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Laboratório de Psicologia, 5(1): 65-80 (2007) © 2007, I.S.P.A. Normas de completamento de radicais de palavras portuguesas Eduarda Pimentel Pedro B. Albuquerque Departamento de Psicologia, Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, Portugal Resumo O uso da memória implícita revela-se quando o desempenho numa tarefa é facilitado mesmo na ausência de recordação consciente da experiência prévia (Graf & Schacter, 1985). Grande parte da investigação sobre a recuperação não consciente baseou-se na utilização de tarefas de memória implícita que têm vindo igualmente a ser utilizadas no estudo da produção não consciente de memórias falsas no paradigma DRM (Deese, 1959; Roediger & McDermott, 1995). Este procedimento experimental consiste na apresentação de listas de palavras associadas a uma palavra-chave não apresentada, designada de item crítico, seguida de tarefas de evocação e/ou reconhecimento. O presente estudo debruça-se sobre a construção de normas de completamento de 223 radicais de palavras portuguesas, elaboradas a partir de listas de associados criadas de raiz para o contexto português (Albuquerque, 2005). O material aqui apresentado poderá ser usado em vários estudos, nomeadamente os que envolvam tarefas de memória implícita de completamento de palavras. Palavras-chave: Completamento de radicais, Memória implícita, Normas. Abstract The use of implicit memory reveals when performance on a task is facilitated in the absence of conscious recollection of previous experience (Graf & Schacter, 1985). A wide number of research studies on unconscious retrieval are based on implicit memory tasks. This approach is also used on the study of unconscious production of false memories in DRM paradigm (Deese, 1959; Roediger & A primeira autora é bolseira de doutoramento da FCT (SFRH/BD/22832/2005). A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: Pedro B. Albuquerque, Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal; E-mail: [email protected] 66 E. Pimentel & P. B. Albuquerque McDermott, 1995). This experimental procedure consists on the presentation of associated word lists to a key word not presented, called critical item, followed by recall and/or recognition tasks. The main goal of the present study is to obtain Portuguese norms for the completion of 223 word stems, elaborated from lists of semantic associates created specifically for the Portuguese context (Albuquerque, 2005). The material here presented can be used in several studies mainly ones with implicit memory tasks of stem completion. Key words: Implicit memory, Norms, Stem completion. Introdução A investigação sobre a memória implícita remonta aos trabalhos de Hermann Ebbinghaus (1885/1913). Entre os seus contributos mais marcantes para o estudo experimental da memória humana destaca-se o alargamento do conceito de memória, ao contemplar não só a recuperação consciente de um evento passado, mas também a influência não consciente de acontecimentos prévios (Masson & Graf, 1993). As primeiras demonstrações do fenómeno de memória sem consciência, entendida como a não consciência relativamente ao recurso da memória na produção da resposta, também designado de memória implícita, tiveram lugar em pacientes com amnésia anterrógrada, considerados até aí como incapazes de reter e recuperar experiências recentes. De entre os estudos pioneiros contam-se os de Warrington e Weiskrantz (1968) com amnésicos profundos, os quais demonstraram que apesar destes pacientes serem incapazes de reconhecer listas de palavras ou de figuras previamente apresentadas, registavam um bom desempenho quando a memória para esse material era testada com base em pistas, isto é, fragmentos de palavras ou de figuras. A constatação deste efeito em pacientes amnésicos levou ao desenvolvimento de estudos similares em indivíduos normais. Um deles, conduzido por Jacoby e Dallas (1981), verificou que a manipulação do nível de processamento produzia diferentes resultados na tarefa de reconhecimento (taxas mais elevadas de recuperação do material processado a nível profundo) não se observando porém, o mesmo efeito quando os participantes realizavam uma tarefa de identificação perceptiva na qual eram instruídos a identificar, o mais rápido possível, palavras que eram apresentadas. Estes resultados apoiavam a concepção emergente de que a memória explícita e implícita tratavam, efectivamente, de sistemas mnésicos independentes. Nesta linha, destacamos ainda, o contributo de Tulving, Schacter e Stark (1982) os quais constataram que a probabilidade de reconhecimento de uma palavra previamente apresentada era independente da probabilidade de completamento do fragmento dessa palavra com esse mesmo material. A investigação moderna sobre a memória implícita iniciada na década de 80 do século passado, ficaria indubitavelmente ligada aos trabalhos de Graf e Schacter (1985) quer com indivíduos normais, quer com amnésicos. Os resultados dos seus estudos revelaram que estes pacientes demonstravam alguma recordação da experiência prévia recente quando testados de forma implícita, isto é, sem referência ao episódio de codificação, observando-se efeitos semelhantes em indivíduos normais (Toth, 2000). Nos anos subsequentes, esta linha de investigação viria a dar origem a um largo espectro de trabalhos científicos em torno das semelhanças e diferenças observadas entre memória implícita e explícita, incidindo sobre o esclarecimento da diferenciação de processos envolvidos em cada um deles. Para esta diferenciação em muito contribuiu a variedade de tarefas de memória implícita que foram criadas. São consideradas medidas de memória implícita, aquelas que não envolvem a recuperação consciente do material previamente apresentado para a execução da tarefa (Graf & Schacter, 1985). Aquilo que distingue as tarefas de memória implícita e explícita são as instruções, sendo que nas primeiras é solicitado ao Completamento de radicais 67 participante que realize uma actividade motora, verbal, pictórica ou outra sem referência ao episódio prévio de processamento (e.g., “complete cada início de palavra com a primeira palavra que lhe ocorrer”), enquanto que nas segundas a instrução remete explicitamente para o material previamente apresentado (e.g., “complete cada início de palavra com as palavras das listas vistas anteriormente”) (Albuquerque, 2001). Existe uma grande variedade de tarefas de memória implícita podendo estas ser categorizadas: (1) quanto ao tipo de actividade envolvida aquando da execução da tarefa, isto é, motora, perceptiva, de avaliação e fisiológica (Richardson-Klavehn & Bjork, 1988); e (2) quanto ao tipo de processamento, podendo as tarefas ser consideradas de processamento dirigido pelos dados ou pelos conceitos (Roediger & Blaxton, 1987). De entre as tarefas mais usadas destacam-se as de completamento de radicais1 de palavras (e.g., MEM____, radical da palavra memória) e as de completamento de fragmentos (e.g., M_M_R_A, fragmento da palavra memória). No procedimento geral deste tipo de tarefas os participantes são expostos a listas de palavras e após a apresentação é solicitado que completem os fragmentos ou radicais com a primeira palavra que lhes ocorrer. O desempenho traduzirá a recuperação implícita sempre que este for facilitado pela apresentação prévia do material. Este efeito poderá traduzir-se num menor tempo de completamento de palavras ou de fragmentos com base nas palavras vistas anteriormente, relativamente a outras; ou numa taxa mais elevada de completamento com as palavras vistas anteriormente comparativamente à taxa de completamento com as mesmas palavras quando estas não foram previamente codificadas. Este efeito é designado na literatura por primação2. De acordo com Olofsson e Nyberg (1992) embora as tarefas de completamento de radicas de palavras e de fragmentos se assemelhem, elas são distintas. Para além da tarefa de completamento de radicais colocar habitualmente menos restrições na sua execução, é frequente os experimentadores seleccionarem radicais passíveis de completamento com pelo menos dez palavras diferentes. Pelo contrário, as tarefas de completamento de fragmentos são frequentemente concebidas para terem muito poucas possibilidades de completamento ou apenas uma. Estas características contribuem para que a prova de completamento de fragmentos se assemelhe a uma tarefa de resolução de problemas e a prova de completamento de palavras a uma tarefa de associação livre (Olofsson & Nyberg, 1992). As tarefas de memória implícita têm vindo recentemente a ser utilizadas no estudo da produção não consciente de memórias falsas no paradigma Deese-Roediger-McDermott (DRM) (Deese, 1959; Roediger & McDermott, 1995), que consiste num procedimento experimental concebido para o estudo de memórias falsas a partir da apresentação de listas de palavras associadas a uma palavra-chave não apresentada, designada de item crítico, seguida de tarefas de evocação e/ou reconhecimento. Nestes estudos tem sido privilegiado sobretudo, o recurso a tarefas de completamento de palavras (e.g., McDermott, 1997; McKone & Murphy, 2000; Tajika, Neumann, Hamajima, & Iwahara, 2005) e a tarefas de decisão lexical que envolvem a emissão de um juízo quanto ao estímulo apresentado ser uma palavra ou uma não-palavra (e.g., Hancock, Hicks, Marsh, & Ritschel, 2003; McKone, 2004; Zeelenberg & Pecher, 2002). O presente estudo tem como objectivo apresentar a construção de normas de completamento de radicais que também possam ser usadas no âmbito da investigação sobre a recuperação não consciente de memórias falsas no paradigma DRM, dado que partimos de listas de palavras portuguesas produzidas especificamente para o estudo deste fenómeno (Albuquerque, 2005). Estas normas foram obtidas com base no completamento de listas de radicais com três letras, que correspondiam, por sua vez, aos inícios de palavras de listas de associados. Deste modo, foi possível obter a frequência de completamento de palavras na língua portuguesa sugeridas por determinados radicais. 1 Tradução da expressão inglesa “stem”. Entendem-se por radicais os inícios de palavras, geralmente as primeiras três letras. 2 Tradução da expressão inglesa “priming”. 68 E. Pimentel & P. B. Albuquerque Método Participantes Participaram neste estudo 95 estudantes universitários, dos quais 48 frequentavam a Universidade do Minho e 47 a Universidade Católica (Braga). A amostra foi constituída por 87,4% indivíduos de sexo feminino e 12,6% de indivíduos de sexo masculino, sendo as idades compreendidas entre os 18 e os 32 anos (M=21.39, DP=3.04). A colaboração dos participantes foi voluntária e sem qualquer compensação. Material O material usado neste estudo foi constituído por listas de radicais de palavras com três letras (e.g., LÁB____ de lábio). Os radicais foram criados a partir de 16 listas de associados a uma palavra alvo ou item crítico, isto é, correspondiam aos inícios de cada palavra das listas de associados que são apresentadas no Quadro 1. Quadro 1 Listas de Associados frio Inverno neve casaco roupa desconforto cachecol arrepio tremer agasalho cama aquecedor camisola chuva horrível Chaves cobertor constipação desagradável Finlândia luvas árvore frutos folhas vida natureza jardim oxigénio grande floresta campo ramos tronco Natal flores crescimento maçã castanheiro montanha ninho planta subir lento rápido caracol devagar tartaruga vagaroso preguiçoso demorado molengão lesma inactivo irritante Alentejo chato apressado atrasado autocarro burro defeito pensativo ponderado beijo carinho boca doce carícia lábios namorado amizade prazer abraço molhado afecto sentimento agradável delícia namorar cumprimento língua sabor adorável desejo doce bolo açúcar chocolate algodão agradável saboroso rebuçado guloso sobremesa gostoso morango azedo delicioso arroz apetecível carinhoso engorda fome meiguice mousse cadeira sentar mesa descanso madeira banco conforto assento sofá objecto pernas aulas cansaço escola móvel rodas baloiço design dura estudo faculdade agulha picada linha coser palheiro costura dedal alfinete fina bordar injecção roupa sangue costureira espetar afiada pico objecto pequeno perigo tesoura raiva ódio fúria sentimento medo cólera vacina angústia nervos zangado violência agressão doença irritação luta revolta gritar inveja chateado descontrolo desespero música alegria dança clássica relaxamento ouvir notas descontracção cantar discoteca rádio harmonia canção divertimento agradável arte ritmo rock instrumentos vida alto(a) caneta escrever lápis azul tinta papel esferográfica preta estudo escola letra aulas folha carta trabalho caderno apontamentos branca estudante instrumento trabalho fome pobreza sede miséria África tristeza Angola guerra desespero crianças estômago almoço apetite desgraça horror necessidade angústia ansiedade desconforto Etiópia morte ladrão roubar prisão polícia assalto dinheiro gatuno medo cadeia criminoso bandido casa noite fuga arma banco fugitivo homem perigo punir delinquência roda carro círculo pneu gigante redonda bicicleta movimento andar sorte gira carroça madeira tonturas arco dentada brincar crianças jante jogo transporte lixo sujidade cheiro poluição contentor reciclagem saco restos nojo balde papel resíduos limpeza desperdício detritos horrível odor podre desagradável fedorento consumo vinho tinto álcool bebida copo água garrafa jantar branco bebedeira beber adega festa bêbado cerveja cheiro refeição alegria azedo sabor acidentes sono cama cansaço descanso noite muito almofada insónia acordado desperto relaxar repouso preguiça indispensável lento manhã prazer reparador tarde activo agradável Completamento de radicais 69 As 16 listas usadas neste estudo foram extraídas de um universo de 100 listas de palavras portuguesas criadas de raiz a partir de um procedimento de associação semântica (Albuquerque, 2005). Cada uma das 16 listas que originaram os radicais para a tarefa de memória era composta por vinte associados a um item crítico, perfazendo ao todo 336 palavras e respectivos itens críticos. Os radicais foram obtidos de acordo com o procedimento habitual, isto é, a partir das primeiras três letras dos associados e itens críticos (e.g., CRI____ do associado “criança”). Na construção das listas foram excluídas as palavras cujos radicais formassem uma palavra do léxico português (e.g., DOR____ do associado “dormir”), assim como, associados em que o radical coincidia com o do seu item crítico (e.g., LIX radical do item crítico “lixo” e do associado “lixeira”). Foram considerados contemplados os associados que correspondiam a estrangeirismos de uso corrente (e.g., rock), tendo sido rejeitados os que se reportavam a marcas (e.g., “kispo”). Todas as palavras que formavam preposições, pronomes e advérbios (e.g., COM____, POR____, QUE____, MAS____) foram rejeitadas, bem como, as que formavam tempos verbais (e.g., RIU____, DIZ____). As palavras cujos radicais soavam da mesma forma que palavras não foram excluídas (e.g., DIS____ que se assemelha a “diz”). Aplicados os critérios anteriormente mencionados às 336 palavras (associados e itens críticos) obteve-se uma lista de 223 radicais não repetidos. Estes radicais foram distribuídos aleatoriamente por 8 listas, tendo cada participante do nosso estudo respondido a quatro destas listas seleccionadas de forma aleatória. Os cadernos de resposta foram constituídos por 5 folhas, visando a primeira a recolha de dados biográficos (idade e sexo), a apresentação das instruções e as restantes a tarefa de completamento propriamente dita. Procedimento Os participantes foram testados em grupo, tendo sido pedido que completassem cada início de palavra com a primeira palavra que lhes ocorresse. Foi solicitado que procurassem ser espontâneos nas suas respostas já que o objectivo do estudo consistia em perceber quais as palavras geradas a partir dos inícios propostos. A tarefa não teve tempo limite, no entanto, verificamos que a duração foi de aproximadamente 20 minutos. Resultados e discussão Antes de se proceder à análise dos resultados foi necessário distinguir as respostas que correspondiam a palavras consideradas válidas e não válidas. Assim, foram aceites para além das palavras portuguesas e dos estrangeirismos (e.g., rock), diminutivos de nomes portugueses (e.g., Toni de António), palavras estrangeiras (e.g., answer), nomes de marcas (e.g., Cerelac, Reebok) e a abreviatura de uma licenciatura ministrada pela Universidade do Minho (LESI). Nas situações de palavras com grafia dupla (e.g., bêbado ou bêbedo, senzala ou sanzala) foi adoptada apenas uma das fórmulas (e.g., bêbado, senzala). Quando a palavra correspondia a um nome estrangeiro com grafia em Português foi adoptada esta última designação (e.g., Madona em vez de Madonna). Foi preservado o género em que os participantes escreveram as palavras por forma a manter palavras homónimas, isto é, palavras com pronuncia e grafia iguais mas com significado diferente 70 E. Pimentel & P. B. Albuquerque (e.g., índia de habitante do sexo feminino ou Índia de território). Além disso, foi mantida a grafia original das palavras homógrafas, isto é, palavras com grafia idêntica mas com significado e sons diferentes (e.g., distancia, forma verbal e distância, substantivo; divida, forma verbal e dívida, substantivo). As palavras redigidas no plural foram convertidas para a sua forma singular. Tendo verificado que as regras de acentuação das palavras foram largamente transgredidas optou-se por se considerarem válidas todas as palavras que tinham sido objecto de adição ou supressão de acentos (agudo, grave, circunflexo e til) e sinais de ligação (hífen), tanto no radical (e.g., prédio em PRE____, místico em MIS____, clave em CLÁ____), como na restante palavra (e.g., demonio em vez de demónio, triangulo em vez de triângulo, ladrao em vez de ladrão). Dado que a tarefa de completamento de palavras não visava avaliar a produção escrita dos participantes, senão a frequência de palavras sugeridas por determinados radicais, foram consideradas correctas todas as palavras com erros ortográficos comuns na língua Portuguesa, que resultam na sua maioria da reprodução gráfica da pronúncia, desde que não se verificassem no radical (e.g., azelha em AZE____) ou que não alterassem significativamente a grafia original (e.g., preliminario em vez de preliminar). Além dessas situações, foram consideradas inválidas aquelas que correspondiam a palavras inventadas pelos participantes (e.g., odoeirar, lester), um caso de associação (e.g., ovelha em RES____), bem como, as situações em que a palavra foi completa e correctamente redigida pelo participante no espaço destinado ao completamento, correspondendo a erros, quer por adição de segmentos no radical (e.g., alegria em ALG____), quer por confusão de letras (e.g., pedido em DED____). Tendo em conta os critérios acima definidos, procedeu-se à correcção de todos os erros que correspondiam às seguintes categorias, tendo-se registado uma ou mais ocorrências em cada uma delas: 0(1) confusão entre e e i (e.g., defenir em vez de definir, predistinado em vez de predestinado); 0(2) confusão entre o e u (e.g. autumóvel em vez de automóvel, engumar em vez de engomar); 0(3) confusão entre g e j (e.g., finjir em vez de fingir); 0(4) confusão entre s e z mediais (ex.: Brazil em vez de Brasil, prezunçoso em vez de presunçoso); 0(5) confusão de ç e s em posição intervocálica (e.g., traisoeiro em vez de traiçoeiro); 0(6) confusão entre x e ch (e.g., rouchinol em vez de rouxinol); 0(7) omissão de uma consoante dobrada em posição intervocálica (e.g., homosexual em vez de homossexual) ou troca de consoantes simples por consoantes dobradas em posição intervocálica (e.g., inasseitável em vez de inaceitável); 0(8) troca de m por n antes de p ou b (e.g., estanpar em vez de estampar); 0(9) omissão de consoantes em sequências consonânticas (e.g., disípulo em vez de discípulo); (10) omissão de consoantes mudas para abrir vogais em posição intervocálica (e.g., inativo em vez de inactivo); (11) alteração de vogais iguais para vogais diferentes (e.g., penicelina em vez de penicilina); (12) supressão de segmentos (e.g., trignometria em vez de trigonometria, ânglo em vez de ângulo) ou adição de segmentos (e.g., deterimento em vez de detrimento, flore em vez de flor). Finalmente, foram ainda consideradas três situações menos típicas: a confusão de x por ç (e.g., afeixão em vez de afeição), a adição sistemática de i antes da vogal e por parte de um participante (e.g., Invierno em vez de Inverno) e a formação inadequada do plural da palavra lençol (e.g., lenções em vez de lençóis). Após este tratamento prévio, foi calculada a ocorrência de cada palavra em termos da sua frequência e de percentagem. De forma a facilitar a análise das respostas os radicais foram ordenados por ordem alfabética e as respostas ordenadas por ordem decrescente de frequência (Quadro 2). As normas aqui apresentadas contemplam apenas os completamentos correctos que obtiveram uma frequência igual ou superior a 5%. Completamento de radicais 71 Quadro 2 Frequências de completamento de radicais (apresentados por ordem alfabética): Resultados para frequências de completamento superiores a 5%. A ABR (N=47) abrir Abril abreviatura abraço abre ACT (N=51) acto actuar actor actual actividade Freq. 19 11 3 3 3 Freq. 19 9 7 3 3 % 40,4 23,4 6,4 6,4 6,4 % 37,3 17,6 13,7 5,9 5,9 ADO (N=46) adorar adoro adorno Freq. 25 4 3 ÁFR (N=46) África ACI (N=50) acidente ácido Freq. 30 12 % 60,0 24,0 ACO (N=51) acordar acompanhar acolher acorrentado Freq. 15 9 3 3 % 29,4 17,6 5,9 5,9 AÇÚ (N=51) açúcar Freq. 51 % 100,0 % 54,3 8,7 6, 5 AFE (N=50) afecto aferir Afeganistão afeição afectado Freq. 2 6 6 5 4 % 24,0 12,0 12,0 10,0 8,0 Freq. 45 % 97,8 % 29,4 19,6 17,6 7,8 5,9 % 41,9 20,9 18,6 7,0 % 42,6 10,6 8,5 6,4 6,4 % 94,1 % 17,3 15,4 15,4 5,8 5,8 5,8 % 12,0 10,0 10,0 8,0 8,0 6,0 6,0 6,0 6,0 % 18,6 14,0 9,3 7,0 Freq. 15 10 9 4 3 Freq. 18 9 8 3 Freq. 20 5 4 3 3 Freq. 48 Freq. 9 8 8 3 3 3 Freq. 6 5 5 4 4 3 3 3 3 Freq. 8 6 4 3 AGU (N=51) agulha agudo água aguçar aguçado ALE (N=43) alegria Alemanha alegre Alentejo AGA (N=47) agarrar agachar agasalho agarra agarrado ÁGU (N=51) água ADE (N=51) adega aderir Adelaide adesão Adélia adeus AFI (N=50) afilhado afiar afinal afinidade afinado afinar afiador afim afia AGR (N=43) agricultura agradar agressivo agronomia ÁLC (N=50) álcool Alcácer Freq. 42 4 % 84,0 8,0 ALF (N=51) alfabeto alfinete alface alfaiate alfândega alfa Freq. 15 8 7 4 4 3 % 29,4 15,7 13,7 7,8 7,8 5,9 ALM (N=50) alma almoço Almada almanaque Almeida AND (N=50) andar andamento andorinha Freq. 15 10 7 6 4 Freq. 34 4 4 % 30,0 20,0 14,0 12,0 8,0 % 68,0 8,0 8,0 ALT (N=51) alto altura altamente Freq. 25 7 4 % 49,0 13,7 7,8 ALG (N=43) alguma alga algarismo algum algures alguém Algarve AMI (N=47) amigo amizade amiga Freq. 7 4 4 4 4 4 3 Freq. 33 11 3 % 16,3 9,3 9,3 9,3 9,3 9,3 7,0 % 70,2 23,4 6,4 % 48,0 34,0 % 16,3 9,3 9,3 7,0 7,0 7,0 7,0 % 58,7 13,0 8,7 6,5 % 35,4 12,5 10,4 8,3 Freq. 24 17 Freq. 7 4 4 3 3 3 3 Freq. 27 6 4 3 Freq. 17 6 5 4 ANS (N=50) ansiedade ansioso APE (N=43) apêndice apenas apego apetite apesar apelido apetecer ANG (N=46) Angola ângulo angelical angústia APO (N=48) apoio Apocalipse apoiar apontar APR (N=43) aprender apropriado Freq. 18 6 % 41,9 14,0 cont. → 72 E. Pimentel & P. B. Albuquerque (← cont.) A AQU (N=47) aquário aqui aquecer aquilo ARR (N=47) arrepio arrumar arroz arrendar arrependido arrefecer ASS (N=45) assinatura assento assar assinar assado assistente assistir AUT (N=51) automóvel autor automático autarquia autocarro B BAL (N=41) balde baleia balneário balão bala baliza BÊB (N=51) bêbado bebe Freq. 17 11 3 3 Freq. 6 6 4 3 3 3 Freq. 14 5 4 4 3 3 3 Freq. 16 6 6 4 4 % 36,2 23,4 6,4 6,4 % 12,8 12,8 8,5 6,4 6,4 6,4 % 31,1 11,1 8,9 8,9 6,7 6,7 6,7 % 31,4 11,8 11,8 7,8 7,8 ARC (N=51) arco arca arcada Freq. 26 16 5 % 51,0 31,4 9,8 ARM (N=51) arma armário armação armadilha ÁRV (N=48) árvore Freq. 25 8 4 3 Freq. 48 % 49,0 15,7 7,8 5,9 % 100,0 ART (N=51) arte artigo artista artimanha Freq. 25 11 7 3 % 49,0 21,6 13,7 5,9 ATR (N=43) atrevido atracção átrio atraente atrair atrapalhar atrito AZE (N=47) azeite azedo azeitona Freq. 5 5 4 3 3 3 3 Freq. 27 7 7 % 11,6 11,6 9,3 7,0 7,0 7,0 7,0 % 57,4 14,9 14,9 AUL (N=45) aula Freq. 39 % 86,7 AZU (N=47) azul azulejo Freq. 40 5 % 85,1 10,6 Freq. 9 8 6 4 4 3 Freq. 44 4 % 22,0 19,5 14,6 9,8 9,8 7,3 % 86,3 7,8 BAN (N=45) banco banana bandeira banquete banheira Freq. 19 8 6 4 3 % 42,2 17,8 13,3 8,9 6,7 BEB (N=50) beber bebida bebedeira bebé Freq. 31 9 3 3 % 62,0 18,0 6,0 6,0 BEI (N=47) Beijo Freq. 41 % 87,2 BOL (N=51) bolo bolacha bola bolsa boleia BRI (N=51) brincar briga bricolage brilho brigada brilhar Freq. 11 10 10 9 3 Freq. 10 9 8 6 4 3 % 21,6 19,6 19,6 17,6 5,9 % 19,6 17,6 15,7 11,8 7,8 5,9 BIC (N=46) bico bicicleta bicudo bica BOR (N=51) borboleta bordado bordar borracha borla BUR (N=51) burro burguesia burla Freq. 18 17 4 4 Freq. 15 11 6 6 3 Freq. 30 5 5 % 39,1 37,0 8,7 8,7 % 29,4 21,6 11,8 11,8 5,9 % 58,8 9,8 9,8 BOC (N=47) boca Freq. 45 % 95,7 BRA (N=51) Braga Brasil braço branco Freq. 22 14 6 3 % 42,3 26,9 11,5 5,8 C CAC (N=47) cacau caco cacto cacete cacarejar Freq. 11 10 6 3 3 % 23,4 21,3 12,8 6,4 6,4 CAD (N=43) cadeira caderno cadeado cadeia cadela Freq. 18 8 5 3 3 % 41,9 18,6 11,6 7,0 7,0 % 44,2 7,0 7,0 7,0 CAR (N=48) carro carta Freq. 31 3 % 64,6 6,3 CAM (N=47) cama câmara caminhar camião campo caminho camisola CAS (N=43) casa casamento casado Freq. 13 6 6 4 4 3 3 Freq. 23 6 3 % 27,7 12,8 12,8 8,5 8,5 6,4 6,4 % 53,5 14,0 7,0 CAN (N=43) cantar Canadá candeeiro canto Freq. 19 3 3 3 cont. → Completamento de radicais 73 (← cont.) C CER (N=50) cerveja cereja Freq. 26 9 % 52,0 18,0 CHO (N=43) chorar chocar choque choro chocolate Freq. 13 7 5 4 4 % 30,2 16,3 11,6 9,3 9,3 CLÁ (N=43) clave clássico clássica cláusula clavícula Freq. 8 5 4 3 3 % 18,6 11,6 9,3 7,0 7,0 CON (N=43) conversa contar convencido Freq. 3 3 3 % 7,0 7,0 7,0 CRE (N=48) crescer creme crença creche crepe cremar D DAN (N=43) dança Danone dançar Daniela dantes Daniel dano DEL (N=43) delta delegado delgado delírio delimitar delicioso deleite delicado DES (N=47) descalço desculpa Freq. 9 8 7 5 5 3 DIN (N=46) Dinamarca dinheiro dinossauro Dino CHA (N=43) chamar chapéu chato chávena chatear CHU (N=43) chupeta churrasco chuva chupar chupa chutar COB (N=43) cobaia cobiça cobrar cobre cobarde cobertor cobra COP (N=51) copo copula copia copiar Freq. 10 6 4 4 3 Freq. 11 6 5 4 4 4 Freq. 11 6 5 5 4 4 4 Freq. 35 3 3 3 % 23,3 14,0 9,3 9,3 7,0 % 25,6 14,0 11,6 9,3 9,3 9,3 % 25,6 14,0 11,6 11,6 9,3 9,3 9,3 % 68,6 5,9 5,9 5,9 CHE (N=50) chefe cheque chegar cheirar Freq. 19 11 4 3 % 38,0 22,0 8,0 6,0 CÍR (N=46) círculo circo círio Freq. 17 14 5 % 37,0 30,4 10,9 CÓL (N=51) cólera cólica colo Freq. 39 6 3 % 76,5 11,8 5,9 COS (N=51) costa coser cosmo cosmética costureira CUM (N=50) cume cúmulo cúmplice cumprimento cumplicidade cumprir Freq. 22 7 6 4 3 Freq. 13 8 7 6 4 3 % 43,1 13,7 11,8 7,8 5,9 % 26,0 16,0 14,0 12,0 8,0 6,0 % 18,8 16,7 14,6 10,4 10,4 6,3 CRI (N=50) Cristo criança crime cristal Cristina Critica Freq. 10 6 5 4 3 3 % 20,0 12,0 10,0 8,0 6,0 6,0 Freq. 7 7 6 5 5 4 3 Freq. 6 5 4 4 4 3 3 3 Freq. 6 5 % 16,3 16,3 14,0 11,6 11,6 9,3 7,0 % 14,0 11,6 9,3 9,3 9,3 7,0 7,0 7,0 % 12,8 10,6 DED (N=51) dedo dedal Freq. 34 10 % 66,7 19,6 DEF (N=51) deficiente deficiência défice defesa defender Freq. 26 5 3 3 3 % 51,0 9,8 5,9 5,9 5,9 DEM (N=46) demónio demora demorar demolir demente demografia democracia Freq. 9 6 6 5 4 3 3 % 19,6 13,0 13,0 10,9 8,7 6,5 6,5 DEN (N=51) dente dentista Freq. 29 12 % 56,9 23,5 DET (N=43) detergente detenção deteriorar detestar detido Freq. 10 3 3 3 3 % 23,3 7 7 7 7 DIS (N=50) discurso distraído discussão distância distúrbio distante Freq. 11 8 4 4 3 3 % 22,0 16,0 8,0 8,0 6,0 6,0 DEV (N=48) dever devolver devorar devagar devo devido DIV (N=50) divino divisão diva divertir diversão divida divórcio Freq. 17 6 4 3 3 3 Freq. 9 8 5 4 4 4 3 % 35,4 12,5 8,3 6,3 6,3 6,3 % 18,0 16,0 10,0 8,0 8,0 8,0 6,0 Freq. 16 11 8 3 % 34,8 23,9 17,4 6,5 cont. → 74 E. Pimentel & P. B. Albuquerque (← cont.) D DOC (N=51) documento doca docente doce doctor E ENG (N=47) engenheiro engomar engolir ESP (N=47) Espanha espanhol espada Freq. 33 5 5 3 3 % 64,7 9,8 9,8 5,9 5,9 DOE (N=48) doente doença Freq. 34 8 % 70,8 16,7 DUR (N=41) duro duração dura Freq. 17 14 3 % 41,5 34,1 7,3 Freq. 24 6 3 Freq. 19 5 3 % 51,1 12,8 6,4 % 40,4 10,6 6,4 ESC (N=41) escova escudo escola EST (N=50) estrela estudo estádio estação Freq. 13 10 9 Freq. 5 3 3 3 % 31,7 24,4 22,0 % 10,0 6,0 6,0 6,0 ESF (N=48) esferográfica esfera esfinge ETI (N=46) etiqueta ética ético Freq. 17 12 3 Freq. 24 11 3 % 35,4 25,0 6,3 % 52,2 23,9 6,5 F FAC (N=41) faculdade faca fácil Freq. 15 12 7 % 36,6 29,3 17,1 % 88,2 % 30,2 16,3 11,6 % 30,2 20,9 18,6 9,3 7,0 % 76,7 9,3 Freq. 45 Freq. 13 7 5 Freq. 13 9 8 4 3 Freq. 33 4 FES (N=51) festa FIN (N=43) final Finlândia finalidade FED (N=43) fedor fedorento federação feder Fédon FLO (N=43) flor flora FOM (N=47) fome fomentar Freq. 42 3 % 89,4 6,4 % 47,1 43,1 % 21,6 21,6 17,6 7,8 7,8 % 82,4 7,8 % 41,7 16,7 6,3 6,3 6,3 % 66,7 27,1 Freq. 24 22 Freq. 11 11 9 4 4 Freq. 42 4 Freq. 20 8 3 3 3 Freq. 32 13 FUG (N=51) fuga fugir G GAR (N=51) garrafa garagem garganta GIR (N=48) girafa girar girassol giro gira FRI (N=51) frito frio fritar fritadeira frigorífico FÚR (N=51) fúria furor FOL (N=48) folha folga foleiro folclore folgar FRU (N=48) fruta fruto Freq. 34 9 3 Freq. 18 13 9 4 3 % 66,7 17,6 5,9 % 37,5 27,1 18,8 8,3 6,3 GAT (N=46) gato gata Freq. 41 5 % 89,1 10,9 GIG (N=46) gigante giga Freq. 36 5 % 78,3 10,9 GOS (N=47) gosto gostar gostoso Freq. 21 15 6 % 44,7 31,9 12,8 GRI (N=47) gripe grito gritar grilo H HAR (N=50) harmonia harpa hardware Freq. 15 14 11 4 % 31,9 29,8 23,4 8,5 GUE (N=50) guerra guerreiro gueto Freq. 30 3 3 % 60,0 6,0 6,0 GRA (N=43) gráfico grande grade grave gramática gravata grafiti GUL (N=47) guloso guloseima gula gulosa Freq. 5 5 4 4 3 3 3 Freq. 18 13 7 4 % 11,6 11,6 9,3 9,3 7,0 7,0 7,0 % 38,3 27,7 14,9 8,5 Freq. 26 5 4 % 52,0 10,0 8,0 HOM (N=51) homem Freq. 47 % 92,2 HOR (N=43) hora horta horror horário horas Freq. 9 9 8 7 4 % 20,9 20,9 18,6 16,3 9,3 cont. → Completamento de radicais 75 (← cont.) I INA (N=43) inato inacabado inalar inactivo inadaptado inapto INS (N=51) instinto instrumento instante instituto instituição insistir insatisfeito J JAN (N=51) jantar Janeiro janela L LÁB (N=47) lábio Freq. 7 4 4 4 4 4 Freq. 7 6 4 3 3 3 3 % 16,3 9,3 9,3 9,3 9,3 9,3 % 13,7 11,8 7,8 5,9 5,9 5,9 5,9 IND (N=51) Índia indivíduo índio indicar índice induzir INV (N=51) Inverno inveja inventar inverso invenção Freq. 8 6 4 3 3 3 Freq. 22 8 5 4 4 % 15,7 11,8 7,8 5,9 5,9 5,9 % 43,1 15,7 9,8 7,8 7,8 INJ (N=47) injustiça injecção injectar injectável Freq. 12 9 6 3 % 25,5 19,1 12,8 6,4 IRR (N=43) irritado irritar irreal irritante irradiar irritada Freq. 10 5 4 4 4 3 % 23,3 11,6 9,3 9,3 9,3 7,0 Freq. 29 16 4 % 56,9 31,4 7,8 JAR (N=43) jardim jarro jarra Freq. 24 10 6 % 55,8 23,3 14,0 JOG (N=51) jogo jogar jogador Freq. 32 13 3 % 62,7 25,5 5,9 Freq. 47 % 100,0 % 83,0 14,9 % 39,6 14,6 10,4 8,3 8,3 8,3 6,3 % 41,9 18,6 11,6 9,3 9,3 % 52,2 21,7 13,0 8,7 % 20,9 18,6 11,6 9,3 7,0 7,0 Freq. 39 7 Freq. 19 7 5 4 4 4 3 Freq. 18 8 5 4 4 Freq. 24 10 6 4 Freq. 9 8 5 4 3 3 LÁP (N=47) lápis lápide LEN (N=48) lente lento lenço lentidão lenda lençol Lenine LIM (N=43) limão lima limpar limar limpo LAD (N=46) lado ladrão ladrar ladainha LES (N=43) leste lesão lesma lesado LESI3 lésbica LET (N=48) letra Letícia letreiro Letónia Freq. 30 4 3 3 % 62,5 8,3 6,3 6,3 % 92,0 % 76,5 9,8 5,9 % 27,5 21,6 13,7 9,8 7,8 5,9 % 68,8 14,6 8,3 Freq. 46 Freq. 39 5 3 Freq. 14 11 7 5 4 3 Freq. 33 7 4 LÍN (N=50) língua LIX (N=51) lixo lixar lixeira M MAÇ (N=48) maçã LIN (N=51) língua linha linho lince linguagem lindo LUT (N=48) luta luto lutar LUV (N=47) luva Freq. 45 % 95,7 Freq. 42 % 87,5 MED (N=51) medo medico medicina MIS (N=46) mistério missa mistura mista miséria misto místico Freq. 27 8 5 Freq. 14 6 6 5 5 4 % 52,9 15,7 9,8 % 30,4 13,0 13,0 10,9 10,9 8,7 3 MAD (N=51) madeira madrasta Madrid madame madrinha MEI (N=47) meigo meio meia MOL (N=43) mole moldura molde mola molhar Freq. 16 8 7 3 3 Freq. 26 14 3 Freq. 9 6 5 4 3 % 31,4 15,7 13,7 5,9 5,9 % 55,3 29,8 6,4 % 20,9 14,0 11,6 9,3 7,0 MAN (N=51) mandar manual manter mancha manta MES (N=43) mesa mesada Freq. 8 5 4 4 3 Freq. 30 6 % 15,7 9,8 7,8 7,8 5,9 % 69,8 14,0 MON (N=48) monte monção montar montanha Freq. 18 5 5 4 % 37,5 10,4 10,4 8,3 6,5 cont. → 3 Abreviatura de uma licenciatura (Universidade do Minho). 76 E. Pimentel & P. B. Albuquerque (← cont.) M MOR (N=47) morte morango morrer Freq. 19 9 9 % 40,4 19,1 19,1 MÓV (N=41) Móvel Freq. 41 % 100,0 N NAM (N=47) namorar namoro namorado Freq. 27 12 7 NER (N=51) nervos nervo nervoso Nero NOI (N=46) noite MOU (N=47) mouro moura Mourinho mouco mousse Moutinho MUI (N=43) muito Freq. 12 6 5 4 4 4 Freq. 40 % 25,5 12,8 10,6 8,5 8,5 8,5 % 93,0 MOV (N=50) movimento mover móvel Freq. 30 12 3 % 60,0 24,0 6,0 MÚS (N=43) música músculo Freq. 21 20 % 48,8 46,5 % 57,4 25,5 14,9 NAT (N=48) Natal natação natureza natural Freq. 16 12 9 5 % 33,3 25,0 18,8 10,4 Freq. 22 11 11 3 % 43,1 21,6 21,6 5,9 NEV (N=51) neve nevoeiro nevar Freq. 33 7 4 % 64,7 13,7 7,8 Freq. 42 % 91,3 NOJ (N=43) nojo nojento Freq. 29 10 % 67,4 23,3 NEC (N=50) néctar necessidade Neco necrologia Neca NIN (N=48) ninguém ninja ninho Nintendo ninfa Nina NOT (N=43) nota notar notário notícia notificar Freq. 19 5 4 4 3 Freq. 20 6 5 4 4 3 Freq. 19 7 5 5 3 % 38,0 10,0 8,0 8,0 6,0 % 41,7 12,5 10,4 8,3 8,3 6,3 % 44,2 16,3 11,6 11,6 7,0 ODO (N=43) odor Freq. 41 % 95,3 Freq. 12 7 3 3 3 3 3 3 Freq. 12 10 7 7 3 Freq. 31 13 % 23,5 13,7 5,9 5,9 5,9 5,9 5,9 5,9 % 23,5 19,6 13,7 13,7 5,9 % 67,4 28,3 Freq. 20 9 5 4 3 % 39,2 17,6 9,8 7,8 5,9 O OBJ (N=50) objecto objectivo OUV (N=43) ouvir ouvido P PAL (N=51) palavra palmeira palha palmas palito Freq. 39 9 Freq. 22 21 % 78,0 18,0 % 51,2 48,8 ÓDI (N=43) ódio Freq. 41 % 95,3 OXI (N=43) oxigénio oxidante Freq. 35 3 % 81,4 7,0 Freq. 16 8 6 5 3 % 31,4 15,7 11,8 9,8 5,9 PAP (N=48) papel papa papagaio papoila paparazzi Freq. 14 12 4 3 3 % 29,2 25,0 8,3 6,3 6,3 PEQ (N=50) pequeno Freq. 49 % 98,0 PLA (N=48) planta planalto plateia POD (N=43) poder podar podre Freq. 18 3 3 Freq. 28 5 3 % 37,5 6,3 6,3 % 65,1 11,6 7,0 PER (N=50) pergunta perto perfeito perna percurso PNE (N=46) pneu pneumonia % 11 6 4 3 3 Freq. 24 11 22,0 12,0 8,0 6,0 6,0 % 52,2 23,9 PEN (N=51) pente pena pentear penicilina penoso pensar pénis penalty PIC (N=51) picnic pico picar pica picante POB (N=46) pobre pobreza POL (N=46) Polónia polícia pólo política polígono Freq. 11 8 5 5 3 % 23,9 17,4 10,9 10,9 6,5 PON (N=51) ponte ponta ponderar ponderado ponto cont. → Completamento de radicais 77 (← cont.) P PRA (N=47) praia prazer praxe prato praga prazo PUN (N=51) punir punição punido punho punhal R RAD (N=50) rádio radar Freq. 10 8 7 6 3 3 Freq. 14 13 8 4 4 % 21,3 17,0 14,9 12,8 6,4 6,4 % 27,5 25,5 15,7 7,8 7,8 PRE (N=46) preto presente prémio preconceito prego Freq. 5 4 4 3 3 % 10,9 8,7 8,7 6,5 6,5 PRI (N=46) primeiro primo prima prisão primário Freq. 12 12 4 3 3 % 26,1 26,1 8,7 6,5 6,5 Freq. 27 13 % 54,0 26,0 % 72,1 7,0 7,0 % 39,6 14,6 12,5 6,3 6,3 REC (N=45) recreio recado recordar recolher recorde Freq. 12 6 5 3 3 % 26,7 13,3 11,1 6,7 6,7 RED (N=46) redondo rede redobrar redonda reduzido REP (N=51) república repetir repentino Freq. 14 11 3 3 3 Freq. 11 11 3 % 30,4 23,9 6,5 6,5 6,5 % 21,6 21,6 5,9 % 46,5 30,2 7 7 % 19,1 17,0 12,8 12,8 8,5 6,4 % 60,0 12,0 6,0 Freq. 31 3 3 Freq. 19 7 6 3 3 Freq. 20 13 3 3 Freq. 9 8 6 6 4 3 Freq. 30 6 3 RAM (N=43) ramo ramalhete ramificação RAP (N=48) rápido rapaz rapidez rapar raptar RAI (N=43) raio raiva raia rainha REB (N=47) rebuçado rebelde rebento rebentar rebolar rebola REF (N=50) referência refeição referencia RES (N=43) responder resposta restaurante residência Freq. 8 8 8 6 % 18,6 18,6 18,6 14,0 RIT (N=51) ritual Rita Ritmo ROU (N=43) roupa roubar roubo rouco S SAB (N=47) sábado sabão saber sabedoria sabonete Freq. 28 16 6 Freq. 22 7 5 3 % 54,9 31,4 11,8 % 51,2 16,3 11,6 7,0 ROC (N=51) rocha roca rochedo Freq. 21 13 5 % 41,2 25,5 9,8 REL (N=43) relação relva relógio relevo relvado REV (N=47) revolução revolta revista reviver rever revisão reverendo ROD (N=46) roda rodar Rodrigo Freq. 10 8 7 4 3 Freq. 8 6 6 5 5 4 3 Freq. 22 10 8 % 23,3 18,6 16,3 9,3 7,0 % 17,0 12,8 12,8 10,6 10,6 8,5 6,4 % 47,8 21,7 17,4 Freq. 23 8 6 3 3 % 48,9 17,0 12,8 6,4 6,4 SAC (N=45) saco sacudir saca Freq. 29 4 3 % 64,4 8,9 6,7 SED (N=46) sede Freq. 33 % 71,7 SEN (N=50) sentimento sentar sentir sentido sensação sensível sensibilidade Freq. 7 6 5 4 3 3 3 % 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 6,0 6,0 SAN (N=47) santo sangue sanidade santuário sanita sanitário SOB (N=47) sobre sobremesa soberbo Freq. 19 7 3 3 3 3 Freq. 11 10 3 % 40,4 14,9 6,4 6,4 6,4 6,4 % 23,4 21,3 6,4 cont. → 78 E. Pimentel & P. B. Albuquerque (← cont.) S SOF (N=45) sofá Sofia sofrer sofrimento sofisma SUB (N=48) subir submarino subúrbio subsídio subalterno subterrâneo submerso T TAR (N=46) tarde tartaruga tara tarifa tareia tarte tarado TON (N=51) tonificar tónico Tóni tonto tonelada tontura tónica TRI (N=46) trigo triângulo tribo trincar trigonometria trinta Freq. 16 11 10 4 3 Freq. 7 4 3 3 3 3 3 % 35,6 24,4 22,2 8,9 6,7 % 14,6 8,3 6,3 6,3 6,3 6,3 6,3 SON (N=43) sono sonho sonhar sonoro Sónia SUJ (N=51) sujo sujeito sujidade sujar Freq. 8 6 6 3 3 Freq. 19 11 11 9 % 18,6 14,0 14,0 7,0 7,0 % 37,3 21,6 21,6 17,6 SOR (N=50) sorrir sorriso sorte Freq. 35 5 3 % 70,0 10,0 6,0 Freq. 14 8 4 4 3 3 3 Freq. 12 8 5 5 4 4 4 Freq. 9 7 5 3 3 3 % 30,4 17,4 8,7 8,7 6,5 6,5 6,5 % 23,5 15,7 9,8 9,8 7,8 7,8 7,8 % 19,6 15,2 10,9 6,5 6,5 6,5 TES (N=50) teste tesoura testamento testa testemunha tesouro Freq. 17 10 5 5 3 3 % 34,0 20,0 10,0 10,0 6,0 6,0 TIN (N=50) tinto tinta tinteiro Freq. 21 19 4 % 42,0 38,0 8,0 TRA (N=48) trabalho traço Freq. 25 4 % 52,1 8,3 TRE (N=47) tremer trepar tremor trengo três trevo Freq. 11 8 5 3 3 3 % 23,4 17,0 10,6 6,4 6,4 6,4 TRO (N=43) troca trocar trocadilho tronco trovoada troco Tróia Freq. 8 5 4 4 3 3 3 % 18,6 11,6 9,3 9,3 7,0 7,0 7,0 V VAC (N=51) vacina vaca Freq. 26 22 % 51,0 43,1 % 52,9 27,5 11,8 % 50,0 12,0 8,0 6,0 % 37,0 26,1 21,7 % 27,1 22,9 22,9 12,5 6,3 Freq. 27 14 6 Freq. 25 6 4 3 Freq. 17 12 10 Freq. 13 11 11 6 3 VID (N=51) vida vidro vídeo VIN (N=50) vinho vinte vingança vinagre VAG (N=46) vaguear vago vaga VIO (N=48) violino violência viola violeta violento Z ZAN (N=51) zangado zanga zangar Freq. 30 7 4 % 58,8 13,7 7,8 A necessidade inerente ao estudo de testar um elevado número de estímulos (223 radicais) levou a que cada participante tivesse respondido apenas a cerca de metade destes. Esta opção visou minimizar o cansaço dos participantes na tarefa, prejudicial à produção de respostas rápidas e espontâneas. Estudos posteriores serão úteis no alargamento da amostra relativamente a cada radical testado. Completamento de radicais 79 Sublinhamos também que neste estudo a apresentação da ordem dos radicais dentro de blocos de cerca de 30 estímulos foi mantida constante, porém, a sequência da apresentação dos blocos foi aleatória. Será conveniente, com vista a controlar o possível efeito de ordem entre radicais, a apresentação em computador recorrendo a um software que possibilite a aleatorização dos estímulos. Finalmente, refira-se que este material poderá ser usado no âmbito de estudos experimentais que utilizem como medida de memória, o completamento de palavras da língua portuguesa. Neste sentido, aumentar a amostra de radicais é um trabalho que pode e deve ser paulatinamente concretizado. Mais importante ainda, será a sua rentabilização no âmbito da investigação sobre recuperação implícita no paradigma DRM, especificamente para o qual as normas foram concebidas. Bibliografia Albuquerque, P. B. (2001). Memória implícita e processamento: Do subliminar à formação de imagens Braga: Centro de Estudos em Educação e Psicologia da Universidade do Minho. Albuquerque, P. B. (2005). Produção de evocações e reconhecimentos falsos em 100 listas de palavras associadas portuguesas. Laboratório de Psicologia, 3, 3-12. Deese, J. (1959). On the prediction of occurrence of particular verbal intrusions in immediate recall. Journal of Experimental Psychology, 58, 17-22. Ebbinghaus, H. E. (1913). Memory: A contribution to experimental psychology (trans. H. A. Ruger & C. E. Bussenius). New York: Teacher’s College, Columbia University. (Original work published 1885) Graf, P., & Schacter, D. (1985). Implicit and explicit memory for new associations in normal and amnesic subjects. 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Submissão: 13/11/2006 Aceitação: 17/04/2007