RBTI Vol 13 nº 03 Julho/Setembro 2001
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RBTI Vol 13 nº 03 Julho/Setembro 2001
Volume 13 • nº 3 Julho/Setembro 2001 ISSN 0103-507X VIII CONGRESSO DE TERAPIA INTENSIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 Fundada em 1980 EDITORIAL Diretoria para o Biênio 2000-2001 Presidente Cid Marcos Nascimento David Vice-Presidente Norberto Antonio Freddi 1º Secretário Roberto Lúcio de Gusmão Verçoza 2º Secretário José Maria da Costa Orlando 1º Tesoureiro Rosa Goldstein Alheira Rocha 2º Tesoureiro Marcelo Moock Associação de Medicina Intensiva Brasileira Rua Domingos de Moraes, 814 Bloco 2 – Conj. 23 Vila Mariana – CEP 04010-100 São Paulo – SP Tel.: (0xx11) 5575-3832 [email protected] Indexada na base de dados Lilacs A REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA reservase todos os direitos, inclusive os de tradução, em todos os países signatários da Convenção PanAmericana e da Convenção Internacional sobre os Direitos Autorais. Os trabalhos publicados terão seus direitos autorais resguardados pela AMIB, que em qualquer situação agirá como detentora dos mesmos. P or solicitação da Diretoria da Sociedade de Terapia Intensiva do Rio de Janeiro, estamos publicando os resumos do trabalhos selecionados a serem apresentados no VIII Congresso de Terapia Intensiva do Rio de Janeiro. São 48 apresentações e 58 murais, totalizando 106 trabalhos, o que de certa forma é motivo de regozijo por se tratar de um número tão expressivo para um congresso regional. O fato suscita uma constatação — ou dúvida —: havendo uma produção intelectual tão significativa em apenas uma região do país (observe-se que a grande maioria, se não quase a totalidade dos trabalhos, são de serviços do estado do Rio de Janeiro), por que essa produção não se manifesta em artigos de redação completa nos periódicos nacionais e mesmo internacionais? A resposta tem sido motivo de especulação. Tem-se dito que publicamos pouco porque não sabemos produzir e isso está cabalmente denunciado pela amostragem que aqui divulgamos. Existem trabalhos com boa metodologia, exiem estudos de área básica e estudos epidemiológicos contemporâneos, não ficando, os autores, em apenas relatar séries de casos históricos. Acredito que muitos desses trabalhos deverão ser remetidos para publicação no exterior, o que certamente implica dizer que não se trate também de incapacidade editorial ou redacional, pois me parece muito mais complexo redigir em inglês do que na língua mãe. Em sabendo que muitos trabalhos não serão aceitos no exterior, por ene motivos, inclusive o da procedência, restará um grande corpo de produção órfão de divulgação. Por que esse material não aparece? Talvez a timidez de ser julgado localmente possa ser uma boa resposta, mas não toda... Convido, portanto , aos autores para que, depois do congresso, submetam seu material à nossa revista, pois nosso corpo editorial terá satisfação em revisá-lo e publicá-lo. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 Dr. Cleovaldo T. S. Pinheiro Editor Chefe 87 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NESTA REVISTA RBTI REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA Editor Cleovaldo T. S. Pinheiro (RS) Secretário Luciano de Brito Editor Associado Werther Brunow de Carvalho (SP) Conselho Editorial Álvaro Réa Neto (PR) Antonio Nuno da Conceição (BA) Cid Marcos Nascimento David (RJ) Edson Stefanini (SP) Eliezer Silva (SP) Fernando Osni Machado (SC) Flávio de Barros Maciel (SP) Gilberto Friedman (RS) José Luiz Comes do Amaral (SP) José Luiz do Amorin Ratton (MG) José Raimundo de A. Azevedo (MA) Odin Barbosa da Silva (PE) Paulo César Ribeiro (SP) Paulo Gabriel Bastos (RJ) Paulo Sérgio S. Beraldo (DF) Rosane Goldweisser (RJ) Sayonara de Fátima F. Barbosa (SC) Vera Regina Fernandes (SC) Jornalista Responsável Marcelo Sassine - Mtb 22.869 Diretora de Arte Anete Salviano A Revista Brasileira de Terapia Intensiva é publicada trimestralmente (março, junho, setembro a dezembro) em um único volume anual, editada pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e destina-se a publicar artigos originais, conferências, editoriais, notas prévias, resumos selecionados, temas de atualização e de revisão, relatos de casos, notas sobre novas técnicas e novos aparelhos, condensação de teses, cartas ao editor e outras matérias concernentes à terapia intensiva e especialidades correlatas. Os textos devem ser inéditos, escritos preferencialmente em português. Serão aceitos os trabalhos escritos em inglês ou em espanhol, quando os mesmos forem realizados em serviços estrangeiros de língua inglesa ou espanhola, ou quando forem escritos por experts convidados. Todos os trabalhos deverão ser acompanhados de um Abstract (resenha condensada), necessariamente em inglês, com 150 a 300 palavras para artigos maiores, e até 150 para menores, a fim de oferecer aos leitores estrangeiros ampla idéia do tema estudado. O texto deve se fazer seguir de um resumo na língua em que foi escrito (resumo, summary, resumen). O texto deve ser digitado em espaço duplo e apresentado na seguinte ordem: Página de rosto, Título em inglês, Abstract, Key Words, Introdução (deve ser feita, mas o título “Introdução” deve ser omitido), Material e Métodos, Resultados, Discussão, Resumo, Unitermos, Agradecimentos, Referências, Tabelas, Figuras, Legendas das Tabelas e das Figuras. A Página de Rosto deve ocorrer: Título de artigo; Nome(s) do(s) autor(es) e respectivos títulos; Nome do Serviço ou Instituição em que foi realizado o trabalho; Nome e endereço do autor principal para correspondência (a sair publicado); Telefone do autor para contato com o editor de texto; Fonte de patrocínio (bolsas, subvenções, ofertas de produtos). Abaixo do resumo na língua em que foi escrito, enumerar, até um máximo de cinco, as palavras ou expressões indicativas do conteúdo do artigo (Unitermos), de preferência com base no Index Medicus, para maior facilidade na indexação. Os trabalhos deverão ser enviados em três vias e em disquete (sendo o texto salvo em Word, letra Times New Roman, tamanho 12 e espaço 1,5). Não deverão ultrapassar 15 páginas digitadas, salvo casos autorizados pelo Conselho Editorial. Esses trabalhos serão apreciados pelo Conselho Editorial que se reserva o direito de recusá-los e de fazer sugestões quanto à sua estrutura ou à sua redação. As Referências devem incluir o material estritamente necessário, realmente citado no texto. As revistas devem ser referidas de forma abreviada, segundo critérios internacionais. As citações no texto devem ser feitas por números índices, correspondendo às respectivas referências listadas por ordem cronológica, não-alfabética. Os livros devem ser referidos pelo autor, título, cidade-sede da casa editora, nome da casa editora, número da edição (a partir da 2ª), volume, ano da impressão, e páginas inicial e final citadas. Se se tratar de capítulo de livro, fazer constar: autor do capítulo, título do capítulo, a palavra In (grifada), dois pontos, nome dos editores indicando com a abreviação eds., título do livro (grifado), cidade da editora, nome da editora, nº da edição (a partir da 2ª), volume, ano da publicação, páginas citadas. Quando o artigo tiver mais de três autores deverão ser citados os três primeiros seguidos de et al. EXEMPLOS: Referências 1. Leppänieme A,Haapiainen R,Kiviluoto T, et al. Pancreatic trauma: acute and late manifastations. Br J Surg 1988; 75: 165-7. 2. Carter DC. Pancreatitis and the biliary tree: the continuing problem. Am J Surg 1988; 155: 10-7. 3. Buchler M, Malfertheiner P, Berger HG. Correlation of imaging procedures, biochemical parameters and clinical stage in acute pancreatitis. ln: Malfertheiner P, Ditschuneir H. eds. Diagnostic procedures in pancreatic disease. Berlin: Springer-Verlag 1986; 123-9. 4. Crystal RG. Interstitial lung disease. In: Wyngaarden JB, Smith LH. eds. Cecil textbook of medicine. Philadelphia: WB Saunders & Co., 18th ed., 1988; 421-35. Para fim desta Revista, tabelas e quadros correspondem à mesma coisa e são convencionados sob o nome Tabelas, numeradas em arábicos. Figuras, também em arábicos, incluem desenhos, fotografias, esquemas e gráficos. À margem de cada Tabela ou Figura, ou no verso, devem ser grafados a lápis sua numeração, título do trabalho e nome do autor, ou outras indicações que facilitem sua absoluta clareza. Cada Tabela e cada Figura devem estar montadas ou feitas em folhas separadas (uma para cada elemento) e também em disquetes. As legendas das Tabelas e das Figuras devem ser digitadas com claras indicações a que se referem. Esta Revista deve ser referida com as seguintes abreviações: Rev Bras Terap Intens. Capa ImageBank A correspondência para publicação deve ser endereçada para: Projeto Gráfico e Produção Editorial MWS Design Fone: (11) 3399-3028 www.mwsnet.com.br 88 RBTI - Revista Brasileira de Terapia Intensiva AMIB Rua Domingos de Moraes, 814 – Bloco 2 – Conj. 23 Vila Mariana – CEP 04010-100 – São Paulo – SP Tel.: (0xx11) 5575-3832 Email:[email protected] Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva EDITORIAL “Meninos eu vi, meninos eu vi...” ecentemente, em um fórum sobre o exercício profissional e uma Assembléia de Representantes da AMIB, realizados simultaneamente em Porto Alegre, a discussão sobre as maneiras de concessão de títulos de especialistas em Medicina Intensiva voltou novamente à baila. Os argumentos foram os mesmos de sempre, defendidos pelos mesmos personagens. Estou na AMIB desde o seu nascimento, isto é, desde a reunião de fundação, realizada no início dos anos oitenta num respeitoso anfiteatro do Hospital das Clínicas de São Paulo. Alguns participantes ainda estavam presentes nessa última reunião da AMIB. Lá se vão vinte e um anos! Época de maioridade... Mas não o foi o que se viu em Porto Alegre. Sob minha óptica, alguns progrediram, outros ficaram como sempre estiveram e outros regrediram. Esses movimentos evolutivos, estacionários ou involutivos ocorreram de forma previsível. Os estados que trabalharam forte, criteriosamente e com os olhos voltados para a qualificação dispararam e apresentam hoje soluções locais bem estabelecidas. Vejase o caso de Santa Catarina, para citar um estado pequeno e não se argumentar que seria o poder econômico o determinante dessa evolução. Florianópolis é hoje um centro formador de alta qualidade, com intensivistas participando das decisões da saúde do estado, tanto no nível profissional quanto no nível acadêmico: um colega nosso de especialidade foi secretário estadual da saúde, um é diretor geral do Hospital Universitário da UFSC e uma colega diretora clínica da mesma instituição. Outros locais, ao contrário, passaram a interpretar de forma diferente o mesmo problema. Alguns tentaram resolver o problema criado por colegas mais velhos que no início do movimento de criação da especialidade não levaram fé no que acontecia, perdendo o bonde da história, ficando sem titulação e, ao se darem conta estavam em risco de perderem suas posições de chefia, recorreram ao casuísmo para recuperar o privilégio. Outros assumiram a defesa de outros que se recusaram a fazer formação especí- R Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 fica em intensivismo, optando por outras especialidades e, que pressionados pelo mercado, terminaram dando plantão em uma unidade e que agora, por contingência das portarias ministeriais, necessitam o diploma. O valor do diploma passou a resumir-se em si mesmo, não refletindo uma diferenciação profissional. O que se viu nessas duas décadas foi que os estados que optaram pelas últimas alternativas presenciaram um desfile de médicos temporários nos serviços de Terapia Intensiva, vindo quando o orçamento assim mandava e iam quando a vontade e a vocação podia prevalecer sem mais necessidade do salário. Os antigos, tão laboriosamente defendidos por muitos, nem sequer compareceram para pegar seus documentos obtidos por proficiência ou não compareceram para a prestação de prova quando permitido. Como diria Tomasi di Lampedusa “mudouse para continuar tudo do modo que sempre foi”. Uma moeda tem valor quando é rara ou quando tem seu lastro em ouro... Distribuir-se diplomas apenas pela prestação de provas continua um viés perigoso e pensar assim não significa desconhecer e não respeitar as diferenças regionais. Arrumar-se um modo mais fácil para titular-se os plantonistas do Hospital Geral de Cacimbinhas do Sul (aqui vai um exercício retórico, uma vez que tal cidade, penso eu, não existe) não qualificará o hospital, o município, a equipe médica ou o próprio médico, mas desqualificará o título. Medicina se faz com pedigree: Dr. Fulano é treinado por Dr. Sicrano, que foi treinado por Dr. Beltrano. Não existe autodidatismo em Medicina. Daqui mais vinte anos, e, acreditem, não estou querendo ser profético, pois não tenho tal vocação, e pretendo já estar gozando merecida aposentadoria, o senhores estarão testemunhando a mesma lamúria dos mesmos locais, talvez com pessoas diferentes, mas com as mesmas teses. Se estiver vivo poderei dizer “meninos eu vi, meninos eu vi...” Dr. Cleovaldo T. S. Pinheiro Editor Chefe 91 EDITORIAL RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva Trabalhos Científicos do VIII Congr esso da Congresso SOTIERJ aro (a) Colega Intensivista, Resultado de um grande esforço conjunto da SOTIERJ e da AMIB, a Revista Brasileira de Terapia Intensiva lança este número suplementar, por ocasião do VIII Congresso de Terapia Intensiva do Estado do Rio de Janeiro. Esta edição, da RBTI, contempla a publicação dos Resumos dos Temas Livres apresentados durante o congresso. Totalizando 106 Comunicações Científicas, divididas em 48 apresentações orais e 58 murais; este número representa um marco na Terapia Intensiva do Estado do Rio de Janeiro. Selecionados por uma exigente e cuidadosa Comissão Julgadora, os temas escolhidos representam C o que há de melhor na produção científica do Estado, no âmbito da Terapia Intensiva Adulta e Pediátrica em: Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia. A SOTIERJ parabeniza as Instituições Universitárias, Públicas, Assistenciais e Privadas, representadas por suas Unidades de Terapia Intensiva, pelo elevado nível Científico de seus trabalhos. Marcelo Vieira Gomes Presidente da SOTIERJ Luiz Antônio Campos Diretor Científico da SOTIERJ RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva A eficácia da associação de betabloqueador e inibidor de angiotensina no tratamento do coronariopata e suas implicações para a assistência de enfermagem T03 Deyse C. Santoro Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ-RJ Fundamento: A associação de Beta-bloqueador e Inibidor de Angiotensina no tratamento do coronariopata tem se mostrado eficaz. A realização do presente estudo emergiu do interesse em estudar a conduta de enfermagem voltada para observação e avaliação da evolução clínica do cliente coronariopata em relação à eficácia das drogas antihipertensivas que utilizam. Objetivos: conhecer a evolução clínica de cliente coronariopata medicado com Betabloqueador e Inibidor de Angiotensina e ampliar o campo de intervenção da enfermagem na assistência ao coronariopata. Sujeitos e métodos: adotamos como abordagem metodológica um estudo de natureza quanti-qualitativa realizado em Unidade Coronariana de Hospital Universitário do município do Rio de Janeiro, no qual foram levantados 15 clientes num período de quarenta dias. Durante um período de cinco dias acompanhamos o quadro clínico dos clientes através das curvas pressóricas, estabelecendo a variação diária da pressão arterial sistólica e diastólica destes pacientes e sua relação com a terapia medicamentosa anti-hipertensiva. Resultados: Cliente 1- Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 160-80 mmHg, no 5º dia: 120 mmHg; Cliente 2 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 190-130 mmHg, no 5º dia: 180-140 mmHg; Cliente 3 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 180-170 mmHg, no 5º dia: 140-130 mmHg; Cliente 4 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia:180-120 mmHg, no 5º dia: 150-80 mmHg; Cliente 5 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia:160130 mmHg, no 5º 150-80 mmHg; Cliente 6 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 180-110 mmHg, no 5º dia: 170-130 mmHg; Cliente 7 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 170-150 mmHg, no 5º dia: 150-130 mmHg; Cliente 8 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 190-160 mmHg, no 5º dia: 150-90 mmHg; Cliente 9 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 180-160 mmHg, no 5º dia: 150-100 mmHg; Cliente 10 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 160-130 mmHg, no 5º dia: 140-100 mmHg; Cliente 11 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia:190-160 mmHg, no 5º dia: 160-150 mmHg; Cliente 12 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 180-160 mmHg, no 5º dia: 150-130 mmHg; Cliente 13 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia: 180-160 mmHg, no 5º dia: 130-90 mmHg; Cliente 14 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia:170-140 mmHg, no 5º dia: 150-110 mmHg; Cliente 15 - Variação da pressão arterial sistólica no 1º dia:180-160 mmHg, no 5º dia: 140-100 mmHg. Conclusões: 04 clientes (cliente 3, cliente 10, cliente 13 e cliente 15) que fizeram uso do betabloqueador cardio-seletivo Atenolol, e do inibidor de Angiotensina Captopril, apresentaram significativa redução das pressões sistólicas do 1º ao 5º dia de utilização, além de manter níveis mais baixos que os iniciais. Assim estes 04 clientes ficaram menos expostos aos riscos de precipitação da dor anginosa decorrente dos altos níveis pressóricos. T09 ORAL Pneumonia Associada a Via Aérea Artificial José R. Rocco, Márcio M. Q. Guimarães. Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ - Rio de Janeiro, RJ. Fundamentos - A Pneumonia associada à via aérea artificial (PAVA) freqüentemente complica a evolução de pacientes internados em terapia intensiva. Objetivos - Determinar o tempo de internação, complicações e a letalidade associada à PAVA. Pacientes e Métodos - Coorte prospectivo observacional de pacientes ventilados mecanicamente por mais de 24 horas no período de setembro/1999 a fevereiro/2001. O diagnóstico de pneumonia foi feito de acordo com as definições do NNISS. Os dados são apresentados como média ± desvio padrão, mediana (intervalo interquartil 25-75%), regressão linear e coeficiente de correlação de Pearson, teste do c2 ou Fisher exato para variáveis discretas, dependendo do tamanho da amostra e Mann Whitney Rank Sum para comparação de variáveis contínuas não-paramétricas. Resultados – Dos 278 pacientes ventilados mecanicamente, 106 (38,1%) apresentaram pneumonia com 6,1±4,9 dias de ventilação mecânica (VM). A idade média foi de 50±20 anos. O risco de desenvolver PAVA aumentou com o número de dias de VM (R=0,988): a taxa foi de 7,8% entre o 1-3 dias de VM e 72,4% acima de 21 dias, com uma taxa global de 35,8 casos por 1000 pacientes ventilados/dia. A maioria dos pacientes com PAVA apresentavam internações clínicas (69/106-65,1% vs 78/17245,3%; p=0,002). Pacientes com PAVA desenvolveram mais atelectasia (24/106-22,6% vs 11/172-6,4%; p=0,0002), SARA (23/10621,7% vs 11/172-6,4%; p=0,0003), pneumotórax (14/106-13,2% vs 9/172-5,2%; p=0,034), sinusite (12/106-11,3% vs 1/1720,6%; p=0,0001), traqueobronquite (10/1069,4% vs 1/172-0,6%; p=0,038) e infecção por germes multi-resistentes (46/106-43,4% vs 21/ 172 - 12,2%; p<0,0001). A duração da VM foi maior nos pacientes com PAVA - 13 (7-20) dias vs sem PAVA - 5 (2-9) dias; p<0,0001. O número de dias até o início do desmame da prótese ventilatória também foi maior [com PAVA - 10 (6-15) dias vs sem PAVA - 4 (1,5-7) dias; p<0,0001]. A internação no CTI foi mais prolongada [com PAVA - 14 (9-22) dias vs sem PAVA - 5 (3-10) dias; p<0,0001], assim como a internação hospitalar [com PAVA - 35 (1553) dias vs sem PAVA - 21 (10-42) dias; p<0,0001]. A letalidade no CTI dos pacientes com PAVA (47/107-44,3% vs 77/172-44,8%; p=0,95) assim como a letalidade hospitalar (63/ 106-59,4% vs 92/172-53,5%; p=0,39) não foram diferentes. O escore APACHE II [com PAVA - 21 (17-27) pontos vs sem PAVA - 20 (16-27) pontos; p=0,48] também não foi diferente. Conclusões - A PAVA prolonga o tempo em ventilação mecânica, a permanência no CTI e no hospital, e o número de complicações relacionadas ao suporte ventilatório, mas não aumentou a letalidade em nossos pacientes. Apoio - FAPERJ Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 Comparação de Três Métodos para Diagnóstico de Distúrbios Ácido-Básicos em Pacientes com Choque Séptico T10 José R. Rocco, Márcio Soares, Edna E. C. Freitas, Bruno S. Ferreira, Emmanuel Salgueiro, Fernando A. Bozza, André M. Japiassú. CTI-Hospital Universitário Clementino Frga Filho/UFRJ, CTI-Instituto Nacional do Câncer, CTI-Casa de Saúde São José, CTI-Hospital Espanhol - Rio de Janeiro, RJ Fundamentos - Os distúrbios ácido-básicos estão associados ao desenvolvimento de disfunção de orgãos e sistemas e ao aumento do número de óbitos em pacientes internados em terapia intensiva. Objetivo - Comparar três métodos para diagnóstico dos distúrbios ácido-básicos. Pacientes e Métodos - Foram avaliados exames laboratoriais de pacientes com choque séptico: gasometria arterial, eletrólitos (sódio, potássio, cloro, cálcio, fósforo, magnésio), albumina, lactato, glicose e uréia. Para o diagnóstico, o primeiro método (tradicional) avalia o pH, PaCO2, HCO3, ânion gap (AG) e D ânion gap; o segundo, avalia pH, PaCO2 e o Standard Base Excess (SBE); o terceiro avalia pH, PaCO2 e o Strong Ion Difference (SID). Os dados são apresentados como médias ± desvio padrão. Resultados - Foram avaliados 38 pacientes com idade de 66±16 anos. Os principais exames e cálculos foram: albumina sérica=2,5±0,6 g/dl; lactato=2,6±2,4 mmol/L; pH=7,316±0,11; PaCO2=40±12,8 mm Hg; HCO3=19,9±5,6 mEq/ L; AG=14±6,6 mEq/L; SBE=-5,4±5,9 mEq/L; SID=29,1±5,5; XA-=13,6±7,5; Osmolaridade calculada=295±17,3 mOsm/L. 37 pacientes apresentavam hipoalbuminemia. Abaixo são apresentados os diagnósticos pelos 3 métodos. Distúrbio ácido-básico Acidose mista Acidose metabólica Acidose metabólica + alcalose respiratória Acidose respiratória Acidose respiratória + alcalose metabólica Acidose metabólica + alcalose mista Normal Alcaloses (mista, respiratória ou metabólica) Tradicional SBE 11 8 7 9 7 8 SID 9 10 14 3 3 5 1 1 1 2 0 3 2 3 2 4 0 0 Analisando-se apenas os distúrbios metabólicos, observou-se as seguintes taxas de discordâncias entre os métodos: Tradicional x SID = 31,6%; SBE x SID = 36,8%; Tradicional x SBE = 7,9%. Através do cálculo do SID diagnosticou-se acidose metabólica em 5 pacientes em que a avaliação tradicional foi normal e em 7 pacientes em que a avaliação através do SBE foi considerada normal. Conclusões - A alta freqüência de hipoalbuminemia em pacientes com choque séptico provavelmente altera as avaliações tradicionais dos distúrbios ácido-básicos metabólicos. Deve-se empregar a avaliação através do Strong Ion Difference para maior precisão diagnóstica. Apoio - FAPERJ 93 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ORAL Avaliação do Uso de Produtos Hemoterápicos em Terapia Intensiva T12 José R. Rocco, Rodolfo E. A. Espinosa. Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ - Rio de Janeiro, RJ. Fundamentos - Existem poucos estudos na literatura sobre o uso de produtos hemoterápicos como plasma, plaquetas e crioprecipitado na terapia intensiva Objetivos - Avaliar a prevalência, limiares transfusionais, as causas da transfusão e o prognóstico de pacientes em estado crítico que receberam plasma fresco (PIFA), concentrado de plaquetas (PLQ) e crioprecipitado do fator VIII (CRIO). Pacientes e Métodos - Coorte prospectivo observacional no período de 1 de abril até 31 de julho de 2001 em um CTI médico-cirúrgico com 10 leitos. Foram anotados o n° de pacientes internados, pacientes transfundidos, n° de unidades transfundidas e n° de transfusões, data, TAP, PTTA e n° de plaquetas prévios à transfusão, causas e escore APACHE II. Dados são apresentados como média±desvio padrão ou mediana (intervalo interquartil 25-75%). Resultados - No período do estudo foram internados 194 pacientes. PIFA foi transfundido 93 vezes em 41 (21,1%) pacientes, no total de 336 unidades. As causas para transfusão (mais de uma causa é admissível) foram: CID-33; cirrose hepática-15; hemorragias-13; PO-transplante hepático12; hepatite fulminante-12 e outros-12. Em média foram transfundidos 3,71±1,4 unidades por pedido e 7 (4-11) unidades por paciente. O TAP antes da transfusão era de 41,6±19,7%, 33±15 seg. e o INR-2,6±1; e o PTTA 38 (30-60) segundos. PLQ foram transfundidas 27 vezes em 19 (9,8%) pacientes, no total de 155 concentrados. As causas para a transfusão foram: CID-11; trombocitopenia-9; quimioterapia-5; uso de aspirina-2 e outros-5. Em média foram transfundidas 7±1,3 concentrados por pedido e 7 (7-14,8) concentrados por paciente. O n° de plaquetas anterior à transfusão era de 26.000/mm 3 (17.000-42.500/mm 3). Dois pacientes que usaram aspirina apresentavam n° de plaquetas de 133.000 e 204.000/mm 3 respectivamente. CRIO foi transfundido 12 vezes a 10 (5,2%) pacientes, no total de 93 crioprecipitados. As causas para transfusão foram: CID-8; PO-transplante hepático-2; hepatite fulminante-2 e outras-3. Em média foram transfundidos 7,7±1,8 crio por pedido e 7,5 (6-8) crio por paciente. O PTTA prévio à transfusão era de 39,5 (31,5-67,3) seg. A letalidade dos pacientes que usaram PIFA foi de 63,4% (APACHE II-22,9±8,2 pontos; probabilidade de óbito-47,6±28%); nos que usaram PLQ foi de 84,2% (APACHE II-26,9±7,5 pontos; 63,9±22,1%); e nos que foram transfundidos com CRIO foi de 100% (APACHE II27,6±7,9 pontos; 61,5±25,3%). Conclusões - Os pacientes em estado crítico que utilizaram os produtos hemoterápicos PIFA, PLQ e CRIO constituem um grupo com elevada letalidade. Devido ao viés de seleção, o escore APACHE II não deve utilizado para avaliar o prognóstico desses pacientes. Apoio - FAPERJ Comparação de Escores Prognósticos em 929 pacientes admitidos em Terapia Intensiva T15 T16 Validação de Modelo Preditivo para Pacientes com Câncer Admitidos em Terapia Intensiva José R. Rocco, Paloma F. Cariello, Flavia Fontes, Flavia Nardes, César Amorim, Daniela Gadelha, Joana Dantas. Márcio Soares, José R. Rocco, Paloma F. Cariello, Joana Dantas, Daniela Gadelha, Flavia Fontes, Flávia Nardes, César Amorim, Maria L. Toscano. Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ - Rio de Janeiro, RJ. CTI - Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ e CTI - Instituto Nacional do Câncer / MS - Rio de Janeiro, RJ. Fundamentos - Os modelos prognósticos podem fornecer uma medida precisa do prognóstico de pacientes internados em terapia intensiva. Entretanto, seu desempenho pode ser muito influenciado pela seleção dos pacientes. Objetivos - Avaliar o desempenho de 10 modelos prognósticos: APACHE II e III, SAPS e SAPS II, MPM II0 e MPM II24, LODS, MODS, ODIN e SOFA na predição da alta/óbito hospitalar. Pacientes e Métodos - Foram avaliados 929 pacientes admitidos consecutivamente em um unidade de terapia intensiva médico-cirúrgica. Os modelos prognósticos foram calculados segundo instruções de seus respectivos autores. Para variáveis não coletadas foram atribuídos pontuação zero. A discriminação foi avaliada pela área abaixo da curva ROC (± erro padrão) e a calibração através do teste goodness-of-fit (GOF). Para todos os modelos foram feitas curvas de calibração. A taxa de mortalidade padronizada (TMP) também foi calculada. Fundamentos - O prognóstico de pacientes portadores de neoplasia admitidos em terapia intensiva é ruim. Os modelos prognósticos gerais não fornecem uma estimativa precisa nesses pacientes. Recentemente, um modelo prognóstico específico para pacientes portadores de neoplasia foi desenvolvido (Groeger JS et al. J Clin Oncol 1998;16:761-70). Objetivo - Validar esse novo modelo prognóstico em pacientes brasileiros. Pacientes e Métodos - Coorte prospectivo observacional de 216 pacientes admitidos consecutivamente em um CTI médico-cirúrgico de um centro hospitalar especializado em pacientes portadores de neoplasia. As variáveis necessárias ao cálculo do modelo foram coletadas, assim como a evolução hospitalar. A discriminação foi avaliada pela área abaixo da curva ROC (± erro padrão) e a calibração através do teste goodness-of-fit (GOF). A taxa de mortalidade padronizada (TMP) também foi calculada. Resultados - A letalidade observada no CTI foi de 31,9% (69/216) e a hospitalar de 41,7% (90/216). Os pacientes do sexo masculino eram 54,2% e a idade média foi de 56 ± 16,5 anos. Os pacientes clínicos foram 42,1% (91/ 216) com uma TMP de 1,02; as cirurgias eletivas foram 50% (108/216) com a TMP de 0,62; as cirurgias de emergência somaram 7,9% (17/216) com TMP de 1,09. Apresentaram tumores sólido, 82,9% (179/216) dos pacientes. O modelo avaliado apresentou boa discriminação (área sob a curva ROC - 0,8743 ± 0,0240) e boa calibração (GOF - H = 13,4941; p=0,096. A TMP da população como um todo foi de 0,93. Conclusões - O modelo específico para pacientes portadores de neoplasia admitidos em terapia intensiva apresentou bom desempenho em nosso coorte de pacientes. A despeito das limitações de ter sido validado em uma única instituição, esse modelo pode ser útil na avaliação prognóstica de pacientes criticamente enfermos portadores de neoplasia. Apoio - FAPERJ e INCA Resultados - A letalidade observada foi de 23,1% no CTI e 33,4% no hospital. A área sob a curva ROC, GOF e TMP são apresentados na tabela abaixo. Modelo Área ROC (± EP) GOF (H) TMP APACHE II 0,8470 ± 0,0446 62,8391 p<0,0001 1,28 APACHE III 0,8559 ± 0,0399 SAPS 0,8064 ± 0,0484 SAPS II 0,8541 ± 0,0510 184,9469 p<0,0001 1,66 MPM II0 0,7897 ± 0,0724 737,3938 p<0,0001 3,00 MPM II24 0,8467 ± 0,0515 365,4549 p<0,0001 2,17 LODS 0,8367 ± 0,0571 188.1526 p<0,0001 1,75 MODS 0,8582 ± 0,0413 ODIN 0,8383 ± 0,0574 273,0399 p<0,0001 2,03 SOFA 0,8271 ± 0,0462 - Conclusões - Todos os modelos, exceto o MPM II0, apresentaram boa discriminação, mas a calibração foi ruim. É aconselhável a confecção de um modelo prognóstico adaptado aos nossos pacientes. Apoio - FAPERJ 94 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T17 ORAL Desempenho de Modelos Prognósticos Gerais em Pacientes Criticamente Enfermos com Neoplasia T18 Márcio Soares, José R. Rocco, Joana Dantas, Flávia Fontes, Daniela Gadelha, Flávia Nardes, César Amorim, Paloma F. Cariello, Maria L. Toscano. CTI - Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ e CTI - Instituto Nacional do Câncer / MS - Rio de Janeiro, RJ. Fundamentos - Um modelo prognóstico que pudesse estimar com precisão a probabilidade de óbito hospitalar de pacientes portadores de neoplasia quando admitidos em terapia intensiva poderia ajudar os intensivistas a identificar que grupo de pacientes poderiam se beneficiar dos cuidados intensivos. Objetivo - Avaliar o desempenho de 10 modelos prognósticos: APACHE II e III, SAPS e SAPS II, MPM II0 e MPM II24, LODS, MODS, ODIN e SOFA na predição da alta/óbito hospitalar de pacientes internados em terapia intensiva.. Pacientes e Métodos - Coorte prospectivo observacional de 216 pacientes admitidos consecutivamente em um CTI médico-cirúrgico de um centro hospitalar especializado em pacientes portadores de neoplasia. Os modelos prognósticos foram calculados segundo instruções de seus respectivos autores. Para variáveis não coletadas foram atribuídos pontuação zero. A discriminação foi avaliada pela área abaixo da curva ROC (± erro padrão) e a calibração através do teste goodness-of-fit (GOF). Para todos os modelos foram feitas curvas de calibração. A taxa de mortalidade padronizada (TMP) também foi calculada. Resultados - A letalidade observada no CTI foi de 31,9% (69/216) e a hospitalar de 41,7% (90/216). A área sob a curva ROC, GOF e TMP são apresentados na tabela abaixo. Modelo Área ROC (± EP) GOF (H) TMP APACHE II 0,8553 ± 0,0348 47,4173 p<0,0001 1,62 APACHE III 0,8566 ± 0,0392 - - SAPS 0,8011 ± 0,0522 - - SAPS II 0,8665 ± 0,0294 58,2476 p<0,0001 1,52 MPM II0 0,7962 ± 0,0610 178,2047 p<0,0001 2,71 MPM II24 0,8390 ± 0,0340 108,5512 p<0,0001 1,86 LODS 0,8194 ± 0,0464 88,6786 p<0,0001 1,86 MODS 0,8430 ± 0,0342 - - ODIN 0,8580 ± 0,0379 142,3693 p<0,0001 2,44 SOFA 0,8515 ± 0,0327 - - Conclusões - Todos os modelos gerais apresentaram boa discriminação, mas a calibração foi ruim. É aconselhável a adaptação de um modelo prognóstico para pacientes admitidos em terapia intensiva com neoplasia. Apoio - FAPERJ e INCA T22 Desempenho de Dois Modelos Prognósticos para Pacientes com Câncer que Necessitam de Ventilação Mecânica Márcio Soares, José R. Rocco, César Amorim, Flavia Nardes, Joana Dantas, Flávia Fontes, Daniela Gadelha, Paloma F. Cariello, Maria L. Toscano. CTI - Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ e CTI - Instituto Nacional do Câncer / MS - Rio de Janeiro, RJ. Fundamentos - Pacientes com neoplasia que necessitam de ventilação mecânica apresentam péssimo prognóstico. A insuficiência respiratória nesses pacientes é tipicamente uma manifestação de doença pulmonar avançada que, em geral, não responde à terapêutica de suporte. Recentemente, modelos para pacientes portadores de neoplasia foram desenvolvidos; um modelo geral (Groeger JS et al J Clin Oncol 1998;16:761-70) e um específico para pacientes que necessitam de ventilação mecânica (Groeger, JS et al. J Clin Oncol 1999;17:991-7). Esses escores ainda não foram validados em outros pacientes. Objetivo - Validar dois modelos prognósticos para pacientes portadores de neoplasia admitidos em terapia intensiva em ventilação mecânica. Pacientes e Métodos - Coorte prospectivo observacional de 97 pacientes consecutivos que necessitaram de suporte ventilatório admitidos em um CTI médico-cirúrgico de um centro hospitalar especializado em pacientes portadores de neoplasia. As variáveis necessárias ao cálculo dos modelos foram coletadas, assim como a evolução hospitalar. A discriminação foi avaliada pela área abaixo da curva ROC (± erro padrão) e a calibração através do teste goodness-of-fit (GOF). A taxa de mortalidade padronizada (TMP) também foi calculada. Resultados - A letalidade observada no CTI foi de 61,9% (60/97) e a hospitalar de 74,2% (72/97). Os pacientes do sexo masculino eram 57,7% e a idade média foi de 54,9 ± 17,6 anos. 29,9% (29/97) apresentaram malignidades hematológicas. A área sob a curva ROC, GOF e TMP são apresentados na tabela abaixo. Modelo Geral Específico Área ROC (± EP) 0,7047 ± 0,0543 0,6086 ± 0,0591 GOF (H) 13,2439 p=0,372 12,2197 p=0,416 TMP 1,013 0,994 Conclusões - Esses modelos para pacientes portadores de neoplasia que necessitam de suporte ventilatório na terapia intensiva apresentaram discriminação regular (modelo geral) e ruim (modelo específico), mas apresentaram boa calibração. Entretanto, é necessário adaptar esses modelos para serem empregados em unidades de terapia intensiva de centros de tratamento de câncer no Brasil. Apoio - FAPERJ e INCA Mecânica e histologia pulmonares após o uso de amiodarona Debora G. Xisto; Cristiane S. Nascimento; Flávia B. Santos; Januário G. M. Lima; Débora S. Faffe; Patrícia R. M. Rocco; Walter A. Zin. Laboratório de Fisiologia da Respiração, IBCCF°, UFRJ, Rio de Janeiro, R.J. Fundamentos: A amiodarona é um antiarrítmico, freqüentemente utilizado nas Unidades de Terapia Intensiva. Entretanto, seu uso está associado à fibrose pulmonar. Objetivos: Esse estudo visa a analisar temporalmente o efeito da amiodarona sobre a mecânica respiratória in vivo e in vitro, bem como a histologia pulmonar. Métodos e Resultados: 18 ratos Wistar foram divididos em 3 grupos de 6 animais cada. No grupo C, os animais receberam salina (0,5 ml/dia). No grupo amiodarona os ratos receberam 175 mg/kg/dia da droga por gavagem durante 6 (A6) e 12 semanas (A12). A mecânica respiratória in vivo foi analisada através do método de oclusão ao final da inspiração, sendo computados para pulmão, parede torácica e sistema respiratório: pressões resistiva e viscoelástica/inomogênea; elastâncias estática e dinâmica. Ao final do experimento, o pulmão direito foi preparado para microscopia ótica (HE) e pedaços de parênquima pulmonar 3x3x3 mm foram retirados do pulmão esquerdo para microscopia eletrônica (ME). Para o estudo in vitro, tiras subpleurais (10x3x3 mm) dos pulmões esquerdos foram retiradas, sendo uma de suas extremidades acoplada a um transdutor para medir força e um outro para análise do deslocamento. As tiras foram mantidas em solução de Krebs (37o) aerada com 95%O2-5%CO2. As amostras foram osciladas a 0,03; 0,1; 0,3; 1 e 3 Hz sendo computadas: resistência, elastância e histerisividades teciduais. Não houve diferença nos parâmetros da mecânica in vivo e in vitro entre os grupos. Porém, houve aumento de neutrófilos no tecido pulmonar. À ME constatou-se hiperplasia e hipertrofia de corpos lamelares dos pneumócitos tipo II nos animais que receberam amiodarona. Conclusão: O uso de amiodarona acarreta processo inflamatório pulmonar e alteração constitucional de pneumócitos tipo II, sem repercussões mecânicas. Logo, a amiodarona deve ser usada com cautela nos pacientes críticos, já que apesar de funcionalmente o pulmão permanecer normal, ela acarreta alterações morfométricas pulmonares. Apoio Financeiro: PRONEX-MCT, CNPq, FINEP, FAPERJ, CEPG-UFRJ Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 95 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ORAL O Uso do Corticosteróide na Fase Precoce da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo Interfere no Remodelamento Pulmonar? T25 Alba B Souza, Elnara Negri, Januário GM Lima, Renata S Contador, Vera Capelozzi, Paulo AS Mourão, Walter A Zin, Patricia RM Rocco. Laboratório de Fisiologia da Respiração, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ Fundamentos: O corticosteróide vem sendo utilizado na fase fibroproliferativa da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). Entretanto, recentemente, alguns autores têm observado aumento do número de miofibroblastos e procolágeno do tipo I e III na fase precoce da SDRA, sugerindo que a fase proliferativa começa, na realidade, tão logo a lesão é desencadeada. Dessa forma, por quê não utilizar o corticosteróide na fase precoce da SDRA? Objetivos: Avaliar o efeito do corticosteróide na mecânica tecidual e no remodelamento do parênquima na fase precoce da SDRA. Materiais e Métodos: Resistência (R), elastância (E) e histerisividade (h) foram analisadas durante oscilações senoidais de tiras de tecido pulmonar de rato, 24 h após injeção de salina (C) ou paraquat [P (10 e 25 mg/kg, i.p.)]. P10 (SDRA leve) e P25 (SDRA grave) foram tratados com metilprednisolona (M, 2 mg/kg, i.v.) 1 e 6 h após indução da lesão. Fibras colágenas, elásticas [elaunínicas (ELA), elásticas maduras (ELM) e oxitalânicas (OXI)] e glicosaminoglicanas (GAG) foram analisadas. E e R aumentaram de C para P10 (27% e 64%) e P25 (144% e 232%). Em P10, os valores de M1 e M6 foram similares a C, e em P25, o corticosteróide atenuou as alterações em E e R. h aumentou apenas na SDRA grave (33%). Fibras colágenas e elásticas e conteúdo de GAG aumentaram com a gravidade da lesão. Corticosteróide reduziu conteúdo de fibras colágenas e GAG, independentemente do grau de SDRA. OXI aumentou apenas no P25 (367%), sendo que o corticosteróide impede tal alteração. Conclusões: A fibroelastogênese se inicia na fase precoce da SDRA, independentemente da gravidade da lesão. O corticosteróide mantém a mecânica tecidual e impede aumento de fibras colágenas na SDRA leve, e atenua as modificações na impedância tecidual e nos componentes da matriz extracelular na SDRA grave. Logo, o corticosteróide, em dose baixa, deve ser utilizado na fase precoce da SDRA, visando interferir no remodelamento da matriz extracelular. Apoio Financeiro: CNPq, PRONEX-MCT, FAPERJ, FINEP, FUJB A Duração da Insuflação ë Importante para o Recrutamento Alveolar na Lesão Pulmonar Aguda? T26 Luciana L Farias, Renata S Contador, Cristiane S Nascimento, Debora G Xisto, Maria Cristina E Santana, Débora S Faffe, Patricia RM Rocco, Walter A Zin. Laboratório de Fisiologia da Respiração, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ Fundamentos: Na Lesão Pulmonar Aguda (LPA) há colapso alveolar que dificulta uma troca gasosa eficaz. O recrutamento alveolar (RA) e a manutenção dos mesmos abertos são algumas das metas da estratégia ventilatória protetora, minimizando, dessa forma, a lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica. Há controvérsias acerca da intensidade e da duração do recrutamento alveolar. Usualmente, o RA é realizado insuflando-se os pulmões com 40 cmH2O durante 40 s. Objetivos: Esse estudo visa a avaliar se a manutenção da insuflação durante um tempo maior que 40 s favoreceria o recrutamento alveolar na lesão pulmonar aguda. Materiais e Métodos: A LPA foi induzida em ratos Wistar (250-270 g) injetando-se paraquat (15mg/kg i.p.). Após 24 horas da indução da LPA, os animais foram sedados, anestesiados e ventilados mecanicamente. A mecânica respiratória foi determinada pelo método de oclusão ao final da inspiração, sendo computados para o sistema respiratório (rs), pulmão (L) e parede torácica (w): pressões resistiva (?P1) e viscoelástica (?P2) e elastância estática (Est). A mecânica respiratória foi computada antes e após a manobra do recrutamento alveolar (insuflação pulmonar com pressão de 40 cmH2O). Os grupos foram divididos de acordo com a duração da insuflação (40 ou 120 segundos). Ao final do experimento, os pulmões foram preparados para histologia (hematoxilina & eosina). Resultados: Est,L e ?P2,L reduziram-se após 40 s da manobra de recrutamento: 4,3®3,1cmH2O.ml-1 e 1,1®0,7 cmH2O, respectivamente. Entretanto, ?P1,L só diminuiu após 120 s (1,7®0,7cmH2O). A manobra de RA acarretou redução do colapso alveolar independentemente do tempo de insuflação. Entretanto, ao se avaliar a variabilidade do diâmetro alveolar nos diferentes campos, nota-se que em 120 s estes se apresentam mais homogeneamente abertos. Cumpre ressaltar que houve aumento do diâmetro dos ductos alveolares após RA em 40 e 120 s. Conclusões: O aumento do tempo de insuflação durante a manobra de recrutamento alveolar reduz a inomogeneidade do parênquima pulmonar, usualmente presente na lesão pulmonar aguda. Apoio Financeiro: CNPq, PRONEX-MCT, FAPERJ, FINEP, FUJBA Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo de Etiologia Pulmonar e Extra-pulmonar: Efeitos do Corticosteróide T29 Christiane SC Cunha, José Henrique Leite, Alba B Souza, Cristiane S Nascimento, Rafael A Cadete, Débora S Faffe, Walter A Zin, Patricia RM Rocco. Laboratório de Fisiologia da Respiração, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ. Fundamentos: O uso de corticosteróide no tratamento da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) tem sido objeto de grande controvérsia. Embora o mecanismo de ação não esteja totalmente elucidado, os corticosteróides inibem potentes mediadores inflamatórios. Os estudos multicêntricos demonstraram que o corticosteróide não reduziu a mortalidade dos pacientes com SDRA. No entanto, eles não consideraram a etiologia da SDRA: se direta ou indireta. Objetivos: Esse estudo analisa o efeito do corticosteróide na mecânica e histologia pulmonares em modelo de SDRA de etiologia pulmonar (direta) e extrapulmonar (indireta). Materiais e métodos: Camundongos BALB/c foram divididos nos grupos: CT [instilação 50 mL intra-traqueal (i.t.) salina], CP [500 mL intra-peritoneal (i.p.) salina], LT (instilação 10 mg i.t. LPS) e LP (125 mg i.p. LPS). Nos grupos LT e LP, injetou-se metilprednisolona (2mg/kg i.v.) 1h após administração de LPS, constituindo-se os grupos MT e MP, respectivamente. Após 24h, os animais foram sedados, anestesiados, traqueostomizados e a mecânica pulmonar foi determinada pelo método de oclusão ao final da inspiração, computando-se: pressões resistiva e viscoelástica, e elastâncias estática e dinâmica. Ao final dos experimentos, os pulmões foram preparados para histologia (HE), mensurando-se fração de áreas normais, colapso e hiperinsuflação alveolares. Resultados: As pressões resistiva e viscoelástica, e as elastâncias estática e dinâmica se elevaram similarmente dos grupos CT e CP para LT (30%, 23%, 57%, 54%) e LP (31%, 28%, 55%, 51%), respectivamente. Os parâmetros da mecânica do grupo MT foram similares aos do CT. Entretanto, o uso de corticosteróide não reduziu as modificações mecânicas em LP. A metilprednisolona reverteu o colapso presente na SDRA de etiologia pulmonar, e atenuou as modificações morfométricas na SDRA de etiologia extrapulmonar. Conclusão: O uso do corticosteróide mostrou-se benéfico principalmente na SDRA de etiologia pulmonar. Logo, faz-se mister um novo estudo dos efeitos do corticosteróide na SDRA de etiologia pulmonar em humanos. Apoio financeiro: PRONEX-MCT, CNPq, FINEP, FAPERJ 96 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva A Pressão Capilar Pulmonar e suas Implicações nos Parâmetros Oxi-Hemodinâmicos T31 Cimini, CCR; Ananias, M; Rocha, EEM; Rosenfeld, RS e Miranda, FG. CTI-CRITIMED-Casa de Saúde São José- Rua Macedo Sobrinho, 21-Humaitá-RJ Fundamento: Existe interesse na determinação da pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP), que representa a pressão diastólica final do ventrículo esquerdo. É erroneamente chamada de pressão capilar pulmonar (Pcap), essa o principal fator na formação de edema intersticial pulmonar. Em situações patológicas especiais perde-se a correlação fisiológica normal entre Pcap e POAP, que é de 4mmHg. O aumento nessa diferença pode levar a edema pulmonar por aumento da pressão hidrostática, sem níveis muito elevados de POAP. Assim, existem técnicas para a estimativa do valor da Pcap real e o seu aprimoramento possibilitou a medida da Pcap à beira do leito. Objetivos: Os objetivos desse estudo são: a)avaliar a viabilidade de se medir a Pcap real; b)determinar a importância dessa medida; c)correlacionar a Pcap com as variáveis oxi-hemodinâmicas medidas ou calculadas. Pacientes e Métodos: O estudo é prospectivo e seqüencial. Foram estudados 25 pacientes com idade de 70,9±16 anos, 16(64%) masculinos e 9(36%) femininos.;APACHE II de 18±6,4. O tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva foi de 16,8±9,2 dias e a permanência do cateter de Swan Ganz foi de 5±2 dias. Dez pacientes(40%) apresentavam lesão pulmonar aguda e 6 (24%) tinham critérios para SDRA. A Pcap foi medida através da análise visual do decaimento da curva de pressão após a oclusão de um ramo distal da artéria pulmonar e nesses foram realizadas as análises estatísticas. Resultados: A medida da Pcap foi possível em 16(64%). A Pcap de 15,7±4.9 e a POAP de 12,8±4,7 mmHg foram diferentes, com p<0,0001 e correlacionaram-se entre si, com r=0,98 e p<0,0001. A pressão média de artéria pulmonar de 28,3±7,5 e a Pcap mmHg correlacionaram-se, com r=0,82 e p=0,0001. A Pcap e a pressão diastólica da artéria pulmonar de 19±4,6 mmHg correlacionaram-se, com r=0,94 e p<0,0001. A Pcap e a PaO2/FiO2 261±89 correlacionaram-se, com r=0,59 e p<0,02 e não houve correlação da primeira com a resistência vascular pulmonar, o Qs/Qt e a oferta de oxigênio. Conclusão: É possível a medida da Pcap real na prática clínica, o que foi similar, no presente estudo, ao percentual da literatura. Embora houvesse diferença estatística significativa entre a Pcap e a POAP, essa não mostrou importância clínica, já que a Pcap manteve a diferença fisiológica com a POAP, apesar de 13(81,25%) pacientes apresentarem hipertensão pulmonar. A Pcap também se correlacionou com as variáveis oxi-hemodinâmicas avaliadas. T34 ORAL UTI Móvel. O Papel do Técnico de Enfermagem no Transporte de Pacientes Graves T33 Carlos A. Lima; João A.L.Sales Jr; Evandro C. S. Cosme; Júlio C.O. Ambrósio; Flávio O. Marins; Geová A. Santos; Carlos E. Frederico; José C. Nascimento; José I. Nascimento; Anderson C. Silva; Marcos P.A.Ávila; Nilson M.Souza; Wagner P. Santos; Odymar V. Lima. Cticor Transporte Médico. Rio de Janeiro –RJ. Brasil. Introdução: O atendimento de pacientes graves a nível pré-hospitalar exige participação ativa de toda equipe, devendo o técnico de enfermagem ter conhecimento pleno de todo o equipamento e de como atuar com o médico nas emergências. Objetivo: Avaliar a atuação dos técnicos de enfermagem no atendimento pré-hospitalar e transporte de pacientes graves em UTIs móveis com médico. Material e Métodos: procedemos a um estudo retrospectivo analisando os boletins de atendimento médico no período de 01 / 2001 a 06 / 2001. Selecionamos os pacientes em prótese ventilatória e os com insuficiência coronariana aguda transportados no período citado. Determinamos o nível de atuação quantificando os procedimentos realizados. Resultados: identificamos 302 pacientes com as características citadas. Houve predomínio de pacientes em faixa etária > 60 anos (192; 63.6 %) e não houve diferença entre os sexos (M= 150; F = 152). Foram realizados 216 (71.5 %) transportes interhospitalares, 81 (26.8 %) domiciliares e 05 (1.65 %) altas para home care. A monitorização cardíaca e oximétrica ocorreu em 100% dos casos. Houve punção venosa periférica em 108 (35.8 %) casos. O número de pacientes com drogas em bomba infusora (nitroglicerina, nitroprussiato, dopamina, dobutamina, heparina e amiodarona) foi de 169 (56 %). O auxílio à entubação traqueal ocorreu em 28 (9.3 %) casos. Houve reanimação cardiopulmonar em 05 casos (03 encontrados em parada cardíaca no domicílio e 02 evoluiram para pcr durante o atendimento). Houve 01 caso de reanimação cardiopulmonar com sucesso dentro da ambulância. Os principais diagnósticos foram Angina Instável (134; 44.4%) no grupo coronariano e Insuficiência Respiratória à Esclarecer (18; 6 %) no grupo em ventilação mecânica. Conclusão: a atuação destes profissionais é fundamental considerando-se não somente a gravidade dos casos do estudo, mas o ambiente adverso do trabalho em UTI móvel. O fato de todos possuírem o curso de Suporte Básico de Vida da American Heart Association pode ter contribuido para o resultado satisfatório. Parada Cardíaca em Transporte em UTI Móvel. Importância da Desfibrilação Precoce. João A.L.S.Jr.; Wânia V. Freitas; Francesco A. Muto;Carlos A. de Lima; Jorge Vianna;Paula V. Pinto; Sérgio V. Paes; Cleópatra Gringauz; Tavares, Marcelo; Marcos P.A.Ávila; Claudemir Q.de Jesus; Joceir S.Lima; José C.Nascimento; Estevão de Lima. Cticor Transporte Médico. Rio de Janeiro-RJ. Brasil. Introdução: A Fibrilação Ventricular (F.V.)é o rítmo encontrado em 90 % das mortes súbitas no ambiente pré-hospitalar.A abordagem rápida visando a desfibrilação o mais precoce possível é um grande desafio. Objetivo: Avaliar os casos de Parada Cardiorespiratória por FV ou Taquicardia Ventricular s/ pulsodurante atendimento pré-hospitalar em UTI Móvel e reforçar o conceito da desfibrilação precoce. Material e Métodos: Revisamos o Boletim de Atendimento Médico e o ECG de 06 casos de PCR ocorridos de 01 / 1999 até 06 / 2001 e revisamos a literatura pertinente. Resultados: Identificamos 06 pacientes que desenvolveram FV durante o transporte em UTI móvel. Caso 1: Paciente A.A.A., 71 a.,sexo masculino,com quadro de insuf. coronariana aguda,desenvolveu durante transporte interhospitalar PCR em F.V. sendo prontamente revertido com 200 J. Caso 2: F.P.,65 a., IAM anterior,apresentou 03 episódios de F.V. revertidos respectivamente com 200, 300 e 360 J.O paciente veio a óbito pouco depois no hospital em choque cardiogênico.Caso 3:P.V., 61 a., sexo masculino, apresentou episódio de FV refratária aos 02 primeiros choques, tendo evoluído para rítmo agônico e assistolia, sendo confirmado o óbito durante o transporte. Caso 4: J.F., 49 a., sexo feminino, apresentou FV prontamente revertida com 200 J. Restante do transporte com amina vasoativa e dripping de lidocaína. Caso 5:F.P.,58a., sexo masculino, atendido em domicílio com quadro sugestivo de I.A.M. apresentou FV refratária aos primeiros 3 choques.Restante do protocolo no hospital de destino sem sucesso.Caso 6:B.S.,69 a.,em choque,evoluiu no início do atendimento com TVs/ pulso,tendo readquirido pulso após o primeiro choque 200 J.A reversão de 04 casos (66.6 %) é considerada satisfatória.A pronta reversão em 03casos (01choque 200 J) foi atribuida a desfibrilação precoce. Todos os pacientes eram portadores de cardiopatia isquêmica. Apenas 01 paciente (Caso 1) obteve alta hospitalar. A literatura é clara quando afirma que o único tratamento realmente eficaz para a fibrilação ventricular é a desfibrilação elétrica e o sucesso desta abordagem é tempo –dependente Conclusão: A reversão da PCR por F.V./T.V. em 04 casos foi atribuida a desfibrilação precoce. O treinamento da equipe em suporte avançado em cardiologia contribuiu para uma atuação rápida e segura. O desafio de salvar mais vidas terá de passar por uma prevenção mais eficaz, desfibrilação precoce (incentivo ao Desfibrilador Semi-Automático) e suporte avançado cada vez mais eficaz. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 97 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ORAL Ventilação Mecânica e Entubação Traqueal Em UTI Móvel. Experiência de Um Serviço Privado de Medicina Pré-Hospitalar. T36 João A.L.S. Jr.; Wânia V. Freitas; Marcelo Tavares; Leonardo S. Monteiro; Francesco A.Muto; Edmea Endson; Paula V. Pinto; Carlos A. Lima; Evandro C.C.Souza; Cristina O. Menezes; Cleópatra Gringauz; Rosana C. Almeida; Alexandre Aguiar; Martha S. Nassar; Andréia M. Silva; Sérgio V. Paes; Helena M. V.Barros. Cticor Transporte Médico. Rio de Janeiro – RJ. Brasil. Introdução: A entubação traqueal e a ventilação mecânica prontamente instituídas são medidas avançadas fundamentais para a reversão da hipóxia e aumento da sobrevida. No ambiente pré-hospitalar ocorrem dificuldades adicionais relacionadas às condições adversas inerentes. Objetivo: Avaliar as dificuldades relativas à abordagem avançada das vias aéreas a nível pré-hospitalar e relatar a experiência da empresa. Material e Métodos: Avaliamos retrospectivamente os Boletins de Atendimento Médico de 01/2001 a 06 / 2001 visando os casos de entubação traqueal e ventilação mecânica, os diagnósticos, as intercorrências, a estabilidade na chegada ao hospital. Utilizamos como prótese ventilatória o Uni-Vent 706 e o Bird Mark 07. Resultados: Identificamos 66 pacientes transportados em ventilação mecânica, 64 casos no Uni-Vent 706 e 02 casos no Bird Mark 07. A entubação traqueal foi realizada em 28 casos (42 %) e a ventilação mecânica iniciada pela equipe em 25 casos (37.8 %). O tempo médio de ventilação mecânica foi de 35 minutos.Predominou o sexo feminino (38 casos; 57.5 %) e a faixa etária acima dos 60 anos (53 casos; 80.3 %). O transporte interhospitalar correspondeu a 35 casos (53 %), o atendimento domiciliar a 26 casos (39.3%) e 05 casos (7.5 %) foram transportados para home care. Os diagnósticos mais freqüentes foram quadros de insuficiência respiratória à esclarecer (18 casos;27.2 %), acidente vascular encefálico (9 casos; 13.6 %), vítimas de trauma (7 casos; 10.6 %) e edema agudo de pulmão (5 casos; 7.5 %). Houve 01 caso de óbito durante o atendimento e 3 casos de parada cardíaca não revertida no domicílio. Houve ainda 01 caso (1.5 %) de tentativa de entubação sem êxito. A reversão da hipóxia foi o principal problema resolvido (33 casos; 50%). A sedação foi necessária em 21 pacientes (31.8 %). O uso de drogas vasoativas esteve presente em 13 (19.7 %) casos. Não houve necessidade de bloqueio neuro-muscular nos casos relatados. Conclusão: a entubação traqueal e a ventilação mecânica podem ser feitas com segurança a nível pré-hospitalar, muito embora tenha havido limitações de recursos ventilatórios com as próteses utilizadas. O treinamento contínuo em entubação traqueal e situações de emergência contribuiu para o resultado satisfatório encontrado. Tromboembolismo pulmonar em idosos em terapia intensiva. T49 Oliveira GMM, Godoy PH, Wiedemann H, Brandão ML UTI-Prontocor Lagoa- Rio de Janeiro-RJ Objetivo: Avaliar o tromboembolismo pulmonar (TEP) em pacientes com idade igual ou maior do que 65 anos internados em unidade de terapia intensiva. Material e Método: Foram estudados 781 pacientes de uma coorte prospectiva provenientes de uma UTI clínica com 9 leitos, dos quais cerca de 2/3 tem idade ³ 65 anos, durante o período de março de 2000 a julho de 2001. A confirmação diagnóstica foi realizada através da associação de alta probalilidade clínica com cintigrafia de ventilação/perfusão de alta probabilidade (65%) ou visualização do trombo pela angiotomografia de tórax (29%) ou angioressonância (6%). Os pacientes com alta probabilidade clínica foram submetidos à realização de dímero D(látex), ecocardiograma transtorácico, estudo ecocardiográfico venoso colorido dos membros inferiores, eletrocardiograma, gasometria arterial e radiografia de tórax, além da confirmação diagnóstica descrita acima. Resultados: Dos 17 pacientes com diagnóstico de TEP confirmados, a idade média foi de 78,7 ± 7 anos(máx = 97, min = 73), o APACHE médio de 11,9 ± 3,2, sendo 77% do sexo feminino. A história de trombose venosa esteve presente em 59%, o repouso (>3dias = 29%), e a fração de ejeção < 40% (FE=35%) foram os fatores de risco mais encontrados. Os sinais e sintomas mais comuns foram: dispnéia e taquipnéia (> 20 irpm) em 82%, dor torácica em 41% e tosse e taquicardia sinusal (>100bpm) em 35% dos casos. O edema agudo de pulmão ocorreu como manifestação inicial em 24% dos pacientes. O dímero D(látex) foi positivo em 94% e a hipoxemia ocorreu em 53% dos pacientes. A positividade do eletrocardiograma foi de 24 %(BRD agudo em 12%) e da radiografia de tórax de 32% (24% de infiltrados pulmonares que se resolveram com a terapêutica).O duplex scan de membros inferiores demonstrou a presença de TVP atual em 59%(visualização do trombo em 53%) dos pacientes, enquanto que a positividade do ETT foi de 53% (com elevação da pressão sistólica da artéria pulmonar em 41% dos casos). A heparina não fracionada foi a terapêutica mais empregada (47%), seguida da heparina de baixo peso molecular (41%) e somente 12 % utilizaram trombolíticos. A profilaxia foi realizada com cumarínicos e meia elástica em 88% dos casos. A mortalidade intrahospitalar foi de 18 % (12% relacionada com o TEP, com um óbito na UTI). No acompanhamento até a presente data ocorreu um óbito por TEP após a alta hospitalar Conclusão: Os autores chamam a atenção para a ocorrência de TEP em pacientes idosos críticos, que são cada vez mais freqüentes em nossas unidade de terapia intensiva. O edema agudo de pulmão e a dor torácica ocorreram como forma inicial de apresentação em ¼ dos pacientes, que apresentavam APACHE relativamente baixo, tendo no entanto, uma mortalidade hospitalar de 18%. A terapêutica empregada não diferiu da habitual, sendo inclusive utilizado trombolíticos, sem complicações maiores. Todos os pacientes na alta hospitalar, estavam em uso de cumarínicos. T52 Alterações hemodinâmicas durante a anastomose látero-lateral da veia cava inferior no transplante hepático. Lucio F Pacheco Moreira, Marcelo Enne, Elizabeth Balbi, Alexandre Cerqueira, Leonel Pereira, Simone Leite, Rosalice Miecznikowski, e Joaquim Ribeiro. Clínica São Vicente da Gávea e Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro/RJ Objetivo: A técnica de transplante hepático (TH) compreende realização da hepatectomia no receptor incluindo a porção retro-hepática da veia cava inferior (VCI), provocando distúrbios hemodinâmicos severos, os quais são atenuados com o uso do bypass veno-venoso. Recentemente foram introduzidas técnicas novas para anastomose da VCI (término-lateral/Piggy-back e látero-lateral), ambas sem exigir que se faça interrupção total do fluxo sangüíneo na VCI. O objetivo deste estudo é avaliar o resultado da anastomose látero-lateral da VCI no TH. Metodologia: De abril de 1997 à dezembro de 2000, foram realizados 72 TH. A anastomose látero-lateral da VCI foi realizada em 64 pacientes (88,9%). Alterações hemodinâmicas na fase anepática foram avaliadas pelo índice cardíaco antes, durante e após o clampeamento parcial da VCI. Analisamos também a duração dos diversos tempos cirúrgicos, o consumo de hemoderivados, o tempo de internação e a presença de trombos no interior da veia cava do enxerto no pósoperatório tardio. Resultados: Não houve alteração significativa do índice cardíaco antes, durante e depois do clampeamento (6,5±2,4(SD); 5,9±2,2 e 6,5±2,0L/min/m2; respectivamente / p>0,05). A duração dos diversos tempos cirúrgicos, bem como da internação em CTI e total foi semelhante a dos trabalhos utilizando a técnica de Piggy-back. O mesmo podemos dizer da utilização de hemoderivados. Não foi observado trombos no interior da VCI do enxerto no pós-operatório. Conclusões: A anastomose látero-lateral da VCI sem interrupção total do fluxo na VCI é factível na maioria dos casos e reduz o risco de instabilidade hemodinâmica na fase anepática. 98 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ORAL Importância do isolamento de Cazndida sp. do LBA em meio de cultura específico versus não específico para fungos, e seu impacto prognóstico em pacientes críticos T54 Medina, Flávio M; Fonseca, Allex J; Penido, Carmen; Magalhães, Cristiane R; Gomes, Marcelo V; Camillis, Luis F. Centro de Terapia Intensiva - Clínica São Vicente – Rio de Janeiro, RJ Introdução: A importância do isolamento de Candida sp. no lavado broncoalveolar (LBA) de pacientes críticos permanece pouco esclarecida na literatura. Enquanto a fungemia correlaciona-se com o aumento da mortalidade, o isolamento de Candida sp. de amostras de LBA não apresenta valor definido na diferenciação entre colonização e infecção, tendo indicação de tratamento e importância prognóstica controversos. Material e Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo com 37 pacientes internados no CTI da Clínica São Vicente que apresentaram isolamento de Candida sp. no LBA, no período de junho de 1998 a dezembro de 1999. Foram excluídos deste estudo os pacientes neutropênicos. Alíquotas do LBA foram semeadas em meios de cultura para fungo (CFUN) e para bactéria (CBAC). Os pacientes foram divididos em 2 grupos: o GRUPO I representa os pacientes cujo isolamento de Candida sp. foi observado apenas no CFUN; o GRUPO II, aqueles cujo isolamento foi observado no CFUN e no CBAC. Objetivos: Nosso objetivo foi avaliar se o crescimento de fungo no meio CBAC está relacionado com os fatores de risco para infecção fúngica e com o prognóstico do paciente. Resultados: Os parâmetros APACHE II, média de idade, tempo de internação, tempo de ventilação mecânica, necessidade de diálise, uso de aminas vasoativas e uso de cateter de Swan Ganz não foram estatisticamente diferentes entre os dois grupos. Entretanto, a mortalidade foi estatisticamente maior no GRUPO II em relação ao GRUPO I (75% e 36%; respectivamente, p=0,03). Conclusão: Com base nestes resultados, podemos concluir que os pacientes nos quais foi isolado Candida sp. em meio de cultura para bactéria apresentam pior prognóstico. Sugerimos que o crescimento de Candida sp. no CBAC, meio de cultura não específico para fungo, pode representar uma maior colonização pulmonar, com maior risco de desenvolvimento da infecção, comprometendo, portanto, o prognóstico do paciente crítico. T55 Utilização do “Strong Ion Difference” como Fator de Prognóstico em Pacientes Críticos T56 Fábio Gomes, Emanuela Moraes, Carmen Penido, Pedro T. Rocha, Carina D. Ruiz, Luis F. Camillis, Marcelo V. Gomes e Flávio E. Nácul. Centro de Tratamento Intensivo, Clínica São Vicente, Rio de Janeiro, RJ. Introdução: Distúrbios no equilíbrio ácido-base estão relacionados a diversas disfunções respiratórias e metabólicas. Portanto, parâmetros que determinam a acidose no sangue, como o “base excess” (BE) e a concentração sérica de lactato são utilizados como indicadores de mortalidades em pacientes críticos. Objetivos: Avaliar a utilização do “strong ion difference” (SID) como um fator de prognóstico em pacientes críticos e compará-lo com o BE e com os níveis de lactato. Pacientes e Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo com 100 pacientes internados no centro de tratamento intensivo (CTI). O cálculo do SID foi realizado no momento da internação, utilizando-se a seguinte equação: (Na+ + K+ + Ca++ iônico + Mg++) – (Cl- + Lactato). O resultado foi comparado com: APACHE II, concentração sérica de lactato, BE, dias de ventilação mecânica (VM), dias de internação no CTI e mortalidade. Variáveis contínuas foram comparadas utilizando-se a análise de variância (ANOVA) e o teste qui-quadrado foi utilizado para a análise de variáveis categóricas. Resultados: O SID não foi associado, significativamente, com nenhuma das variáveis estudadas (tabela) Indicadores SID <38 40 ± 2 >42 (n=24) (n=44) (n=32) APACHE II 12.1 12.0 11.0 Lactato(mmol/L) 2.4 1.9 2.0 BE (mEq/L) -2.1 -1.2 0.8 VM (dias) 1.9 1.5 2.3 Internação no CTI (dias) 4.0 3.0 4.2 Mortalidade (%) 8.3 11.4 9.3 Valores de BE inferiores a –2 foram relacionados a uma maior taxa de mortalidade (6,12 % em pacientes com BE normal e 18,8% em pacientes com BE < -2; p=0,05). Pacientes com concentrações séricas de lactato superiores a 2 mmol/L também apresentaram uma maior taxa de mortalidade (15% contra 6,7%, respectivamente; p=0,15), porém não estatisticamente significativa. Conclusões: Neste estudo, o SID não demonstrou ser um bom fator de prognóstico, enquanto que o BE foi considerado um fiel indicador de mortalidade em pacientes críticos. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 Estudo observacional de adesão à lavagem das mãos em uma unidade de terapia intensiva médico-cirúrgica Patrícia Marques, Simone Nouér, Márica Pinto, Elaine Araújo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar – UFRJ, Rio de Janeiro, RJ Fundamento: A disseminação de bactérias multirresistentes em Unidades de Terapia Intensiva, é crescente e preocupante. A presença de cepas monoclonais, principalmente nas situações surtos, cada vez mais evidencia a transmissão paciente-paciente destes microrganismos. Desta forma, as mãos dos profissionais de saúde funcionam como importante veículo de transmissão e, a adesão à lavagem de mãos torna-se uma condição indispensável ao controle desta situação. Objetivos: Comparar a adesão de lavagem de mãos dos profissionais em pacientes submetidos a Precaução Padrão (PP) e Precaução de Contato (PC) por bactérias multirresistentes, em Unidade de Terapia Intensiva Médico-Cirúrgica. Pacientes e Métodos: CTI Médico-Cirúrgico com 6 leitos clínicos e 4 leitos cirúrgicos. Considerou-se como multirresistência e oportunidades para lavagem das mãos, os critérios adotados pela instituição. Todos os pacientes colonizados ou infectados por bactérias multirresistentes foram colocados em PC a partir do conhecimento do resultado do exame. As oportunidades de lavagem de mãos foram acompanhadas prospectivamente, entre março e junho de 2001, por observador treinado. Os pacientes em PP serviram como controles. Resultados: Durante o período, 346 observações foram realizadas e 34% ocorreram em pacientes sob PC. A adesão global foi de 39,6% (antes e depois do cuidado com o paciente). Considerando a adesão global e o uso de antisséptico nas mãos, a adesão global foi de 36,2%. Adesão foi maior depois, que antes do cuidado (61% x 16%, RR 3,44, IC 95% 2,66 – 4,45; p<0,05). Em 24% das observações os profissionais usavam anéis, 10% pulseiras e 37% relógios, principalmente entre as mulheres (p=0,01 para anéis e p=0,01 para pulseiras) e no período da tarde (p=0,0025). O uso adequado de antisséptico após o cuidado do paciente ocorreu em 57% das observações; 74% em pacientes em PC e 49% em PP (RR 2,09, IC 95% 1,45 – 3,02; p=0,00002). A equipe profissional com maior adesão foi a fisioterapia (63%) e a com menor os alunos de medicina (13%). Conclusões: A adesão a lavagem das mãos em UTI foi baixa e comparável a literatura médica. O fato da adesão ser ainda menor em pacientes fora das precauções de contato, reforça a conduta diferenciada com estes pacientes, porém, a deficiência da lavagem das mãos quando não temos o isolamento confirmado destes microrganismos dificultará o controle da disseminação destes agentes, além de permitir a transmissão de outros microrganismos. 99 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ORAL T58 Pesquisa de “Outcomes” – Buscando as Expectativas do Paciente Atendido no Departamento de Emergência G. Bastos, K B. Andrade, M F. Muiño, AP. Pinheiro, M. Guimarães, C. Clare, E. Tinoco, I. A. de Aveiro, A. Volschan, S. M. Moura Hospital Pró-Cardíaco • PROCEP Introdução: Os departamentos de Emergência envolvem profissionais treinados para atender com eficiência as diferenças demandas de pacientes, seja os caracterizados não urgentes (geralmente abrangendo 40% dos atendimentos), seja os caracterizados grandes emergências (como o infarto agudo do miocárdio com choque cardiogênico e ruptura miocárdica). No atual cenário da Saúde, uma pesquisa de outcomes torna-se necessário, na busca de informações para monitorar as expectativas e satisfações do paciente atendido, objetivando melhorar o atendimento, bem como, os resultados alcançados. Objetivos: Monitorar a expectativa do Paciente a fim de melhorar a qualidade do atendimento; detectar pontos negativos e melhorar o nível de serviço prestado, aproximando-o das expectativas e percepções de seus Pacientes. Material e Método: Trata-se de uma pesquisa de outcome onde o método utilizado foi entrevista realizada por telefone tendo como instrumento de coleta de dados um questionário semi-estruturado. Foram entrevistados 182 pacientes após um mês de alta da UE de um hospital de pequeno porte. A pesquisa foi realizada no período de Maio à Outubro de 2000. Resultados: Dos 182 pacientes que responderam ao questionário 53,8% era do sexo feminino, 58% (106) utilizou os serviços pela primeira vez; 87% (158) não apresentou recorrência dos sintomas; 84% (152) relata ter ficado satisfeito com atendimento prestado, 76% (138) recebeu orientações na alta satisfazendo suas dúvidas e 96% (174) retornariam a utilizar os nossos serviços. Conclusão: Monitorar as expectativas do paciente frente ao atendimento prestado é de vital importância no atual cenário dos departamentos de Emergência. A realização da pesquisa de outcomes nos ajuda a identificar o grau dessas expectativas e satisfações, na busca contínua da melhoria da qualidade do atendimento prestado no departamento de Emergência. T60 Avaliação metodológica da determinação da pressão inspiratória máxima, em pacientes com via aérea artificial Leonardo C. de Souza Clínica São Gonçalo – São Gonçalo – RJ – Hospital de Clínicas de São Gonçalo – São Gonçalo – RJ Fundamento: a vacuometria (Pimáx.) é um recurso quantitativo da pressão inspiratória, e pode auxiliar diretamente o desmame do paciente da prótese ventilatória e/ou proporcionar um melhor retreinamento muscular respiratório, não só quantificando a carga a ser instalada mais também a qualidade do estudo empregado. Objetivos: Avaliar os resultados e o comportamento clínico dos pacientes submetidos ao exame na beira do leito, para a melhor determinação da carga ideal de treinamento muscular respiratório e/ou desmame de prótese ventilatória. Pacientes e Métodos: foram estudados 30 pacientes com entubação orotraqueal, com história previa de insuficiência respiratória aguda, dezoito masculinos, idade média global de 68,0 ± 12,2 anos, onde foram submetidos ao vacuômetro, em três tempos diferentes. O primeiro (T - 20), foi determinado que os pacientes seriam submetidos ao exame permanecendo em um tempo total de vinte segundos com oclusão da válvula respiratória, o segundo (T – 30), permaneceriam em um tempo total de trinta segundos e o terceiro (T – 60), num total de sessenta segundos. Todos os avaliados estavam sob ventilação mandatória assistida, em média de 3,0 ± 2,2 dias, previamente sob nutrição enteral, em média de 2,0 ± 0,8 dias e sem sinais de instabilidade hemodinâmica no momento do exame. Foram utilizados: o Manovacuômetro da Ger-Ar (MV-120), monitores multiparametros da Dixtal (DX – 2010), para valores de saturação O2 (SaTO2) e freqüência cardíaca (FC), ventiladores inter – 5 da INTERMED e Threshold da Critical Med. Para os paciente que obtiveram resultados abaixo de 60 % do esperado, foi realizado retreinamento de força muscular respiratório (RTFMR), utilizando valor ideal de carga linear de 40 % Pimáx., descrito por Azeredo (1993), executando treinamento diário de força muscular duas vezes ao dia, em três séries de trinta repetições, durante três dias seguidos, com o threshold associado ao sistema de pressão positiva final igual a 05 cmH2O. Os resultados foram comparados com valores descrito por: Black e Hyatt (1969), e referenciados por: Ricardo Dias (2000), através das formulas para determinação do valor de normalidade da Pimáx. em homens e mulheres. Resultados: T-20 - Pimáx. Média global: 28 ± 6,2; RTFMR: 4,0 ± 4,0; SaTO2: 96 %± 2,0; FC: 90 ± 6,0. T-30 - Pimáx. Média global: 32 ± 8,42; RTFMR – 10,0 ± 4,0; SaTO2: 96 % ± 2,0; FC: 92 ± 8,0. T-60 - Pimáx. Média global: 52 ± 12,8; RTFMR – 14,0 ± 4,0; SaTO2: 90 %± 4,0; FC: 92 ± 20,0. Conclusões: Os resultados obtidos em T-60, indicaram maior fidedignidade para a Pimáx., e por conseguinte apresentou melhores repercussões durante retreinamento e foi valor preditivo essencial para desmame em 80 % dos casos. As variáveis clinicas observadas durante o exame, não apresentaram sinais de risco maior em relação ao benefício estudado. Prevenção de apoptose e ativação de células endoteliais em cultura através da transferência do gene A1, da família Bcl-2 T64 Rocha E1,2, Maccariello E2, Mahiou J3, Stroka D3, Ferran C3. 1 Laboratório Multidisciplinar/HUCFF, UFRJ; 2Serviço de Nefrologia, UFF (Brasil); 3Harvard Medical School, (EUA). Fundamento: Durante o processo de inflamação sistêmica, células endoteliais (CE), que habitualmente expressam em sua superfície vascular moléculas anti-trombóticas e anti-inflamatórias, transformam-se e adquirem características fenotípicas pro-inflamatórias e pró-trombóticas. Algumas proteínas da família Bcl-2 (bcl-2, bcl-xL e A1) exercem uma dupla função protetora em CE: inibição de apoptose e de inflamação. Essa última função relaciona-se à inibição do fator de transcrição NF-kB, fundamental para a indução dos principais genes pró-inflamatórios (Ex: E-seletina, VCAM-1, IL-8, MCP-1, PAI-1 e fator tecidual). Objetivo: Avaliar o potencial anti-inflamatório e anti-apoptótico do gene A1 transferido para CE em cultura, visando-se à possível utilização futura em terapia genética. Material e Métodos: CE bovinas em cultura (BAEC) foram transfectadas, ao atingir 70% de confluência, pela técnica de lipossomas catiônicos, utilizando-se plasmídeos de expressão vazios (pAC) ou contendo o cDNA do gene A1 (pAC-A1). Para avaliação da ativação NF-kB utilizamos um plasmídeo provido de um promotor CMV contendo 4 sítios de ligação -kB, regulando a sequência do gene luciferase. Após um período de 48 horas, BAEC em cultura foram estimuladas com TNFa (200UI?/ml) ou LPS (300 ng/ ml) durante 7 horas e, posteriormente, submetidas a análise de emissão de luz (r.l.u.) após reação com luciferina (luminômetro Microlumat LB 96P, Berthold Detection Systems, Pforzheim, Alemanha). A expressão proteica A1 no grupo pAC-A1 foi confirmada por western blot. A indução de apoptose foi obtida com tratamento prévio (15 min) por cicloheximida (2 mg/ml), seguido de TNFa (200UI/ml). A viabilidade celular foi medida após coloração b-gal, através de contagem de células por microscopia óptica. Resultados: A transferência do gene A1 inibiu significativamente a ativação do repórter NF-kB (151+12 vs. 54+8 r.l.u., P<0,05) e apoptose (15,7+4,3% vs 65,5+10,5%, P<0,05). Conclusões: Esses resultados demonstram que o gene A1 transferido para CE preserva suas funções anti-apoptótica e anti-inflamatória, revelando-se como técnica promissora para o tratamento genético de doenças onde o processo de ativação de CE e apoptose estejam presentes, tais como a síndrome de resposta inflamatória sistêmica. 100 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T67 ORAL Imunoglobulina Policlonal Humana em Choque Séptico Altera o SOFA em 24 Horas Jorge ESS Pinto, Andre M Japiassú, Vera LG Moraes, Cid MN David Pós-Graduação em Terapia Intensiva - UFRJ – Laboratório de Imunofarmacologia Celular – UFRJ Introdução: O SOFA (score to assess the incidence of organ dysfunction/failure) é um novo índice prognóstico (1998), que avalia o paciente crítico no dia a dia. Objetivo: Estudar o comportamento do SOFA a partir do diagnóstico de choque séptico. Pacientes, Materiais e Métodos: Estudamos de forma randomizada e duplo-cega, 16 pacientes com choque séptico por bactérias gram negativas tratados com antibióticos b-lactâmicos. Sete pacientes receberam imunoglobulina policlonal humana Ig G, Ig M e Ig A (PentaglobinÒ) e 9 pacientes placebo (albumina a 3%), ao diagnóstico de choque séptico. Avaliamos o índice prognóstico SOFA ao diagnósticoética e 24 horas após. Na análise estatística foi usado o Teste de Wilcoxon, com nível de significância de 5%. Resultados: Os pacientes não diferiram quanto ao índice de APACHE II ao diagnóstico, média de 18,1 no grupo de intervenção e 19,0 no grupo controle. Tabela 1: SOFA ao diagnóstico do choque séptico (0h) e 24 horas após Imunoglobulina Controle SOFÁ 0h 8,2 8,8 SOFA 24h 7,0 9,0 p valor 0,03 0,86 Conclusão: O uso de imunoglobulina policlonal humana, em pacientes com choque séptico por bactérias gram negativas, diminuiu significativamente o índice prognóstico SOFA em 24 horas (p = 0,03). T68 Cinética do TNF-α em Pacientes com Choque Séptico Uso de Imunoglobulina Policlonal Humana x Placebo Jorge ESS Pinto, Andre M Japiassú, Vera LG Moraes, Cid MN David Pós-Graduação em Terapia Intensiva - UFRJ – Laboratório de Imunofarmacologia Celular – UFRJ Introdução: A mortalidade do choque séptico é extremamente alta, 40 a 60%. A procura por tratamentos imunomoduladores desta entidade tem sido exaustiva, entre estes o uso de drogas que diminuam os níveis séricos de citocinas relacionadas à inflamação, como o. TNF-α, que é o iniciador da resposta inflamatória. Objetivo: Estudar o comportamento do TNF-α a partir do diagnóstico do choque séptico. Pacientes, Materiais e Métodos: Estudamos de forma randomizada e duplo-cega, 16 pacientes com choque séptico por bactérias gram negativas tratados com antibióticos β-lactâmicos. Sete pacientes receberam imunoglobulina policlonal humana Ig G, Ig M e Ig A (Pentaglobin) e 9 pacientes placebo (albumina a 3%). Estudamos a cinética do TNF-α a partir do valor de entrada no protocolo (0 h), 1 hora após o término da infusão de imunoglobulina ou placebo (4 h) e 24 horas após o início do estudo. As dosagens de TNF-α foram realizadas pelo método ELISA. Na análise estatística foi usado o Teste t de student pareado, com nível de significância de 5%. Resultados: Os pacientes não diferiram quanto ao índice de APACHE II, média de 18,1 no grupo de intervenção e 19,0 no grupo controle. Os níveis de TNFα de 4 e 24 h do grupo controle foi de 125,36% e 146,94% (p=0,65), respectivamente, em relação a 0 h. Os pacientes que fizeram uso de imunoglobulina apresentaram valores de 107,54 e 68,51%, em relação a 0 h (p<0,05). Conclusão: O uso de imunoglobulina policlonal humana, em pacientes com choque séptico por bactérias gram negativas, diminuiu significativamente (p<0,05), os níveis séricos de TNF-α em 24 horas do início do seu uso, ao contrário do grupo controle. T69 TNF-α e Sua Relação com o Metabolismo Glicídico no Choque Séptico Jorge ESS Pinto, Andre M Japiassú, Jose EP Oliveira, Vera LG Moraes, Cid MN David Pós-Graduação em Terapia Intensiva - UFRJ – Serviço de Nutrologia - HUCFF - UFRJ – Laboratório de Imunofarmacologia Celular – UFRJ Introdução: Recentemente, descreveu-se a correlação dos níveis de TNF-α com a resistência insulínica. Associado ao fato, de que as infecções graves por bactérias gram negativas serem as responsáveis pelos maiores níveis séricos de TNF-α conhecidos. Objetivo: Avaliar o comportamento do TNF-α e o metabolismo glicídico em pacientes com choque séptico. Pacientes, Materiais e Métodos: Estudamos de forma randomizada e duplo-cega, 16 pacientes com choque séptico por bactérias gram negativas tratados com antibióticos β-lactâmicos. Sete pacientes receberam imunoglobulina policlonal humana Ig G, Ig M e Ig A (Pentaglobin), uma droga que tem o potencial de diminuir os níveis séricos de TNF-α e 9 pacientes placebo (albumina a 3%). Estudamos a cinética do TNF-α a partir do valor de entrada no protocolo (0 h) e 24 horas após o início do estudo. O metabolismo glicídico foi estudado nos mesmos tempos, utilizando-se o HOMA (Homeostasis model assessment), duas fórmulas matemáticas que se utilizam de glicemia e insulina sérica para os cálculos de resistência insulínica e função da célula-β pancreática. As dosagens de TNF-α e insulina foram realizadas pelo método ELISA. Na análise estatística foi usado o Teste ANOVA, e Teste t de Student pareado com nível de significância de 5%. Resultados: Os pacientes não diferiram quanto ao índice de APACHE II, média de 18,1 no grupo de intervenção e 19,0 no grupo controle. O grupo que fez uso de Pentaglobin, em relação ao grupo controle, apresentou em 24 horas: diminuição de TNF-α -31,49%- x aumento de 46,9%; melhora da resistência insulínica (redução de 20,57 x aumento de 95,09%) e melhora da performance da célula β-pancreática (diminuição de 13,53 x aumento de 61,06%) (p < 0,05). Conclusões: A resistência insulínica se correlacionou inversamente com a função de célula-β pancreática (quando houve aumento da resistência a função celular foi pior, e vice-versa). O uso de imunoglobulina policlonal humana, que diminuiu os níveis séricos de TNF-α, melhorou o perfil glicídico dos paciente, diminuindo a resistência insulínica e melhorando a performance da célula-β pancreática. Desconhecemos na literatura, trabalhos em humanos correlacionando as variações agudas de TNF-α e sua influência no metabolismo glicídico. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 101 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ORAL O Desafio do Cuidar no Cotidiano do Enfermeiro de CTI Cardíaco T73 Sonia Regina de Oliveira e Silva de Souza Hospital Universitário Pedro Ernesto Fundamento: Visto que o enfermeiro é um dinamizador do processo administrativo, atuando como líder de equipe em busca do equilíbrio de interesses, na administração de conflitos e na tomada de decisão, consideramos que estas ações vem sendo realizadas de forma pouco discutidas não favorecendo ao desafio da prática de enfermagem. Objetivos: Identificar os fatores intervenientes no cuidar do enfermeiro de pós- operatório de cirurgia cardíaca e Analisar a prática do cuidar pelo enfermeiro à partir de sua vivência. Método: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo estudo de caso. Utilizou-se para coleta dos dados a entrevista não estruturada. Participaram do estudo 17 enfermeiros. Resultados: Após análise dos dados chegamos a três categorias: Percebendo o cuidar no pós- operatório de cirurgia cardíaca; Apropriando-se do conhecimento em cirurgia cardíaca e Detectando os fatores intervenientes no cuidar em cirurgia cardíaca.Com base nos depoimentos, pode-se afirmar que a vivência com a UTI contribui para o desenvolvimento do enfermeiro, tanto ao nível profissional como ao nível pessoal. Dentre os fatores intervenientes citados pelos depoentes podemos destacar: déficit de recurso material e humano no desenvolvimento do trabalho; a difícil relação interpessoal e multiprofissional, assim como a necessidade freqüente de improvisações constituindo-se em um grande desafio para a enfermagem. Conclusão: Acreditamos Ter despertado nos interessados desta área a necessidade de uma reflexão sobre os desafios encontrados pela enfermagem. Reconhecendo que as transformações não dependem apenas dos enfermeiros diretamente envolvidos no contexto do CTI, mas sim com articulações de outros profissionais que precisam lutar por melhores condições de trabalho e maior qualidade de vida da equipe. T76 Tempo de Permanência e Custos Hospitalares em Pacientes Submetidos à Extubação Oro-Traqueal, em Ambiente de Centro Cirúrgico, no Contexto da Cirurgia Cardíaca (CC) Renato V. Gomes, Luiz A. Campos, Francisco Fagundes, Marco A. Fernandes, Pedro M. Nogueira, Marcos Gonçalves, Hugo T. F. Mendonça Fº, Fernando G. Aranha, Luis E. F. Drummond e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: A cirurgia cardíaca tem sido considerada como um dos modelos de maior custo operacional em sistemas de saúde. Estratégias do tipo “fasttrack” têm sido propostas, na última década, com fins de redução do tempo de permanência em ventilação mecânica. Objetivos: Comparar o tempo de internação e os custos hospitalares pós-operatórios, relacionados ao momento da Extubação Oro-Traqueal (EOT) em pacientes (pac) submetidos à CC. Casuística e Métodos: Estudo retrospectivo, consecutivo, selectivo, observational e realizado na UTI de Pós-Operatório. Analisamos todos os pac submetidos à CC, entre 01/06/00 e 16/02/01, que ao final da cirurgia apresentavam estabilidade hemodinâmica e temperaura axilar maior que 35ºC sendo eleitos para EOT imediata (Grupo A) ou não (Grupo B). Pac que permaneceram em prótese ventilatória por mais de 5 horas foram excluídos. Avaliamos os dados demográficos., índices prognósticos pré-operatórios da American Heart Association (AHA), Goldman and Caldera (GC), Cleveland Clinic Preoperative Score (CCPS) e European Society of Cardiology Score (ESCS), tempo de permanência (TP) na UTI-PO, no hospital (HOSP) e custo hospitalar. A análise estatística foi processada pelo Teste T, após análise de distribuição. Resultados: 211 pac foram considerados para o estudo, sendo que 78 preencheram todos os critérios de inclusão, 24 no Grupo A e 54 no Grupo B. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto aos dados demográficos e todos os Índices prognósticos pré-operatórios. Comparando os Grupos A e B quanto as médias e desvio padrão, respectivamente, observamos: custo hospitalar (9.78 ± 6.8 vs. 7.41 ± 3.04 “unidades de custo hospitalar”) (p=0.0018), TP-UTI-PO (4.54 ± 4.52 vs. 3.54 ± 1.75dias) (p=0.039) e TP-HOSP (8.08 ± 5.22 vs. 6.92 ± 2.64 dias) (p=0.098). Discussão: Nesta série, após excluir pac não considerados para a estratégia de “fast-track” e com gravidade semelhante demonstrada pelos diversos índices prognósticos, encontramos maiores custos e maior TP-UTI-PO nos pac com EOT imediata. Unidade de Terapia Intensiva Cirúrgica (UTIC) de Pacientes Submetidos à Cirurgia Cardíaca (CC): Marcadores do Tempo de Permanência (TP) T77 Renato V. Gomes, Luiz A. Campos, Francisco Fagundes, Marco A. Fernandes, Pedro M. Nogueira, Marcos Gonçalves, Hugo T. F. Mendonça Fº, Marcelo I. Bittencourt, Ronaldo Vegni e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: Os cuidados pós-operatórios, em cirurgia cardíaca, têm sido modificados na última década. As estratégias de “fast-track” têm sido propostas, porém não para todos os pacientes. Marcadores de permanência em UTI-Cirúrgica ainda representam um desafio a ser vencido. Objetivos: Avaliar o impacto de dados demográficos e de variáveis pré, per e pós-operatórias dos pacientes (pac) submetidos à CC, no TP na UTIC. Casuística e Métodos: Estudo retrospectivo, consecutivo, não seletivo e observacional realizado em todos os pac submetidos à CC, entre 01/06/00 e 16/02/01. Analisamos os dados demográficos, Índices Prognósticos pré-operatórios: American Heart Association Score (AHAS), Goldman and Caldera Score (GCS), Cleveland Clinic Preoperative Score (CCPS) e European Society of Cardiology Score (ESCS), tempos e balanço de fluidos durante a CC, além dos “Scores” de MODS, SOFA, TISS. Realizamos a análise estatística através de regressão linear múltipla, tendo como desfecho o TP-UTIC. Resultados: Houve 211 CC, sendo que 207 incluídas no estudo. Após analisarmos 248 variáveis, encontramos impacto no TP-UTIC com r=0.931 e r²=0.866 com maior significância estatística e valor preditivo positivo (vpp) em relação à idade p=0.0001, GCS p=0.0001, CC combinada p=0.0001, Reoperação p=0.014, Tempo de Ventilação Mecânica (TVM) p=0.0001 e com valor preditivo negativo (vpn), no primeiro dia em relação à creatinina p=0.002 balanço hídrico corrigido pelo peso p=0.0001. Discussão: Nesta série, selecionamos as varáveis com maior significância estatísca e encontramos algumas informações interessantes como a relação do GCS com o tempo de permanência em UTIC; o vpn do balanço hídrico do primeiro dia. Estranhamos o vpn da creatinina, provavelmente devido ao alto impacto na mortalidade. Reforçamos as clássicas informações em relação à Reoperação, Idade e TVM no TP-UTIC. Os dados continuam sendo coletados com fins de elaboração e validação de um modelo matemático preditivo. 102 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T78 ORAL Análise Comparativa entre Bloqueio Peridural Torácico Contínuo com Analgesia Controlada pelo Paciente (BPTCACP) x Bloqueio Peridural Torácico Intermitente (BPTI), no Contexto da Cirurgia Cardíaca Luiz A. Campos, Luiz G. Soares, Francisco Fagundes, Marco A. Fernandes, Renato V. Gomes, Pedro M. Nogueira, Rosana Farina, Hugo T. F. Mendonça Fº, Jorge Sabino e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: A despeito de todos os avanços científicos no âmbito da Cardiologia Intervencionista, por técnicas percutâneas, em doenças coronariana e orovalvar; os procedimentos cirúrgicos com realização de esternotomia mediana ou toracotomia ântero-lateral continuam sendo uma alternativa freqüente na abordagem terapêutica destas patologias. A lesão tecidual cirúrgica desencadeia uma série de respostas neuro-humorais que resultam em alterações fisiológicas, muitas vezes inedesejáveis, no pós-operatório imediato. A dor desempenha um papel relevante neste contexto. Objetivos: O presente estudo objetiva a análise comparativa entre: BPTCACP com o emprego de Fentanil x BPTI com o emprego de Morfina, ambos no espaço peridural torácico, no pós-operatório imediato (POI) de Cirurgia Cardíaca (CC). O objetivo primário é eleger a técnica mais adequada no ambiente da UTI de Pós-Operatório. Casuística e Métodos: Estudo prospectivo, Randomizado e aberto envolvendo 18 pacientes (pac), divididos em 2 grupos: Grupo I (BPTCACP) ? 9 pac que receberam Fentanil na dose de 0,5 mcg/kg/h associada a “bolus” de 20mcg até de 20/20min controlado pelo pac. Grupo II (BPTI) ? 9 pac receberam Morfina na dose 1mg de 12/12h. O período de observação esteve compreendido da admissão do pac na UTI-PO até a retirada dos drenos torácicos, ou seja, entre 12 a 24h de pós-operatório. A monitorização do padrão de analgesia (e sedação) foi obtida através dos seguintes métodos: Escala de Ramsay (sedação) e Escala Visual-Analógica (EVA) (analgesia). Os tratamentos estatísticos empregados foram: Análise Exploratória dos Dados, Teste não Paramétrico de Man-Whitney com 95% de I.C e o Teste de Kruskal-Wallis com 95% de I.C. Resultados: A análise estatística dos dados pode ser processada até 10h após à admissão do pac na UTI-PO. Semelhante à Escala de Ramsay, a EVA, independente do tempo, mostrou uma diferença significativa entre os grupos (p = 0,001); sendo o Grupo II o que apresentou menores valores. Considerando o passar das horas o Grupo II continuou apresentando menores valores, mas esta diferença não foi significativa (p = 0,134). Conclusão: Ambas as técnicas mostraram-se efetivas ao controle da dor e ansiedade. O BPTI foi mais eficiente neste controle. Pneumonia Nosocomial (PN) em Pacientes Submetidos à Cirurgia Cardíaca: Características e Marcadores Diagnósticos e de Risco T79 Juliana V. Morgado, Simone Noúer, Andréa D. Porto, Renato V. Gomes, Luiz A. Campos, Marco A. Fernandes, Pedro M. Nogueira, Luis E. F. Drumonnd, Marcelo I. Bittencourt e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: A Pneumonia Nosocomial é provavelmente a mais freqüente e grave causa de infecção pós-operatória, em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Este grupo tem alta incidência (2 a 20%) de PN. Objetivos: Descrição do perfil microbiológico e dos marcadores de PN em pacientes (pac) submetidos à cirurgia cardíaca (CC). Casuística e Métodos: Estudo prospectivo e observacional conduzido no período de 06/00 à 02/01. Pac submetidos à CC e Ventilação Mecânica (VM) foram incluídos no estudo. O diagnóstico de PN seguiu os critérios NNISS (CDC). Avaliamos os resultados do lavado broncoalveolar (LBA) e das hemoculturas colhidos no mesmo dia do diagnóstico de PN. Foram analisados: idade; sexo; tabagismo; diabetes; DPOC; superfície corporal; função ventricular; tempo de CEC; tempo de clampeamento; tipo e duração da cirurgia e o tempo de permanência sob VM. O programa EPI INFO 6,04 (CDC) foi usado para análise univariada. Resultados: 211 pac se submeteram à CC durante este período; foram diagnosticadas 29 PN em 23 (11%) destes pac. A média de idade foi de 66 anos, 65% eram homens. A superfície corporal, o sexo, a presença do diabetes e do DPOC não apresentaram relação com o aumento na incidência de PN. Os pac tabagistas tiveram aumento no risco de PN (p<0,001) e pac com função ventricular normal tiveram menor incidência de PN (p=0,002). Tempo de cirurgia (média de 6h) e de clampeamento não foram correlacionados à PN. O tempo de VM (p<0,001), o tempo de CEC (p<0,001), a cirurgia de By-Pass (p=0,04) e a de emergência (p=0,01) foram relacionadas à maior incidência de PN. O LBA não pode ser realizado em 2 casos de PN. Ocorreu alta prevalência de enterobactérias como as responsáveis pela PN no grupo de pac estudados e houve 18% de hemoculturas positivas. Conclusão: A análise univariada está de acordo com as informações encontradas na literatura. A redução do tempo de CEC e do tempo de permanência sob VM devem estar associadas com a diminuição na incidência de PN, neste grupo de pac. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 Predição de Custos Hospitalares em Cirurgia Cardíaca (CC): Avaliação do Valor de Fatores Pré, Per e Pós-Operatórios Imediatos T80 Hugo T. F. Mendonça Fº, Luiz A. Campos, Marco A. Fernandes, Renato V. Gomes, Pedro M. Nogueira, Ronaldo Vegni, Rosana Farina, Alexandre G. Carvalho, Daniel J. Silva Fº e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: Considerada atualmente como um dos procedimentos de maior custo em sistemas de saúde, a cirurgia cardíaca representa um importante material de estudos visando predição precoce de custos finais hospitalares. Objetivos: Avaliar a capacidade preditiva de variáveis e fatores coletados em períodos pré, per e nas primeiras 24 horas pós-operatórias (24h-PO) quanto a seu impacto nos custos hospitalares em pacientes submetidos à CC. Casuística e Métodos: Análise retrospectiva de 211 pacientes submetidos à CC entre junho de 2000 e fevereiro de 2001, em centro cardiológico comunitário terciário. Foram aplicados aos fatores investigados testes estatísticos de regressão linear e r-r² para “goodness-of-fit”, observando sua correlação e valor na predição de custos finais hospitalares. Resultados: Variáveis consideradas significativas sob análise univariada foram submetidas à análise multivariada revelando maiores custos em mulheres (p=0.037), em portadores de menores relações PaO2/ FiO2 (p=0.006) e maiores níveis pós-operatórios de creatinina sérica em 24h-PO (p<0.001). Utilizando tratamento com menor número de termos, forte valor foi atribuído ao uso de inotrópicos, além do tempo sob ventilação mecânica (p<0.001), permanência em terapia intensiva (p<0.001), e permanência hospitalar(p<0.001). Conclusão: nesta amostra as variáveis sexo, PaO2/FiO2 e uso de inotrópico em 24h-PO demonstraram significativo valor na predição de custos hospitalares finais. É interessante destacar a ausência de significância observada em outras variáveis analisadas como hemotransfusão, idade, função ventricular prévia, infarto do miocárdio nos 90 dias antes da cirurgia, dimensões de átrio esquerdo, disfunção pulmonar e renal preexistentes, índice de massa corporal, duração de circulação extracorpórea, reoperação, cirurgia combinada ou mesmo os escores de Goldman e Caldera, da Cleveland Clinic ou Euroscore. Tais aspectos parecem justificar a elaboração de escores preditivos regionalizados. 103 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ORAL T81 Revascularização Miocárdica Cirúrgica (RM): Cinética do Fator Inibidor de Migração de Macrófagos (MIF): Proteína C-Reativa titulada (PCR-t) e C3a Séricos Mortalidade, Tempo de Internação e Custo Hospitalar dos Pacientes que desenvolveram Fibrilação Atrial Aguda (FAA), no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca T84 Hugo T. F. Mendonça Fº, Luiz A. Campos, Marco A. Fernandes, Renato V. Gomes, Pedro M. Nogueira, Alexandre G. Carvalho, Fernando G. Aranha, Daniel J. Silva Fº, Jorge Sabino e Hans Dohmann. Fernando G. Aranha, Luiz A. Campos, Renato V. Gomes, Jorge E. S. S. Pinto, Marco A. Fernandes, Pedro M. Nogueira, Alexandre G. Carvalho, Daniel J. Silva Fº, Ronaldo Vegni e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: O MIF foi inicialmente descrito no final dos anos 60 como um produto derivado do linfócito-T implicado na migração de macrófagos. Na última década ele foi “redescoberto” como um hormônio da hipófise, bem como um produto de macrófagos em resposta ao estresse. Modelos experimentais têm demonstrado correlação da administração de MIF e reação inflamatória. O trauma relacionado à cirurgia cardíaca promove uma série de alterações nos níveis plasmáticos de MIF, PCR-t e C3a. Objetivos: Análise do comportamento do MIF, da PCR-t e do C3a no soro de pacientes (pac) submetidos à RM. Casuística e Métodos: Em 37 pac consecutivos submetidos à RM foram mensurados os níveis séricos de MIF (por ELISA-sandwich), PCRt e C3a (nefelometria) na indução anestésica e 3, 6 e 24 horas após circulação extra-corpórea (CEC). Foram excluídos os casos em que houve perda de amostras ou cirurgia em caráter de emergência. Escore de disfunção orgânica (MODS) foi registrado até 96h pós-operatórias. Aplicando-se análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas, foi testada a variabilidade sequencial ao longo dos momentos de medida de níveis séricos. O teste de Bonferroni determinou diferenças entre medidas. Resultados: Nesta série os pac apresentaram distribuição relativamente homogênea quanto à disfunção orgânica medida 72h após à RM (MODS = 2.98 ± 1.7). Níveis séricos de C3a (mg/dl) apresentaram leve mas significativa redução desde 116 ± 5.46 na indução anestésica até 91.19 ± 4.55 a 3h, e 93.97 ± 5.91 a 6h pós CEC (p=0.0037). PCR-t (mg/ dl) mostrou progressiva elevação até 24h pós-operatórias, desde 1.57 ± 0.41 na indução até 3.24 ± 0.72; 4.01 ± 0.65 e 11.23 ± 1.04 a 3, 6 e 24h pós-CEC, respectivamente (p=0.0001). MIF (ng/ml) também elevou-se progressivamente desde 162.94 ± 16.51 na indução até 287.80 ± 35.14 a 6h pós-CEC, reduzindo após (p=0.0002). Conclusão: Alterações nos níveis séricos de C3a não foram marcantes, embora estatisticamente significativas agudamente após RM. Entretanto MIF e PCR-t demonstraram marcada elevação associada ao procedimento. Estes resultados podem implicar o MIF como um novo e útil marcador da resposta inflamatória ao trauma relacionado à RM. Fundamentos: A FAA, observada no Pós-operatório de Cirurgia Cardíaca, é uma complicação associada a maior tempo de permanência hospitalar e ao aumento de custos. Entretanto, não está correlacionada com o aumento das taxas de mortalidade. Objetivos: Avaliar a possível correlação entre a presença de FAA nos pacientes (pac) submetidos à cirurgia cardíaca (CC), com o tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva de Pós-Operatório (UTI-PO), tempo total de internação hospitalar, custo da internação e mortalidade. Casuística e Métodos: Estudo prospectivo em 227 pac adultos, internados consecutivamente em pós-operatório imediato de CC. Foram excluídos os pac dos quais se havia registro prévio de fibrilação atrial ou flutter atrial. Resultados: O grupo A foi composto por 165 pac (72,7%) sem FAA e o grupo B por 68 (29,9 %) com a arritmia. Não houve influência da FAA na mortalidade intra-hospitalar, ocorrendo em 8 pac do grupo A (4,8%) e em 3 no grupo B (4,8%). O tempo médio de internação na UTI-PO e hospitalar foi, respectivamente, de 3,7 a 8,0 dias no grupo A e de 8,2 (p<0,000001) a 16,1 dias (p<0,00001) no grupo B. O custo hospitalar total teve incremento de 94,2 % no grupo B em relação ao grupo A (p<0,000001). Discussão: A FAA é observada no pós-operatório de CC mostrou-se, nessa série, complicação freqüente e não relacionada ao aumento da mortalidade. Entretanto, houve importante correlação entre sua ocorrência e o aumento nos custos e períodos de internação. Conclusão: A FAA no pós-operatório de CC é freqüente e mostra-se importante marcador do aumento dos custos assistenciais e dos tempos de internação em UTI e hospitalar. O custo hospitalar teve seu aumento no grupo com FAA relacionado especificamente ao tempo maior de internação. Novos estudos são necessários afim de se determinar se a arritmia, nesse contexto, é apenas um marcador ou se é fator independente causador desses fatos observados em nossa série. Uso do Balão Intra-Aórtico (BIA): Marcadores de Mortalidade T85 Andréa D. Porto, Juliana V. Morgado, Pedro M. Nogueira, Marcelo I. Bittencourt, Marco A. Fernandes, Renato V. Gomes, Luiz A. Campos, Suzana A. Silva, Rosana Farina e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: O BIA tem sido proposto no tratamento do choque cardiogênico, porém sozinho não determina redução da mortalidade. Os critérios préoperatórios, para o uso do BIA, podem melhorar o prognóstico e os custos em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Objetivos: Analisar as características demográficas, clínicas, ecocardiográficas e cirúrgicas em pacientes que utilizaram BIA durante a internação hospitalar. Casuística e Métodos: Estudo retrospectivo e observacional no período de abril/98 a dezembro/00. Analisamos 39 pacientes de 56 que utilizaram BIA durante a internação hospitalar, divididos em 2 grupos: Grupo A sobreviventes e Grupo B não sobreviventes. Comparamos as características demográficas, o comprometimento do estado hemodinâmico, o tratamento cirúrgico ou percutâneo, o momento de instalação do BIA (pré ou pós procedimento), a função ventricular ao ecocardiograma. Resultados: Grupo A=15 pacientes. Grupo B=24 pacientes. Não houve diferenças estatísticas quando comparamos idade, sexo e função ventricular (na admissão). Houve diferença estatística quando avaliamos o comprometimento hemodinâmico, encontravam-se em “Choque” no Grupo A 53,3% dos pacientes, no Grupo B 87% (p=0,017). No Grupo A seguiram a estratégia de revascularização cirúrgica 80% dos pacientes e no Grupo B 41,6% (p=0,019). No subgrupo submetido à cirurgia de revascularização, o BIA foi instalado no pré-operatório no Grupo A 83,3% e no Grupo B 30% (p=0,016). No subgrupo que seguiu a estratégia de revascularização percutânea no Grupo B 4 em 14 pacientes apresentavam anatomia coronariana favorável à cirurgia, porém não seguiram essa abordagem por decisão clínica. Ainda no Grupo B que seguiu a estratégia cirúrgica, 4 em 10 pacientes apresentavam critérios para utilização de BIA no pré-operatório, porém não utilizaram esse dispositivo. Discussão: Esse pequeno estudo retrospectivo sugere a importância da utilização pré-operatória do BIA, em pacientes de alto risco, tornando-se um dispositivo de impacto na redução de mortalidade em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. 104 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T86 ORAL Obstrução das Vias Aéreas Pós-Extubação Endotraqueal: Estratificação do Risco Jorge Sabino, Luiz A. Campos, Marco A. Fernandes, Pedro M. Nogueira, Renato V. Gomes, Fernando G. Aranha, Rodrigo C. Rito, Rogéria Moraes, Carmen Reis, e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: Reintubação é uma grave complicação, com alta morbi-mortalidade, aumento do custo e tempo de permanência na unidade de terapia intensiva. Objetivos: Avaliar se o escape aéreo positivo ou não, após desinsuflação do cuff do tubo endotraqueal (CTE), pode predizer obstrução das vias aéreas. Local: Realizado em unidade de terapia intensiva pós-operatória de um hospital terciário. Modelo: Observação Prospectiva não seletiva. Casuística e Métodos: Foram analizados 130 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, de Dezembro de 1999 a Julho de 2001. Foram considerados para extubação, aqueles que obedeciam condições de estabilidade oxi-hemodinâmica e Tobim maior ou igual a 100. O intensivista realizou o teste de desinsuflação do CTE, submetendo à pressão positiva no ventilador mecânico, limitando a pressão em 40cm H2O sendo observado se ocorria escape aéreo peri-CTE (Grupo A) ou não (Grupo B). As técnicas estatísticas foram: Teste T Student pareado e Teste Qui-Quadrado. Resultados: Os sinais de obstrução foram detectados em 02 dos 122 pacientes do Grupo A e 5 dos 8 pacientes do Grupo B. A falha do escape aéreo do CTE no Grupo B mostrou: 5,38% de Prevalência; 71,43% de Sensibilidade; 97,56% de Especificidade; 2,44% de Falso positivo; 28,57% de Falso negativo; Valor Preditivo positivo de 62,50%; Valor preditivo negativo de 98,36% e Acurácia de 96,15%. Houve 12,3% de reintubação relacionadas ou não à obstrução, 4 destes foram de causa obstrutiva (todos no Grupo B). Discussão: O teste do escape aéreo não previu a reintubação em 9,23% do total de pacientes, mas foi um bom teste para prever obstrução. Na ausência de escape aéreo do CTE, medidas preventivas devem ser adotadas para se evitar reintubação por obstrução da via aérea. T87 Traqueostomia Percutânea Dilatável (TPD) como Primeira Opção após Intubações Oro-Traqueais Prolongadas: Experiência Inicial Clério F. Azevedo Fº, Fernando G. Aranha, Marco A. Fernandes, Luiz A. Campos, Renato V. Gomes, Pedro M. Nogueira, Andréa D. Porto, Rosana Farina, Alexandre G. Carvalho e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: A traqueostomia cirúrgica tem sido usada como primeira escolha, na maioria das unidades de terapia intensiva, para acesso à via aérea em pacientes submetidos à ventilação mecânica prolongada. A técnica percutânea é uma nova opção oferecida aos pacientes, sendo realizada pela equipe clínica de intensivistas. Objetivos: Avaliar TPD no tocante ao momento da realização, complicações e segurança em pacientes submetidos à toracotomia mediana ou não. Casuística e Métodos: Estudo retrospectivo em 15 pacientes, no período de dezembro/99 à janeiro/01 internados na UTI-PO e submetidos à TPD. Avaliando: Motivos da admissão, tempo de ventilação mecânica pré e pós-procedimento, complicações e evolução. Resultados: Oito pacientes foram admitidos em pós-operatório (PO) de cirurgia cárdio-vascular; três PO de neurocirurgia (NC); um PO de cirurgia vascular e três internações clínicas. Houve uma hemorragia local de vulto tendo sido convertida para traqueostomia cirúrgica e os catorze restantes ficaram livres de complicações. Quatro pacientes faleceram, sendo dois em PO de cirurgia cardíaca, um em PO de NC e um em paciente clínico. O tempo médio até a indicação do procedimento foi de 9,3 dias, sendo o menor quatro dias e o maior dezoito dias. Não houve diagnóstico de mediastinite ou infecção no sítio do procedimento. O tempo médio de permanência sob ventilação mecânica após o procedimento foi de 12,4 dias. Dois pacientes, já sem ventilação artificial, foram transferidos para outra instituição. Os óbitos não foram relacionados ao procedimento. Conclusão: Em nossa série inicial a TPD foi segura e não associou-se a qualquer complicação infecciosa nos pacientes com toracotomia mediana. T89 Análise Comparativa entre Cloridrato de Dexmedetomidina x Hidrocloreto de Remifentanil, no Contexto de Analgesia e Sedação, em Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca Luiz A. Campos, Luiz G. Soares, Marco A. Fernandes, Renato V. Gomes, Pedro M. Nogueira, Fernando G. Aranha, Ronaldo Vegni, Alexandre G. Carvalho, Daniel J. Silva Fº e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: A dor e a ansiedade são fatores que contribuem com a morbidade pós-operatória; pois correlacionam-se com elevação da frequência cardíaca e da pressão arterial, além de aumentarem o consumo periférico de oxigênio e os níveis séricos de neuro-hormônios adrenérgicos. Objetivos: O presente estudo objetiva a análise comparativa entre: Bloqueador alfa-2 adrenérgico central por via intra-venosa (cloridrato de dexmedetomidina) (CD) x opióide venoso de curtíssima duração (hidrocloreto de remifentanil) (HR); no âmbito da analgesia, sedação e dos efeitos indesejáveis. O objetivo primário é eleger o fármaco mais adequado ao contexto da UTI de Pós-Operatório. Casuística e Métodos: Estudo prospectivo, Randomizado e aberto envolvendo 34 pacientes (pac), divididos em 2 grupos: Grupo I ? 20 pac que receberam o HR na dose de 0,05 a 0,1 mcg/kg/min IV e Grupo II ? 14 pac que receberam o CD na dose de 1 mcg/kg em “dose de ataque” em 10 min IV, seguida por infusão de 0,2 a 0,7 mcg/kg/h. O período de observação esteve compreendido da admissão do pac na UTI-PO até a retirada dos drenos torácicos, ou seja, entre 12 a 24h de pós-operatório. A monitorização do padrão de sedação e analgesia foi obtida através dos seguintes métodos: Escala de Ramsay (sedação) e Escala Visual-Analógica (EVA) (analgesia). Os tratamentos estatísticos empregados foram: Análise Exploratória dos Dados, Teste não Paramétrico de Man-Whitney com 95% de I.C e o Teste de Kruskal-Wallis com 95% de I.C. Resultados: A análise estatística dos dados pode ser processada até 12h após à admissão do pac na UTI-PO. Semelhante à Escala de Ramsay, a EVA, independente do tempo, mostrou uma diferença significativa entre os grupos (p < 0,001); sendo o Grupo I o que apresentou menores valores. Considerando o passar das horas o Grupo I continuou apresentando menores valores, mas esta diferença não foi significativa (p > 0,1). Conclusão: Ambos os fármacos mostraram-se efetivos ao controle da dor e ansiedade. O aHR foi mais eficiente neste controle, notadamente quando o aspecto temporal não foi considerado, em virtude dos melhores resultados obtidos nas primeiras 4h de pós-operatório. Um maior número de pac faz-se necessário para uma avaliação mais adequada dos resultados. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 105 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ORAL T92 Perfil Demográfico e Marcadores Prognósticos de Cirurgia Cardíaca em Hospital Terciário Público Alexandre G. R. de Carvalho, Renato V. Gomes, Bráulio S. Júnior, Ana C. G. Câmara, Odilon N. Barbosa, Ronaldo V. e Souza, Álvaro C. P. S. Pontes, Fernando O D. Rangel. Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras, Rio de Janeiro – RJ. Fundamento: marcadores prognósticos usados no Brasil são oriundos do Primeiro Mundo, porém a Organização Mundial de Saúde relata redução de até 30% na expectativa de vida em populações de baixa renda. Objetivos: analisar perfil demográfico (PD) de pacientes (pc) submetidos à cirurgia cardíaca, prevalência dos tipos de operação e impacto de variáveis descritas na literatura na mortalidade e tempo de internação (TI) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em instituição pública terciária. Pacientes e Métodos: estudo retrospectivo, observacional em pc operados de janeiro de 1998 a abril de 2001, analisando PD, prevalência dos tipos de operação e variáveis de interesse, idade, sexo, índice de massa e superfície corporal (IMC e SC), TI no pré-operatório (TIPE), circulação extracorpórea (CEC), função ventricular (FVE), diagnóstico, cirurgias combinadas (CIRCOMB), caráter do procedimento, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial (HAS) e fumo, e seus impactos nos Grupos A (GA - sobreviventes com TI na UTI menor ou igual à mediana, 3 dias) e B (óbitos e/ou TI na UTI maior que 3 dias), submetidos à análise pelos testes t-student, Mann-Whitney, qui-quadrado e Fisher. Resultados: dos 1433 pc operados, 374 foram analisados, GA 204. PD (valores médios): idade 53,1 anos, sexo feminino 42,7%, IMC 23,2, SC 1,83, TIPE 24 dias, CEC 93,3 minutos, TI na UTI 5,7 dias, FVE normal 72%, angina estável 33%, angina instável 22%, outros diagnósticos 45%, CIRCOMB 7,7%, eletivas 93,8%, DM 22,2%, HAS 45,7%, fumo 19%, mortalidade 4,8%. Prevalência dos tipos de operação/riscos absolutos: revascularização do miocárdio 56,8%/0,47, troca valvar 33,1%/0,46, correção de cardiopatia congênita no adulto 8,8%/0,27, cirurgia da aorta torácica 1,3%/0,8. Variáveis com significância estatística: idade (p=0,006), IMC (p=0,009), TIPE (p=0,0035), CEC (p=0,004), diagnóstico (p=0,003), caráter do procedimento (p=0,017). Conclusões: apesar da prevalência singular dos tipos de procedimentos cirúrgicos neste grupo, a maioria dos marcadores analisados mostrou impacto sobre a mortalidade e TI na UTI. Estudos prospectivos com análise multivarida são necessários para calibrar estes e/ou determinar novos marcadores mais ajustados a nossa realidade. Registro EMEP: Perfil Clínico e Epidemiológico dos Pacientes com Embolia Pulmonar T94 André Volshan (Hospital ProCardíaco), Marcelo V. Gomes(Clínica São Vicente), Eduardo Rocha (Casa de Saúde São José), Paulo C. de Souza (Hospital de Clínicas de Niterói), Guilherme Aguiar (Hospital São Vicente de Paulo), Ana P. Lacerda (Hospital Barra D‘or), Maria L. Toscano (Hospital do Câncer) e Gustavo Nobre (Hospital RioMar) em nome dos investigadores do EMEP. Fundamento: A embolia pulmonar (EP) se caracteriza por ser uma importante causa de admissão hospitalar e por sua alta taxa de mortalidade. A suspeita clínica baseada em fatores de risco (FR), sinais e sintomas constitui a forma de seleção dos pacientes (pacs) a investigação complementar. Método: Estudo coorte prospectivo multicêntrico com 202 pacs com EP, hospitalizados no período de janeiro de 1998 a janeiro de 2001.O diagnóstico de EP foi realizado através dos seguintes critérios: 1. visibilização do trombo na artéria pulmonar por arteriografia pulmonar, angiotomografia helicoidal, angioressonância ou ecocardiograma. 2.cintilografia pulmonar de alta probabilidade. 3.duplex-scan venoso com presença de trombo e manifestação clínica sugestiva de EP. Resultados: A média de idade dos pacs foi de 70,9 ± 13,8 anos (28-99), sendo 84 (41,6%) do sexo masculino. O tempo mediano entre o início das manifestações clínicas e a admissão hospitalar foi de 48h e o tempo mediano de internação de 10 dias. Os FR mais prevalentes foram: idade > 40 anos:97%, repouso no leito > 72h:45%, neoplasia:24%, Tabagismo: 13%, Hx de TVP/TEP:14%, ICC:15%, Fratura de bacia/MMII < 90 dias:11%, Hx cirurgia abdominal/pélvica < 30 dias:8%, cor pulmonale crônico: 7%, AVE: 6%,uso de estrogênio:3%. Foi observado mais de um FR em 92%, mais de dois FR em 65%, mais de três FR em 34%. Os sinais e sintomas mais freqüentes foram: dispnéia:81%, taquipnéia (FC>20 irpm): 66%, taquicardia sinusal (FC>100 bpm):46%, dor torácica:41%, tosse: 22%, hipotensão arterial:21%, cianose:18%, febre:11%, hemoptóicos:5%, síncope: 5%. A taxa de mortalidade intrahospitalar foi de 23%. Conclusão: A idade > 40 anos, imobilização e neoplasia são FR de maior prevalência na EP. A dispnéia e a taquipnéia são as manifestações clínicas mais freqüentes na EP, que possui ainda um elevado número de pacs com instabilidade hemodinâmica. A EP apresenta uma alta taxa de mortalidade intrahospitalar. 106 Registro EMEP: Perfil da Abordagem Diagnóstica e Terapêutica dos Pacientes com Embolia Pulmonar T95 André Volschan (Hospital ProCardíaco), Emanuel Salgueiro(Casa de Saúde São José), Luis F. Camilles (Clínica São Vicente), Marcelo Magalhães (Hospital de Clínicas de Niterói), Monica C Freire (Hospital CardioTrauma), João Pantoja (Hospital Copa D‘or), Roberto Gaetano (Hospital do Câncer) e Marcelo Lugarinho (Hospital Mario Leone) em nome dos investigadores do EMEP. Fundamento: O diagnóstico da embolia pulmonar (EP) pode ser realizado através de diferentes estratégias. A escolha do método depende fundamentalmente da disponibilidade para a sua realização. O tratamento clássico com heparina não fracionada (HNF) tem como alternativa o uso de trombolítico (TBL) ou heparina de baixo peso molecular (HBPM). Objetivo: Avaliar a abordagem diagnóstica e terapêutica da EP. Método: Estudo coorte prospectivo multicêntrico com 202 pacs com EP com média de idade de 70,9±13,3 anos (28-99), sendo 84 (41,6%) do sexo masculino, hospitalizados no período de janeiro de 1998 a janeiro de 2001. O diagnóstico de EP foi realizado através dos seguintes critérios: 1. visibilização do trombo na artéria pulmonar por arteriografia pulmonar, angiotomografia helicoidal, angioressonância ou ecocardiograma (ECO). 2.cintilografia pulmonar de alta probabilidade. 3.duplex-scan venoso com presença de trombo e manifestação clínica sugestiva de EP. Foram realizados eletrocardiograma (ECG) (n=199), radiografia do tórax (Rx) (n=195), duplex-scan venoso (DSV) (n=188), ecocardiograma transtorácico (ETT) (n=193), dosagem do d-dímero (DD) (n=141) e dosagem de troponina I ou creatinofosfoquinase fração mb (Tn I ou CKMB) (n=122). Resultados: O ECG apresentou sinais de sobrecarga ventricular direita em 33%, as alterações do Rx estiveram presentes em 47%, o DSV identificou o trombo ou redução na compressibilidade venosa em 69%, o ETT observou disfunção do ventrículo direito em 38%, o DD foi positivo em 90% e a Tn I ou CKMB estavam elevadas em 20% dos pacientes. Os métodos complementares mais utilizados para a confirmação do diagnóstico foram: TC: 38%, DSV: 25%, V/Q: 15%, ECO: 10%, AGP: 10%, RM: 2%. Dos 130 pacs com diagnóstico de EP pela associação de DSV e suspeita clínica, 62% foi submetido, também, a exames que confirmaram o trombo na árvore pulmonar. Os pacs foram tratados com: HNF(iv): 55%, HBPM(sc): 23%, TBL: 15%, filtro de veia cava: 4%, cumarínico: 1% e HNF(sc): 2%. Conclusão: A TC de tórax é o método mais freqüentemente utilizado para a confirmação do diagnóstico, sendo a AGP realizada em uma minoria de casos. A HNF(iv) é a principal forma de tratamento, havendo porém uma significativa utilização de HBPM(sc). Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T96 ORAL A Hipotensão Arterial Sistêmica Como Preditor da Disfunção do Ventrículo Direito em Pacientes com Embolia Pulmonar André Volschan (Hospital ProCardíaco), Guilherme Aguiar (Hospital São Vicente de Paulo), Marcelo Magalhães (Hospital de Clínicas de Niterói), Eduardo Rocha (Casa de Saúde São José), Marcos Knibel (Hospital CardioTrauma), Ana P Lacerda (Hospital Barra D‘or), Maria L. Toscano (Hospital do Câncer) e Gustavo Nobre (Hospital RioMar) em nome dos investigadores do EMEP. Fundamento: A hipotensão arterial sistêmica é um fator de mau prognóstico nos pacientes (pacs) com embolia pulmonar(EP). A instabilidade hemodinâmica requer um tratamento com trombolítico com o objetivo de promover a lise do trombo e reverter o choque obstrutivo. Apesar de ser a causa mais freqüente, a disfunção do ventrículo (DVD) direito pode não estar presente em alguns pacientes com hipotensão arterial sistêmica. Objetivo: Avaliar a correlação da entre hipotensão arterial DVD nos pacs com EP. Pacientes e Métodos: Estudo coorte prospectivo multicêntrico com 202 pacs com EP com média de idade de 70,9 ± 13,8 anos (28-99), sendo 84 (41,6%) do sexo masculino, hospitalizados no período de janeiro de 1998 a janeiro de 2001. O diagnóstico de EP foi realizado através dos seguintes critérios: 1. visibilização do trombo na artéria pulmonar por arteriografia pulmonar, angiotomografia helicoidal, angioressonância ou ecocardiograma. 2.cintilografia pulmonar de alta probabilidade. 3.duplex-scan venoso com presença de trombo e manifestação clínica sugestiva de EP. Foi considerada como hipotensão arterial sistêmica uma pressão arterial sistólica menor que 90 mmHg no momento da avaliação inicial. A DVD foi diagnosticada pela analise subjetiva de hipocontratilidade do ventrículo direito ao ecocardiograma transtorácico (ETT), e realizada em 193 pacientes. Resultados: A hipotensão arterial sistêmica esteve presente em 40 (21%) e o ETT demonstrou DVD em 73(38%) dos pacs. a hipotensão arterial sistêmica esteve presente em 21 (29%) pacs dos subgrupo com DVD a versus 19 (16%) pacs do subgrupo sem DVD (p=0,03). A acurácia da hipotensão arterial sistêmica para o diagnóstico da DVD foi de: sensibilidade 28,8%, especificidade 84,2%, valor preditivo positivo de 52,5% e negativo de 66%, razão de verossimilhança positiva de 1,82 e negativa de 0,85. Conclusão: A hipotensão arterial sistêmica não é um bom preditor da DVD em pacientes com EP. T97 Os Marcadores de Necrose Miocárdica como Preditor de Mortalidade em Pacientes com Embolia Pulmonar André Volschan (Hospital ProCardíaco), Mônica C. Freire (Hospital CardioTrauma), Emanuel Salgueiro (Casa de Saúde São José), Roberto Gaetano (Hospital do Câncer), Marcelo Lugarinho (Hospital Mario Leone), Fernando A. Pacheco (Hospital Copa D‘or), Ernesto Catharino (Hospital São Lucas) e Luis F. Camilles (Clínica São Vicente) em nome dos investigadores do EMEP. Fundamento: A dosagem dos marcadores de necrose miocárdica (MNM), ck mb ou troponina I, acima de valores normais pode representar isquemia do ventrículo direito e estar correlacionada com um pior prognóstico de pacientes (pacs) com embolia pulmonar (EP). Objetivo: Avaliar a prevalência de elevação dos MNM e sua correlação com a mortalidade intra-hospitalar em pacs com EP. Pacientes e Métodos: Estudo coorte prospectivo multicêntrico com 202 pacs com EP com média de idade de 70,9 ± 13,8 anos (28-99), sendo 84 (41,6%) do sexo masculino, admitidos em unidades de emergência ou de terapia intensiva no período de janeiro de 1998 a janeiro de 2001. O diagnóstico de EP foi realizado através dos seguintes critérios: 1. visibilização do trombo na artéria pulmonar por arteriografia pulmonar, angiotomografia helicoidal, angioressonância ou ecocardiograma. 2.cintilografia pulmonar de alta probabilidade. 3.duplex-scan venoso com presença de trombo e manifestação clínica de EP. A dosagem dos MNM foi realizada em 119 pacs e durante as primeiras 24h de internação. Resultados: Os MNM foram positivos em 19% dos pacs com EP. Dos pacientes que faleceram 35% tinham MNM positivos versus 15% dos que não faleceram. Observou-se um aumento significativo da mortalidade entre os pacs com MNM positivos (p=0,02), com um risco relativo de 2,21 IC (1,54 – 2,88). Conclusão: A elevação dos MNM é um bom preditor de mortalidade, em pacs com EP. T102 O Uso de Inibidor da Glicoproteína IIb/IIIa em Pacientes Submetidos a Angioplastia Primária Helena Cramer Veiga Rey, Fenando Oswaldo Dias Rangel, Roberto Esporcatte, Ricardo Morilhe Rocha, Luis Antônio F. Carvalho, Nelson Durval de Mattos, Carlos Henrique Falcão, Hans Fernando Dohmann Fundamento: O uso de abciximab foi testado em pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) com supradesnível de segmento ST, que foram submetidos à angioplastia primária com benefício da terapia adjuvante e baixa incidência de efeitos colaterais graves. Objetivos: Avaliar as correlações do uso de abiximab em pacientes com IAM submetidos a angioplastia coronariana transluminal percutânea primária (ATCP) com evolução intra-hospitalar, queda dos níveis de hemoglobina e de plaquetas, com a classe Killip de admissão e com as características angiográficas. Analisar se as características clínicas da série estudada exerceram influência na indicação da terapia adjuvante com abciximab. Material e Métodos: Estudo prospectivo de 116 pacientes com IAM com elevação de segmento ST que foram submetidos a ATCP em um hospital terciário por um período de 2 anos (março de 1999 a março de 2001). O perfil clínico quanto à presença de fatores de risco e as características laboratoriais de queda dos níveis de plaquetas e hemoglobina foram avaliados no grupo de pacientes que foi tratado com abciximab (grupo I) e comparado com o grupo que não foi tratado com abiciximab (grupo II). Resultados: Nos 116 pacientes analisados, 73 pacientes receberam abciximab (63%) e 43 não receberam (37%). Não houve diferença em relação ao sexo entre os dois grupos. No grupo I a média de idade foi 62,2 + 12,81 anos e no grupo II foi de 69,25 + 12,30 (p=0,004).Não houve diferenças significativas entre os dois grupos em relação a características clínicas (hipertensão, diabete melito, doença arterial coronariana prévia, tabagismo e dislipidemia). Houve redução significativa do nível de plaquetas nas primeiras 24 horas no grupo I em relação ao grupo II (p=0,00001), porém não houve diferenças em relação à queda dos níveis de hemoglobina entre os dois grupos. A variação de ck-massa nas primeiras 24 horas não diferiu entre os grupos. A análise da artéria relacionada ao IAM e a classe Killip de admissão foi semelhante entre os dois grupos. Quanto a evolução intra-hospitalar, observamos 1,3% de insuficiência ventricular esquerda (IVE) no grupo I e 2,3% no grupo II, com prevalências iguais do choque cardiogênico. A hemorragia digestiva alta foi observada em 1,3% no grupo I e nenhum caso no grupo II. Não houve diferença significativa na mortalidade hospitalar entre os dois grupos. Conclusão: O uso de abciximab em pacientes submetidos a ATCP do IAM não esteve relacionado com fatores de risco específico, mas com uma faixa etária de 62 anos. A artéria relacionada ao IAM não foi importante na decisão sobre o uso do abciximab. O percentual de IVE foi menor nos pacientes do grupo I, porém sem significância estatística. Houve redução estatisticamente significativa da queda plaquetária (p=0,0001), porém não se constatou diferenças na queda de hemoglobina. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 107 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ORAL Intervenção Coronária Primária no Choque Cardiogênico T103 Helena Cramer Veiga Rey, Fenando Oswaldo Dias Rangel, Roberto Esporcatte, Ricardo Morilhe Rocha, Luis Antônio F. Carvalho, Nelson Durval de Mattos, Carlos Henrique Falcão, Hans Fernando Dohmann. Fundamentos: Os pacientes que apresentam infarto agudo do miocárdio (IAM) complicado por choque cardiogênico (CC) tem elevada mortalidade hospitalar. A utilização precoce de estratégias mecânicas de recanalização associadas à contra-pulsação aórtica tem reduzido a taxa de mortalidade neste grupo. Objetivos: Avaliar a mortalidade intra-hospitalar, as características clínicas, eletrocardiográficas, laboratoriais e os intervalos de tempo de atendimento dos pacientes com IAM com supradesnível de segmento ST submetidos à intervenção coronária primária (ICP) admitidos em classe Killip IV (grupo I) em comparação aos pacientes admitidos em classe Killip I, II ou III (grupo II). Material e Métodos: Estudo prospectivo de uma série de 116 pacientes admitidos com IAM com elevação de segmento ST que foram submetidos a ICP em um hospital terciário por um período de 2 anos (março de 1999 a março de 2001).O CC foi definido pela persistência de hipotensão arterial associado à congestão venocapilar pulmonar. O DT1 foi definido como o tempo decorrido entre o início da dor e a admissão hospitalar, o DT2 o intervalo entre a admissão hospitalar e a punção arterial na sala de hemodinâmica, o DT3 o tempo entre a punção arterial e a insuflação do balão. Foi avaliado a média de mortalidade intra-hospitalar, os níveis séricos de ck-massa, plaquetas e hemoglobina da admissão e em 24h após a admissão de ambos os grupos. Para a análise estatística foi utilizado o programa Epi-info 6.0. Resultados: A média de idade no grupo I foi de 69,29 + 13,8 e 64,35 + 12,9 no grupo II (p=0,18). Não observamos diferença na distribuição de sexo e fatores de risco para doença arterial coronária (tabagismo, dislipidemia, história familiar, diabete melito), salvo a presença de hipertensão arterial sistêmica(HAS) que foi de 14,3% no grupo I e 47% no grupo II (p=0,018). O grupo I apresentou maior incidência de alteração eletriocardiográfica em parede anterior 69,2% x 35% (p=0,008) e maior incidência de oclusão de artéria descendente anterior(aDA) 69,2% x 41% (p=0,03). A avaliação laboratorial quanto à queda de plaqueta e hemoglobina não diferiu entre os dois grupos, bem como a elevação de ck-massa nas primeiras 24h.O DT1, DT2 e DT3 não apresentou diferença entre os dois grupos.Não houve diferença na proporção de implante de stent entre os dois grupos. 100% dos pacientes com CC receberam suporte de balão de contra-pulsação aórtica. A mortalidade intra-hospitalar foi de 21,4% no grupo I e 2,67% no grupo II. Conclusão: Os pacientes com CC apresentavam maior prevalência de HAS, maior incidência de IAM anterior e aDA como artéria relacionada ao IAM e maior mortalidade intra-hospitalar. Uso de Hemoderivados em Pacientes Submetidos a Cirurgia Cardíaca T105 Adriano M. Nogueira Jr, Márcia Freitas, Pedro Aniceto Nunes Neto, Marcus Vinicius Maciel e Francisco Cardoso. SOS CORAÇÃO, Rio de Janeiro,RJ,Br e Casa de Saúde Nossa Senhora do Carmo, RJ,Br Fundamentos: Há relatos na literatura da redução da necessidade de reoperação por sangramento no pós-operatório imediato (Ann Thorac Surg 1999; 68:1321), variáveis possíveis seriam melhora nas técnicas cirúrgicas, com menor tempo de exposição aos produtos da circulação extra-corpórea (Ann Thorac Surg 1998;65:465) e uso de drogas anti-fibrinolíticas (Ann Thorac Surg 1998;66:792). Objetivos: Comparar o efeito de idade, tempo de circulação extra-corpórea e uso de aprotinina sobre a necessidade da transfusão de concentrados de hemácias nos pacientes submetidos a cirurgia de revascularizacão miocárdica na SOS CORAÇÃO – Serviço de Cirurgia Cardíaca da Casa de Saúde Nossa Senhora do Carmo – RJ. Metodologia: Foi realizado um estudo longitudinal prospectivo e controlado com a inclusão de 96 pacientes submetidos a cirurgia cardíaca no período de 04/09/00 a 31/03/01, sendo 55 (57,3%) do sexo masculino e 41 (42,7%) femininos com idade média de 60,5 (22 a 85) anos. Os pacientes foram estudados quanto a influência da idade, tempo de circulação extra-corpórea (TCEC) e uso de aprotinina. A análise estatística para comparação entre médias e proporções foi realizada com a utilização do programa EPI-INFO 6,04c (Teste t – Student e Qui-quadrado). Resultados: No grupo A, 50 pacientes (52,1%) foram transfundidos e o grupo B, 47 pacientes (47,9%) não receberam transfusões, sendo a média de 1,5 Unidades de CH/Cirurgia. No grupo A a idade média foi de 63,2 anos e no grupo B de 57,5 anos (p=0,10), o TCEC no grupo A foi de 89,2 min e no grupo B de 74,9 min (p=0,13). No grupo A, 28 (56%) receberam aprotinina e 22 (44%) não receberam aprotinina. A média de unidades de CH nos pacientes que receberam aprotinina foi de 2,14 U/Cirurgia contra 2,27 /Cirurgia nos que não receberam (p=0,8). A média do uso de unidades de CH na análise do total de pacientes que receberam aprotinina foi de 1,00 U/Cirurgia contra 1,40 U/Cirurgia nos que não receberam aprotinina (p= 0,18). Conclusão: Apesar de avanços nas técnicas cirúrgicas, circuitos de extra-corpórea e uso de drogas anti-fibrinolíticas, a necessidade de transfusão sanguínea na cirurgia cardíaca ainda permanece alta. Nas variáveis estudadas, não encontramos diferença de significado estatístico na redução da infusão de concentrados de hemácias. Avaliação da evolução de pacientes internados em uma UTI pelo Sistema QuaTI T106 Alex Bousquet, Ademar Poltronieri Filho, Carla A. Silveira, José Mauro da Silva & Cid M. David Clínica São Marcelo, Rio de Janeiro, RJ Fundamento: A utilização de um sistema de auto-avaliação e comparação com outras UTIs é de grande importância na melhoria da qualidade assistencial em Terapia Intensiva. Metodologia: Através do Sistema de Qualidade em Terapia Intensiva – QuaTI, foram estudados os primeiros 47 pacientes internados e incluídos neste sistema de avaliação quanto às complicações (infecção, escara, extubação não programada e pneumotórax por barotrauma ou punção venosa), mortalidade esperada e observada avaliadas pelo APACHE II. Resultados: A taxa de mortalidade geral usual desta UTI é de 17,71% (janeiro a julho de 2001) e no período de 01/05 a 31/7 de 2001 foi de 9,89%. Cerca de um terço (31,91%) dos pacientes apresentavam escore APACHE II ³ 20. A mortalidade observada foi semelhante a mortalidade esperada para cada faixa de escore do APACHE II, exceto nos escores de 5-9 que foi observada maior mortalidade. A taxa de infecção foi de 28,62%. Não foram observadas extubações não programadas ou escaras e 2% (1) apresentaram pneumotórax por barotrauma. Conclusões: A avaliação pelo Sistema QuaTI mostrou redução da taxa de mortalidade geral no segundo trimestre de 2001, embora 33,33% dos pacientes com escore entre 5-9 tenham morrido, enquanto a mortalidade esperada era de 6,52%. Este fato implicou em revisão e estudo destes pacientes. As taxas de complicações estiveram abaixo da média utilizada pelo Sistema QuaTI. 108 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Algumas Contribuições da Antropologia Médica: Um Estudo Sobre a Prática dos Profissionais de Centro de Tratamento Intensivo T01 Rachel A Menezes Instituto de Medicina Social da UERJ - Rio de Janeiro Fundamento: o exercício prático da Medicina é, de longa data, objeto de investigação das Ciências Sociais. O presente trabalho se insere neste campo de reflexão, mais especificamente através do enfoque da Antropologia Médica, área que tanto tem contribuído em todo o Ocidente ao aperfeiçoamento da Medicina, em sua vertente mais humanista. Objetivos: este trabalho objetiva analisar a prática dos profissionais de CTI e o processo de tomada de decisões médicas referentes a pacientes com grande risco de vida. Métodos: através de metodologia qualitativa, foi realizada uma etnografia em um Centro de Tratamento Intensivo de um hospital público universitário localizado na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. O método utilizado foi a observação participante do CTI durante 3 meses, em um total de 100 horas, complementado por entrevistas semi-estruturadas com 10 profissionais do setor. Resultados: foi evidenciada a constituição da equipe multidisciplinar do CTI, a identidade específica comum a todas as categorias profissionais do setor – intensivista – e a relação entre a equipe do CTI com os outros setores do hospital. A Terapia Intensiva é considerada – pelos próprios intensivistas – uma “superespecialidade” por englobar várias outras especialidades, maior bagagem teórica, assim como o conhecimento e a experiência prática no manejo da sofisticada aparelhagem. Além dos aspectos relativos à identidade dos profissionais de CTI, a investigação também evidenciou a construção de um “sistema” classificatório dos doentes internados. Conclusões: a análise dos dados aponta a complexidade do lugar ocupado pelo profissional de CTI, envolvido em uma prática cotidiana extremamente tensa, em decorrência da gravidade dos doentes internados e do delicado manejo da aparelhagem. Este profissional deve tomar várias decisões, a partir de uma avaliação prática – que envolve não somente referencial teórico e técnico, como também a própria subjetividade e valoração cultural e social. Sendo assim, este trabalho conclui pela necessidade de reflexão constante e ampla acerca do exercício prático dos profissionais de CTI e do processo de tomada de decisões médicas, o que abrange o campo da Ética e da Bioética. T02 Infecções Respiratórias Nosocomiais: Um Desafio Na Assistência De Enfermagem Deyse C. Santoro Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ-RJ Tatiane F. Florencio Residente de Enfermagem pela UNI-RIO/RJ. Fundamento: a infecção hospitalar vem sendo cada vez mais discutida devido as suas conseqüências diretas sobre o Sistema de Saúde no país. A elevação de custo/paciente, o prolongamento dos períodos de internação e os altos índices de morbidade/mortalidade têm sido as principais preocupações. Objetivos: caracterizar as ações da equipe de enfermagem ao assistir pacientes em uso de suporte ventilatório em UTI e discutir esta assistência à luz das normas para controle de infecções hospitalares. Sujeitos e métodos: participaram do estudo doze membros da equipe de enfermagem da UTI de um Hospital do Município do Rio de Janeiro. Os dados foram obtidos através de entrevistas semi-estruturadas e observação participante, sendo classificados em áreas temáticas e posteriormente em analíticas, resultando na elaboração de duas categorias, à saber: 1. entendimento dos profissionais de enfermagem sobre infecção respiratória nosocomial; 2. ações de enfermagem desenvolvidas no cuidado á clientes em uso de ventilação mecânica. Resultados: 1. entendimento dos profissionais de enfermagem sobre infecção respiratória nosocomial - os sujeitos conceituaram a infecção respiratória nosocomial associando a aquisição do quadro ao tempo de internação e aos fatores predisponentes aos quais o paciente fica exposto. Ao serem questionados sobre o conhecimento desta temática, estes relacionaram o nível de conhecimentos com o tempo da prática de enfermagem; 2. ações de enfermagem desenvolvidas no cuidado á pacientes em uso de ventilação mecânica- a medida que durante a observação participante foi realizada constatamos que todos os profissionais lavaram as mãos apenas após o contato com o paciente e não a realizaram quando chegaram ao setor de trabalho e poucos a realizaram antes de iniciar um procedimento. Houveram outros fatos, tais como o reprocessamento e armazenamento dos dispositivos respiratórios e a retirada periódica da água condensada nos circuitos respiratórios realizados pela maioria dos profissionais de forma inadequada. Conclusões: Através dos dados obtidos foi concluído que a equipe de enfermagem conhece os fatores que predispõe o paciente à infecção e as formas de prevení-la. Contudo, a forma como a assistência de enfermagem aos pacientes sob ventilação mecânica é prestada oferece risco de contaminação a estes pacientes, visto que na sua prática assistencial, estes profissionais possuem falhas primárias como na lavagem das mãos e manuseio de dispositivos necessários à aspiração de secreção traqueobrônquica. 110 T04 Estudo Exploratório sobre a Importância da Lavagem das Mãos durante a Conduta Fisioterápica em Unidade de Terapia Intensiva Charles de O.Batista Fisioterapeuta pelo Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação/RJ Fundamento: A lavagem das mãos surge como a mais simples e mais importante medida de prevenção da infecção hospitalar, muitas vezes esquecida pelo profissional de saúde. As atividades desenvolvidas pelo fisioterapeuta nos cenários de unidade de terapia intensiva estão diretamente ligadas ao contato físico com o cliente, tornando-se instrumentos significativos no controle ou na disseminação de infecções. Objetivos: Identificar os fatores que dificultam ou facilitam a atuação do fisioterapeuta no controle da infecção hospitalar; e analisar a realização da lavagem das mãos pelos fisioterapeutas, diante de situações cotidianas de suas atividades, como prevenção da infecção hospitalar. Sujeitos e métodos: O estudo consiste em uma análise quanti-qualitativa, traçando o perfil do comportamento cotidiano dos fisioterapeutas que atuam nas unidades de terapia intensiva. Foi desenvolvido um roteiro para observação sistemática acerca da lavagem das mãos em alguns momentos considerados críticos, e um roteiro para entrevista semiestruturada direcionada ao fisioterapeuta, com o objetivo de revelar o que ele pensa sobre seu papel no contexto da prevenção de infecção hospitalar nestas unidades. Resultados: Em relação à higiene das mãos, foi verificado que embora a maioria se preocupe em realizar o procedimento, cerca de 68,6%, ainda há um grupo de profissionais que não possuem esse hábito antes da realização dos cuidados fisioterápicos. Quanto à lavagem das mãos feitas antes, após realização de procedimentos realizados com os clientes, assim como manuseio de material contaminado, apenas 44,2% seguiram as recomendações, e 15,8% não lavaram suas mãos em nenhum momento do atendimento ao cliente. Relativo à técnica usada na lavagem das mãos foi verificado que, no geral, a técnica era correta, considerando que se utilizou água corrente e anti-séptico degermante disponível em todos os momentos observados. Conclusões: Ao finalizar este trabalho, foi observado que muito há para investigar nesta área. Talvez a conduta inadequada de alguns fisioterapeutas esteja relacionado à desinformação do profissional de saúde sobre a natureza das infecções, ou ainda à descrença em relação ao seu papel como instrumento importante no controle e prevenção das infecções hospitalares, a partir do simples ato de lavar as mãos. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T05 Representações Maternas do Ambiente de Cuidados Intensivos Neonatais MURAL O Psicólogo como Facilitador do Desenvolvimento do Apego em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal T06 Juliana Delamônica Luciana Valansi Clínica Perinatal Laranjeiras Instituição: Clínica Perinatal Laranjeiras Comentários familiares que observamos quando do início da internação do bebê em UTI Neonatal sempre se referem à diferença do que se espera de um CTI pediátrico ou de adultos, com aquele que se encontra em UTI Neonatal. Assim, o presente trabalho discute a percepção materna sobre o cuidado intensivo neonatal, as representações prévias que antecedem a chegada do bebê para este ambiente hospitalar e aquelas que surgem após a vivência da internação. Os dados foram obtidos através da observação participante em grupo de pais e em entrevistas semi-estruturadas, realizadas na semana que antecede a alta do bebê. Todos nasceram com peso inferior a 1000g e permaneceram conosco por um tempo mínimo de 2 meses. Posteriormente as entrevistas foram transcritas e categorizadas. Todas entrevistas foram realizadas por estagiárias de Psicologia que se encontram cursando o último ano da graduação. As categorias propostas foram: representação prévia, momentos significativos, propostas de ação e representação na alta, Os resultados apontam para uma fraca idéia inicial do que seria uma UTI Neonatal, os momentos significativos privilegiam o quadro clínico do bebê em detrimento do processo interativo/afetivo, as propostas remetem a importância do cuidado médico e de enfermagem individualizado e a percepção final da UTI aparece como um ambiente dedicado a “salvar vidas”. Foi observada ainda a valorização do trabalho da Psicologia como facilitador da inserção da família no processo de cuidado e atenção ao bebê e na comunicação com os demais membros da equipe. Este trabalho tem como objetivo apresentar a possibilidade de atuação do psicólogo como facilitador do desenvolvimento do apego em um serviço de Terapia Intensiva Neonatal. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica concernente à questão do apego, da formação das relações familiares, complementadas por uma observação participante em uma UTI Neonatal de uma clinica particular da Zona Sul do Rio de Janeiro. O estudo descreve o ambiente físico, a equipe multidisciplinar, as relações entre o bebê e sua família que neste serviço é trazida para uma efetiva participação na internação. Ao atender as diferentes demandas surgidas por parte da família, preocupam-se em detectar e responder às necessidades de cada história familiar, incluindo pais, bebês, avós e bisavós, além dos irmãos dos bebês. Por outro lado procura-se responder às inquietações que surgem durante a internação e que podem interferir no estabelecimento do vínculo bebê/ família. O envolvimento de todo este grupo familiar através de programas de atenção específicos às diferentes faixas etárias e funções familiares, possibilita observar processos interativos surgindo de forma mais segura apesar do ambiente de cuidados intensivos. Através de uma proposta de oferecer um “holding” à toda família, resgata a competência dos diferentes membros familiares em suas funções de cuidadores e propiciadores dos vínculos afetivos. Desta forma, ocorre uma diminuição da angústia frente a situação de crise em que a família se encontra. Ao mesmo tempo em que ela pode sentir-se menos ameaçada, consegue desempenhar papel mais ativo na significação da situação de internação, nos vínculos familiares pré-existentes e nos que ainda estão por surgir. T07 Fibrilação Atrial Aguda em octagenários internados na UTI T08 Importância do Teste de Permeabilidade para prever Cornagem Pós-extubação Glaucia Maria Moraes Oliveira José R. Rocco, Denise B. Bernardes, Guilherme Alves. Prontocor Lagoa –Rio de Janeiro - RJ Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ Rio de Janeiro, RJ. Fundamento: a Fibrilação Atrial (FA) é sabidamente uma arritmia comum com a progressão da idade e se associa com diversas comorbidades. Objetivos: descrever a ocorrência da FA em octagenários em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) clínica, onde 2/3 dos pacientes possui idade superior a 64 anos. Pacientes e Métodos: Estudo retrospectivo e observacional de 57 pacientes com diagnóstico de FA na admissão. Cinco destes pacientes (28%) apresentavam FA crônica e 13 (72%) FA aguda. Procedeu-se a análise descritiva neste último grupo, dos parâmetros: freqüência entre os sexos, condições associadas, achados ecocardiográficos, reversão da arritmia, uso de cumarínicos e mortalidade. Resultados: houve preponderância do sexo feminino em 69%. A idade media foi de 84,3 ? 3,5 anos e o APACHE médio foi de 10,2 ? 3,2. As condições associadas mais relevantes foram: Hipertensão Arterial Sistêmica (76,9%); Insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio prévio e acidente vascular cerebral (AVC) prévio (23,1%); diabetes mellitus, infecção, distúrbio eletrolítico e tabagismo em (7,7%). Os achados ecocardiográficos mais significativos foram: aumento do átrio esquerdo (54%); alteração segmentar, aumento de cavidades esquerdas, disfunção ventricular esquerda sistólica significativa e aumento biatrial (23,1%); hipertensão pulmonar (7,7%). Constatamos reversão em 85% dos pacientes, sendo 73% com amiodarona; 9% com quinidina + lanatosídeo; 9% por cardioversão espontânea e 9% com cardioversão elétrica. A reversão química ocorreu até a sétima hora em 45% dos casos e as demais, que tiveram sucesso, nas primeiras 24 horas. Houveram apenas 2 óbitos não relacionados a fibrilação atrial, e como complicação um caso de AVC. Após a reversão 45% dos casos foram mantidos com cumarínicos. Conclusões: na amostra analisada houve predominância do sexo feminino, possivelmente correlacionada com a maior longevidade deste sexo. A alteração segmentar no ecocardiograma foi preponderante, demonstrando a importância da doença isquêmica na gênese desta arritmia, embora a hipertensão arterial sistêmica ocorra em 2/3 dos pacientes. A reversão química ocorreu em 81% dos casos com o uso de amiodarona, na grande maioria até a sétima hora. Devido ao temor de complicações hemorrágicas, poucos octagenários fazem uso de cumarínicos após a reversão desta arritmia. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 Fundamentos - Após o desmame da prótese ventilatória é necessário a extubação do paciente. Na literatura médica existem poucas avaliações formais para prever a eventual necessidade de reintubação do paciente. Objetivo - Avaliar a importância do Teste de Permeabilidade (TP) para prever cornagem após a extubação traqueal. Pacientes e Métodos - O TP foi aplicado a 101 pacientes (idade - 51,7 ± 19,3 anos) no período de março/2000 a julho/2001. Após a desinsuflação do balonete do tubo oro-traqueal (TOT), o mesmo era ocluído com o dedo enluvado e observava-se se havia vazamento de ar em torno do TOT, sendo feita também a ausculta do pescoço em busca de passagem de ar (TP positivo). Após o procedimento, o paciente era extubado. Os resultados são apresentados como médias ± desvio padrão ou mediana (intervalo interquartil 25-75%). Utilizamos o teste do c2 para variáveis discretas, Mann Whitney Rank Sum para comparações de variáveis contínuas não-paramétricas (p<0,05) e o teorema de Bayes para cálculos da sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo e acurácia do TP. Resultados - Os pacientes foram extubados no 5o dia (2-8 dias) de TOT. Dos oito pacientes que apresentaram cornagem (8/101-7,9%), seis (6/8-75%) necessitaram reintubação. O número de dias de intubação traqueal não diferiu entre os pacientes que apresentaram cornagem dos demais (p=0,18). Vinte e três pacientes (23/101-22,7%) foram reintubados (fadiga, retenção de secreções, nova cirurgia). Dividindo-se os pacientes em dois grupos: até 7 dias e 7 ou mais dias de TOT, não foi observada diferença entre a necessidade de reintubação e o tempo (< 7 dias = 11/66 - 16,6% vs ³ 7 dias = 7/35 - 20%; p=0,88). Para predizer cornagem pósextubação, a sensibilidade do TP foi de 37,5%, a especificidade de 84,9%, o valor preditivo positivo de 17,6%, o valor preditivo negativo de 94%, e a acurácia de 75,8%. A letalidade observada no CTI foi de 7,9% (8/101) e um paciente reintubado por cornagem faleceu (1/101 - 1%). Conclusões - Não houve relação entre o número de dias de intubação traqueal e a presença de cornagem após a extubação, nem com a eventual necessidade de reintubação. O teste de permeabilidade é um procedimento útil podendo prever corretamente a presença ou não de cornagem pós-extubação em 3/4 dos casos. Recomendamos que o mesmo seja realizado de rotina antes da extubação traqueal. Apoio - FAPERJ 111 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Prevalência, Limiar Transfusional e Prognóstico de Pacientes que Receberam Transfusão de Concentrado de Hemácias em Terapia Intensiva T11 José R. Rocco, Rodolfo E. A. Espinosa. Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ - Rio de Janeiro, RJ. Fundamentos – A transfusão de concentrado de hemácias (CHA) para corrigir anemia é uma das práticas menos científicas encontradas na terapia intensiva. Atualmente, observa-se tendência a diminuir o número de transfusões em pacientes internados devido ao risco potencial de transmissão de doenças. Objetivo - Avaliar a prevalência, limiar transfusional, causas da transfusão e o prognóstico dos pacientes em estado crítico transfundidos com CHA. Pacientes e Métodos - Coorte prospectivo observacional no período de 1 de abril até 31 de julho de 2001 em um Centro de Tratamento Intensivo (CTI) médico-cirúrgico com 10 leitos. Foram anotados o n° de pacientes internados, n° de pacientes transfundidos, n° de concentrados transfundidos e n° de transfusões realizadas, data, hematócrito e hemoglobina prévios à transfusão, causas e escore APACHE II. Dados são apresentados como média ± desvio padrão ou mediana (intervalo interquartil 25-75%). O teste do c2 foi utilizado para comparar a letalidade em subgrupos de pacientes. Resultados - No total foram 134 transfusões de 311 CHA em 69 dos 194 pacientes que internaram (35,6%) no período dos quatro meses do estudo. As principais causas para transfusão foram (mais de uma causa é permitida): anemia - 78; hemorragia digestiva - 21; outras hemorragias - 16; coagulação intravascular disseminada - 13 e outras causas - 15. O limiar transfusional foram de: hematócrito = 22,7 ± 4,6% e hemoglobina = 7,9 ± 1,4 g/dl. Foram utilizados 2,4 ± 1,3 CHA por transfusão e no total cada paciente fez uso de 4 (2 a 6) CHA. O intervalo entre a admissão no CTI e a primeira transfusão foi de 1 (0 a 3) dia. A letalidade global foi de 49,3% (34/69) e o escore APACHE II foi de 22 (17 a 27) pontos com probabilidade de óbito estimada de 42,8% (14,5 a 67,7%). A letalidade foi dependente do tipo de internação: 28 eram pacientes clínicos (19/28 = 70,4%); 25 cirúrgicos eletivos (5/25 = 20%) e 17 cirúrgicos de emergência (10/17 = 58,8%); c2=14; p<0,001. A probabilidade de óbito estimada através do escore APACHE II foi também diferente nestes três grupos (54,3%, 23,5% e 58,2% respectivamente). Conclusões - Mais de 1/3 dos pacientes internados no CTI receberam concentrados de hemácias. A transfusão foi realizada precocemente, dois ou mais CHA são transfundidos por vez e o limiar transfusional foi baixo. Pacientes internados em terapia intensiva e que necessitam de transfusão de CHA apresentam elevada letalidade, especialmente aqueles internados por causas clínicas. Apoio - FAPERJ Prognóstico de Pacientes com Pneumonia à Admissão na Terapia Intensiva T13 José R. Rocco, Daniela Gadelha, Paloma F. Cariello, Joana Dantas, Flávia B. Fontes, César Amorim, Flávia Nardes. Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ - Rio de Janeiro, RJ. Fundamentos - Pneumonia é uma das infecções mais freqüentes em terapia intensiva, acarretando elevada morbi-letalidade. Objetivo - Avaliar as características clínicas e prognóstico de pacientes admitidos com pneumonia (PNM) na terapia intensiva. Pacientes e Métodos - Coorte prospectivo observacional dos pacientes internados no período de junho/1999 a julho/2001. Foram coletados a causa da internação, exames laboratoriais nas primeiras 24 horas de admissão, escore APACHE II, tempo de internação no CTI e hospitalar e a evolução. Foram utilizados os testes do c2 para avaliar proporções e Mann Whitney Rank Sum para médias (p<0,05). Os dados são apresentados como percentuais e medianas (intervalo interquartil 25-75%). Resultados - Foram internados 1057 pacientes no período do estudo, dos quais 130 (12,3%) apresentaram pneumonia à admissão no CTI, sendo 66 comunitárias e 64 nosocomiais. As características clínicas são apresentadas na tabela abaixo. Característica Ventilação Mecânica PA < 90 mmHg à admissão Uso de vasopressores (1as 24 h) Insuf. Renal aguda à admissão Insuf. Renal crônica DPOC Insuficiência cardíaca congestiva Relação PaO2/FiO2 Uréia (mg/dl) Creatinina (mg/dl) APACHE II (pontos) APACHE II (%) Dias de CTI Dias de Hospitalização Com PNM (n=130) 120 - 92,3% 19 - 14,6% 46 - 35,4% 24 - 18,5% 16 - 12,3% 27 - 20,8% 14 - 10,8% 210 (141-300) 57,5 (32,6-112) 1,3 (0,8-2,4) 22 (17-28) 42,3 (29,1-63,9) 10 (6-18) 30 (15-46) Sem PNM (n=957) 275 - 29,7% 69 - 7,4% 136 - 14,7% 64 - 6,9% 42 - 4,5% 83 - 8,9% 40 - 4,3% 364 (246-476) 35,8 (23-56,6) 1,0 (0,7-1,4) 14 (10-20) 11,8 (4,8-34,8) 2 (1-4) 20 (11-36) p<0,0001 p<0,01 p<0,0001 p<0,0001 p<0,001 p<0,0001 p=0,004 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 A letalidade dos pacientes com pneumonia foi maior no CTI (62/130 - 47,7% vs 197/957 - 21,3%, p<0,0001) e no hospital (89/130 - 68,5% vs 277/ 957 - 29,9%, p<0,0001). Dos pacientes com pneumonia, aqueles com infecção nosocomial apresentaram maior letalidade no CTI (37/64-57,8% vs 25/ 66 - 37,9%, p=0,03) e no hospital (51/64 - 79,7% vs 38/66 - 57,6%, p=0,01). Conclusões - Pacientes com pneumonia são admitidos em insuficiências respiratória, circulatória e renal aguda, apresentam mais doenças crônicas, ficam mais tempo internados e apresentam maior letalidade, particularmente, os com pneumonia nosocomial. Apoio - FAPERJ 112 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Modelo Prognóstico para Pacientes Críticos T14 José R. Rocco, César Amorim, Flavia Nardes, Daniela Gadelha, Joana Dantas, Paloma F. Cariello, Flavia Fontes, Rosângela A. M. Noé, Rosângela C. Gomes. Centro de Tratamento Intensivo e Comissão de Investigação Científica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ - Rio de Janeiro, RJ. Fundamentos - Os modelos prognósticos tornaram-se populares nas últimas duas décadas, pois fornecem informações para fins clínicos, de investigação e administrativos. Objetivo - Identificar através da criação de um modelo prognóstico as variáveis associadas à letalidade no CTI. Pacientes e Métodos - Coorte prospectivo observacional, coletando a idade, sexo, dados do exame clínico e laboratoriais coletadas nas primeiras 24 horas da admissão no CTI, presença de doenças agudas e crônicas (total de 49 variáveis) e evolução de 720 pacientes admitidos consecutivamente no CTI no período de junho/1999 a abril/2001. Para a criação do modelo preditivo foi utilizado a regressão logística múltipla no pacote estatístico SASâ (stepwise approach: p<0,05). Resultados - As variáveis e os coeficientes (b) selecionados são apresentados abaixo (1= sim; 0 = não). Variáveis Constante Idade (anos) Leucemia/linfoma (s/n) Efeito de massa intracraniano (s/n) Bicarbonato (mEq/L) Freq. Cardíaca (bpm) PA sistólica (mm Hg) β 0,6890 0,0359 2,5809 2,6242 -0,0580 0,0127 -0,0145 Variáveis Icterícia (s/n) Diurese (mL) Uréia (mg/dl) Infecção confirmada nas 1as 24 h (s/n) Escala de Glasgow - motora Ventilação mecânica (s/n) β 0,9459 -0,00033 0,00935 0,6428 -0,7172 2,0860 A validação desse novo modelo foi realizada no mesmos pacientes que geraram o escore acrescidos de 220 novos pacientes. A discriminação avaliada pela curva ROC foi excelente: área ROC = 0,9295 ± 0,0224, assim como a calibração avaliada pelo teste goodness-of-fit: H=1,74335, p=0,98. Conclusões - A idade, presença de infecção, disfunção de múltiplos orgãos (cardiovascular, respiratória, renal, hepática e cerebral) são as melhores variáveis que predizem o óbito no CTI. O tratamento estatístico adequado pode ser útil para adaptar e aumentar o poder preditivo de modelos prognósticos. Este novo modelo encontra-se em validação prospectiva. Apoio - FAPERJ T19 Broncoscopia em pacientes submetidos à ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva de um hospital universitário de grande porte Ricardo LM Duarte, Verônica L Sant’Anna, Gleison M Guimarães, Amir Szklo. Setor de Endoscopia Respiratória do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF-UFRJ) - RJ. Fundamento: a broncofibroscopia (BFC) é um método útil tanto no diagnóstico quanto no tratamento de complicações de pacientes em terapia intensiva, principalmente se submetidos à ventilação mecânica (VM). Objetivos: verificar as indicações, a acurácia diagnóstica, complicações e sua utilidade no tratamento de pacientes submetidos à VM. Pacientes e Métodos: foram avaliados retrospectivamente, a partir de dados no prontuário, 42 pacientes (26 homens) em VM submetidos a BFC no período de 01/01/2001 a 30/06/2001, totalizando 51 exames realizados. Todos os exames foram realizados com broncofibroscópio Olympus BF 1T10, após sedação e sob bloqueio neuromuscular. A coleta do lavado broncoalveolar (LBA) era feita em tubo estéril após injeção de 120 ml de solução salina, desprezando-se os primeiros 20 ml. Era considerado diagnóstico, o crescimento, na cultura quantitativa, superior a 104 UFC/ml. Resultados: do total de 51 exames; 15,7% (8/51) tiveram indicação terapêutica, 74,5% (38/51) indicação para diagnóstico microbiológico e 9,8% (5/51) tiveram simultaneamente as 2 indicações. Dentre as indicações terapêuticas 61,5% (8/13) foram por atelectasia e 38,5% (5/13) por sangramento. Dos 43 exames diagnósticos foi isolado o agente etiológico em 72,1% (31/43), sendo que em 51,7% (22/43) havia uso prévio de antibióticos. Complicações inerentes ao procedimento ocorreram em 21,6% (11/51), sendo 15,7% (8/51) por hipoxemia e 5,9% (3/51) por hipotensão arterial, porém em apenas 3,9% (2/51) houve necessidade de interrupção definitiva do exame. A mortalidade total foi de 59,5% (25/42). O aspirado traqueal foi realizado em apenas 25,6% (11/43), porém nestes a concordância com o LBA foi de 63,6% (7/11). Conclusões: a BFC é um método seguro e eficaz na conduta de pacientes submetidos à VM, tem alta positividade, que tende a cair com o uso prévio de antibióticos e apresenta boa correlação com o aspirado traqueal. A elevada mortalidade encontrada reflete a elevada complexidade dos nossos pacientes. T20 O Cotidiano da Emergência Definindo a Atuação do Enfermeiro Luciana Rodrigues de Moraes, Fabiana Gonçalves de Souza. Introdução: Este estudo teve como objeto a atuação do enfermeiro em situações de reanimação cardiorrespiratória na unidade de emergência. Tal interesse surgiu a partir do seguinte problema identificado: “Porque, apesar da existência de protocolos para o atendimento nas reanimações cardiorrespiratórias, não se observa o enfermeiro pautando sua prática nos mesmos?” Tem como objetivos: Identificar o nível de conhecimento dos enfermeiros que atuam em situações de reanimação cardiorrespiratória acerca do suporte básico e avançado de vida e apresentar a forma de atuação do enfermeiro em reanimação cardiorrespiratória na unidade de emergência, descrevendo os fatores que influenciam sua atuação. Métodos: Teve abordagem quanti-qualitativa. Os dados quantitativos foram obtidos através de um questionário e tratados estatisticamente. Os dados qualitativos, obtidos através de uma entrevista semi-estruturada, foram categorizados através da análise de conteúdo. O cenário foi a emergência de um hospital público do Rio de Janeiro e os sujeitos foram os enfermeiros com mais de um ano de experiência na área. Resultados: As estatísticas mostram que 87,5% dos enfermeiros têm conhecimento regular e somente 12,5% deles têm bom conhecimento sobre o suporte avançado de vida. Dentre os fatores dificultadores ao atendimento à parada cardiorrespiratória levantados por eles, destacamos: o número de pacientes internados, espaço físico, falta de coordenação, falta de entrosamento da equipe. Os fatores facilitadores são: recursos materiais adequados e previsão e provisão destes materiais. Conclusões: Concluímos que esta forma de agir do enfermeiro não o ajuda a melhorar sua prática, tornando-a empírica, ainda dominada pela força do dia-a-dia. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 113 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL A Comunicação não Verbal com o Paciente no Cotidiano da Enfermagem Intensivista T21 Sonia Regina de Oliveira e Silva de Souza Hospital Universitário Pedro Ernesto Fundamento: A comunicação não é privilégio do homem, porém o homem é o mais infinitamente comunicativo de todos os seres. Na enfermagem compõe um dos instrumentos básicos da profissão, principalmente na análise de qualidade dos cuidados prestados ao indivíduo, família e comunidade. Objetivos: Verificar o tipo de comunicação não- verbal que os profissionais de enfermagem utilizam durante a assistência ao paciente crítico. Descrever a opinião dos profissionais de enfermagem sobre sua comunicação com o paciente. Método: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo estudo de caso. Utilizou-se para coleta dos dados a entrevista não estruturada e a observação participativa. Participaram do estudo quatro enfermeiros e nove auxiliares de enfermagem atuantes na UTI de adulto de um hospital universitário. Resultados: Após análise dos depoimentos dos profissionais de enfermagem da UTI, chegamos a duas categorias: Descrevendo a comunicação em UTI e Comunicando-se com o paciente crítico, momento em que destacamos informações de relevância para a prática dos cuidados de enfermagem intensivista. Conclusão: As reflexões sobre as informações obtidas levaram a conclusão que a enfermagem apresenta sensibilidade ao cuidar do paciente crítico, expressando esse sentimento através de gestos de carinho como: um toque suave no momento que antecede um procedimento invasivo ou não; o acariciar no momento dos cuidados de enfermagem e a aproximação sem finalidade terapêutica e finalmente, a manipulação cuidadosa do paciente grave, utilizando sempre gesto de preocupação no cuidar traduzindo assim, o respeito pelo outro. T23 PL596: Uma nova substância na terapêutica da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo Denise P. Momesso, Halina C. Ferreira, Rogério C. Figueira, Rafael A. Cadete, Eliezer Barreiro, Vera E. Gonçalves Moraes, Walter A. Zin, Patrícia R. M. Rocco Laboratório de Fisiologia da respiração, IBCCFº, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ Fundamentos: Várias substâncias já foram utilizadas na terapêutica da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). Entretanto, até o momento nenhuma é eficaz. PL596 LASSBIO, um híbrido da talidomida e sildenafil, atua como inibidor de fosfodiesterase com potente ação anti-inflamatória. Apesar de seu exato mecanismo de ação ainda não ser bem conhecido, o PL596 nunca foi utilizado na terapêutica da SDRA. Objetivos: Esse trabalho visa a analisar o efeito do PL596 na SDRA, induzida por lipopossacarídeo (LPS) de E. Coli em camundongos. Métodos e Resultados: 15 camundongos BALB/c foram divididos em 3 grupos: S, onde instilou-se salina intratraqueal (i.t., 50 ml); LPS (10 mg i.t. de LPS) e PL596 (protótipo Lassbio 596, 0,5 ml i.p.) 1h antes da instilação de LPS. Após 24 h, os animais foram sedados, anestesiados e ventilados mecanicamente. A mecânica respiratória foi determinada pelo método de oclusão ao final da inspiração computando-se: elastâncias estática (Est) e dinâmica (Edyn); pressões resistiva (DP1) e viscoelástica (DP2). Ao final dos experimentos, os pulmões foram preparados para histologia (HE),sendo mensurado: fração de áreas de colapso e hiperinsuflação alveolares, celularidade total e diferencial, índice de broncoconstrição e diâmetro alveolar médio. Todas as variáveis mecânicas e de morfometria pulmonar se elevaram no grupo LPS em relação ao S: DP1 (32%), DP2 (35%), Est (68%), Edyn (64%). A mecânica respiratória não se modificou no grupo PL596, entretanto, todos os parâmetros morfométricos ficaram intermediários entre S e LPS. Ao analisar o lavado bronquíolo-alveolar, constatou-se um aumento no número de neutrófilos no grupo LPS. O PL596 atenuou o aumento dessas células. Conclusão: O PL596 tem ação anti-inflamatória impedindo modificações na mecânica respiratória e minimizando as alterações na histologia pulmonar. Logo, os inibidores de fosfodiesterase podem vir a ser uma opção na terapêutica da SDRA. Apoio Financeiro: PRONEX-MCT, CNPq, FINEP, FAPERJ. T24 Mecânica e histologia pulmonares em presença de diferentes bloqueadores neuromusculares Halina C. Ferreira; Denise P. Momesso;Cristiane S. C. da Cunha; Nicolau T. Boechem; Débora S. Faffe; Patrícia R. M. Rocco; Walter A. Zin. Laboratório de Fisiologia da Respiração, IBCCF°, UFRJ, Rio de Janeiro - RJ. Fundamentos: Os bloqueadores neuromusculares são utilizados freqüentemente nas Unidades de Terapia Intensiva. Alguns bloqueadores neuromusculares podem alterar a mecânica respiratória por inibirem receptores muscarínicos presentes nas vias aéreas. Novas drogas vêm sendo desenvolvidas visando a reduzir estes efeitos. Objetivos: Esse trabalho analisa o efeito de diferentes bloqueadores neuromusculares na mecânica e histologia pulmonares. Métodos e Resultados: 15 ratos Wistar foram sedados, anestesiados e traqueotomizados, sendo o grupo GAL paralisado com trietiliodeto de galamina (2mg/kg), o grupo CIS, com besilato de cisatracúrio (0,15mg/kg) e o grupo VEC, com brometo de vecurônio (0,08mg/kg). Os animais foram ventilados e a mecânica respiratória determinada pelo método de oclusão ao final da inspiração, sendo computados para o sistema respiratório (rs), pulmão (L) e parede torácica (w): elastâncias estática (Est) e dinâmica (Edyn); pressões resistiva (DP1) e viscoelástica (DP2). Ao final dos experimentos, os pulmões foram preparados para análise histológica com HE, computando-se fração de áreas de colapso e hiperinsuflação alveolares, além do índice de broncoconstrição. A mecânica respiratória e a histologia pulmonar não apresentaram diferenças significativas entre os grupos. Conclusão: A literatura relata que a galamina e o cisatracúrio induzem broncoconstrição, contrariamente ao vecurônio. Entretanto, no presente estudo, o uso de diferentes bloqueadores neuromusculares não acarretou alterações significativas na mecânica e histologia pulmonares. Logo, em indivíduos sem alteração do tônus broncomotor, pode-se utilizar indefinidamente esses bloqueadores neuromusculares. Apoio Financeiro: PRONEX-MCT, CNPq, FINEP, FAPERJ. 114 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T27 Relato de um caso de apnéia obstrutiva do sono na criança MURAL T28 Síndrome HELLP com rotura hepática: relato de caso Maria Cecília Olivaes (professora responsável), José Antônio Felix, Felippe Felix; Ronaldo A O C Gismondi, Gustavo Salgado, Julienne Martins, Sérvio Paixão Gabiela Addor, Adriana M. H. R. Pinto; Allan Castro, Darwin A. Prado, Fúlvio A. Pessoa; João A. L. Sales Jr; Jorge I. Lain; Mauro Bellece; Paulo C. S. P. Souza. Enfermaria de Escolares – Disciplina de Pediatria – Departamento Materno Infantil – Hospital Universitário Antônio Pedro – Universidade Federal Fluminense CTI/Hospital de Clínicas Niterói Introdução: Uma das principais causas de apnéia obstrutiva do sono (SAOS) em crianças é a hipertrofia adeno-amigdaliana. Dentre as complicações, destaca-se a hipertensão pulmonar e o cor pulmonale. Objetivo: neste trabalho os autores apresentam um caso de SAOS e cor pulmonale em uma criança em idade escolar. Relato de caso: GGS, 9 anos, natural de Rio Bonito, apresentava desde a lactância quadro de roncos noturnos, períodos de hipopnéia/ apnéia, agitação noturna, sonolência diurna, enurese, alterações do comportamento e prejuízo no desempenho escolar. Em agosto de 2000 foi encaminhado ao serviço de otorrinolaringologia do HUAP (Hospital Universitário Antônio Pedro). Nesta ocasião, o exame físico mostrava importante hipertrofia adeno-amigdaliana e, no raio-x de tórax, notavase aumento da área cardíaca, mas o eletro e eco-cardiogramas eram normais. Foi indicada adeno-amigdalectomia. Todavia, na data marcada, o paciente não compareceu, retornando apenas no início do ano de 2001, quando foi constatado hipertensão arterial sistêmica (160 x 110 mmHg) e solicitada internação para novo preparo pré-operatório. No hemograma havia aumento do hematócrito (48,5 %) e hemoglobina (15,4 g/dl). O raio-x de tórax mostrava aumento da área cardíaca e o ecocardiograma foi compatível com cor pulmonale. Solicitou-se vaga no CTI para o pós-operatório imediato. Neste local, o paciente chegou ventilando espontanemente em ar ambiente, sem tubo orotraqueal. Entretanto, nas primeiras horas de admissão, apresentou quadro de dispnéia associado a estertores bolhosos, com melhora após intervenção farmacológica. Não houve necessidade de ventilação mecânica, mas o paciente permaneceu na macronebulização com oxigênio até sua alta para a enfermaria, 48 horas depois. Não ocorreram novas intercorrências e 15 dias depois da cirurgia a mãe relatava melhora dos roncos noturnos, respiração e do padrão de sono. Conclusão: a apnéia obstrutiva do sono é uma das indicações absolutas de adeno-amigdalectomia. A possível ocorrência de edema agudo de pulmão no pós-operatório imediato mostra a necessidade de monitorização intensiva destes pacientes. O tratamento precoce é capaz de prevenir as complicações e diminuir a morbi-mortalidade. T30 A Síndrome HELLP ocorre em aproximadamente 20% das mulheres que apresentam pré-eclampsia. Caracterizada pela presença de anemia hemolítica microangiopatica, plaquetas <100.000, LDH sèrica>600e/ou BT>1.2 e AST>70. Geralmente diagnosticada entre a 22 e 36 semanas de gestação. Apresenta-se clinicamente com dor abdominal, náuseas, vômitos e mal estar, a icterícia pode estar presente. Alterações hepáticas mais comuns são o hematoma subcapsular e hemorragia intraparênqimatosa, sendo a rotura capsular e laceração hepática eventos raros. R.C.M., feminino, branca, 42 anos, primípara, com 31 semanas de gestação, queixando-se de epigastralgia. Nega HAS. Ao exame físico, apresentava-se: lúcida, com PA=160/100, sem evidências de atividade uterina e movimentos fetais ausentes. A USG obstétrica com Doppler evidenciou parada cardíaca fetal. Evoluiu com hipotensão arterial e choque, sendo encaminhada à cirurgia para realização de cesariana e inventário de cavidade, encontradas rutura de cápsula e laceração hepática com hemoperitônio, o feto era natimorto. Exames demostravam: TGO = 2296, TGP = 2053, LDH = 1105, bilirrubina indireta = 1.5, plaquetas = 76.000, hematocrito = 31%, albumina = 1.9, INR = 2.1, PTT relação = 1.4, fibrinogênio = 84.4, ATII = 39, função renal e gasometria normais. No segundo dia de internação evoluiu com IRA, sendo iniciada hemodiálise prolongada, nesse momento com plaquetas = 35.000, hematocrito = 19.9%. Ao quinto dia apresentou febre, hipotensão, leucocitose com desvio a esquerda, infiltrado a radiografia de tórax com PO2/FiO2 = 108, sendo iniciado Pipiracilina com Tazobactan,e aminas de vasoativas (noradrenalina e dobutamina), como a paciente mantinha padrão choque séptico com depressão miocárdica à monitorização hemodinâmica invasiva, foi associada Vancomicina ao esquema antimicrobiano. Crescimento de P. aeruginosa na URC e S. marcescens no BAL, sensíveis ao esquema utilizado. No 14 dia apresentava-se estável, sem aminas, com TGO, TGP, plaquetas e coagulação normais, iniciado desmame de prótese ventilatória,mantinha-se hemodiálise. Recebeu alta do CTI após 27 dias de internação, ainda com diurese protraída, com posterior recuperação da função renal. Apesar de incomum na Síndrome HELLP a laceração com rotura de cápsula hepática, é um quadro grve com alto índice de morbimortalidade. A informática aplicada a Medicina Intensiva Douglas Ferrari Hospital Santa Cruz – São Paulo – Universidade Federal de São Paulo Fundamento: A informática aplicada às UTIs vem se caracterizando como instrumento de pesquisa, comunicação e trabalho onde desenvolver recursos de Internet e aplicativos concretizam sua aplicabilidade. Objetivos: Evidenciar e estabelecer o impacto da informatização na especialidade medicina intensiva tanto aspecto Internet como prescrição eletrônica. Métodos: criação de domínio com título da especialidade e formatação do seu site com abrangência em todas as áreas atuantes tais como medicina, enfermagem, nutrição, fisioterapia, psicologia e assistência social com cadastro de Universidades e UTIs. Etapa complementar com formatação da prescrição eletrônica – world e excel - com cadastro de medicamentos e protocolos. Os acessos foram medidos através do wusageEUA, e emails recebidos, havendo página destinada à comunicação e cadastro direto online. A satisfação e aplicação da prescrição foi avaliada mediante questionário aos profissionais das Unidades. Resultados: a visita ao site estabeleceu média de 1200 acessos mensais, área de maior interesse ligada à fisioterapia por circunstâncias de direcionamento da divulgação. A média de emails recebidos foi de 120 mensais, estando estes vinculados a promoção de inscrições ligadas a eventos tais como simpósios e cursos. A prescrição eletrônica reduziu em 70% o tempo para finalizá-la, obedeceu parâmetros protocolados das medicações, sendo 100% aderida na equipe médica e de enfermagem no período de dois meses. Conclusões: a informática mostrou-se essencial para estabelecer a comunicação ativa com profissionais ligados à especialidade, trazendo troca de conhecimento, integração e desenvolvendo da pesquisa. Aplicar como ferramenta de prescrição trás agilidade e promove o desenvolvimento do protocolo clínico. Portanto concluímos que definitivamente as UTIs devem incorporar a informatização seja à nível de Internet e prontuário clínico. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 115 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Transporte de Pacientes Portadores de Insuficiência Coronariana Aguda em UTI Móvel T35 João A.L.S. Jr.; Leonardo S. Monteiro; Andréia M. Silva; Wânia V. Freitas. Cticor Transporte Médico. Rio de Janeiro – RJ. Brasil. T37 Pneumonia Eosinofílica Aguda Daniel P. de S. Baptista, Alexandra G. S. Vasconcellos, Gabrielle P. Rebello, Luiz Rodrigo de C. Santos, Lyvia Cristina C. Kalil, Otavio S. Paris, David Szpilman Hospital Municipal Miguel Couto (HMMC), Rio de Janeiro- RJ Introdução: as síndromes coronarianas agudas possuem incidência crescente e ainda apresentam alta morbidade e mortalidade. O transporte de pacientes com este diagnóstico é muito freqüente e o ambiente de UTI móvel representa uma oportunidade de se reduzir o tempo para reperfusão e/ou de não gerar aumento do consumo miocárdico de oxigênio. Transportamos em média 40 pacientes / mês em fase aguda de evento coronariano. Objetivo: analisar os transportes de pacientes cardiopatas isquêmicos definindo prioridades e analisando riscos. Material e Métodos: procedemos a um estudo retrospectivo referente ao período de 01 / 2001 a 06 / 2001, analisando todos os transportes de pacientes em insuficiência coronariana aguda, as características clínicas, as medidas instituídas e as complicações. Resultado: identificamos 236 pacientes no período citado. Houve ligeiro predomínio do sexo masculino (122; 51.7 %). A maior parte dos casos situou-se na faixa etária de 40 a 60 anos (87; 36.9%) e na faixa > 70 anos (86; 36.4 %). Houve 55 (23 %) atendimentos domiciliares e 181 (77 %) transportes interhospitalares. O (t médio de transporte foi de 45 minutos. A Angina Instável foi o diagnóstico mais comum (134; 56.8 %), seguindo-se o Infarto Agudo do Miocárdio (66; 28 %) e quadros de Dor Torácica à Esclarecer (provavelmente anginosa) em 36 casos (15.2 %). Na avaliação pela Escala de Killip: K I = 220 (93.2 %), K II = 12 (5 %), K III = 2 (84 %) e K IV = 2 (0.84 %). A estratégia Monitor –Oxigênio – Veia(acesso venoso) foi introduzida em 225 casos (95.3 %) e em 100 % dos atendimentos domiciliares. A Nitroglicerina venosa foi administrada em 141 (59.7 %) pacientes. O AAS foi administrado em 81. 8 % dos atendimentos domiciliares. A Morfina foi necessária em apenas 10 (4.2 %) casos. O uso de Dobutamina ocorreu em 03 casos, Dopamina 01 caso, Nitroprussiato de Sódio 02 casos, Beta-Bloqueadores 04 casos, Heparina 06 casos. O uso de trombolíticos tem sido defendido nos casos de IAM com tempo de transporte > 60 minutos. Não tivemos casos nesta última condição. Houve intercorrências identificadas em 24 casos (10.1 %): hipotensão (02), hipertensão arterial (05), taquiarrítmias (03), dor anginosa (13) e fibrilação ventricular (01). Este último paciente obteve retorno do pulso após o primeiro choque com 200 J. O fator de risco mais comum foi a hipertensão arterial (76.5 %). Conclusão: considerando-se a idade elevada da maioria dos pacientes e a fase aguda de evento coronariano, a taxa de complicações foi baixa. Todos os pacientes do estudo foram admitidos já medicados e estáveis em relação a sua condição clínica. A atenção às medidas básicas iniciais e o conhecimento das principais complicações permite transportar pacientes em evento agudo com segurança. Paciente 24anos, sexo feminino, previamente hígida, com mal-estar, cefaléia, febre alta e dispnéia iniciados em 20/10/00.Inicialmente medicada com sulfametoxa- zol + trimetroprim por suspeita clínica de sinusite,evoluiu com piora clínica, sendo alterado o esquema antibiótico para ceftriaxone e amicacina. Encaminhada à emergência do HMMC com dois exames de escarro para pesquisa de BAAR (bacilos álcool-ácido-resistente) e teste rápido para HIV, negativos. Ao exame físico, evidenciavam-se leve desidratação e taquidispneia, roncos e sibilos difusos e radiografia de tórax com infiltrado intersticial difuso. Apresentava-se hipoxêmica, sendo realizada intubação orotraqueal e coletados exames laboratoriais, com as seguintes alterações: 28000 leucócitos, com desvio à esquerda, eosinofilia periférica (0/46/0/0/10/29/11/4) e LDH sérico de 608 mg/dl. Transferida para o CTI e colocada sob ventilação mecânica, em modo volume controlado e iniciado amplo esquema terapêutico afim de contemplar pneumonias fúngicas e comunitária grave, síndrome de Loeffler, tuberculose. Em 24 horas, mantendo ainda leucocitose com eosinofilia e picos febris constantes, evoluiu com hipotensão arterial, sendo monitorada a pressão arterial média e parâmetros oxi-hemodinâmicos. Nova radiografia de tórax com padrão interstício-alveolar difuso. A relação Pa02/Fi02 era de 115, a pressão de oclusão da artéria pulmonar de 12mmhg, com baixa resistência vascular sistêmica, sendo iniciada dopamina. Lavado broncoalveolar negativo para fungos, tuberculose e bactérias. Iniciada pulsoterapia com metilprednisolona visando pneumonia eosinofílica aguda. Houve resposta terapêutica após 72 horas de corticoterapia, com estabilização hemodinâmica, sendo descontinuada a monitorização invasiva e suspensa a amina. Observada melhora dos parâmetros laboratoriais (15000 leucócitos, com redução da eosinofilia para 11%) e gasométricos. O desmame do ventilador foi tardio (15 dias) devido à pneumonia nosocomial intercorrente, com alta hospitalar assintomática no 30(dia. A biopsia pulmonar à céu aberto evidenciou grande riqueza de eosinófilos ao exame histopatológico, compatibilizando os parâmetros clínico-laboratoriais com o diagnóstico de pneumonia eosinofílica aguda. Culturas de fragmento pulmonar e exame parasitológico de fezes negativos, excluindo outras possíveis causas de pneumopatia com eosinofilia. Conclusão: Apesar da pneumonia eosinofílica aguda, descrita inicialmente em 1986, ser uma entidade nosológica pouco conhecida e rara, deve ser considerada no dia-gnóstico diferencial das pneumopatias agudas. O choque distributivo e a eosinofilia periférica substancial tornam este caso diferenciado dos demais até hoje de descritos. O Brincar como Recurso Terapêutico em uma T38 Unidade de Terapia Intensiva Rosa M. A. Mitre; Maria de Fátima P. S. Junqueira Instituto Fernandes Figueira / FIOCRUZ - Rio de Janeiro Introdução: A partir de nossa experiência em um programa interdisciplinar de atenção integral à criança hospitalizada que utiliza o brincar como recurso terapêutico, expandimos o trabalho já realizado nas enfermarias, desde 1994, para o CTI do hospital de referência materno-infantil no qual atuamos. Em novembro de 2000, iniciamos um trabalho regular atendendo individualmente cada criança, duas vezes por semana. Objetivo: Restabelecer a possibilidade da criança internada no CTI continuar agindo sobre o mundo, a despeito de todas as adversidades e independente de seu prognóstico. Fundamento: Uma proposta de humanização em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, a princípio requer um estudo acerca da complexidade envolvida na dinâmica das relações, que acontecem nesse espaço diferenciado. O CTI caracteriza-se por ser um espaço de exclusão dentro de outro (Ferreira, 1997). Nesse sentido, se o hospital em si já é visto como um local onde há um afastamento da vida cotidiana, em uma unidade de cuidados intensivos tal aspecto potencializa-se devido à premência das ações, uma vez que a prioridade é a sobrevivência. Assim, o uso intensivo de tecnologia humana e mecânica que se apresenta muitas vezes através de intervenções dolorosas, movimentos constantes, luz contínua, sons intermitentes e controles freqüentes, pode acarretar na criança tanto uma desorientação temporal quanto uma alteração da percepção dos acontecimentos, além da perplexidade causada pela própria internação. Isto sem mencionar os aspectos de afastamento da família, da rotina e da vida doméstica, ficando a criança em uma situação de perda de privacidade e passividade total. Dessa forma, o atendimento tendo o brincar como instrumento, se configura como uma possibilidade de a criança se apropriar do seu adoecer e retomar sua interação com o mundo, saindo da total passividade e assumindo uma atitude mais ativa em relação a sua própria vida e ao seu tratamento. 116 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T39 MURAL Avaliação da Alteração da Pressão Intracraniana e do Consumo de Oxigênio via Cateter de Bulbo de Jugular durante a Cinesioterapia Passiva Patrícia V. Fernandes, Bianca L. Bass, Zaida J. A Scoralick Hospital Barra D’ Or Considerando que a imobilidade no leito é um fator deletério para o ser humano e que um dos papeis do Fisioterapeuta dentro da Unidade de Tratamento Intensiva é evitar as complicações deste longo decúbito, foi realizado um estudo para verificar a viabilidade da abordagem motora passiva precoce em pacientes submetidos a monitorização da Pressão Intracraniana (PIC) e da Saturação de Oxigênio via cateter de Bulbo Jugular (SVJO2). Este trabalho objetivou verificar se houve alterações nos valores da PIC e da SVJO2 em pacientes submetidos a cinesioterapia passiva de membros superiores e inferiores, conforme protocolo pré estabelecido. A população alvo foi composta por 20 pacientes sedados (Ramsay de 5) sob ventilação mecânica com parâmetros de PIC normais (menor que 15 mmHg). A aferição dos valores da PIC e da SVJO 2 foram feitas antes do atendimento fisioterápico e em seguida ao protocolo de exercícios. O programa cinesioterápico constava de 10 repetições de flexão passiva de quadril e joelho em cada membro e 10 repetições de flexão passiva de braço para cada membro. Durante o programa o paciente encontrava-se em decúbito dorsal, com fowler de 400 e com a cabeça em posição neutra. Os resultados obtidos constataram que não houve alteração estatisticamente significativa (one-way ANOVA, p<0,05) nos valores da PIC e da SVJO2 durante e após o programa proposto, exceto naqueles pacientes que não estavam submetidos a algum mecanismo de descompressão cefálica. Baseado nisto, podemos concluir que a cinesioterapia passiva está indicada como conduta segura para prevenção dos efeitos deletérios do leito, em pacientes cranectomizados ou com Derivação Ventricular Externa (DVE), monitorados com a PIC e SVJO2. T40 O Uso da Ventilação Não Invasiva na Prevenção da Intubação Oro Traqueal de Pacientes Portadores de Guillian-Barré Zaida J A Scoralick, Bianca L. Bass, Patrícia V. Fernandes Hospital Barra D’Or A Neuropatia Guillian-Barré é uma afecção que cursa com a diminuição de força muscular, inclusive da musculatura ventilatória, fazendo com que o paciente evolua para a ventilação mecânica invasiva. O objetivo de nosso trabalho foi mostrar que o uso da Ventilação Não Invasiva (VNI) previne a intubação oro traqueal de pacientes com diagnóstico de Guillian-Barré, em fase aguda. Foram observados 2 pacientes que internaram no hospital com quadro agudo de Guillian-Barré, com idade em torno de 65 anos e que evoluíram com diminuição da força muscular ventilatória observada através da aferição da Pressão Inspiratória Máxima (PImax), da Pressão Expiratória Máxima (PEmax) e da Capacidade Vital forçada por quilo pesado (ml/Kg). O aparelho utilizado para a VNI foi o modelo Quantum PSV (IPAP/EPAP) de maneira intermitente ao longo das 24 horas do dia. O tempo de internação na Unidade de Tratamento Intensiva foi de aproximadamente 9 dias. Os resultados mostraram que mesmo com uma Capacidade Vital abaixo de 15ml/Kg e uma PImax em torno de –11 cmH20, os pacientes conseguiram permanecer fora de prótese ventilatória invasiva, sem ocorrência de acidose metabólica. Concluímos que a Ventilação Não Invasiva, quando utilizada de modo intermitente em pacientes em fase aguda de Guillian-Barré, apresenta bons resultados na prevenção da evolução para a prótese ventilatória invasiva e na diminuição de tempo de internação hospitalar. T41 Relato de Caso: Craniectomia descompressiva Vitor M. Soares, Gustavo Pereira, Paulo N. Filho, Marco O. Py, Charles André Clínica São Vicente, Rio de Janeiro, RJ ZTT, 55 anos, feminina, branca, comerciante, hipertensa, diabética, coronariopata, portadora de doença vascular periférica e tabagista. Apresentou subitamente hemiplegia esquerda(E), procurando atendimento médico sendo realizada Tomografia Computadorizada de Crânio(TCC) com 5 horas de evolução, que evidenciou edema monohemisférico incipiente à direita(D). Neste momento apresentava-se lúcida e orientada, sem outras alterações neurológicas. Evoluiu em 24h com perda da sensibilidade a E, hemianopsia E e hipertensão arterial(HÁ) sendo necessário infusão de nitroprussiato de sódio(NPS) e monitorização invasiva da pressão arterial(PA). Em menos de 12h apresentava-se torporosa, anisocórica(pupila E maior que D) e com cefaléia intensa. Evoluiu em poucas horas com insuficiência respiratória e coma, necessitando de entubação orotraqueal e ventilação mecânica(VM). Nova TCC mostrou infarto hemisférico a D com herniação subfalcina. Foi então submetida a craniectomia descompressiva fronto-parieto-occipital D. No pós-operatório(PO), 12h após suspensão da sedação: sem abertura ocular, rigidez de decerebração a dor em dimídio D e hemiplegia E. Anisocoria com pupila D não-fotorreagente. Reflexo córneo-palpebral presente a D e débil a E, reflexo óculo-cefálico abolido e reflexos de tosse e deglutição presentes. Sinal de Babinski bilateral. Reinstituída sedação com propofol e fentanil. Com 24h de PO mantinha febre persistente, necessitando manta térmica e antitérmicos para controle da temperatura. Iniciado investigação com hemoculura e urinocultura. Realizada Ressonância Nuclear Magnética(RNM): hematoma epidural e desvio da linha média de aproximadamente 8 cm. Evolui com HA grave e retorno da infusão de NPS. Com 48h de PO foi submetida a nova intervenção cirúrgica na qual foi observado hematoma em músculo temporal D. Foi então realizada drenagem do hematoma e ressecção do músculo temporal. Após 24h do segundo PO ainda permaneceu em uso do NPS e mantinha febre; apresentava à radiografia de tórax infiltrado em lobo inferior direito(LID). Submetida a broncoscopia onde foi observada pequena quantidade de secreção purulenta no LID, enviada para cultura. Iniciado piperacilina + talzobactam. Realizada nova TCC: edema hemisférico, redução importante do desvio de linha média(4 cm) e transformação hemorrágica do infarto. Após 72h da 2a intervenção permanecia com febre; apresentou hipotensão sendo suspenso NPS e trocado propofol por midazolam. Foi necessário administração de noradrenalina para controle da PA. No 5° dia de PO após retirada da noradrenalina foi suspensa a sedação e iniciado desmame da VM com pressão de suporte. No 7° dia com resultado das culturas negativo e há 3 dias afebril foi suspensa a antibioticoterapia. Paciente já apresentava abertura ocular e mobilizava dimídio D aos comandos. Retirada a monitorização invasiva da PA e realizada extubação. No 9° dia apresentava-se acordada, verbalizando e mobilizando ativamente dimídio D. Mantinha hemiplegia E e sinal de Babinski a E. Realizada RNM que evidenciou ausência de desvio de linha média, ventrículos sem sinais de compressão e hemorragia visualizada previamente. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 117 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Análise de um Sistema de Monitoração para CTI pela Engenharia Clínica T42 Flávio Guedes, Fernando Martins Gomes, Ricardo Reis Clínica São Vicente, Rio de Janeiro, RJ Fundamento: A Engenharia Clínica é uma atividade da engenharia voltada para o setor de saúde, onde procura aliar redução de custos com o aumento de qualidade para as tecnologias de saúde dando repostas rápidas e objetivas para dúvidas comuns em relação a gastos com manutenção, compra de equipamentos e peças, negociação de contratos, realização e controle de manutenções preventivas e corretivas, entre outros serviços. Todo este trabalho é realizado a partir de um gerenciamento existente sobre os equipamentos médico-hospitalares, identificando problemas e apresentando as melhores soluções, garantindo às equipes médicas e a diretoria, um pleno controle técnico / administrativo, sustentado em economia, segurança e sobretudo confiabilidade no funcionamento dos equipamentos, assegurando desta forma, um melhor atendimento aos pacientes. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo analisar o sistema de monitoração de um CTI de 10 leitos, visando auxiliar na tomada de decisão sobre a substituição do mesmo. Este sistema está em operação há 08 anos e, em função disto, existia o desejo de saber como o mesmo vinha se comportando em termos de quantidade de ordens de serviço (OS), custos com manutenção (engloba mão-de-obra (MO) e peças), além do tempo de resolução da OS, ou seja, o tempo decorrido desde a abertura da OS até o seu fechamento, com a entrega do equipamento em plenas condições de uso. O sistema de monitoração avaliado é composto de 03 monitores centrais, 12 monitores de beira de leito sendo 02 reservas, 67 módulos de monitoração distribuídos nos parâmetros de SaO2, PI, PNI, Capnografia, ECG, Débito Cardíaco, Temperatura, Arritmia e 22 Bastidores de acoplamento dos módulos aos monitores de beira de leito. Método utilizado: No período de Janeiro de 1999 a Junho de 2001, através de informações mantidas em um banco de dados, gerenciado por software desenvolvido pela Engenharia Clínica, voltado para a área de gestão de equipamentos Biomédicos, foram levantadas todas as OS solicitadas para o sistema de monitoração de um CTI. Cada OS, quando aberta, é identificada por um número e passa a fazer parte do histórico do equipamento contendo todas as informações pertinentes ao serviço executado no mesmo, tais como, a solicitação inicial do corpo clínico, o tipo de defeito que originou a abertura da OS, os serviços realizados, os custos com a manutenção (aquisição de peças e/ou mão-de-obra de fornecedores externos), o dia e a hora de cada etapa do processo até o fechamento da OS, nomes das pessoas que solicitaram o reparo e dos técnicos que o atenderam, a identificação dos fornecedores das peças e das empresas representantes solicitadas para execução do reparo, ou seja, todo o desenrolar do processo de solicitação para reparo, manutenção e devolução do equipamento reparado ao setor de origem. No período verificado, que compreende 30 meses, constatou-se a existência de 208 OS solicitando reparo no sistema de monitoração. Isto nos dá uma média mensal de 6,93 OS. Comparando-se com a taxa ocupacional média do CTI no período, que ficou em 88,40% ao mês, dando uma média mensal de 265,20 diárias (30 dias x 10 leitos = 300 diárias), temos uma OS a cada 38,30 diárias. Do total de OS analisadas, 76,70% foram resolvidas pela equipe técnica da Engenharia Clínica e o restante por fornecedores externos, através de chamados avulsos para os mesmos em função da complexidade do defeito, que exigia a participação do representante e/ou fabricante. O tempo médio de atendimento por OS ficou em 14,52 dias. Podemos considerar uma média razoável uma vez que, em alguns casos, devido ao fato do equipamento ser importado, houve a necessidade de importação de peças, o que acaba por elevar o tempo de fechamento da OS, em função da solicitação de visita ao fornecedor, envio do orçamento, espera pela aprovação do mesmo pela instituição, aquisição da peça e, também, a burocracia e o desembaraço alfandegário quando da importação. Não houve prejuízo à qualidade dos serviços prestados devido à existência de equipamentos de reserva, que cobriam a falta daquele em reparo. Os custos inerentes à aquisição de peças e utilização de mão-de-obra externa, para o período analisado, ficaram no total de R$51.965,16 o que nos dá uma média mensal de R$1.732,17 no período, apenas com MO e peças. Neste valor devemos incluir os custos relativos ao contrato de gerenciamento e calibração dos equipamentos pela Engenharia Clínica, para obtermos a média mensal final dos custos do equipamento. Para calcularmos o valor do gerenciamento e da calibração incidente sobre o sistema de monitoração, dividimos o valor destes contratos, igualmente, pelo número de equipamentos que compõe o parque da instituição analisada. Em seguida, multiplicamos o valor encontrado pelo número de equipamentos que compõe o sistema de monitoração, chegando a um valor médio mensal, com MO, peças e contratos, de R$4.833,16. Agora, dividindo este valor pela taxa de ocupação do CTI analisado, que está em torno de 265,20 diárias por mês, obtemos o custo médio da monitoração dos parâmetros fisiológicos por diária, que ficou em R$18,22. Portanto, do valor médio da diária do CTI analisado, 0,6% deste é gasto com gerenciamento, calibração e manutenção de equipamentos Biomédicos. Este é um valor muito pequeno perto do investimento que seria necessário fazer para a aquisição de um novo sistema de monitoração que, hoje, em função da alta do dólar, ficaria em torno de R$450.000,00, segundo pesquisa realizada no mercado, para um sistema importado como o existente no CTI analisado. Resumo dos resultados obtidos: Ø Período analisado: Janeiro de 1999 a Junho de 2001. Ø Total de meses: 30. Ø Total de OS analisadas: 208 Ø Custo do período com MO e peças: R$51.965,16. Ø Custo médio mensal (MO + peças + contratos): R$4.833,16. Ø Média mensal de OS solicitadas: 6,93. Ø Tempo médio de atendimento por OS: 14,52 dias. Ø Percentual de resolução interna (pela Engenharia Clínica): 76,70%. Ø Percentual de resolução externa: 23,30%. Ø Taxa ocupacional média do CTI por mês: 88,40% (265,20 diárias). Ø Custo médio da monitoração dos parâmetros fisiológicos por diária: R$18,22. Conclusões: A partir dos dados apresentados podemos concluir que o sistema de monitoração do CTI analisado vem atendendo as funções a que se destina, com reduzido número de reparos e baixo custo, se comparado com o valor de uma diária de CTI. Um fator que merece ser mencionado é o trabalho desenvolvido pela Engenharia Clínica, em torno de manutenções preventivas periódicas, que contribuem para os resultados acima. Outro ponto a favor é que a grande maioria dos reparos é solucionada internamente, sem a necessidade de envio para fornecedores externos ou de se manter um contrato com representante / fabricante, o que contribuiria ainda mais para o incremento do tempo de solução e dos custos com manutenção. Sendo assim, no momento, não há necessidade de substituição do sistema, entretanto, este trabalho deve ser realizado anualmente, a fim de verificarmos se os itens analisados evoluíram a ponto de impactar nos custos e na qualidade dos serviços prestados pela instituição. Anexos: Seguem as planilhas contendo todas as OS analisadas, contemplando os itens abordados. 118 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T43 MURAL Relato de caso: Mucormicose na cetoacidose diabética Felipe S M da Silva, Rosane Charneski, Rodrigo M do Lago, Bruno S Guida, Alexandra Vasconcelos, Lúcia Sanguedo, Juan C R Verdeal Hospital Municipal Miguel Couto - CTI - Rio de Janeiro Mulher, 47 anos, diabética tipo I, admitida com diagnóstico de celulite facial por abscesso dentário, e conseqüente descompensação do diabetes. Na emergência, toxêmica, apresentou parada cardio-respiratória sendo intubada e acoplada à prótese ventilatória. Apresentava lesão enegrecida em hemipalato esquerdo com edema palpebral ipsilateral. À tomografia computadorizada de crânio mostrou velamento dos seios maxilares e etmoidais e velamento da caixa timpânica à esquerda. Os exames laboratoriais revelavam: leucometria 33900cels/mm3 (0/0/0/0/8/81/5/6), glicemia 641mg%, pH 7,02, bicarbonato 5,5meq/l, excesso de base –23,6, PaCo2 22,4 torr. Solicitada avaliação do CTI que levantou a hipótese de Mucormicose. Iniciado Anfotericina B e levada ao Centro Cirúrgico sendo submetida a sinusectomia com drenagem de abscesso facial e remoção da mucosa necrótica do seio maxilar esquerdo enviada para histopatologia. Evoluiu no pósoperatório hemodinamicamente instável, acidótica, hiperglicêmica, oligo-anúrica com rápida progressão das áreas necróticas em região nasal e palato à esquerda. Tratada com infusão contínua de insulina, reposição hidroeletrolítica, bicarbonato e amplo esquema antibiótico (Anfotericina B, Rifampicina, Ceftriaxone, Clindamicina) manteve-se com instabilidade hemodinâmica não responsiva a aminas, coma Glasgow 3 e sem controle do quadro de cetoacidose, evoluindo para o óbito no terceiro dia de internação no CTI. Laudo histopatológico: presença de hifas não septadas invadindo mucosa de seio maxilar e microvasculatura, compatível com Mucormicose. Comentários: A mucormicose na forma rinocerebral é uma complicação grave da cetoacidose diabética com evolução para óbito em mais de 50% dos casos. O diagnóstico diferencial deve ser feito com celulite facial, aspergilose invasiva e ectima gangrenoso. O pronto reconhecimento da lesão é fundamental para a instituição de terapia agressiva antes mesmo da confirmação do diagnóstico por biópsia de tecido. T44 A Direção de um Trabalho Multidisciplinar Suzani Marques Palma Duarte, Scyla M. S. Reis, Paulo Martins. Anelise Nigel Fundamento: A literatura aponta o trabalho multidisciplinar como a melhor forma de tratar o paciente, entretanto, a compreensão do que seja uma equipe multidisciplinar e sua atuação tem se mostrado confusa e limitada. A equipe multidisciplinar é mais do que vários profissionais de diversas especialidades tratando um mesmo paciente, ela implica em visões diferentes que podem trocar, interagir e onde cada um, ao apresentar a sua compreensão do paciente, busca atingir um objetivo que unifica e dirige o trabalho da equipe. Objetivo: Descrever, através do relato de um trabalho de uma equipe multidisciplinar, as condições que precisam se fazer presente para o funcionamento eficiente desta. Sujeitos e Procedimentos: O Hospital, no qual este trabalho foi desenvolvido, é uma instituição privada atendendo uma clientela de seguro de saúde, além de uma porcentagem (cerca de 20%) de pacientes da assistência social. O CTI tem hoje 16 leitos com uma taxa de ocupação de 95%. Atendendo, em média, 1080 doentes ano. Sendo estes doentes das clínicas de:; Revascularização do Miocárdio, Cirurgia Geral, patologias clínicas, neurovasculares e neurocirúrgicos. O serviço se organiza atualmente com 15 médicos. Sendo estes; o Chefe do setor, 12 plantonistas e 2 rotinistas. Conta, também, com os serviços de Fisioterapia, Nutrição e Psicologia. Resultados: O CTI que era, inicialmente, composto apenas por médicos Cardiologistas e a Enfermagem foi gradativamente, se diversificando e conta hoje com 8 Cardiologistas, 3 Nefrologistas, 2 Neurologistas, 1 Clínico geral e 1 Pneumologista, 3 Fisioterapeutas, 1 Nutricionista e 1 Psicóloga. O serviço conta com rounds diários de discussões clinicas onde todos os profissionais participam e contribuem. Conclusões: 1. O fator desencadeador do trabalho multidisciplinar é a noção de que um conhecimento incompleto sobre o paciente. Esta percepção pode gerar o desejo de interagir com outros profissionais na busca de se atingir melhores resultados. 2. A demanda pelos profissionais que compõe a equipe pode ser operacionalizada de dentro para fora ou de fora para dentro. 3. A equipe precisa poder estabelecer um objetivo claro para nortear seu trabalho e a função de cada profissional dentro da equipe. No nosso trabalho, as funções, que melhor possibilitaram uma interação produtiva, ficaram assim circunscritas: Médico: Conduzir o tratamento das doenças que acometem o paciente, por esta função e responsabilidade legal ele se constitui naturalmente no líder da equipe, no elemento de convergência. Enfermagem: Assume os cuidados do paciente. Fisioterapia: Assumir os cuidados de reabilitação motora e de vias respiratórias. Nutrição: Conduzir a dieta do paciente. Psicologia: Sustentar que ali existe um sujeito. 4.A interação do trabalho multidisciplinar requer troca de conhecimentos, disposição em delegar responsabilidades, o que implica em aceitar a participação do outro na construção do trabalho. Este fator, uma vez presente, além de possibilitar mudanças e crescimento, contribui significativamente no comprometimento dos profissionais com o serviço. T45 Facilitando o Processo de Morte do Paciente em Terapia Intensiva: Uma Abordagem Psicológica junto à Família Kelly F. Simões; Katya M. Kitajima; Clarissa N. Leal; Marcelo V. Gomes; Centro de Terapia Intensiva; Clínica São Vicente; Rio de Janeiro-RJ. Fundamento: O morrer representa um acontecimento inevitável, insuperável e intransferível. Permeado por angústias, ansiedades e medos(Heidegger, 1967). Para a sociedade ocidental a morte é vista como um desmonte da teia existencial (Morais, 2000). A morte em unidade de Terapia Intensiva traz uma série de fatores que a torna mais complexa, envolvendo não só a família, mas também a equipe de saúde. Objetivo: Identificar o impacto emocional provocado na família pelo processo de morte do paciente em unidade de Terapia Intensiva. Métodos: Os sujeitos da pesquisa são os familiares de pacientes críticos internados em unidades de Terapia Intensiva. Foi utilizada a Abordagem Humanista para o suporte psicológico à família. Resultados: Durante os acompanhamentos das famílias na proximidade do óbito do paciente, percebeu-se que os sentimentos positivos e/ou negativos, ausências e uniões que fizeram parte da convivência do paciente com os membros da família durante a sua vida emergem. Sentimentos como impotência, raiva, culpa e tranqüilidade foram identificadas nos familiares. Viabilizar a expressão desses sentimentos no leito de morte possibilita também com que cada membro da família seja capaz de melhor elaborar tal perda. Foi percebido também que o controle dos monitores servem de indicadores para a família da proximidade e concretização da morte. Conclusões: Concluímos que o sentido da morte tem dimensões diferentes. De um lado é percebido como um rompimento na existência, com a dificuldade da família em aceitar a realidade da morte; e por outro, a morte como o simbolismo de libertação, como um não prolongamento do sofrimento e como um alívio. Isto será permeado pela idade do paciente, fatores culturais e religiosos, maturidade emocional do grupo familiar, consciência da gravidade da doença e comunicação entre os próprios membros da família e com a equipe de saúde. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 119 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Avaliação dos Fatores de Estresse do Paciente e das Principais Necessidades da Família em Unidade de Terapia Intensiva T46 Katya M. Kitajima; Marcelo V. Gomes. Centro de Terapia Intensiva; Clínica São Vicente; Rio de Janeiro-RJ. Fundamento: Poucos estudos têm documentado sobre as experiências de estresse do paciente e das necessidades da família. Intervenções relacionadas às necessidades do paciente crítico são importantes para uma assistência integral que engloba também a família. Objetivos: Identificar as variáveis físicas e psicológicas que podem interferir na qualidade de assistência ao paciente crítico. Métodos: Foram utilizados dois inventários, o Intensive Care Unit Environmental Stressor Scale(ICUESS) e o Critical Care Family Needs Inventory(CCFNI), aplicados em 63 pacientes e 58 famílias, entrevistadas num período de três meses. Resultados: Intrumento ICUESS 1. Ter tubos no nariz e na boca 2. Não conseguir dormir 3. Solidão 4. Sentir-se preso 5.Ruídos dos alarmes dos aparelhos 6.Ver a família e amigos por pouco tempo Méd. 2,63 2,52 2,48 2,45 2,41 2,38 Instrumento CCFNI 1.Ter a certeza de que todo o cuidado está sendo oferecido ao paciente 2. Sentir que há esperança 3. Sentir que a equipe está cuidando do paciente 4.Ter as questões respondidas honestamente 5. Ter a certeza de que está tudo bem para a alta hospitalar 6. Conversar com o médico todos os dias/Receber explicações de forma compreensível Méd. 3,97 3,93 3,92 3,89 3,85 3,80 Conclusões: 1) Os tubos são os maiores fatores geradores de estresse nos pacientes. 2) Ter a certeza de que todo o cuidado possível está sendo oferecido ao paciente foi a maior necessidade da família. Acreditamos que grande parte dos fatores que estressam o ambiente de terapia intensiva podem ser administrados pela equipe de saúde, como, por exemplo, proporcionar um ambiente adequado para o sono, diminuir o volume dos alarmes e possibilitar uma maior flexibilidade da presença da família. Quanto às necessidades da família, os sentimentos de segurança nos cuidados oferecidos ao paciente e esperança devem ser preservados. A comunicação clara e acessível são fundamentais na relação da equipe de saúde com família. Grupo de Apoio à Família: Uma intervenção Hospitalar T47 Clarissa N. Leal; Katya M. Kitajima; Kelly F. Simões; Marcelo V. Gomes; Centro de Terapia Intensiva; Clinica São Vicente; Rio de Janeiro-RJ. Fundamento: A doença traz desafios adaptativos comuns, exigindo uma reorganização imediata e a longo prazo e mudanças nas definições de identidade e objetivos da família(Walsh e McGoldrick, 1998). Objetivo: Avaliar qualitativamente a eficácia do apoio psicológico aos grupos de família e a sua contribuição no engajamento destes familiares no processo de cuidados ao paciente. Métodos: Os sujeitos da pesquisa são os familiares de pacientes internados que participaram do Grupo de Apoio à Família, que se realiza semanalmente. Foram selecionados quatro temas diferentes e referentes à realidade hospitalar, tais como religiosidade, família, suporte psicológico no hospital e comunicação na família. Resultados: Durante a nossa atuação no grupo de família, percebemos que os participantes buscam um acolhimento do psicólogo e do próprio grupo para aliviar as tensões causadas pelo momento da hospitalização. Estes participantes são necessariamente os mais implicados na assistência do familiar, o que os torna sobrecarregados, justificando suas demandas de atendimento. Desta forma, compartilham as dificuldades com o grupo, despertando a cumplicidade e solidariedade ao ouvir a dor alheia, minimizando o seu próprio sofrimento. Conclusões: Concluímos que através do grupo, as famílias percebem que não estão sós, aprendem que os problemas dos outros são freqüentemente iguais ou piores que os seus, percebem suas dificuldades e buscam encontrar soluções, minimizam as ansiedades, aprendem novos métodos de enfrentamento e adaptação, compreendem melhor a doença e os procedimentos. T48 Problemas com o Fornecimento da Dieta Enteral numa Unidade de Pós-operatório – a propósito de um caso Sandra R. Pereira, Yvana M. Pereira, Ana Carolina P. Magalhães, Luciene S. Araújo, Plínio N. Gomes Hospital Pró-Cardíaco, Rio de Janeiro. A administração das necessidades nutricionais previstas para doentes críticos, através da via entérica, considerado como de eleição na terapia intensiva, demonstra-se inadequada a um grande número de pacientes. Para alguns autores, a atuação de uma equipe multiprofissional de terapia nutricional (EMTN) poderia minimizar este problema. Objetivo: verificar as principais causas da falha na administração do alvo nutricional programado. Análise do caso: paciente de 86 anos, masculino, eutrófico (índice de massa corporal de 23,7 kg/m2, prega cutânea triciptal de 16 mm, circunferência muscular do braço de 22,9 cm), foi submetido a cirurgia eletiva de troca valvar aórtica e revascularização miocárdica, com tempo de circulação extracorpórea de 117’ e tempo de pinçamento aórtico de 108’. Foram observadas as seguintes complicações: a) cardíacas- BAV III grau e fibrilação atrial aguda; b) tubo digestivo: distensão gástrica e hematoma retroperitoneal; c) respiratórias: 2 reentubações, insuficiência respiratória, atelectasia, derrame pleural, traqueostomia; d) infecciosas: bacteremia, pneumonia associada à ventilação mecânica; e) renal: azotemia; f) politransfusão. O cálculo das necessidades nutricionais foi realizado mediante a equação de HarrisBenedict acrescida de fator injúria de 1,1 e grama de nitrogênio por Kg: 1455 quilocalorias. A avaliação simultânea por Calorimetria Indireta Respiratória no 8o dia de pós-operatório (PO) foi de 1660 quilocalorias com quociente respiratório de 0,82. A EMTN foi chamada no 5o dia de PO, após ser reentubado, com jejum de 24 h. Foi introduzida dieta polimérica acrescida de imunonutrientes por sonda posicionada na 4a porção duodenal, sendo infundido o alvo calórico apenas no 13o dia de nutrição. Resultados: ocorreram 3 complicações principais relacionadas ao método de nutrição enteral. Desposicionamento 6 (66%), vômito 2 (22%), constipação 1 (12%). As causas do do primeiro foram a retirada voluntária no período noturno 2 (33%), desconhecida 2 (33%), extubação eletiva 1 (17%) e êmese 1 (17%). Foram listadas 9 causas de interrupção da infusão da dieta: tomografia do abdome 3 (20%), reposicionamento de sonda 3 (20%), desconhecida 2 (15%), êmese 2 (15%), ultrassom de abdome 1 (6%), traqueostomia 1 (6%), decisão do setor 1 (6%), endoscopia 1 (6%), suspeita de desposicionamento 1 (6%). A taxa de infusão nos primeiros 6 dias foi de apenas 40%, alcançando a média de 71% ao longo do período de terapia nutricional enteral. Não foram observados distúrbios eletrolíticos graves. Contudo, a albumina sérica ao término da nutrição enteral era de 2,3 g/dl, quando passou à dieta oral exclusiva, recebendo alta hospitalar 11 dias após. Conclusão: a existência de uma EMTN não exclui a necessidade do treinamento dos profissionais envolvidos no manuseio da dieta enteral. Deve-se buscar uma atuação junto à equipe prestadora do atendimento, minimizando obstáculos à prática da terapia nutricional, adequando-se protocolos de interrupção da dieta conforme a realidade de cada serviço. 120 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Anastomose porto-cava de urgência no manejo da hemorragia digestiva em cirrótico: o renascimento de um antigo conceito. Insuficiência hepática aguda provocada pelo T51 vírus da hepatite B complicado por uma pancreatite aguda: outra manifestação extra-hepática do vírus da hepatite B Lucio F Pacheco Moreira, Marcelo Enne, Alexandre Cerqueira, Elizabeth Balbi, Humberto Melo e José Manoel Martinho. Lucio F Pacheco Moreira, Elizabeth Balbi, Marcelo Enne, Alexandre Cerqueira, Fábio e Marcelo V Gomes Equipe de Transplante Hepático da Clínica São Vicente da Gávea e Hospital Universitário da UFRJ / Rio de Janeiro. Equipe de Transplante Hepático e de Terapia Intensiva da Clínica São Vicente da Gávea. Rio de Janeiro. O sangramento das varizes esofagianas representa uma das complicações mais temíveis da cirrose. O transplante de fígado revolucionou todos os aspectos da cirrose, porém o tratamento da hemorragia aguda das varizes de esôfago continua a representar um desafio para equipe médica que se dispõe a tratar um paciente com estas características. Não existe muito questionamento em relação ao tratamento inicial que deva receber um paciente cirrótico com hemorragia de varizes esofagianas: reanimação, avaliação respiratória, endoscopia digestiva alta diagnóstica e terapêutica e, finalmente, agentes vasoativos. Na hipótese de não resolução da hemorragia, resta ainda o tamponamento com balão (provisório), colocação de shunt porto-cava transjugular (TIPS) e anastomose porto-cava. A colocação do TIPS é algo aceito como eficaz no sangramento agudo, porém não está disponível em todos os hospitais e existem casos onde, por dificuldade técnica, não é possível o implante do TIPS. Os autores relatam um caso onde foi realizado uma anastomose porto-cava calibrada, com enxerto de PTFE, de 10 mm, em uma paciente de 66 anos com diagnóstico de cirrose (provocada pelo vírus da hepatite C), atendida, na emergência, com sangramento de varizes esofagianas incoercível ao tratamento endoscópico e sem possíbilidade de implantação de TIPS devido condições do hospital. Foi realizado tamponamento com balão e 24 horas após uma nova EDA evidenciou persistência do sangramento de varizes, tendo sido então indicada a cirurgia. O balão foi desinflado logo após a realização da anastomose cirúrgica, o que provocou queda significativa da pressão portal. No pós-operatório imediato observou-se encefalopatia grau III, que melhorou com medidas habituais. Alta hospitalar no 12o dia pós-operatório. A paciente não apresentou recidiva do sangramento e retornou a classe “A” de Child (seguimento de 1,5 anos). A eficácia desta cirurgia em tratar e prevenir um novo sangramento, a baixa incidência de encefalopatia intratável no pós-operatório e o não comprometimento da realização de um transplante hepático a posteriori, faz desta cirurgia uma excelente opção terapêutica nos casos de hemorragia não controlada. O sangramento das varizes esofagianas representa uma das complicações mais temíveis da cirrose. O transplante de fígado revolucionou todos os aspectos da cirrose, porém o tratamento da hemorragia aguda das varizes de esôfago continua a representar um desafio para equipe médica que se dispõe a tratar um paciente com estas características. Não existe muito questionamento em relação ao tratamento inicial que deva receber um paciente cirrótico com hemorragia de varizes esofagianas: reanimação, avaliação respiratória, endoscopia digestiva alta diagnóstica e terapêutica e, finalmente, agentes vasoativos. Na hipótese de não resolução da hemorragia, resta ainda o tamponamento com balão (provisório), colocação de shunt porto-cava transjugular (TIPS) e anastomose porto-cava. A colocação do TIPS é algo aceito como eficaz no sangramento agudo, porém não está disponível em todos os hospitais e existem casos onde, por dificuldade técnica, não é possível o implante do TIPS. Os autores relatam um caso onde foi realizado uma anastomose porto-cava calibrada, com enxerto de PTFE, de 10 mm, em uma paciente de 66 anos com diagnóstico de cirrose (provocada pelo vírus da hepatite C), atendida, na emergência, com sangramento de varizes esofagianas incoercível ao tratamento endoscópico e sem possíbilidade de implantação de TIPS devido condições do hospital. Foi realizado tamponamento com balão e 24 horas após uma nova EDA evidenciou sangramento de varizes e não obteve sucesso no tratamento das mesmas, tendo sido então indicada a cirurgia. O balão foi desinflado logo após a realização da anastomose, que provocou queda significativa da pressão portal. No pós-operatório imediato observou-se encefalopatia grau III, que melhorou com medidas habituais. Alta hospitalar no 12o dia pós-operatório. A paciente não apresentou recidiva do sangramento e retornou a classe “A” de Child (seguimento de 1,5 anos). A eficácia desta cirurgia em tratar e previnir um novo sangramento, a baixa incidência de encefalopatia intratável no pós-operatório e o não comprometimento da realização de um transplante hepático a posteriori, faz desta cirurgia uma excelente opção terapêutica nos casos de hemorragia não controlada. Relato de um caso de meningoencefalite por Herpes Vírus Cardioversão Elétrica na Fibrilação Atrial: Análise Comparativa do Nível de reversibilidade sob administração de diferentes cargas T50 T53 Rafael C Alves, Felippe Felix, Ronaldo A O C Gismondi, Silvana B Oliveira, Beatriz Brandão, Rosane Kupfer, Vinicius Medeiros Centro de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Miguel Couto Introdução: A meningoencefalite por vírus herpes simplex tipo I (HSV1), em crianças ou adultos, está relacionada com morbidade e mortalidade significativos. Um diagnóstico rápido e preciso é essencial para um tratamento efetivo e prognóstico favorável. A apresentação clínica, eletrocardiográfica e a imagem tomográfica, embora sugestivos, não são patognomônicos. A identificação do vírus através da reação em cadeia por polimerização (PCR) é, portanto, o método diagnóstico de escolha. Objetivo: No presente trabalho, através de um relato de caso, enfatizamos a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento do paciente em ambiente de terapia intensiva, dada a gravidade e as freqüentes complicações durante a evolução da meningoencefalite herpética. Resumo do Caso: Paciente de 12 anos, do sexo masculino, imunocompetente, iniciou quadro de cefaléia temporal e febre, procurando auxílio médico ao final de cinco dias, quando apresentou o primeiro episódio de crise convulsiva e foi internado para investigação diagnóstica e tratamento em terapia intensiva. Durante a internação apresentou novos episódios de convulsões generalizadas tônico-clônicas, confusão mental e redução rápida e progressiva do nível de consciência. Uma primeira punção liquórica foi compatível com meningite asséptica. Iniciou-se aciclovir venoso e realizous-se uma tomografia computadorizada (TC) de crânio, a qual mostrou lesão hipodensa em lobo temporal direito. Uma nova punção liquórica foi realizada para pesquisa de herpes simplex tipo 1 por PCR, cujo resultado foi positivo. O paciente evoluiu com hipertensão intracraniana refratária aos diversos tipos de tratamento utilizados; uma nova TC de crânio mostrou imagem sugestiva de trombose de artéria cerebral média direita. O paciente faleceu com 9 dias de internação no centro de terapia intensiva. Conclusão: As unidades de terapia intensiva são fundamentais para o manejo da meningoencefalite herpética e suas complicações; entretanto, o diagnóstico e tratamento precoce são fatores cruciais relacionados a um melhor prognóstico. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 T57 M.F. Muiño, K.B. de Andrade, F.Silva; V. Zadra, G. Trancoso, E.T. Mesquita, I. H. de Aveiro, A. Volschan Pró-Cardíaco Hospital • PROCEP Introdução: A fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais freqüente no Departamento de Emergência (DE), correspondendo a 6% do total dos atendimentos. A implementação de um protocolo para realização da cardioversão elétrica torna-se necessária na sistematização do atendimento dos pacientes com esta arritmia. Estudos já demonstraram que pacientes com PA que se submeteram a cardioversão elétrica com cargas elevadas (> 200j), apresentam maior índice de reversão ao ritmo sinusal. De acordo com ACLS foi seguido um protocolo utilizando 100j, 200j, 360j na tentativa da reversão a ritmo sinusal e após foi analisada sua efetividade. Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar a cardioversão elétrica na fibrilação atrial, demonstrando a maior índice de reversão ao ritmo sinusal com cargas mais elevadas. Material e Métodos: O método utilizado foi descritivo-analítico com abordagem quantitativa através de ficha semi-estruturada. Foi realizado um levantamento dos pacientes que se submeteram a cardioversão elétrica no período de Janeiro a Dezembro de 2000 e analisado o grupo com fibrilação atrial. Resultados: 49 pacientes foram submetidos à cardioversão elétrica; onde 20,40%(10) flutter, 2,05% (01) taquicardia vetnricular com pulso e 77,55% (38) fibrilação atrial. Do grupo de FA, 32 pacientes reverteram a ritmo sinusal, destes 59,37 (20) eram FA < 48h e 40,63% (12) FA de tempo indeterminado. Carga No de pacientes revertidos à ritmo sinusal Percentual 100j 06 18,75% 200j 22 87,50% 360j 04 100% Conclusão: Estes dados estão de acordo com a proposta descrita no ACLS, onde encontramos que a reversão ao rítmo sinusal é mais eficaz nos pacientes que se submetem a cardioversão elétrica com cargas mais elevadas. 121 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL O Paciente com Dor Torácica na Sala de Emergência: Estratégia Educacional sobre sinais e sintomas precoces no Infarto Agudo do Miocárdio T59 K. B. Andrade, M.F. Muiño, C. Gonçalez, V. dos Santos, M. Araujo, E.T. Mesquita, I. A. de Aveiro Pró-Cardíaco Hospital • PROCEP Introdução: O departamento de Emergência é um cenário para o desenvolvimento de estratégias de cardioprevenção e os profissionais emergencistas devem estar preparados para orientar os pacientes sobre os sinais precoces dessas doenças. Devemos aproveitar esta janela de oportunidade para iniciarmos uma estratégia educacional voltada para identificação e valorização precoces desses sinais de alerta, bem como, possíveis procedimentos e exames diagnósticos que poderão ser realizado durante o período de internação, objetivando maior satisfação e entendimento do paciente. Objetivos: Este estudo tem como objetivo avaliar a qualidade de informação fornecida ao cliente em observação na Unidade de Dor Torácica. Material e Método: Trata-se de um estudo piloto, onde foi mostrado um vídeo educativo, sobre IAM abordando sinais e sintomas precoces, exames diagnósticos e hábitos de vida saudável. Foi exibido a 20 clientes em observação na Unidade de Dor Torácica e após aplicado um questionário. Resultados: Foram entrevistados 20 pacientes, onde 60% (12) eram do sexo masculino e 40% (08) do sexo feminino, 100% (20) acharam claras as explicações contidas no vídeo e atingiram suas expectativas; 35% (7) gostaria de obter mais informação além das que foram fornecidas; 55% (11) se sentiu menos ansioso e 5% (1) mais ansioso. Conclusions: A estratégia educacional através do recurso audiovisual tem sido aplicada e avaliada nos países desenvolvidos. Implementar e avaliar esta estratégia nos países latino-americanos, onde encontramos, grandes diferenças sócio-culturais, vem sendo um desafio na busca da melhoria da satisfação do paciente atendido nos departamentos de Emergência. Crise convulsiva de Difícil Controle – Relato de Caso T61 Eric Perecmanis Hospital Universitário Pedro Hernesto UERJ Fundamentos: A epilepsia afeta cerca de 0,6% da população dos Estados Unidos da América. Entre 20 a 30% desses pacientes não respondem a terapêutica habitual, sendo suas crises tão frequentes que levam a limitação de vida, o que caracteriza a epilepsia refratária. Objetivo: Apresentação de relato de caso e discussão quanto ao manejo da crise convulsiva de difícil controle. Paciente e métodos: E.S, 17 anos, branco, solteiro, deu entrada no hospital com quadro de crises convulsivas parciais á direita seguidas por generalização com período pós ictal mínimo. Encaminhado ao setor de terapia intensiva onde foi necessária sedação com thiopental e suporte ventilatório. Realizada tomografia computadorizada de crânio que não demonstrou lesões estruturais, ressonância nuclear magnética apresentando lesões isquemicas corticais difusas como consequência do quadro convulsivo e cintigrafia cerebral apresentando áreas de atividade epilética subcorticais biparietais compatível com atividade eletroencefalográfica rergistrada nos períodos de crise. Iniciado tratamento com hidantalização, lamotrigine e benzodiazepínico regular, havendo boa resposta após cerca de trinta dias de internação. Conclusão: O manejo das crises convulsivas de difícil controle é realizado através de sedação contínua, suporte ventilatório e hemodinâmico e aplicação de métodos de imagem para diagnóstico e orientação quanto a terapêutica a ser utilizada. Propostas terapêuticas atuais para o controle do quadro agudo vão desde sedação contínua com benzodiazepínicos ou propofol até a indução ao coma barbitúrico. Novas drogas tem sido utilizados para o manejo crônico com bons resultados, entre elas a gabapentina e o lamotrigini associadas ou não a drogas clássicas como hidantal e ácido valpróico. Casos de intratabilidade clínica devem ser submetidos a tratamento cirúrgico ou estimulação vagal. Projeto de Atendimento Integrado a Pacientes e Famílias (P.AI.P.F.) T62 Rosa Cristina dos Santos Vianna, Candida M. Souza, Sergio Zaidhaft, Doris B. Ribeiro, Elaine G.P.Araújo, Ricardo A. Garcia Hospital Universitário Clementino Fraga Filho UFRJ Fundamentos: O distanciamento imposto aos familiares é um fator agravante no tratamento de pacientes internados em UTIs.Com a intenção de implementar um programa de humanização, reunimos uma equipe multidisciplinar e iniciamos um projeto de atendimento aos familiares de pacientes internados em nossa Unidade de Terapia Intensiva, visando atender a uma necessidade antiga de aproximar a família do paciente e do profissional de saúde. Objetivos: Melhorar a qualidade do atendimento multiprofissional dos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva, através da atenção e orientação dada aos seus familiares. Material e Métodos: A partir de Dezembro de 2000, iniciamos em nossa Unidade de Terapia Intensiva clínico-cirúrgica, composta de 10 leitos, reuniões semanais nas quais são fornecidas em conjunto, informações sobre o estado de saúde dos pacientes e aberto um espaço para a interação entre as famílias. Estas reuniões são coordenadas por uma equipe multidisciplinar, composta por médico, enfermeiro, assistente social, fisioterapeuta, psicólogos e enfermeiro responsável pela comissão de infeção hospitalar. Ao final, um questionário é fornecido aos familiares e a análise das respostas foi feita de abril de 2001 a agosto de 2001 (anexo 1). Resultados: Dos 56 questionários distribuídos e resposndidos 87% foram respostas favoráveis (ótimo e bom), 12% foram respostas desfavoráveis (regular e inadequado) e 1 % não responderam as perguntas formuladas (fig 1). Em relação a infecção hospitalar 43% tem dúvidas a respeito e 57 % não. A maioria (94%) considera as informações obtidas sobre o seu familiar suficientes e 90% freqüentam as reuniões semanais (fig 2). Conclusões: A reunião de uma equipe multidisciplinar em nossa UTI, disposta a realizar um trabalho único e direcionado aos familiares vem se mostrando uma alternativa interessante e útil na integração paciente – família – profissional. Uma vez por semana, as informações são sempre fornecidas pela mesma equipe, gerando credibilidade e segurança. A participação de um membro da comissão de infecção hospitalar se faz necessária, para esclarecer e principalmente desmistificar pré- conceitos difundidos pela mídia na grande maioria das vezes de forma errônea. Através do questionário, poderemos avaliar o nosso desempenho e tomar medidas locais e gerais visando o bem estar do paciente, da sua família e do funcionário prestador de serviços. Pretendemos, como parte da estratégia inicial, aumentar os encontros, criando espaço para dinâmica de grupo (coordenado pela equipe de psicologia médica do hospital) e realizar um vídeo de apresentação e informação sobre a nossa UTI para os familiares na sala de espera. Novos questionários serão aplicados e avaliados com o objetivo de manter a qualidade do atendimento a população. 122 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva T63 MURAL Abordagem Psicológica em UTI Um caminho para Humanização T65 Alessandra S.Rodriguez; Joaquim D.Silva Maria Regina H. N. Trotto, Juan Carlos R. Verdeal Hospital São Francisco da Penitência - RJ. Fundamento: A dinâmica de trabalho existente em uma Unidade de Tratamento Intensivo, possui características peculiares e uma atuação de equipe bastante complexa. Devido à gravidade do quadro clínico do paciente, as intervenções intra e extra-corpóreas, a alta tecnologia, rotina acelerada e presença iminente da morte; uma internação em UTI pode despertar sentimentos de medo, sensação de isolamento e angústia severa nos pacientes e familiares que vivenciam essa situação de crise. A doença grave e expectativa de morte, simbolizam o rompimento da relação do sujeito com o mundo e consigo mesmo, envolvendo sofrimento, frustração e dependendo de sua gravidade, limitações dos projetos de vida. Todos estes fatores implicam em repercussões psicológicas tanto no paciente, quanto no seu círculo familiar e social. O psicólogo vem trabalhar os aspectos psicológicos do paciente, família e própria equipe, a fim de ampliar a qualidade do atendimento prestado e atuar como instrumento de humanização. Pretende-se relatar a experiência de 4 anos de inserção do serviço de Psicologia na UTI do referido Hospital, destacando as atividades realizadas e os ganhos obtidos, bem como a importância desse profissional e sua implicação na equipe e no processo de humanização. Pacientes e Métodos: São realizadas intervenções de apoio terapêutico ao paciente e família, atendimento conjunto, participação em rounds, reuniões científicas, reuniões de chefias mensais, análise qualitativa de questionários entregues às famílias sobre avaliação do atendimento prestado, e mudanças no ambiente da UTI. De janeiro/1999 à novembro/2000 (23 meses), 643 pacientes internados receberam atendimento psicológico, totalizando uma média de 59 atendimentos por mês. As famílias que receberam suporte emocional neste período, foram 579, com uma média de 69 acompanhamentos por mês. Resultados: Percebe-se uma maior integração do trabalho em equipe, com diminuição de mal-entendidos e surgimento de práticas que visem um atendimento conjunto, num modelo interdisciplinar. Melhor adaptação do paciente à internação, estabelecimentos de vínculos afetivos e de confiança, que garantam uma participação positiva no tratamento e redução da ansiedade, através de orientação e suporte. Mudanças na postura dos profissionais, reconhecendo a individualidade e integridade do paciente. Conclusão: O trabalho do psicólogo na equipe da UTI mostra-se facilitador e integrador na relação paciente-família-equipe, pontuando sua atuação com intervenções terapêuticas definidas e inclusas no processo de humanização.A assistência psicológica possibilita ao paciente/família aliviar sua angústia e dar significado ao tratamento, implicando-se efetivamente no processo de recuperação. T66 Acompanhando uma paciente terminal: discussão de um caso clínico Os avanços da medicina moderna aliados à tecnologia permitem diagnosticar e tratar doenças graves, prolongando a vida. Quando, porém, não existem mais possibilidades terapêuticas, impõe-se a necessidade de se enfrentar a tarefa de acompanhar o doente terminal proporcionando-lhe alívio para o sofrimento físico e para a angústia que sente ao contemplar a própria morte. Nesse momento os familiares também se desorganizam. Precisam ter a oportunidade de manifestar suas emoções e perceber que há uma equipe verdadeiramente preocupada com eles. Ao lado dos progressos tecnológicos observa-se nos nossos dias um crescente interesse pelos aspectos humanos da medicina. As relações entre toda a equipe de saúde, o doente e sua família são fundamentais para o tratamento. As pessoas hoje morrem no hospital, na maioria das vezes em um CTI, inconscientes, sem saber que o seu fim se aproxima. O objetivo deste trabalho ao apresentar o caso clínico de uma paciente terminal, lúcida até seus últimos momentos, é o de enfatizar a importância do atendimento psicológico junto ao médico, voltado para a doente e não apenas para a doença. Maria internou-se em junho de 1998 com um quadro de sub-oclusão intestinal e foi solicitado o acompanhamento da Psicologia Médica. Após a realização de exames constatou-se uma carcinomatose peritoneal. Todas as medidas foram tomadas: colostomia, quimioterapia, etc A paciente pedia insistentemente à equipe para ajudá-la a morrer, recusando a opção de tratamento domiciliar e não aceitando a alimentação oferecida via sonda nasogástrica. Exprimia o desejo de manter-se dormindo. Com o início da administração de morfina em infusão contínua mantinha-se sonolenta porém, lúcida e confortável quando despertada. Faleceu 32 dias após sua internação. Ao reproduzir diálogos estabelecidos com a paciente, seus filhos e amigos, além de algumas reflexões e conceitos teóricos da Medicina Psicossomática, pretendemos mostrar o trabalho realizado pela psicóloga interagindo com a equipe e como Maria pôde influir sobre o final da sua existência. Concluímos afirmando que o atendimento ético e humanizado a essa paciente mostrou que ao nos envolvermos com a morte, nos envolvemos também com a vida. A equipe, integrada, uniu-se em torno dessa Pessoa e resgatou a sua própria dimensão humana, por vezes esquecida. Sem postular técnicas para ajudar a morrer os autores acreditam em poder ajudar a lidar com a angústia de morte e, principalmente, a viver. Níveis Glicêmicos à Internação em Unidade Coronariana Jorge ESS Pinto, Andre M Japiassú, José EP Oliveira, Cid MN David Pós-graduação de Terapia Intensiva - UFRJ – Serviço de Nutrologia - UFRJ Introdução: Alguns trabalhos vem demonstrando hiperglicemia à internação e pior prognóstico em eventos cardio-vasculares. Objetivo: Relacionar níveis glicêmicos com a gravidade de doença isquêmica coronariana aguda. Pacientes e Métodos: Avaliamos a glicemia de internação em 137 pacientes internados consecutivamente na unidade coronariana de nosso hospital. Categorizando os pacientes como tendo infarto agudo do miocárdio (IAM) ou angina instável (AI); e história prévia de diabetes mellitus ou não. Na análise estatística foi usado o Teste t de Student para comparar as médias dos grupos; considerado como nível de significância, 5%. Resultados: Cinqüenta e um pacientes (37,2%) com o diagnóstico de angina instável (AI) e 86 (62,8%) com infarto agudo do miocárdio (IAM). Setenta e nove pacientes (57,7%) foram do sexo masculino e 58 (42,3%) do feminino. Cento e cinco pacientes (76,6%) negavam diabetes mellitus e 32 (23,4%) sabiam sê-lo. Tabela 1: Níveis glicêmicos à internação em unidade coronariana GLICEMIA ± DESVIO PADRÃO NÃO DIABÉTICOS DIABÉTICOS AI 115,00 ± 39,26 275,07 ± 103,34 IAM 134,25 ± 49,71 245,26 ± 79,26 0,01 0,50 p valor Conclusão: Entre os pacientes não diabéticos o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio esteve relacionado a níveis glicêmicos maiores do que os dos pacientes com angina instável (p < 0,01). Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 123 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Caracterização Da Clientela Na Unidade Intensiva De Um Hospital Universitário T70 Sonia Regina de Oliveira e Silva de Souza Hospital Universitário Pedro Ernesto Fundamento: O paciente de UTI vivencia nesta unidade todos os sentimentos que qualquer ser humano tem ao adoecer. A unidade constitui-se em ambiente multiprofissional, que é uma exigência para o êxito da prática do trabalho, visando com isso assistir o paciente crítico com segurança, eficácia e eficiência. Justificamos o estudo considerando de grande valia para os profissionais o conhecimento da clientela usuária de sua assistência. Objetivo: Descrever as características dos pacientes admitidos em uma unidade de terapia intensiva. Método: Estudo descritivo, com abordagem quantitativa, sendo o cenário uma UTI de adulto com sete leitos. A coleta de dados foi realizada através dos livros de registro do próprio serviço num período de 06 meses no ano de 2001. Resultados: O quantitativo de pacientes admitidos neste período foi de 113, sendo que: 26.5% procedente do centro cirúrgico; 24.7% da clínica especializada; 21.3% da clínica médica e 9.7% transferido de outras instituições o restante fica distribuído nas diversas unidades de internação. Em relação ao tempo de permanência na UTI, 76.99% fica na faixa de 1 a 10 dias, 15.92% em torno de 11 a 20 dias, 4.42% permanece de 21 a 30 dias. Vale destacar que no período do estudo apenas uma pessoa permaneceu mais de 100 dias. Na distribuição da amostra por sexo tivemos, 59.30% do sexo masculino e 40.70% feminino. Quanto a faixa etária encontramos 69.6% na idade de 61 a 82 anos, 26.4% de 40 a 60 anos seguido de 11.4% de 12 a 25 anos. Na distribuição da incidência do número de alta e óbito registramos o valor de 53.09% de alta para as unidades de internação e 42.47% de óbito os 4.44% restante ainda se encontrava na unidade. Conclusão: constatamos com o estudo um alto índice de óbito, fato considerado pela faixa etária dos pacientes hoje admitidos na unidade, configurando assim um local de atendimento ao idoso e pacientes crônicos, já que a instituição não conta com unidade de emergência. Reabilitação Pulmonar na Unidade de Terapia Intensiva em Pacientes Oportadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Cronica Agudizada T71 Marjory Weiss, Rose Bem Pivoto, Heloisa Franca, Stela M. Francenchi, Nicole Castilho, Rosilane Nascimento, Janaina Rocha, Marcelo V. Gomes. Reabilitar Serviço de Fisioterapia – UTI Clínica São Vicente - RJ. Fundamentos: Indivíduos portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) apresentam comprometimento da função cardiorespiratória e músculo-esquelética. A agudização da doença e a necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) por insuficiência respiratória pode promover a desaptidão cardiopulmonar e a deterioração mioarticular pela inatividade. Diversos fatores contribuem para complicações respiratórias e cardiovasculares: utilização de ventilação mecânica, bloqueadores neuro-musculares distúrbios eletrolíticos etc. A policitemia eleva de forma significativa o risco de trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Os efeitos benéficos da reabilitação pulmonar (RP) – treinamento físico, suporte nutricional, psicológico e educacional - pós alta hospitalar em portadores de DPOC está bem documentada, porém há poucos relatos da aplicação de programa precoce durante a internação na UTI, visando minimizar os efeitos deletérios da inatividade e preservar a capacidade de marcha no momento de alta da UTI. Metodologia: Estudo prospectivo de 10 pacientes internados em nosso serviço com insuficiência respiratória por DPOC agudizado que realizaram programa de RP pela equipe de fisioterapia com treinamento passivo, ativo-assistido, ativo-livre e progressivo de membros superiores e inferiores para profilaxia de eventos tromboembólicos e preservação de força muscular com conservação de energia para otimização da marcha no momento da alta da UTI. Os pacientes foram monitorados e avaliados através de oximetria de pulso, escala de BORG adaptada e escala de força muscular. Resultados: Os 10 pacientes estudados apresentaram grau 3-4 de força muscular no momento da avaliação; a força muscular de 7 pacientes apresentou grau 3-4 no momento da alta com preservação da marcha e 3 pacientes apresentaram grau 3 necessitando a realização de marcha com apoio. Conclusão: Os resultados indicam que o programa de reabilitação pode melhorar a força muscular e a marcha dos pacientes avaliados. Aplicação de Ventilação Não-Invasiva com Pressão Positiva em Pós-Operatório de Gastroplastia Redutora T72 Rose Ben Pivoto, Marjory Weiss, Paulo Henrique Brum, Renata Gonçalves, Cristiane F. Marques, Isabela Pimenta, Leny Batista, Marcelo V. Gomes. Reabilitar Serviço de fisioterapia - UTI Clínica São Vicente – RJ Fundamentos: A gastroplastia redutora (GR) é procedimento cirúrgico utilizado para o tratamento obesidade mórbida (OM). A síndrome pulmonar restritiva no pós-operatório (PO) cursa com hipoventilação, redução da capacidade residual funcional, air trapping, atelectasias, retenção de secreção brônquica e distúrbio nas trocas gasosas, podendo evoluir para insuficiência respiratória (IR). A disfunção diafragmática e a redução da eficiência da respiração podem resultar em fadiga respiratória. A utilização de ventilação não invasiva com pressão positiva (VNIPP) sob máscara facial é um recurso terapêutico utilizado para o tratamento da IR, através da redução do trabalho da respiração, recrutamento de zonas alveolares e a homogeinização da ventilação pulmonar, evitando a necessidade de entubação endotraqueal (EOT). É questionado o risco da distensão gástrica quando utilizada em PO de cirurgias abdominais altas. O presente relato de caso demonstra o sucesso da VNIPP para o tratamento de insuficiência respiratória no PO de GR com apresentação de gasometrias arteriais seriadas. Metodologia: Paciente de 51 anos, sexo masculino, tabagista e com prova de função pulmonar com padrão obstrutivo grave. Foi admitido na UTI em PO imediato de colecistectomia e GR para tratamento de OM (IMC=71Kg/m2) submetido a VNIPP sob máscara facial (BiPAP e PCV) para correção de IR hipercápnica e redução do nível de consciência. Resultados: Paciente permaneceu 04 dias na UTI, com melhora do quadro respiratório e do nível de consciência dependente de VNIPP, evoluindo com desmame desta, intercalando períodos de ventilação espontânea enriquecido com O2. POI- admissão na UTI (O2-7L/min) pH P O2 PC O2 HCO3 BE Sa O2 7,21 72 90 35,4 3,3 89% POI- 4 h após admissão (CPAP-12cm H2O) Redução do nível de consciência 7,17 74 104 37 4,2 90% PCV-20 cmH2O / PEEP- 6 cmH2O Melhora do nível de consciência 7,19 81,4 99 40 9,2 92% 97% 1o PO (BiPAP- IPAP:14cm H2O/ EPAP: 6 cm H2O - O2- 7L/min) 7,20 101 93 36 4,5 2o DPO 7,25 79 86 36,5 5,2 95% 3o DPO O2- 5/min (alta da UTI) 7,27 69 82 27 6,5 93,7% Conclusão: A VNPPI no PO de gastroplastia redutora pode ser uma opção terapêutica eficaz para a correção de distúrbios ventilatórios, prevenindo EOT. 124 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Complicações de infecções relacionadas a utilização de Cateteres Venosos Centrais – Relato de um caso T74 Moyzes D.P.Damasceno; Pedro M.P. Kurtz; Adriano R. Campagnoli; Paulo C.S.P. Souza Hospital de Clínicas de Niterói Introdução: A utilização de cateter venoso central (CVC) é uma causa de aumento na morbi-mortalidade nos pacientes internados na unidade de terapia intensiva, podendo gerar diversas complicações. Objetivo: Relato de um caso de uma paciente internada no CTI que evolui com múltiplas infecções relacionadas a cateteres venosos centrais e as complicações advindas destas infecções. Paciente e Métodos: M.B., 45 anos, feminina, admitida no CTI com quadro clínico de diarréia associada a dor abdominal difusa intensa, e desidratação. Após coleta de hemoculturas, isolou-se Salmonella spp., sendo implementada acesso venoso central para antibioticoterapia adequada e hidratação adequada. Evoluiu com distensão abdominal e diminuição da peristalse do transito gastrointestinal, necessitando de CVC e nutrição parenteral, que mostrou ser o foco de uma candidemia. Posteriormente, apresentou instabilidade hemodinâmica e respiratória, febre, leucocitose com desvio p/ esquerda e acidose mista. Neste mesmo dia forma colhidas culturas. A monitorização hemodinâmica invasiva (MHI) demonstrou padrão de choque séptico e necessitou de suporte ventilatório invasivo. No 5 o dia após a instalação do cateter de Swan Ganz (SG), observou-se, através do ecocardiograma transesofágico (ETE), um trombo aderido ao mesmo. Realizado novo ETE (10 dias após SG) demonstrando trombo em VCS e radiografia de tórax com apresentação compatível com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo, necessitando então de sedação/curarização. As hemoculturas demonstraram crescimento de estafilococos coagulase negativo. Resultados: Ecocardiogramas seriados demonstraram evolução no tamanho da vegetação em VCS com a iminente possibilidade de intervenção da equipe de cirurgia cardíaca. Porém durante a evolução clínica, com a diminuição dos efeitos da sedação, foi observado déficit motor em dímidio esquerdo do paciente. A tomografia computadorizada de crânio (TCC) mostrava imagem compatível com área isquêmica e o ETE a ausência da vegetação na VCS. A imagem na TCC mostrava ser compátivel com abcesso cerebral. A paciente obteve sucesso no desmame ventilatório tendo recebido alta da unidade de terapia intensiva. Conclusão: A utilização de CVC é freqüente na unidade de terapia intensiva, porém também pode ser responsável por diversas complicações. Portanto, medidas rigorosas para a instalação dos CVC devem sempre ser adotadas. Ventilação prona em Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo após Embolia Pulmonar Gordurosa – Relato de um caso T75 Moyzes D.P.Damasceno; Pedro M.P. Kurtz; Adriano R. Campagnoli; Paulo C.S.P. Souza Hospital de Clínicas de Niterói Fundamentos: A aplicação de ventilação mecânica em posição prona em pacientes com SDRA vem sendo descrita e estudada como recurso terapêutico, ainda sem evdências consistentes a favor ou contra. Objetivo: Relatar o caso de um paciente admitido em nosso serviço com embolia pulmonar gordurosa pós-trauma, evoluindo para SDRA onde a ventilação prona se mostrou eficiente. Paciente e Métodos: Maculino, 18 anos, admitido após trauma por acidente automobilístico, com fratura de fêmur direito. Após 12 horas, apresentou alteração de consciência e instabilidade respiratória, com TC de crânio demonstrando edema cerebral difuso e tórax, infiltrados bilaterais. Evolução para insuficiência respiratória aguda e choque, sendo intubado e monitorizado hemodinamicamente. Houve surgimento de petéquias subconjuntivais e em tórax. Resultados: Radiografia de tórax com infiltrados bilaterais difusos, gasometria com PaO2/FiO2 = 150 caracterizando SDRA, causada por embolia pulmonar gordurosa. Piora ventilatória progressiva, mesmo após curarização e estratégia ventilatória adequada (PCV, PEEP 14 cmH2O, Vt 440 mL, FiO2 0.6). Iniciada ventilção em posição prona intermitente com melhora radiológica e na troca gasosa (P/F > 200) após 6 horas. Novo período de aplicação da ventilação da ventilção prona repetiu melhoras radiológicas e gasométricas. Repetida neste momento TC de tórax que demonstrou melhora. Evoluiu por mais 8 dias no CTI com melhora hemodinâmica e respiratória progressivas até extubação e alta. Conclusão: A evolução positiva após aplicação de ventilação prona neste paciente com SDRA, em um momento aparentemente precoce, estimula o interesse neste recurso alternativo e a necessidade de estudos clínicos randomizados para avaliar seus benefícios e indicações. T82 Pós-Operatório (PO) de Cirurgia Cardíaca (CC): Predição do Tempo sob Ventilação Mecânica (TVM) Hugo T. F. Mendonça Fº, Luiz A. Campos, Marco A. Fernandes, Pedro M. Nogueira, Jorge Sabino, Fernando G. Aranha, Rosana Farina, Daniel J. Silva Fº, Ronaldo Vegni e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: O desmame ventilatório tem sido considerado importante determinante de sucesso em PO precoce de CC. Objetivos: Determinar fatores coletados em fase pré, per e nas primeiras 24h de PO que participem na predição do TVM em pacientes (pac) submetidos à CC. Casuística e Métodos: Foram analisados retrospectivamente 211 pac submetidos à CC entre 06/00 e 02/01 analisando-se o valor de fatores e variáveis na predição do TVM. O tratamento estatístico consistiu de técnicas de regressão linear e r-r² “goodness of fit”. Resultados: Sob análise univariada foi notada significância preditiva nas variáveis idade (p=0.001), índice de massa corporal (p=0.004), reoperação(p<0.001), hemotransfusão peroperatória (p<0.001), doença pulmonar e diabetes (p=0.02 e p=0.005), níveis de creatinina pré (p=0.004) e de PO (p<0.001), níveis arteriais de PO imediato de bicarbonato (p=0.004), gradiente alvéolo-arterial de oxigênio (p=0.002), escores de falência orgânica múltipla MODS (p=0.018) e SOFA (p=0.015) e frequência cardíaca ajustada pela pressão - PAR (p<0.001), nas 24h de PO. Análise multivariada demonstrou poder predidivo significativo de idade (p<0.001), PAR (p=0.006), níveis de creatinina pré e pós-operatórios (p=0.003), hemotransfusão (p<0.001), níveis de bicarbonato arterial (p=0.003) e reoperação (p<0.001). Conclusão: Nesta amostra apenas as variáveis idade, reoperação, níveis de creatinina pré e pós-operatórios, hemotransfusão peroperatória, PAR e níveis arteriais de bicarbonato nas 24h de PO demonstraram correlação com TVM. Mesmo sob análise univariada, variáveis como função ventricular prévia, tempo de circulação extracorpórea, escore da Cleveland Clinic e uso de agentes vasoativos não demonstraram significante correlação com TVM. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 125 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Banco de Dados Personalizado de uma UTI de Pós-Operatório T83 Carlos A. Alves, Renato V. Gomes, Luiz A. Campos, Pedro M. Nogueira, Jorge Sabino, Hugo T. F. Mendonça Fº, Andréa D. Porto, Marco A. Fernandes, Daniel J. Silva Fº e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: Um banco de dados é uma grande coleção de fragmentos de informação que, se organizado, pode ser expandido, atualizado e reavaliado rapidamente. A utilização de um sistema de banco de dados relacional (USBDR) oferece ao usuário acesso aos seus dados, que processados, transformam-se em informação, transformada em conhecimento e finalmente em trabalho. Objetivos: Descrição do desenvolvimento e implementação de um sistema de banco de dados personalizado. Desenvolvimento e Métodos: O Analista de Sistemas precisa conhecer quais as informações a serem obtidas do banco de dados, conversar com a equipe que irá utilizá-lo e então reunir os formulários nos quais os dados estão presentemente sendo armazenados. Extensa discussão em torno das questões que os usuários gostariam que o banco de dados respondesse e esboço dos relatórios a serem produzidos são itens de suma importância. O Microsoft Access 2000 da Microsoft Corporation foi escolhido levando-se em conta as necessidades específicas acima mencionadas e a infra-estrutura disponível no local. O aplicativo desenvolvido otimizou os processos de entrada de dados e recuperação de informações. Graças a uma interface gráfica amistosa, nunca foi tão fácil obter automaticamente dez das pontuações mais importantes: Estimativa de Risco Pré-operatório para Mortalidade, AVE e Mediastinite, Escala de Goldman, EUROSCORE, Pontuações da Cleveland Clinic para Pré e Pós-operatório, MODS, TISS e SOFA. Resultados: Dados de 567 pacientes, totalizando aproximadamente 2000 dias de internação, no período de 01/06/2000 a 24/02/2001 foram inseridos por quatro Médicos da unidade. O tempo médio de digitação foi de uma hora. Quatrocentos relatórios médicos e oito administrativos foram emitidos. Vinte palestras e dez resumos foram baseados nos dados obtidos do banco. Conclusão: Os ingredientes essenciais para o sucesso do projeto foram o comprometimento de abraçar mudanças como oportunidade para crescimento e desenvolvimento, servir melhor ao paciente e intensificar a produção científica. Além disso, ao estabelecer parceria com um Médico com formação e experiência como Analista de Sistemas, tornou possível desenvolver um aplicativo personalizado para atender necessidades específicas da UTI e aplicar conhecimento relevante de forma rápida. Fatores Correlacionados à Incidência de Fibrilação Atrial Aguda (FAA) no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca T88 Fernando G. Aranha, Luiz A. Campos, Renato V. Gomes, Jorge E. S. S. Pinto, Marco A. Fernandes, Pedro M. Nogueira, Andréa D. Porto, Rosana Farina, Hugo T. F. Mendonça Fº e Hans Dohmann. Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório -PROCEP - RJ - Brasil. Fundamentos: Alguns fatores pré e per-operatórios têm sido associados à alta incidência de FAA no período pós-operatório, em cirurgia cardíaca. Idade avançada, tempo cirúrgico prolongado, cirurgia valvar mitral e interrupção de terapia beta-bloqueadora têm sido propostos. Objetivos: Avaliação de fatores pré e peri-operatórios à identificação de grupos de pacientes (pac) com maior probabilidade de FAA neste contexto. Casuística e Métodos: Estudo prospectivo de 227 pac, internados consecutivamente em pós-operatório imediato (POI) de cirurgia cardíaca. Excluíram-se pac com registro prévio de fibrilação ou flutter atrial. Foram avaliadas variáveis clínicas e cirúrgicas comparando-se a prevalência das mesmas entre os grupos que desenvolveram ou não FAA no pós-operatório. Utilizaram-se para análise estatística os Testes T Student e Fischer. Resultados: Houve diferença significativa entre as idades dos grupos com e sem FAA, sendo 69,9 e 62,6 anos respectivamente (p<0,01). Os índices de mortalidade e de acidente vascular encefálico (AVE) do AHA/ACC foram maiores no grupo com FAA (p<0,01 e p<0,001, respectivamente). O balanço hídrico no primeiro dia foi maior no grupo com FAA (p<0,01). Euroscore e Escala de Cleveland foram maiores no grupo com FAA (p<0,001 em ambos). Considerando-se o tipo de cirurgia realizada, encontrou-se maior incidência de FAA nos pacientes submetidos à cirurgia mitral, quando comparados aos submetidos à revascularização miocárdica, mas esse dado não atingiu diferença estatisticamente significativa. Conclusão: Idade avançada, Escalas de Mortalidade e de AVE do AHA/ACC, Euroscore e Escala de Cleveland e balanço hídrico no primeiro dia de PO mostraram-se preditores de FAA no pós-operatório de cirurgia cardíaca, nessa série. O pequeno número da amostra de pacientes submetidos à cirurgia mitral não permitiu comparações estatisticamente significativas entre os diferentes tipos de cirurgia, o que deve motivar avaliações futuras. Índice de Barthel – Uma Possibilidade para Avaliação da Melhora Funcional do Paciente Internado em UTI T90 Moana Cabral de C. Mattos, Cíntia G. Fernandes, Maria Emília Negreiros, Girlana C. Marano Hospital Pró-Cardíaco - Serviço de Fisioterapia - PROCEP - RJ - Brasil. Fundamento: a intervenção fisioterapêutica em pacientes na fase aguda tem se tornado objeto de preocupação e questionamento por parte de alguns profissionais, particularmente aqueles que trabalham em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Um dos principais problemas encontrados na intervenção fisioterapêutica tem sido a forma de avaliação do paciente comparando sua vida antes da internação e para assim conduzir seu programa de tratamento, atendendo suas necessidades imediatas e otimizando sua qualidade de vida após sua permanência hospitalar. O trabalho da equipe de fisioterapia consiste em treinar e evoluir a atividade funcional do paciente para que esse possa retornar às suas atividades diárias. O Índice de Bathel permite a avaliação desses pacientes através de um protocolo criterioso baseado em atividades funcionais. Objetivo: avaliar a evolução funcional do paciente internado na instituição através de um instrumento específico e validado, que se possa quantificar esses dados comparativamente. Pacientes e Métodos: foram avaliados 61 pacientes submetidos ao tratamento fisioterapêutico, na UTI utilizando o Índice de Barthel, desde Junho/00. A avaliação foi realizada baseada no seu perfil antes da internação; no primeiro dia de internação e no momento da alta do setor. Resultados: O estudo ainda está em andamento, mas já temos dados necessários para apresentação de parte dos resultados, pois esse é um instrumento inicial de mensuração da variação funcional deste paciente em UTI submetido ao tratamento fisioterapêutico. 66% dos pacientes eram completamente independentes e 5 % tiveram alta da unidade independentes. 11% dos pacientes necessitavam de cuidados constantes em casa e na ocasião da alta, 25% ainda necessitavam de cuidados constantes. 93% dos pacientes na unidade necessitavam de cuidados constantes na ocasião da internação e 7% eram parcialmente dependentes. Conclusões: O Índice de Barthel permite traçar um perfil dos pacientes internados e na ocasião de sua alta bem com sua evolução funcional quando submetidos ao tratamento fisioterapêutico. Permite também avaliar as condutas utilizadas no tratamento procurando diminuir o tempo de internação hospitalar melhorando suas condições neuropsicomotoras na ocasião da alta e otimizando sua qualidade de vida após o período de internação na UTI. 126 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva Uma Possibilidade no Atendimento Fisioterapêutico do Paciente Internado em UTI – As Bolas Suíças como mais um Recurso T91 Maria Emília Negreiros, Moana Cabral, Girlana Marano, Cíntia Fernandes Hospital Pró-Cardíaco - Serviço de Fisioterapia PROCEP - RJ - Brasil. Fundamento: a intervenção fisioterapêutica utilizada em pacientes internados em UTI tem se tornado objeto de preocupação e questionamento por parte daqueles que trabalham neste ambiente, como é o caso, por exemplo, dos fisioterapeutas. Neste momento, a meta principal é salvar a vida do paciente, sendo que nossa preocupação, nesse trabalho é melhorar o nível de interação terapeutapaciente e otimizar sua recuperação funcional. Objetivos: propor maior sucesso no reaprendizado motor de tais pacientes contando com o fator motivacional através do uso das Bolas Suíças como mais um recurso fisioterapêutico a ser utilizado neste ambiente. Pacientes e Métodos: para a realização deste estudo foi realizada uma revisão de literatura para fundamentação de tal recurso e a aplicação junto aos pacientes internados na UTI, selecionados pelos critérios de estabilidade clínica, em decúbito de longa duração e em fase de recuperação funcional. Os exercícios foram aplicados nesta fase, com documentação e registro nos prontuários médicos, enfatizando as alterações ocorridas no reaprendizado após as tarefas estabelecidas. Resultados: foram registradas a melhora da interação terapeuta-paciente e este, junto aos familiares, promovendo a criatividade dos exercícios de forma lúdica e menos frustrante, pois a Bola Suíça diminui o peso do corpo, promove a melhora do equilíbrio, força muscular, mobilidade e habilidades. Quando em coma, observamos a melhora do nível de atenção, devido à presença de cores vivas, outras texturas e a própria forma do recurso oferecido. Conclusão: O referido trabalho ainda está em andamento na UTI, mas já podemos adiantar a melhora com a diminuição do tempo de internação hospitalar, melhora das atividades funcionais ainda dentro do ambiente da UTI e a melhor integração com os familiares mediante as orientações domiciliares na ocasião da alta hospitalar. T99 A Utilidade do Eletrocardiograma Como Indicador da Disfunção do Ventrículo Direito em Pacientes com Embolia Pulmonar T93 André Volschan (Hospital ProCardíaco), Ernesto J. Catharino (Hospital São Lucas), Marcos Knibel (Hospital CardioTrauma), Fernando A. Pacheco (Hospital Copa D‘or), Serafim G S Junior (Hospital RioMar), Marcelo V Gomes (Clínica São Vicente), Paulo C de Souza (Hospital de Clínicas de Niterói) e João Pantoja (Hospital Copa D‘or) em nome dos investigadores do EMEP. Fundamento: A disfunção do ventrículo direito (DVD) é um fator de mau prognóstico nos pacientes (pacs) com embolia pulmonar (EP). O eletrocardiograma (ECG) é um método amplamente disponível de baixo custo que pode apresentar alterações na sobrecarga do ventrículo direito secundária a EP. Objetivo: Avaliar a prevalência de alterações do ECG na EP e sua correlação com DVD. Pacientes e Métodos: Estudo coorte prospectivo multicêntrico com 202 pacs com EP com média de idade de 70,9 (13,8 anos (28-99), sendo 84 (41,6%) do sexo masculino, hospitalizados no período de janeiro de 1998 a janeiro de 2001. O diagnóstico de EP foi realizado através dos seguintes critérios: 1. visibilização do trombo na artéria pulmonar por arteriografia pulmonar, angiotomografia helicoidal, angioressonância ou ecocardiograma. 2.cintilografia pulmonar de alta probabilidade. 3.duplex-scan venoso com presença de trombo e manifestação clínica sugestiva de EP. O ECG e o ecocardiograma transtorácico (ETT) foram realizados em 190 (94%) pacientes. DVD foi estabelecida pelo ETT por análise subjetiva do investigador. ECG anormal foi considerado como aquele com bloqueio do ramo direito, padrão S1Q3T3, inversão de onda T de V1 a V4 ou desvio do AQRS para direita. Resultados: Mostrou sinais de sobrecarga ventricular direita e o ETT evidenciou DVD em 38% dos pacs. No grupo com DVD, 49% apresentaram pelo menos uma alteração do ECG versus 23% do grupo sem DVD (p<0,0001). A acurácia diagnóstica do ECG para DVD foi: sensibilidade de 48,6%, especificidade de 77,1%, VPP de 56,5% e VPN de 71,1% para o diagnóstico de DVD. A razão de verossimilhança positiva foi de 2,1 e a negativa foi de 0,6. Conclusão: A sobrecarga ventricular direita está presente em 1/3 dos pacientes com EP podendo o ECG ser útil para exclusão de DVD nestes pacientes. MURAL T98 Perfil Clínico e Epidemiológico dos Pacientes com Acidente Vascular Encefálico Aquiles Mamfrim, André Volschan, Marcelo Scofano Diniz e Evandro Tinoco Mesquita Hospital Pro-Cardiaco – Rio de Janeiro Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma doença de alta prevalência e elevada taxa de mortalidade. A presença de fatores de risco aumentam a probabilidade da ocorrência do AVE, tanto na forma isquêmica como hemorrágica. A gravidade da apresentação clínica avaliada através da escala do NIH (National Institute of Health) mostra correlação com a mortalidade dos pacientes (pacs). Objetivo: Avaliar o perfil c línico e epidemiológico do pacs com AVE. Pacientes e Métodos: Foram estudados 103 pacientes internados em um hospital terciário no período de junho de 1998 a julho de 2000. Os pacientes foram avaliados por um neurologista e submetidos a exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética) e analisada a presença de fatores de risco, tempo de início dos sintomas, gravidade conforme a escala do NIH e mortalidade. Resultados: 77 (74,7%) pacs apresentaram AVE isquêmico e 26 (25,3%) hemorrágico. A média de idade foi de 73,4±12 anos, sendo 50 (48,5%) do sexo masculino. Os fatores de risco mais freqüentes dos pacs com AVE isquêmico foram: Hipertensão arterial (77,9%), fibrilacão atrial (28,5%), diabetes melitus (20%) e AVE prévio (18,1%). No AVE hemorrágico, a hipertensão arterial (73%), etilismo (11,5%), tabagismo (11,5%) e AVE prévio (7,6%). O intervalo de tempo de início dos sintomas era conhecido em 65 pacs, sendo que 29 apresentavam este intervalo inferior a 180 minutos. Na avaliação pela escala do NIH o AVC isquêmico mostrou uma pontuação de 12±10 versus 15±12 para o AVE hemorrágico, com mortalidade de 10% e 34% respectivamente. Conclusão: A hipertensão arterial é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento do AVE. O AVE hemorrágico apresenta uma maior pontuação na escala do NIH e maior taxa de mortalidade. Fatores de Exclusão do Uso de Fibrinolíticos no Acidente Vascular Encefálico Agudo. Aquiles Mamfrim, André Volschan, Marcelo Scofano Diniz, Evandro Tinoco Mesquita. Hospital ProCardíaco – Rio de Janeiro Fundamento: Durante muitos anos a conduta no Acidente Vascular Encefálico Agudo (AVEA) limitou-se as drenagens cirúrgicas nos casos de hematomas e a tratamento das intercorrências clínicas. Em junho de 1996 o Food and Drug Administration (FDA), aprovou, nos Estados Unidos, o uso de droga fibrinolítica (rt-PA), por via venosa, no tratamento de casos selecionados de AVEA do tipo isquêmico. Este passou a ser o primeiro tratamento específico para esta grave e freqüente patologia. Para tal seleção foram criados rigorosos critérios de exclusão, no sentido de diminuir a incidência de hemorragias intracranianas. Objetivo: Avaliar os principais fatores de exclusão dos pacientes de AVEA isquêmico, para o uso de droga fibrinolítica venosa, segundo os critérios do National Institute of Health (NIH). Pacientes e Métodos: Foram estudados 103 pacientes internados em um hospital terciário no período de junho de 1998 a julho de 2000. Os pacientes foram avaliados por um neurologista e submetidos a exames de imagem (tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética) e analisados, o tempo de início dos sintomas, bem como os demais fatores de exclusão preconizados pelo NIH para a terapia fibrinolítica venosa. Resultados: A média de idade foi de 73,4±12 anos, sendo 50 (48,5%) do sexo masculino. 77 (74,7%) pacientes apresentaram AVE isquêmico. O intervalo de tempo do início dos sintomas (Dt) era conhecido em 65 casos (61,3%), sendo que 29 destes (28,2%), inferior a 180 minutos. Dos pacientes com Dt compatível com o uso de rt-PA, 8 (7,8%) foram excluídos devido a presença de hemorragia em exame de imagem, 7 (6,8%) por presença de sinais precoces de AVEI à TC, 3 (2,9%) com NIHSS superior a 22, 1 (1%) NIHSS inferior a 4 e dois casos (1,9%) com mais de um fator. 7 (6,8%) casos seriam elegíveis para fibrinólise. Conclusão: O intervalo de tempo entre início dos sintomas de AVE e a chegada ao hospital é o maior fator de exclusão para a terapia fibrinolítica. Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 127 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva MURAL Metabolismo na Pancreatite Aguda Grave Aferido por Calorimetria Indireta T100 Rocha, Eduardo E.M.; Abrahão, V.; Rosenfeld, R.S.; Martins, A.S. e Miranda, F.G. CTI/CRITIMED - Casa de.Saúde São José Fundamento: A Pancreatite Aguda Grave(PAG) é uma doença que gera uma importante resposta inflamatória sistêmica, comumente acompanhada de sepse, hipercatabólica, com consumo básico da proteína visceral, gliconeogênese e pouco metabolismo da gordura corporal total. Objetivo: Aferir o grau de hipermetabolismo na PAG, os substratos metabolizados e a síntese de água de oxidação, em comparação com os voluntários normais (VN) em jejum de 12 horas. Pacientes e Métodos: Foram avaliados prospectivamente 10 pacientes em CTI, com idade de 65±11,5 anos, 4(40%) masculinos e 6(60%) femininos, com superfícies corporais de 1,96±0,14 e 1,75±0,19 m2, respectivamente, com p=0,045. As etiologias foram biliar 9(90%) e pós-operatória 1(10%), com 4,4/11 critérios de Ranson, na admissão e após 48 horas, e APACHE II de 17±6,5. Todos em respirador com a Calorimetria Indireta lendo continuamente o Gasto Energético de Repouso(GER-Kcal/dia), os VO2 e VCO2(ml/min), e o quociente respiratório(QR). Esses foram transferidos para planilha micro-processada, calculando-se a metabolização de glicose e lipídios, e a produção da água de oxidação, em estado pós-absortivo. O balanço de N2 foi aferido pelas dosagens de uréia, creatinina, ácido úrico e amônia na urina de 24h. Resultados: Os VO2-PAG de 164±18 e VO2-VN de 120,6±21 ml/min/m2, os GER-PAG de 46,7±6,3 e Gasto Energético Basal medido(GEB)-VN de 34,5±6,0 Kcal/m2/h foram diferentes em 36 e 35,4%, p<0,0001, respectivamente. Os QR-PAG e QR-VN de 0,79±0,07 e 0,74±0,03 (Lipólise) foram diferentes, p=0,02. O fator metabólico(GER/GEB) foi 1,44±0,16 na PAG. O metabolismo mostrou o armazenamento da glicose exógena com –0,99±6,0 e a lipólise endógena com 3,33±1,05, versus os VN com 1,12±1,1 e 3,4±0,88 g/m2/h, p=0,08 e p=0,89, respectivamente. O balanço de N2 na PAG foi -4,08±9,8 g/24h e a água de oxidação foi 247±48 e 214±50 ml/24h na PAG e VN, p<0,09, respectivamente. A glicemia foi de 247±160 mg% na PAG. Conclusão: A PAG cursa com hipermetabolismo, com o GER 44%>GEB e com o VO2 maior que o dos VN; o armazenamento da glicose exógena, talvez em conseqüência à hiperglicemia, e a lipólise endógena, corroborada pelo QR-PAG como nos VN. A proteína endógena mostrou-se em consumo e a água de oxidação tendeu a maior na PAG. Tromboembolismo Pulmonar Maciço. Diagnóstico precoce e uso de Trombolíticos T101 Darwin A. S. Prado, João A. L. Sales Jr., Joelma Dominato, Jorge I. Lain, Fúlvio A. Pessoa, Moyzés D. P. Damasceno, Gabriela Addor, Gabriela Santiago, Roberto Visser, Nájela S. V. Nunes, Valdênia P. Souza, Paulo C. S. Souza CTI Adulto - Hospital de Clínicas de Niterói. Niterói - R.J.. Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma doença potencialmente grave onde o retardo ou a omissão diagnóstica implicam em elevada morbimortalidade, sobretudo nas formas maciça e submaciça. Objetivo: Relato de dois casos de TEP maciço diagnosticados por angiotomografia e Ecotransesofagico (ETE) tratados eficazmente com trombolítico e revisão da literatura pertinente. Resultado: Caso 1: E.C.A., feminina, 65 anos. Encontrava-se há 1 mês acamada devido a fissura de bacia. Iniciou subitamente dor torácica,tipo constrictiva, chegando ao Hospital em insuficiência respiratória aguda, necessitando de assistência ventilatória invasiva. Apresentou parada cardíaca prontamente revertida na emergência. Encaminhada ao centro de terapia intensiva (CTI). Evoluiu com instabilidade hemodinâmica, tratada inicialmente com volume (cristalóide) e noradrenalina. Exames de admissão: Eletrocardiograma (ECG) padrão S1Q3T3, ETE revelou ventrículo direito (VD) acinético e pressão de artéria pulmonar (PAP) de 30 mmHg, angiotomografia de tórax com presença de trombo em artéria pulmonar direita e esquerda. Com estes dados a paciente foi tratada com tombolítico rt-PA na dose de 100mg EV em 2 horas,e posteriormente mantida a anticoagulação com heparina venosa. Evoluiu com melhora clínica, hemodinâmica e tomográfica, sendo extubada em 3 dias e recebendo alta do CTI 5dias após a admissão. Caso 2: R.M.C.A., feminina, 49 anos. Iniciou subitamente dor torácica associada à sudorese fria, náuseas e vômitos. Evoluiu com dispnéia, hipotensão arterial e dessaturação, sendo internada na unidade cardiointensiva (UCI). Iniciadas medidas de suporte clínico e anticoagulação plena com heparina venosa. Após estabilização clínica, foram realizados Ecodoppler venoso de membros inferiores e ETE, os quais evidenciaram respectivamente, trombose recente em junção safeno femoral a esquerda e VD com diâmetros aumentados e moderada disfunção sistólica, dilatação de tronco de artéria pulmonar, PAP 57 mmHg e visualização de trombo em ramo direito de artéria pulmonar. Com estes dados iniciamos trombolítico (rt-PA) e, posteriormente, heparina venosa seguida de cumarínico.Evoluiu com melhora clínica e hemodinâmica, apresentando ao ETE 24 horas após, lise total do trombo, VD com diâmetros normais e tronco de artéria pulmonar sem alterações. Alta hospitalar em 12 dias assintomática. Conclusão: O uso de trombolíticos em formas maciças de TEP é salvador de vidas. O diagnóstico suspeitado pela história e avaliação iniciais suportados por ETE e/ou Angio-tomografia permitem a confirmação na maior parte dos casos de TEP maciço e garantem a segurança para o início da terapia trombolítica. T104 Incidência de colonização de cateteres arteriais inseridos pelas vias femoral e radial-estudo comparativo Márcia Barbosa de Freitas, Pedro Aniceto Nunes Neto, Adriano Marçal Nogueira Jr, Jaqueline Alves Carvalho, Fernanda Schumann Santos e Souza Cardioeste Ltda Fundamento: O acesso a circulação arterial é um procedimento rotineiro em terapia intensiva, com inúmeras possibilidades de vias, sendo mais freqüentes os sítios de punção femoral e radial, com diferentes taxas de colonização por germes e riscos potenciais de tornarem-se fonte de infeccção nosocomial. Objetivo: Comparar a incidência de colonização dos cateteres arteriais inseridos por vias femoral e radial. Material e Métodos: Ao longo de 12 meses, foram recolhidas 98 pontas de cateteres arteriais de polietileno, 4 Fr., utilizados para acesso a circulação arterial, semeadas em Agar-sangue e incubadas a 37°C.Ao fim de 72 horas, foram consideradas colonizadas as pontas em cujas amostras houve crescimento superior a 15 Unidades Formadoras de Colônia de bactérias ou fungos.Das 98 amostras, 38 foram obtidas de cateteres retirados das artérias femorais e 62 amostras foram obtidas de cateteres retirados das artérias radiais. Resultados: As pontas de cateter retiradas das artérias femorais estavam colonizadas em 55% dos casos, sendo os principais germes responsáveis as bactérias Gram negativas (73% dos casos), para um tempo de permanência médio de 132 h e as pontas de cateter retiradas das artérias radiais estavam colonizadas em 37% dos casos, predominantemente por Staphylococcus sp. (54% dos casos), para um tempo de permanência médio de 142 h. Interessantemente, dentre as bactérias Gram negativas responsáveis pela colonização, em ambos os casos, as Pseudomonas sp. foram as principais bactérias encontradas. Conclusão: Para um tempo de permanência médio de cinco dias, a via de acesso arterial utilizando os sítios radiais representa a menor possibilidade de colonização por germes, principalmente os Gram negativos de origem entérica, que ao ganharem acessso a circulação, seriam potencial fonte de infecção para os pacientes e deve ser a via de escolha, sempre que possível sua canulação. 128 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva ÍNDICE ÍNDICE DE AUTORES DE TEMAS LIVRES ORAIS Adriano M. Nogueira Jr, T105 Deyse C. Santoro, T03 José R. Rocco, T09 - T10 - T12 - T15 Alba B. Souza, T25 Eduardo Rocha, T64 Juliana V. Morgado, T79 Alexandre G. R. de Carvalho, T92 Fernando G. Aranha, T84 Leonardo C. de Souza, T60 Alex Bousquet, T106 Flávio M. Medina, T54 - T55 Luciana L. Farias, T26 Andréa D. Porto, T85 G. Bastos, T58 Lucio F. Pacheco Moreira, T52 André Volschan, T94 - T95 - T96 - T97 G. M. M. Oliveira, T49 Luiz A. Campos, T78 - T89 Carlos A. Lima, T33 Helena Cramer Veiga Rey, T102 - T103 Márcio Soares, T16 - T17 - T18 Christiane S. C. Cunha, T29 Hugo T. F. Mendonça Fº, T80 - T81 Patrícia Marques, T56 Cimini, C. C. R., T31 João A. L. S. Jr., T34 - T36 Renato V. Gomes, T76 - T77 Clério F. Azevedo Fº, T87 Jorge E. S. S. Pinto, T67 - T68 - T69 Debora G. Xisto, T22 Jorge Sabino, T86 Sonia Regina de Oliveira e Silva de Souza, T73 ÍNDICE DE AUTORES DE TEMAS LIVRES MURAIS Alessandra S. Rodriguez, T63 Glaucia Maria Moraes Oliveira, T07 Maria Regina H. N. Trotto, T65 André Volschan, T93 Halina C. Ferreira, T24 M.F. Muiño, T57 Aquiles Mamfrim, T98 - T99 Hugo T. F. Mendonça Fº, T82 Moana Cabral de C. Mattos, T90 Carlos A. Alves, T83 João A. L. S. Jr, T35 Moyzés D. P. Damasceno, T74 - T75 Charles de O.Batista, T04 Jorge E. S. S. Pinto, T66 Patrícia V. Fernandes, T39 Clarissa N. Leal, T47 José R. Rocco, T08 - T11 - T13 - T14 Rachel A. Menezes, T01 Daniel P. de S. Baptista, T37 Juliana Delamônica, T05 Rafael C Alves, T53 Darwin A. S. Prado, T101 Katya M. Kitajima, T46 Ricardo L. M. Duarte, T19 Denise P. Momesso, T23 K. B. Andrade, T59 Rosa Cristina dos Santos Vianna, T62 Deyse C. Santoro, T02 Kelly F. Simões, T45 Rosa M. A. Mitre, T38 Douglas Ferrari, T30 Luciana Rodrigues de Moraes, T20 Rose Ben Pivoto, T72 Eduardo E.M. Rocha, T100 Luciana Valansi, T06 Sandra R. Pereira, T48 Eric Perecmanis, T61 Lucio F. Pacheco Moreira, T50 - T51 Felipe S. M. da Silva, T43 Márcia Barbosa de Freitas, T104 Sonia Regina de Oliveira e Silva de Souza, T21 - T70 Fernando G. Aranha, T88 Maria Cecília Olivaes, T27 Flávio Guedes, T42 Maria Emília Negreiros, T91 Gabriela Addor, T28 Marjory Weiss, T71 130 Suzani Marques Palma Duarte, T44 Vitor M. Soares, T41 Zaida J. A. Scoralick, T40 Volume 13 - Número 3 - Julho/Setembro 2001