Alta - Portal da Urologia

Transcrição

Alta - Portal da Urologia
Ano XXVIII • Edição Jun/Jul/Ago 2014 • nº 2
Órgão de Informação da Diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia. Fundado por Ewerton Amaral
Médicos falam sobre
a cirurgia
robótica
no Brasil e
no mundo
Cobertura especial
Congresso Internacional de Uro-Oncologia
Congresso Norte-Nordeste de Urologia
Campanha Segura Aí
Sociedade faz
parceria com
Universidade
de Miami
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SBU tem novo
regimento interno e
muda a periodicidade
do BODAU
Movimente seu corpo
Saiba como encaixar
exercícios físicos na
sua rotina corrida
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Editorial
Prezados colegas da SBU,
Na época do pagamento da anuidade, alguns colegas
questionam o que a nossa Sociedade faz pelos sócios e o
por que ser sócio da SBU. A nossa instituição é a segunda
maior sociedade urológica do mundo, falando em número
de sócios, atrás apenas da American Urological Association,
com quase 4.500 componentes.
Poucos podem imaginar a força e a importância de nossa Sociedade, sendo uma das mais atuantes no cenário
nacional. Somos um exemplo para várias outras especialidades, com o fruto do trabalho de todos os urologistas brasileiros e de suas diretorias nestes 88 anos de sua existência.
O foco da SBU é o incentivo da boa prática urológica no
País, oferecendo ao associado uma ampla gama de projetos de atualização científica e de educação continuada.
A Comissão de Ensino e Treinamento (CET) é permanente, sem influência da diretoria, avalia cada serviço credenciado, que é fundamental na qualidade da formação do
futuro profissional e tem a responsabilidade de disciplinar as
residências, sendo modelo para outras sociedades.
A comissão do título de especialista mudou totalmente a
avaliação, realizando provas que fazem o residente estudar
durante toda a formação, trazendo informações importantes
para os serviços nas diversas áreas da urologia. A realização
das provas demanda muitas reuniões, elaborações de
questões específicas para cada ano, contratação de
pessoal especializado e aplicação da prova eletrônica.
A formação científica do urologista é uma preocupação
da Sociedade, com inúmeros cursos de atualização, aulas,
revistas, site e um respeitado jornal internacional mensal, o
IBJU, trabalho árduo, mas que vale a pena. O associado
tem um desconto de 50% em todos os cursos e congressos oficiais de nossa especialidade.
A SBU mantém um relacionamento frequente com outras grandes sociedades, como a AUA, a European, a CAU
e de outros países, principalmente os latino-americanos.
São enviados profissionais e recebidos colegas de outros
países, realizando intercâmbio para estágios.
Temos uma sede muito boa no Rio de Janeiro, com ótima estrutura, fundamental para o funcionamento de nossa
Sociedade, contando com funcionários capacitados para
apoiar o urologista e as seccionais.
Os departamentos jurídico e contábil estão à disposição
para orientar e dar assistência na esfera contábil e legal,
podendo ser consultados quando necessário.
A SBU mantém um escritório em Brasília, com representatividade na Câmara e no Senado, defendendo o interesse
do urologista na área federal, sendo importante na
aprovação de novos procedimentos e projetos de interesse.
As campanhas realizadas, como Novembro Azul e
Segura Aí, o Rastreamento da Próstata e as constantes publicações na mídia pela assessoria jornalística, orientam e
mostram a importância de exames preventivos e periódicos
à população, fazendo nosso papel social e aumentando
muito o fluxo de pacientes nos consultórios urológicos.
Tudo isso é fundamental para a nossa especialidade,
mas, infelizmente, custa muito dinheiro e esforço na captação dos recursos. A diretoria está fazendo todo o esforço
necessário para gerir o dinheiro do associado, fazendo o
máximo de economia. Trocamos nosso escritório de advocacia, racionalizamos custos, cortamos gastos.
Nenhum diretor, inclusive o
presidente da Sociedade, tem
suas despesas pagas em
eventos internacionais, mesmo
que seja para representar oficialmente a SBU.
Cada vez mais a diretoria
tem se conscientizado de que
unidos somos mais fortes. A
reunião dos presidentes das
seccionais e dos delegados
para aprovar o regimento interno
Dr. Carlos Corradi
foi uma aula de colaboração.
Presidente da SBU
O papel de SBU na vida de
Biênio 2014/2015
cada urologista brasileiro é
cada vez maior, refletindo na
sua qualidade profissional e
nos seus ganhos financeiros.
Junho/Julho/Agosto 2014 • BODAU
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Expediente BODAU • Edição nº 2 • 2014
Editor-Chefe
Carlos Sacomani
Diretoria
Gestão 2014/2015
Presidente
Carlos Eduardo Corradi Fonseca
Vice-Presidente
Valter Müller (RJ)
Secretário-Geral
Luis Augusto Seabra Rios (SP)
1° Secretário
Giovani Thomaz Pioner (RS)
2°Secretário
Luiz Sérgio Santos (PR)
3° Secretário
José de Ribamar Rodrigues Calixto (MA)
1° Tesoureiro
Laurinei Muniz da Cunha (RJ)
2° Tesoureiro
Marcos Adriano Gomes de Oliveira (GO)
3º Tesoureiro
Roberto Gonçalves de Lucena (PE)
Diretor de Pesquisas
Hans Joachim Barg (SC)
Presidente Eleito
Archimedes Nardozza Júnior (SP)
Conselho Editorial
Membros do Departamento de Comunicação
Diretor de Comunicação, Editor do BODAU e do SBU Online: Dr. Carlos Sacomani
Editor do Portal da SBU: Dr. Alfredo Felix Canalini
Editor de Mídias Sociais: Dr. Rui Nogueira
Secretária da Edição
Leyla Caminha
Tel.: (21) 2246-4003 – Ramal 13
E-mail: [email protected]
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José Ewerton Amaral – 1985/1987 • Sergio d’Ávila Aguinaga – 1987/1989 • Aday Coutinho –
1989/1991 • Lino Lima Lenz – 1991/1992 • Paulo Cesar Rodrigues Palma – 1993 • Emanuel Leal
Chaves – 1993/1995 Paulo Cesar Nanci Carvalho – 1995/1997 • Ronaldo Damião – 1997/1999 •
Eliseu Roberto Mello Denadai – 1999/2001 • Beatriz Helena de Paula Cabral – 2001/2003 • José
Fernando Callijão Araújo – 2003/2005 • Geraldo Eduardo de Faria – 2006/2007 • André Guilherme L. da
C. Cavalcanti – 2008 • Pedro Cortado – 2009 (janeiro a junho) • José de Ribamar Calixto – 2009 (julho a
dezembro) • José Fernando Calijão Araújo – 2010/2011
• Carlos Alberto Bezerra – 2012/2013
Sociedade Brasileira de Urologia
Rua Bambina, 153 – Botafogo – Rio de Janeiro – RJ – CEP 22.251-050 – Tel.: (21) 2246-4003
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O Boletim da Urologia – BODAU – é uma publicação bimestral da Sociedade Brasileira de Urologia, distribuído gratuitamente
a todos os urologistas brasileiros e membros correspondentes estrangeiros desta sociedade. O BODAU também é distribuído
em faculdades de Medicina, bibliotecas médicas, hospitais, indústrias farmacêuticas e de comércio de equipamentos e produtos
médicos. As afirmações e opiniões emitidas nos artigos do Boletim da Urologia são de inteira responsabilidade dos autores e
não refletem a opinião da Sociedade Brasileira de Urologia. A publicação de anúncios comerciais não garante qualquer respaldo
à qualidade, atividade, eficácia, segurança ou outros atributos expressos pelos anunciantes. O Boletim da Urologia e a Sociedade
Brasileira de Urologia eximem-se de qualquer responsabilidade por lesões corporais ou à propriedade, decorrentes de ideias ou
produtos mencionados neste boletim. Tiragem: 4.100 exemplares.
Projeto Gráfico
Conselho de Economia
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Paulo Habib (MG)
Membros
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Lúcio Flávio Gonzaga Silva
José Carlos de Almeida
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José Alberto Alves
Rogério César Correia Bernardo
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RV Serviços de Comunicação LTDA • Criação • Produção • Publicidade
Fone: (11) 3888-2222 • E-mail: [email protected]
Supervisora de Comunicação
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Jornalista
Vanessa Silva
Designer Gráfica
Inês Hirata
Atendimento SBU
Denise Blaques
Colaborou nesta edição
Lidia Felizati
madeira de florestas certificadas FSC e outras fontes controladoras
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Nota do editor
Regimento interno aprova nova
periodicidade do BODAU
O regimento interno foi aprovado durante o XI Congresso Norte-Nordeste de
Urologia e passará a nortear a Sociedade Brasileira de Urologia. Alterações fundamentais foram implantadas, principalmente, com o intuito de tornar a SBU uma
instituição mais forte e garantir os princípios de responsabilidade fiscal introduzidos no
novo estatuto. Tive a honra de continuar o trabalho à frente da comissão que ajudou
a elaborar o novo regimento, junto com os Drs. Alfredo Félix Canalini (TiSBU – RJ) e
Arlindo Carvalho Jr. (TiSBU – PB), e com apoio da diretoria executiva.
Com o novo regimento, o BODAU passa a ter periodicidade mínima trimestral.
No entanto, ele poderá ser editado mensalmente ou bimestralmente se a diretoria
executiva assim o quiser. Considero o BODAU um importante veículo de comunicação com os associados.
Nesta edição, dando continuidade à linha editorial de abordar temas de relevância para a urologia brasileira, a cirurgia robótica foi escolhida como matéria de capa e
alguns expoentes, com conhecimento na área, produziram textos e responderam às
questões formuladas.
Em um País carente de recursos na saúde, discutir a incorporação de novas
tecnologias é salutar. Não é possível deixar de oferecer tratamentos de maior complexidade e custos com a mera desculpa da escassez de recursos. O desafio é
conseguir disponibilizá-los de maneira adequada e consciente.
O desenvolvimento tecnológico da medicina é um caminho sem volta e nós,
urologistas, não podemos nos furtar de evoluirmos e, dessa forma, melhor tratarmos
nossos doentes. É óbvio que os benefícios da introdução de novas técnicas e novos
equipamentos precisam ser corretamente estabelecidos.
Dr. Carlos Sacomani
Editor do BODAU
Biênio 2014/2015
Espero que este BODAU aqueça a discussão sobre cirurgia robótica no Brasil.
Aproveitem, também, para acompanhar os eventos e as atividades da SBU.
Curtam as matérias dedicadas ao bem-estar e ao lazer.
Boa leitura!
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Sumário
SBU em foco
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07
08
09
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12
13
14
Programa de Urologia em Português
Prova do Tisbu contou com mais de 400 inscritos
Caixa-preta da saúde
SBU: uma instituição internacional
SBU sela parceria com a Universidade de Miami
Novo regimento interno da SBU
São Paulo e Porto Alegre receberam a campanha Segura Aí
Nota de falecimento
18 A urologia perde um grande profissional
Atualização científica
19 Survey Monkey, a nova ferramenta de pesquisas da SBU
20 V Congresso Internacional de Uro-Oncologia
24 Urologistas debatem sobre a saúde masculina
20
Capa
26 Cirurgia robótica no Brasil
Escritório de Representação em Brasília
34 SBU na Câmara dos Deputados
Cultura, lazer e turismo
36 Aproveite a Copa do Mundo para conhecer melhor o Brasil
Em debate
40 Silvio Santos conta para a mídia sobre a retirada da próstata
26
Saúde e bem-estar
44 Outono/inverno: como aproveitar melhor os alimentos
46 Como praticar exercícios, mesmo com a agenda lotada?
Dicas
48 12 aplicativos úteis na medicina
Deguste e aprecie
49 As harmonizações de vinhos e chocolates
40
6
Calendário de eventos
50 Calendário de eventos 2014
50 SBU tem novo escritório de advocacia
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SBU em Foco
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SBU em Foco
Prova do TiSBU contou
com mais de 400 inscritos
Avaliação aconteceu em São Paulo com formato eletrônico
Por Francisco de Assis Teixeira Guerra
N
o dia 30 de maio foi realizado
o Pró-TiSBU na cidade de São
Paulo. De forma inédita, a prova aconteceu sob o formato
eletrônico, o que representou
um marco importante na história da nossa Sociedade e alvo de observação de
outras especialidades médicas para
reprodução do modelo empregado.
Neste formato, é possível ampliar
informações do nível de formação dos
residentes, correlacionando-os por
região, unidade federativa e/ou por serviço de origem. Isso serve de subsídio
para estimular e orientar melhorias no
ensino e no treinamento dos serviços de
residência médica.
Ao todo, foram 402 residentes inscritos (R1= 152, R2= 135 e R3= 114),
divididos em nove salas, sendo disponibilizado um computador por residente,
todos uniformes. Presenciamos uma ótima estrutura física e pessoal altamente
qualificado para atendimento, desde o
acesso de entrada ao local da prova bem
como durante seu curso.
A comissão de título pode acompanhar
em tempo real o transcorrer da prova em
todas as salas simultaneamente, e observar a estrutura organizacional, funcional,
de segurança e de sigilo. Ao final, saímos
com a certeza do avanço em relação aos
objetivos do Pró-TiSBU, que é não somente titular nossos pares, mas, efetivamente,
continuar a elevar o nível de respeitabilidade, seriedade e valor do TiSBU.
Comissão científica do título de especialista
Residente comenta a prova
Candidato elogia a organização e o conteúdo da avaliação
“Gostaria de parabenizar a comissão responsável, pois achei a prova
do Pró-TISBU 2014 fantástica. A
etapa de inscrição virtual foi rápida
e fácil. A antecedência na divulgação
da data e do local possibilitou a programação e a compra antecipada das
passagens. E a prova foi, sem dúvidas,
excelente. A informatização facilitou
muito a realização dos testes – havia
8
a possibilidade de navegar entre as
questões, alterar respostas, destacar dúvidas para revisão posterior e
conferir o gabarito antes de imprimir.
A qualidade das imagens era
inquestionável, os enunciados claros e os temas envolviam todo o
conteúdo proposto pela SBU. Não
haviam questões demasiadamente
fáceis ou extremamente difíceis, com
‘‘pegadinhas” ou rodapés. Ou seja,
concurso e prova foram muito bem
elaborados e realizados.
Espero que a SBU mantenha esse
modelo para os anos seguintes, e os
colegas com os quais conversei a respeito compartilham da mesma opinião.”
Diego Guimarães Gouvêa
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
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Caixa-preta
da saúde
Iniciativa quer mapear como está a saúde
brasileira nos sistemas público e privado
Por Davi Abe*
A
Associação Médica Brasileira (AMB), as
Sociedades de Especialidade e as Associações
Médicas Regionais lançaram, em março deste
ano, o Caixa-Preta da Saúde. O projeto tem
como finalidade receber e compilar denúncias
do caos em que se encontra a saúde brasileira, tanto no
sistema público quanto no privado.
O Sistema Único de Saúde (SUS) desativou 42 mil
leitos nos últimos sete anos. As emergências do País vivem
superlotadas. O Ministério da Saúde deixou de utilizar 17
bilhões de reais em 2012, mas o governo insiste em alegar
que não tem recursos para investir em melhorias.
As entidades médicas não poderiam se omitir frente a
este problema. Nada mais justo do que dar voz à população,
para que seja exposta a verdadeira situação da saúde no Brasil.
O site www.caixapretadasaude.org.br e as redes
sociais, como o Facebook e o Twiter, são os canais de
interação com o público.
Por meio destas ferramentas, as denúncias podem ser
encaminhadas. A equipe do projeto Caixa-Preta da Saúde
analisa o caso, checa a sua veracidade, e inclui no portal.
A Sociedade Brasileira de Urologia apoia esta iniciativa!
Participe você também!
Quando todos se unem, as mudanças acontecem mais
rapidamente. Colaborar e denunciar o caos ajudará a abrir a
caixa-preta da saúde brasileira.
*Davi Abe é representante da SBU junto à AMB.
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SBU em Foco
SBU:
uma instituição internacional
Sociedade aprimora relacionamento com entidades internacionais
Por Luiz Otavio Torres
N
os últimos dois anos, a SBU vem
vivendo um momento especial em sua
relação com outras entidades internacionais. Partimos do princípio que a
nossa Sociedade é uma das maiores,
senão a segunda maior em termos de País,
sociedades de urologia do planeta. Somos grandes em número, em projetos e em ciência.
Mas, até recentemente, erámos pouco conhecidos fora das nossas fronteiras. Por isso,
iniciamos a internacionalização da SBU. Contatos foram estabelecidos com várias instituições internacionais e os relacionamentos
foram estreitados.
No Congresso Brasileiro do ano passado,
realizado em Natal, tivemos sessões científicas
conjuntas com a AUA (American Urological
Association), com a EAU (European Association
of Urology), com a ISSM (International Society
for Sexual Medicine), com a SLAMS (Sociedade
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Latinoamericana de Medicina Sexual),
com a CAU (Confederación Americana
de Urologia) e com a SIU (Societé Internationale d’Urologie).
No último congresso da CAU, em
Lima, setembro passado, tivemos um
simpósio da SBU/CAU. Nos congressos
da AUA, temos o “Portuguese Program”
realizado em horário nobre – segunda-feira à tarde – com participação de
inúmeros colegas brasileiros.
Temos um relacionamento especial
com a AUA, com quem desenvolvemos
vários projetos em comum. Todo ano
dois urologistas brasileiros (scholars)
participam de uma especialização de um
mês em centros americanos de ponta,
finalizando no congresso da AUA, e dois
urologistas americanos vem da mesma
maneira para o Brasil, finalizando no
Congresso Brasileiro de Urologia e no
Congresso Paulista de Urologia.
Ficamos muito orgulhosos, pois se
antes era difícil encontrar candidatos
americanos para virem para o Brasil,
nos últimos dois anos a AUA teve que
fazer um processo de seleção devido ao
grande número de urologistas que se
candidataram para o intercâmbio no País.
Além disso, a AUA convida dois
residentes brasileiros para participarem
do seu congresso, e há dois anos temos como critério que os dois primeiros
lugares na prova de residência de R2
são os escolhidos.
Nos últimos dois anos, a SBU
assegurou os direitos oficiais de trazer
para o Brasil os “Highlights da AUA” –
único evento no País que conta com
todo o material científico originalmente
apresentado no congresso america-
no – e que tiveram grande sucesso em
Camboriú e em Belo Horizonte, com a
participação de mais de 300 colegas.
A EAU nos ofereceu, e os Guidelines
da Sociedade Europeia de Urologia foram
traduzidos para o português. No último congresso da EAU, realizado em Estocolmo no
mês de abril, tivemos uma reunião com a
A SBU está rompendo
fronteiras e expandindo
sua influência e seu
respeito
internacionalmente. Não
somos mais apenas uma
sociedade nacional, mas
também continental
e internacional.”
Luiz Otavio Torres
Diretor de Relações
Internacionais da SBU
direção da instituição, na qual foram tiradas
inúmeras medidas de cooperação entre a
SBU e a EAU, já que eles se demonstraram extremamente interessados em parcerias, inclusive acenando a possibilidade de
facilidades para os nossos residentes.
Em 2012, no Rio de Janeiro, e em
2013, no Congresso de Natal, tivemos o
I e o II Fórum Latino-americano da Saúde do Homem, no qual os presidentes
de inúmeras sociedades de urologia da
América Latina se reuniram para discutir
a saúde do homem em seus respectivos
países: a ideia é compilar um documento
a ser encaminhado para organizações internacionais com o objetivo de obtermos
apoio para campanhas de saúde do homem na América Latina. Essas reuniões
também possibilitaram aproximação da
SBU com diversos países latino-americanos, e, com isso, vários projetos de cooperação mútua foram estabelecidos e estão
em desenvolvimento.
Como podemos ver, a SBU está rompendo fronteiras e expandindo sua influência e seu respeito internacionalmente!
Não somos mais apenas uma sociedade
nacional, mas, também, continental e internacional.
Gostaria de deixar o meu agradecimento ao apoio irrestrito que o
Dr. Aguinaldo Nardi nos deu para conduzir esse departamento nos dois últimos anos, assim como da mesma
maneira agradecer a confiança também
incondicional do Dr. Carlos Corradi, que
nos convidou para dar continuidade ao
trabalho na sua gestão.
Muito obrigado a todos que nos
ajudaram nesta grande empreitada.
Grande abraço.
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SBU em Foco
SBU sela parceria
com a Universidade de Miami
Urologistas brasileiros poderão participar de projetos com a universidade
Por Luiz Otavio Torres
A
pós o congresso da AUA em
Orlando, realizado no mês de
maio, a Universidade de Miami
organizou – por meio do seu
chairman, Dr. Dipen Parekh –
o I Urologic Oncology & Robotic Surgery
On The Beach, nos dias 22 e 23 de maio.
Foi um congresso de grande sucesso e com um nível científico inigualável.
Renomados experts norte-americanos
participaram de conferências e discussões de casos, além da realização de
quatro cirurgias ao vivo, utilizando-se da
mais nova tecnologia robótica: Da Vinci Xi,
um robô recém-lançado nos Estados Unidos. Cerca de 30 urologistas brasileiros
estiveram presentes no evento.
12
Nessa oportunidade, a SBU firmou
parceria com a Universidade de Miami
para estreitar o relacionamento. Será
desenvolvido um projeto oficial no qual
a Universidade receberá especialistas
brasileiros como fellows – por um tempo
mais prolongado – assim como também
a possibilidade de colegas frequentarem
o serviço por menor tempo.
Logo que todos os detalhes estiverem acertados, divulgaremos para que
os interessados possam se inscrever no
processo de seleção.
Mais uma oportunidade criada pela SBU e pelo Departamento
de Relações Internacionais para o
urologista brasileiro.
Acordo SBU/
Sociedade
Argentina de
Urologia
Urologistas farão intercâmbio
durante um mês
Em 2013, o Dr. Aguinaldo
Nardi estabeleceu um acordo
com a Sociedade Argentina de
Urologia no qual um urologista
argentino passará um mês se
especializando em um serviço
de urologia no Brasil, sendo o
mesmo oferecido para um urologista brasileiro, na Argentina.
Em setembro próximo, o primeiro colega estará vindo para
o nosso País.
Assim que a elaboração do
processo seletivo estiver finalizada, colocaremos à disposição
para inscrição dos urologistas
brasileiros interessados.
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
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02/07/2014 15:09:52
Novo regimento interno da SBU
Texto foi aprovado durante o XI Congresso Norte-Nordeste de Urologia
Por Alfredo Félix Canalini
E
m 2012, a SBU iniciou o processo
de adequação ao novo código civil.
O Dr. Aguinaldo Nardi, então presidente da Sociedade, convidou o
Dr. Carlos Sacomani para coordenar
o grupo, composto pelos Drs. Arlindo Monteiro de Carvalho Júnior e por mim, com o objetivo de estudar e propor as alterações ao
estatuto da SBU, que foi aprovado na Assembleia Geral de Associados, realizada durante o
XXXIV Congresso Brasileiro de Urologia,
em Natal (RN).
No início deste ano, o presidente da
SBU, Dr. Carlos Corradi, decidiu manter
o mesmo grupo no trabalho de redigir a
proposta para no novo regimento interno.
Isto tornou o trabalho mais ágil, e teve
como resultado final um texto coerente ao
estatuto recém-aprovado.
No dia 19 de abril, foi realizada na Praia
do Forte (BA), durante o XI Congresso
Norte-Nordeste de Urologia, a Assembleia
Geral de Delegados (AGD), presidida pelo
Dr. Theodorico Fernandes da Costa Neto
e secretariada pelo Dr. Carlos Henrique
Schaal, com o intuito de votar o texto final do
novo regimento interno.
Do texto elaborado pela comissão de
reforma, publicado no portal da SBU para
críticas dos associados, foram propostas
alterações em 41 artigos.
As alterações propostas, relatadas pelo
Dr. Carlos Sacomani durante a AGD, foram
discutidas uma a uma, dando origem ao
formato final, hoje vigente.
Os novos estatuto e regimento interno
trouxeram mudanças importantes na situação
financeira da SBU. A redução do número de
delegados e a distribuição mais equânime
dos recursos obtidos nos eventos oficiais,
por exemplo, darão maior viabilidade à nossa
Sociedade. Os tempos atuais não permitem
que tenhamos eventos deficitários ou gerências dispendiosas. Pensou-se sempre
em tornar a administração mais eficiente e
menos onerosa. Com a redução do número
de delegados, as AGDs serão mais exequíveis, posto que menos caras.
A regulamentação das comissões permanentes, com a manutenção de 2/3 de seus
integrantes a cada nova gestão, aprimora a
expertise e tende a evitar a repetição dos
erros anteriores.
Por fim, procuramos enfatizar a responsabilidade que cada gestor terá com a SBU e
com os urologistas na preservação de nosso
patrimônio, tanto material como imaterial, e na
valorização de nossa especialidade.
Cabe agora a nós lermos e zelarmos pelo cumprimento
das regras.
“De nada valem
as Leis se não
houver homens
dispostos a
cumpri-las e a
fazê-las serem
cumpridas”
Sobral Pinto
13
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SBU em Foco
São Paulo e Porto Alegre
receberam a campanha
Segura Aí
Por Vanessa Silva e Márcio Averbeck
Médicos da
Sociedade
Brasileira de
Urologia realizaram
atendimento
ao público para
esclarecer dúvidas
e alertar sobre
a incontinência
urinária
E
m 14 de março é celebrado o Dia Mundial da
Incontinência Urinária. Para alertar a população sobre o assunto, que acomete uma a cada
25 pessoas ao longo da vida, a campanha
“Segura Aí”, realizada pela Sociedade Brasileira
de Urologia, em parceria com o Instituto Lado a Lado
Pela Vida, aconteceu no dia 26 de março.
As cidades de São Paulo e Porto Alegre receberam ações da campanha, que está no segundo ano
consecutivo. Cinco mil folhetos informativos foram
distribuídos nas duas cidades, e médicos voluntários
esclareceram dúvidas da população.
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BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
BODAU 02 2014.indb 14
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Drs. Carlos Sacomani e Carlos Bezerra
orientam a população em São Paulo
Números da campanha
Mais de
40 mil
pessoas impactadas em
São Paulo e em Curitiba.
5 mil
folhetos distribuídos
nas duas cidades.
281
inserções na mídia em veículos
impressos, de internet e rádios,
como: jornal O Dia (RJ), Agência
Brasil, Agência Rádioweb, Rádio
Nacional, Rádio MEC e os
sites R7, UOL, JB Online, Extra
Online e Dráuzio Varella.
Durante a semana da campanha,
nove posts foram inseridos na
fanpage da Sociedade. Um deles
contou com
249
compartilhamentos
12.520
São Paulo
Na capital paulista, os Drs. Carlos
Bezerra e Carlos Sacomani conversaram
com quem passava pela Av. Paulista. Os
médicos ficaram no vão do MASP, um
dos principais pontos da cidade.
Aos 63 anos, o aposentado Robson
da Silva Filho disse que sofre de incontinência urinária e agradeceu a campanha.
“Precisamos mais de ações como essa.
Não tenho como pagar uma consulta, e
saio daqui sabendo o que fazer para não
sofrer tanto com esse problema que me
afeta há cinco anos”, comenta.
O Dr. Sacomani, que participou pela
primeira vez da ação, notou três importantes dúvidas da população. “Percebo
que as pessoas não sabem o que é incontinência urinária. Também vejo que há
interesse em se informar sobre problemas urinários e que a doença é pouco
abordada por alguns colegas da urologia.
O paciente não comenta sobre o problema e o médico não pergunta. Isso é algo
que deve ser revisto pelos profissionais,
e campanhas educativas da Sociedade
podem solucionar essa questão”, aponta.
A dona de casa Carla Santos de
Almeida, de 49 anos, também foi buscar orientações. Ela reclama que, ao
rir, não consegue segurar a urina e
isso traz muitos constrangimentos.
“Não posso brincar com meus netos
porque se eu rir, faço xixi. Tenho muita
vergonha deles”, desabafa. Para ela, a
campanha levou um pouco de conforto.
“Saio mais tranquila, pois agora sei que
posso tratar esse problema e levar uma
vida normal”, disse.
O Dr. Carlos Bezerra marcou presença na campanha pela segunda vez
e comentou que o objetivo da ação é
desmistificar que a incontinência não
tem cura. “Algumas pessoas não sabem
das possibilidades de tratamento e, por
terem vergonha, sofrem com isso por
muito tempo. Temos que contornar esse
obstáculo”, disse.
visualizações
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SBU em Foco
Porto Alegre
Em Porto Alegre (RS), a campanha
teve uma repercussão muito positiva:
centenas de pessoas receberam orientações sobre o que é a incontinência
urinária, as formas de prevenção e as
modalidades de tratamento. O objetivo principal foi estimular a população a
procurar auxílio médico.
A ação ocorreu pela manhã no Hospital Nossa Senhora da Conceição e, à tarde,
no Hospital Materno Infantil Presidente
Vargas. Das 10h30 às 13h, as atividades
também aconteceram na Esquina Democrática, região central da capital gaúcha.
Médicos urologistas estiveram à
disposição da população em todos
os locais. Participaram da iniciativa o
Dr. Gustavo Carvalhal, presidente da
SBU-RS, Dr. Márcio Averbeck, do
departamento de urologia feminina da SBU, Dr. Dante Sica, Dra. Karin
Anzolch,
Dr.
Alexandre
Fornari,
Dr. Isidoro Papadopol, e os médicos
residentes do Hospital Nossa Senhora
da Conceição e os médicos residentes
da Universidade Federal de Ciências da
Saúde de Porto Alegre, Dr. Nury, Dra.
Clarice e Dr. William.
1
1 Dr. Gustavo Carvalhal
orientando
a populaccao
2 Dr. Dante, presidente
da SBU-RS 2012/2013 na
Esquina Democrática
3 Gustavo Carvalhal,
Karin Anzolch,
Alexandre Fornari ,
Mário Averbeck e
promoters na ação que
realizada na Esquina
Democrática
2
Acesse o site da campanha:
www.incontinenciaurinaria.com.br
3
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Nota de falecimento
A urologia perde um
grande profissional
Professor Sérgio D´avila Aguinaga faleceu no dia 20 de junho
O
professor Sérgio D´avila Aguinaga nasceu no Rio de Janeiro em
junho de 1922, filho de imigrantes espanhóis que tiveram 11
filhos. Pai, médico, ginecologista
e obstetra, católico fervoroso e de grande
clínica ginecológica. Seu filho Hélio também foi renomado ginecologista; sua mãe,
Alice, de grande dedicação, era o porto
seguro desta imensa família.
Aguinaga casou-se com Moema
Catarina Oliveras Aguinaga, nascida em
Barcelona, e foi passar a lua de mel em
Boston, onde permaneceu três anos com
objetivo de aprender a urologia com o
amigo Walter Keer (ex-presidente da AUA),
falecido em 2013, fato que trouxe grande
sofrimento para o amigo Aguinaga.
Sérgio e Moema retornaram para o
Brasil já com uma filha, e ele começou
a exercer a urologia no Hospital São
Francisco de Assis, Policlínica dos
Pescadores e Casa de Saúde São José,
ao lado do saudoso professor Jorge de
Gouvea e Leonidas Cortes.
Com o desejo de ser professor,
entrou para a vida acadêmica a convite
do professor Alvaro Cumplido Santana, a
quem reverenciou até os últimos dias de
sua existência. Após concurso público,
foi professor catedrático de urologia da
FCM da UERJ (antiga UEG), de 1968
até 1992, quando em 19 de junho foi
compulsoriamente aposentado.
Ao longo do exercício da cátedra,
18
Por Ronaldo Damião
construiu um grande serviço de urologia
e ensinou a especialidade a centenas
de urologistas espalhados por todos os
cantos do País. Foi um homem de muitas
paixões e de muita simplicidade. Paixão
pela família, pela docência, pelos amigos,
pelo Flamengo, seu time de coração,
pela Academia Nacional de Medicina
e pela querida senhora Sociedade
Brasileira de Urologia. Foi tudo na nossa
Sociedade, na qual exerceu diversos
cargos, secretariou várias vezes e foi
presidente de 1977 a 1979.
Comprou as duas salas que funcionavam no CBC, foi editor-chefe da nossa
revista, organizou a biblioteca e o arquivo e
colaborou espontaneamente com aqueles
que o sucederam quando solicitado.
Assim foi também na Academia Nacio-
nal de Medicina, sendo seu presidente de
1993 a 1995, e deixou um grande legado,
sendo destaques, a reforma do Estatuto, a
organização dos arquivos e a internacionalização da ANM, promovendo o primeiro
encontro em Portugal.
Na década de 1970, foi para a
Universidade Cambridge, na Inglaterra, para
aprender a técnica do transplante renal
e o controle da rejeição com o professor
Roy Calne. Retornou e implantou um dos
maiores serviços de transplante de rim no
Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Posso falar muito sobre o Professor
Aguinaga, pois tive o privilégio de conviver
com ele de 1974 (5º ano da faculdade) até
o dia 20 de junho de 2014. Foi meu mentor
em todas as conquistas e meu amigo nas
frustações. Foi um dos remanescentes
de uma era que deixa muitas saudades.
Gostaria de nomear alguns, certamente
vou esquecer outros.
Alguns me perguntam, de que morreu o
professor? Há 15 dias ele estava muito bem.
Um dia antes, apesar de estar sobrevivendo
a uma pneumonia e com alta prevista, me
confidenciou: “Damião: amor senil, você
não sabe o que é amor senil” (sua esposa
Moema estava gravemente enferma).
O professor Aguinaga deixa três filhos,
quatro netos, dois bisnetos e um terceiro a
caminho. Agradeço em nome da família as
centenas de mensagens que recebemos.
Descanse em paz, nosso querido
mestre e amigo!
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Atualização científica
Survey Monkey,
a nova ferramenta de pesquisas da SBU
Método oferece análise estatística com dados, tabelas, gráficos e tabulação cruzada
Por Ernesto Reggio
A
SBU disponibilizará uma nova
ferramenta para os associados desenvolverem pesquisas:
a Survey Monkey, com questionários para levantamento
de dados epidemiológicos, rotinas e até
de satisfação. Muitos urologistas da SBU
já estão familiarizados com este método,
que é utilizado por sociedades internacionais em pesquisas tanto clínicas como
administrativas, para a evolução e melhoria de cada instituição.
A coleta de dados por meio de entrevistas com médicos é particularizada, já
que a rotina de trabalho e a carga horária
dificulta este tipo de levantamento.
Assim, este modelo facilita, agiliza e
permite um estudo estatístico dos dados,
com tabelas, gráficos e tabulação cruzada. Esta análise é em tempo real, utilizando e-mail e redes sociais (Twitter e
Facebook), e permite um feedback
imediato para os pesquisadores. Os dados são protegidos pela empresa.
Pesquisas na SBU
Inicialmente, será avaliada a exposição do urologista à radiação durante
os diversos procedimentos, principalmente endourológicos, e a utilização
de equipamentos de proteção.
O tema vem sendo amplamente de-
batido em congressos internacionais e
não sabemos se em nosso meio a proteção e a disponibilização de materiais
está adequada.
Em seguida, teremos a avaliação de
dados epidemiológicos sobre a cirurgia
renal percutânea no Brasil. O objetivo é
avaliar como está sendo feito o procedimento no País e tentar identificar causas
de complicações, além de onde há carência de treinamento entre as diversas
áreas e serviços de urologia.
É apenas o começo de mais um serviço
que a SBU oferece ao associado. Certamente, surgirão muitas pesquisas e dados
sobre a urologia desenvolvida no Brasil.
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Atualização científica
V Congresso Internacional de
Uro-Oncologia
O evento lotou a plateia durante três dias e reuniu especialistas
nacionais e internacionais para discutir temas e casos clínicos
C
om 69 médicos nacionais, sete
convidados internacionais e
cerca de 900 participantes,
que lotaram a plenaria de 27 a
29 de março, o V Congresso
Internacional de Uro-Oncologia, realizado
no Sheraton WTC, em São Paulo,
proporcionou um intenso debate com
grandes especialistas das áreas de
urologia e oncologia.
As palestras foram divididas nos módulos de próstata, rim, bexiga e testículo.
Em cada um, os especialistas estavam
20
Por Vanessa Silva
separados por sessões para apresentar os highlights das especialidades de
urologia, radioterapia, radiologia, patologia cirúrgica e oncologia clínica.
Participantes acompanharam as aulas em apresentações sobre diagnóstico
dos cânceres de próstata, rim e bexiga, opções de tratamento, métodos de
cirurgia, drogas usadas, estágios das
doenças e importantes discussões de
casos, na qual a interação era constante. Isso porque a plateia podia votar
sobre qual conduta seguir em situações
apresentadas pelos palestrantes.
Para o presidente da Sociedade
Brasileira de Urologia, Dr. Carlos Eduardo Corradi, o congresso foi uma ótima
oportunidade de atualização. “Antes, havia um distanciamento entre os profissionais, cada um tratava o câncer urológico
de uma maneira isolada. Hoje, cuidamos
dos pacientes de forma conjunta. Por
isso esse evento é muito importante, já
que traz os principais nomes da urologia,
oncologia e radioterapia nacional, além
de inúmeros convidados estrangeiros de
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Fernando Maluf,
coordenador do evento
grande experiência mundial”, disse.
Além disso, Dr. Corradi destacou a qualidade dos temas das
palestras e a diversidade dos profissionais. “Durante as apresentações em plenaria, o urologista vê o lado de outras áreas
e os profissionais enxergam o que um urologista encara nas
diversas formas e nos estágios da doença”.
Destaques do evento
Entre as diversas palestras e debates em plenaria, alguns
destaques foram apresentados, como o oncotype, exame inteligente que verifica geneticamente o comportamento do tumor,
e novidades dos equipamentos com radiação, que agora focam
diretamente no câncer.
Fernando Cotait Maluf, coordenador do evento, comentou
sobre o principal objetivo do Congresso. “Hoje, não é possível
que as áreas urológicas, oncológica, radioterápica, patológica e
radiológica atuem separadas. Neste evento, a nossa missão é
promover conhecimento, debate, controvérsia e reflexão”, disse.
Principais temas abordados
• Doença localizada de risco e baixo intermediário
• Tratamento da doença localizada de risco alto
• Falha bioquímica após tratamento local
• Controvérsias no câncer de próstata
• Doença metastática
• Doença localizada e doença metastática
• Controvérsias no câncer de bexiga
• Doença localizada e metastática e controvérsias
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02/07/2014 15:10:08
Atualização científica
Convidados
internacionais
Sete palestrantes
estrangeiros mostraram as
opções de tratamentos do
câncer fora do Brasil
Workshop
para jornalistas
Presidente da SBU participou de
mesa que proporcionou encontro
dos especialistas com a imprensa
Com a mediação de Fernando Cotait Maluf, oncologista e coordenador do V Congresso Internacional
de Uro-Oncologia, a apresentação para jornalistas
aconteceu no dia 27/3 e contou com a presença de
Carlos Eduardo Corradi, presidente da SBU Nacional,
Alfredo Halpern, endocrinologista, Robson Ferrigno,
presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia,
e Laurence Klotz, urologista canadense.
Durante a reunião, os especialistas falaram
sobre a importância da dieta na prevenção do
câncer, testes genéticos no tratamento da doença,
além das novidades nos segmentos de radioterapia, cirurgia e medicações.
Importantes veículos de imprensa participaram do evento, como TV Bandeirantes, rádio
Jovem Pan, Estadão, Revista Onco e portal Viver em
Brasília. Por telefone, a Rádio Nacional e a CBN
Brasília noticiaram o encontro.
22
Os norte-americanos Brian Rini,
Willian Oh, Christopher Wood, Josh Yamada, Philip Kantoff, o canadense Laurence
Klotz e o suíço Urs Studer fizeram parte
da lista de palestrantes internacionais.
Laurence Klotz, professor da Universidade de Toronto, é um dos nomes mais
aclamados sobre câncer de próstata no
mundo. O expert integrou a equipe do
workshop para jornalistas, que aconteceu no primeiro dia de Congresso. Ele
é sumidade em vigilância ativa, assunto
muito controverso entre os médicos brasileiros, e por isso, sua palestra sobre
essa temática foi imperdível.
Josh Yamada falou sobre as novidades da radioterapia guiada por imagem,
sobre a opção de terapia hormonal em
câncer de próstata de alto risco e durante a palestra sobre câncer de próstata
localizado, defendeu a posição de não
escolher prostatectomia radial.
Christopher Wood participou das palestras que integravam o módulo de rim.
Wood falou sobre cirurgia robótica e melhores estratégias para o tratamento do
câncer renal localmente avançado e melhor acesso cirúrgico aos tumores renais.
O download das aulas do congresso
estão no site: www.rvmais.com.br/uro_
onco/aulas.php
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Fórum para o
O IMPACTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA NA SAÚDE DO HOMEM
29 DE MARÇO DE 2014
público leigo
SHERATON SÃO PAULO WTC HOTEL
O presidente da SBU, Dr. Carlos Eduardo Corradi, participou
de fórum sobre prevenção e tratamento do câncer de próstata
No último dia de Congresso (29/3),
foi realizado pelo Instituto Lado a Lado
Pela Vida o “II Diálogos da Próstata – O
impacto do câncer de próstata na saúde do homem”. Foram apresentadas aos
participantes opções e novidades no tratamento do câncer de próstata, e um dos
palestrantes foi o presidente da SBU,
Dr. Carlos Corradi.
Em 2007, as mulheres
somaram 16 milhões de
consultas ao ginecologista,
enquanto apenas 2 milhões
dos homens passaram
com o urologista. Isso
não pode acontecer.”
“Estamos em constante movimento para atuar na prevenção da saúde
do homem. A Sociedade Brasileira de
Urologia mantém um escritório de
representação em Brasília, para que
possamos agir em benefício público,
buscando alternativas de melhorar a
saúde no Brasil”, disse Corradi.
O presidente da SBU destacou ainda
que, por não irem ao médico regularmente, os homens vivem 7,6 anos a menos do
que as mulheres. “Em 2007, as mulheres
somaram 16 milhões de consultas ao
ginecologista, enquanto apenas dois
milhões dos homens passaram com o
urologista. Isso não pode acontecer“,
alerta o presidente.
Durante o fórum, os participantes tiveram dicas de alimentação
com Verônica Paula Torel de
Moura, enfermeira oncologista
do Hospital São José, e também sobre como lidar com
a sexualidade quando o paciente descobre o câncer de
próstata, com a palestra da coordenadora do programa de
estudos em sexualidade
da Universidade São
Paulo, Dra. Carmita Abdo.
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02/07/2014 15:10:29
Atualização científica
Wagner Coelho Porto
Urologistas debatem sobre a
saúde masculina
Entre 16 e 20 de abril, cerca de 300 profissionais de saúde de todo País
falaram sobre o tema na Bahia no XI Congresso Norte-Nordeste de Urologia
D
urante cinco dias, a saúde
masculina foi o principal assunto médico na Bahia. Cerca
de 300 profissionais da área
participaram do XI Congresso
Norte-Nordeste de Urologia, que teve
sua abertura Centro de Convenções, em
Salvador, no dia 16 de abril, como o
I Fórum Norte-Nordeste de Saúde do
Homem. O evento continuou de 17 a 20
de abril, no hotel Iberostar, localizado na
Praia do Forte, com a VI Jornada Baiana
de Urologia e Oncologia e o II Simpósio
Internacional de Uropediatria.
No I Fórum Norte-Nordeste de
24
Por Wagner Coêlho Porto
Saúde do Homem no Brasil, estiveram
presentes nomes como do presidente da
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU),
Carlos Eduardo Corradi, o presidente da
SBU-BA, Helder Coelho Porto, e o secretário de saúde do Estado da Bahia,
Washington Luís Silva Couto, além do
responsável pela implantação da política
de saúde do homem no Brasil, o professor Ricardo Cavalcanti.
Com a colaboração de professores
dos estados da Bahia, Pernambuco e
Piauí, o Fórum expôs os principais tabus da saúde masculina, assim como
tratamentos, medidas adotadas para
ampliação da informação do assunto,
investimentos e projetos em andamento.
Em todo Congresso, além de médicos e especialistas no tema, participaram
professores de diversos países, que retrataram o quadro da saúde masculina
no exterior. O evento também contou
com palestras, debates, mesas-redondas
e bate-papos, que compuseram também
a VI Jornada Baiana de Urologia e Oncologia e o II Simpósio Internacional de
Uropediatria, nos quais foram discutidos
assuntos como câncer de rim, próstata,
bexiga, pênis e testículos, perdas urinárias, cirurgias minimamente invasivas, la-
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
BODAU 02 2014.indb 24
02/07/2014 15:10:31
paroscópica, distúrbios sexuais no homem,
entre outros.
De acordo com o presidente do Congresso, Dr. Wagner Coêlho Porto, o evento
teve grande receptividade dos profissionais.
“O grau de interação dos participantes foi excelente. A avaliação foi positivamente unânime em relação ao local, organização dos
trabalhos e o cumprimento da programação. Com certeza, atingiu todos os objetivos
propostos”, ressaltou.
Ao longo da programação, destaque
para os debates envolvendo as doenças
da próstata, tratamento do cálculo urinário, disfunção erétil, andropausa masculina,
problemas ligados à urologia infantil e tratamento da incontinência urinária quanto à
criança, homem e mulher.
“A Bahia é um atrativo especial para
qualquer tipo de encontro, e mais uma
vez ficou provado que quando você
consegue uma equipe organizacional
comprometida, os eventos acontecem
como previsto. Todos os colegas que coordenaram os módulos foram muito felizes”,
finalizou o Dr. Wagner.
Participantes
discutem saúde
do homem no
Congresso
Norte-Nordeste
25
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02/07/2014 15:10:34
Capa
Cirurgia robótica no Brasil
Método é realizado há 14 anos e não tem outro robô como concorrente
N
as últimas décadas, a incorporação de novas tecnologias
na medicina aumentou vertiginosamente, e esse processo
requer investimentos muito
elevados. Por este motivo, tem sido mais
difícil de ser adotada em diversos países,
como o Brasil.
O robô Da Vinci é o exemplo mais
marcante depois da litotrícia extracórporea por ondas de choque (LECO). Pouco
tempo depois da LECO ser lançada no
mercado, surgiram outros equipamentos
de várias procedências e passou-se a
perceber uma melhora em termos de versatilidade de equipamentos, e sobretudo,
uma redução significativa de custos.
Esses dois fatores facilitaram a aquisição de equipamentos por todo o Brasil
e a disseminação do método, que chegou a ser considerado uma passagem
inicial obrigatória de tratamento para cálculos em qualquer nível do trato urinário.
Apenas eram tratados de outra forma os
que não respondiam à LECO.
26
Por Anuar Ibrahim Mitre*
Em relação à cirurgia robótica, apesar
de ser utilizada há 14 anos, ainda não há
nenhum outro robô concorrente disponível. A razão é a grande quantidade de patentes feitas em momentos diferentes. Os
países que tiveram iniciativa de criar outros modelos de robôs ainda não conseguiram colocá-los no mercado: esbarram
em alguma patente da empresa Intuitive.
Desconheço outro exemplo na área
médica de tantos anos de exclusividade
de mercado. Em consequência, os preços
não se reduziram e vêm aumentando progressivamente a cada criação de novas
gerações de robô Da Vinci. Quem preferiu
esperar até agora, além de ter ficado para
trás, está tendo que pagar mais caro para
ter acesso a essa tecnologia.
Em um país com limitações econômicas como o nosso, tem sido evidente
a pouca disseminação de robô Da Vinci.
Penso que a cirurgia robótica se justificaria em todas as grandes cidades brasileiras e/ou capitais de Estado. Muito longe
disto, são poucos os adquiridos, e estão
entre São Paulo e Rio de Janeiro. Há um
único fora desse eixo, em Porto Alegre.
Como a capacidade de aquisição de
um robô Da Vinci ultrapassa em muito a
capacidade de um urologista ou de um
grupo adquirir essa nova ferramenta, fica
a cargo de hospitais privados ou entidades públicas o acesso a ela. Nesse caso,
é necessário convencer os administradores da real necessidade de uma tecnologia cara e de manutenção também
de custo elevado, mas não superior a um
aparelho de topografia computadorizada
ou de ressonância magnética.
Há dois cenários que dificultam a
aquisição do robô Da Vinci. O primeiro
consiste no fato de que os administradores e/ou diretores de hospitais não são
muito solicitados pelos urologistas que
ali trabalham. Isso porque não querem
passar pelo desconforto de uma curva
de aprendizado, trocando uma técnica
que dominam plenamente por outra cujo
desempenho ainda é uma incógnita. Se
os urologistas não pedem, o hospital
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
BODAU 02 2014.indb 26
02/07/2014 15:10:35
não vai comprar um equipamento caríssimo com risco de não ser utilizado ou
ser subutilizado.
Ajunta-se a isto a falta de trabalhos
publicados que mostrem resultados oncológicos e funcionais a longo prazo,
efetivamente melhores que as cirurgias
abertas. As vantagens pré-operatórias
(como perda sanguínea, necessidade de
transfusão, dor, tempo de hospitalização e tempo de sondagem) ficam
um pouco tênues diante dos resultados finais.
No passado, as novas
tecnologias eram incorporadas inicialmente nos
hospitais universitários
e, depois de testadas
e aprovadas, passavam
a ser utilizadas em clínicas privadas. Hoje,
com
enriquecimento
dos hospitais privados e
empobrecimento
dos
hospitais públicos, o robô
Da Vinci começou há exatos seis anos em hospitais
privados de São Paulo, e neste
momento, já vem sendo adquirido
por hospitais públicos, como Hospital
do INCA, Hospital de Clínicas de Porto
Alegre, e mais recentemente, o ICESP e
o Hospital de Câncer de Barretos (hospital privado que trata exclusivamente
de pacientes do SUS).
Nos dias atuais, a divulgação na
mídia das novidades científicas precede
até mesmo o crivo da comunidade científica. Às vezes, o leigo tem acesso às novidades antes que os próprios médicos e,
de certa forma, acaba os pressionando
a adotar “o novo”. No caso do robô Da
Vinci, já passou pelo teste do tempo e
vem sendo utilizado de forma crescente
no mundo inteiro e mais recentemente
no Brasil (temos 12 ou 13 dele).
Pode-se observar que o número de
novos robôs adquiridos nos últimos dois
anos que superou em muito os quatro
primeiros anos de robô no Brasil. Assim
como aconteceu com a laparoscopia,
que demorou para ser ensinada em um
programa de residência médica da especialidade. O mesmo está ocorrendo
com a cirurgia robótica, que só recentemente vai estar mais acessível aos jovens urologistas sedentos em aprender
a cirurgia minimamente invasiva que é,
na minha opinião, a cirurgia do momento. São eles que vão pressionar efetivamente para que se tenha mais robôs
nos hospitais. Afinal, não se pode ficar
alheio aos avanços da medicina.
O robô da Vinci pode não ser interessante economicamente, mas do
ponto de vista do avanço científico, ninguém pode negar que é uma plataforma
composta de vários recursos, que agregam muito ao procedimento cirúrgico.
Em termos de saúde pública pode não
ser viável, e em clínicas privadas representa uma elevação de custo, que
não é proibitiva.
Termino dizendo que
nem tudo que é caro é
bom, mas o que é bom
certamente é mais
caro. A disseminação
da cirurgia robótica
no Brasil está diretamente
vinculada
à acessibilidade ao
robô Da Vinci. Só
pode ser habilitado
em cirurgia robótica
aquele que trabalha
em hospital que possui
o robô, além de ter cirurgia já agendada, para que
não perca o treinamento recebido. O certificado de habilitação
é exigido para que o cirurgião possa
utilizá-lo. Não é imprescindível, mas
quem está bem treinado em cirurgia
laparoscópica tem uma curva de aprendizado bem menor do que o cirurgião
convencional que migra para a cirurgia
robótica.
*Responsável pelo Departamento de
Cirurgia Minimamente Invasiva da SBU.
Professor Associado de Urologia da
Faculdade de Medicina da USP.
Professor Titular de Urologia da
Faculdade de Medicina de Jundiaí.
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02/07/2014 15:10:37
Capa
Entrevista
Os Drs.*Limirio Leal Fonseca e *Gustavo Cardoso Guimarães respondem
às questões elaboradas por Rafael Coelho, coordenador de robótica do
departamento de cirurgia minimamente invasiva da SBU, e Carlos Sacomani,
editor do BODAU, sobre a cirurgia robótica
A cirurgia robótica pode se tornar
uma realidade em todo o Brasil ou
somente em determinados centros
especializados?
Dr. Limirio: Dificilmente a cirurgia robótica se tornará realidade em todo Brasil.
Entretanto, no futuro, certamente estará
presente nas principais cidades brasileiras. A criação de centros de assistência
terciária é uma tendência mundial, já que
nesse modelo a experiência acumula-se
rapidamente e, principalmente em cirurgias que envolvem resultados funcionais,
é um fator determinante de excelência.
Além disso, a distribuição de polos de
tratamento também contribuirá com a
diminuição dos custos envolvidos.
Dr. Gustavo: A cirurgia robótica já é
uma realidade nos Estados Unidos e
na Europa, e apresenta um crescimento
exponencial tanto em número de equipamentos quanto de aceitação nestes
países e, mais recentemente, nos países
Asiáticos. Em nosso meio, existem preocupações a respeito de custos e sobre
as possibilidades de treinamento, o que
tem dificultado e atrasado esta evolução. Entretanto, nos últimos dois a três
anos, temos observado um crescimento
em sistemas instalados e em interesse
no método. Este crescimento já demonstra que estamos caminhando para uma
28
ampla disseminação desta plataforma
nos próximos anos, e acredito que se
tornará um breve uma realidade também
no Brasil. Inicialmente, restrita a grandes
centros e capitais com uma progressão
mais lenta para o interior do País, mas
que vai acontecer.
Quais são as barreiras para a expansão da cirurgia robótica no País em
hospitais públicos e privados?
Dr. Limirio: Sem dúvida, a questão econômica é a principal barreira a ser vencida, tanto nos hospitais públicos quanto
nos privados. Nos hospitais públicos, a
aquisição do sistema e o pagamento dos
insumos são fatores determinantes. Nos
hospitais privados, a negociação com as
fontes pagadoras tem sido difícil, mas
tem caminhado positivamente. Outro fator presente na introdução de novas tecnologias é a assimilação desse método
pelos profissionais que serão envolvidos,
ou seja, o treinamento deve ser suficiente para adquirir a proficiência o mais rápido possível.
Dr. Gustavo: Atualmente, dos 10 serviços que contam com cirurgia robótica
no País, quatro deles já são do SUS, o
que mostra que esta é uma tendência a
se expandir nos próximos anos na rede
pública. Porém, ainda temos muitas bar-
reiras a enfrentar. Entre as principais
barreiras no serviço público estão a
falta de definição clara de uma política
de incorporação de novas tecnologias
e de acesso a elas, com capacitação de
centro de referência e contrareferência
para a utilização destes recursos. Associado a isso, existe a falta generalizada
de recursos públicos destinados à saúde
como um todo, além das dificuldades de
um país continental com grandes desigualdades sociais e de densidade populacional, dificultando o acesso igualitário.
Nos serviços privados, há a preocupação
dos hospitais em reaver os custos das
aquisições e da operação destes sistemas robóticos em um tempo curto, bem
como a falta de cobertura por parte das
operadoras de saúde. Estes procedimentos levam a uma insegurança para se dar
o pontapé inicial na maioria das instituições privadas de pequeno e médio porte,
concentrando esta tecnologia em poucos centros. Também há um receio por
parte de muitos profissionais para iniciar
o seu treinamento devido aos custos e à
insegurança para começar um programa
robótico, já que o acesso a estas plataformas ainda é restrito.
Como superar estas barreiras?
Dr. Limirio: Negociando com as fontes
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
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pagadoras e demonstrando a excelência do método.
Dr. Gustavo: É necessária uma mobilização das sociedades médicas, como a
SBU e a sociedade civil organizada, para
pressionar os nossos gestores e a ANS
para a incorporação desta tecnologia no
rol de procedimentos, assim como pressão sobre o Congresso Nacional para
aprovação de verbas à saúde. Estas medidas encorajariam os setores público e
privado a aderir a esta e a outras plataformas de tratamento. Da mesma forma,
o passo inicial já dado por alguns centros universitários e privados que contam
com treinamento de residentes e profissionais, como é o caso do nosso serviço,
deve diminuir a insegurança e a ansiedade referente ao treinamento, criando
uma nova geração de profissionais treinados em serviço de alto volume no País,
permitindo uma expansão do método.
Qual é a melhor forma de treinamento em cirurgia robótica urológica, de
maneira a evitar prejuízo aos pacientes durante a curva de aprendizado?
Dr. Limirio: O modelo empregado atualmente, ou seja, treinamento com simuladores e animais de grande porte inicialmente
e, a seguir, a presença de um “proctor”, é
fundamental para o desenvolvimento seguro das cirurgias robóticas. Não é admissível
nenhum prejuízo para o paciente frente ao
aprimoramento do profissional.
Dr. Gustavo: Esta ainda é uma questão
que causa muito debate e ansiedade em
todo o mundo, não só para a cirurgia robótica, como para qualquer técnica cirúrgica
nova que se deseja ensinar, bem como a
formação de jovens médicos. Como para
qualquer novo método ou técnica, há uma
curva de aprendizado que vai variar entre
médicos de acordo com a bagagem de
conhecimento, a técnica e o centro em
que se está treinando.
Muitos trabalhos têm tentado avaliar a questão da cirurgia robótica, e até
comparando estes dados com cirurgia
convencional, principalmente no caso da
prostatectomia radical. Porém, estes trabalhos têm críticas de todos os lados e
seus resultados são limitados, servindo
apenas de balizadores, mas estão longe de resolver esta questão. No caso da
robótica, a possibilidade de treinamento virtual em simuladores permite que o
cirurgião que esteja iniciando o seu treinamento possa se habilitar a operar a
máquina sem a necessidade de realizar
esta parte inicial do seu treinamento em
animais ou mesmo durante cirurgia em
humanos, como auxiliares de médicos
mais experientes. Quanto maior o tempo
dedicado ao treinamento em simuladores,
maior será a habilidade e menor o tempo
necessário para se atingir a proficiência
com o método.
A possibilidade de assistir vídeos de
vários cirurgiões de todo o mundo (hoje
disponível em diversos sites) permite uma
troca de experiência à distância e é muito
útil para quem está começando e mesmo
para os mais experientes. Ter uma experiência laparoscópica prévia (método já
consagrado em diversas especialidades)
também auxilia neste aprendizado. E a
presença de um instrutor (proctor) habilitado e dedicado durante boa parte do
aprendizado é de suma importância. Se
o serviço dispõe de dois consoles, esta
transferência de conhecimento se faz de
forma mais segura (para médicos e pacientes) e rápida, minimizando os riscos
nesta fase de aprendizado.
Existe um número de procedimentos a
partir do qual o cirurgião está apto a re-
alizar cirurgia robótica sem supervisão?
Dr. Limirio: É difícil dizer o número de
cirurgias em que o cirurgião estará apto.
Creio que o profissional deve ser liberado
após a avaliação pelo proctor que conduziu o seu processo de aptidão. É necessário sempre ter em mente que as individualidades devem ser consideradas.
Dr. Gustavo: Muitos trabalhos tentaram
definir este número mágico. Porém, esta
tarefa não é fácil e vai depender da experiência e da dedicação do profissional ao
seu treinamento. Este número será tão
menor quanto maior for a dedicação ao
treinamento virtual e a frequência com a
qual se realiza os procedimentos.
Em centros de grande volume, nos
quais o cirurgião pode realizar procedimento em prazos curtos (semanal ou
menor) ou mesmo mais de um procedimento com supervisão por semana, este
número será menor.
Neste cenário, o papel de um
“proctor” experiente e que siga de perto esta evolução poderá determinar com
segurança o momento em que o médico
estará apto a realizar os procedimentos sem supervisão. Entretanto, muitos
concordam que entre 10 a 20 casos, a
maioria dos cirurgiões estará pronta para
atuar sem supervisão.
Qual deve ser a função e a responsabilidade legal do “proctor”? Qual
deve ser o relacionamento dele
com os colegas urologistas em treinamento?
Dr. Limirio: Prioritariamente, a função do
proctor deve ser a de orientar o colega
em todos os passos da cirurgia, devendo
se relacionar com cordialidade, confiança,
atenção e firmeza em suas intervenções.
A responsabilidade legal deve ser a mesma de um orientador de qualquer área.
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Capa
Dr. Gustavo: O papel do proctor é de suma
importância para o sucesso do programa
robótico e para a segurança dos pacientes durante a fase de aprendizado. O ideal
é que cada serviço tenha um profissional
interno habilitado para treinar os demais
e segui-los pelo maior tempo possível. Em
serviços nos quais este profissional está
disponível, a evolução do grupo é mais rápida e reflete em benefícios para todos. Devido a esta responsabilidade, espera-se que
o proctor seja uma pessoa com a obrigação
de interromper o colega em treinamento
sempre que necessário, para assegurar a
boa realização do procedimento e os bons
resultados, dando segurança à equipe.
Todos devem se capacitar em
cirurgia robótica ou será um procedimento para poucos urologistas?
Dr. Limirio: Penso que se o programa de
residência dispor de um sistema robótico, todos os residentes devem ser treinados. Já há algum tempo, o treinamento em cirurgia vídeolaparoscópica é uma
realidade na maioria desses programas.
O urologista que não tenha recebido o
treinamento durante sua residência deve
analisar, principalmente, o mercado e as
reais oportunidades que terá de utilizar o
sistema robótico. Nesse momento, acho
que ainda é um procedimento restrito a
um grupo de urologistas.
Dr. Gustavo: Todos devem se preparar e se capacitar para esta realidade.
Esta será mais uma técnica disponível
ao urologista para tratar seus pacientes.
Em nosso meio, este planejamento deve
obedecer aos aumentos do número de
aparelhos nas diversas regiões à medida
que se tornem disponíveis.
Como definir quem é apto a realizar
cirurgia robótica? A SBU deve ser a
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responsável por essa regulamentação? Podemos permitir que isso seja
realizado pela empresa que comercializa o robô?
Dr. Limirio: A habilitação do urologista
deve ser estabelecida após ele ter cumprido todas as etapas do treinamento. É
importante frisar que a instituição onde
o profissional está cadastrado deve estabelecer normas e resoluções definindo os critérios para habilitação em cirurgia robótica. No Hospital Albert Einstein,
onde iniciamos o programa em 2008, o
cirurgião deve fazer, inicialmente, o treinamento no console e em laboratório
com animais e cirurgia em humanos
com a supervisão de um proctor até que
se atinja a proficiência. Avaliações anuais serão feitas e a habilitação pode ser
mantida ou não, dependendo dos resultados. Quanto à empresa que fabrica o
robô, acho que pode apenas sugerir e
auxiliar no treinamento, e não definir a
regulamentação. Quanto à SBU, sempre foi claro para mim que não é seu
papel certificar subespecialidades. O
urologista deve ser encarado como apto
a exercer qualquer uma delas, empregando o bom senso para a realização ou
não de um determinado procedimento.
Dr. Gustavo: Acredito que este treinamento deva estar a cargo de centros
universitários e dos centros especializados de alto volume com tradição na
preparação e capacitação de profissionais (Hospitais com residência médica,
por exemplo), cabendo ao Conselho
Federal de Medicina, com o auxílio das
sociedades de especialidades, definir os
requisitos mínimos para o treinamento e
a capacitação. Este é mais um aparelho
que ajuda o médico em diversas especialidades a realizar um tratamento cirúrgico, não restrito à urologia, e deve receber
a mesma atenção que as outras técnicas
e procedimentos. A empresa representa um bom suporte e deve auxiliar no
treinamento e na preparação. Por isso,
acredito que ela deve participar desta
discussão para esta regulamentação. E a
sua participação foi e é importante para
o início dos programas robóticos.
Os hospitais devem solicitar certificados ou determinar que apenas
alguns colegas urologistas poderão
utilizar o robô?
Dr. Limirio: Como regra, o cirurgião faz
parte do corpo clínico do hospital onde
será realizada a cirurgia e deve seguir as
normas definidas nessa instituição. Penso que se o urologista já cumpriu todas
as etapas do treinamento, não deve ser
impedido de utilizar o robô.
Dr. Gustavo: Esta decisão deve ficar a
cargo dos gestores de cada centro, em
comum acordo com o seu corpo clínico,
já que cada hospital tem suas regras
para acesso de profissionais a recursos
de alto custo, como aparelhos de radioterapia e hemodiálise. Hospitais universitários, por exemplo, vão naturalmente
ficar a cargo dos profissionais exclusivos
deste centro para a sua utilização e vão
definir as suas regras e requisitos para
utilizar esta plataforma entre os membros de suas equipes.
A prostatectomia robótica tem melhores resultados do que a aberta ou
a laparoscópica?
Dr. Limirio: Sem dúvida, quanto aos quesitos de melhor conforto pós-operatório,
sangramento menor, menor tempo de
internação, menor tempo de sondagem
uretral, menor dor pós-operatória e retorno mais precoce à continência urinária.
Outros dados ainda estão em estudo.
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Dr. Gustavo: Esta questão vem sendo extensivamente estudada na última
década. Dados recentes demonstram
que os resultados oncológicos são semelhantes entre as diversas técnicas
quando realizadas por equipes capacitadas. Porém, os resultados relacionados à
recuperação clínica pós-operatória são
claramente a favor das técnicas minimamente invasivas (laparoscópicas e robóticas), além de menor taxa de sangramento e transfusão, tempo de internação
e uso de analgésicos. Em relação aos
resultados funcionais, os dados apontam para uma recuperação mais rápida
da incontinência urinária e da potência
sexual, representando um ganho significativo em tempo para recuperação, com
resultados a longo prazo semelhantes,
quando comparados centros de excelências nas diversas técnicas.
Existem casos em que a prostatectomia robótica não deva ser indicada?
Dr. Limirio: De modo geral, pode ser indicada em todos os casos nos quais a
prostatectomia radical é o tratamento de
escolha. Há situações em que as dificuldades são maiores, como em cirurgias
abdominais extensas, cirurgias retais,
correção de hérnias inguinais com colocação de tela e prostatectomia radical de
salvação. Do ponto de vista oncológico,
não vejo contraindicações. O critério de
se utilizar o robô deve ser estabelecido
pelo cirurgião na dependência de sua
experiência e capacitação.
Dr. Gustavo: A depender da experiência e da capacitação do centro com esta
técnica, todo paciente candidato à prostatectomia radical por técnica minimamente
invasiva pode ser submetido à prostatectomia laparoscópica assistida por robô.
Na sua prática diária, a prostatectomia robótica é realizada em qual porcentagem dos casos de câncer de
próstata localizada?
Dr. Limirio: Temos utilizado a cirurgia robótica em mais de 95% dos casos.
Dr. Gustavo: Desde a introdução do sistema robótico em nosso centro, há um
ano, já realizamos mais de 150 cirurgias
robóticas, sendo a maior parte delas prostatectomia radicais. Em relação ao câncer
de próstata localizado, em nosso serviço
atualmente mais de 90% dos pacientes
são submetidos à prostatectomia robótica.
Quais outros procedimentos, além da
prostatectomia, podem ser realizados com o auxílio do robô?
Dr. Limirio: Praticamente em todas as
cirurgias urológicas, sempre levando em
consideração a familiaridade do cirurgião
com o método. Em nossa prática, já utilizamos em prostatectomia radical, cistectomia radical, nefrectomias parciais, reimplantes ureterais, pieloplastias, ressecção
de divertículo calicial, cistectomia parcial,
uretero-uretero anastomose, entre outros
procedimentos menos frequentes.
Dr. Gustavo: Todo procedimento cirúrgico possível de ser realizado por laparoscopia pode ser feito com o auxílio do robô
nas múltiplas especialidades médicas.
Resaltando que em todos os casos deve
ser avaliado o custo-benefício de cada
técnica frente aos métodos já existentes.
Como o você vê o futuro da cirurgia
robótica no Brasil e no mundo?
Dr. Limirio: No mundo é uma realidade
bem definida. Há mais de dois mil sistemas instalados nos mais diversos países, demonstrando sua aceitação como
método de excelência em diferentes
patologias cirúrgicas, urológicas ou não.
No Brasil, apesar de mais lentamente, o
número tem aumentado. Hoje, temos em
São Paulo oito sistemas instalados; no
Rio de Janeiro, dois; e em Porto Alegre,
um. No Hospital Albert Einstein, onde o
programa foi iniciado em 2008, já foram
realizadas mais de 2000 cirurgias até
dezembro de 2013, sendo que até 2011
haviam sido registradas 1000 cirurgias.
Ou seja, esse número dobrou em apenas
dois anos, demonstrando crescimento
exponencial do método.
Dr. Gustavo: Esta é uma tecnologia que
deve crescer ainda mais. Com o desenvolvimento de novas plataformas, cada
vez menores, mais sofisticadas e com
mais recursos, o seu crescimento será
exponencial em todo o mundo. Vamos
assistir um avanço no número de robôs
e uma melhor distribuição geográfica
deles no Brasil na próxima década, aproximando cada vez mais esta tecnologia
dos urologistas do País, levando a um
interesse em treinamento e capacitação
cada vez maior.
*Limirio Leal Fonseca
Doutor em Urologia pela FMUSP
Chefe do Serviço de Urologia do
Hospital do Servidor Estadual
Membro do Departamento de Cirurgia
Minimamente Invasiva da SBU
*Gustavo Cardoso Guimarães
Doutor em Oncologia pela Fundação
Antonio Prudente
Chefe do Núcleo de Urologia
do AC Camargo Câncer Center
Membro do Depto de Uro-Oncologia
da SBU
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Capa
Cirurgia robótica no SUS:
importância e desafios
Especialistas comentam o procedimento no Brasil
Por Rafael Ferreira Coelho, Mauricio Cordeiro e William Nahas
O
papel de destaque alcançado
hoje pela cirurgia robótica no
mundo fica claro quando
observamos o número de plataformas robóticas instaladas
e de procedimentos cirúrgicos atualmente realizados. Até o final de 2013, mais
de 2500 plataformas robóticas já haviam
sido instaladas e mais de 500 mil procedimentos cirúrgicos assistidos por robô
eram realizados por ano mundialmente.
No Brasil, entretanto, a cirurgia
robótica só teve início em 2008, e de
maneira muito tímida, sendo restrita em
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sua fase inicial a hospitais particulares
na cidade de São Paulo.
Devemos ressaltar que três destas
plataformas robóticas já instaladas estão em hospitais do Sistema Único de
Saúde (SUS): a primeira foi instalada
em 2012 no INCA (Instituto Nacional
do Câncer), no Rio de Janeiro, seguida
pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre e pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. A chegada da tecnologia nestes hospitais teve um papel
importante para a expansão da cirurgia
robô-assistida no Brasil: primeiro por-
que permite acesso da população mais
carente à tecnologia, ajudando, automaticamente, a pressionar as fontes
pagadoras para que também ofereçam
cobertura integral para este tipo de procedimento a todos os conveniados na
rede privada; segundo, porque permite
o treinamento de um grande número de
urologistas e mesmo de residentes durante o seu ciclo de formação; e, finalmente, porque demonstram que a tecnologia pode ser viável e custo-efetiva até
mesmo em hospitais públicos puramente custeados pelo governo.
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Assim, a disponibilidade da tecnologia no SUS
permite corrigir grande parte das imperfeições que
surgiram inicialmente com a implementação dos programas de cirurgia robótica em hospitais privados.
Questões relativas ao treinamento, credenciamento e
curva de aprendizado dos cirurgiões se tornam superadas a partir do momento em que a cirurgia robótica
se torna parte do dia a dia de residentes em treinamento em instituições públicas de ensino.
Além disso, o uso da tecnologia em pesquisa e
produção científica, papel basilar das intuições universitárias, passa a ser viável com a implementação
da cirurgia robótica no SUS. No Instituto do Câncer
do Estado de São Paulo, a plataforma robótica foi
adquirida em janeiro deste ano, fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde e a Faculdade de Medicina da USP.
Conjuntamente com a compra do equipamento, foram adquiridos instrumentos para a realização
de mil procedimentos cirúrgicos em todas as áreas,
com maior ênfase na urologia e cirurgia do aparelho
digestivo. O equipamento tem sido utilizado, desde
a sua aquisição, para cumprir o triplo papel característico das instituições universitárias: assistência,
ensino e pesquisa. Além de permitir a oferta da tecnologia a pacientes do SUS, novos cirurgiões têm
sido treinados sistematicamente. De forma mais
importante, pesquisas em todas as áreas têm sido
realizadas afim de determinar os reais benefícios
desta inovação tecnológica e a custo efetividade da
mesma em nossa instituição.
O grande desafio da implantação da cirurgia robótica no SUS está obviamente no custo direto de
compra da plataforma robótica, dos instrumentos e
na taxa manutenção. Embora a cirurgia robótica já
tenha se mostrado mais custo-efetiva até mesmo
que a cirurgia aberta, em alguns estudos internacionais, os custos diretos de instrumental ainda são
elevados, principalmente devido ao monopólio exercido pela Intuitive Surgical.
Num país onde os gastos com saúde variam enormemente com as mudanças de política do governo
e onde diversas necessidades de atenção primária
e saneamento básico ainda não foram atendidas
em diversas áreas, fica difícil prever qual a sustentabilidade a longo prazo de um programa de cirurgia
robótica no SUS. Por outro lado, já está mais do que
claro que a incorporação de tecnologia no SUS é
fundamental para impulsionar o desenvolvimento
científico nacional afim de tentar reverter o enorme
déficit na balança comercial do nosso Complexo
Econômico-Industrial em Saúde (CEIS), que hoje
supera 10 bilhões de dólares ano. Sem a incorporação tecnológica será impossível estimular o crescimento do CEIS nacional e ficaremos sendo eternamente dependentes da produção de conhecimento
científico internacional.
Nesse sentido, a incorporação da cirurgia robótica no SUS é fundamental e deve ser estimulada
e difundida em outros centros de excelência. Nos
resta torcer para que o Ministério da Saúde mantenha sua postura de estímulo ao desenvolvimento do
CEIS e a incorporação de tecnologia no SUS nas
próximas gestões e aguardar que o surgimento de
competidores no mercado (porque não competidores brasileiros?) possam derrubar o monopólio da
Intuitive Surgical, reduzindo os custos e facilitando a
disseminação da cirurgia robótica em outros hospitais do SUS pelo País.
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Escritório de Representação em Brasília
SBU na Câmara dos Deputados
O deputado Jorge Silva
recebeu em seu
gabinete o coordenador
do escritório de
representação da nossa
Sociedade
Por Romulo Maroccolo Filho
N
o dia 3 de abril, o coordenador
do escritório de representação
da SBU, Dr. Romulo Maroccolo
Filho, se reuniu com o deputado Dr. Jorge Silva (TiSBU-ES)
no gabinete que fica na Câmara dos
Deputados, em Brasília. Fundador da
Frente Parlamentar de Saúde Integral do
Homem, o Dr. Jorge Silva atualizou a
SBU sobre as ações programadas para
esta Frente em 2014.
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Veja quais são as principais ações
•
Apresentação do Projeto de Lei 5828/2013,
discutir a regulação do acesso à assis-
ção número 193) para realização de cam-
que designa oficialmente no Congresso
tência à saúde, com foco na detecção
panha nacional para detecção precoce
Nacional o senhor Juscelino Kubitschek de
precoce e no tratamento tempestivo do
do câncer da próstata.
Oliveira como patrono da urologia brasilei-
câncer. Esta audiência foi proposta pelo
ra. Este PL já foi aprovado pela Comissão de
Deputado Ruy Carneiro (PSDB-PB), que é
Educação e Cultura da Câmara dos
presidente da Frente Parlamentar de
Saúde sobre a indicação 5.203/2013 para
Deputados e se sujeitará à apreciação con-
Combate ao Câncer, e contará com a
atualização dos valores pagos pelo SUS
clusiva em regime de votação ordinária.
participação de Hélvécio Magalhães,
aos seus prestadores na área de urologia.
•
Solicitação de resposta do Ministério da
Secretário da SAS-MS, Wilson Alecrim,
•
•
Requerimento para a realização do VII
presidente do Conselho Nacional de
Além destas ações, foram oferecidos à
Fórum de Políticas Públicas em Saúde do
Secretários de Saúde (CONASS), Antônio
SBU pelo Deputado Dr. Jorge Silva os registros
Homem na Câmara dos Deputados, no
Carlos Nardi, presidente do Conselho
taquigráficos das reuniões, audiências públi-
dia 4 de novembro de 2014.
Nacional de Secretarias Municipais de
cas e homenagens recebidas pela Sociedade
Saúde (CONASEMS), Dr. Paulo Hoff,
no Congresso Nacional em 2013. Em breve,
Requerimento de Sessão Solene do
diretor
estes documentos e os links para assistir aos
Congresso Nacional para homenagear
Rodrigues da Silva, diretor-geral do INCA,
a SBU e lançamento da Campanha No-
e outras autoridades.
do
ICESP-SP,
Luiz
Antônio
vembro Azul de combate ao câncer de
próstata, no dia 3 de novembro de 2014.
•
Requerimento ao Ministério da Saúde para
elaboração de protocolo clínico para trata-
•
mento da incontinência urinária no SUS.
Requerimento de inclusão da Sociedade
Brasileira de Urologia na Audiência Pública na Comissão de Seguridade Social e
Família da Câmara dos Deputados, para
eventos estarão disponíveis no site da SBU.
Também foram abordados
os seguintes temas
• Projeto da SBU de criação dos Centros
de Referência em Saúde do Homem, a
•
Pedido de resposta do Ministério da
ser discutido em audiência solicitada
Saúde à solicitação feita em 2011 (indica-
pelo gabinete do deputado com o
Ministro da Saúde ainda neste semestre.
• A estratégia de divulgação nas seccionais da SBU do Projeto de Centro de
Referência, para capilarização desta
política nos estados e municípios
onde exista atendimento urológico e
outras ações do Escritório de Brasília
junto ao parlamento nacional.
Da esquerda para a direita:
Dr. Romulo Maroccolo Filho
(SBU), Hérika Rodrigues
(SBU) e Deputado Dr. Jorge
Silva (TiSBU-ES)
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Cultura, lazer e turismo
Aproveite a Copa do Mundo
para conhecer melhor o Brasil
Belo Horizonte: Estádio Mineirão
Brasília: Estádio Nacional de Brasília
Cuiabá: Arena Pantanal
Bairro de Lourdes
Corrientes 348
Mahalo
Considerado o bairro mais charmoso da
Como toda casa tipicamente argentina,
Está entre os queridinhos da cidade. Prove
capital mineira, é um polo de moda e de
tem como ponto forte as carnes. À noite,
o beef passion, feito com prensado de
artigos de luxo, com lojas requintadas
as mesas ganham a iluminação de velas.
mandioca e queijo coalho, vinagrete de
e grifes nacionais e internacionais.
411 Sul, loja 36, bloco D.
pimenta de cheiro e farofa de paçoca.
Rua Castelo Branco, 359, Quilombo.
Feira de Artesanato da Afonso Pena
La Bonne Fondue
Conta com mais de 2.500 expositores em
A casa oferece culinária franco-suíça e,
Parque Nacional do Pantanal
diversos segmentos, como: de vestuário,
apesar das deliciosas opções de risotos,
Matogrossense
bijuterias, bolsas, sapatos e tapeçarias.
é especializada no rodízio de fondue, com
É a maior planície alagada do planeta
Av. Afonso Pena, 1.060, Centro.
opções de carne, frango, queijo e doces.
e a terceira maior reserva ambiental do
Também é possível pedir à la carte.
mundo. Conta com uma diversidade
Parque das Águas
SCES trecho 2, conjunto 12, loja 4
enorme de fauna e flora e possui trilhas
Conta com vegetação típica do cerrado,
no setor de Clubes Sul.
guiadas. Acesso pela MT-060.
aromáticas e uma fauna diversificada.
Outlet Premium
Regionalíssimo
Tem inúmeras fontes, lagos, quedas
O shopping ao ar livre conta o ano todo
Fica ao lado do rio Cuiabá, em um casarão
d’agua, nascentes e córregos. Av.
com produtos que custam 80% do valor
antigo com decoração típica com chita,
Ximango, 809, Flávio Marques Lisboa.
original. Rodovia BR060, KM21, Alexânia.
artesanato de barro e móveis rústicos.
mais de cem plantas medicinais e
Avenida Beira Rio, s/no, Porto.
36
Xapuri
Pier do Pontão do Lago Sul
O clima é de fazenda, o cheiro é de forno
Localizado às margens da Ponte Costa e
Sesc Arsenal
à lenha e o cenário conta até com a
Silva, conta com restaurantes, lojas, bares,
O local já foi arsenal de guerra de Mato Grosso
figuração de um pequeno milharal.
shows, exposições e uma bela paisagem
e hoje é o principal espaço cultural da região.
Rua Mandacarú, 260, Pampulha.
que rende ótimas fotos.
Rua 13 de Junho, 315, Porto.
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02/07/2014 15:10:55
Veja como se programar para visitar alguns pontos interessantes das cidades-sede do Mundial
Por Lidia Felizati
Diversão
Alimentação
Compras
Lazer
Cultura
Curitiba: Arena da Baixada
Fortaleza: Estádio Castelão
Manaus: Arena Amazônia
Endossa
Centro de Turismo
Centro Cultural dos Povos da Amazônia
É uma loja colaborativa que conta com
O mercado localizado no Centro da capital
Lá, você pode encontrar exposições da
160 espaços em Curitiba, nos quais é
cearense reúne mais de 100 lojinhas de
cultura de vários povos amazônicos. O
possível encontrar diversas marcas de
artesanatos, além de dois museus: o de
local conta com sala de exposições
decoração, acessórios e roupas.
Minerais e o de Arte e Cultura Populares.
multimídia e uma arena para espetáculos.
Av. Vicente Machado, 1047, Batel.
Rua Senador Pompeu, 350, Centro.
Fica localizado na Praça Francisco
Madalosso
Colher de Pau
O restaurante virou cartão-postal da
Com mais de 20 anos de existência, é
Choupana
cidade e foca no serviço de rodízio italiano,
considerado o melhor restaurante da
Famosa por suas porções generosas de
com dezoito pratos de dar água na boca.
cidade. Os pratos são servidos em um
comida, a casa apresenta peixes, patos
Localizado na Av. Manoel Ribas, 5875,
salão climatizado, na varanda ou ao ar livre.
e outras iguarias regionais. Conta com
Santa Felicidade.
Rua Ana Bilhar, 1178, Varjota.
um aquário que divide os três ambientes
Museu Oscar Niemeyer
Dragão do Mar
O salão suspenso no formato de um olho
O centro cultural abriga cafés, teatro,
é uma das paradas obrigatórias para quem
exposições e planetário. Rua Dragão do
Encontro das águas
visita a cidade.
Mar, 81, Praia de Iracema.
O fenômeno natural é o encontro dos rios
Pereira da Silva, s/nº, Bola da Suframa.
super temáticos.
Rua Marechal Hermes, 999, Centro.
Rua Recife, 790, Adrianópolis.
Negro e Solimões. As águas seguem
Praia do Futuro
juntas, lado a lado, sem se misturar por
Ópera de Arame
Limpa, organizada e com várias delicias da
muitos quilômetros. Se o passeio for feito
O teatro é construído com tubos de aço e
gastronomia regional, é a praia preferida
de barco, o visitante pode pôr a mão em
estruturas metálicas envolta por um lago
dos banhistas. Conta com dunas, ondas
ambos os lados do rio e sentir que as
artificial. Rua João Gava, s/no, Pilarzinho.
fortes e shows noturnos.
temperaturas são diferentes.
Junho/Julho/Agosto 2014 • BODAU
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Cultura, lazer e turismo
Diversão
Alimentação
Compras
Lazer
Cultura
Natal: Estádio das Dunas
Porto Alegre: Estádio Beira-Rio
Recife: Arena Pernambuco
Camarões
Caminho dos Antiquários
Casa dos Frios
O restaurante conta com vista de frente
É um passeio oficial da prefeitura que
Lá, você encontra os doces mais
para o mar de Ponta Negra. O local
incentiva o comércio de antiguidades.
tradicionais da região. Não deixe de
merece destaque pelas porções
Cerca de 50 expositores que oferecem
experimentar o bolo de rolo, a cartola
extremamente bem servidas e o
seus produtos nas calçadas.
e o bolo Souza Leão.
atendimento excepcional.
Rua Marechal Floriano Peixoto,
Av. Rui Barbosa, 412, Graças.
Avenida Engenheiro Roberto Freire,
s/n°, Centro Histórico.
2610, Capim Macio.
Feira do Recife Antigo
Casa de Cultura Mario Quintana
Reúne cerca de 150 barracas de roupas,
Centro de Turismo
Reúne salas de cinema, teatro, galerias
bolsas, cerâmicas, doces regionais e
Conta com 38 lojas, restaurantes com
de arte, bibliotecas, livrarias e cafeterias.
comidas típicas.
vista para a praia e shows noturnos. Rua
Abriga obras do poeta e a reprodução do
Rua do Bom Jesus, Recife Antigo.
Aderbal de Figueiredo, 980, Petrópolis.
quarto em que viveu. Com vista para o Rio
Guaíba. Rua dos Andradas, 736, Centro.
Forte dos Reis Magos
Instituto Ricardo Brennand
O visitante volta ao tempo das invasões
Principal atração histórica localizada na
Hashi Art Cuisine
holandesas no Brasil com ilustrações
Praia do Forte, foi palco das batalhas do
Elegante e requintado, o restaurante
em forma de mapas, pinturas, documentos
Brasil Colônia. O local conta com guias
mistura elementos da cozinha brasileira,
e objetos. Abre de terça a domingo.
que contam as histórias antigas e
asiática e francesa. Rua Desembargador
Alameda Antônio Brennand, Várzea.
acompanham a visita ao local.
Augusto Loureiro Lima, 151, Bela Vista.
Rio Capibaribe
38
Praia de Ponta Negra
Pier 340
Passeio de barco com duração de 1 hora
É uma das praias mais visitadas de Natal.
Às margens do Rio Jacuí, possui
e meia que passa por todas as ilhas que
Conta com um dos cartões-postais da
atividades de lazer ligadas ao mundo
formam o Centro do Recife. O tour permite
cidade, o Morro do Careca, e é famosa
náutico, como jet-skis e embarcações
ver a arquitetura neoclássica do século 19
pela variedade de restaurantes e bares
para aluguel. Rua dos Pescadores,
de locais onde morava a nobreza
ao seu redor.
340, Ilha das Flores.
na monarquia.
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
BODAU 02 2014.indb 38
02/07/2014 15:10:56
Rio de Janeiro: Estádio do Maracanã
Salvador: Arena Fonte Nova
São Paulo: Arena de São Paulo
Restaurante 00
Al Mare
A Figueira Rubaiyat
Descontraído e aconchegante, só abre
Serve pescados e frutos do mar frescos,
Considerada uma das melhores carnes
à noite e conta com música e decoração
além de contar com centenas de opções
servidas na cidade, conta com um enorme
sofisticada. Além de pratos elaborados,
de vinhos. Espaço Gourmet do Salvador
pé de figueira no centro do restaurante.
tem sanduíches e petiscos. Avenida Padre
Shopping – Av. Tancredo Neves, 2915,
Vale a pena conferir! Rua Haddock Lobo,
Leonel Franca, 240, Gávea
Caminho das Árvores.
1738, Jardim Paulista.
Cristo Redentor
Jardim de Alah
Avenida Paulista
O monumento é uma das sete Maravilhas
É uma praia entre coqueiros. Conta com
É a avenida mais badalada da cidade. Lá,
do Mundo e o principal cartão-postal da
uma ciclovia que vai até a praia de Itapuã,
você encontra museus, teatros, parques,
cidade. É um mirante com uma vista
onde tem um posto do projeto TAMAR,
livrarias, bares, restaurantes, shoppings,
espetacular do Rio de Janeiro. R. Cosme
ponto de desova de tartarugas marinhas.
cinemas e inúmeras lojas.
Velho, 513, Alto da Boa Vista.
O mar é agitado e rodeado de
construções históricas.
Downtown
Edifício Itália
Tem a mais alta vista de São Paulo. A
Possui uma grande diversidade de lojas,
Palacete das Artes Rodin Bahia
partir do mirante, localizado no 41º andar,
serviços, cinema, praça de alimentação e
A mansão conta com diversas obras de
é possível ver a cidade toda do alto e
entretenimento. Av. das Américas, 500,
arte, vitrais e ladrilhos. O jardim é repleto
aproveitar as delícias do restaurante.
Barra da Tijuca.
de árvores centenárias e quatro esculturas
Avenida Ipiranga, 344, Centro.
em bronze. Rua da Graça, 284, Graça.
Praia de Copacabana
Parque do Ibirapuera
Praia mais charmosa e popular da cidade.
Yemanjá
Possui cerca de 160 espécies de animais,
A orla oferece ciclovia, bicicletário, postos
O restaurante é um ícone da comida
além de uma rica flora. Abriga também
de salvamento com chuveiros, bares e
baiana e conta com uma decoração
museus e auditórios, como o Museu de Arte
restaurantes. Também abriga grandes
exclusivamente marítima. A dica é pedir a
Moderna e a Bienal, onde acontecem a São
eventos esportivos, como campeonatos
moqueca de camarão. Avenida Octávio
Paulo Fashion Week. Avenida Pedro
mundiais de futebol de areia e de vôlei.
Mangabeira, 4661, Jardim Armação.
Álvares Cabral, s/no, Vila Mariana.
Junho/Julho/Agosto 2014 • BODAU
BODAU 02 2014.indb 39
39
02/07/2014 15:10:59
Em debate
Silvio Santos
conta para a mídia sobre
a retirada da próstata
Ícone da televisão brasileira passou pela prostatectomia
em julho de 2013 e falou em entrevista para a revista Veja
São Paulo os efeitos do procedimento cirúrgico
Por Vanessa Silva
S
ilvio Santos é, sem dúvida, uma
das figuras mais carismáticas e
queridas da televisão no Brasil.
Em recente entrevista para a
revista Veja São Paulo, ele
contou sobre a cirurgia de retirada da
próstata e os efeitos pós-operatórios.
Reservado, o apresentador do SBT
não mantém páginas em redes
sociais e raramente concede entrevistas para a imprensa. Mas, em
fevereiro deste ano, ele abriu uma
exceção e também as portas de
sua casa em Orlando, nos Estados
Unidos, para um bate-papo com a
equipe de reportagem da Veja.
Na ocasião, além de falar sobre
a vida pessoal e o que mais gosta de fazer nas férias, ele contou que, em julho de
Ainda está pingando
urina sem eu querer. Estou
com raiva. Tenho de usar
uma cueca especial que
é um espetáculo.”
40
2013, passou pela cirurgia de retirada de
próstata. “Ainda está pingando urina sem
eu querer. Estou com raiva. Tenho de usar
uma cueca especial que é um espetáculo.
Não é fralda, tem um tecido que absorve
o líquido. É comprada aqui, nos Estados
Unidos”, disse durante a entrevista.
O dono do SBT destacou que periodicamente faz os exames preventivos. “Uma
vez por ano faço o check-up”, disse. Silvio
também falou sobre a vida sexual. Aos 83
anos de idade e após a cirurgia, afirmou
manter relações normalmente e não usar
medicamentos para isso. “O meu remédio
é a minha mulher”.
Sem dar muitos detalhes sobre a
retirada da próstata, o apresentador
também comentou sobre um câncer de
pele. “Surgiu uma feriada na perna direita que originou um câncer de pele,
mas com uma incisão tudo se resolveu”,
explicou o apresentador.
O câncer de próstata é o tipo mais
comum entre o público masculino e é recomendado que homens acima dos 50
anos façam os exames de PSA e toque
retal anualmente. Caso a pessoa tenha
histórico familiar, seja obeso ou tenha a
cor da pele negra, deve reduzir a faixa
etária para 45 anos.
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
BODAU 02 2014.indb 40
02/07/2014 15:11:01
Comentários sobre o câncer de próstata
O Dr. Cristiano Mendes Gomes fala sobre a doença no Brasil
“O câncer de próstata (CaP) é a forma mais comum de câncer não-cutâneo
em homens e a segunda maior causa
de mortalidade por câncer masculino. O
Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou que em 2012 ocorreram 60.180
casos novos da doença no Brasil, o que
corresponde à incidência de 62 casos
novos a cada 100 mil homens.
A prevalência do CaP varia de acordo
com a raça, sendo um pouco mais elevada
entre negros (9,6%) do que entre brancos
(5,6%). Os outros fatores de risco são a
idade do paciente e a história famíliar, notadamente o antecedente de CaP no pai
ou nos irmãos. Recentemente, a obesidade foi demonstrada como fator de risco,
especialmente quando a circunferência
abdominal é maior do que 102 cm.
O risco de um homem ser diagnosticado com CaP durante a vida é de
16,2%. Pelo comportamento indolente
da maioria deses tumores, a taxa de
mortalidade por câncer de próstata é
pequena, principalmente quando comparada com outros tipos. Quando o
tumor de próstata é agressivo, o risco
de morte pela doença é bem maior.
A prevenção do CaP tem sido tentada com o uso de licopenos, selênio ou
vitamina E. Até o momento, nenhum
deles demonstrou ser eficaz na prevenção. Os medicamentos que diminuem
a fração da testosterona mais associada ao risco de CaP (drogas inibidoras
da 5-alfa-redutase, como finasterida
e dutasterida) parecem conferir certa
proteção contra a doença, mas seu uso
prolongado associa-se ao risco de alguns
efeitos colaterais.
O risco de um homem ser
diagnosticado com CaP
durante a vida é de 16,2%.”
Dr. Cristiano Mendes Gomes
Urologista do Setor de Disfunções
Miccionais do HCFMUSP.
Professor Orientador do Programa de
Pós-Graduação da Disciplina de Urologia
– Faculdade de Medicina da USP.
Doutor em Urologia – FMUSP.
Fellow in Urology – University of
Pennsylvania, Philadelphia, USA.
Desta forma, embora haja grande
interesse e diversas pesquisas sobre a
prevenção, não existem métodos efetivos que possam ser indicados de forma
universal. Como a obesidade foi recentemente demonstrada como fator de
risco, é provável que a manutenção de
um estilo de vida saudável, evitando-se o
sedentarismo e mantendo-se com a dieta e o peso adequados, possa diminuir o
risco da doença, além dos outros benefícios já conhecidos destes hábitos.
O diagnóstico de CaP é suspeitado
após a realização do toque retal e da
dosagem do antígeno prostático específico (PSA). O diagnóstico definitivo é
estabelecido pela biópsia prostática. É
importante ressaltar que a realização
do toque retal é indispensável para aumentar a possibilidade de diagnóstico
precoce, já que até 20% dos homens
com CaP possuem níveis de PSA normais e o diagnóstico nestes casos somente é suspeitado pelo toque retal.
Exames de imagem, de ultrassom
transretal e ressonância nuclear magnética, podem ser úteis em casos individualizados, mas não fazem parte dos
exames rotineiros de acompanhamento prostático.
As recomendações sobre a partir de que idade deve-se realizar os
exames prostáticos não são uniformemente aceitas na comunidade científica.
A maior parte das entidades urológicas
internacionais recomenda que a pre-
Junho/Julho/Agosto 2014 • BODAU
BODAU 02 2014.indb 41
41
02/07/2014 15:11:01
Em debate
venção seja realizada em todos os homens
com mais de 50 anos. Homens negros e/
ou que tenham histórico familiar de CaP
devem iniciar os exames mais cedo, após
os 45 anos. Quanto à idade na qual se
deve parar de fazer exames preventivos, é
necessário individualizar cada caso e levar
em conta a saúde geral do paciente e a
sua expectativa de vida. De maneira geral,
admite-se que os exames devem ser oferecidos aos homens cuja expectativa de vida
seja superior a 10-15 anos.
Recentemente, a obesidade foi demonstrada
como fator de risco, especialmente quando
a circunferência abdominal é maior do que
102 cm.”
O caso do Silvio Santos é um exemplo claro desta individualização. É sabido
que a prevalência de CaP em homens
com mais de 80 anos é bastante elevada, mas grande parte dos tumores identificados nesta população não requer tratamento em virtude de seu crescimento
lento. No caso do Silvio Santos, que possui excelente saúde geral, mesmo tendo
mais de 80 anos, a realização dos exames e o tratamento curativo da doença
foram necessários.
Quando se identifica um CaP é preciso realizar o estadiamento da doença, que
consiste na avaliação da sua extensão. Isto
é: ela está localizada somente na próstata?
42
Estendeu-se para os órgãos adjacentes?
Apresenta metástases regionais ou distantes? Para isto, o urologista pode solicitar
exames laboratoriais e de imagem.
O tratamento do CaP depende de
variados fatores. Nos casos em que a doença está em estágio inicial, localizada na
próstata (como parece ser o caso do Silvio
Santos), deve-se levar em conta a idade do
paciente, expectativa de sobrevida, agressividade do tumor e preferência do paciente. Tratamentos agressivos devem ser
evitados em homens que possuam graves
doenças associadas que possivelmente limitarão sua expectativa de vida. Em casos
de doença muito inicial e de baixa agressividade, pode-se até mesmo optar pelo
acompanhamento periódico.
Nestes casos, o paciente é acompanhado de perto pelo urologista e, desde
que não haja sinais de que a doença esteja
progredindo, não existe a necessidade de
fazer tratamento.
Na maioria dos casos, o CaP localizado é tratado com alguma forma de
tratamento que ofereça elevadas taxas
de cura, notadamente a cirurgia de remoção da próstata e vesículas seminais
(prostatectomia radical – como realizado
no caso do Silvio Santos) ou opção de
radioterapia. A incontinência urinária e a
piora da função sexual são complicações
possíveis após o tratamento cirúrgico. Em
muitos pacientes, o problema é transitório, melhorando espontaneamente com o
tempo. Em outros casos, pode requerer
tratamento específico, que deve ser individualizado e de acordo com a gravidade
do problema.”
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
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BODAU
02 2014.indb 43
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02/07/2014
15:11:03
Saúde e bem-estar
Outono/inverno:
como aproveitar melhor os alimentos?
As estações oferecem boa safra de frutas, legumes e verduras.
Saiba como aproveitá-las a favor da sua alimentação
Por Vanessa Silva
C
om a chegada da temporada outono/inverno, algumas verduras, legumes e frutas estão em safra e
voltam a fazer parte das prateleiras dos supermercados e dos pratos do dia a dia. Há os alimentos
que não são exclusivos do outono/inverno, como a
maçã e banana, mas nesta época, têm mais produtividade.
Para adicioná-los de maneira criativa no seu dia a dia,
o BODAU conversou com a nutricionista Fernanda Granja,
especialista em nutrição funcional, para ajudar você a ser
criativo na cozinha.
Frutas
Abacate: rico em fitoquímicos
Banana: rica em carboidratos,
Laranja: bastante conhecida
Maçã: além da capacidade
e nutrientes, como ácido oléico,
vitaminas A e C, além de sais mi-
pela vitamina C. “As frutas e os
antioxidante, possui compostos
fitosterol, vitamina E, glutationa,
nerais. A banana verde, conside-
sucos cítricos contêm metabóli-
fenólicos, como os flavonoides
folato, potássio, magnésio e
rada um alimento funcional (que
tos secundários, incluindo antio-
e os ácidos fenólicos. “Os efeitos
fibras. “Ele reduz os níveis glicê-
ao fazer parte da dieta produz
xidantes como ácido ascórbico,
benéficos estão relacionados à
micos e de colesterol, além de
efeitos metabólicos benéficos à
compostos fenólicos, flavonóides
prevenção de doenças crônicas
possuir efeito anticancerígeno”,
saúde), ajuda na digestão.
e limonóides que são impor-
não transmissíveis. Extratos de
tantes para a nutrição humana”,
maçã têm demonstrado ativi-
afirma a nutricionista.
dade na prevenção do diabetes
explica Fernanda.
tipo II”, explica a nutricionista.
Legumes
Abobrinha: fonte natural das
Beterraba: pode ser consumida
Berinjela: componentes como
vitaminas A, C e do complexo B,
crua, cozida ou no vapor. Possui
a niacina, a vitamina C, os
ajuda na eliminação de substân-
efeito antioxidante e anti-infama-
flavonóides e as fibras estão
cias tóxicas, na produção de
tório, vitaminas do complexo B e
presentes neste legume, que
hormônios e do ácido fólico.
nutrientes, como potássio, sódio,
exerce alterações benéficas sobre
“Traz ainda elementos importan-
ferro, cobre e zinco.
o metabolismo de lipídeos.
tes para o controle da pressão
e da circulação, por conta do
potássio, do cálcio e do fósforo”.
44
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
BODAU 02 2014.indb 44
02/07/2014 15:11:09
Verduras
Brócolis: rico em luteína, considerado
Espinafre: fonte das vitaminas K, A, E, C,
Informações e indicações de receitas:
um potente antioxidante. Seu consumo
B2 e B6, além de magnésio, manganês,
contribui para auxiliar na proteção do
folato, ferro, potássio, fósforo, zinco, niacina
organismo contra doenças degenerativas.
e selênio. “Além de nutrientes importantes,
Os efeitos protetores do brócolis devem-se
suas folhas possuem flavanóides, que
ao seus compostos fitoquímicos, fenólicos,
têm propriedades antioxidantes e anti-
Fernanda Granja: nutricionista clínica
especializada em nutrição funcional,
pediatria e fisiologia do exercício
www.drafernandagranja.com
carotenóides, selênio e vitaminas.
inflamatórias”, finaliza.
Dicas de receitas
Agora que você já sabe os benefícios dos alimentos indicados,
confira algumas receitas para incluir no seu dia a dia
Berinjela refogada com tofu
Sopa de brócolis com creme de ricota
Ingredientes
Ingredientes
200 g de tofu
1 berinjela grande
1 colher (sobremesa) de alho
1 caixinha de tomate cereja
1 ramo de manjericão
1 colher (chá) de sal
3 colheres (sopa) de molho de soja light
1 colher (sopa) de azeite de oliva
2 alhos-porós picados
300 g de brócolis picado
2 colheres (sopa) de creme de ricota
Salsinha e cebolinha e sal a gosto
Pimenta-do-reino moída
1 litro de água quente
Modo de preparo
Tofu
1. Pré-aqueça o forno em temperatura alta.
2. Corte o tofu em cubos grossos e coloque-os no forno
por sete minutos.
3. Retire-os do forno, vire-os e asse do outro lado.
Berinjela
1. Corte a berinjela em cubos grossos e cozinhe-os em água
fervente, sem deixar ficar mole.
2. Em uma panela, refogue o alho e adicione a berinjela cozida.
3. Acrescente o tomate, o manjericão, o molho de soja e o sal.
Misture, sem mexer muito.
4. Tampe e deixe cozinhar um pouco. Sirva e coloque o tofu por cima.
Modo de preparo
1. Aqueça o azeite de oliva e refogue o alho-poró
por quatro minutos, até amaciá-lo.
2. Junte o brócolis e refogue bem, mexendo por
dois minutos.
3. Acrescente os temperos verdes e a água quente.
Cozinhe por 20 minutos.
4. Bata a sopa no liquidificador até obter uma
mistura cremosa e homogênea.
5. Volte o conteúdo para a panela e acrescente
o creme de ricota.
6. Aqueça e tempere a gosto com pimenta e sal,
mexendo sem parar. Sirva a seguir.
Junho/Julho/Agosto 2014 • BODAU
BODAU 02 2014.indb 45
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02/07/2014 15:11:12
Nas horas vagas
Como praticar exercícios, mesmo com a
agenda lotada?
Se você tem mais de 40 anos de idade e ainda não pratica exercícios físicos, está na hora
de se mexer e integrar a equipe de quem busca qualidade de vida e saúde. Veja como!
T
46
Por Vanessa Silva
odo mundo sabe que vida de
médico é uma loucura, sem
horário para nada e uma eterna divisão entre os compromissos familiares e profissionais.
Mas, uma tarefa que também não pode
faltar na lista diária de afazeres é o próprio bem-estar. Mesmo com a agenda
comprometida, é essencial encontrar um
tempinho para praticar exercícios físicos.
José Rubens D’ Elia, fisiologista do esporte e consultor de bem-estar, dá algu-
mas dicas sobre como encaixar 30
minutos de atividade física na rotina corrida. As orientações são para todas as faixas
etárias, mas algumas observações ficam
para quem está no grupo de pessoas
acima dos 40 anos. Confira a entrevista!
BODAU: O que pessoas acima dos
40 anos, que não têm como hábito praticar exercícios físicos, devem
fazer para incluí-los na rotina?
José Rubens D’ Elia: A primeira coisa
é passar por uma consulta médica, para
que o profissional avalie se a pessoa
está apta a começar o seu programa de
atividades físicas. Após a autorização, o
segundo passo é procurar a orientação
abalizada de um especialista da área de
educação física.
licitará exames como: glicemia, hemograma e níveis de colesterol. Após estas
avaliações, poderá também pedir teste
ergométrico ou ergoespirométrico.
BODAU: É indicado algum tipo de
exame para checar o preparo físico?
José Rubens D’ Elia: Os exames são
prescritos pelo médico de acordo com
perfil, faixa etária, gênero e histórico de
cada pessoa em relação à prática de
atividade física. Em geral, o clínico so-
BODAU: Como os médicos, que
não têm uma rotina definida, podem
aproveitar os poucos momentos que
sobram para praticar exercícios?
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
BODAU 02 2014.indb 46
02/07/2014 15:11:14
e a intensidade. O mais importante é que
José Rubens D’ Elia: A falta de rotina
a atividade dê prazer à pessoa, para que
fixa pode ser um complicador, mas não
ela possa ter disciplina e continuidade.
é um empecilho. O importante é que o
indivíduo queira realmente mudar seus
BODAU: Como as atividades físicas
hábitos, mesmo que seja gradativamente.
ajudam na qualidade de vida?
Todas as pessoas, independentemenJosé Rubens D’ Elia: As atividades
te da profissão que exercem, têm 24h
físicas vão além dos benefícios do corpo.
no dia, o que significa 1440 minutos. É
Elas integram também
importante separar 30
as dimensões mental,
minutos para a prática
emocional e espiritual.
da atividade física, que
Na dimensão física, é
podem ser intercalados
possível trabalhar todas
em três períodos de 10
Exercícios aeróbios
as qualidades e fatores
minutos. É muito mais
que dão harmonia para
fácil se organizar para
melhoram as
o bom funcionamento do
se exercitar 10 minutos,
condições
corpo. Evita as doenças
do que 30 diretos. Esses
cardiorrespiratórias,
silenciosas do sedenta10 minutos podem ser
aumentando a
rismo, como pressão alta,
encaixados pela manhã,
resistência física e
hiperglicemia e colesteantes de sair de casa,
promovendo uma
rol. A boa notícia é que
nos intervalos de uma
sensação de
para 90% das enfermiconsulta, no horário do
bem-estar geral”.
dades, a atividade física
almoço ou no final do
é recomendada como
dia. O importante é ter
um antídoto. Ela compledisciplina e motivação.
menta o efeito do meOutro fator importante é
dicamento e ainda tem
a pessoa sentir prazer ao
uma grande participação
praticar exercícios.
na atitude preventiva.
BODAU- Corrida, nataBODAU: Como deve
ção, caminhada e biciser a preparação com
cleta são boas opções
relação à alimentação?
para o dia a dia?
José Rubens D’ Elia: A essência da
José Rubens D’ Elia: Esses exercícios
alimentação é respeitar as três refeisão aeróbios e melhoram as condições
ções principais: café da manhã, almoço
cardiorrespiratórias, aumentando a ree jantar, misturando os grupos essensistência física e promovendo uma senciais: carboidratos, proteínas, frutas,
sação de bem-estar geral. Porém, eles
legumes, verduras e grãos. O princípio
não podem ser praticados sem a devida
é não começar a atividade física em
orientação. É necessário a prescrição do
jejum. Uma hora antes de iniciá-la na
profissional de educação física, que vai
academia, consuma um lanche rápido e
orientar qual deles é mais indicado de
saudável e, durante os exercícios, fazer
acordo com o histórico e o perfil, bem
a hidratação gradual.
como definir a duração, a periodicidade
Dicas de
exercícios
Algumas atividades
físicas são indicadas
para quem deseja sair
do sedentarismo e
começar aos poucos.
Para quem não tem o hábito de ir diariamente
a uma academia e quer mudar os hábitos
e a rotina, pensando em iniciar a prática de
algum tipo de exercício, pode incluir gradativamente algumas atividades em seu dia a
dia. Confira as dicas e veja os benefícios de
cada um deles:
Caminhada e alongamentos: podem ser
praticados quase sem nenhuma contraindicação. Todos aqueles que estão sedentários
e querem sair desse estado podem começar
com essas atividades. Isso não invalida a
necessidade da consulta ao médico, para
que ele constate a sua aptidão. E o profissional de educação física vai orientar sobre
o tamanho do percurso, a duração inicial e o
aumento gradativo.
Corrida: dá uma sensação de bem-estar profunda e possibilita o que chamamos de “vício
bom”. Porém, precisa estar bem orientado (a)
para que não surjam as lesões do impacto.
Bicicleta: é um agente libertador. Mas, demanda disponibilidade de tempo. É possível
realizar indoor e outdoor e, nos finais de semana, torná-la um bálsamo de prazer, com
uma pedalada mais longa, em grupo.
Natação: é um exercício que promove muita
modificação na respiração, que ajuda a entrar
em estado de plenitude. Há o desafio de passar pelo aprendizado e domínio dos estilos.
Junho/Julho/Agosto 2014 • BODAU
BODAU 02 2014.indb 47
47
02/07/2014 15:11:14
Dicas
12 aplicativos úteis na medicina
Com o avanço das tecnologias, muitas facilidades estão a um clique. Veja
alguns aplicativos interessantes para urologistas e médicos em geral
Por Lídia Felizati
CID-10*: apresenta os códigos
GestaTools*: calcula a idade
IMAIOS e-Anatomy*: é um
da Classificação Estatística
gestacional, aplicando a regra de
atlas da anatomia humana
Internacional de Doenças,
Naegele, o IMC e muito mais.
para médicos, radiologistas,
estudantes de medicina e
conhecida como CID-10.
Disponível no Google Play
Genéricos BR: é um guia de
técnicos em radiologia. O app
e na App Store (com o nome de
medicamentos disponível na
disponibiliza gratuitamente
CID-10 PRO).
App Store que mostra seus
mais de 8500 imagens
equivalentes genéricos.
médicas e anatômicas.
Dropbox*: facilita o
Dá pra realizar a busca pelo
armazenamento de arquivos.
princípio ativo e acessar
Universo médico*: permite
Fotos e documentos pesados
a lista de fabricantes.
o acesso a 18 calculadoras
médicas, CID-10, atlas do
podem ser inseridos e guardados
em uma “nuvem”, podendo ser
Clinicalc*: as ferramentas
corpo humano, consulta
acessados a qualquer momento
mais bem comentadas deste
de bulas e muito mais.
do seu smartphone ou tablet.
aplicativo são os diversos
escores disponíveis, o cálculo
AxCalc*: apresenta funções
Epocrates*: é uma ferramenta
de déficit hídrico, o manejo de
como taxa de gotejamento,
de interação medicamentosa
infusão, a taxa de produção
conversor de unidades,
que auxilia na busca de um
urinária, a variação no sódio
sangramento admissível,
medicamento por suas
sérico, a escala de coma de
correção aguda de sódio e
características físicas. Conta
Glasgow clássica e pediátrica
reposição de jejum.
também com uma calculadora
e o cálculo da área corporal.
Atlas Urologia*: aborda
médica que tem funções gerais,
Hemograma – Manual de
anatomia, fisiologia e patologia
Interpretação: o aplicativo,
nos diferentes componentes
Código de Ética Médica: o
disponível na App Store, é uma
do corpo humano. As imagens
aplicativo tem parceria com o
versão do livro Hemograma –
são claras, com ilustrações
Conselho Federal de Medicina
Manual de Interpretação.
precisas, e incluem uma
e facilita a consulta dos médicos
Ele oferece facilidades como:
funcionalidade que permite
no Brasil ao documento que guia
busca rápida por imagens,
envio das fotos por e-mail.
o exercício da profissão.
busca de quadros e tabelas,
Disponível na App Store.
envio de e-mail de informações
como cálculo do IMC e LDL.
e bloco de favoritos.
* Disponível no Google play e na App Store.
48
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
BODAU 02 2014.indb 48
02/07/2014 15:11:15
Deguste e aprecie
As harmonizações de
vinhos e chocolates
O chocolate é tido como ingrediente especial nas
harmonizações. Saiba por que esse casamento é ser perfeito
Por Giuliana Ferreira e Felipe Campos
O
chocolate é uma categoria
alimentar à parte: de textura
pastosa e bom volume, com
sabor adocicado, associado
a diferentes níveis de amargor, é um desafio às papilas gustativas.
Portanto, as perguntas que devemos
fazer para a harmonização com vinhos são:
qual chocolate? Se amargo, qual seu grau
de amargor? Possui algum ingrediente
na sua composição que traga acidez (por
exemplo, cítricos)? Será consumido puro
ou entra como ingrediente da sobremesa?
Muitas nuances devem ser abordadas.
Em linhas gerais, devemos procurar vinhos que se equiparem em
potência e estrutura: quanto mais
amargo o chocolate, mais frutado, potente e jovem deve ser o vinho.
Os melhores companheiros para o
chocolate são os vinhos fortificados,
elaborados por meio da interrupção
da fermentação com aguardente vínica. A maior graduação alcoólica é
fundamental para a “limpeza” das pa-
pilas gustativas, assim como o grau de
doçura e a untuosidade.
Exemplos de vinhos com essas
características são os do Porto, os
Madeiras, os espanhóis Pedro Ximénez
e os provenientes do Sul da França:
Banyuls e Maury.
No caso dos vinhos do Porto, é necessário dividi-los em duas famílias:
a dos frutados e potentes, com envelhecimento na garrafa, representados
pelos Rubys, LBV (Late Bottled
Vintage) e pelos raros e caros Vintages; e a
família dos Tawnys, com e sem indicação de idade, que envelhecem em
cascos de madeira, e que têm afinidade
por chocolates menos amargos e com
adição de nozes, passas e frutas secas.
Apesar das sugestões, lembre-se
que o melhor vinho do mundo é aquele de que mais gostamos. E juntos ou
separados, tanto vinho como chocolate
são nossas grandes paixões.
Até a próxima edição, na qual vamos
falar mais sobre harmonizações.
Algumas sugestões para harmonizar essas duas grandes maravilhas:
• Jerez Antique Pedro Ximenez – Importadora: Casa Flora
• Banyuls Rouge, Chapoutier – Importadora: Mistral
• Portos Ruby, LBV e Tawny Taylor’s – Importadora: Empório Santa Luzia
• Madeira Justino´s Doce – Importadora: Porto a Porto
A partir desta edição, dois
sommeliers de São Paulo
estarão presentes no BODAU.
Giuliana Ferreira é diretora de serviço
da Associação Brasileira de Sommeliers
de São Paulo, sommelier da importadora
Casa Flora e consultora de taças da Cisper.
Ministra palestras e cursos em todo Brasil.
Felipe Campos é cirurgião pediátrico
e sommelier de vinhos e cervejas. Autor
do blog Sentidos do Vinho, participa de
degustações regulares da Revista Menu,
além de ministrar cursos e palestras e
prestar assessoria em eventos.
Junho/Julho/Agosto 2014 • BODAU
BODAU 02 2014.indb 49
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02/07/2014 15:11:18
Eventos
Calendário de Eventos 2014
Agosto
XI Maratona Urológica Internacional
29 e 30 de agosto
Windsor Atlântica Hotel, Copacabana (RJ)
www.maratonaurologica.com.br
11th Meeting of the EAU Robotica
Urology Section (ERUS)
17 a 19
Amsterdã – Holanda
erus2014.uroweb.org
Setembro
Outubro
XIII Congresso Paulista de Urologia
3 a 6 de setembro
Sheraton WTC Hotel, São Paulo (SP)
www. rvmais.com.br/congresso-paulistaurologia
XVII Congresso Mineiro de Urologia
30 de outubro a 1º de novembro
Minas Centro, Belo Horizonte (MG)
Novembro
IX Simpósio Internacional de
Uro-Oncologia; VII Jornada de
Uro-Oncologia – Unicamp/USP-RP/
Unesp e VII Jornada de Uro-Oncologia
USP Ribeirão Preto e Unicamp
6 a 8 de novembro
Hotel Vitória, Campinas/SP
Jornada Carioca de Urologia
19 a 22 de novembro
Royal Tulip, Rio de Janeiro (RJ)
www.sburj.org.br
X Maratona
Urológica
Internacional
23 e 24 de agosto de 2013
Windsor Atlântica Hotel • Copacabana • Rio de Janeiro - RJ
Fique por dentro
SBU tem novo escritório de advocacia
Dr. André Couto é o responsável direto pelos assuntos da Sociedade
Por Carlos Corradi
A Sociedade Brasileira de Urologia assinou contrato com a VK
ADVOCACIA EMPRESARIAL. Trata-se de um escritório com representação
em todo o Brasil, com mais de 100 advogados e chefia do Dr. Vinicio
Kalid. O responsável direto pela SBU será o Dr. André Couto, que será
auxiliado, no Rio de Janeiro, pela Dra. Maria Conceição.
Agora, a SBU terá um grande escritório de advocacia que prestará
assistência à sede, às seccionais e aos urologistas. O Dr. Vinicio Kalid prestou uma grande colaboração à SBU, pois além de representar um grande
escritório, oferecerá uma economia considerável para nossa Sociedade,
cobrando honorários baixos e fixos, independentemente do trabalho
realizado durante esses dois anos.
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Carlos Corradi, presidente da SBU, Dr. Vinício Kalid
e Dr. André Couto, advogados do escritório VK
BODAU • Junho/Julho/Agosto 2014
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02/07/2014 15:11:20
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* Fonte de consulta: Brasíndice -Junho/2014
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OMNIC OCAS® (cloridrato de tansulosina). INDICAÇÕES: Tratamento dos sinais e sintomas do trato urinário inferior associados à hiperplasia
prostática benigna (HPB). CONTRAINDICAÇÕES: Hipersensibilidade ao cloridrato de tansulosina ou a qualquer um dos excipientes, história de
hipotensão ortostática, insuficiência hepática grave. POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO: A dose diária recomendada é de 0,4 mg por via oral.
PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Deve ser utilizado com cuidado em pacientes portadores de insuficiência renal grave. Durante o tratamento
pode ocorrer diminuição da pressão arterial que, em casos excepcionais, pode levar a síncope. Quando do aparecimento dos primeiros sinais e
sintomas de hipotensão ortostática (tontura, fraqueza), o paciente deve sentar-se ou deitar-se até o desaparecimento dos sintomas. Em caso de
cirurgia de catarata deve ser avaliada a descontinuação da droga 1 - 2 semanas antes devido à Síndrome Intraoperatória da Íris Frouxa.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: A administração concomitante de cimetidina eleva os níveis plasmáticos de tansulosina, enquanto a
furosemida causa redução. Diclofenaco e varfarina podem aumentar a taxa de eliminação de tansulosina. A administração simultânea de outros
antagonistas dos receptores alfa-1 adrenérgicos pode causar hipotensão. REAÇÕES ADVERSAS: Comum (> 1/100, < 1/10): tontura. Incomum
(> 1/1.000, < 1/100): dor de cabeça; palpitações; hipotensão postural; rinite; constipação, diarreia, náusea, vômito; erupção cutânea, prurido,
urticária; ejaculação anormal; astenia. Raro (> 1/10.000, < 1/1.000): síncope; angioedema. Muito Raro (< 1/10.000): priapismo. VENDA SOB
PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO ADULTO. Registro MS - 1.7717.0003. Informações adicionais para prescrição: vide bula completa. DoC Documentação Científica: [email protected].
CONTRAINDICAÇÃO: Insuficiência hepática grave. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA:
Administração concomitante com cimetidina eleva os níveis plasmáticos de tansulosina.
Material destinado a profissionais de saúde habilitados a prescrever e dispensar medicamentos. Se encontrado, favor devolver para
Astellas Farma Brasil - Av. das Nações Unidas, 14.171 - São Paulo - SP - Torre B - 4º andar - Sala 401/402 - 04794-000. Direitos reservados.
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