Funcionamento da Zona Costeira

Transcrição

Funcionamento da Zona Costeira
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
E OS IMPACTOS NA ZONA COSTEIRA
Dra. Celia Regina de Gouveia Souza
Pesquisadora Científica VI
Instituto Geológico-SMA/SP
Profa. Convidada do Programa de Pós-Graduação
em Geografia Física da FFLCH-USP
([email protected])
1
Mudanças Climáticas: O Que São?
Os termos Mudanças do Clima, Alterações climáticas ou
Mudanças Climáticas (globais) referem-se à variação do clima
em escala global ou dos climas regionais da Terra ao longo do
tempo (décadas até milhões de anos).
Estas variações dizem respeito a mudanças de temperatura,
precipitação, nebulosidade e outros fenômenos climáticos
(concentrações de gases na atmosfera) em relação às médias
históricas.
Clima no Mundo
2
Mudanças Climáticas: Por Que?
As mudanças climáticas são causadas por vários mecanismos:
Forças externas: variações na atividade solar
Forças internas:
- variações na órbita da Terra (Ciclos de Milankovitch – eras
glaciais)
- atividades vulcânicas intensas e grandes eventos tectônicos
(Tectônica de Placas e formação de cadeias montanhosas)
Resultado da atividade humana
Alteram correntes marinhas e
atmosféricas, geleiras, glaciares
3
O Sol normalmente passa por ciclos de
atividade de 11 anos.
Em seu pico, ele tem uma atmosfera
efervescente que lança chamas e "pedaços"
gasosos super quentes do tamanho de
pequenos planetas.
Depois deste pico - período de calmaria
(com ausência de manchas em sua
superfície e diminuição de intensidade das
labaredas e das tempestades solares).
Em 2008 esperava-se que o sol voltasse a
esquentar, depois de uma temporada de
calmaria. Entretanto, em setembro/2009 a
pressão do vento solar (a corrente de
partículas carregadas que atinge a
atmosfera terrestre e impulsiona os raios
cósmicos em direção aos limites do sistema
planetário) chegou ao seu nível mais baixo
em 50 anos (caiu 20% desde meados da
década de 1990), as emissões radiológicas
são as mais baixas dos últimos 55 anos e as
atividades de manchas solares são as mais
baixas dos últimos 100 anos.
Atividade Solar
Em meados do século 17,
um desses períodos de
calmaria durou 70 anos - a
“pequena idade ou era do
gelo”.
Por isso, alguns especialistas
sugerem que um esfriamento
semelhante do sol poderia
compensar os efeitos das
mudanças climáticas.
4
Mudanças Climáticas –
Pequena Idade do Gelo (1450-1890)
5
Tectônica de Placas
6
Atividades Vulcânicas
(Gases de Efeito Estufa)
Ciclos de Milankovitch (Glaciações Quaternárias)
• Variações na excentricidade da órbita da Terra à volta do Sol (100 mil anos).
• Alterações na inclinação da Terra – obliquidade (ângulo formado pelo eixo
com o plano da órbita terrestre) (21,8-24,4º a cada 40 mil anos).
• Flutuação do eixo da Terra - precessão dos equinócios (21 mil anos - + frio).
7
Atividades
Humanas
8
CO2 e os Gases de Efeito Estufa
No século XIX o físico Arrhenius demonstrou que o gás carbônico
(CO2) possui a propriedade de capturar e armazenar calor.
A concentração atmosférica dos Gases de Efeito Estufa (não são
poluentes!) - dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido
nitroso (N2O), associados ao vapor d' água condicionam o
Balanço de Energia Planetária.
Poluentes
(Aerossóis):
CO, SO2, O3, HC,
N2O, material
particulado
9
Efeito Estufa
Efeito Estufa Natural - cobertor térmico impedindo o esfriamento da
terra
O aumento das concentrações antrópicas dos Gases de Efeito Estufa e
dos Aerossóis na atmosfera provoca o Efeito Estufa Antrópico
10
CO2 em Números
Várias mudanças climáticas globais ocorreram ao
longo da história evolutiva planetária, estando
intimamente associadas ao ciclo do carbono.
Atualmente, os níveis dos gases de efeito estufa,
presentes na atmosfera são os maiores dos últimos
42.000 anos.
80% do aquecimento global atual é devido a este gás.
33% mais CO2 existem hoje na atmosfera terrestre do
que na época da revolução industrial (em 1850 a
quantidade era de 270 ppm; hoje é de ~ 360 ppm).
Período de residência na atmosfera é de até 200 anos
11
Gases de Estufa
Principais Fontes
Combustão de combustíveis fósseis: petróleo, gás natural,
carvão, desflorestação (libertam CO2 quando queimadas ou
cortadas).
Dióxido de Carbono
O CO2 é responsável por cerca de 64% do efeito estufa.
(CO2)
Anualmente são enviados cerca de 6 bilhões de toneladas de
CO2 para a atmosfera.
Tem um tempo de duração de 50 a 200 anos.
Clorofluorcarbono
(CFC)
Metano (CH4)
São usados em sprays, motores de aviões, plásticos e
solventes utilizados na indústria electrónica. Responsável pela
destruição da camada de ozônio. Também é responsável por
cerca de 10% do efeito estufa.
O tempo de duração é de 50 a 1700 anos.
Produzido por campos de arroz, pelo gado e pelas lixeiras. É
responsável por cerca de 19 % do efeito estufa.
Tem um tempo de duração de 15 anos.
Produzido pela combustão da madeira e de combustíveis
Ácido nítrico (HNO3) fósseis, pela decomposição de fertilizantes químicos e por
micróbios. É responsável por cerca de 6% do efeito estufa.
Ozônio (O3)
É originado através da poluição dos solos provocada pelas
fábricas, refinarias de petróleo e veículos automóveis
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Mudanças Climáticas
no Passado Geológico
13
Mudanças Climáticas no Passado Geológico
Terra: 4,5 bilhões de anos...
Várias mudanças climáticas radicais.
Longos períodos de clima estável foram
sucedidos por Glaciações e estas, por períodos
mais quentes e até sob Efeito-Estufa.
Os períodos quentes ocasionaram até
desertificações de amplas áreas continentais.
Conseqüências biológicas das mudanças
climáticas: extinção de muitas espécies e
favorecimento de outras.
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Tempo Geológico
15
Mudanças
Climáticas
no
Passado
Geológico
16
Mudanças Climáticas no Passado Geológico
Glaciação Arqueana (há 2,7 bilhões de anos atrás)
África do Sul (dúvidas em relação à origem glacial de rochas):
não foram relacionadas às geleiras extensas.
Glaciações Paleoproterozóicas (há 2,3 bilhões de anos atrás)
América do Norte, Finlândia e Rússia (terrenos que se
situavam próximos uns dos outros).
Glaciações Neoproterozóicas: do “Planeta Bola-de-Neve” ao
Efeito-Estufa Cambriano (há 1000 a 540 milhões de anos
atrás)
- Mais severa glaciação da história da Terra - Glaciação
Varangeriana (Noruega - 650 a 600 milhões de anos). Vestígios:
Antártida, África do Norte, China, Rússia, Suécia, Escócia,
Svalbard, Namíbia, Argentina, Uruguai, Brasil, América do Norte e
Austrália.
- Quatro glaciações em regiões dispersas em continentes
diferentes.
-
17
Mudanças Climáticas do Passado Geológico
Glaciações Paleozóicas (há 400 a 200 milhões de anos atrás)
- Várias glaciações afetaram os continentes do hemisfério
sul durante o Paleozóico (grandes eventos tectônicos –
Supercontinente).
Glaciações Quaternárias (há 2,5 milhões de anos a 10.000
anos atrás)
• Glaciação de Günz - 700 mil anos A.P.
• Glaciação Mindel - 500 mil anos A.P.
• Glaciação Riss - 300 mil anos A.P.
• Glaciação Würm - há cerca de 150 mil - 18 mil anos A.P.
Consequentemente: períodos muito frios (glaciações)
intercalados por períodos mais quentes (interglaciais ou pósglaciais), como o que estamos vivendo agora.
A evolução do homem ocorreu durante estas mudanças
climáticas quaternárias e a distribuição das espécies foi
fortemente influenciada por elas.
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Última Glaciação
(18 mil anos
AP) Glaciares
Coberturas Atuais
19
Mudanças Climáticas nos Últimos Séculos
(IPCC)
20
Mudanças Climáticas nos Últimos Séculos (IPCC)
Aumento na Concentração de Gases de Efeito Estufa
Aumento da Temperatura média do planeta (1850-2005):
0,76°C (a década de 90 foi a mais quente do século XX, talvez do
milênio, sendo o ano de 1988 o que apresentou o maior pico de
temperaturas globais)
Aumento do NM médio - Século XX: 0,18m (1961-2003:
0,18m; 1993-2003: 0,31m)
Diminuição da Cobertura de Gelo do Hemisfério Norte: 3%
desde 1978
Aumento da freqüência dos Eventos de Precipitação Intensa
(mais curtos)
Aumento da freqüência de dias com Temperaturas Extremas
nos últimos 50 anos (dias e noites mais quentes; ondas de
calor)
Aumento da intensidade de atividade de Ciclones Tropicais e
Extratropicais desde 1970
21
Gases de
Efeito Estufa
(últimos 10 mil
anos)
22
Mudanças Climáticas – Variações da T (900-1900)
Pequena Idade do Gelo (1450-1890)
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Variações
T e NM
(planeta),
Coberturas
de Gelo no
Hemisfério
Norte
(1850-2000)
24
T (19002000)
Continentes,
Oceanos,
Global
(IPCC-2007)
25
Causas da Elevação do NM (1961-2003)
(IPCC-2007)
26
Projeções
Cenários para o Século 21
(IPCC)
27
Projeções
Cenários
T (Século
21)
(IPCC-2007)
28
Projeções - Cenários T (2020-2029)
(IPCC-2007)
29
Projeções
Cenários
Elevação do NM
(Século 21)
(NRC
NRC,, 1987; IPCCIPCC-1990)
30
Projeções – T e NM (Século 21)
(IPCC--2007)
(IPCC
??
Pesquisadores britânicos: elevação do NM de até 1,5 m !
31
Mudanças Climáticas
Passado Geológico e Projeções Futuras??
T: ↑3-5o C
NM: ↑4-10 m
NM: ↓130 m
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Projeções – Precipitação (2090-2099)
(IPCC-2007)
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Elevação do NM e os Reservatórios de Água
Cientistas calcularam o volume de água represado
artificialmente desde 1900, em quase 30 mil
reservatórios com capacidade nominal conhecida é
de 10,8 mil quilômetros cúbicos, suficientes para
reduzir a magnitude do nível global do mar em 3
centímetros (0,03m).
Nos últimos 50 anos a diminuição no nível global do
mar devido aos reservatórios de água seria em média
de 0,55 milímetro por ano.
A conclusão é simples: se os reservatórios baixaram
o nível do mar, a elevação promovida pelo
derretimento de gelo no planeta foi maior do que se
imaginava!
Ou seja, o impacto do aquecimento global tem uma
relevância ainda maior.
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Projeções – Efeitos Inerciais
IPCC (2001)
35
Aumentos de
CO2 e T:
Causas
Antrópicas e
Projeções
Futuras
(Folha São Paulo, 31/10/06)
36
Impactos das Mudanças Climáticas
na Zona Costeira
37
Definição de
Zona
Costeira
38
Definição de Zona Costeira
É o “espaço” ou zona de transição no qual os
ambientes terrestres são afetados e influenciam
os marinhos e vice-versa, sendo a interface entre
mar/terra/ar (vários autores).
Ecossistemas são altamente dinâmicos e
controlados por variáveis e processos físicos,
químicos, biológicos, climáticos e antrópicos, que
interagem entre si de maneira complexa,
estabelecendo um equilíbrio dinâmico (Souza,
1991).
Processos oceanográficos, atmosféricos e
terrestres são mais intensos e acelerados e
acentuados (Walker, 1978 e outros).
Sistemas costeiros dependem de uma variação de
escalas de tempo (curtas flutuações: diárias,
semanais e mensais; longo período: até milhares
de anos), sendo os mais mutáveis ambientes da
superfície do planeta.
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Definição de Zona Costeira
Incluem os seguintes ambientes (antigos/inativos e
recentes/ativos):
Praias
Ambientes Transicionais (influência das marés): deltas,
estuários, lagunas, manguezais, pântanos salgados,
marismas, costões rochosos
Planícies Costeiras
Áreas Continentais influenciadas pelo Oceano: dunas,
sistemas fluviais (distais), contrafortes da Serra do
Mar, morros isolados
Ambientes Marinhos: plataforma continental interna,
recifes
Ilhas e Parcéis
40
Definição/Funcionamento da Zona Costeira:
Processos Físicos, Químicos, Biológicos
(escalas local, regional e global)
(LOICZ, 2006) 41
Funcionamento da Zona Costeira:
Ciclo da Água e Água Subterrânea
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Funcionamento da Zona Costeira: Ciclos do Oxigênio,
Carbono, Nitrogênio, Fósforo
43
Funcionamento
da Zona
Costeira:
Clima no
Planeta –
processos mais
intensos e
dinâmicos
44
Funcionamento
da Zona
Costeira:
Circulação
Atmosférica
Global
45
Funcionamento da Zona Costeira:
Correntes Oceânicas (T)
46
Funcionamento da Zona Costeira:
Correntes Oceânicas (S) – Termohalina/Termoclina
47
Funcionamento da Zona Costeira:
Correntes Oceânicas - Brasil
48
Funcionamento da Zona Costeira:
Correntes Oceânicas –
Ressurgência e Desertos Tropicais
49
Indonésia
Peru
Funcionamento da Zona
Costeira: El Niño
Fenômeno atmosférico-oceânico
caracterizado pelo aquecimento
anormal das águas superficiais
do Oceano Pacífico Tropical,
devido ao enfraquecimento dos
ventos alísios e o aumento da
temperatura da superfície do
mar no Oceano Pacífico
Equatorial Leste. Como
conseqüência, ocorre uma
diminuição das águas mais frias
que afloram próximo à costa
oeste da América do Sul
(ressurgência).
Afeta o clima regional e global,
mudando os padrões de vento e
os regimes de chuva em regiões
tropicais e de médias latitudes.
50
Funcionamento da Zona
Costeira: El Niño
51
Funcionamento da Zona
Costeira: La Niña
La Niña representa um fenômeno
oceânico-atmosférico com
características opostas ao El Niño.
Caracteriza-se por um esfriamento
anormal nas águas superficiais do
Oceano Pacífico Equatorial Leste,
causado pela intensificação dos
ventos alísios.
As águas adjacentes à costa
oeste da América do Sul tornamse ainda mais frias devido à
intensificação do movimento de
ressurgência.
Alguns dos impactos de La Niña
tendem a ser opostos aos de El
Niño, mas nem sempre uma região
afetada pelo El Niño apresenta
impactos significativos no tempo e
clima devido à La Niña.
52
Funcionamento da Zona Costeira: El Niño –
Modificações na Dinâmica de Circulação Costeira
53
Funcionamento da Zona Costeira:
Praias - Dinâmica de Circulação Costeira (Ondas)
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Funcionamento da Zona Costeira:
Brisa Marítima/Terrestre
55
Funcionamento da Zona Costeira:
Marés (elevações do NM de curto período)
Quadratura
sol
Sizígia
Sizígia
Atração Lunar
Atração Solar
Quadratura
Sizígia
Quadratura
Sizígia
56
Funcionamento
da Zona Costeira:
Regimes de Marés
57
Funcionamento da Zona Costeira:
Costas dominadas por Ondas
58
Funcionamento da Zona Costeira: Clima no Mundo
59
Funcionamento da Zona Costeira:
Circulação Atmosférica – Ciclones Tropicais/Furacões
60
Funcionamento da Zona Costeira: As Frentes
Quando duas massas de ar se encontram, elas não se misturam: uma empurra a
outra, de tal forma que aquela que avança com mais intensidade faz com que a outra
retroceda, impondo a ela suas características, o seu tipo de tempo.
A zona de contato entre duas massas de ar diferentes recebe o nome de Frente ou
Superfície Frontal.
FRENTES FRIAS
Massa de ar frio avança, fazendo o ar quente
recuar, Como a massa de ar frio é mais densa, ela
obriga o ar quente a subir, provocando a formação
de nuvens.
As frentes frias rápidas provocam precipitação do
tipo pancadas, enquanto as frentes frias lentas
provocam precipitação de caráter contínuo.
61
Funcionamento da Zona Costeira:
Vegetação
62
Funcionamento da
Zona Costeira:
Vegetação
(Biomas)
63
Funcionamento da Zona Costeira: Manguezais
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Funcionamento da Zona Costeira:
Recifes de Corais
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Funcionamento
da Zona Costeira:
Clorofila (CO2 em O2)
66
Funcionamento da Zona Costeira: Pressões Antrópicas
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Funcionamento da Zona Costeira:
Pressões Antrópicas
Apropriação dos recursos naturais vivos marinhos e
terrestres (flora e fauna)
Apropriação dos recursos naturais não vivos
renováveis (água doce, sais, nódulos de manganês,
pérolas e similares, materiais para construção civil,
energia etc.) e não renováveis (petróleo, turfa e
carvão, materiais para construção civil, energia etc.)
Uso e Ocupação de Ecossistemas Costeiros para
Atividades Diversas: turismo e lazer, esportes,
indústria, portos e retroportos, agropecuária etc.;
implantação de obras de engenharia civil etc.
Vulnerabilidade de pessoas e bens aos desastres
naturais
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Funcionamento da Zona Costeira:
Pressões Antrópicas
E os Impactos das Mudanças Climáticas?
Uma em cada três pessoas (cerca de 2 bilhões) vive hoje a 100 km
de um litoral no mundo.
Treze das 19 mega-cidades mundiais (com mais de 10 milhões de
habitantes) se localizam em áreas costeiras.
No Brasil: 17 estados costeiros (+ de 400 municípios), 25% da
população brasileira ou ~ 36,5 milhões de pessoas (censo de
2000), densidade média de 121 hab./km² (6x superior à média
nacional - 20 hab./km²) .
Os efeitos projetados do aquecimento global, como eventos
climáticos mais extremos e a elevação do nível do mar,
intensificarão os desastres naturais, aumentarão as
vulnerabilidades e multiplicarão as perdas potenciais.
69
Já estamos
sofrendo os
efeitos!!
(LOICZ, 2006) 70
Pressão → Mudança → Impacto → Resposta
(Modelo P-M-I-R)
Pressões
SócioEconômicas
Mudanças
Climáticas;
Variações de
Nível do Mar
Pressões
Ambientais
Respostas
(Ambientais
e Políticas
Públicas)
Mudanças
Ambientais
(Estado)
Impactos
Modelo de GIZC (Souza & Suguio, 2003, modificado de Turner et al., 1998).
71
Impactos das Mudanças Climáticas
na Zona Costeira
1.
Aquecimento Global e Aumento da
Concentração dos Gases de Efeito Estufa:
Pressões e Impactos
2.
Aumento dos Perigos Naturais:
Mudanças e Impactos
3.
Modificações nos Ecossistemas Naturais e
Antrópicos:
Impactos e Respostas
72
Impactos das Mudanças Climáticas na Zona Costeira
1. Aquecimento Global e Aumento dos Gases de Efeito Estufa
Elevação do NM (derretimento das geleiras e expansão termal dos
oceanos).
Aumento generalizado temperatura do ar e da superfície do mar –
maior evaporação (geleiras aprisionam menos água). Ondas de
calor e de frio (intensos).
Consequentemente, os ciclos hidrológicos se aceleram e levam a
extremos climáticos, acarretando aumento da freqüência,
intensidade e duração de eventos atmosféricos anômalos (eventos
extremos): chuvas mais intensas/curtas, frentes frias, ressacas
(marés meteorológicas e ondas de tempestade), furacões, El Niño/La
Ninã.
Acidificação dos oceanos por acumulação de CO2 (redução do PH):
branqueamento de corais; problemas com organismos de carapaças
calcárias).
Aquecimento das águas doces, mixohalinas e halinas.
Modificações nos processos físicos, químicos e biológicos: muitas
conseqüências para os ecossistemas.
73
Impactos das Mudanças Climáticas na Zona Costeira
2. Aumento dos Perigos Naturais (em decorrência dos anteriores)
Erosão Costeira
Inundações, Enchentes e Alagamentos
Movimentos de Massa
Intrusão da Cunha Salina (águas superficiais e subterrâneas)
e Elevação do Nível do Lençol Freático (esgotamento
sanitário)
Modificações no Balanço Sedimentar (rede de drenagem)
Assoreamento e Eutrofização de Corpos d’Água (qualidade
da água e estoque pesqueiro)
Aumento da Turbidez da Água (qualidade da água e pesca)
74
Impactos das Mudanças Climáticas na Zona Costeira
3. Modificações nos Ecossistemas Naturais e Antrópicos
(em decorrência dos anteriores)
Perda de terrenos naturais e de ecossistemas (praias, dunas,
manguezais, marismas, brejos, florestas de “restinga”, costões
rochosos, recifes, ilhas).
Inundações periódicas em terrenos anteriormente secos (águas
doces, mixohalinas e halinas): modificações paulatinas nos
processos biogeoquímicos e na vegetação.
Migração vertical e até desaparecimento de espécies.
Diminuição de recursos pesqueiros.
Perda de propriedades e bens, redução de espaços habitáveis.
Problemas com atividades portuárias/retroportuárias, turismo,
salinas.
Desconforto térmico e aumento de doenças (patógenos; taxa de
incidência, transmissão; cardiovasculares; câncer de pele).
Problemas com rede de esgotos, fornecimento de água potável.
75
Elevação do NM de
Curto Período:
Ondas de
Tempestade, Marés
Meteorológicas/
Ressacas
76
Elevação do NM de Longo Período (secular)
77
Erosão Costeira (causas
naturais e antrópicas)
78
Erosão Costeira:
Consequências (Souza, 2009)
Redução na largura da praia
Desaparecimento de zonas da praia ou até da praia
Perda e desequilíbrio de hábitats naturais (destruição de dunas,
manguezais, florestas de restinga)
Desaparecimento de espécies, migração de espécies
Perda de bens e propriedades
Perda do valor imobiliário
Destruição de estruturas urbanas e obras de engenharia costeira
Aumento na freqüência e intensidade das inundações costeiras
causadas por eventos anômalos (frentes frias e ressacas)
Aumento da intrusão da cunha salina (aqüíferos e corpos
d’água)
Perda do valor paisagístico
Perda do potencial turístico
Prejuízo nas atividades sócio-econômicas da ZC
Gastos astronômicos na recuperação de propriedades públicas e
privadas e de ecossistemas
Eventos Meteorológicos Extremos:
O Furacão Catarina
Os ciclones se devem ao fato da terra girar, e
dos pólos receberem menos energia do sol que
regiões equatoriais.
O ciclone vem acompanhado de tempestades e
ventos circulando no sentido anti-horário no
hemisfério norte, e horário no sul. Junto aos
ciclones extratropicais estão as frentes frias.
Os ciclones extratropicais são centros de baixa
pressão; quanto mais baixa for a pressão, mais
intenso é considerado o ciclone, e mais fortes
serão os ventos de superfície.
Furacão Catarina: Ciclone muito próximo do
litoral catarinense, ventos muito fortes (170
km/h – Categoria 2) voltados para o litoral, lua
cheia, fortes ressacas.
A escala Saffir-Simpson :
Tempestade Tropical: Ventos de 3463 kt (1kt =1 nó ~= 2km/h)
- Furacão Categoria 1: Ventos de 6482 kt (danos pequenos em marinas)
- Furacão Categoria 2: Ventos de 8395 kt (pequenos barcos em marinas
desprotegidas podem ter as amarras
rompidas)
- Furacão Categoria 3: Ventos de 96113 kt (inundações próximas à costa
causam destruição)
- Furacão Categoria 4: Ventos de
114-135 kt (alguns telhados
completamente destruídos. Erosões
importantes na costa)
- Furacão Categoria 5: Ventos acima
de 135kt (completa destruição de
telhados em muitos prédios.
Evacuação em massa)
80
Ondas associadas ao Catarina
81
Ondas associadas ao Catarina
82
Movimentos de Massa
83
Inundações/Enchentes
84
Assoreamento
85
Modificações no Sistema de Drenagem:
Afogamento de Corpos d’Água e Ecossistemas
86
Modificações no Sistema
de Drenagem
↓
Assoreamento de Corpos
d’Água / Afogamento de
Terrenos
↓
Sucessão Aquática
87
Eutrofização
88
Intrusão da Cunha Salina e Elevação do Lençol Freático
89
Perda e Destruição de Ecossistemas Costeiros
90
Respostas...
Atividades Antrópicas Impactos por Problemas Costeiros
Impactos econômicos em atividades antrópicas na ZC de São Paulo, gerados por processos e problemas geoambientais (modificado
de Souza, 2002). $$ = maiores impactos; $ = menores impactos; N$ = impactos de difícil avaliação; N = sem impacto direto
PROBLEMAS E PROCESSOS GEOAMBIENTAIS INSTALADOS
ATIVIDADES
Erosão
Costeira
Movimentos
de Massa
Inundações e
Enchentes
Intrusão da
Cunha Salina
Assoreamento
Poluição
(Balneabilidade e
Eutrofização)
Elevação do
NM., Mudanças
Climáticas
Turismo e Lazer
$$
$$
$$
N$
$$
$$
$$, N$
Suprimento de Água
Doce
N
$$
$
$, N$
$$
$$
N$
Pesca e Aqüicultura
$$
$$
$$
$$
$$
$$
$$, N$
Residências Costeiras
$$
$$
$$
N
N$
N$
$$
Comércio, Serviços,
Porto e Indústrias
$$
$$
$$
N$
$$
$$
$$, N$
Agricultura e Pecuária
N
$
$$
$$
$$
$$
$$
Saúde Pública
N
$
$$
$
N$
$$
N$
Conservação de
Ecossistemas Costeiros
$$
$$
$$
$$
$$, N$
$$
$$, N$
ANTRÓPICAS
IMPACTADAS
91
Respostas... ADAPTAÇÃO!!
♫♫
“Nada do que foi será
de novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará...
A vida vem em ondas como mar
do infinito ao finito
Tudo o que se vê não é
igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir,
nem mentir a si mesmo...”
Como uma onda no mar... ♫ ♫
(Lulu Santos/Nelson Motta)
92