Transferir este ficheiro PDF - Revista Portuguesa de Farmacoterapia

Transcrição

Transferir este ficheiro PDF - Revista Portuguesa de Farmacoterapia
ARTIGO ORIGINAL
DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO
DE CONSULTA FARMACÊUTICA
PARA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
DE PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2
Arnaldo Zubioli
Doutor em Ciências Farmacêuticas. Departamento de Farmacologia e Terapêutica,
Universidade Estadual de Maringá, Brasil
Maria Angélica R. C. P. da Silva
Doutora em Ciências Biológicas. Departamento de Farmacologia e Terapêutica,
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Brasil
Raquel S. Tasca
Doutora em Saúde Pública. Departamento de Farmácia, Universidade Estadual
de Maringá, Maringá, Brasil
Roberto B. Bazotte
Doutor em Ciências. Departamento de Farmacologia e Terapêutica,
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Brasil
Resumo
Objetivos: O propósito deste estudo foi o desenvolvimento e avaliação de um programa de consulta farmacêutica (CF), com o objetivo de promover redução de riscos de complicações crónicas em pacientes
diabéticos tipo 2 (PDT2).
Métodos: PDT2 em tratamento médico convencional, mas apresentando controle glicémico ineficaz (glicemia de jejum >140 mg/dl e/ou hemoglobina glicada >7), foram selecionados entre os frequentadores da
farmácia Ensino ou da farmácia popular da Universidade Estadual de Maringá (Maringá, Paraná, Brasil). A
CF avaliou a terapêutica farmacológica e seu acompanhamento através de registro de exames laboratoriais,
sinais vitais e antropometria. A CF foi repetida a cada quatro meses durante um ano. A CF inclui estratégias
que apresentaram bom desempenho em outros modelos de cuidados farmacêuticos, incluindo o método
Dader, método SOAP (Subjective Data, Objective Data, Assessment, and Plan of Care), método PWT (Pharmacist´s
Workup of Drug Therapy) e em modelos de cuidados em enfermagem utilizados no Brasil.
Resultados: Cinquenta pacientes concluíram o estudo (um ano). Houve redução da glicemia (P <0,0001),
hemoglobina glicada (P = 0,0022), colesterol total (P = 0,0072), triacilglicerol (P = 0,0204), pressão arterial
sistólica (P <0,0001), pressão arterial diastólica (P <0,0001) e elevação de lipoproteínas de baixa densidade
(p = 0,0042). O perfil farmacológico e o esquema de tratamento medicamentoso após o início (mês 0) e final
(mês 12) do estudo foram semelhantes. Por esta razão, o aumento da concordância farmacológica e a correção de problemas relacionados a medicamentos contribuíram para melhorar o tratamento da diabetes.
Conclusões: o programa de CF desenvolvido neste estudo mostrou-se adequado para promover a redução
de fatores de risco de complicações crónicas em PDT2.
Palavras-chave: Consulta farmacêutica, cuidado farmacêutico, diabetes mellitus tipo 2, autocuidado, farmácia comunitária.
Abstract
Objectives: The purposes of this study were the development and evaluation of a pharmaceutical consultation (PC) program to reduce the risks of chronic complications in type 2 diabetic patients (T2DP).
Methods: T2DP receiving conventional medical treatment but showing ineffective glicemic control (fasting glycemia > 140 mg/dl and/or glycated hemoglobin > 7) were selected among patients from the Pharmacy
School or popular pharmacy of State University of Maringá (Paraná state, Brazil). The PC evaluated drug
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
17
ARTIGO ORIGINAL
therapy and its monitoring through the clinical laboratory parameters, vital signs and anthropometry. The
PC was repeated every 4 months during 1 year. The PC includes strategies that have been used successfully
in other pharmaceutical care models, namely Dader’s method, SOAP’s (Subjective data, Objective data, Assessment, and Plan of care) method, Pharmacist´s Workup of Drug Therapy (PWT) method and models of
nurse care used in Brazil.
Results: Fifty patients completed the study (1 year). There was a reduction of glycemia (P<0.0001), glycated
hemoglobin (P = 0.0022), total cholesterol (P = 0.0072), triacylglycerol (P = 0.0204), systolic blood pressure
(P<0.0001), diastolic blood pressure (P<0.0001) and elevation of low density lipoprotein (p = 0.0042). The
pharmacological profile and therapeutic schedule of drugs consumption after starting (0 month) and finish
(12 months) the study were very similar. For this reason the increased concordance with drug treatment
and the pharmacological correction of drug-related problems contributed to improve the medical treatment
of diabetes.
Conclusions: The PC program developed in this study was suitable to promote reduction of chronic complications risk factors in T2DP.
Keywords: Pharmaceutical consultation, pharmaceutical care, type 2 diabetes, self-care, community pharmacy.
Introdução
18
Há vários modos de exercer o cuidado farmacêutico
com o propósito de melhorar as condições de saúde
dos pacientes1-4. No Brasil, o método Dader, originalmente desenvolvido na Espanha, constitui o modelo
de cuidados farmacêuticos mais utilizado5-8. Porém,
a aplicação do método Dader no Brasil é limitada, em
função das diferenças culturais e socioeconómicas
entre estes dois países.
Por esta razão, a finalidade deste estudo foi desenvolver
um instrumento de coleta de dados de farmácia, para o
desenvolvimento do processo de farmácia, que permite
coletar os dados necessários para o estabelecimento da
consulta farmacêutica (CF), e posterior planejamento
da assistência, com as metas a serem alcançadas e intervenções a serem realizadas junto dos pacientes, com
o propósito de melhorar o tratamento de pacientes diabéticos tipo 2 (PDT2). O instrumento utilizado para os
pacientes PDT2 foi adaptado a partir do modelo usado
pela enfermagem do Hospital de São Paulo.
Considerando que a diabetes mellitus tipo 2 (DM2)
se tem tornado epidémica no Brasil9,10, propomo-nos
adotá-la como um modelo de doença crónica em que
a intervenção do farmacêutico seria capaz de melhorar o resultado do tratamento médico. Neste contexto, a consulta farmacêutica ofereceria informações,
aconselhamento e seguimento ao tratamento farmacológico e educação em diabetes direcionada ao estilo
de vida e concordância medicamentosa, com o propósito de melhorar não apenas o controle glicémico,
mas também reduzir fatores de risco de complicações
crónicas da DM2.
Deve ser enfatizado que o desenvolvimento de um
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
modelo de CF para PDT2 não pode incluir apenas
estratégias que visem oferecer um controle glicémico
adequado, uma vez que no Brasil apenas 0,2 por cento dos pacientes alcançam simultaneamente os alvos
estabelecidos para os valores de hemoglobina glicada
A1c (HbA1c), pressão arterial e perfil lipídico11.
O modelo de CF inclui estratégias que são utilizadas
com sucesso em outros modelos de cuidados farmacêuticos: método Dader12, método SOAP (Subjective
Data, Objective Data, Assessment, and Plan of Care)13, método PWT (Pharmacist´s Workup of Drug Therapy)14-15 e
conceitos baseados num modelo de cuidados em enfermagem utilizado no Brasil16.
Assim, o propósito deste estudo foi o desenvolvimento
de um instrumento de coleta de dados e a sua avaliação como CF, com o objetivo de promover redução de
riscos de complicações crónicas em PDT2 e com possibilidade de aplicação em outras doenças crónicas.
Métodos
Pacientes
O estudo foi conduzido na farmácia Ensino e na farmácia popular da Universidade Estadual de Maringá,
Maringá, Paraná, Brasil, que atendem pacientes de
diferentes estratos socioeconómicos. A CF ocorreu
em ambiente privado, dedicado exclusivamente aos
cuidados farmacêuticos.
Os critérios de inclusão foram: PDT2 recebendo tratamento médico convencional, apresentando glicemia de jejum ≥140 mg/dL e/ou hemoglobina glicada
>7,0 por cento. Os critérios de exclusão foram: gravidez ou risco de gravidez, outros tipos específicos de
diabetes e ausência na primeira CF agendada.
ARTIGO ORIGINAL
Durante a fase de recrutamento dos voluntários (junho de 2009 a dezembro de 2009), 147 pacientes foram convidados aleatoriamente, sendo que 50 foram
selecionados de acordo com os critérios de inclusão.
O estudo foi conduzido de acordo com os critérios estabelecidos pela Declaração de Helsínquia e de acordo com as normas do Comité Permanente de Ética em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (COPEP) da
Universidade Estadual de Maringá, que aprovou este
estudo através do Parecer COPEP – CAAE 197/2006.
Consulta Farmacêutica
Antecedendo a primeira CF, os pacientes receberam informações em relação ao dia e hora da próxima consulta, coleta de sangue para exames laboratoriais, etc.
Imediatamente após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, a consulta se iniciou
com uma entrevista em que se obteve informações em
relação ao estilo de vida, histórico médico, características sociodemográficas e perfil farmacoterapêutico.
O perfil farmacoterapêutico inclui informações em
relação aos medicamentos prescritos e não prescritos, nome comercial, nome genérico, dose, esquema
terapêutico e verificação se o medicamento foi incorporado na Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais (RENAME). O esquema terapêutico foi
definido como: 1 (após o café da manhã) + 1 (após o
almoço) + 1 (após o jantar). Se não houve administração de medicamento, «1» foi substituído por «0».
Além disso, se o paciente esqueceu as orientações em
relação aos medicamentos, solicitou-se que trouxesse
os medicamentos que está a tomar e/ou a prescrição
medica para a introdução na consulta. O modelo de
consulta farmacêutica encontra-se em anexo.
O histórico de cada paciente corresponde à obtenção
de dados subjetivos e objetivos (entrevista, exame
físico e laboratorial), seguido da interpretação conclusiva dos problemas de saúde (diagnóstico) – controlado (C) e não controlado (NC) – e problemas da
terapêutica farmacológica (medicamentos) – necessidade (N), efetividade (E), segurança (S) e concordância (adesão) –, de acordo com conceitos extraídos de
Weed (1969), Strand et al (1990) e Dáder et al (2007),
e adaptados para este estudo.
O método de CF descrito no anexo deste trabalho inclui conceitos: 1) do método de Dader de seguimento
farmacoterapêutico – necessidade (N), efetividade
(E), segurança (S)17 –, que compreende a oferta do serviço seguido de agendamento da primeira entrevista;
2) método SOAP de seguimento farmacoterapêutico
– sistemática de organização e documentação: Formato padronizado – SOAP: dados subjetivos (data de
diagnóstico da doença, internamento em hospital ou
não, informações/queixas do doente); dados objetivos (sinais vitais, glicemia, HbA1C Col., Tri., medicação dispensada na farmácia); avaliação (PRM, outros
problemas de saúde); plano de cuidados farmacêuticos (definição de objetivos, resolução de PRM,
informação ao médico)13; 3) método de cuidados
farmacêuticos estabelecido por Hepler e Strand15 –
conjunto de componentes sequenciais documentadas
que ocorrem entre o farmacêutico e o paciente durante a prestação de cuidado farmacêutico: avaliação (assessment), plano de cuidados farmacêuticos (care plan),
monitorização – seguimento (follow-up evaluation); 4)
modelo de consulta em enfermagem da Universidade
Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil – instrumento
de coleta de dados: organização e roteiro16 modificado e adaptado para cuidados farmacêuticos. A classificação dos problemas relacionados a medicamentos
(PRM) foi realizada de acordo com a metodologia do
PWT14. O nosso método de CF também inclui estratégias empregadas em um estudo anterior12, que inclui:
comunicação «face a face», desenvolvimento de uma
relação de confiança farmacêutico-paciente e reforço
das mudanças de estilo de vida.
Os pacientes receberam a sugestão de trazerem os
resultados de exames médicos (exames laboratoriais,
eletrocardiograma, eletroencefalograma, exames radiológicos, etc.).
Após a primeira entrevista (40-50 minutos) avaliou-se a pressão arterial sistólica (PAS), a pressão arterial
diastólica (PAD), a frequência cardíaca, o pulso radial,
a frequência respiratória, a temperatura corporal, o índice de massa corpórea (IMC), a circunferência da cintura (homem), a circunferência da cintura (mulher), a
cintura/quadril (homem) e a cintura/quadril (mulher).
Para estes parâmetros consideraram-se valores normais: <130 mmhg, <80 mmhg, 60-100 batimentos/min.,
60-100 batimentos/min., 16-20 respirações/min.,
<37°C, <25 kg/m², <94 cm, <80 cm, <0,90 e 0,85, respetivamente.
Após a primeira CF, os pacientes receberam instruções
para realizarem os exames laboratoriais. Os pacientes
sem plano de saúde foram encaminhados para o laboratório de análises clínicas da Universidade Estadual
de Maringá.
Para a realização dos exames laboratoriais coletou-se sangue venoso em pacientes em jejum noturno a
partir do qual se avaliou a HbA1c, glicose, triacilglicerol, colesterol total, lipoproteína de baixa densidade
colesterol (LDL-C) e lipoproteína de alta densidade
colesterol (HDL-C). As dosagens bioquímicas foram
repetidas a cada quatro meses, após a primeira CF.
Os pacientes receberam uma cópia dos resultados
dos exames laboratoriais, sinais vitais e parâmetros
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
19
ARTIGO ORIGINAL
20
antropométricos e instruções para apresentá-los ao
seu médico.
Os valores alvo para HbA1c, glicemia de jejum, triacilglicerol, colesterol total, LDL-C, HDL-C (homens) e
HDL-C (mulheres) foram <7,0 por cento, 70-130 mg/
dL, <50 mg/dL, <200 mg/dL, <100 mg/dL, >40 mg/dL e
>50 mg/dL, respetivamente. Estes valores basearam-se
nos critérios estabelecidos pela Associação Americana de Diabetes18. O IMC e a circunferência da cintura (CC) seguiram as recomendações da Organização
Mundial da Saúde19.
Os parâmetros objetivos avaliados ao longo de 12 meses em pacientes que receberam consulta farmacêutica no programa foram: HbA1c (hemoglobina glicada
A1c), glicemia (mg/dL), CT (colesterol total), HDLC (lipoproteína de alta densidade colesterol), LDLC (lipoproteína de baixa densidade colesterol), TG
(triacilglicerol), PAS (pressão arterial sistólica), PAD
(pressão arterial diastólica), FC (frequência cardíaca), PR (pulso radial), FR (frequência respiratória),
temperatura, peso, altura, IMC (índice de massa corpórea) e CC (circunferência da cintura).
A partir dos resultados dos exames laboratoriais, dos
dados obtidos na primeira CF e na avaliação inicial
dos problemas de saúde (controlado e não controlado) e deteção de PRM, foi possível realizar a primeira
intervenção farmacêutica.
Para alcançar estes objetivos, os pacientes receberam
instruções em relação à dieta, atividade física, uso
correto de medicamentos e resolução de PRM. Além
disso, os pacientes foram informados sobre os riscos
de complicações crónicas como consequência de um
inadequado controle da doença. Durante a CF foi
oferecida a cada paciente uma visão mais holística de
seu tratamento, sendo reforçadas as recomendações
do médico (clínico geral, endocrinologista, cardiologista, etc.).
As CF foram realizadas zero (primeira CF), quatro,
oito e 12 meses após o início do estudo, em que o farmacêutico repetia os procedimentos da primeira CF
(excepto com relação às informações não modificáveis obtidas na primeira entrevista). A avaliação dos
parâmetros antropométricos e sinais vitais foram repetidas, para verificar a existência de novas situações
e a necessidade de novas intervenções. Assim, a partir
destas consultas, com duração de 20-30 minutos, e
dos resultados dos exames laboratoriais foi possível
reformular o plano de cada participante sempre que
necessário. A reformulação do tratamento, particularmente modificações na dose(s) e/ou medicamento(s),
foi implementada pelo médico.
As informações obtidas de cada paciente foram registradas e arquivadas. Estes procedimentos são imRev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
portantes, considerando que a documentação é uma
importante ferramenta no processo de reformulação
do tratamento20.
A avaliação do impacto deste modelo de CF foi realizada através da comparação de cada paciente antes
(mês zero) e após o início do tratamento (quatro, oito
e 12 meses), ou seja, cada paciente serviu como o seu
próprio controle.
Análise Estatística
A análise estatística foi realizada empregando o programa GraphPad Prisma (versão 6.0). Os resultados
foram analisados empregando análise de variância
(ANOVA) e os resultados apresentados como média
+ desvio padrão (DP). O nível de confiança de 95 por
cento (p <0,05) foi aceito para todas as comparações.
Resultados
Cinquenta e cinco pacientes iniciaram o programa e,
destes, 50 permaneceram até a conclusão do estudo
(50 por cento de homens e 50 por cento de mulheres).
A maioria dos pacientes tinha ≥50 anos (90 por cento), ou seja, 58,6 ± 7,8 anos (média + DP), oscilando
entre 36 e 75 anos. Sessenta e quatro por cento dos
pacientes tinham pelo menos cinco anos de diagnóstico, com o tempo de diagnóstico de 11,2 ± 8,4 anos
(média + DP), oscilando entre dois e 38 anos.
Em relação aos 50 pacientes que concluíram o programa de CF, 48 por cento possuíam plano privado
de saúde e 52 por cento faziam uso do sistema público de saúde.
Relativamente às orientações recebidas pelos pacientes em relação aos problemas de saúde e medicamentos, o médico (68 por cento) e o farmacêutico (44 por
cento) foram os profissionais mais envolvidos com o
paciente (Tabela 1). A Tabela 1 também mostra que
50 por cento dos pacientes não recebiam orientações
em relação à utilização de medicamentos no início do
estudo.
A Tabela 2 mostra as anormalidades e doenças detetadas pelo exame físico, avaliação de sinais vitais e
entrevistas. As principais doenças ou anormalidades
foram: a) sistema cardiovascular: hipertensão (76 por
cento) e taquicardia (48 por cento); b) manchas na
pele (22 por cento); c) membros superiores: edema
(16 por cento), dor (20 por cento), formigamento (10
por cento), lesões (16 por cento); d) membros inferiores: dor (22 por cento), edema (22 por cento), lesões
(18 por cento); e) abdómen: flatulência ou ruídos hidroaéreos (18 por cento), dor (12 por cento); f) olhos:
cataratas (12 por cento), visão turva (10 por cento),
secreções anormais (8 por cento); g) pés: dor (12 por
ARTIGO ORIGINAL
Tabela 1 - Pacientes orientados pelos diferentes
profissionais da saúde em relação a problemas de saúde
ou medicamentos
Orientações em relação
a problemas de saúde
Médico
Número
de pacientes
34
Orientações
em relação
a medicamentos
Médico
Número
de pacientes
4
Farmacêutico
0
Farmacêutico
Enfermeiro
1
Enfermeiro
0
Nutricionista
4
Nutricionista
0
Recebe pouca
orientação
24
Não informou
7
Recebe pouca
orientação
Não informou
10
1
21
Obs.: Pode existir mais de uma resposta para cada item. Informações
obtidas na primeira consulta farmacêutica.
cento), deformações (4 por cento), formigamentos (4
por cento), edema (4 por cento); h) doenças digestivas: gastrite (14 por cento), refluxo gastroesofágico
(8 por cento), constipação (6 por cento), diarreia (6
por cento), úlcera péptica (4 por cento), hemorroidas
(4 por cento); i) cálculo renal (16 por cento), falência
renal (4 por cento); j) outras anormalidades: sobrepeso ou obesidade (48 por cento), enxaqueca (14 por
cento); distúrbios da tiroide (10 por cento), sinusite (6
por cento), labirintite (6 por cento), zumbido (4 por
cento).
Em relação à qualidade do sono, a maioria dos pacientes
(54 por cento) relatou que o sono e o repouso não eram
satisfatórios: insónia (2 por cento), uso de medicamentos para dormir (6 por cento), dificuldade em dormir
(18 por cento), acorda frequentemente à noite (16 por
cento), dorme durante o dia (8 por cento) e sonolência
(4 por cento).
Em relação à hospitalização, 26 pacientes (52 por cento) foram hospitalizados nos últimos sete anos. Todavia, a maioria das hospitalizações (22 pacientes) não
foi relacionada à diabetes.
Como a terapêutica farmacológica no início (mês zero)
e no final (12 meses) do programa de CF foi muito semelhante, apresentaremos apenas os resultados obtidos no início do estudo.
A Tabela 3 apresenta os medicamentos antidiabéticos,
anti-hipertensores, hipolipemiantes, antiplaquetários
e isentos de prescrição, que corresponderam a 49 (98
por cento), 31 (62 por cento), 11 (22 por cento), oito
(16 por cento) e 18 (36 por cento) pacientes, respetivamente.
Os antidiabéticos orais foram utilizados por 96 por
cento dos pacientes em monoterapia (30 por cento)
ou combinados (66 por cento), onde a metformina
(isolada ou combinada) foi utilizada por 44 pacientes
(88 por cento), seguida da gliclazida (22 por cento),
glimepirida (16 por cento), glibenclamida (14 por
cento), clorpropamida (2 por cento), vildagliptina
(6 por cento), sitagliptina (2 por cento) e rosiglitazona (2 por cento). A metformina esteve presente em
todas as terapias em que os medicamentos antidiabéticos foram utilizados combinadamente.
Os esquemas terapêuticos de uso de antidiabéticos
orais no início do estudo foram: a) metformina: uma
vez ao dia (um paciente), duas vezes ao dia (25 pacientes) e três vezes ao dia (18 pacientes); b) gliclazida: uma vez ao dia (nove pacientes) e duas vezes ao
dia (dois pacientes); c) glibenclamida: uma vez ao dia
(um paciente), duas vezes ao dia (cinco pacientes)
e três vezes ao dia (um paciente); d) glimepirida:
uma vez ao dia (sete pacientes) e duas vezes ao dia
(um paciente); e) clorpropamida: duas vezes ao
dia (um paciente); f) vildagliptina: uma vez ao dia
(um paciente) e duas vezes ao dia (dois pacientes);
g) sitagliptina: duas vezes ao dia (um paciente),
h) rosiglitazona: duas vezes ao dia (um paciente).
No início do estudo, a insulina (isolada ou combinada) foi utilizada por 18 por cento dos pacientes
(Tabela 3), sendo as insulinas NPH, glargina e regular utilizadas por 10 por cento, 6 por cento e 2 por
cento dos pacientes, respetivamente. Além disso,
observou-se que a insulina foi utilizada isoladamente
(um paciente) ou combinada com metformina (quatro pacientes), clorpropamida (um paciente), gliclazida (um paciente), glimepirida (um paciente) e
vildagliptina (um paciente). O esquema terapêutico
para a insulina após o início do estudo (mês zero) foi:
a) NPH: uma vez ao dia (três pacientes), duas vezes ao
dia (um paciente); b) regular: duas vezes ao dia (um
paciente); b) NPH + regular: uma vez ao dia (um paciente); c) glargina: uma vez ao dia (dois pacientes),
duas vezes ao dia (um paciente).
A Tabela 4 mostra que houve aumento da concordância de 52 por cento (mês zero) para 80 por
cento (12 meses) dos pacientes, enquanto o número
de pacientes que se esqueceram de usar a medicação
diminuiu de 16 para sete. A Tabela 4 também nos
mostra que o número de pacientes que não faziam
uso de medicamentos devido a efeitos colaterais se
reduziu de 12 para três e que o número de pacientes
sem tratamento se reduziu de oito para dois.
A Tabela 5 mostra que o número total de PRM (indicação, efetividade, segurança e concordância) diminuiu de 118 para 100.
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
21
ARTIGO ORIGINAL
Tabela 2 - Alterações e/ou doenças detetadas a partir do exame físico, avaliação de sinais vitais e entrevistas
com os pacientes que completaram o estudo
• Cabeça: perda de cabelo (2).
• Olhos: catarata (6), visão turva (5), secreção anormal (4), outras alterações (3).
• Nariz: alergia (1) – obstrução nasal (1) – rinite (1).
• Boca: dentadura (28), perda de dentes (8), cárie (6), gengivite (6), câncer dos lábios (1).
• Ouvidos: diminuída acuidade (3), labirintite (3), zumbido (2).
• Pescoço: volume anormal da tiroide (4), nódulos da tiroide (3).
• Membros superiores: edema (8), dor (10), formigamento (5), lesões (8), outras anormalidades (1).
• Abdómen: dor (6), flatulência ou ruídos hidroaéreos (9).
• Membros inferiores: edema (11), dor (11), lesões (9), formigamento (2), outras alterações (2).
• Pés: dor (6), deformações (2), formigamento (2), edema (2).
• Pele: manchas (11), pele seca (2), excesso de cabelo (1), lesões da pele – dermatite, vitiligo, acne, psoríases, infecções, erupções (7).
• Eliminação urinária: incontinência urinária (1), dificuldade em urinar (4), outras (1).
• Doenças cardiovasculares (DCV): hipertensão (38), taquicardia (24), outras DCV (7).
• Doenças renais: cálculo renal (8), falência renal (2).
• Doenças endócrinas: sobrepeso ou obesidade (24), distúrbios da tiroide (5).
• Doenças hepáticas: esteatose (1).
• Doenças pulmonares: pneumonia (1), doença pulmonar obstrutiva crónica (1).
• Doenças neurológicas: tumor cerebral (1), enxaqueca (7).
• Doenças psiquiátricas: depressão (1).
• Doenças digestivas: gastrite (7), refluxo gastroesofágico (4), constipação (3), diarreia (3), úlcera péptica (2), hemorroidas (2).
22
• Doenças hematológicas: anemia (1).
• Outras doenças: sinusite (3), candidíase (1).
TOTAL: 352
Valores entre parênteses: número de pacientes.
Obs.: Pode haver mais de uma resposta para cada item. Informações obtidas na primeira consulta farmacêutica.
Tabela 3 - Perfil farmacológico de medicamentos
antidiabéticos antes do início e no final do programa
de consulta farmacêutica
Grupo
farmacológico
N.º (%) de
pacientes
(mês zero)
N.º (%) de
pacientes
(12 meses)
Antidiabéticos orais 15 (30%)
19 (38%)
Associação de antidiabéticos orais
25 (50%)
20 (40%)
Antidiabéticos orais + insulina
8 (16%)
7 (14%)
Insulina
1 (2%)
3 (6%)
Não faz uso de antidiabéticos
1 (2%)
2 (4%)
Anti-hipertensores
31 (62%)
32 (64%)
Hipolipemiantes
11 (22%)
13 (26%)
Antiplaquetários
8 (16%)
8 (16%)
18 (36%)
20 (40%)
Medicamentos isentos de prescrição
Obs.: Pode haver mais de uma resposta para cada item. Informações
obtidas na primeira consulta farmacêutica.
Como mostrado na Tabela 6, após um ano de acompanhamento, observou-se a redução (P <0,0001)
não apenas da glicemia, mas também da HbA1c
(P = 0,0022), colesterol total (P <0,0072), HDL-C
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
Tabela 4 - Concordância farmacológica antes do início
e após o término do estudo
Mês
zero
12
meses
Concordância
26 (52%)
40 (80%)
Ausência de concordância
24 (48%)
20 (40%)
Esquece de usar os medicamentos
16 (32%)
7 (14%)
Não usa os medicamentos devido aos efeitos
colaterais
12 (24%)
3 (6%)
8 (16%)
2 (4%)
Sem tratamento
Obs.: Pode haver mais de uma resposta para cada item.
(P <0,0042), triacilglicerol (P <0,0204), PAS
(P <0,0001), PAD (P <0,0001). Por outro lado, IMC,
CC e temperatura corporal (resultados não apresentados) permaneceram inalterados.
Discussão
O papel dos cuidados farmacêuticos na saúde do
PDT2 encontra-se bem estabelecido21,22. Porém, no
ARTIGO ORIGINAL
população vive em condições socioeconómicas muito
diferentes. Portanto, é impossível se construir um modelo de cuidados farmacêuticos que possua a mesma
aplicação em todo o país, atendendo às necessidades
das mais de 80 mil farmácias comunitárias12.
Por esta razão, nosso modelo de CF incorpora não apenas conceitos de uma série de modelos de cuidados farmacêuticos bem estabelecidos, incluindo o método de
Dader17, SOAP13 e PWT16, mas também os principais
aspetos de um modelo de cuidados em enfermagem16
modificado e adaptado à prática farmacêutica.
Nosso modelo de CF inclui ainda os seguintes aspetos: comunicação baseada em encontros «face a face»,
desenvolvimento de uma relação de confiança farmacêutico-paciente e reforço das mudanças de estilo de
vida12. Os resultados da condensação dos melhores
aspetos destes métodos, em termos de aplicação no
Brasil, resultaram no modelo de CF descrito neste estudo (em anexo). Os resultados obtidos sugerem que
Tabela 5 - Problemas relacionados a medicamentos antes
do início e após o término do estudo
12
meses
Mês
zero
Indicação
Necessita de terapia adicional
24
20
7
6
Terapia medicamentosa inadequada
23
19
Doses inadequadas
11
10
Reação adversa a medicamentos
25
22
4
4
Não necessita de terapia adicional
Efetividade
Interações farmacológicas
Concordância
Não concordância
Total
24
20
118
100
Obs.: Pode haver mais de uma resposta para cada item.
Tabela 6 – Perfis de pacientes diabéticos tipo 2 que apresentaram valores anormais nas avaliações realizadas
Parâmetros
N
Mês
0
Mês
4
GLY
50
183,4±7,3
164,8±7,4
HbA1c
35
9,6±0,3
8,8±0,33
17
220,0±5,6
213,1±6,9
23
35,6±1,4
38,57±1,7
TC
HDL-C
LDL-C TG
33
130,4±4,7
129,5±6,4
24
209,1±15,5
213,3±18,8
Mês
12
Mês
8
Valores
de P #
Valores
de P §
Valores
de P *
158,7±7,2
143,9±5,5
0,0769
0,0182
<0,0001*
8,5±0,3
8,15±0,3
0,1082
0,0288
0,0022*
208,9±5,9
196,3±6,1
0,4428
0,1837
0,0072
39,35±1,3
41,57±1,4
0,1829
0,0539
0,0042*
128,2±4,4
118,1±4,9
0,9185
0,7395
0,0743
192,6±22,4
161,0±12,7
0,8622
0,5475
0,0204
PAS
37
157,0±3,2
133,4±3,4
130,7±2,2
126,6±1,3
<0,0001*
<0,0001*
<0,0001*
PAD
41
107,6±2,7
93,7±2,7
89,9±2,0
85,73±1,2
0,0004*
<0,0001*
<0,0001*
104,8±7,1
99,0±6,2
0,3692
0,2110
0,0379
105,7±8,0
99,4±6,8
0,3664
0,2040
0,0361
18,2±0,61
18,1±0,6
0,0047*
0,0004*
0,0002*
30,7±0,7
30,5±0,7
0,7827
0,7411
0,5611
HR
8
115,0±3,2
108,3±6,5
RP
7
117,4±3,5
109,1±8,0
RF
20
21,6±0,63
19,3±0,44
IMC > 25
34
31,1±0,65
30,8±0,7
IMC > 30
CC 20
33,6±0,63
33,4±0,72
33,3±0,7
33,1±0,7
0,8315
0,7662
0,6108
50
0,99±0,008
0,99±0,008
0,98±0,008
0,98±0,008
0,8129
0,8683
0,3723
GLY (glicemia – mg/dL), HbA1c (hemoglobina glicada A1c – %), CT (colesterol total – mg/dL), HDL-C (lipoproteína de alta densidade colesterol – mg dL), LDL-C
(lipoproteína de baixa densidade colesterol – mg/dL), TG (triacilglicerol – mg/dL), PAS (pressão arterial sistólica – mmHg), PAD (pressão arterial diastólica –
mmHg), HR (frequência cardíaca – batimentos/min.), RP (pulso radial – batimentos/min.), RF (frequência respiratória – respirações/min.), IMC (índice de massa
corpórea – kg/m²), CC (circunferência da cintura – cm).
Os dados estão representados como média ± desvio padrão.
*Valores de P estatisticamente significantes, obtidos pela comparação de valores antes e após o início do programa: antes vs. 4 meses (P#), antes vs. 8
meses (P§) e antes vs. 12 meses (P*).
N = número de pacientes que apresentaram valores anormais no início do programa.
Brasil ainda não existe um modelo de cuidados farmacêuticos aplicável à nossa realidade.
Outro importante aspeto a ser considerado é o fato de
que o Brasil é um país de dimensões continentais cuja
a oferta de educação em diabetes e o reforço das mudanças de estilo de vida ajudam a aperfeiçoar o controle metabólico e impedem o desencadeamento de
complicações crónicas.
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
23
ARTIGO ORIGINAL
24
A principal limitação de nosso modelo de CF é o
tempo despendido (40-50 minutos) para obter todas as informações solicitadas na primeira consulta. De outro lado, a possibilidade de disponibilizar
estas informações a outros profissionais de saúde,
particularmente ao médico, poderia representar um
importante instrumento para obter informações clínicas relevantes que dificilmente seriam obtidas em
uma consulta médica regular. De acordo com esta
afirmação, foi possível identificar, nos 50 pacientes
que concluíram o estudo, mais de 350 anormalidades
e/ou doenças (Tabela 3), o que representa cerca de
sete informações clínicas por paciente.
Além disso, foi detetado um grande número de medicamentos prescritos e não prescritos utilizados
concomitantemente aos antidiabéticos (por ordem alfabética): ácido acetilsalicílico, alendronato,
aminofilina, amoxilina, alprazolam, amitriptilina,
amlodipina, atenolol, bezafibrato, bromazepam,
budesodina, butilescopolamina, carbamazepina, ciclobenzaprina, clonazepam, cloxazolan, captopril,
celoxibe, cilostazol, clortalidona, clopidogrel, condroitina, diclofenaco, diltiazem, dimenidrato, domperidona, enalapril, eplerenona, espironolactona, ácido fólico, formoterol, hidroclorotiazida, indapamida,
fenitoina, sulfato ferroso, furosemida, ginkgo biloba,
lorazepam, levofloxacina, losartan, meloxicam, metildopa, naproxeno, nitrofurantoina, nitroglicerina,
nifedipina, omeprazol, paroxetina, pentoxifilina,
predinisolona, propranolol, ramipril, rosuvastatina,
sibutramina, sidenafil, simvastatina, valsartana, tiroxina, ziprasidona.
O sucesso do programa de CF em promover a redução de risco de complicações crónicas em PDT2
encontra--se resumido na Tabela 6. Resultados similares foram obtidos quando separámos os pacientes
nas categorias: homens (n = 25) e mulheres (n = 25),
ou ainda otimistas (n = 29) e não otimistas (n = 21)
(resultados não apresentados).
A melhora da glicemia de jejum, HbA1c, triacilglicerol, colesterol total, HDL-C, PAS e PAD mostram a
importância de acompanharmos não apenas a glicemia, mas também a pressão arterial e perfil lipídico
para obter uma redução dos riscos cardiovasculares,
a principal causa de morte por doença cardiovascular em PDT223-28. Sendo importante enfatizar que,
no Brasil, apenas 0,2 por cento dos PDT2 alcançam
simultaneamente os alvos estabelecidos para glicemia, lipidemia e pressão arterial11.
De acordo com os resultados anteriormente descritos no «United Kingdom Prospective Diabetes Study» (UKPDS), ficou comprovada a importância do
controle glicémico na redução do risco de complicaRev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
ções na DM2, demonstrando que uma redução de 1
por cento na HbA1c corresponde a 21 por cento de
redução no risco de morte relacionada à diabetes26.
Assim, considerando que neste estudo a HbA1c se
reduziu em 1,45 por cento, podemos concluir que
um programa de CF, em complemento ao tratamento médico, representa uma abordagem adequada aos
cuidados com o PDT2. Esta opinião é reforçada pela
Associação Médica Mundial, que propõe que médicos e farmacêuticos tenham responsabilidades complementares em atingir os objetivos necessários para
se obter uma ótima terapia29. De acordo com esta
proposição, Huisman et al30 demonstraram que a
educação é efetiva na promoção de modificações nos
valores de HbA1c em PDT2, enquanto Villa et al31 observaram que pacientes que receberam orientações
em relação à doença controlam melhor a dislipidemia relativamente aos que não recebem instruções.
Alterações no estilo de vida contribuem certamente
para estas melhoras. Por exemplo, no início do estudo apenas 15 pacientes (30 por cento) faziam atividade física regular. Porém, devido ao constante reforço
de indicações de mudanças de estilo de vida fornecidas pelo farmacêutico, este número elevou-se para
32 pacientes (64 por cento). O aumento da atividade física é benéfico, mesmo que não ocorra perda de
peso, uma vez que reduzem a resistência à insulina,
propiciando melhor controle glicémico e reduzindo
o risco cardiovascular32.
Mudanças no estilo de vida também incluem a introdução de orientações nutricionais. Neste sentido, no
início do estudo apenas 14 por cento (sete pacientes)
estavam engajados em processos de orientação nutricional. Porém, o contínuo processo de orientação
nutricional fornecida pelo farmacêutico fez com que
este percentual se elevasse para 76 por cento (38 pacientes). De acordo com estes resultados, a Associação Americana de Diabetes33 enfatiza a importância
das mudanças nos hábitos alimentares, permitindo
um melhor controle glicémico e redução de fatores
de risco cardiovasculares.
De outro lado, o IMC e o CC permaneceram inalterados após um ano de seguimento (Tabela 5). Por esta
razão, futuros estudos precisam de incluir novas estratégias que auxiliem na perda de peso, baseada no
facto de que uma redução de 5 para 10 por cento do
peso corporal representa uma significativa redução
da mortalidade relacionada com a diabetes34.
Os resultados deste estudo também demonstraram que o processo individualizado de educação
do paciente diabético pelo farmacêutico pode contribuir para melhorar a concordância (Tabela 4) e
reduzir PRM (Tabela 6).
ARTIGO ORIGINAL
Deve ser enfatizado que as reduções de risco de complicações crónicas descritas anteriormente foram alcançadas sem significativas mudanças no esquema
farmacológico de cada paciente (Tabela 3).
Conclusão
O programa de CF desenvolvido neste estudo apresentou algumas limitações metodológicas: potencial
viés de seleção dos pacientes, possibilidade de mudança de comportamento dos pacientes pelo fato de
estarem a ser estudados35, limitado número de pacientes, etc. Porém, a despeito destas limitações metodológicas, podemos concluir que o programa de CF
desenvolvido neste estudo é adequado em termos de
aplicação, e pode ser usado não apenas em farmácias
comunitárias como poderia também ser adaptado às
demandas do sistema publico de saúde e/ou outras
doenças crónicas.
O objetivo fundamental da farmácia comunitária é
a dispensa ativa de medicamentos. A possibilidade
de prestar cuidado farmacêutico a cada paciente é
um desafio para melhorar a qualidade da assistência
profissional. No Brasil, o farmacêutico encontra-se
sobrecarregado com responsabilidades administrativas, ficando com pouco tempo para dedicar ao cuidado farmacêutico36. Portanto, o nosso desafio é a
implantação no nosso país de uma nova farmácia comunitária na qual o farmacêutico deverá atuar como
um prestador de serviços à saúde, contribuindo para
a prevenção de doenças e a promoção da saúde.
Referências Bibliográficas
1. Angonesi D, Sevalho G. Pharmaceutical care: conceptual and
critical basis to a Brazilian model. Cien Saude Colet. 2010;15:36033614. Disponível em www.scielo.br/pdf/csc/v15s3/v15s3a35.pdf
[acedido em 14 de julho de 2011].
2. Fornos JA, Andrés NF, Andrés JC, Guerra MM, Egea B. A
pharmacotherapy follow-up program in patients with type-2
diabetes in community pharmacies in Spain. Pharm World Sci.
2006;28:65-72.
3. Brooks AD, Rihani RS, Derus CL. Pharmacist membership in a
medical group’s diabetes health management program. Am J Health Syst Pharm. 2007;64:617-621.
4. Obreli-Neto PR, Marusic S, Lyra-Junior DP, Cruciol-Souza
JM, Franco WPG, Cuman RKN. Effect of a 36-month pharmaceutical care program on coronary heart disease risk in elderly
diabetic and hypertensive patients. J Pharm Pharmaceut Sci.
2011;14:249-263. Disponível em http://ejournals.library.ualberta.
ca/index.php/JPPS/article/view/10047/8154 [acedido em 10 de
janeiro de 2012].
5. Correr CJ, Melchiors AC, Fernandez-Llimos F, Pontarolo R.
Effects of pharmacotherapy follow-up in community pharmacies
on type 2 diabetes in Brazil. Int J Clin Pharm. 2011;33:273-280.
6. Correr CJ, Pontarolo R, Wiens A, et al. Economic evaluation
of pharmacotherapeutic follow-up in type 2 diabetes mellitus
patients in community pharmacies. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53:825-833. Disponível em www.scielo.br/pdf/abem/
v53n7/06.pdf [acedido em 30 de janeiro de 2011].
7. Lyra DP, Marcellini PS, Pelá IR. Effect of pharmaceutical care
intervention on blood pressure of elderly outpatients with hypertension. Braz J Pharm Sci. 2008;44:451-457. Disponível em www.
scielo.br/pdf/bjps/v45n2/v45n2a21.pdf [acedido em 11 de junho
de 2010].
8. Obreli-Neto PR, Cuman RKN. Pharmaceutical care program for
the rational use of drugs in the elderly users of a Basic Health Unit
in the Sao Paulo State, Brazil. Lat Am J Pharm. 2010;29:333-339.
9. Silva GEC, Bazotte RB, Curi R, Silva MARCP. Investigation of
risk factors to coronary heart disease in two countryside Paranaense villages, Brazil. Braz Arch Biol Technol. 2004;47:387-390.
Disponível em www.scielo.br/pdf/babt/v47n3/20936.pdf [acedido em 2 de dezembro de 2007].
10. Bahia LR, Araujo DV, Schaan BD, et al. The costs of type 2
diabetes mellitus outpatient care in the Brazilian public health
system. Value Health. 2011;14:137-140.
11. Gomes MB, Gianella D, Faria M, et al. Prevalence of type 2
diabetic patients within the targets of care guidelines in daily
clinical practice: a multi-center study in Brazil. Rev Diabet Stud.
2006;3:82-87. Disponível em www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1783582/pdf/RevDiabeticStud-03-082.pdf [acedido em
29 de janeiro de 2010].
12. Silva GEC, Bazotte RB. Development and evaluation of a
pharmaceutical care program to reduce modifiable risk of chronic complications in Brazilian type 2 diabetes. Lat Am J Pharm.
2011;30:154-160.
13. Weed LL. Medical Records, Medical Education and Patient
Care. Cleveland: Case Western Reserve Press; 1970.
14. Hepler CD, Strand LM. Opportunities and responsibilities in
pharmaceutical care. Am J Hosp Pharm. 1990;47:533-543. Disponível em www.qu.edu.qa/pharmacy/professional_development/
documents/Responsibilities_Hepler_Strand.pdf [acedido em fevereiro de 2009].
15. Strand LM, Morley PC, Cipolle RJ. Drug-related problems:
their structure and function. DICP. 1990;24:1093-1097.
16. Leite de Barros AL, Michel JLM, Lopes RS. Avaliação clínica e
técnicas instrumentais para o exame físico In: Leite de Barros AL
(org). Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. Porto Alegre: Artmed; 2002, p. 36-50.
17. Tercer consenso de Granada sobre problemas relacionados con
medicamentos (PRM) y resultados negativos asociados a la medicacion (RNM). Comite de Consenso GIAF-UGR, GIFAF-USE,
GIF-UGR. Ars Pharm. 2007;48: 5-17. Disponível em http://farmacia.ugr.es/ars/pdf/374.pdf [acedido em 15 de outubro de 2011].
18. American Diabetes Association. Standards of Medical Care in
Diabetes. Diabetes Care. 2011;34:S11-S61. Disponível em http://care.
diabetesjournals.org/content/34/Supplement_1/S11.full.pdf+html
[acedido em 10 de janeiro de 2012].
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
25
ARTIGO ORIGINAL
26
19. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. World
Health Organ Tech Rep Ser. 2003;916:1-149. Disponível em http://
whqlibdoc.who.int/trs/who_trs_916.pdf [acedido em 4 de junho
de 2011].
20. Zierler-Brown S, Brown TR, Chen D, Blackburn RW. Clinical documentation for patient care: models, concepts, and liability considerations for pharmacists. Am J Health-Syst Pharm.
2007;64:1851-1858. Disponível em www.ashp.org/DocLibrary/
MemberCenter/SHACCP/Anticoag_Clinical_documentation.
pdf [acedido em 10 de novembro de 2009].
21. Al Mazroui NR, Kamal MM, Ghabash NM, Yacout TA, Kole
PL, McElnay JC. Influence of pharmaceutical care on health outcomes in patients with Type 2 diabetes mellitus. Br J Clin Pharmacol. 2009;67:547-557. Disponível em www.ncbi.nlm.nih.gov/
pmc/articles/PMC2686072/pdf/bcp0067-0547.pdf [acedido em
10 de janeiro de 2010].
22. Sá-Borges AP, Guidoni CM, Ferreira LD, Freitas O, Pereira
LRL. The pharmaceutical care of patients with type 2 diabetes.
Pharm World Sci. 2010;32:730-736.
23. Clifford RM, Davis WA, Batty KT, Davis TM. Effect of a pharmaceutical care program on vascular risk factors in type 2 diabetes: the Fremantle Diabetes Study. Diabetes Care. 2005;28:771-776.
Disponível em http://care.diabetesjournals.org/content/28/4/771.
full.pdf+html [acedido em 11 de julho de 2011].
24. Castro MS, Fuchs FD, Santos MC, et al. Pharmaceutical care
program for patients with uncontrolled hypertension: report of a
double-bind clinical trial with ambulatory blood pressure. Am J
Hypertens. 2006;19:528-533.
25. Coleman RL, Stevens RJ, Retnakaran R, Holman RR. Framingham, SCORE, and DECODE risk equations do not provide
reliable cardiovascular risk estimates in type 2 diabetes. Diabetes
Care. 2007;30:1292-1293. Disponível em http://care.diabetesjournals.org/content/30/5/1292.full.pdf+html [acedido em 24 de março de 2011].
26. Stevens RJ, Kothari V, Adler AI, Stratton IM. The UKPDS
risk engine: a model for the risk of coronary heart disease in type
II diabetes (UKPDS 56). Clin Sci. 2001;101:671–679. Disponível
em www.westhertshospitals.nhs.uk/whc/archive/calculators/
UKPDS56%20Risk%20Engine.pdf [acedido em 11 de abril de
2011].
27. Kothari V, Stevens RJ, Adler AI et al. UKPDS 60: risk of stroke
in type 2 diabetes estimated by the UK Prospective Diabetes Study risk engine. Stroke. 2002;33:1776-1781. Disponível em http://
stroke.ahajournals.org/content/33/7/1776.full.pdf+html [acedido
em 22 de setembro de 2009].
28. Azambuja MIR, Foppa M, Maranhão MFC, Achutti AC. Economic burden of severe cardiovascular diseases in Brazil: an estimate based on secondary data. Arq Bras Cardiol. 2008;91:163-171.
Disponível em www.scielo.br/pdf/abc/v91n3/05.pdf [acedido em
1 de dezembro de 2010].
29. Asamblea General de la Asociación Médica Mundial. Declaración de la Asociación Médica Mundial sobre la relación laboral
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
entre médicos y farmacéuticos en el tratamiento medicamentoso.
Pharm Care Esp. 2000;2:279-281.
30. Huisman S, de Gucht V, Maes S, Schroevers M, Chatrou M,
Haak H. Self-regulation and weight reduction in patients with
type 2 diabetes: a pilot intervention study. Patient Educ Couns.
2009;75:84-90.
31. Villa LA, Von Chrismar AM, Oyarzún C, Eujenín P, Fernández
ME, Quezada M. Pharmaceutical care program for dyslipidemic
patients at three primary health care centers: impacts and outcomes. Lat Am J Pharm. 2009;28:415-420.
32. Onat A. Metabolic syndrome: nature, therapeutic solutions
and options. Expert Opin Pharmacother. 2011;12:1887-1900. Disponível em http://conferenciasindromemetabolico.org/doc2011/
Sindrome_metabolico_2011.pdf [acedido em 4 de junho de 2010].
33. American Diabetes Association Nutrition Recommendations
and Interventions for Diabetes. Diabetes Care. 2006;29:S21402157. Disponível em http://care.diabetesjournals.org/content/29/9/2140.full.pdf+html [acedido em 11 de janeiro de 2009].
34. Ahrens RA, Hower M, Best AM. Effect of weight reduction
interventions by community pharmacists. J Am Pharm Assoc.
2003;43:583-590.
35. Skoff RA, Waterbury NV, Shaw RF, Egge JA, Cantrell M.
Glycemic control and hypoglycemia in Veterans Health Administration patients converted from glyburide to glipizide. Manag Care Pharm. 2011;17:64-71. Disponível em www.amcp.org/
WorkArea/DownloadAsset.aspx?id=14468 [acedido em 5 de janeiro de 2012].
36. Lindenmeyer A, Hearnshaw H, Vermeire E, Van Royen P,
Wens J, Biot Y. Interventions to improve adherence to medication
in people with type 2 diabetes mellitus: a review of the literature
on the role of pharmacists. J Clin Pharm Ther. 2006;31:409-419.
37. Castro MS, De Castro MS, Correr CJ. Pharmaceutical Care
in Community Pharmacies: Practice and research in Brazil. Ann
Pharmacother. 2007;41:1486-1493. Disponível em www.atencaofarmaceutica.ufpr.br/GPPF/docs/annals.pdf [acedido em 2 de
abril de 2010].
38. Fairman KA, Curtiss FR. Call for Comparative Effectiveness
Research: Lowering A1c with Sitagliptin, Saxagliptin, or Cinnamon. J Manag Care Pharm. 2009;15:696-700. Disponível em
www.amcp.org/data/jmcp/696-700.pdf [acedido em 14 de janeiro
de 2012].
ARTIGO ORIGINAL
Anexo
Consulta Farmacêutica
1. Identificação
1.1 Nome: __________________________________
1.2 Data da entrevista: ___ /___ /___
1.3 Género: Masculino ( ) - Feminino ( )
1.4 Data do nascimento ___ /___ /___
1.5 Status Maritais: casado(a) ( ), solteiro(a) ( ), Divorciado(a) ( ), viúvo(a) ( ), Outros: _________
1.7 Local de nascimento: ______________________________
1.8 Telefone residencial/celular: _________________________
1.9. Local de trabalho: _______________________________________________________
Endereço – trabalho: ________________________________________________
Telefone – trabalho - ___________________
1.10. Médico (s) responsável: ________________________________________________________
Endereço: ___________________________________________________________________
Telefone: ___________________________________________________________________
2. Educação: analfabeto ( ) – 1º ou 2 º grau completo ( ) – Graduado ( ) – Pós graduado ( ).
3. Profissão: actual ou anterior (aposentado): _____________________________________________
A profissão trás risco à saúde do paciente ou compromete a terapia medicamentosa? ____________________________________________________
______________________________
27
4. Família: Número e idade dos filhos: __________________________________________________
O paciente vive com os filhos ou com outro parente? _______________________________________
O paciente possui algum parente diabético: Quem? ___________________________________________
5. Interacções sociais: Normal ( ) – Não faz amizades facilmente ( ) – Prefere estar só ( ) – Não se adapta facilmente a novas
situações ou lugares ( ).
6. Condições de moradia: área urbana ( ) – área rural ( ) – Apartamento ( ) – com saneamento básico: Sim ( ) – Não ( ).
7. Habilidade de tomar Decisões: toma decisões com facilidade ( ) – dificuldade para tomar decisões
( ) – procura com frequência ajuda de amigos ou família ( ) – Não esta capacitado a tomar decisões ( ).
8. Crenças espirituais: possui crenças espirituais ( ) – não possui crenças espirituais – procura apoio espiritual em momentos de
dificuldades ( ).
9. Suporte financeiro do tratamento: atendimento médico particular ( ) – seguro de saúde ( ) – serviço público de saúde ( ) – Recebe
apoio financeiro da família ( ).
10. Principal fonte de orientação em relação à doença: Médico ( ) - Farmacêutico ( ) Enfermeiro
( ) – membros da família ( ) – não recebe orientação significativa ( ) – prefere não falar sobre este assunto
( ).
11. Auto cuidado: totalmente independente ( ) – necessita de ajuda para o auto cuidado ( ) – totalmente dependente ( ).
12. Visão do tratamento: é optimista em relação ao tratamento ( ) – não é optimista em relação ao tratamento ( ) – desencorajado
( ) – não aceita o problema ( ) – ignora o problema ( ).
13. Hospitalização e cirurgia: a). Você já foi internado em um hospital? b) Quando isto ocorreu? c) Porque foi hospitalizado? d) Que
tipo de tratamento recebeu? e) Você foi submetido a uma cirurgia? f) Que tipo de cirurgia?
14. Factores de risco: sobrepeso (
( ): _____________
) – tabagismo (
) – alcoolismo (
) – drogas ilegais (
) – Outros fatores
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
ARTIGO ORIGINAL
15. Estilo de vida
Banho: todo dia ( ) – a cada dois dias ( ) – uma vez por semana ( ) – uma vez por mês ( ).
Escovar os dentes: todo dia ( ) – a cada dois dias ( ) – uma vez por semana ( ) – uma vez por mês ( ).
Actividades recreacionais: viagens ( ) – TV ( ) – leitura ( ) – Outras actividades ( ). Quais? _________
Actividade física (exercícios): Não ( ). Sim ( ). Qual(is)? Quantas vezes por semana?
Actividade física (no trabalho): trabalha de pé ( ) – trabalha sentado ( ) – caminha ( ).
16. Sono: a que horas você costuma dormir? A que horas você costuma acordar? Quanto tempo você dorme por noite? Você tem
insónia? Tem dificuldade em iniciar o sono? Você acorda com frequência durante a noite? Você se sente sonolento? Você dorme durante
o dia? Você ronca muito? Você tem algum outro problema com o sono? ___________________________
17. Refeições: Segue alguma dieta especial? Qual dieta? Quantas refeições você faz por dia? Com que frequência você come: frutas
( ) – vegetais crus ( ) – vegetais cozidos ( ) – carne vermelha ( ) – frango ( ) – peixe ( ) – suco de laranja ( ) – café ( ) – chá ( ) – leite
( ) – adoçantes ( ) – vitaminas e suplementos ( ) – suplementos minerais ( ).
18. Doenças do sistema digestivo: Normal ( ) – úlcera péptica ( ) – gastrite ( ) – doença do refluxo gastro esofágico ( ) – colite ulcerativa
( ) – náusea ( ) – vomita ( ) – hemorróidas ( ) – outras anormalidades ( ). Qual(is)? ________________________________________
19. Eliminação fecal: Normal ( ) – dor ou outra dificuldade na defecação ( ) – urgência fecal ( ) – incontinência fecal ( ) – Constipação
( ) – Diarreia ( ). Quantas vezes defeca por dia? _________________
28
20. Ingestão de líquidos: quanto ingere diariamente?________ água ( ) – refrigerantes ( ) – cerveja ( ) – Outros: _________
21. Doenças renais: cálculo renal ( ), insuficiência renal ( ) - hemodiálise ( ) – Outras doenças renais ( ). Qual (is)? ________________
_____________________________________
22. Eliminação urinária: qual a frequência diária? ________ Normal ( ) – polaquiúria ( ) - noctúria ( ) – urgência urinária ( )
– incontinência urinária ( ) – redução do fluxo urinário ( ) – dificuldade em urinar ( ).
23. Doenças cardiovasculares: normal ( ) – hipertensão ( ) – angina ( ) – taquicardia ( ) – bradicardia
( ) – Arritmia ( ) – insuficiência cardíaca congestiva ( ) – histórico de enfarto - Outras anormalidades ( ). Qual (is)? ________________
_________________________________
24. Doenças pulmonares: – dispneia ( ) – asma ( ) – pneumonia ( ) – bronquite ( ) – doença pulmonar obstrutiva crónica ( ) – outras
anormalidades ( ). Qual (is)? _________
25. Doença hepática: ausência ( ) – esteatose ( ) – esteatohepatite ( ) – hepatite ( ) – cirrose ( ) – outras anormalidades ( ) – Qual
(is)? __________________________________________
25. Doenças hematológicas: ausência ( ) – anemia ( ) – coagulação anormal ( ) – leucocitose ou leucopenia ( ) – Outras anormalidades
( ) – Qual (is)? ____________________________
26. Doenças neurológicas: ausência ( ) – choque hemorrágico ou isquêmico ( ) – cefaleia (
) – enxaqueca
( ) – convulsões ( ) – perda da memória ( ) – tonturas ( ) – sonolência ( ) – síncope ( ) - outras anormalidades ( ) – Qual (is)?
28. Doenças psiquiátricas: depressão () – psicose ( ) – mania ( ) – outras anormalidades ( ) – Qual (is)? ____________________________
_____________________________________
29. Endocrinopatias: hipotireoidismo ( ) – hipertireoidismo ( ) – outras endocrinopatias ( ) – Qual (is)? ____________________________
_______________
30. Outras doenças/sintomas: dor ( ) – fatiga ( ) – fraqueza ( ) – outra(s) doença(s) ( ). Qual (is)? _________________________________
_______________________________
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
ARTIGO ORIGINAL
31. Exane físico para identificar os principais problemas de saúde
Cabeça: Normal ( ) – caspa ( ) – lesões no couro cabeludo (
( ). Qual (is)? ____________________________________________________________
) – queda de cabelo (
) – outras anormalidades
Olhos: Normal ( ) – catarata ( ) – visão turva ( ) – secreção anormal ( ) – Outras anormalidades ( ). Qual (is)? ______________________
___________________________
Nariz: normal () – alergia ( ) – obstrução nasal ( ) – Epistaxe ( ) – rinites ( ) – Outras anormalidades ( ). Qual (is)? ________________
__________________________________
Boca: normal ( ) – cáries ( ) – gengivite ( ) – perda de dentes ( ) – dentadura ( ) - outras anormalidades ( ). Qual (is)? ______________
____________________________________
Ouvidos: Normal ( ) – acuidade diminuída ( ) – zumbido ( ) – processo inflamatório e/ou infeccioso – labirintite ( ). – outras
anormalidades ( ). Qual (is)? ___________________________
Pescoço: normal ( ) – nódulos na tiróide ( ) – tiróide com volume aumentado – Outras anormalidades ( ). Qual (is)? ________________
____________________________________________________
Membros superiores: normal ( ) – pariria ou plegia ( ) – lesões ( ) – dor ( ) – Formigamento ( ) – Outras injurias ( ). Qual (is)? ___
____________________________________________________
Abdómen: Normal ( ) – Dor ( ) – Flatulência ( ) – Outras anormalidades ( ). Qual (is)? ______________________________________________
___________________
Membros inferiores: normal ( ) – paresia ou plegia ( ) – lesões ( ) – dor ( ) – formigamento ( ) – edema ( ) perda da sensibilidade
( ) – outras injurias ( ). Qual (is)?____________________________________
Pés: normal ( ) – perda da sensibilidade ( ) – dor ( ) – formigamento ( ) – Lesões ( ) – úlceras ( ) – calos
( ) – deformações ( ) – edema ( ) – amputação ( ) – outras anormalidades ( ) Qual (is)? _____________________________________________
________________
Pele: normal ( ) – manchas ( ) – lesões: dermatite, vitiligo, psoríase, acne, infecções, erupção ( ) – pele seca
( ) – excesso de pelo ( ) – edema ( ) – reacções alérgicas ( ) – eczema ( ) – lesões ( ) – rash cutâneo ( ) – palidez
( ) – Outras anormalidades ( ). Qual (is)? _________________
32. Perfil farmacológico:
a) Quais são os medicamentos que você esta utilizando para tratar o diabetes? Se você não se lembra, por favor, traga na próxima
consulta: _________________________________________________________
b) Quais são os medicamentos que você esta utilizando para tratar outras doenças? Se você não se lembra, por favor, traga na próxima
consulta: ________________________________________________
c) Quais são os medicamentos isentos de prescrição médica que você esta utilizando. Se você não se lembra, por favor, traga na próxima
consulta:________________________________________________
d) Você tem utilizado outros métodos alternativos para tratar a diabetes. Qual (is): _________________
_____________________________________________________________________________________
e) Você tem apresentado reacções alérgicas a medicamentos? Qual (is) medicamentos? ____________________
f) Quem administra os medicamentos: você ou outra pessoa? Quem? _____________________________
Observação: inclua aqui: nome comercial, nome genérico, forma farmacêutica, dose e tempo de tratamento.
33. Reacção adversa ao(s) medicamento (s): você apresentou algum sintoma indicando reacção adversa ao(s) medicamento(s). Se
“sim”: antes de iniciar o tratamento ( ) – após iniciar o tratamento ( ). O que você sente? Quando? Qual medicamento (s)? Em que dose
(s)? ___________________________ ____________________________________________________________________
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186
29
ARTIGO ORIGINAL
34. Interacções medicamentosas: você apresentou algum sintoma indicando interacções medicamentosas. Se “sim”: antes de iniciar
o tratamento ( ) – após iniciar o tratamento ( ). O que você sente? Quando? Qual medicamento (s)? Em que dose (s)? _________________
__________________________________ ____________________________________________________________________
35. Concordância ao uso do medicamento: sim ( ). não ( ). Se não. Porque? Quando? Qual medicamento (s)? Em que dose (s)? ____
___________________________________________________
36. Problemas relacionados a medicamentos (PRMs): sim ( ). não ( ). Se sim: Qual (is)? _______________________
a) Classificação: Necessidade ( ) – Efectividade ( ) – Segurança ( ).
b) Causa: não houve concordância em relação à farmacoterapia ( ) – Interacções medicamentosas ( ) – reacções adversas ao
medicamento ( ).
37. Opinião do farmacêutico em relação a aparência do paciente: boa (B) ou ruim (R): roupas (
( ) – unhas ( ) – higiene oral ( ) – cuidados com o corpo ( ).
) – cabelo
38. Questões finais: existe mais alguma informação que você gostaria de nos relatar? Se “sim”: qual(is): ______________________________
_______
39. Opinião do farmacêutico em relação ao problema de saúde do paciente: controlado (C) ou não controlado (NC). Se NC: Qual
(is)? Que intervenções seriam apropriadas? ________________________
_____________________________________________________________________________
40. Farmacêutico responsável pela entrevista: _______________________________________
30
Rev Port Farmacoter | 2012;4:173-186