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ru eb a Volume 52(##):###‑###, 2012 Almeida, S.M. et al.: Nidificação colonial de Butorides striata •P Nidificação colonial de Butorides striata (Linnaeus, 1758) (Ciconiiformes: Ardeidae) em área alagável no município de Porto Esperidião, Mato Grosso of Sara Miranda Almeida1 Mahal Massavi Evangelista2 Evandson José dos Anjos Silva3 Abstract •P ro Colonial nesting of Butorides striata (Linnaeus, 1758) (Ciconiiformes: Ardeidae) in a flooded area in Porto Esperidião county, Mato Grosso State, Brazil. In the tropics, breeding season of Butorides striata occurs during the rainy season. Generally breeds alone or in small groups and, exceptionally, forms colonies of 300 to 500 couples. The aim of this study was to report the following aspects of the nesting biology of B. striata: nesting site, nest type, egg character‑ istics, incubation period, nestling period, nest failures, reproductive success and nesting period in Porto Esperidião county, Mato Grosso State, Brazil. Nests search started on July 2009 and ended on May 2010. The found nests monitoring occurred regularly in 3‑days intervals. One hundred and fifteen active nests were found. The first active nest was found in early January 2010 and the last one remained active until late April 2010. The species nest is characterized by a platform of dry and thin twigs measuring around 20‑30 cm each. The incubation time was of 24.88 days (max = 27, min = 24, SD = 1.07, n = 102). The fledgling time was of 20.83 days (max = 23, min = 20, SD = 1.16, n = 17). Sixty percent of the nests contained (n = 102) three eggs. According to the Mayfield calculation, the species reproductive success was 16.43%. Ninety seven nests (84.34%, n = 115) were preyed on. a Key-Words: Green-backed heron; Pond; Season; Reproductive success. Pr ov Introdução O socozinho (Butorides striata L., 1758) é uma espécie de Ardeidae com distribuição em grande parte do planeta, ocorrendo nas Américas (do Sul, Central e do Norte), bem como na África, Ásia, Austrália, ilhas do oeste do Pacífico e no sul do Velho Mundo (Kushlan, 2007). Habita locais úmidos em bosques ou vegetação densa nas margens de rios, lagos e estuários; às vezes em áreas abertas tais como recifes de corais expostos, pântanos, pastagens, arrozais e outros tipos de plantações (Martínez-Vilalta & Motis, 1.Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). E‑mail: [email protected] 2.Centro de Desenvolvimento ao Desenvolvimento Tecnológico – UnB. 3.Departamento de Ciências Biológicas e Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação (UNEMAT). (junho a setembro) e precipitação anual de 1.500 mm com intensidade máxima em dezembro, janeiro e fevereiro. Possui uma vegetação muito variada, apresentando desde paisagens de matas até campos (Ferreira, 2001). A coleta de dados foi realizada em um fragmento de cerrado de 12,9 hectares no perímetro urbano de Porto Esperidião. O fragmento está circundado por uma estrada de terra, por um trecho da BR‑174 e por duas propriedades rurais. A vegetação do fragmento é dominada pela espécie arbóreo-arbustiva Laetia americana L. (Flacourtiaceae). No mesmo existe uma lagoa sazonalmente inundável (15°51’18”S e 58°28’36”W) que ocupa uma área de 1,6 hectares. Esta lagoa permaneceu alagada no período de dezembro/2009 a junho/2010. No interior da mesma foram encontrados e monitorados os ninhos de B. striata. A procura por ninhos ocorreu entre julho de 2009 e maio de 2010. Consideraram-se ninhos ativos os que apresentaram ovos ou filhotes. Assim que ficaram inativos suas características morfométricas (comprimento, largura, altura externa e profundidade) foram mensuradas com auxílio de régua metálica de 30 cm. Foi realizada a descrição do sítio de nidificação, considerando-se a espécie vegetal escolhida para a construção do ninho, a altura do ninho em relação ao solo e altura do ninho em relação à água, as quais foram mensuradas com trena de 10 m. O monitoramento dos ninhos ocorreu em intervalos regulares de três dias. Os ovos foram descritos quanto ao seu formato e coloração, seguindo o modelo proposto por De La Peña (1987) e mensurados com paquímetro de 0,05 mm de precisão. A descrição do ninho seguiu o método de Simon & Pacheco (2005). O sucesso reprodutivo foi obtido através do cálculo da porcentagem simples de ninhos bem sucedidos e pelo Protocolo de Mayfield (1961, 1975) que calcula o sucesso reprodutivo considerando a estimativa da taxa de perda de ninhos por dia de exposição, permitindo uma análise mais detalhada da sobrevivência do conteúdo dos ninhos nos períodos de ovos e ninhegos, apresentando a taxa de sobrevivência diária dos ninhos (TSD). As taxas de sobrevivência de cada período (TSP) (ovos e ninhegos) foram obtidas elevando-se as TSDs a uma potência igual ao número de dias necessários para se completar a incubação (período de ovos) e o número de dias necessários para os ninhegos deixarem o ninho (período de ninhegos). O cálculo da TSP do ninho durante todos os períodos é obtido através da multiplicação das TSPs de ovos e ninhegos. •P ro of 1992). É comum em todo o território brasileiro, vivendo inclusive em lagos de áreas urbanas (Erize et al., 2006; van Perlo, 2009). B. striata geralmente nidifica solitário ou em pequenos grupos, raramente forma grandes colônias (de 300 a 500 casais) para a nidificação (Martínez-Vilalta & Motis, 1992). Apesar da ampla ocorrência, são escassos os registros que contemplem os atributos detalhados da biologia reprodutiva desta espécie no Brasil. Das informações sobre sua biologia reprodutiva, destaca-se o estudo de Beltzer et al. (1995) realizado na Argentina, os quais monitoraram 60 ninhos e observaram o tamanho da ninhada, o sucesso reprodutivo, o sítio de nidificação e a reutilização de ninhos. No Brasil, Euler (1900) fez uma breve descrição da coloração dos ovos com a observação de um ninho. No Equador foi realizada a descrição da coloração e tamanho dos ovos de dois ninhos desta espécie (Greeney & Merino, 2006). É também importante ressaltar o trabalho de Erwin & Spendelow (1991), que descreveram o tamanho da ninhada, o período de incubação e o período de ninhegos de B. striata em um lago nos Estados Unidos. Aspectos da biologia reprodutiva, tais como o tipo de ninho, o período de incubação, o período de ninhegos e o sucesso reprodutivo, constituem atributos fundamentais da história de vida das espécies de aves (Mason, 1985) e contribuem para o conhecimento de sua dinâmica populacional (Bartholomew, 1986; Martin, 1995). Neste contexto o presente estudo teve como objetivos investigar os seguintes atributos da biologia da nidificação de B. striata: sítio de nidificação, descrição do ninho e dos ovos, períodos de incubação e de ninhegos, sucesso reprodutivo, predação de ninhos e estação reprodutiva. ru eb a Almeida, S.M. et al.: Nidificação colonial de Butorides striata •P B Material e Métodos Pr ov a O presente estudo foi realizado em Porto Esperidião, situado na mesorregião sudoeste do estado de Mato Grosso, sob as coordenadas 15°21’15”S e 58°27’51”W. Esta região tem seu relevo caracterizado pela depressão do rio Paraguai, calha do rio Jauru, Serra de Santa Bárbara, Salinas e pelo Planalto Residual do Alto Guaporé. Sobre este relevo predomina a vegetação de contato das florestas subcaducifólias e savanas do sudoeste (Ferreira, 2001). Porto Esperidião é pertencente a bacia hidrográfica do Prata na qual o rio Jauru contribui recebendo os rios Branco, Corixa Grande e Aguapeí. Seu clima é tropical quente subúmido, com quatro meses de seca Resultados e Discussão Foram encontrados e monitorados 115 ninhos de Butorides striata durante a estação reprodutiva de 2010, em Porto Esperidião, Mato Grosso. Sítio de nidificação Tabela 1: Morfometria (cm) média dos ninhos de Butorides striata encontrados em uma lagoa temporária no município de Porto Esperidião, Mato Grosso, janeiro a abril de 2010. N Média Máximo Mínimo DP Altura Externa 25 5,66 25,0 3,0 1,77 Morfometria (cm) média CompriLargura mento 25 25 20,96 22,1 24,0 28,0 17,5 17,5 2,14 2,79 Profundidade 25 2,87 7,0 1,0 1,33 •P O primeiro ninho foi encontrado no dia 04/01/2010 na área alagada com profundidade média de 1,27 m (máx = 2,28 m; mín = 0,19 m; DP = 42,05; n = 26). A altura média do ninho em relação à água foi 0,85 m (máx = 1,99 m; mín = 0,16 m; DP = 43,31, n = 26). A espécie arbóreo-arbustiva Laetia americana foi utilizada como planta suporte para a construção de todos os ninhos de B. striata. As copas de L. ameri‑ cana estavam cobertas externamente por ramificações de lianas, o que provocou o adensamento da sombra e a conexão com outras plantas. Os ninhos de B. striata foram construídos no interior destas copas, ficando mais ocultados. Foram utilizados no total 13 indivíduos de L. americana para a construção dos ninhos (n = 115) de B. striata. A média foi de 8,85 ± 6,27 ninhos por planta (máx = 27; mín = 1). Todas as plantas apresentaram conexão com a vegetação do entorno. Quanto as características da vegetação, o sítio de nidificação de B. striata difere do estudo realizado por Beltzer et al. (1995) que observaram os ninhos desta espécie construídos em árvores de grande porte e com maior cobertura vegetal (e.g., Chorisia sp. e Phytola‑ ca dioica); semelhantemente os ninhos de Eudocimus ruber (Ciconiiformes, Treskiornithidae) encontrados a cerca de 8 a 12 metros de altura em plantas de Avi‑ cennia sp. (Rodrigues, 1995). No Equador, o ninho de B. striata estava a uma altura de 1,6 m acima da água, ocultado por um amontoado de epífitas em uma planta de Macrolobium sp. (Leguminaceae), espécie também arbórea (Greeney & Merino, 2006). Similarmente aos ninhos de B. striata aqui observados, os ninhos de B. virescens também foram encontrados a baixa altura, com média de 1,15 ± 0,47 m (Hernández-Vázquez & Fernández-Aceves, 1999). C ru eb a Papéis Avulsos de Zoologia, 52(##), 2012 Pr ov a •P ro of a espécie (Martínez-Vilalta & Motis, 1992; Beltzer et al., 1995; Greeney & Merino, 2006; Branco, 2009). No estudo de Beltzer et al. (1995) foi observado que a duração da construção dos ninhos ocorreu de um a dois dias, onde os parentais continuaram adicionando material (ramos de Olea europea) nos dias seguintes. As medidas dos ninhos encontram-se na Tabela 1. Apenas 22,60% (n = 25) dos ninhos monitorados foram mensurados para a minimização da interferência dos pesquisadores no local de nidificação. O tamanho do ninho de B. striata foi menor que o descrito para o socoí-zigue-zague Zebrilus un‑ dulatus, espécie com comprimento total inferior ao do socozinho (Evangelista et al., 2010). Outros estudos (Erwin & Spendelow 1991; Beltzer et al., 1995; Greeney & Merino, 2006; Branco, 2009) realizados com a reprodução de B. striata não descrevem as medidas do ninho. Descrição do ninho O ninho observado era aberto, pouco organizado e do tipo plataforma simples de gravetos secos que mediram cerca de 20 a 30 cm de comprimento; concordando com outras descrições realizadas para Ovos Os ovos são de coloração azulada, opaca e uniforme, e o formato é ovóide (seguindo-se a classificação de De La Peña, 1987). Dos 115 ninhos, 102 foram encontrados com ovos, enquanto que 13 ninhos já estavam no período de ninhegos. A coloração dos ovos é semelhante ao observado em um estudo realizado no Equador (Greeney & Merino, 2006) e em observações no Pantanal de Poconé, região do Pirizal, Mato Grosso (M.M. Evangelista, pers. com.). Euler (1900) também descreve a coloração dos ovos como sendo verde clara. Registrou-se no total a postura de 251 ovos; destes, 147 tiveram suas medidas biométricas mensuradas, as quais estão apresentadas na Tabela 2. Tamanhos semelhantes de ovos descrito neste estudo (36,72 × 28,45 mm, em média) foram observados por Greeney & Merino (2006), os quais encontraram medidas de 35,9 × 28,0 e 36,2 × 28,0 mm. Também no Pirizal, os ovos descritos para Z. undulatus Tabela 2: Comprimento e largura (mm) dos ovos de B. striata, considerando o máximo, mínimo, média e desvio padrão. Porto Esperidião, Mato Grosso, janeiro a abril de 2010. Ovos (n = 147) Comprimento (mm) Largura (mm) Mínimo-Máximo 31,8-40,6 25,7-31,2 Média-DP 36,72-1,51 28,45-0,87 Ninhegos Apenas 17 (14,78%, n = 102) dos ninhos encontrados com ovos atingiram a fase de eclosão, os demais foram predados antes de a alcançarem. Os ninhegos nasceram com os olhos abertos, pele clara e com penugem natal cinza. A cor da íris é verde esbranquiçada. A ponta do bico é preta, contrastando com a coloração clara do restante do bico. A pele ao redor dos olhos é de cor amarela bem destacada. A face, o pescoço e o ventre são desprovidos de penas. Seis dias após a eclosão dos ovos, os ninhegos já caminhavam pelos galhos da planta suporte. O período de ninhegos pode ser determinado em oito ninhos, os quais foram acompanhados desde a eclosão dos ovos até o abandono do ninho pelos juvenis. Este período durou em média 20,83 ± 1,11 dias (máx = 23, mín = 20). O tempo de permanência dos ninhegos observado foi menor que o registrado em Santa Catarina, onde este período teve duração de 25 a 30 dias (Branco, 2009). Erwin & Spendelow (1991) afirmam que esse período se estende por 23 dias nesta espécie. O período de ninhegos observado para B. striata é mais longo do que de outras espécies de Ardeidae, como Egretta thula (8‑14 dias), Bubulcus ibis (8‑16 dias) e Cochlearius cochlearius (12‑14 dias) (Cupul-Magaña, 2004). •P ro Incubação possui período de incubação de 19,4 dias em média (Hernández-Vázquez & Fernández-Aceves, 1999). O período de incubação observado para B. striata coincide com o já descrito para a família Ardeidae, em que este período ocorre de 19 a 25 dias (Martínez-Vilalta & Motis, 1992; Sick, 2001). of apresentaram medidas semelhantes ao de B. striata (Evangelista et al., 2010). O tamanho médio da ninhada foi de 2,46 (n = 102) ovos por ninho, sendo que a ninhada mais freqüente (60%) foi a composta por três ovos, seguida pela de dois ovos (31,43%) e de um ovo (8,57%). Este tamanho de ninhada é semelhante ao de outras espécies de ardeídeos, sendo normalmente de dois a cinco ovos (Martínez-Vilalta & Motis, 1992; Cupul-Magaña, 2003; Branco & Fracasso, 2005). No México, B. virescens apresentou tamanho médio da ninhada de 2,41 ± 0,08 ovos (Hernández-Vázquez & Fernández-Aceves, 1999). Beltzer et al. (1995) observaram o tamanho da ninhada de B. striata sempre composta por três ovos. No entanto, foi verificado neste estudo que a ninhada de B. striata pode variar de um a três ovos. ru eb a Almeida, S.M. et al.: Nidificação colonial de Butorides striata •P D Pr ov a Dos ninhos encontrados com ovos (n = 102), verificou-se que a incubação durou em média 24,88 ± 1,07 dias (máx = 27; mín = 24). A eclosão dos ovos ocorreu simultaneamente em 17 ninhos, evidenciando que a incubação dos ovos de B. striata só começa a partir da postura do último ovo. Em três ninhos onde um dos ovos foi predado, observou-se durante o intervalo de monitoramento, que outro ovo foi posto no respectivo ninho restabelecendo a ninhada original. Erwin & Spendelow (1991) observaram menor período de incubação (20 dias) para B. striata. Já Branco (2009) registrou duração desse período de 21 a 23 dias. Foram monitorados 56 ninhos nesta mesma área de estudo em Porto Esperidião e registrou-se período de incubação de 26,5 dias para o socozinho (Evangelista et al., 2004). Seu congênere B. virescens Tabela 3: Total de dias de exposição dos ninhos em cada período, perdas, taxa de sobrevivência diária (TSD) e taxa de sobrevivência no período (TSP) acompanhadas do desvio padrão. Porto Esperidião, Mato Grosso, janeiro a abril de 2010. Período Ovos Ninhegos Dias/ Perdas TSD ± DP TSP ± DP ninho 1655 74 0,9553 ± 0,0052 0,3204 ± 0,0413 729 23 0,9684 ± 0,0066 0,5128 ± 0,0719 Sucesso reprodutivo e perda de ninhadas Entre os 115 ninhos encontrados verificou-se o sucesso de 18 ninhos. Pelo cálculo da porcentagem simples o sucesso reprodutivo destes ninhos foi de 15,65%. Pelo Protocolo de Mayfield (1961, 1975) (Tabela 3) o sucesso resultou em 16,43%. Estes resultados corroboram os estudos de Ricklefs (1969), o qual afirma que o sucesso reprodutivo das aves de regiões tropicais é inferior a 30%, diferindo das aves de regiões temperadas onde o sucesso reprodutivo varia de 50% a 80%. Outras espécies de Ardeidae apresentaram maiores valores de sucesso reprodutivo, por exemplo, o sucesso reprodutivo de Nyctanassa violacea foi de 76,9% (n = 17) (Cupul-Magaña, 2003). Em Papéis Avulsos de Zoologia, 52(##), 2012 ru eb a E este o mês com maior número de ninhos registrados. O último ninho permaneceu ativo até o dia 21 de abril de 2010. A Fig. 1 apresenta a quantidade de ninhos ativos nos períodos de ovos e de ninhegos. O período de maior atividade reprodutiva é coincidente com o pico da cheia na região, concordando com Martínez-Vilalta & Motis (1992), os quais afirmam que nos trópicos a época reprodutiva de B. striata é relatada na estação chuvosa. Em N. violacea a sincronização da postura de ovos e criação dos ninhegos com a estação chuvosa está, aparentemente, relacionada com a disponibilidade de alimento (Cupul-Magaña, 2003). No Equador, o pico de postura de ovos de B. striata ocorreu no período de abril a junho; o pico de filhotes, por sua vez, de maio a meados de julho; e a maioria dos indivíduos partiu das colônias reprodutivas de setembro a meados de outubro (Erwin & Spendelow, 1991). A época de nidificação de B. virescens foi observada com duração de três meses (maio a julho), período mais curto que o observado aqui para B. striata (Hernández-Vázquez & Fernández-Aceves, 1999). Época de nidificação Resumo Nos meses de julho a novembro de 2009 foram realizadas vistorias sistemáticas na área de estudo e não foi observado qualquer indicativo de atividade reprodutiva de B. striata. Os quatro primeiros ninhos ativos de B. striata foram encontrados no dia 04/01/2010 e já continham ovos. Isso indica que a atividade reprodutiva teve início no mês de dezembro quando a área de estudo estava parcialmente alagada. Nos meses de janeiro e fevereiro foram monitorados, respectivamente, 15 e 40 ninhos. Durante o mês de março registrou-se 89 ninhos ativos, sendo Nos trópicos a estação reprodutiva de Butorides striata é relatada na estação chuvosa. Nidifica solitário ou em pequenos grupos, excepcionalmente formam colônias de 300 a 500 casais. O objetivo deste estudo foi relatar os seguintes aspectos da biologia da nidificação de B. striata: sítio de nidificação, tipo de ninho, características de ovos, período de incubação, período de ninhegos, perda de ninhadas, sucesso reprodutivo e época de nidifica‑ ção, no município de Porto Esperidião, Mato Grosso. A procura por ninhos ocorreu entre julho de 2009 e maio de 2010. O monitoramento dos ninhos ocorreu em •P E. thula, B. ibis e C. cochlearius o sucesso foi de 95% (n = 19), 94,44% (n = 17) e de 100% (n = 5), respectivamente (Cupul-Magaña, 2004). Foram predados 84,34% (n = 115) dos ninhos de B. striata. No registro dos ninhos perdidos (n = 97), 76,29% se encontravam no período de ovos e 23,71% no período de ninhegos. Esta perda de ninhada maior na fase de ovos concorda com o estudo realizado por Robinson et al. (2000) na região neotropical. Beltzer et al. (1995) encontrou menor valor de perda de ninhada para B. striata, sendo que a taxa específica de mortalidade na fase de ovos foi de 48,09% (n = 60). Três ninhos foram encontrados com cascas de ovos perfuradas, os quais provavelmente foram predados por Passeriformes. Há o registro de que Troglo‑ dytes musculus predou toda uma ninhada de Turdus leucomelas (Rodrigues, 2005). Também é relatada a ocorrência de depredações em colônias de Ardeidae por Cathartidae, Falconidae e Accipitridae, os quais pousam nas imediações quando os parentais se afastam dos ninhos, predando ovos e filhotes (Sick, 2001; Branco & Fracasso, 2005). A reutilização ocorreu em 22 ninhos (19,13%, n = 115). Em dois ninhos (9,09%) a reutilização aconteceu por três vezes, após a prole anterior ser predada. Nestes ninhos foi observada a adição de novos gravetos, aumentando a altura dos ninhos. A taxa de reutilização de ninhos foi maior do que a registrada por Beltzer et al. (1995), os quais observaram que 16,66% dos ninhos (n = 60) desta espécie foram reutilizados para uma segunda postura. Para B. virescens foi observada taxa de reutilização de 13,6% (n = 22) dos ninhos (Hernández-Vázquez & Fernández-Aceves, 1999). A reutilização de ninhos está, aparentemente, relacionada com as economias de tempo e de energia requeridas na construção de um novo ninho; e com a abundância de sítios de nidificação adequados (Redmond et al., 2007) Pr ov a •P ro of Figura 1: Número de ninhos ativos em cada período (ovos e ninhegos), em área alagável, município de Porto Esperidião, na estação reprodutiva de 2010. intervalos regulares de três dias. Foram encontrados 115 ninhos ativos. O primeiro ninho ativo foi encontrado no dia 04/01/2010 e o último ninho permaneceu em atividade até o dia 21/04/2010. O ninho é uma plata‑ forma de fragmentos vegetais secos (gravetos), pouco espes‑ sos, com cerca de 20‑30 cm de comprimento. O período de incubação durou em média 24,88 dias (máx = 27; mín = 24; DP = 1,07; n = 102). O período de ninhe‑ gos foi em média 20,83 dias (máx = 23, mín = 20, DP = 1,16, n = 17). O tamanho da ninhada em 60% (n = 102) dos ninhos foi de três ovos. O sucesso repro‑ dutivo pelo cálculo de Mayfield (1961, 1975) resultou em 16.43%. Noventa e sete ninhos (84.34%, n = 115) foram predados. Palavras-Chave: Socozinho; Lagoa; Estação; Sucesso. Referências Evangelista, M. M. & Pinho, J. B. 2010. Descrição do ninho e dos ovos de Zebrilus undulatus (Gmelin, 1979) (Ciconiiformes: Ardeidae) na região do Pantanal de Poconé, Mato Grosso, Brasil. Revista Brasileira de Ornitolologia, 18:121‑123. Evangelista, M. M.; Silva. S. R; Taques, T. N. R. & FerreiraMendes, N. 2004. 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Associate Editors: Mário César Cardoso de Pinna (Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Brasil); Luís Fábio Silveira (Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Brasil); Marcos Domingos Siqueira Tavares (Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Brasil); Sérgio Antonio Vanin (Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, Brasil); Hussam El Dine Zaher (Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Brasil). Editorial Board: Aziz Nacib Ab’Saber (Universidade de São Paulo, Brasil); Rüdiger Bieler (Field Museum of Natural History, U.S.A.); Walter Antonio Pereira Boeger (Universidade Federal do Paraná, Brasil); Carlos Roberto Ferreira Brandão (Universidade de São Paulo, Brasil); James M. Carpenter (American Museum of Natural History, U.S.A.); Ricardo Macedo Corrêa e Castro (Universidade de São Paulo, Brasil); Mario de Vivo (Universidade de São Paulo, Brasil); Marcos André Raposo Ferreira (Museu Nacional, Rio de Janeiro, Brasil); Darrel R. Frost (American Museum of Natural History, U.S.A.); William R. Heyer (National Museum of Natural History, U.S.A.); Ralph W. Holzenthal (University of Minnesota, U.S.A.); Adriano Brilhante Kury (Museu Nacional, Rio de Janeiro, Brasil); Gerardo Lamas (Museo de Historia Natural “Javier Prado”, Lima, Peru); John G. Maisey (American Museum of Natural History, U.S.A.); Naércio Aquino Menezes (Universidade de São Paulo, Brasil); Christian de Muizon (Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris, France); Nelson Papavero (Universidade de São Paulo, Brasil); James L. Patton (University of California, Berkeley, U.S.A.); Richard O. Prum (University of Kansas, U.S.A.); Olivier Rieppel (Field Museum of Natural History, U.S.A.); Miguel Trefaut Urbano Rodrigues (Universidade de São Paulo, Brasil); Randall T. Schuh (American Museum of Natural History, U.S.A.); Ubirajara Ribeiro Martins de Souza (Universidade de São Paulo, Brasil); Paulo Emílio Vanzolini (Universidade de São Paulo, Brasil); Richard P. Vari (National Museum of Natural History, U.S.A.). General Information: Papéis Avulsos de Zoologia (PAZ) and Arquivos de Zoologia (AZ) cover primarily the fields of Zoology, publishing original contributions in systematics, paleontology, evolutionary biology, ontogeny, faunistic studies, and biogeography. Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia also encourage submission of theoretical and empirical studies that explore principles and methods of systematics. All contributions must follow the International Code of Zoological Nomenclature. Relevant specimens should be properly curated and deposited in a recognized public or private, non-profit institution. Tissue samples should be referred to their voucher specimens and all nucleotide sequence data (aligned as well as unaligned) should be submitted to GenBank (www.ncbi.nih.gov/ Genbank) or EMBL (www.ebi.ac.uk). (1)Title Page: This should include the Title, Short Title, Author(s) Name(s) and Institutions. The title should be concise and, where appropriate, should include mention of families and/or higher taxa. Names of new taxa should not be included in titles. (2)Abstract: All papers should have an abstract in English and another in Portuguese or Spanish. The abstract is of great importance as it may be reproduced elsewhere. It should be in a form intelligible if published alone and should summarize the main facts, ideas, and conclusions of the article. Telegraphic abstracts are strongly discouraged. Include all new taxonomic names for referencing purposes. Abbreviations should be avoided. It should not include references. Abstracts and key-words should not exceed 350 and 5 words, respectively. (3)Body of Text: The main body of the text should include the following sections: Introduction, Material and Methods, Results, Discussion, Conclusion, Acknowledgments, and References at end. Primary headings in the text should be in capital letters, in bold and centered. Secondary headings should be in capital and lower case letters, in bold and centered. Tertiary headings should be in capital and lower case letters, in bold and indented at left. In all the cases the text should begin in the following line. of Peer Review: All submissions to Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia are subject to review by at least two referees and the Editor-in-Chief. All authors will be notified of submission date. Authors may suggest potential reviewers. Communications regarding acceptance or rejection of manuscripts are made through electronic correspondence with the first or corresponding author only. Once a manuscript is accepted providing changes suggested by the referees, the author is requested to return a revised version incorporating those changes (or a detailed explanation of why reviewer’s suggestions were not followed) within fifteen days upon receiving the communication by the editor. •P INSTRUCTIONS TO AUTHORS - (April 2007) (5)References: The literature cited should be arranged strictly alphabetically and given in the following format: •P ro Proofs: Page-proofs with the revised version will be sent to e‑mail the first or corresponding author. Page-proofs must be returned to the editor, preferentially within 48 hours. Failure to return the proof promptly may be interpreted as approval with no changes and/or may delay publication. Only necessary corrections in proof will be permitted. Once page proof is sent to the author, further alterations and/or significant additions of text are permitted only at the author’s expense or in the form of a brief appendix (note added in proof ). (4)Literature Cited: Citations in the text should be given as: Silva (1998) or Silva (1998:14‑20) or Silva (1998: figs. 1, 2) or Silva (1998a, b) or Silva & Oliveira (1998) or (Silva, 1998) or (Rangel, 1890; Silva & Oliveira, 1998a, b; Adams, 2000) or (Silva, pers. com.) or (Silva et al., 1998), the latter when the paper has three or more authors. The reference need not be cited when authors and date are given only as authority for a taxonomic name. Submission of Manuscripts: Manuscripts should be sent to the SciELO Submission (http:// submission.scielo.br/index.php/paz/login), along with a submission letter explaining the importance and originality of the study. Address and e‑mail of the corresponding author must be always updated since it will be used to send the 50 reprints in titled by the authors. Figures, tables and graphics should not be inserted in the text. Figures and graphics should be sent in separate files with the following formats: “.JPG” and “.TIF” for figures, and “.XLS” and “.CDR” for graphics, with 300 DPI of minimum resolution. Tables should be placed at the end of the manuscript. Manuscripts are considered on the understanding that they have not been published or will not appear elsewhere in substantially the same or abbreviated form. The criteria for acceptance of articles are: quality and relevance of research, clarity of text, and compliance with the guidelines for manuscript preparation. Manuscripts should be written preferentially in English, but texts in Portuguese or Spanish will also be considered. Studies with a broad coverage are encouraged to be submitted in English. All manuscripts should include an abstract and key-words in English and a second abstract and keywords in Portuguese or Spanish. Authors are requested to pay attention to the instructions concerning the preparation of the manuscripts. Close adherence to the guidelines will expedite processing of the manuscript. a Manuscript Form: Manuscripts should not exceed 150 pages of double-spaced, justified text, with size 12 and source Times New Roman (except for symbols). Page format should be A4 (21 by 29.7 cm), with 3 cm of margins. The pages of the manuscript should be numbered consecutively. Pr ov The text should be arranged in the following order: Title Page, Abstracts with Key-Words, Body of Text, Literature Cited, Tables, Appendices, and Figure Captions. Each of these sections should begin on a new page. • Journal Article - Author(s). Year. Article title. Journal name, volume: initial page-final page. Names of journals must be spelled out in full. • Books - Author(s). Year. Book title. Publisher, Place. • Chapters of Books - Author(s). Year. Chapter title. In: Author(s) ou Editor(s), Book title. Publisher, Place, volume, initial page-final page. • Dissertations and Theses - Author(s). Year. Dissertation title. (Ph.D. Dissertation). University, Place. • Electronic Publications - Author(s). Year. Title. Available at: <electronic address>. Access in: date. Tables: All tables must be numbered in the same sequence in which they appear in text. Authors are encouraged to indicate where the tables should be placed in the text. They should be comprehensible without reference to the text. Tables should be formatted with vertical (portrait), not horizontal (landscape), rules. In the text, tables should be referred as Table 1, Tables 2 and 4, Tables 2‑6. Use “TABLE” in the table heading. Illustrations: Figures should be numbered consecutively, in the same sequence that they appear in the text. Each illustration of a composite figure should be identified by capital letters and referred in the text as: Fig. 1A, Fig. 1B, for example. When possible, letters should be placed in the left lower corner of each illustration of a composite figure. Hand-written lettering on illustrations is unacceptable. Figures should be mounted in order to minimize blank areas between each illustration. Black and white or color photographs should be digitized in high resolution (300 DPI at least). Use “Fig(s).” for referring to figures in the text, but “FIGURE(S)” in the figure captions and “fig(s).” when referring to figures in another paper. Responsability: Scientific content and opinions expressed in this publication are sole responsibility of the respective authors. Copyrights: The journals Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia are licensed under a Creative Commons Licence (http://creativecommons.org). 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