Tensor de Inércia

Transcrição

Tensor de Inércia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Elétrica
ENG04479—Robótica-A
Tensor de Inércia
Prof. Walter Fetter Lages
10 de outubro de 2006
1
Tensor de Inércia
Tensor de inércia é uma generalização do momento de inércia de um corpo.
Momento de inércia =⇒ Rotação em relação à um único eixo
Tensor de inércia =⇒ Rotação em relação à eixos arbitrários
por
O tensor de inércia de um corpo rígido em relação à um sistema {A} é dado


Ixx −Ixy −Ixz


A
I =  −Ixy Iyy −Iyz 
−Ixz −Iyz Izz
Ixx =
Iyy =
Izz =
Ixy =
Ixz =
Iyz =
Z Z Z y 2 + z 2 ρdv
Z Z Z x2 + y 2 ρdv
Z Z Z Z Z Z
Z Z Z
Z Z Z
1
x2 + z 2 ρdv
(xy) ρdv
(xz) ρdv
(yz) ρdv
onde dv é a diferencial de volume e ρ é a densidade volumétrica de massa.
Cada volume incremental dv está localizado no corpo por A P = [ x y z ]T ,
como mostra a figura 1. Percebe-se que os elementos Ixx , Iyy e Izz são o produto
da massa pelo quadrado da distância ao eixo respectivo. Por isto são chamados
de momentos de massa de inércia. Os elementos Ixy , Ixz e Iyz são chamados de
produtos de massa de inércia.
Figura 1: Volume incremental.
Os seis elementos dependem da posição e orientação do sistema no qual eles
estão representados. Se for escolhido um sistema tal que Ixy = Ixz = Iyz = 0, os
eixos deste sistema são chamados eixos principais e os elementos I xx , Iyy e Izz
são chamados de momentos principais de inércia.
Exemplo 1 Encontre o tensor de inércia para o corpo retangular da figura 2,
assumindo densidade volumétrica de massa constante.
Figura 2: Corpo retangular.
Ixx =
Z
h
0
Z lZ
0
w
0
2
y 2 + z 2 ρdxdydz
=
=
=
=
Z
Z
h
0
Z l
0
y 2 + z 2 ρwdydz
!
l3
+ z 2 l ρwdz
3
0
!
3
hl w h3 lw
+
ρ
3
3
!
vl2 vh2
ρ
+
3
3
h
Ixx =
pela simetria do corpo:
m2
l + h2
3
m 2
w + h2
3
m2
=
l + w2
3
Iyy =
Izz
Ixy =
=
=
Z
Z
Z
h
0
h
0
h
Z lZ
Z
0
w
0
xyρdxdydz
w2
yρdydz
0 2
w 2 l2
ρdz
4
0
l
w 2 l2
hρ
4
wl
= v ρ
4
=
Ixy =
e novamente pela simetria do corpo:
m
wl
4
m
hw
4
m
= hl
4
Ixz =
Iyz
logo
A

I =

m
3
(l2 + h2 )
− m4 wl
− m4 hw
− m4 wl
m
(w 2 + h2 )
3
− m4 hl
3

− m4 hw

− m4 hl

m 2
2
(l
+
w
)
3
2
Teorema do Eixo Paralelo
Teorema 1 (Teorema do Eixo Paralelo) Seja {C} localizado no centro de massa
de um corpo e {A} um sistema transladado em relação à {C}, então
A
Izz = C Izz + m
A
onde A PC =
h
A
A
xC
yC
A 2
xC
+ A yC2
Ixy = C Ixy + mA xC A yC
A
zC
iT
localiza o centro de massa em relação a {A}.
Na forma matricial, o teorema 2 pode ser escrito como
A
I = CI + m
h
A
PCT A PC I3×3 − A PC A PCT
onde I3×3 é a matriz identidade 3 × 3.
i
Exemplo 2 Encontre o tensor de inércia do corpo mostrado na figura 3 cuja origem do sistema de coordenadas está no centro de massa.
Figura 3: Corpo retangular com sistema de coordenadas no centro de massa.
Tem-se

logo
A



xC
w
1


 A
 yC  =  l 
2
A
zC
h
C
Izz =
m 2
w + l2
12
4
C
Ixy = 0
portanto
C


I =
m
12
(h2 + l2 )
0
0
0

0

m
2
2
(w + h )
0

12
m
2
2
0
(l
+
w
)
12
que revela que o sistema em questão define os eixos principais do corpo.
É importante perceber que a maioria dos robôs tem elos cuja geometria e montagem são complexas, fazendo com que o cálculo de momentos seja complicado.
Desta forma, muitas vezes é mais conveniente medir os momentos de inércia.
3
exercícios
1. Calcule o tensor de inércia de um cilindro de densidade de massa uniforme.
2. Determine o modelo dinâmico de um robô com 2 graus de liberdade com a
primeira junta rotacional e a segunda prismática. Suponha que cada elo é
retangular, com densidade de massa uniforme, dimensões l i , wi e hi e massa
mi .
3. Repita o exercício anterior supondo que os elos são cilindros com comprimento li e raio ri .
4. Repita os exercícios anteriores supondo que pode-se considerar que a massa
dos elos está concentrada na sua extremidade contrária à qual está localizado o atuador correspondente.
5

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