O Bate-papo Virtual e a Formação de Professores

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O Bate-papo Virtual e a Formação de Professores
O BATE-PAPO VIRTUAL E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES
PESQUISADORES EM MATEMÁTICA
Rute Elizabete de Souza Rosa Borba – UFPE
[email protected] 1
Gilda Lisbôa Guimarães – UFPE
[email protected] 2
Danielle Avanço Pontes
[email protected] 3
RESUMO
Este estudo teve como objetivo central analisar o uso do bate papo virtual na
formação de professores pesquisadores. Participaram da pesquisa, enquanto
alunos de um curso de formação de tutores a distância, 120 graduados em
Licenciaturas Diversas, dentre estas a Matemática. Constatou-se que na formação
inicial dos professores os mesmos não haviam sido preparados para a realização
de pesquisas em sala de aula. O curso atingiu o objetivo de discutir a distância
como a pesquisa pode ser um instrumento valioso para a prática docente,
considerando que os participantes eram de localidades diversas e distantes do
centro de formação e que passaram a evidenciar maior compreensão do papel da
pesquisa no cotidiano escolar.
Palavras-chave: Educação a distancia, professor pesquisador, formação
docente
A educação a distância como alternativa de formação de professores
A formação de professores tem sido um tema constante de debate no
meio educacional. Em particular, a formação daqueles que atuarão no ensino
básico em localizações nas quais não há centros de formação de professores
tem sido uma preocupação urgente num país continental como o Brasil. Nestes
1
Doutora em Educação Matemática e Professora do Centro de Educação da Universidade
Federal de Pernambuco.
2
Doutora em Psicologia Cognitiva e Professora do Centro de Educação da Universidade
Federal de Pernambuco.
3
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco.
Borba, R., Guimarães, G., Pontes, D. O Bate-papo Virtual e a Formação de Professores Pesquisadores em
Matemática. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de Pós-Graduação em Educação-Centro de Educação –
Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 10p.
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casos, o recurso de educação a distância, EAD, tem sido apresentado como
uma opção de formação de qualidade.
Para dar suporte à realização de cursos a distância, torna-se essencial o
envolvimento de centros de formação de professores na pesquisa desta
modalidade de formação e no preparo e acompanhamento de tutores que
possam atuar junto a professorandos e professores em exercício.
Tem-se defendido a educação a distância como um recurso que
possibilita o atendimento a grandes contingentes de alunos, sem riscos de
reduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da
clientela atendida (CAVALCANTE, 2004). Os que defendem esta posição
alegam que o uso de recursos informáticos na EAD pode possibilitar o alcance
de um grande número de alunos a receberem atendimentos individualizados
(como em algumas interações via e-mail) ou atendimentos que se assemelham
a salas de aula usuais (como nas interações ocorridas em salas de bate papo
com finalidade educacional, também conhecidas como aulas chat).
Na presente pesquisa teve-se como foco de investigação a análise de
chats como formas de mediar o processo ensino-aprendizagem de professores
de licenciaturas diversas e, em particular, de Matemática. Assim, foi
investigado como um gênero largamente utilizado na atualidade – o bate-papo
virtual –
pode trazer contribuições significativas numa ampla formação de
professores pesquisadores.
A formação do professor pela e para a pesquisa
Na literatura atual tem-se enfatizado a necessidade de que professores
tenham uma formação que valorize a pesquisa enquanto um instrumento da
prática docente. Alguns estudos têm sido desenvolvidos nesta perspectiva,
tendo como foco específico a formação de professores que ensinam
matemática (BORBA, 2005 e BORBA & GUIMARÃES, 2005). Nestes estudos
defende-se que professores conheçam e compreendam diferentes pesquisas
além de que saibam como executá-las de diversas formas, de acordo com
objetivos e objetos de investigação.
Acredita-se que o uso da pesquisa como instrumento da prática,
auxiliará
professores
a
um
maior
conhecimento
dos
processos
de
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Matemática. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de Pós-Graduação em Educação-Centro de Educação –
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desenvolvimento de seus alunos e os auxiliará também em seu próprio
conhecimento de melhores mecanismos de ensino e de aprendizagem.
Assim, no presente estudo propôs-se acompanhar tutores em formação
nas diversas áreas, em particular Matemática, observando quais concepções
os mesmos possuíam sobre o que é um professor fazer pesquisa em sala de
aula, o que se pode pesquisar, quais métodos de pesquisa podem ser
utilizados, o quanto a pesquisa altera a prática diária do professor e como os
resultados de pesquisa podem redirecionar a futura prática de ensino.
Objetivos
O estudo aqui relatado tem como objetivos: a) acompanhar o uso do
bate papo virtual em um curso de extensão a distância, observando a formação
do professores pesquisadores por meio deste recurso, b) verificar se havia, por
parte dos alunos da formação a distância, a valorização da pesquisa como
elemento essencial na formação de professores e c) observar como, a partir da
discussão de processos investigativos, alunos de cursos a distancia podem
passar a valorizar a pesquisa.
Metodologia
Participantes
Participaram desta pesquisa 120 graduados em Licenciaturas Diversas
dentre estas a Matemática. Estes eram alunos de um curso a distância de
formação de tutores para as licenciaturas diversas de cursos na região
nordeste brasileira e estavam se preparando para atuarem junto a professores
das diferentes áreas de conhecimento.
Procedimentos
Os alunos foram acompanhados na realização das atividades propostas
na disciplina Metodologia da Pesquisa, foco do presente estudo. Foram
acompanhadas quatro turmas desta disciplina e o curso para cada turma teve
duração de duas semanas. Os alunos receberam um CD com os textos e as
atividades para essa disciplina. Estes deveriam ler dois textos sobre como
professores podem ser pesquisadores de suas salas de aula e realizarem
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quatro propostas de atividades. Além dessas atividades os alunos também
deveriam participar de duas aulas chats. Para cada aula foi colocado com
antecedência no mural de atividades o que seria discutido nas mesmas. Dessa
forma, os alunos podiam interagir com as professoras e os colegas via sala de
bate-papo, criada especificamente para cada disciplina e turma do curso, e
utilizar o e-mail para enviar as suas atividades e/ou tirar dúvidas.
Resultados e discussão
A discussão aqui apresentada é preliminar, uma vez que os resultados
ainda encontram-se em fase de análise.
O curso atingiu o objetivo de discutir a distância com professores como a
pesquisa pode ser um instrumento valioso para a prática docente,
considerando que professores de localidades diversas e distantes do centro de
formação participaram da disciplina objeto de investigação do presente estudo.
Constatou-se, assim, a possibilidade de alcançar num único curso um número
maior de participantes e espera-se que um número ainda maior de professores
seja alcançado, uma vez que os professores participantes serão tutores na
formação de outros graduandos.
Foi constatado na fala de alunos que na sua formação inicial não haviam
sido preparados para a realização da pesquisa em sala nem haviam discutido
em suas graduações como estas investigações podem auxiliar no processo de
ensino e de aprendizagem. Ao se discutir o papel da pesquisa realizada pelo
professor de ensino básico muitos lamentaram esta deficiência em suas
formações e conscientizaram-se que podem reverter esta situação em suas
práticas. Na fala de um dos alunos do curso, na segunda aula-bate-papo da
Turma A, tem-se evidência destas constatações:
“Vi nas propostas de atividades algo que não tinha visto ainda durante todo o
curso e que também nunca fiz com meus alunos...!” (Josenilda, 10/11/2005).
Esta mesma aluna complementa sua fala expondo o que não tinha visto
ainda no curso, demonstrando o que compreendeu sobre pesquisa do
professor em sala de aula:
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“Como estamos trabalhando para que o nosso aluno entenda melhor o
assunto?” (Josenilda, 10/11/2005).
Analisando as respostas das atividades enviadas por esta aluna,
ressalta-se um trecho no qual esta propõe uma pesquisa a ser realizada sobre
o conhecimento dos seus alunos. Ela propôs uma averiguação dos
conhecimentos prévios dos alunos sobre fração, seguido de metodologias
diferenciadas, objetivando observar qual seria a forma mais adequada de
trabalhar para que o aluno entenda melhor:
“A minha intervenção na aprendizagem seria mediar o estudo em grupos,
sistematizando o processo em metodologias distintas, para orientar na
construção de novos conceitos. Averiguar quais etapas (metodologias distintas)
foram mais viáveis ou inviáveis ao processo de construção do conhecimento”
(Josenilda, 10/11/2005).
As professoras/pesquisadoras que ministraram o curso objetivaram
desenvolver em seus alunos a valorização da pesquisa em sala de aula.
Durante os bate-papos educacionais foi possível observar o cumprimento deste
objetivo por parte das professoras, buscando chamar os alunos ao debate,
levantando questões e provocações. O trecho abaixo evidencia o início de um
diálogo entre uma das professoras e um aluno na segunda aula-bate-papo da
Turma C:
Rute às 21:3:42 em 1-dez-2005: Vamos começar a discutir as possíveis
pesquisas que professores - em formação e em exercício - podem realizar?
Rute às 21:7:43 em 1-dez-2005: Vamos pensar em pesquisas que podem ser
realizadas por professores, OK? Se tomarmos o exemplo dado por Julião no
mural - números racionais - como podemos - como Josimere fez - determinar
um objeto de estudo, objetivos e uma metodologia adequada?
Ananias às 21:11:4 em 1-dez-2005: Podemos fazer uma pesquisa p/ q
representem os nºs Q entre 2 nºs inteiros numa reta?
Rute às 21:13:15 em 1-dez-2005: Tá Ananias. Se a representação de números
racionais na reta numérica for seu objeto de pesquisa, quais os objetivos da
realização de uma investigação com este tema?
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Ananias às 21:16:39 em 1-dez-2005: verificar a existência dos nºs fracionários
e decimais.
Ananias as 21:23:13 em 1-dez-2005: acho q estou um pouco perdido pois não
recebi resposta.
Rute as 21:25:44 em 1-dez-2005: Qual sua dúvida Ananias? Vamos trabalhar
em cima da pesquisa sobre a capacidade dos alunos localizarem números
racionais na reta.
Ananias as 21:27:35 em 1-dez-2005: fazer com q os alunos descubram nºs
fracionários e decimais através da media entre 2 nº.
Rute as 21:29:31 em 1-dez-2005: Ananias, este pode ser seu objetivo de
ensino mas se quiséssemos antes levantar o conhecimento que os alunos já
possuem, o que poderíamos fazer?
Observamos na fala da professora a intenção de resgatar de seu aluno o
conhecimento necessário para encaminhá-lo a uma reflexão sobre como o
professor de Matemática pode ser um pesquisador de sua prática.
Apesar de verificar que a educação a distância é uma possibilidade de
formação de professores pesquisadores, o estudo chama a atenção sobre
algumas particularidades da EAD. Um dos pontos importantes é a questão do
tempo. À semelhança de cursos presenciais, cursos a distancia devem espaçar
o tempo de realização de cada disciplina de modo a possibilitar que os alunos
tenham um período maior para refletirem sobre as discussões ocorridas em
textos propostos e analisados e nas interações ocorridas nos bate-papos e emails. Este espaçamento maior possibilita um amadurecimento de idéias e
desenvolvimento de concepções e conceitos.
Uma diferenciação marcante do tempo em aulas presenciais e a
distância é que em uma aula presencial o tempo médio de resposta de um
aluno a uma pergunta do professor é de poucos segundos, enquanto que no
chat, como ambos estão digitando e há várias falas simultâneas, observou-se
um espaço de tempo muito maior entre perguntas ou questões levantadas pelo
professor e respostas dadas por alunos. Este ponto ressaltado é ruim para o
desenrolar de uma aula, além de dificultar o avanço no conteúdo proposto.
Pode também acontecer de uma fala passar desapercebida em meio a tantos
outros diálogos, como se pode observar no diálogo descrito acima, no qual o
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aluno Ananias responde à professora às 21:16:39 e relembra à mesma que
não obteve ainda sua resposta às 21:23:13 e somente às 21:25:44 consegue
continuar seu diálogo com a professora, ou seja, 9 minutos depois.
O professor deve estar atento que o ritmo de resposta dos alunos é
variado e que vários alunos responderão – em tempos variados – às questões
levantadas, tornando o chat educacional uma aula que requer muita atenção do
professor às colocações de seus alunos, para não excluir nenhum deles e
sempre chamá-los para participar do debate, como pode ser visto no trecho a
seguir da primeira aula-bate-papo da Turma B:
Gilda às 18:39:8 em 3-nov-2005: Lívia e Evanize cadê vocês?
Lívia às 18:39:57 em 3-nov-2005: eu só to lendo o que vocês estão colocando...
Evanize às 18:42:24 em 3-nov-2005: Estou tentando formular algo que esteja
de acordo com a discussão, mas fica difícil por não ter lido o texto.
Pode-se perceber que a idéia inicial dos alunos era de que a pesquisa
do professor em sala de aula resume-se em mandar seus alunos pesquisar
sobre determinado conhecimento já divulgado e não o de envolver também o
professor em processos investigativos. Podemos identificar este ponto no
trecho abaixo retirado da segunda aula-bate-papo da Turma A:
Gilda às 18:56:41 em 10-nov-2005: Depois que eu identifico o interesse do meu
aluno por futebol, mas ele tem que aprender sobre função linear eu faço como?
Adimar às 19:0:14 em 10-nov-2005: Analisar e medir um campo.
José às 19:2:24 em 10-nov-2005: Pedir que os alunos analisem a potência de
um chute, a força empregada para que tal bola faça o percurso.
Gilda às 19:4:29 em 10-nov-2005: Uma coisa é o aluno conhecer o que os
outros já sabem, outra é ele construir um novo conhecimento para a
comunidade. Essa é uma questão para pensarmos.
Gilda às 19:5:7 em 10-nov-2005: Eu quero saber quais pesquisas podemos fazer
e não aquelas que solicitamos que os alunos façam.
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Mesmo observando algumas dificuldades no ensino EAD, acreditamos
que é possível um processo de ensino aprendizagem a distância que valorize a
investigação, pois a visão de pesquisa presenciada inicialmente nos chats,
sofreu modificação quando, em processo de análise, observamos as atividades
elaboradas por alguns alunos. Podemos, para exemplificar, apresentar
explicitações da compreensão de ser professor pesquisador em matemática na
resposta de quatro alunos, um de cada turma da disciplina Metodologia da
Pesquisa, quando questionados sobre quais pesquisas podem ser realizadas
pelo professor em seu cotidiano de sala de aula:
“É pertinente que professores pesquisem suas próprias práticas de
forma regular como parte do seu papel enquanto educador. O professor
precisa ter o domínio de procedimentos de investigação científica como
o registro, a sistematização de informações, a análise e comparação de
dados, o levantamento de hipóteses e verificação por meio dos quais
poderá produzir e socializar conhecimento. Várias pesquisas podem ser
realizadas pelo professor em sala de aula, mas todas elas estabelecem
relações entre as informações que meu aluno sabe e por qual meio de
trabalhos práticos eu posso ensinar melhor, registrando as sínteses e
divulgando-as.” (Josenilda, 21/11/2005).
“Ao pesquisar o seu cotidiano de sala de aula o professor participa
diretamente da realidade estudada e a investigação deve orientar sua
prática. Percebo dificuldades para os alunos aprenderem determinado
assunto matemático, sugiro o planejamento desta unidade de estudo
com demais professores (interdisciplinarmente), avalio a aprendizagem,
comparo os resultados obtidos com turmas anteriores considerando o
mesmo conteúdo, analiso os resultados com colegas da área e, se
possível, com outros professores pesquisadores para divulgar os
resultados obtidos”. (Lívia, 03/12/2005).
“O professor pode realizar pesquisas em seu cotidiano de sala de aula,
como por exemplo, na compreensão de como os alunos apreendem e
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que os resultados sejam utilizados na avaliação de sua própria prática
de ensino”. (Maria, 30/01/2006).
“Pesquisas baseadas em evidências, sistematicamente coletadas, e
cujos resultados levem a um redirecionamento da prática do professor.
Em que o pesquisador de matemática participe diretamente da realidade
estudada, fazendo parte da mesma estando atento ao que faz,
analisando sua ação. Por exemplo, o professor pode verificar a
concepção dos alunos acerca de um conteúdo matemático e durante
determinado período trabalhar uma metodologia e depois outras, e
compará-las a partir do aproveitamento alcançado pelos alunos,
procurando estabelecer relações que possam ajudá-lo a trabalhar de
forma mais produtiva para seus alunos”. (Débora, 11/02/2006).
Estas respostas revelam que mesmo no pouco espaço de tempo que
tivemos foi possível contribuir para formação de alguns professores
pesquisadores em Matemática. Estes alunos que concluírem o curso serão
tutores e atuarão juntamente com professores em formação podendo propagar
a valorização da pesquisa em sala de aula por parte do professor para um
número muito maior de pessoas e mais distantes, sendo, esta uma das
principais vantagem da EAD.
Conclusão
Analisando as atividades elaboradas pelos alunos-tutores percebe-se
como é necessária a prática da pesquisa em sala de aula para melhorar a
qualidade no processo de ensino-aprendizagem. Pesquisar o que alunos
sabem e quais metodologias podem ser usadas para que eles avancem,
parecem pontos tão simples, mas que representam um desafio de mudança na
prática do professor, desafio este que deve ser aprendido e incorporado no diaa-dia da sala de aula. Este precisa ser propagado, seja na formação presencial,
seja pela educação a distância, bem como em artigos e eventos científicos pois
professores de educação básica precisam aprender a partir de processos
investigativos e valorizá-los como parte essencial de suas práticas docentes.
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Referencias bibliográficas
BORBA, R. Formando professores pesquisadores: investigações matemáticas
realizadas por alunos de Pedagogia In: XVII Encontro de Pesquisa
Educacional do Norte e Nordeste (XVII EPENN), Belém, Pará, 2005.
BORBA, R. & GUIMARAES, G. L. Incentivando professoras de educação
infantil e de séries iniciais do ensino fundamental a pesquisarem suas salas de
aula In: XVII Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste (XVII
EPENN), Belém - Pará, 2005.
CAVALCANTE, P. Tipologia das atividades de ensino na Internet e o papel do
professor: reflexões para a educação à distância. ENDIPE, 2004.