Português 6 - Concursos Militares, apostilas
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Português 6 - Concursos Militares, apostilas
www.pconcursos.com APOSTILAS (ENEM) VOLUME COMPLETO Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) 4 VOLUMES APOSTILAS IMPRESSAS E DIGITAIS Questão 1 (UCPEL) Moça que estudava em outra cidade mandou o seguinte bilhete a sua mãe: No meu aniversário quero que convides a jantar o Roberto, irmão de Paulo e Gisela, a Tânia, filha da professora, a Neiva e a Rita. De acordo com o bilhete, o número de convidados é de: a) 7; b) 3; c) 6; d) 5; e) 4. www.pconcursos.com Questão 2 (UFPE) EM RELAÇÃO AO VOCABULÁRIO DO TEXTO. Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas. "O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desespero, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. É desgracioso, desengonçado, torto, Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gigante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. A grava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. É o homem permanentemente fatigado. Reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência constante à imobilidade e à quietude." (Euclides da Cunha, em "Os Sertões") a) "translação" significa movimento do corpo; b) "atonia" está relacionada a pessoas autônomas; c) "langorosa" é característica de envelhecimento; d) "quietude" corresponde a imobilidade; e) "mestiços" são pessoas nascidas de pais de raças diferentes. Questão 3 (UFPE) TEXTO "Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriam-se e viramse. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim entenderam-se, voando o www.pconcursos.com mais em ímpeto de nau tangida pelo vento. Mas, tudo tendo que ser secreto, claro, coberto de sete capas." (Guimarães Rosa) O que não se pode deduzir do Texto? a) Há uma relação de amor proibido. b) Narra uma cena entre dois personagens. c) A narração é feita em 3a pessoa, com narrador onisciente. d) Aliás introduz uma interdição para o relacionamento. e) Porque se entenderam bem, viajaram sem destino, tangidos pelo vento. Questão 4 (UFPE) TEXTO "Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriam-se e viramse. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim entenderam-se, voando o mais em ímpeto de nau tangida pelo vento. Mas, tudo tendo que ser secreto, claro, coberto de sete capas." (Guimarães Rosa) Quanto as relações de sentido, ainda sobre o Texto, assinale a alternativa incorreta. a) Secreto pode ser substituído por oculto. b) Pegou o amor é uma expressão conotativa, dando ao sentimento um caráter epidêmico. c) O termo ímpeto pode ser substituído por força. d) Olhos de viva mosca significa olhar inquieto e inconstante. www.pconcursos.com e) Sete capas é uma expressão denotativa e significa ao abrigo das intempéries. Questão 5 (UFPE) "Alguns anos vivi em Itabira Principalmente nasci em Itabira Por isso sou triste, sou orgulhoso: de ferro." (Carlos Drummond de Andrade). Observe que o verso final do fragmento (Texto ) expressa uma conclusão. Em quais itens a oração em destaque apresenta a mesma idéia conclusiva? 1. "Penso, logo existo." (Descartes) 2. "Eu possa me dizer do amor (que tive): Que seja imortal, posto que é chama..." (Vinícius de Morais) 3. - Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã." (Carlos Drummond de Andrade) 4. "Eu canto porque o instante existe E a minha vida está completa." (Cecília Meireles) 5. "... devo pedir, pois, à Ciência, que me explique o que é a vida..." (Émile Zola) Estão corretos apenas os itens: a) 1, 2, 3; b) 4, 5; c) 1, 5; d) 2, 3, 4; www.pconcursos.com e) 1, 3, 4. Questão 6 (FESP) Leia com atenção as afirmativas abaixo. Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas. I. "Viver é negócio muito perigoso": trata-se de uma afirmação de Riobaldo, narrador dos fatos que acontecem no romance GRANDE SERTÃO VEREDAS, João Guimarães Rosa. II. Uma característica da obra de Oswald de Andrade é a utilização da Paródia, como forma de repensar a literatura. Exemplo: Minha terra tem palmares onde gorjeta o mar". III. "Apesar de ser um romance social... O QUINZE não situa a má distribuição das propriedades como problema maior do Nordeste, e sim, o drama da seca". O QUINZE é o romance mais popular de Rachel de Queiroz, foi publicado em 1930. a) A afirmação II não é verdadeira. b) A afirmação III é verdadeira. c) A afirmação I é falsa. d) A afirmação II é verdadeira. e) Todas as afirmações são verdadeiras. Questão 7 (UNB) TEXTO A adaptação de romances brasileiros para a TV, no ar novamente com o investimento em minisséries da Globo e da Manchete, coloca boa parte dos autores diante da mesma questão: a passagem de um texto literário para o folhetim eletrônico. www.pconcursos.com J.B. 23/03/91 Julgue os itens abaixo referente ao texto. a) A expressão folhetim evoca a publicação no jornal de romances em capítulos. b) As vírgulas do texto isolam oração intercalada explicativa. c) Na linha 1 há elipse do pronome relativo e do verbo. d) Coloca está no singular para concordar com boa parte. e) Os dois pontos anunciam aposto explicativo. Questão 8 (UNB) TEXTO E dói pensar que o por vezes super-humano esforço de um dicionarista pode terminar com as mais indesejáveis conseqüências físicas, compensação intelectual bem pouco aliciante e resultados financeiros não demasiado expressivos. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Prefácio do Novo Dicionário Aurélio, 1975, p. 7. A leitura do texto permite afirmar que: a) a mesma conclusão que Aurélio leva o leitor, em suas linhas de prosa, leva-o Drummond com os versos: Lutar com palavras É a luta mais vã. b) em dói pensar há uma impropriedade vocabular devida ao fato de se associar um verbo de sentimento a um verbo de raciocínio. c) constitui paráfrase de resultados financeiros não demasiado expressivos o segmento: gratificação remuneratória não muito significativa. d) se empregou o eufemismo no segmento resultados financeiros não demasiado expressivos. e) se empregou a sinédoque no segmento compensação intelectual bem pouco aliciante. www.pconcursos.com Questão 9 (UNB) TEXTO ÓRFÃO O céu jogava tinas de água sobre o noturno que me devolvia a São Paulo. O comboio brecou lento para as ruas molhadas, furou a gare suntuosa e me jogou nos óculos menineiros de um grupo negro. Sentaram-me num automóvel de pêsames. Longo soluço empurrou o corredor conhecido contra o peito magro de tia Gabriela no ritmo de luto que vestia a casa. Em relação ao texto, julgue os itens abaixo. a) Com base no texto, poder-se-ia afirmar que o herói havia ficado órfão recentemente. b) Segundo o texto, o herói voltou a São Paulo de avião, tendo lá chegado em uma noite de chuva. c) Logo após o desembarque, o herói foi cercado por um grupo de trombadinhas, que o tentaram assaltar, roubando-lhe, inclusive, os óculos. d) Ao dizer Sentaram-me num automóvel de pêsames, o narrador afirma haver sido compelido a entrar no veículo contra a sua vontade. e) Ao chegar a casa, o herói foi recebido por sua tia Gabriela, que, em sinal de luto, havia mandado cobrir todos os móveis, o objetos com panos pretos. Questão 10 (UNB) TEXTO O HAIKAI www.pconcursos.com Lava, escorre, agita a areia. E enfim, na bateia, fica uma pepita. Guilherme de Almeida Com relação ao texto julgue os itens abaixo. a) O Haikai, considerando o poema mais curto do mundo, é uma forma poética de origem malaia. b) O Haikai de Guilherme de Almeida é essencialmente um metapoema. c) Com base no texto de Guilherme de Almeida, seria possível afirmar-se que o Haikai é um terceto formado por duas redondilhas menores e uma redondilha maior. d) Embora Guilherme de Almeida seja um poema modernista, O Haikai traduz preocupações da estética parnasiana. e) Com base no que diz Guilherme de Almeida, pode-se deduzir que a composição de um Haikai depende exclusivamente da inspiração. Questão 11 (UNB) TEXTO Tomou DORIL, a dor sumiu. Com base no texto, julgue os itens abaixo. a) No slogan acima, é possível afirmar que a propaganda comercial se serve conscientemente de recursos poéticos, ou melhor, da função poética da linguagem, proposta pelos formalistas russos. b) Grafado como está, isto é, escrito em uma única linha, o slogan de DORIL pode ser considerado um verso octossílabo. c) O ritmo que domina o slogan de DORIL é o ternário. d) Do ponto de vista da pronúncia que predomina no Brasil e tendo por modelo o dialeto carioca, a rima entre DORIL e sumiu é perfeita. www.pconcursos.com e) Se aceitarmos o slogan de DORIL como um único verso, a rima de DORIL com sumiu é uma rima interna. Questão 12 (UNB) TEXTO BURRICE Agora a mira está apontada para o cérebro. E quem dispara o míssil é Paulo Rogério Duarte, de 23 anos. "Detesto mulher burra", diz. "Prefiro até que ela seja um pouco feminista (olha só: será que feminismo agora virou elogio?), mas que tenha inteligência. Não gosto de quem só fala abobrinha. Tem que ser bem-informada, pelo menos para não dar fora." Sacou? Taí mais uma razão para ler jornal, ir ao cinema, ler livro, estudar e, principalmente, pensar. E tem outra coisa: cuidado com os erros de português. Não precisa falar difícil quando estiver com algum menino (isso, em vez de impressionar, decepciona), mas dizer "a gente fomos" não pega bem mesmo. As aulas de português podem ser úteis na hora da paquera. Quem diria... "Os maiores defeitos das mulheres". In: Capricho, março de 1991, p. 43 Com base no texto, pode-se afirmar que: a) só fala abobrinha é um comportamento compatível com a representação do que seja uma mulher burra. b) um pouco atenua a afirmação "prefiro que a mulher seja feminista". c) a mulher deve ser bem-informada, para P. R. Duarte, quando mais não seja para não incorrer em fiascos ou gafes. d) a fala de P. R. Duarte permite inferir que, de sua parte, há condescendência às reivindicações das mulheres por direitos iguais aos homens, desde que não deixem de ser inteligentes. e) P. R. Duarte, por empregar expressões como "falar abobrinha" e "dar fora", caracterizase como um falante de classe média baixa, com escolaridade incompleta. www.pconcursos.com Questão 13 (UNB) TEXTO Ela veio de longe, do São Francisco. Um dia, tomou caminho, entrou na boca aberta do Pará, e pegou a subir. Cada ano avançado um punhado de léguas, mais perto, mais perto, pertinho, fazendo medo no povo, porque era sezão da brava - da "tremedeira que não desamontava" - matando muita gente. - Talvez que até aqui ela não chegue... Deus há-de... Mas chegou: nem dilatou para vir. E foi um ano de tristezas. Guimarães Rosa Com base no texto julgue os itens abaixo. a) Guimarães Rosa, assim como Graciliano Ramos, revela preocupação com problemas humanos universais, embora aborde a temática regionalista. b) Entre as obras de Guimarães Rosa, podemos citar Grande Sertão: veredas, Tutaméia, Corpo de Baile e Estas Histórias. c) Riobaldo, protagonista de uma das obras-primas de Guimarães Rosa, personifica um exjagunço, que se faz passar por mulher. d) Em Guimarães Rosa, a linguagem do sertanejo é utilizada para denunciar as condições precárias do ensino na região. e) Diferentemente de Graciliano Ramos, Guimarães Rosa entrega-se, em sua obra, à recriação amorosa da paisagem regional. Questão 14 (UNB) TEXTO www.pconcursos.com 1 DE NOVEMBRO Este é o dia de todos os santos; amanhã e o de todos os mortos. A igreja andou bem marcando uma data para comemorar os que se foram. No tumulto da vida e suas seduções, fique um dia para eles... A reticência que aí deixo exprime o esforço que fiz para acabar esta página em melancolia; não posso, nunca pude. Tristezas não são comigo. Entretanto, em rapaz, - quando fiz versos, nunca os fiz se não tristíssimos. As lágrimas que verti então, - pretas, porque a tinta era preta, - podiam encher este mundo, vale delas. Machado de Assis Julgue os itens abaixo. a) Nas expressões os que se foram e As Lágrimas que verti, o que é pronome relativo. b) As locuções em melancolia e em rapaz exprimem circunstâncias de modo e de tempo, respectivamente. c) Em Tristezas não são comigo, admite-se também o verbo na 3a pessoa do singular. d) A sequência não pode, nunca pôde segue o mesmo modelo de flexão modo-temporal de não posso e, nunca pude. e) Na oração "amanhã é o de todos os mortos", o termo destacado tem a função sintática de núcleo do predicativo. Questão 15 (UNB) TEXTO 1 DE NOVEMBRO Este é o dia de todos os santos; amanhã e o de todos os mortos. A igreja andou bem marcando uma data para comemorar os que se foram. No tumulto da vida e suas seduções, fique um dia para eles... A reticência que aí deixo exprime o esforço que fiz para acabar esta página em melancolia; não posso, nunca pude. Tristezas não são comigo. Entretanto, em rapaz, - quando fiz versos, nunca os fiz se não www.pconcursos.com tristíssimos. As lágrimas que verti então, - pretas, porque a tinta era preta, - podiam encher este mundo, vale delas. Machado de Assis Julgue os itens abaixo. a) Em A igreja andou bem e andou com lisura, ao pagar a dívida, o verbo andar tem o mesmo sentido. b) O termo então é co-referente da expressão em rapaz. c) No texto, a passagem da 3a pessoa para a 1a pessoa do discurso indica o surgimento de uma nova dimensão temporal. d) A digressão é, no texto, um elemento indicial do esforço do autor em desviar-se do tema da morte. e) Nesse excerto, a passagem da 3a pessoa para a 1a pessoa do discurso indica a alternância entre o foco narrativo externo e o interno. Questão 16 (UNB) TEXTO 1 DE NOVEMBRO Este é o dia de todos os santos; amanhã e o de todos os mortos. A igreja andou bem marcando uma data para comemorar os que se foram. No tumulto da vida e suas seduções, fique um dia para eles... A reticência que aí deixo exprime o esforço que fiz para acabar esta página em melancolia; não posso, nunca pude. Tristezas não são comigo. Entretanto, em rapaz, - quando fiz versos, nunca os fiz se não tristíssimos. As lágrimas que verti então, - pretas, porque a tinta era preta, - podiam encher este mundo, vale delas. Machado de Assis Julgue os itens abaixo. www.pconcursos.com a) Ao falar da juventude, o autor demonstra um sentimento de nostalgia que o identifica com a estética romântica. b) Em A reticência que aí deixo, o autor usa a função fática da linguagem. c) As personagens machadianas são, geralmente, burgueses ociosos, que vivem de herança, rendas, empréstimos e aposentadorias. d) Considera-se que Memórias Póstumas de Brás Cubas inaugura um novo momento da obra machadiana. e) Em D. Casmurro, Machado de Assis cria um triângulo amoroso com as personagens Rubião, Capitu e Escobar. Questão 17 (UNB) TEXTO JUCA MULATO Como se sente bem recostado no chão! Ele é como uma pedra, é como a correnteza, uma coisa qualquer dentro da natureza amalgamada ao mesmo anseio ao mesmo amplexo a esse desejo de viver grande e complexo que tudo abarca numa força de coesão. Menotti del Picchia Julgue os itens abaixo. a) Identificam-se rimas soantes na estrofe. b) Em caso de translineação, as sílabas das palavras a seguir poderiam ser assim divididas: an-se-io; co-e-são; u-ma; co-i-sa; cor-ren-te-za; qual-quer. c) Tudo é objeto direto, e que é sujeito do verbo abarcar. d) As palavras a seguir são exemplos de derivação sufixal: correnteza; natureza; amplexo, completo. e) Em "desejo de viver" e "força de coesão", as expressões sublinhadas têm a mesma função sintática. www.pconcursos.com Questão 18 (UNB) TEXTO JUCA MULATO Como se sente bem recostado no chão! Ele é como uma pedra, é como a correnteza, uma coisa qualquer dentro da natureza amalgamada ao mesmo anseio ao mesmo amplexo a esse desejo de viver grande e complexo que tudo abarca numa força de coesão. Menotti del Picchia Julgue os itens abaixo. a) Menotti del Picchia, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Heitor Villa-Lobos, Monteiro Lobato, integrou a vanguarda modernista de 1922. b) A personagem é descrita como um indivíduo introspectivo e solitário. c) Na construção da Personagem, o autor recorre a imagens concretas e conceitos abstratos. d) O termo amalgamada remete à noção de união. e) A expressão viver grande e complexo revela a postura gananciosa da personagem. Questão 19 (UNB) TEXTO (...) a obra literária não é jamais "original", ela participa de uma rede de relações entre ela mesma e as outras do mesmo autor, da mesma época, do mesmo gênero. TZEVETAN TODOROV Julgue as afirmativas sobre gêneros literários. www.pconcursos.com a) A poesia lírica caracteriza-se por expressar conflitos da subjetividade e da contemplação solitária e narcisista. b) Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, e Meus Oito Anos, de Casimiro de abreu, são exemplos de expressão literária no gênero lírico. c) Na poesia épica, o poeta assume uma postura positiva, heróica, universalista. d) Navio Negreiro, de Castro Alves, e Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, são poemas épicos. e) O conto é uma modalidade do gênero narrativo que se caracteriza por apresentar um único conflito, para o qual tudo na obra converge. Questão 20 (UNB) TEXTO PSICOLOGIA DA COMPOSIÇÃO Não a forma encontrada Como uma concha, perdida Nos frouxos areais como Cabelos, Não a forma obtida Em lance santo ou raro, Tiro nas lebres de vidro Do invisível, Mas a forma atingida Como a ponta do novelo Que a atenção, lenta, Desenrola, Aranha, como o mais extremo Desse fio frágil, que se rompe Ao peso, sempre, das mãos Enormes. João Cabral de Melo Neto Julgue os itens abaixo com base no texto www.pconcursos.com a) A "forma" que almeja o poema pode ser interpretada como representativa do ideal estético. b) No poema, as expressões "perdida", "obtida" e "atingida" sugerem, respectivamente, as idéias de acaso, revelação e busca. c) Na última estrofe, o autor se expressa por meio da antítese. d) Na metáfora "lebres de vidro", o autor evoca a perfeição da forma esculpida cuidadosamente pelo poeta. e) A imagem "ponta do novelo" sugere que a composição do poema requer a depuração dos estados da sensibilidade. Questão 21 (UNB) TEXTO PSICOLOGIA DA COMPOSIÇÃO Não a forma encontrada Como uma concha, perdida Nos frouxos areais como Cabelos, Não a forma obtida Em lance santo ou raro, Tiro nas lebres de vidro Do invisível, Mas a forma atingida Como a ponta do novelo Que a atenção, lenta, Desenrola, Aranha, como o mais extremo Desse fio frágil, que se rompe Ao peso, sempre, das mãos Enormes. João Cabral de Melo Neto Julgue os itens abaixo com base no texto www.pconcursos.com a) A última estrofe a frustração do poeta ao constatar a precariedade do metafórico "fio", em face das limitações humanas. b) A intercalação do adjetivo "lenta" põe em realce o caráter passivo do processo criador. c) A poética de João Cabral de Melo Neto enfatiza o processo global de criaçãotransmissão-recepção do texto. d) Em Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto percorre o itinerário de um sertanejo rumo ao litoral. e) João Cabral de Melo Neto, ao lado de Vinícius de Morais, Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade, integra a geração modernista de 30. Questão 22 (UNB) TEXTO PSICOLOGIA DA COMPOSIÇÃO Não a forma encontrada Como uma concha, perdida Nos frouxos areais como Cabelos, Não a forma obtida Em lance santo ou raro, Tiro nas lebres de vidro Do invisível, Mas a forma atingida Como a ponta do novelo Que a atenção, lenta, Desenrola, Aranha, como o mais extremo Desse fio frágil, que se rompe Ao peso, sempre, das mãos Enormes. João Cabral de Melo Neto Julgue os itens abaixo com base no texto www.pconcursos.com a) Os termos "Que" e "que", na terceira e quarta estrofes, têm a função de objetos direto e sujeito, respectivamente. b) As expressões "de vidro" e "Do invisível" têm a mesma função sintática. c) Em caso de translineação, as palavras a seguir poderiam ser assim divididas: psi-co-logia; fi-o; a-re-ais; des-en-ro-la; ob-ti-da; mãos. d) Nas duas primeiras estrofes, só ocorrem verbos em forma nominais ou não-finitas. e) As expressões "Nos frouxos areais" e "Em lance santo ou raro" exercem a função sintática de adjunto adverbial de lugar. Questão 23 (UNB) TEXTO Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos... nem um triste vintém azinhavrado... Lembrou-se da rede nova, grande e de listas que comprara em Quixadá por conta do vale de Vicente. Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome. Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu e retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham nada de abrigo. O vaqueiro saiu com a rede, resoluto: - Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito... Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha(...) Raquel de Queiroz Julgue os itens abaixo com base no texto. a) Infere-se do texto que a viagem foi uma decisão inevitável. www.pconcursos.com b) A venda da rede impõe o adiamento da viagem. c) o uso do termo "vaqueiro" para referir-se a Chico Bento, ressalta sua condição profissional e profunda a crítica social, denunciando a situação de desamparo em que se encontra o trabalhador. d) Considerando o sentido de "resoluto", no texto, pode ser apontado como seu antônimo o vocábulo hesitante. e) "Ao tempo" tem, no texto, o sentido de no momento exato. Questão 24 (UNB) TEXTO Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos... nem um triste vintém azinhavrado... Lembrou-se da rede nova, grande e de listas que comprara em Quixadá por conta do vale de Vicente. Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome. Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu e retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham nada de abrigo. O vaqueiro saiu com a rede, resoluto: - Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito... Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha(...) Raquel de Queiroz Julgue os itens abaixo com base no texto. a) Em termos de conjugação verbal, "Tinha sido" está para fora, assim como tinha comprado está para "comprara". b) Em "se dou um jeito", identifica-se oração subordinada condicional. www.pconcursos.com c) "Angustiado" e "resoluto" têm ambos a função sintática de predicativo do sujeito. d) Em "antes dormir no chão" o termo antes é um adjunto adverbial de tempo. e) Os fonemas oclusivos que ocorrem em peteca, distinguindo-se apenas quanto ao papel das cordas vocais. Questão 25 (UNB) TEXTO INFÂNCIA Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé. Comprida história que não acaba mais. No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: - Psiu... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé. Julgue os itens com base no texto. a) O texto contém informações autobiográficas do poeta-personagem. b) A voz que chamava para o café vinha da senzala distante. c) Na terceira estrofe, fica claro que a mãe temia que o menino acordasse o irmão. www.pconcursos.com d) Na terceira estrofe, constrói-se a figura materna que tudo provê. e) Os versos revela que o menino teve uma infância feliz, o que só foi percebido mais tarde. Questão 26 (UNB) TEXTO INFÂNCIA Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé. Comprida história que não acaba mais. No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: - Psiu... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé. Julgue os itens com base no texto. a) Os cincos primeiros versos são de natureza descritiva. b) No verso 6, a oração "que não acaba mais" enfatiza o sentido de "Comprida história". c) Nos versos 6 e 17, há assertivas de caráter avaliativo. d) No verso 10, a expressão "que nem a preta velha" constitui exemplo de distanciamento respeitoso. www.pconcursos.com e) O ritmo dos versos 10, 11 e 12 remete ao campo semântico de canção, antecipado em "uma voz que aprendeu a ninar". Questão 27 (UNB) TEXTO INFÂNCIA Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé. Comprida história que não acaba mais. No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: - Psiu... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé. Julgue os itens com base no texto. a) O poema infância, de obra Alguma Poesia, integra o conjunto de textos póstumos de Carlos Drummond de Andrade. b) Os textos de Carlos Drummond de Andrade caracterizam-se pelo uso sistemático da norma culta do idioma, a que se incorporam formas coloquiais. c) No poema, o poeta é intérprete do homem comum. d) A análise do poema dá a "medida psicológica do poema": tímido e muito sensível. www.pconcursos.com e) A obra de Drummond é representativa da primeira fase do Modernismo literário brasileiro. Questão 28 (UNB) TEXTO INFÂNCIA Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé. Comprida história que não acaba mais. No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: - Psiu... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé. Julgue os itens com base no texto. a) Ao substituir-se a vogal pré-tônica, em "Comprida", pela vogal posterior, alta, fechada, oral, átona, ter-se-á a forma feminina singular do particípio do verbo cumprir. b) O travessão empregado no verso 8 assinala oração intercalada. c) O uso de reticências, nos versos 15 e 17, indica supressão de parte de citação literal. d) Substituindo-se a consoante inicial do substantivo "fim" pela sua homorgânica, obtém-se forma verbal flexionada no pretérito perfeito do indicativo. www.pconcursos.com e) Na série sábiá/ "sabia" / sabiá, o traço vocativo distintivo dos fonemas é o ponto de articulação. Questão 29 (UNB) TEXTO INFÂNCIA Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé. Comprida história que não acaba mais. No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: - Psiu... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé. Julgue os itens com base no texto. a) São verbos de ligação "ficava" e "era". b) No verso 4, "sozinho menino entre mangueiras" tem valor adverbial. c) No primeiro período da segunda estrofe, ocorre locução verbal. d) Seria igualmente correta a colocação enclítica do pronome pessoal oblíquo, em "nunca se esqueceu(...)". www.pconcursos.com e) Na expressão "preta velha", a inversão dos constituintes provoca mudança na classificação gramatical de cada um deles. Questão 30 (UNB) TEXTO INFÂNCIA Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé. Comprida história que não acaba mais. No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: - Psiu... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé. Julgue os itens com base no texto. a) No verso 1, o período composto por coordenação assindética exprime a simultaneidade das ações. b) Os predicados das orações do verso 1 contêm verbos intransitivos, seguidos de adjuntos adverbiais. c) Há paralelismo sintático entre os sujeitos das orações que iniciam os quatro primeiros versos. www.pconcursos.com d) As orações "que não acaba mais" e "onde pousou um mosquito" têm a mesma classificação sintática. e) As orações "que aprendeu a ninar(...)" e "que minha história era mais bonita(...)" têm a mesma classificação sintática. Questão 31 (UNB) TEXTO Na balaustrada conversam pouco. Demoravam olhando o rio, tomando o fresco da noite, espiando o profundo das águas escuras e barrentas. Tudo era novidade e quase mistério, daí o silêncio apenas cortado por uma ou outra frase, de admiração ou de assombro. Raros eram os diálogos e logo morriam superados pelo interesse das mínimas coisas sucedidas no rio. E quando, por acaso, um navio largava, a terceira classe atestada de imigrantes, eles se debruçavam todos no balaústre, uma inveja dos que, mais felizes, já partiam naquele navio, as mãos acenando tímidos adeuses, os olhos espichados na esteira do vapor, na espuma que as rodas faziam de cada lado do rio. Era uma coisa de ver-se, grandiosa para eles, que os enchia de respeito, de certo temor. Esse distante São Paulo devia de ser terra de muita riqueza realmente para exigir tanto sacrifício dos que para lá viajavam. Jorge Amado Com base no texto julgue os itens abaixo. a) A viagem para São Paulo era envolvida por uma atmosfera de otimismo, porque prenunciava riquezas e realizações grandiosas. b) As referências ao rio assumem, no texto, um sentido metafórico ao traduzirem os sentimentos dos viajantes em relação ao próprio destino. c) Os termos "cortado" e "morriam", usados conotativamente, acentuam a importância da introspecção naquele contexto. d) O interesse dos viajantes pelo rio indica a atração pelo desconhecido, pelo mistério e o gosto da aventura. e) Para os que ficavam, a saída do navio significava frustração e desânimo, para os que partiam, ventura e esperança. www.pconcursos.com Questão 32 (UNB) TEXTO METAMORFOSE Meu avô foi buscar prata mas a prata virou índio Meu avô foi buscar índio mas o índio virou ouro Meu avô foi buscar ouro mais o ouro virou terra Meu avô foi buscar terra e a terra virou fronteira Meu avô, ainda intrigado, foi modelar a fronteira: E o Brasil tomou forma de harpa Cassiano Ricardo Julgue os itens abaixo. a) O texto de Cassiano Ricardo Corresponde à fase verde-amarela do modernismo. b) Cassiano Ricardo e Gonçalves Dias pertenceram ao mesmo movimento indianista. c) O poeta, no texto, revela desconhecimento das conquistas formais implantadas pela Semana de Arte Moderna. d) "Metamorfose", por sua simetria e economia de recursos poéticos, apresenta afinidades com os poemas concretistas. Questão 33 (UNB) TEXTO www.pconcursos.com MEMÓRIA DE ELEFANTE No seio misterioso da floresta indiana,/ vivia um caçador chamado Ky Shakhana./ Um dia ele avistou um pobre paquiderme/ deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme./ Shakhana aproximou-se e, num sublime impulso,/ sentiu-lhe a febre ardente, então tomou-lhe o pulso,/ Foi quando viu no pé do agônico elefante / a farpa que lhe causava a dor alucinante./ Rapidamente Ky num gesto habilidoso,/ logo extirpou-lhe o imenso espinho doloroso./ Depois, com agilidade e competência inata, vinte quilos de sulfa aplicou-lhe na pata./ Enrolou-lhe no artelho um band-aid gigante/ e por fim ministrou-lhe um galão de laxante./ Afastou-se o bichinho, feliz e curado,/ deixando do purgante o rastro almiscarado. Muitos anos passaram. Já velho, Shakhana/ retomava alquebrado à sua cabana./ Mas eis que da floresta vem de supetão/ um elefante!"/ Pois vê nítido e claro, frente ao seu nariz,/ o band-aid em farrapos e a cicatriz./ O elefante sorri e olha com amor/ bem no fundo dos olhos do seu salvador,/ como se lhe dissesse com a pata no ar./ "Ah! Me lembro de ti! Como não recordar.../ Foi teu gesto gentil que salvou minha vida,/ aliviando-me a dor, me limpando a ferida!/ Não existe elefante que disso se esqueça."/ E depois, sutilmente, esmagou-lhe a cabeça. MORAL: O elefante é como alguns políticos: tem muita memória, mas nenhum caráter. Jô Soares Julgue os itens abaixo. a) O narrador lia com freqüência os livros do escritor inglês Rudyard Kipling. b) Infere-se, que o elefante vomitou o remédio que tomou. c) Segundo o autor, alguns políticos, embora tenham boa memória não têm escrúpulo quando, para alcançar os seus objetivos, precisam de esmagar os seus adversários. Questão 34 (UNB) TEXTO MEMÓRIA DE ELEFANTE www.pconcursos.com No seio misterioso da floresta indiana,/ vivia um caçador chamado Ky Shakhana./ Um dia ele avistou um pobre paquiderme/ deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme./ Shakhana aproximou-se e, num sublime impulso,/ sentiu-lhe a febre ardente, então tomou-lhe o pulso,/ Foi quando viu no pé do agônico elefante / a farpa que lhe causava a dor alucinante./ Rapidamente Ky num gesto habilidoso,/ logo extirpou-lhe o imenso espinho doloroso./ Depois, com agilidade e competência inata, vinte quilos de sulfa aplicou-lhe na pata./ Enrolou-lhe no artelho um band-aid gigante/ e por fim ministrou-lhe um galão de laxante./ Afastou-se o bichinho, feliz e curado,/ deixando do purgante o rastro almiscarado. Muitos anos passaram. Já velho, Shakhana/ retomava alquebrado à sua cabana./ Mas eis que da floresta vem de supetão/ um elefante!"/ Pois vê nítido e claro, frente ao seu nariz,/ o band-aid em farrapos e a cicatriz./ O elefante sorri e olha com amor/ bem no fundo dos olhos do seu salvador,/ como se lhe dissesse com a pata no ar./ "Ah! Me lembro de ti! Como não recordar.../ Foi teu gesto gentil que salvou minha vida,/ aliviando-me a dor, me limpando a ferida!/ Não existe elefante que disso se esqueça."/ E depois, sutilmente, esmagou-lhe a cabeça. MORAL: O elefante é como alguns políticos: tem muita memória, mas nenhum caráter. Jô Soares Julgue os itens abaixo. a) Para minorar a dor alucinante que sentia o animal, permitindo-lhe, assim, relaxar, o caçador ministrou-lhe, depois de extirpar-lhe o espinho da pata, uma grande quantidade de laxante. b) O vocábulo "sutilmente" dá a entender ao leitor que o elefante matou Ky Shakhana por amor, pois este já estava velho e alquebrado e precisava descansar. c) Fica evidente, no texto que "Memória de elefante" é uma adaptação jocosa de um conto de Kipling. Questão 35 (UNB) TEXTO MEMÓRIA DE ELEFANTE www.pconcursos.com No seio misterioso da floresta indiana,/ vivia um caçador chamado Ky Shakhana./ Um dia ele avistou um pobre paquiderme/ deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme./ Shakhana aproximou-se e, num sublime impulso,/ sentiu-lhe a febre ardente, então tomou-lhe o pulso,/ Foi quando viu no pé do agônico elefante / a farpa que lhe causava a dor alucinante./ Rapidamente Ky num gesto habilidoso,/ logo extirpou-lhe o imenso espinho doloroso./ Depois, com agilidade e competência inata, vinte quilos de sulfa aplicou-lhe na pata./ Enrolou-lhe no artelho um band-aid gigante/ e por fim ministrou-lhe um galão de laxante./ Afastou-se o bichinho, feliz e curado,/ deixando do purgante o rastro almiscarado. Muitos anos passaram. Já velho, Shakhana/ retomava alquebrado à sua cabana./ Mas eis que da floresta vem de supetão/ um elefante!"/ Pois vê nítido e claro, frente ao seu nariz,/ o band-aid em farrapos e a cicatriz./ O elefante sorri e olha com amor/ bem no fundo dos olhos do seu salvador,/ como se lhe dissesse com a pata no ar./ "Ah! Me lembro de ti! Como não recordar.../ Foi teu gesto gentil que salvou minha vida,/ aliviando-me a dor, me limpando a ferida!/ Não existe elefante que disso se esqueça."/ E depois, sutilmente, esmagou-lhe a cabeça. MORAL: O elefante é como alguns políticos: tem muita memória, mas nenhum caráter. Jô Soares Julgue os itens abaixo. a) Apesar de ser um texto em prosa, identifica-se em "Memória de elefante" a função poético da linguagem. b) Em "No seio misterioso da floresta indiana", o autor utilizou uma metáfora. c) Para marcar a diferença temporal entre as duas partes que compõem o texto, o autor serviu-se, na segunda, do presente histórico. d) O substantivo "bichinho", usado pelo narrador ao referir-se ao elefante, contribui para o tom humorístico do texto. Questão 36 (UNB) TEXTO MEMÓRIA DE ELEFANTE www.pconcursos.com No seio misterioso da floresta indiana,/ vivia um caçador chamado Ky Shakhana./ Um dia ele avistou um pobre paquiderme/ deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme./ Shakhana aproximou-se e, num sublime impulso,/ sentiu-lhe a febre ardente, então tomou-lhe o pulso,/ Foi quando viu no pé do agônico elefante / a farpa que lhe causava a dor alucinante./ Rapidamente Ky num gesto habilidoso,/ logo extirpou-lhe o imenso espinho doloroso./ Depois, com agilidade e competência inata, vinte quilos de sulfa aplicou-lhe na pata./ Enrolou-lhe no artelho um band-aid gigante/ e por fim ministrou-lhe um galão de laxante./ Afastou-se o bichinho, feliz e curado,/ deixando do purgante o rastro almiscarado. Muitos anos passaram. Já velho, Shakhana/ retomava alquebrado à sua cabana./ Mas eis que da floresta vem de supetão/ um elefante!"/ Pois vê nítido e claro, frente ao seu nariz,/ o band-aid em farrapos e a cicatriz./ O elefante sorri e olha com amor/ bem no fundo dos olhos do seu salvador,/ como se lhe dissesse com a pata no ar./ "Ah! Me lembro de ti! Como não recordar.../ Foi teu gesto gentil que salvou minha vida,/ aliviando-me a dor, me limpando a ferida!/ Não existe elefante que disso se esqueça."/ E depois, sutilmente, esmagou-lhe a cabeça. MORAL: O elefante é como alguns políticos: tem muita memória, mas nenhum caráter. Jô Soares Julgue os itens abaixo. a) Classifica-se como "paquiderme" o animal que tem presas ou chifres de marfim, como o elefante e o rinoceronte. b) Os vocábulos "inerme" e "agônico" poderiam, sem alteração de sentido, ser substituídos por imberbe e moribundo, respectivamente. c) Os vocábulos "inata" e "artelho" são sinônimos de congênita e tornozelo, respectivamente. Questão 37 (UFPE) Recife / Pernambuco foi musa de muitos poetas, através dos tempos e das escolas literárias. Há relação correta entre o texto e os comentários em. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas. a) www.pconcursos.com "Por entre o Beberibe e o Oceano Em uma área sáfia e movediça Jaz o Recife, população mestiça Os versos não louvam a cidade, antes criticam a população, o meio ambiente e até sua fundação. A forma ferina de escrever é própria de Gregório de Matos, o Boca do inferno. b) "Quero na hora da morte, estar lúcido para mandar a ti meu último suspiro, Recife." O lirismo dos versos oscila entre a confissão pessoal e a vida cotidiana. Como recifense, Manuel Bandeira coloca uma forte dose de emoção, aliada à referências bibliográficas. c) (Recife) "Retilínea Cana de açúcar Dobrada Para deixar mais alta Olinda Plantada sobre uma onda linda Do mar pernambucano Os versos livres e vanguardistas, pertencentes ao modernismo, escapam do tom irônico e da forma destruidora, características do estilo de Oswaldo de Andrade. Paulista, ele descreve, em ritmo sincopado, a situação topográfica do Recife. d) "Salve, terra famosa, ó Pernambuco! Veneza Americana transportada, Boiando gênio te formou na Europa, Gênio melhor te espetou sorrindo, à sombra dos coqueiros," Os versos laudatórios, cheios de exclamações e vocativos, São próprios da linguagem romântica. Gonçalves Dias, maranhense, romântico da 1a fase, www.pconcursos.com cantou o Recife com Admiração, falando de sua paisagem: uma natureza tropical e exuberante. e) "Pernambuco! Um dia, eu vi-te Dormindo imenso ao luar Com os lábios quase a falar Do braço, o clarim suspenso O punho no sabre extenso De, Recife imenso Que rasga o peito do mar." Na estrofe acima, podemos perceber o toque condoreiro e a adoção das causas libertárias. Castro Alves, romântico da 3a fase, que surgiu em Recife. Os cursos jurídicos, apresenta um Pernambuco guerreiro: usando clarim e sabre. Questão 38 (UFPE) "Largas dentaduras, Vosso riso largo me consolará. Não sei quantas fomes ferozes, secretas no fundo de mim. ..................................... Dentaduras alvas ..................................... admiráveis presas, mastigando lestas e indiferentes a carne da Vida!" Os versos, de Carlos Drummond de Andrade, apresentam como características. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas. a) Poesia voltada para o cotidiano. www.pconcursos.com b) Poesia centrada nos aspectos antilíricos. c) Poesia direcionada para os problemas sociais. d) Ausência de complascências sentimentais. e) Ficção poética de um mundo material. Questão 39 (UFPE) Machado de Assis, com Memórias Póstumas de Brás Cubas, torna-se o divisor de águas entre Romantismo e o Realismo. A partir de então, a ironia e o pessimismo tornam-se presentes na sua obra, dissecando o caráter dos personagens. Estas duas características estão presentes em. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas. a) "Marcela amou-me durante 15 dias e onze contos de réis". b) "Não teve filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria." c) "Tinha 64 anos rijos e prósperos, era solteiro, possuia 300 contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos!" d) "Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira. [Seus olhos]; eu nada conclui de extraordinário. A cor e a doçura eram minhadas conhecidas." e) "Ontem, logo que tive notícia da crise ministerial, recolhi-me a casa, para esperar os acontecimentos." Questão 40 (UFPE) "Além muito além daquela serra que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo de jati era doce como seu sorriso". José Alencar, autor do texto acima, é o mais conhecido dos autores da prosa romântica. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas. www.pconcursos.com a) Apresenta um perfil feminino com construção psicológica elaborada a partir de cuidadosa observação da realidade. b) O elemento humano é representado de acordo com o capricho de sua fantasia, correspondendo a uma idealização. c) As linhas introdutórias confirmam a tendência do autor ao descritivismo com paisagens de um colorido intenso e traço de grandiosidade. d) Uma língua própria brasileira é representada aqui pelo uso de vocábulos indígenas. e) A descrição da figura indígena representa uma aceitação de idéias colonialista em oposição a intuitos nativistas. Questão 41 (UFPE) Sobre João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 45. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas. a) Em seu percurso poético manteve como marca registrada a contenção e a objetividade: "Não a forma encontrada como a concha perdida [...] Mas a forma atingida como a ponta do novelo que a atenção, lenta, desenrola." b) Sua obra mais conhecida é Morte e Vida Severina ou Auto de Natal Pernambucano, que fala do imigrante nordestino: "Somos muitos Severinos / iguais em tudo na vida / na mesma cabeça grande / que a custo se equilibra." c) Afastando-se do lirismo intimista, sua poesia baseia-se no cotidiano, na realidade, nos objetos: "O lápis, o esquadro, o papel; / o desenho, o projeto, o número; / o engenheiro pensa o mundo justo / mundo que nenhum céu encobre". d) Os versos acima ilustram a afirmação de que a poesia de João Cabral revela ao mesmo tempo rigor técnico e preocupação social. www.pconcursos.com e) Cabral foi herdeiro da preocupação formal do Parnasianismo e de seus métodos, com modelos pré-estabelecidos em formas e serem seguidas, rima e métrica de padrões clássicos como na estrofe abaixo: "E se encorpando em tela, entre todos Se erguendo tenda, onde entrem todos, Se entretendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação A manhã, tolde de um tecido tão aéreo Que, tecido, se eleva por si: luz balão". Questão 42 (FESP) TEXTO "A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pêlo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fudo róseo, onde manchas escuras supuravam e sagravam cobertas de moscas. As chagas e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida." Graciliano Ramos De acordo com o texto, todas as respostas estão corretas, exceto: a) É costume nordestino dar ao cão de estimação nome de peixe, parecendo ser um ato simbólico, através do qual o homem procura afastar a hidrofobia; b) O primeiro período faz uma afirmação geral, explicada pelos outros dois; c) O texto faz o leitor visualizar a magreza de Baleia pelas costelas salientes; d) Além das causas físicas do desconforto, Baleia é ainda atacada pelas moscas; e) Os dois últimos períodos contradizem a afirmação do primeiro período. www.pconcursos.com Questão 43 (FESP) Texto Nas vascas da agonia Adônis chora: - Com que sarcasmo, ó natureza, estendes Profusa luz em torno a mim agora! Amor, por que me enleias em teus braços Por que, se a vida é curta, a ela me prendes Esta alma ainda, com tão fortes laços? Raimundo correia Assinale a alternativa correta com relação à estrofe, à métrica e às rimas, de acordo com o texto. a) sextilhas, decasssílabas, misturadas; b) décimas, eneassílabas, opostas e paralelas; c) sextilhas, alexandrinos, misturadas; d) oitavas, octassílabos, paralelas; e) sextilhas, endecassílabos, alternadas. Questão 44 (FESP) TEXTO "No entretanto Joana não esperava a visão num milagre nem anunciada pelo anjo Gabriel, Surpreendia-a mesmo no que já enxergava, mas subitamente vendo pela primeira vez, subitamente compreendendo que aquilo vivia sempre. Assim, um cão latindo, recortado contra o céu. Isso era isolado, não precisava de mais nada para se explicar..." Clarice Lispector A respeito de Clarice Lispector. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas. www.pconcursos.com a) Utiliza o fluxo da consciência, como um verdadeiro mergulho "interior", tornando a obra verossímil, de modo que presente e passado, realidade e desejo misturam-se; b) Desenvolve, em geral, um enredo rico em episódios de ação externa; c) No nível da linguagem, percebe-se uma certa preocupação com a revalorização das palavras, dando-lhes uma roupagem nova; d) Sua obra apresenta como principal sustentáculo o questionamento do ser, o "estar-nomundo", o intimismo e a pesquisa do ser humano; e) O sentido de epifania em Clarice Lispector é o de revelação. É o "descortinar" do mundo. A personagem mergulhada num fluxo de consciência, passa a ser o mundo e a si mesma de outro modo. Questão 45 (UFPE) TEXTO Encontrei-me a ti, sabendo que eras somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-ma ao teu destino frágil, fiquei sem poder chorar, quando cai. Cecília Meireles, autora do texto acima, é estudada na Literatura Brasileira como integrante do modernismo. Em relação à autora e ao movimento do qual participou, é incorreto afirmar: a) O modernismo incentivou o emprego de versos livres. b) O tema da poesia acima, subjetivo e lírico, apresenta pontos de contato com o Romantismo. c) Com o movimento Parnasiano, os versos têm em comum a rigidez formal e o distanciamento do poeta em relação ao assunto. d) A corrente espiritualista da 2ª fase do Modernismo teve em Cecília Meireles a primeira voz poética feminina a ser respeitada na literatura brasileira. e) A poesia de Cecília Meireles valoriza sobretudo a intuição e a emoção como formas de entender o mundo. www.pconcursos.com Questão 46 (UFPE) TEXTO Encontrei-me a ti, sabendo que eras somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-ma ao teu destino frágil, fiquei sem poder chorar, quando cai. Observando as formas pronominais, ainda no Texto, assinale a alternativa incorreta. a) O destinatário expresso é a 2ª pessoa do singular, enquanto que o autor é representado pelo eu (oculto). b) Em encostei-me temos um exemplo de ênclise. c) A forma ti (tônica) poderia ser substituída por te (átona), sem alterar o sentido e a forma. d) A forma tônicas ti são exigidos pela presença das proposições a e em. e) Minha e teu são possessivos ligados às 1ª e 2ª pessoas do singular, respectivamente. Questão 47 (UFPE) TEXTO Encontrei-me a ti, sabendo que eras somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-ma ao teu destino frágil, fiquei sem poder chorar, quando cai. Os versos do Texto expressam. www.pconcursos.com a) A tristeza resignada de alguém que, apesar de conhecer a fragilidade de outrem, depositou nele a sua confiança. b) A felicidade de quem sente a realização de seu amor. c) A dificuldade de chorar diante dos acontecimentos quando as causas são passageiras. d) A confiança depositada ma pessoa amada, contra as evidências, tendo por isso alcançado a felicidade desejada. e) O lamento do poeta destino frágil da pessoa amada. Questão 48 (UFPE) TEXTO Os antitabagistas americanos lutam há anos para que o cigarro seja considerado droga e passe a ser controlado pelo órgão que regulamenta drogas e alimentos nos Estado Unidos. A indústria faz pressão contra. (Veja, 28/08/96) Em relação ao texto, é incorreto afirmar. a) Em há anos, o verbo haver deve ficar no singular porque indica tempo decorrido. b) Em antitabagistas há um prefixo de origem grega com sentido de oposição. c) Em órgão que regulamenta drogas e alimentos o "que" se refere a "órgão". d) A indústria faz pressão contra estabelece, com o resto do texto, uma idéia de conseqüência. e) Para que, além de indicar finalidade, obriga o verbo "ser" a estar no modo subjuntivo. www.pconcursos.com Questão 49 (UFPE) TEXTO Os antitabagistas americanos lutam há anos para que o cigarro seja considerado droga e passe a ser controlado pelo órgão que regulamenta drogas e alimentos no Estado Unidos. A indústria faz pressão contra. (Veja, 28/08/96) Assinale a alternativa que melhor expressa a idéia principal do texto. a) Americanos não-fumantes procuram restringir o uso do cigarro, enquanto a indústria do fumo procura vencer a pressão. b) Todo americano não-fumante luta contra a indústria de cigarros. c) A indústria pressiona o governo americano par incluir o cigarro na lei que regulamenta alimentos e drogas. d) Fumar em lugares públicos é proibidos pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. e) O cigarro já é considerado droga nos Estados Unidos e por isso sujeito à lei antidroga. Questão 50 (UNICAP) "Ele se chama Francisco Maria, é magro e feio. Nascerá amanhã, há 300 anos. Ninguém o conhece pelo nome. Há pessoas que só existiriam de verdade se fosse criado para elas um pseudônimo. Depois de uma prisão, como punição para algumas piadas contra um poderoso, ele inverte o sobrenome (Arouet) e se torna Voltaire. Que todo sujeito inteligente conhece." (Mário Hélio - JC 20.11.94). Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas. a) No primeiro período, os verbos criam, no leitor, uma expectativa de atualidade, por estarem flexionados no presente do indicativo. b) No segundo período, a indicação de tempo passado, contida na expressão "há 300 anos", não condiz como o uso do verbo "nascerá", no futuro do presente do indicativo. www.pconcursos.com c) É evidente que, quando os verbos, no presente, referem-se a Voltaire, temos a ocorrência do que chamamos "presente histórico". d) No quarto período, as formas verbais "existiam" e "fosse" estão em perfeita correlação. e) Apenas uma das formas verbais encontra-se na voz passiva. Questão 51 (FUVEST) TEXTO I. A manobra psicológica do narrador - protagonista mostra que as lembranças obsessivas perdem a força, quando o seu culto as eleva a uma respeitosa distância. II. A paisagem paulistana é percorrida pelo olhar ingênuo de quem busca reconhecimento e esbarra no oficialismo autoritário. As afirmações I e II referem-se, respectivamente, aos seguintes contos de Mário de Andrade (Contos Novos): a) "Vestida de preto" e "Primeiro de maio". b) "Peru de natal" e "Frederico Paciência". c) "O ladrão" e "Frederico Paciência" d) "Peru de natal" e "Primeiro de maio". e) "Vestida de preto" e "O ladrão". Questão 52 (FUVEST) TEXTO www.pconcursos.com Com essa história enjoada de traiu ou não traiu, de Capitu ser anjo ou demônio, o leitor de Dom Casmurro acaba se esquecendo do fundamental: as memórias são do velho narrador, não da mulher, e o autor é Machado de Assis, e não um escritor romântico dividido entre mistérios. Aceitas as observações acima, o leitor de Dom Casmurro deverá a) identificar o ponto de vista de Capitu, considerando ainda o universo próprio da ficção naturalista. b) reconhecer os limites do tipo de narrador adotado, subordinando-o ao peculiar universo de valores do autor. c) aceitar os juízos do velho narrador, por meio de quem se representa a índole confessional de Machado de Assis. d) rejeitar as acusações do jovem Bentinho, preferindo-lhes a relativização promovida pelo velho narrador. e) relativizar o ponto de vista da narração, cuja ambigüidade se deve à personalidade oblíqua de Capitu. Questão 53 (FUVEST) "Quando o velho acabou de escrever a sua narrativa exclamei: - Tenho a impressão de que o senhor deixou as pernas embaixo de um automóvel, Seu Ribeiro. Por que não andou mais depressa? É o diabo." A correta contextualização da passagem acima no romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, permite afirmar que, a) a brutalidade de Paulo Honório não exclui a modernização e a técnica, de que também se vale para triunfar sobre um mundo em que Seu Ribeiro já tivera prestígio. b) Seu Ribeiro buscara inutilmente acompanhar o ritmo do progresso, já que lhe faltava o instinto empreendedor capaz de realizar sua aspiração de ser um grande proprietário. www.pconcursos.com c) as lamúrias do velho coronel pretendem-se a um mundo mais autoritário, vencido pelas idéias modernas que deram origem a sustentação ao poder de Paulo Honório. d) o oportunismo de Paulo Honório leva-o preterir os serviços do antigo agregado em favor da jovem Madalena, a quem incumbe de equipar e modernizar a velha escola. e) o universo de valores do velho Major desorganizou-se em função da velocidade do mundo moderno, ao qual tampouco se adapta o primitivismo de Paulo Honório. Questão 54 (FUVEST) É correto afirmar que no poema dramático Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, a) a sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele um exemplo típico de herói moderno, cuja tragicidade se expressa na rejeição à cultura a que pertence. b) a cena inicial e a final dialogam de modo a indicar que, no retorno à terra de origem, o retirante estará munido das convicções religiosas que adquiriu com o mestre carpina. c) o destino que as ciganas prevêem para o recém-nascido é o mesmo que Severino já cumprira ao longo de sua vida, marcada pela seca, pela falta de trabalho e pela retirada. d) o poeta buscou exprimir um aspecto da vida nordestina no estilo dos autores medievais, valendo-se da retórica e da moralidade religiosa que os caracterizavam. e) o "auto de natal" acaba por definir-se não exatamente num sentido religioso, mas enquanto reconhecimento da força afirmativa e renovadora que está na própria natureza. Questão 55 (UNI-RIO) A marca da Senhora está contraditoriamente impressa em fatos que ocorre na sua ausência. Assinale a opção IMPRÓPRIA para exemplificar o que se afirma nesta questão. www.pconcursos.com a) "( ... ) não senti falta." b) "( ... ) o leite primeira vez coalhou." c) "( ... ) a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada." d) "( ... ) o canário ficou mudo." e) "Não tenho botão na camisa, ( ... )" Questão 56 (UNI-RIO) A eclosão do apelo, vai-se construindo por meio de uma função da linguagem nele predominante e que se denomina função: a) poética. b) fática. c) apelativa. d) emotiva. e) referencial. Questão 57 (UCSAL) TEXTO Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse: Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende. Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompéia, entrava no www.pconcursos.com internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio. Menino perdido, menino de engenho. José Lins do Rego - Menino de Engenho, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983. Da leitura do texto pode-se concluir que, ao entrar para a escola: a) o menino de engenho já é um adulto precoce e o Sérgio, não. b) nem o Sérgio nem o menino de engenho são inocentes e inexperientes. c) tanto o menino de engenho quanto Sérgio são adultos precoces. d) o Sérgio é um adulto precoce e o menino de engenho não. e) o menino de engenho, ao contrário de Sérgio, é criatura geniosa, mas sem malícia. Questão 58 (UCSAL) TEXTO Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse: Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende. Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompéia, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio. Menino perdido, menino de engenho. José Lins do Rego - Menino de Engenho, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983. Tem-se na fala de José Paulino exemplo de função de linguagem denominada: a) fática. b) referencial. www.pconcursos.com c) conativa. d) poético. e) metalingüística. Questão 59 (UCSAL) TEXTO Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse: Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende. Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompéia, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio. Menino perdido, menino de engenho. José Lins do Rego - Menino de Engenho, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983. Em: "Estude, que não se arrepende", a palavra que introduz oração coordenada, a) explicativa. b) conclusiva. c) causal. d) alternativa. e) adversativa. Questão 60 www.pconcursos.com (UCSAL) TEXTO Vai encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta. Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Raul Pompéia - O Ateneu: crônica de saudades, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983. Depreende-se do texto: a) a educação dada no internato complementa aquela recebida dos pais. b) o excesso de proteção materna pode fazer o jovem sofrer mais na primeira lição de vida fora do lar. c) a educação que o narrador recebeu no lar ficou além do que lhe cobrou o mundo do Ateneu. d) o carinho excessivo na educação familiar torna o homem invulnerável aos reveses da vida. e) a vantagem da educação familiar é que ela anestesia os que se ferem com as agressões do mundo Questão 61 (UCSAL) TEXTO Vai encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta. Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. www.pconcursos.com Raul Pompéia - O Ateneu: crônica de saudades, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983. As expressões do texto "Estufa de carinho" e "Poema dos cuidados maternos" classificamse como: a) metonímia e antítese. b) eufemismo e metonímia. c) metáfora e metáfora. d) pleonasmo e pleonasmo. e) metáfora e eufemismo. Questão 62 (UCSAL) TEXTO Vai encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta. Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Raul Pompéia - O Ateneu: crônica de saudades, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983. No texto, a personagem narradora expressa: a) sua desconfiança nos resultados da educação familiar. b) o desejo de que seus projetos de criança se concretizem. c) sua concordância com o acerto do aviso que lhe deu o pai à entrada do Ateneu. d) o deslumbramento com a liberdade que o Ateneu lhe propiciaria. www.pconcursos.com e) o reconhecimento pela refinada educação trazida do aconchego familiar. Questão 63 (UCSAL) TEXTO Enxadrista é educada pelos pais para ser "gênio" Oriunda de uma família de judeus-húngaros, Judit Polgar é apontada ao lado do russo Wladimir Kramnik, como uma das estrelas ascendentes do xadrez. Seus pais, Laszio e Klara, ambos educadores, jamais aceitaram que as três filhas freqüentassem escolas. "Era uma perda de tempo". O casal acredita que é possível formar gênios em casa. E aplicou essa teoria na educação das três filhas. Da Reportagem Local - Folha de São Paulo, 22-11-1996 A mensagem desse artigo caracteriza-se por seu caráter preponderantemente: a) lúdico. b) opinativo. c) interpretativo. d) informativo. e) filosófico. Questão 64 (UCSAL) TEXTO Enxadrista é educada pelos pais para ser "gênio" www.pconcursos.com Oriunda de uma família de judeus-húngaros, Judit Polgar é apontada ao lado do russo Wladimir Kramnik, como uma das estrelas ascendentes do xadrez. Seus pais, Laszio e Klara, ambos educadores, jamais aceitaram que as três filhas freqüentassem escolas. "Era uma perda de tempo". O casal acredita que é possível formar gênios em casa. E aplicou essa teoria na educação das três filhas. Da Reportagem Local - Folha de São Paulo, 22-11-1996 A notícia extraída do texto acima desperta interesse porque: a) ensina como se formam gênios. b) enriquece a literatura enxadrista. c) rompe com a forma tradicional de educar. d) demonstra a importância da hereditariedade. e) valoriza a ação pedagógica da instituição de ensino. Questão 65 (CESGRANRIO) Com "Esforço-me e vou conseguindo vencer minhas deficiências", a autora se refere: a) ao esforço para suplantar a inibição que as palavras lhe causam. b) ao esforço que lhe custa o tecido do texto. c) à deficiência visual que lhe dificulta tecer o bordado. d) à sua própria dificuldade enquanto tecelã. e) às muitas deficiências gramaticais que necessita vencer. www.pconcursos.com Questão 66 (CESGRANRIO) A função sintática do que está correta em: a) "... um adestramento que já não tenho" - predicativo do objeto direto. b) "... de uma vida que se foi desenrolando" - objeto direto. c) "... dos seres que me rodeiam" - adjunto adverbial. d) "Mulheres de meia-idade que comprovam lãs" - aposto. e) "... os pontos que minha pequena mão infantil executara." - objeto direto. Questão 67 (UFF) TEXTO Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.) A afirmação que não está no texto é: www.pconcursos.com a) Numa guerra, confere-se aos vencidos ódio ou compaixão, ao passo que aos vencedores delegam-se os frutos da vitória. b) Se dois povos dependem de um só meio de subsistência em comum, a paz os levará à extinção. c) O encontro de duas formas em expansão pode resultar no aniquilamento de uma delas se a sobrevivência de uma depende da preservação da outra. d) A morte não existe porque, na realidade, é apenas a condição necessária para que se preserve a vida. e) Considerando que o homem só comemora o que lhe traz prazer ou vantagem, os hinos e aclamações bélicos comprovam a conveniência da guerra. Questão 68 (UFF) TEXTO Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.) Segundo o texto, o caráter benéfico e conservador da guerra" fundamenta-se no seguinte fato: www.pconcursos.com a) O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, implica sempre destruição de uma delas. b) A destruição de uns é condição necessária para a sobrevivência de outros, preservandose a espécie. c) Somente com a guerra pode-se chegar à paz. d) Os hinos da vitória, as aclamações e recompensas decorrem da vitória na guerra. e) A interdependência de duas formas é fundamental para que ambas sobrevivam. Questão 69 (UFF) TEXTO Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.) Dentre as afirmações abaixo formuladas sobre o texto, absolutamente inaceitável é: a) Há traço flagrante da ironia machadiana na imagem das "batatas" como troféu que cabe ao vencedor. www.pconcursos.com b) Através do humor, Machado parodia o discurso retórico pseudofilosofante do seu tempo. c) Utiliza o autor o recurso estilístico da antítese no processo argumentativo do texto. d) Os paradoxos "paz destruição" e "guerra conservação" funcionam como exemplos do espírito belicista que integra a temática literária do realismo brasileiro. e) O tom humorístico da última frase também decorre do contraste entre seu caráter conciso e a longa digressão argumentativa precedente. Questão 70 (UFF) TEXTO Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.) O texto expressa a seguinte característica da ficção realista brasileira: a) Elaboração de um painel humano, em que sobressaem o excepcional, o feio e o grotesco. b) Narrativa pautada nos costumes e contrastes urbanos. c) Presença de personagens femininas fortes e enigmáticas. www.pconcursos.com d) Crítica ferina ao caráter corrupto do homem social. e) Referência aos fatos sociais como decorrentes das leis naturais do Universo. Questão 71 (UFF) TEXTO Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.) O texto é breve trecho de Quincas Borba, obra marcante do Realismo brasileiro. Dentre as afirmações feitas abaixo acerca da ficção realista, a única absolutamente inaceitável é: a) Na prosa realista, salienta-se a análise psicológica das chamadas patologias sociais, como o adultério e a busca de prestígio. b) Tipifica-se, no Realismo, a narrativa detalhista, em que o narrador onisciente mantém-se distanciado da trama. c) Solidifica-se, na produção literário realista, o ideário social já presente no Romantismo com a poesia abolicionista de Castro Alves. www.pconcursos.com d) Fomenta-se já na prosa realista o reformismo anárquico que viria a eclodir na Semana de Arte Moderna de 1922. e) Caracteriza, de modo geral, a linguagem realista uma preferência pela sobriedade e pelo condimento, em contraste com a exuberante adjetivação romântica. Questão 72 (UFC) TEXTO FIDELIDADE Altas horas já são. O aracati passou. Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou a lembrança sutil de seus desvelos afagando-me os olhos e os cabelos. Os cabelos que em vão envelheceram ou, pobres folhas ao vento, se perderam. Mas, nas idades todas, fui fiel a esse mar belíssimo e revel que vejo em devoção qual destino, estigma ou canção. E refaço mil vezes minha viagem, marinheiro que fui sem marinhagem, sendo, a cada instante, do mar de Mucuripe um tripulante. (BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo. Fortaleza: UFC, 1992.) Assinale a alternativa em que figura uma característica do Modernismo presente no poema Fidelidade. a) Uso de temas do cotidiano. b) Predominância da ironia, do humor, da piada. c) Uso de expressões corriqueiras. d) Liberdade formal. www.pconcursos.com e) Compromisso com a realidade social. Questão 73 (UFC) TEXTO FIDELIDADE Altas horas já são. O aracati passou. Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou a lembrança sutil de seus desvelos afagando-me os olhos e os cabelos. Os cabelos que em vão envelheceram ou, pobres folhas ao vento, se perderam. Mas, nas idades todas, fui fiel a esse mar belíssimo e revel que vejo em devoção qual destino, estigma ou canção. E refaço mil vezes minha viagem, marinheiro que fui sem marinhagem, sendo, a cada instante, do mar de Mucuripe um tripulante. (BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo. Fortaleza: UFC, 1992.) O lirismo do poema evidencia-se no(a): a) racionalidade da idéias. b) rebuscamento da forma. c) exteriorização do mundo interior. d) prolixidade dos versos. e) temática regionalista. www.pconcursos.com Questão 74 (UFC) TEXTO FIDELIDADE Altas horas já são. O aracati passou. Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou a lembrança sutil de seus desvelos afagando-me os olhos e os cabelos. Os cabelos que em vão envelheceram ou, pobres folhas ao vento, se perderam. Mas, nas idades todas, fui fiel a esse mar belíssimo e revel que vejo em devoção qual destino, estigma ou canção. E refaço mil vezes minha viagem, marinheiro que fui sem marinhagem, sendo, a cada instante, do mar de Mucuripe um tripulante. (BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo. Fortaleza: UFC, 1992.) "E refaço mil vezes minha viagem" (verso b). Esse verso sugere que: a) o poeta, fiel ao mar, viaja nele através de suas canções. b) a energia criadora do poeta é limitada. c) no presente, o poeta desiste de seus sonhos. d) a viagem do poeta tem roteiro pré-estabelecido. e) para o poeta, viajar é tarefa cansativa e monótona. Questão 75 www.pconcursos.com (UFC) TEXTO FIDELIDADE Altas horas já são. O aracati passou. Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou a lembrança sutil de seus desvelos afagando-me os olhos e os cabelos. Os cabelos que em vão envelheceram ou, pobres folhas ao vento, se perderam. Mas, nas idades todas, fui fiel a esse mar belíssimo e revel que vejo em devoção qual destino, estigma ou canção. E refaço mil vezes minha viagem, marinheiro que fui sem marinhagem, sendo, a cada instante, do mar de Mucuripe um tripulante. (BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo. Fortaleza: UFC, 1992.) Com base no texto Fidelidade, pode-se afirmar que: a) o poeta perdeu todos os cabelos. b) as alegrias do presente contrastam com as tristezas do passado. c) o poeta refere-se ao mar como algo sereno e manso. d) um amor do passado traz ao poeta ternas recordações. e) a velhice física não combina com o espírito criador do poeta. Questão 76 (UFC) TEXTO FIDELIDADE www.pconcursos.com Altas horas já são. O aracati passou. Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou a lembrança sutil de seus desvelos afagando-me os olhos e os cabelos. Os cabelos que em vão envelheceram ou, pobres folhas ao vento, se perderam. Mas, nas idades todas, fui fiel a esse mar belíssimo e revel que vejo em devoção qual destino, estigma ou canção. E refaço mil vezes minha viagem, marinheiro que fui sem marinhagem, sendo, a cada instante, do mar de Mucuripe um tripulante. (BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo. Fortaleza: UFC, 1992.) No texto Fidelidade, o poeta se utiliza de: I. rima; II. número fixo de sílabas; III. divisão em estrofes. Marque a alternativa correta: a) só I é verdadeiro. b) só II é verdadeiro. c) I e II são verdadeiros. d) I e III são verdadeiros. e) II e III são verdadeiros. Questão 77 (UFC) TEXTO www.pconcursos.com FIDELIDADE Altas horas já são. O aracati passou. Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou a lembrança sutil de seus desvelos afagando-me os olhos e os cabelos. Os cabelos que em vão envelheceram ou, pobres folhas ao vento, se perderam. Mas, nas idades todas, fui fiel a esse mar belíssimo e revel que vejo em devoção qual destino, estigma ou canção. E refaço mil vezes minha viagem, marinheiro que fui sem marinhagem, sendo, a cada instante, do mar de Mucuripe um tripulante. (BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo. Fortaleza: UFC, 1992.) O termo grifado em: "qual destino, estigma ou canção" (verso 10) é: a) pronome interrogativo. b) pronome indefinido. c) pronome relativo. d) conjunção comparativa. e) conjunção causal. Questão 78 (CESGRANRIO) TEXTO Quando estou, quando estou apaixonado tão fora de mim eu vivo que nem sei se vivo ou morto quando estou apaixonado. www.pconcursos.com Não pode a fera consigo quando estou, quando estou apaixonado, mas me derrota a formiga se é que estou apaixonado. Estarei, quem, e entende, apaixonado neste arco de danação? Ou é a morta paixão que me deixa, que me deixa neste estado? Carlos Drummond de Andrade Feita a análise do eu - lírico do poema, só NÃO é válido afirmar que ele: a) perde a noção de si mesmo quando se encontra apaixonado. b) perdendo seu senso crítico, fica impossibilitado de fazer uma auto-análise. c) lamenta seu estado deplorável e o associa à perda do sentimento amoroso. d) apresenta uma valentia inconstante quando em estado de enlevo. e) na incerteza de estar apaixonado, sente-se dominado pelos estados de angústia e dúvida. Questão 79 (CESGRANRIO) TEXTO Quando estou, quando estou apaixonado tão fora de mim eu vivo que nem sei se vivo ou morto quando estou apaixonado. Não pode a fera consigo quando estou, quando estou apaixonado, mas me derrota a formiga se é que estou apaixonado. Estarei, quem, e entende, apaixonado neste arco de danação? www.pconcursos.com Ou é a morta paixão que me deixa, que me deixa neste estado? Carlos Drummond de Andrade Assinale a opção em que se encontra exemplo de elipse: a) "tão fora de mim eu vivo" b) "que nem sei se vivo ou morto" c) "Não pode a fera comigo" d) "mas me derrota a formiga" e) "Ou é a morta paixão" Questão 80 (CESGRANRIO) TEXTO Quando estou, quando estou apaixonado tão fora de mim eu vivo que nem sei se vivo ou morto quando estou apaixonado. Não pode a fera consigo quando estou, quando estou apaixonado, mas me derrota a formiga se é que estou apaixonado. Estarei, quem, e entende, apaixonado neste arco de danação? Ou é a morta paixão que me deixa, que me deixa neste estado? Carlos Drummond de Andrade Entre as características da Estética Modernista, apresentadas nas opções abaixo, apenas uma se encontra no texto. www.pconcursos.com Marque-a. a) Apelo ao inconsciente. b) Dimensão poética integrada ao cotidiano. c) Consciência da fragilidade do "eu". d) Uso de termos apoéticos. e) Linguagem complexa e rebuscada. Questão 81 (CESGRANRIO) TEXTO Quando estou, quando estou apaixonado tão fora de mim eu vivo que nem sei se vivo ou morto quando estou apaixonado. Não pode a fera consigo quando estou, quando estou apaixonado, mas me derrota a formiga se é que estou apaixonado. Estarei, quem, e entende, apaixonado neste arco de danação? Ou é a morta paixão que me deixa, que me deixa neste estado? Carlos Drummond de Andrade Apesar de modernista, esse poema de Drummond apresenta as características da Estética do Romantismo relacionadas abaixo, com EXCEÇÃO de uma. Indique-a a) Emprego de metáforas e antíteses. b) Ênfase na função emotiva. c) Subjetivismo e passionalidade exacerbados. www.pconcursos.com d) Liberdade dos modelos clássicos. e) Temática da separação como origem do sofrimento. Questão 82 (PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR. O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO Marcelo Coelho Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos. Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir três cintos de segurança no banco de trás? São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver dirigindo bêbado, vai para a cadeia. Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha. Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros, se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc. Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiromundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta. O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros. E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma infinidade de casos, de infrações, de multas a prever. www.pconcursos.com Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a indisciplina de cada pessoa. O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da desobediência, estejam estimulados. Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é fascista ou liberal. Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer. Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou. Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor. Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro, quem se torna objeto de preocupações penais. Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade. Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos. Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?", pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?" Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que a Suécia e a Noruega... www.pconcursos.com Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor. Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade, vença o que for justo. (Folha de S. Paulo, 28/01/98) Com base no texto, é possível dizer que, EXCETO: a) Marcelo Coelho considera que o novo código de trânsito possui muitos artigos e é extremamente rígido, portanto corre o risco de não ser cumprido; mas, segundo o autor, é exatamente essa rigidez que pode levá-lo a funcionar. b) O autor aponta, como um dos motivos da criação de um código de trânsito tão exigente, o fato de que o brasileiro desconhece condutas de trânsito que, em países como a Suíça e a Alemanha, são consideradas óbvias. c) Baseando-se na idéia de que o povo brasileiro é indisciplinado, mas aprova leis autoritárias, a previsão do autor é de que a população só irá seguir os artigos mais importantes do novo código de trânsito, ignorando aqueles considerados muito detalhistas. d) O fato de o brasileiro ser um povo indisciplinado foi, conforme Marcelo Coelho, uma das razões que levou ao estabelecimento de um código de trânsito excessivamente rígido, diferentemente do que ocorre em países do Primeiro Mundo, onde os cidadãos conhecem seus direitos e deveres. e) Para Marcelo Coelho, o novo código de trânsito retrata uma contradição do povo brasileiro, ora indisciplinado, ora desejoso de obediência às leis. A previsão do autor é, entretanto, de que o bom senso de autoridades e cidadãos levará a reajustes na interpretação da lei e às mudanças que se fizerem necessárias. Questão 83 (PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR. O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO www.pconcursos.com Marcelo Coelho Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos. Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir três cintos de segurança no banco de trás? São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver dirigindo bêbado, vai para a cadeia. Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha. Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros, se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc. Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiromundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta. O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros. E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma infinidade de casos, de infrações, de multas a prever. Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a indisciplina de cada pessoa. O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da desobediência, estejam estimulados. Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é fascista ou liberal. www.pconcursos.com Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer. Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou. Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor. Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro, quem se torna objeto de preocupações penais. Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade. Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos. Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?", pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?" Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que a Suécia e a Noruega... Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor. Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade, vença o que for justo. (Folha de S. Paulo, 28/01/98) Considerando as informações que Marcelo Coelho apresenta nos terceiro, quarto e quinto parágrafos, sem, contudo, perder de vista o texto como um todo, só é possível afirmar que: a) Apenas em algumas regiões, localizadas exclusivamente na cidade de São Paulo, as pessoas agem como no Primeiro Mundo. Segundo esse raciocínio, portanto, só em São Paulo o novo código de trânsito deverá funcionar. www.pconcursos.com b) O autor acredita que apenas em alguns lugares de São Paulo pode-se ter atitudes de Primeiro Mundo e que a culpa é dos habitantes que vêm de outras regiões. Logo, se o novo código de trânsito não funcionar, a culpa será também decorrente de diferenças regionais e sociais. c) Possivelmente, para Marcelo Coelho, a utopia do novo código de trânsito, assim como aquela encontrada no comportamento de alguns habitantes de São Paulo, retrata a opinião de pessoas que pretendem obrigar a população a agir como se estivesse no Primeiro Mundo, embora respeitadas as diferenças sociais e regionais. d) As diferenças sociais e regionais características da cidade de São Paulo fundamentam a reflexão do autor sobre a aparente utopia do novo código de trânsito e são também essenciais para a compreensão da tese de que o novo código se baseia numa utopia contraditória. e) Os artigos da nova lei de trânsito seriam, como as regras de etiqueta de alguns habitantes de São Paulo, tão numerosos e próximos do comportamento encontrado no Primeiro Mundo que dificilmente poderão ser incorporados por pessoas que vêm de outras regiões do Brasil. Questão 84 (PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR. O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO Marcelo Coelho Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos. Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir três cintos de segurança no banco de trás? São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver dirigindo bêbado, vai para a cadeia. Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha. www.pconcursos.com Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros, se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc. Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiromundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta. O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros. E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma infinidade de casos, de infrações, de multas a prever. Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a indisciplina de cada pessoa. O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da desobediência, estejam estimulados. Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é fascista ou liberal. Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer. Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou. Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor. Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro, quem se torna objeto de preocupações penais. www.pconcursos.com Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade. Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos. Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?", pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?" Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que a Suécia e a Noruega... Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor. Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade, vença o que for justo. (Folha de S. Paulo, 28/01/98) No texto, Marcelo Coelho fala do aspecto poético e literário da nova lei de trânsito. A esse respeito, só se pode afirmar que o autor relaciona tais adjetivos à nova lei de trânsito porque a considera: a) extremamente fictícia, como são os vários tipos de textos literários. b) desvinculada da realidade objetiva, como muitos dos textos escritos por literatos. c) ilusória, já que, como toda poesia, presta-se somente a encantar o leitor. d) sonhadora, como a maior parte das poesias brasileiras. e) idealizada, uma vez que, como os textos literários, foi criada a partir de uma idéia de perfeição. www.pconcursos.com Questão 85 (PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR. O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO Marcelo Coelho Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos. Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir três cintos de segurança no banco de trás? São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver dirigindo bêbado, vai para a cadeia. Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha. Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros, se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc. Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiromundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta. O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros. E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma infinidade de casos, de infrações, de multas a prever. Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a indisciplina de cada pessoa. www.pconcursos.com O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da desobediência, estejam estimulados. Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é fascista ou liberal. Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer. Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou. Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor. Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro, quem se torna objeto de preocupações penais. Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade. Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos. Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?", pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?" Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que a Suécia e a Noruega... Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor. Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade, vença o que for justo. www.pconcursos.com (Folha de S. Paulo, 28/01/98) Considerando o efeito de sentido da citação de Marx Weber, todas as alternativas podem ser tomadas como verdadeiras, em razão de fazerem parte do conjunto de conseqüências que a "gaiola de ferro" traria ao comportamento do cidadão, EXCETO: a) compreensão das leis. b) respeito às leis. c) conhecimento de direitos e deveres. d) ciência das conseqüências legais de seus atos. e) acatamento das leis. Questão 86 (PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR. O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO Marcelo Coelho Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos. Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir três cintos de segurança no banco de trás? São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver dirigindo bêbado, vai para a cadeia. Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha. Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros, se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc. www.pconcursos.com Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiromundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta. O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros. E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma infinidade de casos, de infrações, de multas a prever. Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a indisciplina de cada pessoa. O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da desobediência, estejam estimulados. Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é fascista ou liberal. Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer. Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou. Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor. Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro, quem se torna objeto de preocupações penais. Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade. www.pconcursos.com Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos. Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?", pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?" Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que a Suécia e a Noruega... Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor. Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade, vença o que for justo. (Folha de S. Paulo, 28/01/98) Assinale a alternativa em que a alteração proposta para o trecho transcrito possa acarretar mudança do seu sentido original: a) Se estiver dirigindo bêbado, vai para a cadeia. Vai para a cadeia se estiver dirigindo bêbado. b) [....] esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que, na verdade, não somos suíços: [....] esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que não somos suíços na verdade: c) Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta. Se houvesse apenas os arredores da rua Augusta, tudo seria perfeito. d) Comprova-se, assim, uma velha tese: Assim, comprova-se uma velha tese: e) Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor. Mas nada, nenhuma regra, entraria em vigor sem essa utopia. www.pconcursos.com Questão 87 (PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR. O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO Marcelo Coelho Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos. Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir três cintos de segurança no banco de trás? São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver dirigindo bêbado, vai para a cadeia. Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha. Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros, se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc. Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiromundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta. O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros. E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma infinidade de casos, de infrações, de multas a prever. Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de www.pconcursos.com ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a indisciplina de cada pessoa. O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da desobediência, estejam estimulados. Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é fascista ou liberal. Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer. Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou. Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor. Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro, quem se torna objeto de preocupações penais. Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade. Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos. Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?", pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?" Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que a Suécia e a Noruega... Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia www.pconcursos.com legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor. Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade, vença o que for justo. (Folha de S. Paulo, 28/01/98) Leia os trechos a seguir, transcritos do texto de Marcelo Coelho. I. Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser cumprido. Foi. II. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou. III. São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. IV. O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia contraditória. V. Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Têm o mesmo valor as orações grifadas em: a) I, II e IV b) I e III c) I, III e V d) III e V e) I, II, III, IV e V Questão 88 (PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE O ENCONTRO MARCADO, DE FERNANDO SABINO. www.pconcursos.com Em todas as passagens, de O encontro marcado, ocorrem alusões a fatos políticos do País ou a acontecimentos históricos do tempo em que se passa a ação do romance, EXCETO: a) "— Estamos com um caso na Prefeitura, questão de impostos. Soube que você trabalha lá, me encarregaram de lhe pedir esse favor." b) "— Na sua opinião. Para você nem parece que houve uma guerra. Você queria que eu ficasse escrevendo poema sobre uma flor, enquanto o mundo se arrebenta?" c) "— O homem custou, mas caiu, você viu só? — Caiu feito um fruto podre! como diria Vítor." d) "— Ouvi no rádio que Paris está por pouco. Que é que você soube? — Nada. Ainda não passei na redação hoje." e) "— Qual foi o último golpe dele? — As 48 horas que pediu para se retirar do palácio. Devia ser preso e deportado." Questão 89 (PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE O ENCONTRO MARCADO, DE FERNANDO SABINO. Entendendo-se por ironia "um modo de se exprimir, dizendo o contrário do que se pensa, com intenção sarcástica ou depreciativa", pode-se dizer que ocorre ironia em todas as passagens, de O encontro marcado, EXCETO: a) "Eduardo lhe passou um telegrama: ‘Camões morreu na miséria’. Mauro lhe respondeu: ‘Porque não lhe deram emprego na Prefeitura de Lisboa’." b) "— (...) Ele bebeu com estômago vazio. Não era hemoptise. — E o doutor acha que devemos dizer a ele? — Doutor é a mãe." www.pconcursos.com c) "Príncipe, você é dono de uma verdade, eu não sou dono nem do meu nariz. Sou apenas o destinatário humilde de sua brilhante literatura epistolar." d) "— (...) Sabia que Bouvard e Pécuchet estiveram lá em casa, hoje? — Como foi a reunião dos três grandes? — Papai chegou falando o diabo de você." e) "— (...) Tenho a impressão de que escuto um ruído ao fundo, pode ser de linotipo... — A essa hora? Que linotipo! Chacoalhar de ossos." Questão 90 (PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE O ENCONTRO MARCADO, DE FERNANDO SABINO. Todas as passagens, de O encontro marcado, referem-se a Eduardo, protagonista do romance, EXCETO: a) "Começou a escrever contos policiais, mostrava ao professor. Passara-se para os romances policiais: gostava de Malpas, o assassino, que, no fim, era o próprio detetive. De Fu-Manchu não gostava, tinha medo. Os contos não eram de fazer medo, eram de fazer chorar o professor de português:" b) "Eternamente se preparando para tornar-se escritor, eternamente começando, em pouco seria tarde, não mais teria direito de escrever asneiras, teria de começar com uma obraprima. Não depois que lera Guerra e Paz. Jamais nenhum romancista seria capaz de escrever algo de mais completo (...)." c) "Não, era simplesmente romancista. E o romancista é um inocente, não sabe nada senão escrever. Aprender a escrever. Regressou à ficção: aprender com os que sabiam, se preciso plagiar, mas plagiar com sabedoria, com verdadeiro aproveitamento das idéias, desenvolvendo-as noutras idéias (...)." d) "Não teve muita oportunidade de praticar tudo isso. Mesmo porque não sabia por onde começar, e concluiu que ao artista era essencial certo egoísmo, do contrário jamais exerceria sua imaginação criadora; também certa vaidade em se sentir capaz de criar." www.pconcursos.com e) "Vinha escrevendo um livro, uma espécie de ensaio poético, em que procurava traduzir este sentimento de inutilidade das coisas. Era a palavra-chave; bastava dizer, a certa altura, com um suspiro de desalento: ‘mas que cooooisa!’ e a angústia baixava logo as negras asas sobre os três." Questão 91 (PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE O ENCONTRO MARCADO, DE FERNANDO SABINO. A QUESTÃO ABAIXO REMETE AO POEMA "A CAVALGADA", DE RAIMUNDO CORREIA, CITADO EM O ENCONTRO MARCADO: A lua banha a solitária estrada... Silêncio!... Mais além, confuso e brando, O som longínquo vem-se aproximando Do galopar de estranha cavalgada. São fidalgos que voltam da caçada; Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando. E as trompas a soar vão agitando O remanso da noite embalsamada... E o bosque estala, move-se, estremece... Da cavalgada o estrépito que aumenta Perde-se após no centro da montanha... E o silêncio outra vez soturno desce... E límpida, sem mácula, alvacenta www.pconcursos.com A lua a estrada solitária banha... O primeiro verso do poema, "A lua banha a solitária estrada ...", mereceu elogios do professor de português de Eduardo em O encontro marcado, por todas as razões abaixo, EXCETO: a) O verso é metrificado, integrando um poema de versos rimados. b) O verso é o oposto, do ponto de vista formal, à liberdade de composição dos futuristas. c) O verso fala de uma paisagem do cotidiano, reafirmada nos versos seguintes. d) O verso joga com o último do poema, rico de significado com sua inversão de termos. e) O verso não contém o prosaísmo dos versos contemporâneos ao episódio narrado. Questão 92 (PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND. Todas as alternativas indicam temas presentes nas epígrafes introdutórias do romance Hilda Furacão, EXCETO: a) a especulação sobre o papel do sonho na literatura. b) a importância da técnica narrativa na construção literária. c) a íntima relação entre a vida e a ficção. d) a preponderância da vida sobre a invenção, enquanto fonte literária. e) o elogio da digressão na obra literária. www.pconcursos.com Questão 93 (PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND. Leia com atenção a passagem que inicia na parte UM, de Hilda Furacão, a seqüência "Os três mosqueteiros": "Na verdade este relato começa aqui, de maneira que os leitores são livres para fazer com as páginas anteriores o que bem quiserem; podem considerá-las ou não como parte deste livro e podem rasgá-las, destruí-las..." Todas as alternativas indicam elementos presentes nas mencionadas "páginas anteriores", EXCETO: a) a caracterização da personagem Hilda Furacão. b) a descrição da forma de narrar do Seu Quim. c) a referência a acontecimentos políticos. d) as lembranças do tio José Viana. e) o relato da morte do pai do narrador. Questão 94 (PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND. Todas as alternativas, sobre o romance Hilda Furacão, estão corretas, EXCETO: a) Há um nítido tom paródico nos trechos que tratam da militância comunista na juventude do narrador. b) O "caso Hilda" permanece em aberto ao final do romance, respeitando o mistério em torno da personagem. www.pconcursos.com c) O romance deve ser rotulado como histórico, por seu rigoroso trabalho com as fontes da história brasileira. d) O romance traz exemplos de intertextualidade, metalinguagem, jogos e brincadeiras com o leitor. e) O narrador disputa com Hilda o lugar de protagonista, já que, apesar do título, conta mais sobre si mesmo do que sobre ela. Questão 95 (PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND. Todas as alternativas apresentam hipóteses aventadas pelo narrador-protagonista do romance Hilda Furacão para explicar a transformação da Garota do Maiô Dourado em Hilda Furacão, EXCETO: a) Hilda, ao se apaixonar por Malthus, teria abandonado sua vida alegre e despreocupada. b) Hilda, muito religiosa, estaria se penitenciando de seus pecados na condição de prostituta. c) Hilda teria seguido os conselhos de uma vidente, crendo ser necessário sofrer pela felicidade. d) O pai de Hilda teria ido à falência ao perder tudo o que possuía nas noitadas de jogo. e) O trauma pelo suicídio de um namorado teria feito Hilda abandonar a sociedade mineira. Questão 96 www.pconcursos.com (PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND. Em Hilda Furacão, a personagem que funciona como um leitor internalizado, dialogando freqüentemente com o narrador-protagonista, é: a) A bela B. b) Frei Malthus. c) Hilda Furacão. d) Tia Çãozinha. e) Tia Ciana. Questão 97 (UFPB) Considere o seguinte fragmento: "Vou lançar a teoria do poeta sórdido. Poeta sórdido: Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida. (...) O poema deve ser como a nódoa no brim: Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero." (Nova poética – Manuel Bandeira) Tal fragmento se filia ao modernismo literário, entre outros motivos, porque I.critica o conformismo e a insensibilidade burguesa. II.manifesta preocupação de natureza metalingüística. III.sugere o desprezo ao rigor formal. www.pconcursos.com IV.incorpora o preceito parnasiano do realismo na poesia. Das afirmativas acima, estão corretas a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e III. e) I, III e IV. Questão 98 (ANHEMBI) Texto I Tenho fases Fases de andar escondida, fases de vir para a rua... Perdição da minha vida! Perdição da vida minha! Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha. Fases que vão e que vêm, no secreto calendário que um astrólogo arbitrário www.pconcursos.com inventou para meu uso. E roda a melancolia seu interminável fuso! Não encontro com ninguém (tenho fases, como a lua...) No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua... E, quando chega esse dia, outro desapareceu... (Lua Adversa - Cecília Meireles) Texto II Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, www.pconcursos.com a vida presente. (Mãos Dadas - Carlos Drummond de Andrade) Além da função poética, há, nos poemas "Lua Adversa" e "Mãos Dadas", a ocorrência da função da linguagem que deixa transparente as intenções do emissor. Trata-se da: a) Função emotiva. b) Função fática. c) Função referencial. d) Função metalingüística. e) Função apelativa. Questão 99 (UFPA) Tecendo a manhã Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe o grito que um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, www.pconcursos.com se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão. (MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979) No trecho "...onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo..." a partícula se é um elemento que a) indetermina o sujeito b) introduz a idéia de condicionalidade c) entra na construção da voz passiva d) integra uma oração a outra e) expressa, juntamente com o verbo, ação de reciprocidade Gabarito: 1-e 2-vffvv 3-e 4-e 5-c 6-fvfvv 7-vvvfv 8-ffvvf 9-vffff 10-fvvvf 11-vvfvv 12vvvvf 13-vvffv 14-vvfvv 15-vvfvv 16-ffvvf 17-vfvff 18-ffvvf 19-vvvvv 20vvvfv 21-vfvvf 22-vvfvf 23-vfvvf 24-vfvfv 25-vfvvf 26-vvvfv 27-fvvvf 28fvfvf 29-vvvfv 30-fvfvf 31-fvvfv 32-vfff- 33-ffv-- 34-fff-- 35-vvvv- 36-ffv-37-vvvvv 38-vvvvf 39-vvvff 40-fvvvf 41-vvvvf 42-e 43-a 44-vfvvv 45-c 46-c 47-a 48-d 49-a 50-vvvvv 51-d 52-b 53-a 54-e 55-a 56-d 57-a 58-c 59-a 60-b www.pconcursos.com 61-c 62-c 63-d 64-c 65-d 66-e 67-c 68-b 69-d 70-e 71-d 72-d 73-c 74-a 75-e 76-a 77-d 78-b 79-b 80-c 81-e 82-c 83-d 84-b 85-a 86-b 87-b 88-a 89-e 90-e 91-c 92-b 93-a 94-c 95-a 96-d 97-a 98-a 99-e