nossos clientes, procurando entender o seu modo de produção e levar a estes, não um equipamento tão somente, mas uma solução de movimentação de 20 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 PROSUB NACIONALIZAÇÃO ABB entrega subestação de energia à UFEM Techno Acima e no alto da página, montagem da subestação na obra da UFEM Techno requereu um detalhado plano de logística e um trabalho integrado entre a ABB e a Odebrecht. Os dois transformadores, com mais de 10 toneladas cada um, chegaram ao Brasil em início de março e do Porto de Santos transportados via rodovia até Itaguaí. No canteiro da obra, os equipamentos foram descarregados no local definitivo, em bases especiais previamente preparadas pela equipe de campo da Odebrecht. “A interação entre as equipes da ABB e da Odebrecht foi fundamental para a manutenção da integridade dos equipamentos durante o processo de transporte e descarga na obra bem como para de recebimento e armazenamento da enorme quantidade de itens no almoxarifado”, assinala Marco Gennari. A montagem eletromecânica dos equipamentos executada pela Odebrecht contou com o acompanhamento da ABB e, nesta etapa, atenção especial foi dada aos disjuntores e seccionadores, os quais exigem do fabricante, uma supervisão específica de técnicos especializados. O comissionamento da subestação conduzido pela ABB foi inicialmente dividido em duas partes: um, denominado primário, para os equipamentos de pátio e outro, para os sistemas de controle e proteção. Testados separadamente, todo o conjunto foi então comissionado por meio do teste funcional, realizado com a participação da Odebrecht e Marinha para a entrega final do equipamento. Além do prazo desafiante para a execução de cada etapa do contrato, Marco Gennari destaca a concepção e a fabricação da parte inteligente do projeto no Brasil como um dos pontos mais relevantes neste fornecimento, pois “demonstra o alto nível da capacitação nacional, ou seja, a inteligência brasileira a serviço das necessidades do País.” Especialmente neste trabalho, Marco Gennari também aponta a importância da integração entre as equipes da ABB e Odebrecht em todas as fases do projeto – Rackel Sant’Ana/ PM; João Rochedo/Enga.; Geraldo Moreira/ Construção da Odebrecht; Massao Kobayashi / Enga. ABB “O desenvolvimento e a entrega da subestação no prazo e com os melhores padrões de qualidade e segurança é resultado de um trabalho conjunto e integrado de nossos técnicos com as equipes da Odebrecht e todos os que participaram deste processo foram grandes colaboradores no sucesso deste trabalho.” g Características da subestação fornecida à UFEM: - Nível de tensão de operação – 138 kV - Duas linhas de entrada e dois bays de transformação de 10/12, 5MVA cada ABB Guarulhos A unidade fabril da ABB em Guarulhos foi inaugurada em 1954, destinada à fabricação de transformadores e produtos de média tensão, painéis, subestações de energia e outros produtos e sistemas para concessionárias e indústrias. Em agosto de 2010, a ABB incorporou a esta estrutura, uma moderna linha de produção de relés de proteção com produção inicial de 2,4 mil peças ao ano, antes importados da Suécia, e outra linha de painéis de baixa tensão. A ABB é líder em tecnologias de potência e de automação, presente em mais de 100 países. No Brasil, desenvolve atividades há mais de 100 anos e atualmente emprega mais de 4,5 mil funcionários no País e possui cinco plantas industriais– duas no estado de São Paulo e as demais nos estados de Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia. Divulgação ABB D e pois de um ano de intenso trabalho, ABB entrega à Odebrecht Infraestrutura a subestação para o fornecimento de energia à Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do Estaleiro e Base Naval da Marinha em ItaguaíRJ, onde serão fabricados os componentes dos submarinos. Entre a contratação e a entrega do equipamento, a subestação de 138 kV para a UFEM demandou um ano de intenso trabalho de engenharia e de produção da fábrica da ABB em Guarulhos, São Paulo, a unidade responsável pelo contrato. A concepção do projeto partiu dos requisitos e condicionantes determinados pela Odebrecht e considerou como ponto fundamental, a segurança da operação do equipamento e do suprimento de energia. Equipes das áreas de elétrica, civil e mecânica da ABB trabalharam integradas para a definição do projeto da subestação e elaboração dos planos de fabricação e inspeção dos equipamentos e, em três meses, toda a documentação foi submetida à aprovação da Engenharia da Odebrecht. “Para cada equipamento ou componente do sistema, elaboramos os desenhos, as especificações e o plano de produção. Ao longo dos seis meses de fabricação, tivemos o acompanhamento constante da Odebrecht e também da Marinha, principalmente na fase final, para checagem de toda a conformidade do processo com a documentação inicialmente apresentada”, relata Marco Gennari, Project Manager, responsável pelo gerenciamento deste projeto na ABB e pela interface da empresa com a Odebrecht. A fabricação da subestação foi dividida em duas partes: uma, dos painéis de proteção e controle e equipamentos de patio , executada no Brasil, na fábrica de Guarulhos em São Paulo e outra, dos transformadores, fabricados na unidade da ABB na Colômbia. Independente do local, a produção de todos os equipamentos e componentes foram inspecionados pela Odebrecht e pela Marinha. Marco Gennari explica que na Colômbia, a capacidade e a melhor adequação das instalações para a fabricação de transformadores do nível e potência especificados pelo projeto foram determinantes para direcionar a produção destes equipamentos para esta unidade. O transporte dos equipamentos até o local da obra, especialmente dos transformadores, TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 21 PROSUB NACIONALIZAÇÃO Intertek Moody amplia a oferta de serviços de inspeção Divulgação Intertek Moody E fora do Brasil, ora subfornecedores de empresas brasileiras. “As inspeções nacionais compõem a grande maioria dos serviços realizados pela Intertek Moody no Prosub. Para o acompanhamento dos contratos de fornecimento à UFEM no exterior, contamos com o apoio dos diversos escritórios da divisão Industrial Services da Intertek Moody, voltada para este campo de serviços com cobertura em mais de 68 países.” Segundo Rui Esteves, a união das duas forças, da Intertek e da Moody, possibilitou um atendimento mais amplo da empresa aos clientes no Brasil e no mundo. “Este foi um casamento perfeito para o desenvolvimento de nossas atividades no mercado global porque, tanto para a Intertek como para a Moody, haviam países em que a atuação de uma empresa se sobressaia à de outra, como no Brasil, por exemplo, onde a Moody detinha uma presença maior na atividade de inspeções industriais.” A partir das fusões recentes da Intertek com algumas empresas européias e norte-americanas, Rui Esteves acrescenta ainda que a Intertek Moody em breve, poderá incluir em seu portfólio de serviços a inspeção e o outsourcing de engenharia em segmentos específicos, tais como fabricação de submarinos e a área nuclear. Visando o crescimento da empresa no Brasil, a Intertek Moody pretende também ampliar a sua participação no mercado, trazendo outras divisões do Grupo Intertek para a oferta de uma extensa e diversificada gama de serviços técnicos, tais como escaneamento 3D a laser, integridade de ativos e certificações de sistemas, entre outros. Neste campo, o diferencial da empresa está na formação de equipes brasileiras para o atendimento ao mercado local. “O processo de treinamento e de transferência de tecnologia é fundamental para a nacionalização do conhecimento, e a nossa política no Brasil é formar equipes nacionais inicialmente com profissionais experientes em determinada tecnologia trazidos temporariamente do exterior de modo que o nosso pessoal no Brasil possa apreender a tecnologia e adquirir Divulgação Intertek Moody x pandir a capacitação brasileira em diversos nichos do conhecimento é um dos objetivos da Marinha no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) ao priorizar a participação de empresas brasileiras fornecedoras de bens e serviços para o projeto do Estaleiro e Base Naval (EBN). A contratação no País, além de fomentar o crescimento da indústria brasileira, abre importantes perspectivas de desenvolvimento e expansão de mercado para as empresas presentes neste processo. Este é o caso da Intertek Moody, empresa especializada em serviços técnicos e de segurança - inspeção técnica, outsourcing de engenharia, consultoria e treinamento - direcionados à redução de riscos em empreendimentos industriais de vários setores produtivos – Petróleo & Gás, energia, Mineração, Química e Petroquímica, Indústria Naval, entre outros. “O Prosub é um projeto de longo prazo, com grande inserção tecnológica e a participação ativa da Intertek Moody neste programa é muito importante para a organização, pois representa uma oportunidade ímpar para a ampliação de nosso leque de serviços no Brasil”, expõe Rui Esteves, Diretor Regional da Intertek Moody na América do Sul. “Na fase atual do Prosub, a Intertek Moody está presente na prestação de serviços de inspeção técnica e, com o desenvolvimento do programa e da obra, outras divisões técnicas da empresa poderão atuar neste projeto.” No Brasil, a Intertek Moody é resultante da fusão realizada em 2011, entre as empresas que compõem a sua denominação: a Intertek, uma organização global, presente em mais de 100 países, dedicada a serviços para a garantia da qualidade e segurança de produtos, processos e sistemas em diversos nichos da indústria; e a Moody International Brazil, em operação no País desde 1996, com atuação direta em serviços de qualificação de fornecedores, diligenciamento e inspeção técnica no Brasil e no exterior. “Nossa participação no Prosub, até o presente momento, está concentrada nos serviços de diligenciamento e inspeção técnica de produtos e equipamentos fornecidos a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM). Acompanhamos todo o processo de fabricação de determinados itens de fornecimento pré-determinados pela Engenharia da Odebrecht, desde o pedido de compra até a aprovação e liberação do produto na fábrica para a entrega na obra”, coloca Claudio Biscuola, Gerente de Operações da Intertek Moody, observando que todo o trabalho realizado pela Intertek Moody é norteado pelas especificações técnicas e pelo Plano de Inspeção e Teste (PIT) elaborado pela Engenharia da Odebrecht. A imensa quantidade de itens fornecidos à UFEM resulta uma gama diversa de fornecedores e diferentes circunstâncias de equipamentos fabricados parcial ou totalmente no Brasil e no exterior. João Carlos Diaz, Gerente Técnico & Comercial da Intertek Moody explica que no exterior, esta produção envolve ora fornecedores contratados Ao centro, Rui Esteves, Diretor Regional da Intertek Moody na América do Sul; à esquerda, Claudio Biscuola, Gerente de Operações; à direita, João Carlos Diaz, Gerente Técnico & Comercial a experiência com o mesmo nível de qualidade estabelecido pela Intertek em todo o mundo.” Nesta área de treinamento técnico, a Intertek Moody conta com a colaboração da Moody Academy, sediada nos Estados Unidos, que realiza o acompanhamento desta atividade da empresa no Brasil e no mundo, com o objetivo de equalizar o conhecimento dos profissionais, quer nas rotinas dos inspetores quer nas disciplinas técnicas específicas. Claudio Biscuola explica que o sistema adotado pela Moody Academy visa à adoção de parâmetros únicos em relação aos procedimentos e à qualidade dos serviços, o que constitui uma garantia de qualidade para o cliente e permite a atuação dos profissionais da empresa em qualquer parte do mundo. No Brasil, além do treinamento técnico interno realizado pela Intertek Moody, a empresa está envolvida em outras iniciativas de igual propósito, em parceria com associações e instituições responsáveis pela qualificação de inspetores, especialmente para a o setor de Óleo & Gás e Biocombustíveis onde tem uma atuação marcante em grandes empreendimentos, tais como a Petroquímica Suape, a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III e o Comperj Petrobras, as usinas de etanol da Brenco no Mato Grosso e Goiás e a da BP Biocombustives em Goiás, além dos principais projetos de energia no Brasil e no exterior. “Em face dos projetos previstos no País nos próximos anos, notadamente na área de Óleo & Gás - no downstream, com as petroquímicas e refinarias e no upstream, com o pré-sal - intensificamos a qualificação de nossos inspetores e o credenciamento destes para os desafios que estão por vir. Nesse sentido, a Intertek Moody se coloca ativa neste processo, apoiando os trabalhos desenvolvidos pela Abendi, Senai e outras organizações, inclusive com participação em comitês de discussão e organização do segmento”, assinala Claudio Biscuola, atual representante da Intertek Moody no Comitê de Inspeção e Fábrica da Abendi. g 22 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 PROSUB NACIONALIZAÇÃO Tecnodrill Divulgação Tecnodrill Gustavo Freitas, Diretor da Tecnodrill Divulgação Tecnodrill clientes – Braskem, Embraer, Helibras, Odebrecht, Volkswagen, Gerdau e outros. “Ao fornecemos determinado equipamento ou serviço, cumprindo uma série de procedimentos e exigências em atendimento às necessidades de determinado cliente, nos inserimos em sua lista de fornecedores. A partir deste credenciamento, nossa capacitação se torna mais conhecida no mercado e nos leva à conquista de novos clientes e projetos, como é o caso do ProsubEBN. Os níveis de exigências em um determinado fornecimento para uma aeronave, uma petroquímica ou um submarino, apesar das especificidades, são semelhantes não só em termos de segurança, desempenho e tecnologia como também em procedimentos de documentação”, explica Gustavo Freitas. “E a cada projeto, a Tecnodrill incorpora em sua rotina aqueles procedimentos e os padrões de qualidade que possam otimizar o seu desempenho e ampliar o nível de maturidade da empresa noseu nicho de mercado.” Para o Prosub-EBN, o fornecimento contratado pela Odebrecht à Tecnodrill inclui máquinas e equipamentos da linha de produtos especiais fabricados pela empresa. Estes são: tanque de desengraxe que consiste um sistema automatizado de lavagem e limpeza de tubulação interna do submarino; pano de chapa para vela, que consiste uma estrutura de aço carbono para o piso de oficinas de fabricação de grandes estruturas; bancada de traçagem e medição de peças; e uma máquina computadorizada para o corte e fresamento de peças em madeira destinadas à confecção dos gabaritos e moldes para as peças dos submarinos. Com exceção da máquina de corte de gabaritos, que a Tecnodrill já havia fabricado outra semelhante para a Embraer, todos os demais projetos Acima, solda no tanque de desengraxe Abaixo, esquema do sistema de desengraxe Divulgação Tecnodrill A a mpliação da participação da indústria nacional em projetos com alto conteúdo tecnológico é indiscutivelmente um fator promotor de grandes oportunidades para o desenvolvimento e a especialização de diversos nichos de mercado. Empresas que detêm um nível produtivo e tecnológico diferenciado encontram nestes projetos um canal de valorização e aperfeiçoamento dos seus processos, sejam estes gerenciais ou operacionais,e se tornam propulsoras de toda uma cadeia produtiva de bens e serviços em diferentes escalas. Assim é a Tecnodrill, empresa com origem no setor metal mecânico especializada na fabricação de máquinas e ferramentas com comando numérico computadorizado, máquinas com projetos especiais e sistemas de medição. Com uma engenharia própria e independente, a Tecnodrill oferece soluções completas e diversificadas para exigentes nichos industriais, entre estes, Aeronáutico, Petroquímico, Automotivo, Siderúrgico, Energia e Petróleo & Gás. “Desde a fundação da empresa em 1995, buscamos adquirir uma capacitação diferenciada pautada na qualificação e na melhoria constante de nossos processos, o que nos permitiu participar de grandes projetos com alto teor tecnológico, em diversos segmentos do mercado”, considera Gustavo Freitas, Diretor da Tecnodrill, observando que a partir do momento em que uma empresa é considerada qualificada para o fornecimento em um projeto com exigentes critérios de qualidade e segurança, ela estará certificada para outros projetos com o mesmo nível de exigência. Neste processo de desenvolvimento, a Tecnodrill reúne empresas de peso em sua carteira de Divulgação Tecnodrill na cadeia de fornecedores do Prosub-EBN foram elaborados e executados a partir das especificações técnicas determinadas pela Odebrecht. “Foram projetos especiais exclusivos para atender o cliente”, explica Gustavo Freitas. “Em um projeto complexo como o de um submarino, para o qual o Brasil não tem tradição de fabricação, acreditamos que poucos são os fornecedores prontos para atender as demandas e muitos são aqueles qualificados para o atendimento. Este é o caso da Tecnodrill e de muitos outros fornecedores qualificados pelo Prosub.” Em projetos que exigem um alto nível de qualidade e segurança, toda a cadeia produtiva, com os seus fornecedores e processos, tem que atender os mesmos critérios determinados pela empresa que está no alto desta pirâmide de desenvolvimento. A partir daí, várias pirâmides menores formar-se-ão, em diversas áreas produtivas, as quais independente do tamanho e abrangência estarão baseadas nestas referências primeiras. Na região de Novo Hamburgo, sede da Tecnodrill, a empresa mobilizou mais de 50 empresas nacionais fornecedoras de matéria prima e serviços em diversas áreas, para o atendimento ao contrato do Prosub. Segundo o diretor Gustavo Freitas,com este projeto, a cadeia de fornecedores da Tecnodrill aumentou em 30% e o volume de compra da empresa em torno de 45%.“Este é um resultado muito positivo para a Tecnodrill e para todas as demais empresas que participam deste projeto porque além dos ganhos de produção, resulta um processo de crescimento e de desenvolvimento de toda uma cadeia produtiva de produtos e serviços com maior qualidade e competitividade no mercado.” Somente para o atendimento ao projeto do Prosub-EBN, a Tecnodrill ampliou o seu quadro de engenheiros e técnicos, com a contratação de 15 profissionais especializados e está duplicando a sua área física para multiplicar a sua capacidade produtiva. g TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 23 PROSUB NACIONALIZAÇÃO Novos desafios, nova tecnologia, novos produtos Os desafios que vêm do subsolo. Estes são os desafios da Brasfond, de onde surgem as novas tecnologias e os novos produtos da empresa, alguns únicos e inovadores, outros conhecidos e aperfeiçoados Divulgação Brasfond E Dario Libano, Diretor Administrativo da Brasfond equipamentos novos no mercado em atendimento às demandas de nossos clientes”, expõe Dario Libano, Diretor Administrativo da Brasfond. “Por esta razão, conseguimos expandir a atuação da empresa em projetos cada vez mais desafiadores, cuja execução é garantida pela capacitação de nosso corpo técnico.” Os trabalhos mais recentes contratados à Brasfond incluem obras desafiadoras nos empreendimentos do Estaleiro e Base Naval da Marinha em Itaguaí (Prosub-EBN); do Porto Maravilha no Rio de Janeiro; do Gasoduto Caraguatatuba- Taubaté (GASTAU), ampliação das linhas do metrô em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de outros projetos de infraestrutura e fundações para as instalações da Copa do Mundo e das Olimpíadas. No Prosub-EBN, a Brasfond foi contratada pela Odebrecht Infraestrutura para a execução da parede diafragma, com utilização de Hidrofresa, das obras marítimas do Estaleiro e Base Naval. Um método construtivo relativamente recente no Brasil e bastante conhecido pela Brasfond por ter sido pioneira na aplicação desta tecnologia no País. Divulgação Odebrecht / Foto Bruno Galba “... conseguimos expandir a atuação da empresa em projetos cada vez mais desafiadores, cuja execução é garantida pela capacitação de nosso corpo técnico.” ngenharia de Subsolo é a especialidade da Brasfond. O desenvolvimento de soluções completas e customizadas para os mais complexos projetos de Engenharia subterrânea e a utilização de conceitos e tecnologias inovadoras nas atividades de perfuração, escavação e contenção estrutural são aspectos diferenciais da empresa no mercado, tornando-aúnica em sua área de atuação no Brasil e no mundo. Com sede na cidade de São Paulo, a Brasfond possui um forte corpo técnico formado por engenheiros de várias especialidades, alguns destes totalmente dedicados à busca de novas soluções para os constantes desafios da empresa, inseridos no contexto ora da Engenharia Civil, ora da Engenharia Mecânica, os principais pilares de atuação da empresa. “Na Engenharia Civil, nossos profissionais detêm um vasto conhecimento e experiência adquiridos na execução das principais obras de barragens, estaleiros e de metrôs realizadas nas últimas décadas no País. Na área Mecânica nossa capacitação nos permite projetar e construir Obras marítimas na área Sul do Prosub-EBN em Itaguaí - RJ 24 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 Divulgação Brasfond Divulgação Brasfond PROSUB NACIONALIZAÇÃO Ao lado, detalhe do equipamento Hidrofresa BG40 utilizado na obra Porto Maravilha, Rio de Janeiro - RJ; abaixo, detalhe da obra A parede diafragma é uma tecnologia inicialmentedesenvolvida para a execução de cortinas vedantes em barragens que apresentam problemas de permeabilidade, especialmente de sustentação em decorrência de piping, representando, nestes casos, um substancial reforço de estabilidade. Dario Libano observa que no Prosub, o emprego desta tecnologia representa maior garantia de qualidade e confiabilidade para a implantação da infraestrutura, o que é fundamental em um projeto desse porte. “Este projeto é desafiador e nos sentimos honrados de participar da construção do Prosub, trazendo esta tecnologia pioneira para o empreendimento.” No Porto Maravilha o destaque é a construção de cutand cover e shafts no centro da cidade do Rio de Janeiro, o qualsubstituirá no futuro, as vias de acesso da superfície. A complexidade tecnológica deste projeto é acentuada por dois fatores: um pela localização em uma área urbana densa e geologicamente problemática pela proximidade com a orla marítima; outro pela continuidade de utilização da avenida e do viaduto existentes sobre o cutand cover durante o período da obra. “Este é um projeto de grandes desafios, no qual utilizaremos tecnologias únicas no mundo. E, mais uma vez, a Brasfond foi escolhida pela solução tecnológica apresentada de construir o cutand cover sob o viaduto em operação”, assinala Dario Libano. No Gasoduto CaraguatatubaTaubaté, a obra foi iniciada em fevereiro de 2010, demandou dois anos de trabalho ininterrupto das equipes da Brasfond e representou um desafio logístico, operacional e de grande complexidade tecnológica para a empresa. A obra do GASTAU tem uma importância estratégica para o País, pois constitui o trecho final do escoamento da produção do gás proveniente do Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, litoral Paulista. Da plataforma, o gás é enviado por duto para a Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba e daí para a Estação de Compressão em Taubaté. Com parte do trajeto em área de reserva ambiental do Parque Estadual Serra do Mar, o gasoduto conta com um trecho em túnel com cerca de 5 km, ligado à superfície por meio de 4 shafts, sendo 3 destes com diâmetros de 30”, 20” e 28” e aproximadamente 540 profundidade de extensão e o quarto, de ventilação, executados em rocha granito-gnaisse. “Este foi um projeto ambicioso da Petrobras e uma das obras mais arrojadas executadas pela Brasfond nestes últimos anos”, considera Dario Libano. “Nas três fases do projeto – a perfuração, a colocação do tubo e a fixação final da tubulação – além da utilização de equipamentos de última geração, adquiridos exclusivamente para a execução dos serviços, desenvolvemos um amplo estudo da geologia da região com a utilização dos mais modernos recursos disponíveis no mercado e adotamos soluções tecnológicas inéditas de Engenharia para a execução da obra.” Segundo Dario Libano, gasodutos verticais com a profundidade e as condições geológicas e ambientais do GASTAU são raros e por esta razão, esta é uma obra única no mundo. “Para a grande maioria da obras, encontramos referências na engenharia mundial, o que não aconteceu com o projeto do GASTAU. Esta foi a ousadia da Brasfond. Executar uma obra tecnologicamente única no mundo, de grande relevância para a Petrobras e para o País. Estamos muito orgulhosos dos resultados.”g TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 25 PESQUISA & TECNOLOGIA Fernando José Gomes Landgraf assumiu a presidência do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) no dia 27 de agosto de 2012. Landgraf possui graduação em Engenharia Metalúrgica pelo Centro Universitário da FEI (1976), mestrado em Engenharia Metalúrgica pela Escola Politécnica (1987), doutorado em Engenharia Metalúrgica pela Escola Politécnica (1992) e LivreDocência pela mesma instituição (2007). Trabalhou por 29 anos no IPT e atualmente é professor associado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com ênfase em comportamento magnético dos materiais de engenharia, incluindo seu processamento por conformação mecânica. Atua em laminação e processamento de materiais particulados de aços elétricos, ímãs aglomerados (bonded magnets), investigando as relações entre processo, microestrutura e textura cristalográfica e suas propriedades magnéticas. Antes de assumir o atual cargo, Landgraf era diretor de inovação do IPT, posto que vinha exercendo desde julho de 2009. Nova gestão do IPT: o impacto e a relevância do IPT, agora e no futuro TNews - Quais as principais diretrizes da nova gestão do IPT? Landgraf - O nosso objetivo é aumentar o impacto e a relevância do IPT, agora e no futuro. Temos que aumentar o nosso impacto hoje e planejar o impacto futuro. Esse objetivo traz uma série de implicações. Quando falamos em aumentar o impacto, uma questão importante é como medir isso, então, esse vai ser um dos desafios de curto prazo. Nós desenvolveremos, com o apoio de especialistas no assunto, uma metodologia para medir o impacto de uma instituição como o IPT, considerando os benefícios proporcionados à sociedade e à indústria. Ao falar em medir, refiro-me à nossa capacidade de avaliar, em reais por ano, de maneira que a gente possa ter uma medida da relação entre o que o governo investe no IPT e o retorno disso para a sociedade, em reais. Isso é um desafio importante porque a metodologia para ter essa medida não está dada e por enquanto nem é consensual, portanto, é algo a ser criado. Mais difícil ainda é medir o benefício do IPT para a sociedade, nós sabemos que ele existe e é expressivo. O vídeo de prevenção a desastres naturais que foi divulgado recentemente pelo IPT é um ótimo exemplo do esforço para contribuir com a segurança da população e com o trabalho das Defesas Civis. É um desafio importante nós avaliarmos o impacto desse trabalho, por exemplo. Além da perspectiva quantitativa do impacto, nós temos que levar em consideração a dimensão qualitativa desse benefício, se quisermos perseguir o objetivo de dar visibilidade da relevância do IPT para a sociedade. TNews - Em relação aos investimentos realizados nos últimos anos na modernização do IPT, quais projetos estão em andamento e quais serão conduzidos nesta gestão? Landgraf - O mais importante projeto que será conduzido nesta gestão é o de uma planta piloto de gaseificação de biomassa, que viabilizará a produção de etanol de segunda geração e outros produtos a partir da palha e do bagaço de cana-de-açúcar, e também de resíduos da indústria madeireira. O projeto abre a possibilidade de nos prepararmos para o futuro com mais fontes de energias renováveis, fazendo frente aos aumentos do preço do petróleo no mercado internacional, como tem acontecido neste ano. A sustentabilidade depende de quatro pilares: ambiental, econômico, social e político e o projeto reflete o nosso empenho nessas questões. A planta industrial de gaseificação com capacidade de processar 400 mil toneladas anuais de bagaço e palha é o objetivo do projeto da planta piloto do IPT. Isso equivale à metade do bagaço e palha gerados por uma usina típica nos dias de hoje, que faz a moagem de quatro milhões de toneladas de cana. Segundo a nossa projeção, baseada nos 5% anuais de taxa de crescimento do setor sucroalcooleiro nos últimos 20 anos, 140 novas usinas serão implantadas na próxima década. É nesse universo que estamos focando: as novas usinas, as green-fields da década de 2020. Esse projeto receberá um investimento de R$ 80 milhões na primeira fase e está em negociação com um grupo de empresas há três anos. Atualmente, estamos próximos de ter o financiamento aprovado pelo BNDES, FINEP e Governo do Estado. A planta piloto será construída no Parque Tecnológico de Piracicaba e terá como parceiros a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), e empresas como Oxiteno, Raizen (joint venture de Cosan e Shell), Petrobras e VSE (Vale Soluções em Energia). O projeto também contará com participação do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e Rede Nacional de Combustão. Esse projeto requer a negociação de governança e propriedade intelectual, além do escopo técnico propriamente dito. O trabalho está envolvendo 22 pesquisadores do Instituto, que atuam distribuídos em 13 diferentes etapas do projeto, desde a concepção de engenharia civil (pré-projeto) do laboratório até a análise da viabilidade técnica e econômica de plantas industriais, resultado principal da pesquisa que deverá ficar pronta por volta de 2020. O projeto conceitual considera todos os equipamentos e instalações que serão incluídos na planta, permitindo que seja feito um balanço de massas, um balanço energético e a avaliação dos riscos ambientais envolvidos. Diferente da rota bioquímica (de hidrólise enzimática), esse projeto investiga a rota termoquímica, que consiste na reação controlada com oxigênio, gerando uma mistura gasosa de monóxido de carbono e hidrogênio, o gás de síntese, que pode ser usado para gerar energia elétrica, biocombustíveis líquidos e biopolímeros. TNews - De acordo com a apresentação do Governador de São Paulo na ocasião de sua posse, o IPT desempenha um importante papel na elevação do índice de participação das energias renováveis no Estado de São Paulo. Neste contexto de energias renováveis, quais são as principais áreas de atuação do IPT e qual a importância dos novos laboratórios – Simulador Solar e Forno Direcional de Silício Grau Solar – para o desenvolvimento energético estadual e nacional? Landgraf - Como foi dito na resposta anterior, o projeto da planta de gaseificação está ligado ao campo das energias renováveis e esse é o principal projeto do IPT hoje. Mas há também outros trabalhos relacionados com energias sustentáveis, como esses que você cita. O simulador solar representa um apoio importante para a indústria produzir coletores para aquecimento de água que sejam mais eficientes e de acordo com os novos parâmetros de certificação que estão sendo desenvolvidos pelo Inmetro e representantes dos fabricantes. Já o forno de solidificação direcional de silício vai ajudar a criar uma base de produção de silício grau solar, que é matéria-prima dos coletores solares fotovoltaicos para captação de energia. Caso o IPT consiga, até dezembro de 2013, produzir silício adequado para células solares, a nossa parceira industrial mineira, a Minasligas, poderá passar de exportadora de silício metalúrgico, a três dólares por quilo, para exportadora de silício grau solar, a 30 dólares por quilo. Em 12 anos o mercado mundial de silício grau solar cresceu cem vezes, de 5 mil toneladas por ano para 500 mil toneladas por ano. TNews - Na área de bionanomanufatura, o novo núcleo abre um imenso campo de novas pesquisas e oportunidades para o IPT. Quais as principais perspectivas do Instituto neste campo e como a pesquisa aplicada neste segmento poderá contribuir para o desenvolvimento tecnológico e industrial do País? Landgraf - O novo núcleo recebeu investimento de R$ 46 milhões do Governo do Estado. O centro, com oito mil metros quadrados, é destinado ao estudo de biotecnologia, tecnologia de partículas, micromanufatura de equipamentos e metrologia de ultraprecisão. Os investimentos do IPT nesse núcleo são claramente uma aposta no amanhã do Brasil, uma aposta no crescimento da economia nessas direções. Essas áreas são estratégicas para o crescimento da indústria, que tem que atentar cada vez mais para as exigências do desenvolvimento sustentável, reduzindo o consumo de energia em processos e adotando matérias-primas renováveis. O núcleo será referência para gerar inovação na indústria e para isso conta com o apoio da Embrapii [Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial], que está investindo R$ 30 milhões de fomento em uma estrutura tripartite de inovação que conta também com a infraestrutura e o conhecimento do novo núcleo do IPT e a contrapartida da indústria que será beneficiada pela inovação. TNews - No que tange à implementação de uma metodologia para a medição do impacto do IPT na indústria e sociedade brasileira, como o IPT planeja conduzir esta proposição e quais os parâmetros ou referências serão adotados? Qual a importância desta medição para o desenvolvimento do IPT e para a sua interface com a indústria e a sociedade? Landgraf - Estamos discutindo a metodologia com o professor Sergio Salles-Filho, da Unicamp, que já fez vários estudos sobre quantificação de impacto. g 26 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 LOGÍSTICA DO COMBUSTÍVEL Divulgação UTC Engenharia Obras no Norte do País promovem inserção social e novas oportunidades Vista aérea da obra da Base de Distribuição de Combustíveis (BAPON) em Tocantins O Divulgação UTC Engenharia bras de grande porte inevitavelmente geram impactos sociais e ambientais em suas regiões de implantação e, nestas últimas décadas, o conceito amplo da sustentabilidade – economicamente viável, ecologicamente correto, socialmente justo e culturalmente aceito – que permeia a conduta gerencial adotada pelas organizações, além defavorecer a minimização dos impactos gerados pelos empreendimentos, coloca as empresas emposição de agentes transformadores e propulsores da melhoria da qualidade de vida e do respeito ao meio ambiente. No Brasil, a atuação das organizações empreendedoras inseridas neste contexto de sustentabilidade torna-se ainda mais desafiadora em regiões menos industrializadas como o Norte do País, visto que nesta áreaas diferenças culturais são mais acentuadas e as carências da população em relação à moradia, educação, saúde, trabalho e transporte são marcantes. Aqui, obras como as Bases de Luis Sérgio Barenco Pinto, Líder Operacional da UTC Engenharia Distribuição de Combustíveis da Petrobras Distribuidora nos estados do Tocantins, Acre e Roraima são fundamentais para a geração de desenvolvimento econômico e social. A finalidade destes projetos - o recebimento, a estocagem e a distribuição de combustíveis derivados de petróleo e biocombustíveis para o Norte do País - representa por si só uma grande contribuição para o desenvolvimento econômico da região ao promovera redução dos custos logísticos eampliar a agilidade e a segurança do transporte dos insumos e da produçãoassim como da mobilidade da população. Além do propósito-fim destes empreendimentos, estas obras constituem verdadeiros agentes transformadores da qualidade de vida das comunidades vizinhasao promover projetos e ações nas esferas da qualificação profissional; do incentivo à produção e ao mercado local; e do apoio à educação e à cultura regional. “Reunir os projetos e as suas principais demandas em um Centro de Capacidade Técnica foi a alternativa adotada pela UTC Engenharia para transformar os desafios da BAPON em soluções para o empreendimento.” TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 27 obra. O aumento do nível de exigências junto aos fornecedores,nas fases de inspeção e de diligenciamento dos materiais e equipamentos antes de sua liberação e transportepara a obra, por exemplo, é um novo procedimento adotado pela UTC para a BAPON. “Desta forma, evitamos o risco de constatar alguma ‘não conformidade´ em determinado item de fornecimento depois depercorrer milhares quilômetrosaté a obra.” Para evitar tal circunstância, o Centro Técnico é formado por dois grupos de trabalho: a equipe fixa, que atua na coordenação e planejamento da obra e os inspetores, que acompanham os fornecimentos na origem e desenvolvem junto com o grupo da Engenharia do Centro, a definição dos processos. O transporte de material e a montagem dos 13 tanques metálicos para combustíveis com diâmetros e alturas que chegam a 22 metros e 14 metros, À esquerda, Hermelino Viana Lopes Filho, Líder Operacional da UTC Engenharia na obra da BAPON; acima, detalhe da tubulação piperack respectivamente, exigiram da UTC Engenharia, um planejamento minucioso e um extenso trabalho de Engenharia para a definição de especificações, metodologias de montagem e um detalhado plano logístico em face das distâncias a serem percorridas e do cronograma de dois anos para a execução da obra. Em que pesem todos os desafios inerentes à execução da Base, sejam estes no campo da logística, de captação de mão de obra especializada no local e de fornecimento de materiais na região, Hermelino Viana Lopes Filho, Líder Operacional da UTC Engenharia na obra da BAPON, considera que a modalidade contratual EPC do empreendimento, sob a responsabilidade integral da UTC Engenharia, não só imprime maior agilidade na tomada de decisões como também assegura o cumprimento dos prazos, da qualidade e da segurança da obra. “O cronograma de dois anos para a execução do empreendimento da BAPON é desafiante pelos aspectos já assinalados. Entretanto, diferentemente de obras com longos períodos de duração, com alta rotatividade de pessoal, este prazo nos permite a visualização do início, meio e fim do projeto e, por conseguinte, trabalhar com equipes mais motivadas e integradas”, observa Hermelino Lopes. Luis Barenco acrescenta a este aspectoos esforços einvestimentos da UTC direcionados à motivação dos profissionais para se estabelecerem no local da obra. “Nas obras da empresa em todo o Brasil e, especialmente na BAPON, buscamos fornecer as condições necessárias para a transferência do pessoal para o local da obra, privilegiando aqueles que se deslocaram com família. Desta forma, em Tocantins, contamos com profissionais extremamente qualificados e experientes, em níveis de gerência e supervisão trabalhando in loco”. Divulgação UTC Engenharia Techno A Base de Distribuição de Combustíveis de Porto Nacional, a BAPON, no estado do Tocantins, com capacidade de armazenagem de 33 milhões de litros de combustíveis derivados de petróleo – óleo diesel e gasolina – e de biocombustíveis constitui, atualmente, o maior empreendimento da Petrobras Distribuidora. Com término previsto para abril de 2013, a Base de Porto Nacional abrange uma área de 120 mil m2 no município de Porto Nacional, a 25 km de Palmas, a capital do estado. O projeto inclui 13 tanques para armazenamento de combustível; plataformas de carregamento e descarregamento ferroviário e rodoviário; obras de drenagem e de utilidades; e obras civis de prédios administrativos e de serviços. A construção deste empreendimento da Petrobras Distribuidora em Tocantins está sob a responsabilidade da UTC Engenharia, empresa nacional com larga experiência na execução de grandes obras na modalidade turn key em diversas regiões do País. E foi justamente esta experiência aliada ao propósito de expandir a sua atuação no Norte do Brasil por meio de projetos como a BAPON que a UTC Engenharia criou um Centro de Capacidade Técnica no Rio de Janeiro, centralizando neste, todo o planejamento desta obra e dos demais empreendimentos naquela região. “Os desafios gerenciais, logísticos e de mercado para a condução do projeto da Base de Distribuição no estado do Tocantins levou a UTC a implementar uma nova alternativa para o desenvolvimento da Engenharia e do Suprimento dos empreendimentos sediados na região Norte, especialmente a BAPON, de maneira que pudéssemos não só agilizar os serviços mas também assegurar o cumprimento dos prazos de contrato”, expõe Luis Sérgio Barenco Pinto, Líder Operacional da UTC Engenharia. “Reunir os projetos e as suas principais demandas em um Centro de Capacidade Técnica, com uma equipe multidisciplinar de Engenharia formada por profissionais com larga experiência em várias especialidades, foi a alternativa adotada pela UTC Engenharia para transformar os desafios da BAPON em soluções para o empreendimento.” A escolha do Rio de Janeiro para a instalação deste núcleo de atendimento de Engenharia e Suprimento para a obra considerou três fatores determinantes: agilidade para a interface da empresa com o centro de decisão e a área de projetos do cliente, a Petrobras Distribuidora, também sediados no Rio de Janeiro; maior facilidade de reunir profissionais experientes e especializados para compor a equipe multidisciplinar, sem a necessidade de grandes deslocamentos deste pessoal; e, finalmente, a proximidade com os principais fornecedores de equipamentos e sistemas, localizados na região Sudeste, favorecendo as inter-relações, a troca de informações e, principalmente, a definição de soluções de produção e logística. Luis Barenco assinala que a reunião de profissionais especializados em diferentes áreas permite o somatório de várias experiências aplicadas no planejamento da obra e, desta diversidade, surgem novos procedimentos e metodologias que contribuem para a melhoria do desempenho e condução da Divulgação UTC Engenharia A BAPON no estado do Tocantins Obra da Base de Distribuição de Combustíveis (BAPON) em Tocantins 28 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 Novas perspectivas para o desenvolvimento local Divulgação UTC Engenharia A qualificação de mão de obra e a promoção dos fornecedores locais estão entre as principais contribuições da BAPON para a o desenvolvimento da região de entorno da obra. O trabalho de aproximação da UTC Engenharia com as comunidades vizinhas ao empreendimentofoi anterior à instalação do canteiro de obras na área de serviços da BAPON. Além das informações sobre o projeto, estes contatosiniciais tiveram o objetivo de conhecer as expectativas da comunidade em relação à Base e estabelecer parâmetros para a integração da população com a obra bem como de parcerias para o apoio da UTC ao desenvolvimento local e regional. A qualificação de mão de obra especializada para atividades industriais é um desafio em todo o estado do Tocantins, cuja economia é pautada principalmente na agroindústria e no setor terciário de comércio e serviços. Nesse sentido, a dificuldade de contratação de mão de obra para os empreendimentos como a BAPON, quando convertida em ações concretas de formação e qualificação profissional deixam para a regiãoum inestimável legado de conhecimento e desenvolvimento socioeconômico. “Procuramos logo no início da obra, desenvolver parcerias com entidades e instituições locais com o intuito de promover cursos profissionalizante sem áreas de trabalho que pudessem ser absorvidas não só pela obra como também pelo mercado em geral. Os cursos de ‘Carpinteiro em Formas de Concreto’ e de ‘Pedreiro’ foram os primeiros ofertados às comunidades vizinhas, a partir de parcerias entre a UTC Engenharia, o SENAI e a Prefeitura de Porto Nacional”, expõe Hermelino Lopes.“Além deste canal com as instituições, identificamos grupos de profissionais na região para a aquisição de maior experiência dentro da própria obra, sob a orientação e o treinamento de técnicosda UTC. Assim, ao longo de todo o período da obra, disponibilizamos toda a experiência do nosso pessoal, principalmente dos encarregados, técnicos, supervisores e engenheiros, a serviço da formação de novos profissionais não só por meio dos cursos com o SENAI como também pela prática, no canteiro de obra.” Contratamos de fornecedores locais itens que puderam ser adquiridos na região como,por exemplo, nos segmentos de estrutura metálica e de concreto prémoldado. Identificadas e avaliadas a disponibilidade e a capacitação técnica para suprimento às demandas do projeto, a UTC não só privilegiou o mercado local como também apoiou a melhoria dos produtos fornecidos por meio de transferência de conhecimento aos fabricantes, bem como atraindo-os para o desenvolvimento conjunto de soluções que pudessem contribuir parao seu melhor desempenho. “Desta aproximação entre a UTC e os empresários locais, esperamos deixar além da capacidade produtiva, o legado do conhecimento e a importância da melhoria dos processos produtivos, da qualidade, e da segurança, inseridos em critérios e padrões de um ambiente industrial requeridos para fornecedores Petrobras e para o mercado. A partir daí entendemos que este fornecedor poderá, sem dúvida, ampliar as suas perspectivas de mercado”, assinala Luis Barenco. Divulgação UTC Engenharia À esquerda, detalhe do tanque; acima, pátio de bombas Eliane Lichtenberg, Comunicadora Social da UTC Engenharia Na BAPON, assim como em todas as obras da UTC Engenharia, os projetos desenvolvidos junto com as comunidades locais se apóiam no tripé - geração de renda, qualificação profissional e educação ambiental. São programas e ações que não estão necessariamente voltados para as demandas específicas da obra, mas também para a melhoria da qualidade de vida da população e para o desenvolvimento socioeconômico local, considerando-senestes, as aptidões e as iniciativas de produção locais. Nesse contexto, os projetos desenvolvidos pela UTC em parceria com órgãos locais abrangem a economia familiar, a produção rural, o apoio às cooperativas e associações e o fortalecimento cultural da região. Eliane Lichtenberg, Comunicadora Social da UTC Engenharia, responsável pelo acompanhamento das ações da empresa voltadas para a comunidade na área da BAPON, observa que além dos programas para a formação e qualificação profissional, diversos outros projetos foram e estão sendo conduzidos pela UTC, ao longo de todo o período de obra, em parceria com diferentes segmentos da sociedade. Entre estes, podemos citar: Incentivo aos produtos rurais Resultante da parceria entre UTC Engenharia e diversas associações da região, o projeto visa ao fortalecimento da agricultura familiar, à promoção de geração de renda e melhor inserção dos produtores no mercado consumidor. Responsável pela iniciativa,implantação e monitoramento do projeto, a UTC tem a atribuição de garantir a compra dos produtos produzidos pelos produtores rurais vizinhos ao empreendimento, desde que cumpridas as exigências de qualidade e higiene, e eventualmente, ajudando a incluir no projeto a participação de novos parceiros e clientes – a exemplo do SEBRAE/ Tocantins, desde julho passado - visando gradativamentetornar o projeto autosuficiente. “Até o final da obra, os desdobramentos desta iniciativa reúnem aspectos que possam levar este projeto ao nível de sustentabilidade”,expõe Eliane Lichtenberg, assinalando como pontos principais, “a gestão e a produção dos alimentos a partir de técnicas de controles gerenciais e de boas práticas agrícolas; o treinamento constante de técnicos em agricultura para a orientação e o acompanhamento da produção; e, o apoio para a elaboração e implantação de duas centrais de comercialização na região.” Reaproveitamento de materiais Conscientização da comunidade para a importância do reuso e da reciclagem de materiais por meio de práticas efetivas é o objetivo principal deste projeto desenvolvido de forma integrada com a equipe de QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde) da BAPON. Além de ações concretas realizadas na Área de Vivência do próprio canteiro de obras, durante os intervalos, com a participação dos colaboradores em atividades artesanais de reciclagem, o projeto estabeleceu uma parceria com a APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais - em Porto Nacional, para a divulgação, promoção e aquisição de objetos diversos confeccionados no “Projeto de Reutilização de Jornal” da APAE. g Divulgação UTC Engenharia Divulgação UTC Engenharia Divulgação UTC Engenharia LOGÍSTICA DO COMBUSTÍVEL TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 29 PETRÓLEO & GÁS S Divulgação e lecionada pela Petrobras como a Sociedade Classificadora da conversão de quatro navios destinados às áreas da Cessão Onerosa no pré-sal, a DNV busca a oportunidade de também acompanhar e certificar a etapa de fabricação e integração dos módulos e deixar o ‘carimbo’ da classe DNV nestas embarcações. A classificação dos navios FPSOs destinados ao desenvolvimento da produção de petróleo na área do pré-sal, diferentemente das plataformas anteriores construídas no Brasil ou no exterior, tem regras diferentes estabelecidas pela Petrobras. Para os quatro FPSOs destinados à Cessão Onerosa, o projeto foi dividido em dois blocos: no primeiro, a certificação das conversões dos cascos; no segundo, a certificação da fabricação e integração dos módulos nos cascos já convertidos. As Classificadoras envolvidas nesta segunda etapa receberão a classe dos FPSOs. Nesta série da Cessão Onerosa, quatro navios do tipo VLCC (Very Large Crude Carrier) serão convertidos nos cascos das plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77 sob a classe DNV, pelo EEPEstaleiro Enseada Paraguaçu, no Estaleiro Inhaúma, no Rio de Janeiro. A docagem do primeiro navio desta série, realizada em agosto último, marcou o início dos trabalhos de conversão da P-74, os quais incluem trocas de chapas desgastadas; reforços estruturais do casco e do deck; substituição de equipamentos originais do navio; a fabricação e instalação de novas estruturas para suporte aos módulos, instalação de novas linhas para produção e o novo sistema de ancoragem, entre outros. Ronaldo Alves de Souza, gerente do departamento de Newbuilding & Conversions da DNV Além de todo o acompanhamento e certificação da etapa de conversão dos cascos das quatro plataformas através de contrato com o EEP, a DNV tem um contrato com a Petrobras para o Plan Approval dos navios da série, ou seja, o projeto básico e o FEED (Front End Engineering Design) que consiste o prédetalhamento de todo o projeto, inclusive da fase de integração. “A aprovação do FEED não implica em obrigatoriedade de contratação da DNV por parte dos fabricantes dos módulos, pois o detalhamento será realizado posteriormente, a partir do projeto básico, e o responsável pela aprovação deste detalhamento será a certificadora contratada para a fase de integração dos módulos”, expõe Ronaldo Alves de Souza, gerente do departamento de Newbuilding & Conversions da DNV. “Portanto, estamos trabalhando para continuar o nosso trabalho nestas embarcações, apresentando a proposta da DNV para a etapa da integração dos navios da Cessão Onerosa, como também dos navios replicantes, cujos contratos acabaram de ser definidos pela Petrobras.” Na série dos oito FPSOs replicantes - que possuem o mesmo projeto como o nome já indica -, a Petrobras estabeleceu novos parâmetros de certificação e classificação diferente da proposição adotada nos navios da Cessão Onerosa: além da conversão e da integração, a fabricação dos módulos será dividida em 4 pacotes e cada um destes poderá ter um fabricante e uma classificadora diferentes dos demais. Em atendimento também à área do pré-sal, a DNV possui dois contratos com a Petrobras relacionados às plataformas P-58 e P-62, ambas resultantes da conversão de navios VLCC em FPSOs. Após a conversão destes cascos em Cingapura sob o acompanhamento da DNV local, os navios foram trazidos para o Brasil para as fases de integração e testes finais: a P-58 na Construtora Queiroz Galvão, Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e a P-62, no Consórcio Camargo Correa-Iesa, em Suape, Pernambuco. A P-58 chegou ao Porto do Rio Grande em outubro de 2011 e o processo de integração desta plataforma está um pouco adiante da P-62. “No período de conversão dos cascos no exterior, os módulos das plataformas estavam em construção no Brasil, o que representou um ganho importante para o cronograma da fase da integração”, explica Ronaldo de Souza. “Cada plataforma receberá 18 módulos com algumas diferenças entre si porque as plantas de produção variam em função de alguns fatores relacionados às especificações do óleo.” Em cada contrato, a DNV acompanha de perto todos os serviços de conversão dos cascos e construção de módulos, por meio de uma equipe de vistoriadores posicionada em cada site envolvido no projeto. Utilizando um conceito de verificação baseada em risco, a Techno Classificação de plataformas para o pré-sal é segmento em expansão na DNV DNV verifica a conformidade de execução daquela etapa da obra com os requisitos de classificação determinados pelas regras DNV e com os projetos aprovados. “Nestas verificações nos concentramos nos critérios de qualidade de fabricação que garantam a segurança da unidade, da tripulação e do meio ambiente. Nossa atuação, no entanto, não substitui a do sistema de qualidade do estaleiro”, observa Ronaldo de Souza. O Gerente de Newbuilding considera fundamental uma maior disponibilidade da equipe da DNV no acompanhamento das etapas críticas de fabricação, para evitar eventuais problemas durante a fase de comissionamento offshore ou mesmo na operação das plataformas, onde qualquer reparo se torna mais custoso e inconveniente. “Em alguns casos, assumimos uma posição proativa, ajudando o cliente a encontrar soluções para uma determinada demanda. A plataforma é uma indústria flutuante e intervenções na fase de operação significam parar a produção com prejuízos econômicos e financeiros imensos para o cliente. Portanto, qualquer problema futuro é uma responsabilidade de todos nós.” Na DNV, as áreas de Newbuilding & Conversions, responsável pelas inspeções nos estaleiros e a de CMC – Certificação de Materiais e Componentes, que realiza verificação da fabricação dos itens de classe para os navios nas unidades fabris, estão ambas sob uma mesma gerência – Fields & Services. Tal organização propicia maior interação entre as equipes de inspeção, garantindo que os componentes cheguem ao estaleiro certificados, com as especificações corretas e com os requisitos de qualidade exigidos pela DNV. “Onde está o cliente, está a DNV”, assinala Ronaldo de Souza. “Temos equipes de inspeção espalhadas pelo Brasil, nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste, atuando com a mesma competência, comprometimento e senso de responsabilidade. Mantemos uma forte presença nos empreendimentos de nossos clientes e este é, sem dúvida, o nosso maior diferencial.” g 30 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA Desafios de Engenharia na obra do Terminal Embraport Divulgação Embraport Com o início de operação previsto para 2013, o Terminal Embraport é o maior terminal privado do Brasil com capacidade de movimentação de 2 milhões de TEU`s e 2 bilhões de litros de granéis líquidos A p rimeira etapa do projeto, em fase final de construção, ocupa 530 mil m2 e inclui 650 metros de Cais, um Píer de Líquidos, 60 mil m3 de tancagem para granéis líquidos e 207 mil m2 de Retroárea para armazenagem de cargas em geral, incluindo ainda, prédios administrativos e operacionais. Na segunda fase de expansão, serão construídos 450 metros de Cais, 135 m2 de Retroárea e outro Píer serão acrescidos ao Terminal, totalizando uma área de 848.500 m2. A obra do Terminal Embraport é também destaque no campo da Engenharia pelas soluções tecnológicas e construtivas adotadas para a implantação do projeto – destacandose uma grande área de aterro hidráulico que avança ao mar e o estaqueamento do Cais, que esta sendo executado com 4 frentes de cravação simultâneas e a utilização de estruturas Cantitravellers. A definição das metodologias aplicadas à obra partiu dos resultados obtidos em um aterro piloto, realizado logo no início do empreendimento com a finalidade de aferir os parâmetros geotécnicos estudados através de formulações empíricas teóricas e considerados no plano básico inicial. Em se tratando de uma região com a presença de grandes camadas de argila marinha muito saturada, o aterro piloto foi modulado em três áreas, sendo totalmente instrumentado e monitorado, para a verificação de seu comportamento mediante três parâmetros diferentes um sem o uso de geodreno e outros com a utilização de geodrenos instalados em uma malha de 1,20 m e 2,40 metros. Os resultados obtidos foram totalmente diversos daqueles esperados pelos técnicos e disseminado na literatura técnica: as áreas que receberam geodrenos apresentaram recalques maiores e com tempos superiores de estabilização em relação aos verificados nos aterros executados sem o geodreno. Tal constatação gerou o cancelamento do uso de geodrenos para o aterro e, por conseguinte, a alteração do projeto básico inicial elaborado pelo cliente. “Esta foi uma conduta totalmente inusitada visto que a solução clássica de aterro sobre um solo argiloso preconizava até então, o uso de geodrenos para a consolidação e ganho de resistência da argila.” relata o engenheiro Claudio Tomas Carvalho, Gerente de Engenharia da Odebrecht Infraestrutura. O aterro piloto permitiu também a verificação e a aferição da magnitude dos recalques e mais uma vez, os resultados foram surpreendentes: foram mensurados recalques da ordem de 1,20 m, sendo que nos estudos teóricos, no projeto básico e no edital do cliente, estes abatimentos chegavam a 2,50 metros. A tese de que a argila marinha com baixa capacidade de suporte não oferecia condições para a construção de um aterro de ponta ‘caiu por terra’ assim como o plano de ataque inicial para a execução do aterro no mar que previa o uso de equipamentos e tubulações para o bombeamento do material de aterro. Techno Obra do Terminal Embraport em outubro de 2011 - aterro e confinamento do material dragado no geotubes Claudio Tomas Carvalho, Gerente de Engenharia da Odebrecht Infraestrutura TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 31 As alterações de projeto decorrentes do aterro piloto, quais sejam, a exclusão de geodrenos e a indicação da viabilidade de um aterro convencional de sobrecarga, em face de menores índices de recalque, possibilitaram uma redução substancial nos custos e no cronograma da obra, cujo prazo inicial para a execução foi reduzido de 60 para 34 meses. Claudio Carvalho assinala que raros são os empreendimentos que investem tempo e recurso na realização de um aterro piloto para respaldar o desenvolvimento do projeto e da obra. “No Terminal Embraport, o aterro piloto foi de grande valia, pois nos permitiu trabalhar com parâmetros menos conservadores e uma metodologia executiva diferente daquela estabelecida inicialmente no projeto e imprimir maior velocidade à obra.” Obra do Terminal Embraport em dezembro de 2010 - aterro e aplicação de geossintéticos secundária”, explica Claudio Carvalho. A etapa mais complexa do aterro consistiu na execução do corpo principal, cuja área formada por um dique de contenção foi inicialmente preparada para o recebimento do material contaminado proveniente da dragagem da Bacia de Evolução e ali confinado em Geotubes. Em se tratando de uma área abaixo do nível do mar, com grande variação de maré, em torno de 1,80 metros, um estudo de permeabilidade da área do dique de contenção e de sua interface com o subleito marinho determinou a metodologia mais adequada para a execução desse dique e a obtenção de um baixo nível de permeabilidade. Segundo Claudio Carvalho, “a instalação de Geotubes previa inicialmente a utilização de uma manta de PEAD para garantir a contenção do material contaminado e evitar qualquer risco de percolação deste para o solo. O estudo demonstrou que as pressões hidrostáticas eram inversas na área do dique, ou seja, de baixo para cima, o que nos permitiu eliminar o uso da manta de PEAD e, novamente, trazer uma grande economia para o projeto.” Antes da execução da parte frontal do dique, por meio da técnica de aterro de ponta, geogrelhas foram aplicadas em toda a área submersa correspondente à projeção da base do dique com uma largura em torno de 70 metros. A inexistência de referências técnicas em nível mundial para a instalação de geogrelhas submersas levou a Odebrecht a realizar uma pesquisa por metodologias de aplicação. “Este foi um procedimento inovador, inclusive para o próprio fabricante das Geogrelhas. E a solução por nós adotada Divulgação Embraport O plano de ataque elaborado pela Engenharia da Odebrecht para o aterro de 2,5 milhões de m3 do Terminal Embraport adotou três medotologias diferentes para a execução da obra: uma para o aterro em cotas emersas; outra para o aterro de ponta em cotas submersas; e a terceira para o corpo principal do dique frontal. Nas áreas em cotas emersas acima da variação de maré, a estabilidade do aterro foi garantida com o uso de mantas geotêxtil sobre o leito marinho ou sobre o terreno. Nas cotas submersas, com o aprofundamento do aterro em direção ao canal do Estuário de Santos e ingressando na zona de variação de maré, a utilização de geogrelhas foi a solução adotada para maior estabilidade do aterro de ponta, possibilitando inclusive, a elevação de sua altura crítica. “Em face da característica da obra e como um corpo de aterro não tem o sentido de preferência em seu movimento, podendo romper em qualquer direção, utilizamos geogrelhas bidirecionais em camadas duplas de malha para assegurar igual resistência nas direções primária e Divulgação Embraport A execução do aterro Obra do Terminal Embraport em junho de 2011 - aterro, confinamento do material dragado no geotubes 32 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 Divulgação Embraport necessária a execução de um aterro de sobrecarga sobre os Geotubes, resultando uma maior consolidação e ganho de capacidade de suporte da argila. O monitoramento desta sobrecarga determinou 95% de êxito na antecipação dos recalques primários, ou seja, um índice de expulsão quase completa da água, e para os recalques secundários, decorrentes da acomodação do aterro, a estimativa de uma antecipação de 15 cm ao longo de 20 anos. “Na Engenharia procuramos soluções que dêem ao empreendimento a segurança necessária e, ao mesmo tempo, que sejam econômicas”, afirma Claudio Carvalho. “Esta obra requereu muita ação antecipada de consultoria e pesquisa para a verificação de todos os pontos determinantes do projeto e da engenharia aplicada. Esta visão nos permitiu imprimir um ritmo de execução da obra para o cumprimento do cronograma e trouxe ganhos expressivos para o custo do empreendimento, bem como, ganhos de qualidade nos serviços executados.”g Techno foi simples e eficaz: a utilização de pequenos flutuadores para o lançamento da geogrelha e de mergulhadores para o afundamento e fixação destas”, considera Claudio Carvalho. “Uma solução idealizada e executada pelo nosso pessoal de Produção com um resultado muito positivo.” O uso de Geotubes para o confinamento do material argiloso contaminado foi outra inovação da obra do Terminal Embraport. Utilizado originalmente para o controle de erosão em encostas e em obras de quebra-mar, este foi o primeiro empreendimento no Brasil a adotar esta tecnologia para a contenção e segregação de contaminantes provenientes de dragagens, com a posterior utilização da área para deposição de material (aterro e pavimentação), que no projeto do Terminal Embraport foi destinada ao pátio de containeres. A metodologia construtiva para o aterro desta área partiu da formulação técnica do pavimento do pátio para suportar uma carga de 5 ton/m² sendo Techno Techno INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA Abaixo, obra do Terminal Embraport em novembro de 2011 - aterro e confinamento do material dragado no geotubes; acima, detalhe do estaqueamento e execução das lajes TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 33 INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA A solução dos geossintéticos na aterro do Terminal Embraport Uso de geotêxteis e geogrelhas fabricados pela Huesker reforça o aterro da obra do Terminal Embraport O Divulgação Huesker maior terminal privado multiuso do Brasil, o Terminal Embraport, em construção em Santos (SP), ocupará uma área total de 840 mil m2 na margem esquerda do Porto de Santos, ao lado do terminal de granéis líquidos da Ilha Barnabé, entre os rios Diana e Sandi. Diferentes técnicas de engenharia estão sendo utilizadas na obra do terminal em face das características de implantação do projeto que ocupa áreas secas continentais e áreas molhadas contíguas. Nestas, a construção do empreendimento envolve áreas de aterro com baixa profundidade e o uso de estacas e lajes pré-moldadas em áreas mais profundas. A execução do aterro de cerca de 650 mil m2 de área, onde serão implantadas as áreas de tráfego, os pátios - inclusive de containers - e as obras civis dos prédios operacionais e administrativos, demandou minuciosos estudos geotécnicos para a verificação das condições do solo no terreno e de estabilidade do aterro. O aterro piloto realizado no início da obra, além de propiciar a realização de testes de capacidade, permitiu a verificação do comportamento e o desempenho do aterro determinado no projeto, assim como o desenvolvimento de processos construtivos, especialmente aqueles adotados na área molhada. Acima e abaixo, aplicação de geossintéticos Huesker na obra do Terminal Embraport Sobre a Huesker O reforço dos aterros em todas as áreas do empreendimento utilizou produtos geossintéticos fornecidos pela Huesker: o geotêxtil tecido HaTe, usado na preparação da plataforma de trabalho e as geogrelhas Fortrac, para a estabilização dos aterros sobre solos de baixa resistência. A definição das resistências dos geossintéticos em cada área de aplicação foi obtida por meio das Divulgação Huesker A Huesker é uma empresa fabricante de tecidos técnicos para reforço com mais de 150 anos de tradição em qualidade e inovação. Fundada em 1861, na cidade de Gescher, na Alemanha, é atualmente uma das principais referências técnicas do mercado de geossintéticos, com presença marcante nas mais desafiadoras obras de engenharia. Para a busca de soluções inovadoras, a Huesker investe continuamente em pesquisa e desenvolvimento, disponibilizando alternativas técnicas sob medida a distintas condições de projetos geotécnicos, viários, hidráulicos e ambientais. A garantia da máxima qualidade dos produtos fabricados pela Huesker é assegurada por testes e verificações, realizados de acordo com os parâmetros estabelecidos pelas normas ABNT, ASTM, EN e ISO. Presente no Brasil desde 1998, na cidade de São José dos Campos - SP, a Huesker está em plena expansão, levando suas soluções de engenharia com geossintéticos nas principais obras de infraestrutura em todo o mundo. análises técnicas específicas realizadas durante o desenvolvimento do projeto, considerando aspectos geométricos, de carregamento operacional e as condições do solo no terreno, especialmente em pontos críticos do projeto como as regiões próximas aos limites com o canal de navegação, ou seja, limites do aterro com o cais; com as laterais da área de containers; e com os diques intermediários. A partir de tais análises, as resistências dos geossintéticos aplicados na obra puderam ser determinadas: para os tecidos HaTe, resistências bidirecionais com variação entre 25 a 80 kN/m e para as geogrelhas Fortrac, resistências entre 50 e 800 kN/m. O projeto executivo do aterro determinou a fabricação de geogrelhas bidirecionais conforme as especificações e dimensões customizadas para cada área de instalação e bordas especiais preparadas para as emendas por costura, considerando o procedimento determinado em projeto. Além do fornecimento dos geossintéticos de reforço, a Huesker está presente no empreendimento desde o início da obra: na fase de projeto, o suporte técnico da empresa acompanhou a definição da modulação das geogrelhas em cada área e o layout executivo do plano de locação e instalação das geogrelhas em todo o empreendimento. Na fase de execução, a instalação dos geossintéticos conta o acompanhamento permanente dos técnicos e engenheiros da Huesker, cujas visitas, além de sanar eventuais dúvidas, possibilitam a verificação junto com o cliente, da conformidade dos procedimentos previamente definidos para a obra, assegurando desta forma, a aplicação correta e o bom desempenho dos produtos. g 34 TECHNO News Ano III - no 13 - 2012 OPINIÃO O desafio de todos nós Por Luiz Maurício Portela* “O B rasil é um país de grandes oportunidades”. Esta é uma colocação de muitos brasileiros (e até mesmo de estrangeiros) ao perceberem o potencial de crescimento e de desenvolvimento do Brasil em diversas áreas do conhecimento. Concordamos com esta colocação, porém não podemos deixar de analisar que oportunidade significa em sua essência uma “circunstância favorável ou adequada”, o que implica uma alteração do status quo. Portanto, para que haja oportunidade é preciso haver um sujeito nas duas pontas deste movimento: de um lado, o responsável por desencadear as ações geradoras de uma nova situação e do outro, aquele que irá utilizar de alguma forma as condições apresentadas neste novo momento. Dependendo do contexto, o sujeito gerador e/ou receptor da oportunidade pode ser um indivíduo, uma comunidade, uma Nação ou mesmo uma conjuntura mundial. O Brasil é um País que detém uma imensa riqueza de recursos - mineral, vegetal, hídrico, solar, eólico, entre outros – que constituem matéria prima básica para o desenvolvimento de qualquer nação. Explorar estes e quaisquer outros recursos naturais é, de fato, uma ótima oportunidade para o País, desde que o sujeito receptor seja o próprio Brasil. Ao longo de muitas e muitas gerações a exploração das riquezas brasileiras representou uma ótima oportunidade de crescimento para outros países detentores do conhecimento e da tecnologia para a conversão da matéria prima em um produto mais valioso. Deste processo, não restaram dúvidas de que a aquisição de tais ferramentas seria fundamental e imprescindível para que o Brasil passasse da posição de gerador para receptor de oportunidades. Nas últimas décadas, o avanço brasileiro no campo da Ciência e Tecnologia em diversas áreas do conhecimento foi muito significativo e criou condições para que, internamente, o País pudesse beneficiar a sua matéria prima, transformá-la em produtos de maior valor agregado, impulsionando para tanto, a cadeia produtiva brasileira nos mais diversos segmentos. A indústria do petróleo pode ser tomada como um bom exemplo deste processo. A aquisição e a formação de uma expertise tecnológica brasileira voltada para a exploração, a produção e o refino do petróleo proveniente das reservas nacionais propiciaram ao Brasil um salto não só tecnológico como também econômico e social, visto que o crescimento desta atividade no País desencadeou um processo de desenvolvimento de empresas e indivíduos. Na virada do século XX, com a expansão da atividade petroleira em plataformas marítimas cada vez mais distantes da costa brasileira, surge a oportunidade de reestruturação da indústria naval brasileira promovida pelo Governo e Petrobras por meio de uma política de incentivo à indústria local para a construção de embarcações de apoio marítimo no País. Empresas e profissionais do setor naval, que acreditaram neste plano, se estruturaram e fizeram desta iniciativa uma oportunidade real para o desenvolvimento de diversos setores da indústria naval. A partir das encomendas feitas pela Petrobras ao mercado brasileiro, diversos estaleiros foram reconstruídos ou construídos, movimentando a cadeia fornecedora de bens e serviços e também do conhecimento e da qualificação profissional não só para a indústria naval, mas para todo o segmento marítimo. Os empreendimentos decorrentes dos investimentos do Governo na área de Óleo e Gás continuam grandes promotores de crescimento do País, especialmente com o desafio futuro de exploração e produção na área do pré-sal. E, agora, mais do que no passado, o País precisa tomar a posição de agente receptor desta oportunidade, direcionando-a efetivamente para o alcance de um novo patamar de desenvolvimento econômico e social. Para que o País atinja tal objetivo, voltamos à essência do significado da palavra oportunidade, ou seja, a “circunstância favorável ou adequada” implica uma alteração do status quo atual em relação aos aspectos impeditivos da continuidade deste processo de desenvolvimento, e entre estes podemos destacar uma reforma fiscal e tributária, mais moderna, racional e simplificada; a redução do Custo Brasil’; a unificação dos critérios norteadores da implantação dos empreendimentos; a formação e a qualificação de mão de obra especializada necessárias ao desenvolvimento industrial presente e, principalmente, futuro. E, assim como no passado, o Brasil tem todas as condições de usufruir da oportunidade do pré-sal e de muitos outros empreendimentos em pauta no País desde que detenha as condições necessárias para capitanear este processo, condições estas que partem, mais uma vez, da expertise nacional formada por profissionais e empresas capacitadas e qualificadas. O exemplo de outras nações tecnologicamente mais desenvolvidas do que o Brasil, e, portanto, com maiores condições de aproveitamento das oportunidades produtivas em todo o mundo, atesta a nossa afirmativa. Atualmente, diversos segmentos produtivos no Brasil vivenciam a carência de mão de obra qualificada e especializada para a garantia da qualidade de desempenho ou expansão das atividades e não há como preencher esta lacuna rapidamente, pois a formação de um profissional de alto nível requer um período longo de investimentos em estrutura física e de pessoal. Por outro lado, o mercado sinaliza que não basta educar. É preciso educar com qualidade, visando metas quantitativas e qualitativas estabelecidas em um plano estratégico de crescimento do próprio País. A educação é a espinha dorsal de todo o processo de crescimento e é através do conhecimento e da qualificação que o Brasil terá condições de conduzir as oportunidades atuais e futuras rumo ao seu próprio desenvolvimento. Este é o desafio de todos nós. g Design inovador e sofisticação tecnológica. Estas são as principais características da nova série de embarcações de apoio marítimo da Companhia Brasileira de Offshore (CBO) em construção no estaleiro Aliança, no Rio de Janeiro. Marco de uma nova linha de navios da frota da CBO, totalmente construídos no Brasil, estas embarcações com o design “X-BOW”, projetadas para os desafios crescentes da exploração e produção de petróleo no País, são mais potentes, equipadas com tecnologia de última geração. (*) Luiz Maurício Portela é Presidente da Companhia Brasileira de Offshore (CBO), empresa de navegação que atua no segmento de apoio marítimo às plataformas de petróleo no Brasil. INOVAÇÃO COM CREDIBILIDADE E RESULTADO S E G U R A N Ç A G E R A C O N F I A N Ç A E F O R TA L E C E N O S S O C O M P R O M I S S O D E I N O VA R S E M P R E Tel.: +55 (12) 3903 9300 / Fax: +55 (12) 3903 9301 [email protected] Anúncio 250 x 360 mm_HUESKER-2012.indd 1 w w w. h u e s k e r. c o m . b r 03/10/2012 16:10:19 O nosso orgulho é fazer parte da história do Brasil há mais de quatro décadas. E o Prosub faz parte desta história. O Programa de Desenvolvimento de Submarinos - o Prosub é um projeto da Marinha do Brasil para a construção de submarinos, quatro convencionais e um de propulsão nuclear. A DEMAG se orgulha em fazer parte deste projeto. Matriz - Demag Cranes & Components Rodovia Raposo Tavares, Km 31 * Caixa Postal 806-0 * CEP 06705-030 Cotia * SP * Brasil * Tel: +55 (11) 2145-7800 * Fax: +55 (11) 4616-9760 www.demagcranes.com.br * [email protected] Filiais - Minas Gerais: (31) 3337-2899 * Rio de Janeiro: (21) 2240-6060 Paraná: (41) 3276-1172 * Rio Grande do Sul: (51) 3222-0992 Representantes: MS Serviços - Lauro de Freitas (BA): (71) 3289-3521 Protec - Ananindeua (PA): (91) 4008-9700 CPS Movequip - Ribeirão Preto (SP): (16) 2137-8440 Virel - Serra (ES): (27) 3212-5600 * Terra e Mar - Itajai (SC): (47) 2103-2900