O retratO da alma angOlana

Transcrição

O retratO da alma angOlana
Notícias
N.º 37 | Março 2015
Revista trimestral • Informação Geral • Distribuição Gratuita
ENTREVISTA
SUCESSO NO FEMININO
Cinco mulheres angolanas, profissionais
de relevo em Sudsidiárias da Sonangol,
afirmam-se pela audácia e perseverança
DESTAQUE
39.º ANIVERSÁRIO
As diversas actividades que marcaram a
passagem do 39.º aniversário da empresa,
com fulcro na Conferência de Imprensa do
Conselho de Administração
TURISMO
VÁ PARA FORA CÁ DENTRO
Uma viagem pelas províncias onde se
destacam as potencialidades económicas,
a obra feita e as belezas naturais
Origens
O retrato
da alma Angolana
Uma inédita exposição fotográfica dos povos de Angola
NOTÍCIAS
N.º 37 | Março 2015
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Índice
18
Destaque
ESPECIAL ANIVERSÁRIO
Acompanhámos as várias
celebrações do 39.º aniversário
da empresa, com destaque
para conferência de imprensa
presidida pelo PCA
05
24
Actualidade
Destaque
ACORDO DE EXPLORAÇÃO
Origens
Sonangol e Cohydro da RDC
juntos na exploração
de hidrocarbonetos
O retrato da alma angolana
em exposição
07
28
Actualidade
Destaque
CORREDOR DO PROGRESSO
PRÉMIO REVELAÇÃO
DE LITERATURA
Presidente da República inaugurou
a linha ferroviária que voltou a ligar o
Atlântico ao interior de África
O maior e o melhor concurso
da sua história
10
36
Actualidade
Destaque
AS CRISES DO PETRÓLEO
SONAEXPO 2015
Uma breve passagem pelas
várias “crises do petróleo” que
abalaram o mundo
Pelo segundo ano consecutivo,
a maior exposição de produtos
e serviços das Subsidiárias
46
14
entrevista
TURISMO
SUCESSO NO FEMININO
VÁ PARA FORA CÁ DENTRO
Em alusão ao Dia da Mulher, fomos
conhecer cinco qualificadas
profissionais do Grupo Sonangol
Propriedade
Sonangol, E.P.
Sede
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Caixa Postal 1316 Luanda
Tel.: 226 643 342 / 226 643 343
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Administradores Executivos
Anabela Soares de Brito Fonseca, Ana
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Gaspar Bernardo Mateus, Mateus
Sebastião Francisco Neto, Paulino
Fernando Carvalho Jerónimo
Uma série de trabalhos
reflectindo uma panorâmica
da diversidade e riqueza das
nossas províncias .
Administradores Não Executivos
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Nadiejda Santos, Hélder Sirgado,
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Março 2015 | 3
Editorial
“SONANGOL, 2015, O ANO DO
RESGATE DA EFICIÊNCIA”
Q
uando a seguir à queda do preço do petróleo no mercado internacional, o discurso
orientador na Sonangol deu enfoque à necessidade de união, enquanto elementochave do indispensável contraponto tendente a minimizar a intempérie, a iniciativa
teve o condão de avivar as semelhanças de alguns factos registados na história ao
longo dos tempos.
Recuemos para os tempos idos do final da década de 70, e anos subsequentes, em que
Angola, de independência fresca, foi sujeita a uma série de adversidades decorrentes da
conjuntura da época.
Um país por reconstruir, a economia por restaurar, invasões em diferentes fronteiras
e problemas de natureza social, entre outros, levaram a que as estruturas dirigentes
primassem, nos seus discursos e acções, por fortes apelos e uma indómita atitude
em prol da união. Nesta unidade as palavras de ordem desempenharam um papel
extraordinariamente fulcral, interventor e eficaz.
Lembramo-nos, ainda hoje, do slogan que perdura no tempo e que traduz, fielmente, a
solidariedade, o espírito de conquista e, acima de tudo, a nossa identidade: “De Cabinda
ao Cunene Um Só Povo Uma Só Nação”. Uma ideia de vontade e de querer que todos
soletraram, e ainda soletram, de cor e salteado.
A estratégia da época, visando o bem-estar dos angolanos, também definia a concentração
de esforços em direcção a metas e objectivos prioritários que se tornava imperioso alcançar
em cada ano.
A ingente e urgente necessidade de se reavivar o cultivo da terra para usufruto do povo,
tirando dela tudo o que podia oferecer, determinou que 1978 fosse o Ano da Agricultura.
Posteriormente, a necessidade de se qualificar o mais importante recurso do país (o
homem), levou a que se priorizasse a formação, tendo 1979 sido o Ano da Formação de
Quadros.
Esta saudosista e justificável repescagem de alguns factos retidos na nossa memória
colectiva justifica-se pela semelhança entre esses outros tempos e o tempo em que hoje
vivemos. Numa altura em que o embaraço nos dificulta a acção impõe-se o patriótico dever
de gerir o imprevisto ao abrigo do que é excepcional.
Não sendo possível, nem por toque mágico, resolver as imposições da conjuntura, a
Sonangol, pela sua responsabilidade e dimensão, em linha com o seu contributo para
o erário público adoptou, naturalmente, um leque de medidas excepcionais, mas, não
obstante a crise, permanecem as metas e objectivos para períodos específicos de gestão.
Para o ano que corre, a redefinição do prazo para o alcance da ambiciosa meta de produção
de dois milhões de barris de petróleo/dia torna o alvo extraordinariamente luminoso, o que
reitera um mais do que explícito apelo à união enquanto elemento charneira na batalha por
este objectivo fundamental, sem esquecer, obviamente, os demais desafios que a todos se
impõem.
A repescagem de lembranças de um passado não muito distante impele-nos para
chamamentos e rebates de consciência traduzíveis por ideias simples, mas eficazes, que
têm de fazer parte do nosso dia-a-dia: “Um por todos e todos por um” ou“A união faz a
força”.
Quanto ao presente ano, a nossa palavra de ordem não podia ser mais apropriada:
“Sonangol, 2015, o ano do resgate da eficiência”.
Mateus Cristóvão
4 | Sonangol Notícias
Actualidade
SONANGOL E.P. ASSINOU ACORDO
COM PETROLÍFERA DA RDC
A 27 de Janeiro deste ano, em Luanda, a Sonangol E.P. e a empresa
petrolífera Congolaise des Hydrocarbures (Cohydro SA), da República
Democrática do Congo (RDC), assinaram um acordo comercial preliminar
de exploração conjunta de hidrocarbonetos, na designada Zona de Interesse
Comum (ZIC)
O acordo, rubricado pelo Presidente do
Conselho de Administração (PCA) da
Sonangol E.P., Francisco de Lemos José
Maria, e pela Directora-Geral e Director
de Produção e Exploração da Cohydro SA,
Liliane Ilunga e Louis-Gerard Vununu,
respectivamente, define os termos da
actividade de exploração e os princípios
gerais que regerão o futuro contrato de
partilha de produção.
Como convidados, estiveram presentes Emílio
Guerra, Embaixador de Angola na RDC, e
Antoine Ghonda, Assessor do Presidente da
RDC, Joseph Kabila.
O presente acordo constitui uma evolução
significativa dos contactos que vinham
sendo efectuados bilateralmente, no âmbito
do protocolo de cooperação assinado
entre Angola e o RDC, a 30 de Junho de
2007, referente à exploração conjunta de
hidrocarbonetos na ZIC, área situada no
corredor entre os dois países.
Março 2015 | 5
Arquitecta angolana
vence prémio internacional
Paula Nascimento desenhou o pavilhão de Angola para a Expo 2015
Paula Nascimento, a arquitecta responsável pelo desenho do pavilhão de
Angola para a Expo Milão 2015, recebeu recentemente o prémio WE (Women for Expo), iniciativa que visa criar
uma rede internacional de mulheres
que pensem em soluções de combate
contra a fome mundial.
Defensora das questões da sustentabilidade, Paula Nascimento busca
uma nova linguagem estética, patente
nas exposições que realiza, qualidades
que lhe valeram o prémio Arc Vision
WE – Mulheres para a Expo.
A arquitecta, responsável por projectos de curadoria e instalações
artísticas é desde 2010, fundadora
do estúdio “Beyond Entropy Africa”,
projecto sediado em Londres, que se
dedica à investigação da arquitectura,
urbanismo, arte contemporânea e
análise cultural.
A Expo Milão 2015 decorre de 1 de
Janeiro a 31 de Outubro, sob o tema:
“Comida e Cultura: Educar para Inovar”, e conta com mais de 140 países
envolvidos. São esperados mais de 20
milhões de visitantes.
Angola Polishing
vai exportar diamantes lapidados
A fábrica de lapidação de diamantes Angola Polishing Diamonds vai exportar
uma parte dos seus diamantes lapidados, servindo a outra parte para a
fabricação de jóias
Além de ser capaz de lapidar a 100%, a fábrica
vai produzir jóias com parceiros internacionais,
numa unidade específica para treino dos quadros
nacionais nesta especialidade.
Na reabertura da fábrica António Carlos
Sumbula, o PCA da Empresa Nacional de Diamantes (Endiama E.P.) explicou, em declarações
à imprensa, que os diamantes lapidados têm um
valor acrescentado em relação aos diamantes
brutos e que a venda de jóias com diamantes
lapidados acrescenta ainda mais valor comparativamente com os diamantes lapidados. “Numa
primeira fase, a fabricação de jóias será feita
no exterior e depois, pouco a pouco, será feita
no país”, disse. Algumas empresas francesas
6 | Sonangol Notícias
já manifestaram interesse em comercializar as
jóias angolanas no Mónaco e em Cannes.
Completamente modernizada, com maquinaria
e tecnologia de ponta, a fábrica emprega 168
trabalhadores, dos quais 150 são angolanos.
A Angola Polishing Diamonds é uma empresa
angolana que esteve desactivada durante oito
anos devido à baixa dos preços dos diamantes.
Tem capacidade instalada para lapidar diamantes no valor de 20 milhões de dólares por mês e
exporta a sua produção para Israel e para
o resto do mundo, através da Sociedade de
ComercializaçãodeDiamantesdeAngola(Sodiam),
controlada em 99% pela estatal Empresa
Nacional de Diamantes (Endiama E.P.).
Actualidade
CORREDOR DO PROGRESSO
CAMINHO-DE-FERRO DE BENGUELA VOLTOU
A LIGAR O ATLÂNTICO AO INTERIOR
DO CONTINENTE AFRICANO
Reconstituído o conhecido “Corredor do Lobito”, pessoas e mercadorias voltarão a circular na linha
Lobito-Luau-Lobito, numa distância de 1.276 km, estabelecendo a ligação entre a costa atlântica,
a República Democrática do Congo e a Zâmbia
Numa cerimónia plena de significado, os
presidentes de Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia – reuniram-se
pela primeira vez no Luau, Província do Moxico, para testemunharem a reabertura da
ligação ferroviária entre o porto do Lobito,
província de Benguela e a fronteira que permite a ligação para o interior da RDC e da
Zâmbia.
José Eduardo dos Santos, Joseph Kabila e
Edgar Lungu viajaram juntos até à ponte
transfronteiriça sobre o rio Luau. Ali procederam à plantação de árvores, num gesto que simboliza a amizade e a fraternidade
entre os três países vizinhos.
A partir de agora, Luau beneficia de uma
nova estação ferroviária, de um aeroporto e
da ponte transfronteiriça de ligação à RDC,
infra-estruturas que preparam a localidade
para o previsível aumento de tráfego graças
a reabertura desta importante ligação.
A IMPORTÂNCIA DO
“CORREDOR DO LOBITO”
O “Corredor do Lobito” reveste-se de
grande importância estratégica, já que
permite o escoamento do minério da
província do Katanga (RDC) assim como
o da “Cintura de Cobre” da Zâmbia.
Constitui o eixo de exportação de minérios mais económico, destes dois países
para a Europa e a América, assim como
a importação de mercadorias para esta
sub-região litoral da SADC.
Através da ligação com a Zâmbia, é possível chegar-se à cidade moçambicana
da Beira, com passagem por Lubumbashi, na RDC, N’dola, na Zâmbia, e
Dar-es-Salam, na Tanzânia.
Outro benefício do “Corredor do Lobito”,
cujo custo orçou em 1,9 mil milhões
de dólares, consiste na promoção das
potencialidades socioeconómicas das
províncias servidas pelo sistema de
transporte, comunicações e outros
meios de utilidade pública.
Março 2015 | 7
SONAGÁS BATE RECORDE
Sonangol gás natural ultrapassou
as cem mil botijas de 12 Kg em 2014
A ICPN (Instalação Carlos Pinto Nogueira), na
zona da Petrangol, em Luanda, foi a responsável
pela maior quantidade de enchimentos, superior
a 40 mil garrafas. Os restantes números foram
alcançados graças ao contributo das unidades
de enchimento no Lobito, província de Benguela
(cerca de vinte mil) e no Lubango, província da
Huíla, com mais de dez mil.
Note-se que a unidade ICPN, que é a maior da
Sonagás, aumentou de dois para três os turnos
de trabalho, o que lhe permite laborar 24 sobre
24 horas.
Na ICPN são processadas botijas de 6, 11 e 51 kg
em duas linhas de enchimento, ocupando 250
trabalhadores nas variadas secções e fornecendo
a província de Luanda e toda a região Norte do
país.
8 | Sonangol Notícias
AS CRISES DO PETRÓLEO
A actual crise originada pela baixa dos preços do petróleo provocou ondas
de choque no mundo globalizado em que vivemos, com consequências cujos
resultados finais ainda são difíceis de prever
Texto: Helder de Sousa
Fotos: Divulgação
O
negócio do petróleo, desde que a
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) foi constituída há, 55 anos, pela Arábia Saudita,
Iraque, Irão, Kuwait e Venezuela, tem estado
na origem de várias crises derivadas das oscilações dos preços, conforme os interesses
particulares dos produtores.
O actual excesso de produção, que, segundo
os especialistas, a Arábia Saudita se recusa
a corrigir, fez os preços desmoronarem-se
causando ondas de choque mais violentas
nos pequenos países produtores do precioso
produto.
Por todo o mundo assiste-se ao reajustamento das economias e finanças dos países,
criando novos paradigmas de crescimento.
Os principais actores mundiais, como o
Fundo Monetário Internacional (FMI) vão
deixando notas com previsões, como a mais
10 | Sonangol Notícias
recente, em fins de Janeiro, quando afirmou
acreditar que os preços do petróleo vão
voltar a subir de forma gradual e parcial.
A queda tem ajudado algumas economias,
mas não chegou para impedir uma revisão
em baixa do crescimento. A redução dos
preços do petróleo veio dar um empurrão à
economia mundial, mas não chegou e o FMI
está mais pessimista.
Na última actualização das suas previsões
económicas para a economia mundial em
2015/2016, os resultados não são famosos:
a economia mundial deve crescer menos
0,3 pontos percentuais em cada um dos
anos, para 3,5% e 3,7% do PIB, respectivamente em 2015 e 2016. É arriscado fazer
previsões do sobe e desce do custo do barril
de petróleo a longo prazo. O que é válido
agora, amanhã já não será. Do confronto
entre os produtores e as grande empresas
petrolíferas dos anos cinquenta, passou-se
para a “guerra” entre produtores e consumidores.
Entretanto, o secretário-geral da OPEP,
Abdalla El-Badri, veio avisar que os preços
poderão atingir e ultrapassar os 200 dólares
por barril, se a actual situação inibir o investimento na exploração da matéria-prima.
Os preços do barril de crude têm sofrido
oscilações consideráveis desde os 20 dólares
entre 1986 e 1997. Depois, começaram a
subir até ao patamar dos 60 dólares em 2005
para encontrarmos valores acima dos 100
dólares em meados do ano passado. Segue-se o que se conhece, isto é, uma descida
abrupta dos preços para chegarem a menos
de 50 dólares em princípios de 2015.
Enquanto não se faz a história “desta” crise,
será interessante dar-se uma vista de olhos
pelas anteriores.
Actualidade
1956 – Nacionalização do Canal do Suez
O Presidente do Egipto, Gamal Abdel Nasser nacionaliza o
Canal de Suez, que era propriedade de uma empresa anglofrancesa. Esta medida interrompeu o abastecimento dos
países ocidentais e o preço subiu. Com a intervenção militar
da Inglaterra e da França, ocorre um boicote do mundo árabe,
terminado com a intervenção dos Estados Unidos da América e
da Rússia.
1967 - Guerra dos Seis Dias
1967 - Guerra dos Seis Dias
Uma coligação de países árabes prepara-se para invadir Israel
que se antecipa e destrói a força aérea egípcia. Em seis dias Israel ocupa vários territórios do Egipto e da Síria, a OPEP decide
subir o preço do crude, com base na instabilidade na região do
Médio Oriente.
Uma coligação de países árabes prepara-se para invadir Israel
que se antecipa e destrói a força aérea egípcia. Em seis dias Israel ocupa vários territórios do Egipto e da Síria, a OPEP decide
subir o preço do crude, com base na instabilidade na região do
Médio Oriente.
1973 – O grande choque
Foi quando os países do Médio Oriente perceberam que o
petróleo não é um bem renovável. Os produtores reduziram a
produção, elevando o preço do barril de 2,90 para 11,65 dólares
americanos, em apenas três meses. As vendas para os EUA e
para a Europa foram embargadas devido ao apoio dado a Israel
na Guerra do Yom Kippur
1979 – O segundo choque
1979 – O segundo choque
Em consequência da revolução islâmica e da subida ao poder do
Aiatola Khomeini, o preço subiu para 80 dólares americanos e
assim permaneceu em subida.
Em consequência da revolução islâmica e da subida ao poder do
Aiatola Khomeini, o preço subiu para 80 dólares americanos e
assim permaneceu em subida.
1990 – Guerra do Golfo
Quando o Iraque tentou invadir o Kuwait, os Estados Unidos da
América decidiram intervir na região, expulsando as tropas de
Saddam Hussein. Na fuga, os iraquianos incendiaram os poços
de petróleo do Kuwait, provocando uma crise económica e
ecológica.
2008 – Movimentos especulativos
2008 – Movimentos especulativos
Movimentos especulativos de escala global fizeram o preço
subir 100% nos primeiros seis meses do ano.
Movimentos especulativos de escala global fizeram o preço
subir 100% nos primeiros seis meses do ano.
março 2015 | 11
Mês
Preço
Taxa de variação
Junho 2014
111,87
-4,82%
Julho 2014
106,98
-4,37%
Agosto 2014
101,92
-4,73%
Setembro 2014
97,34
-4,49%
Outubro 2014
87,27
-10,35%
Novembro 2014
78,44
-10,12%
Dezembro 2014
62,16
-20,75%
ACTUAIS MEMBROS DA OPEP/OPEC
ÁFRICA
AMÉRICA DO SUL
Médio oriente
ANGOLA - Janeiro de 2007
VENEZUELA - Setembro de 1960)
ARÁBIA SAUDITA - Setembro de 1960
ARGÉLIA - Julho de 1969
EQUADOR - 1973-1992, retornou
como membro em Dezembro
de 2007
EMIRATOS ÁRABES UNIDOS
- Novembro de 1967
LÍBIA - Dezembro de 1962
IRÃO - Setembro de 1960
NIGÉRIA - Julho de 1971
IRAQUE - Setembro de 1960
KUWAIT - Setembro de 1960
QATAR - Dezembro de 1961
12 | Sonangol Notícias
Dia da Mulher
SUCESSO NO FEMININO
São profissionais dedicadas, independentes e gerem cargos de relevo dentro
das várias empresas subsidiárias da Sonangol. Em comum, o facto de terem
abraçado as suas carreiras e contribuído para o sucesso dos projectos dos
quais fazem parte. Fomos ao encontro de cinco mulheres angolanas que se
afirmaram pelo profissionalismo e se destacam pela audácia e perseverança.
Texto: Maria João Fernandes
Foto: Malocha
Sónia Burity, Arquitecta
SIIND – Sonangol Investimentos Industriais
“O papel da mulher trabalhadora está a ganhar
espaço na sociedade angolana”
A
crescente aposta na
formação técnica e superior
por parte das mulheres
angolanas está a revolucionar o
mercado de trabalho nas mais
diversas áreas, quem o defende é
Sónia Burity, arquitecta da SIIND
(Sonangol Investimentos Industriais) no projecto de construção
das unidades industriais da Zona
Económica Especial (ZEE).
Aos 38 anos, Sónia Burity passou
os últimos nove a controlar as
obras em curso nas imediações
da ZEE, em Viana, onde faz o
acompanhamento das obras e
onde trata da parte administrativa
de pagamentos de facturas. É,
aliás, essa dualidade de funções
que lhe permite passar uns dias a
trabalhar no terreno e outros no
escritório: “gosto da dinâmica da
minha profissão como arquitecta
e técnica de controlo de custos de
projecto, tenho um programa de
trabalho com diversas actividades,
que me permite trabalhar em
vários locais e isso faz-me sentir
versátil”, afirma. Ainda assim,
apesar de trabalhar num ambiente
maioritariamente masculino, a
14 | Sonangol Notícias
arquitecta revela que ser mulher é
uma mais-valia na sua área
profissional pois “as mulheres são
criativas, detalhistas e têm um
perfeccionismo inato, que permite
que o produto final saia com qualidade”, confessa.
Apesar do “trabalho árduo” quando
está a acompanhar as obras baixo
de sol ou chuva, Sónia Burity
admite que não trocava o seu trabalho por outro: “gosto de calçar
as botas, vestir as calças e ir para
o terreno”, afirma com um sorriso.
Longe do perímetro de obra, a
arquitecta revela que apesar de
passar várias horas fora de casa
consegue conciliar o papel de mãe
com o de mulher trabalhadora, ao
mesmo tempo que realça a medida
do Governo que prevê aumentar
em 30% a ocupação de mulheres
em cargos políticos e de direcção:
“o papel da mulher trabalhadora
está a ganhar espaço e reconhecimento na sociedade angolana.
Ainda existe discriminação em
relação à mulher mas actualmente
é notável a mobilização da sociedade
para a igualdade de género e isso
representa uma vitória”, conclui.
Entrevista
Neusa Oliveira, Piloto de Helicópteros Offshore
SonAir - Serviço Aéreo
“É importante haver mais mulheres a trabalhar
lado a lado com os homens”
A
os 27 anos, Neusa Oliveira é a única
mulher que é piloto comercial de
helicópteros na SonAir. O gosto pela
aviação vem desde pequena e apesar de
se ter iniciado profissionalmente como
assistente de bordo, o interesse sempre
esteve concentrado na parte da frente do
aparelho: “o que realmente queria fazer era
estar no cockpit e controlar a aeronave”,
confessa.
Há quase dois anos que Neusa deixa
o aeroporto de Luanda rumo a outras
paragens. Neste momento está colocada
na Direcção de Operações Asa Rotativa
e viaja diariamente para as plataformas
petrolíferas (Offshore) e para as bases do
Soyo e Cabinda, para fazer transporte de
passageiros. Ser a primeira piloto angolana
de helicópteros na operação Offshore “é uma
grande conquista e um motivo de
orgulho”, revela a jovem piloto, que
ambiciona inspirar outras mulheres a seguir
carreira na aviação. Do ponto de vista da
igualdade de direitos, Neusa acredita que na
sua área profissional “é esperado o mesmo
tipo de desempenho e profissionalismo
do homem e da mulher”, ainda assim, é
peremptória ao afirmar que a pressão para
não cometer erros é maior por ser a única
mulher no meio. Grande parte do seu dia
é passado no seu “gabinete de trabalho”,
como se refere à aeronave, salientando
que “só através do trabalho de equipa é
possível cumprir com todos os requisitos
operacionais e de segurança de voo”.
A aspirante a comandante de bordo defende
assim a importância de haver “cada vez mais
mulheres a trabalhar lado a lado com os
homens, com o mesmo objectivo e capazes
de desempenhar cargos que contribuam
para a sociedade, para o crescimento do país
e da sua economia”, adianta.
Março 2015 | 15
Teodora Mateus, Técnica de Manutenção de Aeronaves
SonAir - Serviço Aéreo
“Sinto orgulho por estar à altura da exigência
que se impõe nesta profissão”
T
eodora Mateus, 29 anos,
trabalha na SonAir desde 2006
onde exerce funções de Técnica
de Manutenção de Aeronaves. Aos
seis meses de gravidez continua
a pegar todos os dias na mala
de ferramentas e a aplicar os
conhecimentos que adquiriu durante
o estágio que lhe valeu o lugar nos
quadros efectivos da empresa, fruto
do seu bom desempenho.
“O que mais gosto nesta profissão é
ver as aeronaves em operação após
uma acção de manutenção”, admite,
mostrando sentir-se orgulhosa por
estar inserida numa área técnica
dominada por homens. Acima de tudo
Teodora revela orgulho “por estar
à altura da exigência que se impõe
nesta profissão”, confessa, adiantando
que em conjunto com mais uma
colega são as únicas mulheres da
equipa.
A técnica especializada vê-se
confrontada diariamente com um
trabalho de componente física mas,
mesmo grávida, não se coíbe de
subir escadotes ou baixar-se para
conseguir um melhor ângulo de
trabalho: “vou deixando de fazer
algumas coisas à medida que a
gestação avança mas pretendo
trabalhar até ao final”, diz confiante.
Evoluir dentro da sua área
profissional com “competência” é um
objectivo que faz questão de cumprir,
apontando a “dedicação” como base
para o sucesso de qualquer profissão.
Olhando a actual conjuntura
africana, Teodora Mateus destaca o
considerável número de mulheres
que ocupam funções de topo em
diferentes organizações e que “têm
cumprido as suas tarefas com zelo,
dedicação e muito profissionalismo”,
afirma.
16 | Sonangol Notícias
Entrevista
Filomena Andrade, Engenheira de Telecomunicações
MSTelcom - Mercury Telecommunication Services
“É possível conciliar o papel de mulher trabalhadora
com o de mãe e esposa”
D
esde a fundação da MSTelcom que
Filomena Andrade dedica o seu
tempo ao que mais gosta: a área das
telecomunicações. Aos 56 anos e quase a
entrar na reforma, a Engenheira de Telecomunicações dirige o Gabinete de Qualidade,
Segurança, Saúde e Ambiente (QSSA) da
MSTelcom onde assegura a gestão das
políticas de qualidade da empresa e a motivação e desempenho das equipas.
O “desafio tecnológico e a satisfação do
cliente” são os motores que movem a
engenheira, que refere que “a facilidade da
mulher em executar várias tarefas diferentes ao mesmo tempo permite uma boa
capacidade de gestão dos projectos”. Para a
Directora de Qualidade, que face às tendências modernas defende a fidelidade aos
costumes culturais africanos, a crescente
aposta na formação profissional da mulher
é “visível” e conciliável com o papel de mãe
e esposa. “Hoje, a diversidade de profissões
associada à tecnologia ajuda a tornar possível esta conciliação”, revela.
Cesarina Teixeira, Engenheira de Telecomunicações
MSTelcom - Mercury Telecommunication Services
“A competência determina o sucesso profissional”
J
á Cesarina Teixeira, Coordenadora do projecto da criação
e implementação da Unidade
de Petróleo e Gás (UPeG) da mesma empresa, salienta a igualdade
de oportunidades no mercado de
trabalho como fundamental para
o progresso e sucesso de uma
instituição: “Estamos numa fase
em que apenas a competência vai
determinar o sucesso profissional
sem se olhar para o género”,
afirma.
Atenta ao dinamismo que caracteriza o sector da Engenharia
de Telecomunicações, Cesarina
revela que o seu espírito de competitividade, no sentido de dar uma
melhor prestação de si mesma,
tem contribuído para o seu crescimento profissional.
Há 15 anos na MSTelcom, o trabalho da engenheira consiste em
dar resposta às necessidades de
comunicação e conectividade das
operações petrolíferas, funções
que dependem em grande parte do
trabalho desenvolvido em equipa.
Trabalhar num contexto masculino já não é novidade e tem as
suas vantagens: “quando num
ambiente de trabalho dominado
em grande parte por homens
prevalece o respeito às diferenças, o espírito de equipa e a
abertura para ousar e experimentar, tudo corre maravilhosamente
bem”, assume.
Março 2015 | 17
ESPECIAL Aniversário
A SONANGOL VAI CONTINUAR
A INVESTIR, APESAR
DA BAIXA DOS PREÇOS
DO PETRÓLEO
Na passagem do 39.º aniversário da empresa, o Presidente do Conselho
de Administração (PCA), Francisco de Lemos José Maria, promoveu
a já tradicional conferência de imprensa onde apresentou o relatório
de actividades de 2014 e as perspectivas e estratégias da Sonangol,
em consonância com a visão do país, até 2020
Texto: Euclides Seia
Foto: Malocha Sanchez
18 | Sonangol Notícias
Destaque
F
rancisco de Lemos José Maria classificou o ano de 2014 como muito difícil
para a Sonangol, esclarecendo que
algumas metas de desempenho operacional
não foram alcançadas.
Na sua alocução, o PCA apelou ao Conselho
de Administração da Sonangol e a todos os
seus trabalhadores, “para que se esforcem
dia e noite para assegurar um serviço de
qualidade” esperando compreensão de todos
os seus parceiros, do Estado como principal
accionista, da sociedade e das comunidades.
De Janeiro a Junho de 2014
Neste período, segundo o PCA, a empresa
experimentou uma queda acentuada
baixando a sua meta diária, no mês de Março
de 2014, para 1.474.066 barris de petróleo por
dia. Os efeitos da redução da produção neste
período foram parcialmente compensados
pela gestão positiva do preço do barril de
petróleo.
“Após Junho de 2014 e com a entrada em
produção do campo CLOV no Bloco 17 e do
campo Pólo-Este em Novembro do mesmo
ano, e com a superação dos principais
constrangimentos técnicos e operacionais,
recuperou-se a produção para cerca de 1.800
mil barris de petróleo por dia. Observando-se
uma rápida redução do preço médio bruto
de venda”, garantiu o PCA, sublinhando, de
seguida: “ao atingir o pico em Junho de 2014,
com média mensal de 110,64 dólares por
barril, o preço baixou para os 57,19 dólares
em Dezembro do mesmo ano. Precisamente,
numa altura em que o país registava os níveis
mais elevados de produção. Como consequência, a nossa produção de petróleo bruto
baixou em 2,6 por cento, o que corresponde a
um 1.671 mil.673 barris de petróleo por dia”.
A produção quota-parte da Sonangol reduziu para 4,5 %, mas a produção própria da
Sonangol aumentou em quase 41%, e a
quota-parte da Sonangol na produção nacional
de petróleo bruto subiu de nove por cento
durante 2013 para 13 por cento em 2014.
Estratégias
A Sonangol, com estes resultados, ainda
não atingiu a sua plenitude: “Precisamos
de implementar correcções, reavaliar toda
a estratégia de implementação para o
resgate da eficiência empresarial. Todos os
trabalhadores da companhia são importantes
como agentes activos deste resgate, o que
significa: melhoria dos nossos processos e
sistemas, redução de custeio não essencial,
melhoria da qualidade das nossas despesas,
preservação e manutenção da nossa quota e
participação permanente dos nossos clientes.
Prémio Sonangol
de Literatura de 2015
No âmbito das festividades do
aniversário, o PCA entregou
simbolicamente um cheque no valor de
dez mil dólares ao vencedor do Prémio
Sonangol Revelação de Literatura
de 2015, Oliveira João Luís, com a
obra Entre a Verdade e a Mentira. No
acto estiveram presentes, além dos
presidentes das comissões executivas
da Sonangol e jornalistas de distintos
órgãos de comunicação social, nacional
e estrangeiros, o Secretário-Geral
da União dos Escritores Angolanos,
Carmo Neto, e Manuel Muanza, em
representação do júri.
Exploração e produção
de hidrocarbonetos
A nível de exploração e produção de
hidrocarbonetos foram perfurados
19 poços de pesquisa, resultando em
cinco descobertas em porto seco e
três que continuam em avaliação.
Foram também perfurados oito
postos de avaliação e 156 postos de
desenvolvimento.
Março 2015 | 19
No entanto, o elemento mais importante
neste resgate de eficiência empresarial
será o contínuo investimento da Sonangol”,
afirmou o PCA.
Apesar das adversidades, a petrolífera
manterá o seu programa de investimentos.
As prioridades para 2015 e anos seguintes
passarão por:
1.º - Investimento em capital humano: este
será vital para a preparação e formação de
técnicos, gestores e liderança da empresa
para enfrentar os desafios empresariais
actuais e dos próximos anos ou décadas.
“Investiremos, permanentemente, nas
competências, procurando e atraindo
talentos para a companhia e daremos
continuidade ao programa de bolsas de
estudo no exterior, que pensamos poderá
chegar a 5.000 até 2020, sendo que 1.324 já
foram conseguidas”, insistiu o PCA.
2.º - Investimento em capital fixo: em
todo o segmento de exploração, produção,
refinação, comercialização, distribuição
e vendas de petróleo bruto, gás natural e
derivados de petróleo.
“Em particular, nós estabelecemos a
meta de alcançar uma média de produção
nacional de petróleo bruto e gás de dois
milhões de barris por dia e sustentar esta
meta no futuro através do crescimento
médio da produção petrolífera em quatro por
cento”, reafirmou Francisco de Lemos.
Perspectiva da Sonangol
de 2015 a 2020
No prosseguimento da sua alocução, o
PCA informou: “propusemo-nos alcançar
e sustentar anualmente uma taxa de
substituição da reserva produzida superior a
cem por cento e, no futuro, vamos alcançar
um rácio de reservas de produção de pelo
menos vinte anos”.
Francisco de Lemos acredita que, em 2020, a
Sonangol alcançará uma quota de produção
própria correspondente a 20% da produção
nacional.
“A Sonangol compromete-se em manter
a liderança no mercado de refinados de
petróleo bruto e gás com uma quota de
mercado não inferior a 65%. No capital fixo
esperamos concluir a licitação de dez blocos
nas bacias terrestres do Congo e do Cuanza
e licitar 15 novas concessões – blocos em
águas profundas – durante o ano de 2015 nas
bacias do Congo e do Namibe”, sublinhou .
“Apesar da adversidade do mercado
neste momento, daremos continuidade
aos projectos de grande dimensão que
20 | Sonangol Notícias
permitirão estabilizar a produção no período
2017-2020, nomeadamente o Cahombe no
bloco 32, Cameia no bloco 21, Pólo-E no
bloco 26 e Orça no bloco 20”, prometeu
Francisco de Lemos.
“Durante o ano de 2015, a Sonangol espera
concluir o estudo de pré-viabilidade para o
desenvolvimento das descobertas de gás
natural no Pólo de Cabinda, nos sistemas
de gás da bacia do Congo e do Cuanza. No
mesmo ano, a empresa concluirá o estudo
de pré-viabilidade para a construção de
um novo terminal petrolífero na região do
Soyo e avaliará as opções para a construção
de um novo terminal petrolífero a Sul de
Luanda que permita o processamento de gás
natural em terra e o eventual nascimento
de um parque industrial diversificado para
a petroquímica”, perspectivou Francisco de
Lemos.
Ainda em 2015, a Sonangol espera concluir o
estudo da terceira base logística de suporte
às operações petrolíferas na localidade
de Kicombo, no Cuanza Sul, em paralelo
com um extensivo programa de expansão e
modernização da base do Cuanza, no Sumbe.
“A segunda vertente do investimento em
capital fixo é a integração da nossa cadeia
logística. Em 2015, a Sonangol espera iniciar
a construção das unidades de processo
industrial da Refinaria do Lobito.
Em 2016, a Sonangol espera concluir a
construção do terminal oceânico da Barra
do Cuanza com a capacidade de 640 mil
metros cúbicos de combustíveis, de gás e de
lubrificantes”, enfatizou Francisco de Lemos
José Maria.
A Sonangol proporá iniciativas às suas
congéneres, às empresas públicas de
caminhos-de-ferro de Luanda, Benguela
e de Moçâmedes, relativamente às
modalidades de investimento para
construção de ramais para as suas
instalações, assim como a aquisição de
equipamentos ferroviários para o transporte
de combustíveis, gás butano e lubrificantes.
Francisco de Lemos prevê concluir até 2017
o aumento da capacidade de transporte de
petróleo bruto com a encomenda de quatro
navios dos quais dois já se encontram em
fase de construção.
“Com este programa de investimentos, a
Sonangol procurará gerar poupança, através
da redução de despesas indispensáveis
e melhoria do sistema de custeio, não
comprometendo este programa de
investimento. Optámos pela melhoria da
eficiência e pelo aumento da produtividade”,
esclareceu o PCA.
Dr. Fernandes Mateus (Chief
Engº. Paulino Jerónimo
Financial Officer e Desenvol-
(Exploração e Produção
vimento Corporativo)
de Hidrocarbonetos)
Eng.ª Anabela Fonseca (Activos
e Investimentos Internacionais)
Eng.ª A na da Costa (Refinação, Gás Natural, Geração
de Energia e Petroquímica)
Dr. Fernando Roberto
Eng. Mateus Neto
(Desenvolvimento do Capital
(Downstream, Desenvol-
Humano, Conhecimento
vimento Industrial e Con-
e Previdência Social
teúdo Local)
Em 2015, a Sonangol
espera iniciar a construção
das unidades de
processamento industrial
da Refinaria do Lobito
Destaque
Angola LNG
A administradora, Ana Costa, informou
que o funcionamento da fábrica
do Angola LNG no Soyo enfrentou
alguns desafios técnicos, sendo que o
incidente a 10 de Abril de 2014 obrigou
à decisão da paragem da fábrica
para dotá-la de garantias técnicas,
organizacionais e de segurança,
situação que ainda se mantém.
Mercado interno
Registou-se uma produção de 376.084
toneladas métricas de gás, sendo que
132.352 toneladas métricas foram
tratadas a granel e o restante foi
tratado como gás engarrafado, num
total de 18.446.875 garrafas. Isto
corresponde a um crescimento de 31
por cento comparativamente ao ano de
2013.
Sonangol Logística
O PCA, Francisco de Lemos José Maria, no momento em que fazia a sua importante comunicação
Na estatística do administrador Mateus
Neto, a Sonangol Logística importou
produtos que representam 80% do
consumo, equivalentes a 5.700.000
metros cúbicos. Os 20% que adquirimos
da refinaria correspondem a 1.300.000
metros cúbicos, tendo acrescentado
que o jet já é produzido em Angola.
Maiores clientes
1.º) - Unitec (origem chinesa): comprou
82.470.249 barris, correspondentes
a 32% das exportações da Sonangol;
2.º) - BT: comprou 20.869.934
barris, correspondentes a 8% das
exportações;
3.º) - India Noil Corportion: comprou
19.376.113 barris;
4.º) - Philipe Conuco: comprou
13.554.102 barris;
5.º) - Shell: comprou 9.287.217 barris.
Destino das exportações
Espectsdores atentos à Conferência de Imprensa
“A Ásia, com um total de 169.618.704
barris, foi o principal destino das
exportações em 2014. Os Estados
Unidos da América importaram
apenas 3%, isto é, 7.616.341 barris de
petróleo”, explicou a administradora
Anabela Fonseca.
Março 2015 | 21
Confraternização
Reformados cantam
parabéns com PCA
Na atmosfera das comemorações do 39.º aniversário da petrolífera,
o Centro Cultural Paz Flor, no Morro Bento, em Luanda, testemunhou
o almoço de confraternização do Conselho de Administração da Sonangol E.P.
com os trabalhadores reformados
Texto: Euclides Seia
Foto: Malocha Sanchez
22 | Sonangol Notícias
Destaque
E
m gesto de reconhecimento pelo contributo dado à Sonangol, o Presidente
do Conselho de Administração (PCA),
Francisco de Lemos José Maria, homenageou
simbolicamente com certificados de mérito,
os funcionários que por limite de idade chegaram à reforma.
Na ocasião, o administrador, Fernando
Roberto, disse “aos colegas que chegaram
à idade de reforma, o nosso muito muito
obrigado pelo contributo heroico prestado
à empresa. Lembro-lhes que ainda serão
solicitados para ensinar e aconselhar os mais
jovens”.
O PCA, os administradores, convidados e os
homenageados desfrutaram do excelente
almoço oferecido, ao som dos consagrados:
Jovens do Prenda, Joy Artur, Tony Caetano e
Massano Júnior, festejando a alegria de se
sentirem todos membros da mesma família.
Março 2015 | 23
Origens
O retrato da alma angolana
O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Sonangol E.P., Francisco
de Lemos José Maria, visitou, no dia do aniversário da empresa, a exposição
fotográfica “Origens”, que retrata a riqueza do povo angolano
na sua mais profunda identidade
Texto: Euclides Seia
Foto: Malocha Sanchez
24 | Sonangol Notícias
Destaque
A
Sonangol percorreu Angola ao
encontro dos vários grupos étnicos
que constituem o acervo cultural do
nosso país e os resultados são as lindas
fotografias a ilustrar a beleza e a tradição
do nosso povo. Durante a visita, Francisco
de Lemos José Maria recebeu explicações
sobre os traços da identidade e simbolismo
da mulher tradicional, referenciada nos seus
aspectos antropológicos, etnolinguísticos,
geográficos e no exercício do poder.
A exposição fotográfica, denominada
“Origens”, retrata oito grupos
etnolinguísticos, designadamente:
Cokwe, Ambundu, Bakongo, Vangangela,
Ovanyaneca, Ovahelelo, Ovambó e
Ovimbundo. Com este projecto, a Sonangol
pretende prestar homenagem à mulher
tradicional e contribuir para a preservação
da identidade cultural angolana, favorecendo
a compreensão entre os povos, fortalecendo
laços e promovendo o desenvolvimento de
Angola através da cultura.
Acompanharam o PCA, administradores,
presidentes das comissões executivas,
Director do Gabinete de Comunicação e
Imagem, bem como distintos funcionários da
petrolífera e convidados.
Março 2015 | 25
Aniversário
“Parabéns pintados à Sonangol”
O artista plástico Guilherme Mampuya passou para a tela os 39 anos de vida
da empresa petrolífera
Texto: Maria João Fernandes
Foto: Maria Sanchez
P
inta desde pequeno mas foi apenas
há nove anos que trocou o trabalho
como assessor jurídico, numa empresa petrolífera, para se dedicar à carreira
artística.
Foi com “prazer” que aceitou o convite da
revista para transpor através da pintura o
universo que dá vida ao trabalho da Sonangol. Não se fez rogado, afinal, gosta de
desafios.
26 | Sonangol Notícias
Como surgiu o convite para pintar os 39
anos da Sonangol?
Foi implementada na revista uma rubrica
cultural e entretanto recebi o convite para
ser o primeiro artista a fazer parte dela
(consultar pág. 50). Como gosto de desafios aceitei logo, não podia negar. Nunca
colaborei com a Sonangol e sendo uma
empresa que faz mover o país economicamente, sinto respeito e consideração pelo
trabalho desenvolvido. É uma empresa que
faz bastante pelo país e agora é a minha
oportunidade de fazer algo em retorno,
através deste projecto que comemora os
39 anos de vida da empresa.
Qual foi a inspiração por detrás da tela?
Quando ouço falar em Sonangol associo logo a uma empresa que dá vida em
Angola e por isso achei que a melhor
forma de transparecer essa imagem seria
através da utilização do logótipo, que to-
Destaque
Guilherme Mampuya entrega a obra ao Director do Gabinete de Comunicação e Imagem da Sonangol, Mateus Cristóvão
dos os angolanos reconhecem. Mas como
não queria pintar apenas uma imagem
estática e sem vida, tentei transmitir no
seu interior o factor humano, visto que a
Sonangol é uma sociedade e depende dos
homens, então pensei em retratar este
aspecto através de uma mulher que representa os angolanos, os que beneficiam
do trabalho da Sonangol e os que fazem a
Sonangol.
Depois temos o espaço físico onde a
empresa actua, que é o mar, e, ao mesmo
tempo, o factor terra onde se vêm os
benefícios da Sonangol nas mais diversas
áreas que apoia, contribuindo desta forma
para o crescimento do país.
Onde e quando começou a sua carreira
artística?
Comecei a expor na Feira do Artesanato,
em Benfica, com quadros no chão e foi
aí que ganhei notoriedade e clientes.
Em 2006 quis expor numa galeria mas a
sociedade angolana ainda não estava educada para ir a um espaço deste género e
não correu como esperava.
Depois comecei a estudar uma estratégia
de marketing que me fizesse chegar de
forma mais próxima ao público que tem
poder financeiro, então comecei a expor
nos hotéis e a fazer contactos.
Hoje já não saio à rua para expor. Após 9
anos, as pessoas já vêm ter comigo mas
tudo isto é fruto de muito trabalho.
De onde vem a inspiração para as suas
obras?
Inspiro-me em quase tudo, para além dos
livros e das viagens, que são as minhas
maiores fontes de inspiração, inspiro-me
na natureza, no vento... A crise económica
e o conflito em Israel chegaram a ser base
para alguns trabalhos que desenvolvi.
Também me inspira a mulher, não no
sentido físico, mas a mulher como Angola,
terra-mãe, as nossas raízes.
Para mim, a pintura serve para dar alegria
e é por isso que não sou fã de quadros
políticos. O mundo já é tão mau que a
pintura deve realçar a parte boa das coisas. Para mim, a pintura é fantasia. Eu opto
pela arte pura, arte alegre daí a explosão
de cores nos meus quadros.
Como artista sente apoio por parte das
Instituições?
Actualmente vêem-se mais apoios, as
coisas têm vindo a mudar neste contexto.
Por exemplo, houve um concurso público
em que vários artistas plásticos angolanos
participaram para ter o trabalho exposto
na sede de uma instituição pública. Eu fui
um dos participantes e venci. É uma forma
de apoio e também de reconhecimento do
nosso trabalho. A lei do mecenato também
foi promulgada recentemente e isso já é
alguma coisa. Também temos uma Escola
das Artes, no Camama, o que demonstra
que se está a apostar mais nesta área.
MaRçO 2015 | 27
Prémio Sonangol Revelação de Literatura
“O MAIOR E O MELHOR NA
HISTÓRIA DA PETROLÍFERA”
Ao anunciar o vencedor da edição de 2014 do Prémio Sonangol Revelação de
Literatura, o Secretário de Estado da Cultura, Cornélio Calei, considerou esta
edição como a maior e melhor da história do galardão literário.
Texto: Baptista Bengui
Foto: Orlando Zumbi
Da esquerda para a direita Carmo Neto, Secretário-Geral da União dos Escritores Angolanos, Cornélio Calei, Secretário de Estado da Cultura,
Mateus Cristovão, Director do Gabinete de Comunicação e Imagem da Sonangol
28 | Sonangol Notícias
Destaque
O anúncio do vencedor do Prémio Sonangol Revelação de Literatura na sede da União dos Escritores Angolanos, reuniu o interesse dos diferente orgãos de Comunicção Social
“A Sonangol vem com
esta acção social
colmatar a necessidade
financeira que muitos
escritores têm para
publicar as suas obras”
A
edição de 2014 do Prémio Sonangol
Revelação de Literatura galardoou
Oliveira João Luís – Ajahembel – com
a obra Entre a Verdade e a Mentira. Os
critérios utilizados pelo júri para avaliação
e qualificação das obras tiveram como base
trabalhos em língua portuguesa, com
referência a factos ou personalidades
relacionados com o território angolano.
O presidente de júri do concurso, Cornélio
Calei, afirmou que este foi o maior concurso,
tanto pelo número de obras concorrentes
como pela qualidade, valor educativo e
nível patriótico das mesmas. Nesta edição
concorreram 163 obras, mais 138 do que na
edição de 2013.
Perfil do Vencedor
Oliveira João Luís, de 60 anos de idade, é
formado em Ciências Pedagógicas, com opção
em História, pela Universidade Agostinho
Neto. Especializou-se em Administração
Escolar pelo Instituto Superior de Ciências
Educativas de Odivelas, em Portugal.
Ajahembel, que nasceu em Malanje, a 16
de Dezembro de 1955, recebeu o prémio de
USD 10.000,00 (dez mil dólares americanos)
no dia 25 de Fevereiro, data do 39.º
aniversário da Sonangol E.P., cabendo a
menção honrosa ao escritor Carlos Nelson
Álvaro Sebastião – Dadi Ndongui – com a
obra Uma noite e três sonhos. O primeiro
prémio inclui, ainda, a publicação de 1.000
exemplares da obra.
O autor premiado considera que outras
empresas devem seguir o exemplo da
Sonangol com acções sociais fortes
voltadas para o campo literário: “A
Sonangol vem com esta acção social
colmatar a necessidade financeira que
muitos escritores têm para publicar as suas
obras”, explicou o vencedor. “Em Angola, há
muita gente com talento, mas com a falta
de apoio não conseguem lançar um livro.
É necessário aproveitar-se estes cérebros
cheios de conhecimentos”, acrescentou o
autor.
O prémio literário Sonangol Revelação
de Literatura realiza-se desde 1987, com
periodicidade bienal, e é organizado pela
União dos Escritores Angolanos, com
o patrocínio da Sociedade Nacional de
Combustíveis de Angola, Sonangol. Tem
por objectivo distinguir obras inéditas,
literárias ou de investigação, de escritores
angolanos.
Março 2014 | 29
SonaExpo 2015
Oferta de variedade
de produtos e serviços
Pelo segundo ano consecutivo, a Sonangol voltou a expor todas as suas
valências ao serviço do país e dos angolanos. Francisco de Lemos José Maria
procedeu ao corte da fita na abertura da SonaExpo 2015
Texto: Euclides Seia
Foto: Malocha Sanchez
30 | Sonangol Notícias
Destaque
O
Presidente do Conselho de Administração da Sonangol visitou atentamente os stands, em representação
de 13 subsidiárias, onde recebeu explicações sobre os produtos e serviços do
universo da petrolífera.
Na ocasião, o Director do Gabinete de
Comunicação e Imagem, Mateus Cristóvão,
considerou a SonaExpo como “uma resposta à questão da diversificação da economia
nacional, numa altura em que se atravessa
uma crise decorrente da baixa do preço do
petróleo, sendo esta segunda edição uma
consequência muito surpreendente para
muitos consumidores, até mesmo para
pessoas afectas à Sonangol”.
A exposição, de quatro dias, de 25 a 28 de
Fevereiro, ocupou um espaço de dois mil
metros quadrados, com 38 stands repre-
sentativos dos mais diversos negócios do
Grupo Sonangol.
Na cerimónia de abertura estiveram presentes os administradores, presidentes das
comissões
executivas, vogais das subsidiárias, funcionários diversos e convidados.
Galvanização
foi a novidade
A Sonangol E.P., por meio da sua subsidiária Sonangol Investimentos Industriais
(SIIND) – que acarreta múltiplas indústrias dos diversos sectores da economia
– mostra que, além do petróleo que é o
suporte da economia do país, é possível
contribuir também para o crescimento do
tesouro nacional com o rendimento dos
sectores de transformação e prestação de
serviços.
Na opinião do funcionário da SIIND, Yuri
Sousa, a feira é uma mais-valia para o
país. Para o certame, a subsidiária levou
“os mesmos produtos da edição passada,
mas com uma grande novidade: a inclusão
da
Fábrica de Galvanização Pesada”.
Yuri Sousa, gestor da SonaExpo2015 pela
SIIND, disse que “a Mangotel e a Indocarpim, além dos produtos que já produz, alargaram o leque de ofertas com a
introdução do fabrico de torres metálicas,
cisternas de água, passadeiras aéreas e
outras estruturas metálicas”.
A SIIND levou à exposição 26 indústrias
diversas.
Março 2015 | 31
Grande Prémio Sonangol
de Atletismo
A prova de atletismo habitualmente organizada pela Sonangol no seu
aniversário já faz parte da tradição. Desta vez, mais de 1.500 atletas
profissionais e amadores fizeram os 15 quilómetros do percurso
pelas ruas de Luanda até ao edifício-sede
Texto: Euclides Seia
Foto: Shayne
S
ob o lema “desporto é saúde e vida”,
mais de 1.500 atletas, amadores
e profissionais, provaram a sua
capacidade de resistência durante a
disputa do Grande Prémio de Atletismo.
O soldado do Estado-Maior General da
região militar de Benguela, Fernando
Chioco, levou o prémio de dez mil
dólares, superando os seus mais directos
adversários, Januário Câmia Mussueto,
agente da Polícia Nacional, e Atrasado
Francisco, soldado da primeira região
militar. Pela segunda e terceira posições,
receberam um cheque no valor de sete e
cinco mil dólares, respectivamente.
“Para ser o mais rápido da prova, treinei
duramente, mas apenas aos fins-desemana e quando não estava de prevenção
na unidade”, revelou Fernando Chioco. O
vencedor desta edição já corre há 23 anos.
32 | Sonangol Notícias
Em 2013 foi o segundo classificado e em
2014 ficou em terceiro lugar.
“Esta prova é a mais organizada do
país, seguida da maratona José Sayovo.
As outras empresas também deviam
realizar provas de atletismo para o
bem da modalidade, em particular, e do
desporto, em geral”, reconheceu o atleta
de Benguela.
Funcionários e adaptados
Os trabalhadores da Sonangol e os
paralímpicos não deixaram os créditos por
mãos alheias.
Os 38 funcionários da empresa puseram
à prova a sua resistência. Por isso, na
categoria de trabalhador masculino os
seguintes atletas subiram ao pódio:
1.º – Soares Cunha (Sonangol Logística);
2.º – Hamilton José (Sonangol Pesquisa e
Produção)
3.º – António Palanca (Refinaria de
Luanda).
Na categoria de trabalhador feminino
brilharam as corajosas:
1.º – Etna Sacota (Girassol);
2.º – Nair Barros (Sonangol E.P.);
3.º – Eusa Feliciano (Sonangol E.P.)
Os atletas paralímpicos, Beto Lussassa,
em masculinos, e Rosalina Guilherme na
classe feminina, demonstraram toda a
garra no percurso de 15 quilómetros, entre
Vila Flor, passando pela avenida Pedro de
Castro, rua da UGP, centro cultural Paz
Flor, estrada da Samba e 1.º Congresso
do MPLA, até à sede da empresa, e
mereceram o pódio.
Desporto
A resistência dos “cotas”
De olhos na saúde, os “cotas” Ernesto
Bastos, de 73 anos, e Carlos Silva, de 66
anos, mostraram aos mais jovens que a
prática desportiva é fundamental para
prolongar a esperança média de vida e
manter a boa forma.
A organização da corrida, na voz de José
Saraiva, registou o sucesso do evento:
“Nas próximas edições deve abrir-se as
inscrições um mês antes da prova para
se evitar ligeiros constrangimentos”,
mencionou o representante da Associação
Provincial de Atletismo de Luanda.
Março 2015 | 33
Patrocínio dirigido
ao jovem atleta
34 | Sonangol Notícias
Reflexão
O primeiro trabalho de casa deverá
ser a pesquisa nos bairros, para
percepção da “matéria-prima”
existente
Texto: Carlos Guerreiro
H
á já algum tempo que tenho reflectido
e conversado com várias pessoas
sobre a necessidade da nossa
petrolífera nacional, ou outra empresa do
país, patrocinar crianças angolanas com
talento para o desporto, que estejam em
Angola ou a viver no exterior e que sejam
desportistas com um nível acima da média,
principalmente no futebol.
Numa destas conversas tive a oportunidade
de dialogar com um renomado jornalista,
que é sub-director de um periódico respeitado da nossa praça, e durante a nossa troca
de impressões sobre a qualidade dos nossos
desportistas, concordámos que o facto de
não termos escolas especializadas para
formação de jovens talentos deixa muito por
fazer.
Este assunto vem a propósito de um programa da Rádio Cinco onde ouvi, na voz
de dirigentes da Federação Angolana de
Basquetebol, que uma jovem nascida em
Portugal mas filha de pais angolanos é
basquetebolista e faz parte da selecção portuguesa, e que só não veste a camisola da
nossa selecção feminina, pelo facto dos seus
estudos estarem a ser patrocinados pela
Federação Portuguesa de Basquetebol.
Como este exemplo poderíamos apontar e
enumerar outros tantos angolanos, que
existem pelo mundo fora, cujas famílias,
por diversos motivos, optaram por deixar
Angola para tentar a vida noutros ambientes e que hoje envergam as camisolas
dos países que os acolheram.
Segundo a ESPM do Brasil o “patrocínio é
uma forma de investimento empresarial
que exige um processo racional de decisão,
que tem como obejctivo um retorno, que
pode ser financeiro, de reconhecimento
ou lembrança da marca (institucional), aumentando a visibilidade e a legitimidade da
empresa patrocinadora perante o público.
Assim, em última instância, o patrocínio é
um tipo de publicidade que visa a obtenção
de credibilidade, melhoria ou manutenção
da reputação empresarial “.
No nosso caso concreto existem empresas como a Sonangol, petrolífera nacional
de bandeira entre outras, que contribuem
com uma percentagem considerável para
o PIB do país, que patrocinam instituições
desportivas e têm a sua marca de respon-
sabilidade social no nosso mercado .
Neste caso específico, de patrocínio directo
ao jovem que tem potencial para ser um
atleta de alta competição, penso que também será necessário utilizarmos inteligência competitiva e investirmos com sabedoria nesta área.
O primeiro trabalho de casa deverá ser
a pesquisa nos bairros, para percepção
da “matéria-prima” existente. Finda esta
avaliação, os meninos até aos 12 anos
de idade, com aproveitamento escolar e
dotados, deveriam ser enviados para as
melhores escolas de futebol mundial, para
ali crescerem como futebolistas e homens
de família .
Penso que deve ser este o caminho a
seguir, enquanto estivermos pobres de condições em termos de infraestruturas e de
formadores com a competência necessária
ao nível de ciência desportiva.
Só desta forma é que teremos, num futuro
próximo, jogadores de futebol de alta competição a exibirem a sua arte nos maiores
clubes de futebol mundial, à semelhança
dos ganenses, marfinenses, malianos, nigerianos , argelinos , etc.
Março 2015 | 35
CERIMÓNIA DE APRESENTAÇÃO DO PLANTEL DE
FUTEBOL SÉNIOR 2015 DO ATLÉTICO PETRÓLEOS
DE LUANDA (Petro Atlético)
Texto: Domingos. J. Augusto
Foto: José Quarenta
A
cerimónia de apresentação
da equipa principal de futebol do
Atlético Petróleos de Luanda da época
2015, cujo plantel é constituído por muita
juventude, simbolizou a energia e força do
petróleo angolano.
Fundado a 14 de janeiro de 1980, o Petro
Atlético de Luanda é o clube campeão
dos campões de Angola, com mais
títulos acumulados: 15 vezes campeão do
Girabola, 11 taças de Angola e 5 Supertaças.
Actualmente, o clube está a sofrer um
processo de transformação interno a todos
os níveis, que tem como base a concepção
e execução do Projecto de Desenvolvimento
Desportivo Integrado (PDDI) para o período
2015-2018.
Ainda no calor do seu 35.º aniversário,
a direcção do Atlético Petróleos de
Luanda, sob a presidência de Tomás
Faria, apresentou no sábado passado, dia
7 de fevereiro, o plantel da equipa sénior
masculina de futebol para a presente
temporada. Com um plantel bastante
rejuvenescido, que lança, segundo o seu
presidente, a primeira semente do projecto
desportivo 2015-2018, com a idade dos atletas
a rondarem entre 17 e 23 anos, excepto
os veteranos Luis Mamona Joao (Lamá) e
Fernando Agostinho da Costa (Chára), ambos
na casa dos trinta anos.
Bastante concorrida, a cerimónia contou
com actuações de ginástica rítmica feminina,
nas quatro categorias, nomeadamente:
iniciados, juvenis, juniores e séniores, com
a utilização de arcos, fita e bola, incluindo
acrobacias nas 4 estações.
Antes do grande jogo de apresentação que
opôs os anfitriões diante à Académica de
Petróleos do Lobito, o presidente Tomás
Faria dirigiu uma mensagem especial aos
dirigentes, atletas, sócios, adeptos, claques,
amantes e amigos, apontando e justificando
as mudanças e reorganização interna dos
tricolores que concorrem para a obtenção de
bons resultados a médio prazo.
36 | Sonangol Notícias
Citando o cânone São João Calábria,
o presidente Tomás Faria reafirmou a
determinação de progressão e o motivo
das mudanças no clube, dizendo que
”se quisermos progredir não devemos
repetir a história, mas fazer uma história
nova“. Tomás Faria apontou ainda a
grande motivação que o grupo vive como
sendo a chave que garante a confiança de
uma equipa competitiva cheia de jovens
talentosos.
A razão do projecto
de mudança no clube
Segundo o Dirigente da agremiação tricolor
as razões que levaram a conceber um novo
projecto desportivo para o clube
prendem-se essencialmente com a
estabilização financeira do Petro de Luanda,
com o limite de atletas estrangeiros a
inscrever nas diversas modalidades em que
compete, assim como a a fraca qualidade
dos atletas formados no mercado nacional.
Novas Aquisições
Para a presente época foram contratados
apenas dois reforços, designadamente:
Duarte José Gomes Duarte, (Duarte), de 27
anos, médio atacante proveniente do Paços
de Ferreira de Portugal, e Wilson Pinto
Gaspar (Gaspar), de 24 anos, médio ofensivo,
vindo do Kabuscorp do Palanca. Subiram
à equipa principal, provenientes da escola
de formação, os jovens Mavambo, médio
Desporto
Como
qualquer bom
filho, Flávio
Amado voltou a
casa para dar
alegrias ao clube
do Catetão
atacante, Carlinhos, médio, Paizinho, médio
ala, todos com 18 anos, e ainda Tomé, lateral
esquerdo e defesa central, com apenas 17
anos de idade, o mais novo do plantel tricolor
Principais referências
da temporada
Chára, Lamá, Job, Etha e Mabiná são
apontados como as principais referências
desta época, esperando-se muito do médio
atacante Manguxi, pela sua prestação no
último Girabola. Gracelli vai contar, ainda,
com jovens de dupla categoria, isto é (júnior
e sénior) Sozito, lateral esquerdo, Frank,
médio direito, e ainda Jô, ponta de lança,
irmão do Mabululu, todos com 18 anos de
idade.
fim de carreira,
18 anos depois!
Flávio Amado despontou no Petro Atlético
de Luanda como futebolista e foi várias
vezes campeão nacional pelos tricolores,
acumulando muitos troféus individuais de
melhor marcador do Girabola. Jogou no
Magrebe, onde alinhou no Al-Halaly do
Egipto, ao lado do compatriota Gilberto.
Depois, rumou para o Médio Oriente, tendo
sido o único angolano a marcar um golo no
Campeonato Mundial de Futebol decorrido
na Alemanha em 2006, na primeira
participação do país na prova.
Como qualquer bom filho, voltou a casa,
dando ainda boas alegrias ao clube do
Catetão. No sábado, dia 7 de Fevereiro, na
apresentação do plantel, O Amado jogou
os seus últimos minutos (10), frente ao
Académica Petróleos do Lobito, numa
despedida da sua carreira de 18 anos, como
atleta profissional, abraçando agora o cargo
de técnico-adjunto da equipa.
Equipa técnica
dos tricolores
Comandada pelo brasileiro Alexandre
Grasseli, os tricolores têm Jaime Silva
(Nejó) como treinador-adjunto, Flávio
Amado, também treinador-adjunto, Nelsol
Bolivar, como médico, Ramiro José, como
massagista, André Tomás, como técnico
de equipamentos, Maurício Marques,
como preparador físico, e Adriano Matoso,
como técnico de guarda-redes, sendo que
o clube, na sua estrutura, tem também a
área de Psicologia qua atende atletas de
diversas modalidades.
MaRçO 2015 | 37
Leonel Paulo
O BICAMPEÃO AFRICANO
O extremo-poste do Petro de Luanda, Leonel Paulo, é bicampeão africano, títulos
ganhos nos campeonatos das nações de 2009 e 2013, Afrobasket.
Está no Eixo Viário desde o escalão júnior e elege Baduna como
o melhor basquetebolista angolano de sempre
Texto: Euclides Seia
Fotos: Shayne
Qual é a sua “marca” nas lides do basquetebol?
As pessoas conhecem-me pela minha boa
impulsão , é a minha marca no basquetebol.
Sente-se realizado no campeonato nacional?
Não. Como todo o atleta, sonho jogar noutros
campeonatos, como os da Europa e da liga
norte-americana, NBA.
Pensa trocar o Petro por um outro clube
nacional?
Não. Só quando o Petro disser que já não precisa dos meus préstimos. Por motivo de ética
desportiva e por ter contrato com o clube,
o Atlético Petróleos de Luanda é sempre a
minha prioridade. Sou fiel ao clube.
Quando nasceu a paixão pelo basquetebol?
Nasceu aos 12 anos, mas só aos 15 é que
comecei a praticar. Quando assistia a jogos de
basquetebol, ficava encantado com o Baduna,
com os seus dribles, afundanços, a visão do
jogo. Foi daí que nasceu a minha paixão pela
modalidade, mas os meus primeiros passos
foram no Clube Vila Clotilde .
Porque escolheu o Petro?
O Vila Clotilde tinha desfeito o escalão júnior,
por esta razão aceitei a proposta do então
técnico Gerson Betel e do chefe do departamento de basquetebol do Petro, Carlos Silva,
para representar o Petro no mesmo escalão,
em 2003.
Quanto tempo levou para ascender ao escalão sénior?
Depois de dois anos no clube tornei-me
sénior.
Qual foi o seu grande momento no basquete?
Quando me tornei campeão africano pela
primeira vez, em 2009, com a camisola da
Selecção Nacional.
38 | Sonangol Notícias
O que faz nos tempos livres?
Dedico-me à leitura e a ver um bom filme.
Como descreve a postura da equipa nas
competições internas?
Graças a Deus, fruto de muito trabalho e
grande dedicação de todo o grupo, estamos
a ter sucessos. A título de exemplo foi a conquista da Supertaça. Somos um grupo coeso.
O que significa o Petro para si?
É a minha veia, é como um “membro” do meu
corpo. Sem o basquetebol não vivo.
Leonel Ditutala Paulo
Natural: Luanda
Nascimento: 30 de Abril de 1986
Calçado: n.º 47
Altura: 1,94 m
Estado civil: solteiro
Filhos: Um
Habilitações literárias: Licenciado em
Contabilidade
Sonhos: Jogar na NBA e quando terminar a carreira desportiva trabalhar na
Sonangol.
Prato preferido: Não tenho, mas gosto de
apreciar a gastronomia nacional, como
comer um bom calulu, quizaca e bagre
fumado.
Ídolo: Edmar Victoriano Baduna, o melhor
basquetebolista nacional de todos os
tempos.
Carnaval
40 anos de Independência
No ano em que Angola festeja o quadragésimo aniversário da sua independência, a Marginal da Praia do Bispo, em Luanda, testemunhou o desfile central
de 14 grupos carnavalescos, em representação dos vários municípios da cidade
capital. A festa iniciou-se, pontualmente, às 16 horas e durante cerca de seis
horas aquela passarelle ficou pintada com as cores da bandeira nacional
Texto: Euclides Seia
Foto: Shayne
“O
Carnaval incorpora as mais
diversas singularidades
deste país e o seu heroico
povo. Manifestação cultural dos valores
identitários locais, e também como um
repositório e meio de perpetuação da cultura
nacional”, disse o governador da província de
Luanda,
Graciano Francisco Domingos, a quem
coube o discurso de abertura e as boas
vindas. Graciano Domingos, apelou aos
empreendedores para olharem para o
carnaval como uma oportunidade de
negócios que pode contribuir para o
desenvolvimento de Angola.
Com trajes inspirados na cultura nacional,
máscaras, dísticos e outros meios típicos,
que puseram a nu a veia criativa desse povo
que vive o carnaval de corpo, alma e espírito,
os grupos concorrentes, desta edição n.º
37, desenvolveram temas como: “A mulher
rural”, “Assembleia Nacional”, “A pesca” e
“A alfabetização”.
Nesta edição de 2015 do Carnaval de Luanda,
a União Sagrada Esperança convenceu
o júri com a música e a dança (semba),
e conquistou o primeiro lugar, com 840
pontos, nas classes A e infantil. Na classe B,
a União Amazonas do Prenda levou o título.
O vencedor da classe A terá direito a um
prémio de três milhões de kwanzas.
Perfil do vencedor
O grupo foi fundado a 20 de Março de 2005,
no distrito do Rangel. Depois de já terem
participado em dez edições, somando
três títulos, esta ano Gelson Rocha foi o
comandante, Aloísio dos Santos o rei e Luísa
42 | Sonangol Notícias
Paulo a rainha. Dançaram e cantaram o
semba “Nossa Bandeira”.
Fora da Pista
No local havia de tudo um pouco à
venda: peixe grelhado, pincho, magoga,
churrasco, gelados, pipocas e mais
fantasias para quem decidisse na hora
aderir a um disfarce. Muita agitação,
brincadeira e alegria para assistir de
perto ao desfile da classe A (adultos), que
contou com a participação de 14 grupos,
concorrentes aos três milhões de kwanzas.
Muitas cores, balões e brilhos decoraram
o espaço, que foi animado com actividades
e música ambiente, a cargo do Bloco Sol,
que tradicionalmente abre todos os anos o
acto central do Carnaval de Luanda.
Desde as bancadas às ruas adjacentes, na
pista da maior festa popular do país eram
notórios os criativos disfarces de crianças,
adolescentes, jovens, num dia de forte
competitividade e emoção.
Vários foliões optaram por pinturas,
realçando figuras míticas e históricas
do país e do Carnaval. Houve quem
se pintasse com imagens de figuras
nacionais, como sobas e rainhas, homens
trajados de mulher, peixeira e pescadores.
No geral, o povo dançou e cantou fora da
pista.
Luísa Pascoal manifestou a sua alegria
dizendo que “a festa do povo está boa.
A organização está de parabéns! Este
Carnaval está a mostrar ao mundo que nós
somos um povo com identidade cultural
própria”. Por sua vez, Josimar da Silva
lamenta referindo que “o preço do bilhete
devia ser mais barato, uma vez que 2015
está decretado como sendo o ano da crise.
Há quem não tenha mil kwanzas quanto
mais sete mil para assistir ao desfile”.
Cultura
APROCAL
De acordo o Secretário-Geral da Associação Provincial do Carnaval de Luanda – APROCAL –, António
de Oliveira, “o número mínimo de pessoas para se
formar um grupo carnavalesco e concorrer é de 250
indivíduos. Não há um número máximo. dependendo
da capacidade de mobilização de cada grupo”. Os
dados abaixo foram fornecidos pelo responsável da
APROCAL e o comandante do grupo vencedor da
classe A.
Prémios
Classe A
1. União Sagrada Esperança - 3.000.000,00 Kz.
2. União 10 de Dezembro - 2.000.000,00 Kz.
3. União Mundo da Ilha - 1.300.000,00 Kz
Classe B
1. União Amazonas do Prenda - 1.500.000,00 Kz
2. União Jiza - 1.000.000,00Kz
3. União Geração do Mar - 600.000,00 Kz
Infantil
1. Cassules Sagrada Esperança – 1.000.000,00 Kz
2. Cassules Kazukuta do Sambizanga – 700.000,00 Kz
1. Cassules Jovens da Cacimba – 500.000,00 Kz
Números do Carnaval
Classe A, B e Infantil
1. Integrantes por grupo - 2. 500 pessoas
2. Apoio dado pelo Executivo para cada grupo:
A - 700.000 kz
B- 500.000 kz
Infantil- 300.000 kz
3. Avaliação das despesas dos grupo
- 4.000.000.00 / 3.000.000.00 Kz
4. Outros apoios: tecidos, material ornamentação
5. Na marginal desfilaram cerca de 70.000 pessoas,
incluindo a falange de apoio.
Março 2015 | 43
AS SOCIEDADES, AS ORGANIZAÇÕES,
AS PESSOAS E AS MUDANÇAS (II)
As mudanças são das raras certezas que temos. Tal certeza resulta
do facto de observarmos o mundo em constantes transformações
desde a Antiguidade, decorrentes de mudanças do foro social,
político, económico ou empresarial que ocorrem
um pouco por toda a parte
40 | Sonangol Notícias
Opinião
O aconselhável é tentar adquirir
ou melhorar apenas uma ou duas
aptidões em simultâneo
Texto: Higino Batalha (DSE)
A
os gestores de topo ou intermédios
exige-se ou, pelo menos, recomendase, competências comportamentais
que lhes permita desenvolver o poder do
relacionamento dentro das organizações,
em vez de confiarem no poder hierárquico da
sua posição. Para isso, os gestores devem
identificar as competências de um líder de
mudança eficaz e depois aprender a adquirilas ou melhorá-las.
Acontece, porém, que as competências
que podem ser adquiridas através de
um processo mudança comportamental
são complexas. Pelo facto, não se deve
tentar fazer demasiadas mudanças
comportamentais ao mesmo tempo,
pois poder-se-á chegar à conclusão que
os esforços são enormes e pondo em
risco o sucesso do esforço de mudança
comportamental. O aconselhável é tentar
adquirir ou melhorar apenas uma ou
duas aptidões em simultâneo, de modo a
conseguir gerir a tarefa e manter o foco.
Não significa que, ao focar-se numa ou
duas aptidões em simultâneo, as demais
sejam esquecidas. As aptidões de coaching,
por exemplo, estão integralmente ligadas
às aptidões de escuta, às aptidões de
trabalho em equipa e às de relacionamento
interpessoal. É por demais sabido que é
responsabilidade dos líderes conduzir as
suas equipas durante as diferentes fases de
transição do processo de mudança.
E onde fica a responsabilidade dos membros
da equipa?
Será que os líderes partilham a informação
de cima para baixo?
Será que propiciam condições para que a
informação flua de baixo para cima?
Será que os membros da equipa partilham
informações importantes entre si?
Será que os objectivos colectivos e
individuais foram percebidos por todos?
E a confiança? A confiança é a cola que junta
os relacionamentos.
Os membros da equipa têm que perceber
que são interdependentes para o alcance
dos objectivos organizacionais preconizados.
O todo tem de ser maior que a soma
das partes. O papel dos líderes é criar a
interacção e a empatia necessárias, e, desse
modo, conduzi-los ao destino ou ao alcance
dos objectivos ou resultados almejados.
Entretanto, importa aqui referir que o
resultado não é a forma correcta para
se avaliar a liderança. Por exemplo, três
equipas de futebol podem ter excelentes
líderes, mas, só um vai ser campeão, mas
sem uma boa liderança é mais fácil não
chegar onde se quer chegar.
Para terminar e de forma inversa devo
dizer-vos, estimados leitores, que o objectivo
mor deste pequeno artigo é recordá-los
das transformações que nos têm sido
impostas pelas mudanças, que ocorrem
a uma velocidade estonteante, que nos
obrigam (a todos) a uma maior flexibilidade
para questionar e modificar os nossos
paradigmas. Isso não é e não será nunca
obra do acaso, pois exige das pessoas
abertura e preparação.
Benjamin Franklin (1706-1790) terá dito que
“nada é mais certo neste mundo do que a
morte e os impostos”.
Não é bem assim, são três e uma delas
diferente dos impostos. São a morte,
as mudanças e as opções. A mudança
comportamental é uma opção. Não mudar
também é uma opção.
Seria uma tremenda deselegância da minha
parte, um despautério, e por tal não me
perdoaria, falar de mudanças, se colocasse
um ponto final neste artigo sem antes citar
o naturalista Charles Robert Darwin (18091882): “Não é o mais forte que sobrevive,
nem o mais inteligente, mas o que melhor se
adapta às mudanças”.
Março 2015 | 41
O DIA DE SÃO VALENTIM
E AS RELAÇÕES AMOROSAS
Ao longo dos tempos, as tradições de São Valentim foram adquirindo um
grau de importância cada vez maior. Cada ano que passa, foram-se criando
novas tradições, lendas e brincadeiras, como é o caso
das mensagens apaixonadas
44 | Sonangol Notícias
Crónica
Texto: Pascoal Livamba (DRH)
Foto: José Quarenta
Q
uer saber a origem de S. Valentim e
o que levou este mártir a tornar-se
o patrono dos apaixonados? Embora
existam várias teorias à volta de São
Valentim, todas retratam o santo como um
mártir do século III d.C.
São Valentim foi Bispo da Igreja Católica,
proibido de realizar casamentos pelo
Imperador Romano Claudius II, de forma a
angariar mais soldados para as suas frentes
de batalha. Todavia, o Imperador estava mais
interessado no seu exército e nas guerras,
do que na vida em família. Estava convencido
de que os solteiros, sem esposas nem filhos,
eram melhores soldados do que os casados
e não teriam medo no campo de batalha.
Porém, o Bispo desrespeitou a ordem
imperial e continuou com as celebrações de
casamentos em sigilo total. Este segredo foi
descoberto e Valentim foi preso, torturado e
condenado à morte no dia 14 de Fevereiro de
269 d.C, tornando-se um mártir. Enquanto
estava na prisão, recebeu vários bilhetes e
cartões de jovens apaixonados, valorizando o
amor, a paixão e o casamento.
As tradições do dia
de São Valentim variam
de país para país
Em Angola o dia de São Valetim é chamado
“Dia dos Namorados”, à semelhança
do Estados Unidos, “ Valentine’s Day”,
celebrado em 14 de Fevereiro. Nestes
países, a data é comemorada principalmente
por namorados, casais casados, noivos,
amigos e pessoas que se amam (entre
pais e filhos também é comum). Os que se
amam demonstram, nesta data, todo seu
amor através da troca de cartões, flores,
chocolates e presentes.
No Brasil, a data apresenta uma história
bem diferente, pois está relacionada ao
frei português Fernando de Bulhões (Santo
António), que em suas pregações religiosas,
sempre destacava a importância do amor
e do casamento. Em função das suas
mensagens, depois de ser canonizado,
ganhou a fama de “santo casamenteiro”
e foi escolhida a data de 12 de Junho por
ser véspera do dia de Santo António (13 de
junho).
Nas Ilhas Britânicas, no tempo dos Celtas,
as crianças costumavam vestir-se de adultos
e cantavam de porta em porta, celebrando o
amor.
No actual país de Gales, os apaixonados
trocavam prendas como colheres de
madeira com corações gravados, chaves e
fechaduras, o que significava «só tu tens a
chave do meu coração».
Já na Idade Média, em França e na actual
Inglaterra, no dia 14 de Fevereiro, os jovens
sorteavam os nomes dos seus pares
cosendo o nome escolhido nas mangas,
durante uma semana. Se alguém trouxesse
um coração costurado na camisola,
isso significava que essa pessoa estava
apaixonada.
Durante o século XVII, sabe-se que era
costume os namorados escreverem poemas
originais, ou não, em pequenos cartões, que
enviavam às pessoas por quem estavam
apaixonados.
Foi a partir de 1840, na Inglaterra, que as
mensagens de São Valentim passaram a
ser uniformizadas. Os cartões passaram a
ser enfeitados com fitas de tecido e papel
especial e continham mensagens que ainda
hoje nos são familiares, como é o caso de
«would you be my Valentine».
Segredo para manter
a paixão acesa
As relações, por melhores que sejam, têm
que ser alimentadas e geridas. Embora
para uns possa ser mais fácil do que para
outros, os casais devem estar atentos e
aprender a relacionar-se. Aproveite o São
Valentim para refrescar a relação. Aqui
ficam algumas dicas que podem ajudar a
manter a paixão acesa:
• Partilhem temas e façam programas
juntos. A melhor forma de se manterem
unidos é terem interesses comuns.
• Respeitem as opiniões diferentes
e lembrem-se que as diferenças
entre cada um podem ser muito
enriquecedoras no casamento.
• Para manter viva uma relação, tentem
não ser excessivamente dependentes.
• Mantenham os vossos próprios hobbies
e interesses.
• Estimulem a confiança, a aceitação e
intimidade.
• Mantenham o diálogo aceso e não
negligenciem os problemas um do
outro.
• Mesmo que não tenham a solução para
os problemas, partilhem e analisem
juntos todas as questões.
• Não mintam nem escondam as
fraquezas de cada um. Assumam aquilo
que são e tentem melhorar aquilo que
dificulta a convivência.
• Quando discutirem, lembrem-se que os
problemas são sempre causados pelos
dois.
• Durante as conversas tentem ser
objectivos e manter sempre a calma e
a razão.
• Não vão buscar problemas antigos ou já
ultrapassados, sobretudo quando estão
a discutir.
• Fujam da rotina. Tentem ser inovadores
e criativos na relação.
Março 2015 | 45
VÁ PARA FORA CÁ DENTRO
Angola está a caminhar a passos largos para se tornar um destino de turismo
internacional. A indústria do Turismo, também conhecida como “indústria
da paz”, contribui de forma significativa para o PIB dos países onde se
encontra estruturada. A paz em Angola abre as portas a todos os sonhos e
não faltam planos oficiais para o desenvolvimento, a curto prazo, do turismo
de larga escala, além daquele que já se realiza a nível interno. Nesse sentido,
iniciamos nesta edição uma visita a todas as províncias do nosso país, em
forma de apresentação das características principais de cada uma
Bengo
A terra do “jacaré Bangão”
Economia
A terra, que também é conhecida por ter
grandes pescadores que demostram o poder
dos seus anzóis com grandes cacussos e
lagostas, escreve o seu nome nas páginas
da economia nacional com a produção de
algodão, ananás, mandioca, banana, rícino,
feijão, goiaba, mamão, cana-de-açúcar,
sisal, goiaba, café, massambala, palmeira de
dendém, hortícolas e citrinos.
Debaixo da terra do “jacaré Bangão” a
riqueza surge em minerais por explorar,
como o urânio, quartzo, feldspato, gesso,
enxofre, caulino, asfalto, calcário, ferro e
mica.
Natureza
A terra onde se como do bom peixe
proporciona à todos que a visitarem, um
espectáculo paisagístico fantástico com a
assinatura da rica flora e fauna, onde os
macacos, elefantes, javalis e pacaças atraem
os disparos... Das máquinas fotográficas.
A
província mais próxima da capital
do país, Bengo, ocupa actualmente
25.139 km². Com a sua sede na cidade
de Caxito, desde a reforma administrativa
em 2011 que aquela região do litoral Norte
de Angola passou a comportar os municípios de Ambriz, Bula Atumba, Dembos,
Nambuangongo e Pango-Aluquém.
A terra do “jacaré Bangão” limita-se a
Norte com as províncias do Zaire e Uíge, a
Este e a Sul com Cuanza Norte e Cuanza
Sul e a Oeste com o Oceano Atlântico e
Luanda.
46 | Sonangol Notícias
Cultura
A população desta circunscrição de Angola
é da etnia Ambundu. Mas, as migrações
durante a independência levaram à
constituição de núcleos de Bakongo e de
Ovimbundu. Naquelas paragens, o kimbundu
é a língua dominante.
Já se tornou numa tradição o povo do Bengo
servir-se do típico prato de cacusso, feito
com peixe do rio, acompanhado com o “feijão
de óleo de palma”, uma das vedetas da
gastronomia angolana.
Lazer
O Bengo, em matéria de atracção turística
para as máquinas de fotografar e filmar,
descreve os antigos edifícios do presídio
e da alfândega, ambos datados de 1856, o
Farol da Cal de Bom Jesus, a antiga Igreja
dos Jesuítas da Barra do Dande e o Sítio
Arqueológico de Ambriz, como principais
enfoques.
As suas belas praias completam o pódio
da beleza, como as de Cabo Ledo, Pambala
e Sangano, excelentes pólos turísticos de
qualidade.
Turismo
Benguela
A terra das acácias rubras
etnia Ovimbundu e Nganguela e a língua
mais falada na região é o umbundo.
Benguela é a terra de ilustres escritores
e poetas angolanos como Pepetela e Alda
Lara.
Economia
O povo dedica-se à agricultura, pesca
e pecuária. Do solo vêm o tungsténio
e a grafite. Já no sector industrial: a
metalurgia, refinação de petróleo, materiais
de construção, actividade têxtil e produtos
alimentares, mostram o potencial dos
benguelenses.
Natureza
A natureza é um aspecto a ter em conta.
O Parque Regional da Chimalavera, as
reservas Búfalo, Florestal do Cubal,
Catumbela e do Chongoroi, demonstram
o poderio da sua flora. A fauna é decorada
com a presença de animais como zebras,
leões, elefantes, olangos, golungos, búfalos,
búfalos e onças.
Lazer
B
enguela, com uma superfície total
37.802 km2 e 2.036.662 habitantes,
situa-se no litoral centro de Angola. A
província de lindas praias faz fronteira com
as suas congéneres do Cuanza Sul, Huambo,
Huíla e Namibe.
De clima tropical árido, aquela região
divide-se em nove municípios: Benguela,
Baia Farta, Balombo, Bocoio, Caimbambo,
Chongoroi, Cubal, Ganda e Lobito.
Fundada em 1617, vai festejar os seus 398
anos no dia 17 de Maio.
Cultura
A população da terra das acácias rubras,
nome dado devido à cor vermelha das flores
das suas árvores, é maioritariamente da
A província das “acácias rubras” é também
conhecida por oferecer aos seus visitantes
magníficas praias, como Praia da Caota –
excelente para o mergulho subaquático –,
Praia da Caotinha, Praia da Baía Azul – foi o
azul das suas águas que lhe deu o nome – e
a Praia Morena, integrada na própria cidade,
com 3 km de extensão, uma das favoritas.
Por outro lado, no campo de monumentos
arquitectónicos está recheado, com realce
para o Museu Nacional de Arqueologia, o
Museu de Etnografia do Lobito, o Farol de
S. Pedro da Catumbela e a Igreja Nossa
Senhora do Pópulo, construída em 1748, no
estilo barroco.
A cidade do Lobito, a segunda da província,
possui um dos melhores portos naturais
de águas profundas da costa africana. É o
ponto de partida do caminho-de-ferro de
Benguela, que “rasga” o país desde o litoral
até à fronteira com a Zâmbia e a República
Democrática do Congo.
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Cabinda
A terra da floresta do Maiombe
C
abinda tem uma superfície de 7.283
km² e 688.285 habitantes distribuídos
pelos quatro municípios – Cabinda,
Cacongo, Buco-Zau e Belize. A província
limita-se a Norte com o município do
Cacongo, a Este e Sul com a República
Democrática do Congo, e a Oeste com o
Oceano Atlântico.
Cultura
A maior parte da população da terra da
floresta do Maiombe pertence ao grupo
etno-linguístico Fiote, que fala o dialecto
ibinda do ikongo.
Os Bakama são o grupo que perpetua
as tradições. Além desta “fidelidade” à
cultura, eles são proprietários de seitas
que aparecem nas festas históricas com
máscaras pintadas, vestidos com folhas
secas de bananeira e trazem consigo uma
vassoura feita de nervuras de folha de
palmeira.
Recorde-se que a Floresta de Maiombe,
referência daquela província, está no
imaginário popular e é palco de vários
contos e estórias populares da literatura
angolana.
Economia
A exploração petrolífera, a indústria
da madeira, a agricultura e a pecuária
constituem as principais actividades dos
cabindenses. Antes da descoberta do
petróleo, os portugueses chamavam à
província mais a Norte do país, de Porto
Rico, devido às riquezas naturais da região.
Natureza
A província, com um relevo diversificado, é
caracterizada também pela sua diversidade
na fauna, flora e hidrografia, e a Floresta do
Maiombe, chamada “mar vegetal” pela sua
impenetrabilidade, é uma floresta tropical cerrada, que deslumbra qualquer visitante com
os seus magníficos tons verdes. É rica em madeiras preciosas. A sua fauna é composta por
gorilas, chimpanzés, elefantes e uma variedade imensa de aves, algumas muito raras.
48 | Sonangol Notícias
Além do Maiombe, que constitui o cartão
de visita, o Pântano de Lândana é um sítio
adequado para a observação de pássaros e
um santuário de pelicanos e flamingos.
O rio Chiloango ao longo do seu curso é
uma atracção turística pela beleza das
suas margens. A Lagoa de Sassa-Zau,
situada no Malembo, é um tesouro natural
ainda virgem do ponto de vista turístico,
onde os banhos e a pesca desportiva são
imperdíveis.
As Lagoas de Manenga e Tchúqisse, ambas
na comuna de Massabi, são ricas em peixe
e marisco, dada a sua ligação ao oceano;
têm água ligeiramente salgada dando
origem a uma fauna piscatória híbrida.
O clima predominante é o tropical húmido,
com precipitações anuais em torno de 800
milímetros. E a temperatura média anual
varia entre os 25 e os 30 ºC.
Lazer
Os visitantes têm à disposição excelentes
praias para desportos marítimos e pesca
desportiva, tal como a 10 de Maio, Lândana,
Chinga, Fútila, Malembo, Mandarim,
Cabassango e Capelo.
Quanto a monumentos, constituem
atracção turística o Cemitério M´BucoM´Buadi, conhecido pelo Cemitério dos
Reis de Cabinda, que alberga dezenas
de esculturas que decoram os jazigos.
Seguem o Marco Histórico do Tratado de
Simulambuco, rubricado em 1885 entre os
príncipes de Cabinda e os reis de Portugal,
que foi marcado pelos nativos com a
plantação de uma árvore que existe até
hoje. Em 1956, foi erguido um padrão em
betão.
As Ruínas da Velha Sé Episcopal, do
séc. XVI, a Igreja de Lândana, do séc. XX
construída ao lado da Missão Católica
da Vila de Lândana, o Palácio do Povo, o
Museu de Cabinda, a Igreja de S.Tiago, a
Igreja da Nossa Senhora Rainha do Mundo,
a Igreja da Imaculada Conceição, a Igreja
Mboca e a Igreja de Sto. António, são locais
que merecem a visita de quem se deslocar
a Cabinda.
Turismo
Cuando Cubango
A terra do progresso
C
om área total de 199.049 km2, a
província do Sudeste de Angola tem
uma população de 510.369 habitantes,
clima tropical e nove municípios: Calai,
Cuangar, Cuchi, Cuito Cuanavale, Dirico,
Mavinga (capital), Menongue, Nancova e
Rivungo.
Cultura
Nesta parte de Angola, a língua mais
falada é o ngangela, seguida do cokwe. A
população do Cuando Cubango é composta
sobretudo pelos Ngangelas, que se
subdividem em Nyembas e Mbuelas, os
Mucussos e os Kuagares.
Economia
Actualmente conhecida como “terra
do progresso”, devido ao seu potencial
económico, com destaque para as ofertas
turísticas por explorar, bem como pela
riqueza mineral: diamante, ferro, mercúrio,
ouro, quartzo e urânio.
A nível do comércio, no “KK”, como também
é conhecida a província, são comercializados
produtos como o açúcar, peixe seco, óleo
alimentar, bebidas diversas, arroz, leite,
farinha de trigo e sabão, provenientes de
Luanda, Benguela, Namibe e da vizinha
República da Namíbia.
Por outro lado, o sector industrial parece
não ter ainda tradição, mas verifica-se o
exercício de actividades em pequena escala
como serralharia, carpintaria, cerâmica,
britadeira, moageiras e padarias.
A população desta importante parcela de
terra na história nacional, produz e explora
principalmente o milho, o massango,
a massambala, o feijão, a mandioca, o
amendoim, a batata-doce e as hortícolas.
As condições são propícias para a actual
agricultura de subsitência e doravante a
moderna, com destaque para as culturas
industriais, tais como o café e cana-deaçúcar.
Já a pesca artesanal tem uma tradição no
Cuando Cubango e é exercida principalmente
nos rios existentes na província, com relevo
para o rio Kuvango na orla fronteiriça.
Natureza
Como se ouve dizer, “sem árvore não há
oxigénio” e a província do Cuando Cubango
apresenta, nesta matéria, três grandes
zonas de vegetação: floresta densa seca,
savana com arbustos e árvores na metade
setentrional, quadrante Noroeste.
A título de exemplo a existência da
Reserva Parcial Luiana, no Sudoeste,
caracterizada por madeira preciosa das
espécies de mussivi, girassonde, mume e
mupanda muinga. Já a fauna da província
é caracterizada pela palanca real, elefante,
rinoceronte, hipopótamo, nguelengue,
ngunga, leão, leopardo, hiena, búfalo africano,
onça, pacaça, javali, mabeco, avestruz,
palanca negra (vulgar caeni), pangolim e uma
enorme diversidade de aves e répteis.
A “terra do progresso”, não deixa ninguém
“morrer de sede”, pois os rios Kuvango,
Kuatato, Kuelei, Kueve, Kuando, Kuzumbia,
Kujamba, Kueio, Matungu, Muhondo,
Kapembe, Cuchi, Lomba, Kuito, Kuanavale
e Longa constituem as chaves para o
desenvolvimento económico daquela de
região.
Lazer
Para momentos de descontração e lazer,
a província possui lugares atrativos, como
a Montanha do Malova, as Quedas de
Maculungongo, as Quedas do rio Cutato
(no município de Cuchi), as ruínas do Forte
Muene Vunongue (situadas nos arredores
da cidade de Menongue), o Campo Político
do Missombo (centro histórico situado a 15
km da cidade do Menongue) e as pinturas
rupestres, na localidade do Bototo, no
Município de Cuchi.
Nas ilhas do Rio Kuebe, Ilha de São Clemente
(ex-Ilha de São Valentim), Ilha Flor, em
Menongue, e na Ilha de Somawanbange, em
Cuchi, é possível tomar banho, assim como
na barragem de Cambumbe.
Março 2015 | 49
Energia com Rosto
“A arte é para sempre,
nunca será uma moda”
Texto: Maria João Fernandes
Foto: Maria Sanchez
O
público reconhece-o pelo seu
trabalho. O artista que vive para
a pintura, tem na literatura uma
fonte de inspiração. Afirma que nos
dias que correm é urgente incentivar
a consciência artística e levar a arte
até ao público. Traçamos o perfil
cultural do artista plástico Guilherme
Mampuya.
Quem é que mais admira no mundo
artístico angolano?
Admiro particularmente o pintor
Paulo Jazz, sinto que tenho uma
ligação espiritual com este artista.
Gosto muito do trabalho dele e
inspira-me bastante como artista.
Quando vejo as suas obras é como se
entrasse numa dimensão de loucura e
eu identifico-me com isso.
Qual o seu escritor preferido?
Na área da literatura gosto muito
de Luís Fernando, li o seu livro
Clandestinos no Paraíso e gostei tanto
que estou a preparar uma exposição
com base nas obras deste autor.
O ano passado fiz uma exposição
chamada “Luanda Seduction”,
baseada no romance de Adriano
Mixinge, O Ocaso dos Pirilampos.
O livro mais recente que li foi a
história da Rainha Nzinga Mbandi,
escrita pelo Padre António Cavazzi,
confessor religioso da Rainha
Ginga, e que serviu de mote para
uma exposição de oito quadros que
construí com base nesta obra.
Qual foi o último filme que viu?
Gosto bastante de cinema e de filmes
inteligentes, vi recentemente o filme
Jack Ryan – Agente Sombra e gostei
bastante. A ideia de conspiração que
se desenvolve ao longo do filme é
50 | Sonangol Notícias
fabulosa e consegue cativar a atenção
do espectador.
Quais os músicos de que mais gosta?
Gosto muito de música antiga. Hoje
em dia produz-se muita música fast
food, mas gosto das músicas de
Yuri da Cunha e do Totó, pois são
letras pensadas e com conteúdo. A
nível internacional gosto do músico
brasileiro André Valadão, é uma música
mais espiritual e erudita. Sou também
admirador de Mozart, gosto bastante
de música clássica.
Quais os seus espaços culturais de
eleição em Luanda?
Gosto do Miami Beach pois durante
uns tempos frequentei este espaço aos
domingos, onde fazia pinturas ao vivo.
Hoje em dia, frequento muito o Instituto
Camões na Embaixada Portuguesa e
sempre que há uma exposição tento
passar na Academia do BAI e na
Fundação Arte e Cultura.
O que falta fazer para dinamizar a
cultura angolana?
A realidade artística em Angola é um
caso sui generis, estamos a vir de
uma guerra... As pessoas querem ter
plasmas e carros, a arte não é uma
prioridade, então cabe aos artistas
mostrar que a arte é para sempre,
nunca será uma moda. É necessário
fazer nascer uma consciência artística:
que se um artista quer vender tem de
expor a sua arte na rua, nos espaços de
lazer e levá-la até ao público.
Em termos de espaço temos em
Luanda o Instituto Camões, a
Academia BAI, o Belas Shopping, o
Espaço Chamavo e as mediatecas nas
províncias. Só falta o artista querer
promover as suas artes.
Perfil
Nasceu no Uíge mas foi para Luanda aos 2 anos de
idade. O talento para a pintura acompanha-o desde
criança. Formou-se em direito em Kinshasa, capital
da República Democrática Congo, tendo regressado
a Luanda em 2001, altura em que teve o primeiro
contacto profissional com um Ateliê de pintura.
Começou a trabalhar como assessor jurídico numa
empresa petrolífera mas três anos depois optou
por seguir a carreira artística. Desde 2006 que dá
vida e cor às telas que assina. Vive actualmente em
Luanda.

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