Acontece – Edição 65.1 - Curso de Jornalismo Mackenzie

Transcrição

Acontece – Edição 65.1 - Curso de Jornalismo Mackenzie
Universidade Presbiteriana Mackenzie - Centro de Comunicação e Letras
Publicação feita pelos alunos do 2º semestre de Jornalismo
Ano IV - Edição 65
Corredores urbanos
Corridas patrocinadas por empresas
resgatam o esporte em São Paulo
4
A polêmica da
redução da
maioridade
penal continua
5
X-Games trazem
adrenalina para
o sambódromo
paulistano
7
Discos de vinil
sobrevivem e
continuam a atrair
aficionados
8
Humorista,
microfone e
muitos risos com
o Stand-up
Apresentação
Trabalhos acumulados, provas finais, o
fantasma da reprovação assombrando algumas
cabeças. Era o final do semestre que se aproximava.
Apesar das circunstâncias adversas, os alunos se
empenharam para elaborar mais uma edição do
Acontece.
Democrático como sempre, este jornallaboratório traz matérias sobre os mais variados
assuntos. Dessa vez, o leitor irá encontrar nas
próximas páginas uma matéria sobre corridas de
rua, de Marina Galeano, que fala do aumento da
prática da modalidade e dos benefícios trazidos pela
corrida; X-Games, de Stefanie Duarte e Steffanye
Moraes, sobre os jogos radicais que aconteceram
em São Paulo no mês de abril; a complicada
questão da maioridade penal, de Marcela Manocci
e Natally Gama, que levantaram os prós e contras
da diminuição da idade penal; a resistência dos LPs
diante da extinção, de Bruno Lopes; e, finalizando, a
nova modalidade de comédia, a Stand-up, de Flávio
Junqueira e Rodrigo Ragonha, sobre a chegada
desse estilo de comédia no país.
Para nós, alunos do segundo período do
jornalismo, essa edição tem um sabor diferente. É
a nossa despedida do projeto Acontece. Foram
quase cinco meses de reuniões de pauta, entrevistas,
produção de textos, correção, tratamento de
imagens, diagramação e muita correria. Mas valeu a
pena. Passamos o bastão para a próxima turma com
a sensação de missão cumprida e, acima de tudo,
com bastante experiência acumulada.
Uma das primeiras coisas que ouvimos
quando chegamos na faculdade é que a graduação
é apenas a primeira etapa de um longo percurso
de formação profissional. O diploma universitário
deixou de ser diferencial no currículo há um tempo
considerável. Está cada vez mais fácil receber um
título de professor, administrador, advogado,
jornalista; portanto, cabe a nós, alunos, fazermos
diferente, destacarmo-nos numa multidão que
aumenta a cada colação de grau. O começo dessa
diferenciação está, justamente, na graduação.
Quem faz a faculdade é o aluno. Claro
que o corpo docente e a estrutura oferecida pela
instituição (física e pedagógica) são fundamentais,
no entanto, na sala de aula são dados os primeiros e
básicos estímulos. Caso o aluno queira realmente se
destacar, tem que ir além daquilo pedido em classe.
Os bons tempos de escola, quando o conhecimento
chegava mastigadinho, acabaram. Agora, entramos
no mundo de gente grande.
Talvez à primeira vista, o Acontece pareça
apenas um jornal-laboratório do segundo período
do curso de jornalismo. Será somente isso se você
encará-lo assim. Do contrário, está aí uma excelente
oportunidade de começar, de fato, sua carreira
jornalística. Pense em pautas interessantes, busque
fontes qualificadas e não desista no primeiro não
– jornalistas precisam ser insistentes. Não deixe
de ir para a rua, sujar os sapatos e preocupe-se em
apurar os acontecimentos uma, duas ou quantas
vezes forem necessárias; dedique-se à produção de
sua matéria, cuide do texto, das fotos (não esqueça
das fotos!); participe da edição e da diagramação do
jornal. Você só tem a ganhar.
Nos despedimos por aqui. Essa divagação
toda está assumindo um tom de “sermão de mãe”,
mas nossa intenção é que as próximas equipes do
Acontece e de todos as publicações realizadas pelo
Mackenzie entendam a importância do projeto
e aproveitem a chance de exercer a profissão de
jornalista com seriedade e compromisso, mesmo
ainda sendo considerados “aspirantes” à função.
Bom trabalho e boa sorte!
Editores Web: Ludmila Amaral e
Stefanie Duarte
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Centro de Comunicação e Letras
Diretora: Esmeralda Rizzo
Coordenador: Vanderlei Dias de Souza
Acontece
Editoras: Luana Cavalcante e Marina
Galeano
Editores de imagem: Bruno Pegoraro e
Davi Correia
Projeto Gráfico: Renato Santana
Diagramação: Ana Caroline Pereira e
Renata Uliana
Os editores
pelos professores e jornalistas André
Nóbrega, MTB nº 26.514, e Lucas Pires,
MTB nº 31.990.
Impressão: Gráfica Mackenzie
Tiragem: 300 exemplares
Repórteres
Bruno Pegoraro, Flávio Junqueira, Marcela
Mannocci, Marina Galeano, Natally Gama,
Rodrigo Ragonha, Stefanie Duarte e Steffany Moraes
Contatos
Jornal Laboratório dos alunos do segundo
semestre do curso de Jornalismo do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, orientados
Acesse o nosso site para conferir matéria exclusivas, entrevistas na íntegra e
interagir com a nossa equipe:
www.aconteceonline.wordpress.com
Acontece • Página 2
Para enviar críticas, sugestões, elogios ou
comentar as reportagens dessa edição:
[email protected]
Correr e gostar é só começar
A corrida de rua se popularizou entre os paulistanos nos últimos anos. Praticantes e profissionais
de Educação Física dão inúmeras razões para aderir à modalidade. Está esperando o quê?
V
ocê já correu hoje? Talvez
o esporte não faça parte da
sua vida ainda, mas calçar
um par de tênis e correr pelas ruas
e parques da cidade se tornou rotina para milhares de paulistanos. A
prática da modalidade cresceu significativamente nos últimos anos e,
como reflexo, o número de provas
de rua, organizadas por empresas e
associações, também aumentou. Segundo informações do Banco
de Dados da Federação Paulista de
Atletismo, em 2001 foram realizadas onze provas. Em 2005, aconteceram 174 provas só na capital.
A Corpore (Corredores Paulistas
Reunidos), uma entidade sem fins
lucrativos, fundada em 1982 com
o objetivo de representar e ser porta voz do corredor na comunidade,
é, atualmente, o maior clube de
corredores da América Latina. Em
1997 eram apenas 800 associados;
em 2007, havia um total de aproximadamente 9300 membros.
Quanto ao número de inscritos
nas provas organizadas pela entidade, geralmente em parceria com
outros patrocinadores, o aumento foi ainda mais surpreendente:
de 9430 inscritos em 1997 para
118.657 em 2006.
Empresas enxergaram na corrida de rua uma ótima oportunidade de marketing. Afinal, divulgam
sua marca, e, ao mesmo tempo,
vinculam sua imagem à qualidade
de vida e preocupação com o bem
estar dos clientes. Maratona Pão
de Açúcar de Revezamento, Track
& Field Run Series e Nike 10 k são
exemplos de provas patrocinadas
por grandes empresas, que investem em organização e tecnologia,
atraindo, assim, um número cada
vez maior de corredores.
Pessoas das mais diversas idades e classes sociais aderiram à
corrida por razões e objetivos distintos. Milton Ramalho, 47 anos,
professor universitário, começou a
correr aos 18 anos, quando serviu o
Exército. “No início eu corria por-
que era obrigado; era militar e corria pelo quartel.
Depois, passei a correr
por prazer, por saúde”,
explica. Já Felipe Gonzáles, 28 anos, professor de
Educação Física, corre
desde 2002. Tornou-se
praticante devido ao baixo custo do esporte. “Na
época estava desempregado e o esporte mais barato de se praticar era a
corrida – era só comprar
um tênis e começar a cor- Corredores: prontos para mais uma prova
rer. Aí virou paixão.”
tou. Dos nove alunos de Roberto
Outro corredor amador, no caso, Marmo, personal trainer, três são
amadora, é Viviane Aguilar, de 42 especificamente de corrida. Felipe
anos. “Atleta” há apenas um ano, González, também personal, treina
conta que “correr sempre foi um so- dois alunos e orienta o grupo de
nho, mas como estava bem acima do corrida da Academia Full Time. Na
peso, era difícil começar. Emagreci visão dos dois profissionais, as pese consegui iniciar aos poucos”.
soas querem correr, inicialmente,
Para muitos praticantes, parti- para melhorar a forma física.
cipar de provas de rua é uma for- “Os meus alunos chegam proma de motivação e de incentivo à curando a parte estética, querendo
continuidade da prática esportiva. emagrecer. Com o tempo, almejam
Ramalho, que já correu as ma- a superação de limites e a sensação
ratonas de São Paulo, Curitiba e de bem estar”, conta Felipe. “EmaFlorianópolis, entre outras, busca grecimento em primeiro lugar, menas provas a concretização de todo lhora da saúde e superação pessoal
um planejamento. Gonzáles par- em segundo”, enumera Roberto.
ticipa com o intuito de melhorar Diante das vantagens, é preciso
seu desempenho, de superar seus frear a empolgação antes de levanpróprios limites. Viviane também tar do sofá e sair correndo por aí.
encara como um desafio pessoal. Os professores alertam: o correto
“É uma competição comigo mes- é começar devagar e seguir alguma”, afirma. Em apenas um ano mas recomendações essenciais. “O
de treino, ela conseguiu terminar aluno iniciante tem de caminhar
uma prova de 15 km.
e, aos poucos, alternar caminhada
Embora um tanto sacrificante no com trotes curtos”, aconselha Roinício, os entrevistados garantem berto. “Qualquer um pode correr,
que a corrida lhes trouxe inúmeros desde que siga orientações de um
benefícios. Ramalho aponta a dis- professor de Educação Física e não
ciplina, a melhoria da saúde em ge- tenha nenhuma restrição médica.
ral e a chance de se relacionar com Pessoas com mais de 50 anos deoutras pessoas. Felipe afirma que, vem consultar um cardiologista.
depois de ter começado a correr, Descanso, alimentação e vestipercebeu uma melhora no humor, mentas adequadas também são
mais disposição e mais confiança imprescindíveis”, pontua Felipe.
para encarar os desafios. Melhora
Agora você já tem motivos de
no bem estar, na auto-estima e no- sobra para criar coragem e chevas amizades foram os fatores cita- gar na USP às 7h da manhã de um
dos por Viviane.
domingo – faça chuva ou faça sol
Professores de Educação Físi- –, pegar seu kit corrida, e esperar,
ca observam que a procura pelo ansiosamente, a largada de mais
treinamento de corrida aumen- uma prova.
Foto: Arquivo pessoal
MARINA GALEANO
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As controvérsias da maioridade penal
Com o agravamento dos casos de violência cometidos por jovens menores de idade, a
redução da maioridade penal volta a ser tema de discussão no país
H
oje, de acordo com a Fundação do Bem Estar do
Menor (FEBEM), há cerca de 15 mil jovens no estado de
São Paulo beneficiados por medida sócio-educativa imposta pelo
governo. Elas buscam aplicar ao
menor de idade uma punição de
menor proporção ao de um indivíduo adulto, fazendo com que tenha
a oportunidade de se regenerar
através de acompanhamento psicológico e, em casos extremos, de
internação.
A advogada criminalista Adriana Cristina Silveira considera as
penas aplicadas pelo Código Penal
“duras e elevadas” e não acredita
necessária a modificação do Código Penal, que foi totalmente reformulado em 1984. “Existe, sim,
a necessidade de reformulação do
Código de Processo Penal, que,
face ao grande número de recursos, impede a correta aplicação
da pena, pois o processo, além de
burocrático, implicaria em ‘retroatividade da Lei’, o que só ocorreria
para beneficiar o réu”, aponta ela.
Outro fator importante ressaltado por ela é a necessidade de
maior conhecimento técnico por
parte do legislador frente à Constituição e direitos individuais. “Infelizmente, o desconhecimento
jurídico de muitos dos iletrados
acarreta processos de inconstitucionalidade de tramitação longa
no Supremo Tribunal”, afirma.
Essa questão é bastante polêmica no mundo inteiro. Muitas pessoas são a favor de que não exista
uma idade limite no qual um indivíduo possa ser responsável criminalmente pelos seus atos. Outras
dizem que não se pode punir um
adolescente, pois este não teria
discernimento para entender o
que é certo ou errado. Nisso a Dra.
Silveira declara que não são poucos os casos de agentes imputáveis
acometidos de problemas psicoló-
gicos e psiquiátricos oriundos de tuto da Criança e do Adolescente
problemas físicos ou fatores exter- (ECA), que considera ato infracionos, que interferem diretamente nal para qualquer tipo de crime
no discernimento da conseqüência cometido por menores de 18 anos.
do crime praticado.
“Todos devem responder por
A advogada, conselheira e diretora seus atos e atitudes, independenda OAB de São Paulo Dra. Tallulah temente da idade que tenham. TeCarvalho completa que “a legisla- nho certeza que a dor, os traumas,
ção brasileira entende que o me- as perdas, os danos psicológicos
nor de 18 anos não possui desen- e morais causados por um crime
volvimento mental completo para cometido por um menor ou um
compreender e ser plenamente maior de 18 anos são os mesmos.
responsável por seus atos”.
Por que penas diferentes para o
Estatísticas apontadas pela mesmo crime?”, questiona o Sr.
Vara da Infância e Juventude da Jorge.O Sr. Jorge, que, após o perCapital de São Paulo
mostram que a tendência à criminalidade
se inicia aos 14 anos,
acentuando-se muito
após os 16 anos. Além
disso, a criminalidade
mais “violenta”, principalmente roubo, homicídio e latrocínio, é
quase exclusivamente
praticada por menores
entre 15 e 18 anos.
Jorge Balsalobre
Damus teve seu filho,
Rodrigo, de 20 anos,
assassinado em um
semáforo na cidade de
São Paulo em 27 de setembro de 1999. Uma
quadrilha, sendo três
deles maiores e um
Rodrigo: morto por um menor de idade
menor, queriam roubar seu carro para vender em um der o filho, fundou o “Movimento
desmanche e usar o dinheiro na de Resistência ao crime”. Para ele,
festa de aniversário do menor, que a redução da maioridade penal
completaria 18 anos dali três dias. para crimes considerados graves
Quem matou Rodrigo foi o cometidos por menores com cermenor, com um tiro pelas costas. teza inibiria outras pessoas de se
Por cometer o latrocínio (roubo aventurarem no mundo do crime.
seguido de morte), o assassino re A Dra. Silveira explica que,
cebeu medidas “sócio-educativas” ainda que falte um dia para que o
permanecendo na “Febem” (hoje, menor complete 18 anos, o comeFundação Casa) por 1 ano e 8 me- timento de um ato criminoso será
ses, e foi posto em seguida em li- considerado ato infracional e ele
berdade. O Sr. Balsalobre Damus responderá pelo ECA. “No Brasil,
acredita que o que precisa mudar o menor infrator não pode ficar
é o artigo 228 da Constituição Fe- mais de três anos internado em
deral, que diz que os menores de instituição de reeducação, como a
18 anos são inimputáveis, ou seja, Fundação Casa, a antiga Febem. O
eles passam a não ser punidos pelo menor não pode ser encaminhado
Código Penal mas sim pelo Esta- ao sistema penitenciário”, alerta a
Foto: Arquivo pessoal
MARCELA MANNOCCI
E NATALLY GAMA
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Dra. Tallulah. Desta forma, o período máximo de internação será
de três anos em estabelecimento
próprio a menores, não ficando
sujeito à pena máxima de 30 anos,
como prevê o Código Penal.
Como pai, o Sr. Damus sente
que muitos jovens podem perder
suas vidas por conta da impunidade apregoada pelo ECA, que acoberta crimes graves cometidos por
menores. “Falta seriedade para
combater o crime”, aponta.
Os defensores da redução damidade penal alegam que se um adolescente de 16 anos pode votar, já
tem capacidade para compreender
o ato criminoso que praticou. Eles
argumentam também que a pena
para menores de 18 anos é branda
e não inibe a prática de crimes.
A Dra. Tallulah explica que
a OAB de São Paulo é contrária
à redução da maioridade penal,
pois acredita que não é reduzindo
a maioridade penal que os crimes
cometidos por menores diminuirão. “Precisamos investir nesses
jovens antes que eles se envolvam
com a prática criminosa”, indica
ela, apontando um possível futuro
para caso venha a ser diminuída a
maioridade penal. “Se o Brasil optasse pela redução, passaria pelos
mesmos percalços e teria um novo
problema a resolver: para onde encaminhar estes jovens infratores
diante da falência do sistema prisional, que não recupera ninguém?
Certamente estaríamos iniciandoos mais cedo no crime organizado,
sem que eles viessem a entender,
de fato, o caráter criminoso de sua
conduta”, adverte.
Em relação ao sistema prisional
e ao preparo para receber os menores infratores, pesquisas mostram
que o Brasil tem hoje uma superlotação de 150 mil presos e mais de
meio milhão de foragidos por causa de 550 mil mandados de prisão
jamais cumpridos pela polícia. A
Secretaria Nacional de Segurança
Pública (SENASP) contabiliza um
déficit no sistema penitenciário de
700 mil vagas.
Para a Dra. Tallulah, o ponto
crucial é quanto ao prazo de internação do jovem infrator. “A lei
estabeleceu um limite máximo de
privação de liberdade de três anos,
independente do número de delitos praticados pelo adolescente. Se
continuar matando, nenhum minuto pode ser somado a esse tempo máximo de três anos”, afirma.
Para a OAB paulista, seria preciso rever o tempo de internação,
que deveria ser ampliado levandose em conta o tipo de violência, a
periculosidade do autor e o número
de delitos praticados pelo menor.
A redução da maioridade penal
por si só não resolverá o problema
da criminalidade como um todo,
mas colaborará para a redução
dos crimes. Reduzir para 16 anos
a maioridade penal atingiria 64%
dos atos infracionais no geral, e
mais de 90% dos atos infracionais
violentos é contra a pessoa. Se a
redução da maioridade penal for
para os 14 anos, 92% de todos os
atos infracionais seriam englobados e praticamente todos aqueles
cometidos com violência contra a
pessoa, pois até os 14 anos a família exerce maior controle sobre os
jovens, impedindo que caminhem
para o mundo do crime.
Muito além do futebol
Nos X-Games 2008, competidores deram um show em skates, bikes e em outras modalidades.
Os esportes radicais ganham cada vez mais espaço nesse grande palco que é o Brasil
STEFANIE DUARTE
E STEFFANY MORAES
O
X-Games, a maior competição mundial de esportes radicais, realizada
pela
ESPN, teve início em 1995
no estado de Rhode Island, nos
EUA, e anteriormente se chamava Extreme Games. No começo, os
jogos reuniam skate, BMX, in-line
roller, sky surf, street ludge, escalada e corrida de aventura, dentre
outras. Depois vieram o Moto X e
o ralli.
O sucesso do X-Games nos EUA
fez com que o evento rompesse
as fronteiras e desembarcasse na
Europa, Ásia, América Central e
América do Sul. O Brasil já foi sede
de três edições do Latin X-Games,
entre 2002 e 2004, no Rio de Janeiro. Esses eventos serviam de
seletivas para o evento principal,
em Los Angeles, que é o mais disputado e badalado do mundo dos
esportes extremos.
Recentemente a ESPN criou os
X-Games Internacionais, competições ao redor do mundo que possibilitam a participação de atletas
de todos os continentes. Em 2007,
os X-Games passaram pela China,
México e Emirados Árabes. E esse
ano chegou ao Brasil, num evento
com infra-estrutura comparada à
de Los Angeles e o segundo maior
público da história dos jogos. O
evento aconteceu entre os dias 25
e 27 de abril no Sambódromo do
Anhembi, em São Paulo, e atraiu
mais de 43 mil pessoas. Por conta
do imenso público, a edição 2009
já foi confirmada.
“O carinho, entusiasmo e participação do público brasileiro foram incríveis. Estamos muito sa-
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tisfeitos com os resultados. Com
certeza, o evento no Brasil já é o
segundo maior X-Games do mundo, atrás apenas do de Los Angeles”, afirmou Rick Alessandri, diretor geral da marca X-Games.
No primeiro dia, sexta-feira, os
atletas estavam apenas fazendo o
reconhecimento dos locais onde
iriam competir e treinando. O público foi pequeno, mas de qualquer forma compareceu pra conferir o que estavam preparando. As
únicas eliminatórias foram as do
skate street, com excelente atuação dos brasileiros. As provas realizadas durantes os três dias foram
de BMX (Street e Vertical), Skate
(Street e Vertical) e Moto X (Step
Up e Best Trick).
No sábado e no domingo, além
do público que queria conferir as
maiores feras desses esportes em
Foto: Stefanie Duarte
ação, muitas pessoas foram para os chegado aonde chegou – o 4º lu- esses fica com mais vontade ainda
shows de CPM 22 e Charlie Brown gar no Campeonato Paulista, 18 de um dia chegar lá”, acredita FeJr. Na prova de Moto X, as arqui- º lugar no Nacional e o 1º lugar lipe.
bancadas chegaram a ter 20 mil no Campeonato Mineiro de Mo “De uma forma ou de outra, o
pessoas em um só dia, e a intera- toCross. “Ganhei uma prova do esporte está sendo divulgado. Se a
tividade dos pilotos com o público campeonato sul-mineiro de Moto- pessoa tiver força de vontade pra
atraía cada vez mais gente para o Cross. Foi muito emocionante, es- aprender, ela consegue bem rápilugar. O fluxo de gente foi tamanho tava liderando, caí e na última cur- do, mas as manobras não são fáque os organizadores precisaram va reassumi a liderança e ganhei”, ceis”, conclui Fernando, que anda
barrar a entrada de mais pessoas, comemora ele.
de skate desde os 13 anos e fala
pois já estava mais do que lotado.
Com BMX e skate, a animação do que no Brasil o incentivo e o apoio
Isso levou o “excedente” a impro- público não foi diferente. O paulis- ao esporte também precisam mevisar: uns subiram em cima de la- ta Lucas Xaparral, após se classifi- lhorar, mas que já é bem maior do
tões de lixo e outros se apertavam car em 2º lugar nas eliminatórias, que era há alguns anos.
nas grades para ter uma visão pelo venceu a grande final do street
No BMX, Simon Tabron foi o
menos parcial do que estava acon- skate conquistando seu primeiro vencedor. Executando o 900 graus
tecendo. Até a polícia militar foi título como skatista profissional.
(duas voltas e meia no ar) por duas
chamada para ajudar na ordem.
Rodolfo Ramos, o Gugu, li- vezes em sua volta, logo após sua
Foram disputadas duas cate- derou a competição até a última participação foi comemorar a congorias: Best Trick (onde a melhor bateria, quando aconteceu a vira- quista junto à platéia, que ultramanobra elege o campeão) e Step da de Xaparral. Gugu ficou com passava a casa dos 20 mil. Nenhum
Up (uma versão do salto em al- a 2ª colocação, e o gaúcho Paulo brasileiro disputou a decisão.
tura sobre duas rodas). A grande Galera em terceiro, diante de 30
Chorão, do Charlie Brown Jr,
ausência foi Ronnie Renner, atu- mil pessoas. Os obstáculos foram abriu o show que encerraria o Xal campeão do Step Up, que, com uma réplica dos principais pontos Games, composto em sua maioria
problemas particulares, desistiu e praças que os skatistas usam pra por adolescentes de 13 a 17 anos,
da etapa no Brasil. A expectativa treinar em São Paulo.
dizendo que aquilo que acontecia
no Best Trick ficou pela Eletric
No skate vertical, nada de no- ali era esporte de “vagabundo”.
Death (morte elétrica), nome da vidade, pois Bob Burnquist levou “Vagabundo como nós”, complemanobra do norte-americano Kyle o X de ouro novamente. A final tou em seguida. Muitas pessoas
Loza. Nessa categoria os três pri- foi acirrada e Bob venceu nos de- reclamaram e se revoltaram. “Não
meiros colocados foram os ameri- talhes, com manobras surpreen- sei em qual sentido ele quis dizer,
canos Matt Buyten, Todd Potter e dentes na enorme half pise (pista mas isso não soou bem. Mas o povo
Kyle Loza. Já no domingo foi a vez em forma de “U”).
só quer ouvir as músicas mesmo,
do Step Up, no qual os vencedores
Felipe Ferreira e Fernando não está nem aí para o que ele diz”,
foram Todd Potter, Greg Hartman Carvalho, ambos skatistas street, opinou Rafael Cunha. “Sou skatise Brizze Izzo. Os brasileiros “Joa- vêem o evento como um incenti- ta, não sou vagabundo e acho que
ninha”, Cyro de Olininguém aqui é. O ‘nós’
veira e Giancarlo Berdele é só ele, problema
gamini terminaram
dele, mas rotular não”,
a categoria em sexto,
esbravejou Lucas Pinono e décimo lugar
nheiro.
respectivamente.
O impressionante
Derick Almeida,
sucesso do público e a
18 anos, estudante de
bela atuação dos braJornalismo do Masileiros mostraram que
ckenzie, é piloto proo Brasil não é só o país
fissional de Moto X e
do futebol, mas também
já competiu em um
o país dos esportes racampeonato naciodicais, pois tem muita
nal e dois estaduais.
gente que em vez de só
Ele diz que o esporte
chutar bola alcança o
ainda tem um longo
céu com duas rodas, faz
caminho a ser percormalabarismos com quarido no país por causa
tro e faz a bicicleta criar
da estrutura e do pa- Manobras radicais no Half Pipe: 20 mil pessoas em um dia asas. No mesmo final de
trocínio, ainda precários.
vo ao esporte de rua. “A exposição semana acontecia a famosa Virada
“Muitos pilotos são prejudica- do esporte é muito grande em um Cultural e a semifinal dos campedos por isso, além de outros tantos evento desses e serve para mos- onatos estaduais. Mesmo assim
desistirem da carreira pela enor- trar que o skate está vivo e que a o público compareceu em massa,
me dificuldade que encontram cada dia aparecem mais profis- mesmo aqueles que, enquanto aspara conseguir apoio e destaque”, sionais andando. Quem está co- sistiam às disputas, ouviam rádio
comenta. Derick conta que se não meçando a andar e vê o prestígio e vez ou outra gritavam “gol” em
fosse o pai ajudando jamais teria que o skate tem em eventos como alguma parte do sambódromo.
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Dá pra virar o disco?
A moda de tirar a poeira do vinil não ficou para trás. Apesar de mais de 60 anos de estrada, o
LP continua a despertar o interesse de muita gente
“
Dá pra virar o disco?!”. Essa
famosa frase serve para
pessoas que repetem sempre a mesma coisa. Mas há uns
trinta anos ela tinha um sentido
totalmente diferente. Quem não
se lembra dos “bolachões”, com
aquelas capas enormes, uma bela
produção artística ou aquela foto
do ídolo? Apesar de ser coisa do
passado, o LP ainda desperta interesse e paixão em muita gente.
É o caso de José Eduardo
Cunha, 18 anos, estudante de Fotografia no Senac. Ele conta que
o primeiro contato com o vinil foi
nos tempos de criança, quando
ouvia com os seus pais. “Comecei
a escutá-los ainda pequeno com
meu pai, mas não me interessava
muito. Com o passar dos anos eu
fui me aproximando e gostando
cada vez mais de rock. Aí conheci
o punk dos anos 80 e já na adolescência passei a comprar e a escutar
meus próprios discos”, conta.
Segundo ele, sua coleção não é
muito grande – tem 56 discos, com
títulos bem variados, desde Tim
Maia e Ira! a Clash e Ramones, entre outros. Mas o seu favorito é um
do Ultraje a Rigor, o “Nós vamos
invadir a sua praia”, considerado
um marco no Rock nacional dos
anos 80.
José conta que comprar discos
não é tão complicado. “Um lugar
que eu costumo ir pra comprar vinil é na Galeria do Rock. Lá tem
várias lojas, dá pra achar várias raridades. E não precisa só comprar,
você pode trocar alguns também.
Mas em vários lugares no centro
têm uns sebos que vendem vinil”,
indica ele.
Mas o LP não se resume apenas
à música. Ele resgata lembranças
de uma época que não volta mais.
Uma época em que ouvir música era
algo muito especial, era uma forma
de as pessoas se reunirem em volta
de um toca-discos e curtirem horas
e horas de muita música e dança.
Pensando nisso, algumas
gravadoras têm dado início a um revival do vinil. A
Rhino Records é uma delas.
Uma das responsáveis pela
disseminação dos CDs no
início dos anos 1990, hoje a
Rhino olha para o passado
e relança coleções especiais
em vinil. Na tentativa de alcançar o público fiel à agulha e ao prato, a gravadora
norte-americana criou até
um selo especial, o Rhino Jean Gantines: “Vinil nunca vai acabar”
Vinyl. As primeiras relíquias relan- cionadores se arrependeram e tençadas são do Grateful Dead: “Live/ tam resgatar os discos perdidos.
Dead”, “Workingman’s Dead” e Jean também é colecionador. A
“American Beauty”, remasteriza- paixão pelo vinil surgiu por volta
dos e impressos em vinil de 180 dos 12 anos, quando nas rádios ele
gramas. Foram também reedita- ouvia algumas bandas pop e comdos discos da década de 1970 do prou o seu primeiro compacto. CoYes e do T Rex.
meçou a colecionar LPs por volta
Mesmo com opções de relança- de 1974 e hoje conta com mais de
mentos preciosos, o custo desses quatro mil discos em sua coleção.
discos é alto. Uma caixa do Me- Por ser um aficionado por rock,
tallica, por exemplo, tem a suges- sua coleção é composta por discos
tão de preço de 100 dólares. Mas do final dos anos 1960 e 1970, e dos
no Brasil a produção de vinil che- gêneros Hard Rock, Metal e MPB.
gou ao fim. A única fábrica que Ele possui algumas relíquias, disainda resistia ao avanço tecnoló- cos lançados em 1965. Conta que
gico e continuava produzindo LPs tem um cuidado todo especial com
era a Polysom, instalada em Bel- os LPs. “São todos encapados com
ford Roxo – na Baixada Fluminen- dois plásticos, para evitar a entrase, estado do Rio de Janeiro. Tinha da de poeira, e limpados com deuma produção feita sob encomen- tergente neutro sempre que possída, que atendia principalmente vel”, explica.
a DJs da Europa e do Japão, que Ter os discos pode não ser o
buscavam música brasileira. Teve mesmo que ouvir os discos. Mas
que fechar suas portas no início Jean afirma que escuta pelo medeste ano. O Ministério da Cultu- nos um disco por dia, e vai além:
ra prometeu apoio a Polysom para “A qualidade do som é muito meque suas atividades não fossem lhor que a do CD”, ressalta. “O som
encerradas, mas a ajuda ficou ape- do LP é um pouco mais grave e não
nas nas notícias.
possui uma freqüência tão aguda
Apesar de a produção de vinil quanto a do CD, o que produz um
não existir mais no Brasil, a pro- som mais limpo”, esclarece.
cura começa a crescer. É o que Apesar de ser tido como uma
conta Jean Lazaro Pasil Gantines, tecnologia ultrapassada e em ex48 anos, proprietário da Metal, tinção, Jean dá boas razões para
loja especializada em artigos de crer que o disco de vinil não vai
rock localizada no centro de Santo acabar. “Acho que os LPs são para
André que funciona desde 1984. sempre. A moda do vinil está volSegundo Gantines, quando o CD tando, e quem gosta de vinil não
foi lançado muitos colecionadores deixa de comprar. A moçada que
de vinil venderam toda a coleção e começou a comprar vinil, daqui
passaram a comprar CDs. Com o 10 ou 20 anos, vai continuar compassar do tempo, os próprios cole- prando”, justifica.
Foto: Bruno Pegoraro
BRUNO PEGORARO
Acontece • Página 7
A nova moda na comédia
FLÁVIO JUNQUEIRA
E RODRIGO RAGONHA
S
tand-up Comedy (algo como
Comédia em pé) é um gênero humorístico em alta no
Brasil. A idéia básica consiste em
um humorista relatando coisas do
cotidiano com muito bom humor.
Ou seja, o objetivo é fazer rir de
situações que fazem parte do diaa-dia e que muitas vezes passam
despercebidas.
Muito conhecido nos Estados
Unidos e Europa e estrelado por
grandes celebridades como Woody Allen, Robin Williams e Chris
Rock, o espetáculo teve um início
tímido no Brasil na década de 1970
com José Vasconcelos. Mais tarde,
Chico Anysio e Jô Soares produziram shows ao vivo que se aproximavam do atual stand-up, que vem
ganhando força no país alavancado
principalmente pelo grupo Clube
da Comédia, formado por cinco
humoristas – Marcelo Mansfield,
Marcela Leal, Rafinha Bastos, Oscar Filho e Danilo Gentili.
“O Marcelo chamou a Marcela
e o Rafinha para montar um show
metade humor físico, apresentado
pelo Marcelo, e metade Stand-up,
apresentado pelos outros dois.
Não deu muito certo, mas serviu
como um embrião. Finalizaram
uma curta temporada e iniciaram
um projeto apenas de Stand-up”,
explica Oscar Filho.
A estréia do Clube da Comédia
foi em abril de 2005 com Marcelo
Mansfield, Marcela Leal, Rafinha
Bastos, Márcio Ribeiro, Henrique
Pantarotto e Oscar Filho. Depois
houve algumas mudanças e chegaram ao elenco atual.
Sobre o esquema da apresentação, Oscar esclarece o formato. “O
Stand-up é apresentado sozinho,
sem figurino, acessório, iluminação complexa, sonoplastia ou cenário. Nada. Só um comediante e um
microfone, o que já é bastante.”
Com o sucesso do show, o grupo ganhou cada vez mais fãs por
diversas regiões do país. Leandro
Fuschini, 21 anos, de Santos, fala
sobre o que lhe agrada
no Stand-up. “É uma
comédia pensada, que
traz coisas do nosso
dia-a-dia e acaba fazendo a gente rir de
nós mesmos, diferente
das piadas ‘estilo Ari
Toledo’”, comenta o
estudante. Oscar Filho concorda: “É comum ouvir coisas do
tipo ‘isso já aconteceu
comigo’, ‘verdade’, ‘eu
também penso assim’. Matheus Spadari: fã da comédia Stand-up
A pessoa vê que é real, que é próxi- principais vídeos viraram mamo, que é cotidiano”.
nia no YouTube, tendo milha Com todo esse reconhecimento res de visitas por dia. Fiquei fã
e admiração do grande público, o de muitos comediantes só de
Stand-up leva cada vez mais jovens tê-los visto pela internet, depara o teatro. “A maioria das pia- pois procurei ir ao próprio tedas faz referência a assuntos rela- atro”.
cionados aos jovens, como criação Porém, não são todos que
de personagens, programas de TV têm a oportunidade de conhee dificuldades de relacionamento”, cer o trabalho desses artistas,
diz Matheus Spadari, estudante de e, por isso, Matheus acha que
18 anos. “Talvez um público com o Stand-up precisa de maior
idade mais avançada deixasse de divulgação nacional. “São raentender a maioria das piadas, ras as apresentações dos shows
ou não as acharia tão engraçadas em cidades do interior e outros
quanto os jovens, por não compar- estados do Brasil. O público
tilhar do mesmo ‘universo’ que o acaba tendo uma visão de que
público mais novo”, acredita ele.
o show fica fora de seu alcance.
“Se a pessoa não gosta de teatro Assim, uma maior divulgação
porque acha chato ou entediante, e uma melhor programação de
o Stand-up ajuda a trazer a pessoa apresentação em outras cidades
pra ver que existem coisas diver- só fariam o stand-up melhorar,
tidas. O teatro é necessário, mas criando uma fonte de entreteainda existe muito preconceito”, nimento mais diversificada ao
opina Oscar, que segue a colher os público brasileiro”, acredita.
frutos que o Clube da Comédia lhe
Mesmo com a participação
proporciona.
no programa de televisão, que
Graças à exposição no site You- requer muita dedicação, Oscar
Tube, Oscar Filho, Danilo Gentili não pretende deixar o Clube
e Rafinha Bastos estão agora na da Comédia. “Stand-up é vitelevisão com o programa CQC. ciante. Não consegui parar até
“O meu vídeo foi visto há um ano hoje. Eu acho muito poderoso
e meio na Argentina pelo diretor, você ler uma notícia no jornal,
que chegou aqui e foi me ver no ver um comercial na TV, pegar
Clube. Se não fosse o Stand-up, uma história que aconteceu
não estaria no YouTube, e se não com você, transformar em piafosse o YouTube, não estaria no da e contar na mesma semana
CQC”, explica Oscar.
para 100, 200 pessoas”, diz ele,
Seus vídeos na internet são que está no ramo desde 2005.
responsáveis também pelo gran- “É quase uma terapia, só que
de número de fãs. Spadari conta os terapeutas são os especcomo foram seus primeiros conta- tadores, que riem no final de
tos com esse tipo de comédia. “Os cada história sua”, compara.
Acontece • Página 8
Foto: Flávio Junqueira
O Stand-up Comedy ganha seu espaço na comédia brasileira e já é o gênero preferido de muitos

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